qual a origem do termo - · pdf fileobras e os autores renascentistas de outros países...

24

Upload: phungngoc

Post on 10-Feb-2018

219 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Joana Cirne | Marília Henriques

Qual a origem do termo manuelino?

No século XIX, historiadores e escritores românticos atribuíram o nome manuelino/a à arquitetura em estilo gótico, que se tinha desenvolvido no reinado de D. Manuel I.

Joana Cirne | Marília Henriques

No entanto, as características que marcam esta arte já se encontram em edifícios iniciados no reinado de D. João II, e o manuelino prolongar-se-á para além do reinado de D. Manuel I.

Mosteiro de Jesus, Setúbal (1490 – 1510).

Joana Cirne | Marília Henriques

O Mosteiro de Jesus, em Setúbal, é a primeira obra arquitetónica onde podemos visualizar elementos manuelinos.

A partir de 1491, D. João II passou a financiar a construção deste mosteiro, inicialmente mandado construir por um particular, entregando-a ao arquiteto Diogo de Boitaca.

Pormenor das abóbadas de cruzaria de ogivas,

nas quais ressaltam as nervuras em corda,

elemento muito comum do manuelino.

Mosteiro de Jesus, Setúbal (1490 – 1510).

Joana Cirne | Marília Henriques

Como se explica que, em Portugal, a par com algumas conceções renascentistas, se continuasse a construir em estilo gótico?

O contacto dos artistas portugueses dos séculos XV e XVI com as obras e os autores renascentistas de outros países europeus era comum, facilitado pela estimulante ligação comercial de Portugal com os grandes centros de comércio da Europa.

Rotas internacionais, principais centros do comércio europeu e os Impérios peninsulares no século XVI.

Joana Cirne | Marília Henriques

Os pintores portugueses depressa absorveram as novas técnicas e os princípios dos artistas renascentistas (a pintura a óleo, a perspetiva e a revalorização do papel do Homem). Os Painéis de S. Vicente constituem um extraordinário exemplo desta influência.

Painéis de S. Vicente, Lisboa.

Joana Cirne | Marília Henriques

Na arquitetura, o racionalismo, que caracterizou a arte renascentista italiana, levou mais tempo a ser absorvido. O estilo gótico manteve-se à semelhança do que aconteceu no Norte da Europa.

Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. O arquiteto responsável pela obra foi Diogo de Boitaca.

Joana Cirne | Marília Henriques

O manuelino, fortemente escultórico e decorativo, está intimamente ligado às circunstâncias económicas, políticas e sociais da época e interpreta uma situação cultural excecional:

os descobrimentos marítimos;

a consolidação do poder real;

o auge das riquezas;

o gosto pelo requinte e pelo exótico.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Golegã (pormenor).

Joana Cirne | Marília Henriques

Torre de Belém, Lisboa.

Joana Cirne | Marília Henriques

Torre de Belém, Lisboa (pormenores).

Joana Cirne | Marília Henriques

Principais características:

Edifícios de estrutura gótica, mas com proporções e decoração alteradas, sobretudo na composição dos portais e no coroamento das fachadas.

Igreja de S. João Batista, em Tomar.

Joana Cirne | Marília Henriques

Principais características:

Igrejas de uma ou três naves, assentes em colunas redondas, torsas e octogonais.

Sé da Guarda.

Joana Cirne | Marília Henriques

Principais características:

Nas igrejas de três naves, estas têm, aproximadamente, a mesma altura, como é o caso do Mosteiro dos Jerónimos.

Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Joana Cirne | Marília Henriques

Principais características:

Gosto pela decoração exuberante, com elementos luso-mouriscos, da vida marinha, heráldica e naturalistas.

Janela do Convento de Cristo, em Tomar.

Joana Cirne | Marília Henriques

Elementos decorativos mais comuns na arte manuelina:

Símbolos nacionais e cristãos Esfera armilar, cruz da Ordem de Cristo, escudo nacional, cachos de uvas, querubins.

Elementos naturalistas, marinhos e marítimos Árvores, folhas de loureio, romãs, heras, pinhas, animais, corais, algas, pérolas, conchas, cordas, cabos, nós, redes, fivelas, correntes…

Elementos fantasiosos Sereias, monstros, orelhudos.

Joana Cirne | Marília Henriques

Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Golegã.

Principais arquitetos do manuelino

Diogo Boitaca

Diogo de Arruda

Francisco de Arruda

Mateus Fernandes

João de Castilho

Joana Cirne | Marília Henriques

Alguns exemplares da arte manuelina

Igreja de S. Quintino, em Sobral de Monte Agraço.

Joana Cirne | Marília Henriques

Alguns exemplares da arte manuelina

Igreja de S. Sebastião, em Ponta Delgada, Açores. Portal de Igreja da Conceição Velha, em Lisboa.

Joana Cirne | Marília Henriques

Alguns exemplares da arte manuelina

Capela de S. Miguel, em Coimbra.

Joana Cirne | Marília Henriques

Alguns exemplares da arte manuelina

Palácio dos Duques de Cadaval, em Olivença. Janela, em Portalegre.

Joana Cirne | Marília Henriques

Alguns exemplares da arte manuelina

Sintra Évora

Joana Cirne | Marília Henriques

Alguns exemplares da arte manuelina

Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa.

Joana Cirne | Marília Henriques

Alguns exemplares da arte manuelina (pormenores)