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PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL | MARÇO 2014 | Nº 179 | ANO 44 | 1,00 € constrói o futuro “Páscoa Feliz!” 50 Anos da Associação das Aldeias de Crianças SOS Anabela Figueiredo em foco 50 Anos testemunho

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PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL | MARÇO 2014 | Nº 179 | ANO 44 | 1,00 €

constrói o futuro

“Páscoa Feliz!”

50 Anos da Associação das Aldeias de Crianças SOS

Anabela Figueiredo

em foco

50Anos

testemunho

Page 2: PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL | MARÇO 2014 | Nº … foco 5 EM 25 dE MARÇO 1964 FORAM APROvAdOS OS ESTATUTOS dA ASSOCIAÇÃO dAS ALdEIAS dE CRIANÇAS SOS dE PORTUGAL . O trabalho desenvolvido

REVISTA ALDEIAS // Edição Trimestral // Propriedade: Aldeias de Crianças SOS Portugal - Rua José Dias Coelho nº40, R/C Dto 1300-329 LISBOA // Diretor: Manuel Matias

Edição, Coordenação e Paginação: Luís Miguel Sousa // Impressão: Excelências Portugal Artes Gráficas, Lda. // Tiragem: 4000 exemplares //

Depósito Legal nº3573/83 // Nº 104519 Inscrição do Instituto da Comunicação Social 09/07/76

50Anos

TOMAdA dE POSSE dOS NOvOS CORPOS GERENTES decorreu no passado dia 6 de Janeiro de 2014 a tomada de posse dos novos corpos gerentes da Associação das Aldeias de Crianças SOS de Portugal para o triénio 2014-2016.

Mesa da Assembleia GeralPresidente: Eugénio José da Cruz FonsecaVice-Presidente: Luis Miguel Ribeiro BergerSecretário: Eugénia Maria Duarte NunesVogal Suplente: Carlos Manuel Nascimento de Magalhães Branco

Conselho diretivoPresidente: Filipe Marques CarnallVice-Presidente: Ana Cristina Lourenço Moreira Pinto BorgesVice-Presidente: Alcina Maria Cleto Duarte da Costa RibeiroVogal Efetivo: : Maria do Rosário de Meireles Ferreira CabritaVogal Efetivo: SOS KDI representada por Peter VoelkerVogal Suplente: Benvinda do Céu Parreira Vicente NevesVogal Suplente: Ana Bela Monteiro de Castro Afonso

Conselho FiscalPresidente: Carlos Pedro Machado de Sousa GóisVogal Efetivo: Luis Manuel David Soromenho de AlvitoVogal Efetivo: Vânia Filipa Vieira LagesVogal Suplente: Maria Manuela Guerreiro Martins

Na ocasião, o novo Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Prof. Eugénio Fonseca tomou a palavra para agradecer aos membros dos corpos gerentes cessantes a dedicação e o trabalho realizado. Evocando a celebração em 2014 do 50º Aniversário da Associação das Aldeias de Crianças SOS em Portugal recorda que esta tem como objetivo principal da sua missão apoiar as crianças desprotegidas providenciando-lhes um ambiente familiar e a oportunidade de um crescimento harmonioso.

Referiu que hoje, passados 50 anos, há novas situações que fragilizam as famílias portuguesas e que em casos extremos levam ao afastamento das crianças do seio das suas famílias. Naturalmente que as crianças deverão permanecer sempre junto das suas famílias biológicas sempre que possível. É esse o seu espaço privilegiado e natural, mas infelizmente são muitas as causas que tornam necessárias instituições como as Aldeias de Crianças SOS. Nas Aldeias de Crianças SOS as crianças encontram um espaço de acolhimento, de carinho, um lugar onde possam ver o mundo para além das suas injustiças e a esperança de viver para além das dificuldades. Aqui elas devem encontrar um colo, um abraço e um sorriso, permitindo-lhes construir um futuro, crescer e ter nos olhos um horizonte claro de esperança.

O trabalho de apoio e proteção à infância traz a todos, na actual realidade em que o país se encontra, novos e redobrados desafios. Aos mais comprometidos com a Associação exorta a encontrar resposta para as novas situações de carência que surgem todos os dias, identificando as ameaças e as situações de risco que envolvem os mais novos e as suas famílias a todos cabendo estar alerta e vigilantes procurando ser criativos e interventivos e capazes de avançar com propostas de combate às causas sociais, políticas e económicas que estão na origem da vulnerabilidade das crianças em Portugal.

O novo Presidente do Conselho diretivo, Eng. Filipe Carnall, agradeceu aos órgãos sociais cessantes o trabalho realizado e o desempenho alcançado. Aos colaboradores e em particular às Mães SOS deixa uma mensagem especial de alento, empenho e dedicação, salientando que as Mães SOS são quem em primeira instância na Associação asseguram o cumprimento da missão de proporcionar amor e um lar para cada criança.

O Presidente do Conselho Diretivo expressou também o desejo de reaproximação de muitos sócios que se encontram afastados da Associação e que são muito importantes para ajudar a desenvolver e suportar a mesma e destacou também o papel dos voluntários e a sua contribuição generosa para o bom cumprimento da missão da Associação.

Interveio também o representante da SOS Kinderdorf International, Peter voelker, para sugerir que no dia em que se celebra a epifania do Senhor, faz votos para que a luz da Estrela de Belém ilumine em sabedoria as decisões e as intervenções dos membros dos novos Corpos Gerentes a quem deseja as maiores felicidades para o seu mandato.

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3Índice

50 Anos

Anabela Figueiredo

Campanha “Páscoa Feliz!”

Receita da Mãe Angelina

4 EM FOCO

8 OS NOSSOS MOMENTOS

12 A TUA VOZ

14 CONSTRÓI O FUTURO

16 OS NOSSOS SABORES

18 NOTÍCIAS DO MUNDO

20 OS NOSSOS AMIGOS

Notícias das Aldeias

Internacional

Espaço para empresas e parceiros

“Páscoa Feliz!”Este é um tempo de união, de procurar aqueles que amamos.

índice

14

Notícias do mundoConflito na Síria - ajudar as crianças.

18

ASSEMBLEIA GERALCONvOCATÓRIA

Ao abrigo dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral Ordinária da Associação das Aldeias de Crianças SOS de Portugal para o próximo dia 29 de Março, pelas 14h30m, na sede da Associação sita na Rua José Dias Coelho, nº40, R/c, Lisboa, com a seguinte ordem de trabalhos:

- Aceitação do legado das sócias fundadoras Dras. Maria do Céu Rocha Mendes Correia e Palmira Cabrita Matias do direito de habitação periódica vitalício no Clube de Albufeira.

- Apresentação e discussão da forma de gerir o património da Associação (Imobiliário e Financeiro).

- Apreciação e aprovação do Relatório e Contas do exercício de 2013.

- Outras questões.

Caso à hora marcada não se encontrem presentes mais de metade dos sócios com direito a voto, a Assembleia Geral terá início 30 minutos depois, com qualquer número de sócios presente.

O Presidente da Mesa da Assembleia GeralEugénio José da Cruz Fonseca

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50 Anos

4 Em foco 50 ANOS

...onde a palavra família se tornou verdade para tantas crianças e jovens.

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5Em foco

EM 25 dE MARÇO 1964 FORAM APROvAdOS OS ESTATUTOS dA ASSOCIAÇÃO dAS ALdEIAS dE CRIANÇAS SOS dE PORTUGAL.

O trabalho desenvolvido pelas fundadoras dra. Maria do Céu Mendes Correia e dra. Palmira Cabrita Matias em prol das crianças socialmente desprotegidas em Portugal, fiel ao modelo pedagógico das Aldeias de Crianças SOS preconizados na Áustria pelo Dr. Hermann Gmeiner, ao qual dedicaram grande parte da sua vida, foi pioneiro no nosso país, por reunir num lar familiar, sob o cuidado, afeto e proteção de uma Mãe SOS, irmãos e irmãs de sangue que em circunstâncias normais, seriam separados e entregues ao cuidado de diferentes instituições.

É de louvar a fé, a tenacidade e o esforço empreendido pelas fundadoras, então jovens estudantes universitárias sem grandes recursos, para mover consciências, vencer preconceitos e conseguir o apoio de muitos amigos e benfeitores para arrancar com o projeto das Aldeias de Crianças SOS, com os resultados que hoje reconhecemos.

Desde 1964, as Aldeias de Crianças SOS de Portugal têm procurado apoiar muitas destas crianças desprotegidas, desenvolvendo as suas competências tendo em consideração o seu ritmo próprio e o respeito pela sua pessoa e pelo próximo, juntamente com outras crianças no seio da comunidade da Aldeia, sempre em grande abertura ao mundo exterior. Este modelo de acolhimento tem sido reconhecido por eminentes educadores, psicólogos e sociólogos como o mais adequado e eficaz, permanecendo ainda hoje de grande atualidade, para ajudar a criança a ultrapassar os traumas de infância, promover o seu desenvolvimento são e equilibrado, com vista a uma integração social bem sucedida, assente na promoção de uma cultura social de paz, iniciativa, solidariedade e responsabilidade.

No ano de celebração do seu cinquentenário, lembramos e saudamos com grande carinho e amizade os mais de 500 jovens que viveram nas 3 Aldeias de Crianças SOS de Portugal (Bicesse, Gulpilhares e Guarda) ou frequentaram o Centro Juvenil SOS de Rio Maior, e que hoje enquanto cidadãos plenamente integrados, muitos tendo constituído família, são protagonistas na criação de uma sociedade mais pacífica, empreendedora, mais justa e fraterna.

Agradecemos a todos os colaboradores, amigos, associados, voluntários e benfeitores, que entusiasticamente continuam a acreditar na nossa missão com toda a confiança e que com o seu apoio diário, tornaram o sonho das fundadoras, numa realidade. O vosso apoio tem sido da maior importância para que consigamos desempenhar com sucesso a nossa missão, seja nas famílias das Aldeias, seja junto das suas famílias de origem ou no seio de famílias de acolhimento através dos Programas de Fortalecimento Familiar SOS.

Um reconhecimento e agradecimento especial a todas as mães SOS que desde a primeira hora abraçaram este projeto de realização pessoal, de doação e amor a estas crianças que aceitam como suas e com elas partilham as angústias e os momentos felizes de cada conquista diária. Para todas elas, a nossa maior admiração e gratidão pela sua missão de grande dignidade e generosidade.

Ao comemorarmos os 50 Anos da Associação das Aldeias de Crianças SOS de Portugal, ao perspetivar o legado que recebemos, ao reconhecer o momento de dificuldades por que passam muitas famílias, a todos convidamos a uma reflexão séria e à mobilização para que “Amor e um lar para cada criança” a par da defesa intransigente dos direitos das crianças, estejam no topo das prioridades de governantes e cidadãos responsáveis do nosso País.

Amor e um lar para cada criança

Fam50Anos

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6 50 ANOSEm foco

Histórias de AmorÀs vezes a vida escolhe o nosso caminho e parece que tudo se acerta quando o encontramos. Sem dar por isso, estamos perante a parte que nos faltava, a outra metade de nós, como dizia o poeta. Foi o que aconteceu com as protagonistas destas 3 histórias de amor que, como tantas outras, vieram para a Aldeia SOS refazer vidas de crianças, oferecendo a sua em troca.

Etelvina, Carolina e Alice têm em comum o fato de terem sido verdadeiras Mães sem dar à luz, durante muitos anos na Aldeia SOS, onde a palavra família se tornou verdade para tantas crianças e jovens. Vivem agora no Centro Social Arco-Íris, que é um equipamento da Associação, situado em Bicesse e criado com o objetivo de acolher as Mães Sociais que dele quiserem beneficiar em idade de reforma, depois de uma vida dedicada a esta causa.

A Mãe Carolina, agora com 79 anos, recorda “Eu vim com uma missão. Não foi pelo emprego. Vim encontrar os filhos que não tive. Até parece que os estou a ver…à chegada, com o cabelo muito rapadinho. E eu pensei: afinal são só rapazes? Mas eram 3 meninas e 2 rapazes, os filhos que recebi no dia 17 de Setembro de 1972. E depois, no mês do Natal recebi os outros 4 e fiquei com a casa completa – 9 meninos! O mais novo falava à espanhola, vinha sem os dentitos e eu estava feliz.”

Passado um ano chega à Aldeia de Crianças SOS de Bicesse, a Mãe Etelvina, que tem hoje a mesma idade da colega. “No primeiro grupo eram 6 irmãos e depois chegaram mais três. Outro dia vi uma foto minha no jornal…eu assim muito novinha, muito bonitinha.”

A história da Mãe Alice começou mais a norte, na Aldeia de Crianças SOS da Guarda.

“Agora imaginem, vinda de Moçambique, uma terra quentinha e vou para a Guarda… com um frio que não era brincadeira… levar os garotos para a escola debaixo de neve, acender a lareira, que eu nem sabia, senti-me um pinguim. Mas finalmente era mãe!

Depois como não aguentava o frio, pedi para vir para Bicesse e as famílias e todos autorizaram. Veio a família toda – eu e os garotos.”

A Mãe Etelvina recorda como se tivesse sido ontem, a carinha da C. quando chegava ao quarto da Mãe e via o B. na cama dela; “olhava-o olhos nos olhos, ele saía e ela entrava!“

A Mãe era de todos e de cada um; para alguns, era mais deles do que dos outros, mas nela havia lugar para todos, pois apesar do seu metro e meio, o coração ocupava muito mais de metade da área.

“No princípio havia muitas dificuldades; havia muito menos donativos do que há agora”, recorda Etelvina.

“No dia a seguir ao peixe cozido, havia sempre rissóis e disso já eles gostavam!”, revela Carolina como se tivesse sido ontem!...

Amor e um lar para cada criança

Fam50Anos

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7Em foco

A Mãe Etelvina fazia de tudo para os seus meninos comerem melhor. “Comprava cevada para disfarçar o sabor do leite em pó, que eles não gostavam”, conta-nos como um segredo e no seu rosto vemos as caretas que as crianças faziam a beber o leite…

Ao domingo em casa da Mãe Carolina era sempre dia de frango assado com batata frita. O cheirinho do assado feito pela Mãe, trazia muitos jovens de volta a casa.

A Mãe Alice, que hoje já conta 86 belos anos, sentiu crescer o instinto maternal. “Tive sempre uma paixão muito grande por crianças. Casei, graças a Deus fui muito feliz, mas alguns anos depois fiquei viúva. Nosso Senhor levou o meu marido, mas em troca deu-me os filhos. Também tive, felizmente, um pai e uma mãe muito ternos e foi isso que passei para a minha casa na Aldeia. Como eram carinhosos, os beijinhos à noite: Óh mãe eu não gosto da mãe, eu adoro-a!” relembra deliciada.

A Mãe Etelvina sofreu muito quando teve de se reformar. “Tinha-me convencido que nunca iria sair nem perder os filhos.” Mas não estava enganada. Hoje, já Homens e Mulheres, com as suas famílias, ainda procuram o abraço reconfortante, o colo que os protegeu e onde agora já não cabem, mas onde cabe todo o carinho que sentem pela sua Mãe.

“No Natal, em convívio de família, sinto-me feliz junto de todos. Vós continuais a ser uma parte de mim, quando estais a sofrer eu sofro convosco, quando fazeis festa e estais felizes, eu sou feliz também. Junto do presépio, peço a Jesus e à sua Mãe que vos proteja, vos ajude a buscar e a construir a felicidade que vos desejo.”

Às vezes fica com os netos e ainda tem paciência para brincar com eles, como é o caso do F. que adora a avó Etelvina.

Há dias a N. visitou a sua Mãe SOS e trouxe os gémeos. A agora avó Carolina gostou muito de os ver e eles também,

pois embora vivam com a outra avó, comentaram uns com os outros: “A avó é tão simpática. Eu cá gosto mais desta do que da outra!”

Carolina tem filhos espalhados pelo mundo – Noruega, Alemanha, Suíça e França. Todos estão bem e gostariam de ter a mãe com eles. Quando vêm no Verão, a visita à Mãe é obrigatória. Quando foi operada, apareceram todos no hospital e para grande espanto das enfermeiras, fizeram uma pequena festa!

Os bons conselhos acompanhavam as crianças da Aldeia e vinham também da Tia Céu e Tia Palmira (as fundadoras da Obra), que tinham sempre uma palavrinha a dar aos jovens, quando estes fugiam aos conselhos das Mães.

E quando olham para trás, as 3 dizem: “-Nunca me arrependi! Claro que se voltasse atrás podia fazer as coisas de outra maneira.” (Etelvina)

“Eu agora sinto que valeu a pena. Alguns dos meus filhos dizem : Eu educo os meus filhos como a mãe me educou a mim.” (Carolina)

“Algumas vezes desanimei. Houve momentos que não foram fáceis, mas escolheria fazer tudo outra vez.” (Etelvina)

Amor e um lar para cada criança

Fam50Anos

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...aprender a perder e a vencer, uma lição para a vida.momentos

das aldeiasde crianças sos

8 Os nossos momentos NOTÍCIAS DAS ALDEIAS

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9Os nossos momentos

Torneio de Ténis de NatalMais uma vez, os nossos jovens foram convidados a participar no torneio de Natal de Ténis, organizado pela Academia dos Champs. Este foi mais um torneio recheado de motivação, fairplay, momentos de diversão e, como sempre, alguma necessidade de gestão da frustração por parte daqueles que não ganhara e que por isso, saíram mais tristes. Aqui, entram em campo os treinadores, aos quais deixamos aqui o nosso agradecimento pelo exemplar trabalho que continuam a fazer com os nossos jovens.

Estes jogos de competição, por serem mais exigentes na concentração e no esforço, têm uma vertente educativa que permite aprender a perder e a vencer, uma lição para a vida.

“O que quero ser quando for grande”As crianças tiveram a oportunidade de ir ao teatro Tivoli, ver a peça “O que quero ser quando for grande”. A história passa-se numa cidade com muitas casas coloridas. A escola era a única que estava quase pálida, e as suas paredes pareciam cansadas de ficar em pé. Nunca ninguém se preocupou em reformá-la, até que anunciaram que ela estava em perigo de cair. Peça a peça, o público acompanha a vida desta comunidade e participa na construção de uma nova escola e das sabotagens que ela vai sofrendo. Envolve-se nos sentimentos e esforços da professora Arlete, e sobretudo deixa-se levar numa história apaixonante, de solidariedade e persistência. Este espetáculo apresentou-nos as profissões e as suas características, num desfile fantástico de cenários e figurinos, construídos como se fossem um LEGO gigante.

O importante é gostar do que se faz, e fazer bem o que se escolheu fazer com gosto.

Aldeia de Crianças SOS de Bicesse

Aldeia de Crianças SOS da Guarda

Grupo de Jovens Sem Fronteiras de vila da Ponte É já o terceiro ano consecutivo, que durante a época Natalícia, este grupo visita a Aldeia da Guarda. Com uma dinâmica própria, este grupo de jovens distingue-se pela sua vertente solidária e iniciativas em prol dos outros. No dia 22 de Dezembro iniciaram uma recolha de alimentos, para apoiar a nossa Aldeia.

Quando nos visitaram para proceder à entrega dos alimentos resultantes da campanha, fizeram questão de confraternizar com as famílias SOS. Assim, andaram entretidos com as crianças e mães SOS, em várias brincadeiras e atividades. Depois de muita diversão, a mãe Paula deixou o seu testemunho de como era ser mãe SOS e explicou toda a dinâmica da Aldeia da Guarda, aos novos membros do grupo.

O dia terminou com a visita a um Lar Familiar SOS, para que os novos membros ficássem a conhecer esta realidade. O Grupo de Jovens Sem Fronteiras será sempre bem-vindo, pela imensa humildade e espírito de equipa que deixam aos residentes da Aldeia. Obrigado.

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10 Os nossos momentos NOTÍCIAS DAS ALDEIAS

Aldeia de Crianças SOS de Gulpilhares

visita a Serralves exposição de Cildo MeirelesA convite da escultora Maria Nordman, que já realizou diversas atividades em conjunto com a Aldeia, fomos visitar mais uma vez, Serralves. A exposição que estava em mostra era da autoria de Cildo Meireles (Rio de Janeiro 1948), cujas peças expostas foram concebidas entre 1969 e 2013.

Uma ocasião única para descobrir os diferentes aspetos da obra de um dos mais ilustres artistas da sua geração. Como guia para esta exposição tivemos a sorte de ter o diretor de Serralves e a companhia da artista Maria Norman. Obrigado!

visita à Faculdade de direito do PortoA Associação de Estudantes, convidou os nossos jovens para uma visita às suas instalações. Este foi o primeiro contato com uma escola do ensino superior. Além da visita guiada, planearam várias atividades, entre elas, miniconcertos das tunas. Os jovens tiveram, igualmente, oportunidade para ouvir os representantes das diversas áreas e secções da associação, que acabaram por explicar todas as vertentes

da vida académica, para além dos estudos. No regresso à Aldeia, os jovens comentavam: “Tenho mesmo de estudar para ir para a faculdade!”, “Não tinha ideia que era assim tão fixe!”; “O meu objetivo agora é ir para a faculdade!”.

Almoço de Natal com RotáriosA convite do clube Rotários de vila Nova de Gaia, as crianças e jovens que vivem na casa Rotary estiveram presentes no almoço de Natal durante o qual conviveram com os membros deste honorável clube. Durante o almoço, trocaram-se animadas conversas acerca da vida e experiências das crianças da casa que o clube apadrinha há mais de 33 anos. Obrigado pelo vosso apoio.

Nascimento de 3 cabritinhosNo seguimento do projeto “quinta pedagógica”, assistimos com entusiasmo e alegria da pequenada, ao nascimento de três lindos cabritinhos que vieram animar a vida na Aldeia. Todos querem participar nos cuidados a prestar aos novos residentes, pois todos querem acariciar e alimentar os pequenos animais. Ainda não tem nome, mas estamos a tratar disso. Boa sorte para os nossos novos amiguinhos.

Enfeites de Natal com materiais recicláveis A Galp voluntária desenvolveu na passada época Natalícia, uma ação enquadrada no âmbito da responsabilidade social “Árvores Solidárias”, de forma a angariar donativos para a Aldeia da Guarda. As crianças e jovens, desenvolveram cerca de 80 decorações de Natal, com materiais recicláveis e reciclados: tampas, garrafas, copos de iogurte, pacotes de leite, cartão, etc.

Foi grande o engenho e a criatividade de forma a conseguir transformar estes materiais em sinos, árvores de natal, anjos, coroas, bonecos de neve entre outros símbolos desta época.

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12 TESTEMUNHOA tua voz!

...devo-lhes tudo o que sou e que consegui.

testemunhoAnabela Figueiredo

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13A tua voz!

Parabéns pelos 50 anos e que continuem por outros tantos!

Anabela Figueiredo, chegou à Aldeia de Crianças SOS de Bicesse em 1973, tinha na altura 7 anos de id ade. Eram 6 irmãos oriundos de uma pequena aldeia perto de Vila Real. Após o falecimento da sua mãe, o pai, viu-se obrigado a emigrar e era complicado garantir o sustento e manter a família unida. Assim, decidiu entregar as crianças a várias tias, tendo a Anabela ficado com uma tia no Estoril, perto da Aldeia SOS de Bicesse. O seu pai teve sempre a preocupação de manter os irmãos unidos e quando alguém lhe falou nas Aldeias de Crianças SOS, não hesitou e marcou uma reunião com as fundadoras, Dra. Maria do Céu Mendes Correia e Dra. Palmira Cabrita Matias, para que acolhessem os seus filhos. Ficaram entregues aos cuidados da Mãe Etelvina da Casa Porto.

Naqueles tempos ser órfão era a principal condição para o acolhimento numa instituição. Hoje, consideram-se outras situações para que tal possa acontecer: consumo de drogas, álcool, violência doméstica, dificuldades financeiras, etc. No entanto, havia algumas crianças vítimas de maus tratos.

“Quando chegavam crianças provindas de meios muito pobres, as nossas fundadoras (as Tias como lhes chamávamos) faziam questão nos ir mostrar a casa onde viviam, com a intenção de nos educar e sensibilizar para um espírito de entreajuda, que nos fazia sentir mais unidos e felizes na Aldeia SOS. Hoje, temos esse espírito e ajudamo-nos mutuamente. Tornei-me uma pessoa solidária.

A Aldeia era mais fechada ao exterior do que é hoje. Não podíamos sair á noite. Tínhamos permissão para ir às festas da escola, o que já era muito bom, pois sentíamo-nos muito protegidos, mas por outro lado, queríamos fazer coisas cá fora, sem a vigilância de ninguém, como qualquer jovem quer abrir as asas.” Conta-nos Anabela.

Sempre teve orgulho em viver na Aldeia de Crianças SOS e nunca teve qualquer problema em o afirmar, apenas não gostava que lhe fizessem perguntas. Porque ninguém conhecia as Aldeias e a sua missão, e apesar de não ter qualquer complexo, não queria contar que não tinha mãe, porque na verdade, a Dona Etelvina era a sua mãe e aquela seria a sua casa para sempre. Não havia paciência para interrogatórios.

Na escola, encetavam-se esforços para que as crianças das Aldeias ficassem todas na mesma turma, para facilitar o transporte. Por vezes perguntavam: “Porque é que vocês são 9 e chegam todos atrasados ao mesmo tempo? – Porque vivemos nas Aldeias. E acabava logo ali a conversa. Eram tempos em que as pessoas tinham dificuldades económicas e enquanto a maioria das crianças não saía de casa, as

crianças das Aldeias frequentavam colónias de férias, então enchiam o peito e respondiam: tivemos 3 meses de praia… eheh!”

Apesar de ser boa aluna, não existia uma cultura de frequentar a universidade. Os rapazes conseguiam trabalho como estafetas, nas fábricas, trabalhos pouco qualificados. As raparigas trabalhavam a tomar conta de crianças ou noutras tarefas domésticas. O país era assim.

Aos 18 anos surgiu a oportunidade de poder ir trabalhar para a Suiça. Fora tomar conta de um cão rafeiro, pertença de um banqueiro que lhe pagava um ótimo ordenado. Em Zurique, tinha o apoio dos Padrinhos Emil Sharer, Holanda Henk e Tinicke Wjinia.

“Alguns destes padrinhos “adoptam-nos” para o resto da vida, foi o caso dos meus padrinhos da Holanda. A Tinicke e o Henk sseguravam-se de que eu estava bem na Suiça e chamavam-me para passar as minhas férias na Holanda, para que eu não sentisse tanto a saída da Aldeia. O padrinho Emil apoiava-me em Zurique, a casa dele era também a minha casa nas minhas folgas.”

Aproveitou para estudar e ao fim do ano e meio voltou para a Aldeia, para a sua casa até reorganizar a sua vida. “Era como voltar para casa dos nossos pais! A minha mãe é a melhor do mundo e tem um lugar guardado no céu ao lado do Pai. É a pessoa mais credível… é o motor do meu mundo!

Enche-me a alma quando vou ao Facebook e vejo posts das Aldeias. Sinto e digo que fiz parte disto. Foram elas que me criaram e devo-lhes tudo o que sou e que consegui.”

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14 Constrói o futuro CAMPANHA “PÁSCOA FELIZ!”

Páscoa Feliz!

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15Páscoa Feliz!

Nome

Morada

Localidade

Nº Contribuinte

Cod. Postal Tel./ Tlm.

Sim, quero contribuir com este donativo para uma Páscoa feliz das crianças, com o valor de

e-mail

Outro meio de pagamento Trf.ª Bancária IBAN: PT50 0033 0000 50038495952 05 Numerário Cheque

Por favor preencher para que nos seja possível enviar o recibo respetivo. Enviar para: Rua José Dias Coelho, nº40, r/c dto, 1300-329 LISBOA

Páscoa Feliz!

Sabe o que é a Páscoa? Sabia que ela já se celebrava antes de Cristo? No antigo testamento, o livro do Êxodo, conta-nos que Deus, com o intuito de forçar o Faraó a libertar o Povo de Israel, mandou 10 pragas sobre o Egito. Na última, Moisés disse que todos os primogénitos egípcios seriam exterminados e os de Israel seriam poupados. No entanto, o povo de Israel deveria imolar um cordeiro, passar o sangue imolado sobre as portas das suas casas, e o anjo da morte passaria por elas sem ferir seus primogénitos. Perante a irrelutância do Faraó em libertar os filhos de Israel, a praga foi levada a cabo. Todos os primogénitos do Egito foram mortos, do filho do Faraó aos filhos dos prisioneiros, o que causou clamor entre o povo egípcio, que culminou com a decisão do Faraó de libertar o povo de Israel, dando início ao seu Êxodo para a Terra Prometida. Desde então, os judeus instituíram o Pessach, Páscoa, para celebrar uma festa de oito dias, em honra de Deus. “Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua”( Exôdo 12, 14).

O Domingo de Páscoa é o dia santo mais importante do Cristianismo em que os cristãos comemoram, após a paixão e morte de Cristo, Filho de Deus, enquanto Cordeiro Pascal imolado pelos pecados da humanidade, a Sua ressureição gloriosa ao terceiro dia para a vida eterna. Todos os anos, pela Páscoa, os cristãos testemunham a sua fé e confirmam as promessas do seu baptismo, renunciam ao mal e afirmam o desejo de comungar e de partilhar com todos a alegria da vida gloriosa de Jesus Cristo.

A festa tradicional, segundo as concepções católica e ortodoxa, associa a imagem do coelho, um símbolo de fertilidade, e ovos pintados com cores brilhantes, representando a luz solar, dados como presentes. Este costume vem da Idade Média e lembra os antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera ou Esther – em inglês, Easter, que quer dizer Páscoa. A deusa da Primavera, que segura um ovo na mão e observa um coelho, pulando alegremente em redor dos seus pés. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida.

Uma festividade que carregou e uniu tradições durante séculos, apenas pode ter um significado. A Páscoa é um tempo de felicidade, paz e reflexão. Este é um tempo de união, de procurar aqueles que amamos.

Nos países da Europa Oriental, Ucrânia, Estónia, Lituânia e Rússia, além da decoração de ovos com os quais serão presenteados amigos e parentes, a tradição diz que, se as crianças forem bem comportadas na noite anterior ao domingo de Páscoa e deixarem um boné de tecido num lugar escondido, o coelho deixará doces e ovos coloridos nesses “ninhos”.

Que a alegria da Páscoa invada o seu coração e o daqueles a quem ama! Contribua para uma Páscoa Feliz das crianças das Aldeias SOS.

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...manda a tradição que se ofereça um folar a cada Casa...os nossos sabores

receita da Mãe Cinda

16 Os nossos sabores FOLAR

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17Os nossos sabores

Folar da PáscoaINGREdIENTES• Farinha: 750 + 100 g• Fermento de padeiro: 25 g • Açúcar: 75 g• Leite: 1 dl• Manteiga ou margarina: 125 g• 4 Ovos + 1 ovo para pincelar os bolos• Limão (raspa): 1• Sal: q.b.• Ovos (cozidos com casca): 2

PREPARAÇÃO

1. Amorna-se o leite, junta-se 100 g de farinha e o fermento de padeiro e deixa-se a levedar.

2. Mistura-se o açúcar com a restante farinha, a casca de limão ralada e uma pitada de sal. Se gostar, acrescente uma colher de café de canela e/ou de erva doce moída.

3. Junta-se os ovos, a manteiga amolecida e a mistura de fermento, amassa-se tudo muito bem até a massa se descolar das mãos. Se necessário, acrescenta-se mais um pouco de farinha.

4. Tapa-se a massa com um pano e deixa-se levedar em local aquecido durante 2 horas ou até dobrar de volume.

5. Divide-se a massa em duas partes, forma-se 2 bolos achatados e coloca-se os ovos cozidos em cima. Pincela-se com gema de ovo e leva-se a cozer em forno bem quente até o folar se apresentar fofo e dourado.

Mãe CindaAldeia de Crianças SOS de Bicesse

HistóriaO ritual associado ao folar da Páscoa, na Aldeia de Crianças SOS de Bicesse, tem origem em tradições provenientes de regiões rurais. Neste caso, a proveniência está identificada com a região de Aveiro, berço cultural da família de origem da Mãe Cinda.

No entanto, a prática estende-se a outras zonas do País. Basicamente, diz respeito à oferta que os padrinhos dão aos afilhados na altura da Páscoa, em retribuição das flores que receberam no dia de Ramos.

Na Aldeia de Crianças SOS de Bicesse, o fenómeno tem características muito peculiares, desde logo porque representa o alargamento e a integração das influências da família de origem da Mãe nas rotinas da família da Aldeia. É nesse âmbito que os laços se consolidam numa rede que se vai amplificando com o tempo, e que transforma os seus filhos da Aldeia em netos, sobrinhos e primos dos seus próprios familiares.

Além disso, por vezes, as Mães SOS também se tornam madrinhas de baptismo de crianças da Aldeia. É nessa qualidade que a introdução do ritual do folar ganha um primeiro sentido. À boleia do mesmo, manda a tradição que se ofereça um folar a cada Casa, independentemente da condição de afilhado que as respectivas crianças possam deter. Por essa razão se construiu o forno que ainda agora existe, com a memória da imagem das crianças à espera que a boca do mesmo se entreabra e dela se aviste o quentinho e desejado folar.

Para todos, desejamos uma Páscoa Feliz!

...por vezes, as Mães SOS também se tornam madrinhas de baptismo de

crianças da Aldeia.

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...as Aldeias forneceram casacos e cobertores a 17 500 pessoas, na maioria crianças.notícias

do Mundo

18 Notícias do Mundo INTERNACIONAL

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19Notícias do Mundo

Educação de Qualidade A conferência internacional “Educação de Qualidade para Crianças em Risco Social” terá lugar na Estónia, entre 17 e 21 de Março, com o objetivo de trocar experiências e fortalecer a cooperação entre as diferentes partes envolvidas na educação de crianças em situação de risco social.

A conferência reúne vários países e diferentes setores, para partilhar e trabalhar em rede no desenvolvimento de soluções mais sustentáveis para problemas complexos da educação de crianças em situação de risco, através da criação de uma rede internacional de partilha de melhores práticas e recursos, promoção da inovação na educação, introdução de métodos, ferramentas e materiais para oferecer educação de qualidade para o grupo-alvo, ampliação e fortalecimento das redes inter-setoriais locais e utilização de recursos humanos para o fornecimento de soluções em educação e inclusão social.

Conflito na Síria - ajudar as criançasO medo e o trauma está a impedir muitas crianças de frequentar a escola. Após quatro anos de conflito, o que pode ser feito já, para garantir que estas crianças não se tornem uma geração perdida? É uma corrida contra o tempo, liderada pelas Aldeias de Crianças SOS.

As promessas de apoio da conferência internacional de doadores no Kuwait e as próximas negociações de paz de Genebra oferecem a esperança de um futuro melhor. Mas as promessas por si só, não protegem as crianças do frio que atualmente varre Damasco. Para aliviar todo este sofrimento, as Aldeias de Crianças SOS forneceram casacos e cobertores a 17.500 pessoas, na maioria crianças, e outras provisões essenciais para mais de 23000 pessoas em Aleppo e áreas costeiras. Apesar do ambiente altamente inseguro, a equipa das Aldeias de Crianças SOS está a fazer todos os esforços para chegar a 50 mil pessoas mais afetadas em todo o país conturbado.

Atleta Olímpico Jure Franko - Embaixador SOSA 8 de Fevereiro de 2014, Jure Franko, medalha de prata de Slalom Gigante Olímpico, tornou-se o primeiro Embaixador das Aldeias de Crianças SOS na Bósnia e Herzegovina.

“Para mim, é uma grande honra ser um embaixador das Aldeias de Crianças SOS. É também uma grande responsabilidade, que aceito de bom grado. Hoje, apenas estamos a formalizar a nossa cooperação. O que mais valorizo é a nossa grande amizade.“ Jure Franko.

“Estamos honrados pelo Sr. Franko ser nosso embaixador, especialmente no ano em que comemoramos 20 anos de Aldeias na Bósnia e 30 anos dos Jogos Olímpicos de Sarajevo. A sua personalidade, dedicação e amizade para com as famílias SOS, assim como a sua compreensão da nossa missão, fazer dele um embaixador ideal das Aldeias de Crianças SOS na Bósnia e Herzegovina.“ Amir Omanović, diretor das Aldeias de Crianças SOS Bósnia- Herzegovina.

De imediato, Jure Franko começou a desempenhar o seu papel, apelando ao público para se tornarem padrinhos das famílias SOS e dar um lar amoroso para cada criança.

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...permitir que a livre imaginação das crianças chegasse aos nossos corações!os nossos

amigos

20 Os nossos amigos ESPAÇO PARA EMPRESAS E PARCEIROS

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21Os nossos amigos

GALP : Árvores de Natal Solidárias No Natal passado, a Galp Energia lançou-nos um desafio às Aldeias de Crianças SOS: desenvolver as decorações de Natal para todas as sedes da empresa no país, utilizando materiais reciclados e de utilidade do dia-a-dia. “Com o objetivo de se aproximar mais das comunidades onde opera, mas essencialmente permitir que a livre imaginação das crianças chegasse aos nossos corações!” dizem.

Depois de lançarmos o projeto às nossas crianças e jovens - ateliers de tempos livres associados á temática da reciclagem - o projeto foi alargado até às Aldeas Infantiles de Espanha e SOS Children’s Villages da Suazilândia.

Em ambiente de festa e alegria, as Aldeias de Crianças SOS estiveram no passado dia 29 de Novembro de 2013 nas instalações Galp em Lisboa, Matosinhos e Sines para decorar 4 árvores de Natal. Depois das montagens e do esforço em colocar as estrelas nos topos das árvores, conviveram num lanche e ainda falaram sobre energia sustentável. “Foi uma vez mais, uma experiência muito gratificante, acima de tudo pela possibilidade de partilharmos com estas crianças e jovens o prazer que tiveram em vir à Galp Energia dar cor e amor ao nosso espaço.”

Obrigada pela boa energia, à Galp e aos seus colaboradores!

Um novo parceiro ajuda a concretizar projeto antigoPartilhamos convosco um projeto que tínhamos já há muito tempo em mente e que finalmente foi possível concretizar, graças a um novo parceiro das Aldeias de Crianças SOS.A Lojas Francas de Portugal (LFP), empresa detida pela TAP e pelo The Nuance Group, especialista internacional em retalho aeroportuário, acordou em ceder-nos espaço em 8 das suas 30 lojas nos aeroportos nacionais para colocarmos caixas de donativos.

Era um desejo antigo ter a presença das Aldeias de Crianças SOS no aeroporto captando assim a atenção do público internacional e tirando partido do cariz internacional da organização, que graças à LFP conseguimos agora concretizar!

Criada em 1995, ao longo do seu percurso a LFP tem demonstrado ser uma empresa solidária com diversas causas. Procurado ter um papel mais ativo nos últimos anos, tem proporcionando o contacto direto nas ações que promove junto dos seus colaboradores, com vista à sensibilização quer para questões sociais, como ambientais a um universo de mais de 400 colaboradores. Foi na sequência destas ações, que estabeleceram connosco, no final de 2013, uma parceria no sentido de permitirem a colocação de 8 caixas

de recolha de donativos nos aeroportos de Lisboa (T1 e T2), Porto, Faro, Ponta Delgada, Santa Maria, Horta e Madeira.

A iniciativa foi já comunicada aos colaboradores, da LFP, convidando-os a colaborar e informar os passageiros. Desta forma, as Aldeias de Crianças SOS e a LFP pretendem alargar a rede de solidariedade em favor das nossas crianças e jovens, quer pela recolha de donativos, quer também pela visibilidade que esta iniciativa proporciona junto ao público nacional e internacional.

Sendo que os aeroportos portugueses contam com mais de 15 milhões de passageiros, estamos todos expectantes com os resultados que partilharemos com os nossos amigos à medida que forem evoluindo!

Agradecemos à TAP, em especial aos voluntários com Asas na pessoa da dra. Orlanda Sampaio, que nos proporcionou este contato e à Lojas Francas de Portugal a oportunidade e acima de tudo a boa vontade em se juntarem ao objetivo de construir vidas em família com as Aldeias de Crianças SOS!

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22 Os nossos amigos ESPAÇO PARA EMPRESAS E PARCEIROS

de facto, uma fábrica de felicidadeHá situações que nos fazem acreditar no futuro. Que sim estaremos por cá outros tantos 50 anos, com os amigos do costume mas também com outros novos amigos que se juntam a nós no compromisso de construir o futuro das nossas crianças e jovens. A Refrige, juntou-se à rede de solidariedade Aldeias de Crianças SOS, numa iniciativa de responsabilidade social corporativa, dando oportunidade aos colaboradores de adquirirem brindes que normalmente não têm acesso, disponibilizando o seu know-how ao serviço da nossa causa e criando sorrisos para todos. No final do ano passado, o espírito solidário inundou a Refrige, com a ação Natal Solidário – INvESTE EM SORRISOS. No dia 18 de Novembro, um catálogo com brindes Coca-Cola, circulou pelas 9 Delegações de vendas e Fábrica de Azeitão, para que os colaboradores adquirissem artigos das marcas Companhia Coca-Cola, desde t-shirts, mochilas, guarda-chuvas, copos, molduras, cadernos, entre outros, por valores simbólicos. Durante um mês, foram disponibilizados 58 brindes diferentes. Com a comunicação a nível nacional, através da Refrige TV, foi possível dar a conhecer esta iniciativa e as Aldeias de Crianças SOS, Instituição para a qual a compra dos brindes reverteria a 100%.

A ação Investe em Sorrisos ocorreu com sucesso, sendo necessário criar um segundo catálogo, com a ocorrência de vários brindes esgotados no primeiro catálogo emitido. Os números são impressionantes e esta primeira iniciativa conseguiu angariar 2 920.50€ para apoiar as Aldeias de Crianças SOS, onde foram registadas 492 vendas, 1015 brindes vendidos e mais de 145 pessoas associadas.

“Esta iniciativa surgiu com o intuito de promover a felicidade a nível interno, criando uma dinâmica de responsabilidade social, numa época em que ser solidário assume uma dimensão muito importante, bem como a possibilidade de criar mais momentos de felicidade às dezenas de crianças que se encontram nas Aldeias. Uma experiência singular que iremos continuar a alimentar a nível interno. Às Aldeias de Crianças SOS, deixamos um até breve e agradecemos a oportunidade de os conhecer e podermos estar presentes.”

Agradecemos a todos os colaboradores Refrige. Um agradecimento especial à Rita Churra a e ao Ruben Reis por terem conseguido de forma tão completa materializar nesta acção a promessa da marca, uma verdadeira “fábrica de felicidade”! Esperamos poder compartilhar convosco muitos mais momentos de felicidade. Obrigado!

Formação - Educação Parental10,11 e 12 Abril (9h30 às 16h30)

Local: Sede das Aldeias de Crianças SOSRua José Dias Coelho nº40 R/c , 1300-329 LISBOA

destinatários: Técnicos Sociais da CPCJ, CLDS, IPSS, Autarquias, CAFAP.

Objetivos: Desenvolver estratégias de “sedução”, motivação e retenção no grupo de pais. Promover competência e conhecimento pedagógico necessário à realização de cursos de Educação Parental.

Inscrições: [email protected] vagas são preenchidas por ordem de inscrição válida.Valor de inscrição = 150€Valor de 75€ no acto da inscrição + 75€ até dia 3 de Abril.

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Empresas Amigas SOS 2013

Obrigado a todos!

LOUIS vUITTON

Comprometidas

Protetoras

Amigas

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24 Os nossos sabores TESTEMUNHOS

Junho!

Para mais informações contate:

Rua José Dias Coelho, 40 r/c dto | 1300-329 LISBOA

T. 213 616 950

[email protected]

facebook.com/AldeiasCriancasSOS