psicologia inteligencia
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE IMPERATRIZ – CESI
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS
ANGÉLICA CAMPOSCAMILA MIRANDASORAIA BOTELHO
SAULO LOPES
INTELIGÊNCIA
Imperatriz2009
"A inteligência é como um pára-quedas: só funciona se estiver aberta." R. Dewar
Introdução
O conhecimento empírico juntamente com a consciência popular
norteiam o termo inteligência como sendo um conceito restrito e peculiar.
Conclui-se isto a partir das rotineiras expressões: “Nossa! Como João é
inteligente.”, “credo! José não é inteligente.”
Vê-se que a definição de inteligência é confusa, significando noções
distintas para cada indivíduo. A inteligência é tomada como uma característica
de exclusividade: ou alguém tem inteligência ou não a tem. Não é admitido um
grau mediano entre esta concepção.
Conceito de inteligência
Não há um consenso de definição de inteligência entre os psicólogos.
Porém, é unânime a negação de que ela seja exclusiva em certas pessoas,
como quer o pensamento da população. Para eles, inteligência é uma instância
presente em todos os seres humanos, com variações de nível.
O que seria então a inteligência?
Feeman dispôs-se a analisar as definições existentes e, desta forma,
agrupá-las em três grupos. Assim, a inteligência passou a ser designada como:
A capacidade de resolver problemas novos;
A capacidade de aprender
A capacidade de pensar abstratamente.
Em conclusão, a inteligência pode ser entendida como a capacidade
mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair idéias,
compreender idéias e linguagens e aprender.
Inteligência animal
A discussão acerca da inteligência é, por vezes, estendida ao mundo
animal. Sendo aquela a capacidade de aprendizagem ou atuação eficaz sobre o
meio na procura do esclarecimento de problemas novos, é possível considerar
muitos comportamentos animais como dotados de inteligência.
Grande parte das ações animais tem caráter proveniente do instinto,
que emerge sem um fato, necessariamente, causador.
Não se pode negar, contudo, que há inteligência nos animais, bem
como a existência de espécies mais inteligentes do que as demais, sem falar
nas divergências entre cada indivíduo de uma espécie.
Mensuração da inteligência
Um assunto bastante discutido pelos psicólogos é a medição ou
medida da inteligência, a qual é obtida mediante muitos e diferentes
instrumentos específicos.
Os testes (a lápis e papel, quase sempre) apontam variações reais
entre pessoas e suas conclusões são correlacionadas com profundidade, o que
indica uma medição concreta.
Estes testes contribuem para ditar desempenho vindouro e são usados
na seleção de pessoal e orientação vocacional.
Idade mental e QI: O teste Stanford – Binet
Os psicólogos franceses Binet e Simon estabeleceram, em 1904, a
medição da inteligência. O governo francês deixou a cargo deles a solução do
problema do baixo rendimento escolar e do numero enorme de reprovações
das series iniciais.
As hipóteses levantadas por Binet apontavam para a existência de
classes desiguais, com alunos mais inteligentes do que outros, sendo
necessário escolher as crianças por nível intelectual. A opinião dos professores
foi descartada, por levar em conta aspectos pessoais.
Para responder as suas dúvidas, os dois criaram uma vasta variedade
de tarefas que contavam vários aspectos.
Os testes foram feitos em 50 crianças de 3 a 5 anos e com algumas
retardadas. Após passar por algumas modificações, em 1911, os testes
constavam de questões por nível de idade. Desta forma, 75% das crianças de 3
anos respondiam as questões do nível 3, pois os 25% restantes eram as
crianças retardadas.
Em conclusão, foi obtido o que se chamou de idade mental, que seria a
idade que corresponde às questões que a criança conseguia resolver. A criança
que conseguisse resolver o teste referente à sua idade a à uma idade superior
seria de inteligência superior. Se resolvesse somente ao que se refere à sua
idade, era de inteligência normal.
Espalhado pelo mundo, este teste chamou a atenção das nações,
principalmente a americana, que logo foi revisado. A partir dele, Termann, da
Universidade de Stanford, formulou um novo teste, conhecido como Stanford –
Binet, que utiliza o termo “quociente intelectual”:
IM (idade mental)
QI = NN N N N N NN N N N NN N N N N NN N N NN N N NN NN N N NN N N N N N N N NNN N x 100
IC (idade cronológica)
Assim, foi possível a determinação da inteligência em números. A
idade mental e a cronológica são expressas em meses.
QI CLESSIFICAÇÃO
Acima de 140
De 140 a 120
De 119 a 110
De 109 a 90
De 89 a 80
De 79 a 70
Abaixo de 70
Superdotado
Inteligência muito superior
Inteligência superior
Inteligência normal ou média
Inteligência lenta
Inteligência limítrofe
Debilidade mental
O teste é aplicado por um examinador treinado com uma pessoa por
vez, frente a frente, que dura aproximadamente uma hora.
A última revista no teste foi em 1960, com modificações na obtenção
do QI, com a adoção do QI de desvio como tipo padrão.
Mesmo sendo recebido favoravelmente em vários países, o teste de
Stanford – Binet foi criticado. Os psicólogos, crentes que a inteligência possui
instâncias várias, afirmam que o QI não é valido na expressão da
intelectualidade individual, por ser um resultado numérico impar. Alem disso,
argumentam que o teste contem questões de aptidão verbal, capacidade
pouco desenvolvida nas crianças, o que não auxilia no resultado. Por fim,
defendem que os problemas são freqüentemente expostos em sala de aula,
favorecendo as crianças de classe média e alta, que já as conhecem.
Indivíduos Excepcionais
São chamados de indivíduos excepcionais aqueles que estão
em um dos extremos da distribuição normal, quer dizer, ou são retardados
mentais ou superdotados, isso em termos de inteligência.
O retardamento mental refere-se a um desempenho intelectual inferior
e se caracteriza por um comportamento adaptativo ineficiente.
Os retardados mentais não possuem características idênticas, além das
diferenças individuais entre eles; há vários tipos de retardados mentais.
É importante ressaltar que o retardo não é uma doença, mas sim uma
deficiência que pode ter várias causas, tais como: deficiências herdadas, lesões
por ocasião do nascimento, ingestão de toxinas pela mãe durante a gravidez e
outras.
Tabela
comum
dos números de retardamento, segundo o QI e a idade correspondente a cada nível.
O que se pode fazer por estas pessoas é procurar desenvolver ao
máximo suas limitadas capacidades.
Os superdotados, ás vezes chamados gênios, soa os que possuem os
níveis mais elevados da capacidade intelectual. Eles conseguem um alto
rendimento escolar, variedades de interesses, tendem a ser populares e têm
êxito nos esportes, além de serem mais bem ajustados emocionalmente do
que os normais.
Os superdotados também precisam de estímulos, como tarefas extras e
adequadas à sua capacidade. Muitas vezes, esses superdotados provêm de
uma família em que há estímulo intelectual, como pais e mães instruídos.
Hereditariedade X meio
Há estudos que comprovam a importância da hereditariedade na
determinação da inteligência. Mas há estudos que levam à conclusão contrária.
Na verdade a inteligência é determinada tanto pela hereditariedade
quanto pelo meio ambiente e ambos influem 100%.
O problema se resume no fato de não ser possível medir o potencial
herdado, mas apenas o desempenho final, onde já estão presentes as
contribuições da hereditariedade e do meio.
Teorias sobre a composição da inteligência
Os psicólogos formularam teorias sobre os fatores que compõem a inteligência.
N Teoria dos dois fatores
QI Denominação Idade Mental
70 – 50 Levemente retardado 12 – 8 anos
50 – 35 Moderadamente
retardado
8 – 6 anos
35 – 20 Severamente
retardado
6 – 3 anos
20 – 0 Profundamente
retardado
Menos de 3 anos
Todas as atividades intelectuais dependem do fator “G”, de acordo com
diferentes testes de inteligência, que exigia raciocínio lógico, significado de
palavras e cálculos matemáticos. Comprovou-se que essas atividades estavam
ligadas ao fator “G”.
Porém, como nem tudo é perfeito, ocorreram algumas falhas, então Spermam
citou que para ocorrer o sucesso nos testes havia outro fator, os fatores “s”,
que era responsável pelos diferentes tipos de tarefas.
N Teoria dos fatores múltiplos
Em 1927, Thorndike afirmou que a inteligência é formada por muitos
fatores que se inter-relacionam.
Esses fatores são caracterizados como minúsculos, por isso, sempre que
medidos são agrupados.
Mesmo com vários testes aplicados ainda não é possível ter certeza de que a
pesquisa é valida, pois na atividade intelectual são vários os fatores
envolvidos.
N Teoria dos grupos de fatores
Toda inteligência e composta de grupos de capacidades mentais que
apóiam ao fator “G”. Podem-se citar alguns: numérico, verbal, espacial fluência
verbal, raciocínio e memória.
Contudo, alguns grupos de atividades mentais dependem de fatores,
relacionando-se entre si e objetivando às mesmas finalidades.
Inteligência e Sexo
O numero de homens é maior do que de mulheres que se tem
distinguido em profissões de notoriedade. Então, evidencia-se que o homem é
superior intelectualmente. Mas isso, no entanto, não encontra apoio nas
mensurações de inteligência.
Na verdade, o que existe são diferenças em subteste, isto é, existem
tarefas em que o homem se destaca, mas também existem tarefas em que as
mulheres se destacam mais do que os homens.
Por exemplo, as meninas são superiores em testes que requerem
aptidão lingüística e memória verbal. Já os meninos são, em geral, superiores
em testes que medem a capacidade aritmética ou matemática geral.
Enfim, a maioria dos estudos tem mostrado que as diferenças em desempenho
no homem e mulher adultos são explicáveis pelo menos em parte, pelas
condições do meio que restringem as oportunidades para mulheres.
Inteligência e Raça
É muito difícil relacionar inteligência à raça, pois só pelo fato de uma
pessoa ser negra não quer dizer que ela seja menos inteligente que a branca e
vice-versa.
Mais foram feitos alguns testes nos Estados Unidos entre brancos e
negros e realmente os negros não conseguiram escores tão altos quanto as
brancas. Mas os psicólogos concordam que a raça é uma indicação da
capacidade intelectual e que pessoas de raças diferentes, com as mesmas
oportunidades sociais e econômicas, não diferem em inteligência.
Inteligência e classe sócio – econômica
As crianças que provem de lares de status sócio – econômico mais
elevado costumam conseguir escores mais elevados nos testes de inteligência,
pois tem melhores oportunidades de desenvolvimento físico, emocional e
intelectual; a escola também tem a probabilidade de ser melhor em nível.
A classe sócio – econômica representa a mais abrangente diferença
ambiental na determinação da inteligência.
Conclusão
As questões difíceis de serem respondidas muitas vezes são difíceis
não por natureza, mas por equívoco. Tentar explicar o que é um círculo
quadrado não é difícil, é insensatez porque tal coisa não existe, se não existe
não pode ser definida.
Querer definir uma cor que é simultaneamente branca e preta é
insensato pois o cinza é uma outra cor que não é nem brando nem preto e uma
coisa não pode ser duas simultaneamente, uma cor não pode ser ao mesmo
tempo branca e preta. Com a inteligência acontece o mesmo, talvez a
dificuldade de defini-la não seja por causa de sua natureza complexa mas por
causa do modo equivocado como é feito.
A inteligência é a aptidão psicológica que permite ao homem abstrair,
captar, entender conceitos, a essência das coisas que tomamos consciência.
Junto a essa aptidão outras atividades mentais se integram e atuam em
conjunto, como as habilidades matemáticas, verbais, emocionais, etc. por
exemplo.
Tomar a inteligência pelas suas características acessórias talvez seja o
erro que impede a realização de uma definição precisa, talvez a tentativa de
resumir todas as aptidões relacionadas à inteligência na própria inteligência
esteja dificultando o trabalho de explicar a própria inteligência.