quantidade vs. qualidade

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Quantidade significa qualidade? Potencialidades, riscos de desenvolvimento-tecnologico, qualidade e duração de vida

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Page 1: Quantidade vs. Qualidade

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11º ano do Curso de Ciências e Tecnologias, FilosofiaAno lectivo 2007/2008· Potencialidades, Riscos de Desenvolvimento Tecnológico, Qualidade e Duração de Vida

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Page 2: Quantidade vs. Qualidade

ÍNDICE

ÍNDICE ...................................................................................................................................... 2

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 3

CONSEQUÊNCIAS DO DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA ................................... 6

CRESCIMENTO POPULACIONAL: PROTECÇÃO OU DESTRUIÇÃO? .................... 8

RADIOTERAPIA…UMA HIPÓTESE ................................................................................ 13

A “PÍLULA DA FELICIDADE” ........................................................................................... 15

TESTES EM ANIMAIS, UM MOTIVO PARA VIVERMOS MAIS? .............................. 18

DESIGUALDADE E DESRESPEITO DE DIREITOS HUMANOS ................................. 22

OU ............................................................................................................................................. 22

UMA INICIAÇÃO À PROGRESSÃO? ............................................................................... 22

BIOÉTICA ............................................................................................................................... 26

CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 28

ANEXOS .................................................................................................................................. 30

BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 35

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INTRODUÇÃO

Será possível falar-se em benefícios de vida devido à progressão científica?Esta é a questão que rondará certamente todo o percurso do nosso tema. Este trabalho está a ser desenvolvido no âmbito da disciplina de Filosofia. Está a ser trabalhado num grupo constituído por 5 elementos, porque nos foi proposto, mas também porque foi seleccionado dentre muitos, pelo grau do seu interesse, na nossa opinião, e para aperfeiçoar os nossos conhecimentos relativos ao tema em questão.A Ciência será tomada como tema geral deste projecto e todo ele será feito á luz desta. Visto que tentaremos esclarecer todas as focalizações que nos forem permitidas, tomaremos a liberdade de colocar pontos negativos á Ciência, e eventualmente á comunidade científica, esta que por sua vez, ambiciona controlar todos os factos naturais, o que se repercute em situações da nossa actualidade. Especificamente, neste projecto, abordaremos temas subjacentes ao grande tema, não porque nos foi solicitado, mas porque consideramos demasiado importantes para serem esquecidos. Contudo não trataremos de todos os existentes, pois seria um processo complicado, vista a controvérsia que todos eles constantemente nos levantam.

Para nós, é um desafio, abordar assuntos tão complexos em torno de um outro, mais extenso e mais abrangente: Potencialidades, Riscos de desenvolvimento Tecnológico, Qualidade e Duração de Vida.Todos estes, tentaremos o mais possível, girar em torno da Área da Saúde, visto que actualmente, não diremos toda, mas a maioria da Investigação cientifica centra-se nesta área e está a ter um importante foco na sociedade contemporânea. Desta forma, abordaremos com um pouco mais de minuciosidade as consequências de uma Medicina Moderna, pois esta

especializa-se unicamente em prolongar a duração de vida. Mas será assim possível qualifica-la? Será que é vivendo mais tempo, que vivemos melhor? Não sabemos. Num caso muito mais prático e específico, abordaremos um pouco a Radioterapia e um uso cada vez maior dos antidepressivos, como fuga humana do stress (doença contemporânea), e que de certo modo, podem evitar algo mais grave como um suicídio/homicídio. E será isso que tentaremos debater neste projecto, com intuito de encontrar algumas respostas, pois todas, seria uma pretensão tamanha da nossa parte.

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Se é o objectivo da Medicina aumentar a duração de vida, então haverá consequentemente um aumento populacional. E serão também essas questões que levantaremos aqui. Será que é prejudicial em termos ambientais? Ou seja, com um aumento populacional, a nossa espécie alarga, mas também as necessidades aumentarão, e o Homem terá uma necessidade maior de explorar todos os recursos da Natureza, podendo assim influencia-la, falando em termos ecológicos. Especificando, será certo ocupar habitats de outras espécies, visto que a população cresce e há cada vez menos espaço para tantas pessoas? Ou ainda, será que para prolongar a nossa vida, é correcto, fazer por exemplo, testes noutros seres vivos? Aqui refiro a animais, mas também a humanos. Ou seja, pessoas consideradas de menor grau (que não deixam por isso de ser pessoas), mas que os cientistas tomam como cobaias porque, dizem eles; - “Se correr mal, ninguém lhes dará pela falta!”, o que só prova uma desigualdade de direitos pela minoria acentuada. Entramos aqui então, num outro campo: a Bioética e os limites éticos da ciência tal como a consciência cientifica, e discutiremos neste trabalho, como forma de contextualizar o nosso tema.

Como objectivo primário deste projecto, queremos então, compreender melhor a Ciência e a forma como esta age actualmente, e como influência a nossa maneira de pensar e viver. Avaliando os riscos que esta compromete na sua essência e nas suas aplicações, e, a responsabilidade de quem “sabe e faz Ciência” (tal como a do utilizador), tentaremos o mais possível ser imparciais e compreender as vantagens e desvantagens desta “nova Ciência” que se caracteriza pela inovação acima de tudo no âmbito da tecnologia, neutralizando ao máximo as nossas opiniões.

Pretendemos com este trabalho aprender bastante, pois é um assunto de interesse, não apenas pela disciplina envolvida mas pelas ideias que se encontram relacionadas com este tema, funcionando assim como cultura geral mas também para a sucessão da vida, já que é um tema controverso, mas sem duvida pretende apreender o bem, e certamente nos alimentará o espírito de tamanho conhecimento, e que assim, nos possa tornar jovens cidadãos activos e dispostos a enquadrarem-se na sociedade, sendo assim discernir o Bem da mentira.

Esperamos que seja gratificante o desenvolvimento deste tema, tanto para nós que o elaborámos como para quem o consultar, a fim de também promover o seu conhecimento, e enriquecer a sua capacidade critica acerca deste. Desejamos então que seja uma leitura tão entusiasmante e dinâmica como aquela que nos motivou a prossegui-lo tanto pela descoberta de algo novo, como pela expansão daquilo que haveria uma vaga ideia, ou que aceitávamos, até aqui, passivamente.

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CONSEQUÊNCIAS DO DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA

Até aqui, todos nós temos pensado que a Medicina surtiu sempre efeitos positivos para toda a Humanidade. Realmente, a medicina é o departamento científico onde o desenvolvimento tem vindo a ser mais notório, pois a Ciência tende a funcionar em prol do Homem, e assim sendo, é nesta área que mais se tem feito para melhorar a sobrevivência humana. Mas, reflectindo e aprofundando para o sub mundo das técnicas cientificas que

propiciaram o desenvolvimento dos aparelhos médicos e os estudos que especializaram cada vez mais a medicina, deparamo-nos com algo que não havia propriamente uma noção. Enquanto a medicina se torna benéfica para a maioria da população, ou seja, para a população de classe social intermédia, pois é aquela que atinge os serviços médicos, para outras populações, nomeadamente em países sub desenvolvidos sucede-se, incrivelmente o oposto. Ou seja, apesar de “Ciência” ser entendida como positiva, esta tem repercussões que se podem tornar num risco grave e um atentado para outras espécies, e até mesmo na nossa.

Desenvolve-se a Ciência, desenvolve-se a Medicina, desenvolvem-se técnicas, desenvolvem-se conhecimentos…Consequentemente, desenvolve-se o poder humano sobre todas as áreas da Natureza! Ou pelo menos quase todas (e, pensamos nós, felizmente). E, sendo o Homem um ser naturalmente ambicioso, este tende a limitar assim todos os outros, para impor-se na Natureza, dominando-a, e inclusive na própria espécie. Obvio que assim, considera-se a Ciência uma forte ameaça ao equilíbrio natural. Ou, dir-se-ia antes, o Homem, ”utilizador e fazedor de ciência” torna-se num forte perigo para a Natureza, para a biodiversidade (incluindo a sua espécie)? Deparamo-nos aqui então, com uma “faca de dois gumes”, uma questão ambígua, que transmite ideias tanto positivas como negativas, devido à utilização que o Homem lhe tem.

Graças à Ciência o Homem tem-se tornado cada vez mais autónomo e garante com mais facilidade a sua sobrevivência. ____________________________________________________________________________________________________________________________

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No entanto, este ponto ramifica-se em duas vertentes, para alem do abuso que o Homem toma dos benefícios da ciência, este tende a tornar-se num ser geneticamente mais fraco. Isto é, num exemplo mais prático, um homem que tenha alguma espécie de deficiência (por exemplo, uma deficiência visual: miopia), esta pode ser “reparada” e melhorar a qualidade de vida desse mesmo homem. Contudo, esta deficiência está contida nos seus genes, e como estes são inalteráveis, aquando a sua paternidade, será inevitável a passagem de genes e, consequentemente o seu filho, também terá a mesma deficiência, e com bastante probabilidade, esta será visível. Sucessivamente, todos os homens descendentes dessa geração, ficarão míopes irreversivelmente, já que actualmente a Lei de Darwin, em que constava a lei da selecção natural está cada vez mais em desuso. O Homem ficou liberto de tarefas que exigiam muito mais dele; tem mais acesso a tempos livre e ao conforto; aumentou a esperança de vida e a sua confiança, pois doenças relativamente menos graves tiveram a possibilidade de serem curados por métodos simplificados…De todas estas regalias não há quem duvide, mas compensarão elas os efeitos negativos que a ciência tem? Ou melhor, que o Homem usa da Ciência? Se calhar, nem tanto. O Homem tornou-se dependente dessa tecnologia e hoje, não se sente capacitado para viver sem a sua ajuda, e tanto mais que exige desta, tal como esta exige dele, criando-se aqui de modo cíclico, uma interdependência que, se não fosse desmedida, até poderia trazer apenas benefícios. Tudo isto apenas prova de que nada ainda manuseado pelo Homem até hoje, é perfeito, e que, quanto maior o poder, maior os riscos que põem em causa a sobrevivência.

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CRESCIMENTO POPULACIONAL: PROTECÇÃO OU DESTRUIÇÃO?

Será que viver mais significa viver melhor?

Com o desenvolvimento da medicina, a esperança media de vida está a aumentar cada vez mais. Mas será que viver durante mais tempo vale a pena?Mesmo que a vida se torne mais longa, esses anos extra não são da mesma qualidade que anos anteriores. A idade traz consequências cada vez mais graves e mesmo que as remediemos à medida que aparecem, a pessoa fica sempre fragilizada na mesma, até que aparecem novos problemas para serem novamente remediados. Este ciclo torna-se cada vez mais frequente à medida que se envelhece, o que faz com que os idosos fiquem debilitados e tenham uma vida aborrecida de entradas e saídas de hospitais e clínicas, e de dias inteiros sentados à frente da televisão.Devido a serem incapazes de cuidar de si próprios, muitas famílias começam a vê-los como fardos pesados: mais responsabilidades e trabalho para os seus dias que são já suficientemente cansativos. Assim, para acabarem com mais uma preocupação, muita gente arranja a solução de por os seus familiares em lares ou mesmo de os abandonar.Outro problema do envelhecimento da população é o facto de prejudicarem a economia, devido a receberem dinheiro sem trabalharem. È verdade que contribuíram com os impostos durante a sua vida activa, mas nessa altura a percentagem de população idosa era muito menor, e os impostos chegavam para as reformas. Agora, com uma população envelhecida, não há dinheiro que chegue para tantas pensões, e o governo vê-se obrigado a reduzi-las e a subir os impostos, baixando assim o nível de qualidade de vida de todos.A solução para estes problemas seria então tornar as pessoas idosas mais activas, incentivando-as com ofertas de empregos adequados às suas capacidades. Isto resolveria o problema das suas pensões serem baixas, acrescentando algum dinheiro aos seus rendimentos mensais, e tornando-os mais saudáveis e felizes.

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Crescimento Populacional

O crescimento populacional é a mudança positiva do número de indivíduos de uma população dividida por uma unidade de tempo. O termo população pode ser aplicado a qualquer espécie, mas normalmente refere-se à espécie humana.Houve neste último século um grande crescimento populacional, causado principalmente pela grande diminuição da taxa de mortalidade nos países desenvolvidos, proporcionada pelo grande avanço científico na área da medicina, algo que não se verificou nos países em desenvolvimento.A população em 1950 era de 2,5 biliões, em 2000 era já de mais de 6 biliões e tende para os próximos anos continuar a subir. De acordo com a ONU mais de 75% da população mundial vive em países subdesenvolvidos e com menos de 2 dólares por dia, 22% são analfabetos, 50% nunca utilizou um telemóvel e apenas 0,24% têm Internet.Defensores da teoria populacional de Thomas Malthus acreditam que a população cresce de forma geométrica: 2-4-8-16-32-64-128... e que os alimentos crescem de forma aritmética: 1-2-3-4-5-6-7-8... o que origina obviamente problemas. Com o desenvolvimento da medicina, a taxa de mortalidade tende a ser cada vez mais baixa, e aumenta a esperança média de vida, assim o crescimento populacional tende para continuar a aumentar. A ONU tem feito várias projecções da população mundial futura, têm revisto e corrigidas as suas projecções, conclui-se que se não houver nenhuma acção em escala global, em especial nos países subdesenvolvidos, para conter o crescimento exponencial da população mundial, este continuara a crescer tal com têm crescido.

ConsequênciasO contínuo crescimento populacional pode ter várias consequências, pois uma maior população causa mais poluição, uma população que continua a crescer necessita de uma quantidade enorme de recursos para manter o bem-estar dessa população e o seu desenvolvimento. Se a população actual já produz muita poluição, uma população maior produz muito mais, isso implicará uma degradação de muitos ecossistemas

naturais.

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Numa sociedade globalizada que continua a crescer o problema de propagação de epidemias será cada vez maior, e também a crescente população vai ocupar cada vez mais área, fazendo com que a população comece a habitar locais susceptíveis a catástrofes, tais como locais de forte actividade sísmica, vulcanismo ou mais vulneráveis a inundações. Também preocupa as autoridades governamentais os problemas que uma população excessiva traria em termos de criação de empregos, meios de habitação, saúde, educação, transportes, desordem...etc.

Escassez de recursos naturais e espaço

Recursos naturais são elementos da natureza com utilidade para o Homem, com o objectivo do desenvolvimento da civilização, sobrevivência e conforto da sociedade em geral. Podem ser renováveis, como a água, a energia do Sol e do vento, ou não renováveis, como o petróleo e minérios em geral.O excesso de população requer um grande consumo de recursos o que causa grandes problemas ambientais. A escassez de recursos, devido à sua exploração excessiva, terá consequências desastrosas para a humanidade, se ainda estiver adaptada ao uso habitual destes. Por isso governos e a população deveriam tomar uma atitude responsável em relação a utilização de recursos, incentivando o uso de energias renováveis e desencorajando o

uso de não renováveis.O aumento da população requer também um aumento do número de habitações, ou seja, requer a ocupação de novas áreas para habitação. Isto faz com que os habitats de outras espécies sejam destruídos, e assim estamos a contribuir para o desequilíbrio dos ecossistemas.

Poluição

Além da falta de recursos e espaço que a existência de demasiadas pessoas provoca, existe também o problema de mais gente querer dizer mais poluição. Ora se uma pessoa precisa de um carro no seu dia a dia, então muitas pessoas precisarão de muitos carros, se uma pessoa usa uma certa quantidade de electricidade por dia, então muitas utilizarão uma grande quantidade, se uma pessoa gasta uma quantidade de água por dia, muitas pessoas gastarão muita água, e por aí fora. Entre os vários problemas de poluição que esta situação desencadeia está o problema do aquecimento global, muito falado hoje em dia.

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No documentário “Uma Verdade Inconveniente” Al Gore apresenta um gráfico da quantidade de CO2 na atmosfera. Neste gráfico podemos confirmar que a situação se agrava a cada ano que passa e que está a ficar descontrolada. Muitos afirmam que se utilizássemos energias renováveis, aparelhos mais que consumam menos electricidade e carros com menos emissões de co2, e se se fizesse reflorestação de grandes áreas, o problema da poluição atmosférica, e assim do aquecimento global, seria resolvida. Isto seria verdade se a população mantivesse níveis estáveis, e não explosivos, como acontece. Como há cada vez mais pessoas, mesmo que cada um consuma menos, esse valor vai ser reposto e ultrapassado pelas novas pessoas que nascem a cada dia que passa, e assim os níveis de poluição continuam a crescer.

●POLUIÇÃO DA ÁGUAA água é um recurso de grande importância para o homem, dependemos dela para a nossa sobrevivência e grande parte das nossas actividades do dia a dia tais como alimentação e higiene. A superfície do planeta possui uma enorme percentagem de água, mas só uma pequena parte dessa água se encontra disponível para o nosso consumo, mais pessoas implica maior consumo de água, mas também implica maior poluição, e todos os dias se polui mais e mais a água, se a água potável começar a escassear isso terá consequências gravíssimas para a humanidade e para o ambiente.

●ÁQUECIMENTO GLOBALO aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra que se tem verificado nas décadas mais recentes e há possibilidade da sua continuação durante o corrente século. Além de muitos cépticos o negarem o mais provável é que o efeito de estufa seja causado pelo aumento das concentrações de

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certos gases libertados pela poluição que se têm feito através da queima de combustíveis fosseis, que aumenta a concentração de gases poluentes, as plantas consomem CO2 (um dos gases poluentes) e libertam O2 (um gás essencial para a sobrevivência humana), mas como se têm destruído uma grande quantidade de florestas ao longo do tempo isso só piorou a situação. O efeito de estufa ao aumentar a temperatura à superfície terrestre mete em risco a sobrevivência de algumas espécies, o aumento da temperatura também aumenta o degelo que consequentemente aumenta o nível médio das águas, o que faz com que as pessoas ocupem novos locais destruindo assim mais habitats, pondo em risco assim ainda mais espécies.

Seremos uma praga?

Uma praga é uma explosão populacional que se ultrapassar um certo número de indivíduos, se torna prejudicial ao ecossistema a que pertence. O número de indivíduos da nossa espécie é muito elevado, e devido às nossas necessidades, que crescem à medida que a nossa população aumenta, já se extinguiram muitas espécies e poluíram muitos ecossistemas.Ora se chamamos à população de sapos-touro na Austrália uma praga, e eles tem as mesmas atitudes que nós temos, isto é, reproduzem-se descontroladamente e destroem o ecossistema em que estão, então porque não consideramos à espécie humana uma praga? Aliás nós somos piores do que os sapos, pois enquanto que eles estão a destruir um ecossistema, nós estamos a destruir o planeta!

Soluções

A solução mais óbvia para o problema do crescimento populacional seria a tomada de políticas anti-natalistas, mas como vivemos numa sociedade que só pensa em dinheiro, e na qual ninguém liga aos problemas ambientais, que cada vez se tornam mais graves, os governadores continuam a apelar à natalidade para que haja desenvolvimento na economia nos países desenvolvidos, que são aqueles que tem maior impacto na poluição e destruição de ecossistemas.Assim, a única solução que nos restam é termos poucos filhos (1 ou dois para a população se manter estável ou diminuir), termos hábitos não poluentes como comprar produtos que não prejudiquem o ambiente, poupar água e electricidade, etc, e votar em politicas que tenham mais em conta a os problemas ambientais do presente e do futuro.____________________________________________________________________________________________________________________________

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RADIOTERAPIA…UMA HIPÓTESE

A descoberta dos raios X revolucionou toda a prática da Medicina, sendo possível, a partir de então, observar o interior do corpo humano sem ter que recorrer à “invasão” da cirurgia. As lesões internas passaram a ser observáveis e o desenvolvimento de técnicas radiológicas permitiu verificar, de forma mais precisa, a localização e morfologia dessas mesmas lesões. Surge, assim, a necessidade de aprofundar o conhecimento e, em consequência, a formação em Radiologia.

Desde a descoberta dos Raios X, em 8 de Novembro de 1895, por Wilhelm Conrad Roentgen, até aos nossos dias, a aplicabilidade na prestação de cuidados de saúde deste novo fenómeno físico, tem sofrido transformações vertiginosas.O aprofundamento do uso de radiações permitiu, também, que se desenvolvesse cada vez mais o conhecimento sobre estes fenómenos físicos, bem como a ampliação dos campos de utilização.

Na saúde, a aparição de novos profissionais capacitados para a utilização das novas tecnologias, resulta de uma forma natural, numa perspectiva em que a saúde já não é um campo onde apenas há lugar a uma cultura medianamente preocupada em si mesmo, mas sim a noção de complementaridade dos diversos profissionais para a produção comum do “bem” Saúde.Em Portugal o aparecimento do primeiro Técnico de Radiologia ficou associado à data de 8 de Novembro de 1900 que coincide com a nomeação de Bento Fernandes como Técnico de Radiologia do Hospital de

S.José em Lisboa (Santos, 1968).Este longo percurso de construção de identidade profissional implicou novas situações socioprofissionais, que se acentuaram nas últimas décadas com o vertiginoso desenvolvimento das ciências e tecnologias aplicadas à saúde.

É também nesta altura que surge o primeiro curso de Medicina Nuclear e de Radioterapia, assumindo-se claramente, a necessidade de uma formação específica e diferenciada, que permitisse também nessas áreas, produzir profissionais com elevados padrões de qualidade.

Hoje a formação destes profissionais caracteriza-se por elevados padrões de qualidade, ao nível do que melhor se faz na Europa, produzindo profissionais de ____________________________________________________________________________________________________________________________

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saúde altamente qualificados, capazes de responder de forma adaptativa aos avanços técnico-científicos que estão subjacentes a este sector.

A radioterapia consiste assim em usufruir das radiações para ajudar essencialmente quadros clínicos relativos a doenças a nível oncológico. É uma área da Medicina de Ciências Radiológicas na base do tratamento, que pode ajudar doentes terminais a obter mais uns tempos de vida. Contudo, serão feitos tratamentos que poderão ficar para toda a vida do paciente e, obter-se repercussões menos confortáveis para o mesmo. Pode exigir um tratamento que dure muito, mas mesmo muito tempo na vida do paciente, pode enfraquecer o couro cabeludo, pelos próprios métodos usados, caindo assim todo o cabelo deste, pode nunca se vir a curar, e apenas adormecer a

doença, pode exigir muito sofrimento…mas sem duvida mais anos de vida. Então será aqui que se encaixa o título principal de forma mais explicita…Qualidade significa sempre qualidade?Será que é vivendo mais anos, á base de tratamentos e constantes exposições a altas dosagens de radioactividade, que o paciente qualificará a sua qualidade de vida?Mas então, visto que muitas das respostas serão naturalmente negativas, o que fazer a um doente terminal? Aqui entra o dilema médico mais do que nunca acentuado. Ajudar o doente ou deixá-lo? Obvio que a função médica é prolongar a vida do paciente mas, também qualificá-la…será este o melhor método? Então o que fazer? Abandonar o doente? Ou mostrar-lhe o caminho que o leva a um tratamento duradouro, mas com alguma ineficácia devido ás melhorias que este poderá não encontrar? Não poderá p doente, tendo consciência das suas limitações enquanto vivo, poder fazer tudo o que não fez até á data? Não se poderá fazer uma vítima feliz, nem que seja por pouco tempo? Mas, ao faze-lo, tem-se a consciência de que a vida não poderá ser um “mar-de-rosas”…mais uma vez questiona-se o que fará um medico nestas situações? A que apelo atenderá este? Desprezar a vida humana para poupar o muito sofrimento que muito provavelmente virá, ou, incitar o doente a viver mais, mesmo que necessariamente não viva melhor? Era esta a noção que queríamos deixar neste capítulo, pois viver mais nem sempre é sinónimo de viver melhor. Mas viver é o núcleo de todo este Universo de maravilhas que existe na Natureza, não podendo ser com isto desprezado.

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A “PÍLULA DA FELICIDADE”

“As últimas armas contra a depressão incluem novos remédios, terapias e tratamentos.”

Aida Veiga

Prometem alegria, atenuam os problemas emocionais, a tristeza, o sentimento de culpa, a inutilidade, a perda de interesse e prazer, a ansiedade, a irritabilidade e o sentimento de abandono que sentimos. É chamada a “nova era dos antidepressivos”, que prometem “mundos e fundos” em pouco tempo. Tal como uma encomenda de pura felicidade. Mas será que realmente surtem os efeitos que desejamos, pelo menos de uma forma permanente? Surtem sim, se forem tomados por muito tempo.

Tal como todos os tratamentos do foro químico, o organismo reage de acordo com a dosagem deste. Mas, e se gerar dependência? É que, tal como uma droga, o organismo habitua-se e pode tornar-se dependente. E assim começa uma nova etapa na vida do ansioso, tornando-se este, um “narcótico”. Será que para obter uma melhor sensação na vida, é realmente necessário existir paralelamente uma dependência? E se assim for, ficará a vida com uma melhor qualidade?

Como qualquer outro vicio, a dosagem indicada para hoje terá de ser aumentada amanhã, e os efeitos que surgiram de imediato, futuramente não serão suficientes para uma sensação de bem estar. Será isto viver em plena qualidade? Será que a situação não parte de forma individual, dentro de cada um? Isso já é relativo. Com um aumento crescente de antidepressivos e ansiolitocos , Prozac, Cymbalta, Vallium, Lexotan, Effexor, etc, tornam-se em vocábulos naturais na sobrevivência de alguém, que se sente triste. ____________________________________________________________________________________________________________________________

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Assim, inicia-se um novo ciclo, em que só há felicidade se existir uma ajuda extra, com resultados imediatos. Afinal é isso que o Homem procura. Resultados espontâneos, visíveis, permanentes e eficazes. Não existirão outros meios substituíveis a estes? Certamente. Há quem recomende a meditação ou o exercício físico (nomeadamente o yoga), mas com um contra…os efeitos surtem muito depois, o que exige uma maior paciência por parte do ansioso. Tarefa complicada vista as situações em que este se encontra, ou seja estado de ansiedade e impaciência.

Então, o que fazer para garantir uma melhor sobrevivência ao stress que actualmente a sociedade exerce sobre nós? Aos problemas que todas as pessoas têm, eventualmente família, trabalho, etc, que nos tiram o sono e nos irritam de tamanha forma, que nos incapacitam de raciocinar com equilíbrio, como se

deve reagir? Será que é mais fácil tomar a tal “pílula da felicidade”, praticarmos algo que nos alegre, ou, simplesmente, fazer um esforço de auto – controle? Qual nos trará uma maior qualidade de vida? A de efeitos imediatos, mas com sintomas colaterais, ou as que exigem muito mais de nós, mas que demoram muito tempo e esforço, que muitas vezes é preciso? Bem, a resposta mais uma vez, encontra-se dentro de cada um, atendendo ás necessidades que cada um tem.

E quando o caso piora, e chega a depressão? Como reagir perante este caso?Será assim tão fácil lidar com as alterações de sono, de apetite, ás dores lombares, cabeça, ombros e de pescoço, ao desconforto gástrico, á tensão e aos picos de humor? E quando as nossas atitudes afectam aqueles que nos rodeiam, e que podem gerar situações de pior grau? Sentiremos mais a necessidade de melhorarmos instantaneamente? Recorre-se então ás soluções de ordem imediata.

Sinceramente, pensamos que seja estranho a incapacidade actual para gerir os problemas que surgem. Existem sempre duas hipóteses, dois caminhos, que desde os tempos mais remotos que são ponderados: lutar ou fugir. Quando se recorre aos antipressivos, qual dos caminhos se enquadra neste? Será que quando tomamos um antipressivo lutamos para nos “aguentarmos” ou, pelo contrário, será que fugimos dos problemas? E é neste impasse que entra a depressão, como via secundária aos problemas, em que se entra num estado “vegetativo do espírito”, que futuramente se ____________________________________________________________________________________________________________________________

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pode tornar num perigoso quadro clínico. Os médicos tentam então atenuar o problema, pensando em formas inovadoras para curar, ou no mínimo possível apaziguar o problema. Pensam assim em recorrer á química e criar medicamentos que possam tornar as soluções dos problemas mais “iluminadas” para o paciente que o requer, a dificuldade encontra-se não em encontrar o antídoto, mas a origem do problema em si, já que a mente humana torna-se tão complexa, que as origens da depressão provêm de direcções diferentes. Pode ser hereditário, pode provir alterações hormonais (principalmente em mulheres), é mais comum em pessoas sensíveis e nervosas por natureza. Mas o problema persiste quando a depressão permanece e o cérebro vai ficando progressivamente lesionado, perdendo algumas das suas capacidades vitais, piorando assim a qualidade de vida. O que fazer então? Depender da química e das técnicas médicas, ou, tentar emergir sozinho, correndo o risco de não ser capaz para tal?

E socialmente, em que medida é que agem estes medicamentos?Os antidepressivos, para além de uma ajuda extra, tornam-se agora num actual produto comercial, requerido por todos, e em todos os âmbitos. Torna-se numa ajuda para emagrecer,

e em conjunto com uma dieta torna-se numa forma de combater as carências alimentares. Fica então conhecido como um autêntico negócio, e não como uma ajuda psicológica. Será ético recorrer a estes métodos, tendo a consciência de tudo o que este implica? Isto é, das repercussões que este trás, eventualmente a dependência, a tristeza (que inevitavelmente, reaparace, simultaneamente com a sensação de conforto psicológico), e o facto de ser tomado como um publico-alvo que “caiu na armadilha do marketing”. E a sociedade? Como será vista uma pessoa que sobrevive á base de uma ajuda psicológica? Será que devem ser vistos como um medicamento como todos os outros, com o intuito de melhorar a vida, ou será que, como actuam a nível nervoso, são consideradas pessoas com pouco auto domínio, que necessitam de cuidados especiais para se manterem equilibradas? Não será que poderá existir uma discriminação social para aqueles que são auxiliados psicologicamente? Bem sabemos que não se deve dar a devida importância aos comentários e discriminações da sociedade. Mas será que uma pessoa fragilizada psicologicamente, não estará mais susceptível a esta desigualdade? A duvida então persiste, e a resposta diverge, dependendo de cada pessoa…usar ou prescindir do apoio de antipressivos?

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TESTES EM ANIMAIS, UM MOTIVO PARA VIVERMOS MAIS?

"Chegará o dia em que todo o homem conhecerá o íntimo de um animal. E neste dia, todo o crime contra o animal será um crime contra a humanidade."

(Leonardo Da Vinci)

Origem

A defesa dos direitos animais ou da libertação animal constitui um movimento que luta contra qualquer uso de animais (à excepção do homem) que os transforme em propriedades de seres humanos, ou seja, meios para fins humanos.

Embora se possa pensar que esta é uma polémica recente, tal não é verdade… Já no século IV a.C. Aristóteles dizia que os animais estavam distantes do homem na Grande Corrente do Ser devido à sua irracionalidade, e com isto concluía que os animais não tinham interesse próprio, existindo apenas para benefício dos seres humanos. Mas, dois séculos antes de Aristóteles, Pitágoras defendia precisamente o contrário, Pitágoras falava sobre respeito animal pois acreditava na Transmigração das Almas. Acreditaremos em qual? Até agora, a Ciência ainda não provou que os animais teriam alma, mas, se assim o é, temos então o direito de os utilizar para o nosso próprio bem? Teremos o direito de os mutilar, e matar da forma mais insensível e desumana, para apenas dispor-mos de maior comodidade? Porque embora os animais não tenham alma, pelo menos têm sentidos e sofrem, tal como todos os seres vivos, e mais especificamente, de um modo mais pratico e simples de entender, como os homens. Será assim tão fácil ver um animal sofrer à nossa frente e nem compaixão sentirmos? Seremos assim tão egocêntricos, que não pensemos, nem num único momento da nossa vida, que estamo-nos a impor na Natureza, e a degradar aquilo que ela nos oferece? Seremos assim tão mais poderosos face à Natureza?!

Quanto ao movimento moderno de defesa dos direitos dos animais, este começou no início dos anos 70 e é um dos poucos movimentos criados por filósofos em que estes se mantiveram na sua dianteira. Este grupo de filósofos era originário da Universidade de Oxford e começou a questionar por que razão o “status” moral dos animais era inferior ao dos

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humanos. Passados cerca de vinte anos, já se tinham associado ao movimento vários grupos de profissionais, entre os quais estavam teólogos, juízes, físicos, psicólogos, psiquiatras, veterinários, e patologistas.

Posições Filosóficas

"A protecção dos animais faz parte da moral e da cultura dos povos civilizados."(Victor Hugo)

Posição Utilitarista

Embora Singer seja considerado erroneamente o fundador do movimento actual de direitos animais, sua posição frente ao estado moral dos animais não é baseado no conceito de direitos, mas no conceito utilitarista de igual consideração de interesses. No seu livro Libertação Animal de 1975, ele argumenta que os humanos devem ter como base de consideração moral não a inteligência (temos o caso uma criança ou uma pessoa com problemas mentais) nem na habilidade de fazer julgamentos morais (criminosos e insanos) ou em qualquer outro atributo que é inerentemente humano, mas sim na habilidade de experimentar a dor. Como os animais também experienciam a dor, ele argumenta que excluir animais dessa forma de consideração é uma discriminação chamada "especismo."

Singer também nos diz que as formas mais comuns que humanos usam animais não são justificáveis, porque os benefícios para os humanos são ignoráveis comparado à quantidade de dor animal necessária para construção desses benefícios. Não terá Singer alguma razão naquilo que nos transmite? E também porque os mesmos benefícios poderiam ser obtidos de formas que não envolvessem o mesmo grau de sofrimento. No entanto a sua argumentação aproxima-se do bem-estar clássico, chegando a defender a carne orgânica e a experimentação animal. Lembra-nos por exemplo o massacre dos golfinhos mo Japão, em que, sabendo que são dos animais mais adorados em todo mundo, mesmo assim, existe quem não tenha a mínima consciência piedosa e nem tente sequer minimizar o sofrimento destes. Estes são molestados até á morte, morrendo por se esvaírem em sangue, e não por uma morte mais instantânea, logo, indolor. Isto com um dos animais mais adorados do Reino Animal…nem vale a pena imaginar com os menos queridos! Sendo o homem uma criatura inteligente, racional, há então que entender uma certa "superioridade" sobre os outros animais, mas quando se aproveita dessa

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condição com violência, tende a perder toda a sua razão que o leva a tomar determinadas atitudes menos…eticamente correctas!

“Existem duas coisas me admiram:

A inteligencia das bestas e a bestialidade dos homens".

(autor desconhecido)

Posição Baseada nos Direitos

O trabalho de Gary Francione (Introduction to Animal Rights, et.al.) tem a premissa básica de que os animais são considerados propriedade e que nessa condição não podem ter garantidos os seus direitos. Ele aponta que falar em igual consideração de interesses de sua propriedade contra o próprio interesse do proprietário é uma ideia absurda.”Sem o direito básico de não ser propriedade de animais humanos, os animais não terão quaisquer direitos” afirma este.

Francione afirma que não há actualmente um movimento de direitos animais nos Estados Unidos, mas apenas um movimento que apela ao bem-estar. Alinhado a sua posição filosófica e o seu trabalho legal pelos direitos animais (Animal Rights Law Project) na Universidade de Rutgers, ele diz que um esforço para aqueles que não advogam a abolição do estado de propriedade dos animais é desorientado, nos seus inevitáveis resultados na institucionalização da exploração animal. Na sua lógica inconsistente e falida nunca alcançarão os seus objectivos melhorando as condições de tratamento (posição relativa ao neobem-estar), argumenta ele. Pior que isso, Francione acredita que muitos grupos, estão a tornar-se mais eficientes e lucrativos o negócio de exploração animal. Francione sustenta que a sociedade, dando o estatuto de membros da família para cães e gatos e ao mesmo tempo matando galinhas, vacas e porcos para alimentação, sofre de uma "esquizofrenia moral".

Toda a posição abolicionista acredita que o movimento de direitos animais deve se basear na educação para o Veganismo, como uma forma de colocar em prática as mudanças no próprio dia-a-dia. Para eles sem Vegan não é uma dieta alimentar, mas um modo de vida, de ser, de estar, de se fazer sentir na sociedade. Mas será então esta posição saudável? Será que ser Vegan não porá em causa, por exemplo, a nossa sobrevivência, relativamente àquilo que

comemos, podendo desta forma ser insuficiente? Não

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poderá esta ser uma revolta absurda que nunca dará em nada? Viveremos menos mas deixaremos viver mais? O que fazer? Que posição tomar? Garantir menos sofrimento, evitar chacinas feitas por homens que se comportam como autênticos “animais” perante animais, ou simplesmente continuar, visto que lutar contra uma multi nacional é, à partida, uma causa perdida? Não será uma atitude radicalista e, idealista? Entendemos que sim mas…vamos continuar a assistir a isto, sem fazer rigorosamente nada? ! Como respeitar assim as leis da Vida e da Natureza, sem influenciar directamente os animais, e nós próprios?

"O grau de cultura e de civilização dum povo conhece-se pela forma como se alimenta e trata os seus próprios animais"

(Gandhi)

Não será mais fácil alcançar a Paz de forma plena, se o Homem viver em conformidade e respeito pela própria Natureza que o concebeu? Mas…o que será feito do Homem, de este tende para explora-la cada vez mais para o seu próprio bem? Não haverá maneiras mais simples, e menos sofredoras que sejam “perfeitas” em todas as perspectivas? Bem, até agora, continua a ilusão de que é para isso que o Homem trabalha.

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DESIGUALDADE E DESRESPEITO DE DIREITOS HUMANOS

OU

UMA INICIAÇÃO À PROGRESSÃO?

Sem querer enveredar pelos caminhos da Ética, porque não é disso que se trata directamente o nosso assunto, pensamos que haja uma determinada importância em referir um aspecto que vai contra os Direitos Humanos: o Desrespeito da Ciência pelo Homem.Já é certo e sabido que a Ciência, trabalhando esta para estabilizar e melhorar progressivamente a vida humana, precisa para isso de testar todos os seus estudos, recorrendo a, como já referido, a animais para provar a sua fiabilidade. Mas, é quando a ciência abusa ainda mais que o caso se torna grave. Visto que acima de tudo, são as classes média altas, classes altas e classes médias que tem acesso á Saúde neste mundo, então, não há grande diferença em testar as suas investigações em seres humanos, visto que, caso tenha êxito os seus efeitos serão igualmente, ou mais provavelmente uma investigação de sucesso. É aqui que a Ciência falha grandemente, pois se tende para funcionar em prol do Homem, não faz sentido comportar-se exactamente de forma contrária. Isto leva-nos a questionar novamente, qual é realmente o objectivo da Ciência e dos seus discípulos? Será que o cientista/médico quer com tudo isto, apenas ganhar algum prestígio, e com isso, não considerar minimamente a vida daqueles, que apenas têm menos hipóteses de acesso? Será assim, a sede de fama que impulsiona estes cientistas a agir desta forma? Continua por ser esclarecido. Queremos com isto dizer, que para desenvolver a ciência e as técnicas medicinais, será então preciso utilizar pessoas? Obviamente, que acreditamos, que os cientistas fazem-no para que haja uma melhoria na qualidade de vida, acima de tudo. Mas por exemplo, porquê usar uma criança, pois tem uma pele mais sensível, para testar um novo produto para fim estético? Os cientistas querem com isto garantir, que para que esse produto cosmético não implique malefícios para a saúde do utilizador, é necessário que haja um teste previamente efectuado, para assegurar a sua fiabilidade. Assim, provam-no através de outros seres humanos…Arriscam-se pessoas, para qualificar por mera futilidade a vida de um outro paciente. Mas estas cobaias não se utilizam apenas para fins estéticos. Produtos farmacêuticos também têm necessidade de se provar a sua eficácia, procedendo-se então a este género de provas. Mas será então digno, para que haja uma melhoria na qualidade de vida de umas pessoas, através de ____________________________________________________________________________________________________________________________

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novos medicamentos e melhores técnicas, por em causa outras que não têm nada a dizer? Infringe-se assim os Direitos Humanos, para assumir direitos a outros. Serão essas cobaias humanas menos “gente” do que aquelas que requerem esses mesmos produtos, técnicas, etc.?Então, um outro ponto de importante interesse é a questão da responsabilidade. Quem é afinal o responsável por estas provas letais? Bem, em termos directos, é evidente que o cientista é quem provoca tudo isto, mas…estará o utilizador impune de culpas? Bem, apesar de muitas vezes este agir na ignorância, pensamos que não esteja totalmente liberto de uma transgressão. O que fazer então para, pelo menos, apaziguar a situação? Qual é o dever do cidadão vistas as proporções desmedidas que a ciência está progressivamente a tomar? Bem, isso já é uma resposta que cada um encontra dentro de si mesmo. O facto de o utilizador renegar um produto testado em seres humanos, e rejeitar a sua utilização, pode, por exemplo, ser uma forma do cientista ir perdendo o prestigio que ambiciona e o objecto do seu estudo (seja ele medicamento, produto cosmético, etc.) regredir na sua população, até que ocorra uma baixa comercial e este ser abolido do mercado. Este é um exemplo, de entre muitos, visto que se pode organizar vários géneros de revoluções contra este efeito.

Contudo, há sempre quem pense que “cobaias humanas” é um termo pejorativo para algo que, no final de contas não é assim tão mau, e que se torna um termo injusto.Ou seja, todos os métodos, todas as técnicas, todos os medicamentos, algum dia, em algum momento tiveram de ser utilizados uma vez primeira, o que não faz por isso o primeiro voluntário numa cobaia.

É aqui que nasce os Códigos de Ética e Moral para a Medicina (vulgarmente conhecido como o “Principio de Hipócrates”) para orientar médicos e investigadores, que por sua vez, os distingue em duas vertentes aparentemente semelhantes: pratica clínica, que pretende diagnosticar, e beneficiar a vida do Homem, através de dados testados cientificamente; e investigação medica que objecta a inovação por novos tratamentos, e que são a base principal da

pratica clínica ambas estão interligadas e dependentes entre si. E é aqui que entra o dilema, quando um paciente precisa com alguma urgência de ser tratado e o seu estudo ainda não está cientificamente provado, mas existe uma necessidade extrema de experimentar nesse mesmo paciente. Referimo-nos aqui a uma cobaia humana, ou um caso de extrema necessidade? Temos sempre de ter em conta o facto de, existirem casos (não raros quanto se pode imaginar) de tratamentos que não foram testados cientificamente mas que tiveram de ser

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experimentados por necessidade. E visto muitas vezes o sucesso destes, foram considerados tratamentos fidedignos (como por exemplo, o caso da miopia, que foram testados em muitas pessoas, correndo o risco de ser gravemente prejudiciais).Então, a ciência, nomeadamente a ciência médica, recorre à máxima de “maximizar os benefícios e minimizar os danos”, e nunca tende a funcionar perversamente. Assim, em que medida se pode aceitar a experimentação humana? Por um lado, esta oferece uma maior segurança para posteriores utilizadores e pode ser benéfica futuramente, mas por outro, esta pode ser prejudicial para quantas pessoas forem testadas, e assim, em prol de umas, outras correm graves perigos, inclusivamente, perigos letais. Até onde diverge o conhecimento? Isto é, até onde é preciso chegar para se tomar um consenso e diminuir os riscos de muita gente? Será realmente necessário um conhecimento mais aprofundado de certas propriedades em determinados medicamentos, técnicas, etc., para se certificar das suas capacidades? Pois bem, é aqui que mora o dilema médico – cientifico que actualmente se debate com algum vigor e interesse.

Mas uma experimentação feita a um voluntário que seja devidamente esclarecido, e que este esteja consciente dos riscos e implicações que corre, será possível dizer que se trata de uma cobaia humana? Visto que cobaia tem um significado pejorativo, de certo modo fica incorrecto. Mas quando um paciente não é esclarecido, é pressionado ou falsamente induzido, não se pode certamente falar de voluntarismo da parte deste. É neste aspecto que se trata de uma cobaia humana, por parte de acções desonestas. E, se, por contrariedade a estes casos, existir um suborno? Um cientista sedento de conhecimento que se disponibilize a pagar uma quantia razoável para a disponibilidade de um paciente? Será essa quantia, seja ela qual for, suficiente para cobrir os riscos empregues no acto? E o voluntário? Será que merece a pena sacrificar a sua VIDA por um teste que pode ser, das duas, uma: ou letal para si, ou pode impulsionar um grande avanço cientifico tecnológico no âmbito na medicina?

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Se falamos em pessoas adultas que se vendem, então, e as crianças que mal sabem ler…Que se dirá dessas, que sem ter conhecimento de seja o que for, são submetidas a provas, por vezes de natureza ridícula? Bem, acerca dessas, só existe apenas um comentário possível…São os nossos Heróis…Os “Super - Meninos” dos tempos modernos, e é graças a eles que hoje a medicina está tão evoluída. Sem dramas. Sem ironias. São eles que proporcionam a nossa qualidade de vida, a nossa melhoria, o nosso “Hoje”, ainda de forma inglória, para grande tristeza nossa!

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BIOÉTICA

O que é?

A bioética é um termo que designa a reflexão entre a ética e a filosofia das experiências científicas e dos problemas levantados pela aplicação da ciência e da tecnologia ao estudo e a manipulação dos seres vivos. Esta é feita pela sociedade pois é ela que deve definir quais são os limites do progresso e tomar as decisões com base na ética que permita a existência de um futuro completamente digno para o humano.

Mas a bioética para alem de ter a ética médica, que é a mais conhecida, também tem os problemas ecológicos, nesta área a bioética trata de gerir os recursos existentes e transmitir ideias de protecção do ambiente, as gerações futuras.

Ou seja, a bioética também se preocupa com a defesa do ambiente, a exploração dos recursos naturais, desertificação, população, extinção de espécies, equilíbrio ecológicos, introdução no ambiente de organismos modificados, desequilíbrios entre países ricos e países pobres e problemas nucleares.

Concluindo, o grande objectivo da bioética é estabelecer normas de conduta individual, sociais e politicas que permitam a todos os seres humanos para alem de sobreviverem também realizarem a sua vida em pleno, sem haver a hipótese da instrumentalização do ser humano.

Alguns dos principais temas que a bioética aborda são:• O diagnóstico pré-natal, conselhos genético terapia

genética, práticas de aborto, esterilização masculina e feminina;• Métodos de reprodução humana "artificial" ou assistida e a

existência de bancos de esperma, bancos de embriões, barrigas de aluguer, etc.

• Experiências com seres humanos, embriões e cadáveres em qualquer fase do ciclo da vida:

• Informações clínicas a dar aos pacientes, reanimação, eutanásia que é o direito a uma morte digna;

• Terapia e manipulação genética em todas as suas formas;• Suicídio assim como ajuda ao suicídio;• Transplantes de órgãos humanos de umas pessoas para outras;• Investigação e desenvolvimento de armas biológicas e químicas;• Biogenética animal e vegetal.

Como surgiu?

A bioética surgiu durante a primeira metade do século XX pois foi uma altura em que se começaram a fazer muitas experiências cientificas incluindo ____________________________________________________________________________________________________________________________

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em seres humanos, o que pós em causa alguns dos princípios básicos da dignidade humana. Os casos mais polémicos foram durante o domínio nazi (1933-1945) na Alemanha em que foram mortos milhares de seres humanos através de experiências realizadas em nome da ciência.

Esta situação continuou também durante a segunda metade do século pois o avanço que houve nas árias da biologia, biotecnologia e medicina foi conseguido utilizando seres humanos como cobaias, alguns deles sem sequer terem conhecimento de que estavam a ser utilizados para experiências, o que mostra a total falta de consideração que eles tinham com as pessoas, pois eles apenas viam as pessoas como um objecto que lhes entesava estudar e não como um ser humano com queres. Também, nesta altura se começou a levantar a questão de se utilizarem animais nas experiências pois, durante essas experiências faziam os animais passarem por um grande sofrimento, por vezes mesmo ate a morte.

Para piorar as coisas, devido a conseguir-se obter bastante dinheiro com o progresso científico muitas das experiências passaram a ser feitas com o objectivo do lucro, para os laboratórios, médicos ou cientistas que as faziam.

Isto levou a que não se conseguisse ter uma relação harmoniosa entre o progresso científico e o respeito pelas vidas humanas assim como os valores culturais que são porte da base da nossa sociedade.

Concluindo, a bioética hoje em dia esta presente em quase tudo, pois sem ela a nossa vida n seria a mesma, ela é fundamental para a nossa vida pois se ela não existisse nos corria-mos o risco de irmos a uma simples consulta de rotina no medico e sermos usados para experiências contra a nossa vontade.

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CONCLUSÃO

Quando nos dispomos, a iniciar este trabalho não tínhamos a consciência da dificuldade e extensão do tema. Contudo, ainda que tido como renegado, o assunto tornou-se progressivamente apaixonante.Iniciámos o tratamento do tema, com as duvidas, naturais de quem aborda um tema pela primeira vez, na total escuridão, e acabamos com ainda mais duvidas, do que com as que começamos, pois as certezas que tínhamos foram postas à prova, com a diferença que temos algumas luzes.

Começamos por tratar de assuntos que tínhamos como relevantes para o tema em questão, tal como alguns dos meios que a Medicina optou para aumentar a duração de vida e consequentemente melhora-la. Porem, segundo nós, essas técnicas poderiam certamente prolongar a vida humana, mas consequentemente, a biodiversidade considerava-se diminuta, quando comparada ao Homem. E, com isto, poderia aumenta-la sim, mas quanto a melhora-la, nós continuamos com as duvidas…nem sempre quantidade significa qualidade. E com o crescimento populacional, haverá repercussões graves a nível natural, o que evidentemente não trará benefícios até para connosco próprios.

Tentamos encostar um paradigma ético, comum entre diversos assuntos aqui tratados, mas ficamos com a ideia que afinal a inovação nem sempre é positiva, ou será?Apenas pretendíamos não manter os olhos, fechando a temas tão actuais, e esperamos, que o nosso objectivo tenha sido, ou venha a ser cumprido.

Entretanto, é de opinião nossa, comum, que se tentarmos manter as práticas actuais dentro dos limites éticos que cada campo impõe, dando assim a maior visibilidade possível de todos os progressos científicos e impedindo as práticas, contrárias a valores moralmente, e, acima de tudo, humanamente aceitáveis, tais como a vida, a liberdade e a dignidade humana.

Atitudes que excluem cada um destes factos tornam-se perigosas e põem em causa os valores dos direitos humanos. Os problemas podem então ser reduzidos se cada um pensar no bem comum, pois a verdade dita não está nos “grandes senhores” inteligentes que inventam algo novo na esperança de melhorar, está nas necessidades de todos, unidade colectiva formada um por um, que forma um todo.É preciso então que com as atitudes que tomamos, não alteremos o sentido da ciência, pois esta, sempre funcionou em prol do Homem. Adulterá-lo perder-se-ia a dignidade tomada desde os tempos mais remotos até à actualidade, pela ajuda da fusão de grandes inteligências que sempre pensaram em agir pelo bem comum.

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Também no percurso do nosso projecto, deparamo-nos com um problema subjacente ao tema principal, que é a questão da evolução cientifica (mais baseada no âmbito na medicina), pois não encontramos um ponto de equilíbrio entre as repercussões positivas e negativas, que nos pudessem dar a entender uma opinião de índole concreta. Algo que não faz sentido para uma ciência que se quer una.

Algo que achámos fascinante com a fusão da ciência com a Filosofia, foi que a Ciência, uma vez avançada, não mais pode retroceder, mas pode gerar temas tão controversos, que por vezes pode ser considerada menos boa, pela falta de resposta às expectativas de muitos. E não é por, em, momentos, não ser tão bem aceite, que a Ciência deixa de avançar, pois esta evoluiria dentro da clandestinidade e nas sombras daquilo que já foi e do poder que já teve.Progressiva e irreversível, são os termos que descrevem a Ciência, e o que se deve ter sempre em consideração, é que é o Bem da humanidade que está em causa. E foi aí que entrou a Filosofia, com os seus problemas éticos que fez a Ciência questionar-se de determinados aspectos.

Assim, propõem-se no âmbito da Filosofia e Ciência, nomeadamente antropologia e biologia, uma questão que inevitavelmente permanece:

- Até quando o Homem, enquanto Homem, se pode erguer sobre a espécie à qual pertence e perante as outras, para decidir o futuro dos mesmos?

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ANEXOS

Em anexo, colocamos seguidamente alguns textos extraídos de áreas jornalísticas que apoiam alguns dos dados abordados neste projecto.

Acerca dos Antidepressivos:

“Consumo de ansiolíticos sobe

tendência Estudo do Infarmed revela crescimento de 3,9% no mercado total de benzodiazepinas entre 2000 e 2004 Portugal é dos países com uso mais elevado destes fármacos

Ivete Carneiro Textos

O consumo total de medicamentos para tratar estados de ansiedade e insónias (benzodiazepinas) aumentou 3,9% entre 2000 e 2004, o que representa, contudo, uma forte quebra do ritmo de crescimento relativamente ao enorme salto que estes medicamentos deram no quinquénio 1995-2001, calculado então em 26,4%. Uma travagem que, segundo o Instituto da Farmácia e do Medicamento (Infarmed), se pode dever tanto à maior percepção dos efeitos nocivos de um consumo descontrolado, como ao desvio da prescrição para fármacos mais recentes com as mesmas indicações, como alguns antidepressivos.

Os dados constam do estudo "Evolução da utilização de benzodiazepinas em Portugal continental entre 1999-2003", ontem publicado pelo Observatório do Medicamento do Infarmed e segundo o qual a quebra de crescimento se reflectiu mesmo numa diminuição de 1,1% do consumo no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

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Ansiolíticos lideram

A quebra deu-se à custa do crescente abandono do recurso a: benzodiazepinas hipnóticas (menos 21,9%), mais potentes do que as ansiolíticas, cujo consumo subiu 3,8%. A diminuição das hipnóticas - que podem alterar as condições do sono em doses relativamente baixas, ao passo que as ansiolíticas, em doses baixas, permitem uma acção sobre a ansiedade sem interferir com o sono - poderá dever-se, também, à redução do tamanho das embalagens com comparticipação decidida em 2001 (limitando-as a 14 unidades, dado tratar-se de fármacos cujo uso não deve ser superior a duas semanas). Fora do SNS, o tamanho manteve-se e as vendas também.

A estagnação pode, contudo, não indicar ainda uma mudança nos padrões de consumo, alerta o Infarmed, dado a tendência decrescente no SNS só se ter começado a verificar no ano de 2002. Além de que no mercado total, já com dados de 2004 disponíveis, verifica-se um aumento no ano passado, com 114,79 doses por mil habitantes por dia, após a quebra de 2002 (109,12 doses) e da estabilização de 2003. A estabilização do consumo é, aliás, a palavra que o Infarmed usa para resumir os resultados do seu estudo.

Até porque, ainda assim, Portugal continua a ter lugar de destaque nos consumos internacionais de benzodiazepinas. No seu último relatório, o Órgão Internacional de Controlo de Estupefacientes da ONU alertava para a apreensão de medicamentos com diazepam, alprazolam e oxazepam, benzodiazepinas que tinham passado do mercado lícito para o ilícito. Foi justamente na sequência da sugestão de uma avaliação das práticas de prescrição que surgiu o actual estudo do Infarmed. E, no que toca ao consumo lícito, em 2002 tomavam-se em Portugal, no âmbito do SNS, 90,33 doses diárias por mil habitantes por dia, contra 62 na vizinha Espanha.

Dados preocupantes tendo em conta os riscos que estes medicamentos encerram (dependência, privação na suspensão do tratamento e perturbações psicomotoras). Preocupante é também, por isso, a análise por substância activa. Aí, conclui-se que as benzodiazepinas ansiolíticas de duração intermédia representam 64% do consumo na classe ansiolítica (dividida em curta, intermédia e longa duração).

Ora, as substâncias de duração intermédia a longa (de dez a 30 horas) "podem induzir uma sedação forte e falta de coordenação psicomotora e estão associadas a um aumento no risco de fracturas e acidentes de viação". As de curta duração surgem "mais associadas à tolerância, dependência e síndrome de privação" e apresentam consumos em descida, justamente desde 2002, o que poderá prender-se com o conhecimento quanto à dependência. ____________________________________________________________________________________________________________________________

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Nas hipnóticas, as substâncias de curta duração são as mais usadas.

Custos em crescimento

Contrariamente ao consumo, os gastos do SNS com benzodiazepinas cresceram 12,9% entre 1999 e 2003, sendo as ansiolíticas responsáveis por 85% desse aumento. A evolução foi progressiva até 2002, ano em que atingiu os 49 622 435 euros, para estagnar em 2003. A subida é justificada com o aumento do custo do tratamento/dia, que cresceu 6,9% (2,9% para os ansiolíticos e 32,6% para os hipnóticos).

Perante a estagnação do consumo de benzodiazepinas, a sugestão deixada pelo Infarmed vai no sentido de sensibilizar médicos e utentes contra o uso crónico. E lembra que 50% das prescrições acontecem em perturbações afectivas menores de "curta duração" e "facilmente controláveis com terapêuticas alternativas".”

Acerca das Cobaias Humanas:

Horrorizado“Cristóvam Buarque condena uso de cobaias humanas

Publicado em 09.01.2006, às 11h01

O senador Cristóvam Buarque (PDT-DF), que preside a Comissão de Direitos Humanos do Senado, visitou as comunidades ribeirinhas de São Raimundo do Pirativa e São João do Matapim, no Amapá. Cerca de 40 homens destes grupos estavam sendo usados, desde 2003, como cobaias em pesquisas sobre malária --ao ouvir os relatos, Buarque disse ter se "horrorizado".

Em entrevista publicada hoje pela agência Brasil, o senador afirmou que pretende realizar, entre o final de Fevereiro e o início de Março, uma audiência pública no Congresso sobre o caso.

Estas pessoas aceitaram participar dos estudos para receber, em troca, de R$ 12 a R$ 20 por dia. Diariamente, eles eram submetidos a picadas de cem mosquitos transmissores da malária. Cada pessoa tinha de reunir 25 insectos por vez dentro de um copo e, então, eles colocavam o copo na perna para que os mosquitos chupassem seu sangue.

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"Isso acontecia durante uma, duas, três horas, o tempo que fosse necessário para que os insectos ficassem tão saciados de sangue que caíssem", contou o senador. Depois, os insectos eram entregues aos pesquisadores.

Em uma das comunidades, cerca de 50% das pessoas contraíram malária. "Não podemos garantir que eles pegaram a doença desses mosquitos, mas eles disseram que há meses não tinham casos de malária na comunidade", disse Buarque.

ORGANIZAÇÕES - Para a audiência pública, Buarque deve convidar o ministro da Saúde, Saraiva Felipe, e o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.

Também devem participar integrantes do Ministério das Relações Exteriores, já que o projecto de pesquisa foi financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos ao custo de US$ 1 milhão. Ele era coordenado pela Universidade da Flórida, em parceria com a Fiocruz (Fundação Instituto Oswaldo Cruz), a USP (Universidade de São Paulo) e a Funasa (Fundação Nacional de Saúde).

O projecto teve início em maio de 2003 e estava programado para acabar em Abril de 2006, mas foi interrompido em dezembro do ano passado por determinação do Conselho Nacional de Saúde --antes disso, a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), USP e Fiocruz havia aprovado a realização da pesquisa.

Buarque afirmou que não existe na legislação brasileira um crime específico para enquadrar os responsáveis pelo uso de cobaias humanas.

A tradução submetida ao comité de ética da fundação e ao Conep excluiu uma frase importante. Ela dizia que mosquitos capturados no campo seriam alimentados com sangue de voluntários que tivessem tomado as medidas preventivas recomendadas pelo Ministério da Saúde para a região.

O tradutor do texto da pesquisa, Jaco Voorham, foi responsável também pela elaboração do termo de consentimento assinado pelos moradores da comunidade, que informava: "Você será solicitado como voluntário para alimentar 100 mosquitos no seu braço ou perna para estudos de marcação - recaptura. Isso ocorrerá duas vezes ao ano."

"Os órgãos dos comités de ética lêem apenas a versão em português, e a versão em inglês só foi submetida à universidade norte-americana", afirmou a pesquisadora Mércia Arruda, da Fiocruz, à agência Brasil.”

Fonte: Folha Online”

Noticia retirada a 4 de Março de 2008____________________________________________________________________________________________________________________________

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“Cobaias humanas ainda em perigo

Os médicos que acompanham o tratamento de seis jovens internados, na passada segunda-feira, em Londres, na sequência de um problema resultante de um ensaio clínico, enfrentam um caso "único" e tentam encontrar um tratamento para um problema cuja causa se mantém totalmente desconhecida. Os seis homens, na casa dos vinte anos, participavam no ensaio terapêutico realizado pela primeira vez em humanos com um medicamento (TGN 1412) destinado a tratar a leucemia e a esclerose. Dois estão em estado muito crítico e quatro em estado grave, tendo estes últimos apresentados alguns sinais de recuperação.

A equipa médica do hospital de Northwick Park, no Norte de Londres, está em contacto com investigadores de todo o Mundo para tentar encontrar um tratamento para uma reacção "jamais vista", afirmou Ganesh Suntharalingam, responsável pelos cuidados intensivos do hospital.

Um responsável da TeGenero, o laboratório alemão que desenvolveu o medicamento, garantiu que a reacção não reflecte os resultados obtidos em laboratório, prévios aos testes com humanos.”

Notícia retirada a 4 de Março de 2008

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