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COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL DOS ESTADOS-
MEMBROS DA UNIÃO EUROPEIA
André Andrade
Estudante de Engenharia do Ambiente
Universidade Fernando Pessoa
Pedro Esteves
Estudante de Engenharia do Ambiente
Universidade Fernando Pessoa
Pedro Sousa
Estudante Engenharia do Ambiente
Universidade Fernando Pessoa
Abstract
The main goal of this work was to make a comparison of the environmental performance
between the countries member states of European Union in various environmental fields. We
have defined a ranking based on a statistical data collection, in which Sweden has become in
the first place, having the best environmental performance of European Union and Malta has
become in the last place, having the worst environmental performance of European Union.
Resumo
O principal objectivo deste trabalho foi efectuar uma comparação do desempenho ambiental
entre os países estados-membros da União Europeia em vários domínios ambientais. Foi
definido um ranking com base na recolha de dados estatísticos, no qual a Suécia ficou em
primeiro lugar, possuindo o melhor desempenho ambiental da União Europeia e Malta ficou
em último lugar, possuindo o pior desempenho ambiental da União Europeia.
1. Introdução
O principal objectivo deste trabalho é efectuar uma comparação do desempenho ambiental
entre os países estados-membros da União Europeia em vários domínios ambientais, que vão
desde o tratamento e gestão dos resíduos, até aos aspectos relacionados com a poluição
atmosférica e o ruído, assim como a energia, transportes, recursos aquáticos, entre outros.
Para realizar esta comparação elaboramos um sistema de pontuação, que será explicado no
decorrer do trabalho, e que se baseia em dados estatísticos publicados por entidades como o
Eurostat e a Agência Europeia do Ambiente. No final do trabalho é então elaborado um
ranking que definirá quais os países com melhor e pior desempenho ambiental.
A estrutura do trabalho será uniforme ao longo do mesmo, realizando em primeiro lugar um
enquadramento do aspecto ambiental referido, procurando também referir quais as Directivas
Comunitárias que foram publicadas relativamente ao aspecto ambiental em causa. Em seguida
são apresentados os dados estatísticos referentes ao aspecto ambiental, sob a forma de
gráficos e/ou tabelas. Por fim, são apresentados os países com pior e melhor desempenho
ambiental e é feita uma referência ao estado em que Portugal se encontra.
Durante todo o trabalho é então dada uma especial ênfase à situação Portuguesa, visto se
tratar do país em que residimos e por isso ser interessante especificar a sua situação, para se
perceber em que aspectos ambientais é que Portugal apresenta um melhor ou pior
desempenho ambiental.
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2. Sistema de Pontuação
No decorrer deste trabalho irão ser apresentados vários gráficos que permitirão observar o
diferente desempenho ambiental de cada um dos estados-membros da União Europeia em
diferentes domínios ambientais. Para uma melhor diferenciação e comparação do desempenho
ambiental de cada país irá ser elaborado no final do trabalho um ranking de desempenho
ambiental.
Para que esse ranking possa ser elaborado é necessário definir um sistema de pontuação
constante ao longo do trabalho, que seja coerente e que ponha em pé de igualdade todos os
estados-membros da União Europeia. Desta forma, a maioria dos gráficos apresenta dados
percentuais e não apenas quantitativos, ou então dados percapita (por pessoa).
Os diversos gráficos relativos às diferentes áreas do Ambiente que serão apresentados,
segundo os critérios que achámos ser os mais correctos, irão estar por ordem crescente ou
decrescente de desempenho ambiental.
Após a análise dos gráficos e/ou tabelas, o país que melhor desempenho ambiental tiver, em
cada aspecto ambiental, receberá 27 pontos, o segundo melhor país receberá 26 pontos, o
terceiro melhor país receberá 25 pontos, e assim sucessivamente, por ordem decrescente de
pontos, até que o país com pior desempenho ambiental receba 1 ponto.
Por vezes nos gráficos poderão surgir mais países do que os pertencentes á União Europeia,
mas apenas o desempenho ambiental dos actuais 27 estados-membros irá ser tido em conta,
assim como em certos gráficos/tabelas poderá não haver qualquer informação relativa a um
determinado país. Neste caso, quando não existe informação relativa a um país, consideramos
a média dos 27 estados-membros como sendo o valor atribuído para esse país.
Sempre que dois ou mais países tenham o mesmo valor para um determinado aspecto
ambiental, recebem a mesma pontuação, para que nenhum seja prejudicado.
No final do trabalho proceder-se-á ao somatório dos pontos obtidos por cada país ao longo do
trabalho, elaborando o ranking final de desempenho ambiental.
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3. Resíduos
3.1. Resíduos Sólidos Urbanos Gerados Per Capita
Os resíduos sólidos urbanos (RSU) resultam da actividade humana e a sua composição é
muito variada: desde plásticos e metais a vidro, papel e óleos ou mesmo até resíduos
orgânicos (restos de comida essencialmente). Actualmente, os principais problemas
associados à gestão dos RSU prendem-se essencialmente com os elevados custos que estão
associados à recolha, transferência, transporte e deposição dos resíduos, assim como o
aumento significativo, ao longo dos últimos anos, da quantidade gerada de resíduos sendo que
grande parte destes não são reaproveitados sendo depositados em aterros sanitários
(Tchobanoglous et al., 1993).
Por esta razão consideramos que os países pertencentes à União Europeia nos quais são
gerados mais resíduos por pessoa não estão a adoptar todas as medidas necessárias para que
ocorra uma diminuição na fonte da quantidade de resíduos gerados pelos cidadãos, tendo
neste aspecto um pior desempenho ambiental.
Gráfico [1] e Tabela [1]
O país da União Europeia no qual são produzidos mais resíduos, anualmente, por cada pessoa
é a Dinamarca, no qual cada pessoa gera cerca de 801 Kg por ano de resíduos, o que equivale
a cerca de 2,2 Kg gerados por dia. Por outro lado, o país no qual são produzidos menos
resíduos por cada pessoa é a República Checa, sendo neste país gerados 294 Kg por ano de
resíduos, o que equivale a cerca de 805 gramas geradas por dia, por cada pessoa.
Portugal é o 11º país onde se produzem menos resíduos na União Europeia, sendo gerados por
ano 472 Kg de resíduos, o que equivale a cerca de 1,3 Kg gerados por dia, por cada pessoa.
3.2. Reciclagem de Resíduos de Embalagens por País
Define-se como “Embalagem”, todos e quaisquer produtos feitos de materiais de qualquer
natureza utilizados para conter, proteger, movimentar, manusear, entregar e apresentar
mercadorias, tanto matérias-primas como produtos transformados, desde o produtor ao
consumidor. Estas embalagens podem representar sérios problemas ambientais caso a gestão
deste tipo de resíduos não seja a mais adequada, principalmente se estas embalagens forem de
plástico, um material que demora centenas de anos a ser degradado pela natureza (Oliveira et
al., 2009).
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A Directiva nº 94/62/CE, de 20 de Dezembro e a Directiva nº 2004/12/CE, de 11 de Fevereiro
prevêm que os Estados-Membros da União Europeia ponham em prática medidas de
prevenção contra a formação de resíduos de embalagens através de programas nacionais e do
desenvolvimento de sistemas de reutilização e reciclagem das embalagens.
Consideramos portanto que os países da União Europeia que mais resíduos de embalagens
reciclam possuem um melhor desempenho ambiental neste ponto, porque não só estão a evitar
que se formem mais resíduos de embalagens, como estão a recuperar parte do conteúdo
orgânico dos resíduos, reutilizando-os como fonte de matéria-prima na produção de novos
produtos.
Gráfico [2] e Tabela [2]
O país da União Europeia no qual são reciclados mais resíduos de embalagens, é a Bélgica,
com uma taxa de reciclagem de 79% dos seus resíduos de embalagens. No outro extremo, o
país no qual são reciclados menos resíduos de embalagens é Malta, com uma taxa de
reciclagem de 11%. Portugal é o 14º país da União Europeia onde se recicla mais resíduos de
embalagens, com uma taxa de 51%, próxima da média europeia de 57%.
3.3. Reciclagem e Recuperação de Veículos em Fim de Vida
Um Veículo em Fim de Vida (VFV) corresponde genericamente aos veículos que não
apresentando condições para a sua circulação, em consequência de acidente, avaria, mau
estado ou outro motivo, chegaram ao fim da respectiva vida útil, passando a constituir um
resíduo. Estes VFV geralmente possuem substâncias perigosas neles contidas, que deverão ser
tratadas de forma especial devido ao seu cariz tóxico quer para o ser humano quer para o meio
ambiente (Tchobanoglous et al., 1993).
No que diz respeito às Normas Europeias relativas a VFV, a Directiva n.º 2000/53/CE, de 18
de Setembro, define o regime aplicável à gestão de Veículos em Fim de Vida (VFV), tendo
em vista, a prevenção da produção de resíduos provenientes destes veículos e a promoção da
reutilização, da reciclagem e de outras formas de valorização de VFV, desencorajando,
sempre que possível, o recurso a formas de eliminação tais como a sua deposição em aterro.
É então evidente que um país que recicle ou recupere uma maior taxa de VFV possui um
melhor desempenho ambiental.
Gráfico [3] e Tabela [3]
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O país da União Europeia que recicla e recupera mais VFV, é a Lituânia, com uma taxa de
reciclagem de 88% e com uma taxa de recuperação de 92%. Os países da União Europeia que
menos reciclam e recuperam VFV, são a Irlanda e Malta, sem qualquer reciclagem ou
recuperação. Portugal é o 11º país da União Europeia onde se recicla e recupera mais VFV,
com uma taxa de reciclagem de 81,7% e uma taxa de recuperação de 85,5%.
3.4. Quantidade de Resíduos Perigosos Gerados
Um Resíduo Perigoso (RP) pode ser definido como um resíduo ou uma combinação de
resíduos que constituem um perigo substancial presente ou potencial para os humanos ou
outros organismos vivos devido ao facto de: tais resíduos serem não degradáveis ou
persistentes na natureza; poderem ser bioacumuláveis; ou poderem ser letais (Oliveira et al.,
2009).
Actualmente, mais de 250 milhões de toneladas de resíduos perigosos são gerados anualmente
na União Europeia, tendo a geração de resíduos perigosos aumentado cerca de 20% nos
últimos anos. Tendo em conta este aumento, a União Europeia estabeleceu normas
comunitárias relativas à eliminação de resíduos perigosos, a Directiva 91/689/CEE, de 12 de
Dezembro, que define as medidas de gestão que os países da União Europeia devem adoptar
para tratar estes resíduos, que na sua maioria necessitam de um controlo rigoroso, de modo a
garantir a sua deposição final em segurança.
Portanto, um país que possua uma menor quantidade de resíduos perigosos, no total dos seus
resíduos gerados anualmente, não tem de proceder ao tratamento deste tipo de resíduos
(menores custos), assim como tem uma menor probabilidade de sofrer qualquer tipo de
impacte ambiental negativo resultante da perigosidade destes resíduos.
Gráfico [4]
O país da União Europeia que possui uma maior quantidade de resíduos perigosos, no total
dos seus resíduos gerados anualmente, é a Alemanha, com uma taxa que ronda os 25%. Os
países da União Europeia que possuem uma menor quantidade de resíduos perigosos, no total
dos seus resíduos gerados anualmente, são a Letónia, Malta e o Chipre, com taxas inferiores a
1%. Portugal é o 6º país da União Europeia que mais gera resíduos perigosos, com uma taxa
de cerca de 7% de resíduos perigosos gerados.
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3.5. Tratamento do Resíduos Gerados
3.5.1. Percentagem de Resíduos Enviados Para Aterro Um Aterro Sanitário é um depósito controlado de resíduos no solo que permite o depósito dos
resíduos de forma sanitariamente adequada. Apesar de possuírem algumas vantagens, os
aterros sanitários possuem muitas desvantagens, o que faz com que sejam cada vez menos
uma opção para a deposição de resíduos. Entre outras desvantagens destacam-se:
inviabilização da recuperação do conteúdo energético e orgânico dos resíduos; cada vez maior
dificuldade em obter locais próprios para a sua construção, devido à resistência imposta pelas
populações; o perigo de haver fugas e contaminação dos solos e águas subterrâneas; e os
aterros sanitários existentes encontram-se cada vez mais saturados (Vaughn, 2008).
É portanto necessário que os Estados-Membros da União Europeia enviem cada vez menos
resíduos para aterro, e que só procedam a essa deposição caso não exista mais nenhuma
solução de tratamento dos resíduos, tendo também em conta o cumprimento da Directiva
Aterros (1999/31/CE, de 26 de Abril), que estabelece os critérios e processos de admissão de
resíduos em aterros, sendo estes cada vez mais apertados.
Países que enviam menos resíduos para aterro têm desta forma um melhor desempenho
ambiental.
Tabela [4]
O país da União Europeia que envia uma maior quantidade de resíduos para aterro, é a
Bulgária, que deposita todos os seus resíduos em aterros sanitários. Por outro lado, os países
da União Europeia que enviam uma menor quantidade de resíduos para aterro, são a
Alemanha e a Holanda, que apenas enviam para aterro 1% dos seus resíduos. Portugal é o 14º
país da União Europeia que menos envia resíduos para aterro, enviando 65% dos seus
resíduos gerados para aterro.
3.5.2. Percentagem de Resíduos Reciclados e Compostados A reciclagem física ou mecânica dos materiais corresponde ao reprocessamento dos resíduos
com vista à recuperação e/ou regeneração das suas matérias constituintes em novos produtos.
A compostagem é um processo de reciclagem da fracção orgânica dos resíduos sólidos
urbanos, e é caracterizada pela decomposição aeróbia dos resíduos a temperaturas elevadas,
tendo como produto resultante deste processo um composto estabilizado, que pode ter
aplicação directa no solo como fertilizante (Vaughn, 2008).
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Ambos os métodos de reciclagem possuem inúmeras vantagens como: recuperarem parte do
conteúdo orgânico dos resíduos, reutilizando-o como fonte de matéria-prima na produção de
novos produtos; a diminuição da utilização dos recursos naturais e do consumo de energia;
prolongam a vida útil dos aterros sanitários; entre outros (Oliveira et al., 2009).
É então natural que os países da União Europeia que mais procedam a estes dois métodos de
reciclagem de resíduos estão a adoptar medidas mais ecológicas, contribuindo para uma
melhoria da limpeza das cidades e da qualidade de vida das populações e também para uma
diminuição dos níveis de poluição do solo, da água e do ar.
Tabela [4]
O país da União Europeia que recicla e composta uma maior quantidade de resíduos, é a
Áustria, que recicla 29% dos seus resíduos e realiza a compostagem de 40% dos seus
resíduos. No outro extremo, encontra-se a Bulgária, que não recicla nem composta nenhuma
parte dos seus resíduos. Portugal é o 10º país da União Europeia que menos recicla e
composta os seus resíduos, reciclando 9% dos seus resíduos e realizando compostagem em
8% dos seus resíduos.
4. Ar – Poluição Atmosférica
4.1. Emissão de Gases com Efeito de Estufa Per Capita As emissões de gases com efeito de estufa (Dióxido de Carbono, Metano, Monóxido de
Carbono, Óxidos de Enxofre e Óxidos de Azoto) para a atmosfera são actualmente um dos
mais difundidos e dos mais preocupantes problemas ambientais. Estes gases podem levar a
um aumento da temperatura global, provocando o derretimento do gelo glaciar e
sucessivamente fazendo aumentar o nível das águas, podendo muitas das zonas costeiras ficar
submersas. Os efeitos da libertação destes gases para a atmosfera afectam não só os
ecossistemas e as espécies que neles habitam, como também podem afectar a saúde dos seres
humanos (Seinfeld e Pandis, 1998).
Por essa razão existem muitas Directivas Comunitárias, designadas por parte da União
Europeia, referentes ao controlo dos níveis de emissão de gases com efeito de estufa aos mais
diversos níveis, impondo valores “alvo” de emissão aos seus Estados-Membros.
Um país que emita uma grande quantidade de gases com efeito de estufa está a contribuir para
que o efeito de estufa se agrave e portanto possuem um pior desempenho ambiental.
Gráfico [5] e Tabela [5]
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O país da União Europeia com maior quantidade de gases com efeito de estufa emitida por
pessoa, é o Luxemburgo, com 27,1 Toneladas Equivalentes de CO2 emitidas para a atmosfera.
Contrariamente, a Letónia é o país da União Europeia com menor quantidade de gases com
efeito de estufa emitidos por pessoa, com 5,3 Toneladas Equivalentes de CO2 emitidas para a
atmosfera. Portugal é o 7º país da União Europeia que menos gases com efeito de estufa emite
por pessoa, com 7,7 Toneladas Equivalentes de CO2 emitidas para a atmosfera.
4.2. População Urbana Exposta a Ozono O ozono nos últimos anos passou a ser reconhecido pela maioria das pessoas, devido à
divulgação da depleção da camada de ozono e dos efeitos que esta tem em reduzir a
intensidade dos raios solares e os sucessivos raios ultravioleta que podem ser prejudiciais ao
ser humano. A exposição das populações urbanas face a elevadas concentrações de ozono
troposférico, isto é, ozono que se encontra na camada atmosférica que se estende pela
superfície da Terra, pode levar a que estas pessoas tenham problemas a nível respiratório
(Elsom, 1997).
Quanto a legislação publicada a nível comunitário, a Directiva 2002/3/CE, de 12 de Fevereiro,
relativa ao ozono no ar ambiente, estabelece como objectivos a longo prazo, valores-alvo, um
limiar de alerta e um limiar de informação aplicáveis aos teores de ozono no ar ambiente, com
o objectivo de evitar, prevenir ou reduzir os efeitos nocivos na saúde humana e no ambiente
em geral e o Regulamento (CE) nº 1005/2009, de 16 de Setembro de 2009 relativo às
substâncias que empobrecem a camada de ozono.
Desta forma, um país que esteja mais exposto a elevadas concentrações de ozono pode pôr em
causa a saúde dos seus habitantes, possuindo por isso um pior desempenho ambiental.
Gráfico [6]
O país da União Europeia no qual a sua população urbana está mais exposta a poluição
atmosférica pelo ozono é a Grécia, com uma concentração de cerca de 9 mil microgramas por
m3 de ozono por dia. Por outro lado, o Reino Unido é o país da União Europeia no qual a sua
população urbana está menos exposta a poluição atmosférica pelo ozono, com uma
concentração de cerca de mil microgramas por m3 de ozono por dia. Portugal é o 14º país da
União Europeia no qual a sua população urbana está menos exposta a poluição atmosférica
pelo ozono, com uma concentração de cerca de 4 mil microgramas por m3 de ozono por dia.
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4.3. População Urbana Exposta a Partículas em Suspensão As partículas em suspensão (PM) são partículas muito finas de sólidos ou líquidos suspensos
num gás e que podem ter tamanhos variados, entre 10 nanómetros a 100 micrómetros de
diâmetro. Quanto menor for a dimensão dessas partículas maior é a facilidade delas
conseguirem passar para dentro do nosso sistema respiratório e poderem provocar asma,
problemas cardiovasculares, cancro do pulmão ou morte prematura. As partículas
normalmente estão associadas ao tráfego de automóveis, emissões do sector industrial e ao
aquecimento doméstico (Seinfeld e Pandis, 1998).
A Directiva 1999/30/CE, de 22 de Abril define os valores-limite de emissão de partículas em
suspensão no ar ambiente.
Tal como para o caso do ozono, consideramos que um país que esteja mais exposto a elevadas
concentrações de partículas em suspensão pode pôr em causa a saúde dos habitantes das suas
zonas urbanas, possuindo por isso um pior desempenho ambiental.
Gráfico [7]
O país da União Europeia no qual a sua população urbana está mais exposta a partículas em
suspensão é a Bulgária, com uma concentração de cerca de 60 microgramas por m3 anuais. No
outro extremo, o país da União Europeia no qual a sua população urbana está menos exposta a
partículas em suspensão é a Irlanda com uma concentração de cerca de 12 microgramas por
m3 anuais. Portugal é o 9º país da União Europeia no qual a sua população urbana está mais
exposta a partículas em suspensão, com uma concentração de cerca de 30 microgramas por m3
anuais.
5. Água – Saneamento, Qualidade da Águas Balneares e Recursos
Aquáticos
5.1. Recursos de Água Doce a Longo Prazo Per Capita A água doce no futuro será um recurso cada vez mais escasso, devido ao crescente aumento
da poluição dos rios, mas também da crescente poluição dos solos e da atmosfera, pois todos
os meios estão interligados. Nem toda a água doce no Mundo é potável e está disponível para
consumo humano, sendo por isso necessário que o consumo humano de água doce não tenha
um destino menos apropriado, evitando desperdiçar-se um bem com tanto valor e que é
essencial à vida humana (Perry, e Vanderklein, 1996).
Os países da União Europeia que possuam menos recursos de água doce a longo prazo
sofrerão certamente no futuro consequências drásticas em termos de escassez de água, sendo
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por isso necessário que os países adoptem políticas de preservação dos recursos ainda
existentes. Os países da União Europeia que actualmente possuem mais recursos de água doce
estão um passo á frente dos outros países neste aspecto, possuindo por isso um melhor
desempenho ambiental.
Gráfico [8]
O país da União Europeia com menos recursos de água doce a longo prazo é o Chipre, com
cerca de 1000 m3 disponíveis por pessoa. Pelo contrário, a Finlândia é o país da União
Europeia com mais recursos de água doce a longo prazo, com cerca de 21000 m3 disponíveis
por pessoa. Portugal é o 10º país da União Europeia, a par da Lituânia com mais recursos de
água doce a longo prazo, com cerca de 7000 m3 disponíveis por pessoa.
5.2. População Ligada à Rede de Tratamento de Águas Residuais Urbanas
(Saneamento) As estações de tratamento de Águas Residuais (ETARs) são muito importantes hoje em dia,
contribuindo para a melhoria da nossa qualidade de vida, da nossa higiene pública e da nossa
saúde humana. Estas infraestruturas tratam as águas residuais de origem doméstica e/ou
industrial, para que depois possam ser escoadas para o mar ou rio com um nível de poluição
aceitável, conforme a legislação vigente, ou então serem "reutilizadas" para usos domésticos.
Na União Europeia, o número de estações de tratamento de águas residuais tem vindo a
aumentar, de modo a que o máximo de população seja servida. Estas estações possuem ainda
diferentes tipos de tratamento, primário, secundário e terciário, e quanto maior o grau de
tratamento maior a qualidade final da água tratada (Hendricks, 2006).
Quanto a legislação comunitária, a Directiva 91/271/CEE, de 21 de Maio de 1991, define os
parâmetros de recolha, tratamento e descarga de águas residuais urbanas e do tratamento e
descarga de águas residuais de determinados sectores industriais, com o objectivo de proteger
o ambiente dos efeitos nefastos das referidas descargas de águas residuais.
Desta forma, quanto maior a percentagem da população de um país estiver ligada à rede de
saneamento, melhor é o seu desempenho ambiental, pois são evitadas descargas directas de
esgotos nos recursos hídricos.
Tabela [6] e Tabela [7]
O país da União Europeia com uma maior percentagem da população ligada à rede de
saneamento é Espanha, com uma cobertura total. No outro extremo, encontra-se Malta com
uma percentagem de 13% da população ligada à rede de saneamento. Portugal é o 10º país da
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União Europeia com uma menor percentagem da população ligada à rede de saneamento, com
uma percentagem de 65%.
5.3. Percentagem de Águas Balneares em Conformidade com as Normas
Obrigatórias A vigilância das águas balneares é feita de acordo com as exigências da Directiva
Comunitária 76/160/CEE, de 8 de Dezembro. De acordo com as disposições da Directiva, as
autoridades competentes em cada Estado-Membro deverão estabelecer e implementar
programas de monitorização nas zonas balneares designadas para esse efeito, verificando se a
qualidade destas águas não poderá prejudicar a saúde dos seus utilizadores.
A classificação obtida através da aplicação da Directiva é ainda usada no processo de
candidatura ao galardão Bandeira Azul Europeia. Esta atribuição indica a excelente qualidade
ambiental de uma zona balnear e promove turisticamente o concelho onde está inserida.
Por tudo isto é obvio que os países que possuem uma maior percentagem das suas águas
balneares em conformidade com a Directiva 76/160/CEE possuem um melhor desempenho
ambiental.
Gráfico [9]
Os países da União Europeia com uma maior percentagem das suas águas balneares em
conformidade com a Directiva 76/160/CEE são a Irlanda e a Estónia, com 100% de
cumprimento. No outro extremo encontra-se o Luxemburgo com uma percentagem de cerca
de 40% das suas águas balneares em conformidade com a Directiva 76/160/CEE. Portugal é o
9º país da União Europeia com uma menor percentagem das suas águas balneares em
conformidade com a Directiva 76/160/CEE, com cerca de 90%.
6. Energia
6.1. Consumo de Energia Primária por Combustível Energia Primária é aquela que é extraída em bruto, isto é, que se encontra disponível na
natureza sob a forma em que é utilizada (Beggs, 2002).
Neste ponto, consideramos que os países da União Europeia que consomem mais energia sob
a forma de gás natural possuem um melhor desempenho ambiental, isto porque, associadas ao
gás natural estão menores quantidades de poluentes emitidas para a atmosfera (CO2, NOx e
SO2) do que na queima de combustíveis como o carvão, o fuelóleo e o gasóleo (provenientes
do petróleo).
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Tabela [8]
O país da União Europeia que consome mais energia sob a forma de gás natural é a Holanda,
que consome 42,6% de gás natural. No outro extremo, encontra-se Malta, que não consome
gás natural, apenas petróleo. Portugal é o 9º país da União Europeia que menos consome gás
natural, consumindo 14,4% de gás natural.
6.2. Consumo de Energia Total Per Capita O consumo de energia por pessoa de um país poderá ser um bom indicador do desempenho
ambiental de um país, porque alguns dos principais impactes negativos da actividade humana
no meio ambiente prendem-se com a produção e o consumo de energia. A energia que se
consome produz, actualmente, a maior parte das emissões de gases com efeito de estufa,
responsáveis por alterações climáticas, nomeadamente o aquecimento global da superfície
terrestre (Beggs, 2002). Quanto maior o consumo de energia de um país pior o seu
desempenho ambiental.
De facto, a eficiência energética, isto é a utilização racional de energia, tem sido uma das
grandes temáticas desenvolvidas e incentivadas pelos organismos máximos da União
Europeia, sendo exemplo disso, a Directiva 2006/32/CE, de 5 de Abril de 2006, relativa à
eficiência na utilização final de energia e aos serviços energéticos, que inclui, objectivos
indicativos de poupança de energia aplicável aos Estados-Membros, obrigações a cumprir
pelas autoridades públicas nacionais em matéria de poupança de energia e de medidas de
eficiência energética aquando das aquisições, assim como medidas de promoção da eficiência
energética e dos serviços energéticos.
Tabela [9]
O país da União Europeia que consome menos energia por pessoa é a Roménia, que consome
1,9 Toneladas Equivalentes de Petróleo (TEP), por ano. Por outro lado, o país que mais
consome energia por pessoa é o Luxemburgo, consumindo 9,9 TEP por ano. Portugal é o 4º
país da União Europeia que menos consome energia, consumindo anualmente 2,4 TEP por
pessoa.
6.3. Taxa de Consumo de Energias Renováveis por País As Energias Renováveis são aquelas que são obtidas de fontes naturais de energia, capazes de
se regenerar e portanto, virtualmente inesgotáveis. Estas fontes de energia são também fontes
de energia que durante o seu funcionamento não emitem quaisquer tipo de poluentes
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atmosféricos e que são uma garantia de independência energética pois funcionam numa escala
local. Algumas das energias renováveis mais utilizadas pelos países da União Europeia são: a
energia eólica, a energia solar, a energia hídrica, a energia geotérmica e a energia de biomassa
(Sörensen, 2004).
Em termos de Directivas a nível da União Europeia estão designadas a Directiva 2009/28/CE,
de 23 de Abril, relativa à promoção da utilização de energia proveniente de fontes renováveis
e a Directiva 2001/77/CE, de 27 de Setembro, relativa à promoção da electricidade
proveniente de fontes de energia renováveis no mercado da electricidade.
É portanto evidente, que quanto maior a taxa consumo de energias renováveis de um país,
melhor será o seu desempenho ambiental em termos energéticos.
Gráfico [10]
O país da União Europeia que possui uma maior taxa de consumo de energias renováveis é a
Suécia, com cerca de 31% do total da sua energia consumida. Por outro lado, o país que
possui uma menor taxa de consumo de energias renováveis é Malta, que não gera qualquer
percentagem de energia através de fontes renováveis. Portugal é o 5º país da União Europeia
que possui uma maior taxa de consumo de energias renováveis, com cerca de 17% do total da
sua energia consumida.
7. Transportes
7.1. Intensidade Anual de Passageiros por Tipo de Transporte De todos os meios de transporte, o automóvel é sem dúvida aquele que mais problemas
acarreta para o meio ambiente. Não só pelo facto dos combustíveis utilizados pelos
automóveis, como a gasolina e o gasóleo, serem produtos de um recurso não renovável, o
petróleo, como também pelo facto do sector dos transportes ocupar uma elevada fatia no que
diz respeito à emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera. Esta situação toma
formas ainda mais gravosas devido ao facto do parque automóvel ser cada vez maior, isto é, o
número de automóveis em circulação nos últimos anos é cada vez maior (ECMT, 2000).
A opção pelo uso de transportes públicos revela-se então como uma escolha acertada, não só
pelo facto deste tipo de transportes possuir menores níveis de emissão de poluentes
atmosféricos, como também pelo facto do seu número em circulação ser menor (ECMT,
2000).
Países nos quais as pessoas optam pelos transportes públicos possuem então, geralmente, um
melhor desempenho ambiental.
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Gráfico [11]
O país da União Europeia que possui um maior número de pessoas que se deslocam de
automóvel é a Lituânia, com uma taxa de cerca de 90%. O país que possui um menor número
de pessoas que se deslocam de automóvel é a Hungria, com uma taxa de 65%. Portugal é o
10º país da União Europeia que possui uma maior intensidade de tráfego automóvel, com uma
taxa de cerca de 83%.
7.2. Taxa de Biocombustíveis Consumidos por País Biocombustíveis são combustíveis de origem biológica não fóssil, normalmente produzidos a
partir de plantas como a cana-de-açúcar, soja, milho ou beterraba. Este tipo de combustível
possui algumas vantagens como: derivam de matérias renováveis; as emissões de CO2 podem
diminuir até 50% em comparação com os combustíveis tradicionais; sendo produzido através
de matérias renováveis não afecta o ambiente se for derramado; entre outras (Worldwatch
Institute, 2007).
Na União Europeia em 2003 foi publicada a Directiva 2003/30/CE, de 8 de Maio, relativa à
promoção da utilização de biocombustíveis ou de outros combustíveis renováveis nos
transportes que estabelecia como meta indicativa para os Estados-Membros uma quota de
biocombustíveis que representa-se 5,75% do consumo total de combustíveis em 2010.
Possuindo os biocombustíveis inúmeros benefícios ambientais é natural então que um país
que possua uma maior taxa de consumo de biocombustíveis possui um melhor desempenho
ambiental.
Gráfico [12]
O país da União Europeia que possui uma maior taxa de biocombustíveis consumidos é a
Alemanha, com uma taxa de cerca de 11%. Em quatro países não são consumidos quaisquer
biocombustíveis, são eles a Estónia, o Chipre, Malta e a Finlândia. Portugal é o 6º país da
União Europeia onde são consumidos mais biocombustíveis, com uma taxa de consumo de
cerca de 3%.
8. Ruído
8.1.Percentagem da População que Considera que Sofre com o Ruído O ruído tem sido cada vez mais um dos aspectos dos quais as populações se queixam,
essencialmente o ruído gerado no período nocturno, visto ser o período em que a maior parte
das pessoas descansa. A nível de efeitos no ser humano, o ruído pode gerar incómodo e
15
dificultar ou impedir a atenção, a comunicação, a concentração, o descanso e o sono. Em
casos continuados de exposição a níveis elevados de ruído, podem surgir em algumas pessoas
estados crónicos de nervosismo e stress, que por sua vez podem levar a transtornos
psicofísicos, doenças cardiovasculares e alterações do sistema imunitário (Kumar, 2004).
Tendo em conta estes possíveis efeitos na saúde humana, a União Europeia publicou a
Directiva Comunitária 2002/49/CE, de 25 de Junho relativa à avaliação e gestão do ruído
ambiente, que tem como principal a definição de uma abordagem comum para evitar, prevenir
ou reduzir, os efeitos prejudiciais da exposição ao ruído ambiente.
Por todas estas razões fica claro que um país que possua uma baixa percentagem da população
que se queixa do ruído possui um melhor desempenho ambiental.
Gráfico [13]
O país da União Europeia que possui uma maior percentagem da população que se queixa do
ruído é o Chipre, com uma taxa de cerca de 36%. Por outro lado, os países da União Europeia
que possuem uma menor percentagem da população que se queixa do ruído são a Suécia e a
Irlanda, com uma taxa de cerca de 14%. Portugal é o 4º país da União Europeia onde as
populações mais se queixam do ruído, com uma taxa de cerca de 27%.
9. Agricultura
9.1. Percentagem de Área Agrícola Utilizada para a Agricultura Biológica Na agricultura biológica são produzidos alimentos e outros produtos vegetais sem o uso de
produtos químicos sintéticos, tais como fertilizantes e pesticidas, nem de organismos
geneticamente modificados, procurando produzir produtos de maior qualidade
comparativamente com os produtos de outros tipos de práticas agrícolas (Comissão Europeia,
2009).
A agricultura biológica tem ainda como base de funcionamento o uso de excrementos
animais, rotação de culturas, adubação natural, compostagem e o controlo biológico de pragas
e doenças, procurando desta forma enquadrar-se nos princípios de desenvolvimento
sustentável (Comissão Europeia, 2009).
Na União Europeia há já alguns anos que foram adoptados programas e padrões para a
regulação e desenvolvimento da agricultura biológica, mais concretamente desde a publicação
do Regulamento (CEE) n.º 2092/91, de 24 de Junho de 1991, relativo ao modo de produção
biológico de produtos agrícolas e à sua indicação nos produtos agrícolas e nos géneros
alimentícios.
16
Pelo facto de a agricultura biológica ser um modo de produção sustentável e de não implicar a
utilização de fertilizantes químicos que poderiam contaminar os solos, consideramos que um
país que possua uma maior área destinada a este tipo de agricultura possui um melhor
desempenho ambiental.
Tabela [10]
O país da União Europeia que possui uma maior área destinada á prática de agricultura
biológica é a Áustria, com uma percentagem de 11% da sua área agrícola total. No outro
extremo encontra-se Malta, com apenas uma percentagem de 0,1% da sua área agrícola total
destinada para a agricultura biológica. Portugal é o 9º país da União Europeia com uma maior
área destinada á prática de agricultura biológica, com uma percentagem de 6,3% da sua área
agrícola total
10. Biodiversidade
10.1. Percentagem de Ecossistemas em Risco de Eutrofização A eutrofização é um processo pelo qual as águas de um rio ou lago enriquecem em nutrientes,
originando um excesso de vida vegetal que dificulta e aniquila a vida animal por falta de
oxigénio, diminuindo a qualidade da água e alterando profundamente um ecossistema.
A eutrofização pode ser natural ou consequência de actividades humanas. As fontes mais
comuns de eutrofização induzida pelo Homem são as escorrências dos campos agrícolas (que
são muito ricas em nutrientes devido à utilização de fertilizantes), os efluentes industriais e os
esgotos das áreas urbanas descarregados sem qualquer tipo de tratamento e a desflorestação
(Chivian e Bernstein, 2008).
Um país que possua uma maior percentagem de ecossistemas em risco de eutrofização possui
desta forma um pior desempenho ambiental.
Gráfico [14] Tabela [11]
O país da União Europeia que possui uma menor percentagem de ecossistemas em risco de
eutrofização é o Reino Unido, com uma percentagem de 19%. Por outro lado, sete países
possuem uma percentagem de 100% de que os seus ecossistemas possam ficar eutrofizados,
sendo eles a República Checa, a Lituânia, a Dinamarca, a Hungria, Eslováquia, Luxemburgo e
Polónia. Portugal é o 11º país da União Europeia que possui uma menor percentagem dos
seus ecossistemas ficarem eutrofizados, com uma percentagem de 83%.
17
10.2. Percentagem de Ecossistemas em Risco de Acidificação A acidificação é aumento da acidez de um meio, resultante da volatilização de diversos
compostos, nomeadamente óxidos de azoto e óxidos de enxofre que contaminam as chuvas,
provocando-lhe alterações químicas. A principal fonte desses poluentes é a queima de
combustíveis fósseis para produção de energia térmica, energia eléctrica e para a propulsão de
veículos. Vários estudos demonstraram que a acidificação tem impactes adversos sobre as
florestas, as massas de água doce e os solos, matando grande parte da biodiversidade existente
nesses meios (Chivian e Bernstein, 2008).
Tal como na eutrofização, um país que possua uma maior percentagem de ecossistemas em
risco de acidificação possui um pior desempenho ambiental.
Gráfico [15] Tabela [11]
Vários países da União Europeia não possuem qualquer percentagem de ecossistemas em
risco de acidificação, tais como Espanha, Bulgária, Chipre, Estónia, Itália e a Eslovénia. Por
outro lado, a Holanda possuem a maior percentagem de ecossistemas em risco de
acidificação, com uma percentagem de 71%. Portugal é o 10º país da União Europeia que
possui uma menor percentagem dos seus ecossistemas ficarem acidificados, com uma
percentagem de 3%.
11. Outros
11. 1 Organizações com Rótulo Ecológico Comunitário por Milhões de
Habitantes O sistema do rótulo ecológico comunitário trata-se de um instrumento de reconhecimento de
qualidade ambiental, tendo em vista não só promover a concepção, produção, comercialização
e utilização de produtos com um impacto ambiental reduzido durante todo o seu ciclo de vida,
mas também providenciar aos consumidores melhor informação sobre a qualidade ambiental
dos produtos. (Ecolabel, s/d). Trata-se de um sistema de excelência ambiental de dimensão
europeia, reconhecido em todos os Estados-Membros e que está previsto segundo os termos
designados no Regulamento (CE) nº 1980/2000, de 17 de Julho.
Consideramos então, que um país que possuísse mais organizações com rótulo ecológico
comunitário é um país que possui organizações que de certa se preocupam com um impacte
ambiental gerado pelos seus produtos, e que procuram diminui-lo. Consideramos assim que
são países com um melhor desempenho ambiental.
Gráfico [16] e Tabela [12]
18
O país da União Europeia que possuí mais organizações com rótulo ecológico comunitário é a
Dinamarca, com cerca de 10 organizações por cada um milhão de habitantes. No sentido
oposto, encontra-se a Bulgária, que não possui nenhuma organização com rótulo ecológico
comunitário. Portugal é o 11º país da União Europeia que possui menos organizações com
rótulo ecológico comunitário, com cerca de uma organização por cada um milhão de
habitantes.
11. 2 Organizações com EMAS Implementado por Milhões de Habitantes O Sistema Comunitário de Eco-gestão e Auditoria (EMAS) é um mecanismo voluntário
destinado a empresas e organizações que querem comprometer-se a avaliar, gerir e melhorar o
seu desempenho ambiental, possibilitando evidenciar, perante terceiros e de acordo com os
respectivos referenciais, a credibilidade do seu sistema de gestão ambiental e do seu
desempenho ambiental (EMAS, s/d). Este Regulamento Comunitário foi instituído legalmente
pelo Regulamento (CE) nº 1221/2009, de 25 de Novembro de 2009 e tal como no caso das
organizações com rótulo ecológico comunitário consideramos que um país que possua mais
organizações com o EMAS implementado por cada um milhão de habitantes, possui um
melhor desempenho ambiental.
Gráfico [17] e Tabela [12]
O país da União Europeia que possuí mais organizações com o EMAS implementado é a
Áustria, com cerca de 31 organizações por cada um milhão de habitantes. No outro extremo,
encontram-se países como Malta, Bulgária e Lituânia, que não possuem nenhuma organização
com o EMAS implementado. Portugal é o 7º país da União Europeia que possui mais
organizações com o EMAS, com cerca de 7 organizações por cada um milhão de habitantes.
19
12. Ranking de Desempenho Ambiental
Classificação País Pontuação
1º Suécia 452
2º Áustria 438
3º Letónia 386
4º Dinamarca 376
5º Finlândia 371
6º Alemanha 363
7º Estónia 358
8º Itália 357
9º Irlanda 352
10º Lituânia 344
11º Eslováquia 343
12º Portugal 339
13º Grécia 325
14º França 321
15º Espanha 320
15º Hungria 320
17º Holanda 315
18º Reino Unido 313
19º Bélgica 310
20º Eslovénia 303
21º Luxemburgo 295
22º República Checa 282
23º Roménia 277
24º Bulgária 262
25º Chipre 256
26º Polónia 249
27º Malta 216
20
13. Conclusões
Em primeiro lugar é importante referir que é uma situação natural encontrar entre os cinco
países com melhor desempenho ambiental, três países nórdicos, a Suécia, a Finlândia e a
Dinamarca. Os outros dois países nórdicos, a Islândia e a Noruega não pertencem à União
Europeia, e por isso não foram considerados neste ranking, mas caso fizessem parte,
certamente estariam também entre os países com melhor desempenho ambiental. É recorrente
a referência dos países nórdicos como sendo dos melhores países em vários domínios, pelo
facto de serem países com elevados índices de desenvolvimento social e económico, não
sendo por isso de estranhar que também possuam um elevado desempenho ambiental.
É curioso também constatar que países que apenas entraram para a União Europeia em 2004,
como a Estónia, Lituânia e Letónia possuem um bom desempenho ambiental. Certamente em
grande parte se deverá ao facto de não serem países muito industrializados e por isso os seus
níveis de poluição serem relativamente baixos.
No outro extremo encontram-se países com economias bastante desenvolvidas e que não
possuem piores desempenhos ambientais, como o Reino Unido, Holanda e Bélgica. Ao longo
do trabalho denotou-se que estes países eram inconstantes em termos de desempenho
ambiental, podendo ter em determinados aspectos um desempenho ambiental muito bom e em
outros aspectos um desempenho ambiental muito mau.
No fundo do ranking, e sem alguma surpresa encontram-se países menos populosos como o
Chipre e Malta, que não possuem um desenvolvimento económico muito elevado, e que
certamente descuram um pouco os aspectos ambientais em detrimento de aspectos
económicos e turísticos.
Quanto a Portugal, que ficou em 12º lugar no ranking de desempenho ambiental, pode
afirmar-se que possui um relativamente bom desempenho ambiental, encontrando-se à frente
de países com economias mais poderosas, destacando-se pela positiva o desempenho
ambiental de Portugal no que diz respeito à emissão de gases com efeito de estufa, consumo
de energias renováveis e consumo de biocombustíveis e pela negativa no que diz respeito á
quantidade de resíduos perigosos gerados e relativamente a ser um dos países onde a
população mais se queixa do ruído.
Por fim é importante referir que o ranking elaborado pode não ser o mais actual, visto que os
dados são sempre publicados com dois a três anos de atraso e que o ranking elaborado
depende muito da fiabilidade dos dados recolhidos, que pode ser questionável.
21
14. Bibliografia Beggs, C. (2002). Energy: Management, Supply and Conservation. Oxford, Butterworth-
Heinemann.
Chivian, E. e Bernstein, A. (2008). Sustaining Life: How Human Health Depends on
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EN.PDF. [Consultado em 22/04/2010].
EUROSTAT, Pocketbooks. (2009-4). Energy,Ttransport and Environment Indicators. [Em
linha]. Disponível em http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_OFFPUB/KS-DK-09-
001/EN/KS-DK-09-001-EN.PDF. [Consultado em 22/04/2010].
22
EUROSTAT, Statistical Books. (2009-1). Sustainable Development in the European Union:
2009 Monitoring report of the EU Sustainable Development Strategy. [Em linha].
Disponível em http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_OFFPUB/KS-78-09-865/EN/KS-
78-09-865-EN.PDF. [Consultado em 22/04/2010].
EUROSTAT, Statistical Books. (2009-2). Europe in Figures: Eurostat Yearbook 2009. [Em
linha]. Disponível em http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_OFFPUB/KS-CD-09-
001/EN/KS-CD-09-001-EN.PDF. [Consultado em 22/04/2010].
EUROSTAT, Statistical Books. (2009-3). Panorama of Transport. [Em linha]. Disponível em
http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_OFFPUB/KS-DA-09-001/EN/KS-DA-09-001-
EN.PDF. [Consultado em 22/04/2010].
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Oliveira, J., Mendes, B. e Lapa, N. (2009). Resíduos: Gestão, Tratamento e sua Problemática
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Climate Change. Michigan, John Wiley & Sons.
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Tchobanoglous, G., Theisen, H. e Vigil, S. (1993). Integrated Solid Waste Management.
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Vaughn, J. (2008). Waste Management: A Reference Handbook. California, ABC-CLIO.
23
Worldwatch Institute. (2007). Biofuels for Transport: Global Potential and Implications for
Sustainable Energy and Agriculture. London, Earthscan Publications.
24
15. Anexos
Gráfico [1]: Resíduos Sólidos Urbanos Gerados por Pessoa (Kg). Fonte: EUROSTAT, 2009-
4.
25
Gráfico [2]: Taxa de Reciclagem e Recuperação dos Resíduos de Embalagem Fonte:
EUROSTAT, 2009-2
Tabela [2]: Taxa de Reciclagem e Recuperação dos Resíduos de Embalagem Fonte:
EUROSTAT, 2009-2.
27
Gráfico [3]: Taxa de Reciclagem e Recuperação de Veículos em Fim de Vida. Fonte:
EUROSTAT, 2009-2
Tabela [3]: Taxa de Reciclagem e Recuperação de Veículos em Fim de Vida. Fonte:
EUROSTAT, 2009-2.
28
Gráfico [6]: População Urbana Exposta a Poluição Atmosférica pelo Ozono. Fonte:
EUROSTAT, 2009-1.
Gráfico [7]: População Urbana Exposta a Poluição Atmosférica por Partículas em Suspensão.
Fonte: EUROSTAT, 2009-1
Gráfico [8]: Recursos de Água Doce a Longo Prazo Per Capita. Fonte: EUROSTAT, 2009-2
33
Tabela [7]: População Ligada à Rede de Saneamento e à Rede de Abastecimento de Água
Pública. Fonte: EUROSTAT, 2009-1.
35
Gráfico [9]: Percentagem de Águas Balneares em Conformidade com as Normas
Obrigatórias. Fonte: EUROSTAT, 2009-2
36
Gráfico [10]: Taxa de Consumo de Energias Renováveis por País. Fonte: EUROSTAT,
2009-4.
Gráfico [11]: Intensidade Anual de Passageiros por Tipo de Transporte. Fonte: EUROSTAT,
2009-3.
39
Gráfico [13]: Percentagem da População que Considera que Sofre com o Ruído. Fonte:
EUROSTAT, 2009-4.
41
Tabela [10]: Percentagem de Área Agrícola Utilizada para a Agricultura Biológica. Fonte:
EUROSTAT, 2009-1.
42
Tabela [11]: Percentagem de Ecossistemas em Risco de Eutrofização e Acidificação. Fonte:
EUROSTAT, 2009-2.
43
Gráfico [15]: Percentagem de Ecossistemas em Risco de Acidificação. Fonte: EUROSTAT,
2009-4
Gráfico [16]: Organizações com Rótulo Ecológico Comunitário. Fonte: Ecolabel.
45