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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical Qualea grandiflora Mart.: GERMINABILIDADE DE SEMENTES E EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS REINALDO DE SOUZA BÍLIO C U I A B Á - MT 2010

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Page 1: Qualea grandiflora Mart.: GERMINABILIDADE DE SEMENTES E ......Qualea grandiflora Mart: Germinabilidade de sementes e emergência de plantulas/ Reinaldo de Souza Bíblio- - Cuiabá:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

Qualea grandiflora Mart.: GERMINABILIDADE DE SEMENTES E EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS

REINALDO DE SOUZA BÍLIO

C U I A B Á - MT

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

Qualea grandiflora Mart.: GERMINABILIDADE DE SEMENTES E EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS

REINALDO DE SOUZA BÍLIO Engenheiro Florestal

Orientador: Prof. Dr. SEBASTIÃO CARNEIRO GUIMARÃES

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical.

C U I A B Á – MT

2010

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FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)

Bibliotecária: Patrícia Jaeger / CRB1-1736.

B595q Bílio, Reinaldo de Souza

Qualea grandiflora Mart: Germinabilidade de sementes e emergência de plantulas/ Reinaldo de Souza Bíblio- - Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, 2010.

59f. Dissertação apresentada a Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, para obtenção ao título Mestre em Agricultura Tropical.

Orientador: Profº Dr. Sebastião Carneiro Guimarães. 1. Agricultura. 2. Germinação – Sementes. 3. Espécie

Medicinal. 4. Pau – Terra. 5. Restrição Hídrica. 6. Semeadura. 7. Qualea grandiflora Mart I. Título. II. Bílio, Reinaldo de Souza. III. Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT.

CDU: 631.53.02

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

Título: Qualea grandiflora Mart.: GERMINABILIDADE DE SEMENTES E

EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS

Autor: REINALDO DE SOUZA BÍLIO

Orientador: PROF.Dr. SEBASTIÃO CARNEIRO GUIMARÃES

Aprovada em 18 de março de 2010.

Comissão Examinadora:

____________________________

Prof. Dr. Sebastião Carneiro

Guimarães

(FAMEV/UFMT) (Orientador)

___________________________

Profa. Dra Virgínia Helena de

Azevedo (FAMEV/UFMT)

___________________________

Prof. Dr. Sidney Fernando Caldeira

(FENF/UFMT)

___________________________

Dra Eliane Maria Forte Daltro

(Empaer/MT)

Page 5: Qualea grandiflora Mart.: GERMINABILIDADE DE SEMENTES E ......Qualea grandiflora Mart: Germinabilidade de sementes e emergência de plantulas/ Reinaldo de Souza Bíblio- - Cuiabá:

Aos meus pais

Simão Abnel e Lúcia Helena

Aos meus irmãos

Ivan Humberto e Heitor Abnel

OFEREÇO

À Lenir de Matos Souza (in memorian)

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela ajuda para vencer mais esse desafio.

À Universidade Federal de Mato Grosso, pela oportunidade de realização do curso.

À Capes, pelo incentivo a esse trabalho.

Ao Prof. Dr. Sebastião Carneiro Guimarães, pela orientação, amizade e paciência.

Ao Prof. Dr. Sidney Fernando Caldeira, pela grande contribuição na realização desse

trabalho.

Aos membros da banca examinadora, Prof. Dr. Sidney Fernando Caldeira, pela co-

orientação, Profa. Dra Virgínia Helena de Azevedo e Dra Eliane Maria Forte Daltro, pela

atenção disponibilizada na análise e sugestões para melhoria desse documento.

Às Profa Dra Maria Cristina de Figueiredo e Albuquerque e Joana Albrecht, pelo apoio e

confiança.

À bióloga Sidnéa Aparecida Fiori Caldeira, pelo carinho, prestatividade e humor

cativante.

Às secretárias do Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical, Maria

Minervina de Souza e Denise A. de Arruda Alves, pelo profissionalismo e atenção para

com todos os pós-graduandos.

Aos amigos, Laura Corrêa, Renata Cabral, George de Lima, Flávia Ramos, Rejane

Gusmão e Aline Bispo pelas palavras de conforto e companheirismo.

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A toda equipe do Laboratório de Sementes da FAMEV, em especial: Amanda

Albuquerque, Carmem Lúcia, Dielle do Carmo, Islayne Flenga, Renata Domingues,

Roseli Giachini e João Almeida, pelos momentos de alegria e descontração.

Aos alunos da Agronomia e Engenharia Florestal que convivi e com os quais muito

aprendi.

Aos bolsistas do Laboratório de sementes da FAMEV, na pessoa da aluna Marcela

Noêmia Montalvo, pela contribuição na execução dos experimentos.

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SUMÁRIO

Página 1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 9

2 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................... 11

2.1 Qualea grandiflora Mart............................................................................... 11

2.2 Germinação................................................................................................. 13

2.3 Influência da temperatura na germinação................................................... 14

2.4 Influência da restrição hídrica na germinação............................................. 15

2.5 Influência da profundidade e da cobertura da superfície na emergência... 18

3 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................. 21

3.1 Coleta, processamento e armazenamento das sementes.......................... 21

3.2 Efeito da temperatura.................................................................................. 23

3.3 Efeito da restrição hídrica............................................................................ 24

3.4 Efeito da profundidade de semeadura e presença de cobertura vegetal... 26

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 30

4.1 Efeito da temperatura.................................................................................. 30

4.2 Efeito da restrição hídrica............................................................................ 37

4.3 Efeito da profundidade de semeadura e presença de cobertura vegetal... 42

5 CONCLUSÕES.............................................................................................. 50

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 51

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Qualea grandiflora Mart.: GERMINABILIDADE DE SEMENTES E EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS

RESUMO - Qualea grandiflora Mart. ocorre em matas de galeria, cerrado e cerradão,

sendo conhecida popularmente como pau-terra. Com o objetivo de obter informações

sobre a propagação reprodutiva dessa espécie foram estudados os efeitos da

temperatura e disponibilidade hídrica sobre a germinabilidade das sementes e da

profundidade de semeadura e cobertura do solo sobre a emergência das plântulas.

Houve emissão de raiz primária em temperaturas de 15 a 40 ˚C. Valores entre 78 % e

93 % foram obtidos numa ampla faixa de temperaturas, entre 15 e 35 ˚C. A formação

de plântulas normais ocorreu em faixa mais restrita, entre 20 e 35 ˚C. A protrusão de

raiz iniciou no sétimo dia após a semeadura, exceto a 15 ˚C que proporcionou um

processo lento e gradativo, iniciando no décimo quarto dia após a incubação. A 40 ˚C a

germinabilidade foi inferior a 15 % e não houve formação de plântulas normais. As

primeiras protrusões radiculares ocorreram no sexto dia após a semeadura no

tratamento controle (0 MPa), e aos nove dias à -0,2 MPa. Houve protrusão de raiz

primária até -0,8 MPa. Sementes não germinadas em razão da restrição hídrica

mantêm a vitalidade e emitem raiz primária 24 horas após serem transferidas para

substrato umedecido com água. Na presença da cobertura vegetal a emergência nas

profundidades de 1 e 2 cm teve início entre dezesseis e vinte dias após a semeadura.

Na ausência de cobertura, as sementes colocadas à 1 e 2 cm de profundidade tiveram

plântulas emergidas no 16˚ dia, estabilizando por volta do 46˚ dia. Na superfície com

cobertura vegetal, observou-se maiores porcentagens de emergência na superfície do

solo, e nas profundidades de 1 e 2 cm, e as profundidades de 1, 2 e 3 cm,

proporcionaram maiores porcentagens de emergência de plântulas em solos sem

cobertura vegetal. Para germinação de sementes de pau-terra, recomenda-se a faixa

de temperatura entre 20 e 30 ˚C; profundidades de 0, 1 e 2 cm para superfície coberta

e profundidades de 1, 2 e 3 cm sem cobertura vegetal. A porcentagem de protrusão de

raiz é reduzida pela metade em ambientes com restrição hídrica entre -0,4 e -0,6 MPa.

Palavras-chave: pau-terra, temperatura, disponibilidade hídrica, espécie medicinal,

profundidade de semeadura.

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Qualea grandiflora Mart.: SEED GERMINATION AND SEEDLING EMERGENCE ABSTRACT - Qualea grandiflora Mart. occurs in riverine forests, savannah and

cerrado, and is popularly known as pau-terra. With the purpose of obtaining information

about the reproductive spread of this species it was studied the effects of temperature

and water availability on germination of seeds and sowing depth and soil cover on

seedling emergence. There was root emission in temperature 15-40 ˚ C. Values

between 78% and 93% were obtained in a wide range of temperatures, between 15 and

35 ˚ C. A normal seedling formation occurred in narrower range, between 20 and 35 ˚ C.

The protrusion of the root began on the seventh day after sowing, except under 15 ˚ C,

which provided a slow and gradual, it started on the fourteenth day after hatching. At 40

˚C the germination was below 15% and there was not any normal seedling formation.

The first root protrusions occurred on the sixth day after sowing in the control (0 MPa),

and nine days at -0.2 MPa. There was protrusion of the primary root to -0.8 MPa. Non

germinating seeds because of water restriction maintain the vitality and emit primary

roots 24 hours after being transferred to substratum with water. In the presence of plant

cover the emergency at 1 and 2 cm started on the sixteenth and twentieth days after

sowing. In the absence of coverage, the seeds placed at 1 and 2 cm deep had emerged

seedlings on the 16th day, stabilizing on the 46th day. On the surface with plant

coverage, we observed higher percentages of emergency in the soil surface and at

depths of 1 and 2 cm and depths of 1, 2 and 3 cm, yielded higher percentages of

seedling emergence in soils without the coverage. For germination of pau-terra seeds, it

is recommended that the temperature range between 20 and 30 ˚ C; depths of 0, 1 and

2 cm for covered area and depths of 1, 2 and 3 cm without vegetation cover. The

percentage of protrusion of the root is reduced by half in environments with water

restriction between -0.4 and -0.6 MPa.

Keywords: pau-terra, temperature, water availability, medicinal species, sowing depth.

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1 INTRODUÇÃO

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, sendo superado em área apenas

pela Amazônia. Ocupa 21% do território nacional sendo considerado a última fronteira

agrícola do planeta (Klink e Machado, 2005).

No Brasil existem entre 60 e 250 mil espécies vegetais, e supõe-se que pelo

menos 40% delas contêm propriedades farmacêuticas, sendo que a maioria ainda não

foi estudada (Freire, 2004).

O Cerrado é caracterizado por diversas fitofisionomias, porém diferenciado dos

biomas adjacentes. As fitofisionomias podem ser florestais, onde o dossel é contínuo

ou descontínuo, com predominância de espécies arbóreas; savânicas, cujo dossel é

descontínuo, pois as árvores e os arbustos estão espalhados sobre um estrato

graminoso, e campestre, com predominância de espécies herbáceas e algumas

arbustivas (Visnadi, 2004). Com cerca de um terço da biodiversidade brasileira e 5% da

flora mundial, o cerrado está entre as mais ricas savanas do mundo (Lehn et al., 2008).

Sano e Almeida (1998) estimaram que a flora do cerrado possui cerca de 10 mil

espécies de plantas, muitas com potencial alimentício, ornamental, condimentar,

corante, têxtil, corticeiro, tanífero, oleaginoso, apícola e principalmente medicinal.

O Cerrado mato-grossense é um patrimônio cultural e biológico relacionado com

as espécies medicinais nativas que precisa ser conservado. Estas espécies são

conhecidas e utilizadas pelas comunidades tradicionais, que por sua vez possuem o

conhecimento sobre o seu uso e preparo.

Qualea grandiflora Mart é uma árvore decídua, anemocórica, típica do cerrado

sensu stricto, campos cerrados e cerradão (Ratter et al. 2003; Costa e Franco, 2007). É

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utilizada pela população local para combater diarréias com sangue, cólicas intestinais e

amebas, mas não há muitos estudos relacionados, e pouco se sabe sobre esta

importante espécie.

Com a expansão da fronteira agrícola, muitas espécies vegetais de uso

medicinal e, em decorrência, também o conhecimento a elas associado, vêm

desaparecendo.

A destruição exercida sobre os biomas é intensa, com maiores danos sobre o

Cerrado, em função do processo de desenvolvimento adotado, o qual inclui a

mecanização agrícola extensiva, crescimento da monocultura, queimadas e extração

madeireira. Como consequência tem ocorrido desestruturação de comunidades

tradicionais, responsáveis pela manutenção dessa grande diversidade.

Uma das formas de conservar as espécies nativas do Cerrado, é a formação de

corredores ecológicos e, para isso, há necessidade de maiores conhecimentos das

espécies existentes e estudos sobre a propagação das mesmas. Muitas dessas podem

também ser utilizadas de forma econômica, contribuindo na renda das comunidades

tradicionais.

Conhecer as respostas da germinação das sementes e emergência de plântulas

frente a fatores ambientais é extremamente útil para fins de semeadura, e também no

entendimento da dinâmica da sucessão da espécie em condições naturais.

Assim, visando obter informações sobre a reprodução de Qualea grandiflora, foi

realizado esse trabalho, estudando a resposta germinativa das sementes frente aos

fatores temperatura e disponibilidade hídrica, e também a formação de plântulas em

função da profundidade de semeadura e da cobertura vegetal na superfície.

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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Qualea grandiflora MART.

Qualea grandiflora Mart. conhecida popularmente como pau-terra, pau-terra-do-

campo, pau-terra-do-cerrado, pau-terra da folha larga, pau-terra grande, ariavá, entre

outros, ocorre em mata de galeria, cerrado e cerradão da Amazônia, São Paulo, Minas

Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Lorenzi, 1992).

Esta espécie está entre as principais lenhosas do cerrado, possuindo ampla

distribuição pelo bioma e sendo encontrada tanto em ambientes abertos como em

formações florestais (Eiten, 1972; Ratter et al., 2003; Costa e Franco, 2007).

Árvore em geral pequena, mas que pode chegar a 20 m de altura nas matas,

com tronco tortuoso de até 32 cm de diâmetro e casca grossa com fissuras

transversais e longitudinais; suas folhas são simples, opostas, oblongas, lanceoladas,

rígidas, de ápice afilado (acuminadas), com nervuras proeminentes na face superior e

sulcadas na face inferior, de até 20 cm de comprimento e 9 cm de largura e pilosas na

parte inferior; as inflorescências são cachos compostos, em geral no ápice dos ramos,

com muitas flores e as flores têm uma só pétala de cor amarela, de até 8 cm de

diâmetro, e um prolongamento no cálice (espora ou calcar) onde se acumula néctar; os

frutos são alongados e lenhosos de cor castanha (cápsula loculicida), de até 10 cm de

comprimento, abrindo-se em três partes (valvas) para liberar as numerosas sementes

aladas, de até 3 cm de comprimento (Silva Júnior, 2005).

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A espécie apresenta aptidão para utilização em reflorestamentos e

recomposição de áreas degradadas e ainda pode ser utilizada no paisagismo. A sua

madeira pode ser empregada para tabuado em geral, confecção de forros, brinquedos,

estruturas de móveis, miolos de compensados, caixotaria, etc. (Lorenzi, 1992).

Das plantas são extraídos corantes a partir do cozimento de frutos verdes,

utilizados no tingimento de fios de algodão para tecelagem. Da raiz também se extrai

um corante amarelo. Os frutos secos são usados no artesanato local (Silva Júnior,

2005).

As cascas e folhas são medicinais e a infusão ou decocção das folhas são

utilizadas no tratamento de diarréia com sangue, cólicas intestinais e contra ameba. As

cascas são usadas, na forma de infusão, para limpeza externa de úlceras e feridas e

no tratamento de doenças inflamatórias. O extrato etanólico das cascas exibe ação

antiulcerogênica - e o metanólico tem ação antibacteriana sobre o Staphylococcus

aureus, Bacillus cereus e Pseudomonas aeruginosa. O extrato etanólico das folhas tem

efeito antioxidante, analgésico, depressor do sistema nervoso central, com potencial

anticonvulsivante e ação antibacteriana sobre o Staphylococcus epidermidis (Ayres et

al., 2008).

2.2 Germinação

O processo de germinação é definido como sendo o fenômeno pelo qual, sob

condições apropriadas, o eixo embrionário dá prosseguimento ao seu desenvolvimento,

que tinha sido interrompido, por ocasião da maturidade fisiológica. Sob o aspecto

botânico, o processo de germinação inicia-se com a embebição e se encerra com a

protrusão da raiz primária. Já para os tecnologistas de sementes, o processo se

encerra quando o desenvolvimento da estrutura embrionária e a formação da plântula

sejam evidenciados em suas partes constituintes, pois somente a emissão da raiz não

é suficiente para avaliar o potencial para o estabelecimento em campo (Carvalho e

Nakagawa 2000; Marcos Filho, 2005).

A água tem papel fundamental na compreensão da biologia da semente,

particularmente nos processos de desenvolvimento e germinação. A hidratação de

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sementes maduras, secas e não dormentes estabelece o início do processo de

germinação, possibilitando a reativação do sistema metabólico e a síntese de novos

compostos. As atividades metabólicas da semente aceleram à medida que a semente,

posta no substrato apropriado, absorve água, e culminam com a efetiva retomada do

crescimento pelo eixo embrionário(Labouriau, 1983; Villela, 1998; Carvalho e

Nakagawa, 2000).

A germinação das sementes é um processo dividido em três fases,

denominadas I, II e III, que se inicia com absorção de água e termina com a protrusão

da raiz primária, tornando, dessa maneira, visível a retomada do crescimento do

embrião. A fase I, denominada embebição, é consequência de potencial matricial e,

portanto, processo físico, que ocorre independentemente da viabilidade ou dormência

das sementes. É uma fase muito rápida e se caracteriza fisiologicamente por um

grande aumento na intensidade respiratória. Durante a segunda fase ocorre redução

drástica na velocidade de hidratação e na intensidade de respiração. Na fase III a

semente volta a absorver água e a respirar intensamente, ou seja, tem início o

crescimento visível do eixo embrionário. Como o início de uma nova fase não inibe a

ocorrência da anterior, quando a fase III se inicia, a semente em germinação

apresenta, simultaneamente, as três fases (Carvalho e Nakagawa, 2000; Marcos Filho,

2005).

2.3 Influência da temperatura na germinação

À medida em que a importância da reprodução sexuada de plantas do bioma

Cerrado fica evidente, pesquisas acerca dos mecanismos envolvidos em todas as suas

etapas tornam-se cada vez mais necessárias (Oliveira e Silva 1993, Saraiva et al.

1996, Gibbs e Sassaki 1998; Oliveira e Gibbs 2000).

A germinação é uma sequência de eventos fisiológicos influenciada por fatores

externos ou ambientais e internos tais como: dormência, inibidores e promotores da

germinação. Cada fator pode atuar por si ou em interação com os demais. Para cada

espécie existem os limites mínimos e máximos para a ocorrência da germinação,

parâmetros esses que limitam a distribuição geográfica (Nassif, 1998).

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O processo de germinação envolve uma série de atividades metabólicas,

durante as quais ocorre uma sequência programada de reações químicas. Cada uma

dessas reações apresenta exigências próprias quanto à temperatura. Dentre os

principais fatores que interferem na germinação das sementes, merece destaque a

temperatura, por regular reações bioquímicas que determinam todo o processo

germinativo. (Marcos Filho, 2005).

Para muitas espécies, se fornecidas as condições ideais de luz e umidade, a

temperatura predominante do solo determina tanto a fração de sementes germinadas

de uma amostra como a sua velocidade de germinação (Heidecker, 1977). A

temperatura age sobre a velocidade de absorção de água e também sobre as reações

bioquímicas que determinam todo o processo e em consequência, afeta tanto a

velocidade e uniformidade de germinação, como a germinação total. A germinação só

ocorre dentro de determinados limites de temperatura, existindo uma temperatura ou

uma faixa de temperatura ótima, na qual o processo ocorre com a máxima eficiência,

obtendo-se o máximo de germinação no menor período possível (Carvalho e

Nakagawa, 2000).

Grande número de sementes de espécies florestais subtropicais e tropicais têm

potencial máximo de germinação na faixa de temperatura entre 20 e 30 ˚C (Borges e

Rena, 1993), conforme observado em sementes de Marcetia taxifolia (Silveira et al.,

2004), Plantago ovata (Sousa et al., 2008), Caesalpinia férrea (Lima et al., 2006),

Cedrela odorata (Passos, 2008) e Stryphnodendron adstringens (Martins et al., 2008).

Temperatura abaixo da faixa ótima diminuem a atividade metabólica das sementes,

retardam a velocidade do processo germinativo (Carvalho e Nakagawa, 2000) e

causam desuniformidade de emergência. Por outro lado, as temperaturas acima da

ótima aumentam a velocidade de germinação, mas somente as sementes mais

vigorosas conseguem germinar (Nassif, 1998).

2.4 Influência da restrição hídrica na germinação

A água é o fator iniciante da germinação e está envolvida direta e indiretamente

em todas as demais etapas do metabolismo germinativo. Sua participação é decisiva

Page 17: Qualea grandiflora Mart.: GERMINABILIDADE DE SEMENTES E ......Qualea grandiflora Mart: Germinabilidade de sementes e emergência de plantulas/ Reinaldo de Souza Bíblio- - Cuiabá:

nas reações enzimáticas, na solubilização e transporte de metabólitos e, como

reagente na digestão hidrolítica de tecidos de reserva da semente (Bradford, 1995).

Quando removida, abaixo do limite suportado pela célula, pode promover o

aumento da concentração dos solutos, a alteração do pH da solução intracelular, a

aceleração de reações degenerativas, a desnaturação de proteínas e a perda da

integridade das membranas (Sun e Leopold, 1997). A redução do potencial hídrico do

meio influencia a absorção de água pelas sementes, podendo inviabilizar a sequência

de eventos do processo germinativo (Bansal et al., 1980).

Cada espécie possui seu teor crítico de água para que ocorra a germinação

(Carvalho e Nakagawa, 2000), além da capacidade de retirá-la do ambiente (Bewley &

Black, 1994), determinando, assim, o estabelecimento de uma espécie em determinado

local.

O período de germinação e estabelecimento de plântulas é uma das fases mais

importantes para a sobrevivência das espécies, principalmente nos locais onde a

disponibilidade de água é limitada. A deficiência hídrica é o fator limitante de maior

significância para sobrevivência e crescimento inicial de plantas (Blake, 1993), pois

pode atrasar o início do processo ou diminuir o estande final de plântulas. Portanto, a

capacidade das sementes de algumas espécies em germinar sob condições de

estresse hídrico confere vantagens ecológicas em relação a outras que são mais

sensíveis à seca (Rosa, et al., 2005; Mendes et al., 2007).

O estresse hídrico, em condições naturais, pode atuar de forma positiva no

estabelecimento das espécies, pois provoca desuniformidade na germinação das

sementes. Dessa forma, a germinação é distribuída no tempo, aumentando a

probabilidade das plântulas encontrarem condições ambientais adequadas ao

estabelecimento e desenvolvimento (Bewley e Black, 1994)

O potencial hídrico é a diferença entre o potencial químico da água em um

sistema, e o potencial químico da água livre, em condições iguais de pressão

atmosférica e temperatura. Este potencial pode ser reduzido pela adição de

substâncias polares e, ou, íons ao meio, já que as moléculas bipolares da água são

atraídas e retidas por estes solutos, induzindo um decréscimo na atividade da água

(Ferreira, 1988).

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Em muitos experimentos de germinação de sementes, diferentes potenciais

hídricos são obtidos por meio aquoso com soluções de polietileno glicol (PEG),

simulando condições padronizadas de estresse hídrico (Bakke et al., 2006).

O PEG é o soluto mais utilizado para simular o controle da hidratação, por ser

quimicamente inerte e não apresentar toxicidade sobre as sementes, pois não penetra

nos tecidos (Villela et al., 1991).

Além do PEG, Sousa e Cardoso (2000) destacam que a indução da restrição

hídrica pode ser feita através da adição de solutos osmoticamente ativos como CaCl2,

NaCl, sendo que cada agente osmótico apresenta diferenças químicas que podem

acarretar resultados diversos na germinação das sementes, mesmo em potenciais

hídricos similares.

Uma das conseqüências da diminuição do potencial hídrico do meio é a redução

da absorção de água e o impedimento da emissão da raiz primária (Bansal et al.,

1980). Potenciais hídricos muito negativos, especialmente no início da embebição,

reduzem drasticamente a absorção de água pelas sementes, podendo, assim,

inviabilizar a sequência de eventos do processo germinativo.

Existe grande variação entre as espécies nas respostas germinativas frente à

restrição hídrica. Sementes de espécies florestais tropicais mais sensíveis como:

Adenanthera pavonina (Fanti e Perez, 1998; Fonseca e Perez, 1999; Fonseca e Perez,

2003), Cnidosculus juercifolius (Silva et al., 2005), Ateleia glazioviana (Rosa et al.,

2005) e Dinizia excels (Rossetto, 2006) apresentaram redução na velocidade e

porcentagem de germinação à medida que o potencial hídrico das soluções tornava-se

mais negativo. As sementes apresentaram bom desempenho germinativo até os

potenciais de -0,3 e -0,4 MPa.

Sementes de Anadenanthera colubrina (Rego et al., 2007) e Myracrodruon

urundeuva (Mendes et al., 2007) são mais tolerantes, com as restrições só ocorrendo

entre -0,8 e -1,2 MPa.

O limite máximo de tolerância à restrição hídrica esteve entre os potenciais de -

0,6 MPa para sementes de Chorisia speciosa (Fanti e Perez, 2004) e -0,7 Mpa para

sementes de Senna spectabilis (Jeller e Perez, 2001), não ocorrendo germinação a

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partir de -0,7 e -0,8 MPa respectivamente. Sementes de Cnidosculus juercifolius (Silva

et al., 2005) não germinam a partir de -1,0 MPa.

A redução na velocidade de germinação quando o potencial hídrico se torna

mais negativo, é em razão do aumento no tempo correspondente a fase dois do

processo de embebição. No entanto, para algumas espécies, como a Jatropha curcas

(Loureiro et al., 2007), a disponibilidade de água no meio pode ser suficiente para

iniciar a germinação com a protrusão da raiz, mas não para formar plântulas normais.

Com relação à influência dos fatores ambientais sobre o desenvolvimento dos

vegetais, o fator água tem sido muito estudado visando descobrir espécies mais

resistentes. O estresse hídrico geralmente atua diminuindo a velocidade e a

porcentagem de germinação, sendo que para cada espécie existe um potencial hídrico

externo abaixo do qual a germinação não ocorre (Adegbuyi et al., 1981).

2.5 Influência da profundidade de semeadura e da cobertura da superfície sobre a

emergência

O sucesso e o insucesso na germinação da semente e estabelecimento inicial

da muda no viveiro e no campo estão relacionados, principalmente, a alguns fatores

como o contato da semente com o solo mineral, deslocamento do ponto de semeadura,

semeadura muito profunda, excesso ou escassez de umidade e, perdas de sementes e

plântulas para insetos e pássaros (Dougherty, 1990).

A distribuição vertical de sementes ao longo do perfil do solo é importante no

condicionamento das condições ambientais às quais as sementes estão sujeitas. O

conhecimento da dinâmica da germinação e da emergência de propágulos de plantas

em diferentes profundidades do solo é fundamental para a proposição de métodos mais

racionais de manejo (Murdoch e Carmona, 1993).

Semeaduras muito profundas dificultam a emergência das plântulas e aumentam

o período de suscetibilidade à patógenos (Napier, 1985; Marcos Filho, 2005). Por outro

lado, semeaduras muito rasas podem facilitar o ataque de predadores ou danos

decorrentes da irrigação ou, ainda, a exposição e a destruição da raiz primária (Jeller e

Perez, 1997).

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A semeadura superficial pode aumentar o número de plântulas anormais por

interferir no suprimento hídrico durante a fase da embebição onde tecidos não toleram

a dessecação. Em contrapartida, a camada espessa de solo pode impedir que as

sementes menos vigorosas não completem a germinação ou originem deformidades na

plântula (Silva, et al., 2009).

Fatores como a profundidade e posição de semeadura variam na razão direta

das dimensões das sementes (Costa, 1980), e afetam variáveis como a porcentagem e

a velocidade de emergência (Marlangeon, 1971).

A profundidade de semeadura ideal é aquela que proporciona germinação

rápida e homogênea das sementes, rápida emergência das plântulas e produção de

mudas vigorosas. Geralmente, a profundidade recomendada para semeadura é de 2,5

a 3,0 vezes a maior dimensão da semente, e sementes pequenas devem ser

espalhadas na superfície do substrato, sementes médias cobertas por uma camada de

espessura aproximada de seu diâmetro e sementes grandes, a uma profundidade de

duas a três vezes o seu diâmetro (Hartmann e Kester, 1983; Chapman e Allan, 1989).

Sementes de Parapiptadenia rígida (Ramos et al., 1983) e Anadenanthera

macrocarpa (Rodrigues e Carvalho, 2001) apresentam melhores resultados para

índice de velocidade de emergência nas profundidades de semeadura de 0,5 e 1,5cm.

Para sementes de Dipteryx alata (Fonseca, 1994), as maiores porcentagens de

germinação (98, 96 e 93%, respectivamente) ocorrem quando as sementes são

semeadas em profundidades de 1, 2 e 3cm. De forma semelhante, Perez (1999) e Silva

et al. (2007) também obtiveram as maiores porcentagens de plântulas emersas (46 e

42%) quando as sementes de canafístula (Peltophorum dubium) e de açaí (Euterpe

oleracea) foram semeadas entre 1,0 e 3,0cm, respectivamente.

Além da profundidade em que as sementes estão posicionadas, a presença de

palha na superfície do solo também tem implicação direta na emergência de muitas

espécies. As coberturas podem apresentar efeito estimulador ou redutor na germinação

das sementes e emergência de plântulas, dependendo da espécie doadora da palha e

da densidade de cobertura (Canossa et al., 2007).

A cobertura dos leitos de semeadura é feita visando proporcionar a umidade

essencial à germinação e garantir a profundidade de semeadura, a nível tal que impeça

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o aparecimento de sementes à superfície dos canteiros e não dificulte a germinação

das mesmas (Sturion, 1980).

Resíduos vegetais mantidos na superfície do solo alteram a umidade,

luminosidade e temperatura do solo, principais elementos para germinação de

sementes. Também, o processo de decomposição da cobertura morta na superfície do

solo libera uma série de compostos orgânicos, denominados aleloquímicos, que podem

interferir na germinação e emergência das plântulas. Os níveis de interferência

normalmente variam em função da quantidade, composição e velocidade de

decomposição dos resíduos (Correia, 2005).

A serragem, como cobertura de leitos de semeadura, é inadequada, pelo fato de

conter tanino, resina ou terebentina, que podem ser tóxicos às plantas, além de

aumentar a acidez, conforme a origem da serragem (Deichmann, 1967; Sturion, 1980).

Uma profundidade de semeadura adequada, aliada a algum tratamento pré-

germinativo pode facilitar a germinação e vigor da muda (Mendonça et al., 2007).

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3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Coleta, beneficiamento e armazenamento das sementes

Os frutos de Qualea grandiflora foram coletados nos meses de agosto e

setembro de 2008, no distrito de Nossa Senhora da Guia no município de Cuiabá-MT,

em área de cerrado compreendida entre as coordenadas: 15˚05’ -15˚25’ S e 55˚50’ -

56˚20’ W.

A coleta foi realizada manualmente e com auxílio de podão quando os frutos

encontravam-se nas partes mais altas das plantas (Figura 1). Posteriormente, os frutos

foram transportados em sacos plásticos para o Laboratório de Análise de Sementes

(LAS) da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMEV) da Universidade

Federal de Mato Grosso (UFMT), onde foram secos à sombra, dentro de bandejas de

plástico.

Após secagem e abertura dos frutos as sementes foram retiradas e o lote

beneficiado manualmente para remoção de impurezas, sementes morfologicamente

mal formadas e das alas.

Foi determinado o teor de água das sementes sem asas pelo método de estufa

a 105 ˚C ± 3 ˚C por 24 horas, de acordo com as Regras para Análise de Sementes –

R.A.S. (Brasil, 1992).

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Figura 1. Coleta de sementes (A), aspecto dos frutos na planta antes e após a

deiscência (B), detalhe dos frutos (C) aspectos das sementes extraídas (D)

detalhe das sementes (E) de Qualea grandiflora.

Terminada a etapa de beneficiamento o lote de sementes foi embalado em

sacolas de papel e armazenado em câmara climatizada sob temperatura variando de

16,8 a 18,0 ºC e umidade relativa de 63,0 a 65,0 %.

Foram conduzidos três experimentos, com a finalidade de se avaliar a resposta

germinativa das sementes frente aos fatores temperatura e disponibilidade hídrica, e

também a formação de plântulas em função da profundidade de semeadura e presença

de cobertura vegetal na superfície.

Antes da montagem dos experimentos as sementes foram imersas em

hipoclorito de sódio a 2%, por cinco minutos, para desinfestação química superficial.

Após esse processo, as sementes foram lavadas em água corrente por dois minutos e

posteriormente secadas com papel toalha.

A B

D C E

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3.2 Efeito da Temperatura

O experimento foi instalado no mês de outubro de 2008, trinta dias após a coleta

das sementes.

Foi verificado o efeito de diferentes temperaturas na germinabilidade de

sementes de Qualea grandiflora. As temperaturas utilizadas foram: 15, 20, 25, 30, 35 e

40 ˚C. As sementes foram semeadas em substrato papel toalha, na forma de rolo, com

quatro repetições, sendo a unidade experimental constituída por um rolo com 25

sementes. O experimento seguiu o delineamento inteiramente casualizado com seis

tratamentos e quatro repetições.

Os rolos de papel foram umedecidos com água destilada na quantidade de 2,5

vezes a massa do papel seco. Para diminuir a perda de água, os rolos de papel foram

mantidos dentro de sacolas de plástico transparente e, sempre que necessário, o

reumedecimento foi feito com água destilada (Figura 2).

Os rolos foram depositados em câmaras de germinação reguladas nas

temperaturas equivalentes, com fotoperíodo de 12 horas.

Foram realizadas leituras diárias até 45 dias e determinadas a porcentagem de

sementes germinadas, considerando aquelas que apresentaram protrusão de raiz

primária com, no mínimo, dois milímetros de comprimento. O acompanhamento da

formação de plântulas normais se estendeu até 72 dias, determinando-se a

porcentagem de formação de plântulas segundo Brasil (1992). Foram determinados

também os tempos médios de protrusão de raiz e de formação de plântulas normais.

Após avaliação do último dia foram obtidos o comprimento das plântulas (cm) com

auxílio de um paquímetro digital, e a massa verde da parte aérea e radicular (g) em

balança analítica das plântulas aos 72 dias após a semeadura.

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Figura 2. Substrato rolo de papel (A), sementes sem as alas após a semeadura (B),

conjunto de quatro rolos de papel antes (C) e após (D) acondicionamento em

sacola de plástico transparente, para germinação de Qualea grandiflora.

Foi realizada a análise de variância dos dados, e as médias dos tratamentos

foram comparadas pelo teste de Scott-Knott com nível de significância 20%.

3.3 Efeito da restrição hídrica

O experimento foi instalado no mês de janeiro de 2009, cinco meses após a

coleta e armazenamento das sementes.

Foi verificado o efeito de diferentes potenciais hídricos na germinabilidade das

sementes, com a utilização de polietilenoglicol (PEG 6000) como agente de restrição

da disponibilidade de água. Os potenciais testados foram: -0,2 MPa, -0,4 MPa, -0,6

MPa, -0,8 MPa, -1,0 MPa e -1,2 MPa e testemunha, sendo as concentrações de cada

potencial obtidas segundo Villela et al. (1991). A unidade experimental foi constituída

A B

C D

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por um rolo formado por três folhas de papel de germinação, com 25 sementes,

umedecido com água ou com a respectiva solução PEG, em volume equivalente a 2,5

vezes a massa do papel seco. As parcelas foram distribuídas seguindo o delineamento

experimental inteiramente casualizado, com 7 tratamentos e quatro repetições.

O experimento foi conduzido em câmara de germinação a 30 ºC, sob fotoperíodo

de 12 h. Os rolos de papel foram mantidos em caixas de plástico para evitar a perda de

umidade (Figura 3).

Figura 3. Preparo da solução de PEG (A) com auxílio de agitador (B), semeadura (C) e

disposição das caixas na câmara de germinação (D) com sementes de

Qualea grandiflora.

A temperatura foi escolhida com base nos resultados da porcentagem de

formação de plântulas normais do experimento anterior. O substrato foi trocado e

reumedecido a cada três dias, com água ou solução de PEG, conforme o tratamento,

procurando-se manter os potenciais iniciais, garantir a oxigenação do meio e evitar

contaminação fúngica.

A B

C D

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Diariamente foram realizadas contagens, sendo consideradas germinadas as

sementes que apresentaram protrusão de raiz com no mínimo dois milímetros de

comprimento. As variáveis avaliadas foram: porcentagem de protrusão de raiz primária

e tempo médio de germinação.

Após o período de análise, as sementes que não germinaram, de todos os

tratamentos, foram transferidas para substrato umedecido com água, nas mesmas

condições de temperatura e luz, a fim de verificar a retomada do processo de

germinação após a remoção da restrição hídrica.

Foi realizada a análise de variância dos dados e ajustado modelo de regressão

não-linear para a variável porcentagem de protrusão de raiz primária e modelo

polinomial de primeiro grau para o tempo médio de germinação.

3.4 Efeito da profundidade de semeadura e da presença de cobertura vegetal na superfície

O experimento foi instalado no mês de maio de 2009, nove meses após a coleta

e armazenamento das sementes.

Foi verificada a emergência de plântulas em diferentes profundidades de

semeadura: 0, 1, 2, 3, 4 e 5 cm, com cobertura (CC) e sem cobertura vegetal (SC) na

superfície. O experimento foi montado seguindo o delineamento inteiramente

casualizado e os tratamentos foram dispostos em parcelas subdivididas, com a

cobertura vegetal nas parcelas e as profundidades nas subparcelas, com quatro

repetições.

O experimento foi conduzido em ambiente de laboratório com temperatura

variando de 24 a 25 ˚C e umidade relativa do ar em torno de 50%. Foram utilizadas 16

caixas de plástico com dimensão de 30 x 21 x 9 cm (comprimento x largura x

profundidade), e o substrato foi solo de cerrado previamente peneirado. Em cada caixa

foram semeadas três fileiras de dez sementes, espaçadas 2 cm uma das outras, sendo

cada fileira uma unidade experimental.

O substrato foi depositado nas caixas manualmente, até 1 cm antes da borda,

volume esse que tinha massa de 5 kg. Um bastão de vidro foi utilizado para realizar os

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orifícios no substrato, nas profundidades desejadas. Após a semeadura, as sementes

foram cobertas com substrato até a superfície do orifício (Figura 4).

A cobertura vegetal foi constituída por folhas secas de pata-de-vaca (Bauhinia

sp.) coletadas abaixo das árvores. A umidade do substrato foi mantida em torno de 50

a 60 % da capacidade de retenção de água. O reumedecimento foi realizado com

auxílio de um béquer, evitando movimentação de terra e alteração nas profundidades

de semeadura. A hidratação era realizada sempre que o mesmo apresentava aspecto

seco na superfície, sendo a cobertura vegetal retirada e recolocada novamente após o

processo.

Foram realizadas contagens diárias do número plântulas emersas, durante 60

dias, assim consideradas quando todo o tecido cotiledonar ficava exposto acima da

superfície do solo. Nas parcelas com cobertura, foi retirada a mesma para a verificação

do número de plântulas emergidas.

Em razão da dificuldade em se estabelecer o que seria emergência de plântulas

para os tratamentos em que as sementes foram colocadas em superfície, avaliou-se o

período para protrusão de raiz primária e também para a completa abertura dos

cotilédones, sendo essa última utilizada como emergência para efeito de comparação

com os outros tratamentos do ensaio. Com esses dados foram calculados a

porcentagem de plântulas emergidas e o tempo médio de emergência, usando a

fórmula apresentada por Borghetti e Ferreira (2004).

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Figura 4. Pesagem do substrato (A), preparo do substrato na caixa de plástico (B),

marcação de profundidade com bastão de vidro (C), semeadura(D),

deposição da cobertura vegetal (E) e caixas com a cobertura vegetal (F).

Após a última avaliação, foram determinados o número de plântulas formadas

mas não emergidas (NPNE), o número de sementes não germinadas (SNG) e o

número de sementes mortas (SM).

A B

C D

E F

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Os dados de porcentagem de emergência e tempo médio de emergência, foram

submetidos à analise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott

com nível de significância de 20%. As médias de NPNE, SNG e SM foram

apresentadas graficamente.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O lote sementes de Qualea grandiflora apresentaram teor de água, durante o

período pré-experimental, de 8,62%.

4.1 Efeito da temperatura

A protrusão de raiz primária iniciou-se aos sete dias nas temperaturas de 20 a

40 ˚C, e aos 14 dias para 15 ˚C. O processo se estabilizou mais rápido a 20 e 25 ˚C,

entre 12 e 17 dias. Em sementes submetidas a 15 ˚C o processo foi lento e gradativo,

não havendo estabilização da germinação até a última avaliação aos 45 dias (Figura 5).

A formação de plântulas normais teve início no trigésimo oitavo dia nas

temperaturas de 25, 30 e 35 ˚C, com o processo se estabilizando entre 62 e 66 dias

após a semeadura. A 20 ˚C as plântulas começaram a se formar no quinquagésimo

sexto dia, se estendendo até os 72 dias quando o experimento foi finalizado. Durante

esse período não houve formação de plântulas normais nas temperaturas de 15 e 40

˚C.

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Figura 5. Porcentagem acumulada de protrusão de raiz (A) e de formação de plântulas

normais (B) de Qualea grandiflora, sob diferentes temperaturas.

A maior porcentagem de protrusão de raiz primária foi verificada entre 20 e 25

˚C, com média de 91,5 %. A 15, 30 e 35 ˚C os valores foram estatisticamente inferiores,

mas com média de 80,3 %. Por outro lado, a formação de plântulas normais foi máxima

a 25 e a 30 ˚C, com média de 60 %, ocorrendo reduções mais acentuadas que na

protrusão de raiz quando as temperaturas se afastam da faixa de melhor resposta

(Figura 6).

A

B

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Figura 6. Porcentagens de protrusão de raiz primária e de formação de plântulas

normais de Qualea grandiflora, sob diferentes temperaturas. Para cada

variável, letras distintas indicam diferenças entre os valores médios

observados (Scott - Knott; p < 0,20).

O tempo médio de protrusão de raiz foi mais baixo nas temperaturas de 20, 25 e

30˚ C, com valor médio de 12, 10 e 11 dias respectivamente. A 15 ˚C, embora a

protrusão de raiz tenha atingido 82 %, ela ocorreu distribuída entre o 12° e 45° dia de

avaliação. De outro modo, a 40˚ C a protrusão radicular foi de 13 %, mas concentrada

nos primeiros 19 dias (Figura 7).

A formação de plântulas normais foi mais rápida à 30˚ C, com tempo médio de

11 dias, inferior estatisticamente ao valor de 19 dias, obtido a 25 ˚C (Figura 7).

A

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Figura 7. Tempo médio de protrusão de raiz primária e de formação de plântulas

normais de Qualea grandiflora, sob diferentes temperaturas. Para cada

variável, letras distintas indicam diferenças entre os valores médios

observados (Scott - Knott; p < 0,20).

A formação mais rápida de plântulas normais a 30 °C, conferiu a elas mais

tempo de desenvolvimento, podendo ter sido a causa do melhor desempenho das

plântulas nessa tempertaura, quando avaliada tanto pelo comprimento (15,9 cm)

quanto pela massa da parte aérea (0,322 g) (Figura 8). A massa de raízes foi pouco

influenciada pela temperatura, tendo ocorrido redução nessa variável apenas a 35 ˚C

(Figura 8).

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Figura 8. Comprimento (A) e massa da parte aérea e radicular (B) de plântulas de

Qualea grandiflora, sob diferentes temperaturas. Para cada variável, letras

distintas indicam diferenças entre os valores médios observados (Scott -

Knott; p < 0,20).

A

B

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O lote de sementes de Qualea grandiflora estudado apresentou comportamento

similar à grande parte das espécies arbóreas/arbustivas do Cerrado, com protrusão de

raiz primária acima de 75 % nas temperaturas entre 20 e 35 ˚C, e maior formação de

plântulas normais entre 25 e 30 ˚C. Essa faixa de temperatura está coerente com

aquelas verificadas nos ambientes de ocorrência natural da espécie, nos períodos

chuvosos do ano, podendo dessa forma não haver limitações térmicas ao processo

germinativo em condições naturais. Da mesma forma, a produção de mudas em

viveiros, nessa região, poderia ser realizada durante a maior parte do ano, sem

necessidade de controle térmico.

Embora a protrusão de raiz primária, nas melhores temperaturas, tenha se

completado até 15 dias após a semeadura, o desenvolvimento das plântulas foi lento,

ocorrendo formação de plântulas normais só a partir dos 38 dias. Tal fato pode ser

desvantajoso em condições naturais, pois as mesmas ficam expostas por um longo

período a intempéries, e em condições de viveiro, sob demanda mais intensa de

práticas culturais.

O fato de algumas sementes emitirem raiz e não formarem plântulas em baixas

temperaturas, como a 15 ˚C (Figura 9), é uma restrição da natureza ecológica, que

evita o estabelecimento da espécie em ambientes não adequados ao desenvolvimento

do indivíduo adulto.

Sementes de várias espécies características das regiões de cerrado como,

Jacaranda mimosifolia (Socolowski e Takaki, 2004), Genipa americana (Andrade et al.,

2000) e Torresia acreana (Bello et al., 2008), apresentaram protrusão de raiz primária

em temperatura mínima entre 15 e 20 ˚C, e máxima entre 35 e 40 ˚C, sendo o processo

otimizado numa faixa entre 25 e 35 ˚C. Para formação de plântulas normais essas

faixas são geralmente mais restritas.

Em espécies mais sensíveis a temperaturas elevadas como Acacia polyphylla

(Araújo Neto et al., 2003) e Acosmium nitens (Varela et al., 2005) a porcentagem de

germinação decresce em temperaturas acima de 30˚ C. Também, em Tibouchina

grandifolia, T. benthamina, T. moricandiana (Andrade, 1995) e Marcetia taxifolia

(Silveira et al., 2004) ocorreu queda na porcentagem de protrusão de raiz à 35 ˚C.

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Figura 9. Aspecto das sementes de Qualea grandiflora submetidas às temperaturas de

15 ˚C (A) e 40 ˚C (B), ao final do teste.

Algumas espécies como o sansão do campo (Novembre et al., 2007), ipê-branco

(Stockman et al., 2007) e guapuruvu (Ferreira et al., 2007), ao contrário da Qualea

grandiflora formaram plântulas normais mais rapidamente.

A B

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4.2 Efeito da restrição hídrica

As primeiras protrusões radiculares ocorreram no sexto dia no tratamento

controle (0 MPa), e foram retardados proporcionalmente à intensidade da restrição

hídrica imposta ao meio: iniciaram aos nove dias à -0,2, e aos 27 dias a -0,6 MPa. A

estabilização do processo também ocorreu mais cedo e em patamares mais elevados

para tratamentos com menor restrição hídrica: décimo segundo e vigésimo sexto dia

após a semeadura para os tratamentos controle e -0,2 MPa, respectivamente (Figura

10).

Figura 10. Porcentagem acumulada de protrusão de raiz em sementes de Qualea

grandiflora, até 51 dias, sob diferentes potenciais hídricos.

Na última avaliação, aos 51 dias, a protrusão radicular das sementes foi

semelhante nos tratamentos até -0,4 MPa, com valores acima de 90 %, embora houve

queda de cerca de 60 pontos percentuais entre -0,4 e -0,6 MPa. Ocorreu protrusão de

raiz primária até -0,8 MPa, embora nesse nível de restrição hídrica ela tenha sido de

apenas 2 % (Figura 11).

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Figura 11. Porcentagem de protrusão de raiz primária de Qualea grandiflora, sob

diferentes potenciais hídricos.

A Figura 12 apresenta os dados do tempo médio de germinação, onde se pode

observar que nos tratamentos a 0,0; -0,2 e -0,4 MPa, não obstante a protrusão

radicular final semelhante (Figura 11), a velocidade foi maior no ambiente sem restrição

hídrica. Em potenciais abaixo de -0,4 MPa, além da menor porcentagem de protrusão

de raiz ao final do teste (Figura 11), a germinação ocorreu proporcionalmente mais

distribuída no tempo (Figuras 10 e 12).

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Figura 12. Tempo médio de protrusão de raiz de sementes Qualea grandiflora, sob

diferentes potenciais hídricos.

A diminuição da germinação de sementes submetidas ao estresse hídrico é

atribuída à redução da atividade enzimática, a qual promove menor desenvolvimento

meristemático (Santos et al., 1996).

Em sementes de algumas espécies de cerrado como, Adenanthera pavonina

(Fonseca e Perez, 2003) e Amburana acreana (Bello et al., 2008), ocorre redução

gradual da velocidade e da porcentagem de germinação à medida que o potencial

hídrico das soluções torna-se mais negativo. A germinabilidade decresce e é reduzida

em mais de 50 % já partir de -0,2 MPa.

Sementes de faveleira (Silva et al., 2005) e pinhão-manso (Loureiro et al., 2007)

apresentaram comportamento parecido ao da Qualea grandiflora, onde apresentaram

redução em mais de 50 % na germinabilidade entre -0,4 e -0,6 MPa, chegando a

nulidade a partir do potencial de -1,0 MPa.

Por outro lado, sementes de Bauhinia forficata (Fanti e Perez, 1996)

apresentaram diminuição significativa na porcentagem de germinação a partir de -1,2

MPa, com 11 % de sementes germinadas nesse potencial, demonstrando tolerância ao

estresse hídrico, diferentemente das sementes de Qualea grandiflora que

apresentaram redução considerável a partir de -0,6 MPa.

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Em comparação com outras espécies florestais, as sementes de pau-terra

apresentaram menor tolerância ao estresse hídrico. Casos mais extremos, como em

Leucaena leucocephala (leucena), as sementes germinaram em potencial hídrico de

até -1,5 MPa (Cavalcante e Perez, 1995), e em sementes de Pterogyne nitens

(amendoim-bravo) a germinação ocorreu em potencial hídrico de até -1,0 MPa, e de até

-2,4 MPa quando as sementes foram submetidas a solução de manitol (Nassif e Perez,

1997).

As sementes quando colocadas em contato com as soluções aquosas, contendo

solutos, iniciaram a embebição de água normalmente, porém cessaram o processo

assim que entram em equilíbrio com o potencial osmótico da solução externa. Quando

o potencial foi suficientemente baixo, a protrusão da raíz primária foi impedida.

Mudanças no potencial hídrico externo produzem um efeito nas propriedades

hidráulicas do tegumento da semente, sendo que, quanto mais baixo for esse potencial,

menor será o teor de água no tegumento e, consequentemente, a difusibilidade deste

para a água. Isso retardará a absorção de água pela semente e o início da atividade

enzimática, atrasando o desenvolvimento meristemático e a protrusão da raiz (Hebling,

1997; Fonseca e Perez, 2003).

No final do teste, as sementes de pau-terra que não emitiram raiz, foram

transferidas para ambiente sem restrição hídrica para avaliar se estavam mortas,

dormentes ou quiescentes. Independentemente da intensidade da restrição hídrica,

todas as sementes mantiveram a vitalidade e não entraram em dormência secundária,

uma vez que começaram a emitir raiz primária 24 horas após a remoção dessa

limitação (Figura 13).

A retenção da germinação em condições desfavoráveis tem um significado

ecológico ligado à sobrevivência da espécie, pois previne a formação de plântulas em

solos sem recursos suficientes para suportar o crescimento. Espécies cujas sementes

não possuem esse tipo de mecanismo de controle poderiam germinar após um curto

período de umedecimento do solo, comprometendo o desenvolvimento dos indivíduos

formados e as futuras gerações (Guimarães et al., 2002).

Assim, o estresse hídrico pode atuar de forma positiva no estabelecimento das

espécies, pois a germinação vai ser distribuída ao longo do tempo, aumentando as

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chances de serem encontradas condições adequadas ao desenvolvimento (Bewley e

Black, 1994).

Figura 13. Protrusão radicular em sementes de Qualea grandiflora dos tratamentos a -

1,0 e -1,2 MPa, que não germinaram durante o experimento, 24 horas após

a retirada da restrição hídrica.

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4.3 Efeito da profundidade de semeadura e da cobertura vegetal

Quando a semeadura foi realizada na superfície, independentemente da

existência de cobertura vegetal sobre o substrato, a protrusão de raiz primária iniciou-

se aos 15 dias da semeadura, mas a abertura dos cotilédones só ocorreu aos 42 dias.

Vale ressaltar que para as sementes posicionadas na superfície do solo, o critério

considerado para emergência foi a abertura total do tecido cotiledonar.

Sob a cobertura vegetal, as emergências a partir das semeaduras a 1 e a 2 cm

de tiveram início aos 16 e 20 dias após a semeadura, e estabilizaram-se em torno do

39˚ e 46˚ dia. Nas profundidades de 4 e 5 cm essas variáveis apresentaram

comportamento intermediário aos dois grupos (Figura 14A).

Na ausência de cobertura houve melhor desempenho nas semeaduras a 1, 2 e 3

cm de profundidade, com pequeno atraso para essa última (Figura 14B). Nesses

tratamentos, a formação de plântulas teve início entre 16 e 23 dias da semeadura, com

estabilização por volta do 46˚ dia.

A porcentagem final de plântulas emersas, após 65 dias de teste, está

representada na Figura 15.

Nas parcelas com cobertura, as maiores porcentagens de emergência foram

verificadas na superfície e nas profundidades de 1 e 2 cm, enquanto que na ausência

desse fator houve deslocamento dos melhores resultados para as profundidades de 1,

2 e 3 cm (Figura 15).

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Figura 14. Porcentagem acumulada de emergência de plântulas de Qualea grandiflora,

sob diferentes profundidades e superfície com (A) e sem cobertura (B).

A

B

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Figura 15. Porcentagem de emergência de plântulas de Qualea grandiflora, sob

diferentes profundidades de semeadura, com e sem cobertura vegetal.

Letras maiúsculas comparam o efeito da cobertura dentro de cada

profundidade e letras minúsculas o efeito da profundidade dentro de cada

nível do fator cobertura. (Scott – Knott; p < 0,20).

Sementes colocadas na superfície, sem a proteção da cobertura, ficaram mais

expostas às variações da temperatura ambiente e umidade do substrato, dentre outros,

condições essas que prejudicaram o desenvolvimento das plântulas. Observou-se que

a embebição das sementes e a fixação da raiz primária ao substrato foram fases

prejudicadas nesse tratamento.

Normalmente, sementes posicionadas na superfície do solo apresentam menor

emergência de plântulas do que aquelas colocadas em pequenas profundidades

(Canossa et al., 2007).

Por outro lado, a cobertura das sementes com apenas uma folha seca foi

suficiente para garantir a formação e fixação das plântulas, resultado esse de

importância ecológica, pois permite prever que, em condições naturais, o simples

depósito de restos vegetais sobre as sementes pode permitir o estabelecimento da

planta jovem.

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Independentemente da presença da cobertura foliar, semeaduras a 1 e a 2 cm

ficaram dentro do grupo que proporcionou as melhores emergências de plântulas.

Assim, constituem-se uma opção para uso por parte de viveiristas. Ressalta-se a

grande diferença existente nos resultados obtidos entre 2 e 3 cm, nas parcelas com

cobertura, e entre 3 e 4 cm, nas parcelas sem cobertura, indicativos de que nesse

pequeno intervalo as restrições à emergência assumem grande importância.

A porcentagem de emergência nas profundidades de 1 e 2 ficou em torno de 80

%, valor que possibilita bom rendimento de mudas aos viveiristas, e também grande

aporte de novas plântulas no ambiente natural para a perpetuação da espécie. Nesses

tratamentos, o tempo médio de germinação foi de cerca de 30 dias (Figura 16), período

esse necessário para que ocorra metade das emergências esperadas; a metade

restante deve ocorrer 10 a 15 dias depois (Figura 14).

O tempo médio de emergência das plântulas a 1 e 2 cm de profundidade, sob

cobertura vegetal, foi de 27 e 33 dias, respectivamente, estatísticamente iguais entre si

e inferiores às demais profundidades. Em ambiente sem cobertura, o tempo médio foi

semelhante nas profundidades de 1 a 4 cm, e inferior às semeaduras na superfície e a

5 cm (Figura 16).

Em semeaduras próximas a superfície, a porcentagem de emergência de

plântulas para algumas espécies como a Euterpe oleracea (Silva et al., 2007) e Mimosa

caesalpiniaefolia (Santos et al., 1994) foram superiores às demais.

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Figura 16. Tempo médio de emergência de plântulas de Qualea grandiflora, sob

diferentes profundidades de semeadura, com e sem cobertura na

superfície. Letras maiúsculas comparam o efeito da cobertura dentro de

cada profundidade e letras minúsculas o efeito da profundidade dentro de

cada nível do fator cobertura. (Scott – Knott; p < 0,20).

Plântulas de Qualea grandiflora em diferentes estádios de emergência, são

mostradas na Figura 17.

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Figura 17. Emergência de plântulas de Qualea grandiflora.

A B

C D

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Após os 60 dias do teste, as linhas de semeadura foram abertas para exame

das sementes e plântulas remanescentes.

Na maioria das profundidades testadas, sob ambos os níveis de cobertura,

foram observadas sementes não germinadas (intactas), sugerindo que possa haver

outras limitações à germinação (Figura 18 e 19).

Foram verificadas maiores porcentagens de plântulas não emergidas nas

profundidades superiores a 3 cm, indicando que mesmo as sementes colocadas em

maiores profundidades apresentavam potencial de germinação, mas que a camada de

solo acima pode se apresentar como impedimento físico para a emergência das

plântulas.

A ausência de cobertura vegetal apresentou maior porcentagem de sementes

mortas posicionadas na superfície do solo e na profundidade de 5 cm (Figura 19).

Figura 18. Porcentagem de plântulas emergidas, plântulas não emergidas, sementes

não germinadas e sementes mortas de Qualea grandiflora, semeadas em

diferentes profundidades com cobertura vegetal na superfície.

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Figura 19. Porcentagem de plântulas emergidas, plântulas não emergidas, sementes

não germinadas e sementes mortas de Qualea grandiflora, semeadas em

diferentes profundidades sem cobertura vegetal na superfície.

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5 CONCLUSÕES

Sementes de Qualea grandiflora, em condições favoráveis, apresentam

protrusão de raiz superior a 90% entre 6 e 15 dias da semeadura.

Ocorre protrusão de raiz primária nas temperaturas de 15 a 40 ˚C, sendo

maiores e mais rápidas entre 20 e 30 ˚C. O desenvolvimento de plântulas normais é

favorecido a 30 ˚C. sendo essa a temperatura sugerida para o teste padrão de

germinação.

A porcentagem de protrusão de raiz não é reduzida em ambientes com restrição

hídrica de até -0,4 MPa, embora haja redução na velocidade do processo de

germinação. A germinação não se completa em potenciais entre -0,8 e -1,0 MPa.

A emergência das plântulas de Qualea grandiflora é maior nas semeaduras a 1

e 2 cm de profundidade. Resultados equivalentes são obtidos em semeaduras a 3 cm

de profundidade, para solos com cobertura vegetal, e em semeaduras na superfície do

solo, quando há uma camada de folhas sobre as sementes.

A cobertura do solo com palha vegetal aumenta o estabelecimento de plântulas

a partir de sementes posicionadas na superfície desse, e a reduz em sementes a 3 cm

de profundidade. Ocorre germinação de sementes em profundidades inadequadas à

emergência das plântulas.

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