qualidade ambiental de uma sala de espera de um hospital...

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Universidade Fernando Pessoa Faculdade de Ciências e Tecnologia Engenharia do Ambiente – Qualidade Ambiental de Espaços Interiores Trabalho elaborado em 27-12-2009 pelos alunos: André Andrade nº 18990, Patrícia Neto nº 18652 e Pedro Sousa nº 19013. Qualidade Ambiental de Espaços Interiores Qualidade Ambiental de uma Sala de Espera de um Hospital da Zona do Porto Docentes: Prof. Doutor Nelson Azevedo Barros e Prof. Doutor Miguel Magalhães Ferreira

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Universidade Fernando Pessoa Faculdade de Ciências e Tecnologia

Engenharia do Ambiente – Qualidade Ambiental de Espaços Interiores Trabalho elaborado em 27-12-2009 pelos alunos:

André Andrade nº 18990, Patrícia Neto nº 18652 e Pedro Sousa nº 19013.

Qualidade Ambiental de Espaços Interiores

Qualidade Ambiental de uma Sala de Espera de um Hospital

da Zona do Porto Docentes: Prof. Doutor Nelson Azevedo Barros e

Prof. Doutor Miguel Magalhães Ferreira

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Assinatura dos autores deste trabalho André Andrade, n.º 18990: Patrícia Neto, n.º 18652: Pedro Sousa, n.º 19013:

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Índice

Sumário Executivo ............................................................................................. 5

Introdução .......................................................................................................... 6

Qualidade do Ar Interior de um Hospital ............................................................ 7

Conforto Acústico e Conforto Térmico de um Hospital ....................................... 9

Caracterização do Hospital Objecto de Estudo ................................................ 12

Caracterização da Sala de Espera Objecto de estudo ................................. 12

Resultados ....................................................................................................... 12

Qualidade do Ar Interior ................................................................................ 12

Conforto Acústico ......................................................................................... 14

Conforto Térmico .......................................................................................... 14

Discussão dos Resultados ............................................................................... 15

Conclusão ........................................................................................................ 19

Lista de Figuras ................................................................................................ 20

Glossário .......................................................................................................... 26

Lista de Abreviaturas ........................................................................................ 27

Bibliografia........................................................................................................ 28

Anexos ............................................................................................................. 31

Apêndice .......................................................................................................... 34

Agradecimentos ............................................................................................... 36

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Índice de Figuras

Figura 1: Planta do Edifício Hospitalar ____________________________ 20

Figura 2: Planta do Edifício de Cirurgia/Central no 3º Piso ___________ 20

Figura 3: Planta em pormenor da sala de espera ___________________ 21

Figura 4: Cadeiras estofadas presentes na sala de espera ___________ 21

Figura 5: Janela com estores presente na sala de espera ____________ 22

Figura 6: Unidade de tratamento de ar recirculado da sala de espera __ 22

Figura 7: Unidade de tratamento de ar recirculado da sala de espera __ 23

Figura 8: Paredes da sala de espera _____________________________ 23

Figura 9: Planta com os tipos de materiais de construção da sala de espera ______________________________________________________ 24

Figura 10: Amostrador de Ar Sampl´air Lite _______________________ 24

Figura 11: Técnica de amostragem microbiológica pelo método activo por impacto _____________________________________________________ 25

Figura 12: Sonómetro _________________________________________ 25

Figura 13: Termohigrómetro utilizado na medição da temperatura e humidade relativa _____________________________________________ 25

Índice de Tabelas

Tabela 1: N.º de Microrganismos existentes no ar e a sua identificação 13

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Sumário Executivo

O trabalho efectuado possui como principal objectivo a realização da avaliação das condições ambientais de uma sala de espera de um Hospital oncológico da zona do Porto, tendo sido para isso analisadas as condições desta sala de espera, tendo em conta a qualidade do seu ar interior, as suas condições de conforto acústico e as suas condições de conforto térmico. É portanto necessário que estas instituições de saúde ponham em prática metodologias para a avaliação da qualidade do ar no interior dos seus edifícios, tornando-se mais importante ainda o controlo da qualidade do ar interior de unidades hospitalares orientadas para o atendimento de doentes oncológicos, como no caso do hospital que serve de base a este trabalho. Devido à impossibilidade de realizar uma caracterização da totalidade dos poluentes do ar interior do edifício hospitalar em causa, optamos por dar uma maior ênfase aos bioaerossóis, mais concretamente às bactérias e fungos, visto que estes são a causa de muitas infecções hospitalares. Em termos de conforto acústico, os hospitais devem criar condições para que o ambiente das suas áreas seja ou esteja, o mais possível, isolado quer de ruídos externos, quer de ruídos internos, provenientes de áreas adjacentes. Relativamente ao conforto térmico, os hospitais devem proporcionar um ambiente térmico que propicie o bem-estar do maior número de pessoas possível sendo que a principal condição para o conforto térmico é a neutralidade térmica, isto é, quando uma pessoa não sente nem frio nem calor. É também importante referir que a escolha da caracterização ambiental de uma sala de espera, do hospital objecto de estudo deste trabalho, deveu-se essencialmente ao facto das salas de espera dos serviços prestadores de cuidados de saúde serem locais de permanência de utentes e, por isso, locais privilegiados para a transmissão de infecções respiratórias. Quanto aos resultados obtidos para a sala de espera observa-se que o número de UFC, tanto de bactérias como de fungos encontra-se dentro do valor estipulado por lei (Decreto-Lei 79/2006), ou seja, inferior a 500 UFC, sendo que, os piores resultados obtidos dizem respeito às condições acústicas da sala, possuindo estes significativos desvios dos valores do nível de pressão sonora (42 NC) e do tempo de reverberação (0,7002s) definidos pela lei, e também das condições de conforto térmico da sala de espera, apresentando esta sala um valor de humidade relativa elevado (64%) e um número de renovações de ar por hora muito baixo (4 R/h). Pode concluir-se que como medidas a serem adoptadas que, de uma forma geral, poderão melhorar todos os requisitos acústicos, térmicos, e da qualidade do ar da sala de espera, e que foram referidas na discussão deste trabalho para todos os parâmetros, surgem: o aumento do nº de renovações de ar por hora efectuado pelo sistema AVAC, o revestimento das superfícies da sala com materiais de absorção acústica e materiais de isolamento térmico e também a manutenção periódica do sistema de AVAC. Melhorando-se as condições ambientais dos edifícios hospitalares, todos os intervenientes no processo de atendimento hospitalar poderão ser beneficiados.

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Introdução

O tempo que o ser humano passa em locais fechados corresponde a cerca de 80% a 90% do seu tempo útil total, importa pois que este seja vivido nas melhores condições possíveis, sobretudo quando se trata de instituições hospitalares. Pelo facto do número de doentes com problemas graves de ordem imunológica estar a aumentar, é exigido por parte dos serviços hospitalares, um acréscimo de equipamentos modernos, novos meios de diagnóstico e tratamento, e consequentemente novas instalações, o que significa, que num futuro próximo, as instituições hospitalares darão ênfase ao papel e à responsabilidade de proporcionar, através da arquitectura, as condições funcionais e de conforto necessárias ao bom desempenho das práticas médicas, bem como o bem-estar e a auto-estima dos ocupantes dos edifícios de saúde, criando também um conjunto de barreiras físicas contra a disseminação de infecções. Nesta perspectiva, nós que seremos futuros engenheiros, poderemos ter um papel importante nos projectos de construção, renovação e manutenção de instalações hospitalares, tentando proporcionar as melhores condições ambientais, que estas instalações possam proporcionar. Prevê-se que no futuro, as exigências de conforto térmico, acústico e de qualidade do ar interior das instalações hospitalares, sejam cada vez maiores, estando o nosso país, actualmente numa fase embrionária de contemplação destes aspectos na construção ou remodelação de edifícios. Enquadrado neste panorama, surge o trabalho que efectuamos, que possui como principal objectivo a realização da avaliação das condições ambientais de uma sala de espera de um Hospital oncológico da zona do Porto, tendo sido para isso analisadas as condições desta sala de espera, tendo em conta a qualidade do seu ar interior, as suas condições de conforto acústico e as suas condições de conforto térmico. Relativamente à estrutura do trabalho, numa primeira parte do trabalho é realizada uma abordagem teórica dos principais aspectos da qualidade do ar interior, conforto acústico e conforto térmico de um Hospital, referindo-se entre outros assuntos quais as principais fontes de contaminação/emissão, quais os tipos de doenças que podem ser provocadas por anomalias nestes aspectos, como é efectuada a medição destes aspectos, qual a legislação aplicável a cada condição ambiental, quais os parâmetros que devem ser avaliados, entre outros. Em seguida são apresentados os resultados obtidos na definição dos parâmetros relativos à qualidade do ar interior, conforto acústico e conforto térmico da sala de espera objecto de estudo, assim como é realizada a sua descrição. Por fim é realizada uma discussão e análise dos resultados, comparando os valores obtidos para a sala de espera com a legislação em vigor, e descrevendo algumas medidas que visam algumas oportunidades de melhoria que possam ser aplicadas na sala de espera.

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Qualidade do Ar Interior de um Hospital

Embora seja amplamente reconhecido que a qualidade do ar em ambientes hospitalares pode afectar a saúde e o conforto de todos os pacientes e profissionais de saúde presentes nestes locais, existem actualmente em Portugal muito poucos estudos efectuados relativos a este tema. E dos poucos estudos que foram realizados, a sua maioria indica que a qualidade do ar de vários hospitais portugueses é má. Um destes estudos, que serve como exemplo do que foi dito anteriormente, é o estudo realizado pela DECO em 2005, em que foi analisada a qualidade do ar interior de 19 hospitais a nível nacional e no qual se identificou a presença de níveis de bactérias superiores aos recomendados em 10 dos hospitais analisados (TESTE SAÚDE, 2006). É portanto necessário que estas instituições de saúde ponham em prática metodologias para a avaliação da qualidade do ar no interior dos seus edifícios. Mais importante ainda se torna o controlo da qualidade do ar interior de unidades hospitalares orientadas para o atendimento de doentes oncológicos, como no caso do hospital que serve de base a este trabalho. Devido à intensificação dos tratamentos de quimioterapia ou pela realização de um transplante, muitos destes doentes ficam com os seus sistemas imunológicos comprometidos, aumentando assim o risco de contraírem infecções nosocomiais causadas por microrganismos patogénicos oportunistas (Piteira, 2007). De facto, os utentes e os profissionais de saúde dos hospitais estão expostos a diversos tipos de contaminantes do ar, entre eles: poluentes atmosféricos, bioaerossóis, poluentes físicos, metais pesados e compostos orgânicos voláteis (Barros, 2009). Devido à impossibilidade de realizar uma caracterização da totalidade dos poluentes do ar interior do edifício hospitalar em causa, optamos por dar uma maior ênfase aos bioaerossóis, mais concretamente às bactérias e fungos, visto que estes são a causa de muitas infecções hospitalares (Jones, 1999). Estas infecções podem agravar o estado de saúde dos pacientes, aumentando o seu tempo de estadia no hospital (podendo agravar-se os custos para o doente, para a Instituição de Saúde e para a própria sociedade), prolongar o sofrimento dos doentes e em casos mais extremos causar a morte do doente (Yalcin, 2003). Muitas dessas infecções são causadas por microrganismos altamente patogénicos, como as bactérias Staphylococcus aureus, Legionella pneumophila, outros bacilos gram negativos, assim como fungos, de entre os quais Aspergillus fumigatus e Penicillium spp, e o tipo de infecções nosocomiais mais frequentes nos hospitais são as aspergiloses, micoses traumáticas, sinusites alérgicas, infecções respiratórias, cutâneas, urinárias e sistémicas, endocardites, bacteriémias, pneumonias, tuberculose, etc. (Forbes et al, 2007; Tar-Ching e Harrison, 1998) Podem no entanto surgir outros efeitos na saúde humana, para além das infecções, devido à exposição a microrganismos patogénicos, tais como: a irritação dos olhos, pele, nariz e garganta, tosse seca, dores de cabeça, tonturas, conjuntivites, rinites, dermatítes de contacto, sintomas de asma, sonolência, entre outros (Barros, 2009; Jones, 1999). Os microrganismos que provocam todos estes efeitos na saúde humana, podem entrar nas instalações hospitalares através de diferentes formas,

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nomeadamente através dos seus ocupantes, que quer através da sua respiração quer através das suas secreções orais e nasais, pele, vestuário e cabelos, podem expelir microrganismos que contaminam o ar de um hospital (Barros, 2009). Também as correntes e entradas de ar novo dos sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC), podem facilitar a proliferação e dispersão de microrganismos patogénicos no ar de um hospital, especialmente quando as suas condições não são as mais adequadas ou quando não é efectuada a sua manutenção (Spengler et al, 2004). A formação de bioaerossóis pode ainda ter origem na manipulação de amostras biológicas, em todo o equipamento climático dentro das instalações hospitalares e sistemas de águas (unidades de humidificação, torres de refrigeração, climatizadores, desumidificadores, exaustores, etc.) e nos próprios materiais de construção do edifício, mobiliário e decoração (Barros, 2009; Piteira, 2007). A medição deste tipo de contaminantes do ar interior pode ser efectuada através de vários métodos de amostragem distintos, em função dos objectivos e âmbito da investigação que se pretende efectuar. Os métodos de amostragem disponíveis para a recolha de amostras de ar incluem: amostragem por gravidade, amostragem por filtração, amostragem por centrifugação, amostragem por impinger ou borbulhar e amostragem por impacto em meio liquido e em meio sólido (Hess-Kosa, 2002). Relativamente à legislação Portuguesa que regula os parâmetros que devem ser cumpridos em termos de qualidade do ar interior, não existe nenhuma lei específica para instalações clínicas e hospitalares. Estas instalações estão ao abrigo do Decreto-Lei n.º 79/2006 – RSECE, que define como concentração máxima de referência para os microrganismos (bactérias e fungos), uma concentração de 500 UFC/m³. Relativamente aos edifícios hospitalares, pode considerar-se esta legislação como pouco específica e insuficiente, visto que, por exemplo, uma quantidade de 500 colónias de Staphylococcus aureus ou Pseudomonas aeruginosa, bactérias patogénicas e resistentes a múltiplos antibióticos, seriam inaceitáveis numa unidade de queimados ou numa sala de bloco operatório (Santos, 2008). No caso de o hospital possuir um sistema de climatização em que haja produção de aerossóis, ou com sistemas de água quente para chuveiros onde a temperatura de armazenamento seja inferior a 60º C, é necessário medir a presença de colónias de Legionella em amostras de água recolhidas nos locais de maior risco, não devendo ser excedido um número superior a 100 UFC/dm³ (DL n.º 79/2006). Contudo, não é suficiente para avaliar a qualidade do ar interior de um hospital, efectuar apenas as medições dos poluentes que nele existem. É necessário também recolher dados sobre as condições físicas do edifício, tendo em conta o isolamento térmico deste, a existência ou não de fissuras e pontes térmicas e a degradação das paredes, tectos e pavimentos (Piteira, 2007). Na recolha de dados sobre as condições do edifício, definem-se geralmente parâmetros como a humidade relativa e temperatura do local, sendo estes dois parâmetros essenciais para o desenvolvimento e proliferação dos microrganismos (Burroughs e Hansen, 2004). Para as unidades privadas de saúde, estão definidas as gamas de valores de temperatura e humidade relativas a cada área hospitalar, no Decreto Regulamentar n.º 63/94, de 2 de Novembro. É também importante referir a taxa de ocupação do edifício, nomeadamente, o número de trabalhadores, de visitantes ou acompanhantes e de utentes,

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porque todos eles representam também uma fonte de emissão de microrganismos inerente ao seu próprio metabolismo, assim como podem contrair doenças resultantes do ambiente hospitalar (Spengler, 2004). A patologia dos utentes que frequentam o edifício também deve ser tida em conta na avaliação da QAI do edifício, porque grande parte dos doentes que se dirigem a um hospital podem ser potenciais veículos de transmissão de doenças (principalmente se estiverem infectados com doenças infecto-contagiosas) por vezes não diagnosticadas ou não assumidas e também porque nos ambientes hospitalares existem muitos doentes com os seus sistemas imunodeprimidos, e que podem sofrer sérias infecções causadas por microrganismos patogénicos presentes no ar do edifício hospitalar (Spengler, 2004). Por fim, é necessário também avaliar qual o tipo de sistema de ventilação do edifício, considerando as janelas como ventilação natural, e as condições em que estes sistemas se encontram, para se ficar com uma ideia da taxa de renovação de ar que existe no edifício, sem se recorrer a aparelhos especializados nessa medição (Piteira, 2007).

Conforto Acústico e Conforto Térmico de um Hospital

As instituições hospitalares possuem a responsabilidade de proporcionar um ambiente interior saudável, confortável e seguro aos seus utentes e aos seus profissionais de saúde, de forma a que estes se sintam em segurança e satisfeitos durante a sua permanência no interior da Instituição. É por isso importante que os hospitais tenham também em consideração os aspectos de conforto acústico e conforto térmico dos seus edifícios, para além dos aspectos relacionados com a qualidade do ar interior. Em termos de conforto acústico, os hospitais devem criar condições para que o ambiente das suas áreas seja ou esteja, o mais possível, isolado quer de ruídos externos, quer de ruídos internos, provenientes de áreas adjacentes (West e Busch-Vishniac, 2005). A presença de ruído nos hospitais pode ser extremamente indesejável, visto que nestas instalações se encontram pessoas com o seu estado de saúde fragilizado, e que necessitam de ambientes favoráveis para a recuperação da sua saúde. A presença de altos níveis de ruído pode também afectar a saúde e o desempenho dos profissionais de saúde dos hospitais (Falk e Woods, 1973). Nos hospitais, as principais fontes de ruído no seu interior, são: as próprias pessoas, quer através da conversação, quer através da sua movimentação ou da manipulação de objectos (por exemplo, o arrastar de cadeiras ou o bater de portas); dispositivos electrónicos, como telemóveis, telefones, aparelhos de TV ou rádio, etc.; os aparelhos de AVAC que podem emitir ruído, quando não estão em bom estado de conservação ou não é efectuada a sua manutenção; e os equipamentos hospitalares, como por exemplo aparelhos de raio-X e de ressonância magnética (Sousa, 2006). Altos níveis de ruído num hospital podem não só interferir na comunicação entre as pessoas (Sousa, 2006), como podem provocar tanto nos pacientes como nos profissionais de saúde, danos físicos, fisiológicos e psicológicos. Os danos físicos que podem surgir prendem-se essencialmente com danos no aparelho auditivo (perdas auditivas), derivados da exposição a níveis sonoros

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elevados ao longo de vários anos. Os efeitos fisiológicos que podem surgir são: alterações da pressão sanguínea, do ritmo cardíaco e das tensões musculares, aumento da secreção e da mobilidade gástrica, etc. Em termos de efeitos psicológicos, podem surgir: irritabilidade, fadiga, stress, diminuição da capacidade de concentração, perturbações no sono, etc. (Waye et al, 2008). Para se determinar o nível de ruído que pode ou não ser prejudicial para a saúde dos trabalhadores, num determinado espaço, usam-se geralmente sonómetros, devidamente calibrados, que permitem medir o nível de pressão sonora (Ferreira, 2009). Para as unidades privadas de saúde, estão definidos os níveis sonoros máximos permitidos, referentes a cada área hospitalar, no Decreto Regulamentar n.º 63/94, de 2 de Novembro, apresentados com um índice numérico de medição, amplamente usado para a definição do ruído ambiente máximo, permitido para um espaço interior, o NC, “Noise Criteria” (Critério de Ruído) (The Engineering Tool Box, 2005 (2)). É também importante para caracterizar o isolamento que um espaço hospitalar possui, calcular o tempo de reverberação e o índice de isolamento sonoro aéreo entre o exterior e o interior dos compartimentos e entre compartimentos. Para esse cálculo deve ter-se em conta vários aspectos, como: a recolha de dados referentes à localização do espaço e da sua envolvente (plantas), dados referentes ao tipo de materiais de construção utilizados, o tipo de mobiliário existente, a existência ou não de orifícios e dados relativos às transmissões marginais do espaço (Ferreira, 2009). Quanto à legislação portuguesa sobre ruído, um hospital é designado como uma “zona sensível” e como tal não deve ficar exposta a ruído ambiente exterior superior a 55 dB(A), expresso pelo indicador Lden, e superior a 45 dB(A), expresso pelo indicador Ln, segundo o Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro. A construção, reconstrução, ampliação ou alteração de edifícios hospitalares está sujeita à aplicação do Decreto-Lei n.º 96/2008 – RRAE, que entre outros parâmetros, define os valores de isolamento sonoro a sons de condução aérea entre locais do mesmo edifício. Relativamente ao conforto térmico, os hospitais devem criar condições para que sejam mantidos os níveis de conforto adequados para os profissionais de saúde, doentes e visitantes das suas instalações, desempenhando os sistemas de AVAC uma papel muito importante na manutenção destes níveis de conforto. Geralmente designa-se o conforto térmico como sendo “ a satisfação expressa quando um indivíduo é sujeito a um determinado ambiente térmico”. Contudo esta definição pode ser muito subjectiva, visto que o conforto térmico pode depender da opinião pessoal de cada um, e um ambiente termicamente confortável para uma pessoa pode ser desconfortável para outra. Desta forma, os hospitais devem proporcionar um ambiente térmico que propicie o bem-estar do maior número de pessoas possível (Markov, 2002). Tal como o conforto acústico, um ambiente térmico desajustado num hospital pode provocar efeitos prejudiciais para a saúde dos seus doentes, visitantes e profissionais de saúde, assim como pode diminuir a produtividade dos seus trabalhadores e aumentar a taxa de absentismo do hospital (Brager e Dear, 1998). De entre os efeitos que podem surgir os mais comuns são os seguintes: Para temperaturas acima do valor de conforto – sobrecarga no funcionamento do coração e do aparelho circulatório, desequilíbrio no balanço de água e sais no organismo, irritabilidade, fadiga, desmaios, golpes de calor, cãibras por

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calor, anidroses, dores de cabeça, náuseas, etc.; Para temperaturas abaixo do valor de conforto – enregelamento, pé-de-imersão, frieiras, hipotermia, gripe, redução da capacidade motora e da sensibilidade táctil, etc. (Stoops, 2004). Num edifício hospitalar o conforto térmico é determinado essencialmente por quatro factores: a temperatura, a humidade, as taxas de renovação de ar e a velocidade do ar (Bancea e Cinca, 2004). Todos os valores máximos permitidos para estes parâmetros, a que as unidades privadas de saúde estão sujeitas, estão regulamentados no Decreto Regulamentar n.º 63/94. A temperatura é um dos parâmetros mais importantes, já que a principal condição para o conforto térmico é a neutralidade térmica, isto é, quando uma pessoa não sente nem frio nem calor (Çengel, 2003). Em determinados serviços hospitalares, devido à natureza das acções médicas, cirúrgicas e de enfermagem desenvolvidas, a temperatura do interior hospitalar requer um controlo rigoroso. Essa temperatura está sujeita à influência de vários factores, tais como, a temperatura regulada nos sistemas AVAC, o metabolismo humano (quantidade de pessoas presentes), a intensidade dos raios solares incidentes, a presença ou não de janelas e a presença de fontes de calor como luzes e aparelhos ou dispositivos electrónicos (energia dissipada sob a forma de calor) (Markov, 2002; Çengel, 2003). A humidade relativa do ar é outro dos factores que influencia o conforto térmico. A faixa óptima de humidade situa-se entre os 40% e os 60%. Valores acima de 65% de humidade relativa do ar, além de estarem directamente relacionados com o aumento da proliferação de fungos, muitos deles patogénicos e potencialmente prejudiciais para pessoas imunodeprimidas, diminuem a rejeição de calor por evaporação do corpo humano, podendo isto implicar problemas de saúde. Por outro lado, valores de humidade relativa do ar abaixo de 40% podem provocar nas pessoas, irritações das mucosas oftálmicas, nasais e da orofaringe (Çengel, 2003). É também importante a adequação do fluxo de ar para a criação de condições mínimas de conforto térmico e de funcionamento biofisiológico dos seres humanos, principalmente em instituições de saúde. Nestas instituições, a monitorização da velocidade do ar é muitas vezes condição necessária para assegurar a pressão (negativa ou positiva) pretendida nos diversos compartimentos hospitalares (Gehring et al, 2001). A deficiência de renovação de ar em ambiente hospitalar está muitas vezes, na origem da sensação de saturação do ar respirado e pode agravar o risco de contaminação do ar interior. Uma elevada velocidade do ar, em ambiente hospitalar, pode criar correntes de ar que, podendo ser agradáveis no Verão, são muito desconfortáveis em situações de frio (Gehring et al, 2001). Desta forma, o Decreto-Lei n.º 79/2006, de 4 de Abril, preconiza que a velocidade do ar interior não deve exceder, no geral, os 0,2 m/s. Por fim é importante referir que os novos edifícios hospitalares ou os edifícios hospitalares existentes sujeitos a grandes intervenções de remodelação, devem cumprir os requisitos do Decreto-Lei n.º 80/2006 – RCCTE, de forma a que seja salvaguardada a satisfação das condições de conforto térmico nos edifícios, sem se despender um excesso de energia, quer no Verão quer no Inverno e de forma a que sejam minimizadas as situações patológicas nos elementos de construção, provocadas pela ocorrência de condensações superficiais ou internas, com potencial impacte negativo na durabilidade dos elementos de construção e na qualidade do ar interior (DL 80/2006).

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Caracterização do Hospital Objecto de Estudo

O Hospital objecto de estudo deste trabalho situa-se no limite Norte da cidade do Porto e ocupa uma área de 10 hectares. Este Hospital é constituído por um conjunto de edifícios (Cirurgia/Central, Medicina, Unidade de Cuidados Continuados, Laboratórios, Medicina Nuclear/Hospital de Dia), que se encontram ligados entre si por circulações aéreas e subterrâneas (Fig. 1) e destina-se essencialmente à prestação de cuidados de saúde oncológicos.

Caracterização da Sala de Espera Objecto de estudo

Em primeiro lugar é importante referir que a escolha da caracterização ambiental de uma sala de espera, do hospital objecto de estudo deste trabalho, deveu-se essencialmente ao facto das salas de espera dos serviços prestadores de cuidados de saúde serem locais de permanência de utentes e, por isso, locais privilegiados para a transmissão de infecções respiratórias. Estes espaços devem portanto possuir todas as condições ambientais necessárias para que a saúde e o conforto dos seus utilizadores não sejam afectados, e para que a imagem do hospital também não seja prejudicada. Esta sala de espera situa-se no edifício de Cirurgia/Central no 3º Piso (A/20) (Fig. 2 e 3), e possui um pé-direito de 2,50 m, uma área de 26,34 m² (Cálculo n.º 1 do Apêndice) e um volume de 65,85 m³ (2). Esta sala possui também um televisor ao centro da sala, 22 cadeiras estofadas (Fig. 4), uma porta automática em vidro, que se encontra sempre aberta, 3 janelas com vidro duplo, calafetadas e com estores (Fig. 5), e como sistema de ventilação possui uma unidade de tratamento de ar recirculado (Fig. 6 e 7). Na figura 9 são também apresentados os tipos de materiais de construção utilizados no tecto, pavimento e paredes da sala de espera.

Resultados

Qualidade do Ar Interior

Nesta secção do trabalho são apresentados os dados obtidos, relativos à sala de espera em causa, que permitirão a realização de uma avaliação da sua qualidade do ar interior, tendo estes dados sido obtidos por observação da sala de espera objecto de estudo deste trabalho ou através de informações gentilmente cedidas pela Técnica do Serviço de Saúde Ocupacional do Hospital. Relativamente às condições físicas da sala de espera, esta possui bons materiais de construção, assim como apresenta a ausência total de fissuras, pontes térmicas ou de qualquer sinal de degradação das paredes, tectos ou pavimentos. Quanto à taxa de ocupação da sala de espera, esta possui geralmente uma taxa de ocupação entre os 50% e os 75%, sendo que a

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maioria dos seus ocupantes são doentes e acompanhantes/visitantes, não sendo esta uma área frequentada pelos profissionais de saúde. O sistema de ventilação que esta sala de espera possui é uma unidade de tratamento de ar recirculado, um tipo de sistema de ventilação, no qual o caudal de entrada de ar é igual ao caudal de saída de ar, limitando ao mínimo possível o movimento do mesmo, e desta forma restringindo o risco de disseminação de agentes patogénicos através do ar (Burroughs e Hansen, 2004). Este sistema de ventilação é alvo de manutenção periódica, segundo informações obtidas, e no momento da nossa visita às instalações encontrava-se desligado. Passando agora para a medição quantitativa e qualitativa da carga microbiológica do ar interior da sala de espera, é importante referir em primeiro lugar que estas medições foram efectuadas pela Técnica do Serviço de Saúde Ocupacional, tendo posteriormente nos sido cedidas através de folhas de registo como as constantes nos Anexos 1 e 2. Para quantificar os microrganismos foi utilizado um amostrador de ar denominado de Sampl´air Lite (Fig. 10), tratando-se este de um método de amostragem por impacto em meio sólido. Este método trata-se de um método activo de colheita de microrganismos por aspiração de ar, através de uma grelha situada apenas a alguns milímetros acima de uma placa de Petri, no qual os microrganismos existentes no ar ficam impregnados sobre o meio de cultura, dando origem a colónias quantificáveis e identificáveis (Piteira, 2007). O diagrama da Figura 11 demonstra esta técnica. O meio de cultura utilizado para a amostragem de bactérias foi a Gelose de Chocolate Agar e para a amostragem de fungos o meio de cultura utilizado foi o Sabouraud Gentamicina com Cloranfenicol. O método por impacto é o recomendado pela OMS e pela norma ISO 14698-1, de Março de 2004, devido à sua fiabilidade, facilidade de execução, carácter económico (placas de Petri standard) e por ser seguro (esterilização com um desinfectante e/ou autoclavagem da grelha do aparelho). No que diz respeito à amostragem em si, o volume captado de ar foi de 100 litros, durante um minuto, tendo sido posteriormente efectuada a quantificação e identificação dos microrganismos no laboratório de microbiologia do Hospital, em que a placa de Petri com o meio de cultura para a amostragem de bactérias ficou em incubação durante 4 dias a 37º C e o meio de cultura para a amostragem de fungos ficou em incubação durante 6 dias a 30º C. Após todo este processo obtiveram-se então os seguintes resultados: Tabela 1: N.º de Microrganismos existentes no ar e a sua identificação

Bactérias Fungos

N.º de UFC Identificação N.º de UFC Identificação

6 Pseudomonas stutzeri 6 Aspergillus fumigatus

10 Staphylococcus

coagulase negativa 1 Aspergillus niger

10 Aerococcus viridans 2 Aspergillus terreus

8 Bacillus

17 Streptococcus pyogenes

Obtiveram-se então, no total, 51 UFC de bactérias e 9 UFC de fungos.

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Conforto Acústico

A sala de espera objecto de estudo deste trabalho, como já foi referido anteriormente, encontra-se em boas condições, não possuindo qualquer tipo de orifícios que possam reduzir o isolamento sonoro das suas divisórias. Esta sala de espera encontra-se, no que diz respeito à sua envolvente, a cerca de 150m de distância da sua fachada, uma estrada, geralmente muito movimentada e na sua envolvência interior está rodeada por um consultório de atendimento a doentes e por corredores. Neste Hospital, e mais especificamente nesta sala de espera, são periodicamente medidos os níveis de pressão sonora, visto que esta unidade de saúde tem de cumprir os requisitos legais do Decreto Regulamentar n.º 63/94, que define os níveis sonoros máximos permitidos, referentes a cada área hospitalar. Segundo os dados da última medição efectuada com a sala de espera ocupada, num dia normal de funcionamento do Hospital, obteve-se um valor do nível de pressão sonora de 42 NC, o que equivale a cerca de 51-52 dB(A). (The Engineering Tool Box, 2005 (1)). A medição do nível de pressão sonora foi efectuada utilizando-se um sonómetro de precisão, com filtro de bandas de oitava acoplado (Fig. 12), devidamente calibrado, e com as janelas fechadas e a porta automática aberta, visto serem estas as condições normais da sala de espera. Efectuamos também o cálculo do tempo de reverberação da sala de espera pela fórmula de Millington & Sette, válida para qualquer situação, tendo se obtido um valor de tempo de reverberação máximo para a sala de espera de 0,61 (3) segundos e um valor de tempo de reverberação médio de 0,7002 (3) segundos. O cálculo do tempo de reverberação foi efectuado tendo em conta os valores referentes às dimensões da sala e tendo em conta o tipo de materiais de construção e seus respectivos coeficientes de absorção (obtidos pelas tabelas de coeficientes de absorção disponibilizadas pelo Prof. Doutor Miguel Ferreira). O tempo de reverberação obtido para a sala de espera pode não ser totalmente viável, podendo estar sujeito a erros, visto que os tipos de materiais de construção da sala de espera foram designados por mera observação desta após uma visita às instalações do Hospital, podendo alguns deles estar indicados incorrectamente. Pelo facto de não possuirmos quaisqueres dados relativos aos níveis de pressão sonora no exterior do edifício a 2m da fachada ou do nível de pressão sonora de outros compartimentos do Hospital, não podemos calcular o índice de isolamento sonoro aéreo entre o exterior e o interior da sala de espera, nem o índice de isolamento sonoro aéreo entre a sala de espera e outros compartimentos no interior do Hospital. No entanto podemos calcular o índice de redução sonora de uma parede heterogénea, tal como a parede da fachada da sala de espera. Após os cálculos efectuados (4) obtivemos um índice de redução sonora dessa parede de 25,67 dB.

Conforto Térmico

No mesmo dia em que se efectuou a colheita de microrganismos por aspiração de ar, para a obtenção da avaliação quantitativa e qualitativa da carga

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microbiológica do ar interior da sala de espera, antes de ter sido efectuado este procedimento foi realizada a medição da temperatura e da humidade relativa da sala, através de leitura directa de um termohigrómetro (Fig. 13). Foram realizadas duas medições, uma mais próxima das janelas e outra mais próxima da porta de entrada, tendo sido efectuada uma média dos valores, que relativamente ao interior da sala de espera foram de, 26,6º C de temperatura e 64% de humidade relativa. Para efeitos de comparação, registaram-se também as medições de temperatura e humidade relativa no exterior da sala de espera, tendo sido estas, respectivamente, de 19,8º C e de 79,5%. O método utilizado apresenta algumas limitações, visto que os valores de temperatura e humidade relativa obtidos dizem respeito a medições isoladas, obtidas naquela hora, que poderão ser diferentes dos valores destes parâmetros ao longo do dia na sala de espera. Também, no que diz respeito aos parâmetros de conforto térmico, foram efectuadas medições à velocidade do ar da sala de espera, tendo sido obtida uma média de 0,103 m/s e segundo informações da Técnica do Serviço de Saúde Ocupacional do Hospital, o sistema de AVAC instalado na sala de espera estava a efectuar a renovação de ar da sala a uma taxa de 4 Renovações/hora (R/h).

Discussão dos Resultados

Analisando os valores obtidos na quantificação microbiológica do ar interior da sala de espera, observa-se que o número de UFC, tanto de bactérias como de fungos encontra-se dentro do valor estipulado por lei (Decreto-Lei 79/2006), ou seja, inferior a 500 UFC. Apesar de à primeira vista tudo parecer estar bem em termos de contaminação microbiológica do ar interior, é importante referir que muitas das bactérias e fungos encontrados nesta sala de espera, apesar de se encontrarem em baixo número, poderão ser patogénicas, e por isso poderão ser valorizáveis. Bactérias como Pseudomonas stutzeri e Aerococcus viridans, estão muitas vezes associadas a infecções nosocomiais em doentes imunodeprimidos, tal como o são muitos dos doentes que se encontram no Hospital objecto de estudo deste trabalho. Esta exposição pode resultar em infecções do tracto respiratório, urinário e feridas, além de poderem provocar bacteriémias ou endocardites (Forbes et al, 2007). Também a presença de Aspergillus fumigatus no ambiente hospitalar está associada a focos epidémicos de infecções nosocomiais em doentes imunodeprimidos. Os esporos de Aspergillus fumigatus podem ficar armazenados em material e equipamento médico constituindo uma potencial fonte de infecções dissimiladas, como micoses traumáticas, sinusites alérgicas ou aspergiloses (Piteira, 2007). É por todas estas razões, que muitas pessoas defendem que a nossa legislação relativa aos parâmetros máximos de poluentes do ar permitidos em ambientes interiores (DL. 79/2006), não é a mais adequada, porque refere-se apenas aos agentes poluidores em termos de concentração sem referir a sua patogenicidade. Desta forma, esta omissão da lei pode dar origem a uma subvalorização do risco, sendo que o enquadramento legal relativo à qualidade do ar interior deveria abranger não só a quantificação de microrganismos como também relacioná-los com as suas patologias.

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Quanto às possíveis causas de contaminação do ar interior da sala de espera analisada, estas podem ter origem: na elevada taxa de ocupação que a sala geralmente apresenta, dado que os seus ocupantes também podem expelir microrganismos que contaminam o ar; no baixo número de renovações de ar que o sistema de AVAC tem efectuado, o que pode agravar o risco de contaminação interior, provocando uma sensação de saturação do ar; na elevada taxa de humidade presente na sala de espera, o que poderá estar directamente relacionado com o aumento da proliferação de fungos principalmente; e na pouca circulação de ar que a sala de espera propicia, devido à sua própria arquitectura e devido às suas janelas encontrarem-se sempre fechadas, mas também porque esta sala está muito dependente do funcionamento do sistema de AVAC, o que muitas vezes no caso dos sistemas de AVAC estarem desligados, torna a sala de espera num espaço demasiado confinado propiciando a acumulação de microrganismos no seu interior. Apesar dos níveis de bactérias e fungos no ar interior da sala de espera não serem alarmantes, existem algumas medidas que podem fazer com que a qualidade do ar melhore, passando muitas destas medidas pelo controlo das prováveis causas que foram referidas no parágrafo anterior. Assim, para que a saúde dos ocupantes desta sala de espera não seja prejudicada, é recomendado que o número de renovações de ar efectuadas pelo sistema de AVAC seja superior, garantindo desta forma uma adequada taxa de renovação de ar, proporcional à área da sala de espera e ao número de pessoas que lá permanecem, assim como o aumento da taxa de renovação de ar poderá diminuir a humidade relativa da sala de espera, impedindo a proliferação de fungos. Sempre que possível, e desde que nem o conforto térmico dos seus ocupantes seja prejudicado, nem desta forma entre ar exterior mais poluído que o ar interior, deve promover-se a ventilação natural, abrindo por exemplo as janelas da sala de espera. Contudo não nos podemos esquecer também que a manutenção periódica dos sistemas de AVAC, que é efectuada actualmente no Hospital, deve manter-se, de forma a evitar-se a proliferação e dispersão de microrganismos patogénicos no ar interior. Relativamente ao conforto acústico, e segundo o Decreto Regulamentar n.º 63/94, Anexo VI, referente a outras salas e circulações (no qual se enquadra a sala de espera), o valor máximo do nível de pressão sonora para estes compartimentos não deve exceder os 35 NC. Na sala de espera objecto de estudo deste trabalho obteve-se um valor do nível de pressão sonora de 42 NC, o que claramente excede os requisitos legais impostos. Também os tempos de reverberação e o índice de redução sonora da parede da fachada da sala de espera, salvo qualquer tipo de erro, não verificam os valores constantes do Decreto-Lei n.º 96/2008 – RRAE. O índice de redução sonora da parede da fachada da sala de espera obtido foi de 25,67 dB, um pouco abaixo do valor de isolamento mínimo determinado pelo DL. 96/2008, para zonas sensíveis como um Hospital, que é de 28 dB. Quanto ao tempo de reverberação da sala, o valor médio de tempo de reverberação obtido foi de 0,7002s, o que ultrapassa o valor de tempo de reverberação máximo calculado, que foi de 0,61s, não verificando-se desta forma o RRAE. Sendo assim, pode dizer-se que a sala de espera avaliada não reúne todas as condições necessárias para proporcionar o óptimo conforto acústico dos seus ocupantes, mas pelo facto dos valores obtidos não serem extraordinariamente superiores aos valores estabelecidos, não se pode dizer que esta sala de

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espera não possua as condições mínimas para o conforto dos seus utentes em termos acústicos. Uma conclusão que se pode tirar da avaliação dos parâmetros acústicos da sala de espera, e um pouco contraditória ao facto de se dever proporcionar o melhor conforto acústico aos seus ocupantes, é que uma das principais fontes de ruído na sala de espera é sem dúvida os próprios ocupantes. Para além desta fonte de ruído destaca-se também o ruído proveniente dos corredores, gerado também por pessoas e por dispositivos electrónicos, sendo este ainda mais audível pelo facto da porta de entrada da sala de espera encontrar-se sempre aberta. Já no momento de visita às instalações denotou-se algum ruído na sala de espera proveniente da conversação dos seus ocupantes e da constante movimentação e conversação proveniente dos corredores, e após uma análise das condições da sala de espera, confirma-se que são estas as maiores fontes de ruído, visto que o televisor da sala de espera apenas emitia imagens, não existem equipamentos médicos na sala que possam emitir ruído, o sistema AVAC encontra-se em perfeitas condições e muitas vezes desligado e a parede virada para a estrada que se situa a cerca de 250 m de distância possui um relativamente bom isolamento sonoro. Sendo assim, para se melhorar o conforto acústico dos ocupantes desta sala de espera podem ser tomadas algumas medidas, que não incluem a mudança do tipo de materiais de construção utilizados no suporte da sala de espera, pelo facto disso implicar grandes custos para a gestão do Hospital, assim como implicaria alguns transtornos decorrentes das construções a ser efectuadas. Poderia no entanto ser aumentado o isolamento das superfícies da sala de espera, através do seu revestimento com materiais de absorção acústica. Apesar de não ser muito exequível, devido à constante movimentação de pessoas entre os corredores e esta sala de espera, o ideal seria manter a porta automática de entrada fechada, ao contrário do que se passa actualmente, assim como deve-se evitar ao máximo a abertura das janelas, para que não entre ruído proveniente do exterior. Outra medida, mas esta mais difícil de executar, é a criação de programas de sensibilização dos ocupantes da sala de espera, de forma a que estes reduzam o ruído por si provocado, alertando-os para que evitem falar ao telemóvel ou para que não utilizem qualquer outro aparelho electrónico que possa produzir ruído, assim como, pedindo-lhes ou sinalizando, para que estes não falem alto na sala de espera. A verificação constante das condições da sala de espera, como por exemplo a verificação da existência de fissuras, e a adequada manutenção dos equipamentos de AVAC, também podem ser medidas que de forma indirecta poderão evitar que o conforto acústico dos ocupantes da sala de espera seja adulterado. Relativamente ao conforto térmico da sala de espera, o Decreto Regulamentar n.º 63/94, Anexo VI, referente a outras salas e circulações, também define as gamas de valores de temperatura, humidade relativa e taxas de renovação de ar, adequadas para este tipo de espaço hospitalar. Em termos de valores de temperatura adequados para a sala de espera, a gama de valores admitida no Decreto Regulamentar n.º 63/94 é de 22ºC a 24ºC tendo a medição da temperatura efectuada a esta sala apontado um valor de 26,6ºC. Quanto à humidade relativa, esta deve rondar os 50%, tendo-se obtido na medição efectuada a esta sala um valor de 64%, um valor bastante elevado. O número de renovações de ar por hora neste tipo de área hospitalar, segundo o Decreto

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Regulamentar n.º 63/94 deve situar-se entre as 10 R/h a 12 R/h, um valor muito superior ao `valor determinado para esta sala de espera, que foi de 4 R/h. Também a velocidade do ar tem um valor definido, desta vez, no Decreto-Lei n.º 79/2006,que preconiza que a velocidade do ar interior não deve exceder, no geral, os 0,2 m/s. Ora no caso desta sala de espera esta velocidade do ar está de acordo com o valor regulamentado, apresentando esta uma velocidade do ar de 0,103 m/s. Este valor dever-se-á essencialmente ao facto de nesta sala não haver correntes de ar provenientes do exterior ou do sistema de AVAC. Analisando os dados obtidos, verifica-se que esta sala de espera possui uma elevada humidade relativa, o que pode, como já foi referido levar a um aumento da proliferação de fungos ou até deteriorar as paredes da sala, podendo desta forma afectar a saúde e o conforto térmico dos seus ocupantes, assim como apresenta um baixo valor de renovações de ar por hora. Para que estes parâmetros possam assumir valores mais próximos dos valores admitidos no Decreto Regulamentar n.º 63/94, poderão ser tomadas algumas medidas, muitas delas referidas anteriormente para a melhoria da qualidade do ar interior, visto que a qualidade do ar interior e os aspectos térmicos estão intimamente ligados, sendo que, muitas vezes quando as condições térmicas do edifício não são as mais adequadas, a qualidade do seu ar interior também não é a melhor. Para tal, pode-se aumentar o número de renovações de ar efectuadas pelo sistema de AVAC, garantindo desta forma uma adequada taxa de renovação de ar, promover a ventilação natural, sempre que possível, aumentar o isolamento das superfícies exteriores da sala de espera, através do seu revestimento com materiais de isolamento térmico, de forma a reduzir as trocas de calor entre o edifício e o exterior, reduzindo desta forma as necessidades de aquecimento e arrefecimento, entre outras medidas a serem adoptadas.

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Conclusão

Após a realização deste trabalho pode concluir-se que a sala de espera analisada possui as condições ambientais suficientes para assegurar o conforto, saúde e segurança dos seus ocupantes, apesar de, estas condições poderem ser significativamente melhoradas através da aplicação de um conjunto de medidas que podem ser implementadas pela administração do Hospital. Os piores resultados obtidos dizem respeito às condições acústicas da sala, possuindo estes significativos desvios dos valores do nível de pressão sonora e do tempo de reverberação definidos pela lei, o que é um claro indicador de um nível de ruído significativo existente na sala de espera. Também as condições de conforto térmico da sala de espera, não são as ideais, apresentando esta sala um valor de humidade relativa elevado e um número de renovações de ar por hora muito baixo. Os resultados obtidos para a qualidade do ar interior não são alarmantes, mas é aconselhado, para que se evite o surgimento de infecções nosocomiais, que sejam monitorizados periodicamente os parâmetros de qualidade do ar desta sala de espera, e caso seja necessário, sejam adoptadas medidas para evitar a contaminação do seu ar interior. Pode concluir-se também com a realização deste trabalho, que é impossível obter-se as melhores condições para todos os requisitos da sala de espera (acústicos, térmicos, qualidade do ar) porque existe sempre alguma acção que ao ser executada, pode melhorar um requisito, mas por outro lado piorar outro, como por exemplo, ao abrir-se uma janela promove-se a ventilação natural, o que pode melhorar a qualidade do ar, mas ao mesmo tempo aumenta-se os níveis de ruído existentes na sala de espera, provenientes do exterior. Desta forma, devem ser adoptadas medidas, pela entidade gestora do Hospital de forma a que sejam mantidas nas melhores condições possíveis todos os aspectos relevantes para a o conforto, segurança e saúde dos seus ocupantes, podendo ser adoptadas algumas medidas, que poderão melhorar estes aspectos. Como medidas a serem adoptadas que, de uma forma geral, poderão melhorar todos os requisitos acústicos, térmicos, e da qualidade do ar da sala de espera, e que foram referidas na discussão deste trabalho para todos os parâmetros, surgem: o aumento do nº de renovações de ar por hora efectuado pelo sistema AVAC, o revestimento das superfícies da sala com materiais de absorção acústica e materiais de isolamento térmico e também a manutenção periódica do sistema de AVAC. Melhorando-se as condições ambientais dos edifícios hospitalares, todos os intervenientes no processo de atendimento hospitalar poderão ser beneficiados com estas alterações. Desde logo os doentes que passam a possuir melhores condições para recuperarem a sua saúde, evitando-se também que estes contraiam infecções decorrentes da sua estadia no hospital. Também os profissionais de saúde são beneficiados, pois vêm as suas condições de trabalho melhoradas, podendo assim aumentar o seu desempenho e evitando-se também desta forma a perda de dias de trabalho devido a doenças ocupacionais. Por fim, a própria organização do Hospital pode ser beneficiada, podendo diminuir o seu volume de despesas, relacionadas com o absentismo dos seus trabalhadores e indemnizações decorrentes de infecções nosocomiais, assim como melhorar a sua imagem perante o público em geral.

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Lista de Figuras

Figura 1: Planta do Edifício Hospitalar

Figura 2: Planta do Edifício de Cirurgia/Central no 3º Piso

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Figura 3: Planta em pormenor da sala de espera

Figura 4: Cadeiras estofadas presentes na sala de espera

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Figura 5: Janela com estores presente na sala de espera

Figura 6: Unidade de tratamento de ar recirculado da sala de espera

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Figura 7: Unidade de tratamento de ar recirculado da sala de espera

Figura 8: Paredes da sala de espera

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Figura 9: Planta com os tipos de materiais de construção da sala de espera

Figura 10: Amostrador de Ar Sampl´air Lite

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Figura 11: Técnica de amostragem microbiológica pelo método activo por impacto

Figura 12: Sonómetro

Figura 13: Termohigrómetro utilizado na medição da temperatura e humidade relativa

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Glossário

Calafetada – revestida com um material isolante que não permita a entrada de ar. Efeitos fisiológicos – Quando se observam alterações na actividade do corpo humano. Efeitos psicológicos – Quando se observam alterações no comportamento. Humidade relativa – É a relação entre a quantidade de vapor de água que o ar contém e a quantidade máxima de vapor de água que o ar poderia conter (Pressão de Saturação), a uma determinada temperatura. É expressa em percentagem. Infecção nosocomial – também chamada de infecção adquirida no hospital ou somente infecção hospitalar, define-se como uma infecção que ocorre num doente internado num hospital, ou noutra instituição de saúde, e que não estava presente, nem em incubação, à data da admissão. Estão incluídas nestas infecções, as infecções adquiridas no hospital que se detectam após a alta, assim como infecções ocupacionais nos profissionais de saúde. “Noise Criteria” – É um índice numérico de medição, amplamente usado para a definição do ruído ambiente máximo permitido para um espaço interior. Os critérios do NC consistem numa família de curvas que definem um valor consoante o nível de pressão sonora medido (dB) e as frequências centrais de banda de oitava (Hz) utilizadas. Taxa de renovação de ar – É o número de vezes que o volume de ar, de um determinado ambiente, é trocado, por unidade de tempo. Tempo de reverberação – É o intervalo de tempo necessário para que a pressão acústica se reduza 1/1000 do seu valor inicial, isto é, que o nível de pressão acústica diminua 60 dB.

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Lista de Abreviaturas

AVAC – Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado dB – Decibel DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor Hz – Hertz Lden – Indicador de ruído diurno-entardecer-nocturno Ln – Indicador de ruído nocturno NC – “Noise Criteria” OMS – Organização Mundial de Saúde QAI – Qualidade do Ar Interior R/h – Renovações/hora RCCTE – Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios RRAE – Regulamento dos Requisitos Acústicos de Edifícios RSECE – Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização de Edifícios TV – Televisão UFC – Unidade formadora de colónia

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Anexos

Anexo 1: Folha de Registo Local da Amostragem Microbiológica

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Anexo 2: Folhas de Registo Laboratorial da Amostragem Microbiológica

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Apêndice

(1) Área (A/20) = 4,80 ⨉ 4,90 + 4,70 ⨉ (5,40 – 4,80) = 26, 34 m² (Fig)

(2) Volume (A/20) = 26,34 ⨉ 2,5 = 65,85 m³

(3) Tmáx = 0,15 ⨉ V¹′³ = 0,15 ⨉ (65,85) ¹′³ = 0,61 s

Fórmula de Millington & Sette: T= �,��

������ (���)

T500 Hz = �,� ×�,��Σ������ (���) = 0,6406 s

T1000 Hz = 0,7446 s T2000 Hz = 0,7154 s

Tmédio = ���� �� ���� �� �!��� ��

� = 0,7002 s

(4)

Rw (dB)

ti

Si (m²²²²)

ti⨉⨉⨉⨉Si

Parede Simples de

Betão Armado

48 1,585⨉10¯⁵ [1] 1,75 2,774⨉10¯⁵

Janela Vidro Duplo e caixilho

com vedação

25 3,162⨉10¯³ [2] 10,5 3,32⨉10¯²

Total ------ ------- 12,25 0,0332

Valores de Rw obtidos nas Tabelas de Coeficientes de Isolamento Acústico – Normas Brasileiras.

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ti = 10��,'( [1] Si = (4,9 ⨉ 2,5) ‒ 10,5 = 1,75 m² [2] Si = 3⨉(1,4⨉2,5) = 10,5 m² R = 10*+,� - ∑ �/

∑ 0/�/1 = 10 *+,� - !,!��,���!1 = 25,67 dB

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Agradecimentos

Por todo o apoio e disponibilidade para nos facultar todas as informações necessárias à realização deste trabalho, queríamos agradecer ao Professor Doutor Aguiar Coelho. Por toda a simpatia, todos os esclarecimentos e por ter efectuado o nosso acompanhamento às instalações do Hospital, queríamos agradecer à Doutora Marta Mendes.