razÕes prÁticas

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  • 7/28/2019 RAZES PRTICAS

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    RAZES PRTICAS RESUMO

    Pessoal, vou colocar aqui o resumo que fiz para a discusso sobre

    Bourdieu. Quem quiser complementar com trechos, citaes e

    com as questes discutidas, fique vontade!

    BOURDIEU, P.Razes prticas: sobre a teoria da

    ao. Campinas: Papirus, 1996.

    Bourdieu procura traar uma teoria da ao focada nas dinmicas

    e nos mecanismos das prticas dos sujeitos, os quais chama

    frequentemente de agentes sociais. Bourdieu importante,

    portanto para pensar a questo da agncia, suas motivaes e

    mecanismos.

    Critica a viso excessivamente teleolgica e racional da ao

    projeto, finalismo, estratgia, intencionalidade e utilitarismo. Poroutro lado, condena tambm a viso estrutural-funcionalista, que

    anula os sujeitos em favor dofuncionamentode uma estrutura

    mais ou menos transcendental.

    Tem como objeto de anlise sociedades complexas ocidentais,

    que chama de sociedades diferenciadas, embora tenha pesquisado

    tambm sociedades pr-capitalistas, como a sociedade cabila, naArglia. Sua noo de sociedade diferenciada traz lembrana os

    processos de diferenciao em biologia e, como estes, no est

    dissociada de uma orientao evolucionista.

    Capital

    http://netativismo.wordpress.com/2011/09/27/razoes-praticas-resumo/http://netativismo.wordpress.com/2011/09/27/razoes-praticas-resumo/http://netativismo.wordpress.com/2011/09/27/razoes-praticas-resumo/
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    A ideia que fundamenta sua teoria da ao a de diferentes tipos

    de capital, sua distribuio na sociedade e sua percepo pelos

    agentes sociais: alm do capital econmico, j to estudado e

    enfatizado pelo materialismo histrico, destaca o capital cultural,

    poltico, religioso etc.

    O capital simblico entra, aqui, como um metacapital, pois trata-

    se da percepo de cada tipo de capital pelos agentes, que lhe

    atribuem valor. Esta percepo e valorao dos capitais constitui

    o capital simblico, que est na base no s da constituio do

    Estado, mas tambm da instaurao e manuteno de relaes de

    dominao.

    Espao social

    Os sujeitos ocupam diferentes espaos sociais, de acordo com adistribuio dos diferentes tipos de capital na sociedade. Bourdieu

    exemplifica com um quadro da distribuio do capital cultural X

    capital econmico. O espao social determina diferentes espaos

    de tomada de posio, e diferentes disposies.

    O espao relacional: () conjunto de posies distintas e

    coexistentes, exteriores umas s outras por sua exterioridade

    mtua e por relaes de proximidade, vizinhana ou de

    distanciamento e, tambm, por relaes de ordem, como acima,

    abaixo e entre. (p. 18)

    De maneira geral, o espao de posies sociais se retraduz em

    um espao de tomadas de posio pela intermediao do espao

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    de disposies (ou do habitus); ou, em outros termos, ao sistema

    de separaes diferenciais () A cada classe de posies

    corresponde uma classe de habitus (p. 21)

    O campo

    Os campos so microcosmos, universos sociais que emergem na

    diferenciao da sociedade, com dinmicas e regras de

    funcionamento prprias e relativa autonomia.

    Campo poltico, campo jurdico, campo burocrtico, campo

    artstico, campo escolstico, etc.

    O habitus

    O habitus refere-se s disposies e estruturas cognitivasprofundamente enraizadas no sujeito, que orientam sua ao de

    acordo. Ele depende da posio do sujeito no espao social e nos

    campos sociais, e se constitui na consonncia entre a estrutura

    estruturante (estrutura objetiva, exterior ao sujeito e imanente

    sua realidade relacional) e a estrutura estruturada (subjetiva,

    cognitiva)

    Uma das funes na noo de habitus a de dar conta da

    unidade de estilo que vincula as prticas e os bens de um agente

    singular ou de uma classe de agentes. (p. 21)

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    Os habitus so diferenciados; mas tambm so diferenciadores.

    Distintos, distinguidos, eles tambm so operadores de distino.

    (p. 22) Eles so princpios de viso e de diviso.

    O habitus diz respeito mais ao corpo e ao inconsciente do que

    mente e conscincia. Bourdieu critica aquilo que ele denomina

    de filosofias da conscincia como fundamento da ao social.

    O habitus preenche uma funo que, em uma outra filosofia,

    confiamos conscincia transcendental: um corpo socializado,

    um corpo estruturado, um corpo que incorporou as estruturas

    imanentes de um mundo ou de um setor particular desse mundo ,

    de um campo, e que estrutura tanto a percepo desse mundo

    quanto a ao desse mundo. (p. 144)

    A orquestrao dos habitus forma a coeso dos grupos e doscampos.

    O Estado, principalmente por meio da escola, responsvel pela

    imposio de estruturas cognitivas e pela conformao dos

    habitus coletivos.

    A gnese do Estado

    Simultaneamente um processo de subjetivao e de acumulao

    de capital simblico (monoplio das nomeaes e da distribuio

    dos privilgios)

    A questo do interesse

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    Os campos como jogos sociais e a illusio: consonncia entre o

    habitus e o campo

    A illusio, aqui, significa estar envolvido pelo jogo, saber que ele

    vale a pena. Apenas aqueles que compartilham as estruturas

    cognitivas e os valores de um determinado campo podem

    identificar por que o jogo vale a pena.

    Bordieu desfaz o binmio interesse/desinteresse a partir da

    paixo: uma vez que o ato desinteressado simbolicamente

    recompensado e valorizado pelo campo, o agente no o faz por

    interesse consciente, mas sim o faz como se por paixocomo se

    no houvesse outra escolha.

    A economia dos bens simblicos

    Desmonta a primazia do capital economico : contra o utilitarismo

    Universalizao, recompensa do universal e lucros simblicos: os

    motores da universalizao

    A anlise do campo escolstico

    Descolamento do mundo das prticas: dificuldade das cincias

    sociais em lidar com as prticas de maneira no purista e no

    transcendental.

    A sociologia

    (..) conhecimento universal das invariantes e das variveis que a

    sociologia pode e deve produzir. (p. 28)

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    Apesar disso, Bourdieu no enxerga na estrutura algo de

    transcendental sociedade. Contra os substancialismos, ele afirma

    que o real relacional: as propriedades no so mecanicamente

    associadas como substanciais ou intrnsecas a outras

    caractersticas (biolgicas e culturais, por exemplo), mas

    dependem da definio das posies sociais dos sujeitos e de suas

    relaes. (p. 18)