qualidade de vida no trabalho segundo o modelo

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO EM SERVIÇOS ALIZANDRA CRISTINA DE OLIVEIRA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO SEGUNDO O MODELO WALTON: um estudo de caso frente à percepção dos funcionários da Imperador Calçados São José 2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO EM SERVIÇOS

ALIZANDRA CRISTINA DE OLIVEIRA

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO SEGUNDO O MODELO WALTON: um estudo de caso frente à percepção dos funcionários

da Imperador Calçados

São José

2006

ALIZANDRA CRISTINA DE OLIVEIRA

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO SEGUNDO O MODELO WALTON: um estudo de caso frente à percepção dos funcionários

da Imperador Calçados

Trabalho de Conclusão de Curso - pesquisa teórico-empírica - apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof. Msc. Felipe de Faria Mônaco

São José

2006

ALIZANDRA CRISTINA DE OLIVEIRA

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO SEGUNDO O MODELO WALTON: um estudo de caso frente à percepção dos funcionários

da Imperador Calçados

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado e aprovado em sua

forma final pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação Serviços - da

Universidade do Vale do Itajaí, em 03/07/2006.

____________________________ Prof. Msc.Luciana Merlin Bervian

Univali – CE São José Coordenador do Curso

Banca Examinadora:

_____________________________ Prof. Msc. Felipe de Faria Mônaco

Univali – CE São José Professor Orientador

_____________________________ Prof. Msc. Kellen da Silva Coelho

Univali – CE São José Membro

__________________________________ Prof. Msc. Carolina Gomes Costa Macelli

Univali – CE São José Membro

AGRADECIMENTOS

Aos meus amados pais, Ademir e Rute, responsáveis pela minha feliz

existência, pelo meu desenvolvimento como ser humano nessa caminhada da vida.

Ao meu maravilhoso marido, André, ser iluminado que sempre me lança o

desafio de progredir e não estagnar.

À minha querida irmã, Aline, por sempre estar disposta a me ajudar.

Aos meus sogros, Ilídio e Janice e sobrinhos, Guilherme e Júlia por todo

carinho e compreensão.

Aos meus padrinhos, Ricardo e Maristela, por todo afeto e apoio.

A amiga Stella, por toda ajuda e apoio.

A todos meus queridos amigos e familiares, que sempre compreenderam

minha ausência, estimularam a atingir meus objetivos tanto no plano físico tanto

quanto espiritual.

À empresa Imperador Calçados por abrirem as portas para a realização

dessa pesquisa e todo apoio.

Em especial, aos funcionários da empresa Imperador Calçados, pois sem

eles esse trabalho acadêmico não seria possível.

Ao professor Msc. Felipe de Faria Mônaco pela competência e dedicação

na orientação desse estudo.

As professoras da banca examinadora, Msc. Kellen da Silva Coelho e

Msc. Carolina Gomes de Costa Macelli, pela aceitação em participarem da avaliação

dessa monografia, com muito esmero.

A todos os professores do Curso de Administração - Habilitação Serviços,

pois cada educador é um mestre em mostrar novos caminhos para o aprimoramento

intelectual e, conseqüentemente, profissional de cada aluno.

A Deus, muito obrigada por tudo.

Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que nem uma só rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes.

(Jacob Riis)

RESUMO

Esse estudo trata de uma pesquisa realizada na empresa Imperador Calçados, com o intuito de analisar a percepção de seus funcionários quanto à qualidade de vida no trabalho. Tem como objetivo geral analisar a interpretação da qualidade de vida no trabalho dos funcionários, segundo o modelo de Walton. Para tanto, os objetivos específicos são: descrever as ações desenvolvidas pela empresa em relação a qualidade de vida no trabalho; identificar a percepção dos funcionários sobre a qualidade de vida no trabalho; e levantar junto aos funcionários possíveis aspectos que podem influenciar na melhoria da qualidade de vida no trabalho. Sendo assim, o método adotado foi de uma pesquisa teórico-empírica, do tipo descritiva, com abordagem quantitativa e na forma de estudo de caso. A população-alvo foram os 50 funcionários da empresa pesquisada, por meio de uma coleta de dados censitária, utilizando-se de um instrumento de coleta denominado questionário, estruturado e com perguntas fechadas. Na análise dos resultados pôde-se constatar que a qualidade de vida no trabalho dos pesquisados apresenta um nível de satisfação positiva. Diante disso, conclui-se que as ações propostas neste estudo, se implantadas, podem aumentar o nível de satisfação e melhorar a motivação dos funcionários, na busca da qualidade de vida no trabalho e no compromisso funcionário-empresa. Palavras-chave: recursos humanos; qualidade de vida no trabalho; satisfação no trabalho.

ABSTRACT

This study is about a research realized at Imperador Calçados shoe store in order to analyze the perception of its employees about their quality of working life. The general objective is to analyze the interpretation of the employees´ working life quality, following Walton’s model. For this, the specific objectives are: to describe the actions developed by the company in relation to the working life quality; to identify the perception of the employees about the quality of life in their job; and to rise with the employees possible aspects that may influence the improvement in the quality of working life. With this, the adopted method was a theoretical-empirical research, a descriptive one, with a quantitative approach and a case study form. The target population was the 50 employees at the researched company, by a sensatory data collect, using a questionnaire as a research tool, structured and with closed questions. In the analysis of the results the quality of working life of the researched people present a positive level of satisfaction. The conclusion is that the actions proposed in this study, if implanted, may improve the level of satisfaction and improve the employees stimulus, in the caught of quality of life at work and the employee-employer commitment. Key-words: human resources; working quality of life; satisfaction at work.

L

Lista de ilustrações

Figura 1 - Hierarquia das necessidades ............................................................. 24

Figura 2 - Organograma da Empresa Imperador Calçados ............................... 51

Gráfico 1 - Idade.................................................................................................. 54

Gráfico 2 - Sexo .................................................................................................. 55

Gráfico 3 - Escolaridade ..................................................................................... 56

Gráfico 4 - Tempo de empresa ........................................................................... 57

Gráfico 5 - Função de trabalho............................................................................ 58

Gráfico 6 - Estado civil ........................................................................................ 59

Quadro 1 - A evolução do termo qualidade de vida no trabalho ........................ 31

Quadro 2 - A evolução do conceito de qualidade de vida no trabalho ............... 32

Quadro 3 - Critérios e indicadores de qualidade de vida no trabalho ................. 46

Quadro 4 - Estrutura do questionário aplicado ................................................... 46

Quadro 5 - Estrutura do questionário aplicado ................................................... 47

Lista de tabelas

Tabela 1 - Idade .................................................................................................. 54

Tabela 2 - Sexo .................................................................................................. 55

Tabela 3 - Escolaridade ...................................................................................... 56

Tabela 4 - Tempo de empresa ........................................................................... 57

Tabela 5 - Função de trabalho ............................................................................ 58

Tabela 6 - Estado civil ........................................................................................ 59

Tabela 7 - Crescimento e realização pessoal ..................................................... 60

Tabela 8 - Identificação com o trabalho .............................................................. 60

Tabela 9 - Desgaste emocional e sofrimento psicológico .................................. 61

Tabela 10 - Oferecimento de benefícios sociais ................................................. 62

Tabela 11 - Renda adequada ao trabalho .......................................................... 62

Tabela 12 - Eqüidade interna ............................................................................. 62

Tabela 13 - Eqüidade externa ............................................................................ 63

Tabela 14 - Jornada de trabalho ......................................................................... 64

Tabela 15 - Condições de segurança ................................................................. 64

Tabela 16 - Organização e limpeza no ambiente de trabalho ............................ 65

Tabela 17 - Dificuldade física ............................................................................. 65

Tabela 18 - Equipamentos e materiais ............................................................... 65

Tabela 19 - Autonomia ....................................................................................... 66

Tabela 20 - Significado da tarefa ........................................................................ 67

Tabela 21 - Identidade da tarefa ......................................................................... 67

Tabela 22 - Variedade da habilidade .................................................................. 67

Tabela 23 - Retroinformação .............................................................................. 68

Tabela 24 - Possibilidade de carreira ................................................................. 69

Tabela 25 - Crescimento pessoal ....................................................................... 69

Tabela 26 - Segurança no emprego ................................................................... 70

Tabela 27 - Igualdade de oportunidades ............................................................ 70

Tabela 28 - Discriminação .................................................................................. 71

Tabela 29 - Relacionamento ............................................................................... 71

Tabela 30 - Senso comunitário ........................................................................... 72

Tabela 31 - Direitos trabalhistas ......................................................................... 73

Tabela 32 - Privacidade pessoal ........................................................................ 73

Tabela 33 - Liberdade de expressão .................................................................. 74

Tabela 34 - Carga de trabalho ............................................................................ 75

Tabela 35 - Equilíbrio .......................................................................................... 75

Tabela 36 - Planejamento adequado .................................................................. 76

Tabela 37 - Trabalho fora do horário .................................................................. 76

Tabela 38 - Convívio em família ......................................................................... 77

Tabela 39 - Imagem da empresa ....................................................................... 78

Tabela 40 - Responsabilidade social da instituição ............................................ 78

Tabela 41 - Responsabilidade social pelos produtos e serviços ........................ 79

Tabela 42 - Responsabilidade social pelos empregados ................................... 79

Tabela 43 - Nota atribuída a qualidade de vida no trabalho ............................... 80

Tabela 44 - Nota atribuída a qualidade de vida no trabalho por loja .................. 80

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 13 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ....................................................................... 13

1.2 PERGUNTAS DE PESQUISA ...................................................................... 15

1.3 OBJETIVOS .................................................................................................. 15

1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................. 15

1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................. 15

1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 16

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 19 2.1 A RELAÇÃO ENTRE O SER HUMANO E SEU TRABALHO ....................... 19

2.2 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS: ORIGEM E

CONCEITUAÇÕES .................................................................................. 21

2.2.1 Administração de recursos humanos no Brasil ......................................... 25

2.3 DIFICULDADES E DESAFIOS DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS

HUMANOS .................................................................................................. 28

2.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: ORIGEM E CONCEITUAÇÕES .. 30

2.4.1 Qualidade de vida no trabalho: seus aspectos e suas dimensões ............ 32

2.5 MODELO DE WALTON PARA AFERIÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO .................................................................................................. 39

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 43 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................... 43

3.2 POPULAÇÃO-ALVO ..................................................................................... 44

3.3 MÉTODO DE COLETA, TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ............ 45

4 RESULTADOS DO ESTUDO .......................................................................... 49 4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ................................................................ 49

4.1.1 Histórico ..................................................................................................... 49

4.1.2 Estrutura organizacional ............................................................................ 51

4.1.3 Ações desenvolvidas em relação à qualidade de vida no trabalho ........... 52

4.2 PERFIL DO FUNCIONÁRIO ......................................................................... 53

4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ............................................. 60

4.3.1 Análise sobre trabalho ............................................................................... 60

4.3.2 Análise sobre benefícios sociais ................................................................ 61

4.3.3 Análise sobre compensação justa e adequada ......................................... 62

4.3.4 Análise sobre condição de trabalho ........................................................... 64

4.3.5 Análise sobre o uso e desenvolvimento de capacidades .......................... 66

4.3.6 Análise sobre oportunidades de crescimento e segurança ....................... 69

4.3.7 Análise sobre integração social na organização ....................................... 70

4.3.8 Análise sobre constitucionalismo ............................................................... 73

4.3.9 Análise sobre trabalho e espaço total na vida ........................................... 75

4.3.10 Análise sobre relevância social na vida do trabalho ................................ 78

4.3.11 Análise sobre nota atribuída à qualidade de vida no trabalho ................. 80

4.4 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO ...................................................................... 81

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 84 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 86 APÊNDICE ......................................................................................................... 89 Apêndice A – Questionário aplicado aos funcionários da Imperador Calçados . 89

1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

O contexto organizacional atual deu início a uma postura altamente

competitiva entre as organizações, uma vez que isso se faz necessário para a

sobrevivência de cada organização. A insaciável busca das organizações pelo

aprimoramento e desenvolvimento de suas capacidades, contribui fortemente para a

mudança no comportamento humano, sendo este o principal componente em uma

organização - as pessoas.

Nesse sentido, para Kotter (1997, p.163), “a velocidade da mudança no

mundo empresarial não irá diminuir tão cedo. Provavelmente, a concorrência na

maioria dos setores de atividade irá aumentar nas próximas décadas.” As

organizações irão se defrontar com obstáculos complexos e oportunidades

maravilhosas, ocasionados pela globalização da economia em conjunto às

tendências sociais e tecnológicas.

Segundo Limongi-França (2003), um ambiente com amplas

transformações empresariais inicia-se no século XXI, tornando-se cada vez mais

competitivo. São mudanças na economia mundial, nas relações internacionais, na

tecnologia, na organização produtiva, nas relações de trabalho e na educação e na

cultura do país gerando impactos inter-relacionados sobre a vida das pessoas, das

organizações e da sociedade.

Ao mesmo tempo em que se identifica uma competição exacerbada em

todo o mundo, verifica-se no ambiente de negócios um movimento de cooperação,

parcerias, alianças que demonstram novas relações entre empresas, concorrentes,

fornecedores e países. Na maioria das vezes, motivados por ameaças comuns ou,

devido à necessidade de reduzir os custos operacionais (VERGARA, 2000).

De um lado, o crescimento da competição e da competitividade a

qualquer custo torna obrigatório a necessidade de se refletir sobre suas influências

14

nas organizações e na sociedade, e de outro, o aumento da importância da

qualidade de vida no trabalho, das novas condições do mercado de trabalho e ainda

sobre as questões ambientais e de responsabilidade social, devido a maior

conscientização e conhecimento do trabalhador, do consumidor e do cidadão,

impõem grandes desafios à gestão organizacional nesses novos tempos (LIMONGI-

FRANÇA, 2003).

Nesse sentido, o tema “qualidade de vida no trabalho” vem sendo

abordado por diversos autores, devido a sua relevância nas áreas acadêmica e

empresarial. Suas variáveis e aplicações ainda são discutidas; porém, sabe-se que

não se trata apenas de mais uma ferramenta da Administração, mas sim, de modelo

de gestão voltado para as necessidades e peculiaridades das pessoas e

organizações no século XXI (LIMONGI-FRANÇA, 2003).

Dentro desse contexto organizacional, foi realizado um estudo diagnóstico

na empresa Imperador Calçados no decorrer do estágio curricular um, com o intuito

de identificar os pontos a ser melhorados. Nesse período levantou-se a problemática

no que diz respeito à qualidade de vida no trabalho.

Diante disso, esse estudo foi desenvolvido com base no Modelo de

Walton, que consiste em oito critérios de avaliação da qualidade de vida no trabalho,

por meio da percepção das pessoas, independente das variações dos indivíduos,

possibilitando a empresa Imperador Calçados o conhecimento de informações

relevantes sobre seus funcionários.

Segundo Davis e Newstrom (1992, p.46), “embora algumas atividades

humanas aconteçam sem motivação, praticamente quase todos os comportamentos

conscientes são motivados ou possuem uma causa.” Isso indica a necessidade de

todas as organização buscarem compreender a realidade e as percepções de seus

funcionários, o conhecimento técnico-teórico sobre o assunto para, então, definir

melhorias para a vida dos funcionários e do seu ambiente de trabalho.

Ao analisar os novos padrões de competitividade internacional e nacional

verifica-se a necessidade de mudanças organizacionais e no processo de produção,

para que as empresas consigam sobreviver em cenários menos protegidos

econômica e politicamente (FLEURY e FISCHER, 1995).

15

Diante do exposto, esta pesquisa preocupa-se em responder a seguinte

questão: Qual a interpretação dos funcionários da Imperador Calçados sobre Qualidade de Vida no Trabalho, segundo modelo Walton?

1.2 PERGUNTAS DE PESQUISA

• Quais são as ações desenvolvidas pela Imperador Calçados em

relação à qualidade de vida no trabalho?

• Qual a percepção dos funcionários da Imperador Calçados sobre a

qualidade de vida no trabalho?

• Quais os aspectos que podem influenciar na melhoria da qualidade de

vida no trabalho, levando em consideração a percepção dos

funcionários?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Analisar a interpretação da qualidade de vida no trabalho dos funcionários

da Imperador Calçados, segundo o Modelo de Walton.

1.3.2 Objetivos específicos

• Descrever as ações desenvolvidas pela Imperador Calçados em

relação a qualidade de vida no trabalho;

• Identificar a percepção dos funcionários da Imperador Calçados sobre

a qualidade de vida no trabalho;

16

• Levantar junto aos funcionários da Imperador Calçados, possíveis

aspectos que podem influenciar na melhoria da qualidade de vida no

trabalho.

1.4 JUSTIFICATIVA

O capital humano vem, progressivamente, sendo valorizado pelas

empresas que buscam a excelência em seus serviços prestados e vantagem

competitiva, como algo primordial para que consigam atingir tais objetivos.

Diante disso, este estudo justifica-se tendo em vista que a Imperador

Calçados atua em um ramo muito competitivo, em que seu diferencial para prestar

serviços com excelência são seus funcionários. Sendo assim, investe na

capacitação dos mesmos, possibilitando o crescimento e o desenvolvimento

profissional, bem como oferece remuneração competitiva em relação ao mercado.

Contudo, esta empresa, até o momento deste estudo, não havia realizado uma

pesquisa sobre Qualidade de Vida no Trabalho de seus funcionários.

Dessa forma, acredita-se que o desenvolvimento deste estudo irá

identificar informações e a percepção de cada funcionário, o que poderá possibilitar

ajustes nas ações implantadas como contribuição ao desenvolvimento de um novo

modelo de gestão de pessoas, permitindo, também, que a empresa identifique seus

pontos fracos, bem como fortaleça sua competitividade por meio do

comprometimento e motivação de seus funcionários.

De forma geral as pessoas possuem comportamentos diferenciados, pois

enquanto alguns se esforçam ao máximo para executar suas atividades, outros, no

entanto, fazem o mínimo necessário. Sendo assim, um dos principais motivos do

insucesso das empresas está em não saber lidar com as pessoas e não com a falta

de conhecimento técnico e operacional (BERGAMINI, 1997).

O tema gestão de pessoas possui grande relevância, primeiramente pelo

motivo de que as pessoas passam a maior parte de suas vidas no interior das

empresas. Em segundo lugar, porque as empresas podem ser tudo: como geradoras

17

de riqueza e empregos, essenciais para o crescimento do país; porém nada serão

caso não tiverem as pessoas para definir sua visão e propósito, para escolher as

estruturas e estratégias necessárias, estabelecer as metas e formas de atuação.

Sendo assim, é necessário conhecer e compreender as interações humanas para

então, entender o mundo dos negócios e nele atuar de forma conseqüente

(VERGARA, 2000).

Por tratar-se de um tema tão importante no âmbito organizacional, com a

crescente valorização do ser humano, será de grande importância para a acadêmica

desenvolver um estudo nesta área, que o possibilitará ter uma compreensão mais

profunda sobre o tema em questão, considerando ainda que a acadêmica possui

fácil acesso às informações da empresa, bem como seus funcionários.

Este estudo justifica-se, ainda, pela relevância à academia, pois poderá

somar e contribuir nas consultas para o aprofundamento do tema, visando a

contribuir para solução de problemas nas organizações quanto à Qualidade de Vida

no Trabalho.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está dividido em cinco capítulos, que estão dispostos da

seguinte forma:

O capítulo 1 traz a introdução com a apresentação do tema, as perguntas

de pesquisa, os objetivos, a justificativa e esta estrutura.

No capítulo 2 aborda-se a fundamentação teórica com os temas como: a

relação ser humano-trabalho; administração de recursos humanos, apresentando

sua origem, conceituação, evolução, dificuldades e desafios; qualidade de vida no

trabalho, sua origem, conceituação, aspectos e dimensões; e finalmente demonstra-

se o Modelo de Walton.

No capítulo 3, apresentam-se os aspectos metodológicos que nortearam

este estudo.

18

No capítulo 4, apresentam – se a caracterização da empresa estudada e

os resultados do estudo.

O capítulo 5 traz as considerações finais, demonstrando o atendimento

dos objetivos, as sugestões de melhoria a Imperador Calçados e sugestões para

trabalhos futuros.

19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão apresentados os principais elementos que servirão

de base para o desenvolvimento do estudo. Sendo assim, a fundamentação teórica

abordará as relações entre o ser humano e seu trabalho, a origem e evolução da

administração de recursos humanos, suas dificuldades e desafios, a Qualidade de

Vida no Trabalho, com sua origem e conceituações e, por fim, a demonstração do

Modelo de Walton.

2.1 A RELAÇÃO ENTRE O SER HUMANO E SEU TRABALHO

As pessoas vivem no mundo do trabalho, em que o trabalho é atividade

social mais valorizada nos tempos atuais. Trabalhar muito já foi motivo de vergonha

tanto quanto hoje é o de quem não trabalha. Os motivos que levam a este mundo do

trabalho, não cabe ser discutida neste trabalho. O necessário é discutir a importância

que as Relações Humanas no Trabalho na vida dos seres humanos (TOLEDO,

1977).

A palavra trabalho, para Albornoz (1992),

se origina do latim tripalium, embora outras hipóteses associem a trabaculum. Tripalim era um instrumento feito de três paus aguçados no qual os agricultores bateriam o trigo, as espigas de milho, o linho, para rasgá-los e esfiapá-los.

A maioria dos dicionários registra tripalium apenas como instrumento de

tortura, o que teria sido originalmente, ou se tornado depois. Ainda que

originalmente o tripalium fosse usado no trabalho do agricultor, para o trato do

cereal, o uso deste instrumento como meio de tortura deu significado a palavra por

muito tempo - sendo que ainda conota - algo como padecimento e cativeiro. Do

conteúdo semântico de sofrer passou-se ao de esforça-se, laborar e obrar. O

primeiro sentido teria perdurado até inícios do século XV, e essa evolução de

20

sentido teria acontecido ao mesmo tempo em outras línguas latinas como trabajo em

espanhol, traballo em catalão, travail em francês e travaglio em italiano

(ALBORNOZ, 1992).

Segundo Drucker (1997), o trabalho tem sido essencial na consciência do

ser humano desde os tempos mais remotos, pois o homem não é perfeitamente

definido com um instrumento; o desenvolver de instrumentos, abordagens,

objetivando a organização do trabalho é algo único e específico do ser humano.

Portanto, o trabalho, tem se revelado uma preocupação básica da humanidade há

muitos milênios.

O comportamento das pessoas nas organizações é muito imprevisível,

pelo motivo de que ele surge de necessidades humanas profundamente arraigadas

e dos seus sistemas de valores, em que não existem soluções perfeitas para os

problemas organizacionais. A solução seria a busca por conhecimento e habilidades

que possibilitem que os relacionamentos no trabalho possam ser melhor avaliados

(DAVIS e NEWSTROM, 1992).

De acordo com Ferreira (1979), em qualquer comunidade de trabalho

pode-se esperar o aparecimento de situações anormais, entre os elementos do

grupo, em que exigirão a pronta atuação de uma autoridade, que irá procurar

solucionar os problemas a fim de evitar conseqüências mais graves. Mesmo porque,

quaisquer problemas, de relações humanas que sejam adiados ou mal-resolvidos,

deixam as lacunas para o aparecimento de novos problemas, em geral, maiores que

os de origem.

As relações de trabalho surgem das relações sociais de produção,

constituindo de maneira singular a integração entre agentes sociais que ocupam

posições opostas e complementares no processo produtivo: os trabalhadores e os

empregadores. Os padrões das relações de trabalho no contexto organizacional são

definidos a partir de aspectos macropolítico-econômicos que são os movimentos

sociais, o governo e o mercado; e a partir de aspectos internos a Administração de

Recursos Humanos, ou seja, sua capacidade de ordenar, atribuir, construir

identidade organizacional (FLEURY e FISCHER, 1995).

O desejo de atingir algum objetivo gera a motivação no comportamento

humano, entretanto nem sempre este objetivo é de conhecimento do indivíduo. Os

21

motivos são os responsáveis em alavancar e manter o comportamento das pessoas,

e podem ser até chamados de “molas de ação”, uma vez que esses motivos podem

ser decorrentes das necessidades das pessoas, ou seja, movidos pelas suas

necessidades (GIL, 1994).

2.2 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS: ORIGEM E CONCEITUAÇÕES

Em razão do crescimento das organizações e do aumento da

complexidade das tarefas de gestão de pessoas surgiu a Administração de Recursos

Humanos (GIL, 1994).

A administração de recursos humanos é o ramo especializado da Ciência da Administração que envolve todas as ações que têm como objetivo a integração do trabalhador no contexto da organização e o aumento de sua produtividade. É, pois a área que trata de recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, manutenção, controle e avaliação de pessoal (GIL, 1994, p.13).

Segundo Aquino (1980), a Administração de Recursos Humanos tem

como papel o planejamento, a organização, a direção e o controle das funções que

procuram desenvolvimento, manutenção e utilização da força de trabalho de maneira

que os objetivos organizacionais sejam atingidos econômica e eficazmente, tanto

quanto os objetivos em todos os níveis de pessoal e ainda que os objetivos da

sociedade sejam considerados e atendidos.

Para Chiavenato (1999), a Administração de Recursos Humanos consiste

em planejar, organizar, desenvolver, coordenar e controlar técnicas capazes de

promover o desempenho eficiente do pessoal, em que a organização é o meio que

possibilita seus funcionários alcançarem seus objetivos individuais, sejam eles

relacionados ou não ao trabalho. Tal qual a Administração de Recursos Humanos

possui a grande importância de conquistar e manter pessoas na organização,

trabalhando e produzindo com máximo de si, aliado a uma conduta positiva e

favorável.

A Administração de Recursos Humanos pode ser dividida em cinco

momentos históricos. Inicialmente a administração Científica que teve sua origem

22

com as experiências de Frederick W. Taylor (1856-1915), nos Estados Unidos, e

Henri Fayol (1841-1925), na França. Seu objetivo principal era estabelecer a

fundamentação científica das atividades administrativas, excluindo a improvisação e

o empirismo. Taylor, com base em observações diretas, feitas em oficinas, conclui

que de modo geral os operários produziam muito menos do que poderiam produzir o

Taylorismo representava transformação nas mentes dos empregados e

empregadores, que deveriam coordenar seus esforços na repetição das tarefas

executadas para aumentar o lucro. No entanto, Fayol foi grande parte de sua vida

diretor de grandes minas e usinas siderúrgicas, também contribui para o movimento

da Administração Científica, formulando a doutrina administrativa que passou a ser

conhecida como Fayolismo, que consistia nos princípios de conhecer, prever,

organizar, comandar, coordenar e controlar (GIL, 1994).

Em seguida, a Escola das Relações Humanas foi um movimento que

surgiu em decorrência do questionamento aos princípios da Administração

Científica, no qual valorizava as relações humanas no trabalho, a partir da

verificação da necessidade de considerar a importância dos fatores psicológicos e

sociais na produtividade (CHIAVENATO, 1999). Esse movimento baseou-se nos

estudos desenvolvidos pelo psicólogo americano Elton Mayo (1890-1949). Mayo

desenvolveu uma experiência pioneira no campo do comportamento humano no

trabalho. Essa experiência iniciou-se em 1927, na fábrica de Western Electric, no

distrito de Hawthorn, em Chicago, e seu objetivo inicial era estudo das influências da

iluminação na produtividade, índice de acidentes e fadiga. Contudo, a pesquisa

demonstrou a influência de fatores psicológicos e sociais no produto final do trabalho

(GIL, 1994).

Mais tarde, as Relações Industriais iniciaram-se nos Estados Unidos, logo

após a Segunda Guerra Mundial, com o notável aumento do poder dos sindicatos de

trabalhadores (GIL, 1994). Como resultado a administração de pessoal das

empresas restringiu-se às rotinas de pessoal orientadas pelo enfoque legal e

disciplinar, cujas empresas passaram a preocupar-se com as condições de trabalho

e a concessão de benefícios a seus empregados (TOLEDO, 1977).

Em seguida, a Administração de Recursos Humanos passou a ser

comentada na década de 60, quando essa expressão passou a substituir as

utilizadas no âmbito das organizações: Administração de Pessoal e Relações

23

Industriais. O surgimento da Administração de Recursos Humanos deve-se à

introdução de conceitos originários da Teoria Geral dos Sistemas à gestão de

pessoal. Uma vez que a Administração de Recursos Humanos passou a ser

entendida como a Administração de Pessoal a partir de uma abordagem sistêmica

(GIL, 2001).

Finalmente, a Gestão de Pessoas surge devido aos inúmeros desafios

enfrentados pelas organizações desde a década de 80, como a globalização da

economia, evolução das comunicações, desenvolvimento tecnológico, a

competitividade empresarial, novas concepções sobre o papel das pessoas nas

organizações determinaram questionamentos sobre a forma desenvolvida pela

Administração de Recursos Humanos nas organizações (Gil, 2001). As novas

tendências de valorização do empregado demonstram a evolução da forma de

gestão de recursos humanos, que vem sendo nomeada principalmente como Gestão

de Pessoas, embora também se fale em Gestão de Talentos, Gestão de Parceiros,

Gestão do Capital Humano, Gestão de Capital Intelectual, dentre outras

denominações. Entretanto, a Gestão de Pessoas, de uma tendência que se revela

mais no meio acadêmico do que propriamente nas empresas. De modo geral,

verifica-se que muitas empresas demonstram disposição em tratar seus empregados

realmente como parceiros, incentivando sua participação nas decisões e utilizando o

talento das pessoas para obter a sinergia necessária para seu desenvolvimento

(GIL, 2001).

Dentro dos momentos históricos podem ser destacadas seis teorias que

dão suporte a administração de recursos humanos. A primeira é a Teoria Geral dos

Sistemas teve origem nos estudos do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy (1901-

1972). Ludwig constatou que certos princípios de algumas ciências poderiam ser

aplicados a outras, desde que seus objetos fossem entendidos como sistemas,

fossem eles físicos, químicos, sociais, psicológicos, entre outros. O conceito de

sistema pode ser definido como um conjunto de elementos unidos por alguma forma

de interação ou interdependência, formando um todo unitário. Em que uma

organização pode ser definido como um sistema, pois é constituído por elementos

que de alguma forma interagem entre si e que funcionam como uma estrutura

organizada (GIL, 1994).

24

A segunda é a Teoria Comportamental surgiu no final da década de 50,

em que busca aplicar a psicologia organizacional à realidade do contexto

organizacional, baseia-se na motivação do comportamento humano (DAVIS e

NEWSTROM, 1992).

A terceira são as forças motivacionais que são desenvolvidas como

resultado do ambiente cultural, no qual as pessoas vivem, influenciando suas

percepções sobre seu trabalho e sua vida (DAVIS e NEWSTROM, 1992). Uma

relevante contribuição sobre os estudos da motivação ocorreu na década de 60, a Teoria X – Teoria Y, elaborada pelo americano Douglas McGregor. A Teoria X

classificou as concepções deturpadas com relação à natureza do trabalhador, isto é,

que ele é preguiçoso, indiferente e que só trabalha sob forte supervisão (AQUINO,

1980). Entretanto, a Teoria Y demonstra o lado positivo da natureza humana, ou

seja, se o indivíduo for adequadamente motivado para o trabalho terá autocontrole,

criatividade em conjunto com seus líderes alcançará os objetivos organizacionais

(GIL, 1994). Recentemente foi divulgado a Teoria Z, por William Ouchi, que se refere

ao modelo de administração Japonês, em que a maior produtividade está muito mais

relacionada à administração de pessoas com uma visão cooperativa associada à

confiança do que ao trabalho árduo ou sua tecnologia (CHIAVENATO, 1999).

A quarta teoria surge com Abraham Maslow, um psicólogo americano que

acreditava que todas as pessoas apresentavam uma hierarquia de necessidades

que precisavam ser satisfeitas (DAVIS e NEWSTROM, 1992). Conforme abaixo:

Figura 1 - Hierarquia das necessidades. Fonte - Adaptado de Davis e Newstrom (1992, p.51).

Auto-estima e reconhecimento

Pertencer ao grupo e necessidades sociais

Proteção e segurança

Necessidades físicas básicas

Auto-realização e satisfação

ALTO NÍVEL

BAIXO NÍVEL

25

Pode-se entender, assim, que as necessidades de nível baixo

representam a primeira etapa da pirâmide, que envolve a sobrevivência básica; a

segunda etapa que envolve o bem-estar e a segurança do indivíduo. Entretanto, as

necessidades de alto nível representam a terceira etapa da pirâmide, que diz respeito ao amor, participação e envolvimento social; a quarta etapa inclui a auto-

estima e o reconhecimento do valor pessoal; e por fim a quinta etapa refere-se à

utilização total dos talentos pessoais (DAVIS e NEWSTROM, 1992).

A quinta é a Teoria dos Dois Fatores de Herzberg também conhecida com

a Teoria da Motivação-Higiene foi outra importante contribuição aos estudos sobre

motivação. Frederick Herzberg sugeriu que existem dois grupos de mesma

importância de aspectos que influenciam a motivação. O primeiro grupo são os

fatores higiênicos, que dizem respeito às condições físicas e ambientais de trabalho

e possuem o papel de impedir a insatisfação com o trabalho (GIL, 1994). O segundo

grupo, contudo, são os fatores motivadores, referem-se aos fatores que geram como

conseqüência a satisfação permanente e o aumento da produtividade em níveis de

excelência dos trabalhadores (CHIAVENATO, 1999). Por último, baseado na Teoria

da Hierarquia das necessidades e na Teoria dos dois fatores, Victor H. Vroom,

formulou a Teoria da Expectativa, segundo o autor existem três partes que compõem

a motivação: a valência significa a intensidade que o indivíduo deseja uma

recompensa; a expectância, a percepção da pessoa de que sua produtividade

resultará no alcance dos seus objetivos individuais; e por fim a instrumentalidade, a

avaliação do indivíduo de que seu desempenho irá resultar no recebimento da

recompensa desejada (DAVIS e NEWSTROM, 1992).

2.2.1 Administração de recursos humanos no Brasil

O entendimento da evolução da Administração de Recursos Humanos no

Brasil exige a compreensão das principiais fases históricas, descritas a seguir.

De 1890 a 1930, aproximadamente 80% da população brasileira habitava

o campo. Em 1907, os dados registram 149.140 trabalhadores em estabelecimentos

industriais, das quais 23.335 no Estado de São Paulo. Esses números demonstram

26

o fraco poder de pressão do proletariado, principalmente quando se considera o

pequeno peso das atividades econômicas urbanas numa economia essencialmente

agrícola (GIL, 1994). No início do século, o país recebeu um contingente

considerável de trabalhadores europeus, que exerceram forte influência nas

relações trabalhistas brasileiras, devido a seu elevado grau de instrução, cultura e

politização (AQUINO, 1980).

De 1930 a 1950, ocorreram mudanças significativas nas relações de

trabalho no Brasil. Com a revolução de Getúlio Vargas, ocorreram amplas

intervenções nas questões trabalhistas. Foram criados o Ministério do Trabalho,

Indústria e Comércio, objetivando resolver os problemas trabalhistas; o

Departamento Nacional do Trabalho, com a finalidade de promover medidas de

previdência social e melhorar as condições de trabalho; a legislação trabalhista foi

editada nesse período criando a carteira profissional, regulamentando o horário de

trabalho no comércio e na indústria, definiu o direito a férias remuneradas, criou as

comissões mistas de conciliação, estabeleceu as condições de trabalho de menores

na indústria etc (GIL, 1994). Nessa fase, o controle ostensivo da classe trabalhadora,

devido ao ministério de trabalho ligado ao sindicato e ao controle interno das chefias

de pessoal, fazia com que as empresas não preocupassem com a mão-de-obra, pois

esta era abundante e barata (AQUINO, 1980).

De 1950 a 1964, ocorreu a expansão da indústria siderúrgica, petrolífera,

química e farmacêutica e a implantação das indústrias automobilísticas. Devido ao

crescimento das empresas, surgiu a necessidade de um novo profissional para

gerenciar os problemas de pessoal, porém como o sistema de ensino não preparava

esse novo profissional, as empresas passaram a aproveitar seus antigos chefes de

pessoal neste cargo (GIL, 1994). Com a promoção dos antigos chefes de pessoal,

continuava o enfoque burocrático e micro, pois apenas executavam tarefas rotineiras

de pessoal ligadas ao aspecto legal e disciplinar dos direitos e deveres. Houve

muitas promoções salariais e de status, porém não ocorreu nenhum acréscimo às

práticas da Administração de Recursos Humanos (AQUINO, 1980).

De 1964 a 1978, aconteceu o golpe militar, cujos militares assumiram o

poder, aniquilando as forças sindicais e as pressões da classe trabalhadora. De

1968 a 1973, o Brasil passou por um notável crescimento econômico, as empresas

cresceram e se modernizaram. Perante esta nova realidade, o administrador de

27

empresas, conhecido na época como técnico de administração, passou a ser

valorizado como profissional de Recursos Humanos (GIL, 1994). Em 1973, no

governo do General Médici, as empresas foram estimuladas a investir, gerando

otimismo e confiança ao país. Nesse período ocorreu a crise do petróleo, as

empresas foram afetadas pela crise e perceberam que dependiam dos recursos

externos para seu funcionamento. Daí então, começaram a preocupar-se com os

recursos, inclusive os recursos humanos. A mão-de-obra começou a tornar-se

escassa nos centros industriais (AQUINO, 1980).

Depois de 1978, o processo de desenvolvimento do Brasil estimulou o

aumento das reivindicações em todos os estados industrializados. As reais razões

dos movimentos grevistas foram: a falta de condições de trabalho, o desejo de

participação política, maior autonomia sindical e outras situações existentes nos

grandes centros industriais (AQUINO, 1980). Nesse período, as relações de trabalho

no país tornaram-se mais tensas, devido ao processo de abertura política, que foi

iniciado no Governo de Geisel, e estimulou trabalhadores a reivindicar por maiores

salários e melhores condições de trabalho. Durante a década de 80, os

trabalhadores uniram-se em prol de seus movimentos, criando as centrais sindicais.

Os trabalhadores passaram a ter presença na vida pública e política. Entretanto,

esta década foi de recessão, devido ao aumento do desemprego e à diminuição do

salário dos trabalhadores. Na década de 90, as empresas passaram a adotar novas

estratégias, primeiramente foi a dispensa de pessoal, enxugaram os organogramas

diminuindo os níveis hierárquicos e atribuindo funções a terceiros (GIL, 1994).

A partir de 2000 a gestão de Recursos Humanos tem pela frente inúmeros

desafios a transpor, no que diz respeito “aos princípios, filosofia, estratégias, práticas

e instrumentos de gestão” (HSM MANAGEMENT, 2004).

A partir de uma pesquisa efetuada com profissionais de recursos

humanos, nos próximos cinco anos essa área deverá dar um passo fundamental

num ambiente em constante transição. As empresas irão se deparar com “a gestão

de pessoas, a gestão de negócios e a inovação em produtos” (HSM

MANAGEMENT, 2004, p.53).

Serão as três competências organizacionais importantes nos próximos

cinco anos. Em suma, essa pesquisa mostrou que os dois principais desafios do

modelo serão “alinhar as competências humanas às estratégias de negócio das

28

empresas e capacitar os gestores para que sejam os estimuladores desse processo”

(HSM MANAGEMENT, 2004).

2.3 DIFICULDADES E DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS

HUMANOS

Para Ulrich (2000), independente do ramo, tamanho ou localização das

empresas, no mundo atual elas se deparam com cinco grandes desafios nos

negócios: a globalização, a lucratividade por meio do crescimento, a tecnologia, o

capital intelectual e a capacidade de ajustar-se à mudança contínua. Tais desafios

exigem maior habilidade para gerenciar seus recursos materiais, equipamentos

tecnológicos, inclusive o setor de recursos humanos, o qual tornou-se responsável

em desenvolver essas capacidades, possibilitando que as empresas superem os

desafios no mercado atual.

Segundo Chiavenato (1999), o que distingue a Administração de

Recursos Humanos das outras áreas da empresa é o seu ambiente singular de

operações. Administrar recursos humanos é diferente de administrar qualquer outro

recurso empresarial, tais como produção, materiais, produtos, finanças ou

tecnologia, porque envolve algumas dificuldades específicas que constituem

verdadeiros desafios, principalmente quando essa Administração assume uma

postura tradicional e centralizadora.

Ainda para Chiavenato (1999), as principais dificuldades da Administração

de Recursos Humanos são: lida com recursos intermediários, e não com fins. As

pessoas em uma organização não constituem seu objetivo principal, porém uma

condição obrigatória para o que possa funcionar adequadamente; trabalha com

recursos vivos, com alta complexidade, diversidade e variáveis – as pessoas – em

que cada um traz consigo suas características individuais de personalidade,

aptidões, conhecimentos, capacidades e sua própria história; os recursos humanos

não estão somente dentro da área de Administração de Recursos Humanos, mas

espalhados em todas as áreas na empresa e sob a autoridade de diversos gerentes;

é uma responsabilidade de linha e uma função de staff; preocupa-se principalmente

29

com a eficiência e muito pouco com a eficácia. Onde geralmente está focada para os

meios e quase nunca para os fins; atua em ambientes determinados e em condições

que não foram definidos pela mesma e sobre os quais possui um grau de poder e de

controle muito pequeno; os padrões de desempenho e de qualidade dos recursos

humanos são singularmente complexos, variando de acordo com nível hierárquico,

com a área de atividade, com a tecnologia aplicada e com o tipo de tarefa ou

atribuição; não trabalha diretamente com fontes de receita, ela não traz aportes de

dinheiro para a organização; um dos maiores desafios da administração está na

dificuldade de saber se ela está ou não fazendo um bom trabalho para organização.

A grande parte do ambiente operacional é constituída de aspectos abstratos e

conceituais de difícil análise e mensuração.

Atualmente as empresas que exploram seus funcionários fazem parte do

passado, pois os locais de trabalho estão mais bem iluminados, seguros, menos

formais e mais propícios à participação dos funcionários no processo decisório.

Sobre isso, Skinner (1981) enfatiza que:

os resultados da gestão esclarecida de pessoas são simplesmente mais conforto, um ambiente mais relaxado, menos pressão, mais segurança, mais benefícios e maiores salários, e não mais produtividade e lealdade (apud FRIEDMANN, 1997, p.5).

Esse fato se deve pela dificuldade em gerenciar as pessoas e saber

motivá-las, para que a empresa tenha em seu quadro, funcionários dinâmicos e

comprometidos, sendo esse o diferencial competitivo da empresa.

Para Ulrich (2000), devido à nova economia, as organizações bem

sucedidas serão aquelas capazes de transformar suas estratégias em ação com

rapidez, de gerenciar processos de maneira inteligente e eficiente, de maximizar o

comprometimento do funcionário e criar condições para mudanças consistentes.

Nesse caso, o grande desafio de recursos humanos está em torna-se um agente

capaz de desenvolver essas capacidades na organização, dando ênfase no

resultado, e não nas atividades. Para isso, deve criar quatro condições no ambiente

organizacional, que são: deve tornar-se um parceiro na execução da estratégia

organizacional; deve tornar-se um especialista administrativo; deve tornar-se um

defensor dos funcionários; e deve tornar-se um agente de mudança organizacional.

30

De acordo com Aquino (1980), a condição de staff, que significa

assessoria, excluiu do órgão de pessoal o poder decidir, limita sua missão de

planejamento, assessoramento, coordenação e controle da programação e dos

resultados.

É necessário ir além da Administração de Recursos Humanos para de

fato liderar as pessoas ao invés de reprimi-las, aprender a considerar as pessoas

como recursos e oportunidades e não como problemas, custos ou ameaças. É

primordial aprender a liderar, a administrar e a dirigir ao invés de controlar

(DRUCKER, 1997).

Davis e Newstrom (1992) acreditam que o grande desafio da área de

recursos humanos é de conhecer e compreender as forças motivacionais de cada

pessoa, para então saber lidar adequadamente com cada um considerando o

impulso motivacional mais forte em cada caso.

2.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: ORIGEM E CONCEITUAÇÕES

O termo Qualidade de Vida no Trabalho vem recebendo diferentes

conotações. Dentre a mais clara e objetiva destaca-se o entendimento de Rodrigues

(1994), que é facilitar e satisfazer as necessidades dos trabalhadores no

desenvolver de suas atividades profissionais.

A evolução da Qualidade de Vida no Trabalho está demonstrada no

Quadro 1, e essa trajetória tem por base o entendimento de Merino (2000).

31

1930 ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS Aspectos psicossociais e motivacionais, na busca do maior bem estar e adaptação à tarefa

ESCOLA COMPORTAMENTAL Herzberg – destaca-se como pioneira da QVT, ao propor a teoria dos fatores higiênicos e motivacionais e a abordagem do enriquecimento da tarefa

1950 ORIGEM DA QVT (LITERATURA) Eric Trist - junto com o surgimento da abordagem sócio-técnica (Tavistock Institute – Londres)

1960 PREOCUPAÇÃO COM OS TRABALHADORES (DÉCADA) Cientistas sociais, líderes sindicais – organizar o trabalho com a finalidade de minimizar os efeitos negativos na saúde e bem estar geral dos trabalhadores

1970 SE TORNA PÚBLICA (INICIO) a QVT foi introduzida publicamente 1974 QVT – PERDE TERRENO Crise energética + alta inflação – funcionários num

segundo plano

1979 RESSURGIMENTO DA QVT Foi constatada uma diminuição do compromisso dos empregados com seus trabalhos – novos estilos gerenciais (japoneses)

1980 PARTICIPAÇÃO (DÉCADA) Maior participação dos trabalhadores nas decisões das organizações – busca de soluções participativas

1990 SAÚDE NA ORGANIZAÇÃO (DÉCADA)

Resgatando os valores ambientais e humanisticos negligenciados em favor do avanço tecnológico – tentativa de definir a QVT não mais como um modismo e sim como um processo necessário e conceitualmente considerado pelos gerentes e trabalhadores das organizações

1993 ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO: CORRÊA (BRASIL)

Condições de subsistência (salário, segurança, prevenção de acidentes, aposentadoria, etc) – Século XIX Incentivos salariais + participação nos lucros + eficácia administrativa Reconhecimento social, liderança democracia, treinamento, participação e moral de grupo (a partir da Escola das relações Humanas, 1930) Autodesenvolvimento, criatividade, flexibilidade do horário de trabalho, pequenos grupos de meio ambiente (Teorias comportamentais e movimento de QVT - 1960)

Hoje DIFUNDIDA Visando atender as necessidades psicossociais dos trabalhadores, de forma de elevar seus níveis de satisfação o trabalho

Quadro 1 – A evolução do termo qualidade de vida no trabalho. Fonte – Adaptado de Merino (2000, p.17-18).

Pode-se constatar que a humanização das relações de trabalho na

organização é uma busca constante da Qualidade de Vida no Trabalho, “mantendo

uma relação estreita com a produtividade e com a satisfação do trabalhador no seu

ambiente de trabalho (bem-estar, saúde e segurança)” (MERINO, 2004, p.17-18).

O elemento central das pesquisas na área de Qualidade de Vida no

Trabalho advém da importância que o trabalho desempenha na vida das pessoas e

do impacto, podendo levar a satisfação ou frustração. “A insatisfação e a

desmotivação para o trabalho são penosas tanto para a empresa quanto para o

trabalhador” (MERINO, 2004, p.17-18).

No que se refere à conceituação evolutiva Eugênio Merino cita autores

atuais como Guest (1979), Davis (1981), Fernandes e Becker (1988), Fernandez

32

(1989), Vieira e Hanashino (1990), Vieira (1996) e Limongi-França (2003) que

conceituam Qualidade de Vida no Trabalho (Quadro 2).

GUEST (1979) “[...] um processo pelo qual uma organização tenta revelar o potencial criativo do seu pessoal, envolvendo-os em decisões que afetam suas vidas no trabalho. Uma característica marcante do processo é que seus objetivos não são simplesmente intrínsecos no que diz respeito ao que o trabalhador vê como fins de autorealização e autoengrandecimento.”

DAVIS (1981) “Condições favoráveis ou desfavoráveis de um ambiente de trabalho par os empregados.”

FERNANDES e BECKER (1988) “Para reagrupar todas as experiências da humanização do trabalho e que orientam em função do que se tem convencionado denominar democracia industrial.”

FERNANDEZ (1989) “Relaciona os fatores motivacionais ligados ao desempenho (Maslow e Herzberg) – existe qualidade de vida no trabalho quando os indivíduos podem satisfazer suas necessidades pessoais importantes, através da organização em que atuam.”

VIEIRA e HANASHINO (1990) (Conceito amplo e contingencial)

“[...] a melhoria das condições de trabalho – com extensão a todas as funções de qualquer natureza a nível hierárquico, nas variareis comportamentais, ambientais e organizacionais que venham, juntamente com políticas de Recursos Humanos condizentes, humanizar o emprego, de forma a obter-se um resultado satisfatório, tanto para os empregados como para a organização. Isto significa atenuar o conflito existente entre o capital e o trabalho [...]”

VIEIRA (1996) “Um conjunto de fatores (ou indicadores) que, se fazendo presente nas organizações, proporcionam aos trabalhadores bem-estar físico, mental, econômico e social, permitindo eu cada indivíduo resgate sua condição de cidadão.”

LIMONGI-FRANÇA (2003) “Um conjunto de ações de uma empresa que envolve diagnóstico e implantação de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do ambiente de trabalho, visando propiciar condições plenas de desenvolvimento humano para durante a realização do trabalho.”

Quadro 2 – A evolução do conceito de qualidade de vida no trabalho. Fonte – Adaptado de Merino (2000, p.17-18).

É possível perceber que a trajetória evolutiva da Qualidade de Vida no

Trabalho procura atender as necessidades do trabalhador quanto a melhoraria das

condições de trabalho. A Qualidade de Vida no Trabalho “é uma tentativa séria de

humanizar, com o intuito de tornar as empresas mais produtivas, eficazes e

eficientes” (MERINO, 2004, p.17-18).

2.4.1 Qualidade de vida no trabalho: seus aspectos e suas dimensões

Partindo-se da premissa de que as relações entre organização e

trabalhador sempre foram antagônicas, e com base em Senge (1998), a

Administração inicia uma nova fase denominada Qualidade de Vida no Trabalho.

Isto é, uma nova relação entre capital e trabalho, que são influenciadas por

mudanças no ambiente externo e provocam mudanças no planejamento do trabalho.

Ao resolver problemas como produtividade e eficiência, Taylor deu origem

a problemas de tédio, tarefas repetitivas e insatisfação no trabalho. Atualmente, nas

organizações o trabalho vem sofrendo mudanças, deixando de ser burocratizado,

33

segmentado e mecânico para se tornar mais flexível e integrado. Estas mudanças

exigem desenvolvimento de várias habilidades, estimulando o crescimento das

pessoas e sua multifuncionalidade (SENGE, 1998).

O momento atual exige organizações flexíveis, sistêmicas e criativas.

Para Senge (1998, p.97), “os sistemas vivos têm integridade. Seu caráter depende

do todo. O mesmo ocorre com a qualidade de vida no trabalho, ou seja, para

entendê-la é preciso ver todo o sistema como sendo responsável pelo problema”.

Dessa forma, um dos temas mais desafiadores para o ambiente

organizacional, na área de gestão de pessoas são as questões relacionadas à

melhoria das condições de vida e saúde no trabalho do ser humano, ou seja, a

Qualidade de Vida no Trabalho, pois impacta indireta ou diretamente na

produtividade dos funcionários e nos resultados financeiros de uma organização.

A competência em qualidade de vida no trabalho está associada às questões de saúde, laser e nutrição – nessa ordem. Também estão contidas nessa nova competência as habilidades relacionadas à responsabilidade social e relações do trabalho, as quais são interfaces das esferas psicossocial e organizacional (LIMONGI-FRANÇA, 2003).

No meio vivente onde está inserido o homem, está à atividade laboral.

Inquirir a profissão do indivíduo, o seu ambiente de trabalho e os riscos de saúde

ligados ao mesmo, pode constituir uma importante fonte de informação para elucidar

possíveis diagnósticos de doenças, observando-se, porém, que não se pode

esquecer dos aspectos hereditários trazidos pelo indivíduo na bagagem genética,

sendo este um fator improvável de ser controlado (REBELO, 1996 apud SILVEIRA,

2003).

A respeito disso, Marziale (1995) ao falar de saúde denuncia que as

atuais relações de trabalho (jornadas extensas, gestos repetitivos e intensos,

competitividade e monotonia), o crescimento desordenado das cidades e a

degradação do ambiente como fatores que reduzem drasticamente o nível de

qualidade de vida (apud SILVEIRA, 2003)

Para Bulhões (1998), a não realização, pessoal/profissional, as condições

inadequadas no ambiente laboral e a vida pessoal podem aumentar os riscos

34

ocupacionais (apud SILVEIRA, 2003). A respeito disso, Taguchi e Elsayed (apud

DONABEDIAN, 1985, p.43) enfatizam que:

o estresse inerente à profissão em conjunto com os riscos ocupacionais nos locais de trabalho, os trabalhos em turnos, as jornadas prolongadas [...] e a enorme responsabilidade de conviver no cotidiano com o sofrimento e a morte, têm levado os profissionais de saúde a adoecerem e a um considerado número de óbitos.

Nesse sentido, Donabedian (1985, p.43) aponta que as condições de

trabalho apresentam “relação intrínseca com patologias encontradas no desenvolver

de determinadas atividades laborais pelos trabalhadores, que quando ficam

expostos às mesmas, acabam por desenvolver doenças.”

As condições de trabalho representam, também, a interação e o inter-

relacionamento das circunstâncias material, psíquica, biológica e social, que por sua

vez são influenciadas pelos fatores econômico, técnico e organizacional do trabalho,

constituem o ambiente e proporcionam os determinantes da atividade laboral

(DELAY e PICHOT, 1972 apud SILVEIRA, 2003).

Para que não tenha prejuízo em relação à sua saúde, o ser humano não

pode ser colocado no mesmo patamar que as máquinas para a execução do

trabalho. Porém, as reações de estresse são naturais e até necessárias para a sua

própria vida, no entanto, sob algumas circunstâncias elas podem se tornar

prejudiciais ao bom funcionamento do organismo do indivíduo com um todo. Quando

as expectativas entre o indivíduo e a organização não estão em sintonia surgem

sintomas dos dois lados, como problemas de desempenho, perda de bons

profissionais, faltas sem motivo aparente, e queixas de problemas de saúde. É a

saúde pessoal e da empresa que fica comprometida quando o contrato psicológico

não está em sintonia e, esta, é almejada constantemente nas relações de trabalho,

não sendo muito simples de ser obtida e mantida, mas é indispensável buscá-la

(CORTEZ, 1991 apud SILVEIRA, 2003).

Dessa forma, pode-se dizer que ao se analisar as condições de trabalho

como fonte de impacto à saúde, hoje, se reconhece que uma mudança de postura

diante dos episódios diários no ambiente laboral ou familiar, torna-se vital para a

autopreservação da vida de cada indivíduo. Na relação entre o trabalho e a saúde

do profissional, pode-se verificar que o trabalho nem sempre aparece como fonte de

35

doença ou de infelicidade, muitas vezes é operador de saúde e do prazer – nunca se

é neutro em relação à saúde. O trabalho tem um papel fundamental na vida de todo

ser humano, permitindo a construção da identidade e de sua integração na vida em

sociedade, caracterizando-se por ser a atividade profissional que tem como agente e

sujeito de sua ação, o homem (LUNARDI FILHO, 1998).

A qualidade de vida no trabalho busca humanizar as relações de trabalho na organização, mantendo uma relação estreita com a produtividade e, principalmente, com a satisfação do trabalhador no seu ambiente laboral. Constitui-se, ainda, em condição de vida no trabalho, associado ao bem-estar, á saúde e à segurança do trabalhador (BÚRIGO, 1997, p.30).

No entender de Limongi-França (2003), os problemas de saúde

relacionados às organizações, na maioria, adquiridos por meio de condições

estressantes de trabalho levam a doenças, prejuízos, incapacidade e falta de

competitividade. Acredita, ainda, que Qualidade de Vida no Trabalho deve ser

tratado nas empresas segundo os pressupostos de uma gestão avançada, com a

adoção de informações e práticas especializadas, sustentadas por expectativas

legítimas de modernização e de mudanças organizacionais e, por uma visão crítica

dos resultados empresariais e pessoais.

Portanto, essas alterações geraram grandes impactos inter-relacionados

sobre a vida das pessoas, das organizações e da sociedade, impondo a

necessidade de se refletir sobre suas influências nas organizações e na sociedade;

fazendo com que o trabalhador, o consumidor e o cidadão ampliem sua

conscientização a respeito do estresse e da importância crescente da qualidade de

vida no trabalho (LIMONGI-FRANÇA, 2003).

Nessa linha de raciocínio, Búrigo (1997) acredita que a satisfação no

trabalho não pode estar isolada da vida da pessoa. Sobre isso, Krahl (2000) destaca

que pensar em qualidade de vida no trabalho é pensar, antes de tudo, no homem e

em sua multidimensionalidade, em seus desejos, sonhos, paixões, vida e trabalho; é

entendê-lo na perspectiva de sujeito-trabalhador, com a superação da dicotomia

entre vida pessoa e profissional (apud SILVEIRA, 2003)

Nesse sentido, as dimensões pessoais e profissionais e institucionais

assumem uma complementaridade, sendo necessário, para o alcance da otimização

do trabalho institucional, a satisfação individual. Pode-se constatar, então, que a

36

influência mais dominante na vida de um homem é provavelmente sua profissão, e

esta é fortemente a marca da existência humana, pois este está presente, pelo

menos, em um terço do seu dia, refletindo, porém, em todos os seus momentos

(LIMONGI-FRANÇA, 2003).

Ainda segundo essa autora, o mundo está diante de um cenário marcado

pela exuberância tecnológica, em que as pessoas encontram-se em uma nova

realidade social: o aumento da expectativa de vida, maior tempo de vida trabalhando

em atividades produtivas, maior consciência do direito e necessidade a saúde,

imposição a novos hábitos e estilos de comportamentos, a necessidade da

responsabilidade social e solidificação do compromisso do desenvolvimento

sustentável. Devido a todos esses fatores, as ações relativas à Qualidade de Vida

no Trabalho tornaram-se essenciais para a preservação pessoal e da sobrevivência

da espécie.

Dessa forma, a qualidade de vida das pessoas pode ser definida como a

percepção do bem-estar referente às necessidades individuais, ao ambiente sócio-

econômico e à expectativa de vida dos indivíduos, enquanto que a Qualidade de

Vida no Trabalho trata-se dos aspectos relacionados ao bem-estar das pessoas no

desenvolvimento de suas tarefas no ambiente de trabalho (LIMONGI-FRANÇA,

2003). Para isso faz-se necessário:

a melhoria nas condições de trabalho, com extensão a todas as funções de qualquer natureza e nível hierárquico, nas variáveis comportamentais ambientais e organizacionais que venham, juntamente com políticas de recursos humanos condizentes, humanizar o emprego, de forma a obter-se um resultado satisfatório, tanto para os empregados como para a organização (VIEIRA e HANASHINO, 1990, p.41).

Entretanto, para Oliveira e Limongi-França (2005), a Qualidade de Vida no

Trabalho não pode ser confundida com melhorias nas condições de trabalho. Isto é,

a Qualidade de Vida no Trabalho deve considerar, tanto os aspectos que interferem

diretamente, como os projeto de trabalho e sua organização, quanto àqueles que

estão indiretamente influenciando-a, como as decisões estratégicas da organização

e as políticas internas relativas ao pessoal.

Sendo assim, dentre as propostas de melhoria na Qualidade de Vida no

Trabalho, pode-se identificar que, a princípio, estas intervenções ou mudanças nos

37

projetos de trabalho, as preocupações eram relativas aos cargos, pois estes tinham

se tornado muito limitado, devido principalmente às novas tecnologias e ao excesso

de especialização, provocando um alto índice de rotatividade e escassez de mão-de-

obra em épocas de expansão econômica onde os funcionários poderiam escolher o

tipo de trabalho que gostariam de realizar (OLIVEIRA e LIMONGI-FRANÇA, 2005).

Mas, atualmente, a abordagem organizacional se preocupa em estudar as

questões relativas à Qualidade de Vida no Trabalho de forma mais abrangente,

porém, ainda são poucos os modelos que tratam de melhorias na Qualidade de Vida

no Trabalho considerando o assunto de forma mais sistêmica. No contexto das

empresas de pequeno e médio porte, os problemas relacionados à Qualidade de

Vida no Trabalho podem estar relacionados ao atendimento das necessidades

básicas de seus funcionários, enquanto que nas de grande porte, no excesso de

burocratização, ou ainda, nas relações existentes entre chefias e subordinados.

(FERNANDES, 1996).

Dentro desse contexto, com o advento das novas tecnologias, outro fator

está sendo colocado como mais um problema na análise da Qualidade de Vida no

Trabalho. Juran (1990, p.70) entende que:

são os avanços tecnológicos que deixam a experiência dos funcionários mais velhos obsoleta, dando àqueles mais jovens uma vantagem em relação à adaptação destas novidades, por que são mais flexíveis.

Pode-se entender, então, que há um consenso entre os filósofos e

profissionais de diversas áreas (medicina, administração, entre outras) quanto à

transformação da dinâmica do trabalho, “revendo sua organização no sentido de

proporcionar a humanização, o respeito e a evolução do funcionário no ambiente

laboral” (JURAN, 1990, p.70).

A respeito disso, McLagan e Nel (2000) destacam que o aspecto positivo

do avanço da tecnologia foi a contribuição para a propagação da informação e para

o aumento da participação. A informação não precisa percorrer um longo caminho

para chegar na base da pirâmide. A tecnologia também alterou a natureza do

trabalho, uma vez que o trabalho rotineiro pode ser feito pelas máquinas e as

exceções deverão ser administradas pelos trabalhadores (apud SCHEIN, 1996).

38

Esses autores destacam, ainda, que as comunicações transparentes nas

organizações, com direito a participação nas decisões e conhecimento dos

resultados que devem ser atingidos, vêm se tornando uma das estratégias para

tornar as pessoas comprometidas com a organização, reduzir seu grau de alienação

e de insatisfação e melhorar com isso a sua Qualidade de Vida no Trabalho. “O

gerenciamento torna-se uma função de coordenação e ligação e menos de

fiscalização e controle” (apud SCHEIN, 1996, p.64).

Portanto, pode-se entender dentro desse contexto e com base nos

teóricos citados, que as organizações devem conhecer com maior profundidade as

características dos trabalhadores para a implantação de melhorias no processo de

Qualidade de Vida no Trabalho. Para tanto, por meio de um diagnóstico pode

identificar as características que interferem na vida e no trabalho de cada

trabalhador, para depois elaborar um planejamento de ações de melhorias por

ordem de prioridade. Isto se faz necessário, haja vista que sem estes fatores

(diagnóstico e planejamento) a organização corre o risco de não obter os benefícios

esperados, bem como um risco alto em suas empreitadas traçadas em seu

planejamento de suas atividades.

Entretanto, apesar do papel determinante que tem uma organização na

sociedade, os seus valores têm sido objeto de poucos estudos; quando se aborda o

tema, o conteúdo é quase sempre limitado aos valores individuais, como se empresa

e trabalhador tivessem a mesma personalidade. Na prática, porém, quase todo o

empregado é capaz de detectar as diferenças existentes.

Dessa forma, uma empresa pode ser descrita como norteada por valores

referentes aos aspectos técnicos e, conseqüente, produtividade, ao passo que outra

pode ser percebida como enfatizando o extremo oposto, ou seja, centrando suas

preocupações não só na produtividade, mas também, no bem-estar dos indivíduos.

Para Limongi-França (2003), os entendimentos e definições de Qualidade

de Vida no Trabalho, contudo, variam de acordo com implicações éticas, políticas e

conforme as expectativas pessoais, mas as definições convergem para a discussão

das condições de vida e de bem-estar das pessoas, grupos e comunidades e do

meio em que vivem.

39

Dentro desse contexto, Fernandes (1996) entende que a Qualidade de

Vida no Trabalho pode ser um instrumento utilizado para que as empresas possam

renovar sua maneira de organização no trabalho. Fazendo isso, conseguirá

aumentar em conjunto o nível de satisfação pessoal, a produtividade empresarial,

em conseqüência da maior participação dos empregados nos processos inerentes

ao seu trabalho.

Finalmente, Castro e Maria (1998) enfatizam que não se pode negar o

benefício do trabalho para o ser humano, entretanto não se pode perder a noção de

que o excesso de trabalho por um período prolongado, pode impedir a realização de

outras atividades essenciais ao desenvolvimento e equilíbrio do ser humano: a

prática de esportes, o lazer, o convívio familiar. Em decorrência das exigências de

mercado, da acirrada concorrência e da necessidade de manter-se competitiva, a

empresa precisa organizar-se, de modo a dedicar o devido cuidado aos fatores

indispensáveis ao comportamento humano; mas é fundamental que, ao mesmo

tempo, obtenha o êxito em seus objetivos de produtividade, competitividade e

qualidade, para que o mesmo aconteça com a produtividade e qualidade de vida de

seus trabalhadores.

2.5 MODELO DE WALTON PARA AFERIÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO

Mônaco e Guimarães (2000, p.76), demonstram as oito categorias e os

indicadores de Qualidade de Vida no Trabalho, conforme o Modelo proposto por

Walton. Sobre isso, utilizou-se, também, o entendimento de Lopes (2003), que faz o

detalhamento desse modelo. As categorias e indicadores são:

• Compensação justa e adequada: relaciona-se à remuneração

recebida pelo trabalhador em troca da realização de seu trabalho.

Desmembra-se nos seguintes critérios:

40

a) renda adequada ao trabalho: trata-se da remuneração necessária

para atender às necessidades pessoais, sociais e econômicas do

trabalhador;

b) eqüidade interna: imparcialidade na remuneração entre os

trabalhadores de uma mesma organização;

c) eqüidade externa: imparcialidade na remuneração referente a outros

profissionais da mesma categoria no mercado de trabalho.

• Condições de trabalho: refere-se à saúde e ao ambiente físico em

que o trabalhador está inserido. Compreende os seguintes fatores:

a) jornada de trabalho: número de horas trabalhadas, previstas ou não

pela legislação, relativas à tarefa executada;

b) ambiente físico seguro e saudável: local de trabalho que possua

condições de bem-estar, segurança, saúde e organização, evitando

o risco de doenças ou acidentes;

• Uso e desenvolvimento de capacidades: relativo às oportunidades

que o trabalhador possui para utilizar no seu cotidiano o seu

conhecimento e suas aptidões profissionais. Apresenta os seguintes

indicadores:

a) autonomia: trata-se da liberdade concedida ao trabalhador na

programação e execução no trabalho;

b) significado da tarefa: referente à importância da atividade no

trabalho e na vida dos indivíduos, ligados ou não, a organização;

c) identidade da tarefa: se a tarefa esta de acordo na sua integridade e

na avaliação do resultado;

d) variedade de habilidade: possibilidade de utilizar uma larga escala

de capacidades e aptidões do trabalhador;

e) retroinformação: conhecimento do trabalhador sobre a avaliação do

seu trabalho como um todo, e de suas ações.

• Oportunidades de crescimento e segurança: compreende as

oportunidades que a organização oferece ao trabalhador para seu

crescimento e desenvolvimento pessoal e para sua segurança no

trabalho. Apresenta os seguintes aspectos:

41

a) possibilidade de carreira: a viabilidade de desenvolver uma carreira

dentro da organização;

b) crescimento pessoal: processo que de desenvolvimento das

potencialidades, capacidades, habilidades e aptidões do

trabalhador;

c) segurança no emprego: nível de segurança do trabalhador em

relação a seu emprego;

• Integração Social na Organização: visa mensurar a integração social

e a ausência de diferenças entre os trabalhadores. Da seguinte

maneira:

a) igualdade de oportunidades: ausência de estratificação relativa a

símbolos de Status e estruturas hierárquicas; e de discriminação

referentes à cor, raça, sexo, religião, nacionalidade, estilo de vida,

aparência física e outros;

c) relacionamento: nível de relacionamento saudável entre o

trabalhador e organização, respeitando suas individualidades;

d) senso comunitário: nível de companheirismo dos trabalhadores

dentro e fora da organização.

• Constitucionalismo: garante o respeito da organização em relação

aos direitos dos trabalhadores. Compreende:

a) respeito às leis e direitos trabalhistas: real cumprimento dos direitos

jurídicos do trabalhador;

b) privacidade pessoal: assegura o respeito à individualidade do

trabalhador, tanto dentro quanto fora da organização;

c) liberdade de expressão: permite que o trabalhador exponha sua

opinião, sem temer ser repreendido;

d) normas e rotinas: meio que a organização estabeleceu suas normas

e rotinas, pelo qual influenciam o desenvolvimento do trabalhador

como um todo.

• O trabalho e o espaço total da vida: trata-se do equilíbrio entre a vida

pessoal e profissional do trabalhador. Ou seja, do equilíbrio entre a

jornada de trabalho, viagens e a convivência com a família e seu lazer.

42

• Relevância social da vida no trabalho: refere-se à percepção do

trabalhador sobre a organização que trabalha. Através dos seguintes

indicadores:

a) imagem da empresa: modo de pensar do trabalhador sobre a sua

empresa, relacionado à relevância da organização perante a

comunidade e o nível de orgulho gerado por fazer parte da

empresa;

b) responsabilidade social da instituição: julgamento dos trabalhadores

em relação à responsabilidade social da organização frente a

comunidade, não causando danos a comunidade como também

colaborando na solução de problemas existentes;

c) responsabilidade social pelos empregados: relativo ao grau de

valorização e participação que o trabalhador percebe perante a

organização, originando das políticas estabelecidas de Recursos

Humanos.

d) responsabilidade social pelos produtos e serviços: opinião dos

trabalhadores sobre o grau de responsabilidade da organização

referente aos seus produtos e/ou serviços prestados;

Para Mônaco e Guimarães (2000, p.75), “o Modelo de Walton é o mais

amplo, contemplando processos de diagnóstico de Qualidade de Vida no Trabalho,

levando em consideração os fatores intra e extra empresa.” Dessa forma, para

Walton os programas de Qualidade de Vida no Trabalho têm como objetivo dar

origem a uma organização mais humanizada, para que o trabalho possa ser

desempenhado com responsabilidade e autonomia, o trabalhador possua

conhecimento de seu desempenho, com tarefas adequadas a seu cargo, uma

variedade de atividades e a valorização de seu trabalho juntamente com seu

desenvolvimento pessoal.

43

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo apresenta os passos metodológicos adotados neste estudo,

apresentando a caracterização da pesquisa, a população-alvo e o método de coleta,

análise e tratamento dos dados.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

O estudo em questão é caracterizado como teórico-empírico, pois

correlaciona o universo teórico, que serve de fundamentação teórica, como

embasamento para a interpretação do significado dos dados e fatos levantados

empiricamente (LAKATOS e MARCONI, 1992).

O estudo presente iniciou-se no Estágio Curricular I, com a realização de

uma investigação no ambiente da empresa, por meio de um diagnóstico com uma

abordagem predominantemente quantitativa, para então, definir o tema-problema do

estudo. Nessa primeira etapa, a pesquisa caracterizou-se como exploratória (GIL,

1994). A abordagem utilizada na pesquisa foi à quantitativa, o qual permite

quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, utilizando recursos

e técnicas estatísticas desde as mais simples até as mais complexas (OLIVEIRA,

2001).

A segunda etapa do estudo teve início com a elaboração e definição do

referencial teórico sobre Qualidade de Vida no Trabalho, por meio da pesquisa

realizada na literatura de Administração de Recursos Humanos. Posteriormente foi

desenvolvida a pesquisa no mundo empírico, na empresa Imperador Calçados, a fim

de atender aos objetivos do trabalho.

Trata-se de uma pesquisa com caráter descritivo, uma vez que permite o

desenvolvimento de um nível de análise em que é possível identificar as diferentes

formas dos fenômenos, sua ordenação e classificação, permite ainda, a explicação

44

das relações de causa e efeito dos fenômenos (OLIVEIRA, 2001). Para Barros e

Lehfeld (1986), a pesquisa descritiva procura, sem a interferência do pesquisador,

descobrir a freqüência com que o fenômeno ocorre, sua natureza, características,

causas, relações e conexões com outros fenômenos. Sendo que uma das

características da pesquisa descritiva é a técnica padronizada da coleta de dados,

realizada principalmente por meio de questionários e da observação sistemática

(ANDRADE, 1999).

O procedimento metodológico utilizado foi o estudo de caso. Sendo

caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos,

permitindo assim, o conhecimento amplo e detalhado do mesmo, ou pelo menos, o

estabelecimento de princípios para uma subseqüente investigação, mais sistemática

e precisa (GIL, 1994).

3.2 POPULAÇÃO-ALVO

O estudo foi realizado nas duas lojas da Imperador Calçados, uma está

sediada no bairro Kobrasol - Município de São José -, e a outra no bairro Centro do

Município de Florianópolis no estado de Santa Catarina.

O objeto de estudo deste trabalho são os funcionários pertencentes às

lojas Imperador Calçados, que atualmente possui um total de 50 funcionários, sendo

23 da loja do Kobrasol/ SJ e 27 da loja do Centro/ Fpolis. A população da pesquisa

foi todo o corpo de funcionários, incluindo os de nível operacional e gerencial - 50

funcionários. O estudo caracterizou-se como uma pesquisa censitária, pelo fato de

que todos os funcionários das lojas analisadas foram pesquisados.

Neste estudo foi avaliada a Qualidade de Vida no Trabalho por meio da

opinião individual de cada funcionário da Imperador Calçados, com o intuito de

compreender e avaliar os aspectos relativos ao seu bem-estar, buscando assim,

informações que auxiliem na melhoria do processo de gestão de pessoas da

organização.

45

3.3 MÉTODO DE COLETA, TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Para obtenção da coleta dos dados primários foi utilizada a técnica de

questionário, com perguntas fechadas e estruturado com base no Modelo de Walton,

conforme a abordagem quantitativa. Lakatos e Marconi (1992), afirmam que o

questionário consiste em uma série de perguntas que devem ser respondidas por

escrito e sem a presença do pesquisador.

Para a obtenção dos dados secundários foram pesquisados livros,

dissertações, teses e revistas científicas da área, como também foram coletadas

informações existentes nos registros da empresa.

Para realizar a pesquisa da opinião dos funcionários em relação à sua

qualidade de vida no trabalho, utilizou-se o modelo de Walton, que contempla oito

critérios conceituais, conforme demonstra o Quadro 3.

Faz-se necessário ressaltar que se optou pelo modelo de Walton, para

analisar a qualidade de vida no trabalho dos funcionários da Imperador Calçados

“pelo fato de ele ser considerado na literatura corrente como o mais amplo,

contemplando processos de diagnóstico de Qualidade de Vida no Trabalho levando

em conta fatores intra e extra-organização” (MÔNACO e GUIMARÃES, 2000, p.75).

46

CRITÉRIOS INDICADORES DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

l. COMPENSAÇÃO JUSTA E ADEQUADA Renda adequada ao trabalho Eqüidade interna Eqüidade externa

2. CONDIÇÕES DE TRABALHO Jornada de trabalho razoável Ambiente físico seguro e saudável

3. USO E DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES

Autonomia Significado da tarefa Identidade da tarefa Variedade de habilidade Retroinformação

4. OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO E SEGURANÇA

Possibilidade de carreira Crescimento pessoal Segurança no emprego

5. INTEGRAÇÃO SOCIAL NA ORGANIZAÇÃO Igualdade de oportunidades Relacionamento Senso Comunitário

6. CONSTITUCIONALISMO Respeito às leis e direitos trabalhistas Privacidade pessoal Liberdade de expressão Normas e rotinas

7. O TRABALHO E O ESPAÇO TOTAL DA VIDA Papel balanceado do trabalho

8. RELÊVANCIA SOCIAL DO TRABALHO NA VIDA Imagem da empresa Responsabilidade social da instituição Responsabilidade social pelos empregados Responsabilidade pelos produtos e serviços

Quadro 3 – Critérios e indicadores de qualidade de vida no trabalho. Fonte: Mônaco e Guimarães (2000).

Foram utilizados os oito critérios e indicadores estabelecidos pelo modelo

de Walton na elaboração do questionário, que contém 37 perguntas fechadas

(Apêndice 1), distribuídas da seguinte forma:

QUESTÕES CRITÉRIOS DO MODELO WALTON

5 a 7 Compensação justa e adequada

8 a 12 Condições de trabalho

13 a 17 Uso e desenvolvimento de capacidades

18 a 21 Oportunidades de crescimento e segurança

22 a 24 Integração social na organização

25 a 27 Constitucionalismo

28 a 32 O trabalho e o espaço total na vida

33 a 36 Relevância social do trabalho na vida

Quadro 4 – Estrutura do questionário aplicado Fonte: Mônaco e Guimarães, 2000.

47

Entretanto, como o modelo estabelecido por Walton não contempla uma

categoria específica sobre o trabalho, decidiu-se incluir este aspecto no questionário

aplicado aos funcionários da Imperador Calçados, para que pesquisa ficasse mais

completa em informações sobre qualidade de vida no trabalho. Pois as pessoas

vivem no mundo do trabalho, em que o trabalho é atividade social mais valorizada

nos tempos atuais (TOLEDO, 1977). Também se optou em incluir uma questão

sobre o oferecimento de benefícios sociais aos funcionários, para verificar-se qual a

importância desse aspecto em relação à qualidade de vida no trabalho.

QUESTÕES COMPLEMENTOS PARA PESQUISA

Perfil – 1 a 6 Identificação do funcionário

1 a 3 Questões sobre trabalho

4 Questão sobre benefícios sociais

Quadro 5 - Estrutura do questionário aplicado. Fonte - Dados primários (2006).

As questões foram elaboradas para que os pesquisados pudessem

expressar suas opiniões por meio das respostas sim ou não. Para que realmente os

funcionários da Imperador Calçados posicionassem sua opinião e não dessem

respostas neutras.

Os questionários foram entregues pela autora deste estudo diretamente

aos funcionários da Imperador Calçados, foi realizado um curto discurso sobre os

objetivos da pesquisa e a importância da colaboração dos mesmos e possíveis

esclarecimentos. Primeiro os questionários foram entregues na loja do Bairro

Kobrasol/São José, às 8h30min do dia 12 de abril de 2006 e em segundo na loja do

Centro/Florianópolis, às 10h do dia 12 de abril de 2006.

O recolhimento do questionário deu-se no dia 13 de abril de 2006 às

17h30min. na loja do Centro/Florianópolis e as 18h30min horas na loja Kobrasol/São

José, pela autora do estudo.

48

Vale ressaltar que a pesquisa ocorreu nos dias 12 e 13 de abril

propositalmente, para garantir que os pesquisados não esquecessem de responder

ao questionário.

Os dados foram analisados de maneira descritiva estatística, por se tratar

de uma abordagem quantitativa, utilizaram-se gráficos de pizzas, o programa

utilizado foi o Excel.

Em primeiro, foi realizada a análise das questões de forma individual, com

a interpretação dos resultados contidos nas tabelas, que apresentam os dados

numéricos e em percentual.

Em segundo, no final de cada categoria ( demonstradas no quadro 4 e 5 ),

realizou- se uma análise final sobre o critério avaliado.

Por último realizou-se uma análise final sobre a opinião dos funcionários

da Imperador Calçados sobre a qualidade de vida no trabalho.

Partindo dessa análise foi possível, então, constatar os aspectos que

podem influenciar na melhoria da qualidade de vida no trabalho dos funcionários da

Imperador Calçados.

49

4 RESULTADOS DO ESTUDO

Esse capítulo demonstrará a apresentação da empresa, os resultados do

estudo desenvolvido na Imperador Calçados, sobre a qualidade de vida no trabalho

de seus funcionários. 4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

4.1.1 Histórico

Há dezoito anos surgiu a oportunidade de transformar uma pequena loja

de sapatos, com sérios problemas financeiros, em uma empresa de calçados de

sucesso. O desafio foi aceito por Ricardo de Souza Fernandes e Maristela Izabel

Fernandes.

A primeira loja do grupo inaugurada em 1º de abril de 1984, com o nome

de Nurilar Calçados, no bairro Kobrasol, Município São José. Sendo esta a primeira

loja do bairro no ramo de calçados e acessórios.

Em 1987 foi inaugurada a segunda loja, com o nome de Jully-Anne

Calçados, que funcionava como Ponta de Estoque no mesmo bairro, visando a

ampliação do espaço para colocação dos produtos,.

Em primeiro de outubro de 1990 foi inaugurada a Loja Imperador

Calçados, também no bairro Kobrasol, situada em sede própria.

Em 1993, a loja Jully-Anne Calçados encerrou suas atividades no bairro

Kobrasol, sendo transferida para o centro de Florianópolis, com o nome de Galeria

Calçados, mantendo os mesmos fins (ponta de estoque).

Em 1997 foi inaugurada mais uma loja Imperador Calçados no centro de

Florianópolis. Atualmente a empresa Imperador Calçados possui quatro lojas. Duas

localizadas no bairro Kobrasol e duas no Centro de Florianópolis. Possui uma equipe

de 120 funcionários, com uma estrutura em desenvolvimento, a frente do mercado

50

de calçados com uma clientela expressiva, procurando aperfeiçoar-se frente às

mudanças e inovações do mercado.

A missão da Imperador Calçados contemplam fatores como: conservar os

princípios éticos e os valores morais herdados da origem familiar da nossa empresa,

inovar e ampliar os recursos físicos e tecnológicos, promover o pleno

desenvolvimento do ser humano e estabelecer parcerias, com os fornecedores e a

comunidade, constituem a base da nossa missão, visando solidificar as relações e

assegurar a fidelidade dos clientes.

O negócio da Imperador Calçados é a comercialização de produtos do

vestuário e seus complementos buscando continuamente o conforto, a segurança e

a plena satisfação dos clientes.

Sua política de qualidade é o compromisso permanente no atendimento

das necessidades dos clientes e na superação das suas expectativas, garantindo

excelência nos serviços prestados, variedade de produtos e competitividade nos

preços.

A empresa comercializa todas as linhas de calçados e complementos:

feminino, masculino e infantil.

O diferencial da Imperador Calçados no mercado é a variedade de

marcas, modelos e cores, comercializando as maiores marcas nacionais.

51

4.1.2 Estrutura organizacional

Figura 2 - Organograma da empresa Imperador Calçados. Fonte - Documentos da empresa (nov. 2005).

Ao analisar o organograma da empresa, em conjunto com as informações

repassadas pelos seus diretores, verificou-se que os mesmos são os responsáveis

pelo planejamento e implementação de todas as ações desenvolvidas na empresa.

Para ter as informações que necessitam para administrar, os diretores

utilizam basicamente cinco recursos. São eles: estão em contato direto com seus

funcionários, solidificando a relação com os mesmos e buscando as informações,

que somente quem está em contato direto com os clientes possui; ao longo dos

anos da existência da empresa criaram um estreito e forte relacionamento com seus

principais fornecedores; junto à comunidade que está inserida, desenvolve vários

Responsável de Lojas Responsável Escritório

Supervisor Crediário Supervisor Vendas Responsável Cobrança Estoquista

DIRETORIA GERAL

Consulta de Crédito

Caixa

Pacote

Consultor de Vendas

Estoquista

Manutenção

Vitrinista

Responsável Depósito

Responsável pela Administração de RH

Auxiliares

52

projetos destinados a contribuir para a melhoria da cidade, contribuindo de diversas

maneiras com entidades (educandários infantis, creches, asilos, igrejas) e outros

projetos destinados ao lazer da comunidade; sua prioridade é a excelência no

atendimento, a qualidade dos produtos e outras atitudes que visam fidelizar o

relacionamento com seus clientes; e estão, constantemente, buscando informações

através de feiras de eventos, treinamentos, cursos, palestras, revistas da área, livros

e consultores da área. Isso ocorre haja vista o interesse por novas e melhores

maneiras de administrar os negócios da empresa.

Pode-se verificar por meio desses cinco pontos, descritos de forma

simples e objetiva, que os diretores tentam trabalhar com os funcionários,

fornecedores, comunidade, clientes e novas informações e tendências, formando

uma rede integrada. Além de absorver o conhecimento necessário para o

desenvolvimento de estratégias que visam à solidificação das relações existentes

entre os componentes desta rede.

4.1.3 Ações desenvolvidas em relação à qualidade de vida no trabalho

Até a elaboração deste estudo, verificou-se que a empresa Imperador

Calçados não possui nenhum modelo de gestão formal ou informal envolvendo a

qualidade de vida no trabalho de seus funcionários. Entretanto, a empresa possui

algumas ações que atendem alguns aspectos referentes à qualidade de vida no

trabalho, conforme destacado no modelo de Walton (que serviu de base para este

estudo), os quais foram constatados por meio da observação da autora do estudo

nas visitas realizadas na empresa, nas informações repassadas pelos diretores,

funcionários, clientes.

Os indicadores relativamente atendidos são:

Eqüidade interna, pois o salário recebido é composto do salário base

(estabelecido pela categoria dos comerciários como piso salarial) mais um

percentual de comissão sobre a venda realizada (para aqueles que atuam na função

de vendas), para as demais funções é pago o salário base mais a hora extra (se

houver). Com relação aos gerentes, é pago um salário fixo maior que o piso salarial

da categoria.

53

Possibilidade de carreira, pois a empresa se interessa primeiro em promover

internamente, para depois contratar no mercado de trabalho um novo funcionário.

Crescimento pessoal, uma vez que a empresa investe na capacitação de

seus funcionários com cursos e treinamentos.

Imagem da empresa, pois a empresa possui uma imagem positiva na

comunidade inserida.

Responsabilidade social, uma vez que participam ativamente de ações sociais

em prol das pessoas da comunidade.

Responsabilidade social pelos serviços, pois preocupam-se constantemente

com os produtos e/ ou serviços oferecidos aos clientes.

4.2 PERFIL DO FUNCIONÁRIO

Conforme a pesquisa realizada, obteve-se os seguintes resultados

referente ao perfil do público-alvo da Imperador Caçados, conforme demonstram as

tabelas e gráficos a seguir.

54

a) Idade: verifica-se em relação à idade, que dos 50 pesquisados, 27 (54%)

possuem idade entre 26 a 35 anos, 15 (30%) de 18 a 25 anos, 5 (10%) de 36 a 45

anos e 3 (6%) acima de 45 anos. Ressalta-se que de um total de 50, 42 (84%)

possuem idade até 35 anos.

IDADE RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

18 a 25 15 30 26 a 35 27 54 36 a 45 5 10 Acima de 45 3 6

TOTAL 50 100

Tabela 1 – Idade. Fonte – Dados primários, 2006.

PERCENTUAL (%)

30%

54%

10%6%

18 a 2526 a 3535 a 45acima de 45

Gráfico 1 – Idade. Fonte – Dados primários, 2006.

55

PERCENTUAL (%)

94%

6%

FemininoMasculino

b) Sexo: em relação ao sexo, de um total de 50 respondentes, 47 (94%) são do sexo

feminino e 03 (6%) são do sexo masculino.

SEXO RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Feminino 47 94 Masculino 3 6

TOTAL 50 100

Tabela 2 – Sexo. Fonte - Dados primários, 2006.

Gráfico 2 – Sexo. Fonte – Dados primários, 2006.

56

c) Escolaridade: no que diz respeito à escolaridade, dos 50 pesquisados, 36 (72%)

possuem nível médio completo, 9 (18%) possuem nível fundamental completo, 3

(6%) possuem nível médio incompleto e 2 (4%) possuem fundamental incompleto.

Da população total pesquisada é possível notar que nenhum funcionário possui nível

superior completo ou incompleto, isso pode ocorrer por diversos motivos como, por

exemplo: falta de investimentos por parte da empresa na educação dos seus

funcionários, ou que o horário de trabalho não permita ao funcionário cursar o nível

superior, ou ainda a empresa não valorize ou se interesse em contratar ou promover

funcionários com o nível superior, entre outros motivos existentes.

ESCOLARIDADE RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Nível fundamental incompleto 2 4 Nível fundamental completo 9 18 Nível médio incompleto 3 6 Nível médio completo 36 72 Nível superior incompleto 0 0 Nível superior completo 0 0

TOTAL 50 100

Tabela 3 – Escolaridade. Fonte – Dados primários, 2006.

Gráfico 3 – Escolaridade. Fonte – Dados primários, 2006.

PERCENTUAL (%)

4%

18%

6%

72%

0%

0%Nível fundamentalincompletoNível fundamentalcompletoNível médio incompleto

Nível médio completo

Nível superior incompleto

Nível superior completo

57

d) Tempo de empresa: com relação a esse item verifica-se, que dos 50

respondentes, 31 (62%) possuem de 1 a 5 anos de tempo de trabalho na empresa,

com menos de 1 ano constam 9 (18%), de 6 a 10 anos estão 6 (12%) funcionários e

acima de 10 anos constam 4 (8%) funcionários. Chama atenção que dos 50

funcionários 40 (80%) possuem até 5 anos de tempo de trabalho, o que demonstra

que nesse período, a empresa deve possuir um alto índice de rotatividade (demissão

e contratação) de funcionários.

TEMPO DE EMPRESA RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Menos de 1 ano 9 18 De 1 a 5 anos 31 62 De 6 a 10 anos 6 12 Acima de 10 anos 4 8

TOTAL 50 100

Tabela 4 – Tempo de empresa. Fonte – Dados primários, 2006.

Gráfico 4 – Tempo de empresa. Fonte – Dados primários, 2006.

PERCENTUAL (%)

18%

62%

12%

8%

Menos de 1 ano

De 1 a 5 anos

De 6 a 10 anos

Acima de 10 anos

58

e) Função de trabalho: quanto a esse item percebe-se, que dos 50 respondentes, 28

(56%) trabalham na função de vendas, 7 (14%) na função de crediário, 6 (12%) na

função de caixa, 5 (10%) na função do estoque e vitrine e 4 (8%) na função

gerencial.

ÁREA DE TRABALHO RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Caixa 6 12 Crediário 7 14 Estoque/Vitrine 5 10 Gerência 4 8 Vendas 28 56

TOTAL 50 100

Tabela 5 – Função de trabalho. Fonte – Dados primários, 2006.

Gráfico 5 – Função de trabalho. Fonte – Dados primários, 2006.

PERCENTUAL (%)

12%

14%

10%

8%

56%

CaixaCrediárioEstoque/VitrineGerênciaVendas

59

f) Estado civil: com relação ao estado civil, constata-se que de um total de 50, 34

(68%) dos funcionários são casados, 13 (26%) são solteiros, 2 (4%) são divorciados,

1 (2%) como outros e nenhum (0%) é separado ou viúvo.

ESTADO CIVIL RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Solteiro (a) 13 26 Casado (a) 34 68 Viúvo (a) 0 0 Separado (a) 0 0 Divorciado (a) 2 4 Outros 1 2

TOTAL 50 100

Tabela 6 – Estado civil. Fonte – Dados primários, 2006.

Gráfico 6 – Estado civil. Fonte – Dados primários, 2006.

A análise do perfil geral dos funcionários da Imperador Calçados

demonstra, que com relação à faixa etária dos 50 respondentes, 42 (84%) possuem

idade até 35 anos de idade. O estudo também demonstra que relacionado ao sexo

dos 50 funcionários, 47 (94%) são predominantemente do sexo feminino. No que diz

respeito à escolaridade de um total de 50, 39 (78%) funcionários possuem nível

médio completo ou incompleto, e chama atenção que nenhum funcionário possui

nível superior completo ou incompleto. Quanto ao tempo de trabalho na empresa,

dos 50 funcionários, 40 (80%) possuem até 5 anos de tempo de trabalho na

empresa estudada. Em relação à área de trabalho, verifica-se que dos 50

PERCENTUAL (%)

26%

68%

4%

2%

0%0%Solteiro (a)Casado (a)Viúvo (a)Separado (a)Divorciado (a)Outros

60

respondentes, 28 (56%) concentram-se na função de vendas. Percebe – se também,

com relação ao estado civil que dos 50 pesquisados, 34 (68%) são casados.

4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

4.3.1 Análise sobre trabalho

1) Com relação ao trabalho como uma forma de crescimento e realização pessoal e

profissional, verifica-se que dos 50 respondentes todos eles (100%) sentem que o

trabalho é um meio de crescimento e de realização pessoal e profissional. Pode-se

destacar Lunardi Filho (1998, p.22) que relata que “o trabalho tem um papel

fundamental na vida de todo ser humano, permitindo a construção da identidade e

de sua integração na vida em sociedade, caracterizando-se por ser a atividade

profissional que tem como agente e sujeito de sua ação.”

QUESTÃO 1 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 50 100 Não 0 0

TOTAL 50 100

Tabela 7 – Crescimento e realização pessoal. Fonte - Dados primários, 2006.

2) Relacionado à identificação do funcionário com seu trabalho, a pesquisa revela

que dos 50 pesquisados todos eles (100%) identificam-se com o trabalho que

realizam.

QUESTÃO 2 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 50 100 Não 0 0

TOTAL 50 100

Tabela 8 – Identificação com o trabalho. Fonte - Dados primários, 2006.

61

3) Referente ao trabalho estar associado a desgaste emocional e sofrimento

psicológico, percebe-se que de um total de 50, 34 (68%) funcionários sentem que

seu trabalho não está associado a desgaste emocional e sofrimento psicológico,

porém 16 (32%) sentem mal-estar gerado pelo trabalho. Marziale (1995 apud

SILVEIRA, 2003) aponta que “as atuais relações de trabalho (jornadas extensas,

gestos repetitivos e intensos, competitividade e monotonia) [...]”, sendo que 32% dos

pesquisados sustentam essa teoria, ao revelar que sentem mal-estar gerado pelo

trabalho.

QUESTÃO 3 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 16 32 Não 34 68

TOTAL 50 100

Tabela 9 – Desgaste emocional e sofrimento psicológico. Fonte - Dados primários, 2006.

4.3.2 Análise sobre Benefícios sociais

4) Quanto ao oferecimento de benefícios sociais tais como: plano de saúde e

odontológico, bolsa de estudos, auxílio creche e convênios; pela empresa ser um

indicativo de qualidade de vida no trabalho, nota-se que dos 50 funcionários, 33

(66%) consideram que o oferecimento desses benefícios contribuem para a

Qualidade de Vida no Trabalho e 17 (34%) acreditam que esses benefícios

concedidos pela empresa não é um indicativo de QVT. Nesse caso pode-se destacar

Búrigo (1997, p.30), quando coloca que a Qualidade de Vida no Trabalho “buscou

humanizar as relações de trabalho na organização, mantendo uma relação estreita

com a produtividade e, principalmente, com a satisfação do trabalhador no seu

ambiente laboral, associado ao bem-estar, à saúde e à segurança do trabalhador.”

62

QUESTÃO 4 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 33 66 Não 17 34

TOTAL 50 100

Tabela 10 – Oferecimento de benefícios sociais Fonte: dados primários, 2006.

4.3.3 Análise sobre compensação justa e adequada

5) Referente ao salário recebido estar justo e adequado às tarefas de trabalho

realizadas na Imperador Calçados, a pesquisa demonstra que dos 50 pesquisados,

29 (58%) dos funcionários não estão satisfeitos com o salário que recebem, no

entanto, 21 (42%) estão acordo com o salário recebido.

QUESTÃO 5 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 21 42 Não 29 58

TOTAL 50 100

Tabela 11 – Renda adequada ao trabalho. Fonte - Dados primários, 2006.

6) Em relação ao salário ser equivalente ao dos colegas de trabalho que fazem as

mesmas atividades na empresa, verifica-se que de um total de 50, 33 (66%) dos

funcionários consideram ter eqüidade interna salarial, porém, 17 (34%) discordam

que recebem de forma igual aos demais funcionários da mesma área de trabalho na

Imperador Calçados.

QUESTÃO 6 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 33 66 Não 17 34

TOTAL 50 100

Tabela 12 – Eqüidade interna. Fonte - Dados primários, 2006.

63

7) Em relação ao salário ser equivalente ao dos profissionais que desenvolvem as

mesmas tarefas em outras empresas, a pesquisa revela que 26 (52%) dos

pesquisados consideram possuir eqüidade externa salarial, entretanto, 24 (48%)

acreditam que seu salário não é equivalente ao dos profissionais de mesma área em

outras empresas.

QUESTÃO 7 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 26 52 Não 24 48

TOTAL 50 100

Tabela 13 – Eqüidade externa. Fonte - Dados primários, 2006.

Na Questão 5, 6 e 7 pode-se destacar:

Walton coloca que a remuneração “é necessária para atender às

necessidades pessoais, sociais e econômicas do trabalhador”. Na questão 5, 21

funcionários indicam que estão satisfeitos com seu salário, se levassem em conta o

atendimento de suas necessidades pessoais, sociais e econômicas na atual

conjuntura do país como um todo, provavelmente não responderiam dessa forma,

sem uma análise global de suas necessidades.

Verifica-se que a empresa estudada deve rever suas ações com intuito de

melhorar os aspectos ligados à remuneração do funcionário, a eqüidade interna e a

eqüidade externa, pois não apresentam bom nível de satisfação entre os

pesquisados.

64

4.3.4 Análise sobre condições de trabalho

8) Referente à carga horária ser adequada à execução das atividades e tarefas de

trabalho, nota-se que dos 50 respondentes, 49 (98%) funcionários estão satisfeitos e

somente 1 (2%) sente que a carga horária não está adequada para realização de

suas atividades.

QUESTÃO 8 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 49 98 Não 1 2

TOTAL 50 100

Tabela 14 – Jornada de trabalho. Fonte - Dados primários, 2006.

9) Em relação às condições de segurança e prevenção de acidentes do trabalhador

garantirem sua integridade física no ambiente de trabalho, a pesquisa revela que de

um total de 50, 35 (70%) funcionários consideram que seu ambiente de trabalho

possui as condições necessárias para garantir sua integridade física. Porém, 15

(30%) consideram que a empresa não proporciona um ambiente de trabalho que

garanta a segurança e prevenção de acidentes dos funcionários.

QUESTÃO 9 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 35 70 Não 15 30

TOTAL 50 100

Tabela 15 – Condições de segurança. Fonte - Dados primários, 2006.

65

10) No que diz respeito à empresa oferecer um local de trabalho limpo e organizado

aos seus funcionários, pode-se verificar que dos 50 pesquisados, 48 (96%) sentem

que o ambiente de trabalho está limpo e organizado, no entanto 2 (4%) funcionários

discordam da opinião dos demais.

QUESTÃO 10 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 48 96 Não 2 4

TOTAL 50 100

Tabela 16 – Organização e limpeza no ambiente de trabalho. Fonte - Dados primários, 2006.

11) Em relação ao funcionário sentir alguma dificuldade física para realizar seu

trabalho, dos 50 funcionários, 38 (76%) não sentem e 12 (24%) sentem alguma

dificuldade relacionada ao aspecto físico para desempenhar suas atividades.

QUESTÃO 11 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 12 24 Não 38 76

TOTAL 50 100

Tabela 17 – Dificuldade física. Fonte - Dados primários, 2006.

12) Quanto à empresa disponibilizar os equipamentos e materiais que os

funcionários necessitam para executar suas tarefas, pode-se perceber que de um

total de 50, 33 (66%) estão de acordo com os materiais e equipamentos

disponibilizados pela empresa, porém 17 (34%) consideram que faltam materiais e

equipamentos necessários para desenvolver seu trabalho adequadamente.

QUESTÃO 12 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 33 66 Não 17 34

TOTAL 50 100

Tabela 18 – Equipamentos e materiais. Fonte - Dados primários, 2006.

66

Nas Questões 8 a 12 pode-se destacar:

Walton aponta que as condições do ambiente laboral no que se refere ao

espaço físico seguro e saudável, a uma jornada de trabalho compatível com as

atividades do trabalhador, aos materiais necessários para execução das tarefas, são

fatores fundamentais para uma Qualidade de Vida no Trabalho.

Com relação a esta categoria, os pesquisados indicam um bom nível de

satisfação, ou seja, demonstram que a empresa estudada atende os critérios

estabelecidos no modelo Walton, para a qualidade de vida no trabalho.

4.3.5 Análise sobre o uso e desenvolvimento de capacidades

13) Com relação à autonomia delegada pela empresa ao funcionário para decidir

sobre assuntos importantes que afetam as atividades do mesmo, verifica-se que dos

50 pesquisados, apenas 10 (20%) consideram ter a autonomia para decidir sobre

assuntos importantes ligados diretamente ao seu trabalho, enquanto que 40 (80%)

discordam dessa opinião.

QUESTÃO 13 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 10 20 Não 40 80

TOTAL 50 100

Tabela 19 – Autonomia. Fonte - Dados primários, 2006.

67

14) Quanto ao funcionário estar satisfeito com seus resultados obtidos no trabalho,

constata-se que de um total de 50, 32 (64%) estão satisfeitos, já 18 (36%) não se

sentem satisfeitos com os resultados alcançados;

QUESTÃO 14 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 32 64 Não 18 36

TOTAL 50 100

Tabela 20 - Significado da tarefa. Fonte - Dados primários, 2006.

15) Referente às tarefas realizadas pelo funcionário estarem de acordo com sua

função, a pesquisa revela que de um total 50, 27 (54%) funcionários consideram que

suas tarefas estão de acordo com sua função, enquanto que 23 (46%) acreditam

que desenvolvem atividades que não correspondem a sua função.

QUESTÃO 15 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 27 54 Não 23 46

TOTAL 50 100

Tabela 21 – Identidade da tarefa. Fonte - Dados primários, 2006.

16) Quanto ao funcionário utilizar grande parte de seus conhecimentos e habilidades

para desempenhar seu trabalho, verifica-se que dos 50 pesquisados, 46 (92%)

consideram utilizar e apenas 4 (8%) consideram que não utilizam grande parte de

seus conhecimentos e habilidades para executar suas funções.

QUESTÃO 16 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 46 92 Não 4 8

TOTAL 50 100 Tabela 22 – Variedade da habilidade. Fonte - Dados primários, 2006.

68

17) Com relação à empresa oferecer as informações necessárias para que os

funcionários executem seu trabalho adequadamente, percebe-se que de um total de

50, 45(90%) dos funcionários estão satisfeitos com as informações fornecidas pela

empresa, porém 5 (10%) acreditam que as informações recebidas não atendem

suas necessidades.

QUESTÃO 17 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 45 90 Não 5 10

TOTAL 50 100

Tabela 23 – Retroinformação. Fonte - Dados primários, 2006.

Nas Questões 13 a 17 pode-se destacar:

Walton aponta que a autonomia dos funcionários no desempenho de suas

atividades permite que haja um processo de interação entre o funcionário e o seu

trabalho. Quanto ao cumprimento de tarefas que não fazem parte da função de cada

um provoca a insatisfação no ambiente laboral, o não compromisso com a empresa.

Com base nas respostas dos pesquisados, verifica-se que a empresa

estudada não delega autonomia aos seus funcionários e que geralmente a

identidade da tarefa não é cumprida, resultando no desvio de função do trabalhador.

Verifica-se também, que os funcionários consideram que utilizam grande

parte de seus conhecimentos, neste caso deve-se levar em consideração que a

maioria deles possuem escolaridade até o nível médio completo.

69

4.3.6 Análise sobre oportunidades de crescimento e segurança

18) Quanto à empresa Imperador Calçados oferecer oportunidades de crescimento

profissional, a pesquisa demonstra que dos 50 pesquisados, 38 (76%) dos

funcionários consideram que a empresa oferece oportunidades de carreira, no

entanto, 12 (24%) discordam dessa opinião.

QUESTÃO 18 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 38 76 Não 12 24

TOTAL 50 100

Tabela 24 – Possibilidade de carreira. Fonte - Dados primários, 2006.

19) Em relação à empresa investir e na capacitação dos funcionários com

treinamentos e cursos, pode-se perceber que dos 50 respondentes, 46 (92%)

revelam que empresa investe o suficiente com treinamentos e cursos na capacitação

dos mesmos. Enquanto que 4 (8%) não estão satisfeitos.

QUESTÃO 19 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 46 92 Não 4 8

TOTAL 50 100

Tabela 25 – Crescimento pessoal. Fonte - Dados primários, 2006.

70

20) Quanto ao funcionário sentir-se seguro e estável ao trabalhar na empresa

estudada, verifica-se que 31 (62%) funcionários sentem-se seguros ao trabalhar na

Imperador Calçados. Enquanto que 19 (38%) não sentem estabilidade ao trabalhar

na empresa citada.

QUESTÃO 20 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 31 62 Não 19 38

TOTAL 50 100

Tabela 26 – Segurança no emprego. Fonte - Dados primários, 2006.

Nas Questões 18 a 20 pode-se destacar:

Walton destaca que a empresa dando a oportunidade de crescimento e

de segurança no trabalho promoverá um desempenho favorável à mesma.

Com relação a está categoria, a empresa estudada apresenta um bom

nível de satisfação entre seus funcionários, neste caso favorecendo a qualidade de

vida no trabalho dos mesmos.

4.3.7 Análise sobre integração social na organização

21) Quanto às oportunidades de crescimento serem iguais para todos os

funcionários, a pesquisa revela que dos 50 respondentes, 26 (52%) consideram

existir igualdade nas oportunidades de crescimento, entretanto 24 (48%) discordam

dessa opinião.

QUESTÃO 21 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 26 52 Não 24 48

TOTAL 50 100

Tabela 27 – Igualdade de oportunidades. Fonte - Dados primários, 2006.

71

22) Quanto à existência de discriminação pela aparência, estilo de vida, sexo, raça

ou religião na Imperador Calçados, é possível verificar que dos 50 pesquisados, 42

(84%) funcionários não sentem nenhuma discriminação no ambiente de trabalho,

porém 8 (16%) sentem que existem algum tipo de discriminação na empresa.

QUESTÃO 22 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 8 16 Não 42 84

TOTAL 50 100

Tabela 28 – Discriminação. Fonte - Dados primários, 2006.

23) Quanto ao relacionamento entre os funcionários ser baseado no respeito mútuo

e companheirismo, nota-se que dentre os 50 respondentes, 37 (74%) funcionários

demonstram existir respeito e companheirismo entre os colegas de trabalho. No

entanto, 13 (26%) não se identificam com o grau de respeito e coleguismo existente

no ambiente de trabalho.

QUESTÃO 23 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 37 74 Não 13 26

TOTAL 50 100

Tabela 29 – Relacionamento Fonte: dados primários, 2006.

72

24) Referente à empresa proporcionar integração entre os funcionários fora do local

de trabalho, pode-se verificar que de um total de 50, 29 (58%) indicam que a

empresa não proporciona a devida integração entre os funcionários, porém 21 (42%)

discordam dessa opinião.

QUESTÃO 24 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 21 42 Não 29 58

TOTAL 50 100

Tabela 30 – Senso comunitário. Fonte - Dados primários, 2006.

Nas Questões de 21 a 24 pode-se destacar:

Walton considera que a integração social na empresa dificulta a

discriminação quanto à raça, sexo, credo e ao nível de conhecimento, bem como o

respeito às diferenças, permitirá que a empresa desenvolva suas atividades dentro

de um clima organizacional satisfatório. O respeito entre os funcionários promoverá

um relacionamento interpessoal, com pensamento coletivo, sempre em direção ao

bem da empresa e dos funcionários.

Referente a está categoria, os pesquisados indicam que os critérios de

igualdade de oportunidades e integração entre os funcionários devem ter ações por

parte da empresa estudada, para serem melhorados, devido a sua importância no

contexto da qualidade de vida no trabalho e por não apresentarem bom nível de

satisfação.

73

4.3.8 Análise sobre constitucionalismo

25) Quanto a Imperador Calçados cumprir as normas e regras previstas na

Legislação Trabalhista, a pesquisa revela que dos 50 respondentes, 41 (82%)

funcionários consideram que a empresa cumpre as normas e regras previstas na

legislação trabalhista. No entanto, 9 (18%) apontam para a insatisfação com o

cumprimento das normas e leis trabalhistas por parte da empresa.

QUESTÃO 25 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 41 82 Não 9 18

TOTAL 50 100

Tabela 31 – Direitos trabalhistas. Fonte - Dados primários, 2006.

26) Com relação ao respeito à privacidade e liberdade do funcionário no trabalho,

nota-se que dos 50 pesquisados, 42 (84%) funcionários consideram que a

Imperador Calçados respeita sua privacidade e liberdade, enquanto que 8 (16%) não

sentem sua liberdade respeitada no ambiente de trabalho.

QUESTÃO 26 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 42 84 Não 8 16

TOTAL 50 100

Tabela 32 – Privacidade pessoal. Fonte - Dados primários, 2006.

74

27) Quanto a oportunidade do funcionário expor suas idéias e implementar

sugestões para melhoraria da empresa ou do ambiente de trabalho, percebe-se que

de um total de 50, 41 (82%) funcionários consideram que no seu ambiente de

trabalho é permitido expor idéias e implementar sugestões, porém 9 (18%) não

concordam com essa opinião.

QUESTÃO 27 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 41 82 Não 9 18

TOTAL 50 100

Tabela 33 – Liberdade de expressão. Fonte - Dados primários, 2006.

Nas Questões de 25 a 27 pode-se destacar:

Walton destaca que esta categoria permite mensurar o cumprimento por

parte da empresa quanto aos direitos dos empregados de forma global, bem como o

respeito à privacidade e liberdade de expressão dos mesmos.

Nesta categoria, verifica-se um bom nível de satisfação entre os

funcionários da empresa Imperador Calçados, favorecendo desta forma a qualidade

de vida no trabalho dos mesmos.

75

4.3.9 Análise sobre o trabalho e o espaço total na vida

28) Referente à carga de trabalho interferir e/ ou atrapalhar a vida pessoal do

trabalhador, pode-se notar que dos 50 pesquisados, 40 (80%) sentem que sua vida

pessoal é não lesada com a carga de trabalho atual, mas 10 (20%) sentem que seu

trabalho tem interferido em sua vida pessoal.

QUESTÃO 28 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 10 20 Não 40 80

TOTAL 50 100

Tabela 34 – Carga de trabalho. Fonte - Dados primários, 2006.

29) Com relação ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, considerando a

carga de trabalho atual na Imperador Calçados, dos 50 funcionários, 41 (82%)

consideram ter devido equilíbrio, enquanto que 9 (18%) não concordam com essa

opinião.

QUESTÃO 29 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 41 82 Não 9 18

TOTAL 50 100

Tabela 35 – Equilíbrio. Fonte - Dados primários, 2006.

76

30) Quanto ao planejamento e ao prévio agendamento da participação do

funcionário em cursos e treinamentos pela empresa, pode-se perceber que dos 50

pesquisados, 45 (90%) consideram que a empresa planeja adequadamente a

participação de seus funcionários em cursos e treinamentos, entretanto 5 (10%)

discordam dessa opinião.

QUESTÃO 30 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 45 90 Não 5 10

TOTAL 50 100

Tabela 36 – Planejamento adequado. Fonte - Dados primários, 2006.

31) Quanto aos cursos e treinamentos serem realizados fora do horário de trabalho,

pode-se perceber que dos 50 funcionários, 47 (94%) realizam os cursos e

treinamentos fora do horário de trabalho. Enquanto 3 (6%) indicam que os cursos e

treinamentos ocorrem no horário de trabalho.

QUESTÃO 31 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 47 94 Não 3 6

TOTAL 50 100

Tabela 37 – Trabalho fora do horário. Fonte - Dados primários, 2006.

77

32) Quanto ao horário de trabalho na Imperador Calçados permitir que o funcionário

disponha de tempo para conviver com sua família, verifica-se que de um total de 50,

35 (70%) consideram ter tempo para o convívio familiar, enquanto que, 15 (30%)

indicam que devido ao seu horário de trabalho não possuem o adequado convívio

com a família.

QUESTÃO 32 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 35 70 Não 15 30

TOTAL 50 100

Tabela 38 – Convívio em família. Fonte - Dados primários, 2006.

Nas Questões de 28 a 32 pode-se destacar:

Walton aponta que esta categoria pode demonstrar se os funcionários

estão em equilíbrio com o seu trabalho dentro da empresa e a dinâmica da vida

familiar, diante das exigências da carreira, das viagens e dos problemas advindos do

ambiente familiar. Entende-se, então, que a melhoria das condições de trabalho

aumenta a produtividade e pode melhorar o ambiente familiar. Então, por meio da

história de vida, do cotidiano do seu trabalho e do cotidiano do lar com sua família,

pode-se averiguar a qualidade de vida de cada indivíduo e, conseqüentemente, a

Qualidade de Vida no Trabalho.

Quanto a esta categoria, a pesquisa revela um bom nível de satisfação

entre os pesquisados, contribuindo neste caso, para a qualidade de vida no trabalho

dos funcionários da empresa Imperador Calçados.

78

4.3.10 Análise sobre a relevância social da vida no trabalho

33) Com relação ao reconhecimento e valorização pela comunidade para com os

funcionários da Imperador Calçados, verifica-se que de um total de 50, 39 (78%)

sentem-se reconhecidos e valorizados pela comunidade que a empresa está

inserida. Enquanto que, 11 (22%) não sentem que seu trabalho seja reconhecido

pela comunidade.

QUESTÃO 33 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 39 78 Não 11 22

TOTAL 50 100

Tabela 39 – Imagem da empresa. Fonte - Dados primários, 2006.

34) Quanto à empresa possuir noção de responsabilidade social e apoiar iniciativas

comunitárias, percebe-se que dos 50 pesquisados, 44 (88%) indicam que empresa

atua com responsabilidade social. No entanto, 6 (12%) não possuem essa

percepção.

QUESTÃO 34 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 44 88 Não 6 12

TOTAL 50 100

Tabela 40 – Responsabilidade social da instituição. Fonte - Dados primários, 2006.

79

35) Referente à empresa preocupar-se constantemente com seus produtos e/ou

serviços prestados aos clientes, a pesquisa revela que dos 50 respondentes, 49

(98%) indicam que empresa se preocupa com a qualidade dos produtos e serviços

oferecidos aos clientes. Enquanto que apenas 1 (2%) acredita a empresa não se

preocupa.

QUESTÃO 35 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 49 98 Não 1 2

TOTAL 50 100

Tabela 41 – Responsabilidade social pelos produtos e serviços. Fonte - Dados primários, 2006.

36) Em relação ao funcionário sentir-se valorizado pela empresa a ponto de

perceber que a sua função é importante para mesma, verifica-se nesta questão que

de um total de 50, 32 (64%) sentem serem valorizados em relação ao seu trabalho

por parte da empresa. Entretanto, 18 (36%) não sentem-se valorizados nem que sua

função é importante para a empresa.

QUESTÃO 36 RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

Sim 32 64 Não 18 36

TOTAL 50 100

Tabela 42 – Responsabilidade social pelos empregados. Fonte - Dados primários, 2006.

Nas Questões de 33 a 36 pode-se destacar:

Walton aponta que a percepção dos funcionários em relação à

responsabilidade social da empresa na comunidade, à prestação de serviços e

produtos com qualidade e o respeito aos funcionários frente ao atendimento aos

seus direitos e valorização, permite mensurar a Qualidade de Vida no Trabalho.

80

Verifica-se neste estudo, que referente a categoria em questão, os

pesquisados apresentam um bom nível de satisfação, o que se reflete positivamente

na qualidade de vida no trabalho dos mesmos.

4.3.11 Análise sobre a nota atribuída a qualidade de vida no trabalho

37) Referente à nota atribuída pelo funcionário a sua qualidade de vida no trabalho

na Imperador Calçados, pode-se interpretar que dos 50 pesquisados, 46 (92%)

sentem um alto grau de satisfação quanto à sua Qualidade de Vida no Trabalho,

pois avaliaram com nota igual ou superior a 7, de uma escala crescente de 1 a 10.

Enquanto que apenas 4 (8%) avaliaram com nota abaixo de 7.

NOTA RESPOSTAS PERCENTUAL (%)

1 0 0 2 0 0 3 0 0 4 0 0 5 1 2 6 3 6 7 15 30 8 19 38 9 11 22 10 1 2

TOTAL 50 100

Tabela 43 – Nota atribuída a qualidade de vida no trabalho. Fonte - Dados primários, 2006.

NOTA RESPOSTAS/CENTRO PERCENTUAL (%) RESPOSTAS/KOBRASOL PERCENTUAL (%)

1 0 0 0 0 2 0 0 0 0 3 0 0 0 0 4 0 0 0 0 5 0 0 1 4,35 6 3 11,11 0 0 7 11 40,74 4 17,39 8 10 37,04 9 39,13 9 3 11,11 8 34,78

10 0 0 1 4,35

TOTAL 27 100 23 100

Tabela 44 – Nota atribuída a qualidade de vida no trabalho por loja. Fonte – Dados primários, 2006.

81

4.4 CONCLUSÃO DO CAPÍTULO

Entende-se, neste estudo, que por meio da opinião dos funcionários é

possível analisar a sua Qualidade de Vida no Trabalho, para que a empresa possa

identificar os aspectos que interferem no bem-estar do indivíduo e possa

desenvolver ações de melhorias.

Com relação ao aspecto trabalho, verificou-se que os funcionários

relataram que esse é um meio de crescimento e de realização pessoal e profissional;

que há identificação com as atividades que realizam; e que as atividades não estão

associadas ao desgaste emocional e ao sofrimento psicológico, porém alguns

funcionários sentem mal-estar gerado pelas mesmas.

Com relação ao aspecto benefícios sociais, verificou-se que a maioria dos

funcionários consideram que tais benefícios contribuem para a qualidade de vida no

trabalho, enquanto que outros não consideram como indicativo de Qualidade de

Vida no Trabalho.

Com relação ao critério compensação justa e adequada, verificou-se que

a maioria dos funcionários não estão satisfeitos com seu salário, enquanto que

outros estão de acordo. Alguns concordam que há na empresa equidade salarial

interna e externa e outros que não há.

Com relação ao critério condições de trabalho, verificou-se que a maioria

dos funcionários estão satisfeitos com sua carga de horário e com a limpeza e

organização de seu ambiente de trabalho. No que diz respeito às condições de

segurança e prevenção de acidentes, as dificuldades físicas do trabalhador em

executar suas atividades e referente à disponibilização de equipamentos e materiais

por parte da empresa, verificou-se um bom nível de satisfação, porém há aqueles

que estão insatisfeitos com esses aspectos.

Com relação ao uso de desenvolvimento de capacidades, verificou-se que

poucos funcionários consideram ter autonomia na tomada de decisão no

desenvolvimento de suas atividades, enquanto que a maioria deles indica que não

tem. Verificou-se um bom nível de satisfação dos funcionários quanto aos resultados

82

das atividades exercidas, pois a maioria deles indicam que utilizam grande parte de

seus conhecimentos e habilidades no desempenho de suas atividades; que recebem

as informações necessárias para executarem suas atividades adequadamente; no

que se refere à identidade da tarefa, foi possível verificar que existe desvio de

função na empresa.

Com relação às oportunidades de crescimento e segurança, verificou-se

que a maioria dos pesquisados indicam, que a empresa investe na capacitação de

seus funcionários com treinamentos e cursos e oferece um local de trabalho seguro

e estável, poucos dos pesquisados indicam que a empresa oferece oportunidades

de crescimento com igualdade. Mas há aqueles que não estão satisfeitos com os

aspectos mencionados.

Com relação ao critério integração social na organização, verificou-se que

a maioria dos funcionários indicam não ter discriminação na empresa, que existe

respeito e companheirismo entre os colegas de trabalho e integração fora do local

de trabalho, enquanto que o restante dos pesquisados discordam dessa opinião.

Com relação ao critério constitucionalismo, verificou-se respostas

positivas sobre a empresa cumprir as normas e regras trabalhistas, que respeitam a

privacidade e liberdade dos funcionários no local de trabalho, suas idéias e

sugestões.

Com relação ao trabalho e o espaço total na vida, verificou-se que os

pesquisados não consideram que sua vida pessoal é lesada em virtude da carga de

trabalho, pois possuem equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional; que a

empresa faz planejamento de cursos e treinamentos para os funcionários e que

esses são realizados fora do horário de trabalho. Porém, alguns indicam outra

realidade na empresa.

Com relação ao aspecto relevância social da vida no trabalho, verificou-se

que a maioria das respostas indicam que os funcionários sentem-se reconhecidos e

valorizados pela empresa que trabalham e pelas comunidades que estão inseridos,

que a empresa preocupa-se com a qualidade dos produtos e/ou serviços oferecidos

aos clientes.

Diante da síntese dos resultados encontrados neste capítulo, pôde-se

constatar que os aspectos que a empresa deve rever e implementar ações de

83

melhorias são: a implantação de um plano de cargos e salários, a equiparação

externa de salários, a oportunidade de desenvolver a capacidade individual, a

autonomia na tomada de decisões na função individual, o desvio de função, a

igualdade de oportunidades de ascensão funcional (quando atendidos os pré-

requisitos), e a promoção do processo de inter-relação dos funcionários.

Faz-se necessário ressaltar que o atendimento desses aspectos permitirá

que haja satisfação por parte do funcionário em seu ambiente laboral, bem como no

desempenho de suas atividades, para que assim, em conjunto com a empresa,

possam alcançar as metas traçadas. Permitirá, também, que a avaliação da

Qualidade de Vida no Trabalho na empresa seja satisfatória.

84

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa realizada buscou apresentar uma análise sobre a percepção

dos funcionários da empresa Imperador Calçados, com relação aos aspectos ligados

à qualidade de vida no trabalho.

Com relação ao primeiro objetivo específico, pôde-se verificar, até a

elaboração deste estudo, que a empresa estudada não possui nenhum modelo de

gestão formal ou informal envolvendo a qualidade de vida no trabalho de seus

funcionários. No entanto, identificou-se que empresa realiza algumas ações que

atendem alguns aspectos referentes à qualidade de vida no trabalho, conforme

destacado no modelo de Walton (que serviu de base para este estudo).

No que diz respeito ao segundo objetivo específico, foi possível identificar

a percepção dos funcionários da empresa em questão, quando se constatou um

bom nível de satisfação em relação à importância do trabalho na vida dos

pesquisados (aspecto trabalho), com as condições de trabalho oferecidas pela

empresa Imperador Calçados a seus funcionários (condições de trabalho), em

relação à empresa possibilitar oportunidades de crescimento e desenvolvimento

pessoal (oportunidades de crescimento e segurança), sobre o respeito da empresa

para com os direitos dos funcionários (constitucionalismo), em relação ao equilíbrio

existente entre a vida pessoal e profissional do funcionário (trabalho e espaço total

de vida) e relacionado à imagem da empresa e sua responsabilidade social pelos

seus produtos e serviços, funcionários e comunidade (relevância social da vida no

trabalho).

Com relação ao terceiro objetivo específico, foi possível constatar os

aspectos que podem influenciar na melhoria da qualidade de vida no trabalho dos

pesquisados, pois esses apresentam baixo e médio nível de satisfação e devem ser

revistos pela empresa com o intuito aumentar o nível de satisfação entre os

funcionários, devido a sua importância no contexto da qualidade de vida no trabalho:

a renda recebida pelo funcionário em troca da realização de seu trabalho e à

eqüidade externa (compensação justa e adequada), em relação à autonomia

delegada aos funcionários e ao desvio de função que compromete a identidade da

85

tarefa (uso de desenvolvimento de capacidades), referente à igualdade de

oportunidades de ascensão funcional e a promoção da integração dos funcionários

(integração social na organização).

Finalmente, no que diz respeito ao objetivo geral, foi possível analisar a

interpretação dos pesquisados em relação à Qualidade de Vida no Trabalho, como

também, a necessidade da empresa estudada rever e implementar ações de

melhorias. Essas melhorias devem refletir nos seguintes aspectos: a implantação de

um modelo de gestão salarial que busque conhecer e atender as necessidades do

funcionário, como também promover a equiparação salarial externa; o

desenvolvimento de ações que contribuam para a autonomia do funcionário na

tomada de decisão na função individual, não permitindo o desvio de função; também

deve promover a igualdade de oportunidades de ascensão funcional (quando

atendidos os pré-requisitos) e o processo de inter-relação dos funcionários. A

empresa também deve evidenciar perante seus funcionários, seus pontos positivos

revelados neste estudo, que contribuem para a qualidade de vida no trabalho dos

mesmos.

A limitação da pesquisa se refere à resistência dos pesquisados em

colaborar com sua real opinião.

Para trabalhos futuros sugere-se o desenvolvimento das ações

estratégicas (relacionadas neste estudo) para a melhoria da qualidade de vida no

trabalho dos funcionários da empresa Imperador Calçados.

Diante do exposto, conclui-se ao final deste estudo, a necessidade das

empresas buscarem meios para proporcionar bem-estar ao trabalhador, pois no

mundo atual onde a principal atividade das pessoas é o trabalho, esse deve ser

realizado com satisfação e não levá-las ao sofrimento e às doenças.

86

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89

APÊNDICE

Apêndice A – Questionário aplicado aos funcionários da Imperador Calçados.

Pesquisa Acadêmica Prezado Colaborador

Solicitamos a vossa gentileza de responder ao questionário de pesquisa para concluir um estudo que busca analisar a qualidade de vida no trabalho dos colaboradores da Imperador Calçados. Esclarecemos que os questionários não serão identificados, logo se sinta tranqüilo para responder as questões de forma verdadeira.

Leia com atenção cada questão e escolha a melhor opção de resposta conforme sua opinião.

Agradecemos sua colaboração nesta pesquisa

1. Idade 1.1( ) 18 à 25 1.2( ) 26 à 35 1.3( ) 36 à 45 1.4( ) Acima de 45 2. Sexo 2.1( ) Masculino 2.2( ) Feminino 3. Escolaridade 3.1( ) Ensino fundamental incompleto 3.2( ) Ensino fundamental completo 3.3( ) Ensino médio incompleto 3.4( ) Ensino médio completo 3.5( ) Ensino superior incompleto 3.6( ) Ensino superior completo 4. Tempo de empresa 4.1( ) Menos de 1 ano 4.2( ) 1 à 5 anos 4.3( ) 6 à 10 anos 4.4( ) Acima de 10 anos 5. Área de trabalho 5.1( ) Caixa 5.2( ) Crediário 5.3( ) Estoque / Vitrine 5.4( ) Gerência 5.5( ) Vendas 6. Estado Civil 6.1( ) Solteiro(a) 6.2( ) Casado(a) 6.3( ) Viúvo(a) 6.4( ) Separado(a) 6.5( ) Divorciado(a) 6.6( )Outros______________

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Sim Não 1 Você considera o trabalho como uma forma de crescimento e realização

pessoal e profissional?

2 Você se identifica com seu trabalho? 3 O seu trabalho está associado a desgaste emocional e sofrimento

psicológico?

4 O oferecimento de benefícios sociais tais como: plano de saúde e odontológico, bolsa de estudos, auxílio creche e convênios; é um indicativo de Qualidade de Vida no Trabalho?

5 O salário que você recebe é justo e adequado às tarefas de trabalho que realiza na Imperador Calçados?

6 O salário é equivalente ao dos seus colegas de trabalho que fazem as mesmas atividades na empresa?

7 O seu salário é equivalente ao dos profissionais que desenvolvem as mesmas tarefas em outras empresas?

8 A carga horária é adequada para a execução das suas atividades e tarefas de trabalho?

9 As condições de segurança e prevenção de acidentes garantem sua integridade física no ambiente de trabalho?

10 A empresa oferece um local de trabalho limpo e organizado aos seus funcionários?

11 Você sente alguma dificuldade relacionada ao aspecto físico para realizar seu trabalho?

12 A empresa disponibiliza os equipamentos e materiais necessários para execução de suas atividades?

13 Você tem autonomia para decidir sobre assuntos importantes que afetam sua atividade no trabalho?

14 Você está satisfeito com os resultados obtidos no seu trabalho? 15 As tarefas que você realiza estão de acordo com sua função? 16 Você utiliza seus conhecimentos e habilidades para desempenhar seu

trabalho?

17 A empresa oferece as informações necessárias para executar seu trabalho adequadamente?

18 A Imperador Calçados oferece oportunidade de crescimento profissional? 19 A empresa investe na sua capacitação com treinamentos e cursos? 20 Você sente-se seguro e estável trabalhando nesta empresa? 21 As oportunidades de crescimento são iguais para todos os funcionários? 22 Na empresa seus colegas são discriminados pela aparência, estilo de vida,

sexo, raça ou religião que possuem?

23 O relacionamento entre os funcionários é baseado no respeito mútuo e companheirismo?

24 A empresa proporciona integração entre os funcionários fora do local de trabalho?

25 A Imperador Calçados cumpre as normas e regras previstas na Legislação Trabalhista?

26 No ambiente de trabalho há respeito a sua privacidade e liberdade? 27 Você tem oportunidade de expor suas idéias e implementar sugestões para

melhoraria da empresa ou do ambiente de trabalho?

28 Sua carga de trabalho interfere e/ ou atrapalha sua vida pessoal? 29 Há equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional, considerando sua carga

de trabalho?

30 Sua participação em cursos e treinamentos pela empresa, são planejados e previamente agendados?

31 Seus cursos e treinamentos são realizados fora do horário de trabalho? 32 Seu horário de trabalho na Imperador Calçados permite que você disponha

de tempo para conviver com sua família?

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33 Os colaboradores da Imperador Calçados são reconhecidos e valorizados na

comunidade pelo trabalho que realizam?

34 A empresa possui noção de responsabilidade social, ou seja, apóia iniciativas comunitárias?

35 A empresa preocupa-se constantemente com os produtos e/ ou serviços prestados aos clientes?

36 Em relação ao seu trabalho, você sente-se valorizado pela empresa a ponto de perceber que a sua função é importante para Imperador Calçados?

37 Atribua uma nota de zero a dez à sua Qualidade de Vida no Trabalho: