ps bodasfigaro protegido

85
7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 1/85 Le nozze di Figaro Wolfgang Amadeus Mozart    L   e   n   o   z   z   e    d    i    F    i   g   a   r   o    T   e   m   p   o   r   a    d   a    L    í   r    i   c   a    2    0    0    9   -    1    0

Upload: deborasydow

Post on 02-Mar-2016

125 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 1/85

Le nozze di FigaroWolfgang Amadeus Mozart

   L  e  n  o  z  z  e   d   i   F   i  g  a  r  o

   T  e  m  p  o  r  a   d  a   L   í  r   i  c  a   2   0   0   9  -   1   0

Page 2: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 2/85

Page 3: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 3/85

LE NOZZE DI FIGAROWolfgang Amadeus Mozart

2010

Teatro Nacional de São Carlos

Sábado, 24 Abril, 20:00hSegunda-feira, 26 Abril, 20:00hQuarta-feira, 28 Abril, 20:00hSexta-feira, 30 Abril, 20:00hDomingo, 2 Maio, 16:00hTerça-feira, 4 Maio, 20:00hQuinta-feira, 6 Maio, 20:00h

Sábado, 8 Maio, 16:00h [Tarde Família]

Haverá um intervalo com cerca de30 minutos após o Acto II.

Page 4: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 4/85

Page 5: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 5/85

5Le nozze di Figaro

Índice

Ficha Artística 6

Le nozze di Figaro in brevepor João Pedro Cachopo 10

Argumento 26

Libreto 48

Dramaturgo, poeta e compositor por David Cranmer 131

Biografias 146

Ficha Técnica 156

Página 1: Wolfgang Amadeus Mozart retratadopor Christian Ludwig Vogel

Page 6: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 6/85

7Le nozze di Figaro

Le Nozze di Figaro[As bodas de Figaro]Wolfgang Amadeus Mozart

Opera buffa em quatro actos (KV 492)Libreto de Lorenzo Da Ponte segundo a peça La folle journée ou Le mariage de Figaro de Pierre-Augustin CaronBeaumarchais (1784, Paris)

Alkor Edition Kassel GmbH

Estreia absolutaBurgtheater de Viena, a 1 de Maio de 1786

Estreia em PortugalTeatro Nacional de São Carlos, a 21 de Maio de 1945

Coro do Teatro Nacional de São CarlosMaestro Titular Kosta Popovic

Orquestra Sinfónica PortuguesaMaestro Titular Julia Jones

Co-produção [Nova Produção]Theater ErfurtTeatro Nacional de São Carlos

6

Direcção musicalJulia JonesMoritz Gnann [4. Maio]

EncenaçãoGuy Montavon

Cenografia e figurinosHank Irwin Kittel

Desenho de luzTorsten Bante

Personagens e intérpretes

Conde AlmavivaMarco Vinco

Condessa Almaviva (Rosina)Jessica Muirhead

Susanna, sua aia e noiva de FigaroJoana Seara

Figaro, criado do CondeLeandro Fischetti

Cherubino, pajem do CondeKristina WahlinLuisa Francesconi [28. 30. Abril]

Marcellina, governanta de Dr. BartoloMaria Luísa de Freitas

Dr. Bartolo, um médico de SevilhaDonato Di Stefano

Don Basilio, mestre de músicaMário João Alves

Dom Curzio, magistradoMarco Alves dos Santos

Barbarina, filha de AntonioAna Franco

Antonio, o jardineiro, tio de SusannaJoão de Oliveira

Duas DonzelasAna CosmeNatália de Carvalho Brito

Page 7: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 7/85

8

Assistente do Director Musical

Moritz Gnann

Assistente de encenação

Eva-Maria Abelein

Assistente do Figurinista

Rita Pereira

Director Musical de Cena

João Paulo Santos

Maestros co-repetidores

Nuno Margarido LopesJoana David

Cenário, Adereços e Guarda-roupa

Theater Erfurt

Calçado e Cabeleiras

Teatro Nacional de São Carlos

Caracterização

Fátima Sousa

Leandro Fischetti (Figaro(fotografia de ensaio)

Page 8: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 8/85

11Le nozze di Figaro10

Le nozze di Figaro de relance

AberturaActo I

Cenas 1-2N.º 1 – Duettino (Figaro, Susanna) – Cinque... dieci...Recitativo (Susanna) – Cosa stai misurando...N.º 2 –  Duettino (Susanna, Figaro) – Se a caso madama…Recitativo (Susanna, Figaro) – Or bene; ascolta e taci!N.º 3 – Cavatina (Figaro) – Se vuol ballare signor Contino

Cena 3

Recitativo (Bartolo, Marcellina) – Ed aspettaste il giorno fissato…N.º 4 – Ária (Bartolo) – La vendetta, oh, la vendetta!

Cena 4Recitativo (Marcellina, Susanna) – Tutto ancor non ho persoN.º 5 –  Duettino (Susanna, Marcellina) – Via resti servita, madama brilante

Cena 5Recitativo (Susanna, Cherubino) – Và la vecchia pedanteN.º 6 – Ária (Cherubino) – Non so più, cosa son…

Cenas 6-7Recitativo (Cherubino, Susanna, Conde, Basilio) – Ah, son perduto!N.º 7 – Terceto (Susanna, Basilio, Conde) – Cosa sento!…Recitativo (Conde, Susanna, Cherubino, Figaro) – Basilio, in traccia tosto di Figaro volate

Cena 8

N.º 8 – Coro – Giovani liete, fiori spargeteRecitativo (Conde, Figaro, Susanna) – Cos’è questa commedia?N.º 9 – Coro – Giovani liete, fiori spargeteRecitativo (Figaro, Susanna, Basilio, Cherubino, Conde) – Evviva!N.º 10 – Ária (Figaro) – Non più andrai…

Acto II

Cena 1N.º 11 – Cavatina (Condessa) – Porgi amor qualche ristoroRecitativo (Condessa, Susanna, Figaro) – Vieni, cara Susanna

Cena 2Recitativo (Condessa, Susanna, Cherubino) – Quanto duolmi…N.º 12 –  Arietta (Cherubino) – Voi che sapete…Recitativo (Condessa, Susanna, Cherubino) – Bravo! Che bella voce!N.º 13 – Ária (Susanna) – Venite, inginocchiateviRecitativo (Condessa, Susanna, Cherubino, [Conde])

 – Quante buffonerie!Cena 3Recitativo (Conde, Condessa) – Che novità?N.º 14 – Terceto (Susanna, Condessa, Conde) – Susanna or via sortiteRecitativo (Conde, Condessa) – Dunque voi non aprite?

Cena 4N.º 15 – Duettino (Susanna, Cherubino) – Aprite presto, apriteRecitativo (Susanna) – Oh guarda il demonietto!

Cena 5Recitativo (Conde, Condessa) – Tutto è come il lasciai

Cenas 6-11N.º 16  – Finale (Susanna, Condessa, Marcellina, BasilioConde, Antonio, Bartolo, Figaro) – Esci omai, garzon malnato

Acto III

Cenas 1-3Recitativo (Conde, Condessa, Susanna) – Che imbarazzo è mai questo!N.º 17 – Duettino (Susanna, Conde) – Crudel! Perchè finoraRecitativo (Conde, Susanna, Figaro) – E perchè fosti meco stamattina…

Ao longo dos seus quatro actos, entre equívocos,disfarces e desencontros, o ambiente é pré-nupcial.Isto marca o tom, anima o ritmo, garante o espírito daópera de Mozart. O Conde Almaviva, para quemFigaro e Susanna trabalham, porém, não considera onoivado entre ambos um obstáculo à sua intenção deseduzir Susanna. Pelo meio, esta e a Condessaconcebem um plano para desmascarar o Conde:Susanna escreverá um bilhete ao Conde em que lhepropõe um encontro secreto entre ambos. A ideia éque nesse encontro compareça Cherubino (o pajemadolescente do Conde), disfarçado de mulher, e nãoSusanna. Já no Acto IV, no meio da confusão que seinstala, Figaro equivoca-se e julga-se traído. Por fim,no entanto, tudo se clarifica e o Conde, no seio deuma comunidade, perante a qual é constrangido amanter as aparências, não tem outra alternativasenão a de saudar os noivos.

O aspecto político da trama prende-se, amiúde, com adissimulação a que recorrem Susanna e Figaro pararesistir à acção arbitrária do Conde. No entanto, o queestá em causa numa tal dissimulação – e istotranscende os constrangimentos meramente estilís-ticos do género buffo – não é a mesquinhez a que faltaa coragem da franqueza, mas um desequilíbrio inicialde forças que torna a astúcia inevitável. A música,essa, é inteligente a cada instante: a mais anódinainterjeição adquire na linguagem musical de Mozartuma eloquência expressiva que a transcende. Semqualquer cedência a uma lógica representativa, cadanota composta significa e nenhuma está a mais.

O quadro contrastante – que, de tão belo, chega a serperturbador – com que se inicia a ópera, em que amúsica mais aérea, esvoaçante, acompanha asmanobras terrenas de Figaro, tirando medidas aoquarto, é, desde o início, o signo de muitaspromessas. Note-se esta: a de que a fronteira entreas tarefas da vida e o comprazimento na arte é móvel.A mais bela das óperas revolta-se contra o elitismodos que vêem no universo da ópera o seu feudo.Nenhuma arte é de jure de apenas alguns. Nem a quehistoricamente serviu de facto tão poucos.

João Pedro Cachopo

Le nozze di Figaro in breve

O compositorWolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) quasedispensa apresentações. Com Haydn e Beethoven,forma a tríade do chamado Classicismo Vienense,constituindo uma espécie de mediação entre os seusdois pólos. Um intervalo fértil, embora curto. Comefeito, durante os trinta e cinco anos que viveu,Mozart foi um compositor tão cosmopolita comoprolífico, tendo desenvolvido a sua actividade emvários centros musicais da Europa, de Inglaterra àItália, passando por França, pela Áustria e pelaAlemanha, dando azo à sua criatividade empraticamente todos os géneros, destacando-se emtodos eles pela excelência, mesmo quando o tempo

de que dispunha era escasso.As óperas que compôs representam um ideal quemuitos dos compositores que o precederam nestecampo procuraram concretizar: a de uma sínteseentre drama e música que não cede emcomplexidade, nem parece forçada. Óperas comoLe nozze di Figaro, Don Giovanni ou Die Zauberflöteprovam-no sem cessar.

De um ponto de vista estético não estritamentemusical, a sua obra conjuga espontaneidade, leveza,melancolia e ânimo... Não é fácil escrever sobre aobra de Mozart, tanto, pelo menos, quanto éirresistível ser-se tocado por ela.

A obraComposta em cerca de seis semanas, Le nozze diFigaro estreou no Burgtheater de Viena a 1 de Maio de1786. A ópera assinala o início de uma colaboraçãofecunda entre Mozart e Lorenzo Da Ponte – destaserão também frutos Don Giovanni e Così fan tutte. Noque toca ao libreto das Bodas, dois méritos sãoatribuíveis a Da Ponte. Em primeiro lugar, o de teratenuado o carácter politicamente explosivo do drama

original de Beaumarchais, viabilizando assim aprodução da ópera no teatro imperial. Em segundolugar, o facto de ter redigido um libreto permeável àinvenção de Mozart que pôde assim transgredir asfronteiras rígidas entre árias, números de conjunto erecitativos.

Page 9: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 9/85

13Le nozze di Figaro12

Le nozze di Figaro no São Carlos

Ao contrário de Don Giovanni, cuja primeira produçãoteve lugar em 1839, Le nozze di Figaro estreou noTeatro Nacional de São Carlos somente em meadosdo século XX, a 21 de Maio de 1945. Desde então, apresença do primeiro fruto da colaboração entreMozart e Da Ponte foi relativamente regular no palcodo TNSC, tendo o número de produções ultrapassadoa dezena, ao longo da segunda metade do século XX.

Cena 4N.º 18 – Recitativo e Ária (Conde) – Hai già vinta la causa!Ária – Vedrò, mentre io sospiro

Cena 5Recitativo (Dom Curzio, Marcellina, Figaro, Conde,Bartolo) – È decisa la liteN.º 19 – Sexteto (Susanna, Marcellina, Dom Curzio,Conde, Bartolo, Figaro) – Riconosci in questo amplesso

Cena 6Recitativo (Marcellina, Bartolo, Susanna, Figaro) – Eccovi, o caro amico

Cena 7Recitativo (Barbarina, Cherubino) – Andiam, andiam

Cena 8N.º 20 – Recitativo e Ária (Condessa) – E Susanna non vien!Ária – Dove sono i bei momenti

Cena 9Recitativo (Antonio, Conde) – Io vi dico, signor 

Cena 10Recitativo (Condessa, Susanna) – Cosa mi narri?N.º 21 – Duettino (Susanna, Condessa) – Che soave zeffirettoRecitativo (Susanna, Condessa) – Piegato è il foglio

Cenas 11-14N.º 22 – Coro – Ricevete, o padroncinaRecitativo (Barbarina, Condessa, Susanna, Antonio,

Conde, Cherubino, Figaro) – Queste sono, madamaN.º 23 –  Finale (Susanna, Condessa, Conde, Figaro, Coro,[duas donzelas]) – Ecco la marcia, andiamo!

Acto IV

Cena 1N.º 24 – Cavatina (Barbarina) – L’ho perduta, me meschina!

Cenas 2-3Recitativo (Figaro, Barbarina, Marcellina) – Barbarina, cos’hai?

Cena 4Recitativo (Marcellina) – Presto avvertiam Susanna.[N.º 25 – Ária (Marcellina) – Il capro e la capretta]

[Cena 5Recitativo (Barbarina, Figaro, Basilio, Bartolo)

 – Nel padiglione a manca]

[Cena 6 – È Barbarina!]

Cena 7N.º 26 – Ária (Basilio) – In quegl’anni, in cui val poco

Cena 8N.º 27 – Recitativo e Ária (Figaro) – Tutto è dispostoÁria – Aprite un po’ quegl’occhi

Cenas 9-10Recitativo (Susanna, Marcellina, Condessa, Figaro) – Signora, ella mi disse.N.º 28 – Recitativo e Ária (Susanna) – Giunse alfin il momentoÁria – Deh vieni, non tardar 

Cenas 11-14 e Última CenaRecitativo (Figaro, Cherubino, Condessa) – Perfida! E in quella forma…

N.º 29  – Finale (Susanna, Condessa, Barbarina,Cherubino, Marcellina, Basilio, Conde, Antonio,Figaro) – Pian, pianin, le andrò più presso

O texto assinalado entre parêntesis rectos correspondea cortes efectuados para esta produção

Page 10: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 10/85

15Le nozze di Figaro14

Le nozze di Figaro de relance

AperturaActo I

Escena 1-2N.º 1 –  Duettino (Figaro, Susanna) – Cinque... dieci...Recitativo (Susanna) – Cosa stai misurando...N.º 2 –  Duettino (Susanna, Figaro) – Se a caso madama…Recitativo (Susanna, Figaro) – Or bene; ascolta e taci!N.º 3 – Cavatina (Figaro) – Se vuol ballare signor Contino

Escena 3Recitativo

(Bartolo, Marcellina) – Ed aspettaste il giorno fissato…N.º 4 – Aria (Bartolo) – La vendetta, oh, la vendetta!

Escena 4Recitativo (Marcellina, Susanna) – Tutto ancor non ho persoN.º 5 –  Duettino (Susanna, Marcellina) – Via resti servita, madama brilante

Escena 5Recitativo (Susanna, Cherubino) – Và la vecchia pedanteN.º 6 – Aria (Cherubino) – Non so più, cosa son…

Escenas 6-7Recitativo (Cherubino, Susanna, Conde, Basilio) – Ah, son perduto!N.º 7 – Terceto (Susanna, Basilio, Conde) – Cosa sento!…Recitativo (Conde, Susanna, Cherubino, Figaro) – Basilio, in traccia tosto di Figaro volate

Escena 8

N.º 8 – Coro – Giovani liete, fiori spargeteRecitativo (Conde, Figaro, Susanna) – Cos’è questa commedia?N.º 9 – Coro – Giovani liete, fiori spargeteRecitativo (Figaro, Susanna, Basilio, Cherubino, Conde) – Evviva!N.º 10 – Aria (Figaro) – Non più andrai…

Acto II

Escena 1N.º 11 – Cavatina (Condessa) – Porgi amor qualche ristoroRecitativo (Condessa, Susanna, Figaro) – Vieni, cara Susanna

Escena 2Recitativo (Condessa, Susanna, Cherubino) – Quanto duolmi…N.º 12 –  Arietta (Cherubino) – Voi che sapete…Recitativo (Condessa, Susanna, Cherubino) – Bravo! Che bella voce!N.º 13 – Aria (Susanna) – Venite, inginocchiateviRecitativo (Condessa, Susanna, Cherubino, [Conde])

 – Quante buffonerie!Escena 3Recitativo (Conde, Condessa) – Che novità?N.º 14 – Terceto (Susanna, Condessa, Conde) – Susanna or via sortiteRecitativo (Conde, Condessa) – Dunque voi non aprite?

Escena 4N.º 15  – Duettino (Susanna, Cherubino) – Aprite presto, apriteRecitativo (Susanna) – Oh guarda il demonietto!

Escena 5Recitativo (Conde, Condessa) – Tutto è come il lasciai

Escenas 6-11N.º 16  – Finale (Susanna, Condessa, Marcellina, BasilioConde, Antonio, Bartolo, Figaro) – Esci omai, garzon malnato

Acto III

Escenas 1-3Recitativo (Conde, Condessa, Susanna) – Che imbarazzo è mai questo!N.º 17 – Duettino (Susanna, Conde) – Crudel! Perchè finoraRecitativo (Conde, Susanna, Figaro) – E perchè fosti meco stamattina…

Le nozze di Figaro in breve

El compositorWolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) casi nonecesita presentaciones. Con Haydn y Beethoven,forma la tríada del llamado Clasicismo Vienés,constituyendo una especie de mediación entre sus dospolos. Un intervalo fértil, aunque corto. De hecho,durante los treinta y cinco años que vivió, Mozart fueun compositor tan cosmopolita como prolífico,habiendo desarrollado su actividad en varios centrosmusicales de Europa, desde Inglaterra a Italia,pasando por Francia, por Austria y por Alemania,dando lugar a su creatividad en casi todos losgéneros, destacándose en todos por la excelencia,incluso cuando el tiempo de que disponía era escaso.

Las óperas que compuso representan un ideal que

muchos de los compositores que le precedieron eneste campo trataban de concretizar: la de unasíntesis entre drama y música que no cede encomplejidad, ni parece forzada. Esto es demostradoen todo momento por las óperas de Le nozze di Figaro[Las bodas de Fígaro], Don Giovanni o Die Zauberflöte[La Flauta Mágica].

Desde el punto de vista estético no estrictamentemusical, su obra combina espontaneidad, ligereza,melancolía y ánimo... No es fácil escribir sobre la obrade Mozart, y mucho menos resistir a emocionarsecon ella.

La obraCompuesta en unas seis semanas, Le nozze di Figarose estrenó en el Burgtheater de Viena el 1 de mayo de1786. La ópera marca el inicio de una fructíferacolaboración entre Mozart y Lorenzo Da Ponte –deésta serán también frutos Don Giovanni y Così fan tutte[Así hacen todas]. En cuanto al libreto de las Bodas,dos méritos se le atribuyen a Da Ponte. En primerlugar, lo de haber atenuado el carácter políticamenteexplosivo del drama original de Beaumarchais,permitiendo así la producción de la ópera en el Teatro

Imperial. En segundo lugar, el hecho de haber escritoun libreto permeable a la invención de Mozart quepuede así transgredir las fronteras rígidas entre Arias,números de conjunto y recitativos.

A lo largo de sus cuatro actos, entre malentendidos,disfraces y desencuentros, el ambiente es prenupcial.Esto marca el tono, anima el ritmo, garantiza elespíritu de la ópera de Mozart. El Conde Almaviva,para quien trabajan Figaro y Susanna, sin embargo,

no considera que el compromiso entre ambos sea unobstáculo a su intención de seducir a Susanna. Por elmedio, ésta y la condesa conciben un plan paradesenmascarar al conde: Susanna escribirá una notaal conde en que le propone un encuentro secreto entreambos. La idea es que en ese encuentro aparezcaCherubino (el paje adolescente del conde), disfrazadode mujer, y no Susanna. En el Acto IV, en medio de laconfusión que se establece, Figaro se equivoca y secree traicionado. Por último, sin embargo, todo seaclara y el conde, en el seno de una comunidad, antela cual es obligado a mantener las apariencias, notiene más remedio que dar la bienvenida a los novios.

El aspecto político de la trama se manifiesta, amenudo, con la disimulación que utilizan Susanna yFigaro para resistir a la acción arbitraria del conde.Sin embargo, lo que está en causa en tal disimulación –y esto transciende los límites meramente estilísticosdel género buffo – no es la mezquindad que carece enel coraje de la franqueza, sino un desequilibrio inicialde fuerzas que hace que la astucia sea inevitable. Lamúsica, esa, es inteligente a cada instante: la másinsignificante interjección adquiere en el lenguajemusical de Mozart una elocuencia expresiva que latransciende. Sin cualquier concesión a una lógicarepresentativa, cada nota compuesta significa yninguna está de más.

El ambiente contrastante –que, de tan bello, llega aser perturbador– con que se inicia la ópera, en que lamúsica más aérea, aleteante, acompaña lasmaniobras terrenales de Figaro, tomando medidas ala habitación, es, desde el inicio, el signo de muchaspromesas. Nótese ésta: la de que la frontera entre lastareas de la vida y la satisfacción en el arte esmovible. La más bella de las óperas se revuelta contrael elitismo de los que ven en el universo de la ópera asu feudo. Ningún arte es de jure de sólo algunos. Ni laque históricamente sirvió de hecho a tan pocos.

Page 11: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 11/85

El texto entre corchetes corresponde a los corte

efectuados para esta producció

17Le nozze di Figaro16

Le nozze di Figaro en São Carlos

A diferencia de Don Giovanni, cuya primera produccióntuvo lugar en 1839, Le nozze di Figaro se estrenó en elTeatro Nacional de São Carlos solamente a mediadosdel siglo XX, el 21 de mayo de 1945. Desde entonces,la presencia del primer fruto de la colaboración entreMozart y Da Ponte fue relativamente habitual en elescenario del TNSC, habiendo sobrepasado el númerode producciones la decena, a lo largo de la segundamitad del siglo XX.

Escena 4N.º 18 – Recitativo y Aria (Conde) – Hai già vinta la causa!Aria – Vedrò, mentre io sospiro

Escena 5Recitativo (Don Curzio, Marcellina, Figaro, Conde,Bartolo) – È decisa la liteN.º 19 – Sexteto (Susanna, Marcellina, Don Curzio,Conde, Bartolo, Figaro) – Riconosci in questo amplesso

Escena 6Recitativo (Marcellina, Bartolo, Susanna, Figaro) – Eccovi, o caro amico

Escena 7Recitativo (Barbarina, Cherubino) – Andiam, andiam

Escena 8N.º 20 – Recitativo y Aria (Condessa) – E Susanna non vien!Aria – Dove sono i bei momenti

Escena 9Recitativo (Antonio, Conde) – Io vi dico, signor 

Escena 10Recitativo (Condessa, Susanna) – Cosa mi narri?N.º 21 – Duettino (Susanna, Condessa) – Che soave zeffirettoRecitativo (Susanna, Condessa) – Piegato è il foglio

Escenas 11-14N.º 22 – Coro – Ricevete, o padroncinaRecitativo (Barbarina, Condessa, Susanna, Antonio,

Conde, Cherubino, Figaro) – Queste sono, madamaN.º 23 –  Finale (Susanna, Condessa, Conde, Figaro, Coro,[dos doncellas]) – Ecco la marcia, andiamo!

Acto IV

Escena 1N.º 24 – Cavatina (Barbarina) – L’ho perduta, me meschina!

Escenas 2-3Recitativo (Figaro, Barbarina, Marcellina) – Barbarina, cos’hai?

Escena 4Recitativo (Marcellina) – Presto avvertiam Susanna.[N.º 25 – Aria (Marcellina) – Il capro e la capretta]

[Escena 5Recitativo (Barbarina, Figaro, Basilio, Bartolo)

 – Nel padiglione a manca]

[Escena 6 – È Barbarina!]

Escena 7N.º 26 – Aria (Basilio) – In quegl’anni, in cui val poco

Escena 8N.º 27 – Recitativo e Aria (Figaro) – Tutto è dispostoAria – Aprite un po’ quegl’occhi

Escenas 9-10Recitativo (Susanna, Marcellina, Condessa, Figaro) – Signora, ella mi disse.N.º 28 – Recitativo e Aria (Susanna) – Giunse alfin il momentoAria – Deh vieni, non tardar 

Escenas 11-14 y Última CenaRecitativo (Figaro, Cherubino, Condessa) – Perfida! E in quella forma…

N.º 29 – Finale (Susanna, Condessa, Barbarina,Cherubino, Marcellina, Basilio, Conde, Antonio,Figaro) – Pian, pianin, le andrò più presso

Page 12: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 12/85

19Le nozze di Figaro18

Le nozze di Figaro at a glance

OvertureAct I

Scenes 1-2No.1 – Duettino (Figaro, Susanna) – Cinque... dieci...Recitative (Susanna) – Cosa stai misurando...No.2 –   Duettino (Susanna, Figaro) – Se a caso madama…Recitative (Susanna, Figaro) – Or bene; ascolta e taci!No. 3 – Cavatina (Figaro) – Se vuol ballare signor Contino

Scene 3Recitative

(Bartolo, Marcellina) – Ed aspettaste il giorno fissato…No.4 – Aria (Bartolo) – La vendetta, oh, la vendetta!

Scene 4Recitative (Marcellina, Susanna) – Tutto ancor non ho persoNo.5 –   Duettino (Susanna, Marcellina) – Via resti servita, madama brilante

Scene 5Recitative (Susanna, Cherubino) – Và la vecchia pedanteNo.6 – Aria (Cherubino) – Non so più, cosa son…

Scenes 6-7Recitative (Cherubino, Susanna, Count, Basilio) – Ah, son perduto!No.7 –  Terzetto (Susanna, Basilio, Count) – Cosa sento!…Recitative (Count, Susanna, Cherubino, Figaro) – Basilio, in traccia tosto di Figaro volate

Scene 8

No.8 – Choir – Giovani liete, fiori spargeteRecitative (Count, Figaro, Susanna) – Cos’è questa commedia?No.9 – Choir – Giovani liete, fiori spargeteRecitative (Figaro, Susanna, Basilio, Cherubino, Count) – Evviva!No.10 – Aria (Figaro) – Non più andrai…

Act II

Scene 1No. 11 – Cavatina (Countess) – Porgi amor qualche ristoroRecitative (Countess, Susanna, Figaro) – Vieni, cara Susanna

Scene 2Recitative (Countess, Susanna, Cherubino) – Quanto duolmi…No.12 –  Arietta (Cherubino) – Voi che sapete…Recitative (Countess, Susanna, Cherubino) – Bravo! Che bella voce!No.13 – Ária (Susanna) – Venite, inginocchiateviRecitative (Countess, Susanna, Cherubino, [Count])

 – Quante buffonerie!

Scene 3Recitative (Count, Countess) – Che novità?No.14 – Terzetto (Susanna, Countess, Count) – Susanna or via sortiteRecitative (Count, Countess) – Dunque voi non aprite?

Scene 4No.15 – Duettino (Susanna, Cherubino) – Aprite presto, apriteRecitative (Susanna) – Oh guarda il demonietto!

Scene 5Recitative (Count, Countess) – Tutto è come il lasciai

Scenes 6-11No.16  – Finale (Susanna, Countess, Marcellina, BasilioCount, Antonio, Bartolo, Figaro) – Esci omai, garzon malnato

Act III

Scenes 1-3Recitative (Count, Countess, Susanna) – Che imbarazzo è mai questo!No.17 – Duettino (Susanna, Count) – Crudel! Perchè finoraRecitative (Count, Susanna, Figaro) – E perchè fosti meco stamattina…

Le nozze di Figaro in breve

The composerWolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) almost doesnot need to be introduced. Along with Haydn andBeethoven, he forms the triad of the so-calledViennese Classicism, constituting some kind ofmediation between its two poles. It was an abundantthough short break. In fact, during the thirty fiveyears of his life, Mozart was a cosmopolitan andprolific composer who developed his activity indifferent musical major cities in Europe, fromEngland to Italy, and France, Austria and Germany,giving occasion for his creativity in almost all genres,standing out in all of them for his proficiency, even ifhe lacked the time for the purpose.

The operas he composed represent an ideal that

many composers, who came before him in this field,sought to embody: that of a synthesis betweendrama and music, which does not give in either incomplexity or even seems to be forced. Operas likeLe nozze di Figaro, Don Giovanni or Die Zauberflöteprove it incessantly.

From an aesthetical point of view, which is not merelymusical, his work brings together spontaneity,lightness, melancholy and spirit... It is a hard job towrite about Mozart’s work, at least, as much as it isirresistible to be touched by it.

The workComposed in roughly six weeks, Le nozze di Figaro (TheMarriage of Figaro or the Day of Madness) premiered atthe Burgtheater of Vienna on 1 May 1786. This operamarks the beginning of a fruitful cooperation betweenMozart and Lorenzo Da Ponte – which will also giverise to Don Giovanni and Così fan tutte. As for thelibretto of the former, two merits can be attributed toDa Ponte. Firstly, he mitigated the politically explosivecharacter of the original drama by Beaumarchais,thus allowing the opera to be produced at theimperial theatre. Secondly, he wrote a libretto that

was permeable to Mozart’s invention, who couldtherefore break strict barriers between arias,ensemble scenes and recitatives.

Throughout its four acts, among ambiguities,disguises and disagreements, we perceive a prenuptialatmosphere, which sets the tone, breathes light intothe rhythm and guarantees the spirit of Mozart’sopera. Nevertheless, the Count Almaviva for whomFigaro and Susanna work, does not consider their

engagement an obstacle to his intention of seducingSusanna. Meanwhile, the latter and the Countess plota scheme to expose the Count: Susanna will write anote to the Count proposing that they both meet insecrecy. The purpose is to make Cherubino, theCount’s adolescent page, appear during that meeting,disguised as a woman, instead of Susanna. Already inAct IV, amid the confusion, Figaro makes a mistakeand believes he has been betrayed. Finally, the truthcomes up though and the Count, in a communitybefore which he is compelled to keep up appearances,has no choice but greet bride and groom. The politicalaspect of the story has often to do with thedissimulation that Susanna and Figaro make use of inorder to resist the Count’s arbitrary action.

Nevertheless, what is at stake is that, in such adissimulation – and this transcends the merelystylistic constraints of the buffo genre – is not themeanness towards which the courage of frankness islacking, but an initial imbalance of forces that makesdeceit inevitable. In turn, the music is intelligent atevery instant: the most anodyne interjection acquires,in Mozart’s musical language, an expressiveeloquence that goes beyond it. Without giving in to aperforming logic, every single composed note has ameaning and is indeed necessary.

The contrasting framework – which, because of beingso beautiful, is almost disturbing – with which theopera begins, where the music is more airy, flickering,goes along with the earthy manoeuvres of Figaro,taking the measurements of the room is, since thebeginning, the sign of many promises. The followingone is worthwhile looking at: the promise that thefrontier between the tasks of life and the pleasure ofart is mobile. The most beautiful of operas rebelsitself against the elitism of those who consider operatheir feud. No type of art belongs de facto to some:But the one that historically has benefited de facto sofew does not belong to anyone either.

Page 13: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 13/85

21Le nozze di Figaro20

Le nozze di Figaro in São Carlos

Unlike Don Giovanni, which was produced for the firsttime in 1839, Le nozze di Figaro premiered at theTeatro Nacional de São Carlos only in mid-20 th

Century, on 21 May 1945. Since then, the firstproduction born from the cooperation between Mozartand Da Ponte has been relatively regular at the stageof the TNSC.In fact, over ten productions were carriedout throughout the second half of the 20th Century.

Scene 4No. 18 – Recitative and Aria (Count) – Hai già vinta la causa!Aria – Vedrò, mentre io sospiro

Scene 5Recitative (Don Curzio, Marcellina, Figaro, Count,Bartolo) – È decisa la liteNo.19 – Sextet (Susanna, Marcellina, Don Curzio,Count, Bartolo, Figaro) – Riconosci in questo amplesso

Scene 6Recitative (Marcellina, Bartolo, Susanna, Figaro) – Eccovi, o caro amico

Scene 7Recitative (Barbarina, Cherubino) – Andiam, andiam

Scene 8No. 20 – Recitative and Aria (Countess) – E Susanna non vien!Aria – Dove sono i bei momenti

Scene 9Recitative (Antonio, Count) – Io vi dico, signor 

Scene 10Recitative (Countess, Susanna) – Cosa mi narri?No.21 – Duettino (Susanna, Countess) – Che soave zeffirettoRecitative (Susanna, Countess) – Piegato è il foglio

Scenes 11-14No. 22 – Choir – Ricevete, o padroncinaRecitative (Barbarina, Countess, Susanna, Antonio,

Count, Cherubino, Figaro) – Queste sono, madamaNo.23 –  Finale (Susanna, Countess,Count, Figaro, Choir,[two maids]) – Ecco la marcia, andiamo!

Act IV

Scene 1No. 24 – Cavatina (Barbarina) – L’ho perduta, me meschina!

Scenes 2-3Recitative (Figaro, Barbarina, Marcellina) – Barbarina, cos’hai?

Scene 4Recitative (Marcellina) – Presto avvertiam Susanna.[No.25 – Aria (Marcellina) – Il capro e la capretta]

[Scene 5Recitative (Barbarina, Figaro, Basilio, Bartolo)

 – Nel padiglione a manca][Scene 6 – È Barbarina!]

Scene 7No.26 – Aria (Basilio) – In quegl’anni, in cui val poco

Scene 8No. 27 – Recitative and Aria (Figaro) – Tutto è dispostoAria – Aprite un po’ quegl’occhi

Scenes 9-10Recitative (Susanna, Marcellina, Countess, Figaro) – Signora, ella mi disse.No. 28 – Recitative and Aria (Susanna) – Giunse alfin il momentoAria – Deh vieni, non tardar 

Scenes 11-14 and Last SceneRecitative (Figaro, Cherubino, Countess) – Perfida! E in quella forma…

No.29 – Finale (Susanna, Countess, Barbarina,Cherubino, Marcellina, Basilio, Count, Antonio,Figaro) – Pian, pianin, le andrò più presso The text in square brackets corresponds

to passage cuts for this production

Page 14: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 14/85

23Le nozze di Figaro22

Le nozze di Figaro d’un coup d’oeil

OuvertureActe I

Scènes 1-2Nº 1 – Duettino (Figaro, Susanna) – Cinque... dieci...Récitatif (Susanna) – Cosa stai misurando...Nº 2 –  Duettino (Susanna, Figaro) – Se a caso madamaRécitatif (Susanna, Figaro) – Or bene; ascolta e taci!Nº 3 – Cavatine (Figaro) – Se vuol ballare signor Contino

Scène 3

Récitatif (Bartolo, Marcellina) – Ed aspettaste il giorno fissato…Nº 4 – Aria (Bartolo) – La vendetta, oh, la vendetta!

Scène 4Récitatif (Marcellina, Susanna) – Tutto ancor non ho persoNº 5 –  Duettino (Susanna, Marcellina) – Via resti servita, madama brilante

Scène 5Récitatif (Susanna, Cherubino) – Và la vecchia pedanteNº 6 – Aria (Cherubino) – Non so più, cosa son…

Scènes 6-7Récitatif (Cherubino, Susanna, le comte, Basilio) – Ah, son perduto!Nº 7 –   Terzetto (Susanna, Basilio, le comte) – Cosa sento!…Récitatif (le comte, Susanna, Cherubino, Figaro) – Basilio, in traccia tosto di Figaro volate

Scène 8

Nº 8 – Chœur – Giovani liete, fiori spargeteRécitatif (le comte, Figaro, Susanna) – Cos’è questa commedia?Nº 9 – Chœur – Giovani liete, fiori spargeteRécitatif (Figaro, Susanna, Basilio, Cherubino, le comte) – Evviva!Nº 10 – Aria (Figaro) – Non più andrai…

Acte II

Scène 1Nº 11 – Cavatine (la comtesse) – Porgi amor qualche ristoroRécitatif (la comtesse, Susanna, Figaro) – Vieni, cara Susanna

Scène 2Récitatif (la comtesse, Susanna, Cherubino) – Quanto duolmi…Nº 12 –  Arietta (Cherubino) – Voi che sapete…Récitatif (la comtesse, Susanna, Cherubino) – Bravo! Che bella voce!Nº 13 – Aria (Susanna) – Venite, inginocchiateviRécitatif (la comtesse, Susanna, Cherubino, [le comte])

 – Quante buffonerie!Scène 3Récitatif (le comte, la comtesse) – Che novità?Nº 14 – Terzetto (Susanna, la comtesse, le comte) – Susanna or via sortiteRécitatif (le comte, la comtesse) – Dunque voi non aprite?

Scène 4Nº 15 – Duettino (Susanna, Cherubino) – Aprite presto, apriteRécitatif (Susanna) – Oh guarda il demonietto!

Scène 5Récitatif (le comte, la comtesse) – Tutto è come il lasciai

Scènes 6-11Nº 16 – Finale (Susanna, la comtesse, Marcellina,Basilio, le comte, Antonio, Bartolo, Figaro) – Esci omai, garzon malnato

Acte III

Scènes 1-3Récitatif (le comte, la comtesse, Susanna) – Che imbarazzo è mai questo!Nº 17 – Duettino (Susanna, le comte) – Crudel! Perchè finoraRécitatif (le comte, Susanna, Figaro) – E perchè fosti meco stamattina…

fiançailles de ces derniers comme un frein à sa volontéde séduire Susanna. Cette dernière et la comtesseélaborent un plan pour démasquer le comte : Susannaécrira un billet au comte dans lequel elle lui proposerade la rencontrer secrètement. L’idée est d’envoyerCherubino (le page adolescent du comte) au rendez-vous, déguisé en femme, et non pas Susanna. Dansl’acte IV, dans la confusion qui s’installe, Figaro se faitduper et pense avoir été trahi. À la fin, cependant,tout s’éclaire et le comte, contraint de garder lesapparences devant la communauté, n’a pas d’autrechoix que de présenter ses meilleurs vœux aux fiancés.

L’aspect politique de la trame concerne surtout ladissimulation à laquelle ont recours Susanna etFigaro pour résister aux agissements arbitraires ducomte. Toutefois, ce qui est en cause dans cettedissimulation – et cela transcende les contraintes

purement stylistiques du genre bouffe – ce n’est pasla mesquinerie assortie d’une absence totale defranchise, mais un déséquilibre initial des forces enprésence qui rend l’astuce inévitable. La musique,quant à elle, est intelligente à chaque instant :l’interjection la plus anodine acquiert, dans lelangage musical de Mozart, une éloquence expressivequi la transcende. Sans céder le pas à une logiquereprésentative, chaque note composée signifie, etaucune d’elles n’est en trop.

Le tableau aux forts contrastes – si beau qu’il en esttroublant – qui marque le début de l’opéra, où lamusique, plus aérienne, toute en légèreté,accompagne les faits et gestes de Figaro, occupé àmesurer l’espace de la chambre, renferme, dès ledépart, de nombreuses promesses. Dont celle-ci : lafrontière entre les tâches de la vie quotidienne et lacomplaisance dans l’art est mouvante. Le plus beaudes opéras s’insurge contre l’élitisme de ceux quiconsidèrent comme leur fief l’univers de l’opéra. L’art,quel qu’il soit, n’est pas de jure le privilège dequelques-uns. Ni celui qui, au cours de l’histoire, n’aservi, de facto, que certains.

Le nozze di Figaro in breve

Le compositeurEst-il encore besoin de présenter Wolfgang AmadeusMozart (1756-1791) ? Avec Haydn et Beethoven, ilformait le sacro-saint trio du classicisme viennois, enétant une espèce de trait d’union entre les deux pôles.Un intervalle fertile, bien que court. En effet, durantles trente-cinq années de son existence, Mozart fut uncompositeur aussi cosmopolite que prolifique. Ildéveloppa son activité dans les principaux centresmusicaux d’Europe, de l’Angleterre à l’Italie, enpassant par la France, l’Autriche et l’Allemagne,laissant libre cours à sa créativité dans pratiquementtous les genres. Il excellait dans tout ce qu’ilentreprenait, même lorsque le temps dont il disposaitétait très limité.

Les opéras qu’il compose représentent un idéal quede nombreux compositeurs l’ayant précédé dans cedomaine ont cherché à atteindre : celui d’unesynthèse entre drame et musique qui ne cède en rienà la complexité et ne semble aucunement forcée. Lesopéras comme Le nozze di Figaro, Don Giovanni ou DieZauberflöte ne cessent de le prouver.

D’un point de vue esthétique, non strictementmusical, son œuvre conjugue spontanéité, légèreté,mélancolie et esprit... Écrire sur l’œuvre de Mozart estaussi difficile que de résister à son enchantement.

L’œuvreComposé en l’espace de six semaines environ, Le nozzedi Figaro (Les noces de Figaro) fut présenté pour lapremière fois au Burgtheater de Vienne le 1er mai 1786.L’opéra marque le début d’une collaboration fécondeentre Mozart et Lorenzo Da Ponte – Don Giovanni etCosì fan tutte en seront également le produit. Pour cequi est du livret des Noces de Figaro, Da Ponte eut deuxmérites : tout d’abord, celui d’avoir atténué lecaractère politiquement explosif du drame originalde Beaumarchais, en permettant ainsi la productionde l’opéra au Théâtre impérial, puis celui d’avoir rédigé

un livret perméable à l’inventivité de Mozart, qui peutainsi transgresser les frontières rigides entre arias,numéros d’ensemble et récitatifs.

Tout au long des quatre actes, entre quiproquos,déguisements et rendez-vous manqués, l’ambianceest celle d’un jour de noces. Cela donne le ton,imprime le rythme, annonce l’esprit de l’opéra deMozart. Le comte Almaviva, pour qui Figaro etSusanna travaillent, ne considère cependant pas

Page 15: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 15/85

25Le nozze di Figaro24

Le nozze di Figaro au São Carlos

Contrairement à Don Giovanni, dont la premièreproduction eut lieu en 1839, Le nozze di Figaro nemonte sur les planches du Théâtre nationale SãoCarlos [TNSC] qu’au milieu du XX e siècle, le 21 mai1945. Depuis lors, la présence du premier produit néde la collaboration entre Mozart et Da Ponte fut assezrégulière sur la scène du TNSC, le nombre deproductions ayant dépassé la dizaine, tout au long dela deuxième moitié du XXe siècle.

Le texte entre crochets correspond à des coupureseffectuées dans cette production

Scène 4Nº 18 – Récitatif et Aria (le comte) – Hai già vinta la causa!Aria – Vedrò, mentre io sospiro

Scène 5Récitatif (Don Curzio, Marcellina, Figaro, le comte,Bartolo) – È decisa la liteNº 19 – Sextuor (Susanna, Marcellina, Don Curzio,le comte, Bartolo, Figaro) – Riconosci in questo amplesso

Scène 6Récitatif (Marcellina, Bartolo, Susanna, Figaro) – Eccovi, o caro amico

Scène 7Récitatif (Barbarina, Cherubino) – Andiam, andiam

Scène 8Nº 20 – Récitatif et Aria (la comtesse) – E Susanna non vien!Aria – Dove sono i bei momenti

Scène 9Récitatif (Antonio, le comte) – Io vi dico, signor 

Scène 10Récitatif (la comtesse, Susanna) – Cosa mi narri?Nº 21 – Duettino (Susanna, la comtesse) – Che soave zeffirettoRécitatif (Susanna, la comtesse) – Piegato è il foglio

Scènes 11-14Nº 22 – Choeur – Ricevete, o padroncinaRécitatif (Barbarina, la comtesse, Susanna, Antonio,

le comte, Cherubino, Figaro) – Queste sono, madamaNº 23 –   Finale (Susanna, la comtesse, le comte, Figaro,Choeur, [deux jeunes filles]) – Ecco la marcia, andiamo!

Acte IV

Scène 1Nº 24 – Cavatine (Barbarina) – L’ho perduta, me meschina!

Scènes 2-3Récitatif (Figaro, Barbarina, Marcellina) – Barbarina, cos’hai?

Scène 4Récitatif (Marcellina) – Presto avvertiam Susanna.[Nº 25 – Aria (Marcellina) – Il capro e la capretta]

[Scène 5Récitatif (Barbarina, Figaro, Basilio, Bartolo)

 – Nel padiglione a manca][Scène 6 – È Barbarina!]

Scène 7Nº 26 – Aria (Basilio) – In quegl’anni, in cui val poco

Scène 8Nº 27 – Récitatif et Aria (Figaro) – Tutto è dispostoAria – Aprite un po’ quegl’occhi

Scènes 9-10Récitatif (Susanna, Marcellina, la comtesse, Figaro) – Signora, ella mi disse.Nº 28 – Récitatif et Aria (Susanna) – Giunse alfin il momentoAria – Deh vieni, non tardar 

Scènes 11 -14 et Dernière scèneRécitatif (Figaro, Cherubino, la comtesse) – Perfida! E in quella forma…

Nº 29  – Finale (Susanna, la comtesse, Barbarina,Cherubino, Marcellina, Basilio, le comte, Antonio,Figaro) – Pian, pianin, le andrò più presso

Page 16: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 16/85

27Le nozze di Figaro26

Synopsis

Eighteenth Century. The story is set in the gardens andboudoirs of Count Almaviva’s castle. We now find theRosina of Il barbiere di Siviglia as Countess Almaviva livingwith her husband at the Aguas-Fortes castle, near Seville.Figaro is Almaviva’s personal servant.Among other youngladies, the Count courts Susanna, Figaro’s bride-to-be,and makes every effort to delay their marriage.

Act IThe antechamber between the chambers of the Count and the Countess in the castle.

Early in the morning, Count Almaviva’s servant,Figaro, who will marry that day the Countess’ maid,Susanna, is measuring a space where the bridal bedwill fit. Susanna is putting the final touches at her

bridal hat, which she had made herself to wear on theoccasion. When she becomes aware of the room thatthe Count provided them with she refuses to accept it.Figaro does not understand her attitude because, inhis opinion, the room is very comfortable and allowsthem to meet, very easily, the requests of both theCount and Countess. Susanna tells her bridegroomthat the Count is making advances toward her andthat the dowry will only be given if she gives inAlmaviva’s «favours». Disappointed and furious at thethought that the dowry would be a fair reward for hisgood services, Figaro realizes that the proximity of hisroom with his master’s room has nothing but a singlepurpose: to favour the Count’s advances towardSusanna. When the Countess rings for Susanna, shegoes off in a rush. Alone, Figaro vows to outwit theCount. Marcellina and Bartolo break into the room.Bartolo brings a contract providing that, should Figarodefault on a loan made to him some time ago, hewould have to marry Marcellina, Bartolo’s old maid,who is now the castle’s housekeeper. Bartolo realizesthat the day of revenge is near as Figaro hadprevented him from marrying Rosina, who was hispupil and now became the Countess Almaviva.Susanna appears and is received by quarrelsomeMarcellina. They deliver each other very sarcastic

insults, but Susanna triumphs in the exchange. In afury, Marcellina leaves the room and slams the door.

Cherubino then enters and interrupts Susanna, who isstill inveighing Marcellina, but she is interrupted byCherubino, the Count’s page, who confesses his fascinationfor all women in general, and for love in particular. Onthe eve, the Count, who prowled about young Barbarina’shouse, had discovered that the page was hidden thereand, to punish him, had forced him out of his dominions.

Argument

XVIIIe siècle. L’action se déroule dans les jardins et lesappartements du château du comte d’Almaviva.Rosina deIl barbiere di Siviglia, devenue la comtesse d’Almaviva, viavec son mari au château Aguas-Fortes, près de SévilleAlmaviva a pris Figaro à son service comme valet, mais ipoursuit entre autres de ses assiduités Susanna,la fiancéede Figaro, et fait tout pour retarder leur mariage.

Acte IChambre entre les appartements du comte et ceux de lacomtesse au château.

Le matin de bonne heure, le valet du comte d’AlmavivaFigaro, qui se marie ce jour-là avec Susanna, lacamériste de la comtesse, mesure le sol de la chambrepour placer le futur lit nuptial. Susanna apporte les

dernières touches à une coiffe qu’elle a faite elle-mêmepour ses noces. Lorsqu’elle se rend compte que c’est làla chambre que le comte leur a destinée, elle se refuseà accepter. Figaro ne comprend pas son attitude, car lachambre est pratique, elle leur permet de répondrefacilement aux demandes de leur maîtres. Susannarévèle alors à son fiancé que le comte lui a fait desavances et que la dot ne lui sera donnée que si elleaccorde à Almaviva ses « faveurs ». Déçu et s’en voulantd’avoir pensé que la dot était une juste récompense pouses bons et loyaux services, Figaro s’aperçoit maintenant que la proximité de la chambre avec celle de sonmaître a pour seul but de favoriser les assauts amoureuxdu comte. La comtesse sonne et Susanne se dépêched’aller à sa rencontre. Une fois seul, Figaro réfléchit à savengeance. La chambre est envahie par Marcellina eBartolo. Ce dernier tient entre ses mains un contrastipulant que Figaro doit rembourser l’argent qui lui aété prêté autrefois sous peine de devoir épouserl’ancienne femme de chambre de Bartolo, Marcellinaaujourd’hui devenue la gouvernante du château. Bartolovoit ainsi arriver le jour de sa vengeance, car Figaro avaiempêché son mariage avec Rosina, alors sa pupille eaujourd’hui comtesse d’Almaviva.Entre Susanna qui esreçue par une Marcellina d’humeur querelleuse. Elles sedisputent tout en gardant les convenances, mais c’es

Susanna qui l’emporte. Furieuse, Marcellina sort enclaquant la porte.

Lorsqu’arrive Cherubino, le page du comte, Susannafulmine encore contre Marcellina, mais elle esinterrompue par ce dernier qui lui avoue sa fascinationpour toutes les femmes en général et pour l’amour enparticulier. La veille, le comte, qui rôdait autour de lademeure de la jeune Barbarina, avait surpris le page quse cachait et pour le punir l’a expulsé de son domaine.

Argumento

Siglo XVIII. La acción tiene lugar en los jardines yaposentos del castillo del Conde de Almaviva. Rosina de Ilbarbiere di Siviglia es ahora la Condesa de Almaviva y vivecon el marido en el castillo Aguas-Fortes, en las cercaníasde Sevilla. Figaro es el ayudante personal de Almaviva. ElConde, entre otras doncellas, corteja a Susanna, la noviade Figaro, y hace de todo para retrasar su matrimonio.

Acto IHabitación entre los aposentos del Conde y los de laCondesa en el castillo.

Temprano en la mañana, el ayudante del Conde deAlmaviva, Figaro, que en ese día se casará conSusanna, criada de la Condesa, mide el suelo de lahabitación para saber dónde va a colocar la cama

matrimonial. Susanna da los últimos retoques a unsombrero que ella misma ha hecho para usar en laceremonia. Cuando se da cuenta que aquella es lahabitación que les fue destinada por el Conde se niegaa aceptarla. Figaro no comprende su actitud, ya que lahabitación es muy cómoda y les permite con másfacilidad responder a las llamadas de los respectivosseñores. Susanna le revela al novio que el Conde le hacela corte y que la dote sólo le será dada si ella concedea Almaviva sus «favores». Desilusionado y enojado porhaber pensado que la dote sería la justa recompensapor su buen servicio, Figaro se da cuenta que laproximidad de la habitación con la del Conde tienecomo único propósito favorecer los ataques amorososde éste.Al sonar la campanilla de la Condesa, Susannasale apresuradamente. Solo,Figaro planea la venganza.La habitación es invadida por Marcellina y Bartolo. Éstetiene un contrato estipulando que Figaro, en el caso queno reembolse el dinero que le prestó en tiempos atrás,tendá que casarse con la antigua criada de Bartolo,Marcellina, en la actualidad ama de llaves del castillo.Bartolo ve así la llegada del día de su venganza ya queFigaro había impedido su matrimonio con Rosina, enaquel entonces su pupila y hoy Condesa de Almaviva.Entra Susanna que es recibida por una quisquillosaMarcellina. Ambas discuten con una fingida cortesía,

pero Susanna gana la discusión. Furiosa, Marcellinasale dando un portazo.

La llegada de Cherubino interrumpe a Susanna que aúncensura a Marcellina, pero es interrumpida porCherubino, paje del Conde, que confiesa su fascinaciónpor todas las mujeres en general y por el amor enparticular. El día anterior, el Conde,que rondaba la casade la joven Barbarina, sorprendió allí al paje escondidoy, para castigarlo, lo expulsa de sus dominios.

Argumento

Século XVIII. A acção tem lugar nos jardins e aposentosdo castelo do Conde de Almaviva. A Rosina de Il barbieredi Siviglia é agora a Condessa de Almaviva e vive com omarido no castelo Aguas-Fortes, perto de Sevilha. Figaroé o criado pessoal de Almaviva. Este, entre outrasdonzelas, corteja Susanna, noiva de Figaro, e tudo fazpara atrasar o casamento dos dois.

Acto IQuarto entre os aposentos do Conde e os da Condessano castelo.

De manhã cedo, o criado do Conde de Almaviva,Figaro, que nesse dia irá casar com Susanna,criada da Condessa, mede o chão do quarto parasaber onde irá colocar o leito nupcial. Susanna dá

os últimos toques a um toucado que ela própriaexecutara para usar na boda. Quando se apercebeque aquele é o quarto que lhes foi destinado peloConde recusa-se a aceitar. Figaro não entende a suaatitude, pois o quarto é muito cómodo e permite-lhes com muita facilidade atender às chamadas dosrespectivos senhores. Susanna revela ao noivo queo Conde lhe faz a corte e que o dote só lhe serádado se ela conceder a Almaviva os seus «favores».Desiludido e irado por ter pensado que o dote seriaa justa recompensa pelos seus bons serviços,Figaro apercebe-se que a proximidade do quarto como do patrão tem como único propósito favorecer assuas investidas amorosas. Ao toque da campainha daCondessa, Susanna sai apressadamente. Sozinho,Figaro planeia vingança. O quarto é invadido porMarcellina e Bartolo. Este detém um contratoestipulando que Figaro, caso não reembolse odinheiro que lhe fora emprestado em tempos, teráde casar com a antiga criada de Bartolo,Marcellina, hoje governanta do castelo. Bartolovê assim chegar o dia da vingança já que Figarotinha impedido o seu casamento com Rosina, entãosua pupila e hoje Condessa de Almaviva. EntraSusanna que é recebida por uma quezilentaMarcellina. Descompõem-se curialmente, mas

Susanna leva a melhor. Furibunda, Marcellina saibatendo com as portas.

A chegada de Cherubino interrompe Susanna queainda invectiva Marcellina, mas é interrompida porCherubino, pajem do Conde, que confessa o seufascínio por todas as mulheres em geral e pelo amor emparticular. Na véspera, o Conde, que rondava a casa dajovem Barbarina, deparara ali com o pajem escondidoe, para o punir, expulsara-o dos seus domínios.

Page 17: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 17/85

29Le nozze di Figaro28

Cherubino now asks Susanna to intercede on hisbehalf before his godmother, the Countess, whom heis in love with, so that she, in turn, obtains theCount’s forgiveness. On this precise moment, theCount enters onstage. The page hides behind a chair.Believing he was alone, Almaviva courts Susanna.When Basilio, the Music Master enters, the Count isalso forced to hide himself behind the chair.Meanwhile, the page had already managed to hidebehind the large armchair and Susanna covered himwith one of the Countess’ dresses. Due to thedisrespect of Basilio for the Count and the perfidiousreferences to Cherubino’s attraction to all women inthe castle – including Susanna and the Countessherself – the Count storms off, leaping from hishiding place. To illustrate how he had discoveredCherubino under a table at Barbarina’s, he lifts thecloth that covered him, which turned out to be theCountess’ dress and, surprisingly, he f indsCherubino once again! Susanna and Cherubino try toexplain the situation. Nevertheless, the Count ishimself in a delicate position because of what thepage had also heard.

These explanations are interrupted by peasants who,driven by Figaro, thank the Count for having abolishedthe lord’s right, a feudal tradition allowing the lord ofthe manor to take the virginity of the estate’s maidsbefore marriage. Figaro asks maliciously Almaviva tocrown Susanna with a wreath of white flowers to sealthis outrageous right. In anger, but abiding by anecessary diplomacy, the Count gives in. Nevertheless,under the pretext that the ceremony should be carriedout with great pomp, he postpones it, hoping for aturnaround. He decides to get Cherubino out of thecastle by drafting him into military service. Bride andgroom ask him to postpone the page’s departure forone day but the Count refuses this proposal. Sarcastic,Figaro elucidates Cherubino of what the rest of his lifewill be like, as he will be far from the beauties that livein the castle. Instead, he will be surrounded by rudesoldiers in search of heroic exploits.

Cherubino demande maintenant à Susannad’intercéder en sa faveur auprès de sa marraine, lacomtesse, de qui il est également amoureux, afin quecette dernière obtienne le pardon du comte. À ceinstant précis apparaît le comte. Le page se cachederrière un fauteuil. Pensant être seul, Almaviva faides avances à Susanna. L’entrée du maître dmusique, Basilio, oblige le comte à se cacher aussderrière le fauteuil. Sur ses entrefaites, le page esparvenu à se cacher derrière une grande bergère surlaquelle Susanna a déposé l’une des robes de lacomtesse pour mieux le dissimuler. Le mépris avelequel Basilio parle du comte et les perfides allusionsaux sentiments de Cherubino pour toutes les femmedu château – y compris Susanna et la comtesse enpersonne – provoquent la colère du comte qui finit pasortir de sa cachette. En mimant la façon dont il avaidécouvert Cherubino sous une table, chez Barbarinaaprès avoir relevé la nappe qui la couvrait, il soulèved’un geste la robe de la comtesse et surprise : lerevoilà nez à nez avec le page ! Susanna et Cherubinoessaient de s’expliquer. Mais ce que le page a entendumet également le comte dans une situation délicate.

Les explications sont interrompues par des paysansqui, conduits par Figaro, sont venus remercier lecomte pour l’abolition de l’ancestral droit de cuissagedu seigneur. Malin, Figaro demande à Almaviva deposer sur Susanna une guirlande de fleurs blanchesafin de sceller l’abandon de cette coutume odieuseContrarié, mais se pliant aux convenances, le comtefinit par accéder à la demande. Cependant, souprétexte qu’une telle cérémonie se doit d’être célébréen grande pompe, il la repousse dans l’espoir d’unretournement de la situation. Il décide d’éloigneCherubino du château en lui octroyant le graded’officier. Les fiancés lui demandent de remettre aulendemain le départ du page, mais le comte refuseMordant à l’excès, Figaro dépeint à Cherubino la viequi l’attend loin des beautés du château, parmi demilitaires endurcis toujours en quête de gloires.

Cherubino pede agora a Susanna que interceda porele junto de sua madrinha, a Condessa, por quemtambém está apaixonado, a fim de que esta, por suavez, obtenha do Conde o perdão. Neste precisomomento, entra Almaviva. O pajem esconde-se pordetrás de uma poltrona. Julgando-se só, Almavivagalanteia Susanna. A entrada do Mestre de Música,Basilio, obriga o Conde a esconder-se também pordetrás da poltrona. Entretanto, já o pajem tinhaconseguido esconder-se no grande cadeirão de braçose Susanna tapara-o com um dos vestidos daCondessa. O desrespeito com que Basilio se refere aoConde e as pérfidas alusões aos amores de Cherubinopor todas as mulheres do castelo – incluindo Susannae a própria Condessa – provocam a ira do Conde queacaba por sair do seu esconderijo. Mimando comodescobrira Cherubino, em casa de Barbarina debaixode uma mesa, ao erguer o pano que a cobria, levantade um gesto o vestido da Condessa e surpresa: eisque, de novo, o pajem lhe aparece! Susanna eCherubino tentam explicar a situação. Porém, o quepajem ouvira coloca o Conde numa posiçãoigualmente delicada.

As explicações são interrompidas por camponesesque, conduzidos por Figaro, agradecem ao Conde aabolição do direito da primeira noite, um direitoancestral de desflorar as vassalas antes docasamento. Malicioso, Figaro pede a Almaviva quecoroe Susanna com uma grinalda de flores brancaspara selar a renúncia ao odioso direito. Contrariado,mas obedecendo a uma diplomacia necessária, oConde consente. Contudo, pretextando que acerimónia se faça com maior pompa, adia-a naesperança de uma reviravolta. Resolve afastarCherubino do castelo concedendo-lhe a patente deoficial. Os noivos pedem-lhe que adie por um dia apartida do pajem, mas o Conde recusa. Mordaz,Figaro pinta a Cherubino a vida que o espera longedas beldades do castelo e para sempre rodeado porrudes militares em busca de feitos gloriosos.

Cherubino le pide ahora a Susanna para que intercedapor él ante su madrina, la Condesa, por quien tambiénestá enamorado, a fin de que ésta, a su vez, obtengael perdón del Conde. En ese preciso momento, entraAlmaviva. El paje se esconde por detrás de un sillón.Creyendo que estaba solo, Almaviva galantea aSusanna. La entrada del Maestro de Música, Basilio,obliga al Conde a que se esconda también por detrásdel sillón. Mientras, ya el paje había logrado escondersedetrás del gran sillón de brazos y Susanna taparlo conuno de los vestidos de la Condesa. La falta de respetocon que Basilio se refiere al Conde y las pérfidasalusiones a los amores de Cherubino por todas lasmujeres del castillo –incluyendo a Susanna y a la propiaCondesa– provocan la ira del Conde que termina porsalir de su escondite. Gesticulando para demostrarcómo había descubierto a Cherubino debajo de unamesa en casa de Barbarina al levantar el paño que lacubría, levanta de un gesto el vestido de la Condesa ysorpresa: ¡es ahí que, de nuevo, el paje aparece!Susanna y Cherubino tratan de explicar la situación.Sin embargo, lo que el paje había escuchado coloca alConde en una posición igualmente delicada.

Las explicaciones se interrumpen por la aparición de ungrupo de campesinos que, conducidos por Figaro, agra-decen al Conde la abolición del derecho de pernada, laancestral tradición de desflorar a las vasallas antes delmatrimonio. Malicioso, Figaro le pide a Almaviva quecorone a Susanna con una guirnalda de flores blancaspara sellar la renuncia al odioso derecho. Contrariado,pero obedeciendo a una diplomacia necesaria, el Condeconsiente. Sin embargo, argumentando que laceremonia se debía realizar con la mayor pompa, laretrasa con la esperanza de que algo suceda. Resuelvealejar a Cherubino del castillo concediéndole el rango deoficial. Los novios le piden que prorrogue por un día lapartida del paje, pero el Conde se niega. Mordaz, Figarole advierte a Cherubino de la vida que le espera lejos delas bellezas del castillo, para siempre rodeado por rudosmilitares en busca de proezas gloriosas.

Page 18: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 18/85

Nesta página: Joana Seara (Susanna); a mesma e Leandro Fischetti (Figaro); Maria Luísa de Freitas (Marcellina),Donato Di Stefano (Bartolo) e Joana Seara; a mesma e Kristina Wahlin (Cherubino).

Página ao lado: Mário João Alves (Basilio), Joana Seara e Marco Vinco (Conde); os mesmos e Kristina Wahlin;os mesmos e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos [TNSC]; Kristina Wahlin e Leandro Fischetti.

(fotografias de ensaio)

Page 19: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 19/85

33Le nozze di Figaro32

Act IIThe Countess’ chamber 

Susanna tells the Countess that the Count has beenunfaithful. While she goes to her room, she leavesRosina alone, who bemoans her life and asks Love tobring back her husband or abandon her to die.Susanna returns and then Figaro appears and revealshis scheme in order to give the Count a lesson. Toprick the Count’s jealousy he sent him an anonymousletter in which he denounces a tryst with the Countess.In turn, Susanna will accept to meet the Count thatevening in the garden, but Cherubino will go instead ofher, wearing him as a lady. The Countess will surprisethem and this will put the Count out. Rosina issomewhat reluctant to participate in the scheme butends up accepting it.

Cherubino comes in to be dressed up. The page singsthe ladies songs about their much suffered affectionsand asks them if, in their opinion, that is Love.Fearing that anyone comes in, they shut up thepompous door. They both amuse themselves whilethey dress Cherubino, although his beauty arouses inthem some jealousy. Soon after Susanna enters herroom, the Count knocks on the door. In fact, as hereceived the letter from Figaro, he has come to spyhis wife. She manages to hide the page in the roomand locks him there. The door locked and the delayare good reasons to make the Count suspect ofsomething. What is more, in the darkness of theroom, the page throws down a chair. Very swift,Rosina tells her husband that it might have beenSusanna who is trying the wedding dress and,because of that, she cannot open the door.Incredulous, the Count asks Susanna to answer, butthe Countess refuses. The maid, who in the meantimereturns from her room, manages to hide in theCountess’ room without being seen by the Count. Thelatter ends up deciding to go find some tools and, sothat there can be no doubt, he invites the Countess toaccompany him and locks the pompous door.

In her room, Susanna hastens Cherubino, who ends

jumping out the window. The Count and the Countessreturn. Finally, Rosina reveals to her husband thatCherubino is the man hidden there. Whereas the latterthreatens to kill the page and inveighs his wife, Susannaemerges, in a courageous manner. Both the Count andthe Countess are astonished. Whereas Almaviva makessure that no one else is there, Susanna tells the Countessthat Cherubino went away. Almaviva begs Rosina’sforgiveness and she grants it. Figaro comes in andannounces that the wedding is about to begin.

Acte IIDans la chambre de la comtesse

Susanna révèle à la comtesse les infidélités du comteet lorsqu’elle part dans sa chambre, elle quitte unRosine malheureuse qui se lamente et implore àl’Amour de lui rendre son mari ou de l’abandonner à laMort. Susanna revient suivie de Figaro qui explique sonstratagème pour donner une leçon au comte. Afind’enflammer la jalousie du comte, il lui a envoyé unelettre anonyme dans laquelle il dénonce un rendez-vousromantique de la comtesse. Susanna, à son touacceptera de rencontrer le comte dans le jardin, le soivenu, mais c’est Cherubino qui s’y rendra à sa placedéguisé en femme. La comtesse les surprendra et lecomte sera confondu. Rosina hésite à prendre part aucomplot, mais finit par accepter.

Cherubino entre afin qu’on l’habille. Le page chanteaux dames présentes ses douloureux émois et leudemande si c’est cela l’Amour. Craignant ququelqu’un n’arrive, ils verrouillent la grande porteToutes deux s’amusent d’habiller Cherubino, bien quela beauté du jeune homme éveille en elles une pointede jalousie. Alors que Susanna se dirige vers sachambre, le comte frappe à la porte. Il a reçu la lettrede Figaro et vient épier sa femme. Celle-ci parvient àcacher le page dans la chambre et à fermer la porteà clé. La porte verrouillée et le fait qu’on tarde à luouvrir éveille les soupçons du comte. Pour comble, lepage, plongé dans l’obscurité, renverse une chaiseRosina s’empresse d’expliquer à son mari que c’essans doute Susanna qui est en train d’essayer sa robede mariage et que, pour cette raison, elle ne peuouvrir. Incrédule, le comte exige que Susanna luréponde, mais la comtesse ne le permet pas. Lacamériste, qui sur ces entrefaites revient de sachambre, parvient à se cacher dans la chambre de lacomtesse sans être vue du comte. Celui-ci finit paaller chercher des outils et, pour dissiper les doutesinvite la comtesse à l’accompagner. En sortant, iferme à clé la grande porte.

Une fois dans la chambre, Susanna presse Cherubino

de partir et celui-ci saute par la fenêtre. Le comte et lacomtesse reviennent. Rosina finit par avouer à son marque c’est Cherubino qui se cache derrière la porte. Alorsque le comte menace de tuer le page et peste contresa femme, Susanna surgit l’air impavide. Le comteet la comtesse sont stupéfaits. Pendant qu’Almavivavérifie si quelqu’un d’autre est caché, Susannaraconte à la comtesse la fuite de Cherubino. Almavivaimplore le pardon de Rosina qui le lui accorde. Figaroentre et annonce que tout est prêt pour les noces

Acto IIO quarto da Condessa

Susanna revela à Condessa o comportamento infieldo Conde e enquanto vai ao seu quarto deixa umainfeliz Rosina que lamenta a sua vida e pede ao Amorque lhe restitua o marido ou a abandone à morte.Susanna regressa e, de seguida,eis Figaro que surgecom o estratagema que urdiu para dar uma lição aoConde. Para espicaçar o ciúme do Conde enviou-lheuma carta anónima na qual denuncia um encontroromântico da Condessa. Susanna, por seu turno,aceitará um encontro com o Conde nessa mesmanoite no jardim, mas será Cherubino que irá em seulugar vestido de donzela. A Condessa surpreendê--los-á e isto confundirá o Conde. Rosina mostraalguma relutância em participar na tramóia, masacaba por aceitar.

Cherubino entra para que o vistam. O pajem canta àsdamas presentes dos seus afectos tão sofridos epergunta-lhes se Amor lhes parece. Receando quealguém entre, aferrolham a porta aparatosa. Ambasse divertem enquanto vestem Cherubino embora abeleza do rapaz lhes desperte algum ciúme. Assimque Susanna se dirige ao seu quarto, o Conde bate àporta, pois tendo recebido a carta de Figaro vemespiar a sua mulher. Esta consegue esconder o pajemno quarto e fechá-lo à chave. A porta fechada à chavee a demora em abrir deixam o Conde desconfiado.Como se não bastasse, na escuridão do quarto opajem derruba uma cadeira. Muito expedita, Rosinadiz ao marido que deverá ter sido Susanna que ali seencontra para provar o vestido de casamento e porisso não pode abrir. Incrédulo, o Conde exige queSusanna lhe responda, o que a Condessa nãoconsente. A camareira, que entretanto regressa doseu quarto, consegue esconder-se no da Condessasem ser vista pelo Conde. Este acaba por ir buscarferramentas e, para que não restem dúvidas, convidaa Condessa a acompanhá-lo e,ao sair, fecha à chave aporta aparatosa.

No quarto, Susanna apressa Cherubino, que acaba por

saltar pela janela. Regressam o Conde e a Condessa.Rosina, por fim, confessa ao marido que é Cherubinoque ali se encontra escondido. Enquanto este ameaçamatar o pajem e invectiva a mulher, Susanna surgeimpávida. Tanto o Conde como a Condessa ficamestupefactos. Enquanto Almaviva verifica se maisalguém se encontra por ali, Susanna conta àCondessa a fuga de Cherubino. Almaviva implora operdão de Rosina e esta concede-lho. Figaro entra eanuncia que já tem tudo preparado para a boda.

Acto IILa habitación de la Condesa

Susanna le revela a la Condesa el comportamiento infieldel Conde y mientras va a su habitación deja infeliz aRosina que lamenta su vida y pide al Amor que lerestituya al marido o que la abandone a la muerte.Susanna regresa y, a continuación, es ahí que Figaroaparece e expone la estratagema que ha urdido paradar una lección al Conde. Para provocar los celos delConde le ha enviado una carta anónima en la cualdenuncia un encuentro romántico de la Condesa.Susanna, a su vez, aceptará un encuentro con el Condeesa misma noche en el jardín, pero será Cherubino queirá en su lugar vestido de doncella. La Condesa lossorprenderá y esto confundirá al Conde. Rosina tieneuna cierta renuencia en participar en el engaño, peroacaba por aceptar.

Cherubino entra para que lo vistan. El paje les cantaa las damas presentes sus afectos tan sufridos y lespregunta si les parece Amor. Temiendo que alguienentre, cierran prudentemente la gran puerta. Ambasse divierten mientras visten a Cherubino aunque labelleza del chico les despierte un poco de celos.Así que Susanna se dirige a su habitación, el Condellama a la puerta, pues habiendo recibido la carta deFigaro viene a espiar a su mujer. Ésta logra esconderal paje en la habitación y lo cierra con llave. Lapuerta cerrada con llave y la demora en abrir dejan alConde desconfiado. Como si no bastara, en laoscuridad de la habitación el paje derrumba una silla.Rápidamente, Rosina le dice al marido que deberáhaber sido Susanna que está allí para probarse elvestido de novia y por eso no puede abrir. Incrédulo, elConde exige que Susanna le responda, lo que laCondesa no consiente. La criada, que mientras tantoregresa de su habitación, consigue esconderse en lade la Condesa sin ser vista por el Conde. Éste acabapor ir a buscar herramientas y, para que no hayadudas, invita a la Condesa a que lo acompañe y, alsalir, cierra con llave la gran puerta.

En la habitación, Susanna apresura a Cherubino, que

acaba por saltar por la ventana. Regresan el Conde yla Condesa. Rosina, finalmente, le confiesa al maridoque es Cherubino quien está allí escondido. Mientraséste amenaza con matar al paje e reprendea la mujer, Susanna aparece impávida. Tanto elConde como la Condesa se asombran. MientrasAlmaviva comprueba si alguien está por allí, Susanna lecuenta a la Condesa de la fuga de Cherubino. Almavivale pide perdón a Rosina y ésta se lo concede. Figaroentra y anuncia que tiene todo listo para la boda.

Page 20: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 20/85

35Le nozze di Figaro34

The Count asks for an explanation regarding theletter but Figaro denies everything. They bothconfess he has made it up to arouse the Count’sinterest in Rosina.

When everything seemed to be settled, Antonio, thegardener and Barbarina’s father enters onstage,complaining that a man had damaged somecarnations by jumping out one of the windows of thecastle. The Count’s worries grow again. Figaro,Susanna and Rosina accuse the gardener for havingdrunk but the latter, feeling certain that it had beenthe page, insists on that. In order to save thesituation, Figaro claims it was he himself who jumpedout the window,where he was with his bride, and evenfaked a foot-injury. Then, Antonio brings forward thepaper that was dropped by the escaping man andasks Figaro what was written in it. Helped by the brideand the Countess, Figaro says that it is the letter ofCherubino’s appointment to the army, that the Counthad forgotten to seal. Frustrated, the Count cannotprove anything. Peace is however short-lived becauseof Marcellina’s arrival, accompanied by Bartolo andBasilio, demanding Figaro to marry her since the debtwas still outstanding. The Count, who was wellinformed of the contract and expected that thesituation broke out, notifies both parties to appear incourt. The marriage of Figaro with Susanna isjeopardized for the joy of all short of the groom andbride and the Countess.

Act IIILarge hall in the castle. In the afternoon.

In order to win her husband’s love back, the Countessasks Susanna to carry out the scheme plotted byFigaro. This time, it will not be Cherubino to appearinstead of Susanna, but Rosina herself, disguised ofmaid. They both decide to conceal the new plan fromFigaro. Alone, the Count mulls over the morningevents. Susanna enters and, pretending to be tender,arranges a rendezvous with him in the evening, whichmakes him very happy and also Susanna, although for

different reasons (if she agrees with the new plot, theCountess will help Figaro pay his debts and he wil l notbe forced to marry Marcellina). Soon after havingseduced Almaviva, Susanna meets Figaro and tellshim that the situation is controlled without havingnoticed that the Count had overheard her comment.The Count realizes that, once again, he is a play thingin Susanna’s hands and swears revenge.

Le comte exige des explications au sujet de la lettremais Figaro nie tout. Les deux femmes avouent que cefut un stratagème de ce dernier pour raviver l’intérêdu comte pour Rosina.

Alors que tout semblait résolu, arrive Antonio, lejardinier du château et père de Barbarina, qui seplaint qu’un homme a abimé des oeillets en sautantde l’une des fenêtres du château. Le comte a, denouveau, des soupçons. Figaro, Susanna et Rosinareprochent au jardinier d’avoir bu, mais ce dernierconvaincu qu’il s’agissait du page, insiste. Figaropour sauver la situation, affirme que c’est lui qui étaiavec sa fiancée et qu’il s’est même foulé un pied entombant. Antonio lui montre alors le papier qu’il atrouvé au sol et demande à Figaro ce qu’il y lit. Avecle concours de sa fiancée et de la comtesse, Figarodit qu’il s’agit de la lettre concernant la promotion deCherubino, que le comte avait oublié de cacheteavec son sceau. Frustré, le comte ne peut rienprouver. L’ordre semblait rétabli, mais voilà qu’arrivMarcellina, accompagnée de Bartolo et de Basilioexigeant que Figaro l’épouse, puisque ce dernien’a pas encore remboursé sa dette. Le comte, quétait au courant du contrat et souhaitait voir leschoses tourner au vinaigre, cite les deux parties àcomparaître devant le tribunal. Les noces de Figaroet de Susanna semblent compromises pour la plusgrande joie de tous, excepté pour les fiancés ela comtesse.

Acte IIIDans le grand salon du château. Au cours de l’après-mid

La comtesse, souhaitant retrouver l’amour de sonmari, demande à Susanna de mettre à exécution lplan élaboré par Figaro. Cette fois, ce n’est paCherubino qui apparaîtra à la place de Susanna, maiRosina en personne, se faisant passer pour la femmede chambre. Toutes deux décident de ne pas mettrFigaro au courant de ce nouveau plan. Seul, le comtmédite sur les évènements de la matinée. Susannaapparaît. Elle affiche un air tendre et fixe un rendez

-vous nocturne à Almaviva, ce qui le remplit de joie, demême que Susanna, bien que pour d’autres raison(si elle consent à participer à cette nouvelle trame, lacomtesse lui donnera de quoi payer les dettes deFigaro qui ne sera plus obligé d’épouser Marcellina)Aussitôt après avoir séduit Almaviva, Susanna croisFigaro et lui dit que la situation est maîtrisée, sanss’apercevoir que le comte a entendu son commentaireCelui-ci comprend qu’il est, une fois de plus, un jouedans les mains de Susanna et jure se venger.

O Conde exige explicações quanto à carta masFigaro nega tudo. Ambas confessam que foi umainvenção deste para reacender o interesse do Condepor Rosina.

Quando tudo parecia resolvido, entra Antonio, ojardineiro e pai de Barbarina, queixando-se que umhomem tinha estragado os cravos ao saltar de umadas janelas do castelo. Renascem as suspeitas doConde. Figaro, Susanna e Rosina acusam o jardineirode ter bebido mas este, certo de que fora o pajem,insiste. Figaro, para salvar a situação, diz que fora elea saltar do quarto, onde estava com a noiva, e que atétorcera um pé ao cair. Antonio mostra-lhe então opapel que encontrou no chão e pergunta a Figaro oque nele consta. Ajudado pela noiva e pelaCondessa, Figaro diz tratar-se da carta da patente deCherubino, pois o Conde esquecera-se de a selar.Frustrado, o Conde nada consegue provar. A ordemparecia restabelecida não fora a chegada deMarcellina, acompanhada por Bartolo e Basilio,exigindo que Figaro case com ela uma vez que adívida permanecia por liquidar. O Conde, que estavaao corrente do contrato e confiava que a situaçãoestourasse, notifica as duas partes a compareceremno tribunal. As bodas de Figaro com Susanna estãocomprometidas para grande júbilo de todosexceptuando os noivos e a Condessa.

Acto IIIGrande salão no castelo. À tarde.

A Condessa, para recuperar o amor do marido, pede aSusanna que execute o plano arquitectado por Figaro.Desta vez, não será Cherubino que aparecerá em vezde Susanna, mas a própria Rosina disfarçada decriada. Ambas decidem que Figaro não seja inteiradodo novo plano. Sozinho, o Conde medita nosacontecimentos da manhã. Aparece Susanna que,fingindo-se ternurenta, marca um encontro nocturnocom Almaviva, o que o deixa felicíssimo e Susanna

também embora por outras razões (se ela se prestarà nova intriga, a Condessa dar-lhe-á com que pagar asdívidas de Figaro e este não será obrigado a casarcom Marcellina). Logo após ter seduzido Almaviva,Susanna cruza-se com Figaro e diz-lhe que a situaçãoestá controlada sem ter reparado que o Conde ouvirao seu comentário. Este percebe que, mais uma vez, éum joguete nas mãos de Susanna e jura vingar-se.

El Conde exige explicaciones en cuanto a la carta peroFigaro niega todo. Ambas confiesan que se trataba deuna invención de éste para reavivar el interés del Condepor Rosina.

Cuando todo parecía que se había resuelto, entraAntonio, el jardinero y padre de Barbarina, quejándoseque un hombre había estropeado los claveles al saltarde una de las ventanas del castillo. Renacen lassospechas del Conde. Figaro, Susanna y Rosina acusanal jardinero de haber bebido pero éste, sabiendo biende que había sido el paje, insiste. Figaro, para salvar lasituación,dice que había sido él quien había saltado dela habitación,donde estaba con la novia, y que hasta sehabía torcido un pie al caer. Antonio le muestraentonces el papel que encontró en el suelo y le preguntaa Figaro qué es lo que consta en él. Ayudado por lanovia y por la Condesa, Figaro dice tratarse de la cartade la patente de Cherubino, pues el Conde se habíaolvidado de sellarla. Frustrado, el Conde no consigueprobar nada. El orden parecía estar restablecido nofuera la llegada de Marcellina, acompañada por Bartoloy Basilio, exigiendo que Figaro se casera con ella unavez que la deuda permanecía por liquidar. El Conde,que estaba al corriente del contrato y confiaba que lasituación estallara, notifica a las dos partes a quecomparezcan en el tribunal. Las bodas de Figaro conSusanna están comprometidas para gran júbilo detodos exceptuando a los novios y a la Condesa.

Acto IIISalón en el castillo. Por la tarde.

La Condesa, para recuperar el amor de su marido, lepide a Susanna que lleve a cabo el plan elaborado porFigaro.De esta vez, no será Cherubino quien apareceráen vez de Susanna, sino la propia Rosina disfrazada decriada. Ambas deciden que Figaro no se entere delnuevo plan. Solo, el Conde reflexiona sobre losacontecimientos de la mañana. Aparece Susanna que,fingiéndose cariñosa, marca un encuentro nocturno conAlmaviva, cosa que lo pone muy feliz y a Susanna

también aunque por otras razones (si ella se prestara ala nueva intriga,la Condesa le dará el dinero para pagarlas deudas de Figaro y éste no será obligado a casarsecon Marcellina). Poco después de haber seducido aAlmaviva, Susanna se cruza con Figaro y le dice que lasituación está bajo control sin haberse dado cuenta queel Conde había oído su comentario. Éste se da cuentaque, una vez más, ha sido un juguete en las manos deSusanna y jura vengarse.

Page 21: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 21/85

Nesta página: Kristina Wahlin e Joana Seara; Marco Vinco e Jessica Muirhead (Condessa).

Página ao lado: Marco Vinco,Joan a Seara, Leandro Fischetti, Jessica Muirhead e João de Oliveira (Antonio);os mesmos e Mário João Alves, Maria Luísa de Freitas e Donato Di Stefano.

(fotografias de ensaio)

Page 22: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 22/85

39Le nozze di Figaro38

Meanwhile, in court, Don Curzio delivers thejudgment: Figaro must reimburse Marcellina or marryher. The Count’s joy is only interrupted by Figaro, whorefuses to marry and claims to be a noble man, as hehad been abandoned when he was a child wearing richclothes and jewels. The ensuing discussion revealsthat Figaro is the long-lost illegitimate son of Bartoloand Marcellina. Without knowing anything, Susannacomes in with the money to release Figaro from hisdebt but, when she sees him hugging Marcellina, shemistakenly believes to have been betrayed and sheslaps his face several times. Everything is made clear.Figaro releases himself from the debt, receives thedowry from Susanna and even some money from hisfather. The Count and Don Curzio go offstage in a fury.Touched by fact of finding his son, Bartolo decides tomarry Marcellina. The Countess enters, regretting toresort to the maid to have back her husband’s love andponders the loss of her happiness with Almaviva.Susanna arrives with good news.Then, Rosina puts thenew scheme into effect: she dictates a love letter,which Susanna writes with a certain difficulty,suggesting that he meet her in the woods of the castlethat same night. She seals the letter with a pin, whichthe Count should return as a sign of confirmation.

Driven by Barbarina, young peasants offer flowers tothe Countess. Among them comes Cherubino inwomen’s clothes, who had taken refuge in Barbarina’sroom, thus escaping to go to Seville. Antonio arriveswith the Count and discovers the unhappy page.Almaviva gets angry and, once again, wants to punishthe disobedient and meddlesome page, but Barbarinagives the Count a lesson and, before everyone, sheasks Cherubino’s hand in marriage, because when hecaressed her, the Count promised that he would giveher everything. Almaviva starts thinking, and withsome reason, that everything is against him. Figaroenters. Again, he forces the Count to support themarriage, in which musicians and invited peopleparticipate. Before this new situation and withCherubino still in the castle, Figaro, with his common‘verve’, declares that if he had jumped out the window,someone else might have done the same. The wedding

cortège is formed and the Count and the Countesspreside over the ceremony. Susanna kneels down andreceives the wedding wreath. Everyone praises theCount for having abolished such a distorted right.While dancing a fandango, Susanna delivers the letterto the Count. The Count pricks his finger on the pin,rejoicing Figaro very much, not knowing anythingabout the innovations of the scheme he had plotted onthe morning. The Count invites everyone to participatein the banquet.

Pendant ce temps-là, au tribunal, Don Curzio annoncla sentence: Figaro devra rembourser Marcellina oul’épouser. Le sentiment de satisfaction du comte esgâché par Figaro qui refuse de se marier et révèle qu’iappartient certainement à la noblesse, car lorsqu’il été abandonné enfant, il était richement vêtu et portaides bijoux. On conclut d’après son récit qu’il est le frude l’ancien amour de Marcellina et Bartolo. Susannaignorant tout, arrive avec l’argent pour payer la dette dFigaro, mais en le voyant dans les bras de Marcellina epensant être trahie, elle lui donne une paire de giflesTout s’éclaire enfin. Figaro se libère de sa dette, reçola dote de Susanna, ainsi qu’un peu d’argent de lpart de son père. Furieux, le comte et Don Curzio s’envont. Bartolo, heureux d’avoir trouvé son fils, décidd’épouser Marcellina. Arrive la comtesse qui déplore lfait de devoir recourir à sa camériste pour reconquéril’amour de son mari et évoque les beaux momentspassés avec Almaviva. Susanna arrive avec de bonnesnouvelles. Rosina met alors en marche le nouveauplan : elle dicte à Susanna, qui peine à écrire, un billeà l’intention du comte, dans lequel elle lui fixe urendez-vous dans le bosquet du château, le soir venuElle cachète le billet avec une épingle que le comtedevra rendre en signe d’acceptation.

De jeunes paysannes, menées par Barbarina, viennenoffrir des fleurs à la comtesse. Parmi elles se trouveCherubino déguisé en femme. Il s’était réfugié dans lachambre de Barbarina afin de ne pas aller à SévilleAntonio arrive avec le comte et démasque le malheureuxpage. Almaviva, en colère, veut une fois de plus punice page désobéissant qui se mêle de ce qui ne leregarde pas, mais Barbarina remet le comte à sa placeet, devant tous, exige que Cherubino lui soit donné enmariage, car le comte lui avait promis d’accéder à toutesses demandes chaque fois qu’elle se laissait caresserAlmaviva commence à se rendre compte, non sansraison, que tout est contre lui.Figaro surgit accompagnéde musiciens et d’invités et insiste à nouveau auprès ducomte pour qu’il parraine le mariage. Devant la nouvellesituation et vu que Cherubino se trouve toujours auchâteau, Figaro, avec sa « verve » habituelle,déclare ques’il a sauté par la fenêtre, quelqu’un d’autre aurait pu

faire la même chose. Le cortège nuptial se formeet le comte et la comtesse président à la cérémonie.Susanna s’agenouille et reçoit la guirlande nuptiale. Puistous louent le comte pour avoir aboli un droit ausspervers. Tandis que tout le monde danse un fandangoSusanna remet le billet au comte. Celui-ci se piqueavec l’épingle, ce qui amuse beaucoup Figaro, qun’est pas au courant des changements apportés à sonstratagème imaginé dans la matinée. Le comte invitetoute l’assistance à participer au banquet.

Entretanto, no tribunal, Dom Curzio anuncia asentença: Figaro deverá reembolsar Marcellina oucasar com ela. O regozijo do Conde só éinterrompido por Figaro que recusa casar e revela asua condição de fidalgo, pois fora abandonado emcriança trajando ricas roupas e jóias. Da narrativa seconclui que é fruto dos antigos amores de Marcellinae Bartolo. Susanna, sem nada saber, entra com odinheiro para pagar a dívida de Figaro mas vendo-oabraçado a Marcellina e julgando-se traída,esbofeteia-o várias vezes. Tudo se esclarece. Figaroliberta-se da dívida, recebe o dote de Susanna eainda algum dinheiro do pai. Furiosos, saem o Condee Dom Curzio. Bartolo, enternecido por encontrar ofilho, decide casar com Marcellina.Entra a Condessaque lamenta ter de recorrer à camareira parareconquistar o amor do marido e evoca os belosmomentos passados com Almaviva. Susanna chegacom boas novas. Rosina põe então em marcha o novoplano: dita um bilhete, que Susanna escreve comcerta dificuldade, no qual marca um encontro nobosque do castelo, nessa mesma noite. Fecha obilhete com um alfinete, que o Conde deverá devolvercomo sinal de confirmação do encontro.

Jovens camponesas, conduzidas por Barbarina, vêmoferecer flores à Condessa. Entre elas vem, disfarçadode rapariga, Cherubino que se tinha refugiado noquarto de Barbarina, esquivando-se assim à ida paraSevilha. Antonio chega com o Conde e desmascara oinfeliz pajem. Almaviva enfurece-se e, uma vez mais,quer punir o desobediente e metediço pajem, masBarbarina põe o Conde na ordem e diante de todosexige que Cherubino lhe seja dado em casamento,pois quando a acariciava o Conde prometera que lhedaria tudo quanto ela quisesse. Almaviva começa apensar, e com alguma razão, que tudo lhe é adverso.Entra Figaro que, de novo, pressiona o Conde aapadrinhar o casamento, acompanhado de músicos econvidados. Perante a nova situação e com Cherubinoainda no castelo, Figaro, com a sua «verve» habitual,declara que se ele saltara da janela, também outrapessoa poderia ter feito o mesmo. Forma-se o cortejonupcial e o Conde e a Condessa presidem à cerimónia.

Susanna ajoelha-se e recebe a grinalda nupcial, etodos louvam o Conde por ter abolido um tão perversodireito. Enquanto se dança um fandango, Susannaentrega o bilhete ao Conde. Este pica-se no alfinete, oque muito diverte Figaro, que não está ao corrente dasinovações dadas ao estratagema por ele elaborado demanhã. O Conde convida toda a assistência aparticipar no banquete.

Mientras, en el tribunal, Don Curzio anuncia lasentencia: Figaro deberá pagarle a Marcellina ocasarse con ella. La alegría del Conde sólo esinterrumpida por Figaro que niega casarse y revela sucondición de noble, pues había sido abandonadocuando niño vistiendo ricas ropas y joyas. Del relato seconcluye que es fruto de los antiguos amores deMarcellina y Bartolo. Susanna, sin saber nada, entracon el dinero para pagar la deuda de Figaro peroviéndolo abrazado a Marcellina y creyéndosetraicionada, lo abofetea varias veces. Todo se aclara.Figaro se libera de la deuda, recibe la dote de Susannae incluso algún dinero de su padre. Furiosos, salen elConde y Don Curzio. Bartolo, enternecido porencontrar a su hijo, decide casarse con Marcellina.Entra la Condesa que lamenta tener que recurrir a lacriada para reconquistar el amor de su marido y evocalos hermosos momentos pasados con Almaviva.Susanna llega con buenas noticias. Rosina poneentonces en marcha el nuevo plan: dicta una nota queSusanna escribe con cierta dificultad, en la cual marcaun encuentro en el bosque del castillo, en esa mismanoche.Cierra la nota con un alfiler,que el Conde deberádevolver como señal de confirmación del encuentro.

Un grupo de jóvenes campesinas, conducidas porBarbarina, vienen a ofrecer flores a la Condesa. Entreellas viene,disfrazado de chica, Cherubino que se habíarefugiado en la habitación de Barbarina esquivándoseasí a la ida para Sevilla. Antonio llega con el Conde ydesenmascara al infeliz paje. Almaviva se enfurece y,más una vez, quiere castigar al desobediente yentrometido paje, pero Barbarina pone al Conde en sulugar y ante todos exige que Cherubino le sea dado enmatrimonio, porque cuando la acariciaba el Condeprometía que le daría todo lo que ella quisiera. Almavivaempieza a pensar, y con alguna razón, que todo le esdesfavorable. Entra Figaro que, de nuevo, presiona alConde para que apadrine el matrimonio, acompañadopor músicos e invitados. Dada la nueva situación y conCherubino aún en el castillo, Figaro, con su«elocuencia» habitual, declara que si él había saltadopor la ventana, también otra persona podría haberhecho lo mismo. Se forma el cortejo nupcial y el Conde

y la Condesa presiden a la ceremonia. Susanna searrodilla y recibe la corona de novia, y todos elogian alConde por haber abolido tan perverso derecho.Mientras se baila el fandango, Susanna le entrega lanota al Conde. Éste se pincha con el alfiler, lo quemucho divierte a Figaro, que no está al corriente de lasinnovaciones dadas a la estratagema por él elaboradoen la mañana. El Conde invita a todos los presentespara participar en el banquete.

Page 23: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 23/85

Nesta página: Marco Alves dos Santos (Dom Curzio); Donato Di Stefano e MariaLuísa de Freitas;os mesmos e Leandro Fischetti e Joana Seara; Ana Franco(Barbarina), Marco Vinco, Jessica Muirhead e Coro do TNSC.

Página ao lado:Joana Seara, Marco Vinco, Ana Franco, Maria Luísa de Freitas,Jessica Muirhead, Ana Cosme e Natália de Carvalho Brito (Duas donzelas)e Coro TNSC; Leandro Fischetti e Joana Seara.

(fotografias de ensaio)

Page 24: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 24/85

43Le nozze di Figaro42

Act IVThe garden. At Night.

Barbarina is holding a lantern. Then, Figaro andMarcellina come in. She tels him that she is looking forthe pin that was supposed to be delivered to Susannaon request of the Count. Figaro realizes that this wasa plot between Almaviva and Susanna, but pretendsnot to see and takes another pin from his mother’sdress, handing it over Barbarina. The newly-marriedman is furious and wants to clear everything out, butMarcellina tells him to stay calm, taking sides with thewomen, who are everlasting targets of criticism andwhom men hold liable for all evils. Then she leaves andgoes to warn Susanna of Figaro’s suspicion.

Figaro arrives with Bartolo,Basilio and some peasantswho hide themselves behind the trees. The situation is

a pretext for Basilio to mull over the inconstancy of theworld, of which only with age do we become aware. Inaddition, it turns out to be ridiculous so muchconfusion for so little. Deeply shocked by his wife’sbehaviour on their own wedding day, Figaro expresseshis anger on women unfaithfulness.

The Countess and Susanna appear sharing dresses.Marcellina comes in as well. Susanna, who had heardthe last words of Figaro’s imprecations, decides topunish him. Marcellina hides herself in the pavilion,where Barbarina is already waiting for Cherubino toarrive. The real Susanna remains hidden behind thetrees, and only the fake Susanna can really be seen inthe open garden. Figaro hears the hidden voice ofSusanna and recognizes her near the flower beds. Inorder to tease Figaro, Susanna pretends to wait for theCount with great impatience.

Cherubino arrives, who heads for the pavilion whereBarbarina is expecting him. But, when he sees“Susanna” he tries to hug her, forcing the Countess todefend herself against his advances the best she can.The Count, who had just arrived, receives the kiss thatCherubino wanted to give “Susanna”. Becoming awareof the situation, the young man rushes to the pavilion

where Barbarina and Marcellina are already. Figaro,who had left his hiding-place, received the slap thatwas supposed to hit the page. The real Susanna,always semi-hidden, amuses herself with theconfusion. The Count caresses “Susanna’s” handgiving her a ring. Figaro walks in, making a loud noiseto make the couple break up. The Countess takesrefuge in an empty pavilion and where the Count willgo, since the way is clear.

Acte IVDans le jardin. Tard dans la nuit.

Barbarina fait son apparition, lanterne en mainSurgissent ensuite Figaro et Marcellina à qui Barbarinaexplique qu’elle est à la recherche de l’épingle que lecomte lui a chargé de remettre à Susanna. Figarcomprend qu’il s’agit d’une manigance d’Almaviva et deSusanna, mais il ne se démonte pas et enlève de la robede sa mère une autre épingle qu’il tend à Barbarina. Lenouveau marié est furieux et veut éclaircir l’affaire, maisMarcellina l’incite au calme en prenant la défense desfemmes qui sont la cible éternelle des critiques et queles hommes accusent de tous les maux. Elle part ensuiteavertir Susanna des soupçons de Figaro.

Figaro arrive avec Bartolo,Basilio et quelques paysansqui se cachent derrière les arbres. La situation pousse

Basilio à méditer sur l’inconstance du monde que seul’âge permet d’appréhender. Il trouve ridicule qu’il yait tant de confusion pour si peu. Profondémenchoqué par le comportement de sa femme le jour deleur propre mariage, Figaro exprime toute sonamertume sur l’infidélité des femmes.

La comtesse et Susanna, qui ont échangé leur robearrivent accompagnées de Marcellina. Susanna, qui aentendu les dernières paroles des imprécations deFigaro, décide de le punir. Marcellina part se cacher dansle pavillon où se trouve déjà Barbarina, qui attendl’arrivée de Cherubino.La véritable Susanna reste cachéderrière les arbres et la fausse Susanna reste bien visibledans l’espace ouvert du jardin. Figaro entend la voix deSusanna cachée et l’aperçoit, auprès desplates-bandesSusanna, pour énerver Figaro, fait semblant d’attendravec beaucoup d’impatience le comte.

Cherubino arrive et se dirige vers le pavillon où l’attendBarbarina, mais en voyant « Susanna » il tente de laprendre dans ses bras, ce qui oblige la comtesse à sedéfendre par tous les moyens contre ses assauts. Lecomte, venant d’arriver, reçoit le baiser que Cherubindestinait à « Susanna ». Le jeune homme, s’apercevande la situation, s’enfuit vers le pavillon où se trouven

Barbarina et Marcellina. Figaro, sorti de sa cachettereçoit la gifle destinée au page. La véritable Susannatoujours à demi-cachée, s’amuse de toute cettconfusion. Le comte caresse la main de « Susanna » enlui donnant une bague. Figaro passe, en faisanbeaucoup de bruit pour gêner le couple. La comtessse refugie dans un pavillon (où il n’y a personne) que lecomte gagnera une fois le chemin libre.

Acto IV Jardim. Noite alta.

Barbarina aparece de lanterna na mão. Surgemdepois Figaro com Marcellina a quem ela diz procuraro alfinete que o Conde lhe incumbira de dar aSusanna. Figaro percebe que se trata de umamanigância entre Almaviva e Susanna, mas não se dápor achado e tira do vestido de sua mãe um outroalfinete que estende a Barbarina. O recém-casadoestá furioso e quer esclarecer o assunto, masMarcellina incita-o à calma tomando a defesa dasmulheres, eternos alvos de crítica, que os homensresponsabilizam por todos os males. Sai de seguidapara avisar Susanna das suspeitas de Figaro.

Figaro chega com Bartolo, Basilio e alguns campo-neses que se escondem atrás das árvores. Toda a

situação é pretexto para Basilio meditar sobre ainconstância do mundo da qual só com a idade setoma consciência e considera ridículo tanta confusãopor tão pouco. Profundamente chocado peloprocedimento da mulher no próprio dia das núpcias,Figaro exprime o seu azedume sobre a infidelidadedas mulheres.

Chegam a Condessa e Susanna, que trocaramvestidos, e Marcellina. Susanna, que ouvira asúltimas palavras das imprecações de Figaro, resolvecastigá-lo. Marcellina vai esconder-se no pavilhãoonde, entretanto, já está Barbarina que aguarda achegada de Cherubino. A verdadeira Susanna ficaescondida atrás das árvores, e só a falsa Susannaestá bem visível no jardim aberto. Figaro ouve a vozde Susanna escondida e apercebe-a, junto aoscanteiros. Susanna, para irritar Figaro, finge esperaro Conde com grande impaciência.

Chega Cherubino que se dirige ao pavilhão onde oespera Barbarina, mas vendo «Susanna» tenta abraçá--la, forçando a Condessa a defender-se o melhor quepode das suas investidas. O Conde, acabado dechegar, recebe o beijo que Cherubino destinava a«Susanna». O jovem, apercebendo-se da situação, foge

para o pavilhão onde já estão Barbarina e Marcellina.Figaro, que tinha saído do seu esconderijo, recebe abofetada destinada ao pajem. A verdadeira Susanna,sempre semi-escondida, diverte-se com toda aconfusão. O Conde acaricia a mão de «Susanna»dando-lhe um anel. Figaro passa, fazendo muitobarulho, para desunir o par. A Condessa refugia-senum pavilhão (onde não estava ninguém) e onde oConde irá ter, uma vez o caminho livre.

Acto IVEn el jardín. Altas horas de la noche.

Barbarina aparece con una linterna en la mano. Surgendespués Figaro con Marcellina a quien ella le dice quebusca el alfiler que el Conde le tenía que dar aSusanna. Figaro se da cuenta que se trata de unaartimaña entre Almaviva y Susanna, pero no lodemuestra y coge del vestido de su madre otro alfilerque le da Barbarina. El recién casado está furioso yquiere aclarar el asunto,pero Marcellina lo incita a quese tranquilice defendiendo a las mujeres, eternamentecriticadas, y que los hombres responsabilizan portodos los males. Sale a continuación para avisar aSusanna de las sospechas de Figaro.

Figaro llega con Bartolo, Basilio y un grupo decampesinos que se esconden detrás de los árboles.

Toda la situación es pretexto para que Basilioreflexione sobre la inconstancia del mundo de la cualsólo con la edad se toma consciencia y consideraridículo tanto alboroto por tan poco. Profundamenteconsternado por el proceder de la mujer en el mismodía de la boda, Figaro expresa su amargura sobre lainfidelidad de las mujeres.

Llegan la Condesa y Susanna, que han intercambiadolos vestidos, y Marcellina. Susanna, que había escuchadolas últimas palabras de las maldiciones de Figaro,resuelvecastigarlo.Marcellina se va a esconder en el pabellóndonde,sin embargo,ya está Barbarina que espera por la llegadade Cherubino. La verdadera Susanna está escondidadetrás de los árboles, y sólo la falsa Susanna está bienvisible en el jardín abierto. Figaro escucha la voz deSusanna escondida y se da cuenta, que está al lado delos canteros. Susanna, para irritar a Figaro, finge queestá esperando al Conde con gran impaciencia.

Llega Cherubino que se dirige al pabellón donde loespera Barbarina, pero viendo a «Susanna» trata deabrazarla, forzando a la Condesa a defenderse lomejor que puede de sus ataques. El Conde, acabadode llegar, recibe el beso que Cherubino destinaba a«Susanna». El joven, dándose cuenta de la situación,

huye para el pabellón donde ya están Barbarina yMarcellina. Figaro, que había salido de su escondite,recibe la bofetada destinada al paje. La verdaderaSusanna, siempre semiescondida, se divierte con todoel enredo. El Conde acaricia la mano de «Susanna»dándole un anillo.Figaro pasa, haciendo mucho ruido,para desunir a la pareja. La Condesa se refugia en unpabellón (donde no había nadie) y adonde el Condeirá, una vez que el camino estuviera libre.

Page 25: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 25/85

45Le nozze di Figaro44

Figaro stays alone. When he sees the “Countess”, heseeks revenge against the Count’s insults by trying totake his wife from him. Nevertheless, he recognises hisown wife’s voice and, to tease her,he excessively courtsthe “Countess”. Susanna cannot help it and slaps himseveral times in a fury. Figaro explains he hadrecognized her voice and the couple buries the hatchet.Meanwhile, the Count had emerged from behind theflower beds and Figaro and the “Countess” pretend toplay a deep love scene. In a fury, Almaviva calls hisservants. Susanna hides herself in the pavilion, inwhich Marcellina, Barbarina and Cherubino werealready. Intentionally, Figaro allows himself to becaught by the Count’s men. The Count heads for thepavilion in order to compromise the Countess. It is thenthat Cherubino, Barbarina, Marcellina and the“Countess” leave it to the great amazement of allpeople present. The latter and Figaro plea for theCount’s forgiveness but he refuses to grant it. Then, thereal Countess leaves the other pavilion. Amazed, theCount realizes that they had played a prank on himand, in turn, pleas for Rosina’s forgiveness.Very happy,they reconcile. They all celebrate as the folle giornata ofFigaro’s marriage ends.

Figaro reste seul. En voyant la « comtesse », il pense àse venger des affronts du comte en gagnant lesfaveurs de sa femme. Il reconnaît, toutefois, la voix desa propre moitié, et pour l’énerver, il courtise avecexagération la « comtesse ». Susanna n’en pouvanplus, lui donne un soufflet. Figaro lui explique qu’avait reconnu sa voix et le couple se réconcilie. Sur cesentrefaites,le comte surgit de derrière les platebandeet Figaro et la « comtesse » feignent une fougueusescène d’amour. Almaviva, furieux, appelle sesdomestiques. Susanna se cache dans le pavillon où setrouvent déjà Marcellina, Barbarina et CherubinoFigaro se laisse délibérément attraper par les hommesdu comte. Ce dernier se dirige vers le pavillon afin deconfondre la comtesse, mais à la grande surprise detoute l’assistance, Cherubino, Barbarina, Marcellina ela « comtesse » sortent successivement. Celle-ci eFigaro implorent le pardon du comte mais celui-cihautain, refuse. C’est alors que la véritable comtessesort de l’autre pavillon. Stupéfait, le comte comprendla trame dont il a été victime et demande, à son tourle pardon de Rosina. Celle-ci, comblée de bonheur, lelui accorde généreusement. Tous jubilent et ainsi setermine enfin la folle giornata des noces de Figaro.

Figaro fica sozinho. Vendo a «Condessa», pensavingar-se das afrontas do Conde conquistando-lhea mulher. Porém, reconhece a voz da sua própriamulher e, para a irritar, corteja exageradamente a«Condessa». Susanna não se contém e bate-lhefuriosamente. Figaro explica-lhe que lhe reconhecera avoz e o casal reconcilia-se. Entretanto, o Conde saírade trás dos canteiros e Figaro e a «Condessa» fingemuma fogosa cena de amor. Almaviva, furioso, chamapelos criados. Susanna esconde-se no pavilhão ondejá estavam Marcellina, Barbarina e Cherubino.Propositadamente, Figaro deixa-se apanhar peloshomens do Conde. Este dirige-se ao pavilhão a fim decomprometer a Condessa, mas para grande espantode toda a assistência, de lá saem sucessivamenteCherubino, Barbarina, Marcellina e a «Condessa».Esta e Figaro imploram perdão ao Conde mas esterecusa altivamente. É então que a verdadeiraCondessa sai do outro pavilhão. Estupefacto, o Condecompreende a trama de que fora vítima e pede, porsua vez, o perdão de Rosina. Esta, felicíssima,concede-lho. Todos rejubilam e assim termina,finalmente, a folle giornata das bodas de Figaro.

Figaro se queda solo. Al ver a la «Condesa», piensavengarse de los ultrajes del Conde conquistándole asu mujer. Sin embargo, reconoce la voz de su propiamujer y, para irritarla, corteja exageradamente a la«Condesa». Susanna no se controla y lo golpea confuria. Figaro le explica que le había reconocido la vozy la pareja se reconcilia. Mientras, el Conde salía dedetrás de los canteros y Figaro y la «Condesa» fingenuna ardiente escena de amor. Almaviva, furioso, llamaa los criados. Susanna se esconde en el pabellóndonde ya estaban Marcellina, Barbarina y Cherubino.Propositadamente, Figaro se deja atrapar por loshombres del Conde. Éste se dirige al pabellón a fin decomprometer a la Condesa, pero para gran asombrode todos los presentes, de allá salen sucesivamenteCherubino, Barbarina, Marcellina y la «Condesa». Éstay Figaro le piden perdón al Conde pero éste se niegacon altivez. Fue entonces que la verdadera Condesasale del otro pabellón. Estupefacto, el Condecomprende la trama de que había sido víctima y pide,a su vez, perdón a Rosina. Ésta, felicísima, se loconcede. Todos se divierten y así termina, finalmente,la folle giornata de las bodas de Figaro.

Page 26: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 26/85

Nesta página: Marco Vinco, Jessica Muirhead e Kristina Wahlin; Marco Vinco e Jessica Muirhead;Leandro Fischetti e Joana Seara; os mesmos.

Página ao lado: Jessica Muirhead e Joana Seara.

(fotografias de ensaio)

Page 27: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 27/85

49Le nozze di Figaro48

FigaroCerto, a noi la cedegeneroso il padrone.

SusannaIo per me te la dono.

FigaroE la ragione?

Susanna (toccandosi la fronte)La ragione l’ho qui.

Figaro (facendo lo stesso)Perchè non puoifar che passi un pò qui?

SusannaPerchè non voglio;sei tu mio servo, o no?

FigaroMa non capiscoperchè tanto ti spiacela più comoda stanza del palazzo?

SusannaPerch’io son la Susanna, e tu sei pazzo.

FigaroGrazie; non tanti elogi! Guarda un pocose potriasi star meglio in altro loco.

Nº 2 – Duettino

FigaroSe a caso madamala notte ti chiama,dindin; in due passida quella puoi gir.Vien poi l’occasioneche vuolmi il padrone,dondon; in tre saltilo vado a servir.

SusannaCosì se il mattinoil caro contino,dindin; e ti mandatre miglia lontan,dondon; a mia portail diavol lo porta,ed ecco in tre salti...

FigaroSim, o generoso patrãocedeu-no-lo.

SusannaPor mim, podes ficar com ele.

FigaroPode saber-se a razão?

Susanna (tocando a própria fronte)A razão está aqui.

Figaro (imitando-a)E porque não a deixas passarum pouco também para aqui?

SusannaPorque não quero;és ou não o meu servo?

FigaroMas não consigo compreenderporque tanto te desagradao mais cómodo quarto do palácio.

SusannaPorque eu sou Susanna, e tu és tolo.

FigaroObrigado pelo elogio! Diz-me, porém,se poderíamos estar melhor noutro local.

N.º 2 – Duettino

FigaroSe por acaso a senhorate chamar de noite:dim dim – em dois passosestarás perto dela.Há-de surgir a ocasiãoem que o patrão precise de mim:dom dom – em três saltospoderei servi-lo.

SusannaPois é! E se uma manhão caro condezinho,dim dim; e te enviarpara três milhas daqui,dom dom – até à minha portao diabo transporta-o,e eis que em três saltos...

As bodas de Figaro

Libreto

Abertura

Acto IQuarto parcialmente mobilado com uma cadeira deapoio no centro.

Cena 1Susanna e Figaro

Figaro com uma fita de medir na mão e Susannafrente ao espelho enquanto experimenta um toucadoornamentado com flores.

N.º 1 – Duettino

Figaro (tirando medidas)Cinco... dez... vinte... trinta... trinta e seis...quarenta e três...

Susanna (arranjando-se ao espelho)Agora, sim, estou contente;parece ter sido feito para mim.Meu querido Figaro, reparaagora um pouco no meu chapéu.(continuando a olhar-se ao espelho)

FigaroSim, coração, fica-te muito bem:parece, de facto, ter sido feito para ti.

Susanna e FigaroAh! A manhã da véspera do casamento!Como é agradável para o meu/teu querido esposoeste belo e elegante chapéuque Susanna fez com as suas mãos.

Recitativo

SusannaO que estás a medir,meu querido Figarozinho?

FigaroEstou a ver se a camaque o Conde nos ofereceufica bem neste local.

SusannaNeste quarto?...

Le nozze di Figaro

Libretto

Abertura

Atto ICamera non affatto ammobiliata, una sedia d’appoggioin mezzo.

Scena 1Susanna e Figaro

Figaro con una misura in mano e Susanna allo specchioche si sta mettendo un capellino ornato di fiori.

Nº 1 – Duettino

Figaro (misurando)Cinque... dieci... venti... trenta... trentasei...quarantatre...

Susanna (specchiandosi)Ora sì ch’io son contenta;sembra fatto in ver per me.Guarda un pò, mio caro Figaro,guarda adesso il mio capello.(seguitando a guardarsi)

FigaroSì mio core, or è più bello,sembra fatto inver per te.

Susanna e FigaroAh, il mattino alle nozze vicinoquanto è dolce al mio/tuo tenero sposoquesto bel capellino vezzosoche Susanna ella stessa si fè.

Recitativo

SusannaCosa stai misurando,caro il mio Figaretto?

FigaroIo guardo se quel lettoche ci destina il contefarà buona figura in questo loco.

SusannaE in questa stanza?...

Page 28: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 28/85

51Le nozze di Figaro50

FigaroMuito bem! Continua!

SusannaDom Basilio,o meu professor de canto e intermediário do Conde,quando me dá liçõesrepete sempre a toada do seu amo.

FigaroO quê? Basilio? O malandro!

SusannaE tu acreditavasque o meu dotete fosse dado pelos teus lindos olhos?

FigaroAté me sentia lisonjeado.

SusannaEle quer dar-nos esta prendapara obter de mim uma certa meia-horaque o antigo direito feudal...

FigaroO quê? O Conde não aboliujá esse direito nas suas terras?

SusannaPois bem, deve estar arrependido e parece que tentarestabelecê-lo comigo.

FigaroMuito bem! Esta agrada-me!O caro senhor Conde!Queremos divertir-nos? Pois bem...(ouve-se uma campainha)Quem chama? A Condessa.

SusannaAdeus, adeus... Meu belo Figaro.

Figaro

Coragem, meu tesouro!

SusannaE tu, usa a cabeça!(parte)

FigaroBravo! Tiriamo avanti.

SusannaDon Basilio,mio maestro di canto, e suo mezzano,nel darmi la lezionemi ripete ogni dì questa canzone.

FigaroChi? Basilio? Oh birbante!

SusannaE tu credeviche fosse la mia dotemerto del tuo bel muso?

FigaroMe n’era lusingato!

SusannaEi la destinaper ottener da me certe mezz’oreche il diritto feudale...

FigaroCome? Ne’ feudi suoinon l’ha il conte abolito?

SusannaEbben, ora è pentito, e par che tentiriscattarlo da me.

FigaroBravo! Mi piace!Che caro signor Conte!Ci vogliam divertir: trovato avete...(si sente suonare un campanello)Chi suona? La Contessa.

SusannaAddio, addio, Figaro bello.

Figaro

Coraggio, mio tesoro.

SusannaE tu, cervello.(parte)

FigaroSusanna, cuidado, cuidado…

Recitativo

SusannaOuve!

FigaroDiz depressa…

SusannaSe queres ouvir o resto,afasta essas suspeitasque me ofendem.

FigaroQuero ouvir o resto,mas gelam-meas dúvidas e as suspeitas.

Recitativo

SusannaPois bem, ouve e cala-te!

Figaro (inquieto)Fala. Que há de novo?

SusannaO senhor Conde,cansado de caçar desconhecidasbeldades dos arredores,quer agora no seu paláciovoltar a tentar a sorte.Mas, repara bem, não é pela esposaque ele se interessa.

FigaroE por quem é então?

SusannaPela tua Susaninha.

Figaro (com surpresa)Por ti?

SusannaPor mim! E tem esperançade que este quarto tão próximoseja utilíssimo ao seu nobre projecto!

FigaroSusanna, pian pian...

Recitativo

SusannaAscolta.

FigaroFa presto…

SusannaSe udir brami il resto,discaccia i sospettiche torto mi fan.

FigaroUdir bramo il resto,i dubbi, i sospettigelare mi fan.

Recitativo

SusannaOr bene, ascolta e taci!

Figaro (inquieto)Parla, che c’è di nuovo?

SusannaIl signor Conte,stanco d’andar cacciando le stranierebellezze forestiere,vuole ancor nel castelloritentar la sua sorte;nè già di sua consorte, bada beneappetito gli viene.

FigaroE di chi dunque?

SusannaDella tua Susannetta.

Figaro (con sorpresa)Di te?

SusannaDi me medesma ed ha speranzache al nobil suo progettoutilissima sia tal vicinanza!

Page 29: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 29/85

53Le nozze di Figaro52

até mais adiantados que estefoi suficiente um pretexto, e esse tenho-o eu,para além deste contrato, e de certas obrigações...Eu é que sei... mas basta: é precisometer medo a Susanna; convém habilmentepersuadi-la a recusar os avanços do Conde.Ele, para vingar-se,tomará o meu partido,e assim Figaro será meu marido.

Bartolo (pega o contrato)Bem, tudo farei. Sem reservascontai-me tudo:(terei imenso gostoem dar a minha velha serva como esposaàquele que há anos raptou a minha noiva.)

N.º 4 – Ária

BartoloA vingança, sim, a vingança!É um prazer destinado aos sábios.Esquecer as vergonhas e os ultrajes sofridosé baixeza, é aviltante.Com astúcia, com argúcia,com juízo, com critériopoder-se-ia... O assunto é sério;mas, acreditai em mim, vai levar-se até ao fim.Nem que tenha de revolvertodos os códigos de leis,nem que tenha de lertodos os índices:com um equívoco,com um sinónimo,qualquer falhase encontrará.Toda a Sevilhaconhece Bartolo:esse patife do Figaroa vós será entregue!(parte)

Cena 4

Marcellina e depois Susanna com um toucado, uma fitae um vestido.

Recitativo

MarcellinaNão perdi ainda tudo:resta-me a esperança.Mas Susanna aproxima-se:vou ensaiar…

più avanzati di questobastò spesso un pretesto; ed egli ha meco,oltre questo contratto, certi impegni...so io... basta... convienela Susanna atterrir. Convien con arteimpuntigliarla a rifiutare il conte;egli per vendicarsiprenderà il mio partito,e Figaro così fia mio marito.

Bartolo (prende il contratto)Bene, io tutto farò; senza riservetutto a me palesate:(avrei pur gustodi dar in moglie la mia serva anticaa chi mi fece un dì rapir l’amica.)

Nº 4 – Aria

BartoloLa vendetta, oh, la vendetta!È un piacer serbato ai saggi.L’obbliar l’onte, gli oltraggiè bassezza, è ognor viltà.Coll’astuzia... coll’arguzia,col giudizio, col criterio...si potrebbe... il fatto è serio;ma credete si farà.Se tutto il codicedovessi volgere,se tutto l’indicedovessi leggere,con un equivoco,con un sinonimoqualche garbugliosi troverà.Tutta Sivigliaconosce Bartolo,il birbo Figarovostro sarà.(parte)

Scena 4

Marcellina, poi Susanna con cuffia da donna, un nastroe un abito da donna.

Recitativo

MarcellinaTutto ancor non ho perso:mi resta la speranza.Ma Susanna si avanza.Io vò provarmi...

Cena 2Figaro a sós

Figaro (passeando energicamente no quarto eesfregando as mãos)Bravo, senhor meu amo! Começo agoraa compreender o mistério e a ver clarotodo o vosso projecto: Londres, não é verdade?Vós ministro, eu correio, e Susanna...embaixatriz secreta...Isso não acontecerá, não! É Figaro quem o afirma!

N.º 3 – Cavatina

FigaroSe quereis bailar,senhor Condezito,serei eua tocar guitarra.Se quereis teraulas comigo,ensinar-vos-eia cabriola.Saberei… mas cuidado…dissimulando,melhor descobrireitodos os segredos!Aguçando o engenho,operando com inteligência,uma no cravo,outra na ferradura,todas as tramóiasconseguirei desfazer.Se quereis bailar,senhor Condezito,serei eua tocar guitarra.(parte)

Cena 3Bartolo e Marcellina com um contrato na mão

Recitativo

BartoloE esperastes o diafixado para o casamentopara me falar deste assunto?

MarcellinaNão me faltaa coragem, doutor…Para destruir casamentos

Scena 2Figaro solo

Figaro (passeggiando con foco per la camera efregandosi le mani)Bravo, signor padrone! Ora incomincioa capir il mistero, e a veder schiettotutto il vostro progetto: a Londra è vero?Voi ministro, io corriero, e la Susannasecreta ambasciatricenon sarà, non sarà! Figaro il dice.

Nº 3 – Cavatina

FigaroSe vuol ballaresignor contino,il chitarrino

le suonerò.Se vuol venirenella mia scolala capriolale insegnerò.Saprò... ma piano,meglio ogni arcanodissimulandoscoprir potrò!L’arte schermendo,l’arte adoprando,di quà pungendo,di là scherzando,tutte le machinerovescierò.Se vuol ballaresignor contino,il chitarrinole suonerò.(parte)

Scena 3Bartolo e Marcellina con un contratto in mano

Recitativo

BartoloEd aspettaste il giornofissato per le nozzea parlarmi di questo?

MarcellinaIo non mi perdo,dottor mio, di coraggio...per romper de’ sponsali

Page 30: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 30/85

55Le nozze di Figaro54

Susanna (riverenza)La dama d’onore!

MarcellinaDel conte la bella!

SusannaDi Spagna l’amore!

MarcellinaI meriti...

SusannaL’abito...

Marcellina... il posto!

Susanna... l’età!

Marcellina (infuriata)Per Bacco precipito,se ancor resto quà.

Susanna (minchionandola)Sibilla decrepitada rider mi fà.

(Marcellina parte infuriata)

Scena 5Susanna e poi Cherubino

Recitativo

SusannaVa là, vecchia pedante,dottoressa arrogante,perchè hai letti due librie seccata madama in gioventù...

Cherubino (esce in fretta)

Susannetta, sei tu?

SusannaSon io, cosa volete?

CherubinoAh, cor mio, che accidente!

SusannaCor vostro? Cosa avvenne?

Susanna (fazendo uma vénia)A dama de honor.

MarcellinaA beldade do Conde.

SusannaA amante de Espanha.

MarcellinaOs méritos…

SusannaO vestido…

Marcellina… A posição!

Susanna… A idade!

Marcellina (enfurecida)Por Baco, farei um disparatese aqui continuar!

Susanna (escarnecendo)Sibila decrépita,fazes-me rir.

(Marcellina parte furiosa)

Cena 5Susanna e depois Cherubino

Recitativo

SusannaFora, velha pedante,julgas-te uma doutora arrogantesó por teres lido dois livros.Secaram-te na juventude...

Cherubino (entra de rompante)

Susaninha, és tu?

SusannaSou eu, que queres?

CherubinoAh, meu coração, que desgraça!

SusannaVosso coração? Que aconteceu?

Fingiam di non vederla.E quella buona perlala vorrebbe sposar!

Susanna(Di me favella.)

MarcellinaMa da Figaro alfinenon può meglio sperarsi: l’argent fait tout .

Susanna(Che lingua! Manco malech’ognun sa quanto vale.)

MarcellinaBrava! Questo è giudizio!Con quegli occhi modesti,con quell’aria pietosa,e poi...

Susanna(Meglio è partir!)

MarcellinaChe cara sposa!

(vanno tutte due per partire e s’incontranoalla porta)

Nº 5 – Duettino

Marcellina (facendo una riverenza)Via resti servita,madama brillante.

Susanna (facendo una riverenza)Non sono sì ardita,madama piccante.

Marcellina (riverenza)No, prima a lei tocca.

Susanna (riverenza)

No, no, tocca a lei.

Susanna e Marcellina (riverenze)Io so i dover miei,non fo inciviltà.

Marcellina (riverenza)La sposa novella!

Vou fingir que não a vejo.E quer ele casarcom aquela pérola de virtudes.

Susanna(Está a falar de mim!)

MarcellinaMas, no fundo, de Figaronão pode esperar-se melhor: l’argent fait tout .

Susanna(Que língua! O que valeé que todos a conhecem.)

MarcellinaMuito bem! Isso é que é ter juízo!Com esses olhos modestos,com esses ares de piedade,e depois...

Susanna(O melhor é ir-me embora!)

MarcellinaQue querida esposa!

(dirigem-se ambas para a porta onde chegamao mesmo tempo)

N.º 5 – Duettino

Marcellina (fazendo uma vénia)Depois de si,brilhante senhora.

Susanna (fazendo uma vénia)Não é esse o meu papel,madame afiada.

Marcellina (fazendo uma vénia)Mas não, depois de si.

Susanna (fazendo uma vénia)

Não, não, a senhora primeiro.

Susanna e Marcellina (fazendo vénias)Eu conheço os meus deveres,sou civilizada.

Marcellina (fazendo uma vénia)A nova esposa!

Page 31: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 31/85

57Le nozze di Figaro56

CherubinoLeggila alla padrona,leggila tu medesma;leggila a Barbarina, a Marcellina...(con trasporti di gioia)leggila ad ogni donna del palazzo!

SusannaPovero Cherubin, siete voi pazzo!

Nº 6 – Aria

CherubinoNon so più cosa son, cosa faccio;or di foco, ora sono di ghiaccio,ogni donna cangiar di colore,ogni donna mi fa palpitar.Solo ai nomi d’amor, di diletto,mi si turba, mi s’altera il pettoe a parlare mi sforza d’amoreun desio ch’io non posso spiegar.Parlo d’amor vegliando,parlo d’amor sognando,all’acqua, all’ombra, ai monti,ai fiori, all’erbe, ai fonti,all’eco, all’aria, ai venti,che il suon de vani accentiportano via con se.E se non ho chi m’oda,parlo d’amor con me.

Scena 6Cherubino, Susanna e poi il Conte.

Recitativo

(Cherubino va per partire e vedendo il Conte dalontano, torna indietro impaurito e si nasconde dietrola sedia.)

CherubinoAh son perduto!

SusannaChe timor!

Il ConteSusanna, tu mi sembriagitata e confusa.

CherubinoLê-a à tua ama,lê-a a ti própria,lê-a a Barbarina, a Marcellina…(arrebatado pela alegria)Lê-a a todas as mulheres do palácio!

SusannaPobre Cherubino, estais louco?

N.º 6 – Ária

CherubinoJá não sei o que sou, nem o que faço;ora me devoram chamas, ora me sinto gelado,qualquer mulher me faz corar,qualquer mulher me faz palpitar.Ouvindo palavras de amor, de alegria,o meu peito altera-se e perturba-se,e um desejo que não sei explicarforça-me a falar de amor!Falo de amor em vigília,falo de amor nos sonhos,à água, às sombras, aos montes,às flores, às ervas, às fontes,ao eco, ao ar, aos ventos,que levam para longeo eco das minhas palavras vãs.E se não tenho quem me ouça,falo de amor comigo.

Cena 6Cherubino, Susanna e depois o Conde.

Recitativo

(Cherubino prepara-se para sair mas vendo o Condechegar, volta para trás apavorado e esconde-se por detrás de uma cadeira.)

CherubinoAh estou perdido!

SusannaQue medo!

CondeSusanna, pareces-meagitada e confundida.

CherubinoIl Conte ieriperchè trovommi sol con Barbarina,il congedo mi diede;e se la contessina,la mia bella comare,grazia non m’intercede, io vado via,io non ti vedo più, Susanna mia!

SusannaNon vedete più me! Bravo! Ma dunquenon più per la contessasecretamente il vostro cor sospira?

CherubinoAh, che troppo rispetto ella m’inspira!Felice te, che puoivederla quando vuoi,che la vesti il mattino,che la sera la spogli, che le mettigli spilloni, i merletti...(con un sospiro)Ah, se in tuo loco...Cos’hai lì? Dimmi un poco...

Susanna (imitandolo)Ah, il vago nastro della notturna cuffiadi comare sì bella.

Cherubino (toglie il nastro di mano a Susanna)Deh, dammelo sorella,dammelo per pietà!

Susanna (vuole riprenderglielo)Presto quel nastro.

Cherubino (si mette a girare intorno la sedia)Oh caro, o bello, o fortunato nastro!Io non te’l renderò che colla vita!(bacia e rebacia il nastro)

Susanna (seguita a corrergli dietro, ma poi si arrestacome fosse stanca.)Cos’è quest’insolenza?

CherubinoEh via, sta cheta!In ricompensa poiquesta mia canzonetta io ti vò dare.(cava di tasca una canzone)

SusannaE che ne debbo fare?

CherubinoOntem o Condeexpulsou-me do palácioporque me encontrou a sós com Barbarina;se a Condessa,a minha bela madrinha,não interceder por mim, tenho de partir.E não te torno a ver, minha Susanna!

SusannaNão me tornareis a ver! Essa é boa! Mas entãojá não é pela Condessaque o vosso coração suspira?

CherubinoAh! Ela inspira-me demasiado respeito!Feliz és tu, pois podesvê-la quando queres,e a vestes todas as manhãs,e a despes todas as noites, e lhe colocasos alfinetes e as rendas…(com um suspiro)Ah, se eu estivesse no teu lugar...Mas, que tens tu aí? Diz-me...

Susanna (imitando-o)A vaporosa fita da touca de noiteda tal madrinha tão bela.

Cherubino (tira a fita da mão de Susanna)Dá-me isso, irmã,dá-me isso por piedade!

Susanna (quer recuperá-la)Devolve-me depressa essa fita.

Cherubino (andando à volta da cadeira)Ó querida, ó bela, ó afortunada fita!Só ta tornarei a dar com a vida.(beija repetidamente a fita)

Susanna (apressa-se a correr atrás dele, mas detém-secomo se cansada.)Mas que insolência é esta?

CherubinoVá lá, está quieta!Como recompensaquero oferecer-te esta minha pequena canção.(tira do bolso uma canção)

SusannaE que devo fazer dela?

Page 32: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 32/85

59Le nozze di Figaro58

Susanna (inquietissima)Ch’io vi lascio qui solo?

Basilio (di fuori)Da madama sarà, vado a cercarlo.

Il Conte (addita la sedia)Qui dietro mi porrò...

SusannaNon vi celate!

Il ConteTaci e cerca ch’ei parta.

(Il Conte vuol nascondersi dietro il sedile: Susanna sifrappone tra il Paggio e lui: il Conte la spingedolcemente. Ella rincula, intanto il Paggio passa aldavanti del sedile, si mette dentro in piedi, Susanna ilricopre colla vestaglia.)

SusannaOimè! Che fate?

Scena 7Detti e Basilio

BasilioSusanna, il ciel vi salvi; avreste a caso vedutoil Conte?

SusannaE cosadeve far meco il conte? Animo, uscite.

BasilioAspettate, sentite,Figaro di lui cerca.

Susanna(Oh cieli!) Ei cercachi dopo voi più l’odia.

Il Conte(Veggiam come mi serve.)

BasilioIo non ho mai nella moral sentitoch’uno ch’ami la moglie odi il marito,per dir che il conte v’ama...

Susanna (perturbada)Deixar-vos aqui sozinho?

Basilio (de fora)Estará com a senhora, vou procurá-lo.

Conde (aponta para a cadeira)Esconder-me-ei aqui.

SusannaNão vos escondais!

CondeCala-te, e tenta afastá-lo.

(O Conde pretende esconder-se atrás da cadeira.Susanna coloca-se entre ele e o Pajem. O Conde vira-adelicadamente. Ela recua enquanto o Pajem passa paraa frente, esgueira-se entre os pés da cadeira e Susannatapa-o com o vestido.)

SusannaAi de mim! Que fazeis?

Cena 7Os anteriores e Basilio

BasilioSusanna, que o céu te abençoe. Por acaso visteo Conde?

SusannaE o que estariaa fazer comigo o Conde? Vá, saí.

BasilioEsperai, ouvi,é Figaro quem o procura.

Susanna(Oh céus!) Está à procurade quem o odeia ainda mais do que tu.

Conde(Vejamos como ele me serve.)

BasilioNunca na moral aprendique aquele que ama a mulher odeia o marido.Isto para dizer que o Conde vos ama...

SusannaSignor... io chiedo scusa...ma, se mai... qui sorpresa...per carità! Partite.

Il Conte (si mette a sedere sulla sedia e prendeSusanna per la mano)Un momento, e ti lascio,odi!

Susanna (si distacca con forza)Non odo nulla.

Il ConteDue parole: tu saiche ambasciatore a Londrail rè mi dichiarò; di condur mecoFigaro destinai.

Susanna (timida)Signor, se osassi...

Il Conte (sorge)Parla, parla, mia cara! E con quell drittoch’oggi prendi su me finchè tu vivi(con tenerezza, e tentando di riprenderle la mano.)chiedi, imponi, prescrivi.

SusannaLasciatemi signor; dritti non prendo,non ne vò,non ne intendo...Oh me infelice!

Il ConteAh no, Susanna, io ti vò far felice!Tu ben sai quanto io t’amo; a te Basiliotutto già disse. Or senti,se per pochi momentimeco in giardin sull’imbrunir del giorno...ah, per questo favore io pagherei...

Basilio (di fuori)È uscito poco fa.

Il Conte (s’alza)Chi parla?

SusannaOh Dei!

Il ConteEsci e alcun non entri.

SusannaSenhor... peço desculpa...mas... quando... aqui surpreendida...por piedade! Retirai-vos.

Conde (senta-se na cadeira e pega na mãode Susanna)É só um momento e depois deixo-te.Ouve.

Susanna (liberta-se energicamente)Não ouço nada.

CondeDuas palavras. Tu sabesque seu embaixador em Londreso rei me nomeou; decidi queFigaro me acompanharia.

Susanna (tímida)Meu senhor, se eu tivesse a ousadia...

Conde (ergue-se)Fala, fala, minha querida. Com o direitoque hoje ganhas sobre mim,(com ternura e tentando retomar-lhe a mão)pede, impõe, prescreve.

SusannaDeixai-me, senhor; eu não exijo direitos,nem os quero,pois não os entendo...Oh! Infeliz de mim!

CondeAh não, Susanna, eu quero fazer-te feliz!Sabes bem o quanto te amo: Basiliojá te disse tudo, mas agora ouve.Se tu, ao crepúsculo, no jardim,por poucos instantes...Oh, por este favor eu pagaria...

Basilio (de fora)Saiu há pouco.

Conde (levantando-se)Quem fala?

SusannaMeu Deus!

CondeSai! E que ninguém entre aqui!

Page 33: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 33/85

61Le nozze di Figaro60

Il Conte (sortendo)Come! Che dicon tutti?

BasilioOh bella!

SusannaOh cielo!

Nº 7 – Terzetto

Il Conte (a Basilio)Cosa sento! Tosto andate,e scacciate il seduttor.

BasilioIn mal punto son qui giunto,perdonate, o mio signor.

SusannaChe ruina, me meschina,son oppressa dal dolor.(quasi svenuta)

Basilio ed il Conte (sostenendola)Ah già svien la poverina!Come, oh Dio, le batte il cor!

Basilio (approssimandosi al sedile)Pian pian in su questo seggio...

SusannaDove sono?(rinviene)Cosa veggio!(staccandosi da tutti due)Che insolenza, andate fuor!

BasilioSiamo qui per aiutarvi,è sicuro il vostro onor.

Il ConteSiamo qui per aiutarti,

non turbarti, o mio tesor.

Basilio (al Conte con malignità)Ah, del paggio quel ch’ho dettoera solo un mio sospetto.

SusannaÈ un’insidia, una perfidia,non credete all’impostor.

Conde (mostrando-se)Como! Que todos dizem?!

BasilioArranjei-a bonita!

SusannaCéus!

N.º 7 – Terceto

Conde (a Basilio)Que ouço? Ide depressae expulsai o sedutor.

BasilioCheguei em má hora!Perdoai-me, senhor!

SusannaQue infelicidade, estou desgraçada!Estou oprimida pela dor.(quase desmaiada)

Basilio e o Conde (amparando-a)Ah, a pobrezinha está a desmaiar!Meu Deus, como bate o seu coração!

Basilio (aproximando-se do sofá)Devagarinho, neste sofá…

SusannaOnde estou?(vindo a si)Que vejo!(olhando esbugalhada para os dois)Que insolência! Saí os dois.

BasilioEstamos aqui para a ajudar,a sua honra está salvaguardada.

CondeEstamos aqui para te ajudar,

não te perturbes, meu tesouro.

Basilio (ao Conde, com malícia.)Aquilo que eu disse acerca do pajemera apenas uma minha suspeita!

SusannaUma afirmação insidiosa, uma perfídia;não acrediteis no impostor.

SusannaSortite, vil ministrodell’altrui sfrenatezza: io non ho d’uopodella vostra morale,del conte, del suo amor...

BasilioNon c’è alcun male.Ha ciascun i suoi gusti: io mi crede ache preferir dovreste per amante,come fan tutte quante,un signor liberal, prudente e saggio,a un giovinastro, a un paggio...

Susanna (con ansietà)A Cherubino!

BasilioA Cherubino! A Cherubin d’amorech’oggi sul far del giornopasseggiava qui intornoper entrar.

SusannaUom maligno,un impostura è questa.

BasilioÈ un maligno con voi chi ha gli occhi in testa?E quella canzonetta,ditemi in confidenza, io sono amicoed altrui nulla dico;è per voi, per madama?

Susanna(Chi diavol gliel’ha detto?)

BasilioA proposito, figlia,instruitelo meglio; egli la guardaa tavola sì spesso,e con tale immodestia,che se il conte s’accorge... e su tal punto,sapete egli è una bestia.

SusannaScellerato!E perchè andate voitai menzogne spargendo?

BasilioIo! Che ingiustizia! Quel che compro io vendo,a quel che tutti diconoio non aggiungo un pelo.

SusannaFora, vil ministroda luxúria alheia: eu não precisoda vossa moral,nem do Conde, nem do seu amor...

BasilioNão existe mal algum,cada um prova do que gosta; e eu acreditavaque preferiríeis ter como amante,como fazem todas,um senhor liberal prudente e sábioa um rapazote, a um pajem...

Susanna (com ansiedade)A Cherubino?

BasilioSim, a Cherubino! Cherubino de amorque hoje ao nascer do diarondava por aquipara entrar...

SusannaHomem maldoso!Isso é uma impostura!

BasilioConsigo é maldoso quem vê claro.E aquela canção?Dizei-me em confidência, eu sou amigoe não digo nada aos outros:a canção é para vós ou para a Condessa?

Susanna(Quem lhe teria dito?)

BasilioA propósito, minha filha,aconselhai-o melhor; ele olha-acom tal frequência à mesae com tal imodéstia,que se o Conde se apercebe... e quanto a isto,ficai a saber, o Conde é uma besta.

SusannaDesgraçado!Porque é que andasa espalhar tais mentiras?

BasilioEu! Que injustiça! Só vendo aquilo que compro.Não acrescento nadaàquilo que todos dizem.

Page 34: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 34/85

63Le nozze di Figaro62

SusannaEd io che senta: andate!

Il ConteRestate, che baldanza! E quale scusase la colpa è evidente?

SusannaNon ha d’uopo di scusa un’innocente.

Il ConteMa costui quando venne?

SusannaEgli era mecoquando voi qui giungeste, e mi chiede ad’impegnar la padronaa intercedergli grazia: il vostro arrivo

in scompiglio lo pose,ed allor in quel loco si nascose.

Il Conte (a Susanna)Oh cielo dunque ha sentitotutto quello ch’io ti dicea!

CherubinoFeci per non sentir quanto potea.

Il ConteOh perfidia!

BasilioFrenatevi, vien gente.

Il Conte (a Cherubino che fa uscir del segglione)E voi restate qui, picciol serpente.

Scena 8Figaro, contadine e contadini, i suddetti. Figaro conbianca veste in mano. Coro di contadine e di contadinivestiti di bianco che spargono fiori, raccolti in picciolipanieri, davanti al Conte.

Nº 8 – Coro

CoroGiovani lieti,fiori spargetedavanti il nobilenostro signor.

SusannaE eu quero que ele ouça. Ide.

CondeEsperai! Mas que audácia! Que desculpa tendes,se a culpa é tão evidente?

SusannaUm inocente não precisa de desculpas.

CondeMas quando é que ele chegou?

SusannaEle já estava comigoquando vós aqui chegastes, e pedia-meque eu convencesse a Condessaa interceder por ele. A vossa chegadaassustou-o,e então ele escondeu-se ali.

Conde (a Susanna)Oh céus, então ele ouviutudo o que eu te disse?

CherubinoFiz por não ouvir o mais possível.

CondeOh perfídia!

BasilioAcalmai-vos: vem aí alguém.

Conde (para Cherubino, fazendo-o sair do sofá.)Tu ficas aqui, pequena serpente!

Cena 8Figaro, camponeses e camponesas, e os anteriores.Figaro traz na mão um vestido branco. Coro decamponesas e camponeses vestidos de branco que, àfrente do Conde, espalham flores que vão retirando depequenos cestos.

N.º 8 – Coro

CoroAlegres jovens,espalhai floresaos pés do nossonobre senhor.

CondeQue esse mulherengo parta!

Susanna e BasilioPobrezinho!

Conde (ironicamente)Pobrezinho!Mas eu apanhei-o de novo.

Recitativo

Susanna e BasilioComo! O quê?

CondeOntem, encontrei fechada a portada tua prima;bati, e apareceu Barbarinaestranhamente perturbada.Eu, desconfiado,procurei, olhei em toda a parte,e quando levantei devagarinhoa toalha da mesa,(imita o gesto com o vestido e dá de caras com o Pajem)encontrei escondido o pajem!(surpreendido)Ah, mas que vejo?

Susanna (com medo)Destino cruel!

Basilio (rindo)Isto está a ficar cada vez melhor!

CondeMinha honestíssima senhora,percebo-vos muito bem agora.

SusannaNão podia acontecer nada de pior.Meu Deus, que virá a seguir?

Basilio

Assim fazem todas as beldades.Não sei onde está a novidade.

Recitativo

CondeBasilio, voaiatrás de Figaro,eu quero que ele veja...

Il ConteParta, parta il damerino!

Susanna e BasilioPoverino!

Il Conte (ironicamente)Poverino!Ma da me sorpreso ancor.

Recitativo

Susanna e BasilioCome? Che?

Il ConteDa tua cuginal’uscio ier trovai rinchiuso;picchio, m’apre Barbarinapaurosa fuor dell’uso.Io, dal muso insospettito,guardo, cerco in ogni sito,ed alzando pian pianino,il tappetto al tavolino(imita il gesto colla vestaglia e scopre il Paggio)vedo il paggio...(con sorpresa)Ah! Cosa veggio!

Susanna (con timore)Ah! Crude stelle!

Basilio (con riso)Ah! Meglio ancora!

Il ConteOnestissima signora,or capisco come va!

SusannaAccader non può di peggio;giusti Dei, che mai sarà!

Basilio

Così fan tutte le belle;non c’è alcuna novità!

Recitativo

Il ConteBasilio, in traccia tostodi Figaro volate:io vo’ ch’ei veda...

Page 35: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 35/85

65Le nozze di Figaro64

nostro signor.Il suo gran corevi serba intattod’un più bel fiorel’almo candor.(partono)

Recitativo

Figaro, Susanna e BasilioEvviva! Evviva! Evviva!

Figaro (a Cherubino)E voi non applaudite?

SusannaÈ afflitto poveretto!Perchè il padron lo scaccia dal castello!

FigaroAh! In un giorno si bello!

SusannaIn un giorno di nozze!

FigaroQuando ognun v’ammira!

Cherubino (inginocchiandosi)Perdono, mio signor...

Il ConteNol meritate.

SusannaEgli è ancora fanciullo.

Il ConteMen di quel che tu credi.

CherubinoÈ ver, mancai; ma dal mio labbro alfine...

Il Conte

Ben, ben, io vi perdono;anzi farò di più; vacante è un postod’uffizial nel reggimento mio,io scelgo voi, partite tosto, addio.(Vuol partire, Susanna e Figaro l’arrestano.)

Susanna e FigaroAh, fin domani sol...

nobre senhor.O seu bom coraçãodeixa-vos intactaa casta purezada mais bela flor.(partem)

Recitativo

Figaro, Susanna e BasilioViva! Viva! Viva!

Figaro (para Cherubino)E vós não aplaudis?

SusannaEle está aflito, coitado!Porque o Conde o vai expulsar do palácio!

FigaroAh! Num dia tão bonito!

SusannaNum dia de casamento!

FigaroE quando todos vos admiram!

Cherubino (ajoelhando-se)Perdão, senhor…

CondeNão o mereceis!

SusannaEle é ainda uma criança!

CondeMenos do que aquilo que julgas.

CherubinoErrei, é verdade, mas da minha boca não saiu...

Conde

Está bem! Está bem! Estás perdoado!Até farei mais: vagou um postode oficial no meu regimento.Escolho-vos; parti depressa, adeus.(Quer partir, Susanna e Figaro detêm-no.)

Susanna e FigaroDeixai-o ficar até amanhã...

Il suo gran corevi serba intattod’un più bel fiorel’almo candor.

Recitativo

Il Conte (a Figaro con sorpresa)Cos’è questa commedia?

Figaro (piano a Susanna)(Eccoci in danza:secondami cor mio.)

Susanna(Non ci ho speranza.)

Figaro

Signor, non isdegnatequesto del nostro affettomeritato tributo: or che abolisteun diritto sì ingrato a chi ben ama...

Il ConteQuel dritto or non v’è più, cosa si brama?

FigaroDella vostra saggezza il primo fruttooggi noi coglierem: le nostre nozzesi son già stabilite, or a voi toccacostei che un vostro donoillibata serbò, coprir di questosimbolo d’onestà, candida vesta.

Il Conte(Diabolica astuzia!Ma fingere convien.)Son grato, amici,ad un senso sì onesto!(a Figaro e Susanna)A voi promettocompier la ceremonia.Chiedo sol breve indugio; io voglio in facciade’ miei più fidi, e con più ricca pompa

rendervi appien felici:(Marcellina si trovi.) Andate, amici.

Nº 9 – CoroSpargono il resto dei fiore

CoroGiovani liete,fiori spargetedavanti il nobile

O seu grande coraçãodeixa-vos intactaa casta purezada mais bela flor.

Recitativo

Conde (a Figaro, surpreendido.)Mas que comédia vem a ser esta?

Figaro (em voz baixa para Susanna)(Eis-nos na dança,secunda-me, meu coração.)

Susanna(Já não tenho esperança alguma!)

Figaro

Senhor, não desdenheisesta merecida homenagemdo nosso afecto. Agora que abolistesum direito amaldiçoado pelos amantes...

CondeEsse direito já não existe. Que significa, pois, isto?

FigaroÉ que hoje poderemos colher o primeiro frutoda vossa sabedoria. O nosso casamentofoi já fixado, compete agora a vóscobrir com este véu branco, símbolo de honestidade,a rapariga que deixastes puracom a abolição daquele direito.

Conde(Que astúcia diabólica!Convém fingir.)Fico agradecido, amigos,por tanto reconhecimento.(para Figaro e Susanna)Prometo-vospresidir à cerimónia.Peço-vos apenas uns instantes. Desejo, na presençados meus mais fiéis servidores, e com mais pompa,

tornar-vos felizes.(Que se encontre depressa Marcellina.) Ide, amigos!

N.º 9 – CoroEspalham o resto das flores

CoroAlegres jovens,espalhai floresaos pés do nosso

Page 36: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 36/85

67Le nozze di Figaro66

Atto IICamera ricca con alcova e tre porte

Scena 1La Contessa sola; pois Susanna e poi Figaro.

Nº 11 – Cavatina

La ContessaPorgi, amor, qualche ristoroal mio duolo, a’ miei sospir.O mi rendi il mio tesoro,o mi lascia almen morir.

Recitativo

La ContessaVieni, cara Susanna,

finiscimi l’istoria!Susanna (entra)È già finita.

La ContessaDunque volle sedurti?

SusannaOh, il signor contenon fa tai complimenticolle donne mie pari;egli venne a contratto di danari.

La ContessaAh, il crudel più non m’ama!

SusannaE come poiè geloso di voi?

La ContessaCome lo sonoi moderni mariti! Per sistemainfedeli, per genio capricciosi,e per orgoglio poi tutti gelosi.

Ma se Figaro t’ama ei sol potria...

Figaro (cantando entro la scena)La la la la la...

SusannaEccolo, vieni, amico,madama impaziente ...

Acto IIQuarto ricamente mobilado com antecâmara e três porta

Cena 1A Condessa a sós; depois Susanna e depois Figaro.

N.º 11 – Cavatina

CondessaConcede, Amor, algum consoloao meu sofrimento e aos meus suspiros:restitui-me o meu amadoou deixa-me morrer.

Recitativo

CondessaVem, cara Susanna,

acabemos a história.Susanna (entra)Já terminou!

CondessaEntão ele quis seduzir-te?

SusannaOh, o senhor Condenão procede assimcom mulheres da minha classe:o que ele queria era um contrato a dinheiro.

CondessaAh, o cruel já não me ama.

SusannaMas entãoporque tem ciúmes de si?

CondessaComo acontececom todos os maridos modernos: por doutrinasão infiéis, por génio caprichosos,e por orgulho ciumentos.

Mas, se Figaro te ama, só ele poderia...

Figaro (cantando fora de cena)La la la la la la...

SusannaEi-lo! Vem, meu querido:a senhora está a ficar impaciente...

Il ConteNo, parta tosto.

Cherubino (sospirando)A ubbidirvi, signor, son già disposto.

Il ConteVia, per l’ultima voltala Susanna abbracciate.

FigaroEhi, capitano,a me pure la mano.(piano a Cherubino)(Io vuò parlartipria che tu parta.)(con finta gioia)Addio,picciolo Cherubino!Come cangia in un punto il tuo destino!

Nº 10 – Aria

Figaro (a Cherubino)Non più andrai, farfallone amoroso,notte e giorno d’intorno girando;delle belle turbando il riposo,Narcisetto, Adoncino d’amor.Non più avrai questi bei pennacchini,quel capello leggero e galante,quella chioma, quell’aria brillante,quel vermiglio donnesco color.Tra guerrieri, poffar Bacco!Gran mustacchi, stretto sacco,schioppo in spalla, sciabla al fianco,collo dritto, muso franco,o un gran casco, un gran turbante,molto onor, poco contante,ed invece del fandangouna marcia per il fango.Per montagne, per valloni,con le nevi e i sollioni,al concerto di tromboni,di bombarde, di cannoni,

che le palle in tutti i tuoniall’orecchio fan fischiar.Cherubino alla vittoria,alla gloria militar.

(partono tutti alla militare)

CondeNão. Que parta imediatamente!

Cherubino (suspirando)Senhor, estou pronto a obedecer-vos.

CondeVá, abraçai Susannapela última vez.

FigaroEi, capitão,dai-me também um aperto de mão.(em voz baixa para Cherubino)(Quero falar-teantes de partires.)(com fingida alegria)Adeus,pequeno Cherubino,como bruscamente mudou o teu destino!

N.º 10 – Ária

Figaro (para Cherubino)Não mais andarás, qual borboleta apaixonada,voando aqui e ali, de dia e de noite,perturbando o repouso das beldades,pequeno Narciso, pequeno Adónis de amor.Perderás estas penas,este chapéu leve e galante,essa tez, esse ar brilhante,essa cor rosada tão feminina.Por Baco! Agora vais para o meio de soldados:grandes bigodes, vestimentas sóbrias,espingarda ao ombro, espada ao lado,sempre direito, boca aberta;um grande capacete, ou um grande turbante,muita honra, pouco dinheiro;e em vez do fandangouma marcha através dos pântanos.Tudo isto, por montes, por vales,à neve ou ao Sol ardente!Num concerto de tambores,de canhões e de bombardas,

com as balas assobiandoaos ouvidos em todas as toadas.Cherubino parte para a vitóriae para a glória militar.

(partem todos marchando)

Page 37: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 37/85

69Le nozze di Figaro68

SusannaNon c’è mal.

La ContessaNel nostro caso...

SusannaQuand’egli è persuaso. E dove è il tempo?

FigaroIto è il Conte alla caccia; e per qualch’oranon sarà di ritorno. Io vado e tostoCherubino vi mando; lascio a voila cura di vestirlo.

La ContessaE poi?

FigaroE poi?Se vuol ballaresignor contino,il chitarrinole suonerò.(parte)

Scena 2La Contessa, Susanna, poi Cherubino.

Recitativo

La ContessaQuanto duolmi, Susanna,che questo giovinotto abbia del Contele stravaganze udito! Ah! Tu non sai...Ma per qual causa maida me stessa ei non venne?Dov’è la canzonetta?

SusannaEccola: appuntofacciam che ce la canti.Zitto, vien gente... è desso: avanti, avanti,

signor uffiziale.

CherubinoAh, non chiamarmicon nome sì fatale! Ei mi rammentache abbandonar degg’iocomare tanto buona...

SusannaNão está mal.

CondessaNa nossa situação...

SusannaQuando ele empreende... mas ainda temos tempo?

FigaroO Conde partiu para a caça e não regressaráantes de algumas horas. Eu parto, e vou rapidamentenviar-vos Cherubino: deixo-vosa tarefa de o vestir.

CondessaE depois?

FigaroE depois...Se queres dançar,meu caro Condezito,serei eua tocar guitarra.(parte)

Cena 2A Condessa, Susanna e depois Cherubino.

Recitativo

CondessaSusanna, como me custaque este jovem tenha sabidodas extravagâncias do Conde. Ah, tu não sabes...Mas porque é que elenão veio logo ter comigo?Onde está a canção?

SusannaAqui. A propósito,vamos pedir-lhe para que no-la cante.Silêncio, vem aí alguém. É ele. Entre, entre,

senhor oficial.

CherubinoAh, não me nomeiescom esse título fatal! Ele recorda-meque devo abandonaruma madrinha tão bondosa...

Figaro (con ilare disinvoltura)A voi non toccastare in pena per questo.Alfin di che si tratta? Al signor Contepiace la sposa mia,indi segretamentericuperar vorriail diritto feudale.Possibile è la cosa e naturale.

La ContessaPossibil?

SusannaNatural?

FigaroNaturalissima.E se Susanna vuol…

SusannaEd hai coraggio di trattar scherzandoun negozio si serio?

FigaroNon vi bastache scherzando io ci pensi? Ecco il progetto:per Basilio un bigliettoio gli fi capitar, che l’avvertiscadi certo appuntamento,che per l’ora del balloa un amante voi deste...

La ContessaO ciel! Che sento!Ad un uom si geloso...

FigaroAncora meglio.Aspetta! Al Contefarai subito dir, che verso seraattendati in giardino.Il picciol Cherubinoper mio consiglio non ancora partito,

da femmina vestitofaremo che in sua vece ivi sen vada;questa è l’unica stradaonde Monsù sorpresa da Madamasia costretto a far poi quel che si brama.

La Contessa (a Susanna)Che ti par?

Figaro (com alegre desenvoltura)Mas não vos convémsofrer por causa deste assunto.Afinal, de que se trata? Ao senhor Condea minha esposa agrada.E, assim, secretamente,ele queria recuperaro direito feudal.A coisa é possível e natural.

CondessaPossível?

SusannaNatural?

FigaroNaturalíssima!E se a Susanna quisesse…

SusannaE tu tens coragem de tratar a rirum assunto tão sério?

FigaroE não vos é suficienteque eu trate disto a rir? Eis o plano:através de Basilio um bilhetelhe farei chegar, que o avisade um certo encontro,que à hora do baile,vós marcastes com um amante.

CondessaCéus! Que ouço!Com um homem tão ciumento...

FigaroAinda melhor.Espera. Ao Condetu farás dizer imediatamente que ao cair da noitete espere no jardim.O pequeno Cherubino,que ainda não partiu a conselho meu,

vestido de mulher,faremos com que ali apareça em vez de ti.Eis o único meio para queo senhor apanhado pela senhora seja obrigadoa fazer aquilo que desejamos.

Condessa (para Susana)Que te parece?

Page 38: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 38/85

71Le nozze di Figaro70

Non trovo pacenotte nè di,ma pur mi piacelanguir così.Voi, che sapeteche cosa è amor,donne vedetes’io l’ho nel cor.

Recitativo

La ContessaBravo! Che bella voce! Io non sapeache cantaste si bene.

SusannaOh, in veritàegli fa tutto ben quello ch’ei fa.Presto a noi, bel soldato.Figaro v’informò...

CherubinoTutto mi disse.

Susanna (si misura con Cherubino)Lasciatemi veder: andrà benissimo!Siam d’uguale statura...

La Contessa (a Susanna)Che fai?

SusannaNiente paura.

La ContessaE se qualcuno entrasse?

SusannaEntri; che mal facciamo?La porta chiuderò.(chiude la porta)Ma come poiacconciargli i capelli?

La ContessaUna mia cuffiaprendi nel gabinetto.Presto!

(Susanna va nel gabinetto a pigliar una cuffia:Cherubino si accosta alla Contessa, e gli lascia veder lapatente che terrà in petto: la Contessa la prende,l’apre: e vede che manca il sigillo.)

Não encontro paz,nem de noite nem de dia.Mas, no fundo,agrada-me elanguescer assim.Vós que sabeiso que é o amor,Vede, senhoras,se o tenho no meu coração.

Recitativo

CondessaBravo! Que bela voz! Eu não sabiaque cantavas tão bem.

SusannaOh, na verdade,tudo o que ele faz, faz bem.Depressa, socorre-nos, belo soldado:Figaro já te terá dito...

CherubinoJá me informou de tudo.

Susanna (compara as suas medidas com as de CherubinoDeixa-me ver: vai ficar-te muito bem.Temos as mesmas medidas...

Condessa (para Susanna)Que fazes?

SusannaNada receeis.

CondessaMas se entrasse alguém?

SusannaQue entre! Que mal estamos a fazer?Vou fechar a porta.(fecha a porta)Mas como iremosarranjar-lhe o cabelo?

CondessaVai buscar ao meu quartoum dos meus toucados.Depressa!

(Susanna entra no quarto para ir buscar um toucado.Cherubino encosta-se à Condessa deixando-a ver apatente que trazia no bolso sobre o peito. A Condessaretira-lha, abre-a e vê que lhe falta o selo.)

SusannaE tanto bella!

Cherubino (sospirando)Ah… sì… certo…

Susanna (imitandolo)Ah… sì… certo… Ipocritone!Via presto la canzoneche stamane a me destea madama cantate.

La Contessa (aprendola)Chi n’è l’autor?

Susanna (alla Contessa)Guardate, egli ha due bracedi rossor sulla faccia.

CherubinoIo sono si tremante...ma se madama vuole...

SusannaLo vuole, si, lo vuol, manco parole.

Nº 12 – AriettaLa Susanna fa il ritornello sul chitarrino

CherubinoVoi, che sapeteche cosa è amor,donne vedetes’io l’ho nel cor.Quello ch’io provovi ridirò,è per me nuovo,capir nol so.Sento un affettopien di desir,ch’ora è diletto,ch’ora è martir.Gelo, e poi sentol’alma avvampar

e in un momentotorno a gelar.Ricerco un benefuori di me,non so chi’l tiene,non so cos’è.Sospiro e gemosenza voler,palpito e tremosenza saper.

SusannaE tão bela!

Cherubino (suspirando)Ah... sim... certamente...

Susanna (imitando-o)«Ah... sim... certamente...» Grande hipócrita!Depressa, onde estáa canção que me deste esta manhã?Canta-a à senhora.

Condessa (abrindo-a)Quem é o autor?

Susanna (para a Condessa)Reparai como ele corouem ambas as faces.

CherubinoEstou tão nervoso...Mas se a senhora o deseja...

SusannaDeseja, sim! Deseja! Vá lá!

N.º 12 – Arietta

Susanna toca o ritornello na guitarra

CherubinoVós que sabeiso que é o amor,vede, senhoras,se o tenho no meu coração.Vou tornar a dizer-vosaquilo que sinto.Para mim é novidade,não o sei compreender.Sinto uma afeiçãocheia de desejo,que ora me deleita,ora me martiriza.Gelo, para depois sentira alma em chamas,

e logo em seguidatorno a ficar gelado.Procuro um bemque está fora de mim.Não sei quem o possui,nem sequer sei o que é.Gemo e suspirosem o desejar,palpito e tremosem o saber.

Page 39: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 39/85

73Le nozze di Figaro72

Mirate il bricconcello,mirate quanto è bello!Che furba guardatura,che vezzo, che figura!Se l’amano le feminehan certo il lor perchè?

Recitativo

La ContessaQuante buffonerie!

SusannaMa se ne sonoio medesma gelosa; eh! Serpentello,(prende pel mento Cherubino)volete tralasciar d’esser sì bello?

La ContessaFiniam le ragazzate.(scoprendo un nastro, onde ha fasciato il braccio.)Che nastro è quello?

SusannaÈ quel ch’esso involommi.

La ContessaE questo sangue?

Cherubino (turbato)Quel sangue... io non so comepoco pria sdrucciolando...in un sasso... la pelle io mi sgraffiai...e la piaga col nastro io mi fasciai.

SusannaMostrate: non è mal. Cospetto! Ha il bracciopiù candido del mio! Qualche ragazza...

La ContessaE segui a far la pazza?Va nel mio gabinettto, e prendi un pocod’inglese taffetà: ch’è sullo scrigno.

(Susanna parte in fretta)

La Contessa (guarda un poco il suo nastro; Cherubinoinginocchiato la osserva attentamente.)In quanto al nastro... in ver... per il coloremi spiace a di privarmene.

Susanna (entra e le da il taffetà e le forbici)Tenete,e da legargli il braccio?

Olhai para o malandrinho,olhai como é belo!Que olhar corajoso,que beleza, que figura!Se as mulheres o amam,elas lá sabem porquê!

Recitativo

CondessaQuantas tolices!

SusannaEstava quasea ficar ciumenta; ei, pequena serpente,(segurando-lhe o queixo com as mãos)quereis deixar de ser tão belo?

CondessaAcabemos com as brincadeiras.(descobrindo uma fita à volta do braço do Pagem )Que fita é esta?

SusannaÉ a que ele me roubou.

CondessaE este sangue?

Cherubino (perturbado)O sangue... não sei como…há pouco escorregueinuma pedra… e arranhei a pele…a fita serviu-me para tapar a ferida.

SusannaDeixai ver:já está bom! Por amor de Deus, tem o braçomais branco do que o meu! Algumas raparigas...

CondessaContinuas nos disparates?Vai ao meu quarto e traz um poucode tafetá inglês, que está na escrivaninha.

(Susanna sai apressada)

Condessa (olha um pouco para a fita; Cherubino,ajoelhado, observa-a atentamente.)Quanto à fita... na verdade... pela sua corcusta-me ficar sem ela.

Susanna (entra e dá-lhe o tafetá e a tesoura)Tomai,é para lhe ligar o braço?

La ContessaChe carta è quella?

CherubinoLa patente.

La ContessaChe sollecita gente!

CherubinoL’ebbi or da Basilio.

La Contessa (gli la rende)Dalla fretta obliato hanno il sigillo.

Susanna (ritorna con una cuffia)Il sigillo di che?

La ContessaDella patente.

SusannaCospetto! Che premura!Ecco la cuffia.

La Contessa (a Susanna)Spicciati: va bene!Miserabili noi, se il conte viene.

Nº 13 – Aria

SusannaVenite, inginocchiatevi;(Prende Cherubino e se lo fa inginocchiare davanti pocodiscosto dalla Contessa che siede. Lo pettina da un lato,poi lo prende pel mento e lo volge a suo piacere.)restate fermo lì.Pian, piano or via giratevi:bravo, và ben così.(Cherubino mentre Susanna lo sta acconciando guardala Contessa teneramente.)La faccia ora volgetemi:Olà! Quegli occhi a me, olà!(seguita ad acconciarlo ed a porgli la cuffia)

Drittissimo: guardatemi,madama qui non è.Restate fermo… or viagiratevi… bravo!Più alto quel colletto,quel ciglio un po’ più basso,le mani sotto il petto,vedremo poscia il passoquando sarete in piè.(piano alla Contessa)

CondessaQue papel é esse?

CherubinoA patente.

CondessaQue gente tão apressada!

CherubinoFoi-me agora entregue por Basilio.

Condessa (devolvendo-lhe a patente)Com a pressa, esqueceram-se do selo.

Susanna (regressando com um toucado)O selo de quê?

CondessaDa patente.

SusannaO quê? Já a tem? Mas que pressa!Eis o toucado.

Condessa (para Susanna)Despacha-te: assim está bem.Ai de nós, se o Conde chega.

N.º 13 – Ária

SusannaVinde, ajoelhai-vos;(Agarra Cherubino e fá-lo ajoelhar à sua frente, afastadodo sítio onde a Condessa se sentou. Penteia-o, e depoissegura-lhe o queixo e rodopia-o a seu bel prazer.)ficai aí quieto.Agora voltai-vos devagar:muito bem, assim mesmo.(Cherubino, enquanto Susanna o arranja, olhaternamente para a Condessa.)Virai agora a cara para mim:atenção, esses olhos em mim, então!(continua a arranjá-lo e põe-lhe um toucado)

Direito: olhai para mim,a senhora não está aqui.Estai quieto agora…voltai-vos… muito bem!Mais alto o pescocinho,os olhos mais para baixo,as mãos por baixo do peito;os passos já vamos verquando vos puserdes de pé.(em voz baixa para a Condessa)

Page 40: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 40/85

75Le nozze di Figaro74

La ContessaIl mio sposo! Oh Dei! Son morta.Voi qui senza mantello!In questo stato... un ricevuto foglio...la sua gran gelosia...

Il ConteCosa indugiate?

La Contessa (confusa)Son sola... anzi son sola...

Il ConteE a chi parlate?

La ContessaA voi... certo... a voi stesso.

CherubinoDopo quelch’è successo... il suo furore...non trovo altro consiglio!(entra nel gabinetto e chiude)

La Contessa (prende la chiave)Ah! Mi difenda il cielo in tal periglio!

Scena 3La Contessa ed il Conte da cacciatore

Recitativo

Il ConteChe novità! Non fu mai vostra usanzadi rinchiudervi in stanza!

La ContessaÈ ver; ma io...io stava qui mettendo...

Il ConteVia, mettendo...

La Contessa

... certe robe... era meco la Susanna,che in sua camera è andata.

Il ConteAd ogni modovoi non siete tranquilla.Guardate questo foglio.

CondessaO meu marido! Oh Deus! Morro!Vós aqui sem camisa!Nesse estado… o bilhete que ele recebeu...… o seu desmesurado ciúme…

CondePor que esperais?

Condessa (confusa)Estou sozinha… sim, sozinha.

CondeE a quem falais?

CondessaA vós... obviamente... a vós mesmo.

CherubinoDepois daquilo que aconteceu… a sua fúria...Não encontro outra solução!(entra no quarto e fecha a porta)

Condessa (pega na chave)Ah, defendam-me os céus neste perigo!

Cena 3A Condessa e o Conde, este fazendo de caçador.

Recitativo

CondeQue novidade! Nunca foi vosso hábitofechar-vos no quarto!

CondessaÉ verdade; mas eu...… estava aqui a arranjar...

CondeSim, a arranjar...

Condessa

… certas coisas... Susanna estava comigo,e foi ao quarto dela.

CondeDe qualquer maneira,não estais tranquila.Lede este bilhete.

La ContessaUn altro nastroprendi insieme col mio vestito.

(Susanna parte per la porta ch’è in fondo e porta secoil mantello del Paggio)

CherubinoAh, più presto m’avria quello guarito!

La ContessaPerchè? Questo è migliore!

CherubinoAllor che un nastro...legò la chioma... ovver toccò la pelle...d’oggetto...

La ContessaForestiero,è buon per le ferite, non è vero?Guardate qualità ch’io non sapea!

CherubinoMadama scherza; ed io frattanto parto.

La ContessaPoverin! Che sventura!

CherubinoOh me infelice!

La ContessaOr piange...

CherubinoOh ciel! Perchè morir non lice!Forse vicino all’ultimo momento...questa bocca oseria...

La Contessa (gli asciuga gli occhi col fazzoletto)Siate saggio; cos’è questa follia?...

(si sente picchiare alla porta)

La ContessaChi picchia alla mia porta?

Il Conte (fuori della porta)Perchè chiusa?

CondessaTraz outra fitaquando trouxeres o vestido.

(Susanna sai pela porta do fundo levando consigo asvestes do Pajem)

CherubinoAh, aquela ter-me-ia curado mais rapidamente.

CondessaPorquê? Esta é melhor!

CherubinoDiz-se que quando uma fitaatou os cabelos… ou tocou a pele...de uma certa pessoa...

Condessa... que nos é estranha,tal fita é boa para as feridas, não é verdade?Eu desconhecia que tínheis tantas qualidades!

CherubinoA senhora brinca comigo, e eu estou quase a partir.

CondessaCoitadinho! Que desgraça!

CherubinoInfeliz de mim!

CondessaAgora chora…

CherubinoOh céus! Por que me não dais a morte!Talvez no último momento...esta boca ousasse...

Condessa (enchuga-lhe os olhos com um lenço)Comportai-vos: que loucura é esta?

(ouve-se bater à porta)

CondessaQuem está a tocar à minha porta?

Conde (de for a da porta)Porque estais fechada?

Page 41: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 41/85

77Le nozze di Figaro76

Il ConteÈ vero, è vero! E lo vedrete adesso.

(La Susanna entra per la porta ond’è uscita, e si fermavedendo il Conte, che dalla porta del gabinetto stafavellando.)

Nº 14 – Terzetto

Il ConteSusanna, or via, sortite,sortite, io così vo’.

La Contessa (Al Conte, affanata.)Fermatevi… Sentite…Sortire ella non può.

Susanna (in disparte)Cos’è codesta litè!Il paggio dove andò!

Il ConteE chi vietarlo or osa?Chi?

La ContessaLo vieta, l’onestà.Un abito da sposaprovando ella si stà.

Il ConteChiarissima è la cosa:l’amante qui sarà.

La ContessaBruttissima è la cosa,chi sà cosa sarà.

SusannaCapisco qualche cosa,veggiamo come va.

Il ConteDunque parlate almeno,

Susanna, se qui siete…

(Susanna si nasconde entro l’alcova)

La ContessaNemmen, nemmen, nemmeno,io v’ordino: tacete!

Recitativo

CondeIsso é bem verdade! E ides constatá-lo vós mesma.

(Susanna entra pela porta por onde saíra e detém-seao ver o Conde, que continua a falar desde a portado quarto.)

N.º 14 – Terceto

CondeSusanna, sai daí,eu assim o desejo.

Condessa (Ao Conde, perturbada.)Esperai… Ouvi…Ela não pode sair.

Susanna (aparte)Que discussão é esta?Onde se terá metido o pajem?

CondeE quem o poderia impedir?Quem?

CondessaImpede-o a honestidade.Ela está a provarum vestido de noiva.

CondeA coisa está claríssima:o amante deve estar ali.

CondessaA coisa está muito feia;quem sabe o que acontecerá?

SusannaEstou a perceber qualquer coisa;vejamos como isto vai acabar.

CondeSusanna, se estais aí,

ao menos falai…

(Susanna esconde-se na antecâmara)

CondessaNão, não e não!Ordeno que vos caleis!

Recitativo

La ContessaNumi! È il foglioche Figaro gli scrisse.

(Cherubino fa cadere un tavolino ed una sedia ingabinetto con molto strepito)

Il ConteCos’è codesto strepito?In gabinettoqualche cosa è caduta!

La ContessaIo non intesi niente.

Il ConteConvien che abbiate i gran pensieri in mente.

La ContessaDi che?

Il ConteLà v’è qualcuno.

La ContessaChi volete che sia?

Il ConteIo chiedo a voi;io vengo in questo punto.

La ContessaAh sì, Susanna... appunto...

Il ConteChe passò mi diceste alla sua stanza?

La ContessaAlla sua stanza, o qui – non vidi bene...

Il ConteSusanna, e donde vieneche siete sì turbata?

La Contessa (con un risolino sforzato)Per la mia cameriera?

Il ConteIo non so nulla;ma turbata senz’altro.

La ContessaAh, quella servapiù che non turba me turba voi stesso.

CondessaDeuses! É o bilheteque Figaro lhe escreveu.

(Cherubino faz cair uma mesa e uma cadeira no quartocom grande barulheira)

CondeQue barulho é este?Algo caiuno quarto.

CondessaEu não ouvi nada.

CondeDeveis estar embrenhada em profundos pensamentos.

CondessaQuais?

CondeEstá ali alguém.

CondessaE quem quereis que esteja?

CondeIsso pergunto-vos eu;eu acabo de chegar.

CondessaAh sim, Susanna... de facto...

CondeQue foi ao seu quarto, segundo dissestes.

CondessaAo seu quarto, ou para ali – não reparei bem...

CondeSusanna… e porqueestais tão perturbada?

Condessa (com um risinho forçado)Pela minha camareira?

CondeAinda não sei porquê,mas estais estranha...

CondessaA minha camareiranão me perturba a mim, mas sim a vós.

Page 42: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 42/85

79Le nozze di Figaro78

Il Conte (accenna il gabinetto)Susanna starà qui finchè torniamo.

(partono)

Scena 4Susanna uscendo dall’alcova in fretta

Nº 15 – Duettino

Susanna (alla porta del gabinetto)Aprite, presto, aprite;aprite, è la Susanna.Sortite, via sortite,andate via di quà.

Cherubino (confuso e senza fiato)Oimè! Che scena orribile!Che gran fatalità!

SusannaDi quà, di là!

(Accostandosi or ad una, or ad un’ altra porta.)

Susanna e CherubinoLe porte son serrate,che mai, che mai sarà?

CherubinoQui perdersi non giova.

SusannaV’uccide, se vi trova.

Cherubino (affacciandosi alla finestra)Veggiamo un po’ qui fuori.Dà proprio nel giardino.(facendo moto di saltar giù)

Susanna (trattenendolo)Fermate, Cherubino!Fermate per pietà!

CherubinoM’uccide se mi trova!

SusannaTropp’alto per un salto,fermate per pietà!

Conde (aponta para o quarto)Susanna permanecerá aqui até que regressemos.

(partem)

Cena 4Susanna saindo a correr da antecâmara

N.º 15 – Duettino

Susanna (à porta do quarto)Abri, depressa, abri;abri, é a Susanna.Tendes de sair depressa,tendes de partir.

Cherubino (confuso e sem fato)Ai de mim! Que cena horrível!Que grande fatalidade!

SusannaPor aqui, por ali!

(Chegando-se a uma e outra porta à vez.)

Susanna e CherubinoAs portas estão trancadas.O que mais irá acontecer? Que mais?

CherubinoNão podemos desistir!

SusannaEle mata-vos se vos descobre.

Cherubino (aproximando-se da janela)Vejamos um pouco lá fora.Dá para o jardim.(fazendo tenção de saltar )

Susanna (agarrando-o)Parai, Cherubino!Parai, por piedade!

CherubinoEle, se me encontrar, mata-me!

SusannaÉ alto demais para saltar,parai por piedade!

Il ConteConsorte mia, giudizio!Un scandalo, un disordine,schiviam per carità!

SusannaOh cielo, un precipizio,un scandalo, un disordine,qui certo nascerà.

La ContessaConsorte mio, giudizio,un scandalo, un disordine,schiviam per carità!

Recitativo

Il ConteDunque voi non aprite?

La ContessaE perchè degg’iole mie camere aprir?

Il ConteEbben lasciate,l’aprirem senza chiavi: ehi gente!

La ContessaCome?Porreste a repentagliod’una dama l’onore?

Il ConteÈ vero, io sbaglio...posso senza rumore,senza scandalo alcun di nostra genteandar io stesso a prender l’occorrente.Attendete pur qui... ma perchè in tuttosia il mio dubbio distrutto ancor le porteio prima chiuderò.(chiude a chiave la porta che conduce alle stanze dellecameriere)

La Contessa(Che imprudenza!)

Il ConteVoi la condiscendenzadi venir meco avrete.Madama, eccovi il braccio, andiamo!

La ContessaAndiamo!

CondeEsposa minha, tende juízo!Evitemos, por caridade,um escândalo e a desordem!

SusannaOh céus! Por certo vainascer daqui uma desgraça,um tumulto, um escândalo.

CondessaEsposo meu, tende juízo!Evitemos, por caridade,um escândalo, um tumulto!

Recitativo

CondeEntão não quereis abrir?

CondessaE porque razão devoabrir os meus aposentos?

CondePois bem, deixai estar,vamos abri-los sem chave: hei, criados!

CondessaComo?Quereis pôr na boca do mundoa honra de uma dama?

CondeÉ verdade, estava errado...Posso eu mesmo, sem barulhoe sem escândalo para as nossas gentes,certificar-me de tudo.Esperai aqui... mas para que todasas minhas dúvidas sejam desfeitas,eu mesmo fecharei à chave estas portas.(fecha à chave a porta que conduz aos quartos dascamareiras)

Condessa(Que imprudência!)

CondeVós, acompanhai-me,por condescendência.Minha senhora, eis o meu braço, vamos!

CondessaVamos!

Page 43: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 43/85

81Le nozze di Figaro80

La ContessaNo, ma invece è un oggettoche ragion di sospettonon vi deve lasciar. Per questa sera...una burla innocente...di far si disponeva ed io vi giuroche l’onor... l’onestà...

Il ConteChi è dunque? Dite...(più alterato)l’ucciderò!

La ContessaSentite...Ah, non ho cor!

Il ConteParlate.

La ContessaÈ un fanciullo...

Il ConteUn fanciul?

La ContessaSì... Cherubino...

Il ConteE mi farà il destinoritrovar questo paggio in ogni loco!Come? Non è partito? Scellerati!Ecco i dubbi spiegati, ecco l’imbroglio,ecco il raggiro, onde m’avverte il foglio.

Scena 6La Contessa, il Conte.

Nº 16 – Finale

Il Conte (alla porta del gabinetto con impeto)Esci omai, garzon malnato,

sciagurato, non tardar.

La Contessa (ritirandolo a forza dal gabinetto)Ah! Signore, quel furoreper lui fammi il cor tremar.

Il ConteE d’opporvi ancor osate?

CondessaNão, mas em vez dela um objectoque não vos deve causarqualquer suspeita. Estávamos a preparar…uma brincadeira inocente…para esta noite, e juro-vosque a honra... a honestidade...

CondeQuem é então? Dizei...(mais alterado)Vou matá-lo!

CondessaEscutai…Ah, não tenho coragem.

CondeFalai.

CondessaÉ um rapazinho...

CondeUm rapaz?

CondessaSim… Cherubino...

CondeMas o destino far-me-áencontrar este pajem por toda a parte!Como? Mas ele não partiu? Desgraçados!Eis explicadas as dúvidas, eis destrinçado o mistérioeis a intriga de que me avisava o bilhete.

Cena 6A Condessa, o Conde.

N.º 16 – Final

Conde (À porta do quarto, impetuoso.)Sai daí, rapaz malvado,

desgraçado, sem demoras.

Condessa (obrigando-o a sair do quarto)Ah, senhor, que fúria.Fazeis-me ter medo por ele.

CondeAinda ousais opor-vos?

Cherubino (si scioglie)Lasciami! Pria di nuocerlenel fuoco volerei.Abbraccio te per lei,addio, così si fà!(salta fuori)

SusannaEi va a perire, oh Dei!Fermate per pietà! Fermate!

Recitativo

SusannaOh, guarda il demonietto come fugge!È già un miglio lontano.Ma non perdiamoci invano:entriam nel gabinetto,venga poi lo smargiasso, io qui l’aspetto.(entra nel gabinetto e si chiude la porta)

Scena 5La Contessa, il Conte con martello e tenaglia in mano;al suo arrivo esamina tutte le porte.

Recitativo

Il ConteTutto è come il lasciai: volete dunqueaprir voi stessa, o deggio?

La ContessaAhimé! Fermate,e ascoltatemi un poco.Mi credete capacedi mancar al dover?

(Il Conte getta il martello e la tenaglia sopra una sedia )

Il ConteCome vi piace.Entro quel gabinettochi v’è chiuso vedrò.

La Contessa (timida e tremante)Sì, lo vedrete...Ma uditemi tranquillo.

Il Conte (alterato)Non è dunque Susanna?

Cherubino (soltando-se)Deixa-me, prefiro atirar-me ao fogodo que prejudicá-la.Abraço-te por ela.Adeus, é assim que se faz.(salta pela janela)

SusannaEle vai morrer, meu Deus!Parai, por piedade!

Recitativo

SusannaOh, reparai como foge o pequeno demónio!Já deixou uma milha para trás.Mas não percamos a cabeça:entremos no quarto,venha depois o antipático, eu estarei à sua espera.(entra no quarto e fecha-se à chave)

Cena 5A Condessa, o Conde com martelo e alicate na mão;ao chegar examina todas as portas.

Recitativo

CondeEstá tudo como eu deixei: quereis abrir,ou preferis que eu mesmo…?

CondessaAi de mim! Paraie ouvi-me um pouco!Achais-me capazde faltar ao meu dever?

(O Conde atira martelo e alicate para cima de uma cadeira)

CondeAssim o quisestes.Verei quem está fechadonaquele quarto.

Condessa (tímida e trémula)Sim, vê-lo-eis...Mas ouvi-me tranquilamente.

Conde (alterado)Então não é Susanna?

Page 44: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 44/85

83Le nozze di Figaro82

Il ConteVel leggo in volto!Mora, mora, e più non sia,ria cagion del mio penar.

La ContessaAh, la cieca gelosiaqualche eccesso gli fa far.

(il Conte apre il gabinetto e Susanna esce sulla portatutta grave ed evi si ferma)

Scena 7I suddetti e la Susanna ch’esce dal gabinetto

Il Conte (con maraviglia)Susanna!

La Contessa (con maraviglia)Susanna!

SusannaSignore!Cos’è quel stupore?(con ironia)Il brando prendete,il paggio uccidete!Quel paggio malnato,vedetelo quà.

Il ConteChe scola! La testagirando mi va.

La Contessa(Che storia è mai questa,Susanna v’è là!)

Susanna(Confusa han la testa,non san come va.)

Il Conte (a Susanna)

Sei sola?

SusannaGuardate,qui ascoso sarà.

CondeLeio-o na vossa face!Que ele morra, e deixe de sera causa dos meus tormentos.

CondessaAh, o ciúme cegoa que excessos o leva!

(o Conde abre a porta do quarto e Susanna aparececom um ar sério)

Cena 7Os anteriores e Susanna que sai do quarto

Conde (espantado)Susanna!

Condessa (espantada)Susanna!

SusannaSenhor!Mas que espanto é esse?(com ironia)Pegai na espada,matai o pajem.Esse pajem malditoestá perante vós.

CondeSerá possível?! Tenho a cabeçaa andar à roda.

Condessa(Que história será esta?Susanna está ali!)

Susanna(Estão confusos,e nada compreendem.)

Conde (para Susanna)

Estás sozinha?

SusannaIde ver,ele deve estar ali escondido.

La ContessaNo, sentite...

Il ConteVia parlate.

La Contessa (tremendo e sbigottita)Giuro al ciel ch’ogni sospetto...e lo stato in che il trovate…sciolto il collo… nudo il petto...

Il ConteSciolto il collo!Nudo il petto! Seguitate!

La ContessaPer vestir femminee spoglie...

Il Conte

Ah! Comprendo, indegna moglie,mi vo’ tosto vendicar.

La ContessaMi fa torto quel trasporto,m’oltraggiate a dubitar.

Il Conte (tornandosi in dietro)Qua la chiave!

La Contessa (dandogli la chiave)Egli è innocente.Voi sapete...

Il ConteNon so niente!Va lontan dagl’occhi miei!Un’infida, un’empia seie mi cerchi d’infamar.

La ContessaVado... sì... ma...

Il ConteNon ascolto!

La ContessaNon son rea!

Recitativo

CondessaNão. Ouvi...

CondeDepressa, falai.

Condessa (tremendo e em soluços)Juro pelos céus que todas as suspeitas...e o estado em que o ides encontrar…com o pescoço à mostra… o peito descoberto...

CondePescoço à mostra!Peito descoberto! Prossegui!

CondessaEra para vestir roupas de mulher...

Conde

Ah! Compreendo, mulher indigna,vou desta feita vingar-me!

CondessaEssa fúria ofende-me,essas dúvidas ultrajam-me!

Conde (voltando atrás)Dai-me a chave!

Condessa (dando-lhe a chave)Ele está inocente.Sabeis...

CondeNão sei nada!Vai para longe da minha vista!És uma infiel, uma desonesta,e tentas desgraçar-me.

CondessaVou... sim... mas...

CondeNão ouço nada!

CondessaNão sou culpada!

Recitativo

Page 45: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 45/85

85Le nozze di Figaro84

La Contessa (con risentimento)Adunque la feded’un’anima amantesì fiera mercededoveva sperar?

Susanna (in atto di preghiera)Signora!

Il Conte (in atto di preghiera)Rosina…

La ContessaCrudele!Più quella non sono;ma il misero oggettodel vostro abbandonoche avete dilettodi far disperar.

Il ConteConfuso, pentito,son troppo punito,abbiate pietà.

SusannaConfuso, pentito,è troppo punito,abbiate pietà.

La ContessaSoffrir sì gran tortoquest’alma non sà.

Il ConteMa il paggio rinchiuso...

La ContessaFu sol per provarvi.

Il ConteMa i tremiti, i palpiti...

La Contessa

Fu sol per burlarvi.

Il ConteMa un foglio sì barbaro?

La Contessa e SusannaDi Figaro è il foglio,e a voi per Basilio...

Condessa (com rancor )É esta entãoa recompensaque eu devo esperarpor vos ser fiel?

Susanna (implorando)Senhora!

Conde (implorando)Rosina…

CondessaCruel!Já não sou essa Rosina,mas sim a miserável vítimado vosso abandono.Sou aquela a quem vos agradafazer desesperar.

CondeConfundido e arrependido,já estou suficientemente castigado.Tende piedade.

SusannaConfundido e arrependido,já está suficientemente castigado.Tende piedade.

CondessaA minha alma não mereciauma tal injustiça.

CondeMas o pajem ali fechado?...

CondessaEra para vos pôr à prova.

CondeE os tremores, as palpitações?...

Condessa

Foram para vos enganar.

CondeE um bilhete tão cruel?

A Condessa e SusannaO bilhete é de Figaro,que o deu a Basilio, que vo-lo entregou...

Il ConteGuardiamo! Qui ascoso sarà.(entra nel gabinetto)

Scena 8Susanna, la Contessa e poi il Conte.

La ContessaSusanna, son morta,il fiato mi manca.

Susanna (allegrissima addita alla Contessa la finestraonde è saltato Cherubino)Più lieta, più franca,in salvo è di già.

Il Conte (esce confuso dal gabinetto)Che sbaglio mai presi!Appena lo credo;se a torto v’offesiperdono vi chiedo;ma far burla simileè poi crudeltà.

(col fazzoletto alla bocca per celar il disordinedi spirito)

La Contessa e SusannaLe vostre follienon mertan pietà.

Il ConteIo v’amo!

La ContessaNol dite!

Il ConteVe’l giuro.

La Contessa (rinvenendo dalla confusione a poco a poco)Mentite!Son l’empia, l’infida

che ognora v’inganna.

Il ConteQuell’ira, Susanna,m’aita a calmar.

SusannaCosì si condannachi può sospettar.

CondeVejamos! Ele deve estar escondido.(entra no quarto)

Cena 8Susanna, a Condessa e depois o Conde.

CondessaSusanna, estou para morrer,até me falta o ar!

Susanna (Felicíssima, para a Condessa, aponta a janelapor onde saltou Cherubino.)Contentai-vos, estais em segurança,e ele já está a salvo.

Conde (saindo confuso do quarto)Como me enganei!Ainda nem acredito;se vos ofendi injustamente,peço-vos perdão;mas enganar-me dessa maneiraé uma crueldade.

(de lenço na boca para esconder o seu estadode confusão)

Susanna e CondessaAs vossas loucurasnão merecem piedade.

CondeEu amo-vos!

CondessaNão mo digais!

CondeJuro-vos!

Condessa (recompondo-se da confusão a pouco e pouco)Mentis!Eu sou a ímpia e a infiel

que vos engana a toda a hora.

CondeSusanna, ajuda-mea acalmar esta fúria.

SusannaAssim se castigaquem suspeita como vós.

Page 46: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 46/85

87Le nozze di Figaro86

Il Conte (trattenendolo)Pian, piano, men fretta...

FigaroLa turba m’aspetta.

Il ConteUn dubbio toglietemiin pria di partir.

La Contessa,Susanna e Figaro(La cosa è scabrosa;com’ha da finir?)

Il Conte(Con arte le carteconvien qui scoprir.)(a Figaro)Conoscete, signor Figaro,(mostrandogli il foglio)questo foglio chi vergò?

Figaro (fingendo esaminarlo)Nol conosco…

Susanna, la Contessa ed il ConteNol conosci?

FigaroNo, no, no!

SusannaE nol desti a Don Basilio...

La ContessaPer recarlo...

Il ConteTu c’intendi...

FigaroOibò, oibò!

Susanna

E non sai del damerino...

La Contessa... che stasera nel giardino...

Il ConteGià capisci...

FigaroIo non lo so.

Conde (segurando-o)Devagar, menos pressa.

FigaroA multidão espera-me.

CondeDesfazei-me uma dúvidaantes de partirdes.

A Condessa, Susanna e Figaro(A coisa está feia;como irá acabar?)

Conde(Convém jogaras cartas com arte!)(para Figaro)Conheceis, senhor Figaro,(mostrando-lhe o bilhete)quem escreveu este bilhete?

Figaro (fingindo examiná-lo)Não conheço…

Susanna, a Condessa e o CondeNão conheces?

FigaroNão, não, e não.

SusannaE não o deste a Dom Basilio…

Condessa… para que ele o entregasse…

CondeEstás a compreender-nos…

FigaroAi de mim! Ai de mim!

Susanna

E não sabes do pajem...

Condessa… que esta noite no jardim...

CondeJá estás a compreender…

FigaroEu de nada sei!

Il ConteAh! Perfidi! Io voglio...

La Contessa e SusannaPerdono non mertachi agli altri nol da.

Il Conte (con tenerezza)Ebben se vi piacecomune è la pace;Rosina inflessibilecon me non sarà.

La ContessaAh quanto, Susanna,son dolce di core!Di donne al furorechi più crederà?

SusannaCogl’uomin’, signora,girate, volgete,vedrete che ognorasi cade poi là.

Il Conte (con tenerezza)Guardatemi!

La ContessaIngrato!

Il Conte (bacia e ribacia la mano della Contessa )Ho torto, e mi pento.

La Contessa,Susanna ed il ConteDa questo momentoquest’alma a conoscermi/conoscerla/conoscerviapprender potrà.

Scena 9I suddetti e Figaro

Figaro

Signore, di fuorison già i suonatori.Le trombe sentite,i pifferi udite, tra canti, tra ballide’ vostri vassallicorriamo, voliamole nozze a compir.(prendendo Susanna sotto il braccio)

CondeAh! Malvados! Eu vou...

A Condessa e SusannaNão merece perdãoaquele que não perdoa os outros.

Conde (com ternura)Então, se achais bem,a paz será comum;Rosina deixaráde estar zangada comigo.

CondessaSusanna, como tenhoum coração mole!Quem mais acreditarána ira da mulher?

SusannaSenhora, com os homenspodemos dar e baralhar,mas vereis quese acaba sempre assim.

Conde (com ternura)Olhai para mim!

CondessaIngrato!

Conde (beijando-lhe as mãos repetidamente)Errei e estou arrependido.

A Condessa, Susanna e o CondeA partir deste momentoele/eu aprenderá/aprendereia conhecer esta alma.

Cena 9Os anteriores e Figaro

Figaro

Senhores, os músicosjá estão à porta.Ouvi as trompetes,escutai os pífaros. Com cantos e com dançasdos vossos vassaloscorramos e voemosa festejar o casamento.(trazendo Susanna pelo braço)

Page 47: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 47/85

89Le nozze di Figaro88

AntonioChe insolenza! Chi’l fece? Chi fu?

La Contessa, Susanna, il Conte e FigaroCosa dici, cos’hai, cosa è nato?

AntonioAscoltate...

La Contessa, Susanna, il Conte e FigaroVia, parla, di, su.

AntonioDal balcone che guarda in giardinomille cose ogni dì gittar veggio,e poc’anzi, può darsi di peggio,vidi un uom, signor mio, gittar giù.

Il Conte (con vivacità)Dal balcone?

Antonio (mostrandogli il vaso)Vedete i garofani!

Il ConteIn giardino?

AntonioSi!

Susanna e la Contessa (piano a Figaro)Figaro, all’erta!

Il ConteCosa sento?

Susanna, la Contessa e FigaroCostui ci sconcerta,quel briaco che viene far qui?

Il Conte (ad Antonio con fuoco)Dunque un uom... ma dov’è, dov’è gito?

Antonio

Ratto, ratto, il birbone è fuggitoe ad un tratto di vista m’uscì.

Susanna (piano a Figaro)Sai che il paggio...

Figaro (piano a Susanna)Sò tutto, lo vidi.(ride forte)Ah! Ah! Ah!

AntonioQue insolência! Quem o teria feito? Quem seria?

A Condessa,Susanna, o Conde e FigaroQue dizes? Que tens? Que aconteceu?

AntonioOuvi…

A Condessa,Susanna, o Conde e FigaroFala, diz depressa.

AntonioDa janela que dá para o jardim,todos os dias vejo deitarem coisas sem fim;mas, senhor, que poderá haver de pior,há pouco vi deitar de lá um homem.

Conde (vivamente)Da janela?

Antonio (mostrando-lhe o vaso)Vede como ficaram os cravos!

CondePara o jardim?

AntonioSim!

Susanna e a Condessa (em voz baixa, para Figaro.)Alerta, Figaro!

CondeQue ouço?

Susanna, a Condessa e FigaroIsto atrapalha-nos.Que vem fazer aqui este bêbedo?

Conde (Para Antonio, fogosamente.)Então um homem… E onde está? Onde pousou?

Antonio

O malandro escapou velozmentee num instante desapareceu-me da vista.

Susanna (em voz baixa para Figaro)Sabes que o pajem...

Figaro (em voz baixa para Susanna)Sei tudo, eu vi-o.(ri alto)Ah! Ah! Ah!

CondeEm vão procuras defesas e desculpas;a tua cara chega para te acusar;vejo muito bem que estás a tentar mentir.

Figaro (para o Conde)Mente a cara, mas eu não minto.

A Condessa e Susanna (para Figaro)Aguças em vão o talento,nós já revelámos o segredo;nada mais há a esconder.

CondeQue respondes?

FigaroNada! Nada!

CondeEntão concordas?

FigaroNão concordo!

Susanna e a CondessaDeixa-te lá disso, palerma,a brincadeira tem de terminar.

Figaro (tomando Susanna pelo braço)Então para a terminar alegremente,e à maneira teatral,com um matrimóniofaremos prosseguir a acção.

A Condessa, Susanna e Figaro (ao Conde)Meu senhor, não vos oponhais!Secundai o nosso/seu desejo.

Conde(Marcellina! Marcellina!Quanto tardas a aparecer!)

Cena 10Os anteriores e, furioso, aparece Antonio, o jardineiro,com um vaso de cravos todo partido.

Antonio (furioso)Ah! Senhor... senhor...

Conde (com ansiedade)Que sucedeu?

Il ConteCerchi invan difesa e scusail tuo ceffo già t’accusa,vedo ben che vuoi mentir.

Figaro (al Conte)Mente il ceffo, io già non mento.

La Contessa e Susanna (a Figaro)Il talento aguzzi invano,palesato abbiam l’arcano,non v’è nulla da ridir.

Il ConteChe rispondi?

FigaroNiente, niente.

Il ConteDunque accordi?

FigaroNon accordo.

Susanna e la ContessaEh via, chetati, balordo,la burletta ha da finir.

Figaro (prendendo Susanna sotto il braccio)Per finirla lietamentee all’usanza teatraleun’azion matrimonialele faremo ora seguir.

La Contessa,Susanna e Figaro (al Conte)Deh signor, nol contrastate,consolate i lor/miei desir.

Il Conte(Marcellina, Marcellina!Quanto tardi a comparir!)

Scena 10I suddetti, Antonio giardiniere infuriato con un vaso digarofani schiacciato.

Antonio (infuriato)Ah! Signor... signor...

Il Conte (con ansietà)Cosa è stato?...

Page 48: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 48/85

91Le nozze di Figaro90

Antonio (a Figaro)Come mai diventaste sì grosso?Dopo il salto non fosti così.

FigaroA chi salta succede così.

AntonioChi’l direbbe?

Susanna e la Contessa (a Figaro)Ed insiste quel pazzo?

Il Conte (ad Antonio)Tu che dici?

AntonioA me parve il ragazzo?

Il ConteCherubin?

Susanna e la ContessaMaledetto!

FigaroEsso appunto,da Siviglia a cavallo qui giunto,da Siviglia ov’ei forse sarà.

Antonio (con rozza simplicità)Questo no, questo no, che il cavalloio non vidi saltare di là.

Il ConteChe pazienza! Finiam questo ballo!

Susanna e la Contessa(Come mai, giusto ciel, finirà?)

Il Conte (a Figaro)Dunque tu...?

Figaro

Saltai giù...

Il ConteMa perchè?

FigaroIl timor...

Il ConteChe timor?

Antonio (para Figaro)Como é que engordaste tanto?Quando saltaste parecias mais pequeno.

FigaroIsso acontece a quem salta.

AntonioQuem o diria?

Susanna e a Condessa (para Figaro)E o louco insiste!

Conde (para Antonio)Tu que dizes?

AntonioA mim parecia-me o rapaz.

CondeCherubino?

Susanna e a CondessaMaldito!

FigaroEle mesmo!E voou a cavalo de Sevilha até aqui;de Sevilha, onde deve estar a esta hora.

Antonio (com ingénua simplicidade)Isso não, pois eu não visaltar o cavalo.

CondeQue paciência! Acabemos com este disparate.

Susanna e a Condessa(Como irá isto acabar?)

Conde (para Figaro)Então, tu...

Figaro

Saltei dali…

CondeMas porquê?

FigaroO medo...

CondeQue medo?

Il ConteTaci là!

Antonio (a Figaro)Cosa ridi?

Figaro (ad Antonio)Tu sei cotto dal sorger del dì?

Il Conte (ad Antonio)Or ripetimi: un uom dal balcone?

AntonioDal balcone...

Il ConteIn giardino...

AntonioIn giardino...

Susanna, la Contessa e FigaroMa, signore, se in lui parla il vino!

Il Conte (ad Antonio)Segui pure, nè in volto il vedesti?

AntonioNo, nol vidi.

Susanna e la Contessa (piano a Figaro)Olà, Figaro, ascolta!

Figaro (ad Antonio)Via, piangione, sta zitto una volta!(toccando con disprezzo i garofani)Per tre soldi far tanto tumulto!Giacche il fatto non può stare occulto,sono io stesso saltato di lì.

Il ConteChi? Voi stesso?

Susanna e la Contessa

(Che testa! Che ingegno!)

Figaro (al Conte)Che stupor!

Antonio (a Figaro)Chi? Voi stesso?

Il ConteGià creder nol posso.

CondeCala-te!

Antonio (para Figaro)De que te ris?

Figaro (para Antonio)Tu estás bêbedo desde que nasce o dia?

Conde (para Antonio)Repete lá: um homem pela janela?

AntonioPela janela…

CondePara o jardim…

AntonioPara o jardim…

Susanna, a Condessa e FigaroSenhor, nele fala o vinho!

Conde (para Antonio)Continua: reconheceste-o?

AntonioNão, não o vi.

Susanna e a Condessa (em voz baixa para Figaro)Atenção, Figaro. Ouve.

Figaro (para Antonio)Acalma-te, choramingão, vê se te calas!(mexendo nos cravos com desprezo)Tanto barulho por nada!Já que se descobriu o segredo,fui eu mesmo que saltei da janela.

CondeO quê? Tu?

Susanna e a Condessa

(Que cabeça! Que inteligência!)

Figaro (para o Conde)Mas que admiração!

Antonio (a Figaro)Quem? Tu próprio?

CondeNão posso acreditar!

Page 49: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 49/85

93Le nozze di Figaro92

Susanna (piano a Figaro)Giusti Dei! La patente!

Il Conte (a Figaro)Coraggio!

Figaro (fingendo di risovvenirsi)O che testa! Questa è la patenteche poc’anzi il fanciullo mi diè.

Il ContePerchè fare?

Figaro (imbrogliato)Vi manca...

Il ConteVi manca?

La Contessa (piano a Susanna)Il suggello.

Susanna (piano a Figaro)Il suggello.

Il ConteRispondi.

Figaro (finge di pensare)È l’usanza...

Il ConteSu via, ti confondi?

FigaroÈ l’usanza di porvi il suggello.

Il Conte(Questo birbo mi toglie il cervello,tutto, tutto è un mistero per me.)

(Il Conte guarda e vede che manca il sigillo; guasta ilfoglio e con somma collera lo getta.)

Susanna e la Contessa(Se mi salvo da questa tempesta,più non avvi naufragio per me.)

Figaro(Sbuffa invano e la terra calpesta;poverino ne sa men di me.)

Susanna (em voz baixa para Figaro)Meu Deus! A patente!

Conde (para Figaro)Coragem!

Figaro (fingindo recordar-se)Ah, que cabeça! É a patenteque o rapaz me deu há pouco.

CondePara fazer o quê?

Figaro (atrapalhado)Falta-lhe...

CondeFalta-lhe?

Condessa (em voz baixa para Susanna)O selo!

Susanna (em voz baixa para Figaro)O selo!

CondeResponde!

Figaro (finge pensar )É costume...

CondeVá, responde! Estás atrapalhado?

FigaroÉ costume... colocarem-lhe um selo!

Conde(Este malandro faz-me perder a cabeça;tudo isto é muito misterioso para mim.)

(O Conde olha e vê que falta o selo; rasga a folha edeita-a fora num gesto de fúria.)

Susanna e a Condessa(Se me salvo desta tempestade,nunca mais temerei o naufrágio.)

Figaro(Irrita-se e bate com a cabeça em vão.O pobrezinho ainda sabe menos do que eu.)

FigaroLà rinchiusoaspettando quel caro visetto...Tippe, tappe, un sussurro fuor d’uso...voi gridaste... lo scritto biglietto...saltai giù dal terrore confuso,(fingendo d’aversi stroppiato il piede)e stravolto m’ho un nervo del piè!

Antonio (porgendo a Figaro alcune carte chiuse)Vostre dunque saran queste carteche perdeste...

Il Conte (togliendogliele)Olà, porgile a me!

Figaro (piano alla Contessa e Susanna)Sono in trappola.

Susanna e la Contessa (piano a Figaro)Figaro, all’erta.

Il Conte (apre il foglio e lo chiude tosto)Dite un po’, questo foglio cos’è?

Figaro (cavando di tasca alcune carte per guardare)Tosto, tosto... n’ho tanti, aspettate.

AntonioSarà forse il sommario dei debiti?

FigaroNo, la lista degl’osti.

Il Conte (a Figaro)Parlate!(ad Antonio)E tu lascialo; e parti.

Susanna, la Contessa e Figaro (ad Antonio)Lascialo/Lasciami, e parti.

AntonioParto, sì, ma se torno a trovarti...

FigaroVanne, vanne, non temo di te.

Il Conte (a Figaro)Dunque?

La Contessa (piano a Susanna)O ciel! La patente del paggio!

FigaroAli fechado,eu esperava a minha querida...ouvi um barulho inusitado...vós gritáveis… o bilhete que eu tinha escrito...saltei lá para baixo confundido pelo terror,(fingindo ter ferido o pé)e até rasguei um nervo do pé!

Antonio (mostrando a Figaro a patente do Pajem )Então estes papéis que se perderamserão vossos…

Conde (agarrando os papéis)Dá-mos cá!

Figaro (em voz baixa para a Condessa e Susanna )Estou caçado!

Susanna e a Condessa (em voz baixa para Figaro)Figaro, fica alerta!

Conde (abre a patente e fecha-a imediatamente)Diz-me lá, que documento é este?

Figaro (tirando do bolso alguns papéis, que examina.)Um momento... um momento... tenho tantos, esperai.

AntonioSerá talvez a lista das dívidas.

FigaroNão, é a lista das tabernas.

Conde (para Figaro)Falai.(para Antonio)E tu, deixa-o em paz.

Susanna, a Condessa e Figaro (para Antonio)Deixa-o/-me, e vai-te embora!

AntonioVou, mas se te volto a encontrar…

FigaroVai-te embora. Não tenho medo de ti!

Conde (para Figaro)Então?

Condessa (em voz baixa para Susanna)Céus! A patente do pajem!

Page 50: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 50/85

95Le nozze di Figaro94

Susanna, la Contessa e FigaroSon tre matti!

Il ConteOlà! Silenzio! Lo vedremo,il contratto leggeremo,tutto in ordin deve andar.

Susanna, la Contessa e FigaroSon confusa/o, son stordita/o,disperata/o, sbalordita/o.Certo un diavol dell’infernoqui li ha fatti capitar.

Marcellina,Basilio, Bartolo ed il ConteChe bel colpo! Che bel caso!È cresciuto a tutti il naso,qualche nume a noi propizioqui ci/li ha fatti capitar.

Atto IIISala ricca con due troni e preparata a festa nuziale

Scena 1Il Conte solo che passeggia.

Recitativo

Il ConteChe imbarazzo è mai questo!Un foglio anonimo...La cameriera in gabinetto chiusa...La padrona confusa... un uom che saltadal balcone in giardino, un altro appresso,che dice esser quel desso...non so cosa pensar.Ma la Contessa?Ah, che un dubbio l’offende!Ella rispetta troppo se stessa:e l’onor mio... l’onore...dove diamin l’ha posto umano errore!

Scena 2Il suddetto, la Contessa e Susanna; s’arrestano in fondoalla scena, non vedute dal Conte.

La Contessa (a Susanna)Via, fatti core: digliche ti attenda in giardino.

Susanna, a Condessa e FigaroSão três loucos!

CondeSilêncio! Vamos ver!Leremos o contrato,pois tudo deve seguir a ordem.

Susanna, a Condessa e FigaroEstou confusa(o) e estou perturbada(o),desesperada(o) e estupidificada(o)!Foi com certeza um demónio do infernoque os fez aparecer aqui.

Marcellina, Basilio, Bartolo e o CondeQue belo golpe! Que belo caso!Ficaram todos com uma penca enorme;algum deus a nós propíciofez-nos/fê-los aqui aparecer.

Acto IIISala ricamente mobilada com dois cadeirões, preparadapara a festa nupcial.

Cena 1O Conde sozinho, passeando.

Recitativo

CondeQue situação embaraçosa!Um bilhete anónimo...a camareira fechada no quarto...a Condessa perturbada... um homem que saltada janela para o jardim, um outro ao seu ladoque pretende ser o tal...Não sei que pensar.Mas, a Condessa?Ah, qualquer dúvida a ofende!Ela respeita-se demais a si própria:e a minha honra... a honra...em que situação a colocou o erro humano!

Cena 2O anterior, a Condessa e Susanna. Detêm-se ao fundosem serem vistas pelo Conde.

Condessa (para Susanna)Coragem, Susanna; diz-lheque te espere no jardim.

Scena 11 ed ultimaI suddetti, Marcellina, Bartolo e Basilio.

Marcellina,Basilio e Bartolo (al Conte)Voi signor, che giusto siete,ci dovete ascoltar.

Il Conte(Son venuti a vendicarmi,io mi sento a consolar.)

Susanna, la Contessa e Figaro(Son venuti a sconcertarmiqual rimedio ritrovar?)

Figaro (al Conte)Son tre stolidi, tre pazzi,cosa mai vengono a far?

Il ContePian, pianin, senza schiamazzi,dica ognun quel che gli par.

MarcellinaUn impegno nuzialeha costui con me contratto.E pretendo che il contrattodeva meco effettuar.

Susanna, la Contessa e FigaroCome? Come?

Il ConteOlà! Silenzio!Io son qui per giudicar.

BartoloIo da lei scelto avvocatovengo a far le sue difese,le legittime pretese,io qui vengo a palesar.

Susanna, la Contessa e FigaroÈ un birbante!

Il ConteOlà! Silenzio!Io son qui per giudicar.

BasilioIo, com’uom al mondo cognito,vengo qui per testimoniodel promesso matrimoniocon prestanza di danar.

Cena 11 e últimaOs anteriores, Marcellina, Bartolo e Basilio.

Marcellina, Basilio e Bartolo (para o Conde)Vós senhor, que sois justo,deveis ouvir-nos agora.

Conde(Chegaram para me vingar.Sinto agora algum consolo.)

Susanna, a Condessa e Figaro(Chegaram para nos prejudicar.Que fazer para remediar a situação?)

Figaro (para o Conde)São três imbecis, três loucos,que virão aqui fazer?

CondeCalma, calminha, sem gritarias,cada um diga o que lhe aprouver.

MarcellinaEste homem celebrou comigoum contrato nupcial;e eu pretendo que elecumpra o acordado.

Susanna, a Condessa e FigaroComo? Como?

CondeCalma! Silêncio!Eu estou aqui para julgar.

BartoloEu advogado por ela escolhido,estou aqui para defendê-la.E venho aqui tentarlegitimar os seus interesses.

Susanna, a Condessa e FigaroÉ um aldrabão!

CondeCalma! Silêncio!Eu estou aqui para julgar.

BasilioEu, homem conhecido por todo o mundo,venho aqui como testemunhado matrimónio prometidoa troca de um empréstimo.

Page 51: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 51/85

97Le nozze di Figaro96

SusannaPer me?Questi non son malida donne triviali.

Il ConteUn’amante, che perde il caro spososul punto d’ottenerlo...

SusannaPagando Marcellinacolla dote che voi mi prometteste.

Il ConteCh’io vi promisi! Quando?

SusannaCredea d’averlo inteso...

Il ConteSì, se voluto avesteintendermi voi stessa!

SusannaÈ mio dovere,e quel di sua Eccellenza il mio volere.

Nº 17 – Duettino

Il ConteCrudel! Perchè finorafarmi languir così?

SusannaSignor, la donna ognoratempo ha dir di così.

Il ConteDunque, in giardin verrai?

SusannaSe piace a voi, verrò.

Il Conte

E non mi mancherai?

SusannaNo, non vi manchero.

Il ConteMi sento dal contentopieno di gioia il cor.

SusannaPara mim?Estas indisposições não afectamas mulheres banais.

CondeUma amante que perde o maridono próprio dia do casamento...

SusannaMas se eu pagar a Marcellinacom o dote que vós me prometestes.

CondeQue eu vos prometi! Quando?

SusannaPareceu-me tê-lo ouvido...

CondeSim, mas apenasse tivesses querido escutar-me!

SusannaÉ esse o meu dever.E a vontade de sua senhoria é a minha!

N.º 17 – Duettino

CondeCruel! Porque me fizestesofrer tanto tempo?

SusannaSenhor, uma mulher nunca gostade responder logo que sim.

CondeEntão virás ter comigo ao jardim?

SusannaIrei, se tal vos agradar.

Conde

E não faltarás?

SusannaNão, não faltarei.

CondeSinto a felicidadeinundar-me o coração.

Il ConteSaprò se Cherubinoera giunto a Siviglia. A tale oggettoho mandato Basilio.

SusannaOh cielo! E Figaro?

La ContessaA lui non dei dir nulla: in vece tuavoglio andarci io medesma.

Il ConteAvanti seradovrebbe ritornar.

SusannaOh Dio! Non oso!

La ContessaPensa, ch’è in tua mano il mio riposo.(si nasconde)

Il ConteE Susanna? Chi sa ch’ella traditoabbia il segreto mio. Oh, se ha parlato,gli fo sposar la vecchia.

Susanna (s’avanza)(Marcellina!) Signor...

Il Conte (serio)Cosa bramate?

SusannaMi par che siete in collera!

Il ConteVolete qualche cosa?

SusannaSignor... la vostra sposaha i soliti vapori,e vi chiede il fiaschetto degli odori.

Il ContePrendete.

SusannaOr vel riporto.

Il ConteAh no, poteteritenerlo per voi.

CondeVou saber se Cherubinotinha chegado a Sevilha. Para tal,enviei Basilio investigar.

SusannaOh céus! E Figaro?

CondessaNada lhe deves dizer, em vez de tiquero eu mesma ir.

CondeEle deve regressarantes do anoitecer.

SusannaMeu Deus! Não tenho coragem!

CondessaPensa que a minha felicidade está nas tuas mãos.(esconde-se)

CondeE Susanna? Será que elatraiu o meu segredo? Se o fez,farei com que Figaro case com a velha.

Susanna (mostra-se)(Marcellina!) Senhor...

Conde (sério)Que quereis?

SusannaPareceis-me encolerizado!

CondeQuereis alguma coisa?

SusannaSenhor... a vossa esposaestá com os habituais afrontamentos,e pede-vos o frasco dos sais.

CondeTomai.

SusannaJá vo-lo trago de novo.

CondeAh não, podeisficar com ele.

Page 52: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 52/85

99Le nozze di Figaro98

Scena 4Il Conte solo

Nº 18 – Recitativo ed Aria

Il ConteHai già vinta la causa! Cosa sento!In qual laccio io cadea? Perfidi! Io voglio...Di tal modo punirvi... A piacer miola sentenza sarà... Ma s’ei pagassela vecchia pretendente?Pagarla! In qual maniera! E poi v’è Antonio,che a un incognito Figaro ricusadi dare una nipote in matrimonio.Coltivando l’orgogliodi questo mentecatto...Tutto giova a un raggiro... il colpo è fatto.

Vedrò mentre io sospiro,felice un servo mio!E un ben ch’invan desio,ei posseder dovrà?Vedrò per man d’amoreunita a un vile oggettochi in me destò un affettoche per me poi non ha?Ah no! Lasciarti in pace,non vo’ questo contento,tu non nascesti, audace,per dare a me tormento,e forse ancor per rideredi mia infelicità.Già la speranza soladelle vendette miequest’anima consola,e giubilar mi fa.

Scena 5Il Conte, Marcellina, Don Curzio, Figaro e Bartolo;poi Susanna.

Recitativo

Don Curzio (tartagliando)È decisa la lite.O pagarla, o sposarla, ora ammutite.

MarcellinaIo respiro.

Cena 4O Conde sozinho

N.º 18 – Recitativo e Ária

Conde«Já venceste a causa!» Que ouço!Em que armadilha caía eu? Mentirosos! Eu quero…castigar-vos de tal maneira… a meu gostoserá proferida a sentença... Mas, e se conseguissepagar à velha pretendente?Pagar-lhe! Mas como? E depois há o Antonio,que recusa dar uma sua sobrinhaem casamento a um ilegítimo Figaro.Vou cultivar o orgulhodeste mentecapto...Tudo se presta a uma reviravolta... o golpe está planeado

Aguentarei eu, enquanto suspiro,assistir à felicidade de um meu servo?E poderá este possuir um bemque eu desejo em vão?Poderei eu ver pelos laços do amorunida a um objecto vil,aquela que me despertou tanto afectoque depois não me retribui?Ah, não, não vos dareifacilmente tal satisfação!Tu não nasceste, audacioso,para me atormentares,e se calhar para ainda riresda minha infelicidade.Apenas a esperançada minha vingançaconsolará o meu coraçãoe me dará satisfação.

Cena 5O Conde, Marcellina, Dom Curzio, Figaro e Bartolo;depois Susanna.

Recitativo

Dom Curzio (resmungando)O caso está decidido.Ou lhe paga, ou casa com ela. E sem recurso!

MarcellinaRespiro!

SusannaScusatemi se mento,voi che intendete amor.

Recitativo

Il ConteE perchè fosti mecostamattina si austera?

SusannaCol paggio ch’ivi c’era.

Il ConteEd a Basilio,che per me ti parlò?

SusannaMa qual bisognoabbiam noi, che un Basilio...

Il ConteÈ vero, è vero,e mi prometti poi...se tu manchi, oh cor mio...

SusannaVien gente.

Il ConteÈ mia senz’altro.

Susanna (si ritira)Forbitevi la bocca, oh signor scaltro.

Scena 3Figaro, Susanna e subito il Conte.

FigaroEhi, Susanna, ove vai?

SusannaTaci, senza avvocato

hai già vinta la causa.(parte)

FigaroCos’è nato?(la segue)

SusannaPerdoai-me se minto,vós que sabeis o que é o amor!

Recitativo

CondeE porque foste tão duracomigo esta manhã?

SusannaCom o pajem ali escondido...

CondeE com Basilio,que te falava da minha parte?

SusannaMas que necessidadetemos nós que um Basilio...

CondeÉ verdade! É verdade!E agora prometes...Mas se não apareceres, meu coração...

SusannaEstá a chegar alguém!

CondeEsta já está no papo!

Susanna (retirando-se)Deixa de sorrir assim, meu amo atrevido!

Cena 3Figaro, Susanna e logo a seguir o Conde.

FigaroSusanna, onde vais?

SusannaCala-te, já venceste a causa

sem necessitares de advogado.(parte)

FigaroQue aconteceu?(segue-a)

Page 53: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 53/85

101Le nozze di Figaro100

MarcellinaCosa?

BartoloLa prova?

Don CurzioIl testimonio?

FigaroL’oro, le gemme, e i ricamati panni,che ne’ più teneri annimi ritrovaro addosso i masnadieri,sono gl’indizi veridi mia nascita illustre, e sopra tuttoquesto al mio braccio impresso geroglifico.

MarcellinaUna spatola impressa al braccio destro?

FigaroE a voi chi’l disse?

MarcellinaOh Dio! È desso!

FigaroÈ ver, son io.

Don Curzio, il Conte e BartoloChi? Chi?

MarcellinaRaffaello.

BartoloEi ladri ti rapir...

FigaroPresso un castello.

BartoloEcco tua madre.

FigaroBalia...

BartoloNo, tua madre.

Il Conte e Don CurzioSua madre?

MarcellinaO quê?

BartoloA prova?

Dom CurzioAs testemunhas?

FigaroO ouro, as jóias e os tecidos bordadosque os bandidos encontraramcomigo quando era criança,são as verdadeiras provasdas minhas origens ilustres, e sobretudoeste sinal impresso no meu braço.

MarcellinaUma espátula no braço direito?

FigaroE quem vos disse isso?

MarcellinaMeu Deus! É ele!

FigaroÉ verdade, sou eu!

Dom Curzio, o Conde e BartoloQuem? Quem?

MarcellinaRaffaello!

BartoloE os ladrões raptaram-te…

FigaroPerto de um palácio.

BartoloEis a tua mãe.

FigaroA minha ama de leite?

BartoloNão, a tua mãe.

O Conde e Dom CurzioA mãe?

FigaroEd io moro.

Marcellina(Alfin sposa io sarò d’un uom ch’adoro.)

FigaroEccellenza m’appello...

Il ConteÈ giusta la sentenza.O pagar, o sposar, bravo, Don Curzio.

Don CurzioBontà di sua Eccellenza.

BartoloChe superba sentenza!

FigaroIn che superba?

BartoloSiam tutti vendicati...

FigaroIo non la sposerò.

BartoloLa sposerai.

Don CurzioO pagarla, o sposarla. Lei t’ha prestatidue mille pezzi duri.

FigaroSon gentiluomo e senzal’assenso de’ miei nobili parenti...

Il ConteDove sono? Chi sono?

FigaroLasciate ancor cercarli!

Dopo dieci anni io spero di trovarli.

BartoloQualche bambin trovato?

FigaroNo, perduto, dottor, anzi rubato.

Il ConteCome?

FigaroE eu morro.

Marcellina(Serei, por fim, esposa de um homem que adoro.)

FigaroExcelência, faço um apelo...

CondeA sentença é justa.É pagar ou casar. Muito bem, Dom Curzio.

Dom CurzioBondade de sua Excelência.

BartoloQue fantástica sentença!

FigaroFantástica em quê?

BartoloFomos todos vingados!

FigaroEu não casarei com ela.

BartoloCasarás!

Dom CurzioOu lhe pagas, ou casas com ela.Ela emprestou-te dois mil pesos.

FigaroEu sou um nobre, e sem o consentimentodos meus nobres parentes...

CondeE onde estão eles? Quem são eles?

FigaroDeixai-me continuar a procurá-los!

Há já mais de dez anos que tento encontrá-los.

BartoloSois uma criança encontrada?

FigaroNão! Perdida! Ou melhor, roubada.

CondeComo?

Page 54: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 54/85

103Le nozze di Figaro102

Figaro (trattenendo Susanna)No, t’arresta!Senti, o cara!

Susanna (da uno schiaffo a Figaro)Senti questa!

Marcellina, Bartolo e FigaroÈ un effetto di buon core,tutto amore è quel che fa.

Il ConteFremo, smanio dal furore,il destino a me la fa.

Don CurzioFreme e smania dal furore,il destino gliela fa.

SusannaFremo, smanio dal furore,una vecchia a me la fa.

Marcellina (a Susanna)Lo sdegno calmate,mia cara figliuola,sua madre abbracciateche or vostra sarà.

Susanna (a Bartolo)Sua madre?

Bartolo, il Conte, Don Curzio e MarcellinaSua madre?

Susanna (a Figaro)Tua madre?

Figaro (a Susanna)E quello è mio padreche a te lo dirà.

SusannaSuo padre?

Bartolo, il Conte, Don Curzio e MarcellinaSuo padre?

Susanna (a Figaro)Tuo padre?

Figaro (a Susanna)E quella è mia madreche a te lo dirà.

Figaro (detendo Susanna)Não, detém-te!Ouve-me, minha querida!

Susanna (esbofeteia Figaro)E tu ouve esta!

Marcellina, Bartolo e FigaroIsto é um efeito dos seus bons sentimentos;só prova que existe amor.

CondeEstremeço de fúria,o destino pregou-me uma partida.

Dom CurzioEstremece de fúria,o destino pregou-lhe uma partida.

SusannaEstremeço de fúria,sou trocada por uma velha.

Marcellina (para Susanna)Acalma a tua fúriaminha querida filha;abraça a mãe dele,que agora é também tua.

Susanna (para Bartolo)Mãe dele?

Bartolo, o Conde, Dom Curzio, MarcellinaSim, mãe dele!

Susanna (para Figaro)Tua mãe?

Figaro (para Susanna)E este é o meu pai,que te vai explicar tudo.

SusannaPai dele?

Bartolo, o Conde, Dom Curzio e MarcellinaSim, pai dele!

Susanna (para Figaro)Teu pai?

Figaro (para Susanna)E aquela é a minha mãe,que te vai tudo explicar.

FigaroCosa sento!

MarcellinaEcco tuo padre.

Nº 19 – Sestetto

Marcellina (abbracciando Figaro)Riconosci in questo amplessouna madre, amato figlio!

Figaro (a Bartolo)Padre mio, fate lo stesso,non mi fate più arrossir.

Bartolo (abbracciando Figaro)Resistenza la coscienzafar non lascia al tuo desir.

Don CurzioEi suo padre, ella sua madre!L’imeneo non può seguir.

Il Conte (vuol partir )Son smarrito, son stordito,meglio è assai di quà partir.

Marcellina e BartoloFiglio amato!

FigaroParenti amati!

(Susanna entra con una borsa in mano)

Susanna (arrestando il Conte)Alto, alto! Signor Conte,mille doppie son qui pronte,a pagar vengo per Figaro,ed a porlo in libertà.

Il Conte e Don Curzio

Non sappiam com’è la cosa,osservate un poco là!

Susanna (vedendo Figaro che abbraccia Marcellina)Già d’accordo colla sposa,giusti Dei, che infedeltà!(vuol partire)Lascia iniquo!

FigaroQue ouço?

MarcellinaEis o teu pai!

N.º 19 – Sexteto

Marcellina (abraçando Figaro)Reconhece uma mãeneste abraço, querido filho!

Figaro (para Bartolo)Meu pai, fazei o mesmo.Não me façais corar mais.

Bartolo (abraçando Figaro)A minha consciência não poderesistir a este teu desejo.

Dom CurzioSe ele é o pai e ela é a mãe,o casamento não pode realizar-se.

Conde (querendo partir )Estou atónito, estou confundido,o melhor é ir-me embora.

Marcellina e BartoloFilho adorado!

FigaroPais adorados!

(Susanna entra com uma bolsa na mão)

Susanna (detendo o Conde)Alto, senhor Conde,eis aqui duas mil moedas.Venho pagar por Figaroe torná-lo livre.

O Conde e Dom Curzio

Não sabemos como está o assunto.Repara o que para ali vai!

Susanna (vendo Figaro abraçado a Marcellina)O quê? Ele já está reconciliado com a esposa?Meu Deus, que infidelidade!(querendo partir )Deixa-me, desavergonhado!

Page 55: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 55/85

105Le nozze di Figaro104

Susanna, Marcellina,Bartolo e FigaroE schiatti il signor conte al gusto mio.(partendo abbracciati)

Scena 7Barbarina, Cherubino.

Recitativo

BarbarinaAndiam, andiam, bel paggio, in casa miatutte ritroveraile più belle ragazze del castello,di tutte sarai tu certo il più bello.

CherubinoAh! Se il Conte mi trova!Misero me! Tu saiche partito ei mi crede per Siviglia.

BarbarinaOh ve’ che maraviglia, e se ti trovanon sarà cosa nuova.Odi! Vogliamo vestirti come noi:tutte insiem andrem poia presentar de’ fiori a Madamina;fidati, oh Cherubin, di Barbarina.

(partono)

Scena 8La Contessa sola

Nº 20 – Recitativo ed Aria

La ContessaE Susanna non vien! Sono ansiosadi saper come il Conteaccolse la proposta. Alquanto arditoil progetto mi par, e ad uno spososì vivace e geloso!Ma che mal c’è? Cangiando i miei vestiti

con quelli di Susanna, e i suoi co’ miei...al favor della notte... oh cielo! A qualeumil stato fatale io son ridottada un consorte crudel, che dopo avermicon un misto inauditod’infedeltà, di gelosia, di sdegni,prima amata, indi offesa, e alfin tradita,fammi or cercar da una mia serva aita!

Susanna, Marcellina, Bartolo e FigaroE que o senhor Conde se regozije também!(partem abraçados)

Cena 7Barbarina, Cherubino.

Recitativo

BarbarinaVamos, belo pajem, em minha casaencontrarásas mais belas raparigas do palácio,e tu serás o mais belo de todas elas.

CherubinoAh! Se o Conde me descobre!Pobre de mim! Sabesque ele julga que eu já parti para Sevilha.

BarbarinaNão será a primeira vez! Se ele te encontrarnão será novidade.Ouve. Vamos vestir-te como nóse depois vamos todos juntosoferecer flores à Condessa.Cherubino, confia em Barbarina!

(partem)

Cena 8A Condessa sozinha

N.º 20 – Recitativo e Ária

CondessaE Susanna, que não chega! Estou ansiosapor saber como acolheu o Condea proposta. Parece-me um pouco audaciosoo projecto, mais a mais com um maridotão ferozmente ciumento!Mas, qual é o problema? Trocar os meus vestidos

pelos de Susanna, e os seus com os meus…ao cair da noite… Oh, Céus! A queacções baixas e fatais estou reduzida,obrigada por um marido cruel que,numa mistura inauditade infidelidade, ciúme e desprezo, depois de me terprimeiro amado, depois ofendido e por fim traído,me obriga agora a procurar o auxílio da minha serva

(corrono tutti quattro ad abbracciarsi)

Susanna, Marcellina,Bartolo e FigaroAl dolce contentodi questo momento,quest’anima appenaresister or sà.

Don Curzio ed il ConteAl fiero tormentodi questo momento,quell’/quest’anima appenaresister or sà.(partono)

Scena 6Susanna, Marcellina, Figaro e Bartolo.

Recitativo

MarcellinaEccovi, o caro amico, il dolce fruttodell’antico amor nostro.

BartoloOr non parliamodi fatti si rimoti, egli è mio figlio,mia consorte voi siete;e le nozze farem quando volete.

MarcellinaOggi le doppie saranno.Prendi, questo è il bigliettodel danar che a me devi, ed è tua dote.

Susanna (getta per terra una borsa di danari)Prendi ancor questa borsa.

Bartolo (fa lo stesso)E questa ancora.

FigaroBravi, gittate pur ch’io piglio ognora.

SusannaVoliamo ad informar d’ogni avventuramadama e nostro zio.Chi è al par di me contenta!

Figaro, Bartolo e MarcellinaIo!

(os quatro correm a abraçar-se)

Susanna, Marcellina, Bartolo e FigaroA minha almaresiste a custoà doce felicidadeque sinto neste momento.

O Conde e Dom CurzioA minha almaresiste a custoà enorme angústiaque sinto neste momento.(partem)

Cena 6Susanna, Marcellina, Figaro e Bartolo.

Recitativo

MarcellinaEis, querido companheiro, o doce frutodos nossos antigos amores.

BartoloNão falemos agorade acontecimentos tão remotos: ele é o meu filho,e tu a minha esposa;celebraremos a boda quando quiseres.

MarcellinaHoje! E será uma dupla boda.Toma, este é o recibodo dinheiro que me deves. Será o teu dote!

Susanna (deita ao chão uma bolsa com dinheiro)Fica também com esta bolsa!

Bartolo (faz o mesmo)E com esta também.

FigaroMuito bem: deitai mais, que eu mais apanharei!

SusannaInformemos a senhora de toda esta aventura,bem como o nosso tio.Quem poderá estar mais feliz do que eu?

Figaro, Bartolo e MarcellinaEu!

Page 56: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 56/85

107Le nozze di Figaro106

La ContessaPiano, che meglio or lo porremo in gabbia!Dov’è l’appuntamentoche tu gli proponesti?

SusannaIn giardino.

La ContessaFissiam gli un loco. Scrivi.

SusannaCh’io scriva... ma, signora...

(Susanna siede e scrive)

La ContessaEh, scrivi dico; e tuttoio prendo su me stessa.(dettando)«Canzonetta sull’aria...»

Nº 21 – Duettino

Susanna (scrivendo)«Sull’aria...»

La Contessa (dettando)«Che soave zeffiretto...»

Susanna«... zeffiretto...»

La Contessa«... questa sera spirerà...»

Susanna«... questa sera spirerà...»

La Contessa«... sotto i pini del boschetto.»

Susanna (domandando)«... sotto i pini?...»

La Contessa«... sotto i pini del boschetto.»

Susanna«... sotto i pini... del boschetto.»

La ContessaEi già il resto capirà.

CondessaA partir de agora, cuidado: vai ser fácil apanhá-lo.Onde é que combinasteo encontro com ele?

SusannaNo jardim.

CondessaVamos indicar-lhe um local preciso. Escreve.

SusannaEu?... mas... senhora...

(Susanna senta-se e escreve)

CondessaEscreve, digo-te eu, assumireitoda a responsabilidade.(ditando)«Uma canção ao vento...»

N.º 21 – Duettino

Susanna (escrevendo)«Ao vento...»

Condessa (ditando)«Que suave brisa...»

Susanna«… brisa...»

Condessa«… soprará esta noite!...»

Susanna«… soprará esta noite!...»

Condessa«… sob os pinheiros do pequeno bosque.»

Susanna (perguntando)«… sob os pinheiros?...»

Condessa«… sob os pinheiros do pequeno bosque.»

Susanna«… sob os pinheiros… do pequeno bosque.»

CondessaO resto ele perceberá.

Dove sono i bei momentidi dolcezza e di piacer,dove andaro i giuramentidi quel labbro menzogner?Perchè mai se in pianti e in peneper me tutto si cangiò,la memoria di quel benedal mio sen non trapassò?Ah! Se almen la mia costanzanel languire amando ognor,mi portasse una speranzadi cangiar l’ingrato cor!(parte)

Scena 9Il Conte ed Antonio con cappello in mano

Recitativo

AntonioIo vi dico, signor, che Cherubinoè ancora nel castello,e vedete per prova il suo cappello.

Il ConteMa come, se a quest’oraesser giunto a Siviglia egli dovria.

AntonioScusate, oggi Siviglia è a casa mia,là vestissi da donna, e là lasciatiha gl’altri abiti suoi.

Il ContePerfidi!

AntonioAndiam, e li vedrete voi.

(partono)

Scena 10

La Contessa e Susanna

Recitativo

La ContessaCosa mi narri? E che ne disse il conte?

SusannaGli si leggeva in fronteil dispetto e la rabbia.

Onde estão os belos momentosde doçura e de prazer;para onde foram os juramentosdaqueles lábios mentirosos?Mas se tudo em soluços e sofrimentopara mim se transformou,porque é que a memória dessa felicidadeo meu peito não olvidou?Ah, se ao menos o amor constanteque eu lhe continuo a dedicarpudesse trazer-me a esperançade aquele coração ingrato conseguir mudar!(parte)

Cena 9O Conde e Antonio com um chapéu na mão

Recitativo

AntonioDigo-vos, senhor, que Cherubinocontinua no palácio.E eis o seu chapéu como prova.

CondeMas como, se ele a esta horadeveria já estar em Sevilha!

AntonioDesculpai, mas hoje Sevilha é em minha casa.Ele vestiu-se lá de mulher e por ládeixou as suas roupas.

CondePérfidos!

AntonioVamos, podereis vê-los com vossos próprios olhos!

(partem)

Cena 10

A Condessa e Susanna

Recitativo

CondessaQue me dizes? E que respondeu o Conde?

SusannaLia-se-lhe na caraa raiva e o despeito.

Page 57: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 57/85

109Le nozze di Figaro108

La ContessaE chi è, narratemi,quell’amabil fanciullach’ha l’aria si modesta?

BarbarinaEll’è una mia cugina, e per le nozzeè venuta stasera.

La ContessaOnoriamo la bella forestiera,venite qui... datemi i vostri fiori.(prende i fiori di Cherubino e lo baccia in fronte )Come arrossì! Susanna, e non ti pareche somigli ad alcuno?

SusannaAl naturale.

Scena 12I detti, il Conte ed Antonio. Antonio ha il cappello diCherubino: entra in scena pian piano, gli cava la cuffiadi donna e gli mette in testa il cappello stesso.

AntonioEh cospettate! È questi l’uffiziale.

La ContessaOh stelle!

SusannaMalandrino!

Il ConteEbben, Madama!

La ContessaIo sono, o signor mio,irritata e sorpresa al par di voi.

Il ConteMa stamane?

La ContessaStamane...Per l’odierna festavolevam travestirlo al modo stesso,che l’han vestito adesso.

Il ConteE perchè non partiste?

CondessaE quem é, dizei-me,aquela amável raparigacom um ar tão tímido?

BarbarinaÉ uma prima minha que chegouhoje para o casamento.

CondessaHonremos a bela forasteira.Vinde aqui... dai-me as vossas flores.(aceita as flores de Cherubino e beija-o na fronte)Como ela cora! Susanna, não a achasparecida com alguém?

SusannaÉ o mínimo que se pode dizer...

Cena 12Os anteriores, o Conde e Antonio. Antonio tem na mãoo chapéu de Cherubino, entra em cena, retira-lhe otoucado e assenta-lhe o chapéu na cabeça.

AntonioAh, estais aqui! É este o senhor oficial!

CondessaMeu Deus!

SusannaMalandro!

CondePois bem, senhora!

CondessaEu estou, meu senhor,irritada e surpreendida como vós.

CondeMas esta manhã?

CondessaEsta manhã...queríamos vesti-loda mesma maneirapara a festa desta noite.

CondeE porque não partiste?

SusannaCerto, certo il capirà.

Recitativo

SusannaPiegato è il foglio... or come si sigilla?

La Contessa (si cava una spilla e gliela dà)Ecco... prendi una spilla:servirà di sigillo. Attendi... scrivisul riverso del foglio:«Rimandate il sigillo».

SusannaÈ più bizzarrodi quel della patente.

La ContessaPresto nascondi, io sento venir gente.

(Susanna si mette il biglietto nel seno )

Scena 11Cherubino vestito da contadinella, Barbarina e alcunealtre contadinelle vestite nel medesimo modo conmazzetti di fiori e detti.

Nº 22 – Coro

ContadinelleRicevete, o padroncina,queste rose e questi fior,che abbiam colti stamattinaper mostrarvi il nostro amor.Siamo tante contadine,e siam tutte poverine,ma quel poco che rechiamove lo diamo di buon cor.

Recitativo

Barbarina

Queste sono, madama,le ragazze del locoche il poco ch’han vi vengono ad offrire,e vi chiedon perdon del loro ardire.

La ContessaO brave! Vi ringrazio.

SusannaCome sono vezzose.

SusannaClaro, ele vai perceber o resto.

Recitativo

SusannaO bilhete está dobrado... como fechá-lo?

Condessa (tira um alfinete e entrega-lho)Aqui... toma este alfinete.Servirá de selo. Espera... escreveno reverso do bilhete:«É favor devolver o selo!»

SusannaEste ainda é mais complicadodo que o selo da patente.

CondessaDepressa, esconde isso... vem aí alguém.

(Susanna esconde o bilhete no decote)

Cena 11Cherubino vestido de camponesa; Barbarina e outrascamponesas vestidas da mesma maneira com flores; eos anteriores.

N.º 22 – Coro

Jovens CamponesasRecebei, senhora,estas rosas e estas floresque colhemos hoje de manhãcomo prova do nosso amor.Somos todas camponesase somos todas pobres,mas o pouco que vos podemos dar,oferecemo-lo de bom coração.

Recitativo

Barbarina

Estas são, senhora,as raparigas da terra.Trazem-vos o pouco que possueme pedem-vos perdão pela audácia.

CondessaQue maravilha! Agradeço-vos.

SusannaComo elas são bonitas!

Page 58: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 58/85

111Le nozze di Figaro110

FigaroSenza fallo.Andiamo dunque, andiamo.

AntonioE intanto a cavallodi galoppo a Siviglia andava il paggio.

FigaroDi galoppo, o di passo, buon viaggio!Venite, o belle giovani.

Antonio (prende per mano Cherubino e lopresenta a Figaro)Ed ecco chi pretendeche sia un bugiardo il mio signor nipote.

FigaroCherubino!

AntonioOr ci sei.

Figaro (al Conte)Che diamin canta?

Il ConteNon canta, no, ma dicech’egli saltò stamane sui garofani.

FigaroEi lo dice! Sarà... se ho saltato io,si può dare ch’anch’essoabbia fatto lo stesso.

Il ConteAnch’esso?

FigaroPerchè no?Io non impugno mai quel che non so.

(S’ode la marcia da lontano e seguita il recitativonella marcia)

Nº 23 – Finale

FigaroEcco la marcia, andiamo!Ai vostri posti, o belle, ai vostri posti.Susanna, dammi il braccio!

SusannaEccolo!

FigaroSem dúvida.Vamos então, vamos.

AntonioE durante todo este tempo,o pajem cavalgava a galope para Sevilha.

FigaroA galope ou a trote, que faça boa viagem!Vinde, belas jovens.

Antonio (toma Cherubino pela mão e coloca-operante Figaro)Ei-lo agora que pretendeque o meu futuro sobrinho seja um mentiroso.

FigaroCherubino!

AntonioEi-lo aqui!

Figaro (para o Conde)Que diabo canta ele?

CondeEle não canta, mas dizque saltou esta manhã sobre os cravos.

FigaroEle afirma-o!... Será... se eu saltei,pode dar-se o casode ele ter saltado também.

CondeEle também?

FigaroE porque não?Eu não falo daquilo que desconheço.

(Ao longe, ouve-se a marcha e o recitativo continuadurante a mesma.)

N.º 23 – Finale

FigaroEis a marcha, vamos!Aos vossos lugares, beldades.Susanna, dá-me o braço.

SusannaAqui está.

Cherubino (cavandosi il cappello bruscamente)Signor!

Il ConteSaprò punirela tua disubbidienza.

BarbarinaEccellenza! Eccellenza!Voi mi dite sì spessoqual volta m’abbracciate, e mi baciate:Barbarina, se m’ami,ti darò quel che brami.

Il ConteIo dissi questo?

BarbarinaVoi!Or datemi , padrone,in sposo Cherubino,e v’amerò, com’amo il mio gattino.

La Contessa (al Conte)Ebbene: or tocca a voi.

AntonioBrava figliuola!Hai buon maestro, che ti fa scuola.

Il Conte(Non so qual uom, qual demone, qual diorivolga tutto quanto a torto mio.)

Scena 13I detti, Figaro.

FigaroSignor! Se trattenetetutte queste ragazze,addio feste, addio danza.

Il Conte

E che? Vorrestiballar col piè stravolto?

Figaro (finge di drizzarsi la gamba e poi si prova a ballare)Eh, non mi duol più molto.Andiam, belle fanciulle.

Il ContePer buona sortei vasi eran di creta.

Cherubino (tirando bruscamente o chapéu)Senhor!

CondeSaberei punira tua desobediência.

BarbarinaExcelência!Dizeis-me com frequência,quando me abraçais e me beijais:Barbarina, se me amas,dar-te-ei o que desejares.

CondeEu disse isso?

BarbarinaVós!Dai-me senhor,Cherubino por esposo,e eu amar-vos-ei como ao meu gatinho.

Condessa (para o Conde)Então agora que respondeis?

AntonioMuito bem, rapariga.Vê-se que tens bons mestres.

Conde(Não sei que homem, que demónio, ou que deusdesfaz todos os meus planos.)

Cena 13Os anteriores, Figaro.

FigaroSenhor, se empataisaqui todas estas belas raparigas,adeus festa... adeus danças...

Conde

O quê? Queres dançarcom o pé magoado?

Figaro (finge esticar a perna e depois ensaia uma dança)Já não me dói muito.Vamos, belas raparigas.

CondeAinda bemque os vasos eram de barro.

Page 59: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 59/85

113Le nozze di Figaro112

(I figuranti ballano. Susanna essendo in ginocchiodurante il duo, tira il Conte per l'abito, gli mostrail bigliettino, dopo passa la mano dal lato deglispettatori alla testa, dove pare che il Conte le aggiustiil cappello, e gli dà il biglietto. Il Conte se lo mettefurtivamente in seno, Susanna s'alza, e gli fa unariverenza. Figaro viene a riceverla, e si ballail fandango. Marcellina s'alza un po' più tardi.Bartolo viene a riceverla dalle manidella Contessa.)

Il Conte (cava il biglietto e nel aprirlo si punge il dito)È già si sà, la solita usanza,le donne ficcan gli aghi in ogni loco.Ah! Ah! Capisco il gioco.

Figaro (vede tutto e dice a Susanna)Un biglietto amorosoche gli diè nel passar qualche galante,ed era sigillato d’una spilla,ond’ei si punse il dito,(Il Conte legge, bacia il biglietto, cerca la spilla, latrova e se la mette alla manica del saio .)il Narciso or la cerca, oh, che stordito!

Recitativo

Il ConteAndate, amici! E sia per questa seradisposto l’apparato nuzialecolla più ricca pompa; io vo’ che siamagnifica la feste, e canti e fuochi,e gran cena, e gran ballo: e ognuno imparicom’io tratto color, che a me son cari.

CoroAmanti costanti,seguaci d’onor,cantate, lodatesì saggio signor.A un dritto cedendo,che oltraggia, che offende,ei caste vi rendeai vostri amator.

Cantiamo, lodiamosì saggio signor!

(tutti partono)

(Os figurantes dançam. Susanna, permanecendoajoelhada durante o dueto, puxa pelo casaco do Condemostra-lhe o bilhete e logo de seguida passa a mão, dolado visível para o público, até à cabeça, fazendoparecer que o Conde lhe ajusta o chapéu, e assimpassa-lhe o bilhete. O Conde esconde-o junto ao peito,Susanna levanta-se e faz-lhe uma vénia. Figaro vemrecebê-la, e dança-se o fandango. Marcellina levanta-seum pouco mais tarde e é entregue a Bartolo pelasmãos da Condessa.)

Conde (tira o bilhete e espeta o dedo no alfinete)É, já se sabe, um costume femininoespetar alfinetes em todo o lado.Ah! Ah! Compreendo a tramóia.

Figaro (vê tudo e diz a Susanna)Alguma beldade ao passarentregou-lhe um bilhete amoroso,e estava fechado com um alfineteque lhe picou o dedo.(O Conde lê, beija o bilhete, procura o alfinete,encontra-o e coloca-o na manga do seu casaco.)O Narciso está à procura dela, oh, que louco!

Recitativo

CondeIde, amigos! E que seja esta noitea festa nupcial armadacom a mais rica pompa. Eu quero que tudoseja magnífico: cantos; fogos de artifício;grande ceia; grande baile! Quero que todos saibamcomo trato bem aqueles que me são queridos.

CoroAmantes fiéis,que escutais a voz da honra,cantai e louvaium senhor tão sábio.Renunciando a um direitoque ofende e ultraja,ele entrega-vos castasaos vossos amantes.

Cantemos e louvemosum senhor tão sábio!

(todos partem)

(partono tutti eccettuati il Conte e la Contessa)

Il ConteTemerari!

La ContessaIo son di ghiaccio!

Il ConteContessa!

La ContessaOr non parliamo.Ecco qui le due nozze,riceverle dobbiam, alfin si trattad’una vostra protetta.Seggiamo!

Il ConteSeggiamo! (E meditiam vendetta.)

(Siedono. La marcia s’avvicina.)

Scena 14I sudetti, Figaro, Susanna, Marcellina, Bartolo, Antonio,Barbarina, Cacciatori con fucile in spalla gente del foro.Contadini e Contadine.Due giovinette che portano il cappello verginale conpiume bianche, due altre un bianco velo, due altre iguanti e il mazzetto di fiori. Figaro con Marcellina.Due altre giovinette che portano un simile cappello per Susanna ecc. Bartolo con Susanna. Due giovinetteincominciano il coro che termina in ripieno; Bartoloconduce la Susanna al Conte e s’inginocchia per ricever da lui il cappello ecc. Figaro conduce Marcellina allaContessa e fa la stessa funzione.

Due DonneAmanti costanti,seguaci d’onor,cantate, lodatesì saggio signor.A un dritto cedendo,

che oltraggia, che offende,ei caste vi rendeai vostri amator.

TuttiCantiamo, lodiamosì saggio signor!

(partem todos à excepção do Conde e da Condessa)

CondeInsolentes!

CondessaEstou petrificada!

CondeCondessa!

CondessaNão falemos agora.Eis que chegam os dois casais:devemos recebê-los; uma das noivasé vossa protegida!Sentemo-nos.

CondeSentemo-nos. (E meditemos na vingança.)

(Sentam-se. Aproxima-se a marcha.)

Cena 14Os anteriores, Figaro, Susanna, Marcellina, Bartolo,Antonio, Barbarina, caçadores de espingarda ao ombroe aldeãos. Camponeses e camponesas.Duas donzelas trazem o toucado virginal com plumasbrancas, duas outras um véu branco e duas outrastrazem flores. Figaro com Marcellina. Duas outrasdonzelas trazem um toucado semelhante ao deSusanna, etc. Bartolo com Susanna. Duas donzelascomeçam a cantar em coro terminando com Bartoloque conduz Susanna ao Conde e se ajoelha perante elepara receber o chapéu, etc... Figaro conduz Marcellinaaté à Condessa e faz a mesma coisa.

Duas DonzelasAmantes fiéis,que escutais a voz da honra,cantai e louvaium senhor tão sábio.Renunciando a um direito

que ofende e ultraja,ele entrega-vos castasaos vossos amantes.

TodosCantemos e louvemosum senhor tão sábio.

Page 60: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 60/85

115Le nozze di Figaro114

Questaè la spilla che il Conteda recare ti diede alla Susanna,e servia di sigillo a un bigliettino;vedi s’io sono istrutto.

BarbarinaA te già niente preme.

FigaroOh niente, niente.

BarbarinaAddio, mio bel cugino;vò da Susanna, e poi da Cherubino.(parte saltando)

Scena 3Marcellina e Figaro

Figaro (quasi stupido)Madre!

MarcellinaFiglio!

FigaroSon morto.

MarcellinaCalmati, figlio mio!

FigaroSon morto, dico.

MarcellinaFlemma, flemma e poi flemma! Il fatto è serio;e pensarci convien. Ma guarda un poco,che ancor non sai di chi prenda gioco.

FigaroAh, quella spilla, o madre, è quella stessache poc’anzi ei raccolse.

MarcellinaÈ ver, ma questoal più ti porge un drittodi stare in guardia e vivere in sospetto.Ma non sai, se in effetto...

FigaroAll’erta dunque! Il loco del congressoso dov’è stabilito...

Esteé o alfinete que o Condete deu para entregares a Susanna,e ele estava a prender um bilhetinho;vês como sei de tudo?

BarbarinaNada disto te diz respeito.

FigaroNada, nada.

BarbarinaAdeus, meu belo primo;vou ter com Susanna, e depois com Cherubino.(parte aos pulos)

Cena 3Marcellina e Figaro

Figaro (frisando a patetice)Mãe!

MarcellinaFilho!

FigaroEstou para morrer.

MarcellinaAcalma-te, meu filho.

FigaroEstou para morrer, repito.

MarcellinaPaciência, paciência e mais paciência. O assunto é gravee convém pensar bem nele. Mas ainda nem sequersabes quem é que aqui está a ser gozado.

FigaroAh, mãe, aquele alfinete é o mesmoque ele recebeu há pouco.

MarcellinaÉ verdade... e istodá-te o direitode estar prevenido, e o de alimentar suspeitas.Mas, não sabes se, com efeito...

FigaroEstejamos então alerta. Eu conheçoo local do encontro.

Atto IV

Scena 1Barbarina sola

Nº 24 – Cavatina

Barbarina (cercando qualche cosa per terra)L’ho perduta, me meschina!Ah, chi sà dove sarà?Non la trovo, e mia cugina?E il padron, cosa dirà?

Scena 2Barbarina, Figaro e Marcellina.

Recitativo

FigaroBarbarina, cos’hai?

BarbarinaL’ho perduta, cugino.

FigaroCosa?

MarcellinaCosa?

BarbarinaLa spilla,che a me diede il padroneper recar a Susanna.

FigaroA Susanna, la spilla?(con ira)E così, tenerella,il mestiero già sai...(si calma)di far tutto sì ben quel che tu fai?

BarbarinaCos’è, vai meco in collera?

FigaroE non vedi ch’io scherzo? Osserva.(Cerca un momento per terra, dopo aver destramentecavata una spilla dall’abito o dalla cuffia di Marcellinae la dà a Barbarina.)

Acto IV

Cena 1Barbarina sozinha

N.º 24 – Cavatina

Barbarina (procurando algo no chão)Perdi-o, infeliz de mim!Quem sabe onde estará?Não o encontro, e a minha prima?E que dirá o patrão?

Cena 2Barbarina, Figaro e Marcellina.

Recitativo

FigaroQue tens tu, Barbarina?

BarbarinaPerdi-o, meu primo.

FigaroO quê?

MarcellinaO quê?

BarbarinaO alfinete,que o nosso amo me deupara entregar a Susanna.

FigaroA Susanna? O alfinete?(com ira)Tão novinha,e já sabes tanto...(acalma-se)Fazes assim tão bem tudo o que fazes?

BarbarinaPorque estás zangado comigo?

FigaroNão vês que estou a brincar? Repara.(Ajuda-a a procurar durante um momento depois de ter,habilidosamente, retirado um alfinete do toucado deMarcellina e estende-o a Barbarina.)

Page 61: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 61/85

117Le nozze di Figaro116

Nº 26 – Aria

BasilioIn quegl’anni, in cui val pocola mal pratica ragion,ebbi anch’io lo stesso foco,fui quel pazzo, ch’or non son.Ma col tempo e coi periglidonna Flemma capitò;e i capricci ed i puntiglidella testa mi cavò.Presso un piccolo abituro,seco lei mi trasse un giorno,e togliendo giù dal murodel pacifico soggiornouna pelle di somaro.Prendi, disse, o figlio caro!Poi disparve, e mi lasciò.Mentre ancor tacitoguardo quel dono,il ciel s’annuvolarimbomba il tuono,mista alla grandinescroscia la piova,ecco le membracoprir mi giovacol manto d’asinoche mi donò.Finisce il turbine,io fo due passiche fiera orribiledianzi a me fassi;già, già mi toccal’ingorda bocca,già di difendermispeme non ho.Ma il finto ignobiledel mio vestitotolse alla belvasì l’appetito,che disprezzandomisi rinselvò.Così conosceremi fè la sorte,

ch’onte, pericoli,vergogna e mortecol cuojo d’asinofuggir si può.

(Basilio e Bartolo partono)

N.º 26 – Ária

BasilioNaqueles anos em que poucouso fazemos da razão,também eu ardi fogosamentee fui o louco que agora não sou.Com o tempo e com os perigos,Dona Prudência chegou;E tirou-me da cabeçaos caprichos e os escrúpulos.Ela levou-me uma veza uma pequena cabanae, tirando da parededa pacífica moradauma pele de burro, disse:«Toma, querido filho!»,e depois desapareceu, deixando-me.Enquanto eu olhava silenciosopara aquele presente,o céu cobriu-se de nuvens,ribombaram os trovões,desabaram do altochuva e granizo.Para me proteger,cobri-me coma pele de burroque ela me oferecera.Acabou a tempestade,dou dois passos,e surge-me pela frenteuma horrenda fera;Esta prepara-se jápara me atacar,e eu sem esperançasde defesa alguma.Mas ao avistara minha horrível vestimenta,faltou o apetiteà bestaque, desprezando-me,se embrenhou na selva.Assim, o destinome fez saber

que sob uma pele de burropodemos fugiràs vergonhas, aos perigos,ao ultraje e à morte.

(Basilio e Bartolo partem)

MarcellinaDove vai figlio mio?

FigaroA vendicar tutti i mariti. Addio.(parte infuriato)

Scena 4Marcellina sola

Recitativo

MarcellinaPresto avvertiam Susanna.Io la credo innocente. Quella faccia,quell’aria di modestia è caso ancorach’ella non fosse... ah, quando il cor non ciurmapersonale interesse,ogni donna è portata alla difesadel suo povero sesso,da questi uomini ingrati a torto oppresso.

Scena 7Basilio e Bartolo

BasilioHai diavoli nel corpo.

BartoloMa che guadagni?

BasilioNulla.Susanna piace al conte. Ella d’accordogli diè un appuntamentoch’a Figaro non piace.

BartoloE che? Dunque dovria soffrirlo in pace?

BasilioQuel che soffrono tanti

ei soffrir non potrebbe? E poi sentite,che guadagno può far? Nel mondo, amico,l’accozzarla co’ grandifu pericolo ognora,dan novanta per cento e han vinto ancora.

MarcellinaOnde vais, meu filho?

FigaroVou vingar todos os maridos. Adeus.(parte furioso)

Cena 4Marcellina sozinha

Recitativo

MarcellinaDepressa, é preciso avisar Susanna.Eu acho que ela está inocente. Aquela face,aqueles ares modestos, e admitamosque não era ela... Ah, quando não se tratado próprio coração,todas as mulheres são levadas a defendero sexo fraco,contra estes homens ingratos que lhes fazem frente.

Cena 7Basilio e Bartolo

BasilioEle tem o diabo no corpo!

BartoloMas com que interesse?

BasilioNenhum.O Conde gosta de Susanna. Ela correspondeu-lhe,e marcou-lhe um encontro,o que não agrada a Figaro.

BartoloE então? Ele deveria aceitar isso pacificamente?

BasilioPorque é que ele não haveria de sofrer

aquilo que todos sofrem? E depois, dizei-me,que ganha ele com isso? No mundo, meu amigo,sempre foi um perigomedirmos forças com os grandes:dão noventa por cento, e ganham mesmo assim.

Page 62: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 62/85

119Le nozze di Figaro118

Scena 9Susanna, la Contessa travestite; Marcellina.

Recitativo

SusannaSignora… ella mi disseche Figaro verravi.

MarcellinaAnzi è venuto.Abbassa un può la voce.

SusannaDunque, un ci ascolta, e l’altrodee venir a cercarmi.Incominciam.

Marcellina (entra dove entrò Barbarina)Io voglio qui celarmi.

Scena 10I suddetti, Figaro in disparte.

SusannaMadama, voi tremate; avreste freddo?

La ContessaParmi umida la notte; io mi ritiro.

Figaro(Eccoci della crisi il grande istante.)

SusannaIo sotto questi pini,se madama il permette,resto prendere il fresco una mezz’ora.

Figaro(Il fresco, il fresco!)

La Contessa (si nasconde)Restaci in buon’ora.

Susanna (sotto voce)Il birbo è in sentinella.Divertiamci anche noi,diamogli la mercé de’ dubbi suoi.

Nº 27 – Recitativo ed Aria

Cena 9Susanna, a Condessa disfarçada; Marcellina.

Recitativo

SusannaSenhora… ela disse-meque Figaro viria aqui.

MarcellinaEle já ali está.Baixa a voz!

SusannaEntão, um está a espiar-nos, e o outroestá a chegar para me encontrar.Comecemos.

Marcellina (entra por onde entrou Barbarina)Eu escondo-me aqui.

Cena 10Os anteriores, Figaro à parte.

SusannaSenhora, estais a tremer. Tendes frio?

CondessaA noite está húmida; vou retirar-me.

Figaro(Eis o grande momento da crise.)

SusannaEu, sob estes pinheiros,se a senhora o permitir,ficarei a apanhar fresco durante meia hora.

Figaro(Chama-lhe fresco!)

Condessa (escondendo-se)Fica, e aproveita o teu tempo.

Susanna (em voz baixa)O palerma está de sentinela.Agora vou eu divertir-me.Vai ter a paga dos seus ciúmes.

N.º 27 – Recitativo e Ária

Scena 8Figaro solo

Nº 27 – Recitativo ed Aria

FigaroTutto è disposto: l’oradovrebbe esser vicina; io sento gente...È dessa… Non è alcun… buia è la notte...ed io comincio omai,a fare il scimunitomestiero di marito...Ingrata! Nel momentodella mia cerimoniaei godeva leggendo: e nel vederloio rideva di me senza saperlo.Oh Susanna! Susanna!Quanta pena mi costi!

Con quell’ingenua faccia,con quegli occhi innocenti,chi creduto l’avria?Ah! Che il fidarsi a donna è ognor follia.

Aprite un po’ quegl’occhi,uomini incauti e sciocchi,guardate queste femmine,guardate cosa son!Queste chiamate deedagli ingannati sensia cui tributa incensila debole ragion.Son streghe che incantanoper farci penar,sirene che cantanoper farci affogar,civette che allettanoper trarci le piume,comete che brillanoper toglierci il lume;son rose spinose,son volpi vezzose,son orse benigne,colombe maligne,maestre d’inganni,

amiche d’affanni,che fingono, mentono,amore non senton,non senton pietà,no, no, no, no!Il resto nol dico,già ognun lo sa!(si ritira)

Cena 8Figaro sozinho

N.º 27 – Recitativo e Ária

FigaroEstá tudo preparado: as horasdevem estar a soar; ouço gente...É ela… Não é ninguém… a noite está escura...e eu já comeceia representar o desgraçadopapel de marido...Ingrata! No momentoda cerimóniaele gozava ao ler e, ao vê-lo,eu ria-me de mim próprio, sem o saber.Oh Susanna! Susanna!Que sofrimento me causas!

Com essa face ingénua,com esses olhos inocentes,quem haveria de acreditar?Ah! É sempre uma loucura fiarmo-nos nas mulheres!

Abri um pouco os olhos,homens incautos e imprudentes,reparai nas mulheres,vede como elas são.Estas chamadas deusaspelos maridos enganadosa quem a débil razãotributa incensos.São bruxas que encantampara nos fazer sofrer,sereias que cantampara nos fazer afogar.Marotas que nos deliciampara nos depenar.Cometas que brilhampara nos roubar a luz.São rosas espinhosas,são raposas airosas,são ursas bondosas,são pombas malignas.Mestras de enganos,

amigas de complicações,que fingem e mentem,e que não sentem amornem sentem piedade,não, não não não!E mais não digo.O resto já o sabeis.(retira-se)

Page 63: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 63/85

121Le nozze di Figaro120

CherubinoPian, pianin le andrò più presso,tempo perso non sarà.

La Contessa(Ah! Se il conte arriva adesso,qualche imbroglio accaderà!)

Cherubino (alla Contessa)Susannetta! Non risponde?Colla mano il volto asconde,or la burlo, in verità.(le prende la mano e l’accarezza)

La Contessa (cerca liberarsi alterando la voce a tempo)Arditello! Sfacciatello!Ite presto via di quà!

CherubinoSmorfiosa, maliziosa,io già sò perchè sei qua!

Scena 12I suddetti, il Conte.

Il Conte (da lontano)Ecco qui la mia Susanna!

Susanna e FigaroEcco qui l’uccellatore!

CherubinoNon far meco la tiranna!

Susanna, il Conte e FigaroAh, nel sen mi batte il core!Un altr’uom con lei sta;alla voce è quegli il paggio.

La ContessaVia partite, o chiamo gente!

Cherubino (sempre tenendola per la mano)

Dammi un bacio, o non fai niente.

La ContessaAnche un bacio! Che coraggio!

CherubinoE perchè far io non posso,quel che il conte ognor farà?

CherubinoDevagarinho, vou aproximar-me.Não se pode perder tempo.

Condessa(Ah, se o Conde chegar agora,vai haver uma grande confusão!)

Cherubino (para a Condessa)Susaninha! Não responde?Esconde a cara com as mãos,agora vou atrapalhá-la.(pega-lhe nas mãos e acaricia-as)

Condessa (tenta libertar-se,alterando a voz de vez em quandoAtrevidote! Impertinente!Vai-te depressa daqui!

CherubinoSonsa! Maliciosa!Sei bem porque estás aqui!

Cena 12Os anteriores, o Conde.

Conde (ao longe)Eis a minha Susanna.

Susanna e FigaroEis o passarinheiro!

CherubinoNão te faças difícil comigo!

Susanna, o Conde e FigaroComo me bate o coração no peito!Ela está com outro homem;e pela voz parece-me o pajem.

CondessaIde embora, ou chamo por socorro.

Cherubino (continuando a agarrar-lhe as mãos)

Dá-me um beijo, ou nada faças.

CondessaAgora quer um beijo! É preciso ter coragem!

CherubinoE porque não poderei eu fazer aquiloque o Conde fará de seguida?

SusannaGiunse alfin il momento,che godrò senz’affannoin braccio all’idol mio. Timide cure!Uscite dal mio petto,a turbar non venite il mio diletto!Oh come par che all’amoroso focol’amenità del loco,la terra e il ciel risponda,come la notte i furti miei seconda!

Deh, vieni, non tardar, o gioia bella,vieni ove amore per goder t’appella,finchè non splende in ciel notturna face,finchè l’aria è ancor bruna e il mondo tace.Qui mormora il ruscel, qui scherza l’aura,che col dolce sussurro il cor ristaura,qui ridono i fioretti e l’erba è fresca,ai piaceri d’amor qui tutto adesca.Vieni, ben mio, tra queste piante ascose,ti vo’ la fronte incoronar di rose.

Scena 11I suddetti e poi Cherubino

Recitativo

FigaroPerfida! E in quella formameco mentia? Non so s’io veglio, o dormo.

Cherubino (cantando)La la la...

La ContessaIl picciol paggio.

CherubinoOh vedo qui una donna.

La ContessaAhi me meschina!

CherubinoM’inganno! A quel cappelloche nell’ombra vegg’io parmi Susanna.

La ContessaE se il conte ora vien, sorte tiranna!

Nº 29 – Finale

SusannaChegou por fim o momentoem que gozarei sem entravesnos braços do meu ídolo. Escrúpulos tímidos!Saí de dentro do meu peito,não perturbeis a minha felicidade!Oh, como parece que à minha ardente paixãoa amenidade do local,a terra e o céu respondam,como a noite desfaz os meus tormentos.

Vem, sem tardar, bela felicidade.Vem até onde o amor te chama para o prazer,e permanece até que nenhuma estrela reste no céu,até à alvorada, quando o mundo emudece.Aqui murmura o regato, aqui a brisa brinca,consolando o coração com um doce sussurro.Aqui as flores riem, a erva é fresca,aqui tudo se dá aos prazeres do amor.Vem, meu amor, escondidos nestas plantas,quero coroar-te a fronte com rosas.

Cena 11Os anteriores e Cherubino

Recitativo

FigaroPérfida, e mentia-me daquelamaneira? Não sei se durmo, se estou acordado.

Cherubino (cantando)La la la...

CondessaO pequeno pajem!

CherubinoOh, vejo uma mulher!

CondessaAh, desgraçada de mim!

CherubinoEnganei-me! Pelo chapéuque vejo na sombra, parece-me Susanna.

CondessaE se o Conde chega agora? Que cruel destino!

N.º 29 – Finale

Page 64: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 64/85

123Le nozze di Figaro122

Il ConteCarina!

FigaroCarina?

Il ConteChe dita tenerelle!Che delicata pelle!Mi pizzica, mi stuzzica,m’empie d’un nuovo ardor!

Susanna, la Contessa e FigaroLa cieca prevenzionedelude la ragione,inganna i sensi ognor.

Il ConteOltre la dote, o cara!Ricevi anco un brillanteche a te porge un amantein pegno del suo amor.(le dà un anello)

La ContessaTutto Susanna pigliadal suo benefattor.

Susanna, il Conte e FigaroVa tutto a maraviglia,ma il meglio manca ancor.

La Contessa (al Conte)Signor, d’accese fiaccoleio veggio il balenar.

Il ConteEntriam, mia bella Venere,andiamoci a celar!

Susanna e FigaroMariti scimuniti,venite ad imparar!

La ContessaAl bujo, signor mio?

Il ConteÈ quello che vogl’io.Tu sai che là per leggereio non desio d’entrar.

CondeQuerida!

FigaroQuerida?

CondeQue dedos graciosos!Que pele delicada!Estou cheio de arrepios,encho-me de paixão.

Susanna, a Condessa e FigaroOs preconceitos estúpidoscegam a razãoe enganam os sentidos.

CondePara além do dote, minha querida,recebe também um diamante,que te oferece um amantecomo prova do seu amor.(dá-lhe um anel)

CondessaSusanna tudo aceitado seu benfeitor.

Susanna, o Conde e FigaroTudo vai às mil maravilhas,mas ainda falta o melhor.

Condessa (para o Conde)Senhor, vejo aproximarem-seclarões de tochas.

CondeEntremos, minha bela Vénus,vamos esconder-nos!

Susanna e FigaroMaridos imbecis,vinde aprender!

CondessaÀs escuras, meu senhor?

CondeAssim o desejo.Tu sabes bem que não queroentrar ali para ler.

Susanna, la Contessa, il Conte e FigaroTemerario!

CherubinoOh v’è, che smorfie!Sai ch’io fui dietro il sofà.

Susanna, la Contessa, il Conte e FigaroSe il ribaldo ancor sta saldo,la faccenda guasterà.

Cherubino (volendo dar un bacio alla Contessa)Prendi intanto...

(Il Conte, mettendosi tra la Contessa ed il Paggio,riceve il bacio.)

La Contessa e CherubinoOh cielo! Il Conte!

(Cherubino entra da Barbarina)

Figaro (appressandosi al Conte)Vo’ veder cosa fan là.

Il Conte (crede di dar uno schiaffo al Paggioe lo dà a Figaro)Perchè voi non ripetete,ricevete questo quà!

Figaro, Susanna e la ContessaAh! Ci ho/ha fatto un bel guadagnocolla mia/sua curiosità!

Il ConteAh! Ci ha fatto un bel guadagnocolla sua temerità!(Figaro si ritira; alla Contessa.)Partito è alfin l’audace,accostati ben mio!

La ContessaGiacchè così vi piace,eccomi qui signor!

FigaroChe compiacente femmina!Che sposa di buon cor!

Il ContePorgimi la manina!

La ContessaIo ve la do.

Susanna, a Condessa,o Conde e FigaroTemerário!

CherubinoMas que dificuldades!Sabes bem que eu estava atrás do sofá!

Susanna, a Condessa,o Conde e FigaroSe o malandro não se for embora,todo o nosso plano vai por água abaixo.

Cherubino (tentando beijar a Condessa)Toma lá este!

(O Conde coloca-se entre a Condessa e o Pajem, erecebe o beijo.)

A Condessa e CherubinoOh céus! O Conde!

(Cherubino esconde-se onde está Barbarina)

Figaro (aproximando-se do Conde)Vou ver o que se passa ali.

Conde (Crê dar um estalo ao Pajem,mas esbofeteia Figaro.)Para que não o repitas,recebe agora tu este!

Figaro, Susanna e a CondessaAh! Tenho/tem uma bela recompensapela minha/sua curiosidade.

CondeAh! Teve uma boa recompensapela sua temeridade!(Figaro retira-se; para a Condessa.)O audacioso foi-se, por fim, embora.Vem cá, meu tesouro!

CondessaJá que isso vos agrada,eis-me aqui senhor!

FigaroQue complacente rapariga!Que esposa com tão bom coração!

CondeDá-me a tua pequena mão.

CondessaTomai-a.

Page 65: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 65/85

125Le nozze di Figaro124

SusannaSi!

FigaroCome potria farsi?

Susanna(L’iniquo io vo’ sorprendere,poi sò quel che farò.)

Figaro(La volpe vuol sorprendermi,e secondarla vò.)(con comica affettazione)Ah se Madama il vuole!

Susanna(Sù via, manco parole.)

FigaroEccomi a’ vostri piedi,ho pieno il cor di foco,esaminate il loco,pensate al traditor!

Susanna(Come la man mi pizzica!Che smania, che furor!)

Figaro(Come il polmon mi s’altera,che smania, che calor!)

Susanna (alterando un poco la voce)E senz’alcun affetto?

FigaroSuppliscavi il rispetto!Non perdiam tempo invano:datemi un po’ la mano...(si frega le mani)

Susanna (In voce naturale, gli dà uno schiaffo.)Servitevi, signor!

FigaroChe schiaffo!

Susanna (ancor uno)Che schiaffo,(lo schiaffeggia a tempo)e questo, e questo,e ancora questo, e questo e poi quest’altro.

SusannaSim.

FigaroComo poderia isso ser?

Susanna(Quero surpreender o iníquo,e depois sei bem o que fazer.)

Figaro(A raposa quer surpreender-me,vou dar-lhe corda, por um pouco.)(com afectação cómica)Ah, se a senhora assim o desejar!

Susanna(Fico sem palavras.)

FigaroEis-me a vossos pés,tenho o coração ardente,examinai o local,pensai no traidor.

Susanna(Como me apetece usar a mão!Que impaciência! Que raiva!)

Figaro(Como se me altera a respiração!Que desejos! Que calores!)

Susanna (alterando um pouco a voz )E sem nenhum amor?...

FigaroQue baste o meu respeito!Não percamos tempo em vão,dai-me a vossa mão...(esfrega as mãos)

Susanna (Com a sua voz, esbofeteando-o.)Servi-vos, senhor!

FigaroQue bofetada!

Susanna (dando-lhe outro estalo)Que bofetada,(dando-lhe estalos a ritmo)E esta, e esta,e ainda esta, e esta, e mais esta.

Susanna e la ContessaI furbi sono in trappola,comincia ben l’affar.

FigaroLa perfida lo seguita,è vano il dubitar.(passa)

Il Conte (con voce alterata)Chi passa?

Figaro (con rabbia)Passa gente!

La ContessaÈ Figaro; men vò!(entra a man destra)

Il ConteAndate! Io poi verrò.(si disperde pel bosco)

Scena 13Figaro e Susanna

FigaroTutto è tranquillo e placido,entrò la bella Venere;col vago Marte a prenderenuovo Vulcan del secoloin rete li potrò!

Susanna (cangiando la voce)Ehi Figaro! Tacete!

FigaroOh, questa è la Contessa!A tempo qui giungete,vedrete là voi stessa...il Conte, e la mia sposa,di propria man la cosatoccar io vi farò.

Susanna (si dimentica d’alterar la voce)Parlate un po’ più basso,di quà non muovo il passo,ma vendicar mi vò.

Figaro(Susanna!) Vendicarsi?

Susanna e a CondessaOs espertalhões caíram na armadilha.A coisa começa bem.

FigaroA pérfida segue-o,são inúteis as dúvidas.(passa)

Conde (com voz alterada)Quem está aí?

Figaro (com raiva)Está aqui gente!

CondessaÉ Figaro. Vou-me embora.(entra à direita)

CondeIde. Já vos sigo.(embrenha-se no bosque)

Cena 13Figaro e Susanna

FigaroTudo está tranquilo e sereno,a bela Vénus entrou como amante Marte.Eu, tal novo Vulcano do século,deitar-lhes-ei a rede!

Susanna (alterando a voz )Figaro, silêncio!

FigaroOh, esta é a Condessa!Chegais em bom momento,sereis vós mesma testemunha...o Conde com a minha esposa,vou fazer-vos ver a coisacom os vossos próprios olhos.

Susanna (esquecendo-se de alterar a voz )Falai um pouco mais baixo,eu daqui não me movo,mas quero vingar-me.

Figaro(Susanna!) Vingar-se?

Page 66: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 66/85

127Le nozze di Figaro126

FigaroMadama?

SusannaMadama!

Susanna e FigaroLa commedia, idol mio, terminiamo,consoliamo il bizzarro amator!

Figaro (si mette ai piedi di Susanna)Sì, madama, voi siete il ben mio!

Il ConteLa mia sposa! Ah! Senz’arme son io!

FigaroUn ristoro al mio cor concedete?

SusannaIo son qui, faccio quel che volete.

Il ConteAh, ribaldi!

Susanna e FigaroAh, corriamo, mio bene,e le pene compensi il piacer.(entrano nela nicchia)

Scena ultimaI suddetti, Antonio, Basilio, servitori con fiaccoleaccese; poi Susanna, Marcellina, Cherubino, Barbarina;indi la Contessa.

Il Conte (arresta Figaro)Gente, gente, all’armi! All’armi!

Figaro (finge eccessiva paura)Il padrone! Gente!

Il ConteGente! Gente! Aiuto! Aiuto!

FigaroSon perduto!

Basilio ed AntonioCos’avvenne?

FigaroA senhora?

SusannaA senhora!

Susanna e FigaroTerminemos a comédia, meu tesouro,consolemos o estranho amante.

Figaro (ajoelhando-se perante Susanna)Sim, Madama, sois tudo para mim.

CondeA minha esposa. E estou sem armas!

FigaroDareis alívio ao meu coração?

SusannaAqui estou. Faz de mim o que quiseres.

CondeMiseráveis!

Susanna e FigaroNão tardemos, meu bem,que o prazer afaste as nossas tristezas.(entram num pequeno pavilhão)

Última CenaOs anteriores, Antonio, Basilio, criados com lampiõesacesos; depois Susanna, Marcellina, Cherubino,Barbarina; e a Condessa.

Conde (segurando Figaro)Gente! Gente! Às armas! Às armas!

Figaro (fingindo excessivo medo)O Conde! Gentes!

CondeGente! Gente! Socorro! Socorro!

FigaroEstou perdido!

Basilio e AntonioQue aconteceu?

FigaroNon batter così presto!

SusannaE questo, signor scaltro,e questo e poi quest’altro ancor.

FigaroO schiaffi graziosissimi,o mio felice amor.

SusannaImpara, impara, o perfido,a fare il seduttor.

Scena 14I suddetti poi il Conte

Figaro (si mette in ginocchio)Pace, pace, mio dolce tesoro!Io conobbi la voce che adoroe che impressa ognor serbo nel cor.

Susanna (ridendo e sorpresa)La mia voce?

FigaroLa voce che adoro.

Susanna e FigaroPace, pace, mio dolce tesoro,pace, pace, mio tenero amor.

Il ConteNon la trovo e girai tutto il bosco.

Susanna e FigaroQuesti è il Conte, alla voce il conosco.

Il Conte (parlando verso la nicchia, dove entrò madama,cui apre egli stesso.)Ehi, Susanna! Sei sorda? Sei muta?

SusannaBella, bella! Non l’ha conosciuta.

FigaroChi?

SusannaMadama!

FigaroNão batas tão depressa!

SusannaE esta, senhor espertalhão,e esta, e ainda mais esta.

FigaroÓ pancadas deliciosas!Oh meu amor feliz!

SusannaAprende, aprende, pérfido,a fazer de sedutor.

Cena 14Os anteriores e depois o Conde

Figaro (ajoelha-se)Paz, paz, meu doce tesouro!Eu reconheci a voz que adoroe que tenho sempre presente no meu coração.

Susanna (rindo surpreendida)A minha voz?

FigaroA voz que adoro.

Susanna e FigaroPaz, paz, meu doce tesouro,paz, paz, meu querido amor.

CondeNão a encontro, e procurei em todo o bosque.

Figaro e SusannaÉ o Conde, reconheço-lhe a voz.

Conde (falando para o pavilhão onde se escondeu aCondessa, que ele abre.)Eh, Susanna! Estás surda? Estás muda?

SusannaPerfeito! Que maravilha! Ele não a reconheceu!

FigaroA quem?

SusannaÀ senhora!

Page 67: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 67/85

129Le nozze di Figaro128

Il ConteNo, no, no!

La Contessa (esce dall'altra nicchia e vuoleinginocchiarsi, il Conte nol permette.)Almeno io per loroperdono otterrò!

Basilio, il Conte e Antonio(Oh cielo! Che veggio!Deliro! Vaneggio!Che creder non sò?)

Il ConteContessa, perdono!

La ContessaPiù docile io sono,e dico di sì.

TuttiAh tutti contentisaremo così.Questo giorno di tormenti,di capricci, e di follia,in contenti e in allegriasolo amor può terminar.Sposi! Amici! Al ballo! Al gioco!Alle mine date foco!Ed al suon di lieta marciacorriam tutti a festeggiar!

Fine

CondeNão! Não! Não! Não!

Condessa (Sai do outro pavilhão e faz menção deajoelhar-se, mas o Conde não consente.)Então terei eu de obtero perdão para eles.

Basilio, o Conde e Antonio(Oh céus! Que vejo!Deliro! Sonho!Não acredito nos meus olhos.)

CondeCondessa, perdão!

CondessaEu sou mais dócil,e digo que sim!

TodosAh! Assim ficaremostodos felizes!Somente o amor poderiaterminar em felicidade e alegriaeste dia de tormentos,caprichos e loucuras!Esposos! Amigos! Ao baile! Ao jogo!Esqueçamos as disputas!E ao som de uma marcha alegrevamos todos festejar.

Fim

Tradução para legendageme publicação no programa de sala

Jorge Rodrigues

LegendagemCultoc

Il ConteIl scelleratom’ha tradito, m’ha infamatoe con chi state a veder!

Basilio, Don CurzioSon stordito, sbalormato,e con chi state a veder!

Antonio, BartoloSon stordito, sbalordito,non mi par che ciò sia ver!

FigaroSon storditi, son sbalorditi,o che scena, che piacer!

Il ConteInvan resistete,uscite, madama!Il premio or avretedi vostra onestà!Il paggio!

AntonioMia figlia!

FigaroMia madre!

Basilio, Antonio e FigaroMadama!

Il ConteScoperta è la trama,la perfida è quà.

Susanna (s'inginocchia ai piedi del Conte)Perdono! Perdono!

Il ConteNo, no, non sperarlo.

Figaro (s'inginocchia)

Perdono! Perdono!

Il ConteNo,no, non vo’ darlo!

Bartolo, Cherubino, Marcellina, Basilio, Antonio,Susanna e Figaro (s'inginocchiano)Perdono! Perdono!

CondeO desgraçado!Traiu-me, infamou-me,e vede com quem!

Basilio e Dom CurzioEstou interdito e estupefacto:nem acredito no que estou a ver!

Antonio e BartoloEstou interdito e estupefacto:não me parece que isto seja verdade!

FigaroEstão interditos e estupefactos:oh, que cena! Que prazer!

CondeResistis em vão!Saí, Madama!Tereis agora o prémioda vossa honestidade.O pajem!

AntonioMinha filha!

FigaroMinha mãe!

Basilio, Antonio e FigaroMadama!

CondeDescobriu-se o mistério,eis a pérfida!

Susanna (ajoelha-se aos pés do Conde)Perdão! Perdão!

CondeNão espereis por isso!

Figaro (ajoelha-se)

Perdão! Perdão!

CondeNão! Não vou dá-lo!

Bartolo,Cherubino, Marcellina,Basilio,Antonio,Susanna e Figaro (ajoelham-se)Perdão! Perdão!

Page 68: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 68/85

131Le nozze di Figaro

David Cranmer

Dramaturgo, poeta e compositor

Estava previsto desde muito cedo que Le barbier deSéville, uma comédie mêlée d’ariettes estreada em Parisa 23 de Fevereiro de 1775, iria ter uma sequela, pois oseu autor, Pierre Augustin Caron de Beaumarchais(1732-99), já faz referência, no prefácio da primeiraedição impressa, a alguns dos eventos posterioresaos da sua peça. De facto, o sucesso fenomenal deLe Barbier  justificava amplamente uma segundacomédia com base nas mesmas personagens.

Ignora-se exactamente quando Beaumarchaiscomeçou a trabalhar na continuação, La folle journéeou Le mariage de Figaro, mas parece provável que já otivesse terminado em 1778. Foi aceite para encenaçãopela Comédie Française, em 1781, mas devido ao seu«conteúdo político» foi proibida pelo Rei Louis XVIque, segundo consta, jurou que nunca iria ser postaem cena. Nos anos que se seguiram, houve váriasleituras em casas particulares e uma dramatizaçãosemi-particular na corte francesa em Setembro de1783. Uma sexta solicitação aos censores paraencenação pública foi aprovada, na sequência da qualo Rei acabou por dar a sua autorização.

A estreia pública realizou-se a 27 de Abril de 1784,pela Comédie Française. As sucessivas proibições, jáem si, garantiam um succès de scandale, mas o êxitofoi tal que, nas semanas que se seguiram, teve 68representações sem interrupção. A peça chegourapidamente a ser impressa em edições pirata. Comorefere a primeira edição oficial, «Por um abuso passivode pena, enviou-se para Amesterdão um pretendidomanuscrito desta peça, escrito de memória edesfigurada, cheio de lacunas, contra-senso eparvoíces. Foi impressa e vendida, metendo o nomede M. de Beaumarchais». Sabe-se hoje em dia, noentanto, que as edições pirata não eram assim tãodefeituosas, mas apresentam versões anteriores à

definitiva publicada por Beaumarchais, mesmo quecom algumas ligeiras corrupções textuais.

A fama de La folle journée chegou rapidamente aoestrangeiro. Foi representada em Londres, noTheatre Royal, Covent Garden, a 21 de Fevereiro de1785, com o título The follies of a day, or the Marriageof F igaro. A tradução inglesa usada, de ThomasHolcroft, foi publicada em Londres, no mesmo anoEm Viena, foi traduzida por Johann Rautenstrauchcomo Der närrische Tag, para uma produção previstno Kärntnerthortheater em Fevereiro de 1785Contudo, o Imperador Joseph II recusou autorizá-ladevido ao seu conteúdo controverso, a não ser comcortes substanciais, com o resultado de que aencenação foi abortada. Curiosamente, o Imperadoautorizou a sua edição impressa sem alterações esaiu no mesmo ano.

Quais, então, eram os conteúdos perigosos que tantopreocupavam os monarcas francês e austríaco? Defacto, não é difícil perceber. Mesmo lendo esta peçanuma democracia do século XXI, impressiona-nos sua ousadia em relação a injustiças e imoralidadesde várias ordens. A sua sátira virulenta no que dizrespeito ao funcionamento dos tribunais, poexemplo, que ocupa grande parte do Acto III, lembra-nos da corrupção e capricho endémicos no sistemajudiciário daquele tempo.

No entanto, o que deve ter assustado mais sãoalguns dos discursos do próprio Figaro (o porta-vozdo autor). A sua descrição do que consiste a«política» ainda faz rir, hoje em dia, porque aindaencontra eco:

[...] fingir que se ignora o que se sabe, que sesabe tudo o que se ignora; que se ouve o qunão se percebe e que não se ouve o que sepercebe perfeitamente; e sobretudo prometepara além do que se pode cumprir; fazer grandsegredo do que não existe, retirar-se para aprivacidade para afiar o lápis, parecer profundoquando se é oco e vazio, desempenhar umpapel bem ou mal, encorajar espiões e premiatraidores, mexer em selos, interceptar cartas, eprocurar compensar pela pobreza dos meios a

importância dos objectivos: eis toda a políticase não estou enganado!1

1 Tradução do presente autor, como todasas restantes citações.

Página de rosto da edição piratade La folle journée ou Le Mariagede Figaro. Gravura de Pierre-AugustinCaron Beaumarchais publicadana mesma edição.

Retrato inacabado de Mozart (1782)por Joseph Lange

Lorenzo da Ponte (1749-1838)

Page 69: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 69/85

133Le nozze di Figaro132

É-nos igualmente dada a conhecer, à maneiracativante de um talentoso contador de histórias, agénese de Le nozze di Figaro, em que,naturalmente,opoeta desempenha um papel crucial:

Quanto a [Mozart], percebi logo que avastidão do seu génio exigia um tema de grandeabrangência, multiforme, sublime. Em conversaçãocomigo um dia a este respeito, perguntou-me seeu podia com facilidade fazer uma ópera de umacomédia de Beaumarchais – Le Mariage de Figaro.Gostei bastante da sugestão e prometi-lhe quea iria escrever. Porém, existia uma dificuldadea ultrapassar. Poucos dias antes, o Imperadorhavia proibido à companhia do teatro alemão querepresentasse aquela comédia, que era licenciosademais, na opinião dele, para um público digno.O Barão Wetzlar, com toda a generosidade,comprometeu-se a pagar-me bastante bem pelotexto, e depois, se não conseguíssemos umaprodução em Viena, poderíamos apresentar aópera em Londres ou em França. Mas recusei aoferta e resolvi escrever o texto e a música emsegredo, esperando uma oportunidade favorávelpara mostrá-los aos Directores, ou ao próprioImperador [...]

Comecei conforme, e à medida que escrevio texto, Mozart musicou-o. Em seis semanas estavatudo pronto. Milagrosamente, aconteceu que namesma altura a Ópera sofria de falta de partituras.Aproveitando a oportunidade, fui, sem falar comninguém, para oferecer Figaro ao Imperador.

«O quê?» disse ele. «Não sabe que Mozart,embora uma maravilha no que diz respeito àmúsica instrumental, compôs apenas uma ópera eessa nada é de especial.»

«Sim, Majestade,» respondi suavemente,«mas sem a clemência de Vossa Majestade, eu sóteria escrito um drama em Viena!»

«Talvez seja verdade,» respondeu, «mas esteMariage de Figaro, acabei de proibir a companhiaalemã de o usar.»

«Sei, Majestade,» retorqui, «mas escrevi umaópera e não uma comédia. Tive de omitir várias

cenas e cortar outras substancialmente. Omiti oucortei tudo o que pudesse ofender o bom gosto oua decência pública numa representação na qual aMajestade Soberana presidisse. A música, devodizer, tanto quanto a posso avaliar, parece-memaravilhosamente bela.»

«Muito bem! Neste caso, confio no seu bomgosto quanto à música e na sua sabedoria quantoà moralidade. Mande a partitura aos copistas.

Corri directamente para falar com Mozartmas ainda não tinha acabado de lhe contar a boanotícia quando chegou um criado do Imperadorpara lhe entregar uma mensagem, a mandar quese apresentasse imediatamente no Paláciolevando consigo a partitura. Obedeceu à ordemreal, tocou vários trechos ao Imperador, que lhagradaram imensamente, ou, para dizer a verdadesem exagero, o espantaram. Joseph possuía umgosto muito apurado pela música,como por todasas artes. O grande êxito que esta ópera recebeupor todo o mundo civilizado iria mostrar dentroem breve que não se enganara na sua avaliação.

Na verdade, Da Ponte,na sua adaptação da comédiade Beaumarchais, omitiu quase por inteiro o Acto II(o do processo em tribunal) e cortou, por completoou em grande parte, os discursos polémicos dFigaro. De resto, seguiu de perto o seu originaaproveitando ao máximo o texto brilhante que tinhaà sua frente.

«Ontem, dia 16, cheguei aqui [...]» – assim escreveWolfgang, de Viena, ao seu pai, a 17 de Março d1781. Obedecendo à ordem do Arcebispo Colloredode Salzburgo, o compositor tinha viajado de Muniquepara a capital austríaca, para fazer música consoanteos caprichos do seu patrão. A fricção entreempregador e empregado, que durante vários anopiorara cada vez mais, chegara ao limite. Nasequência de uma entrevista, em que o Arcebispo lhchamou, entre outras coisas, «malandro, velhacovagabundo» (palavras cifradas na carta do filho para opai, caso fosse interceptada pelos agentes doprelado), Mozart demitiu-se. Após uma recusa iniciada demissão, o Arcebispo aceitou. Quando esteregressou a Salzburgo, o compositor permaneceu emViena, onde ganhava a vida sobretudo dando aulas depiano e tocando em concertos particulares.

A 16 de Julho de 1782 estreou-se, no Burgtheatero Singspiel , Die Entführung aus dem Serail – a única

ópera de Mozart que Joseph II conhecia. Apesar doseu sucesso, não houve outras encomendas paróperas, em primeiro lugar, por causa dodespedimento da companhia alemã, no ano seguintee, em segundo, porque outros autores eramconsiderados mais aptos enquanto compositores deópera italiana. A 5 de Agosto do mesmo ano, Wolfgangcasou-se com Costanze Weber.

Talvez o que mais nos impressione, na actualidade,sabendo que Beaumarchais escrevia na véspera daRevolução Francesa, é o longo discurso de Figaro noActo V, onde entre muitos outros assuntos polémicosse debruça sobre a nobreza. Falando do Conde e a suapretensão de seduzir Susanne, diz:

[...] não, senhor Conde, não a terá... não a terá.Visto que é um grande senhor, acha-se um grandegénio!... nobreza, fortuna, lugar, posição; tudoisso o torna soberbo. O que fez o senhor paraarranjar tantos bens? Dar-se à inconveniência denascer, e nada mais! De resto, um homem comoqualquer outro.

Não é que Beaumarchais quisesse mudar a ordem domundo – se pudermos aceitar o que nos relata noextenso prefácio à primeira edição oficial. Como nos

diz o autor: «Nesta peça [...] não há ataque contra asclasses, mas apenas contra os abusos de cadaclasse». «Ninguém deseja enganar o Conde, masapenas impedi-lo de enganar todos os outros.» Poruma questão de necessidade, o Conde é humilhado nofim do drama, mas não é desprezado.

Se há algum factor que distingue Lorenzo da Ponte(1749-1838) da generalidade dos libretistas seuscontemporâneos é o seu dom poético. Nascido napequena cidade de Ceneda, no Veneto, numa famíliajudia de recursos muito reduzidos, apesar de teraprendido a ler e escrever enquanto ainda novo eapesar da sua inteligência natural, só chegou a terinstrução formal bastante tarde. No entanto, foidurante a sua juventude, quando as circunstânciasfamiliares melhoraram, que leu avidamente osclássicos romanos e gregos, e depois italianos,decorando obras inteiras (de Vergílio, Dante, Petrarca,Tasso, etc.). Ao mesmo tempo passou muitas horas aaprender escrever textos poéticos dos mais variadosgéneros, exigindo de si próprio um estilo cada vezmais conciso e requintado.

Quando o seu pai casou em segundas núpcias, este eos restantes membros da família converteram-se aoCristianismo. Menos por convicção e mais pornecessidade económica, Lorenzo estudou para padre,chegando a ser ordenado em 1773. Foi professor deliteratura em várias cidades do Veneto entre 1770 e1779, ano em que foi exilado, devido às suas ideiaspolíticas e os inimigos poderosos que, de váriasmaneiras, ganhara. Tendo passado vários meses na

corte de Dresden, trabalhando com o seu amigo, opoeta e libretista, Catarino Mazzolà, viajou, em finaisde 1781, para Viena, munido de uma carta derecomendação de Mazzolà dirigida a Antonio Salieri(1750-1825), director de música da corte imperialaustríaca. Em 1783, o Imperador Joseph II abando-nou a companhia de teatro alemão que tinha criadono Burgtheater em 1776, substituindo-a por uma novacompanhia italiana. Da Ponte foi nomeado poetade teatro.

Salieri, na qualidade de director musical da corte,dirigia igualmente as produções de ópera italiana, efoi com este que Da Ponte inicialmente colaborou.O seu primeiro libreto vienense não foi original, masuma revisão de La scuola degli gelosi, que Mazzolàtinha escrito para Salieri em 1778, e que precisava deuma actualização, tomando em conta o elenco e ascondições de produção do Burgtheater. Foi estreadaa 23 de Abril de 1783. O primeiro libreto novo foiIl ricco d’un giorno, musicado por Salieri,que se estreoua 6 de Dezembro de 1784. Não foi um sucesso. Poetae compositor culparam-se um ao outro pelo fracasso,deixando de trabalhar em conjunto durante cerca detrês anos. Assim, abriram-se novas oportunidades paracolaborar com outros compositores, entre os quais,segundo o próprio, nas suas Memorie, destacaram-sedois: Wolfgang Amadeus Mozart (1756-91) e VicenteMartín y Soler (1754-1806, melhor conhecido pelatradução italiana do seu apelido, Martini).

As Memorie de Da Ponte, escritas muitos anos depoisdos eventos que relatam, e de fiabilidade variável,informam-nos, entre muitos outros assuntos,de comoo poeta chegou a conhecer Mozart, em casa do BarãoWetzlar, um amigo mútuo. Reclama orgulhosamentepara si a maneira como o compositor chegou a serreconhecido como o génio que era:

Apesar de dotado de talentos superiores,talvez maiores do que qualquer outro compositorno mundo, do passado, do presente ou do futuro,Mozart, graças às intrigas dos seus rivais, nuncatinha conseguido exercer o seu génio divino em

Viena, e lá vivia desconhecido e escondido, comouma jóia sem preço enterrada nas entranhas daterra, tapando a excelência refulgente dos seusesplendores. Não posso deixar de recordar semexultação e complacência que, em grande parte,à minha perseverança e firmeza a Europa e todo omundo devem as belas composições vocaisdaquele génio maravilhoso.

Page 70: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 70/85

135Le nozze di Figaro

Em 1783 dois dos principais compositores de óperaitaliana do seu tempo visitaram Viena, dirigindo comgrande sucesso, em ambos os casos, no Burgtheater,óperas compostas no ano anterior. A 28 de Maio,Giuseppe Sarti (1729-1802) apresentou Fra i duelitiganti il terzo gode (Mozart iria citá-lo em DonGiovanni). A 13 de Agosto foi a vez de GiovanniPaisiello (1740-1816) com Il barbiere di Siviglia (Nãodevemos subestimar a sua influência em Le nozze diFigaro). É também neste ano que Mozart refere DaPonte pela primeira vez, numa carta dirigida ao seupai datada de 7 de Maio:

«[...] Examinei pelo menos cem libretos emais, mas quase que não encontrei nenhum queme satisfaça; quer dizer que seria necessário fazertantas alterações aqui e ali, que mesmo que umpoeta aceitasse fazê-las, ser-lhe-ia mais fácilescrever um texto completamente novo – o que ésempre a melhor solução. O nosso poeta aquiagora é um tal Abade da Ponte. Tem imensopara fazer ao rever peças para o teatro e tem deescrever per obbligo um libreto inteiramente novopara Salieri, o que lhe levará dois meses.Prometeu escrever a seguir um novo libreto paramim. Mas sabe-se lá se vai conseguir cumprir apalavra – ou se vai querer? Pois, como sabe, estessenhores italianos são muito amáveis na nossapresença. Basta, conhecemo-los! Se estiver emconluio com Salieri, nunca conseguirei nada dele.Mas, na verdade, adoraria mostrar o que consigofazer numa ópera italiana!»

Do ponto de vista do compositor, nas suas cartas, nãosabemos nada acerca da criação de Le nozze di Figaro.Ao que parece, Mozart andava de tal maneiraatarefado que pouco escrevia. De Leopold, o seu pai,numa carta dirigida à sua irmã, datada de Salzburgo,a 11 de Novembro de 1785, sabemos apenas:

Recebi finalmente do seu irmão uma carta desó doze linhas datada de 2 de Novembro. Pededesculpa, visto que está até às orelhas emtrabalho na sua ópera «Le nozze di Figaro».

Agradece-me e a vós ambos pelos nossos votos esolicita-me especialmente pedir-lhe desculpa,mandando beijinhos, que não tem tempo pararesponder logo à sua carta. Acrescenta que com oobjectivo de manter as manhãs livres para podercompor, mudou todos os alunos para a parte datarde, etc. Conheço a peça: é uma comédia muitoaborrecida e a tradução do francês terá de sermuito livre para ter efeito como ópera. QueiraDeus que o texto resulte. Quanto à música não

tenho dúvidas. Mas haverá muito vaivém ediscussão até conseguir que o libreto esteja emcondições para corresponder exactamente aoque se pretende. E, com certeza, conforme o seucostume encantador, terá adiado tudo constantemente, deixando passar o tempo. [...]

Mais uma vez, através de uma carta de pai para filhadatada de Salzburgo, a 28 de Abril de 1786, somoinformados:

«Le nozze di Figaro» será posta em cena pelaprimeira vez no dia 28. Será surpreendente setiver êxito, pois sei que há movidas muitopoderosas colocadas contra o seu irmão. Salieri eos seus aficionados farão todo o possível paraque a sua ópera seja pateada. O Sr. e Sra. Duschekdisseram-me ultimamente que é graças à grandefama que as suas capacidades e talentoexcepcionais lhe ganharam que tanta genteconspira contra ele.

Le nozze di Figaro só chegou a estrear no dia 1 deMaio, com o seguinte elenco:

Conde Almaviva – Stefano MandiniCondessa Almaviva – Luisa LaschiSusanna – Nancy StoraceFigaro – Francesco BenucciCherubino – Dorotea BussaniMarcellina – Maria MandiniBartolo & Antonio – Francesco BussaniBasilio & Dom Curzio – Michael KellyBarbarina – Anna Gottlieb

Com estes cantores Mozart dispunha de vários nomede cartaz. Benucci era provavelmente o melhor bassobuffo do seu tempo, tendo sido especialmentevalorizado pelo Imperador. Luisa Laschi e NancyStorace eram ambas prime donne prestigiadasStefano Mandini, que tinha cantado o mesmo pape(Conde Almaviva) em Il barbiere di Siviglia, de Paisielloera prezado quer como actor quer como cantorAs personagens secundárias eram igualmente

cantores de reconhecido mérito.

As duas primeiras récitas foram acolhidas por umamistura de pateadas barulhentas da cabala e bravosvociferantes dos apoiantes do compositor. A partir daterceira o êxito estava garantido. Ninguém mais do quo Imperador reconheceu que esta ópera era uma obra-prima. Mesmo assim, teve apenas nove récitas, tendosido reposta em cena em Viena apenas em 1789,produção para a qual Mozart compôs duas novas árias

O Burgtheater de Viena antes de 1888.Fotografia de Michael Frankenstein (1843-1918)

Aguarela anónima (séc. XIX)para uma das cenas de Le nozze di Figaro

Page 71: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 71/85

137Le nozze di Figaro136

encenar em Nova Iorque, em 1826. Havia emigradopara os Estados Unidos em 1805, tendo chegado amorrer cidadão americano. Na sua preferência,reflectia a preferência da sua época, pois ao longo doséculo XIX Don Giovanni seria, sem dúvida, a maispopular das três. A partir do século XX é que se temvindo a apreciar mais Le nozze di Figaro.

Fora de Viena recebeu várias encenações no mundogermânico, ou no original ou em tradução alemã,ainda durante a vida do compositor (não seesquecendo de que a Boémia fazia parte do ImpérioAustro-Húngaro). Talvez a mais importante tenha sidoa de Praga, pois deixou claro, ainda no ano da estreiaabsoluta, o seu sucesso. A direcção musical daprodução foi realizada por Johann Josef Strobach,mas Mozart e a sua esposa chegaram a presenciar aprodução, chegando a Praga a 11 de Janeiro do anoseguinte. Numa carta dirigida ao Barão Gottried vonJacquin, em Viena, datada de 15 de Janeiro, ocompositor relata da sua popularidade:

[...] Pois aqui não falam sobre nada senão«Figaro». Nada é tocado, cantado ou assobiadosenão «Figaro». Nenhuma ópera atrai como«Figaro». Nada, nada senão «Figaro». Sem dúvida,

uma grande honra para mim! [...]Mozart esteve igualmente presente em Mannheim, emOutubro de 1790, para os ensaios e produção.

Fora do mundo germânico, antes da segunda década de1810, as produções foram escassas. Foi representada,numa tradução espanhola de V. R. de Arellano, emMadrid, em Maio de 1802. Foi apenas em Maio de 1945(sic) que se estreou em Lisboa, em S. Carlos.

Mozart e Da Ponte iriam colaborar mais duas vezes:em Il dissoluto punido, ossia Il Don Giovanni, estreadoem Praga a 29 de Outubro de 1787, e revisto para umaprodução no Burgtheater de Viena, no ano seguinte,assim como em Così fan tutte, ossia La scuola degliamanti, estreado no Burgtheater, a 26 de Janeiro de1790. Mozart, nas cartas que nos chegaram,não maisfaria referência a Da Ponte. É este que mais uma veznos informa, nas suas Memorie, acerca de DonGiovanni, reclamando para si a proposta deste tema.Foi para Praga para dirigir os ensaios dos cantores. Noentanto, foi obrigado a voltar a Viena antes da estreia,por insistência de Salieri (Percebe-se por Da Ponte que

terá sido meramente uma manobra da parte de Salieripara dificultar mais uma vez uma estreia mozartiana.)Da estreia e dos eventos que se seguiram o poetarelata, na sua maneira inimitável de raconteur :

Eu não presenciara a estreia de Don Giovanniem Praga, mas Mozart escreveu-me logo sobre asua recepção maravilhosa, e Gardassoni [DomenicoGuardasoni, o empresário da ópera de Praga], dasua parte, enviou-me as seguintes palavras:

«Viva Da Ponte! Viva Mozart! Todos osempresários, todos os virtuosi deveriam abençoaros seus nomes. Enquanto viverem, nuncasaberemos o que é a pobreza teatral.»

O Imperador mandou-me vir e, sobrecar-regando-me com parabéns amáveis, entregou-memais cem zecchini, e contou-me como estavaansioso por ver Don Giovanni. Mozart regressou e,visto que Joseph iria para fora dentro de pouco detempo, este mandou a partitura urgentementepara o copista para que fizesse partes cavas.A ópera foi encenada e... será preciso recordar?...Don Giovanni não agradou! Todos menos Mozartachavam que faltava qualquer coisa. Houveadições; algumas árias foram alteradas; houveuma segunda récita. Don Giovanni não agradou!E o que disse o Imperador? Disse:

«Aquela ópera é divinal; eu diria até que é

mais bela do queFigaro

. Mas esta música não écarne para os dentes dos meus vienenses!»Contei a Mozart a observação do Imperador,

que respondeu suavemente:«Dê-lhes tempo para a mastigar!»Não estava enganado.Seguindo o seu conselho,

procurei que a ópera fosse muitas vezes repetida;com cada récita vieram mais aplausos e, aospoucos, até os vienenses de dentes pouco aguçadoscomeçaram a gostar do seu sabor e apreciar as suasbelezas, chegando a colocar Don Giovanni entre asóperas mais belas de todos os tempos.

Da Ponte não faz qualquer referência a Così fan tutte.

Os actuantes e a posteridade divergem na suaavaliação da parceria Da Ponte-Mozart. Pelos vistos,dada a quase total ausência de referências a Da Pontenas suas cartas, Mozart terá considerado o libretistacomo um poeta qualquer, não lhe atribuindo umaimportância especial pelo sucesso das suas óperas.Da Ponte, apesar dos seus grandes elogios aocompositor (mas escrevendo numa altura em que onome de Mozart já se encontrava bem reconhecido),consideravaL’arbore di Diana o seu melhor libreto querem termos da sua concepção, quer na sua poesia. Foi

escrito para Martini e estreado em 1787. De facto, otom com que o poeta fala de Martini, com quemcolaborou com grande sucesso não apenas em Viena,mas posteriormente também em Londres, leva-nos asupor que se sentia bastante mais à vontade comMartini do que com Mozart.

Da Ponte considerava igualmente que a melhor dastrês óperas da parceria com Mozart era Don Giovanni.Não é por acaso que foi esta a ópera que chegou a

Le nozze di Figaro – alguns aspectos musicais

[...] O finale de uma ópera italiana, emboraligado proximamente com o resto do drama, étodavia, só por si, uma espécie de pequenacomédia: requer o seu próprio enredo e uminteresse especial: é sobretudo nesta parte que seexibem o génio de um compositor musical e opoder dos cantores; e para esta finalidade sãoreservados os maiores efeitos do drama.

O recitativo é excluído desta divisão da peçaÉ cantado por inteiro, e tem de incluir toda aespécie de melodia. O adagio, o allegro, o andanteo cantabile, o armonioso, o strepitoso, o arcistrepitoso, sendo com este último que terminamhabitualmente todos os actos.Constitui uma regra

teatral que, no decurso do finale, todos oscantores, sejam quantos forem, têm de se mostraem solos, duetos, trios, quartetos,etc., etc.E estregra, o poeta é absolutamente obrigado observar, sejam quais forem as dificuldades absurdezas que daí possam resultar; e embora ocríticos todos, começando com Aristóteles, seexclamem contra ela, devo aqui observar que oAristóteles verdadeiros de um poeta dramáticosão, no geral, não só o compositor da música, mastambém o primo buffo, a prima donna e nãoraramente o 2.º, 3.º e 4.º buffo da companhia.

Neste trecho de An extract from the life of Lorenzo DaPonte (Nova Iorque, 1819), uma versão preliminadas suas Memorie (que incluem a mesma passagemmas de uma forma mais exagerada), o poeta chamaa atenção para uma série de questões que ocompositor (para além do libretista) tem de tomaem consideração, não só no final dos actos masvisto que o final é uma espécie de ópera emmicrocosmo, ao longo da ópera no seu todo. Levantaquestões estruturais, tais como o uso de recitativose o leque de andamentos e estilos disponíveis quetêm de ser seleccionados e ordenados, sublinhando

também o papel fulcral dos cantores (para além docompositor), pois todos têm de ser incluídos, emsolo e em várias combinações com outros cantoresNeste breve texto, gostaria de fazer algumasobservações sobre estas e outras questões musicais(e dramáticas), procurando mostrar como Mozar(e Da Ponte) em Le nozze di Figaro seguem algumasdas convenções da opera buffa (ópera cómica) do seutempo, mas modificam outras.

Page 72: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 72/85

Há várias questões que dizem respeito à estrutura.Em primeiro lugar é o número de actos. Até cerca de1775, por convenção,a opera buffa possuía três actos.A partir dessa data, levando à sua conclusão lógica agradual redução, nos anos imediatamente anteriores,no tamanho do terceiro acto, tornou-se cada vez maiscomum um formato em apenas dois actos. Em 1780as óperas com três actos já estavam em minoria; até1785 todas tinham dois, com uma excepção notável,re resto duplamente notável no contexto presente:Il barbiere di Siviglia, de Paisiello, que tinha quatro.Que Le nozze di Figaro tinha uma estrutura igualmenteem quatro actos justifica-se plenamente pelaadaptação que Da Ponte fez de La folle journée, ouLe mariage de Figaro, que possuía cinco, dos quaiscortou quase inteiramente o terceiro, como já foireferido. No entanto, terá também havido certamentea intenção de homenagear a ópera de Paisiello, quetanto sucesso tivera em Viena em data tãoaproximada. Com este ponto de partida, Mozart e DaPonte juntaram os actos em pares. O primeiro actotermina não com um final como o que fora descritopor Da Ponte, mas sim com a ária de Figaro, «Non piùandrai». O final do Acto III é de proporções maisreduzidas, quer no número de compassos, quer nonúmero de personagens incluídas (apenas quatro).Efectivamente, portanto, a estrutura então habitual dedois actos estava a ser aplicada, mas com uma claradivisão no meio.

A segunda convenção estrutural era a divisão rígidaem recitativo secco (acompanhado pelo cravo) e osnúmeros cantados – árias, duetos, tercetos, coros,etc. (acompanhados pela orquestra). Só maisraramente, e principalmente em opera seria, umasecção de recitativo imediatamente anterior a umaária era acompanhada pela orquestra, com a intençãode aumentar o seu efeito dramático – o chamadorecitativo accompagnato. Uma das característicasimportantes em Le nozze di Figaro é a maneira comoMozart reduz a fronteira tradicional entre recitativo eária, usando vários mecanismos. Por exemplo, Figarocita a sua ária anterior «Non più andrai» (com aorquestra) no meio de um recitativo. Mais importante

ainda, por acontecer com alguma frequência, é,contudo, o modo como, em vários números cantados,há apenas um mínimo de introdução orquestral antesda entrada do cantor ou cantores. Em outrassituações, no fim de um número, a música passadirectamente para o recitativo seguinte sem umasecção orquestral terminal,ou até sem cadência final.Um caso gritante deste último fenómeno é a ária deBarbarina, «L’ho perduta», que inicia o Acto IV etermina num acorde da dominante, resolvida apenas

no recitativo que se segue. Como é evidente, estadecisões musicais não são gratuitas. Resultam nummelhoramento significativo da fluência dramáticada ópera.

Como realça Da Ponte, existia uma série dconvenções que diziam respeito aos cantores: odireito a um solo e a observação da hierarquia, quepodia dar o direito a mais solos conforme a posição – tudo com a finalidade de poder exibir a voz damelhor maneira, garantindo, assim, a aceitação dopúblico. Uma das características de Le nozze di Figaroé o número relativamente reduzido de solos e onúmero correspondentemente elevado de duetos eoutros conjuntos.

Seguindo de perto o texto original de BeaumarchaisFigaro e Susanna são-nos apresentados não emsolos mas, logo no início da ópera, num duettinoPor ilustrar uma série de subtilezas com paralelos aolongo do resto da ópera, este número merece algumasobservações mais detalhadas. Em primeiro lugar, apresença das duas personagens não implica umafalta de caracterização separada. A introduçãoorquestral apresenta dois temas distintos emtonalidades distintas: um primeiro tema mai«masculino», em Sol Maior, com notas repetidas esaltos melódicos, com uma figura rítmica pontuadaassociável a marchas; e um segundo mais «feminino»em Ré Maior, melodicamente muito mais suave esensual, com o ritmo de uma dança elegante, agavota. Como seria de esperar, quando entram avozes, o primeiro acompanha Figaro e o segundSusanna. Inicialmente, cantam em diálogo, mas àmedida que Figaro abandona o que estava a fazer(medir o quarto) para admirar Susanna, a músicamuda para um dueto em paralelo. Iniciam este duetoacompanhados por motivos em cima de um acorde dasétima da dominante – a preparação para o regressoa Sol Maior. Sol Maior é a tonalidade de Figaro, maso que cantam a partir daqui é o tema de SusannaMusicalmente, pode ser interpretado como símboloda relação entre os dois e o que o futuro lhes promete – que ficarão em casa de Figaro mas quem manda

será Susanna.

Outra característica deste duettino inicial é comoambos os temas possuem uma espécie decontraponto. No caso do contraponto do tema deFigaro, o facto de começar no terceiro tempo dcompasso antecipa a gavota de Susanna, pois agavotas começam sempre no terceiro tempo de umcompasso quaternário. Quanto ao do tema deSusanna, é apenas um floreado de violinos que quase

139Le nozze di Figaro

Vaudeville finalde Le Mariage de Figaro (edição pirata)

Page 73: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 73/85

141Le nozze di Figaro

protagonistas vão tirar do seu drama. No final queMozart criou voltamos ao mesmo frenesim daabertura, no fim do louco dia. Será que nós, tendotestemunhado esta ópera, continuamos com a mesmaloucura, ou será que ganhámos algum juízo?

A música no Barbier e no Mariage de Figaro

de Beaumarchais

Na sua versão original, Le Barbier de Séville foiconcebido como opéra comique (1772), pararepresentação em Paris, na Comédie-Italienne. Nestecontexto, a música constituía uma parte estrutural daobra. Mesmo como peça declamada, na versão revistaque nos chegou, esta comédia está intercalada comcanções que, embora não estruturais, continuam adesempenhar um papel significativo. A diferença é quesurgem em contextos verosímeis,em que a música fazparte intrínseca do drama.

Muito provavelmente, para grande parte de nós, éatravés de Il barbiere di Siviglia, de Rossini, que melhorse conhece o enredo de Le Barbier de Séville. Sendoassim, não nos surpreenderá que tal como nestaópera, na peça original, haja uma serenata paraAlmaviva («Vous l’ordonnez»), e uma aula de músicaem que Rosine canta uma canção («Quand dans laplaine») e Bartholo responde com outra num estilomais antiquado («Veux-tu, ma Rosinette», em quem,segundo Bartholo, o nome Rosinette substitui o«Fanchonette» original da canção).

No entanto, na comédia de Beaumarchais há outrosmomentos adicionais. Quando Figaro entra pelaprimeira vez na Cena 2 do primeiro acto, está acompor uma canção, que naturalmente canta. Poroutro lado, quando o Conde entra em casa deBartholo e Rosine, no segundo acto, fingindo ser ummilitar bêbedo, entra a cantar «Réveillons-la». Namesma cena, ao comparar o «seu» cargo deveterinário dos cavalos do exército com a profissão demédico de Bartholo, o Conde começa a recitar umpoema, que continua cantando.

Dois dos números musicais originais, em particular,tiveram grande sucesso. Vários comentadores daépoca referem a música de palco para a tempestade(um momento memorável também na ópera deRossini), que terá sido composta, como, aliás, toda a

música de Le Barbier , pelo violinista principal daComédie-Française, Antoine-Laurent Baudron. Dascanções propriamente ditas, de longe a mais popularfoi a serenada, conhecida sobretudo pelo texto doinício da segunda estrofe «Je suis Lindor». A suamúsica e o texto circulavam em Paris numa folhavolante. Mozart, ao visitar Paris, em 1778, compôsum conjunto de Variações em Mi bemol sobre estamelodia (K354/299a).

A função da música em La folle journée, ou Le mariagede Figaro partilha algumas das mesmas característicasde verosimilhança, mas ilustra igualmente determinadas facetas mais típicas da tradição teatral francesaNa primeira categoria, devemos incluir o momento naCena 1 do segundo acto, quando Suzanne, cantandoabre a porta a Figaro [exemplo 1, página seguinte].

Perto do final do Acto II (o momento equivalente aofim do Final do Acto II na ópera de Mozart), Figarocanta uma canção que dedica a Suzanneacompanhado por Bazile à guitarra, enquanto todopartem, excepto a Condessa e Suzanne (quepermanecem em cena para reflectir sobre os últimoseventos) [exemplos 2 e 3, página seguinte].

A maior oportunidade, no entanto, para a música é nacena do casamento, no Acto IV. As próprias indicaçõecénicas referem uma marcha para a entrada de todose a presença de dançarinos, que na devida alturaactuam numa dança apropriada – o fandango naópera de Mozart. Bazile, que é, afinal, músicotambém canta uma canção. Como o próprio sedescreve a certo momento na comédia: «homem dtalento, organista da aldeia, o meu emprego é o deensinar cravo à Madame e canto às mulheres, de tocabandolim aos criados, e sobretudo de entreter opatrão, sempre que lhe apetecer ordenar.»

Em dois pontos, Le Mariage de Figaro ilustra duascaracterísticas bastante frequentes no teatro francêsdo século XVIII. Em primeiro lugar, na cena em queChérubin canta a sua romance à Condessa, do iníciodo texto consta «(Sur l’air de Marlborough)», o quenos informa que a melodia a usar é a da cançãopopular «Marlbrough s’en va-t-en guerre», ainda hojebastante conhecida em França sob o mesmo nome, eno mundo anglófono como «For he’s a jolly goodfellow». Suzanne, ao acompanhar Chérubin à guitarratambém canta a certos momentos (presumivelmenteno refrão «Que mon coeur, que mon coeur a depeine»), encorajando, deste modo, uma participaçãoda parte do público.

Por outro lado, a peça acaba com um vaudeville, emque cada personagem presente no palco, começandocom Bazile (que como mestre de música terá tidoobrigação de dar início) e terminando com Figaro eSuzanne, canta uma estrofe sempre com a mesmamúsica. Os vaudevilles, com tantas repetiçõesficaram na mente dos membros do público, tornando-se frequentemente melodias populares, sendoreutilizados às vezes, por isso mesmo, noutras peças

140

parece um riso – um outro floreado mas de trompas,que ocorre duas vezes neste número, tem um efeitosemelhante. Estes contrapontos fazem com que oacompanhamento orquestral esteja mais «ocupado»do que era habitual para uma opera buffa italiana.Olhando para a partitura de Le nozze di Figaro e umacomparável italiana deste período, no que mais serepara é que há muito mais «actividade» na de Mozart – nas palavras atribuídas ao Imperador Joseph II a esterespeito, «notas a mais».

Se é que existe alguma fraqueza em Le nozze di Figaroserá a série de solos no início do Acto IV. A seguir àcavatina de Barbarina que, por ser breve, serve afunção de dar à cantora o seu momento semprejudicar a acção do drama, chegamos às árias deMarcellina e Basilio, que sem estas não teriamqualquer solo. São frequentemente cortadas, pois sóadiam os dois recitativos e árias, respectivamente, deFigaro e Susanna, e a conclusão da ópera.

Da Ponte refere a importância nos finais (e ao longoda ópera) de contrastes de andamentos e estilos.Outro factor igualmente importante é a questão dastonalidades. Mozart é frequentemente citado pelaatenção que dava à selecção de tonalidades e osraciocínios musicais que o levavam a escolherdeterminadas combinações. É verdade que, a certosmomentos, passando de um número para outro,selecciona a distância de uma quinta, por exemplo, deSol Maior para Dó ou Ré Maior, e que, noutrosmomentos, prefere uma terceira, por exemplo, de SolMaior para Si bemol ou Mi bemol Maior. Cada umadestas opções tem implicações na criação de tensões,resoluções ou simplesmente mudanças de ordemmusical. Quer nos finais, quer na ópera no seu todo,há sempre a sensação de uma planificação cuidadosaao nível das tonalidades. Deve acrescentar-se, noentanto, que Mozart estava longe de estar sozinhoneste respeito. Trata-se de um elemento tãofundamental para a coerência músico-dramática dequalquer ópera que constituía sempre uma dasprimeiras decisões no esboço musical que todos oscompositores faziam.

A tonalidade da abertura de Le nozze di Figaro é RéMaior. O final último termina na mesma tonalidade,mas não é apenas isso que têm em comum, e que nosdeixa sempre com um sentido de profunda satisfaçãono fim. A abertura estabelece desde o início da ópera,na sua agitação frenética, a loucura da «folle journée»que Beaumarchais criou, no meio da qual ocasamento de Figaro e Susanna acaba por ser ummero pretexto para uma série de lições que os

Page 74: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 74/85

143Le nozze di Figaro

A seguir ao vaudeville, o que também era umacaracterística comum, o espectáculo terminava commais música e danças – o que a edição oficial dacomédia denomina por «ballet géneral» e a ediçãopirata de que dispomos pelo termo mais habitual,«divertissement».

A maior parte das músicas de Figaro foi publicada em,pelo menos, algumas das edições pirata. A ediçãooficial informa-nos apenas que se encontravamdisponiveis em casa do violinista Baudron, sem seremreproduzidas. Enquanto a folha volante de «Je suisLindor» foi impressa por um processo de gravura emcobre, as pautas da edição pirata foram feitas usandoa técnica de xilografia. As xilografias terão sidopreparadas separadamente para inserção no texto.Cada pauta é numerada no início da linha (paragarantir que o tipógrafo as inserisse na ordem certa).Deve ter havido algumas dificuldades na preparaçãodas xilografias, ou por pressa ou descuido.Por exemplo,no caso da primeira, destinada ao momento em queSuzanne abre a porta a Figaro, a distribuição do texto(que usa um tipo normal e não faz parte da xilografia)não bate certo com as notas. No compasso 4 dovaudeville final, uma haste teve de ser corrigida e aappoggiatura no fim do mesmo compasso deveriaestar no compasso seguinte.

Para além das suas qualidades textuais e dramáticas,a musicalidade intrínseca destas duas comédias terácontribuído, sem dúvida, para o sucesso das óperasque inspiraram.

Exemplo 1

Exemplo 2

Exemplo 3Serenata «Je suis Lindor»

de Le Barbier de Séville

Page 75: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 75/85

Dorothea Bussani

Nascida em Viena, em 1763, AnnaDorothea Bussani (nascida Sardi),debutou como o primeiro Cherubinoem Le nozze di Figaro. Foi igualmentea primeira Ghita em Una cosa rara,de Martini, a primeira Despina, emCosì fan tutte, de Mozart, e a primeiraFidalma em Il matrimonio segreto, deCimarosa, todos estreados em Viena.Casou-se com o baixo FrancescoBussani, o Bartolo/Antonio na estreiade Le nozze di Figaro.

A partir de 1799, está estreitamenteassociada ao compositor Pietro CarloGuglielmi (1763-1817), actuando emvárias das suas óperas em Roma eNápoles até 1806. Como este, viajoupara Portugal em 1807, tendo sidocontratada para o Teatro de São

Carlos pouco antes da primeirainvasão francesa, e permanecendoem Lisboa até ao Carnaval de 1809.A sua última actuação confirmadafoi no King’s Theatre, de Londres,no Verão desse ano.

Jean-Honoré Fragonard, Le Baiser volé, 1780Silhueta de Dorotea Sardi Bussani (séc. XVIII)

Page 76: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 76/85

Moritz GnannDirecção musical

Nascido em Tuebingen (Alemanha) em 1982. Desde o início da temporada de 2009/10ocupa o cargo de Assistente Musical de Julia Jones no Teatro Nacional de São Carlos.Após estudos de Piano e Violino, diplomou-se em Direcção Musical na Universidade deArtes de Berlim. Prosseguiu os seus estudos na Musikhochschule de Dresden onde sediplomou com distinção.Trabalhou na Ópera de Aachen durante dois anos,onde dirigiuproduções líricas incluindo Faust de Gounod e Orfeo ed Euridice de Gluck. Alargou a suaexperiência na direcção musical participando activamente em Master Classes comDiego Masson, Bernard Haitink, Hartmut Haenchen, Sylvain Cambreling e GianluigiGelmetti. A Dartington International Summer School atribuiu-lhe diversas bolsas deestudo oferecendo-lhe a oportunidade de dirigir Die Zauberflöte, Il barbiere di Siviglia eEvgeni Onegin, assim como um extenso repertório sinfónico. Enquanto maestro

convidado, trabalhou já na China, Indonésia e nos EUA. Foi assistente de Christian Thielemann na produção de Der Rosenkavalier , no Festival de Baden-Baden e no Verão de 2010 irá integrar o Departamento Musical de Bayreuth.

Julia JonesDirecção musical

Desde o início da actual Temporada do Teatro Nacional de São Carlos ocupa o lugar deMaestro Titular da Orquestra Sinfónica Portuguesa, destacando-se a direcção musical deTurangalîla (Messiaen) e Fidelio (Beethoven) no CCB. Nascida em Inglaterra, vemafirmando cada vez mais uma carreira de sucesso internacional com apresentaçõesregulares nos principais teatros líricos da Europa.Dos seus compromissos mais recentes destacam-se a direcção musical de Un ballo inmaschera e Così fan tutte na Opernhaus de Frankfurt, Macbeth e Otello na Staatsoperde Hamburgo, Le nozze di Figaro em Toronto e Così fan tutte na Royal Opera House,Covent Garden (Janeiro último). Na Staatsoper de Viena dirigiu Così fan tutte, DieZauberflöte e La Bohème e, em 2004, estreou-se no Festival de Verão de Salzburgo àfrente da produção de Die Entführung aus dem Serail. Também dirigiu Aïda, Otello e

Madama Butterfly na Staastoper de Berlim, La Traviata no Gran Teatre del Liceu em Barcelona, Der fliegendeHolländer na Ópera de Estrasburgo, Lohengrin no Teatro Comunale de Florença, onde obteve grande êxito juntodo público e da crítica italiana, destacando-se ainda a sua presença em Washington, Sydney, Genebra, Lisboa(Die Entführung aus dem Serail), e na Volksoper de Viena. Entre 1998 e 2002 ocupou o cargo de Maestro Titular

da Ópera de Basileia onde foi aclamada na direcção musical das produções de Otello e Macbeth, de Verdi,Idomeneo de Mozart e Der Rosenkavalier de R. Strauss. Nas salas de concerto já dirigiu um vasto número deOrquestras incluindo a Orquestra da Rádio de Viena e Sinfónicas de Montreal, Scottish Chamber Orchestra,Filarmónica de Estrasburgo, Orquestra do Maggio Musicale Fiorentino, Orquestra do Mozarteum de Salzburgo,Orquestra Sinfónica da Nova Zelândia e Orquestra Nacional de Bélgica.Para além dos concertos e óperas agendados na Temporada do São Carlos, futuros compromissos incluemLa Damnation de Faust em Frankfurt e concertos em Génova, Copenhaga e Freiburgo.

147Le nozze di Figaro146

Guy MontavonEncenação

É Director da Companhia de Ópera de Erfurt desde Agosto de 2002. Constituída poruma equipa de 350 pessoas, incluindo orquestra, coro e solistas, a Companhia leva àcena 225 espectáculos por ano, apresenta sete títulos diferentes e quatro reposições.Nascido em Genebra (1961), na zona francesa da Suíça, diplomou-se em Fagote noConservatório da mesma cidade, onde ocupou o cargo de Director Assistente do GrandThéâtre de Genebra. Estudou depois Encenação de Teatro Musical na Academia deTeatro e Música de Hamburgo com o célebre encenador alemão, Götz Friedrich.Enquanto assistente de Giancarlo del Monaco, trabalhou em diversos teatros líricosincluindo os de Hamburgo, Berlim, Estugarda, Bregenz, Barcelona e a MetropolitanOpera House de Nova Iorque. Após obtenção do diploma (1986), encenou naStaatsoper de Hamburgo, seguindo-se Livorno, Pisa, Lyon, St. Gallen, Montpellier eSaarbrücken. Entre 1992 e 1995 ocupou, durante um longo período, o lugar de Director Artístico e Adjunto doDirector de Ópera da Ópera de Bona. Encenou Carmen na inauguração do novo teatro de ópera de Helsínquia(1993). Desde 1996 até ao presente, foi Director do Stadttheater de Giessen. Seguiu-se a encenação de Luciadi Lammermoor em Montreal e Otello em Palm Beach, com direcção de Guadagno. Estreou-se na encenação em

Erfurt com a ópera de Strauss, Friedenstag, no âmbito do Festival DomStufen (2003), seguindo-se o conto defadas Das geheime Königreich de Ernst Krenek.Em 2005 encenou a estreia mundial da ópera de Philip Glass, Waiting for the Barbarians. É membro do júri ddiversos concursos de prestígio e conferencista convidado (Interpretação operática) da Universidade de TóquioFoi condecorado com a Ordem de Chevalier des Arts et Lettres pela República Francesa (2008).

Hank Irwin KittelCenografia e figurinos

Estudou na Academia de Belas-Artes em Karlsruhe (Alemanha). Iniciou a sua carreirana pintura e instalação e viu os seus trabalhos expostos em diversos países. Em 1989mudou-se para Berlim onde trabalhou, pela primeira vez, na área do desenho decenografia e figurinos. Pouco depois, iniciou colaboração noutras cidades alemãs(Leipzig, Nuremberga, Dortmund e Braunschweig) trabalhando em produções deópera, teatro e bailado. Desde 2002 é cenógrafo e figurinista principal do Teatro deErfurt. Paralelamente ao cargo que assegura em Erfurt, assina frequentementecriações para outros teatros (líricos e de prosa), destacando-se a Ópera Nacional deRiga (Letónia), Teatro Nacional de Bratislava, Drama Theater de Düsseldorf,Staatstheater de Darmstadt e os Teatros de Innsbrück e Linz (Áustria).

Page 77: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 77/85

149Le nozze di Figaro148

Marco Vincobaixo

Afirmou muito rapidamente a sua carreira internacional com actuações regulares emalguns dos mais prestigiados teatros do mundo e palcos de concerto, destacando-seos Teatros Scala de Milão, Real de Madrid, Deutsche Oper de Berlim, São Carlos(Il turco in Italia, 2004), Opéra de Monte Carlo, Capitole de Toulouse, La Maestranza deSevilha, Bunka Kaikan em Tóquio, Rossini Opera Festival de Pesaro, Comunale deFlorença, Carlo Felice de Génova, Comunale de Bolonha, La Fenice de Veneza, Ópera deRoma, Regio de Turim, San Carlo de Nápoles,Filarmonico de Verona, e nos Festivais deSalzburgo, de Edimburgo e Mozart de A Coruña.Trabalhou com os maestros Daniele Gatti, Gianluigi Gemetti, Nicola Luisotti, ZubinMehta, Marc Minkowski, Riccardo Muti, Alberto Zedda, e com os encenadores RobertCarsen, Dario Fo, Mario Martone, Pierluigi Pizzi, Gigi Proietti, Luca Ronconi, ToniServillo e Franco Zeffirelli.Enquanto reconhecido intérprete de papéis rossinianos, e apesar da sua juventude, tem sido, desde 2001, umapresença habitual do Rossini Opera Festival. Compromissos recentes incluíram Matilde di Shabran no CovenGarden, Anna Bolena em Lyon e no Théâtre des Champs-Élysées em Paris, Don Giovanni no Suntory Hall em

Tóquio, Le nozze di Figaro em Budapeste (versão de concerto), sob a direcção de Ivan Fischer, no La Monnaie deBruxelas, em Lisboa e Las Palmas, Il barbiere di Siviglia na Arena de Verona e I puritani em A Coruña, e L’arboredi Diana no Liceu de Barcelona. Fez duas importantes estreias nos papéis de Don Alfonso em Lucrezia Borgia naÓpera Nacional de Varsóvia, e Escamillo em Carmen no Teatro Wielki em Poznan (Polónia). A sua discografiainclui registos para as etiquetas Decca, TDK, Opera Rara, Dynamic, Naxos, Opus Arte e ROF.

Kosta PopovicMaestro Titular do Coro

Ocupou o cargo de Maestro Assistente na Metropolitan Opera House durante onzetemporadas das quais nas últimas seis (2002 a 2008) foi Maestro Assistente do Coro.Paralelamente, colaborou com a Ópera Pacific, Grand Opera de Houston, Ópera deSanta Fé, Ópera de Washington, Teatro Municipal de Santiago (Chile), SächsischeStaatsoper em Dresden e no Teatro La Fenice em Veneza.É licenciado em Música pela Academia de Música de Belgrado e tem um Mestrado emMúsica da Juilliard School.

Torsten BanteDesenho de luz

Nascido em Weimar (Thüringen) na Alemanha, deu início à sua carreira no TeatroNacional da cidade onde, durante dois anos, efectuou a sua formação de base dodesenho de luz. Ao mesmo tempo, desenhava luz para projectos da Escola de Música«Franz Liszt» de Weimar, a qual apresenta entre duas e três produções anuais emTeatro próprio, um edifício com cerca de 200 anos. As produções para estudantesincluem algumas digressões, por exemplo, a França (Blois) e Itália (Siena). Depois daQueda do Muro, mudou-se para os Países Baixos onde permaneceu por dois anos eassistiu a múltiplos espectáculos que chegariam à Alemanha nos anos seguintes. Deregresso ao seu país, integrou a equipa do Theater Erfurt onde começou como técnicoe, passados três anos, completou a sua formação de desenhador de luz. Durante osúltimos 16 anos trabalhou em mais de 100 produções naquele Teatro, destacando-se

Wozzeck , The Mass, Otello e Waiting for the Barbarian, tendo esta última sido apresentada também emAmesterdão. Paralelamente, apresentou trabalhos com outros teatros, tais como «Art celebration» em Weimar,Berlim, Hungria, e no Festival do Castelo em Wernigerode.Em 2008 surgiu-lhe a oportunidade de dar formação às futuras gerações de técnicos de luz. Para a produção

de Le nozze di Figaro, destaca-se a criação especial do solo electrificado constituído por 120 lâmpadasfluorescentes, conferindo assim à cena uma nova dimensão dramática.

Jessica Muirheadsoprano

De origem britânico-canadiana, licenciou-se (Master’s Degree) pela UniversidadeMcGill de Montreal, onde estudou com Lucile Evans. Posteriormente aos seus estudos,foi convidada a integrar o Estúdio Ensemble da Companhia Canadiana de Ópera e, namesma temporada, fez a sua estreia europeia numa nova produção de Die Zauberflöte,no papel de Pamina, na Volksoper de Viena. Desde então, sucederam-se interpretaçõespor toda a Áustria nos papéis de Pamina, Donna Anna, Antónia (Les Contesd’Hoffmann), Agathe (Der Freischütz ), e Micaëla (Carmen). Cantou a Condessa Almavivaem Le nozze di Figaro com a Companhia Canadiana de Ópera e regressou em 2008 e2010 com os papéis de Donna Anna e Micaëla. Durante a temporada de 2008/09estreou-se na rádio alemã (Micaëla) com a Rundfunkorchester da Baviera e cantou pelaprimeira vez Musetta (La Bohème) na Staatsoper da Baviera, ao lado de Anna Netrebkono papel da protagonista Mimì. Recentemente, fez a sua estreia no Reino Unido, no

papel de Alice em Falstaff , no âmbito de uma das digressões do Festival deGlyndebourne. É frequentemente convidada a actuar em concerto, na qualidade de solista, tendo cantado naSuécia, Suíça, Canadá e nos EUA, com um repertório que inclui Die Schöpfung de Haydn, as Sieben frühe Liedede Berg, Elijah de Mendelssohn, Fauré de Requiem e o Te Deum de Dvorák.

Page 78: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 78/85

Leandro Fischettibarítono

Nascido em São Paulo, diplomou-se em Música pela Universidade Estadual Paulistatendo como professores Martha Herr (Canto) e Peter Dauelsberg (repertório de Lieder ).Na qualidade de bolseiro da CAPES (Brasil) e da Fundação Hilde Zadek (Áustria),continuou os seus estudos na Escola Superior de Música de Karlsruhe (Alemanha), soba orientação da Prof. Maria Venuti. Participou em cursos de aperfeiçoamentoministrados por Hilde Zadek e Christa Ludwig.Entre 2004 e 2008 foi membro da Companhia da Ópera de Colónia, onde cantoudiversos papéis em óperas de W. A. Mozart, Puccini, Leoncavallo, Verdi, Humperdinck,Bizet, Strauss, Handel, Prokofiev,Ravel, Janáˇcek,Maxwell Davies, entre outros. Actuoutambém no Teatro Comunale de Bolonha (Die Freunde von Salamanka, singspiel deSchubert) e no Teatro de la Maestranza de Sevilha (Doktor Faust , de Busoni). É cantorresidente do Teatro Nacional de São Carlos desde a Temporada de 2008/09.

Kristina Wahlinmeio-soprano

Considerada uma das meios-sopranos mais talentosas da sua geração, iniciou a suaformação de Canto na Academia Real de Música em Estocolmo, a sua cidade natal.Completou a sua formação musical de cantora lírica na Royal Academy of Music deLondres pela qual se diplomou em 2000.Estreou-se na Dinamarca nos papéis de Cherubino (Le nozze di Figaro) e Ariodante(Handel) na Ópera de Funen (Dinamarca). Em 2004 repetiu o papel titular de Orfeo(Gluck). Obteve enorme êxito, junto do público e da crítica, com a interpretação deIsabella na versão de concerto de L’italiana in Algeri no Tivoli Concert Hall no Verão de2004. Tem-se apresentado como solista com inúmeras orquestras sinfónicas, naEscandinávia, na interpretação de obras de J. S. Bach, W. A. Mozart, Handel e Rossini.Nas temporadas de 2006 a 2008 foi um dos membros principais da Ópera de Colónia.Ao longo da sua carreira interpretou os papéis protagonistas de Rosina, Hänsel,Isabella, Nicklausse, Cherubino e Giulio Cesare. Em 2008 cantou Siébel em Faust no São Carlos e, no anoseguinte, a Terceira Dama em Die Zauberflöte, ao ar livre, na Ópera Hedeland em Copenhaga.Em Setembro de 2009 cantou a parte de protagonista na estreia mundial da obra Amanhã num Ano (I morgen

om et °ar ), para a companhia de teatro «nómada» Hotel Pro Forma, com música do grupo sueco de rock, TheKnife. O espectáculo recolheu críticas notáveis e percorrerá a Alemanha, Bélgica e a Suécia em digressão. Jálhe foram atribuídos inúmeros prémios e distinções.

151Le nozze di Figaro150

Luisa Francesconimeio-soprano

Dotada de um belo timbre de meio-soprano lírico, estudou em Brasília e aperfeiçoou--se com Rita Patané, em Milão. Tem uma excepcional capacidade para a execução decoloratura, destacando-se no repertório rossiniano e mozartiano na interpretação depapéis tais como Cenerentola, Rosina (Il barbiere di Siviglia), Isabella (L’italiana inAlgeri), e também Segunda Dama (Die Zauberflöte), Cherubino (Le nozze di Figaro),Idamante (Idomeneo) e Zerlina (Don Giovanni).Tem obtido grande sucesso em óperas tais como I Capuleti ed I Montecchi (Romeo),Orfeo ed Euridice (Orfeo), Dido and Aeneas (Dido) e Les Troyens (Didon). Canta um vastorepertório concertístico, que vai da Missa em Si Menor de Bach e Nisi Dominus de Vivaldià Segunda Sinfonia de Mahler e El amor brujo, de Manuel de Falla. Tem-se apresentadonos principais teatros brasileiros e italianos, destacando-se o Theatro Municipal do Riode Janeiro, Theatro Municipal de São Paulo, Sala São Paulo, Auditorium Conciliazione e Teatro Argentina emRoma, Auditorium de Milão, Maggio Musicale Fiorentino, Teatro Massimo de Palermo, Teatro Massimo Bellinem Catania e Teatro Regio de Turim. Actualmente integra o Programa Jovens Intérpretes do Teatro São Carlos

onde interpretou Flosshilde na produção da ópera Götterdämmerung, de Wagner, e a Fada Verde em A belaadormecida, de Respighi (versão portuguesa de Alexandre Delgado). Os seus próximos compromissos incluemAdriana Lecouvreur , de Ciléa, em Florença, e concertos com a Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo.

Joana Searasoprano

Nascida em Lisboa, iniciou os seus estudos na Academia de Música de Santa Cecília eno Conservatório Nacional, tirando a Licenciatura, o Mestrado e o Curso de Ópera naGuildhall School of Music and Drama, em Londres. Foi bolseira da FundaçãoGulbenkian e galardoada com vários prémios em Inglaterra. Em 2004, estreou-se emópera no papel de Zerlina (Holanda). Desde então, tem actuado pela Europa,principalmente em repertório barroco e clássico, com incursões recentes em repertóriodo século XIX com os papéis de Nannetta (Falstaff ) e Gretel (Hansel und Gretel) . EmLondres, foi Gretel para a Opera Holland Park e Damigella (L’incoronazione di Poppea)para a English National Opera. Foi Gretel (cover) no Festival de Glyndebourne de 2008.Já interpretou Despina (Così fan tutte) na Holanda, Inglaterra e Irlanda, e Galatea (Acisand Galatea) em França.Das orquestras com que trabalhou, destacam-se a Akademie für Alte Musik de Berlim,

os King’s Consort e os London Mozart Players. Trabalha regularmente nas produções de ópera dos Músicos doTejo (direcção de Marcos Magalhães e encenação de Luca Aprea) no Centro Cultural de Belém. Tem colaboradocom a Orquestra Gulbenkian, dirigida por Laurence Foster, Orquestra de Câmara Portuguesa, dirigida por Pedro

Carneiro, e Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida por Augustin Dumay. Com a Orquestra Barroca DivinoSospiro, dirigida por Enrico Onofri, actuou nos Festivais de Ile de France, Ambronay, Mafra e Varna. Os seuspróximos projectos incluem uma digressão por Portugal no papel principal de L’Angelica de Souza Carvalho,com direcção de Pedro Castro, e Cherubino em La folle giornata de Marcos Portugal para a companhia inglesaBampton Classical Opera.

Page 79: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 79/85

Maria Luísa de Freitasmeio-soprano

Nascida em Luanda, estudou no Conservatório Nacional de Lisboa com José CarlosXavier.Actualmente trabalha repertório com o Maestro João Paulo Santos. Conquistou osseguintes prémios: «Bocage» no Concurso Nacional de Canto «Luisa Todi»; «La Voce» noConcurso «Spiros Argiris», em Itália; 1.º Prémio do Concurso Internacional de Canto«Bidu Sayão», no Brasil; e o 2.º Prémio no Concurso Nacional de Canto «Luisa Todi».Estreou-se no Coliseu do Porto, no papel titular da ópera Carmen de Bizet, com aOrquestra Nacional do Porto, sob a direcção de Marc Tardue, tendo sido aclamada pelovigor da sua voz e presença cénica. Estreou na Fundação Calouste Gulbenkian, numaversão cénica, Diário de um desaparecido de Janácek, dirigida por João Paulo Santos,com encenação de Marie Mignot. Numa versão em português, interpretou o papel deD. Berta (Miss Baggott) em Let’s Make an Opera (Britten), e Maddalena em Rigoletto(Verdi), no Festival de Óbidos. No Teatro Nacional de São Carlos interpretou os papéis

de Alte None na ópera Sancta Susanna (Hindemith), A Voz do Além na ópera Les Contes d’Hoffmann (Offenbach),Marthe na ópera Faust (Gounod), e Segunda Norna em Götterdämmerung (Wagner), com direcção musical deMarko Letonja e encenação de Graham Vick.

Interpretou vários papéis em versão de concerto, destacando-se o de Filipievna (Evgeni Onegin) de Tchaikovski, naFundação Calouste Gulbenkian. No Festival Internacional de Música do Algarve cantou o papel de Amneris (Aida).Futuros compromissos incluem Olga em Evgeni Onegin (Tchaikovski) no Teatro Nacional de São Carlos, e aRainha Louca, de Alexandre Delgado, no Centro Cultural de Belém.

Mário João Alvestenor

Fez os seus estudos com Fernanda Correia, continuando a sua formação em Turim eGénova. Venceu o 2.º Prémio do IV Concurso de Canto Luisa Todi.No Teatro Nacional de São Carlos integrou os elencos de  Jeanne d‘Arc au Bûcher, LesTroyens, La Borghesina, The English Cat, Four Saints in Three Acts, Il turco in Italia, Adinae O Nariz , destacando-se os papéis de Ferrando, Conde de Almaviva, Pedrillo, Nemorinoe Tamino.Cantou Nemorino (Tóquio, Kyoto, Takamatsu e Ebetsu), Aronne em Mosè in Egitto(Sassari), Froh em Das Rheingold  e Pedrillo (Bari), Agenore em Il re pastore (Como,Pavia), Le Berger em Oedipus Rex e Maintop em Billy Budd (Turim, Roma), Pedrillo (SanSebastian), Conde de Almaviva (Savona, Lucca, Bergamo e Rovigo), La fanciulla del West (Sevilha, Turim), Die Zauberflöte (Nova Iorque, Veneza e Bruxelas), L’Enfant et lessortilèges (Porto), Neues vom Tage, The Beggar’s Opera e Albert Herring (Teatro Aberto), Pulcinella (Palermo) eDer Kaiser von Atlantis (CCB).Em 2008/09 estreou-se no papel de Cassio em Otello (Tenerife), Beppe em I pagliacci (Óbidos), Alfredo Germont(Queluz), Leandro em La Spinalba (CCB), D. Ottavio (Orvieto) e Ernesto em D. Pasquale (Diano Castello). Cantou

nas obras Nona Sinfonia (Beethoven), Petite Messe solennelle, Carmina Burana, Magnificat, Messias, Requiem deMozart, Stabat Mater (Dvorák),  Jewish Songs (Chostakovitch), Paulus (Mendelssohn), Passion and Ressurection(Harvey) e Te Deum (Bruckner). Próximos projectos incluem o papel de Pinkerton em Madama Butterfly (Prato)Petite Messe solennelle (Paris) e a Nona Sinfonia (Casa da Música). Gravou para a BMG, RCAVictor, PortugallerAboutMusic, PortugalSom Farol e Numérica.

153Le nozze di Figaro152

Donato Di Stefanobaixo

Considerado um dos mais requisitados baixos buffo, preencheu a temporada de2008/09 com as interpretações de Don Magnifico (La Cenerentola) no La Monnaie deBruxelas e na Opéra National de Lorraine, Gianni Schicchi (papel titular) em Frankfurt,e Don Basilio em Leipzig. As próximas temporadas levam-no até à Ópera de Dallas parao papel titular de Don Pasquale, à Metropolitan Opera para Gianni Schicchi, à NationalOpera de Washington para Il barbiere di Siviglia (Bartolo), e à Companhia Canadiana deÓpera, à qual regressa com Don Magnifico.Nas duas últimas temporadas fez-se ouvir em Il barbiere di Siviglia em Toronto,Montreal e Dallas, em Manon Lescaut  (Geronte) com a Grand Opera da Flórida,seguindo-se Telavive com Gianni Schicchi e a sua estreia na Metropolitan Opera, namesma ópera(Simone). Em 2005/06 foi Don Magnifico na Ópera de Dallas, cantou emAmesterdão e Tóquio dirigido por Seiji Ozawa, e foi Bartolo (Il barbiere di Siviglia) e Don

Magnifico em Trieste. Em 2004/05 cantou os papéis de Fra Melitone (La forza del destino) na Ópera de Frankfurt,

Bartolo (Il barbiere di Siviglia) em Amesterdão, Don Magnifico no Milwaukee, e Bartolo (Le nozze di Figaro) emFlorença. Estreou-se em Falstaff no Festival Saito Kinen (2003), com direcção de Ozawa.Foi dirigido por Salvatore Accardo, Bruno Campanella, Riccardo Chailly, Gianandrea Gavazzeni, NikolausHarnoncourt, Zubin Mehta e Riccardo Muti, e trabalhou com os encenadores Luc Bondy, Ferruccio Soleri eRobert Wilson. No seu país, cantou regularmente nos Teatros Scala, Comunale de Florença e de Bolonha, Óperade Roma, San Carlo de Nápoles, Bellini de Catania, Massimo de Palermo, Regio de Parma, La Fenice de Veneza,Rossini Opera Festival de Pesaro, e no Festival dei Due Mondi de Spoleto. Fora do seu país, cantou nos principaiscentros musicais (Bilbau, Monte Carlo, Bruxelas, Madrid, Valência, Toronto, Lille, Tenerife, Zurique, Cardiff,Paris, Berlim), assim como no Festival de Salzburgo e em Lugano com a Orquestra da Rádio Suíça.

Ana Francosoprano

Nascida em 1984, iniciou os seus estudos de piano, com oito anos de idade, noConservatório Nacional de Música de Lisboa, com a Prof. Anne Kaasa.Participou em diversos concursos e programas musicais televisivos. Em 2003 iniciou asua formação em Canto na Escola de Música do Conservatório Nacional, tendo tidocomo tutora a Prof. Manuela de Sá e o Professor Acompanhador, José Manuel Brandão.Ao longo do curso teve a possibilidade de participar em vários projectos muitoenriquecedores, tais como «Modinhas Luso-Brasileiras do séc. XIX», orientado peloProf. António Wagner Dinis, e trabalhar com, entre outros, os professores PauloBrandão (coro), João Crisóstomo (coro), Anna Tomasik (Música de Câmara) e ArmandoVidal (Música de Câmara).Entre 2006 e 2008 trabalhou como elemento reforço no Coro do Teatro Nacional de SãoCarlos. Realizou Master Classes com a cantora Mara Zampieri, a Prof. Susan McCulloch e o Maestro João PauloSantos.

Terminou o curso de Canto em 2008 e ingressou na Escola Superior de Música de Lisboa, onde estuda com osprofessores Sílvia Mateus, Francisco Sassetti e Nuno Vieira de Almeida.Apresentou-se como solista do Estúdio de Ópera do Teatro Nacional de São Carlos em Dido and Aeneas (Dido)em Julho de 2009, no contexto da inauguração do Jardim da Cascata do Palácio de Belém. No mesmo Teatrocantou Wellgunde (Götterdämmerung) e integrou o Programa Jovens Intérpretes para a Temporada de 2009/10.

Page 80: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 80/85

155Le nozze di Figaro154

Natália de Carvalho Britomeio-soprano

Natural de Almoçageme (Sintra), nasceu em 1975. Começou por estudar saxofone e,posteriormente, concluiu o curso de Canto da Escola do Conservatório Nacional deLisboa com a Prof.ª Maria Cristina de Castro. Participou no Curso Internacional OperaPlus (Bélgica). Trabalhou Técnica Vocal e Interpretação com Mercê Obiol, Enza Ferrara,Elvira Ferreira, Isabel Biú, Jill Feldman, Muai Thang, Sarah Walker, Vera Rosza. Comosolista interpretou os papéis de Índia Velha e D. Teresa de Jorge Salgueiro, Cherubino(Le nozze di Figaro), Dorabella (Così fan tutte), Magdalena e Giovanna (Rigoletto),Feiticeira e Dido (Dido and Aeneas, de Purcell), Madrigalista (Manon Lescaut , dePuccini) e Lettera (La Bohème). Em oratória e Lied destacam-se Dixit Dominus e Missade Carlos Seixas, Misa Cubana de J. M. Vitier, Ode for the Birthday of Queen Anne(Handel), Stabat Mater e Petite Messe solennelle (Rossini), Gloria e Magnificat (Vivaldi), Johannes-Passion, Matthäus-Passion e Magnificat  (J. S. Bach), Stabat Mater  (Pergolesi), Missa da Coroação e

Requiem (Mozart), Requiem für Mignon (Schumann), Missa (José João Baldi), Te Deum (Charpentier), In Terra Pax(Franck Martin), Liebeslieder e Neuliebeslieder (Brahms). Foi recentemente convidada a participar no concertode gala da Banda Sinfónica da GNR. Apresentou-se em recital, numa homenagem ao compositor Tomaz deNegro, no Museu da Música, e na RTP/Antena 2 para o então Presidente da República, Jorge Sampaio. Tambémcantou nos Palácios de Monserrate, SottoMayor e Nacional da Pena. É membro efectivo do Coro do TeatroNacional de São Carlos.

João de Oliveirabaixo-barítono

Natural de Lisboa, iniciou os estudos musicais aos 11 anos de idade. Iniciou os estudosde Canto no Instituto Gregoriano de Lisboa com Helena Afonso. Estudou na Escola deMúsica do Conservatório com António Wagner Diniz e José Manuel Araújo. Participounos cursos de aperfeiçoamento, «Opera Plus» (2002, 2003) na Bélgica, e em MasterClasses com Tom Krause, Sarah Walker, Rudolf Knoll, Elisabete Matos, Nicolas Giusti eMara Zampieri. Actualmente, trabalha com Enza Ferrari e Ildebrando d’Arcangelo.Em 2001, estreou-se emRigoletto de Verdi,no papel de Sparafucile. Entre outros papéisdestacam-se Sarastro, Orador e Segundo Homem Armado (Die Zauberflöte, de Mozart),Zio Bonzo (Madama Butterly , de Puccini), Cecco (Il mondo della luna, de Pedro AntonioAvondano), Zuniga (Carmen, de Bizet), Rei (Lo scoiatollo in gamba, de Nino Rota), D.Basilio (Il barbiere di Siviglia, de Rossini ), B raz (As damas trocadas, de

M. Portugal), Ferrando (Il trovatore, de Verdi), Comendador (Don Giovanni, de Mozart), D. Bartolo (Le nozze diFigaro, de W. A. Mozart), Barão/Marquês (La traviata, de Verdi) e Sacristão (Tosca, de Puccini). No TeatroNacional de São Carlos integrou o elenco das óperas Otello (Verdi), O nariz (Chostakovitch), Macbeth (Verdi),Tosca, Salome (R. Strauss), na produção de Don Giovanni foi «cover» (Comendador) e Dido and Aeneas (Maga),

em Julho de 2009, no contexto da inauguração do Jardim da Cascata do Palácio de Belém. De 2008 destaque--se a sua participação na estreia absoluta da fantasia musical Evil Machines, de Luís Tinoco, com encenação doex-Monty Python, Terry Jones (Teatro S. Luiz) e num concerto dirigido por Mark Minkowski (Centro Cultural deBelém). É membro do Programa Jovens Intérpretes do Teatro Nacional de São Carlos no âmbito do qual cantouem, entre outras, A bela adormecida de Respighi (versão portuguesa de Alexandre Delgado).

Ana Cosmesoprano

Nasceu no Bombarral, tendo iniciado os seus estudos musicais no Círculo de CulturaMusical Bombarralense. Estudou com José Carlos Xavier na EMCN, com Ana PaulaRusso e com Elsa Saque e Sílvia Mateus na ESML onde obteve a Licenciatura. Fez partedo Coro de Câmara de Lisboa e do Coro da Fundação Calouste Gulbenkian. É membrodo Coro do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC).Na qualidade de solista, participou na cantata O Conquistador de Jorge Salgueiro, naMisa Cubana de José Maria Vitier, e no Stabat Mater  de Pergolesi. Em recital,apresentou-se com os pianistas Anna Tomasik, Nuno Lopes, Francisco Sassetti, NunoVieira de Almeida (Ciclo Novos Cantores no Teatro S. Luiz) e, em Fevereiro de 2010, noTNSC, com João Paulo Santos (piano) e Abel Pereira (trompa).Integrou o elenco das seguintes óperas: Die lustige Witwe de Franz Léhar (IX Festival deMacau e com a Companhia de Ópera de Câmara do Real Theatro de Queluz),A raposinha matreira de Leos Janácek (TNSC), Albert Herring de Britten (Teatro Aberto), O achamento do Brasil deJorge Salgueiro, Orpheo ed Euridice de Gluck (versão de concerto), A vingança da cigana de Leal Moreira (OCCO)Bataclan de Offenbach (OCCO) e A bela adormecida de Ottorino Respighi (TNSC, 2009).

Marco Alves dos Santostenor

Licenciado em canto pela Guildhall School of Music & Drama, iniciou a sua carreira desolista profissional em 2003 ao integrar «Les Jeunes Voix du Rhin» (Opéra National duRhin, França) onde deu vida, entre outras, à personagem de Tamino (Die Zauberflöte).Papéis posteriores incluem Tristan em Le Vin herbé (Teatro Aberto), Leandro em LaSpinalba (Casa da Música) Orphée em La Descente d’Orphée aux enfers (Festivais deVigo e de Óbidos), Cavaliere em La donna di genio de Marcos Portugal (Faro) e váriospapéis em O nariz de Chostakovitch, com direcção de Donato Renzetti, para o TeatroNacional de São Carlos.Do repertório sinfónico destacam-se concertos com a Orquestra Gulbenkian,Remix Ensemble – Casa da Música, Orquestra Metropolitana de Lisboa, OrquestraSinfónica Portuguesa e Orquestra do Algarve dirigido por, respectivamente, JohnNelson, B. Shembri, T. Netopil, C. Costa e O. Ferreira.

Papéis recentes incluem Der Narr em Wozzeck para o TNSC/CCB, sob a direcção de E. Inbal; Ernesto em DonPasquale (Orquestra do Norte),Anthony em Sweeney Todd para o Teatro D. Maria II/Teatro Aberto, sob a direcçãode João Paulo Santos); e Nathanaël em Les Contes d’Hoffmann para o TNSC, sob a direcção de Gregor Bühl bemcomo apresentações em concerto.No Festival de Óbidos 2009 foi o Duque de Mântua na produção da ópera Rigoletto. Actualmente integra o elencodo Programa Jovens Intérpretes do Teatro Nacional de São Carlos.

Page 81: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 81/85

157Le nozze di Figaro156

Orquestra Sinfónica Portuguesa

Maestro TitularJulia Jones

Adjunto Musical do Maestro TitularMoritz Gnann

I Violinos

Evelyne Alliaume (Concertino Principal Convidado)

Alexander Stewart (Concertino Adjunto)

Pavel Arefiev (Concertino Adjunto)

Leonid Bykov (Concertino Assistente)

Veliana Hristova (Concertino Assistente)

Alexander MladenovAnabela GuerreiroAntónio FigueiredoAsmik Bartikian

Ewa MichalskaIskrena YordonovaJorge GonçalvesLaurentiu Ivan CocaLuís SantosMargareta SandrosMarjolein de SterkeNatalia RoubtsovaNicholas CookePedro Teixeira da SilvaRegina Stewart

II Violinos

Klara Erdei (Coordenador de Naipe Adjunto)

Rui Guerreiro (Coordenador de Naipe Adjunto)

Mário Anguelov (Coordenador de Naipe Assistente)

Nariné Dellalian (Coordenador de Naipe Assistente)

Aurora VoronovaCarmélia SilvaInna RechetnikovaKamélia Dimitrova

Katarina MajewskaMaria Filomena SousaMaria Lurdes MirandaSlawomir SadlowskiSónia CarvalhoTatiana GaivoronskaiaWitold Dziuba

Violas

Pedro Saglimbeni Muñoz (Coordenador de Naipe)

Céciliu Isfan (Coordenador de Naipe Adjunto)

Galina Savova (Coordenador de Naipe Assistente)

Cécile Pays (Coordenador de Naipe Assistente)

Etelka DudasIsabel Teixeira da SilvaJoaquim LimaMaria Cecília NevesMaria Lurdes GomesRogério GomesSandra MouraVentzislav GrigorovVladimir Demirev

Violoncelos

Irene Lima (Coordenador de Naipe)

Hilary Alper (Coordenador de Naipe Adjunto)

Kenneth Frazer (Coordenador de Naipe Adjunto)

Ajda Zupancic (Coordenador de Naipe Assistente)

Alberto Campos (Coordenador de Naipe Assistente)

Diana SavovaEmídio CoutinhoGueorgui DimitrovLuís ClodeMargarida MatiasMaria Lurdes Santos

Contrabaixos

Pedro Wallenstein (Coordenador de Naipe)

Petio Kalomenski (Coordenador de Naipe)

Adriano Aguiar (Coordenador de Naipe Adjunto)

Duncan Fox (Coordenador de Naipe Adjunto)

Anita Hinkova (Coordenador de Naipe Assistente)

João DiogoJosé MiraManuel Póvoa

Svetlin Chichkov

Flautas

Katharine Rawdon (Coordenador de Naipe)

Nuno Ivo Cruz (Solista A)

Anthony Pringsheim (Solista B)

Anabela Malarranha (Solista B)

Teatro Nacional de São Carlos

Conselho de Administração do OPART E.P.E.

PresidentePedro Santos Moreira

VogaisCarlos VargasHenrique Ferreira

Director Artístico do TNSCChristoph Dammann

Maestro Titular da Orquestra Sinfónica PortuguesaJulia Jones

Maestro Titular do Coro do Teatro Nacionalde São CarlosKosta Popovic

Director TécnicoFrancisco Vicente

Directora de Espectáculos AdjuntaAlda Giesta

Director de Marketing

Mário Gaspar

Directora Financeira e AdministrativaSónia Teixeira

Directora de Recursos HumanosSofia Dias

Cantores em Residência na Temporada 2009.10Ana Franco (Programa Jovens Intérpretes)

Chelsey SchillKristina WahlinLuisa Francesconi (Programa Jovens Intérpretes)

Maria Luísa de FreitasRaquel Alão (Programa Jovens Intérpretes)

João Merino (Programa Jovens Intérpretes)

João de Oliveira (Programa Jovens Intérpretes)

Leandro FischettiLuís RodriguesMarco Alves dos Santos (Programa Jovens Intérpretes)

Mário João AlvesMusa Nkuna

Page 82: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 82/85

159Le nozze di Figaro158

Coro do Teatro Nacional de São Carlos

Sopranos

Ana CosmeAna Luísa AssunçãoAna Rita CunhaAngélica NetoAna Maria SerroFilipa LopesGlória SaraivaIsabel BiuIsabel Silva PereiraLuísa BrandãoMaria do Anjo AlbuquerquePatrícia RibeiroRita Paiva Raposo

Sandra LourençoSónia AlcobaçaTeresa Gomes

Meio-sopranos

Ana Cristina CarqueijeiroAna Margarida SerôdioAna Maria NetoÂngela RoqueAntónia Ferraz de AndradeCândida SimplícioIsabel Assis PachecoLaryssa SavchenkoLuísa LucenaLuísa TavaresManuela TevesMaria da Conceição MartinhoNatália BritoNeide GilSusana Moody

Tenores

Alberto Lobo da SilvaAlcino VazÁlvaro de CamposAníbal RealArménio Afonso GranjoCarlos PocinhoCarlos SilvaDiocleciano PereiraFrancisco LobãoJoão Miguel QueirósJoão Miguel RodriguesLuís CastanheiraMário SilvaMiguel CaladoNuno Cardoso

Vítor Carvalho

Barítonos e baixos

Aleksandr JerebtsovAntónio LouzeiroCarlos HomemCarlos Pedro SantosCiro TelmoCosta CamposDaniel PaixãoDavid RuellaEduardo VianaFrederico SantiagoJoão MirandaJoão RosaJoel CostaJorge RodriguesMário PegadoOsvaldo SousaSimeon Dimitrov

Pianista Acompanhador

Kodo Yamagishi

Oboés

Ricardo Lopes (Coordenador de Naipe)

Hristo Kasmetski (Solista A)

Elizabeth Kicks (Solista B)

Luís Marques (Solista B)

Clarinetes

Francisco Ribeiro (Coordenador de Naipe)

Joaquim Ribeiro (Solista A)

Felício Figueiredo (Solista B)

Jorge Trindade (Solista B)

Fagotes

David Harrison (Coordenador de Naipe)

Carolino Carreira (Solista A)João Rolo Brito (Solista B)

Piotr Pajak (Solista B)

Trompas

António Nogueira (Coordenador de Naipe)

Laurent Rossi (Solista A)

Paulo Guerreiro (Solista A)

António Rodrigues (Solista B)

Carlos Rosado (Solista B)

Tracy Nabais (Solista B)

Trompetes

Jorge Almeida (Coordenador de Naipe)

António Quítalo (Solista A)

Latchezar Goulev (Solista B)

Pedro Monteiro (Solista B)

Pedro Pacheco* (Solista A convidado)

Trombones

Hugo Assunção (Coordenador de Naipe)

Jarrett Butler (Solista A)

Kevin Hakes (Solista A)

Vítor Faria (Solista B)

Tubas

Ilídio Massacote (Solista A)

Tímpanos e Percussão

Elizabeth Davis (Coordenador de Naipe)

Richard Buckley (Solista A)

Lídio Correia (Solista B)

Pedro Araújo e Silva (Solista B)

Harpas

Carmen Cardeal (Solista A)

Fortepiano

Nuno Margarido Lopes*

* Reforços

Page 83: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 83/85

161Le nozze di Figaro160

Direcção de MarketingDirectorMário Gaspar

Anabela Tavares (Assistente)

Relações PúblicasAna Fonseca

DesignAna Rego

Desenvolvimento ComercialBruno SilvaDiogo Faro (Estagiário)

Canais InternetJoão MendonçaJosé Luís Costa

Projectos EspeciaisMaria Gil

ComunicaçãoMaria João Franco

Marketing DirectoVenâncio Gomes

BilheteiraLuísa LourençoRita MartinsSusana Clímaco

Direcção Financeira e AdministrativaDirectora Financeira e AdministrativaSónia Teixeira

João Pereira (Técnico Oficial de Contas)Ana Maria PeixeiroAntónio PinheiroEdna NarcisoFátima RamosMarco Prezado

Rui AmadoAlbano Pais (Tesoureiro)

Expediente e ArquivoSusana SantosMiguel VilhenaSandra CorreiaCarlos Pires

Limpeza e EconomatoLurdes MesquitaMaria Conceição PereiraMaria de Lurdes BrancoMaria do Céu CardosoMaria Teresa GonçalvesMaria Isabel SousaMaria de Lurdes Moura

Direcção de Recursos HumanosDirectora de Recursos HumanosSofia Dias

Manuel AlvesSofia TeopistoVânia GuerreiroZulmira Mendes

Gabinete de Gestão do PatrimónioNuno Cassiano (Coordenador)António SilvaDaniel LimaEgídio Heitor*

Gabinete de Sistemas de InformaçãoPedro Penedo (Coordenador)João Filipe Reis

Gabinete JurídicoFernanda Rodrigues (Coordenadora)Juliana Mimoso*

Secretárias do Conselho de AdministraçãoRegina SutreGabriela Metello

* Prestadores de Serviço

Sector do Som e VídeoMiguel Pessanha (Chefe do Sector)Luís Santos

Contra-regraJoão Lopes (Chefe do Sector)Arnaldo FerreiraHerlander Valente

AderecistasAntónio LameiroJosé Luís Barata

Sector das CostureirasZita Pires (Chefe do Sector)Maria de Lurdes LandeiroAnabela PiresAna Paula SimariaMaria José Santos

Miriam Mendonça

Direcção de Espectáculos

Alessandra Toffolutti (Coordenação de Programação)

Fernando Carvalho (Novos Projectos)Teresa Serradas Duar te (Secretária)

Gabinete de Gestão da ProduçãoAlda Giesta (Coordenadora do Gabinete e Directora Adjunta)Fátima MachadoFilomena BarrosLucília Varela

Gabinete de Gestão do Coro e OrquestraMargarida Clode (Coordenadora)Maria Beatriz LoureiroCeleste PatarraJan SchabowskiJerónimo FonsecaMargarida CruzNuno GuimarãesRui Ivo Cruz

Gabinete de Pesquisa e Documentação MusicalPaula Coelho da Silva (Coordenadora)Agostinho SorrilhaJosé Carlos Costa

Gabinete de Estudos Musicais e DramaturgiaDirector de Estudos Musicais e Director Musical de CenaJoão Paulo Santos (Coordenador)

Maestro CorrepetidorNuno Margarido Lopes

Programa Jovens IntérpretesCoordenadorAndré Heller-Lopes

Cenografia e FigurinosRita Álvares Pereira

Direcção TécnicaDirector TécnicoFrancisco Vicente

Director Técnico AdjuntoFélix Manuel Wolf

Joana Camacho

Director de CenaBernardo Azevedo Gomes

Adjunta da Direcção de CenaPaula Meneses

Assistente da Direcção de CenaÁlvaro Santos

Sector de MaquinistasJosé Silvério (Chefe do Sector)Graciano Lopes (Maquinista Chefe)Augusto BaptistaCarlos ReisFernando CorreiaJacinto MatiasJoão SoaresJoaquim Cândido CostaJosé António FeioJosé Luís ReisLuís Filipe AlvesManuel Friães da Silva

Nilo LopesSector de ElectricistasPedro Martins (Chefe do Sector)Serafim Baptista (Electricista Principal)Carlos VazCarlos SantosJosé DiogoPaulo GodinhoVictor Silva

Page 84: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 84/85

162

Outras Informações

BilhetesO Teatro reserva-se o direito de alterar a sua programaçãoem casos de força maior. A alteração substancial da suaprogramação constitui causa única para efeitos dereembolso de bilhetes adquiridos.

LegendasNo caso de apresentação de óperas em língua estrangeira oTeatro garante um sistema de legendagem em português.

PontualidadeDepois do início do espectáculo não é permitido o acesso àplateia até que tenha lugar o primeiro intervalo, durante oqual os espectadores serão conduzidos aos seus lugarespelos assistentes de sala.

Gravações e fotografiasNão é permitida a utilização de qualquer tipo de gravadoresou máquinas fotográficas no interior do Teatro.

BengaleiroO Teatro conta com um serviço de bengaleiro situado dosdois lados exteriores da plateia.

Aparelhos sonorosAgradecemos que sejam desligados t elemóveis e relógioselectrónicos no interior da sala de espectáculos.

Restaurante e CafetariaPara além do restaurante/cafetaria no Foyer, o Teatro contacom um serviço de esplanada no Largo de São Carlos.

TransportesAutocarros: 58, 100, 204* (*só serviço nocturno)Eléctrico: 28; Metro: Baixa-Chiado

Contactos:Teatro Nacional de São CarlosRua Serpa Pinto, n.º 9 – 1200-442 LisboaTel. 213 253 000 – Fax 213 253 083

Consulte a programação em www.saocarlos.pt

Teatro Nacional de São Carlos

Bilheteira

Horário de bilheteiraDias úteis – das 13:00h às 19:00hDias de espectáculo - (incluindo sábados, domingos eferiados): das 13:00h até trinta minutos após o início doespectáculo. Duas horas antes do início do mesmo apenaspoderão ser adquiridos bilhetes para o próprio dia.

Bilheteira On-linePode adquirir os seus bilhetes on-line em www.ticketline.ptbem como através de contacto telefónico com a Ticketline(707 234 234).Rede Ticketline:Lojas ABREU, FNAC, WORTEN, BLISS, BULHOSA.

ReservasAs reservas podem ser efectuadas por e-mail ou telefoneda bilheteira, as quais serão garantidas por 48 horas apósa reserva. Só serão aceites reservas até 48 horas antes dodia do espectáculo.

Tel. 213 253 045/6email: [email protected]

Formas de pagamentoNumerário,Cheque, Multibanco, Cartão de crédito.A bilheteira do Teatro Nacional de São Carlos dispõe deuma caixa de multibanco durante o seu horário defuncionamento.

DescontosJovens até 25 anos e Maiores de 65Desconto de 35% válido para os bilhetes de plateia, frisas ecamarotes de 1.ª e 2.ª Ordem Grandes. É necessárioapresentar comprovativo de idade no acto de compra dosbilhetes para aplicação deste desconto.

Grupos30% na aquisição de,no mínimo, 15 bilhetes por espectáculo.

Matinées FamíliaAdultos sem jovens até 18 anos, pagam preço de récitanormal. Máximo de 2 adultos por jovem até 18 anos.A partir do terceiro adulto, estes pagarão preço de récitanormal. É necessário apresentar comprovativo de idade dosjovens no acto de compra dos bilhetes para matiné família.

Bilhetes «Última Hora»Ópera: duas horas antes de cada espectáculo, os bilhetesdisponíveis serão colocados à venda ao preço de 20 eurospara a plateia, frisas grandes e camarotes de 1.ª e 2.ªOrdem Grandes. Os restantes lugares da sala poderão seradquiridos a 15 euros.Concertos: duas horas antes de cada concerto,os bilhetesdisponíveis serão colocados à venda ao preço de 10 euros.

Apoio na divulgaçãoEste programa pode ser alterado por motivos imprevistos

M/3 Tel. 213 253 045/6 www.saocarlos.pt

Bilhetes à venda TNSC, Lojas FNAC, WORTEN,

ABREU, El Corte Inglés, C. C. Dolce Vita

www.ticketline.pt Reservas: 707 234 234

CONCERTO COMENTADO para famílias

Direcção musical

Moritz GnannComentários por

Alexandre Delgado

Bedrich Smetana Moldau (O Moldava)

Joly Braga SantosVariações Sinfónicas sobreUm Tema Alentejano

Franz Joseph Haydn Abschiedsymphonie(A Sinfonia do Adeus) N.º 45

Teatro Nacional de São Carlos15. Maio 2010 às 16:00h

Page 85: Ps Bodasfigaro Protegido

7/18/2019 Ps Bodasfigaro Protegido

http://slidepdf.com/reader/full/ps-bodasfigaro-protegido 85/85

Coordenação Editorial

Paula Vilafanha

Design GráficoAna Rego

Fotografias dos ensaios© Alfredo Rocha

Os televisores do Foyer foramgentilmente cedidos por

Apoio na divulgação

O Teatro Nacional de São Carlos é membro daOpera-Europa e observador da Pearle*