publ. n.o 170 do inst. oceano da usp. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67...

21
' SôBRE o PLÂNCTON DA ENSEADA DO MAR VIRADO E OS MÉTODOS DE COLETAS (Recebido em 11 / 12 / 61 ) M. S. de Almeida Prado INTRODUÇÃO O objetivo dêste trabalho é o estudo do plâncton · coletado na enseada do Mar Virado, litoral norte do Estado de São Paulo. Para o estudo da quantidade e natureza do plâncton foi ne- cessário fazer uma análise dos resultados obtidos com as rêdes de zooplâncton e fitoplâncton, controlando os vários fatôres que in- fluem na eficiência das mesmas. Êste material forneceu muitas indicações sôbre a região .. Estas são, entretanto, relativas apenas aos mome ntos das coletas, pois as observações não foram suficientemente numerosas para apresen- tar um quadro geral e definitivo da natureza qualitativa e quan- titativa do plâncton da região. MATERIAL E MÉTODOS As amostras de plâncton foram tomadas em quatro estações localizadas em quatro pontos dispostos em linha reta e distantes entre si de uma milha náutica (Fig. i) durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 1960. Publ. n.O 170 do Inst . Oc eano da USP.

Upload: phamhuong

Post on 10-Jul-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

' SôBRE o PLÂNCTON DA ENSEADA DO MAR VIRADO E OS MÉTODOS DE COLETAS

(Recebido em 11/ 12/ 61 )

M. S. de Almeida Prado

INTRODUÇÃO

O objetivo dêste trabalho é o estudo do plâncton · coletado na enseada do Mar Virado, litoral norte do Estado de São Paulo.

Para o estudo da quantidade e natureza do plâncton foi ne­cessário fazer uma análise dos resultados obtidos com as rêdes de zooplâncton e fitoplâncton, controlando os vários fatôres que in­fluem na eficiência das mesmas.

Êste material forneceu muitas indicações sôbre a região . . Estas são, entretanto, relativas apenas aos momentos das coletas, pois as observações não foram suficientemente numerosas para apresen­tar um quadro geral e definitivo da natureza qualitativa e quan­titativa do plâncton da região.

MATERIAL E MÉTODOS

As amostras de plâncton foram tomadas em quatro estações localizadas em quatro pontos dispostos em linha reta e distantes entre si de uma milha náutica (Fig. i) durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 1960.

Publ. n.O 170 do Inst . Oceano da USP.

Page 2: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 50-

/!::;, ~

Fig. 1 - Mapa da enseada do Mar Virado (litoral norte do Estado de São Paulo - Brasil).

Durante êsse período, foram coleta das amostras de plâncton quatro vêzes (Tabela I) em cada estação. As coletas foram ver­ticais, utilizando-se duas rêdes de 25 em de Çliâmetro de bôca e 1 m de comprimento, uma com sê da de 88 malhas por polegada (fitoplâncton) e outra de 58 malhas por polegada (zooplâncton). A análise do material foi baseada em contagens totais de tôdas as amostras.

ASPECTOS HIDROGRÁFICOS DA REGIÃO

Todos os dados hidrográficos da região aqui citados, foram obtidos de Emilsson- (no prelo). Limitar-nos-emos por isso a apre­sentar alguns aspectos, os mais gerais, necessários para a com­preensão dêste trabalho (Tabela I).

Page 3: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

T A

BE

LA

I

-D

ados

oc

eano

graf

icos

d

a en

sead

a do

M

ar

Vir

ado.

Loc

al 1

-L

at

23°3

2,02

' S

Lan

g 4

5°1

2,7

' W

,

Loc

al I

I -

Lat

2

3°3

2,9

' S

Lan

g 4

5°1

2,1

5'

W

Dat

a P

rof.

P

rof.

V

/:..

T

S

Dat

a P

rof.

P

rof.

~/t·

T

S B

ora

loca

l {m

} co

l. (m

) {*

} 'C

0

/00

B

ora

10

0al

{m

} co

l. {m

} (*

)

'C

0/0

0

22.1

0.19

60

6 0

245

26.2

1 3

4.4

2

22.1

0 .1

960

9 0

25·6

0 3

4.3

8

12

.35

-13

.00

5 24

.90

34

.47

1

1.5

0-1

2.2

0

5 39

2 25

·23

34

.44

8

25·0

0 3

4.6

4

10.1

1.19

60

6 0

245

26.2

1 3

4.8

1

13

·50

-14

.00

5

23·5

5 3

5·3

4

10

.11

.19

60

0

25·7

5 3

4·5

5

25·1

1.19

60

0 26

.05

34

.08

1

3.2

0-1

3.4

0

9 5

392

23.3

1 3

5·3

9

6 24

5 8

22.1

0 3

5·5

9

17.1

0 5

23.7

8 3

5·1

1

19.1

2.19

60

0 25

·15

33

.64

25

·11.

1960

0

25·3

5 34

.80

13.1

0 5

5 24

5 24

·56

~2.9

3 1

6.4

4

8 4

343

24.9

9 3

4.9

2

7 23

.60

35

·17

19

.12

.19

60

0

25·1

5 3

5·1

5

13

·50

-14

.07

4

392

24.0

8 3

5·0

75

8

24.2

1 3

3.9

5

Loo

al I

II -

Lat

23

°33,

1'

SL

ang

45

°11

,5'

W

Loc

al.l

rv -

Lat

23

03

4,6

' S

Lan

g 4

5°1

0,9

' W

Dat

a P

rof.

P

rof.

vi 1

. T

S

Dat

a P

rof.

P

rof.

V

/1.

T

S B

ora

10

0al

{m}

co

l. {m

} (

) °C

· 0

/00

B

ora

10

0al

{m

} 00

1. {m

} {*

} °C

0

/00

22.1

0.19

60

0 2

5·2

1

-22

.10

.196

0 0

25·0

0 3

4.4

8

10

.45

-11

.20

10

5

490

25

·02

3

4.6

05

09

.39

-10

.30

12

5

490

25·0

2 3

4.7

1

10

23

.94

3

4.9

1

10

24.0

2 3

4.8

2

10.1

1.19

60

0 25

·41

35

·36

1

0.1

1.1

96

0

0 25

.15

35

·34

5

12.4

5-13

.05

10

5

441

23.8

3 -

12

.00

-12

.25

13

5

588

24.8

1 3

5·4

35

9

21.7

3 3

5·5

8

12

23.6

5 3

5·6

7

25·1

1.19

60

0 2

5.0

5

35

.02

25

·11.

1960

0

25·1

5 3

4.9

6

13:1

0 10

5

441

23.0

0 35

.17

12

.47

-13

.00

1

1,5

0

5 49

0 23

.75

35

·10

9

23.3

0 3

5·2

9

10

23.2

9 3

5·2

4

19.1

2.19

60

0 24

.70

34

.72

1

9.1

2.1

96

0

0 24

.80

35

·09

1

4.c

5-1

4.2

5

10

5 49

0 2

4.1

5

35·0

0 1

4.3

5

12

5 58

8 24

.18

35

.01

10

23

.75

35

·24

12

23

.80

35

·34

5

I

(*)

Vol

ume

de

agua

fI

ltra

do

pela

rM

e,

em

lItr

os.

01

....

Page 4: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 52-

Nas primeiras observações (22/ 10/ 60) constatou-se existir, em tôda a enseada, somente água costeira de salinidade inferior a 35,00 % 0 e de temperatura de 24 a 25°C.

Na segunda série de observações (10/ 11/ 60) verificou-se que existia na enseada duas massas de água, a costeira e a de plata­forma, de salinidade entre 35,00 e 36,00 % 0 e de temperatura inferior a 25°C. Esta invasão de água de plataforma foi oca­sionada por ventos NNE e, como conseqüência disso, a água foi afastada e dissipada.

Na terceira série de observações (25/ 11/ 60) · encontramos uma situação semelhante à anterior, isto é, água costeira e água de plataforma com temperatura variando de 23 a 24°C.

A última série de observações (19/ 12/ 60) mostrou também a existência de água costeira e água de plataforma, mas nas esta­ções mais próximas à costa houve inversão da salinidade devido ao grande acúmulo de água d()ce proveniente de rios e riachos e da grande precipitação nessa ocasião. Assim, na Estação I, a 5 m de profundidade, foi registrada uma redução de salinidade até de 33,00 % 0.

COMPOSIÇÁO QUANTITATIVA DO PLÁNCTON

A quantidade de água filtrada pela rêde de plâncton foi ava­liada aproximadamente, calculando o volume do cilindro de água que atravessou a bôca da rêde.

Baseados nas contagens totais, calculamos o número de orga­nismos por litro, com o objetivo de comparar a abundância de plâncton nas diferentes estações e épocas de coleta. Como todos os dados foram calculados da mesma maneira, podemos utilizá-los quando comparados entre si.

Observamos que houve em tôdas as coletas, uma diferença na quantidade de plâncton, entre as amostras coletadas pelas rêdes de fito e de zooplâncton, diferença essa que variou de uma coleta para outra. Pelo gráfico da quantidade de plâncton por litro (Fig. 2) pode-se notar que, apesar desta variação, as duas curvas, afora em alguns casos, mostram uma mesma tendência geral. Utilizamos os 'dados obtidos com a rêde de fitoplâncton para avaliar a quantidade de plâncton em cada estação, por várias razões que serão discutidas no próximo capítulo.

Page 5: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

20 .•••••••••• r,'di zo(>

15

10

11 111 IV

22-X·1960

- 53-

11 III IV

IO·XI·1960

_.-...... --, 11 III IV

25-XI.1 960

11 III IV

19-XlI·I960

Fig. 2 - Número de organism os por litro encont rados em cada estação.

Na primeira série de coletas, obtivemos uma quantidade de plâncton aproximadamente igual em tôdas as estações. Esta observação coincide com o fato de que a enseada estava naquela ocasião totalmente tomada por uma única massa de água, a costeira.

N a segunda e terceira sene de coletas, observamos uma ten­dência para diminuição da quantidade de plânctón da Estação I para a IV, isto' é, da costa para o largo, em sentido contrário ao da introdução da água de plataforma.

Êste gradiente é bem marcado, o que é bem visível nas amos­tras coletadas com a rêde de fitoplâncton, mesmo que não se leve em consideração as espécies selecionadas positivamente pela rêde de fitoplâncton.

Constatamos, portanto, que as amostras destas duas senes de coletas provenientes de água costeira foram sempre mais ricas do que as da água de paltaforma.

Page 6: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 54-

Na última série de coletas, obtivemos um gráfico diferente. A amostra de plâncton coletada na Estação I é a mais pobre, pro­vàvelmente devido ao forte abaixamento da salinidade. Nas ou­tras três estações a situação é a mesma das duas séries anteriores, isto é, a quantidade de plâncton diminui da Estação II para a IV, observando sempre as mesmas relações com as massas de água.

As águas costeira e de plataforma na enseada revelaram ser relativamente abundantes, especialmente em algumas espécies de copépodos, em comparação com outras regiões de águas quent~s.

O fitoplâncton foi relativamente escasso, tanto em espécies quanto em número de indivídúos, em tôdas as amostras.

1000

Fig. 3

--mklllfl

11 11 11 11 111 111 111 111 IV IV IV IV ...

Q\lantidade de fitoplâncton coletado pelas rêdes de fito­plâncton e zooplâncton em cada estação.

Relacionando a quantidade de fitoplâncton com as diferentes épocas de coleta (Fig. 3), verificamos que êste aumentou da pri­meira série de coletas para a última. Observamos ainda, que o fitoplâncton foi mais abundante na água de plataforma ' do que na água costeira. A porcentagem de fitoplâncton variou de 1 a 16% do total de organismos (Fig. 4) em cada amostra com exceção de uma, em que êste valor atingiu 32,4 em água de plataforma.

Page 7: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

30

25

20

15

lO

- 55-

/ 11 111 IV 11 11I IV 11 111 IV 11 111 IV

22-X-1 960 IO·X I -1960 25-X I- 1960 19-XII -J960

Flg. 4 - Porcentagem numérica de fitoplâncton em relação ao zooplâncton, por amostra em cada estação.

Page 8: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 56-

ANÁLISE COMPARATIVA DAS AMOSTRAS COLETADAS COM RÊDE DE FITOPLÁNCTON E DE ZOOPLÁNCTON

Os resultados obtidos das amostras de plâncton coletadas com as rêdes de fitoplâncton e de zooplâncton foram sempre muito diferentes. Resolvemos, por isso, fazer' uma análise mais porme­norizada dos dados, embora as amostras não tivessem sido coleta­das com essa finalidade~ Êstes dados, que por si não são suficien­tes para resolver a questão, são úteis, todavia, por sugerirem que novas experiências deverão ser feitas sôbre a seletividade da ma­lha das rêdes de plâncton. Como a pesquisa sôbre plâncton é ba­seada, na maioria das vêzes, em observações indiretas, é neces­sário controlar rigorosamente as limitações dos métodos de coleta.

Vários trabalhos foram feitos sôbre a eficiência das rêdes, raros porém são os que encaram o problema do ponto de vista da seletividade dos organismos pelas malhas .

. Segundo Gibbons (1939, p. 242) a malha da rêde retem os indivíduos de acôrdo com seus tamanhos. Entre os organismos um pouco menores do que a malha há uma porcentagem dêles que passa através da rêde. Esta porcentagem de escape aumenta pro­gr:essivamente à medida que diminui o tamanho dos organismos até que nenhum mais é retido.

Saville (1958, p. 193) fêz experimentos especiais sôbre a sele­tividade da rêde de plâncton. Usou uma rêde de malha mais grossa no interior de outra mais fina, para observar quais os indivíduos que passam através da malha, e em que porcentagem o fazem.

Podemos comparar, embora de uma maneira grosseira, os nossos experimentos com os de Saville (l. c.), pois não usamos como êle, uma rêde dentro de outra, mas puxamos as rêdes de fito e de zooplâncton simultâneamente.

Baseados nos dados obtidos através das duas amostras, fize­mos gráficos (Figs. 5 a 12), nos quais relaCionamos os números de indivíduos por amostra com as estações, selecionando para êsse fim, as espécies segundo o tamanho médio dos indivíduos em rela­ção ao diâmetro do retículo da malha. Wiborg (1948, p. 6) fêz o mesmo com algumas espécies de copépodos, esclarecendo entre­tanto, que as medidas devem ser feitas segundo o estágio de desen­volvimento dos animais, e que mesmo assim, estas podem vaI-iar com a estação do ano e com a sua procedência.

Para a elaboração dos gráficos neste trabalho, selecionamos três grupos de espécies: as de tamanho menor do que a malha da rêde, as de tamanho um pouco maior e finalmente as de grande porte.

Page 9: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 57-

3500

__ rtdtlll •

.......... Ujl [f)'

3000

2500

2000

1500

1.000

900

500 I-

700 I-

600

500 I- • 400 l- -m I-

200 I-

~ 100 I-s ----~---li

il' II 11 11 OI III 111 III IV IV IV IV

Fig. 5 _ Quantidade de Qithona nana coletada pelas rêdes de fito­plâncton e zooplân cton em cada estação.

Page 10: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

900

800

700

600

500

400

300

200

100

Flg. 6

- 58-

C"'IJCQI:U& gll"buchtl

-- rttJt fito

.. _---- udt too

, :\\.

. , , '. .

----... . ... - ..... .. _ ... ...... ........

..... .' '.

11 11 11 11 III III III III IV IV IV IV

Quantidade de Corycaeus giesbrechti coletado pelas rêdes de fitoplâncton e zooplâncton ·em cada estação .

Page 11: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

600

500

400

300

200

100

"] 50

Fig. 7

- 59-

e ll/UpillD (Jcu t JIr('II!.

/ li li li " 111 111 111 111 IV IV IV IV

Quantidade de Euterpina acuti.frons coletada pelas rêdes de fitoplâncton e zooplâncton em cada estação.

Tomamos as medidas das malhas somente após a imersão da rêde na água, pois esta encolhe quando molhada (Wiborg, 1948, p. 6) e por isso, os retículos diminuem. Obtivemos em média 0,1 mm para rêde de fitoplâncton e 0,3 mm para a de zooplâncton.

Oithona nana (Fig. 5) foi a espécie escolhida como represen­tante do primeiro grupo, isto é, espécie de tamanho igualou um pouco menor do que o tamanho da malha da rêde de fitoplâncton.

Fizemos esta escolha por duas razões: primeiro, por que ela foi na maioria das vêzes a espécie mais abundante não só entre os copépodos, como também entre todos os organismos; segundo, por que seus indivíduos possuem em média 0,1 mm de largura e espessura.

Verificamos por êste gráfico que O. nana foi retida em peque­níssima quantidade pela rêde de zooplâncton e em grande quanti­dade pela rêde de fitoplâncton. Êste fato sugere que a retenção dêsses indivíduos pela rêde de fitoplâncton tenha sido quase completa.

Outras espécies de pequeno porte, tais como Euterpina acuti­frons, Corycaeus giesbrechti apresentaram um comportamento se­melhante ao de O. nana, porém C. giesbrechti foi mais retido pela rêde de zooplâncton do que as outras duas espécies.

Page 12: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 60-

100

90 -- ttdt 11'{1

80

70

60

"o

30 r --··

j/ 20

10

11 11 11 11 111 111 111 111 IV IV IV IV

Fig, 8 Quantidade de Acartia lilljeborghi coletada pelas rêdes de fitoplâncton e zooplâncton em cada estação,

60

50

40

30

20

10

-- rtdc f/to

.•........ ride lOO

CtntroptlgtS IIJ"oIU$

~\"" '\ '\j-\ , . . / , , ,

;' \ ,"

......... ~ / \./ ~: :' , .I I .' .... ,' .

11 11 11 ·11 111 111 111 111 IV IV IV IV_

Fig. 9 - Quantidade de Centropages furcatus coletado pelas rêdes de . fitoplâncton e zooplâncton em cada estação,

Page 13: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

900

800

700

600

600

400

300

200

100 \

\ \

- 61-

11m/lia a"lrostrll

' --ttcltflto

--- rtdt 1.00

I I , I I

l I I I I

~--

Fig. 10

11 11 11 11 JIJ 111 111 JIJ IV IV IV IV_

Quantidade de Penilia avirostris coletada pelas rêdes de fitoplâncton e zooplâ n cton em cada estação.

Page 14: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 62-

Espécies de diâmetro maior do que o tamanho da malha da rêde de fitoplâncton, como Acar tia lilljeborghi, Centropages fur­catus e Penilia avirostris não revelaram no conjunto uma apre­ciável discrepância entre as duas coletas. As diferenças numé­ricas dessas espécies, entre as amostras coletadas com rêde de fitoplâncton e zooplâncton, podem ser atribuidas às pequenas aglo­merações de indivíduos durante a coleta.

.0 -- rtde (UrJ j.Jgiuo f rt Juu:: 1

. ......... udt tOO

:;0 r.

20

10

'"

10

1 I u

,'\ , .

1\-, " , , , , .' i . , .

'...- - - ~'

11 II II II li! 111 III I" IV IV IV IV

Fig, 11 Qua ntida de de Sagitta friderici coletada pelas r êdes de ' fitoplâ n cton e zooplânc ton em cada est ação.

-- r.>d" filo 1\', , '.

" "

~~ ~" ------/' ~ ~ ____ ~ ___ ~ ____ ~ __________ ~~__J

11 I I II II III 111 li! ([I IV IV IV IV

Fig. 12 Qua ntida de de Sagitta enfIa t a cole tada pelas rédes de fi to­pl â nc ton e zooplâ n ct on em cada estação.

o mesmo podemos dizer com relação às espeCles de tamanho muito maior do que a malha da rêde, como Sagitta f riderici e S. enflata.

Page 15: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 63-

Pelos dados obtidos há indicações de que a rêde de fitoplânc­ton seleciona positivamente apenas os organismos pequenos, per­tencentes ao primeiro grupo, e que os maiores, pertencentes aos segundo e terceiro ' grupos não sofrem seleção nem pela rêde de fito nem pela de zooplâncton. Acrescentamos ainda que a capa­cidade de movimentação dos animais parece não ter influência na seletividade dos mesmos.

Não só o tamanho é importante na seletividade dos animais pela rêde de plâncton, mas também a forma, porque esta pode impedir que um animal 'menor do que a malha da rêde a atravesse. Saville (1958, ' p. 197) verificou em seus experimentos que as es­pécies de Oithona foram mais retidas do que as outras espécies maiores, e atribuiu isso ao fato delas conservarem sempre as suas antenas estendidas lateralmente. Wiborg (1948, p. 11) também observou que as dimensões de um copépodo variam com a posição dos apêndices.

. Saville (1958, p. 201) cita ainda, entre outros fatôres que influem na seleção dos animais planctônicos durante a coleta, a capacidade de compressão dos animais e a flexibilidade das ma­lhas da rêde.

Devemos admitir portanto, que mesmo as espécies cujos indi­víduos são um pouco maiores do que as malhas da rêde não são totalmente retidos por ela.

Gibbons (1939, p. 243) e Wiborg (1948, p. 6) citaram um outrQ fator que ocorre comumente: o entupimento das rêdes por algas e animais planctônicos. Segundo Wiborg (op. cit.) êste efeito não só diminui o tamanho da malha como também dificulta a filtração de água e se dá com maior ou menor intensidade, de­pendendo da natureza do plâncton coletado, isto é, onde há grande quantidade de fitoplâncton, O entupimento é maior.

AS RELAÇOES DO PLÁNCTON COM AS MASSAS DE ÁGUA

OS dados com os quais contamos neste trabalho foram sufi­. cientes somente para relacionar a ocorrência e abundância das espécies com as massas de água (Tabela 1). Nenhuma relação, entretanto, foi encontrada quando consideramos o plâncton totaL

O fitoplâncton, embora pouco abundante, foi representadõ por algumas espécies de Dinoflagelados e Diatomáceas (Tabela 11).

Ce1'atium spp . . e Py1'ocystis pseudonoctiluca foram os mais abundantes, principalmente nas três últimas séries de amostras, isto é, em presença de água de plataforma.

Page 16: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 64-

Coscinodiscus aparecei.! apenas nas duas últimas senes de amostras, mas em grande quantidade somente na última.

Ethmodiscus gazellae ao contrário, só estêve presente nas duas . primeiras séries de amostras.

O zooplâncton desta região é constituído, principalmente, por espécies (Tabela II) neríticas. Em trabalhos anteriores, sôbre a distribuição de alguns grupos de animais planctônicos (Hydro­medusae, Copepoda, Chaetognatha), foram assinaladas muitas das espécies que aqui compareceram nestas mesmas massas de água.

Hydromedusae - Tôdas as espécies aqui encontradas já fo­ram assinaladas por Vannucci (1957), como típicas de água cos­teira ou de região lagunar; Algumas destas podem ser também encontradas em águas de plataforma e tropical, porém em menor quantidade. A ocorrência de Eucheilota duodecimalis foi regis­trada por Vannucci (1960, p. 395), na costa brasileira, na região de Cananéia, principalmente em água costeira de salinidade áté 35,00 0/00 e de temperatura variando entre 25 e 28°C. Todos os dados relativos às medusas obtidos através dêste material con­cordam com os de Vannucci (1957). Nenhuma das espécies dêste grupo foi abundante. Clytia cylindrica foi mais freqüente em águas tipicamente costeiras.

Copepoda - A grande maioria dos organismos dêste plâncton é constituída por copépodos. Dentre êles, as espécies mais abun­dantes foram as seguintes: Oithona nana, Corycaeus giesbr.echti, Paracalanus sp., Euterpina aC1ltifrons e Temora stylifera.

Muitas das espécies de copépodos presentes neste material, já foram assinaladas por Bjornberg (1959) como típicas de águas costeira ou de plataforma.

Das seguintes espécies, Acartia lilljeborghi, Eucalanus mona­chus, E. subcrassus e Calocalamus styliremis, somente raros indi­víduos estiveram presentes em algumas das amostras da primeira série de coletas. N as três últimas séries de amostras, comparece­ram em tôdas elas, porém sempre em pequena quantidade, indi­cando portanto uma preferência por águas de plataforma.

Calocalanus pavo compareceu em tôdas as amostras, sempre foi porém pouco numerosa.

Centropages furcatus também compareceu em tôdas as amos­tras, mas foi um pouco mais abundante em água costeira, entre­tanto, Bjornberg (1959, p. 137) encontrou-a somente em águas de plataforma.

Page 17: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

BB

PS

CIE

S

Ce

ra/w

m 8

ym

me

tncu

m

I Pyr

ocY

8/i

& /

W'li

lorm

iJi

Pyr

ocY

8t1

8 .P

Scv

d.on

oct

rlu

cfI

COSC

UlO

dt8C

U8 1

11'

Rh

YZ

08

0/C

nll

l Il

Ctl~

I E

lhm

Od1

8C'U

8 g

aze

.

Fo

ram

inif

era

o1ie

liu 5

1'.

Cly

lia

c.vl

mti

ncl

' E

llc

hct

lO/a

dI

IlJd

("C"

"Tii

iiiN

.~

Lir

ioJi

f! Id

nrp

hyl

la

BO

llga

lnnl

lifl

nt

'"O

OII

IA

/()(

/icca

m

llll

<.w

,tlil

l

Sip

ho

no

ph

ora

C

O>t

1"o

lutu

S

/I

PO

lych

al'l

a A

c",·t

iu

/tUjb

O"y

h,

Ae

ur/

",

Jove

rn

CII

/oc"

/a.tr

tll

.~Iyl

;fn'

''''~

Cal

ocu!

(MltS

l'a

l"O

ce

"t'"

(jI)

(tIW

~ lu

n·II

III .•

Co

r.lI

ctw

tts

yir'.~

llI"f

·I'hl'

Cor

ycue

lt.\"

11

nl('l

1 •.•

Cory~~

tett.\

" jo

wm

~"If!ll"('h,,

., EllCul(l""s

.~"IJ(~'

EIIClllilllll,~

.~/J

f'.It

ler"

",u

"c

r,lt

jro»

",

/,c>"

l.,.~dd

/"

'Im

n/'

,' ~

O,l

h",

w,w

""

~ili7

("·('

~;n'i"nTilr

Orl

ellC

" sp

li i

i(>ii(

/ot!

lIt/

llu,

"/(.I

" "

C,t

/It.'

1C"'1

I>11

M'll

/Ti'-""--

, 2~:::::~: ;:

~~a~~I

;::~lf

ic;2'"

P

Cll

l/il

t 11

1'11

'0,'

/'-'

"

Em

rl'W

.I"/

IIII

I/('I

'(I

Po

dO

ll S/

J O~lra

C1J(ta

Isop

od;.

Lll

Cll

n-

"1'

LY

lIIl

!e"

"1

i-;;

;;'/r

l'",,

,,,",

L

y""

,('"

", "I

Ifl;

;t;i

-Ci

·f8f1

.~'7

ri·;;-,J

,t

Pte

ropo

da

IIII

(III

/(t

.'1'

Blv

aJva

S

at/

II/I

I !I

'II/

IT,,

"I

~

Suy

lll"

jo

vem

S

ily

itt"

(c

sln

,gai

b,

Rro

hlli

lrl!

/H

lnti

,'"

~jTt7,

F ";

1"I

"na

h"I'),~~I""1It

Dol

io/H

III

N,L

Upl

ii

~

~,sta(""atollt]";r

sl

Pil

idim

n

Plu

lei

Blp

llll

iitr

i"

Gas

tnll

a--;J

':Ec

li111

rr

oco

fora

-~;l

l.AU

·Vit

S d~

· Br

.\·o~o

:r

Lan

/as

d,'

/.ln

OIH

~1liS;,

Ncc

toch

l'1('

~y

cha

p.ta

10

\11]

";1.<1

Lar

vas

d

e pe

ixl's

O

Vos

d,v

i'rso

s O

vo

s de

,h

ciJi(l.~

TA

BE

LA

II

-

Lis

tas

dos

orga

nism

os

pres

ente

s em

ea

da

amo

stra

.

.22

-X-I

96

0

Lo

C:I

IT

I

Lo

c_

II

Lo

c_ iii

Lo

c,

IV

F

Z

F

Z

F

Z

5 10

i3

10

10

5

0

10

01

131

81

221

17

30

6

7

30

21

251

2'

-

" m~

5bF1n

I~

22

27

21

TIC)

"J-2

J

5U 1

4R

1

50

41

12

51

-I

17

6 23

25

77

14

5 4 ,. 71

12

"2 16

--

3 16

3

35

5

9

\13

62

3

1 7

15

12

5 19

38

1

0

51

, 4o

~1 lO

ot3

Q

13 -

-

38 1

1

91

7

q 1

50

1 10

0 8

51

14

·11

12

8

f-'- 20

IT

Pil :~I ;:

'2

1-~

=-I-~

-16

31

18

-. 78

2

3

1_3J~

3.21

12

1 2il

~3

1 ~.21

~3'1

rrl -3

3

~3

2 I)

4

....12

. 4

~ 2

it~*f

1=#l

2"

2

~f

.2'

-

Lo

c.

I F

Z

2

8 ,

6

10

-X

l -

196

0

Lo

c_

II

Lo

c_ I

II

Lo

c.

IV

Lo

c.

F

Z

F

Z

F

Z

63

'4

13

69

12

7

19

-X

li

-19

60

Loc

_ I

Lo

c-II

L

oc

1lI

Lo

c.

IV

F

Z

F

Z

45

7 74

12

F3

0! ~

:21

1 ~3

13

30

2

36

1

0

10

18

2b

6

0 4 iij

~IIo

i-i~

1~ __ L

15

182T

'IT

-:1

10

8

12

14

14

---,

-19

12

0

70

"i'8

4" II

2

l.Q

l...

l1

39T

Tt!

\;i

l 15~1

1~~1

7;r2

231126

,. ~

'-+--M

-'--.5

.j-=-

-----

--

'l--=--tt

Ht-

l 16

I ,.

:i'1·"~ :

~1t=J}:~

,I

3

~~ :

, f--:

-L 1

I 2

'2-

4'"

I

'2 9

17

10

25

22

23

21

18

15

31

-5

3 ~ _

lL

4<[

86

28

__ 3

0

45

39

7

I 14

14

8

II

10

I 3

5 -

I)

3 5

:..! •

• 3

3

38

1

110

4 B

8"

0 -

-15

:2

4 -

---

45

4 27

21

5

18

25

6 2

5 5

2 21

"" 3 ~

59

-

'-8 -;;

---

1-

--

1 .2

1

4 1

\ II

i3

II

15

=:

7 5

9

182

52

ID

S

93

12

42

73

90

14

0 7

9 10

3 00

5

80

14

5 8

65

2

10

65

3 07

7

8 5

7 21

.2

3 to

19

12

1_4

23

3

0

73

127

101)

81

25

2'

" 10

J

14 2 4

2 4

'ln~

r 3

05

1

21

11

25

1

72

~-h~2:11~~

q 10

21 25;

II; 12

7:

, i i 7

13

31

16

'

--

--

-----

--

---:-

I 2

"---

,~

I~h~

47

1---

0 44

8 ~ -

-5~1)

--t

4')

37

9

25

47

6

30

56

1 68

14

0 56

19

8 _~~ 1

30

3

55

17

3 6~

0 ~

359

8 3

2

401

14

64

9

17

1)4

-10

06

17

35

64_

15

_~

_l?_

mo

~..1

.

4--+

~

5 :6

15

I~_~

~ :

'=t~

~~ _ =

.~ ~ ---

-* ~

6'

"

, 31

2'

"

lsi

151

8 '1

71

80

3 17

10

0

~~ 2;~

2~; 3

;-~ I~

-~:; _

~rr-~

: -=~f * -!r

~i

645-~~

-=-~~~~

-5~7 ~L~~~~3

~o -

iJ1 ~

~() 3

Y-~

~---

-!2-

-"""t4

--To-

IT -

17 3

7 -.:-=*~ -4

6' 8

5 2

25 -364~

1087

---

-, Ior--

:D

~

2ff-4

74

1 0

4

20 I

47 ,. I

.!Q

l!.2

. 2 3'

"

3 2T

2

"I 3~

1 37I'~1

II

frrl:2'

52--

----

-rr-

ill

81

28

7 ---

-rrr--

-r III

:wl

4'

-

" ~

28

"== c

:-=-2

.-=-::

t--,l

--:--

-c----:

---,'

c===

:~~

-:~+

-:--I--'-

" -

" "

~ ""

I·--=

---"-

~ '-

1--

'-1-

-'-'

-i~t t~~:~

U~~

Jj t~

11~~

3 3

5 7

Ib

13

Il-;-t

----:--~

I -

1 I

I 2

"

-:'l L?

-~

_:2.

~I ~-~-~

? --:-

--~~

=--~Lr_

_:_?_~

·4=_ti=;

i~'

-:-

:---=-

. --=-

~-:-

" "

" ~~--

=-i-

:~

~ ~

, q

rT

4"23

2 ",3

__

?!;l

_Li ~(

34

1

(.

39

~o

20

~

30

20

114

57

3 ,

" .-

' --=

-, .'

---'--

: :

1---%

f--=Ji

24

0

13

11)6

"2-6-

2

·14

21

0 _

L.4..~

10

-3

II

\5 ~

3~-

-2

20

30

10

41

3

2

136

1 5

,I

3

51

4 ~

5" _~

'-16

62

~

~ -:

"~I--=:

:-:l~

~trl

"3

,

631

81

16

21

291

981

14

24 I

1~5:j:

::~P

tj::~:

j:ji1:

I""I'

~~""'"

I-=-

+~-:'

:. -

: :4~:-

:~8_

51

ll1

71

-31

"!

~, ~o:

~ -:: -: =

f:~

-=--t

-c-

" ~

2'

~

'8

i2

23

I:i

, , i ,

31

20

!Q

8

.2'

-"

~

70

iT

" ~

1 , l8

4 26

'2

-, M

11. 2 391

10

II

• F

R

ede

de

fito

plan

cton

_ z

RM

e de

zo

op

lan

cton

.

Page 18: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 65-

Em quase tôdas as amostras Corycaeus giesbrechti, Euterpina cwutifrons, Oithona nana e Paracalanus sp. foram as espécies pre­dominantes, Euterpina acutifrons e Oithona nana só não estive­ram presentes em algumas amostras provenientes de água costei­ra. Tôdas elas mostraram uma nítida afinidade pela água de plataforma. Corycaeus giesbrechti foi encontrada também em grandes porcentagens por Bjornberg (l. c.) nesta massa de água.

Encontramos Temo1'a stylife'ra em tôdas as amostras, e em algumas ela ocorreu em grande quantidade. Não apresentou, en­tretanto, uma preferência marcada por uma das massas de água.

Corycaeus gracilis, Oithona plumifera e Oncaea media foram representadas apenas por alguns exemplares.

Pseudodiaptomus acutus -somente estêve presente nas duas últimas séries de coletas, não comparecendo em água costeira típicas, embora dados anteriores indiquem que esta espécie vive em águas de baixa salinidade. Segundo Jacobi (1953, p. 14) tôda a família Diaptomidae é característica de água doce e salobra. Marsh (1933, p. 30) assinala a presença de Pseudodiaptomus acutus em águas salobras da desembocadura do l'io Amazonas.

Entre as espécies de Cladocera que ocorreram neste material, a que predominou foi Penilia avirostris . Compareceu em quase tôdas as amostras de água costeira, todavia, foi- relativamente abun­dante em duas coletas da última série, em água de plataforma.

Outros crustáceos, tais como Ostracoda, Isopoda, Decapoda, compareceram neste material, porém em número muito reduzido.

Os moluscos foram representados neste material, por Bival­via, Pteropoda e Heteropoda que, entretanto, nunca foram muito abundantes.

Tivemos neste material, três espécies de Chaetognatha, Sagitta friderici, S. enflata e Krohnitta pacifica. S. friderici é associada à água costeira e S . enflata à água de plataforma, mas também podem, tanto uma como outra, ocorrer na outra massa de água (Almeida Prado, 1961, p. 32). A presença de S. enflata e S . fri­derici concorda portanto, com os dados anteriores. Quanto a K rohnitta pacifica não temos ainda idéia definitiva das suas r ela­ções com salinidade e temperatura, porém já a encontramos em água costeira e de plataforma.

Duas espécies de Copelata ocorreram neste material, Oiko­pleura dioica e Fritillaria haplostoma. A primeira estêve presente em tôdas as coletas e em maior quantidade nas amostras de água costeira, com exceção de uma única coleta. A segunda foi r epre-

Page 19: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 66-

sentada apenas por alguns exemplares. Êstes dados vêm confir­mar os achados de Forneris *, em que Oikopleura dioica demonstra preferência por água costeira e que Fritillaria haplostoma rara­mente é encontrada nesta massa de água.

Outros grupos, tais como Foraminifera, Turbellaria e Tha­liacea ocorreram neste plâncton, porém com uma freqüência muito baixa.

Larvas - Como êste plâncton foi coletado prOXlmo à costa, encontramos uma variedade muito grande de larvas de inverte­brado, assim como algumas larvas de peixe. Os nauplii foram os mais abundantes, principalmente, nas duas últimas séries de amos­tras. Podemos atribuir êste aumento de nauplii à época destas coletas, pois temos encontrado em diversos anos uma grande quan­tidade de larvas no verão.

Outras larvas de crustáceos também ocorreram em quase tô­das as amostras, ainda que em pequenas quantidades. As larvas de Echinodermata que compareceram neste plâncton foram Auri­culariae, Bipinnariae e Plutei, e êstes últimos foram freqüentes e relativamente abundantes.

Éfiras de medusas só foram encontradas na primeira série de coletas, em água costeira.

Ovos de Ascidia foram relativamente abundantes neste mate­rial e ocorreram somente nas duas últimas séries de coletas.

Tentamos, neste trabalho, relacionar os animais com as massas de água, mas nem sempre foi possível fazê-lo por várias razões.

Primeiramente, devemos considerar que a área pesquisada é uma enseada aberta par·a o alto-mar, e por isso, as massas de água estão sujeitas de um lado, às influências decorrentes de sua localização próxima à costa, e de outro a intenso intercâmbio com água da plataforma. Assim sendo, os ventos, chuvas e outros fatôres ocasionam grandes e rápidas modificações na hidrografia da reglao. Tôdas essas alterações influem, direta ou indiretamen­te, na composição do plâncton.

Concluindo, podemos dizer que o plâncton desta região é nerí­ti co, isto é, a sua composição qualitativa e quantitativa é provà­velmente condicionada mais pela localização da área da qual pro­vém, do que pelas massas de água.

• Forneris, L. - São Paulo, Inst. Oceano 1961 (Comunicação verbal).

Page 20: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 67-

AGRADECIMENTOS

Apresentamos aquí os nossos agradecimentos à Dra. M. Van­nucci e ao Dr. I. Emílsson pela orientação dada ao presente tra­balho, ao Sr. J. Tundisi pela determinação de grande parte do material e contagem de tôdas as amostras, à Dra. T. K. S. Bjorn­berg pela classificação de alguns copépodos e aos Srs. A. Garcia Occhipinti e Clóvis Teixeira pelas sugestões dadas. Agradecemos ainda ao Sr. C. deI Rio Garcia pela confecção dos gráficos e tabe­las. Finalmente, somos gratos a todos os colegas que, de um modo ou de outro, tornaram possível a elaboração dêste trabalho.

RESUMO

O presente trabalho é um estudo do plâncton da enseada do Mar Vi­rado (Fig. 1) sob seus aspectos mais gerais. O plâncton foi coletado quatro vêzes em quatro estações dispostas em linha reta, nos meses de outubro, novembro e dezembro de 1960 (Tabela I). Foram feitas coletas verticais com duas rêdes de fito e zooplâncton, ambas das mesmas dimensões.

Primeiramente, fizemos o estudo da composição quantitativa do plânc-. tono Relacionamos a quantidade de plâncton com as estações oceanográfi­cas (Fig. 2), datas de coleta, massas de água e outras condições do meio ambiente. Obtivemos os seguintes resultados: a quantidade de plâncton parece ser maior na Estação I e diminuir nas II, III e IV, isto é, maior em água costeira e menor em água de plataforma. Para o fitoplâncton obtivemos um resultado oposto, isto é, foi sempre mais abundante na pre­sença de água de plataforma (Figs. 3-4).

Em seguida, fizemos uma análise comparativa das amostras coletadas com rêde de fitoplâncton e de zooplâncton. Baseados n esta análise, veri­ficamos que a rêde de fitoplâncton seleciona positivamente apenas os ani­mais de pequeno porte, e que os organismos maiores não sofrem seleção nem pela rêde de fitoplâncton nem pela de zooplâncton (Figs. 5-12).

Finalmente, fizemos um estudo das r elações dos organismos planctôni­cos (Tabela II) com o meio ambiente, especialmente no que diz respeito ao zooplâncton e concluimos que êste é essencialmente nerítico.

SUMMARY

This paper presents the r esults of a series of investigations ma de 011

plankton samples (Table I) taken from October to December 1960 in the "Enseada do Mar Virado" (State of São Paulo, Brazil) (Fig. 1). The samples were studied under their general aspecto Four stations were oc­cupied along a line at four different occasions. At each, samples were taken by means of vertical hauls with two similar plankton nets 25 cm wide at the mouth, one called "phytoplankton mesh" (1 mm wide aper­tures) an!l the other "zooplankton mesh" (3 mm wide apertures).

First, a study on the quantitative composition of the plankton was carried out. A relationship was established between the amount of plankton and the oceanographic station (Fig. 2), date of hauls, water masses and other environrnental conditions. The following results were obtained: the amount of plankton seems to be greater in Station I than in Station lI, III and IV, which means that the amount of plankton was greater in coastal than in shelf waters. Phytoplankton on the contrary, was always more abundant in shelf waters (Figs. 3, 4) .

Page 21: Publ. n.O 170 do Inst. Oceano da USP. - scielo.br · 24.81 35·435 9 21.73 35·58 12 23.65 35·67 25·11.1960 0 25.05 35.02 25·11.1960 0 25·15 34.96 13:10 10 5 441 23.00 35.17 12.47-13.00

- 68

A comparative analysis was made of the samples taken with phyto­plankton and zooplankton meshes. It was verified that the phytoplankton mesh really selects only small animaIs and that larger organisms are not retained by any of them (Figs. 5-12).

Finally a study on the relationship between the planktonic animaIs (Table II) and the habitat, especially in what concerns the zooplankton, r evealed that the latter is essencially neritic.

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA PRADO, M. S.

1961. Distribuição dos Chaetognatha no Atlântico Sul Ocidental. BoI. Inst. Ocean., voI. 11, n.o 4, p. 15-49, grafs. tabs.

BJORNBERG , T. K. S.

1959. Copepods as indicators of water masses off the Brazilian coast.

EMÍLSSON, I.

Biogeography and environmental influences. Preprints Intern. Oceano Congr., I, p. 137-138.

Levantamento oceanográfico-meteorológico da enseada do Mar . Virado, Hidrologia. Contr. AvuI. Inst. Ocean., Oceano Fis. (No prélo) .

G IBBONS, S . G. 1939. The Hensen neto Jour. Cons. Int. Explor. Mer, vol. 14,

p. 242-248.

Jf\ KOBI, H_ 1953.

MARSH, C. D. 1933.

SAVILLE, A.

· 1958.

V ANNUCCI, M. 1957.

1960.

Sôbre a distribuição da salinidade e do pH na baía de Gua­ratuba. Arq. Mus. Paranaense, voI. 10, p. 3-35.

Synopsis of the calanoid crustaceans, exclusive of the Diapto­midae, found in fresh and brackish waters, chiefly of North America. Proc. U. S. Nat. Mus., voI. 82, p. 1-58.

Mesh selection in . plankton nets. Jour. Cons. Int. Explor. Mer, voI. 23, n.o 2, p. 192-201.

On Brazilian Hydromedusae and their distribution in different water masses. BoI. Inst. Ocean., voI. 8, n.o 112, p. 23-109.

On the young stage of Eucheilota duodecimalis (Leptomedu­sae). An. Acad. Bras. Ciên., vol. 32, n .o 3/ 4, p. 395-397.

WlBORG, K. F. 1948. Experiments with the Clarke-Bumpus plankton sampler and

with a Plankton Pump in the Lofoten Area in Norway. Fiske­ridir. Skr., Ser. Havunders ., vol. 9, n.o 2, p. 1-32.