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APOSTILA DE QUESTÕES COMENTADAS – AFO + LRF-MPU 2010(1ª PARTE)

Com base na doutrina e nas legislações orçamentária e financeira públicas, julgue ositens abaixo:

01) (CESPE – Analista Administrativo/STF – 2008) A adoção do orçamento moderno está associada à concepçãodo modelo de Estado que, desde antes do final do século XIX, deixa de caracterizar-se por mera postura deneutralidade, própria do laissez-faire, e passa a ser mais intervencionista, no sentido de corrigir asimperfeições do mercado e promover o desenvolvimento econômico.Resolução – questão correta

No Brasil, o orçamento moderno está representado no chamado Orçamento-programa, conjunto de conceitos edisposições técnicas sistematizado originalmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) cuja concepçãobásica foi extraída da experiência federal americana obtida com a implantação do Orçamento de Desempenho,sistema pioneiramente experimentado durante a Segunda Guerra Mundial.

A adoção do orçamento-programa está associada à concepção do modelo de Estado. Este (Estado), queno passado tinha postura neutra passa a uma situação ativa ou intervencionista, corrigindo as imperfeições domercado e promovendo o desenvolvimento econômico.Laissez-faire é a contração da expressão em língua francesa laissez faire, laissez aller, laissez passer , quesignifica literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai passar". 

O laissez-faire está associado ao conceito de “estado remador” ao invés de navegador. Assim, o estadoremador deixava as coisas acontecerem, adotando postura quase neutra.

(CESPE – ANEEL 2010-ANALISTA ADMINISTRATIVO) Acerca do processo deelaboração do projeto de lei orçamentária anual (PLOA), julgue os itens 02 a 05.

02) O processo de elaboração do PLOA se desenvolve no âmbito do Ministério da Fazenda e envolve umconjunto articulado de tarefas complexas, compreendendo a participação dos Poderes Legislativo, Executivo eJudiciário, o que pressupõe a constante necessidade de tomada de decisões nos seus vários níveis.GABARITO: ( E )... A ELABORAÇÃO DO PLOA OCORRE NO ÂMBITO DO MPOG. Envolve sim, um conjuntoarticulado de tarefas complexas e atualmente a proposta de 2011 está sendo processada pelo SIOP (SISTEMA

INTEGRADO DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO)Considerando que os princípios orçamentários formam os pilares de uma boa gestão derecursos públicos, julgue o item a seguir.

03) A lei de orçamento contém a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a políticaeconômica, financeira e o programa de trabalho do governo, respeitados os princípios da unidade,universalidade e anualidade.GABARITO: ( C ) – CÓPIA DO TEXTO LEGAL

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E LEI DERESPONSABILIDADE FISCAL - MPU

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Julgue o item seguinte com relação às etapas do processo de elaboração do orçamento federal,aos responsáveis e aos produtos gerados.

04) A análise e o ajuste da proposta setorial são feitos pela Casa Civil da Presidência da República, cujo

produto é a proposta orçamentária dos órgãos setoriais, detalhada no Sistema de Orçamento e Planejamento.GABARITO: ( E ) – QUESTÃO TIRADA DO LINKhttps://www.portalsof.planejamento.gov.br/bib/MTO/Componente-Processo 

A RESPONSÁVEL PELO AJUSTE E ANÁLISE DA PROPOSTA É A SOF.

Julgue o item que se segue acerca das alterações na programação orçamentária efinanceira no âmbito do governo federal.

05) Os órgãos setoriais poderão solicitar a flexibilização dos limites orçamentários no decorrer do exercíciopara atender às suas programações, cujos pleitos devem ser encaminhados à Secretaria de Orçamento Federal.GABARITO: ( C )

A PERGUNTA É: O QUE É UM ÓRGÃO SETORIAL?O órgão setorial desempenha o papel de articulador no seu âmbito, atuando verticalmente no processodecisório e integrando os produtos gerados no nível subsetorial, coordenado pelas unidades orçamentárias. Suaatuação no processo de elaboração envolve:

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• estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração da proposta orçamentária;• avaliação da adequação da estrutura programática e mapeamento das alterações necessárias;• formalização ao MP da proposta de alteração da estrutura programática;• coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento da qualidade das informações constantes docadastro de programas e ações;• fixação, de acordo com as prioridades setoriais, dos referenciais monetários para apresentação daspropostas orçamentárias das unidades orçamentárias;• definição de instruções, normas e procedimentos a serem observados no âmbito do órgão durante o processode elaboração da proposta orçamentária;• coordenação do processo de elaboração da proposta orçamentária no âmbito do órgão setorial;• análise e validação das propostas orçamentárias provenientes das unidades orçamentárias; e• consolidação e formalização da proposta orçamentária do órgão.

Os Órgãos Setoriais na fase da execução orçamentária, são os responsáveis pela flexibilização doslimites orçamentários.

06) (CESPE – Analista Administrativo/STF – 2008) Com a Constituição de 1891, que se seguiu àProclamação da República, a elaboração da proposta orçamentária passou a ser privativa do Poder

Executivo, competência que foi transferida para o Congresso Nacional somente na Constituição de1934.Resolução – questão errada

Em realidade, ao contrário do que se afirma no comando da questão, no art. 34 da Constituiçãorepublicana de 1891 havia previsão de que a proposta orçamentária deveria ser elaborada peloLegislativo (Congresso Nacional). O modelo formal de orçamento previsto na constituição de 1934 erasemelhante ao atual (CF/88). Assim, a proposta era de competência do Executivo e aprovação doLegislativo.

07)(CESPE – Analista Administrativo/STF – 2008) Tem-se observado, no Brasil, que o calendário dasmatérias orçamentárias e a falta de rigor no cumprimento dos prazos comprometem a integraçãoentre planos plurianuais e leis orçamentárias anuais.Resolução- questão corretaO § 2º do art. 35 do ato das disposições constitucionais transitórias estabelece as seguintes regras:1. Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serãoobedecidas as seguintes normas:

1.1. O projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro domandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento doprimeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;

1.2. O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antesdo encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiroperíodo da sessão legislativa;

1.3. O projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes doencerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão

legislativa.

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A referida lei complementar acima prevista ainda encontra-se em tramitação no Congresso Nacionalpor mais de 10 anos. Atualmente encontra-se m vigor a Lei Nacional nº. 4.3240/64, aprovada como leiordinária, porém, recepcionada pela CF/88 como lei complementar.

É comum no Brasil, em especial no nível Federal, o encerramento do exercício financeiro sem aaprovação da LOA. Já houve ano que a LOA fora aprovada só em junho do ano subseqüente. É óbvioque essa situação compromete a integração entre planos plurianuais e leis orçamentárias anuais, em

especial no que se refere a investimentos, posto que “em tese” nenhum investimento pode ser realizado sem que a LOA tenha sido aprovada.

08)(CESPE – Analista Administrativo/STF – 2008) A fixação da meta de superávit primário constituipreocupação inicial dos responsáveis pela formulação orçamentária. Nesse sentido, as necessidadesde financiamento do setor público no conceito primário correspondem ao déficit primário, de cujocálculo se excluem do déficit nominal os efeitos da correção monetária.Resolução- questão incorreta e muito complexa.... exigiu conhecimentos de finanças públicas eno edital do MPU não está previsto esse tópico.

Segundo a teoria das finanças públicas o orçamento da União, assim como dos estados e dosmunicípios, é dividido em receitas e despesas. E as receitas e despesas se subdividem emoperacionais e financeiras. Quando as despesas operacionais superam as receitas operacionais, surgeo déficit primário. O contrário é o superávit primário. O déficit total inclui, além do resultado operacional, os gastos com juros, amortizações e a correçãoda dívida pública. É também chamado de déficit nominal.Quando o país já tem um comprometimento elevado com a dívida pública, os organismos internacionais(como o FMI) exigem que todo o setor público (União - incluindo a Previdência -, estados, municípios eestatais) gere superávits primários elevados, para fazer face aos compromissos da dívida pública.

O déficit nominal ou total corresponde à necessidade de financiamento do setor público. Assim, odéficit primário é a soma das receitas menos as despesas do governo, excluindo-se os gastos comjuros das dívidas interna e externa.Conclusão: as necessidades de financiamento do setor público no conceito primário correspondem aodéficit NOMINAL.

Com base na doutrina e nas legislações orçamentária e financeira públicas, julgue ositens a seguir.

09)(CESPE – Analista Administrativo/STF – 2008) O orçamento-programa constitui modalidade deorçamento em que a previsão dos recursos financeiros e sua destinação decorrem da elaboração deum plano completo. Para autores como João Angélico, o orçamento-programa distingue-se doorçamento comum, tradicional, porque este inicia-se com a previsão de recursos para a execução deatividades instituídas, enquanto, no orçamento-programa, a previsão da receita é a etapa final doplanejamento.Resolução-questão correta (C)Primeiramente veremos os conceitos de orçamento-programa e tradicional ou clássico.

Orçamento-programa é um plano de trabalho completo expresso por um conjunto de ações a realizare pela identificação dos recursos necessários à sua execução.

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O orçamento clássico ou tradicional pode ser definido como aquele que geralmente não existemmetas bem definidas e o envolvimento na elaboração do orçamento, restringe-se basicamente a altaadministração, ou seja, há pouca participação efetiva dos técnicos das unidades orçamentárias.Nesse tipo de orçamento as projeções de gastos são estabelecidas considerando-se os orçamentosdos anos anteriores, tendo como parâmetros os dados históricos (históricos). Esse procedimentonormalmente gera resultados com as mesmas falhas e erros do passado.

No orçamento-programa são identificadas as necessidades da população, para depois definir aquantidade de recursos disponíveis para financiar tais necessidades. Basta recordar o ciclo de gestãodo PPA, que tem início com o levantamento de necessidades, planejamento, execução, avaliação erevisão.

A doutrina, a exemplo de João Angélico, sustenta que o orçamento-programa distingue-se doorçamento clássico ou tradicional porque este inicia-se com a previsão de recursos para a execuçãodas despesas, enquanto, no orçamento-programa, a previsão da receita é a etapa final doplanejamento.

10)(CESPE – Analista Administrativo/STF – 2008) O orçamento programa, como atualmenteconcebido, é instrumento do planejamento e, desse modo, tem de integrar-se aos planos e programasgovernamentais. A esse propósito, uma das condições para a aprovação de emendas aos projetos delei do orçamento anual e de suas alterações é a de que sejam compatíveis com o Plano Plurianual ecom a Lei de Diretrizes Orçamentárias.Resolução-questão correta

O § 3º do art. 166 da constituição federal estabelece que as emendas ao projeto de lei do orçamentoanual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o

plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e ainda que sejam indicados os recursosnecessários.

Essa regra constitucional reforça os princípios do planejamento e da programação, os quais exigemperfeita sintonia entre planejamento (PPA), as metas e prioridades estabelecidas na LDO e aexecução do orçamento propriamente dito (LOA).

Essas regras são características básicas do orçamento-programa, no qual exige perfeita sintoniaentre planejamento e orçamento. Portanto, podemos dizer que o orçamento-programa não é apenasum documento financeiro, mas principalmente, um instrumento de concretização das ações dogoverno. Ele viabiliza os objetivos governamentais em consonância com os planos e diretrizesestabelecidos.

11)(CESPE – Analista Administrativo/STF – 2008) Quando o presidente da República veta dispositivoda lei orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional, os recursos remanescentes podem, por meiode projeto de lei de iniciativa de deputado federal ou senador, ser utilizados para abertura decréditos suplementares ou especiais.Resolução- questão incorreta

A Constituição Federal estabelece em seu art. 84, Inciso XXIII, que a proposta orçamentária écompetência privativa do Poder Executivo. Observe:

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O art. 165 da Carta Magna enfatiza que os instrumentos de planejamento são de INICIATIVA doPoder executivo.

Veja:

O § 6º do art. 166 da CF prevê que os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizesorçamentárias e do orçamento anual serão  enviados pelo Presidente da República ao CongressoNacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

O § 9 do art. 165 pede uma lei completar sobre direito financeiro para substituir a atual lei nº.4.320/64. Porém, no art. 35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, o legisladorconstituinte estabeleceu que enquanto não aprovada essa lei os prazos para envio e devolução dosinstrumentos de planejamento são os seguintes:

O § 8º do art. 166 prevê as seguintes regras acerca dos recursos orçamentários decorrentes deveto, emenda de parlamentar ou rejeição total da LOA:“Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa”. Conforme se observa, a Constituição Federal estabelece literalmente que a iniciativa acerca dosprojetos de lei de orçamento e seus créditos adicionais é competência privativa do Executivo.

A doutrina, a exemplo de Alexandre de Moraes, entende que essa competência é exclusiva evinculada. Exclusiva porque a CF/88 não previu nenhuma exceção sobre a iniciativa dos projetos delei que se referem à matéria orçamentária (LOA, LDO e PPA). Vinculada porque a própriaconstituição estabelece os prazos para envio.Analisando as regras acima se permite concluir que:1. A iniciativa dos projetos de lei orçamentária é competência só do Executivo. Assim, caso umparlamentar apresente qualquer proposta esta resultará em inconstitucionalidade formal;

2. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentáriaanual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediantecréditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

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Assim, nessa situação, compete somente ao Executivo apresentar os respectivos projetos de lei deabertura de créditos adicionais especiais ou suplementares, sendo que a utilização de tais recursosfica condicionada a aprovação do Legislativo;

3. A abertura de créditos suplementares ou especiais necessitasempre de aprovação prévia do Legislativo.

12)(CESPE – Analista Administrativo/STF – 2008) A reabertura de créditos especiais não utilizados,que tiverem sido autorizados até quatro meses antes do encerramento do exercício, estácondicionada à existência de superávit financeiro apurado no balanço patrimonial, ao final dessemesmo exercício.Resolução – QUESTÃO FALSA

O § 2º do art. 167 da constituição federal estabelece que os créditos especiais e extraordináriosterão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização forpromulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seussaldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.

A legislação financeira estabelece diversas fontes de recursos que devem ser indicadas para fins deabertura de créditos adicionais suplementares ou especiais. Porém, a fonte de recurso a ser indicadafica a critério de cada Chefe do Executivo, desde que tenha à sua disposição mais de uma fonte derecursos.No quadro abaixo se demonstra todas as fontes de recursos possíveis de serem indicadas:Fontes de recursos:

Na União as LDOs têm regulamentado os procedimentos destinados à reabertura dos saldos doscréditos especiais e extraordinários autorizados e reabertos nos últimos quatro meses deencerramento do exercício financeiro.

A LDO/2010 estabelece que a reabertura dos créditos especiais e extraordinários, conformedisposto no art. 167, § 2o, da Constituição, será efetivada, quando necessária, mediante ato própriode cada Poder e do Ministério Público, até 31 de janeiro de 2011. Essa regra nos permite concluir que

os Poderes e o Ministério Público podem, através de Portaria, Resolução ou outro instrumentonormativo, realizar a reabertura dos seus créditos extraordinários e especiais no ano subseqüente,mesmo que a LOA ainda não tenha sido aprovada.

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Conclusão: a reabertura de créditos especiais não utilizados, que tiverem sido autorizados atéquatro meses antes do encerramento do exercício, NÃO está condicionada à existência de superávitfinanceiro apurado no balanço patrimonial, ao final desse mesmo exercício. O superávit financeiro éfonte de recurso para a abertura de créditos adicionais. Porém, deve ser o superávit financeiroapurado noencerramento do exercício anterior.

13)(CESPE – Analista Administrativo/STF – 2008) A CF, ao tratar dos créditos extraordinários,referiu-se, corretamente, às despesas imprevistas, e não às imprevisíveis, pois, no primeiro caso,admite-se que houve erro de previsão, enquanto, no segundo, as despesas não podiam mesmo serprevistas.Resolução- QUESTÃO INCORRETA

O § 3º do art. 167 da constituição federal estabelece que a abertura de crédito extraordináriosomente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes deguerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62 (abertura por medidaprovisória).Assim sendo, ao tratar dos créditos extraordinários na Constituição de 1988 o legisladorconstituinte referiu-se somente às despesas imprevisíveis e urgentes.Despesas imprevistas são aquelas que deixaram de ser planejadas, ou seja, inseridas na LOA e asimprevisíveis, aquelas que, pela circunstância da situação (guerra, comoção interna ou calamidadepública etc.) não podem ser previstas (fixadas).

14)(CESPE – Analista Administrativo/STF – 2008) Suponha a situação em que, em virtude da criaçãode um novo órgão, não havia recursos disponíveis. Verificou-se que:• havia insuficiência de arrecadação acumulada, durante o exercício, de R$ 45.000,00;

• até então, registrava-se uma economia de despesas de R$ 60.000,00;• o saldo, no balanço financeiro, tinha aumentado em R$ 15.000,00 durante o exercício.Com base nesses dados, é correto concluir que seria possível abrir um crédito suplementar de R$30.000,00.Resolução – QUESTÃO INCORRETA

Essa questão trata-se de fonte de recursos destinadas à abertura de créditos adicionais.Conceitos:1. Economia de despesa: Despesa fixada > Despesa executada.Exemplo: 

Não é fonte de recursos para a abertura de créditos adicionais.

2. Insuficiência de arrecadação: Receita prevista > Receitaarrecadada.

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Exemplo: 

Insuficiência de arrecadação não é fonte de recursos destinada à abertura de créditos adicionais. OEXCESSO DE ARRECADAÇÃO sim.

3. O aumento do saldo no balanço financeiro pode ocorrer através de vários fatores, entre os quaispodemos destacar: arrecadação maior do que as despesas, doações em dinheiro, inscrição em restosa pagar etc.Conclusão: Sem necessidade de realizar nenhum cálculo não se pode concluir que seria possível abrirum crédito suplementar de R$ 30.000,00.

15)(CESPE – Escrivão – Polícia Federal ) Alterações no projeto de lei orçamentária após seu envio aoCongresso Nacional só podem ser efetuadas por iniciativa do Poder Legislativo.RESOLUÇÃO: QUESTÃO INCORRETA

Segundo a CF/88, os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, aoorçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional,na forma do regimento comum.

O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificaçãonos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte

cuja alteração é proposta.

Cuidado: O Presidente da República envia mensagem (e não emenda) ao Congresso nacional propondoas modificações nas leis orçamentárias. Por sua vez, as alterações propostas pelos parlamentaresocorrem por meio de emendas.

Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos relativos ao PPA, LDO, LOA, créditos adicionais esobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstosnesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo daatuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas criadas de acordo com a CF.

Quanto às emendas, serão apresentadas também na Comissão Mista que emitirá seu parecer, eapreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas casas do Congresso Nacional.

Importante: Diferença entre sessão conjunta e sessão unicameral: quando ocorrem as sessõesconjuntas do Congresso Nacional, havendo a fase de votação, a maioria deve ser alcançada tanto noâmbito dos Senadores quanto no âmbito dos Deputados Federais. A discussão é conjunta, mas, nahora da votação, procede-se como se houvesse votação simultânea na Câmara e no Senado. Naverdade a sessão é conjunta, porém é bicameral.

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Ao contrário, na sessão unicameral, considera-se o todo, independentemente do parlamentar serSenador ou Deputado. Cada parlamentar tem direito a um voto e a apuração é feita considerando quehá uma única votação. A votação unicameral aconteceu na revisão constitucional.

Logo, alterações no projeto de lei orçamentária após seu envio ao Congresso Nacional podem serpropostas por iniciativa do Presidente da República por meio de mensagem, enquanto não iniciada a

votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.

16)(CESPE-TCU 2009-TÉCNICO) Constatando-se, após a aprovação e publicação do orçamento, aimpossibilidade de arrecadação da receita prevista no exercício, a alternativa de que dispõe ogoverno para cumprir a programação aprovada é a obtenção de empréstimos a título de antecipaçãoda receita orçamentária.QUESTÃO INCORRETA.Conforme comentado durante as aulas, a obtenção de empréstimos pode ser uma fonte para reforçardotações orçamentárias ou mesmo financiar novos programas (créditos especiais), entretanto é

vedada a realização de ARO`s (antecipação de receitas orçamentárias por meio de operações decrédito), pois as mesmas são consideradas receitas extra-orçamentárias e já estão comprometidascom algum tipo de despesa. É interessante comentar que as ARO`s somente poder ser realizadasentre 10 de janeiro e 10 de dezembro, conforme previsto no Art 38 da LRF e ainda, não estãosujeitas às imposições da REGRA DE OURO.

17)CESPE – Agente – Polícia Federal – 2004) O princípio da não-vinculação das receitas deimpostos pode aceitar novas exceções desde que haja alteração no texto constitucional.RESOLUÇÃO- QUESTÃO CORRETA

O princípio da não-vinculação (ou não-afetação de receitas) é um dos mais cobrados emprovas!

Esse princípio dispõe que nenhuma receita de impostos poderá ser reservada oucomprometida para atender a certos e determinados gastos.Está previsto na Constituição Federal:

Art. 167. São vedados:

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartiçãodo produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação

de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimentodo ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias àsoperações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como odisposto no § 4º deste artigo.As exceções previstas na CF/88 são as seguintes:Repartição constitucional dos impostos;Destinação de recursos para a Saúde;Destinação de recursos para o desenvolvimento do ensino;

Destinação de recursos para a atividade de administração tributária;Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita;Garantia, contragarantia à União e pagamento de débitos para com esta (Art. 167, §4°, CF/88).

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Pretende-se, com isso, evitar que as vinculações reduzam o grau de liberdade doplanejamento, porque receitas vinculadas a despesas tornam essas despesas obrigatórias.

Importante: caso o recurso seja vinculado, ele deve atender ao objeto de sua vinculação,mesmo que em outro exercício financeiro. Veja o art. 8º da LRF:Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizadosexclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diversodaquele em que ocorrer o ingresso.

Atenção! O princípio veda a vinculação de impostos e não de tributos. Os examinadoresgostam deste trocadilho.

A Constituição pode vincular outros impostos? Sim, por emenda constitucional podem servinculados outros impostos, mas por lei complementar, ordinária ou qualquer dispositivoinfraconstitucional não pode.

Apenas os impostos não podem ser vinculados por lei infraconstitucional.

Assim, a Constituição Federal prevê várias hipóteses que constituem exceções ao princípioorçamentário da não-afetação das receitas.

18)(CESPE – ACE – TCU 2007) O princípio da unidade orçamentária, mais recentemente, foirelativamente esvaziado, passando-se a admitir a existência de orçamentos setoriais, que,afinal, podem ser consolidados em um único documento que permita a visão geral do conjunto

das finanças públicas. Diante de tal mudança, hoje já é possível falar-se em um princípio datotalidade.Resolução – QUESTÃO CORRETA

O princípio orçamentário da unidade informa que o orçamento anual (LOA) de todos osórgãos e Poderes é um todo, ou seja, único, constituído em apenas um documento denominadode lei orçamentária anual.

A Constituição Federal estabeleceu em seu art. 165, § 4º que o poder público deveráelaborar planos e programas nacionais, regionais  e setoriais em consonância com o planoplurianual e apreciados pelo Congresso Nacional (art. 165, § 4º, da CF).Assim sendo, a CF/88 passou a admitir, além dos instrumentos de planejamento obrigatórios(PPA, LDO e LOA), planos e programas nacionais, regionais e setoriais. A existência deorçamentos setoriais, a exemplo do Plano de Aceleração do Crescimento – PAC/2010, temesvaziado ou atenuadoo princípio da unidade.

Tendo em vista a existência dos planos e programas regionais e setoriais e ainda em virtudeda consolidação desses planos, incorporando-os ao orçamento anual, a doutrina passou a

denominar o princípio da unidade de TOTALIDADE.Conforme determinação constitucional os planos e programas nacionais, regionais e setoriaisdevem estar em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

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Diante dessa regra constitucional o Poder público deve consolidar esses planos em um únicodocumento (LOA).

Atenção! O gabarito preliminar apresentou esse item como CERTO.

Entretanto, entendemos que o verbo foi empregado equivocadamente, haja vista que o poderpúblico DEVE consolidar em um único documento os planos

supramencionados.

Ressalte-se que a questão foi anulada no gabarito definitivo.STF 2008São estágios da receita orçamentária a previsão, o lançamento, a arrecadação e orecolhimento. Com relação à identificação desses estágios, julgue os seguintes itens.19) (CESPE – Analista Contábil/STF – 208) A estimativa de arrecadação da receita é resultante dametodologia de projeção das receitas orçamentárias.

Resolução ................. QUESTÃO CORRETA ( C )

Conforme a 4ª Edição do Manual da Receita Pública – Portaria Conjunta STN/MPOG/2007, aestimativa de arrecadação da receita, constante da Lei Orçamentária Anual – LOA, é o resultante demetodologia de projeção de receitas orçamentárias.A LRF indicou parâmetros para a projeção das receitas orçamentárias da seguinte forma:Art. 12. As previsões de receita observarão as  normas técnicas e legais , considerarão os efeitos das alterações na legislação , da variação do índice de  preços , do  crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo 

e premissas utilizadas.

Projeção de receitas é o valor a ser projetado para uma determinada receita, de forma mensalobjetivando atender à execução orçamentária, cuja programação é feita mensalmente.

A projeção da receita é calculada da seguinte forma:Projeção = Base de Cálculo x (índice de preço) x (índice de quantidade) x (efeito legislação).

Base de cálculo - É obtida por meio da série histórica de arrecadação da receita e dependerá do seucomportamento mensal. A base de cálculo pode ser:A arrecadação de cada mês (arrecadação mensal) do ano anterior;A média de arrecadação mensal do ano anterior (arrecadação anual do ano anteriordividido por doze);A média de arrecadação mensal dos últimos doze meses ou média móvel dos últimos doze meses(arrecadação total dos últimos doze meses dividido por doze);A média trimestral de arrecadação ao longo de cada trimestre do ano anterior;A média de arrecadação dos últimos meses do exercício.Índice de preços – É o índice que fornece a variação média dos preços de uma determinada cesta deprodutos. Existem diversos índices de preços nacionais ou mesmo regionais como o IGP-DI, o INPC, o

IPCA, a variação cambial, a taxa de juros, a variação da taxa de juros, dentre outros. Estes índicessão divulgados mensalmente por órgãos oficiais como: IBGE, Fundação Getúlio Vargas e Banco Centrale são utilizados pelo Governo Central para projeção de índices futuros.

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Índice de quantidade - É o índice que fornece a variação média na quantidade de bens de umdeterminado seguimento da economia. Está relacionado à variação física de um determinado fator deprodução. Como exemplos, podemos citar o Produto Interno Bruto Real do Brasil – PIB real; ocrescimento real das importações ou das exportações; a variação real na produção mineral do país; avariação real da produção industrial; a variação real da produção agrícola; o crescimento vegetativoda folha de pagamento do funcionalismo público federal; o crescimento da massa salarial; o aumentona arrecadação como função do aumento do número de fiscais no país; ou mesmo do incremento

tecnológico na forma de arrecadação; o aumento do número de alunos matriculados em uma escola; eassim por diante. Da mesma forma que o índice de preços, a escolha deste índice dependerá do fatogerador da receita e da correlação entre a arrecadação e o índice a ser adotado.

Efeito legislação - Leva em consideração a mudança na alíquota ou na base de cálculo de algumareceita, em geral, tarifas públicas e receitas tributárias, decorrentes de ajustes na legislação ou noscontratos públicos. Por exemplo, se uma taxa de polícia aumentar a sua alíquota em 30%, decorrentede alteração na legislação, deve-se considerar este aumento com sendo o efeito legislação, e seráparte integrante da projeção da taxa para o ano seguinte. Deve-se verificar, nestes casos, se oaumento obedecerá ou não o princípio da anterioridade, estabelecido na Constituição Federal (art.150, inciso III, alínea b).

20) (CESPE – Analista Contábil/STF – 208) No lançamento da receita, é verificada a procedência docrédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora.RESOLUÇÃO – QUESTÃO CORRETASegundo o Código Tributário Nacional, art. 142, o lançamento é o procedimento administrativotendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar amatéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo (devedor) e,sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Importante! Algumas receitas não percorrem o estágio do lançamento, conforme se depreende peloart. 52 da Lei nº 4.320/64: “São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendascom vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato”. 

Exemplo de receita que não passa pelo estágio do lançamento: Imposto de renda retido na fonte depessoa física ou jurídica.

Considerando que as despesas públicas representam um conjunto de dispêndios da entidadegovernamental para o funcionamento dos serviços públicos, julgue os itens que seguem.21)(CESPE – Analista Contábil/STF – 208) São denominadas despesas de capital as que respondem

pela manutenção das atividades da entidade governamental.Resolução – questão incorretaConforme o art. 5º, da Portaria STN nº 163/01, orçamentariamente a despesa pública deve serestruturada da seguinte forma:

"c" Representa a Categoria econômica."g" Representa o Grupo de natureza da despesa"mm" Representa a Modalidade de aplicação"ee" Representa o Elemento de despesa"dd" Representa o Desdobramento, facultativo, do elemento de despesa.

A despesa orçamentária deve ser estruturada de forma que cada título é associado a um número. Aagregação desses números, num total de 06 dígitos , na seqüência a seguir indicada, constituirá ocódigo referente à classificação da despesa quanto à sua natureza:

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Importante! Para fins de concurso essa codificação deve ser entendida! Deve conhecer o que cadadígito significa.

1º dígito Identifica a categoria econômica da despesa.2º dígito Identifica o grupo de natureza da despesa.3º e 4º dígitos Identifica a modalidade de aplicação.5º e 6° dígitos Identifica o elemento da despesa (objeto de gasto).

Exemplificando a classificação acima, os dígitos 3.3.90.30, representam:1º dígito: 3 – Categoria econômica. Despesas correntes.2º dígito: 3 – Grupo de natureza da despesa. Outras despesas correntes3º e 4º dígitos: 90 – Modalidade de aplicação da despesa. Aplicações diretas.5º e 6º dígitos: 30 – Elemento da despesa. Material de consumo.

De acordo com o Manual Técnico de Orçamento – MTO/2009, a despesa orçamentária deve serclassificada conforme segue:3 - Despesas Correntes: classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem,diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital;

4 - Despesas de Capital: classificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuem,diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

Conclusão: São denominadas despesas correntes aquelas que respondem pela manutenção dasatividades da entidade governamental, e despesas de capital, aquelas que contribuem, diretamente,para a formação ou aquisição de um bem de capital.

22). (CESPE – Analista Contábil/STF – 208) A liquidação da despesa é o ato emanado de autoridadecompetente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento decondição.

Resolução – questão incorretaEmpenho , segundo a Lei nº 4.320/64 é o ato emanado de autoridade competente que cria para oEstado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição (art. 58).

A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor com base nosdocumentos que comprovem a aquisição de tais direitos (art. 63, § 3º da Lei 4.320/64).

Portanto, a liquidação compreende o 2º estágio de execução  da despesa e é caracterizada pelaentrega da obra, bens, materiais ou serviços, objeto do contrato com o fornecedor. Após a conclusãodo serviço ou entrega dos bens, essa liquidação é realizada formalmente no SIAFI, através da Nota

de Liquidação – NL.A liquidação da despesa é realizada pelo serviço de contabilidade do órgão e consiste na verificação do direito adquirido pelo credor , tendo por base os títulos e documentos comprobatórios dorespectivo crédito.

O § 1° do art. 36 do Decreto 93.872/86 determina que essa verificação tem por fim apurar:► A origem e o objeto do que se deve pagar; ► A importância exata a pagar; 

► A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.O § 2º do art. 36 do Decreto 93.872/86 estabelece que a liquidação da despesa por fornecimentos

feitos ou serviços prestados terá por base:► O contrato, ajuste ou acordo respectivo; 

► A nota de empenho; 

► Os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

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23). (CESPE – Analista Contábil/STF – 208) O Serviço Federal de Processamento de Dados(SERPRO) é o órgão responsável pela administração da referida tabela de eventos.Resolução – questão incorretaA tabela de eventos é o instrumento utilizado pelas unidades gestoras no preenchimento das telase/ou documentos de entrada no siafi/siafem para transformar os atos e fatos administrativosrotineiros em registros contábeis automáticos.

O fundamento lógico do Siafi é o evento. O evento possibilita que os servidores executem acontabilidade pública de forma padronizada em todo território nacional, evitando disfunções,disparidades, erros ou enganos.

Os eventos estão organizados em uma Tabela. Através dessa tabela o usuário do sistema consulta eregistra todos os atos e fatos econômico-financeiros e administrativos de forma padronizada.De posse da tabela de eventos basta o servidor pode consultar e encontrar o evento apropriado pararealizar o registro contábil.O órgão responsável pela administração da referida tabela de eventos é a Secretaria do 

Tesouro Nacional – 

STN, através da Coordenação-Geral de Contabilidade – CCONT.

A função do SERPRO é administrar e manter a rede (sistema siafi), tais como: avaliar a solicitação deatualização de conexão, atender aos pedidos de atualização de conexão, caso pertinente ou informaros motivos do não atendimento, instalar/atualizar a conexão à Rede Serpro.

24). (CESPE – Analista Contábil/STF – 2008) Para serem validados no Serviço Integrado deAdministração Financeira do Governo Federal (SIAFI), os documentos de entrada de dados devemconter, em termos contábeis, eventos que, no todo, completem as partidas dobradas.Resolução – questão correta

Os eventos mantêm correlação com os documentos de entrada do SIAFI, a exceção dos eventos declasse 50, 60, 70 e 80, que podem aparecer indistintamente na nota de lançamento  - NL, ordem  bancária – OB e na guia de recolhimento – GR.O SIAFI somente validará os documentos de entrada de dados, em termos de registros contábeis,se eles se apresentarem com os eventos que, no todo, completem partidas dobradas (total dosdébitos igual ao total dos créditos). Método das partidas dobradas.

Considerando os objetivos do SIAFI, julgue o item abaixo.25) (CESPE – Analista Contábil/STF – 2008) Cabe ao SIAFI integrar e compatibilizar as informaçõesno âmbito dos governos federal, estadual e municipal.

Resolução – questão incorretaSegue abaixo tabela com todos os objetivos do siafi:► Prover mecanismos adequados ao controle diário da execução orçamentária, financeira epatrimonial aos órgãos da Administração Pública;► Fornecer meios para agilizar a programação financeira, otimizando a utilização dos recursos doTesouro Nacional, através da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal;Importante! A Conta única do Tesouro Nacional é operacionalizada pelo Banco do Brasil, porém, oMinistro da Fazenda poderá autorizar, em caráter excepcional, que outras instituições financeirasoperacionalizem essa conta. Outras instituições quer dizer qualquer outra, inclusive as privadas, aexemplo do Banco Bradesco S/A;► Permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciaisdestinadas a todos os níveis da Administração Pública Federal;

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► Padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos recursos públicos, sem implicarrigidez ou restrição a essa atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do ordenador dedespesa de cada unidade gestora;► Permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e municípios e de suas supervisionadas;► Permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das transferências negociadas;► Integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo Federal;► Permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos públicos; e► Proporcionar a transparência dos gastos do Governo Federal.Portanto, conforme se observa nos objetivos acima, NÃO é objetivo do siafi, integrar ecompatibilizar as informações no âmbito dos governos, estadual e municipal. No âmbito dosgovernos estadual, distrital e municipal pode-se utilizar o sistema SIAFEM, subsistema do siafidestinado aos entes federados, exceto a União, que se utiliza do SIAFI.

26). (CESPE – Analista Contábil/STF – 208) Como regra, depreende-se que as receitas previstas e asdespesas fixadas constantes do balanço orçamentário são contempladas na lei de orçamento pelosseus totais, vedadas quaisquer deduções.

Resolução – questão corretaEssa questão trata dos princípios orçamentário da universalidade, orçamento bruto e do equilíbrio.Princípio da universalidade: estabelece que todas as receitas e despesas, de qualquer natureza,procedência ou destino, inclusive a dos fundos, dos empréstimos e dos subsídios, devem estarcontidas na lei orçamentária anual, ou seja, nenhuma receita ou despesa pode fugir ao controle doLegislativo.Princípio do orçamento bruto: esse princípio estabelece que as receitas e despesas devam serdemonstradas na LOA pelos seus valores totais, isto é, sem deduções ou compensações.Exemplo: a proposta orçamentária da União deve ser apresentada sem as deduções dos recursos aserem transferidos aos fundos de participação dos estados e municípios.

Princípio do equilíbrio orçamentário: a  lei orçamentária anual deverá manter o equilíbrio, do pontode vista contábil, entre os valores de receita e de despesa. Assim sendo, na LOA o total das receitasdeve ser igual ao das despesas. Isso não significa que ao final da gestão (exercício financeiro) osvalores serão iguais, aliás, essa possibilidade é quase improvável.

TCU 200927) Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias destinadas ao pagamento de pessoal eencargos sociais do TCU serão entregues em duodécimos de igual valor, até o dia 20 de cada mês.

RESOLUÇÃO - QUESTÃO INCORRETA.

CONFORME O ART 168 DA CF/88 ABAIXO TRANSCRITOArt. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos oscréditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo eJudiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 

28) ANTAQ 2009) O destaque, que é a descentralização das disponibilidades financeiras vinculadasao orçamento, compete aos órgãos setoriais de programação financeira, que transferem tais

disponibilidades para outro órgão ou ministério.RESOLUÇÃO: QUESTÃO INCORRETA. Quem transfere créditos por destaque é uma U.O e o erroclaro está na frase: disponibilidades financeiras. Deveria ser: créditos orçamentários.