química 1s em volume 1 (2014)

Upload: rones-dias

Post on 03-Jun-2018

276 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    1/130

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    2/130

    MATERIAL DE APOIO AO

    CURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO

    CADERNO DO PROFESSOR

    QUMICA

    ENSINO MDIO1aSRIEVOLUME 1

    Nova edio

    2014-2017

    GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO

    SECRETARIA DA EDUCAO

    So Paulo

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    3/130

    Governo do Estado de So Paulo

    Governador

    Geraldo Alckmin

    Vice-GovernadorGuilherme Afif Domingos

    Secretrio da Educao

    Herman Voorwald

    Secretrio-Adjunto

    Joo Cardoso Palma Filho

    Chefe de Gabinete

    Fernando Padula Novaes

    Subsecretria de Articulao Regional

    Rosania Morales Morroni

    Coordenadora da Escola de Formao eAperfeioamento dos Professores EFAP

    Silvia Andrade da Cunha Galletta

    Coordenadora de Gesto daEducao Bsica

    Maria Elizabete da Costa

    Coordenadora de Gesto deRecursos Humanos

    Cleide Bauab Eid Bochixio

    Coordenadora de Informao,Monitoramento e Avaliao

    Educacional

    Ione Cristina Ribeiro de Assuno

    Coordenadora de Infraestrutura eServios Escolares

    Ana Leonor Sala Alonso

    Coordenadora de Oramento eFinanas

    Claudia Chiaroni Afuso

    Presidente da Fundao para oDesenvolvimento da Educao FDE

    Barjas Negri

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    4/130

    Senhoras e senhores docentes,

    A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo sente-se honrada em t-los como colabo-

    radores nesta nova edio do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e anlises que

    permitiram consolidar a articulao do currculo proposto com aquele em ao nas salas de aula

    de todo o Estado de So Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com

    os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analtico e crtico da abor-

    dagem dos materiais de apoio ao currculo. Essa ao, efetivada por meio do programa Educao

    Compromisso de So Paulo, de fundamental importncia para a Pasta, que despende, neste

    programa, seus maiores esforos ao intensicar aes de avaliao e monitoramento da utilizao

    dos diferentes materiais de apoio implementao do currculo e ao empregar o Cadernonas aes

    de formao de professores e gestores da rede de ensino. Alm disso, rma seu dever com a buscapor uma educao paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso

    do material do So Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

    Enm, o Caderno do Professor,criado pelo programa So Paulo Faz Escola, apresenta orien-

    taes didtico-pedaggicas e traz como base o contedo do Currculo Ocial do Estado de So

    Paulo, que pode ser utilizado como complemento Matriz Curricular. Observem que as atividades

    ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessrias,

    dependendo do seu planejamento e da adequao da proposta de ensino deste material realidade

    da sua escola e de seus alunos. O Cadernotem a proposio de apoi-los no planejamento de suas

    aulas para que explorem em seus alunos as competncias e habilidades necessrias que comportam

    a construo do saber e a apropriao dos contedos das disciplinas, alm de permitir uma avalia-

    o constante, por parte dos docentes, das prticas metodolgicas em sala de aula, objetivando a

    diversicao do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedaggico.

    Revigoram-se assim os esforos desta Secretaria no sentido de apoi-los e mobiliz-los em seu

    trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofcio de ensinar

    e elevar nossos discentes categoria de protagonistas de sua histria.

    Contamos com nosso Magistrio para a efetiva, contnua e renovada implementao do currculo.

    Bom trabalho!

    Herman Voorwald

    Secretrio da Educao do Estado de So Paulo

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    5/130

    SUMRIOOrientao sobre os contedos do volume 5

    Situaes de Aprendizagem 8

    Situao de Aprendizagem 1 Produo e uso da cal 8

    Situao de Aprendizagem 2 Interaes e transformaes 13

    Situao de Aprendizagem 3 Fatores que podem ser analisadosnas interaes e transformaes qumicas 25

    Situao de Aprendizagem 4 A produo do lcool combustvel e do ferro 33

    Situao de Aprendizagem 5 Como reconhecer que houve uma transformaoqumica quando no h evidncias? 37

    Situao de Aprendizagem 6 A necessidade de separar misturas e sua importnciapara o sistema produtivo 52

    Situao de Aprendizagem 7 Combustveis: combusto no dia a dia e no sistemaprodutivo 61

    Situao de Aprendizagem 8 Relaes em massa nas transformaes qumicas:conservao e proporo em massa 75

    Situao de Aprendizagem 9 Implicaes socioambientais da produo e do usode combustveis 92

    Situao de Aprendizagem 10 Modelo atmico de John Dalton: ideias sobre aconstituio e a transformao da matria 107

    Propostas de Situao de Recuperao 115

    Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensodo tema 117

    Consideraes nais 119

    Quadro de contedos do Ensino Mdio 121

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    6/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    Caro(a) professor(a),

    Esperamos que este material possa atender

    a seus anseios e auxili-lo no planejamento,

    na execuo e na avaliao de suas aulas. Os

    contedos que aqui sero abordados levam em

    considerao as orientaes dos Parmetros

    Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio

    (PCNEM), a matriz de competncias e habi-lidades do Exame Nacional do Ensino Mdio

    (Enem) e os princpios educacionais de contex-

    tualizao do conhecimento cientco e da in-

    terdisciplinaridade. Acreditamos que, tratando

    de contedos socialmente relevantes, de forma

    que os alunos possam participar ativamente na

    elaborao de seus prprios conhecimentos, po-

    deremos alcanar o objetivo de fornecer nossa

    sociedade um servio educacional de qualidade.

    Na 1a srie do Ensino Mdio sero estu-

    dadas as transformaes qumicas que fazem

    parte do dia a dia e do sistema produtivo e

    como o conhecimento cientco possibilita ao

    ser humano compreender, prever e controlar

    esses processos. Isso permitir a ampliao do

    conhecimento cientco e a compreenso das

    aplicaes do estudo da Qumica na socieda-

    de, na economia e no meio ambiente.

    Neste Caderno, a produo da cal ser o

    ponto de partida e o o condutor para o de-

    senvolvimento dos contedos relacionados ao

    conceito principal: as transformaes qumicas.

    O tema Produo e uso da cal foi escolhido

    para iniciar o estudo da Qumica, pois apresen-

    ta um contexto de estudo conceitualmente rico

    e socialmente relevante, a partir do qual sero

    abordados os seguintes tpicos:

    a) interaes entre materiais e entre materiais

    e energia;

    Quando utilizamos o termo interao en-

    tre materiais isso no signica que no haja

    energia envolvida, pois nas transformaes

    qumicas ocorrem rompimentos e formaes

    de ligaes qumicas, que envolvem, respecti-

    vamente, absoro e liberao de energia. J

    o termo interao entre materiais e energiarefere-se aos processos que necessitam de for-

    necimento de alguma forma de energia para

    que ocorram.

    b) transformaes qumicas;

    c) evidncias de transformaes qumicas;

    d) os fatores tempo, energia e revertibilidade

    nas transformaes qumicas;

    e) identicao, separao e usos das subs-

    tncias a partir de suas propriedades es-

    peccas.

    ORIENTAO SOBRE OS CONTEDOS DO VOLUME

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    7/130

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    8/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    2. Construir e aplicar conceitos das vrias

    reas do conhecimento para compreender

    as transformaes qumicas que ocorrem

    no dia a dia e no sistema produtivo emespecial na produo e nos usos da cal, do

    etanol e do ferro , as relaes em massa

    e os modelos explicativos para a interpre-

    tao dessas transformaes em nvel mi-

    croscpico e tambm para compreender

    as propriedades especcas necessrias

    identicao e separao de substncias.

    3. Selecionar, organizar, relacionar e interpre-tar dados e informaes representados em

    textos, tabelas e grcos referentes s trans-

    formaes qumicas e s propriedades espe-

    ccas das substncias para tomar decises

    e enfrentar as diversas situaes-problema.

    Interpretar as transformaes qumicas

    a partir das ideias de John Dalton sobre a

    constituio da matria.

    4. Relacionar informaes, como dados de

    observaes diretas, textos descritivos e

    dados de propriedades especcas, para

    construir argumentaes consistentes so-

    bre o uso e a produo de combustveis,

    por exemplo.

    5. Recorrer aos conhecimentos sobre as trans-

    formaes qumicas, como as envolvidas na

    queima de combustveis, e as propriedades

    especcas dos materiais para propor inter-venes na realidade da comunidade escolar,

    visando melhoria da qualidade de vida.

    As Situaes de Aprendizagem propostas

    neste Caderno foram concebidas tendo em

    vista as condies limitadas s quais muitas

    vezes voc, professor, est sujeito. Realize as

    adaptaes que considerar adequadas sem que

    se percam as propostas iniciais. Sugerimos arealizao de experimentos, leituras de textos,

    atividades com papel e lpis, uso da lousa e de

    aulas expositivas dialgicas como estratgias

    didticas para o ensino dos temas propostos

    neste volume 1.

    Os materiais elaborados pelos alunos e os

    resultados apresentados ao longo do Caderno,

    na realizao das atividades propostas, devem

    ser avaliados em termos de expectativas de

    aprendizagem dos conhecimentos essenciais ao

    prosseguimento dos estudos nas etapas subse-

    quentes. Esses conhecimentos a ser priorizados

    so discutidos em cada uma das Situaes de

    Aprendizagem.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    9/130

    8

    Nesta Situao de Aprendizagem sero co-

    nhecidos e analisados, de forma preliminar,

    alguns aspectos relevantes sobre a produo e

    os usos da cal (xido de clcio e hidrxido de

    clcio). Esse tema foi escolhido em razo de um

    contexto de estudo no qual as transformaesqumicas podem ser compreendidas de maneira

    signicativa pelos alunos. Entretanto, isso no

    signica que esse seja o nico tema pelo qual

    os conceitos bsicos ligados s transformaes

    qumicas possam ser desenvolvidos. Trata-se,

    sim, de uma proposta que, a nosso ver, plau-

    svel e frutfera. Voc, professor, pode e deve

    denir se vai implementar essa proposta e de

    que forma far isso ou mesmo se vai propor ou-

    tro tema. Cabe ressaltar, no entanto, que o tema

    produo e uso da cal permear todo este vo-

    lume, portanto, caso voc opte pela substituio

    do tema inicial, deve saber que vai repercutir nas

    demais atividades aqui propostas. Assim, re-

    comendvel que o tema seja implementado sem

    maiores mudanas de contedos e sequncia.

    O texto de abertura tem a funo de ser um

    organizador do conhecimento que ser explo-rado ao longo de todo o volume. tambm

    o o condutor por meio do qual sero desen-

    volvidos alguns dos principais tpicos selecio-

    nados para esta etapa inicial dos estudos da

    Qumica, que so: transformaes qumicas,

    evidncias de transformaes, alguns fatores

    envolvidos nas transformaes qumicas e

    propriedades especcas dos materiais. No

    se pretende que o professor esgote o assunto

    apenas a partir da leitura e discusso do tex-

    to, visto que ele tem como funo principal

    suscitar o debate sobre os tpicos que sero

    abordados nas atividades posteriores.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 1PRODUO E USO DA CAL

    Contedos e temas: produo e uso da cal.

    Competncias e habilidades: ler e compreender as informaes referentes produo da cal, bem comoos fatores que nela inuem.

    Sugesto de estratgias de ensino: levantamento das ideias dos alunos; leitura e discusso do texto e dasquestes para a interpretao do texto.

    Sugesto de recursos: Texto Produo e uso da cal.

    Sugesto de avaliao: respostas s questes e participao na discusso do texto.

    SITUAES DE APRENDIZAGEM

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    10/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    Sugerimos que a atividade seja iniciada com

    um levantamento das ideias que os alunos tm

    sobre a produo e o uso da cal. Algumas das

    questes que podem ser feitas so: Quais os ma-teriais de construo mais usados e para que ser-

    vem? Vocs sabem como so produzidos? E a cal,

    vocs sabem o que e como produzida? Que ca-

    ractersticas tem? Em quais setores a cal pode ser

    utilizada, alm da construo civil?As respostas

    dos alunos podem ser escritas em um canto da

    lousa e, depois, revistas ao m da atividade.

    Aps levantamento inicial, sugerimos a lei-

    tura, pelos alunos, do texto a seguir.

    Produo e uso da cal

    A cal um dos materiais de maior importn-

    cia para a sociedade atual. Poucas substncias

    possuem tantas aplicaes quanto ela. Embora

    seja conhecida pelas civilizaes (egpcia, grega

    e romana) h muito tempo, sua produo e seu

    uso foram deixados de lado por alguns sculos,

    sendo redescobertos no m da Idade Mdia.

    Na Amrica colonial, por exemplo, havia pro-

    duo de cal por meio de processos primitivos

    de calcinao do calcrio em fornos escavados

    nos barrancos e revestidos de tijolos ou pedras,

    onde se queimava carvo ou madeira. Esses

    processos eram, entretanto, muito demorados,

    levando cerca de trs dias para que a cal fosse

    produzida. Esse perodo muito superior ao

    tempo mdio nos fornos modernos, onde a pro-

    duo da cal consome algumas poucas horas.

    Em geral, fornos modernos consomem 1,0 kg

    de carvo na produo de 3,2 kg de cal. A ener-

    gia obtida pela queima do carvo necessria

    para secagem, aquecimento e decomposio tr-

    mica do calcrio (CaCO3). Esse processo, confor-

    me a representao a seguir, necessita de energia e

    ocorre em temperaturas superiores a 900 C:

    calcrio + energia cal viva + gs carbnico

    (processo de calcinao)

    A cal viva (CaO) pode ser assim comerciali-

    zada ou passar por uma segunda etapa, na qual

    adicionada gua. Enquanto na calcinao h

    consumo de energia e diminuio de massa e

    de volume de material slido, na hidratao h

    liberao de energia e aumento de massa e de

    volume de material slido. Nesse ltimo pro-

    cesso forma-se como produto a cal extinta ou

    cal apagada, Ca(OH)2:

    cal viva + gua cal extinta + energia

    (processo de hidratao)

    Dependendo do tipo de calcrio empregado,

    a cal obtida poder ter diferentes aplicaes. En-

    tre as mais comuns e importantes podemos citar:

    a) agricultura (correo da acidez do solo); b) si-

    derurgia (fundente e escoricante); c) fabricao

    de papel (agente branqueador e correo da aci-

    dez); d) tratamento de gua (correo da acidez

    e agente oculante); e) construo civil (agente

    cimentante). Assim, pode-se perceber que a cal

    um material verstil e, por isso, importante em

    diversos setores da sociedade.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    11/130

    10

    Voc pode conduzir a leitura de modo a

    envolver a turma toda. A leitura em voz alta

    com a participao de diversos alunos geral-

    mente resulta em maior engajamento da clas-

    se, diminui problemas de indisciplina e reduz

    o tempo gasto na leitura. Caso voc considereinteressante, faa pequenas intervenes ao

    longo da leitura para explicar termos desco-

    nhecidos pelos alunos ou destacar os pontos

    principais do texto. Essa forma de interveno

    mais efetiva que longos perodos de explica-

    o do texto depois de sua leitura.

    Encerrado o perodo de leitura e inter-

    venes, solicite aos alunos que respondam,

    individualmente ou em duplas, s questes

    referentes ao texto. No se espera que eles

    compreendam de imediato todas as informa-

    es apresentadas, mas devem aprender a ex-

    trair dos textos que sero trabalhados neste

    Caderno e em qualquer outro as infor-

    maes que sejam essenciais, sem deixar que

    informaes desconhecidas por eles sejam

    motivo de desistncia e abandono das ativi-

    dades. As partes incompreendidas dos textos

    (termos tcnicos ou cientcos, unidades de

    medida etc.) devem levar os alunos curio-

    sidade e no desmotivao. Nesse aspecto,

    fundamental a forma como voc trata as

    informaes. No necessrio ensinar tudo

    de uma vez apenas na leitura do texto, j que

    preciso deter-se naquilo que essencial no

    momento.

    A correo das questes deve ser feita de

    modo que os alunos se sintam vontade para

    expressar suas ideias, mesmo que sejam incoe-

    rentes no incio. Quando eles tm liberdade

    para se expressar, geralmente confrontam as

    ideias incoerentes que surgem com as respos-

    tas dadas pelos colegas. De outro modo, per-

    mitir que surjam respostas erradas durante as

    discusses no signica que voc precise apoi-

    -las ou ignor-las, apenas no indicado que

    sejam inicialmente rebatidas sem exibilidade

    e reexo. No se pode esquecer a dimenso

    afetivo-social das interaes em sala de aula

    e que, nessas primeiras aulas de Qumica, os

    alunos devem se sentir confortveis ao expor

    suas ideias sobre os temas em debate.

    Esses princpios de conduo das atividades

    so indicados para todo o restante do curso.

    No so regras, so apenas sugestes de formas

    de trabalho que, em nosso modo de pensar, po-

    dem apoi-lo na realizao de suas aulas.

    Vocabulrio

    Fundente: material que facilita a fuso de outro

    slido, nesse caso, fuso da slica (areia) presentenos minrios de ferro.

    Escoricante: material que auxilia na purica-

    o de um produto, nesse caso, o ferro.

    Elaborado por Fabio Luiz de Souza e Luciane HiromiAkahoshi especialmente para o So Paulo faz escola.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    12/130

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    13/130

    12

    Grade de avaliao da Situao deAprendizagem 1

    Espera-se que os alunos, aps essas ativi-dades, conheam os aspectos gerais da pro-

    duo da cal: matrias-primas envolvidas,

    consumo de combustvel e energia, produtos

    e subprodutos obtidos e alguns usos da cal no

    sistema produtivo. Espera-se tambm que eles

    compreendam a importncia desse material

    para a sociedade em razo de suas diversas

    utilidades.

    Na questo 1, alm da necessidade do cal-

    crio e da formao de cal viva e gs carb-

    nico, pode-se citar tambm a necessidade do

    carvo para a obteno da energia necessria

    ao processo de produo da cal.

    possvel que os alunos tenham dicul-

    dades para responder questo 2, por acha-

    rem necessrio que a resposta seja muito bem

    elaborada ou que exija conhecimentos sobre

    a estrutura da matria. Entretanto, essa ques-

    to permite que os alunos compreendam que

    existe relao entre entrada/sada de elemen-

    tos e aumento/diminuio de massa. Talvez os

    alunos demonstrem diculdade em relacionar

    a diminuio de massa que ocorre na decom-

    posio do calcrio com a sada de gs carb-

    nico, pelo fato de apresentarem a concepo

    equivocada de que gases no tm massa.

    O controle do tempo nas transformaes

    qumicas que ocorrem tanto na indstria

    quanto no dia a dia (questo 3) pode denir,

    ao menos em parte, se a produo de certo

    material economicamente vivel. No caso da

    cal, os avanos tecnolgicos permitiram que a

    transformao do calcrio em cal (e gs car-

    bnico), que antes demorava alguns dias, pu-desse ser feita em algumas horas, resultando

    em aumento da produo e, consequentemen-

    te, dos lucros. Em outros casos desejvel que

    as transformaes qumicas demorem muito

    tempo para ocorrer. O uso da geladeira, por

    exemplo, tem a nalidade no apenas de guar-

    dar os alimentos, mas principalmente de dimi-

    nuir a rapidez com que eles se degradam, ou

    seja, sofram transformaes qumicas.

    Em relao questo 4, voc pode motivar

    os alunos a expor o maior nmero de fatores

    possveis. Alm das respostas baseadas apenas

    no texto, podem surgir as seguintes palavras:

    consumo de combustveis, tempo de produ-

    o, disponibilidade de matrias-primas, mer-

    cado consumidor, rendimento do processo,

    impactos ambientais etc. No preciso deter-

    -se apenas nos aspectos qumicos ou fsicos do

    processo. Aspectos ambientais, econmicos,

    geogrcos ou geolgicos, tecnolgicos, hist-

    ricos e outros compem um quadro mais am-

    plo da questo da produo industrial e so

    uma perspectiva condizente com um ensino

    interdisciplinar.

    Caso voc e a turma tenham interesse em

    ampliar o conhecimento sobre as indstrias de

    produo da cal, sugira uma pesquisa sobre

    dados de produo e consumo desse material

    ou mesmo uma visita ao site da Associao

    Brasileira de Produtores de Cal (. Acesso em: 17 maio 2013).

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    14/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    Pode-se nalizar a aula com a retomada

    de ideias iniciais levantadas pelos alunos. Ao

    valorizar a participao dos alunos, gera-se

    motivao para as prximas aulas e poss-vel avaliar o nvel de conhecimento adquirido

    por eles sobre assuntos referentes Cincia e

    a importncia da construo de novos conhe-

    cimentos no contexto escolar. Esses princpios

    devem ser levados em considerao em todo o

    restante do curso.

    Voc pode encoraj-los a fazer uma visitaa uma loja de jardinagem ou de materiais de

    construo para que possam aprender mais

    sobre os usos da cal (conforme indicado em

    Aprendendo a aprender, Caderno do Aluno).

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 2INTERAES E TRANSFORMAES

    Propomos nesta Situao de Aprendiza-

    gem que o conceito de transformao qu-

    mica seja formado a partir de um conceito

    mais amplo o de interao e que os alunos

    aprendam a identicar a ocorrncia de trans-

    formaes qumicas em algumas interaes

    entre materiais e entre materiais e energia.

    O objetivo principal dessa atividade for-

    mar o conceito de transformao qumica,

    e no, simplesmente, treinar os alunos para

    classicar os fenmenos como transforma-

    es qumicas ou transformaes fsicas

    mesmo porque os limites entre uma e outra,

    muitas vezes, no so bem denidos ou mes-

    mo classic-las em diferentes tipos, como

    decomposio, sntese, deslocamento etc.

    Sugerimos ainda uma atividade experimen-

    tal que pode ser demonstrativa para que os

    alunos observem algumas evidncias indicati-

    vas de transformaes qumicas. importante

    que eles compreendam que a Qumica no

    um amontoado de frmulas e conceitos a se

    memorizar, mas, sim, um conjunto organizado

    de conhecimentos conceituais, prticos e meto-

    dolgicos que buscam explicar as transforma-

    es da matria e suas propriedades, de modo

    que se possa fazer previses e intervenes nes-

    ses processos.

    Esta Situao de Aprendizagem, caro

    professor, presta-se a aproximar o mundo

    macroscpico e observvel, acessvel aos

    alunos, do mundo microscpico com seus

    modelos explicativos, seus conceitos e suas

    representaes prprias. A atividade en-

    cerrada ao discutir-se o fato de que nem

    toda transformao qumica acompa-

    nhada de evidncias e nem toda evidncia

    indica a ocorrncia de uma transformao

    qumica.

    Contedos e temas: interaes entre materiais e entre materiais e energia; transformaes qumicas; evi-dncias de transformaes qumicas.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    15/130

    14

    Como sugesto de trabalho, voc pode ela-

    borar suas prprias notas de aula, de modo a

    resumir o contedo apresentado nesta ativida-

    de, destacando apenas os principais tpicos. importante que na atividade 1 sejam destaca-

    das as seguintes ideias:

    o ser humano transforma os materiais da

    natureza para suprir suas necessidades;

    as interaes entre materiais e entre mate-

    riais e energia podem gerar transformaes

    qumicas;

    os materiais de partida (reagentes) do ori-

    gem aos novos materiais (produtos) nas

    transformaes qumicas

    a calcinao do calcrio e a hidratao

    da cal so exemplos de transformaes

    qumicas.

    Atente-se para que os alunos possam cons-

    truir o conceito de transformao qumica,

    conceito-chave no ensino de Qumica. Muitas

    pesquisas realizadas nas ltimas trs dcadas

    tm mostrado que os alunos costumam apre-

    sentar diculdades na construo desse con-

    ceito, embora seja quase consensual entre os

    professores que o ensino desse contedo/con-

    ceito no problemtico.

    Pesquisas indicam que alunos que passa-

    ram pelo ensino formal e foram aprovados

    nas avaliaes realizadas podem considerar

    correto que:

    mudanas de estado fsico ou de aparncia

    das substncias como sendo transforma-

    es qumicas;

    a simples mistura de substncias como sen-

    do transformao qumica;

    fenmenos que ocorrem em organismos

    vivos, por exemplo, digesto e fotossnte-

    se, como no sendo transformaes qumi-

    cas, pois, segundo eles, so processos que

    ocorrem naturalmente;

    sempre ser necessria mais de uma subs-

    tncia para que ocorra uma transformao

    qumica;

    um dos reagentes mais importante que os

    outros;

    Competncias e habilidades: reconhecer a ocorrncia de transformaes qumicas no dia a dia e no sis-tema produtivo (produo da cal); empregar corretamente a linguagem cientca na descrio de trans-formaes qumicas.

    Sugesto de estratgias de ensino: levantamento das ideias dos alunos; aula expositiva dialgica; experi-mento; problemas, questes abertas e questes de classicao.

    Sugesto de recursos: giz, lousa e materiais e reagentes para a realizao do experimento.

    Sugesto de avaliao: respostas a questes e problemas e participao na discusso do experimento.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    16/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    fenmenos que ocorrem espontaneamente

    ou sem a interveno humana, como o enfer-

    rujamento, no so transformaes qumicas.

    Essas ideias so concepes equivocadas

    ao conceito de transformao qumica e po-

    dem constituir entraves aprendizagem de

    outros contedos desenvolvidos na Qumica.

    Da a importncia de se estar atento s inter-

    venes dos alunos e ter um olhar mais cui-

    dadoso sobre seus erros, que podem revelar

    concepes slidas e compartilhadas sobre o

    conceito de transformao qumica. Conside-rando essas concepes, voc vai poder auxi-

    li-los melhor na reconstruo de suas ideias

    o que facilita a aprendizagem em Qumica

    na direo desejada.

    Atividade 1 Transformaesqumicas

    Voc pode iniciar a atividade questionan-

    do os alunos sobre o que sabem a respeito de

    uma transformao qumica. Embora esse as-

    sunto ainda no tenha sido ensinado formal-

    mente, provvel que alguns deles tenham

    ideias sobre esse conceito advindas de outras

    fontes de informao. Essas ideias prvias

    concebidas pelos alunos podem tanto auxiliar

    no ensino do conceito de transformao qu-

    mica como constituir obstculos aprendi-

    zagem, da a importncia de investigar o que

    eles conhecem.

    Depois do levantamento das ideias iniciais

    dos alunos, voc pode dividir a turma em du-

    plas e propor os exerccios a seguir.

    Exerccios em sala de aula

    1. Complete a primeira coluna da tabela

    a seguir com mais trs materiais que somuito utilizados pelo ser humano e que

    podem ser extrados diretamente da natu-

    reza. A segunda coluna deve ser preenchi-

    da com mais trs materiais igualmente im-

    portantes, mas que s podem ser obtidos

    mediante processos de transformao de

    matrias-primas.

    Materiais obtidosdiretamente da

    natureza

    Materiais obtidospor transformaesde matrias-primas

    Ouro Cal

    Madeira Plsticos

    Mrmore Ferro

    Oxignio Alumnio

    Areia Cimento

    gua lcool

    Tabela 1.

    2. Faa um resumo das ideias principais que

    apareceram durante a discusso da tabela.

    O fundamental que essas ideias girem em torno de assuntos

    como a importncia de se realizar e controlar algumas trans-

    formaes nos materiais retirados da natureza. Os alunos po-

    dem mencionar os termos reagentes e produtos e dizer que

    a energia tem um papel importante nessas transformaes.

    Professor, na discusso desse exerccio,

    possvel destacar as ideias a seguir.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    17/130

    16

    Desde o princpio, o ser humano tem bus-

    cado modicar o ambiente que o cerca, seja

    por necessidade de proteo e segurana,

    para obteno de alimentos ou por fatoresestticos. Independentemente dos motivos,

    desde cedo aprendeu a transformar a mat-

    ria disponvel, de modo que ela passasse a

    suprir seus anseios e necessidades, das mais

    bsicas s mais supruas.

    Quase sempre essa modicao da matria

    envolve a formao de substncias diferen-

    tes daquelas que j existiam. Outras vezesbusca-se, ao contrrio, impedir a ocorrn-

    cia de transformaes na matria.

    As transformaes da matria, na maioria

    das vezes, envolvem a interao entre dife-

    rentes materiais ou entre materiais e alguma

    forma de energia. Assim, vale a pena consi-

    derar a importncia do domnio da produ-

    o e manuteno do fogo pelo ser humano

    desde os tempos mais remotos, nas mais di-

    versas reas da vida: alimentao, seguran-

    a, conforto etc.

    Nem toda interao entre a energia e a ma-

    tria promove a formao de novas substn-

    cias. Pode ser que o estado fsico do material

    sofra alteraes sem que isso implique a

    formao de outro material. o que ocor-

    re, por exemplo, quando um arteso derrete

    parana para a confeco de velas decorati-

    vas. A barra de parana aquecida em um

    recipiente at passar do estado slido para

    o lquido a m de ser moldada na produo

    da vela. No decurso da confeco da vela, a

    parana lquida volta a ser slida. A partir

    dessa situao, voc pode propor aos alunos

    o seguinte questionamento: A parana nesse

    processo sofreu alguma mudana em sua com-posio ou apenas em seu estado fsico e sua

    aparncia?Esse exemplo diferente do que

    ocorre quando a vela queimada. Nesse pro-

    cesso, a parana e o oxignio do ar so trans-

    formados em gs carbnico, vapor dgua e

    fuligem, e esse processo acompanhado pela

    liberao de energia trmica e luminosa. As-

    sim, no caso do derretimento da parana, a

    interao no gera uma transformao nacomposio qumica da parana. Isso bem

    diferente do que ocorre no caso da queima,

    na qual a interao gera uma transformao

    na composio qumica dos materiais de

    partida.

    As interaes que geram transformaes

    na composio qumica dos materiais de

    partida so chamadas transformaes qu-

    micas. Os materiais de partida, necessrios

    para essa transformao, so chamados

    reagentes, e aqueles que so formados no

    m do processo so chamados produtosda

    transformao qumica. Em outras pala-

    vras, pode-se dizer que nas transformaes

    qumicas ocorre a formao de novas subs-

    tncias, diferentes dos reagentes em sua

    composio e suas propriedades.

    importante lembrar que os alunos

    ainda no tm em mente um modelo cor-

    puscular da matria (modelos atmicos de

    Dalton, Thomson etc.). Por isso, a denio

    de transformao qumica a ser adotada neste

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    18/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    momento no pode considerar as ideias de

    rearranjo de tomos ou de quebra e forma-

    o de ligaes qumicas, assuntos que sero

    abordados apenas nos prximos volumes.Portanto a denio que ser empregada nes-

    te momento a de que uma transformao

    qumica um processo no qual h a formao

    de novas substncias.

    O conceito de substncia ser denido com

    maior rigor nas prximas atividades. Neste

    momento basta compreender que substncia

    um material de composio xa (diferente dasmisturas que podem variar sua composio) e

    com propriedades e caractersticas que sero

    estudadas mais adiante. Embora substncia

    e material tenham signicados diferentes,

    aceitvel, enquanto os conceitos esto sen-

    do construdos (e no apenas memorizados),

    trat-los indistintamente. Em outras palavras,

    uma transformao qumica pode tambm ser

    entendida como um processo em que se forma

    um novo material.

    Retome a produo da cal e discuta se nela

    ocorrem transformaes qumicas. O texto da

    Situao de Aprendizagem 1 mostra, de forma

    esquemtica, que o calcrio, quando aquecidoa temperaturas superiores a 900 C, se trans-

    forma em cal viva e gs carbnico. O calcrio

    uma rocha sedimentar formada basicamente

    por uma substncia chamada carbonato de

    clcio, cuja frmula qumica CaCO3. J a cal

    viva, formada na calcinao, um material

    constitudo especialmente de xido de clcio,

    CaO. O gs carbnico que tambm foi forma-

    do o dixido de carbono, CO2.

    interessante destacar o fato de que as

    transformaes sofridas pelo material de par-

    tida (reagente), nesse caso, foram muito mais

    que uma mudana de estado fsico ou de apa-

    rncia; houve mudana na composio qumi-

    ca e a formao de duas novas substncias. Por

    isso, a calcinao pode ser considerada uma

    transformao qumica. Esse processo pode ser

    representado pela equao qumica a seguir.

    CaCO3(s) + energia CaO(s) + CO2(g)(calcrio slido) (cal viva slida) (gs carbnico)

    (carbonato de clcio) (xido de clcio) (dixido de carbono)

    De forma semelhante, a hidratao da cal

    viva para a formao da cal extinta (hidrxido

    CaO(s) + H2O(l) Ca(OH)2(s) + energia

    (cal viva slida) (gua lquida) (cal extinta slida)

    (xido de clcio) (gua) (hidrxido de clcio)

    de clcio, Ca(OH)2

    ) pode ser representada por

    meio da equao qumica:

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    19/130

    18

    importante destacar que voc no deve

    esperar que os alunos compreendam total-

    mente as frmulas e equaes qumicas nes-

    te momento. Elas devem ser tratadas comorepresentaes qumicas das substncias. Os

    alunos provavelmente sabem que H2O repre-

    senta a substncia gua. Dessa maneira, pode

    ser mencionado que CaO representa a subs-

    tncia xido de clcio presente na cal viva.

    As equaes qumicas devem ser tratadas

    como representaes das interaes e trans-

    formaes qumicas, sem a preocupao com

    balanceamento, rearranjo de tomos ou liga-es qumicas. Devem sempre estar acompa-

    nhadas dos nomes das substncias envolvidas

    como reagentes ou produtos e recomendvel

    tambm a indicao dos estados fsicos das

    substncias. Neste momento, uma equao

    qumica sem os nomes das substncias tem

    pouco ou nenhum signicado para os alunos,

    mas acompanhada dessa traduo pode

    auxili-los no domnio da linguagem pr-

    pria da Qumica. importante lembrar que

    as representaes da Qumica possibilitam o

    estabelecimento de uma conexo entre o que

    visvel e macroscpico (substncias e fen-

    menos) com o que invisvel e microscpico

    (modelos da constituio e da transformao

    da matria) e que o processo de aquisio e

    domnio dessa linguagem fundamental na

    aprendizagem da Qumica, que ocorre de for-

    ma contnua e progressiva, em um constante

    processo de reelaborao de signicados.

    A linguagem simblica da Qumica pode

    ser introduzida nas aulas aos poucos, para

    que os alunos se acostumem com ela, mesmo

    que no sejam completamente entendidas

    e exploradas inicialmente. Assim, deve-se

    usar essa linguagem nas aulas, mas no

    se pode exigir que os alunos decorem ousaibam interpret-la em nvel (sub)micros-

    cpico. Eles sero capazes de fazer essas

    relaes somente aps a discusso da natu-

    reza corpuscular da matria, no final deste

    caderno.

    Voc pode utilizar como instrumento

    de avaliao para essa parte da atividade as

    questes propostas a seguir.

    3. Comente de que forma, na Antiguidade, o

    domnio do fogo proporcionou ao ser hu-

    mano melhores condies de:

    a) segurana;

    Dominar o fogo ajudou o ser humano a afugentar animais

    perigosos e a manter suas habitaes um pouco mais segu-

    ras durante a noite.

    b) alimentao;

    O domnio do fogo possibilitou ao ser humano cozinhar e

    defumar os alimentos (principalmente as carnes), tornando-

    -os mais macios e conservando-os por mais tempo.

    c) conforto.

    Com o fogo, os ambientes puderam ser aquecidos duran-

    te as pocas de frio, o que aumentou o conforto para o ser

    humano.

    4. Muitas pessoas confundem mudanas de

    estado fsico com a ocorrncia de transfor-

    maes qumicas. Analise os fenmenos a

    seguir e comente essa ideia.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    20/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    a) Queima do gs de cozinha.

    uma transformao qumica em que o gs reage com

    oxignio, e no uma simples mudana de estado fsico. Os

    materiais formados tambm so gases, ou seja, existem trans-

    formaes qumicas que ocorrem sem que haja mudana de

    estado fsico dos materiais envolvidos.

    b) Evaporao do lcool em contato com

    a pele.

    Nesse fenmeno no ocorre transformao qumica, apenas

    uma mudana de estado fsico em que o lcool lquido se

    torna lcool gasoso.

    5. Uma ideia muito comum a de que so

    necessrias, pelo menos, duas substncias

    interagindo para que ocorra uma transfor-

    mao qumica.

    a) Voc concorda com essa ideia? Justique.

    Alguns alunos j podero perceber que a ideia est equivo-

    cada, pois existem transformaes qumicas que ocorrem

    com um nico reagente, como a decomposio do calcrio.

    b) Considere os casos de transformaes

    qumicas a seguir:

    Calcinao do calcrio calcrio cal viva + gs carbnico

    Efervescncia da gua oxigenada gua oxigenada gua + gs oxignio

    Formao do gs oznio gs oxignio gs oznio

    A anlise desses casos conrma ou contra-

    ria a ideia de que so necessrias, pelo me-

    nos, duas substncias para que ocorra uma

    transformao qumica? Explique.

    A anlise desses casos confirma a ideia de que podem ocor-

    rer transformaes com apenas uma substncia, pois todos

    eles so transformaes qumicas que ocorrem tendo um

    nico reagente.

    Grade de avaliao da atividade 1

    Espera-se que os alunos, ao m dessa ativi-

    dade, tenham ampliado sua viso sobre a im-

    portncia das transformaes qumicas para a

    sobrevivncia e o desenvolvimento da huma-

    nidade. Eles tambm devero compreender e

    aplicar os conceitos de transformao qumi-

    ca, reagente e produto na anlise de diversos

    fenmenos.

    Na questo 5, espera-se que os alunos possam

    compreender que no sempre necessria a pre-

    sena de mais de uma substncia para que ocorra

    uma transformao qumica. Nas transformaes

    qumicas citadas no item b, a formao de produ-

    tos ocorre a partir de um nico reagente: a calcina-

    o do calcrio ocorre em razo da interao desse

    material com energia trmica; a efervescncia da

    gua oxigenada ocorre em razo da interao de

    perxido de hidrognio com um catalisador, como

    enzimas presentes no sangue e na batata, mas que

    no so consideradas reagentes, pois no so

    consumidas durante a transformao; a forma-

    o do gs oznio ocorre em razo da interao

    entre gs oxignio e radiao ultravioleta. No

    aconselhvel entrar no mrito da classicao das

    transformaes qumicas (decomposio, sntese,

    dupla-troca etc.) visto que elas de nada servem

    para a compreenso desses fenmenos.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    21/130

    20

    Com base nas discusses das questes 4 e 5,

    espera-se que os alunos possam superar as ideias

    de transformao qumica como um proces-

    so da mesma natureza que a mudana de estadofsico e que nas transformaes qumicas so

    sempre necessrios dois ou mais reagentes.

    As questes propostas buscam confrontar

    algumas das concepes equivocadas sobre

    transformaes qumicas, mas cabe a voc iden-

    ticar essas ideias e debat-las com os alunos.

    Voc pode propor outras questes que avaliem a

    aprendizagem dos conceitos trabalhados.

    Atividade 2 Como reconhecer aocorrncia de transformaesqumicas?

    Voc pode iniciar a atividade perguntando

    aos alunos: Como podemos identicar a ocor-

    rncia de uma transformao qumica? Como

    podemos saber se em uma interao houve a

    formao de novas substncias?

    Sugesto de experimento Evidncias detransformaes qumicas

    Nesse experimento, os alunos podero obser-

    var algumas evidncias indicativas de ocorrncia

    de transformaes qumicas. O objetivo aqui

    mostrar que alguns sinais indicam (e no conr-

    mam) a ocorrncia de transformaes qumicas.

    Caso no tenha algum dos materiais ou

    reagentes indicados no roteiro experimental,

    possvel substituir cido clordrico por vinagre

    e carbonato de clcio por mrmore triturado

    ou qualquer carbonato ou bicarbonato dispon-

    vel. possvel ainda no realizar uma ou mais

    partes do experimento ou at substitu-lo por

    outras reaes que atendam aos mesmos obje-tivos. Sugerimos, contudo, que a tradicional ex-

    perincia de precipitao de iodeto de chumbo

    seja evitada em razo da poluio que o descarte

    inadequado de compostos de chumbo causa ao

    ambiente. O mais importante que os alunos te-

    nham a oportunidade de observar essas evidn-

    cias e que isso resulte em maior compreenso do

    conceito de transformao qumica. Procure ex-

    plorar os sentidos dos estudantes na observaodas evidncias: sons de efervescncia, mudanas

    de temperatura, cheiros caractersticos e mudan-

    as de cor e textura fazem parte dos sinais que

    indicam (mas no garantem) a ocorrncia de

    transformaes qumicas, alm das tradicionais

    precipitao e formao de gs.

    Antes de iniciar qualquer atividade experi-

    mental, preciso prestar ateno em algumas

    orientaes sobre segurana em laboratrio

    para que a atividade (mesmo se for feita de

    maneira demonstrativa) no oferea nenhum

    risco sade. Alguns cuidados precisam ser

    abordados:

    1. prender os cabelos ao trabalhar com fogo

    (lamparina, bico de Bunsen);

    2. usar aventais e culos de segurana;

    3. no tocar em vidros quentes;

    4. evitar contato da pele e dos olhos com

    qualquer reagente (principalmente cidos e

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    22/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    Materiais e reagentes

    5 tubos de ensaio;

    2 bqueres de 100 mL ou 250 mL ou coposde vidro;

    1 canudinho de refrigerante;

    1 basto de vidro ou colher de plstico;

    1 esptula ou palito de sorvete;

    1 pisseta com gua;

    sulfato de cobre pentaidratado;

    hidrxido de sdio;

    gua de cal ou soluo de hidrxido de clcio

    ltrada (preparada antecipadamente);

    raspa de magnsio ou zinco;

    palha de ao ( esponja);

    soluo de cido clordrico (aproximada-

    mente 1 mol L1) ou vinagre;

    carbonato de clcio (ou mrmore triturado ou

    qualquer carbonato ou bicarbonato).

    Preparo da gua de cal: adicione 1 colher (caf)

    de cal em 100 mL de gua, agite a mistura e ltre.

    Procedimento experimental

    As observaes devero ser anotadas na

    tabela que se encontra no nal do roteiro. Na

    coluna Estado inicial, descreva os aspectos

    gerais das substncias presentes no sistema an-

    tes da interao; na coluna Estado nal, des-

    creva os aspectos gerais das substncias depois

    da interao; em Evidncias de transformaes

    qumicas, descreva os sinais observados nas

    transformaes.

    bases; por exemplo, nunca agite um tubo

    de ensaio tampando-o com o polegar);

    5. no aquecer substncias com a boca dofrasco voltada para o prprio rosto ou na

    direo de algum colega;

    6. no inalar vapores de forma direta ao ten-

    tar identicar cheiros caractersticos;

    7. no ingerir nenhum alimento enquanto

    estiver realizando o experimento;

    8. seguir sempre as orientaes.

    Esses alertas devem ser feitos antes de toda

    e qualquer atividade experimental, pois os

    alunos tendem a esquec-los.

    Outra orientao importante, embora

    parea bvia, que todo experimento deve

    ser testado com antecedncia, bem como

    a forma como ser executado pelos alunos

    ou com eles. Nunca realize com os alunos

    um experimento que no tenha sido pre-

    viamente testado. muito comum ocorrer

    imprevistos com os materiais e reagentes

    empregados, mesmo com os professoresmais experientes.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    23/130

    22

    1aparte Soluo de cido clordrico (ou vinagre)

    e carbonato de clcio

    1. Coloque cerca de 2 mL da soluo de ci-do clordrico (HCl(aq)) em um tubo de en-

    saio.

    2. Adicione uma quantidade de carbonato de

    clcio (CaCO3) equivalente a um gro de fei-

    jo (uma ponta de esptula) no tubo conten-

    do a soluo cida.

    3. Observe e anote o que est sendo solicita-

    do na tabela que se encontra no nal deste

    roteiro.

    2aparte Soluo de sulfato de cobre e soluo de

    hidrxido de sdio

    1. Coloque uma ponta de esptula de sulfato de

    cobre pentaidratado (CuSO4 5H

    2O) em um

    tubo de ensaio.

    2. Adicione cerca de 4 mL de gua no tubo de

    ensaio contendo o sulfato de cobre. Agite-o

    at dissolver completamente o slido.

    3. Coloque duas pontas de esptula de hidr-

    xido de sdio (NaOH) em outro tubo de en-

    saio. Tenha cuidado ao manusear o hidrxi-

    do de sdio, pois extremamente perigoso se

    entrar em contato com a pele e os olhos ou se

    ingerido.

    4. Adicione cerca de 4 mL de gua no tubo de

    ensaio contendo o hidrxido de sdio. Agite-

    -o at dissolver completamente o hidrxido.

    Envolva o fundo do tubo de ensaio com uma

    das mos e observe.

    5. Transra a soluo de sulfato de cobre para otubo de ensaio contendo a soluo de hidr-

    xido de sdio.

    6. Observe e anote o que est sendo solicitado na

    tabela que se encontra no nal deste roteiro.

    3aparte Soluo de sulfato de cobre e palha de ao

    1. Coloque uma quantidade equivalente a

    colher (caf) de sulfato de cobre pentaidrata-

    do em um bquer.

    2. Adicione gua at a metade da capacidade

    do bquer. Agite-o at dissolver completa-

    mente o sulfato.

    3. Coloque a palha de ao na soluo de sulfato

    de cobre contida no bquer. Agite levemente por

    alguns minutos (o ao , na verdade, uma liga

    formada principalmente por ferro e carbono).

    4. Observe e anote o que est sendo solicitado na

    tabela que se encontra no nal deste roteiro.

    4aparte Soluo de cido clordrico e magnsio

    ou zinco

    1. Coloque cerca de 2 mL da soluo de cido

    clordrico em um tubo de ensaio.

    Observao: neste caso, se dispuser apenas de

    zinco, no possvel substituir o cido clor-

    drico por vinagre.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    24/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    2. Adicione uma raspa de metal magnsio

    (Mg) ou zinco (Zn) soluo cida do tubo

    de ensaio. Agite levemente.

    3. Observe e anote o que est sendo solicitado na

    tabela que se encontra no nal deste roteiro.

    5aparte Soluo de cido clordrico e hidrxido

    de sdio

    1. Coloque cerca de 2 mL da soluo de cido

    clordrico em um tubo de ensaio.

    2. Adicione cuidadosamente uma ponta de es-

    ptula de hidrxido de sdio ao tubo de en-

    saio contendo o cido. Agite com cuidado.

    3. Envolva o tubo de ensaio com uma das mos.

    4. Observe e anote o que est sendo solicitado na

    tabela que se encontra no nal deste roteiro.

    6aparte Gs carbnico e gua de cal

    1. Coloque gua de cal ltrada no outro bquer

    at metade de sua capacidade.

    2. Com o canudinho, sopre vigorosamente na

    gua de cal de modo a fazer bolhas de ar.

    Faa isso por cerca de um minuto.

    3. Observe e anote o que est sendo solicitado na

    tabela a seguir.

    SistemaEstadoinicial

    Estadonal

    Evidncias detransformaes qumicas

    cido clordrico e carbonatode clcio Desprendimento de gs

    Sulfato de cobre pentaidratado, gua ehidrxido de sdio

    Formao de um slido gelatinoso(hidrxido de cobre)

    Sulfato de cobre pentaidratado, gua epalha de ao (ferro)

    Descoramento da soluo e forma-o de um slido vermelho escuro(cor de cobre)

    cido clordrico e magnsio ou zincoDesprendimento de gs, corroso dometal e liberao de energia trmica

    cido clordrico e hidrxido de sdio Liberao de energia trmica

    Gs carbnico e gua de calFormao de um slido brancoem p

    Tabela 2.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    25/130

    24

    As questes propostas tm como objeti-

    vo auxiliar os alunos a reconhecer as trans-

    formaes qumicas por meio de evidncias

    observveis. O preenchimento da tabela noprecisa apresentar um padro, pois, geralmen-

    te, os alunos expressam-se de maneira colo-

    quial, no utilizando a linguagem cientca.

    importante ressaltar que, assim como nem

    toda transformao qumica possui evidncia

    perceptvel, nem toda evidncia garante que

    ocorreu uma transformao qumica.

    Caso a experincia seja realizada de formademonstrativa, essa tabela pode ser preen-

    chida na lousa, no decorrer do experimento.

    Dois ou mais alunos podem participar desse

    processo ao realizar partes do experimento,

    sob sua orientao, e preencher a tabela na

    lousa.

    Questes para anlise do experimento

    1. Analisando as anotaes da tabela de re-

    gistro de observaes do experimento, em

    quais das interaes voc considera que

    houve a formao de novas substncias?

    Em todas as interaes observadas houve a formao de no-

    vas substncias.

    2. Quais das interaes realizadas no experi-

    mento voc considera que so transforma-

    es qumicas? Explique.

    Todas as interaes realizadas no experimento so transfor-

    maes qumicas, pois em todas elas houve a formao de

    novas substncias.

    1. Considere os fenmenos a se-

    guir, cite as evidncias de intera-

    es e diga se so transformaes qumicas

    ou no:

    a) gua sanitria em roupa colorida;Evidncia de interao: descoramento do tecido.

    uma transformao qumica.

    b) ferver gua;

    Evidncia de interao: formao de bolhas de gs e sua libe-

    rao. No uma transformao qumica.

    c) obteno de sal a partir da gua do mar;

    Evidncia de interao: diminuio da quantidade de

    lquido e formao de um slido branco e cristalino.

    No uma transformao qumica.

    d) enferrujamento de um porto de ferro;

    Evidncia de interao: aparecimento de uma crosta de cor

    avermelhada, aparecimento de alguns orifcios onde havia ferro,

    mudana da cor cinza para vermelho-tijolo, diminuio da re-

    sistncia e aumento da corroso. uma transformao qumica.

    e) amadurecimento de uma fruta;

    Evidncia de interao: mudana de sabor, textura, cor

    e cheiro. uma transformao qumica.

    f) evaporao da acetona.

    Evidncia de interao: diminuio do volume do lquido.

    No uma transformao qumica.

    2. Analise os seguintes fenmenos e assinale

    aqueles que podem ser considerados trans-

    formaes qumicas:

    ( ) dissoluo de sal em gua;

    ( ) exploso de uma bombinha de pl-

    vora;

    ( ) corroso de um cano de cobre;

    x

    x

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    26/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    ( ) derretimento de um sorvete;

    ( ) apodrecimento de um pedao de ma-

    deira;

    ( ) corroso de uma pia de mrmorepelo vinagre;

    ( ) queima de uma vela;

    ( ) mistura de suco em p com gua e

    acar.

    Grade de avaliao da atividade 2

    Espera-se que nessa atividade experi-

    mental os alunos observem as evidncias e,a partir da anlise delas, identiquem que

    houve transformaes qumicas em todos os

    sistemas.

    Antes de discutir a questo 1 da Lio de

    Casa, interessante chamar a ateno para o

    fato de que na dissoluo do hidrxido de s-

    dio (2aparte) houve liberao de energia tr-

    mica, mas as dissolues geralmente no so

    consideradas transformaes qumicas, pois

    a soluo no uma nova substncia, e sim

    x

    x

    x

    uma mistura de substncias. Ao aquecer essa

    mistura at evaporar toda a gua, obtm-se

    novamente o hidrxido de sdio slido. En-

    tretanto, na interao entre hidrxido de sdioe cido clordrico houve tambm a liberao

    de energia trmica, mas essa interao con-

    siderada uma transformao qumica, j que

    a evaporao da gua dessa mistura mostra-

    ria a formao do sal cloreto de sdio, uma

    substncia que no existia anteriormente no

    sistema. Assim, o fato de haver liberao de

    energia trmica no garante a ocorrncia de

    uma transformao qumica. Da mesma for-ma, a mudana de cor pode no estar relacio-

    nada a uma transformao qumica, como no

    caso do aquecimento do ferro, que pode car

    incandescente (vermelho), mas no deixa de

    ser ferro. Voc pode tambm chamar a aten-

    o para a formao de gs na ebulio da

    gua, como outro exemplo. Assim, deve-se le-

    var os alunos a reetir se o sinal percebido est

    ou no relacionado ao aparecimento de uma

    substncia diferente daquelas que existiam no

    incio do processo.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 3FATORES QUE PODEM SER ANALISADOS NAS

    INTERAES E TRANSFORMAES QUMICAS

    Propomos nesta Situao de Aprendiza-

    gem que sejam analisados trs diferentes fato-

    res envolvidos nas interaes entre materiais

    e entre materiais e energia, quer sejam trans-

    formaes qumicas ou no: o tempo gasto;

    a absoro e a liberao de energia; e a pos-

    sibilidade de se reverter esses processos. Essa

    percepo vai permitir aos alunos ampliar sua

    compreenso sobre as transformaes qumi-

    cas e, posteriormente, servir como ponto de

    ancoragem para facilitar a aprendizagem dos

    conceitos de cintica qumica, termoqumica

    e equilbrio qumico. Alm disso, esses fatores

    so importantes tambm no sistema produtivo

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    27/130

    26

    e no dia a dia, como ser evidenciado nas dis-

    cusses sobre as transformaes qumicas que

    Contedos e temas: transformaes qumicas; energia em processos endo/exotrmicos; tempo envolvidonas transformaes; revertibilidade de algumas transformaes.

    Competncias e habilidades: reconhecer a importncia dos fatores tempo, energia e revertibilidade nasinteraes e transformaes qumicas que ocorrem no dia a dia e no sistema produtivo.

    Sugesto de estratgias de ensino: levantamento das ideias dos alunos; aula expositiva dialgica; experi-mento; problemas, questes abertas e questes de classicao.

    Sugesto de recursos: materiais e reagentes para realizao do experimento.

    Sugesto de avaliao: respostas s questes e aos problemas e participao na discusso do experimento.

    Atividade 1 O fator temponas interaes e transformaesqumicas

    Para que os alunos possam construir um

    conceito mais amplo de transformao qu-

    mica, pode-se analisar o tempo envolvido nes-

    ses fenmenos ao considerar, por exemplo, o

    tempo necessrio para que se observe o sur-

    gimento de algum sinal perceptvel de trans-

    formao no material ou o tempo necessrio

    para que essa transformao se complete.

    Voc pode iniciar essa atividade retoman-

    do a questo do tempo gasto na calcinao do

    calcrio, como foi visto no texto Produo e

    uso da cal. Questione, em seguida, os alunos:

    Vocs consideram que todas as transforma-

    es qumicas demoram o mesmo tempo para

    ocorrer? Quais exemplos podem ser citados

    de transformaes qumicas que sejam muito

    demoradas? E as que demoram pouco tempo?

    Qual a importncia desse aspecto para as in-

    dstrias?

    Voc pode propor os seguintes exerccios,

    que esto no Caderno do Aluno.

    Exerccios em sala de aula

    1. Analise as transformaes qumicas a se-

    guir, classicando-as, quando possvel,

    como instantneas (percebem-se sinais de

    transformao imediatamente, ou seja, em

    at um segundo aps o incio da transfor-

    mao) ou no instantneas. Complete

    a tabela com os Sinais perceptveis e a

    Classicao para cada fenmeno.

    ocorrem na produo da cal, do lcool etlico

    e do ferro nas atividades subsequentes.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    28/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    Transformao qumicaSinais

    perceptveisClassicao

    Calcinao do calcrio Aparentemente nenhumsinal No possvel classificar

    Interao entre carbonato de clcio e cido clordrico Efervescncia (formaode gs) Instantnea

    Queima do lcool Liberao de energia tr-mica e luminosa Instantnea

    Apodrecimento de uma fruta Mudana de textura, cor,odor e sabor No instantnea

    Formao de slido gelatinoso (hidrxido de cobre)na interao entre solues de sulfato de cobre e dehidrxido de sdio

    Formao de slido (pre-cipitado)

    Instantnea

    Enferrujamento de um porto de ferro Mudana de cor e textura No instantnea

    Cozimento de um ovo Mudana de cor e textura No instantnea

    2. Faa um resumo das principais ideias que

    surgiram durante a discusso.

    A resposta pessoal, mas espera-se que os alunos entendam

    que h na natureza transformaes que podem ser rpidas ou

    lentas e que esse aspecto pode ser controlado ou modificado.

    Na discusso dessa atividade, as seguintes

    ideias podem ser destacadas:

    Um dos fatores importantes em relao s

    interaes, sejam transformaes qumicas

    (processos que resultam na formao de

    novas substncias) ou no, o tempo ne-

    cessrio para que elas ocorram.

    Avaliar o tempo em que as transformaes

    ocorrem especialmente relevante no siste-

    ma produtivo em seus mais diversos setores:

    indstria, agropecuria e servios. Vamos

    considerar, por exemplo, o caso da produo

    da cal. Os processos de calcinao usados

    durante o perodo colonial em alguns pases

    apresentavam ecincia muito baixa, pois

    eram necessrios cerca de trs dias para com-

    pletar a transformao do calcrio em gs

    carbnico e cal viva. Atualmente, com a mo-

    dernizao dos fornos, diminuiu-se o tempo

    de produo para apenas algumas horas.

    Alm dos contextos industriais, o fator

    tempo tambm importante no dia a dia

    do cidado comum. Como exemplos, po-

    de-se pensar na importncia de se reduzir

    o tempo de cozimento dos alimentos e de

    se aumentar o tempo envolvido na dete-

    riorao dos mantimentos. Esses exemplos

    mostram que, algumas vezes, precisa-se di-

    minuir o tempo em que as transformaes

    qumicas ocorrem e, em outros, desejvel

    que esse tempo seja o maior possvel.

    Tabela 3.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    29/130

    28

    Grade de avaliao da atividade 1

    Nessa atividade da Situao de Aprendizagem

    3, os alunos devem compreender a importnciado fator tempo nas transformaes qumicas e sa-

    ber identicar as que ocorrem instantaneamente

    ou no, de acordo com o critrio estabelecido na

    atividade.

    Atividade 2 O fator energianas interaes e transformaesqumicas

    Outro aspecto importante das transfor-

    maes qumicas est relacionado ao pro-

    cesso de absoro e liberao de energia.

    Essa energia pode ou no ser percebida pelo

    ser humano e depende das condies em

    que ocorrem as transformaes e do balan-

    o energtico envolvido. Esse tpico ser

    aprofundado na 2a srie do Ensino Mdio,

    quando for discutida a energia de ligao.

    Entretanto, neste momento, suciente que

    os alunos compreendam que algumas trans-

    formaes qumicas vo liberar energia, co-

    mumente na forma de energia trmica, ao

    passo que outras vo absorv-la. Voc pode

    discutir essas ideias apenas no nvel macros-

    cpico das transformaes qumicas. Podem

    ser citados exemplos de transformaes que

    liberam energia trmica, como a queima da

    madeira, e de outras que a absorvem, como

    o cozimento de um ovo. Alm da energia tr-

    mica, a luz, a eletricidade e o som so outras

    formas de energia que podem estar presentes

    nas transformaes qumicas.

    Exerccio em sala de aula

    1. Qual o signicado de transformao exo-

    trmica e de transformao endotrmica?Auxilie os alunos em uma abordagem da absoro e da libe-

    rao de energia nas transformaes qumicas apenas no nvel

    macroscpico. Muitas vezes, quando percebem que um reci-

    piente em que est ocorrendo transformao qumica aquece,

    os alunos tm dificuldade em associar esse fenmeno libera-

    o de calor. importante ressaltar que o calor que aqueceu

    o recipiente foi liberado da reao que ocorre no seu interior.

    O mesmo vale para o resfriamento de um recipiente: a reao

    consome o calor de suas imediaes, por isso h o resfriamento.

    Sugesto de experimento: aquecimento ehidratao do sulfato de cobre

    Voc pode realizar este experimento de forma

    demonstrativa, contudo o mais indicado que

    a turma seja dividida em oito ou nove grupos

    de cinco alunos para que cada um deles possa

    realiz-lo, dependendo da disponibilidade dos

    recursos. Caso no haja trip, tela de amianto

    ou bquer, o experimento pode ser feito em um

    tubo de ensaio de vidro refratrio com uma pin-

    a de madeira; basta fazer algumas adaptaes

    no procedimento experimental.

    Deve-se retomar as orientaes sobre se-

    gurana no laboratrio, como descrito na

    atividade experimental sobre evidncias de

    transformaes qumicas.

    Neste experimento, possvel explorar os

    conceitos de transformao qumica, tempo,

    energia e revertibilidade.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    30/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    Materiais e reagentes

    1 lamparina a lcool;

    1 trip;

    1 tela de amianto;

    1 bquer de 100 mL;

    1 colher (de caf);

    1 esptula de madeira;

    1 pisseta ou conta-gotas com gua;

    1 pina de madeira;

    sulfato de cobre pentaidratado.

    Procedimento experimental

    1. Coloque o bquer sobre o trip e a tela de

    amianto.

    2. Adicione cerca de colher (caf) de sulfato

    de cobre pentaidratado (CuSO4 5H2O) no

    bquer.

    3. Aquea o sulfato de cobre pentaidratado

    sobre a chama da lamparina misturando-o

    com a esptula de madeira at que a trans-

    formao observada seja completada. Se

    necessrio, segure o bquer com a pina de

    madeira.

    4. Apague o fogo, anote suas observaes e dei-

    xe o bquer esfriar por alguns minutos.

    5. Depois que o bquer estiver frio, coloque-o

    sobre a palma de uma das mos e solicite a

    um colega que adicione algumas gotas de

    gua sobre o slido do bquer at que o sli-

    do que mido.

    6. Anote suas observaes.

    Questes para anlise do experimento

    1. Comparando o estado nal com o estado

    inicial da transformao em que foi aque-

    cido o sulfato de cobre pentaidratado, voc

    considera que houve uma transformao

    qumica? Explique sua resposta e, em caso

    armativo, quais materiais seriam reagen-

    tes e quais seriam produtos?

    Sim, pois ocorreu mudana de cor, consumo de energia tr-

    mica e percebeu-se a sada de um vapor que se condensou na

    parede do bquer ou no tubo de ensaio e que, possivelmente,

    deve ser gua. O reagente seria o sulfato de cobre pentaidrata-

    do, e os produtos, o sulfato de cobre anidro e a gua.

    2. O que voc observou ao adicionar gua ao

    slido contido no bquer? Como voc ex-

    plica o que aconteceu?

    Ocorreu mudana de cor (branco para azul) e houve aque-

    cimento. Esses fatos indicam que houve uma transformao

    qumica e que esse processo de hidratao do sulfato de co-

    bre envolveu liberao de energia trmica.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    31/130

    30

    a) Explique o que essas representaes

    signicam.

    As representaes indicam que, na calcinao (desidratao),

    o sulfato de cobre interage com a energia, formando sulfato

    de cobre anidro e gua; portanto, a transformao endotr-

    mica. Na hidratao, o sulfato de cobre anidro interage com

    gua, formando sulfato de cobre pentaidratado e liberando

    energia trmica; portanto, a transformao exotrmica.

    b) Reescreva essas equaes substituindo os

    nomes das substncias pelas suas respec-

    tivas frmulas qumicas (sulfato de cobre

    pentaidratado = CuSO4

    5 H2

    O; sulfato

    de cobre anidro = CuSO4; gua = H

    2O).

    CuSO45 H

    2O + energia CuSO

    4+ H

    2O (desidratao)

    CuSO4+ H

    2O CuSO

    45 H

    2O + energia (hidratao)

    Observao: no foi considerada a estequiometria (ou o ba-

    lanceamento) da reao, uma vez que esse assunto ainda no

    foi introduzido. Entretanto, pode haver alunos que percebam

    a necessidade de representar as cinco partculas de gua nas

    duas situaes, o que pode ser uma boa oportunidade para

    problematizar a questo, sem a pretenso de desenvolver o

    contedo, que ser abordado posteriormente.

    Grade de avaliao da atividade 2

    A partir desse experimento os alunos tive-

    ram a oportunidade de conhecer um exem-

    plo de fenmeno endotrmico (que absorve

    energia na forma de calor), a desidratao do

    sulfato de cobre pentaidratado (slido azul)

    formando sulfato de cobre anidro (slido

    branco). A mudana de cor e o desprendimen-

    to de vapor dgua so evidncias que indicam

    que esse fenmeno se trata de uma transfor-

    mao qumica. Foi possvel conhecer tam-

    bm um exemplo de fenmeno exotrmico, a

    hidratao do sulfato de cobre, uma transfor-

    mao qumica evidenciada pela mudana de

    cor de branca para azul.

    3. A interao da gua com o slido do b-

    quer pode ser considerada uma transfor-

    mao qumica? Explique sua resposta e,

    em caso armativo, quais materiais seriamreagentes e quais seriam produtos?

    Sim, pois foi possvel perceber algumas evidncias que indi-

    caram que o material no incio (reagente) era diferente do

    material ao final (produtos) do experimento. Os reagentes

    so o sulfato de cobre anidro e a gua, e o produto, o sulfato

    de cobre pentaidratado.

    4. Classique o aquecimento do sulfato de co-

    bre pentaidratado e a hidratao do slido re-

    sultante desse aquecimento como fenmenos

    endotrmicos ou exotrmicos. Justique.O aquecimento um fenmeno endotrmico, pois absorve

    calor, e a hidratao, exotrmico, pois libera calor.

    5. Os fenmenos observados nesse experimen-

    to podem ser apresentados, em linguagem

    esquemtica, pelas representaes a seguir.

    sulfato de cobre pentaidratado + energia sulfato de cobre anidro + gua (desidratao)

    (slido azul) (slido branco)

    sulfato de cobre anidro + gua sulfato de cobre pentaidratado + energia (hidratao)

    (slido branco) (slido azul)

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    32/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    Atividade 3 Revertibilidade nasinteraes e transformaes qumicas

    Outro fator a ser considerado nas interaese transformaes qumicas a possibilidade de

    revert-las. Esse fator importante, pois parte

    das transformaes qumicas irrevertvel, ou

    seja, uma vez que o reagente se transforma em

    produto, pode ser difcil recuper-lo.

    Para iniciar essa atividade, voc pode au-

    xiliar os alunos a responder as questes a

    seguir.

    Exerccios em sala de aula

    1. Escreva com suas palavras o signicado de

    transformao revertvel.

    Os alunos devem mencionar que, nesse tipo de transforma-

    o, os reagentes so facilmente recuperveis sem a adio

    de novos materiais.

    2. Escreva com suas palavras o signicado de

    transformao irrevertvel.

    Os alunos devem mencionar que, nesse tipo de transforma-

    o, no se consegue recuperar os reagentes, a no ser pela

    adio de outros materiais e por meio de outros procedi-

    mentos.

    Voc pode citar como exemplos de proces-

    sos revertveis o derretimento da parana naproduo de vela e a desidratao do sulfato

    de cobre pentaidratado; e como exemplos de

    processos irrevertveis, a corroso de um por-

    to de ferro e a dissoluo de um comprimido

    efervescente de sal de fruta.

    parana slida + energia parana lquida (derretimento)

    parana lquida parana slida + energia (solidicao)

    sulfato de cobre pentaidratado + energia sulfato de cobre anidro + gua (desidratao)

    sulfato de cobre anidro + gua sulfato de cobre pentaidratado + energia (hidratao)

    3. Classique os fenmenos a seguir como revertveis ou irrevertveis.

    Fenmeno Classicao

    Queima de uma vela Irrevertvel

    Amadurecimento de legumes Irrevertvel

    Hidratao da cal viva Revertvel

    Corroso do magnsio ou zinco por cido Irrevertvel

    Cozimento de um ovo Irrevertvel

    Tabela 4.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    33/130

    32

    No se deve confundir os termos revert-

    vel e reversvel. Nas transformaes qumicas

    reversveis a formao do produto e a regene-

    rao do reagente ocorrem ao mesmo tempo eseguem os mesmos caminhos. Isso no ocorre

    necessariamente nas transformaes revert-

    veis, ou seja, o caminho de reao da regene-

    rao dos reagentes no precisa ser o mesmo

    da formao do produto nem a reao precisa

    se processar nos dois sentidos ao mesmo tem-

    po. Essa discusso no precisa ser levantada

    em sala de aula neste momento. A questo da

    reversibilidade ser estudada somente na 3asrie do Ensino Mdio.

    1. Cite trs exemplos de transfor-

    maes que voc considera instan-

    tneas e trs exemplos de transfor-

    maes no instantneas.Seguem exemplos de transformaes possivelmente citados

    pelos alunos.

    Instantneas: queima de diversos materiais, exploso de fo-

    gos de artifcio, efervescncia de gua oxigenada em con-

    tato com uma ferida.

    No instantneas: corroso de esttuas de mrmore, apodre-

    cimento de alimentos, cozimento de alimentos.

    2. Complete a tabela a seguir.

    EtapaFormas de energia

    envolvidas

    Classicao quan-to absoro ou

    liberao de energia

    umatransformao

    qumica?

    Queima do carvo Trmica e luminosa Exotrmica Sim

    Secagem do calcrio Trmica Endotrmica No

    Aquecimento docalcrio

    Trmica EndotrmicaDepende da temperaturade aquecimento1

    Decomposio docalcrio

    Trmica Endotrmica Sim

    Hidratao da calviva

    Trmica Exotrmica Sim

    Tabela 5.

    1 O aquecimento pode causar a transformao qumica, pois acima de 900 C ocorre a decomposio do calcrio.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    34/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    3. Dos fenmenos citados na tabela, quais de-

    les voc indicaria como revertveis e quais

    seriam irrevertveis?

    O processo irrevertvel a queima do carvo. Os outros pro-

    cessos podem ser considerados revertveis.

    Grade de avaliao da atividade 3

    Nessa atividade espera-se que os alunos

    tenham compreendido que algumas trans-

    formaes qumicas podem ser revertidas, ao

    passo que outras no.

    Espera-se que eles tenham compreendidoque as interaes e as transformaes qumicas

    ocorrem em tempos diferentes, que algumas de-

    moram, talvez, centsimos de segundo, ao passo

    que outras podem levar horas, dias ou mesmo

    anos para que se possa perceber algum sinal de

    mudana no sistema. importante que os alu-

    nos compreendam que no possvel classicar

    em instantnea ou no instantnea as transfor-

    maes em que as evidncias no so percept-

    veis, pois essa classicao depende da avaliao

    do tempo necessrio para o aparecimento do si-nal de mudana. fundamental que os alunos

    percebam tambm as implicaes dessa anlise

    no meio produtivo e nas situaes do dia a dia.

    Eles podem ser incentivados a relacionar ao

    contedo estudado situaes como o amadure-

    cimento de frutos, a decomposio de alimentos

    e a corroso de portes (conforme indicado em

    Aprendendo a aprender, Caderno do Aluno).

    Os alunos devem analisar ainda o aspecto

    energtico envolvido nas interaes e transfor-

    maes. importante atentar para as seguin-

    tes competncias: identicar os fenmenos

    que produzem e consomem energia trmica;

    classic-los como endo/exotrmicos.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 4A PRODUO DO LCOOL COMBUSTVEL E DO FERRO

    Nesta Situao de Aprendizagem busca-

    remos ampliar os conhecimentos dos alunos

    sobre as transformaes qumicas, abordando

    dois importantes processos industriais a fer-

    mentao alcolica e a siderurgia que levam

    obteno, respectivamente, do etanol e do

    ferro. Os textos apresentados nesta Situao

    de Aprendizagem trazem informaes sobre

    aspectos relevantes da produo do etanol e

    do ferro e procuram estabelecer relaes com

    os conhecimentos at aqui adquiridos pelos

    alunos sobre as transformaes qumicas.

    Novamente cabe ressaltar, caro professor, que

    no se pretende esgotar esses assuntos apenas

    nesta atividade, e sim introduzi-los a m de

    que percebam a relevncia dos conhecimentos

    j adquiridos em outros contextos do meio

    produtivo.

    Contedos e temas: fermentao alcolica; siderurgia do ferro; transformaes qumicas.

    Competncias e habilidades: reconhecer no sistema produtivo a importncia das transformaes qumicas.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    35/130

    34

    Voc pode iniciar a aula com o levanta-

    mento das ideias dos alunos sobre quais ma-

    teriais industrializados eles consideram mais

    importantes para a sociedade moderna. Liste

    esses materiais na lousa. Procure conduzir

    esse questionamento inicial de modo que eles

    citem materiais e substncias industrializa-dos, e no equipamentos como computado-

    res, automveis etc. Caso o ferro e o etanol

    no sejam citados por eles, questione-os so-

    bre a importncia dessas substncias com

    perguntas como: E o ferro, usado na constru-

    o de casas, pontes, automveis, vocs acham

    que um dos materiais mais importantes? E o

    lcool, tambm fundamental? Em que seto-

    res da sociedade essas substncias so impor-

    tantes? Espera-se que, com essa sondagem/

    sensibilizao inicial, os alunos despertem o

    interesse para as questes relativas produ-

    o dessas substncias.

    Depois da sensibilizao, sugerimos a lei-

    tura dos textos seguintes, propondo aos alu-

    nos algumas questes previamente elaboradas

    que contemplem o reconhecimento das trans-

    formaes qumicas e a anlise dos fatores

    tempo, energia e revertibilidade envolvidos na

    produo de etanol e de ferro.

    Texto 1 Fermentao alcolicana produo do etanol

    O Brasil um dos poucos pases do mundo

    que utilizam lcool (etanol) como combustvel

    automotivo. Esse fato garante ao pas no ape-

    nas a posio de um dos maiores produtores de

    etanol do mundo, mas tambm de detentor da

    melhor tecnologia de produo de lcool a partir

    da cana-de-acar. Mas voc sabe como pro-

    duzido o lcool a partir da cana-de-acar?

    A cana-de-acar a principal matria-

    -prima usada na produo de lcool no Brasil.

    A partir de 1 ha (um hectare, ou seja, 10 000 m2)

    de plantao, pode-se obter cerca de 3 mil

    litros de etanol. A cana-de-acar passa ini-

    cialmente pelo processo de moagem, em que o

    suco da cana, a garapa, separado do bagao,

    que pode ser queimado como combustvel ou

    usado na alimentao do gado. Em seguida, a

    garapa aquecida at que boa parte da gua

    evapore e se forme um lquido viscoso e rico

    em acares, chamado melao. Esse material

    acidificado para que esteja em condies

    ideais para o desenvolvimento das leveduras

    (micro-organismos que possuem substncias

    Sugesto de estratgias de ensino:levantamento das ideias dos alunos; leitura e discusso dos textos.

    Sugesto de recursos:Texto Fermentao alcolica na produo de etanol; Texto A produo doferro nas siderrgicas.

    Sugesto de avaliao:participao na discusso dos textos.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    36/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    denominadas enzimas, capazes de acelerar a

    transformao de acares em lcool etlico

    e gs carbnico). na presena das levedu-

    ras que o melao passar pelo processo de

    fermentao alcolica, que dura cerca de 50

    horas, ocorrendo a formao do etanol.

    A mistura obtida na fermentao apresenta

    cerca de 14% em volume de lcool, mas, aps

    o processo de destilao, obtm-se lcool com

    96 oGL (4% de gua e 96% de etanol). Para obter

    etanol puro (100%) pode-se adicionar cal viva

    ao lcool 96 oGL. Nesse caso, haver interao

    entre a cal e a gua, formando um composto

    pouco solvel em gua e em etanol, o hidrxido

    de clcio ou cal extinta, conforme as representa-

    es a seguir:

    xido de clcio + gua hidrxido declcio + energia

    CaO(s) + H2O(l) Ca(OH)

    2(s) + energia

    trmica

    Embora tenhamos tratado aqui da produo

    do lcool a partir da cana-de-acar, essa no a

    nica matria-prima da qual se pode obt-lo. Alm

    disso, o uso do lcool etanol no se restringe ao

    mercado de combustveis, pois ele apresenta inme-

    ras outras aplicaes na indstria e no dia a dia1.

    Texto 2 A produo do ferro nas

    siderrgicas

    O ferro o metal mais utilizado no mundo,

    principalmente por seu baixo custo de produo

    e resistncia trao. Quando misturado a pe-

    quenas quantidades de carbono e outros metais,

    produz-se o ao.

    O ferro raramente encontrado na natureza

    na forma metlica. Em geral, ele est presente na

    composio qumica de outras substncias. A he-

    matita, por exemplo, formada basicamente de

    xido de ferro (Fe2O

    3) e um minrio relativamen-

    te abundante na natureza. O Brasil possui uma das

    maiores reservas desse minrio no mundo.

    Nas siderrgicas, a hematita misturada ao

    carvo, que um reagente e tambm o combus-

    tvel que fornece a energia necessria para que

    ocorra a transformao qumica para a produ-

    o do ferro metlico (Fe):

    sacarose + gua enzimas glicose + frutose

    C12

    H22

    O11

    (aq) + H2O(l) enzimas C6H12O6(aq) + C6H12O6(aq)

    glicose ou frutose enzimas etanol + gs carbnico + energia

    C6H

    12O

    6(aq) enzimas 2 C2H5OH(aq) + 2 CO2(g) + energia trmica

    1 O teor alcolico do lcool comercial atualmente expresso em INPM (porcentagem em massa de lcool).

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    37/130

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    38/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    Nesta Situao de Aprendizagem sero dis-

    cutidas as propriedades especcas e sua impor-

    tncia na caracterizao das substncias e no

    reconhecimento de quando ocorre uma trans-

    formao qumica, identicando seus reagentes

    e produtos. Para isso, retomaremos a transfor-

    mao qumica que ocorre na produo da cal,

    que tem como matria-prima o calcrio.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 5COMO RECONHECER QUE HOUVE UMA TRANSFORMAO

    QUMICA QUANDO NO H EVIDNCIAS?

    Contedos e temas:propriedades das substncias temperaturas de ebulio e fuso, densidade, solubi-lidade; importncia das propriedades para caracterizar substncias.

    Competncias e habilidades:empregar a linguagem qumica para representar transformaes qumicas;construir e interpretar tabelas e grcos com dados de propriedades das substncias.

    Sugesto de estratgias de ensino:levantamento das ideias dos alunos; leitura e discusso do texto e dasquestes para a interpretao do texto; atividade experimental; uso de objetos de aprendizagem (simu-lao).

    Sugesto de recursos:material para experimentos e textos.

    Sugesto de avaliao:atividades e questes propostas.

    Voc pode iniciar a Situao de Aprendi-

    zagem retomando o processo de calcinao,

    no qual o calcrio slido (CaCO3) aquecido

    a 900 oC e transforma-se em cal viva slida

    (CaO). Porm, uma vez que os dois slidos so

    brancos, como saber se realmente foi formado

    um novo material aps o aquecimento? Como

    saber se ocorreu transformao qumica, ou

    seja, nesse processo o material de partida (rea-

    gente) diferente do material obtido (produto)?

    Essas questes visam mostrar a importncia

    de conhecer as propriedades das substncias de

    modo a identic-las. Na falta de evidncias per-

    ceptveis para observar se houve transformao

    qumica, necessrio identicar os produtos

    obtidos de forma indireta, tal como a identi-

    cao do CO2(gs carbnico) por meio de seu

    borbulhamento em gua de cal, como visto na

    Situao de Aprendizagem 2. Pode-se destacar

    que deve haver uma diminuio na quantidade

    de material slido aps a calcinao (conforme

    citado no texto Produo e uso da cal).

    Para ampliar essa discusso, use a tabela

    a seguir (tambm presente no Caderno do

    Aluno) com a equao da produo da cal a

    partir do calcrio, para que os alunos possam

    comparar as caractersticas dos reagentes e

    produtos da calcinao do calcrio e, assim,

    concluir se houve ou no uma transformao

    qumica.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    39/130

    38

    A partir da anlise das caractersticas das

    substncias apresentadas, espera-se que os

    alunos possam concluir que houve a forma-

    o de uma nova substncia e, portanto, a

    ocorrncia de transformao qumica. Aps

    a observao e a anlise da tabela, voc pode

    sugerir aos alunos as questes a seguir.

    1. Quais so as caractersticas semelhantes e

    diferentes entre o calcrio e a cal?

    Caractersticas semelhantes: so slidos brancos. Caracte-

    rsticas diferentes: comportamento quando so submetidos

    a mudanas de temperatura; massa de 1 cm3da substncia;

    massa capaz de se dissolver totalmente em 100 mL de gua

    temperatura ambiente.

    CaCO3(s)

    (calcrio slido) (900 oC)

    aquecimentoCaO(s)

    (cal viva slida)+

    CO2(g)

    (gs carbnico)

    Cor Branco Branco Incolor

    Estado fsico atemperatura e

    presso ambientes(25 C e 1 atm)

    Slido Slido Gasoso

    Como as substnciasse comportam

    durante mudanas detemperatura

    Decompe-se a900 C, for-

    mando cal e gscarbnico

    Funde a 2 624 Ce vaporiza a

    2 850 C

    Sublima1a78,5 C

    Massa de 1 cm3dessa substncia(25 C e 1 atm)

    2,7 g 3,3 g 0,002 g

    Quanto possveldissolver dessasubstncia em

    100 mLde gua temperatura

    ambiente (25 C)

    0,0014 g 0,12 g 0,15 g

    Tabela 6.1 Sublimao a mudana do estado slido para o gasoso sem passar pela fase lquida.Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.Fonte dos dados: LIDE, David R. (editor-in-chief). Handbook of Chemistry and Physics. 73. ed. Boca Raton: CRC Press, 1992-1993.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    40/130

    Qumica 1asrie Volume 1

    2. A partir dessas caractersticas, possvel

    diferenciar uma amostra de calcrio de

    uma amostra de cal? Como voc faria?

    possvel fazer essa diferenciao medindo a quantidade

    de slido que pode ser dissolvida em 100 mL de gua,

    observando o comportamento dos slidos quando aque-

    cidos e medindo a massa de um mesmo volume de cada

    slido.

    3. Voc pode dizer que ocorreu transforma-

    o qumica no processo de calcinao do

    calcrio? Justique.

    A transformao ocorreu porque houve formao de gs e

    o slido obtido no processo possui propriedades diferentes

    do calcrio.

    O objetivo principal da discusso dessas

    questes possibilitar aos alunos a com-

    preenso de que, em alguns casos, as evidn-

    cias observadas diretamente (mudana de cor

    do material, por exemplo) no so sucientes

    para identicar materiais e para concluir se

    houve ou no transformao qumica e que,

    nesses casos, necessrio recorrer anli-

    se das propriedades caractersticas de cada

    substncia, que so constantes em condies

    especcas. Por exemplo, as temperaturas de

    fuso e ebulio dependem de determinado

    valor de presso, a solubilidade, de determi-

    nada temperatura etc.

    Atividade 1 Pode-se identicar umasubstncia por suas temperaturas deebulio e de fuso?

    Nesta atividade sero discutidos os con-

    ceitos de temperatura de fuso e de ebulio

    como propriedades que permitem a caracteri-

    zao de uma substncia.

    Voc pode iniciar a atividade com os se-guintes questionamentos:

    O gelo no derrete no congelador. O que

    preciso para que o gelo derreta?

    Se colocarmos gua em uma chaleira e a le-

    varmos ao fogo durante um tempo, o que vai

    acontecer?

    Os alunos provavelmente vo responder

    que preciso calor para que o gelo derreta e

    que a gua vai ferver e secar. Depois dessa in-

    troduo, proponha a atividade a seguir, pre-

    sente no Caderno do Aluno:

    1. A gua, como outras substncias, pode ser

    encontrada nos estados slido (gelo), lqui-

    do ou gasoso, dependendo das condies

    experimentais. Voc saberia dizer o que

    necessrio para uma substncia mudar de

    estado fsico? D o nome das seguintes mu-

    danas de estado.

    Estado slido estado lquido:

    Fuso.

    Estado lquido estado gasoso:

    Vaporizao (evaporao ou ebulio).

    Com essas questes buscamos relembrar que

    energia trmica necessria para que uma subs-

    tncia, no caso a gua, passe do estado slido

    para o lquido e do estado lquido para o gasoso.

  • 8/12/2019 Qumica 1S EM Volume 1 (2014)

    41/130

    40

    Aproveite para questionar tambm o que

    temperatura de ebulio.

    Caso seja possvel, realize a vaporizao dagua por meio de uma atividade experimental

    com os alunos. Para isso, sugerimos a ativi-

    dade descrita no livro Subsdios para a imple-

    mentao da Proposta Curricular de Qumica

    para o 2o grau, para o aquecimento da gua

    destilada. Nesse caso, h necessid