prova discursiva - simulado 1 - com expectativa de resposta

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Questes Discursivas Simulado 1 Qumica 01. Um dos maiores escritores da lngua portuguesa, Jos Maria Ea de Queiroz, nasceu em Portugal em 1845 e morreu em Paris em 1900. A seguir encontra-se um texto retirado de "Os Maias", publicado em 1888, em que apresentado o romance que um dos personagens, o Ega, est escrevendo: ... Intitulava-se Memrias dum tomo, e tinha a forma de uma autobiografia. Este tomo (o tomo do Ega, como se lhe chamava a srio, em Coimbra), aparecia no primeiro captulo, rolando ainda no vago das nebulosas primitivas; depois vinha embrulhado, fasca candente, na massa do fogo que devia ser mais tarde a Terra: enfim, fazia parte da primeira FOLHA DE PLANTA que surgiu da crosta ainda mole do globo. Desde ento, viajando nas incessantes transformaes da substncia, o tomo do Ega entrava na rude estrutura do Orango, pai da humanidade - e mais tarde vivia nos LBIOS DE PLATO. Negrejava no burel dos santos, refulgia na ESPADA DOS HERIS, palpitava no corao dos poetas. GOTA DE GUA nos lagos de Galilia, ouvira o falar de Jesus, aos fins da tarde, quando os apstolos recolhiam as redes; N DE MADEIRA na tribuna da Conveno, sentira o frio da mo de Robespierre. a) Considerando que o "tomo de Ega" pertence ao constituinte principal de cada um dos vrios materiais marcados no texto (folha de planta, lbios de Plato, espada dos heris, gota de gua e n de madeira), explique por que podemos afirmar que quimicamente seria impossvel existir tal tomo. b) Redija um texto de 3 a 7 linhas que mostre como um tomo que seja um dos constituintes principais da "GOTA DE GUA nos lagos de Galilia" se transformaria em um tomo do principal constituinte do "N DE MADEIRA na tribuna da Conveno". Para tal, utilize, no mnimo, 2 fenmenos fsicos e 1 fenmeno qumico.

a) Alguns dos materiais citados, contm elementos qumicos que no esto presentes em outros. Por exemplo: enquanto a espada dos heris certamente apresenta elemento metlico, a gua constituda por tomos dos elementos hidrognio e oxignio. Como um elemento qumico formado pela reunio de tomos de uma mesma espcie (mesmo nmero de prtons), quimicamente impossvel que um mesmo tomo pudesse formar materiais constitudos por elementos diferentes. b) A partir da evaporao, um tomo presente na gua, proveniente dos lagos da Galileia, poderia ser um dos constituintes do vapor dgua que, levado pelos ventos, posteriormente condensaria na atmosfera e precipitaria no solo na forma de chuva. Absorvida pelas razes de uma rvore, a gua (assim como um de seus tomos constituintes) poderia participar da fotossntese para se converter a carboidrato e formar a celulose.

2. Demcrito de Abdera " o filsofo que ri" (470-370 a.C) chamado de "pentatleta" no campo da filosofia, pois dispunha de um vasto e profundo conhecimento em fsica, matemtica, tica, cultura geral e artes. Demcrito era um filsofo, que ao contrrio de Plato, estava sempre pronto para a piada e o riso e gastara toda a fortuna herdada de seu pai, viajando em busca de conhecimento. A afirmao de que : "A origem de tudo so os tomos e o vazio; todo o resto no passa de opinies oscilantes" simplesmente genial e de uma profundidade filosfica abissal, visto que no estava implcito neste contexto o experimentalismo dos atomistas a partir do sculo XIX e que em um espao onde s existem o tomo e o vazio, no sobraria lugar para os deuses da mitologia. Muito tempo depois dos primeiros atomistas, como Demcrito, surgiram os primeiros modelos atmicos, como os de Dalton, Thomson e Rutherford. Acompanhado de teoria muito mais elaborada, surge em 1913 o modelo proposto por Bohr. Um conceito estabelecido pelo modelo atmico de Bohr, o de rbita estacionria. Numa rbita fixa, a energia do eltron deve se manter constante. Ao saltar de uma rbita para outra, no entanto, h absoro ou emisso de enrgia. A energia absorvida ou liberada por um eltron na transio entre dois nveis dada por: E = h, onde: h = contante de Planck (6,62.10-34 J.s) e = frequncia da radiao absorvida ou emitida. a) Explique, de acordo com a Teoria de Bohr, a emisso de luzes de diversas cores quando se observa a queima de fogos de artifcio. b) Determine a frequncia da radiao emitida quando um eltron retorna da segunda para a primeira rbita num tomo de hidrognio. Admita a energia do eltron no tomo de hidrognio calculada a partir da relao: E = - 13,6 / n2, onde n representa a rbita do eltron com a energia dada em eltron-volt (1eV = 1,6.10-19 J).

a) Na queima de fogos de artifcio, elementos qumicos diversos so misturados plvora utilizada. Na queima da plvora, a energia liberada absorvida por eltrons presentes nos tomos (ou ons) dos elementos utilizados que, segundo a teoria de Bohr, podem ser transferidos para rbitas mais afastadas dos ncleos, retornando em seguida para as rbitas de origem, quando liberam energia na forma de radiao eletromagntica de variadas frequncias e comprimentos de onda. Para cada elemento diferente, saltos qunticos diferentes produzem ondas eletromagnticas com diferentes frequncias (ou comprimentos de onda) e, portanto, de cores diversas. b) A partir dos dados fornecidos, calculam-se as energias de cada uma das rbitas envolvidas no salto sugerido, bem como a diferena de energia (energia liberada): E1 = -13,6 / 12 = -13,6 eV; E2 = -13,6 / 22 = -3,4 eV; e E = E2 E1 = 10,2 eV . Convertendo para Joule, e considerando que a variao de energia proporcional frequncia da radiao: E = 10,2 x 1,6.10-19 J; E = h. = 10,2 x 1,6.10-19 J / 6,62.10-34 J.s = 2,465.1015 Hz (ou s-1). A frequncia da radiao emitida no salto proposto de 2,465.1015 Hz.

3. O urnio encontrado na natureza na forma de uma mistura constituda por 99,3% do istopo 238U e apenas 0,7% do istopo 235U. O urnio-235 um istopo fssil ou fissionvel e, por isso, pode ser utilizado como combustvel capaz de alimentar os reatores nucleares, produzindo a energia desejada; enquanto que o urnio-238, que o predominante, no fssil e, portanto, no aproveitvel para a finalidade energtica nuclear. Qualquer que seja o mtodo utilizado, a separao completa entre o 238U e o 235U praticamente impossvel. Sendo assim, o que se faz na prtica procurar aumentar o teor percentual do U-235 em relao ao U-238. A esse processo d-se o nome de enriquecimento do urnio, atravs do qual se pode obter misturas com at 98% de urnio-235. a) Utilizando os dados fornecidos no texto acima, calcule a massa atmica do Urnio. b) Explique a diferena entre nmero de massa e massa atmica.

a) A massa atmica (ma) obtida a partir da mdia ponderada dos istopos. Assim: =, ,

= 237,979

A massa atmica do urnio de 237,979 u. b) Enquanto a massa atmica, como citada anteriormente, calculada a partir da mdia ponderada das massas dos istopos que constituem um elemento qumico, o nmero de massa (A) a soma de prtons e nutrons existentes em um tomo.

4. Um acidente comum ocorre com bastante frequncia na cozinha. Uma panela com leo quente para fritura esquecida sobre a chama de um fogo e, por um procedimento errado no momento da fritura, um pequeno incndio aparece na superfcie do leo. A boa prtica de combate a incndios reccomenda que se desligue a chama do fogo e se tampe a panela com um pano molhado. a) Levando-se em conta que o fogo um fenmeno no qual est presente uma reao qumica, como se justifica o uso do pano molhado, do ponto de vista qumico? b) Por outro lado, jogar gua sobre o leo em chamas uma prtica totalmente desaconselhvel, pois o leo quente pode respingar provocando graves queimaduras. Descreva o que ocorre nesse caso e justifique, levando em conta transformao fsica da gua pelo contato com o leo quente.

a) O pano utilizado para abafar a chama impedindo o fluxo de oxignio necessrio alimentao da combusto. O pano molhado com gua para reduzir a chance de que venha a queimar tambm. b) A gua lquida ao se aproximar do leo temperatura elevada, sofre vaporizao instantnea, fenmeno fsico que pode ser representado pela equao: H2O(l) H2O(v). A vaporizao da gua acompanhada de grande expanso (aumento do volume) que pode arremessar gotas de leo quente provocando srias queimaduras.