023.11.038214-8 pedido de falÊncia de e · 1. a autora requereu pedido de falência contra o...
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ADVOCACIA PIAZZA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DAVARA DE PRECATÓRIAS, RECUPERAÇÕES JUDICIAIS EFALÊNCIAS DA COMARCA DA CAPITAL/SC.
Poder Judiciáriode Sonfo CofonnoFI. ~3i.j
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Santa Mônica
Ref. Autos de n. 023.11.038214-8PEDIDO DE FALÊNCIAAutor: Bubmac AdministradoraParticipações Ltda.Falido: Comércio e RepresentaçãoLtda. e Outros.
de Bens e
COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃOSANTA MÔNICA LTDA, pessoa jurídica de direitoprivado, representada por seus Sócios EGÍDIOALBERTO LOCKS e LUCAS ALBERTO LOCKS,qualificados nos Autos de PEDIDO DE FALÊNCIAacima epigrafado, proposta por BUBMACADMINISTRADORA DE BENS E PARTICIPAÇÕES LTDA.,pessoa jurídica de direito privado, igualmentequalificada, vem, por seu procurador infra-firmado, com escritório profissional à Av. RioBranco, n. 354, Centro Executivo Maxim's, sl.902, Centro, Florianópolis/SC, à presença deVossa Excelência, com o devido acatamento,apresentar a necessária CONTESTAÇÃO, em tempohábil, com fulcro no artigo 98 da Lei Federan. 11.101/05, nos termos a seguir expendidos:
Av. Rio Branco, n. 354, Centro Executivo Maxim's, 51. 902, Centro. Florianópolis/SC.CEP 88015-201 - Tel. 3206-9802lCel. 9989-S988. e-mail: [email protected]
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PREAMBULARMENTE
1. A Autora requereu pedido defalência contra o Falido e seus sócios,todavia, pelo bem lançado despacho de fls.320/321, Vossa Excelência indeferiu o pedido dedesconsideração da personalidade jurídica edeterminou a exclusão do pólo passivo dossócios, dado que jamais praticaram qualquer atoabusivo com intuito de fraldar a lei outerceiros, bem como, os sócios jamaispraticaram atos de infrações a preceitos legaisou a cláusulas contratuais e, como, dodespacho, não houve a interposição de Agravo deInstrumento pela Autora, tem-se que édesnecessária a alegação da preliminar deIlegitimidade Passiva "ad causum", dos sóciosem figurar no pólo passivo, visto que, pordeterminação legal e processual, o feitoprossegue somente contra a empresa Comércio eRepresentação Santa Mônica Ltda.
2. Importante repisar, talcircunstância, pois que se demonstrar depronto, que eventual impontualidade nopagamento dos débitos da empresa, não foijamais de forma voluntária, mas sim, por umadificuldade administrativo-financeira, da quala empresa foi atingida num período de grandeinflação e instabilidade econômica, pois jamaishouve uma intenção deliberada por parte dossócios em frustrar pagamentos ou fraudar quemquer que seja, agiram sempre com lisura, tantoque, quanto ao Autor da Ação se postaram sempredemonstrando a intenção de adimplir seusdébitos.
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3. A ausência de pratica de atoscom excesso de poderes ou infração á lei jamaisocorreu, estando resguardado o direito dossócios.
do Estado,entendimento,
4. O Egrégioé pacifico
veja-se:
Tribunalquanto
de Justiçaa este
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL.REDIRECIONAMENTO. INADIMPLEMENTO DAOBRIGAÇÃO DE PAGAR TRIBUTOS.IMPOSSIBILIDADE. FALÊNCIA. 1. O meroinadimplemento da obrigação de pagartributos não constitui infração legalcapaz de ensejar a responsabilidadeprevista no artigo 135 do CódigoTributário Nacional. Ademais, a quebrada empresa executada não autoriza ainclusão automática dos sócios, devendoestar comprovada a prática de atos comexcesso de poderes ou infração à lei.Precedentes. (Autos de AI n. 2011.032733-3, ReI. Jorge Luizde Borba).
E, ainda,
DESVIO DE FINAUDADE OU DE CONFUSÃOPATRIMONIAL.RECURSOAQUESE NEGAPROVIMENTO."Afalta de bens da empresa, necessários à satisfação dasdívidas contraídas pela sociedade, consiste, a rigor, empressuposto para a decretação da falência e não paraa desconsideração da personalidade jurídica. [...] Poroutro lado, o fato da recorrida ter encerrado suasatividades operacionais e ainda estar anotada na JuntaComercial não é, por si só, indicativo de que tenha havidofraude ou má-fé na condução dos seus negócios" (REspn. 876.974/SP, rel.a Min.a Nancy Andrighi, DJ 27-8-2007).
5. Isso, Excelência, resguardaos sócios, para que os mesmos futuramente nãovenham sofrer os efeitos de eventual falência,que crê-se, não acontecerá, pelas razões aseguir perfiladas.
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DA CARÊNCIA DE AÇÃO
6. É cediço que o Pedido deFalência, a que preencher todos os requisitosinsculpidos na lei Falimentar e, mais, quepossa atingir os objetivos dos credores emgeral, principalmente, os privilegiados, taisquais, os créditos trabalhistas e, não pode sermanejada sob o intuito de se cobrar um débito,que é a real intenção dos Autores, dado que oobjetivo da nova lei preservar a empresa emestado de crise econômico-financeira.
7. A Lei veda a utilização demeios mais gravosos contra o devedor e no casoem tela, o Pedido de Falência é o meio maisgravoso, visto que, a Autora poderá satisfazerseus créditos nas Execuções que tramitam naVara de Direito Bancário, Autos n.023.99.017217-4 e n. 023.99.015088-0.
8. O Superior Tribunal deJustiça, em sede de Recurso Especial, Autos n.920.140, decidiu que "a Corte repele o pedidode falência como substitutivo de ação decobrança ... , devendo-se prestigiar acontinuidade das atividades comerciais, uma veznão caracterizada si tuação de insolvência,diante do princípio da preservação da empresa.
9. O Egrégio Tribunal de Justiçado nosso Estado, também entende, ser carente aação que visa a utilização do Pedido deFalência, como substituto da ação de cobrança,vejamos:
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"AGRAVO DE INSTRUMENTO. FALÊNCIA.DEFERIMENTO DO PLEITO, ESSE QUE FOIBASEADO NO ARTIGO 94, INCISO I, DA LEIN. 11.101, DE 9.2.2005, ISTO É, NAIMPONTUALIDADE INJUSTIFICADA DASOCIEDADE EMPRESÁRIA, CARACTERIZANDO SUAINSOLVÊNCIA ECONÔMICA. NECESSIDADE,PORÉM, DE ANÁLISE DA SITUAÇÃO CONCRETA,CONSIDERANDO-SE, AÍ, OS EFEITOS DADECRETAÇÃO DA FALÊNCIA, O DEFERIMENTOSUPERVENIENTE DO PROCESSAMENTO DARECUPERAÇÃO JUDICIAL NOS AUTOS N.028.11.000163-7 E A APARENTE UTILIZAÇÃODO PROCESSO COM A FINALIDADE DE COBRANÇADA DÍVIDA. REFORMA DA DECISÃO QUE SEIMPÕE, DETERMINANDO-SE, AINDA, AEXTINÇÃO DO FEITO, SEM RESOLUÇÃO DOMÉRITO, POR AUSÊNCIA DE INTERESSEPROCESSUAL. ARTIGO 267, INCISO VI E g3°, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. RECURSOPROVIDO. (Apelação Cível n. 2007.047645-1, rei. Des. SérgioIzidoro Heil,)
10. Face, ao explicitado e do queserá demonstrado, requer a Vossa Excelência,digne-se em declarar o Autor do Pedido deFalência carecedor de ação, dado que o objetivoda demanda é a rigidez no recebimento docrédito, devendo ser extinto o processo, issocom fulcro no art. 267, incisos 111 e IV, doCódigo de Processo Civil.
Av. Rio Branco, n. 354, Centro Executivo Maxim"s, 51. 902, Centro, Florianópolis/SC.CEP 88015-201 - Tel. 3206-9802lCel. 9989-ll988 - e-mail: [email protected]
Poder Judiciáriode Santo CojçrinoFI. 330
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MÉRITO
11. Excelência, quanto asatividades da empresa e sua situação comercial,em razão da lealdade processual e da próprianotoriedade dos fatos, não há que secontraditar a afirmação de sua inatividade,pois por problemas alheios a vontade dos sóciose o descontrole orçamentário, fez-se necessárioencerrar suas atividades comerciais no mês demaio do ano de 2000, situação de conhecimentopúblico e declarada pelos sócios em audiência.
12. Todavia, embora não hajamais atividade comercial, não pode-se falar eminsolvência, tendo em vista que a empresa,ainda, possui patrimônio, cosntituido pelosImóveis de matricula n. 19.710 situado noMunicipio de Itajaí/SC, com valor venal emtorno de R$ 12.000.000,00 (de propriedade deComércio e Representação Santa Mônica Ltda.) e,os sócios possuem mais dois imóveis, dematrícula n. 3047, situado no Canto da Lagoa emFlorianópolis/SC, que possui um valoraproximado de R$ 800.000,00 (de propriedade deEgídio Alberto Locks e sua esposa) e o imóvelde matricula n. 33011, localizado no loteamentojardim Universitário, Florianópolis/SC, quepossui valor aproximado de R$ 450.000,00 (depropriedade de Lucas Alberto Locks e suaesposa) .
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Poder Judiciáriode Santo CoforinoFI, 335 ,
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13.Comércio e RepresentaçãoSanta Mônica Ltda., ainda possui um crédito dePrecatório (2008.04.02.007730-0 TRF 4aRegião), decorrente da recuperação de tributosfederais Cofins, nosAutos de Execução de Sentença de n.96.00.05103-8, em tramitação na 3a Vara Federalda Circunscrição Judiciária deFlorianópolis/SC, no montante aproximado de R$1.100.000,00, crédito este, que vem sendoadimplido nos termos da Emenda Constitucionaln. 30, em 10 parcelas anuais, iguais esucessivas.
14. Referidos valores, estãosendo utilizados para pagamento dos créditostrabalhistas, demonstrando-se, que embora nãoexerça mais atividade comercial, a empresapossui receita, a qual vem fazendo frente aosseus débitos, que embora de forma paulatina,jamais esquivou-se de tentar adimpli-los.
15. Essa acertiva, também deveser ressaltada quanto a Autora do Pedido deFalência, tendo em vista que como foi noticiadopela própria Requerente (fls. 05), deu-se empagamento um imóvel para suprir parte dodébito, bem como, ofereceu-se outros doisimóveis em audiência (fls. 213), perante aUnidade de Direito Bancário, no intuito deamortizar parte do débito.
Poder Judiciáriode Sonlo ÇolorinoFI. 3~O
Av. Rio Branco, n. 354, Centro Executivo Maxim's, si. 902, Centro, Florianópolis/SC.CEP 88015-201 - Tel. 3206-9802lCel. 9989~988 - e-mail: [email protected]
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16. É consabido, que na falênciahá necessidade de não só demonstrar aimpontualidade no pagamento, mas,principalmente, a insolvência de empresa, queno caso em tela, embora não haja mais atividadecomercial, existe patrimônio e receita.
17. Exa., não há como se admi tira utilização do instituto da Falência paraobjetivo de cobrança de dívida inadimplida.
18. Quanto a Falência, na cultalição de WALDO FAZZIO (FAZZIO JR, Waldo: Manual deDireito Comercial- II ed: São Paulo: Atlas: 2010. p. 637), a falênciaé "um processo concursal instaurado por uma sentença constitutiva,que tem por objetivo solucionar as relações jurídicas oriundas dainviabilidade econômico-financeira revelada pela insolvência doagente econômico, tendo em vista o tratamento paritário de seuscredores". Em outras palavras, o processo falimentar vislumbra àsatisfação dos credores, quando o panorama financeiro da empresa dáindícios de que não conseguirá cumprir suas obrigações.
19. No caso em tela, embora emparcelas, a Requerida vem tentando quitar seusdébi tos e, também, garantindo e discutindo asexecuções propostas contra a empresa,demonstrando que não está inerte a situaçãodesfavorável da sua inatividade.
Poder Judiciáriode Sonto CafarinaFI. 3LJ1 ,-Lp
Av. Rio Branco, n. 354, Centro Executivo Maxim's, 51. 902, Centro, Florianópolis/SC.CEP 88015-201 - Tel. 3206-9802lCel. 9989-8988 - e-mail: [email protected]
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20. Não se pode confundirinatividade com insolvência, no primeiro caso,o próprio vocábulo já é claro, não há mais oexercício de atividade e, no segundo caso,segundo o Jurisconsulto Plácido e Silva,"insolvência é derivado de insolvente, regidopela negativa in, exprime o vocábulo o estadoem que se encontra a pessoa de não poder solverou não poder pagar suas dívidas, ou não podercumprir suas obrigações. Revela, assim, aimpossibilidade de pagar, anotando-se a palavraem conceito ou sentido genéricoN
• (Ob. CitoVocabulário Juríco, V. lI, Ed. Forense, SãoPaulo/SC, p. 481)
21. Portanto, como a empresapossui patrimônio, não há o que se falar eminsolvência e neste norte, ausente um dosrequisitos primordiais para o Pedido deFalência.
22. Deve ser a insolvência, naspalavras do mestre FÁBIO ULHÔA (COELHO, FábioVlhôa: Comentários à Nova !,ei de Falência e de Recuperação deEmpresas: 6 ed: São Pau/o: Saraiva, 2009. p. 252), "compreendidanum sentido jurídico preciso que a lei falimentar estabelece". Emverdade, a demonstração da inferioridade do ativo em relação aopassivo, por si só, não enseja a decretação de falência, tampouco, osaldo positivo do balanço patrimonial livra o agente econômico de talexecução. É preciso mais do que isso, se faz necessário, para adecretação do estado de insolvência jurídica que ocorra pelo menosuma das hipóteses elencadas no art. 94 da Lei 11. IO1/05. Quais sejam,impontualidade injustificada no cumprimento de obrigação (inciso I),tríplice omissão (inciso lI) ou se incorrer em atos de falência (inciso!lI). Ocorrendo uma dessas três hipóteses, será decretada falência,mesmo que o empresário tenha patrimônio líquido positivo.
Poder Judiciáriode Santo CalarinoFI. 31.2,
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23. Pela ausência de um dosrequisitos elencados pela Lei n. 11.101,mormente o inciso 11 do artigo 94, impõe sejajulgada improcedente a presente demanda.
24. Por fim, convicto de que oPedido de Falência merecerá a sua improcedênciae, em virtude de não haver mais atividadecomercial, informa a empresa Requerida que nãotem meios de Requerer a sua RecuperaçãoJudicial, conforme lhe faculta a Lei Federal n.11.101/05.
25. Outrossim, informa a VossaExcelência, que com o intuito de procederprocessualmente com lealdade e boa fé (artigo14, 11 do Código de Processo Civil), não sefurtará a prestar quaisquer esclarecimentos ouapresentar documentos necessário ao deslinde daquaestio.
Poder Judiciáriode 50011' CotcrinoFI. J"t3
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Ante o exposto,Vossa Excelência, digne-se em:
Requer a
a) Receber a presenteCONTESTAÇÃO e acolher a preliminar argüida, decarência de ação, julgando extinto o Pedido deFalência manejado pela Autora, com a aplicaçãodas penalidades e ônus decorrentes do princípiosucumbencial;
Av. Rio Branco, n. 354, Centro Executivo Maxim's, 51. 902, Centro, Florianópoiis/SC.CEP B801!>-201- Tel. 3206-9802lCel. 9989-ll988 - e-mail: [email protected]
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b) Em caso de não acolhimentoda preliminar, julgue improcedente o Pedido deFalência, por ser medida de direito, visto quenão estão presentes os requisitos do InstitutoFalimentar, pelas razões anteriormenteelencadas, condenando a Autora nos consectárioslegais;
c) Defiradireito admitidas;
todas as provas em
Termos em que
2012.de
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