qualidade em serviÇos - pós-graduação carla alves ferreira krumbiegel.pdf · 1.3. serviÇo com...

63
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE QUALIDADE EM SERVIÇOS ISA CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL PROFª. MARIA ESTHER RIO DE JANEIRO, DEZEMBRO DE 2001.

Upload: dinhxuyen

Post on 11-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

QUALIDADE EM SERVIÇOS

ISA CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL

PROFª. MARIA ESTHER

RIO DE JANEIRO, DEZEMBRO DE 2001.

Page 2: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

QUALIDADE EM SERVIÇOS

ISA CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL

Trabalho Monográf ico apresentado

como requis i to parcia l para obtenção

do Grau de Especial is ta em Gestão

Estra tégica e Qual idade.

RIO DE JANEIRO, DEZEMBRO DE 2001.

Page 3: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

Agradeço a todos os

professores e amigos pela

ajuda e es t ímulo, a minha

famíl ia , pelo to tal apoio e

compreensão e a todas as

pessoas que dire ta e

indiretamente contr ibuíram

para execução deste proje to

de pesquisa.

Page 4: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

Dedico es te t rabalho de

pesquisa a todos aqueles que

de forma dire ta ou indire ta

es tão envolv idos na melhoria

das condições do ensino, para

que no fu turo possamos ter um

país mais jus to .

Page 5: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................................1

1. SERVIÇO .........................................................................................................................2

1.1. A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO ATUALMENTE..............................................3

1.2. SERVIÇO COM QUALIDADE INFERIOR ...........................................................5

1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ..........................................................7

1.4. PESSOAL DE SERVIÇO.........................................................................................9

2. ENFOCANDO O CLIENTE..........................................................................................11

2.1. INVESTINDO NA SATISFAÇÃO DO CLIENTE ...............................................12

2.2. TREINAMENTO E MOTIVAÇÃO DOS EMPREGADOS..................................14

2.3. TREINAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO POTENCIAL .............16

2.3.1. FILOSOFIA INTELIGENTE .........................................................................17

2.3.2. TREINAMENTO INTELIGENTE.................................................................17

2.4. SELEÇÃO E ORIENTAÇÃO................................................................................19

2.5. ATITUDE ORIENTADA PARA O MERCADO ..................................................20

2.6. ORIENTADO PARA SERVIÇO ...........................................................................21

2.7. PESQUISA JUNTO AOS CONSUMIDORES ......................................................23

2.8. USO INTELIGENTE DA TECNOLOGIA............................................................24

3. CONFIABILIDADE ......................................................................................................27

3.1. SATISFAÇÃO GARANTIDA...............................................................................29

3.2. A IMPORTÂNCIA DA PESSOA E NÃO TECNOLOGIA ..................................30

3.3. O DESEJO DOS CONSUMIDORES.....................................................................31

3.4. TORNANDO SEU NEGÓCIO ÚNICO.................................................................33

4. AVALIANDO O SERVIÇO ..........................................................................................34

4.1. PESQUISAS DE CLIENTES.................................................................................35

4.2. PESQUISA DE AUTO-AVALIAÇÃO..................................................................37

4.3. ESTABELECENDO CRITÉRIOS DE DESEMPENHOS.....................................38

4.4. CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DE PADRÕES ...........................39

4.5. CONSIDERAÇÕES DE NATUREZA HUMANA ...............................................40

4.7. AÇÃO CORRETIVA E MELHORIAS DE TRABALHO ....................................43

5. INCENTIVOS E RECOMPENSAS...............................................................................45

5.1. INCENTIVOS MONETÁRIOS .............................................................................46

5.2. BENEFÍCIOS .........................................................................................................47

Page 6: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

i i

5.3. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS..........................................................................47

5.4. RECONHECIMENTO, RECOMPENSAS E OUTROS INCENTIVOS...............48

5.5. MUDANDO A FORMA COMO AS PESSOAS SE COMPORTAM...................50

5.6. ENVOLVIMENTO DO EMPREGADO................................................................51

5.7. COMUNICAÇÃO ..................................................................................................52

6. PRINCÍPIOS DA QUALIDADE EM SERVIÇOS........................................................52

CONCLUSÃO:...................................................................................................................54

BIBLIOGRAFIA:...............................................................................................................57

Page 7: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

INTRODUÇÃO

O tema desta monograf ia “Qual idade em Serviços”, visa

destacar a importância da qual idade nas organizações. Para garant i r o

sucesso e a sobrevivência num mercado compet i t ivo, todos os setores da

empresa devem prior izar o a l to grau de qual idade com que seus produtos

ou serviços sejam oferecidos aos c l ientes e consumidores .

Com a economia global izada há quant idade maior de produtos ,

e serviços à disposição do cl iente . Esse, em decorrência , f icou mais

consciente de seus dire i tos e , por isso, mais exigente . Além disso, as

ações dos governos, como no caso do Brasi l , a a tuação dos PROCONS,

permite um maior amparo aos dire i tos do consumidor . Destaca-se ,

também, o interesse pelo assunto divulgado pela mídia , que aler ta os

c l ientes no procedimento a seguir de vár ias s i tuações adversas . Em

função de todos esses aspectos , o c l iente torna-se mais consciente ,

fazendo com que escolha e exi ja mais das empresas , optando por

aquelas que detenham melhores serviços , produtos e preços mais

compet i t ivos .

Diante desse novo quadro, o c l iente passou a ser o pr incipal

a lvo das empresas , o que fez com que essas real izassem mudanças

radicais em suas dire t r izes , dentre as quais destacam-se, a

conscient ização dos funcionár ios em dedicar maior a tenção no

atendimento aos c l ientes; o apr imoramento da tecnologia; e o constante

desenvolvimento nas áreas es t ra tégicas . Em resumo, a empresa

dinamizará esforços no intui to de ot imizar seus invest imentos ,

Page 8: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

2

principalmente nas áreas de t re inamento de pessoal e de novas

tecnologias para qual i f icação das equipes de t rabalho.

Entende-se que a qual idade em serviços e produtos es tá

dire tamente l igado ao comportamento dos c l ientes . As pessoas não estão

dispostas a pagar por serviços ruins e produtos defei tuosos. Essa

postura , incent ivada pelos meios de comunicação (rádio, tv , jornais ,

revis tas e e tc . . . ) , que de cer ta forma conscient iza para a busca de todos

os dire i tos dos c l ientes , fazendo com que os empresár ios repensensem

seus métodos e real izem mudanças para melhorar produtos e serviços ,

obtendo o lucro pretendido.

1 . SERVIÇO

Algumas vezes , as pessoas parecem esquecer quem é que paga

as contas . Muito f requentemente , isso parece ser verdade, no caso dos

serviços . Nos dias a tuais as empresas es tão acordando para o assunto do

século passado (anos 90) : Qual idade em serviços . Em sua maior ia , as

empresas parecem estar em um estágio de “serviço sonolento”, que

causou danos à nossa economia e à nossa capacidade de compet i r .

Parece haver uma tendência crescente de expectat iva e

descontentamento dos c l ientes . Parece que os serviços es tão se tornando

“um ar t igo enlouquecedoramente raro” nos Estados Unidos. O país como

um todo está muito mais insat isfe i to com os serviços que adquirem do

que os produtos comprados.

Page 9: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

3

A primeira e tapa para se tornar um excepcional fornecedor de

serviços é def inir especif icamente o que é serviço excepcional . .

Surpreendentemente , a maior ia das organizações de serviços , ou que

fornecem serviços , muitas vezes não cumprem essa pr imeira e tapa

básica . Mesmo quando def inem serviços , a def inição nem sempre é

comunicada para os empregados.

Antes que os padrões possam ser def inidos, é necessár io

aval iar exper iência , habi l idade e a t i tudes dos empregados. Se não

t iverem as experiências necessár ias para a tender aos padrões propostos ,

então é preciso reduzir os padrões ou fornecer t re inamento, mas sem

perder qual idade. Se t iverem experiência mas não motivação,

novamente , devem ser mudados os padrões ou dados incent ivos para

aumentar a motivação. Mais básicos , ta lvez, são o temperamento e

personal idade dos fornecedores de serviços na l inha de f rente . Isso não

é um problema para pessoas com pouco contato com o públ ico. Que t ipo

de caracter ís t icas precisam exibir? Eles es tarão dispostos e terão

energia para fornecer o toque extra que é necessár io no bom serviço.

1 .1. A IMPORTÂNCIA DO SERVIÇO ATUALMENTE

Atualmente , o re lacionamento entre os fornecedores de

serviços e os c l ientes parece ter chegado a uma condição aguda, e isso é

uma fonte de muito debate e publ ic idade. Por que agora? Por que a

qual idade dos serviços tornou-se um assunto tão importante? Exis tem

diversas razões para esse aumento de interesse .

Em primeiro lugar e mais importante , os c l ientes es tão

tornando-se bem mais cr í t icos em relação aos serviços que recebem.

Muitos c l ientes es tão não somente desejando, mas esperando melhores

serviços . Mais c l ientes es tão procurando serviços com melhor

Page 10: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

4

qual idade. Por exemplo, os execut ivos da indústr ia de serviços de saúde

notaram padrões s imilares nas demandas nesse segmento.

Baseados em evidências como essas e em muitos outros

campos, os adminis t radores es tão começando a receber a mensagem. Por

exemplo, no verão de 1987, a organização Gal lup pesquisou al tos

execut ivos de 613 empresas , com relação à importância esperada de oi to

diferentes fa tores ao longo dos t rês anos seguintes . O “vencedor com

uma milha de vantagem” foi a qual idade em serviços . Isso foi entendido

por 48% dos execut ivos, como sendo mais importante que a

produt ividade e os regulamentos governamentais .

Exis tem muitas razões , a lém do descontentamento

general izado dos c l ientes , pelas quais os serviços es tão se tornando um

assunto cada vez mais importante , qualquer novo crescimento no futuro

ocorrerá a inda mais no setor de serviços .

Outra razão para a crescente ênfase poderia ser o fa to de que

muitas indústr ias de serviço com mercados l imitados no passado (por

exemplo: bancos, seguros, comunicação, processamento de dados e e tc . )

es tão agora compet indo em mercados geograf icamente maiores . Quando

se combina isso com a desregulamentação na área bancár ia , de

comunicações e de t ransportes , é fáci l ver outra razão para o foco de

a tenção em serviços: a compet ição. Já que a maior ia dos produtos é

s imilar , o campo de batalha é serviços . É at ravés dos serviços que um

negócio pode diferenciar-se dos compet idores . Com desregulamentação,

fusões e incorporações, exis tem cada vez mais compet idores , mesmo em

áreas não t radicionais (por exemplo: empresas de corretagem em áreas

normalmente reservadas aos bancos comerciais) .

Page 11: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

5

1.2. SERVIÇO COM QUALIDADE INFERIOR

Exis tem vár ios exemplos de serviços infer iores . Quantas

vezes você, com somente t rês produtos em seu carr inho, teve de entrar

em f i las de supermercados, com cl ientes de carr inhos cheios , porque o

caixa rápido estava fechado? Quantas vezes você teve de esperar por

uma hora ou mais por uma oportunidade de fa lar com o médico durante

5 minutos ? Você já entrou em alguma cabina do t ipo “24 horas” e

informou a quant ia de dinheiro desejada, somente para receber a

mensagem “entre com quant ia menor”? Ou mais provavelmente , o banco

não abasteceu o caixa automático com dinheiro suf ic iente . Ou

vendedores que não conhecem seus produtos .

Isso acontece no dia-a-dia . É só vis i tar lo jas de depar tamentos

e i rá descobrir a di f iculdade de devolver mercadoria com defei to .

Geralmente não pode obter o dinheiro de vol ta no mesmo departamento

em que estava devolvendo a mercadoria . Em vez disso, é necessár io i r a

outro depar tamento, em outro andar , no extremo oposto da loja . Outras

reclamações muito comuns incluem longas f i las , corredores

congest ionados, mercadorias sem preços vis íveis e fa l ta de embalagem

para presente no departamento em que o i tem foi comprado.

Outros c l ientes f rustados contam experiências i r r i tantes

s imilares . Uma cl iente disse que se sent ia como uma cr iminosa sempre

que saía das cabinas de prova por causa da forma como o pessoal da

segurança a t ra tava. Ela disse que esperava ser revis tada “da forma

como faziam nos aeroportos” na próxima vez que precisasse

experimentar um ar t igo de vestuár io . Isso não precisa ser fe i to dessa

forma.

Page 12: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

6

Muitos dos fornecedores de serviços , na l inha de f rente , não

têm a experiência básica para executarem seus t rabalhos. Eles não

conhecem a fundo seus produtos , ou mesmo que conheçam algo a

respei to dos mesmos, parece haver fa l ta de motivação ou interesse em

servir os c l ientes . Simplesmente , os c l ientes são vis tos como uma

inconveniência .

Os empregados podem ser o aspecto mais vis ível em serviços

com qual idade infer ior , mas o s is tema no qual os empregados

desempenham suas funções é o pr incipal culpado. Sob as mesmas

condições de t rabalho, a maior ia de nós comportar-se- ía da mesma

maneira .

Freqüentemente , os fornecedores de serviços na l inha de f rente

são mal pagos pelos seus esforços. Salár ios baixos, combinados com a

fa l ta de perspect iva de carrei ra , tornam o t rabalho desinteressante . Os

empregados não podem orgulhar-se de um trabalho desinteressante . As

gerências fornecem pouco t re inamento e a inda menos motivação. Se

exis t i r a lgum t ipo de t re inamento, é mais provável que o mesmo seja

mais de natureza mecânica ou técnica do que dir igido para sat isfazer o

c l iente .

Quantas vezes o serviço ter ia s ido melhor se o vendedor ou o

empregado na l inha de f rente t ivesse a responsabi l idade e a autor idade

para tomar decisões na hora? Frequentemente , temos uma at i tude

burocrát ica , presa a regras e regulamentos e resumida na f rase “ Você

precisa fa lar com o gerente “ . Em vez de f lexibi l idade e

responsabi l idade, assumimos uma abordagem burocrát ica com relação ao

serviço. Por acaso, causa a lguma surpresa não obtermos um bom

serviço? Os fornecedores de serviços não são ensinados a pensar , reagir

e comunicar-se .

Page 13: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

7

Obter-se um serviço com qual idade sat isfa tór ia , no Brasi l , em

mercear ias , lo jas de ferragens ou empresa de computadores , beira o

milagre .

1 .3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR

Os fornecedores de serviços com qual idade vêem e agem de

forma diferente daquelas organizações. Serviço é cul tura . Serviço com

qual idade infer ior , da mesma forma que serviço com qual idade superior ,

começa pelo topo. Os adminis t radores de empresas de serviços sem

qual idade algumas vezes vêem seus papéis como o de fazer dinheiro e

nada mais . Eles forçam maior produt ividade e “ pau na máquina “ . Essas

organizações fazem publ ic idade, promoções, usam diversos t ipos de

descontos e expedientes para a t ra i r a a tenção dos consumidores , mas

dão pouca atenção ao serviço pós-venda.

Freqüentemente , os adminis t radores de empresas de serviços

com qual idade infer ior desenvolvem uma espécie de visão de túnel . Eles

somente vêem o que eles mesmos ou seus depar tamentos desejam, e não

o que os demais dentro da companhia vêem.

Os fornecedores de serviços com qual idade dis t ingüem-se por

uma abordagem exatamente contrár ia a essa . Esses adminis t radores

sabem que, produtos com qual idade, manutenção, e boa adminis t ração

interna inf luenciam a sat isfação do cl iente de forma mais acentuada do

que preços baixos ou promoções ruidosas .

Na real idade, você não está no negócio somente para obter

lucros , mas para fornecer um serviço pelo qual as pessoas comuns estão

desejando pagar um lucro em reconhecimento do que você está fazendo

por e las .

Page 14: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

8

Gerenciamento inef ic iente depõe contra a qual idade. O

compromisso com a qual idade assumido pela a l ta direção é essencial e é

necessár io mais do que somente fa lar . Exige ação.

As organizações que fornecem bons serviços descobrem

formas s imples e inovadoras para manter a adminis t ração em sintonia

com os c l ientes e com o funcionamento diár io dos negócios .

Os fornecedores de serviços com qual idade faci l i tam ao cl iente

dizerem-lhes o que es tá cer to e o que es tá errado. Os car tões respostas

dos c l ientes são um fato concreto para o sucesso dessas organizações.

Elas encorajam reclamações de c l ientes porque as vêem como um meio

de melhorar os serviços aos mesmos. As pesquisas dão suporte ao modo

de atuação.

Uma equipe de vendas sabe o quanto é dif íc i l conseguir

c l ientes . É muito mais fáci l mantê- los do que cont inuamente se esforçar

para conseguir novos c l ientes .

Desenvolver uma est ra tégia de serviço é fáci l devido ao fa to

de os adminis t radores saberem o que podem e o que não podem fazer ,

bem como quais são os serviços desejáveis do ponto de vis ta do cl iente .

Eles sabem que não podem usar tecnologia para subst i tui r pessoas . Em

vez disso, sabem que a tecnologia pode fazer com que as pessoas

obtenham serviços e produtos com melhor qual idade.

Os fornecedores de serviços com qual idade são,

decididamente , companhias or ientadas para as pessoas . Essas

organizações reconhecem que “serviços são pessoas” , tanto os c l ientes

como os empregados. Eles t ra tam bem os seus empregados e es tes

devolvem o favor para os c l ientes. Os empregados têm orgulho do que

fazem e de s i próprios . Todos, do porte i ro ao presidente , sabem que o

que fazem afeta os c l ientes .

Page 15: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

9

O treinamento está envolvido, mas não necessar iamente na

extensão que se pensa. A auto educação diár ia no entrosamento com os

c l ientes é que é mais importante . Além disso, ganha re levo também,

mostrar aos empregados o que é a companhia , o como e o porquê eles ,

os empregados, são importantes e que t ipo de “apoio gerencial”

receberão.

Os fornecedores de serviços com qual idade encorajam,

respei tam e, a lgumas vezes , a té es t imulam os empregados na l inha de

f rente , como parceiros no fornecimento de serviços .

Os empregados precisam perceber que exis te uma chance de

crescimento pessoal e prof iss ional . Esse lado da “ar te” da

adminis t ração deve ser completado com o lado da “ciência” , para evi tar

que vire uma atmosfera de c lube de campo e de baixa produt ividade.

Devem ser f ixados padrões . O desempenho ao ser medido e comparado

com os padrões , passam por adequações, caso sejam necessár ias .

O desenvolvimento e a def inição de ta l s is tema de medição são

cr í t icos para nosso entendimento da qual idade no setor de serviços . É

necessár io organização e controle para se melhorar os serviços , ass im

como necessár io incent ivo para superar padrões e para mudar

comportamentos .

1 .4. PESSOAL DE SERVIÇO

Pessoal dedicado e com perf i l correto é crucial , se o negócio

pretende obter um serviço com qual idade que produza sat isfação dos

c l ientes , essencial em uma sociedade de serviços . A caracter ís t ica

necessár ia em cada pessoa var ia , dependendo do t ipo de negócio e de

Page 16: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

10

t rabalho. Trabalho não é somente responder as demandas, mas, a lém

disso, projetar uma imagem correta para o c l iente .

A American Express dá diversas recompensas para os

fornecedores de serviço na l inha de f rente , que desempenharem acima

do que é devido. Eles chamam isso de recompensas por “Grande

Desempenho”.

A Pepsi-Cola General Bot lers tem ainda mais admiração por

seus empregados. O dire tor de market ing observa: “Nosso pessoal tem

grande orgulho do que faz . Eles sabem o que isso representa para e les” .

Ele disse que, para muitos , o emprego representa toda a sua vida. O

gerente de produção destacou que seus empregados podem entrar em um

bar após o t rabalho, mas a maior ia nunca pedir ia um refr igerante

fabr icado por um compet idor , se o bar não servisse Pepsi . Outros

gerentes contam que recebem car tas de esposas de empregados que

dizem: “Nós somente queremos que vocês saibam que as cr ianças e eu

gostamos muito de Pepsi” . Pode parecer sent imental , mas é verdadeiro.

Todas as outras companhias podem rela tar incidentes s imilares

de empregados a ler tas e evi tando problemas. Outras contam his tór ias de

empregados executando t rabalho extra para garant i r a sat isfação do

cl iente . Outras a inda contam his tór ia de cr ises que ocorreram e em que

empregados a judaram voluntar iamente , sem nenhum pagamento. Os

gerentes não precisaram pedir ; os empregados s implesmente vieram por

conta própria . É impossível colocar uma et iqueta de preço em tal t ipo de

lealdade e apoio.

Page 17: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

11

2. ENFOCANDO O CLIENTE

Uma das pr imeiras l ições a serem aprendidas com os

fornecedores de serviços com qual idade super ior é a necessidade de

enfocar as necessidades deles .

Em 1980, a idade média nos EUA era de 30 anos. As pesquisas

demográf icas es t imam que na “virada” do século, à medida em que a

geração do baby boom amadurecer , a média de idade aumentará para 40

anos. Em vez da média de 18 a 34 anos, que era a média dos domicí l ios

do passado e por enquanto (a inda que não por muito tempo) o maior

grupo aquis i t ivo, os novos lares consis t i rão de pessoas na fa ixa de 35 a

50 anos. Neste novo milênio, essa fa ixa de idade crescerá para 40 a 55

anos. O s ignif icará para os negócios re lacionados com serviços? Pessoas

mais velhas preocupam-se com saúde, condicionamento f ís ico e

segurança, mais do que as mais jovens. Elas têm interesses diferentes e

apreciam esportes diferentes .

Atualmente , o tempo médio de duração de um emprego em

expediente completo é de 55 a 60 horas por semana. Pessoas com muito

dinheiro e pouco tempo vão querer serviços que provavelmente nunca

imaginamos antes .

Em primeiro lugar , esses serviços serão projetados para

maximizar o tempo l ivre dos c l ientes . Já temos serviços que apanham

correspondência , dis t r ibuem suprimentos de escr i tór ios , fazem pequenas

entregas e t ransportam mensagens. Atualmente , é possível sol ic i tar uma

Page 18: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

12

pessoa para tomar conta de sua casa e que ao mesmo aguarde que

encanadores , e le t r ic is tas , ins ta ladores de carpetes , ins ta ladores de

te lefones e outros , executem seus t rabalhos. Se não t iver tempo de lavar

seu carro, levá- lo para vis tor ia ou renovar a l icença, você poderá

rapidamente contratar a lguém que faça essas tarefas . Serviços de

compras personal izados em mercear ias e outros serviços de coleta e

re torno serão um lugar comum, cada vez mais crescente , no novo

milênio.

As necessidades dos c l ientes são mult idimensionais e mudam

constantemente . O perf i l demográf ico muda e com ele as necessidades.

As empresas que são capazes de manter em foco as oportunidades a tuais

e futuras dos c l ientes são as que experimentarão prosper idade no longo

prazo. Essas a l terações podem trazer problemas para organizações não

preparadas para l idar com elas , mas apresentam oportunidades reais para

as que reconhecerem como mudanças. A melhor forma de as empresas

protegerem seu futuro é enfocar as necessidades de seus c l ientes .

2 .1. INVESTINDO NA SATISFAÇÃO DO CLIENTE

Algumas das técnicas para a sa t isfação dos c l ientes são

sut is e outras não-evidentes . Algumas envolvem dedicação de tempo

dos adminis t radores , enquanto que outras enfocam na monitoração

extensiva das necessidades e a t i tudes dos c l ientes .

Todas as organizações imaginam que, para obter a lgum retorno

com os invest imentos na sat isfação dos c l ientes , é necessár io , não

somente dedicação de tempo dos adminis t radores , mas também

dedicação por par te de seu pessoal na l inha de f rente .

Page 19: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

13

A sat isfação dos c l ientes ocorre quando uma companhia enfoca

seus esforços em serviços com qual idade. A sat isfação dos c l ientes

produz recompensas reais para a companhia em termos de lealdade dos

c l ientes e na imagem da empresa. A insat isfação dos c l ientes produz

mel indres reais e isso é um fato que as empresas raramente podem se

dar ao luxo de ignorar . Como cl ientes , nós vol taremos a uma empresa

muitas vezes porque conhecemos a sua qual idade, sabemos que podemos

confiar nas pessoas que aí t rabalham e sabemos que obteremos serviços

consis tentes .

Ainda que a maior ia das empresas reconheça o valor de um

c l iente sat isfe i to , somente a lgumas assumiram o compromisso

necessár io para assegurar a sat isfação dos c l ientes .

É essencial , também, um cl ima posi t ivo entre os empregados e

os gerentes . Os empregados não são um “mal necessár io”, e les são a

solução para a sat isfação dos c l ientes . Os serviços precisam de pessoas

dedicadas. É dif íc i l , ta lvez impossível , que os empregados não se

s intam fel izes nos empregos e a inda ass im produzam o esforço

necessár io para assegurar a lealdade do cl iente . A adminis t ração tem de

apoiar o seu pessoal de modo que, por sua vez, e les possam apoiar os

c l ientes . Alguns pontos-chaves a serem lembrados:

fazer da sat isfação do cl iente o ponto focal , para a empresa;

monitorar as necessidades , desejos e a t i tudes dos c l ientes;

envolver a a l ta adminis t ração na monitoração e no melhor entendimento do cl iente;

selecionar e contratar pessoas que gostem de produzir serviços com qual idade;

Page 20: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

14

enfocar os esforços no t re inamento e motivação dos fornecedores de serviços na l inha de f rente e nas gerências , de modo que os mesmos saibam como e por que fornecem serviços;

dar ao pessoal uma perspect iva do ponto de vis ta da corporação;

compart i lhar as informações de forma aber ta a respei to da corporação e da necessidade do serviço;

mostrar apoio e confiança nos fornecedores de serviço da l inha de f rente;

providenciar ensaios e mostrar aderência aos padrões es tabelecidos;

definir a l tos padrões mensuráveis sobre serviço com qual idade (propensão para a perfeição);

providenciar metas e real imentação de informações a respei to do desempenho dos empregados com relação aos padrões;

2 .2. TREINAMENTO E MOTIVAÇÃO DOS EMPREGADOS

A motivação da qual idade dos serviços é importante , mas,

isoladamente , não é suf ic iente para assegurar o sucesso a longo prazo e

a sat isfação dos c l ientes . Os serviços , mais do que a fabr icação, são

dependentes de pessoas . Os serviços não são gerados por máquinas , mas

produzidos por pessoas .

A medição e a tecnologia são importantes , mas o “ ingrediente-

chave” para um bom serviço são as pessoas , par t icularmente as que são

ponto de contato. Se você tem vendedores ou operadores amuados,

nenhuma tecnologia o a judará . Se os empregados não se interessarem ou

não forem presta t ivos , rapidamente a lealdade dos c l ientes e empregado

desaparecerá .

Page 21: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

15

A American Express é vis ta por muitos , incluindo a revis ta

“Fortune”, como sendo o melhor fornecedor de serviços do seu campo

de atuação. Da mesma forma a Texas Instruments e o Holiday Inn, a

companhia tem grande fé no t re inamento dos empregados. Os novos

adminis t radores são selecionados entre o pessoal com “al to potencial” ,

recomendado por seus super iores . Essas pessoas , que já tenham entre

c inco e seis anos de experiência , são incorporadas à equipe do escr i tór io

da corporação durante um ou dois anos. Nesse escr i tór io , e las recebem

tre inamento abrangente . Então, normalmente , esses adminis t radores

re tornam para o seu ambiente or iginal para assumirem a chef ia de uma

área em par t icular : operações, f inanças , vendas e tc .

Quase, todas as organizações fornecem algum t ipo de

t re inamento; entre tanto a lgumas são mais sér ias quanto a esse ponto.

Esse t ipo de t re inamento na função faz com que cada pessoa

torne-se um adminis t rador melhor , porque cada um precisa aprender a se

comunicar e pedir cooperação para as pessoas que não estão sob seu

controle dire to . A idéia é : “Eu preciso persuadir outras pessoas a

controlar suas despesas . Se eu cooperar com João, que é quem controla

os abrasivos, e le será mais presta t ivo comigo quando eu quiser controlar

a minha área (produtos químicos) .

Como resul tado desse t re inamento na função, as pessoas que

precisam aprender à respei to de novas áreas , ganham uma perspect iva da

organização e desenvolvem uma at i tude de equipe. O benefíc io dire to

desse programa é que cada pessoa f ica mais bem-informada e mais

capaci tada a entender um outro ponto de vis ta . A sat isfação dos c l ientes

é melhorada indiretamente porque os empregados entendem como eles

afetam os c l ientes e como os c l ientes os afetam.

Page 22: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

16

2.3. TREINAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO POTENCIAL

A maior ia dos programas de t re inamento prepara os

empregados para uma tarefa específ icas ou para um área em par t icular ,

mas os melhores tentam maximizar o potencial de um empregado.

Mike Carr igan, vice-presidente da SRC, disse que percebe a

diferença que o programa de educação e t re inamento fez . Ele disse que

o gerenciamento tende a ser composto de tarefas dif íceis e tarefas

fáceis . Ele acredi ta que a maior ia dos gerentes descobre que é dif íc i l ,

por exemplo, apl icar punições ou tomar medidas discipl inares .

“Freqüentemente , mesmo o s imples encorajamento e dizer para

as pessoas que estão fazendo um bom trabalho é uma tarefa dif íc i l . A

aderência a planos de produção, bem como advert i r e fornecer

encorajamento posi t ivo, também ser iam tarefas dif íceis para muitos

gerentes .

Atualmente , menos de 30% dessas tarefas dif íceis são fe i tas

pelas a l tas gerências e mais de 70% das mesmas são executadas pelos

gerentes de nível mais baixo”.

Carr igan disse que um dos melhores benef íc ios para s i mesmo

e para a organização foi um processo mais rápido de tomada de

decisões , pr incipalmente porque essas ocorrem em um nível muito mais

baixo. Além disso, e le acredi ta que motivou outras pessoas a

melhorarem suas tarefas . Gary Brown, Diretor de Recursos Humanos da

SRC, repet iu esses sent imentos quando disse que, quando um gerente

supera uma dessas desaf iadoras tarefas gerenciais , e le se orgulha disso.

Ele disse: “A auto-confiança e controle deles aumentaram

dramaticamente”.

Page 23: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

17

Os prof iss ionais da SRC têm um programa de t re inamento para

todos os níveis de gerência . Isso inclui t re inamento para o pessoal em

posições-chave: engenheiros , contadores , vendedores e ass im por diante .

Eles também têm o t ípico t re inamento para “desenvolvimento de

execut ivos” que inclui as pessoas que es tão em níveis mais a l tos da

escala organizacional : os que ocupam posições de média e a l ta

gerências . E da mesma forma como ocorre com qualquer outro bom

programa de t re inamento, a SRC também tre ina seu pessoal . Entretanto,

não é isso que torna esse programa de t re inamento único.

2 .3 .1. FILOSOFIA INTELIGENTE

É responsabi l idade básica da gerência dar a todo o pessoal um

entendimento básico acerca de como uma organização funciona. Por t rás

da ação está a crença de que todos os seus empregados são inte l igentes .

Essa perspect iva de corporação ensina ao pessoal assunto de

novas áreas , a juda a ganhar uma perspect iva de organização e

desenvolve a t i tudes de t rabalho em equipe. Essa abordagem mantém

todos melhor informados e dessa forma mais propensos a ouvir

argumentos racionais . Devido à sua natureza, a abordagem também

exige que o pessoal seja mais invent ivo e cr ia t ivo.

2 .3 .2. TREINAMENTO INTELIGENTE

Atualmente , mui tos adminis t radores parecem l imitar a

capacidade e ta lvez a té a inte l igência de seus empregados quando

esperam incompetência ou esperam pelo pior . A percepção muda as

Page 24: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

18

coisas . Exis tem profecias que se cumprem sozinhas. Os gerentes

produt ivos sabem disso, antecipam o melhor e agem de acordo.

Se as gerências desejam empregados inte l igentes na l inha de

f rente , e las também devem mostrar como jogar o “ jogo” do negócio.

Não podemos esperar que os empregados a jam com intel igência , se não

entenderem as regras do jogo. Para reagir de forma inte l igente , os

empregados devem entender como tudo se encaixa. Ajudá-los a entender

e mantê- los envolvidos no sucesso do negócio s ignif ica que as gerências

devem em primeiro lugar , ensinar as regras f inanceiras do jogo. Ensinar

aos empregados como funcionam a demonstração de rendas e o balanço

é o começo do ensinamento das regras do jogo. É também uma forma de

assegurar fornecedores de serviços inte l igentes na l inha de f rente e

serviço de pr imeira c lasse .

Page 25: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

19

2.4. SELEÇÃO E ORIENTAÇÃO

Serviços com qual idade começam com a entrevis ta para a

contratação. É essencial contratar as pessoas cer tas . Muitos

fornecedores efet ivos de serviços reconhecem a importância do processo

de entrevis ta . A Disney t ra ta o seu processo de recrutamento e seleção

de forma muito sér ia . Eles dão uma apresentação de uma hora acerca

dos valores da corporação e querem que as pessoas desis tam, se

sent i rem que não podem atender aos padrões . Uma organização acredi ta

tanto na importância do processo de seleção que contratou um psicólogo

para a judar a tomar as decisões de contratação e de promoções. Isso

pode ser uma abordagem extrema para muitos , mas deve-se pensar de

forma sér ia nas caracter ís t icas e a t r ibutos que serão necessár ios para os

empregados na l inha de frente . Certamente , capacidade de comunicação,

de solução de problemas e de empat ia são at r ibutos posi t ivos em

serviço. Os fornecedores de serviço precisa Ter boa capacidade de

julgamento, para serem confiáveis e tenham desejo e energia suf ic ientes

para servir . Ainda que esses a t r ibutos sejam obviamente val iosos , é

aconselhável que os gerentes das áreas de serviço determinem que

aspectos específ icos são mais importantes para suas organizações.

Não importa as caracter ís t icas de personal idade, é essencial

que os empregados reconheçam seus próprios valores para a companhia

e para a correspondente ênfase da companhia no serviço. O melhor lugar

para se começar esse processo é por meio da or ientação dos

empregados. A pr imeira impressão é a que f ica . Muitos per i tos

acredi tam que o processo de or ientação é a chave para que os

empregados tornem-se ou não fornecedores efet ivos de serviços .

Page 26: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

20

A maior ia das or ientações descreve o que se espera dos

empregados. As realmente efet ivas também ident i f icam como um

empregado se re laciona com o serviço e com as outras metas da

organização. Além das expl icações a respei to de pagamento, benef íc ios

e outras a t ividades normais , as or ientações efet ivas também ident i f icam

oportunidades de crescimento, avanços e o papel de cada pessoa no

fornecimento de serviços com qual idade.

2 .5. ATITUDE ORIENTADA PARA O MERCADO

Os cl ientes podem desejar qual idade, preço, acurácia ou algum

outro aspecto. Tão logo as necessidades es te jam claramente

ident i f icadas , então e , somente então, deve ser fe i to o melhor para

preencher essas necessidades. Esse é um princípio fundamental para o

c l iente . O segredo do sucesso do negócio começa e termina na sua

capacidade de enfocar seus c l ientes . O mais recente recurso tecnológico

ou aquele contrato gigante não o a judarão, se você não cuidar dos

negócios do dia-a-dia . Se a lguém embalar mater ia is de forma

inadequada, ou se um motoris ta entrar em discussão com um cl iente ,

então você pode esquecer es te c l iente .

Esse fornecedor de serviços não se esqueceu de seus c l ientes .

Jere L. Lehr , gerente do Grupo de Desenvolvimento de Mercado e

Planejamento de Dist r ibuição, enfat iza que eles se asseguram da

manutenção de contato com os c l ientes . Ele diz que todos, do gerente de

Contabi l idade aos vice-presidentes despendem grande par te dos seu

tempo no campo. A f inal idade é descobrir o que o c l iente precisa . Todos

os gerentes gastam dias inte i ros t rabalhando em lojas de c l ientes .

Nessas vis i tas , pesquisam erros e perguntam o que podem fazer para

contorná- los . Esse concei to é s imilar em outros fornecedores de

Page 27: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

21

serviços . A al ta adminis t ração da Wal-Mart faz f requentes vis i tas a

todas as suas lojas . A Nordstrom, a Domino’s e a Pepsi-Cola General

Bot lers de Springfie lds , entre outras , exigem que todo o pessoal que vai

ascender à gerência comece a t rabalhar pela base da empresa.

Diversas companhias inovadoras a té mesmo usam seus centros

de serviços aos c l ientes para a judá- las a permanecer a par dos desejos

dos mesmos. Em vez de fazer com que os centros sejam simplesmente

centros de manuseio de reclamações, e las os usam para manter e

melhorar as re lações com os c l ientes . O pr incipal ponto de contato da

General Elet r ic com seus c l ientes é o GE Answer Center . Muitos dos

centros com telefones 0800 somente respondem a consul tas durante o

per íodo diurno nos dias úte is . O centro da GE está aber to 24 horas por

dia , durante os sete dias da semana, dando informações acerca dos

produtos e serviços GE. Um terço de todas as l igações es tá re lacionado

com perguntas pré-compra, um terço envolve o produto e cuidados com

o uso, e o terço res tante envolve serviços , incluindo como diagnost icar

problemas.

Ident i f ique os c l ientes para os quais você es tá tentando

atender a uma necessidade e , mais importante , como você pode atendê-

los melhor que qualquer outro no mercado. Resumindo, examinando

seus serviços em termos de preço, qual idade e resposta , você pode

determinar o que o c l iente deseja . Após ter fe i to isso, examine seus

recursos disponíveis , de modo a a tender às necessidades.

2 .6. ORIENTADO PARA SERVIÇO

Grandes fornecedores de serviços perceberam que, para serem

mais compet i t ivos , precisavam fornecer ass is tência e serviços em

market ing. Assim, par t i ram da hipótese de que deviam fornecer preços e

Page 28: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

22

qual idade compet i t ivos . A seguir perguntaram a s i mesmos o que mais

poderiam fornecer que lhes desse vantagem em relação aos

compet idores . Coisas como pedido informatizado, a tendimento rápido,

ass is tência e outros programas foram projetados para melhorar a

imagem do serviço e a lealdade do cl iente .

Essa companhia abordou esse problema introduzindo uma

única entrega onde todos os produtos são enviados de uma só vez, em

vez de fazê- lo com 15 a 20 vendedores separados durante a semana. O

resul tado é menos dis t ração e menos t rabalho para o recebedor . Em vez

de usas es t rados para colocar todas as mercadorias dest inadas a uma

loja - e que podem atrapalhar c l ientes - , e les usam carr inhos, que podem

ser rapidamente rolados para fora do caminho até que o balconis ta tenha

tempo de cuidar do mesmo. Esse objet ivo é s imples mas efet ivo, e

“ torna a vida do cl iente mais gerenciável , controlável e lucrat iva.

Page 29: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

23

2.7. PESQUISA JUNTO AOS CONSUMIDORES

Muitos dos inovadores serviços ao cl iente , que os mais

destacados fornecedores de serviço introduziram, foram poster iormente

adaptados pelos compet idores , mas esses inovadores foram capazes de

obter vantagem devido ao fa to de serem os pr imeiros a int roduzir um

serviço. A American Express , a Federal Express , e o Holiday Inn são

inovadoras em seus respect ivos campos. Todos descobriram o sucesso

enfocando o desenvolvimento de novos produtos e serviços , tendo como

alvo novos mercados e implementando novos produtos para ganhar

novos c l ientes .

A American Express , tem uma longa l is ta de inovações em

serviços que a a judaram a montar o seu sucesso. Por exemplo, e la foi a

pr imeira a es tabelecer uma parcer ia es t ra tégica entre os fornecedores

americanos e japoneses de serviços f inanceiros . Uma de suas inovações

mais populares envolveu o desenvolvimento de um novo t ipo de car tão

de crédi to chamado Optima. A revis ta Fortune escolheu o mesmo como

sendo um dos “produtos mais destacados do ano”. O car tão Optima

permite que os possuidores de car tões da American Express parcelem

pagamentos de compras a uma taxa de juros s ignif icat iva menor que a

maior ia dos demais car tões de crédi to .

Outros avanços incluem o Purchase Protect ion Plan que

garantem a maior ia dos i tens comprados com o car tão American Express

contra roubo, incêndio, perda ou danos acidentais . A American Express

também introduziu um avançado s is tema de computação que melhora a

precisão e velocidade em transações de câmbio.

A Holiday Inn, Inc. , é outra organização de serviços que não

somente sobreviveu, como também tornou-se a l tamente lucrat iva a t ravés

Page 30: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

24

de serviços consis tentes e inovações em seus serviços . Esses tornaram-

se sucessos pelo bom senso em negócios e , da mesma forma que a

American Express , e la faz uso inte l igente das pesquisas de c l ientes . Por

exemplo, em 1965, a Holiday Inn foi o pr imeiro hotel a garant i r

reservas durante a noi te . Eles foram a pr imeira grande cadeia de hotéis

a oferecer um plano de pagamento central izado para corretores de

agências de viagens. Nesse mesmo ano, e les se tornaram a pr imeira

cadeia de hotéis a oferecer garant ia em acomodação, is to é , sua

sat isfação é garant ida ou o seu dinheiro é devolvido. Eles foram os

pr imeiros a int roduzir um programa para o via jante f requente . Muitos

dos padrões desse segmento empresar ia l , como estacionamento grát is ,

gelo à vontade, TV em cores , piscina, f i lmes nos aposentos e diár ias

grát is para cr ianças com menos de doze anos foram iniciados pelo

Holiday Inn.

Essas organizações mostram um padrão de inovação em seus

campos. Essa exploração constante de formas para melhorar suas

re lações par t iculares com os c l ientes é realmente uma das chaves para

essas e outras organizações de serviços com qual idade. A capacidade

dessas organizações em inovar na área de serviços aos c l ientes tem sido

marca regis t rada. O sucesso de suas pesquisas es tá baseado no

conhecimento profundo das necessidades dos c l ientes .

Qualquer bom fornecedor de serviço faz cont ínuas

experiências para expandir as f ronteiras dos serviços para seus c l ientes .

2 .8. USO INTELIGENTE DA TECNOLOGIA

As pessoas são mais importantes para os serviços , mas isso

não implica em ignorar a tecnologia . Uma companhia pode não precisar

Page 31: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

25

fazer uso de tecnologia de ponta , mas a mesma deve ser , pelo menos,

a tual izada.

Conforme já observamos, os fornecedores destacados de

serviços reconhecem o lugar apropriado da tecnologia . Sabem que ela

deve ser usada para tornar o t rabalho mais fáci l e produt ivo e menos

redundante e repet i t ivo. Os computadores da L.L. Bean, da mesma

forma que os de muitos outros fornecedores destacados de serviços , têm

desempenhado um importante papel na melhoria da ef ic iência . Thomas

C. Day, vice-presidente de Operações da L.L. Bean, recebeu destaque no

The New York Times ao dizer : “A minha preferência é pelo uso de

computadores , mais para planejamento de serviços , controle e direção

de esforços manuais e não para invest i r muito em maquinar ia” .

Os computadores controlam os mater ia is recebidos dos

fornecedores . Eles imprimem et iquetas de embarque e descobrem a

forma mais barata de t ransporte . Os computadores a judam a selecionar o

melhor tamanho e t ipo de embalagens e calculam a taxa.

O seu Departamento de Serviços aos Cl ientes usa

computadores para a judá- los a processar 215.000 perguntas de c l ientes

por ano. Também usam computadores para reproduzir o tempo

necessár io para despachar um pedido. Ut i l izam pesquisa de mercado por

computadores para a judar a local izar compradores em potencial . O

importante é que eles usam tecnologia - tecnologia apropriada, e com

uso inte l igente , não tecnologia em excesso.

Os fornecedores de serviços na l inha de f rente serão sempre

mais importantes que a tecnologia . Os fornecedores destacados de

serviços olham para as pessoas , e então, e somente então, examinam

como podem usar tecnologia para melhorar esse serviço. Algumas

corporações procuram el iminar as pessoas por meio da tecnologia , mas

os fornecedores de serviço bem sucedidos procuram melhorar a

consis tência , responsabi l idade e confiança por intermédio da tecnologia .

Page 32: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

26

É simplesmente uma questão de perspect iva. Algumas organizações

enxergam os empregados como um problema. Os fornecedores

destacados de serviços vêem os empregados como a solução para os

problemas. As organizações de serviços com qual idade sabem que as

pessoas são a companhia , e procuram na tecnologia uma forma de

melhorar os serviços e tornar mais fáci l o t rabalho dos fornecedores de

serviço. A tecnologia é uma ferramenta para a judar as pessoas e não

para subst i tui - las .

Page 33: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

27

3. CONFIABILIDADE

Confiabi l idade do ponto de vis ta do cl iente deve ser mais do

que palavras . Algumas empresas fa lam a respei to de entrega em “cerca

de uma hora”, mas se realmente acredi tam nisso, por que não garantem?

Garant ias que oferecem uma sat isfação garant ida de 100% são uma

forma muito poderosa imagem de uma empresa como um fornecedor

confiável .

Serviço confiável e com al ta qual idade es tá baseado em

diversos fundamentos . Os fornecedores executam tarefas extras para

sat isfazer os c l ientes , para fazê- los se sent i rem par te da famíl ia .

Entretanto, serviço amigável não assegura confiança ou lealdade dos

c l ientes a longo prazo. Ao contrár io de muitas outras pessoas em

relação aos produtos ou fornecedores de serviços infer iores , o pessoal

dessas f i rmas de serviços . São seus próprios c l ientes .

Os adminis t radores de organizações a l tamente confiável têm

um grande senso de es t ima pelas pessoas de suas organizações. O

volume e a sof is t icação da tecnologia var ia de uma organização com

qual idade para outra . Em sua maior ia , e las usam tecnologia em nível de

média complexidade e a lgumas até usam pouca tecnologia . Ainda que o

grau de tecnologia usado possa var iar , uma coisa permanece

prat icamente constante; as melhores f i rmas de serviço são al tamente

or ientadas para pessoas . Em resumo, e les cuidam de seu pessoal porque

é e le que deve cuidar de seus c l ientes .

Page 34: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

28

Se alguém est iver procurando por um negócio que represente a

def inição f inal de confiança, ser ia muito dif íc i l descobrir um exemplo

melhor que a L.L.Bean. Quando fazem um pedido pelo catálogo desta

companhia especial izada em vendas por catá logo ( internet) , e les

recebem exatamente o que pediram em 99,89% das vezes . Algumas

empresas do mesmo ramo de negócio têm uma taxa de imprecisão que

var ia entre um e dois por cento. A confiança da L.L. Bean ul t rapassa a

mera precisão. De fato , e les oferecem 100% de sat isfação garant ida,

sem fazer perguntas .

A companhia também consegue expedir esses 5 ,5 milhões de

pedidos, encaminhando-os para seus cl ientes dentro de quatro dias e

meio. Um nível de serviço com 99,89 % de var iabi l idade rápida não é

um fei to pequeno, considerando o volume e var iedade dos negócios

fe i tos .

Em dez anos as vendas da L.L. Bean cresceram dez vezes e a

var iedade de i tens comercial izados aumentou seis vezes . Durante esse

per íodo, o número de empregados cresceu somente c inco vezes . A L.L.

Bean é um fornecedor ef ic iente e eficaz de serviços , sendo considerado

o melhor em seu campo de atuação.

Eis uma his tór ia americana de sucesso, resul tante da

insis tência em serviços com qual idade. Muito antes da compet ição

est rangeira , a L.L. Bean desenvolveu uma fórmula que assegura a

lealdade e o apoio dos c l ientes . Por exemplo, a cada ano, entre 3 e 3 ,5

milhões de esport is tas via jam para a loja de 50.000 pés quadrados em

Freeport , Maine. Muitos dos c l ientes da Bean enviam fotos de s i

mesmos usando os produtos . Outros c l ientes l igam para as te lefonis tas

pedindo sugestões pessoais a respei to de matér ias como nomes para seus

cães de caça. Um casal a té chegou a se casar na loja!

Page 35: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

29

3.1. SATISFAÇÃO GARANTIDA

Os cl ientes sempre se lembram de entregas extraviadas e

outros serviços não-confiáveis , mas a lgumas vezes os gerentes parecem

não reconhecer o impacto que ta is serviços com baixa qual idade têm

sobre suas empresas . Fornecedores de serviços a l tamente confiáveis

como a L.L. Bean sabem que seu sucesso es tá l igado desde o iníc io à

qual idade. Eles têm uma das melhores sat isfações incondicionais

exis tentes . Junto com outros destacados fornecedores de serviços , a

ênfase que eles colocaram na qual idade tornou possível oferecer ta l t ipo

de garant ia .

Eles fazem um esforço determinado para ser mais par te da

famíl ia do que para se parecer com um negócio. Típicos dessa

abordagem, são os modelos usados em seus catálogos. Ao contrár io de

modelos perfei tos , t íp icos de outro catálogos, e les usam seus

empregados como modelos . É uma abordagem à ant iga, de cer to modo

“domést ica”. É também uma das coisas que aumenta a s impat ia dos

c l ientes . As te lefonis tas melhoram essa imagem, conversando com os

c l ientes acerca de animais domést icos , do tempo ou de qualquer coisa

que o c l iente queira mencionar .

A sua abordagem pode ser resumida nas próprias palavras de

L.L. Bean: “Venda mercadorias boas , a um lucro razoável , t ra te seus

c l ientes como seres humanos e os mesmos vol tarão sempre”. De cer to

modo, esse es t i lo de l idar com os c l ientes pode ser “domést ico” em

excesso, mas para c l ientes entusias tas de esportes parece ser correto .

Não é uma abordagem que possa apelar para todos, mas que apela para

seus c l ientes .

Page 36: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

30

Não importa o es t i lo , um tema que se sobrepõe e é apreciado

por todos os c l ientes é a garant ia incondicional de 100%. Isso é rocha

sól ida, e daí advém a confiabi l idade da L.L.Bean. Não importa quão

poderosa seja a garant ia , e la deve apoiar-se em uma fundação comercial

for te , para ser bem sucedida. A maior ia das companhias não pode

oferecer ta l garant ia , mesmo que quisesse . Muitas vezes , as companhias

não podem oferecer ta l t ipo de garant ia devido à organização, aos

produtos ou a serviços infer iores . Se uma companhia es t iver se tornando

capaz de oferecer qualquer garant ia com sucesso, e la deve fornecer

produtos e serviços confiáveis e ter uma for te organização por t rás .

3 .2. A IMPORTÂNCIA DA PESSOA E NÃO TECNOLOGIA

Apesar de ser duvidoso, pode ser possível que a tecnologia

seja mais importante para o sucesso de um fabricante do que as pessoas ,

mas cer tamente isso não é o caso em serviços . Se uma pessoa não puder

fazer a lgo, cer tamente as máquinas também não o poderão. Máquinas

são ferramentas; as mãos que manuseiam as ferramentas é que são mais

importantes .

Essa tecnologia social inclui a ênfase no t re inamento. A ênfase

da Walt Disney em tre inamento é muito conhecida, mas outros

fornecedores de serviços , como a L.L. Bean, todos os empregados,

mesmo os temporár ios , recebem até uma semana de t re inamento. Eles

ass is tem a um f i lme a respei to da his tór ia da corporação e recebem

instruções acerca de como executar bem o seu t rabalho.

A L.L. Bean está sempre real imentando de informações seus

funcionários . Por exemplo, e les fazem grande uso de quadros de aviso,

onde são af ixadas car tas de reclamações e de cumprimentos de c l ientes .

Page 37: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

31

Eles fazem uso de c í rculos de qual idade e apreciam receber sugestões e

informações dos empregados.

Com cer teza, exis te melhor uso para os recursos humanos do

que s implesmente obter informações de vol ta . As pessoas devem cuidar

da organização. A L.L. Bean e a maior ia dos outros fornecedores

destacados de serviços preocupa-se com esse aspecto, cuidando de seu

pessoal . Eles têm um for te pacote de benefíc ios . Entre outras coisas ,

oferecem um desconto de 33% para todas as compras fe i tas por

funcionários . Os empregados recebem bônus de Natal que var iam em

função do tempo de emprego. Da mesma forma que a Wal-Mart e outras

empresas , seu programa de par t ic ipação nos lucros contempla todos os

que t rabalharam mais de 1000 horas por ano. Isso é s ignif icat ivo, já que

pode representar entre 10% a 20% do salár io de um funcionário .

3 .3. O DESEJO DOS CONSUMIDORES

É tarefa da adminis t ração ident i f icar os c l ientes e então

aval iar o que desejam. Infel izmente , com muita f reqüência , o que os

c l ientes realmente querem e o que os adminis t radores pensam, ser o

desejo deles , var ia muito . Por exemplo, muitos adminis t radores

assumem, de forma errada, que os c l ientes querem preços mais baixos,

quando na real idade querem uma “experiência agradável” . Sem

surpresas , muitos destacados fornecedores de serviços têm sido bem-

sucedidos devido ao fa to de terem transformado o seu serviço, em

par t icular , em uma at ividade única e não s imples chateação, como a

maior ia dos serviços parecer ser .

A Byerly’s é uma cadeia de mercear ias de Mineapol is . Em

fevereiro de 1987, como exemplo, f igurou na revis ta Time como um

fornecedor de serviços muito bem-sucedidos. A sua abordagem com

Page 38: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

32

re lação ao negócio de supermercados é realmente única. Ao contrár io da

maior ia dos supermercados, raramente faz propaganda e , em vez disso,

“gasta o dinheiro da propaganda em serviços”.

As diferenças não param aí . Em vez de mercear ias comuns,

com uma aparência fr ia e sem o apelo que nos é famil iar , a Byerly’s tem

candelabros e é toda acarpetada. Não exis tem odores desagradáveis .

Eles usam papel de parede color ido e têm corredores grandes. De fato ,

as lojas parecem-se mais com pequenas lojas de depar tamentos do que

com mercear ias .

Eles não oferecem cupons de compra ou descontos em preços.

O que fazem é colocar ênfase especial em serviços aos c l ientes e

ut i l idade. Por exemplo, e les empregam um economista domést ico em

tempo integral para a judar os c l ientes a planejar diversas a t ividades

domést icas e re lacionadas com al imentação. As prate le i ras são pintadas

com diversas cores , de modo que os c l ientes possam descobrir os i tens

que são apropriados para suas die tas em par t icular . Et iquetas

amareladas denotam al imentos apropriados sem gorduras , verdes são

para as die tas com pouco glutem, rosa é para die tas com calor ias

controladas ou para diabét icos e as azuis são para dietas com pouco

sódio. Eles fornecem mais de 1 .400 recei tas “aperfeiçoadas em suas

cozinhas” e têm uma grande var iedade de i tens de mercear ia , var iando

de ovos a a l imentos exót icos .

O que eles oferecem aos c l ientes é uma experiência única de

compras . Alguns referem-se a e les como “sem igual” , outros como um

“impacto de apelo esnobe”. Não importa a interpretação, e la foi bem-

sucedida. Para garant i r esse apelo único, cada loja é adminis t rada de

forma semi- independente , de modo que os gerentes de loja possam

ajustar os i tens de suas mercear ias aos desejos de sua vizinhança.

A capacidade de desenvolver uma imagem e apelo especial é

devido a esse enfoque. Tudo tem por f inal idade desenvolver a

Page 39: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

33

abordagem correta . A Byerly’s tem corredores largos, i luminação suave,

pisos acarpetados e outros toques inter iores diferenciados porque

atendem a essa abordagem. Até sacolas de compras são desenhadas por

um desenhis ta ta lentoso. Lá não exis tem sacos marrons. As sacolas

es t i l izadas são em azul e c inza e enfei tadas pelo logot ipo da Byerly’s .

Da mesma forma que muitos outros destacados fornecedores de

serviços , a Byerly’s aborda o seu negócio de um ponto de vis ta

inte i ramente diferente , ao contrár io de muitas empresas de serviços .

Don Byerly’s , presidente da organização diz: “A idéia global é tornar

agradável e interessante as compras em mercear ia e não uma tarefa

desagradável” .

3 .4. TORNANDO SEU NEGÓCIO ÚNICO

As abordagens devem ser consideradas quando se desenvolve

uma est ra tégia de serviço. Se uma organização já tem capacidades

únicas , e las devem ser comunicadas e exploradas dentro e fora da

organização. Entretanto, após aval iar as forças internas , f requentemente

será necessár io desenvolver as capacidades humanas e outras .

A est ra tégia de serviço pode envolver a lgumas das es t ra tégias

já discut idas ou pode centrar-se em estra tégias como atenção, acurácia ,

solução de problemas e ass im por diante . Dependendo da abordagem,

pode ser necessár io melhorar a pesquisa e seleção de pessoal , fazer

melhor planejamento de recursos humanos ou outros recursos , ou mesmo

monitorar melhor os serviços . Conforme veremos, na maior ia dos casos

os serviços dependem de pessoas e , como ta l , muitas vezes , serviço

melhor s ignif ica t ra tar melhor os membros da organização, com maior

respei to , delegando autor idade, aumentando o grau de responsabi l idade

e de autonomia.

Page 40: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

34

4. AVALIANDO O SERVIÇO

Para que uma empresa possa começar a enfocar seus c l ientes ,

em pr imeiro lugar deve entender quem são eles e que serviços precisam.

Fornecedores efet ivos de serviços sabem que at ividades de serviços

caras não têm valor se não sat isf izerem às necessidades dos c l ientes .

O que as organizações precisam enfat izar são aqueles serviços

que os tornam benquis tos e que cat ivam a c l ientela . A lealdade dos

c l ientes é aumentada quando eles esperam e recebem cer tas

recompensas . As recompensas que os c l ientes são: velocidade de

t ransações; a tenção; confiabi l idade; consis tência; e a té exci tação. Não

parece ter sent ido oferecer serviços , a menos que haja um claro

entendimento das necessidades dos c l ientes . Algumas organizações

“pensam” que entendem seus c l ientes , outras pensam que não precisam

de mudanças e a lgumas somente esperam por c l ientes em potencial que

precisem de seus serviços . Todas essas a t i tudes são extremamente

per igosas .

Cada empresa precisa aval iar os serviços fornecidos aos

c l ientes . De fundamental importância é a necessidade de aval iar o

es tado dos serviços e que melhorias são necessár ias . Se não houver

formas de aval iar os serviços , então não exis tem formas pelas quais o

mesmo possa ser melhorado.

O que é exatamente qual idade em serviço? Isso parece var iar

dependendo da pessoa a quem você faz a pergunta e de que perspect iva

você es tá olhando. Por exemplo, o que serviços com qual idade na área

de saúde s ignif icam para você? Depende se você est iver fa lando com

médicos, pacientes , hospi ta is , adminis t radores dessa área ou até com

membros da famíl ia de pacientes . Além disso, os serviços consis tem de

coisas muito mais intangíveis que os produtos manufaturados. A

at ividade mental é par te de muitos serviços , mas impossível de medir .

Page 41: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

35

Como medir cooperação? Você não mede coisas intangíveis mas, como

verá , pelo menos pode medir resul tados de t rabalhos em serviços .

A despei to das dif iculdades de aval iar serviços , es tá ocorrendo

cada vez mais aval iação nessa a t ividade. Na real idade não há escolha.

Uma organização deve descobrir formas de aval iar os serviços porque

seus compet idores cer tamente o farão. Agora podemos examinar

diversas formas pelas quais fornecedores de serviços es tão aval iando a

qual idade de seus t rabalhos.

4 .1. PESQUISAS DE CLIENTES

A American Express e outros destacados fornecedores de

serviços usam pesquisas de c l ientes para a judá- los a aval iar

desempenho. Na American Express , a cada mês um resumo dessas

descobertas é apresentado ao presidente do conselho. O mesmo, junto

com uma equipe, anal isa onde podem ser fe i tos melhoramentos nos

serviços .

O planejamento f inanceiro efet ivo não os torna fora do normal .

O que os separa da maior ia das c l ínicas são sua sensibi l idade e a t i tudes

para com os pacientes . Os médicos reconhecem que grande par te de seus

negócios são fe i tos em função de referências e e logios , de modo que

eles tentam cuidar dos pacientes-cl ientes de forma prof iss ional .

A maior ia das c l ínicas tem programas de gerenciamento de

r iscos para assegurar que os aspectos re lacionados com empregados,

pacientes e legais que sejam revis tos , mas é pouco usual ver um médico

cl ínico preocupando-se com a sat isfação do cl iente . O dire tor da c l ínica

acredi ta que a sat isfação do paciente é um dos pontos-chaves para o

sucesso a longo prazo. Essa a t i tude vol tada para o c l iente é melhor

Page 42: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

36

resumida pelo presidente do conselho, que declarou: “Nenhum telefone

toca t rês vezes aqui” . Eles querem que seus pacientes lembrem-se da

a tmosfera agradável e prof iss ional na c l ínica . Para a judar a determinar o

quão bem estão conseguindo atender a esse objet ivo, e les têm uma

enfermeira ou outro funcionár io para entrevis tar , a leator iamente , os

pacientes e regis t rar suas respostas .

A abordagem da cl ínica com relação aos serviços é inovadora e

encorajadora, mas provavelmente poucas companhias põem tanto

esforço em pesquisas de c l ientes como a American Express . O pessoal

do escr i tór io central controla o desempenho de seus s is temas na

dis t r ibuição de serviços (STR). O STR consis te em esta t ís t icas que

controlam mais de 100 medições re lacionadas com a sat isfação dos

c l ientes .

Os resul tados do STR também são usados para ident i f icar e

aval iar problemas em serviços . Se o desempenho não atende aos

padrões , os gerentes de garant ia da qual idade procuram possíveis

problemas. Uma vez ident i f icados, as gerências locais devem

desenvolver ações detalhadas para corr igir as def ic iências em serviços .

Os progressos na implementação desses planos devem ser re la tados

mensalmente . Como par te do processo de controle e aval iação do STR,

as soluções efet ivas são compart i lhadas pela equipe de garant ia da

qual idade com os gerentes , em diferentes locais que tenham problemas

comuns em serviços .

Page 43: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

37

4.2. PESQUISA DE AUTO-AVALIAÇÃO

Existem muitas formas de aval iar as necessidades dos c l ientes ,

uma das quais é a pesquisa de c l ientes . Muitas indústr ias também fazem

uso de pesquisas prof iss ionais de mercado. O objet ivo é tentar anal isar

o serviço atual , de modo que seja possível visual izar formas de

melhorá- lo . Para ser realmente bem-sucedido nesse processo, é

importante def inir c laramente essas expectat ivas do cl ientes . Quanto

mais c laramente es t iverem def inidas essas expectat ivas , maior a

probabi l idade de que uma organização seja capaz de ident i f icar uma

forma de sat isfazer a essas necessidades. A organização desejará usar

todos os métodos possíveis para tes tar e ident i f icar especif icamente as

necessidades dos seus c l ientes .

Pesquisas de auto-aval iação fornecem outra forma de

determinar se es tá sendo fornecido serviço acei tável . Para fazer uso

mais ef ic iente da pesquisa , é necessár io assegurar-se de que cada

questão corresponda a a lgum aspecto do serviço que seja importante

para uma organização. Se os mesmos produzirem resul tados

insat isfa tór ios , então você pode ident i f icar medidas para corr igir essas

f raquezas .

Cada pesquisa de auto-aval iação pode ser dest inada a uma área

específ ica dentro da organização. Cada departamento pode usá- la para

aval iar serviços que se re lacionem com suas áreas . Tal processo pode

ajudar as anál ises e decisões de uma área individual , de modo que se

implementem melhorias . O assunto mais dif íc i l a ser resolvido, da

mesma forma que a maior ia das aval iações , é como assegurar-se da

objet ividade. Se a auto-anál ise precisa ser efet iva , também precisa ser

tão objet iva quanto possível . Anal ise o serviço da forma como o mesmo

Page 44: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

38

exis te , não como se supõe que seja . Para que isso ocorra , deve haver

confiança e respei to entre os gerentes e os fornecedores de serviços na

l inha de frente . É um esforço conjunto e não devem ocorrer punições

com base na auto-aval iação.

4 .3. ESTABELECENDO CRITÉRIOS DE DESEMPENHOS

Outro método para aval iar serviços a c l ientes é es tabelecer

a lgum cr i tér io interno que afete o serviço, com base no que os c l ientes

pensam que é importante . A par t i r d isso então, medir o desempenho

individual , do depar tamento e da organização contra esse cr i tér io . Dessa

forma, a contabi l idade, computação, vendas e outros serviços podem ser

julgados com base em suas contr ibuições para a qual idade em serviços

de uma organização.

Um dos mais interessantes casos , onde está ocorrendo isso,

envolve a medição de desempenho de empregados de escr i tór io e

pessoal de serviço da Sol id State Circui ts . Esse fabr icante de c i rcui tos

impressos aval ia uma grande gama de valores . Eles aval iam tudo, desde

as t ípicas preocupações menos usuais envolvendo erros em documentos .

Com relação a essas preocupações mais a t ípicas , Tom Kowalski ,

presidente da companhia disse: “Nós começamos examinando quantos

erros havia na documentação que al imenta o s is tema de produção.

Quando começamos a monitorar os erros de documentação, a taxa de

erros caiu de forma marcante . As pessoas sabem que estamos medindo a

acurácia de nossas entradas porque os resul tados são publ icados para

todos verem”.

No centro de todos os seus s is temas es tá uma preocupação com

custos da não-conformidade. O preço de não-conformidade é o que custa

para fazer coisas de forma errada, resul tando em perda de dinheiro,

Page 45: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

39

tempo e oportunidades. Custos da não-conformidade incluem custos com

sucata , custos com horas extras relacionados com produtos defei tuosos,

despacho de contas não-cobráveis ou quaisquer outros i tens associados

com custos de não-conformidade em relação aos requis i tos . Quando

tota l izou esses custos , a Sol id State Circui ts descobriu que 30% de suas

vendas re lacionavam-se com custos de não-conformidade. Dessa forma,

se e les vendessem US$ 16 milhões, os custos eram de 30%, ou US$ 4,5

milhões .

4 .4. CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DE PADRÕES

Quando são estabelecidos padrões , é importante assegurar-se

de que todos, di re ta ou indiretamente envolvidos na dis t r ibuição de

serviços , entendam o que se espera. Os padrões de serviços devem

aval iar dois cr i tér ios amplos . Um envolve os aspectos de planejamento e

organização dos serviços . O outro envolve o aspecto do pessoal . Cada

um deles é necessár io para assegurar padrões equi l ibrados e efet ivos de

serviços .

As considerações sobre o planejamento e a organização

incluem as pol í t icas , procedimentos , métodos e regras que ajudam a

manter um sis tema de serviços funcionando suavemente . A f inal idade

desses padrões é tornar possível na dis t r ibuição de seus serviços .

Também se devem definir padrões humanos, bem como os de

s is temas, para assegurar serviço efet ivo, mais do que somente ef ic iente .

As considerações pessoais incluem os a t r ibutos dos fornecedores de

serviços na l inha de f rente , que ajudam a es tabelecer re lações com os

c l ientes . Os c l ientes negociam com pessoas e não com corporações. Eles

sentem bem quando conhecem o pessoal e quando estes conhecem algo a

seu respei to .

Page 46: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

40

As relações são cer tamente importantes , mas não se es t iverem

isoladas . Se não exis t i r um bom sis tema de entregas ou de t re inamento,

os c l ientes acabarão não obtendo o desejado. Se essa s i tuação cont inuar

a ocorrer , nenhum serviço amigável e pessoal na l inha de f rente será

capaz de obter a lealdade do cl iente .

4 .5. CONSIDERAÇÕES DE NATUREZA HUMANA

Serviços com responsabi l idade e confiabi l idade para os

c l ientes requerem apl icação s is temát ica de padrões . Entretanto, muitas

vezes os c l ientes querem mais do que serviços rápidos, e consis tentes .

Alguns serviços podem ser rápidos mas não mostram cortes ia ou

gent i leza. Podem exis t i r , mas mostrar pouca empat ia . Comparadas com

as considerações re lacionadas com sis temas, as considerações de

natureza humana têm importância igual ou superior . Relacionamento e

confiança com os c l ientes são val iosos para qualquer organização, e

somente pessoas podem dar isso.

A maior ia dos c l ientes aprecia a tenção pessoal . Apesar de nem

sempre ser possível , a maior ia aprecia quando o pessoal de serviço

demonstra a tenção ou se dir ige aos mesmos pelo pr imeiro nome. Isso

mostra que o pessoal dispendeu tempo e esforço para conhecer os

c l ientes , pelo menos de nome. Também comunica respei to e torna o

serviço menos burocrát ico.

É importante def inir comportamentos apropriados, mas a lguns

aspetos dos serviços permanecerão intangíveis . É por isso que é

importante recrutar “pessoal de serviços”. A maior ia de nossas

organizações de serviços concordar ia com a gerente da Texas

Inst ruments . Ela disse que para se fornecer um bom serviço você precisa

Page 47: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

41

ter pessoal que queira servir . Algumas pessoas têm bom impacto no

contato com pessoas , ao passo que outras não.

Serviço é tanto verbal como não-verbal . Algumas vezes não é

tanto a resposta a perguntas , mas a forma como as mesmas são dadas

que é cr í t ico para a impressão do cl iente . Sempre que possível , os

padrões devem refer i r -se à necessidade de manter contato visual e es tar

seguro quanto às expressões faciais e corporais . Os fornecedores de

serviço t ransmitem uma mensagem de ajuda posi t iva ou outra coisa? A

maior ia das pessoas sabe quando alguém não quer ser incomodado. Isso

pode ser notado por a t i tudes abruptas. Isso pode ser notado pela forma

como a pessoa que nos a tende se porta . Alguns demonstram claramente

que estão interessados em ajudar , enquanto outros somente o fazem

empurrados. É necessár io es tabelecer t re inamento e padrões para que o

comportamento seja def inido.

4 .6. MEDINDO E MONITORANDO DESEMPENHO

Os padrões ident i f icam o que deve ser fe i to , mas não

necessar iamente o que é fe i to . Após compensar-se que os padrões de

serviços devem estar baseados nas expectat ivas dos c l ientes , como no

caso da American Express , o desaf io seguinte é manter essas

expectat ivas sob controle . A American Express faz isso por intermédio

das pesquisas “baseadas em transações” que medem a qual idade de

t ransações específ icas de c l iente , como perguntas te lefônicas sobre

fa turamento e processamento de autor izações na ocasião de fazer

compras . Essas pesquisas são então anal isadas de modo que possam

tomar ações corret ivas , se necessár io .

Eles também usam revisões em empresas ou setores como

forma de monitorar o desempenho. Representantes da corporação

Page 48: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

42

vis i tam os diversos centros ao redor do mundo. Eles revisam e aval iam a

qual idade, a compet ição, o market ing e os s is temas operacionais dos

diversos centros . Frequentemente , ta is vis i tas podem demorar diversas

semanas. No f inal , os revisores apontam o que é necessár io para

melhorar a qual idade em serviços . Seus padrões são al tos . Conforme já

foi observado anter iormente , qualquer pessoa que chef ie um

departamento, cujo desempenho caia abaixo de 98%, deve expl icar para

a equipe de garant ia de qual idade, por que os padrões não estão sendo

atendidos. Algumas medições de desempenho que eles fazem incluem:

número médio de idas entre o recebimento de sol ic i tações de car tões de

crédi to e sua expedição pelo correio ou a not i f icação da negat iva;

percentagem de subst i tuição de car tões fe i tas no mesmo dia , por meio

de sol ic i tação de subst i tuição de emergência; percentagem de mudanças

de endereços que são processadas de forma correta e ass im por diante .

Fazer uso de observações pessoais , como a American Express

e outros fornecedores de serviços o fazem, provavelmente é a forma

mais comum e s imples de ver i f icar o desempenho em relação aos

padrões . A postura dessas observações deve ser a de assumir uma

at i tude de quest ionamento, em vez de punição de erros . A f inal idade

dessas observações é encontrar exemplos de aderência , tanto sat isfa tór ia

quanto insat isfa tór ia aos padrões de serviços .

O seu s is tema de controle escr i to de sat isfação dos c l ientes

consis te de t rês quest ionár ios específ icos . O pr imeiro é enviado para o

c l iente cerca de 30 dias após a insta lação de um produto. Ele enfoca as

vendas, serviços de market ing, entrega, ins ta lação e t re inamento. O

segundo quest ionár io é enviado seis meses após a insta lação e seu

formato enfoca o desempenho do produto, serviços de manutenção e de

reparos . O terceiro e úl t imo quest ionár io é enviado a intervalos de um

ano nos aniversár ios de aquis ição e enfoca as var iáveis que se

re lacionam com o uso do produto. Cada um desses quest ionár ios contém

medições de sat isfação e de intenção de vol tar a comprar e que formam

Page 49: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

43

a base para aval iar o desempenho. O s is tema de sat isfação de c l ientes da

Northen Telecom é capaz de fornecer , aos gerentes do Departamento de

Garant ia e Qual idade da corporação e das divisões , informações a

respei to de preocupações específ icas e também um meio efet ivo e

objet ivo de aval iar pontos for tes e f racos.

4 .7. AÇÃO CORRETIVA E MELHORIAS DE TRABALHO

Somente será necessár ia ação corret iva se houver desvios entre

o que se espera (por exemplo, padrões de serviços) e o que realmente

aconteceu. Por exemplo, se um padrão manda que os serviços sejam

entregues em “30 minutos ou menos” e o mesmo está levando 40

minutos , então serão necessár ias medidas corret ivas , já que o desvio não

era esperado.

Esse t ipo de abordagem corret iva é f requentemente conhecido

na l i tera tura adminis t ra t iva como “adminis t ração por exceção”. Na

adminis t ração por exceção, os gerentes enfocam desvios não-usuais ou

excepcionais em relação aos padrões , em vez de enfocar cada desvio,

dessa forma pr ior izando tempo e esforço. Os gerentes podem enfocar as

necessidades mais cr í t icas de serviços . Essa abordagem enfoca os

esforços dos gerentes nos problemas excepcionais , em vez de nos

rot ineiros . A adminis t ração por exceção deve ser usada tanto nos casos

de bom desempenho, como nos casos opostos . Desempenho não-

esperado e qualquer desempenho não-usual devem ser invest igados.

Esse es t i lo de adminis t ração também permite uma forma

efet iva de delegação aos fornecedores de serviços na l inha de f rente ,

dessa forma t razendo responsabi l idades para toda a cadeia de comando.

Page 50: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

44

Antes de agir , lembre-se de que exis tem quatro razões pelas

quais podem ocorrer esses desvios . Em primeiro lugar , e pr incipal , as

gerências devem decidir se os padrões de serviços são razoáveis . Em

alguns casos , pode ser quase impossível entregar serviços apropriados

em 30 minutos . Se é pouco provável que os padrões sejam atendidos,

es tes devem ser a l terados, ou as condições devem ser a l teradas , de modo

a que isso se torne possível .

Em segundo lugar , pode haver desvios entre o que se espera e

o que ocorre porque o pessoal não pode fazer o serviço, já que não foi

t re inado de forma apropriada. Se os fornecedores de serviços na l inha

de f rente , ou seus supervisores , não forem qual i f icados para o serviço

(por exemplo, não souberem como entregar os serviços) , as gerências

não podem esperar que os padrões de desempenho sejam atendidos.

Em terceiro lugar , é possível que, por causa da natureza

interdependente dos serviços , a tarefa precedente tenha contr ibuído para

cr iar o problema. Por exemplo, se a lguém atrasou-se para entregar um

serviço, é possível que, por sua vez, tenham sido not i f icados com muito

a t raso a respei to do pedido do cl iente . Os padrões foram violados, mas

não por culpa do fornecedor dire i to desses serviços .

Finalmente , exis te a possibi l idade de que tenha s ido realmente

a fa l ta do fornecedor de serviços . Se foi devido a negl igência ou

problema pessoal , então podem ocorrer diversas ações por par te das

gerências . É possível re t re inar e motivar fornecedores de serviços que

não atendam aos padrões . As pessoas podem ser deslocadas de uma

posição para outra , de modo que os padrões possam ser a tendidos.

Aconselhamento, advertências e a té dispensa são outras formas de se

l idar com os que não atendem a padrões razoáveis de desempenho.

Page 51: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

45

5. INCENTIVOS E RECOMPENSAS

Qual idade em serviços vale-se a lém de um tre inamento

inte l igente , deve também ter a adoção de incent ivos. Quando se t re inam

empregados é importante mostrar- lhes a conexão entre ações e

resul tados. Eles precisam ter incent ivos .

Treinamento inte l igente s ignif ica ser honesto. Se não f izer

diferença o quão duro alguém trabalhe, já que todos recebem a mesma

quant ia , as pessoas inte l igentes perguntarão: “Para que t rabalhar tanto”?

Sem dúvida alguma, o programa de sugestões de empregados

tem t ido um sucesso completo. Ele foi bem-sucedido mesmo quando a

maior ia dos programas de sugestões de empregados não tem t ido

sucesso. Para muitas companhias , a “caixa de sugestões” é uma piada

dentro da empresa. Enquanto muitos programas morrem por fa l ta de

interesse , esse foi muito bem-sucedido. O que provocou seu sucesso?

No topo da l is ta , es tá o compromisso da a l ta adminis t ração,

razão que fez com que esse programa funciona, enquanto outros

fa lharam. A al ta adminis t ração mostrou apoio consis tente para com o

programa, fornecendo recursos , consul tores e dinheiro para a judar a

desenvolver procedimentos para um programa de sugestões efet ivos .

Eles patrocinaram tre inamento para o pessoal , no qual foram mostrados

vídeos enfat izando a necessidade e as razões do programa de sugestões .

A adminis t ração permit iu que as “equipes de sugestão” se reunissem e

discut issem suas idéias para melhorias , durante o horár io de expediente .

Page 52: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

46

Mais importante a inda, a a l ta adminis t ração demonstrou seu

compromisso assegurando que os recursos e o tempo adequados fossem

alocados para o programa.

5 .1. INCENTIVOS MONETÁRIOS

Um dos incent ivos que alguns dos excelentes fornecedores de

serviços usam é o dinheiro. Nem todos, mas muitos dos fornecedores de

serviços com qual idade parecem ter a opinião de que, se você pagar um

salár io muito baixo, esse é jus tamente o t ipo de serviço que você obterá

- muito pouco.

Incent ivos para se conseguir qual idade em serviços são

essenciais . Assim como o t re inamento, os incent ivos a judam a mover as

decisões mais para baixo dentro da organização e , por sua vez,

produzem uma organização mais efet iva. Serviços são pessoas , e os

incent ivos devem ser enfocados para promover seus esforços.

Exis tem muitos t ipos e muitas combinações de incent ivos para

encorajamento de serviços , incluindo os f inanceiros e não-f inanceiros .

A chave para a ef icácia dos mesmos não está na sua exis tência ou t ipo,

mas na forma como são usados. As t rês mais importantes palavras , que

melhor descrevem o uso efet ivo de incent ivos são compromisso,

compromisso e compromisso. A al ta adminis t ração deve demonstrar

apoio e compromisso. Exis tem diversas formas de se fazer isso. Uma

delas é o dinheiro. Como diz um velho adágio: “Você obtém o que você

paga para ter” . Como já se viu antes , muitos dos destacados

fornecedores de serviços obtêm esforços e compromisso dos empregados

porque a companhia os obteve por meio dos salár ios , pelos programas

de benefíc ios , ou por ambos.

Page 53: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

47

5.2. BENEFÍCIOS

Os benefíc ios para os empregados são outra forma de se

demonstrar compromisso das gerências com os empregados na l inha de

f rente . Algumas vezes , os benefíc ios são usados como a pr incipal

ferramenta para melhorar os serviços , porque ajudam a desenvolver uma

força de t rabalho dedicada e leal .

Um dos incent ivos mais s imples , porém ef ic iente , é a

recompensa monetár ia semanal dada por volume efet ivo de vendas. Se

um gerente de uma de suas muitas lojas de depar tamentos desenvolver

uma apresentação de produto que resul te em boas vendas ou lucros para

essa loja , e le pode submeter os resul tados.

O outro programa de incent ivo monetár io é o programa de

economias da Wal-Mart , que oferece um máximo de US$ 200 para cada

empregado em tempo parcial , dependendo do tempo de companhia . Os

US$ 200 são dados para esses empregados se a companhia conseguir

suas metas de economia. Economia tem a ver com a quant idade de

mercadorias que “desaparecem” devido a roubo, contagem inadequada e

ass im por diante . Por exemplo, se a meta da companhia era um aumento

de um por cento das vendas e a meta foi a t ingida, cada loja que se

qual i f icou recebe o bônus. Para qual i f icar-se , uma loja precisa manter

ou melhorar a meta de cresimento em relação ao ano anter ior .

5 .3. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS

A Federal Express usa dois t ipos de par t ic ipação nos lucros .

Um deles é a par t ic ipação normal nos lucros que vai para o programa de

aposentadoria dos empregados. O outro é menos usual : par t ic ipação de

Page 54: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

48

acordo com o méri to . Para encorajar o desempenho, a cada ano, em

junho e dezembro, os empregados c lass i f icam-se, de acordo com três

categorias diferentes . Por exemplo, os empregados são julgados de

acordo com:

Profiss ional ismo, acurácia e qual idade.

Qualidade do t rabalho.

Espír i to de equipe.

Esses empregados podem class i f icar-se de um mínimo de um a

um máximo de t rês pontos em cada uma dessas categorias . Os seus

gerentes também podem atr ibuir outro ponto, de modo que cada

empregado consegue obter um máximo de dez pontos .

Os gerentes consul tam os empregados com relação a essa

aval iação. Em alguns casos , as c lass i f icações são reduzidas; em outros ,

aumentadas . As class i f icações f inais são então usadas para determinar a

quant ia que cada empregado receberá . Dessa forma, esse pagamento é

baseado na c lass i f icação individual e nos lucros obt idos pela

corporação, e é um adicional ao pagamento e à par t ic ipação normal nos

lucros .

5 .4. RECONHECIMENTO, RECOMPENSAS E OUTROS INCENTIVOS

Mais dif íc i l de quant i f icar , mas também muito importante , são

os incent ivos não-f inanceiros . Conforme observou um gerente de loja :

“Todos gostam de ser apreciados”. As gerências da Wal-Mart tentam

fazer com que todos s intam-se como par tes vi ta is da organização. A

par t ic ipação nos lucros a juda, mas um ocasional “muito obrigado”

também ajuda.

Page 55: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

49

A companhia tenta fazer com que os es toquis tas , caixas e a té

os apanhadores de carr inhos do estacionamento s intam-se par te da

organização. A Wal-Mart procura deixar que eles digam quando t iverem

uma “grande idéia” . Mesmo um sorr iso a juda.

As medalhas e as recompensas em dinheiro são importantes

para manter a l to o interesse e a par t ic ipação, mas provavelmente o

incent ivo mais poderoso são as oportunidades de crescimento pessoal e

desaf ios . Como a maior ia dos membros da organização de f ranquias ,

proprie tár ios ou gerentes de lojas da Domino’s foram entregadores ou

“pizzaiolos”, muitos empregados reconhecem o potencial de avanço na

carrei ra . Marty Prather , um proprie tár io de f ranquia A&M, declarou que

o seu pessoal sabe que, se f izerem um bom trabalho, podem vir a ter sua

própria loja em dois ou t rês anos.

A Federal Express usa incent ivo para a judá- los a permanecer

responsivos. Da mesma forma que a Domino’s , e les es tão cientes da

necessidade de crescimento e desaf io pessoais . Conforme já foi

observado, 70% de seus cargos são preenchidos internamente . Eles

também usam outros incent ivos para melhorar o desempenho dos

serviços . Um deles é o seu programa “pagamento por desempenho”. Ele

é projetado para reduzir os problemas associados com o t radicional

processo de promoção por e tapas , que se baseia no tempo de serviço.

Com o programa de incent ivos de Federal Express , se um empregado

chegar ao topo da fa ixa salar ia l de uma função, e le a inda é e legível a

receber aumentos por méri to , com base no desempenho em serviço.

A Federal Express também usa incent ivos de serviços

individuais , como o programa Bravo Zulu. O nome é baseado nas

bandeira Bravo e Zulu, usadas pela marinha americana para s ignif icar

“bem fei to”. Recompensas f inanceiras e não-f inanceiras (entradas de

jogos e teatro , jantares para dois) são recompensas que mostram

“desempenho exemplar” . Exis te muito pouca “burocracia” , pois os

gerentes usam seus próprios cr i tér ios para premiação.

Page 56: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

50

Programas mais formais incluem o Golden Award Falcon. Essa

recompensa é dada aos que prestam serviços para os c l ientes que vão

“acima e a lém do que manda o dever”. Um comitê escolhe os candidatos

a cada mês e o vencedor recebe um dis t int ivo como demonstração da

premiação, bem como uma ação preferencial da Federação Express .

Esses programas, junto com a pol í t ica da Federal Express de não

despedir empregados, são encorajamentos poderosos.

Coisas intangíveis são dif íceis de se def inir , mas o que é c laro

é que o gerenciamento efet ivo de serviços obriga ao contato com os

empregados. Os gerentes precisam ter como pol í t ica t rabalhar ao lado

dos empregados, ouvindo suas idéias e dando-lhes responsabi l idade.

Ralph Graham, gerente de loja da Wal-Mart , observou que 73% de todas

as mercadorias vendidas , foram adquir idas por empregados e diversos

gerentes de depar tamentos . Esse t ipo de autonomia descentral izada é

pouco comum na maior ia dos es tabelecimentos , mas é um for te

incent ivo para serviços com qual idade. É também o segredo de muitas

organizações bem-sucedidas .

5 .5. MUDANDO A FORMA COMO AS PESSOAS SE COMPORTAM

Não é fáci l mudar a cul tura de uma corporação, mas isso é

preciso para mudar com sucesso a forma como as pessoas se comportam

umas em relação às outras . A pr incipal coisa a ser fe i ta é “mudar a

forma com o que as pessoas se comportam umas em relação às outras e a

forma como interagem no dia-a-dia” .

A mudança da cul tura começa do topo. Para a mudança

prosperar , e la deve ter apoio da a l ta adminis t ração. A al ta adminis t ração

def ine o tom para tudo.

Page 57: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

51

5.6. ENVOLVIMENTO DO EMPREGADO

Um t ipo de t re inamento tem sido val ioso. Ele assume que é

necessár io um est i lo diferente de adminis t ração, se a meta é integrar os

empregados no processo de tomada de decisões . Eles acredi tam que uma

parcer ia exige um est i lo de l iderança mais democrát ico. Conforme já foi

observado: “Não se compart i lhar a responsabi l idade pela tomada de

decisões é permanecer autocrát ico”.

Esse t ipo de t re inamento ou abordagem de l iderança é chamado

de “desempenho máximo por meio de compromisso”. A f inal idade é

encorajar e melhorar o desempenho dos que necessi tam. O enfoque é no

reforço do bom comportamento e na correção de desempenhos fracos de

forma posi t iva .

A companhia assume uma abordagem de ensinamento e

aconselhamento para discipl inar , em oposição à forma t radicional . A

forma de a tuar deve ser : “Vamos sentar juntos e conversar à respei to do

motivo pelo qual você cometeu esse erro, de modo a entendermos o que

ocorreu de errado e ver como podemos ajudar” . Esse t ipo de abordagem

está em contraste com o método de dar uma advertência na pr imeira

fa l ta , uma segunda advertência e suspensão, e então demit i r o

empregado na terceira ocorrência .

Nessas sessões de t re inamento, os gerentes são informados

acerca de a lguns novos comportamentos que eles precisam exibir , em

vez de enviar aos empregados diversos formulár ios a serem preenchidos.

Na sessão de t re inamento enfat iza-se que, se o gerente quer que alguém

faça as coisas de forma melhor , e le deve ensinar e aconselhar . Eles

acredi tam que esse processo conduz a empregados comprometidos. A

ênfase é fazer com que os empregados par t ic ipem do processo.

Page 58: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

52

5.7. COMUNICAÇÃO

As comunicações são essenciais para fazer as coisas

funcionarem. A equipe da corporação também está sempre à disposição

dos empregados para a judá- los na companhia . Qualquer empregado pode

sol ic i tar auxí l io para a implementação do programa.

Cont inuamente quem encoraja seus gerentes depar tamentais

para evi tar o isolamento e fazer com que seu próprio pessoal se envolva

no processo de solução de problemas. A pr incipal forma como fazem

isso é pela comunicação.

Assim, têm sido bem-sucedidos porque mostraram que a

a t r ibuição de responsabi l idade nos diversos segmentos não era um

programa de “um único t i ro”. Em vez disso, procuraram cr iar um

processo cul tural que reformará a forma pela qual e les adminis t ram.

Com essa f inal idade, desenvolveram novos programas de desempenho

para empregados.

Isso envolve fa lar com os empregados e ouvi- los . Signif ica

encorajá- los a formar grupos para comunicar preocupações para as

gerências e fazer propostas acerca de como melhor fazer as coisas .

6 . PRINCÍPIOS DA QUALIDADE EM SERVIÇOS

Uma coisa a se ter em mente , conforme já foi di to antes , é que

não exis tem notas 10 (dez) quando se t ra ta de serviços . Sem nenhuma

Page 59: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

53

dúvida, os c l ientes esperarão em longas f i las , como eu f iz , em um

“destacado fornecedor de serviços”.

Algumas vezes , cer tas empresas com boa reputação em

serviços , perderão bagagens, ou demorarão muito para processar papéis ,

ou saudarão os c l ientes de forma burocrát ica , rude ou sem cuidado.

Apesar de cer tamente exis t i rem exceções, a maior ia desses fornecedores

de serviços tem níveis de serviços extremamente a l tos . Então, 98% e

99% ou mais parece ser a regra e a meta é 100%.

Esses números não aconteceram por acidente . Não são

imagens; são reais . Não foram desenvolvidos pelo market ing, e não há

dinheiro suf ic iente para comprar isso. Isso é basicamente um bom

gerenciamento.

As companhias que fornecem bons serviços são capazes de

entregar serviços efet ivamente porque apl icam princípios básicos da

qual idade em serviços . Esses pr incípios - e não promoções, dinheiro ou

dire t r izes corporat ivas - é que são o cerne dos serviços com qual idade.

Page 60: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

54

CONCLUSÃO:

Nas grandes indústr ias de serviços , as empresas es tão agindo

agressivamente , para fazerem da qual idade do serviço, segundo a

percepção do cl iente , a sua vantagem compet i t iva . Empresas aéreas ,

cadeias de hotéis , hospi ta is , empresas de serviços f inanceiros , bancos,

empresas de serviços públ icos , res taurantes de Fast-Food e empresas de

te lecomunicações. . . es tão mobil izando suas organizações para proverem

serviços de qual idade.

A gerência de serviços es tá se t ransformando na nova arma

corporat iva para a conquis ta de c l ientes .

A demanda por informações e t re inamento em adminis t ração

de serviços es tá crescendo aos sal tos .

Os execut ivos es tão começando a perceber que o ant igo

modelo de manufatura à gerência , não funciona mais para as empresas

de serviços . Exis te uma grande diferença entre seguir ins t ruções e

assumir a responsabi l idade por resul tados humanos.

A elaboração de uma est ra tégia bem def inida é vi ta l para que a

empresa cont inue a crescer no mercado. Sem ela , nem mesmo sua

s imples permanência no mundo dos negócios es tará assegurada. Uma

est ra tégia , se ja e la do negócio ou de um departamento em par t icular ,

requer bom diagnóst ico da s i tuação da empresa e do mercado, visão de

médio e longo prazos, muita discipl ina e t rabalho. E, acima de tudo um

impecável plano de metas que viabi l ize sua implantação.

Page 61: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

55

Ainda que o processo de planejamento possa ou deva ser o

mais par t ic ipat ivo possível , é na implantação dos planos que a equipe

joga um papel decis ivo. Se não houver entendimento comum, s inergia de

ta lentos , comprometimento e l iderança, a equipe não funciona.

Colocar todo mundo no mesmo barco, e remando para a mesma

direção, é básico. Qualquer gerente sabe disso. Tão ou mais importante ,

porém, é fazer com que remem na direção cer ta .

Organizações muito es t ruturadas e or ientadas por regras

t ipicamente sofrem de uma forma de ar t r i te . Sem que seja a culpa de

qualquer pessoa, a organização ar t r í t ica a t inge um estado interno que

coloca a obediência acima do bom senso, a pol í t ica acima das pessoas ,

as regras acima da razão. Is to torna muito dif íc i l , para as pessoas ,

quest ionar e rever as maneiras de fazer as coisas e exper imentar novos

modos de agir que ta lvez sejam mais ef icazes .

Nessas organizações, as pessoas não estão autor izadas a

pensar . Pol í t icas , procedimentos , s is temas, regras , cr i tér ios de decisão e

descr ição de cargos são ot imizados em termos de máximo controle e

mínimo r isco. Neste t ipo de organização, não fazer nada errado torna-se

mais importante do que fazer a lguma coisa cer ta .

Sua preocupação quase neurót ica com regras e controles

dif icul ta a l iberação de energias , in ic ia t iva e cr ia t ividade individuais

necessár ias na l inha de f rente para que a qual idade do serviço seja

efetuada s ignif icat ivamente .

A qual idade não é responsabi l idade somente de uma pessoa ou

de um departamento; é obr igação de todos dentro de uma empresa. Is to

inclui desde os operár ios na l inha de montagem até o presidente da

empresa. A responsabi l idade pela qual idade começa quando a

comercial ização determina requis i tos da qual idade de consumidores e

Page 62: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

56

cont inua a ser a t r ibuição de todos a té que o produto tenha servido

sat isfa tor iamente aos consumidores por um per íodo razoável .

A qual idade do serviço é como a boa forma f ís ica; e la não dura

a menos que você a mantenha. Se você acha que basta emit i r um cheque

e autor izar um programa de serviço, e que você pode então esperar e

gozar dos f rutos da excelência do serviço para sempre, pode se preparar

para uma grande decepção. O comprometimento com o serviço precisa

ser renovado diar iamente . A qual idade do serviço em qualquer

organização tenderá a regredir para a mediocr idade se não for a t iva e

del iberadamente ger ida.

O sucesso nunca é def ini t ivo. É preciso vivê- lo . É preciso

cuidar dele . É preciso a l imentá- lo , regá- lo , cuidá- lo , preocupar-se com

ele , e não acei tar menos do que isso. Na Era dos Serviços, o serviço não

é apenas a lguma coisa sobre a qual os adminis t radores devem pensar de

vez em quando; e le é a adminis t ração.

Page 63: QUALIDADE EM SERVIÇOS - Pós-Graduação CARLA ALVES FERREIRA KRUMBIEGEL.pdf · 1.3. SERVIÇO COM QUALIDADE SUPERIOR ... uma milha de vantagem” foi a qualidade em serviços

57

BIBLIOGRAFIA:

COBRA, Marcos e Zwarg, Flávio A. , Market ing de Serviços Concei tos e Estra tégias, MC Graw-Hil l , 2 a . Edição, São Paulo, 1987.

OAKLAND, John S. , Gerenciamento da Qual idade Total TQM, Nobel , 3 a . Edição, São Paulo, 1994.

DELTON, Kei th D. , Qual idade em Serviços, Makron-Books, 2 a . Edição, São Paulo, 1997.

CAMPOS, Vicente Falconi , TQC-Controle da Qual idade Total (No est i lo japonês) , Edi tora QFCO, 2ª Edição, 1990.

HOROVITZ, Jacques, Qual idade de Serviço: A Batalha pela Conquis ta do Cliente , São Paulo, Nobel , 2 ª Edição, 1993.

BARROS, Claudius D’Artagnan, C. de Qual idade & Part ição: O Caminho para o êxi to, São Paulo, Nobel , 2 ª Edição, 1991.

MOLER, Claus, O Lado Humano da Qual idade: Maximizando a Qual idade em Produtos e Serviços a t ravés do Desenvolvimento das Pessoas, São Paulo, Pioneira , 2ª Edição, 1992.