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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE DE ____/____/________ PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 09899-14 Exercício Financeiro de 2013 Prefeitura Municipal de GANDU Gestor: Ivo Sampaio Peixoto Relator Cons. Plínio Carneiro Filho PARECER PRÉVIO Opina pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de GANDU, relativas ao exercício financeiro de 2013. O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes: Versa o Processo TCM nº 09899-14 da prestação de contas da Prefeitura Municipal de GANDU , exercício financeiro de 2013, da responsabilidade do Sr. Ivo Sampaio Peixoto, encaminhada tempestivamente ao Legislativo Municipal onde, depois de cumpridas as formalidades de estilo, notadamente sua disponibilização pública pelo prazo de sessenta dias à disposição de qualquer contribuinte em cumprimento do disposto no art. 31, § 3º, da Constituição Federal, de conformidade com o Edital nº 001/2014 (fls. 273/274 das Contas da Câmara), foi enviada à Corte com vistas ao exame e emissão de Parecer Prévio que, constitucionalmente, consubstanciará os trabalhos do Legislativo no julgamento das contas do ente público. Esteve a cargo da 3ª Inspetoria Regional de Controle Externo, estabelecida na cidade de Santo Antônio de Jesus, o acompanhamento da execução orçamentária, da gestão financeira, operacional e patrimonial das contas referenciadas, tendo, no desempenho de suas funções regimentais, materializado nos relatórios mensais complementados e refletidos na cientificação anual, falhas, impropriedades técnicas e irregularidades, sobre as quais o ordenador da despesa apresentou esclarecimentos convincentes para a sua maioria, de modo que a execução orçamentária, ante o que restará evidenciado nos passos seguintes, não chega a prejudicar o mérito das contas. Encaminhadas à Corte, as contas passaram pelo crivo da assessoria técnica, quando foram apontadas mais algumas questões reclamando esclarecimentos, a exemplo da ausência dos anexos referentes aos restos a pagar processados e não processados desconsiderando as exigências do MCASP; divergências de valores nas peças contábeis; extratos bancários apresentados em cópias não autenticadas; ausência do Inventário dos Bens Patrimoniais; baixa cobrança da Dívida Ativa; insuficiência de recursos para pagamento dos restos a pagar inscritos no exercício financeiro; ausência do Parecer do Conselho Municipal de Saúde; ausência de folhas de pagamento dos subsídios dos 1

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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE DE ____/____/________PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 09899-14Exercício Financeiro de 2013Prefeitura Municipal de GANDU Gestor: Ivo Sampaio PeixotoRelator Cons. Plínio Carneiro Filho

PARECER PRÉVIO Opina pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de GANDU, relativas ao exercício financeiro de 2013.

O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes:

Versa o Processo TCM nº 09899-14 da prestação de contas da Prefeitura Municipal de GANDU, exercício financeiro de 2013, da responsabilidade do Sr. Ivo Sampaio Peixoto, encaminhada tempestivamente ao Legislativo Municipal onde, depois de cumpridas as formalidades de estilo, notadamente sua disponibilização pública pelo prazo de sessenta dias à disposição de qualquer contribuinte em cumprimento do disposto no art. 31, § 3º, da Constituição Federal, de conformidade com o Edital nº 001/2014 (fls. 273/274 das Contas da Câmara), foi enviada à Corte com vistas ao exame e emissão de Parecer Prévio que, constitucionalmente, consubstanciará os trabalhos do Legislativo no julgamento das contas do ente público.

Esteve a cargo da 3ª Inspetoria Regional de Controle Externo, estabelecida na cidade de Santo Antônio de Jesus, o acompanhamento da execução orçamentária, da gestão financeira, operacional e patrimonial das contas referenciadas, tendo, no desempenho de suas funções regimentais, materializado nos relatórios mensais complementados e refletidos na cientificação anual, falhas, impropriedades técnicas e irregularidades, sobre as quais o ordenador da despesa apresentou esclarecimentos convincentes para a sua maioria, de modo que a execução orçamentária, ante o que restará evidenciado nos passos seguintes, não chega a prejudicar o mérito das contas.

Encaminhadas à Corte, as contas passaram pelo crivo da assessoria técnica, quando foram apontadas mais algumas questões reclamando esclarecimentos, a exemplo da ausência dos anexos referentes aos restos a pagar processados e não processados desconsiderando as exigências do MCASP; divergências de valores nas peças contábeis; extratos bancários apresentados em cópias não autenticadas; ausência do Inventário dos Bens Patrimoniais; baixa cobrança da Dívida Ativa; insuficiência de recursos para pagamento dos restos a pagar inscritos no exercício financeiro; ausência do Parecer do Conselho Municipal de Saúde; ausência de folhas de pagamento dos subsídios dos

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agentes políticos; realização de despesas com pessoal acima do limite definido no art. 20, III, “b”, da LC nº 101/00; ausência de comprovação de publicidade do RREO e do RGF na forma prevista pela LRF; deficiente Relatório de Controle Interno; ausência do Relatório de Projetos e Atividades; ausência de comprovação de cobrança das multas e ressarcimentos pendentes.

Convertido o processo em diligência externa para que fosse, em homenagem ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa, possibilitado ao gestor a oportunidade de apresentar suas justificativas, com o que veio para os autos o arrazoado de fls. 560/639 acompanhado da documentação disposta em 19 (dezenove) pastas tipo “AZ” em anexo, sanando alguns dos questionamentos apontados, de sorte que os remanescentes, dado o grau de relevância, nível de incidência e frequência com que ocorreram, não chegam a inviabilizar as contas, submetendo-as ao comando do inciso II do art. 40 combinado com o art. 42 da Lei Complementar nº 06/91, merecendo pontuar, dentre outras constatações, o seguinte:

1. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

1.1. Plano PlurianualO Plano Plurianual (PPA) para o quadriênio 2010/2013 foi instituído pela Lei Municipal nº 1130, de 23.11.09, caderno anexo, satisfazendo ao disposto no art. 165, § 1º, da Constituição Federal, e art. 159, § 1º, da Constituição Estadual.

1.2. Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDOForam estabelecidas as diretrizes para elaboração do Orçamento de 2013, através da Lei Municipal de nº 1228, de 05.09.12, volume anexo, contemplando as prioridades e metas da Administração em cumprimento ao § 2º do art. 165 da Carta Federal. Sua publicidade se deu no Diário Oficial do Município, edição de 2506.12, observando o que determina o art. 48 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

1.3. OrçamentoA Lei Orçamentária Anual – LOA nº 1233, de 11.12.12, volume anexo, publicada no Diário Oficial do Município, edição de 12.12.12, estimou a receita e fixou a despesa do Município para o exercício financeiro de 2013 no montante de R$59.529.921,00, compreendendo os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, desdobrados em R$37.999.106,36 e R$21.530.814,64, respectivamente.

O art. 7º da Lei de Meios autorizou a abertura de créditos adicionais suplementares nos limites e com a utilização dos recursos abaixo indicados:

90% do valor apurado, por anulação parcial ou total de dotações; 90% do valor apurado, por superávit financeiro; 90% do valor apurado, por excesso de arrecadação.

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O Decreto nº 0161, 27.12.12, aprovou o Quadro de Detalhamento da Despesa – QDD do Poder Executivo, para o exercício financeiro de 2013, publicado no Diário Oficial do Município, edição de 25.01.13.

1.4. Programação FinanceiraAtravés do Decreto nº 0004, de 02.01.13, fls. 17/49, foi aprovada a Programação Financeira do Poder Executivo e o Cronograma Mensal de Desembolso. Esse instrumento, previsto no art. 8º da LRF, possibilita ao gestor traçar programa de utilização dos créditos orçamentários aprovados no exercício, bem como efetivar análise comparativa entre o previsto na LOA e a sua realização mensal, compatibilizando a execução das despesas com as receitas arrecadadas no período.

1.5. Créditos Adicionais Suplementares Aponta o Pronunciamento Técnico a abertura e contabilização de créditos suplementares no montante de R$20.373.139,84, todos por anulação de dotação orçamentária, em sintonia com autorização prevista na Lei de Meios.

1.6. Créditos Adicionais EspeciaisForam abertos créditos adicionais especiais, por anulação de dotação orçamentária no valor de R$840.000,00, devidamente autorizados pelas Leis Municipais nºs 1247/13 (fls. 50/58), de 04.09.13, publicada no DOM de 05.09.13, e 1251/13, (fls. 59/62), de 05.11.13, publicada no DOM de 06.11.13.

2. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As Portarias da Secretaria do Tesouro Nacional de nº 437 e a Conjunta nº 02 (STN/SOF), de 2012, aprovaram a 5ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público - MCASP, para vigência no exercício de 2013.

Esse Manual estabelece que as Demonstrações Contábeis tem como objetivo padronizar os conceitos, as regras e os procedimentos relativos às demonstrações contábeis do setor público a serem observados pelos Municípios, permitindo seja evidenciada e consolidada as contas públicas no âmbito nacional, em consonância com os procedimentos do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP).

Na esfera deste Tribunal de Contas, as alterações inerentes ao PCASP foram recepcionadas nos termos da Resolução TCM nº 1316/12, que disciplina a obrigatoriedade da sua adoção pelos órgãos e entidades públicas municipais, inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista instituídas e mantidas pelo poder público, a partir do exercício de 2013, para a efetivação dos registros de seus atos e fatos contábeis.

2.1. Declaração de Habilitação ProfissionalOs Demonstrativos Contábeis foram assinados pelo contabilista Sr. Antônio César Ferreira Pinheiro, com inscrição no Conselho Regional de Contabilidade

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sob nº BA-015717/O-0, conforme Certidão de Regularidade Profissional de fl. 171, emitida por via eletrônica, cumprindo o disposto na Resolução n° 1402/12, do Conselho Federal de Contabilidade.

2.2. Confronto com as Contas da Câmara MunicipalVerificando os valores registrados nos Demonstrativos de Despesas de Dezembro/2013 dos Poderes Executivo e Legislativo não foram identificadas divergências.

2.3. Consolidação das Contas – Centralizada e DescentralizadaRegistra o Pronunciamento Técnico que os Demonstrativos Contábeis e respectivos anexos, integrantes as contas em apreço, foram apresentados de forma consolidada, atendendo as exigências do inciso III do art. 50 da LRF. 2.4. Confronto dos Grupos do Demonstrativo das Contas do Razão (DCR) de Dezembro/2013 com o Balanço PatrimonialAs contas descritas no Demonstrativo das Contas do Razão – DCR de dezembro/13, volume anexo, guardam harmonia com as consignadas no Balanço Patrimonial/13.

2.5. Balanço FinanceiroO Anexo XIII, que trata do Balanço Financeiro (fl. 168), apresenta os valores dos ingressos e dispêndios orçamentários, os recebimentos e pagamentos extraorçamentários, transferências financeiras recebidas e concedidas, recebimentos e pagamentos extra orçamentários, inscrição e pagamento de Restos a Pagar, além de saldos financeiros do exercício anterior e para o exercício seguinte, nos termos do art. 103 da Lei nº 4.320/64, bem como o estabelecido no Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público – MCASP, da seguinte forma:

INGRESSOS DISPÊNDIOSESPECIFICAÇÃO VALOR R$ ESPECIFICAÇÃO VALOR R$

Receita Orçamentária 42.099.503,39 Despesa Orçamentária 43.413.008,65

Transf. Financeiras Recebidas 0,00 Transf. Financeiras Concedidas 0,00

Recebimentos Extraorçamentários 19.618.155,23 Pagamento Extra Orçamentário 17.654.100,60

Inscrição de RP Processados 2.397.404,16 Pagamento RP Processados 844.408,84

Inscrição de RP Não Processados 284.180,78 Pagamento RP Não Processados 113.449,42

Saldo do Exercício Anterior 2.113.428,92 Saldo para o Exercício Seguinte 2.772.978,29

TOTAL 63.831.087,54 TOTAL 63.831.087,54

Emerge da análise do quadro acima que os ingressos e dispêndios orçamentários e extraorçamentários correspondem aos valores consignados no Demonstrativo de Receita e Despesa do mês de dezembro/13, conforme se pode notar do volume anexo.

2.6. Balanço Patrimonial

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Ao Balanço Patrimonial da Prefeitura de fls. 269/170 foram introduzidos alguns ajustes depois das inconsistências evidenciadas no Pronunciamento Técnico, de sorte que a peça contábil, referente ao exercício financeiro em apreço, enviada aos autos na resposta à diligência final (documento nº 06 da pasta tipo “AZ” nº 01/10 em anexo, apresenta os seguintes valores:

ATIVO PASSIVOESPECIFICAÇÃO VALOR R$ ESPECIFICAÇÃO VALOR R$

Ativo Circulante

Ativo Não Circulante

2.772.114,78

15.264.319,79

Passivo CirculantePassivo Não Circulante

3.528.799,09339.236.696,03

Total do Patrimônio Líquido 24.729.060,55

TOTAL 18.036.434,57 TOTAL 18.036.434,57

Da análise do Balanço Patrimonial/13, após os ajustes introduzidos, constata-se que não há divergência de informação entre o somatório dos grupos ativo e passivo, para efeito de comparação e resultado na visão da Lei 4.320/64 e da mesma operação conforme MCASP, evidenciando consistência na peça contábil.

2.6.1. Ativo Circulante

2.6.1.1. Saldo em Caixa e EquivalentesO Termo de Conferência de Caixa indica que não há saldo em espécie tal qual está lançado no Anexo XIV (Balanço Patrimonial), tendo sido lavrado no último dia do mês de dezembro de 2013, por Comissão devidamente constituída mediante Decreto nº 60, de 10.12.13, fls. 320/321, satisfazendo o disposto no item 20 do art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05.

Quanto aos extratos bancários (pasta tipo “AZ” em anexo), apontados como enviados em cópias inautênticas, ferindo as disposições do item 21 do art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05, o gestor fez chegar aos autos os extratos contidos nas pastas tipo “AZ” nºs 03 a 10/10 em anexo objetivando substituir os extratos enviados anteriormente em cópias inautênticas, os quais, desta vez, estão chancelados pela Regional, conferindo-se-lhes credibilidade.

2.6.2. Ativo Não Circulante

2.6.2.1. ImobilizadoOs bens patrimoniais do exercício anterior totalizaram R$8.317.976,41, com os acréscimos apresentados na Demonstração das Variações Patrimoniais, resultou no saldo final de R$9.535.476,59, conforme registrado no Balanço Patrimonial/13, correspondente a variação positiva de 14,64% em relação ao exercício anterior.

2.6.2.2. Inventário dos Bens PatrimoniaisO Inventário dos Bens Patrimoniais do Município veio aos autos na resposta à diligência final, constante de caderno anexado à pasta tipo “AZ” nº 01/10, com

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os respectivos valores dos bens do ativo permanente totalizando R$9.535.476,59, com indicação da sua alocação e números dos respectivos tombamentos, acompanhado por certidão firmada pelo Prefeito, pelo Secretário da Fazenda e pelo Gerante de Controle de Patrimônio, atestando que todos os bens do Município encontram-se registrados no Livro Tombo e submetidos a controle apropriado, e, ainda, identificados por plaquetas, observando, assim, o disposto no item 18 do art. 9º da Resolução TCM nº 1.060/05.

2.6.3. Passivo Não Circulante / Permanente

2.6.3.1. Precatórios Judiciais Constata-se no Demonstrativo da Dívida Fundada Interna, constante da pasta tipo “AZ” nº 01/10 em anexo (doc. 09 – fl. 904), o registro de Precatórios Judiciais no valor de R$166.190,41, que se harmoniza com a relação dos beneficiários em ordem cronológica de apresentação dos precatórios, acompanhada dos respectivos valores, satisfazendo, assim, as determinações do § 7º do art. 30 e 10 da LRF e item 39 do art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05.

2.6.3.2. Dívida Consolidada LíquidaDenota-se nos autos satisfação às disposições de que trata o inciso II do art. 3º da Resolução n.º 40, do Senado Federal, uma vez que a Dívida Consolidada Líquida do Município, no montante de R$38.861.985,41, representa 92,83% da Receita Corrente Líquida no importe de R$41.283.985,48, situando-se, portanto, dentro do limite de 1,2 vezes a RCL, conforme se pode notar do quadro abaixo:

ESPECIFICAÇÃO VALOR R$Passivo Permanente (visão da Lei nº 4.320/64) 39.236.696,03(-) Disponibilidades 2.772.114,78(-) Haveres Financeiros 0,00(+) Restos a Pagar Processados do Exercício 2.397.404,16(=) Dívida Consolidada Líquida 38.861.985,41Receita Corrente Líquida 41.283.985,48(%) Endividamento 92,83

2.6.4. Patrimônio Líquido

2.6.4.1. Resultados Acumulados (superávit ou déficit)De acordo com o Pronunciamento Técnico, consta no Balanço Patrimonial do exercício anterior (fl. 175) Passivo Real a Descoberto no valor de R$21.076.574,91 que, acrescido do déficit verificado no exercício de 2013 no valor de R$3.652.485,64, evidenciado na DVP (fl. 178), resulta num déficit

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acumulado de R$24.729.060,55, de conformidade com o registrado no Balanço Patrimonial/13 de fl. 169 dos autos.

2.6.5. Ajustes de Exercícios AnterioresO Balanço Patrimonial de 2013 não registra a conta “Ajuste de Exercícios Anteriores”, contrariando a legislação de regência. 2.6.6. Demonstração das Variações Patrimoniais Segundo descreve o art. 104 da Lei Federal nº 4.320/64, a Demonstração das Variações Patrimoniais evidencia as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, indicando o resultado patrimonial do exercício, conforme documento de fls. 178/179, em que as Variações Patrimoniais Aumentativas (VPA) somaram R$46.483.829,43 e as Diminutivas (VPD) em R$50.136.315,07, resultando num déficit de R$3.652.485,64.

2.7. Despesas de Exercícios Anteriores – DEA As Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) pagas em 2013 no valor de R$4.747,95 representam 0,01% das Despesas Orçamentárias realizadas no montante de R$43.413.008,65.

Convém acentuar que o art. 37 da Lei Federal nº 4.320/64 permite a realização de tais despesas, deve-se tomar essa prática como verdadeira exceção, pois a regra é o planejamento, conforme determina o § 1º, art. 1º da LRF.

3. OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

3.1. Despesa com EducaçãoA Constituição da República estabeleceu, no art. 212, que os Municípios deverão aplicar, anualmente, o mínimo de 25% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino, tendo a Prefeitura, em cumprimento do mandamento constitucional, aplicado o percentual de 25,18%, resultando no comprometimento da quantia de R$12.877.692,12 (doze milhões oitocentos e setenta e sete mil, seiscentos e noventa e dois reais e doze centavos).

3.2. FUNDEBA Lei Federal nº 11.494/07, determina que os Municípios apliquem, pelo menos, 60% dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB na remuneração dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício na rede pública, tendo o Município aplicado o valor de R$9.001.316,12 (nove milhões, um mil trezentos e dezesseis reais e doze centavos), representando o comprometimento do percentual de 81,90%, satisfazendo o comando legal. O Parecer do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB encontra-se entranhado aos autos (fl. 488), satisfazendo a regra de regência.

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3.2.1. Resolução TCM nº 1276/08O art. 13, Parágrafo único da Resolução TCM nº 1276/08, emitido em consonância ao artigo 21 - §, 2º da Lei Federal de nº 11.494/07 (FUNDEB), estabelece que até 5% dos recursos do FUNDEB poderão ser aplicados no primeiro trimestre do exercício subsequente àquele em que se deu o crédito, mediante abertura de crédito adicional. Desta forma, verifica-se que os recursos do FUNDEB, inclusive aqueles originários da complementação da União, no montante de R$10.990.621,66 (dez milhões, novecentos e noventa mil, seiscentos e vinte e um reais e sessenta e seis centavos) foram aplicados em obediência ao determinado no mencionado dispositivo legal.

3.3. Despesas em Ações e Serviços Públicos de SaúdeAs despesas realizadas em ações e serviços públicos de saúde, com os impostos definidos no art. 156 e os recursos de que tratam os arts. 158 e 159, I, b e § 3º da Constituição Federal, alcançaram o valor de R$6.002.576,51, representando o percentual de 24,96% quando a norma de regência para a aplicação desses recursos exige o mínimo 15%. Foi excluído o percentual de 1% do FPM, em sintonia com a Emenda Constitucional nº 55/07 e com vistas à satisfação das exigências de que trata o art. 7º da Lei Complementar nº 141/12.

3.4. Transferência de Recursos ao Poder LegislativoNo exercício financeiro em exame, o valor fixado para o Executivo transferir à Câmara Municipal foi de R$1.602.842,11, portanto, coincidente com limite máximo estabelecido pelo art. 29-A, da Constituição Federal. Desse modo, este valor será o numerário a ser repassado ao Legislativo, observando o comportamento da receita orçamentária. Conforme Pronunciamento Técnico, o Executivo transferiu ao Poder Legislativo, ao longo do exercício financeiro, o montante de R$1.602.842,11, cumprindo as determinações constitucionais.

3.5. Remuneração dos Agentes PolíticosA Câmara Municipal fixou através da Lei de nº 1226, de 09.07.12, presente às fls. 69/71, os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais, estabelecendo para o gestor o valor mensal de R$16.000,00; para o Vice, o importe de R$8.000,00 e, para os Secretários, a quantia de R$4.800,00.

O Prefeito recebeu no exercício financeiro o montante de R$176.000,00. O Vice-Prefeito o importe de R$87.733,33. A remuneração desses agentes alusiva ao mês de dezembro, de acordo com a documentação trazida aos autos (documentos nºs 03 e 11 da pasta tipo “AZ” nº 01/10 em anexo), foi paga em janeiro de 2014, porquanto estava inscrita em restos a pagar, ficando, assim, descaracterizada a pendência.

Já aos Secretários Municipais, de acordo com as folhas de pagamento analisadas, foi pago o montante de R$335.520,00, sendo justificada a ausência das folhas de pagamento dos meses de março a dezembro em relação à Sra. Telma Lúcia Souza da Silva ( e não Joelma), tendo em vista a

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sua exoneração ocorrida em 28.02.13, segundo Portaria nº 0196/2013 (fls. 941/942 da pasta tipo “AZ” nº 01/10 em anexo).

Quanto à Sra. Rosângela R. Leal, as folhas de pagamento dos meses de janeiro e novembro vieram aos autos, sanando a pendência, de conformidade com o documento de fls. 945/958 da pasta tipo “AZ” nº 01/10 em anexo.

Em relação à Sra. Martha Maria F. Lisboa, que deixou de receber os meses de janeiro, fevereiro, novembro e dezembro, vieram aos autos as Portarias nºs 0208/2013, de 01.03.13, que a nomeou para o cargo de Secretária Municipal de Desenvolvimento Social; e a de nº 0493, 14.11.13, exonerando-a do cargo antes nomeado, conforme documentos de fls. 959/960 da pasta tipo “AZ” nº 01/10 em anexo.

Por fim, em relação à ausência das folhas de pagamento dos meses de janeiro a junho e dezembro do Sr. Danilo M. dos Santos, o gestor envia a Portaria nº 0385, 01.08.13, que o nomeou Secretário de Administração e a folha de pagamento do mês de dezembro, esclarecendo a pendência, segundo documento de fls. 934/939 da pasta tipo “AZ” nº 01/10 em anexo.

4. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

4.1. Relatórios de Gestão Fiscal e Resumido da Execução Orçamentária – PublicidadeCumpridas as formalidades de que tratam os arts. 52 e 55 § 2º da LRF determinando que a publicação do Relatório Resumido da Execução Orçamentária se dê até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e, o de Gestão Fiscal, até trinta dias após o encerramento do período a que corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico, na medida em que os anexos faltantes do RGF, reclamados como ausentes no Pronunciamento Técnico, foram encaminhados na diligência final, conforme documento nº 14 da pasta tipo “AZ” nº 02/10 em anexo.

4.2. Audiências PúblicasSatisfeitas as exigências de que trata o item 31 do art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05, e, bem assim, das exigências de que trata o § 4º do art. 9º da LRF, na medida em que foram enviadas na diligência final as cópias das atas das audiências públicas realizadas em maio e setembro de 2013 e fevereiro de 2014, possibilitando ao Poder Executivo demonstrar e avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, conforme documentos de fls. 238/241 dos autos.

4.3. Transparência Pública – Lei Complementar nº 131/2009Conforme estabelece o art. 48-A da LRF, incluído pelo art. 2º da Lei Complementar nº 131 de 27/05/2009, os municípios disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso as informações referentes a:

“I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de

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sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;

II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.”

No sítio oficial da Prefeitura a que o técnico responsável pela emissão do Pronunciamento Técnico teve acesso, www.gandu.ba.io.org/transparência, em 25.08.14, foram encontradas as informações reclamadas, satisfazendo os regramentos de regência.

5. RESOLUÇÕES DO TCM/BA

5.1. Aplicação dos Recursos do Royalties / Fundo Especial / Compensações Financeiras de Recursos Minerais e Hídricos – Resolução TCM nº 931/04De acordo com informações provenientes do Banco do Brasil, o Município recebeu recursos oriundos do Royalties/FEP/CFRM/CFRH no total de R$276.637,28 (duzentos e setenta e seis mil, seiscentos e trinta esete reais e vinte e oito centavos). Registre-se que os gastos realizados estão compatíveis com as determinações da Resolução TCM nº 931/04.

5.2. Aplicação dos Recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) – Resolução TCM nº 1122/05 No exercício em exame, o Município foi aquinhoado com recursos provenientes da CIDE no montante de R$2.273,12 (dois mil, duzentos e setenta e três reais e doze centavos) não sendo identificadas despesas incompatíveis com a legislação vigente, segundo aponta o Relatório de Prestação de Contas Mensal.

5.3. Demonstrativo dos Resultados AlcançadosEncontra-se nos autos (fls. 336/338) o Demonstrativo dos Resultados Alcançados, contemplando a quantidade de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, os resultados alcançados e a evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa, observando o disposto no item 30 do art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05.

5.4. Relatório de Projetos e AtividadesRegistra o Pronunciamento Técnico a presença nos autos (fls. 243/244) o Relatório de Projetos e Atividades “acerca dos projetos e atividades concluídos e em conclusão, observando as diretrizes estabelecidas no item 32 do art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05 e parágrafo único do art. 45 da Lei Complementar nº 101/00.”

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5.5. Transferência de Recursos a Entidade Civil – Resolução TCM nº 1121/05Registra o Pronunciamento Técnico, de conformidade com os dados declarados no SIGA, não haver pendências quanto a envio de prestação de contas de recursos transferidos a entidades civis a título de subvenções sociais, mediante convênio, acordo, ajuste ou outro instrumento congênere, na forma do disposto na Resolução TCM nº 1121/05 e no art. 26 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

5.6. Declaração de BensEncontra-se nos autos (fl. 300) a declaração de bens patrimoniais do gestor, registrando bens e valores em 31.12.13, em cumprimento à exigência prevista no art. 11 da Resolução TCM nº 1.060/05.

7. RECEITAS TRANSFERIDASO Pronunciamento Técnico não apontou divergência digna de nota entre o valor informado e a contabilização nas receitas transferidas à Prefeitura Municipal de Gandu.

Dando continuidade à análise das contas em referência, convém promover o registro das informações a seguir descritas, objetivando melhor evidenciar o comportamento da execução orçamentária, mesmo porque ainda remanescem alguns questionamentos que, se não chegam a comprometer o mérito das contas, estão a reclamar do gestor maior empenho na sua descaracterização com vistas ao devido cumprimento das normas de regência, sob pena de incorrer nas sanções legais, inclusive em reincidência autorizadora emissão de pronunciamento pela rejeição das contas futuras do ente público, com acréscimo de que esses registros sinalizam para ressalvas ensejadoras da aplicação de penalidade de multa.

1. Balanço Orçamentário De acordo com o Anexo XII (fls. 238/239), que trata do Balanço Orçamentário, constata-se que do total de R$59.529.921,00, estimado para a receita, foi efetivamente arrecadado o montante de R$42.099.503,39, correspondente 70,72% do valor previsto no Orçamento.

A receita orçamentária arrecadada em comparação com a prevista demonstrou bastante aquém da realidade, a revelar uma peça orçamentária fictícia, evidenciando, assim, que a Administração Municipal não se empenhou para adequar o Orçamento à verdadeira situação da entidade, conforme estatui os arts. 29 e 30 da Lei Federal nº 4.320/64, além de infringir o princípio do planejamento, previsto na Lei Complementar nº 101/00, mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, que pressupõe a ação planejada, de forma a 11

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prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, estabelecendo para tanto metas de resultados entre receitas e despesas.

Por sua vez, do total da despesa orçamentária fixada da ordem de R$59.529.921,00 foi executado o montante de R$43.413.008,65, correspondente a 72,92% das autorizações orçamentárias, de sorte que o Balanço Orçamentário registrou déficit da ordem de R$1.313.505,26. O qual, somando-se á circunstância de que no exercício pretérito foi demonstrado um superávit orçamentário de R$1.781.718,01, evidenciando que a atual gestão administrativa tem sido pródiga no endividamento do ente público, como, aliás, ficará evidenciado neste pronunciamento, ao tratar dos Restos a Pagar inscritos no exercício, onde se verifica a insuficiência de recursos para o seu pagamento, considerando uma disponibilidade de caixa da ordem de R$1.694.174,11, enquanto os Restos a Pagar somaram R$2.681.584,94, resultando num saldo negativo de R$987.410,83.

2. Demonstrativo de Execução dos Restos a PagarDevem ser registrados mediante dois quadros demonstrativos os Restos a Pagar Não Processados (Anexo I) e Restos a Pagar Processados (Anexo II), com o mesmo detalhamento das despesas orçamentárias do balanço, o que não foi observado no caso em tela, desconsiderando, a regra contida no MCASP – Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público, não obstante o gestor haver enviado na resposta à diligência final (documento nº 03 da pasta tipo “AZ” nº 01/10 em anexo), relação de restos a pagar processados e não processados na forma prevista na Lei Federal nº 4.320/64.

1. Ativo Circulante

1.1. Créditos a ReceberRegistra o Pronunciamento Técnico que o ente público “não adotou os procedimentos patrimoniais de reconhecimento pelo Regime de Competência dos valores a receber decorrentes das variações patrimoniais aumentativas oriundas das Receitas.”

O Pronunciamento Técnico questiona, ainda, “acerca da ausência de contabilização no Ativo Circulante do direito aos valores a recolher registrados nas contas de ISS, no valor de R$520,621 e IRRF, no montante de R$217,79, registradas no Demonstrativo da Dívida Flutuante... pois se tratam de receitas orçamentárias do Município, conforme estabelecem o art. 156, III e art. 158, I, da Constituição Federal,...” Na resposta à diligência final, o gestor não apresentou justificativa esclarecedora para a pendência, de modo que, valendo-se do quanto explanado no Pronunciamento Técnico, “Recomenda-se que a Administração adote medidas de estruturação dos setores de arrecadação, tesouraria e contabilidade, possibilitando a identificação, registro e controle dos créditos tributários e demais valores a receber de forma que os demonstrativos

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contábeis possam evidenciá-los, cumprindo as determinações normativas e garantindo a transparência das informações contábeis.”

2.2. Demais Créditos e Valores a Curto PrazoO Pronunciamento Técnico aponta a inexistência de valores para o subgrupo intitulado “Demais Créditos e Valores a Curto Prazo”, no entanto, o Demonstrativo das Contas do Razão registra o saldo de R$863,51, de sorte a questionar a origem desse registro e quais providências estão sendo adotadas para sua regularização.

Na resposta à diligência final, o gestor assegura que “o valor de R$863,51 do Ativo Realizável não foi puxado pelo sistema para o anexo, no entanto, no resultado do balanço ele foi deduzido ao Ativo Circulante como pode ser observar através do doc. 05.”

2.3. EstoquesO Balanço Patrimonial presente às fls. 169 dos autos da prestação de contas não registra saldo para a conta de Estoques/Almoxarifado, no entanto, é de bom alvitre recomendar “à Administração Municipal a implantação de política de gestão e controle dos materiais de consumo, observando o critério de avaliação estabelecido no inciso III do art. 106 da Lei Federal nº 8.666/93, de modo que os valores apresentados nos inventários analíticos estejam devidamente contabilizados.”

Na resposta à diligência final o gestor informa que “O Município não possui almoxarifado central, para estoque de material utilizado na manutenção das atividades administrativas. São realizados os procedimentos licitatórios que originam contrato de fornecimento, o qual é executado de acordo com a demanda da gestão. À proporção que se necessita é solicitado ao credor habilitado. O que facilita o comprometimento financeiro do Município.

Todavia, em que pese considerar a defesa apresentada, deve o gestor voltar-se para o cumprimento da regra de competência adotando providências com vistas à minimização dos custos de manutenção do almoxarifado, que é espaço indispensável à manutenção dos produtos adquiridos, considerando o risco de seu armazenamento em poder dos fornecedores.

Quanto aos questionamentos do Pronunciamento Técnico envolvendo os registros consignados no Demonstrativo das Contas do Razão - DCR de dezembro/13 e no DVP (fl. 179), o gestor assevera que “No tocante ao saldo existente no DCR, tem como a movimentação das contas de resultado, trata-se de uma inconsistência de transmissão de dados ao SIGA, visto que conforme demonstrativo das contas do razão anexo (doc. 05), não há saldo registrado na conta de almoxarifado.”

3. Ativo Não Circulante

3.1. Depreciação, Amortização e Exaustão

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Restou evidenciado no Balanço Patrimonial do exercício financeiro de 2013, que a Prefeitura não procedeu ao registro da depreciação dos bens móveis e imóveis, comprometendo sua real situação patrimonial.

Assim sendo, tendo em vista que o gestor não apresentou nenhuma justificativa para a pendência, fica a Administração Municipal advertida para que adote ações para estruturação do Setor de Patrimônio, objetivando criterioso controle dos bens patrimoniais da entidade de forma analítica, nos termos do art. 94 da Lei Federal nº 4.302/64, e que a Contabilidade faça constar no Balanço Patrimonial os registros sintéticos correspondentes, inclusive com a depreciação/amortização/exaustão, de conformidade com as práticas contábeis estabelecidas pela NBCT 16.9.

3.2. Dívida AtivaAponta o Pronunciamento Técnico que o Balanço Patrimonial do exercício em tela não registrou saldo da Dívida Ativa no ano de 2013, todavia, na resposta à diligência das contas, veio aos autos novo exemplar dessa peça contábil (documento nº 06 da pasta tipo “AZ” nº 01/10 em anexo) registrando Dívida Ativa Tributária no montante de R$3.908.339,55. No exercício em exame houve cobrança de R$297.118,05, que representou 7,73% do saldo anterior da ordem de R$3.841.921,90.

Quanto à Dívida Ativa Não Tributária no total de R$1.820.503,65, no exercício em exame houve cobrança de R$17.554,04, que representou 0,95% do saldo anterior da ordem de R$1.832.503,65.

Demais disso, o Pronunciamento Técnico chama a atenção de “que não houve contabilização de atualização da dívida ativa nas Demonstrações das Variações Patrimoniais, fls. 178/179. Cabe registrar que o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, instituído pela Portaria nº 406, de 20/06/2011, da Secretaria do Tesouro Nacional – STN, estabelece: Os créditos inscritos são objeto de atualização monetária, juros e multas, previstos em contratos ou em normativos legais,...” – original grifado.

Pois bem. A situação vertente está a demonstrar a necessidade do ente Municipal voltar maior atenção para o cumprimento das normas regentes da Administração Pública, porquanto não se revela aceitável as inconsistências apresentadas nas peças contábeis examinadas, e nem a omissão quanto à sua cobrança, de sorte a não caracterizar renúncia de receita que, por não se amoldar ao previsto no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, afigura-se ilegal mesmo porque esse Diploma Legal consagra no art. 11, como um dos requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal, além da instituição e da previsão, a efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação, sancionando-o, inclusive, com a vedação de transferências voluntárias em caso da não arrecadação de seus impostos.

4. Passivo Circulante / Passivo Financeiro

4.1. Dívida Flutuante

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A Dívida Flutuante registra saldo anterior de R$1.789.498,00, sendo inscrito no exercício R$6.692.366,07 e baixa de R$4.720.174,95, remanescendo saldo no valor de R$3.761.689,12, que não corresponde ao registrado no Passivo Circulante do Balanço Patrimonial/2013 no importe de R$3.528.799,09, ocasionando uma divergência da ordem de R$232.890,03, sem que o gestor tenha esclarecido a pendência na resposta à diligência final.

Observa-se, ainda, a ausência de comprovação de recolhimento ao erário dos saldos das contas de ISS e IRRF, nos valores respectivos de R$520,62 e de R$217,79 lançados no Passivo Circulante, por se tratarem de receitas orçamentárias do Município, nos termos do inciso III do art. 156 e inciso I do art. 158 da Constituição Federal, circunstância que interfere no cálculo dos índices constitucionais de Educação e de Saúde.

Destaca-se, por fim, que a entidade não adotou a prática contábil de reclassificar, para o Passivo Circulante, as parcelas de dívidas fundadas vencíveis nos 12 meses subsequentes ao exercício em análise, violando as exigências previstas no MCASP.

Assim sendo, os questionamentos relatados estão a demonstrar a necessidade da Administração Municipal voltar maior atenção para os novos regramentos que presidem a contabilidade pública, notadamente o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, sob pena de ter as contas inviabilizadas nos exercícios financeiros subsequentes.

4.2. Restos a Pagar x Disponibilidade FinanceiraO Balanço Patrimonial registra a insuficiência de saldo para cobrir os Restos a Pagar inscritos no exercício em apreço, revelando desequilíbrio fiscal do ente público, conforme se pode notar do quadro abaixo:

DISCRIMINAÇÃO VALOR R$(+) Disponibilidade Financeira (Caixa/Bancos) 2.772.978,29(+) Haveres Financeiros 0,00(=) Disponibilidade Financeira 2.772.978,29(-) Consignações e Retenções (463.082,63)(-) Restos a Pagar de exercícios anteriores (615.721,55)(=) Disponibilidade de Caixa 1.694.174,11(-) Restos a Pagar do Exercício (2.681.584,94)(-) Despesas de Exercícios Anteriores – DEA 0,00(=) Saldo Negativo (987.410,83)

Em relação a essa questão, após tecer algumas considerações, o gestor alega ter “ciência do comprometimento financeiro para o exercício de 2014, além de ter convicção que não houve descumprimento da legislação vigente já que não estamos no último ano de mandato.”

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5. Parecer do Conselho Municipal de SaúdeRegistre-se que o Parecer do Conselho Municipal de Saúde previsto no art. 13 da Resolução TCM nº 1277/08, nem mesmo na resposta à diligência final veio aos autos, descumprindo, assim, o regramento de competência, considerando que o documento nº 10 da pasta tipo “AZ” 01/10 em anexo tratam apenas de ofício enviado pela Secretária de Saúde à Controladoria Geral do Município, dando ciência de que teria solicitado ao Presidente do Conselho o Parecer não encaminhado.

6. Limite da Despesa Total com PessoalA Lei de Responsabilidade Fiscal, ao regulamentar o estabelecido no art. 169 da Carta Magna, estabeleceu limites para a despesa total com pessoal, determinando expressamente no art. 19 que este dispêndio, de referência aos Municípios, não poderá exceder a 60% da receita corrente líquida, destinando, no art. 20, inciso III, na alínea “b”, 54% ao Executivo.

Quanto ao exercício financeiro de 2013, o Pronunciamento Técnico apontou o descumprimento da norma de regência, na medida em que a despesa total realizada com pessoal, inicialmente, foi da ordem de R$27.019.348,41, correspondente a 65,45% de uma Receita Corrente Líquida de R$41.283.985,48.

Em relação ao exercício financeiro de 2012, constata-se que no 3º quadrimestre a Prefeitura ultrapassou o limite definido no no art. 20, inciso III, na alínea “b” da LRF, ao realizar despesa total com pessoal no percentual de 54,99%. Tendo em vista as informações oriundas do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE dando conta de que nos últimos quatro meses de 2012, a taxa real acumulada do Produto Interno Bruto – PIB foi inferior a 1% (um por cento), de sorte que os prazos de que trata o art. 23 da LRF, para eliminação do percentual excedente das despesas foram duplicados por força do disposto no art. 66 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Nesse diapasão, a Administração Municipal haveria de eliminar 1/3 do excedente até o mês de agosto de 2013.

De acordo com o Relatório de Prestação de Contas Mensal de agosto/13, a despesa com pessoal alcançou o montante de R$26.165.499,08, correspondente a 64,59% da Receita Corrente Líquida de R$40.511.682,59, a revelar descumprimento do art. 20, III, “b”, da LRF, considerando o limite máximo de 54,66%.

A eliminação dos 2/3 da despesa excedente com pessoal deverá ter ocorrido até abril de 2014.

Na resposta à diligência das contas em apreço, o gestor tece comentários acerca da temática, pugnando pela reavaliação das despesas com pessoal, uma vez “que a IRCE considerou como “outras despesas com pessoal” o valor total das faturas dos prestadores de serviços, desconsiderando que o total

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faturado é constituído de DESPESAS COM MÃO DE OBRAS E DESPESAS ADMINISTRATIVA/OPERACIONAIS, conforme pode se constatar através das planilhas de custo encaminhadas pelos fornecedores e que estamos encaminhando para análise (doc. 13).” – grifos do original.

Examinada a defesa e documentação apresentada, constata-se que merece prosperar o questionamento referente ás empresas declinadas pela Administração Municipal para expurgar os insumos inerentes á prestação dos serviços pactuados. Examinada a despesa realizada no 2° quadrimestre do exercício em apreço (agosto/13), levando em consideração a defesa apresentada, oportunidade em que é acolhida e deduzida a despesa com insumos porque pertinente, totalizando o montante de R$1.496.192,84 que, uma vez expurgado da despesa com pessoal apontada no Pronunciamento Técnico da ordem de R$26.165.499,08, revela o total de R$24.669.306,24, que representa o percentual de 60,89% da receita corrente líquida de R$40.511.682,59, a revelar descumprimento do art. 20, III, "b", da LRF, considerando o limite máximo de 54,66%. Em relação ao 3° quadrimestre de 2013, depois de considerada a defesa apresentada e excluídos insumos no importe de R$2.252.322,49 do montante da despesa total com pessoal informado no Relatório de Prestação de Contas Mensal de dezembro/13, segundo registro no Pronunciamento Técnico, totalizando R$27.019.348,41, resulta no dispêndio de R$24.767.025,92, que corresponde a 59,99% da Receita Corrente Líquida de R$41.283.985,48, desconsiderando a regra do art. 20, III, "b", da LRF, considerando o limite máximo de 54%.

A título pedagógico é promovido o registro na planilha abaixo, evidenciando com clareza o comportamento da despesa total realizada com pessoal no final do exercício financeiro em apreço:

DESPESA COM PESSOALReceita Corrente Líquida 41.283.985,48Limite máximo – 54% (art. 20 LRF) 22.293.352,15Limite Prudencial – 95% do limite máximo (art. 22) 21.178.684,54Limite para alerta – 90% do limite máximo (art. 59) 20.153.116,93Despesa realizada com pessoal no exercício 24.767.025,92Percentual da Despesa no exercício 59,99

Assim sendo, fica a Administração Municipal advertida para a devida obediência às regras impositivas da Lei de Responsabilidade Fiscal, atentando, inclusive, para o disposto no parágrafo único do art. 40 da Lei Complementar nº 06/91, segundo o qual “O Tribunal de Contas dos Municípios poderá considerar irregular as contas no caso de reincidência 17

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no descumprimento de determinação de que o responsável tenha tido ciência, feito em processo de prestação ou tomada de contas anterior.”

7. Relatório de Controle InternoO Relatório de Controle Interno constante de fls. 246/283, devidamente subscrito pelo seu responsável e contendo declaração do gestor, acerca do conhecimento do seu conteúdo, datada de 28.03.14, em cumprimento à exigência do art. 21 da Resolução TCM nº 1120/05, “verifica-se que não foram apresentadas os resultados das ações de controle interno, bem como as respostas decorrentes do acompanhamento das atividades realizadas, atendendo, assim, ao disposto na Resolução TCM nº 1120/05.”, em que pese o gestor haver encaminhado, na resposta à diligência final, o documento nº 15 (pasta tipo “AZ” nº 02/10 em anexo) com vistas à complementação das informações apresentadas.

8. Juros e MultasAponta o Relatório Anual o pagamento de juros e multas por atraso no adimplemento de obrigações favorecendo o INSS, Receita Federal, PASEP e DETRAN nos meses de janeiro a março, maio a julho e setembro totalizando R$4.821,06, sem que o gestor tenha apresentado justificativa esclarecedora das ocorrências. Assim sendo, deverá o Prefeito indenizar ao erário desse injustificável dispêndio, devidamente atualizado e acrescido de juros de mora.

9. Multas e RessarcimentosEm relação aos gravames descritos no Pronunciamento Técnico, o gestor informa que estaria enviando os “comprovantes de receita juntamente com os comprovantes das multas e ressarcimentos da Sra. Irismá Santos da Silva Sousa, referentes processos nºs 07815-12, e 09534-13, sendo que o processo 09534-13 foi pago R$2.000,00 e os demais valores parcelados, que se encontram em fase de liquidação da dívida, conforme pode se constatar através do processo de parcelamento em anexo aos demais comprovantes de pagamento e contabilização (doc. 16).”

Essa documentação, contida na pasta tipo “AZ” nº 02/10 (documentos nºs 16 e 17 – fls. 1333/1337, 1370/1405 e 1407/1428), deverá ser substituído por cópia e enviado à 2ª CCE, para as verificações de praxe.

Todavia, vários gravames restam sem a adoção das providências judiciais reclamadas para sua cobrança, razão porque fica o Prefeito advertido para as disposições do Parecer Normativo nº 13/07, considerando que a sua omissão no dever de agir, seja culposa ou dolosa, poderá dar ensejo a perda patrimonial resultando na prática de ato de improbidade administrativa.

10. Licitações Questionamentos em torno de procedimentos licitatórios, sobretudo em relação à ausência de licitações, em que pese tais procedimentais terem sido cadastrados no SIGA sem, no entanto, ter sido enviados ao controle da Regional, a exemplo dos processos: CC005/13 e CC006/13 totalizando R$119.650,85.

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Observam-se ainda, que os Pregões Presenciais nºs PP068/12 e PP091/13, no total de R$196.800,00, padecem de algumas formalidades exigidas pela Lei Federal nº 8.666/93, devido a ausência de assinatura dos membros da Comissão Permanente de Licitação quanto ao primeiro certame; e o original do edital não está datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expediu, no que tange ao segundo procedimento, a exigir da Administração Municipal maior empenho no cumprimento das normas de regência, sob pena de incorrer nas sanções legais, a exemplo da rejeição das contas da entidade em futuro exercício financeiro.

11. Execução Orçamentária (Relatório Anual)

Constam ainda do Cientificação Anual, além dos questionamentos relativos a procedimentos licitatórios e pagamento de multas por atraso no adimplemento de obrigações, algumas pendências apontadas no decurso da execução orçamentária, a exemplo da contratação de pessoal por tempo determinado pendente de processo seletivo simplificado sujeito a ampla divulgação, contrariando o art. 3º da Lei nº 8745/93; não observação de ato de admissão de pessoal cadastrado no SIGA para o pagamento de salário ao servidor; contratação irregular de servidor para a prestação de serviço em descumprimento à Constituição Federal; ausência de registros de dados no SIGA; a fonte de recurso utilizada no pagamento da despesa informada no SIGA diverge da fonte constante da dotação orçamentária autorizada para o empenho informado no SIGA; a fonte de recurso utilizada no pagamento da despesa informada no SIGA diverge da fonte constante da dotação orçamentária autorizada para empenho informada no SIGA; ausência de informação no SIGA de prova da regularidade fiscal e trabalhista para o contrato; divergência entre o valor informado no SIGA e o apresentado em documento encaminhado pela entidade; ausência de remessa mensal dos dados e informações da gestão pública ao Sistema Integrado de Gestão e Auditoria – SIGA; pagamentos informados no SIGA utilizando conta bancária com fonte diferente da “2 – Receitas de Impostos e Transferências de Impostos – Saúde – 15%”, em grave inobservância do art. 8º, § 1º da Resolução TCM nº 1277/08; contrato sem estabelecer como cláusula os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas; contratação irregular de pessoal; ausência de publicação resumida do instrumento de contrato na imprensa oficial; há registros de arrecadação das receitas de transferências de impostos (FPM, ITR, ICMS, IPVA, IPI, ICMS-Exp.) no SIGA e não consta a correspondente dedução para a constituição do FUNDEB ou o valor registrado está em percentual diferente do estabelecido na Lei nº 11.494/07 e vice-versa dentre outras pendências, a merecer do gestor maior empenho com vistas à melhoria da máquina administrativa e aperfeiçoamento do sistema de controle interno da entidade.

CONCLUSÃO

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Após tudo visto e devidamente examinado o processo da Prestação de Contas da Prefeitura Municipal de GANDU, sob os aspectos da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, que é conferida à Corte pela Carta Federal, denotam-se falhas devidamente evidenciadas neste pronunciamento, inclusive algumas irregularidades, de sorte a concluir que as contas referenciadas submetem ao comando do contido no art. 40, inciso II combinado com o art. 42, da Lei Complementar de nº 06/91.

VOTO

Diante do exposto e tudo o mais que consta do processo, com arrimo no art. 40, inciso II combinado com o art. 42, todos da Lei Complementar de nº 06/91, vota-se no sentido de que, no cumprimento de sua missão institucional, o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia, aprove, porém com ressalvas, a prestação de contas da Prefeitura Municipal de GANDU, Processo TCM nº 09899-14, exercício financeiro de 2013, da responsabilidade do Sr. Ivo Sampaio Peixoto.

Aplicar ao gestor, nos termos do art. 71, inciso II combinado com o art. 76, inciso III, alínea “d” da mencionada Lei Complementar nº 06/91, multa no valor de R$6.000,00(seis mil reais), notadamente em razão dos questionamentos envolvendo processos licitatórios e realização de despesas com pessoal acima do limite definido no no art. 20, inciso III, alínea “b” da LRF.

Imputar ainda ao gestor, com esteio no art. 71, inciso III combinado com o art. 76, inciso III, alíneas “b” e “c” da multicitada Lei Complementar nº 06/91, ressarcimento da quantia de R$4.821,06 (quatro mil, oitocentos e vinte e um reais e seis centavos), proveniente da realização de despesas com pagamento de juros e multas por atraso no adimplemento das obrigações assumidas junto ao INSS, Receita Federal, PASEP e DETRAN nos meses de janeiro a março, maio a julho e setembro de 2013, devidamente atualizada e acrescida de juros de mora.

Para imputação dos gravames deverá ser emitida Deliberação de Imputação de Débito, devendo os recolhimentos aos cofres públicos se dar no prazo de trinta dias do trânsito em julgado do decisório, na forma das Resoluções TCM nºs 1.124/05 e 1.125/05, sob pena de ensejar a adoção das medidas previstas no art. 49, combinado com o art. 74 da aludida Lei Complementar nº 06/91, com a cobrança judicial dos débitos, considerando que esta decisão tem eficácia de título executivo, nos termos do estabelecido no art. 71, § 3º, da Carta Federal e art. 91, § 1º, da Constituição do Estado da Bahia.

Substituir por cópia e encaminhar à 2ª CCE, a documentação contida na pasta tipo “AZ” nº 02/10 (docs. nºs 16 e 17 – fls. 1333/1337, 1370/1405 e 1407/1428), para as verificações de praxe. Os quais se referem a recolhimentos de gravames de responsabilidade da Sra. Irismá Santos da Silva Sousa, referentes processos nºs 07815-12, e 09534-13, sendo que em relação 20

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a este último (Processo nº 09534-13) foi pago R$2.000,00 e os demais valores parcelados.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 30 de setembro de 2014.

Cons. Fernando Vita Presidente em Exercício

Cons. Plínio Carneiro Filho Relator

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

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