psicologia criminal

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Síntese: A psicologia criminal, dedica-se ao estudo do comportamento criminoso, constituindo uma interface entre a psicologia e o direito. A primeira área procura estudar o comportamento humano e a segunda discipliná-lo, estabelecendo, assim, uma ponte entre as teorias psicológicas e neuropsicológicas, o acto criminoso e o controlo da justiça penal. Psicologia Criminal

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Trabalho sobre a psicologia criminal, no âmbito da disciplina Psicologia B 12ºano

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Page 1: Psicologia Criminal

Síntese:A psicologia criminal, dedica-se ao estudo do comportamento criminoso, constituindo uma interface entre a psicologia e o direito. A primeira área procura estudar o comportamento humano e a segunda discipliná-lo, estabelecendo, assim, uma ponte entre as teorias psicológicas e neuropsicológicas, o acto criminoso e o controlo da justiça penal.

Psicologia Criminal

Page 2: Psicologia Criminal

ÍndicePsicologia criminal.................................................................................................................2A origem da psicologia criminal.......................................................................................3Trabalho do Psicólogo Criminal........................................................................................4A cientificidade da psicologia............................................................................................5

Motivação para o crime.......................................................................................................5

Ordem dos Assassinos.........................................................................................................8

Page 3: Psicologia Criminal

Psicologia criminal

A psicologia criminal estuda essencialmente a saúde mental, que dentro do âmbito social analisa a personalidade da pessoa e os seus conflitos internos tentando perceber o porquê de uma atitude mais agressiva ou de um crime violento.

No seguimento da psicologia júridica, um dos ramos por ela trabalhados é a psicologia criminal, e esta consiste em analisar o comportamento criminoso por meio de estudos de personalidade, estrutura mental, entre outros. Durante todo este processo podem, portanto, surgir psicopatologias o que é bastante comum. Esta ciência nasceu de uma necessidade muito específica, que consistia na legislação ajustada a indivíduos considerados doentes mentais, e deste modo, procurou-se intercalar a perspectiva clínica com a perspectiva jurídica.

Para percebermos melhor o indivíduo e todo o seu esquema mental é preciso analisar os seus desejos, os seus pensamentos, as suas intenções e as suas reacções, de forma a montar um todo e assim traçar um perfil . Tudo isto acaba por recair numa pergunta muito simples, que poderá revelar-se numa resposta muito complexa:

“O que fará alguém cometer um crime?”No entanto, não podemos entender psicologia criminal se não

compreendermos o conceito e base da criminologia, sendo esta um conjunto de conhecimentos que procura a origem do crime, as suas causas, o porquêdaquela determinada vítima, qual o contexto social em que sucedeu a ideia do crime, e depois de um todo conjugado, uma tentativa de “re-sociabilização” do criminoso.

Psicologia Jurídica A psicologia jurídica, faz parte de uma vertente de estudo da psicologia, existe uma interligação entre os conhecimentos psicológicos e direito.

Psicologia Criminal Psicologia Forense

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A origem da psicologia criminal

Uma grande parte da psicologia criminal, conhecida como ‘’criminal profiling’’ começou em 1940, quando os E.U.A. criaram um Departamento de Serviços Estratégicos, no qual foi encarregue ao psiquiatra William L. Langer ’s a difícil tarefa de elaborar um perfil de Adolf Hitler. Após a 2ª Guerra Mundial o psicólogo britânico Lionel Haward, enquanto trabalhava para a Royal Air Force, elaborou uma lista de características que os criminosos de guerra nazi podiam exibir.

Em 1950 o psiquiatra James A. Brussel elaborou um perfil preciso de um bombista que tinha aterrorizado Nova Iorque. Esta ciência nasceu da necessidade de legislação apropriada para os casos dos indivíduos considerados doentes mentais e que tenham cometido atos criminosos, pequenos ou graves delitos.

O rápido desenvolvimento da Psicologia Criminal sucedeu-se quando o FBI abriu na sua academia uma unidade de análise comportamental em Quântico, na Virginia.

Entre as pessoas mais notáveis que criticaram o modo como a psicologia e psiquiatria tratam o crime, destaca-se o filósofo francês Michel Foucault que defendeu que a prisão criou e perpetuou uma classe de profissionais criminosos.

Ilustração 1 - James A. Brussel

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Trabalho do Psicólogo Criminal

Os psicólogos criminais exercem várias funções tais como:

•Apoiar outros técnicos na selecção e formação de pessoal da polícia e guardas prisionais de modo a facilitar as interacções com os reclusos;

•Acompanhamento de reclusos em situações de liberdade condicional e, quando libertados, no processo de inserção na vida activa;

•Avaliar não só o comportamento dos reclusos como também a forma como são tratados nos respectivos estabelecimentos prisionais, e as situações de stress dos polícias e dos guardas prisionais;

•Diagnosticar as causas das perturbações mentais apresentadas por alguns reclusos ;

•Dar atenção a depoimentos baseados em falsas memórias;

• Traçam perfis psicológicos com o intuito de ajudar a policia a captar os criminosos.

•Muitas vezes testemunham em tribunal como especialistas, o que ajuda a traçar caminhos e penas;

•Prestam ainda serviço de apoio às vitimas de violência, seja doméstica, sexual, etc;

Posto tudo isto, existem algumas características que devemos ter em conta num investigador criminal, sendo elas:•a isenção;•a observação;•a neutralidade, e portanto, inibição de algumas opiniões pessoais;•honestidade;•bom senso;•humildade;•espírito crítico;

Ilustração 2 - Psicólogo Criminal

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•perspicácia.

A cientificidade da psicologia

A criminologia está divida em dois ramos

•Criminologia Clínica (bioantropológica) - esta utiliza-se do método individual, (particular, análise de casos, biológico), que envolve a indução.

•Criminologia Geral (sociológica), esta utiliza-se do método estatístico (de grupo, estatístico, sociológico, histórico) que enfatiza o procedimento de dedução.

Motivação para o crimeComo referimos anteriormente existem vários motivos para a realização do crime, e estes podem ser analisados de uma forma individual. No entanto existem sempre, ou frequentemente, padrões de crime comuns (criminologia geral).

Existem duas teorias distintas que explicam o que leva um criminoso a realizar um determinado crime:

Teoria sociocultural (Robert Meton)

Com esta teoria, a motivação para a prática de um crime tem origem em fatores externos ao indivíduo, ou seja, não depende de ele próprio.

Diz respeito a práticas criminosas, em especial contra a pátria, são consequência de uma contradição entre os objetivos pessoais, e os objetivos implementados pela sociedade. Desta forma o individuo acaba por se sentir frustrado, e que resulta na concretização de atos pouco aceitáveis.

É frequente acontecer em pessoas com pouca escolaridade, com dificuldade em arranjar emprego e portanto, com poucas oportunidades para exercer uma vida saudável e com

Ilustração 3 - Robert Meton

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qualidade, não respeitando desta forma os padrões elevados que a sociedade impõe.

Assim, a pressão social é o principal fator para a realização dos crimes.

Contudo, segundo Walter Miller, nem sempre o delito é aceite por quem o pratica visto que não estava nos seus planos fazê-lo, ou seja, fê-lo sem intenção.

Podemos distinguir os crimes em dois factores:

Primários SecundáriosTem origem nas relações primárias, que são elas a família, e poderão determinar o caráter do individuo e os seus comportamentos anti-sociais.

Estão intimamente ligados com as companhias, os tipos de ocupação, entre outros.

Critica : a aplicação desta teoria não explica o porquê de dois indivíduos apesar de terem a mesma educação ou outro fator determinante na sua vida, terem comportamentos divergentes.

Teoria da Escolha Racional

Porque é que o indivíduo, podendo escolher conscientemente manter-se na legalidade, escolhe em plena consciência cometer o delito

criminoso?

Temos que analisar as alternativas, sendo cada uma a representação de uma ou vários consequências, e de uma ou várias vantagens, que irão variar consoante as inclinações pessoais do individuo.

Então, o que é uma escolha racional?

Uma escolha raramente é, na sua totalidade, racional. É através das estruturas subconscientes que se regem os nossos sentimentos, que nos vai atrair para uma racionalidade limitada. Isto condiciona as nossas decisões.

Os indivíduos que se incluem nesta teoria demonstram sinais de uma grande ignorância

Ilustração 4 - Escolha Racional

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em relação à realidade e às consequências futuras, daí ser frequente ouvirmos relatos de suicídios após a prática do crime.

Danos e os benefícios na mente do individuo:

Aspetos positivos sensação de poder, dominação, aventura, adrenalina (muito falada pelos criminosos), etc;

Aspetos negativos perda da posse de bens materiais, dinheiro, amigos, família, etc.

As doenças

A psicose é uma das principais doenças incluídas nesta teoria:

• São psicologicamente incompreensíveis (segundo Jaspers);

• Apresentam vivências bizarras, como delírios, alucinações, alterações da consciência do eu;

• Este tipo de psicoses não afeta a memória nem o nível de consciência. Caso isto aconteça é devido a outras alterações psíquicas, bem como a substâncias psico-ativas.

Nestes casos os indivíduos perdem a percepção da realidade, acabando por formar uma realidade individual e deixada, de certa forma, à sua livre e espontânea interpretação. Com isto o indivíduo pode ser induzido por si próprio a comportamentos desviantes e criminosos.

Sintomas da psicose: Alucinações ou delírios, forte desorganização psíquica (pensamento desorganizado e/ou paranóia), muita inquietude psicomotora, sensações de angústia intensa e opressão, e insónias.

Ilustração 5 - Karl Theodor Jaspers (1883 - 1969) foi um filósofo e psiquiatra alemão. O pensamento de Jaspers foi influenciado pelo seu conhecimento em psicopatologia. Autor do livro de dois volumes: "Psicopatologia Geral", grande marco em sua carreira e na evolução da psicopatologia.

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Ordem dos AssassinosAlém das teorias existem outras motivações que levam à prática criminosa.

Um dos exemplos dentro da ordem dos assassinos é esta seita criada no século XI por Hassan ibn Sabbah, com o objectivo de difundir uma corrente nova do islamismo, com um ideário religioso.

Andavam uniformizados com trajes brancos com um cordão vermelho, mas dentro da sociedade andavam à ‘’paisana’’ ao receberem a sua missão, misturando-se com os mendigos das cidades, como os da Síria, da Mesopotâmia, do Egipto e da Palestina.

Esta seita acabou por se expandir ao mundo cristão, e faziam parte dela cerca de 60 mil membros. Até hoje as suas práticas são conhecidas e ainda aplicadas, exemplo disso é o suicídio como demonstração da fé.

Assassinos em Série

• Tipo de criminoso que apresenta um perfil psicopatológico que comete e repete os crimes.

•São indivíduos bastante meticulosos, e normalmente seguem um modus operandi onde é frequente deixarem assinatura.

É nos Estados Unidos onde existem mais casos de serial killers e curiosamente, mesmo detendo

Ilustração 6 - Hassan ibn Sabbah

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apenas 5%da população mundial, 85% dos assassinos em série do mundo, pertencem-lhes (data desde 1980).

Aparentemente, o assassino em série, até talvez um pouco como a seita que falámos anteriormente, são indivíduos perfeitamente normais, camuflados, atraentes por vezes, bem sucedidos na vida e bastante ativos na sociedade.

Porém existem alguns comportamentos perturbantes que se podem verificar na infância de um assassino em série como urinar na cama, grande inclinação para provocar incêndios e demonstram crueldade em animais.

Uma das suas várias patologias já diagnosticadas estão diretamente ligadas ao libido, refletindo bastantes vezes tendências sádicas. Curiosamente, a maioria apresentam o Complexo de Édipo, apresentado por Freud, pois existe uma grande afeição à imagem da mãe.

Tipos de Serial Killer

Organizados Desorganizados