práticas pedagógicas: metodologias de ensino e ......o senac alagoas com o compromisso de formar...

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Sandro Soares Diniz Manuella Souza de Oliveira Pereira (Organizadores) “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.” (Mário Quintana) Este trabalho insere-se nas práticas realizadas pelos docentes e pedagogos (as) que fazem parte da instituição SENAC/AL, o qual aborda os processos de ensino e aprendizagem, a partir da experiência adquirida através do curso de Pós-graduação e o Programa de Desenvolvimento de Educadores (PDE), ofertado pela educação coorporativa - Especialização em Docência para a Educação Profissional, tendo como base, os sete passos metodológicos, possibilitou aos docentes, um novo olhar sobre a metodologia de competências, numa perspectiva construtivista e crítica. Como resultado, constata que, as práticas pedagógicas aplicadas pelos docentes, quando narradas e fundamentadas teoricamente, vem agregar valor e abrilhantar o seu fazer profissional. Neste sentido, o discente do curso da Educação Profissional adquire a competência de acordo com o Perfil Profissional de Conclusão, além de estar apto para o mundo do trabalho, sendo assim, tem a possibilidade de ter uma formação com excelência. Sabemos que os relatos de experiências, estão atrelados à história de vida pessoal (costumes, valores, tradições, cultura, religião) e profissional (experiências, conhecimentos, habilidades, competências, formação), pois uma complementa a outra. O relato é uma das formas de pesquisa autêntica que da voz para o (a) autor (a) disseminar através da escrita. A prática pedagógica vivenciada pelos educadores contempla os quatro pilares do conhecimento: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Debates Pedagógicos Práticas Pedagógicas: metodologias de ensino e aprendizagem na Educação Profissional

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  • Sandro Soares DinizManuella Souza de Oliveira Pereira

    (Organizadores)

    “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros

    só mudam as pessoas.” (Mário Quintana)

    Este trabalho insere-se nas práticas realizadas pelos docentes e pedagogos (as) que fazem parte da instituição SENAC/AL, o qual aborda os processos de ensino e aprendizagem, a partir da experiência adquirida através do curso de Pós-graduação e o Programa de Desenvolvimento de Educadores (PDE), ofertado pela educação coorporativa - Especialização em Docência para a Educação Pro�ssional, tendo como base, os sete passos metodológicos, possibilitou aos docentes, um novo olhar sobre a metodologia de competências, numa perspectiva construtivista e crítica.

    Como resultado, constata que, as práticas pedagógicas aplicadas pelos docentes, quando narradas e fundamentadas teoricamente, só vem agregar valor e abrilhantar o seu fazer pro�ssional. Neste sentido, o discente do curso da Educação Pro�ssional adquire a competência de acordo com o Per�l Pro�ssional de Conclusão, além de estar apto para o mundo do trabalho, sendo assim, tem a possibilidade de ter uma formação com excelência.

    Sabemos que os relatos de experiências, estão atrelados à história de vida pessoal (costumes, valores, tradições, cultura, religião) e pro�ssional (experiências, conhecimentos, habilidades, competências, formação), pois uma complementa a outra. O relato é uma das formas de pesquisa autêntica que da voz para o (a) autor (a) disseminar através da escrita. A prática pedagógica vivenciada pelos educadores contempla os quatro pilares do conhecimento: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

    Esta compilação de artigos traz à tona a metodologia de desenvolvimento de competências - os sete passos metodológicos: 1. Contextualização e Mobilização, 2. De�nição da Atividade de Aprendizagem, 3. Organização da Atividade de Aprendizagem, 4. Coordenação e Acompanhamento, 5. Análise e Avaliação da Atividade de Aprendizagem, 6. Acesso a outras referências e 7. Síntese e Aplicação. Vale mencionar que os sete passos fazem parte de um dos movimentos: Ação-Re�exão-Ação. Do primeiro ao quarto passo – estão ligados ao movimento – Ação; o quinto e o sexto – estão ligados ao movimento – Re�exão e por último o sétimo – Ação. En�m, a situação de aprendizagem advém no desenvolvimento de competência, a partir dessa, os sete passos metodológicos culminam o movimento – Ação – Re�exão – Ação.

    Convidamos você leitor (a) a conhecer e apreciar essa obra que trata sobre as práticas pedagógicas da Educação Pro�ssional com Excelência.

    Autora: Manuella Souza de Oliveira Pereira (Graduada em Pedagogia e Mestra em Educação pela Universidade Federal de Alagoas, pedagoga de Educação Pro�ssional – SENAC/AL)

    APOIO CIENTÍFICO:

    Debates PedagógicosPráticas Pedagógicas: metodologias de ensino

    e aprendizagem na Educação Pro�ssional

    9 788559 130256

    ISBN: 978-85-5913-025-6

  • Debates Pedagógicos

  • Sandro Soares DinizManuella Souza de Oliveira Pereira

    (Organizadores)

    Maceió, Alagoas2016

    SENAC/ALAGOAS

    Presidente da Federação do Comércio do Estado de AlagoasPresidente do Conselho Regional do Senac Alagoas

    Wilton Malta de Almeida

    Diretora RegionalTelma Maria Ribeiro Guimarães

    Diretora de Educação ProfissionalCícera Silva de Paiva

    Diretoria de Administração e ServiçosMaria Ivanilda da Silva Mendes

    Diretoria de FinançasJádsia Maria Silva Buarque

    CONSELHO EDITORIAL

    PresidenteProfa. Dra. Maria do Socorro Aguiar de Oliveira Cavalcante

    MembrosProfa. Dra. Ana Maria Gama Florencio – UFALProfa. Dra. Kátia Maria da Silva Melo – UFAL

    Prof. Esp. Luiz Henrique de Oliveira Cavalcante – UFALProfa. Esp. Ivanilda Marques de Gusmão Verçosa – IFAL

    Prof. Esp. Sandro Soares Diniz – SENAC/AL Profa. Ms. Manuella Souza de Oliveira Pereira – SENAC/AL

    Debates Pedagógicos

  • Mensagem do Presidente

    Agradecimentos

    Prefácio

    Apresentação

    Contribuições do planejamento docente no curso qualidade no atendimentoJoseane Cândido Reis

    A importância da comunicação oral no curso de recepcionistaVanessa Correia dos Santos

    Dramatização, “um recorte” possível da realidade em sala de aulaSuzana Maria do Egito Rodrigues

    O processo de ensino e aprendizagem no curso de almoxarife: um olhar sobre o plano de curso docenteDiego Borges Cadena

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    SUMÁRIO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

    ReitoraMaria Valéria Costa Correia

    Vice-ReitorJosé Vieira da Cruz

    Diretor da EdufalOsvaldo Batista Acioly Maciel

    Conselho Editorial EdufalOsvaldo Batista Acioly Maciel (Presidente)

    Fernanda Lins de Lima (Secretária)Adriano Nascimento Silva

    Ana Cristina Conceição SantosCid Olival Feitosa

    Cristiane Cyrino Estevão OliveiraJanayna da Silva Ávila

    Maria Cristina Soares Figueiredo TrezzaNilton José de Melo Resende

    Ricardo Carvalho CabúsTalvanes Eugênio Maceno

    Tania Marta Carvalho dos Santos

    Coordenação Editorial: Fernanda Lins

    Revisão: Maria do Socorro Aguiar de Oliveira Cavalcante

    Editoração eletrônica, capa e programação visual:Helberth Kennedy Araújo de Oliveira

    Editora afiliada:Direitos desta edição reservados àEdufal - Editora da Universidade Federal de AlagoasAv. Lourival Melo Mota, s/n - Campus A. C. SimõesCentro de Interesse Comunitário - CICCidade Universitária, Maceió/AL Cep.: 57072-970 Contatos: www.edufal.com.br | [email protected] | (82) 3214-1111/1113

    Catalogação na fonteUniversidade Federal de Alagoas

    Departamento de Tratamento Técnico da Editora da UfalBibliotecária responsável: Fernanda Lins de Lima

    D286 Debates pedagógicos: práticas pedagógicas: metodologias de ensino e aprendizagem na educação profissional / Sandro Soares Diniz,

    Manuella Souza de Oliveira Pereira, organizadores. Maceió : EDUFAL, 2016.

    271 p. : il.

    Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-5913-025-6.

    1. Educação. 2. Educação profissional. 3. Docência. 4. Competência. I. Diniz, Sandro Soares, org. II. Pereira, Manuella Souza de Oliveira, org.

    CDU: 371.13

  • 09Debates Pedagógicos

    119 Estratégia pedagógica na unidade curricular: elementos e tecnologia de automação em laboratórios de análises clínicasKarine Costa de Ataíde

    O uso das artes como recurso didático no processo de ensino e aprendizagemFranceane Almeida de Castro

    Oficinas pedagógicas: um recurso oportuno (relato de experiência)Thaciane Alves Magalhães

    Pedagogia crítica e diálogo intercultural no ensino da língua inglesaEverton Diogo da Silva Lins

    A utilização do excel como recurso didático para a construção de gráficos em estatística descritiva Raphael de Oliveira Freitas

    Educação artística profissional: um novo aprendizadoFábio Gomes dos Santos

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    CONVITE À LEITURA

    O empresariado do nosso estado a cada momento tem buscado para seu quadro funcional pessoas que atendam às competências necessárias em suas áreas de formação. O Senac Alagoas com o compromisso de formar para o mundo do trabalho e preocupado com a oferta de cursos com excelência, tem aprimorado a formação de todos aqueles que conquistam um certificado com a marca de nossa instituição, visto que temos a expertise e Know-how indispensáveis para lançarmos profissionais no mundo do trabalho. A publicação deste livro prova a grandeza na oferta dos serviços de Educação Profissional em nosso estado e representa um avanço nas práticas pedagógicas. Nesse contexto, é que convidamos a todos os educadores e empresários do comércio de bens, serviços e turismo para lerem e apreciarem a formação dos profissionais a partir do desenvolvimento de competências fundamentais, para inserção ou permanência em atividades corporativas.

    Wilton MaltaPresidente Fecomércio Senac e Sesc

  • 11Debates Pedagógicos

    AGRADECIMENTOS

    Na atualidade, a Educação Profissional converge para uma formação com princípios filosóficos e educacionais, voltados para o mundo corporativo, contextualizando a teoria e prática simultaneamente e priorizando o discente como agente transformador, crítico e criativo. Urge, para isso, um outro sujeito que atue como mediador e facilitador na ressignificação do conhecimento, promovendo a ação-reflexão-ação, para que o discente se envolva como parte integrante e autônoma desse processo. Queremos agradecer de forma honrosa, a contribuição desses educadores que brilhantemente registraram suas práticas educacionais, socializando o seu fazer pedagógico, com experiências relevantes e exitosas durante o processo de ensino e aprendizagem, sendo pioneiros num projeto institucional inovador, comprometidos com os pilares da Educação Pro-fissional. Agradecemos à equipe organizadora pela dedicação durante as etapas que compreenderam a publicação deste livro e a cooperação junto aos educadores tanto na estruturação como no acompanhamento do desenvolvimento dos artigos. A todos os educadores, autores dos artigos que compõem o Debates Pedagógicos, o nosso muitíssimo obrigada!

    Cícera Silva de PaivaDiretora de Educação Profissional do Senac Alagoas

  • 13Debates Pedagógicos

    PREFÁCIO

    Em suma, são livros que conseguem ser eternos e sempre novos. Mas que, ao serem lidos no começo da vida, são fruídos de uma maneira muito especial, porque “a juventude comunica ao ato de ler, como a qualquer outra experiência, um sabor e uma importância particulares.” Ana Maria Machado (2002)

    A proposta do 1º volume da Série Práticas Pedagógicas, publicação do livro Debates Pedagógicos surge a partir da necessidade de dimensionarmos as etapas de construção da nossa prática, pautada no desenvolvimento das competências em sala de aula, bem como da preparação de nossos docentes através da educação corporativa. Debates Pedagógicos deixa para os leitores a percepção de continuidade no processo de ensino e aprendizagem, onde as competências são trabalhadas de forma direta na interação constante docente/discente. Os artigos retratam o caminhar pela educação profissional no Senac Alagoas, através de vários olhares e representam o resultado do compromisso, envolvimento e dedicação dos nossos docentes com a missão institucional de educar para o trabalho em atividades do comércio de bens, serviços e turismo, por meio de ações educacionais de excelência, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da sociedade. Entendemos que fortalecemos a nossa prática pedagógica a partir do momento em que consolidamos esta por meio da publicação do livro, dando ao nosso docente o reconhecimento e validação do seu fazer pedagógico e à sociedade a certeza da excelência dos serviços prestados em formação profissional no estado. Debates Pedagógicos requer uma leitura, análise e apreciação dadas as contribuições que são apresentadas para as Práticas Pedagógicas, além de nos depararmos no conjunto dos trabalhos com desafios significativos quanto à ruptura do modelo da escola tradicional e ao conhecimento e aplicação da avaliação por competências.

  • 15Debates Pedagógicos

    Enfim, as possibilidades apresentadas nos trabalhos aqui publicados trarão ao leitor a reflexão de sua prática profissional, mais especificamente direcionando a formação profissional na perspectiva da avaliação por competências.

    Telma Ribeiro Diretora Regional do Senac Alagoas

    APRESENTAÇÃO

    O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Alagoas, imbuído na Missão de educar para o trabalho, em atividades de comércio de bens, serviços e turismo, tem como objetivo principal a oferta de educação profissional, nos mais diversos eixos tecnológicos, como forma de ampliar e desenvolver a economia local, a competitividade nacional e a qualidade técnica do trabalhador, em consonância com a legislação em vigor e com as orientações emanadas do Departamento Nacional do SENAC. A Educação Profissional e Tecnológica no país toma um novo rumo com a aprovação da (LDB) Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96), em que a Educação Profissional e Tecnológica foi integrada ao rol de níveis e modalidades da Educação no País. O disposto no artigo 20 da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, e suas alterações na Lei 12.816, de 05 de junho de 2013, integra o SENAC no Sistema Federal de Ensino, com autonomia para autorizar a criação e a oferta de cursos e programas de Educação Profissional e Tecnológica, por parte do Órgão colegiado superior de cada Administração Regional, conforme Resolução nº 943/2012 que foi atualizada pela Resolução nº 999/2014. A partir de uma nova realidade da Educação Profissional e dos novos rumos do SENAC no cenário Nacional, o Departamento Regional do SENAC/ Alagoas, através de sua Diretoria de Educação Profissional, pensou fortalecer a prática dos docentes por meio da contextualização e transversalização dos saberes e experiências advindas do fazer profissional, tornando públicas à sociedade as inovações e estratégias pedagógicas adotadas no Regional. A intenção da publicação do 1º Volume de Debates Pedagógicos: Metodologias de Ensino e Aprendizagem na Educação Profissional vem consolidar o trabalho desenvolvido em nosso Departamento Regional, no que se refere ao investimento em cursos de Pós-graduação em Educação, assim como o Programa de Desenvolvimento de Educadores que, a partir da interação no planejar, executar e mediar um currículo com foco no desenvolvimento de competências, baseando-se em subsídios didático-pedagógicos na concepção interacionista, perpassada por comprometimento ético e visão empreendedora. Esse conjunto de elementos fomentou a necessidade da construção da publicação do 1º Livro de Debates Pedagógicos.

  • 1716 Debates Pedagógicos Debates Pedagógicos

    Os trabalhos aqui apresentados retratam parte do fazer dos docentes do SENAC/Alagoas, a partir de práticas pedagógicas construídas diante de sua formação acadêmica; da educação corporativa promovida pela instituição; da fundamentação teórica pesquisada pelos autores para o fortalecimento de suas práticas, mas acima de tudo, retratam a interação com os docentes no desenvolvimento das competências em sala de aula. Os referidos trabalhos foram pautados a partir de uma vivência no curso de pós-graduação em Docência, através do incentivo da Educação Corporativa do SENAC/Alagoas. Os trabalhos apresentados foram pautados a partir de uma vivência no curso de pós-graduação em Docência através do incentivo da Educação Corporativa do SENAC Alagoas, sendo o 1º trabalho, de autoria de Joseane Cândido Reis, construído pela necessidade de abordar a importância do planejamento docente, considerando ser esse suporte a base para o desenvolvimento das competências. A autora descreve uma proposta metodológica baseada em sete passos, sendo estes vivenciados em quatro laboratórios de prática docente. O 2º, de autoria de Vanessa Correia dos Santos, intitulado – A importância da comunicação oral no curso de recepcionista apresenta um desenho da influência da Unidade Curricular de Comunicação Oral, para formação de Recepcionistas, em que as competências desenvolvidas perpassam a capacidade de persuadir, ser empático e acolhedor, além da atenção à linguagem verbal e não verbal como diferenciais na formação profissional. Em seguida, Suzana Maria do Egito Rodrigues, em seu artigo Dramatização, ‘um recorte possível da realidade em sala de aula, traz um contexto histórico da importância de mais um idioma na formação profissional do indivíduo, além de apresentar metodologia de trabalho da pesquisa ação, onde foi proposto aos alunos trabalharem com a chamada simetria invertida, na qual o docente, no primeiro momento, coloca-se na condição de aprendiz para uma maior e melhor interação com os alunos. Em um segundo momento, é apresentada a prática docente, sendo esta vivenciada por meio de laboratórios que tiveram como base a dramatização, onde podemos verificar a importância do lúdico no processo de construção das competências, bem como verificar o sentido das competências no desenvolvimento do idioma inglês em sala de aula. O processo de ensino e aprendizagem no curso de almoxarife: um olhar sobre o plano de curso docente de Diego Borges Cadena aborda o desenvolvimento de competências, na construção do Plano de Trabalho Docente (PTD) do curso de Almoxarife na Unidade Curricular de

    Administração de Almoxarifado e Estoque. Verifica-se que é um instrumento essencial, pois passa a ser um grande aliado do docente, preocupado com a qualidade do aprendizado significativo. O docente passa a ser sujeito inteiramente participante e relata a experiência vivenciada em quatro laboratórios de prática, concebendo a perspectiva didático-metodológica proposta pela Pós-graduação em Docência para Educação Profissional. Relata como trabalhar com o desenvolvimento do currículo por competência, em uma perspectiva construtivista. Karine Costa de Ataíde apresenta o artigo Estratégia pedagógica na unidade curricular: elementos e tecnologias de automação em laboratórios de análises clínicas. A autora aborda a Educação Profissional como uma prática polivalente. Um dos pontos relevantes neste trabalho está na compreensão do docente quanto ao aprender fazendo, visto que este atua como mediador, incentivador e criador de possibilidades para facilitar a autonomia do aluno, bem como o desenvolvimento de competências fundamentais para o exercício da profissão. O resultado na execução de práticas nos laboratórios foi apresentado de forma substancial diante da interação dos alunos com a mediação da docente, além das ações pedagógicas que suscitaram o aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. Essas possibilidades remetem à formação mais ampla do indivíduo, sejam elas feitas através do conhecimento, de habilidades, valores e atitudes diferenciais para o mundo do trabalho. Utilizando a arte para mobilizar conhecimento e atitudes relevantes para o desenvolvimento de competências na educação profissional, Franceane Almeida Castro contribui com o artigo intitulado O uso das artes como recurso didático no processo de ensino e aprendizagem. A autora utiliza a arte como recurso didático no processo de ensino aprendizagem, pois acredita torná-lo fascinante e eficiente, considerando que neste ele envolve sensibilidade, criatividade e o aprendizado ocorre com prazer. O trabalho é realizado na unidade curricular de Comunicação Oral do curso de Recepcionista. No artigo intitulado Relato de experiência: oficinas pedagógicas. Um Recurso Oportuno, Thaciane Alves Magalhães defende a importância da utilização de oficinas pedagógicas como estratégias docentes, na perspectiva de aproximar teoria e prática profissional na percepção dos alunos, assim como, sugere a possibilidade de interação com outras unidades curriculares, além de propor a utilização de computadores, como instrumento para a busca e alcance de melhores resultados em sala de aula.

  • 1918 Debates Pedagógicos Debates Pedagógicos

    Dando prosseguimento, Everton Diogo da Silva Lins, no artigo Pedagogia Crítica e Diálogo Intercultural no Ensino da Língua Inglesa, destaca o domínio de mais um idioma, neste caso o inglês, como sendo condição indispensável para galgar espaços profissionais. Apresenta um panorama político e histórico quanto à necessidade do aprendizado de mais uma língua, assim como, aponta o perfil do instrutor frente à formação de alunos para o mundo do trabalho. No penúltimo trabalho, intitulado A utilização do excel como recurso didático para a construção de gráficos em Estatística Descritiva, Raphael de Oliveira Freitas ressalta a importância do Excel como ferramenta para estruturação de gráficos nas aulas de Estatística Descritiva, assim como, a aplicabilidade deste recurso no curso Técnico em Segurança no Trabalho. O autor constrói seu relato a partir da pedagogia de competências. Finalizando, Fábio Gomes dos Santos, no artigo Educação artística-profissional: um novo aprendizado relata uma experiência em que utiliza a arte como instrumento mobilizador para o aprendizado, bem como para formação de competências necessárias para formação profissional. Para tanto, o autor busca bases teóricas na programação neurolinguística, na perspectiva da auto percepção. Entendemos que os resultados alcançados com a publicação do 1º Livro de Debates Pedagógicos, fomentam a necessidade de transitarmos pelas práticas docentes e fortalecermos o processo de ensino-aprendizagem em nosso Regional, transformando nossas ações em registros vivos e dinâmicos, além de estarmos tornando público para sociedade o nosso fazer pautado na prática pedagógica, orientada para o desenvolvimento de competências para o mundo do trabalho.

    Sandro DinizAssessoria de Educação Profissional – SENAC/Alagoas

    CONTRIBUIÇÕES DO PLANEJAMENTO DOCENTE NO CURSO QUALIDADE NO ATENDIMENTO

    Joseane Cândido ReisGraduada em Pedagogia

    SENAC/AL

    1. INTRODUÇÃO

    O presente trabalho relata a experiência vivenciada no curso de Especialização em Docência para a Educação Profissional, no qual foi proposto o Planejamento docente baseado em sete passos metodológicos que são: 1) contextualização e mobilização; 2) definição da atividade de aprendizagem; 3) organização da atividade de aprendizagem; 4); coordenação e acompanhamento das atividades de aprendizagem, 5) avaliação da aprendizagem; 6) outras referências e 7) síntese e aplicação. Além de outras estratégias utilizadas para o desenvolvimento de competências profissionais do professor na atualidade como: projetos; estudos de caso; webquest; resolução de problemas; dramatização, dentre outros, os sete passos apresentam-se como alternativa para a educação profissional. Contudo, não podem ser vistos de forma estanque ou numa sequência rígida. A intenção é que as situações de aprendizagem baseadas nos sete

    É gratificante que meu primeiro artigo seja publicado por meio do SENAC/AL, visto que é uma referência em educação profissional, onde me foram dadas excelentes oportunidades de crescimento, no âmbito pessoal e profissional. As experiências vivenciadas na atuação enquanto supervisora pedagógica e a participação na Especialização em Docência para educação Profissional serviu como base para elaboração deste artigo. Agradeço ao SENAC/AL a oportunidade em participar de sua primeira publicação.

  • 2120 Debates Pedagógicos Debates Pedagógicos

    passos prevejam, sempre, o exercício real ou simulado da competência, forma insubstituível de desenvolvê-la. Nessa perspectiva, a oferta da Especialização em Docência para Educação Profissional possibilitou aos educadores do SENAC/AL um novo olhar sobre sua prática e a adoção de novas metodologias. Através dos laboratórios realizados durante o curso foi possível pôr em prática o PTD alinhado com os setes passos trabalhados. Desse modo, o SENAC/AL, busca atender às necessidades e exigências do mundo do trabalho, que requer profissionais críticos, autônomos, capazes de lidar com as adversidades e com múltiplos conhecimentos.

    2. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS

    2.1 Educação Profissional

    Historicamente a formação do trabalhador no Brasil iniciou no período da colonização, onde os índios e negros foram os primeiros aprendizes, e “habituou-se o povo de nossa terra a ver aquela forma de ensino como destinada somente a elementos das mais baixas categorias sociais”. (Fonseca, 1961, p. 68). Em 1800, foi adotado um novo modelo de aprendizagem dos ofícios manufatureiros que se destinavam ás camadas menos privilegiadas da sociedade brasileira. Com o fim do período imperial e a abolição do trabalho escravo, era necessária a criação de novas fábricas para atender á demanda, pois, só existiam 636 fábricas para uma população total de 14 milhões de habitantes, porém, era necessário capacitar essa mão de obra, para assim ter operários instruídos e hábeis. Através do Decreto Nº 787, de 11 de setembro de 1906 foram criadas as primeiras escolas profissionalizantes no Governo de Nilo Peçanha no estado do Rio de Janeiro.

    Em 23 de setembro de 1909. Nilo Peçanha, já Presidente do Brasil, assina o Decreto de número 7.566 criando 19 escolas profissionalizantes em diferentes unidades operativas, destinadas ao ensino profissional, primário e gratuito. Com a criação, em 14 de novembro de 1930, do Ministério da Educação e Saúde Pública foi estruturada a Inspetoria do Ensino Profissional Técnico o qual tinha por objetivo realizar a supervisão das Escolas de Aprendizes Artífices. A Constituição brasileira de 1937 foi a primeira a tratar especificamente de ensino técnico, profissional e industrial, estabelecendo no artigo 129 :

    O ensino pré-vocacional e profissional destinado às classes menos favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado. Cumpre-lhe dar execução a esse dever, fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos indivíduos ou associações particulares e profissionais. É dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especialidade, escolas de aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados. A lei regulará o cumprimento desse dever e os poderes que caberão ao Estado sobre essas escolas, bem como os auxílios, facilidades e subsídios a lhes serem concedidos pelo poder público.

    As Escolas de Aprendizes e Artífices são transformadas em Escolas Industriais e Técnicas através do Decreto nº 4.127 de 25 de fevereiro de 1942. Dentre as escolas profissionais que surgiram a partir de 1942, merece destaque O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC, o qual foi criado em 10 de janeiro pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por meio do decreto-lei 8.621. A partir do ano seguinte, o SENAC passou a desenvolver um trabalho até então inovador no país: oferecer, em larga escala, educação profissional destinada à formação e preparação de trabalhadores para o comércio. Ainda na década de 1940, o SENAC promove o ensino

  • 2322 Debates Pedagógicos Debates Pedagógicos

    a distância, e as primeiras ações de levar a educação profissional aos locais mais distantes dos grandes centros e que não dispunham de estabelecimentos. Por meio de cursos volantes e, posteriormente, de unidades móveis, o SENAC se tornou um pioneiro na educação sobre rodas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira - LDB, nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971, torna, de maneira compulsória, técnico-profissional, todo currículo do segundo grau. Um novo paradigma se estabelece: formar técnicos sob o regime da urgência. Nesse tempo, as Escolas Técnicas Federais aumentaram expressivamente o número de matrículas e implantaram novos cursos técnicos. A Lei 9394 foi sancionada em 20 de novembro de 1996 a qual é considerada a segunda LDB. Nela, a educação profissional é tratada em um capitulo separado da educação básica. Diferente das demais legislações, ela não traz um enfoque de assistencialismo e de preconceito social contido nas primeiras legislações de educação profissional do país e faz uma intervenção social crítica e qualificada para tornar-se um mecanismo para favorecer a inclusão social e a democratização dos bens sociais de uma sociedade. Além disso, define o sistema de certificação profissional que permite o reconhecimento das competências adquiridas fora do sistema escolar. A Lei 9.394/96 desvincula o ensino profissional da educação regular, assim facilitando a capacitação profissional da maioria das pessoas: que não mais precisam esperar o ensino médio para iniciar uma preparação específica para o mercado de trabalho, podendo adquiri-la concomitantemente. Um dos desafios das escolas profissionalizantes é justamente trabalhar com os alunos que estão na escola regular e que muitas vezes apresentam dificuldades de aprendizagem, pois, competências que eram de responsabilidade da escola regular não foram trabalhadas e desenvolvidas. As dificuldades mais constantes são: falta de autonomia intelectual e pensamento critico, limitações

    quanto á iniciativa e ao espírito empreendedor e de resolução de problemas. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, a nova exigência de profissionalização dos trabalhadores brasileiros segue na direção do compromisso com o desenvolvimento de competência ou saberes profissionais que permitam ao cidadão-trabalhador enfrentar e responder a desafios socioprofissionais esperados e não esperados, rotineiros e inusitados, previsíveis e imprevisíveis do mercado brasileiro com criatividade, autonomia, ética, responsabilidade social e ambiental, e efetividade, qualificando-se para um exercício competente. Na atualidade, a qualificação profissional é um fator central no que se refere ao mundo do trabalho. As políticas públicas têm alocado recursos para cursos profissionalizantes. Através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC são disponibilizados cursos nas escolas profissionais para jovens, trabalhadores e beneficiários de programas de transferência de renda. Destaca-se também o Programa SENAC de Gratuidade – PSG, onde são oferecidos gratuitamente cursos para a população de baixa renda. Ambos os programas ofertam cursos de Formação Inicial (Capacitação e Aperfeiçoamentos) e ao Nível Técnico (Qualificação Técnica). Com a criação dos programas federais, houve uma crescente demanda em relação às instituições educacionais que oferecem educação profissional, os quais trouxeram novos desafios e exigências, fazendo com que essas instituições sentissem a necessidade de rever alguns pontos, como: planejamento, avaliação de métodos, processos, conteúdos programáticos, dentre outros. Com essas mudanças e ajustes espera-se que as escolas de educação profissional preparem alunos para aprender com autonomia na construção do conhecimento, numa

  • 2524 Debates Pedagógicos Debates Pedagógicos

    2.2 O Professor da Educação Profissional

    A oferta de vagas para professores da educação profissional apresenta crescimento significativo nos tempos atuais. Em alguns casos, a oferta é maior do que a procura, no entanto, a dificuldade desses professores em trabalhar com educação profissional é que a maioria aprende a ensinar a partir da própria ação, onde o gosto pela profissão ou a necessidade financeira faz com que eles busquem superar esse grande desafio. Os professores da educação profissional são trabalhadores, cujas histórias de vida foram construídas no mundo do trabalho e numa formação técnica, no entanto, as experiências acumuladas enriquecem seus conhecimentos e facilitam o aprofundamento dos conteúdos pedagógicos dos fazeres e saberes necessários às práticas educativas, podendo contribuir para o aperfeiçoamento de sua experiência e para o redimensionamento das políticas de formação desse professor. Para CRUZ1 (2007), as experiências do mundo da vida são elementos fundantes de um novo projeto de educação profissional. Neste trabalho de formação, mais do que em qualquer outro, pesam fatores de mercado, expectativas culturais e demandas sociais. O professor da educação profissional deve sempre estar atento àquilo que mobiliza o desejo dos alunos na direção de uma habilitação profissional. Para que esse professor acompanhe as mudanças aceleradas do mundo, é necessária uma constante atualização da qualificação profissional, a partir do desenvolvimento de competências bem definidas nos perfis profissionais, para atender às exigências do mundo do trabalho, através de um

    aprendizado permanente na formação para vida cidadã e para o trabalho. Segundo Perrenoud (2001, p.08),

    É preciso reconhecer que os professores não possuem apenas saberes, mas também competências profissionais que não se reduzem ao domínio dos conteúdos a serem ensinados, e aceitar a ideia de que a evolução exige que todos os professores possuam competências antes reservadas aos inovadores ou àqueles que precisavam lidar com públicos difíceis.

    Buscando atender ás novas exigências legais e do mercado de trabalho, o SENAC está proporcionando aos seus educadores uma pós-graduação em Docência para Educação Profissional, visando à melhoria de sua prática pedagógica, adotando novas metodologias de ensino e avaliação que estimulem o educando à compreensão da autonomia intelectual e da criticidade.

    2.3 O Plano de Curso: Qualidade no Atendimento

    O curso Qualidade do Atendimento é um aperfeiçoamento do eixo Gestão e Negócios. De acordo com o catálogo nacional de cursos do SENAC, são classificados como aperfeiçoamento cursos e programas com características variadas, destinados exclusivamente a profissionais, para complementação, atualização ou aprofundamento de competências que visam ao seu desenvolvimento frente às mudanças em curso no mundo do trabalho. Sua carga horária não pode ser inferior a 20 horas. Esse curso foi criado e ofertado no SENAC/AL, para atender a uma grande demanda de profissionais que necessitam, constantemente, serem aperfeiçoados na sua prática diária. A sua estrutura atende todo e qualquer segmento que trabalhe com atendimento ao cliente. 1Cf. BURNIER, S., CRUZ, R. M. R., et al. História de vida de professores: o caso da educação profissional. 2007.

    perspectiva inovadora, criativa e operativa, incorporando as novas tecnologias nas diferentes áreas do saber, tendo como resultado final o desenvolvimento das competências profissionais.

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    Como bem sabemos, atender bem é um diferencial no mercado e um fator decisivo na fidelização do cliente. O SENAC atende a uma parcela significativa de empresários alagoanos, realizando negociações corporativas, em que o curso Qualidade no atendimento tem uma procura expressiva. A sua elaboração é feita na Gerência de Educação Profissional - GEP, onde uma supervisora pedagógica, em parceria com um professor, preferencialmente graduado nas áreas de comunicação ou administração, com especialização ou experiência em marketing, comunicação, vendas ou atendimento ao cliente, juntos definem a estrutura do curso: competência, carga horária, valores, conhecimentos, habilidades, eficácia e eficiência, atentando às orientações da LDB- 9394/96 da educação profissional e ao catálogo nacional de cursos do SENAC. Abaixo apresentamos a organização curricular do curso.

    3. OS SETE PASSOS NA APRENDIZAGEM

    Os setes passos promovem uma aprendizagem com autonomia pelos alunos. A cada passo trabalhado, é possível rever a nossa prática, possibilitando novas situações de aprendizagem. Quando o educador conhece esses instrumentos pedagógicos e os adota na sua prática, todos ganham no processo da aprendizagem, assim, aprendemos ao mesmo tempo em que ensinamos. No primeiro passo Contextualização e mobilização, o aluno é a pessoa mais importante no processo da aprendizagem. Sendo assim, temos que articular e mobilizar saberes, sempre buscando valorizar os conhecimentos prévios que eles trazem e proporcionando situações que possibilitem que ele seja um ser ativo e participante. É importante que a contextualização dos conhecimentos seja uma prática constante em sala de aula, assim o aprendizado torna-se significativo.

    Segundo FREIRE (1996), o professor não é o detentor de todo o saber, ele deve procurar saber das exigências e vivências de seus alunos com o devido respeito. Contextualizar as bases que são trabalhadas em sala, de forma que o aluno consiga compreender, na prática, a sua aplicabilidade é uma ação indispensável, pois dessa forma o aprender torna-se significativo. A contextualização está ligada diretamente à motivação do aluno, por dar sentido àquilo que ele aprende. Buscando explorar o tema a ser desenvolvido, foi realizada uma atividade de diagnóstico para verificar o conhecimento prévio dos alunos acerca do tema. Os alunos receberam tarjetas em branco, onde os mesmos deveriam colocar um princípio necessário para um bom atendimento, em seguida as tarjetas ficaram expostas. No Segundo passo, Atividades de Aprendizagem, quando definimos que metodologia utilizar para determinada base a ser trabalhada e quais estratégias aplicamos na nossa prática, já estamos articulando situações que possibilitaram aos nossos alunos o desenvolvimento das competências. Dessa forma começamos a ser mais críticos nas escolhas de estratégias, pois, começamos a visualizar um aluno ativo nesse processo e assim passamos a definir atividades que possibilitem a sua participação e não mais que ele seja um coadjuvante na aquisição das competências. Para FREIRE (1996), o ensino é muito mais que uma profissão, é uma missão que exige comprovados saberes no seu processo dinâmico de promoção da autonomia do ser de todos os educandos.As situações de aprendizagem devem garantir o exercício da competência em desenvolvimento. Nesse sentido, as atividades foram organizadas da seguinte forma: 1º Momento - Atividade de diagnóstico para verificar o conhecimento prévio dos alunos acerca do tema, será entregue aos alunos tarjetas em branco, onde os mesmos deverão colocar um princípio necessário para um

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    bom atendimento, em seguida as tarjetas ficaram expostas no quadro. 2º Momento – Vídeo: Excelência no Atendimento ao Cliente, em seguida será feita uma mesa redonda, explorando o conteúdo apresentado no vídeo. O instrutor fará a abordagem inicial e em seguida provocará a participação dos alunos. 3º Momento - Encerramento com atividade em grupo, onde os mesmos deverão simular em apenas 5 minutos (cada grupo) uma situação de um bom ou mau atendimento, a escolha ficará a critério do grupo. Após as apresentações, as tarjetas que foram entregues no inicio das aulas serão devolvidas aos alunos e os mesmos deverão rever o que foi colocado, podendo permanecer ou acrescentar algo. As atividades de aprendizagem apresentadas promovem: valorização dos conhecimentos prévios dos alunos, o trabalho em equipe e interação na atividade proposta, criatividade, provocação da participação do aluno e troca de ideias e experiências. No terceiro passo - Organização da atividade de aprendizagem - a organização é um fator importante que necessita ser destacado, pois, escolher a atividade e fazer sua descrição e. a partir daí, pensar na sua prática em sala, necessita de uma boa organização em vários sentidos: material a ser utilizado com a atividade, objetivo da determinada atividade e o tempo que será necessário para sua realização. Um dos desafios na organização das atividades é definir as tarefas e seu detalhamento, de forma que favoreçam a interação entre os alunos e sua participação ativa na realização das ações propostas. Sabendo que o planejamento é essencial na execução de nossas ações e cada ação necessita ter uma intencionalidade, a aprendizagem não é um processo linear e ocorre com sucessivas reorganizações do conhecimento, assim, é importante que o professor entenda que o planejamento é um aliado de extrema importância para

    colocar em prática o desenvolvimento do trabalho docente. As atividades propostas devem estar em consonância com as ações educativas para alcançar o sucesso no desenvolvimento das competências propostas. Nesse sentido, a ação-reflexão-ação deve ser uma constante no processo de ensino e aprendizagem. O quarto passo - A coordenação e acompanhamento de atividades - implica a habilidade de o professor mobilizar os alunos na resolução de atividades que buscam o desenvolvimento de certas competências que serão exigidas desse aluno no ambiente profissional, logo, a atividade docente deve promover o desenvolvimento de competências e habilidades por meio da observação, exploração, experimento, pesquisa, dentre outros. Promover a autonomia no processo de ensino e aprendizagem é um fator necessário, principalmente, quando trabalhamos com foco em competência. Sabe-se que a autonomia é uma aquisição que se adquire com o tempo e a maturidade, no entanto, é preciso que o professor seja o intermediário desse amadurecimento e dessa aquisição. Formar educandos formadores de opinião e, acima de tudo, autônomos é uma tarefa complexa, todavia, é somente o educador que tem a condição de ser o mediador desse processo. A construção do conhecimento se dá através de um processo, isto é, num desenvolvimento gradativo, e, nesse contexto, se insere a autonomia. A coordenação e o acompanhamento podem ser realizados através das seguintes situações: apresentar aos alunos a competência que será desenvolvida durante o processo das atividades / disciplina; expor para os alunos o nosso cronograma de atividades e quais critérios serão adotados no processo de avaliação; valorizar o conhecimento prévio dos alunos, buscando trabalhar os temas de forma contextualizada, promovendo momentos de discussão entre os participantes, de forma que ocorra troca de informações e que haja o respeito às ideias individuais;

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    realizar atividades em grupo, onde estamos promovendo a relação interpessoal e troca de conhecimentos e disponibilizando material para o desenvolvimento das atividades, além de, quando necessário, promover o acesso às outras fontes de pesquisa e acompanhar o trabalho desenvolvido pelos alunos, contribuindo com ideias e sugestões, quando necessário. No quinto passo - Avaliação da aprendizagem - A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em 1996, determina que a avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos, assim, não é aceitável uma avaliação centrada em notas, a qual, na maioria das vezes, tem caráter punitivo e classificatório.

    Desse modo, a avaliação não seria tão-somente um instrumento para a aprovação ou reprovação dos alunos, mas sim um instrumento de diagnóstico de sua situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para a sua aprendizagem. (LUCKESI, 1995, p. 81.).

    Atividade em grupo: Simulação - Os alunos serão divididos em grupos. Esse tipo de atividade possibilita que haja a interação entre os alunos e desperta a criatividade dos mesmos. O professor estará mediando toda a ação desenvolvida. Precisa estar claro, para os alunos, como eles estarão sendo avaliados durante o processo, ou seja, quais os instrumentos e critérios que serão adotados, como: interesse demonstrado pelo aluno na realização da tarefa; criatividade na atividade desenvolvida; o seu comportamento nas atividades em grupo (simulação); atividade escrita (relatório), referente às Simulações apresentadas. No sexto passo - Outras referências – promove-se aos alunos acesso a novas referencias, dando condições para um aprofundamento sobre os temas explorados.

    As atividades propostas buscam proporcionar momentos de autonomia na construção do conhecimento, onde o professor é um mediador desse processo. As atividades práticas são importantes para aprendizagem, pois, permitem que o aluno compreenda, na prática, o dia a dia de quem trabalha com atendimento ao cliente, assim, saímos do campo teórico e visualizamos o prático. Destaco o estudo de caso, pois, provoca no aluno a capacidade de argumentação, levando o mesmo a pensar sobre uma situação e buscar soluções e, dessa forma, pode promover a autonomia do aluno na aquisição do conhecimento e no desenvolvimento das competências. No sétimo passo - Síntese de Aplicação - Sintetizar os conhecimentos aprendidos enriquece a formação do aluno que pode, por meio dessa estratégia, aprimorar habilidades desenvolvidas ao longo do curso: discussão sobre o tema (resgate do conhecimento prévio do aluno); apresentação de vídeo; dinâmicas; leitura de textos; pesquisa de campo; mesa redonda; simulação (em equipe). Atividade: elaborar uma cartilha contendo orientações para um bom atendimento. Com base nas simulações apresentadas pelos grupos, quanto à qualidade no atendimento, será elaborada uma cartilha do bom atendimento, com a supervisão e orientação do professor, a qual irá conter os passos necessários para a qualidade no atendimento.

    3.1 LABORATÓRIOS

    Os laboratórios desenvolvidos permitiram um aprofundamento na prática dos sete passos. Foram desenvolvidos quatro laboratórios que possibilitaram que, a cada laboratório realizado e ante os resultados obtidos, o educador ajustasse e adaptasse o plano de trabalho docente – PTD, buscando atender a necessidades dos alunos. No primeiro laboratório, a atividade aplicada foi apresentação de um vídeo, o qual apresentou os passos

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    necessários para alcançar a excelência no atendimento ao cliente. a atividade escolhida facilitou a aquisição da competência prevista que foi adotar uma postura assertiva no atendimento ao cliente. Na sequência, foi realizada uma atividade para diagnosticar os conhecimentos prévios dos alunos acerca do tema e foi entregue aos alunos tarjetas em branco, onde os mesmos colocaram um princípio necessário para um bom atendimento, em seguida as tarjetas ficaram expostas no quadro. Em seguida, assistiram ao vídeo excelência no atendimento ao cliente o qual apresenta situações do cotidiano sobre qualidade no atendimento e pontua princípios necessários para realizar um atendimento assertivo que vise à satisfação do cliente. Nesse momento, alguns alunos ficaram desatentos e, consequentemente, atrapalharam os demais que estavam atentos, sendo necessário interromper o vídeo para acalmar a turma. Em seguida, foi dada continuidade ao planejamento previsto. Foi promovida uma mesa redonda explorando o conteúdo apresentado no vídeo, houve sorteio para atividades grupais que iriam fazer a simulação de um bom ou mau atendimento, a escolha ficou a critério do grupo. A dificuldade foi conscientizar os alunos da importância de mesclar os grupos e eles interagirem com outros colegas. Houve insatisfação de alguns, mas, isso não impediu que eles realizassem a atividade. Essa insatisfação contribuiu para que alguns grupos não realizassem a apresentação de forma satisfatória. O fato de os grupos não terem sido escolha deles desestimulou alguns e não se doaram o necessário, mas, através de um trabalho de sensibilização e conquista foi possível reverter esse quadro. Houve o resgate do que foi debatido sobre o tema, (informações prévias e novos conhecimentos). Nos exemplos abordados e nas discussões sobre o tema, as tarjetas que foram entregues no início da aula foram devolvidas aos alunos e eles puderam rever o que foi escrito no inicio da aula. Nesse momento, percebe-se que eles reviram e acrescentaram novos dados ao que foi

    escrito inicialmente e que suas ideias iniciais sobre o tema só necessitaram de alguns alinhamentos. Os alunos foram avaliados pela organização, criatividade e participação no desenvolvimento da atividade proposta e pela interação dos grupos. Durante a aplicação da atividade, o momento do vídeo foi que necessitou de uma conversa séria, em virtude da desatenção de alguns e no momento dos grupos, pois, eles queriam escolher os participantes de cada grupo, porém, apesar desses momentos os resultados foram satisfatórios e motivadores. No segundo laboratório, a situação de aprendizagem foi a apresentação de um vídeo, o qual trazia os passos necessários para alcançar a excelência no atendimento ao cliente e os alunos puderam fazer a leitura do livro Qualidade na Prestação de Serviços. Sempre tendo como foco a competência a ser adquirida, foi realizada aula expositiva dialogada, utilizando o vídeo e trabalho em grupo sobre qualidade no atendimento, tendo como referências o vídeo e a leitura feita de um capítulo do livro. O vídeo apresentado traz situações do cotidiano sobre bons e maus atendimentos, além de também apresentar os princípios necessários para realizar um atendimento com excelência. O objetivo, ao passar este vídeo, é promover a discussão entre aluno/aluno e professor/aluno. Na leitura complementar, foi utilizado o livro o qual trazia estudos de casos e esse momento foi enriquecedor, pois, os alunos apresentavam diferentes opiniões e foi um ganho no processo ensino/aprendizado, houve muita troca de ideias e o momento foi descontraído. Na atividade em grupo, as duplas foram divididas por pedaços de papel coloridos ao acaso e acompanhadas de forma individual e de acordo com os questionamentos que surgiam sobre o tema. Diferente da situação de aprendizagem apresentada no laboratório um, não houve insatisfação da definição do grupo ser feita de forma aleatória. Foi explicada com mais ênfase a importância

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    de circulamos por grupos diferentes daquele do nosso cotidiano e que no mercado de trabalho não escolheremos com quem iremos trabalhar. As apresentações das equipes foi um resgate do que foi desenvolvido e ficou a critério de cada grupo como seriam suas apresentações. Houve um grupo que não ficou satisfeito com a ideia, porém, desenvolveu a apresentação e o resultado foi maravilhoso. A maioria usou da criatividade para fazer esse resgate e ficou claro o quanto eles absorveram o conhecimento. No segundo laboratório os alunos foram avaliados: através de sua participação e seus direcionamentos quanto aos estudos de caso apresentados e também pela apresentação feita pela equipe. Mesmo o trabalho sendo em equipe, houve uma avaliação individual, foram levados em consideração os conhecimentos prévios dos alunos e a convivência em equipe. As atividades propostas alcançaram seus objetivos, pois, os alunos mostraram interesse em participar das mesmas, sempre respondendo aos questionamentos levantados e dando soluções aos estudos de caso trazidos pelo livro. No terceiro laboratório, foi realizada uma atividade de apresentação de um vídeo, o qual abordava os passos necessários para alcançar a excelência no atendimento ao cliente e foi promovido um momento de discussão sobre temas diretamente relacionados à qualidade no atendimento e à atividade em grupo. Com o objetivo de favorecer a aquisição da competência pelos alunos, foi realizada aula expositiva dialogada onde foi utilizado o vídeo excelência no atendimento ao cliente, discussões sobre temas relacionados à qualidade no atendimento, tendo como referencias leituras de textos complementares e resumo individual, o qual estava diretamente ligado ao vídeo e às ideias discutidas em sala e foi realizada atividade em grupo. Após a apresentação do assunto o qual foi feito a partir do vídeo, foi promovida a discussão dos temas:

    postura profissional; tipos e perfis comportamentais de clientes e como prestar um atendimento com excelência. A situação de aprendizagem foi elaborada nas seguintes etapas: resgate do conhecimento prévio dos alunos sobre o tema, aula expositiva dialogada sobre o tema (vídeo), discussão sobre os temas: postura profissional, tipos e perfis comportamentais de clientes e como prestar um atendimento com excelência e elaboração de resumo individual sobre as discussões promovidas na aula. Por fim, o fechamento da aula foi com apresentação das equipes, onde os alunos fizeram um único resumo a partir do resumo individual. Os alunos foram avaliados: através de sua participação e seu direcionamento quanto às discussões ocorridas em sala, resumos solicitados e também pela apresentação feita pela equipe. Mesmo o trabalho sendo em equipe, os alunos também foram avaliados individualmente, levando em consideração os conhecimentos prévios dos alunos e a convivência em equipe. As situações de atividades propostas e realizadas no terceiro laboratório promoveram a participação dos alunos e o tema abordado só veio a favorecer, pois, os alunos mostraram interesse e apresentaram situações que presenciaram ou vivenciaram quanto a atendimento. Nos momentos de discussões sobre os temas relacionados à qualidade no atendimento, foi necessário, muitas vezes, que o professor desse um direcionamento, pois, os alunos normalmente fogem um pouco do tema. Na apresentação do vídeo, os alunos que ficaram atentos contribuíram de forma satisfatória e aqueles que ficaram desatentos necessitaram de um apoio para interagir. Na atividade em grupo, houve insatisfação de alguns alunos, pois, eles queriam escolher seus colegas de equipe, porém, foi mostrada aos alunos qual a intencionalidade de as equipes serem feitas de forma aleatória, eles compreenderam, porém, não gostaram. Os

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    alunos achavam que seriam avaliados em grupo, ou seja, foi necessário explicar que a atividade seria em grupo, porém, também seriam avaliados pelo desempenho e participação em todas as etapas do trabalho. Os trabalhos apresentados foram criativos e ousados, os alunos abordaram a seu modo o que foi proposto com autonomia e clareza de ideias, mostrando que o objetivo foi alcançado e a competência foi desenvolvida no terceiro laboratório. Com o objetivo de favorecer a aquisição da competência pelos alunos no quarto laboratório foi realizada aula expositiva dialogada onde foi utilizado o vídeo excelência no atendimento ao cliente, discussões sobre temas relacionados à qualidade no atendimento, tendo como referencias leituras de textos complementares e resumo individual, o qual estava diretamente ligado ao vídeo e às ideias discutidas em sala e foi realizada atividade em grupo. Após a apresentação do assunto, o qual foi feito a partir do vídeo, foi promovida a discussão dos temas: postura profissional; tipos e perfis comportamentais de clientes e como prestar um atendimento com excelência. A situação de aprendizagem foi elaborada nas seguintes etapas: resgate do conhecimento prévio dos alunos sobre o tema, aula expositiva dialogada sobre o tema (vídeo), discussão sobre os temas: postura Profissional, tipos e perfis comportamentais de clientes e como prestar um atendimento com excelência e elaboração de resumo individual sobre as discussões promovidas na aula. Por fim, o fechamento da aula foi com apresentação das equipes, onde os alunos fizeram um único resumo a partir do resumo individual. Os alunos foram avaliados: através de sua participação e seus direcionamento quanto as discussões ocorridas em sala, resumo solicitados e também pela apresentação feita pela equipe, mesmo o trabalho sendo em equipe os alunos também foram avaliados individualmente,

    levando em consideração avaliação os conhecimentos prévios dos alunos e a convivência em equipe. No quarto laboratório, as situações de atividades propostas e realizadas promoveram a participação dos alunos e o tema abordado só veio a favorecer, pois, os alunos mostraram interesse e apresentaram situações que presenciaram ou vivenciaram quanto ao atendimento. Nos momentos de discussões sobre os temas relacionados à qualidade no atendimento, foi necessário, muitas vezes, que o professor desse um direcionamento, pois, os alunos normalmente fogem um pouco do tema. Na apresentação do vídeo os alunos que ficaram atentos contribuíram de forma satisfatória e aqueles que ficaram desatentos necessitaram de um apoio para interagir. Também nesse laboratório, no momento da atividade em grupo, houve insatisfação de alguns alunos, pois, eles queriam escolher seus colegas de equipe, porém, foi mostrado aos alunos qual a intencionalidade de as equipes serem feitas de forma aleatória, eles compreenderam, porém, não gostaram. Os alunos achavam que seriam avaliados em grupo, ou seja, foi necessário a explicar que a atividade seria em grupo, porém, também seriam avaliados pelo desempenho e participação em todas as etapas do trabalho. Os trabalhos apresentados foram criativos e ousados, os alunos abordaram a seu modo o que foi proposto com autonomia e clareza de ideias, mostrando que o objetivo foi alcançado e a competência foi desenvolvida no quarto laboratório. A metodologia dos setes passos contribuiu para alinhar a prática docente, cada passo trouxe uma rica contribuição para o planejamento e enriqueceu o processo ensino e aprendizagem. Os laboratórios desenvolvidos favoreceram a prática docente e mostraram o crescimento e novos alinhamentos quando necessário, onde, a cada laboratório realizado e através das pontuações dos alunos o plano de trabalho docente era ajustado e isso aconteceu em todos os

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    4. PLANO DE TRABALHO DOCENTE (PTD) E SUAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM

    Ensinar e aprender são processos distintos, porém, articulados entre si. Estamos aprendendo permanentemente: na rua, em casa, enfim, em todas as situações da vida, A aprendizagem em sala de aula diferencia-se das demais situações de aprendizagem porque supõe um professor que desenvolve situações, intencional e sistematicamente elaboradas, visando a mudanças no comportamento dos alunos e promovendo o desenvolvimento de competências. O processo de ensino e aprendizagem implica criar condições para que o aluno se relacione sistematicamente com o meio, ou seja, implica organizar e planejar as ações que serão desenvolvidas promovendo circunstâncias apropriadas para que o aluno aprenda. O entendimento de como se dá o processo de conhecimento é fundamental para os professores. A compreensão acerca da natureza do conhecimento e de como ele acontece está diretamente ligado à forma como se organiza o processo de ensino e aprendizagem. O entendimento dessa questão interfere nas prioridades estabelecidas no planejamento didático, determinando desde o tipo de comunicação que se estabelece com o aluno, até a escolha dos procedimentos metodológicos, do material didático a ser utilizado e do processo de avaliação que deverão está devidamente organizados e definidos no Plano de Trabalho Docente – PTD. Planejar é uma atividade essencial no processo de ensino e aprendizagem, construindo permanente desafio para quem exerce a tarefa de ensinar, no entanto, ainda há docentes que resistem ao planejamento, pois acham que é uma perda de tempo e uma mera atividade de preenchimento

    laboratórios. Os ajustes sempre aconteceram para atender as necessidades dos alunos.

    de instrumentos para cumprir formalidades. O planejamento serve para conhecer a realidade em que se vai atuar, sugerir ações sobre essa realidade, desenvolver atividades e avaliar seus resultados permanentemente. Gandin (1986) propõe que pensemos no planejamento como uma prática educativa, o que significa estabelecer um relacionamento entre a intencionalidade do orientador e a efetiva execução desta na sala de aula. O ato de planejar remete a uma ação prática, aplicável, exequível, de forma que o orientador possa ver materializado o que até então era somente intencionalidade. O planejamento marca a intencionalidade do processo educativo, mas não pode ficar só na intenção, ou melhor, na imaginação. É necessário colocar no papel, ou seja, escrever o planejamento. Na atualidade, não é mais aceitável que os alunos aprendam o assunto, mas, sobretudo, além de aprender, ele seja capaz de mobilizar esse conhecimento para resolver problemas. O grande desafio para o educador é mudar sua prática, onde o trabalho normalmente é desenvolvido em cima de conteúdos. Hoje, a sabedoria de quem ensina é focada na elaboração de programas com observação das práticas sociais, identificando situações com as quais os seus alunos serão confrontados, sabendo desenvolver estratégias para resolver conflitos, saber cooperar, saber viver com normas, saber conviver a fim de interagir na diversidade cultural. É nessas situações que o aluno passará a exercitar habilidades e competências. Há mais de uma década, competência é um termo em discussão. Na prática, ainda é grande o número de educadores que não compreenderam a essência do termo e definem competência como um modismo que logo passará. Segundo Perrenoud, (2000), para desenvolver competências é preciso, antes de tudo, trabalhar por problemas e por projetos, propor tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos e, em certa medida, completá-los. Isso pressupõe uma pedagogia

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    ativa, cooperativa, aberta para a cidade ou para o bairro, seja na zona urbana ou rural. Os professores devem parar de pensar que dar o curso é o cerne da profissão. Ensinar, hoje, consiste em conceber, encaixar e regular situações de aprendizagem, seguindo os princípios pedagógicos ativos construtivistas. Para os adeptos da visão construtivista e interativa da aprendizagem, trabalhar no desenvolvimento de competências não é uma ruptura. O obstáculo está mais em cima: como levar os professores habituados a cumprir rotinas a repensar sua profissão? Eles não desenvolverão competências se não se perceberem como organizadores de situações didáticas e de atividades que têm sentido para os alunos, envolvendo-os, e, ao mesmo tempo, gerando aprendizagens fundamentais. O SENAC/AL está caminhando em busca de um alinhamento com essa nova prática, promovendo a seus educadores formação continuada, ofertando a pós-graduação em Docência para Educação Profissional, onde competência é discutido durante todo o processo do curso.

    5. CONCLUSÃO

    Diante das exigências do mundo do trabalho quanto à formação dos profissionais e pensando na formação continuada de seus educadores, o SENAC despertou para a necessidade de ofertar Especialização em Docência para Educação Profissional e já se antecipando a uma exigência legal, a partir de 2014, para ministrar aulas em escolas de educação profissional, é obrigatório que ele seja pós-graduado em Docência da Educação Profissional. Durante o curso, foi desenvolvido o Plano de Trabalho Docente do curso Qualidade no Atendimento, o qual passou por algumas transformações durante a realização dos laboratórios e, paralelo aos laboratórios, foram trabalhados os sete passos que subsidiaram essa prática e permitiram um novo olhar sobre a prática pedagógica e ações desenvolvidas no ambiente pedagógico.

    A metodologia dos setes passos possibilita ao professor organizar sua prática docente e nos laboratórios desenvolvidos os plano foram-se ajustando e passaram por modificações, assim, evidencia-se a necessidade de rever nossa prática constantemente, pois, os alunos nunca serão os mesmos, na busca pela valorização do aluno e mobilização de seus conhecimentos. Diante de todas as discussões promovidas e troca de conhecimentos que o curso possibilitou através das atividades realizadas, fica a certeza de que todo o trabalho desenvolvido, nos laboratórios e no Plano de Trabalho Docente, não terá nenhum sentido, se o educador não entender que o primeiro passo é planejar todas as suas ações, planejamento é a palavra de ordem a qual será decisiva no resultados de nossas ações pedagógicas. Enfim, espera-se que todo trabalho desenvolvido contribua para uma reflexão constante em torno do processo de ensino e aprendizagem, melhorando nossa prática enquanto educadores, buscando garantir a formação de profissionais críticos e formadores de opinião.

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    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    BRASIL, LDB. Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.BURNIER, S., CRUZ, R. M. R., et al. História de vida de professores: o caso da educação profissional. In: Revista Brasileira de Educação, v.12, n.35, mai/ago. 2007ESCOLA, REVISTA NOVA edição número 236, ano 2010, mês de outubro, pág.46.FONSECA, Celso Suckow. História do Ensino Industrial no Brasil. Rio de janeiro: Escola Técnica, 1961.FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.GANDIN, Danilo; CRUZ, Carlos Carilho. Planejamento na sala de aula, 3.ed.Petrópolis: Vozes, 1995.____________ Planejamento como prática educativa. 3.ed.São Paulo: Loyola, 1986.GARCIA, Sandra Regina de oliveira. “O fio da história: a gênese da formação profissional no Brasil”. In: Trabalho e Crítica. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 2000.< http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/centenario/historico_educacao_profissional.pdf. Acesso em 25/02/2012>.SENAC: . Acesso em 25/02/2012.LUCKESI, Cipriano. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. 18 ed. São Paulo: Cortez, 1995.PERRENOUD, PH. (2000) Dez Novas Competências para Ensinar, Porto Alegre, Artmed Editora.

    ____________ Construir as Competências desde a Escola, Porto Alegre, Artmed Editora (1999).SENAC, Boletim Técnico. A revista da educação profissional / Senac, Departamento Nacional – v.37, n.3, setembro/dezembro 2011.

    SENAC, DN. Planejamento e avaliação: subsídios para a ação docente / Maria Helena Barreto Gonçalves, Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2003. 112p.SENAC, DN. O processo ensino-aprendizagem/Beatriz Maria A. de A. Pinheiro; Maria Helena B. Gonçalves. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 1997.80.

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    A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ORAL NO CURSO DE RECEPCIONISTA

    Vanessa Correia dos SantosGraduada em Comunicação Social

    com Habilitação em JornalismoEspecialista em Docência Profissional

    e Educação à DistânciaInstrutora de Comunicaçãodo Eixo de Gestão

    e Negócios – SENAC/AL

    Parabenizo ao Senac Alagoas pela iniciativa de lançar o Livro Debates Pedagógicos. E estou lisonjeada em participar como autora de um dos artigos, porque acredito que educação se faz na prática, como dizia Piaget: Pensar é agir sobre o objeto e transformá-lo.

    1. INTRODUÇÃO

    Este trabalho tem por objetivo mobilizar saberes adquiridos durante o processo de ensino aprendizagem na formação de docência para educação profissional, visando ao bem estar, bem como, valorizando o conhecimento prévio do professor e do aluno, onde a relação professor-aluno, se manifesta através de uma metodologia diferenciada baseada nas concepções pedagógicas. Segundo TURMINA; MACIEL, (2009), é consenso que a Educação é uma importante via de acesso à prática da cidadania. Para entender as concepções pedagógicas é preciso considerar que o processo educativo se desenvolva no interior de uma determinada sociedade. O curso de docência proporciona uma visão mais ampla do universo das competências, mostrando que o ensino profissionalizante requer educadores mais

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    preparados, pois o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo. Entender competências como a capacidade de mobilizar saberes (desenvolvidos ao longo da vida social, escolar e laboral) para agir em situações concretas de trabalho confere ao processo de ensino um compromisso com o desempenho do aluno e com sua atuação, bem como com a transferência das aprendizagens por ele realizadas. Esse compromisso traz importantes determinações para a compreensão da natureza do saber a ser trabalhado e da metodologia de ensino a ser adotada. (GONÇALVES et al., 2004). A aprendizagem é um processo integrado que provoca uma transformação qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. Assim sendo, é necessário que o discente se motive para aprender. Segundo Luckesi, (2001, p. 39),

    A educação é um típico ‘que fazer’ humano, ou seja, um tipo de atividade que se caracteriza fundamentalmente por uma preocupação, por uma finalidade a ser atingida. A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesmo, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social.

    Numa perspectiva dialética, alguns teóricos vêm no processo educacional um instrumento de libertação (educação crítica, educação libertadora), na medida em que oferece perspectivas de transformação social (LIBÂNEO, 1990; LUCKESI 1993; GADOTTI, 1984). Dentro desta perspectiva a educação é compreendida como um dos instrumentos de apoio na organização e na luta do proletariado contra a burguesia. (AZEVEDO, 2004). Evidentemente que não se pensa que a educação seja, sozinha, capaz de produzir todas as transformações de que os trabalhadores precisam, mas pode ser um dos caminhos para isso. “Se ideais são necessários para dar vida à nossa prática, eles são insuficientes para gerar mudanças” (GADOTTI, 1984, p. 25).

    A educação escolar é um processo de construção e avaliação das metodologias a serem aplicadas em sala de aula, onde o docente precisa acomodar e desacomodar seus conhecimentos, para dar lugar a novos saberes. É por isso que o SENAC/AL busca, constantemente, aperfeiçoar seus profissionais do ensino, dentro das suas práticas, de estudos advindos da experiência acumulada e das necessidades sociais, desenvolvendo cursos direcionados à prática pedagógica, levando em consideração vivências adquiridas no mercado de trabalho alagoano. A construção da aprendizagem deve ser significativa através da interação com a mediação do professor e ações pedagógicas que mobilizem os alunos no processo de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. Nesse sentido, a educação passa a ocupar, dentro da atual conjuntura, um lugar relevante para a qualificação das pessoas, mediante uma formação que atenda ás necessidades profissionais, visando a uma formação que não apenas transmita informações, mas que priorize o aprender a pensar. Discutir criticamente, articular conhecimento prévio aos novos saberes, refletir, criar soluções para os problemas passam a embasar o desenvolvimento de competências necessárias para atuação no mercado de trabalho (TURMINA; MACIEL, 2009). No curso de recepcionista, a unidade curricular trabalhada foi Comunicação oral, adotando a comunicação como instrumento de persuasão junto ao cliente de forma empática e expressiva, através da linguagem verbal e não verbal. Durante a construção dos laboratórios, a metodologia aplicada foi a pesquisa-ação, desenvolvida através dos sete passos no processo de ensino aprendizagem. Recepcionista é uma profissão com grande demanda de profissionais, na atualidade. Não existe empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, que não precise desse profissional. Em diversos segmentos: hotéis, clínicas, indústrias, hospitais, em todos os momentos ou situações,

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    somos sempre recebidos e orientados por um recepcionista. Daí, a importância da comunicação, desenvolvendo uma visão sistêmica das exigências que o mercado de trabalho faz atualmente dos profissionais de recepção, levando-os ao desenvolvimento da prática e do conhecimento para guiar, organizar e executar as atividades referentes à recepção, atendimento ao cliente e suporte à área administrativa. O primeiro momento deste trabalho reflete sobre a importância da educação profissional e da comunicação oral na área de recepção, visando ao entendimento mais amplo no contexto profissional, aplicando as técnicas de comunicação oral como forma de aprimorar a dicção, a pronúncia e a entonação para desempenho na oratória. No segundo momento, retrata-se a prática vivenciada da ação docente construída durante a realização dos laboratórios, baseados nos sete passos para formação das competências. Já o terceiro momento aborda o plano de trabalho do docente e suas aplicações. Assim sendo, este trabalho discute a prática docente na formação das competências profissionais, tendo em vista melhorar a absorção dos conhecimentos alocados pelo docente ao discente.

    2. REFERÊNCIAS GERAIS SOBRE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS OU A TEORIA FEITA PRÁTICA

    2.1 A Importância da Comunicação Oral para o profissional da área de recepção

    Comunicação significa “a capacidade de trocar ou discutir ideias, de dialogar, de conversar, com vista ao bom entendimento entre as pessoas” e também “convivência, trato, convívio”, segundo Ferreira (1988, p. 302).

    Todos que compõe uma organização devem ter conhecimento dos objetivos, da missão, dos valores, do código de ética, das metas e do planejamento, pois dessa maneira todos estarão caminhando em direção ao mesmo alvo. Isso integra e fortalece a empresa. Segundo Feitosa (1987), as principais diretrizes para a comunicação eficiente são a empatia - para isso o emissor precisa entrar ‘inteiro’ no processo comunicativo - e sensibilidade ante o comportamento do receptor. O processo de comunicação necessita, no mínimo, de seis elementos: emissor, mensagem, receptor, referência, canal e um código conhecido por ambos. A comunicação é essencial para os homens e é através dela que ocorre a transmissão de uma mensagem, com a participação dos elementos, e, ainda, como via de circulação de mensagens temos o canal de comunicação que Vanoye (1987) define como os meios técnicos a que o destinador tem acesso a fim de assegurar o encaminhamento de suas mensagens, como a voz e o ouvido. Para que o processo de comunicação se complete é necessário que ocorra a troca de mensagens e a compreensão do conteúdo. Penteado (1969) diz que toda mensagem deve ser significativa, deve dizer alguma coisa em comum entre o transmissor e o receptor. Com a utilização desse código em comum, isto é, sistema de signos e regras que combinam, transmite-se uma mensagem através da linguagem. Vanoye (1987) considera a linguagem como o modo privilegiado de comunicação da sociedade, sendo o fundamento das relações sociais. A linguagem está na origem das sociedades e os indivíduos que fazem parte de determinados grupos sociais fazem uso dela. Sabe-se que o/a recepcionista lida com pessoas e trabalha diretamente com o atendimento pessoal, sendo assim, sua comunicação precisa ser clara e facilmente compreendida pelo ouvinte ou receptor.Para Faria (et. al.1982) através da boa comunicação oral aumenta-se a coordenação administrativa e social, ou

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    seja, torna-se possível o entendimento e a superação de dificuldades, ocasionando assim, a certeza de boas relações. O aperfeiçoamento de recepcionistas nas organizações modernas, cada vez mais, inclui a comunicação oral como um elemento novo e de extrema importância. Em função do contínuo crescimento do mundo empresarial e da competitividade de mercado, a comunicação oral torna-se um instrumento de apoio a/ao recepcionista, facilitando o crescimento das empresas nas quais esse profissional atua.

    2.2 Educação Profissional no SENAC O SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – foi criado em 10 de janeiro de 1946 pelo Decreto-Lei nº 8.621 do Governo Federal, com o objetivo de contribuir para a valorização do trabalhador, fornecendo-lhe oportunidades de capacitação profissional, nas diversas áreas do conhecimento humano e proporcionando-lhe maior possibilidade de ingresso no mercado de trabalho. A legislação que deu origem à entidade determinou que o Setor de Comércio de Bens e de Serviços contribuiria com o percentual de 1% sobre a folha de pagamento, destinado para a manutenção da entidade sem acarretar qualquer despesa para os empregados ou para o governo. A organização e a administração da Instituição ficariam a cargo da Confederação Nacional do Comércio – CNC, órgão máximo de representação sindical do empresariado do comércio e dos serviços (SENAC, 2009, p.11).

    A educação profissional do SENAC/AL deve promover as pessoas, organizações e comunidades, buscando fortalecê-las por meio de um processo que visa à inserção social e à ação participativa. Deve estar voltada para desenvolver as competências para o trabalho para a melhoria da qualidade de vida (SENAC, 2010, p.8).

    A Educação Profissional tem sido um tema bastante difundido no Brasil, especialmente nos últimos anos. É importante que os profissionais atuantes na área da educação, aprofundem o conhecimento sobre o tema para que possam compreender o histórico dessa modalidade de educação, bem como os fatores internos e externos que levam o Estado e a sociedade privada a pensarem políticas, projetos e programas voltados para o ensino profissionalizante (BELONI et al., 2009). Tendo em vista sua missão institucional de ‘educar para o trabalho em atividades de comércio de bens, serviços e turismo’ e seu compromisso com a qualidade da educação, e orientando-se pelos princípios e valores da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o SENAC-AL programou este curso para responder às necessidades educacionais decorrentes das novas formas de organização e gestão que provocaram mudanças estruturais no mundo do trabalho, bem como do emprego de novas tecnologias e da crescente internacionalização das relações econômicas, estabelecendo novos paradigmas que vêm transformando a sociedade e a organização do trabalho, de modo a facilitar o acesso do participante às conquistas científicas e tecnológicas de uma sociedade globalizada. A educação profissional tem sua importância na medida em que afirma o propósito de conceber e realizar a formação, trazendo novas possibilidades para o trabalhador. Isso entra em confluência com os objetivos educacionais do SENAC, uma vez que os princípios que norteiam o projeto pedagógico buscam a formação de um aluno numa perspectiva mais ampla, indo além de uma formação apenas técnica (TURMINA; MACIEL, 2009).

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    3. AS LIÇÕES DA EXPERIÊNCIA VIVIDA

    Ser docente é provocar mudanças significativas no processo de ensino aprendizagem, fazendo com que nosso aluno desperte para a realidade que é o mercado de trabalho. Para que isso se torne possível é necessário que o professor tenha planejamento. Para Moretto (2007), planejar é organizar ações. Essa é uma definição simples, mas que mostra uma dimensão da importância do ato de planejar, uma vez que o planejamento deve existir para facilitar o trabalho tanto do professor como do aluno. O planejamento deve ser uma organização das ideias e ações. Além do planejamento das atividades cotidianas, no campo pedagógico, o ato de planejar assume uma condição fundamental, quando se tem como referência o trabalho didático (TURMINA, 2010).

    O preparo das aulas é uma das atividades mais importantes do trabalho do profissional de educação escolar. Nada substitui a tarefa de preparação da aula em si. (...) faz parte da competência teórica do professor, e dos compromissos com a democratização do ensino, a tarefa cotidiana de preparar suas aulas (...)” (FUSARI, 2011, p. 47).

    3.1 Unidade Curricular: Comunicação Oral

    A unidade curricular – comunicação oral foi trabalhada durante o curso de recepcionista, com o objetivo de desenvolver o perfil desse profissional que deverá ser capaz de conhecer os elementos básicos da comunicação, utilizando estilos de linguagem de acordo com o público; aplicar habilidades receptivas e produtivas das linguagens oral e escrita; adotar comunicação como instrumento de persuasão junto ao cliente; realizar comunicação de

    forma empática e expressiva, através da linguagem verbal e não verbal; conhecer as etapas que compõem o processo de uma entrevista e a importância de realizar uma boa comunicação. 3.1.1 Competência: aplicar as técnicas de comunicação oral como forma de aprimorar dicção, pronúncia e entonação para desempenho na oratória. 3.1.2 Valores/Atitudes: conhecimento, objetividade, simpatia, concisão, respeito, flexibilidade e percepção. 3.1.3 Conhecimentos: elementos básicos da comunicação, estilos de linguagem, fluência, argumentação, linguagem verbal e não verbal, postura, comunicação x entrevista de emprego. 3.1.4 Habilidades: conhecer os elementos básicos da comunicação, utilizando estilos de linguagem de acordo com o público; aplicar habilidades receptivas e produtivas das linguagens oral e escrita; adotar a comunicação como instrumento de persuasão junto ao cliente; realizar comunicação de forma empática e expressiva, através da linguagem verbal e não verbal; conhecer as etapas que compõem o processo de uma entrevista e a importância de realizar uma boa comunicação. 3.1.5 Indicadores: apresenta com eficácia, a mensagem transmitida ao público com objetividade por meio da comunicação verbal e não verbal, e com eficiência, o conhecimento dos elementos básicos da comunicação, utilização dos estilos de linguagem de acordo com o público; aplica as habilidades receptivas e produtivas das linguagens oral e escrita, adotando uma comunicação como instrumento de persuasão junto ao cliente; realiza uma comunicação de forma empática e expressiva, através da linguagem verbal e não verbal demonstrando conhecimento das etapas que compõem o processo de uma entrevista e a importância de realizar uma boa Comunicação.

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    3.2 Perfil Profissional de Conclusão

    Um profissional que atenda ao cliente/paciente com qualidade e excelência, adotando postura profissional adequada; conheça os elementos básicos da comunicação, utilizando estilos de linguagem de acordo com o público; aplique habilidades receptivas e produtivas das linguagens oral e escrita; adote a comunicação como instrumento de persuasão junto ao cliente; realize comunicação de forma empática e expressiva, através da linguagem verbal e não verbal; conheça as etapas que compõem o processo de uma entrevista e a importância de realizar uma boa comunicação.

    3.3 Sete passos do conhecimento

    Os sete passos metodológicos são essenciais para a construção do conhecimento, bem como das competências profissionais desenvolvidas ao longo do curso de recepcionista. São eles. 3.3.1 Contextualização e Mobilização Na atividade de aprendizagem, o aluno foi estimulado para a criatividade e participação, provocando uma inquietação dentro do seu ser, pois foi observado através dessa situação o processo de aprender a aprender. Esse momento proporcionou a participação individual do aluno, instigando e problematizando conceitos e valores trabalhados em sala de aula, condicionando a ação e reação diferenciadas, sempre mediada pelo instrutor, buscando assim, a observação e a percepção dos pontos positivos e negativos adquiridos durante o processo de ensino-aprendizagem. O exercício de encontrar e desenvolver formas de coordenação e acompanhamento da atividade da aprendizagem aprimorou as competências, pois através das atividades realizadas foi possível rever o que já fazíamos em sala de aula e adicionar novos conhecimentos.

    Coordenar e acompanhar essas atividades de aprendizagem nos coloca como protagonistas das nossas próprias construções, junto à peça fundamental desse processo que é o aluno. 3.3.2 Atividades de aprendizagem No primeiro momento, foi realizado o resgate do conhecimento prévio do aluno sobre a Comunicação oral, depois foi discutido o tema, utilizando citações de autores renomados na área de comunicação. Em seguida, durante o segundo momento, os alunos fizeram uma apresentação pessoal, com objetivo de avaliar as deficiências para trabalhar em cima delas. Finalizando as atividades, no terceiro momento, foi realizada uma apresentação real utilizando todos os artifícios de um discurso, para que os mesmos pudessem aprender de forma prática, utilizando o que foi exposto nas atividades anteriores. Durante as atividades de aprendizagem foram trabalhadas algumas características, como: valorização dos conhecimentos prévios dos alunos; interesse demonstrado pelo aluno durante a atividade; capacidade de argumentação; desenvolvimento do relacionamento interpessoal; promoção à flexibilidade e à percepção. 3.3.3 Organização da atividade de aprendizagem As atividades de aprendizagem propostas valorizaram o conhecimento prévio dos alunos, permitindo que os mesmos expusessem suas ideias; já na segunda atividade proposta, o aluno foi estimulado a ser criativo e participativo provocando uma inquietação dentro do seu ser, pois foi através dessa situação que houve o processo de aprender a aprender. Na última atividade, foi proporcionada a participação individual do aluno, instigando e problematizando conceitos e valores trabalhados em sala de aula, condicionando ação e reação diferenciadas, sempre mediadas pelo instrutor, buscando observar a percepção dos pontos positivos e negativos adquiridos durante o processo de ensino-aprendizagem.

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    3.3.4 Coordenação e acompanhamento A coordenação e o acompanhamento da disciplina aos alunos foram aplicados mediante a apresentação das competências desenvolvidas; os alunos foram orientados sobre o tipo de atividade e os critérios que foram adotados durante o processo de avaliação, resgatando os conhecimentos prévios dos alunos; disponibilizando material didático para o desenvolvimento das atividades; promovendo o acesso às outras fontes de pesquisa, como o uso da internet e de textos científicos; aplicando as técnicas de comunicação como forma de aprimorar a convivência e a adaptabilidade na empresa. 3.3.5 Avaliação da aprendizagem A atividade de aprendizagem foi realizada em grupo: Dramatização – Os alunos foram divididos em grupos, e esse tipo de atividade possibilitou a interação entre os alunos e despertou a criatividade dos mesmos, o professor esteve mediando toda a ação desenvolvida. No entanto foi preciso deixar claro para os alunos que estavam sendo avaliados, durante todo o processo de ensino aprendizagem, através de instrumentos e critérios adotados, como: aplicação das técnicas de comunicação como forma de aprimorar a convivência e a adaptabilidade na empresa; capacidade de argumentação; desenvolvimento do relacionamento interpessoal; promoção da flexibilidade e da percepção; aplicação das técnicas de comunicação oral como forma de aprimorar dicção, pronuncia e entonação para desempenho na oratória; através da dramatização. 3.3.6 Outras referências As atividades propostas buscaram proporcionar momentos de autonomia na construção do conhecimento, onde o professor foi o mediador desse processo. O Mapa Mental é um esquema elaborado com o objetivo de conectar palavras e ideias adjacentes a uma ideia central. Enquanto o Mapa Conceitual é um recurso elaborado esquematicamente representando um conjunto de significados conceituais incluídos em uma estrutura de

    proposições que tem por objeto representar as relações entre os conceitos do conteúdo, e do conh