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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Campus Praça XI
QUALIDADE DE PRODUTOS E PROCESSOS
Professor: José Gonçalves Cruz
Alunos:
Thiago Goulart
200801024806
Víctor Teixeira
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Trabalho acadêmico da disciplina Qualidade de Produtos e Processos,
entregue como a segunda avaliação do semestre 2012.02.
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SUMÁRIO
1 – Qualidade 1.1 –Conceitos 04
1.2 -Mudança nas organizações 07 1.3 - Qualidade total 09
2 – Conceitos básicos de qualidade
2.1 - Processo e Produto 11 2.2 - Clientes, colaboradores e parceiros 16
2.3 - Valor agregado, atributos tangíveis e melhoria continua 18 2.4 - Indicadores e medição de qualidade 23
3 – Gestão da qualidade total
3.1 - Delineamento do processo 36 3.2 - Detecção de problemas e melhoria 45 3.3 - Análise – causa e efeito 48
3.4 - Reestruturação e controle 51
4 – Qualidade aplicada ao processo de Design 4.1 - Atributos do consumidor 58
4.2 - Formulário de requisitos 61 4.3 – Planejamento 64
4.4 - Implantação e Monitoramento 69
BIBLIOGRAFIA 74
1 – QUALIDADE
1.1 – Conceito
Talvez a melhor das definições, por ser a mais ampla e aplicável a uma
variedade de situações é a de que “Qualidade é a adequação ao uso”. Pode-se
aplicá-la, seja a situações do cotidiano, quanto a situações mais específicas, como,
por exemplo, num processo de fabricação.
A qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de duas ópticas: a do
produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à
concepção e produção de um produto que vá ao encontro das necessidades do
cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à
utilidade reconhecidas ao produto, estando em alguns casos ligada ao preço.
Do ponto de vista dos clientes, a qualidade não é unidimensional. Quer dizer,
os clientes não avaliam um produto tendo em conta apenas uma das suas
características, mas várias. Por exemplo, a sua dimensão, cor, durabilidade, design,
funções que desempenha etc. Assim, a qualidade é um conceito multidimensional. A
qualidade tem muitas dimensões e é por isso mais difícil de definir. De tal forma,
que pode ser difícil até para o cliente exprimir o que considera um produto de
qualidade.
O cliente não avalia se um produto e ou serviço possuem qualidade apenas
pelo preço, ou por determinada característica, pelo contrário, a qualidade é
determinada quando o produto e ou serviço atingem a expectativa do cliente. A
definição de qualidade deve sempre estar relacionada com a satisfação do cliente.
Do ponto de vista da empresa, contudo, se o objetivo é oferecer produtos e
serviços (realmente) de qualidade, o conceito não pode ser deixado ao acaso. Tem
de ser definido de forma clara e objetiva. Isso significa que a empresa deve apurar
quais são as necessidades dos clientes e, em função destas, definir os requisitos de
qualidade do produto. Os requisitos são definidos em termos de variáveis como:
comprimento, largura, altura, peso, cor, resistência, durabilidade, funções
desempenhadas, tempo de entrega, simpatia de quem atende ao cliente, rapidez do
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atendimento, eficácia do serviço, etc. Cada requisito é em seguida quantificado, a
fim de que a qualidade possa ser interpretada por todos (empresa, trabalhadores,
gestores e clientes) exatamente da mesma maneira. Os produtos devem exibir
esses requisitos, a publicidade se faz em torno desses requisitos (e não de outros), o
controle de qualidade visa assegurar que esses requisitos estão presentes no
produto, a medição da satisfação se faz para apurar em que medida esses requisitos
estão presentes e em que medida vão realmente ao encontro das necessidades.
Todo o funcionamento da "empresa de qualidade" gira em torno da oferta do
conceito de qualidade que foi definido.
Controle da qualidade, garantia da qualidade e gestão da qualidade são
conceitos relacionados com o de qualidade na indústria e serviços. Os conceitos são
usados em várias áreas, inclusive qualidade de software. Gestão da qualidade é o
processo de conceber, controlar e melhorar os processos da empresa quer sejam
processos de gestão, de produção, de marketing, de gestão de pessoal, de
faturação, de cobrança ou outros. A gestão da qualidade envolve a concepção dos
processos e dos produtos/serviços, envolve a melhoria dos processos e o controle de
qualidade. Garantia da qualidade são as ações tomadas para redução de defeitos.
Controle da qualidade são as ações relacionadas com a medição da qualidade, para
diagnosticar se os requisitos estão a ser respeitados e se os objetivos da empresa
estão a ser atingidos.
Existem diversas definições para o termo qualidade: seja no trabalho, em
casa, na produção de bens ou na prestação de serviços. Enfim, em qualquer
atividade humana, a qualidade é essencial. Para isso, coordena de forma tal todo o
processo produtivo desde o projeto do produto até a sua chegada ao mercado
consumidor. Finalmente, a ênfase volta-se para o gerenciamento estratégico da
qualidade, no qual a preocupação maior é poder concorrer num determinado
mercado, buscando-se não só satisfazer as necessidades do consumidor, mas
também as do próprio mercado. A metodologia que vai dar sustentação a essa nova
mentalidade baseia-se no planejamento estratégico, no qual sob a liderança da
direção, todos na empresa passam a ter a oportunidade de serem também agentes
da qualidade.
Levando-se em consideração o conceito de produto total é imprescindível que
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a qualidade seja apreendida tanto de um ponto de vista interno como externo.
Dessa forma, faz-se a seguir uma rápida explanação sobre a qualidade interna e
externa.
Qualidade Interna - na obtenção da qualidade interna faz-se necessário
cumprir algumas etapas, quais sejam: determinar, com a maior precisão possível,
quais são as necessidades, desejos e expectativas dos consumidores; converter
essas características em especificações do desenho; adequar os processos de
produção para cumprir com precisão essas especificações e finalmente estabelecer
normas ou parâmetros de qualidade que permitam controlar a produção no sentido
de que a mesma se ajuste a essas especificações e evitem que se comercializem
produtos que não cumpram com essas normas.
Qualidade Externa - pode ser definida como a forma pela qual se realiza a
prestação do serviço. Significa identificar as características que possui o produto
quando da entrega ao cliente.
Essas características podem ser melhores visualizadas quando se leva em
consideração as dez dimensões da qualidade externa. São elas: aspectos físicos
(aparência de instalações, pessoal, equipes, disposição dos materiais); confiabilidade
(habilidade para realizar o serviço prometido de forma confiável e de acordo com as
normas técnicas); capacidade de resposta (disposição para ajudar o cliente e
oferecer um serviço rápido e a tempo); profissionalidade (posição demonstrada dos
conhecimentos e habilidades que permitem realizar o serviço com eficácia); cortesia
(respeito, consideração e sentido de simpatia e amizade que se demonstra aos
clientes); credibilidade (confiança, fé, honestidade que a empresa projeta no seu
pessoal e nos serviços que presta); seguridade (ausência de danos, riscos,
incertezas); acessibilidade (disponibilidade e facilidade de contato com a empresa e
seus diretores); comunicações (capacidade para manter os clientes informados em
uma linguagem que podem entender e tenham disposição para lhes escutar);
compreensão do usuário (esforços que se realizam para conhecer, com a maior
amplitude possível, as necessidades, desejos e expectativas dos usuários.
Enfim, para que uma empresa ofereça um produto ou serviço de alta
qualidade é de fundamental importância que faça parte de sua filosofia de Marketing
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a adoção do conceito de qualidade interna e externa. Somente dessa forma terá
êxito em longo prazo. Pelo exposto, percebe-se que o conceito de qualidade, sob
essa perspectiva, mostra quão importante é entender que a empresa precisa ter
esse enfoque mais amplo, ou seja, visão interna (preocupada com a qualidade do
produto) e visão externa (mais preocupada com a prestação do serviço ao cliente),
caso queira inserir-se nas novas tendências do mercado e, com isso, alcançar
sobrevivência com o passar do tempo.
Portanto, “Qualidade é um conjunto de características contidas num serviço
que, em conformidade com as especificações, atende e, por vezes, supera as
expectativas dos clientes”; “Qualidade é causar boas surpresas ao cliente,
superando suas expectativas”; “Fazer aquilo que foi combinado com o cliente”;
“Entregar ao cliente o produto ou serviço próprio para o uso”; “Qualidade é também
prestar o serviço no prazo combinado... e sem erros”; “Qualidade é o serviço ou o
produto adequado ao uso. sempre que um cliente fica satisfeito com o produto ou
serviço, a qualidade foi alcançada”; “Qualidade no atendimento é conquistar a
confiança do cliente! É perceber a satisfação natural de que é atendido”. Sob esse
aspecto de variação de significado, primeiramente o gerente da produção adjunto
dos demais devem analisar o que é para qualidade para cada um e no contexto
geral, para sempre focar na necessidade dos clientes, pois qualidade tem um
significado diferenciado para cada grupo de pessoas.
1.2 – Mudança nas Organizações
Inseridas em um ambiente cada vez mais competitivo, as organizações são
pressionadas a efetuarem mudanças estratégicas em ritmo acelerado. Geralmente
supõe-se que tais mudanças podem ser realizadas conforme as intenções e as
expectativas dos dirigentes, o que pode obscurecer elementos essenciais à
compreensão de como elas realmente se desenvolvem. A transformação
organizacional deve ser vislumbrada, portanto, além do pressuposto de escolha e
planejamento, à medida que fatores de natureza política, cultural e ambiental,
dentre outros, também interferem na sua definição e implementação. Analisa-se
ainda a mudança estratégia na ótica da teoria institucional, constituindo-se a partir
daí a base para a elaboração de um modelo de mudança organizacional.
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Competitividade constitui o foco as preocupações empresariais neste final de
século. Neste contexto, a mudança organizacional configura-se não como
fenômeno excepcional, mas como rotina, muitas vezes de difícil assimilação, no
universo organizacional.
O pressuposto adotado em grande parte dos processos de mudança é o de
que a transformação organizacional pode ser administrada, isto é, conduzida
segundo as intenções e expectativas dos líderes formais. Tal pressuposto,
característico de quem adota a postura voluntarista, pode obscurecer aspectos
fundamentais ao entendimento de como se processa a mudança.
O estabelecimento de estratégias de mudança planejada interfere, ainda,
fatores de natureza cognitiva. Os vieses cognitivos, a percepção do que se entende
como ambiente concorrencial e, em sentido mais amplo, o próprio modo de
interpretar a realidade, delimitado por valores e crenças compartilhados na
organização, influem tanto na constatação da necessidade de mudança como no
modo de conduzi-la.
Finalmente, procura-se demonstrar o inter-relacionamento entre esquemas
interpretativos e contexto institucional de referência da organização. Tal
encadeamento pretende servir de base para estabelecer um modelo de mudança
organizacional em que se considera tanto aspectos de natureza cognitiva quanto de
natureza institucional.
O dinamismo do ambiente competitivo, das exigências dos consumidores, e
mesmo das normas e regulamentações, impõe às empresas pressões para melhoria
constante da qualidade dos produtos existentes. Assim, a capacidade para conseguir
manter os produtos atualizados, frente às exigências do ambiente econômico e
tecnológico, tem-se tornado uma importante fonte de vantagem competitiva.
O desempenho nessa área depende da capacidade das empresas para gerir o
processo de desenvolvimento e de aperfeiçoamento dos produtos e interagir com o
mercado e com as fontes de inovação tecnológica. Essa mudança se dá em
parâmetros e dimensões que compõem a qualidade total do produto, e representa
modificações que aumentam o seu valor.
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O mercado não é mais o mesmo, está mudando como resultado de avanços
tecnológicos, globalização e desregulamentação, que têm criado novos
comportamentos e desafios.
Os clientes estão exigindo cada vez mais qualidade e serviços superiores,
além de alguma customização. Eles percebem menos diferenças reais entre produtos
e mostram menos fidelidade a marcas. Eles também podem obter muitas
informações sobre produtos por meio da internet e de outras fontes, o que permite
que comprem de maneira mais racional. Os clientes estão mostrando maior
sensibilidade em relação ao preço em sua busca por valor.
1.3 – Qualidade Total
A pressão dos clientes por produtos cada vez melhores motivada pela
globalização, levaram as empresas a se moverem para atender às expectativas de
seus clientes sem se desviar ainda da pressão quanto à redução dos custos para se
chegar a preços mais acessíveis.
É neste contexto globalizado que a qualidade começa a se destacar e ser
tratada como estratégia para esta competição. A Qualidade Total assim surge com a
proposta de que a empresa é um organismo complexo e todos os seus componentes
têm que atingir bons padrões, incluindo a exigência pela qualidade nos
serviços/produtos da empresa considerando ainda todos os clientes, internos e
externos.
“As grandes empresas se empenham na implementação de programas de
qualidade total, cujos resultados não só garante a plena satisfação dos clientes como
também reduzem os custos de operação, minimizando as perdas, diminuindo
consideravelmente os custos com serviços externos e otimizando a utilização dos
recursos existentes”. (Cerqueira Neto - 1991)
A Qualidade Total deve ser preocupação de qualquer tipo e tamanho da
organização, seja de produtos ou serviços e até mesmo das pequenas empresas às
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multinacionais. Para o alcance da Qualidade Total é preciso que toda organização
esteja engajada no processo que visa a excelência em qualidade dos produtos e
serviços, ou seja, do nível operacional até a alta cúpula deve haver interesse em
obter sucesso na qualidade.
Uma administração eficiente e competitiva não comporta mais atitudes e
decisões com base na informalidade e é por isso que a Qualidade Total é
apresentada como uma estratégia para conduzir a organização através de decisões
velozes e ágeis. Assim, a aplicação dos princípios da gestão pela Qualidade Total é
uma questão de sobrevivência e aumento da competitividade por meio da satisfação
dos clientes internos e externos.
É necessária para a organização a implantação de métodos que visem o
aperfeiçoamento de todas as atividades desenvolvidas, para que a partir da
identificação dos gargalos ou anomalias que dificultam o perfeito funcionamento dos
processos, possam planejar estratégias na busca de qualidade.
A constante busca de racionalização e aperfeiçoamento dos processos que
compõem uma organização representa a efetiva implantação da Gestão da
Qualidade Total. Para isto, é fundamental a opção por dados e fatos e a utilização de
ferramentas (Análise de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Folha de Verificação,
etc.) que permitam, de modo sistemático e contínuo, a análise e melhoria desses
processos.
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2 – CONCEITOS BÁSICOS DE QUALIDADE
2.1 - Processo e Produto
Os processos produtivos passaram por profundas transformações nos últimos
50 anos. A partir do momento em que os consumidores ficaram mais atentos ao que
podem exigir das empresas (seja por regulamentações como as relativas à
segurança, ou pelo aumento da competitividade), gerentes e pesquisadores
precisaram descobrir novas formas de melhorar os níveis de qualidade. Eles não
apenas conseguiram isso, como o fazem com maior produtividade e até mesmo
menores custos.
O movimento em direção à qualidade começou há algumas décadas, e a
definição do que é qualidade vem mudando ao longo do tempo. Adeptos do seis
sigma a definiriam a partir de algum tipo de contagem de defeitos; pesquisadores
como Crosby a chamariam de conformidade com o design (e aí vem uma pergunta:
e se o design não reflete o desejo do consumidor?); Juran a chama de “adequação
ao uso”, mais próximo do ponto de vista do que o consumidor deseja. Druker diz
que qualidade “não é aquilo que os fabricantes põem no produto, mas aquilo pelo
qual os consumidores estão dispostos a pagar”.
Existe uma área da estatística, o controle estatístico da qualidade, totalmente
desenvolvido com o intuito de medir, avaliar e melhorar a qualidade de processos
produtivos. Utilizando-se de ferramentas como design de experimentos, técnicas de
amostragem, gráficos de controle, diagramas de causa-e-efeito, índices de
capacidade, dentre outros, é possível ter uma visão mais técnica e menos subjetiva.
Com o desenvolvimento destas técnicas, especialmente com o sucesso
japonês durante a década de 70, a qualidade passou a ser vista com mais rigor
técnico e quantitativo, que meramente um aspecto qualitativo do produto. E a
atenção recaiu fortemente sobre os processos produtivos, que nos países ocidentais
estavam muito defasados em relação à qualidade, produtividade e até mesmo
custos dos japoneses.
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Qualquer empresa consegue levantar uma quantidade enorme de dados. É
preciso que os dados levem à análise, e que esta siga o rumo da ação. Em outras
palavras, é preciso entender os dados e utilizá-los para melhorar cada vez mais os
processos e produtos. Isto pode ser feito diminuindo variabilidade, dando feedback
para o design, indicando pontos do processo em que há espaço para melhorias.
Este foco na qualidade tem embasamento científico de que trará benefícios na
confiabilidade dos processos, na velocidade produtiva (o que acarreta mais
flexibilidade e agilidade) e finalmente ajudará na redução de custos. De acordo com
os idealizadores desta teoria, agindo nesta ordem acarreta resultados duradouros e
cada um dos elementos melhorados vai interagir positivamente um com o outro.
Indicadores de qualidade
Veja abaixo alguns exemplos de indicadores que podem ajudar seus
processos e sua empresa:
- pedido perfeito: indica o percentual dos pedidos que foram perfeitamente
atendidos - entregues no prazo combinado, sem avarias, no preço combinado com o
cliente, na quantidade exigida, etc.
- tempo de ciclo: mede quanto tempo sua empresa leva entre o recebimento
do pedido e a entrega do produto ao cliente. Evidentemente, este índice varia de
acordo com o tipo de produto, com o mercado, com as tecnologias empregadas, e
até mesmo com o preço. Uma simples carta pode levar de poucas horas até dias
para ser entregue, mas o preço varia. Uma máquina complexa pode levar meses ou
mais de um ano para ser entregue.
- manutenção de estoques: indica quantos centavos se gasta em estoques por
cada Real faturado. Assim como o anterior, este também depende do tipo de
produto e do tipo de mercado. No entanto, uma boa previsão de demanda e boa
gestão de estoques conseguem reduzir consideravelmente este índice. Há alguns
anos dizia-se que o custo de estoques era, em média, de 40% do seu valor; com
controle mais rígido atualmente, em média, este número é menor.
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O movimento da qualidade veio para ficar, uma vez que qualidade não é mais
opção: ela é obrigatória, quem não tem, está fora do mercado. No entanto, as
evoluções práticas ao longo do tempo abrem espaço para diferentes abordagens e
para a “melhoria contínua” da qualidade.
O mais importante é saber que a qualidade não pode mais ser vista como
redução de defeitos, mas sim como agregação de valor ao produto, na visão do
cliente.
A filosofia do GQT (Gerenciamento da Qualidade Total) contribui para a
ciência da Administração em vários aspectos, incluindo as análises estatísticas para
controlar variações e melhorias em vários aspectos da gestão, dos processos e dos
produtos e a distribuição da capacidade de gerência para a resolução de problemas
empresariais, sendo uma ferramenta que contribui no crescimento e organização da
organização. Essa ferramenta vem atrelada ao CCQ (Circulo de Controlo de
Qualidade), também conhecida e utilizada por vários profissionais do setor
operacional. Fazendo uma análise dos dias atuais, percebe-se que nunca se falou
tanto em Qualidade e Produtividade. Por que isso esta ocorrendo é uma pergunta
que a grande parte dos profissionais mesmo que inconscientemente fazem. A
resposta é simples na verdade, a Qualidade e a Produtividade sempre existiram,
com maior ou menor importância e intensidade nas empresas. Acontece que a
constante evolução do mundo moderno e principalmente, o desenvolvimento rápido
e constante da tecnologia, faz com que se abra um canal muito fluente de
informações, podendo citar como exemplos: o computador, os satélites, a televisão,
a telefonia fixa e móvel, entre outros.
Com a informação o cliente passou a ficar muito mais conhecedor de seus
desejos e mais exigente, como também as empresas descobriram mais rapidamente
o que seus concorrentes estão fazendo de melhor. Daí, a busca contínua de uma
melhor qualidade, maior produtividade menores custos, para alcançar um
importante objetivo: a Competitividade. Para Deming, Juran, Ishikawa, a qualidade
é uma técnica de gestão diferenciada e útil, procurando melhorar a compreensão
das suas bases teóricas e condições de aplicar. Assim sendo, como a qualidade não
é algo que pode ser mensurado, deve-se utilizar algumas ferramentas para analisá-
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las.
Muitos empresários acreditam que a forma de medir a qualidade dos produtos
é fazer a inspeção no final do processo, mas ocorre um equívoco, pois a qualidade
não se mede apenas no final e sim em todo o processo produtivo, desde a entrada
da matéria-prima até o produto acabado e dependendo do tipo de produto até o pós
venda, o famoso feedback fornecido pelos clientes.
A evolução do conceito e das técnicas utilizadas nos programas de qualidade é
didaticamente apresentada por David GARVIN. Este autor dividiu a evolução dos
conceitos sobre a qualidade em quatro “eras”: Inspeção; Controle Estatístico da
Qualidade; Garantia da Qualidade; e Gestão Estratégica da Qualidade. A posição de
GARVIN (1992) é uma adequada referência para a análise diante da implantação de
programas de qualidade; estas “eras” não são excludentes e, dependendo da
natureza dos serviços ou produtos e das estratégias organizacionais, não
necessariamente a era “mais adequada” seria a “mais evoluída”.
Para implantar um programa de qualidade com eficiência segue abaixo,
alguns passos e estratégias:
1. Primeiramente deve-se buscar o consenso quanto a Visão de futuro da
instituição, ou seja, como ela se vê no futuro. Ainda nesta fase, se define a Missão
da organização, que consiste em estabelecer os caminhos para garantir a
concretização da Visão.
2. O próximo passo é a execução de um ciclo de palestras dirigido a todos os
funcionários, enfocando a importância da qualidade e o compromisso da empresa,
na pessoa de seu dirigente. Este ciclo de palestras é denominado Sensibilização para
a Qualidade e objetiva o nivelamento conceitual de todos os funcionários da
empresa.
3. Com os conceitos nivelados, a próxima ação é preparar toda hierarquia da
empresa (diretores, gerentes, chefes, supervisores e outros) em técnicas de
liderança, motivação e comunicação para a qualidade. Esta atividade ajudará a
sustentar o processo de gestão da qualidade na empresa, principalmente no que se
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refere à administração dos funcionários.
4. Após a preparação comportamental da hierarquia, é hora de capacitar todos em
técnicas e ferramentas da qualidade. O objetivo deste passo é instrumentalizar os
funcionários em habilidades para solução de oportunidades de melhoria, utilizando a
prática das atividades em equipe. Dentre as técnicas recomendadas estão
Brainstorming (Tempestade de Idéias); Consenso; Eficácia de Trabalhos em Equipe;
Uso da Estrela Decisória. E dentre as ferramentas: Histograma; Diagrama dos 4M's;
Seqüencial de Ishikawa; e outras como: Cartas de Controle; Análise de Pareto;
Estrela Decisória.
5. A essa altura, todos os funcionários estarão preparados - ou pelo menos
informados - para a participação ativa num Programa de Qualidade. Resta integrá-
los em atividades participativas que estimulem a busca contínua de melhoria
(Kaizen). Neste processo implanta-se os Times da Qualidade (TQ's), em nível tático
e operacional. TQ's são pequenos grupos de funcionários que realizam reuniões
semanais para desenvolverem projetos de melhoria no âmbito da qualidade, da
produtividade, da redução de custo, da desburocratização, do desperdício, etc. Cada
grupo é coordenado pela hierarquia imediatamente superior.
6. Com os Times da Qualidade em ação, deve-se planejar a aplicação de atividades
que mantenham o engajamento do Programa de Qualidade.
7. Com a mobilização para a qualidade em ação, conforme a seqüência dos passos
de 1 a 6, resta a organização da empresa quanto aos seus procedimentos,
instruções de trabalho, Manual da Qualidade e registros.Esta ação sobre o sistema
da qualidade complementa todo processo de mobilização e capacitação dos
funcionários em direção à Qualidade Total.
Não faz muito tempo imperava o conceito clássico sobre a alta administração
ou gerência: a obtenção de resultados por meio das pessoas. Contudo, hoje, houve
uma alteração no papel dos gerentes ou executivos. Baseia-se na premissa de que o
exercício de uma liderança eficaz deve permitir às pessoas a obtenção de resultados
satisfatórios, com um custo mínimo, em relação a padrões de qualidade de
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processos, produtos e serviços direcionados à satisfação contínua do cliente. Enfim,
a medição do desempenho e da qualidade dos processos das empresas compreende
as seguintes ações: determinar os critérios de medição, estabelecer o sistema de
medição, medir o desempenho realizado, e por fim avaliar e reportar o desempenho
realizado.
2.2 - Clientes, colaboradores e parceiros
Clientes são aqueles que serão impactados ou afetados pelos produtos e
processos necessários para se atingir as metas de qualidade. Os clientes incluem
tanto aqueles que serão impactados se as metas forem atingidas, como aqueles
impactados caso ela não seja.
A capacidade de descobrir não só o que os clientes pretendem, mas de estar
na mesma linha e ganhar conhecimentos com ele, é a chave do sucesso num
ambiente competitivo determinado pelo mercado. Quando as empresas podem
fornecer ao cliente exatamente o que ele pretende, é muito mais difícil, para os
concorrentes, conquistá-los.
Quando as empresas respondem às necessidades do cliente, este desenvolve
sentimentos de lealdade, e todas as empresas querem clientes leais: ajudam a
garantir os lucros, são compradores frequentes, pagam preços elevados e trazem
novos negócios. Clientes leais poupam dinheiro à companhia ao reduzir os custos
promocionais de atrair novos clientes e cortam os custos de produção envolvidos
para preencher os requisitos de um novo público.
No novo mundo de negócios, o cliente está a tornar-se um parceiro de
negócios sobre o qual se pode contar para fornecer um fluxo de rendimentos e
lucros num período de tempo prolongado. Na nova relação com os clientes, as
empresas desenvolvem uma parceria entre comprador e vendedor que vai para além
da simples compra de um produto. Esta abordagem é mais abrangente do que as
estratégias usadas no passado. É uma abordagem de serviço baseada no
conhecimento, o que implica uma viragem nos valores e crenças, e coloca o cliente
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como ponto fulcral para as atividades de todos os empregados na empresa, não
apenas por parte do pessoal do marketing.
O termo colaborador é geralmente utilizado para designar todas as pessoas
que colaboram com uma organização através da oferta de trabalho. É, portanto, um
termo equivalente a trabalhador ou a funcionário da organização e pode incluir não
apenas as pessoas que fazem parte do quadro de trabalhadores, mas também
outros prestadores de serviços que de forma individual prestam serviços de forma
regular e sob as ordens de outros colaboradores da organização.
Em determinados contextos pode ser encontrado, com o mesmo significado
de colaborador, o termo membro da organização. Enquanto, o termo "membro"
coloca a ênfase na pessoa enquanto parte integrante da organização, o termo
"colaborador" coloca a ênfase na relação existente entre a pessoa e a própria
organização.
Não é de hoje que estudiosos analisam o comportamento individual do ser
humano como também o meio que o cerca e interage com ele. Observou-se e foi
comprovado que, por ser tratar de um ser social, o homem dita regras para viver
com seus semelhantes e isso gera valores que interferem diretamente no
procedimento que cada um adota em relação a uma determinada situação.
Contudo, a preocupação com o comportamento humano não fica restrita
apenas a quem dedica anos de sua vida às pesquisas. Nas empresas, por exemplo,
nota-se uma forte tendência em lidar com a conduta dos profissionais e é
justamente nesse momento que os valores corporativos aparecem como fator
determinante no que deve ou não acontecer na rotina organizacional.
Se determinar valores organizacionais não é um processo simples, os
colaboradores devem fazer parte dessa escolha? “Costumamos dizer que podemos
sentar pra conversar, pensar melhor e decidir quais serão os valores adotados numa
empresa”, menciona a consultora Letícia Ouro. Para ela, todos aqueles que
trabalham na empresa possuem informações e pontos de vista importantes na
determinação do que é preciso para que se alcance uma meta empresarial. Pois,
apesar de se utilizar atualmente o termo “colaboradores”, aqueles que trabalham
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numa empresa não simplesmente colaboram para que o serviço seja feito, ao
contrário.
O trabalho dessas pessoas é essencial para a existência da empresa. Os
trabalhadores não são auxiliares, mas a mão-de-obra indispensável, sem a qual o
serviço não pode ser feito. Sendo assim, todos compreendem o dia-a-dia de trabalho
como ninguém. Somente os funcionários podem determinar aquilo que é necessário,
e aquilo que pode ajudar, para que se trabalhe com mais excelência e eficiência, no
que diz respeito ao âmbito específico das atividades que eles realizam, ao meio em
que vivem e onde convivem diariamente.
Uma parceria é um arranjo em que duas ou mais partes estabelecem um
acordo de cooperação para atingir interesses comuns.
Parcerias podem ser estabelecidas entre sujeitos públicos ou privados,
individuais ou coletivos, para a realização de intervenções finalizadas, sobretudo ao
desenvolvimento econômico ou social de um determinado grupo ou território.
O empregado-parceiro é um empreendedor e pratica seu empreendedorismo
na manutenção produtiva de seu espaço, tornando-se a cada dia mais indispensável
ao negócio e ajudando na solução dos problemas diários de maneira a se sentir e a
agir como uma peça das mais importantes no mecanismo geral da empresa
assumindo um papel de protagonista e não apenas de coadjuvante.
2.3 - Valor agregado, atributos tangíveis e melhoria contínua
Inovações e soluções práticas, desenvolvidas por meio da criatividade, da
intensa diversidade tecnológica e de rigorosos e efetivos processos produtivos, são
as principais vantagens competitivas. Para isso, a empresa fomenta a criação e a
implementação de uma cultura interna inovadora que dissemina o processo criativo
de geração de idéias e também de transformação do conhecimento em iniciativas e
oportunidades. Dia após dia são desenvolvidos novos produtos, novas tecnologias,
novas idéias que dão ao homem moderno perspectivas revolucionárias e melhores
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condições de vida. A criatividade, a iniciativa, o trabalho árduo e o intenso processo
de pesquisa fazem uma organização produtora de tecnologia e de conhecimento. O
processo de desenvolvimento de novos produtos é totalmente conectado ao
mercado, proporcionando uma intensa interação com as melhores práticas
gerenciais, fornecendo aos funcionários ferramentas efetivas que implementem o
processo empreendedor. O espírito inovador está no ar, contagiando todos os
envolvidos na gestão da empresa e conduzindo-a a criação de novos conceitos,
idéias e processos.
Em termos de sociedade (de um país), a adição de um valor aos produtos se
dá quando há remuneração de fatores de produção. Dai chama-se de valor agregado
o aumento de valor que acontece no sistema produtivo, dentro das unidades de
produção (empresas). Esse aumento de valor representa o total do produto nacional
que, por sua vez, é o total da renda nacional.
De forma mais simplificada, pode-se exemplificar:
- O valor agregado de cada produto é igual à remuneração dos fatores de produção,
utilizados para sua obtenção.
- O valor agregado de uma unidade produtiva é igual às remunerações de todos os
fatores de produção, pagos por essa empresa.
- O valor agregado de um país é a soma de todas as remunerações dos fatores de
produção, pagos às famílias por todas as empresas.
- O produto nacional é a soma de todos os valores agregados de todas as unidades
produtivas.
- A renda nacional é composta pela soma de todas as remunerações dos fatores de
produção, recebidas pelas famílias.
Agregar valor, então, é um atributo que buscamos na percepção do cliente e o
Capital Intelectual é o responsável por este atributo intangível sobre o “preço de
prateleira”. O valor percebido ocorre no ato da aquisição do bem através da
disponibilização segundo interesses do cliente, na forma de atendimento, nas
facilidades ofertadas, no nível de relacionamento, nos serviços pós-venda (garantia,
assistência...), enfim, um conjunto de atitudes e ações que somente o Capital
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Intelectual promove.
O valor agregado é a percepção que o cliente (consumidor) tem de um bem
(produto ou serviço) que atenda seu conjunto de necessidades considerando o
benefício X preço em comparação com um bem disponível na concorrência. É
atributo de qualidade (não tangível) somado, adicionado, enfim agregado a um bem
(produto ou serviço), um diferencial que na percepção do cliente justifica sua
escolha entre demais bens substitutos ofertados no mercado.
Os processos responsáveis pela agregação de valor são preponderantemente,
os processos de negociação e serviços;
- Processos de negociação que ocorrem na área de Vendas, como atendimento,
flexibilidade (facilitações), posicionamento, garantias, ambiente agradável (p/
atendimento interno);
- Processos de distribuição: responsabilidade da área de logística na disponibilização
dos bens segundo os quesitos contratados;
- Processos de pós-venda: assistência técnica (instalação, orientações, conserto,
reposições), ouvidoria (sist. 0800);
- Processos de produção: quando pelos atributos e qualidade (conformidade) dos
bens ofertados diferenciam a marca e a imagem da empresa.
Assim, os processos que agregam valor são os que diferenciam os produtos e
serviços da organização ante seus concorrentes na percepção do cliente, valores que
fornecem a excelência ao que é disponibilizado pela empresa no atendimento do
cliente e que influenciam sua percepção de valor.
A definição clássica diz que um produto, além de ser um bem, um serviço ou
uma idéia que satisfaz necessidades de consumidores, possui atributos tangíveis e
intangíveis. Os atributos intangíveis são benefícios emocionais e a satisfação
abstrata. Aspectos como marca e atendimento, por exemplo, que podem, inclusive,
aumentar o valor do produto físico.
A grande maioria já ouviu falar sobre o valor do intangível e como ele ajuda
na construção de marcas. No entanto, é mais comum concentrar-se nos aspectos
21
tangíveis do que nos intangíveis — e isso vale para consumidores e gestores.
Em parte, isso ocorre pela materialidade dos atributos tangíveis. Eles podem
ser vistos, sentidos, apalpados. Contudo, há outro aspecto, não tão perceptível
assim, relativo aos serviços. Na teoria é possível distinguir produto de serviço. Na
prática, porém, essa distinção muitas vezes não existe ou é extremamente sutil para
ser percebida. “Não há essa coisa de setores de serviços. Apenas em certos setores
os componentes de serviço são mais importantes ou menos importantes do que nos
demais. Todos atuam em serviços”, afirma Theodore Levitt.
Uma das principais características dos serviços é justamente sua
intangibilidade, que faz com que os consumidores procurem por sinais ou evidências
da qualidade do serviço. É justamente por causa dessa característica que as
empresas de serviços buscam “deixar tangível o intangível”, ou seja, procuram
materializar a qualidade em suas instalações, equipamentos, pessoas. Ora, se como
afirma o professor Levitt, todas as empresas, em maior ou menor grau, atuam em
serviços, é grande a fatia das que concentram suas atenções no tangível. E é aí que
reside um enorme risco mercadológico: o de valorizar demais os atributos tangíveis
em detrimento dos intangíveis.
Compreender e explorar os vários benefícios emocionais e psicológicos do
produto é uma competência que os gestores devem desenvolver. No entanto, se os
mesmos concentram seus esforços apenas nos aspectos materiais, tornam suas
marcas vulneráveis à investidas de outros concorrentes que consigam administrar
melhor os anseios emocionais dos consumidores e se relacionar com eles.
Aperfeiçoar produtos e serviços exige muitos estudos, focados essencialmente
na busca de diferenciais que surpreendam consumidores e que posicionem o produto
ou serviço de forma específica na mente do consumidor.
Ao melhorar o produto ou serviço ofertado a empresa opta por diferenciar
tudo o que produz diariamente, analisando as variáveis encontradas em pesquisas,
bancos de dados e também tomando como referência o concorrente.
22
Mas as melhores soluções devem apontar caminhos para melhorias ao longo
do ciclo de vida, além de construir a fidelização e permitir que os consumidores
percebam o valor criado. Então se pode perceber que o valor só é valor quando o
cliente assim o percebe, pois não há como alguém imaginar que todas as pessoas do
planeta percebem o produto ou serviço da mesma forma, e para que exista a
percepção do valor é necessário saber que o valor é a razão dos benefícios sobre os
custos (Valor = Benefícios/Custos).
Diante do cálculo do valor é possível notar que o consumidor, e nenhuma
pessoa em sã consciência, poderá avaliar um produto sem perceber seus benefícios,
a não ser que esta pessoa goste de pagar muito mais do que o produto ou serviço
pode oferecer. O valor de um produto não é imposto pela empresa, mas é dado pela
percepção de seus clientes, que o utilizam e que buscam o melhor para si.
A Melhoria da Qualidade é a abordagem sistemática, coordenada e baseada
em prioridades relacionadas à melhoria das normas de desempenho da qualidade e
à redução dos custos em todas as funções da organização. Ela é basicamente olhar
para frente, procurando atingir níveis de desempenho, significativos e mais altos,
através da identificação e solução de problemas da qualidade. Deve concentrar-se
no cliente (inter e externo). As fases básicas para a Melhoria da Qualidade são as
seguintes:
1. Definir a política, os objetivos e as estratégias da qualidade da
organização;
2. Desenvolver um plano anual de ação para a melhoria da qualidade;
3. Criar equipes de melhoria da qualidade para trabalhar sobre os
problemas estratégicos vitais.
Benefícios da Melhoria Contínua
Melhoria Contínua se aplica a partir do uso de metodologias sistemáticas que
utilizadas por equipes multifuncionais e interdisciplinares permitem uma análise
rigorosa dos problemas crônicos que afetam os resultados, detectando, assim, suas
23
causas raízes e permitindo o desenvolvimento de planos de ação que rompem com
os paradigmas e preconceitos instalados.
Os benefícios são medidos a partir dos custos evitados, apesar de manter-se
a melhoria da qualidade de produtos e serviços entregues aos clientes.
Os custos da “não qualidade” (Cost of Quality) são a fundamentação
econômica dos programas de Melhoria da Qualidade, segundo os expressados por
Armand Feigenbaum, um dos mais proeminentes autores sobre o tema. Estes
custos, normalmente ocultos, podem chegar entre 20% e 30% dos níveis de
faturamento da empresa.
A redução dos custos de falhas (erros, enganos e omissões) apresenta
normalmente a maior oportunidade de obter benefícios rápidos dos resultados da
empresa.
Recente estudo realizado no Brasil com empresas de médio e grande portes
indicou que empresas que investem em Melhoria Contínua têm um aumento de
produtividade que superam em cerca de 3 pontos às empresas que não investem em
melhorias. Este estudo também mostra que a produtividade média por colaborador é
cerca de 25% superior nas organizações que contam com um programa de Melhoria
Contínua.
Pesquisa similar realizada pela revista Industry Week, nos Estados Unidos,
registrou melhorias em ciclos de tempo, redução de inventários, entregas a tempo,
lucros, participação de mercado e ritmo de crescimento naquelas empresas que
adotaram sistemas, práticas e ferramentas de Melhoria Contínua.
2.4 - Indicadores e medição de qualidade
A medição do desempenho da empresa é fundamental para a gestão da
24
qualidade. A medição fornece aos gerentes as informações necessárias à tomada de
decisões e ao desenvolvimento de ações de melhoria da qualidade e produtividade.
Os indicadores consistem em expressões quantitativas que representam uma
informação gerada, a partir da medição e avaliação de uma estrutura de produção
dos processos que a compõem e/ou dos produtos resultantes. A medição e a
avaliação referem-se à identificação dos dados e informações e ao estabelecimento
de critérios, especificações ou valores para comparação entre resultados obtidos e
padrões ou metas definidas.
Medição e a gestão da qualidade
A medição é a parte inerente da gestão da qualidade, constituindo um sistema
de apoio para o planejamento, solução de problemas, tomada de decisões,
desenvolvimento de melhorias, controle de processos e motivação dos recursos
humanos.
Um processo representa uma tarefa específica ou um conjunto de tarefas
realizadas por um indivíduo, uma equipe, um departamento ou por toda a empresa,
resultando em um produto ou serviço. Cada processo é um sistema gerencial
completo com fornecedores, inputs (matérias-primas), outputs (bens e serviços) e
clientes (internos e externos).
O bloco denominado gerência representa os diretores, engenheiros,
arquitetos, mestres, encarregados, enfim, todas as pessoas responsáveis pelas
decisões no processo. Cada um desses intervenientes tem duas responsabilidades
principais:
a) fazer o trabalho em tempo hábil, dentro das especificações de qualidade,
com a quantidade correta de recursos;
b) melhorar, de forma contínua, o desempenho de cada indivíduo, da equipe e
da empresa.
25
Para a execução dessas duas tarefas, são efetuadas intervenções no processo.
A análise da possibilidade de uma intervenção é feita através de coleta,
processamento e avaliação de dados. Esses elementos constituem a medição,
estruturada como um subsistema de apoio à tomada de decisões no sistema
gerencial.
Classificação das medições
As medições podem ser classificadas em tipos diferentes, segundo a finalidade
da informação que fornecem e os critérios de avaliação da informação
(SINK&TUULE, apud PICCHI, 1997):
a) Medições para visibilidade: são medições para diagnóstico inicial, realizadas
num primeiro momento quando a empresa ainda não controla seus processos. Nesse
caso, as medições podem anteceder a realização de intervenções na empresa. Têm
por objetivo identificar pontos fortes e fracos ou disfunções a partir das quais são
priorizadas ações de melhoria. Sua finalidade principal é demonstrar o desempenho
atual.
b) Medições para controle: visam a controlar os processos a partir do
momento em que a empresa consegue definir padrões de desempenho para os
mesmos. A medição de desempenho passa, então, a ser utilizada na identificação de
problemas. Existe um problema sempre que o indicador mostrar um desvio em
relação a um padrão estabelecido. Após a detecção do problema, é preciso
identificar suas causas e atuar de forma a eliminá-las. Nesse caso, a avaliação é
feita comparando-se os resultados com padrões adotados ou convencionais, tais
como as médias e os limites de controle superior e inferior.
c) Medições para melhorias: quando as empresas decidem intervir no
processo, devem ser estabelecidas metas através dos seus indicadores (por
exemplo, utilizando o benchmarks como referência). Nesse caso, a medição permite
26
verificar o impacto das ações de melhoria sobre o desempenho do processo. A
avaliação é feita comparando-se o desempenho da variável medida em relação à
meta estabelecida.
A utilização das medições também contribui efetivamente para a motivação e
envolvimento das pessoas com o desenvolvimento de melhorias, pois permite ao
indivíduo um retorno em relação ao desempenho do processo no qual está envolvido
e ao seu próprio desempenho.
Geração de indicadores de desempenho
Para a geração de indicadores em uma empresa, inicialmente devem-se
selecionar os processos em relação aos quais se quer desenvolver a medição. Essa
seleção deve ser criteriosa, porquanto um número excessivo de medições pode
resultar em custos muito elevados e desmotivar as pessoas envolvidas, tendo em
vista a carga de trabalho adicional.
Nesse sentido, a definição de um conceito da qualidade, coerente com os
objetivos da empresa e o estabelecimento de estratégias para melhoria da
qualidade, é fundamental para a geração de indicadores. Para tanto, a empresa
deve assegurar-se de que está medindo os elementos adequados, isto é, aqueles
realmente importantes para a melhoria do seu desempenho.
Os processos a serem medidos devem ser aqueles onde se localizam as
causas principais de problemas levantados e priorizados pela empresa (através de
ferramentas da qualidade, por exemplo). Com base nessa priorização, serão
definidos os processos que irão sofrer intervenções com base em programas de
melhoria da qualidade, surgindo à necessidade de informações que apóiem as
decisões a serem tomadas. Os indicadores podem ser classificados em dois tipos
principais, apresentados a seguir:
a) Indicadores gerenciais: são estabelecidos com o objetivo de acompanhar e
impulsionar a implantação das estratégias. A partir do planejamento estratégico da
27
empresa, gera-se um plano de ação, no qual tais estratégias são traduzidas em
atividades concretas a serem conduzidas a vários níveis hierárquicos, nos diferentes
departamentos e funções dentro da organização. O plano de ação da organização
deve incluir ainda a definição de metas, que são os resultados a serem atingidos no
futuro. As metas devem ser desdobradas em vários níveis dentro da empresa, bem
como os indicadores a elas associados. Dessa forma, os indicadores gerenciais
permeiam vários processos dentro da empresa.
b) Indicadores operacionais: são estabelecidos em função dos objetivos e
tarefas desenvolvidos dentro de cada processo, devendo ser coerentes com os
objetivos e estratégias adotadas pela empresa.
Uma vez escolhidos os processos em relação aos quais serão desenvolvidas as
medições, deve-se fazer uma análise dos mesmos, elaborando-se fluxogramas que
possibilitarão identificar produtos ou serviços executados, os clientes e fornecedores
internos e externos do processo, bem como determinar funções e responsabilidades
e identificar pontos críticos do processo. Os indicadores são estabelecidos sobre os
resultados controláveis ou gerenciáveis do processo, isto é, aqueles sobre os quais
as pessoas envolvidas no processo têm responsabilidades e podem atuar sobre suas
causas, corrigindo desvios e melhorando resultados.
Os resultados de um processo podem ser afetados por várias causas. Pode-se
achar necessário verificar algumas dessas causas como meio de garantir um bom
resultado, estabelecendo-se, então, indicadores para o seu monitoramento. No TQC
(total quality control), esses indicadores são denominados itens de controle e itens
de verificação.
Implantação da medição
A estratégia ideal para aumentar a compreensão e aceitação da medição é
envolver no seu desenvolvimento todos aqueles que serão afetados ou irão utilizá-
la. para que a medição se torne realmente parte integrante do sistema gerencial,
uma série de questões operacionais devem ser levantadas e respondidas para cada
28
uma das três etapas que compõem a medição: a coleta, o processamento e
avaliação de dados. para se obter tais respostas, devem-se considerar quais as
informações necessárias e quem são os seus usuários.
a) coleta: enfoca a geração dos dados necessários ao fornecimento da
informação.
onde os dados serão obtidos?
quem será a pessoa responsável pela coleta?
de que forma os dados serão obtidos?
como serão armazenados e recuperados?
com que freqüência os dados serão coletados?
b) processamento: é através do processamento que os dados transformam-
se em informações.
que procedimentos serão utilizados para representar as informações?
que ferramentas, métodos e programas computacionais serão usados para o
processamento dos dados?
como as informações serão armazenadas?
qual será o público-alvo das informações?
com que freqüência serão fornecidas as informações?
c) avaliação: nela discutem-se as possíveis causas dos resultados obtidos e
apontam-se metas.
quais os critérios para avaliação?
que atitude deve ser tomada em caso de resultados indesejados?
como será realimentado o processo?
Definir indicadores de qualidade e produtividade é imprescindível para avaliar
o desempenho atual e acompanhar o progresso alcançado por empresas do setor
envolvidas na implantação de programas de melhoria da qualidade. a existência de
29
indicadores setoriais permite que cada empresa compare seu desempenho com
outras empresas do setor e avalie seu nível de competitividade, estabelecendo suas
metas para uma melhoria contínua.
O conjunto de indicadores tem um caráter dinâmico. À medida que as
empresas implantam a medição dos indicadores propostos, podem ser feitos ajustes
e alterações no sistema de indicadores. Essa parceria é estabelecida a partir do
comprometimento das empresas do setor com os critérios propostos para a medição
dos indicadores.
3 – GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL
Qualidade Total é um termo utilizado para conceituar qualidade dentro das
organizações. Não basta ter somente um produto de qualidade, mas esta qualidade
deve atender a toda a organização. Qualidade total é o verdadeiro objetivo de
qualquer organização humana: "satisfação das necessidades de todas as pessoas".
(Campos, p.14) Deve atender todas as pessoas incluídas no processo.
"Qualidade Total são todas aquelas dimensões que afetam a satisfação das
necessidades das pessoas e, por conseguinte a sobrevivência da empresa."
(Campos, p.14)
Para a melhora na qualidade de um produto é necessária a implicação de
decisões baseadas em estudos atuais. A coleta desses dados reais só será possível,
mediante a utilização de ferramentas que permitam quantificar a qualificar a
informação gerada pelo Sistema Gestão da Qualidade.
Gestão da Qualidade Total se define como a gerência da adequação ao uso, o
que define qualidade total, por meio de diversas ferramentas e métodos.
"Em rigor, qualidade total não é uma expressão nova nem um novo conceito.
É antes de tudo em decorrência natural da qualidade definida enquanto "adequação
30
ao uso". Essa analise torna-se particularmente válida quando se analisam as
dimensões da Gestão da Qualidade e suas ações diante desse conceito. De fato,
conceito de "adequação ao uso" não determina nem identifica quais elementos
estabelecem como esse ajuste se processa. A qualidade, assim, passa a ser
característica que atende "totalmente" ao consumidor." (Paladini, Gestão da
Qualidade, p. 33)
Essa gestão da qualidade total de um produto refere-se à correspondência da
soma total dos diversos processos vindos do ciclo de vida do produto. Sua meta
principal é atingir níveis mais altos na qualidade deste, exigindo um contínuo
acompanhamento, controle e melhoria dos respectivos processos a fim de que
alcancem melhores níveis no mercado em que se insere.
Existem muitas opções para se implantar a Gestão da Qualidade. É preciso
um roteiro sob medida para cada organização, tendo em vista a sua cultura, sua
situação financeira, sua posição no mercado com relação à Qualidade e outros
aspectos que a individualizam.
A condição principal no início é a preparação para uma mudança sem
interrupções. Não levar em conta esta orientação, não é só propício para uma
situação de fracasso, como também pode vir a prejudicar os esforços futuros de
implantação pela contaminação do “já tentamos isso e não deu certo”. Se esta
condição não puder ser estabelecida a priori, recomendamos não iniciar a
implantação. Numa mudança que se faz através de saltos descontínuos, a cada salto
mínguam o entusiasmo, a esperança e a confiança no programa.
A Gestão pela Qualidade Total é um processo. A implantação do processo de
Gestão ela Qualidade requer uma preparação cuidadosa para que, a todo o
momento, aconteçam ações no sentido de melhoria da Qualidade. Cada etapa do
processo de implantação cria condições para a busca da Qualidade e prepara a
próxima etapa. É a transformação da organização tradicional em uma organização
aprendiz, com autonomia e competência para moldar-se às necessidades dos
clientes.
31
Assim, concomitante com transformações na estratégia, política e norma
organizacionais, se atua no sentido de trabalhar com novos conceitos, mudar valores
e atitudes, desenvolver novas habilidades e adotar novos comportamentos pró-
Qualidade.
Cria-se com esta orientação a possibilidade de ampliar os conhecimentos dos
indivíduos, adotar uma nova ideologia e postura estabelecendo um clima
organizacional saudável, usar novas tecnologias e criar uma cultura organizacional
de sucesso.
A gestão pela qualidade total tornou-se uma estratégia extremamente
importante no papel das organizações competitivas. Muitas empresas têm percebido
que a preocupação com a qualidade é um fator fundamental para o sucesso, assim
se busca na verdade criar uma vantagem competitiva no mercado.
As estratégias de desenvolver métodos, sistemas e processos que atendam as
exigências de qualidade influenciam no modelo de gestão adotado, por isso é tão
importante tratar do tema com a devida atenção, uma vez que toda estrutura
derivada dessas estratégias definem os rumos da organização permitindo obter
produtos sem erros, velocidade de resposta às necessidades dos clientes, inovação
tecnológica em tempo cada vez menor, flexibilidade na produção, redução de custos,
entre outros.
Para se obter um resultado eficaz na gestão pela qualidade total é
imprescindível a participação de todos os funcionários, fornecedores e demais
parceiros na cadeia produtiva definindo de maneira participativa as metas e os
métodos de controle e acompanhamento.
O que fica mais evidente nesta análise da qualidade total é que ela focaliza a
satisfação do cliente, ou seja, é impossível desassociar a Qualidade Total de seu
objetivo: o cliente.
Como se sabe, não existe modelo de gestão perfeito, todos têm pontos fortes
e fracos, cabe ao administrador o bom senso para aproveitar o que cada um tem de
32
melhor e integrá-lo a outros modelos promovendo a qualidade contínua.
“A Gestão pela Qualidade Total significa criar, intencionalmente, uma cultura
organizacional em que todas as transações são perfeitamente entendidas e
corretamente realizadas e onde os relacionamentos entre funcionários, fornecedores
e clientes são bem-sucedidos” (Crosby, 1998).
Sob um ponto de vista mais amplo, a Gestão da Qualidade Total não é apenas
uma coleção de atividades, procedimentos e eventos. É baseada em uma política
inabalável que requer o cumprimento de acordos com requisitos claros para as
transações, educação e treinamento contínuos, atenção aos relacionamentos e
envolvimento da gerência nas operações, seguindo a filosofia da melhoria contínua.
Embora a qualidade sempre tenha sido adotada por uma questão de
sobrevivência, seus princípios e técnicas promovem melhorias tais que, atualmente,
as empresas de maior sucesso, são aquelas que adotam as ferramentas de gestão
da qualidade. A Gestão pela Qualidade Total é uma abordagem abrangente que visa
melhorar a competitividade, a eficácia e a flexibilidade de uma organização por meio
de planejamento, organização e compreensão de cada atividade, envolvendo cada
indivíduo em cada nível. É útil em todos os tipos de organização.
Ferramentas de Gestão de Qualidade
Em plena revolução da qualidade e da organização das empresas, não se
verifica ainda uma política intensiva dos conceitos da Qualidade Total,
principalmente nas empresas de pequeno e médio porte, normalmente por
desinformação e não entendimento da linguagem técnica a respeito da Qualidade
Total.
Sobreviver em um mercado cada vez mais disputado representa o grande
desafio das pessoas e empresas nos dias de hoje. Todos nós sabemos que vai
sobreviver somente o melhor. Face às constantes mudanças no cenário, mais do que
nunca, é necessário que se mude algum paradigma com absorção de novos
conceitos em termos de gestão de negócios. Acredita-se que a prática intensiva de
33
conceitos de qualidade nas atividades do dia-a-dia, somará pontos a sobrevivência e
crescimento dos negócios.
O mundo tem passado por grandes e constantes mudanças, principalmente
face à celeridade com a qual as informações são transmitidas. O “milagre” da
internet fez desaparecer qualquer barreira antes considerada intransponível, seja
entre pessoas, seja entre mercados, seja entre uns e outros. Vive-se tempos de
globalização, onde as disputas, a concorrência, a competitividade e os avanços
tecnológicos, são parte da rotina. A sociedade está cada vez mais consumista e
“sedenta” de mais e mais produtos, serviços ou marcas. O mercado requer uma
nova postura e já não basta a “customização”.
Para uma empresa tornar-se mais competitiva é imprescindível que o produto,
serviço ou marca seja oferecido com qualidade. A preocupação com a qualidade não
é algo recente.
Vantagens específicas da gestão pela qualidade total
No cenário globalizado e altamente competitivo em que as organizações estão
inseridas, com clientes exigentes e criteriosos; as empresas estão buscando
diferenciais para se destacarem ou até mesmo se manterem no mercado, e, um dos
principais é a Qualidade.
"Com o aumento da concorrência as empresas estão cada vez mais em uma
constante busca da melhoria da qualidade, que em grande parte é obtida pela
adoção de ferramentas de Gestão da Qualidade" (SILVA, TIZZO,FERREIRA).
Conforme entendimento de Fabiano Schefer, em seu texto "Vantagens da
Implantação de Sistemas de Gestão de Qualidade" apud Curi Filho (1999, p. 62),
podem ser de três ordens as vantagens específicas da gestão pela qualidade total:
a) Benefícios qualitativos: utilização adequada dos recursos (equipamentos,
materiais, mão-de-obra), disciplina a produção e uniformiza o trabalho, auxilia o
treinamento e melhora o nível técnico da mão-de-obra, registra o conhecimento
tecnológico, facilita a contratação ou venda de tecnologia;
34
b) Benefícios processuais: participação em programas de garantia da
qualidade, controle de produtos e processos, padronização de controle e testes de
laboratórios, segurança do pessoal e dos equipamentos, racionalização do uso e
tempo;
c) Benefícios quantitativos: Redução do consumo e do desperdício (gestão de
materiais), especificação de matérias-primas, padronização de componentes e
equipamentos, redução de variedade de produtos, procedimentos para cálculos e
projetos, aumento da produtividade, melhoria da qualidade de produtos e serviços.
Vantagens obtidas pelas empresas que adotam essas práticas em
seus processos
É fato incontestável que para se manter no cenário atual as organizações
estão sempre em busca de melhoras constantes, seja para se diversificarem, seja
para se destacarem. Neste panorama, o movimento da qualidade tem contribuído de
forma marcante na obtenção das vantagens competitivas junto às empresas.
Empresas que investem em programas de gestão pela qualidade total criam
uma base para a melhoria contínua, o que eleva a satisfação e a confiabilidade dos
clientes (internos e externos), e, por conseguinte, fortalece a imagem da empresa,
uma vez que o produto ou serviço estará profundamente melhorado e "concebido
conforme padrões, procedimentos e normas".
As práticas voltadas para a gestão pela qualidade total trazem, ainda, a
redução dos custos, (...) "pois quanto mais cedo encontrar um defeito, menor será o
custo da produção, a prevenção é mais barata que a detecção. Com isso há uma
oportunidade de aumentar o lucro da empresa" (SILVA, TIZZO, FERREIRA).
Convém ressaltar que outra vantagem refere-se aos clientes internos
(funcionários), que terão melhores condições de trabalho, e, com isso mais conforto
e bem estar, aumentando a comunicação e a motivação, conseqüentemente
diminuindo os riscos de acidentes de trabalho.
35
Por fim, vale dizer que a empresa que adota um sistema de qualidade total
tem uma grande vantagem concorrencial, porque além de se destacar das demais,
tem condições de se expandir dentro do contexto em que se encontra, porque "a
certificação da qualidade além de aumentar a satisfação e a confiança dos clientes,
reduz custos internos, aumenta a produtividade, melhora a imagem e os processos
continuamente, possibilita ainda fácil acesso a novos mercados".
Os programas que visam à busca pela qualidade total são adotados não
apenas pela área privada, mas também pela iniciativa pública.
Diante de todo o exposto, observa-se também que por estarem inseridas em
um mercado caracterizado por disputas e clientes muito exigentes, as empresas
procuram diferenciais para se manterem firmes e lograrem êxito, criando assim uma
mentalidade positiva de constantes mudanças, pois uma política de gestão de
qualidade precisa ser reavaliada com freqüência para não ficar estagnada no tempo.
A implantação da gestão pela qualidade total traz benefícios qualitativos,
processuais e quantitativos, onde se pode destacar uma maior capacitação dos
colaboradores, melhoria dos processos internos, monitoramento do ambiente de
trabalho e satisfação dos clientes internos e externos.
Por derradeiro, pode-se dizer que a adoção da gestão pela qualidade total
ocasiona muitas vantagens para as empresas, dentre elas maior confiabilidade e
satisfação dos clientes, uma melhora constante do produto ou serviço, redução dos
custos, maior lucro, e funcionários mais motivados, por terem melhores condições
de trabalho e com menos riscos de acidentes.
A evolução da Qualidade Total é descrita com a explicação de alguns de seus
conceitos básicos, iniciando-se com quatro adequações, ou níveis de qualidade, as
quais caracterizam quatro períodos na história da Qualidade Total japonês, bem
como a análise dos pontos de seus pontos fracos. As quatro adequações são:
· Adequação ao padrão;
· Adequação ao uso;
36
· Adequação ao custo;
· Adequação à necessidade latente.
- Conceito de qualidade 1 “Adequação ao padrão”: A adequação ao padrão avalia se
um produto produzido de forma descrita no manual está adequado ao padrão
estabelecido.
- Conceito de qualidade 2 “Adequação ao uso”: Adequação ao uso é o meio de
garantir a satisfação da necessidades de mercado.
- Conceito de qualidade 3 “Adequação ao custo”: Adequação ao custo significa alta
qualidade e baixo custo. Métodos modernos para conseguir esse tipo de foco se
baseiam na utilização do controle estatístico da qualidade, monitoração do processo,
além do monitoramento do resultado, feedback em cada etapa, por meio do qual
cada trabalhador da linha observa o trabalho de seu predecessor, corrigindo os erros
imediatamente e a instituição da participação do trabalhador da linha de produção
no projeto e melhoria do processo de produção, para torná-lo cada vez mais
confiável.
- Conceito de qualidade 4 “Adequação à necessidade latente”: a adequação a
necessidade latente significa a satisfação das necessidades do cliente antes que os
clientes estejam conscientes delas .
3.1 – Delineamento do Processo
Ferramentas da Gestão da Qualidade
A Gestão da Qualidade se utiliza de algumas ferramentas desenvolvidas ao
longo dos anos, assim como abaixo:
Brainstorming
4Q1POC
37
Diagrama de Causa e Efeito
Fluxograma
Gráficos
Lista de Verificação Simples
Lista de Verificação de Freqüência
Matriz de Preferência
PDCA
Relatório de Auditoria
Para melhor explicar a Gestão da Qualidade e ter um maior aprofundamento
se faz necessário o entendimento de cada um destas ferramentas, as quais são de
grande importância para a aplicabilidade da Gestão da Qualidade.
BRAINSTORMING
É um método de trabalho em grupo utilizado para criar novas idéias e
solucionar possíveis problemas ocorridos, se utiliza de toda a equipe, fazendo com
que todos dêem idéias e de todas elas se escolher a ou as mais relevantes. Foi
criado em 1938 por Osborn. Sua tradução livre pode ser feita por "tempestade
cerebral".
O brainstorming pode ser classificado em dois tipos:
Estruturado: desta maneira são feitas rodadas de idéias, fazendo com que
cada integrante do grupo dê uma idéia em cada rodada ou passe a vez até chegar à
próxima rodada. O que pode acontecer é de o trabalho fazer pressão sobre as
pessoas mais tímidas do grupo.
Não-estruturado: desta forma os integrantes dão idéias de maneira aleatória,
assim como vês a cabeça. Porém neste caso pode ocorrer de as idéias acabarem
ficando somente entre os mais extrovertidos.
Regras do Brainstorming
Enfatizar a quantidade e não a qualidade de idéias;
38
Evitar críticas, avaliações ou julgamentos de idéias;
Apresentar idéias tais como elas surgem na cabeça;
Estimular todas as idéias;
Criando idéias a partir de idéias de outros integrantes do grupo;
Escrever as palavras dos integrantes sem interpretação.
Etapas do Brainstorming
Introdução: inicio da reunião com esclarecimentos necessários como objetivos
e motivos da reunião;
Geração de Idéias: as idéias começam a aparecer e devem ser escritas em
algum lugar, o qual todos os integrantes do grupo possam ver;
Revisão da lista: revisão e esclarecimento das idéias;
Analise e seleção: discussão e escolha das melhores idéias;
Ordenação das idéias: revisão das idéias escolhidas e priorização das idéias.
4Q1POC
É uma ferramenta utilizada para planejar a implementação de uma solução,
utilizando de algumas perguntas, são elas:
O Que? Qual a ação que vai ser desenvolvida.
Quando? Quando a ação será realizada.
Por quê? Por que foi definida esta solução. (resultado esperado)
Onde? Onde a ação será desenvolvida. (abrangência)
Como? Como a ação vai ser implementada. (passos da ação)
Quem? Quem será o responsável pela sua implantação.
Quanto? Quanto será o custo.
Estas questões devem ser postas em um quadro, para visualização de todos e
39
com destaque na ação a ser implementada.
DIAGRAMA DE CAUSA-E-EFEITO (Espinha de Peixe/Diagrama de
Ishikawa)
É uma técnica utilizada para mostrar um efeito e as possíveis causas que
podem ter ou estar contribuindo para que ele ocorra. É um diagrama em forma de
peixe, utilizado pela primeira vez em 1953 pelo Professor Kaoru Ishikawa da
Universidade de Tóquio. Hoje é muito utilizado pelo mundo corporativo.
Estabeleça um problema (efeito) a ser analisado, desenha uma seta horizontal
apontando para a direita e escreva o efeito em um retângulo localizado na ponta da
seta. Faça um brainstorming para identificar possíveis causas, perguntando "Por que
isto esta acontecendo?". Agrupe as causas em categorias.
FLUXOGRAMA
O fluxograma mostra além das seqüências das atividades de um processo o
que é realizado em cada etapa, os materiais e serviços que entram e saem do
processo, as decisões que devem ser tomadas e as pessoas envolvidas.
Símbolos
O fluxograma utiliza símbolos para representar as etapas de um processo;
Operação: A etapa e quem a executa são registrados no interior do retângulo.
Decisão: Indica o ponto em que a decisão deverá ser tomada. A questão é
escrita dentro do losango, duas setas, saindo do losango mostram a direção do
processo em função da resposta (geralmente as resposta são sim e não).
Sentido do Fluxo: Indica o sentido e o fluxo das etapas do processo.
Limites: Indica o inicio e o fim do processo.
O fluxograma será útil para entender o processo, identificar pontos de
40
melhoria, facilitar a comunicação entre as pessoas envolvidas e disseminar
informação sobre o processo.
GRÁFICOS
Gráficos são ferramentas utilizadas para visualizar dados numéricos,
facilitando o entendimento dos processos e dados. Utilizado para analisar
tendências, seqüências e comparações entre variáveis, tornando mais
compreensíveis a apresentação de dados.
LISTA DE VERIFICAÇÃO SIMPLES
É uma ferramenta utilizada para certificação de que os passos ou itens pré-
estabelecidos foram cumpridos ou para avaliar em que nível estão. Defina
exatamente quais os itens que precisam ser verificados, como a ordem de uma
tarefa. Monte um formulário onde a pessoas que for preencher possa marcar um X
ao lado do item verificado ou no critério estabelecido.
LISTA DE VERIFICAÇÃO DE FREQUENCIA
É uma ferramenta utilizada para determinar quantas vezes ocorre um evento
ao longo de um período de tempo determinado. O acompanhamento da lista permite
verificar os seguintes eventos:
- número de vezes que alguma coisa acontece;
- tempo necessário para que alguma coisa seja feita;
- custo de uma determinada operação ao longo de certo período de tempo;
- impacto de uma ação ao longo de um dado período de tempo.
MATRIZ DE PREFERÊNCIA
Ferramenta que permite a organização de idéias ou alternativas segundas
uma ordem ou grau de preferência.
PDCA
41
Controle total é o controle exercido por todas as pessoas da empresa, de
forma harmônica (sistêmica) e metódica (baseado no ciclo PDCA), também pode ser
entendido como o controle de qualidade exercido por todas as pessoas para a
satisfação das necessidades de todas as pessoas.
Ferramenta utilizada para planejamento e implantação de projetos. PDCA
significa;
P – planejamento (Plan): Identifica o problema, analisa as características do
problema e traça um plano de ação para resolver o problema; estabelecer metas
sobre os itens de controle; Estabelecer a maneira (o caminho, o método) para
atingir as metas propostas.
D – fazer (Do): Executa o plano de ação; execução das tarefas exatamente como
prevista no plano e coleta de dados para verificação do processo. Nesta etapa é
essencial o treinamento no trabalho decorrente da fase de planejamento.
C – avaliar (Check): Verifica os resultados, se foram atingidos ou não e por que; a
partir dos dados coletados na execução, compara-se o resultado alcançado com a
meta planejada.
A – ação corretiva (Action): Padroniza o que esta funcionando, revisa as atividades e
planejamento para trabalhos futuros e retorna ao primeiro passo P. Esta é a etapa
onde o usuário detectou desvios e atuará no sentido de fazer correções definitivas,
de tal modo que o problema nunca volte a ocorrer." (Campos, TQC Controle de
Qualidade no Estilo Japonês, p. 33 e 34)
Como descreve Campos, o Controle de Qualidade segue alguns princípios básicos
para seu melhor desenvolvimento, são eles:
Produzir e fornecer produtos e/ou serviços que atendam concretamente às
necessidades do cliente (na verdade o que todos nós "produzimos" é a satisfação de
necessidades humanas).
Garantir a sobrevivência da empresa por meio do lucro contínuo adquirido pelo
42
domínio da qualidade (quanto maior a qualidade maior a produtividade).
Identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais alta prioridade (para isto
é necessário conhecer o método que permite estabelecer estas prioridades e o
método que permite solucionar os problemas).
Falar, raciocinar, e decidir com dados e com base em fatos (tomar decisões em cima
de fatos e dados concretos e não com base em "experiência", "bom senso",
"intuição" ou "coragem").
Gerenciar a empresa ao longo do processo e não por resultados (quando o mau
resultado ocorre a ação é tardia. O gerenciamento deve ser preventivo".
Reduzir metodicamente as dispersões por meio do isolamento de suas causas
fundamentais (os problemas decorrem da dispersão nas variáveis do processo).
O cliente é o rei. Não permitir a venda de produtos defeituosos.
Procurar prevenir a origem de problemas cada vez mais a montante.
Nunca permitir que o mesmo problema se repita pela mesma causa.
Respeitar os empregados como seres humanos independentes.
Definir e garantir a execução da Visão e Estratégia da Alta Direção da empresa.
É considerado um instrumento de melhoria continua, pois quando chega na
última etapa o próximo passo é retornar a primeira etapa.
RELATÓRIO DE AUDITORIA
É um formulário de verificação de cumprimento de padrões e normas. Uma
lista de verificação de auditoria é composta por:
Referencia a norma aplicável e/ou documento da qualidade utilizado na
43
auditoria;
Os elementos da norma;
Itens específicos;
Espaço para comentários.
Para um relatório de auditoria é necessário gerar questão cujas respostas
possam ser do tipo conforme ou não-conforme.
Relatório de não-conformidade:
As observações levantadas em uma auditoria são anotadas em documentos
chamados RNC (Relatório de Não-Conformidade). Neste relatório contém
declarações sobre fatos levantados, não-conformidade, nomes, entre outras
informações importantes. A descrição dos relatórios deve conter fatos que possam
ser comprovados, os quais os responsáveis possam tomar providencias.
Vantagens e desvantagens da qualidade total
Para a inserção da qualidade em uma empresa é necessária a implantação
das normas da ISO 9000, que é o conjunto de normas responsável pelos trabalhos
de garantia da qualidade e gestão da qualidade e como norma de gerenciamento da
qualidade que tem, dentre outros objetivos, disciplinarem a entrada de produtos em
determinados mercados.
A certificação estabelece um parâmetro de qualidade reconhecido no mundo
inteiro, o que facilita a inserção no mercado das empresas detentoras do certificado
ISO, como também emite aos consumidores a certeza de estarem adquirindo um
produto com qualidade garantida.
Assim, a implantação e a certificação da empresa nas normas ISO 9000
trazem uma série de vantagens: torna a organização mais competitiva e viável;
impulsiona mudanças e melhorias nos processos administrativos e produtivos e nos
produtos comercializados; proporciona lucratividade, redução de custos, criatividade
e inovação, além de um ambiente de trabalho mais agradável; melhora a sinergia
organizacional; remove atividades não produtivas e produtos não competitivos; dá
uma maior confiança no sistema de comunicação; proporciona um aumento
44
substancial no lucro da empresa, na participação no mercado e na produtividade;
redução de defeitos e do custo para alcançar a qualidade.
Entretanto, se as normas da ISO não forem bem explícitas para os
colaboradores e para a alta gerência da organização, o propósito da implantação e
certificação dessas normas pode ser em vão. Por isso, devem estar muito claro para
os colaboradores a real importância e a finalidade para a implantação dessas
normas, uma vez que não possui critérios de medição; não possui uma meta clara;
demora em atingir o resultado esperado; necessita de uma grande mudança cultural
e envolvimento de todos os colaboradores da organização. Exige ainda o uso de
ferramentas complexas a um alto custo de implantação, além do excesso de
burocracia com manuais e normativos e limita ainda a responsabilidade pela
qualidade a pequenos grupos dentro da organização.
Assim, ficam expressos os prós e os contras da implantação de um sistema de
gestão pela qualidade total na organização. Se por um lado facilita a conquista de
mercado e a qualidade em todos os processos que envolvem a produção, a venda e
a pós-venda, por outro, requer um minucioso e criterioso cuidado com a
implantação e administração da certificação ISO que, como visto, exige da
organização um total envolvimento com as Normas. Sendo assim, é importante
avaliar sempre a viabilidade de implantação dessas medidas antes de decidir sobre a
utilização da QT na organização, pois se bem feito todo processo, os resultados são
excelentes, porém, se mal dirigidos os resultados são frustrantes.
A necessidade de se adaptar aos crescentes requisitos do atual cenário
globalizado vem obrigando as organizações e as pessoas a desenvolverem novas
competências e a promoverem profundas mudanças nos processos de trabalho e nos
mecanismos de gestão. Estas mudanças ocorrem em maior ou menor grau,
conforme disponibilidade de recursos existentes.
O delineamento do processo consiste em mapear o mercado de um
determinado produto através de estudos e pesquisas que visem um mapeamento de
todo o processo.
Implantação da gestão pela qualidade total
45
Existem muitas opções para se implantar a Gestão da Qualidade: é preciso
um roteiro sob medida para cada organização, tendo em vista a sua cultura, sua
situação financeira, sua posição no mercado com relação à Qualidade e outros
aspectos que a individualizam.
Condições básicas
A condição principal no início é a preparação para uma mudança sem
interrupções. Não levar em conta esta orientação, não é só propício para uma
situação de fracasso, como também pode vir a prejudicar os esforços futuros de
implantação pela contaminação do processo. Se esta condição não puder ser
estabelecida a priori, recomendamos não iniciar a implantação. Numa mudança que
se faz através de saltos descontínuos, a cada salto mínguam o entusiasmo, a
esperança e a confiança no programa.
A Gestão pela Qualidade Total é um processo. A implantação do processo de
Gestão ela Qualidade requer uma preparação cuidadosa para que, a todo momento,
aconteçam ações no sentido de melhoria da Qualidade. Cada etapa do processo de
implantação cria condições para a busca da Qualidade e prepara a próxima etapa. É
a transformação da organização tradicional em uma organização aprendiz, com
autonomia e competência para moldar-se às necessidades dos clientes.
3.2 - Detecção de problemas e melhorias
No mundo organizacional, os profissionais podem deparar-se com inúmeros e
variados problemas. No entanto, uma abordagem sistemática dos problemas que
ocorrem poderão servir como instrumento de auxílio à sua resolução.
A identificação do problema baseia-se na pesquisa sobre a importância do
problema em questão, avaliando seu histórico e mostrando os resultados
indesejáveis. A partir dessa análise, deve-se fixar o tema e a meta a seguir;
designar o responsável (líder e membros); estabelecer um cronograma; e elaborar
um orçamento.
46
Para a caracterização do reconhecimento dos aspectos do problema de um
produto é necessário observar o tempo, local, tipo e efeito do processo, além das
comparações para identificar tais diferenças incluindo a análise e coleta de dados.
A descoberta das causas principais envolve: estabelecer hipóteses e testá-las.
Para eliminar essas causas é preciso uma ação de contenção X ação corretiva;
verificar eventuais efeitos colaterais e obter diferentes propostas de ação de
melhorias.
As organizações cada vez mais precisam conhecer as necessidades dos
clientes para desenvolver sua capacidade produtiva, ampliando seu mercado e
consequentemente, sua lucratividade através da correta aplicação dos resultados
obtidos pela pesquisa de marketing. “A pesquisa de marketing corresponde à
elaboração, à coleta, à análise e à edição de relatórios sistemáticos de dados e
descobertas relevantes sobre uma situação específica de marketing enfrentada pela
empresa”. (KOTLER, KELLER, 2006)
Através das informações coletadas pelas empresas, podem-se gerenciar os
problemas encontrados na pesquisa transformando os dados encontrados em
oportunidades para a empresa. A pesquisa de marketing faz parte do sistema de
informação da empresa e visa coletar dados pertinentes e transformá-los em
47
informações que venham a ajudar os executivos na solução de problemas.
Frequentemente os profissionais de marketing encomendam pesquisas para
identificar problemas ou oportunidades através de pesquisas de mercado.
A pesquisa de marketing é a função que conecta o consumidor, o cliente e o
público ao profissional mercadológico através de informações que são usadas para
identificar e definir oportunidades e problemas, para gerar, refinar e avaliar ações de
mercado para monitorar o desempenho organizacional a fim de melhorar a
compreensão do marketing como processo.
A pesquisa divide-se em dois tipos: (1) Para identificar problemas e (2) para
solução de problemas. Para identificar problemas serve para a averiguação de
problemas que não estão expostos e que poderão surgir futuramente; e a pesquisa
para solução dos problemas será usada para resolver os problemas encontrados da
pesquisa anterior.
Qualquer uma das pesquisas é importante para as empresas, pois através dos
resultados obtidos, elas podem estudar a melhor estratégia para poder alcançar
seus objetivos. A pesquisa de marketing é à entrada de informações para a tomada
de decisões, porém, apenas realizar a pesquisa não garante o sucesso, mas sim o
uso correto da pesquisa que leva a empresa a conquistas.
As organizações utilizam variada metodologia para desenvolver projetos de
melhorias em produtos ou serviços, tais como:
• Detecção de Problemas: existem muitos bens e serviços comuns que as pessoas
aceitam como se apresentam, embora não as satisfaçam completamente. É a partir
desse método onde os profissionais de uma empresa perguntarão aos seus usuários
do produto ou serviço, se têm alguma queixa ou sugestão de melhoria e cada
resposta ou declaração obtida reflete uma oportunidade de mercado. Porém, deve-
se considerar que esse método tende a gerar melhorias em produtos (ou serviços),
mas não inovações.
• Método Ideal: nesse caso, os profissionais devem entrevistar um grupo
48
considerável de prospects (consumidores potenciais) a fim de tentar ouvir deles uma
versão ideal do produto (ou serviço); pois, em alguns casos, podem surgir
necessidades bem simples de serem satisfeitas.
• Cadeia de Consumo: nesse método, os profissionais de também devem entrevistar
grupo significativo de consumidores a fim de traçar seus passos na aquisição, no uso
e até sobre o descarte de um produto. Deve-se mapear essa cadeia de consumo e
verificar se a organização pode introduzir novos produtos, serviços ou benefícios.
3.3 - Análise – causa e efeito
Diagrama de Causa Efeito como Ferramenta de Qualidade para
Soluções de Problemas
O diagrama de causa e efeito foi desenvolvido para representar a relação
entre o "efeito" e todas as possibilidades de 'causa' que podem contribuir para esse
efeito. Também conhecido como diagrama de Ishikawa, foi desenvolvido por Kaoru
Ishikawa, da Universidade de Tóquio, em 1943, onde a utilizou para explicar para o
grupo de engenheiros da Kawasaki Steel Works como vários fatores podem ser
ordenados e relacionados. Porém, somente em 1962, J. M. Juran no QC Handbook
"batizou" este diagrama como sendo diagrama de Ishikawa.
É desenhado para ilustrar claramente as várias causas que afetam um
processo, por classificação e relação das causas. Para cada efeito existem
seguramente, inúmeras causas dentro de categorias como as 6 M’s: método, mão-
de-obra, matéria-prima máquinas, mensuração e meio ambiente. Nas áreas de
serviços e processos transacionais utilizam-se como categorias básicas:
procedimentos, pessoas, ponto, políticas, medição e meio ambiente.
Um diagrama de causa e efeito bem detalhado tomará a forma de uma
espinha de peixe e daí o nome alternativo de “diagrama espinha de peixe”. A partir
de uma definida lista de possíveis causas, as mais prováveis são identificadas e
49
selecionadas para uma melhor análise. Quando se examina cada causa, observa-se
fatos que mudaram, como por exemplo, desvios de norma ou dos padrões. O
importante é eliminar a causa e não o sintoma do problema além de uma
Investigação da causa e seus contribuidores tão fundo quando possível.
Investiga os efeitos produzidos por determinadas categorias de causas. Criado
por Kaoru Ishikawa, o diagrama é composto por uma linha central com ramificações
na parte superior e inferior. O efeito, ou seja, o problema, é anotado na extremidade
direita da linha central e as diversas categorias de causas de problemas (material,
máquina, medida, mão-de-obra, método e meio ambiente) são anotadas nas
extremidades das ramificações que são levemente inclinadas para o lado esquerdo,
dando-lhe um aspecto de espinha de peixe, nome pelo qual é também conhecido.
Os passos para construção de um Diagrama de Causa e Efeito são:
Estabelecer claramente o problema ou efeito a ser analisado. Encontrar o
maior número possível de causas que possam contribuir para gerar o efeito. É
fundamental que haja uma discussão franca e aberta para se levantar as causas.
Uma das metodologias para que se apareçam as mais variadas causas é o
"Brainstorming".
Construir o Diagrama de Causa e Efeito no formato de espinha de peixe,
colocando o efeito a ser estudado no quadrado à frente. Saiba que o estudo em
separado dos efeitos possibilita analisá-los com mais detalhes, criando soluções mais
adequadas e efetivas.
Para facilitar a análise, deve-se agrupar as causas em categorias conhecidas
(medida, método, mão de obra, meio ambiente, máquina, materiais). Se necessário,
pode-se criar outras espinhas para agrupar outros tipos de causas.
Fazer um círculo nas causas mais prováveis. Identificadas as causas mais
prováveis, definir uma série de ações que, quando implementadas, eliminarão as
causas e consequentemente atuarão no efeito. Elaborado o plano de ações, não
esquecer de definir o cronograma de acompanhamento para garantir que as ações
sejam realmente implantadas.
50
O método do Diagrama de Causa e Efeito atua como um guia para a
identificação da causa fundamental de um efeito que ocorre em um determinado
processo.
Em geral, este tipo de ferramenta é aplicado em grupos interdisciplinares de
forma que o grupo tenha condições de detectar diversas possíveis causas para o
efeito, sendo que cada participante contribui com seu conhecimento específico. É
importante que se considere todas as causas possíveis, mesmo que o grupo ache
que uma causa específica não seja a responsável.
É muito comum a utilização de outras técnicas, tais como "brainstorming", na
determinação das possíveis causas para que o grupo possa considerar todas as
possibilidades.
O Diagrama de Causa e Efeito (ou Espinha de peixe) é uma técnica
largamente utilizada, que mostra a relação entre um efeito e as possíveis causas
que podem estar a contribuir para que ele ocorra.
O Diagrama de Causa-e-Efeito serve para visualizar, em conjunto, as causas
principais e secundárias de um problema; ampliar a visão das possíveis causas do
mesmo, enriquecendo a sua análise e a identificação de soluções e também analisar
processos em busca de melhorias.
As causas principais de problemas são:
• Mão-de-Obra (ou pessoas)
• Materiais (ou componentes)
• Máquinas (ou equipamentos)
• Métodos
• Meio Ambiente
• Medição
51
3.4 - Reestruturação e controle
O tema reestruturação produtiva e seus reflexos na organização do trabalho
vem sendo objeto de estudo de pesquisadores de diversas áreas, como da
administração, da sociologia, da engenharia, da psicologia e da educação. A
importância deste tema pode ser resumido em função das visíveis transformações
que vem ocorrendo, principalmente nos países latino-americanos, com a
incorporação de modernas tecnologias organizacionais, gerenciais e industriais, e
que tem ocasionado alterações no volume de empregos, no perfil de qualificação dos
trabalhadores, nos padrões de gestão da força de trabalho, nas relações inter-
firmas, entre outras.
A reestruturação produtiva em nosso país veio em resposta à necessidade de
ajustamento frente aos padrões internacionais de produtividade e de qualidade,
elemento básico de competitividade nesse novo cenário. Trouxe em seu bojo
questionamentos como o da inadequação dos princípios tayloristas/fordistas às
novas condições do mercado, assim como difundiu novos conceitos como de
automação, flexibilidade, produção enxuta, qualidade total, descentralização
produtiva, etc. Como resultado de tal reestruturação, os mais otimistas vêm até
considerando a manifestação de um novo paradigma na organização e gestão do
trabalho, num processo de ruptura com o padrão até então vigente.
Neste quadro de mudanças e de novas estratégias de gestão, há certo
consenso no que se refere a uma maior valorização do trabalhador qualificado.
Porém, algumas questões ainda não parecem suficientemente claras, como: “o que
é qualificação?”. Seria apenas o domínio de conhecimentos ou um fenômeno muito
mais complexo? Quais são os desafios de qualificação vivenciados pelos
trabalhadores neste momento de reestruturação produtiva?
Reestruturação produtiva é o termo que engloba o grande processo de
mudanças ocorridas nas empresas e principalmente na organização do trabalho
industrial nos últimos tempos, via introdução de inovações tanto tecnológicas como
organizacionais e de gestão, buscando-se alcançar uma organização do trabalho
52
integrada e flexível.
Retomando-se um pouco da evolução da teoria geral da administração pode-
se observar que, até os anos 70, as organizações caracterizavam-se por terem uma
estrutura predominantemente formal, hierarquizada, departamentalizada, com
centralização de informações e de decisões, estrutura esta criada com base nas
grandes empresas industriais. A relação entre as firmas era de concorrência,
verificando-se poucos movimentos no sentido de buscar-se a cooperação entre
estas.
As empresas começaram então a passar, ou sentiram a necessidade de
passar, por um processo de reestruturação produtiva que tende a dar origem a um
novo padrão de acumulação de capital e de organização da produção. Empresários
buscam, então, competitividade através de novas formas de ganhos de
produtividade aliados à flexibilidade da produção, visando adequar o aparelho
produtivo às novas exigências de um mercado de muita produção e pouco consumo,
numa concorrência não só nacional, mas principalmente internacional, com produtos
de qualidade e que estão em constante inovação. A capacidade de inovar em
produtos e processos passou a ser elemento de diferencial estratégico para as
empresas.
Entre as principais mudanças em curso encontram-se as inovações de base
técnica, organizacionais e de gestão da empresa e o novo padrão de inter-
relacionamento de firmas.
Poderia se pensar que as mudanças necessárias não se dão de forma mais
homogênea por ainda permanecerem resistências à mudança, principalmente pela
urgência não só de alterações a nível técnico, mas especialmente de mudança de
valores e de cultura empresarial, o que não seria fácil de ser alcançado em curto
período de tempo. Mas observa-se ainda que as próprias novas práticas de gestão
baseadas em real participação, comprometimento, mais espaço para comunicação,
decisão, etc., ainda tem sido restritas, assim como os poucos ganhos de
produtividade que tem sido repassados para o trabalhador, o pouco investimento em
treinamento constatado, a cultura conservadora dos empresários, a opção pela
polivalência e não politecnia, a pouca preocupação com a real melhora das condições
53
de trabalho, constituem um quadro de certa forma desanimador.
Dessa forma, Qualidade Total é uma perspectiva da gestão empresarial
presente hoje em todo o mundo, incorporada à produção industrial, tendo como
objetivo impedir que produtos com defeitos cheguem ao consumidor.
O controle de qualidade não é uma técnica administrativa recente. Data de
pelo menos do período da 2a. Guerra mundial, desenvolvida no Japão. Portanto,
passa por diferentes fases, até chegar à fase atual. Primeiro passa pela chamada era
da inspeção, depois pela era dos controles estatísticos e finalmente pela era da
Qualidade Total.
O conceito de Controle de Qualidade tem algumas diferenças, de acordo com
os autores. Armand Feigenbaum foi quem criou o conceito de qualidade total. Assim,
trata-se de:
“Um sistema eficaz de integrar os esforços de desenvolvimento, manutenção
e aprimoramento da qualidade para levar a produção e o serviço aos níveis mais
econômicos, que resultam na plena satisfação do consumidor. O TQC (Total Quality
Control) requer a participação de todas as divisões, inclusive de marketing, projeto
manufatura, inspeção e expedição.” (MAXIMIANO, 2000, p.201)
Dessa forma, o engajamento desse trabalhador torna-se indispensável à
garantia desse novo processo produtivo, ou seja, da empresa flexível.
A reestruturação produtiva é um processo objetivo. Independe da vontade
subjetiva dos profissionais, diretores, equipes de uma determinada organização,
como exemplo, porque há uma lógica econômica-política por onde as ações têm que
estar fundamentadas.
Controle do Processo
Antes de nos preocuparmos com a melhoria, o primeiro passo é colocar o
processo sob controle. Não podemos pensar em melhorar um processo que não
esteja controlado. Um processo controlado é um processo estável, em que só temos
variações devido às causas aleatórias. É muito comum encontrar empresas que não
54
possuem um controle adequado sobre seus processos.
Quando surge um grande problema, todos saem para resolvê-lo. Com o
problema resolvido, todos voltam à sua rotina. Normalmente, os problemas parecem
ser resolvidos ao se atuar sobre os efeitos e não sobre as causas fundamentais. Por
isso, esses problemas tendem a voltar.
Empresas que procedem dessa maneira trabalham na forma de “empresa
serrote”.
Já vimos que podemos usar o ciclo PDCA para manter o processo sob
controle. Veremos, agora, como utilizá-lo para a melhoria.
Melhoria da Qualidade
Para o sucesso das organizações, o ideal é conjugar a manutenção do
processo sob controle com a melhoria do processo.
55
O processo é mantido sob controle por meio do ciclo SDCA (processo com
operações padronizadas). Quando acontece algum problema, tudo é feito para fazê-
lo retornar aos parâmetros iniciais (manutenção do processo sob controle).
Quando a situação atual não é mais desejada, há necessidade de melhoria.
Nesse caso, deve-se usar o ciclo PDCA para estabelecer novos parâmetros,
analisando o que precisa ser feito para alcançar a melhoria, atuando na causa,
padronizando e estabelecendo novos controles para que o resultado anterior não
volte a acontecer. Com isso, elevamos o processo a um novo patamar de
desempenho.
As empresas que trabalham dessa maneira são consideradas empresas
“escada”.
Pelo processo de melhoria descrito acima, conseguimos pequenas melhorias
no processo (Kaizen). Apesar de pequenas, essas melhorias são significativas e
refletem muito no desempenho da empresa, não podendo, portanto, ser
56
desprezadas.
O ciclo PDCA para melhoria inclui os passos para o método de solução de
problemas conhecido como “QC Story”, “MASP” ou “8 passos”.
Cabe destacar, aqui, que, quando desejamos uma melhoria no processo,
poderemos considerar isso como um problema. De acordo com Campos (1996, p.
47), “um problema é um resultado indesejável de um processo”. Se considerarmos
que a situação atual não é mais a desejada e há necessidade de melhorias, então
estamos com um problema, que é melhorar o processo atual.
O ciclo PDCA deve ser girado até que a melhoria esteja implantada e
estabilizada. Nesse ponto, deve-se padronizar a melhoria e voltar para o ciclo PDCA
de controle do processo.
Algumas melhorias não são conseguidas por meio de pequenos avanços,
como no Kaizen. Há necessidade de mudanças radicais no processo que só serão
conseguidas com um novo processo e, por isso, serão necessários grandes
investimentos. Essas melhorias são consideradas inovações e promovem um grande
salto no desempenho dos processos, como pode ser visto na figura.
57
4 – QUALIDADE APLICADA AO PROCESSO DE DESIGN
Além da qualidade de um produto estar ligada de maneira direta à matéria-
prima usada em sua fabricação e também a toda logística de produção, não é difícil
descobrir que os produtos precisam de um design interessante para que convençam
o consumidor de que realmente o que estão levando tem a qualidade à altura de
suas expectativas.
Num mundo em que cada vez mais as empresas se acirram na luta pelo seu
produto ser o mais vendido, o grande diferencial com certeza é o seu design. As
sensações proporcionadas por um produto, com certeza não são limitadas ao seu
sabor ou aroma somente, mas também às sensações visuais e de tato intrínsecas à
embalagem, assim como, as sensações de bem-estar pelo status que é criado pelas
campanhas publicitárias de alguns produtos.
De modo semelhante ao que acontece no design de embalagem, no design de
produto, a mudança de pensamento e o investimento maciço neste tipo de design
foram a base para uma das maiores revoluções econômicas protagonizadas por um
país no século XX, foi o caso da Coréia do Sul que desde os anos 60, e com muito
mais ênfase a partir dos anos 90, busca o reconhecimento de seus produtos não só
pela qualidade , mas também pelo design.
58
Hoje em dia já temos produtos brasileiros com excelente design, tanto na
parte estética quanto em sua usabilidade, e apesar das tecnologias de produção
ainda serem caras, é o tipo de investimento que vale cada vez mais a pena para
qualquer empresa que almeja estar entre as grandes mundiais futuramente.
4.1 - Atributos do consumidor
Além da qualidade, o design é um dos principais fatores que diferencia um
produto no mercado. Um projeto inovador e bem conduzido desperta o interesse do
consumidor e pode gerar clientes fiéis ao produto e à marca. O processo criativo do
designer é apenas uma das etapas para transmitir ao consumidor todos os valores e
atributos pelos quais um produto deseja ser reconhecido. É preciso entender o que o
consumidor quer e como alcançá-lo de forma eficaz, atraindo-o pelo design e
conquistando-o pela qualidade. A criação deve e precisa vir de fora para dentro.
Em um mundo cada vez mais globalizado, com lançamento e novidades
vindas de todos os cantos do mundo, despertar a atenção do consumidor e fidelizá-
lo a um produto ou a uma marca é um grande desafio. E, por isto, é preciso
conhecê-lo muito bem antes de propor qualquer nova experiência. De nada adianta
um celular com tecnologia de última geração, que traz todo suporte para usar as
redes sociais, se o teclado ou a tela do aparelho são ruins de manusear e visualizar.
A inovação deve passar pela empatia com o consumidor e a criação tem que
enxergá-lo como parte do processo de desenvolvimento de um produto ou de um
serviço.
Os designers estudam ergonomia, conversam com mulheres, homens,
adolescentes, crianças para saber as suas opiniões sobre diversos temas e aspectos.
É a partir destes contatos e estudos que conseguem saber o que as pessoas
pensam, quais são seus desejos e as suas necessidades atuais e futuras. Antes de
lançar um produto novo ou criar a sua identidade visual, é preciso visitar os locais
onde o consumidor está e observar o seu comportamento. Supermercados, lojas de
conveniências, home centers, feiras e shoppings são alguns dos locais onde
podemos observar porque o cliente optou pelo produto “X” e não “Y”. Trata-se de
um trabalho meticuloso de investigação.
59
O produto tem que gerar uma identificação com o consumidor, tem que
transmitir as informações e os valores que deseja e precisa gerar a sensação “feito
pra mim”. E tudo isto só é possível estudando os hábitos dos consumidores, os seus
anseios, as qualidades e valores que adquira e o que busca em um produto.
O design funciona como uma porta de entrada para mostrar ao consumidor
que o produto possui tudo que ele deseja, seja com relação à funcionalidade, à
qualidade, à simplicidade, ao custo-benefício. As informações devem ser claras e o
consumidor não pode ter dúvidas. Para cada público que se deseja atingir, há
necessidades específicas e linguagens claras. E o designer precisa entender estas
diferenças.
Claro que a qualidade do produto, seja um bem durável ou não, será
comprovada pelo consumidor a partir da experiência pessoal. Porém, é o designer
que o atrai e o leva à possibilidade experiência e a fidelização.
Destaca-se também, que um bom atendimento e suporte também são
essenciais para o sucesso de qualquer empresa para manter a reputação do
produto. Todos estes aspectos juntos ajudam a transformar o consumidor na
principal ferramenta de marketing. Afinal, o boca a boca continua sendo uma das
formas mais eficazes de aumentar as vendas e torná-lo desejável e necessário.
Em um ambiente dinâmico de competitividade, a satisfação do cliente é ponto
chave para o sucesso de um relacionamento comercial em longo prazo. Nesta
perspectiva, avalia-se a importância dos atributos e a satisfação dos clientes.
O acirramento da competição e o aumento da diversidade de produtos e
serviços no mercado têm tornado complexo o desenvolvimento de estratégias para a
sustentação da atividade econômica das empresas. Neste sentido, Rosa e Kamakura
(2001, p. 1) afirmam que “a satisfação de clientes vem sendo considerada como um
dos mais importantes conceitos mercadológicos nesses últimos anos, uma vez que
está conectada à retenção do cliente, e conseqüentemente, à rentabilidade.”
No cenário atual é comum reconhecer que satisfazer as necessidades do
60
consumidor é um dos principais objetivos das empresas. “O reconhecimento deste
princípio básico de gestão vem tornando cada vez mais importante o monitoramento
da satisfação do consumidor como forma de avaliar o seu desempenho global”
(MARCHETTI; PRADO, 2001, p. 1).
Tontini (2003) destaca que “para obter sucesso no longo prazo, uma empresa
deve melhorar constantemente os atributos atuais de seus produtos e serviços e
introduzir inovações que proporcionem benefícios superiores e únicos aos seus
clientes.”
No que diz respeito à relação entre a satisfação e a lealdade (intenção de
comprar novamente) de clientes em diferentes setores, Bateson e Hoffman (2001,
p. 320) ressaltam que esta relação não é linear e que, “quanto maior a satisfação,
maior a manutenção (lealdade) de clientes e, quanto maior o ambiente de
competição, maior a necessidade de se alcançar índices superiores de satisfação do
cliente.” Ou seja, a lealdade está relacionada com a competitividade do setor e com
a satisfação dos clientes.
Segundo Kotler (2000, p. 58), a satisfação “consiste na sensação de prazer ou
desapontamento resultante da comparação do desempenho (ou resultado) percebido
de um produto em relação às expectativas do comprador.” A definição de satisfação
do autor evidencia que a satisfação é função de desempenho e expectativas
percebidos pelo cliente.
O modelo dominante de satisfação, para Oliver (1997), Kotler (2000) e
Matzler et al. (2004), é concebido por meio da comparação cognitiva do
desempenho percebido com as expectativas de pré-compra, podendo o desempenho
alcançar as expectativas (cliente com satisfação moderada ou indiferente); superar
as expectativas (cliente altamente satisfeito); ou, não alcançar as expectativas
(cliente insatisfeito). Nesta perspectiva, “muitas empresas estão objetivando a alta
satisfação porque clientes meramente satisfeitos mudam facilmente de fornecedor
quando aparece uma oferta melhor. Os que estão altamente satisfeitos são muito
menos propensos a mudar” (KOTLER, 2000, p. 58).
61
Bendlin (2000, p. 26) ressalta que “a melhor estratégia para ter clientes de
forma continua e permanente é oferecer aquilo que ele realmente quer, delineando
assim a busca pela qualidade que possibilite exceder suas expectativas.”
Tontini et al. (2004, p. 180) comenta que “clientes satisfeitos são menos
sensíveis a preços e propensos a repetir o consumo com os fornecedores que lhe
trouxeram satisfação superior.” Nesse sentido, identificar os atributos que geram
satisfação nos clientes é imprescindível para qualquer empresa sobreviver no
ambiente competitivo atual.
4.2 - Formulário de Requisitos
O processo de desenvolvimento de um produto busca atender às necessidades
de clientes e usuários, em face de uma série de requisitos de uso e desempenho do
produto. Esses requisitos são dados por parâmetros técnicos, e por requisitos dados
pelo tipo e uso do produto e outros demandados pelos clientes, que representam
desejos e necessidades funcionais, estéticas, de uso. Nesse contexto, o projeto deve
estabelecer meios adequados para satisfazer essas necessidades através da
concepção de um produto que possa ser julgado satisfatório pelos clientes e usuários
finais, além de atender aos desempenhos técnico‐construtivos.
Assim, garantir o atendimento aos requisitos dos clientes envolve
primeiramente escutar, interpretar e hierarquizar as demandas colocadas. Envolve
também a gestão desses requisitos ao longo do processo de projeto de forma a
assegurar que sejam considerados e contemplados ao longo das diversas fases de
amadurecimento do processo de projeto.
O objetivo geral desse processo é buscar um maior esclarecimento sobre o
processo de levantamento de requisitos junto ao cliente e sobre a gestão desses
requisitos ao longo do processo de projeto. E o objetivo específico é caracterizar a
estrutura de projetos e criar um modelo de sistematização de informações para
montagem do programa de necessidades e gestão de requisitos do cliente no
processo de projeto, que se aplique ao estudo de caso desenvolvido e em empresas
similares.
62
Gil (2002) define pesquisa como procedimento racional, estruturado e
sistêmico para investigar problemas científicos e tecnológicos determinados e
objetivos. Partindo dessa definição, o trabalho busca abordar a questão dos
requisitos dos clientes no projeto de design de forma estruturada e alicerçada em
procedimentos lógicos e reconhecidos.
Ao desenvolver o tema gestão estratégica da qualidade é preciso partir das
noções gerais da qualidade. Discutem-se os múltiplos conceitos da qualidade,
convergindo para a qualidade como relação de consumo. A partir daí, analisando-se
características próprias e restrições de cada definição da qualidade, foram
estruturados novos conceitos, sempre ampliando os anteriores.
A estrutura de suporte e o modelo econômico da Gestão da Qualidade são
também considerados, sempre sob um viés estratégico. O processo gerencial da
qualidade é descrito em termos de seus elementos fundamentais: o processo de
tomada de decisão, o perfil do agente de decisão, o envolvimento dos recursos
humanos no esforço pela qualidade e o componente cultural que determina a
consolidação da gestão da qualidade nas organizações.
BOM DESIGN É INOVADOR
As possibilidades para inovação não estão, de forma alguma, saturadas. O
desenvolvimento tecnológico está sempre oferecendo novas oportunidades para
inovação no design. Porém o design inovador sempre se desenvolve paralelamente à
tecnologia inovadora, e nunca pode ser um fim em si mesmo.
BOM DESIGN TORNA O PRODUTO ÚTIL
Um produto é comprado para ser usado. Ele tem de satisfazer determinados
critérios, não apenas funcionais, mas também psicológicos e estéticos. O bom design
realça a utilidade de um produto sem desrespeitar nada que possivelmente possa
afastar-se disso.
BOM DESIGN É ESTÉTICO
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A qualidade estética de um produto é parte integrante da sua utilidade, pois
os produtos que usamos em nosso dia-a-dia afetam a nossa pessoa e o nosso bem-
estar. Mas somente objetos bem executado podem ser belos.
BOM DESIGN TORNA O PRODUTO COMPREENSÍVEL
Ele esclarece a estrutura do produto. Melhor ainda, pode fazer o produto falar.
Na melhor das hipóteses, é auto-explicativo.
BOM DESIGN É DISCRETO
Produtos que satisfazem um propósito são como ferramentas. Eles não são
objetos de decoração nem obras de arte. Seu design deve ser neutro e contido, para
deixar espaço à auto-expressão do usuário.
BOM DESIGN É HONESTO
Não se faz um produto mais inovador, poderoso ou valioso do que ele
realmente é. Ele não tenta manipular o consumidor com promessas que não podem
ser cumpridas.
BOM DESIGN É DURADOURO
Ele evita estar na moda e por isso nunca parece antiquado. Ao contrário do
design de moda, dura muitos anos – até mesmo na atual sociedade do descarte.
BOM DESIGN É MINUCIOSO, ATÉ O ÚLTIMO DETALHE
Nada deve ser arbitrário ou deixado ao acaso. Cuidado e rigor no processo de
design, mostram respeito para com o consumidor.
BOM DESIGN É AMIGO DO MEIO AMBIENTE
O design tem uma importante contribuição na preservação do meio ambiente.
Conserva os recursos e reduz a poluição física e visual durante todo o ciclo de vida
do produto.
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BOM DESIGN É O MÍNIMO DESIGN POSSÍVEL
Menos, porém melhor – pois se concentra em aspectos essenciais, e os
produtos não estão sobrecarregados de supérfluos. De volta à pureza, de volta à
simplicidade.
4.3 – Planejamento
O planejamento de um projeto reside no uso de técnicas e ferramentas que
visam alocar recursos para a realização das tarefas e atividades do projeto.
Apresentamos neste artigo a adição de técnicas e ferramentas para a otimização do
processo de planejamento de projetos de produtos, sua estimativa de custos e
tempo.
O planejamento da qualidade é a atividade de desenvolvimento de produtos,
serviços e processos exigidos para a satisfação das necessidades dos clientes.
As metas de qualidade para o planejamento da qualidade seriam as metas
obtidas do planejamento estratégico, da missão e da visão da empresa.
Desenvolver as Características dos Produtos
Neste momento, determinamos as características dos produtos que serão os
meios para atender, plenamente, as necessidades dos clientes. Nesta parte, está
implícito o conceito de satisfação das necessidades dos fornecedores. Traduzir as
necessidades descritas pelos clientes em linguagem da empresa não é tarefa muito
fácil.
Para essa tradução, podem-se utilizar diversos “auxiliares”, sendo os mais
comuns:
• Glossário – constituído de termos-chave com suas explicações.
• Amostras – pequenos pedaços de material ou fotografias que permitem a
65
escolha do cliente por meio de cores, aparência, textura etc.
• Padronização – que permite a escolha dos clientes dentro de padrões
definidos.
• Medição – transformar em números as principais características. É o método
mais eficaz para garantir a precisão e o entendimento por parte dos clientes.
De posse das necessidades traduzidas, passa-se ao desenvolvimento do
produto pelas seguintes etapas:
• Exame das alternativas disponíveis de características do produto para
atender às necessidades dos clientes.
• Criação de alternativas.
• Experimentação e teste das alternativas, para escolher a melhor.
• Definição das características escolhidas para o produto.
Nesta fase, também é feita a análise da concorrência para uma melhor
avaliação do posicionamento do produto no mercado.
Desenvolver os Processos
É a atividade de definição dos meios específicos para serem usados pelas
forças operacionais para produzir os produtos com as características de qualidade
desejadas pelos clientes. Nesse ponto, são considerados equipamentos, instalações
e recursos humanos. A definição desses meios requer conhecimentos sobre:
• As metas de qualidade.
• As condições operacionais.
• A capacidade de processos alternativos.
O projeto do processo é um assunto muito extenso, pois requer conhecimento
da demanda dos produtos, layout e capacidade, entre outros. Deve-se ficar atento
ao atendimento das necessidades dos clientes e projetar para reduzir erros
humanos.
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Projetar um processo à prova de erros é importantíssimo para garantir a
qualidade ao atendimento das necessidades dos clientes. Juran (1992, p.237)
estabelece uma classificação dos métodos à prova de erros, que é mostrada a
seguir:
• ELIMINAÇÃO – consiste na mudança de tecnologia para eliminar as
operações propensas a erros.
• SUBSTITUIÇÃO – substitui o homem por alguma operação automática ou
robôs.
• FACILITAÇÃO – dotar os processos com meios para facilitar a não ocorrência
de erros, como a codificação de peças com cores.
• DETECÇÃO – facilita a encontrar o erro o mais cedo possível, como a
inspeção entre processos.
• MITIGAÇÂO – fornecer meios para evitar danos, caso o erro ocorra, como a
instalação de fusíveis.
Desenvolver Controles e Transferir para Operações
Essa última fase consiste no projeto dos meios para controlar o processo e o
produto e transferir as responsabilidades, até então, do planejamento para a
operação.
Desenvolver Controles
O controle depende da comparação do desempenho real do processo como foi
projetado, por isso deve-se prever, no planejamento, o que deve ser medido no
processo e no produto e qual valor deve ser alcançado.
Uma das melhores formas de garantir controle sobre os processos é por meio
de normas operacionais. Uma boa norma informa ao operador o que deve ser feito
na produção, como deve ser controlada, quais os resultados devem ser alcançados e
onde devem ser medidos e, no caso de não alcançá-los, o que fazer.
67
Para a Operação
Depois de terminado todo o planejamento e definidos os controles, chega a
hora de transferi-los para a operação. Essa transferência consiste em provar que o
processo é capaz de produzir e atender as necessidades dos clientes e, também, que
o processo é controlável. Durante o projeto do processo, muito conhecimento a
respeito dele é adquirido e esse know-how deve ser transferido por meio de:
• Especificações dos processos.
• Procedimentos operacionais.
• Treinamento no trabalho.
• Acompanhamento das operações iniciais.
A transferência para a operação completa o planejamento da qualidade. Ela
deve ser feita de forma estruturada e formalizada ou por meio de transferência de
documentação e um cerimonial, ou com participação antecipada da operação nas
fases finais de planejamento, ou uma mistura dos dois, o que é recomendável. A
formalidade é útil, pois garante a documentação e entendimento pela operação,
além de assegurar uma transferência ordenada e completa.
Metodologia Projetual
É a elaboração de um conjunto de ações que orientam o processo criativo na
elaboração de um projeto. As ações são divididas em etapas. A estas etapas comuns
dá-se o nome de macroestrutura. Dentro da macroestrutura existem etapas
imprevisíveis e particulares de cada projeto.
Macroestrutura:
Corresponde às 3 etapas principais:
• Estruturação do problema.
•Projeto e experimentação.
•Realização do projeto (produção).
68
Microestrutura:
São sub-etapas existentes na macroestrutura, de acordo com a Natureza do
projeto. (Por exemplo: conceber um produto software é diferente de conceber um
automóvel).
Estruturação do Problema
• Briefing: Primeira reunião com o cliente, onde se obtêm as primeiras linhas
de orientação do projeto.
• Definição do problema: Qual o objetivo? Qual a mensagem? A quem se
dirige? (público alvo).
• Recolha de dados: Nesta fase, é feita uma comparação entre os produtos já
existentes no mercado, dando ao designer a noção daquilo que está a ser feito na
mesma época. A este processo dá-se o nome de Sincronia. É também feita uma
análise da fisionomia dos objetos do passado, com a mesma função. Assim o
designer fica com informações sobre o seu percurso histórico quais os motivos que
precedem a sua evolução (Diacronia).
Fase A – Estruturação do Problema
•Condicionalismos técnicos
•Condicionalismos comerciais
•Condicionalismos Socioecológicos
•Qual o tempo de duração do objeto? Quais as normas (nos tamanhos, cores)
a que deve obedecer?
•Análise dos limites: A identificação dos limites torna-se elementos
importantes para o desenvolvimento do objeto.
Fase B – Projeto de Experimentação
•Criatividade: Nesta fase é importante registrar o maior número de ideias. A
criatividade resulta da síntese dos elementos recolhidos nas fases anteriores.
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•Brainstorming: É um jogo de ideias, num ambiente propício para que elas se
manifestem, tendo como ponto de partida qualquer tópico sugerido acerca do
problema.
•Análise dos meios técnicos e materiais disponíveis.
•Representação e experimentação: pode ser feito através de modelos ou
maquetas.
•Testagem e Avaliação.
•Avaliação ao longo do projeto.
•Avaliação final: estética, funcionalidade, custos.
•Escolha de alternativas: Devemos considerar várias opções, em vez de nos
prendermos a primeira que nos surge. No design é importante a inovação.
Fase C – Realização do Projeto
•Criação do protótipo: Serve para visualizar em três dimensões o projeto,
facilitando a apresentação da ideia final ao cliente. Por vezes é tão perfeito que
poderá confundir-se com o original. É aqui que se procuram as falhas e se fazem as
respectivas correções antes do objeto proceder para a produção em série.
•Pré-série: ensaio da produção.
•Produção em série: realização.
4.4 - Implantação e Monitoramento
A correta identificação das metas de implantação é essencial para o êxito do
projeto de design. Dependendo do tamanho da sua organização e do nível de
envolvimento esperado da equipe de TI (sistemas de informação) nas organizações
de parceiros, é essencial a formação de uma equipe de projeto que possa comunicar
de forma clara os problemas reais da implantação em uma declaração de visão. Os
membros dessa equipe devem entender a direção que seu projeto de implantação
deve seguir para alcançar as metas de implantação.
A tomada de precauções objetiva identificar, esclarecer e refinar as metas de
implantação. É possível aproveitar metas de implantação já predefinidas e
documentadas que sejam relevantes para os designs e desenvolver uma solução que
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funcione para seus cenários.
O design é um setor chave para empresas de todos os portes, pois contribui
para que processos de produção e o marketing do produto sejam eficientes. Se bem
planejado e aplicado, o design é vetor de inovação para os negócios.
“O design pode reduzir os custos de produção. Um objeto bem desenhado
pode utilizar menos peças ou um processo mais adequado. Também pode ser
utilizado como marketing, seja utilizando o nome do design que fez o produto –
quando conveniente –, seja para construir visualmente um produto adequado para
aquele nicho, que fale a sua linguagem.”, destaca Mariana Quinelato, do escritório
de design de produtos e arquitetura Mellone Associados.
O design pode garantir um produto bonito, funcional e barato, fatores que
têm grande peso na hora de o consumidor escolher o produto. Apesar de sua
importância, as empresas brasileiras ainda não o utilizam de forma estratégica.
“O nosso grande ponto fraco é as empresas não incluírem no seu
planejamento o design como elemento estratégico. A indústria no Brasil esquece ou
não tem a cultura ou o conhecimento de incluir o design como um fator decisivo de
marketing, de inovação, de redução de custo.”, avalia Mariana Quinelato.
Mariana Quinelato explica que o designer precisa conhecer o processo de
produção da empresa para formular produtos inovadores e adequados ao mercado,
pensando na redução de custos e utilização de materiais novos.
“Quando você está desenhando algum produto, em cada traço, você pensa o
material e a técnica que vai usar. Dependendo do material, muda as técnicas, os
maquinários e os processos de produção. Isso tudo está na prancheta do designer.”,
afirma a especialista.
Também interferem na concepção do produto o transporte, a comercialização
e divulgação. “O investimento que uma empresa faz contratando um serviço de
design é ínfimo perto do que essa consultoria pode trazer de retorno para o negócio.
Na verdade, investir em design é economia e estratégia de comercialização e
crescimento. Deve estar incluído no planejamento das empresas.”, comenta a
71
designer.
Um projeto é uma série de atividades (investimentos) voltada para a
resolução de certos problemas com tempo estipulado e lugar específico. Investir
engloba tempo, dinheiro, recursos humanos e materiais. Antes de se alcançar os
objetivos, um projeto passa por vários estágios. O monitoramento deve estar
presente em todos os estágios do ciclo do projeto.
As três fases básicas são:
Planejamento do projeto (análise de situações, identificação de problemas,
definição dos objetivos, formulação de estratégias, elaboração de um plano de
trabalho e orçamento);
Implementação do projeto (mobilização, utilização e controle de recursos e
operação de projetos);
Avaliação do projeto.
Todos os indivíduos e instituições que tem interesse (stakeholders) no projeto
devem participar do monitoramento. Para implementar eficientemente um projeto,
as pessoas no planejamento e implementação devem planejar todas as fases inter-
relacionadas desde o início.
No Manual dos mobilizadores, dizemos que as questões essenciais do
planejamento e gerenciamento são: (1) O que queremos? (2) O que temos? (3)
Como usamos o que temos para conseguir o que queremos? e (4) Qual será o
resultado? Pode-se usar “onde” em vez de “que”, pois os princípios são os mesmos.
As questões se tornam:
Onde estamos?
Aonde queremos ir?
Como chegamos lá?
72
O que acontece enquanto conseguirmos?
Antes de implementar um projeto, os planejadores, implementadores e
beneficiados devem estabelecer metas e objetivos. Veja Processo de brainstorm
para um método participativo de como se fazer isso.
Uma meta é uma declaração geral do que deve ser feito para resolver um
problema, definido, portanto, o que é esperado do projeto. Uma meta surge do
problema que precisa ser resolvido e indica destino do projeto. Objetivos são metas
pré-estabelecidas e devem ser específicos para serem alcançados.
Os planejadores, implementadores e membros da empresa também devem
identificar e superar os possíveis obstáculos que poderão ter de enfrentar ao
executarem o projeto. Sob uma avaliação dos obstáculos e dos pontos positivos, os
implementadores devem decidir se continuam ou não com o projeto. As metas e
objetivos oferecem a base para a monitoração e avaliação de um projeto. Através
deles é que se mede o sucesso ou o fracasso do projeto.
Implementação do monitoramento questiona a quarta pergunta essencial: “O
que acontece quando conseguimos?”.
Esta é a fase onde todas as atividades planejadas são colocadas em ação.
Antes da implementação de um projeto, os implementadores (liderados pelo comitê
do projeto ou direção) devem identificar suas forças e fraquezas (internas),
oportunidades e ameaças (externas). Força de vontade e oportunidades são pontos
positivos que devem ser explorados para implementar eficientemente um projeto.
Fraquezas e ameaças são obstáculos que podem dificultar a implementação do
projeto. Os implementadores devem, então, garantir que meios de se superar tais
obstáculos.
O monitoramento é importante nesta fase, pois garante o andamento do
projeto conforme esperado. É um processo contínuo que deve ser colocado em
prática antes do início da implementação. No entanto, as atividades de
monitoramento devem aparecer no plano de trabalho e envolver todos os
stakeholders. Se as atividades não estão indo bem, deve-se tomar providências para
73
identificar o problema e corrigi-lo.
O monitoramento também é importante para garantir que as atividades estão
sendo implementadas como planejadas. Isso ajuda aos implementadores a medir o
quão bem estão atingindo seus objetivos. É baseado na compreensão que o
processo pelo qual um projeto é implementado tem muitos efeitos no seu uso,
operação e manutenção. Portanto, se a implementação do projeto não for
satisfatória, os implementadores devem se perguntar “Como chegaremos lá?” (O
que acontecerá quando chegarmos?).
Foi demonstrado que:
O planejamento descreve formas de como se fazer a implementação e o
monitoramento;
A implementação e o monitoramento baseiam-se pelo plano de trabalho do
projeto;
O monitoramento oferece informações para o planejamento e
implementação do projeto.
Há um relacionamento recíproco entre planejamento, implementação e
monitoramento. Um dos três não pode ser feito isolado dos outros dois, e quando se
usa um dos três, os planejadores e implementadores têm que estar atentos aos
outros.
Nesta pesquisa foram analisados o conceito de qualidade e suas aplicações,
assim como suas ferramentas e sua importância. Pode-se perceber que qualidade
está em tudo o que fazemos, na nossa empresa, na nossa casa, nos lugares onde
freqüentamos. Qualidade é a adequação do produto ao modelo e forma que
queremos e se produzimos produtos e prestarmos serviços. Sem qualidade não há
satisfação, se não houver satisfação não haverá clientes, não haverá colaboradores
interessados em trabalhar na organização, não haverá acionistas, não haverá capital
a ser investido e não haverá fornecedores com qualidade e a organização irá dar
lugar à concorrência. A Gestão da Qualidade se utiliza de ferramentas importantes
para chegar a um objetivo que gera muito trabalho e esforço.
74
BIBLIOGRAFIA
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Qualidade em Produtos e Serviços. Ed. Pioneira.
NETO, Edgard Pedreira de Cerqueira. Gestão da Qualidade: Princípios e Métodos. Ed.
Pioneira
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