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FERNANDA CUSTÓDIO DE MORAES “QUANTIFICAÇÃO DE DAPACONAZOL EM PLASMA HUMANO UTILIZANDO CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA ACOPLADA À ESPECTROMETRIA DE MASSA EM TANDEM: APLICAÇÃO A UM ESTUDO FASE ICAMPINAS 2014 i

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FERNANDA CUSTÓDIO DE MORAES

“QUANTIFICAÇÃO DE DAPACONAZOL EM PLASMA HUMANO

UTILIZANDO CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA

ACOPLADA À ESPECTROMETRIA DE MASSA EM TANDEM:

APLICAÇÃO A UM ESTUDO FASE I”

CAMPINAS

2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

FERNANDA CUSTÓDIO DE MORAES

“QUANTIFICAÇÃO DE DAPACONAZOL EM PLASMA HUMANO

UTILIZANDO CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA

ACOPLADA À ESPECTROMETRIA DE MASSA EM TANDEM:

APLICAÇÃO A UM ESTUDO FASE I”

Orientador: Prof. Dr. GILBERTO DE NUCCI

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Farmacologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas para

obtenção de título de Mestra em Farmacologia.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA

DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA FERNANDA

CUSTÓDIO DE MORAES E ORIENTADA PELO PROF. DR.

GILBERTO DE NUCCI.

Assinatura do Orientador --------------------------------------------

CAMPINAS

2014

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho com todo amor e carinho:

“A Deus e aos meus pais, Rosana e Cláudio, pelo incentivo, compreensão

e apoio que me dão todos os dias”.

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Dr. Gilberto De Nucci, pela oportunidade de aprimorar minha

formação profissional e ensinamentos ao longo do mestrado.

Aos meus familiares por todo apoio, incentivo e conselhos durante todos os

momentos em que precisei.

Ao meu namorado, William Pye, pelo incentivo durante o mestrado e compreensão

durante os momentos de distância e ausência.

Aos amigos de laboratório, Lu Chen, Mauro Sucupira, André Arruda, Samara

Bittencourt, Caroline Honaiser, Hugo do Valle, Antônio Sérgio, Adriano, Tainah

Babadópulos, André Borges, Danielle dos Santos, Marly e Milton. Também aos amigos

Thiago Gagliano, Marinalva Sampaio e Gustavo Mendes. Agradeço a todos pelo

conhecimento e por todo companheirismo compartilhados no dia-a-dia de trabalho.

Aos Professores e aos funcionários do Departamento de Farmacologia pela atenção

dispensada durante a inserção no programa e durante o cumprimento dos créditos e pelo

trabalho excelente e dedicado que realizam.

Aos amigos do departamento da farmacologia, especialmente Julio Rojas, Renata

Lopes e Tuany Candido, pelos momentos de descontração e amizade no decorrer de minha

estada em Campinas.

A CAPES pela concessão da bolsa de mestrado.

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EPÍGRAFE

“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.”

Albert Einstein

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RESUMO

Um método simples, seletivo e sensível de cromatografia líquida de alta eficiência

acoplada à espectrometria de massa em tandem (CLAE-EM/EM) foi desenvolvido para a

determinação de dapaconazol (BL-125) em plasma humano usando tioconazol como padrão

interno. As drogas foram extraídas a partir do plasma por uma extração líquido-líquido com

éter/hexano (80/20, v/v). A cromatografia foi realizada em uma coluna analítica Genesis

C18 partícula 4 μm (100x2.1mm i.d) com uma fase móvel de metanol/acetonitrila/água

(80/10/10,v/v/v) e acetato de amônia (0.5 mM). O dapaconazol foi quantificado usando um

espectrômetro de massa com uma fonte de electrospray no modo positivo (ES+)

configurado para o modo de monitoramento de múltiplas reações (MRM) para monitorar as

transições 415.1 > 159.2 e 387.0 > 131.0 para o dapaconazol e tioconazol, respectivamente.

O método teve tempo total de corrida de 3.8 min e uma curva de calibração linear no

intervalo de 0.2-100 ng/mL (r = 0.9998). O limite inferior de quantificação (LIQ) foi de 0.2

ng/mL. Os valores de precisão e exatidão do ensaio estavam dentro de ± 10%. Os testes de

estabilidade não indicaram nenhuma degradação significativa em condições do

experimento. Este método foi usado posteriormente para um estudo de fase I de

administração tópica de tosilato de dapaconazol em voluntários humanos saudáveis do sexo

masculino.

Palavras chave: antifúngicos, voluntários saudáveis, espectrometria de massas, sangue

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ABSTRACT

A simple, selective and sensitive method based on high-performance liquid

chromatography coupled to tandem mass spectrometry (HPLC-MS/MS) has been

developed for the determination of dapaconazole (BL-125) in human plasma using

tioconazole as internal standard. The drugs were extracted from plasma by liquid-liquid

extraction with ether/hexane (80/20, v/v). The chromatography separation was performed

on a Genesis C18 analytical column 4 μm (100 x 2.1 mm i.d.) with a mobile phase of

methanol/acetonitrile/water (80/10/10, v/v/v) and ammonium acetate (0.5 mM).

Dapaconazole was quantified using a mass spectrometer with an electrospray source in the

ESI positive mode (ES+) configured for multiple reaction monitoring (MRM) to monitor

the transitions 415.1 > 159.2 and 387.0 > 131.0 for dapaconazole and tioconazole,

respectively. The method had a chromatography run time of 3.8 min and a linear calibration

curve over the range 0.2 – 100 ng/mL (r = 0.9998). The lower limit of quantification

(LLOQ) was 0.2 ng/mL. The precision and accuracy values of the assay were within ±10%.

The stability tests indicate no significant degradation under conditions of experiment. This

method was used for a phase I study of topical administration of dapaconazole tosylate in

healthy human male volunteers.

Key words: antifungals, healthy volunteers, mass spectrometry, blood

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Suscetibilidade de fungos dermatófitos frente ao dapaconazol com base nas

CIMs (µg/mL) (concentração inibitória mínima) ................................................................. 33

Tabela 2: Espécies dominantes de dermatófitos de acordo com a localização clínica ........ 44

Tabela 3: Instrumentos ....................................................................................................... 64

Tabela 4: Equipamentos ..................................................................................................... 64

Tabela 5: Padrões analíticos ............................................................................................... 65

Tabela 6: Reagentes ............................................................................................................ 65

Tabela 7: Amostras biológicas (plasma) utilizadas para testar a seletividade do

método.................................................................................................................................. 65

Tabela 8: Preparo da curva de calibração ............................................................................ 76

Tabela 9: Preparo dos controles de qualidade e LIQ ........................................................... 77

Tabela 10: Condições cromatográficas ............................................................................... 78

Tabela 11: Condições de ionização ..................................................................................... 79

Tabela 12: Lista de validação .............................................................................................. 81

Tabela 13: Testes de estabilidade ....................................................................................... 87

Tabela 14: Precisão e exatidão intra e inter corrida para as amostras controle de qualidade

e para o limite inferior de quantificação............................................................................. .. 95

Tabela 15: Efeito matriz no método de CLAE-EM/EM para a quantificação de

dapaconazol em plasma humano. ........................................................................................ 95

Tabela 16: Testes de estabilidade para o dapaconazol. ...................................................... 96

Tabela 17: Formulação antifúngica na forma de Creme ................................................... 137

Tabela 18: Concentração plasmática individual e parâmetros farmacocinéticos .............. 139

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Evolução dos antifúngicos .................................................................................. 31

Figura 2: Estruturas moleculares do miconazol (I) e dapaconazol (II) .............................. 32

Figura 3: Mecanismo de ação dos antifúngicos azólicos ................................................... 46

Figura 4: Componentes de um cromatógrafo líquido ......................................................... 48

Figura 5: Representação esquemática de um espectrômetro de massa .............................. 50

Figura 6: Dois mecanismos propostos para a formação de íons gasosos no processo de

ionização por electrospray. (CRM = charge residual model; IEM = ion evaporation

model). ................................................................................................................................. 53

Figura 7: Esquema da espectrometria de massa em tandem ............................................... 57

Figura 8: Representação esquemática do aparato do teste de supressão iônica .................. 80

Figura 9: Espectro de massa para o dapaconazol (A) e o tioconazol (B) utilizando o modo

de ionização positivo. As linhas pontilhadas indicam o ponto de fragmentação.................. 90

Figura 10: Via de fragmentação proposta para o dapaconazol (A) e tioconazol (B) .......... 91

Figura 11: Experimento de supressão iônica mostrando a linha de base após a injeção de

um plasma branco extraído. As setas indicam os tempos de retenção esperados para o

analito (A) e o padrão interno (B). As drogas foram infundidas a uma taxa de 50µL/min na

concentração de 10ng/mL ..................................................................................................... 92

Figura 12: Cromatogramas de plasma branco e amostras processadas LIQ ...................... 93

Figura 13: Gráfico representativo da curva de calibração para o dapaconazol ................... 94

Figura 14: Gráfico da concentração vs. tempo do dapaconazol ......................................... 97

Figura 15: Estrutura química do tosilato de dapaconazol ................................................ 137

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BL 123 Tosilato de dapaconazol

BPC Boas práticas clínicas

CE Energia de colisão

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CI Chemical ionization

CID Collision induced dissociation

CIM Concentração inibitória mínima

CLAE Cromatografia líquida de alta eficiência

C max Concentração plasmática máxima

CNS Conselho Nacional de Saúde

C último Última concentração quantificável

CONEP Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

CQ Controle de qualidade

CQA Controle de qualidade de alta concentração

CQB Controle de qualidade de baixa concentração

CQD Controle de qualidade diluído

CQM Controle de qualidade de média concentração

CRM Charge residual model

CV Coeficiente de variação

CXP Potencial de saída da célula

Da Dalton

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DP Desvio padrão

DP Potencial de declustering

DPR Desvio padrão relativo

EPR Erro padrão relativo

eV Elétron volts

E Setor eletrostático

ECG Eletrocardiograma

EI Electron ionization

EM Espectrometria de massa

ES Electrospray

ESI Electrospray ionization

EUA Estados Unidos da América

FDA Food and drug administration

FDC Federal food, drug and cosmetic act

FMN Fator de matriz normalizado

FT Fourier transform

GEPEC Gerência de Medicamentos Novos, Pesquisa e Ensaios Clínicos

HIV Human immunodeficiency virus

HPLC High performance liquid chromatography

ICR Ion cyclotron resonance

ICH International Conference on Harmonization

ID Internal diameter

IND Investigational new drug

IMC Índice de massa corpórea

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IEM Ion evaporation model

LIQ Limite inferior de quantificação

LSQ Limite superior de quantificação

M Setor magnético

MALDI Matrix Assisted Laser Desorption Ionization

mg Miligrama

min Minuto

mL Mililitro

mm Milímetro

MRM Monitoramento de reações múltiplas

MS Mass spectrometry

MS/MS Tandem mass spectrometry

m/z Relação massa/carga

ng/mL Nanograma por mililitro

˚ C Grau centígrado

P&D Pesquisa e desenvolvimento

PI Padrão interno

Q Quadrupolo

R Coeficiente de correlação linear

RDC Resolução da diretoria colegiada

RF Radiofrequência

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TCO Teste de carry-over

TCT Teste de cross-talk

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Tmax Tempo no qual ocorreu o Tmax

TOF Time of flight

TSS Test suitability system

T último Tempo no qual ocorreu o C último

UFC Unidades formadoras de colônia

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

USP United States Pharmacopeia

V Volts

v/v Volume por volume

Vs Versus

µg/mL Micrograma por mililitro

µl Microlitro

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................. xii

ABSTRACT ........................................................................................................................ xv

LISTA DE TABELAS .................................................................................................... xvii

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... xix

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................................... xxi

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 29

2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 35

2.1 Indústria farmacêutica e P&D ..................................................................................... 36

2.2 Regulamentação dos estudos clínicos no Brasil ......................................................... 40

2.3 Dermatomicoses .......................................................................................................... 42

2.4 Antifúngicos azólicos .................................................................................................. 45

2.5 Cromatografia líquida de alta eficiência ..................................................................... 47

2.6 Espectrometria de massa ............................................................................................. 49

2.6.1 Descrição básica do sistema ................................................................................. 51

2.6.1.1 Fontes de ionização ........................................................................................ 51

2.6.1.2 Analisadores de massa ................................................................................... 54

2.6.1.3 Espectrometria de massa em tandem (EM/EM)............................................. 56

2.6.1.4 Detectores ....................................................................................................... 58

3. OBJETIVOS ................................................................................................................... 59

3.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 61

3.2 Objetivos específicos .................................................................................................. 61

4. MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................................... 63

4.1 Materiais ..................................................................................................................... 64

4.1.1 Etapa clínica ......................................................................................................... 64

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4.1.2 Etapa analítica ...................................................................................................... 64

4.2 Métodos ....................................................................................................................... 66

4.2.1 Etapa clínica ......................................................................................................... 66

4.2.1.1 Recrutamento dos sujeitos de pesquisa .......................................................... 66

4.2.1.2 Critérios de inclusão dos sujeitos de pesquisa ............................................... 67

4.2.1.3 Critérios de exclusão dos sujeitos de pesquisa ............................................... 67

4.2.1.4 Descrição do estudo ....................................................................................... 69

4.2.1.5 Condução do estudo ....................................................................................... 70

4.2.1.6 Pós-estudo ...................................................................................................... 72

4.2.1.7 Processamento e armazenamento das amostras ............................................. 73

4.2.1.8 Procedimento durante o estudo ...................................................................... 73

4.2.1.9 Procedimento pós-estudo ............................................................................... 73

4.2.2 Etapa analítica ........................................................................................................ 74

4.2.2.1 Desenvolvimento do método analítico ........................................................... 74

4.2.2.2 Preparo de soluções ........................................................................................ 74

4.2.2.3 Soluções padrões de estoque .......................................................................... 74

4.2.2.4 Soluções de trabalho ...................................................................................... 75

4.2.2.5 Fase móvel: MeOH/ACN/H2O (80/10/10; v/v/v) e acetato de amônio (0.5

mM) ............................................................................................................................... 75

4.2.2.6 Solução de ressuspensão: Acetonitrila/Água (50/50; v/v) ............................ 75

4.2.2.7 Preparo da curva de calibração ...................................................................... 75

4.2.2.8 Preparo dos controles de qualidade ................................................................ 76

4.2.2.9 Preparo da corrida analítica ............................................................................ 77

4.2.2.9.1 Procedimento de extração ........................................................................ 77

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4.2.2.9.2 Condições cromatográficas ........................................................................... 78

4.2.2.9.3 Condições de ionização ............................................................................. 79

4.2.2.9.4 Supressão iônica ........................................................................................ 79

4.2.2.10 Validação da metodologia analítica ............................................................. 80

4.2.2.10.1 Teste de carry-over ................................................................................. 82

4.2.2.10.2 Teste de cross-talk .................................................................................. 82

4.2.2.10.3 Seletividade ............................................................................................ 82

4.2.2.10.4 Linearidade ............................................................................................. 83

4.2.2.10.5 Precisão e exatidão ................................................................................. 84

4.2.2.10.6 Recuperação ............................................................................................ 85

4.2.2.10.7 Efeito matriz ............................................................................................ 86

4.2.2.10.8 Testes de estabilidade .............................................................................. 86

5. RESULTADOS ............................................................................................................... 89

5.1 Análise por CLAE-EM/EM ........................................................................................ 90

5.2 Rota de fragmentação ................................................................................................. 91

5.3 Supressão iônica .......................................................................................................... 92

5.4 Validação da metodologia analítica ............................................................................ 92

5.4.1 Teste de carry-over .............................................................................................. 92

5.4.2 Teste de cross-talk ............................................................................................... 92

5.4.3 Seletividade .......................................................................................................... 93

5.4.4 Linearidade ........................................................................................................... 94

5.4.5 Precisão e exatidão ............................................................................................... 94

5.4.6 Recuperação e efeito matriz ................................................................................. 95

5.4.7 Testes de estabilidade ........................................................................................... 96

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5.5 Determinação de dapaconazol nas amostras dos voluntários ..................................... 96

5.6 Dados farmacocinéticos .............................................................................................. 97

6. DISCUSSÃO ................................................................................................................... 99

7. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 107

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 111

9. ANEXOS ....................................................................................................................... 119

Anexo I ........................................................................................................................... 120

Anexo II .......................................................................................................................... 126

Anexo III ......................................................................................................................... 137

Anexo IV ......................................................................................................................... 138

Anexo V ......................................................................................................................... 139

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1. INTRODUÇÃO

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Os antifúngicos azólicos são os medicamentos mais utilizados na prática clínica

para o tratamento tópico das dermatofitoses, infecções superficiais causadas por fungos. As

micoses superficiais são a mais frequente forma de infecção humana afetando de 20-25%

da população mundial e sua incidência está constantemente aumentando (Havlickova et al.,

2008).

Embora o primeiro agente antifúngico, a griseofulvina, tenha sido isolada em 1939,

os primeiros antifúngicos azólicos e polienos são datados de 1944 e 1949, respectivamente.

Apenas em 1958 uma formulação oral de griseofulvina se tornou disponível para uso

clínico. Anos mais tarde, em 1960, foi lançada a anfotericina B, considerada um padrão

ouro para o tratamento de infecções fúngicas sistêmicas severas. Em 1969, dois azólicos de

uso tópico, miconazol e clotrimazol, foram introduzidos no mercado. Isto foi seguido da

introdução em 1974 do antifúngico tópico econazol e em 1979 de uma formulação

parenteral de miconazol. Atualmente, estes três agentes azólicos - miconazol, clotrimazol e

econazol - ainda permanecem como os principais antifúngicos de uso tópico para o

tratamento de dermatofitoses (figura 1) (Seehan, 1999).

Os azólicos de uso tópico são úteis para o tratamento de dermatofitoses como tinea

do corpo, tinea do pé e tinea inguinal. O clotrimazol e o miconazol com frequência também

são utilizados para o tratamento de candidíase vulvovaginal. A absorção destes agentes é

insignificante e os efeitos adversos associados a eles são raros (Katzung,2010).

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Figura 1: Evolução dos antifúngicos (Seehan, 1999).

Até o ano 1990, a resistência aos antifúngicos azólicos era incomum. Entretanto, por

serem os agentes antifúngicos mais utilizados na prática clínica, a resistência a estes

agentes vem aumentando e tem se tornado um problema no tratamento de infecções

fúngicas, tanto as invasivas quanto as superficiais (Maertens, 2004; White et al., 1998).

Este aumento na resistência leva a uma necessidade de se investir na pesquisa e

desenvolvimento de novos agentes. Entretanto, o progesso nessa área ainda é lento se

comparado aos antimicrobianos e esse problema é ilustrado pela escassez de novas classes

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de compostos ao longo dos últimos 20 anos. O agente antifúngico ideal do futuro deve ter

um largo espectro de atividade anifúngica e uma baixa toxicidade. Pesquisas por um alvo

que seja essencial para a célula antifúngica, mas não para as células humanas são

necessárias a fim de evitar problemas de toxicidade (Carrilo-muñoz, 2006).

O composto dapaconazol, nome químico 1-(2-2,4-diclorofenil)-2-(4-(trifluorometil)

benzoxietil)-1H-imidazol, é um novo derivado imidazólico com potencial terapêutico para

o tratamento de infecções fúngicas. Ele apresenta importante semelhança estrutural com o

miconazol, correspondendo a uma inovação semi-radical, ou seja, a criação de um

composto a partir de moléculas já existentes.

Figura 2: Estruturas moleculares do miconazol (I) e dapaconazol (II).

Comparando-se as estruturas químicas do miconazol (I) e dapaconazol (II) na figura

2, observa-se a presença de dois anéis benzênicos e um anel imidazólico, além da função

éter. O anel imidazólico 3 presente nas duas estruturas químicas comparadas não possui

substituintes e os anéis benzênicos 1 e 2 possuem substituições: um dos anéis possui duas

substituições com cloro, nas posições 2 e 4 (comum nas duas estruturas químicas

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comparadas) enquanto que o outro anel benzênico possui substituições diferentes em cada

estrutura comparada. No dapaconazol, o anel benzênico 1 possui apenas uma substituição

(com o grupo CF3). Já no miconazol, o anel benzênico 1 possui duas substituições com

cloro, nas posições 2 e 4 (igual ao outro anel benzênico presente na estrutura).

A atividade antifúngica da invenção foi mensurada por meio da análise in vitro da

concentração inibitória mínima (CIM) do dapaconazol em diversas cepas de fungos

filamentosos provenientes de isolados clínicos e laboratoriais. No presente experimento a

concentração inibitória mínima foi considerada como sendo a menor concentração do

agente capaz de inibir pelo menos 80% do crescimento das unidades formadoras de

colônias (UFCs).

Tabela 1: Suscetibilidade de fungos dermatófitos frente ao dapaconazol com base nas CIMs

(µg/mL) (concentração inibitória mínima).

Espécies fúngicas Miconazol Dapaconazol

Trichophyton rubrum 0.06 0.06

Trichophyton mentagrophyttes 0.125 0.25

Trichophyton tonsurans 0.5 0.5

Microsporum gypseum 0.25 0.25

Epidermophyton floccosum 0.06 0.06

O efeito inibitório do dapaconazol foi confirmado com base nos resultados obtidos

nos experimentos demostrando que o dapaconazol possui interessante atividade antifúngica

em Trichophyton, Microsporum gypseum e Epidermophyton podendo ser útil ao tratamento

de dermatomicoses.

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O composto dapaconazol passou por estudo fase I de pesquisa clínica em indivíduos

saudáveis do sexo masculino para avaliação de segurança e tolerabilidade do uso tópico de

doses crescentes do produto, além da avaliação farmacocinética. Atualmente o composto

se encontra em fase II de pesquisa clínica, e será testado em pacientes de ambos os sexos,

na formulação comercial proposta de 2% por um período de 2 semanas para avaliação da

não inferioridade do tratamento quando comparados a outros imidazólicos de estruturas

similares.

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2. REVISÃO BLIBIOGRÁFICA

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2.1 Indústria farmacêutica e P&D

Desde a antiguidade a procura por tratamentos que aliviem ou curem doenças que

acometem a população tem sido uma grande preocupação para diversas civilizações. No

começo do século XIX, a maioria dos remédios utilizados era de origem natural com

estrutura química e natureza desconhecida, e os tratamentos eram baseados apenas no

conhecimento empírico (Laporte et al., 1989).

A pesquisa e o desenvolvimento (P&D) de medicamentos são essenciais para o

tratamento e cura de doenças que acometem a população. Esse setor tem uma grande

importância dentro das indústrias farmacêuticas nos dias atuais e teve um grande impulso

por volta dos anos 1940 durante a Segunda Guerra Mundial, especialmente no período pós-

guerra, diante das crescentes demandas do mercado que surgiram, havendo um aumento na

pesquisa e desenvolvimento de substâncias potentes (Paulo & Amaral, 2006).

Dentre a descoberta de alguns medicamentos que marcaram a história da

humanidade podemos citar a descoberta da sulfanilamida, sintetizada pela primeira vez em

1908 por Paul Gelmo, e mais tarde, em 1928, a descoberta da penicilina por Alexander

Fleming. Com as conquistas tecnológicas e econômicas, a produção em larga escala da

penicilina pela Pfizer foi uma das maiores contribuições da indústria farmacêutica durante a

Segunda Guerra Mundial e evitou a morte de milhares de pessoas (Calixto & Siqueira

Júnior, 2008).

O período compreendido entre 1950 e 1960 ficou conhecido como “explosão

farmacológica” devido aos avanços na área das ciências biológicas possibilitando um

melhor conhecimento sobre os mecanismos que levam às doenças e a produção de novas

terapias farmacológicas com a introdução de medicamentos revolucionários que

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possibilitaram à população o tratamento de doenças que antes não tinham cura, sobretudo

no que diz respeito às doenças infecciosas (Laporte et al., 1989).

Entretanto, alguns incidentes desastrosos marcaram tristemente a história do

desenvolvimento de fármacos e acabaram desacelerando o lançamento de novos

medicamentos. Nos Estados Unidos, um acidente envolvendo o xarope de sulfanilamida

resultou na morte por envenenamento de 107 pessoas em decorrência de insuficiência renal

devido ao excipiente nefrotóxico dietilenoglicol. A partir do ocorrido, verificou-se a

importância da necessidade da utilização de voluntários para a realização de estudos

clínicos. Em 1938, o congresso americano aprovou o Federal Food, Drug and Cosmetic

(FDC) Act que declarava que todo fabricante deveria provar ao FDA, agência responsável

pela vigilância sanitária do país, a segurança de um medicamento antes de sua aprovação

para a comercialização (Paulo & Amaral, 2006; Calixto & Siqueira Júnior, 2008).

Anos mais tarde, ocorreu em vários países o trágico episódio envolvendo a

talidomida que foi associada a um aumento no número de fetos com más formações

(focomegalia). Este ocorrido levou o FDA a estabelecer em 1962, que os fabricantes

deveriam provar não apenas a eficácia de um medicamento, mas especialmente a sua

segurança antes de seu uso clínico. Vários outros países, além dos Estados Unidos foram

sensibilizados com o ocorrido e, a partir de então, o controle sobre os medicamentos antes

de sua aprovação e mesmo após o uso clínico passou a ser mais rigoroso, estabelecendo que

os novos produtos só devam ser aprovados após a realização de estudos randomizados de

qualidade e com poder estatístico adequado (Paulo & Amaral, 2006; Calixto & Siqueira

Júnior, 2008).

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Atualmente, o processo de P&D inclui diversos ensaios controlados que tem por

finalidade avaliar a segurança e eficácia de um novo fármaco antes de ser aprovada a sua

comercialização. Segundo TAVARES (1991:42) o desenvolvimento de novos produtos se

inicia normalmente pela síntese química de uma nova substância ou pela extração de

princípios ativos de fontes naturais. Uma vez descoberto um novo princípio ativo, este

deverá ser avaliado quanto a sua ação terapêutica para o tratamento de doenças e suas

características farmacológicas. Em uma primeira etapa, devem ser realizados os testes pré-

clínicos que incluem os testes in vitro e in vivo em animais de estudo para avaliação das

propriedades biológicas das moléculas, propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas.

Após estes testes iniciais, pode-se dar início aos estudos clínicos em voluntários humanos

(Lombardino & Lowe, 2004).

Normalmente, o FDA exige antes de iniciar os estudos clínicos um pedido de

investigação da nova droga, em inglês, investigational new drug (IND). Ele inclui

informações sobre o desenho do estudo clínico proposto, os dados obtidos dos testes em

animais, e as qualificações do investigador principal. A menos que haja proibição, os

estudos clínicos podem ser iniciados (Thau, 2012).

Os estudos clínicos em humanos são divididos tradicionalmente em quatro fases

sucessivas que visam determinar a segurança e efetividade da droga antes de sua

comercialização. Na fase I, o medicamento é testado em humanos pela primeira vez em um

pequeno número de voluntários sadios (cerca de 20 a 100 indivíduos). O principal objetivo

dos estudos fase I é testar se a droga é segura em humanos e estabelecer sua dosagem.

Também são observadas as características farmacocinéticas da droga tais como absorção,

distribuição, metabolismo, excreção e toxicidade do composto (DiMasi et al., 2003).

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Na fase II, são recrutados cerca de 100 a 300 indivíduos que têm a doença ou

condição para a qual o composto está sendo estudado e tem por finalidade obter mais dados

de segurança e dados preliminares acerca da eficácia (DiMasi et al., 2003). Um importante

objetivo desta fase é a determinação das doses e do regime terapêutico que serão estudados

posteriormente na fase III (ICH, 1997).

Os testes fase III constituem estudos multicêntricos, que envolvem entre 5 e 10 mil

pacientes, com a finalidade de gerar dados estatísticos com poder significante sobre

segurança, eficácia, relação risco-benefício e interação de drogas. Também são durante os

testes fase III que se obtêm informações necessárias para a elaboração do rótulo e da bula

do medicamento (DiMasi et al., 2003).

Por fim, os estudos fase IV, também denominados farmacovigilância ou vigilância

pós-comercialização, correspondem aos estudos que proporcionam a avaliação do uso de

um medicamento em grandes populações sem o controle experimental dos ensaios clínicos,

correspondendo a um feedback do uso em grande escala do fármaco (Sevalho, 2001). Estes

estudos começam após a aprovação do registro do medicamento e visam obter informações

adicionais sobre interação medicamentosa, dose-resposta e segurança. Também incluem

estudos para comprovar a indicação aprovada como, por exemplo, os estudos de

morbidade/mortalidade e estudos epidemiológicos (ICH, 1997).

A introdução de novos fármacos é um processo longo e complicado que envolve

gastos vultosos na área de P&D. É um processo que leva em média de 10 a 15 anos e o

gasto estimado com a pesquisa e o desenvolvimento de cada droga que tem sucesso e

consegue seu registro para ser comercializada no mercado é em torno de 800 milhões a um

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bilhão de dólares. De cada 30.000 moléculas sintetizadas, 20.000 (66.7%) entram na fase de

estudos pré-clínicos, 200 (0.67%) entram na fase I de estudos clínicos, 40 (0.13%) passam

para a fase II, 12 (0.04%) entram na fase III e somente 9 (0.027%) são aprovados pelos

órgãos regulatórios. Vale ressaltar ainda que dos medicamentos que recebem aprovação

apenas 1 medicamento (0.003%) satisfaz o mercado, e em função disso, traz retorno para a

indústria que o desenvolveu (Calixto & Siqueira Júnior, 2008; FDA, 2002).

As etapas de síntese química, testes pré-clínicos e as fases iniciais da pesquisa

clínica (fase I e fase II) geralmente são realizadas em países desenvolvidos que se localizam

em grande parte em centros do eixo EUA, Japão e países da Europa enquanto as fases

tardias (fase III) são realizadas em países com menor capacidade tecnológica e poucos

investimentos em pesquisa. Sendo assim, observa-se que o desenvolvimento de estudos

clínicos está diretamente relacionado à capacidade de um país de produzir e desenvolver

novos medicamentos, e é um bom indicador do grau de seu desenvolvimento (Dias et al,

2013; Paulo & Amaral, 2006).

No Brasil, segundo dados da ANVISA, cerca de 60% das atividades de pesquisa

clínica estão concentradas na fase III e 80% dos estudos para desenvolvimento de novos

medicamentos são conduzidos por empresas multinacionais. Destes, apenas um total de 4%

é dedicado a pesquisas clínicas fase I, aquela em que um novo medicamento é testado pela

primeira vez em humanos (ANVISA, 2011).

2.2 Regulamentação dos estudos clínicos no Brasil

A regulamentação dos estudos clínicos e o registro de novos medicamentos variam

de acordo com o país onde a pesquisa está sendo conduzida. No Brasil, a pesquisa clínica

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foi regulamentada a partir de 1996, por meio da resolução n˚196 do Conselho Nacional de

Saúde (CNS) e é embasada em três instâncias: os Comitês de Ética em Pesquisa (CEP), a

Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e a Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA) (Dias et al., 2013).

A realização de ensaios clínicos com medicamentos no Brasil requer aprovação

prévia pelos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) e, em certos casos, pela Comissão

Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), além da aprovação pela Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), através de sua Gerência de Medicamentos Novos, Pesquisa

e Ensaios Clínicos (GEPEC) necessários para ensaios clínicos com medicamentos e

produtos para a saúde (correlatos) que são fabricados em outros países e, portanto,

necessitam autorização para serem importados (Nishioka & Sá, 2006).

As legislações que tratam da proteção e direitos do sujeito de pesquisa são:

Documento das Américas de Boas Práticas Clínicas, Resolução 196/1996 do Conselho

Nacional de Saúde e Resolução RDC 39/2008 da ANVISA. Os estudos envolvendo seres

humanos no Brasil devem seguir essas legislações e assegurar o cumprimento das Boas

Práticas Clínicas (ANVISA, 2014).

Quanto ao registro de novos medicamentos no país a principal regulamentação é a

RDC 136/ 2003 que se aplica a todos os medicamentos novos ou inovadores. Uma vez

registrado, o medicamento pode ser comercializado por cinco anos, após o qual o registro

do medicamento deve ser revalidado por períodos iguais e sucessivos mediante uma

solicitação do detentor do registro e aprovação por parte da ANVISA (Brasil, 2003).

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2.3 Dermatomicoses

O uso terapêutico de agentes antifúngicos, por muitos anos não recebeu a mesma

atenção despendida aos fármacos antimicrobianos devido à baixa incidência e morbi-

mortalidade relacionada a esse tipo de infecções. Entretanto, nas últimas décadas, a taxa de

incidência e a gravidade de diferentes tipos de micoses têm aumentado de forma

surpreendente e se tornou um problema de saúde pública importante, especialmente em

pacientes portadores de HIV, doenças hematológicas, pacientes transplantados e outros

indivíduos imunocomprometidos (Carrilo-Muñoz, 2006; Klepser & Lewis, 2002).

As micoses superficiais que incluem as infecções fúngicas superficiais de pele,

cabelo e unha são as infecções mais comuns e vem aumentado no mundo inteiro e estima-

se que cerca de 40 milhões de pessoas já sofreu de infecções fúngicas tanto em países em

desenvolvimento como em países desenvolvidos (Ameen, 2010).

Dentre as infecções fúngicas superficiais mais difundidas entre os seres humanos

estão as dermatomicoses que representam uma causa importante de morbidade, tendo

distribuição universal com maior afinidade para nações tropicais e subtropicais. As

dermatomicoses de ocorrência mais comum são as dermatofitoses ou tinea, resultantes do

acometimento de fungos aos tecidos queratinizados da epiderme, pelos e unhas (Gupta et

al., 1998).

Existem aproximadamente 40 espécies diferentes de dermatófitos, caracterizados

em sua capacidade de digerir a queratina e eles são divididos em três gêneros:

Trichophyton, com 22 espécies; Microsporum, com 16 espécies; e Epidermopyton, com 2

espécies. A maioria das infecções superficiais de pele, são causadas por 5 ou 6 espécies de

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dermatófitos, das quais Trichophyton rubrum é a mais comum (Gupta et al., 1998; Aly,

1994). Menos frequentemente, as infecções de pele podem ser causadas por fungos não

dermatófitos (exemplo: Malassezia furfur em pitiriasis vesicolor e espécies de Candida)

(Hainer, 2003).

As espécies predominantes de dermatófitos bem como as manifestações clínicas

variam de acordo com a localização anatômica, e apesar de raramente apresentarem algum

risco para a vida dos pacientes, elas podem acarretar efeitos debilitantes que comprometem

sua qualidade de vida. A conduta terapêutica a seguir é frequentemente um problema aos

dermatologistas e testes de suscetibilidade antifúngica in vitro são agora padronizados

internacionalmente e tem se tornados essenciais no manejo de pacientes e no controle da

resistência. A identidade do fungo em questão pode fornecer orientações sobre a adequação

de um determinado antifúngico (Cuenca-Estrella et al.,2010; Gupta et al., 1998; Pfaller et

al., 2010).

Os sintomas das infecções fúngicas superficiais variam de leve a grave e incluem

comumente eritema, descamação e prurido. Nos casos mais graves, maceração, vesículas e

rachaduras podem estar presentes, acompanhados por invasão bacteriana secundária. A

denominação clínica das dermatofitoses consiste em utilizar o termo tinea seguida do sítio

anatômico envolvido (tabela 2) (Gupta et al., 1998; Rotta et al., 2012).

O diagnóstico das dermatomicoses é uma combinação de dados clínicos e

laboratoriais e pode ser feito com base no histórico epidemiológico, exame físico,

microscopia de hidróxido de potássio (KOH) e cultura de células. A maioria das infecções é

efetivamente tratada com as formulações tópicas de antifúngicos, sendo necessário o uso da

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terapia oral apenas em casos mais complicados ou casos de tinea captis, tinea barbae e

onicomicoses nas quais o tratamento de primeira linha consiste no uso de antifúngico oral

(Hainer, 2003). Os tratamentos tópicos têm vantagens sobre os tratamentos sistêmicos uma

vez que possuem menos efeitos adversos, melhora a adesão do paciente e o menor custo

global do tratamento (Millikan, 2010).

Tabela 2: Espécies dominantes de dermatófitos de acordo com a localização clínica. Adaptado de

Havlickova et al., 2008.

Condição Espécie dominante

Tinea captis

(cabelo)

Trichophyton violaceum

T. tonsurans

T. soudanense

Microsporum canis

M. audouinii

Tinea pedis

(pé)

T. rubrum

T. mentagrophytes(var. interdigitale)

Epidermophyton floccosum

Tinea cruri (virilha)

T. rubrum

T. mentagrophytes(var. interdigitale)

Tinea corporis

(pernas, braços e tronco)

T. rubrum

M. canis

Tinea unguium

(unhas)

T. rubrum

T. mentagrophytes(var. interdigitale)

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Existem poucos novos medicamentos diponíveis para o tratamento das

dermatofitoses. As duas principais categorias de fármacos com um amplo espectro de ação

para o tratamento das micoses superficiais são os azólicos e as alilaminas/benzilaminas, que

foram testados e aprovados ao longo de mais de duas décadas de uso e exibem um bom

perfil de segurança. A maioria dos agentes pertence à família dos antifúngicos azólicos

(clotrimazol, miconazol, econazol, oxiconazol, tioconazol). A terbinafina e naftifina são

dois representantes do grupo das alilaminas (Gupta & Cooper, 2008; Millikan, 2010).

Resultados de estudos de dermatofitoses em modelos animais e ensaios clínicos

mostraram uma eficácia superior das alilaminas/benzilaminas quando comparados aos azóis

para o tratamento das infecções fúngicas. As drogas alilaminas/benzilaminas possuem

evidências anteriores de eficácia, altas taxas de cura com curtos períodos de tratamento e

baixas taxas de recaídas quando comparadas aos azólicos em estudos de comparação direta

(Brennan & Leyden, 1997).

Entretanto, apesar da introdução nos anos 1990 de novos agentes como a alilamina e

terbinafina, para o tratamento de dermatomicoses, os azólicos, com 15 diferentes drogas

comercializadas no mundo, são a classe de antifúngicos mais amplamente utilizada e

estudada (Fromtling, 1988).

2.4 Antifúngicos azólicos

Os derivados azólicos utilizados na clínica possuem em sua estrutura molecular, um

anel pentagonal e são classificados de acordo com o número de átomos de nitrogênio em:

imidazólicos que possuem dois átomos de nitrogênio (cetoconazol, miconazol e

clotrimazol) e triazólicos, os quais contêm três nitrogênios (itraconazol e fluconazol). Com

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exceção do cetoconazol, o uso dos imidazólicos é limitado ao tratamento de micoses

superficiais. Já os triazólicos, tem um amplo espectro de aplicação no tratamento tanto de

infecções fúngicas superficiais quanto sistêmicas (Seehan et al., 1999).

Estes agentes atuam sobre enzimas do citocromo P450 dos fungos, bloqueando a

enzima lanosterol desmetilase e consequentemente, a síntese de ergosterol, o que altera a

permeabilidade da membrana e a viabilidade fúngica. Também agem modificando a síntese

de lipídeos e inativando enzimas do processo oxidativo dos fungos. Os azólicos,

principalmente os imidazólicos, exercem ação apenas fungistática. Alterações na enzima

lanosterol desmetilase e aumento do efluxo das drogas são causas de resistência aos

azólicos, a qual foi constatada particularmente em Candida não albicans (Tavares,

2001)

Figura 3: Mecanismo de ação dos antifúngicos azólicos. Adaptado de Catálan & Montejo, 2006.

De um modo geral, todos os antifúngicos azólicos possuem uma meia-vida sérica

longa o suficiente para possibilitar a terapia com uma ou duas doses diárias. Os principais

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efeitos adversos dessa classe incluem intolerância gastrointestinal, hepatotoxicicidade e

hipersensibilidade. Estes compostos não devem ser utilizados durante a gravidez em função

do seu potencial teratogênico. Em se tratando dos agentes de uso tópico a absorção é

insignificante e os efeitos adversos são raros (Martinez, 2006; Tavares, 2001).

Devido ao seu mecanismo de ação em nível de citocromo P450, várias drogas

interagem com os azólicos seja reduzindo o nível sérico dos antifúngicos (rifampicina,

isoniazida, fenitoína, fenobarbital, carbamazepina), seja elevando os níveis de outros

fármacos (ciclosporina, digoxina, varfarina, benzodiazepínicos, inibidores da protease do

HIV) (Martinez, 2006; Tavares, 2001).

Os azólicos de uso tópico estão disponíveis em formulações de 1 ou 2%. A

aplicação de 1 ou 2 vezes/dia, na região afetada geralmente irá resultar no desaparecimento

das infecções superficiais por dermatófitos em 2 a 3 semanas, embora seja recomendado

que a medicação deve ser continuada até a erradicação do organismo ser confirmada

(Katzung, 2010).

2.5 Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)

A cromatografia é um método físico-químico de separação que está fundamentada

na migração diferencial dos componentes de uma mistura que ocorre devido a diferentes

interações entre duas fases imísciveis: a fase móvel e a fase estacionária. O que torna a

técnica extremamente versátil e com uma grande aplicação são as diferentes combinações

possíveis entre fase móveis e estacionárias (Cass et al., 1998; Maldaner & Jardim, 2009).

A cromatografia líquida de alta eficiência é um tipo de cromatografia líquida que

emprega como fase estacionária pequenas colunas recheadas de materias especialmente

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preparados, e uma fase móvel que é eluída sobre altas pressões. Nos últimos 40 anos, a

cromatografia líquida de alta eficiência tem sido a técnica analítica mais desenvolvida,

difundida e empregada em diversos campos da ciência, incluindo laboratórios de análises

de indústrias químicas e farmacêuticas (Maldaner & Jardim, 2009).

Na CLAE, a amostra é injetada por meio de um sistema de injeção e a fase móvel é

bombeada sobre alta pressão através da coluna onde a separação ocorre. O sistema

cromatográfico é constituído por: reservatório de fase móvel; bomba de alta pressão;

válvula de injeção; coluna; detector; registrador (figura 4) (Cass et al., 1998).

Figura 4: Componentes de um cromatógrafo líquido: a) reservatório de fase móvel; b) bomba de

alta pressão; c) válvula de injeção; d) coluna; e) detector; f) registrador (Cass et al., 1998).

A fase móvel da CLAE deve respeitar algumas características impostas pelo método

tais como possuir um alto grau de pureza e ser compatível com o detector empregado, além

de possuir uma polaridade adequada para permitir a separação conveniente dos

componentes da amostra. Embora existam diversos tipos de solventes utilizados, os mais

comuns são: metanol, acetonitrila e água (Peres, 2002).

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A coluna cromatográfica é o coração do sistema CLAE e as separações podem ser

dar pelo processo de partição, adsorção ou ambos, sendo o suporte mais comumente

utilizado a sílica. As fases podem atuar no modo normal, reverso ou ambos. Na

cromatografia em fase normal, a fase estacionária é mais polar do que a fase móvel, e em

fase reversa, a fase móvel é a mais polar. No caso das separações analíticas, são

frequentemente utilizadas colunas de fase reversa, na qual a fase C18 (octadecilsilica) é a

mais empregada (Cass et al., 1998).

Quanto aos detectores utilizados, não existe um detector universal, mas existem

diversos tipos que podem ser empregados: detectores baseados na absorbância UV, detector

de fluorescência, detectores por índice de refração, espectrômetro de massa, dentre outros

(Cass et al., 1998; Maldaner & Jardim, 2009)

2.6 Espectrometria de massa (EM)

A espectrometria de massa (EM) é uma poderosa técnica quantitativa e qualitativa

que está presente em diversos laboratórios clínicos e de pesquisa. Em virtude da sua

sensibilidade e velocidade, a espectrometria de massa tem desempenhado um papel

fundamental em muitas fases de descoberta de drogas (Glish & Vaschet, 2003).

Dentre algumas das aplicações na descoberta de drogas podemos citar a

identificação de alvos proteicos, monitorização e otimização de reações e análise estrutural.

A utilidade da EM no processo de descoberta de medicamentos pode, no entanto, se

estender a outros domínios. Em combinação com técnicas de separação, EM pode

desempenhar um papel importante na identificação e monitorização de biomarcadores em

fluidos fisiológicos, o que é útil na avaliação das questões de eficácia e segurança da droga.

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Além disso, EM pode ser alguma promessa como um ensaio para a pesquisa rápida de

ligação-alvo da droga, incluindo tanto a força como sítios de interação (Glish & Vaschet,

2003).

Existem diversos tipos de espectrômetros de massa cada um com suas vantagens e

limitações. Todos são compostos por três componentes principais: fonte de ionização, o

analisador de massa e o detector. O princípio básico da técnica consiste na geração de íons

de compostos inorgânicos ou orgânicos através de uma fonte de ionização apropriada,

separá-los por sua relação massa/carga (m/z) em um analisador de massa e detectá-los

qualitativamente e quantitativamente por suas respectivas relações m/z e suas abundâncias.

A magnitude do sinal gerado no detector é convertida por um processador de dados, o qual

gera o espectro de massa correspondente. Um espectro de massa é uma função da

abundância do íon versus a relação m/z e apresentado em termos de Dalton (Da) por

unidade de carga. A sofisticação da EM surge nos métodos que são utilizados para a

geração destes íons e no modo de analisá-los (Glish & Vaschet, 2003; Gross, 2004).

Figura 5: Representação esquemática de um espectrômetro de massa (Applied Biosystems, 2005).

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Para uma análise por EM, as amostras podem ser inseridas diretamente no

espectrômetro de massa, ou então, o equipamento pode ser acoplado a uma técnica de

separação como, por exemplo, cromatografia líquida ou cromatografia gasosa. Para a

análise de fármacos em matrizes biológicas, a técnica mais utilizada é a cromatografia

líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de massa em tandem (Gross, 2004;

Pereira et al., 2005).

2.6.1 Descrição básica do sistema

2.6.1.1 Fontes de ionização

Em EM medimos a relação m/z dos íons em fase gasosa. Sendo assim, a análise de

uma amostra por EM, deve ser primeiramente ionizada e depois vaporizada. Até o início

dos anos 1980, as biomoléculas eram geralmente ionizadas por métodos como o impacto de

elétron (EI) ou ionização química (CI). Entretanto, uma exigência para estes dois métodos

de ionização é que a amostra seja vaporizada. Isso não é de grande preocupação na análise

das pequenas moléculas orgânicas ou aquelas passíveis de uma análise por cromatografia

gasosa. No entanto, a maioria das amostras biológicas possuem um alto peso molecular e

uma alta polaridade que limitam sua volatilidade, não podendo ser analisadas por EI-ou CI-

EM sem uma prévia etapa de derivatização (Griffiths et al., 2001).

Diante deste quadro, ao longo dos últimos 30 anos, o desenvolvimento de novos

métodos de ionização, juntamente com melhorias nos analisadores de massa tem sido a

principal força motriz por trás do notável e dramático crescimento de espectrometria de

massa na área biológica (Laiko et al., 2000).

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O desenvolvimento das técnicas de ionização mais brandas nos anos 1980

revolucionou a extensão de aplicação da EM uma vez que permitiu a ionização e

vaporização de biomoléculas grandes, polares e termo lábeis, sem a necessidade de prévias

derivatizações. Embora várias novas técnicas de ionização tenham sido desenvolvidas nos

últimos anos, duas merecem destaque por serem as mais utilizadas: ionização por

electrospray (ESI) e ionização e dessorção a laser assistida por matriz (MALDI). Ambas as

técnicas de ionização são capazes de produzir íons intactos de alto peso molecular através

de uma fase condensada (sólida para o MALDI e líquida para o ESI) (Griffiths et al., 2001;

Laiko et al., 2000).

Enquanto o ESI envolve a ionização a pressão atmosférica seguida da transferência

dos íons para o sistema de vácuo, no MALDI a fonte de íons opera em condições de vácuo.

Consequentemente, diferentes tipos de espectrômetros de massa são comumente equipados

para análises por ESI-EM e MALDI-EM (Laiko et al., 2000).

A ionização por electrospray é o melhor método de ionização/vaporização para uma

ampla de gama de compostos polares e o único requisito para esta técnica é que o analito

seja solúvel em algum solvente. Inicialmente, a amostra de interesse é dissolvida num

solvente, onde, em certa extensão, ela irá existir em uma forma ionizada como, por

exemplo, [M - H]+ ou [M - H]

-. Em electrospray convencionais a solução é então

bombeada através de um fino capilar (diâmetro interno de aproximadamente 0.1 mm), e

direcionada a um potencial mais alto (4 kV). Pequenas gotículas carregadas são

pulverizadas a partir do capilar ES em um banho de gás a pressão atmosférica e viajam até

um orifício no sistema de alto vácuo do espectrômetro de massa (Griffiths et al., 2001).

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À medida que as gotículas atravessam esse caminho, elas se tornam dessolvatadas e

reduzem seu tamanho de tal forma que as forças de superfície repulsivas de Coulomb

superam as forças de tensão superficial e as gotículas se quebram em gotas menores. Este

processo continua até que é alcançado o ponto em que os íons dessorvidos de uma gota ou

solvente são completamente removidos. O mecanismo exato da formação do íon seja por

remoção do solvente completo - CRM ou modelo de carga residual- ou evaporação íon -

IEM ou modelo de evaporação do íon- está em debate e diferentes mecanismos se aplicam

em diferentes situações. Qualquer que seja o mecanismo, o resultado é a transferência do

feixe de íons gerados da zona de alta pressão para a zona de alto vácuo do analisador de

massa (Griffiths et al., 2001).

Figura 6: Dois mecanismos propostos para a formação de íons gasosos no processo de ionização

por electrospray. (CRM = charge residual model; IEM = ion evaporation model). Disponível em

http: // www.espectrometriademassa.com.br. Acesso em 18/03/2014.

O ESI é considerado, sob condições normais, uma fonte de ionização branda, o que

significa que relativamente pouca energia é transferida para o analito e, portanto pouca

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fragmentação ocorre. É possível aumentar a fragmentação na fonte aumentando-se a

voltagem, o que aumenta as colisões com as moléculas de nitrogênio. Embora útil para

alguns analitos, à fragmentação na fonte é limitada para outros, e mais consistente com

métodos de fragmentação, tais como dissociação induzida por colisão, requeridos para

induzir a fragmentação extensiva em estudos estruturais e espectrometria de massa em

tandem (Pitt, 2009).

As pequenas moléculas (≈ <500 Da), com um único grupo funcional capaz de

transportar carga elétrica formam predominantemente íons isoladamente carregados. Isto

pode ser devido à adição de um próton ao analito [M+H]+ quando a fonte de íons é operada

em modo positivo, ou a perda de um próton [M-H]-, quando a fonte opera em modo

negativo. Adutos de cátions (M+Na+, M+K+) ou ânions (M+acetato) podem se formar se

sais estiverem presentes (Pitt, 2009).

2.6.1.2 Analisadores de massa

Após os íons serem gerados na fonte de ionização, eles são transferidos para a

região do espectrômetro conhecida como analisador de massas, onde diversos tipos de

analisadores medirão de maneiras diferentes suas relações m/z. Atualmente existem cinco

principais tipos de analisadores de massa utilizados: tempo de vôo (TOF – Time of Flight),

setor eletrostático (E) e setor magnético (B), aprisionamento de íons (ion trap), quadrupolo

(Q) e ressonância ciclotrônica de íons (ICR – Ion Cyclotron Resonance) (Glish & Vaschet,

2003).

Conceitualmente, o analisador de massa mais simples é provavelmente o tempo de

voo (TOF). O princípio deste acelerador consiste na aceleração de íons através de uma alta

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voltagem. A velocidade dos íons, e, por conseguinte, o tempo levado para viajar através de

um tubo de voo para atingir o detector, depende de seus valores m/z. Se a tensão de

aceleração inicial é pulsada, a saída do detector como uma função do tempo, pode ser

convertida em um espectro de massa. O analisador TOF pode adquirir espectros de forma

extremamente rápida e com elevada sensibilidade. Também possui alta precisão de massa,

o que permite a determinação de fórmulas moleculares para pequenas moléculas (Bristow,

2006; Williamson & Barlett, 2007).

O analisador de setor utiliza-se de um campo elétrico estático (E) ou magnético (B)

com a finalidade de alterar a trajetória e a velocidade dos íons até o detector. Os íons

acelerados a partir da fonte de ionização são curvados por ação do campo sendo submetidos

a uma trajetória circular. Os íons que possuem maiores valores m/z percorrem uma

trajetória maior, enquanto que os íons de menor valor de m/z percorrem uma trajetória

menor, sendo assim separados (Hoffman, 2007).

O analisador ion trap é composto por três eletrodos hiperbólicos que aprisionam os

íons em um espaço tridimensional utilizando voltagens de rádio frequência (RF) que os

mantém em uma órbita estável (Payne & Glish, 2005). Em seguida, quando um potencial

RF é aplicado, os íons são desestabilizados e ejetados da armadilha com base em seus

valores m/z para criar o espectro de massa. Alternativamente, um íon específico pode ser

isolado na armadilha através da aplicação de uma tensão excitante enquanto os outros íons

são ejetados. Um gás inerte pode também ser introduzido na armadilha para induzir a

fragmentação. Uma característica interessante desses analisadores é a capacidade de

fragmentar e isolar os íons várias vezes seguidas antes do espectro de massa final ser obtido

(Tozuka et al., 2003).

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O quadrupolo consiste em um dispositivo formado por quatro barras metálicas

(eletrodos) dispostas paralelamente que utilizam a estabilidade das trajetórias de campos

elétricos oscilantes para separar os íons durante a sua passagem. Uma combinação de

tensões de radiofrequência permite a transmissão de uma estreita banda de valores m/z ao

longo do eixo das barras. Variando as tensões com o tempo, é possível fazer a varredura

através de uma gama de relações m/z, resultando num espectro de massa (Pitt, 2009).

Por fim, o analisador de ressonância ciclotrônica assim como um analisador de setor

utiliza campos magnéticos e elétricos estáticos para determinar a relação m/z de um íon. A

principal diferença na operação de uma FT- ICR contra um setor magnético é a energia

cinética dos íons. Neste último caso, os íons têm energias cinéticas tipicamente na faixa de

keV, enquanto que em um FT-ICR, os íons têm energias cinéticas, no máximo, de algumas

dezenas de elétrons-volt (eV). Em baixas energias cinéticas, os íons não passam através do

campo, sendo, na verdade aprisionados dentro dos campos. Estes íons aprisionados são

excitados por pulsos de RF, descrevendo órbitas coerentes e, através dos detectores, os

sinais elétricos dos íons são medidos e convertidos em sua relação m/z (Glish & Vaschet,

2003; Marshall, 1998; Hoffman, 2007).

2.6.1.3 Espectrometria de massa em tandem (EM/EM)

Apesar das técnicas de ionização e os analisadores de massa ter sido desenvolvido

por volta de 1980, foi crucial para a aplicação da EM o desenvolvimento da espectrometria

de massa em tandem (EM/EM). O triplo quadrupolo é um exemplo de espectrometria de

massa em tandem (EM/EM) no qual dois ou mais estágios de análise de massa são

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independentemente aplicados aumentando a especificidade da análise (Glish & Vaschet,

2003; Pitt, 2009).

As etapas da espectrometria de massa sequencial podem ser resumidas da seguinte

maneira: no primeiro quadrupolo, íons com a relação m/z desejada são isolados do restante

dos íons provenientes da fonte de ionização. Estes íons isolados, denominados íons

precursores, são fragmentados no segundo quadrupolo ou câmara de colisão em reações

que tipicamente envolvem o aumento da energia interna dos íons, levando a sua

dissociação. Os íons resultantes, conhecidos como íons produtos, são analisados no terceiro

quadrupolo (figura 7) (Glish & Vaschet, 2003).

Figura 7: Esquema da espectrometria de massa em tandem (Pereira et al., 2005).

O primeiro e terceiro quadrupolos podem simultaneamente varrer diferentes valores

de m/z, e diferentes painéis de pares de íons precursor/produto podem ser criados para

detectar especificamente um grande número de analitos alvo. Este processo, chamado de

monitoramento de múltiplas reações (MRM), é comumente usado em ensaios LC-MS para

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o monitoramento de compostos de identidade conhecida devido à alta seletividade (Glish &

Vaschet, 2003; Pitt, 2009).

2.6.1.4 Detectores

Após passarem pela região do analisador de massa, os íons são direcionados ao

detector. A função do detector é captar e amplificar o sinal da corrente de íons que vem do

analisador de massa e transferi-lo para o sistema de processamento de dados (Hoffman,

2007).

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3. OBJETIVOS

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Objetivo Geral:

Este trabalho teve como objetivo geral desenvolver um método de CLAE-EM/EM

para a quantificação de dapaconazol em amostras provenientes de um estudo fase I.

Objetivos Específicos:

Desenvolver um método de CLAE- EM/EM para a quantificação de

dapaconazol em plasma humano

Validar a metodologia bioanalítica desenvolvida

Avaliar o perfil farmacocinético (velocidade e extensão da absorção)

após a aplicação tópica de tosilato de dapaconazol.

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4.MATERIAIS E MÉTODOS

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4.1 Materiais

4.1.1 Etapa Clínica

Os produtos que foram aplicados aos voluntários sadios durante a realização da

etapa clínica são listados a seguir:

Produto teste: Tosilato de dapaconazol (BL 123) (ver anexo III) – creme para

aplicação tópica nas concentrações de 0.01% a 5.0% da Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.

Produto controle: Base do creme utilizado na formulação do produto teste, sem

princípio ativo fornecido pela Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.

4.1.2 Etapa Analítica

Nas tabelas apresentadas a seguir, encontram-se os materiais utilizados para

condução da fase analítica de quantificação do composto teste.

Tabela 3: Instrumentos

Instrumentos

Pipetas automáticas ajustáveis (P200,P1000 e P10000)

Ponteiras plásticas descartáveis- Laptip amarela (escala 5-200 uL) e Labtip

azul (escala 200-1000 uL)

Tubos de teste de vidro descartáveis 120x12 mm e 75x12mm

Eppendorf –pipetas de repetição

Tubos Falcon de 50 e 15 mL de capacidade

Placa de PCR

Misturador Vortex

Balança analítica

Tabela 4: Equipamentos

Componente Fabricante, País Modelo

Cromatografia líquida Agilent, Alemanha G1312A/US72101050

Degasser Agilent, Japão G1379A/JP40718000

Forno de Coluna Agilent, Japão G1316A/US72102831

Auto injetor CTC Analytics, Suíça HTS PAL (N° serial:/

112508)

Espectrômetro de massa Sciex/ Applied/

Biosystems, Canada

API4000/J3540205

Fonte Sciex/ Applied/

Biosystems, Canada

1544040810

Sistema de dados Sciex/ Applied/

Biosystems, Canada

Analyst v 1.4.1

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Tabela 5: Padrões analíticos

Padrão Finalidade Fabricante Lote Validade CAS

BL 123 Analito Biolab MIC123-

T104

Lote

corrente

1394826-04-0

Tioconazol Padrão

interno

USP H Lote

corrente

65899-73-2

Tabela 6: Reagentes

Reagente Descrição Origem

Acetonitrila Grau HPLC J.T Baker, USA

Metanol Grau HPLC J.T Baker, USA

Água Milli-Q Grau análise Millipore system

Acetato de Amônio Grau análise J.T Baker, Mexico

Éter etílico Grau análise Mallinckrodt, USA

Hexano Grau análise J.T Baker, Mexico

Tabela 7: Amostras biológicas (plasma) utilizadas para testar a seletividade do método.

Descrição Origem Lote

Plasma humano normal Galeno Unidade analítica, Brasil Pool Galeno 01513

Pool Galeno 01613

Pool Galeno 01713

Pool Galeno 01813

Plasma humano lipêmico Galeno Unidade analítica, Brasil Pool Galeno LP 00112

Pool Galeno LP 00212

Plasma humano hemolisado Galeno Unidade analítica, Brasil Pool Galeno HM 00211

Pool Galeno HM 00112

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4.2 Métodos

4.2.1 Etapa Clínica

Este estudo foi conduzido de acordo com as Boas Práticas Clínicas (BPC) e demais

recomendações estabelecidas pela ICH, bem como de conformidade com as Resoluções

196/96, 251/97 e complementares do Conselho Nacional de Saúde (CNS) - Ministério da

Saúde e Resolução RDC 39/08 da ANVISA.

4.2.1.1 Recrutamento dos sujeitos de pesquisa

Para a condução da etapa clínica, foram selecionados, de acordo com os critérios de

inclusão/exclusão, trinta e seis voluntários sadios do sexo masculino com idade superior a

18 anos e índice de massa corpórea entre 19 e 30. Foram recrutados preferencialmente

voluntários de pele clara, tendo em vista a maior facilidade para monitorar possíveis

reações adversas (exemplo: eritema) quando da aplicação da formulação teste na pele.

Após um esclarecimento inicial sobre as condições nas quais são desenvolvidas as

pesquisas clínicas, os voluntários participaram de um processo de recrutamento, situação

em que assinaram o Termo de Recrutamento. É nesta fase, que os voluntários passaram por

uma avaliação clínica onde foram coletadas informações sobre seu histórico social, dados

antropométricos e sinais vitais, realizado o registro de ECG e efetuada uma consulta médica

para obtenção da história clínica e realização de exame físico. Os voluntários que não

apresentaram nenhuma violação dos critérios de inclusão e exclusão foram encaminhados

para realização de exames laboratoriais. Após o laudo dos exames, aqueles voluntários que

se enquadraram nos critérios de inclusão/exclusão específicos do estudo em questão foram

informados sobre esta pesquisa e suas características e convidados a participar. Depois de

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esclarecidas todas as dúvidas, caso concordassem com as condições da pesquisa, os sujeitos

assinariam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (anexo II).

4.2.1.2 Critérios de inclusão dos sujeitos de pesquisa

1. Sujeitos de pesquisa do sexo masculino com idade igual ou superior a 18 anos;

2. Voluntário tem seu índice de massa corpórea ≥ 19 e ≤ 30 Kg/m2;

3. Boas condições de saúde ou sem doenças significativas, a juízo médico, de acordo com

as regras do protocolo, e avaliações a que foi submetido: história clínica, medidas de

pressão e pulso, exame físico e psicológico, ECG, e exames laboratoriais complementares;

4. Capaz de compreender a natureza e objetivo do estudo, inclusive os riscos e efeitos

adversos e com intenção de cooperar com o pesquisador e agir de acordo com os

requerimentos de todo o ensaio, o que vem a ser confirmado mediante a assinatura do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexo II).

4.2.1.3 Critérios de exclusão dos sujeitos de pesquisa

Problemas relacionados ao fármaco:

1. O sujeito de pesquisa tem sabidamente hipersensibilidade (reações alérgicas) ao tosilato

de dapaconazol, derivados imidazólicos ou a compostos quimicamente relacionados;

história de reações adversas sérias ou hipersensibilidade a qualquer fármaco;

2. O sujeito de pesquisa apresentou reação característica de hipersensibilidade quando da

aplicação da base do creme (formulação controle, sem princípio ativo), realizada durante os

procedimentos de recrutamento e seleção;

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3. Uso de terapia de manutenção com qualquer medicação

Doenças ou problemas de saúde

4. Tem história de doença hepática, renal, pulmonar, gastrintestinal, epiléptica,

hematológica ou psiquiátrica; ou hipo ou hipertensão ou qualquer outra comorbidade que

requeira tratamento imediato prioritário ou que, a juízo do pesquisador principal, possa

interferir na participação do estudo e/ou exponha o sujeito de pesquisa a risco adicional do

que normalmente previsto;

5. Tem história ou teve infarto do miocárdio, angina e/ou insuficiência cardíaca e/ou

achados eletrocardiográficos não recomendados a critério do pesquisador para participação

no estudo;

6. Os resultados dos exames laboratoriais de triagem apresentam desvios considerados

clinicamente relevantes que em função de possíveis riscos impedem a participação no

estudo, a juízo do pesquisador.

Hábitos e Dependências

7. O voluntário é fumante;

8. Tem história de abuso de álcool ou drogas, ou consumo expressivo de álcool (> 5 g/dia);

Condições encontradas nos dias/meses que antecedem o estudo

9. Fez uso de medicação regular dentro das 2 semanas que antecederam o início do

tratamento que, com base na classe terapêutica, na meia-vida do fármaco e/ou metabólitos

ativos, possa ser assumida interferência com o estudo;

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10. Tratamento dentro dos 3 meses prévios ao estudo com qualquer fármaco conhecido de

ter um potencial tóxico bem definido nos grandes órgãos;

11. O sujeito de pesquisa participou de qualquer estudo experimental ou ingeriu qualquer

fármaco experimental dentro dos seis meses que antecedem o início deste estudo;

12. O sujeito de pesquisa doou ou perdeu 450 mL ou mais de sangue durante os três meses

que antecederam ao estudo ou efetuou 4 doações dentro dos 12 meses que precederam o

estudo;

Outras condições

13. O sujeito de pesquisa tem qualquer condição que o impede de participar do estudo,

segundo julgamento do investigador.

4.2.1.4 Descrição do Estudo

Estudo aberto, de tratamento único com 3 períodos, nos quais os voluntários

receberam o produto teste em doses sucessivamente crescentes. A administração das

formulações foi por via tópica em dose única em cada um dos períodos, os quais são

separados entre si por um intervalo de 7 dias (washout). Os sujeitos de pesquisa foram

aleatoriamente designados a um dos tratamentos.

Um total de 5g do produto teste foi aplicado em uma das concentrações previamente

estabelecidas de acordo com o nº de participação do voluntário no estudo e respectivo

período de participação em um lado das costas dos voluntários em uma área de

aproximadamente 8 x 8 cm (anexo IV). No outro lado das costas do voluntário foi aplicada

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em uma área de mesma dimensão a formulação controle (base do creme), com a finalidade

de discriminar eventuais eventos adversos que não estejam relacionados ao princípio ativo.

4.2.1.5 Condução do Estudo

Tendo em vista o delineamento (aplicação de doses crescentes do produto sob

investigação) e o objetivo do estudo de avaliar a segurança e a tolerabilidade do produto em

teste, uma dose de concentração maior só foi aplicada após a avaliação relacionada à

aplicação da concentração imediatamente mais baixa. Dessa forma, o estudo foi dividido

em 12 “fases” correspondentes aos 12 níveis de concentrações crescentes aplicados.

A primeira fase do estudo teve início com somente os 3 primeiros voluntários, que

receberam a menor concentração proposta (0.01%). Estes 3 primeiros voluntários

participaram da fase seguinte (correspondente ao 2º período de suas participações), após

uma semana da fase anterior (neste caso, 1ª fase), somente se o pesquisador responsável

concluísse que havia condições para prosseguir para o próximo nível de concentração (2ª

fase), conforme a avaliação de segurança e tolerabilidade. Nesta ocasião (2ª fase) foram

incluídos mais 3 voluntários que iniciaram a participação (1º período de participação destes

3 voluntários) já no 2º nível de concentração. Da mesma maneira, a progressão para a 3ª

fase só ocorreu após a avaliação do pesquisador responsável, ocasião em que foram

incluídos mais 3 voluntários e assim sucessivamente até a ocorrência da 12ª fase do estudo.

Cada voluntário participou somente de 3 fases – correspondente aos seus 3 períodos

de participação no estudo. Consequentemente, na 4ª fase os 3 primeiros voluntários já não

mais participaram. Para o 2º grupo de 3 voluntários (vols. 4, 5 e 6), a 4ª fase foi o 3º

período de participação, após o que foram dispensados. Este raciocínio se aplicou

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sucessivamente aos demais grupos de 3 voluntários, que assim participaram de 3 períodos

consecutivos.

Na 10ª fase foram incluídos 9 voluntários (3 grupos e 3), completando-se os 36

voluntários previstos, para que todos participassem de 3 períodos do estudo. Excetuando-se

a 1ª e 2ª fases, todas as demais contaram com um número planejado de pelo menos 9

voluntários.

Em cada período foram observadas as instruções que se seguem e efetuados os

seguintes procedimentos:

O voluntário deveria se apresentar à unidade ambulatorial aproximadamente

às 8 horas da manhã no dia do tratamento, após ter tomado o café da manhã

em sua própria residência;

Foi efetuada punção venosa em um dos membros superiores para coletas de

amostras de sangue para a avaliação farmacocinética (somente no 1º

período foram coletados 40 mL de sangue para controle do método

analítico);

Após aplicação do produto teste e controle nos voluntários, os mesmos

deveriam permanecer sem camisa pelo período mínimo de 2 horas;

Foi efetuada a documentação da aplicação em foto e vídeo desde antes da

aplicação do produto até 6 horas após sua aplicação, acompanhada da

respectiva avaliação dermatológica;

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Foram coletadas 4 amostras de 7mL de sangue (cada), uma antes da

aplicação do creme e às 2, 4 e 6 horas após a aplicação;

Foram servidos 2 horas após a administração um lanche padronizado;

O voluntário seria dispensado da unidade ambulatorial após a coleta da

amostra de 6 horas;

O voluntário deveria comparecer ao laboratório entre 24 e 48 horas após o

1º e 2º períodos, para realização dos exames de segurança. Após o 3º

período os exames foram realizados conforme definido para o pós-estudo.

4.2.1.6 Pós-estudo

Depois de decorrido pelo menos 7 dias do último dia de tratamento, foram

realizados os exames laboratoriais pós-estudo em horário previamente combinado.

Após o laudo destes resultados, os voluntários foram convocados para comparecer à

unidade ambulatorial para o exame clínico de alta, incluindo avaliação dermatológica,

ocasião em que foram, em princípio, dispensados, até a data de realização dos exames de

segurança tardios.

Ainda como parte do pós-estudo, cerca de 90 dias após o término do tratamento, os

exames laboratoriais foram repetidos e foi efetuada uma entrevista médica para fins de

avaliação de segurança.

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4.2.1.7 Processamento e armazenamento das amostras

As amostras de sangue retiradas dos voluntários foram centrifugadas em torno de

2000g por 10 minutos a baixa temperatura (4 °C). Após a centrifugação, o plasma retirado

foi armazenado em frasco adequado, devidamente identificado, à temperatura de -20 °C em

freezer específico.

4.2.1.8 Procedimento durante o estudo

Em cada período do tratamento, nos dias de aplicação da medicação, os voluntários

deveriam permanecer na unidade clínica durante as horas subsequentes à aplicação dos

medicamentos e foram observados pelos profissionais de saúde durante todo o estudo,

visando à detecção de eventos adversos (incluindo sinais de toxicidade).

Os sujeitos de pesquisa foram questionados pelo menos aproximadamente aos 30

minutos, 2h, 4h e 6h após a administração das formulações. Além disto, foi realizada a

observação direta (avaliação dermatológica) da área de aplicação da medicação.

Entre 24 e 72 h após o término do primeiro e segundo períodos, o voluntário

deveria comparecer ao laboratório para coleta de sangue para fins de avaliação de

segurança – análise hematológica e bioquímica.

4.2.1.9 Procedimento pós-estudo

Todos os sujeitos de pesquisa foram reavaliados clinicamente (incluindo sinais

vitais, exame físico e ECG) e por exames laboratoriais subsidiários iguais aos realizados na

fase pré-estudo. Esta reavaliação deveria ocorrer após a última coleta de sangue, depois que

os resultados do ECG e exames laboratoriais estariam disponíveis. Além disto, cerca de 90

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74

dias após o término da terapia foram repetidos os exames laboratoriais e efetuada entrevista

médica para fins de avaliação de segurança.

4.2.2 Etapa Analítica

4.2.2.1 Desenvolvimento do método analítico

4.2.2.2 Preparo de soluções

Todas as soluções foram preparadas em balões volumétricos (10 mL) corretamente

identificadas e armazenadas a 4 °C na geladeira. A exatidão para pesar os padrões é de ±

0.1 mg e as pesagens devem ser devidamente documentadas.

4.2.2.3 Soluções padrões de estoque

Foram pesadas separadamente quantidades apropriadas de BL 123 e tioconazol, em

balões volumétricos (10 mL), e diluídas em 10 mL de acetonitrila/água (50/50, v/v). São

realizadas no mínimo quatro pesagens do analito, das quais três pesagens são utilizadas

para o preparo de três curvas de calibração distintas e uma pesagem para o preparo das

amostras controle de qualidade. Já para o padrão interno é realizada apenas uma única

pesagem.

Todas as soluções preparadas devem ser bem homogeneizadas para assegurar a

concentração final das soluções. Estas soluções permanecem armazenadas até os testes

finais de estabilidade.

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4.2.2.4 Soluções de trabalho

As soluções de trabalho são obtidas por diluição das soluções padrões

correspondentes previamente preparadas para a construção dos pontos da curva de

calibração.

4.2.2.5 Fase móvel: MeOH/ACN/H2O (80/10/10, v/v/v) e Acetato de Amônio (0.5 mM)

Para o preparo da fase móvel, deve-se medir com o auxílio de uma proveta 800 mL

de metanol, 100 mL de acetonitrila e 100 mL de água Milli-Q e transferi-los para um frasco

de armazenamento Schott de 1000 mL. Posteriormente, adiciona-se 500 uL de uma solução

de Acetato de Amônio 1M. O frasco deve ser agitado até total homogeneização da solução

e levado ao desgaseificador por um tempo aproximado de 10 minutos.

4.2.2.6 Solução de ressuspensão: Acetonitrila/Água (50/50, v/v)

Para o preparo da solução de ressuspensão, deve-se medir 500 mL de acetonitrila e

500 mL de água Milli-Q e transferi-los para o frasco de armazenamento Schott de 1000

mL. O frasco deve ser agitado até total homogeneização e levado ao desgaseificador por no

mínimo 10 minutos.

4.2.2.7 Preparo da curva de calibração

A concentração dos pontos da curva de calibração, assim como a concentração das

amostras controle de qualidade, foi definida em função da faixa de concentrações prevista,

sendo relacionada com o regime de dose para o qual o método foi desenvolvido.

As curvas de calibração foram preparadas em plasma humano e consistem em duas

amostras brancas (amostra de matriz processadas sem padrão interno), duas amostra zero

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(amostra de matriz processada com padrão interno) e amostras padrão de plasma (non-

zero), em duplicata, cobrindo a faixa prevista das concentrações a serem quantificadas.

A curva de calibração foi preparada contaminando-se plasma humano controle com

a solução de trabalho preparada para a curva de calibração contendo o analito a ser

quantificado.

Tabela 8: Preparo da curva de calibração

Analito Conc. Plasma

(ng/mL)

Solução de trabalho Volume de

plasma

adicionado

(mL)

Volume

total

(mL)

Fator de

diluição Volume

adicionado

(mL)

Concentração

(ng/mL)

BL 123 100 0.05 1000 0.45 0.5 10.0

BL 123 75 0.05 750 0.45 0.5 10.0

BL 123 50 0.05 500 0.45 0.5 10.0

BL 123 20 0.05 200 0.45 0.5 10.0

BL 123 2 0.05 20 0.45 0.5 10.0

BL 123 1 0.05 10 0.45 0.5 10.0

BL 123 0.5 0.05 5 0.45 0.5 10.0

BL 123 0.2 0.05 2 0.45 0.5 10.0

4.2.2.8 Preparo dos controles de qualidade

As amostras de controle de qualidade e limite inferior de quantificação foram

preparadas com plasma humano e solução de trabalho previamente preparada contendo o

analito a ser quantificado.

Os controles de qualidade são preparados diariamente nas quantidades

requeridas para o ensaio.

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Tabela 9: Preparo dos controles de qualidade e LIQ

Analito Conc. Plasma

(ng/mL)

Solução de trabalho Volume de

plasma

adicionado

(mL)

Volume

total

(mL)

Fator de

diluição Volume

adicionado

(mL)

Concentração

(ng/mL)

BL 123 160 0.10 1600 0.90 1 10.0

BL 123 80 0.10 800 0.90 1 10.0

BL 123 40 0.10 400 0.90 1 10.0

BL 123 0.6 0.10 6 0.90 1 10.0

BL 123 0.2 0.10 2 0.90 1 10.0

4.2.2.9 Preparo da corrida analítica

4.2.2.9.1 Procedimento de extração

A extração das amostras foi feita conforme descrito abaixo:

1) Colocar um número apropriado de tubos teste de vidro descartáveis de 12 x 120

milímetros em uma grade e numerá-los.

2) Adicionar (200 μL) de plasma humano em cada tubo;

3) Em cada um dos tubos adicionar, utilizando pipeta automática calibrada, 50 μL de

padrão interno (solução de Tioconazol 300 ng/mL);

4) Homogeneizar (vortex) por 5 segundos;

5) Adiconar 300 μL de água Milli-Q;

6) Homogeneizar (vortex) por 5 segundos;

7) Adicionar 4 mL de solução de extração (Éter/Hexano 80/20; v/v );

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8) Homogenizar (vortex) por 50 segundos;

9) Congelar as amostras à -80ºC;

10) Transferir a fase orgânica superior para um outro jogo de tubos de vidro limpos e

evaporar sob fluxo de N2 a 45 ºC;

11) Dissolver os resíduos secos com 200 μL de Acetonitrila/ Água (50/50; v/v);

12) Homogeneizar (vortex) por 10 segundos;

13) Transferir as soluções para placa de PCR utilizando pipetas automáticas com ponteiras

de plástico descartáveis;

14) Tampar as placas e colocá-las nos racks do auto-injetor.

4.2.2.9.2 Condições cromatográficas

Tabela 10: Condições cromatográficas

Parâmetros Descrição

Fase móvel MeOH/ACN/H20 (80/10/10; v/v/v) + Acetato de Amônio (0.5 mM)

Coluna cromatográfica Genesis lightn C18 4um 100 mm ID 2.1mm

Pré-coluna Phenomenex, SecurityGuard Cartidges C18, 4x3 mm

Temperatura do auto-injetor 8 °C

Fluxo 260 μL/min

Pressão 50 bar

Temperatura da coluna 40 °C

Volume de injeção 10 μL

Split 1:2

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4.2.2.9.3 Condições de ionização

O espectrômetro de massas utilizado foi o API 4000 (Sciex/Applied Biosystems,

Foster City, CA, USA), equipado com uma fonte de ionização electrospray em modo

positivo. O equipamento foi programado para operar no modo de monitoramento de

múltiplas reações (modo MRM). Os parâmetros otimizados para potencial de declustering,

energia de colisão e potencial de saída da célula de colisão do método desenvolvido são

descritos na tabela abaixo. A aquisição dos dados e a análise foram feitas utilizando-se o

software Analyst (1.4.1, Applied Biosystems, Foster City, CA, USA).

Tabela 11: Condições de ionização

Composto

Transição

Potencial de

Declustering

(V)

Energia de Colisão

(eV)

Potencial de saída da

célula de colisão

(V)

Dapaconazol

415.1 > 159.2

86

41

24

Tioconazol

387.0 > 131.1

91

37

10

4.2.2.9.4 Supressão iônica

O teste de supressão iônica é realizado para verificar o efeito da supressão iônica no

sinal EM/EM do analito e do padrão interno. O aparato do teste consiste em uma bomba de

infusão conectada ao sistema por um “zero volume tee” antes do split e o sistema de CLAE

bombeando a fase móvel. A bomba de infusão foi configurada para transferir 50 µL/min de

uma mistura de analito e padrão interno (ambos na concentração de 10 ng/mL). Uma

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amostra de plasma branco humano é submetida ao procedimento de extração proposto e o

reconstituído é injetado dentro do sistema de CLAE enquanto o mix de analito e padrão

interno são infundidos (figura 8) (Cassiano, N.M et al 2009).

Figura 8: Representação esquemática do aparato do teste de supressão iônica (Cassiano, N.M et al

2009).

4.2.2.10 Validação da metodologia bioanalítica

O método foi validado em conformidade com as orientações do FDA e ANVISA

para validação de métodos analíticos. A validação deve contemplar parâmetros como

seletividade/especificidade, linearidade, precisão, exatidão, recuperação e efeito matriz e

estabilidade dos compostos que estão sendo estudados. Também faz parte do processo de

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validação os testes de carry- over e cross-talk que tem por finalidade validar a lavagem e o

sistema de detecção do método, respectivamente.

Cada lista de validação (lote) consiste em:

Tabela 12: Lista de validação

Amostra Descrição

TSS (5X) Analito + PI em solvente

Plasma branco extraído (2X) Plasma branco extraído

Plasma branco extraído + PI (2X) Plasma branco extraído + PI

Pontos da curva de calibração em duplicata Pontos da curva em plasma extraído (analito + PI)

LIQ (7X) Analito + PI em plasma extraído

CQB (7X) Analito + PI em plasma extraído

CQM (7X) Analito + PI em plasma extraído

CQA (7X) Analito + PI em plasma extraído

CQD (7X) Analito + PI em plasma extraído

TSS (5X) Analito + PI em solvente

Para monitorar a adequação do sistema, todas as corridas são precedidas pelos

controles da fase móvel (5 replicatas) - TSS (System Suitability Test) - que são reinjetados

no fim de cada corrida. O TSS é preparado utilizando-se uma solução de analito na

concentração baixa e PI na concentração utilizada no estudo.

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4.2.2.10.1 Teste de carry-over (TCO)

O sistema cromatográfico deve ser testado quanto ao seu sistema de lavagem e para

tal finalidade deve-se realizar o teste de carry-over (TCO). Este teste deve ser executado

injetando-se:

01 amostra de plasma branco extraído;

01 amostra de plasma extraído em concentração do LIQ de analito e PI;

01 amostra de plasma extraído em alta concentração (LSQ) de analito e PI;

02 amostras de plasma branco extraído;

4.2.2.10.2 Teste de cross-talk (TCT)

A interferência do canal de detecção do analito no padrão interno e vice-versa deve ser

testada quanto a um possível cross-talk do sistema. O teste é realizado injetando-se:

Injeção das amostras do analito (analito na concentração de 100 ng/mL sem

PI) e monitoramento das transições do analito e PI;

Injeção das amostras de PI (PI na concentração de 300 ng/mL sem analito)

e monitoramento das transições do analito e padrão interno;

4.2.2.10.3 Seletividade

a) Conceito/Teste

É a capacidade que o método possui de medir exatamente um composto em

presença de outros componentes da matriz, descartando qualquer possível interferência.

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Para testar a seletividade do método proposto, oito diferentes lotes de plasma branco

(4 plasma normais, 2 plasmas hemolisados e 2 plasmas lipêmicos) foram extraídos

conforme o procedimento de extração anteriormente descrito e seus cromatogramas foram

comparados.

b) Critério de aceitação

A resposta de picos interferentes próximo ao tempo de retenção do analito devem

ser inferiores a 20% da resposta do analito nas amostras do LIQ enquanto as respostas

interferentes no tempo de retenção do PI devem ser inferiores a 5% da resposta do PI.

4.2.2.10.4 Linearidade

a) Conceito/Teste

A linearidade corresponde à capacidade do método de fornecer resultados

diretamente proporcionais à concentração do analito em função da curva de calibração

utilizada. Para avaliação da linearidade do método, foram preparadas curvas de calibração

em plasma em oito níveis de concentrações de dapaconazol (0.2-100 ng/mL). A equação de

regressão que descreve a curva de calibração é y= a+bx (1/X ponderado).

b) Critério de aceitação

Desvio ≤ 20% em relação à concentração nominal para o LIQ;

Desvio ≤15% em relação à concentração nominal para as outras

concentrações da curva de calibração;

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No mínimo 75% dos pontos da curva de calibração devem cumprir com os

critérios anteriores, incluindo pelo menos uma das réplicas do LIQ e da

maior concentração da curva de calibração;

Coeficiente de correlação linear deve ser igual ou superior a 0.98;

4.2.2.10.5 Precisão e exatidão

a) Conceito/Teste

A precisão pode ser descrita como o grau de concordância entre os resultados de

análises individuais, quando o procedimento é aplicado diversas vezes numa mesma

amostra homogênea, nas mesmas condições de ensaio. É expresso como desvio padrão

relativo (DPR) ou coeficiente de variação (CV%), segundo a fórmula:

Já a exatidão, representa o grau de concordância entre os resultados individuais

encontrados e um valor aceito como referência. É expresso como erro padrão relativo

(EPR), segundo a fórmula:

Para avaliar a precisão e a exatidão do método analítico desenvolvido foram

utilizadas três concentrações distintas de CQs (CQB, CQM, CQA), onde se avaliou o uso

de sete determinações para cada concentração. Foram avaliadas a precisão e a exatidão com

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base numa mesma corrida (intra-corrida) e com base em corridas realizadas em dias

diferentes (intercorrida).

b) Critério de aceitação

Precisão: para cada nível de concentração o CV não deve exceder 15%,

com tolerância de 20% para o LIQ.

Exatidão: valores médios de cada uma das concentrações devem estar entre

85-115% do valor nominal, com tolerância de 80-120% para o LIQ.

4.2.2.10.6 Recuperação

a) Conceito/Teste

A recuperação mede a eficiência do procedimento de extração proposto para o

analito e padrão interno e deve ser realizada comparando-se os resultados analíticos de

amostras extraídas a partir de três concentrações (CQB, CQM, CQA), contemplando a faixa

de linearidade do método, com os resultados obtidos com soluções padrão não extraídos

que correspondem a 100% de recuperação. O cálculo é feito em função da relação da área

do padrão extraído e não extraído, tanto para o analito quanto para o padrão interno

separadamente.

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b) Critério de aceitação

Níveis de porcentagens de recuperação do analito e do padrão interno próximo a

100% são desejáveis, porém admitem-se valores menores desde que a recuperação seja

precisa e exata para todos os níveis de concentração.

4.2.2.10.7 Efeito matriz

a) Conceito/Teste

O teste de efeito matriz é realizado em dois níveis de concentração (CQB e CQA)

comparando-se a razão entre soluções de fase móvel com dapaconazol e amostras não

extraídas, com dapaconazol adicionado aos resíduos de plasma. Para cada amostra deve ser

obtido o fator de matriz normalizado (FMN) por PI, conforme a fórmula abaixo:

b) Critério de aceitação

O coeficiente de variação dos FMNs relativos a todas as amostras deve ser inferior a

15%.

4.2.2.10.8 Testes de estabilidade

A estabilidade do fármaco em líquidos biológicos depende de suas propriedades

químicas, da matriz biológica e do material de acondicionamento utilizado, sendo que a

estabilidade determinada para um tipo de matriz e de material de acondicionamento

específico não pode ser extrapolada para outros.

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Para medir a estabilidade do fármaco uma série de amostras foi preparada das

soluções de trabalho utilizadas para as amostras controle de qualidade. Três alíquotas de

cada concentração foram processadas a fresco e imediatamente quantificadas a fim de

fornecer os valores de referência (fresco) e os plasmas restantes da mesma preparação

foram armazenados em diferentes conjuntos e processados posteriormente para os seguintes

testes (ciclos de descongelamento e congelamento e curta duração).

Os ensaios de estabilidade devem reproduzir as reais condições de manuseio e

análise das amostras, devendo ser avaliada a estabilidade do analito durante a coleta e

manuseio da amostra, após armazenagem de longa duração (congelamento) e curta duração

(à temperatura ambiente), após ciclos de congelamento e descongelamento e nas condições

de análise. Também se deve incluir a avaliação da estabilidade do analito nas soluções

padrão. As determinações de estabilidade devem utilizar um conjunto de amostras,

preparadas a partir de uma solução estoque recente do fármaco em análise, adicionado à

matriz biológica isenta de interferência. A seguir segue um resumo dos testes de

estabilidade realizados:

Tabela 13: Testes de estabilidade

Teste de Estabilidade Tempo Temperatura

Auto injetor 45 horas e 55 minutos 8 °C

Congelamento e descongelamento 3 ciclos -20°C

Curta duração 7 horas e 30 minutos T°C ambiente

Longa duração 174 dias -20°C

Solução padrão de dapaconazol 7 dias 4°C

Solução de trabalho de dapaconazol 7 dias 4°C

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5.RESULTADOS

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5.1 Análise por CLAE-EM/EM

O espectro de massa obtido utilizando-se o API 4000 (Sciex/Applied Biosystems,

Foster City, CA, USA), equipado com uma fonte de ionização electrospray em modo

positivo e programado para operar no modo de monitoramento de múltiplas reações

(MRM) para o dapaconazol (A) e o tioconazol (B) é mostrado na figura abaixo, com os

respectivos pontos de fragmentação das moléculas.

Figura 9: Espectro de massa para o dapaconazol (A) e o tioconazol (B) utilizando o modo de

ionização positivo. As linhas pontilhadas indicam o ponto de fragmentação.

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5.2 Rota de fragmentação

A rota de fragmentação proposta para o dapaconazol e o tioconazol é ilustrada na

figura abaixo. Quando um grupo metileno (-CH2) está ligado a um anel aromático (seja

benzênico ou heterocíclico, como no caso do tioconazol), e há um grupo ionizável nele (no

caso, o átomo de oxigênio), ocorre uma quebra heterolítica que o deixa carregado

positivamente e o anel se expande.

No caso de ser um benzeno (um tolueno, metilbenzeno), o grupo carregado se torna

um íon tropílio, um cátion anular de sete membros muito estável que, portanto, é o íon

característico, mesmo com a presença do grupo CF3 que é muito desativante de anel. O

mesmo ocorre para o tioconazol, que no caso desta proposta, o anel sofre uma expansão de

cinco para seis membros.

Figura 10: Via de fragmentação proposta para a dissociação do dapaconazol (A) e tioconazol (B).

Peso molecular: 415.1

Peso molecular: 159.2

Peso molecular: 387.0

Peso molecular: 131.0

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5.3 Supressão iônica

Figura 11: Experimento de supressão iônica mostrando a linha de base após a injeção de um

plasma branco extraído. As setas indicam os tempos de retenção esperados para o analito (A) e o

padrão interno (B). As drogas foram infundidas a uma taxa de 50µL/min na concentração de

10ng/mL.

5.4 Validação da metodologia analítica

5.4.1 Teste de carry-over (TCO)

Comparando-se os cromatogramas obtidos pelo teste de carry-over foi aprovado o

sistema de lavagem do método pela ausência de picos interferentes nos cromatogramas

analisados.

5.4.2 Teste de cross-talk (TCT)

O teste de cross-talk (TCT) que tem por finalidade validar o sistema de detecção do

método foi aprovado pela ausência de picos interferentes nas transições monitoradas nos

cromatogramas correspondentes ao analito e ao PI.

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5.4.3 Seletividade

A seletividade foi aprovada pela injeção do pool de plasma humano branco nos

diferentes tipos (normal, hemolisado e lipêmico). O tempo de retenção para o dapaconazol

e tioconazol foram 2.07 ± 0.3 min e 2.23 ± 0.3 min, respectivamente. Nenhuma

interferência foi observada nos cromatogramas na região do tempo de retenção do analito e

do padrão interno (figura 12).

Figura 12: Cromatogramas de plasma branco e amostras processadas LIQ.

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5.4.4 Linearidade

A equação de regressão que descreve a curva de calibração para o dapaconazol é y=

a+bx (1/X ponderado). Três curvas de calibração preparadas independentemente de

diferentes soluções padrão foram avaliadas durante a validação. As curvas se mostraram

linear para concentrações de 0.2-100 ng/mL.

Figura 13: Gráfico representativo da curva de calibração para o dapaconazol.

5.4.5 Precisão e Exatidão

O LIQ do método desenvolvido foi 0.2 ng/mL e os valores de precisão e exatidão

encontrados estão de acordo com as normas da ANVISA e FDA (precisão menor que 20%

e exatidão entre 80-120%).

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Os CQs nas concentrações baixa, média e alta também se encontram validados, pois

estão de acordo com os parâmetros do FDA e ANVISA (precisão menor que 15% e

exatidão entre 85-115%).

Tabela 14: Precisão e exatidão intra e inter corrida para as amostras controle de qualidade e para o

limite inferior de quantificação.

Parâmetro Concentração nominal de dapaconazol (ng/mL)

0.2 (LIQ) 0.6 (CQB) 40 (CQM) 80 (CQA)

Média (n = 7)

(ng/mL)

0.2 0.6 43.2 85.7

Precisão (%) 6.0 3.1 2.1 0.9

Exatidão (%)

113.9 107.4 108.1 107.1

Média(n = 7) (ng/mL)

0.2 0.6 40.4 81.6

Precisão (%) 10.6 6.1 5.3 4.0

Exatidão (%) 108.8 102.0 101.2 102.0

5.4.6 Recuperação e efeito matriz

A taxa de recuperação para o dapaconazol em plasma humano foi 81.5 ± 3.9%, 85.6

± 3.3% e 90.8 ± 0.7% (n=5 para cada concentração) nas concentrações de 0.6, 40 and 80

ng/mL, respectivamente. Já para o padrão interno, tioconazol, na concentração de 300

ng/mL a recuperação foi 88.2 ± 3.2%. Nenhum efeito matriz significante foi observado

(tabela 15).

Tabela 15: Efeito matriz no método de CLAE-EM/EM para a quantificação de dapaconazol em

plasma humano.

Concentração

(ng/mL)

FMN CV (%)

0.6 0.98 5.20

80 0.99 5.30

Intra-

corrida

Inter-

corrida

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5.4.7 Testes de estabilidade

Os testes de estabilidade mostram que o analito é estável diante das condições

testadas na validação e não apresenta degradação significativa nas temperaturas e períodos

especificados na metodologia (tabela 16).

Tabela 16: Testes de estabilidade para o dapaconazol.

5.5 Determinação de dapaconazol nas amostras dos voluntários

A avaliação farmacocinética das amostras de plasma provenientes de um estudo fase

I mostrou uma baixa absorção de dapaconazol quando aplicado topicamente na pele

saudável. Três voluntários foram dropout e não participaram dos cálculos, sem haver

comprometimento do tratamento estatístico. O método descrito detectou o dapaconazol em

Estabilidade Amostra CQ

(ng/mL)

Concentração nominal de dapaconazol (ng/mL)

Média Precisão (%) Exatidão (%)

Curta duração

(7.5h) 0.6 0.58 6.2 96

80 83.7 3.2 104.63

Pós-preparo (46h) 0.6 0.61 7.9 100.83

80 87 5 108.75

Congelamento-

descongelamento

(3 ciclos)

0.6 0.55 4.2 91.17

Longa duração

(174 dias)

0.6 0.67 6.2 112.2

80 87.8 0.8 109.8

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apenas 8% (33/412) das amostras recolhidas, com níveis de concentrações plasmáticas que

variaram de 0.24-8.0 ng/mL.

As amostras dos voluntários que receberam doses até 10 mg não teve níveis

detectáveis. Nas amostras dos voluntários que receberam 25 e 50 mg de dapaconazol

apenas 13.6% (8/59) das amostras apresentaram níveis detectáveis variando de 0.5-6.6

ng/mL. Nas amostras provenientes das doses de 100, 150 e 250 mg, apenas 14.2% (23/161)

tiveram níveis detectáveis entre 0.42 e 8.0 ng / mL.

5.6 Dados farmacocinéticos

A figura 14 representa a curva aritmética média das concentrações plasmáticas de

dapaconazol versus tempo após administração de cada uma das doses propostas.

Figura 14: Concentração plasmática de dapaconazol em função do tempo (n=33).

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6. DISCUSSÃO

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Os antifúngicos azólicos são os mais utilizados na prática clínica para o tratamento

das dermatofitoses e o aumento da resistência a estes agentes juntamente com o aumento no

número de pacientes propensos a adquirir infecções se tornaram um problema comum no

manejo deste tipo de infecção (Havlickova et al., 2008; White et al., 1998). Diante deste

quadro torna-se necessário a pesquisa e o desenvolvimento de novos agentes que sejam

eficazes no tratamento tópico das infecções fúngicas. Um agente antifúngico que apresente

um bom perfil de segurança e eficácia e uma menor chance de desenvolvimento de

resistência é sempre bem vindo ao mercado.

O presente trabalho apresenta um novo antifúngico imidazólico com potencial

terapêutico para o tratamento de dermatofitoses desenvolvido pela Biolab, que ainda está

em fase de desenvolvimento clínico: o dapaconazol. O composto passou por fase I de

pesquisa clínica, onde se avaliou a segurança e tolerabilidade da aplicação tópica de tosilato

de dapaconazol em voluntários sadios, além da análise farmacocinética do composto

(velocidade e extensão da absorção).

Existem diversos métodos analíticos para a quantificação de antifúngicos azólicos

descritos na literatura baseados em cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à

espectrometria de massa em tandem (CLAE-EM/EM) (Speed et al., 1995), cromatografia

líquida de alta eficiência com detecção de luz ultravioleta (CLAE-UV) (Speed et al., 1995),

e cromatografia líquida de ultra-eficiência acoplada à espectrometria de massa em tandem

(CLUE-EM/EM) (Decosterd, 2010).

Neste trabalho, foi desenvolvido e validado um método de CLAE-EM/EM para a

quantificação de dapaconazol em plasma humano em amostras provenientes de um estudo

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fase I. O tioconazol foi selecionado como padrão interno para o dapaconazol devido à

semelhança estrutural entre estes compostos.

O desenvolvimento de um método de CLAE-EM/EM é influenciado por diversos

parâmetros que estão diretamente relacionados ao resultado final. Experimentos de infusão

do analito e do padrão interno, ambos na concentração de 1µg/mL, foram realizados para

definir o modo de ionização e otimizar as condições do espectrômetro de massa para

fornecer a seletividade necessária ao estudo.

A fonte de ionização utilizada foi electrospray, que corresponde a uma fonte de

ionização branda para análise de biomoléculas de média a alta polaridade compatível com a

maioria dos solventes utilizados em CLAE (Griffiths et al., 2001). Foram testados os

modos positivo e negativo de ionização por electrospray, sendo a melhor resposta

observada no modo positivo devido às características básicas da molécula do analito e do

padrão interno que possuem uma maior tendência a protonar.

Os parâmetros potencial de declustering, energia de colisão e potencial de saída da

célula de colisão foram otimizados para operação do espectrômetro de massa no modo de

monitoramento de reações múltiplas (MRM). O potencial de declustering como o próprio

nome indica é um potencial aplicado ainda na fonte de ionização para desfazer possíveis

interações entre o analito e moléculas da fase móvel. Já a energia de colisão está

relacionada com a fragmentação dos íons na câmara de colisão. Por fim, o potencial de

saída da célula é um parâmetro que direciona os fragmentos provenientes da câmara de

colisão até o detector.

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Os parâmetros cromatográficos devem ser definidos após a definição dos

parâmetros EM/EM e envolve: a) escolha de uma coluna cromatográfica apropriada, b)

seleção dos solventes e aditivos da fase móvel, os quais podem afetar tanto a cromatografia

quanto o processo de ionização, c) determinação do fluxo, d) determinação da temperatura

da coluna que tem efeito na separação cromatográfica e, e) escolha dos parâmetros típicos

de processamento dos cromatogramas. Nosso método cromatográfico proporcionou picos

com uma boa resolução tanto para o analito como para o padrão interno, com um tempo

total de corrida curto (3.8 min) requerido para a análise de centenas de amostras por dia

sem um processo extensivo de preparo.

Uma vez desenvolvido o método bioanalítico, é extremamente importante que ele

seja validado para garantir que gere resultados confiáveis e interpretáveis. Segundo a

ANVISA: “A validação deve garantir, através de estudos experimentais, que o método

atenda às exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos resultados”

(ANVISA, 2003). Um método ideal deve apresentar sensibilidade, ser seletivo para cada

analito, ter precisão e exatidão aceitáveis e ser reprodutível.

A determinação da seletividade é o passo primordial no desenvolvimento e

validação de um método bioanalítico e deve ser avaliada continuamente durante a validação

e subsequente uso do método (Grangeiro Júnior et al., 2004). Este parâmetro deve ser

avaliado através da observação da ausência de picos nos tempos de retenção do analito e do

padrão interno. Através da análise visual dos cromatogramas constatamos que o método

desenvolvido foi seletivo para o dapaconazol.

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Ainda como partes integrantes do desenvolvimento do método foram realizados

inicialmente os testes carry over e cross talk que visam avaliar, respectivamente, o sistema

de lavagem e o sistema de detecção. O TCO foi aprovado pela ausência de picos

interferentes nos cromatogramas analisados enquanto o TCT foi aprovado pela ausência de

picos interferentes nas transições monitoradas nos cromatogramas correspondentes ao

analito e ao PI.

O método mostrou-se linear para a faixa de concentração testada de 0.2 ng/mL- 100

ng/mL com um coeficiente de correlação r ˃ 0.99 nas três listas de validação. A variação

nos valores de concentração do LIQ em relação ao seu valor nominal estava dentro do

limite de ±20% estabelecido pela ANVISA e o das amostras controle de qualidade dentro

de ± 15%, sendo que 75% dos pontos devem satisfazer estas condições.

A precisão e exatidão do método foram avaliadas dentro de uma mesma corrida

analítica (intra-lote) e em corridas analíticas de dias diferentes (inter-lote) para o limite

inferior de quantificação e as amostras controles de qualidade. O método mostrou ter uma

precisão e exatidão aceitáveis dentro de ±10%.

Outro parâmetro importante durante a quantificação de fármacos em matrizes

biológica complexas é a investigação do efeito matriz que deve ser avaliado durante o

desenvolvimento e validação de um método bioanalítico. O efeito matriz se dá quando

substâncias não monitoradas coeluem da matriz podendo afetar a detecção dos analitos e a

eficiência do processo de ionização, existindo duas maneiras de avaliá-lo: teste de

supressão iônica e fator de matriz normalizado (Cassiano, N.M et al., 2009). Nossos

resultados mostraram que nenhum efeito matriz significante foi observado.

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Os testes de estabilidade indicaram que o analito se manteve estável durante as

condições de manuseio das amostras. Os resultados mostraram que ele foi estável por um

período de 7:30 h de bancada, até 46 h no autosampler, a 3 ciclos de congelamento e

descongelamento e 174 dias estocados em refrigerador.

O LIQ do nosso método, ou seja, a menor quantidade de dapaconazol que pôde ser

quantificada com precisão e exatidão aceitáveis foi de 0.2 ng/mL e foi adequado ao

objetivo do nosso estudo. Em estudos internos realizados em nosso laboratório com outros

imidazólicos de estruturas similares os LIQs obtidos foram 0.1 ng/mL e 0.5 ng/mL para o

fenticonazol e miconazol, respectivamente (dados internos não publicados). Em um estudo

fase I de segurança e tolerabilidade de uma solução 10% de luliconazol (imidazólico) o LIQ

obtido foi 0.05 ng/mL (Jones & Tavakkol, 2013).

A metodologia validada foi aplicada para a quantificação de dapaconazol em

amostras provenientes de um estudo fase I, mostrando uma baixa absorção sistêmica de

dapaconazol após a aplicação tópica, com apenas cerca de 20% das amostras apresentando

mais do que o LIQ e o mais elevado nível de plasma detectado de 8.04 ng/mL em apenas

uma amostra. Esses níveis de plasma são semelhantes aos níveis gerados por outros azóis

de aplicação tópica.

Em um estudo para avaliação de tolerabilidade tópica e geral, potencial de

sensibilização e disponibilidade sistêmica de eberconazol 2%, um novo antifúngico tópico

imidazólico, todas as concentrações plasmáticas de eberconazol ficaram abaixo do limite de

quantificação de 5 ng/mL do método desenvolvido (Barbanoj et al., 2005). Outro estudo

com nitrato de miconazol 2% creme em crianças com dermatite de fralda, 80% das

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amostras tiveram níveis detectáveis que variaram de 5.2-7.4 ng/mL (Eichenfield & Bogen,

2007). Estes dados sugerem que a aplicação tópica do tosilato de dapaconazol, na

formulação avaliada, tem um perfil de permeabilidade cutânea comparável a outros

antifúngicos imidazólicos de estruturas similares e sugerem que a absorção sistêmica de

dapaconazol após aplicação tópica é clinicamente insignificante.

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7.CONCLUSÃO

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Foi desenvolvido e validado um método de cromatografia líquida da alta eficiência

acoplada à espectrometria de massa em tandem para a quantificação de dapaconazol em

plasma humano para fins analíticos. Este método teve seletividade satisfatória com um

limite de quantificação de 0.2 ng/mL e um tempo de corrida curto. A quantificação do

dapaconazol em plasmas humanos provenientes de um estudo de fase I mostrou que a

absorção sistêmica do dapaconazol após aplicação tópica é clinicamente negligenciável.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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.

9. ANEXOS

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Anexo I- Artigo publicado em revista científica

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ANEXO II- Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estudo Clínico Fase 1 do Composto BL123 com doses crescentes

em voluntários sadios do sexo masculino.

Protocolo número 023/12

Você está sendo convidado a participar de um estudo clínico com o objetivo de verificar a

segurança da administração em seres humanos de um novo medicamento, o BL123. O

responsável deste estudo é o Prof. Dr. Gilberto De Nucci e está sendo patrocinado pela

Biolab Sanus Farmacêutica Ltda. Sua participação é importante, porém, você não deve

participar contra a sua vontade. Leia atentamente as informações abaixo e faça qualquer

pergunta que desejar, para que todos os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos.

NATUREZA E PROPÓSITO DO ESTUDO

O objetivo deste estudo clínico é verificar a segurança da administração em seres humanos

de um novo medicamento, conhecido por BL123. Além disto, pretende-se verificar os

níveis que esse medicamento atinge no sangue após a aplicação na pele em diferentes

concentrações.

Você receberá o mesmo composto BL123 em 3 concentrações diferentes, cada uma em

uma ocasião diferente em ordem crescente de concentração.

PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS E RESPONSABILIDADES

Antes de sua participação neste estudo clínico você será convidado a ir até a nossa unidade

clínica para avaliar a sua condição de saúde. Você será examinado por um médico que lhe

fará um exame completo, medindo o seu pulso, sua temperatura e sua pressão arterial.

Também será feito um exame do coração (eletrocardiograma). O médico lhe perguntará se

você teve ou tem alguma doença e se você faz uso de algum medicamento. Após a consulta

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médica você será orientado a comparecer a um posto do laboratório de análises clínicas

conveniado para a coleta de exames laboratoriais. Os exames laboratoriais incluem:

(Análise hematológica) Hemoglobina, hematócrito, contagem total e diferencial de

leucócitos, contagem de glóbulos vermelhos, contagem e plaquetas; (Análise bioquímica)

Uréia, creatinina, bilirrubina total, proteínas totais, albumina, glicose em jejum, fosfatase

alcalina, SGOT (transaminase glutâmico oxalacética), SGTP (transaminase glutâmico

pirúvica), colesterol total, triglicérides, ácido úrico e GT (gamaglutamiltransferase);

(Urina) urina I; (Sorologia) Análise Sorológica para hepatite B, hepatite C e HIV(1+2)

(análise sorológica para Síndrome de Imunodeficiência Adquirida).

Após a aprovação dos exames de laboratório será feito um teste para verificar se o creme

utilizado como base para aplicação do medicamento, sem conter a substância em estudo

(BL123) provoca alguma reação em você. Para tanto, você comparecerá à clínica onde será

aplicado em suas costas um creme sem conter qualquer medicamento, para verificar se só o

creme em si lhe provoca alguma reação. Será necessário aguardar por cerca de 30 minutos

para se verificar se ocorre algo, sendo que a área de aplicação (sem que apareça seu rosto)

será fotografada e/ou filmada para fins de documentação do estudo. Se ocorrer alguma

reação de hipersensibilidade, tal como vermelhidão, coceira,

entre outros, você não poderá participar deste estudo, o que não lhe impede de participar de

qualquer outro estudo que esteja sendo conduzido na clínica.

Você será informado se foi aprovado em todas as avaliações realizadas e, neste caso, será

informado sobre as datas que você deverá comparecer à Clínica para a realização dos

procedimentos do estudo.

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Durante o estudo, você deverá comparecer à Clínica 3 vezes, onde você ficará por

aproximadamente 8 horas. Estes 3 comparecimentos ocorrerão com um intervalo de 7 dias

entre eles. Em cada ocasião serão realizados os seguintes procedimentos:

a) será pega uma veia em algum local de seus braços para coleta de sangue necessária

durante o estudo;

b) será aplicado na pele em um dos lados de suas costas 5 gramas do creme contendo o

produto que está sendo testado (BL123) e, no outro lado, 5 gramas da base do creme (creme

sem a medicação) para fins de controle de alguma reação;

c) serão coletadas 4 amostras de sangue de 7 mL cada e mais uma amostra de 40mL antes

da administração da medicação (somente na primeira internação) para o controle do

método. As coletas serão realizadas através de agulha introduzida em veia superficial para a

dosagem do medicamento;

d) serão batidas fotos ou feito uma filmagem da área das costas em que o creme foi

aplicado (sem deixar que seu rosto apareça) para documentação do estudo;

e) em intervalos regulares, será verificada sua pressão, pulso e temperatura;

f) serão, também, servidas refeições padronizadas (lanche da manhã, almoço e lanche da

tarde) ou bebidas em horários preestabelecidos. Após a coleta de 6 horas da medicação,

você receberá alta da Clínica.

No intervalo entre os comparecimentos e após o último (3º) comparecimento (dias em que

você comparece à clínica para aplicação do creme e coleta de amostras), você deverá ir ao

laboratório conveniado (data a ser informada pela equipe) para a coleta de exames

laboratoriais que incluem: (Análise hematológica) Hemoglobina, hematócrito, contagem

total e diferencial de leucócitos, contagem de glóbulos vermelhos, contagem de plaquetas;

(Análise bioquímica) uréia, creatinina, bilirrubina total, proteínas totais, albumina, glicose

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em jejum, fosfatase alcalina, SGOT (transaminase glutâmico oxalacética), SGTP

(transaminase glutâmico pirúvica), colesterol total, triglicérides, ácido úrico e _GT

(gamaglutamiltransferase); (Urina) urina I. Em cada uma destas

ocasiões serão coletados cerca de 7 mL de sangue.

Após a realização de todos os exames laboratoriais do último comparecimento você deverá

retornar à Clínica para a consulta de alta, em data a ser agendada pela equipe, e

recebimento do ressarcimento.

Cerca de 90 dias após (data a ser informada pela equipe), você deverá novamente retornar

ao laboratório de análises clínicas, ocasião em que serão coletados mais 7 mL de sangue

para a repetição dos mesmos exames citados acima.

Por fim, após a realização destes exames laboratoriais você deverá comparecer à Clínica

para consulta médica (chamada de “avaliação de segurança tardia”), em data a ser agendada

pela equipe, ocorrendo então a alta do estudo, a não ser que você apresente algum problema

que, segundo o médico, seja necessário lhe acompanhar por mais tempo.

Durante todo o estudo será colhido um total de aproximadamente 163 mL de sangue.

A duração total de sua participação na pesquisa está estimada em 135 dias, a contar do

primeiro dia de medicação, após o processo de seleção.

RESPONSABILIDADES

É condição indispensável, para participação no ensaio clínico, que você esteja em boa

saúde e, portanto, não esteja no momento sob tratamento médico ou fazendo uso de

quaisquer medicações (a não ser que liberadas pelo pesquisador) e que tampouco tenha

participado de outro estudo clínico com medicamentos nos últimos 12 meses.

Algumas regras deverão ser seguidas para sua participação no estudo:

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a) não pode ser dependente de drogas ou álcool e caso o pesquisador tenha alguma suspeita,

poderá solicitar exame de urina para detecção do uso de drogas;

b) não pode ter doado (ou retirado/perdido por qualquer motivo) sangue ou plasma dentro

dos três meses que antecedem o estudo ou ter efetuado 4 doações no período de um ano

antes do estudo.

É ainda de sua responsabilidade, em relação a sua participação no estudo clínico:

a) comparecer à Clínica nas datas e horários informados;

b) seguir as orientações de restrição de alimentos nos dias de permanência na clínica;

c) responder aos questionamentos sobre qualquer efeito indesejável da medicação;

d) Ingerir a alimentação e líquidos que tenham sido previstos;

e) retornar nas datas, horários e locais combinados para realização de exames laboratoriais

e consultas de alta. Por ser importante para usa própria segurança, esses exames devem ser

realizados independentemente de haver sido interrompida sua participação no estudo ou de

sua desistência.

POSSÍVEIS RISCOS E DESCONFORTOS

A administração do produto sob investigação (BL123) pode causar várias reações, tais

como: reações locais passageiras no local da aplicação, como palidez, eritema

(vermelhidão) e edema. Além dos efeitos citados, a administração de qualquer

medicamento pode causar reações imprevisíveis.

A retirada de sangue é um procedimento seguro e pode causar um leve desconforto, além

de uma mancha roxa no local da picada que frequentemente desaparece sem maiores

problemas.

BENEFÍCIOS OU COMPENSAÇÕES

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A participação neste estudo não tem o objetivo de submetê-lo a um tratamento médico.

Consequentemente, não se espera que a sua participação no estudo traga qualquer benefício

em função do tratamento. Entre os benefícios esperados estaria o desenvolvimento de um

novo para o tratamento de micoses.

EFEITOS INDESEJÁVEIS

Se você sofrer algum efeito desagradável em decorrência direta de sua participação no

estudo, você receberá tratamento neste centro de pesquisa, sem qualquer custo. Se por

qualquer motivo você não puder ser atendido na clínica do centro de pesquisa (situação de

emergência, por exemplo), você poderá também se dirigir ao ICC – Hospital e Pronto

Socorro do Coração Ltda., localizado na Av. Andrade Neves Nº 655, Campinas,

informando que é “voluntário da Galeno”. Não haverá, no entanto, qualquer compensação

de ordem financeira em função do ocorrido, a não ser que a condição faça jus de

indenização por danos, com previsto na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

Ao assinar este termo você não está renunciando a qualquer direito legal que você possui.

Este centro de pesquisa, com a finalidade de subsidiar a responsabilidade do Patrocinador

em relação ao pagamento de possíveis ressarcimento por danos, contratou pelo período de

180 dias, a partir da data da assinatura deste termo e efetivação da participação no estudo

(primeiro dia de aplicação da medicação), um seguro de vida em grupo.

RESSARCIMENTO

Se você participar de todas as etapas deste estudo você será ressarcido das despesas com o

transporte, alimentação e o tempo despendido na realização do estudo clínico (R$ 810,00 -

oitocentos e dez reais). Esse ressarcimento ocorrerá na primeira consulta médica após o

término dos dias de aplicação do creme. Caso você falte a alguma atividade do estudo,

receberá um valor de ressarcimento proporcional às atividades que você participou. Cerca

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de 90 dias após, ao realizar os exames de laboratório e comparecer na última consulta do

estudo (a consulta que denominamos “avaliação de segurança tardia”) você receberá um

adicional de R$ 50,00 (cinquenta reais) como ressarcimento das despesas de alimentação e

transporte e tempo despendido no estudo. Fica também esclarecido que a desistência ou

dispensa antes do comparecimento para o primeiro dia de aplicação da medicação (creme)

não dá direito a ressarcimento. Caso você tenha sido convocado para o estudo na condição

de "voluntário reserva" e seja dispensado da participação em função do comparecimento de

número suficiente do conjunto de voluntários normalmente convocados, caberá a você o

ressarcimento de R$ 30,00 (trinta reais) por conta deste comparecimento, a ser quitado no

encerramento do estudo.

Estima-se que, durante o período de participação no estudo, você terá como despesa apenas

os gastos de deslocamento de sua residência ou trabalho até a clínica ou laboratório para a

realização de exames, consultas, ou participação também na clínica dos dias de aplicação

do medicamento e coleta de amostras. Ainda devem ser previstas eventuais visitas

posteriores para acompanhamento de eventos adversos (efeitos indesejáveis). O

ressarcimento destas despesas já está incluído no valor estabelecido no item acima.

PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA

Sua participação é voluntária e você tem a liberdade de desistir ou interromper a

participação neste estudo no momento que desejar. Neste caso, você deve informar

imediatamente sua decisão ao pesquisador ou a um membro de sua equipe, sem necessidade

de qualquer explicação e sem que isto venha interferir no seu atendimento neste centro de

pesquisa.

Todas as informações e esclarecimentos necessários para poder decidir conscientemente

sobre a sua participação no referido ensaio clínico estão sendo informadas através deste

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processo de obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Sinta-se livre para

fazer qualquer pergunta e, se desejar, consulte outras pessoas antes de decidir em participar

ou não deste estudo clínico.

Independente de seu desejo e consentimento, sua participação neste estudo clínico poderá

ser interrompida, em função a) da ocorrência de eventos adversos; b) da ocorrência de

qualquer doença que, a critério médico, prejudique a continuação de sua participação no

estudo; c) do não cumprimento das normas estabelecidas; d) de qualquer outro motivo que,

a critério médico, seja do interesse de seu próprio bem estar ou dos demais participantes; e)

da suspensão do estudo como um todo, situação que só ocorrerá após aprovação do Sistema

CEP/CONEP que aprovou a realização deste estudo. Nos outros casos, o Sistema

CEP/CONEP será imediatamente comunicado sobre o motivo da suspensão do estudo.

Você será informado sempre que houver alguma informação adicional que possa

influenciar seu desejo de continuar participando no estudo e prestará qualquer tipo de

esclarecimento em relação ao progresso da pesquisa, conforme sua solicitação. A

interrupção não causará prejuízo ao seu atendimento, cuidado e tratamento pela equipe do

centro de pesquisa.

DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES QUANTO A PARTICIPAÇÃO NO

ESTUDO

Os responsáveis pela condução deste estudo garantem a você sigilo e confidencialidade no

tratamento de seus dados. Os registros que possam identificar sua identidade serão

mantidos em sigilo, a não ser que haja obrigação legal de divulgação. Dados que permitam

sua identificação não serão revelados por ocasião da publicação dos resultados obtidos.

Todos os envolvidos na análise de seus dados estão obrigados e garantem a manutenção do

sigilo e confidencialidade acima expressos. Ao assinar este

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Termo de consentimento livre e esclarecido você está também autorizando tal acesso aos

dados anteriormente coletados mesmo se você se retirar do estudo.

CONTATOS E PERGUNTAS

Você poderá contatar o Dr. Gilberto De Nucci, a farmacêutica Marinalva Sampaio, ou o

médico atendente para receber informações adicionais relacionadas à pesquisa ou quanto

aos seus direitos como voluntário. Os telefones para contato com o Dr. GILBERTO DE

NUCCI são: Residência: (19) 3251-6928; Clínica: (19) 3243-2767 e Celular: (19) 9178-

8879 / 8139-7522 (nas 24 horas do dia). A farmacêutica Marinalva Sampaio ou o médico

atendente podem ser encontrados na unidade clínica do centro de pesquisa, localizada na

Av. João Erbolato, 266 – Jardim Chapadão, no horário comercial, ou pelos telefones 3243-

2767 .

Caso surja alguma intercorrência, você deverá procurar a clínica do centro, localizada na

Av. João Erbolato, 266, que funciona das 8:00 às 17:00 horas, ou entrar em contato pelo

Fone 3243-2767 e solicitar que a mesma contate os médicos responsáveis pelo ensaio

clínico, ou então, entrar em contato diretamente com os mesmos nos telefones indicados

acima e no final deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Qualquer dúvida sobre os aspectos éticos deste estudo clínico ou sobre os seus direitos

como sujeito de pesquisa poderá ser respondida pelo Comitê de Ética em Pesquisa com

Seres Humanos da Universidade Estadual de Campinas, localizada na Rua Tessália Vieira

de Camargo, 126, Cidade Universitária da Unicamp, distrito de Barão Geraldo, ou pelo

telefone (19) 3521-8936, no horário das 08:30 às 11:30 horas ou das 13:00 às 17:00 horas.

O Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de

Campinas aprovou a realização deste estudo e é responsável pelo seu acompanhamento.

Se você concorda com o exposto acima leia e assine este documento.

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Eu, ________________________________________________, com ______anos, RG nº

________________ declaro que é de livre e espontânea vontade que aceito participar como

sujeito de pesquisa voluntário no estudo clínico supracitado, de responsabilidade do Prof.

Dr. Gilberto De Nucci (Galeno Desenvolvimento de Pesquisas Ltda) e patrocinado pela

Biolab Sanus Farmacêutica Ltda.

Eu declaro que li cuidadosamente todo este documento denominado Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido e que tive a oportunidade de fazer perguntas sobre o

conteúdo do mesmo, tendo sido esclarecido sobre todos os aspectos deste estudo. As

explicações que recebi responderam por completo minhas dúvidas e afirmo estar livre e

espontaneamente decidindo participar do estudo.

Ao assinar este Termo de consentimento livre e esclarecido, eu também estou certificando

que toda a informação que eu prestei, incluindo minha história médica, é verdadeira e

correta até onde é de meu conhecimento, e declaro estar recebendo uma cópia deste

documento com todas suas páginas rubricadas e a página final assinada por mim e pelo

Pesquisador Responsável.

Ao assinar este Termo de consentimento livre e esclarecido estou autorizando o acesso às

minhas informações, conforme explicitado anteriormente.

Ao assinar este Termo de consentimento livre e esclarecido eu não renuncio qualquer

direito legal que eu venha a ter ao participar deste estudo.

Campinas, ____/____/______

_________________________________________________________

Assinatura do sujeito de pesquisa

_________________________________________________________

Assinatura da Testemunha (caso o sujeito de pesquisa não saiba ler)

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Nome e RG:

_________________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável ou membro credenciado de sua equipe

Dr. GILBERTO DE NUCCI

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Anexo III- Estrutura química do BL 123 e formulação antifúngica de

tosilato de dapaconazol (BL 123) na forma de creme.

Tabela 17: Formulação antifúngica na forma de Creme

Figura 15: Estrutura química do tosilato de dapaconazol (BL 123)

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Anexo IV - Esquema de tratamento e definição das concentrações a serem

aplicadas em cada voluntário.

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Anexo V- Concentração plasmática individual e parâmetros

farmacocinéticos (tabela 18)

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Unidade de Concentração: ng/mL

N/A = amostra não disponível

NSA = Não se aplica a amostra de 24h