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Relatório n o 40.674 79 Em suma, os subsídios ora apresentados visam contribuir para a gestão e o manejo dos recursos hídricos da UGRHI, particularmente no que tange aos principais aspectos da sua diversidade biológica conhecida. Dada a grande diversidade de temas de interesse necessários para a caracterização da biodiversidade, algumas pesquisas nestes temas, desenvolvidas recentemente no âmbito da UGRHI-TJ, são destacadas no QUADRO 5.1. QUADRO 5.1 - Algumas pesquisas de interesse para a caracterização da biodiversidade da UGRHI-TJ. TEMA PESQUISA Vegetação/Flora Aspectos florísticos estruturais e ecológicos de um remanescente de mata ciliar do Ribeirão da Onça, Brotas, SP (COSTA, 1996); Estudos ecológicos em florescimento de microcystis (Cyanobacteria- Cyanophyceae) e interações com a flora bacteriana na represa de Barra Bonita – Médio Tietê, SP (SANDES, 1998); Levantamento fitossociológico da vegetação arbórea da mata da reserva estadual de Bauru, utilizando o método de quadrantes. (CAVASSAN, 1982); Composição florística e estrutura fitossociológica da vegetação de cerrado e de transição entre cerrado e mata ciliar da estação experimental de Itirapina, SP (GIANNOTTI, 1988); A vegetação de cerrado e mata de brejo no manancial do espraiado, Parque Ecológico de São Carlos – SP (RUFFINO, 1996); Estudo florístico e fitossociológico de um remanescente de cerradão na Fazenda Canchim, São Carlos, SP (SILVA, 1996); Análise comparativa da concentração de P e N em vegetação de mata ciliar e cerrado no município de São Carlos – SP (VIEIRA, 1998). Fauna Levantamento dos fungos Zoosporicos (Mastigomycotina) da Represa do Lobo (“Broa”), São Carlos – SP (PIRES ZOTTARELLI, 1990); Predação dos organismos zooplanctonicos pelo Astyanax Fasciatus Cuvier, 1819 (Osteichtyes Characidae), na Represa do Lobo (“Broa”), São Carlos – SP (BARBOSA, 1982); Ecologia Rio do Monjolinho e sua bacia hidrográfica como integradores de sistemas ecológicos (SÉ, 1992); Avaliação da qualidade da água e da interação entre o ecossistema aquático e o ecossistema terrestre em dois afluentes do Rio Jacaré-Guaçu, na APA Corumbataí (CARVALHO, 1996); Produção primária e estrutura da comunidade fitoplanctônica no Reservatório do Lobo, SP (OLIVEIRA, 1993). 6 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA 6.1 Histórico do Desenvolvimento da Região Essa região, que por muito tempo foi habitada pelos índios Kaingangues, passou a ser ocupada de maneira significativa com a expansão da cultura cafeeira em direção ao oeste do Estado. Tanto a cultura cafeeira quanto a expansão ferroviária foram fatores que influenciaram a formação de núcleos urbanos e novos municípios. Entre 1870 (início da atividade cafeeira) e 1929 (crise do café), ocorreu um significativo processo de ocupação na Bacia, através do qual se estruturou sua rede urbana e que se consolidou com a instalação das ferrovias (SMA, 1999a).

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Relatório no 40.674

79

Em suma, os subsídios ora apresentados visam contribuir para a gestão e o manejo dos

recursos hídricos da UGRHI, particularmente no que tange aos principais aspectos da sua

diversidade biológica conhecida. Dada a grande diversidade de temas de interesse necessários

para a caracterização da biodiversidade, algumas pesquisas nestes temas, desenvolvidas

recentemente no âmbito da UGRHI-TJ, são destacadas no QUADRO 5.1.

QUADRO 5.1 - Algumas pesquisas de interesse para a caracterização da biodiversidade da UGRHI-TJ.

TEMA PESQUISA

Vegetação/Flora

• Aspectos florísticos estruturais e ecológicos de um remanescente de mata ciliar do Ribeirão da Onça, Brotas, SP (COSTA, 1996);

• Estudos ecológicos em florescimento de microcystis (Cyanobacteria-Cyanophyceae) e interações com a flora bacteriana na represa de Barra Bonita – Médio Tietê, SP (SANDES, 1998);

• Levantamento fitossociológico da vegetação arbórea da mata da reserva estadual de Bauru, utilizando o método de quadrantes. (CAVASSAN, 1982);

• Composição florística e estrutura fitossociológica da vegetação de cerrado e de transição entre cerrado e mata ciliar da estação experimental de Itirapina, SP (GIANNOTTI, 1988);

• A vegetação de cerrado e mata de brejo no manancial do espraiado, Parque Ecológico de São Carlos – SP (RUFFINO, 1996);

• Estudo florístico e fitossociológico de um remanescente de cerradão na Fazenda Canchim, São Carlos, SP (SILVA, 1996);

• Análise comparativa da concentração de P e N em vegetação de mata ciliar e cerrado no município de São Carlos – SP (VIEIRA, 1998).

Fauna

• Levantamento dos fungos Zoosporicos (Mastigomycotina) da Represa do Lobo (“Broa”), São Carlos – SP (PIRES ZOTTARELLI, 1990);

• Predação dos organismos zooplanctonicos pelo Astyanax Fasciatus Cuvier, 1819 (Osteichtyes Characidae), na Represa do Lobo (“Broa”), São Carlos – SP (BARBOSA, 1982);

Ecologia

• Rio do Monjolinho e sua bacia hidrográfica como integradores de sistemas ecológicos (SÉ, 1992);

• Avaliação da qualidade da água e da interação entre o ecossistema aquático e o ecossistema terrestre em dois afluentes do Rio Jacaré-Guaçu, na APA Corumbataí (CARVALHO, 1996);

• Produção primária e estrutura da comunidade fitoplanctônica no Reservatório do Lobo, SP (OLIVEIRA, 1993).

6 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA

6.1 Histórico do Desenvolvimento da Região

Essa região, que por muito tempo foi habitada pelos índios Kaingangues, passou a ser

ocupada de maneira significativa com a expansão da cultura cafeeira em direção ao oeste do

Estado.

Tanto a cultura cafeeira quanto a expansão ferroviária foram fatores que influenciaram a

formação de núcleos urbanos e novos municípios. Entre 1870 (início da atividade cafeeira) e 1929

(crise do café), ocorreu um significativo processo de ocupação na Bacia, através do qual se

estruturou sua rede urbana e que se consolidou com a instalação das ferrovias (SMA, 1999a).

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A atividade cafeeira exerceu grande influência no crescimento demográfico e econômico

nas regiões por onde passou no território paulista, além das alterações ambientais como a

degradação do solo e os processos erosivos instalados após o abandono das áreas, gerando

conseqüentemente impactos nos recursos hídricos.

O sistema urbano paulista remonta à economia cafeeira. A estrutura da rede de cidades

atuais se formou ao longo dos eixos das ferrovias. “A reprodução da economia cafeeira tinha

caráter urbano”, assim se formaram outras atividades associadas ao processo de urbanização

(indústria, comércio, oficinas, bancos, construção civil, equipamentos, etc.), segundo CANO

(1992). Todo o Estado de São Paulo teve seu crescimento populacional (1890-1920-1934)

atrelado à dinâmica cafeeira.

O café chegou ao Estado de São Paulo através do Vale do Paraíba, expandindo-se pelo

Interior do Estado, em meados do século XIX. Em torno de 1850, essa atividade se intensificou e

caminhou em direção ao Interior.

MILLIET (1946), em seu estudo sobre o caminho percorrido pelo café, dividiu o Estado em

sete zonas; destas, a UGRHI do Tietê-Jacaré abrange áreas de quatro zonas: Araraquarense,

Noroeste, Paulista e Alta Sorocabana, sendo que grande parte da UGRHI compreende a zona

Araraquarense (cerca de 50% dos seus municípios).

Comparando-se a produção de café, o crescimento populacional e a porcentagem de

cobertura vegetal existente no Estado, nota-se que à medida que a cultura do café se expande no

território paulista, registra-se um crescimento populacional mais elevado, evidenciando uma forte

influência das atividades econômicas sobre a distribuição da população, bem como a

intensificação da derrubada da cobertura vegetal (TABELA 6.1).

Observa-se que ocorre, em alguns municípios, uma queda na produção de café e,

conseqüentemente, um decréscimo da população. Isso ocorre em função de baixa produtividade,

levando a população a deslocar-se em busca de novas áreas mais promissoras, ou para trabalhar

em outras atividades.

VICTOR (1975) identifica, como conseqüência da expansão e produção cafeeira, o

esgotamento das terras, a derrubada de novas áreas de matas para instalação dos cafezais: “as

antigas lavouras, agora abandonadas e sujeitas à forte erosão, se degradam inapelavelmente em

terras de algodão, em terras de cereais e finalmente como último recurso, em terras de

pastagens”.

Além do café, destaca-se a instalação das ferrovias como fator de influência ao

desenvolvimento da região, tanto do ponto de vista econômico quanto urbano. A estrada de ferro

vai se instalando a serviço dos fazendeiros, acompanhando, principalmente, o progresso das

zonas cafeeiras. As principais ferrovias que cortavam a UGRHI do Tietê-Jacaré eram a Paulista,

Sorocabana, Araraquarense e a Noroeste.

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TABELA 6.1 – Produção do café, crescimento populacional e cobertura vegetal nas zonas que abrangem a Bacia (MILLIET, 1946; VICTOR, 1975).

ARARAQUARENSE Produção de Café (arrobas) População (hab.) Municípios 1886 1920 1935 1886 1920 1935

Jaú 350.000 600.914 885.005 18.341 42.586 53.779 Barra Bonita - 206.327 167.139 - 9.315 7.864

Bariri - 240.814 492.196 - 23.830 25.398 Boa Esperança - 143.740 180.080 - 12.702 11.092

Brotas (Torrinha) 50.000 236.054 310.006 6.546 - 14.885 Dourado - 57.113 129.267 -- 8.827 8.453

Dois Córregos - 211.427 300.963 8.264 19.590 17.577 Ibitinga

(Tabatinga e Nova Europa)

- 83.620 523.971 - 25.977 36.982

Mineiros do Tietê - 119.327 98.450 - 7.938 6.409 Pederneiras - 76.040 331.386 - 28.488 23.312

Ribeirão Bonito - 223.393 217.875 - 13.569 14.460 Bocaina 20.000 279.027 279.753 4.412 14.889 11.344

ALTA SOROCABANA

São Manuel 150.000 412.653 859.310 - 15.702 23.509 Lençóis Paulista 1.060 88.420 398.150 19.111 20.294 22.567

Agudos - - 199.813 - 15.702 23.589

NOROESTE Iacanga - - 172.560 - - 16.426 Bauru - 99.833 455.320 - 20.386 45.852

PAULISTA

Araraquara 140.000 410.320 839.125 9.559 48.119 86.916 São Carlos 86.667 693.193 460.684 16.104 54.225 51.620

Cobertura Vegetal

no Estado (%) 1886 70,5

1920 44,8

1935 26,2

A Paulista, fundada em 1867, passa a operar em 1872, ligando Campinas a Jundiaí,

servindo de ligação entre a capital e o porto. Em direção ao interior, passava por Limeira e Rio

Claro, e desta última para São Carlos (alcançado em 1884) e Araraquara (1885). No sentido oeste

chegou a outros municípios da UGRHI - TJ, atingindo Bauru em 1910 (SMA, 1999a).

A Sorocabana, cuja origem está relacionada aos plantadores de algodão da região de

Sorocaba, inaugurou seu primeiro trecho em 1875 (São Paulo-Sorocaba). Um dos seus ramais

alcançou Agudos e Bauru em 1905 (FIGURA 6.1).

A Araraquarense, inaugurada em 1901 no trecho Araraquara-Taquaritinga, rumou para

São José do Rio Preto, atingindo o Rio Paraná em 1955.

A Noroeste partiu de Bauru em 1904, em direção a Araçatuba, e de lá para o Mato Grosso

(Campo Grande e Corumbá).

Essa rede de ferrovias, cortando a UGRHI, possibilitou que alguns municípios se

tornassem centros regionais, aqueles localizados nos grandes entroncamentos ferroviários,

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consolidando as atividades de comércio e serviços. Na Bacia destacam-se os municípios de

Araraquara, Jaú, Bauru e São Carlos.

FIGURA 6.1 - Vista do núcleo urbano de Bauru em 1940 (IGC, 1993).

Outro fator que possibilitou que a região se inserisse no processo de interiorização do

desenvolvimento foram as rodovias, entre elas a Anhangüera, Washington Luiz e a Castelo

Branco, instaladas a partir de 1959. Além do Pro-álcool e da citricultura (SMA, 1999a).

Ressalta-se, também, o papel desempenhado pelos rios no processo de ocupação e

desenvolvimento do Estado e da UGRHI - TJ. Foram utilizados inicialmente como via de

penetração no território paulista e para escoamento do café. Faziam a ligação entre as regiões

produtoras de café, localizadas mais distantes dos entroncamentos ferroviários

Passaram, em seguida, a serem vistos como recurso natural, para produção de energia

elétrica, durante o processo de industrialização e modernização dos serviços urbanos.

E, ultimamente, com a utilização da Hidrovia Tietê-Paraná no transporte de cana-de-

açúcar, material de construção e calcário, numa extensão de 300 km (1981), passando depois a

cobrir 1.000 km, e transportar também farelo, soja, grãos e fertilizantes. Tal influência é exercida

sobre alguns municípios da UGRHI localizados no seu entorno.

Além destes usos, citam-se o uso da água para lazer, agricultura, indústria e

abastecimento. Alguns desses, realizados sem nenhuma preocupação quanto à sua preservação,

acabam por gerar a degradação deste importante recurso natural.

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Em termos do processo de interiorização da indústria, ocorreu um expressivo crescimento

do Interior do Estado que, já nos anos 80, apresentava-se como o segundo maior parque

industrial do país (ASSIS et al., 1992).

Destacam-se, na UGRHI do Tietê-Jacaré, entre os municípios mais industrializados do

Estado, Araraquara, São Carlos, Agudos, Barra Bonita, Bauru, Jaú, Lençóis Paulista e Macatuba.

Considerando-se o pessoal ocupado na indústria, para cada ramo de atividade, destacam-se os

seguintes municípios na Bacia (TABELA 6.2). No ANEXO D é apresentado um resumo do

histórico de cada município integrante da UGRHI-TJ.

TABELA 6.2 – Ramos industriais e principais municípios produtores da UGRHI (ASSIS et al., 1992).

Ramo Industrial Município Classificação entre os

municípios de destaque no Estado (1988)

Barra Bonita 33 Lençóis Paulista 63

São Carlos 69 Bariri 77 Bauru 85

Araraquara 95

Minerais não-metálicos

Pederneiras 96 São Carlos 33 Metalúrgica Bauru 50 São Carlos 5 Araraquara 16

Bauru 44 Jaú 52

Mecânica

Ibaté 53 Material Elétrico e de Comunicações. Bauru 24

Bauru 33 Pederneiras 35 Transporte Araraquara 40

Bauru 37 São Carlos 42 São Manuel 50

Lençóis Paulista 54 Madeira

Araraquara 93 Bauru 51

Dois Córregos 57 Jaú 63 Mobiliário

São Carlos 69 Lençóis Paulista 27

São Carlos 28 Papel e Papelão Jaú 41

Lençóis Paulista 13 Macatuba 15

Araraquara 17 Barra Bonita 24

Bauru 26 Jaú 30

São Manuel 48 São Carlos 67

Dois Córregos 82 Ibaté 83

Nova Europa 92 Boa Esperança do Sul 125

Produtos Alimentares

Bariri 144

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Ramo Industrial Município Classificação entre os

municípios de destaque no Estado (1988)

Jaú 17 São Carlos 18

Bauru 29 São Manuel 31

Couro, Peles e similares

Bocaina 39 Química Araraquara 47

Agudos 6 Bauru 23 Jaú 34

Brotas 52 Ibaté 68 Bariri 80

Tabatinga 94 Lençóis Paulista 97

Bebidas

São Manuel 107 Bauru 5

Araraquara 17 Editorial e Gráfica São Carlos 33 Araraquara 44 Extração Tratamento de Minerais São Carlos 71

Perfumaria, Sabões e Velas Bauru 25 São Carlos 18 Produtos de Matérias Plásticas Bauru 25 Araraquara 13

Jaú 14 São Carlos 22 São Manuel 34

Ribeirão Bonito 46 Lençóis Paulista 47

Têxtil

Bauru 55 Jaú 5

Bauru 34 Ibitinga 44

Araraquara 49 Barra Bonita 61

Mineiros do Tietê 64

Vestuário, Calçados e Artefatos de Tecidos

São Carlos 70 São Carlos 5 Diversas (brinquedos, musical, fotografia,

etc.) Bauru 53

6.1.1 Aspectos regionais da ocupação da UGRHI-TJ

A UGRHI do Tietê-Jacaré engloba 34 municípios com sede na sua área de influência, a

maioria deles pertencente às Regiões Administrativas de Bauru e de Araraquara. Encontra-se

localizada no centro do Estado de São Paulo, entre as represas de Ibitinga e Barra Bonita.

A ocupação desta área está vinculada ao avanço da cafeicultura no final do séc. XIX,

quando da expansão do modelo econômico agrário-exportador, então dominante. Segundo

SEADE (1999), a região apresenta dois vetores distintos de ocupação do território: um deles, na

direção oeste, a partir de Campinas, chegando até as regiões de Araraquara, Ribeirão Preto e

São José do Rio Preto, onde estão as terras mais férteis do Estado. O outro, a partir de Sorocaba,

adentrando a região pela margem esquerda do Rio Tietê.

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Praticada de forma extensiva, a lavoura do café espraiou-se rapidamente pela região,

promovendo o assentamento de populações e impulsionando outras atividades, como a pecuária

e culturas alimentícias. As ferrovias e a imigração constituíram-se em fatores de fundamental

importância no processo de desenvolvimento da cafeicultura e de povoamento desta região.

Por volta de 1905, a Estrada de Ferro Sorocabana, ao chegar até Bauru, assegura a

ligação estratégica da região com o porto de Santos e a capital; a Cia. Paulista de Estradas de

Ferro, a partir de Itirapina, segue rumo oeste e atinge Jaú em 1887; atravessa o Rio Tietê até

Pederneiras, integra-se com a Estrada de Ferro Sorocabana e chega até Bauru em 1910; a

Estrada de Ferro Noroeste do Brasil estende os seus primeiros quilômetros de trilho por volta de

1904, a partir de Bauru, com o objetivo de alcançar o Estado de Mato Grosso (Campo Grande e

Corumbá); a Estrada de Ferro Araraquara (Araraquarense), inaugurada em 1901, com a ligação

Araraquara-Taquaritinga, segue para São José do Rio Preto em 1912. Depois de um longo

período estacionada, a Estrada de Ferro Araraquara segue para Votuporanga, em 1945;

Fernandópolis, em 1950; passa por Jales e chega à região de Rubinéia (Porto Tamboado - Rio

Paraná), em 1955.

O sistema ferroviário, com os seus grandes entroncamentos, reforçou a importância de

alguns municípios desta região, os quais viram ampliadas as suas funções ligadas ao comércio

exportador e à estocagem do café, bem como a de entreposto comercial para o abastecimento

das cidades menores. Desde essa época, Bauru vem assumindo o papel de pólo de

desenvolvimento regional. Os municípios de Jaú, Araraquara e São Carlos consolidaram-se um

pouco mais tarde como centros regionais.

Com a crise de 1929 e em decorrência da queda nos preços internacionais do café, a

região passa por um período de estagnação e de mudanças. O plantio do café foi, aos poucos,

substituído pelas culturas de subsistência, algodão, e cana-de-açúcar. Apesar do quadro

econômico desfavorável, o município de Bauru, devido à sua posição de pólo terciário, tendo, no

comércio e nos serviços, os núcleos básicos de suas atividades urbanas, continuou a manter a

sua posição de centro urbano regional, o que pode ser medido pela taxa de urbanização,

considerada extremamente alta para a época: 51,5% em 1934 (CANO, 1992). De modo geral, o

período que se estende de 1940 a 1970 pode ser considerado crítico para toda a região,

extrapolando os limites da UGRHI - Tietê/Jacaré, tendo-se observado perdas populacionais na

maioria dos municípios.

Conforme SEADE (1999), a implantação das rodovias estaduais (Anhangüera, Washington

Luiz e a Castelo Branco), facilitou a entrada desta região no processo de desconcentração e de

interiorização do desenvolvimento econômico e social iniciado nos anos 70. Este processo foi

determinado, entretanto, por um conjunto relativamente amplo de condicionantes. Conforme IPT

(1996), a política de subsídios às exportações que dinamizou a agro-indústria no estado, abrindo

na região, mercados para a exportação de produtos como laranja e café; o Programa Nacional do

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Álcool Carburante - Pró-Álcool; a existência na cidade de São Carlos de um centro tecnológico

universitário considerado de excelência, centrado nos campus da Universidade Federal de São

Carlos - UFSCar e Universidade de São Paulo – USP, e as políticas municipais de atração de

investimentos, podem ser consideradas como fatores fundamentais deste processo. Some-se a

estes condicionantes, o fato desta UGRHI poder contar com uma infra-estrutura privilegiada em

termos de transporte.

6.2 Aspectos Demográficos

A UGRHI Tietê-Jacaré abrigava, em 1996, uma população de 1.233.017 habitantes, dos

quais 92% localizados na zona urbana. No período de 1970 a 1980, a população total desta

UGRHI teve um acréscimo de 30,5%, passando de 649.425 para 847.667 habitantes. No período

seguinte, 1980 a 1991, o acréscimo foi ligeiramente superior, de 32,1%, e a população regional

chegou a mais de um milhão de habitantes. As estimativas para as décadas que se seguem

indicam acréscimos menores em termos relativos, da ordem de 17%, para os períodos de 1991-

2000 e 2000-2010. Prevê-se, para o ano 2000, uma população de cerca de 1 milhão e trezentos

mil habitantes e, para 2010, de aproximadamente 1 milhão e meio. A população urbana, já

bastante significativa em 1980 (85%), deverá chegar a 96% em 2010 (TABELAS 6.3, 6.4 e 6.5).

TABELA 6.3 - População Total da UGRHI-TJ (1970 a 1996) e estimada para 2000 e 2010. PopulaçãoMunicípios 1970 1980 1991 1996 2000 2010

1 Agudos 18.543 24.372 31.560 32.872 32.160 33.3582 Araraquara 100.438 127.573 166.103 172.756 174.813 186.1683 Arealva 6.519 6.788 6.866 6.672 6.445 5.8724 Areiópolis ND 6.708 9.958 10.148 10.177 9.8855 Bariri 17.497 19.821 24.447 25.775 26.646 28.4666 Barra Bonita 17.328 22.486 30.625 32.810 34.380 37.5117 Bauru 131.936 185.683 259.504 292.003 318.131 384.2428 Boa Esperança do Sul 6.363 8.308 11.799 12.828 12.325 14.2439 Bocaina 6.896 6.756 7.240 8.537 9.610 12.865

10 Boracéia 2.643 3.554 3.463 3.546 3.579 3.59811 Borebi ND ND ND 1.761 2.087 3.18512 Brotas 11.962 11.216 14.344 17.010 19.191 26.08513 Dois Córregos 13.417 15.414 18.732 21.587 24.013 31.14314 Dourado 5.634 6.545 7.728 8.286 8.602 9.32615 Gavião Peixoto ND ND ND ND 4.667 5.14816 Iacanga 7.171 6.581 7.540 8.100 8.431 9.27217 Ibaté 7.475 11.365 18.712 23.410 27.555 40.70118 Ibitinga 23.968 29.014 38.084 42.286 45.465 53.66319 Igaraçu do Tietê 8.861 12.642 20.760 23.038 24.874 28.94520 Itaju 3.236 2.499 2.361 2.270 2.202 2.02121 Itapuí 6.728 7.600 9.030 9.882 10.623 12.37022 Itirapina 6.968 6.889 9.862 11.005 11.886 14.04023 Jaú 56.301 73.727 93.816 103.433 110.799 129.19324 Lençóis Paulista 22.432 34.853 46.020 50.757 55.756 68.00925 Macatuba 7.733 10.824 13.417 15.977 18.190 24.54826 Mineiros do Tietê 5.096 6.665 9.415 10.992 12.247 16.08827 Nova Europa 3.822 4.496 5.368 6.754 7.927 11.785

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PopulaçãoMunicípios 1970 1980 1991 1996 2000 2010 28 Pederneiras 18.399 26.021 31.833 33.888 35.490 38.43929 Ribeirão Bonito 6.856 8.330 10.287 10.794 11.136 11.82130 São Carlos 84.425 119.012 157.549 175.209 189.219 223.43131 São Manuel 27.402 27.436 35.250 38.221 36.478 40.31232 Tabatinga 6.875 7.968 10.750 12.239 13.603 17.18433 Torrinha 6.501 6.521 7.492 8.171 8.590 9.64534 Trabiju ND ND ND ND 1.438 1.640

Total da UGRHI 649.425 847.667 1.119.915 1.233.017 1.318.735 1.544.202 % - UGRHI/SP 3,65 3,40 3,56 3,62 3,64 3,73 Total do Estado de SP 17.771.948 24.953.238 31.436.273 34.074.808 36.211.619 41.349.781

Fonte: SEADE e IBGE ND: Dado não disponível

TABELA 6.4 - Acréscimo populacional na UGRHI Tietê-Jacaré.

UGRHI - Tietê/Jacaré Anos

Nos absolutos % 1970 - 1980 198.242 30,52 1980 - 1991 272.248 32,12 1991 - 2000 198.820 17,75 2000 - 2010 225.467 17,10

Fonte : Fundação Seade.

TABELA 6.5 - Distribuição da população por zona urbana e rural.

População Urbana rural Total

Anos Nos absolutos % Nos absolutos % Nos absolutos %

1980 721.707 85,14 124.479 14,68 847.667 100,0 1991 1.020.469 91,12 99.446 8,88 1.119.915 100,0 1996 1.143.193 92,72 89.824 7,28 1.233.017 100,0 2000 1.241.249 94,12 77.486 5,88 1.318.735 100,0 2010 1.486.522 96,26 57.680 3,74 1.544.202 100,0

Fonte: Fundação Seade

Em 1996, o conjunto de municípios da região, com população inferior a 20.000 habitantes,

detinha 13% da população total. Neste mesmo ano, os municípios de Ibitinga, São Manuel,

Pederneiras, Agudos, Barra Bonita, Bariri, Ibaté, Igaraçu do Tietê e Dois Córregos, com população

entre 20.000 e 50.000 habitantes, abrigavam 22% da população. Lençóis Paulista, único município

na faixa de 50.000 a 100.000 habitantes, respondia por 4%; e os municípios de Bauru,

Araraquara, São Carlos e Jaú, os mais importantes da região, concentravam 60% dos habitantes

da UGRHI-TJ. As projeções para 2000 e 2010 indicam mudanças pouco significativas: Brotas e

Relatório no 40.674

88

Macatuba deverão ingressar no grupo dos municípios com população entre 20.000 e 50.000

habitantes. Destaque-se a performance de Ibaté, que em 1991 tinha pouco mais de 18 mil

habitantes, deverá chegar a 2010 com 40 mil; Ibitinga poderá abrigar cerca de 53 mil habitantes e,

juntamente com Lençóis Paulista, deverá compor o grupo de municípios com população entre 50

mil e 100 mil. Os municípios centrais deverão continuar na liderança, detendo 60% da população

regional (TABELA 6.6).

Segundo SEADE (1999), os municípios da UGRHI que apresentaram maiores taxas

médias geométricas de crescimento demográfico, entre 1980 e 1991, foram: Ibaté (4,63%),

Igaraçu do Tietê (4,61%), Areiópolis (3,65%), Boa Esperança do Sul (3,24%) e Mineiros do Tietê

(3,19%). Destes, apenas Ibaté continuou a manter um crescimento significativo. Neste mesmo

período (TABELA 6.7), os municípios centrais apresentaram taxas mais modestas, embora

superiores à média do Estado, de 2,12%: Bauru (3,09%), São Carlos (2,58%), Araraquara (2,42%)

e Jaú (2,21 %).

TABELA 6.6 - Agrupamento dos Municípios da UGRHI - TJ por tamanho da população: 1970-1996 e estimativas para 2000 e 2010.

Municípios com população com menos de 20 mil habitantes1970 1980 1991 1996 2000 2010

Agudos 18 543 Bariri 19 821 Dois Córregos 18 732 Brotas 17 010 Brotas 19 191 Tabatinga 17 184Pederneiras 18 399 Dois Córregos 15 414 Ibaté 18 712 Macatuba 15 977 Macatuba 18 190 Mineiros do Tietê 16 088Bariri 17 497 Igaraçu do Tietê 12 642 Brotas 14 344 Boa Esperança do Sul 12 828 Tabatinga 13 603 Boa Esperança do Sul 14 243Barra Bonita 17 328 Ibaté 11 365 Macatuba 13 417 Tabatinga 12 239 Boa Esperança do Sul 12 325 Itirapina 14 040Dois Córregos 13 417 Brotas 11 213 Boa Esperança do Sul 11 799 Itirapina 11 005 Mineiros do Tietê 12 247 Bocaina 12 865Brotas 11 962 Macatuba 10 824 Tabatinga 10 750 Mineiros do Tietê 10 992 Itirapina 11 886 Itapuí 12 370Igaraçu do Tietê 8 861 Ribeirão Bonito 8 330 Ribeirão Bonito 10 287 Ribeirão Bonito 10 794 Ribeirão Bonito 11 136 Ribeirão Bonito 11 821Macatuba 7 733 Boa Esperança do Sul 8 308 Areiópolis 9 958 Areiópolis 10 148 Itapuí 10 623 Nova Europa 11 785Ibaté 7 475 Tabatinga 7 968 Itirapina 9 862 Itapuí 9 882 Areiópolis 10 177 Areiópolis 9 885Iacanga 7 171 Itapuí 7 600 Mineiros do Tietê 9 415 Bocaina 8 537 Bocaina 9 610 Torrinha 9 645Itirapina 6 968 Itirapina 6 889 Itapuí 9 030 Dourado 8 286 Dourado 8 602 Dourado 9 326Bocaina 6 896 Arealva 6 788 Dourado 7 728 Torrinha 8 171 Torrinha 8 590 Iacanga 9 272Tabatinga 6 875 Bocaína 6 756 Iacanga 7 540 Iacanga 8 100 Iacanga 8 431 Arealva 5 872Ribeirão Bonito 6 856 Areiópolis 6 708 Torrinha 7 492 Nova Europa 6 754 Nova Europa 7 927 Gavião Peixoto 5 148Itapuí 6 728 Mineiros do Tietê 6 665 Bocaina 7 240 Arealva 6 672 Arealva 6 445 Boracéia 3 598Arealva 6 519 Iacanga 6 581 Arealva 6 866 Boracéia 3 546 Gavião Peixoto 4 667 Borebi 3 185Torrinha 6 501 Dourado 6 545 Nova Europa 5 368 Itaju 2 270 Boracéia 3 579 Itaju 2 021Boa Esperança do Sul 6 363 Torrinha 6 521 Boracéia 3 463 Borebi 1 761 Itaju 2 202 Trabiju 1 640Dourado 5 634 Nova Europa 4 496 Itaju 2 361 Borebi 2 087Mineiros do Tietê 5 096 Boracéia 3 554 Trabiju 1 438Nova Europa 3 822 Itaju 2 499Itaju 3 236Boracéia 2 643Total 202,523 177,487 184,364 164,972 182,956 169,988

Municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes1970 1980 1991 1996 2000 2010

São Manuel 27 402 Lençóis Paulista 34 853 Lençóis Paulista 46 020 Ibitinga 42 286 Ibitinga 45 465 Ibaté 40 701Ibitinga 23 968 Ibitinga 29 014 Ibitinga 38 084 São Manuel 38 221 São Manuel 36 478 São Manuel 40 312Lençóis Paulista 22 432 São Manuel 27 436 São Manuel 35 250 Pederneiras 33 888 Pederneiras 35 490 Pederneiras 38 439

Pederneiras 26 021 Pederneiras 31 833 Agudos 32 872 Barra Bonita 34 380 Barra Bonita 37 511Agudos 24 372 Agudos 31 560 Barra Bonita 32 810 Agudos 32 160 Agudos 33 358Barra Bonita 22 486 Barra Bonita 30 625 Bariri 25 775 Ibaté 27 555 Dois Córregos 31 143

Bariri 24 447 Ibaté 23 410 Bariri 26 646 Igaraçu do Tietê 28 945Igaraçu do Tietê 20 760 Igaraçu do Tietê 23 038 Igaraçu do Tietê 24 874 Bariri 28 466

Dois Córregos 21 587 Dois Córregos 24 013 Brotas 26 085Macatuba 24 548

Total 73,802 164,182 258,579 273,887 287,061 329,508Municípios com população com mais de 50 mil até 100 mil habitantes

1970 1980 1991 1996 2000 2010São Carlos 84 425 Jaú 73 727 Jaú 93 816 Lençóis Paulista 50 757 Lençóis Paulista 55 756 Lençóis Paulista 68 009Jaú 56 301 Ibitinga 53 663Total 140,726 73 727 93 816 50 757 55 756 121,672

Municípios com população com mais de 100 mil habitantes1970 1980 1991 1996 2000 2010

Bauru 131 936 Bauru 185 683 Bauru 259 504 Bauru 292 003 Bauru 318 131 Bauru 384 242Araraquara 100 438 Araraquara 127 573 Araraquara 166 103 São Carlos 175 209 São Carlos 189 219 São Carlos 223 431

São Carlos 119 012 São Carlos 157 209 Araraquara 172 756 Araraquara 174 813 Araraquara 186 168Jaú Jaú 110 799 Jaú 129 193

Total 232,374 432,268 582,816 743,401 792,962 923,034103.433

Relatório no 40.674

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TABELA 6.7 - Taxa geométrica de crescimento anual da população - TGCA da UGRHI do Tietê-Jacaré, nos anos de 1980, 1991 e 1996.

T.G.C.A - %Municípios 1980 1991 1996 1 Agudos 2,81 2,37 0,75 2 Araraquara 2,46 2,42 1,15 3 Arealva 0,41 0,10 -0,67 4 Areiópolis 1,66 3,65 0,32 5 Bariri 1,29 1,92 1,02 6 Barra Bonita 2,69 2,84 1,29 7 Bauru 3,53 3,09 2,34 8 Boa Esperança do Sul ND 3,24 1,62 9 Bocaina -0,19 0,63 3,43

10 Boracéia 3,01 -0,24 0,51 11 Borebi ND ND 4,83 12 Brotas -0,60 2,26 3,50 13 Dois Córregos 1,43 1,78 2,86 14 Dourado 1,54 1,52 1,41 15 Gavião Peixoto ND ND ND 16 Iacanga -0,83 1,24 1,42 17 Ibaté 4,36 4,63 4,61 18 Ibitinga 1,97 2,50 2,10 19 Igaraçu do Tietê ND 4,61 2,07 20 Itaju -2,56 -0,52 -0,79 21 Itapuí 1,26 1,58 1,83 22 Itirapina -0,06 3,31 2,10 23 Jaú 2,77 2,21 1,97 24 Lençóis Paulista 4,56 2,55 2,60 25 Macatuba 3,46 1,97 3,60 26 Mineiros do Tietê 2,76 3,19 3,14 27 Nova Europa 1,67 1,62 4,81 28 Pederneiras 3,56 1,85 1,18 29 Ribeirão Bonito 2,00 1,93 0,92 30 São Carlos 3,54 2,58 2,13 31 São Manuel 0,05 2,30 1,58 32 Tabatinga 1,53 2,76 2,64 33 Torrinha 0,05 1,27 1,78 34 Trabiju ND ND ND

Total do Estado de SP ND 2,12 1,58

Fonte: SEADE e IBGE ND: Dado não disponível

A região apresenta elevados índices de urbanização e, no ano 2010, 96% de sua população

deverão estar localizados nas áreas urbanas. Cerca de 68% da população urbana da UGRHI

deverão estar concentrados em 6 municípios: Bauru (26%); São Carlos (14%); Araraquara (12%);

Jaú (8%); Lençóis Paulista (4%) e Ibitinga (3%). As TABELAS 6.8 e 6.9 apresentam estes dados.

Os municípios de Araraquara e São Carlos, distantes 42 km um do outro, apresentam

características de aglomeração urbana, dados os sinais evidentes de integração funcional de

natureza econômica e social relacionadas ao complexo sucro-alcooleiro; ao cultivo e

processamento de citrus; à educação de nível superior; aos vários setores industriais; e à

diversidade do setor de serviços. Ibaté vem beneficiando-se desta integração por estar localizado

Relatório no 40.674

90

entre São Carlos e Araraquara. Em 2010, cerca de 29% da população urbana regional deverá

estar localizada nestes três municípios.

Araraquara e São Carlos, além de apresentarem características de aglomeração urbana,

são classificados no estudo do IPEA (1999), juntamente com Bauru, como Centros Sub-Regionais

de 1a Ordem. Essa classificação se dá com base em indicadores relacionados, principalmente, a:

escala de urbanização; complexidade e diversidade das atividades terciárias; intensidade e

dimensão do fluxo de bens e serviços; presença de setores econômicos diferenciados e com

elevado nível de articulação inter e intra-setorial. Jaú, com base nestes mesmos indicadores,

encontra-se classificado como Centro Sub-Regional de 2a Ordem.

TABELA 6.8 - População Urbana da UGRHI-TJ, de 1980 a 1996 e estimativas para 2000 e 2010. População Municípios 1980 1991 1996 2000 2010

1 Agudos 19.632 27.897 30.121 30.681 32.6642 Araraquara 118.289 155.850 160.095 164.860 176.8083 Arealva 3.261 4.181 4.411 4.509 4.6034 Areiópolis 3.432 7.814 8.431 8.753 9.0465 Bariri 15.324 21.355 23.376 24.703 27.3606 Barra Bonita 20.292 28.869 31.558 33.441 37.0737 Bauru 179.823 254.075 286.977 313.435 380.3858 Boa Esperança do Sul 4.823 8.767 10.517 10.641 13.4009 Bocaina 4.322 6.033 7.628 8.900 12.500

10 Boracéia 1.578 2.509 2.749 2.894 3.14911 Borebi ND ND 1.266 1.595 2.72212 Brotas 7.481 10.843 13.984 16.575 24.34013 Dois Córregos 12.441 16.246 19.150 21.630 28.92014 Dourado 4.674 6.435 7.435 8.012 9.10415 Gavião Peixoto ND ND ND 2.170 3.01316 Iacanga 4.378 5.998 6.706 7.160 8.28117 Ibaté 8.461 16.269 21.643 26.231 40.09318 Ibitinga 23.542 34.285 39.128 42.759 51.87619 Igaraçu do Tietê 11.560 20.338 21.864 23.764 28.02020 Itaju 635 1.004 1.281 1.471 1.73421 Itapuí 4.953 7.416 8.620 9.588 11.77722 Itirapina 5.019 7.435 9.505 10.919 13.75323 Jaú 61.905 86.455 96.931 104.920 124.73524 Lençóis Paulista 29.132 42.889 47.552 53.021 66.25825 Macatuba 6.339 10.043 13.789 16.721 24.06626 Mineiros do Tietê 5.184 8.660 10.364 11.705 15.71627 Nova Europa 2.010 3.628 5.560 7.116 11.51628 Pederneiras 19.900 26.729 30.341 32.873 37.30229 Ribeirão Bonito 5.772 8.145 9.059 9.689 10.94330 São Carlos 109.753 147.750 163.815 177.461 211.04831 São Manuel 19.379 29.994 33.906 33.967 38.94832 Tabatinga 3.858 6.943 8.955 10.729 15.31433 Torrinha 4.555 5.614 6.476 7.066 8.51234 Trabiju ND ND ND 1.290 1.543

Total da UGRHI 721.707 1.020.469 1.143.193 1.241.249 1.486.522 % - UGRHI/SP 3,26 3,50 3,60 3,64 3,76 Total do Estado de SP 22.118.840 29.155.735 31.725.505 34.065.193 39.553.016

Fonte: SEADE ND: Dado não disponível

Relatório no 40.674

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TABELA 6.9 - Agrupamento dos Municípios da UGRHI-TJ por tamanho da população urbana: 1980 - 1996 e estimada para 2000 e 2010.

Municípios com população urbana com menos de 20 mil habitantes1980 1991 1996 2000 2010

Pederneiras 19 900 Ibaté 16 269 Dois Córregos 19 150 Macatuba 16 721 Mineiros do Tietê 15 716Agudos 19 632 Dois Córregos 16 246 Brotas 13 984 Brotas 16 575 Tabatinga 15 314São Manuel 19 379 Brotas 10 843 Macatuba 13 789 Mineiros do Tietê 11 705 Itirapina 13 753Bariri 15 324 Macatuba 10 043 Boa Esperança do Sul 10 517 Itirapina 10 919 Boa Esperança do Sul 13 400Dois Córregos 12 441 Boa Esperança do Sul 8 767 Mineiros do Tietê 10 364 Tabatinga 10 729 Bocaina 12 500Igaraçu do Tietê 11 560 Mineiros do Tietê 8 660 Itirapina 9 505 Boa Esperança do Sul 10 641 Itapuí 11 777Ibaté 8 461 Ribeirão Bonito 8 145 Ribeirão Bonito 9 059 Ribeirão Bonito 9 689 Nova Europa 11 516Brotas 7 481 Areiópolis 7 814 Tabatinga 8 955 Itapuí 9 588 Ribeirão Bonito 10 943Macatuba 6 339 Itirapina 7 435 Itapuí 8 620 Bocaina 8 900 Dourado 9 104Ribeirão Bonito 5 772 Itapuí 7 416 Areiópolis 8 431 Areiópolis 8 753 Areiópolis 9 046Mineiros do Tietê 5 184 Tabatinga 6 943 Bocaina 7 628 Dourado 8 012 Torrinha 8 512Itirapina 5 019 Dourado 6 435 Dourado 7 435 Iacanga 7 160 Iacanga 8 281Itapuí 4 953 Bocaina 6 033 Iacanga 6 706 Nova Europa 7 116 Arealva 4 603Boa Esperança do Sul 4 823 Iacanga 5 998 Torrinha 6 476 Torrinha 7 066 Boracéia 3 149Dourado 4 674 Torrinha 5 614 Nova Europa 5 560 Arealva 4 509 Gavião Peixoto 3 013Torrinha 4 555 Arealva 4 181 Arealva 4 411 Boracéia 2 894 Borebi 2 722Iacanga 4 378 Nova Europa 3 628 Boracéia 2 749 Gavião Peixoto 2 170 Itaju 1 734Bocaina 4 322 Boracéia 2 509 Itaju 1 281 Borebi 1 595 Trabiju 1 543Tabatinga 3 858 Itaju 1 004 Borebi 1 266 Itaju 1 471Areiópolis 3 432 Trabiju 1 290Arealva 3 261Nova Europa 2 010Boracéia 1 578Itaju 635Total 178,971 143,983 155,886 157,503 156,626

Municípios com população urbana entre 20 mil até 50 mil habitantes1980 1991 1996 2000 2010

Lençóis Paulista 29 132 Lençóis Paulista 42 889 Lençóis Paulista 47 552 Ibitinga 42 759 Ibaté 40 093Ibitinga 23 542 Ibitinga 34 285 Ibitinga 39 128 São Manuel 33 967 São Manuel 38 948Barra Bonita 20 292 São Manuel 29 994 São Manuel 33 906 Barra Bonita 33 441 Pederneiras 37 302

Barra Bonita 28 869 Barra Bonita 31 558 Pederneiras 32 873 Barra Bonita 37 073Agudos 27 897 Pederneiras 30 341 Agudos 30 681 Agudos 32 664Pederneiras 26 729 Agudos 30 121 Ibaté 26 231 Dois Córregos 28 920Bariri 21 355 Bariri 23 376 Bariri 24 703 Igaraçu do Tietê 28 020Igaraçu do Tietê 20 338 Igaraçu do Tietê 21 864 Igaraçu do Tietê 23 764 Bariri 27 360

Ibaté 21 643 Dois Córregos 21 630 Brotas 24 340Macatuba 24 066

Total 72,966 232,356 279,489 270,049 318,786 Municípios com população urbana com mais de 50 mil até 100 mil habitantes

1980 1991 1996 2000 2010Jaú 61 905 Jaú 86 455 Jaú 96 931 Lençóis Paulista 53 021 Lençóis Paulista 66 258

Ibitinga 51 876Total 61,905 86,455 96,931 53,021 118,134

Municípios com população urbana com mais de 100 mil habitantes1980 1991 1996 2000 2010

Bauru 179 823 Bauru 254 075 Bauru 286 977 Bauru 313 435 Bauru 380 385Araraquara 118 289 Araraquara 155 850 São Carlos 163 815 São Carlos 177 461 São Carlos 211 048São Carlos 109 753 São Carlos 147 750 Araraquara 160 095 Araraquara 164 860 Araraquara 176 808

Jaú 104 920 Jaú 124 735Total 407,865 557,675 610,887 760,676 892,976

6.3 Economia

A UGRHI do Tietê-Jacaré apresenta uma economia bastante diversificada, com destaque

para o complexo sucro-alcooleiro e plantio e processamento de cítricos. A atividade sucro-

alcooleira é formada pela produção do açúcar e do álcool, envolvendo a mesma matéria-prima, a

cana-de-açúcar, mas abastecendo mercados distintos: bem final de consumo ou insumo para a

indústria de alimentos e insumo para a indústria química ou combustível para motores de

automóveis. O complexo sucro-alcooleiro estende-se por quase toda a área desta UGRHI. Já o

cultivo de citrus, notadamente laranja, concentra-se nas imediações de São Carlos e Araraquara,

sendo que este último município destaca-se no processamento de cítricos.

Vários outros setores comparecem com destaque nesta UGRHI, tais como: bebidas e

papel, em Agudos, Araraquara e Bauru; calçados, em Jaú; tecidos e metalmecânica, em São

Carlos; bordados, em Ibitinga; turismo, em Barra Bonita e Igaraçu do Tietê, explorando a represa

e a eclusa de Barra Bonita.

Relatório no 40.674

92

A UGRHI do Tietê-Jacaré apresenta uma infra-estrutura de transporte privilegiada, sendo

cortada pela hidrovia Tietê-Paraná, por uma malha ferroviária eletrificada e em funcionamento e

pelas rodovias Marechal Rondon e Washington Luiz. Diversas rodovias cortam a área da UGRHI,

interligando os seus municípios. Dentre os municípios da UGRHI Tietê-Jacaré, Pederneiras é o

que mais tem se beneficiado da proximidade com a hidrovia Tietê-Paraná, graças à construção do

terminal intermodal e do distrito industrial. A região é cortada pelo gasoduto Bolívia-Brasil, que

atravessa os seguintes municípios: Iacanga, Gavião Peixoto, Ribeirão Bonito, Ibaté, Itirapina,

Ibitinga, Boa Esperança do Sul, Araraquara e São Carlos. Estes dois últimos deverão dispor de

city-gates (estações de medição, compressão e redução). Em Bauru e Ibitinga serão instaladas

válvulas, que são “pontos de espera” para a construção de city-gates. Este fato deverá aumentar

as vantagens comparativas da região e poderá atrair novos investimentos produtivos.

Segundo a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico - SCTDE/SP,

estavam previstos para esta região, em 1998, investimentos privados da ordem de 970 milhões,

nos municípios de Agudos (bebidas e madeira); Bauru (gráfico); Pederneiras (alimentos);

Araraquara (mecânico, serviços, têxtil, autopeças); São Carlos (comércio, eletro-eletrônico,

automobilístico ). Considerando-se o Índice de Participação dos Municípios - IPM ∗(*) e a posição

dos municípios no “ranking“ geral do Estado de São Paulo, destacam-se, no período de 1994 a

1997, Bauru, São Carlos, Araraquara, Jaú, Lençóis Paulista, Agudos e Barra Bonita. Esta situação

não se altera em relação ao Valor Adicionado (TABELAS 6.10 e 6.11).

TABELA 6.10 - Índice de Participação dos Municípios (IPM), dos municípios com sede na UGRHI-TJ, no período 1994 –1997.

Municípios 1994 Clas. 1995 Clas. 1996 Clas. 1997 Clas. AGUDOS 0,12864065 97 0,13613564 97 0,14063242 94 0,12760882 100

ARARAQUARA 0,39140971 34 0,44623357 33 0,50152568 27 0,51715392 28

AREALVA 0,01584775 433 0,01523916 446 0,01556470 440 0,01818683 408

AREIÓPOLIS 0,01479045 453 0,01281186 494 0,01334632 481 0,01486697 458

BARIRI 0,05060306 203 0,05239980 203 0,05553852 201 0,05642639 202

BARRA BONITA 0,14831356 87 0,13915875 94 0,12609074 105 0,12234795 106

BAURU 0,57657798 25 0,61599956 26 0,61411650 26 0,59136918 26

BOA ESPERANÇA DO SUL 0,03835003 249 0,03558262 262 0,03738986 257 0,03796068 253

BOCAINA 0,02706467 309 0,02870654 304 0,02994546 297 0,03021812 297

BORACÉIA 0,01279128 494 0,01247883 498 0,01225540 503 0,01213472 512

BOREBI 0,01142023 516 0,01221204 503 0,01257222 496 0,0133205 491

BROTAS 0,04774375 214 0,05083938 212 0,05315658 205 0,05340729 211

DOIS CÓRREGOS 0,05740796 188 0,06120461 186 0,05880915 193 0,05421857 209

DOURADO 0,01721549 414 0,01699381 421 0,01684056 419 0,01899722 395

GAVIÃO PEIXOTO 0,00000000 638 0,00570972 630 0,01023327 553 0,01197832 516

IACANGA 0,02251293 349 0,02366527 339 0,02445150 338 0,02494765 333

IBATÉ 0,04441870 227 0,04650680 226 0,03929002 246 0,03731906 260

∗(*) As variáveis que compões o IPM e seus respectivos pesos relativos são: Valor Adicionado (76%); População (13%); Receita Tributária Própria (5%); Área Cultivada (3%); Área Ocupada com Geração de Energia Elétrica (0,5%); Área de Proteção Ambiental (0,5%); Percentual Fixo (2%). O Valor Adicionado é a variável central do IPM e reflete a dinâmica econômica da produção de bens e serviços das diversas empresas em atividade em um dado município, região ou estado.

Relatório no 40.674

93

Municípios 1994 Clas. 1995 Clas. 1996 Clas. 1997 Clas. IBITINGA 0,07824598 143 0,08398439 138 0,09014315 134 0,0909598 136

IGARAÇU DO TIETÊ 0,02153854 360 0,02167108 362 0,02118750 364 0,02095372 369

ITAJU 0,01029170 549 0,01037735 545 0,01068430 542 0,01107945 540

ITAPUÍ 0,02275424 346 0,02235478 355 0,02072987 368 0,02239452 357

ITIRAPINA 0,02985326 295 0,02872527 303 0,02982650 298 0,03073775 293

JAÚ 0,20142428 67 0,20739823 69 0,20160573 67 0,19564794 67

LENÇÓIS PAULISTA 0,17181180 76 0,17382944 78 0,17003097 75 0,16037952 82

MACATUBA 0,08457721 135 0,07969582 149 0,06763342 169 0,06209306 189

MINEIROS DO TIETÊ _ _ _ _ _ _ 0,02194606 361

NOVA EUROPA 0,01987167 378 0,02319709 341 0,02011916 375 0,01830398 406

PEDERNEIRAS 0,08800208 128 0,08278164 139 0,07988535 149 0,08510483 142

RIBEIRÃO BONITO 0,02450286 334 0,02591895 325 0,02598551 320 0,02482096 334

SÃO CARLOS 0,47382419 32 0,48327653 31 0,48969598 28 0,50739812 29

SÃO MANUEL 0,10221265 114 0,10292748 120 0,09564220 129 0,09687269 128

TABATINGA 0,02046803 374 0,02273711 349 0,02479964 334 0,02548893 327

TORRINHA 0,01955961 382 0,02053267 370 0,02162623 362 0,02118067 367

TRABIJU 0,00000000 645 0,00465980 636 0,00622098 630 0,00592334 637

Total da Bacia 2,97404630 3,10594559 3,13757539 3,14374753

Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, 1999.

TABELA 6.11 - Valor Adicionado por Município da UGRHI-TJ no período de 1994 a 1997. Município 1994 Clas. 1995 Clas. 1996 Clas. 1997 Clas.

BAURU 677.610.481 26 902.188.427 26 932.794.434 25 1.051.403.002 26

SÃO CARLOS 594.906.948 31 674.155.834 30 918.660.663 28 958.752.690 28

ARARAQUARA 472.457.487 35 650.552.998 33 874.111.438 29 935.359.432 29

JAÚ 234.767.876 67 254.881.623 74 306.727.874 69 300.548.951 75

LENÇÓIS PAULISTA 225.454.710 70 234.048.812 79 301.473.889 70 257.359.638 89

BARRA BONITA 199.434.662 80 199.419.801 91 224.653.838 95 229.171.900 97

AGUDOS 139.864.060 96 192.140.908 94 214.239.390 98 223.517.608 98

MACATUBA 117.043.267 110 114.135.513 130 138.181.871 127 151.547.078 126

SÃO MANUEL 110.285.124 114 102.643.611 139 114.775.712 148 145.781.261 133

PEDERNEIRAS 90.394.557 132 94.287.395 145 113.240.844 151 119.708.929 155

IBITINGA 62.970.554 167 83.529.442 161 111.669.257 153 106.736.044 167

DOIS CÓRREGOS 57.988.475 173 72.830.185 175 73.108.647 195 82.186.373 198

IBATÉ 57.965.920 174 59.916.588 193 69.185.390 200 74.467.169 205

BARIRI 43.033.087 206 41.858.186 231 61.132.040 214 54.193.914 234

BROTAS 31.534.640 232 41.686.502 233 50.104.318 235 53.625.887 237

BOA ESPERANÇA DO SUL 29.352.879 241 38.297.046 240 42.336.769 247 47.190.914 251

NOVA EUROPA 23.685.349 266 33.200.709 252 40.433.761 256 40.934.433 263

BOCAINA 22.938.923 269 28.102.269 267 27.147.798 298 28.339.818 309

ITAPUÍ 21.898.738 277 22.769.246 285 26.648.739 300 26.695.297 319

RIBEIRÃO BONITO 18.742.775 298 20.534.012 303 25.651.694 305 26.441.868 321

ITIRAPINA 14.939.474 328 17.331.814 323 24.511.699 315 24.235.551 334

DOURADO 13.996.254 339 15.939.056 342 20.628.691 334 22.992.439 342

TORRINHA 13.878.468 340 15.751.551 345 20.519.625 335 21.798.382 354

TABATINGA 13.080.012 350 14.696.217 350 17.864.552 357 21.377.308 359

IGARAÇU DO TIETÊ 11.350.328 371 13.348.445 368 16.619.903 367 20.485.133 369

IACANGA 9.886.119 389 11.791.011 383 13.913.717 399 18.067.090 382

AREIÓPOLIS 7.977.466 425 7.817.895 454 13.678.490 400 17.732.561 384

BORACÉIA 6.838.312 449 7.337.204 466 10.273.567 435 13.338.707 426

Relatório no 40.674

94

Município 1994 Clas. 1995 Clas. 1996 Clas. 1997 Clas. AREALVA 4.474.856 523 5.878.845 497 10.052.104 443 12.141.647 449

BOREBI 4.364.685 528 5.217.178 517 7.666.829 485 11.289.920 457

ITAJU 1.873.818 601 3.556.992 565 5.941.629 530 10.301.483 468

GAVIÃO PEIXOTO - 638 3.402.228 571 3.781.285 573 9.949.044 472

TRABIJU - 645 2.997.622 581 3.171.964 592 4.969.691 574

Total da Bacia 3.334.990.304 3.986.245.165 4.834.902.421 5.126.277.836

Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, 1999.

Levando-se em conta os dados mais recentes disponíveis e três das variáveis que

compõem o IPM, verifica-se que estes sete municípios abrigam cerca de 70% da população total

da UGRHI, respondendo pela geração de 77% do Valor Adicionado regional e por 87% da Receita

Tributária Própria, abarcando 70% do IPM, conforme apresentado na TABELA 6.12.

TABELA 6.12 - Caracterização dos sete municípios mais importantes segundo os indicadores econômicos do Valor Adicionado, População, Receita Tributária Própria e Índice de Participação dos Municípios, ano de referência de 1997.

Variáveis 7 Municípios (A) UGRHI-TJ (B) A/B (%) Valor adicionado (R$) 3.956.113.221 5.126.277.836 77,17 População (R$) 778.204 1.116.382 69,70 Receita tributária própria (R$) 75.586.534 86.177.459 87,71

IPM 2,221 3,143 70,66 Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (1999).

6.3.1 Informações gerais dos sete municípios mais destacados na UGRHI-TJ, segundo os indicadores: Valor Adicionado, População, Receita Tributária Própria e IPM

6.3.1.1 Bauru

Está situada no centro geográfico do Estado. Além de sede de Região Administrativa é

também sede de Região de Governo. A malha ferroviária da cidade se integra às principais

regiões econômicas da América do Sul. Através da conexão sul, o município tem acesso aos

mercados argentino e uruguaio, pelo oeste chega-se ao Paraguai, Bolívia, norte da Argentina e,

através do Chile, ao Oceano Pacífico. Ao leste chega-se aos portos de Santos e Paranaguá. O

município é também servido por uma bem estruturada rede rodoviária, interligada pelas rodovias

Marechal Rondon (SP-300), SP-262, SP-225 e SP-294. Bauru pode ser considerado como o

maior entroncamento rodo-hidro-ferroviário do interior da América Latina.

O parque industrial de Bauru apresenta-se relativamente diversificado, destacando-se o

agrobusiness. A cidade apresenta três distritos industriais, situados próximos da malha ferroviária

e das principais rodovias, com área total de 4,4 milhões de metros quadrados. Dentre as principais

indústrias instaladas no município estão a Brahma, Tilibra, Ajax e Kibon.

No que diz respeito à infra-estrutura de apoio ao setor agrícola, concentram-se em Bauru o

Posto de Sementes, o Recinto de Exposições Agropecuárias, o entreposto - CEAGESP, o IBC, a

Relatório no 40.674

95

Divisão Regional de Agricultura - DIRA, o Instituto Biológico e o Centro Integrado de Informações Agro

Meteorológicas - CIAGRO em convênio com o Instituto de Pesquisas Meteorológicas – Bauru/Unesp.

O setor terciário conta com um comércio varejista e um setor de serviços bastante

desenvolvido e diversificado, sendo 6.815 estabelecimentos locados no município de Bauru.

O município possui quatro universidades (Faculdade de Odontologia da Universidade de

São Paulo, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp, a Universidade do

Sagrado Coração - USC e a Universidade Paulista - Unip).

6.3.1.2 Araraquara

Araraquara é importante centro de negócios e escoamento de mercadorias. Situa-se a 80 km

da Hidrovia Tietê-Paraná, num entroncamento rodoferroviário, sendo servida pela malha ferroviária

da Ferroban (antiga Fepasa) e pela via Washington Luiz. Destacam-se a atividade agro-industrial

(principalmente laranja e cana-de-açúcar) e os setores de química fina, bioquímica e alimentos.

O município possui uma incubadora de indústrias de base tecnológica e sete distritos

industriais instalados, com cerca de 70 empresas, entre as quais se destacam: Sucocítrico Cutrale

Ltda., Lupo S/A, Inepar FEM Equipamentos e Montagem S/A, Usina Zanin Açúcar e Álcool Ltda.,

Usina Maringá Ind. e Com. Ltda., Açucareira Corona S/A, Sachs Automotive Brasil Ltda., Gumaco Ind.

e Com. Ltda., Nigro Alumínio Ltda., Nestlé Brasil Ltda., Cervejarias Kaiser Brasil Ltda., FMC do Brasil

Ind. e Com. Ltda., Supermercado Champion, Ind. de Pistões Rocatti Ltda., Philliph Morris Brasil S/A,

Distribuidora de Medicamentos Santa Cruz, Sé Supermercados, Minasa TVP Alimentos e Proteínas

S/A, Alumínio Ramos Ind. e Com., Comercial Carlton Ltda. e Sun-Home Ind. de Alimentos Ltda.

No âmbito do ensino superior, além da proximidade com São Carlos, a cidade oferece:

Unesp (faculdades de Odontologia, Farmácia, Química e Letras), as Faculdades Integradas de

Araraquara (Engenharia Civil e Agrimensura), Uniara – Centro Universitário de Araraquara

(faculdades de Ciências Econômicas, Administrativas, Educação, História, Direito, Biologia,

Matemática, Artes, Arquitetura, Ciência da Computação e Engenharia de Produção).

6.3.1.3 São Carlos

O município é considerado um importante pólo de alta tecnologia e de produção industrial,

com ênfase na agroindústria, no setor têxtil e nos setores de mecânica de precisão,

instrumentação, material de ortodontia e aparelhos médicos.

Centros educacionais instalados no município dão suporte tecnológico para indústrias

locais, entre elas a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Carlos

(Ufscar). São Carlos apresenta também particulares, sendo elas a Faculdade de Direito de São

Carlos e a Escola Asser (Associação Superior). Dentre as escolas técnicas, destacam-se o

Colégio Diocesano, SENAI, SENAC e Escola Industrial Paula Souza.

Está na área de influência da Hidrovia Tietê-Paraná que, com a inauguração da eclusa de

Jupiá, pode ser comercialmente navegada ao longo de 2.400 km, desde a região de Piracicaba,

Relatório no 40.674

96

interligando os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e o Paraguai. Conta

com boa infra-estrutura rodoviária, sendo acessada pela SP-310, SP-215 e SP-318. A malha

ferroviária da Ferroban (antiga Fepasa) liga a cidade ao Porto de Santos.

A cidade será duplamente beneficiada pelo gasoduto Bolívia-Brasil, pois além de contar

com tubulação de gás natural, disporá de uma Estação de Medição e uma Estação de

Compressão e Redução (city gates).

Estão instaladas no município mais de 1.100 empresas, dentre elas: Tecumseh do Brasil

Ltda. (fábrica de compressores para refrigeradores e ar-condicionado); A.W. Faber Castell S/A

(material escolar); Electrolux do Brasil S/A (linha branca de eletrodomésticos), Volkswagen do

Brasil Ltda. (fábrica de motores); Cardinali Indústria e Comércio Ltda. (tubos e conexões); Tapetes

São Carlos Ltda., Tecelagem São Carlos S/A, São Carlos S/A Indústria de Papel e Embalagem;

Bertolli Indústria Alimentícia Ltda., Latina Industrial e Comercial Ltda. (máquinas de lavar

roupas), Raco do Brasil Ltda.

6.3.1.4 Jaú

O município de Jaú destaca-se por apresentar boas condições de infra-estrutura no setor

hospitalar. Possui malha viária bem estruturada, sendo acessado pela rodovia SP-225, pela SP-

300 e pela malha da Ferroban. A cidade prepara-se para instalar um Terminal Multimodal,

integrando os transportes hidro-rodoferroviários. Abriga seis distritos industriais dispostos em áreas próximas às rodovias que cortam a

cidade. Segundo informações da prefeitura, as principais atividades econômicas desenvolvidas

pelo setor industrial do município estão ligadas aos produtos de calçados, tecelagem e metalurgia.

Dentre as principais empresas localizadas em Jaú estão: Companhia Jauense Industrial;

Cartonagem Jauense Ltda.; Indústria e Comércio de Bebidas Primor Ltda.; Metalúrgica Urso

Branco; Claudina Indústria de Calçados Ltda.; Indústria de Calçados Ferrucci; Usina Diamante. No

setor agrícola predomina a cana-de-açúcar.

No âmbito do ensino superior, deve-se registrar a Faculdade de Tecnologia de Jaú

(FATEC-JAHU), do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, criada em 1990 e

que oferece cursos superiores de tecnologia em sistemas de navegação fluvial.

6.3.1.5 Lençóis Paulista

Lençóis Paulista situa-se no centro-oeste do Estado de São Paulo, próxima ao complexo

hidroviário do Tietê. A economia do município, que anos atrás era dependente da indústria sucro-

alcooleira, tem hoje diversos ramos, tais como: óleo combustível, celulose, alimentos (macarrão,

biscoitos, vinagre, frigoríficos: bovinos e suínos), gráficas, estruturas metálicas (metalurgia e

siderurgia), indústria têxtil e distribuidoras de aguardentes artesanais conhecidas em todo o

Estado. O cadastro municipal acusa a inscrição de 3.132 empresas, dentre elas 100 indústrias,

1.410 estabelecimentos comerciais e 1.419 empresas de prestação de serviços.

Relatório no 40.674

97

6.3.1.6 Agudos

O município localiza-se na região centro-oeste do Estado de São Paulo, distante 35 km da

Hidrovia Tietê-Paraná e a apenas 10 km da cidade de Bauru, tendo como principal via de acesso

ao município a Rodovia Marechal Rondon (SP-300), que liga o Oeste do Estado à Capital, através

da Rodovia Castelo Branco.

O cultivo da cana-de-açúcar é predominante na agricultura, seguido pelo milho e a mandioca.

Na pecuária, destaca-se a criação de bovinos e avícolas. O setor industrial é formado por pequenas e

micro empresas, com exceção das indústrias de projeção nacional, a Companhia Cervejaria Brahma-

Skol e duas das maiores indústrias madeireiras do país: Duratex S/A e Duraflora S/A.

6.3.1.7 Barra Bonita

Está localizada à margem direita do Rio Tietê, é conhecida por seu potencial turístico,

graças à construção da Usina Hidrelétrica responsável por todo abastecimento de energia da

cidade e região, e de uma eclusa que, ao vencer um desnível de 26 metros, traz uma emoção

especial aos passeios fluviais.

Instaladas em seu parque industrial estão: a Indústria Ceramista e de Artesanato; a

indústria eletrônica – Cicloton, fabricante de equipamentos de som e de alta tecnologia; a indústria

de óleos essenciais – Dierberger; a Indústria de Calçados e Móveis; e estaleiros, com produtos

desenvolvidos para atender ao mercado interno e externo. Destaca-se, ainda, a Usina da Barra

S/A, uma das maiores produtoras de açúcar e álcool do mundo.

6.4 Uso e Ocupação

Para a elaboração do Mapa de Uso e Ocupação do Solo da UGRHI-TJ optou-se por realizar

classificação automática, em função da inexistência de produtos cartográficos que contemplassem

os parâmetros de escala e extensão de toda a área da UGRHI. É importante considerar o produto

apresentado como preliminar ou de reconhecimento, de modo que o processamento digital dos

dados de sensoriamento remoto, seguido pela classificação manual por interpretação visual e

controle de campo, serão necessários como complemento aos trabalhos ora desenvolvidos.

6.4.1 Material e técnicas utilizados

O Mapa de Uso e Ocupação do Solo foi elaborado a partir das imagens do satélite

Landsat-5/TM, cena 220/75, de 27/08/1997, cena 220/76, de 10/07/1997, e cenas 221/75 e

221/76, de 18/08/1997. As imagens foram georreferenciadas, mosaicadas e classificadas pelo

software PCI/EASI/PEACE 6.2.2, a partir do Classificador Supervisionado de Máxima

Verossimilhança, o qual utiliza amostras definidas pelo próprio usuário.

Segundo THREETEK/PCI (1998), este classificador calcula a variância e a correlação dos

padrões de resposta espectral para classificar um pixel (picture cell) desconhecido, assumindo

Relatório no 40.674

98

uma distribuição gaussiana (normal). Delineia contornos equiprobabilísticos elipsoidais, baseado

em valores limites ou fatores de ponderação, no caso de áreas sobrepostas.

A classificação automática apresenta características distintas em relação à classificação

por interpretação visual, permitindo otimizar tempo e custos, além de definir limites mais precisos

pela eliminação de distorções e erros durante a transferência de dados. Sua aplicação é mais

efetiva quando os trabalhos desenvolvidos encontram-se em fase de reconhecimento preliminar

de âmbito regional, sendo recomendável o emprego posterior da classificação por interpretação

visual, que será facilitada em função da existência da classificação automática.

Deve ser enfatizado, ainda, que a classificação automática não permite interpretar

aspectos associados, como é usual na interpretação visual. As vantagens e desvantagens de

cada processo são complementares e o emprego de cada técnica no momento adequado permite

incrementar a qualidade do produto final.

Para realizar a classificação automática foram definidas, inicialmente, as seguintes

categorias de uso e ocupação das terras: vegetação natural, reflorestamento, pastagens e

campos antrópicos, água, solo exposto e atividades agrícolas. As duas últimas categorias haviam

sido individualizadas em função de suas respostas espectrais bastante diversas. Após a

classificação preliminar, entretanto, foram agrupadas na categoria atividades agrícolas.

A seguir, aplicou-se um filtro do tipo “peneira” (Sieve Filter), a fim de eliminar ruídos

pontuais e áreas diminutas, de pouca representatividade na escala de mapeamento (1:250.000).

Por fim, os polígonos com as áreas urbanas atualizadas e os reservatórios e lagos,

apresentados na base planialtimétrica na escala 1:250.000 (DESENHO 1), foram acrescentados

ao mapa de uso obtido na etapa anterior, resultando no mapa final com as seguintes classes de

uso e ocupação: Mata; Reflorestamento; Pastagem; Atividade Agrícola; e Área Urbana, além dos

terrenos submersos (reservatórios e lagos, DESENHO 5).

A conceituação das categorias de uso e ocupação das terras, apresentadas a seguir,

reproduz parcialmente trabalhos anteriores sobre o assunto, como IPT (1987). As definições foram

originalmente extraídas de SERRA FILHO et al. (l974) e CHIARINI et al. (1976).

A vegetação natural é a que sucede a derrubada seletiva das matas primárias. As classes de

vegetação natural, aqui enquadradas, referem-se aos povoamentos de florestas naturais bastante

alteradas ou em estado de regeneração bastante avançado. São constituídas por indivíduos

lenhosos, árvores finas compactamente dispostas, e por espécies espontâneas que invadem as

áreas devastadas, apresentando desde porte arbustivo (médio/baixo) até arbóreo (alto/médio).

Os reflorestamentos são formações florestais artificiais, disciplinadas e homogêneas,

geralmente organizadas em grandes maciços, quando para uso industrial (papel, celulose), ou em

talhões menores e isolados, em propriedades agrícolas. O classificador automático alcançou

índices de separabilidade razoáveis para vegetação natural e reflorestamento, devido à

semelhança espectral das mesmas, ocasionando alguns limites menos precisos entre estas

Relatório no 40.674

99

categorias. No entanto, optou-se por mantê-las separadas, pois verificou-se que os resultados

foram satisfatórios e, dessa forma, foi possível discriminar mais uma categoria de uso.

As pastagens e os campos antrópicos abrangem as pastagens artificiais ou plantios de

forrageiras para pastoreio, em diversos níveis de tecnificação e manejo, além de pastagens de

vegetação espontânea que sobrevem aos desmatamentos, podendo ou não ser melhoradas com

espécies de gramíneas exóticas. Incluem-se as coberturas residuais baixas, até rasteiras,

representadas por glebas aparentemente desprovidas de cuidados e com cobertura do solo

variável. São áreas de pastagens abandonadas ou já cultivadas, onde ocorrem predominantemente

espécies de porte baixo a rasteiro, formando os “pastos sujos” ou “samambaiais”.

Como atividades agrícolas, podem ser relacionadas as culturas perenes, semi-perenes e

temporárias. Dentre as culturas perenes, a mais freqüente é o cultivo de laranja. A cana-de-açúcar

é uma cultura semi-perene por apresentar um período de renovação dos talhões em torno de 4

anos, enquanto que as culturas temporárias são aquelas de ciclo vegetativo curto, anual, sendo

de porte baixo a rasteiro.

6.4.2 Distribuição das Classes de Uso Mapeadas na UGRHI-TJ

A TABELA 6.13 apresenta a distribuição percentual em área, por sub-bacia da UGRHI-TJ,

das classes de uso descritas e mapeadas segundo o procedimento descrito no item 6.4.1. Estes

valores devem ser considerados com reserva pelos motivos também expostos naquele item. A

utilização de filtro eliminou diversas áreas pouco expressivas na UGRHI, favorecendo a categoria

predominante e modificando, parcialmente, a configuração geométrica das glebas. A FIGURA 6.2

e o DESENHO 5 ilustram a distribuição espacial destas classes de uso na UGRHI-TJ.

TABELA 6.13 – Distribuição percentual em área por sub-bacia das classes de uso mapeadas na UGRHI-TJ.

CLASSES DE USO E OCUPAÇÃO (% DA ÁREA DAS SUB-BACIAS) SUB-BACIA Vegetação

Natural Reflorestamento Pastagem Atividades Agrícolas

Área Urbana

Lagos (%)

1- Rio Tietê/Rio Claro 0,3 0,2 48,4 44,1 0,8 6,2 2- Rio Tietê/Rio Lençóis 0,5 6,1 10,1 79,2 2,2 1,8 3– Rio Bauru 5,9 12,0 32,0 35,8 14,0 0,3 4– Baixo Jacaré-Guaçu 2,1 1,7 19,8 76,0 0,3 0,1 5- Médio Jacaré-Guaçu 1,4 3,2 23,1 67,8 4,4 0,1 6– Alto Jacaré-Guaçu 2,9 4,2 59,6 29,3 3,5 0,5 7– Baixo-Médio Jacaré-Pepira 4,6 4,1 42,4 48,6 0,4 0,0 8– Alto Jacaré-Pepira 2,5 0,0 76,9 19,9 0,6 0,1 9– Rio Jaú 0,5 0,0 11,5 82,1 5,8 0,0

Em termos de distribuição das categorias de uso e ocupação do solo na UGRHI-TJ, as áreas

de vegetação natural apresentam-se em pequenos maciços preservados, ou ao longo dos principais

cursos d’água, formando as “matas-galerias”. Os principais maciços encontram-se nas proximidades

da cidade de Bauru; nos limites dos municípios de São Carlos, Brotas e Ribeirão Bonito, além de

Relatório no 40.674

100

Bocaina e Boa Esperança do Sul. As maiores percentagens de área desta categoria de uso ocorrem

nas sub-bacias do Rio Bauru (5,9%) e Baixo-Médio Jacaré-Pepira (4,6%).

1

2

4

8

6

5

7

3 9

Classes de UsoVegetação NaturalReflorestamentoPastagemAtividades AgrícolasÁrea Urbana

Reservatórios/Lagos Sub-baciasLimite da UGRHI-TJ SUB-BACIAS DA UGRHI-TJ

1- Rio Tietê/Rio Claro2- Rio Tietê/Rio Lençóis3- Rio Bauru4- Baixo Jacaré-Guaçu5- Médio Jacaré-Guaçu6- Alto Jacaré-Guaçu7- Baixo-Médio Jacaré-Pepira8- Alto Jacaré-Pepira9- Rio Jaú

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO TIETÊ -JACARÉ - CBH - TJFEHIDRO - IPT

9 0 9 18 KilometerskmEscala Gráfica

49º00'22º45' 22º45'

48º30'

22º30'48º15'

22º15'47º45'

22º00'47º45'

21º45'48º00'

21º45'49º00'

N

EW

S

LEGENDA

FIGURA 6.2 – Mapa de uso e ocupação simplificado apresentando a distribuição das classes de uso nas sub-bacias da UGRHI-TJ.

Relatório no 40.674

101

Os reflorestamentos ocorrem em diversas áreas da Bacia, como nos municípios de

Agudos, Araraquara, Ibaté, Brotas, Ribeirão Bonito e Boa Esperança do Sul. As sub-bacias do Rio

Bauru e do Rio Tietê-Rio Lençóis são as que apresentam as maiores percentagens em área com

reflorestamento (12,0 e 6,1%, respectivamente).

As pastagens predominam mais fortemente na parte oeste, entre Iacanga e Agudos; na

parte leste, em torno do município de Brotas; e nas imediações do Rio Jacaré-Pepira,

principalmente nos municípios de Itaju e Bariri. Esta classe predomina nas sub-bacias do Alto

Jacaré-Pepira (76,9%), do Alto Jacaré-Guaçu (59,6%), do Rio Tietê-Rio Claro (48,4%) e do Baixo-

Médio Jacaré-Pepira (42,4%).

Dentre as atividades agrícolas, o cultivo da cana-de-açúcar destaca-se como predominante

em várias regiões. Ao longo do vale do Rio Tietê, de Bariri em direção a montante, alargando-se

desde Bocaina até Lençóis Paulista, essa região encontra-se, praticamente, toda ocupada por cana-

de-açúcar. Também é predominante ao longo do Rio Jacaré-Guaçu, principalmente na porção norte,

entre São Carlos e Nova Europa. Na região entre Araraquara e Ibitinga, com mais ênfase nos

municípios de Gavião Peixoto e Nova Europa, a citricultura alcança posição de destaque. As

culturas temporárias apresentam maior expressão nos municípios de Itaju e Ibitinga. As atividades

agrícolas predominam em várias sub-bacias, com destaque para a do Rio Jaú (82,1%), do Rio

Tietê-Rio Lençóis (79,2%), do Baixo e do Médio Jacaré-Guaçu (76 e 67,8%, respectivamente).

Com relação às áreas urbanas, as sub-bacias do Rio Bauru (14,0%), Rio Jaú (5,8%) e do

Médio e Alto Jacaré-Guaçu (4,4 e 3,5%, respectivamente) são as que apresentam as maiores

percentagens de área urbanizadas, relacionadas aos principais centros urbanos da UGRHI-TJ:

Bauru, Jaú, Araraquara e São Carlos, respectivamente. Comparando-se com os mapeamentos

realizados por IGC (1980, 1981, 1997), verifica-se que a principal alteração ocorrida foi um

declínio no cultivo de café, o qual era mais intenso nos municípios de Bariri, Itapuí e Jaú, tendo

sido substituído pela cana-de-açúcar. Da mesma forma, a área de mata sofreu decréscimo.

6.5 Política Urbana

Neste item apresentam-se para a UGRHI-TJ, por município, os instrumentos legais de

disciplinamento do uso e ocupação do solo, como os Planos Diretores, Leis de Zoneamento de

Uso do Solo, e outras leis de importância para o ordenamento do solo e questões relacionadas

aos recursos hídricos.

O acelerado crescimento populacional verificado a partir da década de 70 no Estado e,

conseqüentemente, a intensificação da urbanização, acarretou diversos problemas,

principalmente para as cidades maiores, a maioria relacionados à insuficiência de infra-estrutura

urbana: saneamento, habitação, abastecimento, saúde, educação, etc., bem como aqueles

relacionados ao meio físico: erosão, assoreamento, escorregamentos, poluição das águas, etc.

Relatório no 40.674

102

Esses problemas são, muitas vezes, reflexos da ausência de políticas públicas que tenham como

finalidade a ocupação ordenada do solo.

A UGRHI-TJ apresenta grande variação em termos de população, com municípios de

pequeno, médio e grande porte. Desses municípios, tem-se três de médio porte e um de grande

porte, que não possuem nenhum instrumento de planejamento urbano. Diante disso e

considerando, também, que ocorrerá significativo crescimento populacional e urbano na UGRHI, e

que, muitas vezes, esse crescimento pode gerar conseqüências indesejáveis, salienta-se a

necessidade de estabelecimento de políticas públicas que tenham por finalidade ordenar e

controlar adequadamente a ocupação nesses municípios.

No QUADRO 6.1 apresenta-se a relação da legislação existente para cada município da

UGRHI-TJ, cujos dados são baseados nas informações disponibilizadas pelos municípios, através

dos questionários entregues a cada prefeitura, e durante a pesquisa de campo, na qual foram

disponibilizadas cópias da legislação existente.

Observou-se que cerca de 44% dos municípios da UGRHI possuem legislação de

planejamento ou ambiental. Destes, 26,6% possuem Plano Diretor; 46,6% Lei de Uso do Solo; 6,6%

Código de Obras; 13,3% recursos hídricos; e 46,6% outras leis (criação de Distritos e Parques

Industriais, incentivo às indústrias, e Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente).

QUADRO 6.1 – Instrumentos de planejamento por município. Município/ População Diploma Legal Data Descrição

Lei 1286/77 05.04.77 Dispõe sobre o uso e ocupação do solo Agudos 32.872 hab. Lei 2665/94 08.12.94 Autoriza o Executivo a criar o Parque Ecológico

“Açucena da Serra” Araraquara 172.756 hab. Lei 1749/71 1971 Plano Diretor

Bariri 25.775 hab. Lei 2827/97 07.05.97

Dispõe sobre o incentivo às empresas industriais. agroindustriais. ou de prestação de serviços que pretendam ser instalar no município. Alterações com as Leis 2841/97 e 2851/97.

Lei 2339/82 15.02.82 Estabelece normas para parcelamento. Uso e ocupação do solo no município.

Lei 2371/82 1992 Estabelece normas para edificações-Código de Obras.

Lei 4126/96 12.09.96 Institui o Plano Diretor de desenvolvimento integrado de Bauru.

Lei 2514/84 24.10.84 Cria o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – CONDEMA

Lei 3832/94 30.12.94 Código Sanitário Lei 4362/99 12.01.99 Cria o Código Ambiental

Bauru 292.003 hab.

Lei 4368/99 10.02.99 Lei de Arborização Ubana Brotas 17.010 hab. Lei Orgânica

Dois Córregos 21.587 hab. Lei 1595/88 05.07.98 Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de

Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA).

Lei 535/94 19.05.94 Dispõe sobre normas para ocupação do solo urbano no município. Iacanga

8.100 hab. Lei 571/95 14.03.95 Dispõe sobre a criação do Parque Industrial I. na zona urbana do município.

Lei 468/71 22.09.71 Plano Diretor Ibaté 23.410 hab. Lei 1588/98 06.01.98 Parcelamento do solo

Relatório no 40.674

103

Município/ População Diploma Legal Data Descrição

Igaraçu do Tietê 23.038 hab. Lei 2149/93 15.12.93 Plano Diretor

Lei 01/90 1990 Uso do solo Itaju 2.270 hab. Lei Orgânica Lençóis Paulista 50.757 hab. Lei 2579/97 16.10.97 Lei ambiental

Lei 1335/80 16.06.80 Dispõe sobre o uso e ocupação do solo no município. Pederneiras 33.888 hab. Lei de proteção das margens do Rio Tietê. Ribeirão Bonito 10.794 hab. Proteção das minas de captação de água.

São Carlos 175.209 hab. Lei 6910/72 1972 Lei de uso do solo

Lei 1146/78 17.04.78 Cria o Distrito Industrial de São Manuel. Alterações com a Lei 1205/80

Lei 1752/91 26.06.91 Dispõe sobre o uso e parcelamento do solo. São Manuel 38.221 hab.

Lei 2107/95 05.07.95 Dispõe sobre a Comissão Permanente de Defesa do Meio Ambiente do município.

Comparando-se essa parcela de municípios que possui legislação e a sua população, tem-

se (FIGURA 6.3):

- 6,7% dos municípios que têm legislação possuem menos de 5.000 habitantes;

- 6,7% dos municípios que têm legislação possuem entre 5.000 e 10.000 habitantes;

- 13,3% dos municípios que têm legislação possuem entre 10.000 e 20.000 habitantes;

- 46,6% dos municípios que têm legislação possuem entre 20.000 e 50.000 habitantes;

- 6,7% dos municípios que têm legislação possuem entre 50.000 e 100.000 habitantes;

- 20,0% daqueles que têm legislação possuem população superior a 100.000 habitantes;

L e g is la ç ã o e c la s s e s d e p o p u la ç ã o

7 %7 %

1 3 %

4 6 %

7 %

2 0 % m e n o s d e 5 .0 0 0h a b .5 .0 0 0 a 1 0 .0 0 0h a b .1 0 .0 0 0 a 2 0 .0 0 0h a b .2 0 .0 0 0 a 5 0 .0 0 0h a b .5 0 .0 0 0 a1 0 0 .0 0 0 h a b .a c im a d e1 0 0 .0 0 0 h a b .

FIGURA 6.3 – Percentagens de municípios com legislação em relação à população.

Relatório no 40.674

104

SUMÁRIO PARCIAL 6 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA .............................................................................................79

6.1 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO .............................................................................................79 6.1.1 Aspectos regionais da ocupação da UGRHI-TJ ...................................................................................84

6.2 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS ...........................................................................................................................86 6.3 ECONOMIA ...................................................................................................................................................91

6.3.1 Informações gerais dos sete municípios mais destacados na UGRHI-TJ, segundo os indicadores: Valor Adicionado, População, Receita Tributária Própria e IPM......................................................................................94

6.3.1.1 Bauru.............................................................................................................................................................94 6.3.1.2 Araraquara .....................................................................................................................................................95 6.3.1.3 São Carlos......................................................................................................................................................95 6.3.1.4 Jaú .................................................................................................................................................................96 6.3.1.5 Lençóis Paulista .............................................................................................................................................96 6.3.1.6 Agudos ..........................................................................................................................................................97 6.3.1.7 Barra Bonita...................................................................................................................................................97

6.4 USO E OCUPAÇÃO .........................................................................................................................................97 6.4.1 Material e técnicas utilizados ..............................................................................................................97 6.4.2 Distribuição das Classes de Uso Mapeadas na UGRHI-TJ ..................................................................99

6.5 POLÍTICA URBANA...................................................................................................................................... 101 QUADROS

QUADRO 6.5.1 – Instrumentos de planejamento por município .............................................. 122 QUADRO 7.1.1.2.1 - Dados dos postos pluviométricos da UGRHI Tietê-Jacaré .................... 127

QUADRO 7.1.1.4.1 - DENSIDADE MÍNIMA DE REDE FLUVIOMÉTRICA – FONTE OMM ........................ 136 QUADRO 7.1.1.4.2 - Dados dos postos fluviométricos da UGRHI Tietê-Jacaré .................... 137 TABELAS TABELA 6.1.1 – Produção do café, crescimento populacional e cobertura vegetal nas zonas que abrangem a Bacia (MILLIET,1946 e VICTOR,1975) .............................................. 93 TABELA 6.1.2 – Ramos industriais e principais municípios produtores da UGRHI (ASSIS et al., 1992) .................................................................................................................. 96 TABELA 6.2.1 - População Total da UGRHI-TJ (1970 à 1996) e estimada para 2000 e 2010 .................................................................................................................... 101 TABELA 6.2.2 - Acréscimo populacional na UGRHI-Tietê-Jacaré............................................ 102 TABELA 6.2.3 - Distribuição da população por zona urbana e rural ........................................ 103 TABELA 6.2.4 - Agrupamento dos Municípios da UGRHI - TJ por tamanho da população: 1970-1996 e estimativas para 2000 e 2010 .......................................................... 104 TABELA 6.2.5 - Taxa geométrica de crescimento anual da população - T.G.C.A da UGRHI do Tietê-Jacaré, anos de 1980, 1991 e 1996 ............................................................. 105 TABELA 6.2.6 - População Urbana da UGRHI - Tietê/Jacaré 1980 à 1996 e estimativas para 2000 e 2010 .................................................................................................. 107 TABELA 6.2.7- Agrupamento dos Municípios da UGRHI-TJ por tamanho da população urbana: 1980 - 1996 e estimada para 2000 e 2010 ................................................ 108 TABELA 6.3.1 - Índice de Participação do Município - IPM dos municípios com sede na UGRHI-TJ, no período 1994 –1997 .................................................................................... 110 TABELA 6.3.3 – Caracterização dos sete municípios mais importantes segundo os indicadores econômicos do Valor Adicionado, População, Receita Tributária Própria e Índice de Participação dos Municípios , ano de referência de 1997 ........................................ 112 TABELA 6.4.2.1 – Distribuição percentual em área por sub-bacia das classes de uso mapeadas na UGRHI-TJ .......................................................................................................... 118 TABELA 7.1.1.3.1 - Unidades hidrográficas principais ou sub-bacias da UGRHI – TJ ........... 131

Relatório no 40.674

105

FIGURAS FIGURA 6.1.1 –VISTA DO NÚCLEO URBANO DE BAURU EM 1940 (IGC, 1993) .................................. 95

FIGURA 6.4.2.1 – Mapa de uso e ocupação simplificado apresentando a distribuição das classes de uso nas sub-bacias da UGRHI-TJ .......................................................................... 119 FIGURA 6.5.1 – Percentagens de municípios com legislação em relação à população ......... 123 FIGURA 7.1.1.3.1 - Precipitações médias mensais para a sub-bacia Rio Tietê-Rio Claro ....... 131 FIGURA 7.1.1.3.2 - Precipitações médias mensais para a sub-bacia Rio Tietê-Rio Lençóis ...... 132 FIGURA 7.1.1.3.3 - Precipitações médias mensais para a sub-bacia do Rio Bauru ................. 132 FIGURA 7.1.1.3.4 - Precipitações médias mensais para a sub-bacia do Baixo Jacaré-Guaçú ................................................................................................................. 133 FIGURA 7.1.1.3.5 - Precipitações médias mensais para a sub-bacia do Médio Jacaré-Guaçú ................................................................................................................ 133 FIGURA 7.1.1.3.6 - Precipitações médias mensais para a sub-bacia do Alto Jacaré-Guaçú ................................................................................................................... 134 FIGURA 7.1.1.3.7 - Precipitações médias mensais para a sub-bacia do Baixo Médio Jacaré-Pepira ................................................................................................................ 134 FIGURA 7.1.1.3.8 - Precipitações médias mensais para a sub-bacia do Alto Jacaré-Pepira .................................................................................................................... 135 FIGURA 7.1.1.3.9 - Precipitações médias mensais para a sub-bacia do Rio Jaú .................... 135 FIGURA 7.1.1.4.1 – Posto fluviométrico 5D-029 – Sub-bacia do Rio Jaú .............................. 137 FIGURA 7.1.1.4.2 – Posto fluviométrico 5D-029 – Sub-bacia do Rio Tietê- Rio Claro ............ 138 FIGURA 7.1.1.4.3 – Posto fluviométrico 5c-029 – Sub-bacia do Baixo Jacaré-Guaçu ............ 138 FIGURA 7.1.1.4.4 – Posto fluviométrico 5c-029 – Sub-bacia do Baixo Jacaré-Guaçu ............ 139 FIGURA 7.1.1.4.5 – Posto fluviométrico 5c-029 – Sub-bacia do Baixo Jacaré-Guaçu ........... 139