psicodiagnóstico infantil

42
PSICODIAGNÓSTICO INFANTIL Psicólogo\Psicanalista Jorge Luiz Nascimento

Upload: jorge-bombeiro

Post on 23-Jan-2017

167 views

Category:

Education


1 download

TRANSCRIPT

PSICODIAGNSTICO INFANTIL

PSICODIAGNSTICO INFANTILPsiclogo\Psicanalista Jorge Luiz Nascimento

PSICODIAGNSTICO: CONCEITO uma compreenso Globalizada (aspectos psquicos, fisiolgicos, sociais e cognitivos) do que se passa com a criana(incluindo sua famlia e s vezes outros contextos aos quais pertence) a fim de proporcionar -lhe(s) o encaminhamento que melhor atenda s suas necessidades.

Conhecimentos ImportantesDesenvolvimento infantil - Fases do desenvolvimentoDesenvolvimento cognitivo- EscolaridadePsicopatologia- Transtornos do sono (terrores noturnos, sonambulismo, insnia), Transtornos da aprendizagem, transtornos das habilidades motoras e transtornos da comunicao (linguagem), Transtorno do dficit de ateno-hiperatividade, Transtornos do Comportamento, Transtornos Globais do Desenvolvimento (Autismo Infantil), Outras formas de transtornos globais do desenvolvimento.Psicoses

Fases do Psicodiagnstico 1. Contato inicial e primeiras entrevistas, visam identificar o motivo da consulta (queixa), bem como ansiedades, defesas, expectativas... 2. Levantamento das hipteses iniciais 3. Planejamento da avaliao, seleo dos instrumentos diagnsticos e aplicao (Entrevista clnica: principal recurso do analista, observao clnica, investigao clnica da personalidade - Observao ldica ou hora de jogo - Procedimento de desenhos e estrias. 4. Anlise e integrao dos dados levantados 5. Comunicao de resultados, orientao sobre o caso e encerramento do processo.

Primeira EntrevistaNesta entrevista devem estar presentes: A Criana e os Pais (pai e me, me e me, pai e pai).Entrevista semi-dirigida: busca-se entender o motivo da consulta (queixa), ansiedades , expectativas, observar o comportamento dos pais e da criana. Bem como buscar elementos para esclarecer o mesmo.Oferecer a criana papel, lpis, borracha e lpis coloridos.Ao final da entrevista explicar o processo psicodiagnstico (fases do processo e fazer o enquadramento).

ENQUADRAMENTODefine papis, obrigaes, direitos e responsabilidades mtuas . Contrato de trabalho: Horrio e dias das sesses, valor do processo. comprometimento de ambas as partes de cumprir certas obrigaes formais (faltas, reposio, etc). Permite perceber aspectos latentes da conduta do entrevistado, dificuldades de compreender e / ou respeitar o enquadramento.

Formulao das perguntas bsicas ou hipteses:Formulao das perguntas bsicas ou hipteses: Psicodiagnstico parte de perguntas especficas onde as respostas provveis HIPTESES que sero confirmadas ou no.Perguntas: LEIGO: Ser que A no aprende por um problema psicolgico? PSICANALISTA: Ser que A apresenta uma limitao intelectual? Ser que A no aprende por interferncia de problemas emocionais? Ser que A possui alguma psicopatologia ou doena somtica?

Segunda Sesso: sesso livre como meio de ObservaoNesta sesso a criana atendida sozinha. de grande importncia para o analista a observao livre da criana num setting mais controlado e longe dos olhos dos pais.Neste primeiro contato sozinho com a criana, a mesma deve ficar livre para determinar a direo da sesso, realizando o que bem entender; poder brincar, desenhar ou conversar. -Obs: caso o analista achar necessrio, poder realizar mais de uma sesso livre.

Terceira sesso: Entrevista de anamneseEsta entrevista realizada com os pais e a criana. Como na primeira sesso, oferecer criana brinquedos e /ou papel para desenhar.O propsito desta sesso levantar os principais dados do desenvolvimento fsico, emocional e social da criana, assim como traar um perfil da dinmica familiar. Esse momento poder se desdobrar em mais de uma entrevista, conforme a necessidade de complementao das informaes ( tempo insuficiente, entrevistar mais um membro da famlia,etc.)

continuaFica implcito que, a partir de Freud, a realidade de tais informaes estar sempre sob suspeita. Os atos falhos, as lacunas de memria, as lembranas encobertas. Algumas das omisses, feitas pelos pais durante a anamnese, so inconscientes. Outras so intencionais, pois os pais se preocupam com sua imagem diante do analista. Cabe ao analista buscar um ambiente de confiana e livre de qualquer idia pr concebida.OBS: o analista vai se interessar pelos dados que puderem esclarecer como transcorreu a vida psquica e emocional da criana durante o desenvolvimento das fases oral, anal e flica, e como ela vivenciou as intensas emoes do dipo.

Contato com outros profissionaisDependendo da problemtica apresentada pela criana se faz necessrio que o analista busque maiores esclarecimentos com outro profissionais, por isso torna-se necessrio a realizao de contatos externos: no colgio (orientador educacional), com mdicos (pediatra, neurologista), com fonoaudilogo e etc.Neste caso o analista ir avaliar qual a melhor forma de obter as informaes necessria. Podendo fazer contato telefnico, pessoalmente ou solicitar um relatrio.

Quarta sesso Hora do jogo diagnsticaNesta sesso o analista ir utilizar tcnicas que venham auxili-lo numa melhor compreenso das suas hipteses iniciais. Tcnicas expressivas: configuram situaes onde a criana poder ficar inteiramente livre, tanto do ponto de vista de instrues, quanto do material a ser utilizado por ela.Tcnicas projetivas: onde a resposta livre, mas o material definido e padronizado. Ex: Sugerir brinquedos, brincadeiras,utilizar a tcnica do desenho infantil (desenho livre) ou sugerir desenhos especficos ( casa, famlia, pai, me, irmos, etc).

Quinta Sesso Continuao da sesso anteriorImportante que realize mais uma ou duas sesses de jogo diagnstica, para que sinta-se seguro ao final do processo psicodiagnstico.

RECOMENDAO Em relao aos desenhos , vale a pena lembrar uma recomendao de Koppitz (1968).Sempre devemos considerar o desenho total assim como a combinao de vrios signos e indicadores,os quais devero ainda serem analisados levando em considerao a idade da criana, sua maturao, seu status emocional, social e a sua cultura, devendo finalmente ser avaliado juntamente com os demais instrumentos usados na avaliao.

Sexta Sesso Entrevista de DevoluoNesta sesso reuni-se os pais e a criana (deixar a criana livre).Explicar que todas as informaes que forem exposta sero sigilosas e que falam de um momento especfico da criana. Explicar ainda que importante que entendam tudo que ser exposto (no ter dvidas, perguntar). E que importante que sigam todas as recomendaes.Explicar qual foi a concluso final ou seja, o que se passa com a criana (causas de seu comportamento)Fazer os encaminhamentos necessrios.

ENCAMINHAMENTOS Os encaminhamentos dependero da concluso do analista:Se tratando de dificuldade na rea emocional, indicar atendimento psicanaltico.Se tratando de dificuldade na rea escolar, indicar atendimento psicopedaggico.Se tratando de problema neurolgico , indicar atendimento com neurologista.Etc......OBS: algumas vezes se faz necessrio o acompanhamento de mais de um profissional.

RECOMENDAES GERAISO Processo Psicodiagnstico tem um tempo determinado: deve durar de 6 8 sesses.O processo deve ser explicado detalhadamente para os pais, ficando claro que no se trata ainda de uma anlise.Quando os pais forem separados respeitar o desejo de serem atendidos separadamente. Embora deve ser explicado a importncia do atendimento juntos. importante a criana estar presente em todas as sesses (j que o processo diz respeito a mesma), mas em casos excepcionais atender apenas os pais.

ANEXO 1 Materiais empregados: mesa baixa bonecos representando adultos e crianas caminhes carros trens animais panelinhas - papel lpis tesoura - pratinhos -colheres lpis de cor giz de cera cola massa de modelar barbante palitos de sorvete, etc.Dependendo da orientao do analista os brinquedos sero guardados em armrios ou utilizar a caixa individual para cada criana (desperta segurana e sigilo).

ANEXO 2 (MODELO DA PRIMEIRA ENTREVISTA)

MODELO DE ANAMNENSE

MODELO DE AVALIAO ESCOLAR

LAUDOO laudo uma apresentao descritiva acerca de situaes e/ou condies emocionais e suas determinaes histricas, sociais, polticas, e culturais, pesquisadas no processo de avaliao . Como todo documento, deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados, a luz de um instrumento tcnico (entrevistas, dinmicas, testes psicolgicos, observaes, exame psquico, interveno verbal), consubstanciado em referencial tcnico-filosfico e cientfico adotado pelo profissional.

Finalidade do LaudoA finalidade do laudo ser a de apresentar os procedimentos e concluses gerados pela avaliao, relatando sobre o encaminhamento, as intervenes, o diagnstico, o prognstico, e evoluo do caso, orientao e sugesto de projeto teraputico, bem como, caso necessrio, solicitao de acompanhamento psicanaltico, limitando-se a fornecer somente as informaes necessrias relacionadas demanda, solicitao ou petio.

Estrutura do LaudoO laudo uma pea de natureza e valor cientfico, devendo conter narrativa detalhada e didtica, com clareza, preciso e harmonia, tornando-se acessvel e compreensvel ao destinatrio. Os termos tcnicos devem portanto, estar acompanhado e/ou conceituao retiradas dos fundamentos terico-filosficos que os sustentam.

O laudo deve conter, no mnimo 5 (cinco) itens: identificao, descrio da demanda, procedimentos, anlise e concluso. 1- Identificao2- Descrio da demanda3- Procedimento4- Anlise5- Concluso

1- IDENTIFICAO a parte superior do primeiro tpico.O autor /relator quem elaboraO interessado quem solicitaO assunto/finalidade qual a razo/finalidade

2- DESCRIO DA DEMANDAEsta parte destinada narrao das informaes referentes problemtica apresentada e dos motivos, razes e expectativas que produziram o pedido. Justificar o procedimento adotado.

PROCEDIMENTOS 3- PROCEDIMENTOSA descrio dos procedimentos, apresentar os recursos e instrumentos tcnicos utilizados para coletar as informaes (nmero de encontros, pessoas ouvidas, etc) luz do referencial tcnico filosfico que embasa. O PROCEDIMENTO ADOTADO DEVE SER PERTINENTE PARA AVALIAR A COMPLEXIDADE DO QUE EST SENDO DEMANDADO

ANLISE 4- ANLISE a parte do documento na qual o profissional faz uma exposio descritiva de forma objetiva e fiel dos dados colhidos e da situao vividas relacionados demanda em sua complexidade.Nessa exposio, deve-se respeitar a fundamentao terica que sustenta o instrumental tcnico utilizado, bem como princpios ticos e as questes relativas ao sigilo das informaes. SOMENTE DEVE SER RELATADO O QUE FOR NECESSRIO PARA O ESCLARECIMENTO DO ENCAMINHAMENTO.

CONCLUSO 5- CONCLUSONa concluso do documento, o profissional vai expor o resultado e/ou consideraes a respeito de sua investigao a partir das referncias que subsidiaram o trabalho.Aps a narrao conclusiva, o documento deve ser encerrado, com indicao do local, data de emisso e assinatura do profissional e o nmero de seu regisstro.

MODELO DE LAUDOIdentificao:Psicanalista: J.L.S. NSolicitante: Servio de Orientao Pedaggica do Colgio EsplendorPsicodiagnstico de J.P.M.

Descrio da demanda: Criana de 07 anos de idade encaminhada pelo Servio de Orientao Pedaggica do Colgio Esplendor, por apresentar dificuldade de expresso e compreenso. Apresentando ainda dificuldade no relacionamento com colegas e professores.

Procedimentos: Para a presente avaliao foram realizados um total de 08 (seis) encontros, sendo distribudos em 02 entrevistas com a me da criana, 01 entrevista de anamenese, 02 sesses livre com a criana e 02 sesses onde utilizou-se a tcnica da hora do jogo diagnstica. E 01 sesso de devoluo.

Anlise: Criana compareceu regularmente aos atendimentos e sua me mostrou-se cooperativa e sempre pronta a atender as solicitaes do analista. Podemos observar um bom vnculo me e filha e que este se mostra de maneira saudvel. A me busca atender as necessidades afetivas e cognitivas da criana, colocando os limites necessrios para o seu desenvolvimento emocional. Fica clara a atuao predominantemente da figura materna na educao da criana e que a figura paterna aparece com menos destaque na vida cotidiana da mesma, embora este aparea com freqncia em seu discurso. J. Apresenta por vezes um certo prejuzo na organizao do pensamento, com tudo pode se perceber boa capacidade de abstrao, e boa memria visual e auditiva. Sua inteligncia mostra-se dentro do esperado para sua faixa etria. Consegue resolver problemas dos mais simples aos mais complexos, relacionando por vezes inadequadamente idia e pensamento. Em algumas situaes pode-se observar que a criana apresenta um comportamento regredido, principalmente quando se utiliza a fantasia.

Acredita-se que este comportamento se justifica pelo longo tempo em que J. conviveu com crianas de uma faixa etria inferior a sua, j que at os seis anos de idade freqentou uma creche de pequeno porte prxima a sua residncia e hoje se encontra ainda em processo de adaptao a sua nova realidade.

Concluso: Pode-se concluir que J. P. M. encontre-se ainda em fase de adaptao, uma vez que iniciamos o segundo semestre letivo recentemente. Acredita-se que o suporte psicoteraputico poder contribuir de maneira significativa para minimizar as dificuldades apresentadas pela criana, facilitando sua adaptao aos novos desafios impostos pela sua atual realidade. Possibilitando assim que a mesma possa conviver de maneira adequada com colegas e professores e possa responder as expectativas de pais e professores.