r.a.ranieri (a segunda morte)

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Haver uma Segunda Morte

Palavra do ApocalipseO vencedor nada sofrer da segunda morte. Cap II - Vers 11 (Texto extrado de: O Novo Testamento de Nosso Senhor Jesus Cristo - Edio das Sociedades Bblicas Unidas - traduzido segundo o original grego). O que vencer no receber o dano da segunda morte. Cap II - Vers 11 E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos, e no descansavam nem de dia nem de noite, dizendo: santo, santo, santo o senhor Deus, o todo poderoso, que era, e que e que h de vir. Cap III - Vers 8 E a quarta criatura era semelhante a uma guia que voa. As quatro criaturas, tendo cada uma delas seis asas. so cheias de olhos ao redor e por dentro. Cap IV - Vers 8 (Texto extrado de O Novo Testamento de Nosso Senhor Jesus Cristo e o Livro dos Salmos - Imprensa Bblica do Brasil - 1970 - traduzido em portugus por Joo Ferreira de Almeida).

INTRODUO "A Segunda Morte"Este livro no um livro comum nem se espera que seja entendido por todos j, mas um dia, evidentemente, ser totalmente compreendido. Muita coisa depender de muita meditao e entendimento. Os Espritos tomaram a deciso de contar mais alguma coisa relativa s regies superiores do esprito. So novas informaes que viro ampliar o conhecimento daqueles que estudam e procuram entender. Natural seja que no tenham eles, nem ns, a pretenso de agradar a todos. O que se conta coisa to velha quanto o Mundo, encontrada nas mais diferentes Religies e esclarecimentos dos iniciados; mesmo assim, porm, devero encontrar aqueles que no podero acompanh-los permanentemente. H sempre a parte oculta dos ensinamentos que depender do esforo prprio do estudioso, para compreend-los. Procuramos contribuir com nossa boa vontade junto aos Espritos Superiores no sentido de auxiliar os homens. A Segunda Morte uma informao que vem no Apocalipse, transmitida por Jesus Cristo, apesar disso no deixa de ser uma novidade nos tempos modernos. De qualquer maneira uma informao de Jesus para meditao das criaturas. Esperamos que os homens possam compreender, pois temos certeza que todos, de qualquer forma, ho de aproveitar para maior evoluo de seu esprito. R. A. Ranieri Ovo Azul 11.08.88

R. A. Ranieri

Nas Regies Desconhecidas do Esprito

A Segunda Morte

I Parte

Orientao de Andr Luiz pelo Esprito do Altino Traduo Espiritual: R: A: Ranieri 11.03.87

I - Encontro Eu estava beira de um rio de guas claras e lmpidas e meditava. J estivera ali h muito tempo levado pelo Esprito feminino de belssima mulher que conhecera em tempos imemoriais e que amava com fervor. Depois ela no voltara mais. Lembro-me que estivera em regies muito elevadas e que ela sugerira que iramos ter conhecimentos superiores. Cheguei mesmo a ver um aparelho semelhante a um grande tubo de vidro, dentro do qual se encontrava um Esprito que era preparado para penetrar em outra dimenso. De repente, fui conduzido de novo Terra e no tornei a ter outra oportunidade de retornar e reingressar na mesma vibrao e retomar as possibilidades do passeio. Ficou-me a saudade inexprimvel daquele passado, daquela regio e daquela mulher. Fora reconduzido ao corpo terrestre e tudo voltou a ser como antes. Agora, o Esprito do Altino me convidava a continuar a experincia e eu entusiasmado aceitara e ali estava.

II - Ouvindo Explicaes Sobre a Viagem Altino, velho companheiro de lutas terrestres e espirituais, que desde muitos sculos aceitara a incumbncia de servir-me de Guia Espiritual, falou-me com bondade: - Como lhe prometi, iremos visitar regies mais altas e mais felizes. Aconselho-o a ouvir com pacincia e a perguntar com respeito e serenidade. Os Espritos Superiores so srios, respeitosos, cheios de carinho e amor e gostam tambm de ser tratados assim. O Esprito falou-me como um pai e eu me curvei, humilde como um discpulo e respeitoso como um filho. - Vamos para regies onde voc j estava antes e viu alguma coisa. Aqui foi, apenas, preparao para esta viagem. Voc precisava estar preparado mentalmente para poder aceitar esta incurso no Mundo Superior. - Por qu? - Perguntei ingenuamente. - Para no sofrer um impacto das coisas novas que vai ver.

III - Apolonius - Como assim? - Indaguei: O que novo causa impacto? - Causa. Pela novidade e pela originalidade. O que novo e original sempre impressiona. Especialmente sendo de outro plano. Causa um choque. O novo, por ser incomum e no nosso caso, de esfera diferente, quase sempre, choca. O imprevisto, o inusitado, abala e s vezes at confunde, quando vem substituir o existente e j estabelecido. Ningum gosta de aceitar uma coisa que vem alterar o que se aceita h longo tempo. O moderno de hoje, s agora revelado, abala o tradicional que j faz parte da vida humana...

Altino ainda falava e eu ouvia quando Apolonius chegou. Silenciamos. Altino foi abra-lo. Senti o imenso carinho com que se encontravam. Beijaram-se mutuamente como os antigos homens do Evangelho do tempo de Jesus. E logo o Altino fez as apresentaes. - Apolonius, este meu afilhado de quem lhe falei. - Kalicrates? - Sim, Kalicrates. Apolonius abraou-me. E eu senti uma tremenda onda vibratria que me invadiu gostosamente como a sublime fragrncia das rosas. - Chame-me Apolnio, meu jovem, disse-me ele - fica mais natural. Quero ficar mais perto do seu corao. Chamei Apolonius em Terras diferentes da que voc habita agora, em tempos diferentes, com gente diferente... Apolnio mais adequado sua linguagem. Gostei dele. Era simples e simptico. Abraou-me uma vez mais com alegria. - Meu amigo, acrescentou, iremos dar uns passeios pelas regies superiores do Esprito. Recebi instrues para conduzi-lo. - Iremos devagar, a p, depois usaremos outro sistema... Apolnio era magro e simptico. Notei que seus cabelos eram brancos prateados. Largo sorriso de grande simpatia. Simplicidade absoluta. Estava de tnica branca Nazarena e sandlias gregas de cordes tranados. Percebeu-me os pensamentos porque logo falou: - "Vesti" roupagem semelhante s regies da Terra onde fui mais feliz! Pensei: "Como isso?" - assim mesmo como voc est pensando - Falou com bondade -, pense numa de suas encarnaes na qual voc se sentiu mais tranqilo e feliz e mentalize de novo essa poca e deseje ser como era. Fiz o que dissera e logo estava vestido como um jovem grego. Apolnio sorriu e abraou-me. - Como voc est belo! Depois bateu-me nas costas e convidou: - Agora vamos! E comeou a andar. Em breve percebi que seguamos a pequena estrada que serpenteava ao lado do rio que virava para a esquerda e comeava a subir. Embora em passo de passeio, vi que a estrada logo se tornara uma nvoa. Como a neblina da manh. Lembrei-me que no me despedira do Altino, que na realidade, como um encanto desaparecera. E ao mesmo tempo senti que j no parava no cho e que enxergava o mundo atravs daquela nvoa. - J, j - Disse o Esprito -, tomaremos a Estrada dos Mensageiros, que a continuao desta. Paramos um instante, a um sinal de Apolnio e ele colocou a destra em minha cabea. Comecei a sentir um calor e o rumor que eu j conhecia do

funcionamento do prodigioso motor vibratrio em que se tornara o meu organismo espiritual.

IV - O Portal do Sol Apolnio abraou-me carinhosamente mais uma vez e anunciou: - Seguiremos a Estrada dos Mensageiros, alcanaremos uma posio mais elevada e volitaremos em direo ao Portal do Sol. Olhei Apolnio impressionado e agarrei-me ao seu brao. Sentindo, talvez, meus desencontrados sentimentos, disse-me: - Nada tema, o Senhor est conosco!

V - A Caminho Senti que me elevava e que, flutuando, alcanvamos logo grande velocidade em direo ao infinito... O que seria o PORTAL? - pensei comigo mesmo. Impressionara-me o nome. Apolnio sorriu misteriosamente. - O PORTAL, meu filho?... O PORTAL, como indica o nome, uma porta, naturalmente, larga, que brilha como o ouro, toda amarela e, de longe, parece a fulgurao de um sol. Fiquei pensativo, como eram simples as explicaes que me causavam tanta euforia! Nada mais lgico... Ora - Respondeu-me o Esprito s indagaes mentais... - apenas a verdade. Como voc desliza em outra dimenso e em condies diferentes, isso lhe causa excitao. *** No demorou e vimos na fmbria do horizonte espiritual imenso sol que lanava as luzes de ouro a distncia infinita. Senti uma estranha e infantil euforia. Estvamos diante de imenso sol csmico? O caminho se estreitava ao mesmo tempo que a luz amarelo ouro daquele sol se desbordava como um rio de ouro lquido que se espraiava sobre a margem e na realidade a estrada se assemelhava a um rio que corria nos campos csmicos da imensidade. Logo atingimos as regies prximas do astro e vimos que na realidade era um castelo de torres pontiagudas e douradas que se erguia para o alto crivado de janelas circulares. Talvez portas menores por onde vamos uma infinita quantidade de seres alados, como abelhas que voltassem para a Colmeia. No entanto, Apolnio no parou como mentalmente supus. Continuamos volitando em direo s pequenas ogivas que davam ao prdio ainda distante a aparncia de um ser antediluviano de mil anos.

- Esse o Portal do Sol - Ensinou carinhosamente Apolnio...- A se abrigam aqueles que j alcanaram o conhecimento Superior Espiritual relativo Terra e buscam autorizao para prosseguir pesquisando e estudando em regies ou departamentos mais altos. Aqui, comea um estgio mais elevado da Sabedoria Espiritual para aqueles que seguem evoluindo ao encontro de Deus. Atravessando a Porta Apolnio ao invs de entrar pelas ogivas daquela Colmeia Espiritual, pousou na porta de entrada que se abria para uma alameda bordada de flores luminosas de todas as cores, que todavia ostentavam uma irradiao aurfera ou da cor do ouro. Pareciam em sua maioria rosas metlicas, porm de tecitura veludosa. A alameda era atapetada de alguma coisa semelhante a grama japonesa, de uma infinita delicadeza. Ali, havia cessado o vo volitivo e caminhvamos a p numa forma diferente da usada na Terra. Por um processo que eu no conhecia. Aquilo, na realidade, a meus olhos, era e no era uma alameda ou estrada. Seria, em verdade, uma direo, ou se quiserem um trao, que seguamos... Apolnio (quem sabe?), vendo em minha tela mental as minhas aflitivas indagaes, esclareceu bondoso e paternal: - Kalicrates, no temos expresses verbais ou mesmo sinais para demonstrar ou mostrar aos nossos irmos da Terra, como so as coisas deste plano... Como dizer-lhes que uma estrada no estrada mas ao mesmo tempo ? Como falar-lhes que aqui estrada apenas uma direo e que o capim e a grama no so grama e capim, mas so? Como afirmar que o que no tambm ? Como esclarecer que o avesso e o direito, costumam ser a mesma coisa? Para entender essas coisas o ser tem que evoluir um pouco para interpretar e compreender. A sinonmia, s vezes, at na Terra confunde. Entendeu o que quero dizer? Quando se discutia no mundo que o mais pesado que o ar podia voar, era motivo de muitas discusses e at a chegada do incio da Era Espacial, superar a Lei da Gravidade era considerado um absurdo, no entanto os astronautas j esto serenamente flutuando dentro da nave... Os caminhos de Deus esto sempre cobertos de flores coloridas e brilhantes emitindo luz e cor da fora eletromagntica e o homem guarda em si poderes ainda insuspeitados... que um dia, assombrado, descobrir. Compreendi o alcance das palavras emitidas de Apolnio. Nada disse, porque j nos aproximvamos dos misteriosos e resplandecentes portes enormes que emitiam luminosidade cor de ouro do Portal do Sol. Rumo s Estrelas Tudo no Portal era dourado emitia raios de luminosidade aurfera, o espao parecia impregnado de p e espuma de ouro que flutuava envolvendo tudo. Aps a entrada, que tinha dois guardas luminosos, at ao Castelo, havia um imenso jardim onde numerosos espritos passeavam, alguns conversando, andavam lado a lado como nas escolas gregas e usavam tnicas de colorido variado. Muitos tinham a mesma impregnao daquele ouro. outros no. Estranhei o fato, mas Apolnio esclareceu:

- Os de cor dourada esto vibrando no mesmo diapaso, como se diria na Terra... Os outros no, pelo contrrio, mantm ainda o pensamento prprio e conservam as mesmas idias que trouxeram. Muitos divergem em algumas coisas, at do Cristo, mas permanecero aqui para compreenderem e se reajustarem. J no se trata mais de doenas fsicas ou de reajustes quase fsicos como em Nosso Lar. Quando Dante e Virglio percorreram estas regies, estiveram aqui e encontraram nestes jardins as grandes figuras da humanidade que viveram na Terra antes de Cristo, entre elas, Scrates e Plato. .. Havia muitas outras figuras gregas de inegvel evoluo. Chamaram este lugar de Limbo, que para eles significava apenas o lugar do "encontro", preliminar estgio para seguirem "rumo s estrelas", como ns vamos fazer agora. Pensei comigo:. "Onde esto agora? Estaro aqui?" - No Kalicrates! No, j partiram. Alguns embora "grandes", aps atingirem O PORTAL DA LUZ, estiveram com o Senhor e retornaram a Terra para continuarem ajudando a humanidade. Acredita voc que Espritos dessa envergadura permaneceriam inativos no Cosmo Celestial enquanto o Universo evolui ou sofre? O Pai trabalha sempre, disse Jesus. Por isso, Kalicrates, proporo que o Esprito evolui mais sente necessidade de trabalhar pelo Universo e por seus semelhantes. A estagnao no teria guarida nos coraes e nas mentes que j aceleraram a evoluo e o amor em si mesmos... Depois que o Ser deu a partida inicial no retorna mais. Evoluir, instruir-se, progredir sempre e amar eternamente, essa a Lei do lado de c!... Na Terra que o ser se d ao luxo de parar eventualmente... Aqui, evoluir, trabalhar, amar a Lei. Perdoar obrigao e necessidade... *** Depois de percorrer parte do jardim e encontrar figuras que Apolnio conhecia e abraava, embora eu no conhecesse ningum, tive imensa vontade de encontrar Francisco de Assis. No prdio, porm, fomos informados pelo Anjo da Recepo, pois ostentava esta criatura belssimas irradiaes em forma de asas, que Francisco no se encontrava ali, mas que teramos notcias dele no Portal da Luz. Apolnio sorriu para mim... - Sei, meu caro, que Espritos como esse devem estar sentados ao lado de Deus! Apolnio no respondeu e manteve um augusto silncio. Assim que nos afastamos do informante, perguntei: - Perdoe-me a pergunta Apolnio, mas essa criatura anjo? - Na nomenclatura antiga da Igreja Catlica , mas para ns que entramos nos tempos modernos da Terra, no. , no entanto, um Esprito de imensa evoluo. O que eles no podem impedir, mesmo por humildade, que essas irradiaes, como a limalha de ferro volta de um im aglutinem de conformidade com o espectro magntico... uma fora incoercvel... Ao mesmo

tempo tem a vantagem de marcar e tornar visvel a hierarquia espiritual desses Espritos que j atingiram esse estado de evoluo que demorou milnios... Calei-me pensativo. Apolnio ainda disse: - Em breve alcanaremos o salo onde governa Cldio, que nos dar o passe ou autorizao para seguirmos rumo ao Portal da Luz.

No Salo Depois de percorrer extensssimo corredor atapetado de uma espcie de tapetes de ouro e branco, alcanamos o gabinete de Cldio, Senhor do Portal, por ordem de Jesus. Salo simples onde havia apenas uma mesa e uma cadeira (palavras da Terra). No imenso salo estava o governo geral daquela colnia, o Esprito aproximou-se, abraou-me e perguntou: - Vindes das regies da Terra, do Pas da Neblina? ... Em que posso servilos? Ao dizer isso, sentindo-me as indagaes ntimas, esclareceu: - Quando na Terra, nos ltimos tempos, vivi em Roma, onde detinha uma parcela do Poder Imperial, cargo que me deu a oportunidade de aprender a administrar. Ali, fui discpulo de Cldio que me ensinou a amar aos escravos e a Doutrina de Jesus; com o tempo, dediquei-me a causa enfrentando mesmo o sacrifcio no grande circo, e prossegui lutando... Mais tarde, ocupei posies de carter espiritual e quando chegou a oportunidade, o Senhor, no levando em conta talvez a minha misria moral, conduziu-me ao Portal, onde permaneo at hoje. No subi mais por ser ainda muito imperfeito e miservel... Mas confio que venha a aprender mais nas reencarnaes do futuro... Preciso progredir dentro de mim mesmo... Eu estava assombrado. Ele era o Senhor do Portal e falava daquela maneira! E eu que seria, ento? Depois de uma conversao cordial, falou-nos ainda o Esprito: - Ia me esquecendo: por amor a Cldio adotei-lhe o nome... Tenho imenso carinho e gratido pelo que me fez. Num momento, oportuno, Apolnio exps ao Esprito: - Venervel Cldio, gostaria de ter a sua autorizao para visitar o PORTAL DA LUZ. Cldio olhou para mim com imensa piedade e respondeu-lhe: - Impossvel, Apolnio, voc sabe disso. Kalicrates no poder entrar, ele ainda no passou pela Segunda Morte... L s entram os que j venceram essa etapa... Fiquei aturdido, ouvindo essas palavras. O que seria a Segunda Morte? - Mais tarde, voc ver e compreender. No entanto, poderia autorizar uma visita externa. - Sorriu ainda e disse batendo-me amigavelmente no ombro. - Apesar das restries um bonito passeio e poderia ter uma idia do Rumo das Estrelas pendurado no Infinito.

A Visita Autorizados daquela maneira por Cldio, felizes por termos conseguido a autorizao, embora parcial, passamos a visitar o antigo e venervel santurio, antecmara de luz. Enormes eram as instalaes. Fiquei eufrico e me empolgava a cada passo. Surpreendia-me, no entanto, em face da altura das salas e sales, o que chamamos na Terra, p direito. Olhando mais detidamente, o teto decorado com estranhos desenhos, verifiquei que eram transparentes e que se via, alm, o Cu estrelado e milhes de estrelas que brilhavam... Parecia na realidade um mar imenso para cima, coalhado, na distncia, de pequenas embarcaes luminosas. O Cu, em verdade, era uma esteira imensa de fagulhas de luz irisada. Tudo dali, deslumbrava. Ao mesmo tempo, viam-se passar levas e levas de criaturas aladas que se cruzavam no caminho das estrelas. A maioria, alada, que singravam serenamente no Cosmo. Contemplava aquilo tudo assombrado. Apolnio, uma vez ou outra, esclarecia. Assim, quando passou um enorme pssaro de asas luminosas e vo sereno semelhando enorme guia ou gigantesco condor, o Esprito, diante do meu assombro esttico, pois recuei um pouco, temeroso, ele disse: - No se assuste, meu filho, aquele um Cherubin que habita no Templo da Luz ou no Portal. s vezes viaja pelo Universo, j que, de um modo geral, fiscaliza e ordena aspectos da obra de Deus. O Cherubin - Mas, um pssaro? - Perguntei. - No, no um pssaro - Disse Apolnio com expresso de profundo respeito - Olha bem... Observei melhor, embora distncia, ao mesmo tempo que Apolnio colocava a destra sobre a minha cabea, produzindo irradiaes poderosas que me ampliaram a viso. De imediato, minha viso dilatada fez-me aproximar prodigiosamente, como um microscpio, da ave e estarrecido vi que era a figura de um ser com a forma humana de um homem ou um anjo. O que me parecera antes milhares de minsculas penas luminosas coloridas, era agora viso ampliada, de irradiao colorida em matizes, tons e cores, de uma variedade infinita, cores jamais vistas na Terra, e de uma variegada gama que se sucedia ao infinito... Parecia gua irisada. Assim, vi que no eram penas nem que era uma ave, guia ou condor. O homem exibia a face de um anjo de extrema doura e tive a impresso que me olhava com bondade. Atrs dele, centenas de espritos difanos, transparentes o seguiam, vibrando no espao, que iluminado iluminava o cu estrelado, como se fossem outras tantas estrelas e senti que na realidade nos aproximvamos da sede do Reino de Deus. ***

Em face do meu inegvel assombro, Apolnio esclareceu: - Aqueles espritos que formam o cortejo do Cherubin, so as liblulas. Sim, so as liblulas como as conhecemos aqui. Voc vai ter a oportunidade de v-los nascer! Calei-me estatelado na imensa e aparente solido do Cosmo!

VI - As Liblulas A histria das liblulas espirituais me impressionou. O anjo que singrava o cu com prodigiosas irradiaes de irisada luz multicolorida me assombrara, mas as liblulas menores em tamanho, que viajam "de p" ou em posio vertical como ser humano, por absurdo que parea, me impressionavam mais. A maioria apresentava a fisionomia entre feminina e masculina. Seriam neutros ou do sexo neutro? Seriam anjos? Apolnio contemplou-me cordial e sorridente: - No, ainda no so anjos, mas caminham para a angelitude. Como voc j sabe, o ser, depois que, atravs da evoluo, atinge o estado hominal e conquista a razo, inicia a marcha evolutiva para alcanar a angelitude e depois prossegue ao encontro da razo divina... Elas, as liblulas, esto alm da razo dos Espritos comuns e caminham para a conquista da razo anglica. Da, vo ao encontro da razo divina. As liblulas esto num estado intermedirio entre o Esprito-comum e os anjos. - E depois? - Depois, com algumas outras intermedirias que poucos ou ningum conhece, vm os Tronos, os Cherubins, os Arcanjos... Espantado e incapaz de me conter, exclamei: - Mas isso no a teoria da Igreja? Apolnio sorriu: - Teoria de ningum ou teoria de todos! Essa a verdade que est no Evangelho e nas cartas dos Apstolos! preciso apenas ler melhor... No resta dvida que adulteraram muita coisa e que o homem s vezes no encontra mais. No entanto esteve l durante muito tempo. Quem tem olhos de ver, ver! A Verdade a Verdade! Assim como o Amor o Amor e "sustenta o cu e a alta estrela!" - como disse Dante. Olhei Apolnio e, como Atafon e rcus, eu o vi todo iluminado. *** Foi quando, apagando-se lentamente, Apolnio ainda disse: - Atravs de Joo, o Apocalipse informou muita coisa... que um dia o homem compreender! No se lembra do Varo de Dias? Ainda as Liblulas O Cherubin parecia-me um gigante do Espao!

As liblulas, todavia, impressionavam-me mais, talvez porque estavam, segundo Apolnio, mais prximas do Esprito comum e do Homem. Apolnio, por sua vez, acrescentou: - Assustado com as liblulas espirituais? No se impressione tanto, meu amigo, elas so apenas uma transformao, como alis, tudo na natureza... O velho Lavoisier tinha razo ou quase razo: "Nada se cria e nada se perde na natureza, tudo se transforma." - Por que "quase razo?" - Porque Deus cria, o Homem no. Mas por sua vontade e trabalho pode colaborar com a natureza, que tambm Obra de Deus, a transformar e a transformar e ajudar a evoluo... lgico que com o tempo aprender a tcnica da transformao das formas e ajudar a evoluo... lgico que com o tempo aprender a tcnica da transformao das formas no campo fsico, o que alis j iniciou na rea do vegetal e, at mesmo, alguma coisa no departamento das aves e dos animais. Ir, com os sculos, tambm trabalhando no setor espiritual... Os Espritos vm insistindo junto Humanidade nesse sentido. Em toda a parte do Globo terrestre se observa esse esforo nas Escolas Espiritualistas das mais diversas correntes de pensamentos... As Esferas de Cima incentivam a acelerao da evoluo no Homem, procuram conscientiz-lo da existncia real de outros aspectos da vida. As liblulas, meu filho, so apenas transformaes do perisprito que vem alcanar novo veculo que condicionar os espritos. As radiaes mais aceleradas e mais tnues adquirem forma de asas ou parecem aos olhos dos Espritos comuns e em casos excepcionais e em condies excepcionais, aos olhos do prprio homem asas fsicas. - E no so? - Indaguei curioso e espantado. - No, anjos so materiais da nossa matria quintessenciada espiritual... O Cu, firmamento, visto da Terra no azul para o Homem? Pois . E a sombra no apenas a ausncia da luz? A rigor a sombra no existe... Na realidade, a sombra, ou a treva, filha da Luz e existe em decorrncia da Luz. Porm, em si mesma ela no existe. Existe porque a Luz existe e dessa existncia aparentemente nascem at resultados prticos: O viajor cansado descansa sombra das rvores e bebe a gua fresca junto da sombra que refresca o riacho ou a mina. A rvore no caso funciona, apenas tambm como simples obstculo da Luz. Logo o que de fato existe a Luz. Compreendi de imediato a imensa sabedoria de Apolnio e continuei esttico a contemplar as centenas de liblulas que desfilavam pelo espao. *** E Ns - Quer dizer que, um dia, ns tambm seremos liblulas? - Perguntei a Apolnio. O Esprito sorriu suavemente e respondeu: - Por certo, Kalicrates, por certo... todos alcanaremos esse estado... Em breve, teremos a oportunidade dos seres que se denominam liblulas nestas regies... So Espritos que deixaram a "casca", como se afirma nas esferas das

materializaes provisrias e at nas permanentes. Voc est espantado? Os espritos do lado de c chamam vocs da Terra de Casca. As liblulas so espritos que deixaram a Casca. Ainda ouvia Apolnio, quando, assombrado, vi uma corrente imensa de imagens, cores e palavras que como um rio flutuavam suavemente no espao chamado "universo do mundo"... - O que aquilo? - indaguei aflito, desejando saber, ansioso, ansioso... Notei ao mesmo tempo que aquela massa se avolumava como se o rio engrossasse e que algumas imagens saam do meio daquela massa e se projetavam para o mais alto. - Tm, ou melhor, tero tanta vida quanto a vibrao que lhes deu o seu criador ou emissor! De conformidade com a evoluo do seu criador...Voc nunca ouviu falar em palavras de vida eterna?... Por exemplo, as palavras de vida eterna so as que foram pronunciadas por Jesus ou pelos verdadeiros Iniciados: Krisna, Buda, Ramakrisna, Scrates... isso, meu filho. As palavras de eternidade trazem em si mesmas a eternidade do seu criador... Alm disso, so palavras que despertam a vida eterna em quem as recebe com amor. O amor busca o amor e a eternidade cria a eternidade. Por isso, disse o Santo: " dando que se recebe"... e poderemos parafrase-lo: ..."e se recebe a vida eterna. Com a eterna libertao do Esprito!" - A alma aprisionada na carne - Continuou Apolnio -, vtima dos prprios pecados ou dos prprios erros se sente liberta quando alcana o total entendimento relativo sua faixa evolutiva. Ser eterno manter-se em sintonia com a realidade universal... Apolnio calou-se e eu, ainda esttico, fiquei contemplando a marcha dos pensamentos que vibravam e caminhavam juntos naquele mar de idias e imagens. De repente, observei que de vez em quando um pensamento mergulhava naquele mar, como um peixe, e desaparecia. Pensei espantado naquele fato e, antes que eu enunciasse qualquer indagao, o Esprito esclareceu: - Meu filho, as mentes situadas abaixo de ns, ou pouco abaixo, da regio em que estamos, como poderoso im, atraem esses pensamentos que parecem mergulhar (pela Lei de Afinidade Vibratria) e as assimilam... Eu estava realmente espantado! - Mas como? - Exclamei. - Atrao vibratria, meu filho. Atrao: a prece um exemplo tpico disso. Quando algum ora e a sua prece, pelo sentimento superior de quem ora, alcana as proximidades da mente de um Santo, atrado por ela, e o Santo, sentindo a justia, a necessidade e o merecimento de quem pede e o merecimento de quem vai receber, imediatamente atende o pedido ou ento envia-o para o Departamento do Auxlio onde ser estudado e atendido ou no, conforme o caso... - Ento, nem todos sero atendidos? - No, nem todos. Dependero sempre do merecimento do intercessor e da necessidade e merecimento de quem de fato o necessitado...

Foi ento que compreendi o problema da prece, s vezes to discutida em nosso mundo, e imaginei o trabalho de Santo Antnio... - Mas... - Tartamudeei - s isso? No h mais nada? - Bem, o intercessor tem que ser justo. ..Voc no conhece a Carta do Apstolo que diz: Muito vale a orao do justo? O merecimento do intercessor consiste nisso... Ele oferece parte do que seu ao tutelado ou protegido, que tanto pode ser um rico quanto um mendigo, um miservel... No Reino de Deus valem as coisas espirituais em primeiro lugar. - E as materiais? - O egosmo, a maldade, o orgulho, a cobia, enfim, no Mundo de L so considerados coisas materiais, e, evidentemente, os Santos j esto livres disso. Compreendi e Apolnio abraou-me carinhosamente: - Vou mostrar-lhe algumas coisas mas, para isso, teremos que descer um pouco. Senti, de repente, que cara em mim mesmo como quem se sente deslocado de uma altura para outra e senti alguma coisa semelhante ao que o homem sente quando sobe num prdio alto ou se balana numa gangorra: o frio e o vcuo na barriga!

VII - No Mar dos Pensamentos Percebi que flutuvamos sobre extensa massa de coisas cintilantes como fagulhas, algumas mais vivas, outras menos vivas ou mais fracas, com irradiaes coloridas, algumas... - Olhe bem, sugeriu Apolnio, so os pensamentos que pelo seu vigor vibratrio chegam at aqui... So analisados pelos tcnicos daqui por aparelhos especiais que corresponderiam aos aparelhos Geiger de medir e verificar a presena de radioatividade e assim separar os inferiores dos superiores... Entendeu? - Agora compreendi!... Separaram as preces merecedoras de atendimento e as outras? - Isso mesmo. - Ento fcil e rpido de saber! - , quando h interesse mais rpido ainda. Ordem ordem. Fiquei profundamente admirado. Como eram admirveis as cidades e as terras do Cu!

VIII - Ainda no Mar dos Pensamentos - Os pensamentos viajam pelo mundo - Esclareceu o Esprito. Na realidade sobrevoam e rodeiam o Orbe! - Como? - Interroguei. - Como seres vivos que deslizam no espao. Atrados por afinidade ou semelhana, vibrando em unssono, imantam-se e ligam-se a outra mente e a fazem morada. Voc nunca observou que entre os inventores, os poetas, os escritores, os artistas enfim, um numa parte do mundo e o outro noutra,

costumam ter a mesma idia e inventar a mesma coisa? Isto comum especialmente entre os inventores que vivem com a mente voltada para o espao. Mas acontece tambm com a outra, de um modo especial, os escritores e os poetas. Pois isso, meu filho, os pensamentos voam... Admirado, quis saber: - Afinal, Apolnio, o que o pensamento? Apolnio olhou-me compadecido naturalmente, pela minha ignorncia. - Difcil... muito difcil... explicar, mesmo para voc, o que pensamento!... - Sei, Apolnio, eu s vejo imagens... no ser isso o pensamento? - No, no. Isso apenas a roupagem, ou seja, a roupa que veste o pensamento. O pensamento , na realidade, um fulcro ou centro que emite espcie de centelhas ou fagulhas ou irradiaes que antes de atingir o exterior da mente aglutina milhares de partculas infinitesimais, minsculas, invisveis mesmo no mundo invisvel e semelhante fora que forma as imagens no vdeo da televiso, formam as imagens que criam o pensamento. Mas o pensamento no a imagem, o pensamento a irradiao produzida pelo motor da mente se assim se pode dizer para o seu entendimento. No momento atual, ainda no temos expresses similares no mundo para explicar... As divises e subdivises da matria ainda so muitos elementares para dar uma idia. Realmente, procurei compreender mas embora ouvindo Apolnio, ainda me pareceu difcil... - O Tempo, amigo do Homem e dos Espritos, se encarregar de esclarecer. Apolnio falou e convidou: - Vamos andando.

IX - Mais Abaixo Apolnio colocou de novo a destra em minha cabea, na regio da pineal, e, como um disco voador, em altssima vibrao eletromagntica, comecei a descer rapidamente e pairamos sobre ondas turbulentas e a seguir atingimos uma espcie de enseada de zona martima de praia onde um lixo estranho flutuava. No havia ali, irradiaes luminosas ou aurferas como em cima. Perguntei: - O que isto?! - Espantado. Apolnio esclareceu: - So milhes de pensamentos que sobem da Terra. No so como os de cima. Estes tm vibraes mais lentas e por isso so mais densas... Olhei mais atentamente e vi estarrecido que semelhavam milhes de peixes nadando em guas claras. Nadavam, circulavam, iam e vinham como peixes vivos terrestres. - So na realidade, seres vivos. Mantm ainda a vibrao viva de seus criadores. No tm irradiaes luminosas ou luz... mas esto vivos. Os de cima sobem com altssima velocidade em toda a parte do mundo e estes tambm, e

flutuam nestas faixas que contornam a Terra, no entanto podem percorrer o Cosmo em outras direes. - Aqui, estamos no Cosmo ou estamos na Terra? - Alguns milhes de quilmetros acima do Orbe, mas estamos na Terra mesmo. Percebendo, talvez, o turbilho de indagaes aflitivas que me invadiam a mente, Apolnio bondosamente orientou: - muito raro a visita s correntes de pensamentos ou Terra de pensamentos de outros mundos, mas existe. So pensamentos emitidos por Seres Superiores de Terras alm da Terra e s vezes extraordinariamente captados por mdiuns de altssima vibrao. Como exemplo, podemos citar Joo no Apocalipse e Nostradamus nas Centrias, que alis so o mesmo Esprito. Fiquei assombrado: - Como? Joo e Nostradamus so o mesmo Esprito? - Pelo menos o que consta em nossa esfera! Fiquei perplexo com a revelao inesperada!

X - A Direo dos Pensamentos Parados no espao, ligeiramente enlaado por Apolnio que me transferia a sua poderosa vibrao que me mantinha tranqilo naquela regio, contemplava aqueles peixes que eram os estranhos pensamentos dos homens e dos Espritos que vagavam pelo mundo. Sentindo-me a admirao e o assombro inusitado, Apolnio me disse: - No se assuste, meu filho, a criatura humana, em geral, na realidade, nada sabe da estrutura do Universo. Os pensamentos caminham e tm vida... Algumas Escolas Espiritualistas, ainda muito incipientes perceberam isto. Mas o que o homem ainda no sabe bem que a mente humana tem o poder de imprimir direo e destino ao pensamento, assim como maneja um fuzil ou um canho, e hoje o mssil a longa distncia, capaz de atingir o objetivo visado... Uma mente atinge outra que esteja neste mundo ou em outro, neste plano ou em outro. Atinge o objetivo e provoca, no ser portador da mente alcanada, atitude de harmonia ou atitude de desordem e perturbao. Pode atingir um ser humano quanto ao esprito. Apolnio falava e eu cada vez mais assombrado acompanhava aqueles milhares de pensamentos que singravam o espao e s vezes velozes riscavam aquele lago imenso de seres vivos que se agitavam. - Quer dizer que, conscientemente, podemos dar direo a nossos pensamentos? - Sim, podemos, para viver ou para matar! *** Cada vez mais assombrado com as revelaes de Apolnio, senti crescer em mim a imensa responsabilidade de viver.

XI - Ainda a Direo Realmente, poderamos fazer de nossos pensamentos, se quisssemos, uma arma, para o mal ou um apoio para o bem. Apenas pensando e dirigindo o prprio pensamento grande distncia. No silncio do prprio lar ou na confuso da nossa vida poderamos estar em guerra com os outros seres ou trabalhando amorosamente pela alegria do mundo e a paz dos homens. Era apenas um problema de opo pessoal. Lembrando-me das guerras humanas, dos grandes conflitos, dos desentendimentos internacionais e das catstrofes, pude sentir a responsabilidade de cada um... - Pois , meu filho, acrescentou Apolnio: somos partcipes do Bem ou do Mal no mundo. Somos construtores da paz ou da guerra. Estamos com o Cordeiro ou com o Drago. Como disse um velho compatriota, ser na Terra de Santa Cruz, que onde comea a nascer a nova civilizao do CORDEIRO: "Entre o Direito e o Crime no pode haver neutralidade". E ns poderamos plagi-lo com colorido novo, dizendo: "Entre o BEM e o MAL no pode haver neutralidade!" "Verdadeiramente, o Esprito e o Homem devem tomar posio, no espao ou na Terra. Ou est com o BEM, a favor do BEM. Ou est com o MAL, porque no h neutralidade." "No se pode servir a dois senhores!" Tambm no ensinou Jesus?

XII - Na Corrente O mar dos pensamentos era imenso e se perdia no infinito. Apolnio dissera-me que agora estvamos numa zona mais baixa mas que ainda se situava muito longe da Terra, que quando voltssemos iramos ver como os pensamentos e as ondas de pensamentos procediam nas regies terrestres e como se comportavam. Fiquei ansioso por ver e conhecer. A rea em que estvamos se perdia na distncia cheia de ondulaes que pareciam sucessivas ondas martimas, a meus olhos, porm de matria muito rarefeita e transparente. Por ali passaram muitas liblulas e havia Espritos de hierarquia mais elevada que os Espritos da Crosta Terrestre. Vamos que pensamentos semelhantes a flores e outros apenas em forma de imagens rodearam-lhes a cabea como mariposas volta de globos iluminados de luz. Tinham vida e poderiam ser comparados a beija-flores em pleno vo. Surpreendeu-me o fato, pelo colorido e pela vivacidade com que se locomoviam. Na corrente, que deslizava como um rio, os pensamentos, de um modo geral, desceram e rodopiaram quais flores luminosas, a maioria como folhas secas sem luz. Espetculo silencioso e belo. Apolnio, porm, me convidou: - Agora subiremos e voltaremos ao Portal do Sol e amanh desceremos Crosta porque quero que veja ou que pelo menos tenhamos idia, embora

superficial do mecanismo do pensamento do Ser Humano em conseqncia do Espiritual. Dizendo isso, enlaou-me e comeamos a subir vertiginosamente. O firmamento espiritual era de indescritvel beleza e logo avistamos o Portal e seus extensos jardins. Percebendo-me o embevecimento e a surpresa, o Grande Esprito falou: - No se lembra de Paulo, o Apstolo, quando disse que havia ido ao Terceiro Cu? Pois . Se quisssemos classificar assim, ns tambm estamos numa regio vibratria altssima do Cu, poderia at ser o Terceiro, quem sabe? E o Esprito sorriu, para mim, de maneira estranha.

XIII - Terceiro Cu? A palavra de Apolnio ficou vibrando em minha cabea. Aproximvamo-nos rpido do PORTAL DO SOL. Raios fulgurantes de ouro inundavam o cu que se cobria de amarelo ouro entremeado de irradiaes azuladas e rosas que eu no percebia de onde vinham, mas punham, na mistura, tons desconhecidos para mim! Navegvamos num oceano de tonalidades nunca vistas! Espetculo diferente de tudo o que j vira! As liblulas que passavam por ns, tambm, apresentavam-se com as asas (irradiaes que davam o desenho e a idia de asas) que pareciam gua pulverizada semelhante as asas dos "louva-deuses" de estranhas e multicoloridas tonalidades que cintilavam como estrelas em pleno espao! Espritos Superiores sob aquela tonalidade tambm se tornaram, batidos pela luz, seres diferentes e extraordinrios. A Colmeia viva do Portal se aproximava cada vez mais. Logo pairamos numa das ogivas e entramos como abelhas. Estvamos de novo naquele Palcio de Sol, no meio das estrelas, plantado nas nuvens difanas onde, ainda ingnuo, acreditvamos que morava Deus! Evidentemente, estava como, alis, estava em toda parte! *** Naquela espcie de plataforma material, que na Terra, por no haver, na linguagem humana, palavras que possam defini-lo, era muito longinquamente parecido com um plstico infinitamente tnue e transparente. Centenas de seres alados, com fisionomias indefinveis, no se sabendo se eram femininos ou masculinos, por ali trafegavam como, na Terra, passageiros que descem do avio no Aeroporto e se encaminhavam para a sada ss ou em grupos de dois ou trs, conversando animadamente na linguagem do pensamento e quase sempre a simblica que corria de mente a mente, telepticos, se assim se pode dizer. Eu com Apolnio ainda mantnhamos as nossas expresses terrestres e falvamos quase como na Terra.

Apolnio explicou: - Ainda cedo, meu filho, aqui, estamos no mundo das Liblulas Espirituais e dos Espritos Superiores. - E voc? - Perguntei surpreendido. Apolnio sorriu... - As vezes consigo falar... s as vezes... Percebi que, por questo de humildade, evitara mas me esclareceu. - Um dia, voc compreender as verdadeiras leis que regem o Universo. Descamos agora deslizando por largo corredor que conduzia a um dos jardins internos da Instituio. As vezes surpreendia uma ou outra imagem que escapava da mente do Esprito amigo e era justamente quando surgia um daqueles seres que Apolnio parecia conhecer e que eu inexplicavelmente entendia como um cumprimento. Como passamos a trafegar s nas alias de jardins cobertas de um pavimento revestido tambm de material leve, transparente e colorido, comecei a prestar maior ateno no meu Guia e nas criaturas que encontrvamos e a cada passo ou deslizada. Tudo era to belo! As flores eram feitas de irradiaes eletromagnticas, como alis pareciam ser todos os seres daquele mundo. De repente, defrontamos uma figura grega de grande beleza, quase igual ao Altino espiritual, que se aproximou de ns e abraou Apolnio e - creio que devem ter conversado naquela linguagem simblica e invisvel e inaudvel, porque no vi nem ouvi nada! Logo Apolnio me apresentou: - Kalicrates, este Plato! - Plato - Exclamei surpreendido e espantado -, Plato o filsofo grego?! O jovem, porque era um jovem, murmurou-me na linguagem humana: - Sim, aquele que por ignorncia, os homens chamavam filsofo. Meu Mestre Scrates, sim, era filsofo amigo da Sabedoria, e eu era apenas um pobre e humilde aprendiz... O que alis, ainda sou... -?!!! - Queria, meu amigo, ser filsofo, mas conquistar a Sabedoria Verdadeira muito difcil...

XIV - Ainda o Terceiro Cu Senti intensa vontade de fazer perguntas a Plato. Primeiro examinei-lhe o fsico para ver se era ainda aquele jovem atltico, de espduas largas, da Grcia Antiga, mas embora a figura fosse atltica, a sua beleza era muito diferente da beleza fsica dos tempos antigos que aprendramos a conhecer nas escolas. Percebendo-me as indagaes mentais, meu Guia disse enquanto Plato sorria, delicado e suavemente. - Meu caro Kalicrates, os Espritos se mantm assim semelhantes a uma das formas que animaram na Terra, de modo a permitirem que os identifiquemos mais rapidamente. Por exemplo, como voc viveu na Grcia ao tempo dele, apareceu-nos como o Plato histrico, mas como ns, ele teve muitas vidas e viveu em muitas civilizaes e pertenceu a muitas e muitas raas e povos e

possuiu o veculo fsico de outro tipo e de outras gentes. Se nos aparecesse agora como um beduno, poderia se parecer com o Plato que conhecemos, verdade, mas o esprito quando reencarna sofre as caractersticas da raa que escolhe, as caractersticas hereditrias, de pai, me, avs etc. e provvel que no o reconhecssemos. Ento, por fora de um processo mental-espiritual, consegue por algum tempo, sob o imprio integral voltar s caractersticas de uma de suas encarnaes anteriores, de acordo com suas possibilidades mentais e apresentarse como agora a nossos olhos como era. Muita delicadeza dele... Plato riu... e disse: - Apolnio est certo, isso mesmo. - Voc mora aqui? - Consultei sequioso. - No. Mas venho aqui constantemente. Tenho muitos amigos por aqui e que me ensinam muitas coisas... - Ainda? Ele sorriu mais uma vez. - Ainda. No lhe disse que sou um aprendiz? Realmente eu estava encantado. A humildade daquele Esprito era espantosa. Na Terra, todos sabiam que era um Mestre. Grande de tal maneira que os estudiosos, estudando suas obras no sabiam o que era dele e o que era de Scrates! Mas ali ele se apresentava como um aprendiz! *** - Mas aqui o Terceiro Cu! - Penso que corresponde a essa idia... O apstolo Paulo chamou este lugar de Terceiro Cu, quando estava aqui. - E voc? - Como todos: PORTAL DO SOL! No bonito?

XV - Conversas com Plato A Vibrao e as Ondas. Eu ficara encantado com Plato. Ele, a seguir, depois de trocar imagens mentais com Apolnio, creio eu, despediu-se. - Quando o veremos novamente? - Indaguei. - Amanh, respondeu amavelmente e se afastou silencioso pela alameda das flores de luz. E eu fiquei antegozando a hora de reencontr-lo. Tinha muita coisa para perguntar e saber! *** Aquela fisionomia serena, pura, confiante, ficara vibrando na minha memria. O amanh chegaria logo? Como seria?

Apolnio dissera tambm que no dia seguinte voltaramos zona mais baixa onde estvamos observando os pensamentos flutuantes e mais abaixo ainda onde veramos os pensamentos dos homens. Preocupado, perguntei: - Mas, no teremos a visita respeitvel de Plato? - Teremos. Vou convid-lo para nos acompanhar s regies mais baixas. Pelo caminho de descida voc poder obter dele esclarecimentos sob muitos pontos importantes. - Fiquei empolgado e deslumbrado com a possibilidade de poder conversar com Plato, o grande Plato! e poder perguntar-lhe as coisas do Cosmo e talvez do Universo! Ainda, pensava nisto, quando Plato chegou, tranqilo e sozinho. Atravessamos aquele tempo de espera com relativa felicidade. O tempo ali, no se media por horas. Dizia Apolnio que nas esferas mais altas, o tempo era um estado de esprito e no uma coisa que se medisse. Estava em ns mesmos sentir um tempo menor ou maior, o Homem que no se d conta desse fato, mas na Terra tambm assim mesmo! Compreendi, de repente, uma coisa de que nunca me apercebera. Realmente sentia agora que o tempo era apenas uma questo ntima... Nossa ansiedade ou no determinava o tempo. Parecia-nos tanto maior quanto mais nos inquietvamos sua passagem, e parecia menor, quanto menos nos preocupvamos com ele! Logo era apenas uma questo de estado de esprito. S isso nos dava uma impresso totalmente de viver e sentir aquele mundo ou aquela esfera e o modo de sentir a vida passava a ser outro. Gozava-se de uma absoluta tranqilidade! No havia pressa nem inquietao, o que ia eliminando o sofrimento. Mas Plato chegou logo e interrompi minha meditao. Abraou-nos como sempre, sorrindo e beijou, suave, delicado e cordialmente, esclarecendo guisa de desculpa: - No tempo em que o Senhor estava entre os Apstolos, eles faziam assim. Foi o que deu oportunidade a Judas de indic-lo, silenciosamente no Jardim das Oliveiras.

XVI - Descendo Atracamo-nos carinhosamente a Plato, como um velho amigo ou um pai, travou-me do brao e comeamos a descer por entre as vibraes do Cosmo... Notei que o Novo Amigo no usou de vibrao diferente da nossa. Seria por humildade? Descamos na mesma marcha. - Senhor - Dirigi-me respeitosamente a ele -, Apolnio concedeu-me a liberdade de lhe fazer algumas perguntas, posso? - Fala, meu filho, responderei o que for possvel. No sou Sbio no, sou um simples aprendiz, mas o que puder responder dentro dos limites que as Esferas Superiores me permitem, de conformidade com a evoluo atual e o merecimento de quem pergunta, responderei. No se lembra

que Jesus ensinou: ..."No queirais ser Mestres"? Porque temos o dever de zelar pelas palavras que pronunciamos e pelos pensamentos que emitirmos. Fiz que entendi e indaguei: - J vi e ouvi muita coisa mas tenho ansiedade de saber! Na Terra ouo palavras e palavras, no espao tambm, mas ningum nunca me explicou diretamente "O que pensamento". O que ? Plato sorriu: - Parece que voc deixou a pergunta mais difcil para mim!... O assunto muito profundo e tudo eu no poderia dizer: primeiro porque depende de conhecimentos anteriores que voc no tem, por evoluo que lhe falta e segundo porque a Terra no dispe de meios cientficos ou literrios para usar palavras e meios de comparao que voc entendesse. Assim, lhe darei uma definio pela metade usando meios de comparao da prpria Terra onde voc ainda vive. Vamos dizer assim: existe uma fora na casa mental do Ser que projeta o pensamento e televisionisa o pensamento, transformando em imagens e a seguir em palavras de acordo com o que existe na casa mental da criatura humana (no caso da Terra), mdium ou no. Como o computador que se serve da programao gravada no disco. Dessa forma o pensamento do Esprito, no caso da mediunidade, transforma a imagem em palavras ou palavra da linguagem programada do mdium (no caso do escritor ou da incorporao) ou nas figuras no caso dos mdiuns pintores e na msica numa pea semelhante ao estilo do autor. Nos escritores, o fenmeno semelhante ao da msica. A explicao de Plato abrira de repente um campo novo de entendimento para mim e compreendi que o entendimento das coisas do Esprito depende diretamente da evoluo de cada indivduo em si mesmo e do avano, progresso e evoluo ou Espiritualizao do mundo! - Logo - Exclamei eu -, se a criatura de lngua portuguesa, fala em portugus, se francesa, fala em francs, se inglesa, fala em ingls e assim por diante? - Exato. Se fala muitas lnguas ou mais de uma, fala uma delas e se o Esprito comunicante fala, ento, a dele... A o Esprito j est de certa forma programado quanto s palavras, no quanto s idias, que sero as dele. Mas a criatura receptiva ter que ter a programao, da encarnao atual ou de uma encarnao anterior. Assim o mdium mdico tambm j foi mdico ou farmacutico ou cientista em outra encarnao anterior e o que escreve, ter sido escritor, e o que pinta, ter sido pintor. A regra simples meu filho, a natureza no d saltos... Nem no seu mundo nem no nosso...

XVII - Ainda Descendo e Conversando Descamos e falvamos. Eu, cada vez mais brado com as informaes... ***

Percebi que a nossa vibrao, ao descer, se tornava mais lenta e que nosso veculo espiritual ou perispiritual se tornava mais denso... Plato, naturalmente, vendo-me o pensamento, falou: - Como os Espritos mais elevados, e at ns mesmos, temos que diminuir a vibrao do veculo espiritual de que nos servimos. Esse um fato que concorre quase automaticamente, proporo que descemos: vamos de certa forma nos materializando do mesmo modo que iremos nos espiritualizando medida que subimos. O simples fato de pensar determina a condensao ou a exposio das clulas espirituais. Dizem que o Cristo iniciou a reduo de suas vibraes para descer quatro mil anos antes do seu nascimento na Terra. Alguns Espritos Superiores tm at que se reencarnar na Crosta Terrestre antes de se manifestar entre os homens. Seja para viver na Terra ou apenas para se comunicar mediunicamente. Fiquei silencioso meditando nas palavras do grande Sbio Espiritual... Plato, no entanto, acariciou-me os cabelos fraternalmente. Do sol nascente avermelhados, quela hora, anunciavam o amanhecer do mundo. *** A zona sob a claridade rsea do amanhecer apresentava-se como um lago de gua transparente. Aqui e ali, surgiam como bolhas que vivem tona de um lago de peixes que de mais fundo produzissem aquelas bolhas que vinham despontar na superfcie. De fato ocorria assim. Alguns superfcie da gua pareciam flores... Umas, enormes, brancas, azuis ou coloridas.

XVIII - Sobre as Faixas dos Pensamentos da Terra Libramo-nos silenciosos sobre as nuvens terrestres como trs pssaros erradios na manh luminosa. Tudo era belo na calma do dia. O amanhecer parecia uma saudao sublime de Deus. Notei que alguns espritos mais elevados singravam os cus por ali. No nos percebiam porque as irradiaes de Apolnio e Plato nos ocultavam de seus olhos ainda luminosos. Penetramos numa zona onde a quantidade de pensamentos era enorme e as corolas menores e as vezes minsculas em nmero maior semelhante a cachos de rosas ou mini-rosas aglutinadas. Plato voltou a conversar sobre o assunto anterior, sentindo, naturalmente, minhas indagaes ntimas... Disse assim: - Falo-lhe, como pode perceber, numa linguagem que voc possa entender, porque se falssemos em grego, seria mais difcil para voc transmitir aos homens l da Terra. Para lhe dar uma idia bem simples vamos materializar. Numa certa fase bem material, do pensamento, explicaramos: Uma fora ou

energia interior a vibrao inicial dessa fase, porque na realidade ele vem de um passado mais distante com caractersticas e processos mais profundos e sutis que nem os homens nem a Cincia mais avanada dos Homens, nesta poca, no identificariam nem compreenderiam, por estar muito alm das conquistas da descoberta das ltimas divises da matria que a humanidade j conhece. Mas tomando isso como ponto de partida, o j conhecido ou admitido, partiremos da e podemos dizer: uma fora ou energia configura e projeta a imagem, que o pensamento. Isto , esta energia da mesma forma que a eletricidade corre atravs do tungstnio e ilumina a lmpada. As diversas formas de lmpada seriam, apenas para simbolizar, as formas dos pensamentos, mas esses pensamentos se revestiriam das palavras da lngua ou lngua anteriormente gravada nos veculos governados pela memria integral do Esprito. No caso, consubstanciada numa gravao, como um disco de computador. E essa linguagem gravada pode ser o Ingls, o Francs, o Indu, o Hebraico ou o Portugus. Na verdade na fase em que veremos o pensamento inicial, de onde partimos para nosso estudo sempre imagem. Veja nas civilizaes antigas do mundo, a linguagem era gravada por meio das figuras-smbolos, de animais, ndios ou criaturas humanas e seres humanos, isto , aquilo que rodeava a prpria humanidade. Aquela velha admirao antiga pelo Sbio Grego voltou a me dominar. - No, meu filho, para ns de um Plano um pouco mais alto, Mestre ainda o Senhor. Ns somos apenas aprendiz e l, todos sabem disso! Foi quando, pedindo licena ao Sbio Espiritual, Apolnio falou: - Kalicrates, voc entendeu? Com a permisso de Plato, vou repetir o que disse e que se entender melhor no Plano da Terra, embora Plato j tenha dito na maneira mais simples possvel: Fora, que seria como a eletricidade no processo de iluminao. A chama e a Luz que poderia ser j a imagem sem forma quase indefinida e a lmpada, que representaria a palavra ou as palavras da lngua que a seguir formaro a linguagem. No caso da msica, o processo seria o mesmo. E na pintura j chegamos diretamente na imagem. Assim como nos outros processos de manifestao medinicas, levando-se em conta que tudo nasce de um ponto inicial, que a vibrao, semelhante a uma fonte de gua, partindo da mente que ainda para o Homem um mecanismo muito complicado e delicado, que provavelmente voc nem os Seres da Terra entenderiam agora. Plato, paternalmente, aprovou o esclarecimento de Apolnio e exclamou: - Deus seja louvado, Apolnio, eu no explicaria melhor! ... *** Ns, descendo, havamos atingido uma regio muito clara e ondulada onde comeavam a surgir algumas criaturas terrestres. Apolnio, imediatamente alertou: - Tenhamos cuidado agora. So Espritos adiantados mas que, por estarem fora de nossa misso, no compreenderiam o que estamos falando e sem querer nos afastariam dos nossos objetivos. Foi quando vi que pensamentos bonitos em

forma de flores saltaram de uma cabea a outra dos Espritos que seguiam em grupo. - O que aquilo? - Exclamei empolgado - Parecem luzes flutuantes! - Vejam melhor - Disse Apolnio -, penetram flutuando nas cabeas dos companheiros cujas mentes os absorvem. - Que coisa interessante! - Quase gritei - Como pode ser isso? - Por lei de Afinidade. So espritos afins, vibram igual e sentem igual. uma espcie de troca, e esse fato os alimenta espiritualmente. Por isso os bons aproximados dos bons alimentam os bons e os maus aproximados dos maus alimentam os maus. Ser sempre importante a aproximao dos Espritos santificados ou considerados bons porque ns receberemos alimento superior de que necessitamos e eles recebem vibraes de que precisam para continuar ajudando os que precisam mais. No mundo, l em baixo, tal como aqui, vivemos de trocas incessantes! Eram tantos os ensinamentos novos que recebia, que comecei a ficar aturdido! Sentindo a situao interior, Apolnio falou-me com brandura: - Voc, filho, j est com a mente cansada. Vamos descansar ali. Apontou para uma espcie de osis que exibia, a meus olhos, alguma cascata, e para l nos encaminhamos lentamente... Percebi que na realidade ns no andvamos, no sentido que lhe damos na Terra, mas deslizvamos.

XIX - Raios, Irradiaes, Ondas Continuvamos descendo. Por ns, s vezes distncia, passaram grupos de Espritos. Naquela zona, quase que somente, entidades adiantadas ou elevadas. Mesmo assim no nos enxergavam, por influncia de Plato e Apolnio que emitiam irradiaes e ondas que de certa forma, ocultava-nos a viso deles. Observando que a irradiao de Plato, apesar de sua evidente humildade, ofuscava a viso espiritual, comecei a pensar naquele fato e indaguei do Filsofo: - Senhor, Andr Luiz se refere ligeiramente a raios, radiaes, ondas... Mas no nos esclareceu ainda. Poderamos saber como nas Esferas Espirituais se conceituaria isso? O venervel Sbio Grego olhou-me com carinho e disse: - Meu caro Kalicrates, perdoe-me. Estou muito distante da Terra h sculos, o que me impossibilita de conhecer de pronto, os conhecimentos atuais dos homens afim de estabelecer comparaes ou encontrar termos comparativos para ilustrar nossos conceitos materiais, como se entende ainda matria na Terra, embora na realidade, matria como entendida hoje, no existe. O que existe so vibraes em determinado grau de evoluo que se diria, velocidade. O Universo na verdade todo espiritual. Apenas para que os homens entendessem na fase evolutiva da Terra, diramos assim: Tudo esprito ou seja espiritual e a ltima diviso da chamada, erradamente, matria est muito longe de ser a

ltima, como por exemplo o vapor para o gelo e a pluma para o ferro. Ou o sonho da realidade. Apolnio poder ser mais til a voc nas atuais circunstncias. Apolnio no se fez de rogado e esclareceu: Partindo dos conhecimentos populares da Terra, diremos que a vibrao seria como o primeiro palpitar ou o inicial do que se chama vibrao. Como se um corao humano comeasse a funcionar. No Esprito inicia-se na mente e desencadeia o movimento vibratrio dos corpos espirituais. No homem, do perisprito. Tal como a pedra atirada no lago, produz ondas decorrentes das radiaes ou irradiaes que nascem do pensamento vibrando. - E os raios? - Os raios voc ver na Crosta nascendo na mente e disparados como tiros de revlver... - Como tiros de revlver? - Sim, como tiros de revlver! E se forem muitos espritos concentrados juntos, superconcentrados, at como um tiro de canho! - Tiro de canho! Quer dizer que podem provocar uma guerra? - Poderia! Entre os Espritos e entre os homens. Como Hitler mobilizou o povo para o Mal e Ghandi para o Bem! Eu estava estarrecido! Que coisa! Agora, eu comeara a entender muita coisa! Plato olhou-me carinhosamente: - Compreendeu hoje o valor e o perigo da Idia?

XX - Pelos Caminhos da Terra Foi quando perguntei ao mestre Plato: - Senhor, no seria isso o Inferno? - E ele respondeu: - Cu e Inferno so estados de Esprito. Onde se reunirem os bons ser o Cu, e onde se reunirem os maus ser um Inferno. Enquanto perdurar a maldade neles haver em suas almas as chamas do Inferno que so as chamas e tormentos da prpria conscincia culpada. O sentimento de culpa determina o tempo da condenao interior, quando ela se extingue comea o Cu, que a tranqilidade e paz interior que em verdade constituem o Cu. Deus no condena nem absolve ningum! A criatura, espiritual ou no, vive no reino da Lei, que a condena ou absolve no mbito da prpria conscincia, que lhe cria o tormento ou a paz. Deus Lei e o Universo a rea imensa em que ela se exerce. Infringir a Lei penetrar no domnio do Inferno, viv-la estabelecer o Cu em si mesmo. Dito isto o legendrio Plato sorriu e disse: - No pensem que esse pensamento meu! Muito bonito, mas no meu... - De quem ento? O Sbio olhou-me enigmaticamente e esclareceu:

- do nosso jovem Altino, que est mais atualizado com os pensamentos do mundo do que eu! No se esquea Kalicrates, eu sou do Mundo Grego! E deu uma gostosa gargalhada e continuamos descendo.

XXI - Muito Prximo da Crosta De repente, notei que abaixo de ns o espao escurecia, assim como na Terra, o Cu escurece antes da tempestade. Assustado, quis saber de Apolnio o que era aquilo? Pois via que em certos lugares aparecia aquela sombra, lagos ou manchas enormes suspensas no espao... Mas nisso, o Esprito colocou-me a destra na fronte, mais sobre a cabea! - Agora, voc vai comear a sentir a viso se ampliar. De fato, comecei a sentir. Ento, pediu Apolnio: - Fixe bem a vista, olhe bem. Reparei que flutuvamos sobre imensa massa de lixo, escuro ou cinza e marrom escuro. Pegajoso, esquisito em alguns lugares. Espoucava em alguns stios. Estouravam aqui e ali, parece que como flores envoltas em fumaa. - Aquilo so os pensamentos inferiores ou maus que nadam na atmosfera da Crosta. - ??? - , meu filho, a mente humana no Cosmo gera pensamentos de luz pelos Espritos Superiores tambm pela inferioridade das trevas emite foras do mal e da escurido. Essas ondas de pensamentos acumulados em certas zonas voltam a atuar sobre outras mentes humanas ou espirituais e desencadeiam as foras terrveis do mal que chegam at a provocar as guerras. Quer ver? Desamos mais. A esse convite de Apolnio, descemos mais ainda ao encontro do mundo.

XXII - Sobre o Mundo Flutuamos sobre grande praa da capital paulista. A multido regurgitava. Milhares de pessoas, cruzando-se misturadas, caminhando depressa, atarefada, na luta humana, diria. Homens, mulheres, moos e velhos, falando, discutindo, vendendo, comprando, nas lojas, nas caladas, numa tremenda azfama! Vi que da mente dessas criaturas partiam, como flechas, verdadeiros raios e pensamentos das mais diversas cores, a maioria escuros, os pensamentos parecendo flores escuras ficavam flutuando a poucos metros de altura e caminhavam em sentido horizontal e se aglutinavam uns aos outros e iam se acumulando e formando uma verdadeira massa de lixo escuro, cinza ou preto, meloso, nojento, feio... s vezes pousavam em muitas cabeas e eram absorvidos pelas outras mentes das outras pessoas, como que se aninhavam ali, como ovos ou filhotes num ninho de passarinho. Ovos de beija-flor, porm sempre escuros, ou como o ovo do chupim no ninho do Tico-Tico. Os raios,

impulsionados por pensamentos sob o imprio da mente, partiam das mentes em grande velocidade e atingiam o organismo espiritual das outras criaturas lesandoas de alguma forma, produzindo-lhes irritao, ou os mais esquisitos resultados. Como eram pensamentos inferiores, por afinidade provocavam a movimentao de dezenas de outros semelhantes, que, como que brotavam, ento, daquele fantstico ninho. E semelhana do movimento das criaturas humanas da praa se movimentavam agitadamente no plano invisvel, atacando uns e outros desvairadamente. Notei que os raios muitas vezes eram dirigidos e endereados a certas criaturas e atingiam-nas.

R. A. Ranieri

A Segunda Morte

II Parte

13.06.87 "Ovo Azul"

Mdium: R. A. Ranieri Pelos Espritos de Altino e Andr Luiz

XXIII - Ainda Estudando Ligeiramente o Processo Mental Plato havia nos deixado e se dirigira para esferas mais altas. Ficamos de reencontr-lo no Portal do Sol, depois. Apolnio prosseguiu me ensinando, de conformidade com programa previamente estabelecido. Eu estava assombrado e empolgado na Esfera do Pensamento Flutuante. Tudo vibrava por ali. As criaturas tanto materiais quanto espirituais, emitiam raios que partiam em todas as direes ou numa s que atingia o mesmo alvo quando direcionado pelo pensamento do ser, esprito ou criatura encarnada e sempre acertava o mesmo alvo, impulsionados pela vontade que movimenta a energia que fazia tambm vibrar a mente. Ser vivo, ela gerava e movimentava novos pensamentos, que por sua vez impulsionava novos pensamentos que movimentavam novos raios. Mais assombrado ainda, interroguei Apolnio: - Quer dizer que as pessoas ou os espritos se pensarem em algum emitem raios? - Sim. Raios e pensamentos que as atingem. Se forem bons, raios e pensamentos bons, enviam-lhes raios e pensamentos bons, que as ajudam e se forem maus, raios e pensamentos maus que as influenciam e prejudicam. Se os dois seres estiverem na mesma faixa vibratria e na mesma onda, a mente deles visada recebe os raios e pensamentos, absorve e se beneficia ou se prejudica. - Como? E de que maneira se pode defender? - J no lhe disse, que uma verdadeira guerra? O jeito ser bom e viver o Bem. As normas se encontram no Evangelho, s viv-lo e transitar na Estrada do Amor e da Fraternidade com Jesus ou, de acordo com qualquer outro sistema religioso que ensine a viver o BEM, a FRATERNIDADE, a PAZ, o ENTENDIMENTO, a COMPREENSO, a JUSTIA, ENFIM, A LEI DE DEUS, PROCURAR DEUS DIA E NOITE DE TODA ALMA E DE TODO CORAAO. - Com essas normas, muda-se de faixa vibratria e os dardos no nos atingiro. Por outro lado, pensando o bem dos outros, enviaremos a eles pensamentos e raios que os auxiliam a melhorar, no atingem a mente deles, s vezes, mas atingiro, por certo o perisprito e fora de vibrar em favor deles colaboraremos para a sua lenta mas efetiva modificao at que a mente comece a sentir os apelos do prprio organismo perispirtico do qual , de certa forma, a soberana e o centro. Alis sobre isso, falaremos de novo, no futuro. Eu estava pasmo, com os esclarecimentos. mas comeara a compreender.

XXIV - Aprendendo Ainda Havamos descido mais e pousamos no meio da praa. Espritos e pessoas se misturavam. Pensamentos subiam da cabea deles, raios partiam para todos os lados, de uns para outros como balas de revlver e desapareciam em contato com as cabeas mergulhando nas mentes alheias. Aquilo de certa forma produzia uma balbrdia e confuso... Perguntei:

- Os homens tm conscincia desse fato? Apolnio sacudiu a cabea. - Praticamente, no. Teoricamente, s alguns iniciados sabem. Na prtica, s espritos muito adiantados conhecem ou j viram. Ouvindo essas palavras, senti-me profundamente responsabilizado. - Bem - Esclareceu Apolnio, naturalmente, vendo-me o pensamento -, o seu caso diferente. Recebemos autorizao de mostrar, mas para instru-lo e transmitir a notcia para o mundo. Na realidade, sozinho, voc no sabe nem ver. Infelizmente, voc ainda no tem capacidade vibratria e percepo, porque ainda no atingiu o grau evolutivo que lhe dar a possibilidade de ver. Ns lhe ampliamos a estrutura mental provisoriamente, para ver e perceber no futuro, com a evoluo voc chegar l. - E os outros seres, os homens? - Eles tero menos que voc, talvez muito menos. Recebero as notcias que voc lhes transmitir e acreditaro se quiserem ou no, apenas isso... - E qual a utilidade? - H diversas: comearo a pensar no assunto, talvez mesmo a pesquisar e estudar e se prepararo mentalmente para encontr-lo no porvir. Pelo menos, ficaro sabendo que existe... Alm disso, com essas informaes ser fcil entender outras coisas que ainda no entendem. Acho que isto mais importante! Pensativo com as palavras pronunciadas por Apolnio, mal percebera que entrramos porta a dentro de uma loja, magazine, onde centenas de pessoas faziam compras, eram atendidas por mocinhas ou rapazes ou conversavam. Verifiquei que cada uma delas era envolvida por aura de colorido diferente, que era a irradiao do prprio organismo espiritual. Verdes, azuis, vermelho, cor de abbora, marrom ou cinza, mas ali no vi nenhuma de cor preta. O Esprito informou que naquele lugar, com tantas mocinhas, rapazes e crianas, eram muito raras as cores escuras. Havia muito rosa, abbora, amarelo, poucas verdes, nenhuma branca, muito vermelho e outras cores e tonalidades desconhecidas dos homens da Terra. - As crianas e os jovens emitem comumente irradiaes e raios bons e que produzem coloridos suaves e benficos. Os maus emitem cores desordenadas e irritantes. Ainda aqui predomina a luta do Bem e do Mal. Eu continuava assombrado com tudo aquilo que eu conhecia por ouvir falar ou por ter lido em livros, mas na prtica, aquilo impressionava... - por isso, meu filho - Disse Apolnio -, que o Evangelho deve e precisa ser vivido, s lido e ouvido, no basta. Ler e ouvir e executar, esta tambm a Lei. *** No salo, porm, havia uma lanchonete onde algumas pessoas, sentadas em tamboretes altos, comiam e bebiam cervejas, vinhos, whiskey, refrigerantes e diversas bebidas alcolicas. Trs senhores de aspecto respeitvel e com certeza, comerciantes ou industriais, falavam de negcio e as vezes rindo diziam piadas.

Notei que da cabea deles exalava uma nvoa de colorido escuro, cinza, que circulava volta deles. Mas, detidamente, percebi que do mais velho partiam raios emitentes e de volta que atingiam as outras que comearam a se irritar e no demorou que logo iniciassem uma discusso agressiva sobre negcios. E no demorou que comeassem a se agredir mutuamente com palavras de baixocalo. E quanto mais falavam as nvoas cinzas mais se avolumavam, cresciam e envolviam e aumentavam o nmero de raios como raios e relmpagos numa noite de tempestade! *** Como fumaa, aquela nvoa se espalhava pelo magazine todo. De todas as cabeas irradiavam cores que variavam de conformidade com os sentimentos e pensamentos de cada um. Quanto mais intensos, mais coloridos. Sentimentos puros, claros ou de cores belas, rosas, brancas, azuis, verde claro e outras tonalidades que o homem no conhece. Se sentimentos maus, mais escuros, cinza, verde escuro, vermelho escuro e at sanguinolentos. E a irritao ou a violncia se alastravam para os outros seres. Ondas Notei tambm que uma irradiao circular se irradiava em torno de cada um vibrando mais intensamente, crescia e flutuava de maneira ondular, no espao. - Aquilo, meu filho. - Esclareceu o Esprito -, aquilo so ondas que vibram nascendo de cada um, se propagam e flutuam e marcham em qualquer direo. s vezes atrados, por afinidade, por outras ondas afins, pelo Bem ou pelo Mal, e muitas vezes at se abraam e vo pelo infinito! Assim, h seres que vivem juntos no espao. So ondas que brotam de outros seres. No so seres mas tm vida. Olha, num certo modo de ser at se poderia dizer que se amam! Fiquei esttico verificando que na realidade eu sem querer estava penetrando no Conhecimento do Universo! Ainda Ouvindo Falar das Ondas De repente, notei que na praa, alguns espritos alm de enviar raios maus e escuros, a outras criaturas, atiravam bolas de material escuro semelhante, pela contextura, ao algodo, que atingiam essas pessoas e mesmo espritos, e lhes causavam mal. s vezes, at parecia guerra de bolas de neve. Eram vibraes condensadas. Partiam-lhes do organismo e pareciam verdadeiras mos que as atiravam. Cochichei para Apolnio: - Parecem verdadeiros demnios! - Sim, lembram as figuras diablicas do Inferno de Dante! No deixa de ser um pouco das zonas mais abrasadas! Cada um leva para onde vai ou

estabelece onde vive o seu Cu ou o seu Inferno! Como lhe disse, o Cu e o Inferno so estados de esprito que vivem dentro de cada um! Faz o Bem e estar criando o Cu no seu interior. Faz o Mal e edificar, pouco a pouco, o Inferno na prpria Alma! Aqui, tambm, se repete aquele esclarecimento espiritual: "Cada um o construtor de si mesmo sob a Misericrdia Divina." Ao homem, na Terra, cabe fiscalizar e manter o equilbrio necessrio. Alis, no Universo inteiro, a lei do equilbrio o fundamento eterno. Onde h o desequilbrio h a desordem. Em todas as reas do comportamento humano o equilbrio e a disciplina so fundamentais. A marcha para o amor universal precisa alcanar primeiro o equilbrio. Esses seres que vemos agora na praa, so seres desequilibrados em diversos setores em que governa a prpria mente. Se os homens atentassem nesse ponto e compreendessem que todos os seus sofrimentos decorrem da falta de equilbrio e retornassem ao equilbrio do princpio, eles seriam mais felizes e as guerras desapareceriam do mundo. Contemplei respeitoso Apolnio que me falava sereno, como um pai. As palavras do Esprito caram-me na mente e no corao como chuva de prata e senti realmente que o Cu e o Inferno eram construes eternas de ns mesmos que nasciam e cresciam em nosso interior criados pelos impulsos voluntrios ou involuntrios de nossa prpria vontade. Sentia que como pndulo, ora crivamos o Inferno, ora crivamos o Cu, construamos um e destruamos o outro, alternadamente, quase, at que o Esprito ou a criatura conquistasse o equilbrio permanente, o que seria a felicidade eterna! Era a luta do Bem e do Mal de que nos falara Khrisna e de que nos dera provas Jesus. nossa frente a Praa regurgitava de espritos e criaturas, e a guerra continuava e a luta era a mesma. *** As criaturas, encarnadas ou desencarnadas, irradiavam ondas que as envolviam e contornavam como as faixas de um disco long-play, onde estavam gravadas as suas vidas passadas, em imagens, sons, vozes, acontecimentos, emoes, sensaes e sentimentos. O HOJE na realidade, ser o ONTEM e o presente era o passado... Assombrado ainda, consultei: - Apolnio, mas como em mim mesmo, no percebo todas as vidas? - O passado aflora gradativamente proporo que evolumos e desperta medida que j temos entendimento maior para entend-lo sem nos confundirmos nem estabelecer confuso nossa volta. Meu filho, como espritos, quando atingimos a responsabilidade maior, nos tornamos tambm merecedores de maior apoio e conhecimentos maiores. - No est escrito, a cada um segundo as suas obras? Pois isso, e assim ser!!!

XXV - Passeio Continuamos volitando sobre a praa e observando os Espritos e os homens. Era uma colmeia viva. Estavam todos misturados. Vira alguns espritos que agora estavam desencarnados e que eu conhecera na Superfcie ou Crosta da Terra, na vida social. Vi at alguns que no me viam, porque por providncia de Apolnio, eu estava em outra vibrao. Notei que alguns eram belas criaturas no mundo, no corpo fsico, embora eu reconhecesse, mostravam-se agora feios, horrveis. Outros que conheci, feios, agora se apresentavam belos! Apolnio explicou: - Nem sempre o corpo revela a beleza ou a feiura do Esprito. Aqui eles so o que na realidade so. Nestas esferas, quase sempre, apresentam a sua evoluo real. Embora muitos Espritos, por humildade exibam a fisionomia vulgar e at feia. Isso alis, acontece tambm na Terra. Grandes Espritos, para no serem tentados ou no ofenderem as outras criaturas se apagam numa aparncia comum e no exibem a inteligncia ou o conhecimento real que possuem. Mas quando conheciam homens ou mulheres do campo, da lavoura, ou simples domsticas que no so quase considerados, exprimem conceitos e raciocnios que os fazem repentinamente admirados. Contudo, leva-se conta do acaso. Assim, meu filho, no mundo, h santos, gnios e anjos, que a vivem e passam quase que desconhecidos. Esto completando alguma coisa que lhes falta ou cumprindo uma misso que s o futuro deixar clara a sua passagem ou vo e vem completamente desconhecidos, porque isso bom para eles. Apolnio conduziu-me atravs da praa, dos espritos e da multido de encarnados que por ali transitava. No nos viam. Ns os vamos a todos. Eu acreditava que via. Meu orientador espiritual, porm, esclareceu: - Voc, meu filho, tambm no v a todos. H alguns que passam por ns e voc no os v porque vibram mais intensamente que voc... Olhei minha volta e no vi ningum diferente, que me sugerisse qualquer coisa tambm diferente. ...De fato, se existia e tinha que existir, porque Apolnio falara, realmente eu no percebia... Era questo de vibrao mais intensa, dissera ele... Na realidade, os espritos se misturavam com as criaturas luminosas e as influenciavam de alguma maneira pela mente, pela audio, pelas sugestes de todo o tipo. Pela proximidade de vibraes, a influncia dos espritos inferiores era mais freqente, de modo especial, sobre o sexo masculino e sobre as mulheres perdidas... - Principalmente, as que vagam noite. - Esclareceu Apolnio. - E as autoridades gozam de justia especial? - Perguntei lembrando-me de uma informao humana que ouvira h tempos. - Sim, confirmou o Esprito. Especialmente, os homens que lidam com a lei: juizes, delegados, autoridades desse setor enfim... Tm uma couraa que os protegem seno no poderiam cumprir as suas responsabilidades com iseno, desde que mantenham uma conduta pura. Se tm o hbito de orar, melhor. Voc acha que no mundo uma multido igual a essa pode prescindir de justia? Olhei a multido e compreendi:

- Por isso, Deus atravs de suas leis e com o concurso da Misericrdia no abandona as criaturas e as autoridades ao sabor do acaso. As palavras do Esprito eram sbias e me impressionaram vivamente. Na realidade, no mundo ainda imperava mais a justia do que o amor.

XXVI - Reencontro Estava na hora de retornar, para o encontro com Plato. Por simples ato de vontade, passamos a subir. Parecamos flutuar e subamos a grande velocidade. A Terra voltou a ficar l embaixo, e ns como pssaros deslizvamos na atmosfera e atravessando a ionosfera, logo depois de atravessar a ligeira camada de oznio que protege o planeta na zona do polo. O planeta muito azulado se tingia, naquela hora, que era a hora da madrugada, de diversas cores. Na Terra, amanhecia o dia e numerosos espritos j se movimentavam, l embaixo em direo aos seus lares terrestres de onde saram ao entardecer e se misturaram com os milhares que buscam o prazer noite, prazer que no encontram em casa. Os que no encontram o caminho e o amor com a companheira ou o companheiro ou mesmo no seio da famlia, saem noite e buscam os lugares mais estranhos aos homens honestos: os lupanares e na linguagem de hoje, as boates e os motis, ou ento encontram consolo nas conversas e distraes de acordo com sua maneira habitual de pensar. H aqueles que procuram as mesas de jogo ou os lugares em que se conversa de futebol, no entanto, no final a maioria se atira nos braos das mulheres perdidas e se afogam no lcool em companhia de espritos atrasados inferiores e quase sempre sem nenhuma qualificao. doloroso ver noite o terrvel espetculo dos seres decados do submundo da Terra. Homens de elevada posio social, respeitados na vida comum, so na realidade mendigos espirituais e rprobos na vida espiritual noturna. A se libertam de toda a coao moral e se transformam nos monstros espirituais que a carne encobre. Expressam toda a medonha realidade da prpria alma. Alguns se entregam a um sofrimento sem limites porque no querem errar e erram compelidos pela necessidade que no podem satisfazer. O lar sempre o refgio das almas e o abrigo onde encontram proteo, de modo a se defenderem de si mesmos, amparados por aqueles que as amam e que com elas convivem. No toa que o Instituto do casamento impe exigncias rigorosas. Os espritos que se renem no recesso do lar gozam de proteo especial, a fim de uns colaborarem para construir a fortaleza dos outros de modo a fornecer-lhes as armas de defesa de suas conquistas milenares. A que cumprem as mais duras provas e se exercitam os melhores meios de proteo, afastando os seres dos vcios e das fraquezas da Terra, preparando-os para as ascenses gloriosas do Esprito Eterno! Eu ainda meditava nessas coisas quando ouvi Apolnio que dizia: - Prepare-se: estamos chegando.

De fato, aproximvamo-nos do Portal do Sol e j apareciam distncia os seus magnficos jardins de luz, de um sol colorido, que no se v na Terra e nem permite a atmosfera terrestre. Assim que pousamos no solo do Portal, avistamos Plato que andando lentamente, como se estivesse na Grcia, meditava. Vimos de longe que estava profundamente concentrado porque de sua cabea sublime luz de todas as cores inimaginveis se irradiava. Por onde passava ia deixando um longo rastro de luz.

XXVII - O Sbio Recebeu-nos com alegria suave e sincera. Como sempre abraou-nos. Seus olhos, de um azul profundo, guardavam carinho e doura. Os jardins do Portal eram imensos e se perdiam na distncia, colorindo o espao com a luz de mil cores. Disse-nos com bondade: - J obtive de nosso irmo Francisco autorizao para a entrada e visita de vocs no Portal. Contemplei a enorme construo de linhas diferentes nossa frente. Subia-se por uma rampa que desaparecia para dentro do edifcio que era todo de uma espcie de plstico rosa e nos dava a idia de leveza e transparncia. Ali no via as construes pesadas da Terra. Tudo era leve e transparente. - Por isso, meu filho - Falou o Sbio -, chamam de Portal do Sol. Aqui vivem em colnia, numerosos Espritos Superiores que se dedicam msica sublimada e s artes mais elevadas do Esprito Eterno. Dirige o Portal nosso amado Irmo Francisco... - Francisco de Assis? - Indaguei mentalmente. - Sim - Respondeu o Sbio -. Aqui vivem os Espritos que j alcanaram um grau elevado de Espiritualidade e atingiram o conhecimento maior. Passam ento, pela segunda morte, a que se refere Jesus. - Mas o que a Segunda Morte? - um fenmeno semelhante ao que acontece na Terra, ou a Superfcie da Terra. L os homens no deixam o corpo fsico por morte deste ou paralisao definitiva dele? Aqui se processa alguma coisa semelhante! Abandona-se o corpo espiritual ou perispiritual, que se desfaz e entra-se na posse de outro que um corpo de vibrao mais elevada com mais luminosidade, fora e poder. - Voc no se lembra de Paulo, o Apstolo quando disse: "Conheci um homem que foi ao Terceiro Cu"... Pois , meu filho, ele veio at aqui e voltou. Olha, hoje, por acaso temos algum que se submeter Segunda Morte e pediu aos nossos Superiores essa graa, que lhe foi concedida. Esto dispostos a assistir? Apolnio assentiu com uma atitude de humildade e respeito, e eu me alegrei com a notcia. Todavia, perguntei: - Venervel Irmo Plato: Mas a Segunda Morte no resultado da desintegrao do ser?

- No, no h desintegrao do ser, o que h uma queda contnua em si mesmo, pela degradao que levar a criatura at ao desaparecimento como criatura criada. Entendeu? Balancei a cabea, significando que no entendera. - Para mim muito difcil entender. - Mas voc entender um dia. Receba agora como primeira notcia. Ali havia alguns Espritos que andavam e conversavam pelo jardim. Impressionava-me a extenso do jardim que se perdia na distncia imensa. As flores de uma beleza nunca vista por ns vibravam intensamente. - Aquele que vai ali - Esclareceu Plato -, nosso amigo Aristteles. - Mas Aristteles no era materialista? - Na Grcia, bem, l ele ainda procurava a verdade - Disse delicadamente o filsofo -, mas j encontrou h muito tempo... A verdade, para ele era naquele tempo, uma obsesso. - No foi discpulo? - Perguntei abruptamente. - Quer dizer, eu nunca tive discpulo - Acrescentou modestamente o grande Esprito -. Eu sempre tive amigos, e, agora, aprendi que so filhos espirituais!... Aristteles hoje meu filho espiritual, nascido do pensamento do Cristo. De fato, se vermos com os olhos do passado e o pensamento do mundo moderno poderia ser considerado quase um materialista. Mas no era. Ele apenas buscava a verdade, despreocupado do Esprito, por isso, como todos ns foi considerado estacionado no Tempo, que apenas uma longa espera, at que despertasse para as coisas espirituais. Na Terra, junto com Demcrito, pode ser hoje considerado um dos pais da Cincia, pela maneira positiva de ver os assuntos. Afinal, meu filho, todos ns que estacionamos aqui, estamos estudando e aguardando mais evoluo para nos transferirmos para o Portal da Luz, onde reina e permanece Jesus Cristo. Essas revelaes aparentemente simples, caram-me na alma como o orvalho da manh na corola da flor. Quedei-me pensativo e Plato enlaou-me os ombros carinhosamente com seus braos de pai.

XXVIII - Ainda nos Jardins O Amor Espiritual Os jardins irradiavam muita luz e beleza, no havamos visto nada igual. Plato era uma figura impressionante e bela. 'Exercia sobre ns uma estranha e esquisita atrao. Tnhamos o sentimento de que ao mesmo tempo que nos atraia e empolgava aquela atrao que se irradiava dele, com uma fora que nos acorrentava, era como a claridade que iluminasse um quarto escuro, onde os mveis velhos e as roupas sujas que ali estavam surgiam a claridade com toda a sua hediondez e mediocridade. Ele nos iluminava por dentro e vamos ento a pobreza da alma e as deficincias do prprio esprito. Sentamo-nos to pequenos e insignificantes diante de sua grandeza. No nos sentamos humilhados mas compreendamos melhor a nossa pequenez.

Ele, no entanto, exibia uma humildade ou simplicidade a toda prova. Enquanto pensava nessas coisas, compreendendo ou vendo as minhas indagaes, o Sbio disse: - Meu filho, eu nada sou, s o Senhor tudo em todas as coisas. Aqui, h criaturas melhores do que eu: veja Francisco, que nos dirige, na sua humildade e amor s criaturas. Mas eu ainda no vi Francisco, pensei silenciosamente: - Mas ver um dia! E a os seus olhos ho de contemplar a luz do Senhor! Ento compreendi a imensa humildade de Plato e percebi que nas esferas espirituais mais elevadas a humildade parecia ser norma geral. Plato tornou a falar: - Meu filho, s se chega at aqui, pela humildade de corao e de esprito. No h outro meio, a no ser em viagem acompanhando um Ser Superior ou sombra e evoluo dele. Como discpulo e mestre vi logo que com toda a delicadeza, se referia ao meu caso e me envergonhei. - No se envergonhe, - Disse Ele ainda, lendo-me o pensamento. Humildade no se aprende, resultado da evoluo, conquista laboriosa do prprio Esprito. Os mais Sbios, por fora da Lei, so seres que conquistaram a humildade e a evoluo atravs dos milnios. No tome a humildade como graa de Deus mas como trabalho e labor do Esprito. "Cada um o construtor de si mesmo sob a misericrdia de Deus". Lembra-se? No entanto, prosseguimos andando. Pequenos grupos de Espritos em p, conversando ou sentados em bancos de material leve e transparente, mais do que o plstico da Terra, entretinham-se em animada conversa. Foi quando um grupo de Espritos jovens aproximou-se de Plato, saudouo e abraou-o alegremente. Um Esprito de avantajado porte os conduzia e Plato apresentou-o: - Este nosso amigo Empdocles, companheiro da velha Grcia de Scrates. - E Scrates? - Pensei - Onde estaria? - As vezes vem at aqui e nos visita... Vive numa esfera acima da nossa. Meu filho, na Grcia, ele j era mestre. Continua evoluindo... - Mestre Plato, l vs fostes amigo dele... - E ainda sou... amigo e discpulo... Ensinou-me muitas coisas e ainda aprendo com ele... Embora aqui, ningum se considere Mestre, para mim ele ainda e eu o trato como tal. Considero-o meu pai espiritual. Ns nos amamos muito. O amor, nesta esfera diferente e mais intenso que na Terra. Os seres se amam espiritualmente sem qualquer referncia a sexo. o amor das almas. Assim, como o nctar da flor. Prepara-se o amor e vive-se o amor, que aqui se traduz por uma irradiao dos sentimentos superiores e sublimados e por uma atrao do Esprito, quase divina. Sei que no entendeu. difcil entender. preciso sentir e viver esse tipo de amor para entend-lo. Questo de evoluir um pouco. Voc poder a princpio compreend-lo intelectualmente e s depois que viver que o entender. Foi o que Jesus disse

com as palavras: "Tomai e comei, este o meu corpo! Tomai e bebei, este o meu sangue!" como uma flor que nasce do nosso organismo espiritual em determinado perodo de nossa evoluo espiritual. Primeiro, se ama a todos os seres e depois por acaso se percebe que esse amor mais intenso relativamente a determinada alma. o que se chamou de almas gmeas. Duas almas no final se fundem numa s. Por exemplo, algumas para voc entender: Francisco, nosso pai e Clara, nossa me, que j se fundiram numa s alma, arrastados por intenso amor espiritual. *** Naquelas alturas, mergulhado de intensa vibrao na leve e sublime emoo espiritual, sem saber porque, me comovia at s lgrimas. Plato abraou-me e acrescentou: - Amor espiritual isso! Voc sentiu os seus efeitos num momento s. Os Espritos que o atingem por evoluo sentem isso permanentemente e com mais intensidade ainda. Essa apenas uma face do amor espiritual. preciso senti-lo para entend-lo! Eu estava assombrado. Como sentira aquilo, Plato sorriu misteriosamente. Eu fiquei pensando: ser que ele me transferira dele mesmo por algum meio que eu desconhecia aquela capacidade de sentir o amor espiritual? Mas ele no disse: apenas sorriu. *** Apolnio seguia-nos silenciosamente. Surpreendi-me. Parecia ouvi-lo dizer-me: - Kalicrates, a presena do nosso Venervel mestre Plato nos enche a alma de alegria espiritual e aqui cabe a Ele falar e ensinar. Plato acrescentou: Meu filho, nosso amigo Apolnio tem toda a liberdade de falar e ensinar a sua modstia que o inibe. esprito que tem trnsito livre por aqui e merece todo o nosso respeito e amor. Notei a delicadeza de Plato. - Vocs foram admitidos ao Portal do Sol para assistir uma alma respeitvel que j alcanou o direito de passar pela segunda morte. uma experincia fascinante a que se refere o ensino de Jesus constante do Evangelho. Vocs ficaro ainda por aqui por uns dias, na hora oportuna sero chamados ao salo onde assistiro ao trabalho ou a cerimnia da segunda morte. Nosso abnegado companheiro se submeter a essa operao e vocs vero o fenmeno ou o fato que se processar. Enquanto isso conheceremos melhor o nosso jardim que poderia ainda ser denominado por vocs de jardim de Academus, agora no Plano Espiritual ou no Portal do Sol. Conhecero assim, muitos companheiros que h muito vieram da Esfera de Baixo, embora de vibrao superior e elevada.

Realmente, fomos encontrando, em nosso passeio pelo jardim, numerosas figuras que conhecramos na Grcia, ao tempo de Scrates. Algumas delas viveram todo o drama do Sbio, fato esse que segundo promessa de Plato nos caber relatar um dia, mediunicamente para os homens da Terra. Alegrou-nos a notcia que tambm nos anunciava uma grande responsabilidade. Percebendo-me o pensamento ntimo, esclareceu o mestre Plato: - Nosso irmo Altino, que muito ama a Grcia e que tem profundos laos de amizades com nosso amigo Scrates j aceitou o encargo do trabalho do qual voc participar como mdium e o receptor dos pensamentos e imagens que transmitir junto com os fatos. H mais de duzentos anos esse assunto comeou a ser estudado aqui no Portal, apenas durante dois sculos encontrou a oposio do prprio Scrates que por uma questo de humildade acha que no se deveria tratar do assunto que focalizava a sua pessoa, mas do Portal da Luz, que a Esfera Superior de onde veio autorizao para se transmitir a histria emocionante do Sbio, por necessidade de conhecimento da humanidade. Assim, meu filho, voc tem nos ombros nobilssima responsabilidade, o que ser muito pesado porque na poca de Scrates voc tambm estava l... E Plato sorriu paternalmente. *** Sbito, Plato apontou-nos Demcrito, que se aproximava rodeado de discpulos de alta envergadura. Abraaram-se euforicamente e o filsofo disse: - Querido Irmo Demcrito, soubemos que retornaste da Terra h algum tempo j, depois de com xito ter cumprido a tua misso coberto de glrias espirituais. Demcrito agradeceu, mas informou: - Meu caro Plato: cumpri, realmente, a tarefa que me foi designada. Porm, estou muito preocupado com os perigos e responsabilidades dela. - Mas no te cabe nenhuma responsabilidade... - Temo pelos homens que podero desvi-la de seus nobres objetivos da paz... - Isso pode acontecer... - Acrescentou o Sbio Plato - Fizeste a tua parte, compete agora a outro departamento especializado controlar ou pelo menos tentar controlar o bom uso do conhecimento que o mundo recebeu. Como Apolnio observou minha aflio, murmurou: - Tratam da energia nuclear e da bomba atmica, a cujos estudos para