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Adão Carlos Costa Moraes
R. C. 32: SÃO PAULO VAI À LUTA.
UNISAL
LORENA
2009
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Adão Carlos Costa Moraes
R. C. 32: SÃO PAULO VAI À LUTA. Relatório Final apresentado como exigência parcial das
Atividades de Estágio Curricular Supervisionado e
Produção Acadêmica no Ensino Médio, do Curso de
História, do Centro Universitário Salesiano de São
Paulo-U.E. Lorena, sob a orientação do Professor Ms.
Hamilton Rosa Ferreira.
UNISAL
LORENA
2009
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RESUMO
O golpe de 1930 teve por objetivo tirar o poder das mãos dos paulistas e mineiros que
se alternavam a décadas no governo da nação. O então presidente eleito Júlio Prestes foi
impedido de assumir graças ao êxito do golpe liderado por Getúlio Vargas que acabou por
assumir a presidência. Uma vez no poder, o novo presidente adotou um regime de governo
que passou a desagradar vários setores da indústria e do comércio, principalmente nos Estados
de São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Por ser o Estado mais avançado do país
indústria e economicamente, São Paulo se sentia o mais prejudicado pelo governo
centralizador de Getúlio. No início do ano de 1932 a situação se achava insustentável no
Estado e a elite paulista passa a arquitetar uma luta armada com o objetivo de derrubar
Getúlio Vargas do poder. A revolta tem início em 09 de julho de 1932 e se prolonga por três
meses, a guerra civil é chamada de Revolução Constitucionalista, em vista que seu ideal
pregado era de uma nova Constituição para o Brasil. O apoio de outros Estados não acontece
e por esse motivo as tropas federais acabam por vencer o conflito que foi orquestrado pela
elite paulista, mas acabou recebendo o apoio de todas as camadas da população. Seus motivos
e ideais são ainda contraditórios, elitista e separatista ou constitucionalista verdadeiramente
lutando pelos interesses do Brasil. Trabalhar esse tema em sala de aula, como Projeto de
Estágio, foi muito importante para ensinar os alunos a terem uma visão crítica da História da
Revolução Constitucionalista de 1932.
Palavras chave: Revolução, São Paulo, Constituição, Getúlio Vargas.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................5
DESENVOLVIMENTO.............................................................................................................6
Fundamentação Teórica.......................................................................................6
Caracterização do estabelecimento de ensino...................................................14
O Estágio Curricular Supervisionado................................................................15
O projeto............................................................................................................17
Aplicação e resultados.......................................................................................20
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................22
REFERÊNCIAS........................................................................................................................23
ANEXO A- Fotos da Instituição cedente EE Profª Paulina Cardoso.......................................25
ANEXO B- Fotos do painel de exposição do Projeto...............................................................27
ANEXO C- Imagens da Revolução Constitucionalista de 1932...............................................29
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INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem por objetivo apresentar Relatório Final de Estágio, bem como a
Fundamentação Teórica que embasou o Projeto de Estágio que foi desenvolvido durante o ano
de 2009 na E.E. Profª Paulina Cardoso.
Esse Projeto intitulado R.C. 32: São Paulo vai à luta, pretendeu levar até os alunos um
conhecimento crítico e aprofundado da Revolução Constitucionalista de 1932. Através de
exposições, pesquisas orientadas e avaliação, pretendeu-se fazer com que os alunos passassem
a compreender com mais domínio e reflexão esse tema de tal importância para a História do
Estado de São Paulo e do Brasil.
Também se pretendeu com este Estágio estar próximo da realidade escolar e com a
aplicação do projeto foi possível interagir com os alunos da forma mais próxima possível da
realidade da futura profissão. O Estágio é a ferramenta essencial para que possamos ser bons
profissionais, em todas as áreas ele é de extrema importância, já no caso da formação de
professores ele é vital por ser possível colocar em prática as teorias que estamos aprendendo
na Faculdade e para que consigamos aplicar as teorias no campo de trabalho que pretendemos
atuar.
Toda a fundamentação teórica desse projeto será exposta e comentada a sua
importância para a realização desse trabalho de pesquisa e aplicação em sala de aula, uma vez
que para que possamos fazer um trabalho digno com os alunos precisamos estar sempre bem
auxiliado por grande conhecimento das formas didáticas e também do assunto específico do
qual vamos tratar, nesse caso a Revolução Constitucionalista de 1932.
Esse projeto foi aplicado tendo em vista o alcance máximo de seus objetivos e o
aprendizado mútuo, tanto por parte dos alunos, com também do Professor.
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DESENVOLVIMENTO
Fundamentação Teórica:
I-Precedentes: Para se fazer um estudo da Revolução Constitucionalista de 1932 é
necessário nos remetermos um pouco no tempo, analisando o contexto político em que o
Brasil estava inserido na época em que antecede o movimento e como esse contexto interferiu
para que essa guerra viesse a acontecer.
No período que vai desde a Proclamação da República até o golpe de 1930 o Brasil
passou pelo que chamamos de República Velha ou Primeira República. Nesse período o
Brasil foi governado pela elite oligárquica de São Paulo e Minas Gerais, na chamada
República do café-com-leite, porém não podemos fazer uma análise limitada da História e
com isso afirmar que toda a política nacional estava ligada a esses dois Estados. Houve como
exemplo de exceção, o caso do presidente Epitácio Pessoa, paraibano eleito em 1919.
Devemos como afirma Boris Fausto, analisar esse período de forma mais crítica, pois ele
possui uma complexidade maior e deve ser mais bem entendido.
O café-com-leite exprime a ideia de que uma aliança entre São Paulo e
Minas comandou, no período, a política nacional. A realidade era porém mais
complexa do que isso. Para entendê-la, devemos olhar mais de perto as relações
entre a União e pelo menos três Estados – São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do
Sul-, bastante diversos entre si. (FAUSTO, 2008. p. 265)
Ou seja, além de São Paulo e Minas Gerais, o Rio Grande do Sul também possuía
certo destaque na política nacional e estaria amplamente envolvido nos acontecimentos que
levariam ao golpe de 1930 e posteriormente à Revolução de 1932.
Trataremos agora da questão que se refere ao golpe de 1930 que levou Getúlio Vargas
ao poder, uma vez que o presidente eleito para assumir o governo do país era o paulista Júlio
Prestes. Porém, todo o processo eleitoral que deu a vitória ao candidato, então governador do
Estado de São Paulo é cercado de complexidades. De início podemos ressaltar que o então
presidente Washington Luís, paulista, pela lógica da política do café-com-leite deveria apoiar
a candidatura de um mineiro para sua sucessão, mas de maneira surpreendente ele não o fez,
ao contrário disso decide lançar Júlio Prestes como candidato. Isso desagradou aos mineiros
que decidiram então fazer uma aliança com os gaúchos em favor da candidatura de Getúlio
Vargas, que também contou com o apoio dos democráticos de São Paulo.
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Vencidas as eleições com apoio da máquina do governo, o paulista Júlio Prestes foi
impedido de assumir graças às ações promovidas pelo golpe de 1930, que contou com o apoio
do movimento tenentista. Sobre esse movimento o autor Boris Fausto faz uma afirmação
interessante entre o movimento e sua relação com o poder:
Há uma história do tenentismo antes e depois de 1930. Os dois períodos
dividem-se por uma diferença essencial. Antes de 1930, o tenentismo foi um
movimento de rebeldia contra o governo da República; depois de 1930, os tenentes
entraram no governo e procuraram lhe dar um rumo que promovesse seus objetivos.
(FAUSTO, 2008. p. 307)
Depois dessa breve discorrida sobre os acontecimentos que antecederam a chegada de
Getúlio Vargas ao poder, vamos agora fazer uma analise dos acontecimentos que levaram o
Estado de São Paulo a se rebelar contra o governo promovido por ele.
Getúlio Vargas assumiu o governo provisório após o golpe de 1930 e deveria
promulgar uma nova Constituição e realizar eleições assim que possível. Porém, o que se viu
após sua chegada ao poder foi uma série de medidas autoritárias como suspender a
Constituição de 1891, destituir do cargo os governadores e prefeitos, nomeando em seus
lugares interventores federais, muitos deles eram militares do movimento tenentista que
haviam ajudado no golpe que levou Getúlio ao poder, além de dissolver o Congresso
Nacional.
Vários Estados não aprovaram suas ações, mas o descontentamento maior veio do
Estado de São Paulo, que se considerava a locomotiva da nação, graças ao seu poderio
econômico e industrial perante o restante do país. Os paulistas se sentiram sufocados pelo
regime autoritário desempenhado por Getúlio que tirava a liberdade e a autonomia do Estado.
Aos poucos a situação foi se tornando delicada e as ações do governo central só faziam
aumentar o descontentamento da elite paulista. Como cita Maria Helena Capelato, no início
de 1931 o descontentamento já era visível.
No início de 1931 já era visível a decepção da oposição paulista para com a
Revolução de 30. Na luta contra o PRP havia apoiado os revolucionários na
esperança de ter acesso ao poder. Não somente dele se viam alijados, como, ao invés
de estar São Paulo na liderança do movimento renovador, a Revolução caminhava
rumo ao fortalecimento do poder central, em detrimento da autonomia de São Paulo.
(CAPELATO, 1982. p.14)
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Os interventores designados por Getúlio encontravam resistência dos paulistas, foi
assim com João Alberto que não tinha nenhuma ligação com a política paulista e permaneceu
por noves meses no cargo, sendo esse um período de tensão que culminou em sua renúncia
em julho de 1931.
Posteriormente vieram os interventores Laudo de Camargo e Manuel Rabelo, o
segundo foi responsável pelo agravamento da crise entre paulistas e o governo, fazendo com
que o Partido Democrático de São Paulo rompesse com Getúlio Vargas, que assim perdia seu
vínculo com a elite política paulista que o havia apoiado em 1929. Como vemos na citação de
Marco Antonio Villa: “Em janeiro, o PD rompeu com o chefe do Governo Provisório. Era,
desde 1929, a efetiva ligação que Vargas tinha com a elite política paulista.” (VILLA, 2008.
p.38)
A situação em São Paulo se tornava mais tensa a cada dia que passava, mas foi no dia
23 de maio de 1932 que a crise entre governo federal e paulistas atingiu seu clímax, nesse dia
aconteceu um violento confronto na cidade de São Paulo, colocando de um lado manifestantes
contrários ao governo central, entre eles muitos estudantes e de outro lado partidários de
Getúlio Vargas.
Um grupo mais extremado alvejou a tiros a redação do Correio da Tarde,
jornal de apoio a Getulio e em seguida depredou as instalações do jornal A Razão,
da família de Osvaldo Aranha. Outro grupo abriu à força casas de armas e munições
das Ruas Boas Vistas e Libero Badaró. A massa armada, em corrente descontrolada
chegou até a esquina da Praça da República com Barão de Itapetininga, sede do
Partido Popular Paulista. O ataque começou, revidado por gente preparada e
fortemente armada, de dentro da sede do Partido. A fuzilaria a cada momento
aumentava, com uso de granadas, jogadas na praça. Os atacantes tentaram incendiar
a sede do Partido com garrafas de gasolina. O tiroteio fez as primeiras baixas nos
paulistas. Estavam no chão da praça Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno
Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antonio Américo de Camargo Andrade.
Horas depois as iniciais dos seus nomes formaram a sociedade M.M.D.C. (Martins,
Miragaia, Dráusio e Camargo), a "forja e o martelo da revolução", entidade que
começou a partir do dia seguinte, a se organizar e a reunir voluntários, técnicos,
estudantes universitários, preparando pelotões de guerrilheiros do tipo "apresentação
e ação fulminantes". Esses pelotões começaram a ser organizados em toda a cidade
de São Paulo e seriam ativados mediante senhas secretas, a serem transmitidas no
momento do levante armado, e ocupariam pontos estratégicos, repartições públicas,
estações ferroviárias, emissoras radiofônicas e outros locais escolhidos.
(ANDRADE, 2009)
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Com a citação acima, do autor lorenense Antonio de Andrade podemos ver a que
ponto chegou o descontentamento de São Paulo para com o governo de Getúlio Vargas. Além
dos quatros mortos no dia 23 de maio, Alvarenga também saiu gravemente ferido e morreu
posteriormente, hoje a inicial de seu nome é reconhecida e a sigla passou a ser M.M.D.C.A.
Após esse conflito em São Paulo a situação pareceu se acalmar, porém o que ocorria
era que a FUP (Frente Única Paulista), formada pela união entre os partidos que eram
inimigos anteriormente, sendo eles o PD e o PRP, estava procurando apoio nos Estados de
Minas Gerais e Rio Grande do Sul para que eles viessem combater ao lado de São Paulo que
preparava em segredo um levante armado para derrubar o governo de Getúlio. Em 09 de julho
de 1932 a guerra começava, no dia seguinte o interventor Pedro de Toledo enviou o seguinte
telegrama a Getúlio:
Esgotados todos os meios que ao meu alcance estiveram, para evitar o
movimento que acaba de verificar-se na guarnição desta região, ao qual aderiu o
povo paulista, não me foi possível caminhar ao revés dos sentimentos do meu
estado. Impossibilitado de continuar a cumprir o mandato que V. Exa. houve por
bem confiar-me e que sempre procurei honrar, olhos fitos no interesse de São Paulo
e do Brasil, venho renunciar ao cargo de interventor. (VILLA, 2008. p.38)
II- A luta armada:
E às 23 horas da noite de 9 de julho de 1932, sob o comando do General
Isidoro Dias Lopes e do coronel Euclides Figueiredo, chefes do Estado Maior
Revolucionário, explodiu o movimento militar dos paulistas contra Getulio Vargas,
uma guerra civil, o maior conflito militar do Brasil no século XX. Toda a população
paulista se uniu nessa luta, desejando trazer de volta certos valores como liberdade e
democracia, representados nos objetivos: eleições para presidente e governadores, e
uma nova Constituição para o Brasil. Devido a esses objetivos, a Revolução de 1932
foi chamada de Constitucionalista. (ANDRADE, 2009)
Começava assim a Revolução Constitucionalista de 1932, um conflito armado de
grandes proporções que viria a se perdurar por três meses. O apoio de outros Estados que São
Paulo esperava contar não veio e por isso a luta acabou se restringindo as tropas paulistas
lutando sozinhas contra as tropas do governo federal, este ainda contou com o apoio de vários
estados, com isso sendo militarmente inferiores os paulistas estavam condenados a perder a
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guerra, apesar de todos os esforços que o Estado procurou fazer para angariar fundos
financeiros, como a campanha ouro para São Paulo, do apoio das indústrias paulistas que
fabricaram armas, munições e uniformes para os soldados e principalmente da forte
propaganda da guerra que o Estado procurou fazer como forma de inflamar o povo e com isso
conseguir inúmeras adesões de voluntários para combater nos campos de batalha.
“Foram mais de 85 mil homens combatendo. Estima-se que o exército federal teve
cerca de 55 mil homens nas frentes de batalha e o exército constitucionalista um número
aproximado de 30 mil soldados. .” (VILLA, 2008. p.38)
Os revoltosos esperavam receber a adesão de outros Estados, contudo, logo
após a eclosão do Movimento, Flores da Cunha (interventor do Rio Grande do Sul),
até então vacilante, decidiu dar apoio a Getúlio Vargas. Olegário Maciel (interventor
em Minas Gerais) aceitou negociar com o poder central, e interventores de outros
Estados se colocaram ao lado do Governo Federal, oferecendo tropas para lutar
contra o movimento paulista. (CAPELATO, 1982. p.14)
A luta se prolongou por três meses, se dividindo em várias frentes de batalha por todo
o Estado de São Paulo, na frente sul indo das proximidades de Apiaí, no Vale do Ribeira, até
as proximidades da cidade de Avaré, mais a oeste. Na frente norte as lutas se concentraram no
Vale do Paraíba entre Cunha e Piquete e também na região que vai desde a cidade de
Bragança Paulista até a cidade de Mococa, formando uma enorme linha de combate nas
divisas com os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Deve-se destacar a formação de dois batalhões que lutaram ao lado do exército
constitucionalista, sendo eles formados por grupos étnicos, um foi a Legião Negra e outro o
Batalhão Índio. Porém alguns historiadores afirmam que a Legião Negra foi mandada para as
missões mais arriscadas sofrendo um tipo de discriminação durante o conflito, não é o que
afirma o autor Marco Antonio Villa em 1932: imagens de uma revolução.
Não é possível afirmar que coube à Legião Negra tarefas militares mais
arriscadas do que aos outros regimentos das forças constitucionalistas ou de que
tenham recebido tratamento discriminatório. Dos 634 soldados mortos, 26 eram
negros, e somente quatro deles fizeram parte da Legião Negra. Ausência de
treinamento, fardamento inadequado, armamento antigo, relativa escassez de
alimentos, fizeram parte do cotidiano de todos os soldados nos 3 meses de
campanha. Além da Legião Negra foi formado outro destacamento étnico: o
batalhão índio também com soldados e enfermeiras. A maior parte era formada por
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índios caiacanques da região noroeste do estado de São Paulo. Tiveram pequena
participação nos combates. (VILLA, 2008. p.38)
Outro ponto a ser destacado é com relação à utilização da aviação durantes os
combates, principalmente por parte das forças do governo federal. Eles utilizaram o ataque
aéreo principalmente na região do vale do Paraíba, onde os combates foram muitos mais
intensos que em outras frentes e a densidade populacional era muito grande, fazendo com que
os civis dessa região fossem os que mais sofressem durante a guerra.
No dia 23 de julho de 1932 Santos Dumont suicidou-se no Guarujá, muitos acreditam
que o motivo para seu suicídio tenha sido a utilização dos aviões como arma de guerra, o que
há muito o inventor criticava.
No final do mês de setembro a situação do exército paulista era totalmente
desanimadora e a derrota era previsível, tanto que em 02 de outubro foi assinado o armistício
na cidade de Cruzeiro “uma rendição assinada apenas pela Força Pública e não pelo
comandante das tropas paulistas, Cel Euclides Figueiredo, pois ele havia considerado
humilhantes demais os termos da rendição, no armistício proposto pelo representante do
Getulio, general Goés Monteiro.”(ANDRADE,2009)
“A cidade de Guaratinguetá está quase completamente vazia. A população
abandonou a cidade. Aviões sobrevoam a cidade em vôos rasantes, procurando
tropas paulistas em retirada. As trincheiras de Engenheiro Neiva seria as últimas
trincheiras dos paulistas.”( FREITAS; NASCIMENTO. p. 25/26)
Essa citação retirada do Trabalho de Conclusão de Curso de Magda Cristina Freitas e
Renata Kelly Nascimento, que aborda a Revolução de 32, revela o fim da guerra e a situação
em que se encontrava o Vale do Paraíba, em destaque a cidade de Guaratinguetá.
A guerra havia terminado, muitos paulistas deram suas vidas pelo desejo de ver
restaurada a democracia no Brasil, há é claro outras correntes de pensamentos em que autores
colocam a Revolução Constitucionalista com outros objetivos, como a volta a antigas formas
de governo da Primeira República, isso é o que vamos discutir de forma mais aprofundada
daqui em diante.
III- Uma contradição: A História da Revolução de 32 carrega consigo duas correntes
de interpretação distintas, nas quais uma delas defende o lado paulista e exalta que a guerra
tinha ideais democráticos e que lutava pela libertação do Brasil da ditadura imposta por
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Getulio Vargas, essa visão é claramente defendida pelo autor lorenense Antonio de Andrade
em seu livro 1932 Os deuses estavam com sede:
O descontentamento era tão grande que fez unir todas as classes [...] Todos
se uniram desejando trazer de volta certos valores como liberdade e democracia
representado nas bandeiras: eleições para presidente e governadores, e uma nova
Constituição para o país. Devido a essas bandeiras a revolução foi chamada de
Constitucionalista. ( ANDRADE 1997. p.10/11)
Já outras linhas de raciocínio defendem a idéia de que o movimento paulista foi criado
pela elite descontente com a perda de privilégios com o governo de Getulio e que seus ideais
eram separatistas e voltados para o passado e para a velha ordem que existia na republica
velha e no poder da oligarquia paulista. Podemos ver essa via de interpretação no livro de
Maria Helena Capelato que trata exclusivamente da Revolução de 1932, intitulado O
movimento de 1932: a causa paulista.
“Getulio Vargas definiu o levante paulista como contra-revolucionário, movimento
reacionário que pretendia a volta à situação anterior. No Brasil renascente, esta revolta
constitui a derradeira investida para a restauração da velha mentalidade oligárquica.”
(CAPELATO, 1982. p.8)
Capelato aborda ainda a questão da propaganda que serviu como forma de inflamar o
povo paulista aderir a luta que foi orquestrada pela elite: “Através do discurso ideológico,
seus interesses particulares apareciam como universais, ou seja, como os interesses de
todos.” (CAPELATO, 1982. p.20).
Já o historiador Marco Antônio Villa, em seu livro 1932: imagens de uma revolução
faz uma análise crítica da guerra e procura ressaltar a importância de todos os agentes sociais
envolvidos no movimento, conclama assim para que haja um estudo do tema com toda sua
complexidade.
Debater a Revolução Constitucionalista é uma necessidade histórica e
política. [...] Na historiografia acadêmica ficou caracterizado como uma espécie de
último grito da velha oligarquia do Partido Republicano Paulista. A enorme
mobilização popular não teria passado de uma manipulação da classe dominante
paulista. Outra leitura acentua o separatismo como elemento central, [...] Este livro
tem como elemento central a questão democrática, como a grande herança política
da Revolução Constitucionalista, uma espécie de tesouro perdido, muito valioso,
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especialmente em um país marcado por uma tradição conservadora, elitista e
antidemocrática. (VILLA, 2008. p.38)
Os acontecimentos políticos de 1932 merecem reavaliação e estudos
monográficos que consigam enfrentar a complexidade daquele momento histórico.
Se em São Paulo, assim como no Rio de Janeiro, ocorreram as ‘patriotadas’,
discursos vazios - tão comuns na nossa história – e memórias construídas a procura
de heroísmos inexistentes; o país ter chegado a uma guerra civil, com centenas de
mortos e perdas materiais, não é rotineiro na história brasileira- e nem deve servir
como exemplo para a solução de contradições políticas. (VILLA, 2008. p.80)
Outro importante historiador do Brasil faz também uma defesa da interpretação crítica
da Revolução Constitucionalista de 1932, nas palavras de Boris Fausto vemos a necessidade
de estudar esse tema com muito cuidado e atenção:
[...] o episódio revolucionário teria sido um movimento da oligarquia
paulista apeada do poder [...] Em anos mais recentes, essa interpretação foi
amplamente contestada, dando lugar a trabalhos que tratam de mostrar a
complexidade e as ambiguidades da ‘guerra paulista’, fugindo assim, tanto da trilha
hagiográfica, quanto da interpretação dita marxista. (FAUSTO, in prefácio de
VILLA, 2008. p.6)
A ‘guerra paulista’ teve um lado voltado para o passado e outro para o
futuro. A bandeira da constitucionalização abrigou tanto os que esperavam
retroceder às formas oligárquicas de poder como os que pretendiam estabelecer uma
democracia liberal no país. (FAUSTO, 2008. p.350)
Analisando todas essas opiniões e colocando em choque autores do porte de Capelato
e Fausto, devemos ressaltar a importância de tratar desse tema em sala de aula mostrando aos
alunos todos os lados do conflito. Torna-se mais importante ainda esse tema nas escolas do
Vale do Paraíba, uma vez que a região esteve amplamente envolvida nos confrontos de 1932.
Temos que ser críticos dos fatos e estudar a História da Revolução em toda sua
essência, complexidade e diferentes pontos de vista, evitando julgamentos apressados, para
que não corramos o risco de ser injusto com todos que estiveram envolvidos, principalmente
com os que deram sua vida pela causa, não importando de que lado estavam.
Para encerrar essa reflexão sobre os verdadeiros ideais da Revolução
Constitucionalista de 1932, deixo uma afirmação de Boris Fausto, que retrata a importância
dos valores democráticos e que esses devem ser respeitados acima de tudo, sendo assim uma
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guerra civil de tamanha proporção ocorrida em nosso território deve ser analisada sob vários
pontos de vista e levado em conta toda sua complexidade ideológica, dando a real
significância a todos os sujeitos envolvidos nessa luta.
A “guerra paulista” seria, então, a página virada de um velho folhetim?
Nem de longe. Basta lembrar, que a democracia como valor básico, continua sendo
um requisito essencial da vida na nossa sociedade – um valor que resiste às ameaças
veladas ou abertas e que ganha, ao mesmo tempo, conteúdo cada vez mais pluralista,
nos dias atuais. (FAUSTO, in prefácio de VILLA, 2008. p.6)
Caracterização do estabelecimento de ensino:
O Grupo Escolar do Bairro da Ponte Alta, criado por decreto estadual de 14/12/1960
(publicado no DO de 12/6/1961), recebeu esta denominação através do Decreto nº
40.146, de 25/2/1962. A instituição do patronímico ‘Profª Paulina Cardoso’ ao
Grupo Escolar adveio com a Lei nº 7.613, de 5/12/1962. As instalações do atual
prédio foram construídas no quatriênio 1963/66. A denominação EEPG ‘Profª
Paulina Cardoso’ deu se pela Resolução SE nº 14, de 21/1/1976, publicada no DO
de 22/ 1/1976. Transformada em EEPSG ‘Profª Paulina Cardoso’ pela Resolução SE
nº 36, de 7/3/1991, publicada no DO de 8/3/1991, hoje é, após a Resolução SE nº 75,
de 11/6/1997, EE Profª ‘Paulina Cardoso’. (BARBOSA, 2000, p 131)
Essa citação retirada do livro do autor Alexandre Marcos Lourenço Barbosa,
“Aparecida: a multiplicidade do olhar”, mostra como surgiu e Escola na qual foi realizado o
Estágio.
Essa Instituição de Ensino situada à Rua Capitão Emídio Moreira, nº 153, no bairro de
Ponte Alta, município de Aparecida, conta hoje com uma área construída de 1.310m² em um
terreno de 3.754m². (BARBOSA, 2000, p 130).
No seu aspecto físico e Escola conta com 9 salas de aula, cozinha, cantina, 2 pátios
internos, 2 pátios externos, biblioteca, coordenação, diretoria, sala dos professores e
secretaria. Não possui quadra poliesportiva, com isso os alunos são conduzidos até o campo
de futebol municipal que se encontra poucos metros da Escola para realizar as aulas de
Educação Física.
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A Escola atende aproximadamente 850 alunos divididos nos períodos da manhã, tarde
e noite, sendo 7 salas de Ensino Fundamental II e 15 salas de Ensino Médio. O corpo docente
conta com aproximadamente 50 professores.
A Escola encontra-se em excelente estado de conservação e limpeza, além de ser
muito apresentável, uma vez que seus corredores e pátios estão sempre repletos de cartazes
com trabalhos dos alunos e outras exposições como poderá ser comprovado nas fotos
anexadas no fim deste relatório.
Outro ponto em que chama a atenção é com relação à Direção da Escola que está
sempre presente e também das Coordenadoras sempre próximas para tender as necessidades
dos alunos e Professores.
No aspecto social a Escola atende em sua maioria alunos de classe média a classe
média baixa, muitos deles fazendo uso de bicicleta como meio de transporte para irem até a
Escola, esta atende também alunos de outras cidades como Potim e Roseira.
Pelo segundo ano seguido tive o prazer de realizar o Estágio nessa mesma Escola, em
2008 no Ensino Fundamental II e nesse ano de 2009 no Ensino Médio. Nos dois anos
acompanhando os trabalhos da Escola um dia por semana, sempre no período da manhã das
terças feiras, foi possível verificar o entusiasmo, carinho e competência com o qual todos os
Professores, Coordenadores, Diretora, Faxineiros, Secretários, Recepcionistas, Bibliotecários
e outros profissionais envolvidos no trabalho pedagógico trabalham para melhor atender aos
alunos, os principais sujeitos no ambiente escolar. A E.E. Profª Paulina Cardoso é uma
instituição empenhada em trabalhar com absoluta competência na tarefa de ensinar.
O Estágio Curricular Supervisionado:
A realização desse Estágio com aplicação do Projeto e realização desse relatório
contou desde o início com a supervisão do Professor Mestre Hamilton Rosa Ferreira,
Professor da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado do Centro Universitário
Salesiano de São Paulo- UE Lorena, do curso de História.
Através das mais variadas leituras propostas, com fichamentos a serem realizados para
serem postados na plataforma moodle, foi possível aprimorar nossos conhecimentos na área
da educação.
Logo no início fomos instigados a ler e fazer o fichamento dos Parâmetros
Curriculares Nacionais de História para o Ensino Médio, que nos deram uma visão do que se
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espera do Professor de História dentro da sala de aula. A citação a seguir foi retirada dos
PCNs e nos mostram a importância de estudar História:
Papai, então me explica para que serve a História
Marc Bloch
Milhares são os jovens que, como o garoto do qual fala Marc Bloch na
introdução do seu livro, escrito em 1943, Apologia da História ou o ofício de
historiador, dirigem essa questão ao seu professor de História. Responder aos jovens
essa questão requer muito mais do que saber falar a eles com clareza, simplicidade e
correção sobre o que é a História. Requer oferecer-lhes condições para refletirem
criticamente sobre suas experiências de viver a história e para identificarem as
relações que essas guardam com experiências históricas de outros sujeitos em
tempos, lugares e culturas diversas das suas. (PCN, p 65)
Leituras da Proposta Curricular do Estado de São Paulo e também Proposta
Pedagógica da Instituição Cedente do Estágio foram estimuladas e vieram a enriquecer nosso
conhecimento.
Outros textos sobre os mais variados temas relacionados à educação foram colocados a
nossa disposição, como os dos autores Telma Vinha e Sérgio Rizzo que trata do polêmico
tema da violência nas Escolas.
Há algumas orientações básicas. A primeira é ver os conflitos como
naturais na relação educativa. O educador deve manter-se calmo e procurar sempre
controlar suas reações, evitando a impulsividade. Outro passo importante é
reconhecer que os conflitos pertencem aos envolvidos, o que não significa deixá-los
à própria sorte. O professor deve agir sem tomar partido e sabendo que não é
necessária uma resolução imediata (VINHA)
A crise atual se explicaria em parte, segundo essa cadeia de raciocínio, pela
reação de pais e educadores à autoridade que "destrói". Sua busca por uma educação
mais libertária, no entanto, se expressaria equivocadamente em uma renúncia ao
exercício da autoridade, e não ao exercício da autoridade que "constrói", com sua
ênfase nos valores do respeito e da tolerância. "Saber dizer não a uma pessoa é
respeitá-la, desde que se saiba dizer não ao que ela faz, sem dizer não ao que ela é:
recusar uma conduta sem rejeitar a pessoa", resume Guillot (RIZZO)
Com nas citações acima dos autores mencionados anteriormente podemos ter uma
noção do problema relacionado à violência nas Escolas, como devemos agir como Professores
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e qual a responsabilidade da família na educação dos adolescentes e jovens de hoje para que a
Escola seja um ambiente de paz e aprendizado.
Outro ponto importante que foi discutido é com relação às avaliações que estão
sendo aplicadas aos Professores do Estado de São Paulo, Henrique Ostronoff escreveu um
texto sobre o tema e pudemos ler e refletir que “os testes aplicados aos docentes temporários
da rede pública paulista mostraram que uma boa porcentagem deles não estaria apta a dar
aulas, pelo menos de acordo com os critérios do órgão estadual paulista.” (Ostronoff)
Todas essas leituras e reflexões, além de outras atividades propostas como exigência
da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado serviram como fonte de aprendizado e a
disponibilidade do Professor Hamilton em tirar dúvidas e ajudar no que fosse necessário foi
de grande utilidade nessa jornada de estagiário, que teve seu momento de ápice no Projeto de
Estágio, que segue como continuidade desse relatório.
O Projeto:
Tema: R.C. 32: São Paulo vai à luta.
Justificativa: A Revolução Constitucionalista de 1932 foi o maior conflito armado do
século XX em nosso país e a última guerra acontecida no Brasil com tamanhas proporções
bélicas. Além disso, ocorreu em nosso Estado e mais especificamente em nossa região do
Vale do Paraíba, sendo as cidades do Vale uma das principais frentes de batalha. Com base
nesses dados se vê a necessidade de trabalhar esse tema de maneira que leve os alunos a uma
compreensão mais aprofundada e crítica com relação a essa guerra, que aconteceu tão
próximo do lugar em que vivemos.
A cidade de Aparecida esteve completamente envolvida na luta armada de 1932,
servindo como Base Militar para as tropas paulistas. Nesse contexto torna-se essencial que os
alunos do Ensino Médio tenham um conhecimento aprofundado desse conflito com suas
causas e consequências para o povo paulista e para todo o Brasil. Por esse motivo a aplicação
desse Projeto na E.E. Profª Paulina Cardoso, na cidade de Aparecida ajudará os alunos a
terem um maior conhecimento da Revolução Constitucionalista de 1932, uma vez que foi uma
etapa importante da História do Brasil que aconteceu tão próximo ao local onde vivem.
A Revolução Constitucionalista de 1932 carrega consigo duas vias de interpretação de
acordo com o autor que estudarmos o tema. Alguns a vêem como separatista e elitista
defendendo os privilégios de uma classe dominante paulista, que por meio da propaganda
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acabou por convencer toda a população de São Paulo da legitimidade de sua luta angariando
fundos monetários e força humana para a guerra, vinda de todos os setores da população do
Estado. Outros autores defendem os ideais da Revolução como sendo realmente o anseio de
todo o povo, não só de São Paulo, como de todo o Brasil uma vez que lutava pela
redemocratização e constitucionalização do país que se encontrava nas mãos de uma ditadura
na pessoa do Governo Federal de Getúlio Vargas.
Não se pretende com esse trabalho formar uma opinião concreta que defenda um dos
dois lados expostos acima e posteriormente vir a transmitir essa opinião aos alunos que
participarem do projeto, do contrário o que se pretende fazer é que eles se apropriem de maior
conhecimento sobre o tema e consigam formar uma opinião crítica levando em consideração
ambos os lados do conflito, ou seja, o tema será exposto e ficará em aberto para que os alunos
se aprofundem e formem suas próprias opiniões.
Com base no artigo de Flávia Eloísa Caimi, intitulado Por que os alunos (não)
aprendem História? Reflexões sobre ensino, aprendizagem e formação de professores de
História, é possível notar a complexidade dos temas estudados. Esses temas são apresentados
prontos em um pacote em que os alunos devem absorver e memorizar sem que haja a
verdadeira reflexão e a forma crítica de estudar História. A autora também ressalta a
importância de trazer os conteúdos da sala de aula para a realidade dos alunos, deixando de
ser algo distante da sua vida. Com esse trabalho será importante a contextualização do tema
com a História local da cidade em que será aplicado o projeto, uma vez que Aparecida foi
palco de concentração para as tropas paulistas que combatiam no Vale do Paraíba e também
teve seus moradores amplamente envolvidos nesse confronto.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais também apontam para a necessidade de tornar
os conteúdos das aulas de História mais próximos da realidade dos alunos, além de
desenvolver uma consciência crítica na apropriação desses conteúdos. Baseado nisso, para
esse Projeto de Estágio foi escolhido um tema que remete a um grande acontecimento do
passado do nosso país, nosso Estado, nossa região e finalmente da nossa cidade, para mostrar
que a História também aconteceu e continua a acontecer ao nosso redor, que todos somos
agentes da História. Nesse caso os agentes da História foram participantes de uma guerra,
porém, também podemos fazer parte da História promovendo a paz.
Objetivos Gerais: Proporcionar aos alunos uma forma de estudar História de maneira
crítica, sempre atentos para todas as correntes ideológicas que se escondem por trás dos
discursos, fazendo com que o mesmo tema contenha variadas interpretações;
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Instigar nos alunos a curiosidade em pesquisar e aprender de forma aprofundada sobre
a Revolução Constitucionalista de 1932;
Trazer o tema estudado para o seu cotidiano, para que percebam que a História é um
processo que acorre dentro da sua realidade, deixando de ser algo distante e incompreensível.
Objetivos Específicos: Mostrar aos alunos as duas correntes de pensamento que
abordam o tema da Revolução Constitucionalista de 1932 (elitista/separatista defendendo os
interesses de uma minoria paulista ou realmente constitucionalista defendendo os interesses
de todo o país);
Despertar nos alunos o interesse em descobrir como nossa cidade esteve presente
nesse movimento, mostrando a eles a importância da História local dentro do contexto geral
do tema estudado;
Levar os alunos a compreensão da importância da Revolução Constitucionalista de
1932 para a História do Brasil, do Estado de São Paulo, do Vale do Paraíba e finalmente para
a História da cidade de Aparecida.
Público Alvo: Este projeto será aplicado com os alunos do 3º ano A, do Ensino
Médio, da E.E. Profª Paulina Cardoso.
Metodologia do Trabalho de Campo: Montagem de uma exposição com imagens e
tópicos da Revolução Constitucionalista de 1932 em um painel que se encontra em frente à
sala de aula de História para servir de ponto de referência e curiosidade dos alunos sobre o
tema. Aula expositiva do projeto e formação dos grupos que realizarão uma pesquisa sobre o
tema. Acompanhamento e coordenação das pesquisas que serão feitas pelos alunos.
Preparação de uma avaliação para testar os conhecimentos adquiridos pelos alunos com a
participação no projeto.
Em grupo de até cinco integrantes, os alunos deverão fazer uma pesquisa sobre a
Revolução Constitucionalista de 1932. Com os resultados dessa pesquisa devem fazer um
trabalho escrito destacando as causas, os envolvidos, a participação da nossa cidade e o
desfecho da revolução. Como parte final devem participar de uma avaliação individual que
testará os conhecimentos adquiridos ao decorrer do projeto.
A realização deste projeto não prevê a utilização de recursos tecnológicos. Os
trabalhos dos alunos poderão ser feitos em folhas de cadernos e escritos manualmente. O uso
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de imagens, recortes de revistas ou jornais que estejam relacionados ao tema é opcional e fica
sob responsabilidade dos alunos se acaso acharem necessário para enriquecer seus trabalhos.
Cronograma:
Atividades Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setemb Outubr
Pesquisa X X X X X X
Apresentação X
Desenvolvimento X X
Conclusão X X
Aplicação e resultados:
Durante praticamente um ano, uma vez que por motivos de trabalho só foi possível
fazer Estágio as terças feiras e isso fez com que levasse desde março até novembro para
cumprir com as 140 horas determinadas, pude estar presente em várias atividades no ambiente
escolar. Entre essas atividades destacam-se as realizadas na biblioteca, como auxilio a alunos
que faziam pesquisas para a realização de trabalhos e sempre que possível os ajudava a
encontrar o que precisavam e os orientava na realização. Estive também envolvido na
construção e exposição em painel do Projeto de Estágio. Ajudei em outras atividades
extraclasses de acordo com pedidos da Coordenadora de Estágio Profª Margareth. No restante
do tempo sempre estive em sala de aula como observador e quando necessário auxiliando a
Professora Marinete que ministra as aulas de História.
A aplicação do Projeto de Estágio teve que ser adaptada de acordo com as
possibilidades da Escola, uma vez que por motivo de saúde pública as aulas acabaram tendo
de ser adiadas em seu retorno do recesso do mês de julho. Eram para ser recomeçadas no
início de agosto, mas acabaram se iniciando somente em 17 de agosto devido ao problema da
gripe H1N1. Por esse motivo e também pelo Projeto estar previsto para o 3º ano do Ensino
Médio, que realizam o ENEM no fim do ano, foi necessário aplicar o Projeto de uma forma
que não utilizasse aulas, que já eram poucas para atender as necessidades de preparação para
o ENEM.
Dessa forma optei por fazer uma exposição do Projeto em painel em frente à sala de
aula de História e fazendo isso pude perceber que despertou o interesse de todas as turmas,
pois diversas vezes pude observar alunos atentos lendo o conteúdo do painel e sempre que
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possível me adiantava para prestar esclarecimentos sobre o tema que chamava tanto à atenção
de diversos alunos. No final desse relatório as fotos do painel estarão anexadas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante todo o ano de 2009 pude realizar minha segunda experiência como estagiário,
uma vez que em 2008 já havia realizado o Estágio no Ensino Fundamental na mesma Escola.
A E.E. Paulina Cardoso, na condição de Instituição cedente, foi de extrema dedicação
e acolhimento desde o primeiro momento que adentrei seus portões para fazer a proposta de
atuação como estagiário e durante dois anos me acolheram como parte do corpo docente da
Escola, me dando todo o apoio e condição para a realização de todas as atividades pertinentes
à minha condição de estagiário. Fica meu agradecimento a todos que lá trabalham.
O Centro Universitário Salesiano de São Paulo U.E. Lorena, como Instituição de
Ensino Superior, me deu o apoio e a orientação necessária, principalmente por parte do
Professor Mestre Hamilton Rosa Ferreira, meu orientador e Professor da disciplina de Estágio
Curricular Supervisionado e por parte da Coordenação de Estágio na pessoa da Coordenadora
Euni. Deixo também meu agradecimento.
Toda essa equipe que colaborou na realização desse Estágio ajudou de forma muito
importante na minha formação profissional.
Em 2010 estarei adentrando o mercado de trabalho, na certeza de que consegui
alcançar os objetivos como universitário e através do Estágio foi possível ter um parâmetro de
tudo que me espera no mundo da educação, sendo mais um para somar e ajudar na melhoria
do nosso país, o que só é possível com educação de qualidade.
Há muito para aprender, mas há também muita vontade de trabalhar.
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REFERÊNCIAS
ANDRADE, Antonio de. 1932: Viagem no tempo. Disponível em
www.valedoparaiba.com.br, acesso em 13 de agosto de 2009. ANDRADE, Antonio de. 1932: Os deuses estavam com sede. 1ª ed. Lorena: Stiliano.
1997. BARBOSA, Alexandre Marcos Lourenço (org). Aconteceu em Aparecida: 75 anos
de histórias. Aparecida, SP: Prefeitura Municipal de Aparecida. Secretaria de Educação e Cultura, 2003.
BARBOSA, Alexandre Marcos Lourenço(org). Aparecida: a multiplicidade do olhar.
Aparecida, SP: [SN], 2000. CAIMI, Flávia Eloísa. Por que os alunos (não) aprendem História? Reflexões
sobre ensino, aprendizagem e formação de professores de História. Passo Fundo/ RS: Universidade de Passo Fundo/ RS.
CAPELATO, Maria Helena. O movimento de 1932: a causa paulista. 2ª ed. São
Paulo: Brasiliense, 1932. Ciências humanas e suas tecnologias/ Secretaria de Educação Básica- Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. FAUSTO, Boris. História do Brasil. 13.ed. São Paulo: Editora da Universidade de
São Paulo, 2008. FINI, Maria Inês (Coord.). Caderno do Professor: história, ensino médio-2ª série.
Secretaria da Educação. São Paulo: SEE, 2009.
FINI, Maria Inês (Coord.) Proposta Curricular do Estado de São Paulo: História.
São Paulo: SEE, 2008. FREITAS, Magda Cristina; NASCIMENTO, Renata Kelly. Revolução
Constitucionalista de1932. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação). Centro Universitário Salesiano de São Paulo – Unidade de Ensino de Lorena. Lorena, 2000.
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OSTRONOFF, Henrique. Um lugar incômodo. Disponível em
http://www.revistaeducacao.uol.com.br. Acesso em 07 de outubro de 2009. Revolução de 1932. Disponível em
http://www.novomilenio.inf.br/festas/1932sp18.htm. Acesso em 09 de outubro de 2009. RIZZO, Sérgio. Legitimidade Perdida. Disponível em
http://www.revistaeducacao.uol.com.br. Acesso em 18 de setembro, de 2009. VILLA, Marco Antonio. 1932: imagens de uma revolução. São Paulo: Imprensa
Oficial do Estado de São Paulo, 2008.
VINHA, Telma. O Conflito Essencial. Disponível em http://www.revistaeducacao.uol.com.br. Acesso em 18 de setembro, de 2009.
OSTRONOFF, Henrique. Um lugar incômodo. Disponível em
http://www.revistaeducacao.uol.com.br. Acesso em 07 de outubro de 2009.
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ANEXO A- Fotos da Instituição cedente EE Profª Paulina Cardoso
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ANEXO B- Fotos do painel de exposição do Projeto
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ANEXO C- Imagens da Revolução Constitucionalista de 1932
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