questões comentadas
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COMO PASSAR NO CONCURSO DO STM?
7 dicas para passar no STM. Pode
acreditar, funcionam!!!
1. Não viaje de férias: você pode não
acreditar, mas uma semana faz toda a
diferença, principalmente em um
concurso em que a prova está tão
próxima.
2. Não estude em casa: mude de
ambiente, encontre um local agradável,
confortável e silencioso para que você
possa se dedicar inteiramente ao seu
objetivo.
3. Intercale as matérias a serem
estudadas: não passe um dia inteiro
estudando apenas 1 assunto; quando
perceber que já não está se
concentrando em uma matéria, passe
para outra imediatamente.
4. Estudo primeiro as matérias mais
difíceis: pense na lógica? Se você
começar pelas matérias mais fáceis e
depois passar para as mais difíceis o
estudo ficará cada vez mais chato,
levando-o ao cansaço e a desistência.
Comece do Pior!
5. Descanse no meio do estudo. Dê uma
passeada e uma espairecida por 10
minutos a cada hora de estudo. Lembre-
se: cérebro cansado assimila menos
matéria.
6. Não esqueça o lazer: um cineminha
não faz mal a ninguém; desde que seja
um dia por semana.
7. Seja feliz ao estudar: encare o
conhecimento adquirido pelo estudo
como algo engrandecedor e positivo na
sua vida.
Seja feliz enquanto estuda. Lembre-se
que você vai perder apenas um natal e
uma virada de ano, mas ganhará
estabilidade financeira pelo resto de sua
vida.
Questões Comentadas - Licitações e Contratos -
Parte I
(Cespe/UnB – MMA – 2003) Julgue os itens que se
seguem, referentes a licitação.
1 Concorrência é a modalidade de licitação entre
quaisquer interessados que, na fase inicial de
habilitação, comprovem possuir os requisitos mínimos
de qualificação exigidos no edital para a execução de
seu objeto.
Resposta: C
Comentário: Art. 22, §1°, da Lei n° 8.666/93.
2 Tomada de preços é a modalidade de licitação apenas
entre interessados prévia e devidamente cadastrados,
observada a necessária qualificação.
Resposta: E
Comentário: Art. 22, §2°, da Lei n° 8.666/93 (possibilidade
de participação de não cadastrados)
3 Convite é a modalidade de licitação entre interessados
do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não,
escolhidos e convidados em número mínimo de três
pela unidade administrativa, a qual deve afixar, em local
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o
estender aos demais cadastrados na correspondente
especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 horas da apresentação das
propostas. Existindo na praça mais de três possíveis
interessados, a cada novo convite, realizado para objeto
idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no
mínimo, mais um interessado, enquanto existirem
cadastrados não-convidados nas últimas licitações.
Resposta: C
Comentário: Art. 22, §§3° e 6°, da Lei n° 8.666/93.
4 Pregão é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios
ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital publicado na imprensa oficial com
antecedência mínima de 45 dias.
Resposta: E
Comentário: A modalidade referida é o concurso (art. 22,
§4°, Lei n° 8.666/93). O pregão pode ser usado para
aquisição de bens e serviços comuns (art. 1°, Lei n°
10.520/2002).
5 É vedada a combinação de modalidades de licitação.
Resposta: C
Comentário: Art. 22, §8°, Lei n° 8.666/93. As modalidades
(concorrência, tomada de preços, convite, concurso, pregão,
leilão) definem um procedimento a ser adotado para a
obtenção da proposta mais vantajosa. Existem critérios
legais (p. ex. estimativa do valor da contratação, natureza
do objeto a ser contratado) para a definição da modalidade
aplicável a um determinado objeto a ser contratado. Uma
vez definida a modalidade, deve-se seguir o procedimento
previsto em lei para esta modalidade. A Lei expressamente
proíbe a combinação de modalidades, ou seja, de
procedimentos.
6 As obras, os serviços e as compras efetuados pela
administração devem ser divididas em tantas parcelas
quantas se comprovarem técnica e economicamente
viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor
aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e
à ampliação da competitividade, sem perda da
economia de escala.
Resposta: C
Comentário: Art. 15, IV, Lei n° 8.666/93. Art. 23, §1°, Lei n°
8.666/93. Trata-se do parcelamento do objeto com vistas ao
melhor aproveitamento do mercado e a ampliação da
competitividade. Conhecida por “licitação por itens ou por
lotes”, este parcelamento permite que um maior número de
empresas, que não poderiam cumprir o objeto como um
todo, participem da licitação disputando apenas um ou
alguns itens ou lotes.
7 A concorrência é a única modalidade de licitação
cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, nas
concessões de direito real de uso e nas licitações
internacionais.
Resposta: C
Comentário: Art. 23, §3°, Lei n° 8.666/93.
8 Nos casos em que couber convite, a administração
poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso,
a concorrência.
Resposta: C
Comentário: Art. 23, §4°, Lei n° 8.666/93. Nas modalidades
gerais de licitação (concorrência, tomada de preços e
convite), é possível a utilização de uma modalidade
“superior”, nas hipóteses em que é admitida uma
modalidade “inferior”.
9 É vedada a utilização da modalidade convite ou
tomada de preços, conforme o caso, para parcelas de
uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e
serviços da mesma natureza e no mesmo local, que
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente,
sempre que o somatório de seus valores caracterizar o
caso de tomada de preços ou concorrência,
respectivamente, exceto para as parcelas de natureza
específica que possam ser executadas por pessoas ou
empresas de especialidade diversa daquela do executor
da obra ou serviço.
Resposta: C
Comentário:
10 As organizações industriais da administração federal
direta, em face de suas peculiaridades, devem
estabelecer limites próprios de valor para definir a
modalidade de licitação para a aquisição de materiais
aplicados exclusivamente em manutenção, reparo ou
fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes
à União.
Resposta: E
Comentário:
Art. 23, §6°, da Lei n° 8.666/93: “As organizações industriais
da Administração Federal direta, em face de suas
peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no
inciso I deste artigo também para suas compras e serviços
em geral, desde que para a aquisição de materiais
aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou
fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à
União.”
Os limites previstos no art. 23 da Lei n° 8.666/93 para
definição das modalidades diferenciam-se entre “obras e
serviços de engenharia” (limites mais elevados) e entre
“compras e demais serviços” (limites mais baixos). O que
dispõe o art. 23, §6°, para determinados objetos, as
organizações industriais da Administração Federal Direta
poderão utilizar para as compras e demais serviços os
limites estabelecidos para as obras e serviços de
engenharia.
11 Na compra de bens de natureza divisível e desde que
não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é
permitida a cotação de quantidade inferior à demandada
na licitação, com vistas à ampliação da competitividade,
podendo o edital fixar quantitativo mínimo para
preservar a economia de escala.
Resposta: C
Comentário: Art. 23, §7°, Lei n° 8.666/93.
Questões comentadas
CESPE – OAB/SP 2008) De acordo com a lei que dispõe
sobre o regime de concessão e permissão da prestação de
serviços públicos, assinale a opção incorreta.
a) Considera-se poder concedente a autarquia, fundação,
empresa pública ou sociedade de economia mista em cuja
competência se encontre o serviço público precedido,
necessariamente, da execução de obra pública, objeto de
concessão ou permissão.
b) Considera-se concessão de serviço público precedida da
execução de obra pública a construção, total ou parcial,
conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas
que demonstre capacidade para a sua realização, por sua
conta e risco, de forma que o investimento da
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a
exploração do serviço ou da obra por prazo determinado.
c) Considera-se concessão de serviço público a delegação
de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica
ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado.
d) Considera-se permissão de serviço público a delegação,
a título precário, mediante licitação, da prestação de
serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa
física ou jurídica que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco.
COMENTÁRIO: essa tá muito fácil, pois apenas pelo texto
da lei é possível responder a questão. Segundo a Lei
8987/95, em seu art. 2º:
"Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal
ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço
público, precedido ou não da execução de obra pública,
objeto de concessão ou permissão;
II - concessão de serviço público: a delegação de sua
prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação,
na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado;
III - concessão de serviço público precedida da execução de
obra pública: a construção, total ou parcial, conservação,
reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de
interesse público, delegada pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de
forma que o investimento da concessionária seja
remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço
ou da obra por prazo determinado;
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título
precário, mediante licitação, da prestação de serviços
públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou
jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,
por sua conta e risco."
RESPOSTA: letra "A"
QUESTÕES COMENTADAS DA FGV – 2010
01. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) De acordo com a Lei
Federal 8.666/93, a modalidade de licitação que comporta
menor formalismo, porque se destina a contratações de
menor vulto, é denominada:
a) pregão.
b) convite.
c) concurso.
d) concorrência.
e) tomada de preços.
RESPOSTA: Licitação é o procedimento administrativo
formal em que a Administração Pública convoca, mediante
condições estabelecidas em ato próprio (edital ou convite),
empresas interessadas na apresentação de propostas para
o oferecimento de bens e serviços.
As formas específicas de condução desse procedimento
licitatório são denominadas de modalidades. A Lei n.º
8.666/93 estabeleceu 05 modalidades de licitação: a)
Concorrência; b)Tomada de Preços; c) Convite; d)
Concurso; e e) Leilão. Entretanto, a Lei 10.520/2002,
instituiu a 6ª modalidade: o Pregão.
ATENÇÃO: Além das citadas modalidades, não podemos
esquecer que a modalidade consulta foi criada para atender
às peculiaridades das Agências Reguladoras (Lei 9.472/97
e Lei 10.438/2002).
Das modalidades citadas, o convite é a modalidade mais
simples, criada para fazer face aos contratos de menor
valor, podendo ser substituída pela tomada de preço ou pela
concorrência, se assim desejar a autoridade competente
(art. 23, § 4º da n.º 8.666/93). No convite ao invés do edital,
temos a carta-convite, que é enviada a pelos menos 3
(três) licitantes.
GABARITO: “b”
02. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Nos termos do
Estatuto das Licitações, assinale a alternativa que apresente
um motivo para rescisão do contrato administrativo.
a) A supressão, por parte da Administração, de serviços no
percentual de 20% (vinte por cento) do valor atualizado do
contrato.
b) Qualquer paralisação da obra, do serviço ou do
fornecimento.
c) A suspensão de sua execução, por ordem escrita da
Administração, por 100 dias.
d) O atraso superior a 30 dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou
fornecimento.
e) A não-liberação, por parte da Administração, de área
para execução de obra, no prazo contratual.
RESPOSTA: Essa questão exige o conhecimento do art. 78
da Lei 8.666/93. De início sabemos que a inexecução total
ou parcial do contrato administrativo pode acarretar a sua
rescisão. Assim, rescisão nada mais é que senão a
extinção do contrato antes do prazo fixado quando da sua
celebração.
A alternativa “a” está ERRADA, pois o que enseja a rescisão
é a supressão, por parte da Administração, de percentual
além do limite previsto no §1º do artigo 65 da Lei 8.666/93.
De acordo com o antedito dispositivo a Administração pode
impor ao contratado a supressão de até 25% (vinte e cinco
por cento) do valor inicial atualizado do contrato. Apenas
quando ultrapassar este limite é que tal fato constitui motivo
para a rescisão do contrato. Assim, o percentual de 20%
está dentro do limite permitido pela lei para a supressão por
parte da Administração.
A alternativa “b” está ERRADA pois não é qualquer
paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento. Mas
apenas, aquela realizada sem justa causa e sem prévia
comunicação à Administração.
A alternativa “c” está ERRADA uma vez que o prazo deve
ser superior a 120 (cento e vinte) dias e não 100 (cem) dias.
A alternativa “d” está ERRADA uma vez que o atraso dos
pagamentos devidos pela Administração decorrentes de
obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já
recebidos ou executados, deve ser superior a 90 (noventa)
dias, e não de 30 (trinta) dias.
A alternativa “e” está CORRETA por repetir a redação do
inciso XVI do art. 78 da Lei 8.666/93.
GABARITO: “e”
03. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Com relação aos
princípios inerentes aos serviços públicos, analise as
afirmativas a seguir.
I. O princípio da continuidade impede que haja suspensão
do serviço público, ainda que motivada por razões técnicas.
II. As concessionárias de serviço público devem observar o
princípio da eficiência, mantendo adequado o serviço
executado.
III. A remuneração dos serviços públicos não pode abranger
parâmetros diferenciados de cobrança em razão do
princípio da modicidade.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
RESPOSTA: A afirmativa “I” está ERRADA. Sabemos que o
princípio da continuidade ou permanência estabelece a
necessidade de que a Administração Pública não
interrompa a prestação de seus serviços, pois fundamentais
e essenciais à coletividade. Entretanto, o §3º do artigo 6º da
Lei 8.987 de 13 de fevereiro de 1995, estabelece duas
exceções que não caracterizam descontinuidade do serviço:
a) a motivada por razões de ordem técnica ou de segurança
das instalações; e, b) a motivada por inadimplemento do
usuário, considerado o interesse da coletividade.
A afirmativa “II” está CORRETA. O princípio da eficiência foi
elevado ao ápice do ordenamento jurídico brasileiro pela EC
n° 19/98, que o inseriu expressamente na redação do art.
37 da Constituição Federal. A eficiência administrativa
consiste na busca constante do melhor resultado com o
menor dispêndio, tornando os serviços mais baratos e,
portanto, mais acessíveis aos usuários, coibindo o
desperdício do dinheiro público. A Lei n° 8.987/95, que
dispõe sobre o regime das concessões comuns e permissão
da prestação de serviços públicos, faz expressa referência à
eficiência do serviço público no § 1° do art. 6°.
A afirmativa “III” está ERRADA. De início sabemos que o
serviço público não tem como requisito de adequação a
gratuidade. Pela regra da modicidade das tarifas, a Lei
8.987/95 pretende assegurar que o valor das tarifas dos
serviços seja módico, ou seja, que possibilite a fruição do
serviço pela camada economicamente mais carente da
população. Assim, modicidade das tarifas consiste na
possibilidade de acesso e efetiva utilização do serviço
público de forma universal. Isso não significa que a
remuneração dos serviços públicos não pode abranger
parâmetros diferenciados de cobrança.
GABARITO: “b”
Direito Administrativo - Lei n° 8.112/90
Lista de Exercícios sobre a Lei n° 8.112/90.
Atendendo a pedidos, comentamos as respostas das
questões abaixo.
1. (FCC – Técnico/TRE – 2006) Considere as assertivas:
I. O concurso público terá validade de até dois anos,
podendo ser prorrogado, por dois períodos sucessivos de
até 3 anos.
II. A investidura em cargo público ocorrerá com a aprovação
em concurso público de provas ou de provas e títulos.
III. A promoção, a reversão, o aproveitamento, a
recondução e a reintegração são, dentre outras, formas de
provimento de cargo público.
Está correto o que se afirma APENAS em
A) I.
(B) I e II.
(C) I e III.
(D) II e III.
(E) III.
Resposta: E
Comentário:
I - Errada - Cf. art. 37, III, da CF/88: "o prazo de validade do
concurso público será de até dois anos, prorrogável uma
vez, por igual período" e cf. art. 12, da Lei n° 8.112/90: "Art.
12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos,
podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período".
A título de exemplificação, se o prazo de validade
estabelecido no Edital for de 1 ano, ele só poderá ser
prorrogado por uma única vez pelo período de 1 ano.
II - Errada. A aprovação em concurso público de provas ou
de provas e títulos é condição para a nomeação em cargo
público efetivo. Mas a investidura só ocorre com a posse.
Cf. art. 7°, da Lei n° 8.112/90: "A investidura em cargo
público ocorrerá com a posse".
III - Certa. Cf. art. 8°, da Lei n° 8.112/90: "São formas de
provimento de cargo público: I - nomeação; II - promoção; III
- (revogado); IV - (revogado); V - readaptação; VI - reversão;
VII - aproveitamento; VIII - reintegração; IX - recondução".
Reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado,
quando, aposentado por invalidez, forem declarados, por
junta médica oficial, insubsistentes os motivos para a
aposentadoria (art. 25, I, Lei n° 8.112/90) ou quando, por
interesse da administração, nas condições prescritas pelo
art. 25, II, da Lei n° 8.112/90.
Aproveitamento é o retorno à atividade do servidor colocado
em disponibilidade. Cf. art. 30, da Lei n° 8.112/90: "Art. 30.
O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á
mediante aproveitamento obrigatório em cargo de
atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente
ocupado".
Recondução é, nos termos do art. 29, da Lei n° 8.112/90, "o
retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado
e decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório relativo
a outro cargo; II - reintegração do anterior ocupante".
Reintegração é, nos termos do art. 28, da Lei n° 8.112/90,
"a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação,
quando invalidada a sua demissão por decisão
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as
vantagens".
2. (FCC – Técnico/TRE – 2006) Quando não satisfeitas as
condições do estágio probatório dar-se-á, a:
(A) readaptação.
(B) demissão.
(C) exoneração de ofício.
(D) recondução.
(E) aposentadoria.
Resposta: C
Comentário:
Segundo Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo, 19a.
ed., São Paulo, Malheiros, 1990, p. 383), o estágio
probatório é o período de exercício do funcionário durante o
qual é observado e apurada pela Administração a
conveniência ou não de sua permanência no serviço
público, mediante a verificação dos requisitos estabelecidos
em lei para a aquisição da estabilidade.
No âmbito Federal, estes requisitos foram elencados no art.
20, da Lei n° 8.112/90, quais sejam:
a)assiduidade;
b) disciplina;
c) capacidade de iniciativa;
d) produtividade;
e) responsabilidade.
Na lição de Hely Lopes Meirelles, "comprobado durante o
estágio probatório que o funcionário não satisfaz as
exigências legais das Administração, pode ser exonerado
justificativamente pelos dados colhidos no serviço, na forma
estatutária, independentemente de inquérito administrativo,
isto é, de processo administrativo disciplinar".
Complementa o autor que "essa exoneração não é
penalidade, não é demissão; é simples dispensa do
servidor, por não convir à Adminisrtação sua permanência
(...).
Esta exoneração se processa de ofício, conforme revelada
pelo art. 34, parágrafo único, inciso I, da Lei n° 8.112/90:
"Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido
do servidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I - quando não satisfeitas as condições do estágio
probatório;
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
exercício no prazo estabelecido".
3. (FCC – GEMDP/EP – 2006) Considere as afirmações
abaixo.
I. O servidor habilitado em concurso público e empossado
em cargo de provimento efetivo adquire estabilidade no
serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo
exercício.
II. A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
III. A nomeação para cargos em comissão depende de
prévia habilitação em concurso público de provas ou de
provas e títulos.
IV. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
cargo.
É correto o que se afirma APENAS em
a) II e IV.
b) III e IV.
c) I e II.
d) I, III e IV.
e) I, II e III.
Resposta: A
Comentário:
I - Errada - Segundo o art. 41, caput, da CF/88, alterado
com a Emenda Constitucional n° 19/98, "São estáveis após
três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público". Antes da EC n° 19/98, a estabilidade era adquirida
após dois anos de efetivo exercício.
II - Certa - Cf. art. 7°, Lei n° 8.112/90: "A investidura em
cargo público ocorrerá com a posse".
III - Errada - Trata-se de uma exceção à exigência
constitucional de concurso público, consoante revela o art.
37, II, da CF/88 (c/ redação da EC n° 19/98): "a investidura
em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração"
IV - Certa - Segundo o Art. 15, da Lei n 8.112/90: "Exercício
é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou
da função de confiança".
4. (FCC – PGMAM – 2006) Observe as seguintes
proposições:
I. O servidor público estável perderá o cargo, dentre outras
hipóteses, em virtude de sentença judicial transitada em
julgado.
II. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
estável, será ele reconduzido ao cargo anteriormente
ocupado.
III. Extinto o cargo, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
IV. Perderá o cargo o servidor público estável que for
demitido em virtude do instituto da verdade sabida.
Estão corretas APENAS
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II e IV.
Resposta: B
Comentário:
I - Certa - Após a EC n° 19/98, são as seguintes as
condições pelas quais o servidor público estável poderá
perder seu cargo (art. 41, §1° e art. 169, §4°):
a) mediante sentença judicial transitada em julgado;
b) mediante processo administrativo regular, em que lhe
seja assegurada ampla defesa;
c) mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, sendo assegurada ampla defesa;
d) em razão de excesso de despesas de pessoal ativo e
inativo, conforme limites estabelecidos na Lei
Complementar n° 101/2000.
II - Errada - Cf. 41, §2°, CF/88: "Invalidada por sentença
judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado,
e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao
cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço". Trata-se do instituto da
Reintegração e não Recondução, conforme menciona a
assertiva.
III - Certa - Cf. art. 41, §3°, da CF/88: "Extinto o cargo ou
declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará
em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
outro cargo". Após a EC n° 19/98, a disponibilidade do
servidor ocorrerá com a remuneração proporcional ao
tempo de serviço e não mais com a remuneração integral do
cargo anteriormente ocupado.
IV - Errada - O instituto da verdade sabida não mais tem
aplicação no direito brasileiro. Exige-se para a aplicação da
penalidade de demissão um procedimento administrativo
em que seja assegurado ao servidor o contraditório e à
ampla defesa.
5. (ESAF – APO – MP/2005) O servidor público estável
poderá perder o seu cargo em caso de excesso de despesa,
na hipótese do artigo 169 da Constituição Federal. Assinale,
quanto a este tema, a afirmativa incorreta.
a) Antes da dispensa do servidor estável, a Administração
deverá reduzir a despesa com os cargos em comissão e
funções de confiança em no mínimo 20%.
b) Na hipótese em foco, o servidor estável que perder o
cargo fará jus a uma indenização correspondente a um mês
de remuneração por ano de serviço.
c) O cargo do servidor estável dispensado será considerado
extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com
atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de cinco
anos.
d) Antes da dispensa do servidor estável, a Administração
deverá providenciar a exoneração de todos os servidores
não-estáveis.
e) A perda do cargo será antecedida por ato normativo
motivado de cada Poder, especificando a atividade
funcional, o órgão ou a unidade administrativa objeto da
redução de pessoal.
Resposta: C
Comentário:
Consoante dispõe o art. 169, da CF/88, com as alterações
da EC n° 19/98:
"Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não
poderá exceder os limites estabelecidos em lei
complementar.
Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou
aumento de remuneração, a criação de cargos ou alteração
de estrutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal,
a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração
direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, só poderão ser feitas:
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de
remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou
alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão
ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
entidades da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só
poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para
atender às projeções de despesa de pessoal e aos
acréscimos dela decorrentes; II - se houver autorização
específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de economia mista.
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar
referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali
previstos, serão imediatamente suspensos todos os
repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os
referidos limites.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com
base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
complementar referida no caput, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes
providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas
com cargos em comissão e funções de confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo
anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida
neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo,
desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes
especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade
administrativa objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo
anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de
remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos
anteriores será considerado extinto, vedada a criação de
cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou
assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem
obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. "
Da leitura atenta ao dispositivo constitucional, percebe-se
que a alternativa incorreta é a "C", eis que é vedada a
criação de cargo, emprego ou função com atribuições
assemelhadas pelo prazo de quatro anos (art. 169, §6°,
CF/88) e não de cinco, conforme afirmado pela alternativa.
6. (2007/FCC/TRT-4ªR) No que diz respeito ao provimento
de cargos públicos, é certo que:
(A) a nacionalidade brasileira e a quitação com as
obrigações militares não são consideradas requisitos
básicos para a investidura em cargo público.
(B) a investidura em cargo ou função pública, com
vencimento pago pelos cofres públicos ocorre com o
exercício, que deverá ser comunicado à autoridade no prazo
de cinco dias.
(C) as instituições de pesquisas científica e tecnológica
federais poderão prover seus cargos com técnicos e
cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e
procedimentos da Lei no 8.112/90.
(D) para as pessoas portadoras de deficiência serão
reservadas até dez por cento das vagas oferecidas no
concurso público para provimento dos respectivos cargos.
(E) a posse em outro cargo inacumulável está prevista,
também, como uma das formas de provimento de cargos ou
de funções públicas.
Resposta: C
Comentário: Previamente ao comentário da questão
convêm a leitura atenta do disposto nos artigos 5° a 8°, da
Lei n° 8.112/90:
"Art. 5° São requisitos básicos para investidura em cargo
público:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do
cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
§ 1° As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
outros requisitos estabelecidos em lei.
§ 2° Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o
direito de se inscrever em concurso público para provimento
de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a
deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão
reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas
no concurso.
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e
tecnológica federais poderão prover seus cargos com
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo
com as normas e os procedimentos desta Lei. (Incluído pela
Lei nº 9.515, de 20.11.97)
Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante
ato da autoridade competente de cada Poder.
Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a
posse.
Art. 8o São formas de provimento de cargo público:
I - nomeação;
II - promoção;
III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V - readaptação;
VI - reversão;
VII - aproveitamento;
VIII - reintegração;
IX - recondução".
A alternativa "C" está correta, pois apenas as universidades
e instituições de pesquisa federais poderão contratar
pesquisadores, professores e cientistas estrangeiros. Trata-
se de uma forma de incentivar a pesquisa e o
desenvolvimento tecnológico do país mediante o
conhecimento trazido por profissionais advindos de outros
países. Desta forma, justifica-se a exceção à exigência da
nacionalidade brasileira como requisito à investidura no
cargo público federal.
7. (ESAF – AFC/CGU – 2006) Não integra o rol de
requisitos básicos para investidura em
cargo público:
a) comprovação de ausência de condenação penal.
b) nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo.
c) aptidão física e mental.
d) gozo dos direitos políticos.
e) idade mínima de dezoito anos.
Resposta: A
Comentário:
O que a Lei exige como condição para que investidura em
cargo público é que o indivíduo esteja em gozo dos seus
direitos políticos. A condenação criminal transitada em
julgado, enquanto perdurarem os seus efeitos importa na
suspensão dos direitos políticos (art. 15, III, CF/88).
Assim sendo, o indivíduo condenado criminalmente poderá
ser investido num cargo público, por exemplo, se a
condenação criminal não foi transitada em julgado (Princípio
da Presunção de Inocência - art. 5°, LVII, CF/88 - "ninguém
será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória") ou se já não perduram os
efeitos da sentença transitada em julgado.
8. (ESAF – AFC/CGU – 2006) A exoneração de ofício de
servidor público, ocupante de cargo
efetivo, dar-se-á:
a) a pedido do próprio servidor.
b) em razão de processo administrativo, sendo-lhe
assegurada ampla defesa.
c) a juízo da autoridade competente.
d) quando, tendo tomado posse, não entrar em exercício no
prazo estabelecido.
e) em virtude da extinção do cargo.
Resposta: D
Comentário: Cf. art. 34, parágrafo único, inciso II, da Lei n°
8.112/90:
"Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido
do servidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I - quando não satisfeitas as condições do estágio
probatório;
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar
em exercício no prazo estabelecido".
9. (FCC – TRT-20ªR – 2006) Nos termos do disposto na Lei
no 8.112/90, a reversão:
(A) constitui forma de provimento derivado que culmina com
o retorno à atividade do servidor posto em disponibilidade.
(B) é o retorno à atividade do servidor aposentado por
invalidez, quando, por junta médica oficial, forem declarados
insubsistentes os motivos da aposentadoria.
(C) é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no
âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
(D) resulta da investidura do servidor estável em cargo de
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação
que tenha sofrido em sua capacidade física.
(E) constitui ato administrativo discricionário pelo qual o
agente exonerado reingressa no serviço público.
Resposta: B
Comentário: Cf. art. 25, da Lei n° 8.112/90:
"Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor
aposentado: (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001)
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar
insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído
pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
II - no interesse da administração, desde que: (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores
à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de 4.9.2001)
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001)
§ 1° A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo
resultante de sua transformação"
A alternativa "A" refere-se ao Aproveitamento (art. 30).
A alternativa "C" refere-se à Remoção (art. 36).
A alternativa "D" refere-se à Readaptação (art. 24).
10. (FCC – TRT-20ªR – 2006) O servidor que NÃO entrar
em exercício dentro do prazo legal
de:
(A) 15 dias, contados da data da posse, será exonerado do
cargo.
(B) 30 dias, contados do ato de provimento, será afastado
provisoriamente do cargo.
(C) 60 dias, contados da publicação do ato de provimento,
poderá ser posto em disponibilidade.
(D) 15 dias, contados da data da nomeação, poderá ser
afastado do cargo.
(E) 30 dias, contados da data da posse, será posto em
disponibilidade.
Resposta: A
Comentário: Cf. art. 15, §§1° e 2°, da Lei n° 8.112/90:
"Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições
do cargo público ou da função de confiança. (Redação dada
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado
em cargo público entrar em exercício, contados da data da
posse. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado
sem efeito o ato de sua designação para função de
confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos
neste artigo, observado o disposto no art. 18".
11. (FCC – TRE/SP-Téc.Jud. – 2006) Mário é técnico
judiciário do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São
Paulo. Seu superior hierárquico direto descobriu que ele
exerce o comércio, na qualidade de acionista. Neste caso,
em razão dessa descoberta, de acordo com a Lei no
8.112/90, Mário:
(A) está sujeito à penalidade disciplinar de advertência
escrita, fornecendo-se prazo para que Mário largue o
comércio.
(B) está sujeito à penalidade disciplinar de suspensão de
até, no máximo, noventa dias.
(C) está sujeito à penalidade disciplinar de suspensão de
até, no máximo, sessenta dias.
(D) está sujeito à penalidade disciplinar de demissão, uma
vez que praticou conduta proibida a servidor público.
(E) não está sujeito à penalidade disciplinar, uma vez que
não praticou conduta proibida a servidor público.
Resposta: E
Comentário: Constitui vedação ao Servidor Público Federal
o disposto no art. 117, inciso X, da Lei n° 8.112/90:
"participar de gerência ou administração de sociedade
privada, personificada ou não personificada, salvo a
participação nos conselhos de administração e fiscal de
empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou
indiretamente, participação no capital social ou em
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a
seus membros, e exercer o comércio, exceto na qualidade
de acionista, cotista ou comanditário". Tal conduta sujeita o
indivíduo à penalidade de demissão, nos termos do art. 132,
XIII, da Lei n° 8.112/90.
Conforme expressamente ressalvado pelo dispositivo
citado, o exercício do comércio na qualidade de acionista,
cotista ou comanditário é uma conduta permitida, não
importando em aplicação de penalidade alguma ao servidor.
12. (FCC – TRE/SP-Téc.Jud. – 2006) De acordo com a Lei
no 8.112/90, com relação às responsabilidades é correto
afirmar:
(A) As sanções civis, penais e administrativas poderão
cumular-se, mas, havendo cumulação, as sanções serão
dependentes umas das outras.
(B) A responsabilidade penal não abrange as contravenções
penais imputadas ao servidor, nessa qualidade.
(C) Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá
civilmente o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
regressiva.
(D) A responsabilidade administrativa do servidor, em regra,
não será afastada no caso de absolvição criminal que negue
a sua autoria.
(E) Não há responsabilidade administrativa de ato omissivo
praticado pelo servidor no desempenho do cargo ou função.
Resposta: C
Comentário: Para a solução da questão, sugere-se a leitura
atenta dos artigos 121 a 126, da Lei n° 8.112/90:
"Art. 121. O servidor responde civil, penal e
administrativamente pelo exercício irregular de suas
atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao
erário ou a terceiros.
§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao
erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46,
na falta de outros bens que assegurem a execução do
débito pela via judicial.
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá
o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos
sucessores e contra eles será executada, até o limite do
valor da herança recebida.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de
ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do
cargo ou função.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão
cumular-se, sendo independentes entre si.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será
afastada no caso de absolvição criminal que negue a
existência do fato ou sua autoria".
ATENÇÃO: LEI N.º 8.666/93 É ALTERADA PELA MP 495/2010
Posted by Leonardo in Contrato Administrativo, Licitação on
22 de julho de 2010
No último dia 20 de julho de 2010, foi publicada a Medida Provisória nº 495, que, além de alterar a Lei nº 8.666/93, modificou a redação das Leis nºs 8.958/94 e 10.973/04, bem como revogou o § 1º do art. 2º da Lei nº 11.273/06.
Vejamos, abaixo, as alterações na Lei de Licitações e
Contratos:
Art. 1o A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta
mais vantajosa para a administração e a promoção do
desenvolvimento nacional, e será processada e julgada em
estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos
que lhes são correlatos.
§ 1o …………….
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de
convocação, cláusulas ou condições que comprometam,
restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e
estabeleçam preferências ou distinções em razão da
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de
qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante
para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto
nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de
23 de outubro de 1991.
……………………….
§ 2º ……………………….
I – produzidos no País;
II – produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e
III – produzidos ou prestados por empresas que invistam em
pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
……………………….
§ 5º Nos processos de licitação previstos no caput, poderá
ser estabelecida margem de preferência para produtos
manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas
técnicas brasileiras.
§ 6o A margem de preferência por produto, serviço, grupo
de produtos ou grupo de serviços, a que refere o § 5o, será
definida pelo Poder Executivo Federal, limitada a até vinte e
cinco por cento acima do preço dos produtos manufaturados
e serviços estrangeiros.
§ 7o A margem de preferência de que trata o § 6o será
estabelecida com base em estudos que levem em
consideração:
I – geração de emprego e renda;
II – efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e
municipais; e
III – desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no
País.
§ 8o Respeitado o limite estabelecido no § 6o, poderá ser
estabelecida margem de preferência adicional para os
produtos manufaturados e para os serviços nacionais
resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica
realizados no País.
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o, 6o e 8o deste
artigo não se aplicam quando não houver produção
suficiente de bens manufaturados ou capacidade de
prestação dos serviços no País.
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 6o será
estendida aos bens e serviços originários dos Estados
Partes do Mercado Comum do Sul – Mercosul, após a
ratificação do Protocolo de Contratações Públicas do
Mercosul, celebrado em 20 de julho de 2006, e poderá ser
estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços
originários de outros países, com os quais o Brasil venha
assinar acordos sobre compras governamentais.
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,
serviços e obras poderão exigir que o contratado promova,
em favor da administração pública ou daqueles por ela
indicados, medidas de compensação comercial, industrial,
tecnológica ou acesso a condições vantajosas de
financiamento, cumulativamente ou não, na forma
estabelecida pelo Poder Executivo Federal.
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação,
manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de
tecnologia de informação e comunicação, considerados
estratégicos em ato do Poder Executivo Federal, a licitação
poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia
desenvolvida no País e produzidos de acordo com o
processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de
11 de janeiro de 2001.” (NR)
“Art. 6º ……………………….
XVII – produtos manufaturados nacionais – produtos
manufaturados, produzidos no território nacional de acordo
com o processo produtivo básico ou regras de origem
estabelecidas pelo Poder Executivo Federal;
XVIII – serviços nacionais – serviços prestados no País, nas
condições estabelecidas pelo Poder Executivo Federal;
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação
estratégicos – bens e serviços de tecnologia da informação
e comunicação cuja descontinuidade provoque dano
significativo à administração pública e que envolvam pelo
menos um dos seguintes requisitos relacionados às
informações críticas: disponibilidade, confiabilidade,
segurança e confidencialidade.” (NR)
“Art. 24. ……………………….
XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do
disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de
dezembro de 2004, observados os princípios gerais de
contratação dela constantes.” (NR)
“Art. 57. ……………………….
V – às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e
XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até
cento e vinte meses, caso haja interesse da administração.”
(NR)
TCU X STJ – ALCANCE DA SANÇÃO PREVISTA NO ART. 87, III, DA LEI N.º 8.666/93
Posted by Leonardo in Contrato Administrativo, Licitação,
STJ, TCU on 17 de julho de 2010
Assim como ocorre no STF e no STJ, o Tribunal de Contas
da União (TCU) lançou o seu Informativo de Jurisprudência,
sobre Licitações e Contratos.
Como essa matéria vem caindo bastante nos concursos
públicos, ou ainda, se você tem curiosidade ou trabalha com
“Licitações e Contratos”, cadastre seu e-mail no site do TCU
para receber semanalmente o informativo.
Mas vamos ao que interessa! O Informativo de
Jurisprudência sobre Licitações e Contratos nº 23 do TCU,
referente as sessões de 29 e 30 de junho de 2010,
apresentou uma decisão interessante acerca dos limites da
aplicabilidade da pena de “suspensão de licitar e contratar
com a Administração pelo período de um ano” (art. 87, III,
da Lei n.º 8.666/93). Vejamos a resenha abaixo:
ALCANCE DA SANÇÃO PREVISTA NO ART. 87, III, DA
LEI N.º 8.666/93
Representação formulada ao TCU noticiou suposta
irregularidade no Convite n.º 2008/033, promovido pelo
Banco do Nordeste do Brasil S/A (BNB), cujo objeto era a
“contratação de serviços de infraestrutura na área de
informática do Banco”. Em suma, alegou a representante
que o BNB estaria impedido de contratar com a licitante
vencedora do certame, haja vista ter sido aplicada a esta,
com base no art. 87, III, da Lei de Licitações, a pena de
“suspensão de licitar e contratar com a Administração pelo
período de um ano”, conforme ato administrativo do Tribunal
de Justiça do Estado do Ceará (TJ/CE). Instado a se
manifestar, o Ministério Público junto ao TCU alinhou-se “ao
posicionamento da parcela da doutrina que considera que a
sanção aplicada com supedâneo no art. 87, inciso III, da Lei
das Licitações restringe-se ao órgão ou entidade
contratante, não sendo, portanto, extensível a toda a
Administração Pública”. Portanto, para o Parquet, “o
impedimento temporário de participar de procedimentos
licitatórios está restrito à Administração, assim
compreendida pela definição do inciso XII do art. 6º da Lei
de Licitações.”. Anuindo ao entendimento do MP/TCU, o
relator propôs e o Plenário decidiu considerar improcedente
a representação. Precedentes citados: Decisão n.º 352/98-
Plenário e Acórdãos n.os 1.727/2006-1ª Câmara e
3.858/2009-2ª Câmara. Acórdão n.º
1539/2010-Plenário, TC-026.855/2008-2, rel. Min. José
Múcio Monteiro, 30.06.2010.
Caro concurseiro, cuidado!!!Essa não é a posição do
Superior Tribunal de Justiça sobre o assunto.
Vejamos primeiramente a redação do artigo 87, III da Lei nº
8.666/93:
“Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a
Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao
contratado as seguintes sanções:
(…)
III – suspensão temporária de participação em licitação e
impedimento de contratar com a Administração, por prazo
não superior a 2 (dois) anos;”
O STJ entende que a antedita punição não produz efeitos
somente em relação ao órgão ou ente federado que
determinou a punição, mas a toda a Administração Pública.
Senão vejamos:
ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DE PARTICIPAÇÃO EM
LICITAÇÕES. MANDADO DE SEGURANÇA. ENTES OU
ÓRGÃOS DIVERSOS. EXTENSÃO DA PUNIÇÃO PARA
TODA A ADMINISTRAÇÃO.
1. A punição prevista no inciso III do artigo 87 da Lei nº
8.666/93 não produz efeitos somente em relação ao
órgão ou ente federado que determinou a punição, mas
a toda a Administração Pública, pois, caso contrário,
permitir-se-ia que empresa suspensa contratasse
novamente durante o período de suspensão, tirando desta a
eficácia necessária.
2. Recurso especial provido.
(REsp 174.274/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,
SEGUNDA TURMA, julgado em 19/10/2004, DJ 22/11/2004
p. 294)
ADMINISTRATIVO – MANDADO DE SEGURANÇA –
LICITAÇÃO – SUSPENSÃO TEMPORÁRIA – DISTINÇÃO
ENTRE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
– INEXISTÊNCIA – IMPOSSIBILIDADE DE
PARTICIPAÇÃO DE LICITAÇÃO PÚBLICA – LEGALIDADE
– LEI 8.666/93, ART. 87, INC. III.
- É irrelevante a distinção entre os termos Administração
Pública e Administração, por isso que ambas as figuras
(suspensão temporária de participar em licitação (inc. III) e
declaração de inidoneidade (inc. IV) acarretam ao licitante a
não-participação em licitações e
contratações futuras.
- A Administração Pública é una, sendo descentralizadas as
suas funções, para melhor atender ao bem comum.
- A limitação dos efeitos da “suspensão de participação
de licitação” não pode ficar restrita a um órgão do
poder público, pois os efeitos do desvio de conduta que
inabilita o sujeito para contratar com a Administração
se estendem a qualquer órgão da Administração
Pública.
- Recurso especial não conhecido.
(REsp 151.567/RJ, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA
MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/02/2003, DJ
14/04/2003 p. 208)
Esta também é a posição do TRF da 1ª Região:
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.
LICITAÇÃO. PENALIDADE. INSCRIÇÃO NO SICAF E
SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DO DIREITO DE LICITAR
(POR DOIS ANOS). ART. 87, III, DA LEI Nº. 8.666/93.
EXTENSÃO DA RESTRIÇÃO PARA TODA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
I – A penalidade administrativa de suspensão do direito
de licitar, por até 2 (dois) anos, com a Administração,
prevista no art. 87, III, da Lei nº. 8.666/93, surte seus
efeitos com relação a todos os órgãos da Administração
Pública, e não tão somente com relação ao ente que
aplicou a sanção. Precedentes do STJ e do TRF 1ª
Região.
II – No caso sub judice, no entanto, em face da nova
situação surgida, após o ajuizamento do mandado de
segurança, com a cessação dos efeitos da penalidade
aplicada, tendo em vista o transcurso integral do prazo da
suspensão temporária do direito de licitar imposta ao
impetrante, os quais se pretendia anular, restam alterados
os pressupostos de direito e de fato, que, originariamente,
motivaram a súplica, cessando-se o interesse processual,
inclusive da recorrente, que, com a concessão da
segurança, pelo juízo monocrático, impulsionara a apelante,
pelo que se aplica, na espécie, o disposto no art. 267, inciso
VI, última figura, do CPC.
II – Remessa oficial e apelação prejudicadas, declarando-se
extinto o processo, sem julgamento do mérito.
(AMS 2000.01.00.076244-6/DF, Rel. Desembargador
Federal Souza Prudente, Sexta Turma,DJ p.85 de
16/04/2007)
Conforme explicitado REsp 151.567, a Administração
Pública é una, sendo descentralizadas as suas funções
pelos entes federativos, para melhor atender as
necessidades coletivas. A posição do MP/TCU está em
desacordo com a posição do STJ. Entendo mais apropriada
a posição do STJ. Afinal qual a finalidade prática de uma
penalidade imposta pela Secretaria de Educação do RN que
não possui efeitos na Secretaria de Saúde do mesmo este
federativo.
Leonardo, no concurso eu devo seguir qual corrente?
Em primeiro lugar, acho muito (muito mesmo) pouco
provável uma questão abordar esta problemática.
Justamente em face dessa divergência. Se a questão for do
tipo “segundo jurisprudência do TCU”, marque a posição do
TCU. Caso contrário, marque a posição de que “a
penalidade administrativa de suspensão do direito de licitar,
por até 2 (dois) anos, com a Administração, prevista no art.
87, III, da Lei nº. 8.666/93, surte seus efeitos com relação a
todos os órgãos da Administração Pública”.
Abraços,
Leonardo Medeiros Júnior
Seguem, abaixo, as questões de direito administrativo da
prova de agente de investigação e escrivão da Polícia
Civil/PB realizada no último dia 29/03/2009.
01. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) Quanto a revogação e
invalidação (ou anulação) de atos administrativos, assinale
a opção correta.
a) O desuso não é suficiente para se revogar um ato
administrativo.
b) Em razão de sua natureza, os atos vinculados são, em
regra, revogáveis.
c) A revogação dos atos administrativos produz efeitos ex
tunc, uma vez que os atos revogáveis são aqueles que
possuem vício de legalidade.
d) A invalidação de um ato administrativo, ao contrário da
revogação, deve ser analisada pelo administrador sob o
enfoque da conveniência e da oportunidade.
e) O poder de autotutela da administração não encontra
limites no rol dos direitos previstos no art. 5.º da
Constituição Federal de 1988 (CF).
02. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) O princípio da eficiência
na administração pública foi inserido no caput do art. 37 da
CF apenas com a edição da Emenda Constitucional n.º
19/1998. Entretanto, mesmo antes disso, já era considerado
pela doutrina e pela jurisprudência pátria como um princípio
implícito no texto constitucional. Sob o enfoque desse
princípio, assinale a opção correta.
a) A burocracia administrativa é considerada um mal
necessário, de forma que a administração não deve
preocupar-se em reduzir as formalidades destituídas de
sentido.
b) O princípio da eficiência, relacionado na CF apenas na
parte em que trata da administração pública, não se aplica
às ações dos Poderes Legislativo e Judiciário.
c) O princípio da gestão participativa, que confere ao
administrado interessado em determinado serviço público a
possibilidade de sugerir modificações nesse serviço, não
guarda relação com o princípio da eficiência.
d) A imparcialidade e a neutralidade do agente
administrativo na prática dos atos não contribuem para a
efetivação do princípio da eficiência.
e) A transparência dos atos administrativos é um importante
aspecto do princípio da eficiência, na medida em que coíbe
a prática de atos que visam à satisfação de interesses
pessoais.
03. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) O estado da Paraíba
editou uma lei cujo artigo 1.º foi assim redigido:
Art. 1.º Ficam criadas oitenta funções de confiança de
Agente Judiciário de Vigilância, de provimento em
comissão, para prestar serviços de vigilância aos órgãos do
Poder Judiciário.
Nessa situação hipotética, o artigo em questão
a) não fere qualquer dispositivo legal ou constitucional.
b) fere apenas dispositivos legais, mas respeita todas as
normas e princípios constitucionais relacionados à
administração pública.
c) obedece o inciso V do artigo 37 da CF, que assim dispõe:
“V as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
nos caso, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.”
d) fere, tão-somente, a regra constitucional que prevê a
obrigatoriedade da prévia aprovação em concurso público
para a investidura em cargos e empregos públicos.
e) viola regra constitucional que prevê que as funções de
confiança destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento, além de ferir a regra também
inscrita na CF que prevê a obrigatoriedade da prévia
aprovação em concurso público para a investidura em
cargos e empregos públicos.
04. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) A doutrina brasileira
reconhece como atributos do ato administrativo a presunção
de legitimidade, a imperatividade, a exigibilidade e a
autoexecutoriedade. Acerca desses atributos,
assinale a opção correta.
a) A presunção de legitimidade dos atos administrativos é
absoluta (juris et de jure).
b) Os atos praticados no exercício do poder de polícia são,
normalmente, dotados do atributo da autoexecutoriedade.
c) A principal distinção entre o atributo da
autoexecutoriedade e da exigibilidade é que o segundo
confere à administração a faculdade de executar a medida
prevista em lei. Nesse sentido, a administração não precisa
recorrer ao Poder Judiciário para implementar o ato dotado
do atributo da exigibilidade.
d) Todos os atos administrativos possuem o atributo da
autoexecutoriedade.
e) Caso o administrado se sinta lesado pelos excessos
decorrentes de um ato autoexecutório da administração, ele
não poderá recorrer ao Poder Judiciário para ver seu
prejuízo reparado.
05. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) Julgue os itens
subsequentes, relativos à administração direta e indireta.
I – As empresas públicas e as sociedades de economia
mista são criadas por lei específica.
II – A criação de uma fundação pública se efetiva com a
edição de uma lei específica.
III – Cabe à lei complementar definir as áreas de atuação
das fundações públicas.
IV – As sociedades de economia mista são pessoas
jurídicas de direito privado, criadas sob a forma de
sociedades anônimas para o exercício de atividade
econômica ou, eventualmente, a prestação de serviços
públicos.
V – O regime jurídico das empresas públicas e sociedades
de economia mista é de caráter exclusivamente privado.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e V.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) III e V.
06. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) Cada um de nós põe
em comum sua pessoa e toda a sua autoridade sob o
supremo comando da vontade geral, e recebemos em
conjunto cada membro como parte indivisível do todo.
Convém que tudo quanto cada qual aliene em virtude do
pacto social de seu poder, de seus bens, de sua liberdade,
seja apenas a parte cujo uso interesse à sociedade, todavia,
é preciso igualmente convir que só o soberano pode ser juiz
desse
interesse. (Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social.
Trad. R. R. da Silva. Ed. Ridendo Castigat Moraes, p. 10 e
16 (com adaptações).
Esse texto pode ser considerado como o fundamento para a
existência do poder de polícia nas sociedades modernas.
Quanto ao poder de polícia no direito administrativo
brasileiro, assinale a opção correta.
a) Em sentido amplo, o poder de polícia pode ser entendido
como a atividade da administração que engloba a polícia
administrativa e a judiciária. A segunda tem como
característica principal a prevenção, por objeto a
propriedade e a liberdade e rege-se pelas normas
administrativas.
A primeira é notadamente repressiva, tem por objeto as
pessoas e rege-se por normas processuais penais.
b) O poder de polícia não pode ser delegado a particulares.
Isso significa que a administração não pode sequer
contratar empresa para a instalação de equipamentos que
auxiliem nas atividades materiais de constatação de
infrações.
c) São atributos do poder de polícia a autoexecutoriedade, a
imperatividade e a presunção de legitimidade.
d) O poder de polícia também pode-se manifestar por meio
da edição de atos normativos.
e) A administração pode cobrar e executar, na via
administrativa, o valor das multas aplicadas aos
administrados, uma vez que o poder de polícia tem como
atributo a autoexecutoriedade.
Gabarito preliminar (CESPE):
01 – a
02 – e
03 – e
04 – b
05 – d
06 – d
Dando continuidade a postagem de questões recentes de
concursos, seguem abaixo as questões de administrativo da
prova de Delegado da Policia Civil – PB realizada no último
domingo (29/03/2009).
Abraços,
Leonardo Medeiros Júnior
01. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) Uma concessionária de
energia elétrica, pessoa jurídica de direito privado, houve
por bem terceirizar o serviço de corte do fornecimento de tal
serviço. Marcos, empregado dessa empresa terceirizada, ao
efetuar a suspensão dos serviços de energia elétrica em
favor de Maria, acabou por agredi-la, já que essa alegava
que a conta já havia sido paga. Em relação a essa situação
hipotética, assinale a opção correta.
a) A lei geral de concessão não autoriza a suspensão do
fornecimento de energia elétrica, pelo inadimplemento por
parte do usuário, já que o acesso ao serviço de energia
elétrica decorre da própria dignidade da pessoa humana,
que deve prevalecer sobre os interesses econômicos da
concessionária.
b) Eventual ação de indenização por danos materiais e
morais deverá ser proposta contra a concessionária, já que
essa se responsabiliza pelos atos dos seus prepostos, não
sendo possível alegar-se culpa exclusiva de terceiro.
c) O prazo prescricional da ação de reparação de danos, na
espécie, será de cinco anos, na forma do Código Civil, já
que inexiste prazo prescricional específico para as
concessionárias de serviço público.
d) Cabe mandado de segurança contra ato dos diretores da
concessionária de serviço público, com vistas a restabelecer
o serviço de energia elétrica, o qual deverá ser impetrado na
justiça estadual.
e) A competência para julgar eventual ação de indenização
proposta contra a concessionária de serviço público será da
justiça federal, já que se trata de uma delegação de serviço
público federal.
02. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) O estado da Paraíba
firmou contrato de prestação de serviços continuados de
limpeza com determinada pessoa jurídica, no valor de R$
10.000.000,00 por ano. Ao longo do cumprimento desse
contrato, verificou-se que a contratada não estaria
recolhendo as contribuições sociais incidentes sobre a folha
de salários, motivo pelo qual foi-lhe negada a certidão
negativa de débitos previdenciários. Além disso, o estado da
Paraíba houve por bem aumentar o número de pessoas
para prestar os serviços de limpeza, o que ensejou uma
majoração de R$ 2.400.000,00 por ano. Quanto à Lei n.º
8.666/1993, e considerando o texto hipotético apresentado,
assinale a opção correta.
a) Esse contrato pode ser prorrogado por iguais e
sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e
condições mais vantajosas para a administração, limitado a
sessenta meses. No entanto, esse prazo máximo poderá
ainda ser ultrapassado em até doze meses, desde que em
caráter excepcional, devidamente justificado e mediante
autorização da autoridade superior.
b) A exigência de regularidade fiscal deve ser observada no
momento da contratação, mas a eventual ausência da
certidão negativa de débito ao longo do contrato, conforme
entendimento do STJ, autoriza apenas a retenção das
parcelas devidas pela administração.
c) A contratada não está obrigada a cumprir esse contrato,
em face da sua alteração unilateral.
d) Mesmo considerando que a contratada seja uma
organização social e que o contrato de prestação de serviço
seja decorrente do contrato de gestão, é necessário que
tenha havido, previamente ao contrato, licitação.
e) De acordo com o valor do contrato, as modalidades de
licitação cabíveis à espécie são a concorrência ou a tomada
de preço
03. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) A declaração de
caducidade nos contratos de concessão de serviço público
não é autorizada quando
a) o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou
deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores
e parâmetros definidores da qualidade do serviço.
b) a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou
disposições legais ou regulamentares concernentes à
concessão.
c) a concessionária perder as condições econômicas,
técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação
do serviço concedido.
d) a concessionária for condenada em sentença transitada
em julgado por sonegação de tributos, inclusive
contribuições sociais.
e) o poder público retomar o serviço durante o prazo da
concessão, por motivo de interesse público, mediante lei
autorizativa específica e após prévio pagamento da
indenização devida.
04. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) Ainda no que concerne
ao serviço público, assinale a opção correta.
a) O dispositivo constitucional que preceitua caber ao poder
público, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de
concessão ou permissão, sempre mediante licitação, a
prestação de serviços públicos, demonstra que o Brasil
adotou uma concepção subjetiva de serviço público.
b) A permissão de serviço público é definida pela lei geral
de concessões como a delegação, a título precário,
mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita
pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
conta e risco.
c) No procedimento de licitação para contratação de
serviços públicos, obrigatoriamente a primeira fase será a
de habilitação e a segunda, de julgamento da proposta que
melhor se classificar, conforme as condições estabelecidas
no edital, não sendo possível a inversão dessas fases.
d) No contrato de concessão, é obrigatória cláusula que
preveja o foro de eleição, não sendo possível, diante do
interesse público envolvido, prever-se o emprego de
mecanismos privados para a resolução de disputas
decorrentes do contrato ou a ele relacionadas, inclusive a
arbitragem.
e) No contrato de concessão patrocinada, no âmbito das
parcerias público-privadas, os riscos do negócio jurídico
decorrentes de caso fortuito ou força maior serão
suportados exclusivamente pelo parceiro privado.
05. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) Acerca do regime
jurídico dos órgãos e das entidades que compõem a
administração pública direta e indireta, assinale a opção
correta.
a) Caso uma empresa pública federal impetre mandado de
segurança contra ato do juiz de direito do estado da
Paraíba, conforme entendimento do STJ, caberá ao
respectivo tribunal regional federal julgar o referido
mandado de segurança.
b) Considere a seguinte situação hipotética. O município de
João Pessoa pretende receber o Imposto
Sobre Serviços (ISS) da INFRAERO, empresa pública
federal que presta serviço público aeroportuário em regime
de monopólio, em face dos serviços prestados, sobre os
quais não incide ICMS.
Nessa situação, a pretensão do município deve ser
atendida, já que a imunidade recíproca não atinge as
empresas públicas, mas apenas a administração direta da
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios,
bem como as suas autarquias e fundações públicas.
c) Os órgãos subalternos, conforme entendimento do STF,
têm capacidade para a propositura de mandado de
segurança para a defesa de suas atribuições.
d) A OAB, conforme entendimento do STF, é uma autarquia
pública em regime-especial e se submete ao controle do
TCU.
e) Os conselhos de profissões regulamentadas, como o
CREA e o CRM, são pessoas jurídicas de direito privado.
QUESTÃO 32
06. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) Assinale a opção
correta a respeito do regime constitucional dos agentes
públicos.
a) Apesar de a jurisprudência sumulada do STF entender
que não há direito subjetivo à nomeação do candidato
aprovado em concurso público, recentemente esse
entendimento vem sendo flexibilizado, pelo próprio STF, por
entender que, se o Estado anuncia em edital de concurso
público a existência de vagas, ele se obriga ao seu
provimento, se houver candidato aprovado.
b) Considere a seguinte situação hipotética. O prefeito de
determinado município houve por bem
promulgar lei de sua iniciativa que autoriza a contratação
temporária, por meio de concurso público, de fiscais
fazendários, diante da necessidade imperiosa e urgente do
serviço de arrecadação e fiscalização tributária. Nessa
situação, não há qualquer irregularidade, já que a própria
CF autoriza essa forma de contratação temporária.
c) Os atos de improbidade administrativa importarão, de
forma acumulativa, a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em
lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
d) A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
órgãos e entidades da administração direta e indireta
poderá ser ampliada mediante contrato de gestão, o qual
poderá estabelecer, entre outros, o aumento da
remuneração dos servidores públicos envolvidos no referido
contrato.
e) Conforme entendimento do STF, o subsídio dos juízes
estaduais será limitado ao subsídio dos desembargadores
do respectivo tribunal de justiça, limitado a 90,25% do
subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF.
Gabarito preliminar divulgado pela CESPE:
1 – b
2 – a
3 – e
4 – b
5 – a
6 – a
Prezados Colegas,Recebi a prova de Auditor Fiscal da Receita Estadual do Espírito Santo que foi aplicada no último domingo (08/02/2009).As questões de direito administrativo estavam fáceis e diretas. Abraços,Leonardo Medeiros JúniorVejam as questões comentadas:
01. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) A administração
pública, compreendida no sentido subjetivo como o
conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas que, por
força de lei, exercem a função administrativa do Estado,
submete-se exclusivamente ao regime jurídico de
direito público.
( ) CERTO ( ) ERRADO
ERRADO – A questão aborda a classificação da função
administrativa como função do Estado. Os administrativistas
dividem a Administração no seu sentido formal e material.
No sentido formal, subjetivo ou orgânico Administração
Pública é simplesmente o conjunto de órgãos e pessoas
jurídicas a que o nosso ordenamento atribui o exercício da
função administrativa do Estado. Já no sentido material,
objetivo ou funcional é o conjunto de atividades que são
consideradas atividades administrativas.
A primeira parte da assertiva está correta, entretanto a
Administração Pública está submetida a dois regimes
jurídicos: o regime jurídico de direito público (regime
jurídico-administrativo) e o regime de direito privado, não
submetendo-se exclusivamente ao regime jurídico de direito
público.
02. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Suponha que a
Assembléia Legislativa do estado do Espírito Santo
instaurou processo administrativo destinado a rever as
aposentadorias de seus servidores, diante de denúncias
relacionadas à prática de ilegalidade. Contra referido
ato, foi impetrado mandado de segurança, sob o
fundamento de que a garantia constitucional do direito
adquirido estaria sendo violada. Considerando esta
situação hipotética, é legítima a atuação da Assembléia
Legislativa do estado, porquanto a administração
pública tem o poder-dever de rever seus atos quando
praticados com ilegalidade.
( ) CERTO ( ) ERRADO
CERTO – A questão exigiu por parte do candidato o
conhecimento do princípio da autotutela, consubstanciado
nas súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal:
Súmula 346: “A Administração Pública pode declarar a
nulidade dos seus próprios atos.”
Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.”
Ademais, vejam que a questão não informou que o ato da
Assembléia violou qualquer direito adquirido.
Apenas alerto os colegas concurseiros que a anulação, a
revogação e também a convalidação de atos
administrativos, decorrem do poder de autotutela da
Administração Pública.
03. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Somente o
Poder Judiciário tem a prerrogativa de invalidar ato
administrativo que contém vício de legalidade.
( ) CERTO ( ) ERRADO
ERRADO – A anulação de um ato administrativo com vício
de legalidade pode ser declarada pela própria
Administração Pública, no exercício do princípio da
autotutela, ou pelo Judiciário no exercício de sua função
jurisdicional.
04. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Considere a
seguinte situação hipotética. O Instituto Estadual de
Proteção e Defesa do Consumidor, após constatar a
ocorrência de irregularidades, e a presença dos
pressupostos legais, interditou determinado
estabelecimento. Nessa situação, o ato é inválido já que
a administração pública não poderia tomar referida
providência sem a prévia autorização judicial.
( ) CERTO ( ) ERRADO
ERRADO – Dentre os atributos dos atos administrativos
está o da autoexecutoriedade, que permite a Administração
a execução de determinados atos independentemente de
anuência do administrado e, ainda, sem necessidade de
autorização judicial prévia.
Atenção concurseiros!!! – Nem todo ato administrativo
é auto-executório. Este atributo está presente apenas
nos atos em que a lei atribui essa característica e nos
atos em que, mesmo não previstos em lei como auto-
executórios, necessitam ser praticados pela
Administração em situações de emergência, para
garantir a segurança, a vida ou a integridade de
pessoas que estejam em perigo.
05. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Nos contratos
administrativos, a administração pública dispõe da
faculdade de promover a alteração unilateral do
contrato.
( ) CERTO ( ) ERRADO
CERTO – A questão aborda as chamadas “cláusulas
exorbitantes” dos contratos administrativos. Uma cláusula
exorbitante prevista no artigo 58 da Lei n.º 8.666/93 é a
justamente a prerrogativa conferida à Administração para
alterar, por ato unilateral, os contratos administrativos.
06. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Considere a
seguinte situação hipotética. O estado do Espírito Santo
pretende adquirir equipamentos fornecidos por
representante comercial exclusivo no país. Nessa
situação, tem-se a hipótese caracterizadora de dispensa
de licitação.
( ) CERTO ( ) ERRADO
ERRADO – Se o produto é comercializado por um
representante comercial exclusivo no país estamos diante
do instituto da inexigibilidade e não da dispensa.
Nos termos do artigo 25, da Lei 8.666/93, a licitação é
inexigível quando:
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade
de competição, em especial:
I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros
que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou
representante comercial exclusivo, vedada a preferência
de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser
feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do
comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra
ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação
Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
07. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) A lei de
improbidade é endereçada não somente ao agente
público. Suas disposições são aplicáveis, no que for
cabível, àquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
direta ou indireta.
( ) CERTO ( ) ERRADO
CERTO – A questão exigiu o conhecimento do art. 3º da Lei
n.º 8.429/1992, que reza:
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que
couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
08. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Os serviços de
defesa nacional, segurança interna e fiscalização de
atividades são exemplos de serviços públicos
indelegáveis.
( ) CERTO ( ) ERRADO
CERTO – A assertiva exigiu o conhecimento do candidato
da delegabilidade de serviços públicos. Alguns serviços por
sua própria natureza são ditos essenciais: segurança
nacional, segurança pública e os serviços judiciários. Além
desses a fiscalização de atividades regulamentadas
também. Esses serviços somente podem ser prestados pelo
Estado. Sendo, portanto, indelegáveis.
9. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) O estado-membro
pode, a exemplo do que ocorre no âmbito federal, criar
autarquia destinada ao desempenho de atividade
administrativa de forma descentralizada. Para tanto, é
indispensável a observância do princípio da reserva
legal.
( ) CERTO ( ) ERRADO
CERTO – A questão exigiu do candidato o conhecimento da
descentralização administrativa por outorga. Vejamos a
redação do artigo 37, XIX da CF/1988:
Art. 37 (…)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade
de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação.
QUESTÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO DO EXAME DE ORDEM (2008.3) COMENTADAS
Posted by Leonardo in CESPE, OAB, Prova
Comentada on 22 de janeiro de 2009
Boa Noite!
Como prometido em sala de aula, vou postar e comentar
questões do último exame de ordem. Espero que seja útil a
todos!
Abraços,
Leonardo
01. (CESPE/OAB/2008.3) João, servidor público com
cargo efetivo no Ministério X, foi denunciado pela
prática de peculato. A denúncia foi recebida, foi
instaurado processo administrativo disciplinar e
designada comissão para apuração do fato. O
advogado de João requereu a suspensão do processo
administrativo enquanto não transitasse em julgado
o processo criminal, pedido que foi indeferido pela
comissão. Ao final do processo criminal, João foi
absolvido definitivamente, por insuficiência de
provas. No processo administrativo disciplinar, foi
aplicada pena de demissão a João. Considerando
essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) João poderá apresentar petição nos autos do
processo administrativo, acompanhada de cópia do
julgamento havido na esfera criminal, mas não terá
direito à alteração da pena de demissão que lhe foi
imposta.
b) A comissão disciplinar deveria ter determinado,
como medida mais prudente, a suspensão do
processo administrativo, o que evitaria decisões
conflitantes, como as da situação apresentada.
c) A decisão adequada seria a suspensão do
processo penal, com a suspensão do prazo
prescricional, até que terminasse o processo
administrativo.
d) A pena de demissão deveria ter sido aplicada pelo
presidente da República, visto que este não pode
delegar o ato a ministro de Estado.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
A questão abordou com muita propriedade o tema
responsabilidade do servidor público.
Sabemos que de acordo com a Lei n.º 8.112/90 a regra é a
independência das instâncias de responsabilização, bem
como a aplicação cumulativa de suas respectivas sanções.
Vejamos a redação do artigo 125 da Lei n.º 8.112/90:
Art. 125. As sanções civis, penais e
administrativas poderão cumular-se, sendo
independentes entre si.
Assim, a regra geral é a incomunicabilidade de instâncias,
pois o servidor pode praticar um ilícito administrativo que
não se enquadre na capitulação de ilícito penal.
Entretanto, quando o servidor for absolvido na esfera penal
por negativa de autoria ou negativa da existência do fato, a
decisão prolatada na instância penal vincula a instância
administrativa.
Vejam a redação do artigo 126 da Lei n.º 8.112/90:
Art. 126. A responsabilidade administrativa do
servidor será afastada no caso de absolvição
criminal que negue a existência do fato ou sua
autoria.
Ademais, vamos recordar o lembrete n.º 90 da apostila de
revisão: “a absolvição penal por mera insuficiência de
provas ou por ausência de culpabilidade penal, ou, ainda,
por qualquer outro motivo, não interfere na esfera
administrativa e civil”.
A CESPE gosta muita de testar o candidato sobre o instituto
da comunicabilidade de instâncias, abordando a absolvição
penal por mera insuficiência de provas. Vejam, abaixo, uma
questão de AJ do Tribunal de Justiça da Bahia:
(CESPE/Atendente Judiciário/TJBA/2003) A absolvição
criminal por insuficiência de prova do servidor público
demitido pela prática de delito funcional é impeditiva da
aplicação de penalidade disciplinar administrativa.
A questão está ERRADA uma vez que a comunicabilidade
de instâncias ocorrerá caso de absolvição criminal do
servidor por negativa de autoria ou negativa da existência
do fato, e não por insuficiência de provas.
A alternativa “a” está CORRETA, uma vez que o mesmo
está apenas comunicando o fato na esfera administrativa,
bem como, “não terá direito à alteração da pena de
demissão que lhe foi imposta” uma vez que fora absolvido
por insuficiência de provas.
A alternativa “b” está ERRADA, pois de acordo com o artigo
125 da Lei n.º 8.666/93 as sanções civis, penais e
administrativas são independentes.
A alternativa “c” está ERRADA em face do mesmo
argumento, de que as instâncias são independentes.
A alternativa “d” está ERRADA em da possibilidade de
delegação do ato por parte do Presidência da República.
Vejamos a redação do artigo 84, XXV da Constituição
Federal:
Art. 84 – Compete privativamente ao Presidente da
República:
XXV – prover e extinguir os cargos públicos
federais, na forma da lei;
Parágrafo único – O Presidente da República poderá
delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI,
XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de
Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União, que observarão os limites
traçados nas respectivas delegações.
De acordo com o parágrafo único do artigo 84 da CF, é
possível delegar a atribuição de desprover os cargos
públicos da estrutura do Poder Executivo (primeira parte do
inciso XXV).
Assim, correta a indicação do gabarito preliminar da
alternativa “a”.
02. (CESPE/OAB/2008.3) Assinale a opção correta
acerca de desapropriação.
a) A desapropriação indireta, forma legítima de
intervenção na propriedade, é realizada por entidade
da administração indireta.
b) Os bens públicos não podem ser desapropriados.
c) Em caso de desapropriação por interesse social
para fim de reforma agrária, deve haver indenização,
necessariamente em dinheiro, das benfeitorias úteis
e das necessárias.
d) A desapropriação de imóveis urbanos pode ser
feita mediante prévia e justa indenização,
permitindo-se à administração, caso haja autorização
legislativa do Senado Federal, pagá-la com títulos da
dívida pública.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
A alternativa “a” está errada uma vez que a desapropriação
indireta não é forma legítima de intervenção do Estado na
propriedade.
A desapropriação indireta nada mais é que senão o ato
ilícito pelo qual o Estado, sem observância dos requisitos da
desapropriação, incorpora um bem particular ao seu
domínio.
Vejamos uma questão recente do Exame de Ordem que
abordou a desapropriação indireta:
CESPE/OAB/2007.2) Acerca da desapropriação, assinale a
opção correta.
a) Na desapropriação por interesse social para fins de
reforma agrária, serão indenizadas por título da dívida
pública não apenas a terra nua, mas também as
benfeitorias úteis e necessárias, sendo que as voluptuosas
não serão indenizadas.
b) Os bens públicos não podem ser desapropriados.
c) Na desapropriação por zona, devem ser incluídos os
imóveis contíguos ao imóvel desapropriado, necessários ao
desenvolvimento da obra a que se destina.
d) Desapropriação indireta é o fato administrativo por meio
do qual o Estado se apropria de bem particular, sem a
observância dos requisitos da declaração e da indenização
prévia.
Resposta: “d”
A alternativa “b” está ERRADA. A União pode desapropriar
bens do Estado e de suas autarquias e empresas. Além
disso, ao Estado é lícito desapropriar bens do Município.
Entretanto, a recíproca não é verdadeira!
Os Municípios não poderão desapropriar bens do Estado e
da União. E nem os Estados os da União.
Vejamos a redação do §2º do artigo 2º do Decreto-Lei n.º
3.365/1941:
Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública,
todos os bens poderão ser desapropriados pela
União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal
e Territórios.
(…)
§ 2o Os bens do domínio dos Estados, Municípios,
Distrito Federal e Territórios poderão ser
desapropriados pela União, e os dos Municípios
pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato
deverá preceder autorização legislativa.
A alternativa “c” está CORRETA por refletir a regra
constitucional explicitada no artigo 184, § 1º da
Constituição Federal que reza:
Art. 184 – Compete à União desapropriar por
interesse social, para fins de reforma agrária, o
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função
social, mediante prévia e justa indenização em
títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de
até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º – As benfeitorias úteis e necessárias serão
indenizadas em dinheiro.
A alternativa “d” está ERRADA. A alternativa trata da
desapropriação urbanística, prevista no artigo 182 da
Constituição Federal. Essa modalidade de desapropriação é
prevista como a que pode ser adotada a título de
penalização ao proprietário do solo urbano que não atender
à exigência de promover o adequado aproveitamento de
sua propriedade ao plano diretor municipal.
Vejamos a redação do §4º artigo 182 da Constituição
Federal:
Art. 182 (…)
§ 4º – É facultado ao poder público municipal,
mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal,
do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente,
de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante
títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate
de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da
indenização e os juros legais.
O Senado Federal não autoriza a desapropriação, apenas
aprova a emissão dos títulos da dívida pública, que serão
resgatáveis no prazo máximo de 10 anos.
03. (CESPE/OAB/2008.3) Assinale a opção correta em
relação à Lei n.º 8.112/1990, que dispõe sobre o
regime jurídico dos servidores públicos civis da
União, das autarquias e das fundações públicas
federais.
a) O período de licença para tratar de pessoa da
família do servidor, quando não for remunerado, não
será contado para efeito de aposentadoria.
b) A licença para tratar de interesse particular, se
concedida no período de estágio probatório, não
poderá exceder o período de um ano.
c) O servidor que recusar fé a documento público
sujeita-se à penalidade de suspensão.
d) Em entidade com mais de 30.000 associados, a
licença para desempenho de mandato classista será
remunerada.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
A questão exigia o conhecimento da Lei n.º 8.112/90 em
detalhes! Um absurdo!
Vejamos a redação do § 2º do artigo 83 da Lei n.º 8.112/90:
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor
por motivo de doença do cônjuge ou companheiro,
dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e
enteado, ou dependente que viva às suas expensas e
conste do seu assentamento funcional, mediante
comprovação por perícia médica oficial.
§ 1o A licença somente será deferida se a
assistência direta do servidor for indispensável e
não puder ser prestada simultaneamente com o
exercício do cargo ou mediante compensação de
horário, na forma do disposto no inciso II do art.
44.
§ 2o A licença será concedida, sem prejuízo da
remuneração do cargo efetivo, por até trinta dias,
podendo ser prorrogada por até trinta dias e,
excedendo estes prazos, sem remuneração, por até
noventa dias.
§ 3o Não será concedida nova licença em período
inferior a doze meses do término da última licença
concedida
Agora, vejamos a redação do artigo 103 da mesma lei:
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e
disponibilidade:
(…)
II – a licença para tratamento de saúde de pessoa da
família do servidor, com remuneração.
Assim, está correta a alternativa “a”.
A alternativa “b” está ERRADA uma vez que a licença para
o trato de assuntos particulares somente é concedida ao
servidor ocupante de cargo efetivo, além disso, exige-se
que o mesmo não esteja em estagio probatório.
Sobre a alternativa “c”, vejamos que é proibido ao servidor
público recusar fé a documento públicos. (art. 117 da Lei
n.º 8.112/90).
E de acordo com o artigo 129 da mesma lei, a recusa é
punível com advertência e não com suspensão.
A alternativa “d” está ERRADA, uma vez que a licença para
desempenho de mandato classista é sem remuneração, nos
termos do artigo art. 92 da Lei n.º 8.112/90.
04. (CESPE/OAB/2008.3) Referentemente aos
contratos administrativos, assinale a opção correta.
a) A presença da administração pública na relação
contratual é suficiente para se qualificarem avenças
no contrato administrativo.
b) O princípio da continuidade do serviço público
impede que o contratado suspenda, sob a alegação
de falta de pagamento, o serviço que presta à
administração pública.
c) As cláusulas exorbitantes possibilitam à
administração pública alterar unilateralmente o
contrato administrativo, exceto no que se refere à
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro.
d) A modificação da finalidade da empresa
contratada pela administração para prestação de
serviços implica automática rescisão do contrato
administrativo.
ANÁLISE DA QUESTÃO:
A alternativa “a” está ERRADA, uma vez que não basta a
presença da administração pública na relação contratual
para a caracterização de um contrato administrativo. A
presença configura a celebração de um contrato da
administração. Para a caracterização de um contrato
administrativo, além da presença da administração pública
em um dos pólos, faz-se necessário verificamos a presença
das cláusulas exorbitantes.
A redação da alternativa “b” está no mínimo sinistra!
O Professor José dos Santos Carvalho Filho ao dispor sobre
a exceção do contrato não cumprido, assim comenta:
“(..) A doutrina clássica vinha entendendo que essa defesa não podia
beneficiar o particular contratado pela Administração quando esta,
exigindo o cumprimento do contrato, não cumpria sua obrigação. O
sustento teórico era o princípio da continuidade do serviço público, mais
importante que o interesse particular.” (in Manual de Direito
Administrativo. 18.ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007. pg. 178)
Para o Professor Celso Antônio bandeira de Mello, O
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DE SERVIÇOS PÚBLICOS não
está presente em todos os contratos, o que desde já
concordamos. Entretanto, a redação da alternativa não fala
de contrato, mas da existência de um serviço sendo
prestado pelo contratado à administração pública. A
alternativa não disse qual era o serviço!!!!
Ademais, sabemos da redação do artigo 78 da Lei n.º
8.666/93, que trata dos motivos de rescisão do contrato
administrativo.
Mas a questão fala de SUSPENSÃO do serviço, e não de
rescisão do contrato. São institutos distintos!!!! O
contratado não pode suspender a execução do serviço pela
exceção do contrato não cumprido antes do prazo de 90
(dias). Pode sim, requerer a rescisão do contrato. Pode sim
o contatado recorrer a via judicial, e dessa maneira, o Poder
Judiciário pode determinar a suspensão do serviço.
Assim, a péssima redação da alternativa “b” leva o
candidato a considerá-la como correta.
A alternativa “c” está CORRETA, uma vez que exterioriza
uma das características do contrato administrativo, a
presença das chamadas cláusula exorbitantes. Uma delas é
a possibilidade de alterar unilateralmente o contrato
mesmo sem a concordância do contratado, refletindo dessa
maneira a supremacia estatal na relação contratual. A
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro se refere
aos contratantes, e não a administração pública.
A alternativa “d” está ERRADA, pois não implica em
automática rescisão do contrato administrativo a
modificação da finalidade da empresa contratada pela
administração para prestação de serviços.
Tal ocorrência constitui motivo para rescisão do contrato,
entretanto, não é automática!
Quem se prejudicou com essa questão, sugiro impetrar
recurso em face da redação, no mínimo ambígua, da
alternativa “b”.
Amanhã posto comentários das demais questões.
Abraços,
Leonardo
1- Os agentes que compõem a Força Nacional de
Segurança pertencem exclusivamente ao grupo dos
servidores militares.
Gabarito: F
Comentário: Os integrantes da Força Nacional de
Segurança guardam com o Estado o vínculo
originário, se militares, assim permanecem, se civis,
assim continuarão a ser considerados.
2 - Pode-se dizer que o RJU, enquanto perdurarem os
efeitos liminares em decisão do STF retornou ao
ordenamento pátrio para que sejam ocupados cargos
em órgãos e entidades com personalidade jurídica de
direito público.
Gabarito: V
Comentário: O item está correto. Os efeitos da ADI
2135, que discute a observância de formalidades
constitucionais para alteração do caput do Art. 39 da
CF, aplicam-se à Administração Direta (órgãos),
autarquias e fundações públicas (ambas pessoas
jurídicas de direito público).
3 - A administração pública restringiu a participação
de pessoas excessivamente obesas, em um concurso
público de agente penitenciário. A restrição pode não
ferir o princípio da isonomia, desde que o discrímen
guarde relação de pertinência lógica com o
desempenho do cargo.
Gabarito: V
Comentário: É possível que sejam estabelecidos
requisitos para aprovação em concursos públicos,
desde que existe inarredável compatibilidade entre a
exigência prevista e a natureza das funções que virão
a ser desempenhadas.
4 – É lícito ao Poder Judiciário modificar livremente o
gabarito de concursos públicos em face de
provocação de candidato inconformado. (F)
Gabarito: F
Comentário: A atuação do Poder Judiciário nestes
casos deve restringir-se à apreciação de previsão da
questão no conteúdo programático do Edital ou, ao
máximo, de contrariedade à dispositivo legal expresso
e em vigor.
Será o fim da responsabilidade subsidiária
do Poder Público?
Vejam a notícia do STF:
"Por votação majoritária, o Plenário do Supremo
Tribunal Federal declarou, nesta quarta-feira
(24), a constitucionalidade do artigo 71,
parágrafo 1º, da Lei 8.666, de 1993, a chamada
lei de licitações. O dispositivo prevê que a
inadimplência de contratado pelo Poder Público
em relação a encargos trabalhistas, fiscais e
comerciais não transfere à Administração
Pública a responsabilidade por seu pagamento,
nem pode onerar o objeto do contrato ou
restringir a regularização e o uso das obras e
edificações, inclusive perante o Registro de
Imóveis.
Decisão
Ao decidir, a maioria dos ministros se
pronunciou pela constitucionalidade do artigo
71 e seu parágrafo único, e houve consenso no
sentido de que o TST não poderá generalizar os
casos e terá de investigar com mais rigor se a
inadimplência tem como causa principal a falha
ou falta de fiscalização pelo órgão público
contratante.
O ministro Ayres Britto endossou parcialmente
a decisão do Plenário. Ele lembrou que só há
três formas constitucionais de contratar
pessoal: por concurso, por nomeação para
cargo em comissão e por contratação por
tempo determinado, para suprir necessidade
temporária.
Assim, segundo ele, a terceirização, embora
amplamente praticada, não tem previsão
constitucional. Por isso, no entender dele, nessa
modalidade, havendo inadimplência de
obrigações trabalhistas do contratado, o poder
público tem de responsabilizar-se por elas."
Fonte: www.stf.jus.br