pt director - porta-voz : jaume duch guillot · focus 20101112fcs94327 - 3/21 as restrições à...

21
Focus PT Serviço de Imprensa Direcção da Comunicação Social Director - Porta-Voz : Jaume DUCH GUILLOT Reference No.: 20101112FCS94327 Press switchboard number (32-2) 28 33000 1/21 Sessão plenária: Estrasburgo, 22 a 25 de Novembro de 2010 Impasse sobre o Orçamento da UE para 2011 Apresentação do programa de trabalho da Comissão Europeia para 2011 Entre os temas constantes da agenda, destaque para o impasse sobre o orçamento de 2011, o direito a informação de qualidade nos medicamentos sujeitos a receita médica, o debate com Trichet sobre as actividades do BCE, a apresentação do pro- grama de trabalho da Comissão para 2011, a cerimónia de entrega do Prémio de Ci- nema LUX 2010, a sessão solene com o Presidente da Geórgia, a isenção de direitos de importação para certos produtos farmacêuticos e a ajuda ao sector da apicultura na PAC pós-2013. Este dossiê é actualizado diariamente com os artigos publicados durante a sessão.

Upload: nguyenphuc

Post on 07-Feb-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Focu

s

PTServiço de ImprensaDirecção da Comunicação SocialDirector - Porta-Voz : Jaume DUCH GUILLOTReference No.: 20101112FCS94327Press switchboard number (32-2) 28 33000 1/21

Sessão plenária: Estrasburgo, 22 a 25 deNovembro de 2010

• Impasse sobre o Orçamento da UE para 2011• Apresentação do programa de trabalho da Comissão Europeia para 2011

Entre os temas constantes da agenda, destaque para o impasse sobre o orçamentode 2011, o direito a informação de qualidade nos medicamentos sujeitos a receitamédica, o debate com Trichet sobre as actividades do BCE, a apresentação do pro-grama de trabalho da Comissão para 2011, a cerimónia de entrega do Prémio de Ci-nema LUX 2010, a sessão solene com o Presidente da Geórgia, a isenção de direitosde importação para certos produtos farmacêuticos e a ajuda ao sector da apiculturana PAC pós-2013.

Este dossiê é actualizado diariamente com os artigos publicados durante a sessão.

Focus

20101112FCS94327 - 2/21

Destaques da sessão plenária de 22 a 25 de Novembro de 2010,Estrasburgo

• Estrasburgo• 22 a 25 de Novembro de 2010

Impasse sobre o orçamento 2011: debate com Barroso e Presidência belgaO Parlamento Europeu vai debater, na terça-feira, às 15 horas, o impasse nas negociaçõessobre o orçamento da UE para 2011 com o Presidente da Comissão, Durão Barroso, e aPresidência belga do Conselho. Os eurodeputados vão votar no dia seguinte uma resoluçãoelaborada pelos líderes dos grupos políticos.

Medicamentos sujeitos a receita médica: direito a informação de qualidadeOs pacientes europeus deverão ter acesso a melhor informação sobre os medicamentossujeitos a receita médica, de acordo com duas propostas legislativas que vão ser debatidase votadas no Parlamento Europeu sobre esta matéria. Os eurodeputados querem que asempresas farmacêuticas disponibilizem informação fidedigna e actualizada e que os paci-entes sejam protegidos de informação não solicitada.

Mais equipamentos eléctricos sem substâncias tóxicasO Parlamento Europeu deverá aprovar, na quarta-feira, novas regras para melhorar a se-gurança de muitos aparelhos eléctricos e electrónicos à venda na UE. As substâncias pe-rigosas serão banidas de uma gama mais vasta de produtos e as substâncias potencial-mente prejudiciais serão reexaminadas. As novas regras actualizam uma directiva de 2003que restringia o uso de determinadas substâncias perigosas neste tipo de equipamentos.

Eurodeputados debatem com Jean-Claude Trichet actividades do BCENuma altura em que a crise da dívida soberana abala vários países da zona euro, os euro-deputados vão debater com o Presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet,as actividades do BCE e fazer recomendações para o futuro. O debate em plenário reali-za-se na segunda-feira, por volta das 17h30, e o relatório do Parlamento Europeu sobre otrabalho do BCE é votado no dia seguinte. Na segunda-feira, a Comissão vai também fazeruma declaração sobre os desenvolvimentos nas taxas de câmbio.

Barroso apresenta ao PE programa de trabalho da Comissão para 2011Na terça-feira à tarde, José Manuel Durão Barroso vai apresentar as prioridades estratégi-cas da Comissão Europeia para o próximo ano, seguindo-se um debate com os eurodepu-tados. As prioridades para 2011 são apoiar a economia social de mercado da Europa parasair da crise, restabelecer o crescimento gerador de emprego, prosseguir a agenda paraos cidadãos (direitos, liberdade e justiça), reforçar a influência da Europa na cena mundiale tirar o maior proveito das políticas da UE.

Parlamento Europeu entrega Prémio de Cinema LUX 2010Na quarta-feira, às 11h45, o Presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, vai entregar oPrémio de Cinema LUX deste ano. Os três filmes em competição são "Akadimia Platonos",de Filippos Tsitos (Grécia e Alemanha), "Die Fremde", de Feo Aladag (Alemanha) e "Illégal",de Olivier Masset-Depasse (Bélgica).

Sessão solene com o Presidente da GeórgiaO Presidente georgiano Mikheil Saakashvili vai ser recebido no Parlamento Europeu naterça-feira, ao meio-dia. As relações entre a UE e a Geórgia e a situação no país após oconflito armado deverão ser alguns dos assuntos abordados durante a sessão solene nohemiciclo de Estrasburgo.

Pescas: carapau, aquicultura e acordo de pescas com as Ilhas SalomãoO carapau, o biqueirão, a solha-das-pedras e o pregado vão estar na mesa de discussõesdos eurodeputados na segunda-feira. O PE vai debater os planos para a unidade populaci-onal ocidental de carapau, de interesse para Portugal, e do biqueirão do golfo da Biscaia e

Focus

20101112FCS94327 - 3/21

as restrições à pesca da solha-das-pedras e do pregado no mar Báltico. O PE vai tambémvotar relatórios de João Ferreira e Maria do Céu Patrão Neves sobre espécies exóticas naaquicultura e o acordo de pescas com as ilhas Salomão.

Isenção de direitos de importação para certos produtos farmacêuticosVital Moreira, presidente da comissão parlamentar do Comércio Internacional, vai recomen-dar ao Parlamento Europeu que aprove uma proposta que autoriza o aditamento de 718produtos farmacêuticos e químicos à lista já existente de 8619 produtos que beneficiam deisenção de direitos de importação para a UE. O relatório do eurodeputado português vaiser votado em plenário na terça-feira.

Ajuda ao sector da apicultura na PAC pós-2013Na terça-feira, às 21 horas, os eurodeputados vão perguntar à Comissão Europeia comotenciona assegurar o apoio ao sector da apicultura no âmbito da PAC após 2013. A mor-talidade das abelhas está a aumentar e o número de apicultores a diminuir, uma situaçãoproblemática para a agricultura dado que 76% da produção de alimentos e 84% das es-pécies de plantas dependem da polinização por abelhas. Os eurodeputados vão votar naquarta-feira uma resolução sobre este assunto.

PE debate violação dos direitos humanos no Sara OcidentalNa quarta-feira à tarde, os eurodeputados vão debater a situação no Sara Ocidental. Apóso assassinato de um jovem sarauí de 14 anos, em Outubro, e da entrada violenta de forçasde segurança marroquinas no acampamento sarauí de Gadaym Izik, em Novembro, queresultou em várias casualidades e desaparecimentos, vários jornalistas, ONGs e eurode-putados foram impedidos de entrar na região.

Outros assuntosInundações na Europa, Prémio Nobel da Paz Liu Ziaobo e libertação de Aung San Suu Kyi

Focus

20101112FCS94327 - 4/21

Debate sobre auxílios estatais a minas de carvão não competiti-vas

• Debate: 22 de Novembro de 2010• Parlamento Europeu, Estrasburgo

No dia 22 de Novembro, os deputados ao Parlamento Europeu vão debater o futuro decerca de 100.000 postos de trabalho e a concessão de auxílios estatais a minas não com-petitivas. As normas em vigor terminam em Dezembro e os membros das comissões par-lamentares da Indústria, Energia e Desenvolvimento Regional apoiaram a proposta avan-çada pela Comissão Europeia de prolongar os auxílios até, pelo menos, 2014.

Se a proposta for aprovada, os governos europeus poderão auxiliar as minas e minorar asconsequências sociais do seu encerramento.

As minas são responsáveis por 5,1% da electricidade europeia e encontram-se particular-mente concentradas na Alemanha, Espanha e Roménia. Estima-se que existam cerca de100.000 postos de trabalho directa ou indirectamente dependentes destas minas.

Polónia, República Checa e Reino Unido são países com uma indústria mineira significativa,mas a sua rentabilidade faz com que não sejam afectados pela medida.

Os poderes do Parlamento Europeu nesta matéria são consultivos. O Mercado Interno daUnião Europeia não permite que os governos financiem indústrias não rentáveis, por cons-tituir uma vantagem competitiva injusta em relação às empresas que não beneficiam des-ses mesmos auxílios.

Focus

20101112FCS94327 - 5/21

Melhor informação sobre os medicamentos sujeitos a receita mé-dica

• Estrasburgo• 22 de Novembro de 2010

O Parlamento Europeu vai debater esta tarde dois relatórios do eurodeputado sueco Ch-ristofer Fjellner (PPE) sobre a informação ao público em geral sobre medicamentos sujei-tos a receita médica e os procedimentos comunitários de autorização e fiscalização. Maissaúde e menos publicidade são os dois principais objectivos dos relatórios, cuja votaçãoterá lugar na quarta-feira, dia 24 de Novembro.

"Existe muita informação falsa, incorrecta e não sujeita a qualquer controlo na Internet",refere Fjellner, "um problema que será ultrapassado com a aprovação da nova legislaçãoeuropeia, na medida em que as empresas passarão a ser obrigadas a fornecer informa-ções precisas sobre os medicamentos, sempre que solicitadas para o efeito", acrescenta.

Mais saúde, menos publicidadeOs textos pretendem estabelecer uma distinção mais clara entre publicidade e informa-ção, e obrigar a indústria farmacêutica a disponibilizar aos pacientes europeus certas in-formações fundamentais sobre os medicamentos sujeitos a receita médica, de forma fa-cilmente acessível, por exemplo, o resumo das características do produto e os folhetos in-formativos.

De acordo com o relator, a principal novidade introduzida pela nova proposta legislativa éa mudança de perspectiva em matéria de informação sobre medicamentos sujeitos a re-ceita médica. "O relatório diz respeito ao direito que os pacientes têm de obter informaçãoe não ao direitos que as empresas têm de divulgar informação", salienta Fjellner, "alémde clarificar a diferença entre informação e publicidade e de reforçar a proibição da publi-cidade".

Focus

20101112FCS94327 - 6/21

Abertura da sessão

• Estrasburgo• 22 de Novembro de 2010

O Presidente do Parlamento Europeu deu início à sessão plenária saudando a libertaçãode Aung San Suu Kyi, líder da oposição birmanesa laureada com o Premio Sakharov em1990. "Dirigi-lhe uma carta convidando-a a estar presente numa das sessões plenáriasdo Parlamento Europeu", disse Jerzy Buzek. Na abertura da sessão, os eurodeputadosaprovaram ainda a proposta de João Ferreira para que a resolução sobre a situação noSara Ocidental seja votada nesta sessão de Novembro, na quinta-feira.O Presidente do Parlamento Europeu assinalou também o Dia Internacional Contra a Vio-lência Contra as Mulheres, comemorado no próximo dia 25 de Novembro. Buzek referiu oscasos de violência doméstica, violação e de mutilação genital feminina, "um ritual bárbaro"do qual são vítimas oito mil raparigas por dia.

PE vota resolução sobre o Sara Ocidental na quinta-feira

A proposta de João Ferreira (CEUE/EVN) para que a resolução sobre a situação no SaraOcidental seja votada nesta sessão de Novembro (e não na de Dezembro, como inicial-mente previsto) foi aprovada por 156 votos a favor, 113 contra e 16 abstenções.

Focus

20101112FCS94327 - 7/21

PE defende mobilização do fundo de solidariedade para vítimasdas inundações na Europa

• Estrasburgo• 23 de Novembro de 2010

O Presidente do Parlamento Europeu apresentou hoje, no início da sessão plenária, ascondolências às vítimas das recentes inundações que afectaram diversos países europeus(Bélgica, Países Baixos, Itália e Reino Unido), provocando diversas mortes e prejuízos demilhões de euros.

Muitos dos eurodeputados intervenientes no debate representam países atingidos pelasinundações e todos apelaram à rápida mobilização do fundo de solidariedade, criado há 8anos para ajudar países da União Europeia atingidos por desastres naturais.

Alguns dos intervenientes alertaram para o facto de as explorações agrícolas e as peque-nas empresas terem sido particularmente atingidas, apelaram à investigação das causassubjacentes ao aumento da pluviosidade e defenderam mais investimento em medidas pre-ventivas.

Focus

20101112FCS94327 - 8/21

BCE, crise da dívida soberana e pacotes de austeridade: as reco-mendações do PE

• Estrasburgo• 23 de Novembro de 2010

A crise da dívida soberana, o apoio financeiro aos países em crise, a aceitação de obriga-ções estatais de países da zona euro como garantias em acordos de reporte, os pacotesde austeridade e a vigilância das agências de notação são alguns dos assuntos abordadospelo Parlamento Europeu no relatório hoje aprovado sobre as actividades do BCE.No relatório hoje aprovado em plenário, o Parlamento Europeu realça que "a ausência deum mecanismo de gestão de crises previamente definido e o comportamento de alguns go-vernos dificultaram a resolução rápida da crise da dívida soberana em alguns EstadosMem-bros da área do euro e enfraqueceram a capacidade futura da UEM [União Económica eMonetária] para reagir rapidamente em eventuais situações análogas". Os eurodeputadossolicitam, neste âmbito, que seja estabelecido "um quadro permanente de gestão de cri-ses".

O PE insta a que o apoio financeiro aos países em crise de endividamento seja conce-bido de forma a incentivar o reembolso dos empréstimos, o equilíbrio orçamental e as re-formas económicas, e chama a atenção para o perigo de transformar os empréstimos emcontribuições financeiras, incentivando entretanto a contracção de empréstimos e a criaçãode dívidas.

O Parlamento diz que "seria favorável a que o BCE aceitasse de um modo geral obrigaçõesestatais de países da área euro como garantias em acordos de reporte e, assim, seguissea prática bem sucedida do Banco de Inglaterra e do Banco da Reserva Federal".

Os eurodeputados mostram-se preocupados com o facto de as pressões contínuas sobreos mercados de títulos da dívida soberana da área do euro se reflectirem no aumento dosspreads. "A fuga para a segurança provocada por ondas de pânico vividas durante a actualcrise financeira teve efeitos de distorção colossais e externalidades negativas dispendio-sas", notam.

Os pacotes de austeridade "não devem conduzir a medidas que prejudiquem a recupera-ção económica", sublinha o PE, "o que exige um novo modelo de governação económicacom instrumentos e calendário que permitam o equilíbrio entre o processo de saneamentodas contas públicas e a satisfação das necessidades de investimento no emprego e nodesenvolvimento sustentável", acrescenta.

O relatório chama a atenção para o facto de disparidades nas economias dos países mem-bros "colocarem consideráveis dificuldades a uma política monetária adequada naárea do euro", pedindo por isso aos governos que coordenem as suas políticas económi-cas.

Quanto à legislação relativa às agências de notação de risco, os parlamentares pedemà Comissão que vá mais longe, apresentando propostas para uma vigilância mais rigorosado funcionamento destas agências, a fim de melhorar a sua fiabilidade.

Jean-Claude Trichet apela a "uma forte governação" da economia europeia

O Presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, disse ontem aos eurodeputados que o Parla-mento Europeu terá um papel decisivo na melhoria do modelo de governação económicaproposto pelo Conselho Europeu. Os planos propostos "ficam aquém do que o BCE consi-dera necessário", disse Trichet.

Durante o debate sobre as actividades do Banco Central Europeu em 2009, Jean-ClaudeTrichet referiu que, no ano passado, o BCE baixou as taxas de juro para 1% e elaboroumedidas de apoio à banca. Trichet relembrou também aos eurodeputados que o BCE estáa intervir nos mercados da dívida soberana da zona euro.

Focus

20101112FCS94327 - 9/21

O Comissário com a pasta dos Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, disse, porsua vez, que a ajuda à Irlanda deverá trazer estabilidade a toda a zona euro, adiantandoque as negociações com as autoridades irlandesas sobre o mecanismo de ajuda deverãoficar concluídas no final deste mês.

O "E" na UEM

Burkhard Balz (PPE, DE), relator da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários doPE sobre as actividades do BCE em 2009, realçou a importância da coordenação econó-mica – e não apenas monetária – entre os países da zona euro, para que a UE possa reagiradequadamente a problemas futuros.

Dar resposta às preocupações dos cidadãos

"Temos de pensar nos nossos cidadãos", "temos de explicar melhor porque são necessáriasas reformas" em curso, disse Jean-Paul Gauzès (PPE, FR). Às preocupações dos cidadãosnão se pode dar apenas resposta com as acções do BCE, mas sim com decisões políticascorajosas, rematou.

Sylvie Goulard (ALDE, FR) disse que, graças ao Tratado de Lisboa, haverá um debate pú-blico sobre a reforma da governação económica. A actual crise da dívida soberana mostraque "devemos ir ainda mais longe do que o proposto pela Comissão" nesta matéria, acres-centou a eurodeputada.

Uma zona euro bem defendida

George Sabin Cutaş (S&D, RO) apelou a um "mecanismo permanente para defender azona euro de ataques especulativos", gerido pelo BCE. O eurodeputado propôs tambémque se "pense na criação de uma agência de notação europeia". A criação de empregodeve ser um parâmetro para as decisões políticas, a par da consolidação orçamental, disseainda, para que as medidas de austeridade não comprometam o potencial de crescimentoeconómico a longo prazo.

Países com excedentes orçamentais

Para que a coordenação económica seja consistente, "temos de combater os desequilíbriosnão só nos países com défices orçamentais, mas também nos países com excedentesorçamentais", disse Sven Giegold (Verdes/ALE, DE).

Coordenação global

Para Kay Swinburne (ECR, UK), é essencial haver coordenação a nível internacional: asdecisões têm de ser tomadas em conjunto com todos os "grandes actores" mundiais, sub-linhou, alertando para o perigo da primazia de interesses nacionais.

Eurobonds

Jürgen Klute (CEUE/EVN, DE) criticou o facto de o BCE por não ter emitido obrigaçõeseuropeias comuns (eurobonds) para financiar os Estados-Membros em dificuldades e paraevitar a "abordagem de casino". "Quem ficou a perder foram os trabalhadores", acrescen-tou.

John Bufton (EFD, UK) pensa que a cura não está no reforço da coordenação económica,dado que, na sua opinião, foi o processo de integração que levou a Europa a esta situaçãode crise. "Uma moeda única apenas resulta num ambiente federal", afirmou, questionandose o objectivo último das propostas da Comissão não será a criação de um Estado federal.

"Como os bombeiros"

"Precisamos de actuar como os bombeiros, apagando os fogos na Europa", disse o Comis-sário Olli Rehn respondendo aos eurodeputados. Sobre a situação na Irlanda, o Comissáriodisse: "Quando alguém está em perigo, precisamos de ajudar (...), também no interesse daestabilidade em toda a Europa". "Todos os Estados-Membros estariam em maiores dificul-dades sem o escudo da UE", concluiu.

Focus

20101112FCS94327 - 10/21

Instabilidade causada pela fraca coordenação económica

"Temos sentimentos pela União Económica, mas somos apenas responsáveis pela UniãoMonetária", disse o Presidente do BCE no final do debate, criticando a "tendência de usara UE como bode expiatório" e de culpabilizar o euro, "uma moeda robusta e sólida", pelasdificuldades económicas.

"Não é o euro que está em causa", afirmou Trichet, mas a "instabilidade financeira resultantedo mau comportamento nas políticas orçamentais" e da "fraca governação da economia"por parte de alguns Estados-Membros. O Presidente do BCE pediu aos eurodeputadosque façam tudo o que puderem para assegurar "uma forte governação e supervisão" daeconomia europeia.

Focus

20101112FCS94327 - 11/21

Mikheil Saakashvili: Geórgia a favor de solução pacífica do confli-to com Rússia

• Estrasburgo• 23 de Novembro de 2010

O Presidente da Geórgia participou hoje numa sessão solene no Parlamento Europeu, emEstrasburgo, que coincidiu com o 7° aniversário da "Revolução Rosa". Presidente desde2004, Saakashvili foi recebido com entusiasmo pelos eurodeputados e deixou uma mensa-gem de esperança. "A paz é possível", referiu, garantindo que o seu país não irá utilizara força para retirar as forças russas do seu território e está empenhado na negociação dapaz com a Rússia.

No seu discurso de boas-vindas, o Presidente do Parlamento Europeu reconheceu que"os últimos sete anos não foram fáceis para a Geórgia" e relembrou que no passado mêsde Junho, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução sobre as conclusões da últimacimeira UE/Rússia que instava as autoridades russas a honrarem " o seu compromisso noacordo de cessar-fogo com a Geórgia, ponham termo ao assédio de cidadãos georgianosnas fronteiras dos territórios ocupados e cessem a obstrução do acesso da missão de vigi-lância nos Balcãs (EUMM) à Ossétia do Sul e à Abcásia".

Durante a sua intervenção, o Presidente georgiano afirmou ser "uma enorme honra" falarperante o plenário do Parlamento Europeu e descreveu a situação passada, presente efutura do seu país em relação a diversos aspectos.

Um país que se sente europeu e gostaria de estar mais próximo da UE"Os cidadãos georgianos deixaram de pensar no seu país como um estado pós-soviético epassaram a analisá-lo, julgá-lo e muitas vezes criticá-lo como uma democracia europeia",referiu Saakashvili. "O Parlamento Europeu é um símbolo de esperança, a melhor prova deque até os mais cruéis dos conflitos podem ser ultrapassados", acrescentou, tendo chegadoo momento de "alargar a paz europeia ao Cáucaso". De acordo com o presidente destepaís do Cáucaso, "a Geórgia fará tudo o que estiver ao seu alcance para alcançar o destinoeuropeu".

Democracia e economia de mercado: sinais positivos desde 2003Desde a revolução de 2003 que a Geórgia tenta implementar padrões democráticos nopaís, designadamente através de eleições livres, descentralização, abertura da economiae da educação. Por outro lado, referiu Saakashvili, a Geórgia está a tentar virar as costasao seu passado comunista e a desenvolver-se no sentido da democracia europeia.

"Há sete anos a Geórgia ainda estava dividida", relembrou Saakashvili, que referiu igual-mente que "actualmente, as instituições são sistematicamente mais populares do que qual-quer figura política, ainda que tenhamos consciência de que a democracia é um processoem evolução permanente".

Compromisso formal de negociação de uma solução de paz com a RússiaDepois de relembrar que a Rússia continua a ocupar 20% do território georgiano, na se-quência das "agressões" de que o seu país foi alvo, Saakashvili anunciou que "a Geórgiajamais utilizará a força para recuperar a sua integridade e soberania territorial e que apenasrecorrerá a meios pacíficos nos seus apelos à desocupação e à reunificação".

"As paredes que dividem a Geórgia não irão abaixo com bombas, mas sim com o empenhodos cidadãos na construção de um país livre e unido", acrescentou. "Todos nós queremos –eu pessoalmente quero – a Rússia como parceira e não como inimiga". Nesse sentido, "osrussos serão sempre bem recebidos na Geórgia, enquanto parceiros, turistas, estudantes,empresários, jornalistas ou simplesmente como amigos e não como forças de ocupação".Nesse sentido, "a cooperação deve substituir a rivalidade", defendeu o Presidente da Ge-órgia, que apelou ao apoio da União Europeia para esta iniciativa.

Focus

20101112FCS94327 - 12/21

No final da sessão, Jerzy Buzek agradeceu a intervenção de Saakashvili, dizendo-lhe que"já todos sabíamos que é um homem corajoso, agora ficamos a saber que também é umhomem prudente".

Focus

20101112FCS94327 - 13/21

Orçamento 2011: Parlamento Europeu mantém-se firme e unidona sua posição negocial

• Estrasburgo• 23 de Novembro de 2010

O Parlamento Europeu mantém uma posição firme e unida, após o impasse da semanapassada nas negociações sobre o orçamento para 2011. Isto ficou claro durante o debaterealizado esta tarde em plenário com o Presidente da Comissão Europeia, José ManuelDurão Barroso, e o representante da Presidência belga do Conselho, Melchior Wathelet.A resolução do Parlamento Europeu sobre as negociações orçamentais será votada naquinta-feira.O debate centrou-se em três pontos: os valores do orçamento para 2011; a flexibilidade noorçamento, para dar resposta a novas prioridades e urgências futuras; o envolvimento doParlamento Europeu nas conversações sobre o futuro Quadro Financeiro Plurianual (QFP)e sobre os recursos próprios.

A abrir o debate, o Presidente Jerzy Buzek relembrou que o Parlamento Europeu estavadisposto a aceitar os valores propostos pelo Conselho, quer em autorizações quer em pa-gamentos. "Em troca queríamos que houvesse um acordo sobre a questão da flexibilidadeno orçamento e sobre como o Tratado de Lisboa deverá ser implementado, tendo em vistaas futuras conversações sobre o QFP e os recursos próprios", disse Buzek.

O primeiro dos líderes dos grupos políticos a tomar a palavra, Joseph Daul (PPE, França),disse que este debate "não é uma batalha para conquistar poder. Trata-se sim de permitirque a UE possa cumprir as suas promessas... A verdade é que o orçamento actual não temem conta as novas competências da UE, não tem em conta a revisão orçamental pedidapelo Parlamento e não tem fundos para a Estratégia 2020. O Conselho está a aprovarprogramas mas não está a prever o financiamento" desses programas.

"O Parlamento está a ser testado", disse Martin Schulz (Alemanha), falando em nomedos Socialistas e Democratas. "A discussão já não é sobre dinheiro, mas sobre o sentidoem que a UE se está a desenvolver. É sobre os direitos do Parlamento consagrados noTratado de Lisboa... Somos eleitos para lidar com a UE e com o respectivo orçamento. Osgovernos nacionais querem agora controlar-nos e vigiar-nos. Isto está tudo ao contrário!",declarou. Sobre a flexibilidade, o líder do grupo socialista frisou que "é no interesse de todasas instituições poder reagir de modo flexível se necessário for".

O líder dos liberais, Guy Verhofstadt (Bélgica), disse que "não é segredo o facto de oParlamento estar pronto para aceitar os valores" previstos no orçamento para 2011, "nocontexto de um acordo global, claro". Mas "a segunda parte, a flexibilidade, é tão importante"quanto os números. "A flexibilidade não é uma concessão do Conselho. É necessária parafinanciar novos projectos. Temos que resolver o problema do futuro financiamento da UE,isto é o mais importante", sublinhou o eurodeputado. "Os recursos próprios têm de ser partedo acordo. Não se trata de alterar o Tratado, trata-se de aplicá-lo", argumentou.

Para Daniel Cohn-Bendit (Verdes/ALE, França), a UE chegou a uma "encruzilhada". "Nãose trata do dinheiro, trata-se de aprofundar a ideia de Europa ou não", insistiu. "Queremosque a UE resolva problemas que não podem ser resolvidos a nível nacional. Mas os Esta-dos-Membros não dão à UE os meios de que esta precisa para o fazer. Fizemos três pedi-dos. Quero dizer isto aos Estados-Membros: É pegar ou largar! Estamos prontos a esperaro tempo que for necessário. Não vamos parar este debate a meio", avisou.

"500 milhões de contribuintes não entendem porque é que não houve acordo no primeiroano do Tratado de Lisboa", afirmou Lajos Bokros (ECR, Hungria). "Mas há maneira dese chegar a um acordo – se acordarmos na questão da flexibilidade. Se estivermos deacordo sobre a flexibilidade, o Parlamento poderá comprometer-se a não forçar quaisquerdeclarações políticas por parte dos governos", disse, acrescentando que "será vergonhoso,ainda mais vergonhoso, se não conseguirmos chegar a acordo desta vez".

Focus

20101112FCS94327 - 14/21

Lothar Bisky (CEUE/EVN, Alemanha) realçou que "as novas tarefas não podem – pelomenos inteiramente – ser financiadas com o orçamento actual. Os Estados-Membros têmde discutir os recursos próprios com o Parlamento. Se não falarmos mais sobre isto, esta-mos a abandonar a ideia de integração europeia", sublinhou, acrescentando que "os con-tribuintes líquidos tendem a esquecer o que significa solidariedade".

"Sejamos honestos. As negociações sobre o orçamento para o próximo ano fracassaramdevido à ambição deste Parlamento de ter mais poderes sobre o orçamento. E a ideia deter um imposto europeu sempre foi inaceitável para nós", disse Marta Andreasen (EFD,Reino Unido).

Falando em nome da Presidência belga do Conselho, o Secretário de Estado para os as-suntos orçamentais, Melchior Wathelet, destacou três assuntos: o orçamento para 2011,a flexibilidade e a declaração política sobre o envolvimento do Parlamento Europeu nasconversações sobre o futuro QFP e os recursos próprios. Segundo Melchior Wathelet, estadeclaração política é o verdadeiro problema para o Conselho. "Mas podemos ter esta dis-cussão. Está prevista no Tratado e iremos tê-la, talvez lá mais para a frente", afirmou.

"Temos de deixar claro que todas as partes envolvidas compreendem totalemente as impli-cações do Tratado de Lisboa, que a estreita cooperação entre as instituições, ao mais altonível político, é uma consequência natural do nosso compromisso conjunto para a adopçãode um quadro financeiro adequado para o futuro", disse o Presidente da Comissão Euro-peia, Durão Barroso.

"Vamos apresentar propostas sobre os recursos próprios antes do final do próximo mêsde Junho. O Parlamento terá, obviamente, de ser consultado sobre esta questão", afirmouBarroso, apoiando a posição do Parlamento sobre a flexibilidade. "Deverá haver maioriaqualificada sobre os 0,03% do RNB. Espero obter uma resposta positiva do Conselho sobreisto", concluiu.

Focus

20101112FCS94327 - 15/21

Debate sobre posição da UE na Conferência de Cancún

• Estrasburgo• 24 de Novembro de 2010

Na próxima semana, diversos líderes mundiais irão reunir-se na cidade mexicana de Can-cún, na tentativa de celebrar um acordo vinculativo global em matéria de emissões comefeito de estufa. Antes da partida da delegação, o plenário do PE vai debater a posiçãoda UE na Conferência de Cancún. Assista ao debate, em directo, hoje, a partir das 15h00(Horário da Europa Central).

Depois de o Painel sobre Alterações Climáticas da ONU ter alertado em diversos relatóriospara os perigos decorrentes do aumento da temperatura mundial, a comissão parlamentardo ambiente apoiou o compromisso da ONU e da UE de reduzir em 20% as emissões, noprazo de dez anos. A delegação que irá representar o Parlamento Europeu será lideradapelo eurodeputado alemão Jo Leinen (S&D).

O Protocolo de Quioto, que define as medidas legalmente vinculativas de redução das emis-sões com efeito de estufa, expira em 2012 e é necessário encontrar um acordo que o su-ceda. É esse o objectivo da Conferência de Cancún.

No entanto, no ano passado, a possibilidade de celebração de um acordo entre os paísesdesenvolvidos e os países em desenvolvimento demonstrou ser ilusória, uma vez que ospaíses mais pobres entendem que não devem pagar a poluição dos países mais ricos edas nações industrializadas, nomeadamente os Estados Unidos da América e a Europa.

Por outro lado, referem, reduzir as emissões pode resultar num entrave ao crescimentoeconómico, possibilidade que preocupa essencialmente os chineses.

Outra questão que se levanta prende-se com quem deve pagar as medidas que foremnecessárias para mitigar as alterações climáticas.

Assista ao debate, em directo, através da ligação abaixo indicada!

Focus

20101112FCS94327 - 16/21

Medicamentos sujeitos a receita médica: direito a informação dequalidade

• Estrasburgo• 24 de Novembro de 2010

Os pacientes europeus deverão ter acesso a melhor informação sobre os medicamentossujeitos a receita médica, de acordo com duas propostas legislativas hoje votadas peloseurodeputados e que seguem agora para discussão no Conselho de Ministros da UE. OParlamento Europeu quer que as empresas farmacêuticas disponibilizem informação fide-digna e actualizada e que os pacientes sejam protegidos de informação não solicitada.O Parlamento Europeu especifica, nas alterações hoje aprovadas a duas propostas da Co-missão, as informações que têm de ser disponibilizadas ao público pelas empresas farma-cêuticas, as informações opcionais e por que meios estas podem ser divulgadas. Os euro-deputados querem que os Estados-Membros garantam que seja disponibilizada "informa-ção objectiva e imparcial ao público em geral" sobre os medicamentos que lhes são recei-tados.

Durante as negociações no Parlamento, "focámo-nos no direito dos pacientes receberem ainformação que querem e de que necessitam", enquanto que a proposta inicial se centravamais no direito das empresas farmacêuticas enviarem certo tipo de informação sobre osmedicamentos, explicou o relator, Christofer Fjellner (PPE, SE).

Informação que terá de ser disponibilizada pelas empresas farmacêuticas

As empresas farmacêuticas terão, de acordo com os eurodeputados, de disponibilizar aopúblico as seguintes informações sobre os produtos já autorizados:

• o resumo mais recente das características do produto;• a rotulagem e o folheto informativo mais recentes;• a mais recente versão acessível ao público do relatório de avaliação.

Estas informações terão de ser obrigatoriamente disponibilizadas (e não facultativamente,como proposto pela Comissão) pelas empresas farmacêuticas, defende o PE.

Para além disso, as empresas farmacêuticas poderão disponibilizar ao público informações"de carácter não promocional" sobre o impacto ambiental do medicamento, sobre os preçosou sobre as mudanças de embalagem, depois de devidamente aprovadas pelas autorida-des competentes.

Estas informações devem ser disponibilizadas tanto em suporte electrónico como em su-porte papel, num formato acessível às pessoas invisuais ou portadoras de deficiência devisão, acrescentam os deputados.

Evitar a publicidade encapotada

A publicidade a medicamentos sujeitos a receita médica é já proibida na UE. A propostalegislativa clarifica que a informação relativa a estes medicamentos não deve ser divulgadana televisão ou na rádio. O PE acrescenta ainda "jornais, revistas e publicações similares".

A informação prestada ao público em geral sobre este tipo de medicamentos só deve serdifundida através de "canais de comunicação específicos", incluindo a Internet e as publi-cações no domínio da saúde, a fim de evitar que a eficácia da proibição imposta à publici-dade seja desvirtuada pela "disponibilização não solicitada de informação".

Os profissionais da saúde que prestem informações sobre medicamentos ou dispositivosmédicos no contexto de um evento público, na imprensa escrita e/ou meios de radiodifusãoterão de declarar publicamente os seus interesses, isto é, "quaisquer relações financeiras"com empresas farmacêuticas, sublinha o PE.

Focus

20101112FCS94327 - 17/21

O material impresso sobre um medicamento só deve ser divulgado "mediante pedido es-pecífico de um elemento do público", especifica.Os eurodeputados propõem a criação de uma base de dados europeia sobre os medica-mentos, acessível ao público em geral, em todas as línguas oficiais da UE.

Focus

20101112FCS94327 - 18/21

Debate aceso no PE: conclusões do Conselho Europeu e gover-nação económica na UE

• Estrasburgo• 24 de Novembro de 2010

No dia 24 de Novembro, os ânimos exaltaram-se no hemiciclo de Estrasburgo, duranteo debate com o Conselho e a Comissão sobre as conclusões do Conselho Europeu de28 e 29 de Outubro e a governação económica na União Europeia. Reforço da disciplinafiscal, estabilidade financeira na zona euro, sanções e situação da Irlanda foram algunsdos temas abordados durante o debate, que culminou com a expulsão do eurodeputadobritânico Godfrey Bloom do hemiciclo.

Herman Van Rompuy, Presidente do Conselho da União EuropeiaDurante a sua intervenção, Van Rompuy falou no relatório elaborado pelo seu grupo detrabalho sobre governação económica que permitiu encontrar um equilíbrio adequado quepermita evitar défices excessivos e reforçar a capacidade da União Europeia, quando umdos seus Estados-Membros incorre numa situação que põe em risco a estabilidade comum.No que se refere às sanções, o Presidente do Conselho referiu que há quem tenha ficadodesapontado por não ter sido acordado mais automatismo nas sanções, na medida em que"os Estados-Membros devem sentir que as suas decisões fiscais afectam toda a União".Van Rompuy apelou a todas as partes envolvidas a assumir um compromisso sobre o Or-çamento de 2011 com a maior brevidade possível.

José Manuel Durão Barroso, Presidente da Comissão EuropeiaO ex-primeiro-ministro português sublinhou a importância de salvaguardar a estabilidadefinanceira da Irlanda, da zona euro e da União Europeia como um todo. Nesse sentido, aspropostas legislativas apresentadas pela Comissão Europeia devem estar operacionais omais depressa possível, para que seja possível dar início ao reforço da governação eco-nómica na Europa. Durante a sua intervenção, Durão Barroso defendeu que eventuais al-terações ao Tratado não devem pôr em causa o direito de voto dos Estados-Membros daUnião Europeia. "Se a União Europeia quiser desempenhar um papel mais forte no mundosão necessários mais objectivos comuns, mais coerência e mais convergência", concluiuo Presidente da Comissão Europeia.

Joseph Daul, eurodeputado francês, Partido Popular EuropeuReferindo-se aos receios sentidos pelos cidadãos da UE, lamentou que "cada vez mais po-líticos utilizem e explorem esses receios, sem apresentarem quaisquer propostas". "Com-pete aos líderes e aos grupos políticos rejeitarem esta demagogia e este populismo. A so-lução para a crise não está no proteccionismo, não existem soluções fáceis nem rápidas enão é possível prescindir da solidariedade. Temos de admitir que necessitamos dos nossosparceiros nestes tempos difíceis", concluiu o líder do PPE.

Martin Schulz, eurodeputado alemão, Socialistas e DemocratasAfirmou que a União Europeia se está a despedaçar em 3 elementos: França e Alemanha,a zona euro e o resto da UE. Referiu que Angela Merkel pretende rever os Tratados quando"ninguém nesta casa sabe o que é que se passa na Irlanda". No que diz respeito à "posi-ção especial" do Reino Unido e referindo-se à recusa britânica de um imposto sobre astransacções, Schulz perguntou aos presentes se é o Reino Unido quem decide tudo naUnião Europeia.

Guy Verhofstadt, eurodeputado belga, Democratas e LiberaisReferiu-se às tensões existentes na zona euro e defendeu que não é possível reforçar go-vernação económica com tantos sistemas coexistentes. "Deveríamos apoiar Trichet, res-ponsável pela estabilidade da zona euro, que nos pede para reforçarmos o nosso sistema egarantirmos que as sanções são efectivamente automáticas. Para o líder dos Democratase Liberais, a eventual alteração do Tratado constitui uma oportunidade para mudar e fazer

Focus

20101112FCS94327 - 19/21

aquilo que for necessário para o futuro. "Tenho mais confiança na Comissão Europeia aaplicar medidas contra os países incumpridores do que tenho no Conselho da UE", rematouo ex-primeiro-ministro belga.

Rebecca Harms, eurodeputada alemã, Grupo dos Verdes/Aliança Livre EuropeiaAfirmou que os problemas da União Europeia não resultam de eventuais pequenas altera-ções ao Tratado, mas sim da "perda do espírito de solidariedade pró-europeu". Referindo-seà Alemanha, lamentou que um país que fez tanto pela solidariedade já não seja capaz dea manter. "Só conseguiremos sair da crise se permanecermos unidos".

Kay Swinburne, eurodeputada britânica, em nome nos Conservadores e Reformistas"O Parlamento Europeu tem de respeitar as pressões a que estão sujeitos os Estados-Mem-bros e aceitar que todos os projectos das instituições europeias que não têm carácter ur-gente devem ser adiados para que seja possível chegar a um acordo sobre o Orçamentoque reflicta a difícil situação económica actual", defendeu a deputada britânica.

Lothar Bisky, eurodeputado alemão, Grupo Confederal da Esquerda Unitária Euro-peia/Esquerda Nórdica VerdeDefendeu que não devem ser aplicadas mais sanções aos países endividados, porque issodestruiria a solidariedade entre os Estados-Membros, princípio no qual se deve basear agovernação económica e social da Europa.

Nigel Farage, eurodeputado britânico, Grupo da Liberdade e DemocraciaAcusou os representantes da UE de não terem aprendido nada com a crise e defendeu queo mecanismo de auxílio aos membros da zona euro não vai resolver a situação. "Tivemosa tragédia grega no início do ano e agora temos a crise na Irlanda. Portugal é o seguintena linha e a seguir suspeito que seja Espanha, mas o auxílio a Espanha seria sete vezessuperior ao auxílio à Irlanda e, nesse momento, já não haverá dinheiro para auxílios", con-cluiu Farage.

Focus

20101112FCS94327 - 20/21

Programa de trabalho da Comissão Europeia para 2011

• Estrasburgo• 24 de Novembro de 2010

Durante a apresentação do programa da Comissão Europeia para 2011, no hemiciclo doParlamento Europeu, em Estrasburgo, Durão Barroso confirmou que ultrapassar a criseeconómica, gerar crescimento e empregos sustentáveis, desenvolver os direitos e a segu-rança dos cidadãos europeus, e reforçar o papel da Europa no mundo são as principaisprioridades para o próximo ano.

Trata-se do "início de uma nova era nos nossos esforços concretos para relançar a Europada crise em que se encontra", afirmou Durão Barroso, que defendeu "o relançamento sus-tentável da economia e a segurança das nossas sociedades" como prioridades absolutaspara 2011. "A Europa tem de acompanhar o desenvolvimento mundial, concentrando-senas suas vantagens competitivas no séc. XXI, o século da globalização. Se os concorrentespraticam preços mais baixos, nós temos de ser mais inteligentes", rematou o Presidente daComissão Europeia e ex-primeiro-ministro português.

Intervenções de eurodeputados no debateJózsef Szájer (Hungria, PPE): sublinhou a importância da criação de empregos. "Temos deultrapassar a crise na Europa e temos de basear a nossa economia no trabalho", referiu oeurodeputado húngaro. A inovação, a investigação e a qualidade dos alimentos importadosforam outras prioridades avançadas por Szájer.

Hannes Swoboda (Áustria, S&D): defendeu mais "verde" na criação de empregos e nocrescimento europeu. No que se refere ao mercado interno, a eurodeputada austríaca in-sistiu na "protecção dos nossos padrões sociais" e defendeu a necessidade de mais har-monização fiscal.

Adina-Ioana Vălean (Roménia, ADLE): "Parece que temos demasiadas estratégias e faltade interesse em transformá-las em realidade. É por isso que considero importante um re-gresso às bases, ou seja, fazer do mercado único a nossa grande estrutura".

Rebecca Harms (Alemanha, Verdes/ALE): Relembrou que os objectivos estabelecidos noprograma de trabalho da Comissão Europeia não poderão ser alcançados nem implemen-tados sem um forte apoio orçamental. Por outro lado, referiu a eurodeputada alemã, é ne-cessário dar passos concretos no sentido da governação económica e lamentou a falta de"uma perspectiva positiva sobre o pós-crise, orientada para as políticas comunitárias e nãoapenas para o tratamento dos sintomas".

Oldřich Vlasák (República Checa, CRE): Lamentou as constantes alterações do sistema,às quais "os actores económicos têm extrema dificuldade em dar resposta". Para Vlasák"nem sempre mais legislação é melhor".

Patrick Le Hyaric (França, GCEUE/ENV): "A Comissão Europeia comporta-se como se nãoexistisse crise nenhuma", lamentou, apelando à implementação do Tratado de Lisboa, àmelhoria dos sistema social e de pensões, ao imposto sobre transacções financeiras e amais investimentos sociais.

Niki Tzavela (Alemanha, ELD): chamou a atenção para a emigração de muitos jovens alta-mente qualificados e sugeriu a criação de uma bolsa de trabalho qualificado na UE, atravésdo qual os Estados-Membros pudessem trocar mão-de-obra qualificada entre si.

Focus

20101112FCS94327 - 21/21

Orçamento 2011: Parlamento Europeu reafirma a sua posição

• Estrasburgo• 25 de Novembro de 2010

Os eurodeputados estão dispostos a facilitar a obtenção de um acordo sobre o orçamentode 2011 dentro dos limites propostos pelo Conselho, desde que os governos concordem emnegociar mecanismos de flexibilidade e um método de colaboração para o futuro. Esta é amensagem central da resolução sobre as negociações em curso sobre o orçamento para opróximo ano, hoje aprovada em plenário por 486 votos a favor, 64 contra e 21 abstenções.O Parlamento Europeu reafirma a sua "disponibilidade para facilitar a obtenção de um acor-do sobre o orçamento de 2011 e os elementos conexos num prazo muito apertado", desdeque as seguintes condições sejam cumpridas pela Comissão e pelo Conselho.

Em primeiro lugar, deverá haver um acordo sobre verdadeiros mecanismos de flexibili-dade, a adoptar pelo Parlamento e pelo Conselho deliberando por maioria qualificada, "deforma a possibilitar, no futuro, um financiamento adequado das políticas, para 2011 e anossubsequentes, decorrentes das novas competências conferidas à UE pelo Tratado de Lis-boa e da estratégia Europa 2020".

Antes da entrada em vigor do Tratado de Lisboa, podiam ser inscritos no orçamento da UEfundos suplementares até 0,03% do Rendimento Nacional Bruto, sendo necessária maioriaqualificada no Conselho e a aprovação dos eurodeputados. No passado, esta "flexibilidade"foi utilizada pelo Conselho para financiar o sistema europeu de navegação por satélite,Galileo, atenuar a crise alimentar nos países africanos e financiar o plano de relançamentoeconómico. O que o Parlamento Europeu quer é manter esta flexibilidade no futuro.

Em segundo lugar, o Parlamento quer que a Comissão se comprometa a apresentar, até 1de Julho de 2011, propostas sólidas sobre novos recursos próprios para a UE e queo Conselho se comprometa a debater estas propostas com o Parlamento no quadro doprocesso de negociação do próximo quadro financeiro plurianual (QFP).

No debate em plenário, o Presidente José Manuel Durão Barroso disse aos eurodeputadosque a Comissão Europeia irá apresentar estas propostas antes do final do próximo mêsde Junho.

Em terceiro lugar, é preciso que haja um acordo entre as três instituições sobre um métodode colaboração para o futuro. O Tratado de Lisboa estipula, no que respeita às negocia-ções sobre o quadro financeiro plurianual, que o Conselho, a Comissão e o Parlamento "to-mam todas as medidas necessárias para facilitar essa adopção" (nº 5 do artigo 312º TFUE).

A Comissão Europeia terá agora de apresentar um novo projecto de orçamento, provavel-mente a 1de Dezembro. A Comissão dos Orçamentos do PE vai debater de novo este as-sunto na sua reunião de 1 e 2 de Dezembro.