quadrinhos e educaÇÃo musical: uma estratÉgia de ensino … · entendendo a utilização de...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA
LICENCIATURA EM MÚSICA
QUADRINHOS E EDUCAÇÃO MUSICAL: UMA ESTRATÉGIA DE
ENSINO E APRENDIZAGEM DE MÚSICA
ELIAS DE LIMA LARANJEIRA
NATAL – RN
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA
LICENCIATURA EM MÚSICA
ELIAS DE LIMA LARANJEIRA
QUADRINHOS E EDUCAÇÃO MUSICAL: UMA ESTRATÉGIA DE
ENSINO E APRENDIZAGEM DE MÚSICA
Monografia apresentada ao curso de
Licenciatura Plena em Música da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
– UFRN – como requisito parcial para a
obtenção do Grau de Licenciada em Música.
Orientador: Profa. Ms Carolina Chaves Gomes
Coorientador:
NATAL – RN
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA
LICENCIATURA EM MÚSICA
ELIAS DE LIMA LARANJEIRA
QUADRINHOS E EDUCAÇÃO MUSICAL: UMA ESTRATÉGIA DE
ENSINO E APRENDIZAGEM DE MÚSICA
Data: ____/____/____
Nota: _____________
________________________________________________
Profa. Ms. Carolina Chaves Gomes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Orientadora
________________________________________________
Miguel Everaldo da Cruz Fonseca
Avaliador
__________________________________________________
Prof Ms. Isaac Samir Cortez de Melo
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN
Avaliador
DEDICATÓRIA
Aos meus Pais, que são os pilares cruciais
da minha vida nessa jornada como
cidadão e ser humano.
AGRADECIMENTOS
A minha mãe Joana Darc, pelo amor incondicional. Em sempre me apoiar, acreditar
nos meus sonhos. Conduzindo-me desde útero a sentir que nunca iria desistir de mim e me fez
chegar até aqui.
Ao meu pai Izaias Laranjeira que sempre é o meu maior exemplo como homem de
caráter.
Aos meus irmãos e amigos Davi e em especial a Jairo Laranjeira, sem você seria
difícil e quase impossível de concretizar esse percurso acadêmico (coorientador).
Aos muitos professores que me conduziram até aqui.
Aos meus amigos por vocês sempre por poder contar com o carinho e autoestimas de
vocês, não tem como citar a cada um, porém mais acredite que você é um desses amigos.
A equipe do PIBID em música por apoiar e me fazer vivenciar momentos de suma
importância pra minha careira acadêmica.
A minha orientadora Carolina Chaves Gomes, que se dispôs a orientar-me desde o
início dessa pesquisa.
EPÍGRAFE
“Sem a curiosidade que move, que me inquieta,
que me insere na busca, não aprendo nem ensino”.
Paulo Freire
RESUMO
Esta monografia para conclusão do curso de Licenciatura plena em Música, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte tem como objetivos discutir a relevância dos quadrinhos
como ferramenta didático-pedagógicas e a construção de uma história em quadrinhos no
contexto da educação musical, para o processo de ensino-aprendizagem da música. Dando
assim contribuições de um recurso didático visual no cotidiano de sala de aula do Educador
Musical. Esta pesquisa caracteriza-se, portanto como qualitativa, sendo exploratória e
utilizando o procedimento experimental para construção dos dados, no qual pudemos aplicar
em sala de aula uma história em quadrinho sobre um tema dentre os conteúdos a serem
ministrados na disciplina. Percebeu-se assim que pôde contribuir com o interesse pela leitura
e ampliação do vocabulário musical do aluno.
Palavras-chave: Educação Musical; História em Quadrinhos; Quadrinhos como ferramenta
didático-pedagógica.
ABSTRACT
This monograph to complete the full Bachelor's Degree in Music, the Federal University of
Rio Grande do Norte aims to discuss the relevance of comics as didactic and pedagogical tool
and the construction of a comic book in the context of music education, to the process music
teaching and learning. Thereby contributions of a visual teaching tool in the Music Educator
classroom everyday. This research is characterized, so as qualitative and exploratory and
using the experimental procedure for construction of the data, in which we apply in class a
comic strip about a topic from the content to be taught in the course. It was noticed so it might
contribute to the interest in reading and expanding the musical vocabulary of the student.
Keywords: Music Education; Comic; Comic-like didactic pedagogical tool.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Livro História da Música em Quadrinhos ............................................................... 15
Figura 2 - Quadrinho construído para aplicação na escola e aprendizagem dos conteúdos
Altura e Intensidade ................................................................................................................. 22
LISTA DE GRÁFICO
Gráfico 1 - A história em quadrinho fala de que assunto? ..................................................... 24
Gráfico 2 - Os quadrinhos apontam dois elementos musicais, quais? ................................... 25
Gráfico 3 - FORTE e FRACO são características de qual elemento? ................................... 26
Gráfico 4 - AGUDO e GRAVE são características de qual elemento? ................................. 26
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 13
2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................................... 15
3. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 20
3.1. CONSTRUINDO UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS MUSICAL .......................... 20
4. APLICAÇÃO DO QUADRINHO E ANÁLISE DOS RESULTADOS. ................................. 23
4.1. AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO DO CONTEÚDO APRESENTADO ................. 23
4.1.1. A HISTÓRIA EM QUADRINHO FALA DE QUE ASSUNTO? ................................... 24
4.1.2. OS QUADRINHOS APONTAM DOIS ELEMENTOS MUSICAIS, QUAIS? ............. 24
4.1.3. FORTE E FRACO SÃO CARACTERÍSTICAS DE QUAL ELEMENTO? ................ 25
4.1.4. AGUDO E GRAVE SÃO CARACTERÍSTICAS DE QUAL ELEMENTO? ............... 26
4.1.5. AVALIAÇÃO QUANTO A ACEITAÇÃO DO MÉTODO EM QUADRINHO ........... 27
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 30
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1. INTRODUÇÃO
Em nosso cotidiano atuando como facilitador da aprendizagem, temos como
compromisso, buscar entre as diversas possibilidades de materiais disponíveis, o melhor para
promover o aprendizado. E entre as estratégias nas quais buscamos, o intuito foi de nos
apropriar de algo que pudéssemos incentivar à leitura e a ampliação do vocabulário, bem
como, desenvolver os conteúdos musicais.
A ferramenta que utilizamos em nossas experiências práticas tem relação com outra
atividade que exerço: a profissão de artista plástico, sendo esta, a utilização das histórias em
quadrinhos (HQs) nas aulas de musicalização.
As primeiras histórias em quadrinhos surgiram por volta de 1934 e continham uma
eventual coletânea de obras curtas, porém com o surgimento das novelas gráficas (graphic
novels) tornou sua estrutura como elemento de linguagem. Onde nos Estados Unidos teve essa
grande evolução e tendo na virada do XX uma forma popular de leitura se tornando parte da
condução literária de um público bem amplo, sendo a maioria jovem (MCCLOUD, 2005).
No Brasil por volta de 1960 usavam uma apropriação do termo espanhol nas histórias
em quadrinhos que eram chamadas de “historietas em quadrinhos” ou apenas “historietas”
que depois passou a ser conhecidas como “gibi”, por está em uma famosa revista semanal
lançada por Roberto Marinho em 1939. (JUNIOR, 2004).
Como em tudo se tem fase boas e ruins as HQs foram também recusada tanto por
professores como por pais, por ser considerado um material inadequado para aprendizagem de
jovens e crianças, que davam como argumento “preguiça mental” por achar que afastava os
alunos da “boa leitura” (VERGUEIRO E RAMOS, 2009).
Essa visão retórica preponderou-se no país até a segunda metade do século passado e
mesmo tendo experiência com uso das HQs na década de 1980 em livros didáticos só teve
uma mudança convincente com as Leis e Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
decretada em 20 dezembros de 1996.
O presente trabalho apresenta como proposta a criação de uma história em
quadrinhos que aborde as propriedades musicais do som, mais especificamente, a intensidade
e a altura. Como uma linguagem simples, e até irreverente, o trabalho tenta introduzir o
alunato no mundo do contexto musical, mas não só. Temos como desejo conquistar o aluno e
ganhar sua atenção para o estudo mais profundo da arte da música.
Assim, constitui-se objetivo geral deste trabalho discutir a relevância dos quadrinhos
como ferramentas didático-pedagógicas para o processo de ensino-aprendizagem.
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Especificamente, busca identificar aspectos gerais dos quadrinhos como elementos de
aprendizagem; buscar possibilidades de aplicação dos quadrinhos no universo escolar,
especificamente na educação musical; desenvolver uma história em quadrinhos que verse
sobre tema da educação musical; aplicar como ferramenta pedagógica a história em
quadrinhos desenvolvida.
A seguir, serão abordados aspectos do ensino tradicional que aos poucos se aproxima
de novas abordagens como, por exemplo, o ensino através dos quadrinhos e a história da
evolução dos quadrinhos no mundo. Logo após, é apresentada a metodologia desta
investigação, seguindo-se para a apresentação e discussão dos dados e considerações sobre a
pesquisa.
15
2. REFERENCIAL TEÓRICO – OS QUADRINHOS NA EDUCAÇÃO.
Atualmente podemos perceber que os quadrinhos vêm ganhando cada vez mais
espaço nas disciplinas como ferramenta educacional. É sabido que história, português,
filosofia, matemática, pedagogia etc têm usado largamente essa ferramenta interativa e em
diverso a níveis escolares como do Fundamental I partindo para o ensino médio e entrando em
contexto como ENEM, concursos etc.
Deyries, Lemery e Sladler (2010) desenvolveu um quadrinho com o tema “História
da música em quadrinhos” (FIGURA 1), todavia o trabalho em si se limita a apresentar
história propriamente dita da música, sem se preocupar com o ensino da arte. No trabalho
notamos datas importantes, referenciais, momentos marcantes e cruciais da história da música,
representadas em um universo de desenhos sem ter caráter de cenas sequencias como a de
uma história em quadrinho.
FIGURA 1: Livro História da Música em Quadrinhos.
FONTE: Biblioteca Pe Jaime Diniz.
Entendendo a utilização de histórias em quadrinhos no contexto pedagógico
trabalharemos para experimentar o uso dessa ferramenta na disciplina de música que pode (e
em nosso ver deve) ser também muito útil no ensino em nossa área.
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A discussão sobre a educação não sim inicia hoje, diversos pensadores, filósofos,
sociólogos, educadores e etc. vem discutindo esse assunto desde que podemos se dizer que
existe a humanidade. Vários pensadores clássicos apresentaram para a sociedade métodos que
foram experimentados como uma educação social ou até mesmo como um sistema
individualizado de ensino.
Portanto, o que fica certo com o acúmulo dessas experiências é que nenhum método
poder ser rígido e aplicável para todos os indivíduos de igual modo. O método educacional
tradicional, aplicado em nosso país sofreu influencias dos jesuítas vindo de Portugal, e
inicialmente o ensino seria apenas para uma mínima parte da população, sendo essa ligada
com a corte portuguesa. Com a luta social pela educação universal a educação sai do formato
elitista e passa a ser um direito democrático constitucional garantido com a constituição de
1988.
A Nova democracia brasileira herdou a pedagogia tradicional do período colonial
tendo o professor como o portador de conhecimento e por isso responsável por transmitir o
saber. Neste formato educacional o professor é a autoridade do saber, e desconsidera todos os
saberes que possa conter no alunato.
Segundo Libâneo (2006) a memorização é uma das bases dessa prática, uma vez que
a pedagogia tradicional acredita que o aluno deve disciplinar a mente e formar hábitos. A
crítica de Libâneo se estende também ao material didático que são descontextualizados se
resumindo a utilização de livro didático, giz e quadro onde o processo de ensino e
aprendizagem se precariza visto que, o aluno passa apenas a repetir o conhecimento castrando
assim a construção do saber.
Em relação aos materiais didáticos, segundo essa abordagem, eles são
descontextualizados, e o que existe é a utilização do livro didático
(apostilhas, cartilhas, etc.) giz e quadro. Nesta perspectiva pode se perceber
que o material didático não possui importância. Ele muitas vezes é pouco ou
nem utilizado e não possui função didática de aprendizagem. Neste sentido,
o processo de ensino e aprendizagem acaba perdendo seu valor e tornando-se
precário, pois o aluno apenas repete o conhecimento e não (re)constrói.
Portanto, nesta abordagem, o material didático é concebido como um
suporte, um apoio. Ou seja, ele está pronto, concebido, elaborado, e cabe ao
aluno ao contata-lo assimilar o que ele antecipadamente possibilita, dentro
da perspectiva de que o objeto que determina o que deve ser aprendido e o
sujeito deve aprender dele (DA SILVA, GIORDANI e MENOTTI, 2009,
p. 8)
Levantando esses pontos críticos da educação tradicional a sociedade brasileira
tenciona as politicas educacionais nacionais para se pensar em uma nova educação para o
17
País. É com esse desejo de mudança que consegui ser aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) de dezembro de 1996:
O inicio de uma mudança mais contundente veio com a lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em 20 dezembro de 1996.
O texto já apontava para a necessidade de inserção de outras linguagens e
manifestações artísticas nos ensinos fundamental e médio:
Item II do art.3 da lei diz que a liberdade de aprender, ensinar pesquisar e
divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber “é uma base do ensino”.
Iten II do §1º do art. 36 registra, de forma mais explícita, que, entre as
diretrizes para o currículo do ensino médio, está o conhecimento de “formas
contemporâneas de linguagem” (VERGUEIRO e RAMOS, 2009, p.10).
A LDB entende como necessário a inserção de outras linguagem e manifestações
artísticas, nessa ideia o presente trabalho defende a utilização de História em quadrinhos no
aprendizado de musica no ensino fundamental e médio.
Vergueiro e Ramos (2009) justifica que o quadrinho evidencia duas posturas: uma
que defende o quadrinho como sendo um modelo literário e totalmente possível de se ser
utilizado na academia, e a segunda, que desconhece a abrangência dos quadrinhos, não o
vendo como uma literatura. Isso nos leva a crer que o desconhecimento do universo dos
quadrinhos e suas aplicações nas áreas acadêmicas os levam a não aceitar todas as possíveis
aplicações dessa arte.
Dizer que quadrinhos são Literatura evidencia duas posturas. A primeira é
que se busca um rótulo social e academicamente prestigiado – o literário –
para justificar a presença dos quadrinhos na escola e, possivelmente, na lista
do PNBE. A outra indica um desconhecimento da área de quadrinhos, que
soma poucos estudos acadêmicos, embora em números já suficiente para
afirmar que quadrinhos são quadrinhos e literatura é literatura
(VERGUEIRO e RAMOS, 2009, p.10).
Portanto não como expert no assunto defenderemos a utilização de quadrinhos como
método pedagógico para o ensino da música. Ao ler Vergueiro e Ramos (2009) vemos que ele
analisa a relação dos quadrinhos segundo uma possível interpretação do ponto de vista do
governo. Ele diz:
A relação torna possível três leituras sobre o ponto de vista do governo
federal. A primeira é que ela consolida a interpretação de quadrinhos como
gêneros literários. A segunda é que os mesmos quadrinhos não precisam ser,
agora, necessariamente, adaptações para configurarem leituras
recomendadas. A terceira é que, pela primeira vez, as histórias em
quadrinhos podem migrar para o ensino médio, via lista do PNBE. Até
então, era direcionadas apenas ao ensino fundamental. (VERGUEIRO e
RAMOS, 2009, p. 24).
As leituras de Vergueiro e Ramos ver os quadrinhos como gênero literais e assim
passível, de ser utilizado para o ensino fundamental mais também o ensino médio.
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Na sala de aula é de imensa importância que os conteúdos não sejam apresentados
apenas de forma expositiva e descritiva e sim buscar novas temáticas, introduzindo-as em
alguma atividade em que utilize os conhecimentos prévios, e as informações que o próprio
aluno já vem possui. Criando assim, um contexto que irá dar uma nova vertente significativa
ao tema indagado e explanar a relevância que poderá ser na aplicação de qualquer nível
educacional.
Tratando os quadrinhos como uma manifestação artística Vergueiro e Ramos (2009)
a compara com as demais artes.
Quadrinhos são uma manifestação artística autônoma, assim como o são a
literatura, o cinema, a dança, a pintura, o teatro e tantas outras formas de
expressão (VERGUEIRO e RAMOS, 2009, p. 34).
Desta forma os quadrinhos assim como as outras diversas artes podem ser utilizados
na educação como uma porta aberta para à cultura e a informação e, além disso, estimular o
hábito pela leitura, sendo essa última uma preocupação pertinente, devido ainda os índices de
alunos que gostam de ler ou pelo menos ter lido um livro no período de um ano ser
assustadoramente baixo.
O assunto que irá ser tratado aqui, os quadrinhos, convida o aluno à reflexão.
Aceitando esse convite o mesmo será levado inicialmente a adquirir o interesse pela leitura.
Os quadrinhos se mostram ao aluno como sendo uma forma lúdica e atraente e assim,
presenta o contexto educacional musical sem tantos traumas gerados pela educação
tradicional memorística.
Depois de o aluno ter criado o hábito da leitura em quadrinhos pode se empenhar no
estudo de outros temas e disciplinas, criando assim, um exímio leitor.
O objetivo do PNBE é permitir aos estudantes o acesso à cultura e à
informação e estimular o hábito pela leitura. (VERGUEIRO e RAMOS,
2009, p. 12).
Dentre as ações governamentais, há o Programa Nacional Biblioteca na Escola –
PNBE – que tem o objetivo de estimular o hábito pela leitura criando bibliotecas nas escolas e
diversificando seu acervo com os mais vastos gêneros literais, destes tais, encontramos muitos
quadrinhos e em muitos materiais didáticos vermos também a utilização de tirinhas (história
de quadrinhos curta) em diversas disciplinas.
Vergueiro e Ramos cita os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN – que
sintetizam as releituras das práticas pedagógicas aplicadas nas escolas por professores do
ensino fundamental e médio em todo território brasileiro.
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Os PCN traziam uma releitura das práticas pedagógicas aplicadas na escola,
de modo a criar um novo referencial a ser adotado pelos professores nos
ensinos fundamental e médio. Os parâmetros da área de Artes para 5ª a 8ª
sérios mencionam especificamente a necessidade de um aluno ser
competente na leitura de histórias em quadrinhos e outras formas visuais,
como publicidade, desenhos animados, fotografias e vídeos (VERGUEIRO e
RAMOS, 2009, p.10).
Contudo, no entanto os quadrinhos se encaixam perfeitamente para o método de
ensino da iniciação musical. Tendo uma visão ampla da leitura, não a enxergando apenas no
que está nos livros, mas sim a tudo que posso transmitir informações.
Leitura não é só livro. Leitura é tudo. Como dizia o educador Paulo Freire
(1988), “a leitura do mundo procede à leitura da palavra”. Assim, pode se
dizer que a leitura sempre é o caminho para as outras mais, espiral sem
começo ou fim. Um outdoor leva a uma fotografia, que leva a um vídeo, que
leva a um programa de televisão, que leva a um desenho animado, que leva a
uma história em quadrinho, que leva a um livro, que leva a um filme, que
leva a um outdoor anunciando a estreia de um longa-metragem.
(VERGUEIRO e RAMOS, 2009, p. 40).
Partindo dessa visão ampliada da leitura e da facilidade que os quadrinhos têm em
chamar a atenção para si devido não apenas ao texto encontrado nos balões mas também em
todas as formas de leituras expressas nas artes dos desenhos, no enquadramento das cenas e
etc.
Mccloud (2005) defende a utilização de todos os métodos para o ensino, defendendo
uma educação voltada para o aluno. O professor nesse caso portador de uma caixa de
ferramentas saberá utilizar cada uma segundo a melhor aceitação do aluno.
Não se diz nada sobre papel e tinta. Não se menciona processo de impressão;
a imprensa em si não é nem especificada! Não se diz nada sobre canetas
técnicas ou papel schoeller ou pincel número dois da série sete da marca
Windsor & Newton! Nenhum material é excluído por nossa definição.
Nenhuma ferramenta é proibida. (MCCLOUD, 2005, p.22).
Ao nos depararmos diante de fatos expostos pelos autores citados acima, tomamos
como encorajamento para poder seguir como educadores mais preparados e assim poder
colocar na pratica a verdade sobre qual acreditamos nos ensinos renovadores e
transformadores, que só dependerá se caso nós nos empenharmos para que nossas ações
correspondam em uma futura realidade.
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3. METODOLOGIA
Esse trabalho foi um tratamento realizado através de uma Pesquisa Qualitativa na
qual foi criada uma história em quadrinho com tema voltado para educação musical. O
objetivo que tínhamos era, através de uma Pesquisa Exploratória de Procedimento avaliativo
em sala de aula, experimentar o uso desta ferramenta de histórias em quadrinhos na
construção do ensino aprendizagem.
Aqui levamos em consideração o que fala Bogdan e Bibklen (1994), sobre o método
qualitativo, onde eles citam:
"Os investigadores qualitativos estabelecem estratégias e procedimentos que
lhes permitam tomar em consideração as experiências e o ponto de vista do
informador. O processo de condução da investigação qualitativa reflete uma
espécie de diálogo entre os investigadores e os respectivos sujeitos, dado
estes não serem abordados por aqueles de forma neutra" (BOGDAN e
BIKLEN, 1994, p. 51)
Sendo assim, buscamos extrair dos alunos (informadores) seus pontos de vistas e
suas experiências referentes ao uso da ferramenta da historia em quadrinhos. Definimos para
esse proposito elaborar um questionário estruturado com esses objetivos da aplicabilidade do
quadrinho em sala de aula.
As perguntas se dividiram em duas partes. A primeira parte com perguntas voltadas
sobre o conteúdo que o quadrinho relata e, a segunda, buscava uma visão do aluno sobre o
quadrinho em sala de aula para se abordar assusto musical.
3.1. CONSTRUINDO UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS MUSICAL
Para não ficarmos apenas teorizando e discutindo o quão importante é, para os
diversos autores, ter em mãos um amplo leque de métodos pedagógicos para o ensino.
Resolvemos criar, aplicar e avaliar a experiência da nossa proposta. Que foi ter uma história
em quadrinho que sirva como ferramenta educacional em prol a educação musical.
Todo o presente trabalho tem como centro esse objetivo, que é, ir além das
discussões teóricas, e isso não quer dizer que desconsideramos a teoria para o
desenvolvimento e aprimoramento da educação, mas sim, que um profissional da educação
munido das teorias educacionais deve, com seu acumulo teórico, desenvolver métodos cada
vez atrativo para apresentar ao alunado, sem perde os principais pontos que devem ser
assimilados pelos alunos.
Não compreendemos o ato de ensinar como um ato onde o professor seja o possuidor
de conhecimento equipado apenas de métodos rígidos e inflexíveis. Defendemos que o
21
professor seja um dominador dos instrumentos pedagógicos e que conforme a demanda
trazida dos alunos, o professor tenha a capacidade de escolher e utilizar a melhor forma para
se construir o aprendizado com todo o universo do aluno.
Portanto, nos colocamos na tarefa de criar uma história em quadrinhos com uma
trama para se apresentar um conteúdo teórico-musical para nossos alunos. Como será o inicio
de uma etapa sobre um conteúdo que irar fazer parte do quadrinho tomamos como referencia
que traria uma aproximação lúdica do iniciante a música.
LIMA e FIGUEIREDO (2004) tem uma preocupação em se conduzir a ciência
sonora da música em degraus suaves e dando assim uma progressão necessária de liberdade e
reflexão. Focamo-nos na parte inicial do livro que tem a iniciação musical sob um ponto de
vista da teoria musical.
Primeiramente veio o roteiro, no qual acoplasse algo teoricamente se unindo a
prática inicial musical, com intuito de se possível, ter uma continuidade do trabalho através de
projetos futuros que visassem trabalhar a educação musical.
Abraçamos a ideia de iniciarmos com princípios musicais, que nos levou a escolher
as propriedades do som. Após escolhido o conteúdo, vimos que se fossemos falar de todas as
propriedades do som de uma só vez em uma história em quadrinhos poderia não ter uma
proposta interessante.
Resolvemos iniciar com duas das primeiras propriedades do som na qual foram
escolhidas: intensidade e altura. Fizemos o roteiro propondo aos personagens nomes que de
uma forma intercalada pudesse estar futuramente sendo lembrado no contexto musical, como
nomes que lembrarão os modos gregos e as notas musicais. Como por exemplo, os nomes das
crianças e o nome do professor.
Depois que definimos: conteúdo, personagens e o contexto didático, partirmos para a
criação dos desenhos. Primeiramente fazemos uns esboços com traços imperfeitos e
diagramação desproporcionais, que tem como finalidade obter uma visão Geral do trabalho. O
esboço nos mostrará em uma dimensão de quantos desenhos precisaremos fazer junto aos
“quadrinhos”. Concluído o esboço final partimos para a criação da finalização nos perfis dos
desenhos dos personagens, na finalização dos desenhos dos quadrinhos buscamos fazer algo
que não fosse muito infantil, porém de percepção não tão adulta (FIGURA 2).
22
FIGURA 2: Quadrinho construído para aplicação na escola e aprendizagem
dos conteúdos Altura e Intensidade.
FONTE: Do autor.
Optamos em desenhos com traços leves, com movimento, expressão e com
características próprias se tornando muito originais, onde os olhos dos personagens chamam a
atenção por não ter a Íris nem a córnea ou pupila dos olhos, mais mesmo assim aparecem
sinais expressivos dos olhos.
No desenho do professor, buscamos deixá-lo com uma aparência não convencional,
no entanto bem atual. Temos o menino um pouco mais fofinho e uma menina muito
imperativa na qual ela e o menino chamam a atenção por estarem sempre a interagir com o
professor.
Terminado esse processo de desenhos colocamos a diagramação que é onde
decidimos a forma e o tamanho dos quadrinhos, quando um “quadrado” pode ter o dobro do
tamanho do outro (quadrado), podendo assim ocupar uma tira inteira.
Depois colocamos os balões das falas (da à dramatização das falas) onde está todo o
assunto em forma de dialogo entre os três personagens.
Primeira etapa pronta, quadrinho finalizado. Passaremos agora para a próxima etapa:
A aplicação em sala de aula. Nessa etapa colocaremos o método à prova avaliaremos e
possibilitaremos também aos alunos fazerem suas críticas.
23
4. APLICAÇÃO DO QUADRINHO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.
O método utilizado foi a leitura individual da história em quadrinhos e utilizamos
como método avaliativo uma prova com seis questões, dividas em duas partes: a primeira
contendo quatro questões subjetivas com objetivo de avaliar o nível de compreensão do
conteúdo abordado na história em quadrinho. A segunda tem como um caráter mais
consultivo, apresentando duas questões, também subjetivas, no qual solicitamos ao aluno a
sua opinião quanto ao método utilizado e tentamos perceber com ambas as partes da avaliação
a aplicabilidade do método em quadrinhos como ferramenta para a aprendizagem do ensino
de musicalização no contexto de sala de aula.
Aplicamos o quadrinho como ferramenta didático-pedagógico em sala de aula, com
alunos do nono (9º) ano do ensino fundamental de uma escola da rede pública de ensino
regular, situada na cidade de Natal – RN. A faixa etária dos alunos ficava entre os quatorze
anos (14) e dezesseis anos (16). Fizeram-se presente vinte e cinco alunos dentre eles
encontrava-se perfis distintos de alunos, uns mais agitados e outros mais centrados, ou seja, a
turma era bem diversificada.
Para nossa pesquisa a diversificação da turma foi um ponto positivo, pois podemos
ver como os alunos de perfis diferentes reagem ao método em analise. Com esse objetivo de
abordar a relevância dos quadrinhos no ensino na musicalização de um indivíduo.
Apresentaremos os resultados das provas utilizando também em duas formas: uma apresentará
os resultados da primeira parte da avaliação representada por gráficos; e a outra abordará a
segunda parte da avaliação que faremos um relatório crítico como as opiniões dos alunos
sobre sua aceitação do método.
4.1. AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO DO CONTEÚDO
APRESENTADO
Avaliaremos a primeira parte das questões tendo como base as respostas dos alunos
em sala de aula. As quatro primeiras questões tinham como objetivo avaliar o entendimento
adquirido sobre o assunto através do quadrinho onde especificávamos sobre o que a história
em quadrinho abordava.
Nessa parte tínhamos como propósito avaliar a definição das propriedades do som e
as suas diferenciações o que seria: forte/fraco, grave/agudo e seus respectivos nomes e
funções no meio musical.
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4.1.1. A HISTÓRIA EM QUADRINHO FALA DE QUE ASSUNTO?
A questão um é uma pergunta de contextualização. Queríamos extrair do aluno a sua
percepção, saber se havia compreendido o conteúdo musical que era abordado para além da
trama que se apresentava o quadrinho.
GRÁFICO 1: A história em quadrinho fala de que assunto?
Estão representados no gráfico os erros e os acertos. 92% dos avaliados perceberam
que o quadrinho trazia junto da trama entres os alunos e professor um ensinamento sobre a
sobre as propriedades do som. Responderam em sua maioria: “Propriedades do som;
Intensidade e altura”.
Já os 8% que não responderam corretamente vimos que não estavam atentos sobre a
pergunta e responderam falando apenas dos elementos (intensidade ou altura) resumidamente
sem englobar a totalidade do tema.
4.1.2. OS QUADRINHOS APONTAM DOIS ELEMENTOS MUSICAIS,
QUAIS?
Na questão dois, buscamos manter a atenção voltada para o tema do assunto dado
nos quadrinhos. Pedindo que o leitor (aluno) apontasse os elementos musicais (Intensidade e
Altura) que intrínseco na história.
92%
8%
A história em quadrinho fala de que
assunto?
CERTAS
ERRADAS
25
GRÁFICO 2: Os quadrinhos apontam dois elementos musicais, quais?
As respostas corretas chegaram a ser 96%, mostrando assim, que a compreensão
desta segunda questão foi maior do que a primeira em 4%, ou seja, que para os alunos os
elementos dos quais se tratava os quadrinhos teve maior percepção do que o assunto que os
quadrinhos se tratavam a trama como um todo. E fazendo uma ponte com a primeira questão
facilitou muito tendo o subtítulo como resposta da segunda questão.
4.1.3. FORTE E FRACO SÃO CARACTERÍSTICAS DE QUAL
ELEMENTO?
Essa questão é praticamente para definir o que é fraco e forte. No método tradicional
utilizamos a emissão de sons através de instrumentos musicais ou através da fala, podendo até
mesmo com objetos emitir sons e nos quadrinhos podemos transmitir apresentando essa
diferenciação entre as definições utilizando apenas alguns desenhos apenas usando como
recurso linguístico a linguagem sequencial dos quadrinhos.
Apenas pontuando sem necessariamente aprofundar na discussão, a história em
quadrinho na área da educação musical pode se estender dando acesso a deficientes auditivos
contribuindo com ensino e aprendizagem.
Voltando agora a análise da resposta da terceira questão vemos:
96%
4%
Os quadrinhos apontam dois
elementos musicais, quais?
CERTAS
ERRADAS
26
GRÁFICO 3: FORTE e FRACO são características de qual elemento?
Na questão tivemos uma diminuição no número de acertos, que avaliamos ter sido
grau de complexidade dessa questão, porém a porcentagem ficou acima de 80% sendo assim
ainda foi satisfatório o resultado obtido da compreensão.
4.1.4. AGUDO E GRAVE SÃO CARACTERÍSTICAS DE QUAL
ELEMENTO?
Na quarta questão fomos de forma bem direta sobre a compreensão do aluno para
podermos identificar se o assunto estava realmente sendo envolvido na percepção de
entendimento do aluno com o assunto tratado no quadrinho.
GRÁFICO 4: AGUDO e GRAVE são características de qual elemento?
88%
12%
FORTE e FRACO são caracteristicas
de qual elemento?
CERTAS
ERRADAS
96%
4%
AGUDO e GRAVE são
características de qual elemento?
CERTAS
ERRADAS
27
Em relação à terceira questão, obtivemos o aumento de cerca de 8% dos acertos
evidenciando que o quadrinho tem uma eficácia na concepção de esclarecimento da leitura do
quadrinho atingindo a clareza do aluno em relação ao raciocínio ao ler o quadrinho.
4.1.5. AVALIAÇÃO QUANTO A ACEITAÇÃO DO MÉTODO EM
QUADRINHO
Nesta parte da avaliação buscamos um feedbak dos alunos. É aqui onde o método
será avaliado pelo alunado, irão neste momento fazer a avaliação sobre a história em
quadrinhos e o que acharam da aula de música tendo essa ferramenta como recurso
pedagógico.
No geral as respostas foram satisfatórias, mesmo nos limitando à pergunta:
Compreenderam o assunto? Dê sua opinião sobre o uso dos quadrinhos como instrumento de
ensino?
Notamos que o método como instrumento de ensino aprendizagem foi satisfatório,
pois todos responderam positivamente a está questão, apesar das respostas sucintas vemos
pela porcentagem de acertos na primeira parte da avaliação que realmente eles
compreenderam o assunto abordado pela história em quadrinho.
Quando é perguntado se a história em quadrinho ajudou a compreender sobre o
assunto tivemos uma aceitação de 100%, todos gostaram do método e uns demonstraram um
bom nível de compreensão do assunto com respostas mais completa até mesmo nos
surpreendendo positivamente.
Algumas das Respostas dos alunos sobre a avaliação da história em quadrinho:
“Sim, agora sei que intensidade é quando esta se tratando de (forte e fraco) e
altura e guando se trata de (agudo e grave)”1.
“Sim, pois ajudou-me a lembrar do assunto que já tinha estudado”.
“Sim, pois pelo modo de ensinar bem dinâmico é mais fácil de aprender”.
Na última questão pedi que dessem a opinião deles em relação à história em
quadrinhos como ferramenta para se aprender um assunto, as resposta foram também muito
diretas e estimulantes.
1 Para diferenciar as citações de autores das falas dos alunos, optou-se por destacar essas últimas também em
itálico.
28
Quando estávamos elaborando o quadrinho um dos vários questionamentos e
preocupação era sobre a didática que poderia conter na história, pois estaríamos dando uma
aula através de figuras (desenhos), e a nosso ver ficou claro nas respostas que houve
unanimidade sobre o entendimento na compreensão do assunto. Colocamos aqui uma resposta
que teve esse direcionamento para o quadrinho: “é muito boa, pois explica tudo muito
detalhadamente”.
Outra de nossas dúvidas seriam como poderíamos fazer com que o desenho passasse:
expressões; movimentação, movimento e integração com o leitor. E obtivemos êxito, pois nas
respostas os alunos se pronunciaram respondendo assim satisfatoriamente: “as figuras
estimulam os alunos a ler com mais prazer”; “o quadrinho é uma maneira de interagir com o
leitor, e quando o leitor interagi ele também aprende com o que se passo na história do
quadrinho”.
Podemos dizer com a certeza da avaliação aplicada em sala de aula que o quadrinho
foi de grande relevância para a compreensão dos alunos sobre o assunto passado no quadrinho
(propriedades do som: intensidade e altura), onde tínhamos como intenção transmitir nas falas
dos personagens o conteúdo de forma prazerosa e de fácil entendimento sem perder a
importância do assunto levantado na história em quadrinho. Assim aponta as essas respostas
desses alunos: “o quadrinho nos ajuda a compreender que mesmo brincando podemos
aprender”. “achei simples, porém eficaz porque consegui entender em uma pequena história
sobre propriedades do som”.
E ao lermos as respostas da avaliação, alcançamos os objetivos da nossa pesquisa
que evidencia o quadrinho como uma ferramenta de fácil e simples aplicação na educação
musical. “é bem mais legal aprender assim, a pessoa além de aprender se diverte”.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho significou um extremo desafio. Poder criar esse quadrinho, pensar
em personagens; a didática que se iria aplica em sala de aula; buscar as características dos
personagens que fosse mais atrativa para o público alvo, ou seja, as figuras em si; no conteúdo
do roteiro e em um tema na abordagem musical tornando o quadrinho a ferramenta a ser
aplicada em sala de aula. Vimos que o quadrinho sendo colocado com a didática certa pode
trazer ao alunado uma concepção esclarecedora ativando a memoria visual, facilitando assim,
para os que já conheciam o conteúdo recordar e apresentar o assunto abordado pela primeira
vez.
Compreendemos que a história em quadrinhos foi bem aceita pelos alunos, pois os
mesmos se mostram contentes nas respostas da avaliação onde a turma expressou de forma
aceitável chegando a ser gratificante a grata surpresa sobre a compreensão de cada um que
pôde fazer parte da pesquisa.
Através dos resultados pesquisados conseguimos transmitir a didática que objetivamos
que seja a do quadrinho que pudesse conduzir o aluno de forma cautelosa sem se tornar
enfadonha para que eles tivessem uma leitura com conceitos novos e algo atraente que os
ligassem ao assunto sobre propriedades do som tendo sido explorado apenas intensidade e
altura.
No entanto, sugerimos que neste tipo de pesquisa, algo que poderia ter se tornado mais
proveitoso seria se nós tivéssemos aplicado o quadrinho em outras turmas de diferentes séries,
pois teríamos como experiência um período maior e mais vasto onde poderíamos poder
aplicar o quadrinho de forma inicial em uma turma que tenha a disciplina de artes/música em
sua grade escolar. Por exemplo aplicação e acompanhamento de um semestre, para assim
podermos ter uma visão mais ampla dessa aceitação e não teríamos como referencial apenas
uma turma e sim em uma totalidade bem maior.
Ainda assim, no geral atingimos todos os objetivos que foram propostos, confirmando
o pressuposto de que o ensino de educação musical pode se utilizar da ferramenta da história
em quadrinho.
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REFERÊNCIAS
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Biologia. In: MONOGRAFIA APRESENTADA AO CENTRO DE CIÊNCIAS
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APÊNDICES
Avaliação sobre a História em quadrinhos.
1. A história em quadrinho fala sobre que assunto?
2. Os Quadrinhos apontam dois elementos musicais, quais?
3. FORTE e FRACO são característica de qual elemento?
4. AGUDO E GRAVE são características de qual elemento?
5. A história em quadrinho ajudou a compreender sobre o assunto?
6. Dê sua opinião sobre a história em quadrinho como Ferramenta para aprender um assunto: