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DIRECTOR: António Sousa Pereira N.º 110, Dezembro de 2011 Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada e Sapal do Rio Coina ATÉ JUNHO DE 2010 JÁ ESTÃO AGENDADAS VISITAS DE 1500 CRIANÇAS Armando Pires, Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal «Assinámos um contrato de confiança com o estado… que neste momento resolveu não o cumprir» Nuno Costa, Presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião Bairros Sociais - «encontro de culturas é uma riqueza que tem que vir ao de cima» EDIÇÃO DIGITAL CONSULTE EM revista.rostos.pt PUB WWW.ROSTOS.PT O SEU DIÁRIO DIGITAL

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DIRECTOR: António Sousa PereiraN.º 110, Dezembro de 2011

Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada e Sapal do Rio Coina

ATÉ JUNHO DE 2010 JÁ ESTÃOAGENDADAS VISITAS DE 1500 CRIANÇAS

Armando Pires, Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal «Assinámos um contrato de confiança com o estado…

que neste momento resolveu não o cumprir»

Nuno Costa, Presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião

Bairros Sociais - «encontro de culturas é uma riqueza que tem que vir ao de cima»

EDIÇÃO DIGITAL

CONSULTE EM revista.rostos.pt

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WWW.ROSTOS.PTO SEU DIÁRIO DIGITAL

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PerfilDezembro 2011 [2]

Falou ainda das razões que levaram à subs-tituição do anterior Presidente e das linhas de acção do executivo para a resolução dos problemas desta que é a maior Freguesia setubalense.

«Na minha opinião esta reforma da ad-ministração local é apenas um ajuste de contas com aquilo que é o poder local democrático, e que não é de agora. Se formos ver as moções aprovadas nos Con-gressos dos maiores Partidos, está tudo lá, não é de agora, não é da Troica nem da actual conjuntura. Existem locais onde já tiraram o médico, o professor, o carteiro e o único contacto que essas pessoas têm com o Estado é através do Presidente da Junta que, de facto, resolve inúmeros problemas, se isso deixar de acontecer essas pessoas perdem o contacto com aquilo que são as organi-zações do Estado».

Extinção de Freguesias é «machadada na democracia»

«Existem poucas coisas mais bonitas do que sermos eleitos pelos outros para re-solvermos os seus problemas, isto é a verdadeira democracia, ou como dizia alguém há pouco tempo atrás: as Juntas de Freguesia são verdadeiras catedrais da democracia. Ainda para mais que os eleitos fazem este trabalho de forma voluntária pois a esmagadora maioria dos eleitos não são remunerados já que não estão a tempo inteiro.Ao contrário do que muitas pessoas pen-sam, as Freguesias não são sequer uma invenção do 25 de Abril, nem do estado novo, nem da 1ª república, as Freguesias têm muito mais anos e vieram substituir, em termos orgânicos, as paróquias, por isso temo, que com esta machadada na democracia, a nossa história enquanto povo não seja respeitada, e como dizia também um autarca: por trás de cada li-nha que divide as Freguesias está a nossa história, está a nossa identidade enquanto comunidade».Sobre esta matéria o autarca deixou ainda um aviso «e que não fiquem satisfeitas aquelas Freguesias que cumprem os cri-térios para evitar a extinção, pois quando o Estado diz que vai extinguir três Fregue-

sias ele na realidade vai fundi-las e não vai dar os meios que dava às três à que entretanto ficou».

Medidas com implicações directas na vida de todos nós

O autarca refere ainda que estas medidas do Governo devem ter uma resposta por parte dos autarcas «os eleitos das Fre-guesias tem obrigação de fazer acções

de sensibilização para explicar aos seus fregueses aquilo que está aqui realmente em causa. Nós aqui em S. Sebastião iremos fazer uma Assembleia extraordinária para discutir esta questão, certamente iremos também realizar fóruns e fazer sensibili-zação através do nosso boletim, pois isto tem implicação directa na vida diária de todos nós».

Uma substituição por necessidades práticas

No início da nossa conversa o autarca fez questão de esclarecer em que contexto assumiu a presidência da Junta «sem falsas questões, as coisas aqui fazem-se é com verdade e por vezes as pessoas querem ouvir outras coisas mais “cabeludas”, mas a verdade dos factos é que o Dr. Carlos Almeida não podia voltar a candidatar-se já que a lei limita o cargo aos três mandatos. A par disto surgiu uma necessidade no grupo parlamentar do Partido Comunista, exactamente com as características do Dr. Carlos Almeida: um assessor jurídico com uma forte experiência do movimento asso-ciativo, das autarquias, etc. . Este encontro de circunstâncias fez com que houvesse a necessidade desta substituição, ou seja, foram necessidades práticas.» - referiu.

«Se existe corrupção que se combata em abstracto e de uma forma menos

focalizada nos autarcas»

Precisamente sobre a lei que limita os man-datos dos autarcas, Nuno Costa considera que esta é uma lei injusta «tendo em conta que ela só se aplica aos autarcas. Esta lei, para ter os espírito que diz que tem, que é a questão da corrupção, então deveria ser aplicada igualmente aos presidentes das regiões autónomas e aos governos à semelhança do que acontece já com os Presidentes da Republica, até com menos tempo, com apenas dois mandatos. Penso que a corrupção deve ser combatida sim, mas em abstracto, ou seja, se há pos-sibilidade de ligações perigosas, digamos assim, então que se combata em abstrac-to e de uma forma menos focalizada nos autarcas, caso contrário estamos a dizer que há aqui um grupo de gente perigosa e então vamos lá atacar aqui este problema identificado e localizado. A questão não está na duração dos mandatos, pois como ainda há pouco tempo alguém também me dizia, quem tem o perfil de corrupto tem-no desde o primeiro dia e quem é sério é sério até ao último dia. Até por-que se o que está em causa é a questão da corrupção ela estará mais a um nível dos órgãos “superiores”, isto sem estar a dizer que alguém é corrupto, do que estará numa Junta de Freguesia em que as contas estão controladíssimas. E mais,

Nuno Costa assumiu recentemente as funções de Presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião – Setúbal – e em conversa com o Rostos deixou a sua opinião sobre a reforma da administração que prevê a extinção de Freguesias referindo com preocupação «temo que, com esta machadada na democracia, a nossa história enquanto povo não seja respeitada».

Nuno Costa, Presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião

«Esta reforma da administraçãolocal é apenas um ajuste de contas com o poder local democrático»

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PerfilDezembro 2011 [3]

não há dinheiro. E quando não há dinheiro, não há corrupção».

«Como as nossas decisões são colectivas (…) o que existe

é uma continuidade»

No decurso da nossa conversa pedimos ao Autarca que fizesse um balanço a este curto período no cargo ao que Nuno Costa esclareceu «eu era já o substituto legal do Presidente nas suas faltas e impedimentos há dois anos a esta parte. Ou seja, até agora eu ainda não fiz nenhuma tarefa que não tivesse feito antes. Agora o que existe é uma exposição muito maior, uma visibilidade e expectativa em relação ao que faço. Sendo certo que é ainda cedo para fazer um balanço, a avaliação que faço é posi-tiva até porque, para já os trabalhadores encaram a substituição com a maior das tranquilidades. Eles não sentiram que tivesse havido uma grande mudança. É obvio que existe uma mudança de estilo na relação do dia-a-dia com a pessoa mas como as nossas decisões são colectivas e eu já estava no colectivo, o que existe é uma continuidade. Hoje eu faço uma súmula dos assuntos mais relevantes e depois temos uma reunião semanal onde eu coloco os assuntos e o colectivo decide».

«Ganhámos três prémios de qualidade normalmente atribuídos às

Câmaras Municipais»

Apesar dos constrangimentos colocados pela limitação em termos de recursos hu-manos Nuno Costa explicou que a Junta de Freguesia de S. Sebastião tem vindo ao longo dos anos a afinar os procedimentos internos «nós candidatámo-nos a prémios destinados aos municípios, normalmente só atribuídos às Câmaras Municipais e não às Juntas de Freguesia, e que tem a ver com a qualidade do serviço prestado e nós já ganhámos esses prémios. São analisa-dos vários itens, como o desenvolvimen-to dos procedimentos, se as coisas estão bem classificadas, se existem formulários, etc» - disse. Por exemplo, uma pessoa que se dirija aqui à Junta de Freguesia de S. Sebastião, para colocar uma questão que diga respeito às competências da junta, ou seja respeitante a outra entidade qualquer a Junta resolve «a pessoa não tem que andar a “saltitar” de sítio em sitio para resolver os seus pro-blemas». referiu acrescentando «com este e outros procedimentos ganhámos três prémios da qualidade que requereram da nossa parte alguns investimentos, nomea-damente em equipamentos informáticos, mas que têm como objectivo servir melhor os fregueses» referiu Nuno Costa.

Bairros Sociais - «encontro de culturas é uma riqueza que

tem que vir ao de cima»

«A Freguesia de S. Sebastião é uma Fre-guesia muito rica em que a esmagadora maioria das pessoas gosta de viver. É um local onde se faz um grande encontro de culturas e que tem, naturalmente proble-mas» afirma Nuno Costa.

A Freguesia de S. Sebastião é a maior de Setúbal. Tem cerca de metade da área e da população do Concelho e tem na sua área os bairros sociais da cidade, onde é necessário fazer um grande trabalho que envolve tempo e dinheiro. Assim, para que se possa usufruir daquilo que é a riqueza deste encontro de culturas, que refere o autarca, são necessários investimentos sig-nificativos e por isso Nuno Costa lamen-ta que o programa PROQUAL não tivesse chegado à Bela Vista, «foi uma decepção muito grande ver que o programa PROQUAL não reabilitou aquelas casas – Bela Vista – pois era absolutamente fundamental que as pessoas que ali estão tivessem outras condições de habitabilidade» disse. O autarca refere também o desemprego como uma preocupação «a taxa de desem-prego na Freguesia não é muito diferente do restante Concelho e do Distrito, contudo a taxa de desemprego nestes bairros so-

ciais é bastante mais elevada que a média» afirma, acrescentando «temos que olhar para aquelas áreas da Freguesia como uma grande mais valia, pois na realidade é isso que são, e trazer ao de cima a riqueza de todas as culturas que ali estão e é para isto que a Junta de Freguesia quer ser um parceiro e também serve para ajudar a colocar estas questões na ordem do dia».

Resolver os problemas – quatro linhas de acção do projecto Autárquico

«Nós temos quatro linhas de acção prin-cipais do nosso projecto autárquico: Qua-lidade do Território; Qualidade de Ensino; Reforço e Coesão do Tecido Social e Re-forço e Capacidade Económica, sendo que esta última é o parente pobre, por assim dizer pois a Junta não pode fazer uma obra significativa nessa área por falta de capacidade financeira para tal. A qualidade do território continua a ser uma prioridade naquilo que é a sua me-lhoria. Felizmente temos um instrumento muito importante à nossa disposição que é a delegação de competências por parte da Câmara Municipal de Setúbal e nós utilizamo-lo para fazer face a este eixo de intervenção.

No que se refere à qualidade do ensino, hoje podemos afirmar que as escolas estão completamente diferentes do que estavam em 2001 e hoje, face ao que já foi feito, algum deste esforço poderá começar a ser canalizado para outras áreas. Nós somos parceiros de projectos mui-to importantes que se desenvolvem na Freguesia como o projecto ESCOLHAS, o projecto PIEFE, o projecto Infinito e mais além, sendo que em alguns deles somos os únicos parceiros e são projectos muito im-portantes onde os professores estabelecem uma ligação muito profunda com os alunos e são projectos que fazem com que esses alunos voltem a acreditar na sociedade e acreditar que há alguém que olha por eles, contribuindo para a diminuição do abandono escolar e desta forma que eles venham a tomar trajectos “desviantes”. Para nós esta questão é prioritária e mesmo face à conjuntura actual com o corte de

verbas só mesmo se não pudermos é que não iremos continuar como parceiros, até porque isto entronca na questão da coesão do Tecido Social com o forte contributo do Movimento Associativo e Popular que tem um papel estruturante na nossa so-ciedade. São eles que colocam os nossos jovens a praticar desporto, a usufruírem e fruírem cultura e esta é a melhor forma de sensibilização junto dos jovens».

« Há aqui um objectivo, que é antigo, que é o afastamento das pessoas dos seus eleitos».

O Rostos quis saber a opinião do Autar-ca acerca da visão dos últimos governos sobre o Poder Local, ao que ele respon-de: «a questão é muito pertinente pois as políticas que têm sido implementadas relativamente às Autarquias, e os cortes que daí resultam, denotam um determi-nado pensamento político relativamente ao poder local democrático. E não é se-quer uma questão de dinheiro, tem a ver é com essa corrente de pensamento, pois as Freguesias e as Autarquias levam do Orçamento de Estado apenas 0,1 % e se nós formos ver as obras que elas fazem certamente constatamos que são dos or-ganismos públicos mais eficientes na sua

gestão corrente» - refere. «A nossa acção é tão diversificada e fazemo--lo com muito pouco, e além disso não podemos recorrer ao endividamento, ou seja, as Freguesias não se endividam pois é proibido por lei».Nuno Costa prossegue dizendo «eu recor-do que no anterior Orçamento de Estado o governo retirou 5 Milhões de apoio às Regiões Autónomas enquanto que às Au-tarquias retirou 150 Milhões. A questão que se coloca, na minha opinião, é que há aqui um objectivo, que é antigo, que é o afastamento das pessoas dos seus eleitos. É isto que está em causa. O que está em causa é implementar um modelo, com o qual estou em profundo desacordo, e que tem a ver com a transformação do poder local democrático como nós o conhecemos pois as Câmaras vão passar a ter executivos “monocolores”. Outra questão que tem que ser debatida e analisada é que o estado central tem vindo constantemente a trans-ferir competências para o poder local sem a correspondente transferência de verbas. Por exemplo as Autarquias têm Bombeiros, e o que é que o Governo valoriza esta rede? Algumas autarquias tem polícias municipais, constroem e mantêm escolas e não recebem as verbas correspondentes ao trabalho que realizam. Estas faltas de verbas podem criar situações gravíssimas e o poder local como está mais próximo das pessoas e dos seus problemas acaba por fazer porque sentem o sofrimento das pessoas, mesmo às vezes extravasando as suas competências e capacidades de meios pedindo ajuda a outras entidades. Mas esta situação tem obviamente limites e se este ataque se vier a consumar e se as Freguesias se esvaziarem de meios para fazer face a estes problemas vamos assistir a um agravamento extremamente violento das condições de vida das pessoas».

É necessário que as pessoas lutem por melhores condições de vida

A terminar a nossa conversa Nuno Cos-ta deixa uma mensagem «as coisas es-tão difíceis, há de facto um ataque feito às Autarquias, ao emprego tal como o concebemos e estas políticas neo-liberais que têm avançado cada vez mais. Acho que é importante que as pessoas tomem consciência de que elas façam frente ao avanço destas políticas neo-liberais, que lutem pelas suas condições de vida, pois há uns que não abdicam do seu lucro e vemos que os poucos que recursos que existem no país estão direccionados para outras prioridades, salvar o BPN foi uma prioridade, não colher os 25% de IRC dos bancos, não é imcompetência, é uma po-lítica, não colher os impostos das mais valias em bolsa, é uma opção política, não acabar com os off-shores é outra opção política, estes são apenas alguns exemplos de situações que têm a ver com opções po-líticas. O que as pessoas têm que perceber é que podem lutar para reposicionar essas opções políticas, noutras que respondam de facto aos problemas sociais das pes-soas. As pessoas têm que lutar por este património identitário e cultural que é seu e nuca desde o 25 de Abril que isso esteve tão em causa como agora».

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RegistosDezembro 2011 [4]

Armando José Pinheiro Marques Pires, 49 anos, está no IPS há vinte anos afirmando por isso ter um grande conhecimento da Ins-tituição «já é um tempo longo, permitiu-me contactar com a maior parte das pessoas que fazem parte da nossa comunidade educativa desde o pessoal docente, não docente e estu-dantes» - refere.Formado no Instituto Superior Técnico - Lis-boa - completou aí a Licenciatura, o Mestrado e o Doutoramento em Engenharia Electrotéc-nica, que concluiu em 1994. Foi também no “Técnico” que exerceu a função de docente antes de vir para o Politécnico Setúbal. Depois disso, em termos académicos, fez a agregação na Universidade de Évora, em 2006. No Instituto Politécnico de Setúbal, em termos de docência é Coordenador principal, - a nova categoria de topo - e para além dis-so é o seu Presidente desde 2006. Antes de assumir este cargo foi também vice-presiden-te, durante dez anos, tendo ainda assumido outros cargos dentro da instituição: foi pre-sidente de um Conselho científico da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, durante seis anos; foi director de curso e presidente de um departamento da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal.

O que representa para si o IPS em termos pessoais?«Eu vim para cá em 1991, de uma forma consciente. Aliciou-me bastante aquilo que era uma característica nossa: a proximidade entre as pessoas. Tinha estado numa instituição com uma di-mensão maior, na época, e havia alguma distância de tratamento, e aqui, além da pro-ximidade das pessoas, senti um acolhimento mais “simpático”. Foi, de certa forma, um olhar para o futuro e ter a percepção que era possível participar na construção de algo, e tem sido isso, no fun-do, que me tem motivado a estar no Institu-to. Sinto que tenho dado bastante tempo ao Instituto que, no fundo faz parte da minha vida, ele representa uma parte significativa da minha vida».

Peço-lhe que faça uma caracterização da instituição – O que é o IPS?«O Instituto Politécnico de Setúbal é uma das cerca de trinta instituições de ensino superior, públicas, que existem em Portugal. Há aqui uma divisão, mais ou menos equita-tiva entre Universidades e Institutos Politécni-cos. Existe uma missão que tem pontos em comum mas que tem também pontos dife-

rentes entre estes dois tipos de instituições. Os Politécnicos caracterizam-se por uma maior proximidade, diria, Regional, caracteri-zando-se também por terem formações que são mais direccionadas para a práctica pro-fissional, ou profissiona-lizante, sendo clara-mente esta a grande distinção» explicou. «Ao nível nacional o que se verifica é que, com excepção do Distrito de Santarém, cada um dos outros Distritos tem um Politécnico, ou então, como é o caso do Algarve, tem uma Universidade com uma forte componente po-litécnica.No Distrito de Setúbal, nós somos a única ins-tituição pública de ensino superior sediada no Distrito».O Instituto Politécnico de Setúbal tem a actu-almente cinco Escolas Superiores: duas Esco-las Superiores de Tecnologia, uma em Setúbal e outra no Barreiro, uma Escola Superior de Ciências Empresariais, uma Escola Superior de Educação e uma Escola Superior de Saúde. «As mais antigas são a Escola Superior de Es-ducação e a Escola Superior de Tecnologia (de Setúbal). Depois surgiu a de Ciências Empre-sariais, e no final dos anos 90 a Superior de Tecnologia do Barreiro e finalmente a de Saú-de, em Setúbal que é a mais recente» referiu Armando Pires. O IPS tem cerca de 6.500 alunos, aproximada-mente 500 docentes e 200 funcionários não docentes.

Como posiciona o IPS face aos outros esta-belecimentos em Portugal?«Não existem rankings, mas é obvio que exis-tem indicadores. Aqui temos novamente que fazer a distinção entre aquilo que são insti-tuições universitárias e o que são instituições politécnicas, que não são muitas vezes com-paráveis.Os indicadores comparativos entre Politéc-nicos podem ser, por exemplo, os docentes doutorados, o número de estudantes, os pro-jectos existentes ao nível de investigação cien-tífica ou técnico-ciêntifica, o sucesso escolar, a percentagem de estudantes por docente, o número de docentes em relação ao pessoal não docente, o número de dirigentes, que é uma questão da qual se fala agora muito e nós somos dos Institutos que menos dirigen-tes tem, para a nossa dimensão» - sublinha.«Tendo em conta tudo isto diria que estamos a meio da tabela, tendo em conta que exis-

tem institutos com uma grande dimensão, habitualmente situados junto dos grandes centros urbanos, como é o caso de Lisboa ou Coimbra. Nós estamos muito próximo dos de Bragança ou Viseu que são os que têm uma dimensão aproximada» referiu, acrescentan-do «dependendo, obviamente, dos critérios em análise estamos melhor ou pior coloca-dos».

Qual a estratégia seguida relativamente ao corpo docente?«Nós definimos um plano estratégico para cinco anos, e uma das metas que tínhamos para atingir em 2011 era o de termos cin-quenta porcento de doutorados. Obviamente aqui temos que pensar nos docentes que es-tão a tempo integral, pois os que estão a tem-po parcial é que sejam especialistas da vida profissional, da industria, dos serviços, das empresas, etc. Estes docentes que não estão na carreira devem manter preferencialmente uma ligação permanente ao mundo do tra-balho e ter uma outra profissão, para além de serem nossos colaboradores. Isto é muito importante pois é uma característica diferen-ciadora dos politécnicos e muito importante para o nosso tipo de formação que está mui-to direccionada para a práctica profissional».

«A relação com a comunidade envolvente é um dos nossos pilares de existência e desenvolvimento».

Referiu que os politécnicos estão muito próximo das comunidades. De que forma fazem esta aproximação?«Eu diria que se faz de diversas formas. A rela-ção com a comunidade envolvente é um dos nossos pilares de existência e desenvolvimen-to. Quando temos as nossas portas abertas aos estudantes das comunidades envolventes, es-tabelece-se, desde logo, uma relação natural ao nível da formação que se prolonga depois no momento do seu estágio onde a institui-ção estabelece contactos com as entidades que integram essa mesma comunidade» - su-blinhou.«Existe também envolvimento institucional importante a nível dos órgãos do poder lo-cal, câmaras municipais e juntas de freguesia, com quem temos mantido uma relação bas-tante boa. Temos desenvolvido projectos con-

Armando Pires, Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal

«A relação com a comunidade envolvente é um dos nossos pilares de existência e desenvolvimento»Armando Pires é Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal há cinco anos e em entrevista ao Rostos falou sobre esta instituição onde está há vinte anos e que como o próprio afirma «faz parte da minha vida, ele – IPS - representa uma parte significativa da minha vida».

Director António Sousa Pereira | Redacção Claudio Delicado, Maria do Carmo Torres, Vanessa Sardinha | Colaboradores Permanentes Rui Nobre (Setúbal), Marta Pereira | Colunistas Manuela Fonseca, Ricardo Cardoso, Nuno

Banza, António Gama (Kira); Carlos Alberto Correia, Pedro Estadão, Nuno Cavaco e Paulo Calhau | Departamento Relações Públicas Rita Sales Sousa Pereira | Departamento Gráfico Alexandra Antunes | Departamento Infor-

mático Miguel Pereira | Contabilidade Olga Silva | Editor e Propriedade António de Jesus Sousa Pereira | Redacção e Publicidade Rua Miguel Bombarda, 74 - Loja 24 - C. Comercial Bombarda 2830 - 355 Barreiro - Tel.: 212 066

758/212 066 779 - Fax: 212 066 778 - EMail: [email protected] - www.rostos.pt | Paginação: Rostos | Nº de Registo: 123940 | Nº de Dep. Legal: 174144-01

FICHA TÉCNICA

MEMBRO

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RegistosDezembro 2011 [5]

juntos com as autarquias dos dois conselhos onde estamos presentes» disse, acrescentan-do «há também uma grande atenção às em-presas e ao tecido produtivo». «Enfim, temos claramente que intensificar as nossas relações com as diferentes entidades do Distrito e também colocarmos-nos ao ser-viço dessas entidades para a resolução dos problemas que possam ter e em determina-das perspectivas de desenvolvimento em que podemos ser parceiros» - sublinhou.

Têm outros projectos no sentido de trazer as pessoas ao IPS?«Dentro da semana da ciência e tecnologia temos o “dia aberto” em que as pessoas são convidados a visitar o Instituto, principalmen-te a Escola Superior de Tecnologia de Setúbal pois é a mais activa neste tipo de iniciativas. Este trabalho é desenvolvido não só dentro da instituição mas também fora dela. Esta-mos presente em diversas iniciativas como feiras, encontros e certames realizados no Distrito. Nós queremos fazer passar a men-sagem de quem somos, e queremos que as pessoas nos conheçam. Existe uma questão cultural a combater que é de as pessoas asso-ciarem o ensino superior apenas às universi-dades» - refere. «Este trabalho de dar a conhecer quem somos nem sempre é fácil até porque, por exemplo, aqui em Setúbal o nosso Campus está na peri-feria e agora com os novos acessos os nossos estudantes não passam por Setúbal para vir para o Campus o que faz com que não haja uma identificação natural da nossa comuni-dade educativa com a cidade, nem da cidade com a nossa comunidade, daí que aproveita-mos todas as oportunidades para nos mos-trarmos à população e isto passa-se também no Barreiro»- afirmou.

Sabendo que o Politécnico de Setúbal se relaciona também com outras instituições internacionais de que forma o fazem? «Se o relacionamento com a comunidade é um pilar essencial da nossa existência, uma grande fatia deste relacionamento é o com instituições internacionais que vem já de lon-ga data e que foi facilitado pelo programa Erasmus. Temos uma série de relacionamentos bila-terais onde fazemos intercâmbio de alunos, de docentes e de funcionários não-docentes. Para além disso desenvolvemos projectos conjuntos, que, na área da saúde, se têm vindo a intensificar bastante nos últimos tem-pos» - sublinhou.«Estamos agora a virar-nos de forma bastan-te incisiva para os países de expressão portu-guesa. Começámos pelo Brasil, onde tivemos uma grande ajuda das bolsas do banco San-tander Totta que permite a existência de um intercâmbio já com muitas universidades Bra-sileiras. Estamos também virados agora para Angola e de longa data temos também rela-ções com Guiné, Cabo Verde e outros países Africanos de expressão portuguesa».

E qual a importância deste relacionamen-to?«Entendemos que a internacionalização é fundamental, desde logo, na formação dos nossos jovens. Eu aconselho a que os jovens tenham estas experiências de mobilidade. Eles muitas vezes nem se apercebem imedia-tamente das vantagens, mas, mais tarde vão dar um valor imenso a essa experiência, que não tem a ver só com as competências que ganham do ponto de vista técnico mas tem a ver também com toda uma vivência que lhes abre novos horizontes.Neste sentido temos feito um esforço grande e temos um gabinete próprio de apoio à mo-

bilidade, que apoia os estudantes em todos os aspectos que esta actividade envolve.Ao nível dos docentes a mobilidade é tam-bém fundamental para que eles percebam como funcionam as outras instituições, que sintam como é que o ensino superior, e parti-cularmente o politécnico, se desenvolve nou-tros países, quer na ida a esses países quer no acolhimento de docentes estrangeiros. E também ao nível do pessoal não--docente, que é uma experiência mais recente, mas consideramos fundamental, pois nós temos diversos serviços, e eles perceberem como é que serviços similares funcionam é de uma grande riqueza para depois melhorarmos os nossos» referiu.«Em suma penso que em termos de desen-volvimento de uma instituição que se quer aberta, este relacionamento é enriquecedor e nós queremos ser realmente uma instituição aberta, aberta à comunidade local e também à comunidade internacional» afirmou.

«Assinámos um contrato de confiança com o estado. (…)Este contrato foi

assinado pela tutela, que neste momento resolveu não o cumprir»

Quais são os maiores obstáculos ao desen-volvimento da vossa instituição? «Penso que adivinhará o primeiro…que é, ob-viamente, a questão financeira. Nós estamos a viver um período em Portugal que eu diria que é de ajustamento, em que efectivamente o ensino superior está a sofrer, tal como toda a sociedade, cortes avultados ao nível do financiamento. Obviamente que com menos dinheiro não podemos fazer tudo o que gostaríamos» - referiu.«Se olharmos para o histórico do IPS, ele sempre se caracterizou por ter uma gestão financeira, que considero apropriada. Nunca entramos em situações em que fossem neces-

sários reforços de capital, como já aconteceu a outras instituições. Temos saldos, de certa forma, significativos, ou seja, temos conse-guido acumular alguma riqueza, na perspec-tiva de poder vir a investir e que agora nem isso podemos fazer» referiu dando exemplos «nós temos necessidade de dois novos edi-fícios, para já, um para a Escola Superior de Saúde e outro para a nova unidade alimentar, até temos verbas próprias que com algum es-forço poderíamos utilizar de forma significati-va na construção destes edifícios mas não nos é permitido». «Este é mesmo o nosso maior constrangimen-to e que está sempre presente na minha cabe-ça e na da minha equipa» - afirmou.«Por outro lado isto resulta também de uma aposta, que deixou de existir, no ensino e em particular no ensino superior. Nós assinámos com o Estado um contrato de confiança onde nos comprometemos a determinadas me-tas que como é óbvio, no que diz respeito à formação muito dificilmente poderão agora ser atingidas. Este contrato foi assinado pela tutela, que neste momento resolveu não o cumprir e à cabeça reduziu 8,5% do apoio» afirmou acrescentando «da nossa parte con-tinuamos a olhar para este compromisso e a tentar cumpri-lo mas obviamente não conse-guiremos formar as pessoas no tempo previs-to e isto fár-se-á com muito mais esforço da nossa parte».

Apesar destes constrangimentos que pro-jectos têm a para médio/longo prazo no que respeita ao desenvolvimento do Insti-tuto?«Nós estamos numa fase de reorganização in-terna. Nesse sentido temos feito um esforço para integrar serviços de forma a termos um melhor aproveitamento dos nossos recursos, que são limitados, nomeadamente os recur-sos humanos, juntando serviços que estavam

dispersos e multiplicados pelas diversas esco-las. Com esta concentração de serviços conse-guimos também melhorar o atendimento no-meadamente no que diz respeito aos horários de atendimento» referiu.«Por outro lado continuamos com os projec-tos de formação de docentes para que a nos-sa actividade seja realizada com uma qualida-de cada vez mais elevada» sublinhou.«Temos também projectos ao nível do de-senvolvimento da comunidade local, onde estamos a dar particular atenção aos desen-volvimento da capacidade empreendedora que queremos incutir nos nossos estudantes. Temos mesmo uma estrutura que dá apoio a esta questão do empreendedorismo» - salien-tou.«Um outro projecto que nos é bastante caro é o que visa combater o fenómeno do insu-cesso que se verifica, particularmente, em determinadas áreas. Temos um plano integra-do com o qual iremos procurar, com a par-ticipação de todos os agentes envolvidos na formação, combater a questão do insucesso e do abandono escolar, esta última tem muitas vezes a ver com a questão económica e para a qual criámos também um apoio especial, para além do que o estado dá» realçou.«Queremos também manter os programas ao nível da práctica da investigação, investigação essa que deve ser aplicada às necessidades, nomeadamente da sociedade, e que deve en-volver não só os docentes, mas também os estudantes, para que a formação que lhes proporcionamos seja também activa e não meramente expositiva».

«ter uma habilitação superior, embora não sendo uma garantia absoluta de emprego, é sem dúvida um elemento facilitador, até mesmo no sentido de se continuar a aprender, de ter um espírito

aberto».

No final da nossa agradável conversa e em jeito de conclusão Armando Pires deixou uma mensagem que apela à confiança no futuro «nós estamos a viver momentos muito difíceis quer a nível institucional, quer a nível até pes-soal, mas a mensagem para os estudantes, em primeiro lugar, é de esperança porque é importante que eles consigam olhar em fren-te e consigam ter confiança no futuro, para que continuem a lutar e a apostar nas suas capacidades». Contudo, afirma que isto só se consegue com trabalho, «por isso é importan-te que eles consigam conciliar aquilo que é natural na fase da vida em que estão, com um certo ambiente de descontracção, mas também com a responsabilidade de investi-rem numa formação que seguramente os irá habilitar melhor para uma vida futura» - refe-riu. «Todos sabemos que as taxas de desem-prego são elevadas, mas continua também a ser verdade que ela é mais elevada entre a população com menos habilitações» afirmou, acrescentando «ter uma habilitação superior, embora não sendo uma garantia absoluta de emprego, é sem dúvida um elemento facilita-dor, até mesmo no sentido de se continuar a aprender, de ter um espírito aberto».Em relação ao corpo docente e não docente, a sua primeira palavra é de reconhecimento «pelo esforço que têm feito, pois a maioria desta comunidade é extremamente dedica-da» sublinhou. Também para eles a mensa-gem é de confiança «ainda que moderada, devido às circunstâncias que vivemos, mas todos temos que trabalhar para melhorar as nossas condições e por isso não podemos bai-xar os braços» afirmou.

RUI NOBRE

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RegistosDezembro 2011 [6]

“Venha passar um fim de ano AZUL numa das mais belas baías do mundo” é este o convite que fazem as entidades promo-toras deste evento que foi apresentado à imprensa esta terça-feira - dia 13 - a bor-do do catamaran Graça Branca da Atlantic Ferries. A apresentação em pleno Estuário do Sado faz todo o sentido já que será este o en-quadramento da iniciativa.

Início de um projecto que pretende aproveitar sinergias

Foi já em pleno rio Sado, durante a visita à ponte de comando que Carlos Beato, Pre-sidente da Câmara Municipal de Grândola brindou ao «inicio de uma caminhada ma-rítima, e não só» explicando mais tarde que esta iniciativa marca o inicio de um proces-so que pretende vir a potenciar as mais va-lias da Baía de Setúbal e da península de Tróia, referindo que «este produto turístico é um produto genuíno e é um produto de excelência e nasce agora uma nova opor-tunidade de lhe acrescentarmos valor». Com esta afirmação o Autarca referia-se a um protocolo que está a ser elaborado por diversas entidades e que visa a promoção turística da região a nível nacional tendo especial atenção à população da Grande Lisboa.Maria das Dores Meira, Presidente do Mu-nicípio Setubalense, fez também questão de sublinhar o carácter inovador deste evento reforçando a ideia de que «é neces-sário aproveitar sinergias, sobretudo num tempo peculiar como o que vivemos, em que é necessário que nos juntemos para trazer as pessoas para a rua e darmos as-sim uma nova vida à nossa região».

Unidades hoteleiras e restauração das duas margens a postos para o evento

«Para engrandecer ainda mais a realização deste evento contamos com a colaboração de diversas infra-estruturas hoteleiras e de restauração de ambas as margens» refriu Maria das Dores Meira que assegurou que em Setúbal a proposta foi bem recebida por parte de inúmeras unidades hoteleiras, bem como bares e restaurantes da zona ri-beirinha que estarão a postos para receber

da melhor forma todos aqueles que por es-tes dias visitarem a cidade ou para a popu-lação residente que se espera que se venha também juntar à festa.Em Tróia também estarão disponíveis as unidades hoteleiras com destaque para o Tróia Design Hotel e o Aqualuz Suite Hotel Apartamentos, o Casino a marina e tam-bém o comércio local.

Um produto de qualidade com custos repartidos

A partilha de recursos e de iniciativas entre as entidades envolvidas é a pontada como elemento chave desta iniciativa que se es-pera ser de sucesso.O fogo-de-artifício que será lançado sobre o Estuário do Sado é apontado como um exemplo de um produto de qualidade que custará entre 25 a 50 mil euros «e que mes-mo assim é cerca de um décimo do valor gasto noutros locais de que todos ouvimos falar» referiu o Autarca de Grândola. A contribuição das duas Autarquias no custo total desta iniciativa será de 12 mil euros por parte da Câmara de Setúbal e 6 mil pela Câmara de Grândola.

Programa diversificado e de acesso para todos

A programação aposta sobretudo em ini-ciativas, de entrada livre e ao acesso para todos ao longo de 36 horas de animação constante, e diversificada com música, tea-tro, exposições e animação de rua.Como destaques, salienta-se a presença em Tróia (Sábado e Domingo) de Nuno Markl convidando pais e filhos para assisti-rem a uma hora de leitura original, o con-certo dos Hands on Aproach na noite de 31 de Dezembro, na Doca dos Pescadores em Setúbal, seguido de música de vários DJs. Herman José estará em Tróia para o espectáculo (com entrada paga) no Centro de Espectáculos do Casino. Mais informações podem ser encontradas no site www.fimdeanoazul.com ou pelos telefones 935 848 985 ou 265 499 400.

RUI [email protected]

Em Setúbal e Tróia – “Final de ano Azul”

Estuário do Sado com 36 horas de animação sem parar

Municípios de Setúbal e Grândola, e Troiaresort juntos pela primeira vez para as comemorações da passagem de ano com animação diversificada e sem parar durante 36 horas. Fogo de artifício promete ser um dos pontos altos deste programa “azul” que pretende unir as duas margens do Sado.

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RegistosDezembro 2011 [7]

Na 9.ª edição do Prémio da Qualidade do Distrito de Setúbal, foram apresen-tadas 17 candidaturas de 8 autarquias da Península de Setúbal.De acordo com o Regulamento foram aprovadas a concurso 14 projectos de 6 autarquias. Na avaliação dos projectos segundo Luis Amaral, foram consideradas diver-sas vertentes, nomeadamente a lide-rança e politica dos projectos, a estra-tégia para implementar as políticas, o recurso a parcerias, assim como resul-tados sobre os públicos alvo.

Um passo em frente na excelência técnica dos projectos

A equipa técnica que avaliou as candi-daturas, inicio o seu trabalho em No-vembro de 2010 e concluiu em Março de 2011.Para além da análise dos projectos, a equipa técnica esteve no terreno, en-tre Março e Julho de 2011, para acom-panhar e verificar a operacionalidades dos projectos.“Esta 9ª edição representa um passo em frente na excelência técnica dos projectos” – sublinhou Luis Amaral.

Projectos com qualidade

Cristina Evaristo, Direcção Geral da Administração e Emprego Público, su-blinhou a qualidade dos projectos, e, recordou que a avaliação teve por base os critérios do CAF – Commom Assess-ment Framework.Cristina Evaristo divulgou que do con-junto de projectos apresentados foram atribuídos os seguintes prémios:1.º Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada e Sapal do Rio Coina (CEA) – Câmara Municipal do Barreiro2.º Intervir para Qualificar – Câmara Municipal de Palmela3.º Rede de Bibliotecas de Alcochete – Uma Rede de Vontades – Câmara Mu-nicipal de AlcocheteMenções honrosas- Desenvolvimento e implementação do SGQ na Assembleia Municipal de Sesimbra

- Sistema de Gestão da Qualidade - Hi-giene Urbana – Câmara Municipal do Seixal

Uma referência na Área Metropoli-tana

de Lisboa e a nível nacional

Carlos Humberto, presidente da Câma-ra Municipal do Barreiro, expressou a sua satisfação pela vitória alcançada pelo Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada e Sapal do Rio Coi-na, e, sublinhou que a autarquia tem como objectivos a valorização da Mata da Machada de forma a que esta seja

uma referência na Área Metropolitana de Lisboa e a nível nacional.O autarca salientou que este prémio é um ponto de chegada e incita para continuar a trabalhar – “por aquilo que falta fazer e ainda não foi feito”.

Um prémio das pessoas que traba-lham

no Centro de Educação Ambiental

Nuno Banza, vereador responsável pela área do Ambiente da Câmara Munici-pal do Barreiro, salientou que este pré-mio – “não é dos eleitos é um prémio das pessoas que trabalham no Centro

de Educação Ambiental”.Foram essas pessoas, disse, que trans-formaram um barracão naquilo que é hoje, um projecto de excelência, que mobiliza milhares de crianças ao longo de todo o ano, do concelho do Barreiro e concelhos limítrofes.“Este prémio é um orgulho para o Bar-reiro, para o Distrito e para o país” – sublinhou Nuno Banza, porque, refe-riu, este é um exemplo – “daquilo que se faz nos serviços públicos, com um trabalho de excelência”.

Foto - CMB/AMRS

CEA do Barreiro – «uma referência na Área Metropolitana de Lisboa e a nível nacional»

Um passo em frente na excelência técnica dos projectosO Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada e Sapal do Rio Coina (CEA) da Câmara Municipal do Barreiro, foi a candidatura vence-dora da 9ª edição do Prémio da Qualidade do Distrito de Setúbal/Serviços Públicos. O 2º lugar foi para a Câmara Municipal de Palmela, e, o 3º lugar para a Câmara Municipal de Alcochete

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LimiteDezembro 2011 [8]

Este número de «Rostos Notícia» dedicado a Setúbal é o primeiro que lançamos, ten-do por objectivo iniciarmos um trabalho de proximidade na capital do Distrito.Esta primeira edição será apenas ao nível on line, embora, nos nossos objectivos, a médio prazo, esteja a sua concretização ao nível impresso.De referir que todos os trabalhos inseri-dos na edição do Rostos Noticia on line, também, obviamente, serão editados na nossa página diária.A publicação do «Rostos Noticia» on line tem um valor acrescentado, pois, introduz a vertente off line, que vai permitir um acesso mais amplo, dado que se mantém na nossa página, permitindo aos nossos leitores acederem à publicação por um período alargado.A edição do «Rostos Noticia de Setúbal» é um trabalho que conta com uma gran-

de acção jornalística de Rui Nobre, que assume a função de «rosto permanente» do jornal «Rostos» na cidade de Setúbal.Esta edição piloto é o começo de um ca-minho, um caminho que vamos construir, um caminho, que, intencionalmente qui-semos arrancar este mês, no âmbito das comemorações do nosso 10º aniversário.Esta edição é mais uma das acções que programamos para assinalar os dez anos de vida do Jornal Rostos.O jornalismo nos dias de hoje tem, cada vez mais, que potenciar as dinâmicas di-gitais, por essa razão, decidimos, avançar com esta publicação regular dedicada à capital do distrito, onde, sabemos, há muito para descobrir e divulgar.Não queremos parar no tempo. Não queremos ficar a olhar para o passado. Queremos abrir caminhos de futuro.Esperamos que esta primeira edição de-

dicada a Setúbal seja o ponto de partida para, em breve, noutros concelhos, avan-çarmos com edições da mesma natureza. Simbolicamente, quisemos começar em Setúbal, porque, esta é uma forma de darmos rostos ao rosto da nossa dimen-são regional.Quero agradecer ao jornalista Rui Nobre o seu empenho, e, naturalmente, lançar--lhe o desafio para, enquanto membro da nossa equipa, abraçar o «Rostos Noticia de Setúbal» como um desafio que permi-te fazer jornalismo, criativo, inovador e marcado pela pluralidade que caracteriza a nossa acção.Como dizia o poeta: “Este é o primeiro dia do resto da tua vida», então, que este «Rostos Noticia» seja o primeiro de uma nova etapa da nossa vida.Uma forma activa e vida de assinalar 10 anos de jornalismo ao serviço da região.

Este número está na rua, esperemos as críticas e sugestões. Vamos ao trabalho. Vamos ao futuro!

Primeiro «Rostos Noticia» dedicado a Setúbal

Assinalar dez anos do jornal «Rostos» abrindo um espaço inovador

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ANTÓNIO SOUSA PEREIRADirector do jornal «Rostos»