qualidade em materia prima

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11 1 INTRODUÇÃO O mercado farmacêutico Brasileiro é de importância elevada ao mundo farmacêutico sendo que o país é o 11º do mundo com 661 empresas atuando em áreas afins. A cadeia de fabricação dos medicamentos começa a maioria das vezes fora do país, com a importação dos insumos farmacêuticos. (ANVISA – revista informativa ed. 59, 2005). Por representarem o início da cadeia produtiva da indústria farmacêutica, os insumos estão sujeitos a rigoroso controle, afinal a qualidade das matérias primas usadas para fabricar medicamentos pode ser a diferença entre um produto ser eficaz ou não, sendo assim, de acordo com a Resolução RDC nº 210 de 04 de Agosto de 2003, a armazenagem, conservação e manuseio de produtos são componentes essenciais do conjunto de atividades de produção na indústria farmacêutica. A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige investimento por parte da organização logística e financeira da empresa. O ideal seria a perfeita sincronização entre a oferta e demanda, de maneira a tornar a manutenção de estoques desnecessários. Entretanto, como é impossível conhecer

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Page 1: Qualidade Em Materia Prima

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1 INTRODUÇÃO

O mercado farmacêutico Brasileiro é de importância elevada ao mundo

farmacêutico sendo que o país é o 11º do mundo com 661 empresas atuando em

áreas afins. A cadeia de fabricação dos medicamentos começa a maioria das vezes

fora do país, com a importação dos insumos farmacêuticos. (ANVISA – revista

informativa ed. 59, 2005).

Por representarem o início da cadeia produtiva da indústria farmacêutica, os

insumos estão sujeitos a rigoroso controle, afinal a qualidade das matérias primas

usadas para fabricar medicamentos pode ser a diferença entre um produto ser eficaz

ou não, sendo assim, de acordo com a Resolução RDC nº 210 de 04 de Agosto de

2003, a armazenagem, conservação e manuseio de produtos são componentes

essenciais do conjunto de atividades de produção na indústria farmacêutica.

A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige investimento

por parte da organização logística e financeira da empresa. O ideal seria a perfeita

sincronização entre a oferta e demanda, de maneira a tornar a manutenção de

estoques desnecessários. Entretanto, como é impossível conhecer exatamente a

demanda futura e nem sempre os suprimentos estão disponíveis a qualquer

momento, deve-se acumular estoques para assegurar a disponibilidade de

mercadorias e minimizar o custo total de produção e distribuição. As matérias-primas

são materiais básicos e necessários para a produção do produto acabado; seu

consumo é proporcional ao volume da produção. Em outras palavras, também

podemos dizer que matérias-primas são todos os materiais que são agregados ao

produto acabado. O volume real de cada matéria-prima vai depender do tempo de

reposição que a empresa leva para receber seus pedidos, da freqüência do uso, do

Page 2: Qualidade Em Materia Prima

12

investimento exigido e das características físicas como tamanho e durabilidade, pois

a meta em qualquer trabalho na produção do medicamento é proporcionar

compostos farmacêuticos com um alto nível de reprodutibilidade e com precisão, de

tal maneira que se possam obter resultados dentro dos níveis aceitáveis de erro.

Percebe-se no desenvolver do entendimento da área de produtos

farmacêuticos, o quanto é importante a matéria relacionada à atividade de

estocagem e armazenamento desses produtos. Dessa forma desperta ao longo do

curso, que essa atividade é tão importante quanto as demais. Basicamente, é uma

parte do processo que não aparece quando o cliente adquire o produto, mas que, se

não for feito uma boa armazenagem, como veremos, ficará o medicamento com a

sua qualidade comprometida.

Dessa forma, consegue-se perceber como é importante pesquisar a respeito

dessa atividade, dentro do aspecto, medicamentos farmacêuticos. É por isso que

esse trabalho visa buscar informações a respeito dessa matéria, que trata

especificamente, na amostra desse processo, no controle de qualidade do

medicamento fornecido pela indústria de medicamentos.

Page 3: Qualidade Em Materia Prima

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Devido à complexidade dos componentes que envolvem a cadeia produtiva

da indústria farmacêutica, é importante conhecer a importância e os cuidados

necessários que envolvem e influenciam o atendimento das boas práticas de

fabricação. Todo este processo inicia com a aquisição de produtos necessários a

produção, envolvendo a fabricação e comercialização.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

- Levantar informações sobre as maneiras de conservação e armazenamento

que são ideais, pela qual a matéria prima deve ser conservada.

- Exaltar informações que são imprescindíveis para manter o fluxo normal de

abastecimento do estoque.

- Elucidar os mecanismos adjacentes á produção, que também fazem parte

da qualidade do produto industrializado.

- Aclarar os processos adequados e específicos sobre a estocagem, assim

como, as minúcias que envolvem os mecanismos de precisão e de cuidado.

- Especificar como se mantém a boa qualidade do produto que passa por

profissionais de armazenamento e estocagem, e quais as qualidades que se devem

exigir de profissionais da área.

Page 4: Qualidade Em Materia Prima

14

3 METODOLOGIA

O método aplicado na elaboração desse trabalho, depois de feitas as

pesquisas em periódicos obtidos da base de dados Scielo, Google Acadêmico, além

de livros e outros periódicos pesquisados em bibliotecas convencionais sobre o

assunto, foi utilizado a seguinte metodologia:

1. Observação – será fase foi realizando uma observação simples na

qual foi feito a análise do material de pesquisa da área para se obter

informações, com o fim de consubstanciar o tema proposto;

2. Descrição – com toda certeza, todo o experimento precisa ser

replicável, ou seja, ter a capacidade de ser reproduzido. Dessa forma,

foram usadas descrições por mentes que já pensaram e escreveram

sobre o assunto, sendo que algumas foram expostas, observando o

cuidado no momento de reproduzir o pensamento, citando as fontes;

3. Explicação das causas – a busca da causalidade nas questões de

armazenamento e estoque seguiu condições de aclaramento da idéias

pré-concebidas e os caminhos encontrados foram úteis e importantes

no conhecimento científico pesquisado:

a) Identificação das causas;

b) Correlação das práticas aplicadas;

c) A ordem dos fatores envolvidos.

4. Controle – fator que envolveu a análise de algumas experiências,

sendo que, faz menção á técnica realizada na área de armazenamento

e estoque, sendo que, ateve-se naquelas que permitem descartar as

variáveis possíveis de mascarar os resultados da pesquisa.

Page 5: Qualidade Em Materia Prima

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4 DESENVOLVIMENTO

O controle da matéria prima na indústria farmacêutica é subdividida em e

etapas: recebimento, armazenagem e distribuição.

Fig. 01 Organograma padrão do fluxo da matéria prima na indústria farmacêutica.

4.1 RECEBIMENTO

A entrada de materiais corresponde a primeira etapa do processo de

recebimento, este local deve ser coberto para assegurar a adequada

manutenção/conservação dos produtos recebidos e tem como objetivo a recepção

dos veículos de transporte, realizar a verificação da documentação suporte do

recebimento, encaminhá-los para a descarga e realizar o cadastramento dos dados

no sistema. Na portaria da empresa é realizada a conferencia primaria da

documentação, caso seja constatada alguma irregularidade com a nota fiscal e o

Page 6: Qualidade Em Materia Prima

16

material recebido, como compras não autorizadas, como compras em desacordo

com a programação, deve se recusar o recebimento. (CHING – 2008)

Fig. 02 Ficha de conferência de recebimento de mercadoria – (STONER & FREEMAN, 1999).

4.1.1 DESCARGA

As aquisições cuja as documentações no recebimento estejam de acordo

com o planejamento da empresa tem sua entrada permitida na empresa e

encaminhada para o almoxarifado. O cadastramento dos dados efetuados na

recepção deverá constar as informações necessárias para á entrada dos materiais

em estoque como: pendências com fornecedores, atualização de saldos e baixa dos

processos de compra e informações para o controle da entrada de materiais.

No almoxarifado é realizada as conferências de volumes, comparando com a

nota fiscal do fornecedor e com os registros de controles de compra. Realiza-se o

posicionamento do veículo no local especifico e exato da descarga e executa-se

Page 7: Qualidade Em Materia Prima

17

esta atividade utilizando os equipamento e materiais necessários para a descarga,

conforme figura 03. Também na fase de entrada de matéria-prima são realizadas

verificações quanto a avarias e volumes de matérias, podendo ocorrer à recusa do

recebimento. (RIMOLI, 2008)

Fig. 03 Descarga de matéria prima – (STONER & FREEMAN, 1999)

4.1.2 CONFERÊNCIA QUANTITATIVA

Através da conferência quantitativa é observado se as quantidades

declaradas na nota fiscal pelo fornecedor correspondem as quantidades realmente

recebidas.

A atividade quantitativa pode ser realizada pelos meios: manual, através de

cálculo, pelo meio de balanças de pesagem e medição. Nesse tipo de conferência a

pessoa responsável não tem o conhecimento das quantidades declaradas pelo

Page 8: Qualidade Em Materia Prima

18

fornecedor ela apenas realiza a conferência e anota os valores encontrados em um

formulário, que é utilizado posteriormente para as comparações e analises. (RIMOLI,

2008)

Figura 04 – Formulário de conferência quantitativa – (STONER & FREEMAN, 1999)

4.1.3 CONFERÊNCIA QUALITATIVA

A conferência qualitativa ou inspeção Técnica é muito importante no

recebimento de materiais, pois tem o objetivo de garantir a adequação do material

ao fim a que se destina. A análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica,

através da comparação das especificações da autorização de fornecimento com as

apresentadas na nota fiscal pelo fornecedor, tem como objetivo garantir o

recebimento adequado do material, para isso, verifica-se suas características

dimensionais especificas e restrições de especificação. (RIMOLI, 2008)

Page 9: Qualidade Em Materia Prima

19

Figura 05 – Amostra qualitativa do setor de recebimento com avarias (STONER & FREEMAN, 1999)

4.1.4 REGULARIZAÇÃO

A atividade é realizada através do controle do processo de recebimento, pela

confirmação qualitativa e quantitativa, através do laudo de inspeção Técnica e

comparação das quantidades conferidas com as faturadas, decidindo se aceitará ou

recusará a compra. A regularização será feita utilizando-se de documento durante o

sistema de recebimento.

Caso não seja constatado nenhuma irregularidade os materiais serão encaminhados

ao almoxarifado sendo incluídos no estoque físico e contábil da empresa. Caso

contrário deve providenciar a devolução ao fornecedor acompanhado por suas notas

fiscais de devolução. (CHING, 2008)

4.2 ARMAZENAGEM

Page 10: Qualidade Em Materia Prima

20

O principal objetivo do armazenamento é otimizar o seu espaço disponível o

máximo possível, proporcionando uma movimentação rápida e fácil desde a etapa

do recebimento até a sua expedição. Quando se fala em armazenagem deve se

prestar muita atenção em alguns cuidados essenciais, como definir um local que

será ou não um layout apropriado, adotar políticas de preservação utilizando

embalagens apropriadas aos produtos, monitoramento da temperatura e umidade

dentro dos parâmetros adotados pela empresa, tendo como referência as indústrias

produtoras das matérias primas e manter sempre o almoxarifado organizado e limpo.

As seguranças contra furtos e incêndios são também importantes para segurança

dos produtos armazenados.

Através da otimização da armazenagem nos almoxarifados se obtêm uma

máxima utilização do espaço e dos recursos disponíveis como equipamentos e

pessoas, organização, proteção e rápida acessibilidade aos itens em estoque, dessa

forma cumprindo um importante papel que é satisfazer as necessidades dos seus

clientes.

O conceito de armazenagem está sofrendo modificações consideráveis

passando do significado tradicional de empilhamento, que exigem muita mão-de-

obra para a movimentação dos materiais, para a sofisticação atual das estruturas de

grande altura, com estritos corredores de movimentação e empilhadeira de grande

elevação. O objetivo dos depósitos é maximizar a utilização de sua capacidade e de

garantir o acesso imediato a todos os pontos para armazenar ou retirar os produtos.

Mediante essas mudanças em relação ao almoxarifado pode-se observar que as

empresas que não buscarem qualificar sua mão-de-obra, conhecerem e utilizarem

os modernos equipamentos para o armazenamento e distribuição de materiais, além

da implantação de novas técnicas de controle de materiais e planejamentos das

Page 11: Qualidade Em Materia Prima

21

estruturas físicas dos armazéns ideais para cada tipo de produção, não conseguem

reduzir seus custos de armazenamento, conseqüentemente seus produtos finais não

terão um preço competitivo e perderão espaço no mercado para os seus

concorrentes. (BALLOU, 2007)

4.2.1 ESTOQUE

Estoque define-se em acumulação armazenada de recursos materiais em um

sistema de transformação e é também usado para descrever qualquer recurso

armazenado. Normalmente usamos o termo para fazer referência a recursos de

entrada transformada. Assim uma empresa de manufatura manterá estoques de

material.

Pode ser também especificado como, regra e meios para se manter a

quantidade de mercadorias disponível para uso ou venda, sempre que precisar,

assim como medida de fornecimento rápido. (BALLOU, 2007)

Page 12: Qualidade Em Materia Prima

22

Figura 06 – Exemplo de almoxarifado para acondicionamento de matéria-prima, (STONER &

FREEMAN, 1999)

4.2.1.1 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE CONTROLE DE ESTOQUE

Existem certas características que são comuns a todos os problemas de

controle de estoque, não importando se são matérias-primas, material em processo

ou produto acabado. É preciso entender esses traços básicos. Eles são os

seguintes: custos associados ao estoque, função do controle de estoque, objetivo do

controle de estoque, política de estoque e princípios básicos para controle de

estoque. (BALLOU, 2007)

4.2.1.2 CUSTOS ASSOCIADOS AO ESTOQUE

Excluindo o custo de aquisição da mercadoria, os custos associados aos

estoques podem ser divididos em três categorias:

Custo de pedir : Incluem os custos fixos administrativos associados ao

processo de aquisição de quantidades requeridas para reposição de estoque-

custo, de preencher pedido de compra, processar o serviço burocrático, na

contabilidade e no almoxarifado e de receber o pedido e verificação contra a

nota e a quantidade física. Os custos de pedir são definidos em termos

monetários por pedido.

Custos de manter estoque : Estão associados a todos os custos necessários

para manter certa quantidade de mercadorias por um período. São

geralmente definidos em termos monetários por unidade, por período. Os

Page 13: Qualidade Em Materia Prima

23

custos de manter incluem componentes como custos de armazenagem, custo

de seguro, custo de deterioração e obsolescência e custo de oportunidade de

empregar dinheiro em estoque (que poderia ser empregado em outro

investimento de igual risco fora da empresa)

Custo total : É definido como a soma dos custos de pedir e de manter estoque.

Os custos totais são importantes no modelo do lote econômico, pois o

objetivo deste é determinar a quantidade do pedido que os minimiza.

(BALLOU, 2007)

4.2.1.3   FUNÇÃO DO CONTROLE DE ESTOQUE 

A administração do controle de estoque tem a função de minimizar o capital

total investido em estoques, pois ele é caro e aumenta continuamente, uma vez que,

o custo financeiro também se eleva. Uma empresa não poderá trabalhar sem

estoque, pois, sua função amortecedora entre vários estágios de produção vai até a

venda final do produto.

Somente algumas matérias-primas têm a vantagem de estocar, em razão da

influência da entrega do fornecedor. Outras matérias-primas especiais, o fornecedor

precisa de vários dias para produzí-la.

O controle de estoque é de suma importância para a empresa, sendo que se

controlam os desperdícios, desvios, apuram-se valores para fins de análise, bem

como, apura o demasiado investimento, o qual prejudica o capital de giro.

Quanto maior é o investimento, também maior é a capacidade e a

responsabilidade de cada setor da empresa.

Page 14: Qualidade Em Materia Prima

24

Os objetivos dos departamentos de compras, de produção, de vendas e

financeiro, deverão ser conciliados pela administração de controle de estoques, sem

prejudicar a operacionalidade da empresa. A responsabilidade da divisão de

estoques já é antiga; os materiais caem sobre o almoxarife, que zela pelas

reposições necessárias.

Na administração moderna, a responsabilidade dos estoques fica sob uma

única pessoa. Os departamentos tradicionais ficam livres desta responsabilidade e

podem dedicar-se à sua função primária. (BALLOU, 2007)

 

4.2.1.4  OBJETIVO DO CONTROLE DE ESTOQUE 

O objetivo do controle de estoque é otimizar o investimento em estoque,

aumentando o uso dos meios internos da empresa, diminuindo as necessidades de

capital investido.

O estoque do produto acabado, matéria-prima e material em processo não

serão vistos como independentes. Todas as decisões tomadas sobre um dos tipos

de estoque influenciarão os outros tipos.  Às vezes acabam se esquecendo dessa

regra nas estruturas de organização mais tradicionais e conservadoras.

O controle de estoque tem também como objetivo qualificado o planejamento

da estocagem, assim como, controlar e re-planejar o material armazenado na

empresa. (BALLOU, 2007)

 

4.2.1.5 POLÍTICA DE ESTOQUE 

Page 15: Qualidade Em Materia Prima

25

A administração geral da empresa deverá determinar ao departamento de

controle de estoque, o programa de objetivos a serem atingidos, isto é, estabelece

certos padrões que sirvam de guias aos programadores e controladores e também

de critérios para medir o desenvolvimento do departamento.

Estas políticas são diretrizes que, de maneira geral, são as seguintes:

- Metas de empresas quando ao tempo de entrega dos produtos ao cliente;

- Definição do número de depósitos de almoxarifados e da lista de materiais a serem

estocados nele;

- Até que níveis deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa

demanda ou uma alteração de consumo;

- As definições das políticas são muito importantes ao bom funcionamento da

administração de estoques. (BALLOU, 2007)

 

4.2.1.6      PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA CONTROLE DE ESTOQUE 

Para se organizar um setor de controle de estoque, inicialmente dever-se-á

discriminar suas principais funções:

- Determinar o que deve permanecer em estoque. Número de itens;

-  Determinar  quando se deve reabastecer o estoque. Prioridade;

- Determinar a quantidade de estoque que será necessário para um período pré-

determinado;

-  Acionar o departamento de compras para executar a aquisição de estoque;

- Receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as

necessidades;

Page 16: Qualidade Em Materia Prima

26

-  Controlar o estoque em termos de quantidade e valor e fornecer informações

sobre sua posição;

-  Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos

materiais estocados;

-   Identificar e retirar do estoque os itens danificados.

Existem determinados aspectos que devem ser especificados, antes de se

montar um sistema de controle de estoque.

Um deles refere-se aos diferentes tipos de estoques existentes em uma

fábrica. Os principais tipos encontrados em uma empresa industrial são: matéria-

prima, produto em processo, produto acabado e peças de manutenção. (BALLOU,

2007)

4.2.2 ESPAÇO FÍSICO

A primeira necessidade sentida do arranjo físico ocorre quando se faz a

implantação de um depósito ou almoxarifado, estando presente desde a fase inicial

até a etapa de operacionalização influindo na seleção do local, projeto de

construção, localização de equipamentos e estações de trabalhos, seleção do

equipamento de transporte e movimentação de materiais, estocagem, expedição, e

dezenas de detalhes que vão desde a topografia do terreno até a presença ou não

de janelas. O arranjo físico é a disposição física dos equipamentos, pessoas e

materiais, de maneira mais adequada ao processo produtivo, ou seja, a colocação

coerente dos diversos elementos combinados para proporcionar o acesso ao

material, os modelos de fluxo de material, os locais de áreas obstruídas, eficiência

da mão-de-obra e a segurança, pois normalmente nas empresas de médio e grande

Page 17: Qualidade Em Materia Prima

27

porte as matérias primas são armazenadas por endereço, conforme programa

informatizado e mapa de localização dentro do almoxarifado. Quando se falar do

arranjo físico, pressupõe-se o planejamento do espaço físico a ser ocupado e

utilizado.

O principal objetivo do layout são garantir a maximização do espaço, da

eficiência da movimentação de materiais respeitando sempre o fluxo unidirecional

para a entrada e saída de produtos, respeitando a cadeia produtiva para oferecer

uma estocagem mais econômica em relação a despesas de equipamentos, espaço,

danos de materiais e mão-de-obra, além de garantir a organização do almoxarifado.

(CHING, 2008)

Figura 07 – Arranjo físico – (STONER & FREEMAN, 1999)

4.2.2.1 UTILIZAÇÃO DO ESPAÇO VERTICAL

O aproveitamento máximo da área e do espaço, que são cada vez mais

escassos diante das crescentes, é sua meta essencial. O espaço é 80% (oitenta por

cento) das vezes, apontadas como principal problema em almoxarifados não como

causa, mas com efeito de baixa ocupação de itens em estoque.

Page 18: Qualidade Em Materia Prima

28

Não se pode imaginar a utilização de espaços vertical sem o concurso de

paletes. Um dos fatores fundamentais da armazenagem é a correta utilização do

espaço disponível, o que se espera é uma maior atenção e perícia por parte dos

funcionários responsáveis pela logística relacionada às cargas e aos níveis de

cuidado nessa questão específica, entretanto, deve estar patente a estrutura e os

meios mecânicos a serem utilizados. (BALLOU, 2007)

4.2.2.2 CRITÉRIOS DE ARMAZENAGEM

O esquema de armazenagem escolhido por uma empresa depende

primordialmente da situação geográfico de suas instalações, da natureza de seus

estoques, tamanho e respectivo valor.

Por isso, tais materiais pedem um mecanismo de preservação que seja eficaz

e eficiente na hora da necessidade de utilização, assim sendo, usa-se equipamentos

específicos de combate a essas possíveis intempéries na questão de incêndios.

Portanto, o ambiente deve ser muito bem climatizado, e com nível de umidade do ar

adequado para evitar possíveis entreveros.

Todavia, é preciso manter boa infra-estrutura de armazenamento e manuseio

qualificado, com auxilio de equipamentos de proteção individual.

Todo esse processo de cuidados deve seguir tal mecanismo que exija uma

análise em conjunto, para então decidir pelo tipo de arranjo físico mais conveniente,

escolhendo qual a melhor alternativa que atenderá o seu fluxo de armazenagem

desses materiais. (RIMOLI, 2008)

4.2.2.3 SÍMBOLOS UTILIZADOS NAS EMBALAGENS

Page 19: Qualidade Em Materia Prima

29

Esses sinais indicam se o material é frágil, se o material deve ficar com a face

superior para cima, se deve ser mantido sobre proteção contra a umidade, luz ou

contra o calor, o número de camada máxima para empilhamento entre outros.

Independentemente de qualquer critério ou consideração quanto a escolha de

melhores tipos de armazenamento, é fundamental lembrar a importância no respeito

às indicações contidas nas embalagens em geral, por meio de símbolos

convencionais que indicam os cuidados a serem seguidos no manuseio, transporte e

armazenagem de acordo com a carga contida. (BALLOU, 2007)

Figura 08 – Modelos de símbolos mais utilizados (frágil, tóxico, perigo, este lado para cima e não

empilhe), (shutterstock images), 2008

4.2.2.4 CONTROLE DE MATERIAIS PERECÍVEIS

O controle de armazenamento de materiais perecíveis deve ser realizado

como base na técnica de PEPS (primeiro que entre, primeiro que sai), observando a

data de validade dos produtos. Caso as técnicas de controle não sejam utilizadas,

certamente a empresa terá perdas e deficiência no seu abastecimento. Para se

evitar esse tipo de falha ou desconhecimento na validade desses produtos, deve-se

controlar as entradas e saídas garantindo a correta utilização da técnica PEPS. Em

Page 20: Qualidade Em Materia Prima

30

virtude de suas peculiaridades fica inviável e incompatível o controle pelo sistema de

gerenciamento de estoque. Um subsistema pode ser mantido com ajuda de

computadores através de uma programação por materiais perecíveis. Através da

inclusão de lotes, requisição, alteração ou exclusão de lotes. Sendo que este

subsistema abrange quatro fases distintas, sendo elas: o controle de recebimento, o

atendimento de requisições de material, as devoluções de materiais e a atualização

do estado do lote. (CHING, 2008)

4.2.2.5 MANUSEIO DE MATERIAIS PERIGOSOS

Algumas condições, conforme as peculiaridades dos materiais de cada

empresa se definem por meio de instruções importantes aos almoxarifados, visando

proporcionar segurança para produtos considerados perigosos durante o manuseio

e a armazenagem (ARNOULD, 1999)Essas são algumas instruções de manuseio de

materiais perigosos:

Evitar construções em base de madeiras; água ou umidade; contato com

ácidos; contato com metais; raios solares; fontes de ignição.

Isolar de outros materiais;

Movimentar em veículos acionados por bateria elétrica; em veículos com

rodas revestidas de material não faiscante.

Proteger contra choques mecânicos; contra danos físicos; de agentes

redutores; contra intempéries.

Separar de combustíveis; de corrosivos; de explosivos, de gases, de gêneros

alimentícios, de inflamáveis, de oxidantes, de peróxidos orgânicos, de

radioativos, de tóxicos, entre outros.

Page 21: Qualidade Em Materia Prima

31

4.2.2.6 UTILIZAÇÃO DE PALETES

A utilização de paletes vem sendo empregadas com grandes freqüências

pelas empresas em busca de uma maior economia na movimentação de materiais,

desde a matéria prima até os produtos acabados. Os paletes têm o objetivo de

transportar de uma só vez o maior número de materiais possíveis, e possibilitar uma

maximização no espaço de estocagem, redução na largura dos corredores,

economia de mão-de-obra e redução de custos.

Dentre as vantagens da utilização de paletes percebidas podem se destacar

algumas como: um melhor aproveitamento do espaço disponível para

armazenamento, utilizando-se totalmente o espaço vertical disponível, por meio do

empilhamento máximo, a possibilidade de utilização de embalagens plásticas ou

amarração por meio de fitas de aço da carga unitária, formando uma só embalagem

individual e também facilita a carga, descarga e distribuição nos locais acessíveis

aos equipamentos no manuseio de materiais. (BALLOU, 2007)

4.2.2.6.1 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PALETES

> Palete de face simples: com duas entradas e com quatro entradas.

> Palete com face dupla: com duas entradas e com quatros entradas.

Page 22: Qualidade Em Materia Prima

32

Existem alguns fatores que devem ser levados em consideração na escolha

do tipo certa de paletes como o custo, capacidade de empilhamento, material

empregado na construção, seu tamanho e resistência. Quanto aos materiais

utilizados para fazerem os paletes, podem ser de plástico, madeira ou metal. Os

paletes de madeiras apresentam desvantagem quanto a durabilidade, a necessidade

de reposição e o custo de reposição.

Os paletes de plásticos apresentam uma resistência a umidade, agentes

químicos, baixo custo e superfícies lisas, sem pregos ou parafusos.

Os paletes metálicos são fabricados em diversas configurações como

acontecem com os de material plásticos e apresentam muitas alternativas de

inovação. Nos paletes metálicos, a utilização de soldas elimina a necessidade de

pregos e parafusos, fornecendo rigidez e estabilidade dimensional. (BALLOU, 2007)

Figura 09 – Modelos de paletes de diferentes espécies (plástico, metal e madeira), (STONER &

FREEMAN), 1999

4.2.2.6.1.1 ESTRUTURAS METÁLICAS PARA ARMAZENAGEM

A utilização de estruturas metálicas para o armazenamento depende do peso

e volume das cargas, além de facilitarem a entrada e saída de materiais, influindo de

forma determinante na estrutura e no dimensionamento de seus elementos

Page 23: Qualidade Em Materia Prima

33

construtivos. As estruturas metálicas podem ser classificadas em duas categorias

que são: as leves e pesadas, podendo se destacar alguns tipos básicos como as

estruturas leves em prateleira de bandejas ou estantes metálicas adequados ao

armazenamento de materiais leves até 35 kg, manuseados sem a necessidade de

qualquer equipamento, e admitindo uma carga máxima de 250 kg uniformemente

distribuída.

Existem também estruturas porta-palete caracterizando-se por ser uma

estrutura pesada, constituída por um par de vigas que se encaixam em colunas com

possibilidades de regulagem de altura, utilizada para armazenagem dos paletes, os

quais são retirados individualmente por empilhadeiras que se movimentos em

corredores. (Ibidem, 1999)

4.2.2.6.2 EDIFÍCIOS E INSTALAÇÕES

Qualquer edifício destinado a estocagem de medicamentos, deve ter área,

construção e localização adequada para facilitar sua manutenção, limpeza e

operação, com espaço suficiente para estocagem racional dos medicamentos. Toda

área alocada para estocagem deve destinar-se somente a esse propósito, além de

oferecer condições de flexibilidade que permitam eventuais modificações futuras.

Os interiores dos almoxarifados devem apresentar superfícies lisas, sem

rachaduras e sem desprendimento de pó facilitando a limpeza e não permitindo a

entrada de roedores, aves, insetos ou quaisquer outros animais. A iluminação, a

ventilação e a umidade devem ser controladas, para evitar efeitos prejudiciais sobre

os medicamentos estocados. O espaço ao redor dos almoxarifados deve ser

urbanizado, a fim de impedir a formação de pó, permitir fácil acesso e manobra de

Page 24: Qualidade Em Materia Prima

34

caminhões (SLACK, 2002). Para se determinar a adequação das áreas, devem ser

tidas em conta a seguintes condições:

4.2.2.6.3 COMPATIBILIDADE DAS OPERAÇÕES DA ESTOCAGEM E

MANIPULAÇÃO A SEREM CONDUZIDAS NOS DIFERENTES LOCAIS

A manipulação e\ou armazenamento de produtos, sempre que possíveis,

devem ser feitos em depósitos ou salas exclusivamente destinadas para tal

finalidade, não sendo recomendada esta prática em sótons, principalmente com

referência a materiais infláveis (BALLOU, 2007).

Para maximizar a produtividade e minimizar os custos, a administração do

depósito deve trabalhar conjuntamente todas as operações que envolvem a

estocagem e que são compatíveis com o mesmo. Por exemplo:

a) Receber os produtos;

b) Identificar os produtos;

c) Despachar os produtos para armazenamento;

d) Guardar os produtos;

e) Escolher os produtos;

f) Preparar a remessa;

g) Despachar a remessa;

h) Operar um sistema de informações compatível.

De diversas formas, todas as atividades que ocorrerem em qualquer depósito

têm as suas complexidades, dependendo do número de unidades de

armazenamento mantidas, das quantidades de cada unidade e do número de

pedidos recebidos e preenchidos.

Page 25: Qualidade Em Materia Prima

35

Assim, se pode perceber a compatibilidades entre essas atividades, que são

estabelecidas pela relação de coincidência total, coincidência essa que, dá

qualidade ao produto estocado por meio da eficiência das atividades relacionadas.

Nessa relação de atividades compatíveis, poder-se-á inserir o espaço exigido

para corredores, balcões de recebimento e entrega, escritórios e áreas para escolha

e montagem dos pedidos.

4.2.2.6.3.1 ESPAÇO SUFICIENTE PARA O FLUXO RACIONAL DE

PESSOAL E MATERIAIS, VISANDO REDUZIR AO MÍNIMO O RISCO

Mistura de diferentes matérias prima.

Mistura de lotes diferentes.

4.2.2.6.3.2 INFRA-ESTRUTURA DE SUPORTE

São itens que tem como principal objetivo a organização do espaço físico

como um todo.

4.2.2.6.3.3 LIXO

O lixo coletado nas dependências do almoxarifado em suas proximidades

deve ser eliminado através de sistema seguro e higiênico. Essa é uma atividade que

exige todo o cuidado possível, não aceitando qualquer negligência, por se tratar de

produtos tóxicos e inflamáveis que muitas vezes, são veiculados, assim como,

produtos extremamente nocivos ao contato com o ser humano. (RIMOLI, 1999)

Page 26: Qualidade Em Materia Prima

36

4.2.2.6.3.4 LAVATÓRIO E INSTALAÇÕES SANITÁRIAS.

Devem existir lavatórios e instalações sanitárias em condições de higiene

perfeitas e separadas para uso do pessoal administrativo e para o pessoal da área

de estocagem. (RIMOLI, 1999)

4.2.2.6.3.5 HIGIENE

Todas as áreas circundantes ou adjacentes ao almoxarifado, bem como seu

interior, devem ser mantidas limpas, sem acumulo ou formação de pó. (Ibidem)

4.2.2.6.3.6 ALIMENTAÇÃO

As refeições devem ser preparadas e ingeridas somente nos locais

especialmente designados para tal, fora das áreas de estocagem, produtivas e

escritório.

4.2.2.6.3.7 UNIFORMES e EPI’S

Nas áreas de trabalho os funcionários deverão usar uniformes condizentes

com o tipo de trabalho a executar.

Page 27: Qualidade Em Materia Prima

37

Até mesmo nos setores de armazenamento, a preocupação com a saúde do

pessoal envolvido deve estar presente, uma vez que pode ocorrer quebras e

vazamentos com substancias tóxicas. Os equipamentos de proteção individual (EPI)

devem ser fornecidos e devem sempre estar a disposição dos funcionários,

principalmente em locais de armazenamento de materiais que apresentam riscos,

como materiais tóxicos, biológicos, entre outros, bem como impedir a contaminação

dos materiais por parte dos funcionários. Os equipamentos de proteção fornecidos

pela empresa são: gorro, óculos de proteção, máscara, avental ou roupa própria,

luvas, sapatilhas ou sapatos de uso exclusivo. Esses equipamentos são obrigatórios

não só para profissional como também para o pessoal auxiliar. Para que o controle

de infecções seja efetivo, toda a equipe deve estar integrada, devidamente

informada e paramentada, para que a cadeia asséptica não seja interrompida em

nenhum momento. (Ibidem, 1999)

4.2.2.6.3.8 HIGIENE PESSOAL

Devem existir instalações sanitárias, bem como chuveiros em numero

suficiente para uso dos funcionários da área de estocagem, localizados nas

proximidades dos locais de trabalho. (Ibidem, 1999)

4.2.2.6.3.9 LIMPEZA DOS LOCAIS

Os locais de trabalho e de estocagem devem ser mantidos limpos e isentos

de pó e contaminação. O lixo devera ser depositado em recipientes especiais, com

Page 28: Qualidade Em Materia Prima

38

tampa e deverão ser esvaziados e limpos, fora das áreas de estocagem. (Ibidem,

1999)

4.2.2.6.3.10 SEGURANÇA

Medidas apropriadas devem ser tomadas para a segurança dos

almoxarifados, tanto para os medicamentos quanto para o pessoal que ali trabalha.

Medidas rigorosas devem ser praticada para a prevenção e combate a incêndios. É

indispensável a instalação adequada de equipamentos contra incêndio. O pessoal

deve sofrer treinamento periódico no combate a incêndio. Aconselha-se a existência

de uma CIPA (Comissão Interna para Prevenção de Acidentes) permanente.

(ARNOULD, 1999)

4.2.3 PRESERVAÇÃO/CONSERVAÇÃO DA MATERIA PRIMA

DURANTE A ESTOCAGEM

Estocar e administrar um almoxarifado de matéria prima não é como estocar

alimentos, apesar da importância das duas atividades para a saúde humana. O

alimento estragado na maioria das vezes é facilmente identificado. No caso da

matéria prima a realidade é outra: se eles têm o seu estado normal alterado, podem

tornam-se inativos ou nocivos a saúde e, o que é pior, é de difícil reconhecimento.

Page 29: Qualidade Em Materia Prima

39

Somente esse exemplo já serve para ilustrar a responsabilidade que

representa o manuseio de matérias primas, que pode significar a diferença entre a

saúde e a doença e, em casos extremos entre a vida e a morte.

Mesmo um breve tratamento incorreto pode torná-los ineficaz, o que traduz a

importância do trabalho de todas as pessoas envolvidas em sua manipulação.

Ao falar em preservação e conservação da matéria prima estamos

relacionando também as condições em que a matéria prima deve ser mantida

durante seu armazenamento ou seja, o controle de temperatura e umidade são

fatores imprescindíveis dentro do espaço físico em que o material se encontra. Os

parâmetros mais dotados para temperatura é entre 15 ºC e 25 ºC e para a umidade

relativa do ar é entre 30% e 60%. Os equipamentos utilizados para aferir

temperatura e umidade como o termômetro e higrômetro dentro da indústria

farmacêutica deve ser calibrado anualmente por um órgão credenciado pelo

INMETRO para que seja expedito um certificado garantindo que aquele

equipamento foi calibrado.

Todo o controle de temperatura e umidade do almoxarifado é registrado numa

planilha diária onde deve também constar a hora, data e assinatura do responsável

que aferiu o valor apresentado pelo equipamento.

O pessoal envolvido na estocagem da matéria prima, tanto no seu manuseio,

como no seu controle, deve possuir conhecimentos e experiência para o trabalho ao

qual se propõe.

A chefia do almoxarifado deve ser exercida por farmacêutico, por ser exigida

perante a legislação especifica tal responsabilidade pela guarda de matéria prima.

O farmacêutico responsável deve receber de seus superiores todo o apoio

necessário para um trabalho eficiente como exige as boas normas de estocagem de

Page 30: Qualidade Em Materia Prima

40

matéria prima. Tal apoio traduzir-se-á na autoridade e nos meios adequados que

cada um devera ter na esfera de suas atividades, por exercer, efetiva e

responsavelmente suas tarefas, recebendo os materiais e pessoal necessário.

(CHING, 2008)

4.2.4 SEPARAÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA

Esta separação é feita com o objetivo de organizar o almoxarifado, os

materiais em que estão em situações distintas perante sua aprovação pelo controle

de qualidade.

4.2.4.1 SETOR DE APROVADOS

Este setor é delimitado com marcadores horizontais(faixas) no piso e avisos

tipo placas nas paredes obrigatoriamente na cor verde, informando que naquele

local toda a matéria-prima já foi aprovada e encontra-se à disposição para o setor de

produção, sendo que todas as embalagens obrigatoriamente são identificadas com

etiquetas na cor verde.

4.2.4.2 SETOR DE REPROVADOS

Page 31: Qualidade Em Materia Prima

41

Este setor é delimitado com marcadores horizontais (faixas) no piso e avisos

tipo placas nas paredes, obrigatoriamente na cor vermelha informando que aquele

produto foi reprovado pelo controle de qualidade e deverá permanecer ali, até

segunda ordem sendo que todas as embalagens obrigatoriamente são identificadas

com etiquetas na cor vermelha.

4.2.4.3 SETOR DE QUARENTENA

Este setor é delimitado com marcadores horizontais (faixas) no piso e avisos

tipo placas nas paredes, obrigatoriamente na cor amarela, informando que aquele

produto aguarda a aprovação pelo controle de qualidade sendo que todas as

embalagens obrigatoriamente são identificadas com etiquetas na cor amarela.

4.2.4.4 SETOR DE DEVOLUÇÃO

Este setor é delimitado com avisos tipo placas na parede informando que

aquele produto está aguardando a devolução para seu fornecedor de origem

independente da forma que a empresa tenha utilizado ou não o referido produto

sendo que todas as embalagens obrigatoriamente são identificadas com etiquetas

na cor branca e azul

4.2.4.5 SETOR DE DESTRUIÇÃO

Page 32: Qualidade Em Materia Prima

42

Este setor é delimitado com avisos tipo placa na parede informando que

aquele produto está separado para destruição, sendo que todas as embalagens

obrigatoriamente são identificadas com etiquetas na cor branca e vermelha

independente do motivo pelo qual a empresa determinou a ordem, pois normalmente

a destruição é realizada por empresa contratada para tal fim, sendo a mesma

autorizada e certificada pelo órgão responsável pelo controle ambiental, que no caso

do estado do Paraná é o IAP, para realizar tal procedimento. (ARNOULD, 1999)

4.2.5 AMOSTRAGEM

Quantidade de amostras estatisticamente calculadas, representativa do

universo amostrado, tomada para fins de análise para liberação do lote pelo controle

de qualidade ou para re-análise com o objetivo de verificar se a matéria prima

mantém as mesmas características após período determinado pelo controle de

qualidade, estando à mesma dentro do prazo de validade determinada pelo

fabricante. (COSTA , 2004)

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Figura 10 – Coleta de amostra para análise do controle de qualidade, (STONER & FREEMAN), 1999

4.3 DISTRIBUIÇÃO

Os trabalhadores deste grupo de base desempenham diversas tarefas

relacionadas à guarda e movimentação de materiais. Suas funções consistem em:

manter o estoque de material necessário às atividades de uma empresa e

movimentação de materiais como a requisição solicita para assegurar a manutenção

do estoque necessário ao abastecimento das áreas de produção; controla a

recepção dos materiais, confrontando tipo e quantidades com os dados contidos nas

requisições. (ARNOULD, 1999)

4.3.1 PROGRAMAÇÃO

É feitas após analisar os dados referentes a matérias-primas e materiais a

serem consumidos nas diversas áreas de produção, verificando as previsões

contidas nos programas de produção e estabelecendo parâmetros entre o estoque

disponível, consumo médio e tempo necessário para reposição e determinação dos

tipos e quantidades a serem adquiridos; requisita materiais, preenchendo formulários

apropriados, com base nos resultados dos estudos efetuados, e remetendo-os aos

fornecedores, para assegurar a manutenção do estoque necessário ao

abastecimento das áreas de produção. (ARNOULD, 1999)

4.3.2 ENTREGA

Page 34: Qualidade Em Materia Prima

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Na indústria farmacêutica a entrega de matéria-prima para o setor de

produção é realizada com a requisição em mãos contendo o numero do lote, nome

do produto, quantidade desejada, data e assinatura de quem requisita. A matéria-

prima depois de separada e conferida é transferida para a ante-câmara¹ da

produção e sempre seguindo seu fluxo correto, assim conseqüentemente dando

baixa no sistema de estoque para que se tenha a quantidade física real do estoque.

(ARNOULD, 1999)

6 CONCLUSÃO

Essa é uma reflexão que visa a analise que é feita, na busca por identificar

todos os cuidados necessários que envolvem a matéria prima utilizada na produção

de medicamentos. O devido cuidado que é tomado serve como base também, para

podermos observar a qualidade que é empregada nesse processo. Contudo,

procura-se também salientar como o produto é tratado, o tipo de lugar onde fica até

a sua utilização ou destino.

Este estudo serve de base trazendo informações de como este processo

ocorre, a qual envolve o fluxo de movimentação e armazenagem da matéria prima

na indústria farmacêutica, demonstrando a importância que se tem dentro do ciclo

operacional da empresa, o setor encarregado desta atividade e o papel que a

matéria prima tem quando abastece o setor produtivo.

O levantamento dos dados apresentados torna a idéia de que a empresa

deve sempre continuar a busca por melhorias visando sempre a melhor qualidade

Page 35: Qualidade Em Materia Prima

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dos produtos, pois depende também, da forma como esses produtos são

armazenados.

Claro que esse trabalho não aborda na íntegra, o processo cabalmente, mas

entende-se que a logística vai muito além do que se procurou abordar. Entrementes,

fica patente a existência de uma referência clara e objetiva, que visou especificar

que é um processo que exige muita perícia e cuidados, e isso, devido ao material

químico que envolve a produção do medicamento, e os cuidados no processo de

armazenamento.

Os funcionários, fornecedores e principalmente a empresa continuaram

sendo os principais responsáveis pela qualidade do produto armazenado, pois

quando falamos em qualidade temos que procurar durante todo o processo atingir o

que há de melhor para que os desvios de qualidade não ocorram, e assim garantir

que os medicamentos possam surtir os efeitos para os quais foram desenvolvidos.

Parte daí o segredo no cuidado do medicamento. É patente observar que, a saúde

de uma pessoa depende desse produto, e esse deve ser o foco principal e primordial

da empresa produtora e também das distribuidoras diretas e as farmácias que fazem

a dispensação direta ao consumidor.

Essa é por fim, a base da reflexão e análise do processo, que visa informar a

quem interessado se presta e que também pode servir de parâmetro para melhorias

neste processo em constante evolução.

Page 36: Qualidade Em Materia Prima

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7 REFERÊNCIAS

Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA (Resolução - RDC nº 210, de 04 de agosto de 2003). www.anvisa.gov.br- Acessado em: 25 de agosto de 2008.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA – Insumos Farmacêuticos – O valor da Qualidade para o Produto Final – Boletim Informativo da ANVISA, 2005, Edição nº 59.

ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais – Uma introdução. São Paulo, Editora Atlas S/A – 1999.

BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. São Paulo, Atlas, 2007.

CHING, Hong Yuh. Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada-Supply Chain. São Paulo, Editora Atlas S/A. – 2008. 3ª edição.

COSTA, A.F.B.; EPPRECHT, E.K.; CAPINETTI, J.C.R. Controle estatístico da qualidade. São Paulo, Atlas, 2004.

DIAS, Marco A. P. Administração de Materiais – Uma abordagem Logística. São Paulo, Editora Atlas S/A. – 2008. 4ª edição.

Ministério da Previdência e Assistência Social – CEME – 106 Diretrizes e Sistemática Operacional de Controle de Qualidade de Medicamentos.

RIMOLI, Celso. Administração de Materiais. São Paulo, Atlas, 1999.

Page 37: Qualidade Em Materia Prima

47

SLACK Nigel, CHAMBERS Stuart e JOHNSTON Robert. Administração da Produção. São Paulo. Editora Atlas S/A – 2002. 2ª Edição.

STONER & FREEMAN, 1999

YOSHIZAKI, Hugo T. Y. Logística Empresarial – Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. São Paulo, Editora Atlas S/A. 2007.

www.wikipédia.org\wiki\discurso – Acessado em: 20 de novembro de 2008.

ANEXO

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP

É o documento que expressa o planejamento do trabalho repetitivo que deve ser

executado para o alcance da meta padrão. Contem: listagem dos equipamentos;

peças e materiais utilizados na tarefa, incluindo-se os instrumentos de medida;

padrões da qualidade; descrição dos procedimentos da tarefa por atividades críticas;

condições de fabricação, de operação e pontos proibidos de cada tarefa; pontos de

controle (itens de controle e características da qualidade) e os métodos de controle;

relação de anomalias passíveis de ação; roteiro de inspeção periódicas dos

equipamentos de produção. (RESOLUÇÃO Nº 328, DE 22 DE JULHO DE 1999)