raul pompéia. o ateneu e o romance psicológico - araripe jr

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Raul Pompéia. O Ateneu e o romance psicológico Cultura e Barbárie Desterro, 2013 AnimA coleção T. A. Araripe Jr.

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Páginas iniciais de "Raul Pompéia. O Ateneu e o romance psicológico", de Araripe Jr. (Desterro: Cultura e Barbárie, 2013 - http://culturaebarbarie.org/araripe.html). Publicado originalmente de forma seriada entre 1888 e 1889, Raul Pompéia. O Ateneu e o romance psicológico foi considerado por Décio Pignatari “um dos poucos ensaios literários de nível internacional que nos legou o século passado [XIX]”. Esta edição em livro do ensaio inclui ainda dois outros textos de Araripe Jr. sobre o autor d’O Ateneu, além da íntegra da crônica Glória Latente, de Pompéia, e do prefácio de Mallarmé ao Tratado do Verbo (livro de René Ghil), ambos cruciais à argumentação do ensaio.

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Page 1: Raul Pompéia. O Ateneu e o romance psicológico - Araripe Jr

Raul Pompéia. O Ateneu e o romance psicológico

Cultura e BarbárieDesterro, 2013

AnimAcoleção

T. A. Araripe Jr.

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Raul Pompéia. O Ateneu e o romance psicológico

Cultura e BarbárieDesterro, 2013

AnimAcoleção

Araripe Jr.

seguido de

Raul Pompéia como estetaAraripe Jr.

Raul Pompéia Araripe Jr.

Glória latenteRaul Pompéia

Prefácio ao tratado do verbo de René GhilStéphane Mallarmé

Page 4: Raul Pompéia. O Ateneu e o romance psicológico - Araripe Jr

Editora Cultura e Barbárie

www.culturaebarbarie.org | [email protected] Postal 5015 - 88040-970 - Florianopolis/SC

Vendas www.culturaebarbarie.org/catalogo [email protected]

CapaTadeu Meyer, sobre desenho de Leonardo Da Vinci

DiagramaçãoAlexandre Nodari

RevisãoFlávia Cera

coleção animaCoordenação editorial: Alexandre Nodari e Flávia Cera

Conselho Editorial da Cultura e BarbárieAlexandre Nodari, Diego Cervelin, Flávia Cera, Leonardo D’Ávila e Rodrigo Lopes

A662r Araripe Júnior, T. A. (Tristão de Alencar), 1848-1911 Raul Pompéia : O Ateneu e o romance psicológico / T. A. Araripe Jr. –

Desterro [Florianópolis] : Cultura e Barbárie, 2013. 88p. – (Coleção Anima)

Inclui bibliografia ISBN: 978-85-63003-10-2 1. Pompéia, Raul, 1863-1895. O Ateneu – História e crítica.

2. Ficção brasileira – História e crítica. 3. Ensaios brasileiros. I. Título.

CDU: 869.0(81)-31.09

Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071

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Sumário

Raul Pompéia. O Ateneu e o romance psicológico [1888-1889]Araripe Jr. ......................................................................................... 7

I. O maquinista ................................................................................ 8

II. A máquina ................................................................................... 30

III. Auto-intoxicação psíquica. Arte. Máquinas de sensações de ordem objetiva e de ordem subjetivaPânico literário de Raul Pompéia. Estilo. ............................ 45

Raul Pompéia como esteta [1897]Araripe Jr. ...................................................................................... 69

Raul Pompéia [1906]Araripe Jr. ....................................................................................... 76

Glória Latente [1888]Raul Pompéia .................................................................................. 82

Prefácio ao Tratado do Verbo de René Ghil [1886]Stéphane Mallarmé .......................................................................... 86

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Nota dos editores:

Raul Pompéia. O Ateneu e o romance psicológico foi publicado origi-nalmente de forma seriada no Novidades entre 1888 e 1889. Para essa edição, optamos por incluir outros dois textos de Araripe Jr. sobre Raul Pompéia, bem como uma crônica deste e um prefácio de Mallarmé, cruciais para a argumentação do autor. Para o estabelecimento do texto, decidimos inter-ferir o mínimo possível, limitando-nos a atualizar a ortografia e corrigir er-ros evidentes de tipografia. Sempre que necessário e possível, cotejamos a versão presente nas edições críticas com as originais, privilegiando estas. As notas de rodapé numeradas são dos autores. O que está entre colchetes é da lavra dos editores.

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A inteligência destes artigos depende da acomodação que venham a encontrar no espírito do leitor as seguintes proposições:

A – A obra de arte é uma máquina de emoções.B – Há uma perspectiva interior que todo o artista procura reprodu-

zir no espírito de outrem.C – Essa reprodução não se pode fazer, na arte escrita ou falada,

senão pela ordem direta do discurso; daí uma sintaxe superorgânica, alma de todo o livro ou peça literária.

D – Os órgãos capitais dessa sintaxe são o acento periodal e a elipse interior; é por meio deles que conseguem exercer a sua ação especial os temperamentos, que mais geralmente se dividem em subjetivistas e objetivistas.

E – O estilo é a resultante, em parte imprevista, do conflito entre o temperamento de cada indivíduo e o mecanismo das formas literá-rias já criadas por um povo, por um grupo ou por uma escola.

F – Não é impossível reduzir todos estes princípios à lei que os gramáticos denominam de menor esforço, e que Spencer, na mecânica mental, designa sob o nome de economia de funções.

Novidades, 6 de dezembro de 1888

Raul Pompéia. O Ateneu e o romance psicológico

Araripe Jr.

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IO maquinista

Existe nesta capital um ilustrado professor de história que não pode ver o cronista Urbano Duarte sem que lhe acuda ao espírito a ima-gem do general cartaginês Aníbal.

Talvez pelo mesmo processo de cerebração, sucede-me pensar no autor das Geórgicas sempre que me encontro com Raul Pompéia. Já o seu nome nos aproximava de Roma; a sua conversação, o seu tem-peramento transportam-me à corte de Augusto, levam-me até a cote-rie de Mecenas.

É quase uma obsessão. Quando o encontro na Rua do Ouvidor, rubro, vergonhoso, vergado ao peso de uma responsabilidade lite-rária de 40 séculos, levada ao cubo; ou o vejo, no círculo de amigos íntimos, expondo, assombrado e febril, uma teoria nova da arte, da arte que não chega para todos; ou o diviso de longe, metido para um canto, postado em uma esquina, a olhar para a corrente do povo, preocupado com a correção que a linha da vida tivera outrora; quan-do o imagino, no lar, estudando e escrevendo com o mesmo cuida-do, com a mesma pudicícia que a moça poria em ocultar os seios de vistas indiscretas; com o sangue sempre agitado pelo entusias-mo dos grandes mestres, pela tortura das grandes coisas; perturbado pela enormidade da arte, reincidindo na idéia de buscar uma forma calma, que é, enfim, a tranqüilidade da própria consciência artística; seqüestrado do mundo, apesar de residente em pleno agora, a con-sertar o pince-nez, a fixar com a vista uma verdade que não há, atra-vés de um temperamento delicado e de uma literatura infinita, que o domina como se constituísse a única realidade da vida; quando, fi-nalmente, o surpreendo a traduzir as suas dúvidas num riso seco, de-sequilibrado, paradoxal e ao mesmo tempo adorável, é força confes-sar que sinto-me vítima de uma ilusão estranha e penso que ao ouvi-do sussurra-me o sic vos non vobis de Virgílio. O mantuano devera ter sido assim!

Repasso então as minhas reminiscências de crítico, e as palestras do monte Esquilino começam a viver em minha imaginação errática

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com essa tonalidade saudosa que constitui todo o encanto da arque-ologia clássica.

Como uma sombra simpática aglutinada ao Raul que todos co-nhecemos, aquela “doce natureza de criança, cândida, amável, de disposições sempre benévolas e pacíficas”, de que fala Teuffel, aque-le optimus Virgilius bonus ut melior vir non alius quisquam, das odes de Horácio, surge-me como por encanto aos olhos e, por momentos, se a confabulação se prolonga até Petzoll, aonde – Capistrano de Abreu, com a acrimônia de Augusto, ridiculariza as pretensões esti-lísticas do primeiro Mecenas que aparece, julgo achar no Vale Cabral um Polião, e no Domício Gama, um Ovídio ou um Tibulo.

Tal é a força ilusionista da figura virgiliana do original autor d’O Ateneu, que, em certas ocasiões, me parece até vê-lo na Via Ápia me-ditando a sua Eneida, titubeante, sob a preocupação da forma que te-ria de dar ao verso – Tu Marcellus eris.

Estas impressões, embora pessoais, não perdem a sua legítima im-portância. Submetidas ao processo de análise e verificada a sua conti-güidade com os caracteres objetvios dos trabalhos de Raul Pompéia que já são conhecidos do público, fazem-me chegar à evidência de que o novo romancista pertence a uma classe de temperamentos li-terários muito diversa da a que se filiam, na França, Balzac e Zola, e no Brasil, A. Azevedo.

No estudo que publiquei nas colunas deste mesmo jornal em prin-cípios do corrente ano, tratando do romance naturalista, asseverei, de passagem, que o caso do autor d’O Ateneu era perfeitamente o de um analista fino, sugestivo, e de um pintor delicado, incisivo, do notador de impressões pessoais mais sobressaltado que era possível imaginar nesta terra, aonde todos já são por si tão irrequietos.

Pois bem, hoje, depois de lido O Ateneu e de ter estudado melhor a sua índole literária, não farei senão confirmar aquela impressão, declarando que esse novel escritor vai representar no próximo mo-vimento artístico, no Brasil, papel idêntico ao de Daudet, talvez dis-sesse com mais acerto – ao de Bourget, em França.

Raul Pompéia pertence à mesma família virgiliana que produziu Ovídio em Roma, Petrarca na Itálica; que produziu La Bruyère na

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França de Luís XIV e Chénier na Revolução; família que faz pendant a outra não menos gloriosa, e que se caracteriza pela reflexão, senão, mesmo, pela preocupação.

Como ninguém ignora, há homens de ação e homens de reflexão. A atividade poética não podia escapar a essa lei. Tanto existem artis-tas objetivistas como subjetivistas.

O autor d’O Ateneu não se confundirá nunca com os artistas da-quela classe.

Vamos ver, pela lei dos contrastes, quais os caracteres que o sepa-ram profundamente do autor da Casa de Pensão.

*

Há, em matéria de estilo, um fenômeno que o retórico Quintiliano costumava designar pelo nome de aequalitas, – a correção monótona, destituída de antíteses.1

Quando O Ateneu foi publicado na Gazeta de Notícias, todos os cultores das boas letras se levantaram una voce para aclamar o autor como um estilista primoroso, um estilista correto. E os apreciado-res desse estilo torturado tinham, incontestavelmente, razão; o que não quer dizer que Raul Pompeia padeça daquela tristíssima enfer-midade de que falava o crítico romano. A aequalitas é um sintoma de anemia; indica falta de vida; e o autor d’O Ateneu é um pletórico, um nervoso, que, quando empunha a pena, está como o cavalo ára-be, inquieto, sublevado, a arrancar, através do deserto, em direção ao primeiro oásis figurado em sua fantasia. O exame, portanto, de qualquer trecho do livro, habilita o menos prático em matérias desta ordem a classificá-lo como o produto de uma imaginação de artista valente, ávido de originalidade, exaltado pela reflexão, contido pelo escrúpulo e pela consciência da sua arte. Tanto basta também para nos convencermos de que não se trata de um escritor que desde logo se faça conhecer por uma enorme força impulsiva; de um romancista

1  Inst. Orat., X, I, 86.

Novidades, 11 de dezembro de 1888

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que, à feição do velho Dumas, se perca, se difunda, se objetive nas ações descritas ou imaginadas, transformando-se em um perfeito ca-leidoscópio, aonde o mundo exterior penetra tumultuariamente e se transforma em monumentos artísticos.

Nada disto.Raul Pompéia, em um conto, recentemente dado à estampa no

jornal já indicado, encarregou-se de traçar o seu próprio perfil no tipo de um poeta que, obsedado pela idéia de um poema, cujos li-neamentos fosforizavam de longa data em sua cabeça, depois de de-senvolvê-la discutindo consigo mesmo, avigorentando-a ponto por ponto, depois de fazê-la passar mentalmente por todos os processos de composição imagináveis, acabou por convencer-se de que toda a tradução do pensamento humano era uma queda satânica, um suplí-cio de Prometeu, e que, neste caso, mais valia impedir que esse poe-ma se cristalizasse no bico da pena do compositor.*2

Descer da região sagrada do Inexprimível, do sancta sanctorum da alma eleita, para degradar-se no chocalhar dos guisos desse carnaval chamado verso e na monotonia desse ruído estúpido chamado pro-sa, eis o que por mais de uma vez o autor d’O Ateneu terá pensado, sa-cudindo as armas de combate para um lado e evadindo-se para o ina-cessível dos seus sonhos boreais.

É isto que se chama nostalgia da forma, e de que Eça de Quierós há pouco tempo nos deu um belíssimo espécime no seu Fradique Mendes.

Os caracteres dessa natureza, tomados em globo, podem reduzir--se a uma classe muito ampla, – a daqueles que, por falta de energia nos centros de reação e coordenação, assediados pela multiplicida-de das impressões do mundo exterior, cansados da catalogação dos fatos, da observação dos fenômenos, muitas vezes extenuados, ou-tras tantas desesperados, refugiam-se no fundo de suas idéias e co-meçam a espreitar os próprios estados de consciência e a estudar os movimentos da máquina produtora. Semelhantes temperamentos li-terários, ou melhor, tais hábitos mentais nem sempre encontram fi-bra que resista. Daí a misantropia de muitos poetas e escritores e a

* Trata-se de Glória latente, incluído nesse volume (pp. 82-85).

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filosofia desalentadora de muitas escolas e de não poucos pensado-res. De sorte que não erraremos se afirmarmos que a maior parte dos nostálgicos da forma terminam a carreira sistematizando a mais deplorável das loucuras, a verbolisia, isto é, o estilismo agudo. Pouco mais ou menos a enfermidade atribuída a Pope, – um estilo que per-seguia um assunto.

Compreende-se que essa inversão das leis naturais não pode che-gar a resultados sãos.

O desequilíbrio entre a aspiração e o poder de execução é a cau-sa primordial de todas as aberrações de que as literaturas têm dado exemplos em várias épocas de suas respectivas histórias. É desse fundo comum que têm saído, outrossim, todas as manifestações do pessimismo até hoje conhecidas; foi daí que recentemente irrompeu a escola simbolista, essa nova forma do eufuísmo, que se traduz ago-ra por um niilismo literário inominado.

Ora, sendo evidente que neste mundo nada se perde, que tudo que se decompõe se recompõe, não é de admirar que o pessimismo sirva para alguma coisa. E, incontestavelmente, serve: – serve para pôr em xeque-mate o otimismo. Hipertrofia do eu, excesso de subje-tivismo, na vida coletiva ele sempre aparece, como a noite depois do dia, para decompor uma grande luz e atenuar os efeitos das tendên-cias objetivistas da humanidade.

Tenho negado mais de uma vez que o pessimismo seja a caracterís-tica do século XIX. Do modo por que ele existe, ou pelo menos tem sido definido nos tempos que correm, se deduz que não é uma novi-dade, nem, talvez, tão intenso como o que devastou épocas remotas. O pessimismo medieval e o terror da morte, tais quais nos são repre-sentados pela Dança Macabra, foram muito mais sérios e dolentes do que o que o Sr. Ramalho Ortigão encontrou ou pretendeu encontrar sem restrições na atual literatura do Ocidente, e Paulo Bourget limi-tou à plêiade dos psicologistas modernos.

Seja como for, esse pessimismo de conserva e de vitrina, se é que existe, não passa de um acidente mínimo no movimento ascenden-te da humanidade, percebido por muito poucos, perdido no meio do entusiasmo do exército industrial que marcha cheio da própria

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força, mal comparável ao espírito de sistema que reina nas obras clássicas de Schopenhauer, Hartmann e Max Nordeau.

*

Raul Pompéia não é o que se pode chamar um pessimista; nem eu concordo que se dê esse nome a tantos outros psicologistas que a crí-tica tem apontado como tais.

Um grande amor é sempre incompatível com semelhante estado psíquico; não seriam, portanto, os adoradores do belo, os apaixona-dos da arte, que haviam de escapar a essa lei: estes possuem em si uma fonte inexaurível de vida; e é quanto basta para que não quei-ram abandoná-la.

A confusão feita pelos críticos nasce apenas de somarem duas quantidades heterogêneas.

Não me refiro aqui, nem ao pessimismo religioso, nem ao cien-tífico, mas ao verdadeiro pessimismo, ao mórbido, – àquele que só pode terminar pelo suicídio: – ao pessimismo, enfim, que resul-ta da incapacidade para viver, da falta de inteligência e equilíbrio para compreender a vida, e de energia para reagir contra o ambien-te. Neste caso, a própria natureza encarrega-se de eliminar o hóspe-de importuno; e é justamente o sentimento dessa hostilidade que o abate e o entristece.

O pessimismo literário nada tem de comum com esse estado, se bem que possa prepará-lo pela surmenage.

O homem não desespera enquanto crê nalguma coisa. Foi anteci-pando-se a essas tendências que o Budismo afundou a desesperação no cosmo (nirvana), diluindo a personalidade humana na universal. O Cristianismo fez a mesma coisa, decompondo-a no amor do pai eterno, e o Comtismo, no da humanidade. Só quando esses deriva-tivos são insuficientes; quando nenhuma solução nos aparece com relação à vida; quando temos perdido totalmente o prazer do anda-mento, isto é, – esse impulso indeterminado, que nos leva a todos os pontos do horizonte da existência, independente de uma afeição

Novidades, 12 de dezembro de 1888