questões comentadas

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COMO PASSAR NO CONCURSO DO STM? 7 dicas para passar no STM. Pode acreditar, funcionam!!! 1. Não viaje de férias: você pode não acreditar, mas uma semana faz toda a diferença, principalmente em um concurso em que a prova está tão próxima. 2. Não estude em casa: mude de ambiente, encontre um local agradável, confortável e silencioso para que você possa se dedicar inteiramente ao seu objetivo. 3. Intercale as matérias a serem estudadas: não passe um dia inteiro estudando apenas 1 assunto; quando perceber que já não está se concentrando em uma matéria, passe para outra imediatamente. 4. Estudo primeiro as matérias mais difíceis: pense na lógica? Se você começar pelas matérias mais fáceis e depois passar para as mais difíceis o estudo ficará cada vez mais chato, levando-o ao cansaço e a desistência. Comece do Pior! 5. Descanse no meio do estudo. Dê uma passeada e uma espairecida por 10 minutos a cada hora de estudo. Lembre-se: cérebro cansado assimila menos matéria. 6. Não esqueça o lazer: um cineminha não faz mal a ninguém; desde que seja um dia por semana. 7. Seja feliz ao estudar: encare o conhecimento adquirido pelo estudo como algo engrandecedor e positivo na sua vida. Seja feliz enquanto estuda. Lembre- se que você vai perder apenas um natal e uma virada de ano, mas ganhará estabilidade financeira pelo resto de sua vida. Questões Comentadas - Licitações e Contratos - Parte I (Cespe/UnB – MMA – 2003) Julgue os itens que se seguem, referentes a licitação. 1 Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para a execução de seu objeto. Resposta: C Comentário: Art. 22, §1°, da Lei n° 8.666/93. 2 Tomada de preços é a modalidade de licitação apenas entre interessados prévia e devidamente cadastrados, observada a necessária qualificação. Resposta: E Comentário: Art. 22, §2°, da Lei n° 8.666/93 (possibilidade de participação de não cadastrados) 3 Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e

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Page 1: Questões Comentadas

COMO PASSAR NO CONCURSO DO STM?

7 dicas para passar no STM. Pode

acreditar, funcionam!!!

1. Não viaje de férias: você pode não

acreditar, mas uma semana faz toda a

diferença, principalmente em um

concurso em que a prova está tão

próxima.

2. Não estude em casa: mude de

ambiente, encontre um local agradável,

confortável e silencioso para que você

possa se dedicar inteiramente ao seu

objetivo.

3. Intercale as matérias a serem

estudadas: não passe um dia inteiro

estudando apenas 1 assunto; quando

perceber que já não está se

concentrando em uma matéria, passe

para outra imediatamente.

4. Estudo primeiro as matérias mais

difíceis: pense na lógica? Se você

começar pelas matérias mais fáceis e

depois passar para as mais difíceis o

estudo ficará cada vez mais chato,

levando-o ao cansaço e a desistência.

Comece do Pior!

5. Descanse no meio do estudo. Dê uma

passeada e uma espairecida por 10

minutos a cada hora de estudo. Lembre-

se: cérebro cansado assimila menos

matéria.

6. Não esqueça o lazer: um cineminha

não faz mal a ninguém; desde que seja

um dia por semana.

7. Seja feliz ao estudar: encare o

conhecimento adquirido pelo estudo

como algo engrandecedor e positivo na

sua vida.

Seja feliz enquanto estuda. Lembre-se

que você vai perder apenas um natal e

uma virada de ano, mas ganhará

estabilidade financeira pelo resto de sua

vida.

Questões Comentadas - Licitações e Contratos -

Parte I

(Cespe/UnB – MMA – 2003) Julgue os itens que se

seguem, referentes a licitação.

1 Concorrência é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados que, na fase inicial de

habilitação, comprovem possuir os requisitos mínimos

de qualificação exigidos no edital para a execução de

seu objeto.

Resposta: C

Comentário: Art. 22, §1°, da Lei n° 8.666/93.

2 Tomada de preços é a modalidade de licitação apenas

entre interessados prévia e devidamente cadastrados,

observada a necessária qualificação.

Resposta: E

Comentário: Art. 22, §2°, da Lei n° 8.666/93 (possibilidade

de participação de não cadastrados)

3 Convite é a modalidade de licitação entre interessados

do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não,

escolhidos e convidados em número mínimo de três

pela unidade administrativa, a qual deve afixar, em local

apropriado, cópia do instrumento convocatório e o

estender aos demais cadastrados na correspondente

Page 2: Questões Comentadas

especialidade que manifestarem seu interesse com

antecedência de até 24 horas da apresentação das

propostas. Existindo na praça mais de três possíveis

interessados, a cada novo convite, realizado para objeto

idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no

mínimo, mais um interessado, enquanto existirem

cadastrados não-convidados nas últimas licitações.

Resposta: C

Comentário: Art. 22, §§3° e 6°, da Lei n° 8.666/93.

4 Pregão é a modalidade de licitação entre quaisquer

interessados para escolha de trabalho técnico,

científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios

ou remuneração aos vencedores, conforme critérios

constantes de edital publicado na imprensa oficial com

antecedência mínima de 45 dias.

Resposta: E

Comentário: A modalidade referida é o concurso (art. 22,

§4°, Lei n° 8.666/93). O pregão pode ser usado para

aquisição de bens e serviços comuns (art. 1°, Lei n°

10.520/2002).

5 É vedada a combinação de modalidades de licitação.

Resposta: C

Comentário: Art. 22, §8°, Lei n° 8.666/93. As modalidades

(concorrência, tomada de preços, convite, concurso, pregão,

leilão) definem um procedimento a ser adotado para a

obtenção da proposta mais vantajosa. Existem critérios

legais (p. ex. estimativa do valor da contratação, natureza

do objeto a ser contratado) para a definição da modalidade

aplicável a um determinado objeto a ser contratado. Uma

vez definida a modalidade, deve-se seguir o procedimento

previsto em lei para esta modalidade. A Lei expressamente

proíbe a combinação de modalidades, ou seja, de

procedimentos.

6 As obras, os serviços e as compras efetuados pela

administração devem ser divididas em tantas parcelas

quantas se comprovarem técnica e economicamente

viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor

aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e

à ampliação da competitividade, sem perda da

economia de escala.

Resposta: C

Comentário: Art. 15, IV, Lei n° 8.666/93. Art. 23, §1°, Lei n°

8.666/93. Trata-se do parcelamento do objeto com vistas ao

melhor aproveitamento do mercado e a ampliação da

competitividade. Conhecida por “licitação por itens ou por

lotes”, este parcelamento permite que um maior número de

empresas, que não poderiam cumprir o objeto como um

todo, participem da licitação disputando apenas um ou

alguns itens ou lotes.

7 A concorrência é a única modalidade de licitação

cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, nas

concessões de direito real de uso e nas licitações

internacionais.

Resposta: C

Comentário: Art. 23, §3°, Lei n° 8.666/93.

8 Nos casos em que couber convite, a administração

poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso,

a concorrência.

Resposta: C

Comentário: Art. 23, §4°, Lei n° 8.666/93. Nas modalidades

gerais de licitação (concorrência, tomada de preços e

convite), é possível a utilização de uma modalidade

“superior”, nas hipóteses em que é admitida uma

modalidade “inferior”.

9 É vedada a utilização da modalidade convite ou

Page 3: Questões Comentadas

tomada de preços, conforme o caso, para parcelas de

uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e

serviços da mesma natureza e no mesmo local, que

possam ser realizadas conjunta e concomitantemente,

sempre que o somatório de seus valores caracterizar o

caso de tomada de preços ou concorrência,

respectivamente, exceto para as parcelas de natureza

específica que possam ser executadas por pessoas ou

empresas de especialidade diversa daquela do executor

da obra ou serviço.

Resposta: C

Comentário:

10 As organizações industriais da administração federal

direta, em face de suas peculiaridades, devem

estabelecer limites próprios de valor para definir a

modalidade de licitação para a aquisição de materiais

aplicados exclusivamente em manutenção, reparo ou

fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes

à União.

Resposta: E

Comentário:

Art. 23, §6°, da Lei n° 8.666/93: “As organizações industriais

da Administração Federal direta, em face de suas

peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no

inciso I deste artigo também para suas compras e serviços

em geral, desde que para a aquisição de materiais

aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou

fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à

União.”

Os limites previstos no art. 23 da Lei n° 8.666/93 para

definição das modalidades diferenciam-se entre “obras e

serviços de engenharia” (limites mais elevados) e entre

“compras e demais serviços” (limites mais baixos). O que

dispõe o art. 23, §6°, para determinados objetos, as

organizações industriais da Administração Federal Direta

poderão utilizar para as compras e demais serviços os

limites estabelecidos para as obras e serviços de

engenharia.

11 Na compra de bens de natureza divisível e desde que

não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é

permitida a cotação de quantidade inferior à demandada

na licitação, com vistas à ampliação da competitividade,

podendo o edital fixar quantitativo mínimo para

preservar a economia de escala.

Resposta: C

Comentário: Art. 23, §7°, Lei n° 8.666/93.

Questões comentadas

CESPE – OAB/SP 2008) De acordo com a lei que dispõe

sobre o regime de concessão e permissão da prestação de

serviços públicos, assinale a opção incorreta.

a) Considera-se poder concedente a autarquia, fundação,

empresa pública ou sociedade de economia mista em cuja

competência se encontre o serviço público precedido,

necessariamente, da execução de obra pública, objeto de

concessão ou permissão.

b) Considera-se concessão de serviço público precedida da

execução de obra pública a construção, total ou parcial,

conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de

quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder

concedente, mediante licitação, na modalidade de

concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas

que demonstre capacidade para a sua realização, por sua

conta e risco, de forma que o investimento da

concessionária seja remunerado e amortizado mediante a

exploração do serviço ou da obra por prazo determinado.

c) Considera-se concessão de serviço público a delegação

de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante

licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica

ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para

seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo

determinado.

d) Considera-se permissão de serviço público a delegação,

a título precário, mediante licitação, da prestação de

Page 4: Questões Comentadas

serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa

física ou jurídica que demonstre capacidade para seu

desempenho, por sua conta e risco.

COMENTÁRIO: essa tá muito fácil, pois apenas pelo texto

da lei é possível responder a questão. Segundo a Lei

8987/95, em seu art. 2º:

"Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:

I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal

ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço

público, precedido ou não da execução de obra pública,

objeto de concessão ou permissão;

II - concessão de serviço público: a delegação de sua

prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação,

na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou

consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu

desempenho, por sua conta e risco e por prazo

determinado;

III - concessão de serviço público precedida da execução de

obra pública: a construção, total ou parcial, conservação,

reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de

interesse público, delegada pelo poder concedente,

mediante licitação, na modalidade de concorrência, à

pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre

capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de

forma que o investimento da concessionária seja

remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço

ou da obra por prazo determinado;

IV - permissão de serviço público: a delegação, a título

precário, mediante licitação, da prestação de serviços

públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou

jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,

por sua conta e risco."

RESPOSTA: letra "A"

QUESTÕES COMENTADAS DA FGV – 2010

01. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) De acordo com a Lei

Federal 8.666/93, a modalidade de licitação que comporta

menor formalismo, porque se destina a contratações de

menor vulto, é denominada:

a) pregão.

b) convite.

c) concurso.

d) concorrência.

e) tomada de preços.

RESPOSTA: Licitação é o procedimento administrativo

formal em que a Administração Pública convoca, mediante

condições estabelecidas em ato próprio (edital ou convite),

empresas interessadas na apresentação de propostas para

o oferecimento de bens e serviços.

As formas específicas de condução desse procedimento

licitatório são denominadas de modalidades. A Lei n.º

8.666/93 estabeleceu 05 modalidades de licitação: a)

Concorrência; b)Tomada de Preços; c) Convite; d)

Concurso; e e) Leilão. Entretanto, a Lei 10.520/2002,

instituiu a 6ª modalidade: o Pregão.

ATENÇÃO: Além das citadas modalidades, não podemos

esquecer que a modalidade consulta foi criada para atender

às peculiaridades das Agências Reguladoras (Lei 9.472/97

e Lei 10.438/2002).

Das modalidades citadas, o convite é a modalidade mais

simples, criada para fazer face aos contratos de menor

valor, podendo ser substituída pela tomada de preço ou pela

concorrência, se assim desejar a autoridade competente

(art. 23, § 4º da n.º 8.666/93). No convite ao invés do edital,

temos a carta-convite, que é enviada a pelos menos 3

(três) licitantes.

GABARITO: “b”

02. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Nos termos do

Estatuto das Licitações, assinale a alternativa que apresente

um motivo para rescisão do contrato administrativo.

a) A supressão, por parte da Administração, de serviços no

percentual de 20% (vinte por cento) do valor atualizado do

contrato.

b) Qualquer paralisação da obra, do serviço ou do

fornecimento.

c) A suspensão de sua execução, por ordem escrita da

Administração, por 100 dias.

d) O atraso superior a 30 dias dos pagamentos devidos pela

Administração decorrentes de obras, serviços ou

fornecimento.

e) A não-liberação, por parte da Administração, de área

para execução de obra, no prazo contratual.

 

Page 5: Questões Comentadas

RESPOSTA: Essa questão exige o conhecimento do art. 78

da Lei 8.666/93. De início sabemos que a inexecução total

ou parcial do contrato administrativo pode acarretar a sua

rescisão.  Assim,  rescisão nada mais é que senão a

extinção do contrato antes do prazo fixado quando da sua

celebração.

A alternativa “a” está ERRADA, pois o que enseja a rescisão

é a supressão, por parte da Administração, de percentual

além do limite previsto no §1º do artigo 65 da Lei 8.666/93.

De acordo com o antedito dispositivo a Administração pode

impor ao contratado a supressão de até 25% (vinte e cinco

por cento) do valor inicial atualizado do contrato. Apenas

quando ultrapassar este limite é que tal fato constitui motivo

para a rescisão do contrato. Assim, o percentual de 20%

está dentro do limite permitido pela lei para a supressão por

parte da Administração.

A alternativa “b” está ERRADA pois não é qualquer

paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento. Mas

apenas, aquela realizada sem justa causa e sem prévia

comunicação à Administração.

A alternativa “c” está ERRADA uma vez que o prazo deve

ser superior a 120 (cento e vinte) dias e não 100 (cem) dias.

A alternativa “d” está ERRADA uma vez que o atraso dos

pagamentos devidos pela Administração decorrentes de

obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já

recebidos ou executados, deve ser superior a 90 (noventa)

dias, e não de 30 (trinta) dias.

A alternativa “e” está CORRETA por repetir a redação do

inciso XVI do art. 78 da Lei 8.666/93.

GABARITO: “e”

03. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Com relação aos

princípios inerentes aos serviços públicos, analise as

afirmativas a seguir.

I. O princípio da continuidade impede que haja suspensão

do serviço público, ainda que motivada por razões técnicas.

II. As concessionárias de serviço público devem observar o

princípio da eficiência, mantendo adequado o serviço

executado.

III. A remuneração dos serviços públicos não pode abranger

parâmetros diferenciados de cobrança em razão do

princípio da modicidade.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

RESPOSTA: A afirmativa “I” está ERRADA. Sabemos que o

princípio da continuidade ou permanência estabelece a

necessidade de que a Administração Pública não

interrompa a prestação de seus serviços, pois fundamentais

e essenciais à coletividade. Entretanto, o §3º do artigo 6º da

Lei 8.987 de 13 de fevereiro de 1995, estabelece duas

exceções que não caracterizam descontinuidade do serviço:

a) a motivada por razões de ordem técnica ou de segurança

das instalações; e, b) a motivada por inadimplemento do

usuário, considerado o interesse da coletividade.

A afirmativa “II” está CORRETA. O princípio da eficiência foi

elevado ao ápice do ordenamento jurídico brasileiro pela EC

n° 19/98, que o inseriu expressamente na redação do art.

37 da Constituição Federal. A eficiência administrativa

consiste na busca constante do melhor resultado com o

menor dispêndio, tornando os serviços mais baratos e,

portanto, mais acessíveis aos usuários, coibindo o

desperdício do dinheiro público. A Lei n° 8.987/95, que

dispõe sobre o regime das concessões comuns e permissão

da prestação de serviços públicos, faz expressa referência à

eficiência do serviço público no § 1° do art. 6°.

A afirmativa “III” está ERRADA. De início sabemos que o

serviço público não tem como requisito de adequação a

gratuidade. Pela regra da modicidade das tarifas, a Lei

8.987/95 pretende assegurar que o valor das tarifas dos

serviços seja módico, ou seja, que possibilite a fruição do

serviço pela camada economicamente mais carente da

população. Assim, modicidade das tarifas consiste na

possibilidade de acesso e efetiva utilização do serviço

público de forma universal. Isso não significa que a

remuneração dos serviços públicos não pode abranger

parâmetros diferenciados de cobrança.

GABARITO: “b”

Direito Administrativo - Lei n° 8.112/90

Lista de Exercícios sobre a Lei n° 8.112/90.

Atendendo a pedidos, comentamos as respostas das

questões abaixo.

1. (FCC – Técnico/TRE – 2006) Considere as assertivas:

I. O concurso público terá validade de até dois anos,

podendo ser prorrogado, por dois períodos sucessivos de

até 3 anos.

II. A investidura em cargo público ocorrerá com a aprovação

em concurso público de provas ou de provas e títulos.

III. A promoção, a reversão, o aproveitamento, a

recondução e a reintegração são, dentre outras, formas de

Page 6: Questões Comentadas

provimento de cargo público.

Está correto o que se afirma APENAS em

A) I.

(B) I e II.

(C) I e III.

(D) II e III.

(E) III.

Resposta: E

Comentário:

I - Errada - Cf. art. 37, III, da CF/88: "o prazo de validade do

concurso público será de até dois anos, prorrogável uma

vez, por igual período" e cf. art. 12, da Lei n° 8.112/90: "Art.

12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos,

podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período".

A título de exemplificação, se o prazo de validade

estabelecido no Edital for de 1 ano, ele só poderá ser

prorrogado por uma única vez pelo período de 1 ano.

II - Errada. A aprovação em concurso público de provas ou

de provas e títulos é condição para a nomeação em cargo

público efetivo. Mas a investidura só ocorre com a posse.

Cf. art. 7°, da Lei n° 8.112/90: "A investidura em cargo

público ocorrerá com a posse".

III - Certa. Cf. art. 8°, da Lei n° 8.112/90: "São formas de

provimento de cargo público: I - nomeação; II - promoção; III

- (revogado); IV - (revogado); V - readaptação; VI - reversão;

VII - aproveitamento; VIII - reintegração; IX - recondução".

Reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado,

quando, aposentado por invalidez, forem declarados, por

junta médica oficial, insubsistentes os motivos para a

aposentadoria (art. 25, I, Lei n° 8.112/90) ou quando, por

interesse da administração, nas condições prescritas pelo

art. 25, II, da Lei n° 8.112/90.

Aproveitamento é o retorno à atividade do servidor colocado

em disponibilidade. Cf. art. 30, da Lei n° 8.112/90: "Art. 30.

O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á

mediante aproveitamento obrigatório em cargo de

atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente

ocupado".

Recondução é, nos termos do art. 29, da Lei n° 8.112/90, "o

retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado

e decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório relativo

a outro cargo; II - reintegração do anterior ocupante".

Reintegração é, nos termos do art. 28, da Lei n° 8.112/90,

"a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente

ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação,

quando invalidada a sua demissão por decisão

administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as

vantagens".

2. (FCC – Técnico/TRE – 2006) Quando não satisfeitas as

condições do estágio probatório dar-se-á, a:

(A) readaptação.

(B) demissão.

(C) exoneração de ofício.

(D) recondução.

(E) aposentadoria.

Resposta: C

Comentário:

Segundo Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo, 19a.

ed., São Paulo, Malheiros, 1990, p. 383), o estágio

probatório é o período de exercício do funcionário durante o

qual é observado e apurada pela Administração a

conveniência ou não de sua permanência no serviço

público, mediante a verificação dos requisitos estabelecidos

em lei para a aquisição da estabilidade.

No âmbito Federal, estes requisitos foram elencados no art.

20, da Lei n° 8.112/90, quais sejam:

a)assiduidade;

b) disciplina;

c) capacidade de iniciativa;

d) produtividade;

e) responsabilidade.

Page 7: Questões Comentadas

Na lição de Hely Lopes Meirelles, "comprobado durante o

estágio probatório que o funcionário não satisfaz as

exigências legais das Administração, pode ser exonerado

justificativamente pelos dados colhidos no serviço, na forma

estatutária, independentemente de inquérito administrativo,

isto é, de processo administrativo disciplinar".

Complementa o autor que "essa exoneração não é

penalidade, não é demissão; é simples dispensa do

servidor, por não convir à Adminisrtação sua permanência

(...).

Esta exoneração se processa de ofício, conforme revelada

pelo art. 34, parágrafo único, inciso I, da Lei n° 8.112/90:

"Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido

do servidor, ou de ofício.

Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:

I - quando não satisfeitas as condições do estágio

probatório;

II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em

exercício no prazo estabelecido".

3. (FCC – GEMDP/EP – 2006) Considere as afirmações

abaixo.

I. O servidor habilitado em concurso público e empossado

em cargo de provimento efetivo adquire estabilidade no

serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo

exercício.

II. A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

III. A nomeação para cargos em comissão depende de

prévia habilitação em concurso público de provas ou de

provas e títulos.

IV. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do

cargo.

É correto o que se afirma APENAS em

a) II e IV.

b) III e IV.

c) I e II.

d) I, III e IV.

e) I, II e III.

Resposta: A

Comentário:

I - Errada - Segundo o art. 41, caput, da CF/88, alterado

com a Emenda Constitucional n° 19/98, "São estáveis após

três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para

cargo de provimento efetivo em virtude de concurso

público". Antes da EC n° 19/98, a estabilidade era adquirida

após dois anos de efetivo exercício.

II - Certa - Cf. art. 7°, Lei n° 8.112/90: "A investidura em

cargo público ocorrerá com a posse".

III - Errada - Trata-se de uma exceção à exigência

constitucional de concurso público, consoante revela o art.

37, II, da CF/88 (c/ redação da EC n° 19/98): "a investidura

em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia

em concurso público de provas ou de provas e títulos, de

acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou

emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as

nomeações para cargo em comissão declarado em lei

de livre nomeação e exoneração"

IV - Certa - Segundo o Art. 15, da Lei n 8.112/90: "Exercício

é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou

da função de confiança".

4. (FCC – PGMAM – 2006) Observe as seguintes

proposições:

I. O servidor público estável perderá o cargo, dentre outras

hipóteses, em virtude de sentença judicial transitada em

julgado.

II. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor

estável, será ele reconduzido ao cargo anteriormente

ocupado.

III. Extinto o cargo, o servidor estável ficará em

disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de

serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

IV. Perderá o cargo o servidor público estável que for

demitido em virtude do instituto da verdade sabida.

Estão corretas APENAS

a) I e II.

Page 8: Questões Comentadas

b) I e III.

c) I e IV.

d) II e III.

e) II e IV.

Resposta: B

Comentário:

I - Certa - Após a EC n° 19/98, são as seguintes as

condições pelas quais o servidor público estável poderá

perder seu cargo (art. 41, §1° e art. 169, §4°):

a) mediante sentença judicial transitada em julgado;

b) mediante processo administrativo regular, em que lhe

seja assegurada ampla defesa;

c) mediante procedimento de avaliação periódica de

desempenho, sendo assegurada ampla defesa;

d) em razão de excesso de despesas de pessoal ativo e

inativo, conforme limites estabelecidos na Lei

Complementar n° 101/2000.

II - Errada - Cf. 41, §2°, CF/88: "Invalidada por sentença

judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado,

e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao

cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em

outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração

proporcional ao tempo de serviço". Trata-se do instituto da

Reintegração e não Recondução, conforme menciona a

assertiva.

III - Certa - Cf. art. 41, §3°, da CF/88: "Extinto o cargo ou

declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará

em disponibilidade, com remuneração proporcional ao

tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em

outro cargo". Após a EC n° 19/98, a disponibilidade do

servidor ocorrerá com a remuneração proporcional ao

tempo de serviço e não mais com a remuneração integral do

cargo anteriormente ocupado.

IV - Errada - O instituto da verdade sabida não mais tem

aplicação no direito brasileiro. Exige-se para a aplicação da

penalidade de demissão um procedimento administrativo

em que seja assegurado ao servidor o contraditório e à

ampla defesa.

5. (ESAF – APO – MP/2005) O servidor público estável

poderá perder o seu cargo em caso de excesso de despesa,

na hipótese do artigo 169 da Constituição Federal. Assinale,

quanto a este tema, a afirmativa incorreta.

a) Antes da dispensa do servidor estável, a Administração

deverá reduzir a despesa com os cargos em comissão e

funções de confiança em no mínimo 20%.

b) Na hipótese em foco, o servidor estável que perder o

cargo fará jus a uma indenização correspondente a um mês

de remuneração por ano de serviço.

c) O cargo do servidor estável dispensado será considerado

extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com

atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de cinco

anos.

d) Antes da dispensa do servidor estável, a Administração

deverá providenciar a exoneração de todos os servidores

não-estáveis.

e) A perda do cargo será antecedida por ato normativo

motivado de cada Poder, especificando a atividade

funcional, o órgão ou a unidade administrativa objeto da

redução de pessoal.

Resposta: C

Comentário:

Consoante dispõe o art. 169, da CF/88, com as alterações

da EC n° 19/98:

"Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não

poderá exceder os limites estabelecidos em lei

complementar.

Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou

aumento de remuneração, a criação de cargos ou alteração

de estrutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal,

a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração

direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas

pelo Poder Público, só poderão ser feitas:

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de

remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou

Page 9: Questões Comentadas

alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão

ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e

entidades da administração direta ou indireta, inclusive

fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só

poderão ser feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para

atender às projeções de despesa de pessoal e aos

acréscimos dela decorrentes; II - se houver autorização

específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as

empresas públicas e as sociedades de economia mista.

§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar

referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali

previstos, serão imediatamente suspensos todos os

repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao

Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os

referidos limites.

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com

base neste artigo, durante o prazo fixado na lei

complementar referida no caput, a União, os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes

providências:

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas

com cargos em comissão e funções de confiança;

II - exoneração dos servidores não estáveis.

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo

anterior não forem suficientes para assegurar o

cumprimento da determinação da lei complementar referida

neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo,

desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes

especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade

administrativa objeto da redução de pessoal.

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo

anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de

remuneração por ano de serviço.

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos

anteriores será considerado extinto, vedada a criação de

cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou

assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem

obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. "

Da leitura atenta ao dispositivo constitucional, percebe-se

que a alternativa incorreta é a "C", eis que é vedada a

criação de cargo, emprego ou função com atribuições

assemelhadas pelo prazo de quatro anos (art. 169, §6°,

CF/88) e não de cinco, conforme afirmado pela alternativa.

6. (2007/FCC/TRT-4ªR) No que diz respeito ao provimento

de cargos públicos, é certo que:

(A) a nacionalidade brasileira e a quitação com as

obrigações militares não são consideradas requisitos

básicos para a investidura em cargo público.

(B) a investidura em cargo ou função pública, com

vencimento pago pelos cofres públicos ocorre com o

exercício, que deverá ser comunicado à autoridade no prazo

de cinco dias.

(C) as instituições de pesquisas científica e tecnológica

federais poderão prover seus cargos com técnicos e

cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e

procedimentos da Lei no 8.112/90.

(D) para as pessoas portadoras de deficiência serão

reservadas até dez por cento das vagas oferecidas no

concurso público para provimento dos respectivos cargos.

(E) a posse em outro cargo inacumulável está prevista,

também, como uma das formas de provimento de cargos ou

de funções públicas.

Resposta: C

Comentário: Previamente ao comentário da questão

convêm a leitura atenta do disposto nos artigos 5° a 8°, da

Lei n° 8.112/90:

"Art. 5° São requisitos básicos para investidura em cargo

público:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o gozo dos direitos políticos;

III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do

cargo;

V - a idade mínima de dezoito anos;

Page 10: Questões Comentadas

VI - aptidão física e mental.

§ 1° As atribuições do cargo podem justificar a exigência de

outros requisitos estabelecidos em lei.

§ 2° Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o

direito de se inscrever em concurso público para provimento

de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a

deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão

reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas

no concurso.

§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e

tecnológica federais poderão prover seus cargos com

professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo

com as normas e os procedimentos desta Lei. (Incluído pela

Lei nº 9.515, de 20.11.97)

Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante

ato da autoridade competente de cada Poder.

Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a

posse.

Art. 8o São formas de provimento de cargo público:

I - nomeação;

II - promoção;

III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

V - readaptação;

VI - reversão;

VII - aproveitamento;

VIII - reintegração;

IX - recondução".

A alternativa "C" está correta, pois apenas as universidades

e instituições de pesquisa federais poderão contratar

pesquisadores, professores e cientistas estrangeiros. Trata-

se de uma forma de incentivar a pesquisa e o

desenvolvimento tecnológico do país mediante o

conhecimento trazido por profissionais advindos de outros

países. Desta forma, justifica-se a exceção à exigência da

nacionalidade brasileira como requisito à investidura no

cargo público federal.

7. (ESAF – AFC/CGU – 2006) Não integra o rol de

requisitos básicos para investidura em

cargo público:

a) comprovação de ausência de condenação penal.

b) nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo.

c) aptidão física e mental.

d) gozo dos direitos políticos.

e) idade mínima de dezoito anos.

Resposta: A

Comentário:

O que a Lei exige como condição para que investidura em

cargo público é que o indivíduo esteja em gozo dos seus

direitos políticos. A condenação criminal transitada em

julgado, enquanto perdurarem os seus efeitos importa na

suspensão dos direitos políticos (art. 15, III, CF/88).

Assim sendo, o indivíduo condenado criminalmente poderá

ser investido num cargo público, por exemplo, se a

condenação criminal não foi transitada em julgado (Princípio

da Presunção de Inocência - art. 5°, LVII, CF/88 - "ninguém

será considerado culpado até o trânsito em julgado de

sentença penal condenatória") ou se já não perduram os

efeitos da sentença transitada em julgado.

8. (ESAF – AFC/CGU – 2006) A exoneração de ofício de

servidor público, ocupante de cargo

efetivo, dar-se-á:

a) a pedido do próprio servidor.

b) em razão de processo administrativo, sendo-lhe

assegurada ampla defesa.

c) a juízo da autoridade competente.

d) quando, tendo tomado posse, não entrar em exercício no

prazo estabelecido.

e) em virtude da extinção do cargo.

Resposta: D

Comentário: Cf. art. 34, parágrafo único, inciso II, da Lei n°

8.112/90:

"Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido

do servidor, ou de ofício.

Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:

I - quando não satisfeitas as condições do estágio

Page 11: Questões Comentadas

probatório;

II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar

em exercício no prazo estabelecido".

9. (FCC – TRT-20ªR – 2006) Nos termos do disposto na Lei

no 8.112/90, a reversão:

(A) constitui forma de provimento derivado que culmina com

o retorno à atividade do servidor posto em disponibilidade.

(B) é o retorno à atividade do servidor aposentado por

invalidez, quando, por junta médica oficial, forem declarados

insubsistentes os motivos da aposentadoria.

(C) é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no

âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

(D) resulta da investidura do servidor estável em cargo de

atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação

que tenha sofrido em sua capacidade física.

(E) constitui ato administrativo discricionário pelo qual o

agente exonerado reingressa no serviço público.

Resposta: B

Comentário: Cf. art. 25, da Lei n° 8.112/90:

"Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor

aposentado: (Redação dada pela Medida Provisória nº

2.225-45, de 4.9.2001)

I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar

insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído

pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

II - no interesse da administração, desde que: (Incluído pela

Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida

Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela

Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida

Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores

à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45,

de 4.9.2001)

e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº

2.225-45, de 4.9.2001)

§ 1° A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo

resultante de sua transformação"

A alternativa "A" refere-se ao Aproveitamento (art. 30).

A alternativa "C" refere-se à Remoção (art. 36).

A alternativa "D" refere-se à Readaptação (art. 24).

10. (FCC – TRT-20ªR – 2006) O servidor que NÃO entrar

em exercício dentro do prazo legal

de:

(A) 15 dias, contados da data da posse, será exonerado do

cargo.

(B) 30 dias, contados do ato de provimento, será afastado

provisoriamente do cargo.

(C) 60 dias, contados da publicação do ato de provimento,

poderá ser posto em disponibilidade.

(D) 15 dias, contados da data da nomeação, poderá ser

afastado do cargo.

(E) 30 dias, contados da data da posse, será posto em

disponibilidade.

Resposta: A

Comentário: Cf. art. 15, §§1° e 2°, da Lei n° 8.112/90:

"Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições

do cargo público ou da função de confiança. (Redação dada

pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado

em cargo público entrar em exercício, contados da data da

posse. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado

sem efeito o ato de sua designação para função de

confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos

neste artigo, observado o disposto no art. 18".

11. (FCC – TRE/SP-Téc.Jud. – 2006) Mário é técnico

judiciário do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São

Paulo. Seu superior hierárquico direto descobriu que ele

exerce o comércio, na qualidade de acionista. Neste caso,

Page 12: Questões Comentadas

em razão dessa descoberta, de acordo com a Lei no

8.112/90, Mário:

(A) está sujeito à penalidade disciplinar de advertência

escrita, fornecendo-se prazo para que Mário largue o

comércio.

(B) está sujeito à penalidade disciplinar de suspensão de

até, no máximo, noventa dias.

(C) está sujeito à penalidade disciplinar de suspensão de

até, no máximo, sessenta dias.

(D) está sujeito à penalidade disciplinar de demissão, uma

vez que praticou conduta proibida a servidor público.

(E) não está sujeito à penalidade disciplinar, uma vez que

não praticou conduta proibida a servidor público.

Resposta: E

Comentário: Constitui vedação ao Servidor Público Federal

o disposto no art. 117, inciso X, da Lei n° 8.112/90:

"participar de gerência ou administração de sociedade

privada, personificada ou não personificada, salvo a

participação nos conselhos de administração e fiscal de

empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou

indiretamente, participação no capital social ou em

sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a

seus membros, e exercer o comércio, exceto na qualidade

de acionista, cotista ou comanditário". Tal conduta sujeita o

indivíduo à penalidade de demissão, nos termos do art. 132,

XIII, da Lei n° 8.112/90.

Conforme expressamente ressalvado pelo dispositivo

citado, o exercício do comércio na qualidade de acionista,

cotista ou comanditário é uma conduta permitida, não

importando em aplicação de penalidade alguma ao servidor.

12. (FCC – TRE/SP-Téc.Jud. – 2006) De acordo com a Lei

no 8.112/90, com relação às responsabilidades é correto

afirmar:

(A) As sanções civis, penais e administrativas poderão

cumular-se, mas, havendo cumulação, as sanções serão

dependentes umas das outras.

(B) A responsabilidade penal não abrange as contravenções

penais imputadas ao servidor, nessa qualidade.

(C) Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá

civilmente o servidor perante a Fazenda Pública, em ação

regressiva.

(D) A responsabilidade administrativa do servidor, em regra,

não será afastada no caso de absolvição criminal que negue

a sua autoria.

(E) Não há responsabilidade administrativa de ato omissivo

praticado pelo servidor no desempenho do cargo ou função.

Resposta: C

Comentário: Para a solução da questão, sugere-se a leitura

atenta dos artigos 121 a 126, da Lei n° 8.112/90:

"Art. 121. O servidor responde civil, penal e

administrativamente pelo exercício irregular de suas

atribuições.

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou

comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao

erário ou a terceiros.

§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao

erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46,

na falta de outros bens que assegurem a execução do

débito pela via judicial.

§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá

o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos

sucessores e contra eles será executada, até o limite do

valor da herança recebida.

Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e

contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.

Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de

ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do

cargo ou função.

Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão

cumular-se, sendo independentes entre si.

Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será

afastada no caso de absolvição criminal que negue a

existência do fato ou sua autoria".

Page 13: Questões Comentadas

ATENÇÃO: LEI N.º 8.666/93 É ALTERADA PELA MP 495/2010

Posted by Leonardo in Contrato Administrativo, Licitação on

22 de julho de 2010

No último dia 20 de julho de 2010, foi publicada a Medida Provisória nº 495, que, além de alterar a Lei nº 8.666/93, modificou a redação das Leis nºs 8.958/94 e 10.973/04, bem como revogou o § 1º do art. 2º da Lei nº 11.273/06.

Vejamos, abaixo, as alterações na Lei de Licitações e

Contratos:

Art. 1o  A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a

vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 3o  A licitação destina-se a garantir a observância do

princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta

mais vantajosa para a administração e a promoção do

desenvolvimento nacional, e será processada e julgada em

estrita conformidade com os princípios básicos da

legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,

da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação

ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos

que lhes são correlatos.

§ 1o  …………….

I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de

convocação, cláusulas ou condições que comprometam,

restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e

estabeleçam preferências ou distinções em razão da

naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de

qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante

para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto

nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de

23 de outubro de 1991.

……………………….

§ 2º ……………………….

I – produzidos no País;

II – produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e

III – produzidos ou prestados por empresas que invistam em

pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.

……………………….

§ 5º  Nos processos de licitação previstos no caput, poderá

ser estabelecida margem de preferência para produtos

manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas

técnicas brasileiras.

§ 6o  A margem de preferência por produto, serviço, grupo

de produtos ou grupo de serviços, a que refere o § 5o, será

definida pelo Poder Executivo Federal, limitada a até vinte e

cinco por cento acima do preço dos produtos manufaturados

e serviços estrangeiros.

§ 7o  A margem de preferência de que trata o § 6o será

estabelecida com base em estudos que levem em

consideração:

I – geração de emprego e renda;

II – efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e

municipais; e

III – desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no

País.

§ 8o  Respeitado o limite estabelecido no § 6o, poderá ser

estabelecida margem de preferência adicional para os

produtos manufaturados e para os serviços nacionais

resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica

realizados no País.

§ 9o  As disposições contidas nos §§ 5o, 6o e 8o deste

artigo não se aplicam quando não houver produção

suficiente de bens manufaturados ou capacidade de

prestação dos serviços no País.

§ 10.  A margem de preferência a que se refere o § 6o será

estendida aos bens e serviços originários dos Estados

Partes do Mercado Comum do Sul – Mercosul, após a

ratificação do Protocolo de Contratações Públicas do

Mercosul, celebrado em 20 de julho de 2006, e poderá ser

estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços

originários de outros países, com os quais o Brasil venha

assinar acordos sobre compras governamentais.

§ 11.  Os editais de licitação para a contratação de bens,

serviços e obras poderão exigir que o contratado promova,

em favor da administração pública ou daqueles por ela

indicados, medidas de compensação comercial, industrial,

tecnológica ou acesso a condições vantajosas de

financiamento, cumulativamente ou não, na forma

estabelecida pelo Poder Executivo Federal.

§ 12.  Nas contratações destinadas à implantação,

manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de

tecnologia de informação e comunicação, considerados

estratégicos em ato do Poder Executivo Federal, a licitação

poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia

desenvolvida no País e produzidos de acordo com o

processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de

11 de janeiro de 2001.” (NR)

“Art. 6º  ……………………….

XVII – produtos manufaturados nacionais – produtos

manufaturados, produzidos no território nacional de acordo

com o processo produtivo básico ou regras de origem

estabelecidas pelo Poder Executivo Federal;

XVIII – serviços nacionais – serviços prestados no País, nas

condições estabelecidas pelo Poder Executivo Federal;

XIX -  sistemas de tecnologia de informação e comunicação

estratégicos – bens e serviços de tecnologia da informação

e comunicação cuja descontinuidade provoque dano

significativo à administração pública e que envolvam pelo

menos um dos seguintes requisitos relacionados às

informações críticas: disponibilidade, confiabilidade,

Page 14: Questões Comentadas

segurança e confidencialidade.” (NR)

“Art. 24.  ……………………….

XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do

disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de

dezembro de 2004, observados os princípios gerais de

contratação dela constantes.” (NR)

“Art. 57. ……………………….

V – às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e

XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até

cento e vinte meses, caso haja interesse da administração.”

(NR)

TCU X STJ – ALCANCE DA SANÇÃO PREVISTA NO ART. 87, III, DA LEI N.º 8.666/93

Posted by Leonardo in Contrato Administrativo, Licitação,

STJ, TCU on 17 de julho de 2010

Assim como ocorre no STF e no STJ, o Tribunal de Contas

da União (TCU) lançou o seu Informativo de Jurisprudência,

sobre Licitações e Contratos.

Como essa matéria vem caindo bastante nos concursos

públicos, ou ainda, se você tem curiosidade ou trabalha com

“Licitações e Contratos”, cadastre seu e-mail no site do TCU

para receber semanalmente o informativo.

Mas vamos ao que interessa! O Informativo de

Jurisprudência sobre Licitações e Contratos nº 23 do TCU,

referente as sessões de 29 e 30 de junho de 2010,

apresentou uma decisão interessante acerca dos limites da

aplicabilidade da pena de “suspensão de licitar e contratar

com a Administração pelo período de um ano” (art. 87, III,

da Lei n.º 8.666/93). Vejamos a resenha abaixo:

ALCANCE DA SANÇÃO PREVISTA NO ART. 87, III, DA

LEI N.º 8.666/93

Representação formulada ao TCU noticiou suposta

irregularidade no Convite n.º 2008/033, promovido pelo

Banco do Nordeste do Brasil S/A (BNB), cujo objeto era a

“contratação de serviços de infraestrutura na área de

informática do Banco”. Em suma, alegou a representante

que o BNB estaria impedido de contratar com a licitante

vencedora do certame, haja vista ter sido aplicada a esta,

com base no art. 87, III, da Lei de Licitações, a pena de

“suspensão de licitar e contratar com a Administração pelo

período de um ano”, conforme ato administrativo do Tribunal

de Justiça do Estado do Ceará (TJ/CE). Instado a se

manifestar, o Ministério Público junto ao TCU alinhou-se “ao

posicionamento da parcela da doutrina que considera que a

sanção aplicada com supedâneo no art. 87, inciso III, da Lei

das Licitações restringe-se ao órgão ou entidade

contratante, não sendo, portanto, extensível a toda a

Administração Pública”. Portanto, para o Parquet, “o

impedimento temporário de participar de procedimentos

licitatórios está restrito à Administração, assim

compreendida pela definição do inciso XII do art. 6º da Lei

de Licitações.”. Anuindo ao entendimento do MP/TCU, o

relator propôs e o Plenário decidiu considerar improcedente

a representação. Precedentes citados: Decisão n.º 352/98-

Plenário e Acórdãos n.os 1.727/2006-1ª Câmara e

3.858/2009-2ª Câmara. Acórdão n.º

1539/2010-Plenário, TC-026.855/2008-2, rel. Min. José

Múcio Monteiro, 30.06.2010.

Caro concurseiro, cuidado!!!Essa não é a posição do

Superior Tribunal de Justiça sobre o assunto.

Vejamos primeiramente a redação do artigo 87, III da Lei nº

8.666/93:

“Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a

Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao

contratado as seguintes sanções:

(…)

III – suspensão temporária de participação em licitação e

impedimento de contratar com a Administração, por prazo

não superior a 2 (dois) anos;”

O STJ entende que a antedita punição não produz efeitos

somente em relação ao órgão ou ente federado que

determinou a punição, mas a toda a Administração Pública.

Senão vejamos:

ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DE PARTICIPAÇÃO EM

LICITAÇÕES. MANDADO DE SEGURANÇA. ENTES OU

ÓRGÃOS DIVERSOS. EXTENSÃO DA PUNIÇÃO PARA

TODA A ADMINISTRAÇÃO.

1. A punição prevista no inciso III do artigo 87 da Lei nº

8.666/93 não produz efeitos somente em relação ao

órgão ou ente federado que determinou a punição, mas

a toda a Administração Pública, pois, caso contrário,

permitir-se-ia que empresa suspensa contratasse

novamente durante o período de suspensão, tirando desta a

eficácia necessária.

2. Recurso especial provido.

(REsp 174.274/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,

SEGUNDA TURMA, julgado em 19/10/2004, DJ 22/11/2004

p. 294)

ADMINISTRATIVO – MANDADO DE SEGURANÇA –

LICITAÇÃO – SUSPENSÃO TEMPORÁRIA – DISTINÇÃO

ENTRE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

– INEXISTÊNCIA – IMPOSSIBILIDADE DE

PARTICIPAÇÃO DE LICITAÇÃO PÚBLICA – LEGALIDADE

– LEI 8.666/93, ART. 87, INC. III.

- É irrelevante a distinção entre os termos Administração

Page 15: Questões Comentadas

Pública e Administração, por isso que ambas as figuras

(suspensão temporária de participar em licitação (inc. III) e

declaração de inidoneidade (inc. IV) acarretam ao licitante a

não-participação em licitações e

contratações futuras.

- A Administração Pública é una, sendo descentralizadas as

suas funções, para melhor atender ao bem comum.

- A limitação dos efeitos da “suspensão de participação

de licitação” não pode ficar restrita a um órgão do

poder público, pois os efeitos do desvio de conduta que

inabilita o sujeito para contratar com a Administração

se estendem a qualquer órgão da Administração

Pública.

- Recurso especial não conhecido.

(REsp 151.567/RJ, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA

MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/02/2003, DJ

14/04/2003 p. 208)

Esta também é a posição do TRF da 1ª Região:

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.

LICITAÇÃO. PENALIDADE. INSCRIÇÃO NO SICAF E

SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DO DIREITO DE LICITAR

(POR DOIS ANOS). ART. 87, III, DA LEI Nº. 8.666/93.

EXTENSÃO DA RESTRIÇÃO PARA TODA A

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

I – A penalidade administrativa de suspensão do direito

de licitar, por até 2 (dois) anos, com a Administração,

prevista no art. 87, III, da Lei nº. 8.666/93, surte seus

efeitos com relação a todos os órgãos da Administração

Pública, e não tão somente com relação ao ente que

aplicou a sanção. Precedentes do STJ e do TRF 1ª

Região.

II – No caso sub judice, no entanto, em face da nova

situação surgida, após o ajuizamento do mandado de

segurança, com a cessação dos efeitos da penalidade

aplicada, tendo em vista o transcurso integral do prazo da

suspensão temporária do direito de licitar imposta ao

impetrante, os quais se pretendia anular, restam alterados

os pressupostos de direito e de fato, que, originariamente,

motivaram a súplica, cessando-se o interesse processual,

inclusive da recorrente, que, com a concessão da

segurança, pelo juízo monocrático, impulsionara a apelante,

pelo que se aplica, na espécie, o disposto no art. 267, inciso

VI, última figura, do CPC.

II – Remessa oficial e apelação prejudicadas, declarando-se

extinto o processo, sem julgamento do mérito.

(AMS 2000.01.00.076244-6/DF, Rel. Desembargador

Federal Souza Prudente, Sexta Turma,DJ p.85 de

16/04/2007)

Conforme explicitado REsp 151.567, a Administração

Pública é una, sendo descentralizadas as suas funções

pelos entes federativos, para melhor atender as

necessidades coletivas. A posição do MP/TCU está em

desacordo com a posição do STJ. Entendo mais apropriada

a posição do STJ. Afinal qual a finalidade prática de uma

penalidade imposta pela Secretaria de Educação do RN que

não possui efeitos na Secretaria de Saúde do mesmo este

federativo.

Leonardo, no concurso eu devo seguir qual corrente?

Em primeiro lugar, acho muito (muito mesmo) pouco

provável uma questão abordar esta problemática.

Justamente em face dessa divergência. Se a questão for do

tipo “segundo jurisprudência do TCU”, marque a posição do

TCU. Caso contrário, marque a posição de que “a

penalidade administrativa de suspensão do direito de licitar,

por até 2 (dois) anos, com a Administração, prevista no art.

87, III, da Lei nº. 8.666/93, surte seus efeitos com relação a

todos os órgãos da Administração Pública”.

Abraços,

Leonardo Medeiros Júnior

Seguem, abaixo, as questões de direito administrativo da

prova de agente de investigação e escrivão da Polícia

Civil/PB realizada no último dia 29/03/2009.

01. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) Quanto a revogação e

invalidação (ou anulação) de atos administrativos, assinale

a opção correta.

a) O desuso não é suficiente para se revogar um ato

administrativo.

b) Em razão de sua natureza, os atos vinculados são, em

regra, revogáveis.

c) A revogação dos atos administrativos produz efeitos ex

tunc, uma vez que os atos revogáveis são aqueles que

possuem vício de legalidade.

d) A invalidação de um ato administrativo, ao contrário da

revogação, deve ser analisada pelo administrador sob o

enfoque da conveniência e da oportunidade.

e) O poder de autotutela da administração não encontra

limites no rol dos direitos previstos no art. 5.º da

Constituição Federal de 1988 (CF).

02. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) O princípio da eficiência

na administração pública foi inserido no caput do art. 37 da

CF apenas com a edição da Emenda Constitucional n.º

19/1998. Entretanto, mesmo antes disso, já era considerado

pela doutrina e pela jurisprudência pátria como um princípio

implícito no texto constitucional. Sob o enfoque desse

princípio, assinale a opção correta.

a) A burocracia administrativa é considerada um mal

Page 16: Questões Comentadas

necessário, de forma que a administração não deve

preocupar-se em reduzir as formalidades destituídas de

sentido.

b) O princípio da eficiência, relacionado na CF apenas na

parte em que trata da administração pública, não se aplica

às ações dos Poderes Legislativo e Judiciário.

c) O princípio da gestão participativa, que confere ao

administrado interessado em determinado serviço público a

possibilidade de sugerir modificações nesse serviço, não

guarda relação com o princípio da eficiência.

d) A imparcialidade e a neutralidade do agente

administrativo na prática dos atos não contribuem para a

efetivação do princípio da eficiência.

e) A transparência dos atos administrativos é um importante

aspecto do princípio da eficiência, na medida em que coíbe

a prática de atos que visam à satisfação de interesses

pessoais.

03. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) O estado da Paraíba

editou uma lei cujo artigo 1.º foi assim redigido:

Art. 1.º Ficam criadas oitenta funções de confiança de

Agente Judiciário de Vigilância, de provimento em

comissão, para prestar serviços de vigilância aos órgãos do

Poder Judiciário.

Nessa situação hipotética, o artigo em questão

a) não fere qualquer dispositivo legal ou constitucional.

b) fere apenas dispositivos legais, mas respeita todas as

normas e princípios constitucionais relacionados à

administração pública.

c) obedece o inciso V do artigo 37 da CF, que assim dispõe:

“V as funções de confiança, exercidas exclusivamente por

servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em

comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira

nos caso, condições e percentuais mínimos previstos em lei,

destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e

assessoramento.”

d) fere, tão-somente, a regra constitucional que prevê a

obrigatoriedade da prévia aprovação em concurso público

para a investidura em cargos e empregos públicos.

e) viola regra constitucional que prevê que as funções de

confiança destinam-se apenas às atribuições de direção,

chefia e assessoramento, além de ferir a regra também

inscrita na CF que prevê a obrigatoriedade da prévia

aprovação em concurso público para a investidura em

cargos e empregos públicos.

04. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) A doutrina brasileira

reconhece como atributos do ato administrativo a presunção

de legitimidade, a imperatividade, a exigibilidade e a

autoexecutoriedade. Acerca desses atributos,

assinale a opção correta.

a) A presunção de legitimidade dos atos administrativos é

absoluta (juris et de jure).

b) Os atos praticados no exercício do poder de polícia são,

normalmente, dotados do atributo da autoexecutoriedade.

c) A principal distinção entre o atributo da

autoexecutoriedade e da exigibilidade é que o segundo

confere à administração a faculdade de executar a medida

prevista em lei. Nesse sentido, a administração não precisa

recorrer ao Poder Judiciário para implementar o ato dotado

do atributo da exigibilidade.

d) Todos os atos administrativos possuem o atributo da

autoexecutoriedade.

e) Caso o administrado se sinta lesado pelos excessos

decorrentes de um ato autoexecutório da administração, ele

não poderá recorrer ao Poder Judiciário para ver seu

prejuízo reparado.

05. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) Julgue os itens

subsequentes, relativos à administração direta e indireta.

I – As empresas públicas e as sociedades de economia

mista são criadas por lei específica.

II – A criação de uma fundação pública se efetiva com a

edição de uma lei específica.

III – Cabe à lei complementar definir as áreas de atuação

das fundações públicas.

IV – As sociedades de economia mista são pessoas

jurídicas de direito privado, criadas sob a forma de

sociedades anônimas para o exercício de atividade

econômica ou, eventualmente, a prestação de serviços

públicos.

V – O regime jurídico das empresas públicas e sociedades

de economia mista é de caráter exclusivamente privado.

Estão certos apenas os itens

a) I e II.

b) I e V.

c) II e IV.

d) III e IV.

e) III e V.

06. (CESPE/AGENTE/PC-PB/2009) Cada um de nós põe

em comum sua pessoa e toda a sua autoridade sob o

supremo comando da vontade geral, e recebemos em

conjunto cada membro como parte indivisível do todo.

Convém que tudo quanto cada qual aliene em virtude do

pacto social de seu poder, de seus bens, de sua liberdade,

seja apenas a parte cujo uso interesse à sociedade, todavia,

é preciso igualmente convir que só o soberano pode ser juiz

desse

interesse. (Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social.

Page 17: Questões Comentadas

Trad. R. R. da Silva. Ed. Ridendo Castigat Moraes, p. 10 e

16 (com adaptações).

Esse texto pode ser considerado como o fundamento para a

existência do poder de polícia nas sociedades modernas.

Quanto ao poder de polícia no direito administrativo

brasileiro, assinale a opção correta.

a) Em sentido amplo, o poder de polícia pode ser entendido

como a atividade da administração que engloba a polícia

administrativa e a judiciária. A segunda tem como

característica principal a prevenção, por objeto a

propriedade e a liberdade e rege-se pelas normas

administrativas.

A primeira é notadamente repressiva, tem por objeto as

pessoas e rege-se por normas processuais penais.

b) O poder de polícia não pode ser delegado a particulares.

Isso significa que a administração não pode sequer

contratar empresa para a instalação de equipamentos que

auxiliem nas atividades materiais de constatação de

infrações.

c) São atributos do poder de polícia a autoexecutoriedade, a

imperatividade e a presunção de legitimidade.

d) O poder de polícia também pode-se manifestar por meio

da edição de atos normativos.

e) A administração pode cobrar e executar, na via

administrativa, o valor das multas aplicadas aos

administrados, uma vez que o poder de polícia tem como

atributo a autoexecutoriedade.

Gabarito preliminar (CESPE):

01 – a

02 – e

03 – e

04 – b

05 – d

06 – d

Dando continuidade a postagem de questões recentes de

concursos, seguem abaixo as questões de administrativo da

prova de Delegado da Policia Civil – PB realizada no último

domingo (29/03/2009).

Abraços,

Leonardo Medeiros Júnior

01. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) Uma concessionária de

energia elétrica, pessoa jurídica de direito privado, houve

por bem terceirizar o serviço de corte do fornecimento de tal

serviço. Marcos, empregado dessa empresa terceirizada, ao

efetuar a suspensão dos serviços de energia elétrica em

favor de Maria, acabou por agredi-la, já que essa alegava

que a conta já havia sido paga. Em relação a essa situação

hipotética, assinale a opção correta.

a) A lei geral de concessão não autoriza a suspensão do

fornecimento de energia elétrica, pelo inadimplemento por

parte do usuário, já que o acesso ao serviço de energia

elétrica decorre da própria dignidade da pessoa humana,

que deve prevalecer sobre os interesses econômicos da

concessionária.

b) Eventual ação de indenização por danos materiais e

morais deverá ser proposta contra a concessionária, já que

essa se responsabiliza pelos atos dos seus prepostos, não

sendo possível alegar-se culpa exclusiva de terceiro.

c) O prazo prescricional da ação de reparação de danos, na

espécie, será de cinco anos, na forma do Código Civil, já

que inexiste prazo prescricional específico para as

concessionárias de serviço público.

d) Cabe mandado de segurança contra ato dos diretores da

concessionária de serviço público, com vistas a restabelecer

o serviço de energia elétrica, o qual deverá ser impetrado na

justiça estadual.

e) A competência para julgar eventual ação de indenização

proposta contra a concessionária de serviço público será da

justiça federal, já que se trata de uma delegação de serviço

público federal.

02. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) O estado da Paraíba

firmou contrato de prestação de serviços continuados de

limpeza com determinada pessoa jurídica, no valor de R$

10.000.000,00 por ano. Ao longo do cumprimento desse

contrato, verificou-se que a contratada não estaria

recolhendo as contribuições sociais incidentes sobre a folha

de salários, motivo pelo qual foi-lhe negada a certidão

negativa de débitos previdenciários. Além disso, o estado da

Paraíba houve por bem aumentar o número de pessoas

para prestar os serviços de limpeza, o que ensejou uma

majoração de R$ 2.400.000,00 por ano. Quanto à Lei n.º

8.666/1993, e considerando o texto hipotético apresentado,

assinale a opção correta.

a) Esse contrato pode ser prorrogado por iguais e

sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e

condições mais vantajosas para a administração, limitado a

sessenta meses. No entanto, esse prazo máximo poderá

ainda ser ultrapassado em até doze meses, desde que em

caráter excepcional, devidamente justificado e mediante

autorização da autoridade superior.

Page 18: Questões Comentadas

b) A exigência de regularidade fiscal deve ser observada no

momento da contratação, mas a eventual ausência da

certidão negativa de débito ao longo do contrato, conforme

entendimento do STJ, autoriza apenas a retenção das

parcelas devidas pela administração.

c) A contratada não está obrigada a cumprir esse contrato,

em face da sua alteração unilateral.

d) Mesmo considerando que a contratada seja uma

organização social e que o contrato de prestação de serviço

seja decorrente do contrato de gestão, é necessário que

tenha havido, previamente ao contrato, licitação.

e) De acordo com o valor do contrato, as modalidades de

licitação cabíveis à espécie são a concorrência ou a tomada

de preço

03. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) A declaração de

caducidade nos contratos de concessão de serviço público

não é autorizada quando

a) o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou

deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores

e parâmetros definidores da qualidade do serviço.

b) a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou

disposições legais ou regulamentares concernentes à

concessão.

c) a concessionária perder as condições econômicas,

técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação

do serviço concedido.

d) a concessionária for condenada em sentença transitada

em julgado por sonegação de tributos, inclusive

contribuições sociais.

e) o poder público retomar o serviço durante o prazo da

concessão, por motivo de interesse público, mediante lei

autorizativa específica e após prévio pagamento da

indenização devida.

04. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) Ainda no que concerne

ao serviço público, assinale a opção correta.

a) O dispositivo constitucional que preceitua caber ao poder

público, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de

concessão ou permissão, sempre mediante licitação, a

prestação de serviços públicos, demonstra que o Brasil

adotou uma concepção subjetiva de serviço público.

b) A permissão de serviço público é definida pela lei geral

de concessões como a delegação, a título precário,

mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita

pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que

demonstre capacidade para seu desempenho, por sua

conta e risco.

c) No procedimento de licitação para contratação de

serviços públicos, obrigatoriamente a primeira fase será a

de habilitação e a segunda, de julgamento da proposta que

melhor se classificar, conforme as condições estabelecidas

no edital, não sendo possível a inversão dessas fases.

d) No contrato de concessão, é obrigatória cláusula que

preveja o foro de eleição, não sendo possível, diante do

interesse público envolvido, prever-se o emprego de

mecanismos privados para a resolução de disputas

decorrentes do contrato ou a ele relacionadas, inclusive a

arbitragem.

e) No contrato de concessão patrocinada, no âmbito das

parcerias público-privadas, os riscos do negócio jurídico

decorrentes de caso fortuito ou força maior serão

suportados exclusivamente pelo parceiro privado.

05. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) Acerca do regime

jurídico dos órgãos e das entidades que compõem a

administração pública direta e indireta, assinale a opção

correta.

a) Caso uma empresa pública federal impetre mandado de

segurança contra ato do juiz de direito do estado da

Paraíba, conforme entendimento do STJ, caberá ao

respectivo tribunal regional federal julgar o referido

mandado de segurança.

b) Considere a seguinte situação hipotética. O município de

João Pessoa pretende receber o Imposto

Sobre Serviços (ISS) da INFRAERO, empresa pública

federal que presta serviço público aeroportuário em regime

de monopólio, em face dos serviços prestados, sobre os

quais não incide ICMS.

Nessa situação, a pretensão do município deve ser

atendida, já que a imunidade recíproca não atinge as

empresas públicas, mas apenas a administração direta da

União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios,

bem como as suas autarquias e fundações públicas.

c) Os órgãos subalternos, conforme entendimento do STF,

têm capacidade para a propositura de mandado de

segurança para a defesa de suas atribuições.

d) A OAB, conforme entendimento do STF, é uma autarquia

pública em regime-especial e se submete ao controle do

TCU.

e) Os conselhos de profissões regulamentadas, como o

CREA e o CRM, são pessoas jurídicas de direito privado.

QUESTÃO 32

06. (CESPE/DELEGADO-PB/2009) Assinale a opção

correta a respeito do regime constitucional dos agentes

públicos.

a) Apesar de a jurisprudência sumulada do STF entender

que não há direito subjetivo à nomeação do candidato

aprovado em concurso público, recentemente esse

Page 19: Questões Comentadas

entendimento vem sendo flexibilizado, pelo próprio STF, por

entender que, se o Estado anuncia em edital de concurso

público a existência de vagas, ele se obriga ao seu

provimento, se houver candidato aprovado.

b) Considere a seguinte situação hipotética. O prefeito de

determinado município houve por bem

promulgar lei de sua iniciativa que autoriza a contratação

temporária, por meio de concurso público, de fiscais

fazendários, diante da necessidade imperiosa e urgente do

serviço de arrecadação e fiscalização tributária. Nessa

situação, não há qualquer irregularidade, já que a própria

CF autoriza essa forma de contratação temporária.

c) Os atos de improbidade administrativa importarão, de

forma acumulativa, a suspensão dos direitos políticos, a

perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o

ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em

lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

d) A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos

órgãos e entidades da administração direta e indireta

poderá ser ampliada mediante contrato de gestão, o qual

poderá estabelecer, entre outros, o aumento da

remuneração dos servidores públicos envolvidos no referido

contrato.

e) Conforme entendimento do STF, o subsídio dos juízes

estaduais será limitado ao subsídio dos desembargadores

do respectivo tribunal de justiça, limitado a 90,25% do

subsídio mensal, em espécie, dos ministros do STF.

Gabarito preliminar divulgado pela CESPE:

1 – b

2 – a

3 – e

4 – b

5 – a

6 – a

Prezados Colegas,Recebi a prova de Auditor Fiscal da Receita Estadual do Espírito Santo que foi aplicada no último domingo (08/02/2009).As questões de direito administrativo estavam fáceis e diretas. Abraços,Leonardo Medeiros JúniorVejam as questões comentadas:

01. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) A administração

pública, compreendida no sentido subjetivo como o

conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas que, por

força de lei, exercem a função administrativa do Estado,

submete-se exclusivamente ao regime jurídico de

direito público.

( ) CERTO ( ) ERRADO

ERRADO – A questão aborda a classificação da função

administrativa como função do Estado. Os administrativistas

dividem a Administração no seu sentido formal e material.

No sentido formal, subjetivo ou orgânico Administração

Pública é simplesmente o conjunto de órgãos e pessoas

jurídicas a que o nosso ordenamento atribui o exercício da

função administrativa do Estado. Já no sentido material,

objetivo ou funcional é o conjunto de atividades que são

consideradas atividades administrativas.

A primeira parte da assertiva está correta, entretanto a

Administração Pública está submetida a dois regimes

jurídicos: o regime jurídico de direito público (regime

jurídico-administrativo) e o regime de direito privado, não

submetendo-se exclusivamente ao regime jurídico de direito

público.

02. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Suponha que a

Assembléia Legislativa do estado do Espírito Santo

instaurou processo administrativo destinado a rever as

aposentadorias de seus servidores, diante de denúncias

relacionadas à prática de ilegalidade. Contra referido

ato, foi impetrado mandado de segurança, sob o

fundamento de que a garantia constitucional do direito

adquirido estaria sendo violada. Considerando esta

situação hipotética, é legítima a atuação da Assembléia

Legislativa do estado, porquanto a administração

pública tem o poder-dever de rever seus atos quando

praticados com ilegalidade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

CERTO – A questão exigiu por parte do candidato o

conhecimento do princípio da autotutela, consubstanciado

nas súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal:

Súmula 346: “A Administração Pública pode declarar a

nulidade dos seus próprios atos.”

Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios

atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,

porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por

motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os

direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a

apreciação judicial.”

Ademais, vejam que a questão não informou que o ato da

Assembléia violou qualquer direito adquirido.

Apenas alerto os colegas concurseiros que a anulação, a

revogação e também a convalidação de atos

administrativos, decorrem do poder de autotutela da

Administração Pública.

Page 20: Questões Comentadas

03. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Somente o

Poder Judiciário tem a prerrogativa de invalidar ato

administrativo que contém vício de legalidade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

ERRADO – A anulação de um ato administrativo com vício

de legalidade pode ser declarada pela própria

Administração Pública, no exercício do princípio da

autotutela, ou pelo Judiciário no exercício de sua função

jurisdicional.

04. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Considere a

seguinte situação hipotética. O Instituto Estadual de

Proteção e Defesa do Consumidor, após constatar a

ocorrência de irregularidades, e a presença dos

pressupostos legais, interditou determinado

estabelecimento. Nessa situação, o ato é inválido já que

a administração pública não poderia tomar referida

providência sem a prévia autorização judicial.

( ) CERTO ( ) ERRADO

ERRADO – Dentre os atributos dos atos administrativos

está o da autoexecutoriedade, que permite a Administração

a execução de determinados atos independentemente de

anuência do administrado e, ainda, sem necessidade de

autorização judicial prévia.

Atenção concurseiros!!! – Nem todo ato administrativo

é auto-executório. Este atributo está presente apenas

nos atos em que a lei atribui essa característica e nos

atos em que, mesmo não previstos em lei como auto-

executórios, necessitam ser praticados pela

Administração em situações de emergência, para

garantir a segurança, a vida ou a integridade de

pessoas que estejam em perigo.

05. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Nos contratos

administrativos, a administração pública dispõe da

faculdade de promover a alteração unilateral do

contrato.

( ) CERTO ( ) ERRADO

CERTO – A questão aborda as chamadas “cláusulas

exorbitantes” dos contratos administrativos. Uma cláusula

exorbitante prevista no artigo 58 da Lei n.º 8.666/93 é a

justamente a prerrogativa conferida à Administração para

alterar, por ato unilateral, os contratos administrativos.

06. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Considere a

seguinte situação hipotética. O estado do Espírito Santo

pretende adquirir equipamentos fornecidos por

representante comercial exclusivo no país. Nessa

situação, tem-se a hipótese caracterizadora de dispensa

de licitação.

( ) CERTO ( ) ERRADO

ERRADO – Se o produto é comercializado por um

representante comercial exclusivo no país estamos diante

do instituto da inexigibilidade e não da dispensa.

Nos termos do artigo 25, da Lei 8.666/93, a licitação é

inexigível quando:

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade

de competição, em especial:

I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros

que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou

representante comercial exclusivo, vedada a preferência

de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser

feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do

comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra

ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação

Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

07. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) A lei de

improbidade é endereçada não somente ao agente

público. Suas disposições são aplicáveis, no que for

cabível, àquele que, mesmo não sendo agente público,

induza ou concorra para a prática do ato de

improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma

direta ou indireta.

( ) CERTO ( ) ERRADO

CERTO – A questão exigiu o conhecimento do art. 3º da Lei

n.º 8.429/1992, que reza:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que

couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,

induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou

dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

08. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) Os serviços de

defesa nacional, segurança interna e fiscalização de

atividades são exemplos de serviços públicos

indelegáveis.

( ) CERTO ( ) ERRADO

CERTO – A assertiva exigiu o conhecimento do candidato

da delegabilidade de serviços públicos. Alguns serviços por

sua própria natureza são ditos essenciais: segurança

nacional, segurança pública e os serviços judiciários. Além

desses a fiscalização de atividades regulamentadas

também. Esses serviços somente podem ser prestados pelo

Estado. Sendo, portanto, indelegáveis.

Page 21: Questões Comentadas

9. (CESPE/AUDITOR FISCAL/ES/2009) O estado-membro

pode, a exemplo do que ocorre no âmbito federal, criar

autarquia destinada ao desempenho de atividade

administrativa de forma descentralizada. Para tanto, é

indispensável a observância do princípio da reserva

legal.

( ) CERTO ( ) ERRADO

CERTO – A questão exigiu do candidato o conhecimento da

descentralização administrativa por outorga. Vejamos a

redação do artigo 37, XIX da CF/1988:

Art. 37 (…)

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia

e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade

de economia mista e de fundação, cabendo à lei

complementar, neste último caso, definir as áreas de sua

atuação.

QUESTÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO DO EXAME DE ORDEM (2008.3) COMENTADAS

Posted by Leonardo in CESPE, OAB, Prova

Comentada on 22 de janeiro de 2009

Boa Noite!

Como prometido em sala de aula, vou postar e comentar

questões do último exame de ordem. Espero que seja útil a

todos!

Abraços,

Leonardo

01. (CESPE/OAB/2008.3) João, servidor público com

cargo efetivo no Ministério X, foi denunciado pela

prática de peculato. A denúncia foi recebida, foi

instaurado processo administrativo disciplinar e

designada comissão para apuração do fato. O

advogado de João requereu a suspensão do processo

administrativo enquanto não transitasse em julgado

o processo criminal, pedido que foi indeferido pela

comissão. Ao final do processo criminal, João foi

absolvido definitivamente, por insuficiência de

provas. No processo administrativo disciplinar, foi

aplicada pena de demissão a João. Considerando

essa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) João poderá apresentar petição nos autos do

processo administrativo, acompanhada de cópia do

julgamento havido na esfera criminal, mas não terá

direito à alteração da pena de demissão que lhe foi

imposta.

b) A comissão disciplinar deveria ter determinado,

como medida mais prudente, a suspensão do

processo administrativo, o que evitaria decisões

conflitantes, como as da situação apresentada.

c) A decisão adequada seria a suspensão do

processo penal, com a suspensão do prazo

prescricional, até que terminasse o processo

administrativo.

d) A pena de demissão deveria ter sido aplicada pelo

presidente da República, visto que este não pode

delegar o ato a ministro de Estado.

ANÁLISE DA QUESTÃO:

A questão abordou com muita propriedade o tema

responsabilidade do servidor público.

Sabemos que de acordo com a Lei n.º 8.112/90 a regra é a

independência das instâncias de responsabilização, bem

como a aplicação cumulativa de suas respectivas sanções.

Vejamos a redação do artigo 125 da Lei n.º 8.112/90:

Art. 125. As sanções civis, penais e

administrativas poderão cumular-se, sendo

independentes entre si.

Assim, a regra geral é a incomunicabilidade de instâncias,

pois o servidor pode praticar um ilícito administrativo que

não se enquadre na capitulação de ilícito penal.

Entretanto, quando o servidor for absolvido na esfera penal

por negativa de autoria ou negativa da existência do fato, a

decisão prolatada na instância penal vincula a instância

administrativa.

Vejam a redação do artigo 126 da Lei n.º 8.112/90:

Art. 126. A responsabilidade administrativa do

servidor será afastada no caso de absolvição

criminal que negue a existência do fato ou sua

autoria.

Ademais, vamos recordar o lembrete n.º 90 da apostila de

revisão: “a absolvição penal por mera insuficiência de

provas ou por ausência de culpabilidade penal, ou, ainda,

por qualquer outro motivo, não interfere na esfera

administrativa e civil”.

A CESPE gosta muita de testar o candidato sobre o instituto

da comunicabilidade de instâncias, abordando a absolvição

penal por mera insuficiência de provas. Vejam, abaixo, uma

questão de AJ do Tribunal de Justiça da Bahia:

(CESPE/Atendente Judiciário/TJBA/2003) A absolvição

criminal por insuficiência de prova do servidor público

demitido pela prática de delito funcional é impeditiva da

aplicação de penalidade disciplinar administrativa.

Page 22: Questões Comentadas

A questão está ERRADA uma vez que a comunicabilidade

de instâncias ocorrerá caso de absolvição criminal do

servidor por negativa de autoria ou negativa da existência

do fato, e não por insuficiência de provas.

A alternativa “a” está CORRETA, uma vez que o mesmo

está apenas comunicando o fato na esfera administrativa,

bem como, “não terá direito à alteração da pena de

demissão que lhe foi imposta” uma vez que fora absolvido

por insuficiência de provas.

A alternativa “b” está ERRADA, pois de acordo com o artigo

125 da Lei n.º 8.666/93 as sanções civis, penais e

administrativas são independentes.

A alternativa “c” está ERRADA em face do mesmo

argumento, de que as instâncias são independentes.

A alternativa “d” está ERRADA em da possibilidade de

delegação do ato por parte do Presidência da República.

Vejamos a redação do artigo 84, XXV da Constituição

Federal:

Art. 84 – Compete privativamente ao Presidente da

República:

XXV – prover e extinguir os cargos públicos

federais, na forma da lei;

Parágrafo único – O Presidente da República poderá

delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI,

XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de

Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao

Advogado-Geral da União, que observarão os limites

traçados nas respectivas delegações.

De acordo com o parágrafo único do artigo 84 da CF, é

possível delegar a atribuição de desprover os cargos

públicos da estrutura do Poder Executivo (primeira parte do

inciso XXV).

Assim, correta a indicação do gabarito preliminar da

alternativa “a”.

02. (CESPE/OAB/2008.3) Assinale a opção correta

acerca de desapropriação.

a) A desapropriação indireta, forma legítima de

intervenção na propriedade, é realizada por entidade

da administração indireta.

b) Os bens públicos não podem ser desapropriados.

c) Em caso de desapropriação por interesse social

para fim de reforma agrária, deve haver indenização,

necessariamente em dinheiro, das benfeitorias úteis

e das necessárias.

d) A desapropriação de imóveis urbanos pode ser

feita mediante prévia e justa indenização,

permitindo-se à administração, caso haja autorização

legislativa do Senado Federal, pagá-la com títulos da

dívida pública.

ANÁLISE DA QUESTÃO:

A alternativa “a” está errada uma vez que a desapropriação

indireta não é forma legítima de intervenção do Estado na

propriedade.

A desapropriação indireta nada mais é que senão o ato

ilícito pelo qual o Estado, sem observância dos requisitos da

desapropriação, incorpora um bem particular ao seu

domínio.

Vejamos uma questão recente do Exame de Ordem que

abordou a desapropriação indireta:

CESPE/OAB/2007.2) Acerca da desapropriação, assinale a

opção correta.

a) Na desapropriação por interesse social para fins de

reforma agrária, serão indenizadas por título da dívida

pública não apenas a terra nua, mas também as

benfeitorias úteis e necessárias, sendo que as voluptuosas

não serão indenizadas.

b) Os bens públicos não podem ser desapropriados.

c) Na desapropriação por zona, devem ser incluídos os

imóveis contíguos ao imóvel desapropriado, necessários ao

desenvolvimento da obra a que se destina.

d) Desapropriação indireta é o fato administrativo por meio

do qual o Estado se apropria de bem particular, sem a

observância dos requisitos da declaração e da indenização

prévia.

Resposta: “d”

A alternativa “b” está ERRADA. A União pode desapropriar

bens do Estado e de suas autarquias e empresas. Além

disso, ao Estado é lícito desapropriar bens do Município.

Entretanto, a recíproca não é verdadeira!

Os Municípios não poderão desapropriar bens do Estado e

da União. E nem os Estados os da União.

Vejamos a redação do §2º do artigo 2º do Decreto-Lei n.º

3.365/1941:

Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública,

todos os bens poderão ser desapropriados pela

União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal

e Territórios.

(…)

§ 2o Os bens do domínio dos Estados, Municípios,

Distrito Federal e Territórios poderão ser

desapropriados pela União, e os dos Municípios

pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato

deverá preceder autorização legislativa.

A alternativa “c” está CORRETA por refletir a regra

constitucional explicitada no artigo 184, § 1º da

Constituição Federal que reza:

Art. 184 – Compete à União desapropriar por

interesse social, para fins de reforma agrária, o

Page 23: Questões Comentadas

imóvel rural que não esteja cumprindo sua função

social, mediante prévia e justa indenização em

títulos da dívida agrária, com cláusula de

preservação do valor real, resgatáveis no prazo de

até vinte anos, a partir do segundo ano de sua

emissão, e cuja utilização será definida em lei.

§ 1º – As benfeitorias úteis e necessárias serão

indenizadas em dinheiro.

A alternativa “d” está ERRADA. A alternativa trata da

desapropriação urbanística, prevista no artigo 182 da

Constituição Federal. Essa modalidade de desapropriação é

prevista como a que pode ser adotada a título de

penalização ao proprietário do solo urbano que não atender

à exigência de promover o adequado aproveitamento de

sua propriedade ao plano diretor municipal.

Vejamos a redação do §4º artigo 182 da Constituição

Federal:

Art. 182 (…)

§ 4º – É facultado ao poder público municipal,

mediante lei específica para área incluída no

plano diretor, exigir, nos termos da lei federal,

do proprietário do solo urbano não edificado,

subutilizado ou não utilizado, que promova seu

adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente,

de:

I – parcelamento ou edificação compulsórios;

II – imposto sobre a propriedade predial e

territorial urbana progressivo no tempo;

III – desapropriação com pagamento mediante

títulos da dívida pública de emissão previamente

aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate

de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e

sucessivas, assegurados o valor real da

indenização e os juros legais.

O Senado Federal não autoriza a desapropriação, apenas

aprova a emissão dos títulos da dívida pública, que serão

resgatáveis no prazo máximo de 10 anos.

03. (CESPE/OAB/2008.3) Assinale a opção correta em

relação à Lei n.º 8.112/1990, que dispõe sobre o

regime jurídico dos servidores públicos civis da

União, das autarquias e das fundações públicas

federais.

a) O período de licença para tratar de pessoa da

família do servidor, quando não for remunerado, não

será contado para efeito de aposentadoria.

b) A licença para tratar de interesse particular, se

concedida no período de estágio probatório, não

poderá exceder o período de um ano.

c) O servidor que recusar fé a documento público

sujeita-se à penalidade de suspensão.

d) Em entidade com mais de 30.000 associados, a

licença para desempenho de mandato classista será

remunerada.

ANÁLISE DA QUESTÃO:

A questão exigia o conhecimento da Lei n.º 8.112/90 em

detalhes! Um absurdo!

Vejamos a redação do § 2º do artigo 83 da Lei n.º 8.112/90:

Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor

por motivo de doença do cônjuge ou companheiro,

dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e

enteado, ou dependente que viva às suas expensas e

conste do seu assentamento funcional, mediante

comprovação por perícia médica oficial.

§ 1o A licença somente será deferida se a

assistência direta do servidor for indispensável e

não puder ser prestada simultaneamente com o

exercício do cargo ou mediante compensação de

horário, na forma do disposto no inciso II do art.

44.

§ 2o A licença será concedida, sem prejuízo da

remuneração do cargo efetivo, por até trinta dias,

podendo ser prorrogada por até trinta dias e,

excedendo estes prazos, sem remuneração, por até

noventa dias.

§ 3o Não será concedida nova licença em período

inferior a doze meses do término da última licença

concedida

Agora, vejamos a redação do artigo 103 da mesma lei:

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e

disponibilidade:

(…)

II – a licença para tratamento de saúde de pessoa da

família do servidor, com remuneração.

Assim, está correta a alternativa “a”.

A alternativa “b” está ERRADA uma vez que a licença para

o trato de assuntos particulares somente é concedida ao

servidor ocupante de cargo efetivo, além disso, exige-se

que o mesmo não esteja em estagio probatório.

Sobre a alternativa “c”, vejamos que é proibido ao servidor

público recusar fé a documento públicos. (art. 117 da Lei

n.º 8.112/90).

E de acordo com o artigo 129 da mesma lei, a recusa é

punível com advertência e não com suspensão.

A alternativa “d” está ERRADA, uma vez que a licença para

desempenho de mandato classista é sem remuneração, nos

termos do artigo art. 92 da Lei n.º 8.112/90.

04. (CESPE/OAB/2008.3) Referentemente aos

contratos administrativos, assinale a opção correta.

a) A presença da administração pública na relação

contratual é suficiente para se qualificarem avenças

no contrato administrativo.

b) O princípio da continuidade do serviço público

impede que o contratado suspenda, sob a alegação

de falta de pagamento, o serviço que presta à

Page 24: Questões Comentadas

administração pública.

c) As cláusulas exorbitantes possibilitam à

administração pública alterar unilateralmente o

contrato administrativo, exceto no que se refere à

manutenção do equilíbrio econômico-financeiro.

d) A modificação da finalidade da empresa

contratada pela administração para prestação de

serviços implica automática rescisão do contrato

administrativo.

ANÁLISE DA QUESTÃO:

A alternativa “a” está ERRADA, uma vez que não basta a

presença da administração pública na relação contratual

para a caracterização de um contrato administrativo. A

presença configura a celebração de um contrato da

administração. Para a caracterização de um contrato

administrativo, além da presença da administração pública

em um dos pólos, faz-se necessário verificamos a presença

das cláusulas exorbitantes.

A redação da alternativa “b” está no mínimo sinistra!

O Professor José dos Santos Carvalho Filho ao dispor sobre

a exceção do contrato não cumprido, assim comenta:

“(..) A doutrina clássica vinha entendendo que essa defesa não podia

beneficiar o particular contratado pela Administração quando esta,

exigindo o cumprimento do contrato, não cumpria sua obrigação. O

sustento teórico era o princípio da continuidade do serviço público, mais

importante que o interesse particular.” (in Manual de Direito

Administrativo. 18.ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007. pg. 178)

Para o Professor Celso Antônio bandeira de Mello, O

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DE SERVIÇOS PÚBLICOS não

está presente em todos os contratos, o que desde já

concordamos. Entretanto, a redação da alternativa não fala

de contrato, mas da existência de um serviço sendo

prestado pelo contratado à administração pública. A

alternativa não disse qual era o serviço!!!!

Ademais, sabemos da redação do artigo 78 da Lei n.º

8.666/93, que trata dos motivos de rescisão do contrato

administrativo.

Mas a questão fala de SUSPENSÃO do serviço, e não de

rescisão do contrato. São institutos distintos!!!! O

contratado não pode suspender a execução do serviço pela

exceção do contrato não cumprido antes do prazo de 90

(dias). Pode sim, requerer a rescisão do contrato. Pode sim

o contatado recorrer a via judicial, e dessa maneira, o Poder

Judiciário pode determinar a suspensão do serviço.

Assim, a péssima redação da alternativa “b” leva o

candidato a considerá-la como correta.

A alternativa “c” está CORRETA, uma vez que exterioriza

uma das características do contrato administrativo, a

presença das chamadas cláusula exorbitantes. Uma delas é

a possibilidade de alterar unilateralmente o contrato

mesmo sem a concordância do contratado, refletindo dessa

maneira a supremacia estatal na relação contratual. A

manutenção do equilíbrio econômico-financeiro se refere

aos contratantes, e não a administração pública.

A alternativa “d” está ERRADA, pois não implica em

automática rescisão do contrato administrativo a

modificação da finalidade da empresa contratada pela

administração para prestação de serviços.

Tal ocorrência constitui motivo para rescisão do contrato,

entretanto, não é automática!

Quem se prejudicou com essa questão, sugiro impetrar

recurso em face da redação, no mínimo ambígua, da

alternativa “b”.

Amanhã posto comentários das demais questões.

Abraços,

Leonardo

1- Os agentes que compõem a Força Nacional de

Segurança pertencem exclusivamente ao grupo dos

servidores militares.

Gabarito: F

Comentário: Os integrantes da Força Nacional de

Segurança guardam com o Estado o vínculo

originário, se militares, assim permanecem, se civis,

assim continuarão a ser considerados.

2 - Pode-se dizer que o RJU, enquanto perdurarem os

efeitos liminares em decisão do STF retornou ao

ordenamento pátrio para que sejam ocupados cargos

em órgãos e entidades com personalidade jurídica de

direito público.

Gabarito: V

Comentário: O item está correto. Os efeitos da ADI

2135, que discute a observância de formalidades

constitucionais para alteração do caput do Art. 39 da

CF, aplicam-se à Administração Direta (órgãos),

autarquias e fundações públicas (ambas pessoas

jurídicas de direito público).

3 - A administração pública restringiu a participação

de pessoas excessivamente obesas, em um concurso

público de agente penitenciário. A restrição pode não

ferir o princípio da isonomia, desde que o discrímen

guarde relação de pertinência lógica com o

desempenho do cargo.

Page 25: Questões Comentadas

Gabarito: V

Comentário: É possível que sejam estabelecidos

requisitos para aprovação em concursos públicos,

desde que existe inarredável compatibilidade entre a

exigência prevista e a natureza das funções que virão

a ser desempenhadas.

4 – É lícito ao Poder Judiciário modificar livremente o

gabarito de concursos públicos em face de

provocação de candidato inconformado. (F)

Gabarito: F

Comentário: A atuação do Poder Judiciário nestes

casos deve restringir-se à apreciação de previsão da

questão no conteúdo programático do Edital ou, ao

máximo, de contrariedade à dispositivo legal expresso

e em vigor.

Será o fim da responsabilidade subsidiária

do Poder Público?

Vejam a notícia do STF:

"Por votação majoritária, o Plenário do Supremo

Tribunal Federal declarou, nesta quarta-feira

(24), a constitucionalidade do artigo 71,

parágrafo 1º, da Lei 8.666, de 1993, a chamada

lei de licitações. O dispositivo prevê que a

inadimplência de contratado pelo Poder Público

em relação a encargos trabalhistas, fiscais e

comerciais não transfere à Administração

Pública a responsabilidade por seu pagamento,

nem pode onerar o objeto do contrato ou

restringir a regularização e o uso das obras e

edificações, inclusive perante o Registro de

Imóveis.

Decisão

Ao decidir, a maioria dos ministros se

pronunciou pela constitucionalidade do artigo

71 e seu parágrafo único, e houve consenso no

sentido de que o TST não poderá generalizar os

casos e terá de investigar com mais rigor se a

inadimplência tem como causa principal a falha

ou falta de fiscalização pelo órgão público

contratante.

O ministro Ayres Britto endossou parcialmente

a decisão do Plenário. Ele lembrou que só há

três formas constitucionais de contratar

pessoal: por concurso, por nomeação para

cargo em comissão e por contratação por

tempo determinado, para suprir necessidade

temporária.

Assim, segundo ele, a terceirização, embora

amplamente praticada, não tem previsão

constitucional. Por isso, no entender dele, nessa

modalidade, havendo inadimplência de

obrigações trabalhistas do contratado, o poder

público tem de responsabilizar-se por elas."

Fonte: www.stf.jus.br