química - pré-vestibular impacto - tabela periódica - teoria do octeto

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GE200607 PE(m) / CN (m) Email:[email protected] TEORIA DO OCTETO Frente: 02 Aula: 08 Fale conosco www.portalimpacto.com.br PROFº: JAIRO CUNHA REGRA DO OCTETO s gases nobres são os únicos elementos que se apresentam na forma de substâncias monoatômicas. Isto se deve à extrema dificuldade que os átomos desse grupo têm para unirem-se entre si ou a átomos de outros elementos. Em virtude dessa característica, diz-se que os gases nobres são extremamente estáveis. Como qualquer ligação química envolve os elétrons mais externos dos átomos, é interessante observar a distribuição eletrônica que os átomos dos gases nobres apresentam. gás nobre Z dist. por subníveis distr. por camada K L M N O P hélio 2 1s 2 2 neônio 10 [He] 2s 2 2p 6 2 8 argônio 18 [Ne] 3s 2 3p 6 2 8 8 criptônio 36 [Ar] 4s 2 3d 10 4p 6 2 8 18 8 xerônio 54 [Kr] 5s 2 4d 10 5p 6 2 8 18 18 8 radônio 86 [Xe] 6s 2 4f 14 5d 10 6p 6 2 8 18 32 18 8 Em 1916, Lewis e Kossel elaboraram a Teoria do Octeto: "Os átomos de todos os elementos, para adquirirem estabilidade química, fazem ligações químicas visando ficarem com 8 elétrons na última camada, ou 2, quando ela for a primeira camada". Isto significa que os átomos de todos os elementos só serão estáveis como os gases nobres, quando adquirirem configuração eletrônica similar à de um gás nobre. Para adquirirem essa estabilidade, os átomos perdem, ganham ou compartilham elétrons, participando dos mais diversos tipos de ligações químicas. LIGAÇÃO IÔNICA A ligação iônica (ou eletrovalente) se estabelece pela transferência definitiva de elétron(s) entre átomos de elementos que apresentam grande diferenças de eletronegatividade. O átomo doador de elétron deve ser de um elemento de baixa eletronegatividade, enquanto o receptor deve ser de elemento de alta eletronegatividade. Quando o átomo A doa definitivamente elétron(s) para B, transforma-se num íon positivo (cátion), enquanto B se torna um íon negativo (ânion). Entre eles passa a existir uma atraçâo decorrente das cargas elétricas de sinais contrários (atração eletrostática) e o tipo de ligação é denominada iônica. Os metais têm eletronegatividades baixas, exibem poucos elétrons na última camada (geralmente 1, 2 ou 3), apresentando a tendência de perdê-los para adquirir a configuração eletrônica igual a de um gás nobre. Os não metais têm eletronegatividades altas, exibem muitos elétrons na última camada (geralmente 5, 6 ou 7), apresentando a tendência de ganhar elétron(s) para adquirir a configuração eletrônica igual a de um gás nobre. No composto iônico formado participam cátions e ânions, em número suficiente para que o total de elétrons cedidos seja igual ao de elétrons recebidos. EXEMPLO 1 -Ligação iônica entre magnésio e bromo. Um átomo de Mg (Z=12) tem distribuição eletrônica (1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 ou 2-8-2) e, sendo um metal, apresenta tendência de perder 2 elétrons, formando o cátion Mg 2+ (eletrovalência +2) que tem configuração de gás nobre (1s 2 2s 2 2p 6 ou 2-8). Um átomo de Br (Z= 35) tem distribuição eletrônica 1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 4s 2 3d 10 4p 5 ou 2-8-18-7 e, sendo um ametal, apresenta tendência de ganhar 1 elétron, formando o ânion Br 1- (eletrovalência -1) que tem configuração de gás nobre (1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 4s 2 3d 10 4p 6 ou 2-8-18-8). Precisamos de dois átomos de Br para cada átomo de Mg, e então, a fórmula do composto é MgBr;,(num composto iônico, escreve-se em primeiro lugar o cátion e em segundo lugar o ânion). EXEMPLO 2 - Ligação iônica entre sódio e cloro Elemento Distribuição eletrônica Tendência Íon estável Na (Z = 11) 1s 2 2s 2 2p 6 3s 1 ou 2-8-1 Perde 1 e Na 1+ (1s 2 2s 2 2p 6 ou 2-8) C l (Z = 17) 1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 5 ou 2-8-7 Ganha 1 e C l 1- (1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 ou 2-8-8) A fórmula do composto é NaC l . O

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Page 1: Química - Pré-Vestibular Impacto - Tabela Periódica - Teoria do Octeto

GE200607 PE(m) / CN (m)

Email:[email protected]

TEORIA DO OCTETO

Frente: 02 Aula: 08

Fale conosco www.portalimpacto.com.br

PROFº: JAIRO CUNHA

REGRA DO OCTETO

s gases nobres são os únicos elementos que se apresentam na forma de substâncias monoatômicas. Isto se deve à extrema dificuldade que os átomos desse grupo têm para unirem-se entre si ou a átomos de outros elementos. Em virtude dessa característica, diz-se que os gases nobres são extremamente estáveis.

Como qualquer ligação química envolve os elétrons mais externos dos átomos, é interessante observar a distribuição eletrônica que os átomos dos gases nobres apresentam.

gás nobre Z dist. por subníveis distr. por camada K L M N O P hélio 2 1s2 2 neônio 10 [He] 2s2 2p6 2 8 argônio 18 [Ne] 3s2 3p6 2 8 8 criptônio 36 [Ar] 4s2 3d10 4p6 2 8 18 8 xerônio 54 [Kr] 5s2 4d10 5p6 2 8 18 18 8 radônio 86 [Xe] 6s2 4f14 5d10 6p6 2 8 18 32 18 8

Em 1916, Lewis e Kossel elaboraram a Teoria do Octeto: "Os átomos de todos os elementos, para adquirirem estabilidade química, fazem ligações químicas visando ficarem com 8 elétrons na última camada, ou 2, quando ela for a primeira camada". Isto significa que os átomos de todos os elementos só serão estáveis como os gases nobres, quando adquirirem configuração eletrônica similar à de um gás nobre. Para adquirirem essa estabilidade, os átomos perdem, ganham ou compartilham elétrons, participando dos mais diversos tipos de ligações químicas.

LIGAÇÃO IÔNICA

A ligação iônica (ou eletrovalente) se estabelece pela transferência definitiva de elétron(s) entre átomos de elementos que apresentam grande diferenças de eletronegatividade. O átomo doador de elétron deve ser de um elemento de baixa eletronegatividade, enquanto o receptor deve ser de elemento de alta eletronegatividade.

Quando o átomo A doa definitivamente elétron(s) para B, transforma-se num íon positivo (cátion), enquanto B se torna um íon

negativo (ânion). Entre eles passa a existir uma atraçâo decorrente das cargas elétricas de sinais contrários (atração eletrostática) e o tipo de ligação é denominada iônica.

Os metais têm eletronegatividades baixas, exibem poucos elétrons na última camada (geralmente 1, 2 ou 3), apresentando a

tendência de perdê-los para adquirir a configuração eletrônica igual a de um gás nobre. Os não metais têm eletronegatividades altas, exibem muitos elétrons na última camada (geralmente 5, 6 ou 7), apresentando a tendência de ganhar elétron(s) para adquirir a configuração eletrônica igual a de um gás nobre. No composto iônico formado participam cátions e ânions, em número suficiente para que o total de elétrons cedidos seja igual ao de elétrons recebidos. EXEMPLO 1 -Ligação iônica entre magnésio e bromo. Um átomo de Mg (Z=12) tem distribuição eletrônica (1s2 2s2 2p6 3s2 ou 2-8-2) e, sendo um metal, apresenta tendência de perder 2 elétrons, formando o cátion Mg2+ (eletrovalência +2) que tem configuração de gás nobre (1s2 2s2 2p6 ou 2-8). Um átomo de Br (Z= 35) tem distribuição eletrônica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p5ou 2-8-18-7 e, sendo um ametal, apresenta tendência de ganhar 1 elétron, formando o ânion Br1-(eletrovalência -1) que tem configuração de gás nobre (1s2 2s2

2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 ou 2-8-18-8). Precisamos de dois átomos de Br para cada átomo de Mg, e então, a fórmula do composto é MgBr;,(num composto iônico,

escreve-se em primeiro lugar o cátion e em segundo lugar o ânion). EXEMPLO 2 - Ligação iônica entre sódio e cloro

Elemento Distribuição eletrônica Tendência Íon estável Na (Z = 11) 1s2 2s2 2p6 3s1 ou 2-8-1 Perde 1 e Na1+ (1s2 2s2 2p6 ou 2-8) C l (Z = 17) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 ou 2-8-7 Ganha 1 e C l 1- (1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 ou 2-8-8) A fórmula do composto é NaC l .

O

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EXEMPLO 3 - Ligação iônica entre sódio e cloro Elemento Distribuição eletrônica Tendência Íon estável

A l ( Z = 13) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 ou 2-8-3 Perde 3 e A l 3+ (1s2 2s2 2p6 ou 2-8) S (Z = 16) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4 ou 2-8-6 Ganha 2 e S2- ( 1s2 2s2 3s2 3p6 ou 2-8-8) A fórmula do composto é A l 2S3. EXEMPLO 4 - Ligação iônica entre sódio e cloro

Elemento Distribuição eletrônica Tendência Íon estável Ca (Z = 12) 1s2 2s2 2p6 3s2 ou 2-8-2 Perde 2 e Ca2+ (1s2 2s2 2p6 ou 2-8) H (Z = 1) 1s1 ou 1 Ganha 1 e H1- (1s2 ou 2) A fórmula do composto é CaH2.

A força de atração eletrostática entre íons é de grande intensidade, o que faz os compostos iônicos terem suas unidades elementares muito próximas. Isto justifica o fato de serem, em geral, sólidos, apresentando altos pontos de fusão e de ebulição. Um caso típico é o cloreto de sódio que apresenta uma estrutura cristalina de forma cúbica (nos vértices dos cubos temos, alternadamente, cátions Na1+ e ânions C l 1-); esta estrutura, exemplo clássico de um cristal iônico, é muito rígida permitindo uma pequena mobilidade dos íons.

EXERCÍCIOS 01. (UFG-GO) Leia o texto que segue e responda à questão.

Grupo cria molécula com gás nobre

Os gases nobres são conhecidos pela estabilidade. Todos possuem oito elétrons na camada mais exterior (exceto o hélio, que tem apenas dois), o que faz deles os mais esnobes elementos químicos

- não gostam de se misturar. Ser um gás nobre é o sonho de todo elemento. É por essa razão que eles se unem em compostos. Os átomos comuns

costumam doar ou receber elétrons de outro átomos - formando moléculas - a fim de completar seu octeto, ou seja, ficar com oito elétrons na última camada - exatamente como seus primos ricos.

Quanto menor o átomo do gás nobre, mais próximo do núcleo estão os elétrons da última camada, o que faz com que mais energia seja necessária para furtá-los.

A definição química de nobreza: Gases chamados de nobres não costumam interagir com outros elementos.

Adaptado da Folha de S. Paulo. 24 ago. 2000, p. A18.

Com base nas informações desse texto e utilizando-se dos seus conhecimentos da Química, pode-se afirmar que:

1- os gases nobres não se misturam com outro gases. 2- ao doar ou receber elétrons de outros átomos, um elemento se transforma em gás nobre, 3- quanto menor o átomo do gás nobre, maior será o primeiro potencial de ionização. 4- a palavra interagir foi utilizada como sinónimo de reação química.

02. (MACK-SP) Para que átomos de enxofre e potássio adquiram configuração eletrônica igual à dos gases nobres, é necessário que:

Dados: número atómico S = 16; K = 19.

a) o enxofre receba 2 elétrons e que o potássio receba 7 elétrons. b) o enxofre ceda 6 elétrons e que o potássio receba 7 elétrons. c) o enxofre ceda 2 elétrons e que o potássio ceda 1 elétron. d) o enxofre receba 6 elétrons e que o potássio ceda 1 elétron. e) o enxofre receba 2 elétrons e que o potássio ceda 1 elétron.

03. (UA-AM) Dois elementos X e Y possuem respectivamente números atómicos iguais a 13 e 8. Ao se combinarem, a fórmula do composto formado será:

a) X2Y. b) X2Y3. c) XY2. d) X3Y2. e) X2Y2.

04. Um elemento X, em seu estado fundamental, possui 7 elétrons, no nível cujo número quântico principal é igual a 4. Este elemento combina com o alumínio, formando um composto de fórmula:

a) A l 3X2. b) A l 2X3. c) A l X2. d) A l X. e) A l X3.

05. (CESUPA) Dados os elementos químico X (Z= 38) e Y (Z= 17) pode-se afirmar que:

a) X tem tendência a formar cátion enquanto Y tem tendência a formar ânion. b) X está localizado no segundo período a na família 2 da tabela periódica. c) Y adquire configuração de gás nobre doando 1 elétron. d) o composto formado pela ligação entre X e Y terá fórmula X^Y. e) X e Y pertencem à mesma família da tabela periódica, porém pertencem a períodos diferentes.