qualidade de vida no trabalho - monografia

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RN PRÓ-REITORIA DE ENSINO NÚCLEO AVANÇADO DE ENSINO DA CIDADE ALTA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LAZER E QUALIDADE DE VIDA ANNA CAROLINNE DANTAS MENDONÇA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: Implantação de um programa com atividades de Lazer como caminho para aliviar as tensões no ambiente de trabalho. NATAL 2010

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RN PRÓ-REITORIA DE ENSINO NÚCLEO AVANÇADO DE ENSINO DA CIDADE ALTA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LAZER E QUALIDADE DE VIDAANNA CAROLINNE DANTAS MENDONÇAQUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: Implantação de um programa com atividades de Lazer como caminho para aliviar as tensões no ambiente de trabalho.NATAL 2010ANNA CAROLINNE DANTAS MENDONÇAQUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: Implantação de um programa com atividades de lazer como caminho pa

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Page 1: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RN

PRÓ-REITORIA DE ENSINO

NÚCLEO AVANÇADO DE ENSINO DA CIDADE ALTA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LAZER E QUALIDADE DE VIDA

ANNA CAROLINNE DANTAS MENDONÇA

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: Implantação de um programa com

atividades de Lazer como caminho para aliviar as tensões no ambiente de trabalho.

NATAL 2010

Page 2: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

ANNA CAROLINNE DANTAS MENDONÇA

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: Implantação de um programa com

atividades de lazer como caminho para aliviar as tensões no ambiente de trabalho.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Núcleo Avançado de Ensino da Cidade Alta, vinculado a Pró-Reitoria de Ensino do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial para a aquisição de título no Curso de Tecnologia em Lazer e Qualidade de Vida.

Orientadora: Profª Gerda Lúcia Pinheiro Câmelo.

NATAL 2010

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ANNA CAROLINNE DANTAS MENDONÇA

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: Implantação de um programa com

atividades de lazer como caminho para aliviar as tensões no ambiente de trabalho.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Núcleo Avançado de Ensino da Cidade Alta, vinculado a Pró-Reitoria de Ensino do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial para a aquisição de título no Curso de Tecnologia em Lazer e Qualidade de Vida.

Aprovado em _____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________

Profª Gerda Lúcia Pinheiro Câmelo Orientadora

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN

__________________________________ Prof. Ms. José Arnóbio de Araújo Filho

Examinador Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN

__________________________________________

Profª. Ms. Lerson Fernando dos Santos Maia Examinador

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN

Page 4: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

DEDICATÓRIA

À minha mãe e meus filhos.

Page 5: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

AGRADECIMENTOS

A minha mãe, pelo incentivo e ajuda inestimável na qual foi indispensável

para que eu pudesse trilhar esse caminho do início ao fim.

A Humberto Júnior pelo apoio, compreensão, paciência e incentivo.

As minhas queridas colegas de classe Ana Karla de Sousa Severo, Débora

Camilla Sousa de Sales, Laís Paula de Medeiros, Rayanne Suély da Costa Silva e

Renata Ferreira Domingues, companheiras que com açúcar e afeto não permitiram

que eu desistisse no meio do caminho.

A minha amiga Eliane Alves pelo companheirismo durante a jornada

acadêmica.

Aos professores do IFRN, em especial a minha Orientadora Professora Gerda

Lúcia Pinheiro Câmelo, que me ajudou com paciência e generosidade e me

disponibilizou seus conhecimentos para a realização desse trabalho.

Ao NUPLAM e seus funcionários em especial aos que participaram do

programa implantado.

E, enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a

conclusão deste trabalho.

Page 6: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

RESUMO

O presente estudo trata do lazer no âmbito da Qualidade de Vida no Trabalho. O

objetivo desta pesquisa foi investigar o nível de satisfação dos funcionários do

NUPLAM /UFRN, conhecidos através de questionário elaborado a partir do Modelo

de avaliação de QVT proposto por Walton, e apresentar o caminho percorrido, as

atividades desenvolvidas e os resultados alcançados com a implantação de um

Programa de Qualidade de Vida do Trabalho no NUPLAM /UFRN. A implantação de

atividades de lazer nas empresas vem sendo encorajada pelos resultados

satisfatórios na melhoria da qualidade de vida no trabalho e no retorno econômico.

Essas atividades chegam a amenizar problemas de relacionamentos, melhoram a

auto-estima dos trabalhadores e resgatam o gosto do ser humano pelo trabalho. Os

resultados da pesquisa permitiram concluir que um programa de QVT detido a

atividades de lazer, proporciona alívio ao estresse, ocasionando uma melhor

satisfação e participação por parte dos funcionários no ambiente de trabalho, criando

uma integração entre eles.

Palavras chave: Qualidade de vida no trabalho. Lazer.

Page 7: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

ABSTRACT

This study focuses on leisure in the Quality of Working Life. The objective of this

research was to investigate the satisfaction level of employees NUPLAM UFRN

known through a questionnaire compiled from the evaluation model proposed by the

QVT Walton, and provide the path, the activities and achievements with the

implementation a Quality of Life Program of Work in NUPLAM UFRN. The

deployment of leisure activities in enterprises has been encouraged by the

satisfactory results in improving the quality of work life and economic return. These

activities come to alleviate problems of relationships, improve self-esteem of workers

and recapture the taste of man for the job. The survey results showed that a program

of detention QVT leisure activities, provides relief to stress, leading to better

satisfaction and participation by employees in the workplace, creating an integration

between them.

Keywords: Quality of work life. Leisure.

Page 8: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ................................................................................... 1

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................... 1

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA................................................................................ 3

1.3 JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 6

1.4 OBJETIVOS.............................................................................................. 10

1.4.1 Objetivo geral ........................................................................................... 10

1.4.2 Objetivos específicos................................................................................... 10

1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO.......................................................................10

1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ...............................................................11

CAPÍTULO 2 - APORTE TEÓRICO....................................................................... 13

2.1 LAZER................................................................................................................ 13

2.3 CONCEITUANDO QUALIDADE DE VIDA........................................................ 18

2.4 MODELOS PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO .... 30 2.4.1 Modelo de Hackman & Oldhar ......................................................................... 31 2.4.2 Modelo de Westley .......................................................................................... 32 2.4.3 Modelos de Werther e Davis ........................................................................... 34 2.4.4 Modelo de Walton ............................................................................................ 34 CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA .......................................................................... 37

3.1 DELINEAMENTO DA INVESTIGAÇÃO............................................................. 37

3.2 AMOSTRA DA PESQUISA DE CAMPO............................................................ 37

3.3 COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS......................................................... 37

CAPÍTULO 4 - CONHECENDO O NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

DO NUPLAM............................................................................................................. 39

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO PESQUISADA.................................... 39

4.2 PERFIS DOS FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS DO NUPLAM Erro! Indicador não definido. 4.2.1 Diagnóstico das condições de trabalho ...................................................... 45 4.2.1.1 Compensação Justa e Adequada ................................................................. 45 4.2.1.2 Condições de Trabalho ................................................................................. 46 4.2.1.3Uso e Desenvolvimento de Capacidades ...................................................... 47 4.2.1.4 Oportunidades de Crescimento na Empresa ................................................ 49 4.2.1.5 Integração Social na Organização ................................................................ 50 4.2.1.6 Constitucionalismo........................................................................................ 52 4.2.1.7 Trabalho e Espaço Total de Vida ................................................................. 53 4.2.1.8 Relevância Social da Vida no Trabalho ........................................................ 54

Page 9: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

CAPITÚLO 5 – IMPLANTAÇÃO E ANÁLISE DO PROGRAMA DE QVT COM ATIVIDADES DE LAZER. ........................................................................................ 56 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .............................................. 57 Dinâmicas...................................................................................................................29 Ginástica Laboral........................................................................................................31 Relaxamento..............................................................................................................32 Alongamento..............................................................................................................33 Reflexologia................................................................................................................38 Massagem..................................................................................................................39 Meditação...................................................................................................................51 Eutonia.......................................................................................................................51 RESULTADOS ALCANÇADOS ................................................................................ 57 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 72 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 73

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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Nas últimas décadas, o Brasil vem passando por transformações sociais que

impulsionaram novas relações de trabalho e tendências que certamente, estão

refletindo na segurança, na saúde e nas expectativas dos trabalhadores. É possível

perceber que empresas de grande porte vêm incorporando uma nova postura no

que concerne ao olhar para o seu trabalhador: não compete mais vê-lo apenas como

mão de obra, mas sim, com um ser pensante que contribui para o crescimento da

empresa. Assim sendo, o homem com sua capacidade intelectual de resolver

problemas, de pensar e de transformar seu conhecimento em algo que diferencie a

organização, torna-se fundamental para sobreviver nesta.

Destarte, os problemas enfrentados pelas organizações com seus

empregados, assim como o aumento da competitividade, fizeram surgir alguns

estudos relacionados com a satisfação e o bem-estar do trabalhador na

organização. Dentre esses estudos encontramos a Qualidade de Vida no Trabalho

(QVT), que vem se desenvolvendo a cada dia, tendo como objetivo pesquisar

alternativas e estratégias de melhorar a relação do homem com o seu ambiente e

atividades no trabalho.

Nessa concepção, muitas entidades estão desenvolvendo programas de

qualidade de vida no trabalho, voltados para uma maior satisfação de seus

funcionários. Um dos veículos que está sendo utilizado para essa melhoria, são as

atividades de lazer no próprio ambiente de trabalho.

A implantação de programas de lazer nas empresas está sendo encorajada

através dos resultados satisfatórios na melhoria da qualidade de vida no trabalho e

no retorno econômico para empresa, na medida em que ameniza problemas de

relacionamento, melhora a auto-estima dos trabalhadores e resgata o gosto do ser

humano pelo trabalho. Assim, o lazer começa a ser percebido dentro deste ambiente

como um instrumento essencial na promoção do bem-estar e na melhoria da

qualidade de vida.

Ainda sobre as questões de Qualidade de Vida no Trabalho, a importância de

manter hábitos que beneficiam a saúde física e mental de funcionários com práticas

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regulares de atividades físicas e de lazer, no seu ambiente de trabalho, estão

colocados em evidência pela mídia, por profissionais da saúde e professores de

educação física. No entanto, não estão em pauta, se somente atividades de lazer

são suficientes e se os profissionais formados especificamente nessa área, como os

Gestores desportivos e de lazer, estão de fato qualificados para tal serviço.

Nesse sentido, a pesquisa surge a partir do interesse por uma maior

compreensão dessas práticas, que demanda pelos mais diversificados tipos de lazer

e assim, ampliando as possibilidades de atuação no mercado de trabalho dos

profissionais da área. Diante disso, é fundamental que o profissional de lazer

entenda e aprofunde as relações entre as práticas de lazer e o ambiente de trabalho

a fim de oferecer serviços que atendam de fato aos interesses e expectativas de

empregadores e empregados.

Destarte, identificar o nível de satisfação dos funcionários do NUPLAM e

desenvolver um programa de atividades de lazer para compreender e analisar as

contribuições que tais atividades propiciam, configura-se em uma importante

relevância acadêmica e profissional ao passo que fundamenta os estudos sobre o

lazer na nossa realidade social e ainda possibilita o nosso desenvolvimento

profissional como gestor em lazer, tendo em vista que será necessário por em

prática toda a teoria estudada na academia.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A importância da qualidade de vida no trabalho reside no fato de que os

trabalhadores passam a maior parte de suas vidas no ambiente de trabalho. São

mais de oito horas por dia, durante pelo menos 35 anos. Percebe-se que não se

trata mais de levar os problemas de casa para o trabalho e sim de levarmos para

casa as tensões, os receios e as angústias acumuladas no trabalho. Atualmente,

este é um assunto que tem se tornado pertinente e que deve ser discutido

independente do cenário econômico: esteja ele em recessão ou crescimento, haja

perda de poder aquisitivo ou aumento de desemprego, seja a instituição pública ou

privada.

Já ficou comprovado pelas ciências humanas e sociais que funcionários

motivados, capacitados e bem remunerados apresentam um desempenho

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profissional acima da média, reduzindo custos, apresentando melhores soluções aos

clientes e gerando, como desdobramento desse processo, maior vitalidade e

visibilidade para a empresa o que, para o contexto do mundo atual, que tem como

palavra de ordem competitividade, pode significar nada menos do que a sua

sobrevivência.

Assim, a QVT deve ser considerada como uma gestão dinâmica, pois as

organizações e as pessoas mudam constantemente; e também contingencial porque

depende da realidade de cada empresa e do contexto em que ela está inserida. É

importante também ressaltar que não se deve atentar apenas para fatores físicos

quando se fala em QVT, pois os aspectos sociológicos e psicológicos interferem

igualmente na satisfação dos indivíduos em situação de trabalho; sem, no entanto,

deixar de considerar os aspectos tecnológicos da organização do próprio trabalho,

que, em conjunto, afetam a cultura e interferem no clima organizacional com reflexos

na produtividade e na satisfação dos empregados.

Orientando-se neste pensamento, Moscovici (1996) salienta que a maior

riqueza de uma organização são as pessoas que nela trabalham. E esta não deve

se preocupar em investir apenas em tecnologia e sim, paralelamente e na mesma

proporção, no sistema humano, em saúde, educação. Saúde na organização, para

este autor, significa prover condições de trabalho adequadas às necessidades das

pessoas, assegurando-lhes bem-estar físico e psíquico, assim, a educação na

empresa classifica-se como o provimento das condições de aperfeiçoamento no

trabalho, de forma a permitir atualizações das potencialidades dos indivíduos como

um ser integral. Na visão deste pesquisador a qualidade de vida no trabalho torna-

se assim, um imperativo tão importante quanto à modernização tecnológica.

Preocupadas com as prerrogativas mencionadas, a partir dos anos 90 até os

dias atuais, as organizações que diziam valorizar seus empregados, adotaram o

seguinte discurso: nossos funcionários são nosso maior patrimônio. Entretanto,

contrariando esse discurso, anualmente praticavam drásticos cortes de pessoal,

alegando redução de custos e gerando insegurança e temor entre seus

empregados. Embora continuem agindo dessa maneira, observa-se que as

empresas despertaram para a importância dos recursos humanos para a

sobrevivência no mercado. Entretanto, Friedman, Hatch e Walker (2000) nos

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ensinam que para dá valor às pessoas, as empresas devem ir além da noção de

recursos humanos e seguir em direção à noção de capital humano.

Essa mudança de conceito em direção à noção de capital humano, conduz a

uma nova concepção sobre aquele “recurso” disponível que pode ser dispensado e

adquirido a qualquer momento, entendido agora como um outro tipo de capital que

precisa ser desenvolvido e valorizado constantemente. As empresas, agora, estão

correndo atrás do profissional pragmático, racional e emocionalmente equilibrado e

que esteja preparado para conviver com as constantes alterações de exigências do

mercado, que se adapte facilmente ao avanço das tecnologias e, acima de tudo,

sinta-se feliz em desempenhar sua função na organização em que trabalha.

Para Figueiredo (1999, p. 28),

“a grande realidade da empresa moderna é que hoje ela precisa muito mais

dos profissionais com amplidão de conhecimentos e controle de suas

emoções do que eles precisam dela”.

No mesmo sentido, Chanlat (1992) considera que os vínculos do indivíduo

com a organização onde ele vivencia uma situação de trabalho, fatores como sua

lealdade, estímulo, participação e preocupação com o resultado final e a qualidade

do produto de seu trabalho dependem diretamente do interesse que a empresa

demonstra por ele enquanto pessoa e profissional. Desta forma, muitas empresas

têm colocado na pauta do dia as condições de trabalho e o bem estar de seus

empregados, passando a considerar tudo que eles vivenciam na empresa e que

pode influenciar em suas vidas pessoal e profissional, tais como: o posto de

trabalho, o ambiente, os meios, a tarefa, a jornada, a organização temporal e a

remuneração.

Outros fatores de natureza biológica também passaram a serem

considerados, como: a saúde física e mental, longevidade, satisfação no trabalho,

relações familiares, relações com os colegas de trabalho e com a direção da

instituição, dignidade e espiritualidade. Essas dimensões estão todas ligadas ao

termo Qualidade de Vida.

Para medir a QVT dos trabalhadores de determinada organização, existem

diversos modelos com critérios de avaliação criados por diferentes autores. Todos

apresentam propostas que ressaltam a importância da satisfação do indivíduo com

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as condições ambientais e o trabalho que desenvolvem, conforme especificados no

Capítulo II deste estudo.

Para desenvolvimento desta pesquisa, foi escolhido o Modelo de Walton.

Esse modelo ressalta que as verificações da QVT devem ser utilizadas para realizar

experiências inovadoras com o objetivo de “resgatar” valores ambientais e

humanísticos que foram negados e negligenciados pelas sociedades industriais em

favor do avanço tecnológico, da produtividade em grande escala e do crescimento

econômico. E devem também, atender às necessidades e aspirações dos

funcionários, incluindo aspectos relacionados a uma maior participação do

empregado nas decisões que lhe dizem respeito, orientando-se em direção “a

democracia industrial, à humanização do trabalho, enfatizando a responsabilidade

social das empresas” (WALTON 1973, p.10).

O autor em questão, imprescindível para qualquer verificação sobre QVT,

destaca os seguintes fatores: compensação, condições ambientais satisfatórias para

a preservação da saúde, oportunidades imediatas de desenvolvimento das

capacidades humanas, oportunidades futuras e seguridade, interação social e

organização do trabalho, o tempo total dedicado à empresa e a relevância social do

trabalho.

Quais as dimensões do modelo de Walton estão congruentes com o nível de

satisfação dos funcionários do Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos?

É possível utilizar-se de atividades de Lazer para melhorá-las?

1.3 JUSTIFICATIVA

Abraham H. Maslow (2000), em sua definição da hierarquização das

necessidades humanas, dividiu em grupos de cinco os níveis hierárquicos das

necessidades do homem moderno. No primeiro nível encontram-se as necessidades

fisiológicas, que são aquelas essenciais à vida humana, como: respirar, alimentar-

se, dormir etc., no segundo nível, a segurança, pois segundo esse pesquisador, o

ser humano precisa ter sempre a sensação de amparo, estabilidade. O terceiro nível

trata das necessidades sociais, ou seja, das relações com o outro tais como os

amigos, vizinhos, colegas de trabalho, a família, os superiores. O quarto nível é

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constituído pela auto-estima, o que demonstra a importância que nós, humanos,

damos ao reconhecimento e ao prestígio dado às pessoas pelas atividades que

desenvolvem ou pelo modo de vida que têm. O quinto e último nível diz respeito à

realização pessoal, ou seja, a busca que cada indivíduo faz em direção da

realização de seus anseios particulares, do sucesso e da auto-estima.

A maior contribuição da hierarquia das necessidades foi o reconhecimento e a

identificação das necessidades individuais, com o objetivo maior de motivar o

homem em seu ambiente de trabalho. Fator este que se tornou extremamente

valorizado pelas empresas depois do advento da globalização. A partir do início dos

anos 90, as empresas passaram a ter a compreensão de que funcionários

motivados são mais felizes e produzem mais e melhor e que, para isso, é necessário

que as organizações saibam lidar com as necessidades dos indivíduos, gerenciando

o seu corpo funcional de maneira que cada trabalhador se sinta parte importante do

processo produtivo e consciente de que sua participação depende o sucesso e a

sobrevivência da organização. É com essa lógica de relacionamento funcionário

versus empresa que o mercado organiza o mundo do trabalho na modernidade.

Diante do exposto, é pertinente ressaltar que as instituições se encontram

frente a um grande dilema que deve ser equacionado com rapidez sob pena de

perder espaço na competitividade entre seus pares. Elas, as empresas, estão tendo

que decidir entre investir grande volume de recursos em novas tecnologias das

quais dependem a velocidade, a qualidade e a continuidade dos serviços e a

redução de custos ou apostar todas as fichas na capacitação e valorização de seus

trabalhadores e na reorganização dos seus sistemas de recursos humanos

(RODRIGUES, 1999). Os pesquisadores que se dedicam aos estudos dos

movimentos mercadológicos alertam que não são apenas as instalações físicas da

instituição que influenciam na satisfação do indivíduo em situação de trabalho, mas

é de suma importância que as organizações considerem fatores humanísticos como

a relaçãoentre os funcionários, o trabalho, e os locais onde eles desenvolvem suas

funções dentro da empresa.

Deve-se, ainda, desmistificar que elevados custos nestes fatores

(humanísticos) não compensam, pois, na maioria dos casos, o retorno do

investimento na qualificação e satisfação dos funcionários tem superado e muito as

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16

expectativas. Para Lima (1995), “é indispensável verificar o nível de satisfação dos

empregados mediante a aplicação de técnicas seguras de qualidade de vida no

trabalho”. Esse tipo de avaliação deve ser feito regular e periodicamente, pelo

menos uma vez por ano, utilizando instrumentos simples e de fácil leitura e análise

dos resultados. Pois, somente dessa maneira, a organização obterá as informações

sobre as áreas e setores que necessitam de investimentos relacionados à motivação

e ao bem estar dos trabalhadores.

Quando as organizações procuram resolver a questão da qualidade de vida

no trabalho dos funcionários, elas obtêm avanço e melhoram o seu posicionamento

no mercado. Por entender como imprescindível a satisfação dos funcionários em

seu ambiente de trabalho é que procurou-se compreender melhor a participação

humana numa indústria farmacêutica no caso, o NUPLAM que será caracterizada

detalhadamente no quarto capítulo deste trabalho.

Com o advento da globalização e a revolução digital que mudaram a

realidade mundial e fizeram emergir novas aplicações do conhecimento e novas

exigências de excelência no trabalho e de uma competitividade acirrada, os

funcionários adquiriram papel de destaque no desempenho da realização dos

negócios da empresa frente aos seus concorrentes. É do capital humano que

dependem a assimilação de novos conceitos e práticas que irão garantir o

desempenho da organização, tomando decisões.

Para que uma empresa, hoje, obtenha sucesso é necessário que ela se

mantenha atualizada, e aprimore processos e modelos de gestão. Neste sentido, a

qualidade de vida no trabalho e um bom clima organizacional são fundamentais. E,

embora a percepção da qualidade de vida no trabalho como fator estratégico seja

muito recente, e da dificuldade de medir seu retorno, sua valorização tem sido uma

tendência cada vez maior nas organizações.

Dessa forma, a melhoria da qualidade de vida no trabalho surge como uma

preocupação no meio empresarial, não só pelo aspecto material enfatizado pela

saúde e pela segurança, mas, de uma forma mais abrangente, por meio da

humanização do trabalho. A Qualidade de Vida no Trabalho cria oportunidades para

o trabalhador, dando-lhe maior responsabilidade, autonomia, participação no

processo decisório, nos resultados e no seu desenvolvimento completo, assim, o

Page 17: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

17

indivíduo terá maior oportunidade de realização pessoal e progresso em seu

trabalho.

Os novos sistemas de produção, discutidos não só no meio acadêmico,

chamam atenção para a importância de se trabalhar com pessoas motivadas, a fim

de evitar aspectos negativos, como: alta rotatividade, absenteísmo, acidentes, enfim,

o boicote por parte dos trabalhadores, que pode levar ao enfraquecimento de

qualquer organização. Contudo, vale salientar que a era da motivação por meio de

prêmios ou ameaças terminou. Nesta nova visão necessita-se de trabalhadores

flexíveis, criativos, multifuncionais, que, acima de tudo, desenvolvam trabalho de

qualidade.

Fernandes e Gutierrez (1988) consideram que o trabalho eficaz depende

muito mais do querer fazer do que exclusivamente do saber fazer. É nesse aspecto

que a tecnologia de qualidade de vida no trabalho pode ser utilizada exatamente

para que os trabalhadores queiram fazer mais, através de um envolvimento maior

com o trabalho que desenvolvem.

Esse envolvimento se dá por estarem mais comprometidos com aquilo que

lhes diz respeito e pela existência de um ambiente favorável, onde as pessoas

sentem-se estimuladas e motivadas a produzir, não esquecendo seus anseios e

suas necessidades, sem perder de vista os objetivos da organização. Para Werther

& Davis (1983), o crescente interesse em melhorar a qualidade de vida no trabalho

demonstra claramente a evolução da sociedade em geral e conseqüentemente do

nível de instrução das pessoas.

A democratização nas relações de trabalho fez com que cada vez menos os

trabalhadores aceitassem, de maneira acomodada, o autoritarismo de seus

superiores. Isto se explica também por meio da evolução do conhecimento e dos

meios de informações tão próximos hoje de todos os cidadãos, fazendo com que

cada vez mais as pessoas sejam esclarecidas com maior rapidez sobre o que

acontece no mundo e exijam soluções para os problemas enfrentados, obrigando

que seus dirigentes acompanhem, de maneira ágil, as renovações e se adaptem, de

forma contínua, a esta evolução.

Page 18: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

18

1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo Geral

Inserir atividades de lazer no ambiente de trabalho dos funcionários do

NUPLAM a fim de conhecer os benefícios trazidos por elas.

1.4.2 Objetivos específicos

Estabelecer relações entre as práticas de lazer e a melhoria da QVT e

identificar o nível de satisfação desses funcionários, que trabalham cotidianamente

com atividades repetitivas e automáticas.

1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO

Estudos relacionados à qualidade de vida no trabalho tem sido alvo de muito

interesse por parte das organizações dos mais diversos segmentos e ramos de

atuação. Considera-se de fundamental importância o estudo da qualidade de vida no

trabalho para qualquer organização que tenha como objetivos promover a

participação nos processos decisórios, a ênfase no enriquecimento das tarefas, nos

sistemas de compensação, no bom relacionamento interpessoal, dentre outros

aspectos, ou seja, promover a construção de relações de trabalho mais

humanizadas, que reflitam na maior satisfação e produtividade dos trabalhadores.

Em virtude disto, pretende-se compartilhar os resultados desta pesquisa com

a Gerência Administrativa Financeira onde se encontra o Departamento de Gestão

de Pessoas do NUPLAM /UFRN, oferecendo subsídios a esses profissionais, a fim

de que possam contribuir para a viabilização da melhoria da qualidade de vida no

trabalho dos pesquisados.

Acredita-se, também, que o estudo é relevante no sentido de colaborar com o

desenvolvimento científico na construção e no aprimoramento de novos

conhecimentos

que venham a ser realizados, em universidades, acerca da qualidade de vida no

trabalho, além de contribuir demasiadamente para a pesquisadora enquanto

Tecnóloga em Lazer e Qualidade de Vida.

Page 19: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

19

1.6 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

No primeiro capítulo deste estudo, encontram-se a definição do problema e os

objetivos da pesquisa. Na seqüência, apresenta-se a relevância do estudo para o

segmento pesquisado, bem como para o Núcleo de Pesquisa em Alimentos e

Medicamentos.

No segundo capítulo, apresentam-se os fundamentos teóricos sobre Lazer e

Qualidade de Vida no Trabalho, sua importância e os principais conceitos levantados

pelos estudiosos do assunto.

O terceiro capítulo apresenta os procedimentos metodológicos da pesquisa.

Inicialmente, é apresentada a caracterização do estudo como sendo exploratório,

descritivo e avaliativo, demonstrando as técnicas de coleta e de tratamento dos

dados levantados, a saber, a entrevista estruturada, a análise documental e a

observação participante. Os dados são examinados de modo qualitativo. Logo após,

é colocado a segunda etapa da pesquisa, caracterizada por ser uma Pesquisa ação.

No quarto capítulo, de início, apresenta-se a caracterização da instituição

pesquisada para que o leitor se familiarize com o tipo de organização onde foi feita a

investigação. Em segundo lugar, apresenta-se a caracterização dos sujeitos

pesquisados e as principais dimensões identificadas no NUPLAM, relativas à

qualidade de vida no trabalho.

No penúltimo capítulo, é colocado a implantação do Programa de Qualidade

de Vida no Trabalho com Atividade de Lazer, descrevendo as atividades utilizadas e

os resultados alcançados. Por último, é encerrado o trabalho com as considerações

finais e são feitas algumas recomendações para pesquisadores que pretendam no

futuro trabalhar com QVT ou queiram a partir deste estudo desenvolver algum tipo

de atividade com vistas a elevar a qualidade de vida no trabalho junto ao NUPLAM.

Page 20: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

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CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA

2.1 LAZER

Segundo o dicionário Aurélio, a raiz etimológica da palavra "lazer" vem do

latim licer, ser lícito; compreende aquilo que é justo e permitido. A prática de lazer,

como compreendemos atualmente, se aproxima um pouco de como era tratada na

Idade Média, pois o ócio se tornava um ideal nobre. O não-trabalho, as grandes

festas, os torneios medievais são fenômenos até hoje presentes em nossa mente. A

exterioridade das experiências era uma contraposição ao ideal grego que em skholé

se caracterizava por uma experiência mais introspectiva. Essa exterioridade era

justificada por algum tipo de ritual ou celebração pública. Já o lazer na Sociedade

Moderna se caracteriza pela repreensão do ócio através das reformas protestantes

que defendiam a idéia segundo a qual a salvação só se daria através de muito

trabalho. Nesse momento o ócio passa a ser visto como algo degradante.

Max Weber, em seu livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo"

(1991), explicita que a condição de desenvolvimento econômico de um país está

associada á condução de sua ética religiosa, que tem implicação na forma como o

homem concebe o trabalho, pois enquanto os protestantes aceitavam o trabalho

nas indústrias, os católicos a ele resistiam. Formando-se uma mentalidade de

libertação pelo trabalho árduo, o autor conclui que a principal condição para os

países ocidentais desenvolvidos foi o fato de terem em seu poder lideres

protestantes. Isso talvez explique o fato de países de formação católica sejam

conhecidos como países alegres e quentes.

O lazer está presente nos quatro dias do Carnaval brasileiro em que "tudo é

permitido". O antropólogo Roberto DaMatta (1990) acredita poder compreender a

sociedade brasileira a partir dessa festividade; também assinala outros atores

sociais que são clássicos em um país que privilegia a quebra das regras através do

"jeitinho brasileiro" e cria seus próprios valores. Esta imagem é corporificada pelo

malandro, que vive na rua e se contrapõem ao fato de estar em casa. Esta reflexão

nos indica, entre outras coisas, a razão pela qual o Brasil é constituído por uma

Page 21: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

21

cultura que se distancia de um estilo de vida europeu, que privilegia a introspecção

nas relações sociais.

O conceito moderno de lazer está intimamente ligado á sociedade capitalista.

A luta pelo tempo livre dos trabalhadores foi uma demanda dos movimentos sociais

nos últimos tempos. No início do século XX os trabalhadores lutavam por redução

das horas de trabalho e melhores condições de sobrevivência. A manifestação

política dos trabalhadores em Paris de 1906 reivindicava 8 horas de trabalho, 8

horas de descanso e 8 horas de lazer (SUASSUNA, 2007) . Junto com a

industrialização veio a modernidade. Foi neste período que se fizeram necessárias

políticas que garantissem certa "estabilidade" entre aqueles que detinham o controle

dos meios de produção e aqueles que detinham a força de trabalho. Por isso os

direitos sociais dizem respeito á participação na riqueza coletiva e vislumbram

diminuir as desigualdades sociais produzidas pelo capitalismo.

Entre esses direitos estão: o direito á educação, á saúde, á aposentadoria, ao

lazer, aos benefícios trabalhistas como férias, décimo terceiro, seguro desemprego e

licenças. O não trabalhador é uma negação da sua própria existência, já que não

pode se manter dentro da sua própria sociedade. Paul Lafargue, em seu livro "O

direito á preguiça" (1883), instiga os trabalhadores a lutarem por horas livres e não

pelo próprio trabalho. O referido autor, discorre acerca das implicações do trabalho e

do seu poder alienante nas mentes dos homens. O mesmo alegava que o trabalho

retirava todas as forças dos trabalhadores impedindo-os de passar mais tempo com

a família ou ter um momento de lazer. Na citação inicial do livro, Lafargue cita

Lessing e exclama "sejamos preguiçosos em tudo, exceto em amar em beber,

exceto em sermos preguiçosos" (LAFARGUE 1883; p: 01).

Outro autor que compartilha com a análise de Lafargue é Domenico de Masi

em seu livro "O ócio criativo". Ele acredita que a criatividade nasce somente nos

momentos em que a mente está livre para pensar e alega que um dos preceitos

básicos da nossa sociedade está no fato de termos nos tornado mais criativos ao

longo do tempo e isso possibilitou o avanço da ciência e da tecnologia. Quando fala

do ócio, De Masi exemplifica:

Page 22: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

22

Quando vivo o ócio, a filosofia é idêntica, ainda que se manifeste em

categorias diferentes. Posso viver o ócio prevaricando, roubando,

violentando, entediado ou explorando. Ou posso vivê-lo com vantagens

para mim e para os outros, fazendo com que eu e os outros sejamos felizes,

sem prejudicar ninguém. Neste caso, e só neste caso, atinjo a plenitude do

conhecimento e da qualidade de vida. (DE MASI, 2000; p: 219)

Em todas as dimensões no lazer se elaboram novos valores nas relações do

homem com a natureza, do homem com os outros, do homem consigo mesmo, com

seu corpo, seu coração e seu espírito.

A perspectiva sociológica clássica de lazer vem da conceituação de Joffre

Dumazedier (1976) que qualifica o lazer como um conjunto de ações escolhidas

pelos indivíduos. Estas ações podem ser para a diversão, para a recreação ou para

o entretenimento, que propiciem um processo pessoal de desenvolvimento. Tais

atividades têm caráter voluntário e se contrapõem ao trabalho urbano-industrial.

Aqui, Dumazedier atribui ao conceito de lazer um caráter funcionalista, pois ele

acredita que o lazer exerce uma função sobre a sociedade e sobre os indivíduos que

dela fazem parte.

O lazer, nos termos definidos acima, também está funcionalmente ligado á

sociedade de modelo econômico capitalista. Nesta, as práticas de lazer manifestam-

se como sinônimos de felicidade, desde que, para isso, haja investimento financeiro,

onde fica garantido o direito de se sentir bem e descansar sossegado. Assim, o

direito ao lazer transforma-se em mercadoria, bem como tudo o que é possível

mercantilizar, principalmente o lazer das massas que torna homogênea a escolha e

a satisfação dessas práticas pelo lazer. O desenvolvimento da sociedade

contemporânea possibilitou que a indústria cultural se confunda com o lazer a ponto

de serem usados como sinônimos, o que leva ao afastamento das suas

manifestações não consumistas e instrumentais, como o lazer de rua, as relações

lúdicas e interpessoais, a memória das atividades antigas e as festas populares.

Entre as formas institucionais de cultura de massa, verificam-se os parques

temáticos e os Shoppings Center, que nos últimos dez anos têm se desenvolvido em

grande escala no cenário brasileiro, sendo uma das expressões mais fortes do lazer

Page 23: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

23

de consumo e do uso da tecnologia no lazer. No imaginário e nas práticas de

inúmeras pessoas o lazer aparece como uma atividade de consumo sustentada por

um dado padrão econômico.

Entre as várias concepções existentes sobre o lazer, utilizar-se-á para esta

pesquisa, aquelas em que abarcam o indivíduo em sua totalidade, considerando as

dimensões pessoal e coletiva, sua subjetividade e sua formação a partir da

apropriação de um sistema cultural de valores, crenças e hábitos.

Gustavo Gutierrez, procura discutir o lazer dialogando com concepções

clássicas e pós-modernas procurando apontá-lo de maneira coerente com a

realidade. Diz que o lazer caracteriza-se como “uma atividade não obrigatória, da

busca pessoal do prazer no tempo livre” (GUTIERREZ, 2001, p.07). Segue a

princípio, colocando que esse conceito abre possibilidades para a relativização por

diversos fatores. Primeiro, no sentido de que a busca pelo prazer não garante de

fato a consumação do prazer e por isso o lazer não pressupõe obrigatoriamente a

sua realização, apresentando-se muito mais no sentido de compromisso com a sua

busca. Em seguida, propõe uma reflexão maior sobre o prazer de maneira que

possa transcender o senso comum, considerando a perspectiva do lazer.

Assim, refere-se ao lazer como uma atividade na qual o indivíduo,

desinteressado de fins lucrativos, procura uma satisfação pessoal que potencializa

as suas relações interpessoais e propõe mudanças que promovem o

desenvolvimento pessoal, tudo propiciado por uma busca madura pelo prazer.

Segundo Bruhs (1992 apud GUTIERREZ, 2001, p.27) o indivíduo pode buscar um

prazer resultante de “um tempo de vivências transformadoras, construtivas, de

desenvolvimento cultural, vindo a contribuir para a vida de relações do homem”.

Essas relações podem levar a compreensão de um lazer que transcende a simples

diversão, uma vez que sua vivência implica em conseqüências transformadoras

tanto para a esfera individual quanto coletiva ou até mesmo o que parece uma

simples diversão tem implicações maiores para vida do individuo.

Entre as transformações decorrentes das atividades de lazer estão, por

exemplo, aquelas associadas a processos de autoconhecimento uma vez que ocorre

a busca por experiências a partir do interesse pessoal regido por sentimentos e

emoções. Assim, a essência do indivíduo pode fluir com maior intensidade durante

Page 24: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

24

as vivências. A própria liberdade em escolher opções diferenciadas de lazer,

confere certa autonomia mesmo que relativa, já que o indivíduo atua dentro de uma

cultura na qual precedidamente apropriou-se de valores, regras e princípios sociais.

As relações sociais também são transformadas através de vivências prazerosas no

sentido de que possibilita trocas de experiências com pessoas diferentes do ciclo

social, beneficiando-se do convívio em grupo.

Concluindo o que foi colocado nos parágrafos anteriores, pode-se

compreender que com o advento da revolução industrial e ascensão do sistema

capitalista, sucederam-se transformações econômicas e sócio-culturais

significativas, sobretudo no que refere-se a organizações produtivas e relações de

trabalho onde atrelados a interesses do capital como consumo e lucro, passou-se a

gerar uma super-valorização do trabalho, deixando em posição secundária outras

dimensões sociais como o lazer. Assim, o trabalho apresenta-se como via

imprescindível à sobrevivência exigindo um grande dispêndio das forças físicas e

intelectuais durante muitos anos na vida dos indivíduos. O lazer, durante esse

tempo, aparece de uma maneira geral, com caráter compensatório do cansaço,

estresse ou como fonte recompositora das energias gastas durante o tempo de

trabalho e não como uma instância de desenvolvimento pessoal e sócio-cultural.

Seria, portanto, uma relação tensa entre o tempo de lazer e o princípio da

sobrevivência atrelado ao trabalho.

Nessa perspectiva, Marcuse (1997) ressalta que a redução do tempo e das

energias despendidas no trabalho favorece uma mudança qualitativa na existência

humana ao qual o tempo livre, ao invés do de trabalho, é que irá determiná-la. A

liberdade é vivida através de um domínio lúdico no livre jogo das faculdades

humanas o que por sua vez gerará outras formas de realização e compreensão do

mundo, constituindo-se em uma nova maneira de existir. Assim, defende que a

liberdade pode ser propiciada a partir de um tempo livre, em que os indivíduos,

regidos por uma instância lúdica, se desenvolvem e potencializam as suas

capacidades pessoais contribuindo para o surgimento de outras concepções acerca

de si próprio, de suas relações sociais e por sua vez, uma nova compreensão do

mundo e dos sistemas vigentes.

Page 25: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

25

Revela-se, portanto, um tempo livre em que o lazer aparece que agente

transformador das relações sociais, que contribui significativamente para o processo

de autoconhecimento e conseqüentemente com o surgimento de outras concepções

acerca da existência no mundo, transcendendo as crenças do sistema produtivo e

capitalista, reforçadas ao longo da história. Assim, seria uma das poucas atividades

humanas desprovidas de interesses mercantilistas e promotoras do desenvolvimento

humano no sentido de ser fundamental para a formação intelectual e social dos

indivíduos. Nesse sentido, é importante ressaltar que embora as atividades de lazer

tenham o potencial referido, algumas dessas, sobretudo as propostas atualmente,

ao invés de promoverem a busca por uma satisfação pessoal, não fogem a regra

das concepções capitalistas reafirmando um sistema alienado e massificado ao qual

os prazeres gerados pelo consumo e lucro se sobrepõem a outros, o que favorece

apenas a uma minoria detentora de capital.

2.1.1 Ludicidade

Diversos autores buscam uma definição do lúdico e possuem diferentes

pontos de vista. Um dos precursores dos estudos sobre o tema é Huizinga (1980),

segundo o qual o elemento lúdico está na base do surgimento e desenvolvimento da

civilização como parte da cultura. Ao utilizar o termo jogo, afirma que representa

uma categoria absolutamente primária da vida, tão essencial quanto o raciocínio e a

sua capacidade de fabricar objetos.

A pesquisadora Leila M. S. Pinto (1998) caracteriza o lúdico segundo os

aspectos positivos perceptíveis nas vivências que possibilitam a integração dos

indivíduos e promovem o desenvolvimento individual e coletivo. Dentre esses,

destacam-se: o aumento do raciocínio; os laços afetivos construídos; o

enfrentamento de dificuldades; o desenvolvimento da criatividade e os mecanismos

de espaço e tempo, ampliando-os como espaço de liberdade.

Nesse estudo, foi adotado o posicionamento de Marcellino, que prioriza as

concepções que relacionam “o lúdico „não em si mesmo‟, ou de forma isolada em

essa ou aquela atividade (brinquedo, festa, jogo, brincadeira, etc.), mas como

componente da cultura (entendida em sentido amplo) historicamente situada”.

Page 26: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

26

(MARCELLINO, 2003, p.28). Acrescenta-se ainda o pensamento de Santin (1994,

p.87) ao afirmar que “o lúdico e a ludicidade só serão compreendidos no seu

acontecer”.

De acordo com os conceitos expostos pelos autores acima citados, apreende-

se que a vivência lúdica possibilita a inter-relação entre os indivíduos, promovendo o

desenvolvimento humano sob vários âmbitos, entre os quais se destaca o físico, o

mental, o afetivo e o social. Ou seja, a prática da ludicidade é condição necessária à

qualidade da vida humana, embora seja reconhecida, na maioria das vezes, parte

apenas do universo infantil. Gáspari e Schwartz (2002, p.9) afirmam que o adulto

“impõe a si próprio a perda gradativa de sua naturalidade, do prazer, da alegria, do

convívio, da sensibilidade, da criatividade [...] do solidarizar-se, do rir, do sorrir e de

seu potencial lúdico”.

2.2 QUALIDADE DE VIDA

O conceito de qualidade de vida sofre algumas variações de acordo com a

abordagem dada por cada estudioso do assunto. Nadler e Lawer (1983), fornecem

uma definição de qualidade de vida, focalizando o impacto do trabalho sobre a vida

das pessoas, a efetividade organizacional, bem como, a idéia de participação

segundo uma definição operacional que identifica quatro tipos de atividades

representativas do esforço de qualidade de vida no trabalho, tais como a

participação na resolução dos problemas, reestruturação do trabalho, inovação no

sistema de recompensas e aperfeiçoamento no ambiente de trabalho. Para

Bergeron (apud FERNANDES e GUTIERREZ, 1988, p. 47), QVT:

Consiste na aplicação concreta de uma filosofia humanista, pela introdução

de métodos participativos, visando modificar um ou vários aspectos do meio

ambiente de trabalho, a fim de criar uma nova situação, mais favorável à

satisfação dos empregados da empresa.

Huse e Cummings (apud RODRIGUES, 1989, p. 90) dizem que QVT engloba

dois fatores: “a preocupação com o bem-estar do trabalhador e com a eficácia

organizacional; e

Page 27: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

27

a participação dos trabalhadores nas decisões e problemas de trabalho.” Dubois e

Prade

(1980), defende que a QVT, baseia-se em certos fatores que promovem o bem-estar

e a mobilização do pessoal, incluindo, elementos organizacionais, ambientais e

comportamentais.

Em relação aos fatores comportamentais, pode-se citar os ligados à

autonomia, responsabilidade, variedade, consideração, relacionamento e

participação, sendo este último fator considerado o de maior importância para que o

indivíduo se sinta envolvido com a instituição, refletindo isto no seu desempenho e

na sua produtividade. Corrêa (1988, p. 249), diz que “a qualidade de vida no trabalho

é um fenômeno complexo com muitas facetas”.

Para Vieira (1990), a QVT tem como objetivo central gerar uma organização mais

humanizada para, através dela, resultar uma relação entre capital e trabalho não

conflitante,

mas sim cooperativa.

Moraes, Kilimnik e Ramos (1994, p. 307), afirmam que:

a ênfase da qualidade de vida no trabalho é na substituição do

sedentarismo e do

stress por um maior equilíbrio entre o trabalho e o lazer que resulte em

melhor

qualidade de vida. Numa visão institucional, a QVT deve monitorar todas as

variáveis que determinam o ambiente tecnológico, político e econômico do

trabalho.

Vieira e Hanashiro (apud VIEIRA, 1996), conceituam a QVT como melhorias

nas condições de trabalho, envolvendo as variáveis comportamentais, ambientais e

organizacionais, além das práticas de recursos humanos, de forma a humanizar o

trabalho,

satisfazendo, assim, não só a organização, como também os trabalhadores.

No que se refere às atividades de QVT, Macedo (1993), afirma que a

participação na resolução de problemas, reestruturação do trabalho, sistemas de

compensação inovadores e a melhoria no ambiente de trabalho, buscam criar um

envolvimento ótimo entre os empregados e a organização, o que se traduz em um

nível maior de satisfação e motivação, onde seja atingida a efetividade

Page 28: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

28

organizacional e preservada a saúde do sistema. Por qualidade de vida no trabalho

queremos dizer os pontos favoráveis e desfavoráveis de um ambiente de trabalho

para as pessoas, a proposta básica é desenvolver um ambiente de trabalho que seja

bom para as pessoas como para a saúde e economia da organização. Os elementos

da QVT incluem: “comunicações abertas, sistema de recompensa justo,

preocupação com a saúde e segurança do trabalhador, participação e planejamento

de trabalho, entre outros” (WALTON, 1973 p. 18).

2.2.1 Evolução da qualidade de vida nas organizações

Foi a partir da década de 50 que a qualidade de vida começa a aparecer na

literatura como uma nova abordagem do mundo do trabalho. Nesse período, o

Travistock Institute em Londres desenvolveu uma série de estudos, tendo por base a

satisfação do trabalhador no seu ambiente de trabalho. Paralelamente, nos Estados

Unidos realizavam-se pesquisas para modificar as “linhas de montagens”,

objetivando tornar o trabalho mais agradável e satisfatório.

Numa análise da evolução da QVT nos Estados Unidos, Nadler e Lawler

(1983, p. 43) destacam duas fases: a primeira, considerada como a fase original que

vai de 1974 a 1979, foi marcada:

por um grupo de pesquisadores que estudou os efeitos do emprego sobre a

saúde e o bem-estar do empregado e sobre a satisfação com o emprego;

pela investigação, sob o patrocínio do governo americano, das questões

“qualidade do emprego” ou a “soma total dos efeitos da experiências do

emprego sobre o indivíduo”, que resultou na publicação do livro “work in

América”; pela formação da Comissão Federal de Produtividade, que

promoveu uma série de experiências de administração do QWL – Quality of

Work Life, as quais foram juntamente aplicadas ao Programa de Qualidade

do Trabalho e do Centro Nacional de Qualidade do Trabalho dos Estados

Unidos da América.

A segunda fase que teve início em 1979:

a) impulsionava através da competição internacional, com o reconhecimento

de

outros Países, principalmente o Japão, estivessem fazendo alguma coisa

diferente: tornamo-nos fascinados com a noção de estilo de gerenciamento

Page 29: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

29

alternativos e a perspectiva de que outros países têm desenvolvido para um

nível mais elevado;

b) através dos resultados positivos do projeto de QVT, implantados na

primeira

fase.

Porém, foi na década de 60, que a conscientização dos trabalhadores e o

aumento das responsabilidades sociais contribuíram, de forma decisiva, para que os

cientistas e dirigentes organizacionais pesquisassem melhores formas de realizar o

trabalho (Moraes et al, 1990), que os movimentos cujo objetivo era o de melhorar a

qualidade de vida, tomaram impulso, conforme afirma Huse e Cummings (apud

MORAES et. al, 1990).

Apesar desses autores, juntamente com Nadler e Lawer (1983),

estabelecerem a década de 70 como um marco do movimento de QVT, no início

desta década os estudos sobre a qualidade de vida no trabalho passaram por um

período de estagnação. Um dos principais fatores responsáveis por esta estagnação

foi a crise energética e a alta da inflação que assolou os Estados Unidos e outros

países do ocidente. A ascensão do Japão como potência, também, fez com que as

organizações ocidentais não focalizassem apenas as técnicas de gestão, desviando

suas atenções do estudo de qualidade de vida no trabalho.

Em torno dos anos 80, a QVT adquire, segundo alguns autores

(RODRIGUES, 1995), conotação ideológica. Para Bom sucesso (1998, apud

DETONI, 2001) “na década de 90 o termo qualidade de vida invadiu todos os

espaços, passou a integrar o discurso acadêmico, a literatura relativa ao

comportamento nas organizações, os programas de qualidade total, as conversas

informais e a mídia em geral”.

Atualmente, a qualidade de vida no trabalho vem sendo extensivamente

pesquisada em diversos países, como Inglaterra, Hungria, Canadá, México e na

Índia (RODRIGUES, 1999).

O estudo sobre a temática permite a constatação de que atualmente são

discutidos três tipos de conceito, sendo um mais genérico, outro relacionado à

Qualidade de Vida em saúde e o outro relacionado à Qualidade de Vida no

Trabalho. Os três conceitos se relacionam, pois compreendem aspectos que

interferem em todas as áreas do indivíduo.

Page 30: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

30

Neste estudo, não nos deteremos ao conceito de Qualidade de Vida, em sua

totalidade, contudo torna-se necessário especificar a definição de Qualidade de Vida

que permeia a nossa atuação. Ao compreendermos o termo como uma construção

cultural, admitimos que sua definição é relativa. Minayo et al (2000) conceituam a

Qualidade de Vida da seguinte forma

Uma representação social criada a partir de parâmetros subjetivos (bem-estar, felicidade, amor, prazer, realização pessoal), e também objetivos, cujas referências são a satisfação das necessidades básicas e das necessidades criadas pelo grau de desenvolvimento econômico e de social

determinada sociedade.

A partir desse conceito, compreendemos que a QVT interfere na qualidade de

vida do sujeito. Os conceitos se entrelaçam e refletem a crescente preocupação com

o bem-estar e a satisfação pessoal e profissional.

Em busca da competitividade e a participação no mercado globalizado, as

empresas estão investindo e implantando tecnologias direcionadas para a Qualidade

Total. Para serem eficazes, dependem da participação e comprometimento de todos

os indivíduos envolvidos com a organização de forma a alcançar suas metas.

2.2.2 Modelos para Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho

Um ambiente organizacional onde há uma gestão dinâmica e contingencial de

fatores físicos, sociológicos, psicológicos e tecnológicos da organização do próprio

trabalho torna-se saudável e mais propício ao aumento de produtividade. Este

ambiente reflete no comportamento do funcionário no atendimento aos clientes e no

contato com fornecedores.

Ao longo dos anos, vários pesquisadores têm se dedicado à elaboração de

modelos que buscam avaliar a Qualidade de Vida no Trabalho sob diversos

aspectos, dentre esses se citam: Hackman & Oldham (1975); Walton (1973);

Westley (1979); e Davis & Werther (1983).

Page 31: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

31

2.2.2.1 Modelo de Hackman & Oldhar

Hackman & Oldham (1983), na busca por determinar a Qualidade de Vida no

Trabalho, desenvolveram uma nova estratégia que deu origem ao "Job Diagnostic

Survey de Hackman e Oldham (1983)". Para tanto, tais estudiosos basearam-se em

cinco fatores que expressam a opinião do trabalhador (Hackman et al., 1975). Estes

cinco fatores básicos são: Variedade de Habilidades; Identidade de Tarefa;

Significância de Tarefa; Nível de Autonomia e Feedback.

Segundo esse modelo, os cinco fatores básicos estarão presentes apenas

quando existir Significância Percebida; Responsabilidade Percebida e Conhecimento

dos Resultados do Trabalho. Na realidade, seriam estados psicológicos que

deveriam ser satisfeitos através do trabalho e, como resultado, proporcionariam alta

motivação interna, elevada satisfação, qualidade no desempenho e baixa

rotatividade e absenteísmo (Hackman & Oldham, 1983).

Os três primeiros fatores determinados por Hackman & Oldham (1983)

contribuem para a valorização do trabalho. A autonomia, enfatizada como quarto

fator, desenvolve no empregado à percepção do quanto ele é responsável pelo que

executa. O quinto e último fator (feedback) permitem que o colaborador seja

informado dos resultados atingidos com o seu trabalho.

Para melhor entendimento, é necessário que se observem as cinco formas de

atuação destes níveis, que ficaram conhecidos como Conceitos Implementadores de

Enriquecimento de Cargos, desenvolvidos por Hackman & Oldham (1983).

1. Tarefas Combinadas: o trabalho que era fragmentado é agrupado e

transformado em módulos, proporcionando o aumento da

Variedade de Habilidades do trabalhador, além de resgatar a

Identidade de Tarefa;

2. Formação de Unidades Naturais de Trabalho: são observadas as

tarefas que possuem uma certa correlação ou seqüência entre si;

em seguida, estas são agrupadas formando módulos com uma

estrutura lógica, o que aumenta e reforça a Significância e a

Identidade da Tarefa;

Page 32: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

32

3. Estabelecimento de Relações Diretas com o Cliente: cada cargo

possui um cliente interno ou externo, fazendo com que cada

problema e dúvidas sejam encaminhados para solução diretamente

com aquele trabalhador que desenvolveu a tarefa, proporcionando,

desta forma, a Retroalimentação e Autonomia e, assim,

aumentando a Variedade de Habilidades. Contudo, isso só é

atingido a partir do momento em que se cria um canal de

comunicação que se poderia chamar de linha direta entre o

trabalhador e o seu cliente externo ou interno (o próximo da linha

de montagem);

4. Carga Vertical: aqui se busca a integração vertical, que tem por

objetivo o enriquecimento do cargo com a adição de tarefas mais

elevadas ou, até mesmo, o gerenciamento. Com isso à distância

entre o planejamento, a execução e controle do trabalho diminuem,

e o trabalhador passa a ter todas estas atribuições, aumentando

assim a Autonomia;

5. Abertura de Canais de Retroalimentação (Feedback): deve-se

proporcionar tarefas que permitam a informação sobre o resultado

do trabalho que está sendo desenvolvido, sem que este trabalhador

fique dependendo de terceiros para obter estas informações. Para

que isto ocorra, faz-se necessário o estabelecimento e

disseminação de normas e padrões, bem como a disponibilidade de

mecanismos de aferição dos resultados.

2.2.2.2 Modelo de Westley

Segundo Westley (1979) a qualidade de vida no trabalho pode ser verificada

por meio de quatro indicadores fundamentais, econômicos, político, psicológico e

sociológico, julgados como quatro problemas que são causados, respectivamente,

Page 33: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

33

pela injustiça, insegurança, alienação e ausência de leis e regulamentos. (Conforme

Quadro 1 a seguir)

Econômico Político Psicológico Sociológico

Salarial

ão Adequada

Trabalho

Horária

Externo

Emprego

Sindical

ão

Expressão

do Cargo

nto com Chefia

Potencial

Desafio

nto Pessoal

nto Profissional

-Avaliação

Tarefa

com a Tarefa

nas Decisões

nto Interpessoal

Responsabilidade

Quadro 1: Indicadores da Qualidade de Vida no Trabalho

Fonte: Westley (apud Fernandes, 1996:53)

Westley (1979) afirma que as causas de insatisfação representadas pelos

indicadores econômico e político, na realidade, são encontradas desde o século

passado, através da concentração dos lucros e da exploração dos trabalhadores,

geralmente relacionadas à injustiça e à concentração de poder, observando-se como

resultado o aumento da insegurança.

Page 34: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

34

2.2.2.3 Modelos de Werther e Davis

O modelo de Werther & Davis (1983) para verificação de qualidade de vida

no trabalho está calcado em um projeto de cargo que considera fatores ambientais,

organizacionais e comportamentais, como se pode observar:

1. Fatores Ambientais: o projeto de cargo deve considerar as

expectativas sociais e as habilidades e disponibilidade de

empregados potenciais. No entanto, o cargo não poderá ser tão

complexo a ponto de a organização necessitar fazer novas

contratações e, ao mesmo tempo, não poderá ser muito simples, de

maneira a não gerar desconforto quando a mão-de-obra for mais

instruída (Lima, 1995);

2. Fatores Organizacionais: procura identificar a tarefa que condiz ao

cargo, de forma que haja um fluxo coerente de processos, da

utilização de métodos e sistemas que ajustem as práticas de

trabalho desenvolvidas, resultando, desta forma, na redução do

tempo e esforço dos trabalhadores (Werther & Davis, 1983);

3. Fatores comportamentais: neste ponto não se deve simplesmente

priorizar a eficiência, mas, também, a autonomia do trabalhador, a

variedade do cargo, a identidade de tarefa e a retroinformação, tudo

isso voltado para um aumento da motivação (Werther & Davis,

1983).

2.2.2.4 Modelo de Walton

O modelo de Richard Walton (1974; 1983), entre os demais apresentados, é o

único que enfatiza questões elementares à realização do trabalho priorizando os

fatores higiênicos, condições físicas, aspectos relacionados à segurança e à

remuneração, sem desconsiderar os demais elementos citados por outros

estudiosos.

A amplitude deste modelo (considerando fatores internos e externos à

organização) permite ao investigador condições de melhor avaliar o nível de QVT.

Page 35: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

35

Por tal motivo, foi esse o modelo escolhido como referencial teórico para a

elaboração da pesquisa.

Faz-se necessário ressaltar que, para Walton, independentemente da posição

hierárquica ocupada, existem diversos trabalhadores insatisfeitos e alienados

perante as inúmeras deficiências percebidas no ambiente de trabalho, que afetam

diretamente a QVT.

Lima (1995), lembra que “as pesquisas, observações pessoais e entrevistas

realizadas por Walton, quando procurava associar a melhoria da Qualidade de Vida

no Trabalho com a performance organizacional, identificaram oito critérios que

afetam de maneira mais significativa o trabalhador na situação de trabalho” (ver

quadro 2).

Quadro 2 - Modelo de Walton para aferição da QVT

Page 36: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

36

CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3. 1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A primeira fase da pesquisa pode ser classificada como empírica, do tipo

exploratória que utiliza o método descritivo do estudo de caso. Para Gil (1994, p.

32), a pesquisa exploratória sugere a observação de algumas fases, podendo

destacar os seguintes elementos:

escolha do item a ser investigado; delimitação do problema; definição do objeto e

dos objetivos; construção do marco teórico-conceitual; escolha dos instrumentos de

coleta de dados; exploração de campo.

As pesquisas do tipo descritivas têm como objetivo principal distinguir

características de fenômenos ou de população, ou ainda, da relação entre variáveis.

(...) pesquisas desse tipo são as que se propõem estudar o nível de

atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de

habitação de seus habitantes, os índices de criminalidade que aí se registra

etc. Estão incluídas nesse grupo as pesquisas que têm como objetivo

levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população. (GIL, 1994, p.

45).

Grande número de pesquisas estão fundamentadas no estudo em

profundidade de casos particulares, isto é, numa análise intensiva, empreendida

numa única ou em algumas organizações reais. Para Bruyne (1982), o estudo de

caso reúne informações tão numerosas e tão detalhadas quanto possível com vistas

a apreender a totalidade de uma situação.

Já a segunda fase, de implementação do programa de lazer, caracterizou-se

como uma Pesquisa-Ação, que é um tipo de pesquisa social com base empírica que

é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução

de um problema coletivo e na qual os pesquisadores e os participantes

representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo

ou participativo (THIOLLENT, 1997).

A pesquisa-ação é um método de condução de pesquisa aplicada, orientada

para elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de soluções.

Lindgren et al. (2004) caracterizam a pesquisa-ação como sendo um método

intervencionista que permite ao pesquisador testar hipóteses sobre o fenômeno de

Page 37: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

37

interesse implementando e acessando as mudanças no cenário real. Neste tipo de

pesquisa, o pesquisador assume a responsabilidade não apenas de assistir os

atores envolvidos através da geração de conhecimento, mas também de aplicação

deste conhecimento (MACKE In GODOI, BANDEIRADE-MELO e SILVA, 2006;

MATHIASSEN, 2002 apud LINDGREN et al.).

Conforme Stringer (1996), a pesquisa-ação compreende uma rotina composta

por três ações principais: observar, para reunir informações e construir um cenário;

pensar, para explorar, analisar e interpretar os fatos; e agir, implementando e

avaliando as ações.

Dentro desta mesma idéia, pode-se dividir o processo de pesquisa-ação em

quatro principaisetapas, que serão descritas a seguir: fase exploratória, fase

principal, fase de ação e fase de avaliação (THIOLLENT, 1997). Esta proposição de

divisão em quatro etapas foi adotada para a realização do programa de QVT mais

adequado para ser utilizados com os funcionários do Núcleo.

A Fase de Ação, como o próprio nome já indica, engloba medidas práticas

baseadas nas etapas anteriores: difusão de resultados, definição de objetivos

alcançáveis por meio de ações concretas, apresentação de propostas a serem

negociadas entre as partes interessadas e implementação de ações-piloto que

posteriormente, após avaliação, poderão ser assumidas pelos atores sem a atuação

dos pesquisadores (THIOLLENT, 1997).

Quando se fala em divulgação de resultados, os receptores destas

informações são as pessoas que responderam às entrevistas e questionários, o

conjunto dos membros da organização e alguns representantes dos atores e

tomadores de decisão. Uma vez divulgadas as informações, é iniciada a etapa de

apresentação de propostas visando melhorar os aspectos estudados. Estas

propostas são analisadas e aprovadas por membros da gerência e implementadas

de forma a colocar em prática as sugestões apresentadas.

Uma vez divulgadas as informações, é iniciada a etapa de apresentação de

propostas visando melhorar os aspectos estudados. Estas propostas são analisadas

e aprovadas por membros da gerência e implementadas de forma a colocar em

prática as sugestões apresentadas. No caso aplicado deste estudo, a atividade da

Page 38: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

38

Fase de Ação foi a implementação prática das atividades de lazer com os

funcionários.

A Fase de Avaliação, esta etapa final do processo de pesquisa-ação,

apresenta dois objetivos principais: verificar os resultados das ações no contexto

organizacional da pesquisa e suas conseqüências a curto e médio prazo e extrair

ensinamentos que serão úteis para continuar a experiência e aplicá-la em estudos

futuros.

Thiollent (1997) propõe alguns aspectos gerais que devem ser alvo de

avaliação: Pontos estratégicos (clareza de objetivos, identificação e resolução de

problemas e negociação dos objetivos com membros da diretoria); Capacidade de

mobilização (aceitação da iniciativa por diversas áreas da organização e

engajamento de um número significativo de pessoas); Capacidade de propostas

(adequação, relevância e viabilidade das propostas apresentadas e habilidade dos

grupos neste encaminhamento); Continuidade do projeto (harmonia no decorrer do

tempo); Participação (efetividade na participação entre diversos níveis hierárquicos);

Qualidade do trabalho em equipe (habilidade no gerenciamento das relações e

qualidade nas relações interpessoais); Efetividade das atividades de formação

(efeito global de auto-conhecimento da instituição e capacidade de aprendizagem);

Conhecimento e informação (adequação do questionário e de outros instrumentos

de pesquisa, consistência e validade dos resultados alcançados, qualidade dos

relatórios, possibilidade de publicação em revistas científicas e comparações com

outros estudos); Comunicação Atividade de Apoio (qualidade, rapidez e eficácia).

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRAGEM

O NUPLAM conta com 78 funcionários sendo 31 servidores federais e 47

terceirizados, no entanto para a implantação do Programa de QVT (em caráter de

experiência) optou-se por realizar a amostra com o grupo formado após a inscrição

voluntária dos funcionários.

3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

No planejamento das ações e na avaliação do programa serão utilizados

diferentes instrumentos de pesquisa que irão auxiliar no estudo. Inicialmente, na

Page 39: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

39

fase de diagnóstico, será aplicado um questionário com questões objetivas e

subjetivas (Ver Anexo A).

Durante as atividades desenvolvidas foram realizados registros fotográficos

(Ver Anexo C) e após cada vivência, entrevista estruturada com os funcionários

participantes, com o intuito de identificar as contribuições e verificar se os objetivos

pretendidos foram alcançados.

Os instrumentos de pesquisas adotados durante o estudo tiveram como

objetivo uma análise qualitativa dos dados obtidos. Os questionários e entrevistas, o

diário de campo e os demais instrumentos utilizados para avaliação continuada

poderão oferecer subsídios para uma apreciação crítica do Programa de QVT

implantado com os funcionários do NUPLAM e a análise dos resultados alcançados.

Page 40: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

40

CAPÍTULO IV – CONHECENDO O NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS

FUNCIONÁRIOS DO NUPLAM

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO PESQUISADA

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte origina-se da Universidade

do Rio Grande do Norte, criada em 25 de junho de 1958, através de lei estadual, e

federalizada a 18 de dezembro de 1960. A Universidade do Rio Grande do Norte,

instalada em sessão solene realizada no Teatro Alberto Maranhão, a 21 de março

de 1959, foi formada a partir da faculdade e escola de nível superior já existente em

Natal, como Faculdade de Farmácia e Odontologia, a Faculdade de Direito, a

Faculdade de Medicina, a Escola de Engenharia, entre outras.

A partir de 1968, com a reforma universitária, a UFRN passou por um

processo de reorganização que marcou o fim das faculdades e consolidação da

atual estrutura, ou seja, o agrupamento de diversos departamentos que,

dependendo da natureza dos cursos e disciplinas, organizou-se em centros

acadêmicos.

Nos anos 70, teve inicio a construção do Campus Central, numa área de 123

ha. O Campus, atualmente, abriga um arrojado complexo arquitetônico, circundando

por um anel viário que o integra à malha urbana da cidade do Natal.

Além dos diversos setores de aulas, laboratórios e bibliotecas, o Campus

Central possui um Centro de Convivência com restaurante, agência bancária,

livrarias, galeria de arte e agência dos correios. No prédio da Reitoria concentram-se

o Gabinete do Reitor, as Pró-Reitorias e todos os setores da administração central.

Atualmente, conforme divulga site da instituição, a comunidade acadêmica é

formada por mais de 30.000 estudantes, 3.062 servidores técnico-administrativos e

1.638 docentes.

O Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos – NUPLAM, sucessor

da Fundação Universitária do Alimento e Medicamento - FUNAM, foi criado em

30/04/1991 pela portaria nº 567/91- Reitoria /UFRN.

O NUPLAM passou a integrar a Estrutura Orgânica da UFRN, desenvolvendo

basicamente atividades de produção de medicamentos. A partir de 2003 o NUPLAM

iniciou um processo de reestruturação de sua infra-estrutura física e organizacional,

Page 41: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

41

que resultou no aumento da capacidade produtiva com aquisição de máquinas e

equipamentos, ampliação e modernização da área física (atualmente total de área

construída de 7.437 metros quadrados), treinamento e capacitação do quadro

funcional, investindo em pesquisa e tecnologia.

Integra o sistema de Laboratórios Oficiais do Brasil produtores de

medicamentos para o Ministério da Saúde, desde 1972, na época com o nome

NIQUIFAR e como Órgão Suplementar da Universidade vinculado a Faculdade de

Farmácia.

A missão do NUPLAM é: Desenvolver e transferir conhecimento na área

farmacêutica, produzindo medicamentos com qualidade, segurança, eficiência e

eficácia terapêutica, visando o fortalecimento da formação acadêmica e a promoção

da saúde pública.Conta com 78 funcionários além de 15 estagiários nos quais estão

divididos por departamentos conforme demonstra o organograma abaixo com

estrutura organizacional hierárquica do NUPLAM:

Fonte: http://www.nuplam.ufrn.br/estrutura.php

Page 42: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

42

4.2 PERFIS DOS FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS DO NUPLAM

Para detectar a satisfação e o nível de QVT no NUPLAM, se fez necessário

coletar os dados da pesquisa utilizado-se do modelo de questionário de Walton

(1973), com questões fechadas. O instrumento é dividido em duas partes: A

primeira com a finalidade de identificar o perfil dos empregados e, a segunda com o

objetivo de abstrair informações para diagnosticar a qualidade de Vida no Trabalho

para diversos indicadores de QVT (Ver ANEXO A).

A população compreende o quadro de funcionários do Setor de Produção de

Medicamentos Sólidos do NUPLAM, que conta com 20 (vinte) funcionários

terceirizados, contratados pela FUNPEC (Fundação Norte-Rio-Grandense de

Pesquisa e Cultura), nos quais desempenham as seguintes funções: Armazenista,

Auxiliar de Laboratório, Técnico de produção e Revisor. O objetivo é conhecer os

anseios, desejos, motivações e grau de satisfação dos seus funcionários, para que

as suas necessidades sejam conhecidas. Tendo em vista o pequeno número de

funcionários que compõe a população, todos foram pesquisados.

A análise dos dados coletados foi feita de forma descritiva e analítica,

confrontando o referencial teórico sobre Qualidade de Vida no Trabalho e os

resultados encontrados.

Foram avaliadas as variáveis do Modelo de Walton como: condições

adequadas de trabalho, Desenvolvimento das atividades, uso e desenvolvimento de

capacidades, oportunidades de crescimento, segurança, integração social na

organização, constitucionalismo, o trabalho e o espaço total de vida e a relevância

social da vida no trabalho. Inicialmente foi feita uma análise do perfil dos

funcionários que participaram da pesquisa. Estes funcionários foram questionados

quanto ao sexo, idade, estado civil, escolaridade, tempo que faz parte da instituição

e faixa salarial.

Os questionários foram respondidos por homens e mulheres na proporção

demonstrada no gráfico 1. Por se tratar de uma área de produção de medicamentos,

a atividade predominante na fábrica é manipulação de insumos e operação de

máquinas, sendo esta atividade mais adequada a funcionários do sexo masculino,

justificando assim, a predominância de homens na equipe.

Page 43: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

43

40%

60%

FEMININO

MASCULINO

Gráfico 1: Distribuição dos funcionários pelo sexo.

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

O gráfico 2 mostra a distribuição dos funcionários através do sexo e da

idade. É possível observar através do gráfico que esses funcionários em sua maioria

apresentam idades entre 25 e 30 anos de vida, ou seja, funcionários adultos jovens.

0

1

2

3

4

5

6

7

FEMININO MASCULINO

SEXO

18 - 24 25 - 30 31 - 35 36 - 40 acima de 41

Gráfico 2: Faixa etária dos funcionários subdivididos pelo sexo.

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

Quanto ao tema escolaridade, 80% dos funcionários apresentam nível médio

completo, apenas 13,3% apresentam escolaridade com nível fundamental. Em

contra-partida observou-se que 6,6% dos funcionários estão fazendo curso de nível

superior (gráfico 3). Com isso podemos dizer que atualmente vem surgindo um

interesse maior por parte dos funcionários de buscar uma melhor qualificação.

Page 44: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

44

Apesar de uma carga horária de 40 horas semanais, esses funcionários buscam

estudar a noite, vencendo o cansaço gerado no turno de trabalho.

0,00 13,33

80,00

0,006,67

Nível fundamental Nível médio Superior incompleto

Superior completo Pós-graduação

Gráfico 3: Escolaridade dos funcionários

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

Apesar de existir pessoas com diferentes níveis de formação, 100% dos

funcionários estudados apresentaram a mesma faixa salarial, até no máximo 4

salários mínimos.

De acordo com os dados demonstrados no gráfico 4, observa-se que 66%

dos funcionários estão na empresa a no máximo 5 anos, 20% da equipe estudada

apresenta entre 11 e 15 anos de instituição e apenas 7% da equipe está neste

trabalho a mais de 20 anos. No somatório total tem-se 27% dos funcionários que

trabalham a mais de 10 anos e 73% desses funcionários têm menos de 10 anos na

instituição. Com a descrição dos dados conclui-se que a maioria dos funcionários

são considerados novos na instituição, fato este que pode ser associado à faixa

etária predominante da equipe, adultos jovens.

Page 45: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

45

66%7%

20%

0% 7%

0 - 5 anos

6 - 10 anos

11 - 15 anos

16 - 20 anos

acima de 20

Gráfica 4: Tempo em que os funcionários fazem parte da empresa.

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

4.3 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO

4.3.1 Compensação Justa e Adequada

O gráfico 5 traz os resultados dos níveis de satisfação em relação a

remuneração, equidade interna e equidade externa. No tocante ao item

remuneração adequada, aproximadamente 70% do grupo mostrou-se insatisfeito

com o que ganha para executar suas funções.

Em relação à equidade externa procurou-se verificar a percepção do

trabalhador no que se refere à remuneração paga pela empresa, comparada com o

salário praticado no mercado; e o grupo mostrou-se bem dividido quanto aos níveis

de satisfação deste tema.

Já a equidade interna serviu para analisar se os empregados observavam a

diferença salarial interna, e através deste tema foi possível constatar que a maioria

demonstrou insatisfação. Sendo este um fator negativo e, portanto, como gerador

de insatisfação.

Page 46: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

46

12,50%

25%

31,25%

25%

6,25%

12,50%

37,50%

12,50%

31,25%

6,25%

18,75%

25% 25% 25%

6,25%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

Remuneração adequada Equidade interna Equidade externa

muito insatisfeito insatisfeito moderadamente satisfeito satisfeito muito satisfeito

Gráfico 5: Compensação justa e adequada ao trabalho realizado

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

4.3.2 Condições de Trabalho

A variável “condição de trabalho” avalia as condições relevantes no ambiente

de trabalho, analisando desde a jornada e volume de trabalho, a disponibilidade de

materiais para execução do trabalho, o tipo de ambiente e os níveis de estresse, os

dados estão plotados no gráfico 6.

Correlacionando o item remuneração (item 2.1) com as condições de trabalho

pode-se dizer que apesar da insatisfação quanto à remuneração, a totalidade do

grupo encontra-se satisfeito com a jornada de trabalho, tendo em vista que esta é de

40 horas semanais trabalhadas de segunda a sexta. Quando o tema é carga de

trabalho 6,25% do grupo mostrou-se muito insatisfeito, demonstrando sobrecarga,

em contra-partida 61,5% do grupo avaliado demonstrou satisfação quanto à carga

de trabalho e aproximadamente 1/3 dos entrevistados relataram muita satisfação

para este tópico.

Page 47: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

47

Em relação ao tema ambiente físico, disponibilidade de material, ambiente

saudável e nível de estresse, apenas um pequeno percentual demonstra

insatisfação.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Jornada de

trabalho

Carga de

trabalho

Ambiente

físico

Material e

equipamento

Ambiente

saudável

Estresse

muito insatisfeito insatisfeito moderadamente satisfeito satisfeito muito satisfeito

Gráfico 06: Condições de trabalho dos funcionários na instituição

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

4.3.3 Uso e Desenvolvimento de Capacidades

Há 200 anos um profissional poderia passar toda a sua vida útil sem aprender

nada de novo, apenas fazendo o que aprendeu no início da carreira. Hoje isso é

impossível. A globalização fez com que o mercado se tornasse mais complexo e

dinâmico, exigindo das empresas rapidez e eficiência para lidar com as constantes

mudanças, condição essencial para sua sobrevivência (LACERDA, 2009).

Naturalmente essa necessidade se refletiu nos profissionais. Hoje em dia

procura-se profissionais altamente capacitados, que assumem responsabilidades,

tomam decisões e resolvem situações complexas e inusitadas com rapidez e

segurança. Isso não aparece do nada. Somente com constante aperfeiçoamento e

estudo, o profissional consegue as ferramentas necessárias para utilizar em suas

atividades diárias dentro dessas condições. (LACERDA, 2009).

Page 48: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

48

Essa situação exige também uma base cada vez mais multidisciplinar. O

objetivo do profissional atualmente é tentar ser o melhor possível na sua área de

atuação, mas também obter conhecimento em outras áreas, ou mesmo em áreas

afins da sua. Saber muito de sua especialidade e, ao mesmo tempo, um pouco de

tudo.

mui

to in

satis

feito

insa

tisfe

ito

mod

eradam

ente

sat

isfe

ito

satis

feito

mui

to s

atisfe

ito

Autonomia

Signif icado da tarefa

Identif icação na tarefa

Variedade da habilidade

Retroação e retroinformação

Autonomia

Significado da tarefa

Identificação na tarefa

Variedade da habilidade

Retroação e retroinformação

Gráfico 7: Uso e desenvolvimento de capacidades

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

O tópico uso e desenvolvimento de capacidade (gráfico 7) objetiva avaliar as

oportunidades que o profissional tem de aplicar na sua rotina, seu conhecimento,

suas aptidões profissionais através de variáveis como autonomia, entendimento da

tarefa, identificação com a atividade, variedade de habilidades e retroinformação.

As variáveis avaliadas neste item demonstraram uma predominância de

pessoas satisfeitas quanto ao uso e desenvolvimento de suas capacidades. Este

fato pode ser atribuído ao processo de treinamento continuo que a equipe de

produção tem. Apenas para a variável “retroação e retroinformação” houve citação

de insatisfação.

Page 49: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

49

4.3.4 Oportunidades de Crescimento na Empresa

A oportunidade de crescimento está relacionada à política da instituição no

que diz respeito ao desenvolvimento e segurança de seus colaboradores. Pode-se

observar através das ações implementadas pela empresa o quanto a prática

empresarial está de fato em sintonia com a valorização e o respeito de seus

colaboradores.

No tocante a segurança do emprego (gráfico 8) observou-se que a grande

maioria dos colaboradores mostrou-se moderadamente satisfeito e uma pequena

parcela do grupo assumiu que são insatisfeitos. Isso pode ser reflexo da atual

situação de crise em que o país se encontra, gerando insegurança nos

colaboradores quanto à manutenção dos mesmos.

Quando o tema foi crescimento pessoal houve uma predominância de

satisfação entre os colaboradores, no entanto, 6% do grupo mostrou-se muito

insatisfeito.

Quando o tema abordado foi possibilidade de carreira os níveis de

insatisfação realmente se sobressaíram quando somados aos índices de satisfação

moderada. O descontentamento em massa pode ser associado à dificuldade de

crescimento dentro do ambiente de trabalho, tendo em vista que para que se tenha

uma ascensão dentro de uma linha de produção de medicamentos é bastante

complexo, já são que necessários uma quantidade menor de operadores (melhor

salário) e uma grande quantidade de auxiliares de produção.

Page 50: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

50

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Possibilidade de carreira

Crescimento pessoal

Segurança de emprego

muito insatisfeito insatisfeito moderadamente satisfeito satisfeito muito satisfeito

Gráfico 08: Oportunidades de crescimento na empresa

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

4.3.5 Integração Social na Organização

Integração significa unificar componentes heterogêneos de uma forma

sinérgica. Em uma empresa, trata-se de facilitar o acesso à informação, o controle e

fluxo de material, conectando todas as funções e entidades funcionais

heterogêneas. Com isso melhora a comunicação, cooperação e coordenação dentro

da mesma, de forma que ela se comporte como um "todo" integrado, assim como

sua produtividade, flexibilidade e capacidade de gerenciamento de mudança

(Vernadat 1996).

O item senso comunitário visa verificar se o trabalhador sente-se integrado

com a equipe e com a empresa, ou seja, se há um ambiente de trabalho propício

para o desenvolvimento de tarefas em equipe, em que os elementos sentem-se

envolvidos e comprometidos uns com os outros e com os objetivos da empresa.

(ROCHA, 1998).

De acordo com o gráfico 9, 62,5% dos funcionários mostraram-se satisfeitos

quanto ao senso comunitário. Em contra-partida 18,5% desses funcionários não

Page 51: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

51

concordam com a grande maioria, demonstrando insatisfação em relação ao senso

comunitário.

Ao abordar o tema relacionamento tem-se por objetivo verificar como os

trabalhadores percebem o relacionamento existente entre os colegas de trabalho e

entre os subordinados e superiores, além de constatar se há um senso de

comprometimento entre as equipes de trabalho. Para a grande maioria dos

empregados, o clima entre os colegas de trabalho é considerado entre satisfatório e

muito satisfatório, o que vem resultar em um ambiente ideal para desenvolvimento

do trabalho. Não houve relato de insatisfação quanto ao relacionamento entre

funcionários.

Ao abordar o tema igualdade de oportunidade verificou-se que há uma

parcela de 12,5% de funcionários que não considera que existe igualdade de

crescimento, demonstrando assim insatisfação. Já aproximadamente 62% do grupo

estão satisfeitos quanto à igualdade de oportunidade.

0

0

0

2

0

3

4

2

9

10

10

1

4

12

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Igualdade de oportunidade

Relacionamento

Senso comunitário

muito insatisfeito insatisfeito moderadamente satisfeito satisfeito muito satisfeito

Gráfico 9: Integração social na organização

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

Page 52: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

52

4.3.6 Constitucionalismo

Ao abordar este item busca-se verificar a percepção dos trabalhadores quanto

ao cumprimento de seus direitos e deveres por parte da empresa.

No item “normas e rotinas” objetiva-se perceber se foram fornecidas aos

trabalhadores todas as informações necessárias acerca das normas e rotinas da

empresa, para facilitar / sistematizar a rotina profissional na organização. De acordo

com a pesquisa realizada, os funcionários mostraram-se satisfeitos com as normas e

rotinas (gráfico 10). Este fato pode ser atribuído à existência do “sistema da

qualidade” para a industria farmacêutica, onde todas as atividades a serem

realizadas estão descritas em procedimentos operacionais padrão.

Quanto à “liberdade de expressão” o ponto analisado consiste em verificar

como os trabalhadores sentem-se em relação à empresa para contribuir com

sugestões de trabalho, ou seja, perceber se os empregados possuem espaço para

participar da resolução de problemas e melhoria das atividades diárias, através de

sugestões. (ROCHA, 1998).

Através do gráfico 10 é possível visualizar que os funcionários se sentem à

vontade para expressar suas opiniões e a dar sugestões, mas apesar dessa

predominância há um grupo que não considera satisfatória sua liberdade de

expressão. Ainda associado à liberdade de expressão foi abordado o tema

privacidade, onde se observou que o nível de funcionários insatisfeitos praticamente

dobrou quando comparado ao tema liberdade de expressão.

Quando questionados em relação aos direitos trabalhistas o grupo mostrou-se

bastante dividido entre insatisfeitos e satisfeitos, demonstrando que não há uma

definição quanto ao tema abordado.

Page 53: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

53

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Direitos trabalhistas

Privacidade pessoal

Liberdade de expressão

Normas e rotinas

muito insatisfeito insatisfeito moderadamente satisfeito satisfeito muito satisfeito

Gráfico 10: Constitucionalismo

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

4.3.7 Trabalho e Espaço Total de Vida

Na associação “trabalho e espaço total de vida” é fundamental chamar

atenção para a interferência do trabalho na vida pessoal e social dos trabalhadores;

é o que alguns estudiosos chamam de Qualidade de Vida Pessoal, que se encontra

diretamente ligada à Qualidade de Vida no Trabalho, pois o trabalho é influenciado

pela vida particular e social dos empregados e vice-versa. (ROCHA, 1998).

Para esse item foram abordados os temas horários de entrada / saída e papel

balanceado no trabalho. Os resultados estão expostos no gráfico 11. Na abordagem

feita a respeito do horário de entrada e saída no trabalho, a totalidade dos

colaboradores demonstrou satisfação.

O papel balanceado no trabalho busca verificar o equilíbrio existente entre o

trabalho e as demais atividades existentes na vida dos trabalhadores. Em relação a

este tema também não houve relato de insatisfação o que é um sinal positivo, pois

Page 54: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

54

se sabe que, quando existe influência negativa, forma-se um ciclo causador de

insatisfação tanto no trabalho quanto na vida pessoal, o que acaba gerando pouco

rendimento junto à atividade desempenhada.

0,0

00,0

00,0

0

13,33

6,67

60,00

80,00

26,67

13,33

0,0

0

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00

Papel balanceado no

trabalho

Horario de entrada e

saída

muito insatisfeito insatisfeito moderadamente satisfeito satisfeito muito satisfeito

Gráfico 11: Trabalho e espaço total de vida

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

4.3.8 Relevância Social da Vida no Trabalho

O item “relevância social” procura verificar como os trabalhadores percebem a

empresa em relação à comunidade local e ao mercado nacional.

Foram abordados junto aos funcionários os temas de responsabilidade

social e imagem da instituição (gráfico 12). No conjunto global observa-se uma

predominância de satisfação dos funcionários com a imagem da empresa e sua

responsabilidade social. Apenas na responsabilidade social pelos funcionários

ocorreu nível de insatisfação.

Page 55: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

55

0 2 4 6 8 10 12

Imagem da instituição

Responsabilidade social da

empresa

Responsabilidade social

pelos serviços

Responsabilidade social

pelos funcionarios

muito insatisfeito insatisfeito moderadamente satisfeito satisfeito muito satisfeito

Gráfico 12: Relevância social da vida no trabalho

Fonte: Pesquisa de campo / 2009

Page 56: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

56

CAPITÚLO V – IMPLANTAÇÃO E ANÁLISE DO PROGRAMA DE QVT COM

ATIVIDADES DE LAZER.

5.1 CONHECENDO O PROGRAMA

O objetivo cultural deste estudo foi implantar e avaliar um Programa de QVT

com os funcionários do NUPLAM, no intuito de desenvolver atividades lúdicas e

práticas corporais que contribuíssem para a amenização dos reflexos da jornada de

trabalho no corpo do funcionário e para a melhoria das relações interpessoais no

ambiente de trabalho.

O programa de QVT implantado no NUPLAM foi composto por três fases

divididas em Diagnóstico, Intervenção e Avaliação.

A primeira fase da pesquisa objetivou caracterizar os aspectos que

influenciam na QVT dos funcionários, conforme abordado detalhadamente no

capítulo anterior. Além de traçar o perfil dos profissionais, as questões envolveram a

avaliação dos fatores ambientais, do desenvolvimento das atividades, das relações

interpessoais e a avaliação pessoal.

A sistematização dos dados possibilitou a constatação de que a maior

porcentagem dos funcionários consideram as condições de trabalho boa em relação

a ventilação, iluminação, barulho, adequação do espaço físico, conforto e

segurança.

Em relação à jornada de trabalho, eles informaram que torna-se estressante

às vezes e a maioria dos funcionários dos setores operacionais informaram que se

sentem cansados ou estressados ao final do dia. As outras sensações mencionadas

foram: alívio, bem estar, felicidade, dores, satisfação, realização e tranqüilidade.

De um modo geral os funcionários consideram o ambiente de trabalho

adequado, as condições satisfatórias e a carga de trabalho por vezes extenuantes. A

maior reclamação referiu-se as relações interpessoais.

O questionário possibilitou ainda identificar quais as atividades os

profissionais gostariam de desenvolver. Com base nesses dados, foi estruturado o

planejamento das intervenções do Programa de QVT que consiste na segunda fase

do projeto.

Page 57: Qualidade de Vida No Trabalho - Monografia

57

5.2 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O programa de QVT para o NUPLAM foi estruturado para ser realizado no

período de um mês, com a freqüência de três vezes por semana, e duração de 25

minutos, e ocorreram treze atividades envolvendo dinâmicas, ginástica laboral,

relaxamento, alongamento, eutonia, reflexologia, massagem e meditação. Segue

abaixo descrição detalhada das mesmas:

5.2.1 Dinâmicas

As dinâmicas realizadas com o grupo ocorreram em quatro momentos

distintos, sendo esses uma vez por semana, objetivando uma maior interação entre

os integrantes.

5.2.1.1 Primeira atividade realiza: DINÂMICA DE INTEGRAÇÃO

Objetivo: Oportunizar um maior conhecimento de si mesmo e facilitar melhor relacionamento e integração interpessoal. Material utilizado: Lápis e uma folha de papel em branco para todos os participantes. Descrição da dinâmica: I. Foi explicitado o objetivo e a dinâmica do exercício. II. Em seguida, solicitado que cada um escrevesse, na folha em branco, alguns dados de sua vida, fazendo isso anonimamente e com letra de fôrma, levando para isso seis a sete minutos. III. A seguir, foram recolhidas as as folhas, redistribuindo-as, cabendo a cada qual ler em voz alta a folha que recebeu, uma por uma. IV. Coube ao grupo descobrir de quem era, ou a quem se referia o conteúdo que acabou de ser lido, justificando a indicação da pessoa. V. Após um espaço de discussão sobre alguns aspectos da autobiografia de cada um, seguiu-se os comentários e a avaliação do exercício. *Extraída do livro: “Relações Humanas Interpessoais, nas convivências grupais e comunitárias”, de Silvino José Fritzen, Editora Vozes Endereço eletrônico: [email protected]

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5.2.1.2 Segunda atividade realizada: OUVINDO MÚSICA

Objetivos: a) Despertar a intuição e a criatividade; b) Criar um clima de liberdade que envolve os participantes, unindo-os; c) Proporcionar momentos de relaxamento estimulando a concentração; d) Despertar o senso de liderança. Material Utilizado: Equipamento de som. Música(s) de relaxamento. Processo: I. O grupo ouviu música durante 10 ou 15 minutos; II. Antes de pôr a música, foi orientado que deveriam ouvi-la imaginando uma história encenável; III. A música foi pausada. Foi pedido a cada um que narrasse para todos a história imaginada; IV. As histórias que despertaram maior interesse no grupo foram interpretadas pelos componentes. Foram interpretadas 4 histórias. V. O diretor de cada história foi a pessoa que a mentalizou inicialmente; FONTE: Oficina de Teatro, Olga Reverbel. Série Teatro Educação. Editora Kuarup.

5.2.1.3 Terceira atividade realizada: O TRABALHO EM EQUIPE

Objetivo: Ressaltar a importância do trabalho em equipe. Forma de realização: A aplicação da técnica iniciou-se com as pessoas reunidas em círculo e no centro uma bexiga para cada participante. Cada pessoa encheu a sua bexiga e após amarrá-la, foi dada a proposta de que o grupo deveria mantê-las voando. Então, foi sendo retirados os participantes lentamente, um por vez. O número de bexigas continuou o mesmo, porém o número de pessoas foi sendo reduzido, até chegar ao ponto de não se conseguir mantê-las mais suspensas.

5.2.1.4 Quarta atividade realizada: TÉCNICA DE PENETRAÇÃO

Objetivos:

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a) Vivenciar o desejo de merecer consideração e interesse; b) Sentir a alienação, o isolamento, a solidão, sensação de estar excluído de um grupo. Processo: I. Foram escolhidas cinco pessoas, nas quais foram identificadas como "de dentro" e que ficaram de pé, no centro do grupo, formando um círculo apertado com os braços entrelaçados. II. A seguir, foi escolhida uma pessoa do grupo, identificada como o "intruso" que tinha a função de tentar penetrar no círculo da maneira que puder, enquanto os componentes do círculo fazia de tudo para conservá-la fora; III. O "intruso" tentava abrir o círculo e tomava seu lugar ao lado dos outros como um membro regular, podendo o animador indicar outro membro como "intruso", já que essa atividade costuma despertar grande empatia; IV. No final do exercício, os "intrusos" e os outros membros, que funcionaram como observadores fizeram os comentários acerca da experiência. Nos comentários, foi frisado que seria importante observar se os "intrusos" tentaram penetrar usando a força ou o diálogo. FONTE: Exercícios Práticos de Dinâmica de Grupo, Silvino José Fritzen. 10ª edição. 2º volume, Editora Vozes, 1987. Petrópolis, RJ

5.2.2 Ginástica Laboral:

A ginástica laboral consiste na movimentação dos músculos do corpo que são

mais tencionadas durante a execução da rotina do trabalho. No grupo do NUPLAM,

procurou-se não focalizar partes específicas do corpo, mas trabalhar o indivíduo em

sua totalidade, uma vez que se encontravam reunidos pessoas que desempenham

funções diferentes no setor.

As atividades escolhidas para serem desenvolvidas foram tiradas da

Ginástica Laboral oriental, na qual engloba movimentos que imitam animais e são

baseados em exercícios da Medicina Tradicional Chinesa, do Tai Chi Chuan Yang

Tradicional, do Chi Kung (exercícios terapêuticos) e do Pa Tuan Chin. Tais

exercícios, abrange a pessoa por completo, envolvendo movimento, postura,

respiração, visualização de imagens, pretendendo com isso, resolver, além dos

problemas físicos, os psicológicos, como estresse, nervosismo, falta de atenção e

alterações de humor.

5.2.2.1 Primeira Atividade realizada: EXERCÍCIO DO GANSO

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Foi orientada aos participantes a realização de quatro séries do seguinte exercício,

inspirando o ar nos movimentos expansivos e soltando-o nos movimentos de

recolhimento:

I. Flexionar levemente os joelhos

II. Fechar os punhos na frente do corpo, na linha da barriga

III. Girar os braços sobre o corpo, concentrando o peso em uma das pernas

IV. Fazer a mesma coisa do outro lado

5.2.2.2 Segunda atividade realizada: EXERCÍCIO DA GARÇA

Foi orientada aos participantes a realização de três séries do seguinte exercício,

inspirando o ar nos movimentos expansivos e soltando-o nos movimentos de

recolhimento:

I. Elevar os braços à frente e ficar na ponta dos pés

II. Flexionar os joelhos e procurar equilibrar o corpo

III. Colocar as mãos no chão, palma sobre palma

IV. Esticar os joelhos, mantendo as mãos no chão

V. Desenrolar o corpo, levando os braços para a frente do corpo

VI. Levar as mãos ao peito, juntando os cotovelos na frente do corpo

VII. Esticar os braços para frente

VIII. Esticar o corpo para cima, sem subir na ponta dos pés

IX. Puxar os cotovelos para trás, como se estivesse espreguiçando

X. Esticar os braços ao lado do corpo

5.2.3 Relaxamento:

O relaxamento, por se tratar de uma atividade mais suave, propiciou o

ambiente em que os participantes puderam esquecer um pouco o seu momento de

trabalho, liberar suas tensões e, em seguida voltarem revigorados para suas

atividades diárias.

O exercício de relaxamento trabalhado foi desenvolvido pelo massoterapeuta

Rui Santiago, extraída do site http://www.ruisantiago.com/Docs/Relaxamento.pdf:

Respiração:

I. Fechar os olhos para não se distrair facilmente e se necessário usar „ear-

plugs‟ no caso de existir ruído.

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II. Inspirar pelo nariz e expire pela boca

II. Vagarosamente contar até 5 enquanto inspira, “1 e 2 e 3 e 4 e 5”.

Repetir isto enquanto expira. Ajuda a regular e abranda o ritmo respiratório.

Assim que o ritmo respiratório se tornar calmo e sereno avançar para a próxima

fase.

Músculos:

Para ajudar a concentrar-se em como se sentem os músculos, deve-se fazê-lo por

áreas.

I. Começando pelos pés, concentrar-se em como eles se sentem. Deixá-los

relaxados, imaginar que não os consegue mover por serem muito pesados. Sentir o

peso e o conforto repetindo “pesado e confortável”.

II. Fazer o mesmo com as pernas, as coxas, subindo para as ancas, barriga,

costas, mãos, braços, pescoço e finalmente a face.

III. Concentrar-se em cada área do corpo à vez. Após a face concentrar-se no

corpo todo, como se sente pesado e confortável e a tensão vai desaparecendo.

Imaginação:

Se deitar no colchonete com os olhos fechados, respiração lenta e regular e

apreciando o conforto e peso do corpo. Agora é o momento para afastar as

ansiedades e preocupações da mente de uma destas maneiras:

I. Imaginar uma flor branca num fundo preto. Reparar em cada pormenor

dessa flor, cada pétala, o seu contorno... Imaginar o seu cheiro. Se a mente começar

a divagar, traga-a de volta à flor.

II. Relembrar um momento da sua vida que associe com alegria, tranquilidade,

paz e conforto. Deverá ser uma memória específica como estando deitado(a) na

areia da praia, em férias, a gozar o sol e descanso. Imaginar-se de volta a esse

momento. Procurar sentir novamente essa sensação, o conforto, a descontração,

sem nenhuma preocupação de nada que se passe no mundo ou na vida.

Terminal:

Quando se sentir suficientemente relaxado (a) e tranquilo (a), abrir os olhos e

alongar os músculos do corpo.

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5.2.4 Alongamento:

Da mesma forma, que o exercício anterior, o exercício de alongamento

possibilitou aos integrantes do grupo um momento de relaxamento bem como a

movimentação de cada parte do corpo, com o intuito de se eliminar as dores ou

possíveis incômodos que pudessem atrapalhar sua jornada de trabalho.

Seqüência de alongamentos:

a) Sentar-se como Buda

b) Realizar o exercício da Borboleta

c) Sentar-se no chão com os glúteos contra a parede, com os joelhos

flexionados e afastados . Plantas dos pés juntas. Segurar os pés e puxá-los o

mais próximo possível da virilha. Dar a intenção dos cotovelos no chão.

d) Sentar-se no solo com um joelho estendido e outro flexionado, com o

calcanhar tocando a parte interna da outra coxa. Colocar a parte externa da

coxa e do gastrocnêmio da perna flexionada contra o solo. Respirar e soltar o

ar.

e) Pernas separadas, mãos atrás, coluna ereta. Puxe o topo da cabeça para

cima. Postura do sapo: Agachar com os pés planos no solo, a

aproximadamente 30 centímetros de distância um do outro, e os dedos dos

pés ligeiramente voltados para a lateral. Colocar os cotovelos nas coxas,

expirar e empurrar as pernas para a lateral com os cotovelos. Transferir o

peso de uma perna para outra, bem em baixo

f) Deitar em decúbito dorsal, flexionar os joelhos e deslizar os pés na direção

dos glúteos. Segurar a parte posterior das coxas para evitar a hiperflexão dos

joelhos.

g) Sentar no solo com as mãos atrás do quadril e os joelhos estendidos.

Cruzar o pé esquerdo sobre a perna direita e deslize o calcâneo na direção

dos glúteos. Colocar o cotovelo direito na lateral de seu joelho esquerdo.

h) Em pé, a 30 centímetros da parede, com os calcâneos paralelos. Expirar,

inclinar o tronco a frente e tocar os dedos dos pés.

.

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i) Em pé, se apoiar em alguma superfície para manter o equilíbrio. Flexionar um

joelho e elevar o calcâneo até o glúteo. Flexionar ligeiramente o joelho da

perna de apoio e segurar o pé contrário, que está elevado, com a mão oposta

a do apoio. Puxá-lo em direção ao glúteo sem comprimir o joelho que estará

cruzado em relação ao de apoio.

j) Em pé, com os pés juntos a aproximadamente um metro de uma superfície

de apoio mais ou menos na altura entre o quadril e o ombro, colocar os braços

acima da cabeça. Mantendo os cotovelos e joelhos estendidos, inclinar o tronco

a frente, mantendo a coluna em linha reta, e segurar a superfície de apoio com

as mãos.

5.2.5 Reflexologia:

A reflexologia baseia-se no principio de que existem áreas, ou pontos reflexos

que correspondem a cada orgão, glândula e estrutura no corpo, e ao trabalhar

nesses reflexos, é reduzida a tensão nele. A energia está sempre fluindo através de

canais ou zonas no corpo, que terminam formando os pontos reflexos na íris do

olho, na orelha, nas mãos e nos pés.

Como as zonas reflexas dos pés são mais fáceis de localizar, porque cobrem

uma área maior e são mais específicas, tornando mais fácil trabalhar com elas, foi

escolhida essa área para nossa atividade.

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Após a apresentação do Mapa dos pontos reflexos dos pés, os participantes

conheceram onde cada órgão estava ali representado, e divididos em duplas, cada

um, foi orientado a fazer no colega aplicação de pressões e deslizamentos

específicos em cada ponto.

Figura 10: Mapa dos pontos reflexos dos pés

Fonte: http://www.sensiart.com/Paginas/Massagem/Reflexologia_Mapa.htm

5.2.6 Massagem:

A massagem e as técnicas com exercícios físicos e sensoriais estimulam a

reestruturação corporal consciente e orientam a livre movimentação dos impulsos

internos. Além de ser aprendida através da leitura de um corpo teórico, a massagem

também nos possibilita conhecê-la através do experimentar, do fazer, do refazer

para que se possa apropriar de um aprendizado que é individualizado, pessoal e não

padronizado. Nesse processo, a informação orienta e sugere, mas é no exercício e

na prática que ela se torna conhecimento e aprendizado.

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Para essa atividade optou-se fazer uso da auto-massagem, considerando que

o grupo é formado por colegas de trabalho composto por homens e mulheres.

Os exercícios escolhidos para a atividade com o grupo, foram extraídos do

site http://www.senado.gov.br/sf/senado/portaldoservidor/jornal/jornal64/imagens/

automassagem.pdf, inspirados no livro Curso de Massagem Oriental, de Armando S.

B. Austregésilo:

5.2.6.1 Seqüência de Auto-massagem:

I. Sentar confortavelmente, com as costas eretas. Respirar calmamente

procurando focar sua atenção em si mesmo. Esfregar as mãos e tocar o rosto

massageando a mandíbula.

Figura 11: Posição de auto-massagem nº 1

Fonte: http://www.senado.gov.br/sf/senado/portaldoservidor/jornal/jornal64/imagens/automassagem.pdf

II. Com os dedos indicadores, acompanhar o desenho interno das orelhas,

tampando os ouvidos no final (por cerca de 10 segundos).

III. Deslizar os oito dedos (exceto os polegares) pela testa, quatro de cada lado

finalizando o movimento com uma fricção circular na região das têmporas

IV. Pressionar o canto interno dos olhos.

V. Em seguida, pressionar o canto externo da órbita ocular.

VI. Fazer a mesma pressão no ponto entre as sobrancelhas.

VII. Pressionar os cantos externos das sobrancelhas. Para terminar o

movimento, fechar os olhos e massagear suavemente os globos oculares,

exercendo uma pressão leve sobre as pálpebras.

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VIII. Deslizar as mãos pelas laterais do nariz saindo pela maçã do rosto.

IX. No topo da cabeça, com a polpa dos dedos, friccionar o couro cabeludo.

X. Como se estivesse tocando piano, dar pequenas batidinhas com as pontas

dos dedos no couro cabeludo.

XI. Usar os polegares para pressionar os pontos logo abaixo da caixa craniana,

acima dos músculos que ladeiam a coluna vertebral.

XII. Atentar para a nuca e ombros: prender os músculos da nuca como se suas

mãos fossem duas pinças descendo da cabeça para baixo e para os lados até

chegar aos ombros.

XIII. Com a mão direita, pinçar o ombro esquerdo enquanto gira o ombro 360

graus. Repita do outro lado da mesma forma.

XIV. Para as costas e a coluna: elevar os braços e dobre-os para trás,

caminhando com as mãos para baixo (partindo dos ombros) em direção à cintura.

XV. Unir as mãos às costas, posicionando uma das mãos por baixo e a outra por

cima. Flexione o tronco para frente expirando. Repitir o exercício trocando a posição

das mãos.

XVI. Para massagear a região sacral, deitar de costas e, com as pernas

flexionadas, mexer a base da coluna como se fosse um mata-borrão, para cima e

para baixo (imagem b), e lateralmente, deitando as pernas até tocar os joelhos no

chão (imagem c). Fazer o mesmo do outro lado.

XVII. Ainda deitada (o), segurar os joelhos com as mãos e aproximá-los do

tronco, soltando o ar. Observar o toque de cada vértebra da coluna no chão. Isso

alonga a região lombar.

XVIII. Com as pernas flexionadas e os pés no chão, elevar e abaixar o quadril

lentamente (soltar o ar ao elevá-lo).

XIX. Para alongar a coluna cervical ficar deitado, com as pernas esticadas e

elevar apenas a cabeça do chão, girando-a lentamente para um lado e para o outro.

Soltar o ar ao abaixá-la, também suavemente.

XX. Flexionar novamente as pernas, respirar em ritmo calmo e profundo e

massagear com a ponta dos dedos toda a extensão abdominal, subindo pela direita,

atravessando para a esquerda e descendo. Repitir a seqüência três vezes e com a

musculatura abdominal relaxada.

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XXI. Escolher oito pontos em volta do umbigo, como se fosse traçar duas

cruzes, e pressioná-los no sentido horário (para intestinos normais ou presos) e no

sentido anti-horário (para intestinos soltos).

XXII. Massagear com a ponta dos dedos os espaços intercostais.

XXIII. Sentar. Para liberar a tensão dos braços, iniciar dando pequenos

soquinhos com a mão fechada no braço oposto. Comece a partir do ombro até a

mão (que deve estar com a palma para cima). Voltar percutindo com a palma da

mão para baixo, na face externa do braço até o ombro. Atenção: tocar as

articulações com cuidado. Terminar deslizando e friccionando ligeiramente o braço e

o antebraço.

XXIV. Atritar bem as palmas e o dorso das mesmas.

XXV. Cuidar dos dedos, pressionando e massageando cada um deles desde a

articulação até a extremidade.

XXVI. Deitado de costas, unir as solas dos pés e afastar os joelhos o máximo que

conseguir. Relaxar a musculatura pélvica massageando atentamente toda a região

(músculos, ossos, tendões) e observar dores e desconfortos.

XXVII. Sentado e, ainda com os pés unidos e joelhos afastados, massagear a

curvatura dos pés.

XXVIII. Na mesma posição, dar pequenos soquinhos na parte interna da perna e

da coxa obedecendo sempre essa direção: dos pés para o quadril. Repitir algumas

vezes.

XXIX. Juntar os joelhos, deixando as pernas flexionadas e os pés no chão e fazer

a percussão agora pelo lado externo da coxa e da perna, começando de cima para

baixo, isto é, do quadril para o pé. Repitir algumas vezes. (Tocar atentamente os

joelhos e os tornozelos).

XXX. Terminar a auto-massagem caprichando no relaxamento dos pés. Primeiro,

com os polegares, massageiando bem a sola de um dos pés. Em seguida, dar

suaves batidinhas com a mão fechada sobre o calcanhar e, depois, com a palma

das mão, deslizar por toda a sola. Fazer o mesmo no outro pé.

XXXI. Com os polegares pressionar toda a área, em seguida cuidar de cada dedo

como feito com os das mãos e terminar deslizando a mão por todo o pé (dorso e

sola). Repitir o mesmo no outro pé. .

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5.2.7 Meditação:

A meditação propôs que o grupo voltasse a olhar para si, possibilitando o seu

auto-conhecimento. Nesse momento foram utilizados os exercícios de respiração,

músicas suaves, e imagens que incitassem a reflexão individual. Foi proposto ao

grupo o seguinte exercício:

I. Escolha uma posição confortável (de preferência sem se deitar) e

permaneça imóvel, apenas acompanhando sua respiração - sem interferir com ela,

simplesmente observando-a. Você logo será distraído por muitos pensamentos,

imagens, sons e sensações do seu corpo. Você até mesmo se esquecerá de que

está praticando! Não tem importância, isso acontece mesmo. Volte a acompanhar a

sua respiração tantas vezes quantas forem necessárias. E, principalmente, não tente

impedir que seus pensamentos ou a distração aconteça, não tente se concentrar,

nem conversar com Deus ou imaginar luzes douradas, pois meditação não é um

fazer, não é esforço. Também não é necessário que você converse internamente

consigo mesmo, comente ou avalie sua experiência. Apenas entregue-se à sua

respiração e permita que essa seja uma experiência sem palavras. Após alguns dias

de prática desse exercício (de 15 a 30 minutos por dia), experimente observar

também a sua mente - o incessante tráfego de pensamentos, imagens, lembranças,

fantasias... Apenas observe sem se envolver. Tudo isso é, no mínimo, curioso e

divertido.

5.2.8 Eutonia:

A eutonia consiste na movimentação dos músculos do corpo com o mínimo

gasto de energia possível. Nesse exercício, todos os órgãos são trabalhados como

uma unidade, acarretando a harmonia e o equilíbrio do corpo.

Após explicação sobre o tema, com o auxílio de bolinhas de pingue pongue,

os participantes foram estimulados a utilizar suas percepções sensoriais e o

funcionamento do seu próprio corpo, ao som de músicas relaxantes.

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5.3 RESULTADOS ALCANÇADOS

Inicialmente o grupo era composto por 20 funcionários, divididos em dois

grupos. No entanto, no decorrer das atividades, percebeu-se uma evasão dos

funcionários do sexo masculino. Diante disso, surgiu a necessidade de integrar os

dois grupos. Ao término do programa, 15 pessoas participavam, sendo que dessas,

nove participavam ativamente.

Ao longo do programa, buscou-se avaliar continuamente as atividades, no

intuito de verificar se os objetivos propostos estavam sendo atingidos. Para tanto,

utilizou-se a observação participante e um registro das atividades em um diário de

campo.

Constatou-se que a maioria dos integrantes esforçava-se em participar das

atividades e desenvolvê-las de forma adequadas. Alguns funcionários nunca haviam

participado de atividades como meditação e eutonia. No entanto, isto não apresenta

um obstáculo intransponível, pois eles demonstraram curiosidade, interesse e

vontade de desenvolver.

Durante a realização das atividades, formou-se uma atmosfera de

entusiasmo, descontração e satisfação.

A avaliação constitui a última fase do projeto e além da avaliação continuada,

foi realizada uma avaliação final (Ver ANEXO B), por meio de uma entrevista com os

funcionários que participaram de, no mínimo 50% das atividades, que correspondeu

a 15 pessoas, sendo 8 homens e 7 mulheres.

Buscou-se identificar quais atividades os funcionários se identificaram mais.

Conforme pode ser observado no gráfico 01, a atividades que eles mais gostaram foi

o relaxamento, seguido das dinâmicas.

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Gráfico 13: Atividades Preferidas

Fonte: Pesquisa de Campo

Ao serem questionados sobre o que gostaram nas atividades, os funcionários

mencionaram que: o tempo passou mais rápido; que ajudou a relaxar; que amenizou

o estresse; reduziu as dores nas costas; diminui as tensões do dia a dia; conheceu

melhor os colegas; aprendeu a sentir a valorizar a respiração; aprendeu a sentir o

corpo; que tornou-se mais disposto para o trabalho; sendo bom para saúde e uma

forma de distração.

Os funcionários consideraram que o programa contribui para a melhoria da

QVT, sendo que um participante afirmou que o tempo não foi satisfatório. Contribui

sobretudo para a melhoria do relacionamento entre os funcionários que participaram

das atividades que, embora não possuíam desentendimentos, nunca tinham tido

oportunidade de vivenciar atividades além de profissionais com os outros.

Os benefícios para a QVT mencionados pelos funcionários foram: o

relaxamento; um tempo para o lazer; a melhoria das dores nas costas; melhoria do

desempenho; descontração; bem-estar; disposição; flexibilidade para lidar com as

pessoas; ânimo; motivação e o retorno para casa menos cansado e satisfeito.

Questionou-se ainda se os participantes tinham encontrado alguma

dificuldade em realizar as atividades: nove responderam que não e seis citaram o

exercício da garça (Ginástica Laboral), a meditação, o alongamento e a interferência

do horário no qual eram desenvolvidas. Ao serem questionados sobre o que poderia

ser modificado, eles afirmaram que o horário deveria ser adaptado e que o local no

qual foram realizados as atividades necessita de melhor ventilação e limpeza.

Por fim, questionou-se se o NUPLAM deveria implantar um programa de QVT

e todos os participantes questionaram que sim. Os possíveis benefícios que o

programa traria para empresa, segundo os funcionários, seriam o aperfeiçoamento

dos funcionários, evitaria as DORTS, amenizaria as dores, os funcionários

trabalhariam com mais satisfação, reduziria o estresse, e possibilitaria a integração

entre os funcionários dos diferentes setores.

Diante dos dados obtidos, percebe-se que os funcionários mencionaram

diversos aspectos constatados por diferentes autores. Isso pode ser explicitado pela

afirmação de Silva e De Marchi apud Vasconcelos (2001,28), quando falam que a

adoção de programas de Qualidade de Vida e promoção da saúde proporcionariam

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aos indivíduos maior resistência ao estresse, maior estabilidade emocional, maior

motivação, maior eficiência no trabalho, melhor auto-imagem e melhor

relacionamento.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atividade de lazer no ambiente de trabalho pode ser vista como um

elemento fundamental para a aquisição da felicidade na direção do lúdico, que vai

depender de como o trabalhador passa a ver essas possibilidades, de viver esses

momentos, com criatividade e construção em busca da conquista do seu espaço

além da empresa, mas junto à família e à sociedade. Para Dumazedier (1976, p. 95),

a empresa não pode ser considerada unicamente como um sistema técnico, tendo

que ser também uma organização social.

A compreensão do novo papel social das empresas está voltada para o

desenvolvimento de todas as potencialidades do trabalhador. Nessa pesquisa foi

percebido que a adequação do lazer como uma estratégia informal de recursos

humanos, pode contribuir.para o melhoramento da comunicação, da sociabilidade,

da vivência em grupo, entre outros benefícios.

A implantação das atividades de lazer no NUPLAM, representou um desafio

para o profissional em formação, no que se refere as dificuldades encontradas para

manter um grupo e desenvolver atividades proveitosas para todos os envolvidos. No

entanto, os objetivos propostos foram atingidos.

O programa contribuiu para amenizar os reflexos da jornada de trabalho

possibilitando momentos de descontração, relaxamento, reflexão, um tempo para

perceber a si e perceber o outro.

Contribuiu para dissolver as barreiras criadas entre os funcionários pela

estrutura organizacional. Certamente o maior benefício do programa de QVT, para

os funcionários envolvidos, foi a melhoria das relações interpessoais, o

desenvolvimento desse projeto foi uma experiência enriquecedora e demonstrou que

esse é um campo de atuação no qual o profissional de qualidade de vida deve

investir.

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73

REFERÊNCIAS

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VIEIRA, Adriane. A qualidade de vida e o controle de qualidade total. Florianópolis: Insular, 1996. WALTON, Richard. Quality of working life: What is it? Sloan management Review, v.15, n.1, p. 11-21, 1973.

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ANEXO A – QUESTIONÁRIO INICIAL DE AVALIAÇÃO

___________________________________________________________________

Programa de Qualidade de Vida no Trabalho – NUPLAM

Questionário

Esta pesquisa está sendo desenvolvida pelos alunos do Curso Superior de Tecnologia em Lazer e Qualidade de

Vida do CEFET-RN e objetiva realizar uma intervenção de qualidade de vida no trabalho com os funcionários

do NUPLAM. Com base neste questionário, pretende-se realizar o diagnóstico das condições de trabalho e captar

as percepções dos funcionários quanto as suas necessidade.

Identificação Pessoal

1. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade: ( ) 20-25 anos ( ) 26-30 anos ( ) 31-35 anos

( ) 36-40 anos ( ) 41-45 anos ( ) Maior que 45 anos

3. Estado civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) divorciado ( ) viúvo

4. Escolaridade: ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior

( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado

( ) Outros

5. Tempo de serviço nesta empresa:

( ) menos de 3 meses ( ) de 4 a 12 meses ( ) de 1 a 2 anos

( ) de 2 a 5 anos ( ) de 5 a 10 anos ( ) mais de 10 anos

6. Carga horária semanal:

( ) até 20horas ( ) de 21-30horas ( ) de 31-39horas

( ) 40 horas ou mais ( ) variável

Ambiente de trabalho

7. Como você avalia as condições de trabalho, quanto à ventilação, iluminação e barulho?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

8. Como você avalia as condições de trabalho, quanto à adequação do espaço físico e quanto ao conforto para

desenvolver suas atividades?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

9. Como você avalia as condições de trabalho, quanto à manipulação de equipamentos e substâncias perigosas e

quanto à segurança?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

Desenvolvimento das atividades

10. Sua jornada de trabalho é cansativa ou estressante?

( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Ás vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

11. O que torna o seu trabalho cansativo ou estressante?

______________________________________________________________________

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12. Seu intervalo de almoço ou lanche é suficiente para a satisfação de suas necessidades e não prejudica em

nada seu trabalho?

( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Ás vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

13. Como você avalia a quantidade de trabalho exigido do seu cargo?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

14. Ao final da jornada de trabalho, como você se sente geralmente?

______________________________________________________________________

Relações Interpessoais

15. Como você avalia as informações recebidas sobre o seu desempenho, por parte do chefia?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

16. Como você avalia o seu relacionamento com a chefia?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

17. Como você avalia o seu relacionamento com os demais colegas?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

18. Como você considera o nível de comprometimento e colaboração no ambiente de trabalho?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

Análise Pessoal

19.Como você avalia as oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional e pessoal?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

20. Como você avalia a sua realização pessoal no trabalho?

( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo

21. Seu trabalho é muito importante pra você?

( ) Muito ( ) Bastante ( ) Mais ou menos ( ) Pouco ( ) Nada

22. O trabalho que você desenvolve permite a utilização de seu conhecimento, experiência e habilidades?

( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Ás vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

23. O seu trabalho influencia ou prejudica sua vida familiar?

( ) Muito ( ) Bastante ( ) Mais ou menos ( ) Pouco ( ) Nada

24. Fora de seu trabalho, você tem tempo disponível para lazer?

( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Ás vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

25. Indique uma palavra-chave que para você represente Qualidade de Vida no Trabalho (Q.V.T.).

______________________________________________________________

26. Indique duas atividades que você gostaria de desenvolver em conjunto com as profissionais de Lazer e

Qualidade de Vida durante o Programa de Q.V.T no NUPLAM?

( ) Relaxamento ( ) Massagem ( ) Ginástica laboral ( ) Dinâmicas

( ) Jogos lúdicos ( ) Festas ( ) Cinema ( ) Passeios

Agradecemos a sua disposição e colaboração.

Muito obrigada!

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ANEXO B – QUESTIONÁRIO INICIAL DE AVALIAÇÃO