racismo institucional

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Palestra Ministrada ao Grupo de Estudos sobre Minorias e Grupos Excluídos do PSDB de Goiânia.

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Page 1: Racismo institucional

Racismo Institucional – Reflexões e Proposições

Agradecimento

Dez/13

Danilo de Morais Veras

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Racismo Institucional – Reflexões e Proposições

Danilo de Morais Veras

Graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em Gestão de Negócios e Finanças pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais do Rio de Janeiro, e pós-graduado Direito Administrativo e Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, tendo atuado em diversos projetos de infraestrutura relacionados à modelagem, implantação e gestão de contratos de parcerias público-privadas. É um dos responsáveis pela pesquisa científica denominada “Ações Afirmativas e a Efetividade das Políticas Públicas em Direitos Socioconstitucionais no Espaço Escolar”, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.Escreveu diversos artigos relacionados à interação público-privada no Brasil.Foi Assessor Jurídico da Presidência da Fecomércio do Rio de Janeiro, advogado sênior da Brookfield Agriculture Group em Goiânia e integrante de escritórios de advocacia de renome no Rio de Janeiro e emSão Paulo.

E-mail: [email protected] Telefone: (62) 8589-9889

Artigos Disponíveis em: www.slideshare.com.br/danilomveras

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Racismo Institucional – Reflexões e Proposições

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A CarneElza Soares

A carne mais barata do mercado é a carne negra (5x)

Que vai de graça pro presídioE para debaixo do plásticoQue vai de graça pro subempregoE pros hospitais psiquiátricos

A carne mais barata do mercado é a carne negra (5x)

Que fez e faz históriaSegurando esse país no braçoO cabra aqui não se sente revoltadoPorque o revólver já está engatilhadoE o vingador é lentoMas muito bem intencionado

Danilo de Morais Veras

E esse paísVai deixando todo mundo pretoE o cabelo esticado

Mas mesmo assimAinda guardo o direitoDe algum antepassado da corBrigar sutilmente por respeitoBrigar bravamente por respeitoBrigar por justiça e por respeitoDe algum antepassado da corBrigar, brigar, brigar

A carne mais barata do mercado é a carne negra (4x)

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Danilo de Morais Veras

RA

CIS

MO

Pessoal/Internalizado

Interpessoal

Institucional

Sentimentos

Condutas

Ações

Omissões

Material

Acesso ao Poder

Sentimentos

Passividade/ProatividadeAceitação/Recusa

Falta de Respeito, Desconfiança, Desumanização,

Perseguição

Negligência ao negar a existência ou impactação do

racismo

Negativa ou dificultação de acesso a políticas públicas de

qualidade.

Esvaziamento dos mecanismos de acesso ao Poder (financeiro,

cultural e participativo)

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Racismo Institucional – Reflexões e Proposições

O que é Racismo Institucional?

É o fracasso coletivo de uma organização em prover um serviço profissional e adequado às pessoas por causa de sua cor, cultura ou origem étnica.

Como se manifesta?

O racismo institucional pode ser visto ou detectado em processos, atitudes ou comportamentos que denotam discriminação resultante de preconceito inconsciente, ignorância, falta de atenção ou de estereótipos racistas que colocam minorias étnicas em desvantagem.

Qual a sua conseqüência?

O racismo institucional determina a inércia das instituições e organizações frente às evidências das desigualdades raciais.

(Extraído do Programa de Combate ao Racismo Institucional no Nordeste do Brasil - DFID/PNUD)

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Danilo de Morais Veras

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Racismo Institucional – Reflexões e Proposições

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Danilo de Morais Veras

Racismo e Pobreza – O Estado que não Vê, não Ouve e não Fala

Foi somente em 1992, em função das exigências da Convenção 111 da OIT, sobre discriminação em matéria de emprego e profissão, que o governo brasileiro reconheceu que havia um problema racial na sociedade brasileira. De lá pra cá, no entanto, apesar da luta do movimento negro, a batalha pela desconstrução do racismo institucional tem enfrentado enormes obstáculos, com instituições públicas e privadas formando um bloco contra as políticas de ação afirmativa em debate no país.

Uma mentira conveniente – Racismo sob o manto da desigualdade

Uma das justificativas para a não aplicação de ações afirmativas pelo Estado é o discurso de que,em verdade, inexistiria uma exclusão de matriz racial, mas apenas uma exclusão de cunho social (econômico), o que provocaria uma eventual solução em relação à desigualdades de concentraçãode capital e não na concessão de benefício à determinados grupos raciais excluídos.

O apartheid disfarçado

Embora o Brasil não ostente uma legislação manifestadamente segregacionista (ao contrário), a ino- perância de representantes públicos na proteção de grupos vulneráveis promove, na prática, um apartheid cultural, que exclui determinados grupos da cidadania.

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Danilo de Morais Veras

Um discurso conveniente da Democracia

Um dos traços da democracia é, diante dos atuais arranjos institucionais, a possibilidade de concentrarpoder na mão de grupos que, via de regra, representam uma minoria. A estrutura do voto, por exemplo,permitiu que a presidência da república fosse definida com apenas 30% dos votos válidos dos brasileiros.Nesse sentido, afastar os grupos raciais menos favorecidos do poderio político é a melhor forma de perpe-tuar o sistema, formando um círculo vicioso que beneficia, sempre, os mesmos grupos.

O Estado tem a obrigação de promover a igualdade de forma ativa?

“Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional;III - erradicar a pobreza e marginalização reduzir as desigualdades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outra formade discriminação” (CF, art. 3º.)

O discurso da inexistência: o racismo embutido na negativa da existência de exclusão

Não raro, a lógica é corrompida para sustentar discursos evidentemente racistas. Os clássicos exemplosde “Não sou preconceituoso, até tenho um amigo negro”, ou “Cotas é que são racismos contra brancos”em verdade deturpam uma realidade histórica no intuito de mascarar o racismo.

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Danilo de Morais Veras

O autoconhecimento como via segura – O Negro como Exemplo de Força

Um dos caminhos viáveis – e necessários – é a promoção do autoconhecimento do negro de sua própriaforça como raça. A Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003 - que alterou a Lei n. 9394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica. Esse é um passo importante, mas não único. É necessáriooferecer aos grupos excluídos não apenas o conhecimento da própria história, mas as ferramentas de Cidadania e conscientização política para se fazerem representados no palco institucional. Nesse sentido,a recente política de cotas é sim, um ajuste necessário à violação da vedação hermética dos ambientesde poder ao acesso dos grupos raciais excluídos.

A mudança de postura

O conhecimento do próprio posicionamento no plano político-social permite desenvolver um senso críticosobre a própria conjuntura e os próximos passos. Mandela, ou Madiba – como era carinhosamente chamado,apresentou este caminho em sua jornada e acreditamos que armar o negro com um arsenal ideológicopropositivo, construtivo. Não se pode confundir a saída do negro de uma posição de dependência estatalcom a retirada da comunidade negra desta condição à força. O pseudo discurso da “acomodação” diante de políticas assistencialistas não corresponde à complexa realidade existente. Nesse sentido, há de se entender que o Estado não faz favor ao promover a igualdade, ao contrário, cumpre uma obrigação que é de interesse de todos e princípio fundamental de uma verdadeira democracia.

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Danilo de Morais Veras

Muito Obrigado!

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