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R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-45, Dez, 2010

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R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-45, Dez, 2010

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R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-45, Dez, 2010

ISSN:

INTERESPE: Interdisciplinaridade e

Espiritualidade na Educação

============================================================= Publicação Oficial do INTERESPE- Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação – Fundamentos da Educação – Linha de Pesquisa: Interdisciplinaridade e Espiritualidade: PUC/SP. R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-46. Dez, 2010. =============================================================

R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-45, Dez, 2010

ISSN:

R. Interespe São Paulo v.1 n.0 p. 01-45 Dez., 2010.

Responsabilidade editorial: Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação – Fundamentos da Educação – Linha de Pesquisa: Interdisciplinaridade e Espiritualidade: PUC/SP.

EDITOR: Prof. Dr. Ruy Cezar do Espírito Santo

CONSELHO EDITORIAL Ana Maria Ramos Sanchez Varella Gazy Andraus Herminia Prado Godoy Ivani Catarina Arantes Fazenda Priscilla Mariana Lourenço Cardoso

LOGOTIPO E ARTE: Gazy Andraus

CAPA: montagem de Gazy com arte obtida de Andreas, Antonio Eder, W. Blake, Chicolam, E. Franco, Marcilene Elvira, Schuiten e Internet.

Periodicidade: anual (com possibilidades de números extras)

Distribuição eletrônica: pelo site:

http://www.pucsp.br/interespe/

R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-45, Dez, 2010

Apresentação e Imagética Caro Leitor

Nosso primeiro número do INTERESPE é o resultado do IV Encontro Aberto

2010, cujo tema foi Educar: o Profundo despertar! Escrever uma apresentação de uma revista cujos pesquisadores são de área

multidisciplinares não é tarefa fácil. A riqueza está exatamente nesse ponto, cada um tem sua própria linguagem enriquecida por seus conhecimentos específicos e conseguem compartilhar com ousadia, suas criações. Poetas, poetisas, artistas, cada um se revelará no espaço INTERESPE da forma como se identificarem. Assim serão nossos espaços convidando outros que queiram adentrar a esse universo de possibilidades, de conexões, porque falar em Interdisciplinaridade e Espiritualidade é permitir a inclusão, é a oportunidade de cada um de poder fazer... realizar... sonhar... criar... imaginar... encontrar sua essência, ser, por inteiro...

Arte de Andraus

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Estamos acostumados aos textos cartesianos e esquecemos o poder imagético (o das imagens), que também contêm informação incidindo de maneira distinta em nossas mentes.

As imagens que permearam o IV Encontro Aberto do INTERESPE, 2010, foram sugestões para que todos pudessem despertar o hemisfério cerebral direito (criativo/intuitivo). Elas tinham certa ligação direta com os temas apresentados, mas não apenas isso, pois foram “pensadas” também intuitivamente.

O objetivo foi presentear as imagens como informação, incitando algo de engrandecedor e amplificador para uma intuição “imagética”, sistêmica e fraterna, enquanto cada membro ia desfilando suas falas/pesquisas/sentimentos. As imagens foram projetadas durante o evento como numa fórmula “racional” cartesiana pertinente ao hemisfério cerebral esquerdo (cartesiano), enquanto que toda a vibração emocional e intuitiva fraterna dos membros (e do público) iam acontecendo durante a exposição, inclusive a visualização das figuras:

« Imagem = intuição = mente amplificada e desperta» Convidamos nosso leitor a vê-las abrindo cada artigo. É assim que Gazy pensou. Assim que sentiu. É assim que aconteceu...sintam/vejam

e leiam as imagens e os textos a seguir.

Ana Maria Gazy

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Imagem extraída da internet

Educar: o profundo despertar... Tirar do mais dentro

O sentido maior do existir... Buscar na magia do "fazer"

A sacralidade do "Ser"...

Este é o grande desafio do Educador Permitir o desvelar da singularidade de seu

Educando Sua criatividade única

Sua "missão" nesse momento...

Quando assim ocorre fica desvelada a missão do próprio Educador

Que buscará então um Encontro de Companheiros

Um INTERESPE... Um acolher e ser acolhido.

Este é nosso Caminhar

Nossa pesquisa... É na verdade um convite para quem nos lê

De participar desta jornada Fundada na Interdisciplinaridade e na

Espiritualidade Presentes de forma cada vez mais clara

Na Eternidade do Agora do Ato de Educar

Até Sempre! Ruy

Dezembro de 2010

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INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação

Publicação oficial do INTERESPE- Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação – Fundamentos da Educação – Linha de Pesquisa: Interdisciplinaridade e Espiritualidade: PUC/SP. R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-45, Dez, 2010

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EDUCAR: O PROFUNDO DESPERTAR...

1. Do autoconhecimento - Espírito Santo. 2. Dos sentidos - Varella

p. 01-03p. 04-10

3. Do simbólico - Andrade p. 11-184. Da aprendizagem - Giosa p. 19-225. Da arte - Solha p. 23-246. Da liberdade - Paulino p. 25-32

7. Do sentido do movimento - Almeida p. 33-37

VIVÊNCIA

O despertar da: Hiperconsciência e da potência terapêutica - Godoy p. 36-37

UM OLHAR PARA O IV ENCONTRO DO INTERESPE

1. Impressões dos integrantes do grupo - fragmentos

p. 38-38

2. Impressões de convidados

p. 39-39

3. Poemas

3.1. O brilho do encontro - Espírito Santo e Almeida p. 40-41 3.2. Guarulhos - Espírito Santo p. 42-42 4. Sina - Andraus

p. 43-45

APRESENTAÇÃO DOS INTEGRANTES DO INTERESPE

INSTRUÇÕES PARA OS AUTORES

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p. 01-03 1. DO AUTOCONHECIMENTO Espírito Santo, 2009

(Fonte da Figura: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigosL.asp)

Estamos em um momento da história, em que a ciência conseguiu perceber, desde o

infinitamente pequeno, até uma visão cósmica, que nos conduziu à teoria do “big-bang”. Quem é esse “ser” consciente dessas dimensões universais? Aonde o conhecimento o conduz? Qual o percurso feito? Um dos primeiros Caminhos identificados é o da visão interdisciplinar. Sim, o ser humano percebeu a profunda integração presente em toda a Vida

conhecida. Constatou que no íntimo de um átomo existe pura energia em permanente movimento de integração à sua volta, ou seja, aquilo que o físico Fritjof Capra denominou de “possibilidades de conexões”, presentes no coração da matéria.

Surge, assim, desde o interior da matéria uma percepção da profunda unidade em toda a vida conhecida. Foi o nascer de uma consciência ecológica, com a consequente ação interdisciplinar ou holística, como alguns a denominam.

E o ser humano nessa percepção de unidade, onde fica? Ainda uma vez a histórica pergunta: “Quem sou eu?” se coloca. Sim, desde Sócrates o princípio de toda a sabedoria é situado no “conhece-te a ti mesmo”. Na verdade, a ignorância de si mesmo é hoje reconhecida como a origem dos assim denominados “males”, que assolam o planeta.

Se a realidade é percebida pela ciência como integrada, interdisciplinar, como é que somente o ser humano pode se “isolar” e se ver egoicamente separado da Vida?

Assim, a busca do autoconhecimento é nesse momento uma das tarefas indispensáveis para que o avanço da ciência encontre sentido em seu conhecimento. De fato, se “exteriormente” descobrimos que a vida é um todo integrado, por quê, somente nós permaneceríamos “separados” num processo de individualismo conducente aos conflitos hoje presentes em todo o planeta? Nosso olhar voltou-se profundamente para o exterior e nesse momento precisa voltar-se ao “interior”, a si mesmo, para percorrer o Caminho da autodescoberta.

É notável que com todo o avanço presente no universo, desde as viagens à lua, até a chegada ao interior do átomo, a dor, a miséria, o sofrimento, a angústia e a depressão

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fome, pela segre

ercebida no universo, continuam vivos (pelo menos até agora) e “dominando o plan

velia da consciência ecológica aqui referida, poluir inces

co ser que sente e busca tal realidade “liberta” é o que aprisi

esse “self”? A resposta a essas questões é hoje essencial na Formação do Educ

ominava de “processo de individuação”, que nada mais é que o autoc

s, por “não saberem o que faziam”... Ou seja, eram ignorantes a respeito de si me

ue estão fazendo... Usam o argumento da “liberdade”, sem saber o que estão

o, ou, ai

visão egoica, como já referida, conduz a autodestruição e a destruição de seu entor

permite ao ser humano uma integração consigo mesmo e com seu entorno, seja c

fazem-se presentes nas relações humanas, marcadas pela guerra, pela

gação, enfim, por tudo aquilo que diariamente está presente na mídia... Como entender esse quadro? De um lado fica claro, que a teoria da evolução, por si

só, não explica tal quadro... Sim, como aqueles que escapam do principio evolutivo da integração p

eta?” Conseguimos, inclusive, à resantemente o meio ambiente. Qual o mistério desse ser tão capaz de descobertas fundamentais para o

entendimento da Vida, mas, também incapaz de construir seu próprio equilíbrio existencial? Permanece o mistério da realidade que denominamos de “liberdade”. Qual seu sentido? Por que o úni

ona seus semelhantes? Seguramente a resposta é o Caminho do autoconhecimento. Sabermos que a

ignorância a nosso próprio respeito é fatal para nosso equilíbrio existencial. Jung, o conhecido psicólogo afirmava que o ser humano traz no inconsciente, além das repressões apontadas por seu antecessor Freud, o pai da psicanálise, a existência de um “self” ignorado. Qual o significado desse desconhecimento do “self”? O que é exatamente

ador. Jung denominava “self” a realidade transcendente do ser humano. Na época a

expressão “espírito” era altamente questionada, como uma realidade “não científica” e, portanto “irreal”. Assim Jung buscou na expressão “self” uma forma de apontar para uma dimensão do ser humano, que se ignorada, impedia o processo de completude de cada um de nós, que ele den

onhecimento! Na medida em que tal dimensão permanece no inconsciente, o ser humano não sai

de uma “ignorância” fundamental de sua identidade profunda! Não tenho dúvida que esta é a raiz daquilo que é chamado de “mal”. Aliás, Jung que foi o precursor dessa psicologia integradora do “self”, anunciou também a importância da integração dos opostos! Assim “certo e errado” ou “bem e mal” deveriam ser integrados numa linha de maturidade do ser humano! Lembro que a Tradição Cristã nos traz na conhecida expressão de Jesus Cristo, ao ser crucificado: “Pai perdoai porque eles não sabem o que fazem”, uma visão clara da questão da ignorância aqui levantada. Sim, Jesus perdoava seus assassino

smos... Assim, os “poluidores” de hoje, desde os países que se recusam a assinar o

protocolo de Kyoto, até aqueles que fumando poluem o ar que respiramos, seguramente, não sabem o q

dizendo. Na verdade, a consciência egoica que se fixa na materialidade, por ignorar, sua

dimensão espiritual, somente enxerga o espaço menor à sua volta vendo a necessidade de acumular bens, a qualquer preço, encontrar prazer, mesmo que destrutivo para si mesm

nda, ver no Outro um “inimigo” racial, religioso, ideológico e assim por diante... Tal no. Isto posto somente com uma visão interdisciplinar, fruto do autoconhecimento

om os

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outro

lados em nosso ego” quando a ciência já nos conduziu à visão interd

a pergunta: “Quem sou eu?”

m sido frequentemente colocado num patamar inferior por tantas “linhas religi

adiante veremos na mesma Bíblia outra expre

mente, busca também "conexões", seja c

se momento de nossa história. Seria mesmo o anunc

iplinar ou transd

a amá-lo... O Amor será sempre fruto dessa energia que cham

iável, pois que se vance na direção da formação dos educadores na linha aqui apontada.

s seres humanos, seja com o meio ambiente. O autoconhecimento permitirá que descubramos interiormente a unidade da Vida,

que como aqui ponderado já foi percebida do “lado de fora”. É até uma incoerência permanecermos hoje “iso

isciplinar referida. Tal incoerência é fruto do referido mistério da liberdade presente, na ação humana...

É preciso querer se conhecer! Buscar conscientemente a resposta dO Educador deve ser um dos primeiros a buscar tal resposta. Na busca de tal resposta o Ser humano precisa voltar-se às Tradições. Quando me

refiro às Tradições não as confundo com as Religiões... Os seres humanos envolvidos nas Religiões, como todos os demais, “muitas vezes não sabiam ou ainda não sabem o que estão fazendo.” Sim, a História é pródiga em nos desvelar as inúmeras guerras religiosas, fruto do “uso” das Tradições para exercer o Poder. Por isso tantas religiões, tantos dogmas e tanta discriminação daí decorrente. Até mesmo o principio feminino da sabedoria te

osas”. Na verdade ao indagarmos “quem sou eu” e formos buscar nas Tradições uma

resposta, vamos encontrar, por exemplo, no cristianismo que nos é mais familiar, uma expressão bíblica que, metaforicamente nos diz que o ser humano é “A Imagem e Semelhança do Criador”. Se formos mais

ssão, que nos diz que “Deus é Amor”. Assim, se a metáfora do "Amor" vai dizer de nossa essência, iremos constatar, que

curiosamente tal expressão nos traz um profundo e sincronístico encontro com o Caminho percorrido pela ciência, já aqui apontado, qual seja, que no coração da matéria o que existe são "possibilidades de conexões". Ora, possibilidades de conexões convergem com a realidade do "Amor", que segura

om a natureza, seja com o Outro... Assim, vislumbro grande beleza nesiado encontro da Ciência com a Fé! De qualquer forma acredito profundamente que a humanidade está percorrendo

um Caminho através da História, que hoje nos aponta para esta visão interdiscisciplinar, que significa um desvelar da consciência da Unidade da Vida. Para concluir esta reflexão, e dentro dos limites previstos, quero enfatizar que nossa

realidade de Amor é que é a Fonte do mistério da Liberdade. Sim, um pai pode obrigar seu filho a tudo, menos

amos de liberdade... Concluindo é importante frisar que, como acentua Fazenda, a Interdisciplinaridade

é antes de tudo uma postura do educador, postura essa que nasce do caminhar na direção do autoconhecimento e que conduzirá à unidade do saber. Inada

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p. 04-10 2. DOS SENTIDOS Varella, 2010

Fonte Menino-Caranguejo - autoria: Chicolam (http://www.meninocaranguejo.com/)

Este artigo tem por objetivo amenizar a angústia de meus colegas professores. Convido-os a pesquisarem e se aprofundarem nos estudos da Interdisciplinaridade e Espiritualidade, pois percebo a cada dia a importância e necessidade de colocar na prática pedagógica, a possibilidade de ir além da sala de aula. É o momento de perceber a riqueza do desenvolvimento individual, constatar que cada grupo, cada ser é diferente. Em cada ação o professor também se torna diferente, pois estimula e é estimulado. Em cada nova sala os desafios são muitos e diferenciados e vão requerer mudanças pedagógicas, é um jogo sem acomodação.

Quase sempre experiências anteriores não evitam o caos que pode ser instaurado em sala de aula a qualquer momento, porém com persistência, o profissional experiente encara os desafios, evita não permanecer na mesmice, com seus ranços, porque ele convive diariamente com vidas que estão em constante mutação, em constante metamorfose.

É difícil superar a rapidez imposta pela comunicação digital, mas se as temáticas apresentadas aos alunos permitem que opinem, se identifiquem, encontrem sentidos e valores, o processo e os resultados serão profundamente transformadores.

Há a necessidade do desprendimento do professor em vê-los se desenvolver nesse processo de interiorização, autoconhecimento e desenvolvimento da linguagem. Estimular o aluno, esse é o caminho, mas como traçá-lo, se o próprio professor está desestimulado? Sem paixão? Sem desejo? As disciplinas são apenas oportunidades de criar estratégias para o desenvolvimento do processo educativo e a criatividade é uma das formas de abertura de consciência e sentidos.

O que não podemos nos esquecer é que em nossa vida diária precisamos também utilizar de criatividade para transformar nosso dia a dia. Como fazer isso?

Goswani (2010, p.110) afirma que a criatividade é o alimento para a alma. Significa então que precisamos alimentá-la no dia a dia para não morrermos, para não cairmos na tristeza ou desânimo.

Segundo ele somente conseguiremos mudar o mundo partindo para outros fundamentos que não sejam o materialismo, entre eles a física quântica, o desenvolvimento espiritual e o nosso poder criativo. Ele afirma que a criatividade não é apenas nossa preparação para o novo século, mas também para o estágio seguinte de nossa evolução. A pergunta é como darmos esse salto quântico da evolução neste momento?

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Não há tempo a perder, precisamos despertar, nos movimentar e rápido, já que ficamos muito tempo retidos em nossa evolução. A ciência materialista ainda domina, Forças de separação e mentalidade determinista e mecânica ainda reinam soberanas. Essa mentalidade gera mediocridade e consumismo e no cenário da criatividade tradicional ficamos com fome na alma, como afirma Goswani (2010, p.116). O que nós temos de perceber e compreender que o que a alma sente não é a falta do dinheiro para consumir alimento espiritual, mas a criatividade para a produção do alimento espiritual.

Segundo o autor, quando a mediocridade e o consumismo produzem em massa fome nas almas, as pessoas realmente criativas de nossa sociedade, no lugar de serem os heróis que devemos seguir para que a consciência evolua, são os forasteiros dos quais devemos desconfiar porque são perigosos.

Somente poderemos respeitar as pessoas criativas se nós mesmos apreciarmos tanto a criatividade a ponto de nos tornarmos produtores e consumidores do alimento para a alma.

A criatividade tem um significado muito importante em nosso autodesenvolvimento e evolução. É necessário compreender o processo criativo e praticá-lo com consciência. Vamos aprender a usar a criatividade em todas as áreas de nossas vidas e na busca da transformação do nosso ser. Mudar a motivação, passar da dedicação à criatividade pessoal e também voltada para o movimento evolucionário da consciência planetária.

Precisamos valorizar mais o processo criativo nas artes, nas humanidades, nas ciências. Goswani (2010, p.110) acrescenta que quando nos sentimos inspirados a colocar a criatividade no centro de nossa vida e sincronizá-la com o movimento vital, com o movimento evolucionário da consciência, estamos prontos para tornar uma só coisa interior e exterior, masculino e feminino. Até para transformarmos nossas emoções negativas precisamos mexer com nossa criatividade no domínio do vital. A prática do amor incondicional pode ser um caminho.

Durante a vida de um educador muitas experiências são realizadas e vividas. Ações vitoriosas, fracassadas, outras ainda que passam totalmente despercebidas por quem vive ou assiste a esse processo.

Optei resgatar, para este artigo, uma experiência recente, que me deixou marcas para sempre, pois veio confirmar a importância de minha inteireza dentro do espaço sala de aula, confirmou a captação dos alunos para a narrativa invisível. É ação e reação. Nós, educadores, somos responsáveis em levar o que temos de melhor, sem arrogância, mas respeitando a trajetória de vida dos educandos. Nossa vida continuará e a deles também, porém, se conseguirmos que pensem em nós, no que transmitimos, será a grande contribuição dos aprendizados passados com amor e responsabilidade.

Conhecendo-me melhor há a possibilidade de criar vínculos com os outros ao meu redor. O amor é um dos conteúdos básicos da minha existência. Dialogo com ele na profissão, na família, com os amigos, enfim ele é utilizado para eu conviver, independentemente com quem.

As leituras realizadas proporcionaram-me perceber que a arte e a linguagem poética me permitem um encontro. Caminho livremente pela Interdisciplinaridade que dá essa condição de inovar na pesquisa, investigando, e não oportunamente ou escondidamente, procuro a mim mesma, meu potencial interno. Uma volta aos preceitos internos, aos valores adquiridos, a minha fé, a minha afetividade, a minha espiritualidade. Essa percepção vem me transformando, procuro a mim mesma, percebendo o outro e com ele compartilhando. A Educação é uma oportunidade de desenvolvimento espiritual e os

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estudos interdisciplinares podem ser um fio condutor de buscas, descobertas, crescimento e desenvolvimento. Ela me permitiu abrir o campo para estudos mais profundos sobre a minha espiritualidade, para o meu desenvolvimento de potencialidades.

Experiências são experiências e elas devem servir para nosso crescimento. Por esse motivo não dispenso conhecer situações e pessoas, porque tenho a certeza de que serei muito enriquecida nesses encontros. Sigo no processo de desenvolvimento de minha escuta sensível, afinada, prestando atenção a tudo e olhando em todas as direções.

E assim aconteceu mais uma oportunidade de trabalho. Um convite apressado e instigante, substituir um professor que havia deixado o módulo do curso de pós em formação. Não sei por quê, minha intuição aprovou o convite.

Li o plano de ensino que se encaixava muito bem a uma Psicopedagoga como eu, porém pedir disciplina a uma profissional interdisciplinar é perda de tempo.

Minha estratégia era exatamente me desafiar mais uma vez a fazer o diferente, embora o trabalho seja maior, mais delicado, se der certo provocará muito mais os alunos envolvidos e consequentemente o meu ser professor.

Estava ansiosa em conhecê-los, um pouco apreensiva, como iriam receber um professor diferente após encontros com o outro professor? Nem sabia o que havia feito e preferi não saber, assim teria mais liberdade para atuar. Preferi deixar minha intuição trabalhar. Separei vários textos, livros da bibliografia e fui com a intenção de levar o meu melhor a eles.

Entrei, fui apresentada e me apresentei. Havia ali alunos de 4 cursos diferentes: Enfermagem, Biologia, Fisioterapia e Educação Física. Olhei com carinho para eles e percebi que os que estavam sentados ao lado da parede estavam se escorando nelas. Um jeitinho clássico de acomodação para tirarem uma soneca pós almoço. Fiquei preocupada, porque teria de desacomodá-los. Estavam esperando uma aula para dormirem um pouco ou muito? A tela para o “Power Point” estava instalada e esperavam meu “pen drive” para começarem a dormir ou fecharem um pouco os olhos cansados dos plantões? O que fazer? Já me senti acolhida pelo comodismo, pela mesmice instaurada, acomodação não, esse não poderia ser o caminho para permanecermos juntos por mais de 4h, em um sábado à tarde.

Com essa dúvida e angústia instantâneas, captadas ali em segundos e nos olhares de estranhamento, desandei a falar, a elogiá-los e agradecer a oportunidade de tê-los conhecido. Olhei para a lousa e pedi que dois dos homens presentes me ajudassem a enrolar a tela. Frustração da platéia? Não haveria “Power?” Por quê? Teriam de copiar da lousa? Mais preguiça. Meus pensamentos apenas captavam tudo o que se passava ali.

Uma delas ensaiava o encostar-se à parede, mas ficou intimidada, fechou os olhos por instantes e eu não deixei que adormecesse. Pedi a todos que tentassem ficar acordados, esse era o grande desafio para quem trabalha à noite. Superação, aproveitar ao máximo a oportunidade que estávamos tendo de estarmos juntos, trocando, aprendendo com as experiências de todos os presentes.

A palavra de ordem do primeiro encontro foi desafio. Contei a eles um pouco de mim, comentei da importância dos cursos na área da saúde, passei a palavra para que pudessem contar o que queriam. Alguns casos interessantes surgiram e aos poucos os que estavam mais cansados foram se interessando e o corpo tomando outra forma. Fui chamando, pedindo que se colocassem, as paredes foram se afastando dos ombros deles.

Um caso exposto de imediato mexeu com todos. Uma enfermeira pediu a palavra e indignada e chorando contou o que havia acontecido em seu plantão.

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Estava cuidando de uma paciente com câncer de mama, quando o médico entrou com sua equipe. Ele levantou sua roupa, nem percebeu que a jogou sobre a cabeça da paciente e começaram a apalpá-la sem dar o mínimo de atenção a ela. Ela era mais uma vez apenas o objeto de estudo daqueles médicos. Ao perceber a situação, ela delicadamente pegou em sua mão, arrumou sua roupa, tirando-a de seu rosto e ficou ali até que os médicos saíssem. A paciente não disse nada, apenas a olhou com carinho e agradecimento que foi percebido também pelo seu silêncio.

Todos fizeram comentários, estavam indignados, inclusive eu também me

emocionei muito em ver que todos estavam prestando atenção e que os que ainda tentavam fechar os olhos, voltavam seu corpo para uma posição de alerta.

Percebi que estavam surpresos em poder se colocar, se expressar, contar seu dia a dia dolorido, suas indignações no tratamento com o paciente. Percebi que aquele seria o caminho, acionar o botão da acomodação, para desacomodá-los, tirá-los da zona de conforto em que estavam. Eles precisavam falar, se expressar, ter voz. No final desse encontro, pedi que expressassem por escrito o que havia ficado pra eles daquele dia. Para minha surpresa escreveram com vontade, não tiveram pressa para deixarem a sala, embora a aula já tivesse terminado. Destaquei alguns fragmentos escritos por eles no final do primeiro encontro:

“Sou professora na alma, gosto de trocar experiências sobre o ensinar. Posso dizer que me senti surpreendida hoje. Imaginei que teria uma aula conteudista e entra uma professora que quebra paradigmas. No lugar de “slides”, trocamos informações, comecei a me transformar.”

“Nesta aula me senti motivado a me expressar, a desabafar, a trocar experiências.” “Agradeço a você ter me ensinado um novo caminho, você me fez ficar acordada.” “É muito bom quando temos abertura para conversar, gostaria que os encontros na

sala de aula fossem sempre interativos”. “Hoje conhecemos uma professora que permitiu que meus colegas falassem de suas

experiências, foi importante para eu perceber que tenho de aprender com a experiência deles. A novidade, às vezes, dá medo, mas temos de encontrar novos caminhos...”

“Entendi que para viver a vida tenho que fazer meu movimento individual respeitando, construindo, criando.”

Após ler os depoimentos acima mencionados, tive a certeza, o grupo merecia que eu fosse além de tudo o que já havia feito ou pensado. Respeito e carinho eram pouco do muito que demonstravam de vontade de sair do lugar. Apresentaria a eles a oportunidade de se conhecerem e reconhecerem seus talentos escondidos. Faria de tudo para que fossem mais felizes consigo e com a profissão escolhida.

No segundo encontro, estavam mais animados, já haviam percebido meu jeito falante e desacomodador. Tirá-los do chão, esse era o meu desejo.

Tinha proposto como estratégia trabalhar a cada aula palavras representativas e naquele dia ao entrar, a palavra que veio a minha mente foi respeito e compartilhar. Se meu desejo era estimulá-los cada vez mais a que colocassem seus talentos à mostra, pensei em resgatar o lado poético deles. Levei várias poesias de Drummond e pedi que se separassem em grupos e escolhessem uma poesia. O tema escolhido foi: Uma aula diferente. Pedi que preparassem um projeto e a poesia deveria fazer parte da aula em qualquer momento. Ela seria o símbolo da aula ministrada. Além disso incentivei-os a se conhecerem melhor, escrevendo um pequeno memorial.

No terceiro encontro estavam super empolgados quando eu cheguei. Até reclamaram que eu estava atrasada, embora não estivesse. Não dei de início a palavra a

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eles. Resolvi incluir mais palavras àquelas já colocadas: ousadia e humildade. Adoraram a ideia e começaram as apresentações. Os temas velhice, cuidados paliativos, desinibição, deslocamento, capacitação profissional foram muito bem recebidos pela sala. Todos se envolveram e participaram animados de todas as dinâmicas apresentadas.

O quarto encontro foi o dia de maior emoção que eu pude sentir e para eles não foi diferente. Faltavam 3 grupos para se apresentarem com suas aulas diferentes. O primeiro tema doação de sangue já emocionou a todos, dramatizaram uma situação de desespero e todos ficaram comovidos. Precisar de sangue e não ter como recebê-lo por falta de doadores. O segundo tema: As necessidades dos idosos, fez com que cada um repensasse o posicionamento em relação aos parentes idosos. Muitos lembraram de seus pais, avós, emocionaram-se, emocionando a todos.

Para coroar a tarde, surgiu o último grupo com o tema: amor. Mais emoção no ar, todos foram contagiados pela palavra e o que ela representa. O exercício proposto de uma aula diferente tinha atingido seu objetivo. Os alunos tiveram a oportunidade de refletir, de extravasar emoções, rever suas histórias, choraram, agradeceram a oportunidade de poder exercer esse movimento de expressão.

Ao terminar a aula, a última aula do módulo, agradeceram todo o carinho recebido e eu recebi presentes, os mais significativos de toda a minha vida de educadora, que compartilharei com meu leitor. Compartilho com vocês os abraços carinhosos, as palavras de incentivo, palavras de carinho e dois presentes materializados.

Uma das alunas ao me abraçar me chamou e me entregou um pano, me surpreendi, isso nunca havia acontecido comigo. Abri, parecia um pano de copa, era bordado, delicado e na ponta estava escrito a palavra AMOR.

Vocês podem imaginar o que senti? Nenhuma palavra representaria o meu sentimento a não ser a palavra amor e reconhecimento por ter podido vivenciar aquela emoção.

Que representação poderia tirar desse presente tão significativo? Outra aluna ao me abraçar colocou um rolinho de papel em minhas mãos e apenas

me disse:---leia em casa. Estava muito emocionada para desobedecer, mas não aguentei a curiosidade, li

assim que cheguei ao carro e desabei em lágrimas. Era um papel enrolado com uma bala e o bilhete dizia:

“Professora, aceita esta bala como prova de carinho que sinto por você, porque você fez aparecer vários talentos que estavam escondidos dentro de nós. Beijos.”

E a bala, que eu poderia tirar dessa simbologia? Minha emoção doía, quantos incidentes já haviam acontecido em minha vida

profissional, muitos alunos já haviam manifestado descontentamentos comigo, com minhas aulas, mas compreendi a importância do movimento transformador na Educação.

Tinha de aproveitar essa chance que a vida me dava do reconhecimento que é totalmente passageiro, mas marcante. Afinal em cada sala de aula é um novo público, com diferentes perfis e vontades.

Mais uma lição de vida, o que aprendi com esse grupo tão sensível? Sem dúvida é aproveitar quando o grupo entende sua mensagem. Perceber a importância que o profissional na área da educação tem porque ele pode fazer a diferença, ele pode cooperar com a transformação do ser.

Se o discurso foi compreendido, a reação também foi imediata, com certeza tanto professor como alunos estavam na mesma sintonia e conseguiram extrair o melhor dos

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dois lados. Essa é a verdadeira transformação individual e coletiva que podem ocorrer em uma simples sala de aula!

Eu agradeço a esse grupo, agradeço o convite de poder ter tido a oportunidade de aprender com eles. Eles foram meus grandes Mestres. Agradeço ao Coordenador do curso, que embora não me conhecesse, soube respeitar o meu jeito de ser e confiou. Isto é mais do que tudo! É como se tivesse me dito que sabia que eu iria fazer o meu melhor. Assim entrei na sala de aula desde a primeira vez, confiante de que estava amparada. Por esse motivo o reconheço e compartilho com ele os elogios a mim direcionados.

Vocês leitores, podem estar perguntando o porquê desse relato. Eu apenas respondo que toda experiência compartilhada poder ser um grande aprendizado. Além disso é um convite ao estímulo tanto do educador quanto do educando. É uma mostra de respeito entre coordenador, educador, educando e o resultado é a verdadeira parceria interdisciplinar na Educação. Este grupo soube aproveitar as oportunidades oferecidas para serem os atores de suas construções, cantaram, dramatizaram, foram poetas...

O teatro, a dança, a música, a linguagem desenvolvem a conscientização dos indivíduos, encorajam a comunicação mesmo que não verbal, unificam corpo e mente e possibilitam um contato com o sentido espiritual de liberdade no aqui e agora. A Interdisciplinaridade acelera esse processo interno de desenvolvimento íntimo dos indivíduos, na busca de encontros. Ela é arte, porque o ser que a exercita tem a possibilidade de desnudar-se numa relação entre movimento e emoção. Quando faltam palavras buscam-se localizações de imagens para expressar os sentimentos. Se dança, teatro, imagens, pinturas, linguagem são movimentos de encontros íntimos, a Interdisciplinaridade tem conseguido, com seus pesquisadores, esse movimento das descobertas também porque possibilita diferentes manifestações e consciência de si mesmo.

Encerro este relato com palavras escritas pelos alunos, as suas reflexões finais após ministrarem as aulas diferentes preparadas por eles, certa de que valeu a pena mais uma vez o meu desprendimento e minha humildade em compartilhar o que tenho de melhor, a habilidade de incentivar o outro a se encontrar a partir da escrita, a utilizar a sua criatividade.

“O trabalho em equipe nos levou a perceber o aprendizado compartilhado e desafiador e com muita ousadia, levando em conta o respeito e humildade. Quero fazer o diferente.”

“Fiquei estimulada a pesquisar mais, a aprender mais, a querer que o outro aprenda mais.”

“Aprender a olhar o outro com carinho e respeito, talvez esse seja o maior desafio na vida.”

“Aprendi a me respeitar, os encontros trouxeram esse grande aprendizado pra mim.”

“Enxergar meu aluno com carinho e compreensão, isso eu aprendi...” “Eu sou uma folha em branco, uma pessoa cheia de espaço para se reescrever, fazer

uma nova história, escrever um novo capítulo do meu ciclo de vida.” “Acredito que crescemos emocionalmente, espiritualmente e culturalmente a cada

segundo pela troca de experiências e conhecimentos.” Com esses depoimentos aprendi mais uma vez que não importa o lugar, não

importam quem são as pessoas, todos somos seres em busca de novas descobertas, de novos caminhares para despertar novos sentidos em nossa existência.

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p. 11-18 3. DO SIMBÓLICO Andrade, 2010

“o pedagogo precisa dar atenção especial a seu próprio estado psíquico a fim de estar apto a perceber seu erro, quando houver qualquer fracasso com as crianças que lhe são

confiadas. Ele mesmo pode ser a causa inconsciente do mal.” Carl G. JUNG (1981)

Imagem extraída da internet (sem referência ao autor ou site)

Resumo: Este artigo resulta da dissertação de mestrado1 e da experiência de mais de dezoito anos na clínica de uma psicóloga, atuante em consultório e em escolas, particulares e públicas, com crianças, famílias e educadores. A partir de experiências profissionais e do seu próprio processo de individuação2 a levou a refletir sobre a importância de incluir a vivência simbólica3 no processo de autoconhecimento do educador. A partir deste tema, que foi trabalhado na sua pesquisa de mestrado, este é um caminho apontado como resultado da pesquisa, que a mobilizou para uma prática educacional que envolve a Totalidade do Ser e, por conseguinte, engloba as funções sentimento, intuição, pensamento e a sensação.Este artigo pode ser denominado como um convite “despertador” de uma pesquisadora que na medida em que ao se “entregar” a este caminho realizou uma trilha transformadora. Acredita no caminho de vivência integradora e transformadora por meio do simbólico e a partir do seu processo de

1Autoconhecimento e pedagogia simbólica Junguiana: Uma Trilha Interdisciplinar Transformadora na Educação (realizada na PUC-SP, defendida em 15/09/2010) 2 O conceito de individuação foi criado pelo psicólogo Carl Gustav Jung e é um dos conceitos centrais da sua psicologia analítica. A individuação, conforme descrita por Jung, é um processo através do qual o ser humano evolui de um estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica uma ampliação da consciência. Através desse processo, o indivíduo identifica-se menos com as condutas e valores encorajados pelo meio no qual se encontra e mais com as orientações emanadas do Si-mesmo, a totalidade (entenda-se totalidade como o conjunto das instâncias psíquicas sugeridas por Carl Jung, tais como persona, sombra, self, por exemplo) de sua personalidade individual. 3 Segundo Dr. Byington “todas as coisas e vivências são símbolos. A percepção da parte como símbolo a remete ao Todo. Assim conceituado o símbolo é a célula da Psique (Saiz laureiro, 1989). Ensinar por intermédio do símbolo, por conseguinte, é situar a parte inseparavelmente do Todo.” (2003, p.34/35)

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p. 12-18 autoconhecimento, deseja ao compartilhar o seu processo, mobilizar educadores para que possam iniciar ou reiniciar suas próprias trilhas simbólicas transformadoras.

Palavras - chave: Autoconhecimento. Vivência simbólica. Trilha transformadora. 1. Introdução

A partir deste artigo resultante da minha dissertação de mestrado4, como psicóloga e educadora, desejo ao compartilhar o meu relato sobre o meu despertar simbólico contemplado no meu processo de individuação, mobilizar educadores para que possam refletir sobre a possibilidade de se autoconhecerem por meio da vivência simbólica5 e construir caminhos que possam direcionar a educação integradora.

Como pesquisadora, ao seguir o meu mito pessoal ou metáfora: “Transformar-se para poder transformar”, apontei para a reflexão sobre a importância de o educador conhecer-se para construir caminhos que possam direcionar a educação integradora. Para que este caminho possa ser concretizado, na pesquisa foi apontado outro elemento necessário ao processo educacional que diz respeito à vivência da consciência humanizadora propiciado pelo caminho vivencial da elaboração simbólica, que envolve a Totalidade do Ser e, por conseguinte, engloba as funções sentimento, intuição, pensamento e a sensação.

Antes do relato da minha “trilha transformadora”, inicio o chamado para aqueles que desejam se dispor a dar alguns passos que reconheci como fundamentais para iniciar a minha trilha. Esses passos foram direcionados ao responder as seguintes questões simbólicas introdutórias: Qual é o ponto de partida? Como se podem aproveitar outras experiências de trilhas anteriores? Para onde se deseja ir? É possível se definir o trajeto? Qual é a finalidade consciente e inconsciente ao realizar este caminho? O que é necessário levar na bagagem para se percorrer esta trilha? Esta é uma proposta que pressupõe a transformação do educador e educando no processo educacional, é facilitada para o educador que se dispõe a ousar, a inovar a se transformar para poder transformar. 2. Vivenciando o mito pessoal

Na minha dissertação, vivenciar de forma intuitiva o mito pessoal, que segundo

Campbell (2007) é uma metáfora da potencialidade espiritual do ser humano, me direcionou por meio do universo simbólico para o meu desenvolvimento espiritual, contemplado no processo de individuação, o que revela o mito como um “chamado anímico”, podendo funcionar como uma “chave despertadora” para este processo.

4Autoconhecimento e pedagogia simbólica Junguiana: Uma Trilha Interdisciplinar Transformadora na Educação (realizada na PUC-SP, defendida em 15/09/2010) 5 Segundo Dr. Byington “todas as coisas e vivências são símbolos. A percepção da parte como símbolo a remete ao Todo. Assim conceituado o símbolo é a célula da Psique (Saiz laureiro, 1989). Ensinar por intermédio do símbolo, por conseguinte, é situar a parte inseparavelmente do Todo.” (2003, p.34/35)

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p. 13-18 Quais são os passos para sermos despertados pelo universo simbólico? Quando a

mente explora um símbolo, segundo Jung, as idéias são conduzidas fora do alcance da razão. A imagem ou palavra, segundo Jung (1987), pode ser simbólica, na medida em que implica algo além do seu significado manifesto e imediato, apresenta um aspecto inconsciente mais amplo, que nunca é precisamente definido ou esgotado.

Segundo Campbell, nós somos tomados pelos mitos, somos capturados pelos mitos, ou seja, talvez deixarmos entrar em contato com algum símbolo ou vivência simbólica que pode surgir por meio de uma idéia, imagem ou sonho, inicialmente pode causar estranhamento ou curiosidade. Na minha vivência fui capturada pela imagem da “flor de lótus”. Embora ao iniciar a minha pesquisa, tinha conscientemente outro planejamento e outra temática que me causou certo estranhamento, no entanto, me permitiu entrar em contato com esta metáfora simbólica de transformação. Abri “mão” do controle racional e da função pensamento e me direcionei a um importante ponto de partida para a trilha: “A entrega”.

Posicionando – me no ponto de partida, pronta para o desconhecido e levando na bagagem a “escuta sensível” 6, iniciei o meu percurso rumo ao processo de individuação- trilha transformadora. Entrar em contato com símbolos inconscientes existentes na “sombra”, aspectos obscuros na minha psique, propiciou examinar e reavaliar trilhas anteriores para poder preparar a bagagem para esta trilha.

Byington (1996) entende que pode evitar a neurose, quando as defesas não se cronificam e o acesso aos símbolos inconscientes existentes na Sombra é mais livre, o que denominou de Sombra Circunstancial. E assim quando existe um bloqueio dos símbolos inconscientes existentes na Sombra pelas defesas do Ego consciente por um longo período geralmente existe uma fixação e uma resistência maior das defesas e esse acesso aos símbolos inconscientes fica mais difícil. Essa sombra é denominada pelo autor de Sombra Cronificada. Como reconhecermos e agirmos com esses símbolos “sombrios” em um processo educacional? As funções estruturantes de defesas surgem sempre que a elaboração simbólica for dificultada e forma uma fixação. A empatia, a compreensão, ou seja, a afetividade na relação no processo educacional ajuda a evitar a formação da Sombra Cronificada e muitos casos, ainda, podem ajudar a transformá-la em criativa.

No meu processo ao vivenciar os aspectos inconscientes e sombrios como, por exemplo, a dificuldade de escrever desenvolvi a função da criatividade e inclusive a ousar a escrever poesias.

Todas as funções psíquicas, segundo Byington (2003), são estruturantes. Medo, ansiedade, orgulho, coragem, tristeza, alegria e todas mais, contêm as polaridades e interagem criativa e defensivamente em nosso processo de individuação. Cabe ao educador perceber o que ocorre na interação com o aluno no contexto escolar, o que Byington denominou de Self pedagógico. Ao levar na minha bagagem e reconhecer no meu percurso todas estas polaridades na minha própria ação pude-me sentir mais integrada e interagir no contexto educacional de uma forma diferente, por exemplo, com novas idéias e projetos.

Outro elemento da bagagem para esta trilha foi desejo inconsciente de “humanização” no processo. Para isto a condição foi voltar ao mundo vivido e recuperar a unidade pessoal, pois, o grande desafio foi à tomada de consciência sobre o sentido da

6 Segundo Barbier, (2007, p. 94): “escuta sensível apóia-se na empatia. O pesquisador deve sentir o universo afetivo, imaginário e cognitivo do outro para compreender do interior as atitudes e os comportamentos, os sistema de idéias, de valores, de símbolos e de mitos” (grifo meu), ou a existencialidade interna.

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p. 14-18 presença do Ser humano no mundo, portanto, o que requisitou uma mudança de postura na relação metodológica de como ensinar e como. Levou em conta os pressupostos de substituição de uma concepção fragmentária, pela concepção unitária de Ser humano no sentido da recuperação da totalidade.

Segundo Jung, o inconsciente coletivo é organizado em símbolos e modelos chamados arquétipos. Os mitos representam um tipo de arquétipo. A formação de cristais foi uma analogia que Jung usou para ajudar a explicar a diferença entre os padrões arquetípicos e os ativados em nós: um arquétipo é como um padrão invisível que determina qual a forma e a estrutura que um cristal tomará enquanto se molda.

Outros tipos compreendem as histórias de fadas, as sagas populares e as obras de arte. Segundo Jung, todas as mitologias têm alguns traços comuns e estudando a mitologia poderíamos traçar o desenvolvimento psicológico da humanidade. Cada indivíduo deve encontrar um aspecto do mito que se relacione com sua própria vida. Os mitos têm basicamente quatro funções. A primeira é a função mística. Os mitos abrem o mundo para a dimensão do mistério transcendente. A segunda é a dimensão cosmológica, a dimensão da qual a ciência se ocupa- mostrando qual é a forma do universo, mas fazendo – o de uma forma que o mistério, outra vez se manifesta. A terceira função é a sociológica – suporte e validação de determinada ordem social (princípios éticos, por exemplo). E aqui os mitos variam de lugar para lugar, mas existe a quarta função do mito, aquela que todas as pessoas deveriam tentar se relacionar - a função pedagógica, como viver uma vida humana sob qualquer circunstância. Hoje temos que reaprender o antigo acordo com a sabedoria da natureza e retomar consciência de nossa fraternidade com os animais, a água e o mar.

Segundo Campbell (2007), precisamos de mitos que identifiquem o indivíduo, não com o seu grupo regional, mas com o planeta. Não se pode prever que mito está para surgir, assim como não pode prever o que irá sonhar esta noite. Mitos e sonhos vêm do mesmo lugar. Vêm de tomadas de consciência de uma espécie tal que precisam encontrar expressão numa forma simbólica e está relacionado ao amadurecimento do indivíduo, da dependência à idade adulta, depois à maturidade e depois à morte. Assim, ao seguir o caminho simbólico não é possível se definir o percurso, a trilha vai sendo construída.

Entrar em contato com o mito me encorajou a construir a trilha. O mito ajudou a reagir diante de certas crises de decepção maravilhamento, fracasso ou sucesso. O mito me ajudou a me reconhecer no meu processo. Como podemos observar a partir dessas colocações, os mitos podem nos aproximar de nós mesmos, do nosso próprio processo de individuação, de crescimento, de desenvolvimento.

Após a identificação de alguns sinalizadores, e alguns itens para a bagagem deste percurso simbólico durante a minha pesquisa, sintonizados por meio da escuta sensível, pude reconhecer a importância de incluir na bagagem a pedagogia simbólica Junguiana e a interdisciplinaridade.

O método da pedagogia simbólica, segundo Byington (2003, p. 15): “centrado na vivência e não na abstração, e que evoca diariamente a imaginação de alunos e educadores para reunir o objetivo e o subjetivo dentro da dimensão simbólica ativada pelas mais variadas técnicas expressivas para vivenciar o aprendizado”.

No meu processo, frente a uma realidade posta, a vontade que nasceu do coração precisava da ação e de mãos para ser construída. Era um “pedido” do meu self 7. Percebia, aos poucos, que as questões apresentadas me conduziam para uma direção em

7 Self ou si mesmo, Jung considera como principal dos arquétipos ou arquétipo central e a soma dos processos inconscientes e conscientes.

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p. 15-18 busca da minha totalidade. Assim, para iniciar a trilha simbólica é importante reconhecer quais são as verdadeiras mobilizações e origens do movimento.

Na minha trilha pude reconhecer a importância de perceber e desenvolver outras capacitações que vieram da dimensão afetiva e da função do sentimento.

Reconheci a importância de vivenciar o arquétipo de Alteridade que propicia a dialética do processo da mutualidade, do Encontro e rege a diferenciação da Consciência e, por isso, possibilita a integração das polaridades e sabedoria do viver. Inclui os arquétipos da anima8 e do animus que lideram o processo de individuação na segunda metade da vida e possibilitam a capacidade de empatia, uma vez que equacionam melhor a relação do Ego – Outro no que propicia a interação criativa entre o padrão matriarcal e o patriarcal.

Confrontar-se com aspectos mais obscuros da sombra como “potenciais transformadores” 9, podem emergir ao longo dessa trilha interdisciplinar. Metaforicamente, aqui pode aparecer o mito pessoal, bem como, evidenciado a importância da vivência simbólica no processo de desenvolvimento. A vontade de transformar e a integração psíquica do princípio feminino possibilitaram a expansão da sensibilidade e afetividade o que se opõe a uma atitude autoritária e machista que ainda prevalece em muitas situações e contextos, inclusive no educacional.

Para que a trilha fosse percorrida a Interdisciplinaridade que, segundo Fazenda (2003), é pautada em ação, movimento e reconhece a renovação e transformação nesse processo, proporcionou encantamento nas práticas educacionais.

Humildade, respeito, desapego, espera e coerência, são destacados e trabalhados por Ivani Fazenda como importantes princípios Interdisciplinares. Por meio do desenvolvimento desses princípios, dimensões essenciais do ser humano, vivenciei por meio da interdisciplinaridade, a finalidade de educação proposta por Gusdorf (2006), uma vez que contribui para a ampliação da consciência de humanidade. 3. Considerações finais

Todas as questões levantadas que abarcam o processo de autoconhecimento, poderiam ser aplicadas na formação do educador, o que a partir da ampliação da percepção contemplaria o desenvolvimento do Ser em sua totalidade, o que se assemelha ao processo denominado por Jung de individuação, que significa um processo por meio do qual o ser humano evolui do estado infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que implica a ampliação da consciência.

O padrão de totalidade afeta nossas vidas pelas necessidades de integridade, de completude de autenticidade e coerência e são fundamentos também presentes na interdisciplinaridade, pois reúne tudo o que diz respeito ao processo de Ser. Quando o educador se fecha para este arquétipo, pode perder o sentido de sua vida e profissão.

É o arquétipo que pode mobilizar o educador para o ensino da Totalidade e não somente para a habilidade cognitiva e, por englobar o caminho das polaridades, aproxima as funções psíquicas opostas: sentimento e intuição e pensamento e sensação.

8 São termos introduzidos por Jung que representam a complementaridade no psiquismo masculino (anima) e no feminino (animus). 9 Simbolicamente compreendido como talentos ou potencialidades desconhecidas.

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p. 16-18 Pude me beneficiar vivenciando esse arquétipo, que era a minha pergunta existencial:

Como poderia realizar esse processo? Sinto que mesmo que quisesse contribuir, enquanto psicóloga, para mobilizar o educador para que esse arquétipo pudesse ser vivenciado, que foi a minha pergunta consciente, não conseguiria totalmente, teria primeiro que percorrer essa trilha que me transformou, ou seja, seguir o meu mito pessoal: “Transformar-se para poder transformar”. O que aponto para a reflexão sobre a importância de o educador conhecer o seu mito pessoal, que será possível se houver o desejo e movimento do educador para se conhecer.

Como colocou Cortella (2008) “Qual é a tua obra?” sugere a importância da subjetividade no processo educacional, o que implica o processo de autoconhecimento.

Propiciar o acolhimento da intuição e do sentimento do aluno, já seria um caminho para mudar esse cenário educacional fragmentador, pois de acordo com Byington, são funções estruturantes que conectam as partes com o Todo e nos encaminham para compreender a importância do trabalho com o imaginário e a fantasia.

A tendência para o terceiro milênio é de que possamos estabelecer o equilíbrio e a dialética entre o matriarcado e patriarcado, o que ocorre na função do arquétipo da Alteridade. Esse movimento para estabelecer o equilíbrio entre as forças do masculino e do feminino também podem se relacionar com as colocações de Ruy Cesar do Espírito Santo (2003) no que diz respeito à humanidade passar por estágios em seu desenvolvimento.

Através do processo de autoconhecimento ou individuação, o Ser identifica-se menos com as condutas e valores encorajados pelo meio no qual se encontra e mais com as orientações emanadas do si–mesmo (self ) ou totalidade, o que poderia mobilizá-lo para uma prática propiciadora de habilidades interacionais ligadas ao ouvir, compreender, aceitar, respeitar e compartilhar, o que, contribuiria com o processo educacional.

Dessa forma, o processo de autoconhecimento poderia contribuir para que as atividades no cenário educacional fossem realizadas de uma maneira mais totalizadora, onde não só sobressairia o pensamento ou os conteúdos a serem assimilados de uma forma mental, como também englobaria, por meio de um trabalho de dramatização, contação de histórias ou mitos, dimensões que incluiriam o corpo, o movimento, as sensações, as intuições e os sentimentos no processo educacional.

Assim, somos influenciados por forças interiores, os arquétipos, que podem ser personificados por mitos pessoais. Quando sabemos quais mitos pessoais são as forças dominantes no seu íntimo, adquirimos autoconhecimento, força dos instintos, conhecimentos das habilidades e prioridades, possibilidade de escolhas mais saudáveis.

Concluo que o caminho simbólico poderia ser um recurso a ser utilizado para proporcionar a educação integral do próprio educador, ou seja, um processo que pode propiciar o educador a se tornar mais consciente de si – mesmo, conectado com os seus sentimentos, pensamentos, sensação e intuição, o que conseqüentemente poderia torná-lo um facilitador para esta integração no processo educacional.

No meu trabalho a importância se trabalhar com aspectos do feminino, da função matriarcal, segundo Jung denominou de animus no Homem, que significa procurar a fonte da própria vida, a relação entre o seu corpo, enquanto forma física, e essa energia que o anima. A figura da deusa pode representar vários aspectos: a busca da natureza, terra, construção, destruição, começo, fim, vida, morte, representa a vida, início, a força instintiva, compaixão. Incluí também o masculino em sua totalidade. Todos esses

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p. 17-18 aspectos foram originários da grande Deusa, para depois serem desmembrados para as outras deusas.

Assim, somos influenciados por forças interiores, os arquétipos, que podem ser personificados por mitos pessoais. Quando sabemos quais mitos pessoais são as forças dominantes no seu íntimo, adquirimos autoconhecimento, força dos instintos, conhecimentos das habilidades e prioridades, possibilidade de escolhas mais saudáveis.

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3. DA APRENDIZAGEM Giosa, 2010

HQ (História em quadrinhos) de autoria de Marcilene de Jesus Elvira

Para quem bem viveu o amor Duas vidas que abrem Não acabam com a luz São pequenas estrelas que correm no céu Trajetórias opostas Sem jamais deixar de se olhar É um carinho guardado no cofre de um coração que voou É um afeto deixado nas veias de um coração que ficou É a certeza da eterna presença Da vida que foi na vida que vai É saudade da boa Feliz cantar Que foi, foi, foi, Foi bom e prá sempre será Maravilhosamente amar. (Feliz, Gonzaguinha)

Para começar a relatar como comecei a me envolver com a Psicologia Analítica,

Antropologia do Imaginário e, posteriormente à espiritualidade no ensino de Inglês, reporto-me às minhas bases educacionais familiares.

Meu avô era cantor de ópera e fazia guarda-chuvas artesanais – direcionando, portanto, seu olhar às artes. Era o coração vivo e pulsante da família cuja sensibilidade feminina ficava evidente em cada palavra e ação. Minha avó, também grande artesã de tais guarda-chuvas, cozinhava como ninguém – cujo bife que preparava, sinto o cheiro e gosto até hoje. Ao mesmo tempo, mostrava-me o rigor das ações porque era a avó que mandava na casa e cuidava das finanças. Ambos faziam-me sentir o mundo pela sensibilidade de suas ações. A partir de então, no meu trabalho como professora de inglês resgatei as bases da cultura britânica – a tradição cultural celta - e, ao mesmo tempo, a minha própria ancestralidade. Por isso, inicio essas palavras com a música acima – que é uma homenagem aos meus iniciadores no terreno educacional. Foi com eles que vivenciei o que se chama hoje, no terreno educacional, de Educação de Sensibilidade.

Ampliando o termo, uma educação com o objetivo de sensualizar o pensamento racional; uma direção ao sentir, fazendo com que o indivíduo sinta o mundo por meio de seu campo perceptivo: o incentivo à intuição, à criatividade, à imaginação – assim como a minha ancestralidade me levou a sentir a música, o alimento, o acolhimento, o rigor das

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p. 20-22 ações. Com essa base educacional comecei a formar as minhas Távolas Redondas – cujo símbolo para mim, é muito forte.

A Távola era a mesa em forma de círculo, onde o Rei Arthur reunia seus cavaleiros antes das batalhas e discutia assuntos do reino. Merlin, o mago e conselheiro de Arthur, construiu a Távola como forma de fortificação do grupo porque o círculo traz a posição de igualdade. Lá, compartilhavam da melhor comida e bebida.

Essa minha Távola-base foi que me deu sustentação para eu seguir o caminho que eu escolhi seguir em meio ao qual construí outras Távolas: os grupos de oração; do clube, da dança, do inglês, das amigas, os grupos de estudo, os meus alunos, e a minha mais recente Távola composta pelo Professor Ruy e meus queridos amigos.

A Távola evoca o grupo – o que para mim é fundamental para podermos trilhar o nosso caminho de individuação, como proposto por Jung ou indiviDOAÇÃO, (Bernardi) – termo que creio não ser necessário explicar teoricamente, apenas imaginá-lo. Complemento com uma citação de um autor chamado Gusdorf que diz o seguinte: “Será a boa orquestra que faz os bons instrumentistas ou os instrumentistas é que fazem o valor da orquestra?”

Nas estórias arturianas, os cavaleiros de Arthur sempre saem em grupo para as batalhas, mas a busca pelo Graal é individual. Ou seja, o grupo faz parte da identidade do cavaleiro porque constitui a Távola Redonda do Rei Arthur e essa, por sua vez, a identidade de cada cavaleiro; e cada um, com sua individualidade, suas características de um bom cavaleiro (guerreiro, respeitador, fiel ao rei e, sobretudo, respeitador da dama) é que davam sustentação à Távola de Arthur. O aspecto de “respeitar a dama”, simbolicamente refere-se ao nosso encontro com a nossa interioridade, com a nossa alma de aprendiz da vida, à busca do nosso Graal, ou à busca de nossa espiritualidade – como discute o grupo do Prof. Ruy.

Para os celtas, o Graal é o caldeirão do Renascimento, da Abundância e da Inspiração. Também abarca o conceito de círculo– processo da vida, do nascimento e da morte. Significa taça, caldeirão e é um objeto de onde se irradia a graça. Ao mesmo tempo, evoca a imagem do alimento – que na sexta-feira santa é trazido para ser colocado dentro do recipiente com o objetivo de renovar seu poder de doador de alimento. O Graal – enquanto doador de alimento e enquanto objeto que irradia a graça, encontra-se no meio da minha Távola Redonda, alimentando-a.

Cada cavaleiro sai em busca de sua alma escondida, do Graal, ou seja, do enfrentamento do guerreiro com o amante limpo de coração – que é o que permite ouvir a voz desse coração ao tomar suas decisões. Portanto, essa busca é árdua.

Perceval, o cavaleiro tolo que sofre todas as intempéries para ir atrás do Graal, sai para tentar fazer parte da Távola de Arthur. Sua mãe o previne para ficar sempre de boca fechada, não responder perguntas ou fazer perguntas indevidas. E a pergunta que o acompanha é: A que serve o Graal? – pergunta essa que ele não responde. Em meio à sua aventura, depois de momentos de extrema dificuldade, após a morte de todos os cavaleiros da Távola Redonda, restando, portanto, somente ele, Perceval é jogado nas águas de um rio com sua forte e pesada armadura, até que ele começa a se desfazer da armadura e sai quase desnudo da profundidade das águas e depara-se com a porta do castelo onde o Rei Pescador (Arthur) encontrava-se gravemente ferido. É nesse momento que Perceval responde a pergunta: A que serve o Graal? - cuja resposta é “A ti, senhor”. Ou seja, quando Perceval reconhece a importância do Outro, do rei, é que ele consegue responder à pergunta e assim, salvar o rei de sua enfermidade.

R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-45, Dez, 2010

p. 21-22 Isso não significa o fim dos problemas de Perceval, mas o reconhecimento de ações,

de relações consigo mesmo , com o outro e com o mundo. Jung chama esse reconhecimento de “alteridade”. Durand (2001) chama de Trajeto Antropológico. Espiritualidade, segundo o Prof. Ruy do Espírito Santo.

Explicando esse Trajeto, vou apontar as sensibilidades que nós possuímos, no nosso corpo, que estão em nós e que desenvolvemos ao longo desse Trajeto.

- Sensibilidade heróica– que nos impulsiona para o novo, para a luta e que hoje em dia pode caracterizar um herói mais racionalista, mais guerreiro, cujo símbolo, de modo mais exacerbado, pode ser a espada sangrenta, a luz excessiva, a ascensão; os heróis americanos que assolam as telas de TV, mostrando-se cada vez mais “bravos”. Atento para o fato de que não se trata de uma sensibilidade ruim, mas sim, um excesso da sensibilidade heróica no século XXI, dificultando o emergir da outras duas sensibilidades abaixo:

- Sensibilidade mística – que nos impulsiona para a profundidade, cujos símbolos podem ser a água, o Graal, caracterizando um herói mais preocupado com sua interioridade, como o Perceval.

- Sensibilidade dramática – que seria um equilíbrio entre as duas sensibilidades anteriores. O conceito de “alteridade”, proposto por Jung. Como símbolo, a Roda, a Távola. Aqui, o exercício da espiritualidade se faz presente.

Com isso, quero dizer que no decorrer dessa nossa Trajetória Antropológica, buscamos nosso Graal e formamos nossas próprias Távolas.

Trilhando esse meu caminho de individuação, comecei a conhecer e a me apaixonar pelo herói arturiano e a me embrenhar nessa jornada com o Rei e seus cavaleiros. O Ciclo do Rei Arthur marca a passagem de um herói patriarcal, digamos, racional, mais guerreiro, para o herói Perceval, que ouve a sua voz interior, o coração – ou o herói Arthur quando ouve a Dama do Lago e, por isso, é capaz de entregar a espada a ela ao final de sua jornada . Ou seja, o herói arturiano desenvolve o sentir e passa a ter a dama, sua alma ou anima como guia. Então, o grande desafio de Arthur e seus cavaleiros é conciliar razão e sensibilidade – é o conhecer-se internamente; agir pela via da sensibilidade - por isso é que fiquei fascinada pelo mito arturiano. Mesmo porque, creio que este é o meu momento de conhecimento próprio, do mundo e daqueles com quem convivo.

Falar em Távola Redonda alimentada pelo Graal, buscar esse Graal, essa alma não significa algo simples, místico ou simplesmente sentimental. Estaria esse herói buscando sua espiritualidade?

Creio que sim. Alma, como diz Jung é Psique = sopro vital, sede dos desejos, das emoções, dos mistérios; alma é construção, um movimento de enfrentamento das sensibilidades que nos habitam; é o “fazer junto” para nos indiviDOARMOS. Semelhantemente, espiritualidade é mergulhar no significado da nossa existência, fazendo com que nossa trilha de individuação faça sentido para nós. Para tanto, a via de ação é pelo simbólico por ser algo importante, significativo para cada um porque o símbolo ativa a imaginação, a criatividade e a narrativa mítica faz com que cada símbolo tenha um significado específico para cada pessoa em cada momento de sua vida. Portanto, quando falamos em “simbólico” falamos no que é mais significativo para nós em diferentes momentos de nossas vidas.

Assim sendo, voltando à Távola, o que é necessário é “fazer alma”– quando é possível, então, emergir a interioridade do grupo (e suas diversas sensibilidades).

R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-45, Dez, 2010

p. 22-22 Compreendo meus queridos grupos, então, pelo mito – tentando efetuar uma

mudança de olhar, de encarar o mundo e, sobretudo, o campo educacional. É observando as sensibilidades que nos envolvem e tentando trazer, um pouco mais à tona, o emergir da sensibilidade mística e dramática neste mundo racionalizado em que vivemos, é que proponho trabalhar o ensino de inglês pela mitologia – encarando-o como meu grande desafio. As estórias míticas estão presentes na mente de todos os povos, sendo semelhantes, porém com nomes diferentes em diversas partes do mundo – o que é fascinante porque à medida que ouvimos uma narrativa mítica, vivemos diferentes modalidades de encarar a vida. Então, o mito, por sua vez, é o que eu chamo de “sensibilidade da alma”.

Então, eu busco na mitologia arturiana, conhecer as minhas próprias experiências de vida. Por exemplo, a minha ancestralidade, a educação de sensibilidade que começou com meus avós. Começo a experimentar a espiritualidade em mim.

Parto do mito arturiano para um conhecimento mais intenso da cultura inglesa, para tentar observar o meu fascínio por essa cultura, e como eu poderia partilhar esse sentimento com meus alunos. Como eu poderia ensinar Inglês pela mitologia, ou seja além da língua pela língua, construindo uma prática em que cada aluno pudesse mergulhar um pouco na aprendizagem dessa língua, compreendendo sua cultura, os costumes de um povo, contribuindo, talvez, para a diminuição da aridez educacional, no momento em que encorajo meus alunos a criarem, a imaginarem sua relação com a língua. Dessa forma, ajudo a mim mesma, pois acabei me envolvendo num ambiente educacional extremamente prazeroso.

Assim sendo, a Távola redonda, é um símbolo altamente significativo para mim – que me deu e dá sustentação para eu ir em busca de meu próprio Graal. E com as minhas Távolas, compartilho novos conhecimentos e deixo-as alimentada pela imagem abaixo com o intuito de que, cada um, ao olhar para ela, pense nos seus próprios símbolos significativos e pense, também, como uma espada devolvida para uma dama, para a profundidade das águas pode levar cada um a buscar seu próprio Graal.

Imagem extraída da internet

(sem referencia ao autor ou site)

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p. 23-24

4. DA ARTE Solha, 2010

Página final de História em Quadrinhos (HQ) de Edgar Franco

Introdução

O Teatro como um instrumento de ação e prática pedagógica e educativa apresenta

resultados efetivos na inserção mais engajada do aluno no seu aprendizado. Desenvolve a expressividade, a capacidade de se relacionar em grupo, o autoconhecimento, a consciência corporal, a criatividade experimentando exercícios dramáticos, improvisações e criação de cenas; extremamente útil na prática das relações humanas, mostra a importância vital do indivíduo dentro do coletivo e estimula a criatividade e livre iniciativa. Autonomia. Consciência do todo e criação individual. Espaço pedagógico, cultural e lúdico transformador e estimulante; onde o sentido de troca junto ao coletivo é a natureza do jogo teatral.

Ao longo da vida escolar trabalhamos com a formação, o ensino / aprendizagem, conteúdos programáticos, leituras científicas, autores... Enfim um vasto material teórico que sustentam nossas argumentações, opiniões e entendimento do mundo, da história da humanidade, mas a expressão na sua totalidade, escrita e oral se perde no caminho. O aluno se expressa (escrever e falar) mal porque não sabe? Ou não sabe se expressar porque não exercita. Não pratica a Oralidade. Oratória. Expressividade plena. Corpo e Mente. Razão e Emoção.

Como se apropriar se não vivencia, experimenta. Faz. Durante todo o processo de formação esse campo do conhecimento, das habilidades e competências foi negligenciado. O exercício do expressar-se é diário. Um despertar. Um desafio. Autoconhecimento.

Oficina – O despertar e o exercício de se expressar. Desafio e Autoconhecimento. Objetivos Gerais

Trabalhar em grupo. Apresentar suas argumentações e opiniões compartilhadas no coletivo,

respeitando as diferenças de cada um.

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p. 24-24 Ter autoconfiança e postura. Expressar-se com espontaneidade e desenvoltura (corpo/voz). Ser criativo e crítico. Integrar a leitura, a escrita e a oralidade. Ampliar as relações humanas, a consciência de si e do outro a partir de atividades

de integração e relacionamento de grupo com dinâmicas, jogos teatrais, etc. Possibilitar uma experiência educativa a partir da vivência coletiva, com

descontração e prazer. Participantes / Recursos / Materiais

Sala de aula vazia / espaço livre. Aparelho de CD / MP3. O participante deverá usar uma roupa confortável para exercícios físicos / corporais. Número de participantes – 30 inscritos.

Apresentação do trabalho cênico final com os grupos da Oficina – “O despertar e o exercício de se expressar. Desafio e Autoconhecimento”. Referencias: BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores, Rio de Janeiro: Civ. Brasileira, 2002. COURTNEY, R. Jogo, Teatro & Pensamento - As bases intelectuais do Teatro na Educação. Perspectiva. SP. 1980. DELORS, J. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Um tesouro a descobrir. São Paulo, Cortez, 1998. FAZENDA, Ivani (org.). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo, Cortez, 1993. ________. Dicionário em construção: Interdisciplinaridade. 2ª ed. São Paulo, Cortez, 2002. ________. Interdisciplinaridade: qual o sentido? São Paulo. Paulus. 2003. LOPES, J. Pega Teatro. Campinas. SP. 1989 MAGALDI, S. Iniciação ao Teatro. São Paulo. Ática, 1998. NOVELY, Maria G. Jogos Teatrais – Exercícios para grupos e sala de aula. Papirus. Campinas. SP. 1994. PEIXOTO, F. O que é Teatro. Nova Cultural. SP. 1986. SOLHA, C. O jogo teatral no ensino médio: espaço pedagógico de convivência, cultural e lúdico. (Dissertação de mestrado – UNICID – 2006). SPOLIN, V. Improvisação para o Teatro, Perspectiva. SP. 1978 ________. Jogos Teatrais – o fichário de Viola Spolin. Editora Perspectiva. SP. 2001.

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p. 25-32 6. DO SENTIDO DO MOVIMENTO Almeida, 2010

Página de HQ de Andreas

Trago um pouco da minha trajetória enquanto pesquisadora para falar do sentido do movimento, qual é o despertar que está dentro de nós que precisa ser acordado.

O sentido desta apresentação é para mostrar o quanto aposto na metáfora do movimento interno e externo, como o Curso de docência no Ensino Superior, o INTERESPE e o GEPI despertou-me para o movimento. Este artigo faz parte do que venho desenvolvendo como projeto de pesquisa no Doutorado em Educação: Currículo da PUC-SP, na linha de Pesquisa da Interdisciplinaridade. Este tema vem de encontro com minhas indagações e inquietações de como o professor está sendo formado hoje sem se conhecer e sem conhecer o outro, ou seja, esquecendo-se do humano que existe dentro de si mesmo.

Desenvolver este processo de olhar para si mesmo faz sentido para que possamos entender melhor o outro. Na formação docente, o sentido está na doação que fazemos ao outro.

Ao discutir e dialogar um pouco sobre a minha história no processo de formadora e pesquisadora interdisciplinar, aplicação da minha prática e estudos constituídos a partir de minhas indagações e inquietude diante de um panorama educacional mais reflexivo, desde o momento em que entrei em contato com estes estudos lancei-me mais uma vez para contribuir com o despertar de um educador que pensa, age e senti interdisciplinarmente e que conscientemente pode contribuir com a formação de outros seres.

A partir do momento que todas as mídias se posicionam em relação ao grande problema da educação nacional em relação à teoria e prática faz-se necessário frente ao

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p. 26-32 panorama brasileiro pensar em algo que possa contribuir para desenvolvimento da formação docente. A busca constante pelo autoconhecimento e a compreensão da interdisciplinaridade e os conhecimentos adquiridos nestes últimos dois anos levaram-me a investigar o presente problema.

O problema surgiu após refletir sobre toda a necessidade de se estudar o ser humano mais profundamente, revendo minhas próprias atitudes enquanto educadora, revendo e construindo meu processo de individuação citado por Jung (1986), pois acredito na totalidade, e jamais um professor poderá desenvolver bem seu trabalho se ele não se conhecer melhor, não voltar-se a si mesmo, e não souber o quanto ele poderá explorar seu potencial, expandir-se.

O objeto do estudo foi inserir uma disciplina no currículo do Curso de Pedagogia no início de 2010, do Centro Universitário Metropolitano de São Paulo, situado na cidade de Guarulhos – SP, com a nomenclatura de Interdisciplinaridade, autoconhecimento e práticas educativas, desenvolvendo o “Conhece-te a ti mesmo”, citado por Jung (1986), que encontra raízes no autoconhecimento apontado por Sócrates como o “princípio de toda sabedoria”.

O objetivo desta pesquisa será desenvolver práticas em sala de aula, ministradas por mim, onde possamos explorar ao máximo as reflexões dos alunos no sentido de se conhecerem em uma investigação interdisciplinar, construírem e desconstruírem caminhos, saberem a importância do papel de ser educador e perceberem o sentido da vida diante do processo de individuação e formação.

A metáfora escolhida nesta pesquisa é o movimento, o movimento de dentro para fora, o movimento interior: por que os professores não se movimentam? Aprender é mudar e a mudança denota processo, e a educação é um processo que modifica aquele que aprende.

Aprender a ser professor, para mim vêm de uma experiência de oito anos como Coordenadora e professora do Curso de Pedagogia e professora do Curso de licenciatura em Educação Física , como formadora e agora pesquisadora interdisciplinar. Trabalho o tempo todo com o movimento entre o interno e o externo, a flexibilidade em compreender o outro, e o movimento da escuta sensível que se faz presente no meu cotidiano, querendo realmente saber como os nossos alunos que passam por este curso de Pedagogia possam ter um crescimento que não signifique somente aquisição de conhecimentos, mas que eles desenvolvam uma individualidade criadora, pois “Educar” vem do latim “educere”, que significa “levar adiante algo a partir de dentro”. Educar é desenvolver um sistema sensível, em harmonia com outros sistemas mais amplos que o contêm, é desenvolver um processo holístico de transformação, em sincronia com o grande processo da vida. “Educar” é uma arte, a arte de criar uma pessoa “íntegra”, Fregtman (1989, pág. 207).

Justifico minhas inquietações sobre o que foi citado anteriormente, sobre o tema escolhido, quando reflito sobre o pensamento de Jung (1986) que diz que a vida tem sentido, mas o futuro da humanidade dependerá do número de homens que logrem evoluir plenamente, isto é, individuar-se. E individuação para o sábio de Bollingen é um processo através do qual um ser torna-se um “individuum” psicológico, ou seja, uma unidade autônoma e individual, uma totalidade consciente, com isto ele declarou-se convencido de que ao lado das pesquisas sobre a realidade externa é necessário investigar a origem interna de nossos conceitos científicos, abrindo, assim, um campo imenso para as possibilidades da física moderna e do conhecimento humanístico.

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p. 27-32 Como nos diz Japiassu (2006, p. 26), as fronteiras do conhecimento se deslocam

sem cessar, dando origem às questões até então insuspeitas. Cada problema resolvido suscita o aparecimento de novos enigmas. Mas os problemas novos são salutares: lançam desafios ao “aprender” e a obrigam a avançar num movimento perpétuo sem o qual não teria futuro. Com isso busca-se criar uma nova disciplina.

O movimento que cito é uma mão de duas vias interna e externa onde os meus alunos que serão peças fundamentais desta pesquisa farão a reflexão do professor na sua própria prática docente. Pois embora alunos, muitos já estão no magistério, e estariam buscando todo o experimento do autoconhecimento na base das transformações das relações entre essas dimensões, e na base da transformação das relações pedagógicas e pessoais com seus alunos, em sala de aula.

Como afirma Fazenda (2002, p.14), o processo interdisciplinar desempenha papel decisivo para dar corpo ao sonho de fundar uma obra de educação à luz da sabedoria, da coragem e da humildade [...].

Minha participação não só no INTERESPE, mas também no GEPI está sendo uma luz que por hora ilumina os passos de chegar a um propósito, seja pelas apresentações das pesquisas realizadas pelos colegas do grupo que estão sendo de fundamental importância para que eu possa aprofundar meus conhecimentos, seja pelos princípios da Interdisciplinaridade citado por Fazenda (2008), que são a humildade em reconhecer que construímos um mundo; a coerência entre o que pensamos e o que fazemos; o respeito por si próprio e pelo outro, por ser diferente de mim, mas que não está necessariamente contra mim; o desapego tanto de bens intelectuais quanto de bens materiais significa estar aberto às novas idéias; a espera significa observar todos os fenômenos que pudermos capturar no tempo e no espaço e, após uma reflexão, agir no momento mais adequado. Não esperar demais e nem se antecipar quanto aos fatos.

Portanto o rol elaborado acima, embora expresse o desejo de todos, exige disciplina e conscientização de conduta. Esses princípios sendo exercitados, explorados nos conduzirão a uma prática interdisciplinar, abrindo-se às novas possibilidades para a prática em sala de aula.

Para a construção deste referencial teórico trago alguns autores que considero importantes neste processo de construção, Fazenda, Espírito Santo, Freire, Jung, Pineau, Varella, Japiassu, Gusdorf. Para garantia da ciência estarei embasada nesta pesquisa nos três pilares de investigação interdisciplinar.

Primeiro no Epistemológico – quando o autor busca aprofundamento teórico em bibliografias clássicas ou modernas e exercita sempre um questionamento constante diante da fonte, num diálogo ascendente, que com certeza desenvolverá um conceito com características interdisciplinares, com isto pretendo ampliar ao máximo essa busca que me dará suporte para o entendimento da metáfora do movimento.

Segundo no Praxiológico – Neste momento aparece a investigação da ação do pesquisador que encontra na contextualização histórica e cultural, os princípios metodológicos capazes de aproximar o mediador do mediado, neste processo acontece à transformação do saber em sabedoria.

Terceiro no Ontológico – acredito que todo processo de estudos, leituras, questionamentos com os autores e toda a prática educativa trabalhada com os atores que farão parte da pesquisa, serão grandes estudiosos voltados ao autoconhecimento, pois este estudo nada mais é do que tornar-se conhecedor de si mesmo. Cada encontro semanal fará de nós seres mais envolvidos e comprometidos com o outro e o movimento interno e externo nos trará grandes possibilidades de desvelamento.

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p. 28-32 Para Japiassu (1991), a interdisciplinaridade procura descobrir e/ou estabelecer

conexões e correspondências entre as disciplinas científicas, isto é, entre os diferentes níveis de descrição da realidade. Vejo como um equilíbrio entre análise fragmentada e a síntese simplificadora, entre a especialização e o saber geral, entre o saber especializado do cientista e o saber do filósofo. Necessitamos de uma releitura da realidade diante dos obstáculos vistos nos educadores e da imensa carência dessa busca constante no percurso da vida.

Jung (1986), quando afirma que o si-mesmo é um centro e também uma circunferência completa, que compreende ao mesmo tempo o consciente e o inconsciente do ser humano, e ainda que o si-mesmo é a meta da vida, dá, ele, um formidável impulso ao progresso cultural do homem moderno. A mensagem Junguiana direciona, todos nós, para o autoconhecimento e a plena realização da personalidade humana.

Para Espírito Santo (2008), o objetivo sempre foi conduzi-los à consciência de que a maior parte das transformações são permanentes e inexoráveis, que se dão no universo, e conseqüentemente em suas próprias pessoas, sendo que isto ocorre de forma inconsciente e que o grande desafio é torná-las crescentemente conscientes.

Baseado em Gusdorf (2006) o pensamento é que a interdisciplinaridade tem de ser vista como um postulado, como uma exigência, que se impõe face à constatada dispersão e fragmentação das ciências e especialidades do conhecimento moderno, penso que o que busco vem de encontro com as próprias preocupações que ele chama de patologias do saber, ou seja, o educador precisa transformar seu cotidiano urgentemente.

A propósito serão lançados alguns questionamentos, discussões de textos, construção de memoriais com objetivo de dar importância aos percursos de vida de cada um e localizando neles suas experiências significativas como nos fala Varella (2008).

Outras práticas serão desenvolvidas como coletas de depoimentos, reflexões, discussões e análise das práticas estabelecidas juntamente com a orientadora.

Algumas práticas dentro deste contexto serão abordadas como formas de despertar o autoconhecimento para este educador.

A seguir apresento toda proposta da implantação da disciplina Interdisciplinaridade, autoconhecimento e práticas educativas, que mostra o despertar do sentido através do movimento, que é a metáfora que faz parte da minha vida em termos de descoberta interdisciplinar. Percebo o quanto aprofundar nestes estudos faz sentido para o educador.

Objetivo(s)

O objetivo deste estudo será desenvolver práticas em sala de aula, ministradas por

mim, onde possamos explorar ao máximo as reflexões dos alunos no sentido se conhecerem em uma investigação interdisciplinar, construírem e desconstruírem caminhos, saberem a importância do papel de ser educador e perceberem o sentido da vida diante do processo de individuação e formação através do autoconhecimento. Ementa

A disciplina Interdisciplinaridade, autoconhecimento e práticas educativas busca

apresentar e discutir a importância deste autoconhecimento no processo de formação e na tentativa de expressar a importância de inserir nos currículos de Pedagogia uma disciplina

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p. 29-32 que dê conta desta temática. Privilegia o desenvolvimento deste processo de olhar para si mesmo, enfatiza o papel dos sujeitos envolvidos na construção de sentidos para que possamos entender melhor o outro. Na formação docente, o sentido está na doação que fazemos ao outro, partindo do pressuposto do entendimento dos princípios da interdisciplinaridade e da percepção de si mesmo.

Conteúdo programático

Estudo reflexivo sobre a interdisciplinaridade e seus princípios, como desenvolver

na prática. Descoberta do autoconhecimento através de exercícios vivenciados e leitura de textos. Efetivação do sentido da ação do ser e a metáfora do movimento interno e externo. Reconstrução de novo ser. Metodologia do ensino

Aulas interativas, expositivas, práticas de respiração, meditação, expressão

corporal, relatos de experiências, depoimentos, construção dos saberes, a propósito serão lançados alguns questionamentos, discussões de textos, construção de memoriais com objetivo de dar importância aos percursos de vida de cada um e localizando neles suas experiências significativas. Apresento os momentos vividos que na realidade são os encontros realizados durante o primeiro semestre de 2010, no curso de Pedagogia do Centro Universitário Metropolitano de São Paulo em Guarulhos. Momento 1

Apresentação da disciplina, da professora, dos colegas, iniciamos com a escrita individual dos talentos que cada um possuía, suas potencialidades, e maiores habilidades, foi sugerido que cada um falasse destes talentos e o seu nome numa perspectiva de acolhimento. Na sequência trabalhamos com a questão do autoconhecimento, (Quem sou eu?) solicitei que todos em casa pudessem fazer o exercício do espelho, respondendo a pergunta quem sou eu? Na sequência solicitei o exercício em duplas para que um olhasse nos olhos do outro, em seguida falassem o que sentiu. Momento 2

Iniciamos a aula com a discussão sobre o autoconhecimento. Foram lidos os escritos sobre o exercício do espelho, daqueles que conseguiram realizar. Falei da importância dos registros, das memórias, solicitei a construção de um memorial ao longo do semestre, trazendo a importância do resgate histórico, até o momento da escolha do curso e o desenvolvimento deste conteúdo, iniciamos o conteúdo do dia com um texto do Espírito Santo (2009), fizemos a leitura em grupos, depois abrimos para discussão. Momento 4

Iniciamos a aula apresentando algumas experiências espontâneas do exercício do espelho, a princípio depoimentos muito interessantes, fazendo parte de toda construção do autoconhecimento, reflexões espontâneas foram surgindo. Ser olhado nos olhos e ouvido é a forma mais significativa de acolher alguém. Retomamos o texto e o

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p. 30-32 entendimento do que seria o “Conhece-ti a ti mesmo” foi ficando mais claro, algumas poesias fazem parte deste texto. Momento 4

Fizemos um momento de prática, exercício de relaxamento, onde foram passados 10 passos essenciais para o despertar do ser humano enquanto, afetividade, acesso ao mundo interior, despertar para o ser interdisciplinar e o quanto precisamos ter consciência do nosso papel enquanto educador. Sempre com reflexões após as vivências e registros dos mesmos. No início das aulas é retomado a questão do exercício do espelho, quem conseguiu realizar comenta sobre sua experiência e entrega o registro. Momento 5

Demos continuidade ao fechamento do texto, finalizamos um entendimento sobre as questão do autoconhecimento e solicitei que cada um pudesse construir uma poesia de sua própria autoria, baseado nas experiências sentidas, experimentadas e vivenciadas desde o início deste conteúdo. O resultado foi maravilhoso, cada poesia revelou grandes talentos. Momento 6

Exibição do filme “Patch Adams- O amor é contagioso” . Solicitei aos alunos que fizessem uma reflexão sobre o filme. Momento 7

Levantamento das reflexões sobre o filme – qual foi o entendimento do filme? Como desenvolvemos este potencial de fazer o outro se contagiar pelo nosso amor? Quais são as necessidades do ser humano para que eu possa despertar no outro algo maior que o simples fato de transmitir um conhecimento? No nosso papel de educador como temos de tratar nossos alunos? Deste momento nasceu os estudos sobre os princípios da Interdisciplinaridade. Momento 8

Trabalhamos os princípios da Interdisciplinaridade, apresentarei através de um texto associado à respiração, aonde irei descrevendo, como o ser humano deixa de prestar atenção no seu dia-a-dia, na própria respiração. Discutimos os cinco princípios: coerência, humildade, espera, respeito, desapego, olhar, juntamente com os exercícios práticos. Momento 9

Aprofundamos no dicionário da Interdisciplinaridade, foi feito uma releitura na íntegra. Registros, apresentações e depois interpretaram os princípios através de uma encenação (jogo teatral). Momento 10

Sempre no início iremos retomar quem sou eu? Trabalhamos na prática com os movimentos de expressão corporal do Liang Gong, passando a proposta do movimento e respiração, qual a importância da consciência de si mesmo. Leitura de um texto sobre o aprofundamento da Interdisciplinaridade (leitura citada na referência).

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p. 31-32 Momento 11

Aula sobre o conteúdo da meditação, foi apresentado um vídeo sobre este conteúdo, explicações aprofundadas, e a experiência realizada na prática como proposta de intervenção junto ao autoconhecimento, processo interdisciplinar. No retorno da meditação cada um falou o que sentiu, e depois escreveram sobre sua experiência. Momento 12

Exibição do Filme “Escritores da Liberdade”. Com uma reflexão por escrito sobre a importância do filme no contexto educacional, suas implicações e depoimentos espontâneos sobre a relação professor x aluno. Momento 13

Entrega e reflexão sobre a construção do Memoriais, e no memorial foi solicitado que todos escrevessem sobre a chegada no curso de Pedagogia e o que a disciplina em questão havia proporcionado ao grupo. E qual o sentido deste aprendizado?

Passei um semestre de muita alegria com esta construção, com o despertar deste movimento estabelecemos um grande vínculo, os depoimentos, as poesias, mostraram o quanto foi rico trabalhar este contexto na formação docente. Os registros agora serão analisados minuciosamente, para que possamos embasar, fundamentar e aprofundar na pesquisa. BIBLIOGRAFIA: ALVES, Mª. D. F. Favorecendo a inclusão pelos caminhos do coração: complexidade, pensamento ecossistêmico e transdisciplinaridade. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2009. CAPRA, F. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982. ______. A Teia da vida. 7. Ed. São Paulo: Cultrix, 1998. CARVALHO, E. M. M (Org.) O pensamento vivo de Jung. São Paulo. Martin Claret Editoras Ltda, 1986. CHOPRA, D. O Caminho da cura: Despertando a Sabedoria Interior. São Paulo, Ed. Rocco, 1999. ______. Corpo sem idades, mente sem fronteiras: a alternativa quântica para o envelhecimento. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

ESPÍRITO SANTO, R. C. O renascimento do sagrado na educação: o autoconhecimento na formação do educador. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. ______ . Autoconhecimento na Formação do Educador. São Paulo: Ágora, 2007. FAZENDA, I. C. A. (Org.). Dicionário em construção: interdisciplinaridade. 2ª Ed., São Paulo: Cortez, 2002. _______. O que é interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez, 2008. _______. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. São Paulo: Loyola, 1991. _______. (Org.). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 1991. _______. (Org.) Novos enfoques da pesquisa educacional 5. Ed. Aumentada – São Paulo: Cortez, 2004. _______. (Org.) Metodologia da pesquisa educacional – 11. Ed. – São Paulo: Cortez, 2008. (Biblioteca da Educação, Série I, Escola; v. 11). FREGTMAN, C. D. Música transpessoal. São Paulo, editora Cultrix, 1989.

R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-45, Dez, 2010

p. 32-32 FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1970. GUSDORF, G. Conhecimento Interdisciplinar. In POMBO, O; GUIMARAES, H. M.; VEVY, T. (Org.). Interdisciplinaridade: Antologia. Porto/Portugal: Campos das Letras, 2006, p. 37-58. JAPIASSU, H. O sonho transdisciplinar e as razões da filosofia. Rio de Janeiro: Imago, 2006, p. 23. KRISHNAMURTI, J. Comentários sobre o viver. Rio de Janeiro: Nova Era, 2007 MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1994. MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget, 1991. PINEAU, G. O sentido dos sentidos. In NICOLESCU, Basarab. Educação e Transdisciplinaridade. Tradução Duarte, Vera, Maria F. de Mello e Americano Sommerman. Brasília: UNESCO, 2000. VARELLA, A. M. R. S. A comunicação interdisciplinar na educação. São Paulo: Escuta, 2008

R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-45, Dez, 2010

p. 33-35 7. DA LIBERDADE Paulino, 2010

Página da HQ “Sina” de Andraus

Nós nascemos humanos, mas isso não é o bastante, é preciso muito mais na jornada da vida para que mereçamos a consciência recebida.

Consciência esta citada por Espírito Santo (2009) em suas aulas, palestras e escritos, abrindo espaço, para falarmos sobre o despertar para a liberdade, um dos assuntos que merece estudo aprofundado por todo e qualquer educador que tenha dentro de si o espírito democrático da educação e que tenha despertado o mais nobre de todos os sentimentos o AMOR mesmo que ele se encontre no estágio embrionário.

Por ser um assunto com inúmeras possibilidades, este artigo está embasado nos grandes personagens históricos da humanidade, que considero basilares dentro deste contexto maior de liberdade.

Alguns estudiosos abordam este assunto enfatizando a liberdade como fenômeno individual como exemplo, o filósofo místico indiano Jiddu Krishnamurti. Outros abordam o assunto como fenômeno sociológico tendo como um dos precursores dentro da educação, Paulo Freire.

O importante para nós sendo ele individual ou sociológico é que o abordaremos nos diferentes aspectos nos quais estejam envolvidos todos os seres vivos principalmente os humanos, pois, se compreendermos bem a mensagem inicial verificaremos que nós é que fomos dotados da consciência da liberdade e o homem será capaz de aprofundar os estudos sobre, principalmente com a descoberta do amor. “O amor gratuito, que ouve, que espera, que se debruça, que dá lugar, que se alegra com o bem, que é incondicional” conforme poema citado por Espírito Santo (2010) Deus é Amor. Os animais os sentem como desejos “instintivos” nas ocasiões de seus aprisionamentos, entristecem e morrem, dificilmente procriam, têm suas fisiologias orgânicas totalmente alteradas em suas sentenças de morte nos abatedouros. Nos livros sagrados védicos (Bhagavad Gita), um dos maiores clássicos de filosofia e espiritualidade do mundo, com referências sobre os homens que atingem o mais alto

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p. 34-35 grau de compreensão da vida, através da prática da Yoga e da meditação completa as quais é conhecida com o nome de SAMADHI, quando então desejam livrar-se do corpo, porque a partir desse momento sabem que o mais importante é o incorporado que é a verdadeira essência da vida e que nós o conhecemos com o nome de espírito ou alma, de acordo com a compreensão de cada um ou religiões. Por outro lado numa baixa freqüência de espiritualidade aqueles que cometeram crimes, às vezes horrendos e que estão presos em celas coletivas ou individuais desejam tão somente libertar seus corpos e em sendo assim sem a menor ética universal cometerão outros crimes. Antes de terem seus corpos aprisionados estão aprisionados em suas mais perversas emoções e não dão espaços para a liberdade que o amor lhes oferece.

Ainda como fenômeno individual, destaco os chamados dependentes químicos que na busca pela liberdade indisciplinada, porém indisciplinada como nos afirma Freire (1998), ficam presos em seus vícios, fenômeno que pode se transformar em catástrofes sociais. Neste ponto, Andraus (2009) em suas aulas nos lembra que o cérebro uma vez em rebeldia e viciado fica difícil recapturá-lo, pois, suas jaulas na maioria das vezes não têm portas de saída.

Chegamos ao ponto importante da nossa fala associando liberdade à educação e cabe aqui destacar uma criança nascida em Recife capital de Pernambuco no dia 19 de setembro de 1921, e que fora batizado com o nome de PAULO REGLUS NEVES FREIRE, brasileiro de classe média, no ensino superior se formou em direito, mas nunca o exerceu, fez estudos em filosofia da linguagem, mas foi na educação sua maior contribuição para o Brasil e o Mundo, pois sua pedagogia é conhecida como pedagogia da LIBERTAÇÃO. Seu primeiro livro foi publicado em 1967, com o título de Educação Como Prática da Liberdade, no título diz tudo e outros, tais como Pedagogia da Autonomia, Pedagogia do Oprimido Etc., que mesmo não tendo no título a palavra liberdade nos oferecem verdadeiras lições da libertação pela educação. Sua mensagem é muito clara, os homens para serem livres precisam se educar para viver a liberdade e para proporcioná-las aos seus pares. Não podemos dizer tudo aqui desse brasileiro fantástico, face ao tamanho das suas obras, mas podemos convidá-los a tê-las em sua jornada no caminho da educação, caso ainda não os tenham.

Vejamos o que pode fazer uma liberdade “deseducada” e sem uma dose de espiritualidade, sem amor, principalmente se estiver no poder. Como por exemplo, Hitler e o Nazismo, para alguns, Adolfo “Lúcifer” Hitler, considerado o único responsável pela segunda guerra mundial, sua história todos, conhecem. Benito Mussolini e o Fascismo na Itália, menos agressivo, mas da mesma falange, Stalin, Trotsky, e o Comunismo na União Soviética e tantos outros ditadores em escala um pouco menor, sacrificaram milhões de vidas para manterem suas “liberdades” ou para ampliarem na ainda mais. Portanto não é muito difícil compreender que liberdade deseducada, sem espiritualidade, sem amor e no poder, gera verdadeiras catástrofes. Quaisquer tipos de ditaduras sejam nas residências, no trabalho, nas escolas, na sociedade, não deve receber nenhum prestígio de educadores no caminho do humanismo.

Agora vejamos o que é capaz de fazer essa mesma liberdade educada e acompanhada de espiritualidade, de Amor. Os nomes são outros: Gandhi nascido em 02 de outubro de 1869 na Índia que ao ter atingido seu mais alto grau de liberdade e altruísmo ofereceu sua própria vida em prol de uma nação (Índia), na época submissa a outra, (Inglaterra) proporcionando a liberdade de um povo e seu grande mérito, sem derramar uma gota de sangue, dizia ele: “Se alguém tocar em uma única arma para que tenhamos sucesso em nosso objetivo, desisto da luta em prol da Índia” o único sangue

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p. 35-35 derramado foi o seu no momento em que lhe tiraram sua vida. Como falamos do “SAMADHI” é possível que o Universo o tenha premiado com a grande liberdade total, tornando visível a lei de causa e efeito.

Martin Luther King, (discurso em 1963) nos Estados Unidos, e que nos últimos sete anos de sua vida se dedicou as reivindicações dos direitos dos negros do Sul e que fora preso mais de vezes por isso, enfrentou dentro dos Estados Unidos enfrentou ainda a Ku Klux Klan, uma organização extremamente violenta, formada com a finalidade de manter a supremacia dos brancos no Sul dos Estados Unidos. Assim como Gandhi foi morto por lutar contra o preconceito racial, mas deixou enorme contribuição para diminuição de tais fenômenos. Disse em um dos seus discursos: “Eu tenho um sonho, o sonho de ver meus filhos serem julgados pelo seu caráter e não pela cor da pele”

Nelson Mandela passou 27 anos prisioneiro pela luta contra a divisão de uma nação entre brancos e negros, conhecido como “APARTHEID”. Regime de segregação que durou de 1948 a 1994 pelos governos de minorias brancas na África do Sul. Perfeita demonstração que o corpo estava preso, mas a inspiração, sua alma, seu altruísmo, o seu amor, este mais do que nunca estava solto e produzindo movimento, mundial.

Outros podem ser citados, para as diversas formas de proporcionarem liberdades, tais como de seus apegos, de suas doenças, da ignorância, das guerras, de seus medos etc.

Outro exemplo importante é o de Chico Xavier, o libertador das angustias, dos rancores, das incertezas, através dos seus mais de quatrocentos livros psicografados. Madre Tereza, conhecida também como a santa das sarjetas, iniciou sua jornada aos treze anos, Dalai Lama, espalhando sabedoria da paz, Chico Mendes na Floresta Amazônica, Nicolas Winton, o herói da segunda guerra e muitos outros que expressam seu amor sem buscar o mínimo de reconhecimento, o fazem pelo alto grau de amor.

Não podemos deixar de mencionar que Jesus o Cristo, mencionou em seus ensinamentos: “Diga verdade, e a verdade os libertará”. Também mencionou para nós na senda para o humanismo um grande ensinamento divino que se quisermos ser livres na alma devemos perdoar quantas vezes forem necessárias. Que mesmo estando pregado na cruz estava livre para perdoar aqueles que não sabiam o que estavam fazendo. Acredito que a perda do sagrado faz a sociedade perder a sensibilidade para a liberdade. Se resgatado, essa liberdade brotará do nosso interior, mas ainda não produzirá frutos se não for transformada em realidade, se não houver ação, como nos diversos exemplos aqui mencionados. REFERÊNCIAS: BACH, Richard. A história de Fernão Capelo Gaivota. Nova York: Nórdica, 1970. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. ________. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1998. ________. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1967. LAMA, Dalai. Uma Ética para o Novo Milênio. Rio de Janeiro: Sextante, 2000. KRISHNAMURTI, Jiddu. A mente sem Medo. São Paulo: Cultrix, 1964. ________. Onde Está a Bem Aventurança? Rio de Janeiro: ICK, 1977. SHUKER, Nancy. Martin Luther King. Os grandes Lideres. São Paulo: Nova Cultural, 1987. BUSH, Catherine. Gandhi. Os grandes Lideres. São Paulo. Nova Cultural, 1987.

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p. 36-37 VIVÊNCIAS

Página final de HQ de Andraus

O DESPERTAR DA: Godoy, 2002

HIPERCONSCIÊNCIA10 Imagine-se num lugar seguro e em contato com a natureza. Sinta a paz, o conforto e o aconchego do lugar. Experimente o lugar com todos os seus sentidos, como se realmente estivesse fisicamente no lugar. Se tiver dificuldade pense como seria se pudesse imaginar tudo isso com clareza. Note um caminho perto de você que se perde totalmente no horizonte e sinta-se caminhando por este caminho alegre e de forma suave. Note à sua distância uma luminosidade movendo-se lentamente na sua direção. Sinta tranqüilidade em relação a essa luz que se aproxima lentamente. Você percebe que é um ser amigável. À medida que esse ser amigável se aproxima, observe suas características em detalhe. No caso de não conseguir visualizar nada, imagine como seria se pudesse ver. No caso de você sentir-se bem, tranqüilo, seguro, confortável, então saiba quem é o seu orientador. Caso contrário tente tudo de novo. Pergunte para seu guia o nome e inicie uma conversação íntima sobre seus problemas com ele como se fosse seu melhor amigo. Preste atenção a todo tipo de informação ou respostas que obtiver do seu guia. Pode ser através de conversação ou gestos simbólicos mostrando algo para você ou produzindo um objeto que represente seu conselho. Estabeleça um acordo para facilitar futuros encontros e agradeça sua ajuda. Quando estiver pronto volte para o aqui e agora obedecendo a seu ritmo. Volte ao seu estado usual de consciência, acorde seu corpo físico e por último, abra os olhos, guardando a lembrança de tudo que você conversou com o seu orientador.

10 Vivência retirada da apostila do curso: Terapia da Consciência: teoria e técnicas, ministrado por Godoy, Registrada na Bibli. Nacional sob no. 254882, livro: 455, fls: 42 em 26/03/2002.

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p. 37-37 POTÊNCIA TERAPÊUTICA11 Relaxe. Feche os seus olhos. Pense em dois pontos no seu corpo. Um ponto é brilhante que representa a sua fonte de potência terapêutica e, um outro, escuro que representa a sua fraqueza terapêutica. Perceba esses pontos. Onde estão localizados no seu corpo? Volte sua atenção para o ponto de potência. O que você sente? Observando este ponto, você vai se lembrar de um tempo, em algum lugar da Terra ou do Espaço, que você adquiriu esta potência. Rememore este tempo. Volte a sua atenção para o ponto de fraqueza. O que você sente? Entrando em contato com este ponto, você vai se lembrar de um tempo, em algum lugar da Terra ou do Espaço onde você desenvolveu esta fraqueza. Rememore. Agora, volte à atenção para os dois pontos. Perceba... sinta os dois lugares ao mesmo tempo. Dois pontos no seu corpo: um ponto de maior talento e um ponto de maior fraqueza. Coloque um dedo ou sua mão direita em um dos pontos, e coloque sua mão esquerda no outro ponto. Você vai sentir a energia que flui desses pontos. Você vai perceber uma linha de energia... uma linha de energia indo de um ponto ao outro. Perceba a cor dessas linhas de energia. Você vai deixar a energia sair até que provoque um curto circuito. Perceba a cor dessas linhas de energia quando se encontram. Sinta este curto circuito o mais forte possível, de uma forma muito intensa. O que acontece no seu corpo e na sua mente? Se você sentir alguma turbulência, respire profundamente e aguarde essa turbulência passar, até que fique calma novamente. Como você se sente agora? Respire profundamente... relaxe... até você estar completamente calmo. Uma vez estando calmo, tranquilo e bem, volte, no seu tempo e no seu ritmo para o aqui e agora.

11 Adaptação realizada por Godoy em 1990 da técnica Curto-circuito desenvolvida por TenDam em 1989. Registrada na Bibli. Nacional sob no. 254882, livro: 455, fls: 42 em 26/03/2002.

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p. 38-38

UM OLHAR PARA O IV ENCONTRO DO INTERESPE

1. IMPRESSÕES DOS INTEGRANTES DO GRUPO - FRAGMENTOS

“Muitos dias de pura explosão, arte, construção, desconstrução, sentidos, alegrias, lágrimas, toques. Interdisciplinaridade em todo o processo e a

Espiritualidade em nós manifestada em nossa vontade do viver para transformar...” Ana Maria

“Esse IV Encontro do INTERESPE foi o DESPERTAR para sentirmos nossa ESPIRITUALIDADE brotando do mais profundo em nós. Foram muitas as

emoções! Precisamos disso nesse mundo seco, árido, sem água. Cada um em busca de seu próprio graal: a procura é individual, única.” Elenice

“Fiquei contente com a alegria e contágio benéfico de todos. Agradeço ao empenho e trabalheira perene...A oficina de teatro foi um coroamento do

evento.” Gazy

“A melhor forma de se transmitir as virtudes é pelo exemplo, pela coerência. Pelo INTERESPE, poderemos ser o exemplo de mudanças dos professores, do cotidiano das pessoas, ajudar a transformar a sociedade e construir um novo

mundo.” Jaime

“Os palestrantes se utilizaram de todas as formas de linguagem para apresentar o tema Espiritualidade. Este IV Encontro do INTERESPE pode falar de amor, um resgate à pureza de cada ser, do que há de mais verdadeiro dentro

de si.” Jerley

“Senti cada apresentação com o coração! Naquele momento eu era só emoção, não conseguia ficar parada, para definir minha agitação. Cada fala era cheia de carinho, era nítida a harmonia que envolvia o grupo. Havia em todos muito

AMOR.” Priscilla

“Mentes iluminadas, corações emanando o mais puro, sincero e fraterno amor. Grande corrente de solidariedade, fraternismo, acolhimento e cooperação

levando paz e harmonia a todos os presentes e se expandindo para o mundo.” Herminia

“Um até sempre é um bom início para um profundo despertar repleto de encanto, amor, beleza e alegria. Assim foi o IV Encontro INTERESPE,

contaminando a todos com tamanha energia!” Simone

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p. 39-39

2. IMPRESSÕES DE CONVIDADOS

“Sinto meus movimentos, minha energia, minha fé, esperança, para que viaje para outros lugares com beleza, amor, suavidade, verdade, contentamento, ética e estética. Reconheço também no outro, um parceiro desta sedutora e cativante dança da Vida!“

Wânia12

“Agradeço ao Ruy que consegue sempre escrever as mais belas palavras.

Tudo foi possível! Com meu canto pude fazer parte de tanta emoção! Pude participar dessa experiência do amor, no aqui e agora!”

Láusida13

“A importância da espiritualidade na docência. Desse encontro participaram os que se empenharam com entusiasmo. O

importante é despertar para a espiritualidade consciente e viver cada momento como fosse eterno.”

Elisabete14

“Romper barreiras, ampliar a percepção sobre as coisas, sobre as pessoas, sobre o universo, extrair o belo da vida! Ativar a

emoção, ir à humanização! Dar mais dinâmica à vida através da arte. Multiplicar a criatividade, o entusiasmo, a alegria de viver,

de transmitir e adquirir conhecimento, para se tornar pleno!” Márcia15

12 Wânia Karolis Ramos Urresta: atriz, arte educadora, formada em letras, aluna de Pós Graduação em Docência no Ensino Superior - FIG-UNIMESP. 13 Lausida Conceição Dia Goes, professora de Ed. Fisica, treinadora de handball, formada em Ed. Física, aluna de Pós Graduação em Docência no Ensino Superior - FIG-UNIMESP. 14 Elisabete Jabardo: personal trainer, formada em Ed. Física, aluna de Pós Graduação em Docência no Ensino Superior - FIG-UNIMESP. 15 Márcia Jabardo: professora de português e inglês, formada em Letras, aluna de Pós Graduação em Docência no Ensino Superior - FIG-UNIMESP.

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p. 40-41 3. POEMAS

3.1. O BRILHO DO ENCONTRO

Nosso Encontro , nossos encontros Cada vez mais profundos...

Permeados de grandeza E criatividade...

Quanto aprendizado Quantas lições...

Quanta beleza de alma, sintonia Corações abertos

O despertar de um mundo precioso Pleno de carinho...

O movimento constante que não para Mas caminha na direção da Luz

O sonho de Ícaro fiquei cantarolando-o até ontem , na voz de Priscilla

A eterna "rebelde"... O Som do Piano degustei com o sabor de maçãs

Paradisíacas ... As palavras criativas de Ana, guardei-as para a "eternidade do

agora" Que me conduziram a esta poesia....

A magia da flor de lótus de Simone se confunde com a magia da inspiração de Herminia

Uma dupla nascida do mais "puro lodo"... O encanto da mensagem trazida pela Elenice faz transbordar

nossos corações Enchê-los de kisses...

A expressão corporal, voz, encantamento de Wania grande iluminada parceira vem

Iluminando todos à sua volta e ainda Somar as lindas palavras sobre liberdade trazidas por Jayme,

amigo de todos os dias Que acabam nos fazendo abrir as asas para sempre!

As imagens criativas de Gazy, fazem crescer o ímpeto de buscar o imagético

No "mais dentro"... As lágrimas constantes de Márcia, mostram que é possível

sonhar Até debaixo d'água...

O compartilhamento de Solha lembra-nos que a arte tem que ser vivida

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p. 41-41

Até no teatro... A doação de Jerley que carrega em seus olhos sabedoria,

obrigado pelo presente Que nos convida a "Poder Mudar Tudo"...

O coral que trouxe a Paz na Terra E o amor no coração...

E o autoconhecimento externado por Ruy, mostrando que a vida vale a pena ser vivida quando existe amor, alegria e beleza

Vindas da "Criança" a ser despertada... Beleza, porque tudo depende de como vemos o mundo

Desde que abramos verdadeiramente os olhos... Alegria que está dentro de nós em compartilharmos o presente

Como é o caso desta parceria poética... Amor que é o que sinto por todos vocês, que estenderam suas

mãos, nos acolheram Assim como "Telma" o fez...

E acreditaram que somos capazes de transformarmos o mundo Da forma como transformamos uma poesia...

Beijos no coração de todos, amo vocês!!! Eu também! Inclusive a Telmateix!

Telruy (Telma e Ruy)

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p. 42-42

                           GUARULHOS

Final da Primavera Inicio de um Novo Tempo

Rebeldes despertas... Artistas presentes...

Buscas no "mais dentro"...

Sinto, sim, que estamos iniciando O Encontro do "Ser com o Fazer"

Senti a inspiração de cada um Criando momentos inesquecíveis...

Somente também com arte

Poderia cumprimentá-los e a toda a equipe local Agradecer de coração tudo o que foi realizado

Esperando para a seqüencia os inevitáveis frutos que resultarão...

Assim a rebeldia de Pryscylla Provocada que foi pela determinação de Hannette

Que também envolveu a presença viva de Marcia... Os kisses de Helen

A viagem espacial de Simonarte A ação impossível de Hermynya, além dos muros previsíveis...

A arte envolvente de Gazy O teatro de Solha

O encanto de Wania e Carol... Telmateix e Jayme a todos inspirando...

Enfim. Beleza , Alegria e Amor Que precisamos levar à Eternidade do Agora

Até Sempre

Ruy

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p. 43-45

4. Sina Andraus

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p. 44-45

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p. 44-45

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APRESENTAÇÃO DOS INTEGRANTES DO INTERESPE PESQUISADOR COORDENADOR

Prof. Dr. Ruy Cézar do Espírito Santo - Doutor emFilosofia da Educação - UNICAMP. Mestre em Educação -PUC-SP. Bacharel em Direito - USP. Professor atuante noscursos de graduação e pós-graduação. Pesquisador doGEPI e INTERESPE: http://www.pucsp.br/interespe/ Autor das obras: Pedagogia da Transgressão,Renascimento do Sagrado na Educação, Histórias queEducam, Desafios na Formação do Educador, OAutoconhecimento na Formação do [email protected]

PESQUISADORES

Profa. Dra. Ivani Catarina Arantes Fazenda – LivreDocente em Didática – UNESP. Doutora emAntropologia – USP. Mestre em Filosofia da Educação– USP. Graduada em Pedagogia – USP. Coordena oGEPI - Grupo de Estudos e Pesquisa emInterdisciplinaridade: http://www4.pucsp.br/gepi/.Pesquisadora CNPQ - Nivel I desde 1993 eINTERESPE. [email protected]

Profa. Pós-Doc. Ana Maria R. Sanchez Varella - Pós-doutora em Interdisciplinaridade. Doutora em Educação:Currículo, linha de pesquisa Interdisciplinaridade.Mestre em Gerontologia. Psicopedagoga - PUC/SP.Graduada em Letras - UniPaulistana. Pesquisadora dosgrupos GEPI, LEC e INTERESPE. Autora das obras: AComunicação Interdisciplinar na Educação, Envelhecercom Desenvolvimento Pessoal e Quinta série, um bichode sete cabeças? [email protected]

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Prof. Dr. Gazy Andraus - Doutor em Ciências daComunicação - ECA/USP. Mestre em Artes - UNESP.Graduado em Educação Artística - FAAP. Professor eCoordenador do curso de Artes da FIG-UNIMESP.Pesquisador do Observatório de HQ da USP eINTERESPE. Autor de HQ independente de temáticaadulta Fantástico-Filosófica. [email protected]

Profa. Dra. Elenice Giosa - Doutora em PsicologiaEscolar e do Desenvolvimento Humano - USP. Mestreem Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas -PUC/SP. Graduada em Letras: Tradutor e Intérprete.Docente em curso de graduação. Pesquisadora do GEPIe INTERESPE. [email protected]

Prof. Me. Celso Solha - Doutorando pela PUC/SP emEducação: Currículo. Mestre em Educação - UNICID.Ator formado pela Escola de Arte Dramática - USP. Pós-graduado em Sociologia "Globalização e Cultura" -FESPSP. Professor de teatro da FAAP/SP, FESPSP eColégio Stockler. Coordenador do Núcleo de ArtesCênicas (jovens) da FAAP. Pesquisador do GEPI eINTERESPE. [email protected]

Profa. Ma. Telma Teixeira de Oliveira Almeida -Doutoranda em Educação: Currículo - PUC/SP. Mestreem Educação - UNIMEP. Graduada em Educação Física- Instituto Gammon. Coordenadora do curso dePedagogia e docente da FIG-UNIMESP. Pesquisadorado GEPI e INTERESPE. [email protected]

Profa. Ma. Herminia Prado Godoy - Doutoranda emEducação: Currículo - PUC/SP. Mestra em Distúrbios doDesenvolvimento - Mackenzie. Especialista em Terapiada Regressão pela AAPLE/USA. Graduada emPsicologia - Unip. Pesquisadora do GEH, GEPI, Phoenixe INTERESPE. www.centrodedifusao.com.br;[email protected]

Profa. Ma. Simone M. A. de Castro Andrade - Mestraem Educação: Currículo - PUC/SP. Especialista empsicoterapia de orientação Junguiana - Instituto SedesSapiente. Graduada em Psicologia - PUC/SP.Psicoterapeuta da Regressão pelo CDEC, Terapeuta daConsciência Multidimensional - Centro de Estudos ePesquisas da Consciência. Pesquisadora do GEPI,Aliança pela Infância e [email protected]

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Prof. Jaime Paulino - Pós-graduando em Docência noEnsino Superior. Bacharel em Direito - FIG-UNIMESP.Graduado em Instrutor de Educação Física - Escola deEducação Física da Polícia Militar. Coordenador eDocente do curso de Educação Física - FIG-UNIMESP.Pesquisador do INTERESPE. [email protected]

Prof. Jerley Pereira da Silva - Pós-graduado em Gestãode Pessoas para Negócios e Consultoria Empresarial -UNIÍTALO.Bacharel em Administração - UNIB.Coordenador dos cursos de pós-graduação nas áreas deNegócios e Saúde. Coordenador Adjunto e Docente docurso de Administração - UNIÍTALO. Pesquisador doGEPI e INTERESPE. [email protected]

Profa. Priscilla Mariana Lourenço Cardoso - Pós-graduanda em Docência no Ensino Superior e graduadaem Letras - Língua Portuguesa e Inglesa - FIG-UNIMESP. Pesquisadora do [email protected]

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NORMAS PARA A APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS

INTERESPE é uma revista de periodicidade anual, cujo volume de cada ano será publicado em dezembro e poderão ser realizadas edições extras.

É uma publicação Oficial do INTERESPE- Grupo de Estudos e Pesquisa em Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação; Fundamentos da Educação: PUC/SP.

Tem por objetivo publicar textos e artigos nacionais e internacionais sobre a Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação, na Arte e na Cultura, dentre outros campos.

CATEGORIAS DE ARTIGOS

Serão publicados: Artigos Originais, Revisões, Atualizações, Resultados de Pesquisas, Resumo e resenhas de livros, Filmes, Relatos e/ou Sugestões de Práticas Interdisciplinares, Comunicações Breves, Depoimentos, Entrevistas, Cartas ao Editor, Notícias, Agenda.

Artigos originais: são contribuições destinadas a divulgar resultados de pesquisa original inédita, que possam ser replicados e/ou generalizados. Devem ter a objetividade como princípio básico. O autor deve deixar claro quais as questões que pretende responder. O texto deve conter de 2.000 a 4.000 palavras, excluindo tabelas, figuras e referências.

A estrutura dos artigos é a convencional: introdução, métodos, resultados e discussão. A introdução deve ser curta, definindo o problema estudado, sintetizando sua importância e destacando as lacunas do conhecimento que serão abordados no artigo. Os métodos empregados, a população estudada, a fonte de dados e critérios de seleção, dentre outros, devem ser descritos de forma compreensiva e completa, mas sem prolixidade. A seção de resultados deve se limitar a descrever os resultados encontrados sem incluir interpretações/comparações. O texto deve ser complementar e não repetir o que está descrito em tabelas e figuras. Deve ser separado da discussão. A discussão deve começar apreciando as limitações do estudo, seguida da comparação com a literatura e da interpretação dos autores, extraindo as conclusões e indicando os caminhos para novas pesquisas.

Revisões: Avaliação crítica sistematizada da literatura sobre determinado assunto devendo conter conclusões. Devem ser descritos os procedimentos adotados, esclarecendo a delimitação e limites do tema. Sua extensão é de no máximo 5.000 palavras.

Atualizações: São trabalhos descritivos e interpretativos baseados na literatura recente sobre a situação global em que se encontra determinado assunto investigativo. Sua extensão deve ser de no máximo 3.000 palavras.

Notas e informações: São relatos curtos decorrentes de estudos originais ou avaliativos. Podem incluir também notas preliminares de pesquisa. Sua extensão deve ser de 800 a 1.600 palavras.

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Cartas ao editor: Inclui cartas que visam a discutir artigos recentes publicados na Revista ou a relatar pesquisas originais ou achados científicos significativos. Não devem exceder a 600 palavras.

Observação: Trabalhos que ultrapassem as extensões acima estipuladas serão objeto de análise por parte do Conselho Editorial. AUTORIA

O conceito de autoria está baseado na contribuição substancial de cada uma das pessoas listadas como autores, no que se refere sobretudo à concepção do projeto de pesquisa, análise e interpretação dos dados, redação e revisão crítica. PROCESSO DE ESCOLHA DOS ARTIGOS

Os artigos devem ser encaminhados aos editores que considerarão o mérito contribuição e encaminharão aos colaboradores da área específica do autor.

O anonimato é garantido durante todo o processo de julgamento. A decisão sobre aceitação é tomada pelo Conselho de Editores.

Artigos recusados, mas com possibilidade de reformulação, poderão retornar como novo trabalho.

Artigos aceitos sob condição serão retornados aos autores para alterações necessárias e normatização de acordo com o estilo da revista.

O(s) autor(es) receberão no prazo de 90 dias o retorno do Conselho Editorial sobre a aprovação do artigo enviado para apreciação. PREPARO DOS ARTIGOS

Os artigos devem ser digitados em letra times new roman, corpo 12, no Word, plataforma PC, incluindo página de identificação, resumos, agradecimentos, referências, tabelas e numeração das páginas. Sugerimos que sejam submetidos à revisão do Português por profissional competente antes de ser encaminhado à publicação.

Os artigos devem ser enviados para o e-mail da conselheira: [email protected]. PADRÃO DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT que deverão ser consultadas para a elaboração dos artigos são as seguintes: NBR 14724:2001 - Informação e documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação NBR 10520:2001 - Informação e documentação - Apresentação de citações em documentos NBR 6022:2003 - Informação e documentação - Artigo em documentação periódica e científica impressa – Apresentação NBR 6023:2002 - Informação e documentação- Referências- Elaboração NBR 6024:2003 - Informação e documentação- Numeração progressiva das seções de um documento NBR 6028:2002 - Informação e documentação- Resumos - Apresentação: noções básicas NBR 12256:1992 - Apresentação de originais OBSERVAÇÕES GERAIS:

1. Deverá ser incluída uma carta, assinada por todos os autores, permitindo a publicação pela revista.

R. Interespe, São Paulo, Volume 1, número 0, p.01-45, Dez, 2010

2. As pesquisas que envolvam seres humanos devem mencionar a devida aprovação prévia pelo Comitê de ética da instituição de origem.

3. Caberá aos autores a total responsabilidade sobre o conteúdo dos artigos publicados.

4. Os artigos devem conter o título no manuscrito, sua tradução para o inglês, nomes completos dos autores com suas titulações acadêmicas, instituição, departamento e disciplina a que pertencem, endereço para correspondência e, telefones, palavras-chaves em português e em inglês (NBR 12256 - 1992), resumo do artigo, (no máximo 250 palavras) em português e em inglês (NBR 6028 - 2002), e referências (NBR 6023-2002).

5. As tabelas, gráficos, figuras, desenhos feitos por profissionais e fotografias que permitam boa reprodução, devem ser citados no texto em ordem cronológica e, devem ser enviadas com título, legenda e, respectiva numeração. As ilustrações escanerizadas deverão ser enviadas na forma original e no formato .tif ou .jpg e ter no mínimo 270 dpi. As fotografias não devem permitir a identificação dos sujeitos, preservando assim o anonimato. Caso seja impossível, deve-se incluir uma permissão do sujeito, por escrito, para a publicação de suas fotografias. Deve-se também incluir a permissão por escrito para reproduzir figuras já publicadas, constando um agradecimento para a fonte original (NBR 12256 - 1992).

Artigos devem ser encaminhados a

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Cartas, sugestões, questionamentos devem ser encaminhados a:

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