arte manuelina, conceição de beja

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  • 8/17/2019 Arte Manuelina, Conceição de Beja

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    1

    Licenciatura de História da Arte

    Disciplina – História da Arte Manuelinaᴥᴥ

    Trabalho de Investigação 

    CONVENTO A NO!!A !ENHO"A A CONCEI#$O E %E&A

     '''''''''''''''''''''''''''''''''''''' 

     __________________________________________ 

    Docente – Joana Ramôa

    Discentes – Sónia Horta  Susana Pires  Teresa Carneiro

    ♦♦♦

  • 8/17/2019 Arte Manuelina, Conceição de Beja

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    (

    )ndice

    Introduço!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!"""

    Cap#tulo I

      Pro$lem%tica!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!"""

    Cap#tulo II

    Identi&icaço!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!"""""""

    Conte'to Histórico!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!""""""""""""""

      ( Artista!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!""  Conte'to Histórico e Cultural!!!!!!!!!!!!!!!!!!"  Analise )ormal e Icono*r%&ica!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Concluso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!"""+i$lio*ra&ia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!"

    ,

    -

    .

    .

    .

    .//

    /012

    ♦♦♦

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    *

    Introdução

    ( o$3ecto de estudo deste tra$al4o de pes5uisa 6 o Con7ento de 8ossa Sen4ora da

    Conceiço de +e3a"

    (r*ani9ou:se o tra$al4o em dois cap#tulos" 8o primeiro &a9:se uma an%lise do con7ento;

    apoiada nos estudos 5ue al*uns autores &i9eram do mesmo; para desse modo

     perce$ermos mel4or os pro$lemas 5ue o Con7ento le7anta e assim compreendermos a

    sua import

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    +

    I

    Pro$lem%tica

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    ,

    I

    Se*undo o pro&essor ?ieira da Sil7a; a 4istorio*ra&ia portu*uesa tem praticamentei*norado; o con7ento de 8ossa Sen4ora da Conceiço de +e3a" 8o prestando muita

    atenço aos elementos da estrutura primiti7a 5ue ainda conser7a" ( pro&essor di9:nos

    mesmo 5ue ?ir*#lio Correia; se re&ere a ela muito parcamente e M%rio C4icó limita:se a

    &ili%:la ao Mosteiro da +atal4a e a apontar al*uns dos no7os moti7os 5ue ali sur*iram e

    5ue continuaram a ser utili9ados durante o reinado de D" Manuel"

    Paulo Pereira dedica:l4e um pouco mais de atenço no li7ro  História da Arte

     Portuguesa; 7ol" II" &iliando:a tam$6m +atal4a; dando especial atenço s no7as

    soluç>es estruturais dos elementos de suporte" Re&ere 5ue ali so utili9ados pela

     primeira 7e9 contra&ortes de secço 7ariada; por e'emplo" Ao 5ue decoraço di9

    respeito salienta a presença mais e7idente da 4er%ldica" @m relaço aos portais o seu

    testemun4o d% maior desta5ue ao portal da Casa do Capitulo; 5ue &ilia &ormalmente a

    uma corrente iniciada em Palmela"

    ( pro&essor ?ieira da Sil7a tam$6m se re&ere a todos estes elementos no7os 6 &iliaço

    ao mosteiro da +atal4a; mas 7ai mais lon*e atri$uindo a esta i*re3a a prioridade na

    utili9aço no Tardo:=ótico portu*uBs; de %$acos de lados cônca7os e de elementos

    torsos; em$ora apenas limitados aos pe5uenos pilares 5ue coroam o edicio" ?ieira da

    Sil7a di9 mesmo 6 to not%7el esta antecipaço no uso destes elementos 5uanto; na

     própria @span4a; o seu aparecimento em colunas e ner7uras como no $elo edicio da

    Eon3a de ?alencia in" em /F.,G ou no claustro do col6*io de S" =re*ório em ?alladolid

    in" em /F.,G 6 posterior; em$ora em poucos anos; &a$rica da i*re3a de +e3a"

    ?ieira da Sil7a re&ere:se tam$6m plati$anda arrendada 5ue coroa todo o edicio; como

    sendo a primeira a aparecer no Alente3o; e como sendo mais um elemento 5ue &ilia o

    Con7ento ao Mosteiro da +atal4a"

    Ainda no e'terior o pro&essor / re&ere; 5ue 4a7eria so$re a i*re3a um amplo terraço; mais

    tarde demolido para dar lu*ar a um tel4ado de duas %*uas; 5ue durou at6 /F/; data em

    5ue passou a ser de uma só" So$re este tel4ado er*uia:se a torre dos sinos; um simples

    campan%rio; cu3a destruiço data de //0" A se*unda torre &oi constru#da por essa data e

    durou at6 /.0F; 6poca em 5ue se edi&icou a actual"

    1 Vieira da Silva , cita C. A. Ponces Canelas

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    -

    @m relaço s *%r*ulas 5ue assentam em m#sulas no e'terior da i*re3a; o pro&essor 

    re&ere:se s mesmas parcamente" Mas um estudo recente de Catarina +arreira atri$ui:

    l4es um 7alor peda*ó*ico e moral"

    ( interior da i*re3a do Con7ento de 8ossa Sen4ora da Conceiço de +e3a so&reu muitas

    modi&icaç>es; nomeadamente a reco$ertura da capela:mor em /0 em tal4a dourada"

    Se*undo o pro&essor ?ieira da Sil7a $aseado na documentaço &oto*r%&ica recol4ida

     pela Direcço Re*ional dos Monumentos do Sul DRMSG; e'istir% por cima desta no7a

    co$ertura uma a$ó$ada estrelada; no 5ue constitui uma das primeiras e'periencias do

    *6nero no Sul do pa#sK os $ocetes; con&orme o documentam as &oto*ra&ias da DRMS;

    eram decorados; um deles com a si*la  IHS   JesusG; outra com dois 7asos &lorais

    acompan4ados de &ilact6rias; numa aluso Anunciaço e di7ina concepço de Maria;

    o 5ue estaria de acordo com a in7ocaço do Con7ento"

    Luanto ao in#cio e termo das construç>es da i*re3a do Con7ento; ?ieira da Sil7a; di9:

    nos 5ue como era costume na 6poca; so$retudo em con7entos &emininos; as o$ras da

    i*re3a de7em ter sido as primeiras a ser empreendidas" @ se; em /F,; as reli*iosas

    tomaram posse da no7a casa; si*ni&ica esse &acto 5ue o templo 3% de7eria estar 

    conclu#do pois; sendo a ordem de clausura ri*orosa; no poderia dispensar; nos seus

    con7entos; a e'istBncia de uma i*re3a em cu3o coro 1; 7edado aos ol4os do p$lico por 

    *rades e cortinas; assistiam as &reiras aos ocios reli*iosos" @ntre /F-0 e /F, se de7e

    colocar; portanto; a construço da i*re3a do Con7ento de 8ossa Sen4ora da Conceiço

    de +e3a"

    ♦♦♦

    2 @ste coro &oi destru#do em /0; 5uando se deu uma *rande modi&icaço na i*re3aK o re7estimento em tal4a dourada da capela:mor; o le7antamento dos altares nas paredes da na7e; a alteraço da a$ó$oda do corpo principal; por e'emplo"

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    .

    II

    CONVENTO A NO!!A !ENHO"A A CONCEI#$O E %E&A

    II

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    /

      Identi0icação

    Noe – Con7ento da Conceiço de +e3a

    Outras designaç2es : Real Mosteiro de 8ossa Sen4a da Conceiço

    Categoria 3 Ar5uitectura Reli*iosaN I*re3a

    Categoria de 4rotecção – Classi&icadocomo Monumento 8acional M8G

    Locali5ação 3 Ear*o da 8ossa Sen4ora da

    Conceiço +e3aG Estilo – Tardo:=óticoN Pr6:Manuelino

    Cronologia – c" /F-0 – /F,

    6ateriais – Pedra; al7enaria re$ocada e caiada" m%rmore nos portais do claustroG

    ᴥᴥ

      Conte7to Histórico

    O artista 3 Descon4ece:se a identidade do mestre 5ue iniciou esta o$ra" Situaço

    normal na mentalidade medie7al 5ue pri7ile*ia7a; como 7erdadeiro autor o

    encomendante e no o e'ecutante da o$ra sal7o al*umas e'cepç>esG" Se*undo o

     pro&essor ?ieira da Sil7a; a noço de artista como indi7#duo criador; ele7ado ao mesmo

    n#7el do poeta e participante; ele próprio; do sopro criador da di7indade; 6 um dado

    ad5uirido pelos artistas do Renascimento Italiano e 5ue só muito tardiamente alcançar%

    Portu*al" Contudo pela an%lise &ormal de al*uns elementos decorati7os do edicio;

     podemos considerar a 4ipótese de este mestre ter tra$al4ado no estaleiro da +atal4a"

    Aparece contudo re&erenciado o nome do ar5uitecto Dio*o Arruda 5ue ter% cola$orado

    nesta o$ra numa &ase mais tardiaG no ano de /F.-; como super7isor das o$ras", 

    Conte7to Histórico e Cultural 8 Com o in#cio do s6culo O?I d%:se um importante

    surto construti7o no nosso pa#s" Ao lon*o da se*unda metade do s6culo O? tin4am sido

    le7antados poucos edicios de al*uma import

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    9

    dos 5ue tin4am sido anteriormente iniciados terminando:se assim; por e'emplo;

    mosteiros e S6s com os indispens%7eis ane'os para as comunidades reli*iosas 5ue a#

    4a$ita7am"

     8o s6culo O?; *raças aos desco$rimentos entre outros &actoresG; o poder económico da

    no$re9a e das mais altas camadas da $ur*uesia portu*uesa; cresce rapidamente" @stes

    *rupos sociais constroem no7as residBncias ou reconstroem as anti*as; remodelando

     principalmente as &ac4adas; mandando le7antar $elos portais e 3anelas decoradas" Desta

    &orma ostenta7am a sua ri5ue9a terrena e preca7endo a sua situaço para al6m da

    morteF; promo7em a remodelaço; e a construço; das capelas de 5ue eram ou se

    tornam padroeiros; mandando a# er*uer a$ó$adas de pedraria; arcos triun&ais $em como

    construir $elos tmulos" @7identemente 5ue os monarcas e suas &am#lias no podiam

    &icar atr%s dos seus s$ditos mais a$astados e tomaram a iniciati7a de promo7er muitas

    construç>es; como 6 o caso da i*re3a da 8ossa Sen4ora da Conceiço de +e3a" ?eri&ica:

    se deste modo 5ue passam a ser os lei*os; principalmente pr#ncipes e no$res a ter a

    iniciati7a preponderante na &undaço das casas reli*iosas" @sta 6 uma 6poca de intenso

    misticismo; de 5uestionamento cada 7e9 mais pro&undo da I*re3a e da sua 4ierar5uia; de

    uma pro*ressi7a inter7enço dos lei*os na própria es&era da or*ani9aço do reli*ioso;

    a5uilo a 5ue 7%rios 4istoriadores c4amam de laici9aço" Para o pro&essor ?ieira da Sil7a

    a compreenso destas duas circunst

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    1:

    o au'#lio 5ue D" Joo II e D" Manuel; &il4os dos du5ues de +e3a; ti7eram de prestar para

    a sua concluso"

    D" Manuel tin4a por este con7ento uma a&eiço especial; como se pode compro7ar nas

    o$ras 5ue ali mandou reali9ar" @sta predilecço 7eri&ica:se tam$6m numa passa*em do

    seu testamento em 5ue; encomendando ao seu sucessor todos os mosteiros &ranciscanos

    destaca o de +e3a e o de Jesus de Set$al;  pella mais obrigação que a estes tenho "

     8o 4a7endo re&erBncia $i$lio*r%&ica da 6poca 5ue con&irme a data de concluso da

    i*re3a em /F,; o pro&essor ?ieira da Sil7a 3usti&ica:a di9endo 5ue se nesta data as

    reli*iosas tomaram posse da no7a casa; si*ni&ica esse &acto 5ue o templo 3% de7eria estar 

    conclu#do; pois sendo a ordem de clausura ri*orosa; no poderia dispensar; nos seus

    con7entos; a e'istBncia de uma i*re3a em cu3o coro; 7edado aos ol4os do p$lico por 

    *rades e cortinas; assistiam as &reiras aos ocios reli*iosos" @ntre /F-0 e /F, ou at6

    antesG se de7e colocar; portanto; a construço da i*re3a do Con7ento de +e3a" -  (

    dormitório das mon3as &icaria conclu#do nos in#cios do s6culo O?I"

     8o s6culo O?III; e'ecutaram:se *randes o$ras 5ue con&eriram ao interior do templo o

    seu aspecto $arroco" Muitas destas o$ras desapareceram com os restauros 7eri&icados no

    local no s6culo OO; mas su$sistem ainda a tal4a dourada da capela:mor; 5ue a re7este

    inte*ralmente; o *rupo de pain6is de a9ule3os atri$u#dos a Policarpo de (li7eira

    +ernardes c" /F/G; a pintura mural; e o estu5ue" A Sala do Cap#tulo; construço do

    reinado de D" Joo II; tam$6m so&reu *randes inter7enç>es" A pintura da a$ó$ada;

    datada de /1; com$inou:se com o re7estimento a9ule3ar seiscentista das paredes;

    contri$uindo assim para um dos mais importantes con3untos art#sticos $arrocos do

    +ai'o Alente3o"

    Com o &im das ordens reli*iosas; o

    con7ento entrou em decadBncia e

    este7e $eira da ru#na" @m /.0-&oi demolido o Paço dos In&antes;

    5ue se encontra7a ane'o ao

    con7ento; e parte da %rea

    con7entual" 8essa ocasio &oi

     poss#7el reconstruir parcialmente o

    con7ento; &acto 5ue l4e con&eriu

    5 ?ieira sil7a; Custódio; O Tardo-Gótico em Portugal ; Eis$oa; Ei7ros do Hori9onte; /0.0 p"-1

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    11

    um certo sa$or re7i7alista; especialmente 7is#7el na recuperaço e adaptaço de o$ras

    7indas de outros locais" J% no s6culo OO; em /01; a5ui se instalou uma secço do

    Museu Re*ional Rain4a D" Eeonor; especialmente dedicada Ar5ueolo*ia romana;

    epi*ra&ia e colecço do ar5ueólo*o )ernando 8unes Ri$eiro" A5ui se encontra a c6le$re

    Porta de M6rtola; monumento 5ue e7oca a pai'o entre Mariana Alco&orado autora

    do cele$re li7ro artas PortuguesasG e o o&icial &rancBs 8oel +outon"

    (s meados do s6culo OO trou'eram o processo de restauro e&ectuado pela Direcço

    =eral dos @dicios e Monumentos 8acionais D=@M8G" De /0-. a /0 o edicio &oi

    inte*ralmente inter7encionado; tendo 7indo a ser posteriormente al7o de sucessi7as

    campan4as pontuais de consolidaço; de 5ue se destacam as o$ras de conser7aço

    reali9adas no in#cio da d6cada de .2"

    ♦♦

     

    An;lise es nomeadamente o re7estimento em tal4a dourada da capela:mor em /0;

    o le7antamento de altares nas paredes da na7e; a alteraço da a$o$ada do corpo

     principal; a destruiço do coro locali9ado a poenteG" Apesar de todas estas alteraç>es ai*re3a conser7a ainda elementos su&icientes 5ue se*undo o pro&essor ?ieira da Sil7a nos

     permitem ter dela uma ideia $astante correcta"

    A i*re3a articula:se em dois 7olumes de planta rectan*ular; sendo o da ca$eceira mais

    ele7ado 5ue o de&inido pela na7e nica do corpo principal" @ste pormenor at#pico;

    se*undo ?ieira da Sil7a ter% sido moti7ado pela alteraço da co$ertura da na7e; 5ue

    sendo ori*inalmente de madeira de7eria ser mais ele7ada 5ue a da capela:mor" Apenas

    esta capela apresenta contra&ortes escalonados e c4an&rados de secço prism%tica; poissendo pro7a7elmente a sua co$ertura de madeira torna7a desnecess%ria a aplicaço de

    elementos adicionais de suporte aos muros" Por esse moti7o; estes so de al7enaria;

    reser7ando:se o uso da pedra; ao e'terior; aos contra&ortes; porta principal e

     plati$anda ponteada de pin%culos 5ue coroa todo o edicio" @stes elementos destacam:

    se; pois 6 so$re eles 5ue recai toda a decoraço" A parede &rontal da i*re3a 6 recta; o 5ue

    contri$ui para a clare9a da de&iniço dos 7olumes"

    6 ?ieira sil7a; Custódio; O Tardo-Gótico em Portugal ; Eis$oa; Ei7ros do Hori9onte; /0.0 p"-1

    &i*" 1 – Du5ues de +e3a

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    1(

    A porta principal est% colocada; na &ac4ada norte

    como era uso em con7entos &emininos de

    clausura" @moldurada por um rect

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    1*

    es5uerdo a parte superior do lim$o &ra*menta:se em trBs" As &ol4as dos outros capiteis

    apresentam um recorte cont#nuo ao lon*o do lim$o 5ue 6 alon*ado e mais estreito na

     parte in&erior 5ue na parte superior" @ste tipo de &ol4as como 3% re&erimos remete:nos

     para a +atal4a; apesar das modi&icaç>es 5ue so&rem ao lon*o do seu percurso;

    perduram; ao lon*o de todo o s6culo O?; se*undo

    ?ir*#lio Correia/2  podem mesmo ser7ir pela sua

    uni&ormidade de classi&icador ou indicador cronoló*ico

    contudo o pro&essor ?ieira da Sil7a acrescenta 5ue al6m de

     perdurarem no Alente3o; pelo s6culo O?I; podem ser7ir para atestar umas das

    in&luBncias dos estaleiros da +atal4a; transportada; como elemento ad5uirido; pelos seus

     pedreiros para os locais; so$retudo do sul do pa#s; onde &oram emprestar os seus

    con4ecimentos"

    Apenas dois capit6is do portal no apresentam estas caracter#sticasK o da om$reira

    es5uerda apresenta uma composiço com &ol4as de 7ideira 5ue $rotam de um &ino caule

    5ue as en7ol7e e uni&ica o capitel do lado oposto apresenta uma mascara de cu3os ol4os

    saem duas &ol4as; representaço 5ue se reporta de no7o ao 5ue sucede em al*uns

    capit6is do claustro real da +atal4a"//

    A uni&icar toda a $ase; ostenta o portal um soco ele7ado de &ormato rectan*ular e

    acompan4ando; no seu recorte; a disposiço dos colunelos e respecti7as molduras" (s

    colunelos disp>em:se em pro*resso o$l#5ua; nos

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    1+

    corda a$re:se em duas pontas de um nó so$ o $raso central de D" +rites; colocado no

    corpo da i*re3a por cima da porta principal ladeiam este $raso dois persona*ens; 5ue

     podero ser an3os um se*ura o escudo de D" )ernando e o outro tal7e9 ti7esse a se*urar 

    o de D" +rites; uma 7e9 5ue o mesmo desapareceu" 

    Pontuando a espaços i*uais o ritmo da construço e

    correspondendo; naturalmente; aos tramos da di7iso

    interior /1;  er*uem:se pin%culos torsos; separados da

     pe5uena coluna 5ue os suporta por %$acos de secço

    octo*onal e lados cônca7os" 8o corpo da i*re3a; o

     per&il dessas

    colunas; 5ue arrancam de m#sulas 6 i*ualmente

    torso" 8a ca$eceira; a e'istBncia de contra&ortes

    ser7e de $ase ao le7antamento de pe5uenos

     pilares primeiro em &orma de cun4a;

    ostentando nessa 9ona *%r*ulas 9oomór&icas e

    antropomór&icas/, *an4am depois; secço 5uadran*ular; para poderem rece$er os

    escudos dos in&antes ad5uirem &inalmente; antes dos pin%culos um mo7imento torso

    5ue os irmana aos do corpo da i*re3a"

    As *%r*ulas desta edi&icaço &oram recentemente estudas por Catarina +arreira/F  5ue

    l4es atri$ui um &orte pendor morali9ante e peda*ó*ico" Se*undo ela parecem ilustrar 

    al*uns pecados mortais" @ntre as muitas *%r*ulas 5ue se encontram no con7ento

    destacamos 5uatroK o co e o dra*o por constitu#rem se*undo Catarina +arrena uma

    met%&ora; da in7e3a e da so$er$a complementada com a ira; uma 7e9 5ue os dois

    animais aparecem representados mostrando os dentes a&iadosK a &reira tem su$3acente o

    12 ?ieira sil7a; Custódio; O Tardo-Gótico em Portugal ; Eis$oa; Ei7ros do Hori9onte; /0.0 p" --

    13  idem

    14 +arreira; Catarina; G!rgulasK representaç"es do #eio e do *rotesco no conte'to portu*uBs" S6culos OIII a O?I" Tese deDoutoramento em +elas Artes

    &i*" - – Decoraço 4er%ldica ao centro da &ac4a sul dai*re3a da Conceiço

    &i*" – =%r*ula de &reiraG representa o pecado da

    lu'uria"

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    15/22

    1,

     pecado da lu'uria uma 4arpia ou uma es&in*e/-; pelo es*ar do seu rosto e pela ausBncia

    de mem$ros poder% representar a a7are9a"

    H% 5ue ter em atenço 5ue estas *%r*ulas no &oram colocadas todas na mesma 6poca;

    mas sim em momentos di&erentes da construço do con7ento Per#odo inicial e nos

     per#odos de D" Manuel e D" Joo IIG contudo; se*undo Catarina +arrena; os mestres 5ue

    as &oram colocando es&orçaram:se por manter a coerBncia tem%tica das primeiras

    *%r*ulas" Respeitando as tendBncias de7otas da sua &undadora 5ue acompan4ou de

    muito perto as o$ras e da importes e patas de leo" A autora pensa 5ue se3a uma 4arpia oues&in*e por5ue a ltima 6 representada na arte *re*a; como um 4i$rido resultante da ca$eça de uma mul4er; patas de leo e corpo dedra*o" 

    16  Cumprimento ri*oroso das re*ras e da lei em mat6ria reli*iosa penitBncia" in 4ttpKNN"pri$eram"ptNdlpoN

  • 8/17/2019 Arte Manuelina, Conceição de Beja

    16/22

    1-

    constitu#do por molduras cônca7as e con7e'as; 5ue

    uni&icam toda a composiço" (s dois colunelos mais

    e'teriores; muito &inos; assentam em $ases

    multi&acetadas semel4antes s da porta principalG" A

    interromper a ascenso dos colunelos encontra:se; ao

    n#7el do arran5ue do arco e su$stituindo o capitel; uma

     pe5uena m#sula de &orma piramidal" ( terceiro

    colunelo; mais desen7ol7ido; assenta idBntica $ase em

    se*mento prism%tico de coluna muito ele7ado; sendo o

    &uste constitu#do por trBs &inos toros 5ue; a espaços

    re*ulares; so&rem uma torço; o 5ue proporciona um

    contraste com a linearidade dos primeiros colunelos" ( desen7ol7imento decorati7o

    deste portal 6 praticamente todo no seu intradorso" So$ um &undo liso; instala:se a

    decoraço" Eo*o a se*uir $ase de cada ladoG dois dra*>es; de cu3a $oca sai um caule

    de 7ideira 5ue so$e de cada lado; por toda a e'tenso do interior da om$reira e do arco;

    desen4ando um entrançado de cur7as lar*as; de rele7o sua7e; sendo o espaço assim

    criado preenc4ido por ramos 5ue sustentam pe5uenas parras e cac4os de u7as; com as

    *a7in4as enrolando:se ao caule" Ao atin*ir o centro do arco; marcado por uma roseta;

    uma *a7in4a so$e; pelas molduras do arco; anic4ando:se as parras nas 9onas conca7as

    do mesmo" Se*undo ?ieira da Sil7a estamos perante uma composiço ori*inal apesar de

    utili9ar uma sim$olo*ia con4ecidaK o dra*o; s#m$olo do mal e a 7ide; s#m$olo anti*o

    de Cristo e do triun&o &inal do +em" Inte*ra:se sem mar*em para d7idas no tardo:

    *ótico de &eiço internacional" ?ieira da Sil7a 3usti&ica esta a&irmaço dando como

    e'emplo a &orma del*ada 5ue os colunelos assumem; e a ausBncia de capit6is; se*undo

    um processo e7oluti7o comum ao tardo:*ótico europeu" Contudo re&ere tam$6m 5ue

    este portal ad5uire uma &eiço in6dita e ori*inal pelo modo como com$ina e representaos 7%rios elementos 5ue o comp>em; destacando:se o &ormato do colunelo com torç>es

    e a &orma e o 5uadrado em 5ue se desen7ol7e a decoraço &itomór&ica e 9oomór&ica" Por 

    estes moti7os; para ?ieira da Sil7a o portal torna:se um e'emplo per&eito das

    caracter#sticas de&inidoras do tardo:*ótico europeu; so&rendo por6m um tratamento

    ori*inal; indicati7o da re*ionali9aço desse &ormul%rio a um n#7el nacional ou; neste

    caso concreto; a um n#7el mesmo local"

    – Claustro; porta do Capitulo e porta do Re&eitório ao &undo

    " . – Pormenor; porta do Capitulo

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    1.

    A Porta do Re&eitório do con7ento &oi constru#da a5uando das o$ras mandadas e'ecutar 

     por D" Manuel em /-2; sa$e:se a sua dataço de7ido a uma l%pide ali encontrada; 5ue

    actualmente se encontra no Museu Re*ional Rain4a D" Eeonor em +e3a"

    Tem um 7o em arco de 7olta inteira; composto em cada lado de um meio colunelo;

    assente so$re uma $ase prism%tica de lados o$l#5uos so$re um plinto alto; prism%tico

    tam$6m e de &aces cônca7as" ( &uste 6 composto por &ai'as estreitas e animadas por um

    mo7imento em espiral em cu3a supercie parcamente esca7ada; se colocaram a

    ornamenta:lo meias es&eras; perlon*ando:se a sua &orma e decoraço; no capitel mas

    a5ui em sentido opostoG pouco desen7ol7ido mas muito saliente em &orma de tur$ante; e

    na moldura 5ue desen4a um arco de 7olta per&eita" A om$reira 6 muito desen7ol7ida em

    lar*ura; limitada pelos colunelos; anteriormente descritos; na parte in&erior apresenta

    &inas molduras rectas; a supercie lisa anima:se com uma serie de entrelaces ondulados

    em cu3o interior se &orma um tre7o de 5uatro &ol4as; lem$rando estas &ormas o estilo do

    *ótico &lame3ante &rancBsG" A sua ascenso 6 apenas interrompida ao n#7el dos capit6is;

    5ue a5ui &oram su$stitu#dos por *randes es&eras armilares ocas" 8uma moldura

    rectan*ular colocada so$re o centro do arco est% o escudo de armas reais; 3% com os

    escudetes todos perpendiculares; como usa7am os monarcas depois da re&orma

    4er%ldica promo7ida por D" Joo II

    ( 5ue se destaca nesta porta 6 a ausBncia de elementos mais ou menos li*ados ao

    sa*rado; como ainda acontecia na porta da Casa do Cap#tulo" @stes so su$stitu#dos pela

    decoraço 4er%ldica 5ue se*undo o pro&essor ?ieira da Sil7a e Pedro Dias; mani&estam a

    laici9aço 5ue caracteri9a; em di&erentes aspectos a 7i7Bncia colecti7a e a sociedade e a

    arte do tardo *ótico"

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    1/

    Ao contr%rio da porta do cap#tulo; nesta porta a decoraço e &ormas com$inam:se de um

    modo ori*inal e totalmente portu*uBs/; apesar de se con4ecerem a pro7eniBncia dos

    elementos decorati7os; 5uase todos *eom6tricos" Se*undo ?ieira da Sil7a; o tratamento

    5ue eles so&reram; nas proporç>es e na modelaço 6 um e'emplo re7elador do tra$al4o

     portu*uBs 5ue a 4istorio*ra&ia art#stica apelidou de manuelinoK &ormas $ai'as;

    desen7ol7idas em lar*ura; c4eias de decoraço; sinais 4er%ldicos com presença

    a7assaladora; ocupando um local 5ue anteriormente esta7a reser7ado a um elemento

    ar5uitectónico $em de&inido; o capitel" Contudo apesar de todas estas trans&ormaç>es

    estruturais; o portal 6 de concepço simples e ri*orosa"

    ?ieira da Sil7a considera 5ue a 7erdadeira ori*inalidade destas estruturas manuelinas

    est% no alar*amento das om$reiras pois 6 nessa supercie muito desen7ol7ida 5ue se ir%

    anic4ar a decoraço *rossa; por 7e9es rude; a porta da i*re3a de Mar7ila em Santar6m; 6

    tal7e9 o e'emplo mais e'tremo

    dessa decoraçoG; mas sempre

    e'u$erante" Considera esta uma

    das marcas &undamentais do

    tra$al4o portu*uBs no

    tratamento &ormal destas

    estruturas ar5uitectónicas"

    @stas podem apresentar 7%rios

    tipos de arcos; o portal pode ser 

    mais ou menos desen7ol7ido;

     por6m 5uase todos tBm em

    comum o alar*amento da 9ona

    dos inter:colnios das

    om$reiras e das 7er*as onde seir% concentrar toda a decoraço

    *rossa; 5ue arranca por norma

    de um suporte entrelaçado; de

    um 7aso; de uma mascara

    4umana; entre outros" 

    17 ?ieira sil7a; Custódio; O Tardo-Gótico em Portugal ; Eis$oa; Ei7ros do Hori9onte; /0.0 p"/-,

    &i*" . – Porta do Re&eitório

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    19

     

    ♦♦♦

    Conclusão

    Após a ela$oraço desta in7esti*aço so$re a I*re3a da 8ossa Sen4ora da Conceiço de

    +e3a; conclu#mos em primeiro lu*ar 5ue a mesma 6 edi&icada numa 6poca de pro&undas

    mudanças na sociedade Luatrocentista portu*uesa 5ue ine7ita7elmente se iro re&lectir 

    tam$6m na arte"

    &i*" 0 – Pormenor; porta do Re&eitório

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    (:

    @sta 6 uma 6poca de intenso misticismo; de 5uestionamento cada 7e9 mais pro&undo da

    I*re3a e da sua 4ierar5uia; de uma pro*ressi7a inter7enço dos lei*os na própria es&era

    da or*ani9aço do reli*ioso; a5uilo a 5ue 7%rios 4istoriadores c4amam de laici9aço"

    @sta no7a reli*iosidade permite 5ue o pro&ano e o sa*rado andem praticamente de mos

    dadas uma 7e9 5ue so os lei*os 5ue passam a patrocinar muitas das construç>es

    reli*iosas; e por esse moti7o pro*ressi7amente sinais 4er%ldicos 7o su$stituindo

    anteriores s#m$olos reli*iosos dentro e &ora das i*re3as; marcando deste modo a

     presença pro&ana e laica dos mecenas e encomendantes"

    A n#7el &ormal perce$emos 5ue numa primeira &ase se optam por soluç>es construti7as e

    decorati7as &iliadas ao Mosteiro da +atal4a; na se*unda &ase deste; comoK a plati$anda

    rendil4ada 5ue coroa todo o edicio; utili9ada pela primeira 7e9 no Alente3o com

    e'cepço na +atal4a; tam$6m no resto do pa#sG os capit6is de &ol4as carnudas da porta

    da &ac4ada norte as colunas $a5uetas"

    So utili9ados pela primeira 7e9 no *ótico portu*uBsK contra&ortes escalonados e

    c4an&rados de secço prism%tica %$acos de lados cônca7os elementos torsos molduras

    encordoadas moti7os 4er%ldicos a a$o$ada estrelada"

    (s capit6is 7o:se redu9indo; como 7eri&icamos na porta do cap#tulo; at6 desaparecerem

     por completo o 5ue 3% acontece na porta do re&eitório" As $ases das molduras 5ue

    &ormam os pilares tornam:se maiores; como para compensar diminuiço ou o

    desaparecimento dos capit6is" ?eri&ica:se tam$6m 5ue so utili9ados outros tipos de

    arcos como o arco de 7olta inteira da porta do re&eitório"

    (utro elemento importante 6 o *osto pela simplicidade e o uso de di7ersos materiais; na

    mesma construço; al7enaria e pedra; reser7ando:se esta ltima para os contra&ortes;

    7os; onde se concentra a decoraço"

    Todos estes elementos 3% &a9iam parte do reportório do *ótico internacional; contudo no

    nosso pa#s os mestres do:l4es um tratamento ori*inal; neste caso dir#amos mesmore*ional"

    Aos poucos e poucos todos estes elementos passaro a &a9er parte do reportório

    ornamental da c4amada arte manuelina; como se 7eri&ica na porta do re&eitório do

    con7ento"

    Por todos estes moti7os o Con7ento de 8ossa Sen4ora da Conceiço 6 to importante

     para a compreenso e estudo da arte manuelina"

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    (1

    "

    ===

    %ibliogra0ia

    +arreira; Catarina; G!rgulasK representaç"es do #eio e do  *rotesco no conte'to portu*uBs" S6culos OIII a O?I" Tese de Doutoramento em +elas Artes

    C4icó; M%rio;  A Arquitectura Gótica em Portugal ; Eis$oa; Ei7ros do Hori9onte; /0.; p" /1F; /0,; /0F; /0-

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    Dias; Pedro; História da Arte em Portugal$ %o manuelino&; Eis$oa; Pu$licaç>es Al&a;/0.; p" F

    Pereira; Paulo; História da Arte Portu*uesa; ?ol" II; Eis$oa; Circulo de Eeitores; /00-; p",/; ,1

     Ma*al4es; Justino; História de Portugal  7ol" II; Porto; Contraponto; /0.-; p"/,2; /,/

    ?ieira sil7a; Custódio; O Tardo-Gótico em Portugal ; Eis$oa; Ei7ros do Hori9onte; /0.0 p"-/ a - e /-/ a /-F e /.-

    )ol4eto in&ormati7o do Museu Re*ional de +e3a

    Te'tos &ornecidos pela Docente Joana Ramôa

     Sites

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