questões de filosofia - concurso

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 31. Tales de Mileto afirmava que a água é a origem de todas as coisas. Friedrich Nietzsche, no fim do século XIX, considerou Tales, por conta dessa afirmativa, o primeiro filósofo, como se pode confirmar na passagem de A filosofia na época trágica dos gregos citada no volume da coleção Os pensadores dedicado aos pré-socráticos. Nietzsche considera que a razão pela qual Tales é o primeiro filósofo grego é que ele: A) abandonou "o mito e as narrativas mágicas" B) asseverou algo sobre "a origem das coisas" C) afirmou implicitamente que "tudo é um" D) usou "métodos científicos" de abordagem E) preservou "a experiência empírica" ao pensar 32. O embate entre sofistas e filósofos na antiguidade grega é um tema central quando se discute a origem do pensamento ocidental. No capítulo "Pré-socráticos: físicos e sofistas", contido no livro Curso de filosofi a, organizado por Antonio Rezende, Maura Iglésias explica que, ao tempo da velhice de Sócrates, surgiram sofistas que se especializaram em uma técnica de disputa verbal que, ao contrário da dialética socrática, não pretendia alcançar conhecimento algum. De acordo com a autora, essa técnica sofística que visava a refutar o adversário a qualquer custo e ganhar a disputa chama-se: A) erística B) maiêutica C) ironia D) catarse E) dialética ascendente 33. No "Livro X" do diálogo de Platão A República, o personagem Sócrates empreende uma investigação da poesia tendo em vista a teoria das ideias. Ao discutir os diferentes tipos de produção a partir do exemplo do "leito", Sócrates afirma que Deus fez um único leito, que é "o leito essencial". Ele explica (597c), ainda, que, na hipótese de que Deus houvesse feito dois leitos, de pronto: A) surgiria um terceiro, somando-se às ideias dos dois primeiros, passando a existir três leitos essenciais B) surgiria um terceiro, em cuja ideia os dois primeiros teriam de incluir-se, passando este outro a ser o leito essencial C) surgiria um terceiro, um quarto, um quinto, e assim indefinidamente,

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Filosofia questões

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CONHECIMENTOS ESPECFICOS

31. Tales de Mileto afirmava que a gua a origem de todas as coisas. Friedrich Nietzsche, no fim do sculo XIX, considerou Tales, por conta dessa afirmativa, o primeiro filsofo, como se pode confirmar na passagem de A filosofia na poca trgica dos gregos citada no volume da coleo Os pensadores dedicado aos pr-socrticos. Nietzsche considera que a razo pela qual Tales o primeiro filsofo grego que ele:A) abandonou "o mito e as narrativas mgicas"B) asseverou algo sobre "a origem das coisas"C) afirmou implicitamente que "tudo um"D) usou "mtodos cientficos" de abordagemE) preservou "a experincia emprica" ao pensar

32. O embate entre sofistas e filsofos na antiguidade grega um tema central quando se discute a origem do pensamento ocidental. No captulo "Pr-socrticos: fsicos e sofistas", contido no livro Curso de filosofi a, organizado por Antonio Rezende, Maura Iglsias explica que, ao tempo da velhice de Scrates, surgiram sofistas que se especializaram em uma tcnica de disputa verbal que, ao contrrio da dialtica socrtica, no pretendia alcanar conhecimento algum. De acordo com a autora, essa tcnica sofstica que visava a refutar o adversrio a qualquer custo e ganhar a disputa chama-se:A) ersticaB) maiuticaC) ironiaD) catarseE) dialtica ascendente

33. No "Livro X" do dilogo de Plato A Repblica, o personagem Scrates empreende uma investigao da poesia tendo em vista a teoria das ideias. Ao discutir os diferentes tipos de produo a partir do exemplo do "leito", Scrates afirma que Deus fez um nico leito, que "o leito essencial". Ele explica (597c), ainda, que, na hiptese de que Deus houvesse feito dois leitos, de pronto:A) surgiria um terceiro, somando-se s ideias dos dois primeiros, passando a existir trs leitos essenciaisB) surgiria um terceiro, em cuja ideia os dois primeiros teriam de incluir-se, passando este outro a ser o leito essencialC) surgiria um terceiro, um quarto, um quinto, e assim indefinidamente, aproximando-se cada vez mais do essencialD) no haveria mais o leito essencial, passando a existir apenas leitos determinados produzidos pelo carpinteiroE) no haveria mais o leito essencial, passando a existir apenas simulacros de leitos produzidos pelo pintor

34. Na sua Fsica, Aristteles apresenta a famosa doutrina das causas. Conforme explica Maria do Carmo Bettencourt de Faria, no artigo O realismo aristotlico presente na coletnea Curso de filosofia organizada por Antonio Rezende, as causas do ser tal como formuladas por Aristteles so no total:A) duas: material e finalB) trs: material, formal e eficienteC) trs: material, eficiente e finalD) trs: formal, eficiente e finalE) quatro: material, formal, eficiente e final

35. Segundo Marilena Chau, em Convite filosofia, a religio crist introduziu duas diferenas fundamentais no que at ento era a concepo tica antiga prevalecente. De acordo com a autora, essas duas diferenas instauradas pelo cristianismo estavam nas ideias de que:A) a virtude se define por nossa relao com Deus e no com a cidade nem com os outros; e de que temos vontade livre, sendo o primeiro impulso de nossa liberdade dirigido para o malB) a virtude se define por nossa relao com Deus e, ao mesmo tempo, com a cidade e os outros; e de que temos vontade livre, sendo o primeiro impulso de nossa liberdade dirigido para o malC) a virtude se define por nossa relao com Deus e no com a cidade nem com os outros; e de que temos vontade livre, sendo o primeiro impulso de nossa liberdade dirigido para o bemD) a virtude se define por nossa relao com Deus e, ao mesmo tempo, com a cidade e os outros; e de que temos vontade livre, sendo o primeiro impulso de nossa liberdade dirigido para o bemE) a virtude se define por nossa relao com Deus e no com a cidade nem com os outros; e de que no temos vontade livre, pois o impulso de nossa liberdade dirigido por Deus

36. De acordo com Leandro Konder, em Filosofia e educao: de Scrates a Habermas, foi por ter conscincia de que seu tema era muito abrangente e por estar atento mudana constante do real, que Michel de Montaigne teria inventado, no sculo XVI, o gnero do:A) aforismoB) tratadoC) sistemaD) ensaioE) sermo

37. Em suas Meditaes, Ren Descartes empreende um mtodo argumentativo que lhe permite questionar todo o conhecimento adquirido, na busca por se esvaziar de todas as opinies e crenas para, a partir da, estabelecer algo firme e constante nas cincias. Tal mtodo cartesiano implica uma ordem necessria na apresentao de seus argumentos. o que se v na passagem da "Meditao Segunda" para a "Meditao Terceira", nas quais Descartes prova antes a existncia:A) de Deus, e depois a existncia do ser pensanteB) do ser pensante, e depois a existncia de DeusC) do gnio maligno, e depois a existncia de DeusD) de Deus, e depois a existncia do gnio malignoE) dos sentidos, e depois a existncia do ser pensante

38. Em sua tica, Spinoza explora o importante tema da servido, especialmente na quarta parte do livro. J na primeira frase dessa quarta parte da tica, Spinoza esclarece o que entende por servido, que ento definida como impotncia:A) divina para organizar e gerenciar os afetosB) divina para organizar e gerenciar as razesC) humana para regular e refrear os afetosD) humana para regular e refrear as razesE) humana para aniquilar e exterminar os afetos

39. Em sua Investigao acerca do entendimento humano, David Hume fala daquele que considera ser "o nico princpio que torna til nossa experincia e nos faz esperar, no futuro, uma srie de eventos semelhantes queles que apareceram no passado". Segundo Hume, esse princpio, que seria o grande guia da vida humana, :A) a fB) a razoC) a imaginaoD) o costumeE) o entendimento

40. "Por sntese entendo, no sentido mais amplo, a ao de acrescentar diversas representaes umas s outras e de conceber a sua multiplicidade num conhecimento", afirma Immanuel Kant em sua Crtica da razo pura. Tal sntese seria efeito da faculdade da imaginao, mas reportar essa sntese a conceitos, segundo Kant, uma funo que cabe:A) ao costumeB) ao entendimentoC) fD) intuioE) sensibilidade

41. Na Crtica da faculdade do juzo, Immanuel Kant afirma que a faculdade do juzo em geral consiste em pensar o particular como contido no universal. Mas ele distingue duas maneiras como isso pode ocorrer. Em um primeiro caso, o universal (a regra, o princpio, a lei) dado. Em um segundo caso, apenas o particular dado, e a faculdade do juzo dever encontrar o universal. Segundo Kant, no primeiro e no segundo casos tm-se, respectivamente, juzos:A) tericos e prticosB) determinantes e reflexivosC) estticos e teleolgicosD) intuitivos e transcendentaisE) morais e cognitivos

42. Nos seus conhecidos Cursos de esttica I, oferecidos no comeo do sculo XIX, Hegel expe a posio que a arte possui dentro de seu sistema filosfico. Para tanto, explica tambm em que, para ele, consistiria o estatuto ontolgico da obra de arte. Nesse sentido, Hegel afirma que a obra de arte situa-se:A) abaixo da sensibilidade imediata e muito distante do pensamento idealB) junto da sensibilidade imediata e distante do pensamento idealC) justamente entre a sensibilidade imediata e o pensamento idealD) junto do pensamento ideal e distante da sensibilidade imediataE) acima tanto da sensibilidade imediata quanto do pensamento ideal

43. No terceiro de seus escritos juvenis de cunho crtico intitulados como "intempestivos", Friedrich Nietzsche tratou especificamente do tema da educao. Na "III Considerao intempestiva: Schopenhauer educador", Nietzsche declara que deve ser o objetivo da cultura o engendramento:A) do gnioB) do filisteuC) do eruditoD) do funcionrioE) da opinio pblica

44. Ludwig Wittgenstein, no Tractatus Lgico-Philosophicus, apresenta uma srie de erros e de confuses que ocorrem no emprego mais cotidiano da linguagem. "Para evitar esses equvocos, devemos empregar uma notao que os exclua, no empregando o mesmo sinal em smbolos diferentes e no empregando superficialmente da mesma maneira sinais que designem de maneiras diferentes". Tal notao que Wittgenstein procura como soluo para os problemas da linguagem teria, em seu centro, a obedincia:A) ao verso livre da poesiaB) ao mtodo cartesianoC) informtica computacionalD) argumentao escolsticaE) gramtica lgica

45. Na Introduo de Ser e tempo, Martin Heidegger logo estabelece que a sua investigao sobre a questo do ser seguir o mtodo fenomenolgico. Pela expresso "fenomenologia", Heidegger entende um conceito de mtodo que:A) no caracteriza os objetos da investigao filosfica, mas a quididade real dos seus sujeitos, quem eles so.B) caracteriza a quididade real dos objetos da investigao filosfica, mas no o seu modo, como eles o so.C) no caracteriza a quididade real dos objetos da investigao filosfica nem o seu modo, como eles o so.D) caracteriza tanto a quididade real dos objetos da investigao filosfica quanto o seu modo, como eles o so.E) no caracteriza a quididade real dos objetos da investigao filosfica, mas o seu modo, como eles o so.

46. Jean-Paul Sartre, no texto "O existencialismo um humanismo", busca defender sua posio filosfica de diversas crticas. "Assim respondemos, creio eu, a um certo nmero de censuras referentes ao existencialismo", escreve. Tal defesa, bastante contundente, ocorre tendo por base a definio do homem:A) pela religiosidadeB) pelo quietismoC) pelo pessimismoD) pela aoE) pela tradio

47. No ensaio da dcada de trinta "O narrador", Walter Benjamin faz uma aguda anlise de sua poca ao constatar que, depois da Primeira Guerra Mundial, os combatentes voltavam silenciosos do campo de batalha. No incio desse texto, Benjamin declara que o que ele chamou de "experincia":A) subiu na cotao, e a impresso que prosseguir nessa subida indefinidamenteB) subiu na cotao, e a impresso que prosseguir nessa subida at que sofra uma queda bruscaC) variou entre subidas e descidas, e a impresso que se estabilizar na cotaoD) caiu na cotao, e a impresso que prosseguir nessa queda interminvel.E) caiu na cotao, e a impresso que prosseguir nessa queda at que retome o crescimento

48. Em meados do sculo XX, Max Horkheimer e Theodor Adorno trataram, juntos, do "Conceito de iluminismo". Foram eles que cunharam a famosa sentena segundo a qual o iluminismo :A) totalitrioB) democrticoC) um humanismoD) a sada da menoridadeE) liberdade, igualdade e fraternidade

49. Em A condio humana, Hannah Arendt elabora uma importante distino entre os mbitos da "ao" e da "fabricao". De acordo com a autora, enquanto na fabricao h uma relao instrumental com as coisas determinada pela categoria de meios e fins, a ao desencadeia um processo marcado:A) apenas pela previsibilidade, mas no pela irreversibilidadeB) apenas pela irreversibilidade, mas no pela imprevisibilidadeC) apenas pela imprevisibilidade, mas no pela irreversibilidadeD) tanto pela reversibilidade quanto pela previsibilidadeE) tanto pela irreversibilidade quanto pela imprevisibilidade

50. Gilles Deleuze, a certa altura de O que a filosofia?, observa que, no comeo, os conceitos filosficos so e permanecem assinados. Ele, ento, d alguns exemplos. Entre os exemplos citados por Deleuze de conceitos assinados esto:A) a substncia, de Aristteles; a mnada, de Leibniz; a durao, de BergsonB) a substncia, de Plato; a mnada, de Leibniz; a durao, de BergsonC) a substncia, de Aristteles; a potncia, de Leibniz; a durao, de BergsonD) a substncia, de Aristteles; a mnada, de Leibniz; a potncia, de BergsonE) a ideia, de Plato; a potncia, de Leibniz; a mnada, de Bergson

GABARITO:31-C32-A33-B34-E35-A36-D37-B38-C39-D40-B41-B42-C43-A44-E45-E46-D47-D48-A49-E50-A

31. Entre os primeiros pensadores da filosofia, foi recorrente a referncia a elementos naturais como a gua, o fogo, a terra e o ar para a explicao da realidade. Um desses casos encontrado na seguinte sentena. "Este mundo, o mesmo de todos os (seres), nenhum deus, nenhum homem o fez, mas era, e ser um fogo sempre vivo, acendendo-se em medidas e apagando-se em medidas". Essa frase, como consta no volume dedicado aos pr-socrticos da coleo Os pensadores, atribuda a:A) Tales de Mileto.B) Herclito de feso.C) Parmnides de Eleia.D) Pitgoras de Samos.E) Demcrito de Abdera.

32. O amor tema do dilogo O banquete, de Plato. Nele, os convivas se divertem fazendo elogios a Eros, deus do amor. De acordo com o que nos relatado nessa obra, Scrates ouviu o discurso que pronuncia sobre Eros de:A) um aprendiz, Fedro, mas Scrates no lhe d crdito.B) um deus, o prprio Eros, que o transmitiu diretamente a Scrates.C) um homem, Agato, como o prprio Scrates d inteiro crdito.D) uma mulher, Diotima, como o prprio Scrates d inteiro crdito.E) um rei tirano, Dionsio, mas Scrates no lhe d crdito.

33. No captulo IX de sua Potica, Aristteles situa o discurso potico em relao ao discurso histrico, destacando especificidades de seu contedo e de seu valor. Para o filsofo grego, no captulo em questo, a poesia :A) mais filosfica, porm menos sria do que a histria, pois a poesia se refere principalmente ao particular, e a histria, ao universal.B) menos filosfica, porm mais sria do que a histria, pois a poesia se refere principalmente ao universal, e a histria, ao particular.C) mais filosfica e mais sria do que a histria, pois a poesia se refere principalmente ao universal, e a histria, ao particular.D) menos filosfica e menos sria do que a histria, pois a poesia se refere principalmente ao particular, e a histria, ao universal.E) to filosfica e to sria quanto a histria, pois ambas se referem principalmente ao universal.

34. Em sua Potica, Aristteles se pergunta a respeito da natureza do discurso potico e de seu efeito. Em resposta a essas questes, ele apresenta dois conceitos fundamentais para a sua compreenso da tragdia e que tero "grande influncia na teoria e na crtica literrias posteriormente", como comenta Danilo Marcondes na sua Iniciao histria da filosofia. Essas duas noes aristotlicas so:A) o belo e o sublime.B) o sujeito e o objeto.C) o apolneo e o dionisaco.D) a imitao e a purificao.E) a aura e a reproduo.

35. Durante a filosofia medieval, uma das mais constantes discusses foi aquela sobre a relao entre f e razo, j que, em princpio, cada uma delas parecia uma via distinta para se alcanar Deus ou a verdade. O pensamento religioso, nesse momento da histria, refletiu sobre a sua interao com o entendimento argumentativo da filosofia. Conforme observa Danilo Marcondes na sua Iniciao histria da filosofia, Santo Agostinho adotou uma posio decisiva nesse contexto, postulando que, quanto aos ensinamentos religiosos, deve-se adotar o seguinte procedimento:A) primeiro acreditar para depois compreender.B) primeiro compreender para depois acreditar.C) acreditar e compreender simultaneamente.D) somente compreender, sem jamais acreditar.E) somente acreditar, sem jamais compreender.

36. Durante a filosofia escolstica, destaca-se o nome de Guilherme de Ockham, por conta de seu pensamento pautado por um princpio de economia. Segundo Etienne Gilson, em A filosofia na Idade Mdia, Ockham no se cansava de repetir que, se quisermos uma proposio que nos garanta, ao mesmo tempo, a sua verdade e a realidade que ela afirma, precisaremos de uma:A) evidncia imediata.B) mediao especulativa.C) criao artstica.D) f inesgotvel.E) reflexo subjetiva.

37. Nas suas famosas Meditaes, Descartes mostrou como a dvida pode ser de grande utilidade ao preparar o caminho para o pensamento. Na segunda meditao, conforme Descartes explica no "resumo" dessa obra, o esprito supe que no existem todas as coisas de que tenha a menor dvida, para logo em seguida o esprito reconhecer que :A) possvel que ele prprio no exista.B) impossvel que ele prprio no exista.C) possvel que ele prprio exista.D) impossvel que ele prprio exista.E) irrelevante que ele prprio exista ou no exista.

38. Spinoza, na sua tica, investigou "a potncia do intelecto ou a liberdade humana", o que constitui a quinta parte de seu livro. Logo no primeiro axioma desta parte, ele define sua posio sobre o problema da contradio entre duas aes em um mesmo sujeito. Segundo tal axioma, se, em um mesmo sujeito, so suscitadas duas aes contrrias, correto afirmar que:A) dever, eventualmente, dar-se uma mudana em ambas, ou em apenas uma delas, sendo possvel que deixem de ser contrrias.B) dever, necessariamente, dar-se uma mudana em ambas, pois apenas em uma delas insuficiente para que deixem de ser contrrias.C) dever, necessariamente, dar-se uma fixao em ambas, ou em apenas uma delas, para que nunca deixem de ser contrrias.D) dever, necessariamente, dar-se uma mudana em ambas, ou em apenas uma delas, at que deixem de ser contrrias.E) dever, necessariamente, dar-se uma cristalizao de ambas, pois a estrutura ontolgica dos entes exige a permanncia dos contrrios.

39. No captulo sobre "O empirismo ingls", da coletnea Curso de filosofia, organizada por Antonio Rezende, Danilo Marcondes reconhece que o empirismo "uma das grandes correntes formadoras da filosofia moderna". Na "definio" contida na abertura desse captulo, o intrprete afirma que os empiristas pretendem dar uma explicao do conhecimento a partir da:A) ideia inata.B) contemplao terica.C) f.D) subjetividade transcendental.E) experincia.

40. Immanuel Kant dedicou sua Crtica da razo pura questo do conhecimento. De acordo com o que escreve o filsofo alemo na abertura da parte sobre a "razo em geral" desta obra, todo o nosso conhecimento comea:A) na razo, vai da aos sentidos e termina no entendimento.B) na razo, vai da ao entendimento e termina nos sentidos.C) no entendimento, vai da razo e termina nos sentidos.D) nos sentidos, vai da ao entendimento e termina na razo.E) nos sentidos, vai da razo e termina no entendimento.

41. O pensamento filosfico do sculo XIX concedeu especial relevncia ao tema da histria, porm nenhum pensador parece t-lo feito tanto quanto Hegel. Na introduo da Filosofia da histria, Hegel apresenta trs tipos de abordagem da histria, discorrendo sobre cada um deles. As trs formas de encarar a histria ali apresentadas por Hegel so as seguintes:A) a cientfica, a artstica e a filosfica.B) a original, a refletida e a filosfica.C) a epistemolgica, a fenomenolgica e a ontolgica.D) a monumental, a tradicionalista e a crtica.E) a da loucura, a da sexualidade e a da cincia.

42. Em suas teses "Sobre o conceito da histria", publicadas em Magia e tcnica, arte e poltica (Obras escolhidas v. 1), Walter Benjamin analisa criticamente a ideia do progresso. Na tese 13, Benjamin afirma que a ideia de um progresso da humanidade na histria inseparvel da ideia de sua marcha no interior de um tempo caracterizado como:A) vazio e homogneo.B) cheio e heterogneo.C) saturado de agoras.D) misterioso e redentor.E) revolucionrio.

43. Na "Terceira dissertao" de Genealogia da moral, Nietzsche discute a famosa definio que Kant oferece do belo, contrapondo a ela "uma outra, de um verdadeiro "espectador" e artista". Este escritor, a quem Nietzsche se refere e que, conforme o prprio filsofo alemo, chamou o belo de "uma promessa de felicidade", :A) Flaubert.B) Goethe.C) Proust.D) Balzac.E) Stendhal.

44. Na "Carta sobre o humanismo", que parte de Marcas do caminho, Martin Heidegger definiu um princpio fundamental de toda sua filosofia sobre a linguagem. De acordo com o que afirma Heidegger, logo no comeo desse texto, a linguagem :A) voz de Deus.B) morada do ser.C) estrutura da subjetividade.D) consenso inter subjetivo.E) ideologia capitalista.

45. Theodor Adorno esteve sempre atento, em seu pensamento, aos variados perigos que rondam o exerccio da filosofia durante a poca contempornea, a partir do sculo XX. No fragmento "Dentro e fora", de Minima moralia, ele destacou que a filosofia estava ameaada no espao acadmico e no espao extra-acadmico, respectivamente, pelas pressesA) da tautologia organizada e da tautologia desorganizada.B) da economia estatal e da economia de mercado.C) da economia de mercado e da tautologia organizada.D) da tautologia organizada e da economia de mercado.E) da tautologia desorganizada e da economia de mercado.

46. No captulo "Vises da modernidade", da coletnea Curso de filosofia, organizada por Antonio Rezende, os professores Eduardo Jardim e Katia Muricy recorrem ao pensamento de Hannah Arendt para fazer um diagnstico da contemporaneidade. "Nosso tempo marcado, segundo Hannah Arendt, pela crise dos trs sustentculos da civilizao ocidental". Conforme a exposio dos autores, tal crise se apresentou historicamente na seguinte sequncia cronolgica:A) a da tradio filosfica, nos sculos XVII e XVIII; a da religio, no sculo XIX; e a da autoridade poltica, no sculo XX.B) a da autoridade poltica, nos sculos XVII e XVIII; a da tradio filosfica, no sculo XIX; e a da religio, no sculo XX.C) a da religio, nos sculos XVII e XVIII; a da tradio filosfica, no sculo XIX; e a da autoridade poltica, no sculo XX.D) a da tradio filosfica, no sculo XVII; a da autoridade poltica, no sculo XVIII; e a da religio, no sculo XIX.E) a da religio, no sculo XIX; a da tradio filosfica, no sculo XX; e a da autoridade poltica, no sculo XXI.

47. Durante o sculo XX, a filsofa Hannah Arendt afirmou que existe uma antiga resposta para a pergunta sobre o sentido da poltica to simples e concludente, que poderia dispensar outras respostas por completo. De acordo com o que explana Hannah Arendt em O que poltica?, esse sentido da poltica :A) o poder.B) a administrao.C) a liberdade.D) a igualdade.E) o bem.

48. Jean-Paul Sartre, em O ser e o nada, faz uma fenomenologia das dimenses temporais. Tendo em vista essa descrio fenomenolgica sobre o passado e o presente, ele conclui que:A) o passado em-si e o presente para-si.B) o presente em-si e o passado para-si.C) o passado e o presente so em-si.D) o passado e o presente so para si.E) nem o passado e nem o presente so em-si ou para-si.

49. Nas Investigaes filosficas, Ludwig Wittgenstein indaga quantas espcies de frases existem na linguagem. De acordo com o que ele define nesta obra,A) existe apenas uma espcie de frase: a afirmao.B) existem apenas duas espcies de frases: a afirmao e a pergunta.C) existem apenas trs espcies de frases: a afirmao, a pergunta e o comando.D) existem apenas quatro espcies de frases: a afirmao, a pergunta, o comando e a descrio.E) existem inmeras espcies de frases: em uma pluralidade que no fixa.

50. Filosofia questo de ideias. Entretanto, para alguns filsofos, ela tambm questo de estilo. Gilles Deleuze pensava assim, e por isso dizia que "os grandes filsofos so tambm grandes estilistas", como fez na entrevista do livro Conversaes, dedicada exclusivamente ao tema da filosofia. Nessa entrevista, o pensador francs define, ainda, que tal estilo em filosofia :A) a comunicao elegante.B) a beleza da contemplao.C) o processo da reflexo.D) a quietude da linguagem.E) o movimento do conceito.

GABARITO31. B32. D33. C34. D35. A36. A37. B38. D39. E40. D41. B42. A43. E44. B45. D46. C47. C48. A49. E50. E

26. comum explicar o nascimento da filosofia cronologicamente,dando destaque a seu incio entre os gregos antigos. Para um aluno iniciante, isso muitas vezes faz pensar que se trata de uma disciplina sem atualidade. Porm, Aristteles, na abertura da sua Metafsica, faz uma afirmao que pode sugerir que o pensamento filosfico possui uma origem no cronolgica. Segundo ele:A) Todos os homens, por natureza, experimentam a dvida.B) Todos os homens, por natureza, tendem ao saber.C) Todos os homens, por natureza, so criadores.D) Todos os homens, por natureza, buscam um mtodo.E) Todos os homens, por natureza, odeiam as sensaes.

27. Muitas vezes, somos surpreendidos pela compreenso "naturalista" que os primeiros pensadores da escola jnica tiveram da realidade. Tales de Mileto dizia que "tudo gua". Essa atitude, que pode parecer mitolgica ou cientfica, possibilitou, segundo Hegel nas suas Prelees sobre a Histria da Filosofia, o nascimento do pensamento filosfico porque a comea:A) uma compreenso natural da naturezaB) uma interpretao objetiva da realidadeC) uma aproximao do ente imediatoD) uma aproximao da percepo sensvelE) um distanciamento da percepo sensvel

28. Mesmo com todas as suas diferenas em relao a Hegel, Nietzsche tambm reconhece Tales de Mileto como o primeiro filsofo, justamente por ele ter dito que a gua a origem de todas as coisas. Para Nietzsche, em A filosofia na poca trgica dos gregos, preciso levar tal afirmao a srio, pois ela:A) d uma explicao imanente para o ser; o faz sem imagem ou fabulao; e contm o pensamento "tudo um"B) d uma explicao imanente para o ser; o faz por meio da poesia; e contm o pensamento "tudo um"C) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulao; e contm o pensamento "tudo um"D) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulao; e contm o pensamento "tudo fsico"E) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulao; e contm o pensamento "tudo mltiplo"

29. "O ser to pouco como o no-ser; o devir e tambm no . As determinaes absolutamente opostas esto ligadas numa unidade; nela temos o ser e tambm o no-ser. Dela faz parte no apenas o surgir, mas tambm o desaparecer; ambos no so para si, mas so idnticos". Nesta passagem de suas Prelees sobre a histria da filosofia, Hegel est citando e comentando o pensamento pr-socrtico de:A) Tales de MiletoB) Anaxgoras de ClazmenasC) Empdocles de AgrigentoD) Herclito de fesoE) Parmnides de Elia

30. Nietzsche considera que Parmnides "animou aquela diviso completamente errnea entre corpo e esprito que, especialmente desde Plato, pesa sobre a filosofia como uma maldio". Isso, contudo, j uma conseqncia da tese central de Parmnides, pois ele foi o pensador pr-socrtico que escreveu que:A) "como nossa alma, que ar, soberanamente nos mantm unidos, assim tambm todo o cosmo sopro e ar o mantm"B) "necessrio o dizer e pensar que (o) ente ; pois ser, e nada no ; isto eu te mando considerar"C) "conjunes o todo e o no todo, o convergente e o divergente, o consoante e o dissoante, e de todas as coisas um e de um todas as coisas"D) "o esprito sempre , tambm agora deveras onde so tambm as outras (coisas) todas"E) "tudo que conhecido tem nmero; pois nada possvel pensar ou conhecer sem ele"

31. Por conta de sua atuao junto aos jovens gregos, Scrates passou histria como possvel modelo de educador. Seu mtodo dialtico procurava questionar as teses que eram apresentadas pelo interlocutor. Seu objetivo, com isso, era:A) Passar seu saber ao interlocutor, contribuindo para a sua formao de acordo com a filosofia.B) Explicitar a insustentabilidade da objetividade de toda e qualquer tese, mostrando que "o homem a medida de todas as coisas".C) Purificar o interlocutor das opinies falsas que ele tinha, abrindo caminho para que se chegasse verdade.D) Extinguir as teses frgeis e incorretas do interlocutor, provando que a verdade relativa.E) Contribuir para a subverso da ordem social estabelecida, o que o levaria a ser condenado morte.

32. Na sua Repblica, Plato expe, no Livro VII, a famosa "alegoria da caverna". Scrates, personagem central do dilogo, busca com ela fornecer a Glauco, seu interlocutor, uma imagem do que dissera antes. Para ele, a sada do prisioneiro da caverna "a ascenso da alma para a regio do inteligvel". No limite extremo desta regio encontra-se a idia suprema, comparada ao sol. Ela precisa ser contemplada por quem quiser:A) agir com sabedoria exclusivamente na vida pblicaB) agir com sabedoria exclusivamente na vida particularC) agir com sabedoria tanto na vida pblica como na particularD) abdicar de agir em prol da dedicao ao pensamento puroE) deixar de agir apenas na vida privada em prol da ao poltica

33. Plato foi o maior responsvel pela imagem perpetuada at hoje dos sofistas. No Livro X de sua Repblica, sugerida uma aproximao entre eles e os artistas, j que ambos do "a impresso de poder fazer tudo". Neste contexto, Plato afirma que, quando encontramos algum assim, devemos:A) louv-lo, pois pode ser um gnioB) elogi-lo, por conta de sua versatilidadeC) fugir, pois pode ser demonacoD) desconfiar, pois pode ser um charlatoE) test-lo, para ver se de fato faz tudo

34. Plato reconhece, no Livro X de sua Repblica, o poder que possui a poesia sobre os homens. Seus efeitos poderiam influenciar pesadamente nossas emoes. Segundo ele, nesse contexto, a poesia , sobretudo, capaz de:A) estragar as pessoas sriasB) corromper o esprito do filsofoC) sublimar os maus sentimentosD) edificar o homem moralmenteE) estimular a parte superior da alma

35. Plato classifica, no Livro X da sua Repblica, os pintores como imitadores. Mas isso ainda pouco, pois ele diz mais. Plato esclarece o que os pintores imitam. Segundo ele, os pintores imitam:A) a realidadeB) a naturezaC) os conceitosD) a aparnciaE) a verdade

36. Na sua Metafsica, Aristteles afirma que a sabedoria cincia sobre certos princpios e certas causas. Ele busca examinar, ento, as concepes que temos do sbio. Para ele, dentre as cincias, a de mais alta sabedoria aquela que escolhida:A) por conta dos resultados que produzB) por si e unicamente em vista do saberC) por possuir valor polticoD) por conter orientao prticaE) por ficar dentro dos limites das sensaes

37. De acordo com a leitura da tica a Nicmaco, podese dizer que o elemento central da tica aristotlica a felicidade, que consiste na atividade da alma segundo a virtude. Para Aristteles, a virtude encontra-se:A) no meio-termo, no equilbrioB) na pureza, na ingenuidadeC) no amor, no coraoD) nas emoes, nos sentimentosE) no ascetismo, na frieza

38. Na primeira de suas Meditaes Metafsicas, Ren Descartes coloca em marcha seu mtodo dubitativo. Na sua filosofia, o objetivo ltimo de tal procedimento era:A) mostrar que no podemos confiar em nadaB) evidenciar que os sentidos nos enganamC) estabelecer a incerteza como esprito filosficoD) alcanar uma verdade primeira que fosse seguraE) demonstrar que a razo no desvenda os mistrios das coisas

39. Uma passagem dos Parmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Mdio ensina: "Graas a uma histria de pelo menos 2.500 anos, a Filosofia acumulou um vastssimo corpo de conhecimentos, constituindo-se num dos maiores conjuntos bibliogrficos de um nico gnero. Esse conjunto poderia ser apresentado, simplificadamente, como uma moeda, que possui duas faces: uma refere-se s diversas dimenses sobre as quais a elaborao filosfica se produz, como, por exemplo, a natureza, a arte, a linguagem, a moral, o conhecimento etc; a outra refere-se s diversas perspectivas filosficas em que essas dimenses so abordadas, os diferentes sistemas, diferentes tradies e correntes em Filosofia". Esta segunda face da moeda poderia parecer exterior ao filosofar propriamente dito, porm, ela pode ser experimentada no interior dos prprios textos filosficos. No incio da quarta parte do Discurso do mtodo, por exemplo, Descartes indica a sua relao com certa escola de pensamento que desejava superar. Segundo ele, a verdade "eu penso, logo existo" era to firme e certa que no poderia ser abalada nem pelas mais extravagantes suposies dos:A) racionalistasB) realistasC) idealistasD) deterministasE) cticos

40. Na abertura do Discurso do Mtodo, Descartes, incisivamente, afirma aquilo que, para ele, a coisa do mundo melhor partilhada. Para ele, esta coisa :A) a fB) a ignornciaC) o bom sensoD) a dvidaE) a certeza

41. Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume so alguns dos mais importantes nomes da tradio empirista, corrente filosfica desenvolvida especialmente na Inglaterra e nos pases de lngua inglesa. No pensamento de Hume, fundamental sua concluso sobre o que se pode chamar de "identidade pessoal". Para ele, o "eu" definido como:A) feixe de percepesB) folha em brancoC) substncia pensanteD) sujeito transcendentalE) esprito absoluto

42. David Hume dedicou grande parte de seu trabalho filosfico investigao acerca do entendimento humano, especialmente no que diz respeito s relaes entre idias e impresses, isto , sensaes. Para ele:A) as idias so fracas e obscuras; enquanto as impresses, isto , sensaes, so fortes e vivasB) as idias so fracas e obscuras; bem como as impresses, isto , sensaes, que tambm so fracas e obscurasC) as idias so fortes e vivas; enquanto as impresses, isto , sensaes, so fracas e obscurasD) as idias so fortes e vivas; bem como as impresses, isto , sensaes, que tambm so fortes e vivasE) as idias so s vezes fracas e obscuras, s vezes fortes e vivas; bem como as impresses, isto , sensaes, que tambm so s vezes fracas e obscuras, s vezes so fortes e vivas

43. Kant encontra-se em um momento decisivo da histria da filosofia moderna. Esse momento fica evidente quando ele admite, no prefcio para a segunda edio da Crtica da razo pura, duas opes que poderia seguir seu pensamento: aceitar que os conceitos se regulam pelo objeto ou supor que os objetos se regulam pelos conceitos. Sua deciso por um desses dois caminhos apoiada no que ele pensa ser a prpria experincia. Para Kant:A) A experincia no um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra teria que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que seria expressa em conceitos a priori.B) A experincia um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra no tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que expressa em conceitos a posteriori.C) A experincia um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra tenho que pressupor a posteriori em mim s depois de me serem dados objetos e que expressa em conceitos a priori.D) A experincia um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que expressa em conceitos a posteriori.E) A experincia um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que expressa em conceitos a priori.

44. Kant afirma, a certa altura do prefcio para a segunda edio da Crtica da razo pura, que pretende escrever um tratado do mtodo, e no um sistema da cincia em si. Seu objetivo, contudo, no era to humilde quanto pode parecer, pois ele pretendia fazer o mtodo at ento usado na metafsica passar por uma "completa revoluo". Esta revoluo est relacionada ao fato de Kant afirmar que:A) No conhecimento a priori no se pode acrescentar aos objetos nada a no ser o que o objeto pensado oferece por si mesmo.B) No conhecimento a priori no se pode acrescentar aos objetos nada a no ser o que o sujeito pensante no retira de si mesmo.C) No conhecimento a priori no se pode acrescentar aos objetos nada a no ser o que o sujeito pensante retira de si mesmo.D) No conhecimento a priori no se pode acrescentar aos sujeitos nada a no ser o que o objeto pensado oferece por si mesmo.E) No conhecimento a posteriori no se pode acrescentar aos objetos nada a no ser o que o sujeito pensante retira de si mesmo.

45. No incomum, na histria da filosofia, encontrar a tematizao, na forma de um embate, da relao entre o conhecimento e a crena. Kant tambm toma posio a esse respeito. Em famosa frase sobre o assunto, na Crtica da razo pura, ele afirma que precisou:A) suprimir a f para obter lugar para o saberB) suprimir o saber para obter lugar para a fC) suprimir a f e o saber para obter lugar para a moralD) suprimir a moral para obter lugar para a f e para o saberE) obter lugar conjunto para a f e para o saber

46. Para a filosofia de Kant, o conhecimento da razo pode ser referido de dois modos a seu objeto. No prefcio para a segunda edio da Crtica da razo pura, ele ento explica que h:A) o modo terico, visando apenas refletir sobre o objeto e seu conceito; e o modo prtico, visando apenas determin-loB) o modo terico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo prtico, visando apenas refletir sobre eleC) o modo terico, visando realizar ou tornar real o objeto e seu conceito; e o modo prtico, visando apenas determin-loD) o modo terico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo prtico, visando tambm realiz-lo ou torn-lo realE) o modo terico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo esttico, visando tambm realiz-lo ou torn-lo real

47. Em Para a crtica da economia poltica, de 1859, Karl Marx antecipou, em grande parte, as linhas-mestras do que viria a ser sua mais famosa obra, O Capital. Pode-se ler j ali, por exemplo, que:A) O processo em geral da vida social condiciona o modo de produo da vida material.B) O modo de produo da vida material e o processo em geral da vida social no possuem relao de condicionamento.C) O modo de produo da vida material e o processo em geral da vida social se condicionam mutuamente.D) O modo de produo da vida material no condiciona o processo em geral da vida social.E) O modo de produo da vida material condiciona o processo em geral da vida social.

48. No sculo XX, muitos movimentos polticos importantes tiveram em Marx sua grande inspirao. De fato, o prprio Marx fala, em Para a crtica da economia poltica, de "uma poca de revoluo social". Para ele, contudo:A) No se pode julgar uma poca de transformao a partir de sua prpria conscincia.B) S se pode julgar uma poca de transformao a partir de sua prpria conscincia.C) No se pode julgar uma poca de transformao a partir de quaisquer critrios existentes.D) S se pode julgar uma poca de transformao a partir da vontade dos homens que nela vivem.E) S se pode julgar uma poca de transformao a partir da capacidade de seus lderes polticos.

49. Nietzsche empreendeu uma Genealogia da moral, com a qual desejou mostrar que os valores da tradio judaico-crist eram basicamente niilistas. No prlogo do livro, Nietzsche enuncia sua nova exigncia, segundo a qual:A) Ser preciso descobrir a verdade dos valores morais.B) O prprio valor dos valores morais dever ser questionado.C) A vontade de vingana dever operar contra a metafsica.D) Os fracos devero ser protegidos da vontade dos fortes.E) A vontade de saber dever prevalecer sobre todas as outras.

50. Na terceira dissertao da Genealogia da moral, tem lugar uma anlise da arte, na qual Nietzsche ataca a compreenso asctica que dela tem certa tradio esttica dentro da filosofia. Neste momento, Nietzsche condena, sobretudo, a concepo esttica de origem:A) platnicaB) aristotlicaC) kantianaD) schillerianaE) hegeliana

51. Martin Heidegger abre seu tratado Ser e Tempo, de 1927, com uma citao de Plato, do dilogo O Sofista, na qual pode-se ler: "pois evidente que de h muito sabeis o que propriamente quereis designar quando empregais a expresso ?ente?. Outrora, tambm ns julgvamos saber, agora, porm, camos em aporia". Esta citao prepara o terreno para que Heidegger lance a tese inicial de sua obra, que consiste em afirmar que:A) Hoje temos uma resposta para a pergunta sobre o que queremos dizer com a palavra "ente".B) Hoje tambm estamos em aporia por no compreendermos a expresso "ser".C) Hoje tambm estamos em aporia por no compreendermos a expresso "ente".D) Hoje a questo do ser, que evocada pela "metafsica", no est mais trivializada.E) Hoje a questo do ser, que evocada pela "metafsica", caiu no esquecimento.

52. Heidegger explica, na introduo de Ser e Tempo, aquilo que chama de mtodo de investigao que pretende utilizar na sua obra. Este mtodo ou "modo de tratar" sua questo :A) dedutivoB) indutivoC) ontolgicoD) fenomenolgicoE) existencialista

53. No final da introduo de Ser e Tempo, Heidegger adverte o leitor "quanto inadequao e falta de beleza do estilo das anlises que se seguiro". que, explica, "uma coisa fazer um relatrio narrativo sobre os entes, outra coisa apreender o ente em seu ser". Para esta ltima tarefa, diz ele, faltam, na maioria das vezes:A) as palavras e a gramticaB) a estrutura e a conjunturaC) a filosofia e a poesiaD) a histria e o destinoE) o mtodo e o procedimento

54. Em seus escritos, Adorno criticou vigorosamente o que chamava de "indstria cultural". No mbito da Escola de Frankfurt, no foi privilgio seu investigar as transformaes de arte diante das inovaes tcnicas do mundo moderno. Walter Benjamin, por exemplo, considerava o cinema e a fotografia fundamentais para compreender a esttica na sua poca. Para ele, tanto um quanto outra indicavam uma importante mudana de nfase naquilo que a obra de arte, passando ela:A) do valor de exposio para o valor de cultoB) do valor de culto para o valor de exposioC) do valor de uso para o valor de trocaD) do valor de troca para o valor de usoE) do valor de uso para o valor de exposio

55. Para o crtico Walter Benjamin, a situao da arte no sculo XX experimentou uma radical transformao, que ele tenta indicar no famoso ensaio "A obra de arte na poca de suas tcnicas de reproduo". No final deste texto, Benjamin afirma que a humanidade tornou-se espetculo para si mesma: "tornou-se suficientemente estranha a si mesma, a fim de conseguir viver a sua prpria destruio, como um gozo esttico". Isso, para ele, acontecia:A) na politizao da arte, como a pratica o comunismoB) na politizao da arte, como a pratica o fascismoC) na autonomia da arte, como a pratica o liberalismoD) na estetizao da poltica, como a pratica o comunismoE) na estetizao da poltica, como a pratica o fascismo

56. Benjamin, no ensaio "O narrador", refletiu sobre a condio da experincia na modernidade. Ele comenta, a, a situao da forma literria do romance. Para ele, o surgimento do romance :A) o ltimo sintoma do lento desaparecimento da narrativaB) o indcio mais remoto do processo que termina no declnio da narrativaC) a possibilidade de salvao da narrativa na modernidadeD) a perpetuao moderna da natureza da tradio oral antigaE) uma forma nova, especificamente moderna, de narrativa

57. Jean-Paul Sartre foi uma das figuras mais famosas e controvertidas da filosofia no sculo XX. No ncleo de seu pensamento, esteve o problema da liberdade, especialmente tematizada no texto "O existencialismo um humanismo", de 1946. Nele, Sartre considera a questo da m-f, que estaria em todo homem:A) que se refugia na desculpa que inventa um determinismoB) que possui intenes dolosas frente aos outrosC) cujo carter est centrado na falsidade, no na verdadeD) que age com segundas intenes em relao quilo que fazE) que encara a moral como a arte, enquanto criao e inveno

58. Albert Camus escreveu, no sculo XX, um belo texto intitulado "O mito de Ssifo". Ele recupera a histria grega de que "os deuses tinham condenado Ssifo a empurrar sem descanso um rochedo at o cume de uma montanha, de onde a pedra caa de novo, em conseqncia do seu peso". Em uma forte descrio, Camus fala do "esforo de um corpo tenso, que se esfora por erguer a enorme pedra, rol-la e ajud-la a levar a cabo uma subida cem vezes recomeada; v-se o rosto crispado, a face colada pedra, o socorro de um ombro que recebe o choque dessa massa coberta de barro, de um p que a escora, os braos de novo empurram, a segurana bem humana de duas mos cheias de terra". Na interpretao de Camus, este mito trgico porque o heri consciente, sabe de toda a extenso de sua misria, embora isso seja tambm a sua vitria. No fim da interpretao, pode-se ler que preciso imaginar Ssifo:A) angustiadoB) revoltadoC) culpadoD) felizE) recompensado

59. Na entrevista "Vontade e poder", publicada em Microfsica do poder, Michel Foucault explicou sua resistncia incorporao, no seu pensamento, do conceito de "ideologia", oriundo do marxismo. Para ele, a noo de ideologia dificilmente utilizvel porque:A) est sempre em oposio virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e est em posio primria com relao a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinao econmica, materialB) est sempre em oposio virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e est em posio primria com relao a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinao cultural, artsticaC) est sempre em oposio virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e est em posio secundria com relao a alguma coisa que deve funcionar para ela como infra-estrutura ou determinao econmica, materialD) est sempre em oposio virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o objeto; e est em posio secundria com relao a alguma coisa que deve funcionar para ela como infra-estrutura ou determinao econmica, materialE) est sempre em posio virtual de alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e est em posio primria com relao a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinao cultural, artstica

60. Nos Parmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Mdio, a natureza reflexiva definida como a especificidade em que consiste a atividade filosfica. Esta definio enriquecida, logo a seguir, quando l-se que "o conceito de reflexo, em geral, abarca duas dimenses distintas que freqentemente se confundem". Essas dimenses so:A) a da propedutica e a da definioB) a da metodologia e a da especulaoC) a da anlise e a da snteseD) a da epistemologia e a da ontologiaE) a da reconstruo e a da crtica

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