questões comentadas inss 2015

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Atualização da 3ª edição DIREITO PREVIDENCIÁRIO Frederico Amado Ivan Kertzman Luana Horiuchi EDIÇÃO 2015

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Questões Comentadas INSS 2015

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Page 1: Questões Comentadas INSS 2015

Atualização da 3ª edição

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

REISAÇO

Frederico AmadoIvan Kertzman

Luana Horiuchi

3ª edição

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Direito PreviDenciário 3

Direito Previdenciário

Ivan Kertzman e Frederico Amado

67. (Assistente Previdenciário da Rio Previdência 2010 – CEPERJ) Mévio é empregado, regularmente contratado, da empresa XAR Ltda., tendo completado setenta anos de idade e quarenta anos de contribuição para o sistema previdenciário geral. Foi então desligado da empresa, com o pagamento integral das verbas res-cisórias e obteve sua aposentadoria paga pelo INSS. Aos se tenta e um anos é novamente contratado pela sua antiga empregadora, diante do aquecimento da econo-mia, realizando contrato de trabalho formal. Diante de tal quadro, pode-se afirmar que:

a) A aposentadoria aos setenta anos, pelo regime geral, impede a realização de novo contrato de tra-balho.

b) O regime geral permite o exercício do trabalho for-mal e remunerado sem limite de idade.

c) Após os setenta anos somente é permitido o traba-lho eventual, sem vínculo empregatício.

d) Haveria necessidade de autorização judicial espe-cial para o retorno ao trabalho do trabalhador com mais de setenta anos de idade.

e) O Ministério do Trabalho deve previamente autorizar a contratação dos idosos com mais de setenta anos de idade.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “b”. No Regime Geral de Previdência Social, não há idade limite para o exercício de atividade. No serviço público, há, de fato, o limite de idade de 70 anos para a aposentadoria compulsória (art. 40 II, da CF/1988), podendo ser ampliado para 75 anos por lei complementar, nos termos da Emenda Constitu-cional 88/205, o que não se repete no RGPS.

Alternativa “a”, “c”, “d” e “e”: estão erradas. Não há idade limite para o trabalho no Regime Geral da Pre-vidência Social.

15. (Cespe – Juiz Federal Substituto 5ª região/2013) Em relação ao regime geral da previdência social, assi-nale a opção correta.

a) Não se requer prova de dependência econômica para que cônjuge, companheira, companheiro, filho não emancipado com menos de vinte e um anos de idade ou pais do segurado façam jus aos benefícios previdenciários na condição de seu dependente.

b) O menor de quatorze anos de idade pode ser segu-rado facultativo do regime geral da previdência social, desde que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obri-gatório.

c) É permitida a filiação ao regime geral da previdên-cia social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio previdenciá-rio.

d) O segurado que deixa de exercer atividade remu-nerada abrangida pela previdência social mantém a qualidade de segurado até doze meses após a ces-sação das contribuições, independentemente do pagamento de novas contribuições.

e) O servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, suas autarquias ou fundações públicas, é considerado segurado facul-tativo da previdência social.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: a questão foi anulada pela banca, pois a alternativa “b” é controversa, não podendo ser considerada como correta ou incor-reta.

Alternativa correta: letra “d”: a assertiva está de acordo com o conteúdo do art. 15, II, da Lei 8213/91.

Alternativa “a”: está errada. O cônjuge, a com-panheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, são dependentes de 1ª classe (art. 16, I,

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da Lei 8213/91). Já os pais do segurado são dependentes de 2ª classe (art. 16, II, da Lei 8213/91).

Apenas os dependentes de 1ª classe gozam de pre-sunção de dependência econômica em relação ao segurado instituidor, devendo os demais comprová-la (§ 4º, do art. 16, da Lei 8213/91).

Alternativa “b”: Controversa. De acordo com o art. 14, da Lei 8.212/91, e o art. 13, da Lei 8.213/91, a idade para filiação como segurado facultativo é de 14 anos. A maior parte da doutrina defende que estes textos estão desatualizados. É que a EC 20/98 alterou a idade mínima permitida para o trabalho de 14 para 16 anos e como consequência, a data mínima para filiação ao RGPS acompanharia a mudança, mas o texto das Leis 8212/91 e 8213/91 continuam mantendo a idade mínima de 14 anos para filiação como facultativo.

Já o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99, dispõe que a idade mínima para filiação ao RGPS como facultativo é de 16 anos, exceto no caso do aprendiz que pode se filiar a partir dos 14 anos de idade.

Vejamos a redação do art. 11, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99:

“É segurado facultativo o maior de dezes-seis anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contri-buição, na forma do art. 199, desde que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da pre-vidência social”.

Devido a esta controvérsia, não se pode afirmar que a assertiva está certa ou errada.

Alternativa “c”: está errada. Segundo determina o art. 201, § 5º, da CF/88, é vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa partici-pante de regime próprio de previdência.

Idêntico preceito é também observado no § 2º, do art. 11, do Dec. 3048/99, que veda a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa partici-pante de regime próprio de previdência social, salvo na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta condição, contribuição ao respec-tivo regime próprio.

Alternativa “e”: está errada. O servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, suas autarquias ou fundações públicas, é considerado segurado obrigatório do RGPS, na condi-ção de empregado (art. 12, I, g, da Lei 8212/91).

20. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS/2012) João exerce individualmente atividade de pescador artesa-nal e possui embarcação com 5 toneladas de arqueação bruta, com parceiro eventual, que o auxilia. Nessa si tu-ação, João é

a) segurado facultativo.

b) segurado especial.

c) contribuinte individual.

d) trabalhador avulso.

e) não segurado da Previdência Social.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Diversas questões de concurso incluem o garimpeiro, equivocadamente, na categoria dos segurados especiais. Em verdade, o garimpeiro é contribuinte individual.

Nota do autor 2: Será considerado como segu-rado especial o pescador artesanal que, de acordo com o artigo 9º, § 14, do RPS, aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio principal de vida, desde que: I – não utilize embarcação; ou utilize embarcação de pequeno porte, nos termos da Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009, a teor do Decreto 8.424/2015.

Logo, tivemos uma modificação no enquadra-mento do segurado especial que utiliza embarcação. Até então, o limite de peso do barco era de 6 toneladas de arqueação bruta (barco próprio) ou 10 toneladas (barco de parceiro outorgado exclusivamente). Agora o peso da embarcação foi elevado para até 20 tonela-das pelo Decreto 8.424/2015, que se refere à embar-cação de pequeno porte, definida pela Lei de Pesca e Aquicultura (Lei 11.959/2009). Se a embarcação for de médio (acima de 20) ou grande porte (igual ou supe-rior a 100 toneladas), o pescador será contribuinte indi-vidual, e não segurado especial.

|COMENTÁRIOS|.

A resposta foi dada com a legislação em vigor no ano de aplicação da prova

Alternativa correta: letra “b”. A questão refere--se à definição de pescador artesanal, subespécie dos segurados especiais (vide art. 9°, VII, b, RPS), constante no art. 9°, § 14, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99. Vejamos o texto:

“§ 14. Considera-se pescador artesanal aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio principal de vida, desde que:

I – não utilize embarcação;

II – utilize embarcação de até seis tonela-das de arqueação bruta, ainda que com auxílio de parceiro;

III – na condição, exclusivamente, de parceiro outorgado, utilize embarcação de até dez toneladas de arqueação bruta.”

Como João utilizou uma embarcação que está den-tro dos limites exigidos para que ele seja considerado segurado especial, a alternativa B está correta.

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Direito PreviDenciário 5

Alternativas “a”, “c”, “d” e “e”, erradas. Estas alternativas não refletem a correta categoria do segu-rado descrito. .

30. (Cespe – Juiz Federal Substituto 5ª região/ 2011) Com relação aos segurados da previdência social e a seus dependentes, assinale a opção correta.

a) É segurado obrigatório da previdência social na qualidade de empregado aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição con-sular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subor-dinados ou a membros dessas missões e reparti-ções, ainda que o prestador desse tipo de serviço seja estrangeiro sem residência permanente no Brasil.

b) No que se refere à concessão de benefícios previ-denciários, a condição de dependente é autônoma em relação à de segurado, de forma que, tendo o falecido, na data do óbito, perdido a condição de segurado e não tendo cumprido os requisitos necessários para a aposentadoria, seus dependen-tes farão jus à pensão por morte, em valor propor-cional ao tempo de contribuição do instituidor do benefício.

c) Para a caracterização de segurado especial, consi-dera-se regime de economia familiar a atividade laboral dos membros de uma família e, ainda, que a referida atividade seja indispensável à subsis-tência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e exercida em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. O exercício de atividade remunerada por um membro da família, ainda que urbana, não descaracteriza a condição de segurado especial.

d) Entre os requisitos da condição de segurado obriga-tório do RGPS, incluem-se o de ser o segurado pes-soa física – sendo legalmente inaceitável a existên-cia de segurado pessoa jurídica – e o de ele exercer atividade laboral, lícita ou ilícita, pois as contribui-ções ao sistema previdenciário são, de acordo com a jurisprudência do STF, espécies do gênero tributo.

e) Tratando-se de trabalhador rural informal, a exigên-cia de início de prova material para a comprovação do exercício da atividade agrícola deve ser interpre-tada com temperamento, mas não pode ser dispen-sada, ainda que em casos extremos, sob pena de se contrariar o princípio do equilíbrio financeiro atua-rial do sistema previdenciário.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: questão anulada pela banca. Estes autores consideram todas as assertivas erradas.

Alternativa “a”: está errada. É considerado segu-rado obrigatório, na qualidade de empregado, aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a

repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residên-cia permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular (art. 12, I, d, da Lei 8212/91).

Alternativa “b”: está errada. A condição de depen-dente não é autônoma em relação à de segurado, pois para que o dependente faça jus ao recebimento de um benefício, o segurado instituidor deve ter preenchido os requisitos definidos em lei. Conforme a Súmula 416 do STJ, a pensão por morte só será devida aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido essa qualidade, se este houver preenchido os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito.

Alternativa “c”: está errada. O exercício de ati-vidade remunerada por um dos membros da família, mesmo que urbana, não descaracteriza, necessaria-mente, a condição de segurado especial dos demais membros do grupo familiar, mas, obviamente exclui da categoria de segurado especial aquele que passa a exercer outra atividade.

Alternativa “d”: está errada. Os segurados do Regime Geral de Previdência Social dividem-se em dois grupos: segurados obrigatórios e facultativos.

Os segurados obrigatórios são os maiores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz (que se permite o início das atividades a partir dos 14), que exercem qualquer tipo de atividade remunerada lícita que os vinculem, obrigatoriamente, ao sistema previdenciário. A atividade, obviamente, jamais poderia ser ilícita, pois apesar da natureza tributária da contribuição previden-ciária, o fato gerador deste tributo é o trabalho, que pelo seu próprio conceito pressupõe a licitude da atividade.

Alternativa “e”: está errada. Admite-se a com-provação do exercício de atividade agrícola por prova exclusivamente testemunhal nas hipóteses de força maior ou caso fortuito, é o sentido do art. 63 do Decreto 3048/99.

34. (TRT 2ª Região/2010) Aponte a afirmativa correta:

a) São exemplos de segurados obrigatórios da previ-dência social, na categoria de contribuintes indivi-duais: o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais; quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego.

b) O servidor civil ocupante de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e funda-ções, são excluídos do Regime Geral de Previdência

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Social, desde que amparados por regime próprio de previdência social.

c) A contribuição do empregador doméstico é de 11% (onze por cento) do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço.

d) A contribuição a cargo da empresa, destinadas à Seguridade Social, é de 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas ou credita-das a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe pres-tem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qual-quer que seja a sua forma, quer pelos serviços efe-tivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, excluídas as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de uti-lidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial.

e) Equipara-se ao empregador rural pessoa natu-ral o consórcio simplificado de produtores rurais, formado pela união de produtores rurais pessoas naturais, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e dispensar trabalhadores para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos, hipótese em que fica dispensada a identificação perante o INSS de cada produtor, seu endereço pessoal e o de sua propriedade rural.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “b”. Pontifica o artigo 12, da Lei 8.213/91, que “o servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por regime próprio de previdência social”. Neste caso haverá a filiação ao res-pectivo Regime Próprio de Previdência Social, e não ao Regime Geral, pois são servidores efetivos e militares.

Alternativa “a”: incorreta. O servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais, é segurado obrigatório na categoria de empregado, e não de contribuinte indi-vidual, nos termos do artigo 11, inciso I, letra “g”, da Lei 8.213/91. Os demais realmente são contribuintes indivi-duais listados no inciso V, do referido dispositivo legal.

Alternativa “c”: incorreta. De acordo com o artigo 24, da Lei 8.212/91, a contribuição do empregador doméstico é de 12% (doze por cento) do salário-de-con-tribuição do empregado doméstico a seu serviço. Esta era a norma que vigorava na época. No entanto, com o advento do artigo 34, II e III, da LC 150/2015, a contribui-ção do empregador doméstico passou a ser no total de 8,8% (8% básica + 0,8% de SAT).

Alternativa “d”: incorreta. Prevê o artigo 22, inciso I, da Lei 8.212/91, que a contribuição previdenciá-ria patronal das empresas será de “vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empre-gados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do emprega-dor ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa”. Ou seja, por se cuida-rem de verbas remuneratórias, as gorjetas, adiantamen-tos e remuneração em utilidades entrarão no cômputo da base de cálculo da contribuição das empresas.

Alternativa “e”: incorreta. Na forma do artigo 25-A, caput, da Lei 8.212/91, equipara-se ao empre-gador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores rurais, formado pela união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles pode-res para contratar, gerir e demitir trabalhadores para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus inte-grantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos. Entretanto, na forma do § 1º, o documento referido deverá conter a identificação de cada produtor, seu endereço pessoal e o de sua proprie-dade rural, bem como o respectivo registro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA ou informações relativas a parceria, arrendamento ou equi-valente e a matrícula no Instituto Nacional do Seguro Social – INSS de cada um dos produtores rurais.

77. (Cespe – Defensor Público – DF/ 2013) Acerca do RGPS, julgue o item a seguir:

|COMENTÁRIOS|.

É presumida a dependência econômica do filho com mais de dezoito anos e menos de vinte e um anos de idade em relação ao segurado da previdência social, não sendo necessária a comprovação dessa dependên-cia para que ele se torne beneficiário do RGPS na condi-ção de dependente do segurado.

Nota do autor: a relação dos dependentes é definida pela legislação previdenciária (art.16, da Lei 8213/91), que a subdivide em 03 classes, não cabendo ao segurado a livre indicação dos seus dependentes. 1ª classe: a) cônjuge, a companheira e o companheiro (incluindo, aqui, os parceiros homossexuais, desde que comprovem a vida em comum; b) a ex-mulher e o ex-marido que recebam pensão alimentícia, sendo qualquer ajuda financeira comprovada equiparada à pensão alimentícia; c) o filho menor de 21 anos, desde que não emancipado, o filho inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne abso-luta ou relativamente incapaz, assim declarado judi-cialmente, de qualquer idade; d) equiparados a filho,

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menor tutelado ou enteado, sendo que nesses casos, é necessária declaração escrita do segurado, comprova-ção de dependência econômica e, para a tutela, apre-sentação do respectivo termo. 2ª classe: os pais, desde que comprovem dependência econômica. 3ª classe: a) o irmão menor de 21 anos, não emancipado, desde que comprove dependência econômica; b) o irmão inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim decla-rado judicialmente, de qualquer idade, devendo a inca-pacidade ser atestada por perícia médica do INSS, desde que comprove dependência econômica.

Sendo que os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições.

Vale ressaltar também que a Lei 12.470, de 31 de agosto de 2011 alterou a redação do art. 16, I e III, da Lei 8.213/91, incluindo expressamente no rol de dependen-tes previdenciários o filho ou o irmão que tenha defi-ciência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, conforme mencionado. Com a alteração ficou claro que, mesmo que o filho ou irmão sejam apenas relati-vamente incapazes, terão direito a manter a qualidade mesmo após completar os 21 anos de idade. Na mesma linha, nas hipóteses de extinção da pensão por morte, foi excetuada a maioridade de 21 anos do filho e irmão com deficiência intelectual ou mental que o torne abso-luta ou relativamente incapaz, assim declarado judicial-mente. A Lei trouxe como hipótese de extinção da cota de pensão do pensionista com deficiência intelectual ou mental o levantamento da interdição.

Nota do autor 2: Houve mais de uma modifica-ção na classe III dos dependentes dos segurados com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas entra-ram em vigor no dia da sua publicação operada em 18/6/2015 (art. 6º, da Lei 13.135), que passará a ter a seguinte redação no futuro: III – o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento.

Nota-se que foi retirada a emancipação como causa de antecipação da maioridade previdenciária (vigência em 18/6/2015); foi retirada a exigência de incapacidade civil do irmão com deficiência mensal ou intelectual, e excluída a necessidade de interdição judicial (vigência em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmão com deficiência grave, nos termos do regulamento (vigência em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

Por sua vez, tentou se fazer a mesma modificação com a classe I, mas houve veto presidencial às mencio-nadas alterações na classe preferencial, que permanece com a sua redação anterior.

Posteriormente, por incrível que pareça, nova modi-ficação legal foi feita. Por força da Lei 13.146, publicada em 7 de julho de 2015, que aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiência e entrará em vigor em 180 dias após a sua publicação (início de janeiro de 2016 – estima-se em

3 de janeiro), houve a alteração do artigo 16, inciso III, da Lei 8.213/91, pois a classe III passará a ter a conseguinte redação: “o irmão não emancipado, de qualquer con-dição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave”. Logo, em janeiro de 2016, a emancipação vol-tará a ser causa de antecipação da maioridade pre-videnciária do irmão do segurado.

Durma com um barulho deste. Deve ser aplicada a norma em vigor no dia da publicação do edital do seu concurso, sob pena de impugnação e anulação da questão.

Questão correta: segundo determina o art. 16, § 4º, da Lei 8213/91, é presumida a dependência econô-mica das pessoas indicadas no inciso I do mesmo artigo (o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelec-tual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente), não havendo necessidade de comprovação.

113. (Procurador do Município – Prefeitura Araca-ju-SE/2008 – CESPE) Julgue o item a seguir, relativo à previdência social e a seus beneficiários.

Considere que Maria José presta serviços habituais e contínuos para Cláudia, no ambiente residencial desta, sendo certo que as atividades desenvolvidas não têm fins lucrativos. Nessa situação hipotética, Maria José é empregada doméstica e responsável pelo recolhimento de sua própria contribuição para a previdência social.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: a questão versa sobre a figura do segurado empregado doméstico e a responsabilidade pelo recolhimento de sua contribuição previdenciária, tema inserido nos artigos 12, II, da Lei 8.212/91 e 30, V, do mesmo diploma legal. Na parte de dicas de estudo o leitor encontrará um resumo sobre o tema.

ERRADO. É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento da contribuição previdenciária do empregado doméstico, conforme determina o art. 30, V, da Lei 8212/91:

“O empregador doméstico está obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empre-gado a seu serviço e a recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo, no prazo referido no inciso II deste artigo” (Redação dada pela Lei n° 8.444, de 20.7.92).

Desta forma, o empregador doméstico deve reter a contribuição do empregado doméstico a seu serviço, repassando-a até o dia 7 do mês subsequente à pres-tação de serviço, por força da LC 150/2015, sendo que antes era o dia 15.

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�DICAS SOBRE SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Pescador artesanal. O Decreto 8.424, de 31/03/2015 alterou a definição do pescador artesanal (art. 9°, § 14, do Decreto 3.048/99), passando a defini-lo como aquele que, individualmente ou em regime de economia fami-liar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio princi-pal de vida, desde que:

I. não utilize embarcação; ou

II. utilize embarcação de pequeno porte, nos termos da Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009.

De acordo com o artigo 8°, I, a, da citada Lei 11.959/2009, pesca comercial artesanal é a “praticada diretamente por pescador profissional, de forma autô-noma ou em regime de economia familiar, com meios de produção próprios ou mediante contrato de parce-ria, desembarcado, podendo utilizar embarcações de pequeno porte”.

O artigo 10, § 1°, I, desta mesma Lei classifica as embarcações que operam na pesca comercial em:

I. de pequeno porte: quando possui arqueação bruta – AB igual ou menor que 20;

II. de médio porte: quando possui arqueação bruta – AB maior que 20 e menor que 100;

III. de grande porte: quando possui arqueação bruta – AB igual ou maior que 100.

Desta forma, o pescador artesanal pode, atual-mente, utilizar embarcação que possuir arqueação bruta de até 20, sendo este segurado especial.

A redação anterior ao Decreto 8.424, de 31⁄03⁄2015 considerava pescador artesanal o trabalhador que não utilizava embarcação ou utilizava uma de até 6 tone-ladas de arqueação bruta, ainda que com auxílio de parceiro ou na condição, exclusivamente, de parceiro outorgado, utilizava embarcação de até 10 toneladas de arqueação bruta.

Com a mudança, então, para ser considerado segu-rado especial, o pescador pode utilizar uma embar-cação de até 20 toneladas de arqueação bruta. Acima deste tamanho, o pescador será enquadrado na catego-ria dos contribuintes individuais, conforme art. 9°, § 15, XI, da nova redação do Decreto 3.048⁄99.

�DICAS SOBRE SALÁRIO-DE-CON-TRIBUIÇÃO

A partir de 1º de novembro de 2015, por força da MP 680/2015, vai incidir contribuição previdenciária tanto para o empregado quanto para a empresa sobre o valor da compensação pecuniária a ser paga no âmbito do Programa de Proteção ao Emprego com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Primeiros 15 (QUINZE) dias de afastamento do empregado por motivo de doença. Um tema bastante discutido nos tribunais é a incidência de contribuição previdenciária sobre os primeiros 15 dias de afasta-mento do empregado por motivo de doença, que são pagos pela empresa. O Fisco tem posição definida pela incidência de tributo sobre estes valores,, que dispõe (Lei 8.213/91) que durante os primeiros 15 dias consecutivos ao afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado seu salário integral Como o texto se referiu a “salário”, o Fisco entende ser tal parcela tributável.

A jurisprudência consolidada do STJ, todavia, paci-ficou o entendimento de que não incide contribuição previdenciária sobre o pagamento referente aos primeiros 15 dias de afastamento, sob o fundamento de que tal rubrica não é acompanhada de uma contra-prestação de serviços por parte do empregado.

11. (FCC – Procurador Município – Prefeitura Cuiabá--MT/2014) É INCORRETO afirmar em relação ao Plano de Custeio da Seguridade Social:

a) A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social é de 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas ou credi-tadas a qualquer título, durante o mês, aos segura-dos empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços normativa.

b) A contribuição do empregado doméstico destinada à Seguridade Social é de 9% (nove por cento) cal-culada mediante a aplicação da correspondente alí-quota sobre o seu salário-de-contribuição mensal.

c) A contribuição do empregador doméstico é de 12% (doze por cento) do salário-de-contribuição do em pregado doméstico a seu serviço.

d) Caberá à entidade promotora do espetáculo a res-ponsabilidade de efetuar o desconto de 5% (cinco por cento) da receita bruta decorrente dos espetá-culos desportivos e o respectivo recolhimento, no prazo de até dois dias úteis após a realização do evento.

e) A alíquota de contribuição dos segurados contri-buinte individual e facultativo será de 20% (vinte por cento) sobre o respectivo salário-de-contribui-ção.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: o candidato deve atentar que a questão pede que se aponte qual assertiva é falsa.

Nota do autor 2: Com a advento da Lei Comple-mentar 150/2015 (art. 34), a contribuição previdenciária do empregador doméstico foi reduzida de 12% para 8,8% (8% básica + 0,8% de SAT), com revogação tácita parcial do artigo 24, da Lei 8.212/91, alterando-se o dia de recolhimento para 7. A questão foi resolvida com base na legislação em vigor na época da prova.

Page 9: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 9

Alternativa correta: letra “b”: o conteúdo da assertiva é falso. Segundo determina o art. 20, da Lei 8212/91, a contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do trabalhador avulso, é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de forma não cumulativa, de acordo com a tabela presente no refe-rido dispositivo, podendo a alíquota ser 8%, 9% ou 11%.

Alternativa “a”: está errada. O conteúdo da asser-tiva é verdadeiro, estando de acordo com o disposto no inciso I do art. 22, da Lei 8212/91.

Alternativa “c”: está errada. O conteúdo da asser-tiva é verdadeiro, estando de acordo com o disposto no caput do art. 24, da Lei 8212/91 (resposta de época).

Alternativa “d”: está errada. O conteúdo da asser-tiva é verdadeiro, estando de acordo com o disposto no § 7º do art. 22, da Lei 8212/91.

Alternativa “e”: está errada. O conteúdo da asser-tiva é verdadeiro, estando de acordo com o disposto no caput do art. 21, da Lei 8212/91.

18. (FUNRIO – Analista do Seguro Social – INSS/2013) Com relação à base de cálculo da contribuição do empregado doméstico, nos termos da Lei nº 8212/91, é correto afirmar que a contribuição do empregador domésticoa) é de 10% (dez por cento) do salário de contribuição

do empregado doméstico a seu serviço.b) é de 12% (doze por cento) do salário de contribui-

ção do empregado doméstico a seu serviço.c) é de 8% (oito por cento) do salário de contribuição

do empregado doméstico a seu serviço.d) é de 14% (quatorze por cento) do salário de contri-

buição do empregado doméstico a seu serviço.e) é zero, por ser ele isento de pagamento.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com a advento da Lei Comple-mentar 150/2015 (art. 34), a contribuição previdenciária do empregador doméstico foi reduzida de 12% para 8,8% (8% básica + 0,8% de SAT), com revogação tácita parcial do artigo 24, da Lei 8.212/91, alterando-se o dia de recolhimento para 7. A questão foi resolvida com base na legislação em vigor na época da prova.

Alternativa correta: letra B. A contribuição do empregador doméstico é de 12% (doze por cento) do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço, na forma do artigo 24 da Lei 8.212/91.

31. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS/2012) Em relação às contribuições previdenciárias, assinale a alternativa correta.a) O pequeno produtor rural está isento de recolhi-

men to da contribuição.b) O empregado, em qualquer caso, recolhe o percen-

tual de 11% (onze por cento) sobre o salário de con-tribuição.

c) O trabalhador autônomo não está obrigado a reco-lher contribuição.

d) O empregador doméstico recolhe o mesmo percen-tual de contribuição que as empresas em geral.

e) A contribuição da empresa para financiamento da aposentadoria especial tem alíquotas variáveis de doze, nove ou seis pontos percentuais.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com a advento da Lei Comple-mentar 150/2015 (art. 34), a contribuição previdenciária do empregador doméstico foi reduzida de 12% para 8,8% (8% básica + 0,8% de SAT), com revogação tácita parcial do artigo 24, da Lei 8.212/91, alterando-se o dia de recolhimento para 7. A questão foi resolvida com base na legislação em vigor na época da prova.

Alternativa correta: letra “e”. Esta alternativa encontra respaldo no art. 57, § 6°, da Lei 8.213/91. De fato, a empresa que expuser os trabalhadores a agen-tes nocivos, prejudiciais à saúde e à integridade física, deverá pagar um adicional de alíquota de 6%, 9% ou 12%, se o agente ensejar aposentadoria especial em 25, 20 ou 15 anos de contribuição, respectivamente.

Alternativa “a”, errada. Há previsão de contri-buição para o segurado especial, incidente sobre a comercialização da sua produção rural, no art. 25, da Lei 8.212/91.

Alternativa “b”, errada. Os segurados emprega-dos, avulsos e domésticos contribuem para a previdên-cia social com as alíquotas de 8%, 9% ou 11%, a depen-der do seu salário-de-contribuição, conforme tabela constante do art. 20, da Lei 8.212/91.

Alternativa “c”, errada. Há previsão de contribui-ção para o autônomo (contribuinte individual) no art. 21, da Lei 8.212/91.

Alternativa “d”, errada. A alíquota de contribui-ção do empregador doméstico é de 12% (art. 24, da Lei 8.212/91), enquanto a contribuição básica da empresa é de 20% (art. 21, da Lei 8.212/91).

45. (TRT 15ª Região/2010) A contribuição a cargo da empresa, destinada à seguridade Social, não incide sobre:a) gorjetas.b) ganhos eventuais pagos sob a forma de utilidades.c) o total das remunerações pagas ou creditadas a

qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços.

d) o valor bruto da nota fiscal ou fatura, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho.

e) nenhuma das anteriores.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A partir de 1º de novembro de 2015, por força da MP 680/2015, vai incidir contribuição previdenciária tanto para o empregado quanto para a empresa sobre o valor da compensação pecuniária a ser

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10 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

paga no âmbito do Programa de Proteção ao Emprego com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Alternativa correta: letra “b”. Apenas sobre os ganhos habituais sob a forma de utilidades incidirá a contribuição previdenciária as empresas, e não os habi-tuais, a teor do artigo 22, inciso I, da Lei 8.212/91.

Alternativa “a”: errada. De acordo com o artigo 22, inciso I, da Lei 8.212/91, a contribuição previdenci-ária das empresas será de vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qual-quer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, des-tinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente pres-tados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Logo, sobre as gorjetas incide contribuição previdenciária, pois se trata de verba remuneratória do labor.

Alternativa “c”: errada. Na forma do artigo 22, inciso III, da Lei 8.212/91, a contribuição previdenciária das empresas será de vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individu-ais que lhe prestem serviços.

É importante salientar, no entanto, que o plená-rio do STF, em sessão realizada dia 23/4/2014, por una-nimidade, julgou inconstitucional a contribuição da empresa sobre a nota fiscal de cooperativa de trabalho no RE nº 595.838, com repercussão geral reconhecida. O Relator, Ministro Dias Toffoli, votou pela inconstituciona-lidade do dispositivo (inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, incluído pela Lei nº 9.876/99), sob os seguintes argumentos: 1) extrapolação da base econômica prevista no art. 195, I, "a", da CF; 2) contrariedade ao Princípio da Capacidade Con-tributiva (art. 145, § 1º da CF); e 3) a contribuição só poderia ter sido instituída por Lei Complementar, conforme previsto no art. 195, § 4º, combinado com o art. 154, I, ambos da CF.

Alternativa “d”: errada. De acordo com o artigo 22, inciso IV, da Lei 8.212/91, a contribuição previdenci-ária das empresas será quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por coo-perados por intermédio de cooperativas de trabalho.

Alternativa “e”: errada. É falso. A letra B é a ver-dadeira.

57. (Cespe – Procurador do Estado – AL/ 2008) Assi-nale a opção incorreta a respeito das normas de custeio que garantem o financiamento do RGPS.a) A base da exigência do PIS e do PASEP está na CF,

que estabeleceu que a arrecadação dessas contri-buições passasse a financiar o programa de seguro--desemprego para os empregados que percebam até dois salários mínimos mensais.

b) A COFINS é devida pelas pessoas jurídicas, sendo destinada exclusivamente às despesas com ativi-

dades-fim das áreas de saúde, previdência e assis-tência social, sendo legítima sua cobrança sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combus-tíveis e minerais do país.

c) A contribuição do empregador doméstico é de 12% do salário-de-contribuição do empregado domés-tico a seu serviço.

d) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pela CF somente alcança as entidades fechadas de previ-dência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

e) O direito de a seguridade social apurar e constituir seus créditos extingue-se em 10 anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: questão anulada pela CESPE por possuir duas possíveis alternativas como res-posta. A banca pede que o candidato aponte qual a alternativa incorreta, mas tanto a opção “a” quanto a opção “e” possuem erros.

Embora anulada pela CESPE, consideramos interes-sante incluir esta questão no nosso estudo ante a sua complexidade.

A banca exige do candidato conhecimento do art. 239, da CF/88; da Lei 7.998/90, que regula o Programa do Seguro Desemprego, o abono salarial e que instituiu o FAT; da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, que instituiu a COFINS; além de abordar a Lei 8.212/91.

A questão exigiu ainda que o candidato estivesse atualizado com a edição da Súmula Vinculante nº 8 – STF, o que ocorreu poucos meses antes da realização prova. Nota do autor 2: Com a advento da Lei Comple-

mentar 150/2015 (art. 34), a contribuição previdenciária do empregador doméstico foi reduzida de 12% para 8,8% (8% básica + 0,8% de SAT), com revogação tácita parcial do artigo 24, da Lei 8.212/91, alterando-se o dia de recolhimento para 7. A questão foi resolvida com base na legislação em vigor na época da prova.

Alternativa incorreta: alternativas “a” e “e”. Atente que a questão pede que se identifique a opção incorreta a respeito das normas de custeio.

Vejamos:Alternativa “a”: alternativa incorreta. De fato, a

base da exigência do PIS e do PASEP reside na CF, art. 239. O PIS foi criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e o PASEP pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970. Já a Lei Complementar nº 26, de 11 de setembro de 1975, unificou os fundos criando o PIS/Pasep.

Segundo dispõe o art. 239 da Carta Magna, a par-tir da promulgação da CF/88, a arrecadação decorrente das contribuições para o PIS e PASEP passa a financiar o programa do seguro desemprego e o abono salarial de que trata o § 3º do mesmo artigo. Observe:

Page 11: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 11

“ § 3º Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Pro-grama de Integração Social ou para o Pro-grama de Formação do Patrimônio do Ser-vidor Público, até dois salários mínimos de remuneração mensal, é assegurado o paga-mento de um salário mínimo anual, com-putado neste valor o rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já partici-pavam dos referidos programas, até a data da promulgação desta Constituição.”

Segundo a opção “a” da questão, a arrecadação do PIS e do PASEP financiaria o programa do seguro desemprego para empregados que percebessem até dois salários mínimos mensais. A banca tenta levar o candidato a erro com a redação da alternativa.

Da leitura atenta do § 3º do art. 239 da CF/88, per-cebe-se claramente que o teto de remuneração de que trata o parágrafo (até dois salários mínimos) constitui uma limitação ao trabalhador apenas quanto ao rece-bimento do abono e não ao pagamento do seguro desemprego, como afirmado equivocadamente na alternativa.É assegurado o recebimento de abono salarial anual, no valor máximo de um salário mínimo vigente na data do respectivo pagamento, aos empre-gados que tenham percebido, de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social – PIS ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Ser-vidor Público – Pasep, até dois salários mínimos médios de remuneração mensal no período trabalhado e que tenham exercido atividade pelo menos durante 30 (trinta) dias no ano-base (art. 9º da Lei 7.998/90, com redação dada pela Lei 13.134/2015).

O abono salarial em nada se confunde com o insti-tuto do seguro desemprego, que se destina ao obreiro em situação de desemprego involuntário.

Compulsando o texto da Lei 7.998/90, reguladora do Programa do Seguro Desemprego, tem-se que não há qualquer limitação à remuneração do trabalha-dor para participação no programa.

Pelas razões elencadas, a alternativa “a” está incorreta, sendo, portanto, a resposta da questão.

Alternativa “e”: alternativa incorreta. Até dezembro de 2008, constava da redação do art. 45 da Lei 8.212/91 que o direito da Seguridade Social de apu-rar e constituir seus créditos seria extinto em 10 anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído.

Com o advento da Lei Complementar nº 128 de 19/12/2008, que revogou os artigos 45 e 46 da LOSS, passaram a prevalecer os prazos do CTN, que são de 05 anos.

Anteriormente à edição da LC nº 128, através da Súmula Vinculante nº 08, o STF já havia declarado a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46, da Lei 8.212/91, sob a alegação de que art. 146, III, “b” da CF/88 estabelece que apenas lei complementar pode estabe-lecer normas sobre prescrição e decadência em matéria

tributária. Como é entendimento pacífico da Corte que as contribuições sociais são consideradas tributos, não poderia a Lei regular o tema.

Pelas razões elencadas, a alternativa “e” está incorreta, também sendo, portanto, a resposta da questão.

Alternativa “b”: alternativa correta. A COFINS foi instituída pela Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, que disciplina em seu art. 1º que tal contribuição é devida pelas pessoas jurídicas, inclusive as a elas equiparadas pela legislação do imposto de renda, e se destina exclusivamente às despesas com atividades-fins das áreas de saúde, previdência e assis-tência social.

A segunda parte da alternativa trata da legitimi-dade da cobrança da contribuição. Vejamos, o art. 2º da mesma lei determina que a cobrança da COFINS inci-dirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercado-rias e serviços e de serviço de qualquer natureza.

Assim, infere-se que a COFINS pode ser cobrada também sobre as operações relativas a energia elé-trica e serviços de telecomunicações. Já o art. 4º dispõe claramente sobre a contribuição mensal devida pelos distribuidores de derivados de petróleo e álcool etílico hidratado para fins carburantes.

Por todo o exposto, a Alternativa “b” está correta, não sendo, portanto, a resposta da questão.

Alternativa “c”: alternativa correta, pois repro-duz o art. 24 da Lei 8.212/91.

Alternativa “d”: alternativa correta, pois repro-duz integralmente a Súmula 730 do STF.

71. (Juiz Substituto do TRT 24ª Região 2006 – Orga-nizado pelo Próprio TRT) Tratando da Arrecadação e Recolhimento das Contribuições Previdenciárias, a Lei 8.212/91 dispõe, EXCETO:a) Os segurados contribuinte individual e facultativo

estão obrigados a recolher sua contribuição por ini-ciativa própria, até o dia quinze do mês seguinte ao da competência.

b) O empregador doméstico está obrigado a arreca-dar a contribuição do segurado empregado a seu serviço e a recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo, até o dia quinze do mês seguinte ao da com-petência.

c) As empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidaria-mente, pelas obrigações decorrentes desta Lei.

d) O crédito da seguridade social é constituído por meio de notificação de débito, auto de infração, confissão ou documento declaratório de valores devidos e não recolhidos apresentado pelo contri-buinte.

e) As contribuições devidas à Seguridade Social, inclu-ídas ou não em notificação de débito, poderão, após verificadas e confessadas, ser objeto de acordo para

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12 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

pagamento parcelado em até 45 (quarenta e cinco) meses, observado o disposto em regulamento.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com a advento da Lei Comple-mentar 150/2015 (art. 34), a contribuição previdenciária do empregador doméstico foi reduzida de 12% para 8,8% (8% básica + 0,8% de SAT), com revogação tácita parcial do artigo 24, da Lei 8.212/91, alterando-se o dia de recolhimento de 15 para 7. A questão foi resolvida com base na legislação em vigor na época da prova.

Alternativa incorreta: letra “a”. Por fim, a alterna-tiva “e” é a única falsa, pois “as contribuições devidas à Seguridade Social, incluídas ou não em notificação de débito, poderão, após verificadas e confessadas, ser objeto de acordo para pagamento parcelado em até 60 (sessenta) meses, observado o disposto em regu-lamento” (art. 38, da Lei 8.212/91). Note-se que o texto afirma, equivocadamente, que o débito pode ser parce-lado em apenas 45 meses.

Alternativa “a”: está certa. A alternativa “a” está correta, pois repete literalmente o texto do artigo 30, II, da Lei 8.213/91. Saliente-se, contudo, que, após a publi-cação da Lei 10.666/03, os contribuintes individuais que prestarem serviço a empresas têm suas contribuições retidas pelos tomadores de serviço, que se obrigam a repassar tais quantias à Previdência Social, até o dia 20 do mês subsequente, se houver expediente bancário.

Alternativa “b”: está certa. A proposição “b” tam-bém é verdadeira, encontrando o seu fundamento no artigo 30, V, da Lei 8.212/91.

Alternativa “c”: está certa. O item “c” transcreve o inciso X do art. 30, da Lei 8.212/91.

Alternativa “d”: está certa. A alternativa “d” é ver-dadeira, pois faz menção às hipóteses de constituição do crédito previdenciário, previstas no art. 33, § 7º, da Lei 8.212/91. Saliente-se que, conforme se depreende do texto, a GFIP, por si só, constitui o crédito previdenci-ário. Observem, apenas, que o texto do citado artigo foi alterado em 2009, conforme segue:

§ 7º O crédito da seguridade social é constitu-ído por meio de notificação de lançamento, de auto de infração e de confissão de valores devidos e não recolhidos pelo contribuinte. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).

�DICAS SOBRE CUSTEIO DA PRE-VIDÊNCIA SOCIAL

Alíquota de contribuição do empregador domés-tico. Até a publicação da Lei Complementar 150, de 01/06/2015, a alíquota de contribuição era de 12% sobre o salário-de-contribuição do seu empregado doméstico. Com a edição desta Lei, foi criado o Sim-ples Doméstico, entrando em vigor 120 dias após a sua publicação, reduzindo a contribuição patronal previ-denciária para 8% sobre o salário-de-contribuição do

empregado doméstico e 0,8% de contribuição para o Seguro contra Acidente do Trabalho – SAT. Logo, o limite máximo da base de contribuição de R$ 4.663,75 deve ser respeitado.

Curiosamente, por incompetência do legisla-dor, não foi revogado expressamente o art. 24, da Lei 8.212/91, que ainda dispõe que a alíquota de contri-buição do empregador doméstico é de 12%, estando este texto, obviamente, revogado tacitamente pela LC 150/2015.

O Simples Doméstico, previsto na LC 150/2015, abrange, em documento único de arrecadação, os seguintes valores:

I. 8% a 11% de contribuição previdenciária do empre-gado doméstico;

II. 8% de contribuição patronal previdenciária a cargo do empregador doméstico;

III. 0,8% de contribuição social para o financiamento de seguro contra acidentes do trabalho;

IV. 8% de recolhimento de FGTS;

V. 3,2% referente a multa dos 40% por despedida sem justa causa ou por culpa do empregador. Tal valor será movimentado pelo empregador nos caso de pedido de demissão, dispensa por justa causa, apo-sentadoria, término de contrato por prazo determi-nado ou de falecimento do empregado doméstico. Já nos casos de despedida sem justa causa ou por culpa do empregador, o fundo será movimentado pelo empregado doméstico. Em caso de rescisão por culpa recíproca, os valores serão divididos entre o empregador e o empregado doméstico;

VI) Imposto de Renda Retido na Fonte, se incidente.

O recolhimento será arrecadado pela Caixa Econô-mica Federal, que deverá repassar os tributos federais para a União. O empregador está obrigado a fornecer cópia do documento único de arrecadação para o seu empregado doméstico, mensalmente.

Os tributos não recolhidos no prazo estabelecido (dia 7 do mês seguinte) se sujeitam à incidência de encargos legais (multa e juros) previstos na legisla-ção do imposto de renda. Já as parcelas referentes ao FGTS (8% e 3,2%) não recolhidas no prazo estabelecido devem ser atualizadas e sofrerão multa prevista na lei 8.036/90.

Há previsão também de ser criado um sistema ele-trônico a ser disponibilizado em portal na internet para cadastramento das informações mensais sobre os paga-mentos efetuadas ao empregado doméstico e para o cadastramento dos seus dados. Tal documento terá caráter declaratório, constituindo o crédito tributário e trabalhista, podendo estes ser exigidos a partir desta declaração.

Page 13: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 13

Ô TABELA SIMPLIFICADA DAS CON-

TRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DOS

TRABALHADORES:

Segurado Alíquota Base de cálculoResponsabilidade pelo recolhimento

Presunção de recolhimento

Prazo

Empregado e avulso

8%, 9% ou 11%

Salário de contribuição

Empresa, empregador ou

equiparado

Sim Até o dia 20 do mês seguinte

Empregado doméstico

8%, 9% ou 11%

Salário de contribuição

Empregador doméstico

Sim Até o dia 7 do mês seguinte

Contribuinte individual (regra)

20% Salário de contribuição

O próprio Não Até o dia 15 do mês seguinte

Contribuinte individual que

presta serviços à pessoa jurídica

11% Salário de contribuição

Empresa Sim Até o dia 20 do mês seguinte

Contribuinte individual que

trabalhe por conta própria e segurado

facultativo

11% Salário de contribuição

no valor de um salário mínimo

O próprio Não.

OBS – Não terá direito à

aposentadoria por tempo de contribuição

Até o dia 15 do mês seguinte

Contribuinte individual

enquadrado como MEI ou segurado

facultativo de baixa renda

que se dedique ao trabalho

doméstico em sua residência

5% Salário de contribuição

no valor de um salário mínimo

O próprio Não.

OBS – Não terá direito à

aposentadoria por tempo de contribuição

Até o dia 20 (MEI) ou dia 15 (facultativo) do mês seguinte

Segurado especial

2,1% Receita do produto da

comercialização da produção

Em regra, dos adquirentes

Sim Até o dia 20 do mês seguinte ao

da operação

Segurado facultativo (regra)

20% Salário de contribuição

O próprio Não Até o dia 15 do mês seguinte

Page 14: Questões Comentadas INSS 2015

14 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

Ô TABELA SIMPLIFICADA DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS PATRONAIS

Contribuintes Alíquota Base de cálculo Prazo

Empresas ou equiparados

20% + 1, 2 ou 3% de contribuição SAT, que

poderá ser acrescida de 6, 9 ou 12%, no caso de

atividade especial

Sobre o total das remunerações pagas mensal-mente, inclusive as gorjetas e as utilidades na

forma de ganhos habituais, assim como sobre as devidas ou creditadas aos segurados emprega-

dos e trabalhadores avulsos

Até o dia 20 do mês subsequente ao da competência, ou, se

não for dia útil, no ime-diatamente anterior

Empresas ou equiparados

20%, que poderá ser acrescida de 6, 9 ou

12%, apenas no caso da cooperativa de produ-ção, para o custeio da

aposentadoria especial

Sobre o total das remunerações pagas ou cre-ditadas a qualquer título, no decorrer do mês,

aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços

Até o dia 20 do mês subsequente ao da competência, ou, se

não for dia útil, no ime-diatamente anterior

Empresas que contratem

trabalhadores cooperados por intermédio de

cooperativa

15%, que poderá ser acrescida de 5, 7 ou 9%, para o custeio da apo-

sentadoria especial

Sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços

Até o dia 20 do mês subsequente ao da competência, ou, se

não for dia útil, no ime-diatamente anterior

Empregador doméstico

8,8% Salário de contribuição Até o dia 7 do mês subsequente ao da competência, ou, se

não for dia útil, no ime-diatamente anterior

MEI

3% Salário de contribuição Até o dia 20 do mês subsequente ao da competência, ou, se

não for dia útil, no ime-diatamente posterior

ÔTABELA SIMPLIFICADA DAS CONTRIBUIÇÕES SUBSTITUTIVAS DA PARTE PA-TRONAL INCIDENTES SOBRE AS REMUNERAÇÕES DOS EMPREGADOS E AVULSOS

Beneficiários Alíquota Base de cálculo Responsabilidade pelo recolhimento Prazo

Associações desportivas que

mantém times de futebol

profissional

5% Receita bruta decorrente dos espetácu-los desportivos de que participem em todo território nacional; qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propa-ganda e de transmissão de espetáculos desportivos

Entidade promotora do espetáculo; empresa pagadora

Até 02 dias úteis após a realização do evento esportivo; até o dia 20 do mês subsequente ao da competência

Produtor rural pessoa física

2,1% Receita bruta proveniente da comerciali-zação da sua produção

Em regra, a responsa-bilidade tributária pelo recolhimento será do adquirente da produção

Até o dia 20 do mês subsequente ao da operação ou consig-nação

Produtor rural pessoa jurídica

2,6% Receita bruta proveniente da comerciali-zação da sua produção

Será do próprio produ-tor rural

Até o dia 20 do mês subsequente ao da operação ou consig-nação

02. (FCC – Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT 2/2014) São beneficiários dos segurados no regime geral, na con dição de dependentes,

a) o fundo de amparo ao trabalhador, se não houver nenhum herdeiro necessário.

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Direito PreviDenciário 15

b) o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado menor de 21 anos ou inválido.

c) os pais e avós do segurado, como ascendentes.

d) as pessoas designadas pelo segurado, desde que não haja cônjuges ou filhos.

e) os tios e primos de sangue do segurado, se forem pessoas com deficiência.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor 1: Eis uma síntese das principais regras da pensão por morte no RGPS inauguradas pela Lei 13.135/2015:

Regra 1

– Se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha ver-tido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casa-mento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado, a pensão por morte será paga por apenas 4 (quatro) meses (regra geral).

Regra 2

– Se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) con-tribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável, a pensão terá a seguinte duração, sendo vitalícia apenas se o pensio-nista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade (regra geral).

Regra 3

Se o óbito decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, mesmo que não haja 2 anos de casamento ou união estável ou não tenham sido recolhidas 18 (dezoito) contribuições men-sais pelo segurado até o dia da morte, a pensão terá a seguinte duração, sendo vitalícia apenas se o pensio-nista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. Logo, neste caso especial, a pensão não durará apenas 4 meses (regra especial).

Regra 4

Para o pensionista inválido ou com deficiência, a pensão por morte apenas será cancelada pela ces-sação da invalidez ou pelo afastamento da defici-ência. Se não houver recuperação do pensionista, portanto, será vitalícia, mesmo que o segurado não tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado. Caso o pensionista inválido ou deficiente se recupere, serão respeitados, ao menos, os prazos anteriores apre-sentados (regra especial).

Nota do autor 2: A classe III (irmãos) dos depen-dentes dos segurados foi alterada com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas as modificações entra-ram em vigor no dia da sua publicação operada em 18/6/2015 (art. 6º, da Lei 13.135/2015), que passará a ter a seguinte redação no futuro: “III – o irmão de qualquer

condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento”.

Nota-se que foi retirada a emancipação como causa de antecipação da maioridade previdenciária (vigência em 18/6/2015); foi retirada a exigência de incapacidade civil do irmão com deficiência mensal ou intelectual, e excluída a necessidade de interdição judicial (vigência em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmão com deficiência grave, nos termos do regulamento (vigência em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

Tentou se fazer a mesma modificação com a classe I, mas houve veto presidencial às mencionadas altera-ções na classe preferencial, que permanece com a sua redação anterior.

Posteriormente, por incrível que pareça, nova modificação legal foi feita. Por força da Lei 13.146, publi-cada em 7 de julho de 2015, que aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiência e entrará em vigor em 180 dias após a sua publicação (início de janeiro de 2016 – esti-ma-se em 3 em 3 de janeiro), houve a alteração do artigo 16, inciso III, da Lei 8.213/91, pois a classe III passará a ter a conseguinte redação: “o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou men-tal ou deficiência grave”. Logo, em janeiro de 2016, a emancipação voltará a ser causa de antecipação da maioridade previdenciária do irmão do segurado.

A dica é verificar o texto em vigor no dia da publicação do edital do seu concurso, pois este é o que deve ser cobrado na prova, salvo previsão con-trária do edital, sob pena de anulação da questão.

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Alternativa correta: letra “b”: a assertiva está de acordo com o rol contido no art. 16, I, da Lei 8213/91.

“Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependen-tes do segurado: I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judi-cialmente”.

Alternativa “a”: está errada. Inexiste tal previsão legal.

Alternativa “c”: está errada. Os pais só poderão figurar na condição de dependentes dos segurados se inexistir qualquer um dos sujeitos dispostos no rol do inciso I, do art. 16, da Lei 8213/91, e desde que compro-vada a dependência econômica (art. 16, II, c/c §§ 1º e 4º, da Lei 8213/91). Quanto aos avós, não são considerados dependentes dos segurados em nenhuma hipótese.

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Alternativa “d”: está errada. De acordo com o atual ordenamento jurídico, não é possível haver desig-nação de dependentes. O art. 16, da Lei 8.213/91 traz o rol taxativo dos dependentes dos segurados. Cumpre lembrar que o inciso IV, do mesmo artigo previa a pos-sibilidade de o segurado designar pessoa menor de 21 anos ou maior de 60 anos ou inválida, para seu depen-dente. Entretanto, tal inciso foi revogado pela Lei nº 9.032, de 1995, não existindo desde então a figura do dependente designado.

Alternativa “e”: está errada. Inexiste tal previsão legal. O art. 16, da Lei 8.213/91 traz o rol taxativo dos dependentes dos segurados.

03. (CESPE – Juiz Federal Substituto 1ª região/2013) Com relação aos segurados e seus dependentes, assi-nale a opção correta.

a) As relações jurídicas de custeio previdenciário do dependente e do segurado são distintas, havendo previsão de alíquotas diferenciadas para ambos, razão por que não há carência em relação aos bene-fícios de que sejam titulares os dependentes.

b) Se o segurado não tiver nenhum dos dependentes expressamente elencados na lei como beneficiários do RGPS, poderá designar uma pessoa, indepen-dentemente de com ela manter grau de parentesco, como sua beneficiária, desde que essa pessoa seja menor de vinte e um anos de idade ou inválida.

c) Conforme previsto no Plano de Benefícios da Pre-vidência Social, o segurado facultativo mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuição, até seis meses após a cessação das contribuições, espaço de tempo denominado perí-odo de graça pela doutrina.

d) De acordo com a Lei n.° 8.213/1991, a companheira do segurado deve comprovar a união estável e a dependência econômica para receber eventual benefício da previdência.

e) Cabe ao segurado, quando de sua filiação ao sis-tema previdenciário, a inscrição do dependente, sendo vedado ao próprio dependente inscrever-se como tal após a morte do segurado.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Até 1995, a Lei 8213/91 contem-plava a figura do “menor designado”. Ou seja, o segu-rado podia nomear como seu dependente, para efeito de pensão por morte, o menor que dele dependesse financeiramente. Era muito comum que avós nome-assem seus netos para o recebimento da pensão por morte. Ocorre, porém, que a Lei 9032/95 acabou com a figura do menor designado, ficando a relação de dependentes exaustivamente definida pela legislação previdenciária. Sendo a pensão por morte regida pela lei em vigor à época do óbito, possui direito adquirido

ao instituto os dependentes designados quando o óbito do instituidor tiver ocorrido antes do advento da supra-citada lei.

Nota do autor 2: Eis uma síntese das principais regras da pensão por morte no RGPS inauguradas pela Lei 13.135/2015:

Regra 1

– Se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido ini-ciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado, a pensão por morte será paga por apenas 4 (quatro) meses (regra geral).

Regra 2

– Se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável, a pensão terá a seguinte duração, sendo vitalícia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade (regra geral).

Regra 3

Se o óbito decorrer de acidente de qualquer natu-reza ou de doença profissional ou do trabalho, mesmo que não haja 2 anos de casamento ou união estável ou não tenham sido recolhidas 18 (dezoito) contribuições mensais pelo segurado até o dia da morte, a pensão terá a seguinte dura-ção, sendo vitalícia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (qua-renta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. Logo, neste caso especial, a pensão não durará apenas 4 meses (regra especial).

Regra 4

Para o pensionista inválido ou com deficiência, a pensão por morte apenas será cancelada pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência. Se não houver recuperação do pen-sionista, portanto, será vitalícia, mesmo que o segurado não tenha vertido 18 (dezoito) contri-buições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado. Caso o pensionista inválido ou deficiente se recupere, serão respeitados, ao menos, os prazos anteriores apresentados (regra especial).

Nota do autor 3: Após uma tentativa frustrada da MP 664/2014 de inserir carência de 24 recolhimentos mensais à pensão por morte e ao auxílio-reclusão, a Lei 13.135/2015 restabeleceu a antiga redação do artigo 26, I, da Lei 8.213/91, voltando a sempre dispensar a carên-cia para estes dois benefícios.

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Direito PreviDenciário 17

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Alternativa correta: letra “c”: a assertiva reproduz o conteúdo do art. 15, VI, da Lei 8213/91.

Alternativa “a”: está errada. A assertiva possui dois erros. Primeiro que não há que se falar em custeio previdenciário em relação aos dependentes, uma vez que dependente não paga contribuição alguma. Além disso, observem que os benefícios cujos titulares são os dependentes são a pensão por morte e o auxí-lio-reclusão, em razão da imprevisibilidade dos fatos geradores de tais benefícios, não há exigência legal de cumprimento de carência (art. 26, I, da Lei 8213/91).

Alternativa “b”: está errada. A atual legislação previdenciária não mais prevê a existência do depen-dente designado. A relação dos dependentes é definida pela legislação previdenciária, que a subdivide em três classes, não cabendo ao segurado a livre indicação dos seus dependentes.

Alternativa “d”: está errada. Segundo a legis-lação previdenciária, a companheira do segurado é dependente de 1ª classe, sendo presumida a depen-dência econômica com o instituidor da pensão (art. 16, I, c/c § 4º, da Lei 8213/91), sendo necessário fazer prova somente da existência da união estável.

Alternativa “e”: está errada. Ao contrário do que afirma a assertiva, determina o art. 17, § 1º, da Lei 8213/91, que incumbe ao dependente promover a sua inscrição quando do requerimento do benefício a que estiver habilitado.

04. (TRF 3 – Juiz Federal Substituto 3ª região/2013) Dentre as proposições que se seguem, assinale a cor-reta, levando-se em consideração os dispositivos perti-nentes da Lei de Benefícios do Regime Geral de Previ-dência Social – RGPS, em sua redação atual, bem como a jurisprudência dominante:

I. Aos dependentes previdenciários do segurado que se encontrar preso em virtude da decretação de sua prisão temporária ou preventiva deve ser con-cedido o benefício de auxílio-reclusão, desde que atendidos os demais requisitos legais.

II. A mulher separada que dispensou ou renunciou a prestação de alimentos tem direito à pensão previ-denciária decorrente do óbito do ex-marido, desde que comprove que passou a necessitar do benefício e que o de cujus ostentava a qualidade de segurado ao falecer.

III. Quando a inclusão de dependente implicar na divi-são da pensão previdenciária já recebida por outro dependente este deverá integrar o pólo passivo da lide em litisconsórcio facultativo com o INSS.

IV. Atualmente o benefício de pensão por morte é devido aos dependentes previdenciários somente a partir da data do respectivo requerimento, em qualquer hipótese em que este seja apresentado após 30 dias do óbito do segurado.

V. Aplica-se a lei vigente à época do óbito do segu-rado, ainda que na data do requerimento da pensão previdenciária tenha ocorrido alteração legislativa mais benéfica ao dependente previdenciário.

a) todos os enunciados estão corretos;

b) os enunciados I, II e V estão corretos;

c) os enunciados II, III e IV estão corretos;

d) os enunciados I, III e IV estão corretos;

e) os enunciados II, III e V estão corretos.

|COMENTÁRIOS|.

1ª Nota do Autor: A questão foi anulada pela banca, pois há grande controvérsia sobre a assertiva I. Na prova do concurso de Auditor-Fiscal da Receita Federal de 2005, a ESAF considerou não ser possível a concessão do auxílio reclusão aos dependentes do segurado que estiver preso preventivamente. Na mesma linha, na prova de Técnico do Seguro Social 2008, a CESPE-UNB não considerou ser possível a concessão de auxílio-re-clusão no caso de prisão em flagrante. Esta confusão certamente traz grande insegurança para os estudantes que se dedicam ao estudo para aprovação em concurso público, e foi a razão da anulação da questão.

2ª Nota do Autor: O INSS admite a concessão do auxílio-reclusão na prisão preventiva e em flagrante (IN INSS 77/2015).

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Assertiva I: controversa. De acordo com a Lei 8213/91 (art. 80), não é necessário o trânsito em jul-gado da ação para a concessão do auxílio-reclusão, sendo qualquer sentença judicial que restrinja a liber-dade do segurado suficiente para ensejar o direito a este benefício. Ocorre que o § 5°, do art. 116, do Dec. 3048/99, com a nova redação dada pelo Dec. 4729/2003, define que somente fará jus ao auxílio reclusão o segu-rado que estiver recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, exigindo assim o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Mas o INSS concede o auxílio-reclusão nas prisões cautelares (sem coisa julgada condenatória).

Assertiva II: correta.

A legislação previdenciária só considera a ex-côn-juge dependente previdenciária se ele receber pensão alimentícia. A jurisprudência do STJ, pacificada pela Súmula 336, relativiza este entendimento ao dispor: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação

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judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente”.

Á época de realização do concurso, a legislação exigia que se demonstrasse que o falecido ostentava a qualidade de segurado à época do óbito ou, não a ostentando mais, preenchia os requisitos à concessão de alguma aposentadoria (art. 102, § 2º, da Lei 8213/91).

Assertiva III: errada. Nesse caso, haverá litiscon-sórcio passivo necessário. Em se tratando de ação em que se requer benefício previdenciário já concedida a outro dependente, é evidente a necessidade de que os beneficiários já existentes sejam citados para integrar a lide, visto que, no caso de procedência do pedido, haverá invasão da sua esfera jurídica. Precedentes: Cf. STJ, AGRESP 310.827/SP, Sexta Turma, Ministro Hamil-ton Carvalhido, DJ 25/02/2002, e ROMS 10.923/GO, Quinta Turma, Ministro Felix Fischer, DJ 10/04/2000; TRF1, AC 92.01.06292-3/MG, Segunda Turma, Juíza convocada Solange Salgado, DJ 10/08/2001; AMS 1998.01.00.031469-1/PA, Primeira Turma, Juiz convo-cado Ricardo Machado Rabelo, DJ 19/04/1999, e AC 1997.01.00.026111-7/MG, Primeira Turma, Juiz Lindoval Marques de Brito, DJ 08/03/1999.

Logo, os dependentes que porventura já rece-bam o benefício previdenciário devem, obrigatoria-mente, ser citados a integrar a lide no polo passivo, juntamente com o INSS, sob pena de anulação do feito.

Assertiva IV: errada. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data, a teor do artigo 74 da Lei 8.213/91:

I. do óbito, quando requerida:

a) pelo dependente maior de 16 anos, até 30 dias da data do óbito;

b) pelo dependente menor até 16 anos, até 30 dias após completar essa idade;

II. do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I”.

Assertiva V: correta. Segundo a jurisprudência do pretório excelso, a concessão do benefício previdenciá-rio de pensão por morte aos dependentes do segurado deve ser disciplinada pela legislação em vigor ao tempo do óbito. Vejamos:

“Agravo regimental no recurso extraordinário. Pre-videnciário. Pensão. Dependente designada. Direito adquirido. Inexistência. Aplicação da legislação vigente à época do óbito do segurado. Precedentes. 1. A juris-prudência desta Corte firmou-se no sentido de que a lei que disciplina o recebimento do benefício da pensão por morte é aquela em vigor à época do óbito do segu-rado. 2. Agravo regimental não provido” (RE 381.863-AgR/RS, Rel. Min. Dias Toffoli).

O STJ já sumulou o mesmo entendimento. Obser-vem: “STJ Súmula nº 340: a lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado”.

Alternativa correta: letra “_”. De acordo com a análise das assertivas, concluímos que estão corretos os itens II e V, incorretos os itens III e V, e controverso o item I.

05. (Cespe – Defensor Público – RR/2013) Assinale a opção correta no que se refere aos dependentes do RGPS.

a) A dependência econômica de todos os dependen-tes do segurado deve ser comprovada.

b) É considerado beneficiário do RGPS, na condição de dependente do segurado, o irmão não emanci-pado, de qualquer condição, com menos de vinte e cinco anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou rela-tivamente incapaz.

c) Avós de segurado podem ser considerados benefi-ciários do RGPS, na condição de seus dependentes.

d) O enteado e o menor tutelado equiparam-se ao filho mediante apresentação de declaração pelo dependente e comprovação da dependência eco-nômica, na forma estabelecida em regulamento.

e) São considerados beneficiários do RGPS, na con-dição de dependentes do segurado, o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emanci-pado inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Em síntese, os dependentes dos segurados são divididos em três classes, conforme segue:

Primeira classe:

a) O cônjuge, que pode ser o marido ou a mulher;

b) A companheira e o companheiro, que, embora não casados oficialmente, vivam juntos com a intenção de constituir família, tendo os mesmos direitos dos cônjuges, incluindo, aqui, os parceiros homossexu-ais, desde que comprovem a vida em comum;

c) A ex-mulher e o ex-marido que recebam pensão alimentícia, sendo qualquer ajuda financeira com-provada equiparada à pensão alimentícia.

d) O filho menor de 21 anos, desde que não eman-cipado. A emancipação pode ocorrer pelo casa-mento, pela concessão dos pais, pela existência de relação de emprego que garanta o próprio sus-tento ou pela colação de grau em curso superior de ensino, a partir dos 16 anos.

e) O filho inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente

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incapaz, assim declarado judicialmente, de qual-quer idade. Notem que a invalidez ou deficiência deve ter ocorrido antes de completar 21 anos, ou antes da emancipação, salvo se a emancipação decorreu de colação de grau em curso superior.

f) Equiparados a filho, menor tutelado ou enteado. Nestes casos, é necessária declaração escrita do segurado, comprovação de dependência econô-mica e, para a tutela, apresentação do respectivo termo.

Segunda classe:

Os pais, desde que comprovem dependência eco-nômica.

Terceira classe:

a) O irmão menor de 21 anos, não emancipado, desde que comprove dependência econômica;

b) O irmão inválido ou que tenha deficiência intelec-tual ou mental que o torne absoluta ou relativa-mente incapaz, assim declarado judicialmente, de qualquer idade, devendo a incapacidade ser ates-tada por perícia médica do INSS, desde que com-prove dependência econômica.

OBS – A classe III (irmãos) dos dependentes dos segurados foi alterada com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas as modificações entraram em vigor no dia da sua publicação operada em 18/6/2015 (art. 6º, da Lei 13.135/2015), que passará a ter a seguinte redação no futuro: “III – o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha defi-ciência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento”.

Nota-se que foi retirada a emancipação como causa de antecipação da maioridade previdenciária (vigência em 18/6/2015); foi retirada a exigência de incapacidade civil do irmão com deficiência mensal ou intelectual, e excluída a necessidade de interdição judicial (vigência em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmão com deficiência grave, nos termos do regulamento (vigência em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

Tentou se fazer a mesma modificação com a classe I, mas houve veto presidencial às mencionadas altera-ções na classe preferencial, que permanece com a sua redação anterior.

Posteriormente, por incrível que pareça, nova modificação legal foi feita. Por força da Lei 13.146, publi-cada em 7 de julho de 2015, que aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiência e entrará em vigor em 180 dias após a sua publicação (início de janeiro de 2016 – esti-ma-se em 3 em 3 de janeiro), houve a alteração do artigo 16, inciso III, da Lei 8.213/91, pois a classe III passará a ter a conseguinte redação: “o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou men-tal ou deficiência grave”. Logo, em janeiro de 2016, a emancipação voltará a ser causa de antecipação da maioridade previdenciária do irmão do segurado.

A dica é verificar o texto em vigor no dia da publicação do edital do seu concurso, pois este é o

que deve ser cobrado na prova, salvo previsão con-trária do edital, sob pena de anulação da questão.

Atentem, porém, que as questões são sempre respondidas em acordo com a legislação vigente à época de realização do concurso.

Alternativa correta: letra “e”: a assertiva reproduz o conteúdo do art. 16, I, da Lei 8213/91.

“Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependen-tes do segurado: I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judi-cialmente”.

Alternativa “a”: está errada. Os dependentes da primeira classe têm a dependência econômica em rela-ção ao segurado presumida pela legislação, exceto os equiparados a filho (enteado ou tutelado). Os depen-dentes das segunda e terceira classes devem comprovar a dependência econômica para ter direito aos benefí-cios previdenciários.

Alternativa “b”: está errada. É considerado bene-ficiário do RGPS, na condição de dependente do segu-rado, o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativa-mente incapaz, assim declarado judicialmente (art. 16, III, da Lei 8213/91).

Alternativa “c”: está errada. A legislação não elenca os avós do segurado como possíveis dependen-tes previdenciários.

Alternativa “d”: está errada. É necessária a apre-sentação de declaração escrita do segurado, conforme determina o art. 16, § 3º, do Dec. 3048/99. Vejamos:

“ § 3º Equiparam-se aos filhos, nas condições do inciso I, mediante declaração escrita do segurado, comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no § 3º do art. 22, o enteado e o menor que esteja sob sua tutela e desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação”.

06. (Juiz do Trabalho Substituto 2ª região/ 2012 – CESPE) Considere que, após a morte de Cláudio, seus familiares tenham procurado a Previdência Social para promoverem a inscrição como dependentes do "de cujus" a fim de requererem os benefícios a que tem direito. Nessa situação, é exigida prova de dependência econômica para a inscrição de:

a) Filho inválido com mais de 21 anos.

b) Enteado menor de 21 anos.

c) Companheira que mantinha união estável com o segurado.

d) Filho menor de 21 anos.

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e) Cônjuge.

|COMENTÁRIOS|.

A classe III (irmãos) dos dependentes dos segura-dos foi alterada com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas as modificações entraram em vigor no dia da sua publicação operada em 18/6/2015 (art. 6º, da Lei 13.135/2015), que passará a ter a seguinte redação no futuro: “III – o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha defi-ciência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento”.

Nota-se que foi retirada a emancipação como causa de antecipação da maioridade previdenciária (vigência em 18/6/2015); foi retirada a exigência de incapacidade civil do irmão com deficiência mensal ou intelectual, e excluída a necessidade de interdição judicial (vigência em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmão com deficiência grave, nos termos do regulamento (vigência em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

Tentou se fazer a mesma modificação com a classe I, mas houve veto presidencial às mencionadas altera-ções na classe preferencial, que permanece com a sua redação anterior.

Posteriormente, por incrível que pareça, nova modificação legal foi feita. Por força da Lei 13.146, publi-cada em 7 de julho de 2015, que aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiência e entrará em vigor em 180 dias após a sua publicação (início de janeiro de 2016 – esti-ma-se em 3 em 3 de janeiro), houve a alteração do artigo 16, inciso III, da Lei 8.213/91, pois a classe III passará a ter a conseguinte redação: “o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou men-tal ou deficiência grave”. Logo, em janeiro de 2016, a emancipação voltará a ser causa de antecipação da maioridade previdenciária do irmão do segurado.

A dica é verificar o texto em vigor no dia da publicação do edital do seu concurso, pois este é o que deve ser cobrado na prova, salvo previsão con-trária do edital, sob pena de anulação da questão.

Atentem, porém, que as questões são sempre respondidas em acordo com a legislação vigente à época de realização do concurso.

Alternativa correta: letra “b”: Para elucidar esta questão, vejamos o exposto no art. 16, da Lei 8.213/91:

I – o cônjuge, a companheira, o com-panheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha defi-ciência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

II – os pais;

III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou

mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

(...)

§ 2º. O enteado e o menor tutelado equipa-ram-se a filho mediante declaração do segu-rado e desde que comprovada a depen-dência econômica na forma estabelecida no Regulamento.

(...)

§ 4º A dependência econômica das pes-soas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.

Desta forma, percebemos que o enteado deve com-provar a dependência econômica para ser considerado dependente previdenciário, de acordo com o § 2°, do art. 16, da Lei 8.213/91.

Alternativas “a”, “c”, “d” e “e”: estão erradas. Percebemos que, pela sistemática da legislação pre-videnciária, os dependentes arrolados no inciso I não necessitam comprovar dependência econômica. As alternativas A, C, D e E estão representadas no citado inciso I, dispensando a comprovação de dependência econômica.

07. (Juiz do Trabalho Substituto 4ª região 2012 – Carlos Chagas) Após trabalhar como empregado por 20 anos para uma mesma empresa e por 16 anos para outra (com todas as contribuições previdenciárias opor-tunamente recolhidas), segurado do INSS fica desem-pregado e sem recolher qualquer contribuição por mais de 5 anos, ao final dos quais vem a falecer, deixando esposa (que é empregada) e sua mãe (de 66 anos de idade). Nessa situação, a lei prevê, quanto ao benefício pensão por morte, que

a) somente sua mulher terá direito, desde que com-prove que dependia parcialmente do segurado.

b) somente sua mulher terá direito, independente-mente de comprovação de dependência econô-mica.

c) somente sua mãe terá direito, independentemente de comprovação de dependência econômica, por se tratar de pessoa idosa.

d) sua mãe, por ser idosa, e sua mulher, se seu salário for de baixa renda, terão direito ao benefício, que será rateado em partes iguais.

e) nenhuma delas terá direito ao benefício, porque foi perdida a qualidade de segurado pelo instituidor no momento do óbito.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Após uma tentativa frustrada da MP 664/2014 de inserir carência de 24 recolhimentos mensais à pensão por morte e ao auxílio-reclusão, a Lei 13.135/2015 restabeleceu a antiga redação do artigo 26, I, da Lei 8.213/91, voltando a sempre dispensar a carên-cia para estes dois benefícios.

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Direito PreviDenciário 21

Nota do autor 2: Eis uma síntese das principais regras da pensão por morte no RGPS inauguradas pela Lei 13.135/2015:

Regra 1

– Se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado, a pensão por morte será paga por apenas 4 (quatro) meses (regra geral).

Regra 2

– Se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável, a pensão terá a seguinte dura-ção, sendo vitalícia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade (regra geral).

Regra 3

Se o óbito decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do tra-balho, mesmo que não haja 2 anos de casa-mento ou união estável ou não tenham sido recolhidas 18 (dezoito) contribuições mensais pelo segurado até o dia da morte, a pensão terá a seguinte duração, sendo vitalícia ape-nas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (qua-renta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. Logo, neste caso especial, a pensão não durará apenas 4 meses (regra especial).

Regra 4

Para o pensionista inválido ou com defici-ência, a pensão por morte apenas será can-celada pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência. Se não houver recuperação do pensionista, portanto, será vitalícia, mesmo que o segurado não tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tive-rem menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado. Caso o pensionista inválido ou deficiente se recupere, serão respeitados, ao menos, os prazos anteriores apresentados (regra especial).

Alternativa correta: letra “b”. Primeiramente, é necessário verificar se os dependentes do segurado

terão direito a receber o benefício, uma vez que ele ficou por mais de 5 anos sem recolher qualquer contri-buição. Notem que a questão menciona que o segurado já possuía 36 anos de contribuição na data do óbito, possuindo direito adquirido ao benefício de aposenta-doria por tempo de contribuição, que jamais requereu.

Como o segurado tinha direito adquirido à aposen-tadoria, os seus dependentes podem receber a pensão por morte. Este tema já está pacificado nos Tribunais, desde a publicação, em dezembro de 2009, da Súmula 416, do STJ, com a seguinte redação: “É devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito”.

Resta saber quem tem direito ao benefício deixado pelo segurado...

A esposa é dependente de 1ª classe, não precisando comprovar dependência econômica do segurado para ter direito à pensão por morte (vide art. 16, I, da Lei 8.213/91 e o § 4°, do mesmo artigo).

A alternativa B está certa, pois somente a mulher terá direito ao benefício, não necessitando comprovar dependência econômica.

Alternativas “a”: está errada. A alternativa A está errada, uma vez que afirma que a esposa deve compro-var a dependência econômica.

Alternativas “c”: está errada. A mãe é dependente de segunda classe e somente faz jus ao benefício se não houver dependente de classe superior e comprovar dependência econômica (art. 16, § 1°, da Lei 8.213/91).

Alternativas “d”: está errada. A esposa é depen-dente da classe I, excluindo o direito da mãe.

Alternativas “e”: está errada. Não foi perdida a qualidade de segurado, pois o segurado já possuía direito adquirido à aposentadoria.

08. (Cespe – Defensor Público – RO/ 2012) Luís, segu-rado contribuinte individual do RGPS, dois meses após ter obtido, junto ao cartório, declaração de união está-vel com seu companheiro, Batista, faleceu em conse-quência de grave acidente de trânsito. Luís era pai de Anita, de seis anos de idade, fruto do casamento com Luzia, de quem estava divorciado havia dez anos e a quem não pagava pensão alimentícia. Luís era, ainda, responsável pela manutenção de sua própria mãe, Marta, de sessenta e oito anos de idade, viúva, que não possui renda própria. Considerando a situação hipoté-tica acima apresentada, assinale a opção correta acerca do direito à pensão por morte de acordo com o RGPS.

a) A pensão por morte será concedida somente a Marta, desde que prove a dependência financeira em relação a Luís.

b) Apenas a filha de Luís, Anita, menor de vinte e um anos de idade, faz jus à pensão por morte, visto que

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22 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

a ela não se exige prova de dependência econô-mica.

c) Fazem jus ao recebimento da pensão por morte, em igualdade de condições, Anita e Marta, únicas dependentes legais de Luís.

d) Luzia só faria jus à pensão por morte se fosse bene-ficiária de pensão alimentícia.

e) Fazem jus à pensão por morte em igualdade de condições João Batista e Anita, pois ambos inte-gram a primeira classe de dependentes, para os quais se presume prova de dependência.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: a partir de 07 de junho de 2000, com a edição da IN 25, o INSS passou a reconhecer os direitos da união homoafetiva. Deste modo, os casais de mesmo sexo que vivam juntos podem usufruir dos benefícios previdenciários deixados por seus parceiros.

Note-se que a IN 118 de 14/04/05 (art. 30) trouxe uma triste redução ao direito dos companheiros de união homoafetiva, exigindo a comprovação de depen-dência econômica para que o parceiro homossexual tivesse direito aos benefícios previdenciários. Esse texto inconstitucional e que descumpria a decisão prolatada na Ação Civil Pública 2000.71.00.009347-0, felizmente foi revogado com a edição da IN 20, de 10/10/2007, que voltou a exigir apenas a comprovação da vida em comum, como se exige para a união estável.

Já a relação dos dependentes é definida pela legis-lação previdenciária (art.16, da Lei 8213/91), que a sub-divide em 03 classes, não cabendo ao segurado a livre indicação dos seus dependentes. 1ª classe: a) cônjuge, a companheira e o companheiro (incluindo, aqui, os parceiros homossexuais, desde que comprovem a vida em comum; b) a ex-mulher e o ex-marido que recebam pensão alimentícia, sendo qualquer ajuda financeira comprovada equiparada à pensão alimentícia; c) o filho menor de 21 anos, desde que não emancipado, o filho inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, de qualquer idade; d) equi-parados a filho, menor tutelado ou enteado, sendo que nesses casos, é necessária declaração escrita do segurado, comprovação de dependência econômica e, para a tutela, apresentação do respectivo termo. 2ª classe: os pais, desde que comprovem dependência econômica. 3ª classe: a) o irmão menor de 21 anos, não emancipado, desde que comprove dependência eco-nômica; b) o irmão inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativa-mente incapaz, assim declarado judicialmente, de qual-quer idade, devendo a incapacidade ser atestada por perícia médica do INSS, desde que comprove depen-dência econômica.

Sendo que os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições.

Vale ressaltar também que a Lei 12.470, de 31 de agosto de 2011 alterou a redação do art. 16, I e III, da Lei 8.213/91, incluindo expressamente no rol de dependen-tes previdenciários o filho ou o irmão que tenha defi-ciência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, conforme mencionado. Com a alteração ficou claro que, mesmo que o filho ou irmão sejam apenas relati-vamente incapazes, terão direito a manter a qualidade mesmo após completar os 21 anos de idade. Na mesma linha, nas hipóteses de extinção da pensão por morte, foi excetuada a maioridade de 21 anos do filho e irmão com deficiência intelectual ou mental que o torne abso-luta ou relativamente incapaz, assim declarado judicial-mente. A Lei trouxe como hipótese de extinção da cota de pensão do pensionista com deficiência intelectual ou mental o levantamento da interdição.

Entendem estes Autores que a alternativa correta claramente seria a letra “e”. Entretanto, o vício causador da anulação da questão foi a banca nomear o companheiro de Luís como “Batista” no enunciado, e posteriormente nomeá-lo como “João Batista” no texto da assertiva “e”, o que poderia confundir o candidato.

Nota do autor 2: A classe III (irmãos) dos depen-dentes dos segurados foi alterada com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas as modificações entra-ram em vigor no dia da sua publicação operada em 18/6/2015 (art. 6º, da Lei 13.135/2015), que passará a ter a seguinte redação no futuro: “III – o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento”.

Nota-se que foi retirada a emancipação como causa de antecipação da maioridade previdenciária (vigência em 18/6/2015); foi retirada a exigência de incapacidade civil do irmão com deficiência mensal ou intelectual, e excluída a necessidade de interdição judicial (vigência em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmão com deficiência grave, nos termos do regulamento (vigência em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

Tentou se fazer a mesma modificação com a classe I, mas houve veto presidencial às mencionadas altera-ções na classe preferencial, que permanece com a sua redação anterior.

Posteriormente, por incrível que pareça, nova modificação legal foi feita. Por força da Lei 13.146, publi-cada em 7 de julho de 2015, que aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiência e entrará em vigor em 180 dias após a sua publicação (início de janeiro de 2016 – esti-ma-se em 3 em 3 de janeiro), houve a alteração do artigo 16, inciso III, da Lei 8.213/91, pois a classe III passará a ter a conseguinte redação: “o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou men-tal ou deficiência grave”. Logo, em janeiro de 2016, a emancipação voltará a ser causa de antecipação da maioridade previdenciária do irmão do segurado.

Page 23: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 23

A dica é verificar o texto em vigor no dia da publicação do edital do seu concurso, pois este é o que deve ser cobrado na prova, salvo previsão con-trária do edital, sob pena de anulação da questão.

Alternativas “a” e “c”: estão erradas. A pensão por morte não será concedida à Marta, pois, segundo a regra do art.16, § 2º, do Dec. 3048/99, a existência de dependente de qualquer das classes exclui do direito às prestações os das classes seguintes. Assim, se o segu-rado falecido deixou o companheiro e uma filha menor de 21 anos, que são dependentes de 1ª classe, então, sua mãe, que é dependente de 2ª classe, não fará jus à per-cepção do benefício.

Alternativa “b”: está errada. Assim como a filha menor de 21 anos, o companheiro do segurado falecido também tem direito à percepção do benefício, gozando ambos os dependentes da presunção de dependência econômica.

Alternativa “d”: está errada. Luzia poderia plei-tear o benefício da pensão por morte se recebesse pensão de alimentos ou ajuda econômica de qualquer espécie, que equipara à percepção de pensão alimen-tícia, o recebimento de ajuda econômica ou financeira sob qualquer forma. Assim, qualquer comprovante de que o ex-cônjuge recebe ajuda financeira é suficiente para enquadrá-lo como dependente previdenciário. Ademais, ainda que houvesse renunciado à pensão, assegura a súmula 336 do STJ que a mulher que renun-ciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, com-provada a necessidade econômica superveniente.

Alternativa “e”: está errada. Entendem estes Autores que a alternativa correta claramente seria a letra “e”. Entretanto, o vício causador da anulação da questão foi a banca nomear o companheiro de Luís como “Batista” no enunciado, e posteriormente nomeá-lo como “João Batista” no texto da assertiva “e”, o que poderia confundir o candidato.

11. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS/2012) João fora casado com Maria, com quem teve dois filhos, Artur e Lia de 6 e 8 anos respectivamente, na data do óbi to de João, ocorrido em 2011. Maria já fora casada com Már-cio, de quem teve uma filha, Rosa, de 10 anos, que era mantida por João, porque Márcio não tivera condições de prover seu sustento. O falecido ajudava financeira-men te, também, sua mãe, Sebastiana e seu irmão, Antô-nio que era inválido. Nessa situação, a pensão por morte de João será concedida a:

a) Artur, Lia, Maria e Rosa.

b) Artur, Lia, Maria, Rosa e Sebastiana.

c) Artur, Lia, Rosa e Sebastiana.

d) Artur, Lia e Sebastiana.

e) Artur, Lia, Sebastiana e Antônio.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Eis uma síntese das principais regras da pensão por morte no RGPS inauguradas pela Lei 13.135/2015:

Regra 1

Se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união está-vel tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado, a pensão por morte será paga por apenas 4 (quatro) meses (regra geral).

Regra 2

Se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casa-mento ou da união estável, a pensão terá a seguinte duração, sendo vitalícia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade (regra geral).

Regra 3

Se o óbito decorrer de acidente de qual-quer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, mesmo que não haja 2 anos de casamento ou união estável ou não tenham sido recolhidas 18 (dezoito) contribuições mensais pelo segurado até o dia da morte, a pensão terá a seguinte duração, sendo vitalícia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. Logo, neste caso espe-cial, a pensão não durará apenas 4 meses (regra especial).

Regra 4

Para o pensionista inválido ou com defici-ência, a pensão por morte apenas será can-celada pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência. Se não houver recuperação do pensionista, portanto, será vitalícia, mesmo que o segurado não tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tive-rem menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado. Caso o pensionista inválido ou deficiente se recupere, serão respeita-dos, ao menos, os prazos anteriores apre-sentados (regra especial).

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24 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Alternativa correta: letra “a”. De acordo com as regras da legislação previdenciária de repartição do benefício, os dependentes de uma classe superior tem prioridade no recebimento do benefício em relação ao das classes inferiores (art. 16, § 2°, do RPS). O art. 16 do RPS enumera os seguintes dependentes:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependen-tes do segurado:

I –o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado de qualquer condi-ção, menor de vinte e um anos ou inválido;

II – os pais; ou

III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de vinte e um anos ou invá-lido.

O parágrafo 3°, deste mesmo artigo equipara a filho o enteado que comprove dependência econômica do padrasto ou madrasta.

Desta forma, são dependentes de primeira classe de João, fazendo jus ao benefício de pensão por morte, Artur, Lia (filhos menores de 21), Maria (cônjuge) e Rosa (enteada dependente econômica), estando a alternativa A correta.

Alternativas “b”, “c”, “d” e “e”, erradas. Sebas-tiana e Antônio não têm direito ao benefício, pois são dependentes de segunda e terceira classe, respectiva-mente.

14. (Assistente Previdenciário da Rio Previdência 2010 – CEPERJ) Pode(m) ser considerado(s) beneficiá-rio{s) da pensão por morte:

a) o cônjuge

b) os filhos maiores de vinte e quatro anos, capazes

c) a filha mulher, de qualquer idade

d) o avô, sem dependência econômica

e) a madrasta

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “a”: De acordo com o art. 16, da Lei 8.213/91, Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:

I. o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;

Alternativas “b” e “c”: estão erradas. De acordo com o art. 16, da Lei 8.213/91, Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:

I. o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;

Desta forma, o filho ou a filha só é dependente até os 21 anos, exceto se inválido.

Alternativas “d” e “e”: estão erradas. As alterna-tivas “d” e “e” também são falsas, pois não há previsão legal para enquadramento do avô ou da madrasta como dependente do segurado do RGPS.

15. (Auditor-Fiscal da Receita Federal Área da Tec-nologia da Informação 2005/2006 – ESAF) A Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei nº 8.213/91), no art. 16, arrola como beneficiários do Regime Geral de Pre-vidência Social, na condição de dependentes do segu-rado, exceto.

a) o cônjuge.

b) a companheira e o companheiro.

c) os pais.

d) o filho não emancipado, de qualquer condição, inválido ou menor de 21 (vinte e um) anos ou, se estudante, menor de 25 (vinte e cinco) anos.

e) o irmão não emancipado, de qualquer condição, inválido ou menor de 21 (vinte e um) anos.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A classe III (irmãos) dos depen-dentes dos segurados foi alterada com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas as modificações entra-ram em vigor no dia da sua publicação operada em 18/6/2015 (art. 6º, da Lei 13.135/2015), que passará a ter a seguinte redação no futuro: “III – o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento”.

Nota-se que foi retirada a emancipação como causa de antecipação da maioridade previdenciária (vigência em 18/6/2015); foi retirada a exigência de incapacidade civil do irmão com deficiência mensal ou intelectual, e excluída a necessidade de interdição judicial (vigência em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmão com deficiência grave, nos termos do regulamento (vigência em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

Tentou se fazer a mesma modificação com a classe I, mas houve veto presidencial às mencionadas altera-ções na classe preferencial, que permanece com a sua redação anterior.

Posteriormente, por incrível que pareça, nova modificação legal foi feita. Por força da Lei 13.146, publi-cada em 7 de julho de 2015, que aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiência e entrará em vigor em 180 dias após a sua publicação (início de janeiro de 2016 – esti-ma-se em 3 em 3 de janeiro), houve a alteração do artigo 16, inciso III, da Lei 8.213/91, pois a classe III passará a ter a conseguinte redação: “o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou men-

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Direito PreviDenciário 25

tal ou deficiência grave”. Logo, em janeiro de 2016, a emancipação voltará a ser causa de antecipação da maioridade previdenciária do irmão do segurado.

A dica é verificar o texto em vigor no dia da publicação do edital do seu concurso, pois este é o que deve ser cobrado na prova, salvo previsão con-trária do edital, sob pena de anulação da questão.

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Alternativa correta: letra “d”: A questão exigiu o conhecimento básico do candidato sobre os dependen-tes previdenciários elencados na legislação.

O artigo 16, da Lei 8.213/91 enumera os dependen-tes previdenciários, conforme segue:

“Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependen-tes do segurado:

I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condi-ção, menor de 21 anos ou inválido;

II – os pais;

III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido;”

A única das proposições não contemplada nos três incisos acima é a alternativa “d”, que traz “o filho não emancipado, de qualquer condição, inválido ou menor de 21 (vinte e um) anos ou, se estudante, menor de 25 (vinte e cinco) anos”.

Note-se que o filho, mesmo que estudante, perde a qualidade de dependente ao completar 21 anos. Esta “pegadinha” vem-se repetindo nas provas de concursos públicos, pois, para a legislação do Imposto de Renda e de alguns regimes próprios ou regimes de previdência complementar, o dependente que é estudante mantém o seu vínculo até os 24 anos, levando, muitas vezes, os candidatos a equívoco.

Alternativa “a”: está errada. O cônjuge está pre-visto no rol de dependentes previdenciários, conforme art. 16, I, da Lei 8.212/91.

Alternativa “b”: está errada. O companheiro e a companheira estão previstos no rol de dependentes previdenciários, conforme art. 16, I, da Lei 8.212/91.

Alternativa “c”: está errada. Os pais estão previs-tos no rol de dependentes previdenciários, conforme art. 16, II, da Lei 8.212/91.

Alternativa “e”: está errada. O irmão está previsto no rol de dependentes previdenciários, conforme art. 16, III, da Lei 8.212/91.

18. (Cesgranrio – Técnico Previdenciário – INSS/2005) São dependentes do segurado do Regime Geral da Previ dência Social:

a) todos aqueles que dependam economicamente do se gurado, sendo irrelevante o vínculo conjugal ou consangüíneo.

b) todos aqueles indicados como dependentes, nos ter mos da legislação tributária do imposto de renda.

c) as pessoas designadas pelo segurado para serem de pendentes.

d) cônjuge, companheiro(a), filho(a) não emancipa-do(a), de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido(a), pais, irmão(ã) não emanci-pado(a), de qual quer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido(a).

e) cônjuge, companheiro(a), filho(a) não emancipa-do(a), de qualquer condição, menor de 18 (dezoito) anos ou inválido(a), pais, irmão(ã) não emancipa-do(a), de qual quer condição, menor de 18 (dezoito) anos ou inválido(a).

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A Lei 12.470, de 31 de agosto de 2011 alterou a redação do art. 16, I e III, da Lei 8.213/91, incluindo expressamente no rol de dependentes previ-denciários o filho ou o irmão que tenha deficiência inte-lectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, conforme men-cionado. Com a alteração ficou claro que, mesmo que o filho ou irmão sejam apenas relativamente incapazes, terão direito a manter a qualidade mesmo após comple-tar os 21 anos de idade.

Observe-se que, após a publicação da Lei 13.135, de 17/06/2015, que alterou a redação do art. 16, III, da Lei 8.213/91, o irmão menor de 21 anos é considerado dependente dos pais, mesmo que seja emancipado antes desta idade. A emancipação pode ocorrer pelo casamento, pela concessão dos pais, pela existência de relação de emprego que garanta o próprio sustento ou pela colação de grau em curso superior de ensino, a par-tir dos 16 anos.

Curioso notar, que esta alteração deveria ser apli-cada também ao filho emancipado, pois o Projeto de Lei de Conversão aprovado pelo Congresso alterava também o inciso I, do artigo 16, da Lei 8.213/91. Absur-damente, no entanto, a Presidente Dilma vetou a alte-ração para o filho e manteve a alteração para o irmão, de forma ante isonômica, provavelmente por erro, uma vez que não há qualquer justificativa neste tratamento desigual.

A Lei 13.135, de 17/06/2015 alterou a definição do irmão como dependente. A partir desta Lei a redação do art. 16, III, da Lei 8.213/2015 passou a incluir no rol de dependentes “o irmão inválido ou que tenha defici-ência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento, de qualquer idade”, devendo a incapacidade ser atestada por perícia médica do INSS. A nova redação excluiu do rol de dependentes o irmão que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absolutamente ou relativamente incapaz, passando a

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exigir a deficiência grave. Ressaltamos, no entanto, que a própria Lei 13.135/2015 garantiu a permanência des-tes no rol de dependentes pelo prazo de 2 anos após a sua publicação. Já a inclusão dos irmãos com deficiência grave entra em vigor no prazo de 180 dias da publica-ção da Lei. Mais uma vez, por provável erro, a Presidente Dilma vetou esta alteração para o filho.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “d”. A alternativa lista os dependentes previdenciários de primeira classe arrola-dos no art. 16, da Lei 8.213/91, conforme redação ante-rior à alteração promovida pela Lei 13.135 (vide nota do autor):

I. o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer con-dição, menor de 21 (vinte e um) anos ou invá-lido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.

II. os pais;

III. o irmão não emancipado, de qualquer con-dição, menor de 21 (vinte e um) anos ou invá-lido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

Alternativas “a”, “b” e “c”, erradas. Atualmente, o rol de dependentes é exaustivo, estando previsto na Lei 8.213/91. Não é mais possível a designação de depen-dente, que consistia na possibilidade de escolha de dependente efetuada pelo segurado.

Alternativa “e”, errada. A idade máxima do dependente é de 21 anos e não de 18 anos como afir-mado equivocadamente na questão.

19. (Cesgranrio – Técnico Previdenciário – INSS/2005) A inscrição do(a) companheiro(a) do segurado no Regime Geral da Previdência Social será promovida, na qualidade de dependente, quando do requerimento do benefício a que tiver direito. Para a comprovação do vínculo e da depen dência econômica do(a) companhei-ro(a), é suficiente a apre sentação de:

a) certidão de nascimento de filho havido em comum.

b) prova testemunhal de que o segurado e o depen-dente mantêm ou mantiveram união estável.

c) disposições testamentárias, prova de mesmo domi-cílio e conta bancária conjunta.

d) declaração do(a) companheiro(a) de que viveu uma re lação de companheirismo com o segurado, mesmo que esta tenha terminado anos antes do ato de inscrição.

e) sentença homologatória em procedimento judicial de justificação que se presta a colher prova teste-munhal, em juízo, da existência da união estável.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “c”. De acordo com o art. 22, § 3°, do RPS, para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, devem ser apresentados no mínimo três dos seguintes docu-mentos:

“I – certidão de nascimento de filho havido em comum;

II – certidão de casamento religioso;

III – declaração do imposto de renda do segu-rado, em que conste o interessado como seu dependente;

IV – disposições testamentárias;

V – (Revogado pelo Decreto nº 5.699, d, do art. 22, do Re 2006)

VI – declaração especial feita perante tabelião;

VII – prova de mesmo domicílio;

VIII – prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil;

IX – procuração ou fiança reciprocamente outorgada;

X – conta bancária conjunta;

XI – registro em associação de qualquer natu-reza, onde conste o interessado como depen-dente do segurado;

XII – anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados;

XIII – apólice de seguro da qual conste o segu-rado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária;

XIV – ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável;

XV – escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente;

XVI – declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou

XVII – quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.”

A alternativa “c” reúne os três documentos dos inci-sos IV, VII e X, grifados em negrito.

Alternativa “a”, errada. Apesar de a certidão de nascimento de filho havido em comum ser um dos documentos que podem ser utilizados para compro-vação do vínculo do companheiro (inciso I, listado no comentário da alternativa anterior), o § 3°, do art. 22, do RPS exige três documentos para o reconhecimento da dependência.

Alternativas “b” e “d”, erradas. Como visto no comentário das alternativas anteriores, o § 3°, do art. 22, do RPS exige três documentos para o reconhecimento do vínculo do companheiro. Desta forma, não é possível

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Direito PreviDenciário 27

a comprovação perante o INSS apenas com prova tes-temunhal ou com declaração escrita do companheiro.

Alternativa “e”, errada. O INSS exige três docu-mentos para a comprovação da união. Caso o judiciário decida que a prova exclusivamente testemunhal pode ser utilizada para esta finalidade, deve condenar o INSS no reconhecimento da dependência e no consequente pagãmente de benefício previdenciário. A sentença homologatória não se presta a esta finalidade, necessi-tando, então, de sentença condenatória.

20. (Cesgranrio – Técnico Previdenciário – INSS/2005) Caio, em maio de 2000, separou-se, judicialmente, de Ma ria. Na referida separação, acordou-se, judicialmente, que Caio não iria pagar pensão alimentícia à ex-esposa e que só iria pagar tal encargo para Ana, filha do casal, 19 anos. Em agosto de 2002, Caio conhece Teresa, com a qual vem a morar e manter união estável. Em agosto de 2004, Caio falece. Quem tem direito à pensão por morte, na qualidade de dependente de Caio?

a) Maria, Ana e Teresa.

b) Maria e Ana.

c) Ana e Teresa.

d) Ana.

e) Teresa.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A Lei 13.135, de 17/06/2015 fez significativas alterações na legislação da pensão por morte. De acordo com o art. 74, § 1°, da Lei 8.213/81, não terá direito à pensão por morte, após o trânsito em jul-gado, o condenado pela prática de crime doloso de que tenha resultado a morte do segurado. Assim, o depen-dente que mata dolosamente o segurado, não fará jus à pensão por morte.

A Lei 13.135 instituiu prazo de duração da pensão por morte devida aos cônjuges ou companheiros(as), escalonado em função de suas idades, desde que o segurado tenha recolhido, ao menos, 18 contribuições mensais. Garantiu, também, para os cônjuges ou com-panheiros de segurados que não efetuaram as 18 con-tribuições mensais, um benefício por apenas 4 meses. Já para os demais dependentes (filhos ou equiparados, pais e irmãos), o número de contribuições vertidas pelo segurado não influencia o prazo de duração da pensão por morte. Assim, caso um filho de um ano de idade perca o pai que contribuía há apenas 6 meses para o INSS, este terá direito à pensão por morte até completar 21 anos de idade.

A Lei 13.135, de 17/06/2015 exigiu que para que o cônjuge, o companheiro ou a companheira faça jus à pensão por morte escalonada em função da idade, o casamento ou o início da união estável tenha ocorrido há, ao menos, dois anos da data do falecimento do ins-tituidor do benefício, excetuando-se os casos em que o óbito do segurado tenha sido decorrente de acidente de qualquer natureza ou doença profissional ou do

trabalho. Caso não conte com os 24 meses de união ou casamento, e o óbito não seja decorrente de acidente, a pensão por morte será concedida por um prazo de ape-nas quatro meses.

Antes deste ato normativo, não havia prazo de duração para o cônjuge ou companheiro(a) gozar do benefício de pensão por morte. Assim, bastava apenas uma contribuição do segurado para ensejar o direito do cônjuge ou companheiro(a) de usufruir deste benefício, vitaliciamente. No processo de conversão da MP, a Lei 13.135/2015 passou a exigir 18 contribuições mensais para que o prazo da pensão por morte fosse escalonado (art. 77, § 2°, V, c, da Lei 8.213/91).

Recapitulando: atualmente, então, é necessário que o segurado já tenha efetuado 18 contribuições mensais para garantir o direito do cônjuge ou com-panheiro(a) de gozar a pensão por morte, por prazo superior a 4 meses.

Se o segurado falecer sem ter cumprido as 18 con-tribuições mensais, deixará o benefício de pensão por morte para os seus dependentes pelo período de ape-nas 4 meses. No entanto, se o segurado tiver cumprido as 18 contribuições ou se o óbito for decorrente de aci-dente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, mesmo que o segurado não tenha cum-prido as 18 contribuições necessárias, deixará a pensão por morte por período variável a depender da idade do cônjuge sobrevivente, de acordo com a seguinte tabela (art. 77, V, c, da Lei 8.213/91):

Idade do companheiro ou companheira

Duração do benefício

Menores que 21 anos 3 anos

A partir de 21 anos até 26 anos 6 anos

A partir de 27 anos até 29 anos 10 anos

A partir de 30 anos até 40 anos 15 anos

A partir de 41 anos até 43 anos 20 anos

A partir de 44 anos Vitalícia

A pensão por morte, então, não exige carência, pois o prazo de 18 contribuições mensais não se confunde com este instituto, vez que não impede a concessão do benefício, mas, apenas, reduz a duração do benefício do cônjuge ou companheiro(a) para quatro meses. Para os demais dependentes, o escalonamento não é aplicá-vel, ou seja, um filho de um ano de idade que perde o pai que contribuía há apenas 6 meses para o INSS, terá direito à pensão por morte até completar os 21 anos de idade.

Por fim, de acordo com o art. 74, § 2°, da Lei 8.213⁄91, alterado pela Lei 13.135, de 17/06/2015, perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simu-

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lação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Alternativa correta: letra “e”. Teresa é depen-dente de Caio de primeira classe por ser sua compa-nheira, conforme previst0 no art. 16, I, do RPS, fazendo jus ao benefício deixado pelo segurado. Ana já possuía mais de 21 anos na data do óbito de seu pai, pois se em maio de 2000 tinha 19 anos, em agosto de 2004, mês do óbito de Caio, ela já tinha 23 anos, perdendo a qualidade de dependente, nos termos do art. 17, III, do Regulamento da Previdência Social. Maria, que se separou de Caio sem receber pensão alimentícia, tam-bém perdeu a qualidade de dependente, conforme art. 17, I, do RPS.

Alternativas “a”, “b”, “c” e “d”, erradas. Conforme exposto no comentário da alternativa “e”, nem Ana, nem Maria são dependentes de Caio.

21. (Cesgranrio – Analista Previdenciário – INSS/2005) Caio, segurado do Regime Geral da Previ-dência Social, di vorciou-se de Dora, em julho de 1999, ficando ajustado que pagaria uma pensão alimentícia no valor de 20% do seu salário. Em janeiro de 2003, Caio casa-se com Ana e, fruto da relação, nasce Márvio. Com o falecimento de Caio em agosto de 2004, quem tem direito ao recebimento de pen são por morte, na quali-dade de seu dependente?

a) Ana, somente.

b) Márvio, somente.

c) Ana e Márvio, somente.

d) Dora e Márvio, somente.

e) Dora, Ana e Márvio.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “e”. Ana é dependente de Caio de primeira classe por ser sua esposa, conforme previsto no art. 16, I, do RPS, fazendo jus ao benefício deixado pelo segurado. Márvio, filho de Caio, tinha no máximo 1 ano na data do óbito de seu pai, sendo seu dependente, nos termos do art. 17, III, do Regulamento da Previdência Social. Dora, ex-esposa de Caio que rece-bia pensão de alimentos, não perdeu a qualidade de dependente conforme art. 17, I, do RPS.

Com a publicação da Lei 13.135, de 17/06/2015, atualmente, Ana teria direito a pensão por morte por apenas 4 meses, por ter menos de 2 anos de casada, a não ser que a morte tenha sido derivada decorrente de acidente de qualquer natureza ou doença profissional ou do trabalho.

Alternativas “a”, “b”, “c” e “d”, erradas. Conforme exposto no comentário da alternativa Dora, Ana e Már-vio são dependentes de Caio.

22. (Cespe – Procurador Federal/2013) Se um segu-rado da previdência social falecer e deixar como depen-dentes seus pais e sua companheira, o benefício de pen-são por sua morte deverá ser partilhado entre esses três dependentes, na proporção de um terço para cada um.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A relação dos dependentes é definida pela legislação previdenciária (art. 16, da Lei 8213/91), que a subdivide em 03 classes, não cabendo ao segurado a livre indicação dos seus dependentes. 1ª classe: a) cônjuge, a companheira e o companheiro (incluindo, aqui, os parceiros homossexuais, desde que comprovem a vida em comum; b) a ex-mulher e o ex-marido que recebam pensão alimentícia, sendo qualquer ajuda financeira comprovada equiparada à pensão alimentícia; c) o filho menor de 21 anos, desde que não emancipado, o filho inválido ou que tenha defi-ciência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, de qualquer idade; d) equiparados a filho, menor tute-lado ou enteado, sendo que nesses casos, é necessá-ria declaração escrita do segurado, comprovação de dependência econômica e, para a tutela, apresentação do respectivo termo. 2ª classe: os pais, desde que com-provem dependência econômica. 3ª classe: a) o irmão menor de 21 anos, não emancipado, desde que com-prove dependência econômica; b) o irmão inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, de qualquer idade, devendo a incapa-cidade ser atestada por perícia médica do INSS, desde que comprove dependência econômica.

Sendo que os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições.

Vale ressaltar também que a Lei 12.470, de 31 de agosto de 2011 alterou a redação do art. 16, I e III, da Lei 8.213/91, incluindo expressamente no rol de dependen-tes previdenciários o filho ou o irmão que tenha defi-ciência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, conforme mencionado. Com a alteração ficou claro que, mesmo que o filho ou irmão sejam apenas relati-vamente incapazes, terão direito a manter a qualidade mesmo após completar os 21 anos de idade. Na mesma linha, nas hipóteses de extinção da pensão por morte, foi excetuada a maioridade de 21 anos do filho e irmão com deficiência intelectual ou mental que o torne abso-luta ou relativamente incapaz, assim declarado judicial-mente. A Lei trouxe como hipótese de extinção da cota de pensão do pensionista com deficiência intelectual ou mental o levantamento da interdição.

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Nota do autor 2: A classe III (irmãos) dos depen-dentes dos segurados foi alterada com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas as modificações entra-ram em vigor no dia da sua publicação operada em 18/6/2015 (art. 6º, da Lei 13.135/2015), que passará a ter a seguinte redação no futuro: “III – o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento”.

Nota-se que foi retirada a emancipação como causa de antecipação da maioridade previdenciária (vigência em 18/6/2015); foi retirada a exigência de incapacidade civil do irmão com deficiência mensal ou intelectual, e excluída a necessidade de interdição judicial (vigência em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmão com deficiência grave, nos termos do regulamento (vigência em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

Tentou se fazer a mesma modificação com a classe I, mas houve veto presidencial às mencionadas altera-ções na classe preferencial, que permanece com a sua redação anterior.

Posteriormente, por incrível que pareça, nova modificação legal foi feita. Por força da Lei 13.146, publi-cada em 7 de julho de 2015, que aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiência e entrará em vigor em 180 dias após a sua publicação (início de janeiro de 2016 – esti-ma-se em 3 em 3 de janeiro), houve a alteração do artigo 16, inciso III, da Lei 8.213/91, pois a classe III passará a ter a conseguinte redação: “o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou men-tal ou deficiência grave”. Logo, em janeiro de 2016, a emancipação voltará a ser causa de antecipação da maioridade previdenciária do irmão do segurado.

A dica é verificar o texto em vigor no dia da publicação do edital do seu concurso, pois este é o que deve ser cobrado na prova, salvo previsão con-trária do edital, sob pena de anulação da questão.

Nota do autor 3: A Medida Provisória 664/2014 havia reduzido a renda da pensão por morte. No entanto, coube à Lei 13.135/2015 rejeitar a aludida redu-ção, voltando a pensão por morte a ser do mesmo valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento (100% do salário de bene-fício).

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Questão errada. Segundo a regra do art.16, § 2º, do Dec. 3048/99, a existência de dependente de qualquer das classes exclui do direito às prestações os das classes seguintes. Assim, se o segurado falecido deixou a com-panheira, que é dependente de 1ª classe, então, seus pais, que são dependentes de 2ª classe, não farão jus ao rateio do benefício.

23. (Analista Judiciário do STJ 2012 – CESPE) O can-celamento da inscrição do cônjuge como beneficiário do regime geral de previdência social, na condição de dependente do segurado, pode ocorrer nos casos de divórcio – se esse cônjuge tiver sido beneficiado com direito a alimentos – e de anulação de casamento com-provada por certidão.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: o § 2º do artigo 17 da Lei 8.213/91 foi revogado pela Lei 13.135/2015, pois há muitos anos havia sido extinta a inscrição prévia de dependentes.

Questão errada. Vejamos novamente o disposto no art. 17, § 2°, da Lei 8.213/91:

“O cancelamento da inscrição do cônjuge se processa em face de separação judicial ou divórcio sem direito a alimentos, certidão de anulação de casamento, certidão de óbito ou sentença judicial, transitada em julgado”.

Assim, o divórcio em que o cônjuge for beneficiado com o recebimento de alimentos não gera a perda da qualidade do dependente.

É importante ressaltar, mais uma vez, que atual-mente não há mais inscrição prévia de dependente dos segurados da previdência social, não havendo mais qualquer sentido em se falar em “cancelamento da ins-crição”. A inscrição dos dependentes só é efetivada no momento do requerimento do benefício a que eles têm direito (art. 22, RPS). Percebemos que o CESPE insiste em cometer este erro...

24. (Defensor Público do Estado da Bahia 2010 – CESPE) O cancelamento da inscrição do cônjuge do segurado é processado em face de separação judicial ou divórcio sem direito a alimentos, de certidão de anula-ção de casamento, de certidão de óbito ou de sentença judicial transitada em julgado.

|COMENTÁRIOS|.

Questão certa (na época da aplicação da prova).

De acordo com o artigo 17, § 2º, da Lei 8.213/91, o cancelamento da inscrição do cônjuge se processa em face de separação judicial ou divórcio sem direito a ali-mentos, certidão de anulação de casamento, certidão de óbito ou sentença judicial, transitada em julgado.

No entanto, este parágrafo foi expressamente revogado pela MP 664/2014, convertida na Lei 13.135/2015, vez que desde a Lei 10.403/2002 não mais existia a inscrição prévia do dependente feita pelo segurado, estando o § 2º desatualizado, pois não mais havia inscrição prévia a cancelar, incumbindo ao depen-dente promover a sua inscrição quando do requeri-mento do benefício a que estiver habilitado.

Logo, na atualidade, o enunciado deve ser conside-rado falso.

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25. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Fernanda foi casada com Lucas, ambos segura-dos da previdência social. Há muito tempo separados, resolveram formalizar o divórcio e, pelo fato de ambos trabalharem, não foi necessária a prestação de alimen-tos entre eles. Nessa situação, Fernanda e Lucas, após o divórcio, deixarão de ser dependentes um do outro junto à previdência social.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: O INSS e o STJ equipara à per-cepção de pensão alimentícia, o recebimento de ajuda econômica ou financeira sob qualquer forma. Assim, qualquer comprovante de que o ex-cônjuge recebe ajuda financeira é suficiente para enquadrá-lo como dependente previdenciário.

O § 1°, do art. 371, da IN 77/2015 equipara à percep-ção de pensão alimentícia, o recebimento de ajuda eco-nômica ou financeira sob qualquer forma. Assim, qual-quer comprovante de que o ex-cônjuge recebe ajuda financeira é suficiente para enquadrá-lo como depen-dente previdenciário.

A Lei 13.135, de 17/06/2015 alterou as hipóteses de perda da qualidade de dependente, conforme segue (art. 77, § 2°, da Lei 8.213/91):

I. Pela morte do pensionista;

II) Para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, ao completar 21 anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência;

III. Para o filho e o irmão inválido, pela cessação da invalidez;

IV) Para o filho ou irmão que tenha deficiência intelec-tual ou mental ou deficiência grave, pelo afasta-mento da deficiência, nos termos do regulamento.

V. Para o cônjuge ou companheiro:

a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência, res-peitados os períodos mínimos de gozo do benefício da pensão.

b) em quatro meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 contribuições mensais ou se o casamento ou união estável tiverem sido iniciados em menos de dois anos antes do óbito do segurado.

c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiário na data do óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de ver-tidas 18 contribuições mensais e pelo menos dois anos após o início do casamento ou da união está-vel:

1) 3 anos, com menos de 21 anos de idade;

2) 6 anos, entre 21 e 26 anos de idade;

3) 10 anos, entre 27 e 29 anos de idade;

4) 15 anos, entre 30 e 40 anos de idade;

5) 20 anos, entre 41 e 43 anos de idade;

6) vitalícia, com 44 ou mais anos de idade.

Em caso de óbito do segurado decorrente de aci-dente de qualquer natureza ou doença profissional ou do trabalho, não é necessário o cumprimento da carên-cia de 18 contribuições mensais para que seu cônjuge ou companheiro(a) tenha direito ao recebimento da pensão por morte escalonada em função da idade. Da mesma forma, os óbitos por acidente de qualquer natu-reza ou por doença profissional ou do trabalho dispen-sam a necessidade de 2 anos de união estável ou casa-mento para que seu cônjuge ou companheiro(a) faça jus à pensão por morte escalonada em função da idade.

Assim, os óbitos decorrentes dos acidentes e das doenças ocupacionais dispensam tanto o cumprimento da carência de 18 contribuições mensais, quanto a neces-sidade de 2 anos de união para que os cônjuges ou com-panheiros(as) tenham direito à pensão por morte pelos prazos previstos no inciso V, “c”. Caso não cumpram alguma desta exigências, terão direito à pensão por morte pelo prazo de 4 meses, previsto no inciso V, b.

Para o cônjuge ou companheiro(a) inválido ou com deficiência, a pensão por morte será concedida até a duração desta condição. Se a cessação da invalidez ou da deficiência se der antes dos prazos de duração defi-nidos para o dependente capaz, o deficiente gozará o benefício por este prazo mínimo.

|COMENTÁRIOS|.

Questão certa. De acordo com o art. 17, I, do Regu-lamento da Previdência Social, a perda da qualidade de dependente ocorre, para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casa-mento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado. Na questão proposta, como Fernanda e Lucas não ajustaram, no divórcio, o pagamento de pen-são alimentícia, perderam a qualidade de dependentes.

27. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) É apresentada, em cada um dos itens que se seguem, uma situação hipotética relacionada a dependentes e a perí-odo de carência, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Paulo é, de forma comprovada, dependente eco-nomicamente de seu filho, Juliano, que, em viagem a trabalho, sofreu um acidente e veio a falecer. Juliano à época do acidente era casado com Raquel. Nessa situ-ação, Paulo e Raquel poderão requerer o benefício de pensão por morte, que deverá ser rateado entre ambos.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. Os dependentes previdenciários são divididos em três classes, de acordo com o art. 16, da Lei 8.213/91. Sabemos que o cônjuge está na primeira

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Direito PreviDenciário 31

classe, enquanto o pai que comprova dependência eco-nômica se encontra na segunda classe.

De acordo com o § 1°, do art. 16, da Lei 8.213/91, a existência de dependente de qualquer classe superior exclui do direito às prestações os das classes seguintes. Desta forma, a única beneficiária da pensão deixada por Juliano é a sua mulher, Raquel, ficando excluído do rece-bimento do benefício o seu pai, Paulo.

28. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) É apresentada, em cada um dos itens que se seguem, uma situação hipotética relacionada a dependentes e a perí-odo de carência, seguida de uma assertiva a ser julgada.

César, segurado da previdência social, vive com seus pais e com seu irmão, Getúlio, de 15 anos idade. Nessa situação, o falecimento de César somente deter-mina o pagamento de benefícios previdenciários a seus pais e a seu irmão se estes comprovarem dependência econômica com relação a César.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. Conforme explicado nos comen-tários da questão anterior, os dependentes previdenci-ários são divididos em três classes, de acordo com o art. 16, da Lei 8.213/91. Sabemos que o pai está na segunda classe, enquanto o irmão se encontra na terceira classe, desde que comprovem dependência econômica do segurado.

De acordo com o § 1°, do art. 16, da Lei 8.213/91, a existência de dependente de qualquer classe superior exclui do direito às prestações os das classes seguintes. Desta forma, o pagamento do benefício previdenciário jamais será efetuado para os pais e o irmão, concomi-tantemente, vez que a percepção do benefício pelos pais exclui o direito do irmão.

Reconhecemos, todavia, que a questão possui uma redação confusa, pois não deixa claro que o pagamento do benefício seria feito ao pai e ao irmão, concomitan-temente.

34. (Defensor Público do Estado do Ceará 2008 – Organizado pela CESPE) Considere que Cláudio, filho único de Sérgio, tenha passado a receber pensão após o falecimento do pai. Nessa situação, Cláudio poderá receber a pensão até que complete 24 anos, desde que esteja matriculado em curso superior de graduação.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. Conforme mencionado em comentário de questões anteriores, o art. 16, inciso I, da Lei 8.213/91 estabelece que são dependentes dos segurados os filhos menores de 21 anos, sem prever qualquer possibilidade de extensão para os que este-jam cursando universidade. A legislação de alguns regi-mes próprios prevê esta possibilidade como, por exem-plo, a dos militares. A legislação do IR também permite que sejam considerados dependentes os filhos de até 24 anos que estejam cursando universidade. Estas nor-

mas, no entanto, não interferem no RGPS, que continua considerando dependente previdenciário o filho até 21 anos, salvo quando inválidos.

36. (Juiz Federal Substituto do TRF 5ª Região 2007 – Organizado pela CESPE) A inscrição de companheira ou companheiro na qualidade de dependente pode ser feita inclusive se o segurado for casado.

|COMENTÁRIOS|.

Questão certa. De acordo com o art. 16, § 6°, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99, “considera-se união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e dura-doura entre o homem e a mulher, estabelecida com intenção de constituição de família, observado o § 1º do art. 1.723 do Código Civil, instituído pela Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002”. O texto do Decreto nos remete ao próprio Código Civil

De acordo com o citado art. 1723 do Código Civil, “é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”. Já o seu § 1º men-ciona que “a união estável não se constituirá se ocorre-rem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente”.

Vejamos, então, quais são os impedimentos para casar que impedem também a constituição da união estável do ponto de vista civil e agora também previ-denciário (art. 1521, do Código Civil):

“I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;II – os afins em linha reta;III – o adotante com quem foi cônjuge do ado-tado e o adotado com quem o foi do adotante;IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;V – o adotado com o filho do adotante;VI – as pessoas casadas;VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio con-tra o seu consorte.”

Assim, a legislação reconhece a possibilidade de constituição de união estável pela pessoa casada, que esteja separada de fato. Note-se que o texto não exige um tempo determinada para a caracterização da sepa-ração de fato.

ÔDICAS SOBRE DEPENDENTES DOS SEGURADOS

De efeito, a legislação previdenciária instituiu três classes de dependentes de segurados:

I. o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição,

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menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

II. os pais;

III. o irmão não emancipado, de qualquer condi-ção, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.

No entanto, houve mais de uma modificação na classe III com o advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas entraram em vigor no dia da sua publicação ope-rada em 18/6/2015 (art. 6º, da Lei 13.135), que passará a ter a seguinte redação no futuro:

III. o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha defi-ciência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento.

Nota-se que foi retirada a emancipação como causa de antecipação da maioridade previdenciária (vigência em 18/6/2015); foi retirada a exigência de incapacidade civil do irmão com deficiência mensal ou intelectual, e excluída a necessidade de interdição judicial (vigência em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmão com deficiência grave, nos termos do regulamento (vigência em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

Tentou se fazer a mesma modificação com a classe I, mas houve veto presidencial às mencionadas altera-ções na classe preferencial, que permanece com a sua redação anterior.

Posteriormente, por incrível que pareça, nova modificação legal foi feita. Por força da Lei 13.146, publicada em 7 de julho de 2015, que aprovou o Esta-tuto da Pessoa com Deficiência e entrará em vigor em 180 dias após a sua publicação (início de janeiro de 2016 – estima-se em 3 em 3 de janeiro), houve a alteração do artigo 16, inciso III, da Lei 8.213/91, pois a classe III passará a ter a conseguinte redação: “o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave”. Logo, em janeiro de 2016, a emancipação voltará a ser causa de antecipação da maioridade previdenciária do irmão do segurado.

Existia uma quarta classe composta pelo menor de 21 anos de idade designado ou maior de 60 anos ou inválido, que foi revogada pela Lei 9.032/95.

TNU – Súmula 04 – Não há direito adquirido à condição de dependente de pessoa desig-nada, quando o falecimento do segurado deu-se após o advento da Lei 9.032/95.

1. Classe I (o cônjuge, a companheira, o compa-nheiro e o filho não emancipado, de qualquer con-dição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido

ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente)

Os dependentes da classe I gozam de presunção absoluta de dependência econômica, ou seja, mesmo que o segurado instituidor da pensão por morte ou do auxí-lio-reclusão não provisse o seu sustento, mesmo assim farão jus a esses benefícios.

Deveras, o artigo 16, § 4º, da Lei 8.213/91, fala apenas em presunção, sem especificar a sua natureza. Entre-tanto, é remansoso o entendimento de que se cuida de presunção absoluta, inclusive no âmbito do INSS.

Ademais, os dependentes da classe I são preferen-ciais, afastando em caso de concurso os da classe II e III, não havendo posterior transferência de direito para as classes inferiores.

Além do cônjuge ou companheiro (a) do segurado, o ex-cônjuge e o ex-companheiro (a) também serão con-siderados como dependentes, desde que haja a percep-ção de alimentos por ocasião da separação judicial ou do divórcio.

De acordo com a Súmula 336, do STJ, “a mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente”.

Com todo o respeito que merece a Corte Supe-rior pelos relevantes serviços prestados ao país com a melhor interpretação e uniformização da legislação federal, não há como deixar de criticar a redação da Súmula 336.

Inicialmente, por isonomia, ao invés de se referir a “mulher”, o enunciado deveria ter dito “pessoa”, pois o mesmo entendimento é aplicável aos homens com o advento da Constituição de 1988 e da Lei 8.213/91. Ademais, esse entendimento não se limita à separação, sendo aplicável ao divórcio, como já decidiu o próprio STJ (REsp 472.742, DJ de 31.03.2003).

Demais disso, também na dissolução da união está-vel é possível a adoção dessa linha de pensamento, pois também é uma relação apta a instituir uma enti-dade familiar, sendo cada vez mais comum no Brasil, por sua praticidade e economicidade, conquanto ainda se tenha certa dificuldade probatória, que inexiste no casamento.

O mesmo entendimento também é extensível à parceria homoafetiva, pois, como será visto, a Corte Superior acertadamente coloca o parceiro como depen-dente preferencial do RGPS.

Vale destacar que a renúncia é um ato de disposi-ção expresso dos alimentos, caso a mulher fizesse jus na separação judicial, bem como a necessidade econômica deverá ser comprovada no momento do óbito, pois é

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esta a ocasião em que se definem os dependentes, e não posteriormente.

Ainda se entende que os alimentos são prestações indisponíveis, não sendo tecnicamente adequado se falar em renúncia, com base no artigo 1.707, do Código Civil.

Insta argumentar que essa necessidade econômica superveniente deverá ser comprovada com a demons-tração de que o segurado falecido prestava algum auxí-lio substancial ao ex-cônjuge, companheiro(a) ou par-ceiro homoafetivo supérstite, mesmo sem o pagamento formal de pensão alimentícia.

Por tudo isso, crê-se que o enunciado deverá ser interpretado da seguinte forma: “A pessoa que não exerceu o direito à prestação alimentícia na separação judicial, no divórcio, na dissolução de união estável ou de relação homoafetiva, terá direito à pensão por morte em decorrência do falecimento do respectivo segurado, desde que demonstrada a necessidade econômica superveniente, até a data do óbito, através da presta-ção de alimentos in natura ou de qualquer outro auxílio substancial que conduzisse à dependência econômica”.

Na hipótese de separação de fato, resta afastada a presunção de dependência econômica, devendo o côn-juge ou companheiro (a) que postular benefício com-prová-la, na forma do artigo 76, § 1º, da Lei 8.213/91.

O cônjuge supérstite goza de dependência presu-mida, contudo, estando separado de fato e não perce-bendo pensão alimentícia, essa dependência deverá ser comprovada (STJ, REsp 411.194, de 17.04.2007).

O conceito de união estável adotado no § 3º, do artigo 16, da Lei 8.213/91, é mais restritivo do que a defi-nição do Código Civil, pois “considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal”.

Deveras, para a legislação previdenciária, apenas estaria configurada a união estável na hipótese das pes-soas de sexos diversos não serem casadas, ao passo que o artigo 1.723 do Código Civil permite a união estável entre pessoas casadas, desde que separadas de fato.

Na prática, vem se adotando a definição do Código Civil, pois é irrazoável a restrição imposta pela legisla-ção previdenciária, razão pela qual o artigo 16, § 6º, do RPS, manda observar a definição civilista.

No que concerne ao concubinato, assim conside-rada a relação que se desenvolve paralelamente ao casamento sem a separação dos cônjuges, quer de fato, quer judicialmente, tanto o STF quanto o STJ vem afas-tando sumariamente a condição de dependente do(a) concubino(a).

“A titularidade da pensão decorrente do fale-cimento de servidor público pressupõe vínculo agasalhado pelo ordenamento jurídico, mos-

trando-se impróprio o implemento de divi-são a beneficiar, em detrimento da família, a concubina” (STF, RE 590.779, de 10.02.2009), entendimento aplicável ao RGPS.

“1. A jurisprudência do STJ prestigia o enten-dimento de que uma Existência de impedi-mento para o matrimônio, por Parte de um dos Companheiros pretensos, embaraça uma constituição da união estável, inclusive para fins previdenciários. 2. Afigura-se inviável, desse modo, reconhecer à recorrida o Direito à percepção da Pensão por morte em concurso com uma viúva, Haja vista que o de cujus, à época do óbito, casado com uma permanecia recorrente” (STJ, REsp 1.114.490, 5ª Turma, de 19.11.2009).

Entretanto, a Suprema Corte irá reapreciar o tema no caso de concubinato de longa duração, pois admi-tiu em março de 2012 repercussão geral no RE 669.465, em que se discute a possível proteção previdenciária de uma concubina que manteve relação paralela ao casa-mento com segurado por mais de 20 anos, inclusive com a geração de prole.

É oportuno afirmar que também é possível a insti-tuição de concubinato paralelamente à união estável, sendo aplicável o mesmo regramento. Sucede que, neste caso, como normalmente não há um documento que comprove a união estável, ao contrário do que ocorre no casamento, será bastante difícil saber quem é convivente e quem é concubino (a).

Sobre o tema, o STJ decidiu não ser possível a con-figuração simultânea de duas uniões estáveis, devendo um dos relacionamentos ser tratado como sociedade de fato, pois também existe o dever de lealdade entre os companheiros (REsp 1.157.273, de 18.05.2010).

Por questões de isonomia, o parceiro homoafe-tivo também é considerado como dependente de segurado, inclusive com presunção de dependência econômica, tendo em conta que essa relação afetiva entre pessoas do mesmo sexo também é apta a instituir uma entidade familiar.

Nesse sentido, o INSS passou a ser compelido a reconhecer o parceiro homoafetivo por força de liminar concedida na ação civil pública 2000.71.00.009347-0, proposta na Seção Judiciária de Porto Alegre – RS.

Esta liminar foi mantida pelo STF no julgamento da Pet 1.984, tendo o Ministro Marco Aurélio, então Presi-dente do STF, indeferido a suspensão em 10.02.2003.

O mesmo caminho segue o STJ: “Diante do § 3º do art. 16 da Lei nº 8.213/91, verifica-se que o que o legis-lador pretendeu foi, em verdade, ali gizar o conceito de entidade familiar, a partir do modelo da união está-vel, com vista ao direito previdenciário, sem exclusão, porém, da relação homoafetiva” (passagem do REsp 395.904, de 13.12.2005). Ressalte-se que, em 04.02.2010,

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ao julgar o REsp 1.026.981-RJ, o STJ estendeu o mesmo entendimento aos planos de previdência privada.

Finalmente, em 01.06.2010, o Advogado-Geral da União homologou o Parecer 38/2009, da lavra do Departamento de Análise de Atos Normativos, órgão da Consultoria-Geral da União, que reconheceu o parceiro homoafetivo como dependente previdenciário, em razão da instituição de entidade familiar por essa união.

Vale ressaltar que o entendimento do Advoga-do-Geral da União vincula a interpretação de toda a Administração Pública federal, de modo que no âmbito do Regime Geral de Previdência Social, do Regime Pró-prio de Previdência Social dos servidores da União e do regime previdenciário dos militares federais deverá ser reconhecida a parceria homoafetiva, interpretando-se extensivamente os dispositivos que se referem à união estável para abarcá-la.

São também dependentes os menores de 21 anos de idade, exceto se emancipados pelas causas pre-vistas no artigo 5º, do Código Civil, que contemplam hipóteses de emancipação voluntária e ex lege, quando a dependência cessará anteriormente aos 21 anos de idade (entre 16 e 18 anos de idade).

Por falta de previsão legal, ao contrário do que ocorre com o casamento, frise-se que a união estável não é causa de emancipação, sendo este, inclusive, o entendimento administrativo do INSS.

Antes da edição do Decreto 6.939/2009, o artigo 17, III, do RPS, mantinha a qualidade de dependente em uma hipótese de emancipação legal, consistente na colação de grau de curso superior antes dos 21 anos, ressalva que não mais é prevista genericamente no refe-rido ato regulamentar.

Todavia, apenas para a percepção da pensão por morte, o dependente menor de 21 anos mantém a sua qualidade na improvável hipótese de colar grau em curso superior anteriormente, na forma do artigo 114, II, do RPS.

De acordo com uma interpretação apenas literal do texto regulamentar, apenas o dependente inválido que colar grau em curso superior antes de completar 21 anos de idade conservará a qualidade de dependente.

Ainda com base no artigo 114, II, do RPS, a emanci-pação de dependente inválido é causa de cessação da pensão por morte, o que evidentemente não se coa-duna com o artigo 16, I, da Lei 8.213/91, pois a capaci-dade civil não retira necessariamente a invalidez para o trabalho do dependente do segurado.

Isso porque é dependente do segurado o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos OU inválido, a teor do artigo 16, inciso I, da Lei 8.213/91.

Portanto, ao contrário do que reza o RPS, que não pode inovar para restringir a proteção previdenciária do

dependente, entende-se que deve ser mantida a pen-são por morte ao emancipado inválido para o trabalho, pois a capacidade civil difere da capacidade laboral.

Vamos a um exemplo prático. Mário é paraplégico e recebe pensão por morte do seu pai. Ele conhece Joana. Ambos se apaixonam loucamente e se casam. Neste caso, de acordo com o artigo 114, II, do Decreto 3.048/99, como o casamento é causa de emancipação, se eles celebrarem núpcias o benefício será cessado, disposição que claramente viola do artigo 16, I, da Lei 8.213/91, vez que Mário persistirá inválido para o traba-lho, devendo prosseguir como pensionista no entendi-mento do autor desta obra.

Aliás, o artigo 77, § 2º, inciso III e IV, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei 12.470/11, é claro ao afirmar que a parte individual da pensão extingue-se para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o pensionista com deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, pelo afastamento da deficiência, nos termos do regulamento..

Por sua vez, o filho inválido persiste como depen-dente mesmo quando realiza a maioridade previdenci-ária aos 21 anos de idade, desde que a invalidez tenha ocorrido antes (alíneas do artigo 17, inciso III, do RPS, incluído pelo Decreto 6.939/2009).

a) de completarem vinte e um anos de idade;

b) do casamento;

c) do início do exercício de emprego público efetivo;

d) da constituição de estabelecimento civil ou comer-cial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou

e) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.

Logo, de acordo com a atual redação do artigo 17, do RPS, dada pelo Decreto 6.939/09, para se enquadrar como dependente do segurado, é indispensável que a invalidez tenha ocorrido antes dos 21 anos de idade ou, se houver, antes das causas de emancipação, sendo este o posicionamento adotado majoritariamente pelas ban-cas examinadoras até o momento, a exemplo do CESPE.

Entretanto, em 11 de outubro de 2010, em reunião em Recife, ao julgar incidente de uniformização no pro-cesso 2005.71.95.001467-0, a TNU decidiu que o maior de 21 anos inválido continua como dependente do segurado, mesmo sendo a invalidez posterior à maio-ridade previdenciária, mas com presunção relativa de dependência econômica, cabendo ao INSS desconsti-tuí-la, como foi feito no processo em questão.

A condição do dependente inválido independe de qualquer ato judicial de interdição, bastando a manifes-

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Direito PreviDenciário 35

tação positiva da perícia do INSS. Por outro lado, a inter-dição judicial não dispensa o exame médico a cargo da Previdência Social, pois o INSS sequer foi parte no pro-cesso que tramitou na Justiça Estadual, sendo-lhe inefi-caz a coisa julgada.

Ademais, nem sempre as causas de interdição pre-vistas no artigo 1.767 do Código Civil configuram hipó-teses de invalidez, a exemplo do pródigo e do ébrio habitual, este a depender do grau de sua dependência.

Por outro lado, há forte jurisprudência majoritá-ria que sustenta que a sentença de interdição prolatada pela Justiça Estadual vincula o INSS a reconhecer a inva-lidez do dependente.

Por força de inovação inaugurada pela Lei 12.470/2011, o filho do segurado que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativa-mente incapaz, assim declarado judicialmente, também manterá a sua qualidade mesmo após completar os 21 anos de idade.

Com propriedade, nos moldes dos artigos 3º e 4º, do Código Civil, são absolutamente incapazes para prática dos atos da vida civil os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discerni-mento para a sua prática. Já aqueles que, por deficiência mental, tiverem o discernimento reduzido, enquadrar--se-ão como relativamente incapazes.

Entende-se que essa declaração judicial será de competência do Juízo de Família da Justiça Estadual, através do ajuizamento de ação de interdição, devendo o INSS ser parte no processo para que a pronúncia de incapacidade possa vincular a autarquia previdenciária.

Assim, com a Lei 12.470/2011, perpetrou-se uma ele-vação da proteção previdenciária aos filhos dos segu-rados, pois os que possuam mais de 21 anos de idade e que não sejam inválidos para o trabalho, irão manter a condição de dependentes em razão de ostentar inca-pacidade civil relativa ou absoluta em decorrência de deficiência intelectual ou mental.

Ainda são equiparados a filhos pelo § 2º, do artigo 16, da Lei 8.213/91, o enteado e o menor tutelado, mas não milita em seu favor a presunção de dependência econômica, que deverá ser comprovada. Neste caso, é preciso a comprovação da inexistência de bens sufi-cientes para o próprio sustento e educação, na forma do artigo 16, § 3º, do RPS.

Até o advento da Medida Provisória 1.523, de 11.10.1996, convertida na Lei 9.528/97, o menor sob guarda também era considerado dependente, tendo sido excluído desse rol em razão do elevado número de avós que colocavam os seus netos sob guarda apenas para instituir eventual pensão por morte previdenciária.

Muito ainda se discute sobre a prevalência do Esta-tuto da Criança e do Adolescente sobre a legislação pre-videnciária, pois o seu artigo 33, § 3º, prevê que a guarda confere à criança ou adolescente a condição de depen-dente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.

Após divergência interna, o STJ referendou a exclu-são do menor sob guarda da lista dos dependentes do RGPS:

“Pensão por morte. Regime Geral de Pre-vidência Social. Menor sob guarda. Inci-dência da lei previdenciária vigente ao tempo do óbito do instituidor do bene-fício. Inaplicabilidade do Estatuto da Criança e do Adolescente. Precedentes da Terceira Seção. Embargos de divergência conhecidos e recebidos” (3ª Seção, EREsp 801.214, de 28.05.2008).

Após certa divergência, a Corte Especial do STJ EXCLUIU O MENOR SOB GUARDA no rol de equipa-rados a filho no julgamento do AgRg na SLS 1988, de 4/3/2015:

“II – Hipótese em que a decisão cujos efeitos foram aqui suspensos discrepa da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça “no sentido de ser indevida pensão por morte a menor sob guarda se o óbito do segurado tiver ocorrido sob a vigência da MP nº 1.523/96, poste-riormente convertida na Lei nº 9.528/97” (AgRg nos EDcl no REsp nº 1.104.494/RS, Relator o Ministro Nefi Cordeiro, DJ de 16/12/2014). III – Efeito multiplicador reco-nhecido, tendo em conta a probabilidade de que a decisão impugnada estimule o ajuiza-mento de novas ações com o mesmo objeto, e lesão à economia pública demonstrada pela irrepetibilidade dos proventos eventualmente pagos, considerando a natureza alimentícia do benefício de pensão por morte”.

O tema será apreciado pelo Supremo Tribunal Fede-ral. É que no dia 19 de novembro de 2012 a Procuradoria Geral da República propôs ação direta de inconstitucio-nalidade (ADI 4.878) contra a exclusão do menor sob guarda do rol de dependentes do RGPS.

Demais disso, inexiste previsão legal para incluir o curatelado na condição de dependente do segurado, sendo incabível interpretação extensiva para inseri-lo, conforme pronunciamento do TRF da 3ª Região (AC 719.556, de 27.03.2007).

É comum que filhos dependentes de segurado que completem 21 anos e ainda cursem universidade ingressem com ação judicial contra o INSS para manter normalmente a pensão por morte até completarem os 24 anos de idade.

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36 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

A legislação previdenciária é taxativa a respeito, apenas sendo manutenida a condição de dependente de filho de segurado após os 21 anos de idade na hipó-tese de invalidez preexistente, sendo o tema pacífico na jurisprudência.

TNU, Súmula 37 – A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência do curso univer-sitário.

A pensão pela morte do pai será devida até o limite de vinte e um anos de idade, salvo se inválido, não se podendo estender até os 24 anos para os estudan-tes universitários, pois não há amparo legal para tanto. Recurso provido (STJ, REsp 639.487, de 11.10.2005).

Por fim, por força da Lei 13.146, publicada em 7 de julho de 2015, que aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiência e entrará em vigor em 180 dias após a sua publicação (início de janeiro de 2016), houve a altera-ção do artigo 16, inciso I, da Lei 8.213/91, pois a classe I passará a ter a conseguinte redação: o cônjuge, a com-panheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.

Logo, em janeiro de 2016, o filho do segurado com deficiência grave passará a integrar a classe preferencial, cabendo ao Regulamento da Previ-dência Social definir futuramente o que é deficiên-cia grave.

Ô CLASSE II (OS PAIS)Na segunda classe se encontram os pais do segu-

rado, que apenas farão jus aos benefícios previden-ciários caso inexista algum dependente preferen-cial. Vale salientar que um benefício percebido por um dependente preferencial, uma vez cessado, não será transferido aos dependentes das classes inferiores (II e III).

Além disso, é preciso que os pais demonstrem que dependiam economicamente do filho falecido ou preso, sendo seu o ônus da prova.

A dependência econômica não é definida pela legislação previdenciária, mas certamente é mais do que um simples auxílio financeiro, pois é comum que os filhos que convivam com os genitores os auxiliem no pagamento das despesas domésticas.

É preciso mais do que mera colaboração financeira para a configuração da dependência econômica. De acordo com o Enunciado 13, do Conselho de Recursos da Previdência Social, a dependência econômica pode ser parcial, devendo, no entanto, representar um auxílio substancial, permanente e necessário, cuja falta acarre-taria desequilíbrio dos meios de subsistência do depen-dente.

Na apelação cível no processo 2001.38.00.042.826-7, o TRF da 1ª Região a definiu como a “necessidade de auxílio, proteção, amparo, etc, por parte do segurado da previdência. Razão que justifica a necessidade da pre-servação desta proteção após a morte do mantenedor e deve ser comprovada através de elementos próprios a cada situação contextual”.

De acordo com o artigo 143, do RPS, a justificação administrativa ou judicial, no caso de dependência econômica, identidade e de relação de parentesco, somente produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusiva-mente testemunhal, salvo as hipóteses de caso fortuito ou força maior.

Contudo, ao que parece, essa exigência regulamen-tar se afigura ilegal, pois o artigo 55, § 3º, da Lei 8.213/91, apenas exige início de prova material para a comprova-ção de tempo de serviço, e não de dependência econô-mica ou parentesco.

“A Terceira Seção deste Superior Tribunal, no âmbito da Quinta e da Sexta Turma, já conso-lidou entendimento no sentido de que não se exige início de prova material para comprova-ção da dependência econômica de mãe para com o filho, para fins de obtenção do benefí-cio de pensão por morte” (AGREsp 886,069, de 25.09.2008).

TNU – Súmula 63 – A comprovação de união estável para efeito de concessão de pensão por morte prescinde de início de prova mate-rial.

A percepção pelos pais do segurado falecido de remuneração ou de benefício previdenciário anterior já constituem indícios contrários à comprovação de dependência econômica, máxime quando os valores são superiores a um salário mínimo.

Ô CLASSE III (IRMÃO, DE QUALQUER CONDIÇÃO, MENOR DE 21 ANOS OU INVÁLIDO OU QUE TENHA DEFICIÊN-CIA INTELECTUAL OU MENTAL QUE O TORNE ABSOLUTA OU RELATIVAMEN-TE INCAPAZ, ASSIM DECLARADO JU-DICIALMENTE)

Nesta terceira e última classe se encontra o irmão, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente. Para receber o benefí-cio, é curial que inexistam dependentes nas classes superiores, assim como se demonstre a concreta dependência econômica.Este inciso III do artigo 16, da Lei 8.213/91, sofreu mais de uma modificação com o

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Direito PreviDenciário 37

advento da Lei 13.135/2015, mas nem todas entraram em vigor no dia da sua publicação operada em 18/6/2015 (art. 6º, da Lei 13.135), que passará a ter a seguinte reda-ção no futuro:

III. o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento.

Nota-se que foi retirada a emancipação como causa de antecipação da maioridade previdenciária (vigência em 18/6/2015); foi retirada a exigência de incapacidade civil do irmão com deficiência mensal ou intelectual, e excluída a necessidade de interdição judicial (vigência em 18/6/2017); foi inserido como dependente o irmão com deficiência grave, nos termos do regulamento (vigência em 180 dias, a contar de 18/6/2015).

Posteriormente, nova modificação legal foi feita. Por força da Lei 13.146, publicada em 7 de julho de 2015, que aprovou o Estatuto da Pessoa com Deficiên-cia e entrará em vigor em 180 dias após a sua publi-cação (início de janeiro de 2016), houve a alteração do artigo 16, inciso III, da Lei 8.213/91, pois a classe III passará a ter a conseguinte redação: “o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave”. Logo, em janeiro de 2016, a emancipação voltará a ser causa de antecipação da maioridade previdenciária do irmão do segurado.

DEPENDENTES DOS SEGURADOS – ART. 16, DA LEI 8.213/91

Classe I – Preferen-cial e com presun-ção de dependên-cia econômica

O cônjuge, a companheira, o companheiro, o parceiro homoafetivo, o ex-cônjuge ou ex-companheiro que per-cebe alimentos e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha defi-ciência intelectual ou men-tal que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente. O menor enteado e o tutelado são equiparados a filho, se comprovada a dependência econômica

Classe II – Sem pre-sunção de depen-dência econômica

Os pais do segurado

Classe III – Sem pre-sunção de depen-dência econômica

Varia, a depender do caráter intertemporal (vide texto anterior)

04. (FUNRIO – Analista do Seguro Social – INSS/2013) Independe de carência a concessão das seguintes pres-tações previdenciárias, nos termos da Lei 8213/91:

a) auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe con-fira especificidade e gravidade que mereçam trata-mento particularizado.

b) Aposentadoria por invalidez.

c) Aposentadoria por tempo de serviço, desde que o segurado já tenha sido filiado ao Regime Geral de Previdência Social e não tenha requerido ou usu-fruído benefício relativo a auxílio-doença, licença maternidade, respeitada a idade mínima de 70 anos para homens e 60 anos para mulheres, após comprovação de incapacidade laboral, a ser com-provada por laudo dos Ministérios da Saúde e do Trabalho, no caso de empregado e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no caso de profissional liberal.

d) auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada dois anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe con-fira especificidade e gravidade que mereçam trata-mento particularizado.

e) Inexiste benefício cuja concessão independa de prestações previdenciárias.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Apesar de a legislação exigir a revisão do rol de doenças a cada três anos, a lista pre-sente da Portaria Interministerial 2.998/01 ficou vigente por 14 anos sem qualquer alteração. Finalmente, o art. 151, da Lei 8.213/91, alterado pela Lei 13.135/2015 efe-tuou uma tímida alteração na lista, incluindo apenas mais uma doença: a esclerose múltipla. A seguir estão listadas as doenças presentes no citado art. 151, da Lei 8.213/91, contendo as seguintes doenças e afecções:

“I – tuberculose ativa;

II – hanseníase;

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38 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

III – alienação mental;

IV – neoplasia maligna;

V – cegueira;

VI – paralisia irreversível e incapacitante;

VII – cardiopatia grave;

VIII – doença de Parkinson;

IX – espondiloartrose anquilosante;

X – nefropatia grave;

XI – estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

XII – síndrome da deficiência imunológica adquirida-Aids;

XIII – contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; e

XIV – hepatopatia grave;

XV – esclerose múltipla.”

Alternativa correta: letra “a”. Esta alternativa transcreve o texto do art. 26, II, da Lei 8.213/91. Vejamos: Independe de carência: II – auxílio-doença e aposenta-doria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do traba-lho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, defici-ência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado.

Alternativa “b”, errada. Em regra, a aposentadoria por invalidez exige 12 contribuições mensais de carên-cia, conforme disposto no art. 25, I, da Lei 8.213/91.

Alternativa “c”, errada. A aposentadoria por tempo de serviço, atualmente aposentadoria por tempo de contribuição, exige o cumprimento de 180 contribuições mensais (vide art. 25, II, da Lei 8.213/91).

Alternativa “d”, errada. A citada lista de doenças deve ser elaborada a cada três anos e não a cada dois anos, como afirmado erradamente na alternativa (art. 26, II, da Lei 8.213/91).

Alternativa “e”, errada. A alternativa despreza os benefícios que independem de carência, previstos no art. 26, da Lei 8.213/91.

07. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS/2012) Maria trabalhou de 02 de janeiro de 2006 a 02 de julho de 2006 como empregada de uma empresa, vindo a contrair moléstia não relacionada ao trabalho, com pre-juízo do exercício de suas atividades habituais. Nessa situação, Maria

a) não terá direito ao recebimento do auxílio-doença, por ausência do cumprimento da carência.

b) terá direito à aposentadoria por invalidez, que inde-pende do cumprimento de carência.

c) terá direito ao auxílio-acidente, que não exige carência.

d) terá direito ao auxílio-doença, que independe de carência.

e) poderá receber aposentadoria por invalidez, se recolher mais duas contribuições.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: O regime jurídico do período de carência da aposentadoria por invalidez e do auxílio--doença são idênticos.

Alternativa correta: letra “A”. A concessão da apo-sentadoria por invalidez e do auxílio-doença, em regra, reclamam carência de 12 contribuições mensais (artigo 25, inciso I, da Lei 8.213/91), salvo nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especifi-cadas em lista elaborada pelos Ministérios do Trabalho e da Previdência Social, a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, defici-ência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado (artigo 26, inciso II, da Lei 8.213/91), quando excepcio-nalmente a carência será dispensada.

No caso dado, Maria possui 07 contribuições men-sais a título de carência. Considerando que a moléstia que acometeu Maria não consta da referida lista de doenças graves, conclui-se que a concessão do auxí-lio-doença e da aposentadoria por invalidez exige a carência de 12 contribuições mensais, não tendo Maria direito aos referidos benefícios por apenas contar com 07 recolhimentos.

Alternativas “b”, “c”, “d” e “e” erradas. A situação narrada não gera a concessão dos benefícios propostos nestas alternativas. Não há incapacidade permanente para o trabalho para a concessão da aposentadoria por invalidez e nem a carência (12 contribuições mensais). Não há sequela acidentária que reduza a capacidade funcional para o trabalho habitual para a concessão do auxílio-acidente.

08. (FURMARC – Procurador do Estado – MG/ 2012) Com relação ao regime geral de previdência social assi-nale a proposição INCORRETA:

a) Período de carência é o número mínimo de contri-buições mensais indispensáveis para que o benefi-ciário faça jus ao benefício, consideradas a partir do

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Direito PreviDenciário 39

transcurso do primeiro dia dos meses de suas com-petências;

b) o salário-de-benefício para a aposentadoria por idade e para a aposentadoria por tempo de con-tribuição consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário;

c) a concessão da aposentadoria por invalidez decor-rente de acidente de qualquer natureza, inclusive de acidente do trabalho, depende do período de carência de 12(doze) contribuições mensais;

d) o salário-de-benefício para a aposentadoria por invalidez consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de – contribuição corresponden-tes a oitenta por cento de todo o período contribu-tivo, sem a incidência do fator previdenciário;

e) independe de carência a concessão da pensão por morte, do auxílio-reclusão, do salário-família, do auxílio-acidente e do salário maternidade para as seguradas empregadas, trabalhadora avulsa e empregada doméstica.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Após uma tentativa frustrada da MP 664/2014 de inserir carência de 24 recolhimentos mensais à pensão por morte e ao auxílio-reclusão, a Lei 13.135/2015 restabeleceu a antiga redação do artigo 26, I, da Lei 8.213/91, voltando a sempre dispensar a carên-cia para estes dois benefícios.

Nota do autor 2: Coube à Medida Provisó-ria 676, publicada em 18 de junho de 2015, instituir a regra alternativa 85(mulher)/95 (homem) para tornar facultativo o fator previdenciário nesta aposentadoria. O segurado que preencher o requisito para a aposen-tadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: I – igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou II – igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta anos. No entanto, as somas de idade e de tempo de contribuição mencionadas serão majoradas em um ponto em: 1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021 e V – 1º de janeiro de 2022.

Nota do autor: o candidato deve atentar que a questão pede que se aponte a proposição INCORRETA.

Alternativa correta: letra “c”: a assertiva está incorreta em seu conteúdo, pois, segundo determina o art. 30, III, do Dec. 3048/99, independe de carência a concessão auxílio-doença e aposentadoria por invalidez

nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social a cada 3 anos.

Alternativa “a”: está errada. A assertiva é verda-deira, pois reproduz o conteúdo do art. 26, caput, do Dec. 3048/99.

Alternativa “b”: está errada. A assertiva é verda-deira, pois incide fator previdenciário no cálculo dos benefícios de aposentadoria por idade e aposentadoria por tempo de contribuição, conforme determina o art. 32, I, do Dec. 3048/99.

Alternativa “d”: está errada. A assertiva é ver-dadeira, pois, para as aposentadorias por invalidez e especial, auxílio-doença e auxílio-acidente, o salário--de-benefício consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, sem a incidência do fator previdenciário. Conforme o art. 32, II, do Dec. 3048/99.

Alternativa “e”: está errada. A assertiva é verda-deira, pois independe de carência a concessão da pen-são por morte, do auxílio-reclusão, do salário-família, do auxílio-acidente e do salário maternidade para as segu-radas empregadas, trabalhadora avulsa e empregada doméstica, consoante art. 30, I e II, do Dec. 3048/99.

10. (Cespe – Advogado da União/2012) À luz da juris-prudência do STF e do STJ, julgue o item seguinte, rela-tivo ao RGPS:

A concessão de pensão por morte, auxílio-reclusão e salário-família independe de carência.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Após uma tentativa frustrada da MP 664/2014 de inserir carência de 24 recolhimentos mensais à pensão por morte e ao auxílio-reclusão, a Lei 13.135/2015 restabeleceu a antiga redação do artigo 26, I, da Lei 8.213/91, voltando a sempre dispensar a carên-cia para estes dois benefícios.

Questão correta. A assertiva está de acordo com o art. 26, I, da Lei 8213/91.. Vejamos:

Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: I – pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; II – auxílio-doença e aposen-tadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença pro-fissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especifi-cadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento par-

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ticularizado; III – os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segura-dos especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; IV – serviço social; V – reabilitação profissional; VI – salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica.

11. (NCADE – Advogado/2011 – Fundação Carlos Chagas) Segundo a Lei n° 8.213/91, havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo,

a) um terço do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefí-cio da pensão por morte, independentemente do benefício a ser requerido.

b) dois terços do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.

c) um terço do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefí-cio a ser requerido.

d) metade do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o bene-fício de auxílio-doença, independentemente do benefício a ser requerido.

e) metade do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefí-cio a ser requerido.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “c”: De acordo com o pará-grafo único do artigo 24 da Lei 8.213/91, havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdên-cia Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.

Alternativa “a”: está errada. A pensão por morte não exige a carência de acordo com o artigo 26, inciso I, da Lei 8.213/91.

Alternativa “b”: está errada. A regra do parágrafo único do artigo 24 da Lei 8.213/91 exige 1/3, e não 2/3.

Alternativa “d”: está errada. A regra do parágrafo único do artigo 24 da Lei 8.213/91 exige 1/3, e não 1/2.

Alternativa “e”: está errada. A regra do parágrafo único do artigo 24 da Lei 8.213/91 exige 1/3, e não 1/2.

13. (Auditor do Trabalho 2010 – ESAF) Assinale a opção correta, entre as assertivas abaixo, relativas ao número mínimo de contribuições mensais indispensá-veis para que o beneficiário faça jus ao benefício pre-visto na Lei nº 8.213/91.

a) Auxílio-doença no caso de acidente de qualquer natureza – 14 (quatorze) contribuições mensais.

b) Auxílio-reclusão – 12 contribuições mensais.

c) Aposentadoria por idade – independe de contribui-ções mensais.

d) Aposentadoria por tempo de serviço – 120 contri-buições mensais.

e) Pensão por morte – independe de contribuições mensais.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Após uma tentativa frustrada da MP 664/2014 de inserir carência de 24 recolhimentos mensais à pensão por morte e ao auxílio-reclusão, a Lei 13.135/2015 restabeleceu a antiga redação do artigo 26, I, da Lei 8.213/91, voltando a sempre dispensar a carên-cia para estes dois benefícios.

Alternativa correta: letra “e”: O artigo 26, inciso I, da Lei 8.213/91 dispensou a carência para a concessão de pensão por morte.

Alternativa “a”: está errada. Neste caso, a carên-cia foi dispensada pelo artigo 26 da Lei 8.213/91 por se tratar de acidente.

Alternativa “b”: está errada. O artigo 26, inciso I, da Lei 8.213/91 dispensou a carência para a concessão do auxílio-reclusão.

Alternativa “c”: está errada. O artigo 25, da Lei 8.213/91, exige carência de 180 recolhimentos mensais para a aposentadoria por idade.

Alternativa “d”: está errada. O artigo 25, da Lei 8.213/91, exige carência de 180 recolhimentos mensais para a aposentadoria por tempo de contribuição.

14. (Procurador Federal 2010 – Prova Objetiva – CESPE) Independe de carência a concessão de pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família, auxílio-aci-dente, serviço social, reabilitação profissional e salário--maternidade para as seguradas empregada, trabalha-dora avulsa e contribuinte individual.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa errada: A questão está incorreta, pois, em um dos benefícios arrolados na proposição, é necessário o cumprimento da carência: é que para as seguradas contribuintes individuais fazerem jus ao salá-rio maternidade é necessário cumprir a carência de 10 contribuições mensais, conforme disposto no art. 29, III, do RPS.

16. (Analista do MPS – Área de Contratações – 2010 – CESPE) Carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que se tenha direito ao benefício previdenciário. A concessão de pensão por morte independe de carência.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: A questão traz a definição legal de carência do art. 24, da Lei 8.213/91, conforme segue:

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Direito PreviDenciário 41

Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensá-veis para que o beneficiário faça jus ao bene-fício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.

Ademais, menciona, acertadamente, que a conces-são de pensão por morte independe de carência (art. 26, I, da Lei 8.213/91).

17. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Osvaldo cumpriu pena de reclusão devido à prática de crime de fraude contra a empresa em que trabalhava. No período em que esteve na empresa, Osvaldo era segurado da previdência social. Nessa situação, Osvaldo tem direito de continuar como segurado da previdência social por até dezoito meses após o seu livramento.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. O artigo 15, IV, da Lei 8.213/91 dis-põe que o segurado que está detido ou recluso man-tém a qualidade de segurado até 12 meses após o livra-mento. A questão propõe. Equivocadamente, o prazo de 18 meses após o livramento.

19. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Com relação a período de carência, julgue os itens a seguir.

Se uma empregada doméstica estiver devidamente inscrita na previdência social, será considerado, para efeito do início da contagem do período de carência dessa segurada, o dia em que sua carteira de trabalho tenha sido assinada.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. À época da realização deste con-curso, o período de carência para o segurado empre-gado doméstico, contribuinte individual e facultativo era contado da data do efetivo recolhimento da pri-meira contribuição sem atraso. Com a publicação da LC 150, de 01/06/2015, a carência para o empregado doméstico passou a contar a partir da sua filiação. Desta forma, seja pela legislação anterior ou pela atualizada, a questão está errada, pois a data da assinatura da car-teira é irrelevante para a contagem da carência.

26. (AGU – Advogado da União 2006 – Organizado pela CESPE) Julgue a proposição.

Do caráter contributivo da previdência social, con-forme expressa previsão constitucional, decorre que nenhuma das aposentadorias será concedida sem o cumprimento da carência, isto é, um número de con-tribuições mensais necessárias para a efetivação do direito a um benefício.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa errada: A carência para a concessão da aposentadoria por invalidez é de 12 contribuições mensais (art. 25, I, da Lei 8.213/91). Este benefício, toda-via, dispensa a carência, nos casos de “acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previ-dência Social, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Previdência e Assistência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado”. Assim, é possível conce-der-se aposentadoria sem o cumprimento de carência.

27. (Médico-Perito da Previdência Social 2006 – Car-los Chagas) O cumprimento do período de carência

a) não é exigido para a aposentadoria por invalidez quando a incapacidade decorrer de acidente de qualquer natureza ou causa.

b) é obrigatório e são exigidas 12 contribuições men-sais para a aposentadoria por invalidez quando a incapacidade decorrer de hepatopatia grave.

c) não é exigido para o salário-maternidade para as seguradas empregadas e facultativas.

d) é obrigatório e são exigidas 180 contribuições men-sais para a aposentadoria por idade para aqueles que se filiaram ao Regime Geral de Previdência Social em janeiro de 1990.

e) é obrigatório e são exigidas 12 contribuições men-sais para o auxílio-doença para os segurados espe-ciais.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da Lei 13.135/2015, o artigo 151 da Lei 8213/91 trouxe uma nova doença grave para dispensar a carência do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez: a esclerose múltipla.

Alternativa correta: letra “A”: Em regra, a carência exigida para o auxílio-doença e para a aposentadoria por invalidez é de 12 contribuições mensais (art. 29, I, do RPS). Estes benefícios, todavia, dispensam a carên-cia, nos casos de “acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for aco-metido de alguma das doenças ou afecções especifi-cadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado”. Desta forma, a alternativa “a” está correta.

A última lista de doenças que dispensam a carên-cia foi publicada pela Portaria Interministerial 2.998, de 23.8.2001, enumerando as seguintes doenças:

“I – tuberculose ativa;

II – hanseníase;

Page 42: Questões Comentadas INSS 2015

42 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

III – alienação mental;

IV – neoplasia maligna;

V – cegueira;

VI – paralisia irreversível e incapacitante;

VII – cardiopatia grave;

VIII – doença de Parkinson;

IX – espondiloartrose anquilosante;

X – nefropatia grave;

XI – estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

XII – síndrome da deficiência imunológica adquirida-Aids;

XIII – contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; e

XIV – hepatopatia grave.”

Alternativa “b”: está errada. Por se tratar de doença grave listada na Portaria Interministerial 2.998, de 23.8.2001, a carência foi dispensada.

Alternativa “C”: está errada. Para as seguradas facultativas o salário-maternidade exige carência de 10 recolhimentos mensais.

Alternativa “D”: está errada. Para os antigos segurados inscritos antes da Lei 8.213/91, aplica-se o regramento de transição do artigo 142 da Lei 8.213/91, podendo ser menor o período de carência.

Alternativa “E”: está errada. Para o segurado especial, o período de carência é contado a partir do efetivo exercício da atividade rural (art. 28, § 1º, do RPS).

29. (Juiz Substituto do TRT 22ª Região 2006 – Orga-nizado pelo Próprio TRT) Assinale a alternativa em que todas as prestações enumeradas independem de período de carência para fim de concessão:

a) Auxílio-doença, salário maternidade e aposentado-ria com contagem de tempo especial por exercício de atividade insalubre ou perigosa;

b) Salário-família, salário-maternidade para segurada professora e pensão por morte;

c) Pensão por morte, auxílio-doença e aposentadoria por tempo de serviço a segurado especial;

d) Pensão por morte, auxílio-reclusão e auxílio-aci-dente;

e) Salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora eventual e empregada doméstica.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Após uma tentativa frustrada da MP 664/2014 de inserir carência de 24 recolhimentos mensais à pensão por morte e ao auxílio-reclusão, a Lei 13.135/2015 restabeleceu a antiga redação do artigo 26, I, da Lei 8.213/91, voltando a sempre dispensar a carên-cia para estes dois benefícios.

Alternativa correta: letra “d”: A pensão por morte, o auxílio-reclusão e o auxílio-acidente indepen-

dem da realização de carência para a sua concessão, nos termos do artigo 26, inciso I, da Lei 8.213/91.

Alternativa “a”: está errada. Nos termos do artigo 25 da Lei 8.213/91, o auxílio-doença depende de carên-cia de 12 contribuições mensais. Já o salário-materni-dade poderá ou não ter carência, a depender da segu-rada. Já a aposentadoria especial exige carência de 180 recolhimentos mensais.

Alternativa “b”: está errada. O salário-família e a pensão por morte não possuem carência. No entanto, o salário-maternidade poderá ter carência ou não, a depender da categoria de segurada. Se for uma profes-sora contribuinte individual será exigida carência de 10 recolhimentos mensais.

Alternativa “c”: está errada. O auxílio-doença, em regra, exigência carência de 12 contribuições mensais, nos termos do artigo 25 da Lei 8.213/91. Já a aposenta-doria por tempo de contribuição exige carência de 180 recolhimentos mensais.

Alternativa “e”: está errada. Não existe a figura jurídica de “segurado trabalhador eventual”, e sim tra-balhador avulso.

30. (Cesgranrio – Técnico Previdenciário – INSS/2005) Período de Carência é o número de contri-buições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício. O dia de início da contagem do período de carência é o(a):

a) primeiro dia do mês de filiação ao Regime Geral de Previ dência Social, para o segurado empregado doméstico.

b) primeiro dia do mês de filiação ao Regime Geral da Previdência Social, para todos os segurados, obriga-tóri os ou facultativos.

c) primeiro dia do mês em que se iniciou a execução de atividade remunerada, como segurado empre-gado, sen do presumida a contribuição.

d) data do efetivo recolhimento da primeira contribui-ção sem atraso, para o trabalhador avulso.

e) data do efetivo recolhimento da primeira contribui-ção sem atraso, para todos os segurados, obrigató-rios ou facultativos.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: O conceito de carência não pode ser confundido com o de tempo de contribuição. A carência é contada mês a mês, enquanto o tempo de contribuição é contado dia a dia. Se, por exemplo, a pessoa iniciou sua atividade, no dia 31/01/10, e foi despedido, no dia seguinte, 01/02/10, terá dois dias de contribuição e duas contribuições mensais para efeito de carência, não importando que tenha contribuído apenas um dia de cada mês.

Nota do autor 2: A LC 150, de 01/06/2015 alte-rou o artigo 27, da Lei 8.213/91, mudando a contagem de prazo de carência para o doméstico, o igualando à forma de contagem do prazo para os empregados e avulsos. Vejamos a nova redação:

Page 43: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 43

O período de carência é contado (art. 27, Lei 8.213/91):

I. para o segurado empregado, empregado domés-tico e trabalhador avulso, da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social; e

II. para o contribuinte individual, especial que opte por recolher como contribuinte individual e facul-tativo, da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso.

Desta forma, a partir da publicação da Lei Comple-mentar 150, de 01/06/2015, o trabalho do doméstico passou a contar para efeito de carência, mesmo que o empregador doméstico não efetue o recolhimento das contribuições devidas, ou seja, passou a ter o seu reco-lhimento presumido para fins de carência.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “c”. De acordo com o art. 27, da Lei 8.213/91, alterada pela LC 150/2015, o período de carência deve contar para o segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social.

Assim, a carência é contada a partir do mês de filiação do empregado ao RGPS, ao seja, a partir do mês que iniciou a sua atividade remunerada, indepen-dentemente do recolhimento. O período de carência é contado em número de meses, sendo irrelevante se o trabalhador trabalhou apenas um dia durante o mês ou se laborou durante todo o mês.

Alternativa “a” errada. A época de realização do concurso a alternativa “a” estaria errada, pois somente após a LC 150/2015 é que o empregado doméstico pas-sou a ter a sua contribuição presumida, tal como ocorre com o empregado (art. 27, I, da Lei 8.213/91)

Alternativa “b” errada. A presunção de recolhi-mento somente é aplicável para os empregados e avul-sos e, a partir da Lei 13.135/2015, para os empregados domésticos.

Alternativas “d” e “e” erradas. A presunção de recolhimento somente é aplicável para os empregados e avulsos e, a partir da Lei 13.135/2015, para os emprega-dos domésticos.

31. (Cesgranrio – Técnico Previdenciário – INSS/2005) 12 (doze) contribuições mensais, 180 (cento e oitenta) con tribuições mensais e nenhuma contribuição são os períodos de carência, respectivamente, dos seguintes benefícios previdenciários:

a) auxílio-doença, aposentadoria por idade e pensão por morte.

b) auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e pen-são por morte.

c) auxílio-acidente, pensão por morte e serviço social.

d) auxílio-acidente, aposentadoria por idade e pensão por morte.

e) aposentadoria por invalidez, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria por idade.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A necessidade do cumprimento de carência para o benefício de pensão por morte e, reflexamente, do auxílio-reclusão foi inserido pela Medida Provisória 664, de 30/12/2014, prevendo um prazo de 24 meses. Ocorre que, no processo de conver-são da MP na Lei 13.135/2015, foi excluída a necessidade de cumprimento de carência para a concessão destes benefícios.

Ao invés da carência, o legislador preferiu instituir um prazo escalonado para o pagamento do benefício de pensão por morte para os cônjuges ou companhei-ros, dependendo, no entanto, para a aplicação dos refe-ridos prazos, que o segurado já contasse com 18 contri-buições para a previdência social.

A Lei 13.135, de 17/06/2015 garantiu um benefício de apenas 4 meses para os cônjuges ou companhei-ros(as) dos segurados que não cumprirem 18 contribui-ções mensais. Já para os demais dependentes (filhos ou equiparados, pais e irmãos), o número de contribuições vertidas pelo segurado não influencia o prazo de dura-ção da pensão por morte. Assim, caso um filho de um ano de idade perca o pai que contribuía há apenas 6 meses para o INSS, este terá direito à pensão por morte até completar 21 anos de idade.

Antes deste ato normativo, não havia prazo de duração para gozar o benefício de pensão por morte. Assim, bastava apenas uma contribuição do segurado para ensejar o direito ao seu cônjuge ou companheiro(a) de usufruir deste benefício, vitaliciamente. No processo de conversão da MP, a Lei 13.135/2015 passou a exigir 18 contribuições mensais para que o prazo à pensão por morte destes dependentes fosse escalonada (art. 77, § 2°, V, c, da Lei 8.213/91).

Atualmente, então, é necessário que o segurado já tenha efetuado 18 contribuições mensais para garantir o direito de seu cônjuge ou companheiro(a) gozar da pensão por morte, por prazo superior a 4 meses.

Se o segurado falecer sem ter cumprido as 18 contribuições mensais, deixará o benefício de pensão por morte para seu cônjuge ou companheiro(a) pelo período de apenas 4 meses. No entanto, se o óbito for decorrente de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, mesmo que o segu-rado não tenha cumprido as 18 contribuições necessá-rias, deixará a pensão por morte por período variável, a depender da idade do cônjuge sobrevivente.

A tabela de escalonamento do prazo de duração da pensão por morte do cônjuge, companheiro ou compa-nheira está previsto no art. 77, V, c, da Lei 8.213/91, con-forme segue:

Idade do companheiro ou companheira

Duração do benefício

Menores que 21 anos 3 anos

A partir de 21 anos até 26 anos 6 anos

A partir de 27 anos até 29 anos 10 anos

Page 44: Questões Comentadas INSS 2015

44 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

Idade do companheiro ou companheira

Duração do benefício

A partir de 30 anos até 40 anos 15 anos

A partir de 41 anos até 43 anos 20 anos

A partir de 44 anos Vitalícia

No caso de cônjuge ou companheiro(a) inválido ou com deficiência, a pensão por morte será concedida até a duração desta condição. Se a cessação da invalidez ou da deficiência se der antes dos prazos de duração defi-nidos para o dependente capaz, o deficiente gozará do benefício por este prazo mínimo.

Alternativa correta: letra “a”. De acordo com o artigo 29, do RPS, a concessão das prestações pecuni-árias do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:

“I – doze contribuições mensais, nos casos de auxílio-doença e aposentadoria por inva-lidez;

II – cento e oitenta contribuições men-sais, nos casos de aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial.

III – dez contribuições mensais, no caso de salário-maternidade, para as seguradas con-tribuinte individual, especial e facultativa, res-peitado o disposto no § 2º do art. 93 e no inciso II do art. 101.”

Já o art. 30, do RPS dispõe que independe de carência a concessão das seguintes prestações:

“I – pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente de qualquer natureza;”

Alternativa “b”, errada. A carência para aposenta-doria por invalidez é de 12 contribuições mensais, nos termos do art. 29, I, do RPS.

Alternativa “c”, errada. Os três benefícios arrola-dos nesta alternativa não exigem carência, nos termos do art. 30, do RPS.

Alternativa “d”, errada. Para gozo do auxílio-aci-dente e da pensão por morte não é exigida carência (art. 30, RPS) e para o gozo da aposentadoria por idade são exigidas 180 contribuições mensais (art. 29, II, do RPS).

Alternativa “e”, errada. As aposentadorias por tempo de contribuição e por idade exigem carência de 180 contribuições mensais, nos termos do art. 29, II, do RPS.

32. (Cespe – Defensor Público – DPU/ 2001) Tirso foi inscrito no regime geral de previdência social em 30/7/2001, por ocasião da celebração do seu primeiro contrato de trabalho, tendo sido providenciada, igual-mente, a inscrição de sua esposa na qualidade de dependente. No dia nove do mês subseqüente, con-tudo, Tirso veio a óbito, vítima de homicídio praticado

por um desafeto. Nessa situação, a dependente do segurado falecido não terá direito ao benefício de pen-são por morte, em virtude de não haver transcorrido o prazo de carência definido em lei. A dependente faria jus ao benefício, contudo, se o óbito do segurado decor-resse de acidente de trabalho.

|COMENTÁRIOS|.

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Nota do autor: Observem que, sendo Tirso segu-rado obrigatório do RGPS, na qualidade de empregado, operou-se sua filiação ao RGPS com o exercício de ati-vidade remunerada, ainda que não houvesse ocorrido sua inscrição, isso porque a inscrição é o ato formal que identifica o segurado na Previdência Social, represen-tando o mero cadastro no INSS. Já a filiação ao regime previdenciário é que representa o marco da relação jurí-dica entre os segurados e a Previdência Social.

Convém pontuar, também, que, conforme deter-mina o art. 22, do Dec. 3048/99, com redação dada pelo Decreto nº 4.079/02, a inscrição do dependente é efetu-ada apenas no momento do requerimento do benefício a que tiver direito.

Questão errada. Independentemente do óbito de Tirso ser decorrente de acidente de trabalho, sua com-panheira fará jus ao recebimento da pensão por morte, uma vez que independe de carência a concessão do citado benefício, conforme determina o art. 26, I, da Lei 8.213/91.

�DICAS (RESUMO)Já para o empregado doméstico inexistia esta

presunção, que lhe foi estendida com o advento da LC 150/2015.

O período de carência será computado:

I. para o segurado empregado, o empregado doméstico, o trabalhador avulso e o contri-buinte individual que presta serviços a pessoa jurídica (este a partir da competência 04/2003), da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, ou seja, a partir do exercício de atividade laborativa remunerada;

II. para o segurado, o contribuinte individual que não presta serviços à pessoa jurídica, o facul-tativo e o segurado especial que contribui da mesma forma que o contribuinte individual, da data do efetivo recolhimento da primeira contribui-ção sem atraso, não sendo consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso referen-tes a competências anteriores;

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Direito PreviDenciário 45

III. para o segurado especial, a partir do efetivo exer-cício da atividade rural ou pesqueira artesanal para fins de subsistência sem o auxílio de empregados permanentes.

Depende de carência a concessão dos seguintes benefícios previdenciários:

I. 10 contribuições mensais – salário-maternidade, para as seguradas contribuinte individual, especial e facultativa;

II. 12 contribuições mensais – auxílio-doença e apo-sentadoria por invalidez (em regra);

III. 180 contribuições mensais – aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial.

A Medida Provisória 664/2014 chegou a inserir, como regra geral, carência de 24 recolhimentos mensais para a pensão por morte e o auxílio-reclusão, mas a lei de conversão (13.135/2015) restaurou a redação anterior, dispensando a carência para os benefícios dos depen-dentes.

Independe de carência a concessão das seguintes prestações:

I. pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente;

II. salário-maternidade, para as seguradas empre-gada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa;

III. auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, doença profissional ou do trabalho, bem como nas hipóteses de doenças ou afecções graves espe-cificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado;

IV. serviço social e reabilitação profissional;

ÔMANUTENÇÃO E PERDA DA QUALI-DADE DE SEGURADO

01. (FCC – 2014 – TRT – 2ª REGIÃO SP – Analista Judi-ciário – Oficial de Justiça Avaliador) Mantém a qua-lidade de segurado, independentemente de contribui-ções,

a) sem limite de prazo, quem está em gozo de benefí-cio.

b) por no máximo 36 meses, quem está em gozo de benefício por incapacidade de prestação continu-ada.

c) até 48 meses após a cessação das contribuições, o segurado obrigatório.

d) até 18 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.

e) até 3 meses após o livramento, o segurado retido ou recluso.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: É certo que a previdência social brasileira é contributiva, exigindo o pagamento das con-tribuições previdenciárias para a ocorrência e manuten-ção da filiação. Contudo, em observância ao Princípio da Solidariedade, pedra fundamental do nosso regime pre-videnciário, não seria justo que após a cessação das con-tribuições a pessoa perdesse imediatamente a condição de segurada, deixando de estar coberta pelo seguro social, justamente no momento em que enfrenta gran-des dificuldades, em especial por não mais desenvolver atividade laborativa remunerada. Por isso, o artigo 15, da Lei 8.213/91, prevê lapsos temporais em que a pessoa mantém a qualidade de segurada, mesmo sem verter contribuições ao fundo previdenciário, sendo esse perí-odo intitulado doutrinariamente de período de graça.

Alternativa correta: letra A. Nos termos do artigo 15, I, da Lei 8.213/91, mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício. Trata-se do único “prazo aberto” do período de graça.

Letra “b”, falsa. O segurado em gozo de benefício previdenciário manterá a sua qualidade sem limite de prazo.

Letra “c”, falsa. O período de graça básico do segu-rado obrigatório é de 12 meses, nos termos do artigo 15, II, da Lei 8.213/91. Poderá chegar a 36 meses, desde que o segurado já tenha pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado, bem como para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego.

Letra “d”, falsa. O período de graça do segurado facultativo é de apenas 6 meses.

Letra “e”, falsa. O período de graça do preso é de 12 meses após o livramento.

02. (FCC – Defensor Público – AM/2013) Conforme previsão contida no Plano de Benefícios da Previdência Social – Lei nº 8.213/91 – mantém a qualidade de segu-rado, independente de contribuições,

a) quem está no gozo de benefício, limitado ao prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses.

b) até 6 (seis) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar o ser-viço militar.

c) até 24 (vinte e quatro) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso.

Page 46: Questões Comentadas INSS 2015

46 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

d) até 6 (seis) meses após a cessação das contribui-ções, o segurado facultativo.

e) até 18 (dezoito) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: o período em que o segurado pode deixar de recolher contribuições sem perder os seus direitos é chamado “período de graça”, que obje-tiva dar, por algum tempo, proteção ao trabalhador filiado ao sistema. O empregado, por exemplo, surpre-endido por situação de desemprego involuntário, man-terá o vinculo com a Previdência Social durante algum tempo, podendo, neste período, ser contemplado com benefícios previdenciários.

Alternativa correta: letra “d”: a assertiva repro-duz o conteúdo do art. 15, IV, da Lei 8213/91.

Alternativa “a”: está errada. Sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício (art. 15, I, da Lei 8213/91).

Alternativa “b”: está errada. Até 3 meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Arma-das para prestar serviço militar (art. 15, V, da Lei 8213/91).

Alternativa “c”: está errada. Até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou recluso (art. 15, IV, da Lei 8213/91).

Alternativa “e”: está errada. Até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória (art. 15, III, da Lei 8213/91).

03. (FUNRIO – Analista do Seguro Social – INSS/2013) Com relação ao segurado que sofre acidente de traba-lho, qual o prazo mínimo de manutenção do contrato de trabalho, após a cessação do auxílio-doença aciden-tário, independentemente de percepção de auxílio-aci-dente?

a) 18 meses.

b) 24 meses.

c) A Lei determina que este prazo seja fixado em Con-venção Coletiva.

d) 12 meses.

e) Não existe prazo mínimo fixado em Lei.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “d”. De acordo com o artigo 118, da Lei 8.213/91, “o segurado que sofreu aci-dente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença aciden-tário, independentemente de percepção de auxílio-aci-dente”.

Alternativas “a”, “b”, “c” e “e”, erradas. O prazo determinado é de 12 meses.

04. (FUNRIO – Analista do Seguro Social – INSS/2013) Com relação à manutenção da qualidade de segurado, independentemente de contribuições, está correta a seguinte condição:

a) até 12 (doze) meses após a cessação das contribui-ções, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;

b) até 18 (dezoito) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;

c) até 24 (vinte e quatro) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;

d) até 6 (seis) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;

e) até 9 (nove) meses após a cessação das contribui-ções, o segurado facultativo.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “a”. A alternativa trans-creve a situação de manutenção da qualidade de segu-rado prevista no art. 15, II, da Lei 8.213/91.

Alternativa “b”, errada. O segurado acometido de doença de segregação compulsória mantém a quali-dade de segurado por apenas 12 meses após a cessação da segregação, nos termos do art. 15, III, da Lei 8.213/91.

Alternativa “c”, errada. O segurado retido ou recluso mantém a qualidade por 12 meses após o livra-mento, conforme previsto no art. 15, IV, da Lei 8.213/91.

Alternativa “d”, errada. O segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar mantém por apenas 3 meses a qualidade de segurado, após o licenciamento (art. 12, V, da Lei 8.213/91).

Alternativa “e”, errada. O segurado facultativo mantém a qualidade por 6 meses após a interrupção das suas contribuições, conforme art. 12, VI, da Lei 8.213/91.

05. (TRF 3 – Juiz Federal Substituto 3ª região/2013) Dentre as proposições que se seguem, assinale a cor-reta, levando-se em consideração os dispositivos perti-nentes da Lei de Benefícios do Regime Geral de Previ-dência Social – RGPS em sua redação atual, bem como a jurisprudência dominante do E. Superior Tribunal Justiça:

I. Durante o denominado período de graça a quali-dade de segurado resta mantida, independente-mente do recolhimento de contribuições, mas no referido período não se justifica a concessão do benefício de salário-maternidade à trabalhadora

Page 47: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 47

urbana que à época do parto, adoção ou guarda para fins de adoção, encontrava-se desempregada.

II. Mantém a qualidade de segurado, sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, bem como o segurado que deixou de trabalhar por problemas de saúde, ainda que não tenha requerido o benefí-cio correspondente durante o período de graça.

III. A perda da qualidade de segurado ocorre no dia seguinte ao do término do período de graça, mas as contribuições efetuadas podem ser aproveita-das para efeito de carência a partir da nova filiação depois que o segurado contar, no mínimo, com um terço do número de contribuições exigidas para o benefício pretendido.

IV. A jurisprudência majoritária é no sentido de que o registro do desemprego no Ministério do Trabalho não é o único meio de prova da condição de desem-pregado do segurado, para fins do acréscimo de doze meses ao período de graça, nos casos previs-tos na legislação previdenciária.

V. A perda da qualidade de segurado é irrelevante para a concessão do benefício de aposentadoria urbana por idade, desde que tenha sido cumprida anteriormente a carência legalmente exigida para o ano em que foi atingida a idade mínima para o alu-dido benefício.

a) os enunciados I, III, IV e V estão corretos;

b) os enunciados I, II, III e V estão corretos;

c) os enunciados II, IV e V estão corretos;

d) os enunciados I, II e III estão corretos;

e) os enunciados II, III e IV estão corretos.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: questão anulada pela banca, pois o item II é controverso, não podendo ser considerado correto ou incorreto. Nenhuma das opções da questão está correta. De acordo com a análise das assertivas, concluímos que estão corretos os itens IV e V, incorretos os itens I e III, e controverso o item II.

Assertiva I: errada. Durante o período de graça, a segurada desempregada fará jus ao recebimento do salário-maternidade nos casos de demissão antes da gravidez, ou, durante a gestação, nas hipóteses de dis-pensa por justa causa ou a pedido, situações em que o benefício será pago diretamente pela previdência social (art. 97, parágrafo único, do Dec. 3048/99).

Assertiva II: controversa. Reza o art. 15, I, da Lei 8213/91, que mantém a qualidade de segurado, sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício. Observem que a lei só assegura a manutenção da quali-dade de segurado àquele que se encontra recebendo benefício previdenciário, enquanto durar essa situação. A primeira parte da assertiva está correta. Observem,

porém, que não se pode afirmar que faz jus à mesma manutenção o segurado que deixou de trabalhar por problemas de saúde (tendo ou não requerido o bene-fício correspondente), uma vez que este segurado pode não ter direito à concessão do benefício (por ausência de cumprimento da carência, por exemplo). Assim, for-çoso afirmar que a assertiva foi mal redigida, não sendo possível considerar como correta ou incorreta.

Assertiva III: errada. Ocorrendo a perda da quali-dade de segurado, as contribuições anteriores podem ser aproveitadas para efeito de carência a partir da nova filiação depois que o segurado contar, no mínimo, com um terço do número de contribuições exigidas para o benefício pretendido (art. 24, parágrafo único, da Lei 8213/91). Entretanto, o reconhecimento da perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte indi-vidual relativa ao mês imediatamente posterior ao término dos prazos fixados (art. 14, do Dec. 3048/99), e não no dia seguinte ao do término do período de graça, como afirma erroneamente a assertiva.

Assertiva IV: correta. Seguindo a linha da jurispru-dência dos tribunais superiores, o próprio INSS reconhe-ceu que a condição de desemprego pode ser compro-vada, dentre outras formas:

I. mediante declaração expedida pelas Superinten-dências Regionais do Trabalho e Emprego ou outro órgão do MTE;

II. comprovação do recebimento do seguro-desem-prego; ou

III. inscrição cadastral no Sistema Nacional de Emprego – SINE, órgão responsável pela política de emprego nos Estados da federação.

Assertiva V: correta. Segundo determina o art. 102, § 1º, da Lei 8213/91, a perda da qualidade de segu-rado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os requisi-tos, segundo a legislação em vigor à época em que estes requisitos foram atendidos.

Alternativa correta: não há. Nenhuma das opções pode ser considerada correta. De acordo com a análise das assertivas, concluímos que estão corretos os itens IV e V, incorretos os itens I e III, e controverso o item II.

06. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS/2012) Maria trabalhou de 02 de janeiro de 1990 até 02 de feve-reiro de 2005 como empregada de uma empresa, desli-gando-se do emprego para montar um salão de beleza. Apesar de ter passado à categoria de contribuinte indivi dual, deixou de recolher contribuições para a Pre-vidência Social durante dois anos, até fevereiro de 2007. Nessa si tuação, o período de graça de Maria é de

a) 12 (doze) meses.

b) 24 (vinte e quatro) meses.

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48 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

c) 36 (trinta e seis) meses.

d) 48 (quarenta e oito) meses.

e) 60 (sessenta) meses.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “b”. De acordo com o art. 15, II, da Lei 8.213/91, mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, até 12 meses após a cessação das contribuições, o segu-rado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social. O § 1° deste mesmo artigo dispõe que este prazo pode ser prorrogado para até 24 meses, se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. Na situação relatada na questão, Maria já possuía mais de 120 contribuições mensais, razão pela qual o seu período de graça é de 24 meses, estando a alternativa B correta.

Alternativas “a”, “c” “d” e “e”, erradas. Apresen-tam prazos de manutenção da qualidade de segurado divergentes do que acabamos de explicar.

07. (Cespe – Juiz Federal Substituto 3ª região/ 2011) Acerca de segurados, benefícios e serviços do RGPS, assinale a opção correta.

a) O salário-família é devido ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do número de filhos e inde-pendentemente da renda do segurado.

b) Suponha que José, segurado facultativo, tenha recolhido sua última contribuição previdenciária em janeiro de 2011 e falecido em 17/9/2011. Nesse caso, José perdera a qualidade de segurado antes da data do óbito.

c) A renda mensal inicial do auxílio-doença é de 91% do salário de benefício, que corresponde à média aritmética simples dos maiores salários de contri-buição relativos a 80% de todo o período contribu-tivo, multiplicada pelo fator previdenciário.

d) O serviço social, que compreende a orientação aos segurados e dependentes sobre seus direitos e deveres perante a previdência social, é prestado de forma gratuita e sem prioridade a qualquer benefi-ciário.

e) Todas as empresas estão obrigadas a preencher um percentual de seus cargos com trabalhadores reabi-litados e só podem dispensar um trabalhador reabi-litado após a contratação de substituto de condição semelhante.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: O salário-família foi estendido ao empregado doméstico por força da LC 150/2015,

cabendo ao seu empregador pagá-lo para ser posterior-mente reembolsado pela Previdência Social.

Alternativa correta: letra “b”: o segurado facul-tativo mantém a qualidade de segurado por 6 meses após a cessação das contribuições, ou seja, até o mês de julho de 2011 (art. 15, VI, da Lei 8213/91). Registre-se que o reconhecimento da perda da qualidade de segurado, neste caso, só ocorre no dia seguinte ao vencimento da contribuição referente ao mês de agosto de 2011, ou seja, no dia 16/09/2011. Como o segurado faleceu no dia 17/09/2011 já havia sido reconhecida a perda da sua qualidade de segurado.

Alternativa “a”: está errada. O salário-família, assim como o auxílio-reclusão, só é pago aos depen-dentes do segurado de baixa renda (art. 5º, IV, do Decreto 3048/99).

Alternativa “c”: está errada. O fator previden-ciário incide apenas sobre o cálculo dos benefícios de aposentadoria por idade (facultativo) e aposentadoria por tempo de contribuição (art. 29, I, da Lei 8213/91). Por força da LC 142/2013, o fator incidirá facultativamente na aposentadoria do deficiente.

Alternativa “d”: está errada. Conforme determina o art. 88, § 1º, da Lei 8213/91, será dada prioridade aos segurados em benefício por incapacidade temporária e atenção especial aos aposentados e pensionistas.

Alternativa “e”: está errada. Apenas as empresa com 100 ou mais empregados estão obrigadas a pre-encher de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habi-litadas (art. 93 da Lei 8213/91).

08. (Cespe – Juiz Federal Substituto 2ª região/ 2011) Em relação ao denominado período de graça e à com-provação de tempo de serviço/contribuição no âmbito do RGPS, assinale a opção correta.

a) Mantém a qualidade de segurado, independen-temente de contribuições, até doze meses após o licenciamento, o indivíduo incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar.

b) Para fins de reconhecimento de tempo de serviço, a sentença trabalhista será admitida como início de prova material quando corroborada pelo conjunto fático-probatório dos autos, ainda que o INSS não tenha integrado a lide.

c) Para fazer jus às vantagens garantidas em lei pelo período de graça, o segurado deve comprovar sua situação de desemprego por meio de registro em órgão do Ministério do Trabalho e Emprego.

d) É incabível ação declaratória para o mero reconhe-cimento de tempo de serviço para fins previdenciá-rios.

e) A comprovação do tempo de serviço mediante jus-tificação administrativa só produz efeito quando

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Direito PreviDenciário 49

embasada em início de prova material; não se admite prova exclusivamente testemunhal, mesmo na hipótese de força maior ou caso fortuito.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “b”: a jurisprudência dos tribunais é pacífica no sentido de que a sentença trabalhista pode ser considerada como início de prova material, “mostrando-se hábil para a determinação do tempo de serviço previsto no art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/1991, desde que fundada em elementos que evi-denciem o exercício da atividade laborativa na função e períodos alegados na ação previdenciária, ainda que o INSS não tenha integrado a respectiva lide” (AgRg-Ag 1301411/GO, Rel. Des. Adilson Vieira Macabu – Convo-cado do TJRJ, DJe 12.05.2011).

Alternativa “a”: está errada. Reza o art. 15, V, da Lei 8213/91, que o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar mantém a quali-dade de segurado, independentemente de contribui-ções, por até 03 meses após o licenciamento, e não por 12 meses como afirmou a alternativa.

Alternativa “c”: está errada. O segurado que dei-xou de exercer atividade remunerada pode usufruir dos benefícios previdenciários por um período de 12 meses, é o chamado “período de graça”. Para o segurado que já tiver efetuado mais de 120 recolhimentos mensais (10 anos), sem interrupções que acarretem perda da quali-dade de segurado, o prazo deste item será prorrogado para até 24 meses. Se a interrupção das atividades ocor-reu em decorrência de situação de desemprego, o prazo será acrescido de mais 12 meses.

De acordo com a Súmula 27, da TNU, “a ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito”, tendo o STJ o mesmo posi-cionamento.

Alternativa “d”: está errada. Determina a Súmula 242 do STJ que cabe ação declaratória para reconheci-mento de tempo de serviço para fins previdenciários.

Alternativa “e”: está errada. Na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, o art. 63 do Decreto 3048/99 admite a utilização de prova exclusi-vamente testemunhal para efeito de comprovação de tempo de serviço ou de contribuição.

Caracteriza, por exemplo, motivo de força maior ou caso fortuito a verificação de ocorrência notória, tais como incêndio, inundação ou desmoronamento, que tenha atingido a empresa na qual o segurado ale-gue ter trabalhado, devendo ser comprovada mediante registro da ocorrência policial feito em época própria ou apresentação de documentos contemporâneos aos fatos, e, desde que verificada a correlação entre a ativi-dade da empresa e a profissão do segurado.

09. (Analista do TRF 4ª Região 2010 – Fundação Car-los Chagas) Independentemente de contribuições, mantém a qualidade de segurado:

a) quem está em gozo de benefício, sem limite de prazo.

b) até doze meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.

c) até três meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.

d) até seis meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar.

e) até doze meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “a”: Para o segurado em gozo de benefício será conservada a qualidade de segurado sem limite de prazo, nos termos do artigo 15 da Lei 8.213/91.

Alternativa “a”: está errada. O correto são 06 meses.

Alternativa “b”: está errada. O correto são 16 meses.

Alternativa “d”: está errada. O correto são 03 meses.

Alternativa “e”: está errada. O correto são 03 meses.

10. (TRF 4 – Juiz Federal Substituto 4ª região/ 2010) João trabalhou como empregado de Armarinhos Silva Ltda., vinculado ao Regime Geral de Previdência Social, por nove anos ininterruptos até 15 de janeiro de 2006 e depois ficou desempregado, passando a receber regularmente o seguro-desemprego pelo prazo legal. Cessado o pagamento do seguro-desemprego, ele não conseguiu imediatamente recolocação no mercado de trabalho nem sequer providenciou o recolhimento de contribuições como facultativo. Em 20 de fevereiro de 2008, João conseguiu emprego novamente junto a Açougue Sabor da Carne Ltda. e trabalhou até 10 de maio de 2008, quando, em razão de problema de saúde, ficou incapacitado para o trabalho e requereu auxílio--doença ao INSS. Analise a situação acima à luz da legis-lação de regência e assinale a alternativa correta.

a) Quando João voltou a trabalhar, em 20 de fevereiro de 2008, ele não detinha mais a condição de segu-rado, mas, ainda assim, quando ficou doente, tinha direito ao auxílio-doença.

b) Mesmo que João houvesse perdido a condição de segurado após deixar o emprego junto à empresa Armarinhos Silva Ltda., o que não ocorreu, teria ele direito à concessão de auxílio-doença em maio de 2008, pois cumprida a carência exigida.

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c) João ainda detinha a condição de segurado em 20 de fevereiro de 2008, quando voltou a trabalhar, mas não tinha direito à concessão de auxílio-do-ença quando ficou doente, pois não preenchia a carência exigida pela Lei 8.213/91.

d) João somente faria jus à concessão do auxílio-do-ença requerido no caso de ter sofrido acidente de qualquer natureza ou causa ou de ter sido acome-tido de doença profissional ou do trabalho ou de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, defici-ência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particulari-zado.

e) Quando João voltou a trabalhar, em 20 de fevereiro de 2008, ele ainda detinha a condição de segurado, isso em razão do número de contribuições que recolheu até 15 de janeiro de 2006 sem interrupção que acarretasse a perda dessa condição, o que via-bilizava a concessão de auxílio-doença, pois cum-prida a carência exigida.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: para facilitar a compreensão do candidato, pormenorizaremos o caso apresentado, antes da análise individual das alternativas.

O enunciado diz que João trabalhou como empre-gado por 09 anos ininterruptos, até 15.01.2006, quando ficou desempregado. O fato de João ter recebido o seguro desemprego é uma informação importante para fins de extensão do período de carência, atentem!

João teve mais um vínculo de 20.02.2008 até 10.05.2008, quando ficou incapacitado para o trabalho e requereu o auxílio-doença.

Bem, da análise do enunciado, chegamos às seguin-tes conclusões:

Quando João ficou desempregado em janeiro de 2006, como mantém a qualidade de segurado, inde-pendente de contribuições, até 12 meses o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pelo RGPS (art. 15, II, da Lei 8.213/91), então ele vai per-manecer em gozo da proteção previdenciária até a com-petência de janeiro de 2007.

Como João não possuía mais de 120 recolhimentos mensais, ele não teve direito à prorrogação por mais 12 meses do prazo do período de carência. Entretanto, como permaneceu desempregado, tendo, inclusive, recebido o seguro desemprego, fato que serve de prova da situação de desemprego, seu período de graça será estendido por mais 12 meses. Assim, João manterá a qualidade de segurado até a competência de janeiro de 2008.

Como a contribuição do mês de fevereiro poderia ser recolhida até 15.03.2008, então João somente teria a perda da sua qualidade de segurado reconhecida no dia 16.03.2008. Observem que se o dia 15/03/2008 não for um dia útil, o reconhecimento da perda da qua-lidade de segurado somente se dará no dia seguinte ao 1º dia útil após o dia 15, que será o prazo do venci-mento da contribuição. Isso porque a lei 8213/91 deter-mina que o reconhecimento da perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente posterior ao término dos prazos estipu-lados.

Avançando no estudo do caso, João voltou a traba-lhar em 20.02.2008, antes do reconhecimento da perda da qualidade de segurado.

Cumpre ressaltar que, mesmo que a perda da qua-lidade de segurado tivesse ocorrido – o que não foi o caso, o fato de João ter trabalhado de 20.02.2008 até 10.05.2008 seria suficiente para que ele cumprisse a carência necessária à concessão do benefício. Isso por-que determina o art. 24, § único, da Lei 8.213/91, que “havendo perda da qualidade de segurado, as contribui-ções anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o bene-fício a ser requerido”. Como a carência para a concessão do auxílio-doença é de 12 contribuições mensais (art. 29, I, da Lei 8.213/91), então João cumpriria a carência necessária à concessão do benefício pretendido.

Agora passemos à análise individual das alternati-vas.

Alternativa correta: letra “b”: como visto acima, mesmo que João houvesse perdido a condição de segu-rado após deixar o emprego junto à empresa Armari-nhos Silva Ltda., o que não ocorreu, teria ele direito à concessão de auxílio-doença em maio de 2008, pois cumprida a carência de 1/3 do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício.

Alternativa “a”: está errada. João não perdeu a qualidade de segurado em momento algum.

Alternativa “c”: está errada. João tinha direito à concessão de auxílio-doença quando ficou doente, pois não havia perdido sua qualidade de segurado e já tinha, há muito, cumprido a carência exigida pela Lei 8.213/91, que é de 12 contribuições.

Alternativa “d”: está errada. Como visto, João fazia jus à concessão do auxílio-doença, independente de ter sido a sua incapacidade fruto de acidente do tra-balho ou não, pois já tinha, há muito, cumprido a carên-cia exigida pela Lei 8.213/91, que é de 12 contribuições.

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Direito PreviDenciário 51

Alternativa “e”: está errada. Quando João voltou a trabalhar, em 20 de fevereiro de 2008, ainda não havia sido reconhecida a perda da sua qualidade de segu-rado, isso em razão da sua situação de desemprego, o que gerou a extensão do período de graça por mais 12 meses.

11. (Analista do Seguro Social – Assistente Social 2009 – FUNRIO) Com relação à manutenção da quali-dade de segurado, independentemente de contribui-ções, na forma da Lei nº 8213/91, é correto afirmar:

a) mantém-se a condição de segurado até 6 (seis) meses após o licenciamento, o segurado incorpo-rado às Forças Armadas para prestar serviço militar.

b) mantém-se a condição de segurado até 10 (dez) meses após cessar a segregação, o segurado aco-metido de doença de segregação compulsória.

c) mantém-se a condição de segurado até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segu-rado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver sus-penso ou licenciado sem remuneração.

d) mantém-se a condição de segurado até 24 (vinte e quatro) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso.

e) mantém-se a condição de segurado até 3 (três) meses após a cessação das contribuições, o segu-rado facultativo.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “c”: Para o segurado obrigatório que deixar de exercer atividade remune-rada, o artigo 15 da Lei 8.213/91 prevê um período de graça básico de 12 meses.

Alternativa “a”: está errada. O correto são 03 meses.

Alternativa “b”: está errada. O correto são 12 meses.

Alternativa “d”: está errada. O correto são 12 meses.

Alternativa “e”: está errada. O correto são 06 meses.

12. (Auditor-Fiscal da Receita Federal Área da Tec-nologia da Informação 2005/2006 – ESAF) No Regime Geral da Previdência Social, é incorreto afirmar que, nas situações abaixo elencadas, mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

a) Até 6 (seis) meses após o livramento, o segurado detido ou recluso.

b) Até 12 (doze) meses após a cessação das contribui-ções, o segurado que deixar de exercer atividade

remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.

c) Até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória.

d) Até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar ser-viço.

e) Sem limite de prazo, quem está em gozo de benefí-cio.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa incorreta: letra “a”: Os lapsos tempo-rais em que o segurado deixa de recolher contribuição previdenciária, mas conserva a sua qualidade estão previstos no artigo 15 da Lei 8.213/91, sendo que para o segurado recluso será de 12 meses, e não de 06 meses.

Alternativa “b”: está correta. O período de graça básico do segurado obrigatório será de 12 meses.

Alternativa “c”: correta. O período de graça do segurado acometido de doença de segregação compul-sória será de 12 meses.

Alternativa “d”: correta. O período de graça do segurado incorporado às Forças Armadas será de ape-nas 03 meses.

Alternativa “e”: correta. Quem está em gozo de benefício previdenciário conservará a qualidade de segurado enquanto estiver com o benefício ativo.

13. (Médico-Perito da Previdência Social 2006 – Car-los Chagas) A respeito da manutenção e perda da qua-lidade de segurado é correto afirmar que

a) a perda da qualidade de segurado acarreta o reiní-cio da contagem do prazo de carência para a obten-ção de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e aposentadoria especial.

b) o segurado que estiver recebendo benefício por incapacidade mantém essa qualidade durante seis meses após a cessação do benefício, independen-temente do retorno à atividade remunerada.

c) a perda da qualidade de segurado não será consi-derada para a concessão de auxílio-doença, apo-sentadoria especial e aposentadoria por tempo de contribuição.

d) é irrelevante para a concessão da aposentadoria por idade, desde que o segurado comprove a carên-cia exigida para a obtenção do benefício.

e) o segurado facultativo tem um período de graça de seis meses, prazo que poderá ser prorrogado por doze meses se comprovada a situação de desempregado perante o Ministério do Trabalho e Emprego.

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|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “d”: O artigo 3º, da Lei 10.666/2003, estribado na jurisprudência do STJ, dis-pensou a manutenção da qualidade de segurado para a concessão da aposentadoria por idade, tempo de con-tribuição e especial.

Alternativa “a”: está errada. Em verdade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribui-ção e especial (art. 13, § 5º, do RPS).

Alternativa “b”: está errada. O período de graça é de 12 meses após a cessação de benefício por incapaci-dade (art. 13, II, do RPS).

Alternativa “c”: está errada. A letra “c” está errada ao incluir o auxílio-doença, visto que, como acabamos de comentar, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial (art. 13, § 5º, do RPS).

Alternativa “e”: está errada. A opção “e“ está errada, uma vez que não há previsão legal para a prorro-gação do período de graça do segurado facultativo (art. 13, VI, do RPS, c/c art. 13, § 2º, do RPS).

14. (Juiz Substituto do TRT 5ª Região 2006 – Orga-nizado pela CESPE) Considerando-se que a perda da qualidade de beneficiário implica o não recebimento das prestações de direito, assinale a opção incorreta, com base na legislação previdenciária.

a) Considere que Raul está em gozo de auxílio-do-ença. Nesse caso, enquanto essa situação perdurar, sua condição como segurado da previdência social será mantida.

b) Considere a seguinte situação hipotética. Gerson, empregado de uma grande empresa de energia, foi processado, julgado por prática de infração crimi-nal e condenado a cumprir 6 anos de reclusão. Após sujeitar-se a mais de 36 meses da pena, obteve livra-mento condicional. Nessa situação, sua qualidade de beneficiário será mantida durante os 12 meses seguintes ao livramento.

c) Considere que Gilmar, síndico de um condomínio residencial, sem remuneração, tenha promovido sua inscrição na previdência social. Nessa situação, caso venha a deixar de contribuir por 6 meses con-secutivos, perderá a qualidade de segurado da pre-vidência.

d) Considere a seguinte situação hipotética. Claude-mir, durante doze anos e meio, contribuiu para a previdência social, contudo, amargou desemprego por 48 meses. Nessa situação, se Claudemir voltar a trabalhar como empregado, para fazer jus à aposen-tadoria por idade, caso preencha os demais requisi-tos, deverá contribuir durante mais 30 meses.

e) Considere a seguinte situação hipotética. Maria divorciou-se de Arnaldo, passando a receber ali-mentos. Posteriormente, Arnaldo, que se encon-trava em união estável com Miriam, sem ter filhos de ambos os relacionamentos, faleceu. Nessa situ-ação, tanto Maria quanto Miriam têm direito à pen-são por morte.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa incorreta (gabarito oficial): letra “d”: A alternativa “d” foi considerada falsa pela banca exami-nadora, contudo não há qualquer erro na proposição. Vamos analisar o que diz a legislação acerca da carência e da perda da qualidade de segurado para a aposenta-doria por idade. Vejamos:

Art. 29. A concessão das prestações pecuni-árias do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência: II – cento e oitenta contribuições mensais, nos casos de aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial.

Art. 13. § 5º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial.

§ 6º Aplica-se o disposto no § 5º à aposenta-doria por idade, desde que o segurado conte com, no mínimo, o número de con-tribuições mensais exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.

Assim, não há que se falar em perda da qualidade de segurado para a concessão da aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com 180 contribui-ções mensais.

Na proposição em comento, Claudemir já havia contribuído por doze anos e meio (150 contribuições mensais). Caso voltasse a contribuir durante mais 30 meses, totalizaria 180 contribuições mensais, tendo direito à aposentadoria por idade, desde que cumprisse todos os demais requisitos.

Isso porque a regra do 1/3 do artigo 24 da Lei 8.213 não mais tem aplicação à aposentadoria por idade, vez que não é mais necessário conservar a qualidade de segurado.

Alternativa “a”: está correta. A alternativa “a” está correta, vez que os segurados em gozo de benefício por incapacidade mantêm esta qualidade, sem limite de prazo (art. 15, I, da Lei 8.213/91).

Alternativa “b”: está correta. A letra “b” está cor-reta, pois o período de graça é de 12 meses após o livra-mento, para o segurado retido ou recluso (art. 15, IV, da Lei 8.213/91).

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Direito PreviDenciário 53

Alternativa “c”: está correta. A alternativa “c” também está correta, pois Gilmar é segurado faculta-tivo do RGPS, mantendo a qualidade de segurado por 6 meses após a cessação das contribuições (art. 15, VI, da Lei 8.213/91).

Alternativa “e”: está correta. A letra “e” está cor-reta, pois, tanto a ex-mulher que recebe pensão de ali-mentos, quanto a companheira, são dependentes pre-videnciárias da classe I, dividindo o benefício em igual-dade de condições (art. 16, I, do RPS c/c art. 17, I, do RPS).

15. (Cesgranrio – Analista Previdenciário – INSS/2005) Tício, marido de Martha, faleceu, em julho de 2004, desempregado. Havia trabalhado como empregado, durante 20 (vinte) anos, para a empresa “Carro dos Sonhos Ltda.”, tendo terminado o seu con-trato de trabalho com a referida empresa em julho de 1999. Em agosto de 2004, Martha formulou requeri-mento administrativo de pensão por morte em uma Agência da Previdência Social e teve seu pedido inde-ferido. A correta justificativa para o indeferimento da pensão por morte nesse caso é:

a) perda da qualidade de segurado do instituidor da pensão.

b) ausência de inscrição de Martha como dependente designada por Tício, antes de seu falecimento.

c) o fato de que Martha não comprovou a sua depen-dência econômica de Tício, requisito este indispen-sável para qualificação de cônjuge como depen-dente.

d) o fato de Martha não ser segurada do Regime Geral da Previdência Social.

e) o fato de o período de carência fixado por lei para a concessão de pensão por morte não ter sido cum-prido.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Em regra, para que a pensão por morte seja concedida, é necessário que o falecido ostente a qualidade de segurado no dia do óbito, exceto se no dia da morte ele já preenchia todas as condições para se aposentar por idade, especial ou por tempo de contribuição, hipótese em que mesmo havendo a perda da qualidade de segurado a pensão deve ser concedida aos dependentes.

Alternativa correta: letra “A”. Considerando que entre o último vínculo e a morte de Tício se passaram 05 anos, se dessume que na data da morte Tício havia perdido a qualidade de segurado, mesmo considerando todas as hipóteses de prorrogação do período de graça contidas no artigo 15, da Lei 8.213/91.

Considerando que a questão não apresenta ele-mentos que possam caracteriza o cumprimento de Tício dos requisitos de nenhuma aposentadoria, nota-se que

o INSS indeferiu a pensão pela perda da qualidade de segurado, tendo sido considerada correta a letra A.

Alternativa “b”, errada. Não mais se admite a inscrição prévia do dependente, devendo se operar no momento do requerimento da pensão por morte.

Alternativa “c”, errada. O cônjuge possui em seu favor a presunção de dependência econômica que não necessita ser provada, a teor do artigo 16, da Lei 8.213/91.

Alternativa “d”, errada. A concessão da pensão é feita ao dependente do segurado, não se exigindo de Martha a qualidade de segurada.

Alternativa “e”, errada. A pensão por morte dis-pensa a carência para a sua concessão, a teor do artigo 26, I, da Lei 8.213/91.

16. (Cespe – Defensor Público – DF/ 2013) Acerca do RGPS, julgue o item a seguir:

Considere a seguinte situação hipotética: em julho de 2011, depois de pagar ininterruptamente por mais de dez anos contribuições mensais à previdência social, Maria foi demitida da empresa onde trabalhava como balconista e, desde então, ela não recolheu contribui-ções para a previdência social.

Em face dessa situação hipotética, é correto afirmar que, em março de 2013, Maria ainda mantinha a quali-dade de segurada.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: o período em que o segurado pode deixar de recolher contribuições sem perder os seus direitos é chamado “período de graça”, que objetiva dar, por algum tempo, proteção ao trabalhador filiado ao sistema. As situações que garantem a manutenção da qualidade de segurado, independentemente de contri-buições, são aquelas descritas no art. 15, da Lei 8213/91:

“Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I – sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II – até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; III – até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acome-tido de doença de segregação compulsória; IV – até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; V – até 3 meses após o licen-ciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; VI – até 6 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo”.

Destaque-se que o prazo do inciso II será prorro-gado para até 24 meses se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acar-rete a perda da qualidade de segurado, podendo haver

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acréscimo de 12 meses para os prazos do inciso II ou do § 1º, para o segurado desempregado. Observem que durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.

Quanto à perda da qualidade de segurado, está ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhi-mento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.

Questão correta: segundo o enunciado, Maria foi demitida em julho de 2011, depois de pagar ininterrup-tamente por mais de 10 anos contribuições mensais à previdência social (portanto, com mais de 120 contribui-ções). Diz ainda o enunciado que, desde então, ela não recolheu contribuições para a previdência social.

Da análise do enunciado, chegamos às seguintes conclusões:

De acordo com o art. 15, II, da Lei 8.213/91, haverá manutenção da qualidade de segurado, independente de contribuições, até 12 meses o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pelo RGPS. Já o art. 15, § 1º, do mesmo diploma legal, assegura que o segurado que possuir mais de 120 recolhimentos mensais, terá direito à prorrogação por mais 12 meses do prazo do período de carência.

Desnecessário maior aprofundamento no tema. Como o enunciado da questão explicita que Maria con-tava com mais de 120 contribuições mensais, ela man-terá a qualidade de segurada por 24 meses, ou seja, muito além da competência de março de 2013.

Embora não tenha sido alvo de questionamento, observem ainda que parágrafo 2º, do mesmo artigo, garante a extensão do período de graça por mais 12 meses para o segurado que permanece desempregado. Entretanto, pelo conteúdo do enunciado da questão, não podemos afirmar com certeza que Maria continuou desempregada, uma vez que o enunciado diz apenas que não houve recolhimento de contribuições poste-riormente à demissão.

Vale ressaltar, ainda, que, contados os 24 meses, Maria manteria a qualidade de segurada até pelo menos julho de 2013 (a questão não precisou o dia da demis-são). Para que continuasse mantendo a qualidade de segurada, teria que recolher a contribuição previden-ciária do mês de agosto de 2013. Como a contribuição do mês de agosto poderia ser recolhida até 15.09.2013, então Maria somente teria reconhecida a perda da sua qualidade de segurada no dia 16.09.2013. Observem que se o dia 15/09/2013 não for um dia útil, o reconheci-mento da perda da qualidade de segurado somente se dará no dia seguinte ao 1º dia útil após o dia 15, que será o prazo do vencimento da contribuição. Isso porque a lei 8213/91 determina que o reconhecimento da perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte indivi-dual relativa ao mês imediatamente posterior ao tér-mino dos prazos estipulados.

17. (Cespe – Defensor Público – DF/ 2013) Acerca do RGPS, julgue o item a seguir:

Considere a seguinte situação hipotética.

Em julho de 2011, depois de pagar ininterrupta-mente por mais de dez anos contribuições mensais à previdência social, Maria foi demitida da empresa onde trabalhava como balconista e, desde então, ela não recolheu contribuições para a previdência social.

Em face dessa situação hipotética, é correto afirmar que, em março de 2013, Maria ainda mantinha a quali-dade de segurada.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: o período em que o segurado pode deixar de recolher contribuições sem perder os seus direitos é chamado “período de graça”, que objetiva dar, por algum tempo, proteção ao trabalhador filiado ao sistema. As situações que garantem a manutenção da qualidade de segurado, independentemente de contri-buições, são aquelas descritas no art. 15, da Lei 8213/91:

“Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I – sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II – até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; III – até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acome-tido de doença de segregação compulsória; IV – até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; V – até 3 meses após o licen-ciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; VI – até 6 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo”.

Destaque-se que o prazo do inciso II será prorro-gado para até 24 meses se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acar-rete a perda da qualidade de segurado, podendo haver acréscimo de 12 meses para os prazos do inciso II ou do § 1º, para o segurado desempregado. Observem que durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.

Quanto à perda da qualidade de segurado, está ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhi-mento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.

Questão correta: segundo o enunciado, Maria foi demitida em julho de 2011, depois de pagar ininterrup-tamente por mais de 10 anos contribuições mensais à previdência social (portanto, com mais de 120 contribui-ções). Diz ainda o enunciado que, desde então, ela não recolheu contribuições para a previdência social.

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Direito PreviDenciário 55

Da análise do enunciado, chegamos às seguintes conclusões:

De acordo com o art. 15, II, da Lei 8.213/91, haverá manutenção da qualidade de segurado, independente de contribuições, até 12 meses o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pelo RGPS. Já o art. 15, § 1º, do mesmo diploma legal, assegura que o segurado que possuir mais de 120 recolhimentos mensais, terá direito à prorrogação por mais 12 meses do prazo do período de carência.

Desnecessário maior aprofundamento no tema. Como o enunciado da questão explicita que Maria con-tava com mais de 120 contribuições mensais, ela man-terá a qualidade de segurada por 24 meses, ou seja, muito além da competência de março de 2013.

Embora não tenha sido alvo de questionamento, observem ainda que parágrafo 2º, do mesmo artigo, garante a extensão do período de graça por mais 12 meses para o segurado que permanece desempregado. Entretanto, pelo conteúdo do enunciado da questão, não podemos afirmar com certeza que Maria continuou desempregada, uma vez que o enunciado diz apenas que não houve recolhimento de contribuições poste-riormente à demissão.

Vale ressaltar, ainda, que, contados os 24 meses, Maria manteria a qualidade de segurada até julho de 2013. Para que continuasse mantendo a qualidade de segurada, teria que recolher a contribuição previden-ciária do mês de agosto de 2013. Como a contribuição do mês de agosto poderia ser recolhida até 15.09.2013, então Maria somente teria reconhecida a perda da sua qualidade de segurada no dia 16.09.2013. Observem que se o dia 15/09/2013 não for um dia útil, o reconheci-mento da perda da qualidade de segurado somente se dará no dia seguinte ao 1º dia útil após o dia 15, que será o prazo do vencimento da contribuição. Isso porque a lei 8213/91 determina que o reconhecimento da perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte indivi-dual relativa ao mês imediatamente posterior ao tér-mino dos prazos estipulados.

18. (CESPE/MP ES/Promotor de Justiça/2010) Con-sidere que Pedro, que exercia atividade remunerada abrangida pela previdência social, tenha sofrido um aci-dente e, em decorrência disso, recebido auxílio-doença por 24 meses. Nessa situação hipotética, é correto afir-mar que ele manteve a qualidade de segurado durante todo o período em que recebeu o auxílio-doença, desde que ele tenha comprovado a situação de desem-pregado pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. Na forma do artigo 15, inciso I, da Lei 8.213/91, mantém a qualidade de segurado, inde-

pendentemente de contribuições, sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, não sendo necessário registro em órgão do Ministério do Trabalho e Emprego para a manutenção da condição de segurado nesta hipótese.

19. (CESPE/ABIN/Oficial Técnico de Inteligência-for-mação Direito/2010) Considerando a jurisprudência do STJ e a legislação acerca do RGPS, julgue o item seguinte. Para efeito de ampliação do período de graça, a ausência de registro em órgão do Ministério do Traba-lho e Emprego não impede a comprovação do desem-prego por outros meios admitidos em direito.

|COMENTÁRIOS|.

Questão certa. Esse entendimento foi uniformi-zado em 10.03.2010 pela 3ª Seção do STJ, ao julgar a Pet 7.115:

“PREVIDENCIÁRIO. INCIDENTE DE UNIFORMI-ZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGU-RADO. ART. 15 DA LEI 8.213/91. CONDIÇÃO DE DESEMPREGADO. DISPENSA DO REGISTRO PERANTE O MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL QUANDO FOR COM-PROVADA A SITUAÇÃO DE DESEMPREGO POR OUTRAS PROVAS CONSTANTES DOS AUTOS. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTI-VADO DO JUIZ. O REGISTRO NA CTPS DA DATA DA SAÍDA DO REQUERIDO NO EMPREGO E A AUSÊNCIA DE REGISTROS POSTERIORES NÃO SÃO SUFICIENTES PARA COMPROVAR A CONDIÇÃO DE DESEMPREGADO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DO INSS PROVIDO. 1. O art. 15 da Lei 8.213/91 elenca as hipóteses em que há a prorrogação da qualidade de segu-rado, independentemente do recolhimento de contribuições previdenciárias. 2. No que diz respeito à hipótese sob análise, em que o requerido alega ter deixado de exercer ativi-dade remunerada abrangida pela Previdência Social, incide a disposição do inciso II e dos §§ 1º. e 2º. do citado art. 15 de que é mantida a qualidade de segurado nos 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, podendo ser prorrogado por mais 12 (doze) meses se comprovada a situação por meio de registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. 3. Entretanto, diante do compromisso constitucional com a dig-nidade da pessoa humana, esse dispositivo deve ser interpretado de forma a proteger não o registro da situação de desemprego, mas o segurado desempregado que, por esse motivo, encontra-se impossibilitado de contri-buir para a Previdência Social. 4. Dessa forma, esse registro não deve ser tido como o único meio de prova da condição de desempregado do segurado, especialmente considerando

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que, em âmbito judicial, prevalece o livre con-vencimento motivado do Juiz e não o sistema de tarifação legal de provas. Assim, o registro perante o Ministério do Trabalho e da Previ-dência Social poderá ser suprido quando for comprovada tal situação por outras provas constantes dos autos, inclusive a testemunhal. 5. No presente caso, o Tribunal a quo consi-derou mantida a condição de segurado do requerido em face da situação de desemprego apenas com base no registro na CTPS da data de sua saída no emprego, bem como na ausência de registros posteriores. 6. A ausên-cia de anotação laboral na CTPS do reque-rido não é suficiente para comprovar a sua situação de desemprego, já que não afasta a possibilidade do exercício de atividade remu-nerada na informalidade. 7. Dessa forma, não tendo o requerido produzido nos autos prova da sua condição de desempregado, merece reforma o acórdão recorrido que afastou a perda da qualidade de segurado e julgou pro-cedente o pedido; sem prejuízo, contudo, da promoção de outra ação em que se enseje a produção de prova adequada. 8. Incidente de Uniformização do INSS provido para fazer pre-valecer a orientação ora firmada”.

20. (Perito Médico Previdenciário 2010 – CESPE) Denise requereu exoneração do cargo que ocupava na administração pública federal, fato que se consumou em 16/11/2009. A partir dessa data, ela passou a viajar pelo Brasil, sem exercer qualquer atividade econômica, e não se filiou ao RGPS na qualidade que lhe seria legal-mente permitida então. Nessa situação, se sofrer um acidente em 27/12/2010, Denise não poderá pleitear, perante o INSS, nenhum benefício por incapacidade, pois não possuirá a qualidade de segurado.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. No dia 27/12/2010, Denise ainda era segurada da Previdência Social, pois ainda estava dentro do período de graça de 12 meses previsto no artigo 15, inciso II, da Lei 8.213/91, fazendo jus ao benefí-cio por incapacidade laborativa, razão pela qual o enun-ciado é falso.

Com efeito, na forma do artigo 15, inciso II, da Lei 8.213/91, “mantém a qualidade de segurado, indepen-dentemente de contribuições, até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdên-cia Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remu-neração”.

Por sua vez, esse prazo será contato na forma do § 4º do referido artigo, que diz que “a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês

imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos”.

O início do prazo para definir o momento da perda da qualidade ocorrerá no dia seguinte ao término do prazo do recolhimento da competência do mês anterior. O Decreto 3.048/99, no seu artigo 14, fixou uma data única para todos os segurados, que é o dia seguinte à data final de recolhimento do contribuinte individual, que se operará até o dia 15 do mês seguinte ao da com-petência, ou, se não houver expediente bancário, no dia útil posterior, na forma do artigo 30, inciso II, da Lei 8.212/91.

Logo, o termo inicial do período de graça não será a data de cessação do exercício de atividade laborativa remunerada, e sim o dia seguinte à data máxima de recolhimento de contribuição previdenciária não pro-movida, entendimento mais favorável aos segurados, inclusive.

Neste caso, Denise era segura empregada do RGPS, pois titular de cargo em comissão, sendo a responsabili-dade tributária pelo recolhimento da contribuição pre-videnciária da empresa. A cessação do vínculo deu-se em 16/11/2009. Logo, a competência 11/2009 foi paga no mês de dezembro de 2009 pela empresa. Já a com-petência de dezembro de 2009 não foi paga para Denise em janeiro de 2010, pois em dezembro ela não mais tra-balhava. Logo, considerando que o Regulamento da Previdência Social fixou o dia 15 como prazo final para o recolhimento, a partir de 16/01/2010 começou a correr o período de graça de Denise por 12 meses.

Por tudo isso, tecnicamente o enunciado foi con-siderado errado pelo CEPSE, pois até o dia 15/01/2011 Denise estava dentro do período de graça, tendo direito ao benefício, pois o acidente ocorreu antes (em 27/12/2010).

21. (CESPE/BRB/Advogado/2009) Pedro trabalhou para uma pessoa jurídica desde 1995, ininterrupta-mente, tendo contribuído mensalmente para o custeio da seguridade social, durante todo este período, na condição de segurado obrigatório. Em 11/1/2010, Pedro foi demitido sem justa causa. Nessa circunstância e con-siderando a legislação previdenciária em vigor, Pedro manterá sua qualidade de segurado, independente-mente de contribuições, até 11/1/ 2012.

|COMENTÁRIOS|.

Questão certa. De acordo com o artigo 15, inciso II, da Lei 8.213/91, manterá a qualidade de segurado, inde-pendentemente de contribuições, até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que dei-xar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.

Ademais, como Pedro conta com mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais pagas sem interrupção

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Direito PreviDenciário 57

que acarrete a perda da qualidade de segurado, ele terá direito a mais 12 meses no seu período de graça, con-forme autoriza o § 1º, do artigo 15, da Lei 8.213/91.

Entrementes, o termo inicial da contagem do perí-odo de graça não é o dia em que o segurado deixa de exercer atividade laborativa remunerada. Na forma do § 4º, do artigo 15, da Lei 8.213/91, “a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos”.

Logo, o termo inicial do período de graça não será a data de cessação do exercício de atividade laborativa remunerada, e sim o dia seguinte à data máxima de recolhimento de contribuição previdenciária não pro-movida, sendo este, inclusive, o atual entendimento administrativo do INSS1.

A perda da qualidade ocorrerá no dia seguinte ao término do prazo do recolhimento da competência do mês anterior. O RPS, no seu artigo 14, fixou uma data única para todos os segurados, que é o dia seguinte à data final de recolhimento do contribuinte individual, que se operará até o dia 15 do mês seguinte ao da com-petência, ou, se não houver expediente bancário, no dia útil posterior, na forma do artigo 30, inciso II, da Lei 8.212/91.

No caso concreto, o período de graça de Pedro começará a correr no dia 16.03.2010, pois a competên-cia do mês de janeiro será recolhida pela empresa no mês de fevereiro. Já a competência de fevereiro não será recolhida, pois neste mês Pedro não mais trabalhou para a empresa.

Logo, ao não ser feito o recolhimento de fevereiro até 15 de março (dia unificado adotado pelo RPS), no dia 16 de março de 2010 começará a correr o período de graça, razão pela qual Pedro estará coberto pela previ-dência social até o dia 15 de março de 2012 (24 meses).

Por tudo isso, nota-se que o gabarito oficial deveria ter sido considerado como errado, pois inclusive destoa da atual maneira que o INSS calcula o período de graça, que inclusive é mais benéfica ao segurado.

22. (CESPE/TRF 5ª Região/Juiz Federal/2009) O segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar mantém a qualidade de segurado, inde-pendentemente de contribuições, até 6 meses após o licenciamento.

1 Memorando Circular 59 – DIRBEN/CGBENEF, de 12/08/2008, que alterou o entendimento posto nos artigos 20 e 21, da Instrução Normativa INSS/ PR Nº 20/2007, em processo de revisão nesta parte.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. O período de graça do segurado incorporado às Forças Armadas será de até 03 meses após o licenciamento, nos moldes do artigo 15, inciso V, da Lei 8.213/91.

23. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situ-ação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Ronaldo, afastado de suas atividades laborais, tem recebido auxílio doença. Nessa situação, a condição de segurado de Ronaldo será mantida sem limite de prazo, enquanto estiver no gozo do benefício, independente-mente de contribuição para a previdência social.

|COMENTÁRIOS|.

Questão certa. O artigo 15, I, da Lei 8.213/91 dispõe que o segurado que está em gozo de benefício mantém a qualidade de segurado, sem limite de prazo. Assim, Ronaldo manterá a qualidade de segurado enquanto estiver em gozo de auxílio-doença.

24. (Cespe – Defensor Público – DPU/ 2007) Consi-dere que Albertina tenha trabalhado como empregada da empresa FC Máquinas Ltda. durante o período de junho/1992 a dezembro/2003, quando foi demitida. Ainda desempregada, em junho/2006, sofreu um atro-pelamento que a incapacitou temporariamente para o trabalho. Nessa situação, Albertina não terá direito ao recebimento de auxílio-doença porque já perdeu a qua-lidade de segurada.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: O período em que o segurado pode deixar de recolher contribuições sem perder os seus direitos é chamado “período de graça”, que objetiva dar, por algum tempo, proteção ao trabalhador filiado ao sistema. As situações que garantem a manutenção da qualidade de segurado, independentemente de contri-buições, são aquelas descritas no art. 15, da Lei 8213/91:

“Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I – sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II – até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; III – até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acome-tido de doença de segregação compulsória; IV – até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; V – até 3 meses após o licen-ciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; VI – até 6 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo”.

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Destaque-se que o prazo do inciso II será prorro-gado para até 24 meses se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acar-rete a perda da qualidade de segurado, podendo haver acréscimo de 12 meses para os prazos do inciso II ou do § 1º para o segurado desempregado. Observem que durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.

Quanto à perda da qualidade de segurado, está ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhi-mento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.

Embora não tenha sido alvo de questionamento na questão, vale aproveitar o caso em estuda para exemplificar essa regra aos candidatos. Assim, como Albertina manteve a qualidade de segurada até 12.2006, para que continuasse mantendo a qualidade de segurada, teria que recolher a contri-buição previdenciária do mês de janeiro de 2007. Como a contribuição do mês de janeiro poderia ser recolhida até 15.02.2007, então Albertina somente teria a perda da sua qualidade de segurada reco-nhecida no dia 16.02.2007. Observem que se o dia 15/02/2007 não for um dia útil, o reconhecimento da perda da qualidade de segurado somente se dará no dia seguinte ao 1º dia útil após o dia 15, que será o prazo do vencimento da contribuição. Isso porque a lei 8213/91 determina que o reconhecimento da perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte indivi-dual relativa ao mês imediatamente posterior ao tér-mino dos prazos estipulados.

Questão errada. Segundo o enunciado, Alber-tina trabalhou como segurada empregada durante o período de junho/1992 a dezembro/2003, contando, portanto, com mais de 120 contribuições à previdência social. Diz ainda o enunciado que Albertina permanecia desempregada em junho/2006, informação importante para fins de extensão do período de carência, quando sofreu um atropelamento que a incapacitou tempora-riamente para o trabalho.

Da análise do enunciado, chegamos às seguintes conclusões:

De acordo com o art. 15, II, da Lei 8.213/91, haverá manutenção da qualidade de segurado, independente de contribuições, até 12 meses o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pelo RGPS.

Já o art. 15, § 1º, do mesmo diploma legal, o segu-rado que possuir mais de 120 recolhimentos mensais, terá direito à prorrogação por mais 12 meses do prazo do período de carência. O parágrafo 2º, do mesmo artigo, garante a extensão do período de graça por mais 12 meses, para o segurado que permanece desempre-gado.

Assim, como o enunciado da questão explicita que Albertina contava com mais de 120 contribuições men-sais e estava desempregada, ela manterá a qualidade de segurada por 36 meses, ou seja, até a competência de dezembro de 2006.

Ante o exposto, Albertina terá direito ao recebi-mento de auxílio-doença porque mantinha a qualidade de segurada à época do acidente sofrido.

25. (Juiz Federal Substituto do TRF 5ª Região 2007 – Organizado pela CESPE) Geraldo trabalhou em um banco durante 12 anos e foi demitido em julho de 2005. Desde essa data, não conseguiu retornar ao mercado formal de trabalho nem contribuiu para a previdên-cia social, sobrevivendo dos recursos que recebeu na rescisão do contrato de trabalho. Nessa situação, caso venha a sofrer, em outubro de 2007, sério acidente que o incapacite por mais de sessenta dias para o exercício habitual de qualquer atividade, Geraldo ainda terá, em tal oportunidade, todos os seus direitos perante a previ-dência social preservados, razão pela qual poderá plei-tear auxílio-doença e ter seu pedido deferido.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. De acordo com o artigo 15, inciso II, da Lei 8.213/91, manterá a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licen-ciado sem remuneração.

Ademais, como Geraldo conta com mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais pagas sem inter-rupção que acarrete a perda da qualidade de segurado, ele terá direito a mais 12 meses no seu período de graça, conforme autoriza o § 1º, do artigo 15, da Lei 8.213/91.

Por tudo isso, conclui-se que o período de graça de Geraldo será de 24 meses, razão pela qual em outubro de 2007 ele não mais terá direito à cobertura previden-ciária, pois já expirado o prazo, haja vista ter deixado de desenvolver trabalho remunerado em julho de 2005.

26. (Procurador do Município – Prefeitura Rio Bran-co-AC/2007 – CESPE) Julgue os itens a seguir quanto à previdência social.

Considere que Célia, dona de casa, tenha se inscrito no regime geral de previdência social (RGPS) na quali-dade de segurada facultativa. Nessa situação, a eventual perda da qualidade de segurado somente ocorrerá se Célia deixar de contribuir por 12 meses.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: através do estudo de um caso hipotético, a questão aborda o tema da manutenção e

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Direito PreviDenciário 59

perda da qualidade de segurado. Na parte de dicas de estudo o leitor encontrará um resumo sobre o tema.

ERRADO. Conforme o art. 13, VI, do Dec. 3048/99, o segurado facultativo mantém sua qualidade de segu-rado por até 06 meses após a cessação das contribui-ções.

27. (Juiz Federal Substituto do TRF 5ª Região 2006 – Organizado pela CESPE) Julgue a assertiva.

Antônio já trabalhou para diversas pessoas jurídicas e, apesar de ter ficado alguns períodos sem contribuir para a previdência social, nunca perdeu sua qualidade de segurado. Atualmente, após ter pago 140 contri-buições mensais para o custeio da previdência social, Antônio foi despedido de seu último emprego, sem justa causa. Nessa situação, com base na legislação pre-videnciária vigente, Antônio manterá sua qualidade de segurado pelo prazo de 24 meses, a partir de seu despe-dimento, independentemente do pagamento de contri-buição para a previdência social.

|COMENTÁRIOS|.

Questão certa. A assertiva é verdadeira, à luz do art. 15, II, da Lei 8.212/91 e seu § 2°. Vejamos:

Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

II – até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exer-cer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;

§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contri-buições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Observe-se que Antônio tem o prazo básico de 12 meses, previsto no inciso II, e o acréscimo de 12 meses, por possuir mais de 120 contribuições mensais, sem interrupção que acarretasse em perda da qualidade de segurado (§ 1°).

Resta saber se Antônio terá direito ao período adi-cional de 12 meses, por ter sido despedido, sem justa causa. Note-se que, para se ter direito ao adicional, não é necessário apenas estar desempregado, fazendo--se necessário o registro de tal situação no Ministério do Trabalho e Emprego (chamado no texto legal pela antiga nomenclatura). Assim, o seu período de graça, na situação descrita, é de 24 meses.

28. (Cespe – Defensor Público – DPU/ 2004) O contri-buinte facultativo mantém a qualidade de segurado até 6 meses após a cessação das suas contribuições, vindo a perdê-la no dia seguinte ao do vencimento da contri-buição relativa ao mês imediatamente posterior ao tér-mino do prazo.

|COMENTÁRIOS|.

Questão correta. O segurado facultativo mantém a qualidade de segurado por até 6 meses após a cessa-ção das contribuições (art. 15, VI, e § 4º, da Lei 8213/91), ocorrendo a perda da qualidade de segurado no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da con-tribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do término do prazo.

�DICAS (RESUMO)É certo que a previdência social brasileira é contri-

butiva, exigindo o pagamento das contribuições previ-denciárias para a ocorrência e manutenção da filiação. Contudo, em observância ao Princípio da Solidariedade, pedra fundamental do nosso regime previdenciário, não seria justo que após a cessação das contribuições a pessoa perdesse imediatamente a condição de segu-rada, deixando de estar coberta pelo seguro social, jus-tamente no momento em que enfrenta grandes dificul-dades, em especial por não mais desenvolver atividade laborativa remunerada.

Por isso, o artigo 15, da Lei 8.213/91, prevê lapsos temporais em que a pessoa mantém a qualidade de segurada, mesmo sem verter contribuições ao fundo pre-videnciário, sendo esse período intitulado doutrinaria-mente de período de graça.

Para o segurado obrigatório do RGPS, o período de graça básico será de até 12 meses após a cessação das contribuições previdenciárias. Neste caso, será possí-vel uma prorrogação de 12 meses, caso o segurado tenha pagado mais de 120 contribuições mensais sem interrup-ção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

Outrossim, poderá ocorrer mais uma prorrogação de 12 meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego, a exemplo da percepção do seguro-desemprego, que o pressupõe, independentemente da prorrogação refe-rida anteriormente.

Questão tormentosa é saber se o desemprego poderá ser comprovado por outros meios de prova que não o registro no Ministério do Trabalho e Emprego. O INSS não vem aceitando outra comprovação na esfera administrativa.

De acordo com a Súmula 27, da TNU, “a ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não

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60 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

impede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito”.

Em 10.03.2010, a divergência interna que existia foi uniformizada pela 3ª Seção do STJ, no julgamento da Pet 7.115, aderindo o STJ ao posicionamento da TNU: “Esse registro não deve ser tido como o único meio de prova da condição de desempregado do segurado, especialmente considerando que, em âmbito judicial, prevalece o livre convencimento motivado do Juiz e não o sistema de tarifação legal de provas. Assim, o registro perante o Ministério do Trabalho e da Previdência Social poderá ser suprido quando for comprovada tal situação por outras provas constantes dos autos, inclusive a tes-temunhal”.

Ou seja, a 3ª Seção do STJ aderiu ao entendimento da TNU ao admitir que a comprovação do desemprego seja feita por outros meios de prova além do registro em órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, para fins de prorrogação do período de graça do segurado obriga-tório em 12 meses.

Assim, com as duas prorrogações de 12 meses, é possível que o período de graça do segurado obri-gatório chegue a 36 meses.

Por outro lado, para o segurado facultativo, o período de graça será de até 06 meses, sem direito a qualquer prorrogação.

Ainda são previstos prazos e termos iniciais especí-ficos para o cômputo do período de graça em hipóteses especiais:

a) até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido por doença de segregação compulsória;

b) até 12 (doze) meses após o livramento, o segu-rado retido ou recluso;

c) até 3 (três) meses após o licenciamento, o segu-rado incorporado às Forças Armadas para pres-tar serviço militar.

Insta salientar que não correrá o período de graça para os segurados em gozo de benefício previdenci-ário ou, caso tenha se iniciado a sua contagem, haverá a suspensão do prazo, que voltará a correr após a cessa-ção do benefício.

Durante o período de graça o segurado conser-vará todos os direitos perante a Previdência Social, na forma do artigo 15, § 3º, da Lei 8.213/91 e, por conse-quência, também os seus dependentes.

Excepcionalmente, a concessão da aposenta-doria por idade, especial ou por tempo de contri-buição não mais exige a manutenção da qualidade de segurado, desde que o segurado preencha todos os requisitos legais, mesmo que não simultanea-mente, a teor do artigo 3º, da Lei 10.666/2003.

Abaixo se colaciona parte da tabela de cálculo do período de graça:

SÍNTESE DO PERÍODO DE GRAÇA

Regra geral

12 meses: Se gurados obrigatórios

+12 meses: Segurado desempregado com registro no MTE. (Ver Súmula 27 da TNU.)

+ 12 meses: Segurado com mais de 120 con-tribuições mensais. (É preciso que não tenha havido perda da quali-dade de segurado.)

6 meses: Segurados facultativos

Casos específicos

12 meses: Após cessar a segregação compulsória por doença

12 meses: Após o livramento do preso

3 meses: Após o licenciamento do incorporado às forças armadas

SITUAÇÃOA partir de 6/3/1997

Decreto nº 2.172, de 5 de março de 1997

Até 120 contribuições Dia 16 do 14º mês.

Mais de 120 contribuições

Dia 16 do 26º mês.

Em gozo de benefício Dia 16 do 14º ou 26º mês.

Recluso Dia 16 do 14º mês.

Facultativo (a partir da Lei nº 8.213/91)

Dia 16 do 8º mês

Segurado Especial Dia 16 do 14º mês

Serviço Militar Dia 16 do 5º mês

Ô SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO E RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO E REAJUSTES

01. (FUNRIO – Analista do Seguro Social – INSS/2013) Com relação ao reajuste do valor dos benefícios, na forma como determinado pela Lei 8213/91, está correta a seguinte afirmação:

a) O valor dos benefícios em manutenção será rea-justado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajusta-mento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

b) O valor dos benefícios em manutenção será reajus-tado, semestralmente, na mesma data do reajuste

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Direito PreviDenciário 61

do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajusta-mento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

c) O valor dos benefícios em manutenção será rea-justado, anualmente, em data diversa do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajusta-mento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

d) O valor dos benefícios em manutenção será reajus-tado, semestralmente, em data diversa do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajusta-mento, com base no Índice Geral de Preços – IGP, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística – IBGE.

e) O valor dos benefícios em manutenção será rea-justado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajusta-mento, com base no Índice Geral de Preços – IGP, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística – IBGE.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A questão trata da regra de rea-justamento do valor do benefício, prevista no art. 41-A, da Lei 8.213/91. Vejamos:

Art. 41-A. O valor dos benefícios em manuten-ção será reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de iní-cio ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística – IBGE.

Alternativa correta: letra “a”. Esta alternativa transcreve o art. 41-A, da Lei 8.213/91, devendo ser assi-nalada como correta.

Alternativa “b”, errada. A periodicidade do rea-juste é anula e não semestral, como afirmado nesta alternativa.

Alternativa “c”, errada. A data de reajuste coin-cide com a data de reajustamento do salário mínimo, diferentemente do afirmada na alternativa.

Alternativa “d”, errada. Esta alternativa contém dois erros: A periodicidade do reajuste é anual e não semestral e o índice utilizado é o INPC e não o IGP.

Alternativa “e”, errada. Esta alternativa também aponta equivocadamente o IGP como índice de corre-ção.

02. (FUNRIO – Analista do Seguro Social – INSS/2013) Qual o menor valor pago mensal a título de benefício previdenciário, na forma como estipulado pela Lei 8212/91?

a) Não existe valor mínimo fixado em Lei.

b) Salário mínimo, desde que comprovada a condição de segurado por período mínimo de 5 anos.

c) Salário mínimo sendo que se aplica o salário mínimo estadual, se for o caso.

d) Salário mínimo profissional por categoria, segundo Lei Estadual.

e) Salário mínimo.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: De acordo com o a alínea b, do parágrafo único, do artigo 3°, da Lei 8.212/91 a organiza-ção da Previdência Social tem como regra que o valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário-de--contribuição ou do rendimento do trabalho do segu-rado, não pode inferior ao do salário mínimo. Observe que esta regra só é válida para os benefícios que se pres-tem a substituir a remuneração pelo trabalho. Existem benefícios que podem ter valores inferiores ao salário mínimo, a exemplo do salário família. A questão foi mal redigida, pois não especificou que indagava apenas sobre os benefícios substitutivos da remuneração pelo trabalho.

Alternativa correta: letra “e”. Esta alternativa é fundamentada pelo art. 3°, da Lei 8.212/91.

Alternativa “a”, errada. Conforme comentado na nota do autor, a questão considerou que o limite mínimo dos benefícios era um salário mínimo, mesmo sem especificar que se tratava de benefícios que substi-tuem a remuneração pelo trabalho.

Alternativa “b”, errada. Não há necessidade de se comprovar a condição de segurado por período mínimo de 5 anos para que se garanta o salário mínimo como menor valor de benefício.

Alternativa “c”, errada. O salário mínimo deve ser nacionalmente unificado, de acordo com o art. 7, IV, da Constituição Federal do Brasil.

Alternativa “d”, errada. O salário mínimo deve ser nacionalmente unificado, de acordo com o art. 7, IV, da Constituição Federal do Brasil.

03. (FUNRIO – Analista do Seguro Social – INSS/2013) Quanto ao cálculo do valor do benefício da Lei nº 8213/91, é correto afirmar que

a) Será calculado com base no salário de benefício o valor do benefício de prestação continuada, inclu-sive o regido por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-maternidade.

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b) Será calculado com base no salário de benefício o valor do benefício de prestação continuada, inclu-sive o regido por norma especial, exceto o salário--família e o salário-maternidade.

c) Será considerado, para o cálculo do salário de bene-fício, o aumento dos salários de contribuição que exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente concedido nos 36 (trinta e seis) meses imediata-mente anteriores ao início do benefício, salvo se homologado pela Justiça do Trabalho.

d) Serão considerados para cálculo do salário de bene-fício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contri-buições previdenciárias, incluindo o décimo-ter-ceiro salário (gratificação natalina).

e) Será contada a duração se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, considerando-se como salário de contribuição, no período, o salário de benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, rea-justado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra A. De acordo com o artigo 28, da Lei 8.213/91, o valor do benefício de pres-tação continuada, inclusive o regido por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o salá-rio-família e o salário-maternidade, será calculado com base no salário-de-benefício. Desta forma, falsa a letra B.

Alternativa “c”, errada. Dispõe o § 4º do artigo 29 da Lei 8.213/91 que “não será considerado, para o cál-culo do salário-de-benefício, o aumento dos salários--de-contribuição que exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente concedido nos 36 (trinta e seis) meses imediatamente anteriores ao início do benefício, salvo se homologado pela Justiça do Trabalho, resultante de promoção regulada por normas gerais da empresa, admitida pela legislação do trabalho, de sentença nor-mativa ou de reajustamento salarial obtido pela catego-ria respectiva”. Vale frisar que este dispositivo está taci-tamente revogado pela Lei 9876/99, vez que o salário de benefício não mais corresponde aos 36 últimos salários de contribuição.

Alternativa “d”, errada. Dispõe o § 3º do artigo 29 da Lei 8.213/91 que serão considerados para cálculo do salário-de-benefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto o décimo-terceiro salário (gratificação natalina).

Alternativa “e”, errada. Dispõe o § 5º do artigo 29 da Lei 8.213/91 que, se, no período básico de cálculo, o

segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada, considerando-se como salá-rio-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, rea-justado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo.

04. (TRF 3 – Juiz Federal Substituto 3ª região/2013) Dentre as proposições que se seguem, assinale a cor-reta, levando-se em consideração os dispositivos perti-nentes da Lei de Benefícios do Regime Geral de Previ-dência Social – RGPS – e respectiva regulamentação, em sua redação atual:

I. No cálculo do salário-de-benefício da aposentado-ria por tempo de contribuição e da aposentadoria especial o fator previdenciário incide sobre a média aritmética simples dos maiores salários-de-contri-buição correspondente a 80% de todo período con-tributivo, ressalvados os casos de direito adquirido.

II. Tendo o segurado recebido, intercaladamente, durante o período básico de cálculo benefícios por incapacidade, sua duração será contada, con-siderando – se como salário-de-contribuição no período, o salário – de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal inicial, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior a um salário-mí-nimo.

III. Cumpridos os requisitos legais, ao segurado empre-gado e ao trabalhador avulso que não comprovarem seus salários-de-contribuição no período básico de cálculo será concedido benefício de valor mínimo, sem prejuízo de oportuna revisão, mediante a apre-sentação da prova dos salários-de-contribuição.

IV. Cumpridos os requisitos legais, ao segurado empre-gado doméstico que não comprovar o efetivo reco-lhimento das contribuições devidas, será concedido benefício de valor mínimo, sem prejuízo de opor-tuna revisão, mediante apresentação de sua Car-teira Profissional com a anotação do valor do salário mensal, com as respectivas atualizações salariais.

V. Ao segurado especial que não contribuir facultati-vamente para com a Previdência Social, será con-cedido o benefício de aposentadoria por tempo de serviço no valor de um salário mínimo, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número mínimo de meses exigidos para esse benefício.

a) todos os enunciados estão corretos;

b) os enunciados II e III estão corretos;

c) os enunciados I, III e IV estão corretos;

d) os enunciados I, II e V estão corretos;

e) os enunciados II e IV estão corretos.

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Direito PreviDenciário 63

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Coube à Medida Provisória 676, publicada em 18 de junho de 2015, instituir a regra alter-nativa 85(mulher)/95 (homem) para tornar facultativo o fator previdenciário na aposentadoria por tempo de contribuição. O segurado que preencher o requi-sito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenci-ário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de con-tribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: I – igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou II – igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, obser-vando o tempo mínimo de contribuição de trinta anos. No entanto, as somas de idade e de tempo de contribui-ção mencionadas serão majoradas em um ponto em: 1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021 e V – 1º de janeiro de 2022.

Nota do autor 2: Com o advento da Lei Comple-mentar 150/2015, que, dentre outras mudanças, alterou o artigo 34 e 35 da Lei 8.213/91, o empregado doméstico passou a ter em seu favor a presunção absoluta de reco-lhimento da contribuição previdenciária, mesmo nos casos de salário de contribuição acima de um salário mínimo, tendo havido a revogação tácita do artigo 36 da Lei 8.213/91.

Questão respondida com base na legislação em vigor à época da prova.

Assertiva I: errada. Só incide fator previdenciá-rio sobre o cálculo das aposentadorias por idade e por tempo de contribuição (art. 29, I, da Lei 8213/91). Não incide fator previdenciário sobre o cálculo da aposen-tadoria especial.

Assertiva II: correta. Tendo o segurado recebido, intercaladamente, durante o período básico de cálculo benefícios por incapacidade, sua duração será contada, considerando – se como salário-de-contribuição no período, o salário – de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal inicial, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior a um salário-mínimo.

A assertiva está de acordo com o disposto no art. 29, § 5º, da Lei 8213/91, c/c o conteúdo do art. 60, III, do Dec. 3048/99. Vejamos:

“ § 5º Se, no período básico de cálculo, o segu-rado tiver recebido benefícios por incapaci-dade, sua duração será contada, consideran-do-se como salário-de-contribuição, no perí-odo, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo”.

“Art.60. Até que lei específica discipline a matéria, são contados como tempo de contri-buição, entre outros: (...) III – o período em que o segurado esteve recebendo auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, entre perío-dos de atividade”.

Assertiva III: correta. A assertiva está de acordo com o disposto do art. 35, da Lei 8213, que estabelece que, “ao segurado empregado e ao trabalhador avulso que tenham cumprido todas as condições para a con-cessão do benefício pleiteado mas não possam compro-var o valor dos seus salários-de-contribuição no período básico de cálculo, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser recalculada, quando da apresentação de prova dos salários-de-contribuição”.

Assertiva IV: errada. Reza o art. 36, § 3º, do Dec. 3048/99, que “para o segurado empregado doméstico que, mesmo tendo satisfeito as condições exigidas para a concessão do benefício requerido, não possa compro-var o efetivo recolhimento das contribuições devidas, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo sua renda ser recalculada quando da apresentação da prova do recolhimento das contribuições”. Obser-vem que a lei só permite o recálculo do benefício se houver comprovação do efetivo recolhimento das contribuições devidas, não apenas mediante compro-vação do valor dos salários-de-contribuição.

Assertiva V: errada. Conforme determina o art. 60, § 4º, do Dec. 3048/99, o segurado especial somente fará jus à aposentadoria por tempo de contribuição e especial se optar por contribuir na mesma forma que o segurado facultativo ou o contribuinte individual (art. 200, § 2, RPS c/c art. 199, RPS), fato este que não altera seu enquadramento previdenciário.

Alternativa correta: letra “b”. De acordo com a análise das assertivas, concluímos que estão corretos os itens II e III, e incorretos os demais itens.

05. (Cespe – Juiz Federal Substituto 5ª região/2013) Com relação aos serviços da previdência social, aos benefícios previdenciários e à forma como são calcula-dos, assinale a opção correta.

a) De acordo com a CF, nenhum benefício pago pela previdência social pode ter valor inferior a um salá-rio mínimo.

b) Tratando-se de mulher, para aplicação do fator previdenciário, cujo cálculo baseia-se na idade, na expectativa de sobrevida e no tempo de contribui-ção do segurado ao se aposentar, adicionam-se ao tempo de contribuição cinco anos.

c) O segurado pelo regime geral de previdência social faz jus ao recebimento de auxílio-doença e auxílio--reclusão.

Page 64: Questões Comentadas INSS 2015

64 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

d) Havendo perda da qualidade de segurado, as con-tribuições anteriores a essa data não poderão ser computadas para efeito de carência.

e) Veda-se a acumulação de auxílio-acidente com pro-ventos de aposentadoria, mesmo nos casos em que a manifestação da lesão incapacitante, ensejadora da concessão do auxílio, e o início da aposentadoria sejam anteriores ao ano de 1997.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: O fator previdenciário é utilizado como multiplicador da média aritmética simples dos 80% maiores salário-de-contribuição, nas aposentado-rias por idade e tempo de contribuição. O fator pode ter valor maior ou menor que o número um. Sendo maior, elevará o valor do salário-de-benefício, e o con-trário ocorrerá, caso seja menor.

Alternativa correta: letra “b”: a assertiva repro-duz a regra contida no art. 29, § 9º, I, da Lei 8213/91.

Alternativa “a”: está errada. A CF/88, em seu art. 201, § 2º, veda que sejam inferiores ao salário mínimo os benefícios que substituam o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado. Tal regra não se aplica a todos os benefícios pagos pela previdên-cia social. Observem que não há impedimento para que os benefícios que não substituam a remuneração sejam pagos com valores inferiores ao salário mínimo, como ocorre com o salário-família e o auxílio-acidente.

Alternativa “c”: está errada. Segundo a regra do art. 80, da Lei 8213/91, o auxílio-reclusão será devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão. Obser-vem que a assertiva menciona, equivocadamente, que este benefício é devido ao segurado.

Alternativa “d”: está errada. Segundo o parágrafo único do art. 24, da Lei 8213/91, havendo perda da qua-lidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previ-dência Social, com, no mínimo, 1/3 do número de con-tribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.

Alternativa “e”: está errada. O auxílio-acidente será devido, a contar do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria, salvo direito adquirido. Ressalte-se que antes da Lei 9.528/97 o benefício de auxílio-acidente era vitalício, podendo inclusive ser cumulado com as aposentadorias do RGPS. Esta Lei, no entanto, alterou a forma de cálculo da aposentadoria precedida de auxílio-acidente, incor-porando o valor desse benefício no salário-de-contri-buição para cálculo do valor da aposentadoria. Em con-trapartida, vedou a acumulação destes dois benefícios, salvo direito adquirido.

Entende a Advocacia Geral da União que, para a acumulação do auxílio-acidente com proventos de aposentadoria, a lesão incapacitante e a concessão da aposentadoria devem ser anteriores às alterações inse-ridas no art. 86 § 2º, da Lei 8.213/91, pela Lei nº 9.528/97 (Súmula 65, da AGU, de 05/06/2012). Ou seja, para que seja caracterizado o direito adquirido à cumulação dos dois benefícios, é necessário, de acordo com o enten-dimento sumulado pela AGU, que tanto a incapacidade geradora do auxílio-acidente quanto a concessão da aposentadoria (ou direito a ela) sejam anteriores à alte-ração legislativa (STJ no mesmo sendito).

06. (Juiz do Trabalho Substituto 20ª região 2012 – Carlos Chagas) A respeito do valor dos benefícios pre-videnciários do re gime geral, a Constituição determina que

a) nenhum benefício poderá ter valor mensal inferior ao valor do piso salarial mínimo fixado em lei.

b) todas as remunerações que serviram de base para as contribuições do segurado devem ser atualiza-das e consideradas para cálculo de benefício.

c) é assegurado o reajustamento dos benefícios, na forma da lei, para preservar-lhes, em caráter perma-nente, o poder aquisitivo expresso em número de salários mínimos no momento da concessão.

d) as aposentadorias, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder o valor do último salário-de – contribuição do segurado no mês de requerimento do benefício, na forma da lei.

e) os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente reper-cussão em benefícios, na forma da lei.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa “e”: está correta. De acordo com o artigo 201, § 11, da Constituição, “os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei”, compondo o seu salário de contribuição nos termos do artigo 28, I, da Lei 8.212/91.

Alternativa “a”: está errada. De acordo com o art. 201, § 2°, da Constituição, nenhum benefício que subs-titua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. Assim, é possível que um benefício que não substitua a remuneração pelo trabalho tenha valor inferior ao salário mínimo, como ocorre, por exemplo, com o salário-família ou salário-maternidade.

Alternativa “b”: está errada. A alternativa B está errada, fazendo referência ao o art. 201, § 3°, da Consti-tuição. Vejamos:

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Direito PreviDenciário 65

Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualiza-dos, na forma da lei.

Assim, não há obrigatoriedade constitucional de que todas as remunerações que serviram de base para as contribuições do segurado devam ser consideradas para cálculo de benefício. Sobre o 13° salário, por exem-plo, incide contribuição previdenciária, mas este não é considerado para o cálculo dos benefícios previdenci-ários.

Alternativa “c”: está errada. A alternativa C está errada, pois, de acordo com o art. 201, § 4°, da Consti-tuição, é assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. Assim, não há obrigatoriedade de que o benefício mantenha o mesmo número de salários mínimos que na época de sua con-cessão.

Alternativa “d”: está errada. A alternativa D não encontra qualquer respaldo na Constituição Federal de 1988. É que o cálculo das aposentadorias do RGPS é totalmente desvinculado do salário do trabalhador na data do requerimento. Como o salário-de-benefício se constitui na média dos 80% maiores salários-de-contri-buição de todo o período contributivo, é perfeitamente possível que tal valor seja superior à remuneração do segurado.

07. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS/2012) O salário de benefício serve de base de cálculo da renda mensal do benefício. Para os segurados inscritos na Pre-vidência Social, até 28/11/1999, calcula-se

a) o auxílio-doença, pela média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, corrigidos mês a mês, correspondentes a oitenta por cento do período contributivo decorrido desde julho de 1994, multiplicada pelo fator previdenciário.

b) a aposentadoria especial, pela média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, cor-rigidos mês a mês, correspondentes a oitenta por cento do período contributivo decorrido desde julho de 1994, multiplicada pelo fator previdenciá-rio.

c) a aposentadoria por tempo de contribuição, pela média aritmética simples dos oitenta por cento maiores salários-de-contribuição, corrigidos mês a mês, de todo o período contributivo, decorrido desde julho de 1994, multiplicada pelo fator previ-denciário.

d) as aposentadorias por idade e tempo de contribui-ção, inclusive de professor, pela média aritmética simples dos oitenta por cento maiores salários-de – contribuição, corrigidos mês a mês, de todo o perí-odo contributivo, decorrido desde julho de 1994.

e) o auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pela média aritmética simples dos maiores salários-de – contribuição corrigidos mês a mês, correspon-dentes a cem por cento do período contributivo, decorrido desde julho de 1994, multiplicada pelo fator previdenciário.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: devido às alterações legislati-vas trazidas pela Medida Provisória 664, de 30/12/2014, conservadas na Lei 13.135/2015, o auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos 12 salários-de-contribuição, inclusive no caso de remu-neração variável, ou, se não alcançado o número de 12, a média aritmética simples dos salários-de-contribuição existentes. O valor, no entanto, continua sendo 91% do salário de benefício, agora contando com um limitador externo.

Nota do autor: O fator previdenciário apenas incide no cálculo do salário de benefício da aposenta-doria por tempo de contribuição (obrigatório, salvo no caso de cumprimento das fórmulas 85 e 95, conforme previsto na MP 676, de 17/06/2015), da aposentadoria por idade (facultativo – vide art. 7º da Lei 9.876/99) e da aposentadoria do deficiente (facultativo – vide LC 142/2013).

Com a MP 664⁄2014 na lei 13.135, de 17/06/2015, o Congresso Nacional aprovou a flexibilização do fator previdenciário, que deixaria de ser utilizado quando a soma da idade e do tempo de contribuição dos homens resultasse em 95 (60 anos de idade e 35 de contribui-ção, por exemplo) e das mulheres resultasse em 85 (54 anos de idade e 31 de contribuição, por exemplo). Esta regra, no entanto, foi vetada pela Presidente Dilma, que no mesmo dia editou a Medida Provisória 676, de 17/06/2015, introduzindo as citadas fórmulas 95 para homens e 85 para mulheres, com a inserção do art. 29-C, da Lei 8.213/91.

Com esta relevante alteração, o segurado que pre-encher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição, ou seja 35 anos para homens e 30 anos para mulheres, com redução de 5 anos para professores do ensino básico, poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo de sua aposenta-doria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for:

I. igual ou superior a 95 pontos, se homem, obser-vando o tempo mínimo de contribuição de 35 anos; ou

II. igual ou superior a 85 pontos, se mulher, obser-vando o tempo mínimo de contribuição de 30 anos.

A MP 676/2015 trouxe também uma regra de progressão das fórmulas 85 e 95, que passa a valer a partir da data da publicação da norma e perdura até

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66 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

31/12/2016. A partir desta data as citadas fórmulas serão majoradas em um ponto, conforme tabela abaixo:

A PARTIR DE:Pontos

HomensPontos

Mulheres

1º de janeiro de 2017 96 86

1º de janeiro de 2019 97 87

1º de janeiro de 2020 98 88

1º de janeiro de 2021 99 89

1º de janeiro de 2022 100 90

Para efeito de aplicação dos formulas, serão acres-cidos 5 pontos à soma da idade com o tempo de contri-buição do professor e da professora que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício de magis-tério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Nota do autor: O fator previdenciário apenas incide no cálculo do salário de benefício da aposenta-doria por tempo de contribuição (obrigatório), da apo-sentadoria por idade (facultativo – vide art. 7º da Lei 9.876/99) e da aposentadoria do deficiente (facultativo – vide LC 142/2013).

Alternativa correta: letra “C”. Para os segura-dos inscritos antes da vigência da Lei 9.876/99 (até 28/11/1999), apenas serão considerados os salários de contribuição a partir do Plano Real (julho de 1994) no cálculo do salário de benefício da aposentadoria por tempo de contribuição. Nesse sentido, dispõe o artigo 3º, da Lei 9.876/99, que “para o segurado filiado à Pre-vidência Social até o dia anterior à data de publicação desta Lei, que vier a cumprir as condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no cálculo do salário-de-benefí-cio será considerada a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período con-tributivo decorrido desde a competência julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei”.

Alternativa “a”, errada. O fator previdenciário apenas incidirá no cálculo do salário de benefício da aposentadoria por idade (facultativo) e da aposenta-doria por tempo de contribuição (obrigatório, salvo no caso da MP 676/2015), na forma do artigo 29, inciso I, da Lei 8.213/91, e não dos outros benefícios previdenciá-rios.

Alternativa “b”, errada. O fator previdenciário apenas incidirá no cálculo do salário de benefício da aposentadoria por idade (facultativo) e da aposenta-

doria por tempo de contribuição (obrigatório, salvo no caso da MP 676/2015), na forma do artigo 29, inciso I, da Lei 8.213/91, e não dos outros benefícios previdenciá-rios.

Alternativa “d”, errada. O item não previu a inci-dência no fator previdenciário no cálculo do salário de benefício das referidas aposentações, conforme deter-mina o artigo 29, inciso I, da Lei 8.213/91.

Alternativa “e”, errada. Não há incidência do fator previdenciário no cálculo do salário de benefício do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez, com base no artigo 29, inciso II, da Lei 8.213/91.

08. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS/2012) Em relação ao valor da renda mensal dos benefícios, é cor-reto afirmar que

a) o auxílio-doença corresponde a 100% (cem por cento) do salário de benefício.

b) a aposentadoria por invalidez corresponde a 91% (noventa e um) por cento do salário de benefício.

c) a aposentadoria por idade corresponde a 70% (se-tenta por cento) do salário de benefício.

d) a renda mensal da aposentadoria especial não está sujeita ao fator previdenciário.

e) a renda mensal da aposentadoria por tempo de con tribuição não está sujeita ao fator previdenciá-rio.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: devido às alterações legislativas trazidas pela Medida Provisória 664, de 30/12/2014, no que foi mantido na Lei 13.135/2015, o auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últi-mos 12 salários-de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12, a média aritmética simples dos salários-de-con-tribuição existentes.

Nota do autor: O valor mensal da pensão por morte ou do auxílio-reclusão será de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, na data de seu falecimento ou recolhimento à prisão.

A Medida Provisória 664, de 30⁄12 ⁄2014 tentou, sem sucesso, alterar a regra de cálculo do valor da pensão por morte, mas no processo de conversão em lei o Con-gresso Nacional rejeitou a mudança. Pelo texto da MP 664, o valor mensal da pensão por morte correspon-deria a 50% do valor da aposentadoria que o segu-rado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, na data de seu falecimento, acrescido de tantas cotas individuais de 10% do valor da mesma aposentadoria, quantos forem os depen-dentes do segurado, até o máximo de cinco.

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Direito PreviDenciário 67

Felizmente para os dependentes, a lesiva alteração não foi aprovada, mantendo-se o valor da pensão por morte e do auxílio-reclusão em 100% do valor da apo-sentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, na data de seu falecimento ou recolhimento à prisão.

Alternativa correta: letra “d”. De acordo com o art. 32, II, para o cálculo da aposentadoria especial não se utiliza o fator previdenciário.

Alternativas “a”, “b” e “c”, erradas. De acordo com o art. 39, do Regulamento da Previdência Social, a renda mensal do benefício de prestação continuada será calculada, aplicando-se sobre o salário-de-benefí-cio os seguintes percentuais:

I. auxílio-doença – noventa e um por cento do salá-rio-de-benefício – alternativa A errada;

II. aposentadoria por invalidez – cem por cento do salário-de-benefício – alternativa B errada;

III. aposentadoria por idade – setenta por cento do salário-de-benefício, mais um por cento deste por grupo de doze contribuições mensais, até o máximo de trinta por cento – alternativa C errada;

Alternativa “e”, errada. De acordo com o art. 32, II, para o cálculo da aposentadoria por tempo de contri-buição, o fator previdenciário deve ser utilizado.

09. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS/2012) Para fins de cálculo do salário de benefício, é correto afir mar que

a) o trabalhador doméstico está dispensado de provar os recolhimentos à Previdência Social.

b) poderão ser utilizados os salários de contribuição constantes do CNIS – Cadastro Nacional de Informa-ções Sociais para os segurados em geral.

c) o empregado deve apresentar os recibos de paga-mento para fins de cálculo do valor do benefício.

d) o contribuinte individual não poderá valer-se das in formações constantes do CNIS – Cadastro Nacio-nal de Informações Sociais.

e) o segurado especial deverá comprovar o recolhi-mento das contribuições para fins de cálculo do sa lário de benefício.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Até a publicação da Lei Comple-mentar 150, de 01/06/2015, para o segurado empre-gado doméstico que, mesmo tendo satisfeito as condi-ções exigidas para a concessão do benefício requerido, não pudesse comprovar o efetivo recolhimento das con-tribuições devidas, seria concedido o benefício de valor mínimo, devendo sua renda ser recalculada quando da apresentação da prova do recolhimento das contri-buições. Atualmente, no entanto, o empregado domés-

tico está dispensado de comprovar o recolhimento de suas contribuições, sendo estas presumidas, de acordo com o art. 35, da Lei 8.213/91.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “b”. O art. 29-A, da Lei 8.213/91 dispõe que “o INSS utilizará as informa-ções constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de cálculo do salário-de--benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de contribuição e relação de emprego”.

Alternativa “a”, errada. À época de realização desta prova, o empregado doméstico não tinha as suas contribuições presumidas. Atualmente, todavia, a ques-tão estaria certa, pois a LC 150/2015 garantiu a presun-ção dos recolhimentos para estes segurados.

Alternativas “c” e “d”, erradas. Estas alternativas contrariam o disposto no art. 29-A, da Lei 8.213/91, que acabamos de transcrever.

Alternativa “e”, errada. O segurado especial somente precisa comprovar o tempo de atividade rural para ter direito aos seus benefícios.

10. (Cespe – Juiz Federal Substituto 2ª região/ 2011) Assinale a opção correta relativamente ao cálculo do valor dos benefícios previdenciários.

a) À segurada especial é garantida a concessão do salário-maternidade no valor de um salário mínimo, desde que se comprove o exercício de atividade rural de forma contínua, nos nove meses imediata-mente anteriores ao do início do benefício.

b) O valor do benefício de prestação continuada, incluindo-se o regido por norma especial e o decor-rente de acidente do trabalho e excetuando-se o salário-família e o salário-maternidade, será calcu-lado com base no salário de benefício.

c) Serão considerados para cálculo do salário de bene-fício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais incidam contribuições previdenciárias, incluindo-se a gratificação nata-lina.

d) O valor mensal do auxílio-acidente não integra o salário de contribuição, para cálculo do salário de benefício de qualquer aposentadoria paga pelo RGPS.

e) Ao segurado contribuinte individual que, satisfa-zendo as condições exigidas para a concessão do benefício requerido, não comprovar o efetivo reco-lhimento das contribuições devidas será concedido o benefício de valor mínimo, devendo sua renda ser

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68 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

recalculada quando da apresentação da prova do recolhimento das contribuições.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “b”: a assertiva repro-duz o texto do art. 28 da Lei 8213/91.

Alternativa “a”: está errada. A assertiva apresenta 2 erros. Conforme o art. 93, § 2º, do Decreto 3048/99, será devido o salário-maternidade à segurada especial, desde que comprove o exercício de atividade rural nos últimos 10 meses imediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício, quando reque-rido antes do parto, mesmo que de forma descontí-nua.

Alternativa “c”: está errada. Conforme disposto no art. 29, § 3º, da Lei 8213/91, a gratificação natalina (13º salário) não é considerado para cálculo do salário--de-benefício.

Alternativa “d”: está errada. Conforme o art. 31 da Lei 8213/91, o valor mensal do auxílio-acidente inte-gra o salário-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria.

Alternativa “e”: está errada. Conforme determina o art. 35, da Lei 8213/91, ao segurado empregado e ao trabalhador avulso que tenham cumprido todas as condições para a concessão do benefício pleiteado, mas não possam comprovar o valor dos seus salários--de-contribuição no período básico de cálculo, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser recalculada, quando da apresentação de prova dos salários-de-contribuição. Essa regra, porém, não se aplica ao contribuinte individual, pois este é o responsável pela própria contribuição.

11. (Cespe – Juiz Federal Substituto 1ª região/ 2011) A respeito da renda mensal dos benefícios do RGPS, assinale a opção correta.

a) Ao segurado trabalhador avulso que tenha cum-prido todas as condições para a concessão do benefício pleiteado, mas não possa comprovar o valor dos seus salários de contribuição no período básico de cálculo, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser recalculada quando da apresentação de prova dos salários de contribuição.

b) No cálculo do valor da renda mensal do benefício, com exceção do decorrente de acidente do traba-lho, serão computados, para o segurado empre-gado e empregado doméstico, os salários de contri-buição referentes aos meses de contribuições devi-das, ainda que não recolhidas pelo empregador, sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis.

c) A CF, em dispositivo dotado de autoaplicabilidade, inovou no ordenamento jurídico ao assegurar, para

os benefícios concedidos após a sua vigência, a correção monetária de todos os salários de contri-buição considerados no cálculo da renda mensal inicial.

d) É devida a inclusão de expurgos inflacionários na correção monetária dos salários de contribuição, quando do cômputo da renda mensal inicial dos benefícios de prestação continuada concedidos pela previdência social após a promulgação da CF.

e) É devido abono anual ao segurado que, durante o ano, tenha recebido auxílio-doença, auxílio-aci-dente ou aposentadoria, pensão por morte, auxílio--reclusão ou salário-família, devendo o abono ser calculado pela média dos proventos pagos durante o ano ao segurado.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da Lei Comple-mentar 150/2015, que, dentre outras mudanças, alterou o artigo 34 e 35 da Lei 8.213/91, o empregado doméstico passou a ter em seu favor a presunção absoluta de reco-lhimento da contribuição previdenciária, mesmo nos casos de salário de contribuição acima de um salário mínimo, tendo havido a revogação tácita do artigo 36 da Lei 8.213/91.

Questão respondida com base na legislação em vigor no dia da prova.

Alternativa correta: letra “a”: a assertiva reproduz o conteúdo do art. 35, da Lei 8213/91. Vejamos:

“Art. 35. Ao segurado empregado e ao traba-lhador avulso que tenham cumprido todas as condições para a concessão do benefício pleiteado mas não possam comprovar o valor dos seus salários-de-contribuição no período básico de cálculo, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser recal-culada, quando da apresentação de prova dos salários-de-contribuição”.

Alternativa “b”: está errada. A assertiva possui dois erros, primeiro ao excluir da regra da presunção de recolhimento o cálculo da RMI de benefícios decorrente de acidente do trabalho, segundo por afirmar que o empregado doméstico também goza dessa presunção.

Vejamos o texto do art. 36, do Decreto 3048/99:

“Art. 36. No cálculo do valor da renda mensal do benefício serão computados: I – para o segurado empregado e o trabalhador avulso, os salários-de-contribuição referentes aos meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa, sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das pena-lidades cabíveis” (grifo nosso).

Observem então que esta regra só se aplica ao empregado e o trabalhador avulso, não se estendendo ao doméstico, o que já invalidaria, por si só, a assertiva.

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Direito PreviDenciário 69

Observem também que o texto legal não exclui da regra o cálculo de benefício decorrente de acidente do trabalho, outro erro da assertiva.

Alternativa “c”: está errada. A CF/88 inovou no ordenamento jurídico ao assegurar, para os benefícios concedidos após a sua vigência, a correção monetá-ria de todos os salários de contribuição considerados no cálculo da renda mensal inicial. O erro da assertiva reside em afirmar que o dispositivo constitucional é dotado de auto-aplicabilidade, quando não o é.

Vejamos jurisprudência em igual sentido:

“PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRE-SENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. RESOLUÇÃO STJ nº 08/2008. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ CONCEDIDA ANTES DA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS 24 (VINTE E QUATRO) SALÁ-RIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO ANTERIORES AOS 12 (DOZE) ÚLTIMOS, PELA VARIAÇÃO DA ORTN/OTN. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. ATUALIZAÇÃO INDEVIDA. 1. A Constituição Federal de 1988, em dispositivo não dotado de auto-aplicabi-lidade, inovou no ordenamento jurídico ao assegurar, para os benefícios concedidos após a sua vigência, a correção monetária de todos os salários-de-contribuição considerados no cálculo da renda mensal inicial. 2. Quanto aos benefícios concedidos antes da promulgação da atual Carta Magna, aplica-se a legislação previdenciária então vigente (...)” (REsp nº 1.113.983/RN, Terceira Seção, Relatora Minis-tra Laurita Vaz, DJ de 28/4/2010) (grifo nosso).

Alternativa “d”: está errada. É firme a jurisprudên-cia do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que não é possível a inclusão dos expurgos inflacionários na correção monetária dos salários-de-contribuição, quando do cômputo da renda mensal inicial. Vejamos:

“PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DIVER-GÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ENTRE 5 DE OUTUBRO DE 1988 E 5 DE ABRIL DE 1991. APLICAÇÃO DO ART. 144 DA LEI 8.213/91. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. INCORPORAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PRECE-DENTES DO STJ. EMBARGOS ACOLHIDOS. 1. “Todos os benefícios de prestação continuada concedidos pela Previdência Social entre 5 de outubro de 1988 e 5 de abril de 1991 devem ter sua renda mensal inicial recalculada e reajus-tada de acordo com as regras estabelecidas na Lei 8.213/91 (artigo 144 da Lei 8.213/91)” (EREsp 172.345/SP, Rel. Min. HAMILTON CAR-VALHIDO, DJ 24/9/01). 2. É firme a jurispru-dência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que não é possível a inclusão dos expurgos inflacionários na correção monetá-ria dos salários-de-contribuição, quando do cômputo da renda mensal inicial. 3. Embargos

de divergência acolhidos para, reformando o acórdão embargado, negar provimento ao recurso especial. (EREsp nº 213.164/SC, Terceira Seção, Relator Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJ de 12/2/2010, grifo nosso)”.

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCI-ÁRIO. ERRO DE FATO PRESENTE. DISCORDÂN-CIA ENTRE O PLEITO RECURSAL E O DECIDIDO. BENEFÍCIOS CONCEDIDOS APÓS A CF/88. CORREÇÃO DOS SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO ANTERIORES AOS 12 ÚLTIMOS PELA ORTN/OTN/BTN. DESCABIMENTO. INCLUSÃO DOS EXPURGOS INFLACIONÁRIOS NO REAJUSTE DOS SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOS-SIBILIDADE. SÚMULA 86 DO STJ. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. EFEITO MODIFI-CATIVO. AMBOS EMBARGOS ACOLHIDOS. [...] 2. Os benefícios foram concedidos posterior-mente à promulgação da Carta Política de 1988, portanto o cômputo da renda mensal inicial deve ser realizado conforme expressa o artigo 144 combinado com o artigo 31 da Lei 8.213/91, ou seja, corrigindo-se os 36 salá-rios de contribuição pela variação do INPC. 3. Os índices expurgados da inflação não se incluem no reajustamento dos salários de con-tribuição que integram o salário de benefício. 4. Recurso especial não conhecido. Acórdão regional vergastado em sintonia com os julga-dos deste Sodalício, incidência da Súmula 86 do STJ. 5. Embargos de declaração do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e dos auto-res acolhidos, com efeito modificativo. (EDcl no REsp nº 192.039/SC, Relator Ministro Hélio Quaglia Barbosa 5/9/2005)”.

Alternativa “e”: está errada. O abono anual equi-vale ao “13º pago” pelo INSS, quando os segurados estão em gozo de benefício. Perceba que este abono, ao contrário do 13º salário decorrente do trabalho, deve ser pago a todas as categorias de segurado, mas não apenas aos segurados empregados.

Segundo o texto do art. 40, da Lei 8213/91, é devido abono anual ao segurado e ao dependente da Previ-dência Social que, durante o ano, recebeu auxílio-do-ença, auxílio-acidente, aposentadoria, salário-ma-ternidade, pensão por morte ou auxílio-reclusão. Observem que não se insere neste rol os segurados que receberam salário-família, razão pela qual a assertiva já estaria errada.

Outrossim, a assertiva afirma ainda que o abono deve ser calculado pela média dos proventos pagos durante o ano ao segurado, o que está errado. Segundo o § único do art. 40, do mesmo diploma legal, o abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a gratificação natalina dos trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal do benefí-cio do mês de dezembro de cada ano. A Previdência

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Social paga o abono anual, juntamente com o paga-mento da última parcela do benefício de cada ano.

“Art. 40. É devido abono anual ao segurado e ao dependente da Previdência Social que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, auxí-lio-acidente ou aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão. (Vide Decreto nº 6.927, de 2009) (Vide Decreto nº 7.782, de 2012)

Parágrafo único. O abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a Gratificação de Natal dos trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro de cada ano”.

12. (Procurador Federal 2010 – Prova Curso de For-mação – CESPE) O fator previdenciário se aplica a todas as aposentadorias por tempo de contribuição concedi-das a partir da lei que o instituiu, ainda que os requisitos para a concessão da aposentadoria tenham sido preen-chidos antes da vigência da referida lei.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. Em verdade, a questão não trata especificamente de fator previdenciário, mas do princí-pio do direito adquirido. Se os requisitos para a conces-são da aposentadoria foram atendidos antes da altera-ção legislativa, o segurado possui direito adquirido a se aposentar, conforme as regras da legislação vigente à época do preenchimento das exigências.

13. (Procurador Federal 2010 – Prova Curso de For-mação – CESPE) Em razão da imprevisibilidade que caracteriza os benefícios por incapacidade, não se aplica, em seu cálculo, o fator previdenciário.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Coube à Medida Provisória 676, publicada em 18 de junho de 2015, instituir a regra alter-nativa 85(mulher)/95 (homem) para tornar facultativo o fator previdenciário na aposentadoria por tempo de contribuição. O segurado que preencher o requi-sito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenci-ário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de con-tribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: I – igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou II – igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, obser-vando o tempo mínimo de contribuição de trinta anos. No entanto, as somas de idade e de tempo de contribui-ção mencionadas serão majoradas em um ponto em: 1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021 e V – 1º de janeiro de 2022.

|COMENTÁRIOS|.

Questão correta. O art. 29, da Lei 8.213/91, alterado pela Lei 9.876/99, dispõe que o salário-de-benefício consiste:

I – para a aposentadoria por idade e tempo de contribuição – média aritmética simples dos 80% maiores salários-de-contri-buição de todo o período contributivo, multi-plicado pelo fator previdenciário. O fator é obrigatório para a aposentadoria por tempo de contribuição e facultativo na por idade;

II – para a aposentadoria por invalidez, especial, auxílio-doença e auxílio-aci-dente – média aritmética simples dos 80% maiores salários-de-contribuição de todo o período contributivo.

Percebe-se, então, que, para os benefícios por inca-pacidade (aposentadoria por invalidez, auxílio-doença e auxílio-acidente), o fator previdenciário não é utili-zado para o cálculo do salário-de-benefício.

O fator previdenciário foi criado com o objetivo de reduzir o valor das aposentadorias consideradas preco-ces. Por isso, ele só é utilizado obrigatoriamente para o cálculo do salário-de-benefício das aposentadorias por tempo de contribuição. Não faria qualquer sentido a aplicação do fator previdenciário para os benefícios por incapacidade.

14. (TRF 4 – Juiz Federal Substituto 4ª região/ 2010) Dadas as assertivas abaixo sobre cálculo da renda men-sal inicial e manutenção e reajustamento da renda men-sal dos benefícios previdenciários do Regime Geral de Previdência Social, assinale a alternativa correta.

I. O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido por norma especial e o decor-rente de acidente do trabalho, exceto o salário-fa-mília e o salário-maternidade, será sempre calcu-lado com base no salário de benefício consistente na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário.

II. O salário de benefício do segurado que contribuir em razão de atividades concomitantes será calcu-lado com base na média dos salários de contribui-ção da atividade principal, assim considerada a de maior renda, acrescida de 75% (setenta e cinco por cento) da média da atividade secundária.

III. Em nenhuma hipótese a renda mensal do benefício de prestação continuada que substituir o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segu-rado terá valor inferior ao do salário mínimo nem superior ao do limite máximo do salário de contri-buição.

IV. Nas hipóteses estabelecidas atualmente na Lei 8.213/91 em que é possível a cumulação de auxílio-

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-acidente e aposentadoria por tempo de contribui-ção, a renda mensal daquele não integra o salário de contribuição desta para fins de cálculo do salário de benefício.

V. O valor dos benefícios em manutenção será rea-justado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, aplicada a todos os benefícios a variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC/IBGE acumulada a partir da data do reajuste anterior.

a) Está correta apenas a assertiva II.

b) Estão corretas apenas as assertivas I e V.

c) Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.

d) Estão corretas todas as assertivas.

e) Nenhuma das assertivas está correta.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Coube à Medida Provisória 676, publicada em 18 de junho de 2015, instituir a regra alter-nativa 85(mulher)/95 (homem) para tornar facultativo o fator previdenciário na aposentadoria por tempo de contribuição. O segurado que preencher o requi-sito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenci-ário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de con-tribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: I – igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou II – igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, obser-vando o tempo mínimo de contribuição de trinta anos. No entanto, as somas de idade e de tempo de contribui-ção mencionadas serão majoradas em um ponto em: 1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021 e V – 1º de janeiro de 2022.

Assertiva I: errada. A assertiva possui dois erros. Nem todos os benefícios de prestação continuada são calculados da mesma forma. Os benefícios destinados aos segurados especiais possuem valor fixo e definido em lei.

Outrossim, o fator previdenciário incide apenas sobre o cálculo dos benefícios de aposentadoria por idade e aposentadoria por tempo de contribuição (art. 29, I, da Lei 8213/91).

Assertiva II: errada. Conforme determina o art. 32 da Lei 8213/91, o salário-de-benefício do segurado que contribuir em razão de atividades concomitantes será calculado com base na soma dos salários-de-contribui-ção das atividades exercidas.

Assertiva III: errada. A renda mensal do benefí-cio de prestação continuada que substituir o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado poderá ter valor inferior ao salário mínimo quando con-

cedido com base em acordos internacionais de previ-dência social (art. 35, § 1º, do Decreto 3048/99).

Em duas hipóteses, o benefício poderá ter valor superior ao do limite máximo do salário-de-contribui-ção, isto pode ocorrer em relação ao salário-materni-dade, que é limitado apenas ao valor do subsídio men-sal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (art. 248, da CF/88), e quanto à aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa, quando então será acrescido de 25% (art. 45, II, do Decreto 3048/99).

Assim, a assertiva está errada, pois existe 01 hipó-tese em que o valor do benefício que substituir o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segu-rado poderá ter valor inferior ao do salário mínimo, e 02 hipóteses em que poderá ter valor superior ao do limite máximo do salário de contribuição.

Assertiva IV: errada. A atual redação da Lei 8213/91 não admite a cumulação de auxílio-acidente com qual-quer tipo de aposentadoria (art. 86, § 2º, da Lei 8213/91).

Assertiva V: errada. Estabelece o art. 41-A da Lei 8213/91 que o valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respecti-vas datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC. Observem que a questão menciona que o repasse do reajuste do INPC deve ser integral, sem mencionar que deve ser pro rata em relação a data do início do benefício.

Alternativa correta: letra “e”. De acordo com a análise das assertivas, concluímos que todos os itens estão errados.

15. (Juiz Federal do TRF 2ª Região 2009 – CESPE) Com base nas regras informativas do cálculo dos benefícios, assinale a opção correta.

a) Nos casos de aposentadoria por invalidez em que o segurado necessite de assistência permanente de outra pessoa, o valor do benefício previdenciário não pode ser superior ao limite máximo do salário--de-contribuição na data inicial do benefício.

b) O valor mensal dos benefícios de prestação conti-nuada, incluindo o regido por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, é calculado com base no salário-de-benefício.

c) Para cálculo do valor do salário-de-benefício do segurado empregado, são considerados todos os ganhos habituais deste, incluídas as utilidades concedidas pelo empregador, sobre os quais tenha havido contribuições previdenciárias, aí inserida a gratificação natalina.

d) O fator previdenciário consiste em uma fórmula aritmética que considera os fatores idade e expec-

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tativa de sobrevida do segurado, exclusivamente por ocasião do pedido de aposentadoria, e se des-tina a fixar o tempo de contribuição remanescente para o segurado poder aposentar-se por tempo de serviço.

e) O salário-de-benefício da aposentadoria por idade é apurado pela média aritmética simples dos maio-res salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Coube à Medida Provisória 676, publicada em 18 de junho de 2015, instituir a regra alter-nativa 85(mulher)/95 (homem) para tornar facultativo o fator previdenciário na aposentadoria por tempo de contribuição. O segurado que preencher o requi-sito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenci-ário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de con-tribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: I – igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou II – igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, obser-vando o tempo mínimo de contribuição de trinta anos. No entanto, as somas de idade e de tempo de contribui-ção mencionadas serão majoradas em um ponto em: 1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021 e V – 1º de janeiro de 2022.

Alternativa “e”: está correta. A assertiva E está correta, refletindo o exto texto do art.29, I, da Lei 8.213/91. Para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art. 18 (aposentadoria por tempo de contribuição e por idade), o salário de benefício será a média aritmética simples dos maiores salários-de-con-tribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previ-denciário

Alternativa “a”: está errada. A alternativa A está errada, pois, de acordo com o art. 45, § único, a, da Lei 8.213/91, o acréscimo de 25% da aposentadoria por invalidez do segurado que necessita de auxílio perma-nente deve ser concedido, ainda que o valor do benefí-cio ultrapasse o limite máximo do salário-de-benefício.

Alternativa “b”: está errada. A proposição B está errada, pois alguns benefícios de prestação continuada não são calculados com base no salário-de-benefício, a exemplo do salário-maternidade e do salário-família.

Alternativa “c”: está errada. A alternativa C está errada, uma vez que o art. 28, § 7°, da Lei 8.212/91 dis-põe que o décimo-terceiro salário (gratificação nata-lina) integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo de benefício.

Alternativa “d”: está errada. A proposição D não reflete o papel do fator previdenciário, pois este insti-tuto é utilizado para o cálculo do valor das aposentado-rias por tempo de contribuição e por idade (art.29, I, da Lei 8.213/91).

16. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Em cada um dos itens subsequentes, é apresentada uma situação hipotética a respeito da aposentadoria por tempo de contribuição, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Mário, segurado inscrito na previdência social desde 1972, requereu sua aposentadoria por tempo de contribuição. Nessa situação, a renda inicial da apo-sentadoria de Mário corresponderá à média aritmética simples dos salários-de-contribuição desde 1972, multi-plicada pelo fator previdenciário.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: O salário de benefício é um insti-tuto exclusivo do Direito Previdenciário, regulado pelos artigos 28 a 32 da Lei 8.213/91, sendo utilizado para o cálculo da maioria dos benefícios do RGPS.

Questão errada: De efeito, na forma do artigo 28, da Lei 8.213/91, o valor do benefício de prestação con-tinuada, inclusive o regido por norma especial e o decor-rente de acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-maternidade, será calculado com base no salário de benefício.

De acordo com o artigo 29, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei 9.876/99, em regra, o salário de benefício corresponderá à média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo.

No caso da aposentadoria por tempo de contribui-ção, para o cálculo do salário de benefício, essa média aritmética dos 80% maiores salários de contribuição do PBC (período básico de cálculo) ainda será obrigato-riamente multiplicada pelo fator previdenciário (salvo nos casos de cumprimento das fórmulas 85 e 95), que é facultativo para o cálculo do salário de benefício da aposentadoria por idade e do deficiente.

Entretanto, conforme regra de transição contida artigo 3º, da Lei 9.876/99, para os segurados com filia-ção anterior a 29.11.1999, no cálculo do salário de bene-fício, apenas serão utilizados os salários de contribuição a partir da competência de julho de 1994, ou seja, após a criação da atual moeda.

Esse dispositivo transitório considerou a dificul-dade de conversão das moedas anteriores, mas em determinados casos concretos poderá gerar enormes prejuízos no cálculo das aposentadorias, na hipótese de o segurado possuir as maiores contribuições previden-ciárias justamente antes de julho de 1994.

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Direito PreviDenciário 73

Logo, no caso dado, apenas as contribuições pagas por Mário a partir de julho de 1994 serão consideradas no cálculo do salário de benefício, razão pela qual o enunciado é falso.

17. (Procurador do Município – Prefeitura Natal--RN/2008 – CESPE) Em relação ao salário-de-benefício, assinale a opção correta. ANULADA

a) Tratando-se de auxílio-doença, o salário-de-bene-fício deve ser calculado pela média aritmética sim-ples dos maiores salários-de-contribuição corres-pondentes a 80% de todo o período contributivo.

b) Tratando-se de auxílio-acidente, o salário-de-be-nefício é a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário.

c) Devem ser considerados para o cálculo do salário--de-benefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenham incidido contribuições previdenciárias, inclusive décimo terceiro salário.

d) Não deve ser considerado, para o cálculo do salário--de – benefício, qualquer aumento do salário-de--contribuição que exceda o limite legal, inclusive o voluntariamente concedido nos 36 meses imediata-mente anteriores ao início do benefício, ainda que homologado pela justiça do trabalho, resultante de promoção regulada por normas gerais da empresa, admitida pela legislação do trabalho, de sentença normativa ou de reajustamento salarial obtido pela categoria respectiva.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: devido às alterações legislati-vas trazidas pela Medida Provisória 664, de 30/12/2014, nesta parte conservadas na Lei 13.135/2015, o auxílio--doença não poderá exceder a média aritmética sim-ples dos últimos 12 salários-de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12, a média aritmética simples dos salários--de-contribuição existentes.

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Nota do autor: questão anulada pela banca. Estes autores discordam da anulação da questão pela banca e entendem que a assertiva “a” está CORRETA.

Atenção, não confundam salário-de-contribuição, salário-de-benefício e renda mensal inicial do benefício!

Salário-de-contribuição é a base sobre a qual incidirão as contribuições dos trabalhadores e dos

tomadores de serviços para o Regime Geral da Previ-dência Social.

Salário-de-benefício é o valor básico utilizado para cálculo da renda mensal dos benefícios de pres-tação continuada, inclusive os regidos por normas especiais, exceto o salário-família, a pensão por morte, o salário-maternidade e os demais benefícios de legis-lação.

Renda mensal inicial do benefício é o resultado obtido a partir do valor do salário-de-benefício, apli-cando-se uma alíquota que varia conforme o tipo de benefício.

Alternativa “a”: está correta. Conforme o art. 32, II, do Decreto 3048/99, para as aposentadorias por inva-lidez e especial, auxílio-doença e auxílio-acidente, o salário-de-benefício consiste na média aritmética sim-ples dos maiores salários-de-contribuição correspon-dentes a 80% de todo o período contributivo. Exata-mente como afirma a alternativa. Embora a banca tenha anulado a questão, entendem estes autores que esta assertiva seria a resposta CORRETA.

Alternativa “b”: está errada. Conforme o art. 32, II, do Decreto 3048/99, para as aposentadorias por inva-lidez e especial, auxílio-doença e auxílio-acidente o salário-de-benefício consiste na média aritmética sim-ples dos maiores salários-de-contribuição correspon-dentes a 80% de todo o período contributivo. A alterna-tiva está errada por afirmar que o salário-de-benefício deve ser multiplicado pelo fator previdenciário. Obser-vem que só incide fator previdenciário nas aposen-tadorias por idade e por tempo de contribuição (art. 32, I, do mesmo diploma legal).

Alternativa “c”: está errada. De acordo com o art. 32, § 4º, do Decreto 3048/99, serão considerados para cálculo do salário-de-benefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuição previdenciária. Observem, entretanto, que o 13º salário não é considerado para cálculo do salário-de-benefício, conforme disposto no art. 29, § 3º, da Lei 8213/91.

Alternativa “d”: está errada. Segundo o art. 32, § 5º, do Decreto 3048/99, não será considerado, no cálculo do salário-de-benefício, o aumento dos salá-rios-de-contribuição que exceder o limite legal, inclu-sive o voluntariamente concedido nos 36 meses ime-diatamente anteriores ao início do benefício, salvo se homologado pela Justiça do Trabalho, resultante de promoção regulada por normas gerais da empresa, admitida pela legislação do trabalho, de sentença nor-mativa ou de reajustamento salarial obtido pela catego-ria respectiva.

18. (Procurador do Município – Prefeitura Rio Bran-co-AC/2007 – CESPE) Julgue os itens a seguir quanto à previdência social.

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A expectativa de vida é inversamente proporcional ao índice do fator previdenciário. Nesse sentido, quanto maior for essa expectativa, maior será o salário de bene-fício.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: pertinente recordar ao candidato que o fator previdenciário só se aplica às aposentado-rias por idade e por tempo de contribuição.

ERRADO. O índice do fator previdenciário é inver-samente proporcional à idade de aposentadoria do segurado e diretamente proporcional à sua expecta-tiva de vida. A idade e o tempo de contribuição encon-tram-se no numerador da fórmula de cálculo do SB, ou seja, quanto maior a idade e o tempo de contribuição, maior será o SB, elevando o valor do benefício. Já a expectativa de sobrevida, baseada em tabela do IBGE, está no denominador da fórmula, logo, quanto maior a expectativa, maior será o índice do FP e menor será o benefício.

19. (Cespe – Defensor Público – DPU/ 2007) O fator previdenciário é um índice aplicável ao cálculo do salá-rio-de-benefício que considera a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar, devendo ser aplicado no cálculo da renda mensal inicial dos benefícios de aposentadoria por idade e por tempo de contribuição.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: O art. 7º, da Lei 9876/99, que difi-cilmente consta expressamente nos editais dos concur-sos, e que não foi incluída na redação da Lei 8213/91, é que determina a facultatividade da aplicação do fator previdenciário nas aposentadorias por idade. Atentem que a Lei 8213/91, ao tratar do fator previdenciário, não traz a informação dessa facultatividade. Assim, acredi-tam estes Autores, que, devido à possibilidade de dupla interpretação, a banca examinadora decidiu por anular a assertiva.

Questão ANULADA. A questão foi anulada pela banca. Observem que a interpretação do art. 29, I, da Lei 8213/91, leva a crer que a questão seria verdadeira, pois o texto legal conduz ao entendimento de que a aplica-ção do fator previdenciário é obrigatória em ambos os benefícios (benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art. 18). Entretanto, conhecendo a existência do art. 7º, da Lei 9876/99, sabemos que a aplicação do fato previdenciário é facultativa nas aposentado-rias por idade.

Vejamos:

“Art. 29. O salário-de-benefício consiste: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

I – para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição

correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário”.

“Art. 7º. É garantido ao segurado com direito a aposentadoria por idade a opção pela não aplicação do fator previdenciário a que se refere o art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei”.

20. (AGU – Procurador Federal 2006 – Organizado pela CESPE) Julgue o seguinte item.

A recente alteração na expectativa de vida dos bra-sileiros, conforme cálculo promovido pelo IBGE, influen-cia diretamente o valor calculado dos benefícios pagos pela Previdência Social, o que gera, entre outros efeitos, a necessidade de os trabalhadores estenderem um pouco mais o período de atividade a fim de receberem um benefício de valor equivalente ao que receberiam caso fosse mantida a expectativa de vida anterior.

|COMENTÁRIOS|.

Questão correta. A questão narra os efeitos da influência da alteração na expectativa de vida no fator previdenciário. Veja a fórmula de cálculo do fator pre-videnciário:

F = Tc × a

× �1 + (Id + Tc x a)

�Es 100

F = Fator Previdenciário

Tc = Tempo Contribuição até o momento da aposentadoria

A = Alíquota de contribuição correspondente a 0,31

Id = Idade no momento da aposentadoria

Es = Expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria

Percebe-se que o fator previdenciário é influen-ciado pelo tempo de contribuição, pela idade do segu-rado e pela expectativa de sobrevida, no momento da aposentadoria.

A expectativa de sobrevida, baseada em tabela do IBGE, está no denominador da fórmula, logo, quanto maior a expectativa de sobrevida, menor será o bene-fício previdenciário.

21. (Juiz Federal Substituto do TRF 5ª Região 2006 – Organizado pela CESPE)

Julgue a assertiva.

__Henrique tem 68 anos de idade e trabalha para a pessoa jurídica Delta, desde janeiro de 1968. Verificando ter implementado todas as condições necessárias, Hen-rique requereu no INSS a concessão de benefício pre-videnciário denominado aposentadoria por tempo de contribuição. O INSS, ao analisar o requerimento for-mulado por Henrique, constatou que, apesar de com-provada a sua condição de segurado empregado, não houve, por parte do empregador de Henrique, o reco-

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Direito PreviDenciário 75

lhimento das contribuições devidas, no período entre dezembro de 1989 e março de 1997. Nessa situação, com base na legislação vigente, os salários-de-contribuição correspondentes aos períodos em que não houve o recolhimento da contribuição previdenciária deverão ser computados para o cálculo do valor da renda mensal do benefício de Henrique.

|COMENTÁRIOS|.

Questão correta. Vejamos o que diz a Lei 8.213/91, a respeito da Renda Mensal do Benefício:

“Art. 34. No cálculo do valor da renda mensal do benefício, inclusive o decorrente de aci-dente do trabalho, serão computados: I – para o segurado empregado e trabalhador avulso, os salários-de-contribuição referentes aos meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa, sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das pena-lidades cabíveis.”

Desta forma, os salários-de-contribuição de Henri-que, referentes ao período não recolhido pela empresa, deverão ser computados para o cálculo da renda men-sal inicial da aposentadoria por tempo de contribuição.

22. (Juiz Federal Substituto do TRF 5ª Região 2006 – Organizado pela CESPE) Julgue a assertiva.

Fernanda, em virtude do falecimento de seu marido, requereu, no INSS, benefício previdenciário denominado pensão por morte. Nessa situação, o valor da renda mensal do benefício de Fernanda será cal-culado com base no salário-de-benefício do de cujus, correspondente à média aritmética simples dos maio-res salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A Medida Provisória 664/2014 havia reduzido a renda da pensão por morte. No entanto, coube à Lei 13.135/2015 rejeitar a aludida redu-ção, voltando a pensão por morte a ser do mesmo valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento (100% do salário de bene-fício).

Questão errada. O § 3°, do artigo 39, do RPS dispõe que “o valor mensal da pensão por morte ou do auxí-lio-reclusão será de cem por cento do valor da aposen-tadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento”.

Assim, não se utiliza diretamente o salário-de-bene-fício para o cálculo da pensão por morte. Indiretamente,

contudo, para o caso de trabalhadores que falecem em atividade, utiliza-se o salário-de-benefício da aposenta-doria por invalidez. Este, por sua vez, consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, sem a utilização do fator previdenciário.

23. (Cesgranrio – Analista Previdenciário – INSS/2005) A que percentual do salário-de-benefício correspondem, respectivamente, as rendas mensais iniciais do auxílio-doença, do auxílio-acidente e da apo-sentadoria por invalidez?

a) 100%, 91% e 50%.

b) 91%, 100% e 70%.

c) 91%, 50% e 100%.

d) 91%, 50% e 70%.

e) 50%, 91% e 100%.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: devido às alterações legislati-vas trazidas pela Medida Provisória 664, de 30/12/2014, neste ponto mantidas na Lei 13.135/2015, o auxílio-do-ença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos 12 salários-de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12, a média aritmética simples dos salários--de-contribuição existentes.

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Nota do autor: Como o auxílio-acidente não tem por objetivo substituir o salário de contribuição, tendo conteúdo indenizatório, poderá ter renda mensal infe-rior a um salário mínimo.

Alternativa correta: letra “c”.

Lei 8.213/91: “Art. 61. O auxílio-doença, inclu-sive o decorrente de acidente do trabalho, con-sistirá numa renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento) do salário-de--benefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no art. 33 desta Lei.

Art. 44. A aposentadoria por invalidez, inclu-sive a decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspon-dente a 100% (cem por cento) do salário-de--benefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no art. 33 desta Lei.

Art. 86 – § 1º O auxílio-acidente mensal corres-ponderá a cinqüenta por cento do salário-de--benefício e será devido, observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segu-rado”.

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76 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

24. (Cesgranrio – Analista Previdenciário – INSS/2005) Salário-maternidade é o benefício previ-denciário pago à segurada gestante durante o período de afastamento de suas atividades. Consiste em uma renda mensal inicial igual à remuneração integral, equi-valente a 01 (um) mês de trabalho, para:

a) todas as espécies de seguradas.

b) a segurada especial.

c) a trabalhadora avulsa.

d) a empregada doméstica.

e) a contribuinte individual.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: No caso da segurada empregada e da trabalhadora avulsa, o valor do salário-materni-dade poderá superar o teto do RGPS para o pagamento dos demais benefícios previdenciários, por força de entendimento do STF, que aplicou o Princípio da Isono-mia na época, a fim de excluir a referida prestação do teto de R$ 1.200,00, instituído pela Emenda 20/98, con-forme trecho abaixo colacionado:

[...] E, na verdade, se se entender que a Previ-dência Social, doravante, responderá apenas por R$1.200,00 (hum mil e duzentos reais) por mês, durante a licença da gestante, e que o empregador responderá, sozinho, pelo restante, ficará sobremaneira, facilitada e estimulada a opção deste pelo trabalhador masculino, ao invés da mulher trabalhadora. Estará, então, propiciada a discriminação que a Constituição buscou combater, quando proibiu diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão, por motivo de sexo (art. 7º, inc. XXX, da C.F./88), proibição, que, em substância, é um desdobramento do princípio da igualdade de direitos, entre homens e mulheres, previsto no inciso I do art. 5º da Constituição Federal. Estará, ainda, con-clamado o empregador a oferecer à mulher trabalhadora, quaisquer que sejam suas apti-dões, salário nunca superior a R$1.200,00, para não ter de responder pela diferença. Não é crível que o constituinte derivado, de 1998, tenha chegado a esse ponto na chamada Reforma da Previdência Social, desatento a tais conseqüências. Ao menos não é de se pre-sumir que o tenha feito, sem o dizer expressa-mente, assumindo a grave responsabilidade” (Passagem do julgamento da ADI/MC 1.946, de 29.04.1999)2.

2 Em 03.04.2003, a Suprema Corte confirmou a limi-nar, julgando parcialmente procedente o pedido.

Por outro lado, o salário-maternidade da segu-rada empregada e da trabalhadora avulsa não poderá superar o teto do funcionalismo público, que é o sub-sídio dos Ministros do STF, na forma do artigo 248, da Constituição3, cabendo à empresa arcar com a eventual diferença.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “c”.

Lei 8.213/91: “Art. 72. O salário-maternidade para a segurada empregada ou trabalhadora avulsa consistirá numa renda mensal igual a sua remuneração integral”.

25. (Cesgranrio – Técnico Previdenciário – INSS/2005) A respeito do cálculo do valor do benefício previdenciário, assinale a afirmativa INCORRETA.

a) Atualmente, o salário-de-benefício da aposentado-ria por idade consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspon-dentes a 80% de todo o período contributivo, multi-plicado pelo fator previdenciário.

b) Atualmente, o salário-de-benefício da aposenta-doria por tempo de contribuição consiste na média dos 36 (trinta e seis) últimos salários-de-contribui-ção, corrigidos monetariamente mês a mês.

c) O auxílio-doença tem como base de cálculo o salá-rio – de-benefício do segurado.

d) Atualmente, o salário-de-benefício da aposentado-ria por invalidez consiste na média aritmética sim-ples dos mai ores salários-de-contribuição corres-pondentes a 80% de todo o período contributivo.

e) O fator previdenciário será calculado consideran-do-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contri buição do segurado.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: devido às alterações legislativas trazidas pela Medida Provisória 664, de 30/12/2014, que neste ponto foi mantida na Lei 13.135/2015, o auxílio--doença não poderá exceder a média aritmética sim-ples dos últimos 12 salários-de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12, a média aritmética simples dos salários--de-contribuição existentes.

3 Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão responsável pelo regime geral de previdên-cia social, ainda que à conta do Tesouro Nacional, e os não sujeitos ao limite máximo de valor fixado para os benefícios concedidos por esse regime observarão os limites fixados no art. 37, XI.

Page 77: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 77

Nota do autor: No processo de conversão da MP 664⁄2014 na lei 13.135, de 17/06/2015, o Congresso Nacio-nal aprovou a flexibilização do fator previdenciário, que deixaria de ser utilizado quando a soma da idade e do tempo de contribuição dos homens resultasse em 95 (60 anos de idade e 35 de contribuição, por exemplo) e das mulheres resultasse em 85 (54 anos de idade e 31 de contribuição, por exemplo). Esta regra, no entanto, foi vetada pela Presidente Dilma, que no mesmo dia editou a Medida Provisória 676, de 17/06/2015, introduzindo as citadas fórmulas 95 para homens e 85 para mulheres, com a inserção do art. 29-C, da Lei 8.213/91.

Com esta relevante alteração, o segurado que pre-encher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição, ou seja, 35 anos para homens e 30 anos para mulheres, com redução de 5 anos para professores do ensino básico, poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo de sua aposenta-doria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for:

I. igual ou superior a 95 pontos, se homem, obser-vando o tempo mínimo de contribuição de 35 anos; ou

II. igual ou superior a 85 pontos, se mulher, obser-vando o tempo mínimo de contribuição de 30 anos.

A MP 676/2015 trouxe também uma regra de progressão das fórmulas 85 e 95, que passa a valer a partir da data da publicação da norma e perdura até 31/12/2016. A partir desta data as citadas fórmulas serão majoradas em um ponto, conforme tabela abaixo:

A partir de:Pontos

HomensPontos

Mulheres

1º de janeiro de 2017 96 86

1º de janeiro de 2019 97 87

1º de janeiro de 2020 98 88

1º de janeiro de 2021 99 89

1º de janeiro de 2022 100 90

Para efeito de aplicação dos formulas, serão acres-cidos 5 pontos à soma da idade com o tempo de contri-buição do professor e da professora que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício de magis-tério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Alternativa incorreta: letra “b”. A atual regra de cálculo do salário-de-benefício está prevista no art. 32, do RPS e consiste:

I. para as aposentadorias por idade e por tempo de contribuição, na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspon-dentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciá-rio;

II. para as aposentadorias por invalidez e especial, auxílio-doença e auxílio-acidente na média arit-mética simples dos maiores salários-de-contri-buição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo;

Assim, a regra de cálculo do valor dos benefícios não considera apenas os 36 últimos salário-de-contri-buição, desde a publicação da Lei 9.876/99, que alterou a forma de cálculo dos benefícios previdenciários.

Alternativa “a”, certa. De fato, de acordo com o art. 32, I, do RPS, o salário-de-benefício consiste, para as aposentadorias por idade e por tempo de contribui-ção, na média aritmética simples dos maiores salá-rios-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário.

Alternativas “c” e “d”, certas. De acordo com o art. 32, II, do RPS, o salário-de-benefício consiste, para as aposentadorias por invalidez e especial, auxílio-do-ença e auxílio-acidente na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspon-dentes a oitenta por cento de todo o período con-tributivo.

Alternativa “e”, certa. De acordo com o art. 32, § 11, do RPS, o fator previdenciário será calculado consi-derando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar.

26. (Cespe – Defensor Público – DPU/ 2001) Ismael requereu o benefício de aposentadoria por idade, ao completar 65 anos, após contribuir para a previdência social, comprovadamente, por exatos 25 anos. Demons-trados os valores dos salários-de-contribuição de Ismael ao longo do período, o INSS apurou que o seu salário--de-benefício correspondia a R$ 900,00. Nessa situação, a renda mensal inicial da aposentadoria de Ismael cor-responderá a R$ 855,00.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: observem que a aplicação do fator previdenciário é obrigatória no cálculo da apo-sentadoria por tempo de contribuição, e facultativa no cálculo da aposentadoria por idade, a teor do que deter-mina o art. 7º, da Lei 9876/99: “é garantido ao segurado com direito a aposentadoria por idade a opção pela não aplicação do fator previdenciário a que se refere o art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei”. Na aposentadoria do deficiente, a aplicação do fator previdenciário irá ocorrer, se benéfico ao segu-rado, a teor da LC 142/2013.

Page 78: Questões Comentadas INSS 2015

78 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

Questão errada. O cálculo da RMI da aposentado-ria por idade obedece à regra estabelecida no art. 50, da Lei 8213/91, qual seja, 70% do salário-de-benefício, mais 1% deste, por grupo de 12 contribuições, não podendo ultrapassar 100% do salário-de-benefício. Assim, se o salário-de-benefício de Ismael correspondia a R$ 900,00, e o segurado contava com 25 grupos de 12 contribuições, a RMI da aposentadoria será R$ 900,00 x 70% = 630 + 225 (25% de R$ 900,00) = R$ 855,00.

�DICAS (RESUMO)Ao contrário do que ocorreu nos Regimes Próprios

de Previdência Social com o advento da promulgação da Emenda 20/98, no RGPS continua sendo possível a concessão de aposentadoria sem a exigência de idade mínima do segurado, a exemplo da aposentadoria por tempo de contribuição, vez que não restou aprovada a reforma constitucional integral pretendida no final dos anos 90.

A aposentadoria por tempo de contribuição que, em regra, será deferida ao homem com 35 anos de contribuição e à mulher com 30 anos de contribuição, observada a carência de 180 contribuições mensais, é um benefício que ameaça o equilíbrio financeiro e atua-rial do sistema previdenciário, haja vista a possibilidade de os segurados se aposentarem muito cedo, inclusive abaixo dos cinquenta anos de idade.

Inclusive, nessas aposentações precoces, prega-se que inexiste risco social a ser coberto, pois antes dos sessenta anos de idade o segurado ainda não é sequer considerado idoso, havendo casos em que se percebe a aposentadoria por mais anos do que se verteu contri-buições previdenciárias.

Esse fato é agravado com a maior expectativa de vida que progressivamente vem sendo alcançada diante das melhores condições sociais, que chegou à média de 73 anos de idade em 2008, girando em torno de 69 anos de idade para os homens e de 77 para as mulheres.

Diante desse preocupante quadro previdenciá-rio, a Lei 9.876/99, publicada em 29.11.1999, instituiu o fator previdenciário, agora previsto no artigo 29, da Lei 8.213/91, que objetiva inibir aposentadorias precoces, sendo obrigatório no cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição e facultativo para a definição da renda mensal inicial da aposentadoria por idade.

Ou seja, fora a aposentadoria por tempo de contri-buição (obrigatório) e por idade (facultativo), o fator pre-videnciário não será utilizado diretamente no cálculo da renda de nenhum outro benefício previdenciário. Contudo, indiretamente, a pensão por morte poderá ter a sua renda mensal calculada com base no fator previ-denciário, se na apuração da renda da aposentadoria do instituidor da pensão o fator tiver sido aplicado.

Com o advento da aposentadoria do deficiente aprovada pela Lei Complementar 142/2013, o fator pre-videnciário poderá incidir no salário de benefício desta aposentadoria, desde que seja favorável ao segurado deficiente.

Trata-se de coeficiente que considera a idade da pessoa, o seu tempo de serviço/contribuição e a sua expectativa de vida, de acordo com a tábua com-pleta de mortalidade do IBGE, considerando-se a média nacional para ambos os sexos, a fim de ser utilizado no cálculo da renda mensal inicial da aposentadoria por tempo de contribuição e por idade.

Deveras, com a incidência do fator previdenciá-rio, é comum que os segurados que se aposentem por tempo de contribuição muito jovens possam perder por volta de metade do benefício previdenciário, pois certa-mente ele será bem inferior a 1,0.

Apenas as pessoas com idade mais avançada e com grande tempo de contribuição se favorecerão do fator previdenciário, pois neste caso ele tende a ser superior a 1,0.

Por força do artigo 5º, da Lei 9.876/99, observando o Princípio da Segurança Jurídica, a aplicação do fator previdenciário foi progressiva ao longo de cinco anos, incidindo sobre um sessenta avos por mês que se seguir à sua publicação, expirando-se para os benefícios com data de início a partir de 01.12.2004.

Foi assegurado o direito adquirido de todos os segurados que preencheram os requisitos para a apo-sentadoria por tempo de contribuição até 28.11.1999, dia anterior ao da publicação da Lei 9.876/99, ao cálculo da sua aposentadoria por tempo de contribuição sem a incidência do fator previdenciário.

O fator previdenciário teve a sua validade consti-tucional questionada no STF por intermédio das ADI’s 2.110 e 2.111, por suposta inserção indevida de mais um requisito no cálculo da aposentadoria não previsto no artigo 201, da Constituição. As medidas cautelares, no entanto, foram denegadas pela Suprema Corte.

Cuida-se de instituto que é concretização do Prin-cípio do Equilíbrio Financeiro e Atuarial da Previdência Social, na medida em que inibe aposentadorias preco-ces, pois inexistente risco social a ser coberto.

Coube à Medida Provisória 676, publicada em 18 de junho de 2015, instituir a regra alternativa 85(mulher)/95 (homem) para tornar facultativo o fator previdenciário na aposentadoria por tempo de contri-buição. O segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: I – igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição

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Direito PreviDenciário 79

de trinta e cinco anos; ou II – igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta anos. No entanto, as somas de idade e de tempo de contribuição mencionadas serão majoradas em um ponto em: 1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021 e V – 1º de janeiro de 2022.

O salário de benefício é um instituto exclusivo do Direito Previdenciário, regulado pelos artigos 28 a 32 da Lei 8.213/91, sendo utilizado para o cálculo da maioria dos benefícios do RGPS.

De efeito, na forma do artigo 28, da Lei 8.213/91, o valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-mater-nidade, será calculado com base no salário de benefí-cio.

Conforme dito, apenas esses dois benefícios serão calculados sem o manejo do salário de benefício, haja vista o salário-família possuir dois valores fixos (artigo 66, da Lei 8.213/91), bem como o salário-maternidade tomar como base de cálculo o salário de contribuição, a remuneração ou a receita proveniente da comerciali-zação da produção, a depender do enquadramento da segurada (artigo 73, da Lei 8.213/91).

De acordo com o artigo 29, da Lei 8.213/91, com redação dada pela Lei 9.876/99, em regra, o salário de benefício corresponderá à média aritmética simples dos maiores salários de contribuição corresponden-tes a 80% de todo o período contributivo.

No caso da aposentadoria por tempo de con-tribuição, para o cálculo do salário de benefício, essa média aritmética dos 80% maiores salários de contribui-ção do PBC (período básico de cálculo) ainda será obri-gatoriamente multiplicada pelo fator previdenciá-rio, que é facultativo para o cálculo do salário de bene-fício da aposentadoria por idade e da aposentadoria do deficiente, pois neste caso só incidirá se benéfico ao segurado a se aposentar por idade.

Logo, no cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição necessariamente será manejado o fator previdenciário, que terá aplicação facultativa na apo-sentadoria por idade e na aposentadoria do deficiente, pois só incidirá se for mais vantajoso para o segurado.

Por conseguinte, o fator previdenciário apenas será utilizado no cálculo da renda mensal da aposentado-ria por tempo de contribuição (incidência obrigatória, salvo regra 85/95) e da aposentadoria por idade e do deficiente (incidência facultativa).

Ademais, indiretamente, o fator previdenciário também poderá ter influído na renda da pensão por morte, se o segurado instituidor estivesse aposentado por tempo de contribuição ou por idade, pois o valor da pensão será o mesmo da aposentadoria do falecido.

O salário de benefício possui limites mínimos e máximos, não podendo ser inferior a um salário mínimo nem superior ao teto do salário de contribuição da data de início do benefício.

No entanto, caso o salário de benefício seja limi-tado em um caso concreto ao teto legal, na hipótese de a média aritmética dos salários de contribuição superar o limite máximo, deverá ser promovida a sua readequa-ção no primeiro reajuste pelo INSS, observado o novo valor máximo, como ocorreu com os novos tetos inau-gurados pelas Emendas 20/1998 (R$ 1.200,00) e 41/2003 (R$ 2.400,00).

No caso do segurado especial, desde a vigência da Lei 11.718/2008, o salário de benefício é fixado em um salário mínimo, exceto se ele adotou o regime de recolhimento do contribuinte individual, consoante facultado pelo artigo 25, § 1º, da Lei 8.212/91.

Ademais, lembrando das parcelas integrantes do salário de contribuição, serão considerados para cálculo do salário de benefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda cor-rente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto o décimo ter-ceiro salário (gratificação natalina).

Ou seja, apesar de incidir contribuição previdenciá-ria em separado sobre a parcela paga a título de décimo terceiro salário, a legislação previdenciária excluiu essa verba do cálculo do salário de benefício.

Exceto o salário-família e o salário-maternidade, que têm outras fórmulas de cálculo, todos os benefícios do RGPS serão cálculos através da aplicação de um per-centual sobre o salário de benefício.

ÔNOVOS VALORES SALÁRIO-DE-BE-NEFÍCIO E SALÁRIO-DE-CONTRIBUI-ÇÃO, A PARTIR DE 2015:

De acordo com a redação da Portaria Interministe-rial nº 13, de 09/01/2015, a partir de 1º de janeiro de 2015, o salário-de-benefício e o salário-de-contribuição não poderão ser inferiores a R$ 788,00 (setecentos e oitenta e oito reais), nem superiores a R$ 4.663,75 (quatro mil seiscentos e sessenta e três reais e setenta e cinco cen-tavos).

A partir de 1º de janeiro de 2015:

I. não terão valores inferiores a R$ 788,00 (setecentos e oitenta e oito reais), os benefícios:

a) de prestação continuada pagos pelo INSS corres-pondentes a aposentadorias, auxílio-doença, auxí-lio-reclusão (valor global) e pensão por morte (valor global);

b) de aposentadorias dos aeronautas, concedidas com base na Lei nº 3.501, de 21 de dezembro de 1958; e

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80 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

c) de pensão especial paga às vítimas da síndrome da talidomida;

II. os valores dos benefícios concedidos ao pescador, ao mestre de rede e ao patrão de pesca com as van-tagens da Lei nº 1.756, de 5 de dezembro de 1952, deverão corresponder, respectivamente, a 1 (uma), 2 (duas) e 3 (três) vezes o valor de R$ 788,00 (sete-centos e oitenta e oito reais), acrescidos de 20% (vinte por cento);

III. o benefício devido aos seringueiros e seus depen-dentes, concedido com base na Lei nº 7.986, de 28 de dezembro de 1989, terá valor igual a R$ 1.576,00 (um mil quinhentos e setenta e seis reais);

IV. é de R$ 788,00 (setecentos e oitenta e oito reais), o valor dos seguintes benefícios assistenciais pagos pela Previdência Social:

a) pensão especial paga aos dependentes das vítimas de hemodiálise da cidade de Caruaru no Estado de Pernambuco;

b) amparo social ao idoso e à pessoa portadora de deficiência; e

c) renda mensal vitalícia.

O valor da cota do salário-família por filho ou equi-parado de qualquer condição, até 14 (quatorze) anos de idade, ou inválido de qualquer idade, a partir de 1º de janeiro de 2015, é de:

I. R$ 37,18 (trinta e sete reais e dezoito centavos) para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 725,02 (setecentos e vinte e cinco reais e dois centavos);

II. R$ 26,20 (vinte e seis reais e vinte centavos) para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 725,02 (setecentos e vinte e cinco reais e dois cen-tavos) e igual ou inferior a R$ 1.089,72 (um mil e oitenta e nove reais e setenta e dois centavos).

Apenas para ilustrar, pois os benefícios previdenci-ários em espécie serão estudados no próximo Capítulo, eis o valor das rendas mensais iniciais:

a) Auxílio-acidente: 50% do salário de benefício;

b) Aposentadoria por idade: 70% do salário de bene-fício, acrescido de 1% a cada grupo de 12 contribui-ções mensais, até o limite máximo de 100%;

c) Auxílio-doença: 91% do salário de benefício. Devido às alterações legislativas trazidas pela Medida Provisória 664, de 30/12/2014, conservadas na Lei 13.135/2015, o auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos 12 salários-de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12, a média aritmética simples dos salá-rios-de-contribuição existentes.

d) Aposentadoria por invalidez, especial e por tempo de contribuição: 100% do salário de bene-fício.

A Medida Provisória 664/2014 havia reduzido a renda da pensão por morte. No entanto, coube à Lei 13.135/2015 rejeitar a aludida redução, voltando a pen-são por morte a ser do mesmo valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu fale-cimento (100% do salário de benefício).

A renda mensal do benefício de prestação continu-ada que substituir o salário de contribuição ou o rendi-mento do trabalho do segurado não terá valor inferior ao do salário mínimo.

Assim sendo, apenas o auxílio-acidente e o salá-rio-família, que não se destinam a substituir o rendi-mento do trabalho, poderão ter valor inferior a um salário mínimo.

Da mesma forma, a renda mensal dos benefícios por totalização, concedidos com base em acordos internacionais celebrados pelo Brasil no âmbito do RGPS, poderá ter valor inferior ao do salário mínimo, na forma do artigo 35, § 1º, do RPS.

Por outro lado, em regra, os benefícios do RGPS não poderão ter valor superior ao teto do salário de contribuição, fixado em R$ 2.400,00 pelo artigo 5º, da Emenda 41/2003, que desde 01.01.2015 foi atualizado para R$ 4.663,75..

Contudo, esta regra comporta exceções. A primeira se refere à aposentadoria por invalidez, vez que, se o aposentado necessitar de assistência permanente de outra pessoa, ele terá direito a um acréscimo fixo de 25% sobre a renda mensal inicial do benefício, podendo esse plus superar o teto, a teor do artigo 45, da Lei 8.213/91.

Também poderá superar o teto do salário de con-tribuição o salário-maternidade pago às seguradas empregadas e trabalhadoras avulsas, desde que não ultrapasse o teto do funcionalismo público, a teor do artigo 248, da CRFB, que é o subsídio dos Ministros do STF.

Este entendimento decorre do julgamento da ADI/MC 1.946 pelo STF, de 29.04.99, confirmado em 03.04.2003, em aplicação ao Princípio da Isonomia, haja vista que a limitação ao teto do RGPS geraria a discrimi-nação negativa das mulheres no mercado de trabalho, porquanto os empregadores não iriam admitir trabalha-doras que ganhassem acima do teto do salário de con-tribuição, pois ficariam responsáveis

Por fim, para a definição das regras de cálculo da renda mensal inicial dos benefícios incidirá o Princípio do Tempus Regit Actum, sendo aplicáveis as normas em vigor na data do preenchimento de todos os requisitos.

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Direito PreviDenciário 81

De acordo com o entendimento do STF, “os bene-fícios previdenciários devem regular-se pela lei vigente ao tempo em que preenchidos os requisitos necessários à sua concessão. Incidência, nesse domínio, da regra “tempus regit actum”, que indica o estatuto de regência ordinariamente aplicável em matéria de instituição e/ou de majoração de benefícios de caráter previdenciário” (AI 625.446 AgR, de 12.08.2008).

De acordo com o regramento atual, contido no artigo 41-A, da Lei 8.213/91, o valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último rea-justamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, que toma por base o rendimento de famílias com renda de um a oito salários mínimos, nas regiões metropolitanas do país, sendo o índice legal utilizado desde 2003.

Ô BENEFÍCIOS

ÔAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ

01. (CESPE – Juiz Federal Substituto 1ª região/2013) Com relação ao auxílio-doença, ao auxílio-acidente e à aposentadoria por invalidez, assinale a opção correta.

a) A lei exige, para a concessão de auxílio-doença aos segurados especiais, no valor de um salário mínimo, a comprovação de carência.

b) O empregado que tiver perdido a qualidade de segurado só fará jus ao recebimento de aposenta-doria por invalidez se tiver voltado a contribuir para o sistema previdenciário, no mínimo, quatro meses antes do pedido de aposentadoria, caso em que as contribuições relativas à filiação anterior serão computadas para efeito de carência.

c) A aposentadoria por invalidez, inclusive a decor-rente de acidente do trabalho, consistirá em uma renda mensal correspondente a 100% do valor do salário-de-benefício, mesmo que o segurado esteja no gozo de auxílio-doença.

d) O auxílio-acidente, de caráter indenizatório, será concedido apenas ao segurado vítima de acidente no trabalho, se houver diagnóstico que comprove que as sequelas do acidente implicam redução da capacidade para o trabalho habitualmente exer-cido por ele.

e) A legislação previdenciária, salvo no caso de direito adquirido, veda o recebimento de aposentadoria por invalidez cumulada com aposentadoria espe-cial e o recebimento de seguro – desemprego cumulado com auxílio-acidente.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: a questão foi anulada pela banca, pois todas as assertivas estão erradas.

Nota do autor 2: Com o advento da Lei 13.135/2015, o artigo 151 da Lei 8213/91 trouxe uma nova doença grave para dispensar a carência do auxílio--doença e da aposentadoria por invalidez: a esclerose múltipla.

Alternativa correta: letra “_”: não há alternativa correta.

Alternativa “a”: está errada. Nem sempre haverá exigência de cumprimento de carência para a conces-são do auxílio doença, mesmo em relação aos segura-dos especiais. Observem que, de acordo com o art. 26, II, da Lei 8213/91, a carência ao benefício previdenciá-rio por incapacidade é dispensada nos casos de nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado. Esta lista foi publicada, pela última vez, por meio da Portaria Interministerial 2.998/01 (o prazo de 3 anos já se expirou).

Alternativa “b”: está errada. Observem que, de acordo com o art. 26, II, da Lei 8213/91, a carência ao benefício previdenciário por incapacidade é dispen-sada nos casos de nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do traba-lho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde da Previ-dência Social elaborada a cada 3 anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, defici-ência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado. Esta lista foi publicada, pela última vez, por meio da Portaria Interministerial 2.998/01 (o prazo de 3 anos já se expirou).

Alternativa “c”: está errada. Segundo determina o § 5º, do art. 29, da Lei 8213/91, se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por inca-pacidade, sua duração será contada, considerando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de--benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal.

Logo, no caso em tela, estando o segurado em gozo de auxílio-doença, a aposentadoria por invalidez será calculada de acordo com o salário-de-benefício que

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82 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

serviu de base para o cálculo da renda mensal do auxílio-doença.

Alternativa “d”: está errada. De acordo com o art. 86, caput, da Lei 8213/91, o auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impli-quem redução da capacidade para o trabalho que habi-tualmente exercia. O erro da questão reside em afirmar que tal benefício só é devido ao segurado vítima de aci-dente de trabalho.

Alternativa “e”: está errada. O art. 124, da Lei 8213/91, em seu parágrafo único, permite o recebi-mento conjunto do seguro-desemprego com o auxí-lio-acidente.

18. (Juiz Federal Substituto do TRF 1ª Região 2006 – Organizado pelo Próprio TRF) A aposentadoria por invalidez exige:

a) carência de 12 contribuições mensais, salvo nos casos de acidentes ou quando o segurado for aco-metido por moléstias graves, definidas como tal na Lei nº 8.213/91;

b) prova de incapacidade, ainda que parcial, salvo se o segurado for portador de doença preexistente à filiação previdenciária;

c) carência de 24 contribuições mensais e prova de afastamento do trabalho por mais de seis meses;

d) que o segurado não a acumule com outro benefí-cio, salvo auxílio-doença.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da Lei 13.135/2015, o artigo 151 da Lei 8213/91 trouxe uma nova doença grave para dispensar a carência do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez: a esclerose múltipla.

Alternativa “a”: está correta. Está de acordo com o artigo 26, II, da Lei 8.213/91. Vejamos:

“Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:

II – auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segu-rado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Tra-balho e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, defor-mação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado.”

De acordo com a Portaria MPAS 2.998/2001, as doenças ou afecções abaixo indicadas excluem a exi-gência de carência para a concessão de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez aos segurados do Regime Geral de Previdência Social – RGPS:

“I – tuberculose ativa;

II – hanseníase;

III – alienação mental;

IV – neoplasia maligna;

V – cegueira

VI – paralisia irreversível e incapacitante;

VII – cardiopatia grave;

VIII – doença de Parkinson;

IX – espondiloartrose anquilosante;

X – nefropatia grave;

XI – estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

XII – síndrome da deficiência imunológica adquirida – Aids;

XIII – contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; e

XIV – hepatopatia grave.”

Alternativa “b”: está errada. A alternativa “b” está errada, pois a aposentadoria por invalidez exige incapacidade total para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência (art. 42, da Lei 8.213/91).

Alternativa “c”: está errada. A opção “c” é falsa, pois a carência exigida para a concessão deste benefício é de 12 contribuições mensais (art. 25, I, da Lei 8.212/91).

Alternativa “d”: está errada. A letra “d” está errada, vez que este benefício não pode ser acumulado com o auxílio-doença, conforme prevê o artigo 167, I, do Regulamento da Previdência Social.

�DICAS (RESUMO)Há previsão de concessão da aposentadoria por

invalidez a todas as classes de segurados do RGPS, uma vez realizados os requisitos legais.

A aposentadoria por invalidez será devida ao segu-rado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsis-tência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. Deveras, o pagamento da aposentadoria por invalidez é condicionada ao afastamento de todas as atividades laborativas do segurado.

Em regra, para a concessão deste benefício, será imprescindível que o segurado esteja incapacitado de maneira total e permanente para o exercício do traba-lho, bem como não haja possibilidade plausível de ser

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reabilitado para outra atividade laborativa, compatível com as suas restrições físicas ou psíquicas decorrentes do acidente ou enfermidade.

Essa análise normalmente é bastante difícil e casu-ística. Além das condições clínicas do segurado, será preciso analisar a sua idade e condições sociais, pois em alguns casos a baixa escolaridade e a idade avan-çada tornam inviável a reabilitação profissional, sendo necessário se conceder a aposentadoria por invalidez ao segurado.

De acordo com o STJ, “segundo a jurisprudência deste Colegiado, é possível a verificação do contexto socioeconômico do segurado com a finalidade de concessão da aposentadoria por invalidez sem ofensa à norma do art. 42 da Lei de Benefícios” (passagem do julgamento do AgRg no Ag 1270388, de 24/04/2010).

Contudo, excepcionalmente, especialmente no caso de condições sociais desfavoráveis, a exemplo da elevada idade, baixa escolaridade e precárias condições financeiras, a jurisprudência tem admitido a concessão da aposentadoria por invalidez no caso de incapacidade permanente e parcial para o trabalho.

TNU, Súmula 47 – Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de aposenta-doria por invalidez.

Assim sendo, a apreciação das condições pessoais e sociais do segurado somente será cabível quando houver o prévio reconhecimento de incapacidade labo-rativa para avaliar qual o benefício por incapacidade cabível (aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença) na situação concreta. Destarte, caso a perícia médica aponte a capacidade laboral para o trabalho habitual será impertinente que o julgador avalie as condições pessoais e sociais do segurado, pois, de todo modo, o benefício por incapacidade será negado.

TNU, Súmula 77 – “O julgador não é obri-gado a analisar as condições pessoais e sociais quando não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade habitual”.

Em regra, a concessão da aposentadoria por inva-lidez pressupõe a realização de carência de 12 contri-buições mensais, que será excepcionalmente dispen-sada nas hipóteses de invalidez decorrente de acidente de qualquer natureza, doença profissional, do trabalho ou das moléstias graves listadas em ato regulamentar.

De acordo com a Portaria MPAS 2.998/2001, dispen-sam a carência às seguintes enfermidades: a) tubercu-lose ativa; b) hanseníase; c) alienação mental; d) neopla-sia maligna; e) cegueira; f) paralisia irreversível e inca-pacitante; g) cardiopatia grave; h) doença de Parkinson; i) espondiloartrose anquilosante; j) nefropatia grave; l) estado avançado da doença de Paget (osteíte defor-mante); m) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS; n) contaminação por radiação com base em

conclusão da medicina especializada; ou o) hepatopatia grave.

Com o advento da Lei 13.135/2015, o artigo 151 da Lei 8213/91 trouxe uma nova doença grave para dispen-sar a carência do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez: a esclerose múltipla.

A condição de inválido dependerá de apreciação da perícia médica do INSS, sendo obrigado o segurado a se submeter a exames médicos periódicos (a cada dois anos), reabilitação profissional e tratamento dispensado gratuitamente, na forma do artigo 101, da Lei 8.213/91.

Todavia, a realização de cirurgia e de transfusão de sangue é facultativa, sendo defeso que o INSS con-dicione o pagamento do benefício à sujeição a esses procedimentos.

Vale ressaltar que a aposentadoria por invalidez não é definitiva, devendo cessar a qualquer tempo caso o segurado recupere a sua capacidade laborativa, a exemplo de cura após tratamento cirúrgico que se submeteu espontaneamente.

Caberá a cessação do benefício pela mera recupe-ração da capacidade laboral do segurado, constada por perícia médica do INSS, não sendo nem necessário que ele volte a trabalhar.

No entanto, após a Lei 13.063/2014, que alterou a redação do artigo 101, da Lei 8.213/91, o aposentado por invalidez e o pensionista inválido estarão isentos do exame pericial após completarem 60 (sessenta) anos de idade. Logo, nesta hipótese, salvo retorno ao trabalho voluntário, o benefício não poderá mais ser cancelado.

Ademais, dispõe o artigo 46 da Lei 8.213/91 que o aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.

Isso porque a concessão deste benefício pressupõe a incapacidade laborativa total e permanente para o exercício do trabalho. Se há exercício de atividade labo-ral pelo segurado, significa que a manutenção da apo-sentadoria por invalidez é indevida.

Outrossim, a anterior percepção de auxílio-doença não é condição para a concessão da aposentadoria por invalidez, pois poderá este benefício ser concedido diretamente, quando o INSS constatar que a enfermi-dade ou o acidente é tão grave que já tornou o segurado inválido, sem possibilidade de reabilitação profissional.

A renda mensal inicial da aposentadoria por inva-lidez será de 100% do salário de benefício em qual-quer hipótese.

Na hipótese de o segurado ter se filiado ao RGPS já inválido não haverá cobertura securitária, inexistindo direito à percepção da aposentadoria por invalidez, pois a lesão ou enfermidade preexistiam à cobertura securitária.

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TNU, Súmula 53 – Não há direito a auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez quando a incapaci-dade para o trabalho é preexistente ao reingresso do segurado no Regime Geral de Previdência Social.

Todavia, caso a lesão ou enfermidade preexistiam à filiação, mas não ao ponto de tornar o segurado inca-paz para o trabalho, tendo a invalidez se realizado após a filiação e em decorrência da progressão da doença ou lesão, fará jus o segurado à percepção da aposentadoria por invalidez, uma vez realizada a carência de 12 con-tribuições mensais, exceto nas hipóteses em que esta é dispensada.

Diz o texto legal que a doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposenta-doria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobre-vier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

Vale ressaltar que o período de graça não correrá ou, se já iniciado, será suspenso durante o período de incapacidade laboral do segurado, com base no artigo 15, I, da Lei 8.213/91. Logo, é necessário avaliar se na data do início da incapacidade laborativa ainda havia a manutenção da qualidade de segurado. Se havia, a aposentadoria por invalidez será deferida. Caso contrário, será negada.

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR INVA-LIDEZ. PERDA DA QUALIDADE DE SEGU-RADO ANTES DA OCORRÊNCIA DA MOLÉSTIA INCAPACITANTE. BENEFICIO INDEVIDO. REEXAME FÁTICO-PROBATÓ-RIO. AGRAVO DESPROVIDO. I – A aposen-tadoria por invalidez é devida ao segurado que, após cumprida a carência e conservando a qualidade de segurado, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de rea-bilitação em atividade que lhe garanta subsis-tência. II – A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça é firme no sentido de que o segurado que deixa de contri-buir para a Previdência Social, por estar incapacitado para o labor, não perde a qualidade de segurado. III – Ocorre que, no caso sub examine, tendo restado consignado ser a incapacidade do autor muito posterior ao fim de seu vínculo previdenciário, o reco-nhecimento da perda da qualidade de segu-rado e, consequentemente, o indeferimento do pedido de acidentário é medida que se impõe” (STJ, AgRg no REsp 1245217 / SP, de 12/06/2012).

Em regra, a data de início do benefício (DIB) será a data da incapacidade, marco inicial do pagamento a ser promovido pelo INSS. Contudo, se entre a data da inca-pacidade e a data de entrada do requerimento (DER) se passar mais de 30 dias, a data de início do benefício

será a data de entrada do requerimento na Previdência Social.

Apenas no caso do segurado empregado a regra será diferente, tendo em vista a obrigação legal da empresa de pagar ao segurado o seu salário durante os 15 primeiros dias do afastamento. A MP 664/2014 che-gou a alterar a obrigação da empresa de pagamento do salário para 30 dias, mas a Lei 13.135/2015 restaurou os 15 dias.

Logo, para o segurado empregado, a data de início do benefício não será a data da incapacidade, e sim o 16º dia seguinte. Excepcionalmente, se entre a data da incapacidade e a data de entrada do requerimento se passar mais de 30 dias, a data de início do benefício tam-bém será a data de entrada do requerimento na Previ-dência Social.

O valor da aposentadoria por invalidez do segu-rado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (auxílio-acom-panhante), se assim comprovado em perícia médica do INSS.

Vale lembrar que esse acréscimo poderá extra-polar o teto de pagamento dos benefícios do RGPS, sendo um valor fixo recalculado juntamente com o rea-juste da aposentadoria por invalidez, tendo índole per-sonalíssima, vez que o seu valor não será incorporado na pensão por morte eventualmente instituída pelo aposentado.

Esse acréscimo deverá ser pago desde a data de início do benefício, caso o aposentado por invalidez já necessitasse do auxílio permanente de outra pessoa naquele momento ou, sendo superveniente, a partir da data de entrada do requerimento administrativo.

A recuperação da capacidade laborativa pelo apo-sentado por invalidez poderá gerar o pagamento de um “prêmio” por seu esforço, pois o segurado ainda rece-berá algumas parcelas do benefício por alguns meses, sendo intitulado pela doutrina de mensalidades de recuperação.

De efeito, quando a recuperação ocorrer dentro de 05 anos, contado da data do início da aposentado-ria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o benefício cessará após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, para segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, segurado especial, contribuinte individual e segurado facultativo.

No caso do segurado empregado, a cessação do pagamento será imediata, caso ele tenha direito a retor-nar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista.

Por outro lado, quando a recuperação ocorrer após os referidos 05 anos, ou, mesmo antes, se for parcial ou se o segurado for declarado apto para o exercício de tra-balho diverso do qual habitualmente exercia, a aposen-

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Direito PreviDenciário 85

tadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade, da seguinte forma:

a) no seu valor integral, durante 06 meses contados da data em que for verificada a recuperação da capaci-dade;

b) com redução de 50%, no período seguinte de 06 meses;

c) com redução de 75%, também por igual período de 06 meses, ao término do qual cessará definitiva-mente.

Saliente-se que o empregado que for aposen-tado por invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do benefí-cio, assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por res-cisão do contrato de trabalho, a teor do artigo 475, da CLT.

TÓPICO-SÍNTESE DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Cabimento:

segurado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsis-tência.

Beneficiários: todos os segurados.

Carência:

12 contribuições mensais (segu-rado especial 12 meses de atividade rurícola ou pesqueira em regime de economia familiar para a subsis-tência), salvo acidente de qualquer natureza, doença profissional ou do trabalho e doenças graves listadas em ato regulamentar.

Valor: 100% do salário de benefício.

Outras infor-mações:

a) não é definitiva, salvo para os maiores de 60 anos de idade, se não voltarem a exercer atividade labo-ral;

b) é possível um acréscimo de 25%, inclusive extrapolando o teto, se o segurado necessitar de assistência permanente de outra pessoa;

c) o segurado é obrigado a se sub-meter a exames médicos periódicos (a cada 02 anos) e reabilitação pro-fissional, mas não a cirurgia e trans-fusão de sangue;

d) será devida desde a incapaci-dade (salvo empregado), se reque-rida até 30 dias. Se após, a data de início será a data do requerimento; no caso do segurado empregado, o empregador deve arcar com os salários por quinze dias antes da concessão da aposentadoria.

ÔAPOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

No entanto, coube à Medida Provisória 676, publi-cada em 18 de junho de 2015, instituir a regra alternativa 85(mulher)/95 (homem) para tornar facultativo o fator previdenciário na aposentadoria por tempo de contri-buição. O segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: I – igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou II – igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta anos. No entanto, as somas de idade e de tempo de contribuição mencionadas serão majoradas em um ponto em: 1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021 e V – 1º de janeiro de 2022.

ÔAUXÍLIO-DOENÇA E AUXÍLIO-ACI-DENTE

02. (FUNRIO – Analista do Seguro Social – INSS/2013) A quem cabe o pagamento dos primeiros quinze dias de afastamento da atividade por motivo de invalidez, nos termos da Lei no 8213/91?

a) Não existe prazo fixado em Lei.

b) Este prazo depende de norma proveniente de Acordo Coletivo.

c) Durante os primeiros quinze dias de afastamento da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.

d) Durante os primeiros trinta dias de afastamento da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.

e) Este prazo poderá ser livremente pactuado entre as partes, desde que homologado pelo Sindicato e encaminhado, para fins de arquivamento, ao Minis-tério do Trabalho.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “c”. De acordo com o art. 43, § 2°, da Lei 8.213/91, “durante os primeiros quinze dias de afastamento da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário”.

Alternativas “a”, “b”, “d” e “e”, erradas. O prazo em que a lei determina o pagamento do salário do empregado aposentado por invalidez É de 15 dias, con-forme redação do art. 43, § 2°, da Lei 8.213/91.

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04. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS/2012) Sil-via trabalhou na empresa X, de janeiro de 2009 a janeiro de 2010, como digitadora, quando foi acometida de tendinite, por 30 dias, que a impedia de exercer suas ativi dades habituais. Submetida a tratamento médico, recupe rou-se para suas atividades. Nessa situação, Silvia teve direito a receber

a) auxílio-acidente.

b) aposentadoria por invalidez.

c) auxílio-doença.

d) reabilitação profissional.

e) tratamento médico fornecido pelo INSS.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “c”. De acordo com o texto da questão, Silvia teve uma incapacidade tem-porária para o trabalho, que durou 30 dias. O benefício previsto pela legislação previdenciária para cobertura da incapacidade temporária para o trabalho superior a 15 dias de afastamento é o auxílio-doença. Vejamos o texto do artigo 59, da Lei 8.213/91:

O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Alternativas “a”, “b”, “d” e “e” erradas. A situação narrada não gera a concessão dos benefícios propostos nestas alternativas.

05. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS/2012) Cláudio exerceu atividade de caldeireiro na fábrica X de 01 de janeiro de 2009 a 01 de julho de 2009 e sofreu aci-dente de trabalho que acarretou a perda de dois dedos da mão. Nessa situação, Cláudio

a) não terá direito a receber benefício previdenciário por ausência do cumprimento do período de carên-cia.

b) receberá auxílio-doença e após a consolidação da perda dos dedos, auxílio-acidente.

c) terá direito à reabilitação profissional e aposentado-ria por invalidez.

d) não terá direito a benefício.

e) terá direito a auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez, após a consolidação da perda dos dedos.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Nesta questão, primeiramente, é necessário analisar a necessidade do cumprimento da carência para o gozo dos benefícios. Em regra, exige-se carência para a concessão do auxílio-doença e da apo-sentadoria por invalidez, exceto quando decorrente de

acidente de qualquer natureza ou causa e de doenças graves listadas pelos Ministérios da Saúde e da Previ-dência Social, conforme art. 26, II, da Lei 8.213/91. Tam-bém, para o gozo do benefício de auxílio acidente, não se exige carência (art. 26, I, da Lei 8.213/91).

Nota do autor: Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a ter direito ao benefício do auxílio-acidente.

Alternativa correta: letra “B”. Considerando que Cláudio sofreu acidente que gerou sequela para o seu trabalho e reduziu a sua capacidade funcional habitual, conclui-se que o benefício cabível é o auxílio-acidente, na forma do artigo 86, da Lei 8.213/91, que dispensa carência para a sua concessão, a teor do artigo 26, inciso I, da Lei de Benefícios.

Antes da consolidação da sequela, Cláudio terá direito ao auxílio-doença, que somente deverá ser con-vertido em auxílio-acidente quando ele puder retornar ao trabalho, lembrando que o auxílio-doença dispensa a carência se decorrer de acidente de qualquer natu-reza, com base no artigo 26, inciso II, da Lei 8.213/91.

Vale frisar que a FCC deveria ter dito que Cláudio era empregado ou avulso, pois apenas estes segurados (juntamente com o segurado especial) terão direito ao auxílio-acidente, na forma do artigo 18, § 1º, da Lei 8.213/91, posto que os contribuintes individuais não receberão o auxílio-acidente.

Alternativas “a”, “c”, “d” e “e” erradas. Não será cabível o serviço previdenciário de reabilitação profis-sional, pois a questão não disse que o acidente impediu Cláudio de prosseguir na mesma profissão. Ademais, não há informação de incapacidade permanente labo-ral sem possibilidade de reabilitação profissional para fins de concessão de aposentadoria por invalidez.

09. (Procurador do Município – Prefeitura Natal--RN/2008 – CESPE) Célio, segurado obrigatório da pre-vidência social, trabalha em uma fábrica de sapatos em Natal – RN desde janeiro de 2000. Em virtude de ter sido infectado pelo vírus da dengue durante seu descanso semanal, no primeiro domingo de fevereiro de 2008, necessitou afastar-se de suas atividades laborais pelo período de trinta dias.

Tendo como referência essa situação hipotética e com base na legislação que rege o benefício do auxílio--doença, assinale a opção correta.

a) Célio tem direito à percepção do auxílio-doença, e o benefício é devido a partir do décimo sexto dia do afastamento da atividade, uma vez que, durante os primeiros 15 dias consecutivos ao do afastamento, incumbe à empresa pagar o seu salário integral.

b) Célio não tem direito à percepção de auxílio-do-ença, uma vez que o período de carência desse benefício é de 180 contribuições mensais.

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Direito PreviDenciário 87

c) O auxílio-doença, inclusive o decorrente de aci-dente do trabalho, consiste em uma renda mensal correspondente a 100% do salário-de-benefício.

d) Se a empresa em que Célio trabalha dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, ele não deverá ser encaminhado à perícia médica da pre-vidência social, uma vez que a incapacidade não superou 30 dias.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “a”: Célio terá direito ao gozo do auxílio-doença, uma vez que cumpriu o perí-odo de carência exigido para a concessão do benefício (12 contribuições mensais – art. 29, I, do Dec. 3048/99), sendo o benefício devido a partir do 16º dia do afas-tamento da atividade, uma vez que Célio é segurado empregado (art. 72, I, do Dec. 3048/99). Durante os pri-meiros 15 dias de afastamento, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário correspondente (art. 75, do Dec. 3048/99).

Alternativa “b”: está errada. O período de carên-cia exigido para a concessão do auxílio-doença, assim como no caso da aposentadoria por invalidez, é de 12 contribuições mensais. Conforme determina o art. 29, I, do Dec. 3048/99.

Alternativa “c”: está errada. Independentemente se acidentário ou previdenciário, a renda mensal do auxílio-doença corresponde a 91% do salário-de-bene-fício, conforme determina o art. 39, I, do Dec. 3048/99.

Alternativa “d”: está errada. Para a concessão do auxílio-doença, exige-se que o empregado fique inca-pacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos (art. 71, do Dec. 3048/99), e não por mais de 30 dias, como afirma a alternativa.

Ademais, cabe à empresa que dispuser de serviço médico próprio ou em convênio o exame médico e o abono das faltas correspondentes aos primeiros 15 dias de afastamento, devendo o segurado ser encaminhado à perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social quando a incapacidade ultrapassar os 15 dias consecuti-vos (art. 75, §§ 1 e 2º, do Dec. 3048/99).

11. (Auditor-Fiscal da Receita Federal Área Tributá-ria e Aduaneira 2005/2006 – ESAF) De acordo com a Lei nº 8.213/91, na parte relativa ao auxílio-doença, indi-que qual das opções está incorreta:

a) é concedido diante da incapacidade permanente para o trabalho.

b) é um benefício de caráter continuado.

c) a sua extinção ocorre diante da recuperação da capacidade para o trabalho.

d) em regra, possui prazo de carência para a sua con-cessão.

e) é devido ao segurado.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa incorreta: letra “A”: O auxílio-doença é o benefício previdenciário concedido em caso de incapacidade temporária para o trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos (art. 59, da Lei 8.213/91). Este benefício será devido enquanto o segurado permanecer incapaz para o retorno ao tra-balho (art. 60, da Lei 8.212/91). A proposição “a” está incorreta, pois menciona que o auxílio-doença é conce-dido diante da incapacidade permanente. Sabe-se que o benefício previdenciário que cobre o risco social da incapacidade permanente é a aposentadoria por inva-lidez. Logo, como a questão pergunta sobre a opção incorreta, é esta que deve ser marcada pelo candidato.

Alternativa certa: letra “B”: O item “b” afirma, cor-retamente, que o auxílio-doença é benefício de cará-ter continuado, pois as suas prestações são sucessivas, repetindo-se mensalmente.

Alternativa certa: letra “C”:O item “c” trata da extinção do benefício com a recuperação da capaci-dade para o trabalho, o que, como mencionamos, de fato, ocorre.

Alternativa certa: letra “D”: A proposição “d” está correta, pois a carência para a concessão deste benefí-cio, em regra, é de 12 contribuições mensais (art. 25, I, da Lei 8.212/91). As exceções a esta regra são os casos de acidente de qualquer natureza ou causa, incluindo a doença profissional ou do trabalho, e os casos de segurado acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, a cada três anos.

Alternativa certa: letra “E”: Por fim, o item “e” traz uma afirmativa correta, pois o auxílio-doença é um benefício devido ao segurado (art. 59, da Lei 8.213/91). Os dois únicos benefícios devidos aos dependentes dos segurados são a pensão por morte e o auxílio-reclusão.

12. (Auditor-Fiscal da Receita Federal Área da Tec-nologia da Informação 2005/2006 – ESAF) Assinale a opção correta, no tocante ao auxílio-doença.

a) Será concedido ao segurado, independentemente de carência.

b) Será concedido ao segurado quando ficar cons-tatada a sua incapacidade para o seu trabalho ou para sua atividade habitual por período de até 15 (quinze) dias consecutivos.

c) Será concedido ao segurado quando ficar consta-tada a sua incapacidade para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

d) Será concedido ao segurado quando ficar cons-tatada a sua incapacidade para o seu trabalho ou

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para sua atividade habitual por período inferior a 15 (quinze) dias consecutivos.

e) Será concedido ao segurado quando ficar consta-tada a sua incapacidade parcial para o trabalho ou para sua atividade habitual por período de até 15 (quinze) dias consecutivos.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A MP 664/2014 chegou a atri-buir à empresa a responsabilidade pelo pagamento dos primeiros 30 dias de afastamento do empregado. No entanto, esta novidade não foi mantida pela Lei 13.135/2015, que restabeleceu a obrigação de a empresa arcar apenas com os 15 primeiros dias de afastamento do empregado pagando o seu salário, cabendo ao INSS pagar o auxílio-doença a contar do 16º dia do afasta-mento, se requerido em até 30 dias.

Alternativa correta: letra “C”: De acordo com o artigo 59 da Lei 8.213/91, o auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar inca-pacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Alternativa “a”: está errada. A alternativa “a” está errada, pois, conforme dispõe o art. 29, I, do RPS, a carência para a concessão do auxílio-doença é de 12 contribuições mensais.

Alternativa “b”: está errada. Incapacidade laboral por até 15 dias não dá direito ao auxílio-doença.

Alternativa “d”: está errada. Incapacidade laboral por até 15 dias não dá direito ao auxílio-doença..

Alternativa “e”: está errada. Incapacidade laboral por até 15 dias não dá direito ao auxílio-doença.

13. (Médico-Perito da Previdência Social 2006 – Car-los Chagas) O auxílio-doença

a) exige a incapacidade total e provisória para o exer-cício de todas as atividades laborativas.

b) exige a incapacidade total e provisória para o exer-cício das atividades laborativas habituais.

c) é devido aos segurados empregados desde o afas-tamento da atividade.

d) é devido aos segurados especiais desde o requeri-mento.

e) é devido, a contar do 16º dia, aos segurados empre-gados e domésticos.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “B”: O auxílio-doença será devido ao segurado que, após cumprida, quando for o caso, a carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos (art. 71, do RPS).

Alternativa “A”: está errada. O auxílio-doença exige incapacidade para o trabalho habitual do segu-rado, e não para todas as atividades habituais.

Alternativa “C”: está errada. A alternativa “c” também não encontra respaldo na legislação vigente, pois o auxílio-doença será devido a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade para o segurado empregado (art. 72, I, do RPS). Para os demais segu-rados, o auxílio-doença é devido, a contar da data do início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, quando requerido após o trigésimo dia do afastamento da atividade (art. 72, II e III, do RPS).

Alternativa “D”: está errada. Vide comentários da letra “C”.

Alternativa “E”: está errada. Vide comentários da letra “C”.

15. (Juiz Federal Substituto do TRF 1ª Região 2006 – Organizado pelo Próprio TRF) Fazem jus ao auxílio--acidente, como indenização (quando após a consoli-dação das lesões decorrentes do acidente, resultaram seqüelas que, impliquem, por exemplo, em redução da capacidade de trabalho que habitualmente exerciam):

a) omente os empregados segurados que compro-vem carência;

b) o segurado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial;

c) os trabalhadores rurais e os trabalhadores urbanos, com 24 meses, pelo menos, de contribuição;

d) os segurados que não acumulem o benefício em tela com qualquer aposentadoria.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a ter direito ao benefício do auxílio-acidente.

Resposta com base na lei em vigor na época.

Alternativa correta: letra “B”: A redação do artigo 104, do RPS responde à questão. Vejamos:

Art.104. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado empregado, exceto o doméstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqüela definitiva, conforme as situações discriminadas no anexo III, que implique:

I. redução da capacidade para o trabalho que habitu-almente exerciam;

II. redução da capacidade para o trabalho que habi-tualmente exerciam e exija maior esforço para o desempenho da mesma atividade que exerciam à época do acidente; ou

Page 89: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 89

III. impossibilidade de desempenho da atividade que exerciam à época do acidente, porém permita o desempenho de outra, após processo de reabilita-ção profissional, nos casos indicados pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social.

A alternativa que apresenta estes três segurados é a letra “b”, devendo ser marcada pelo candidato. Note--se que os segurados contemplados com este benefício são os mesmos que, de alguma forma, contribuem para o SAT/GILRAT. Lembre-se que as empresas pagam 1, 2 ou 3% sobre a remuneração dos empregados e avulsos que lhe prestem serviço, para o custeio deste benefício. O segurado especial deve destinar 0,1% sobre a comer-cialização da sua produção rural, para esta finalidade (artigo 18, § 1º, da Lei 8.213/91).

Alternativa “A”: está errada. O artigo 26, I, da Lei 8.213/91 dispensou a carência para o auxílio-acidente.

Alternativa “C”: está errada. O artigo 26, I, da Lei 8.213/91 dispensou a carência para o auxílio-acidente.

Alternativa “D”: está errada. Apenas o empre-gado, o avulso e o segurado especial poderão receber o auxílio-acidente.

17. (Cespe – Procurador Federal/2013) A concessão do benefício de auxílio-doença, em regra, exige período de carência de doze contribuições mensais. Todavia, a lei prevê casos em que a concessão do referido benefício independe de carência, entre os quais se inclui a situa-ção na qual o segurado venha a ser vítima de moléstia profissional ou do trabalho.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da Lei 13.135/2015, o artigo 151 da Lei 8213/91 trouxe uma nova doença grave para dispensar a carência do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez: a esclerose múltipla.

Questão correta. A concessão do benefício de auxílio-doença, via de regra, exige período de carência de 12 contribuições mensais, conforme exigência do art. 29, I, do Dec. 3048/99. Entretanto, de acordo com o art. 30, III, daquele mesmo diploma legal, independe de carência a concessão do referido benefício nas hipóteses de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência e Assistência Social.

20. (Cespe – Procurador Federal/2010) A respeito dos benefícios previdenciários, julgue o item seguinte:

Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os seguintes segurados: o empregado, o trabalhador avulso e o especial.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: O médico-residente ou o resi-dente de área profissional da saúde contratados em conformidade com os dispositivos das leis nº 6.932/81 e nº 11.129/05 serão considerados contribuintes indi-viduais. Descumpridos, entretanto, as disposições dos mencionados diplomas legais, serão considerados empregados.

Nota do autor 2: Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a ter direito ao benefí-cio do auxílio-acidente.

Resposta com base na lei de época.

Questão correta. Segundo determina o art. 18, § 1º, da Lei 8213/91, somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos incisos I (o empregado), VI (o trabalhador avulso) e VII (o segurado especial) do art. 11 da mesma lei.

21. (Procurador Federal 2010 – Prova Curso de For-mação – CESPE) Somente será devido o auxílio-doença se a incapacidade do segurado impedir que ele exerça atividade que lhe garanta subsistência. Assim, o impedi-mento ao exercício de atividade habitual não assegura o recebimento desse auxílio

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A MP 664/2014 chegou a atri-buir à empresa a responsabilidade pelo pagamento dos primeiros 30 dias de afastamento do empregado. No entanto, esta novidade não foi mantida pela Lei 13.135/2015, que restabeleceu a obrigação de a empresa arcar apenas com os 15 primeiros dias de afastamento do empregado pagando o seu salário, cabendo ao INSS pagar o auxílio-doença a contar do 16º dia do afasta-mento, se requerido em até 30 dias.

Questão errada. O benefício do auxílio-doença é devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos (art. 59, Lei 8.213/91).

Percebe-se que, ao contrário do mencionado na questão, não há necessidade de que a incapacidade impeça o segurado de exercer outras atividades. O afas-tamento de todas as atividades é requisito apenas para a concessão da aposentadoria por invalidez.

25. (Procurador do Município – Prefeitura Aracaju--SE/2008 – CESPE) Acerca dos benefícios da previdên-cia social, julgue os itens.

O segurado contribuinte individual do RGPS que sofrer acidente que o impeça de trabalhar por vários dias tem direito ao benefício de auxílio-doença com iní-cio a partir do dia da incapacidade, desde que o auxílio tenha sido requerido até trinta dias após a ocorrência do infortúnio.

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|COMENTÁRIOS|.

CERTO. Para o segurado contribuinte individual, quando requerido até 30 dias após a ocorrência do infortúnio, o auxílio-doença será devido a contar da data do início da incapacidade. É o que determina o artigo 60, da Lei 8.213/91.

26. (Cespe – Procurador do Estado – ES/ 2008) Em rela-ção aos benefícios do RGPS, julgue os seguintes itens.

O empregado incapacitado temporariamente para o trabalho em razão de acidente do trabalho faz jus ao auxílio-acidente, a partir do 16º dia do afastamento das atividades, no percentual correspondente a 91% do salário-de-benefício, nunca inferior ao valor do salário mínimo.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. A questão mistura conceitos de dois benefícios completamente diferentes: o auxí-lio-doença e o auxílio-acidente.

O empregado incapacitado temporariamente para o seu trabalho, ou para a sua atividade habitual, em razão de acidente do trabalho faz jus ao auxílio-do-ença, a partir do 16º dia do afastamento das atividades, no percentual correspondente a 91% do salário-de-be-nefício, nunca inferior ao valor do salário mínimo. Con-forme determina o art. 59, caput, da Lei 8.213/91 (Lei de Benefícios da Previdência Social).

Ensina o art. 86, da Lei de benefícios, que o auxí-lio-acidente é o benefício concedido, como indeni-zação, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natu-reza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. Outrossim, o percentual do auxílio-acidente é de 50% do salário de benefício (art. 86, § 1º da Lei de benefícios).

27. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Em cada um dos próximos itens, é apresentada uma situação hipotética a respeito do auxílio-acidente, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Marcela, empregada doméstica, após ter sofrido grave acidente enquanto limpava a vidraça da casa de sua patroa, recebeu auxílio-doença por três meses. Depois desse período, foi comprovadamente consta-tada a redução de sua capacidade laborativa. Nessa situação, Marcela terá direito ao auxílio-acidente corres-pondente a 50% do valor que recebia a título de auxí-lio-doença.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com a publicação da LC 150, de 01/06/2015, os empregados domésticos passaram a ter direito ao auxílio-acidente.

Questão errada: Antes da Lei Complementar 150/2015, por força do artigo 18, § 1º, da Lei 8.213/91, apenas teriam direito à percepção do auxílio-acidente o segurado empregado (doméstico não), o trabalhador avulso e o segurado especial.

Essa restrição legal justificava-se na medida em que apenas para esses três segurados era prevista a contri-buição para o custeio dos benefícios por incapacidade (chamada por parte da doutrina de contribuição SAT), a teor do artigo 22, II e 25, II, ambos da Lei 8.212/91. Atu-almente, o empregador doméstico deve pagar o SAT de seu empregado (0,8%) e este tem direito aos benefícios acidentários.

29. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Com relação ao auxílio-doença, julgue os próximos itens.

Um segurado empregado do regime geral que tenha sofrido acidente no trajeto de sua casa para o trabalho tem direito ao recebimento do auxílio-doença pela previdência social a partir do primeiro dia de afas-tamento do trabalho.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada: Pontifica o artigo 60, da Lei 8.213/91, que o auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afasta-mento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.

Logo, no caso do segurado empregado, a data de início do benefício não será o dia de início da incapa-cidade (DII) laboral, e sim o 16º dia após ele, razão pela qual o enunciado é errado.

31. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Com relação ao auxílio-doença, julgue os próximos itens.

Uma segurada contribuinte individual que tenha sofrido algum acidente que tenha determinado sua incapacidade temporária para a atividade laboral tem direito a receber auxílio-doença, cujo termo inicial deve corresponder à data do início da incapacidade, desde que o requerimento seja apresentado junto à previdên-cia antes de se esgotar o prazo de 30 dias.

|COMENTÁRIOS|.

Questão certa: De acordo com artigo 60, da Lei 8.213/91, o auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afasta-mento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o auxí-lio-doença será devido a contar da data da entrada do requerimento.

Page 91: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 91

32. (Cespe – Procurador Federal/2007) Em relação aos benefícios de previdência social, julgue o item que segue:

O contribuinte individual e o empregado domés-tico não fazem jus ao benefício de auxílio-acidente.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a ter direito ao benefício do auxílio-acidente.

A questão foi respondida com a legislação em vigor na época da prova.

Questão correta. Segundo determina o art. 18, § 1º, da Lei 8213/91, somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos incisos I (o empregado), VI (o trabalhador avulso) e VII (o segu-rado especial) do art. 11 da mesma lei. Logo, o contri-buinte individual e o empregado doméstico não fazem jus ao recebimento desse benefício.

34. (Cespe – Defensor Público – DPU/ 2001) Moisés foi acometido por doença degenerativa, decorrente do exercício de sua atividade laboral em condições insalu-bres por mais de dez anos. Moisés foi, então, afastado do trabalho, para efeito de tratamento de saúde, sendo que, na ocasião, percebia remuneração de R$ 3.500,00. Nessa situação, Moisés terá direito a perceber o benefí-cio do auxílio-doença, pago pela previdência social, a partir do 16° dia de afastamento do trabalho, o qual não poderá ser inferior ao valor da remuneração paga pelo empregador.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: atentem que o teto da época, 2001, era de R$ 1.430,00, e que Moisés recebia bem acima do teto previdenciário.

Questão errada. É correta a afirmação de que auxílio-doença será devido a Moisés, segurado empre-gado, a contar do 16º dia do afastamento da atividade, conforme determina o art. 60, da Lei 8213/91. O erro da questão reside em afirmar que o valor do benefício não poderá ser inferior ao valor da remuneração paga pelo empregador. Observem que o cálculo do benefício obedece à regra do art. 61, da Lei 8213/91, que dispõe que o auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal cor-respondente a 91% do salário-de-benefício, limitado ao teto.

Na atualidade, nota-se que há um limitador externo de renda do auxílio-doença (média dos 12 últimos salá-rios de contribuição – Lei 13.135/2015).

�DICAS (RESUMO)

ÔAUXÍLIO-DOENÇATrata-se de benefício não programado devido ao

segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual.

O auxílio-doença é o benefício devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou para a ati-vidade habitual. Trata-se de benefício não programado devido ao segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. O segurado em gozo de auxí-lio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade habitual, se possível, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exer-cício de outra atividade, exceto o tratamento cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

Por tudo isto, crê-se que é possível a concessão do auxílio-doença em duas hipóteses:

a) Incapacidade temporária parcial ou total para o trabalho habitual por mais de 15 dias consecuti-vos, sendo plenamente possível a recuperação do segurado para desenvolver a mesma atividade;

b) Incapacidade permanente parcial ou total do segurado para o trabalho habitual por mais de 15 dias consecutivos, não sendo possível a recupe-ração do segurado para continuar desenvolvendo o trabalho habitual, mas plenamente viável a rea-bilitação profissional para outra atividade que lhe garanta a subsistência.

Com o advento da Medida Provisória 664, de 30 de dezembro de 2014, algumas regras do auxílio-doença foram alteradas, mas as modificações foram retiradas da Lei 13.135/2015, retornando-se ao texto anterior.

Em regra, a data de início do benefício (DIB) será a data da incapacidade, marco inicial do pagamento a ser promovido pelo INSS. Contudo, se entre a data da inca-pacidade e a data de entrada do requerimento (DER) se passar mais de 30 dias, a data de início do benefício será a data de entrada do requerimento na Previdência Social.

Apenas no caso do segurado empregado a regra será diferente, tendo em vista a obrigação legal da empresa de pagar ao segurado o seu salário durante os 15 primeiros dias do afastamento. Logo, para o segu-rado empregado, a data de início do benefício não será a data da incapacidade, e sim o 16º dia seguinte. Excep-cionalmente, se entre a data da incapacidade e a data de entrada do requerimento se passar mais de 30 dias, a data de início do benefício será a data de entrada do requerimento na Previdência Social.

A Medida Provisória 664, de 30/12/2014 estabele-ceu que o auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários-de-contri-buição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de doze, a média aritmética simples dos salários-de-contribuição existentes (art. 29,

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92 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

§ 10°, da Lei 8.213/91). Esta alteração foi mantida na Lei 13.135/2015.

De acordo com esta regra, o valor do auxílio-doença não pode ultrapassar a média dos últimos 12 salários--de-contribuição apurados durante todo período con-tributivo. Se o segurado não tiver 12 salários-de-contri-buição em seu histórico contributivo, o valor não pode ultrapassar a média das bases contributivas existentes.

O segurado em gozo de auxílio-doença, insuscep-tível de recuperação para sua atividade habitual, se possível, deverá submeter-se a processo de reabi-litação profissional para o exercício de outra ativi-dade, exceto o tratamento cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, for aposentado por invalidez.

Insta afirmar que mesmo a incapacidade labora-tiva parcial para o trabalho habitual enseja a conces-são do auxílio-doença, ex vi da Súmula 25 da Advoca-cia-Geral da União: “Será concedido auxílio-doença ao segurado considerado temporariamente incapaz para o trabalho ou sua atividade habitual, de forma total ou parcial, atendidos os demais requisitos legais, enten-dendo-se por incapacidade parcial aquela que per-mita sua reabilitação para outras atividades labo-rais”.

De acordo com o STJ, “a Lei 8.213/91 não faz dis-tinção quanto à incapacidade, se deve ser total ou parcial; assim, não é possível restringir o benefício ao segurado, deferindo-o, tão-somente, quando a desventurada incapacidade for parcial. Recurso des-provido” (REsp 699920/SP, de 17/02/2005).

Também não será devido o auxílio-doença ao segu-rado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobre-vier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

Súmula 53, da TNU – Não há direito a auxí-lio-doença ou a aposentadoria por invalidez quando a incapacidade para o trabalho é preexistente ao reingresso do segurado no Regime Geral de Previdência Social.

Entende o STJ que, tendo em conta que nesses 15 dias o empregado não trabalhou, a quantia paga pela empresa tem natureza indenizatória, e não remunera-tória, não se realizando a hipótese .de incidência das contribuições previdenciárias respectivas (AGREsp 1.107.898, de 09.03.2010)

O auxílio-doença é um benefício previsto para todos os segurados, tendo a renda mensal inicial de 91% do salário de benefício, não podendo ser inferior a um salário mínimo, pois visa substituir a remuneração do beneficiário. Devido às alterações legislativas trazi-das pela Medida Provisória 664, de 30/12/2014, manti-das na Lei 13.135/2015, o auxílio-doença não poderá

exceder a média aritmética simples dos últimos 12 salá-rios-de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12, a média aritmética simples dos salários-de-contribuição existen-tes.

Em regra, o auxílio-doença pressupõe a realiza-ção de carência de 12 contribuições mensais, que será excepcionalmente dispensada nas hipóteses de invalidez decorrente de acidente de qualquer natureza, doença profissional, do trabalho ou das moléstias gra-ves listadas em ato regulamentar.

A legislação previdenciária não fixa um prazo máximo para a manutenção do auxílio-doença, mas é certo que não deverá permanecer ativo por muito tempo, visto que é precário por natureza.

De efeito, o auxílio-doença cessará com o retorno do segurado ao trabalho ou, caso necessite, com a sua reabilitação profissional. Caso contrário, a depender do caso concreto, deverá ser convertido em auxílio-aci-dente ou aposentadoria por invalidez, podendo, ainda, ser transformado em outra aposentadoria, caso o segu-rado já tenha preenchido os requisitos para tanto.

Vale salientar que ao segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela Previdência Social, e estando incapacitado para uma ou mais atividades, inclusive em decorrência de acidente do trabalho, será concedido um único benefício.

Até o advento da Lei 13.135/2015, as perícias do INSS eram realizadas exclusivamente por servidores efetivos concursados, os Peritos-Médicos Previdenciários dos quadros da autarquia. Todavia, abriu-se a porta peri-gosa da antiga terceirização no novel § 5º do artigo 60 da Lei 8.213/91:

“ § 5º Nos casos de impossibilidade de realiza-ção de perícia médica pelo órgão ou setor pró-prio competente, assim como de efetiva inca-pacidade física ou técnica de implementação das atividades e de atendimento adequado à clientela da previdência social, o INSS poderá, sem ônus para os segurados, celebrar, nos ter-mos do regulamento, convênios, termos de execução descentralizada, termos de fomento ou de colaboração, contratos não onerosos ou acordos de cooperação técnica para rea-lização de perícia médica, por delegação ou simples cooperação técnica, sob sua coorde-nação e supervisão, com: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

I – órgãos e entidades públicos ou que inte-grem o Sistema Único de Saúde (SUS)”.

O segurado que durante o gozo do auxílio-do-ença vier a exercer atividade que lhe garanta subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à atividade. No entanto, caso o segurado, durante o gozo do auxílio--doença, venha a exercer atividade diversa daquela que gerou o benefício, deverá ser verificada a incapacidade para cada uma das atividades exercidas.

Page 93: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 93

A Previdência Social deverá processar de ofício o benefício, quando tiver ciência da incapacidade do segurado sem que este tenha requerido auxílio-doença, na forma do artigo 76, do RPS.

O segurado empregado em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa como licenciado, nos termos do artigo 476, da CLT. Ademais, a empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará obri-gada a pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a eventual diferença entre o valor deste e a importância garantida pela licença.

O auxílio-doença poderá ser comum (código B 31) ou acidentário (B 91), se decorrer de acidente de traba-lho, doença profissional, do trabalho ou evento equipa-rado, uma vez emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho ou reconhecido o nexo técnico epidemioló-gico entre a enfermidade e o exercício do labor.

Neste caso, após a cessação do benefício acidentá-rio, o segurado (empregado) terá garantido, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, independentemente de per-cepção de auxílio-acidente, na forma do artigo 118, da Lei 8.213/91.

O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo estiver exercendo, podendo ser inferior a um salário mínimo, desde que somado às demais remunerações recebidas resultar valor superior a este.

Quando o segurado que exercer mais de uma ati-vidade se incapacitar definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-doença ser mantido indefinida-mente, não cabendo sua transformação em aposenta-doria por invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades.

O artigo 78, do RPS, com redação dada pelo Decreto 5.844/06, prevê o polêmico instituto da alta progra-mada ou COPES – Cobertura Previdenciária Esti-mada, em que o INSS poderá estabelecer, mediante avaliação médico-pericial, o prazo que entender sufi-ciente para a recuperação da capacidade para o traba-lho do segurado, dispensada nessa hipótese a reali-zação de nova perícia.

Durante a percepção do auxílio-doença, o segurado deverá se afastar do exercício da atividade laboral para a qual se encontra incapacitado a fim de se recuperar, ou para ser reabilitado para outra profissão, se for o caso.

No entanto, no caso de indeferimento irregular do benefício pelo INSS, não raro muitos segurados persis-tem trabalhando mesmo não possuindo condições de fazê-lo, inclusive com prejuízo da sua saúde, a fim de manter o seu sustento e da família.

Excepcionalmente, nestes casos de erro adminis-trativo da autarquia previdenciária, quando o segurado obtém a condenação judicial do benefício por incapaci-

dade, é possível que durante um interstício haja a cumu-lação de percepção de remuneração com benefício por incapacidade.

Súmula 72, da TNU – “É possível o recebi-mento de benefício por incapacidade durante período em que houve exercício de atividade remunerada quando comprovado que o segu-rado estava incapaz para as atividades habi-tuais na época em que trabalhou”.

TÓPICO-SÍNTESE – AUXÍLIO-DOENÇA

Cabimento:

segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua ati-vidade habitual por mais de 15 dias consecutivos.

Beneficiários: todos os segurados.

Carência:

12 contribuições mensais (segurado especial 12 meses de atividade rurí-cola ou pesqueira em regime de eco-nomia familiar para a subsistência), salvo acidente de qualquer natureza, doença profissional ou do trabalho e doenças graves constantes de ato regulamentar.

Valor:

91% do salário de benefício

não poderá exceder a média aritmé-tica simples dos últimos 12 salários--de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12, a média aritmética simples dos salários-de--contribuição existentes.

Outras informações:

a) O auxílio-doença será conside-rado como acidentário, indepen-dentemente da expedição da CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho, quando ocorrer o nexo epidemiológico entre o trabalho e o evento, gerando uma presun-ção relativa, podendo ser impug-nada pela empresa ou emprega-dor doméstico (artigo 21-A, da Lei 8.213/91). Isso influenciará na fixação do FAP – Fator Acidentário de Pre-venção para majorar a contribuição SAT – Seguro de Acidente do Traba-lho (art. 202-A, do RPS).

Outras infor-mações:

b) Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já porta-dor da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agra-vamento dessa doença ou lesão.c) Para o empregado, a empresa deverá arcar com os primeiros 15 dias de incapacidade (o STJ entende que não incidirá contribuição previ-denciária patronal nesse período – AGRESP 1039260, de 04.12.2008).

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94 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

ÔAUXÍLIO-ACIDENTEPor força do artigo 18, § 1º, da Lei 8.213/91, apenas

terão direito à percepção do auxílio-acidente o segu-rado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial. Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a ter direito ao benefício do auxí-lio-acidente.

TÓPICO-SÍNTESE – AUXÍLIO-ACIDENTE

Cabimento:

será devido, como indenização, ao segurado quando, após con-solidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natu-reza, resultarem sequelas que impliquem redução da capaci-dade para o trabalho que habi-tualmente exercia ou impossibi-lidade de desempenho da ativi-dade que exercia a época do aci-dente, porém permita o desem-penho de outra, após processo de reabilitação profissional.

Beneficiários:

apenas o segurado empregado, doméstico, o trabalhador avulso e o segurado especial (art. 18, § 1º, da Lei 8.213/91).

Carência: não há.

Valor: 50% do salário de benefício.

Outras infor-mações:

a) É o único benefício previdenciá-rio exclusivamente indenizatório.

b) O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da ces-sação do auxílio-doença, indepen-dentemente de qualquer remu-neração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acu-mulação com qualquer aposenta-doria.

c) A perda da audição, em qual-quer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovada-mente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

d) O STJ entende que não é imprescindível que a moléstia seja irreversível para a concessão deste benefício (REsp 1.112.866, de 25.11.09).

Ô SALÁRIO-FAMÍLIA E SALÁRIO-MA-TERNIDADE

04. (Juiz do Trabalho Substituto 20ª região 2012 – Carlos Chagas) O salário-família é devido apenas a segurados ativos de baixa renda das seguintes espécies:

a) empregados, domésticos e avulsos.

b) empregados, domésticos e segurados especiais.

c) empregados, domésticos, avulsos e segurados especiais.

d) empregados, exceto domésticos, e avulsos.

e) empregados, exceto domésticos, e segurados espe-ciais.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: O salário-família foi estendido ao empregado doméstico por força da LC 150/2015, cabendo ao seu empregador pagá-lo para ser posterior-mente reembolsado pela Previdência Social.

Questão respondida com base na lei de época.

Alternativa “D”, correta. De acordo com o art. 65, da Lei 8.213/91, o salário-família será devido, mensal-mente, ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados. Assim, a única alternativa correta é a letra D.

Alternativas “A”, errada. Até que a Emenda 72/2013 seja regulamentada o empregado doméstico ainda não faz jus ao salário-família.

Alternativas “B”, errada. Até que a Emenda 72/2013 seja regulamentada o empregado doméstico ainda não faz jus ao salário-família. O segurado especial não tem direito ao salário-família.

Alternativas “C”, errada. Até que a Emenda 72/2013 seja regulamentada o empregado doméstico ainda não faz jus ao salário-família. O segurado especial não tem direito ao salário-família.

Alternativas “E”, errada. O segurado especial não tem direito ao salário-família.

10. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Julgue a assertiva que se segue a cada uma das situa-ções hipotéticas referentes ao salário-família apresenta-das em cada um dos itens subsequentes.

Carmen é segurada do regime geral da previdência social e está em gozo de auxílio-doença. Nessa situação, Carmen também tem direito de receber o salário-famí-lia pago diretamente pela previdência social.

|COMENTÁRIOS|.

Questão anulada. O art. 86, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. 3.048/99, dis-

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Direito PreviDenciário 95

põe que o salário-família correspondente ao mês de afastamento do trabalho será pago integralmente pela empresa, pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-o-bra, conforme o caso, enquanto aquele relativo ao mês da cessação de benefício será pago pelo Instituto Nacio-nal do Seguro Social. Durante os períodos intermediá-rios, o INSS efetua o pagamento do benefício. Observe--se, no entanto, que a questão possui duas falhas:

1) Não é fornecida pela proposição a categoria pre-videnciária de Carmem, e, como sabemos, o salá-rio-família somente é devido para os empregados, avulsos e, a partir da LC 150/2015, para os emprega-dos domésticos;

2) No mês de afastamento, o salário-família é pago pela empresa.

Por conta destas omissões, principalmente em rela-ção à primeira delas, a questão foi anulada pela banca.

12. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Julgue a assertiva que se segue a cada uma das situa-ções hipotéticas referentes ao salário-família apresenta-das em cada um dos itens subsequentes.

Dalila, que é empregada doméstica e segurada do regime geral da previdência social, tem três filhos, mas não recebe salário-família. Nessa situação, apesar de ser considerada trabalhadora de baixa renda, Dalila não tem o direito de receber esse benefício.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A empregada doméstica passou a fazer jus ao benefício de salário-família a partir da LC 150, de 01/06/2015. Fiquem atentos!

Questão certa: Na data de realização desta prova, o salário-família era devido, mensalmente, ao segu-rado empregado, exceto o doméstico, e ao trabalha-dor avulso de baixa renda, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados. Assim, o trabalhador empregado doméstico não fazia jus a este benefício.

�DICAS (RESUMO)a) SALÁRIO-FAMÍLIA

Não serão todos os segurados que farão jus ao salário-família, mas apenas o empregado, o trabalha-dor avulso, o aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com 65 anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou com 60 anos ou mais, se do feminino.

No entanto, a Emenda 72/2013 garantiu o paga-mento do salário-família aos empregados domésti-cos, mas esta alteração constitucional depende de regulamentação para ter aplicação plena. O salário--família foi estendido ao empregado doméstico por

força da LC 150/2015, cabendo ao seu empregador pagá-lo para ser posteriormente reembolsado pela Previdência Social.

Salvo no caso do doméstico, o pagamento do bene-fício será condicionado à apresentação anual de ates-tado de vacinação obrigatória, no caso de crianças de até 06 anos de idade, e de comprovação semestral de frequência à escola do filho ou equiparado, a partir dos 07 anos de idade, sob pena de suspensão, até que a documentação seja apresentada.

SÍNTESE – SALÁRIO-FAMÍLIA

Cabimento:

determinados segurados que tenham filhos/equiparados menores de 14 anos ou inválidos, condicio-nado à apresentação do atestado anual de vacinação (até 06 anos de idade) ou semestral de frequência escolar (maiores de 07 anos).

Beneficiários:

será devido apenas aos segurados baixa renda, especificamente ao segurado empregado (doméstico não), ao avulso, ao aposentado por invalidez, ao aposentado por idade e aos demais aposentados com idade mínima de 65 anos (homem) ou 60 anos (mulher). O empregado domés-tico passou a ter direito com a LC 150/2015.

Carência: não há.

Valor:

será pago em duas cotas fixas atuali-zadas anualmente, de acordo com a renda do segurado, por filho menor de 14 anos ou inválido.

Outras informações:

a) É possível a percepção de dois salários-família por um filho,desde que ambos os pais sejam responsá-veis pelo infante.

b) No caso de separação, divórcio ou abandono, o segurado não rece-berá o benefício se não ficar com a guarda.

c) A DIB – Data de Início do Benefício será a data da apresentação da certi-dão de nascimento (art. 84, RPS).

Ô PENSÃO POR MORTE

01. (FCC – 2014 – TRF – 3ª REGIÃO – Analista Judiciá-rio – Oficial de Justiça Avaliador) Considere as seguin-tes hipóteses:

I. Pensão por morte requerida no vigésimo dia após o óbito.

II. Pensão por morte requerida no trigésimo quinto dia após o óbito.

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96 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

III. Pensão por morte requerida no décimo quinto dia do óbito.

IV. Pensão por morte requerida após sessenta dias do óbito.

De acordo com a Lei nº 8.213/91, a pensão por morte será devida a partir da data do requerimento APENAS nas hipóteses;

a) I, II e IV.

b) II e III.

c) I.

d) II e IV.

e) I e III.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra D. Nos termos do artigo 74 da Lei 8.213/91, a pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que fale-cer, aposentado ou não, a contar da data: I – do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior; III – da decisão judicial, no caso de morte presumida. Assim, a letra D é a correta, pois a pensão requerida no 35º quinto dia ou no 60º dia após a morte gerará o pagamento das parcelas a contar da data de entrada do requerimento administrativo.

Letras “a”, “b”, “c” e “e” falsas. No item I e III a pen-são por morte será paga a contar do óbito, pois reque-rida em até 30 dias da ocorrência deste.

02. (FCC – Procurador do Estado – MT/ 2011) Consi-dere as seguintes afirmações relacionadas à pensão por morte:

I. A pensão por morte, havendo mais de um pensio-nista, será rateada entre todos em partes iguais.

II. Reverterá em favor dos demais a parte daquele cu jo direito à pensão cessar.

III. A parte individual da pensão extingue-se pela morte do pensionista.

IV. A parte individual da pensão extingue-se também pa ra o filho, pela emancipação ou ao completar 24 (vin te e quatro) anos de idade, salvo se for inválido.

V. Para o pensionista inválido, extingue-se o benefí-cio da pensão por morte pela cessação da invalidez.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I, II, III e IV.

b) I, II, III e V.

c) I, II e V.

d) I, III e IV.

e) II, III e V.

|COMENTÁRIOS|.

Assertiva I: correta. A assertiva reproduz o texto do art. 77 da Lei 8.213/91.

Assertiva II: correta. A assertiva reproduz o texto do art. 77, § 1º, da Lei 8.213/91.

Assertiva III: correta. A assertiva reproduz o texto do art. 77, § 2º, I, da Lei 8.213/91.

Assertiva IV: errada. Conforme redação do art. 77, § 2º, II, da Lei 8.213/91, a parte individual da pensão extingue-se para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência.

Assertiva V: correta. Conforme redação do art. 77, § 2º, III, da Lei 8.213/91, a parte individual da pensão extingue-se para o pensionista inválido pela cessação da invalidez.

Alternativa correta: letra “b”. De acordo com a análise das assertivas, concluímos que os itens I, II, III e V estão corretos, e errado o item IV.

03. (Juiz do Trabalho Substituto 2ª região/ 2012 – CESPE) Em se tratando de pensão por morte, conforme legislação aplicável, é INCORRETO afirmar que:

a) Consiste em benefício devido ao conjunto de dependentes do segurado, aposentado ou não, enquanto persistir a situação de dependência.

b) Consiste em renda mensal correspondente a 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia em vida ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data do seu faleci-mento.

c) No rateio da pensão por morte, ao cônjuge sobrevi-vente será devido o benefício na proporção de 50%, e o restante, dividido, em partes iguais, aos demais dependentes.

d) Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar, sendo que a parte indivi-dual da pensão extingue-se pela morte do pensio-nista e, para o filho, a pessoa a ele equiparada ou irmão pela emancipação ou ao completar 21 anos de idade, salvo se for inválido, bem como para o pensionista inválido, pela cessação da invalidez.

e) Por morte presumida do segurado, declarada pela autoridade judicial competente, depois de 6 meses de ausência, será concedida pensão provisória.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa falsa: letra “C”: A alternativa C está errada, devendo ser marcada pelo candidato. É que o art. 77, da Lei 8.213/91 dispõe que “a pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte iguais”.

Page 97: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 97

Alternativa “A”: está correta. De acordo com o art. 74, da Lei 8.213/91, a pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que fale-cer, aposentado ou não. Obviamente, a existência de relação de dependência é pressuposto para concessão deste benefício.

Alternativa “B”: está correta.

O art. 75, da Lei 8.213/91 dispõe que “o valor men-sal da pensão por morte será de cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento”. Desta forma, a alternativa B está certa.

Alternativa “D”: está correta. A alternativa D está certa. Nesse sentido, os §§ 1° e 2°, do art. 77, da Lei 8.213/91.

Alternativa “E”: está correta. A alternativa E está certa, de acordo com o art. 78, da Lei 8.213/91.

05. (Cespe – Juiz Federal Substituto 1ª região/ 2011) A respeito da pensão por morte e do auxílio-acidente no âmbito do RGPS, assinale a opção correta.

a) Para concessão de auxílio-acidente fundamentado na redução da capacidade laboral pela perda de audição, não é necessário que a sequela decorra da atividade exercida nem que acarrete redução da capacidade para o trabalho habitualmente exer-cido.

b) Para fins de recebimento de pensão por morte, o menor sob guarda equipara-se ao filho do segu-rado falecido, sendo considerado seu dependente, sem que haja necessidade de comprovação da dependência econômica.

c) O entendimento de que a existência de impedi-mento para o matrimônio, por parte de um dos pre-tensos companheiros, embaraça a constituição da união estável não se aplica para fins previdenciários de percepção de pensão por morte.

d) A perda da qualidade de segurado impede a con-cessão do benefício de pensão por morte, ainda que o de cujus, antes de seu falecimento, tenha pre-enchido os requisitos para a obtenção de qualquer aposentadoria.

e) Na ausência de requerimento administrativo e pré-via concessão do auxílio-doença, o termo inicial do auxílio-acidente pleiteado judicialmente deve ser fixado na citação.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “e”: conforme farta jurisprudência dos tribunais, na ausência de prévia pos-tulação administrativa, deve-se observar o disposto no art. 219 do Código de Processo Civil. Assim, na ausência de requerimento administrativo e prévia concessão do auxílio-doença, deve a citação fixar o início dos benefí-cios acidentários.

Vejamos a jurisprudência:

“PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. TERMO A QUO PARA CONCESSÃO DO BENEFÍ-CIO. AUSENTE REQUERIMENTO ADMINISTRA-TIVO A PARTIR DA CITAÇÃO. PRECEDENTES. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE.

1. A mais recente jurisprudência desta Corte consolidou-se no sentido de entender que o marco inicial para concessão do benefício de auxílio-acidente é o da citação, não o da juntada do laudo pericial, nas hipóteses em que ausentes o prévio requerimento admi-nistrativo ou o deferimento do auxílio-do-ença. Precedentes. (AgRg no REsp 1332426 RS 2012/0138383-2, Relator Ministro HUMBERTO MARTINS)”.

Alternativa “a”: está errada. Estabelece o art. 86, § 4º, da Lei 8.213/91 que a perda da audição, em qual-quer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capa-cidade para o trabalho habitualmente exercido. Assim, a alternativa está errada por trazer em seu bojo duas afirmativas incorretas.

Alternativa “b”: está errada. O menor sob guarda foi excluído do rol dos dependentes previdenciários, desde a edição da Lei 9.528/97, que alterou a redação do § 2º, do art. 16, da Lei 8.213/91. Atualmente, a redação do citado artigo dispõe que somente o enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência eco-nômica na forma estabelecida no Regulamento. Regis-tramos que há forte polêmica jurisprudencial acerca da exclusão do menor sob guarda do rol dos dependentes previdenciários, mas a questão estaria errada mesmo que se considerasse o menor sob guarda como equi-parado a filho, pois, neste caso, seria exigida prova de dependência econômica.

Alternativa “c”: está errada. O Decreto 6.384/08 alterou a redação do art. 16, § 6°, do Decreto 3.048/99. A nova redação dispõe que “considera-se união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e duradoura entre o homem e a mulher, estabelecida com intenção de constituição de família, observado o § 1º do art. 1.723 do Código Civil, instituído pela Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002”. O texto atual do Decreto nos remete ao próprio Código Civil.

De acordo com o citado art. 1723 do Código Civil, “é reconhecida como entidade familiar a união está-vel entre o homem e a mulher, configurada na convi-vência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”. Já o seu § 1º menciona que “a união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa

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casada se achar separada de fato ou judicialmente”. Logo, a assertiva está errada, uma vez que a existência de impedimento para o matrimônio impede a consti-tuição da união estável, aplicando-se as disposições do Código Civil também para fins previdenciários de per-cepção de pensão por morte.

Alternativa “d”: está errada. Estabelece a Súmula 416 do STJ que será devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter per-dido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito.

07. (Promotor do Espírito Santo 2010 – CESPE) João, que era casado com Maria e tinha um filho menor não emancipado chamado Júnior, exercia, quando veio a falecer, atividade abrangida pelo RGPS, como empre-gado de uma fábrica há oito meses, recebendo, nesse período, um salário de R$ 700,00. Morava ainda com o casal e o filho menor a mãe de João. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) Maria, sua sogra e Júnior não têm direito à pensão por morte, porque João, que trabalhou apenas oito meses, não completou a carência, que é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis à concessão de benefício previdenciário.

b) Para se habilitarem à pensão por morte, Maria, Júnior e a mãe de João precisam comprovar que dependiam economicamente de João.

c) Caso seja requerida apenas por Maria, a pensão por morte será concedida a partir do dia do óbito de João, independentemente da data do requeri-mento.

d) Aplica-se o fator previdenciário no cálculo da renda mensal inicial da pensão por morte, que é feito com base no salário de benefício da aposentadoria que seria devida a João na data do seu falecimento.

e) Se Maria, sua sogra e Júnior requererem pensão por morte, o benefício será concedido apenas a Maria e Júnior, em partes iguais, sendo que a parte de cada um poderá ser menor que um salário mínimo.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Após uma tentativa frustrada da MP 664/2014 de inserir carência de 24 recolhimentos mensais à pensão por morte e ao auxílio-reclusão, a Lei 13.135/2015 restabeleceu a antiga redação do artigo 26, I, da Lei 8.213/91, voltando a sempre dispensar a carên-cia para estes dois benefícios.

Nota do autor 2: Síntese das principais regras da pensão por morte provisória e vitalícia para côn-juge e companheiro no RGPS inauguradas pela Lei 13.135/2015:

Regra 1

– Se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união está-vel tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado, a pensão por morte será paga por apenas 4 (quatro) meses (regra geral).

Regra 2

– Se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casa-mento ou da união estável, a pensão terá a seguinte duração, sendo vitalícia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade (regra geral).

Regra 3

Se o óbito decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, mesmo que não haja 2 anos de casamento ou união estável ou não tenham sido recolhidas 18 (dezoito) contribuições mensais pelo segurado até o dia da morte, a pensão terá a seguinte duração, sendo vitalí-cia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (qua-renta e quatro) ou mais anos de idade. Logo, neste caso especial, a pensão não durará apenas 4 meses (regra especial).

Regra 4

Para o pensionista inválido ou com defici-ência, a pensão por morte apenas será can-celada pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência. Se não houver recuperação do pensionista, portanto, será vitalícia, mesmo que o segurado não tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tive-rem menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado. Caso o pensionista inválido ou deficiente se recupere, serão respeitados, ao menos, os prazos anteriores apresenta-dos (regra especial).

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Observem, entretanto, que a questão foi res-pondida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Alternativa correta: letra “E”: Primeiramente, é preciso analisar, à luz da legislação previdenciária, a situação hipotética descrita na questão.

João gerará o direito à pensão por morte aos seus dependentes, pois este benefício independe de qual-quer período de carência (art. 26, I, da Lei 8.213/91).

João morava com o filho e a esposa, dependentes da primeira classe (art. 16, I, da Lei 8.213/91) e com a mãe, dependente de segunda classe (art. 16, II, da Lei 8.213/91).

A alternativa “e” está correta, pois Maria e Júnior têm prioridade no recebimento do benefício em relação à mãe de João, pois são dependentes de primeira classe (art. 16, § 1°, da Lei 8.213/91). O valor da cota de cada dependente pode ser inferior ao salário mínimo, não podendo, todavia, a soma das cotas ser menor que este.

Alternativa “A”: está errada. A alternativa “a” está errada, pois a pensão por morte independe de cumpri-mento de carência (art. 26, I, da Lei 8.213/91).

Alternativa “B”: está errada. A alternativa “b” é falsa, pois os dependentes da primeira classe têm a sua dependência econômica presumida (art. 16, § 4°, da Lei 8.213/91).

Alternativa “C”: está errada. A proposição “c” está errada porque, para que Maria receba o benefício a partir da data do óbito, é necessário que a pensão seja requerida até 30 dias da data do falecimento (art. 74, I, da Lei 8.213/91).

Alternativa “D”: está errada. A assertiva “d” está em desacordo com o art. 29, I, da Lei 8.213/91, que só prevê a aplicação do fator previdenciário para as apo-sentadorias por tempo de contribuição e por idade.

08. (Juiz Federal do TRF 1ª Região 2009 – CESPE) Maria, segurada obrigatória do RGPS, preenchia todos os requisitos para a obtenção da aposentadoria por tempo de serviço, de acordo com as exigências previs-tas na Lei nº 8.213/1991. Entretanto, no momento de requerer a aposentadoria, ela desistiu. Pouco tempo depois, por não concordar mais com as ordens emitidas por seu empregador, Maria resolveu deixar o emprego. Após 38 meses sem contribuir para a previdência social, Maria sofreu um ataque cardíaco e faleceu, sem haver requerido aposentadoria. Nessa situação hipotética, com relação ao benefício da pensão por morte, os dependentes de Maria

a) não terão direito de recebê-lo, nos termos da Lei nº 8.213/1991, uma vez que Maria não havia requerido aposentadoria à previdência social.

b) terão direito de recebê-lo, mas o seu valor, pelo fato de Maria ter cessado as contribuições, será reduzido em um terço.

c) não terão direito de recebê-lo, pois Maria havia per-dido a condição de segurada.

d) terão direito de recebê-lo, sendo o seu valor redu-zido pela metade.

e) terão direito de recebê-lo, pois Maria havia preen-chido todos os requisitos para requerer a aposenta-doria por tempo de serviço.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “E”: O Judiciário já pacificou o entendimento de que os dependentes têm direito ao benefício previdenciário de pensão por morte, se o segurado, quando do seu falecimento, já preenchia os requisitos necessários para obter qualquer das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social, nos termos da Súmula 416, do STJ. Assim, não há que se falar em perda da qualidade de segurado como justificativa para se negar o benefício de pensão por morte para dependente, quando o segurado já possuía direito adquirido a qualquer modalidade de aposenta-doria. A alternativa “e” é a única que respalda tal posi-cionamento jurisprudencial.

Alternativa “A”: está errada. Não é necessário ter requerido a aposentadoria, bastando ter preenchido os seus requisitos.

Alternativa “B”: está errada. Não existe esse redu-tor. De acordo com o artigo 75 da Lei 8.213/91, o valor mensal da pensão por morte será de cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.

Alternativa “C”: está errada. Vide comentários à letra E.

Alternativa “D”: está errada. Vide comentários à letra B.

09. (Cespe – Procurador do Estado – AL/ 2008) A res-peito do benefício previdenciário pensão por morte, assinale a opção correta.

a) Em qualquer situação, o valor mensal do benefí-cio será de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia.

b) O benefício será devido aos dependentes do segu-rado que falecer, a contar da data do óbito, quando requerido até 30 dias depois deste.

c) A mulher que renunciou aos alimentos na separa-ção judicial não tem direito à pensão por morte do ex-marido, ainda que comprove a necessidade eco-nômica superveniente.

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d) Para a concessão do benefício aos dependentes do segurado, não se admite a alegação de morte pre-sumida, mas apenas de morte real.

e) A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, prorroga-se até os 24 anos pela pendên-cia de curso universitário.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “b”: A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data (art. 74, Lei 8.213/91):

I. do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste;

II. do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior;

III. da decisão judicial, no caso de morte presumida.

Alternativa “a”: está errada. O valor do benefí-cio de pensão por morte é de 100% do valor da apo-sentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, na data de seu falecimento (art. 65, da Lei 8.213/91). Notem, então, que o valor da pensão por morte somente será de 100% do valor da aposentadoria, se o segurado estiver aposentado na data do óbito. Caso não esteja, o valor será equivalente à aposentadoria por invalidez que teria direito se tivesse ficado inválido na data do óbito.

Alternativa “c”: está errada. A Súmula 336, do Superior Tribunal de Justiça, assegura o direito à pen-são previdenciária por morte do ex-marido à mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial, desde que comprovada a necessidade econômica superveniente.

Alternativa “d”: está errada. É possível a con-cessão da pensão por morte em caso de morte presu-mida. Vejamos o que determina o art. 112, do Decreto 3.048/99:

“A pensão poderá ser concedida, em caráter provisório, por morte presumida:

I. mediante sentença declaratória de ausên-cia, expedida por autoridade judiciária, a con-tar da data de sua emissão; ou

II. em caso de desaparecimento do segurado por motivo de catástrofe, acidente ou desastre, a contar da data da ocorrência, mediante prova hábil.

Parágrafo único. Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão cessa imediatamente, ficando os dependentes deso-brigados da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé.”

Note-se que, no caso de desaparecimento do segurado em consequência de acidente, desastre ou catástrofe, seus dependentes farão jus à pensão provi-sória, independentemente da declaração judicial de ausência, desde que possuam prova hábil.

Alternativa “e”: está errada. O fato de o filho maior de 21 anos ser estudante universitário não o confere direito a continuar sendo enquadrado como dependente do RGPS.

Na legislação do Imposto de Renda e na legislação de certos regimes próprios o estudante universitário pode ser considerado dependente até os 24 anos, mas isso não é possível para o RGPS.

Este tema foi objeto da edição da Súmula 37, da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Espe-ciais Federais, com a seguinte redação: “A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência do curso universitário”.

14. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Em cada um dos itens seguintes, é apresentada uma situação hipotética relacionada à pensão por morte, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Alexandre, caminhoneiro, sempre trabalhou por conta própria e jamais se inscreveu no regime geral da previdência social. Após sofrer um grave acidente, resol-veu filiar-se à previdência. Seis meses depois, sofreu novo acidente e veio a falecer, deixando esposa e três filhos. Nessa situação, os filhos e a esposa de Alexandre não receberão a pensão por morte pelo fato de não ter sido cumprida a carência de doze meses.

Nota do autor: Após uma tentativa frustrada da MP 664/2014 de inserir carência de 24 recolhimentos mensais à pensão por morte e ao auxílio-reclusão, a Lei 13.135/2015 restabeleceu a antiga redação do artigo 26, I, da Lei 8.213/91, voltando a sempre dispensar a carên-cia para estes dois benefícios.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada: A concessão da pensão por morte não exige carência, nos termos da redação do artigo 26, inciso I, da Lei 8.213/91. Como Alexandre era segurado da Previdência Social no momento do óbito, os seus dependentes teriam direito à pensão, pois não se exige carência para a pensão por morte.

19. (Cespe – Defensor Público – DPU/ 2007) Atual-mente, é possível a concessão de pensão por morte aos dependentes, mesmo que o segurado tenha fale-cido após perder a qualidade de segurado. Para isso, é indispensável que os requisitos para obtenção da apo-sentadoria tenham sido preenchidos de acordo com a legislação em vigor à época em que os requisitos foram atendidos.

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Direito PreviDenciário 101

|COMENTÁRIOS|.

Questão correta. A assertiva está de acordo com a Súmula 416 do STJ, que determina que “será devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito”.

�DICAS (RESUMO)Pensão por morte. A pensão por morte é um

benefício previdenciário dos dependentes dos segura-dos, assim consideradas as pessoas listadas no artigo 16, da Lei 8.213/91, devendo a condição de dependente ser aferida no momento do óbito do instituidor, e não em outro marco, pois é com o falecimento que nasce o direito.

Todos os segurados poderão instituir pensão por morte se deixarem dependentes. Após uma tentativa frustrada da MP 664/2014 de inserir carência de 24 recolhimentos mensais à pensão por morte e ao auxí-lio-reclusão, a Lei 13.135/2015 restabeleceu a antiga redação do artigo 26, I, da Lei 8.213/91, voltando a sempre dispensar a carência para estes dois benefí-cios.

Síntese das principais regras da pensão por morte provisória e vitalícia para cônjuge e companheiro no RGPS inauguradas pela Lei 13.135/2015:

Regra 1

– Se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segu-rado, a pensão por morte será paga por apenas 4 (quatro) meses (regra geral).

Regra 2

– Se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casa-mento ou da união estável, a pensão terá a seguinte duração, sendo vitalícia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade (regra geral).

Regra 3

Se o óbito decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, mesmo que não haja 2 anos de casamento ou união estável ou não tenham sido recolhidas 18 (dezoito) contribuições mensais pelo segurado até o dia da morte, a pensão terá a seguinte duração, sendo vitalícia apenas se o pensionista tiver 44 anos de idade no dia da morte: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. Logo, neste caso especial, a pensão não durará apenas 4 meses (regra especial).

Regra 4

Para o pensionista inválido ou com defici-ência, a pensão por morte apenas será can-celada pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência. Se não houver recuperação do pensionista, portanto, será vitalícia, mesmo que o segurado não tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tive-rem menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado. Caso o pensionista inválido ou deficiente se recupere, serão respeitados, ao menos, os prazos anteriores apresenta-dos (regra especial).

Vale frisar que a partir de junho de 2018 existe a possibilidade de mudanças nas faixas da pensão tem-porária e vitalícia, por ato do Ministro da Previdência Social, desde que haja o incremento mínimo de um ano inteiro na média nacional única, para ambos os sexos, correspondente à expectativa de sobrevida da popula-ção brasileira ao nascer, limitado o acréscimo na compa-ração com as idades anteriores ao referido incremento.

A Lei 13.135/2015 admitiu expressamente que o tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdên-cia Social (RPPS) será considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais, acaso o segurado não possua 18 recolhimentos no Regime Geral de Previdên-cia Social.

A Medida Provisória 664/2014 havia reduzido a renda da pensão por morte. No entanto, coube à Lei 13.135/2015 rejeitar a aludida redução, voltando a pen-são por morte a ser do mesmo valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu fale-cimento (100% do salário de benefício).

Aduz a Lei 13.135/2015 que perde o direito à pensão por morte, após o trânsito em julgado, o condenado pela prática de crime de que tenha dolosamente resul-tado a morte do segurado.

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É sabido que no Brasil existem simulações e fraudes envolvendo casamentos e uniões estáveis apenas com o objetivo de instituir a pensão por morte. Por força da Lei 13.135/2015, perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou a companheira se com-provada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

Em regra, a pensão por morte será paga a partir do óbito do segurado. Contudo, se postulada adminis-trativamente após 30 dias do falecimento, será devida apenas a partir da data de entrada do requerimento administrativo.

Vale ressaltar que, mesmo nos casos em que o requerimento do benefício é protocolizado após 30 dias do óbito, a data de início do benefício será o dia do fale-cimento, mas apenas serão devidas as parcelas a contar da data do requerimento.

É que no dia da morte é que nasce o direito, inde-pendentemente de quando foi requerido o benefício. Nesse sentido, dispõe o artigo 105, inciso I, do RPS, que no caso de requerimento após 30 dias do falecimento do segurado, a data de início do benefício será a data do óbito, aplicados os devidos reajustamentos até a data de início do pagamento, não sendo devida qual-quer importância relativa ao período anterior à data de entrada do requerimento.

No caso dos absolutamente incapazes, pois con-tra eles não correrá a prescrição, a jurisprudência e o próprio INSS vem entendendo que o benefício será devido desde a data do falecimento, mesmo que o requerimento seja protocolizado após 30 dias do óbito, equiparando-se ao menor de 16 anos os incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil, conforme o artigo 3º, do Código Civil.

SÍNTESE – PENSÃO POR MORTE

Cabimento:óbito do segurado da Previdência Social que deixar dependentes.

Beneficiários:os dependentes, observada a ordem preferencial das classes do artigo 16, da Lei 8.213/91

Carência: dispensada

Valor:

O valor mensal da pensão por morte será de cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado rece-bia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.

SÍNTESE – PENSÃO POR MORTE

Outras informações:

a) A condição de dependente será aferida no momento do óbito, e não posteriormente.

b) Será devida desde o falecimento ou do requerimento, se postulada após 30 dias; no caso de morte presu-mida, após a decisão judicial.

c) Havendo mais de um dependente da mesma classe, será divida em par-tes iguais, excluídos os da classe infe-rior.

d) Com a morte, a cessação da invali-dez, a emancipação ou a maioridade, a cota da pensão será revertida para o outro dependente, não se transmi-tindo para os dependentes de classe inferior.

e) De acordo com o artigo 114, II, do RPS, a emancipação por colação de grau em curso superior antes dos 21 anos não faz cessar a pensão por morte.

f) Súmula 340, STJ: A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado.

g) Súmula 336, STJ: A mulher que renunciou aos alimentos na separa-ção judicial tem direito à pensão pre-videnciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econô-mica superveniente.

h) Súmula 416, STJ – É devida a pensão por morte aos dependentes do segu-rado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposenta-doria até a data do seu óbito.

ÔAUXÍLIO-RECLUSÃO

02. (Defensor Público do Estado do Pará 2009 – Fun-dação Carlos Chagas) Para o recebimento de auxílio--reclusão no regime geral de previdência social, é exi-gido pela legislação:

a) ter o segurado recolhido um mínimo de 12 (doze) meses de contribuições previdenciárias.

b) ter o segurado recolhido um mínimo de 180 (cento e oitenta) meses de contribuições previdenciárias.

c) que filhos menores de 16 (dezesseis) anos e cônjuge comprovem que dependiam economicamente do segurado preso ou recluso.

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Direito PreviDenciário 103

d) prova trimestral de que o segurado permanece na condição de presidiário.

e) prova de bom comportamento e exercício de traba-lho na prisão pelo segurado.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: com a publicação da Portaria Interministerial nº 13, de 09/01/2015, O auxílio-reclusão, a partir de 1º de janeiro de 2015, será devido aos depen-dentes do segurado cujo salário-de-contribuição seja igual ou inferior a R$ 1.089,72 (um mil e oitenta e nove reais e setenta e dois centavos), independentemente da quantidade de contratos e de atividades exercidas.

Observem, entretanto, que a questão foi respon-dida de acordo com a legislação em vigor à época de realização do concurso.

Alternativa correta: letra “D”. A proposição “d” está correta, espelhando o disposto no art. 117, § 1°, do RPS.

Alternativa “A”, errada. As alternativas “a” e “b” estão erradas, pois a concessão do auxílio-reclusão inde-pende de carência, conforme previsto no art. 30, I, do RPS.

Alternativa “B”, errada. Vide comentários à letra A.

Alternativa “C”, errada. A alternativa “c” é falsa, já que os dependentes de primeira classe têm a dependên-cia econômica presumida. (art. 16, § 7°, do RPS).

Alternativa “E”, errada. A alternativa “e” está incor-reta, por falta de previsão legal para o afirmado.

07. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Em cada um dos itens seguintes, é apresentada uma situação hipotética acerca do auxílio-reclusão, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Hugo, segurado do regime geral de previdência há menos de 10 anos, desempregado há seis meses, envolveu-se em atividades ilícitas, o que determinou sua prisão em flagrante. Nessa condição, caso Hugo seja casado, sua esposa faz jus ao auxílio-reclusão junto à previdência social.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. O auxílio-reclusão é um benefício que independe de carência (artigo 26, inciso I, da Lei 8.213/91). Trata-se de prestação previdenciária devida aos dependentes de segurado recolhido à prisão, desde que o segregado não esteja recebendo remuneração da empresa, aposentadoria de qualquer espécie, abono de permanência em serviço ou auxílio-doença.

Com o advento da Emenda 20/98, houve uma res-trição da proteção social do auxílio-reclusão, passando a ser exigido que o segurado preso seja enquadrado como baixa renda, conforme nova redação do artigo 201, inciso IV, da Constituição.

Conforme atualização feita para o ano de 2014 pela Portaria Interministerial MPS/MF 19/2014, será instituidor

do auxílio-reclusão o segurado que receber remunera-ção mensal de até R$ 1.025,81, na forma do artigo 13, da Emenda 20/19984, sendo considerado o seu último salá-rio de contribuição antes do encarceramento.

Apesar da omissão regulamentar, será cabível o benefício nos casos de prisão cautelar (temporária, em flagrante e preventiva), pois o segurado baixa renda não poderá exercer atividade laborativa para sustentar os seus dependentes, conforme se pronuncia a jurispru-dência.5

No caso concreto, apesar de desempregado, é pos-sível concluir que Hugo ainda era segurado do RGPS no momento da prisão, pois ainda se encontrava no perí-odo de graça (artigo 15, inciso II, da Lei 8.213/91), pois não se passaram mais de 12 meses após a cessação das contribuições, e sim apenas 06 meses.

Em tese, se Hugo for de baixa renda, a sua esposa terá direito ao auxílio-reclusão. Contudo, a questão não trouxe essa significativa informação, razão pela qual se entende que deveria ter sido anulada pelo CESPE.

09. (Cespe – Defensor Público – DPU/ 2007) O auxílio--reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, exceto se esta se deu em decorrência do cometi-mento de crime hediondo.

|COMENTÁRIOS|.

Questão errada. O valor mensal do auxílio-reclu-são será de 100% do valor da aposentadoria que o segu-rado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, conforme determina o art. 39, § 3º, do Dec. 3048/99, independentemente da razão da prisão ou tipo de crime cometido pelo segurado.

10. (Cespe – Defensor Público – DPU/ 2007) Consi-dere que Silvano seja segurado não-aposentado da previdência social e tenha sido condenado pela prática de crime que determinou o início do cumprimento da pena em regime fechado. Nessa situação, a renda men-sal inicial do auxílio-reclusão devida aos dependentes é calculada de acordo com o modelo de cálculo a ser utilizado em caso de aposentadoria por invalidez.

Questão correta. O valor mensal do auxílio-reclu-são será de 100% do valor da aposentadoria que o segu-rado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse

4 Art. 13 – Até que a lei discipline o acesso ao salário--família e auxílio-reclusão para os servidores, segu-rados e seus dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que, até a publicação da lei, serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social.

5 TRF 3ª Região, APELREE 1.262.920, de 09.06.2008.

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aposentado por invalidez, conforme determina o art. 39, § 3º, do Dec. 3048/99.

�DICAS (RESUMO)Auxílio-reclusão. Trata-se de benefício previden-

ciário devido aos dependentes de segurado recolhido à prisão, desde que o segregado não esteja recebendo remuneração da empresa, aposentadoria de qual-quer espécie, abono de permanência em serviço ou auxílio-doença. Com o advento da Emenda 20/98, houve uma restrição da proteção social do auxílio-re-clusão, passando a ser exigido que o segurado preso seja enquadrado como baixa renda, conforme nova redação do artigo 201, inciso IV, da Constituição Federal.

Vale ressaltar que o STF ratificou que para a institui-ção deste benefício, o baixa renda deverá ser o segu-rado, e não os seus dependentes, no julgamento do recurso extraordinário RE 587.365, de 25.03.2009.

Conforme atualização feita para o ano de 2015 pela Portaria Interministerial do MPS/MF, será instituidor do auxílio-reclusão o segurado que receber remuneração mensal de até R$ 1.089,72, na forma do artigo 13, da Emenda 20/1998, sendo considerado o seu último salá-rio de contribuição antes do encarceramento.

No entanto, o STJ já flexibilizou o limite consti-tucional de baixa renda no julgamento do Recurso Especial 1479564 pela 1ª Turma, julgado em 06/11/2014. No caso concreto, a segurada reclusa teve como último salário de contribuição uma remuneração de R$ 10, 82 acima do limite da baixa renda. Argumentou o STJ que a semelhança do caso com a jurisprudência fir-mada pelo STJ em relação ao Benefício de Prestação Continuada permite ao julgador flexibilizar também o critério econômico para deferimento do auxílio-reclu-são, ainda que o salário de contribuição do segurado supere o valor legalmente fixado para configurar baixa renda.

Na hipótese de inexistir salário de contribuição na data do recolhimento à prisão, será considerado o último salário de contribuição do segurado de acordo com o texto do Regulamento da Previdência Social.

No entanto, o STJ entende que “na análise de con-cessão do auxílio-reclusão a que se refere o art. 80 da Lei 8.213/1991, o fato de o recluso que mantenha a con-dição de segurado pelo RGPS (art. 15 da Lei 8.213/1991) estar desempregado ou sem renda no momento do recolhimento à prisão indica o atendimento ao requi-sito econômico da baixa renda, independentemente do valor do último salário de contribuição” (Informativo 550 – REsp 1.480.461-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, jul-gado em 23/9/2014.

Vale ressaltar que o auxílio-reclusão apenas será pago nas condenações impostas sob regime fechado ou semi-aberto, pouco importando a natureza do delito, não sendo devido o benefício na hipótese de regime

aberto, na forma do artigo 116, § 5º, do RPS, haja vista a determinação do detento trabalhar fora do estabe-lecimento prisional, consoante o artigo 36, do Código Penal, apenas sendo recolhido no período noturno e durante os dias de folga.

A renda mensal inicial do auxílio-reclusão será a mesma da pensão por morte. Isso porque as regras da pensão por morte aplicam-se ao auxílio-reclusão, no que couber, vez que o artigo 80 da Lei 8.213/91 dispõe que o auxílio-reclusão será pago nas mesmas condições da pensão por morte.

A carência foi dispensada para o auxílio-reclu-são, sendo aplicadas as modificações introduzidas pela Lei 13.135/2015, no que couber, pois as regras da pensão por morte se comunicam ao auxílio-re-clusão.

SÍNTESE – AUXÍLIO-RECLUSÃO

Cabimento:

será devido aos dependentes do segurado baixa renda recolhido à prisão, que não receber remunera-ção da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, abono de perma-nência em serviço ou aposentadoria.

Beneficiários: os dependentes do segurado baixa renda .

Carência: dispensada.

Valor: o mesmo da pensão por morte.

Outras informações:

a) A DIB será a data do recolhimento, salvo de requerido após 30 dias.

b) O requerimento do auxílio-reclusão deverá ser instruído com certidão do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a apresentação de declara-ção de permanência na condição de presidiário (atestado trimestral).

c) Só será cabível para o regime fechado, semi-aberto, medida sócio-educativa de internação e nas prisões cautelares (exclui o regime aberto e a prisão civil).

d) Art. 117, § 2º do RPS – no caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado.

e) Art. 117, § 3º do RPS – se houver exercício de atividade dentro do período de fuga, o mesmo será con-siderado para a verificação da perda ou não da qualidade de segurado.

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Direito PreviDenciário 105

SÍNTESE – AUXÍLIO-RECLUSÃO

Outras informações:

f) Art. 118, do RPS – falecendo o segurado detido ou recluso, o auxí-lio-reclusão que estiver sendo pago será automaticamente convertido em pensão por morte.

e) O baixa renda deverá ser o segu-rado, e não o dependente, conforme ratificado pelo STF, no RE 587.365, de 25.03.2009 (Informativo 540).

ÔACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS

04. (Cespe – Técnico do Seguro Social – INSS/2008) Em cada um dos itens subsequentes, é apresentada uma situação hipotética que trata de cumulação de benefícios, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Sofia, pensionista da previdência social em decor-rência da morte de seu primeiro marido, João, resol-veu casar-se com Eduardo, segurado empregado. Seis meses após o casamento, Eduardo faleceu em trágico acidente. Nessa situação, Sofia poderá acumular as duas pensões, caso o total recebido não ultrapasse o teto determinado pela previdência social.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Não existe proibição de acumula-ção de mais de uma pensão deixada por cônjuge e filho, por cônjuge e irmão, pois mais de um irmão ou por mais de um filho. A única proibição que existe é que apenas será possível a percepção de uma única pensão dei-xada por cônjuge ou companheiro, havendo o direito de opção pela mais vantajosa. A partir da Lei 13.135, de 17/06/2015, o cônjuge, companheiro ou companheira terá direito ao benefício da pensão por morte por ape-nas 4 meses, se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há menos de dois anos da data do óbito do instituidor do benefício, salvo nos casos em que o óbito do segurado seja decorrente de acidente.

Questão errada: Salvo no caso de direito adqui-rido, não é permitido o recebimento conjunto de mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa, a teor do artigo 124, inciso VI, da Lei 8.213/91.

Logo, Sofia, a “viúva negra”, deverá optar pela pen-são mais vantajosa, não podendo acumular as duas.

Ô SERVICOS DA PREVIDENCIA SO-CIAL, PRATICA PROCESSUAL PREVI-DENCIÁRIA E QUESTÕES DIVERSAS SOBRE BENEFÍCIOS

03. (Cespe – Defensor Público – RR/2013) Em rela-ção aos benefícios previdenciários do RGPS, assinale a opção correta.

a) O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido por lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de dez dias consecutivos.

b) É vedada a acumulação do auxílio-acidente com qualquer aposentadoria.

c) A concessão de aposentadoria por invalidez depende da verificação da condição de incapaci-dade do segurado mediante exame médico-pericial a cargo da assistência social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar, durante a avaliação, de médico de sua confiança.

d) A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida por lei, completar sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos, se mulher.

e) A aposentadoria especial será devida aos segura-dos que trabalhem há dez, quinze ou vinte anos, conforme a atividade realizada, em condições espe-ciais que prejudiquem a sua saúde ou integridade física.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A MP 664/2014 chegou a atri-buir à empresa a responsabilidade pelo pagamento dos primeiros 30 dias de afastamento do empregado. No entanto, esta novidade não foi mantida pela Lei 13.135/2015, que restabeleceu a obrigação de a empresa arcar apenas com os 15 primeiros dias de afastamento do empregado pagando o seu salário, cabendo ao INSS pagar o auxílio-doença a contar do 16º dia do afasta-mento, se requerido em até 30 dias.

Alternativa correta: letra “b”: a assertiva repro-duz a vedação contida no art. 86, § 2º, da Lei 8213/91.

Alternativa “a”: está errada. Conforme o art. 59, da Lei 8213/91, o auxílio-doença será devido ao segu-rado que, havendo cumprido, quando for o caso, o perí-odo de carência exigido em lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias.

Alternativa “c”: está errada. Compete à previ-dência social a realização do exame médico-pericial, e não à assistência social, como erroneamente afirmou a questão (art. 42, § 1º, da Lei 8213/91).

Alternativa “d”: está errada. Conforme determina o art. 48, da Lei 8213/91, a aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 anos de idade, se homem, e 60, se mulher.

Alternativa “e”: está errada. Segundo o art. 57, da Lei 8213/91, a aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida em lei, ao segurado que

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106 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

tiver trabalhado sujeito a condições especiais que preju-diquem a saúde ou a integridade física, durante 15, 20 ou 25 anos, conforme dispuser a lei.

09. (TRF 3 – Juiz Federal Substituto 3ª região/2013) Dentre as proposições que se seguem, assinale a cor-reta, levando-se em consideração as normas previden-ciárias vigentes:

I. A incapacidade total e permanente para o exercício da atividade laborativa que o segurado habitual-mente exercia é um dos requisitos para a concessão do benefício de aposentadoria por invalidez, ainda que seja viável a reabilitação para outra atividade de nível semelhante à anterior.

II. A gravidade da doença que gerou a incapacidade laborativa em nenhuma hipótese afasta a exigência do cumprimento da carência legalmente exigida para o benefício de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença.

III. E devido o acréscimo de 25% sobre o valor da apo-sentadoria por invalidez do segurado que neces-sitar de assistência permanente de outra pessoa, mesmo quando a aposentadoria já estiver no valor máximo legalmente permitido.

IV. O segurado que estiver aposentado por invalidez há mais de cinco anos, que tenha sua capacidade laborativa recuperada, continuará recebendo o seu benefício integralmente, por prazo indeterminado, desde que não retorne a exercer atividade labora-tiva.

V. Em se tratando de transformação de auxílio – doença em aposentadoria por invalidez a renda mensal inicial desta será de 100% do salário-de – benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal inicial do auxílio-doença, reajustado pelos mesmos índices de correção dos benefícios em geral.

a) todos os enunciados estão corretos;

b) os enunciados I e II estão corretos;

c) os enunciados III e V estão corretos;

d) os enunciados II, III e IV estão corretos;

e) os enunciados I, II, III e V estão corretos.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A carência ao benefício previ-denciário por incapacidade é dispensada nos casos de doenças e afecções especificadas em lista elaborada a cada 3 anos pelos Ministérios da Saúde e da Previdên-cia Social, de acordo com os critérios de estigma, defor-mação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam trata-mento particularizado. O segurado deve ter contraído

alguma das doenças constantes da referida lista, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social.

Esta lista foi publicada, pela última vez, por meio da Portaria Interministerial 2.998/01 (o prazo de 3 anos já se expirou), contendo as seguintes doenças e afecções:

“I – tuberculose ativa;

II – hanseníase;

III – alienação mental;

IV – neoplasia maligna;

V – cegueira;

VI – paralisia irreversível e incapacitante;

VII – cardiopatia grave;

VIII – doença de Parkinson;

IX – espondiloartrose anquilosante;

X – nefropatia grave;

XI – estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

XII – síndrome da deficiência imunológica adquirida-Aids;

XIII – contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; e

XIV – hepatopatia grave.”

Não há necessidade de que o estudante memorize as doenças constantes desta lista, já que não vem sendo questionada em concursos públicos.

Nota do autor 2: Com o advento da Lei 13.135/2015, o artigo 151 da Lei 8213/91 trouxe uma nova doença grave para dispensar a carência do auxílio--doença e da aposentadoria por invalidez: a esclerose múltipla.

Assertiva I: errada. Conforme determina o art. 42, da Lei 8213/91, a aposentadoria por invalidez será devida ao segurado que for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de ati-vidade que lhe garanta a subsistência. Assim, havendo possibilidade de reabilitação profissional, o benefício a ser concedido será o auxílio-doença.

Assertiva II: errada. Independe de carência a con-cessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especi-ficadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, defici-ência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado.

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Direito PreviDenciário 107

Logo, a gravidade da doença pode sim, em deter-minados casos, afastar a exigência do cumprimento da carência.

Assertiva III: correta. A assertiva reproduz o con-teúdo do art. 45, parágrafo único, a, da Lei 8213/91.

Assertiva IV: errada. O segurado que estiver aposentado por invalidez há mais de cinco anos, que tenha sua capacidade laborativa recuperada, passará a receber mensalidades de recuperação, com progressiva redução das parcelas, dentro de prazos já estipulados por lei. Já o aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno (art. 46, da Lei 8213/91).

ATENÇÃO: a aposentadoria por invalidez não é e nunca se torna um benefício definitivo! A aposentado-ria por invalidez será devida ao segurado que for con-siderado incapaz para o trabalho e insuscetível de rea-bilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, sendo-lhe paga enquanto permanecer nessa condição, conforme estabelece o art. 43 do Dec. 3048/99. Assim, tem-se que o benefício será cessado nas seguintes situações:

1) Retorno voluntário do segurado aposentado por invalidez à atividade, hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado a partir da data do retorno – conforme art. 48 do Decreto 3048/99, e os valores recebidos, indevidamente, deverão ser devolvidos à Previdência Social.

Se este benefício é concedido aos trabalhadores que não têm condições de exercer atividade, não há sentido em mantê-lo em caso de retorno ao trabalho.

2) Quando o aposentado por invalidez for conside-rado apto para o trabalho, mediante avaliação do médico-perito do INSS, hipótese em que deve-rão ser observadas as normas do art. 49 do Dec. 3048/99:

I. quando a recuperação ocorrer dentro de cinco anos, contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antece-deu, sem interrupção, o benefício cessará:

a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legis-lação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social; ou

b) após tantos meses quantos forem os anos de dura-ção do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados;

II. quando a recuperação for parcial ou ocorrer após cinco anos de afastamento ou, ainda, quando o segurado for declarado apto para o exercício de

trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade:

a) no seu valor integral, durante seis meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade;

b) com redução de 50%, no período seguinte de seis meses;

c) com redução de 75%, também por igual período de seis meses, ao término do qual cessará definitiva-mente.

Notem que, no item I, é necessário que a recu-peração para o trabalho seja completa, pois, sendo parcial, independentemente do prazo em que ela se dê, aplicar-se-á o item II. Quando a recuperação ocorrer depois de 5 anos, será garantida a “mensali-dade de recuperação” por 18 meses.

Observem que, durante o período de percepção da mensalidade de recuperação (I, b e II), embora o segu-rado continue na condição de aposentado, será permi-tida a volta ao trabalho, sem prejuízo do pagamento da referida mensalidade.

Assertiva V: correta. A assertiva está de acordo com o conteúdo do art. 29, § 5º, da Lei 8213, que deter-mina que, se no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada, considerando-se como salário-de-contri-buição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal daquele benefício.

Alternativa correta: letra “c”. De acordo com a análise das assertivas, concluímos que estão corretos os itens III e V, e errados os demais itens.

11. (Cespe – Juiz Federal Substituto 5ª região/2013) A respeito dos auxílios previdenciários, assinale a opção correta.

a) O salário-família é devido apenas aos dependentes do segurado de baixa renda, inclusive do segurado doméstico, na proporção do número de filhos de até catorze anos de idade ou de filhos inválidos de qualquer idade.

b) Independe de carência a concessão de salário-ma-ternidade para mulher que presta serviço de natu-reza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego.

c) O auxílio-doença não será devido ao segurado que se filiar ao regime geral de previdência social com doença preexistente e a invocar para a concessão do benefício, mesmo que a incapacidade sobrevier por motivo de progressão da doença.

d) O salário-maternidade não pode ser acumulado com o benefício por incapacidade, de forma que,

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havendo incapacidade concomitante, o benefí-cio pago em razão da incapacidade será suspenso enquanto durar o pagamento do salário-materni-dade ou a data de seu início será adiada para o pri-meiro dia seguinte ao término do período de cento e vinte dias.

e) O auxílio-acidente é devido quando há redução da capacidade para o trabalho habitualmente exer-cido e equivale a 50% do salário de contribuição, desde que não inferior ao salário mínimo.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a ter direito ao benefício do auxílio-acidente.

Nota do autor 2: Os seguintes benefícios não são cumuláveis, salvo direito adquirido: I – aposentado-ria com auxílio-doença; II – aposentadoria com abono de permanência em serviço; III – salário-maternidade com auxílio-doença; IV – mais de uma aposentadoria (do RGPS) ou mais de um auxílio-acidente; V – mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro(a), facultado o direito pela mais vantajosa; VI – auxílio-a-cidente com qualquer aposentadoria; VII – renda men-sal vitalícia com qualquer outro benefício; VIII – seguro desemprego com qualquer benefício, exceto pensão por morte, auxílio-reclusão, auxílio-acidente, abono de permanência em serviço e auxílio-suplementar; IX – auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanên-cia em serviço com auxílio-reclusão, permitida a opção, desde que manifestada, também, pelos dependentes, pelo benefício mais vantajoso; X – benefícios previden-ciários com assistenciais pecuniários, exceto Pensão das Vítimas de Hemodiálise de Caruaru; XI – pensão mensal vitalícia de seringueiro, com qualquer outro benefício de prestação continuada mantida pela Previdência Social.

Alternativa correta: letra “d”: a assertiva está de acordo com a vedação presente no art. 124, IV, da Lei 8213/91 (vedação presente também no art. 102, caput, do Dec. 3048/99). Segundo o parágrafo único do art. 102, do Dec. 3048/99, ocorrendo incapacidade em con-comitância com o período de pagamento do salário--maternidade, o benefício por incapacidade, conforme o caso, deverá ser suspenso enquanto perdurar o refe-rido pagamento, ou terá sua data de início adiada para o primeiro dia seguinte ao término do período de 120 dias.

Alternativa “a”: está errada. A assertiva possui dois erros. O empregado doméstico não tem direito ao benefício do salário-família (art. 65, da Lei 8213/91), de acordo com o texto da época. Além disso, ao contrário do que ocorre com o auxílio-reclusão, o salário-família é devido ao segurado, não aos seus dependentes, como afirma a assertiva. Pontue-se que os equiparados a

filho, menores de 14 anos ou inválidos, também geram direito à percepção do benefício.

Alternativa “b”: está errada. Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter even-tual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego, é segurado obrigatório na condição de contribuinte individual (art. 12, V, g, da Lei 8212/91). Segundo deter-mina o art. 25, III, da Lei 8213/91, é exigida a carência de 10 contribuições mensais para as seguradas contri-buintes individuais e seguradas especiais.

Alternativa “c”: está errada. A assertiva contraria o disposto no art. 60, § 6º, da Lei 8213/91, que estabe-lece que o auxílio-doença não será devido ao segurado que se filiar ao RGPS já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

Alternativa “e”: está errada. Conforme determina o art. 86, § 1º, da Lei 8213/91, o auxílio-acidente corres-ponderá a 50% do salário de benefício. Observem que não há impedimento para que esse benefício seja pago em valor inferior ao do salário mínimo, uma vez que não substitui a remuneração do trabalho, podendo ser rece-bido juntamente com o salário.

18. (Juiz do Trabalho Substituto 3ª região 2012) Leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:

I. O auxílio-acidente será concedido, como indeniza-ção, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natu-reza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

II. A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio – acidente, quando, além do reconhecimento da causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovada-mente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

III. Não se requer período de carência para a concessão de auxílio-acidente, pensão por morte, auxílio-re-clusão, salário-família, auxílio-doença, aposenta-doria por invalidez, reabilitação profissional e salá-rio-maternidade para as seguradas empregadas, trabalhadora avulsa, empregada doméstica e a pes-soa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não.

IV. Equipara-se também ao acidente do trabalho, para os efeitos da Lei n°. 8213-91, o acidente ocorrido no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquele, qualquer que seja o meio de locomoção, exceto veículo de propriedade do segurado.

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Direito PreviDenciário 109

V. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido na Lei nº 8213-91, ficar incapaci-tado para seu trabalho ou para a sua atividade habi-tual por mais de quinze dias consecutivos ou não.

a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.

b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.

d) Somente as afirmativas II e V estão corretas.

e) Todas as afirmativas estão corretas.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “A”. A assertiva I está certa, uma vez que reproduz literalmente o texto do art. 86, da Lei 8.213/91.

Na mesma linha, a assertiva II está certa, uma vez que reproduz literalmente o texto do art. 86, § 4°, da Lei 8.213/91. Vejamos o citado dispositivo:

§ 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhe-cimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redu-ção ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

A afirmativa III está errada, contendo dois erros:

• A carência para o auxílio-doença e para a aposen-tadoria por invalidez é, em regra, de 12 contribui-ções mensais, podendo ser dispensada em caso de doenças graves listadas em Portaria Interministerial e em caso de acidente de qualquer natureza (vide, arts. 25, I e 26, II, da Lei 8.213/91);

• A carência para o salário-maternidade da pessoa física que exerce, por conta própria, atividade eco-nômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não, enquadrada como contribuinte individual é de 10 contribuições mensais, conforme disposto no art. 25, III, da Lei 8.213/91.

A assertiva IV é falsa ao afirmar “exceto veículo de propriedade do segurado”. É que o art. 21, III, d, consi-dera acidente do trabalho o ocorrido “no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veí-culo de propriedade do segurado”.

A assertiva V está errada. Vejamos o texto do art. 59, da Lei 8.213/91:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Podemos perceber que o erro da assertiva está na parte final em que menciona “consecutivos ou não”. Desta forma, as únicas afirmativas corretas são a I e a II, resultando na alternativa A.

Alternativa “B”, errada. Vide comentários à letra A.

Alternativa “C”, errada. Vide comentários à letra A.

Alternativa “D”, errada. Vide comentários à letra A.

Alternativa “E”, errada. Vide comentários à letra A.

20. (Juiz do Trabalho Substituto 14ª região 2012) Acerca das prestações previdenciárias, marque o único item verdadeiro:

a) O auxílio-doença é benefício não-programado que exige carência de 12 meses, decorrente da incapaci-dade temporária do segurado para o seu trabalho habitual, correspondendo a 91% do salário-de-be-nefício, o qual será pago a todo empregado a partir do 16° dia de afastamento sem retroação à data de incapacidade.

b) O salário-família é benefício previdenciário que exige carência de 12 meses, devido a empregado, exceto o doméstico, que receba até dois salários mínimos e que possua filho ou equiparado (tute-lado ou enteado), menor de 14 anos ou inválido, circunstâncias que deverão ser comprovadas mediante a apresentação de certidão de nasci-mento (ou da documentação relativa ao equipa-rado), atestado anual de vacinação obrigatória até 6 anos de idade e comprovação anual de frequência à escola do filho (ou equiparado) a partir dos sete anos de idade.

c) O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas con-dições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço. O requerimento do refe-rido benefício deverá ser instruído com certidão do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a apresentação de declaração de permanência na condição de presidi-ário.

d) À segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias, se a criança tiver até 2 anos de idade; de 60 dias, se a criança tiver entre 2 (dois) e 4 (quatro) anos de idade; e de 30 (trinta) dias, se a criança tiver de 4 (quatro) a 8 (oito) anos de idade.

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e) Pelo Programa Empresa Cidadã, é possível haver a prorrogação da licença-maternidade por 60 dias, desde que requerido o benefício até o final do primeiro mês após o parto, ainda que a criança seja mantida em creche ou em instituição similar durante o prazo alusivo à prorrogação.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “C”. A alternativa C está correta, conforme disposto no art. 80 e seu parágrafo único, da Lei 8.213/91, literalmente copiados.

Alternativa “A”, errada. A alternativa A está errada, pois nem sempre o auxílio doença é pago a partir do 16° dia de afastamento do empregado. Isso só vai ocorrer se entre a data do afastamento e do requerimento não tiver decorrido mais de 30 dias, caso contrário, o bene-fício é pago a partir da data do requerimento, conforme disposto no art. 60, § 1°, da Lei 8.213/91.

Alternativa “B”, errada. A alternativa B está errada. Primeiramente, a alternativa afirma de maneira equivo-cada que a carência para o salário-família é de 12 con-tribuições mensais, quando, em realidade, este bene-fício dispensa carência (vide art. 26, I, da Lei 8.213/91). Em segundo lugar, a questão está errada também por afirmar que este benefício será pago para empregado que receba até dois salários mínimos. Em verdade, o limite remuneratório para que os empregados façam jus ao salário-família está desvinculado do salário mínimo.

Alternativa “D”, errada. A alternativa D está errada, pois é devido salário-maternidade pelo período de 120 dias no caso de adoção de criança de até 1 ano de idade e não de até 2 anos, como afirmado na questão (vide art. 71-A, da Lei 8.213/91). Posteriormente à apli-cação desta questão, a Lei 12.873/2013 unificou o prazo para 120 dias independentemente da idade da criança adotanda.

Alternativa “E”, errada. A alternativa E está errada, pois, de acordo com o art. 4°, da Lei 11.770/2008, no perí-odo de prorrogação da licença-maternidade, a empre-gada não poderá exercer qualquer atividade remune-rada, e a criança não poderá ser mantida em creche ou organização similar.

25. (Cespe – Juiz Federal Substituto 3ª região/ 2011) Assinale a opção correta no que se refere a benefícios do RGPS e contribuições sociais.

a) O adicional noturno e o referente à prestação de horas extras pagos habitualmente pelo emprega-dor ao empregado têm natureza indenizatória e, por isso, não sofrem incidência de contribuição pre-videnciária.

b) Consoante jurisprudência do STF, compete à justiça estadual processar e julgar as ações em que se plei-teie a acumulação de aposentadoria por tempo de

contribuição com auxílio-acidente decorrente de acidente de trabalho.

c) Consoante jurisprudência do STJ, compete à justiça federal processar e julgar as ações em que se plei-teie pensão por morte decorrente de falecimento do segurado em razão de acidente de trabalho.

d) A renda mensal referente a auxílio-acidente conce-dido em virtude de moléstia surgida em 2005 não integra o salário de contribuição para efeito de cál-culo do salário de benefício da aposentadoria por idade requerida em 2011.

e) Incide contribuição previdenciária sobre a remu-neração paga pelo empregador ao empregado durante os primeiros quinze dias de afastamento em virtude de incapacidade para o trabalho.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: quanto à competência para pro-cessar e julgar as ações em que se pleiteie pensão por morte decorrente de falecimento do segurado em razão de acidente de trabalho (tema da assertiva C), o candi-dato deve ficar atento à recente alteração de posicio-namento do STJ. Observem que, à época de realização do concurso, o STJ defendia a tese da competência da justiça federal para processar e julgar tais ações, entre-tanto, desde o ano de 2012, o STJ alterou seu entendi-mento, passando a defender a competência da justiça estadual.

Alternativa correta: letra “c”: até 2012, o STJ entendia ser da justiça federal a competência para pro-cessar e julgar as ações em que se pleiteasse pensão por morte decorrente de falecimento do segurado em razão de acidente de trabalho. Vejamos jurisprudência da época de realização do concurso:

“AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. ACIDENTE DE TRABALHO. NATU-REZA DO BENEFÍCIO. DECISÃO ANTERIOR FAVORÁVEL. 1. “A Terceira Seção desta Corte pacificou recentemente o entendimento de que a concessão e a revisão de pensão por morte, independentemente das circunstân-cias do falecimento do segurado, é de natu-reza previdenciária, e não acidentária típica, o que torna competente a Justiça Federal para o processamento e julgamento do feito, afastando-se a aplicação da súmula 15/STJ.” (AgRg no CC 108.477/MS, Rel. Min. MARIA THE-REZA DE ASSIS MOURA, DJe 10/12/2010). 2. Agravo regimental a que se nega provimento (...)” (AgRg no CC 112.710/MS, Rel. Ministro OG FERNANDES, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/09/2011, DJe 07/10/2011).

Em 2012, entretanto, o STJ mudou seu posiciona-mento, passando a defender a competência da justiça

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Direito PreviDenciário 111

estadual para processar e julgar tais causas. Vejamos jurisprudência recente:

“CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDE-RAL E JUSTIÇA ESTADUAL. AÇÃOVISANDO A OBTER PENSÃO POR MORTE DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRABALHO.ALCANCE DA EXPRESSÃO “CAUSAS DECORRENTES DE ACI-DENTE DO TRABALHO”.

1. Nos termos do art. 109, I, da CF/88, estão excluídas da competência da Justiça Federal as causas decorrentes de acidente do traba-lho. Segundo a jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal e adotada pela Corte Especial do STJ, são causas dessa natu-reza não apenas aquelas em que figuram como partes o empregado acidentado e o órgão da Previdência Social, mas também as que são promovidas pelo cônjuge, ou por her-deiros ou dependentes do acidentado, para haver indenização por dano moral (da com-petência da Justiça do Trabalho – CF, art. 114, VI), ou para haver benefício previdenciário pensão por morte, ou sua revisão (da compe-tência da Justiça Estadual).

2. É com essa interpretação ampla que se deve compreender as causas de acidente do tra-balho, referidas no art. 109, I, bem como nas Súmulas 15/STJ (“Compete à justiça estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho”) e 501/STF (Compete à justiça ordinária estadual o processo e o julga-mento, em ambas as instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a união, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista).

3. Conflito conhecido para declarar a com-petência da Justiça Estadual” (CC 121352 SP 2012/0044080-4, Relator: Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI).

Assim, como o concurso foi realizado no ano de 2011, a assertiva estava correta, pois de acordo com a jurisprudência do STJ à época. Acaso a mesma ques-tão conste em um concurso realizado nos dias atuais, o candidato deverá julgar a assertiva como incorreta, ante a mudança de entendimento do STJ sobre o tema.

Alternativa “a”: está errada. Sobre os adicionais de trabalho noturno e hora extra há incidência de con-tribuição previdenciária, por serem valores pagos em decorrência do trabalho (art. 28, I, da Lei 8212/91).

Alternativa “b”: está errada. Segundo jurispru-dência do STF, é da justiça federal a competência para processar e julgar as ações em que se pleiteie a acumu-lação de aposentadoria por tempo de contribuição com auxílio-acidente decorrente de acidente de trabalho, pois o q se discute na ação é a possibilidade de acumu-

lação dos dois benefícios, e não aspectos relativos ao acidente de trabalho.

Vejamos posicionamento do STF:

“ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS DE APO-SENTADORIA COM AUXÍLIO SUPLEMENTAR. RECURSO JULGADO POR TURMA RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL PREVIDENCI-ÁRIO. MATÉRIA QUE NÃO SE INSERE NA RES-SALVA CONTEMPLADA PELO ART. 109, I, DA CF. QUESTÃO QUE ENVOLVE APENAS ACIDENTE DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. RE IMPROVIDO.

I – Tratando-se de matéria de interesse do INSS, qual seja, a possibilidade ou não de acumulação de proventos da aposentadoria com o auxílio suplementar, a matéria refoge à competência da Justiça comum.

II – Questão que não se enquadra na ressalva do art. 109, I, da CF, visto que não cuida exclu-sivamente de acidente do trabalho.

III – Reconhecida a competência da Justiça Federal para julgar o feito.

IV – Recurso extraordinário improvido” (RE 461005 SP, Relator: Min. RICARDO LEWAN-DOWSKI).

Alternativa “d”: está errada. Conforme determina o art. 31, da Lei 8213/91, o valor mensal do auxílio-aci-dente integra o salário-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-de-benefício de qualquer aposenta-doria.

Alternativa “e”: está errada. O Fisco tem posição definida pela incidência de tributo sobre estes valores, com base no § 3°, do artigo 60, da Lei 8.213/91, que dispõe que “durante os primeiros 15 dias consecutivos ao afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado seu salário integral”. Como o texto se referiu a “salário”, o Fisco entende ser tal parcela tributável.

A jurisprudência consolidada do STJ, todavia, paci-ficou o entendimento de que não incide contribuição previdenciária sobre o pagamento referente aos primei-ros 15 dias de afastamento, sob o fundamento de que tal rubrica não é acompanhada de uma contraprestação de serviços por parte do empregado.

Como a questão é objetiva, para respondê-la o candidato ao cargo de magistrado deve considerar a jurisprudência do STJ, em detrimento da posição do Fisco.

31. (Advogado da Caixa Econômica Federal 2010 – CESPE) Em cada uma das opções subsequentes, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, acerca dos planos de benefícios da previdência social. Assinale a opção correspondente à assertiva correta.

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a) André, segurado da previdência social na condição de trabalhador avulso portuário, sofreu acidente de trabalho do qual resultou lesão em sua coluna vertebral. A ocorrência desse sinistro foi comuni-cada no primeiro dia útil seguinte ao fato. A perícia médica inicial concluiu pela existência de incapaci-dade total e definitiva para o trabalho. Nessa situ-ação, a aposentadoria por invalidez será devida a partir da data em que ocorreu o acidente.

b) Marcone pagou 180 contribuições mensais, sendo 140 delas na condição de trabalhador rural e as demais na condição de trabalhador avulso. Nessa situação, Marcone poderá requerer sua aposen-tadoria por idade quando completar 60 anos de idade.

c) A pessoa jurídica Epta Ltda., em virtude de conven-ção coletiva de trabalho, paga aos seus emprega-dos licença remunerada, pelo prazo de três meses, para tratamento de saúde do empregado, em casos de comprovada necessidade e quando autorizada pela empresa. Nessa situação, se algum empre-gado de Epta sofrer acidente de trabalho e passar a perceber auxílio doença, a Epta deverá arcar com a diferença entre o valor do benefício e o salário efetivo do empregado, como se esse empregado estivesse licenciado.

d) Antônia obteve guarda judicial para fins de adoção de Ana, menor impúbere de dois anos de idade. Nessa situação, Antônia fará jus ao benefício pre-videnciário denominado licença-maternidade por um período de trinta dias.

e) Renato desapareceu após sofrer trágico acidente automobilístico e, em virtude desse fato, seus dependentes requereram, observados os precei-tos legais pertinentes, pensão provisória por morte presumida. Após dois anos, Renato reapareceu, depois de ter-se recuperado de perda de memória decorrente do referido acidente. Nessa situação, verificado o reaparecimento do segurado, o paga-mento da pensão cessará imediatamente, sendo obrigados os dependentes a repor os valores rece-bidos a título provisório.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “C”: A proposição “c” traz a situação do complemento de auxílio-doença, previsto no art. 28, § 9°, n, da Lei 8.212/91. Se a empresa se obrigou em negociação coletiva a pagar tal comple-mentação, ela deve cumprir o acordado. Esta proposi-ção está correta.

Alternativa “A”: está errada. A assertiva “a” está bastante confusa. Vejamos o texto do art. 44, § 1°, do RPS:

§ 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e definitiva

para o trabalho, a aposentadoria por invali-dez será devida:

I – ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da ativi-dade ou a partir da data da entrada do reque-rimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de trinta dias; e

II –ao segurado empregado doméstico, con-tribuinte individual, trabalhador avulso, especial ou facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trinta dias.

§ 2º Durante os primeiros quinze dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.

Percebe-se que, para os trabalhadores avulsos, a aposentadoria por invalidez deve ser concedida, a partir da data do afastamento, se requerida até 30 dias. Ape-sar de a questão não ter mencionado quando se deu a exata data do requerimento, ela deixa implícito que este ocorreu de imediato, pois afirma que houve a emissão da CAT no dia seguinte à ocorrência do acidente.

Desta forma, entendemos que a proposição deve-ria ser considerada correta, apesar de ter sido apontada como errada pelo CESPE.

Alternativa “B”: está errada. A alternativa “b” está falsa, pois, para que o segurado possa se aposentar com a redução de 5 anos dos trabalhadores rurais, é preciso comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido, ou seja, 180 contri-buições mensais (art. 48, § 2°, da Lei 8.213/91).

Alternativa “D”: está errada. De acordo com a antiga redação do art. 71-A, da Lei 8.213/91, “à segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judi-cial para fins de adoção de criança é devido salário-ma-ternidade pelo período de 120 dias, se a criança tiver até 1 ano de idade, de 60 dias, se a criança tiver entre 1 e 4 anos de idade, e de 30 dias, se a criança tiver de 4 a 8 anos de idade”. Na situação descrita na assertiva “d”, Antônia tinha direito a 60 dias de salário-maternidade, pois a criança adotada tem 2 anos de idade. A alterna-tiva está falsa. Posteriormente à aplicação desta ques-tão, a Lei 12.873/2013 unificou o prazo para 120 dias independentemente da idade da criança adotanda.

Alternativa “E”: está errada. A alternativa “e” está errada, pois, de acordo com o texto do § 2°, do art. 78, da Lei 8.213/9, no caso de concessão de pensão por morte presumida e de verificação do “reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão cessará imediata-

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mente, desobrigados os dependentes da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé”.

32. (Advogado da Caixa Econômica Federal 2010 – CESPE) Ainda a respeito dos planos de benefícios da previdência social, assinale a opção correta.

a) Trabalhador portuário segurado da previdência social na condição de trabalhador avulso não faz jus ao benefício denominado salário-família, indepen-dentemente de possuir ou não filhos menores.

b) Considere que Murilo estivesse em gozo de auxí-lio-doença quando foi condenado a três anos de reclusão pela prática de crime e que, por causa disso, tenha sido recolhido a instituição carcerária em dezembro de 2009, onde permanece até os dias atuais. Nessa situação hipotética, os dependentes de Murilo têm direito à percepção de auxílio-reclu-são, o qual é concedido nas mesmas condições da pensão por morte.

c) Considere que Jonas recebia auxílio-acidente quando requereu sua aposentadoria por idade, já que os requisitos legais haviam sido preenchidos. Nessa situação, ante a permanência do estado mórbido que culminou na concessão do auxílio-do-ença, Jonas faz jus ao recebimento dos dois benefí-cios previdenciários cumulativamente.

d) Considere que, quando faleceu, Alberto estava impugnando ação de reconhecimento de pater-nidade que tramitava contra ele e que, à época de seu falecimento, sua mãe era sua única dependente declarada. Nessa situação, havendo a possibilidade de posterior habilitação de possível dependente, que importaria na exclusão da mãe de Alberto dessa condição, a concessão da pensão por morte poderá ser protelada, a critério da autoridade com-petente.

e) Segurado especial, na condição de trabalhador rural, faz jus à percepção de aposentadoria especial, uma vez cumprido o período de carência.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “A”: A alternativa “a” está errada, pois o artigo 65, da Lei 8.213/91 garante o salário-família ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e ao segurado trabalhador avulso. Por razão que a própria razão desconhece, esta proposi-ção foi considerada correta pelo CESPE, desconside-rando-se, por completo, a redação legal, constituindo um erro grosseiro da banca examinadora. Após a LC 150/2015, o salário-família foi estendido ao empre-gado doméstico.

Alternativa “B”: está errada. A proposição “b” está errada, por contrariar o disposto no art. 80, da Lei 8.213/91, conforme segue: “O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte,

aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço”.

Alternativa “C”: está errada. A assertiva “c” é falsa, pois “o auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, indepen-dentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria” (art. 86, § 2°, da Lei 8.213/91).

Alternativa “D”: está errada. O item “d” está errado, por não corresponder ao texto do art. 76, da Lei 8.213/91. Vejamos: “A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilita-ção posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da ins-crição ou habilitação”.

Alternativa “E”: está errada. A alternativa “e” está errada, pois o artigo 64, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99, só garante o direito à aposentadoria especial ao segurado empre-gado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado à cooperativa de trabalho ou de produção.

34. (TRF 4 – Juiz Federal Substituto 4ª região/ 2010) Dadas as assertivas referentes aos benefícios devidos aos segurados e dependentes no âmbito do Regime Geral de Previdência Social, assinale a alternativa cor-reta.

I. A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida na Lei 8.213/91, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher, reduzidos os limites etários para 60 (sessenta) e 55 (cinquenta e cinco) anos no caso de trabalhadores rurais, respec-tivamente homens e mulheres.

II. É assegurada aposentadoria no Regime Geral de Previdência Social, nos termos da lei, aos trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher.

III. Trata-se a aposentadoria por invalidez de benefício definitivo. Assim, seu cancelamento somente pode ocorrer na hipótese de o aposentado por invalidez retornar voluntariamente à atividade laborativa, caso em que terá sua aposentadoria automatica-mente cancelada a partir da data do retorno.

IV. É devida a pensão por morte ao filho menor de segurado que, apesar de ter perdido essa quali-dade, preencheu os requisitos legais para a obten-ção de aposentadoria até a data do seu óbito, mas extingue-se o direito ao benefício assim que o

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dependente atinge 21 anos, ainda que estudante de curso superior.

V. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido na Lei 8.213/91, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual. Não será devido, contudo, ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

a) Estão corretas apenas as assertivas I, II e V.

b) Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.

c) Estão corretas apenas as assertivas I, II, III e V.

d) Estão corretas apenas as assertivas I, II, IV e V.

e) Estão corretas todas as assertivas.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da Lei 13.063, de 30 de dezembro de 2014, que modificou o artigo 101 da Lei 8.213/91, o aposentado por invalidez estará isento do exame pericial a cargo do INSS após com-pletar 60 anos de idade, salvo nas seguintes hipóteses: I – verificar a necessidade de assistência permanente de outra pessoa para a concessão do acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor do benefício, conforme dispõe o art. 45 da Lei 8.213/91; II – verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante soli-citação do aposentado que se julgar apto; III – subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela.

Assertiva I: correta. A assertiva reproduz o texto do art. 48, caput e § 1º, da Lei 8.213/91.

Assertiva II: correta. A assertiva reproduz o texto do art. 56, do Decreto 3.048/99.

Assertiva III: errada. ATENÇÃO: a aposentadoria por invalidez não é e nunca se torna um benefício definitivo! A aposentadoria por invalidez será devida ao segurado que for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de ativi-dade que lhe garanta a subsistência, sendo-lhe paga enquanto permanecer nessa condição, conforme estabelece o art. 43 do Dec. 3048/99. Assim, tem-se que o benefício será cessado nas seguintes situações:

1) Retorno voluntário do segurado aposentado por invalidez à atividade, hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado a partir da data do retorno – conforme art. 48 do Decreto 3048/99, e os valores recebidos, indevidamente, deverão ser devolvidos à Previdência Social.

Se este benefício é concedido aos trabalhadores que não têm condições de exercer atividade, não há sentido em mantê-lo em caso de retorno ao trabalho.

2) Quando o aposentado por invalidez for conside-rado apto para o trabalho, mediante avaliação do médico-perito do INSS, hipótese em que deve-rão ser observadas as normas do art. 49 do Dec. 3048/99:

I. quando a recuperação ocorrer dentro de cinco anos, contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antece-deu, sem interrupção, o benefício cessará:

a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legis-lação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social; ou

b) após tantos meses quantos forem os anos de dura-ção do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados;

II. quando a recuperação for parcial ou ocorrer após cinco anos de afastamento ou, ainda, quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade:

a) no seu valor integral, durante seis meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade;

b) com redução de 50%, no período seguinte de seis meses;

c) com redução de 75%, também por igual período de seis meses, ao término do qual cessará definitiva-mente.

Notem que, no item I, é necessário que a recu-peração para o trabalho seja completa, pois, sendo parcial, independentemente do prazo em que ela se dê, aplicar-se-á o item II. Quando a recuperação ocorrer depois de 5 anos, será garantida a “mensali-dade de recuperação” por 18 meses.

Observem que, durante o período de percepção da mensalidade de recuperação (I, b e II), embora o segu-rado continue na condição de aposentado, será permi-tida a volta ao trabalho, sem prejuízo do pagamento da referida mensalidade.

Assertiva IV: correta. A assertiva requer o julga-mento de duas condições: o direito ao benefício, apesar da perda da qualidade de segurado do de cujus antes do óbito, e a perda da qualidade de dependente do filho que atinge os 21 anos, embora em pendência de curso universitário.

Inicialmente, cumpre observar o que estabelece a Súmula 416 do STJ: “será devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito.”

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Direito PreviDenciário 115

Assim, considerando que, por força do disposto no art. 16, I, da Lei 8.213/91, o filho menor (não emancipado) é considerado dependente, tem-se que este fará jus ao recebimento da pensão por morte do seu genitor, inde-pendente do de cujus ter perdido a qualidade se segu-rado antes do óbito.

Já no tocante à questão do filho maior possuir a condição de estudante de curso superior, a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juiza-dos Especiais Federais já decidiu, por meio da Súmula Súmula 37, que a pensão por morte devida não se pror-roga pela pendência do curso universitário.

Assim, a alternativa está correta nas duas afirma-ções que contém.

Assertiva V: correta. A assertiva reproduz o texto do art. 71, caput e § 1º, do Decreto 3048/99.

Alternativa correta: letra “d”. De acordo com a análise das assertivas, concluímos que os itens I, II, IV e V estão corretos, e errado o item III.

39. (Cespe – Procurador do Estado – CE/ 2008) Julgue os itens a seguir, relativos aos benefícios da previdência social.

I Considere que José, segurado empregado, apo-sentado por invalidez há quatro anos, após reabili-tação, obteve êxito e recuperou integralmente sua capacidade para o exercício de atividade laboral, recebendo alta da perícia médica do INSS. Nessa situação, considerando a existência do direito de retornar ao trabalho na empresa em que desempe-nhava sua função antes da aposentadoria, cessará, de imediato, o benefício de José por invalidez.

II Considere que Cláudio, segurado do regime geral, solteiro e sem filhos registrados, faleça, e Maria, sua mãe, passe a receber a pensão por morte, por ter comprovada a dependência econômica. Considere, ainda que Jair, após ação de investigação de pater-nidade, obtenha o reconhecimento de que Cláudio era seu pai. Nessa situação, a pensão por morte recebida por Maria deverá ser rateada com Jair.

III Considere que Teresa, segurada da previdência social na qualidade de empregada doméstica, receba um salário mínimo mensal de seus empre-gadores. Nessa situação, apesar de ter dois filhos menores de 14 anos, Teresa não tem o direito de receber salário-família.

IV Considere que Clarice, contadora e aposentada por tempo de contribuição pelo regime geral, volte a exercer atividade remunerada, prestando serviços a diversas empresas. Nessa situação, Clarice deve contribuir, novamente, para a previdência social, sem previsão para aumentar os proventos que já recebe ou requerer qualquer outro benefício.

V Para os trabalhadores da iniciativa privada, a apo-sentadoria proporcional é concedida àqueles que cumpriram os requisitos anteriores à reforma cons-titucional implementada pela Emenda Constitucio-nal n.° 20/1998. Nessa modalidade de benefício, há autorização para aplicação apenas dos redutores previstos no texto constitucional.

A quantidade de itens certos é igual a

a) 1.

b) 2.

c) 3.

d) 4.

e) 5.

|COMENTÁRIOS|.

Assertiva I: correta. Observem que a questão informa que José é segurado empregado. Segundo o art. 49, I, a, do Decreto 3.048/99, quando a recupera-ção for total e ocorrer dentro de cinco anos contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o beneficio cessará de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na empresa ao se aposentar.

No caso em tela, o benefício de José cessará imedia-tamente, sem direito ao recebimento das mensalidades de recuperação.

Assertiva II: errada. O art. 16 da Lei 8.213/91 divide em três classes os dependentes dos segurados, con-forme segue: I – o cônjuge, a companheira, o compa-nheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativa-mente incapaz, assim declarado judicialmente; II – os pais; III – o irmão não emancipado, de qualquer condi-ção, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha defi-ciência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.

Assim, considerando que Jair (filho de Cláudio) é segurado da 1ª classe, e que Maria (mãe de Cláudio) é segurada da 2ª classe, e que a existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes, então Jair receberá sozinho a pensão por morte deixada por Cláudio.

Assertiva III: correta. Diz o art. 65, da Lei 8.213/91 que o salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e ao segu-rado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados. Assim, sendo empre-gada doméstica, Teresa não tem direito ao benefício. O salário-família foi estendido ao empregado doméstico por força da LC 150/2015, cabendo ao seu empregador pagá-lo para ser posteriormente reembolsado pela Pre-vidência Social.

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Assertiva IV: errada. Vejamos a redação do art. 18, § 2º, da Lei 8.213/91: “o aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social – RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado.”

No caso em tela, por prestar serviços a diversas empresas, Clarice é enquadrada na categoria dos con-tribuintes individuais (art. 9º, V, j, do Decreto 3.048/99), não dos empregados.

Notem, também, que de acordo com o artigo 103, do RPS, as seguradas aposentadas fazem jus ao rece-bimento do salário-maternidade. Assim, cumpridos os requisitos próprios à concessão do benefício, Clarice teria direito a dois benefícios, o salário-maternidade e o salário-família.

Assertiva V: errada. De acordo com o art. 3°, da EC 20/98, é assegurada a concessão de aposentadoria aos segurados que até a data da publicação desta emenda tenham cumprido os requisitos para obtenção destes benefícios. Assim, a aposentadoria proporcional, pre-vista no art. 9°, da EC 20/98 é devida aos segurados que não tiverem cumprido até a data da EC 20/98 os requi-sitos para a aposentadoria integral, diferentemente do afirmado na alternativa.

Alternativa correta: letra “b”. De acordo com a análise das assertivas, concluímos que os itens I e III estão corretos, e errados os itens II, IV e V.

40. (Procurador do Município – Prefeitura Natal--RN/2008 – CESPE) Acerca dos benefícios previdenci-ários, assinale a opção correta.

a) A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e completado 70 anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 anos de idade, se do sexo feminino, caso em que deve ser garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista.

b) O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa deve ser acrescido de 25%, desde que não ultrapasse o limite máximo legal.

c) A concessão de aposentadoria especial depende de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do tempo de tra-balho permanente, ocasional ou intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado.

d) Em regra, o valor mensal da pensão por morte equivale a 91% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A Medida Provisória 664/2014 havia reduzido a renda da pensão por morte. No entanto, coube à Lei 13.135/2015 rejeitar a aludida redu-ção, voltando a pensão por morte a ser do mesmo valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento (100% do salário de bene-fício).

Alternativa correta: letra “a”: a assertiva reproduz o sentido do art. 54, do Dec. 3048/99. Vejamos:

“Art. 54. A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segu-rado tenha cumprido a carência, quando este completar setenta anos de idade, se do sexo masculino, ou sessenta e cinco, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em que será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, conside-rada como data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria”.

Alternativa “b”: está errada. De acordo com o art. 45, I, do Dec. 3048/99, o adicional de 25% será devido ainda que o valor da aposentadoria (somado ao adicio-nal) atinja o limite máximo legal.

Alternativa “c”: está errada. Para fazer jus à con-cessão da aposentadoria especial, é preciso que a expo-sição do segurado às condições especiais que prejudi-quem sua saúde ou integridade física tenha ocorrido de forma permanente, não ocasional nem intermitente, durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso (art. 64, caput, §§ 1º e 2º, do Dec. 3048/99).

“Art. 64. A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de traba-lho ou de produção, que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

§ 1º A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social, do tempo de trabalho permanente, não oca-sional nem intermitente, exercido em condi-ções especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado no caput.

§ 2º O segurado deverá comprovar a efetiva exposição aos agentes nocivos químicos, físi-cos, biológicos ou associação de agentes pre-judiciais à saúde ou à integridade física, pelo

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Direito PreviDenciário 117

período equivalente ao exigido para a conces-são do benefício”.

Alternativa “d”: está errada. O valor mensal da pensão por morte, assim como no caso do auxílio-reclu-são, é de 100% do valor da aposentadoria que o segu-rado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento (art. 39, § 3º, do Dec. 3048/99 c/c art. 75 da Lei 8.213/91).

52. (Juiz Substituto do TRT 13ª Região 2006 – Orga-nizado pelo Próprio TRT)

Ao tratar sobre benefícios previdenciários a Lei 8.213/91 estabelece que:

I. o salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado e ao segurado trabalhador avulso, exceto ao doméstico e ao aposentado por invalidez ou por idade;

II. o salário-maternidade para a trabalhadora avulsa, pago diretamente pela Previdência Social, consis-tirá em um valor correspondente à média de sua remuneração dos últimos seis meses;

III. a perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovada-mente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia;

IV. o aposentado por invalidez que necessitar de assis-tência permanente de outra pessoa terá o benefício acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;

a) nenhuma afirmativa está correta;

b) apenas uma afirmativa está correta;

c) apenas duas afirmativas estão corretas;

d) apenas três afirmativas estão corretas;

e) todas as afirmativas estão corretas.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a ter direito ao benefício do auxílio-acidente.

Resposta com base na legislação da época da prova.

Alternativa correta: letra “C”: O item I é falso, pois o salário-família é pago também aos segurados aposen-tados, conforme dispõe o art. 82, IV, do RPS.

A assertiva II está errada, vez que o artigo 100, do RPS reza que “o salário-maternidade da segurada tra-balhadora avulsa, pago diretamente pela previdência social, consiste numa renda mensal igual à sua remune-ração integral equivalente a um mês de trabalho”.

A proposição III está correta, reproduzindo, literal-mente, o texto do § 5º, do artigo 104, do Regulamento da Previdência Social.

A afirmativa IV é correta, encontrando guarida no art. 45, do RPS.

Assim, somente as proposições III e IV estão cor-retas, devendo o candidato marcar a alternativa “c” no gabarito.

Alternativa “A”: está errada. Vide comentários à letra C.

Alternativa “B”: está errada. Vide comentários à letra C.

Alternativa “D”: está errada. Vide comentários à letra C.

Alternativa “E”: está errada. Vide comentários à letra C.

53. (Juiz Substituto do TRT 9ª Região 2006 – Organi-zado pelo Próprio TRT) Maria compareceu, no mês de abril de 2006, a uma das agências da Previdência Social e, após aguardar por horas na fila, foi, enfim, atendida, quando apresentou à servidora do INSS o seguinte relato: “Moça sou analfabeta. Tenho 60 anos (nasci em 05.09.1945). Sempre trabalhei, desde pequena. Ajudava minha mãe em casa, isso lembro bem, trabalho desde que tinha 8 (oito) anos de idade. Depois dos 15 (quinze) anos de idade saí para trabalhar fora, como doméstica. Fui regis-trada por 3 (três) anos apenas, isso entre os anos de 1998 a 2000. Nos últimos 6 (seis) anos não mais trabalhei, porque não tenho mais saúde, não tenho força para trabalhar. Hoje vivo sozinha, estou doente e não tenho nenhuma renda. O médico me disse que não posso mais trabalhar. Então eu quero uma aposentadoria ou qualquer outra ajuda para que eu não morra de fome”.

A partir desse relato hipotético, julgue as seguintes assertivas:

I. Maria não tem direito à aposentadoria da Previ-dência Social, pois não reúne os requisitos mínimos exigidos para a aposentadoria por tempo de contri-buição.

II. Maria tem direito à aposentadoria por idade, já que conta com mais de 60 anos e contribuiu por 3(três) anos para o sistema, satisfazendo, assim, os requisi-tos para essa prestação previdenciária.

III. Maria não tem direito a qualquer prestação da Pre-vidência Social porque, ao deixar de contribuir para o sistema nos últimos 6(seis) anos, perdeu a condi-ção de segurada.

IV. Maria tem direito à aposentadoria por invalidez em razão de não possuir mais capacidade para o traba-lho, pois esse benefício não exige carência.

a) Somente as alternativas I, II e III estão corretas

b) Somente as alternativas I e II estão corretas

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c) Somente as alternativas I e III estão corretas

d) Somente as alternativas II e III estão corretas

e) Somente a alternativa II está correta

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “C”: A primeira asser-tiva é verdadeira, pois, para fazer jus à aposentadoria por tempo de contribuição, seria necessário que Maria contasse com, ao menos, 30 anos de contribuição para o Regime Geral de Previdência Social (art. 56, do RPS).

A afirmativa II é falsa, vez que, para se ter direito a aposentadoria por idade, é necessário cumprir a carência de 180 contribuições mensais (art.25, II, da Lei 8.213/91).

A terceira alternativa também é correta. Vejamos o que dispõe o art. 15, da Lei 8.213/91:

Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

II – até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exer-cer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;

§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contri-buições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Assim, mesmo que Maria cumulasse os 12 meses básicos de manutenção da qualidade de segurado com os 24 adicionais previstos nos §§ 2º e 3º, retro menciona-dos (desemprego e mais de 120 contribuições mensais), chegar-se-ia a 36 meses de período de graça.

Como Maria relata que, nos últimos seis anos, não mais trabalhou, perdeu ela a qualidade de segurada, não tendo direito a qualquer benefício previdenciário.

A alternativa IV está errada, já que Maria não tem direito à aposentadoria por invalidez por duas razões:

1) Tendo perdido a qualidade de segurada, não tem direito a qualquer benefício;

2) A aposentadoria por invalidez, ao contrário do que diz a proposição, exige carência de 12 contribuições mensais (art. 25, I, da Lei 8.212/91).

Face ao exposto, somente as assertivas I e III estão corretas, devendo ser marcada a alternativa “c” no gaba-rito.

Alternativa “A”: está errada. Vide comentários à letra C.

Alternativa “B”: está errada. Vide comentários à letra C.

Alternativa “D”: está errada. Vide comentários à letra C.

Alternativa “E”: está errada. Vide comentários à letra C.

55. (Juiz Substituto do TRT 9ª Região 2006 – Organi-zado pelo Próprio TRT) Assinala a alternativa incorreta:

a) O valor da pensão por morte é de 100% do salário--de-benefício, pago ao conjunto de dependentes do(a) segurado(a), cuja renda será dividida em par-tes iguais entre os beneficiários, inclusive os meno-res.

b) O trabalhador rural, que exerceu atividade em regime de economia familiar até a edição da Lei nº 8.213/91, tem direito à aposentadoria por idade aos 55 e 60 anos de idade, para mulher e homem, respectivamente, no valor de um salário mínimo, independentemente de contribuição ao Regime Previdenciário.

c) O auxílio-reclusão e o salário-família são prestações devidas aos dependentes do(a) segurado(a), pagos até o valor do teto do salário-de-contribuição da Previdência Social.

d) O auxílio-doença é benefício por incapacidade, devido ao segurado empregado a partir do 16º dia de afastamento, devendo ser comprovada a carên-cia de 12 (doze) contribuições, salvo por motivo de acidente de trabalho, quando não se exige carência.

e) A Carteira de Trabalho e Previdência Social é prova plena de tempo de contribuição perante a Previ-dência Social. Para período de trabalho informal, o segurado deverá fazer a prova por meio de ação declaratória, justificação administrativa ou justifica-ção judicial.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa “C”: está errada. A afirmativa “c” está errada por duas razões:

1) O salário-família é prestação devida aos segurados e não aos seus dependentes;

2) O auxílio-reclusão e o salário-família são prestações devidas aos segurado ou dependentes do segurado de baixa renda. O salário-família é valor cotizado. Assim, a afirmação de que estas prestações são pagas até o valor do teto do salário-de-contribuição da Previdência Social não é verdadeira.

Alternativa “A”: está certa (gabarito oficial). A alternativa “a” foi considerada correta pela banca exa-minadora. Saliente-se, entretanto, que há uma nítida

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Direito PreviDenciário 119

atecnia na redação da proposição. Em verdade, o valor mensal da pensão por morte será de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, o que, na prática, pode resultar em 100% do salário-de-benefício para os traba-lhadores ativos. Em nenhum momento, a legislação pre-videnciária menciona que o valor da pensão por morte é de 100% do salário-de-benefício.

Alternativa “B”: está certa. A alternativa “b” tam-bém está correta, pois, de acordo com o art. 60, X, do RPS, “o tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à competência novembro de 1991” será con-tado como tempo de contribuição.

Alternativa “D”: está certa. A proposição “d” está certa, pois o auxílio-doença é devido, a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade para o segurado empregado, e o prazo de carência afirmado é o realmente constante da legislação (art. 72, I, do RPS c/c art. 29, I, do RPS e art. 30, III, do RPS).

Alternativa “E”: está certa. Por fim, a assertiva “e” está certa, pois, de acordo com o art. 19, do RPS, “a ano-tação na Carteira Profissional ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social e, a partir de 1º de julho de 1994, os dados constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS valem para todos os efeitos como prova de filiação à Previdência Social, relação de emprego, tempo de serviço ou de contribuição e salários-de-con-tribuição e, quando for o caso, relação de emprego...”. Obviamente, para contar com o tempo do trabalho não comprovado (informal), o segurado deve se valer das ações cabíveis, tais como ação declaratória, justificação administrativa ou justificação judicial.

56. (Juiz Substituto do TRT 9ª Região 2006 – Organi-zado pelo Próprio TRT) Analise as alternativas e mar-que a correspondente:

I. Pela sistemática atual da Lei nº 8.213/91, o benefí-cio da aposentadoria não pode ser acumulado com auxílio-acidente.

II. O auxílio-acidente é devido quando comprovada a perda parcial da capacidade de trabalho do segu-rado, independentemente da existência de nexo causal, pois impera a responsabilidade objetiva da Previdência Social.

III. O salário-família e o salário-maternidade são pres-tações previdenciárias pagas diretamente pelo empregador, salvo o doméstico, cujos valores podem ser posteriormente compensados ou ressar-cidos pelo empregador junto à Previdência Social.

IV. As expressões “tempo de serviço” e “tempo de con-tribuição” são equivalentes, para períodos presta-dos anteriormente a 15.12.1998.

a) somente as alternativas I, II e III estão corretas

b) somente as alternativas I, III e IV estão corretas

c) somente as alternativas I e IV estão corretas

d) somente as alternativas III e IV estão corretas

e) todas estão corretas

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a ter direito ao benefício do auxílio-acidente.

Resposta pela legislação de época.

Alternativa correta: letra “C”: A assertiva I está correta, pois o recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não preju-dicará a continuidade do recebimento do auxílio-aci-dente (art. 86, § 3º, da Lei 8.213/91).

A afirmativa II também é falsa, pois o auxílio-aci-dente será concedido, como indenização, ao segurado, quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o traba-lho que habitualmente exercia (art. 86, da Lei 8.213/91). Assim, faz-se necessário o nexo entre o acidente e a seqüela, para que o segurado receba este benefício.

A afirmativa III está correta, à luz do artigo 255, do RPS, em seguida transcrito:

“A empresa será reembolsada pelo paga-mento do valor bruto do salário-materni-dade, observado o disposto no art. 248 da Constituição, incluída a gratificação natalina proporcional ao período da correspondente licença e das cotas do salário-família pago aos segurados a seu serviço, de acordo com este Regulamento, mediante dedução do respectivo valor, no ato do recolhimento das contribuições devidas, na forma estabelecida pelo INSS”.

A afirmativa IV está correta, pois somente com a Emenda Constitucional 20, de 15/12/98, é que foi extinta a aposentadoria por tempo de serviço e criada a apo-sentadoria por tempo de contribuição. Desta forma, as assertivas I, III e IV estão corretas.

Alternativa “A”: está errada. Vide comentários à letra C.

Alternativa “B”: está errada. Vide comentários à letra C.

Alternativa “D”: está errada. Vide comentários à letra C.

Alternativa “E”: está errada. Vide comentários à letra C.

67. (Cesgranrio – Analista Previdenciário – INSS/2005) A respeito das prestações previdenciárias do Regime Geral de Previdência Social, assinale a afir-mativa correta.

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a) A reabilitação profissional, serviço abrangido pelo Regime Geral de Previdência Social, compreende, entre outros serviços, o reembolso das despesas realizadas para a aquisição de próteses ou de órte-ses e outros recursos materiais não prescritos ou não autorizados pelas unidades de reabilitação profissional do INSS.

b) A cota do salário-família será incorporada, para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício.

c) O auxílio-reclusão será devido nas mesmas con-dições da pensão por morte aos dependentes do segurado recolhido à prisão, bastando que o detento ou o recluso seja segurado do Regime Geral, sendo indiferente se o mesmo estiver em gozo de qualquer benefício previdenciário.

d) O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, ao segurado doméstico e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados nos termos da legislação previdenciária.

e) Os serviços de habilitação e reabilitação profis-sional serão prestados pelo INSS aos segurados, inclusive aposentados, e, de acordo com as possi-bilidades administrativas, técnicas, financeiras e as condições locais do órgão, aos seus dependentes.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: De acordo com o artigo 89, da Lei 8.213/91, a reabilitação profissional compreende o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instru-mentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habi-litação e reabilitação social e profissional; a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrên-cia estranha à vontade do beneficiário; o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.

Nota do autor 2: O salário-família é o benefício devido ao segurado empregado, inclusive o domés-tico, e ao trabalhador avulso de baixa renda, na pro-porção do respectivo número de filhos ou equipara-dos, menores de 14 anos, ou inválidos, de qualquer idade. Ressaltamos que o empregado doméstico pas-sou a fazer jus a este beneficio, após a regulamentação da EC 72/2013, pela Lei Complementar 150/2015. Este diploma garantiu a extensão do salário-família aos tra-balhadores domésticos.

Alternativa correta: letra “E”. Nos termos do artigo 90, da Lei 8.213/91, a prestação de que trata o artigo anterior (habilitação e reabilitação profissional) é devida em caráter obrigatório aos segurados, inclusive aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da Previdência Social, aos seus dependentes, razão pela qual a letra E foi considerada correta pela banca.

Alternativa “a”, errada. Outros recursos mate-riais não prescritos ou não autorizados pelas unidades de reabilitação profissional do INSS não fazem parte do serviço previdenciário de reabilitação profissional, sendo falsa a letra A.

Alternativa “b”, errada. Nos termos do artigo 70, da Lei 8.213/91, a cota do salário-família não será incor-porada, para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício, sendo falsa a letra B.

Alternativa “c”, errada. O segurado em gozo de aposentadoria, auxílio-doença ou abono de perma-nência em serviço não irá instituir o auxílio-reclusão, na forma do artigo 80, da Lei 8.213/91, sendo falsa a letra C.

Alternativa “d”, errada. O empregado doméstico não possuía direito ao salário família à época da reali-zação da prova, sendo falsa a letra D. Atualmente, a LC 150/2015 estendeu este benefício aos empregados domésticos.

ÔDECADÊNCIA DECENALA TNU entendia que a decadência de 10 anos tam-

bém se aplicava ao caso de ato de indeferimento de benefício previdenciário, a teor do revogada Súmula 64. No entanto, em 2015, foi alterado o entendimento, tendo se afastado a decadência para ato de indeferimento de benefício: Súmula 81 – “Não incide o prazo decadencial previsto no art. 103, caput, da Lei nº 8.213/91, nos casos de indeferimento e cessação de benefícios, bem como em relação às questões não apreciadas pela Administra-ção no ato da concessão”.

ÔDESCONTOS NOS BENEFÍCIOSApenas poderão ser abatidos dos benefícios pre-

videnciários os débitos do segurado ou dependentes autorizados pela legislação previdenciária.

De acordo com o artigo 115, da Lei 8.213/91, pode-rão ser descontados: I – contribuições devidas pelo segurado à Previdência Social; II – pagamento de benefício além do devido, a ser feito em parcelas, salvo comprovada má-fé; III – Imposto de Renda retido na fonte; IV – pensão de alimentos decretada em sentença judicial; V – mensalidades de associações e demais entidades de aposentados legalmente reco-nhecidas, desde que autorizadas por seus filiados; VI – pagamento de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e operações de arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, públicas e privadas, quando expressamente autorizado pelo beneficiário, até o limite de trinta e cinco por cento do valor do benefício, sendo cinco por cento destinados exclusivamente para a amortização de despesas contraídas por meio de car-tão de crédito (Redação dada pela Medida Provisória nº 681, de 2015).

Page 121: Questões Comentadas INSS 2015

Direito PreviDenciário 121

ÔACIDENTE DO TRABALHO

05. (CESPE – Procurador BACEN/2013) No que se refere ao acidente de trabalho e ao auxílio-acidente, assinale a opção correta.

a) A jurisprudência facilitou bastante a colheita de provas nas ações decorrentes de acidente do tra-balho ao determinar a competência da justiça esta-dual para julgar litígios dessa natureza e a impres-cindibilidade do exaurimento da via administrativa.

b) Consideram-se acidentes em serviço o dano sofrido pelo servidor em atividade que se relacione direta ou indiretamente com as atribuições do cargo e o decorrente de agressão sofrida, desde que o servi-dor não a tenha provocado.

c) Quando o segurado receber auxílio-acidente, a renda mensal desse auxílio não integra o salário de contribuição para fins de cálculo do salário-de-be-nefício da aposentadoria.

d) Nas ações de acidente de trabalho, é evidente o interesse social incidente sobre o infortúnio que acomete o trabalhador, por isso é necessária a atu-ação do MP, que possui legitimidade para recorrer na demanda, desde que o assistido não tenha advo-gado constituído.

e) A origem histórica da tutela ao acidente de trabalho é atribuída à automação surgida com a Revolução Industrial. Atualmente, dado o progresso legisla-tivo, todo segurado do RGPS e os servidores públi-cos têm direito ao auxílio-acidente.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: de acordo com o entendimento consolidado no STJ, o período em que o segurado rece-beu apenas auxílio-acidente deve contar para efeito de carência para a concessão de aposentadoria por idade.

Nota do autor 2: Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a sofrer acidente do trabalho e, via de consequência, a ter direito a benefí-cios previdenciários por acidente do trabalho, inclusive o auxílio-acidente, tendo sido regulamentada a con-tribuição SAT a ser paga pelo empregador doméstico (0,8%) prevista na Emenda 72/2013.

Alternativa correta: letra “b”: a assertiva está de acordo com o conteúdo do art. 212, caput e parágrafo único, I, da Lei 8112/90. Vejamos:

Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.

Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:

I –decorrente de agressão sofrida e não pro-vocada pelo servidor no exercício do cargo;

II – sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Alternativa “a”: está errada. Observem que o iní-cio da assertiva é verdadeiro, pois, consoante a Súmula 15, do STJ, compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho. O erro da assertiva reside em afirmar que, no julgamento de litígios dessa natureza, é imprescindível o exaurimento da via administrativa. Observem que, em matéria pre-videnciária em geral, não apenas para as ações aciden-tárias, é absolutamente desnecessário o prévio exauri-mento da via administrativa como condição de ajuiza-mento da ação. Esse é o sentido das Súmulas: 89 do STJ, 213 do Tribunal Federal de Recursos, e 09 do TRF da 3ª Região. Vejamos:

Súmula 89 do STJ: “a ação acidentária pres-cinde do exaurimento da via administrativa”.

Súmula 213 do TFR: “o exaurimento da via administrativa não é condição para a proposi-tura de ação de natureza previdenciária”.

Súmula 09 do TRF da 3ª Região: “em matéria previdenciária, torna-se desnecessário o pré-vio exaurimento da via administrativa, como condição de ajuizamento da ação”.

Alternativa “c”: está errada. A Lei nº 9.528 /97 alterou o art. 31, da Lei nº 8.213 /91, a fim de assegurar que o valor mensal do auxílio-acidente integre o salário de contribuição para fins de cálculo do salário de benefício de qualquer aposentadoria. Saliente-se que o auxílio-acidente é o benefício concedido pelo INSS como forma de “indenização” por acidentes que resultaram em sequelas para o segurado, não o impe-dindo, entretanto, de exercer o trabalho. O valor mensal do auxílio-acidente será, então, incorporado ao salário--de-contribuição mensal do trabalhador.

Alternativa “d”: está errada. Conforme a Súmula 226 do STJ, o Ministério Público tem legitimidade para recorrer na ação de acidente do trabalho, ainda que o segurado esteja assistido por advogado.

Alternativa “e”: está errada. No âmbito do RGPS, nem todos os segurados possuem direito à concessão do auxílio-acidente, pois, conforme determina o art. 104, do Dec. 3048/99, o auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado empregado, exceto o doméstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial. Já no tocante aos servidores públicos fede-rais, estes não possuem em sua legislação o benefício do auxílio-acidente. Em relação aos demais servidores (estaduais, municipais ou distritais), o direito a este benefício depende da legislação específica. Com a LC 150, o auxílio-acidente foi estendido ao empregado doméstico.

09. (Juiz do Trabalho Substituto 21ª região 2012) Quanto ao direito ao auxílio-doença acidentário, é incorreto afirmar:

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a) o prazo de carência para concessão do auxílio-do-ença acidentário é de 12 (doze) contribuições men-sais, a partir da data de filiação ao Regime Geral da Previdência Social;

b) não se exige período de carência para concessão do auxílio doença acidentário, nos casos de acidentes de qualquer natureza ou cuja causa é doença pro-fissional ou do trabalho;

c) não é exigida carência se o trabalhador foi acome-tido de alienação mental, tuberculose ativa e neo-plasia maligna;

d) o auxílio doença acidentário será concedido ainda que o contrato de trabalho tenha sido rescindido, até o prazo de doze meses após o segurado deixar de contribuir para a previdência social;

e) o requerimento de auxílio-doença acidentário poderá ser formulado pela empresa ou pelo pró-prio empregado.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da Lei 13.135/2015, o artigo 151 da Lei 8213/91 trouxe uma nova doença grave para dispensar a carência do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez: a esclerose múltipla.

Alternativa falsa: letra A. A alternativa A está errada, devendo ser escolhida pelo candidato. É que apesar de a carência para concessão do auxílio-doença ser mesmo de 12 contribuições mensais, ela é dispen-sada no caso de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez decorrentes de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, nos termos do art. 26, II, da Lei 8.213/91.

Alternativa “b”, correta. Vide comentários à letra A.

Alternativa “c”, correta. A alternativa C está certa, pois não se exige carência para os casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções espe-cificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, defici-ência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado, nos termos do art. 26, II, da Lei 8.213/91.

A lista de doenças foi publicada, pela última vez, por meio da Portaria Interministerial 2.998/01, contendo as seguintes doenças e afecções:

“I – tuberculose ativa;

II – hanseníase;

III – alienação mental;

IV – neoplasia maligna;

V – cegueira;

VI – paralisia irreversível e incapacitante;

VII – cardiopatia grave;

VIII – doença de Parkinson;

IX – espondiloartrose anquilosante;

X – nefropatia grave;

XI – estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

XII – síndrome da deficiência imunológica adquirida-Aids;

XIII – contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; e

XIV – hepatopatia grave.”

Alternativa “d”, correta. A alternativa D está certa, pois, de acordo com o art. 15, II, da Lei 8.213/91, mantem a qualidade de segurado independentemente de con-tribuição por 12 meses após a cessação das contribui-ções, o segurado que deixou de exercer atividade remu-nerada. Assim, mesmo que o segurado tenha deixado de recolher contribuições devido à rescisão do seu con-trato de trabalho, ele manterá por 12 meses a qualidade de segurado, tendo direito a receber o auxílio-doença.

Alternativa “e”, correta. A alternativa E está certa, pois de acordo com o art. 76-A, do RPS, a empresa pode requerer o benefício do auxílio-doença para seus empregados ou, até mesmo, para os contribuintes indi-viduais a ela vinculados.

10. (Juiz do Trabalho Substituto 21ª região 2012) Segundo o art. 21-A da Lei n° 8.213/91, a perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza aciden-tária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapaci-dade elencada na Classificação Internacional de Doen-ças – CID. A empresa poderá interpor recurso adminis-trativo contra a decisão que reconhecer a existência de nexo técnico epidemiológico. O segurado também poderá interpor recurso da decisão que não reconhecer a natureza acidentária da doença. Diante da normativi-dade legal, é correto afirmar:

a) o recurso da empresa terá efeito suspensivo e o do segurado não terá efeito suspensivo;

b) ambos os recursos têm efeito suspensivo;

c) os recursos serão encaminhados ao conselho de recursos da previdência social, e a decisão final dependerá dos indicativos de FAP (Fator Acidentá-rio de Prevenção) da empresa;

d) o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário implica em inversão do ônus da prova e constitui uma presunção juris et de jure;

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Direito PreviDenciário 123

e) a perícia médica não poderá deixar de aplicar o cri-tério epidemiológico, que tem base científica.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra B. Vejamos o texto do art. 21-A, § 2°, da Lei 8.213/91, que elucida a questão:

A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social.

Assim, podemos facilmente perceber que tanto o recurso interposto pela empresa quanto o interposto pelo segurado possuem efeito suspensivo. Desta forma, a alternativa B é a única correta. Após a LC 150, o recurso também foi aberto ao empregador doméstico.

Alternativa “a”, errada. Vide comentários à letra B. A alternativa A está errada por afirmar que o recurso interposto pelo segurado não tem efeito suspensivo.

Alternativa “c”, errada. Vide comentários à letra B. A alternativa C está errada, pois a decisão sobre a aplica-ção ou não do NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico Pre-videnciário independe dos índices do FAP. Claramente, a banca tentou confundir os candidatos, misturando os conceitos de FAP e do NTEP. O FAP é um número utilizado para agravar em até 100% ou atenuar em até 50% as alíquotas do SAT / GILRAT, em função do investi-mento em segurança do trabalho, na forma do regula-mento. O Decreto 6.042, de 12/02/07 foi o responsável pela regulamentação desta matéria, criando fórmula de cálculo do chamado Fator Acidentário de Prevenção – FAP, que se baseia nas taxas de frequência, de gravidade e de custo.

Alternativa “d”, errada. Vide comentários à letra B. A alternativa D está errada, pois o NTEP possui pre-sunção relativa (juris tantum), admitindo prova em contrário e não absoluta (juris et de jure). É por isso que as empresas podem impugnar a aplicação do Nexo Téc-nico.

Alternativa “e”, errada. Vide comentários à letra B. A alternativa E também está errada, pois, de acordo com o § 1°, do art. 21-A, da Lei 8.213/91, a perícia médica do INSS deixará de aplicar o NTEP quando demonstrada a inexistência do nexo entre a atividade e a doença.

14. (FCC – Técnico do Seguro Social – INSS/2012) Maria é advogada, empregada de uma empresa desde 1990 e, a caminho do Fórum, bateu seu automóvel por cruzar o farol vermelho, sofrendo ferimentos que se agravaram em razão de Maria ser portadora de diabe-tes e a incapacitaram para suas atividades habituais, por mais de 15 (quinze) dias. Nessa situação, Maria

a) não terá direito a receber benefício acidentário, em razão de o acidente não ter ocorrido no local de tra-balho.

b) não terá direito a benefício acidentário em razão de a incapacidade decorrer da diabetes.

c) receberá aposentadoria por invalidez acidentária.

d) não receberá benefício acidentário por estar diri-gindo veículo próprio e não da empresa.

e) receberá auxílio-doença acidentário.

Nota do autor: Existem acidentes que mesmo fora do local e do horário trabalho se equiparam ao aci-dente de trabalho pela existência de nexo com o labor: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontâ-nea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar pre-juízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacita-ção da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Nota do autor 2: Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a sofrer acidente do trabalho e, via de consequência, a ter direito a benefí-cios previdenciários por acidente do trabalho, inclusive o auxílio-acidente, tendo sido regulamentada a con-tribuição SAT a ser paga pelo empregador doméstico (0,8%) prevista na Emenda 72/2013.

|COMENTÁRIOS|.

Alternativa correta: letra “E”. O segurado empre-gado, o trabalhador avulso e o segurado especial são os que possuirão direito aos benefícios por acidente de trabalho, caso caracterizado. De acordo com o artigo 21, inciso IV, letra A, da Lei 8.213/91, equipara-se também ao acidente do trabalho o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho, na execu-ção de ordem ou na realização de serviço sob a auto-ridade da empresa. Logo, como Maria era advogada empregada e estava indo trabalhar no Fórum, sofrendo acidente automobilístico que gerou incapacidade para o trabalho, será devido benefício previdenciário por acidente de trabalho, pois caracterizado o infortúnio laboral.

Considerando que o acidente apenas incapacitou Maria para as suas atividades habituais por mais de 15 (quinze) dias, não a tornando inválida de maneira per-manente, conclui-se que o benefício adequado é o auxí-lio-doença por acidente de trabalho (código B 91), e não a aposentadoria por invalidez.

Por fim, vale frisar que Maria já é segurada desde o ano de 1990 e que a diabetes apenas agravou a sua con-dição clínica, não sendo a causa determinante da inca-pacidade laboral, razão pela qual não exclui o acidente de trabalho por equiparação.

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Alternativas “a” e “d”, erradas. A questão trata do acidente de trajeto, que ocorre quando o empregado se desloca ao local de trabalho, previsto no art. 21, IV, “d”, da Lei 8.213/91, que equipara ao acidente de trabalho o acidente ocorrido “no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de proprie-dade do segurado”.

Alternativa “b”, errada. Observem que o acidente sofrido por Maria foi agravado devido à sua diabetes. Isso, no entanto, não afasta a natureza acidentária do acidente, pois o art. 21, I, da Lei 8.213/91 equipara ao aci-dente do trabalho “o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação”.

Alternativa “c”, errada. A questão não noticiou a ocorrência de invalidez.

20. (Auditor do Trabalho 2010 – ESAF) Assinale a opção correta, entre as assertivas abaixo, relativas aos benefícios previdenciários de acidente de trabalho pre-vistos na Lei nº 8.213/91.

a) Equiparam-se ao acidente do trabalho a doença proveniente de contaminação acidental do empre-gado no exercício de sua atividade.

b) A empresa não é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção e segu-rança da saúde do trabalhador.

c) O acidente de trabalho deve ser pago pelo INSS em caso de doença degenerativa.

d) A empresa deverá comunicar o acidente do traba-lho à Previdência Social até o 100 (décimo) dia útil seguinte ao da ocorrência, haja ou não morte.

e) Os sindicatos de classe não poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, de multas oriun-das de desrespeito às normas acidentárias.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a sofrer acidente do tra-balho e, via de consequência, a ter direito a benefícios previdenciários por acidente do trabalho, inclusive o auxílio-acidente, tendo sido regulamentada a contribui-ção SAT a ser paga pelo empregador doméstico (0,8%) prevista na Emenda 72/2013.

Alternativa correta: letra “A”: A alternativa “a” está correta, refletindo o texto do art. 21, III, da Lei 8.213/91.

Alternativa “b”, errada. A assertiva “b” é falsa, por negar o disposto no § 1°, do art. 19, da Lei 8.213/91.

Alternativa “c”, errada. De acordo com o art. 20, § 1°, a, da Lei 8.213/91, a doença degenerativa não é

considerada acidente do trabalho. A alternativa “c” está, assim, incorreta.

Alternativa “d”, errada. O art. 22, da Lei 8.213/91 dispõe que a empresa deverá comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social, até o 1º dia útil seguinte ao da ocorrência, e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente. A afirmação contida em “d” está errada.

Alternativa “e”, errada. A alternativa “e” contraria o disposto no art. 22, § 4°, da Lei 8.213/91.

23. (Cespe – Procurador do Estado – AL/ 2008) Acerca da legislação acidentária e das normas correlatas, assi-nale a opção correta.

a) Com o advento da EC n° 45/2004, a competência para o processo e julgamento de ações judiciais em que se pleiteie a concessão do benefício previden-ciário denominado auxílio-acidente passou a ser da justiça do trabalho.

b) Segundo entendimento jurisprudencial majoritário do STJ, o pagamento, pela previdência social, das prestações por acidente do trabalho exclui a res-ponsabilidade civil da empresa empregadora, uma vez que o segurado já foi ressarcido integralmente pelo Estado.

c) Considere a seguinte situação hipotética.

João, ex-segurado obrigatório do RGPS na quali-dade de trabalhador avulso, ao ser admitido pela última empresa em que trabalhou, já era portador de hemofilia. Em calorosa discussão a respeito de questões profissionais, João foi levemente atingido com um estilete por um colega de trabalho, vindo a falecer em consequência da lesão, que foi poten-cializada pela sua particular condição fisiológica preexistente. Nessa situação hipotética, é correto afirmar que não ocorreu acidente de trabalho.

d) O segurado empregado, exceto o doméstico, que sofrer acidente de trabalho que o deixe incapaci-tado para a atividade laboral por prazo superior a quinze dias terá garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de tra-balho na empresa, após a cessação do auxílio-do-ença acidentário.

e) A cobertura do risco de acidente do trabalho é de responsabilidade do RGPS, sendo vedada a atribui-ção de responsabilidade à previdência privada. No entanto, é possível a propositura de ação regressiva pela previdência social contra a empresa que, de forma negligente, contribua para a ocorrência do acidente.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a sofrer acidente do tra-

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Direito PreviDenciário 125

balho e, via de consequência, a ter direito a benefícios previdenciários por acidente do trabalho, inclusive o auxílio-acidente, tendo sido regulamentada a contribui-ção SAT a ser paga pelo empregador doméstico (0,8%) prevista na Emenda 72/2013.

Alternativa correta: letra “d”: Empregado doméstico não recebe prestações acidentárias, por isso não tem direito à estabilidade no emprego.

A assertiva reproduz, em parte o contido no art. 118, da Lei 8.213/91, vejamos:

“O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de tra-balho na empresa, após a cessação do auxí-lio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.”

Observem que a percepção de auxílio-doença aci-dentário pelo empregado constitui pressuposto para o direito á estabilidade provisória.

Somente os segurados empregados, avulsos e segurados especiais possuem direito ao auxílio-doença acidentário, pois somentes estes são abrangidos pelo SAT – Seguro de Acidente de Trabalho. Por essa razão o contribuinte individual e o facultativo sempre recebe-rão auxílio-doença previdenciário.

Outrossim, observem ainda que o art. 19, da mesma lei, ao conceituar acidente do trabalho, diz que acidente do trabalho é o que ocorre pelo “exercício do traba-lho a serviço da empresa” ou pelo exercício do traba-lho dos segurados especiais. Ocorre que empregado doméstico não presta serviço a empresa, mas a pessoa ou família, conforme ensina o art. 12, II, da Lei 8.212/91.

Alternativa “a”: está errada. A EC/45 de 2004 alte-rou a redação do art. 114 da CF/88, ampliando a com-petência da justiça do trabalho, não incluindo, porém, as ações previdenciárias decorrentes de acidentes de trabalho.

Conforme art. 109, I, da CF/88, excluem-se da com-petência dos juízes federais processar e julgar as cau-sas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de auto-ras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Elei-toral e à Justiça do Trabalho. Outrossim, estabelece a Súmula nº 235 do STF que é competente para a ação de acidente do trabalho a justiça cível comum, inclusive em segunda instância, ainda que seja parte autarquia seguradora.

De igual teor a Súmula 15 do STJ: “Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de aci-dente do trabalho.”

Assim, se a lesão sofrida pelo segurado teve como causa um acidente de trabalho, então a competência para o processo e julgamento dessa ação previdenciária será da justiça estadual.

Alternativa “b”: está errada, pois o art. 121, da Lei 8.213/91 estabelece que o pagamento, pela Previ-dência Social, das prestações por acidente do trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem. Semelhante é a redação do art. 342 do Decreto 3.048/99. Este é, também, o entendimento pacificado no STJ.

Alternativa “c”: está errada. Reza o art. 21, I, da Lei 8213/91 que equipara-se a acidente do trabalho: “I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação.”

Alternativa “e”: está errada. A primeira parte da assertiva está incorreta, o que torna a alternativa errada.

O artigo 201, § 10, da Constituição, acrescentado pela Emenda 20/98, prevê que lei disciplinará a cober-tura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdên-cia Social e pelo setor privado. A previsão do consti-tuinte derivado, contudo, ainda não foi implementada, de maneira que, atualmente, os benefícios acidentários são administrados pelo INSS.

Observem que a segunda parte da assertiva é ver-dadeira, pois o art. 120, Lei 8.213/91, possibilita a propo-situra de ação regressiva pela previdência social contra a empresa que, de forma negligente, contribua para a ocorrência do acidente. Vejamos: “Nos casos de negli-gência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção individual e cole-tiva, a Previdência Social proporá ação regressiva contra os responsáveis.”

�DICAS (RESUMO)Não é de hoje que a sociedade se preocupa em

editar normas jurídicas que assegurem a incolumidade física e mental das pessoas no exercício do labor, sendo direito dos trabalhadores desenvolverem a sua ativi-dade com segurança, pois a empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, ante o reconhecimento constitucional da existência do meio ambiente do trabalho. Já em 1919 foi aprovada a Lei 3.724, a primeira norma geral sobre acidentes de traba-lho no Brasil.

Com o advento da Lei 5.316/67, a proteção aci-dentária saiu da esfera trabalhista e adentrou a pre-vidência social, onde se mantém até hoje, na forma no artigo 201, inciso I, da Constituição, que prevê a cober-tura nos casos de doença, invalidez e morte, sendo a responsabilidade estatal objetiva.

Vale frisar que, com o advento da Emenda 20/1998, passou a existir autorização constitucional no § 10, do

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126 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

artigo 201 (ainda não regulamentada), para a cobertura do risco de acidente de trabalho concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado.

A matéria atualmente é regulada pelos artigos 19 a 23 da Lei 8.213/91, tendo sido alvo de reforma pela Lei Complementar 150/2015, que passou a prever os bene-fícios previdenciários por acidente do trabalho em favor do empregado doméstico, pois foi criada a contribuição SAT a ser paga pelo empregador doméstico, no importe de 0,8% do salário de contribuição do empregado doméstico a seu serviço.

Por conseguinte, a LC 150/2015 modificou a redação dos artigos 19, 21-A e 22, todos da Lei 8.213/91, a fim de inserir a proteção acidentária em favor do empregado doméstico.

Desde então, passou a ser considerado legalmente como acidente de trabalho o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, per-manente ou temporária, da capacidade para o trabalho (artigo 19).

De efeito, do referido conceito legal, agora ampliado para abarcar o empregado doméstico, é pos-sível extrair os elementos caracterizadores do típico aci-dente de trabalho:

• Evento decorrente de trabalho a serviço da empresa ou do empregador doméstico, de atividade campe-sina ou pesqueira artesanal individualmente ou em regime de economia familiar para a subsistência, desenvolvida pelo segurado especial;

• Causação de lesão corporal ou funcional (psíquica);

• Ocorrência de morte do segurado, redução ou perda temporária ou definitiva da capacidade laboral.

...

No que concerne ao segurado empregado e ao tra-balhador avulso, caberá à empresa e ao empregador doméstico expedir a CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho ao INSS até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, sob pena de multa administrativa.

...

A empresa, o empregador doméstico ou o segu-rado poderão requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos da Previdên-cia Social. Para a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo, que caracteriza o acidente do trabalho, a perícia médica do INSS, se necessário, poderá ouvir tes-temunhas, efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de trabalho ou solicitar o perfil profissiográfico previ-denciário diretamente ao empregador para o esclareci-mento dos fatos.

...

Com o advento da LC 150/2015, o empregado doméstico passou a sofrer acidente do trabalho e, via de consequência, a ter direito a benefícios pre-videnciários por acidente do trabalho, inclusive o auxílio-acidente, tendo sido regulamentada a con-tribuição SAT a ser paga pelo empregador domés-tico (0,8%) prevista na Emenda 72/2013.

Nesse sentido, conforme restringe o artigo 18, § 1º, da Lei 8.213/91, apenas os segurados empregados, empregados domésticos, trabalhadores avulsos e segu-rados especiais farão jus ao auxílio-acidente, o mais típico benefício por acidente de trabalho, em que pese ter sido estendido aos acidentes em geral.

ÔQUADRO-SÍNTESE DOS ACIDENTES DE TRABALHO

ACIDENTE DE TRABALHO

TÍPICO

ARTIGO 19, DA LEI 8.213/91

É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

MOLÉSTIAS OCUPACIONAIS

ARTIGO 20, DA LEI 8.213/91

I. doença profissional, assim entendida a produzida ou desen-cadeada pelo exercício do traba-lho peculiar a determinada ativi-dade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social;

II. doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desen-cadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da rela-ção elaborada pelo Ministério da Previdência Social.

ACIDENTE DE TRABALHO POR EQUIPARAÇÃO

(ATÍPICO)

ARTIGO 21, DA LEI 8.213/91

O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o traba-lho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recu-peração.

São exemplos os casos listados nos incisos II, III e IV.

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Direito PreviDenciário 127

Ô REGIME PRÓPRIO PREVIDENCIÁRIO DO SERVIDOR PÚBLICO

14. (CESPE – Procurador BACEN/2013) Assinale a opção correta no que se refere à seguridade social do servidor público e ao RGPS.

a) O Programa de Integração Social (PIS) já existia, antes da promulgação da CF, como forma de cus-teio previdenciário incidente sobre o faturamento das empresas e, apesar de não ser previsto expres-samente no texto constitucional, a jurisprudência o considera contribuição social.

b) Inclui-se na categoria de segurado facultativo do RGPS assessor contratado pelo BACEN para exercer cargo em comissão, visto que não possui vínculo efetivo com a administração pública nem integra regime próprio previdenciário.

c) O plano de seguridade social do servidor visa dar cobertura aos riscos a que ele e sua família estão sujeitos, compreendendo um conjunto de bene-fícios e ações que atendam a algumas finalidades, entre as quais, a proteção à adoção.

d) As ajudas de custo e as diárias recebidas durante a atividade laboral não são consideradas indeniza-ções, mas remunerações, por isso integram o salário de contribuição para fins de custeio previdenciário.

e) Tão logo complete setenta anos de idade, o servidor público deverá procurar o setor de recursos huma-nos do órgão onde esteja lotado, para se manifestar sobre o desejo de aposentar-se imediatamente com proventos integrais, ou ser aposentado compulso-riamente com proventos proporcionais por ato declarado pela administração pública.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: somente serão considerados segurados empregados os ocupantes de cargo de comissão a partir de março de 2000. No período anterior a esta data eles eram considerados segurados facultati-vos por falta de previsão legal que o enquadrasse como empregados (art. 5º, § 1º, II, IN 971/RFB, de 13/11/2009).

Nota do autor 2: A aposentadoria compulsó-ria do servidor público efetivo teve o seu regramento modificado pela Emenda Constitucional 88, de 7 de maio de 2015. Passou a ser prevista obrigatoriamente ao servidor efetivo, homem ou mulher, com proventos pro-porcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar. Por sua vez, a Emenda 88/2015 criou regra de transição até que seja editada a mencionada lei complementar, prevendo que os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União aposen-tar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco)

anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal.

Alternativa correta: letra “c”: a assertiva está de acordo com o conteúdo do art. 184, § 2º, da Lei 8112/90. Vejamos:

“Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende um con-junto de benefícios e ações que atendam às seguintes finalidades:

(...) II – proteção à maternidade, à adoção e à paternidade”.

Alternativa “a”: está errada. O PIS está previsto expressamente no art. 239 da CF/88.

Alternativa “b”: está errada. É segurado obriga-tório, como empregado, o assessor contratado pelo BACEN para exercer cargo em comissão. Atentem, no entanto, que somente serão considerados segurados empregados os ocupantes de cargo de comissão a par-tir de março de 2000. No período anterior a esta data eles eram considerados segurados facultativos por falta de previsão legal que o enquadrasse como empregados (art. 5º, § 1º, II, IN 971/RFB, de 13/11/2009).

Alternativa “d”: está errada. A ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrên-cia de mudança de local de trabalho do empregado, não será considerada como integrante da base de tri-butação, conforme determina o art. 28, § 9º, g, da Lei 8212/91. Se o montante, porém, for dividido em dois ou mais meses, ou, ainda, se esta vantagem for utilizada para outra finalidade que não a mudança de local de trabalho, integrará ela o salário-de-contribuição. Aten-ção! A ajuda de custo não se confunde com o adicional de transferência de 25%, pago em razão de transferên-cia provisória do empregado, parcela esta considerada tributável.

No tocante às diárias de viagens, são integram o salário-de-contribuição desde que não excedentes a 50% do total da remuneração mensal, conforme deter-mina o art. 28, § 9º, h, da Lei 8212/91.

Alternativa “e”: está errada. Ao completar 70 anos, o servidor público será aposentado compulso-riamente, não havendo qualquer opção (art. 40, § 1º, II, da CF/88). Isso de acordo com a legislação em vigor na época da aplicação desta prova.

15. (Cespe – Juiz Federal Substituto 2ª região/ 2013) Com base nas normas da Lei nº 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, assinale a opção correspondente à situação em que o indivíduo que for servidor público civil federal efetivo, se atender apenas ao requisito descrito, poderá se apo-sentar com proventos integrais.

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128 FreDerico AmADo • ivAn KertzmAn • LuAnA HoriucHi

a) ao completar setenta anos de idade, independente-mente do tempo de contribuição

b) ao completar trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se for homem

c) ao completar sessenta e cinco anos de idade, se for homem

d) ao completar sessenta anos de idade, se for mulher

e) por invalidez permanente, se for acometido por qualquer doença grave incurável, independente-mente do tempo de contribuição

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: o candidato deve atentar que o enunciado da questão diz que deve ser assinalada a opção em que o servidor conseguiria aposentar com proventos integrais, atendendo APENAS ao requisito descrito em cada assertiva.

Nota do autor 2: A aposentadoria compulsó-ria do servidor público efetivo teve o seu regramento modificado pela Emenda Constitucional 88, de 7 de maio de 2015. Passou a ser prevista obrigatoriamente ao servidor efetivo, homem ou mulher, com proventos pro-porcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar. Por sua vez, a Emenda 88/2015 criou regra de transição até que seja editada a mencionada lei complementar, prevendo que os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União aposen-tar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal.

Alternativa correta: letra “b”: alternativa repro-duz o texto do art. 186, III, b, da Lei 8112/90. Observe-se, todavia, que após a EC 20/98 não é possível aposentar-se apenas com o requisito tempo de contribuição, necessi-tando, também atender ao requisito etário, neste caso, de 60 anos (vide art. 40, III, a c/c § 5º da CF/88). Desta forma, o texto legal em que a banca organizadora se baseou para considerar a questão correta está revogado tacitamente pela EC 20/98. Como a questão indaga especificamente sobre o texto da Lei 8.112/90, esta não foi anulada pela banca organizadora.

Alternativa “a”: está errada. Segundo o art. 186, II, da Lei 8112/90, ao completar 70 anos de idade, o ser-vidor será aposentado compulsoriamente, com proven-tos proporcionais ao tempo de serviço. Isso de acordo com a legislação em vigor na época da aplicação desta prova.

Alternativa “c”: está errada. Ao completar 65 anos de idade, se homem, o servidor receberá seus pro-ventos proporcionais ao tempo de serviço (art. 186, III, d, da Lei 8112/90).

Alternativa “d”: está errada. Ao completar 60 anos de idade, se mulher, a servidora receberá seus pro-ventos proporcionais ao tempo de serviço (art. 186, III, d, da Lei 8112/90).

Alternativa “e”: está errada. Ocorrendo invali-dez permanente, os proventos serão integrais apenas quando a invalidez for decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, con-tagiosa ou incurável, especificada em lei. Nos demais casos de aposentadoria por invalidez, os proventos serão proporcionais ao tempo de serviço (art. 186, I, da Lei 8112/90).

16. (Cespe – Defensor Público – RR/2013) Assinale a opção correta referente ao regime previdenciário dos servidores públicos.

a) Ao servidor titular de cargo efetivo da União, dos estados, do DF e dos municípios, excluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas.

b) Dada recente alteração promovida na CF, a aposen-tadoria compulsória de servidor público em âmbito federal passou a ocorrer aos setenta e cinco anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

c) A aposentadoria voluntária com proventos propor-cionais ao tempo de contribuição pode ser reque-rida por servidor que atenda aos seguintes requisi-tos: tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e de cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria; e idade mínima de sessenta anos, se homem, e de cinquenta e cinco anos, se mulher.

d) Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, poderão exceder a remu-neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se der a aposentadoria ou que servir de refe-rência para a concessão da pensão.

e) Aplica-se o limite fixado no artigo 37, XI, da CF à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o RGPS, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma da CF, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A aposentadoria compulsória do servidor público efetivo teve o seu regramento modifi-cado pela Emenda Constitucional 88, de 7 de maio de 2015. Passou a ser prevista obrigatoriamente ao servidor

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Direito PreviDenciário 129

efetivo, homem ou mulher, com proventos proporcio-nais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar. Por sua vez, a Emenda 88/2015 criou regra de transição até que seja editada a mencionada lei complementar, prevendo que os Minis-tros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Supe-riores e do Tribunal de Contas da União aposentar-se--ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal.

Alternativa correta: letra “e”: a assertiva reproduz o texto do art. 40, § 11, da CF/88.

Alternativa “a”: está errada. Dispõe o art. 40, caput, da CF/88 que aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contribu-tivo e solidário.

Alternativa “b”: está errada. A aposentadoria compulsória do servidor público ocorre aos 70 anos de idade (art. 40, § 1º, II, da CF/88). Isso de acordo com a legislação em vigor em 2013.

Alternativa “c”: está errada. O erro da assertiva está na idade exigida para a concessão do benefício, pois o art. 40, § 1º, III, b, da CF/88, estabelece como requisito etário: 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher.

Alternativa “d”: está errada. Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua conces-são, não poderão exceder a remuneração do respec-tivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposen-tadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão (art. 40, § 2º, da CF/88).

49. (CESPE/ABIN/Oficial Técnico de Inteligência-for-mação Direito/2010) Aplica-se à aposentadoria com-pulsória o requisito de tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público.

|COMENTÁRIOS|.

Nota do autor: A aposentadoria compulsória do servidor público efetivo teve o seu regramento modifi-cado pela Emenda Constitucional 88, de 7 de maio de 2015. Passou a ser prevista obrigatoriamente ao servi-dor efetivo, homem ou mulher, com proventos pro-porcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar. Por sua vez, a Emenda 88/2015 criou regra de transição até que seja editada a mencionada lei complementar, prevendo que os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União aposen-tar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal.

Questão errada. Para a aposentadoria compulsó-ria não se exige 10 anos da carreira e 05 anos no cargo público efetivo em que se der a aposentação, nos ter-mos do artigo 40, § 1º, inciso II, da Constituição Federal.

�DICAS (RESUMO)

Ô APOSENTADORIA COMPULSÓRIAA aposentadoria compulsória do servidor público efe-

tivo teve o seu regramento modificado pela Emenda Cons-titucional 88, de 7 de maio de 2015. Passou a ser prevista obrigatoriamente ao servidor efetivo, homem ou mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar.

Por sua vez, a Emenda 88/2015 criou regra de transi-ção até que seja editada a mencionada lei complemen-tar, prevendo que os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Con-tas da União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal.

Esta regra de transição foi avalidada pelo STF:

Informativo 786 – STF – “O Plenário, por maio-ria, deferiu pedido de medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade para: a) suspen-der a aplicação da expressão “nas condições do art. 52 da Constituição Federal” contida no art. 100 do ADCT, introduzido pela EC 88/2015, por vulnerar as condições materiais necessárias ao exercício imparcial e independente da fun-ção jurisdicional, ultrajando a separação dos Poderes, cláusula pétrea inscrita no art. 60, § 4º, III, da CF; b) fixar a interpretação, quanto à parte remanescente da EC 88/2015, de que o art. 100 do ADCT não pudesse ser estendido a outros agentes públicos até que fosse editada a lei complementar a que alude o art. 40, § 1º, II, da CF, a qual, quanto à magistratura, é a lei complementar de iniciativa do STF, nos termos do art. 93 da CF; c) suspender a tramitação de todos os processos que envolvessem a aplica-ção a magistrados do art. 40, § 1º, II, da CF e do art. 100 do ADCT, até o julgamento definitivo da ação direta em comento; e d) declarar sem efeito todo e qualquer pronunciamento judicial ou administrativo que afastasse, ampliasse ou reduzisse a literalidade do comando previsto no art. 100 do ADCT e, com base neste fundamento, assegurasse a qualquer outro agente público o exercí-cio das funções relativas a cargo efetivo após ter completado 70 anos de idade. A norma impugnada – introduzida no ADCT pela EC 88/2015 – dispõe que, “até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tri-bunais Superiores e do Tribunal de Contas da

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União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas con-dições do art. 52 da Constituição Federal”. Ale-gava-se, na espécie, que a expressão “nas con-dições do art. 52 da Constituição Federal” incor-reria em vício material por ofensa à garantia da vitaliciedade (CF, art. 93, “caput”) e à separação dos Poderes (CF, art. 2º), exorbitando dos limites substantivos ao poder de reforma da Constitui-ção” (CF, art. 60, § 4º, III e IV). ADI 5316 MC/DF, rel. Min. Luiz Fux, 21.5.2015. (ADI-5316).

Dar-se-á proventos proporcionais ao tempo de contribuição, garantindo-se o benefício ao menos no valor de um salário mínimo, devendo a Administração Pública aposentar o servidor, independentemente da sua vontade.

Para a aposentadoria compulsória não se exige 10 anos da carreira e 05 anos no cargo público efetivo em que se der a aposentação.

Vale ressaltar que neste caso, por existir proibição de permanência no cargo público após os 70 anos de idade (ou 75 anos – EC 88/2015), a aposentadoria deverá ser declarada por ato da autoridade competente, retroagindo seus efeitos ao dia seguinte imediato ao que o servidor atingir a idade limite de permanência no serviço público, inclusive quanto à aquisição de vantagens e direitos.

Ademais, as entidades políticas não possuem margem legiferante para alterar o limite de idade da aposentadoria compulsória para além dos 70 anos de idade, como o fez o Estado do Piauí (elevou a idade para 75 anos), o que sói ocorrer com uma reforma na Constituição Federal de 1988,

Ô TEMAS DIVERSOS

15. (ESAF/TRT 7ª Região/Juiz do Trabalho/2005) No âmbito dos benefícios assegurados pela Lei nº 8.213/91, assinale a opção correta.

a) A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, desde que aposentado, sendo o termo inicial do benefício a data do óbito, quando requerido até trinta dias depois deste, ou o requerimento administrativo, quando pleiteado após esse prazo.

b) O auxílio-reclusão é devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, desde que este não seja aposentado, nem receba remuneração da empresa, ou esteja em gozo de auxílio-doença ou de abono de permanência em serviço.

c) O pagamento do salário-família é condicionado à apresentação, entre outros documentos, compro-vante de frequência obrigatória à escola do filho

ou equiparado, sendo que suas cotas são pagas de forma mensal pelo INSS.

d) Seria inconstitucional o estabelecimento de requisi-tos diferenciados de idade mínima para concessão de aposentadoria entre trabalhadores urbanos e rurais, uma vez que a Carta Magna estabelece que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

e) O auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para sua ativi-dade habitual por mais de quinze dias consecutivos ou alternados, independentemente, em qualquer hipótese, do cumprimento de período de carência.

|COMENTÁRIOS|.

Questão correta: letra B. De acordo com o artigo 80, da Lei 8.213/91, “o auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos depen-dentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxí-lio-doença, de aposentadoria ou de abono de perma-nência em serviço”.

Letra A, falsa: Não há exigência que o instituidor da pensão por morte esteja aposentado no momento do óbito, bastando que seja segurado da previdência social, na forma do artigo 74, da Lei 8.213/91. As demais informações estão corretas.

Letra C, falsa: Pontifica o artigo 68, da Lei 8.213/91, que as cotas do salário-família serão pagas pela empresa, mensalmente, junto com o salário, efe-tivando-se a compensação quando do recolhimento das contribuições, conforme dispuser o Regulamento. Assim, no caso do segurado empregado, o pagamento do salário-família não será feito diretamente pela Pre-vidência Social.

Letra D, falsa: A própria Constituição Federal esta-belece que a aposentadoria por idade dos trabalha-dores rurais ocorrerá 05 anos mais cedo, a teor do seu artigo 201, inciso § 7º, inciso II, inexistindo qualquer vio-lação ao Princípio da Isonomia, e sim a sua realização, mediante o tratamento desigual dos desiguais em razão de um fator de discrímen razoável (a atividade rural é mais penosa.

Letra E, falsa: Em regra, a concessão do auxílio--doença requer a integralização de carência correspon-dente a 12 contribuições mensais, na forma do artigo 25, inciso I, da Lei 8.213/91. Outrossim, para a concessão deste benefício, é preciso que a incapacidade laboral ultrapasse a 15 dias consecutivos, e não alternados, na forma do artigo 59, da Lei 8.213/91.