publicidade médica: o que pode e o que não pode

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HPV Uma dura batalha, mas com importantes vitórias Pág. 06 Santiago Especialmente encantadora Pág. 08 Pág. 10 do Chile SALA VIP PONTO ALTO EDIÇÃO 01 - NOVEMBRO 2009 DR. VERSÁTIL

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Health & Medicine


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O médico que deseja tornar-se uma referência em sua especialidade precisa aprender a se relacionar com a imprensa, evitando o excesso de exposição, trabalhando com informações da medicina baseada em evidências, não fazendo especulações, suposições, não criando falsas expectativas.

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Page 1: Publicidade médica: o que pode e o que não pode

HPV Uma dura batalha, mas com importantes vitórias

Pág. 06

Santiago

Especialmente encantadoraPág. 08

Pág. 10

doChile

SALA VIP

PONTO ALTO

EDIÇÃO 01 - NOVEMBRO 2009

DR. VERSÁTIL

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ATUAL E RELEVANTE

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CONSULTE

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Expedicionários da Saúde

O que PODE e o que NÃO PODEna publicidade médica

Consultoria no consultório

Dr. Versátil

Ponto alto

Atual e relevante

Sala Vip

Santiago do Chile

HPV

ArtigoComentado

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Em um mundo globalizado, no qual a informação ganha cada vez mais importância, os médicos se deparam com novos desafios. São profissionais que além de deterem conhecimentos técnicos e científicos, precisam estar antenados sobre diversos outros assuntos. Devem aprender sobre marketing, traçar planos de carreira e aprimorar seu relacionamento com seus pacientes.Ao mesmo tempo, precisam administrar bem seu tempo para buscar a atualização profissional e novos conhecimentos que atendam às necessidades de pacientes cada vez mais exigentes.A proposta da Revista Consulte é facilitar o dia a dia do médico, levando informação, dicas, serviços e notícias atualizadas, sempre com imparcialidade e objetividade. Além disso, tem como objetivo auxiliar os profissionais na busca de maior qualidade de vida, trazendo a cada edição sugestões de entretenimento, lazer e outros temas de interesse da classe médica.Com uma linguagem leve e um visual moderno, a Revista Consulte pretende ser uma fonte de consulta confiável, atendendo de forma rápida e dinâmica às necessidades de leitura desses profissionais.Com esse projeto, pretendemos estreitar cada vez mais o relacionamento com o médico, a fim de identificar novas oportunidades e desenvolver ações de qualidade e éticas que possam contribuir com seu desenvolvimento profissional e pessoal.Portanto, aproveite ao máximo a leitura desta primeira edição, que foi preparada especialmente para você!

PRIMEIRO EDITORIAL

EDITORIAL SUMÁRIO

Consulte é uma publicação da Libbs Farmacêutica. Produção e Coordenação: Publicifarma Comunicação Ltda.Jornalista responsável: Madalena Almeida (Mtb 20.572). Esta publicação é um serviço da Libbs e está em conformidade com as leis de imprensa.Os pontos de vista aqui expressos e as informações fornecidas pelos colaboradores e entrevistadosnão refletem, necessariamente, a opinião e a posição da Libbs, sendo exclusivamente de responsabilidade das fontes.

ExPEDIEnTE

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O caráter tradicionalmente liberal do exercício da Medicina tem sido alterado significativamente nos últimos tempos no Brasil. As coisas não são

mais como antigamente, quando o caminho para o sucesso profissional já estava traçado: bastava finalizar o curso de Medicina e abrir o consultório, afinal, o médico era um dos atores sociais de maior relevância em quase todas as sociedades, já que os conhecimentos científicos eram restritos a determinados grupos.

Agora, além de Medicina, é preciso entender que a economia é globalizada, que o marketing deve ser socialmente responsável e que os avanços tecnológicos transformaram o paciente em um consumidor poderoso. Tal cenário faz com que o médico tenha de avaliar a concorrência e o tamanho do mercado para planejar a sua participação no setor de saúde.neste contexto, a comunicação assume relevância cada vez maior na promoção da saúde. Entretanto, o médico tem a liberdade de informação disciplinada por um Código de Ética Profissional, que fiscaliza e penaliza os que abusam desse direito de informar. Então, como deve agir o médico que deseja exercer seu legítimo direito de propagar suas atividades profissionais? A publicidade médica tem características próprias e segue normas. Portanto, é requisito fundamental conhecer as normas reguladoras, compreendê-las e agir conforme as suas orientações. Assim, para orientar o médico, seguem algumas atividades que são permitidas e as proibidas, quando o tema é a publicidade médica:

• O médico está impedido de participar de anúncios de empresas comerciais de qualquer natureza, valendo-se de sua profissão, conforme o disposto no Código de Ética Médica e no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. A agência publicitária encarregada da veiculação de anúncio envolvendo a Medicina, ou a figura do médico, estará sujeita à fiscalização do Conar

O que PODE e o que NÃO PODE na publicidade médica

(Conselho de Autorregulamentação Publicitária), que aplicará a penalidade que lhe couber: advertência, alteração ou correção da mensagem e sustação do prosseguimento da campanha;• Segundo a Resolução CFM nº 1.701/03, o médico pode prestar informações, dar entrevistas e publicar artigos versando sobre assuntos médicos que tenham fins educativos. nesse tipo de divulgação, o médico deve ter seu número de inscrição no conselho profissional aposto no

corpo do anúncio;• Também não é ético divulgar, durante entrevistas, endereços e/ou telefones de consultórios, con-forme reza a referida Resolução;• Em relação à exposição de pacientes em fotografias, vídeos de cirurgias ou outros meios de divulgação leiga, o artigo 104 do Código de Ética Médica veda ao médico essa prática. Fotos e vídeos de cirurgias somente

podem ser apresentados em reuniões no meio científico, após obtenção do consentimento do paciente;• O médico pode participar de seções sobre saúde, respondendo cartas ou e-mails com perguntas técnicas em jornais, revistas ou internet. As respostas devem ser objetivas, ter um caráter educativo e esclarecedor, sem visar à própria promoção;• O médico não pode divulgar durante as entrevistas preços de consultas populares ou de cirurgias, planos de financiamentos, descontos, promoções, etc. A divulgação de preços e valores é encarada como mercantilização da Medicina.

O médico deve conhecer bem as normas que regulam a publicidade médica, a fim de divulgar suas atividades profissionais com ética e

dentro da lei.

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CONSULTORIA NO CONSULTÓRIO

Colaboração: Márcia Wirth - especializada no assessoramento de entidades e profissionais da área da saúde.

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Fotos: arquivo da OnG

O médico tem uma importância inquestionável na sociedade. Além de salvar vidas, exercendo com ética e seriedade a profissão, alguns ainda conseguem se dedicar a outras causas nobres fora do consultório, colocando seus conhecimentos em prol de diversos brasileiros que sofrem com a falta de um atendimento médico adequado.Um desses exemplos é a OnG Expedi-cionários da Saúde, uma organização brasileira sem fins lucrativos, criada em 2003 por um grupo de amigos – a maio-ria médicos, de Campinas (SP) –, que tem a missão de levar medicina especiali-zada, principalmente atendimento cirúr-gico, a regiões distantes e de difícil aces-so na Amazônia brasileira. O trabalho dos médicos visa evitar a necessidade de deslocamento, na maioria das vezes traumático, dos doentes e de suas famí-lias até os centros urbanos.

Um nobre trabalho em prol

da população indígenaGrupo leva

atendimento médico a aldeias instaladas em regiões distantes

da Amazônia

A história da OnG começou com uma visita do grupo, acostumado a organizar caminhadas em meio à natureza, ao Pico da neblina (AM), onde está instalada a aldeia indígena Yanomami.Impressionados com uma realidade muito diferente da que viviam, os médicos mudaram o foco de suas viagens e buscaram fazer algo pela saúde da população daquela região. Até hoje, a OnG já realizou expedições para o Alto Rio negro, município de São Gabriel da Cachoeira (AM), onde estão localizadas cinco Terras Indígenas, beneficiando cerca de 15.000 pessoas.Em 2009, o grupo esteve na aldeia de novo Paraíso, localizada no município de São Paulo de Olivença, noroeste da Amazônia. Durante sete dias, foram realizados no local 1.391 atendimentos e 296 cirurgias, das quais 174 foram oftalmológicas

e as outras 122 gerais. Também estão previstas expedições para as regiões do rio Tapajós e bacias dos rios Andirá, Maués-Açu e Maráu.Segundo o idealizador e presidente da OnG, o ortopedista Dr. Ricardo Affonso Ferreira, para desenvolver esse trabalho, a organi-zação conta com patro-cinadores, que ajudam a manter o projeto viá-vel. Os patrocínios vêm em forma de doações financeiras, de serviços e insumos. Além disso, o grupo ainda recebe apoio de outros profissionais da área de saúde, como oftalmologista, ortopedista, anestesiolo-gista, cirurgião geral, pediatra e médica da família, além de enfermeiras e profis-sionais de logística, que chegam aos locais até dez dias antes para montar toda infraestrutura necessária ao atendimento. Para se ter ideia, em cada expedição são mais de oito toneladas de car-ga, entre barracas do Centro Cirúrgico Móvel, geradores, aparelhos de ar-condicionado,

equipamentos cirúrgicos, medicamen-tos, materiais de consumo, etc.“Trata-se de um serviço gratuito e complementar aos programas existen-tes de atendimento à saúde indígena da região. Todos os profissionais envolvidos são voluntários e dis-

postos a levar a medi-cina especializada para pessoas que, muitas vezes, nunca visitaram um médico. Tem sido um trabalho muito gratificante para todos nós, que ganhamos

experiência de vida, e também para os índios, que se beneficiam com um atendimento com alto nível de qualidade”, acrescenta Ricardo.

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Moderna, bonita e especial-mente encantadora, San-tiago, a capital do Chile,

atrai cada vez mais turistas de várias partes do mundo, inclusive muitos brasileiros, interessados em conhe-cer um pouco mais dessa cidade, que oferece atrações para todos os gostos o ano inteiro. No frio, nossos vizi-nhos conquistam os turistas que vão atrás de neve e esqui nas estações de inverno, como as famosas Valle Ne-vado, Portillo e Termas de Chillán.No verão, as principais atrações do local são os passeios pelas vitiviníco-las do país, a maioria próxima à capi-tal chilena, que fazem parte também do roteiro de aventura, oferecendo trilhas, caminhas e outras atividades ligadas ao ecoturismo.O Chile é atualmente o quinto pro-dutor mundial de vinhos, com apro-ximadamente 5% de participação no mercado mundial. Os roteiros da uva são muitos. O Vale do Maipo compreende toda a região vitiviní-cola que rodeia a cidade de Santia-go. Ali, se encontram os vinhedos mais tradicionais e mundialmente conhecidos, como Concha y Toro, Undurraga e Santa Rita, entre ou-tros. A região também é famosa por concentrar a melhor produção de

Santiago

Especialmente encantadora

doChile

Cabernet Sauvignon, a cepa chile-na de maior sucesso. A região fica a aproximadamente 35 minutos do centro de Santiago e as visitas são guiadas e com direito a degustações e compras nas lojas. Além das belas paisagens que com-põem o roteiro, o turista pode ainda conhecer e acompanhar as etapas de elaboração de alguns dos melhores vinhos produzidos no país.Mas as atrações não param por aí. A cidade de Santiago reserva muitas outras surpresas inesquecíveis aos visitantes. Por ser plana e peque-na, permite passeios, inclusive a pé. Uma dica é ter sempre um mapa na mão.Para quem pensa que Santiago não é um local para se fazer compras se engana. A melhor pedida são as banquinhas de artesanato, localiza-das ao lado da Igreja dos Dominicos. Ali é possível encontrar trabalhos típicos em madeira, pedra, tecido, couro e lã.A comida de Santiago é também uma atração à parte. Mas o que faz mais sucesso entre os visitantes é uma bebida: o “mote con huesillos”, de sabor doce e refrescante feito com suco de pêssego, que é vendido na cidade inteira.

Outras opções

Depois de passear pela capital chi-lena, o turista tem ainda outras op-ções próximas à cidade. No sul do país, visitar Puyehue, um parque nacional localizado em uma região vulcânica, é roteiro certo. Reple-to de belezas naturais, ostenta um lago originado de erupções vulcâ-nicas, muito verde e, claro, neve. Para quem não abre mão do con-tato com a natureza, Púcon é um belo passeio. Localizado ao pé do vulcão ativo Villarrica, Púcon oferece uma excelente estrutura turística e uma natureza exube-rante, sendo ideal para a prática de esportes radicais. O local abriga ainda um balneário localizado às margens do Lago Villarrica.Se ainda der tempo, vale uma visi-ta à Ilha de Páscoa, a 4.000 km da costa do Chile, que é famosa pe-las estátuas de pedra (Moais), pela rica fauna e flora e pela paisagem paradisíaca. Portanto, Santiago do Chile é um local de belezas únicas que podem ser contempladas no inverno ou no verão.

Um dos passeios imperdíveis para quem visita Santiago é conhecer a

rota dos vinhos, onde se encontram vinhedos mundialmente conhecidos.

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PONTO ALTO

Fonte: www.chile.travel

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A infecção pelo HPV (papilomavírus humano) é considerada um problema de saúde pública em todo o mundo. Dados de literatura apontam

que sete em cada dez mulheres sexualmente ativas serão contaminadas pelo vírus durante suas vidas. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 630 milhões pessoas estão infectadas pelo HPV. Mas parece ter surgido uma luz no fim do túnel com a descoberta da vacina contra o HPV, que não está indicada como tratamento, mas que tem se mostrado eficaz na prevenção. A entrevista com o médico ginecologista Dr. Odair Albano traz informações relevantes e esclarecedoras sobre esse problema, que preocupa a comunidade médica em todo o mundo.

Revista Consulte - O HPV já lidera o ranking de doenças sexualmente transmissíveis. Qual a situação hoje no Brasil?Dr. Odair Albano – Dados do Ministério da Saúde apontam que 137 mil novos casos surgem por ano no País. Pesquisas em diversas instituições indicam que de 10% a 40% das brasileiras estão infectadas pelo vírus. Esse risco vem aumentando nos últimos anos. O pico de positividade ocorre nos primeiros anos de atividade sexual. Estudo recente mostrou que 60% das mulheres têm positividade para HPV cervical 48 meses após o primeiro coito. Conclui-se que a infecção por HPV é muito frequente entre as mulheres com vida sexual ativa. Entretanto, 90% das infectadas conseguem espontaneamente eliminar o vírus em um período de até 30 meses e apenas um porcentual em torno de 1% dos casos de infecção evoluirá para câncer.

Diante de um percentual tão baixo, não há o risco do HPV ser negligenciado pelos profissionais de saúde?Dr. Albano – Na verdade, o HPV pode ser neglicenciado

HPVUma dura batalha, mas com importantes vitórias

ou supervalorizado. Acontece que o fato de a mulher ter o vírus não significa que ela desenvolverá o câncer de colo de útero. Por outro lado, praticamente 100% dos casos de câncer tiveram infecção por HPV. A gravidade do HPV, está justamente em sua capacidade de provocar a doença. As últimas descobertas em relação à evolução natural dessa patologia indicam que após a infecção pelo HPV, a primeira lesão surge em até oito meses. Mesmo tratada, haverá um período de resposta imunológica, seguido por um de infecção latente, até que ocorra a soroconversão. Podendo nessa fase tardia ocorrer remissão clínica ou evolução para doença persistente ou recorrente. nos casos de infecção persistente, a evolução para câncer está relacionada a diversos fatores como: tabagismo, sistema imune, nutrição, multiplicidade de parceiros, alta paridade, iniciação sexual precoce, uso prolongado de contraceptivos orais e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Como foi a descoberta da vacina contra HPV? Dr. Albano - Um dos grandes avanços que permitiram o desenvolvimento das vacinas contra o HPV foi a descoberta da capacidade da proteína L1, componente do capsídeo viral de se auto-organizar em uma partícula semelhante ao HPV, denominadas VLP (virus like particle). Tais partículas não têm poder infectante, mas são capazes de induzir a produção de altos títulos de anticorpos neutralizantes, muito superiores aos que ocorrem pela infecção natural.Diversas pesquisas demonstraram que apesar da vacina contra HPV elevar os níveis de anticorpos séricos, ela é ineficaz para as infecções vigentes. Entretanto, nada impede que a mulher seja vacinada, a fim de evitar futuras infecções por outros tipos de HPV. O risco de concomitância de infecção pelos dois HPVs 16 e 18, mais frequentes no câncer cervical, é de apenas 2%.

Como está a utilização da vacina contra HPV no Brasil?Dr. Albano – Já existem duas formulações registradas na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária). A primeira, chamada quadrivalente, foi aprovada em 2006, sendo indicada para mulheres (de nove a 26 anos) para prevenção do câncer cervical, lesões pré-câncer e a verruga genital (condiloma acuminado). Já a segunda, lançada em 2008, é indicada para mulheres de dez a 25 anos, visando prevenir o câncer cervical e lesões pré-câncer. Ambas apresentam perfil de segurança clínica aceitável.

A vacina oferece proteção contra todos os tipos de vírus?Dr. Albano - A vacina quadrivalente é efetiva para os HPVs 6, 11, 16, 18. Lembrando que os HPVs 6, 11 são responsáveis por 90% das verrugas genitais. Já os HPVs 16, 18 estão relacionados a 70% dos casos de câncer cervical. Tem eficácia comprovada por cinco anos, com a presença de anticorpos em níveis superiores a 98% para o HPV 16, e 65% para o HPV 18 após cinco anos. Já o segundo tipo é efetivo para os HPVs 16, 18 e reação cruzada com os tipos 45 e 31, ampliando o leque de proteção contra o câncer cervical. Há dados sobre a eficácia comprovada por 6,4 anos. Tem anticorpos em níveis superiores a 98% para HPV 16 e 18 após cinco anos e meio; superiores a 98% para HPV 45 após quatro anos e meio; e superiores a 70% para HPV 31 após quatro anos e meio.

O que representa o lançamento da vacina no Brasil?Dr. Albano - Os resultados promissores da vacina contra os principais tipos oncogênicos não excluem a necessidade de manutenção dos programas de rastreamento e o tratamento de lesões precursoras do câncer cervical. Isso porque os resultados da proteção pela vacinação de grande parte da população feminina só poderão ser observados ao longo de muitos anos. no Brasil, apesar de diversas iniciativas nesse sentido, a vacina contra o HPV ainda não foi incluída no calendário nacional de imunização do Ministério da Saúde. no Estado de São Paulo existe um Projeto de Lei na Assembleia Legislativa, da deputada estadual Ana Perugini, que propõe a vacinação contra o HPV de mulheres pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A descoberta da vacina contra o HPV, primeira contra um câncer, pode ser considerada um dos maiores avanços da medicina e uma importante aliada na prevenção do câncer de colo de útero.

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SALA VIP

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Internet

Livros

Confira alguns dos principais eventos médicos da área da

oncologia que acontecerão no Brasil e no mundo em 2010,

onde serão apresentadas as mais novas descobertas do setor.

PROGRAME-SE

Com uma linguagem simples, o livro propõe uma leitura agradável e acessível sobre dinheiro, dívidas e investimentos. Com informações na medida certa, ajuda na administração da vida financeira de forma objetiva, sem apresentar soluções mirabolantes. O objetivo é tornar possível a independência financeira dos leitores com diferentes faixas salariais. Oferece ferramentas e analisa de forma personalizada a realidade financeira de vários tipos de pessoas.

Dicas úteis para administrar as finanças, para programar sua próxima viagem ou para conhecer melhor o mundo dos vinhos. Veja as nossas sugestões de site, DVD e livros interessantes.

Trata-se do segundo volume da série iniciada pelo autor com Portugal. Para escrever a obra, que tem 320 páginas, Stelson ficou aproximadamente sete meses vivendo na Itália e selecionando todas as informações úteis para o turista que deseja conhecer aquele país com qualidade e segurança, mas sem gastar muito.

Para os apreciadores dessa milenar bebida, este DVD, do enófilo Ciro Lilla, é um verdadeiro curso de vinhos. no filme são mostrados os principais pontos produtores de vinho do mundo, técnicas de produção e conservação, entre outros aspectos. Tudo abordado de forma descomplicada. Uma ótima introdução para iniciantes e para quem quer também se reciclar sobre o tema.

O City Brazil é um portal para divulgação do território brasileiro. no site, os internautas encontrarão dados que atendem às necessidades de um público heterogêneo, interessado em turismo ou em busca de outras informações sobre vários Estados e cidades do Brasil. www.citybrazil.com.br

Finanças Pessoais De: Mauricio Galhardo (Totalidade Editora)

Como fazer turismo de qualidade a baixo custo na Itália De: Stelson P. de Azevedo (Thesaurus Editora)

Mundo do VinhoDe: Ciro Lilla

City Brazil - Percorrendo o Brasil de A a Z

V Congresso Brasileiro de Farmacêuticos em OncologiaPeríodo: de 16 a 18 de abril de 2010Local: Estação Embratel – Curitiba (PR) - BrasilPromovido pela Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (Sobrafo), o Congresso é um tradicional ponto de encontro de profissionais da área de saúde, onde são debatidos os mais importantes temas dessa atividade fundamental para o tratamento dos pacientes com câncer.Nesta edição, a proposta da entidade é promover discussões relevantes sobre procedimentos em oncologia em âmbito nacional e também modelos de atuação apresentados por profissionais renomados dos Estados Unidos, Canadá e Espanha.Informações: www.sobrafo.org.br

VI Congresso Franco-Brasileiro de Oncologia Data: de 20 a 22 de outubro de 2010Local: Rio de Janeiro - BrasilDurante três dias, congressistas assistirão a palestras, proferidas por grandes nomes do setor em câncer de mama, pulmão, gastrointestinal, cabeça e pescoço, sarcomas, ginecológicos, próstata, novas drogas, etc. Nesta edição, o evento oferecerá ainda o II Curso de Câncer de Mama, a V Jornada de Radioterapia, a IV Jornada de Cirurgia Torácica, o III ASCO/SFBO Simpósio, o II Fórum Molecular de Oncologia e a III Jornada de Psicologia Oncológica. O Congresso terá tradução simultânea, francês e inglês para português em todas as sessões.Mais informações: www.oncologiafrancobrasileira.com

35th ESMO CongressPeríodo: de 8 a 10 de outubro de 2010Local: Fiera Milano Congressi – Milão (Itália)Neste importante Congresso, promovido pela European Society for Medical Oncology, grandes especialistas apresentarão as novas e mais importantes descobertas científicas do mundo da oncologia. Informações: www.esmo.org

46th ASCO Annual Meeting - American Society of Clinical Oncology Período: de 4 a 8 junho de 2010Local: McCormick Place – Chicago (EUA)Considerado o principal evento científico e educacional da comunidade de oncologia mundial, este encontro reunirá oncologistas, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais de saúde de todo o mundo para assistir a debates sobre diversos assuntos em todas as áreas da oncologia.Informações: www.asco.org

33rd Annual San Antonio Breast Cancer SymposiumPeríodo: de 8 a 12 de dezembro de 2010Local: San Antonio, Texas (EUA) Organizado pela CTRC-AACR - American Association for Cancer Research, este simpósio reúne os maiores nomes mundiais ligados à investigação do câncer da mama, fomentando o intercâmbio e a troca de informações e experiências. É um dos eventos mais esperados pela comunidade médica internacional, que acontece anualmente em San Antonio, nos Estados Unidos.Informações: www.sabcs.org

International Conference on Cancer Nursing (ICCN)Período: de 7 a 11 de março de 2010Local: Atlanta (Georgia – EUA)Organizada pela International Society of Nurses in Cancer Care, a Conferência, que está na 16ª edição, contará com ampla programação e apresentará as novidades na área para cuidados de pacientes com câncer.Informações: http://www.isncc.org/conference/16th_ICCN/

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No. of patients at riskTAC 99 91 80 72 53 8FAC 90 75 59 54 42 12

No. of patients at riskTAC 56 51 42 42 33 7FAC 57 49 38 33 23 4

(ER- PR- HER2-) (ER- PR- HER2+)

TACFAC

P = .051

TACFAC

No. of patients at riskTAC 408 393 367 343 267 57FAC 397 387 350 313 242 57

No. of patients at riskTAC 104 102 100 95 77 16FAC 107 104 98 92 79 19

(ER+ and/or PR+ and either HER2+ and/or Ki67 high ) (ER+ and/or PR+ and not HER2+ or Ki67 high )

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No. of patients at riskTAC 82 79 76 68 52 15FAC 93 87 73 60 48 13

No. of patients at riskTamox/TAC 61 59 56 51 38 10Tamox/FAC 70 68 57 48 39 12No Tamox/TAC 21 20 20 17 14 5No Tamox/FAC 23 19 16 12 9 1

P = .029

TACFAC

No. of patients at riskTAC 422 408 383 363 286 57FAC 405 398 370 340 269 63

No. of patients at riskTamox/TAC 354 348 331 319 252 47Tamox/FAC 354 351 330 310 247 56No Tamox/TAC 68 60 52 44 34 10No Tamox/FAC 51 47 40 30 22 7

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Tamox/TACTamox/FACNo Tamox/TACNo Tamox/FAC

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Tamox/TACTamox/FACNo Tamox/TACNo Tamox/FAC

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Título: Subtipos de Câncer de Mama e Respos-ta ao Docetaxel em Câncer de Mama Axila Po-sitiva: Uso de Painel Imunohistoquímico no Estudo BCIRG 001 Judith Hugh et al. J Clin Oncol, 10 de março de 2009, 27:1168-1176.

Objetivo: Avaliação do prognóstico e significado pre-ditivo da classificação imunohistoquímica do câncer de mama inicial axila positiva em um estudo clínico com esquema contendo docetaxel.

Pacientes: Informações obtidas de 1.350 (91%) pacien-tes do estudo BCIRG 001 (Breast Cancer Investi-gative Research Group).

Método: Realizado painel imunohistoquímico em ma-terial armazenado e análise de informações coletadas de 1.350 pacientes alocadas no estudo BCIRG.Pacientes foram divididas em triplo-negativo (RE nega-tivo, RP negativo, HER2 negativo; 14,5%), HER-2 (RE negativo, RP negativo, HER2 positivo; 8,5%), luminal B (RE e/ou RP positivo, HER2 positivo e/ou Ki67 > 13%; 61,1%) e luminal A (RE e/ou RP positivo, HER2 negativo e Ki67<13%; 15,9%)1,2.

Grupos: Grupo tratado com esquema TAC (docetaxel 75 mg/m2 D1, adriamicina 50 mg/m2 D1, ciclofosfa-mida 500 mg/m2 D1, a cada 21 dias) comparado com grupo tratado com esquema FAC (5-fluorouracil 500 mg/m2 D1, adriamicina 50 mg/m2 D1, ciclofosfamida 500 mg/m2 D1, a cada 21 dias).

End Point Avaliado: Intervalo livre de doença (ILD).Tempo de Seguimento: 3 anos.

Resultados Principais: ILD aos 3 anos: triplo-negativo (67%), HER-2 (68%), luminal B (82%) e luminal A (91%).Risco relativo em relação ao luminal B: triplo-negativo (2,2; P<0,0001), HER-2 (2,12; P=0,0008) e luminal A (0,46; P= 0,0027).Aumento em 3 anos no ILD com esquema TAC foi evidenciado no grupo luminal B (p=0,025) (Fig. 1) e

no grupo RE-positivo/HER2-negativo tratado com ta-moxifeno (P=0,041) (Fig. 2), com tendência a aumen-to nos subgrupos triplo-negativo (P=0,051) e HER2 (P=0,068) (Fig. 1).não se evidenciou aumento do ILD no grupo luminal A.

Figura 1: Intervalo livre de doença (disease-free survival) entre pa-cientes tratados com FAC ou TAC, de acordo com o subtipo biológico, em pacientes classificados como triplo-negativo (A), HER2 (B), luminal B (C), ou luminal A (D). O valor do P, em cada gráfico, é calculado por regressão logística baseado no ILD em 3 anos.

Figura 2: Intervalo livre de doença (disease-free survival) entre pa-cientes com RE positivo, tratados com FAC, de acordo com o status HER2 e tratamento com tamoxifeno. ILD para pacientes RE positivo, positivo (A) ou negativo (C) para HER2, no grupo tratado. (B, D) Sub-divisão dessas pacientes pelo tratamento com tamoxifeno. Valores P são somente descritivos.

Artigo ComentadoConclusão: O uso de um simples índice de prolifera-ção possibilita uma separação altamente efetiva nas pacientes RE positivas em duas populações intrinseca-mente diferentes, luminal A e luminal B.

Um painel imunohistoquímico simples pode dividir os cânceres de mama em subtipos biológicos com forte correlação prognóstica.Pacientes que foram tratadas com tamoxifeno e pacien-tes com o subtipo luminal B apresentaram significati-vo aumento do ILD com esquema TAC em relação ao FAC (Fig. 2).

Figura 3: Risco relativo (HR) para ILD em pacientes dos grupos luminal A e luminal B por tratamento (risco relativo e intervalos de confiança 95% usando esquema FAC e não uso do tamoxifeno como comparação). Valo-res menores do que 1 mostram vantagem para o esquema TAC ou tamo-xifeno.

Discussão: Os benefícios dos taxanos em câncer de mama receptor de estrogênio positivo são controversos, sendo que os primeiros estudos realizados3 não eviden-ciaram diferença entre grupos RE positivo ou negativo, mostrando benefício em ambos (Grupo Español del Investigación del Cancer de Mama 9906 e PACS 01). no entanto, estudos posteriores sugeriram que a resposta aos taxanos seria menor nos grupos RE positivos em relação aos grupos RE negativos (E2197 e Cancer and Leukemia Group B – CALGB)4.

Pacientes RE+/HER2- que usaram tamoxifeno, apre-sentaram benefício com o uso do esquema TAC, pro-vavelmente relacionado ao grupo luminal B, pois a avaliação do grupo luminal A não mostrou benefício (Fig. 3). Dessa forma, resultados que não mostram benefício no uso de taxanos em grupos RE positivos, como o CALGB 9344/ INTO148, podem ser devido à diferente resposta entre os esquemas e doses de pacli-taxel 5,6 e docetaxel (usado no BCIRG) ou uma grande proporção de luminal A, não permitindo evidenciar o benefício apresentado no subtipo luminal B, por di-luição do efeito do taxano em um grupo não subdivi-dido.

Além da importância no prognóstico, a subdivisão por grupos moleculares tem importância ainda maior na orientação de tratamentos dirigidos. Dessa forma, o esquema TAC complementa significativamente a hormonioterapia em paciente subtipo luminal B e, na ausência de terapia-alvo, é efetivo na população triplo-negativo.

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Dr. Franklin Fernandes PimentelMédico Assistente do Setor de Mastologia do HCRP - USP

RE: Receptor de Estrógeno; RP: Receptor de Progesterona

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