quilombolas (1)

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tratado de raçs e popularidade 1

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    DECISO:1. (Pet n 38772/2008)Defiro a substituioprocessual.

    2. Instituto Pro Bono; Conectas Direitos Humanos eSociedade Brasileira de Direito Pblico-Petio n 102249/04(a);Centropelo Direito Moradia contra Despejos - COHERE; Centro de JustiaGlobal; Instituto Socioambiental - ISA; Instituto de Estudos, Formao eAssessoria em Polticas Sociais - POLIS e Terra de Direitos - Petio n103698/04(b); Federao dos Trabalhadores na Agricultura do Estado doPar - FETAGRI-PAR - Petio n 134292/04(c); Procuradoria-Geral doEstado do Par - Petio n 29519/05(d); Estado de Santa Catarina -

    Petio n 24180/07(e); Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil CNA - Petio n 99619/07(f); Confederao Nacional da Indstria CNI - Petio n 126181/07(g); Associao Brasileira de Celulose e Papel BRACELPA - Petio n 146409/2007(h),Sociedade Rural Brasileira -Petio n 191817/2007(i),Centro de Assessoria Jurdica Popular MarianaCriola e Koinonia Presena Ecumnica e Servio Petio n 60288/2009(j), Associao dos Quilombos Unidos do Barro Preto e Indai,Associao de Moradores Quilombolas de Santana Quilombo deSantana, Coordenao das Comunidades Negras Rurais Quilombolas de

    Mato Grosso do Sul Petio n 80876/2009(k), Instituto Nacional deColonizao e Reforma Agrria INCRA Petio n 90123/2009(l),Estado do Paran Petio n 125061/2009(m), Conferncia Nacional dosBispos do Brasil Petio n 17448/2010(n), Instituto de Advocacia Raciale Ambiental - IARA e Clube Palmares de Volta Redonda (C.P.V.R.) -Petio n 20124/2010(o),Federao NGolo, Escritrio de DireitosHumanos, Grupo de Estudos em Direito Internacional da UniversidadeFederal de Minas Gerais GEDI UFMG, Programa Plos de Cidadania da

    Universidade Federal de Minas Gerais e Forum Brasileiro de DireitosHumanos Petio n 23516/2010(p),Associao dos Moradores eAgricultores da Comunidade Esprito Santo AMECES Petio n24026/2011(q),Partido dos Trabalhadores Diretrio Nacional Petion 84202/2011(r)e Comisso Pastoral da Terra Regional Maranho Petio n 85852/2011(s)requerem sua admisso no processo, nacondio deamici curiae.

    3. A admisso deve autorizada.

    Bem vistas as peties, estou convencido de que todos os

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    requerentes ostentam adequada representatividade (adequacy ofrepresentation) dos interesses envolvidos na causa, conforme exigido peloart. 7, 2, da Lei n 9.868, de 10.11.1999.

    verdade que as manifestaes dos intervenientes vieramaos autos aps o decurso do prazo destinado colheita das informaes.

    E conhece-se a interpretao segundo a qual o termo final dasinformaes seria o nico reservado interveno doamicus curiae, adespeito do veto imposto ao 1 do art. 7 da Lei n 9.868, de 1999, noqual estava previsto aquele prazo (cf.ADI n 1.104, Rel. Min.GILMARMENDES, DJ de 02.10.2002). Eu prprio j o sustentei alhures.

    Mas j no me parece deva ser esse o resultado dainterpretao sistemtica e teleolgica da modalidade interventiva de que

    se cuida. A admisso legal da figura doamicus curiae, tradicional nosistema dacommon law,constitui evidente manifestao do impacto que ojulgamento de ao de controle concentrado de constitucionalidadeproduz sobre a ordem jurdico-social. Com prev-la, abre-se um canalvalioso para a participao de membros do corpo social interessados noprocesso de tomada de deciso da Corte, em reforo da legitimidade e docarter plural e democrtico da atividade exercida pelo julgador. Como jbem se asseverou:

    "A admisso de terceiro, na condio de amicus curiae, noprocesso objetivo de controle normativo abstrato, qualifica-secomo fator de legitimao social das decises da SupremaCorte, enquanto Tribunal Constitucional, pois viabiliza, emobsquio ao postulado democrtico, a abertura do processo defiscalizao concentrada de constitucionalidade, em ordem apermitir que nele se realize, sempre sob uma perspectivaeminentemente pluralstica, a possibilidade de participaoformal de entidades e de instituies que efetivamente

    representem os interesses gerais da coletividade ou queexpressem os valores essenciais e relevantes de grupos, classesou estratos sociais. Em suma: a regra inscrita no art. 7, 2, daLei n 9.868/99 - que contm a base normativa legitimadora dainterveno processual do amicus curiae - tem por precpuafinalidade pluralizar o debate constitucional" (ADI n 2.130-MC, Rel. Min.CELSO DE MELLO, DJ de 02.02.2001).

    Se o dispositivo que previa prazo para o ingresso doamicus curiaeno processo foi objeto de veto, no descubro fundamentonormativo para induzir aplicabilidade do que se projetava como norma,

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    que, vetada sem remdio, no chegou a integrar o ordenamento jurdicopositivo, de modo a condicionar a possibilidade da interveno. Nosilncio da lei, mais razovel reput-la admissvel, ainda ao depois dotermo do prazo das informaes, interpretao que, j acolhida nesteTribunal(ADI n1.104, Rel. Min.GILMAR MENDES, DJ de 29.10.2003),encontra suporte analgico na disciplina da interveno do assistente (art.

    50, nico, do CPC).

    A conseqncia da interveno tardia doamicush de serapenas a impossibilidade de praticar atos processuais cujo prazo j setenha exaurido. Em outras palavras, o interveniente recebe o processo noestado em que o encontre.

    4. Anoto apenas que os pedidos formulados pelaFederao

    NGolo, Escritrio de Direitos Humanos, Grupo de Estudos em DireitoInternacional da Universidade Federal de Minas Gerais GEDI UFMG,Programa Plos de Cidadania da Universidade Federal de Minas Gerais eForum Brasileiro de Direitos Humanos e pela Associao dos Moradorese Agricultores da Comunidade Esprito Santo AMECES, Partido dosTrabalhadores Diretrio Nacional e Comisso Pastoral da Terra Regional Maranhoconquanto demonstradas a capacidade de contribuirpara o debate da matria e a adequao de sua representao, no sopassveis de anlise.

    que a admissibilidade da interveno est limitada ahipteses emomentosbem definidos, com evidente impacto sobre aordem jurdico-social. Da a norma de regncia primria encontrar-se naLei n 9.868/99, que cuida do processamento e julgamento de aes decontrole concentrado de constitucionalidade. Tal instituto tambm estprevisto no procedimento de julgamento da Corte a respeito daexistncia, ou no, de repercusso geral da questo constitucional

    suscitada, nos termos do art. 323, 2, do RISTF.

    Nesta fase processual, a interveno deamici curiaej no permitida, uma vez includo o processo em pauta para julgamento em22.04.2010. E, conforme entendimento do Pleno, "[o]amicus curiae somentepode demandar a sua interveno at a data em que o Relator liberar o processo

    para pauta." (ADI-AgR n. 4.071, Rel. Min.MENEZES DIREITO, DJe-195 divulg. 15-10-2009).

    No se excogita, pois, o ingresso deamicus curiaeaps aincluso do processo em pauta.

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    5. Ante o exposto,defiro o ingresso dos requerentes de(a)a(o)e indefiro o ingresso dos requerentes(p)a(s)na qualidade deamicicuriae.

    Secretaria, para proceder aos registros e anotaes

    pertinentes, inclusive no que respeita substituio processual.

    Publique-se. Int.Braslia, 29 de maro de 2012.

    Ministro CEZAR PELUSO

    Relator