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Química Têxtil ANO XXXIII JUN 2010 Corporate Member Membro Titular ISSN 0102-8235 99 A A C C T ÓRGÃO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICOS E COLORISTAS TÊXTEIS Site: www.abqct.com.br e-mail: [email protected] Tecnologia Efluentes Têxteis Tecnologia Acabamento Tecnologia Processos Tecnologia Fibras Tecnologia Tingimento DE QUÍMICA TÊXTIL PERÚ - NOVEMBRO 2010 XX CONGRESSO LATINO-AMERICANO

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Page 1: Química Têxtil - Abqctdores dos eventos. Gostaríamos, também, de lembrá-los mais uma vez, que se aproxima a data de realização do Congresso Latino-americano de Química Têxtil,

Química TêxtilANO XXXIII

JUN 2010 Corporate Member

Membro TitularISSN 0102-8235

99

AA

CCT

ÓRGÃO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICOS E COLORISTAS TÊXTEIS

Site: www.abqct.com.bre-mail: [email protected]

Tecnologia Efluentes Têxteis

Tecnologia Acabamento

Tecnologia Processos

Tecnologia Fibras

Tecnologia Tingimento

DE QUÍMICA TÊXTILPERÚ - NOVEMBRO 2010

XX CONGRESSOLATINO-AMERICANO

Page 2: Química Têxtil - Abqctdores dos eventos. Gostaríamos, também, de lembrá-los mais uma vez, que se aproxima a data de realização do Congresso Latino-americano de Química Têxtil,

Sedimentada no sucesso alcançado quando da

realização da edição (11ª) de 2008, quando mais de

82 mil visitantes participaram do evento, as

perspectivas referentes à próxima edição que

comemora 20 anos da Febratex, são as melhores

possíveis. Naquele ano, em um período de quatro

dias, a Febratex apresentou um excelente volume de

negócios tendo alcançado um saldo geral de vendas

de 750 milhões de dólares. Isso englobou nada menos

do que 1.700 marcas comerciais e 57 países presentes

à feira.

A ABQCT apóia o evento e convida seus

associados para participarem, visitando o espaço de

eventos “Vila Germânica” (Blumenau), onde será

encontrado o que de melhor existe em todo o

segmento da indústria têxtil, desde máquinas de

costura até automações industriais, equipamentos de

beneficiamento, informática, tinturaria e estamparia

e até matérias primas.

O núcleo regional da ABQCT tem apresentado

excelente resultado, organizando e oferecendo aos

associados várias palestras de grande interesse,

procurando sempre difundir a nossa associação.

Durante a feira, estaremos presentes buscando o

contato necessário com os expositores e, principal-

mente, com os anunciantes da revista e patrocina-

dores dos eventos.

Gostaríamos, também, de lembrá-los mais uma

vez, que se aproxima a data de realização do

Congresso Latino-americano de Química Têxtil,

organizado pela associação peruana e promovido

pela FLAQT, que será realizado de 16 a 19 de

Novembro em Lima, Peru, onde teremos uma

excelente oportunidade para aprimorar nossos

conhecimentos técnicos, através do contato com os

mais recentes desenvolvimentos da nossa área de

atuação que estão sendo lançadas em todo o mundo.

Chamamos a atenção de nossos associados quanto

à importância de participarem desses eventos, visto

que eles incrementam as possibilidades técnicas dos

nossos profissionais e oferecem uma excelente

oportunidade de convívio entre colegas que atuam

em indústrias nacionais e em todo mundo.

Evaldo Turqueti

Presidente

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Editorial

03

FEBRATEX 2010 – NEGÓCIOS À VISTA

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICOS E COLORISTAS TÊXTEIS

Site: www.abqct.com.bre-mail: [email protected]

AATCC Corporate MemberMembro Titular FLAQT

DIRETORIA NACIONALPresidente: Evaldo TurquetiVice- Presidente: Lourival Santos Flor1º Secretário: Walter José Mota2º Secretário: Ricardo Vital de Abreu1º Tesoureiro: Adir Grahl2º Tesoureiro: João Lino GonçalvesDiretor Técnico: Humberto Sabino da Silva Núcleo Nordeste

Núcleo Santa CatarinaCoordenador Geral: João Vergilio DiasVice-coordenador: Walter Alvaro da Silva JuniorSecretário: Vitor Alexandre dos SantosTesoureiro: Sergio Da Costa VieiraSuplente: André Luis Klein da SilvaSuplente: Luiz Alexandre Schneider

Núcleo de AmericanaCoordenador: Vice-coordenador: Secretári: Tesoureiro: Suplente: J

Durval B. F. CostaJoão Jose Gobbo

o Izaias Ezipati Eduardo Junger

osé Antonio M. Lima Suplente: Irani Monteiro

CORPO REVISOREsta edição da Revista Química Têxtil contou com uma equipe técnica para revisar os artigos aqui publicados.A equipe é formada pelos seguintes profissionais:

Os autores devem enviar seus artigos para publicação com, pelo menos, 3 meses de antecedência.

EXPEDIENTE

Periodicidade: Trimestral (mar./jun./set./dez.)

Circulação: São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Rio G. do Sul, Ceará e Paraná.Régia Comunicação e DesignJornalista Responsável: Caroline Bitencourt Mtb 02462/SC E-mail: [email protected] www.regiacomunicacao.com - FoneFax: (11) 4330.5624Foto-reportagem: Orlando Novaes

Administração e Depto. Comercial: C.G.C: 48.769.327/0001-59 - Inscr. Est.isento Praça Flor de Linho, 44 - Alphaville 06453-000 - Barueri, SP

Tel: (11) 4195.4931 FAX: (11) 4191.9774 - e-mail: [email protected]

ISSN 0102-8235

Impressão: Ipsis GráficaABQCT -

SUMÁRIO

Coordenador: Clélia Elioni Ferreira de CarvalhoVice- Coordenador: Silvagner Adolpho Veríssimo Tesoureiro: Francisco Paiva Costa Secretário: Milton Glavina Suplente: Manuel Augusto Vieira

Química Têxtil é uma publicação da AssociaçãoBrasileira de Químicos e Coloristas Têxteis.Os artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade dos seus autores.

Distribuição: mala-direta: associados da ABQCT, Indústrias Têxteis, tinturarias e entidades filiadas àFLAQT e AATCC.

Colaboradores: Kelson dos Santos Araújo e Márcio Dantas

Reinaldo FerreiraPaulo Sérgio Santos FlorHumberto Sabino

Ricardo Vital de AbreuRafael Rodrigues Ramos

ERRATA

A ABQCT enfatiza que o logotipo da Lamberti Brasil Produtos Químicos

Ltda. foi publicado nas edições 97 e 98 em um formato não oficial.

Lamentamos o ocorrido.

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho04

Editorial...............................................................................................................03

Estudo da influência do óleo residual de texturização no tingimento de

malhas de poliamida

Nathalia Conrado Costa, Fernando Barros de Vasconcelos.................................06

FIBRAS TÊXTEIS 1997-2007

Prof. Joaquín Gacén Guilén, Dra. Isabel Gacén Esbec........................................12

Remoção de cor de efluente têxtil pela técnica de eletroflotação - Um estudo

espectofotométrico

Ricardo Augusto , Dr. João Sinézio de Carvalho Campos...................................34

Melhoria do toque de tecidos de algodão com acabamento easy-care e

tratados com enzimas celulases

Liliane F. Dompieri, Paulo Alfieri.......................................................................44

Estudo da influência da temperatura de termofixação nas propriedades

físicas de malhas de poliamida 6.6

Paloma B. Ruschioni, Paulo Alfieri ...................................................................52

Lavagem Ácida

TREMEMBÉ INDÚSTRIAS QUÍMICAS......................................................... 62

Influência do fator de cobertura, do tipo de fibra e da cor na absorção de

raios ultravioletas

Carolina Hattori, Fernando Barros de Vasconcelos.............................................69

Produtos e Serviços ...........................................................................................74

Informatio - FLAQT .........................................................................................80

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Congresso da FLAQT - Boletim Informativo

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D

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Estudo da influência do óleo residual de texturização no tingimento de malhas de poliamida

Autores:Nathalia Conrado CostaFormanda em Engenharia Têxtil – Centro Universitário da FEI

Fernando Barros de VasconcelosEng° Têxtil - Professor do Centro Universitário da FEI

Revisão Técnica: Reinaldo Ferreira

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Tingimento

IRESUMO

A poliamida, apesar de não ter atualmente uma

participação tão significativa no mercado têxtil, possui

um grande consumo em alguns segmentos, como lingerie,

meias, moda praia entre outros. Um problema muito

comum nestes artigos é o barramento por afinidade

tintorial, pois ele só é descoberto após o tingimento que é a

fase final do processo. A importância do tema está na

diminuição de custos e na ideia sustentável pois se for

possível reduzir a fase de purga do processo de

beneficiamento sem que haja perda na qualidade, haverá

redução nos custos de produtos e auxiliares, energia, mão

de obra, além de reduzir o consumo de água. Este trabalho

irá estudar a influência do óleo residual de texturização no

tingimento de malhas de poliamida que sofreram

processos de purga das seguintes formas: purgadas

normalmente, purgada com meia receita e tempo de

processo, purga e tingimento simultâneo usando um

emulgador, alem de amostra sem ser purgada. Será

mostrada a importância de se controlar alguns fatores e

como, por exemplo, um emulgador mal escolhido pode

tornar uma malha submetida à purga simultânea pior do

que uma malha não purgada em termos de afinidade

tintorial.

Palavras - chaves: Óleo residual; purga; tingimento;

poliamida, espectrofotometria.

1.INTRODUÇÃO

Um problema recorrente nas fibras sintéticas é o

06

barramento por afinidade tintorial, que consiste na

diferença entre os fios de grupos aminos terminais

disponíveis e com isso o fio que possui em maior

quantidade consegue absorver mais corantes. Esse

problema só é percebido após o tingimento, o que gera

perdas e custos de reprocesso.

Com o intuito de reduzir custos, insumos e recursos, as

empresas têm adotado algumas praticas, dentre elas a

redução nos processos de purga ou mesmo sua

eliminação. Se por um lado esse tipo de pratica tem

impacto positivo do ponto de vista de sustentabilidade,

por outro pode interferir no processo de tingimento

aumentando a potencialidade de defeitos de barramento

por afinidade tintorial o que iria no sentido contrario ao da

ideia inicial.

Neste trabalho será estudada a influência do óleo

residual de texturização (pós purga) no processo de

tingimento da poliamida. Esta possui participação no

mercado têxtil em nichos específicos como meia, lingerie,

moda praia, entre outros. O estudo envolve o processo de

texturização e os diversos tipos de purga, para avaliar se

haverá diferença na quantidade de óleo residual e

alteração espectrofotométrica. As expectativas são que

haja diferença na quantidade de óleo residual devido às

características de cada processo de purga (variação de

auxiliares e tempo de processo) e que este óleo influi

negativamente durante o tingimento, pois o mesmo irá

dificultar a fixação do corante.

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Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Tingimento

07

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

“Fio texturizado é um fio de filamentos contínuos, com

ou sem elasticidade, com ou sem torção, apresentando um

aspecto volumoso que resulta em ondulações ou em

frisagem dos filamentos”. (AFNOR, [19?] apud

ALFIERI, 2008, p.3)

2.1. Óleo de texturização

Este tem como finalidade aumentar a eficiência nos

processos posteriores, como malharia e tecelagem, por

meio da redução do atrito entre fios, os órgãos da máquina

e na introdução da trama pela cala.

Hearle, J. W. S. et. al. (2001) diz que geralmente são

usados óleos com base mineral, porém, ultimamente há

uma tendência para o uso de sintéticos biodegradáveis.

Uma característica importante do óleo é o balanço

hidrofílico/lipofílico (HLB), esse representa a relação

entre o número de moléculas polares e apolares presentes

no material estudado, esse valor é obtido com um cálculo a

partir da estrutura da molécula. Quando o HLB é alto, o

material possui uma grande afinidade com a água, com

isso na presença de água a retirada deste é facilitada.

2.2. Colorimetria

DÍAZ, J. R. A.(2005) diz que a colorimetria é um ramo

da ciência da cor que pretende estabelecer uma

especificação numérica para cada cor de um estímulo

visual, isso sob as mesmas condições de observação,

luminosidade, onde os valores estabelecidos são funções

dos parâmetros físicos, definindo assim a radiância

espectral.

2.3. Medição espectrofotométrica

O sistema CMC, desenvolvido pelo Comitê de Medida

de Cores da Sociedade de Químicos e coloristas têxteis da

Inglaterra, utiliza os valores do CIELCh de uma cor

padrão para determinar o comprimento dos semi-eixos de

uma elipse, nesta contendo as cores que são visualmente

aceitáveis.

A diferença está na implantação de uma razão (l:c), de

luminosidade e saturação, onde utiliza-se a razão 1:1 para

avaliar diferença de cor e 2:1 para avaliar a aceitação da

cor.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Foi usado para este trabalho um fio de poliamida

2x80f68 dtex, texturizado pelo processo de falsa-torção e

com aplicação de óleo enzimático de origem mineral

(derivado de petróleo) e com presença de tensoativo na

composição.

3.1. Confecção das malhas

Foram produzidas cinco partidas na máquina

L.Degoisey, de pequeno diâmetro (ø 3” ¾), com tensão

variando de 3 a 4 e fator de cobertura 15.

3.2.Purga

Cada partida foi dividida em quatro partes, das quais

cada uma seguiu um processo diferente e uma foi

reservada para fazer apenas o tingimento. Todas as

amostras foram processadas Launder Ometer. Com

relação de banho de 1:30 e depois sofreram três lavagens

de 10 minutos cada, sendo a do meio com ácido acético.

3.2.1. Normal

3.2.2. Meia purga

Mesmo processo do que a purga normal, porém com

metade dos auxiliares, tempo e temperatura do processo.

3.2.3 Simultâneo

Amostra separada pela metade para cada uma realizar

um tipo de tingimento.

Fonte: Autor

Fonte: Autor

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3.2.3.1. Corante de má igualização

3.2.3.2 . Corante de boa igualização

3.3. Tingimento

As amostras que foram purgadas, com exceção da

simultânea, e mais a que não passou pelo processo de

purga seguiram para o tingimento em dois tipos, com

corantes de boa e má igualização que possuem quase a

mesma receita do processo simultâneo, no tingimento não

coloca o EM 8034, e a sequência operacional é a mesma.

3.4. Análise espectrofotométrica

A partir da norma AATCC 173-2005, com razão (l:c)

de 1:1, os ensaios foram realizados no espectrofotômetro

de reflectância, Datacolor 550.

3.5. Medição da quantidade de óleo residual

Utilizando o equipamento WIRA Rapid Oil Extraction

Apparatus e o éter de petróleo PA 30-60°C, foi feita as

análises com as amostras purgadas, meia purga e sem

purgar.

O ensaio consiste em colocar os ± 1,0 mg (M) de fios já

descampionados da amostra dobrados ao meio e assim

tendo o comprimento do tubo dentro do mesmo, pesar

uma cápsula de alumínio vazia (M1) e colocar no bloco de

aquecimento, adicionar 2 ml de éter de petróleo na capsula

e colocar lentamente 10 ml de éter de petróleo dentro do

tubo de extração, repetindo esse último três vezes, retirar a

cápsula da superfície aquecida, deixar resfriar por três

minutos e pesar (M2).

A quantidade de óleo residual é obtida a partir da

relação:

4.RESULTADOS E DISCUSSÕES

Conforme pode ser observado no gráfico abaixo, os

resultados de óleo residual nos ensaios com purga normal

e com meia purga são praticamente os mesmos, levando

em consideração a precisão na medição dos resultados, o

que mostra que, provavelmente, a quantidade de

detergente que foi utilizado no ensaio de purga normal

para esse tipo de óleo é muito maior do que o necessário.

Portanto quando se reduz à metade para realizar a meia

purga o detergente presente consegue envolver todas as

moléculas de óleo.

Não foi possível realizar a medida de quantidade de

óleo residual no processo simultâneo, pois o momento

exato desta medida seria quando o emulgador tivesse

agido, porém antes da ação do corante. Para isso teria de

ser estudada a curva de tingimento da poliamida e a curva

de reação do emulgador que não são o foco original deste

trabalho.

Produto

Quantidade

EM 8034

1,0%

Sulfato de Amônio

2,0 [g/l]

Lyogen P

2,0%

Azul Tectilon 4R 200%

0,25%

Amarelo Tectilon 4R 200% 0,13% Vermelho Tectilon 2B 200 %

0,12%

°C

97

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0 10 10 20 30 40 50 60 70 10 20 30 40 50 60 10 20

Fonte: Autor

Fonte: Autor

Fonte: Autor

Fonte: Autor

por

centa

gem

de

óleo

% de óleo = M2 -M1 x 100M

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Tecnologia Tingimento

08

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Independente do tipo de corante, as análises realizadas

pelo processo simultâneo tiveram uma grande variação de

cor entre os ensaios, isso deve ter sido causado pela

incompatibilidade do emulgador com o óleo, ou pelo

emulgador ter maior afinidade com o corante do que com

o óleo, fazendo com que haja uma reação e por

consequência altere a cor.

No ensaio das amostras que não foram purgadas os

resultados de cor são semelhantes à purga normal o que se

deve ao óleo emulsionar e assim facilitar o acesso de

corante a fibra em função do tensoativo e também do HLB

do óleo.

O gráfico de tendência mostra como a quantidade de

óleo residual influi no tingimento tanto em corantes de

boa como de má igualização pois as amostras com maior

teor de óleo apresentam um ÄE maior. Também é possível

verificar que no tingimento com corantes de boa

igualização o ÄE é menor do que em corantes de má

igualização o que é esperado dada a maior afinidade com a

fibra.

No caso de purga simultânea, para que a variação no

ÄE seja menor do que o resultado obtido pelo processo

sem purga gerando assim resultados mais aceitáveis, o

emulgador deve ser bem escolhido em função do tipo de

óleo e do corante.

5.CONCLUSÃO

Os resultados obtidos nesse trabalho mostram que não

houve diferença significativa de óleo residual entre a

purga normal e a meia purga ao contrario do imaginado na

hipótese inicial. Isso se deve, provavelmente, à presença

de tensoativos no óleo e ao possível alto HLB do mesmo, o

que chama a atenção para a influência do tipo de óleo de

texturização. A segunda hipótese deste trabalho foi

confirmada, pois mostrou-se que o óleo residual gera

diferença de ÄE, como pode ser visto principalmente na

comparação dos processos de meia purga e sem purga.

No caso do processo simultâneo verificou-se que,

independente do tipo do corante, os resultados não são

aceitáveis, o que se deve à compatibilidade do emulgador

com o óleo e o corante. Isso mostra a importância da

escolha do mesmo no processo simultâneo. Um

emulgador mal escolhido pode trazer um grande impacto,

como ter resultado de maior variação de cor do que o

processo sem purga, gerando ainda uma maior

desclassificação do artigo e maior custo.

Portanto, podemos concluir que a redução de custos e

recursos na purga da poliamida é viável, porem para cada

caso deve ser estudada a melhor condição a ser aplicada

em função principalmente do tipo de óleo utilizado por

cada fornecedor de fio.

A partir deste trabalho, criam-se duas sugestões para

trabalhos futuros: realizar o mesmo estudo, porém

analisando diferentes tipos de óleos e/ou analisar

diferentes tipos de emulgador para purga simultânea.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASALFIERI, Paulo. Texturização FT e a ar e fios recobertos. São Paulo: FEI, [20-]. 114p.

AMERICAN ASSOCIATION OF TEXTILE CHEMISTS AND COLORISTS. AATCC. AATCC technical manual. Carolina do

Norte: American Association of Textile Chemists and Colorists, 2008. V.173-2005 p. 307-311.

DÍAZ, José R. de Andrés. Colorimetría y modelos de Color. Málaga:[s.n.]. 2005. 21p.

HEARLE, J. W. S.; HOLLICK, L.; WILSON, D. K. Yarn texturing technology. Boca Raton: CRC Cambridge: Woodhead, c2001. 300

p. ISBN 185573575X

HUNTERLAB. CMC. [S.l.]: HunterLab. 2008. Disponível em

: <http://www.hunterlab.com/appnotes/an10_96ar.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2009.

SENAI. SP. Escola SENAI “Francisco Matarazzo”. Luz, cor e colorimetria. São Paulo: [20-]. 130 p.

SILVA, André L. C.; PONZETTO, Elisabete; ROSA, Fábio. Tensoativos: Conceitos gerais e suas aplicações em tintas. [S.l]. Oxiteno

S/A Ind. e Com. Disponível em:

<http://www.oxiteno.com.br/aplicacoes/mercados/doc/documento.asp?artigotecnico=23&segmento=0500&idioma=PO&r=.pdf>.

Acesso em: 30 set. 2009.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0 0,5 1 1,5 2

Porcentagem de óleo

Boa igualizaçãoMá igualização

EE

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Tingimento

10

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FIBRAS TÊXTEIS 1997-2007

Autores:Prof. Joaquín Gacén GuilénProfesor Honorario de la Universi tat Poliècnica de Catalunya

Dra. Isabel Gacén EsbecTradução: Agostinho Pacheco - ABQCT

Revisão Técnica: Paulo Sérgio Santos Flor

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Fibras

INTRODUÇÃO1 Em uma publicação anterior (1996) foram feitas

algumas referências a estudos de mercados sobre a

demanda de fibras têxteis para os anos 2000, 2005 e,

inclusive, para o ano de 2050. Outras previsões foram

realizadas ou pelo menos publicadas por grandes 2-6produtoras, dando especial ênfase aos seus produtos .

As previsões da Strategic Business esperavam uma

demanda mundial de fibras de 48-50 milhões de toneladas

para o ano 2000 e de 55 milhões de toneladas para o ano

2005, frente aos 37,6 milhões de toneladas produzidas em 31993 . Partindo destas estimativas e do pressuposto de

que:

1.- as fibras químicas celulósicas continuariam

perdendo posições,

2.- as acrílicas experimentariam um modesto

crescimento,

3.- as fibras de poliamida cresceriam abaixo da média,

tudo indicava que as fibras de algodão e de poliéster

seriam as que absorveriam a maior parte do consumo. Não

obstante, tendo em conta que, exceto nos Estados Unidos,

a demanda de algodão não havia crescido nos dois anos

anteriores, se concluía que o aumento do consumo

previsto seria satisfeito principalmente pelas fibras de

poliéster, em forma de produtos 100% poliéster ou de

misturas poliéster/algodão.4 Por sua parte, Freedonia Group estimou que a

produção de fibras têxteis aumentaria ao redor de 3,5%

anualmente e que seria alcançada a marca de 55 milhões

12

de toneladas no ano 2000. Freedonia prognosticava

também que as fibras de poliéster seriam as que

absorveriam a maior parte da demanda a longo prazo,

mesmo admitindo que o algodão conservaria uma

situação preponderante no setor da indumentária e dos

têxteis para o lar.

Transcorridos mais de dez anos desde a publicação

mencionada, acreditou-se interessante estudar a evolução

da produção de fibras têxteis nos anos 1997-2007, tendo

em consideração que no momento de redigir esta

publicação as produções do ano 2008 não haviam sido

divulgadas oficialmente. Como fontes de informação

foram utilizados os dados que anualmente são publicados

pelo CIRFS e de estatísticas divulgadas na publicação

Chemical Fibers International, principalmente em sua

publicação anual Man-Made Fiber Year Book, na qual são

refletidos os dados de estudos realizados pela Akzo Nobel,

Acordis, Fiber Organon, Oerlikon Saurer Textile e Japan

Chemical Fibers Association.

Os dados oferecidos pelas diferentes fontes de

informação sobre a produção de fibras químicas são, às

vezes, dificilmente conciliáveis. Em alguns casos não se

inclui a produção de fibras de poliolefina, pelo menos até

recentemente. Atualmente algumas fontes incluem a

produção destas fibras em forma de tiras, outras fontes

não, mesmo assim sem a menção de forma expressa. A

exclusão deste tipo de produto parece razoável por sua

menor relação como o processo propriamente têxtil.

Também acontece que a produção de fibras de poliolefina

esta muito dispersa e existem muitas fábricas com baixa

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produção e para consumo próprio. Em 1995, a capacidade

das fábricas instaladas era da ordem de 5 a 10 mil

toneladas por ano. No tocante às fibras químicas de

celulose, as estatísticas incluem a produção de fibras de

acetato, ainda que o único ponto comum entre elas seja a

utilização de celulose como matéria prima. Alguns dados

incluem também a produção de cabos de acetato para a

fabricação de filtros para cigarros, enquanto que outros a

excluem, com razão, porque pouco tem a ver com a

atividade têxtil. Por último, será indicado que até muito

pouco tempo as produções de fibras de liocel não eram

incluídas na produção total de fibras químicas celulósicas,

pois o montante de sua produção não era tornado público

por serem considerados confidenciais.

PRODUÇÕES GLOBAIS

A Tabela 1 mostra a evolução da produção de fibras

têxteis entre 1980 e 2007, com dados referentes ao

algodão, lã, fibras químicas sintéticas e fibras químicas de

celulose. Nela podemos verificar que as produções de

2000 e 2005 foram muito superiores às previstas, já que

foram fabricadas mais de 53 milhões de toneladas no ano

2000 e mais de 65 no ano 2005, frente às previsões de 48-

50 milhões de toneladas (2000) e de 55 milhões (2005).

Dos dados da Tabela 1 se pode deduzir que a produção

de algodão aumentou consideravelmente em 1990 em

comparação a 1980, ficou estabilizada entre 1990 e 2000,

e obteve aumentos importantes em 2005 e 2007. A

produção de lã, depois de um pico em 1990, foi

descendendo em volume para estabilizar-se em 2005 e

2007. A produção de fibras sintéticas cresceu

ininterruptamente até quase quadruplicar sua produção

entre 1980 e 2007, e aumentou 61% entre 1997 e 2007. Por

sua parte, a produção de fibras químicas celulósicas

diminuiu entre 1980 e 2000 e cresceu a partir de 2005 com

valores em 2007 ligeiramente superiores aos de 1980. A

produção global de fibras foi multiplicada por 2,5 entre

1980 e 2007. Desde 2000 até 2007 as fibras químicas

representarem cerca de 60-62% e as naturais 40-38% da

totalidade, correspondendo, nas fibras químicas, 55-57%

de fibras sintéticas e 5% de fibras celulósicas.

A Tabela 1 não contém dados sobre a produção de seda

natural (~ 140.000 ton.), nem de outras fibras naturais de

muito maior volume, mas de aplicações têxteis menos

convencionais. Este é o caso das fibras de kapock, rami,

linho, cânhamo, juta, sisal e coco, cuja produção parecia 7estar estabilizada em 5,8 milhões de toneladas em 2007 .

Em 2005 as produções de juta, linho e rami foram de 83.250, 792 e 250 milhões de toneladas, respectivamente .

(*) = incluindo cabos de acetato

(**) Saurer Oerlikon Textile

A Tabela 2 contém a produção mundial de fibras

químicas por zonas geográficas (1980-2007). Como tais

se consideravam até pouco tempo Europa Ocidental,

USA, Japão e “outros” (os demais paises produtores). Na

informação do CIRFS 2006 estava mencionada,

separadamente, a produção da China com dados

correspondentes ao período 1998-2005. Também são

importantes as produções de outros paises asiáticos,

concretamente as da Índia, Coréia e Taiwan.

Os dados da Tabela 2 mostram que a produção na

Europa Ocidental se manteve com poucas variações entre

1990 e 1997, e que aumentou notavelmente no ano 2000

(~50%). Os dados de 2005 se referem à totalidade da

Europa (Europa 27) e a de 2007 não inclui a produção de

fibras de poliolefina por não se dispor de dados referentes

à sua distribuição geográfica. A produção nos Estados

Unidos foi bastante inferior em 2005 (17%) comparada

com o ano 2000. Quanto à porcentagem sobre a produção

mundial, a participação dos Estados Unidos foi

diminuindo continuadamente, passando de 28% em 1980

para 10% em 2005. Podemos ver que a produção em 2007

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foi quase 30% inferior do que a de 2005, com a

particularidade de que a de 2007 inclui também a

produção do Canadá e México (NAFTA). A produção de

fibras químicas no Japão se manteve quase constante entre

1980 e 1997, para diminuir a partir deste ano. A produção

em 2005 foi inferior em 20% comparada com o ano 2000 e

no ano de 2007 o Japão fabricava 2% da produção mundial

de fibras químicas. A produção de “outros” se multiplicou

mais de seis vezes entre 1980 e 2007, sendo mais de duas

vezes entre 1997 e 2007. As porcentagens de fibras

químicas produzidas por “outros” foram de 39% em 1980,

de 63% em 1997 e de 82% em 2007. A produção da China

cresceu mais de cinco vezes entre 1997 e 2007, com

porcentagens de 16% e de 55%, respectivamente. As

produções somadas da Índia, Coréia e Taiwan em 2007

representavam 18% do total, de modo que a do resto de

“outros” paises produtores era de somente 9%.

A Tabela 3 se refere à produção de fibras têxteis em

1997 e 2007. Dos dados incluídos nesta tabela se conclui

que a produção de poliéster aumentou em 100%, sendo o

aumento muito maior no caso de fio contínuo de aplicação

têxtil (123%).

A produção de fibras de poliamida quase não

apresentou variação (-1%), com a particularidade de que a

de fibra cortada diminuiu notavelmente (-37%) e

aumentou a de fio têxtil e fio industrial aproximadamente

30%. A produção de fios para tapetes (BCF) não

apresentou variação entre 1997 e 2007. A produção de

fibras acrílicas diminuiu cerca de 13% e a produção

conjunta de fibras sintéticas referenciadas aumentou cerca

de 68%.

As fibras químicas celulósicas aumentaram sua

produção de fibra cortada (+58%) e apresentou uma

importante diminuição da de fio contínuo (-27%). O

aumento da produção de fibras químicas entre 1997 e

2007 foi de 65%. A produção de algodão apresentou um

aumento de 37% entre 1997 e 2007 e a de lã um

decréscimo de 14%. Por último, se menciona que a

produção global de fibras aumentou cerca de 50% entre os

anos considerados.

ALGODÃO

O algodão é cultivado sobretudo em climas tropicais e

subtropicais secos em temperaturas entre 11 e 25ºC, ou

seja em climas temperados, ainda que podem apresentar

variações importantes de temperaturas (<5ºC e >25ºC),

que podem afetar o algodão em maior ou menor medida

segundo as espécies. Uma excessiva exposição ao

ambiente muito seco ou muito úmido, em certas etapas do

desenvolvimento da planta (5-7 meses), pode influir na

qualidade e rendimento do algodão e, inclusive, provocar

a morte da planta. Especialmente nos Estado Unidos cada

vez se cultiva mais algodão irrigado que, mesmo sendo

TABELA 2. PRODUÇÃO MUNDIAL DE FIBRAS QUIMICAS POR ZONAS GEOGRÁFICAS 1980-2007 (1000 TONS)

TABELA 3. PRODUÇÃO DE FIBRAS TÊXTEIS EM 1997 E 2007 (1000 TONS) EXCLUÍDAS

POLIPROPILENO E FIBRAS VÁRIAS

Europa 27 *Fibras de polipropileno não incluídas **NAFTA ***

(*) Incluindo fios de acetato e cupro(**) excluídos cabo de acetato(***) incluídos fibras de liocel

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mais caro do que o tradicional, produz uma fibra de maior

qualidade, mais uniforme e de maior rendimento

potencial. Por outra parte o período de maturação do

algodão irrigado é mais curto do que o algodão 9tradicional .

A superfície cultivada de algodão tem variado quase

sempre entre 30 e 35 milhões de hectares, entre os anos de 101950 e 1995 . Entre as temporadas de 1977/78 e 2007/8, o

mínimo de superfície plantada correspondeu à área de

plantio da temporada 1986/87 (29.347 mil hectares) e o 11máximo foi na temporada 1995/96 (35.947 mil hectares) .

A superfície média plantada nas últimas cinco

temporadas tem sido de 34,1 milhões de hectares (341.000 2km ), o que representa 0,85% da superfície cultivada no

planeta. Para 1998 foi mencionado que a superfície

plantada tenderia a diminuir, pois a produção de alimentos

parecia mais rentável e também mais desejável dada sua 12escassez . Já em 1996 era estimado que deveria aumentar

o abastecimento de alimentos básicos e algumas

administrações sugeriram que se deveria duplicar a 6produção de trigo .

O rendimento médio mundial de fibra de algodão

passou, no período 1961-2003, de 314 a 619 kg/ha, com 9um incremento anual de 1,8% . O rendimento aumentou

rapidamente na década de 80 do século passado, e em

1999 se pensava que iria estabilizar em 570-620 kg/ha

durante um longo período de tempo. Os aumentos do

rendimento foram conseqüências da aplicação de

pesticidas e inseticidas, da adubagem com melhores

fertilizantes, a plantação de algodão geneticamente

modificado (GM) e de inversões em irrigação. Ao

contrário das suposições, o rendimento por hectare

continuou aumentando de modo que passou de 765 kg/ha

na temporada 2006/07 para 790 kg/ha na temporada 112007/08 .

O algodão GM foi desenvolvido para reduzir a grava

dependência dos pesticidas e já se encontra disseminado

por todo o mundo. Convém recordar que o cultivo

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convencional do algodão obriga uma aplicação intensiva

de inseticidas e de pesticidas, até o ponto de que significa

25% dos inseticidas e 10% dos pesticidas utilizados na

totalidade dos cultivos agrícolas. O algodão GM requer

80% menos pesticidas do que o algodão convencional. Em

2002 a superfície plantada de algodão GM foi de 67.000 2km , cerca de 20% da superfície plantada, e a colheita

desta variante de algodão significou 73% da produção de 92003 nos Estados Unidos. A plantação de algodão GM

significou novos aumentos no rendimento por hectare, ao

custo dos riscos que seu cultivo possa introduzir na 6redução da biodiversidade .

A produção de algodão em 1997 foi de 19,85 milhões

de toneladas (CIRFS/Fiber Organon) e a de 2007 foi 27,12

milhões de toneladas (Saurer Oerlikon Textile). Entre

1997 e 2003 a produção mínima foi de 18,43 milhões de

toneladas em 1998 e a máxima foi de 21,24 em 2001. As

oscilações não foram muito maiores de 1 milhão de

toneladas (5%) e obedeceram a variações climáticas

(chuva, secas, inundações), ambientais (pestes) ou a

pequenas variações na superfície cultivada. Considerando

um período anterior ao assinalado, entre 1984 e 1996 as

produções foram de 19,14 e 18,96 milhões de toneladas,

respectivamente, com oscilações também da ordem de

5%, exceto em 1986 que foram produzidas 15,34 milhões

de toneladas (produção mínima) e em 1991 com uma

produção de 20,79 milhões de toneladas (produção

máxima) segundo CIRFS/Fiber Organon.

A produção de algodão passou de 20,43 milhões de

toneladas em 2003 para 26,13 em 2004, o que significou

um aumento de 28%. As produções em 2005/6/7 foram de

25,3, 25,8 e 27,2, respectivamente, de modo que parece ter

conseguido uma estabilização em 25-27 milhões de

toneladas. Os maiores produtores de algodão na colheita

2006/07, em milhões de toneladas, foram a China (7,73),

Índia (4,75), USA (4,70), Paquistão (2,15), Brasil (1,52) e

Uzbequistão (1,16), que representavam 83% da produção

mundial (26,45 milhões de toneladas).

A superfície plantada, em milhões de hectares, na

colheita de 2006/07 foi de 9,17 na Índia, 6,00 na China,

4,24 USA, 3,25 no Paquistão, 1,43 no Uzbequistão e 1,09

no Brasil, que significaram 73% da superfície total 11cultivada (34,71 milhões ha) . Da superfície cultivada em

2008 na China, Índia e USA, 68, 76 e 86%

respectivamente, correspondiam a algodão geneticamente 13modificado . Em 1997 a superfície plantada de algodão

geneticamente modificado foi de 25% nos Estados Unidos

e inferior a 1% na China e Índia. Desde 1997 até 2008 a

superfície plantada (milhões ha) passou de 5,21 a 3,7 nos

Estados Unidos, de 4,72 a 5,6 na China e de 7,85 a 9,1 na

Índia. Os rendimentos por hectare na colheita 2006/07

foram de 1.288 kg na China, 912 kg USA, 663 kg no

Paquistão e 518 kg na Índia. Nestes dados se destaca o

baixo rendimento na Índia, o país com maior produção

plantada do mundo. O consumo mundial de algodão na

temporada 2007/08 foi de 26,86 milhões de toneladas, dos

quais 11,32 corresponderam à China, 3,98 à Índia, 2,70 ao 10Paquistão, 1,35 à Turquia e 1,00 ao Brasil e USA . Estes

seis países absorveram 79% do consumo total.

A diferença entre a produção e o consumo de algodão

em uma temporada determina o volume dos estoques.

Estes cresceram na temporada 2007/08 a 13,39 milhões de

toneladas, das quais 4,25 corresponderam à China. As

diferenças entre a produção e o consumo nas temporadas

2005/06, 2006/07 e 2007/08 foram de +50.000, +322.000

e +605.000 toneladas, respectivamente, sempre a favor do

consumo. Somente na temporada 2004/05 se observou

uma diferença de quase 3 milhões de toneladas a favor da

produção, o que significou um aumento considerável dos 14estoques que alcançaram 13,20 milhões de toneladas .

5Em 1996 , foi estimado que a produção de algodão em

2005 seria de 21.639 mil toneladas, mas a produção real

foi de 24.763 mil, isto significa que foi 14% superior à 15prevista. Por outra parte, em 1999 foi previsto que o

consumo de algodão em 2010 seria de 24,3 mil toneladas e

foi indicado que somente com os estoques disponíveis já

poderiam satisfazer a demanda, pois a superfície plantada

estava diminuindo e se supunha que o rendimento por

hectare estava estabilizado. De acordo com esta

suposição, se pensava que em 2010 seria produzido um

déficit de 2-4 milhões de toneladas de algodão, que seria

parcialmente compensado por fibra de poliéster, com a

particularidade de que esta fibra seria cada vez mais barata

e de maior qualidade.

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A produção de lã em 1997 foi de 1.440 mil toneladas,

frente a 1.955 mil de 1989, ano de maior produção desde

1980; em 2007 foram produzidas 1.240 mil toneladas, o

que significa uma diminuição de 16% com respeito à de

1997. Em 1997 a lã representava 5% da produção mundial

de fibras têxteis e em 2007 somente 2%. Em 1996 foi

estimado que a produção seria de 2.404 mil toneladas

frente às 1.240 realmente produzidas, o que mostra um

desvio de 50%.

A maior produção em 2007 correspondeu à Austrália

(287.000 toneladas), Nova Zelândia (176.000 toneladas) e

China (185.000 toneladas) que representam 54% da

produção mundial. O consumo em 2007 superou em

14.000 toneladas a produção e os estoques naquele ano

foram estimados em 75.000 toneladas.

FIBRAS DE POLIESTER

A produção mundial de fibras de poliéster em 1997

cresceu para 15.167 mil toneladas, das quais 8.384 (55%)

de fio contínuo e 6.783 (45%) de fibra descontínua. A

produção de 2007 foi de 30.669 mil toneladas, 18.253

(60%) de fio contínuo e 1.416 (40%) de fibra cortada. A

produção de fio industrial foi de 1.161 mil toneladas, 7sendo cerca de 3,8% da produção total . A produção de

fibras de poliéster em 2007 aumentou globalmente 11,7%

sobre a produção de 2006. Os aumentos detalhados foram

de 14,5% para o fio têxtil, de 8,8% para o fio industrial e de

8,3% para a fibra cortada.

A produção de fibras de poliéster foi aumentando ano

após ano, com um crescimento anual de 7,3% na produção

global, de 8,1% na de fio contínuo e de 6% na de fibra 5cortada. Pinton , em 1996, previu uma produção de 21.217

mil toneladas para 2005, frente a uma produção real de

24.719 mil toneladas, o que significou 17% a mais do que

a produção prevista.

A Tabela 4 mostra a distribuição da produção de fibras

de poliéster em 1997 e em 2007 por zonas geográficas, em

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tonelagem e em porcentagens.

Os dados de 1997 e 2007 não são diretamente

comparáveis já que as produções de 2007 se referem à área

NAFTA e não somente aos Estados Unidos, e a da Europa

não se refere à produção de 1997 na conhecida como

Europa Ocidental, mas à produção da Europa de 27

membros, sendo possível que inclua também a produção

da Turquia. Não obstante, dos dados da Tabela 4 podemos

assinalar que:

1.- A produção na América do Norte, tanto global como

por produtos, foi diminuindo muito em termos absolutos

e, ainda mais, em termos relativos. Algo similar se pode

dizer da produção japonesa, que em termos absolutos

diminuiu quase 65%.

2.- A produção do grupo “outros” passou a ser de 90%

em 2007, frente a 76% em 1997. A produção da Ásia

(excluída a japonesa) cresceu para 76% em 2007 e a da

China para 63%, em termos absolutos seis vezes superior

a do mundo ocidental.

O espetacular e ininterrupto aumento da produção de

fibras de poliéster se deve a seus numerosos campos de

aplicação, dada sua versatilidade, e a seu preço

competitivo, de modo que penetrou em setores antes

próprios das fibras de poliamida e, inclusive, das fibras de

polipropileno. Concretamente, em 10 anos duplicaram as

produções globais (102%), aumentou 118% a de fio

contínuo e 83% a de fibra cortada.

Existia certa curiosidade pelo momento em que a

produção de fibras de poliéster superaria a do algodão.

16Segundo Fiber Organon esta situação foi atingida em

2002, quando foram produzidas 20.956 mil toneladas de

fibras de poliéster frente a 20.623 mil toneladas de

algodão. Não obstante, segundo a informação do CIRFS

2006 esta situação já havia se apresentado no ano 2000

com 19.144 mil toneladas de poliéster frente a 18.901 mil

toneladas de algodão. Desde 2006 a diferença em favor

das fibras de poliéster se havia consolidado, de modo que

este ano foi de aproximadamente 2 milhões de toneladas e

em 2007 de mais de 4,5 milhões de toneladas, a pesar do

espetacular aumento da produção de algodão que passou

de 20.126 mil toneladas em 2004 para 24.763 mil

toneladas em 2005, para 25.875 em 2006 e para 27.115 em

2007.

Parece interessante fazer uma referência ao volume da

produção de microfibras (título inferior a 1 den ou a 1 17dtex). Em 2005 foram publicados dados referentes a

2004, ano em que se fabricaram 1.200 mil toneladas de

microfilamentos e com uma clara tendência para

aumentar. Quase todo o microfilamento de poliéster é

fabricado sob a forma de fio POY e texturizados por falsa

torção, estirado com filamentos individuais entre 0,52 e

0,90 den e com tendência a utilização de títulos abaixo de

0,24 dpf, inclusive. Em 2004 a produção de fio contínuo

de poliéster texturizado por falsa torção estirado foi de

8.300 mil toneladas, quase 60% da produção de fio

contínuo,dos quais 1.200 mil toneladas (14%)

correspondiam a fio de microfilamento. China, Taiwan e

Coréia produziram 870.000 toneladas, isto é, 74% da

produção mundial. Também foi importante a produção de

fio de microfilamento no Japão que subiu em 2004 para

65.000 toneladas. Mesmo sendo importante, devemos

mencionar que este volume de produção de

microfilamento, é muito menor do que o esperado.

FIBRAS DE POLIAMIDA

A produção mundial de fibras de poliamida foi de

3.983 mil toneladas em 1997, das quais 3.425 de fio

contínuo e 4.558 de fibra cortada. A de 2007 foi de 3.985

mil toneladas, 3.632 de fio contínuo e 353 de fibra cortada.

A produção total permaneceu constante, a de fio contínuo

aumentou 207.000 toneladas (6%) e a de fibra cortada

diminuiu 205.000 toneladas (37%). O fio contínuo

Tabela 4. Distribuição da produção de fibras de poliéster em 1997 e 2007, por zonas geográficas (1.000 toneladas)

(*) CIRFS(**) Saurer Oerlikon Tetile

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apresentou um crescimento anual de 0,7% e a fibra

cortada diminuiu em um ritmo de 4,3% anual. Em 1996, 5Pinton prognosticou que a produção de fibras de

poliamida seria de 4.448 toneladas em 2005, mas a

produção real foi de 3.559, 20% inferior ao previsto. A

produção global de fibras de poliamida em 2007 com

respeito à de 2006 foi de -1,1%. As variações detalhadas

foram de 00,52% para o fio têxtil, de +6,0% para o fio

industrial, de -6,2% para o fio de tapetes e de -10% para a

fibra cortada.

A produção global máxima no período 1996-2007 foi a

do ano 2000 com 4.075 mil toneladas, das quais 3.566 de

fio contínuo e 509 de fibra cortada. A produção mais baixa

correspondeu ao ano 2001, com 3.742 mil toneladas,

3.314 de fio contínuo e 428 de fibra cortada. O ano de

2007 foi o de máxima produção de fio contínuo com 3.632

mil toneladas. A produção de fibra cortada foi diminuindo

quase ininterruptamente. O fio contínuo significou 91%

da produção de fibras de poliamida 3m2007 frente a 86%

de 1997.

A Tabela 5 mostra a distribuição da produção de fibras

de poliamida em 1997 e 2007.

Com as observações assinaladas ao tratar das fibras de

poliéster, dos dados desta tabela se pode deduzir que:-

1.- A zona NAFTA, especialmente USA, e Europa

foram em 1997 e continuam sendo em 2007 grandes

produtores de fibras de poliamida, tanto de fio contínuo

como de fibra cortada.

2.- A fabricação de fibra cortada se concentra

especialmente na zona NAFTA, sobretudo em USA, por

sua importância na fabricação de tapetes. Pela mesma

razão, também a Europa produz uma relativamente

importante quantidade de fibra cortada.

3.- O Japão produziu em 2007 pouco mais da metade

de fibras de poliamida que em 1997. Neste aspecto, talvez

tenha existido a influência do desenvolvimento dos

produtos “shin gosen”, partindo sobretudo de fio contínuo 19de poliester .

4.- O mencionado em “outros” significou 50% da

produção de fibras de poliamida em 2007. Esta

porcentagem teria sido maior se não estivesse incluída em

NAFTA e Europa as produções que em 1996 eram

normalmente incluídas em “outros”.

5.- A produção de fio contínuo na China em 2007 é

quase a mesma que a da zona NAFTA e com toda

segurança superior à de USA. Mesmo que os dados não

figurem na Tabela 5, destacamos as altas produções de fio

contínuo de poliamida em Taiwan (4848.000 toneladas) e

Coréia (171.000 toneladas).

A indústria das fibras de poliamida é composta de

quatro setores bem diferentes: fio contínuo têxtil, fio

contínuo industrial, fio contínuo para tapetes (BCF) e

fibra descontínua. Estes setores se abastecem por sua vez,

dos tipos de poliamida 6 e 6,6, com áreas geográficas

claramente diferenciadas (Ásia no Leste e Europa

Ocidental e América do Norte no Oeste), quanto ao

predomínio de uns ou outros produtos. Por exemplo, os

fios BCF que significam 26% da produção de fio contínuo

predominam no mundo ocidental, enquanto que no Leste

os predominantes são: o fio têxtil e o fio industrial. Por

outra parte, o nylon 66 predomina no Oeste e o nylon6 no

Leste.19Dirscoll prognosticou em 2002 que a produção de

fibras de poliamida permaneceria em conjunto invariável

no período 2000-2010 com aumentos ou diminuições

segundo o tipo de fibra, campo de aplicação ou zona

geográfica.

Concretamente, ele prognosticava que a produção de

fio industrial cresceria tanto no caso da poliamida 6

(1,5%) como da poliamida 6.6 (2,2%). O fio BCF teria sua

produção de poliamida 6 aumentada (2,4%) e estabilizada

a de poliamida 6.6 (+0,1%), enquanto que a produção de

fio têxtil teria um ligeiro aumento na poliamida 6.6 (0,7%)

e uma importante diminuição (-3,2%) no caso da

Tabela 5. Distribuição da produção de fibras de poliamida em 1997 e 2007 por zonas geográficas (1.000 tons).

(*) CIRFS(**) Saurer Oerlikon Tetile

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poliamida 6. A fibra cortada apresentaria uma diminuição

para ambos os tipos de poliamida que se estimava em

cerca de 2%. As porcentagens assinaladas se referem a

variações porcentuais anuais.

Quanto às predições, produções e consumos por zonas

geográficas, acontece que a produção de fio têxtil de nylon

nos Estados Unidos foi decrescendo por ter sido deslocada

em boa parte para o México e porque esta fibra se encontra

em desvantagem em aplicações nas quais compete contra

o poliéster. Por sua parte, o nylon 6 apresentou um

decréscimo de utilização no setor de meias finas,

ocasionado pela tendência para uma indumentária menos

formal e também pelo uso crescente de fios de elastano.

No que se refere ao fio industrial podemos destacar a

evolução favorável do airbag, se bem que quanto à

produção tem pouca incidência por se tratar de títulos

baixos.

Ainda que fosse esperado um crescimento moderado

na produção de fio de poliamida industrial, devemos ter

em conta que os produtos de poliéster constituem um sério

competidor, sobretudo quando se trata de títulos altos. No

setor de fios de BCF predomina o nylon 6 sobre o nylon

6.6 por que o polímero componente é mais competitivo e

os custos de fabricação do fio são mais baixos. Neste

campo de aplicação a concorrência não se estabelece entre

os dois tipos de nylon, mas entre o nylon 6 e outros

polímeros como o polipropileno, poliéster PET e poliéster

PTT. Também convém assinalar que o aumento do

consumo de nylon 6 BCF acontece em virtude de uma

sensível diminuição do consumo de fibra cortada de nylon

6 ou 6.6 pelo menor custo de fabricação.

Na Europa se apresenta a situação de que os

recobrimentos têxteis de pisos (carpete) deixaram de estar

na moda, o que favoreceu a aplicação de pisos de madeira

no norte da Europa e de cerâmica no Sul. Isso repercutiu

no volume de fabricação de tapetes de nylon. Não

obstante, o decréscimo no consumo de fibra cortada na

Europa é menos marcante do que nos Estados Unidos, em

virtude de seu uso estar mais diversificado e depender

menos da situação do setor dos tapetes. Ao já indicado,

cabe adicionar que a crise no mercado de produtos para o

lar e o aumento dos preços da caprolactama e do polímero

foram e continuam sendo fatores determinantes no setor

de fios para tapetes, assim como o contínuo aumento do

emprego de fios de poliéster no mesmo setor.

FIBRAS ACRÍLICAS

A produção de fibras acrílicas em 1997 foi de 2.724 mil

toneladas e em 2007 de 2.376 mil toneladas, com uma

variação de -4,9% com respeito à produção de 2006. 5Pinton , em 1996, fez uma previsão de 3.726 mil

toneladas para o ano de 2005, muito maior (40%) do que a

produção real desse ano que foi de 2.661 mil toneladas. 21Por sua parte, Von Falkai estimava que entre 1998 e 2005

a produção de fibras acrílicas apresentaria um

crescimento anual de 2,6-3,1%. Tendo em conta que a

produção em 1998 foi de 2.658 mil toneladas e aplicando

um crescimento médio de 2,8% ao ano, a produção do ano

de 2005 deveria ter sido de 3.225 mil toneladas, o que

supõe um desvio de 27%, para menos, com respeito à 6produção realmente registrada. Por sua parte, Johnson

esperava uma produção de 3.500 mil toneladas para o ano

de 2010.

Entre 1997 e 2007, a produção mais baixa de fibras

acrílicas foi de 2.376 mil toneladas em 2007 e a máxima de

2.809 mil toneladas em 2004, com uma diferença de 18%

entre ambas. Entre 1997 e 2004 foram apresentadas

variações de +/- 5%, alternadamente. Desde 2005 o

decréscimo foi contínuo e em níveis de 5% anual. Entre

1997 e 2007 aconteceu uma variação média anual de 1,2%

negativa. Como fatores que influíram negativamente no

consumo de fibras acrílicas podemos citar o

redescobrimento das fibras naturais, algodão e lã, em

campos de aplicação nos quais as fibras acrílicas estavam

consolidadas. Também influiu a perda de usos finais em 21favor das fibras de poliester .

O aumento da produção no Extremo Oriente colocou

em situação difícil as produtoras da Europa Ocidental e

Estados Unidos. A reação européia se refletiu no chamado

“Acordo de Bruxelas”, no qual ficou decidido que a

capacidade de produção de fibras acrílicas se ajustaria à

demanda, o que conduziu ao fechamento de algumas

fábricas. Simultaneamente, as produtoras dos Estados

Unidos decidiram pelo fechamento das fábricas instaladas

no estrangeiro. A DuPont interrompeu a fabricação já em

1991 e a produção anual em 2006 foi de somente 3.000

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

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toneladas, destinadas seguramente à produção de fibra de

carbono. A produção nos Estados Unidos em 2004 foi de

109.000 toneladas e a de 2005 de 64.000 toneladas, o que

significa que em 2006 haviam sido fechadas as duas

últimas plantas de produção.

Na Tabela 6 mostramos a distribuição da produção de

fibras acrílicas por zonas geográficas em 1997 e 2007.

Os dados desta tabela mostram que em 2997 Europa e

Japão eram grandes produtoras de fibras acrílicas e que a

produção de “outros” significava 51% do total. A

produção da China em 1998 era de 412 mil toneladas e

representava 16% da produção mundial daquele ano.

Quanto à produção de fibras acrílicas em 2007 cabe

destacar que diminuiu 13% com respeito à de 1997 e que a

do Japão diminuiu quase 40%. Segundo indicado acima, a

produção nos Estados Unidos quase desapareceu. A

Grande Europa (32%) e Ásia (60%) absorvem mais de

90% da produção mundial. O item “outros” produz 55%

do total e a China 34%. A produção da China quase

duplicou entre 1998 e 2007.

As produtoras de fibras acrílicas estão atravessando

uma situação difícil pois a capacidade de ocupação das

plantas em 2007 foi de somente 74% frente a 90% de

2003/04, as margens de benefícios são escassas e 22aumentaram os preços das matérias primas .

FIBRAS DE POLIPROPILENO (POLIOLEFINAS)

As fibras de poliolefinas compreendem as de

polipropileno e as de polietileno. Dado que a produção das

primeiras é muitíssimo maior do que as outras, os dados

apresentados se referem sobretudo às de polipropileno.

As fibras de polipropileno se apresentam no mercado

sob a forma de fio contínuo, fibra descontinua ou cortada,

fitas de filmes e tecidos “spun-bonded” (fios colados).

Existe certa dúvida sobre se as fitas de películas podem ser

classificadas ou não como fibras têxteis. A este respeito o

instituto Statutory Instrument of Goverment on Trade

Description (1986, nº 26) considera como “fibra têxtil” os

tubos ou “tiras flexíveis” incluídas as tiras cortadas

obtidas partindo de tiras ou filmes mais largos, que:-

a) têm uma largura aparente não superior a 5 mm, e

b) são obtidos de substâncias utilizadas na fabricação

de fibras.

A maior parte das cintas de polipropileno utilizada em

têxteis tem uma largura de 2-3 mm, pelo que podemos

classificá-las como fibras. As tiras ou cintas que se

utilizam para fabricar cordas podem ter uma largura de

100 mm ou mais, mas como resultado da torção que lhes é

aplicada podem fibrilar, transformando-se em elementos 23de menor largura .

A produção global de fibras de polipropileno costuma

ser subestimada porque uma elevada porcentagem da

produção procede de muitas plantas de tamanho reduzido

e/ou integradas em indústrias com produção própria

(consumo próprio ou interno), como sucede na produção

vertical de fios para tapetes, que são processados em

instalações próprias para fabricar este tipo de produtos

têxteis. As fibras fabricadas neste tipo de indústrias não

costumam ou costumavam ser incluídas nas estatísticas da

produção de fibras de polipropileno. Concretamente a

capacidade das plantas instaladas em 1995 (350-400) era 24da ordem de 5.000-10.000 toneladas por ano , frente às

65.000-85.000 toneladas por ano no caso das fibras 21acrílicas com 64 plantas de produção . A explicação de

tão elevada proliferação de plantas é fácil, dado que a

fabricação de fibras de polipropileno é simples e sua

tecnologia facilmente acessível.

Por outra parte, os dados publicados por diferentes

fontes de informação não são sempre conciliáveis, pois

podem ou não incluir a fabricação de produtos spun-

bonded ou em forma de tiras, utilizadas diretamente ou

aplicando-se uma torção que provoca sua fibrilação.

A fabricação mundial de fibras de polipropileno

(incluída a de tiras de filmes ou películas) era em 1970 de

somente 340.000 toneladas, em 1980 foi já de 1.050 mil

Tabela 6. Produção mundial de fibras acrílicas por zonas geográficas em 1997 e 2007 (1.000 toneladas).

NAFTA *Europa 17+ Turquia **Ano 1998 ***

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toneladas, em 1990 a produção alcançou os 5 milhões de

toneladas, incluindo supostamente todas as variantes

destas fibras (fio contínuo, fibra cortada, spun-bonded e 25tiras) .

A produção mundial de fibras de polipropileno em

1997 foi de 2.865 mil toneladas (CIRFS), das quais 1.800

mil de fio contínuo e 1.065 mil de fibra cortada, não sendo

incluída a produção em forma de tiras ou de fios fibrilados

(split yarns). A produção desse mesmo ano divulgada por 26 Fiber Organon através da Chemical Fibers International

foi de 4.958 mil toneladas no total, distribuídos em 2.033

mil toneladas de fio contínuo, 1.103 mil de fibras cortadas

e 1.822 mil de tiras. Como se pode apreciar os dados

correspondentes a fio contínuo e a fibra cortada

fornecidos por CIRFS e Fiber Organon não coincidem

nem sequer aproximadamente no que se refere a fio

contínuo. A razão desta discrepância poderia estar na

inclusão ou não de fios contínuos processados sob a forma

de spun-bonded.

Quanto à produção de 2007, Oerlikon cita a cifra de

1.543 mil toneladas de fio contínuo e de 1.315 mil

toneladas de fibra cortada com um total de 2.858 mil

toneladas e a indicação de que havia sido excluída a 7produção dos produtos spun-bonded e tiras de películas .

Como não se dispõe de dados separados sobre a produção

de fibras de polipropileno em 2007, a seguir vamos

comparar as produções de 1997 e 2006. Segundo Fiber

Organon a produção global passou de 4.958 mil toneladas 26 26em 1997 para 6.473 mil toneladas em 2006 , com um

aumento de 31%. A produção de fio contínuo passou de

2.033 mil toneladas para 2.919 mil, com um aumento de

44%, a de fibra cortada de 1.103 para 1.215 com

incremento de 10% e a de tiras de 1.822 para 2.340 que

demonstra um aumento de 28%. Segundo o CIRFS entre

2997 e 2006 a produção global aumentou em um ritmo de

5,1% ao ano, a de fio contínuo de 6,6% e de 2,2% a de fibra

cortada.

Também sucedeu que entre 1997 e 2001 houve um

incremento médio anual de 11,6% quanto à produção

global e que entre 2001 e 2006 o aumento foi de 0,7%.

Entre 1997 e 2000 a produção de fio contínuo mostrou um

aumento médio anual de 14% e a de fibra cortada de 7%.

Entre 2001 e 2006, a produção de fio contínuo aumentou

1,5% anual e a de fibra cortada decaiu 1% anualmente.

A Tabela 7 mostra a distribuição da produção de fibras 27de polipropileno em 1997 (CIRFS) e 2006 por zonas

geográficas. Os aumentos da produção entre estas duas

datas já foram indicados anteriormente. Nesta tabela

podemos apreciar que USA e Europa continuam sendo

grandes produtores de fibras de polipropileno e a

produção de “outros” não mostra variações porcentuais

tão espetaculares como no caso das fibras de poliéster,

poliamida e acrílicas. Por sua parte a cotas de mercado de

2006 são similares às de 1997.

5Em sua previsão para 2005, Pinton estimou que a

produção mundial de fibras de polipropileno seria de

2.825 mil toneladas, enquanto que a produção real foi de

4.384 mil, de modo que a produção foi 55% superior à

previsão.

PCI Fibers Consultant previu em 2007 que a produção

mundial de fibras de polipropileno (excluindo tiras e

filmes fibrilados) seria de 5,1 mil toneladas em 2010 e de

5,9 milhões de toneladas em 2015, frente a uma produção 28de 4,5 milhões em 2006 . Por último, foi indicado que

Driscoll previu que a longo prazo a produção global de

fibra de polipropileno aumentaria em um ritmo de 2,1% ao

ano (sem considerar os produtos em forma de tiras ou de

fios fibrilados).

FIBRAS CELULÓSICAS

Os dados sobre a produção de fibras químicas

celulósicas se referem a produtos propriamente

celulósicos, e às vezes também a fibras de acetato que

correspondem a um derivado da celulose. As fibras

Tabela 7. Distribuição da produção de vibras de polipropileno em 1997 e 2006 por zonas geográficas (1.000 toneladas).

(*) CIRFS(**) Saurer Oerlikon Tetile

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químicas propriamente celulósicas compreendem várias

famílias com seus próprios nomes genéricos ou

denominações individuais (viscose, modal, polinósica,

liocel, cupro). Por razões confidenciais, até poucos anos a

produção de fibras químicas celulósicas não incluía a de

fibras liocel. As fibras de viscose se apresentam como fio

contínuo e como fibra cortada, as fibras modal,

polinósicas e liocel como fibra cortada, as fibras cupro são

fabricadas muito principalmente como fio contínuo e as

de acetato como fio contínuo e como cabos para filtros de

cigarros.

As estatísticas do CIRFS incluem como fibra

celulósica as fibras químicas fabricadas segundo o

processo “xantato” (viscose, modal, polinósicas), as

fibras cupro e as de acetato, oferecendo dados globais,

separados em produtos de fio contínuo e em produtos em

forma de fibra cortada, incluindo neste caso a produção de

cabos de acetato. Em algumas estatísticas dos anos 90 era

oferecida uma informação detalhada dos produtos de

viscose em forma de fio contínuo (têxtil e industrial), fio

contínuo de acetato e cupro e de fibra cortada fabricada

segundo o processo “xantato” ou fabricadas como cabos

de acetato.30A produção de fibras químicas celulósicas em 1997

foi de 2.896 mil toneladas, distribuídos em 600 de fio

contínuo (300 de fio de viscose têxtil, 70 de fio de viscose

industrial, 200 de fio de acetato e 30 de fio cupro), 1.650

de viscose cortada e 646 de cabos de acetato. A produção

de fibras celulósicas para usos convencionais chegou a

2.250 mil toneladas.

A produção de fibras químicas celulósicas em 2007 foi

de 3.700 mil toneladas (incluídos 120 mil toneladas de

fibras liocel), dos quais 440 de fio contínuo, 2.600 de fibra 22cortada têxtil e 720 de cabos de acetato com um aumento

5de 35% com respeito à produção de 1997. Pinton , em

1996, previu para 2005 uma produção de 3.840 mil

toneladas, enquanto que a produção real foi de 3.228 mil,

16% inferior à prevista.

Mais adiante faremos referência ao fio contínuo de

acetato, cuja produção foi diminuindo progressivamente e

as fibras de liocel como produto emergente. Quanto às

fibras químicas celulósicas de limitada produção,

podemos assinalar que as de cupro pode ser estimada em

3132.000 toneladas , com uma capacidade de produção em

2000 de 30.000 toneladas/ano de fio contínuo e de 3.000 32toneladas/ano de fibra descontínua (Japão/Itália) . As

fibras polinósicas são fabricadas somente no Japão, com

uma produção estimada em 35.000 toneladas/ano em 331994 , que não variou muito nos dez anos seguintes.

Muitos dos efeitos que são possíveis de se obter em

tecidos fabricados com estas fibras, baseados em sua

facilidade de fibrilação, também podem ser obtidos, desde

muitos anos, com as mais recentes fibras de liocel. A

produção mundial de fibras modal foi estimada 34recentemente em 100.000 toneladas/ano .

A produção de fio contínuo de viscose e de acetato foi

diminuindo continuamente desde a década de 80 do

século passado. A produção de fio contínuo de fibras

celulósicas (viscose e acetato) foi de 1.130 mil toneladas 35em1980 e de somente 860 mil em 1990 . Em 1997 foi de

625 mil e de 440 mil em 2007, o que significou uma

diminuição de 3,3% por ano. A produção de fibra cortada

de viscose foi de 1.650 mil toneladas em 1997, e de 2.480

mil em 2007 (excluídas cerca de 120 mil de fibras de 7liocel ), o que representou um crescimento anual médio de

4,4%, que foi devido ao aumento contínuo de viscose na

fabricação de não-tecidos para aplicações sanitárias. A

produção de cabos de acetato foi de 646 mil toneladas em

1997 e de 720 mil em 2007, com um aumento anual da

ordem de 1%. A produção global de fibras celulósicas em

2007 cresceu cerca de 8,0% com respeito à produção do 7ano anterior .

Sem que exista uma explicação razoável, não sendo a

de que para sua fabricação se parte de celulose como

matéria prima inicial, as fibras de acetato são consideradas

como fibras celulósicas. Por esta razão, sua produção está

incluída na produção global de fibras celulósicas, sendo

isoladas as informações que se referem a elas. Sua

composição química não é celulósica, mas a de um

derivado acetilado da celulose. Por outra parte, as fibras de

acetato, e ainda mais as de triacetato, têm propriedades

que as tornam mais similares às fibras sintéticas do que às

fibras químicas propriamente celulósicas.

A fibra de acetato, a segunda das fibras químicas em

antiguidade, data de 1904 e sua produção alcançou os

valores máximos na década de 60, com umas 450.000

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36toneladas . Sua produção foi decrescendo continuamente 37até as 70.000 toneladas de 2006 , partindo de 200.000

toneladas em 1997, o que mostra um decréscimo anual

médio de 12% no período de 1997-2006. Estes dados se

referem a fio contínuo têxtil e não incluem a produção de

cabos para fabricação de filtros para cigarros. A fabricação

de fios de acetato em 2006 se concentrou principalmente

nos Estados Unidos (24.000 toneladas), Europa Ocidental 38(19.000) e Japão (15 mil) .

O decréscimo da produção de fio de acetato começou

em virtude do início da fabricação em grande escala das

fibras de poliamida e poliéster, pois estas possuem maior

resistência e facilitam, por isso, o processamento em

equipamentos têxteis que operam em velocidades cada

vez maiores. Também contribuiu para isso os preços

destas fibras, substancialmente menores do que o das

fibras de acetato. A pesar dessas desvantagens, as fibras de

acetato são muito apreciadas em setores de volume

limitado (nichos), mas de alto valor agregado. São fibras

de toque suave e sedoso, confortáveis ao uso, boa caída e

razoável hidrofilidade. São facilmente misturadas com

viscose, seda, poliamida, algodão e poliéster. Seus

principais campos de aplicação são os forros de prendas 39femininas (42%) e tecidos bordados de moda (28%) .

Na década de 80, Lenzing e Courtaulds adquiriram da

Akzo Nobel as licenças para o desenvolvimento da

tecnologia “lyocell”. Atualmente liocel é o nome genérico

das fibras químicas celulósicas obtidas por dissolução

direta da polpa de celulose. As fibras liocel se

caracterizam principalmente pelo elevado conforto das

prendas com elas fabricadas, sua boa hidrofilidade, sua

alta resistência em úmido e em seco, sua excelente caída e

seu baixo encolhimento na lavagem. Os artigos fabricados

com elas têm um toque e aspecto sedoso e, mediante um

tratamento com enzimas se consegue obter aspecto de lã

(pele de pêssego).

Na década de 90 as duas empresas iniciaram, com

êxito, a produção de fibras de liocel. Depois de alguns

anos de conflitos por direitos de patentes, Lenzing e

Courtaulds concordaram em um intercâmbio de know-

how em 1998. A titularidade da Courtaulds apresentou

alterações de propriedade (diversos proprietários) até que

em 2004 a última empresa proprietária, Tencel, foi

adquirida pela Lenzing, para comerciar as fibras

conservando a denominação “Tencel de Courtaulds” e

abandonando a de sua própria fibra (Lyocell Lenzing). As

fibras de liocel são usadas com muito êxito no setor têxtil

doméstico e em tecidos de mistura de algodão, de alta

qualidade para o setor da indumentária. Também são

empregados na fabricação de não-tecidos para produtos 40,41higiênicos e cosméticos e para produtos médicos . A

facilidade de fibrilação das fibras liocel favorece muito

seu emprego na fabricação de não-tecidos, sobretudo

quando a ligação é produzida por hidro-emaranhado. Isso

se deve a que pode ser obtido um melhor poder de

cobertura com menor consumo de fibra. Em 2005,

30/35% da produção de fibras de liocel era destinada à

fabricação de não-tecidos.

No momento da aquisição por parte da Lenzing, a

capacidade de produção da empresa Tencel era de 80.000

toneladas por ano e a de Lenzing de 40.000 toneladas por

ano. Em 1997 foi prognosticado que até o ano 2000 a

capacidade de produção de fibras de liocel seria de

180.000 toneladas/ano. Esta previsão foi demasiadamente

otimista, pois em 2007 a produção era de 137.000

toneladas/ano no total, das quais 95% correspondiam à 42Lenzing . A capacidade de produção foi aumentando

gradualmente pois em 1998 era de 100.000 toneladas/ano,

de 110.000 em 2001, de 120.000 em 2004 e de 137.000 em

2007. Quanto às produções reais, em 2001 foram

fabricadas 60.000 toneladas, 100.000 em 2005 e 120.000 43

em 2006 .

ELASTANO

DuPont comercializou em 1959 a primeira fibra de

elastano (spandex) com segmentos flexíveis de poliéter e

denominação comercial Lycra. Bayer introduziu no

mercado em 1966 sua fibra denominada Dorlastan com

segmentos flexíveis de poliéster. A disponibilidade de fios

de elastano na década de 60 estimulou o desenvolvimento

de novos tecidos e prendas que ofereciam ao usuário

maior conforto e adaptabilidade ao corpo do usuário do

que os artigos convencionais.

Inicialmente os fios de elastano substituíram os fios de

borracha usados em espartilhos e outras prendas

femininas. Mais adiante, seu uso foi ampliado para roupas

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intimas e trajes de banho, e mais tarde para meias e roupas

desportivas. Os últimos desenvolvimentos foram no

campo de roupas confeccionadas e meias elásticas.

Também são empregados fios de elastano na fabricação de

denim elástico, agasalhos e camisas de conforto térmico

(retenção de calor).

O motivo principal do rápido crescimento do emprego

destes fios foi o maior conforto e a adaptabilidade ao

corpo oferecido pelas peças de vestuário que os

contenham, assim como as maiores possibilidades de

desenho que sua presença oferece aos tecidos

correspondentes. Os tecidos que contém elastano são

caracterizados principalmente por sua elasticidade,

estabilidade dimensional e retenção da forma, facilitar a

liberdade de movimentos e uma superior recuperação das

rugas.

Os fios de elastano cuja aplicação estava inicialmente

limitada a tecidos ou roupas de alto valor agregado, são

empregados também na fabricação de tecidos para roupas

casuais, o que significou um aumento de seu preço de

venda com o conseguinte aumento do valor agregado,

também neste caso. Isso contribuiu para a proliferação de

têxteis em forma de tecidos de malha ou de tear, e

inclusive de não tecidos, nos quais a presença de fios de

elastano aumentou muito sua valorização.

Inicialmente, os fios de elastano se combinavam

unicamente com fios de poliamida, mas atualmente são

freqüentes suas misturas com quase todas as fibras

naturais ou químicas utilizadas na fabricação de tecidos

para indumentária. Isso obrigou o desenvolvimento de

variantes de elastano mais adaptadas aos processos de

tingimento das fibras acompanhantes ou para usos finais

específicos. Por outra parte, os fabricantes de produtos

têxteis de alta qualidade são obrigados a oferecer artigos

cada vez mais especializados para se diferenciarem dos

artigos da concorrência. Estas necessidades são passadas

para as produtoras para satisfazerem as demandas dos 44,45criadores de moda .

O êxito dos fios de elastano se deve muito mais a

razões funcionais (maior conforto, maior adaptabilidade

ao corpo) do que a razões de moda ou estética. Em 2001 se

estimava que 50% de todas as roupas teriam alguma

porcentagem de elastano, porcentagem esta que alcançava

a 60% quando se tratava de roupas de fibras químicas.

Seus principais campos de aplicação correspondiam a

roupas para esportes ativos (30%), meias (18%), trajes de

banho (17%) e faixas e complementos (12%). Aplicações

com menor quantidade de elastano correspondiam a

roupas hospitalares (brancas), roupa exterior, calçados e 44não tecidos .

A produção de fios de elastano foi de 46.000 toneladas

em 1990, 63.000 em 1995, 160.000 em 2000, 216.000 em 46 72003 , 284.000 em 2005, 340.000 em 2006 e de 385.000

44em 2007 . A capacidade de produção entre 2000 e 2005

cresceu em ritmo anual de 15,3% e a do consumo em um

nível de 11,7%. Os maiores aumentos da produção foram

os dos anos 2003 (17,7%) e 2004 (23,9%). PCI Fibers

estimou que a capacidade de produção em 2006 seria de

460.000 toneladas e que entre 2007 e 2010 se estabilizaria

entre 510.000 e 530.000 toneladas por ano. Quanto ao

consumo, a estimativa foi de 310.000 toneladas em 2006 e

de 365.000 em 2010, sendo que estas duas estimativas

foram superadas já em 2007.

A maior capacidade de produção em 2005

correspondia a China (190.000 toneladas) seguida pela

Coréia (70.000), América (50.000), Europa (27.000) e

Japão (27.000). O consumo se distribuía do seguinte

modo: América (15%), Europa (13,5%) e Ásia (71,5%).

China absorve 49% do consumo global de fios de 47elastano .

FIBRAS DE ARAMIDA

Como fibras de aramida, temos que distinguir as de m-

aramida das de p-aramida. As primeiras são fabricadas

principalmente pela DuPont (Nomex) e Teijin (Conex), e

as segundas pela DuPont (Kevlar) e atualmente pela Teijin

(Teijin Aramide), que fabricam 95% da produção mundial

de fibras de p-aramida. A fibra Teijin Aramide foi

fabricada inicialmente por Akzo Nobel e a mesma Teijin

fabrica em pequena escala (~2.000 ton/ano) fibras de 48copoli(p-aramida) com a denominação Technora . A

bibliografia se refere, também, a fibras de p-aramida 49,50fabricadas na Russia e ainda a uma nova fibra fabricada

51na Coréia pela Kolon, conhecida como Heracron que foi

comercializada em 2005. Hoechst iniciou o

desenvolvimento de uma fibra de p-aramida denominada

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Trevar que não passou adiante da planta piloto, pois as

difíceis circunstâncias do mercado recomendaram 48abandonar a operação em 1997 .

As fibras de m-aramida precederam no tempo às de p-

aramida, por dificuldades na síntese do polímero e no

processo de fabricação destas últimas. O Nomex começou

a ser comercializado em 1961 e o Conex em 1973. A

comercialização do Kevlar iniciou em 1972 e em 1977

estava prevista a produção da fibra Arenka pela Akzo

Nobel. Entretanto, dificuldades econômicas na empresa e

também problemas e litígios sobre as patentes retardaram

a fabricação até 1987, com uma nova denominação

(Twaron). No ano de 2000 a Teijin adquiriu a empresa que

fabricava esta fibra e em 2007 a denominação Twaron foi

substituída pela denominação Teijin Aramide.

As fibras de m-aramida e as de p-aramida possuem

algumas propriedades comuns, mas também outras muito

diferentes, de modo que seus campos de aplicação

raramente coincidem, embora possam até mesmo se

complementarem. As de m-aramida são caracterizadas

por sua resistência ao calor e retardamento da chama,

resistência química, baixa condutividade elétrica e boa

resistência à abrasão. De acordo com estas propriedades

são empregadas preferencialmente na fabricação de

roupas de proteção, filtração de gases quentes, tapeçarias

e recobrimento de pisos como retardantes de chama,

material isolante para equipamentos elétricos e filtros

industriais para a indústria de papel e para lavanderias.

As fibras de p-aramida se distinguem principalmente

por sua alta tenacidade e alto módulo, baixo

encolhimento, estabilidade dimensional, boa resistência

ao impacto, alta dispersão (dissipação) da energia,

retardamento da chama, termorresistência, resistência ao

corte, resistência ao uso, capacidade de fibrilação, boas

propriedades dielétricas, resistência química, resistência à

corrosão e fácil processamento. De acordo com estas

características estas fibras são usadas principalmente na

fabricação de pneumáticos, como reforço da borracha,

cabos, cordas, cabos de fibras óticas, materiais

compostos, materiais de fricção e de fechamento, prendas 51protetoras (calor, fogo, balística, corte) .

A capacidade de produção de fibras de p-aramida em

1999 era de 40.900 toneladas por ano, das quais 21.000

correspondiam a América do Norte, 16.000 a Europa e 523.900 ao Japão . Em 2006 a capacidade de produção foi

de 61.250 toneladas de fibras de p-aramida e de 25.000

toneladas de fibras de m-aramida. Destas capacidades de

produção, no caso de fibras de p-aramida 71%

correspondiam a fio contínuo e 29% de fibras cortadas,

enquanto que no caso das fibras m-aramida, 35%

correspondia a fio contínuo e 65% de fibras cortadas ou

polpa. Na Tabela 8 podemos observar a evolução da

capacidade de produção das fibras de aramida entre 1980 e 512008 .

A produção de fibras de p-aramida entre 1980 e 2000

era de responsabilidade quase total da DuPont e da

Teijin/Akzo, mas entre 2000 e 2008, tanto a China como a 51Coréia também tiveram participações significativas .

Em 1999 a demanda mundial de fibras de p-aramida

foi de mais de 25.000 toneladas, das quais 95% eram 48fornecidas pela DuPont e Akzo Nobel . Outra fonte

assinalava que as produções de 1996, 1997, 1998 e 1999

foram de 28.600, 29.400, 30.400 e 31.600 toneladas 52respectivamente .

Também foi indicado que em 2004 foram fabricadas

50.000 toneladas de fibras de aramida, das quais 33.000 53??eram de p-aramida e 17.000 de m-aramida .

Por último, mencionamos que para 2008 foi estimado

um consumo de 70.000 toneladas de fibras de p-aramida e 54de 30.000 de fibras de m-aramida .

FIBRAS DE CARBONO

Edison foi o descobridor das fibras de carbono em

1879, mas estas não foram comercializadas até a década

de 60, segundo um processo patenteado em favor da Royal

Aircraft (UK). Estas fibras podem se situar na fronteira

que separa as fibras orgânicas das inorgânicas e são

obtidas por modificação de fibras orgânicas ou de breu

(piche orgânico) que atuam como precursores. Como

fibras orgânicas precursoras predominam as celulósicas e

as acrílicas, sendo estas as preferidas desde a metade da

Tabela 8. Evolução da capacidade de produção das fibras de aramida.

Revista Química Têxtil n 99 2010.Junho

Tecnologia Fibras

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década de 70. As fibras acrílicas possuem uma adequada

composição química, com cadeias laterais que facilitam a

formação de ciclos, uma orientação particular e uma

morfologia favorável. Tanto as fibras orgânicas

precursoras como o breu são submetidos a uma seqüência

de tratamentos térmicos que conduzem a fibras nas quais

os átomos de carbono se dispõem de forma similar da

mesma forma como fazem na grafite, sem que isso

signifique que possamos denominá-las “fibras de 55grafite” .

Nas fibras de carbono coincidem uma elevada

resistência e um alto grau de rigidez, com um peso

específico relativamente baixo. Possuem um elevado

módulo de tração específico, muito maior do que o de

outras fibras utilizadas como reforço, o qual é de grande

importância no desenho de materiais compostos. Também

se destacam por sua alta resistência a compressão, até 10

vezes superior ao das fibras de p-aramida e 2,5 maior do

que a das fibras de vidro. São resistentes à maior parte dos

ácidos e dos álcalis, e são altamente compatíveis com

todos os polímeros sintéticos que se usam como matrizes

na fabricação de materiais compostos. Sua resistência

térmica é extraordinariamente alta, pois o carbono não

funde até 3.600ºC. Em atmosferas não oxidantes

conservam suas propriedades mecânicas até 2.000ºC.

Suas propriedades mecânicas e químicas nos materiais

compostos dos quais tomam parte, estão condicionadas

somente pelas limitações próprias das matrizes 56poliméricas .

A importância comercial das fibras de carbono decolou

na década de 80. A produção em 1980 foi de 1.000

toneladas e passou para 11.000 em 1999, com um

crescimento linear pronunciado, somente interrompido

entre 1989 e 1991 por restrições nos orçamentos militares.

Na década de 90 o crescimento médio anual foi de 10% e o

consumo em 1999 foi de 11.470 toneladas (5.080 USA, 562.350 Europa, 2.030 Japão, 1.510 Oriente) .

A seguir, apresentamos dados, nem sempre

concordantes, sobre o mercado e capacidade de produção

de fibras de carbono publicados nos últimos anos.

A capacidade de produção em 1999 foi de 30.400

toneladas, das quais 10.100 correspondiam a América do 52Norte, 16.600 ao Japão e 1950 a Europa . Segundo o High

Performance Composites a capacidade de produção em

2007 foi da ordem de 25.000 toneladas e poderia alcançar 5735.000 em poucos anos . Segundo Oerlikon/Saurer a

capacidade de produção em 2006 era de 45.000 toneladas 7e chegaria a 110.000 em 2010 .

As produções nos anos de 1996, 1997, 1998 e 1999, a

deste último estimada, foram de 9.600, 11.800, 12.800 e 5213.300 toneladas, respectivamente . O consumo em 2003

foi de quase 20.000 toneladas, sendo de 60% de produtos

industriais, 25% de artigos esportivos e de lazer, e 15% 53restantes na industria aeroespacial . Em 2005, 80% da

produção mundial de fibras de carbono dependia de

empresas japonesas, com plantas no Japão, USA e Europa 58Ocidental . Foi também diagnosticado que o mercado

global das fibras de carbono seria de 38.000 toneladas em 532010 . Em 2007 previa-se que a produção mundial de

58fibras de carbono seria de 38.000 toneladas em 2010 . Na

verdade, em 2007 a produção mundial de fibras de

carbono foi segundo Oerlikon/Saurer de 34.500

toneladas, com a particularidade de que as três maiores

produtoras japonesas abasteciam mais de 60% do 7mercado mundial .

As fibras de carbono são aplicadas principalmente em

setores como os da aviação comercial e aeroespacial,

industrial e de desportes e lazer. O melhor conhecimento

de suas propriedades vai se traduzindo em novos

mercados substituindo materiais tradicionais. O maior

consumo permitiu uma diminuição de preços, o que

também contribuiu para a disponibilidade de precursores

mais econômicos.

Os aviões de última geração incorporam 50% mais de

materiais compostos comparados com gerações

anteriores. Na indústria de motores são empregadas fibras

de carbono em materiais compostos como componentes

de autos desportivos e de competição, com limitadas

produções. Todavia, o interesse pelo decréscimo do

consumo de petróleo e da emissão de CO pode favorecer 2

o emprego de fibras de carbono em estruturas para

veículos convencionais, com a conseguinte diminuição de

peso ao substituir outros materiais mais pesados. Talvez

seria este o setor industrial com maiores possibilidades de

crescimento. O contínuo aumento de produção de energia

eólica ampliou o interesse pelo uso de fibras de carbono na

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Fibras

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fabricação de pás que são tradicionalmente fabricadas

com poliéster reforçado com vidro. Também são

empregadas fibras de carbono na fabricação de cilindros

para máquinas de fabricação de papel, em engenharia

civil, aplicações marinhas e recipientes de pressão. O

setor desportivo e de lazer com artigos como tacos de

golfe, raquetes, esquis, varas de pesca e bicicletas estão

perdendo cotas de mercado. Em meados da década de 90,

este setor consumia mais de 50% da produção, mas

atualmente somente significa 25%, com tendência a 7diminuir .

APÊNDICE

Pouco antes de enviar este artigo para sua publicação 59a revista Chemical Fibers International publicou dados

sobre a produção de fibras químicas em 2008 segundo

estimativas da Japan Chemical Fibers Association, das

quais se exclui a produção de fibras de poliolefina e a de

cabos de acetato para cigarros. Segundo estes dados a

produção de fibras químicas diminuiu em 2008

aproximadamente 3,6% (145.000 toneladas) com respeito

à de 2007, passando a 39,7 milhões de toneladas. A

produção de fibras sintéticas foi 36.905 mil toneladas (-

3,1%) e o de celulósicas de 2.750 mil toneladas (-9%). A

produção de fibras sintéticas se distribuiu em 30.800 mil

toneladas de fibras de poliéster (18.600 de fio contínuo e

12,2 de fibra cortada), 3.565 mil de fibras de poliamida e

1.974 mil de fibras acrílicas.

Acreditamos ser oportuno a incorporação deste

apêndice posto que as produções de 2008 evoluíram de um

modo muito diferente de como o faziam em anos

anteriores segundo se explica. Pela primeira vez na

história a produção de fibras de poliéster decresceu, com

uma redução global de 0,5% para o fio contínuo e de 1,6%

para a fibra cortada. O aumento da produção na China

(4,1%) suavizou o decréscimo global, já que em vários

países ou zonas (Taiwan, Índia, USA e Europa Ocidental)

o decréscimo porcentual foi de dois dígitos. A produção

global de fibras de poliamida diminuiu 9,2%, aumentando

somente na China (5,2%) e diminuindo espetacularmente

em Taiwan (20,6%) e USA (20,9%), e menos na Europa

Ocidental (11,2%), sendo todos estes os maiores

produtores destas fibras. As fibras acrílicas foram as que

experimentaram o maior decréscimo em sua produção,

pois o global foi de 19%, com decréscimos de 24,6% na

China, 38,3% em Taiwan, 20,3% na Coréia, 38,7% no

Japão e de 11,6% na Europa Ocidental. A produção de

fibras celulósicas, excluído os cabos para filtros de

cigarros, diminuiu 9%, devido sobretudo aos decréscimos

na China (10,2%) e Taiwan (14,9%). O decréscimo na

Europa Ocidental, a segunda zona em volume de

produção, foi de somente 3,7%.

Em 2008 a China produziu 58,6% das fibras químicas,

Índia 6,4%, Taiwan 5,4%, USA 5,4%, os outros países

produtores somaram 6,4% e Europa Ocidental 6,2%.

Quanto a famílias de fibras, China produziu 65% das

fibras de poliéster, 28% das de poliamida, 31% das

acrílicas e 48% das celulósicas. A Europa Ocidental

produziu 3% das fibras de poliéster, 8% das de poliamida,

32% das acrílicas e 16% das celulósicas. USA fabricou

3% das fibras de poliéster, 11% das de poliamida, não

fabrica fibras acrílicas e apenas fabrica fibras químicas de

celulose (0,8%.

BIBLIOGRAFIA

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1996, p.38.

2- Koslowski; Man-Made Fiber Year Book, 1994, p.5

3- Beae; Chemical Fibers Internacional, Vol. 45,April

1995, p.102.

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6- Johnson; CChemical Fibers International, Vol. 46,

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8-Man-Made Fiber Yera book,2006, p.13

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10-International Cotton Advisory Committee, 1955.

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12- Man-Made Fiber Yera book,1999, p.6.

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14- Información facilitada por FUNQUITEX.

15- Mushs; Man-Made Fiber Yera book,1999, p.26.

16- Man-Made Fiber Yera book,Agosto 2003, p.24

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Fibras

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Remoção de cor de efluente têxtil pela técnica de eletroflotação Um estudo espectofotométrico

Autores: Ricardo Augusto Camboim ([email protected])

Orientação: Prof. Dr. João Sinézio de Carvalho Campos ([email protected])

Departamento de Tecnologia de Polímeros, Faculdade de Engenharia Química – UNICAMP

Campinas, S.P., Brasil – CP: 6066, CEP 13083-970Revisão Técnica: Humberto Sabino

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Efluentes Têxteis

RESUMO

Com a crescente preocupação ambiental e ecológica,

bem como o aumento no rigor legislativo, torna-se

necessário aprimorar e desenvolver técnicas que

viabilizem o descarte dos efluentes da indústria têxtil,

tanto de uma forma mais limpa como mínima.

No presente artigo utiliza-se a técnica de eletro-

flotação, usando eletrodos de ferro e alumínio, para o

tratamento de efluente de tinturaria de tecidos, a qual

utiliza corantes reativos.

É importante ressaltar que, neste processo, existem

várias vantagens em utilizá-lo, e, dentre elas, podemos

citar: 1) não utilizar nenhum produto químico, mas,

somente energia elétrica; 2) grande remoção da coloração

do efluente; 3) seu tempo de tratamento ser bem menor,

em comparação com outros tratamentos já experi-

mentados.

Além de enfatizar a importância da água, será descrita

toda a parte experimental desta técnica, contendo seus

materiais e métodos, resultados obtidos e conclusões.

Pela análise visual do sobrenadante, verifica-se,

adicionalmente, uma significativa remoção de material

orgânico, tornando-o atrativo do ponto de vista ambiental.

INTRODUÇÃO:

“Water is for life not to dye”.

“Água é para a vida não para tingir” – Esse foi o grande

mote da última ITMA (International Textile MAchinery

PALAVRAS-CHAVE: eletroflotação, efluente têxtil,

tratamento de água, preocupação ambiental

34

Exhibition), realizada em 2007, e essa é uma preocupação

crescente para a Indústria Têxtil.

A água é uma das principais matérias primas no

acabamento têxtil. Mesmo com o avanço tecnológico e

modernização de equipamentos e processos, sempre é

necessária a utilização de uma quantidade considerável de

água, tanto para obtenção de aquecimento ou resfria-

mento, nos processos de beneficiamento, como também

tem a função de meio de transporte dos produtos químicos

utilizados, enfim, ela é utilizada em todas as fases do

processo de beneficiamento: lavagem, purga, tingimento

e amaciamento. Ela serve também para a retirada do

excesso dos produtos considerados indesejáveis ao

substrato têxtil, como, por exemplo, os corantes reativos,

que por terem uma fixação de 60-85%, são retirados em

sua forma reagida, bem como em sua forma hidrolisada,

através de sucessivas lavagens.

Outra questão importante a ser analisada diz respeito à

qualidade do efluente, pois tais efluentes são

caracterizados por apresentar elevada carga orgânica e

forte coloração (BERTAZZOLI et al, 2001), podendo

causar, além de contaminações, impacto no corpo receptor

(KUNZ, 1999).

O problema ambiental agrava-se à medida que esses

efluentes são descartados em corpos hídricos

responsáveis pelo abastecimento de água em municípios.

Além de acarretar problemas de qualidade de água para o

abastecimento, elevam-se os custos das empresas de

saneamento responsáveis pelo tratamento e abaste-

cimento d'água.

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Hoje, como nunca antes, tanto a quantidade quanto a

qualidade da água doce do planeta estão ameaçadas. Não

podemos nos deixar enganar pelo fato de que, mesmo em

algumas regiões afortunadas, ela é apenas aparentemente

abundante.

Os aqüíferos estão entre os principais depósitos de

água doce da Terra, mas não são inesgotáveis. Esses

depósitos de água são como dinheiro no banco: não dá

para continuar fazendo saques se a pessoa faz poucos

depósitos. Mais cedo ou mais tarde, é preciso prestar

contas.

Algumas citações a seguir expressam e ratificam esta

importante preocupação:

“Continuamos agindo como se a água doce fosse um

recurso inesgotável. Mas não é.” — Kofi Annan, ex-

Secretário-Geral Das Nações Unidas.

“Uma das grandes contradições da natureza humana é

que só damos valor às coisas quando elas se tornam

escassas”, diz Elizabeth Dowdeswell, subsecretária-geral

da ONU. “Só entendemos o valor da água quando o poço

seca. E os poços estão secando, não só em regiões sujeitas

à secas, mas também em lugares que em geral não são

associados à escassez de água.”

Assim, o grande desafio será reduzir o consumo de

água, diminuir a poluição, e no caso da área têxtil,

minimizar a questão da cor no efluente, sem afetar a

otimização do processo e os rendimentos do negócio.

Neste sentido, a indústria têxtil vem buscando

alternativas tecnológicas tanto para diminuir a quantidade

de água utilizada em equipamentos e processos, além de

inserir a importante variável ecológica na mentalidade do

setor produtivo, quanto para se adequar às especificações

qualitativas de Órgãos Ambientais, que desempenham um

papel extremamente atuante, no sentido de que sejam

devidamente instalados sistemas de tratamento para a

melhoria da qualidade do efluente, a fim de minimizar os

problemas ambientais.

As Resoluções CONAMA Nº20/86 e a sua sucessora,

do dia 17.03.2005, a Resolução Nº 357/05, não fixavam

limites de cor para o lançamento de efluentes, e, durante

muitos anos se subestimou o impacto ambiental causado

pelo lançamento de efluentes têxteis com níveis de cor

elevados, muitas vezes considerando-se a cor como sendo

apenas um aspecto meramente de natureza visual e

estética, entretanto, segundo TEIXEIRA (2009), uma

análise criteriosa da referida Resolução, estipula que, de

acordo com o tipo de água (doce, salgada ou salobra), a

Resolução determina um valor máximo de 75 mg Pt/L

(valor utilizado como padrão de cor). Portanto, não é

permitido alterar a coloração do corpo receptor, suas

características, seu enquadramento e, principalmente, a

sua qualidade.

É importante ressaltar que os processos de tratamentos

de efluentes convencionais até o momento utilizados, são

incapazes de remover os corantes de maneira total e

ambientalmente correta.

Os métodos empregados para a otimização de DQO

(Demanda Química de Oxigênio), da maioria dos

efluentes estão bem estabelecidos. No entanto, no que se

refere aos tratamentos utilizados para a remoção da cor do

efluente tratado, estes tem se mostrado complexos demais

e de difícil implementação.

Muitos dos processos utilizados em estações de

tratamento de efluentes envolvem a adição de agentes

coagulantes e floculantes, como, por exemplo, polie-

letrólitos como sais de ferro e de alumínio.

ELETROFLOTAÇÃO

Dentro da vasta literatura é conhecida a grande

variedade de tratamentos de efluentes, no entanto, o

presente trabalho visa mostrar resultados obtidos com o

processo de eletroflotação, no qual utiliza-se apenas

energia elétrica, ou seja, não há adição de nenhum outro

elemento. Cabe aqui, ressaltar que este trabalho é uma

continuidade das pesquisas realizadas no FISPOL, grupo

de trabalho orientado pelo prof. Sinézio, o qual vem

orientando trabalhos de pós graduação, nesta área desde

2002, com menção aos trabalhos desenvolvidos por Aline

Figueiredo Soares Pereira e Letícia Henn Ferreira,

obtendo excelente resultado com a técnica de

eletroflotação, destaca-se também o primeiro premio

obtido no congresso têxtil no Chile em 2008.

Apresenta-se a seguir o que vem a ser a eletroflotação

aplicado em efluente têxtil de uma tinturaria. Posterior-

mente, a parte experimental deste trabalho, descrevendo-

se os materiais, e os métodos utilizados, e por fim, são

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Efluentes Têxteis

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apresentados os resultados, as conclusões e a bibliografia

utilizada.

O grande diferencial do processo de eletroflotação é

que não há a adição de produtos químicos, pois, trata-se de

um processo eletroquímico, baseado na geração de bolhas

de gás (geralmente, H ou O ), via eletrólise das moléculas 2 2

de água, e, independente do material utilizado, estas

bolhas são responsáveis pelo transporte das partículas

coaguladas até a superfície e, com isto, substituem os

aditivos floculantes, eliminando resíduos poluidores do

processo.

A flotação de partículas em suspensão é um fenômeno

cinético composto por diversas etapas (ou micro-

fenômenos), que se encontram ilustrados na Figura 1,

abaixo:

Com a flotação há a formação de uma camada de

espuma, denominada sobrenadante, cuja espessura

aumenta com o decorrer do tempo de tratamento.

Esta tecnologia torna-se uma alternativa promissora

para o atendimento à legislação ambiental. Ela possibilita

ampliar a capacidade de tratamento dos sistemas físico-

químicos tradicionais, pois utiliza os mesmos funda-

mentos básicos de coagulação-floculação, e, adicional-

mente, disponibiliza elementos que potencializam o

método pela geração de oxigênio e hidrogênio nas reações

de eletrólise, formando um fluxo ascendente de micro-

bolhas (Figura 1) que interagem com todo efluente

presente no interior do reator, sendo este submetido às

reações de oxidação e redução, facilitando a floculação e a

flotação da carga poluidora existente, aumentando a

eficiência do processo de tratamento (SILVA, 2002).

Segundo FERREIRA (2006), tecnicamente, a

eletroflotação é um sistema em que há a aplicação de uma

diferença de potencial (d.d.p.) num conjunto de placas

(eletrodos) dispostas paralelamente e intercaladas, em

arranjo denominado de colméia, que se encontram

completamente submersas no efluente a ser tratado,

conforme ilustra a Figura 2:

Quando a d.d.p. é aplicada, por uma fonte externa, o

material do ânodo é oxidado. Da mesma forma, o cátodo

estará sujeito à redução, ou deposição redutiva, do

elemento metálico.

Durante a eletrólise, ocorre a transferência de elétrons

entre o poluente e o eletrodo. Através desta transferência,

ocorrem reações do tipo redox, que transformam ou

destroem os compostos poluentes, mineralizando-os ou

tornando-os mais biodegradáveis. A eletrólise pode ser

conduzida para promover reações catódicas, no caso de

remoção de metais, ou para promover reações anódicas,

favorecendo, então, a oxidação de compostos orgânicos.

As principais reações com o metal M estão resumidas a

seguir (MOLLAH et al., 2004):

Figura 1. Fenômeno de “captura” (colisão + adesão) de partículas de diâmetro (d ) por bolhas de diâmetrop

(d ) dentro de um raio crítico (r ).b c

Fonte: Torem, Maurício Leonardo – Flotação Aplicada a Remoção de Metais Pesados

Figura 2. Desenho esquemático de um reator de eletroflotação em escala de bancada com eletrodos monopolares conectados em paralelo (MOLLAH et al., 2004)

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Efluentes Têxteis

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No ânodo:n+ -M → M + ne (s) (aq)

+ -2 H O → 4H + O + 4e2 (l) (aq) 2(g)

No cátodo:n+ - M + ne→ M(aq) (s)

- -2 H O + 2e → H + 2OH2 (l) 2(g)

MATERIAIS

EFLUENTES

As amostragens para caracterização dos efluentes

foram coletadas diretamente na fábrica no ponto de

entrada no sistema de tratamento. Chamou-se de efluente

bruto aquele que é proveniente do processo industrial,

coletado no tanque de equalização, antes do tratamento

físico-químico. Foram colhidas quatro amostragens, em

dias diferentes, no ponto acima citado.

REATOR

Para realização dos experimentos de eletroflotação, o

arranjo escolhido para o reator foi o arranjo monopolar em

paralelo, utilizando um reservatório de polietileno em

forma de cuba com um volume útil de 50 litros.

Utilizou-se uma fonte de alimentação com potencia

ajustável de até 300 Watts, contendo um protetor de

corrente de curto. Adaptou-se no fundo da cuba uma

torneira para a retirada de sedimento, e na parte superior,

uma seringa para coleta de amostras, conforme figura 3:

Após alimentação do reator, com o efluente a ser

tratado, os eletrodos metálicos são polarizados por

intermédio da fonte de energia e, de acordo com as

condições impostas ao tratamento, ajusta-se a potência

elétrica. Após este ajuste, as amostras do efluente tratado

são coletadas em intervalos de tempos.

As amostras são submetidas à medidas de temperatura,

condutividade e pH. Já a análise de cor é feita em um

espectrofotômetro.

MÉTODOS

O espectrofotômetro é o equipamento que mede a

quantidade de luz foi absorvida pela amostra. Antes de

passar pela amostra, a intensidade da luz é simbolizada

por I , e depois de passar pela amostra é simbolizada por I. 0

A transmitância da amostra é definida pela razão (I / I ), 0

a qual normalmente é expressa em porcentagem de

transmitância (%T). A partir dessa informação, a

absorvância de ambos é determinada para esse certo

comprimento de onda ou como uma função de uma faixa

de comprimentos de onda.

Uma cela transparente, comumente chamada de

cuvete, é preenchida com a amostra líquida e inserida no

espectrofotômetro. O caminho óptico L pela a amostra é

então a largura da cuvete.

Para se obter informação sobre a absorção de uma

amostra, ela é inserida no caminho óptico do aparelho.

Então, luz UV e/ou visível em um certo comprimento de

onda (ou uma faixa de comprimentos de ondas) é passada

pela amostra.

O método utiliza a Lei de Beer-Lambert para

determinar de um modo quantitativo a concentração de

substâncias em solução que absorvem radiação:

A = - log (I/I ) = å .c. L 10 0

Onde:

* A é a absorvância medida;

* I é a intensidade da luz incidente a um dado 0

comprimento de onda;

* I é a intensidade transmitida pela amostra;

* L é o caminho óptico pela amostra (distância que a

luz percorreu por ela),

* å é uma constante conhecida como absorbtividade

molar (a qual varia de substância para substância)

Figura 3. Reator com coletor de amostras

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Efluentes Têxteis

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* c é a concentração da substância.

O limite do aparelho é de 4,5 de Absorbância, e acima

disto, o aparelho não mede refletindo assim a opacidade

do efluente.

RESULTADOS OBTIDOS

A seguir, são apresentados os resultados obtidos neste

trabalho, onde utiliza-se de eletrodos de ferro e de

alumínio.

ELETRODOS DE FERRO

ELETRODOS DE ALUMÍNIO

Comparando os dois gráficos acima, nota-se que o

tratamento com placas de alumínio mostra-se mais

eficiente do que o tratamento com placas de ferro. Pode-se

notar que, enquanto o tratamento com ferro só começa a

perder a opacidade a partir de 250 nm, no de Alumínio

vemos que o efluente tem sua opacidade muito baixa

desde o começo da medição. Após este estudo, foi feito um

estudo híbrido, usando na primeira metade do tempo

placas de ferro e na segunda metade placas de alumínio,

obtendo-se o resultado abaixo (Figura 6).

ELETRODOS DE FERRO E ALUMÍNIO

Observou-se que, no tratamento com eletrodos de

ferro, o efluente adquire uma coloração amarelada, isso

ocorre devido à presença de Fe III, que é liberado nas

reações, fazendo com que na leitura do espectrofotômetro

a curva do efluente tratado após 3 horas não tenha o efeito

desejado, na faixa até 550 nm, resultando, portanto, na

piora do rendimento do tratamento. Isso pode ser

observado na Figura 7, onde temos 7 amostragens a

primeira localizada do lado esquerdo é o Efluente Bruto

sem tratamento e depois as amostras foram tiradas de hora

em hora, as três primeiras a seguir são tratadas com

eletrodos de Ferro onde pode-se notar a forte coloração

amarela. Já nas amostras seguintes que foram tratadas

com Alumínio, pode-se notar uma melhora significativa,

sendo que a última amostra, a que está localizada na

extrema direita da Figura 7, temos uma redução de 70% da

cor do Efluente.

Como este estudo tem como objetivo a remoção da cor

no efluente têxtil, optou-se pela utilização de placas de

Alumínio, como melhor opção para obtenção dos

resultados.

Figura 4. Absorbância em função do comprimento de onda do Efluente Tratado com eletrodos de Ferro.

Figura 5: Absorbância em função do comprimento de onda do Efluente tratado com eletrodos de alumínio

Figura 6: Absorbância em função do comprimento de onda do Efluente Tratado com eletrodos de Ferro (3 h) e

depois com eletrodos de Alumínio (3 h)

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Abaixo encontram-se as seqüências de fotos tiradas

do tratamento do efluente com placas de Alumínio:

ELETRODOS DE ALUMÍNIO

Como o corante, mesmo em porções de p.p.b. é

detectável a olho nu, esta é a análise mais relevante para

este estudo.

ESTUDO NA ÁREA DO VISÍVEL

AMOSTRA 1 (Coloração do efluente azul)

Aqui foi observada uma queda significativa na cor do

efluente, utilizando os picos encontrados no valor de ë =

620 nm, onde temos uma absorbância do efluente bruto de

0,3684 e do efluente tratado a Absorbância é de 0,0541,

utilizando a fórmula de cálculo de remoção de cor:

å = 100

Onde:

å = Eficiência de remoção de cor

Ai = Absorbância Inicial

Af = Absorbância Final

Neste caso, conseguimos uma eficiência de remoção

de cor 85%.

Nas figuras a seguir, foi observado uma queda

significativa na cor do efluente, utilizando os picos

encontrados no valor de ë = 520 nm, tivemos uma

remoção de 100% da cor do efluente.

Figura 7. Tratamento de Efluente com Eletrodos de Ferro para as três primeiras horas, e depois com eletrodos de

Alumínio para as três horas seguintes.

Figura 8: Tratamento de Efluente com Eletrodos de Alumínio onde vemos o efluente bruto mostrado do lado esquerdo e depois as amostras coletadas

de hora em hora, até um limite de 6 horas

Figura 9. Absorbância em função do comprimento de onda do Efluente tratado com eletrodos de alumínio

Figura 10. Absorbância em função do comprimento de onda do Efluente (Azul) tratado na região do visível

Ai - Af Ai

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CONCLUSÕES

Observa-se que, pelos dados obtidos, para o tratamento

de efluentes de uma tinturaria de tecidos, com corantes

reativos, o melhor material para as placas, entre aqueles

que foram testados, é o alumínio, pois para a mesma

amostra de um efluente obteve-se uma redução de 91,7%,

ao se utilizar o Alumínio, ao passo que utilizando Ferro

alcançou-se uma redução de cor de 70,3%.

Ao aprofundar o estudo com as placas de Alumínio,

trataram-se amostras de efluente nas cores azul e

vermelho, obteve-se como resultado uma redução de 85%

da cor do efluente azul (6 h de tratamento). Já na amostra

de coloração vermelha, obteve-se uma remoção total da

cor (100%) em um tempo relativamente curto (2 h de

tratamento), cabe ressaltar que ambos os resultados são

bons, frente aos tratamentos convencionais de efluentes.

Esse resultado é conseqüência da complexidade do

efluente, sendo assim objetiva-se a partir deste trabalho

continuar a investigação, fazendo assim, um estudo mais

apurado procurando a melhor alternativa do ponto de

coleta e tratamento do efluente.

Cabe ressaltar que, como vantagem, temos que na

técnica de eletroflotação não são utilizados artifícios

químicos (floculantes, coagulantes, corretores de pH,...),

mas somente corrente elétrica e um reator de simples

montagem e prático manuseio. Outra vantagem é que o

tempo de residência para o tratamento do efluente é muito

pequeno em comparação com os sistemas convencionais.

Diante dos estudos aqui realizados concluí-se que o

tratamento de efluente da indústria têxtil com a técnica de

eletroflotação é muito promissor, visando o cuidado com

o meio ambiente.

As investigações futuras estarão pautadas em

otimização do material do reator, e uma completa análise

técnico e econômica da eletroflotação.

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Figura 11. Absorbância em função do comprimento de onda do Efluente (Vermelho) tratado com eletrodos de alumínio

Figura 12. Absorbância em função do comprimento de onda do Efluente (Vermelho) tratado na região do visível

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Melhoria do toque de tecidos de algodão com acabamento easy-care e tratados com enzimas celulases

Autores:

Revisão Técnica:

* Liliane F. Dompieri*Engenheira têxtil formada pelo Centro Universitário da FEI.

** Paulo Alfieri – Prof. do Centro Universitário da FEI – Depto TêxtilMSc pela Universidade de Manchester – Inglaterra e

Consultor de empresaReinaldo Ferreira

RESUMO

O tratamento enzimático com celulase é muito

utilizado para melhorar o toque dos artigos têxteis de

algodão e outras fibras celulósicas, sua aparência e

outras características da superfície. Neste trabalho, a

celulase foi utilizada no intuito de melhorar o toque mais

rígido e áspero gerado em tecidos tratados com resinas de

anti-amarrotamento – Easy-care. Foram estudados os

efeitos destes tratamentos duplos na resiliência, na

resistência à abrasão e ao rasgamento, além do caimento

e do toque, características estas importantes na indústria

de tecidos destinados à camisaria. O toque não pode ser

avaliado de maneira objetiva, ficando esta avaliação

mais completa para futuros trabalhos. Mas de maneira

indireta através da avaliação do caimento, o toque foi

avaliado. Foram explorados dois fluxos. No primeiro, o

tecido é tratado com a enzima de celulase a 2, 3 e 4 % de

enzima em peso do tecido e, em seguida, reticulado com

uma resina Easy-care moderna que não apresenta os

inconvenientes de resíduos de formol e amarelamento do

artigo. No outro fluxo, o tecido tratado com a resina

primeiro e, em seguida, com a celulase nas mesmas

concentrações. Foram comparados os resultados dos dois

processos.

1.INTRODUÇÃO

O brasileiro cultua muito o toque dos artigos, e o

enrijecimento do tecido passa a ser um obstáculo para o

uso dos tecidos com acabamentos do tipo easy-care. Por

este motivo, no presente trabalho, se procurou uma

alternativa para atenuar o efeito sobre o toque do tecido

derivado da reticulação da celulose nas fibras de algodão.

As enzimas de celulase agem sobre a celulose e são

muito usadas nos acabamentos estonados sobre jeans e de

limpeza de superfícies ou ainda na fibrilação de artigos de

fibras de Tencel, para gerar acabamentos do tipo “pele de

pêssego”, que conferem ao tecido toque mais suave. A

ação da enzima é degradativa superficial e a arte no uso

destes químicos é a de trabalhar de modo que a ação seja

realmente de superfície, sem que haja um maior ataque na

estrutura interna da fibra, o que sem dúvida, acaba

representando enfraquecimento do tecido.

Os objetivos do trabalho se voltaram para determinar o

efeito destes dois tratamentos (Resina e enzima) nas

propriedades mecânicas, como a resiliência, a resistência

à abrasão, a resistência ao rasgamento dos tecidos e no

caimento, que de certa maneira representa um dos

elementos que compõe o toque de um tecido

(Maleabilidade), e de outras alterações no aspecto dos

tecidos acabados.

Acredita-se que as enzimas celulases melhoram o

toque de tecidos de algodão com acabamento easy-care

uma vez que a ação enzimática da celulase sobre as fibras

de algodão do tecido pode alterar a textura e reduzir o

atrito entre os fios. Também, a corrosão superficial das

fibras nos fios pela enzima tende a aumentar a

flexibilidade dos fios no tecido.

Outro aspecto ligado aos tratamentos com resinas

easy-care é que há mudanças de propriedades físicas do

tecido. As alterações nas propriedades físicas são devidas

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a reticulação da celulose na estrutura das fibras. De um

lado, esta se traduz na maior resiliência e estabilidade

dimensional do artigo e de outro, resulta em perdas de

resistência ao rasgo e ao atrito, tendo em vista que a

estrutura reticulada mais rígida torna os esforços

mecânicos mais localizados e induz a cisalhamento maior

entre as fibras no fio e entre os fios.

Neste trabalho foi usada uma receita tradicional de uso

da resina easy-care e se variou a quantidade de enzima nos

tratamentos enzimáticos. Dois tipos de processos foram

realizados, o primeiro fazendo o tratamento easy-care

anterior ao tratamento enzimático e o segundo é o

processo inverso, fazendo o tratamento easy-care depois

do tratamento enzimático. Desta forma, se procurou

verificar qual dos processos é o melhor do ponto de vista

das propriedades físicas do tecido. Do ponto de vista

processual fabril a tratamento enzimático posterior requer

que o tecido esteja bem neutralizado e inerte, sem

residuais de resina que podem ter influência no

desempenho da enzima.

2.MATERIAIS E MÉTODOS

Um tecido de algodão 100%, em ligamento tela, com

fios de título Ne 80/1 no urdume e 60/1 na trama, c

destinado para camisaria, já preparado (Pronto para Tingir

- PT) foi utilizado no trabalho. A densidade de fios em

trama é de 30 Batidas/cm e no urdume de 36 fios/cm.

Os tratamentos com a resina Easy-care e com as

enzimas estão relacionados na tabela seguinte:

TRATAMENTO ENZIMÁTICO

Teor das enzimas:

2,0 % Enzima celulase

3,0 % Enzima celulase

4,0 % Enzima celulase

0,5 % umectante

50 esferas de aço inoxidável

Condições operacionais:

pH: 4,5 – 5,0, T = 55° C,

Tempo = 60 min

Aparelho: Wash-Tester marca Mathis

TRATAMENTO COM RESINA EASY-CARE

40 g/l Resina easy-care de mercado

12 g/l Cloreto de magnésio (catalisador)

Condições operacionais:

Pick up: 70 %;

pH: 4,0 – 6,5

Secagem: 2 min a 110°C

Polimerização: 30 s a 170°C

Aparelhos: Foulard e Rama Mathis.

3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 – Determinação da resistência à abrasão

A resistência a abrasão foi efetuada de acordo com a

norma ASTM D 4970, usando lixa 600 como material

abrasivo.

Maior o número, maior a resistência à abrasão.

O primeiro aspecto a ser observado nos resultados é o

Ilustração1 : Fluxograma de processoIlustração 2: Resistência à abrasão

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fato de que o tecido não tratado estar com uma resistência

à abrasão menor do que todos os tecidos tratados. Uma

possível explicação para o fato, que é contraditório, está

em que o tecido utilizado tem fios muito finos (Ne 60/1 e c

Ne 80/1) com altos níveis de torção. Também para estes c

níveis de finura dos fios, as fibras usadas são longas e finas

do tipo algodão Pima peruano, que são dotadas de

estruturas mais fechadas do que os algodões normais,

como os brasileiros. Com estes dois aspectos, torna-se

mais difícil no tratamento com resinas easy-care que haja

uma boa penetração no interior da fibra e, desta maneira, é

possível a formação de uma “película” mais superficial

nas fibras e nos fios. Este particular será também abordado

na análise de outras propriedades que foram avaliadas.

Um segundo aspecto interessante nesta avaliação da

resistência à abrasão é o fato de que, independentemente

do fluxo seguido ter sido iniciado pela aplicação da

enzima ou pelo tratamento com a resina easy-care, houve

uma gradual diminuição da resistência ao atrito na medida

em que a concentração de enzima foi aumentada. Esta

constatação está em consonância com a teoria da

aplicação de enzimas em materiais celulósicos.

Um terceiro aspecto deste conjunto de dados da

resistência à abrasão está na observação do comporta-

mento do tecido tratado inicialmente com a enzima. A

resistência se mostra um pouco menor do que quando o

tratamento é iniciado pela resina easy-care, o que

pressupõe que o tecido tratado inicialmente com a resina

easy-care foi protegido contra a ação degradativa da

enzima de celulase.

3.2 - Determinação da espessura do tecido.

Este teste é realizado de acordo com a norma ASTM

D1777.

Observando o tecido tratado com resina, comparati-

vamente ao sem tratamento, se percebe um aumento da

espessura que pode ser atribuído a uma deposição de

resina na superfície das fibras. Novamente se conjectura o

fato da dificuldade da resina penetrar no interior das fibras

e formar uma película sobre os fios.

O efeito da ação enzimática sobre a espessura do tecido

sugere que esta ação produza alguma textura. A ação da

enzima a baixas concentrações produz um desgaste das

fibras superficiais aos fios formando uma pilosidade que

se traduziu no aumento da espessura do tecido. Em

maiores concentrações da enzima, este desgaste remove

material e a espessura do tecido tende a diminuir.

O tecido estudado é dotado de fios muito torcidos e

com fibras longas e finas com uma pilosidade muito baixa.

3.3 - Determinação da resistência ao rasgamento do

tecido.

Esta determinação seguiu a norma ASTM D1424, que

faz uso do aparelho Elmendorf que promove o rasgamento

por impacto.

A resistência ao rasgo do tecido tratado com a resina

easy-care é reduzida comparativamente à resistência do

tecido sem tratamento, em conformidade com o teórico

esperado. Isto ocorre devido à maior rigidez da estrutura

molecular das fibras que exercem efeitos de cisalhamento

maior entre si no fio.

Visualizando o comportamento dos tecidos tratados

com a resina e a enzima se verifica que os tecidos tratados

inicialmente com a enzima sofreram maiores perdas de

resistência ao rasgo, o que significa que a resina exerce

Ilustração 3: Espessura do tecido.

Ilustração 4: Resistência ao rasgo - Sentido da trama.

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certa proteção conta a ação da enzima. Isso está de acordo

com a observação feita na análise da resistência à abrasão

destes tecidos tratados.

3.4 - Determinação do caimento e “toque” (malea-

bilidade) do tecido.

Este ensaio seguiu a norma JIS - L109-6, que

determina o comprimento de laço. A seguir está

representado o aparelho utilizado indicado pela norma.

O teste de caimento foi feito usando o teste de laço.

Neste teste, maior é o comprimento do laço, medido em

milímetros, mais flexível é o tecido e isso significa que o

tecido tem melhor caimento vertical. Este caimento se

relaciona com a maleabilidade do tecido, que é uma das

componentes do toque.

O toque é o resultado de diferentes componentes,

sendo a flexibilidade do tecido um deles. Além da

flexibilidade, integram o toque a compressibilidade, que

pode ser avaliada pela espessura, a deformação no plano,

elasticidade e o coeficiente de atrito do tecido.

Pelos resultados, a aplicação da resina leva inevita-

Ilustração 6. Aparelho de medida de caimento Método do laço

Ilustração 7. Caimento – Sentido da trama.

velmente a um enrijecimento do tecido, o que conduz a um

caimento vertical menor. Como um dos componentes do

toque é a maleabilidade ou flexibilidade do tecido, o

tecido resinado apresenta em relação ao não tratado um

toque mais rígido.

A ação da enzima juntamente com a ação da resina,

pelo caráter degradativo da enzima, conduz a um gradual

melhoramento do caimento vertical e, assim, do toque.

A diferença de melhoria no caimento vertical do

tratamento, iniciando com a resina, tem provável

explicação no fato de que o tratamento com a resina

posterior a enzima tende a recompor um pouco o efeito de

deterioração das fibras pela enzima.

No caso da análise do efeito dos tratamentos no sentido

de urdume valem as mesmas observações feitas para o

sentido de trama.

3.5 – Determinação do ângulo de recuperação de vinco.

Este teste, utilizando a Norma AATCC -66, indica a

capacidade de recuperar a dobra do tecido cessado o

esforço de dobra. Esta capacidade é chamada de

resiliência. Quanto maior o ângulo, maior a recuperação

da dobra e maior é a resiliência do tecido.

Ilustração 8. Caimento – Sentido do urdume.

Ilustração 8. Caimento – Sentido do urdume.Ilustração 9.Ângulo de recuperação ao vinco – Sentido da trama.

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O tecido tratado com resina easy-care mostra melhor

resiliência que o não tratado, o que é teoricamente

esperado. A reticulação da celulose cria durante a dobra do

tecido uma tensão molecular mais pronunciada, que é o

motivo pela qual a resiliência aumenta.

Os tecidos com duplo tratamento mostram que a

resiliência aumenta na medida em que a quantidade de

enzima aumenta. O efeito da enzima em produzir certa

degradação superficial dos fios pode ter efeito positivo na

resiliência porque as fibras mais flexíveis pela degradação

enzimática podem auxiliar na recuperação da dobra. Esta

observação parece estar alinhada com o aumento do

caimento nestes tecidos.

Do mesmo modo que no sentido da trama, as mesmas

tendências são observadas. Os resultados mostram a

contribuição do tratamento com enzima na melhoria da

recuperação à dobra, ou seja, na resiliência do tecido.

4 - CONCLUSÃO

O trabalho realizado pode mostrar que o tratamento

com resinas do tipo easy-care conduz a melhorias na

qualidade, como o aumento da resiliência dos tecidos (não

amarrotamento), mas em consonância com as teorias da

reticulação da celulose, produz simultaneamente efeitos

negativos, como o enrijecimento do tecido, a redução da

resistência ao rasgo.

As teorias colocam também que o tratamento com

resinas easy-care conduz às reduções de resistência a

abrasão, fato não observado no trabalho realizado. A este

respeito, embora não pudéssemos comprovar, colocamos

a possibilidade de a resina ter se distribuído mais

superficialmente nos fios criando uma película

comparando o tecido resinado com o tecido não tratado. O

fato pode estar ligado a serem os fios de título muito fino e

com elevada torção e ao mesmo tempo por serem fios

constituídos de fibras longas e finas que são de estrutura

mais fechada. A ação da enzima gradualmente reduziu

este efeito com o aumento da quantidade de enzima no

tratamento enzimático.

O tratamento com enzimas se mostrou eficiente na

melhoria do caimento e indiretamente no toque dos

tecidos, aumentando a flexibilidade destes. Mostrou-se

por outro lado, delicado na questão da redução de

características físicas importantes como a resistência a

abrasão e a resistência ao rasgo.

Os testes realizados entre os dois fluxos operacionais

de aplicação da resina e da enzima não mostraram

diferenças muito grandes. Entretanto, tratando-se do

toque, uma avaliação manual das amostras tratadas

permitiu concluir que o fluxo iniciando pelo tratamento

com a resina e terminando com a aplicação da enzima

ofereceu um toque mais suave, o que coloca esta opção do

ponto de vista dão produto como a via melhor para se

alcançar o objetivo principal deste trabalho.

Outros trabalhos para complementar o estudo são

necessários ampliando-se as analises relativas ao toque,

relativas à microscopia dos tecidos e para avaliar tecidos

mais comuns como os polelines e tricolines ara camisaria,

constituídos com fios de títulos Ne 30/1 e 40/1 penteados.c

5 - REFERÊNCIASHEYWOOD, Derek. Textile Finishing. Cheadle Hulme: Society of Dyers and Colourists, 2003.SHORE, John. Cellulosics Dyeing. Manchester: Society of Dyers and Colourists, 1995.SHORE, John. Colorants and Auxiliaries. Manchester: Society of Dyers and Colourists, 2002. 2v.TOMASINO, Charles. Chemistry Technology of Fabric Preparation and Finishing. Carolina do Norte: Department of Textile Engineering, Chemistry and Science, 1992.ALFIERI, Paulo Pedro Maria. Fibras Têxteis Naturais. Fundação Educacional Inaciana 2006.ALFIERI, Paulo Pedro Maria Acabamentos Têxteis. Fundação Educacional Inaciana, 2006.ALFIERI, Paulo Pedro Maria Acabamentos Físicos, Físico-químicos Têxteis e Processos de Lavanderia. Fundação Educacional Inaciana, 2006.CAVACO, A. Paulo; GÜBTZ, G. Textile Processing with Enzimes. Woodhead Textiles Series No. 29, 2003.AMERICAN ASSOCIATION OF TEXTILE CHEMISTS AND COLORISTS. Research Triangle Park, 2005. 462p.AMERICAN SOCIETY FOR TESTING MATERIALS. West Conshohocken. 2006. 2344p.JAPANESE STANDARDS ASSOCIATION. 2006. 1745p.

Ilustração 10. Ângulo de recuperação ao vinco – Sentido do urdume.

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Acabamento

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Estudo da influência da temperatura de termofixação nas propriedades físicas de malhas de poliamida 6.6

Autores:

Revisão Técnica: Ricardo Vital de Abreu

* Paloma B. RuschioniEngenheira têxtil formada pelo Centro Universitário da FEI.

** Paulo Alfieri – Professor do Centro Universitário da FEI – Depto Têxtil

MSc pela Universidade de Manchester – InglaterraConsultor de empresas

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Processos

RESUMO

As análises da influência da pré-fixação térmica nos

artigos têxteis sintéticos são voltadas geralmente mais

para a avaliação da cor quanto ao seu rendimento nos

tingimentos posteriores e questões ligadas a defeitos,

como barramentos e quebraduras, que são minimizados

na medida em que a termofixação prévia ao tingimento

tiver alcançado bons níveis de relaxamento das estruturas

moleculares dos filamentos no artigo. Pouco se discute

sobre outras características físicas da malha, que são

alterados de maneira expressiva e incidem no

comportamento e na durabilidade final do artigo têxtil.

Propriedades como a estabilidade dimensional, as

mudanças de toque e caimento etc são alguns exemplo. O

objetivo deste trabalho foi o de tentar estabelecer

relações entre as condições de trabalho na pré-fixação em

rama e as propriedades físicas de malhas de poliamida

66.

ABSTRAT

The influence of the thermal setting, previously to

dyeing is normally evaluated as regard to color yield and

issues related to barré and creasing of fabric during

dyeing, which may be reduced as the setting allows a

sufficient relaxation of the molecular struture of the

filaments. Very few is discussed about other physical

characteristics of the knitted fabric, that are substantially

altered and influence on the behavior and durability of the

final good. Properties such as dimensional stability,

changes in hand and draping are examples. The aim of

52

this work was to bring about possible relations between

the condition of the thermal setting in the stenter and the

physical properties of a knitted fabric of polyamide 66.

INTRODUÇÃO

Na literatura técnica, diversos artigos têm mostrado a

influencia da termofixação prévia em tecidos e malhas de

fios sintéticos, demonstrando os efeitos da temperatura

sobre a capacidade absorcitiva destes materiais (ROY

CHOUDHURY 2006 e HEARLE 2008) Outros artigos

têm enfatizado o efeito da pré-termofixação sobre a

redução de barramentos nos fios (KARKAMAR 1999),

especialmente nos fios de poliéster e ainda as vantagens de

uma prévia estabilização para evitar quebraduras em

artigos delicados de microfilamentos e/ou artigos

contendo elevado teor de elastano.

A termofixação é uma operação que, como o próprio nome

indica, tem por objetivo melhorar a estabilidade

dimensional do tecido ou malha de fios termoplásticos,

que são mais comumente fios sintéticos como as

poliamidas e os poliésteres. Para que a termofixação seja

efetiva são necessárias algumas condições que podem ser

resumidas em três parâmetros:

1º Tempo de exposição ao calor

Como o processo de termofixação é um fenômeno

quase instantâneo, o tempo entra na medida em que a

temperatura seja uniforme em toda a largura do tecido ou

malha numa máquina industrial, que é a rama. Trabalhos

neste sentido mostram que o tempo para que haja

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homogeneidade de temperatura entre a parte central do

artigo seco e as laterais é de aproximadamente 20

segundos. Assim, tempos dessa ordem ou um pouco

maiores são usados (Hearle 1971).

2º Tensão nos sentidos longitudinal e transversal ao

tecido ou malha

Quando um tecido ou malha é termofixado por menor

que seja, sempre há uma tensão no sentido transversal,

dado o próprio peso deste. A tensão age juntamente com o

calor alterando a estrutura molecular dos fios, que

adquirem em maior ou menor grau, dependendo da

temperatura, uma ordem molecular maior nas regiões

amorfas. Por este motivo, a tendência de um tecido ou

malha de absorver menor quantidade de corante é

compreensível por esta redução na acessibilidade do

corante para o interior dos fios (Hearle 1971 e

KARKAMAR 1999).

3º Temperatura de trabalho.

A temperatura, considerando que o tempo é fixado,

significa em outras palavras a quantidade de calor com a

qual o artigo entra em contato. Trabalhos diversos na

literatura mostraram que existem alterações profundas da

estrutura molecular, através da avaliação do rendimento

da cor no tingimento posterior (Hearle 1971 e

HEYWOOD 2003).

Ilustrativamente, a influência da temperatura de pré-

termofixação na capacidade de absorção de corantes no

tingimento posterior (Peters 1975). Nota-se que os artigos

não termofixados absorvem maior quantidade de corante

do que os artigos termofixados e que, em função da

temperatura, esta absorção é maior ou menor. Quando a

temperatura é mais baixa, da ordem de 140ºC o aporte de

calor, para um tempo fixo é pequena e a organização

molecular dos fios muda, mas muda pouco. Na medida em

que esta temperatura aumenta para 170 a 180ºC o calor é

suficiente para produzir uma vibração molecular que

permite a estrutura de melhorar sua organização

reduzindo mais ainda o acesso do corante para o interior

dos fios, o que casa uma redução maior no rendimento da

cor. Quando se passa a valores maiores de temperatura, se

percebe que o acesso ao interior dos fios aumenta e o

rendimento da cor também, o que pode ser explicado pela

maior vibração molecular que produz desorganização da

estrutura.

Palavras chaves: Poliamida, Pré-fixação, Termo-

fixação.

MATERIAIS E PROCESSOS OPERACIONAIS

Neste trabalho se procurou evidenciar outros aspectos

que resultam da termofixação prévia, mostrando os

efeitos da temperatura sobre algumas propriedades físicas

de uma malha de poliamida 66.

A malha utilizada foi uma meia malha (Jersey)

constituída de fios de poliamida 66 texturizada por falsa

torção de título 80/68f X 2 dtex.

Esta malha foi produzida no laboratório de Malharia

do Centro Universitário da FEI em máquina Relanit II da

Mayer com diâmetro de 30 polegadas, 96 alimentadores,

2640 agulhas e finura de 28 agulhas/polegada. O LFA foi

de (0,263cm/malha), fator de cobertura 15 e tensão

uniforme de 4 cN.

As temperaturas utilizadas foram entre 160°C a 210°C.

O tempo foi padronizado em 35 segundos, suficiente e

com boa relação com os processos industriais e as

dimensões foram mantidas uniformes para todas as

temperaturas.

Os parâmetros analisados em função da temperatura de

pré-fixação foram a largura, a gramatura, a espessura, a

elasticidade, o alongamento, o caimento, a pressão de

ruptura, a resistência ao atrito (ciclos de abrasão), a

alteração dimensional e o grau de branco.

Os corpos de prova da malha foram cortados com

mesmo tamanho (25 x 25) cm e termofixadas no

laboratório Químico Têxtil do Centro Universitário da

FEI em Rama Mathis Tipo NR. As temperaturas de

termofixação foram de 160°C, 175°C, 190°C, 200°C e

210°C. O tempo foi padronizado em 35 segundos e a

termofixação foi feita em dimensões constantes, sempre

iniciando com tensão inicial constante para todos os

corpos de prova em ambos os sentidos. Para tanto foi

utilizado um quadro de agulhas adequado. Para garantir

que a tensão fosse uniforme na fixação dos corpos de

prova, contou-se o número de colunas e carreiras por

polegada, de modo que esses números fossem sempre

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Processos

54

Page 42: Química Têxtil - Abqctdores dos eventos. Gostaríamos, também, de lembrá-los mais uma vez, que se aproxima a data de realização do Congresso Latino-americano de Química Têxtil,

iguais.

Os ensaios de largura, gramatura, espessura,

elasticidade e alongamento, alteração dimensional,

caimento, pressão de ruptura e abrasão foram realizados

no laboratório de Controle de Qualidade Têxtil e a análise

do grau de branco foi feita no espectrofotômetro no Centro

de Pesquisas Têxteis da FEI. Todos os ensaios forma

realizados de acordo com normas internacionais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

1 - Gramatura - norma ASTM D 3776

A gramatura da malha foi reduzida gradualmente com

o aumento da temperatura de termofixação.

O fato é digno de nota porque a malha foi

mantida no suporte de termofixação a

comprimento e largura constantes. No

inicio a malha está relaxada no suporte, mas

na medida em que a temperatura de fixação

foi sendo aumentada, os fios da malha

foram sofrendo retração ao longo dos

filamentos e a tensão da malha nos dois

sentidos foi aumentando. O resultado deste

aumento gradual da tensão com a

temperatura se manifestou na gramatura da malha. A

textura dos fios na malha se reduziu devido a este

encolhimento.

O efeito da temperatura pode ser observado na

evolução da espessura na tabela a seguir.

2 – A espessura (mm)- norma NBR 13383/1995.

Neste caso a redução da textura dos fios na malha é

confirmada pela redução da espessura da malha com o

aumento da temperatura de termofixação.

3 - Elasticidade e Alongamento - Norma JIS L1018

Test Methods for knitted fabrics; item 8.14.2.

*Média de cinco corpos de prova

*Média de cinco corpos de prova

SENTIDO DAS COLUNASCorpo de prova Alongamento (%)

CV%

Elasticidade (%)

CV%

Padrão 79,2

1,5

95,6

1,7

160°C 66,7

0,0

97,2

1,1

175°C 51,2

1,4

100,0

0,0

190°C 53,3

0,0

100,0

0,0

200°C 46,7

0,0

100,0

0,0

210°C 40,0

0,0

100,0

0,0

SENTIDO DAS CARREIRASCorpo de prova Alongamento (%)

CV%

Elasticidade (%)

CV%

Padrão 79,7 0,7 94,6 0,8160°C 66,7 0,0 96,0 1,4175°C 48,0

0,0

100,0

0,0

190°C 53,3 0,0 100,0 0,0200°C 44,0 0,0 100,0 0,0210°C 42,9 1,4 100,0 0,0

Valores médios de cinco medidas.

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Os resultados de alongamento da malha e de

elasticidade são condizentes com os resultados de

gramatura e espessura. A gradual redução do alongamento

com o aumento da temperatura mostra bem a perda de

textura dos fios. De outro lado, o aumento da elasticidade

da malha também mostra a influencia da temperatura no

aperfeiçoamento da estrutura molecular o que se reflete

imediatamente na elasticidade. A partir de 175ºC a

estrutura já se mostrou estável alcançando 100% de

capacidade de recuperação elástica.

Nos gráficos a seguir fica clara a estabilização da

malha que aumenta na medida em que a temperatura de

termofixação aumenta. Verifica-se que a maior

estabilidade dimensional ocorre quando a temperatura

alcança a máxima temperatura possível, já que acima de

210ºC a poliamida 66 entra na zona de amolecimento dos

fios

4 - Alteração Dimensional (Estabilidade dimensional)

- norma NBR 10320-1988.

Média de três corpos de prova.

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57

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5 – Caimento – “método cantilever” - norma JIS L

1096- Testing methods for woven fabrics: item 8.19.4.

Na figura abaixo está ilustrado o parelho utilizado para

os testes de caimento, segundo a norma.

No teste, o caimento é função do peso da tira de malha e

da maleabilidade desta. Quanto maior é este comprimento

menor é o caimento. No gráfico estão ilustrados os valores

de caimento.

O caimento medido pelo peso da tira de malha sem

termofixação sobre a rampa a 45º coloca em evidência o

efeito da textura dos fios que produzem pouco atrito o que

confere à malha certa maleabilidade Na termofixação,

esta textura dos fios é diminuída os fios se tornam mais

compactos e a malha se torna menos maleável. É

necessário maior comprimento da malha para que esta

toque a rampa de 45º. Este salto também foi notado, por

exemplo, na redução da espessura entre a malha padrão e a

malha termofixada a 160°C.

Sucessivamente, se verifica um lento e gradual

aumento do caimento pela redução do comprimento de

malha para tocar a rampa. O efeito da temperatura

provavelmente aumenta a desordem molecular nas

regiões amorfas, o que conduz a essa pequena melhora no

caimento da malha nas duas direções

6. Pressão de Ruptura - Norma ASTM D 3786-

Bursting strength, hydraulic, of knitted goods and

nonwoven fabrics- diaphragm bursting strength tester

method.

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A pressão de ruptura é a maneira usual de medir a

resistência das malhas. O sistema se baseia em um pistão

que é acionado contra a malha presa a um bastidor

circular. Este pistão conectado a um sistema de medida da

pressão determina quando ocorre a ruptura da malha a

máxima resistência suportada pela malha.

Quando a malha é solicitada mecanicamente, o

ligamento entre fios produz ações de cisalhamento ou

corte que levam a ruptura dos fios bem antes que seja

alcançada a resistência natural destes. Mais apertados são

os pontos de ligação mais é o efeito de cisalhamento e

menor é a resistência à ruptura da malha. Assim,

observamos no gráfico anterior este fenômeno. A malha

termofixada a temperaturas mais elevadas sofreram

maiores encolhimentos dos fios o que aumentou o efeito

de cisalhamento nos pontos de ligamento.

Poderíamos cogitar numa gradual degradação

termoxidativa dos fios, o que resultaria numa perda de

resistência. Pelo tempo de exposição e pelo efeito do calor

não é descartada uma ação degradativa dos fios que possa

reduzir a resistência dos fios, embora esta ção seja

preferencialmente superficial. Uma degradação mais

séria não foi percebida nos demais testes, por exemplo, o

teste de elasticidade que manteve a partir de 175ºC até

210ºC sempre 100% de recuperação.

7 - Abrasão- Martindale - norma ASTM D 4966-

Abrasion resistence of textile fabrics (Martindale abrasion

tester method). Lixa abrasiva nº600.

Da mesma maneira que os pontos de ligamento entre

os fios na malha criam maiores efeitos de cisalhamento,

estes mesmos pontos bloqueiam a mobilidade dos fios na

malha e o efeito abrasivo é acelerado. Aqui também a

maior redução está na comparação entre a malha padrão e

a malha fixada a 160ºC. Já nesta temperatura a fixação dos

pontos de ligação aparece bastante significativa.

8 – Grau de branco. Obtido por espectrofotometria em

equipamento Datacolor – Modelo 550. O grau de branco

medido foi a grau de branco Berger.

No gráfico se visualiza bem a redução do grau de

branco original da malha não termofixada. O

amarelamento causado pelas ações do oxigênio do ar e do

calor é indicativo que a constituição química superficial

dos filamentos se altera, produzindo grupos que

estabelecem ressonâncias eletrônicas responsáveis pela

cor amarelo-amarronzada que se forma. Na malha

estudada não foi adicionado nenhum produto para inibir o

amarelamento, como é de praxe na indústria.

CONCLUSÕES

Os ensaios realizados sobre a malha de poliamida 66

mostram de maneira clara o impacto da termofixação as

propriedades e características da malha de poliamida.

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Mudanças no comportamento dos artigos, além da já

conhecida mudança de absorção dos corantes na pré-

fixação são reais e devem ser avaliadas em função das

exigências de uma aplicação e uso final do artigo.

Normalmente é preciso estabelecer um compromisso

entre as várias exigências, nas quais está incluído

inevitavelmente o custo do artigo.

Neste trabalho se mostrou o quão importante é o

estabelecimento correto de condições operacionais numa

operação de fixação em rama para que sejam alcançados

de maneira harmônica os melhores resultados requeridos

para uma aplicação. No trabalho, se alterou apenas uma

das variáveis possíveis da ramagem, que foi a

temperatura, mantendo os demais parâmetros de

processo, o tempo e as dimensões fixos. Podem-se avaliar

as conseqüências de variações simultâneas de parâmetros

de processo ou ainda a falta de controle destes na

qualidade final do artigo. A malha utilizada com fios

microfilamentados foi usada por ser uma malha mais

delicada onde variações de parâmetros, mesmo que

pequenas podem invalidar determinados usos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASROY CHOUDHURY, A. K., Textile preparation and Dyeing –

Science Publishers – 2006

HEARLE, J. W. S., MILES, L. W. C. The setting of fibers and

fabrics – Merrow Publishing Co. - 1971

HEYWOOD, Derek. Textile Finishing - Society of Dyers and

Colourists - 2003

KARKAMAR, Samir Ranjam. Chemical Technology in the Pre

Treatment Process of textiles. Elsevier - 1999.

PETERS, H. Ray. Textile Chemistry – Vol1 - Elsevier - 1975.

PETERS, H. Ray, WHITE, T. R.,

HORROCKS, Richard, Handbook of technical Textiles -

Finishing Cap 7º– Woodhead Publishing Co - 2000.

The Effect of Heat-setting

Treatments on the Dyeing Behavior of Nylon Yarns and Fabrics –

JSDC - Vol 77, nº 12 - 2008.

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Processos

61

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Influência do fator de cobertura, do tipo de fibra e da cor na absorção de raios ultravioletas

Autores:Carolina Hattori Formanda em Engenharia Têxtil – Centro Universitário da FEI

Fernando Barros de VasconcelosEng° Têxtil - Professor do Centro Universitário da FEI

Revisão Técnica: Rafael Rodrigues Ramos

IRESUMO

Os artigos têxteis conferem uma certa proteção aos

raios ultravioletas,porem o nível de proteção oferecida

depende da capacidade do artigo de bloquear a passagem

dos raios UV. O objetivo deste trabalho é comparar o nível

de proteção aos raios UV de artigos de meia malha,

variando alguns fatores de influencia como a cor, o fator

de cobertura da malha e o tipo de fibra. Para isso foi

necessária a investigação no Centro Universitário da FEI,

utilizando um medidor de raios ultravioleta e uma cabine

de luz UVA onde foram analisadas amostras de diferentes

características. Com esse estudo foi possível verificar que

a cor tem maior influência na absorção de raios UV

seguida pelo fator de cobertura e pelo tipo de fibra.

Também foi possível verificar a influencia da opacidade

da fibra na proteção aos raios UV.

Palavras-Chave: Absorção, Raios ultravioleta, malha,

fibras.

1.INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a camada de ozônio vem sendo

destruída pela emissão de poluentes jogados na atmosfera

e principalmente por causa dos gases derivados do

clorofluorcaboneto (CFC).

Estes danos são irreversíveis e reduzem a capacidade

de absorção dos raios pela camada de ozônio, permitindo

que estes raios cheguem com mais intensidade até a

superfície da Terra.

A partir de 1920, houve uma mudança no estilo de vida

das pessoas e elas passaram a se expor com mais

freqüência ao sol, aumentando assim os casos de doenças

de pele. Os raios provenientes do sol possuem somente

dois efeitos benéficos sobre a pele: síntese de vitamina D3

e manutenção da capacidade da pele para sustentar

repetidas exposições aos RV.

O efeito dos raios UV sobre a pele humana é tema de

interesse crescente, devido ao aumento dos casos de

câncer de pele não só no Brasil, mas também no mundo

inteiro.

Os raios ultravioleta (principalmente o UVA e o UVB)

causam muitos malefícios à saúde humana como, por

exemplo, o envelhecimento precoce, as queimaduras e o

câncer de pele. Contudo o pensamento da população se

reduz apenas a associar a proteção solar com a aplicação

de cremes na pele e se esquecem que os artigos têxteis

possuem uma certa proteção para a pele humana.

A radiação solar que atinge a superfície da terra

consiste em radiações visíveis (luz visível) e as não

visíveis (radiação infravermelha e a luz ultravioleta). Os

raios ultravioleta estão divididos em três tipos de acordo

com o comprimento de onda: UVA ( 315- 400 nm), UVB

( 280- 315 nm) e UVC (100- 280 nm).

Riscos associados com a superexposição podem ser

reduzidos através do uso de vestuário. No entanto, a

proteção fornecida por um determinado artigo têxtil varia

dependendo do tipo de fibras, da cor, e características do

tecido, como construção e fator de cobertura, e produtos

químicos aplicados à mesma.

Com o estudo realizado, verificaremos a influê-

ncia de alguns fatores de construção da malha, como

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Fibras

69

Page 48: Química Têxtil - Abqctdores dos eventos. Gostaríamos, também, de lembrá-los mais uma vez, que se aproxima a data de realização do Congresso Latino-americano de Química Têxtil,

tipo de fibra, fator de cobertura e cor, no nível de proteção

aos raios UV proporcionado por esses artigos.

A nossa hipótese, considerando a informação

disponível na literatura, é que em malhas com fator de

cobertura comercialmente aceitável, o nível de influência

em ordem decrescente é a cor, fator de cobertura e o tipo de

fibra. Alem disso, a poliamida deve apresentar resultados

diferenciados das demais fibras por ser opaca.

2.Materiais e métodos

2.1.Materiais

Primeiramente, foram produzidos no laboratório de

malharia da FEI artigos de meia malha em uma máquina

circular de pequeno diâmetro, com Fatores de Cobertura

15 e 12 de 100% algodão (Nec 30/1), 100% modal (Nec

30/1), 100% Poliamida (2x80f68 dtex opaco) e 100%

Poliéster (167f144 dtex semi opaco). A seguir as malhas

foram tintas nas cores cinza e preto.

O fluxograma a seguir ilustra o processo experimental

utilizado:

2.2.Tingimento das malhas

Para o estudo da cor, as amostras foram tingidas de

preto e cinza conforme receitas abaixo:

2.3. Avaliação das amostras

Para a determinação da potência que passa através do

material têxtil por unidade de área, foi utilizado um

medidor de luz ultravioleta digital modelo MRU- 201 e

uma cabine de luz da Comexin que emite raios UVA de

comprimento de onda de 315 a 400 nm.

Foi fixada uma distância D1 de 42 cm (distância entre a

lâmpada de UVA e o tecido) com um suporte para o tecido

de malha e D2 de 28 cm (distância entre o tecido e o

medidor). A escala de medida é em µW/cm².

Quanto maior o número mostrado no visor do medidor

de raios ultravioleta, mais RUV passa pelo material têxtil,

pior é a proteção do material.

Primeiramente, foi medido o valor em µW/cm² sem

nenhum material têxtil. Logo após, foram colocados os

corpos de prova um a um em um suporte e medidos o valor

da potência que passa pelo material têxtil.

A figura abaixo demonstra o esquema dos ensaios

realizados no Centro Universitário da FEI .

3. Resultados e discussões

Os resultados obtidos estão expressos em µW/cm². É a

quantidade de potência (da lâmpada de UVA emitida pela

cabine de luz) que passou pelo material têxtil por unidade

de área. Quanto maior for o número, mais luz passa pelo

material têxtil e, portanto pior é a proteção aos raios

ultravioleta.

O gráfico 1 mostra o conjunto dos valores obtidos

meia

malha

CO MD PA

FC 12 FC 15 FC 12 FC 15 FC 12 FC 15

PES

FC 12 FC 15

Cinza

Preto

Cinza

Preto

Cinza

Preto

Cinza

Preto

Cinza

Preto

Cinza

Preto

Cinza

Preto

Cinza

Preto

Figura 1. Metodologia da parte experimental

Figura 2. Experimento

Fonte: Autor

Fonte: Autor

Onde: CO = Algodão, MD = Modal, PA = Poliamida, PES = poliéster e FC = fator de cobertura

Tabela 1. Receitas dos tingimentos

Fonte: Autor

Preto Cinza

5,0% Preto

0,22% Amarelo 3RS0,07% Vermelho RB0,19% Azul R 160%

Poliéster

Algodão

0,2069% Amarelo disperso

0,4% Laranja Disperso

3,5% Preto Q3R

0,016% Amarelo 3F0,022% Vermelho 2B0,03% Azul 6L

Modal

5,0% Preto CNNR

0,055% Amarelo SF3F0,016% VermelhoSF3B0,083% AzulSFB

Poliamida

3,6% Preto UC

0,67% Amarelo ARB0,32% Vermelho AFG0,38% Marinho AMF

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Fibras

70

Page 49: Química Têxtil - Abqctdores dos eventos. Gostaríamos, também, de lembrá-los mais uma vez, que se aproxima a data de realização do Congresso Latino-americano de Química Têxtil,

paras as varias fibras nas duas condições de fator de

cobertura e nas duas cores. O valor total medido sem

material têxtil= 112 µW/cm².

Segundo Rodrigues e Iemma (2005), os efeitos de cada

fator envolvido na análise podem ser entendidos como

sendo a variação causada na resposta por aquele fator

quando percorremos todos os seu níveis independen-

temente dos demais fatores. Dessa forma, os efeitos da cor

e do Fator de cobertura para cada fibra foram calculados

conforme as expressões abaixo:

Os efeitos calculados estão mostrados no gráfico 2:

Gráfico 1. resultados dos ensaios

Gráfico 2. Efeitos da cor e do FC por fibra

Fonte: Autor

Fonte: Autor

2

FC12 cinza FC12 preto

2

FC15 cinza FC15 pretoFC do Efeito

2

FC15 cinza FC12 cinza

2

FC15 preto FC12 pretocor da Efeito

+-

+=

+-

+=

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho 71

Page 50: Química Têxtil - Abqctdores dos eventos. Gostaríamos, também, de lembrá-los mais uma vez, que se aproxima a data de realização do Congresso Latino-americano de Química Têxtil,

Podemos verificar pelos resultados que a cor preta

absorveu mais os raios ultravioleta do que a cor cinza, ou

seja, a quantidade de UVA que passou pelo artigo têxtil foi

menor, fornecendo uma melhor proteção. O fator de

cobertura 15 (mais fechado) também forneceu uma

proteção maior em relação ao fator de cobertura 12 (mais

aberto) porem com efeitos menores do que a cor.

Para as diferentes fibras podemos verificar no gráfico 3

que a diferença foi menos significativa do que para a cor e

o FC, com exceção da poliamida que, por ser opaca,

apresentou uma proteção bem maior em comparação às

outras fibras (bloqueou mais os raios ultravioletas), graças

a maior quantidade de dióxido de titânio contida na fibra

opaca que atua como absorvedor dos raios UV.

4.Conclusão

De acordo com os resultados obtidos, foi possível

observar que a hipótese inicial foi confirmada e que dentre

os fatores analisados, a cor teve maior influência no

bloqueio dos raios ultravioleta, seguida pelo fator de

cobertura da malha (porosidade) e finalmente o tipo de

fibra. Exceção deve ser feita à poliamida que por ser opaca

teve uma influência maior que as demais. Dessa forma,

embora não fosse objeto do trabalho também foi possível

verificar a influência da maticidade da fibra mostrando

que fios opacos apresentam melhor proteção. Uma

sugestão para futuros trabalhos seria analisar a influência

isolada do grau de opacidade em alguns tipos de fibras. É

importante ressaltar que esses resultados referem-se a

malhas com fatores de cobertura que situam-se dentro de

uma faixa comercialmente aceitável, ou seja, nem

excessivamente fechado e nem excessivamente aberto.

Referências Bibliográficas

ARAÚJO, Mário; MELO E CASTRO, E. M. de. Manual

de Engenharia Têxtil. Lisboa: Fundação Caloustre

Gulbenkian, 1984. 2 v.

ALGABA, I.; RIVA, A., CREWS, P. C., Influence of

Fiber Type and Fabric Porosity

on the UPF of Summer Fabrics, Universidad Politecnica

de Cataluna; University of Nebraska-Lincoln, AATCC

REVIEW, P.26-31, Fev. 2004.

CREWS, Patricia Cox; KACHMAN, Stephen,

Influences on UVR Transmission of

Undyed woven Fabrics, University of Nebraska- Lincoln,

Textile Chemist and Colorist, p. 27-36, Jun. 1999.

CRISTO, Flávia Fernandes Portes de. Influência da

estrutura e da cor na proteção de malhas aos raios

ultravioletas, 2005. f.94, Dissertação (Mestrado em

Design e Marketing)- Universidade do Minho, Escola de

Engenharia, Portugal.

RODRIGUES, M. I., IEMMA, A. F., Planejamento de

experimentos e otimização de processos: uma

estratégia seqüencial de planejamentos. Campinas;

Casa do pão editora; 2005

VEATCH, Kelly D.; GATEWOOD Barbara M.,

Influence of Light Exposure on the UV

Protection of Direct, Reactive, Acid, and Disperse Dyes

on Cotton and Nylon Fabrics, Kansas State University,

Manhattan, Kansas, AATCC, p. 47- 51, fev. 2002.

Gráfico 3. Média das fibras

Fonte: Autor

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho

Tecnologia Fibras

72

11- 41521300/ 47- 3036360!

Você tem algum artigo técnico inédito e gostaria de publicar em nossa revista?

Envie uma cópia digital do artigo para a diretoria técnica da ABQCT, [email protected] para análise.

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Produtos e Serviços

Inovação para tratamento de água com a linha TEFLAGAutor do artigo: Marcos Antonio Secomandi, Químico

Especialista em ETA/ETE.

A linha TEFLAG tem como finalidade atuar como floculante, coagulante e descolorante para água de estações de tratamento de afluentes e efluentes industriais, estaduais, municipais, águas de poços artesianos e lagoas.

Os produtos são aplicados em todos os tipos de segmentos onde os mesmos fazem da água um veículo importante e tem a necessidade de tratamento na captação, liberação ou mesmo quando a utilizam como reuso.

TEFLAG CW1 e TEFLAG CW2– Destinados para clarificação de águas para fins industriais, tratamento primário e tratamento de afluentes e efluentes, onde não existe cor

TEFLAG CW3 - Destinado para tratamento de efluentes, onde é necessário a remoção da cor, como no caso de indústria têxtil, papel, e também para o tratamento de chorumes etc.

Fazendo uma comparação da linha TEFLAG com um tratamento convencional, usando como exemplo um efluente de uma industria têxtil, temos:

Tratamento convencional – Tanque para dosagem de Floculante (PAC, SULFATO DE ALUMINIO, ETC)

Tanque para dosagem do Polimero, Tanque para dosagem do descolorante. E na estação é necessário 3 pontos de dosagem para esses produtos

O lodo formado terá 85% de grau de hidratação. Composto pouco estável e fácil de se desintegrar.

Tratamento com o TEFLAG CW3: O produto é dosado diretamente na estação, no seu estado natural no ponto de maior agitação.

O lodo formado terá 70% de grau de hidratação. Composto bem estável que não se desintegra mesmo se voltar a ser agitado, porque o lodo resulta ativado podendo ter diminuída a sua dosagem nos tratamentos subseqüentes.

Isto é explicável, pois as partículas de sujeira, são aglomeradas com a ação do sulfato de alumínio, pac, etc, perdendo sua carga superficial, em seguida as partículas hidratadas de sujeira se combinam novamente por ação do hidróxido de alumínio para formar um floco maior e sedimentam para o fundo.

No caso do TEFLAG CW3, as partículas de sujeira de carga negativa, são neutralizadas pela carga positiva do TEFLAG CW3, se transformam em floco e se combinam, englobando as partículas em suspensão; o floco cresce e gera a ação de granulação, não passível de rediluição, porque é hidrofóbica.

Este exemplo também é aplicável para o TEFLAG CW1 e o TEFLAG CW2, pois possuem os mesmos princípios ativos do TEFLAG CW3, apenas não contendo em suas formulações um redutor de cor.

LINHA TEFLAG CW TRATAMENTO CONVENCIONALMaterial principal - Ingredientes Inorgânicos Sub material - Coagulantes Adição direta para TEFLAG CW3 ou TEFLAG CW2 Tanque dosador TEFLAG CW1, A Matéria se transforma em floco e se combina, englobando as partirculas em suspensão. O floco cresce e gera a ação de granulação.A Estabilidade do floco é extremamente alta e não cede facilmente e progride em granulação com o tempo. Não ocorrem desconstrução, rediluição da suspensão.

Sulfato de Alumínio, PAC, etc Floculantes altalmente polimerizados Varios tanques de preparação Redução da repulsão através da criação de carga negativa entre as partículas menores em suspensão. Operação da partícula bruta. Operação de absorção e ligação das partículas no polímero.Floco formado se desestabiliza com o tempo.Densidade das partículas do floco é baixa e de fácil colapso. Ocorre re-diluição e suspensão.

Observação: em caso de reuso para fins industriais é necessário a complementação para a retirada de sais com: filtragens diversas, osmose reversa ou, a mais recente patente que utiliza bomba Biossônica.

X

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho 73

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Revista Química Têxtil n 99/Junho 2010.74

Khemeia quer crescimento de 35% para 2010

As perspectivas de crescimento da empresa Khemeia para este ano no setor têxtil são significativas. De acordo com o Diretor Presidente, Diomar Mendes Silva, a meta de crescimento é de 35%.

Ele ressalta que a empresa têm uma característica muito forte: flexibilidade com o cliente. “Havia uma necessidade de alterar-se sua Razão Social, pois os mercados atendidos pela Manchester Especialidades estavam precisando de uma empresa com um nome próprio e que pudesse ser vista como uma marca forte e única em cada segmento.

Procurava-se um nome para a empresa que lhe conferisse identidade e que sua simples interpretação demonstrasse sua razão de ser. Partindo de sua missão principal que, desde sua concepção, foi de desenvolver soluções QUÍMICAS para o setor industrial, buscou-se nesta palavra a fonte de inspiração para sua atual denominação. A palavra QUÍMICA é uma variação da conhecida palavra ALQUIMIA que era interpretada como dominação das ligas metálicas e dos quatro elementos terra, água, fogo e ar. Esta palavra tem sua origem na palavra Khemeia, que é uma derivação do antigo nome do país Egito que outrora chamou-se Khan. Desta forma, a nova denominação da empresa demonstra as origens de sua existência, ou seja, a própria QUÍMICA”, explica.

O Diretor explica também que, a estrutura organizacional da empresa não foi alterada, tampouco seu endereço, no entanto, a estrutura física vem sofrendo constantes alterações para se adequar ao seu crescimento e manter sua

excelência em atendimento ao cliente. Alterou-se também toda a estrutura comercial e técnica do segmento de tintas, onde os clientes são atendidos diretamente pela empresa e não mais por representantes.

A Khemeia mantém em seu planeja-mento estratégico previsões de investi-mentos para os próximos anos buscando atender a demanda exigida pelo seu crescimento e buscando a sustentabilidade. Nos próximos anos há uma previsão de investimentos distribuídos em estrutura,

meio ambiente, tecnologias, treinamentos e avanços profissionais.

“Apesar de poucos anos de atuação, a Khemeia com certeza é a empresa que mais tem crescido no mercado e já estamos entre as principais empresas fornecedoras do ramo”, enfatiza.

A empresa mantém o uso de água reciclada do seu próprio processo, quando permitido, para fabricação de alguns produtos, limpeza de equipamentos e instalações. “Investimos constantemente em pesquisas, buscando desenvolver produtos diferen-ciados, isso nos deixa sempre um passo a frente, e

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cada vez mais nos firmamos como fornecedor adquirindo respeito por nossos clientes”, relata.

HistóricoKhemeia Indústria Química S/A, empresa

fundada em 1997, na cidade de Criciúma, Santa Catarina, atuando inicialmente em estações de tratamento de efluentes de indústrias têxteis, nasceu com a missão principal de criar soluções químicas para os diversos segmentos industriais. Com o avanço de sua tecnologia e conhecimento, por volta do ano 2000, foram desenvolvidos produtos específicos para cada operação da cadeia têxtil de preparação e acabamentos, onde o segmento têxtil se tornou forte e passou a crescer continuamente. Ainda no ano 2000, além da Certificação ISO 9000, iniciaram-se os primeiros desenvolvimentos de produtos da indústria de tintas, com atenção voltada ao setor imobiliário, base água, onde produtos especiais foram desenvolvidos e apresentados ao mercado. Modificadores reológicos, espessantes e dispersantes acrílicos, foram os primeiros produtos desenvolvidos com a tecnologia Khemeia que estendeu sua linha até espessantes uretânicos híbridos atualmente. A partir de 2004, a Khemeia Indústria Química S/A passou a incluir outros segmentos de mercado, mantendo sua missão inicial de desenvolver soluções químicas para o ramo industrial, como Higiene & Limpeza e Couro, este último que conta com filial no Estado do Rio Grande

do Sul, além de desenvolvimentos especiais como matérias-primas e atuação em estações de tratamento de efluentes de diversos segmentos. Hoje, a empresa conta com cerca de 150 profissionais que juntos caminham lado a lado para manter a expansão contínua e ordenada desta empresa brasileira que ultrapassou as fronteiras nacionais há muito tempo. Podemos classificar a Khemeia como uma empresa ousada e criadora de inovações, seja no ramo químico ou de serviço técnico ao cliente. A empresa atua nas áreas de desenvolvimento de matérias primas para os ramos: couro, tintas e vernizes, higiene & limpeza, têxtil, tratamento de afluentes e efluentes, mineração, papel e celulose.

A khemeia possui uma linha completa de produtos, abrangendo todas as fibras têxteis para preparação, tingimento, acabamento, e estamparia e para todos os equipamentos, seja em processo continuo ou descontinuo. Também uma linha completa para tratamento de Afluentes e Efluentes.

A Khemeia disponibiliza também, produtos que atendem todos os quesitos de biodegradabilidade e ecologia sem perder a alto desempenho de seus produtos.

A Khemeia constantemente tem lançado produtos inovadores para o segmento têxtil. Muitos destes serão apresentado na Febratex de 10 a 13 de agosto em Blumenau, onde estaremos atendendo em nosso stand com toda a equipe técnica e comercial.

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho 75

- O algodão, quando úmido, possui maior resistência do que quando seco da ordem de 5 a 8%.

- A viscose, quando úmida perde de 40 a 60% de sua resistência quando seca.

- - Os pêlos da lã crescem a partir de raízes em forma de cebola que se encontram dentro da pele dos carneiros. A umidade do ar, pulverizada ou em forma de vapor, é absorvida ligando-se quimicamente com a fibra liberando calor. A umidade armazenada é eliminada lentamente. Esta é a razão porque a roupa de lã protege contra resfriamento quando há quedas repentinas de temperatura, seja pela chuva ou

mesmo pelo suor.

- A seda é cultivada há 4000 anos, sendo originária da China onde criavam-se bichos-da-seda para obtenção das fibras de seda e produção dos seus artigos. Isto era feito em segredo, sendo os delatores castigados com pena de morte. No século VI a criação do bicho-da-seda e a manufatura da seda espalharam-se pelos países que rodeavam o Mar Mediterrâneo.

Fonte: Apostila Fibras, Fios e Tecidos - ANEL

VOCÊ SABIA QUE...

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Novidade: Processo de Preto Reativo Simultâneo.A GIII apresenta um novo conceito de tingimento.

ÔNIX FAST, uma solução inovadora, composta por uma linha de auxiliares e corantes que permitem a realização do processo de tingimento simultâneo para cores intensas, em especial para o tingimento na cor preta, sem a necessidade de tratamento prévio.

O novo conceito de tingimento ÔNIX FAST foi desenvolvido para atender as necessidades de aumento do ciclo produtivo, principalmente quando da utilização do sistema de lavadora contínua.

É a GIII, antecipando tendências, oferecendo inovação aos clientes e parceiros, contribuindo na rentabilidade, economia e respeito ao meio ambiente.

Mais informações:(11)4152-1300 (47)3036-3600Febratex / GIII

Setor 3, Rua 23 , Stand 191/192

BENEFÍCIOS:? Redução significativa no tempo de processo, gerando ganho de produtividade.

? Baixo consumo de água e energia.

? Segurança e reprodutibilidade para os tingimentos.

? Biodegradável

Revista Química Têxtil n 99/Junho 2010.76

Ciência, Tecnologia e Gestão na Indústria Têxtil

A ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA terá 360 horas (3 semestres) de duração, sendo coordenada pelo Prof. Dr. Edison Bittencourt e as aulas serão ministradas por professores reconhecidos na área têxtil e acontecerão aos sábados das 08h00 às 12h00 e das 13h30 às 17h30 a partir de 17 de julho de 2010 e finalizando em 10 de dezembro de 2011.

Objetivo: Proporcionar visão integrada do processo empresarial têxtil e formação ampla e profunda nos aspectos técnicos da área. Pretende-se que o aluno adquira conhecimentos dos tipos de materiais empregados nos processos têxteis, estruturas moleculares e correlação com propriedades físico-químicas, bem como dos processos de produção, otimização e gerenciamento na indústria têxtil.

Exige-se como pré-requisito o nível médio, mas recomenda-se para um melhor aproveitamento ter formação na área tecnológica ou ter cursado previamente o curso de extensão FEQ0190 - Introdução à Engenharia (126h).

Maiores informações e Inscrições em: http://www.extecamp.unicamp.br/dados.asp?sigla=FEQ-0720&of=001Último dia para inscrição: 11 de Julho de 2010.

Outras informações / Esclarecimentos adicionais com Sr. Osmar ou Sr. Artur pelos telefones: 19-3521- 4133 + 4132

A Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP disponibiliza, através da Escola de Extensão da Unicamp (EXTECAMP),

ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA – MODALIDADE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA TÊXTIL (FEQ0720)

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No dia 1 de abril de 2010, a Pulcra Chemicals comprou oficialmente as instalações e facilidades produtivas da DyStar para reforçar os seus negócios de auxiliares nos segmentos têxtil, fibra e couro em Geretsried, Alemanha. A companhia começará sua produção em maio de 2010.

Pulcra Chemicals adquiriu o site local da DyStar Geretsried quatro meses depois da parada de produção devido ao período de recuperação judicial. A Pulcra Chemicals comprou o terreno, edifícios, equipamentos e inventários. A companhia planeja reiniciar a produção em maio e fará através de Geretsried, o local de produção principal para atender os negócios da companhia nas áreas têxtil e couro dentro da Europa. Nesta jovem e dinâmica cidade com localização previlegiada entre Munich e os Alpes alemão, a Pulcra Chemicals encontrou a nova casa para atender suas atividades européias.

O local em Geretsried oferece uma completa infraestrutura com numerosas tecnologias de produção, aplicação e laboratórios de desenvolvimento, escritórios e armazéns. Geretsried tem uma tradição longa de têxtil, couro e fibras químicas produzidas neste site por mais de 60 anos. O grupo DyStar comprou o site de Geretsried como parte da aquisição do grupo Dr. Th. Böhme em 2006.

“O local de produção em Geretsried é perfeitamente dimensionado para atender as necessidades da Pulcra Chemicals. Como fornecedor de processos químicos, nós atendemos níveis semelhantes de clientes deixados pelos grupos DyStar e Dr. Th. Böhme. Nós certamente vamos obter grandes benefícios em termos de conhecimento tecnológico e experiências vindas dos colaboradores em Geretsried,” diz Yusuf Aktalay, CEO da Pulcra Chemicals. “ Com esta aquisição local, a Pulcra Chemicals vai fortalecer sua posição no mercado, e aprimorar ainda mais os seus serviços e produtos para atender os clientes não somente na Europa, como também em várias outras partes do mundo.”

Sobre a Pulcra Chemicals Com sede localizada em Düsseldorf na Alemanha, a

Pulcra Chemicals tem suas atividades com foco nos negócios de têxtil, fibras e couro. Como parte do grupo Henkel/Cognis no passado, a Pulcra Chemicals tem um forte comprometimento nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de produtos inovativos. A empresa oferece também uma ampla opção de serviços alinhados com as novas tendências de mercado e totalmente certificada dentro dos procedimentos SHEQ. A Pulcra Chemicals emprega aproximada-mente 500 colaboradores em 14 países.

Pulcra Chemicals Adquiriu a Fábrica da DyStar

em Geretsried na Alemanha

Revista Química Têxtil n 99 2010./Junho 77

DyStar On TrackDesde a aquisição do Grupo DyStar e seus ativos na

Alemanha pela Kiri Dyes & Chemicals Ltd em 03 de Fevereiro, a DyStar tem feito grandes progressos. Steve Barron, CEO da DyStar: “Estamos satisfeitos com a velocidade de implementação de medidas essenciais como a negociação e assinatura de importantes contratos com nossos fornecedores e parceiros na área financeira e de serviços.” Neste momento as produções em Leverku-sene Brunsbüttel estão operando plenamente. A fábrica de Indigo da DyStar em Ludwigshafen e outras fábricas internacionais continuam suas operações sem quaisquer restrições. Produtos químicos da área têxtil e de couro, antes fabricados em Gerestried, foram transferidos para outras fábricas/ produções.

De acordo com a DyStar, a empresa continuará crescendo, irá manter-se como fornecedora líder em corantes e auxiliares para a Indústria Têxtil e aumentará sua presença em corantes e auxiliares para couros. Bart van Kuijk, CMO da DyStar: “Os principais valores como qualidade, ecologia e inovação auxiliados pela excelência em aplicação, irão permanecer como a base de nosso negócio.”

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Há pouco mais de 40 anos, num pequeno galpão localizado no Distrito de Pirabeiraba, em Joinville/SC, o jovem Waldir Albrecht com forte espírito empreendedor, começou dese-nhando e fabricando ele próprio alguns equipamentos para em-presas da região. Pela proxi-midade da empresa com a região do Vale do Itajaí, onde se concentrava a indústria têxtil catarinense, surgiu a oportunidade de começar a fabricar algumas peças para este segmento, inicialmente moto-fricções para máquinas de costura. E foi assim que em Junho de 1970 registrou a Albrecht. Nascia então, aquela que hoje é conhecida nacional e internacionalmente, renomada fabricante de máquinas para preparação e acabamento têxtil e a região do Vale do Itajaí é considerada hoje o maior pólo têxtil da América Latina. E não parou por aí, buscando alcançar outros segmentos, diversificou sua linha de fabricação e atualmente também desenvolve máquinas para os segmentos de meio ambiente, saneamento e energia. Hoje a empresa possui

2uma área construída de 10.000m e conta com 110 funcionários, dos quais 50% atuam diretamente na área de tecnologia e desenvolvimento de produtos.

Tudo isso se deve a capacidade de entender as necessidades de cada cliente e de se antecipar às tendências do mercado.

O grande diferencial dos produtos e serviços oferecidos pela empresa está na preocupação com o meio ambiente, que a Albrecht considera como fator estratégico para qualquer atividade industrial e deve estar presente desde a escolha da matéria-prima até a destinação final dos resíduos gerados durante o processo de produção.

Quando se fala no segmento têxtil, entre outros equipamentos, a Albrecht é pioneira no Brasil no desenvolvimento de linhas de lavação de tecidos em contínuo, capazes de processar com qualidade superior utilizando apenas 20% da água normalmente utilizada em processos descontínuos. E as vantagens não param por aí, essa linha é reconhecida no mercado também pelos ótimos resultados quanto ao grau de solidez, baixo consumo de energia e vapor, menor formação de pilling e ainda

excelente estabilidade dimensional que proporciona aos tecidos.

Marca consolidada no segmento têxtil, na década de 90 em meio a crise no setor, a empresa teve de buscar outras alternativas e foi justamente no mercado em que atuava que surgiram novas oportunidades. Os efluentes gerados na indústria têxtil, contendo aproximadamente 80% de água, até então eram depositados em aterros industriais. A solução pensada seria tratar esse lodo, retirando dele a maior quantidade de água possível e ainda utilizando energia gerada nas próprias indústrias, como gases residuais de chaminé das caldeiras, por exemplo.

Antes de chegar ao processo ideal, várias alternativas foram estudadas, centenas de ensaios e medições em laboratório e protótipos foram realizados. A pesquisa na busca da inovação é uma constante no dia-a-dia da Albrecht.

O resultado de todo esse trabalho gerou a patente do secador térmico de resíduos, denominado Bruthus. A aplicação inicial foi na indústria têxtil, mas o projeto evoluiu e outras aplicações tornaram-se possíveis dentro dos mais diversos segmentos, não só na secagem de resíduos industriais, mas também de lodos de esgoto sanitário, como é o caso da unidade que está sendo instalada na cidade de Montes Claros/MG. Este projeto será referência a nível nacional, por ser a primeira planta de tratamento de esgoto a utilizar o biogás gerado na própria estação como combustível para fazer a secagem e a higienização do lodo.

A Albrecht tem identidade inovadora e busca juntamente com seus clientes e parceiros soluções para tornar suas atividades mais competitivas.

40 anosAlbrecht

Equipamentos Industriais Ltda.

Revista Química Têxtil n 99/Junho 2010.78