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1 Protocolo de Avaliação Funcional Muscular na Paralisia Facial Periférica Isabel Cristina Tigre Xavier 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais Faculdade Cambury Resumo A relevância de uma avaliação é indiscutível, esse processo caracteriza-se pela interpretação de dados coletados, sendo o fisioterapeuta durante o atendimento responsável pela execução da mesma envolvendo análise e a síntese de informações para a tomada de decisões clínicas corretas possibilitando traçar a conduta fisioterapêutica que será aplicada ao paciente acometido pela Paralisia Facial Periférica. A Paralisia Facial Periférica requer um tratamento especializado, exigindo do profissional como pré-requisito a aplicação de testes e medidas que identifiquem de forma ampla estruturas como músculos e nervos que comprometeram a mímica facial. Essa pesquisa objetiva sugerir uma avaliação sintetizada baseada em evidências a fim de facilitar o trabalho do fisioterapeuta na rotina diária da avaliação cinesiofuncional com testes e medidas direcionados a referida patologia auxiliando do início ao fim do tratamento com registros do processo de reabilitação visando qualidade da assistência prestada. A pesquisa será realizada através da revisão bibliografia pelo método descritivo, considerando os aspectos quantitativos dos testes e medidas. Palavras Chave: Avaliação, Testes e Medidas, Paralisia Facial Periférica 1. Introdução A tomada de decisão clínica é um processo multidimensional, que envolve uma ampla gama de habilidades cognitivas utilizadas pelos fisioterapeutas, para processar informações, tomar decisões e determinar ações (SULLIVAN, 2010). Entendemos que a avaliação é um fator primordial durante o atendimento inicial e consiste em identificar e definir o(s) problema (as) do paciente e os recursos disponíveis para determinar a intervenção apropriada. Ela consiste em três componentes: o histórico do paciente, a revisão de sistemas relevantes, testes e medidas. Segundo Edwards (1996), a capacidade de analisar o movimento é um pré-requisito essencial para avaliação de pacientes com deficiência do movimento. O conhecimento do fisioterapeuta faz dele um profissional capaz de reconhecer e estabelecer dentro da patologia de Paralisia Facial Periférica se há distúrbios de movimento, quais alterações precisam ser identificadas e quais complicações podem ser evitadas através de uma análise das estruturas acometidas. A paralisia facial periférica (PFP) decorre da interrupção da trajetória nervosa de qualquer um dos segmentos do nervo facial (VII par de nervos craniano). (VALENÇA; VALENÇA,1999). O acometimento periférico desse nervo craniano resulta em paralisia completa ou parcial da 1 Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais. 2 Orientadora: Fisioterapeuta Especialista em Metodologia do Ensino Superior, mestrando em Bioética e Direito em Saúde.

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Protocolo de Avaliação Funcional Muscular na Paralisia Facial

Periférica

Isabel Cristina Tigre Xavier1

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais – Faculdade Cambury

Resumo

A relevância de uma avaliação é indiscutível, esse processo caracteriza-se pela interpretação

de dados coletados, sendo o fisioterapeuta durante o atendimento responsável pela execução

da mesma envolvendo análise e a síntese de informações para a tomada de decisões clínicas

corretas possibilitando traçar a conduta fisioterapêutica que será aplicada ao paciente

acometido pela Paralisia Facial Periférica. A Paralisia Facial Periférica requer um

tratamento especializado, exigindo do profissional como pré-requisito a aplicação de testes e

medidas que identifiquem de forma ampla estruturas como músculos e nervos que

comprometeram a mímica facial. Essa pesquisa objetiva sugerir uma avaliação sintetizada

baseada em evidências a fim de facilitar o trabalho do fisioterapeuta na rotina diária da

avaliação cinesiofuncional com testes e medidas direcionados a referida patologia auxiliando

do início ao fim do tratamento com registros do processo de reabilitação visando qualidade

da assistência prestada. A pesquisa será realizada através da revisão bibliografia pelo

método descritivo, considerando os aspectos quantitativos dos testes e medidas.

Palavras Chave: Avaliação, Testes e Medidas, Paralisia Facial Periférica

1. Introdução

A tomada de decisão clínica é um processo multidimensional, que envolve uma ampla gama

de habilidades cognitivas utilizadas pelos fisioterapeutas, para processar informações, tomar

decisões e determinar ações (SULLIVAN, 2010).

Entendemos que a avaliação é um fator primordial durante o atendimento inicial e consiste em

identificar e definir o(s) problema (as) do paciente e os recursos disponíveis para determinar a

intervenção apropriada. Ela consiste em três componentes: o histórico do paciente, a revisão

de sistemas relevantes, testes e medidas.

Segundo Edwards (1996), a capacidade de analisar o movimento é um pré-requisito essencial

para avaliação de pacientes com deficiência do movimento.

O conhecimento do fisioterapeuta faz dele um profissional capaz de reconhecer e estabelecer

dentro da patologia de Paralisia Facial Periférica se há distúrbios de movimento, quais

alterações precisam ser identificadas e quais complicações podem ser evitadas através de uma

análise das estruturas acometidas.

A paralisia facial periférica (PFP) decorre da interrupção da trajetória nervosa de qualquer um

dos segmentos do nervo facial (VII par de nervos craniano). (VALENÇA; VALENÇA,1999).

O acometimento periférico desse nervo craniano resulta em paralisia completa ou parcial da

1 Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais. 2 Orientadora: Fisioterapeuta Especialista em Metodologia do Ensino Superior, mestrando em Bioética e Direito

em Saúde.

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mímica facial ipsilateral a lesão e pode estar associada a distúrbios da gustação, salivação,

lacrimejamento, hiperacusia ou hipoestesia no canal auditivo externo (VASCONCELOS E

Colaboradores, 2001).

Os músculos faciais são denominados músculos da expressão ou da mímica.

O nervo facial, por meio de seus muitos ramos, inerva a maioria dos músculos faciais.

Numerosos músculos podem atuar em conjunto para criar movimento, como fazer uma careta,

ou movimento pode ocorrer em uma única área, como elevar uma sobrancelha. A perda de

função dos músculos faciais interfere na qualidade de falar claramente e de comunicar

sentimentos por meio de expressões faciais. Sorrir, franzir a testa, olhar de surpresa,

expressões como essas são criadas pelas ações dos músculos que se inserem diretamente na

pele. Por causa das inserções únicas dos músculos faciais, testes para esses músculos diferem

de outros testes musculares manuais que exigem posição de teste e fixação do indivíduo, além

de pressão e resistência por parte do examinado (KENDALL, 2007).

As (PFP) adquiridas e as congênitas normalmente produzem inibições dos movimentos da

mímica facial, consequentemente favorecem o aparecimento de alterações estéticas,

funcionais e trágicos transtornos emocionais uma vez que é a patologia não escolhe raça,

gênero, idade ou condição social.

As sequelas que mais acometem o paciente portador de PFP são as estéticas e/ou funcionais

significantes como: obstrução nasal, disgeusia, disestesias, sincinesias e espasmo hemifacial,

levando uma piora do quadro nas primeiras 48 horas, porém, estudos apontam quantos antes

for realizada a intervenção fisioterapêutica dependentes das diferentes etiologias, os

resultados tendem a ser satisfatórios durante o processo de reabilitação.

Os recursos fisioterapêuticos utilizados precisam ser avaliados e reavaliados durante o

tratamento e evolução do paciente, sendo a ficha de avaliação contendo testes e medidas

direcionadas a referida patologia uma das ferramentas importantes capazes de mostrar com

registros quais mudanças ocorreram com o tempo e quais os procedimentos que devem ser

mantidos ou alterados para que o paciente obtenha sua recuperação e o retorno as suas

atividades da vida diária.

Essa pesquisa objetiva sugerir uma avaliação sintetizada baseada em evidências a fim de

facilitar o trabalho do fisioterapeuta na sua rotina diária com testes e medidas, auxiliando no

diagnóstico cinesiofuncional do início ao fim do atendimento do paciente acometido pela

patologia de Paralisia Facial Periférica visando a qualidade da assistência prestada.

O estudo envolve identificar quais seriam os testes e medidas avaliativos para a referida

patologia, que possam em conjunto trazer ao profissional uma análise de ação muscular,

inervação sensitiva e motora, coletando dados relevantes de forma apropriada tanto das

estruturas comprometidas quanto ao grau de acometimento, identificando nível de deficiência,

o grau de perda funcional, incapacidade e limitações que causam as sequelas de (PFP).

Infelizmente, as avaliações podem tornar-se rituais em vez de instrumentos valiosos (Wade,

1992) e a finalidade da avaliação da função física, que é registrar objetivamente, documentar

e comunicar achados sobre os distúrbios de movimento e os níveis de atividade, pode não ser

atingido.

A problemática partiu da importância que a fisioterapia possui dentro do processo de

reabilitação do paciente que convalesce das sequelas causadas pela (PFP), dando a seriedade

devida a cada estrutura acometida durante aplicação dos recursos fisioterapêuticos, de

contrapartida, para que haja uma evolução positiva, se faz necessária uma avaliação

abrangente e sensata.

Baseando-se na relevância de uma avaliação é de suma importância que todo e qualquer dado

ou medida coletado seja ele por inspeção, palpação ou observação, tenham registros bem

como sua forma de execução dentro da literatura, respaldando o profissional de sua eficácia

visando devolver ao paciente sua recuperação e/ou melhoria na sua qualidade de vida.

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Esse projeto busca colocar nas mãos do fisioterapeuta recursos da avaliação que viabilizem a

constatação e parâmetros das estruturas acometidas no paciente com seqüelas da Paralisia

Facial Periférica uma vez que tal patologia causa exclusão da vida social e constrangimentos.

2. Revisão de Literatura

A capacidade de planejar um tratamento e um programa de reabilitação é, talvez, a habilidade

mais complexa que os especialistas em reabilitação devam dominar. Este processo integra

perícia em avaliação física e conhecimento da patologia, conhecimentos dos princípios e

técnicas terapêuticas aplicáveis, estabelecimento de metas e motivação e orientação do

paciente. Nenhuma fonte única é suficiente para obter proficiência nesta habilidade. Trata-se

de arte tanto quanto de ciência e sua capacitação nesta área que irá crescer e aperfeiçoar-se

com a experiência (STARKEY, 2001).

O terapeuta deve ser sensível a diferenças culturais e étnicas que possam influenciar como o

paciente ou o familiar responde durante a entrevista ou exame afirma O′Sullivan, 2010.

Segundo O′Sullivan, (2010), os dados coletados no exame inicial devem então ser analisados

e organizados. Fisioterapeutas devem considerar diversos fatores ao avaliar dados, incluindo o

nível de deficiência, o grau de perda funcional e incapacidade, a saúde geral e o nível de

atividade do paciente, a disponibilidade de sistemas de apoio social, o ambiente onde vive e o

destino de alta em potencial. O envolvimento de vários sistemas, deficiência grave e perda

funcional, tempo de envolvimento prolongado (cronicidade), condições de comorbidade e a

estabilidade clínica do paciente são parâmetros importantes aumentam a dificuldade e a forma

do processo de tomada de decisão.

3. Metodologia

Foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica, buscando na literatura testes que possam

ser incluídos durante o processo de avaliação e que fazem referência ou possam ser utilizados

na patologia de Paralisia Facial Periférica.

Este trabalho é uma revisão bibliográfica que utilizou como fonte de pesquisa as bases de

dados da Biblioteca Virtual Bireme e Scielo bem como livros e periódicos científicos

nacionais e internacionais que estão disponíveis no acervo da biblioteca do Instituto de

Ciências da Saúde – Campus Manaus no período de Março de 2011 a Novembro de 2011.

4. Avaliação Fisioterapêutica

A primeira etapa envolve identificar e definir o(os) problema (as) do paciente, consiste em

três componentes: o histórico do paciente, a revisão de sistemas relevantes e testes e medidas.

5. Histórico do Paciente

História é o mecanismo pelo qual o fisioterapeuta obtém uma visão geral da informação atual

e anterior (tanto subjetiva quanto objetiva) sobre a (as) condição (ões) do paciente, seu estado

geral de saúde (fatores de risco e problemas de saúde coexistentes) e o motivo que o levou a

buscar os serviços de fisioterapia (KISNER,2005)

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6. Revisão dos Sistemas

O uso de um exame de triagem breve permite ao terapeuta examinar sistemas corporais

rapidamente e determinar áreas de função intacta e de disfunção: cardiopulmonar,

integumentar, musculoesquelética e neuromuscular. Também é possível obter informações

sobre comunicação, afeto, cognição e estilo de aprendizagem. As áreas de déficit confirmam a

necessidade de se fazer outros exames mais detalhados, realizados por um fisioterapeuta ou

por outro profissional de saúde (O’SULLIVAN, 2010).

7. Testes e Medidas

Testes e medidas mais definitivos são utilizados para fornecer dados objetivos que

determinem de maneira precisa o grau de função e disfunção específico (por exemplo, o teste

muscular manual [TMM], o teste de amplitude de movimento [TADM], o consumo de

oxigênio e assim por diante (O’Sullivan, 2010).

Segundo O’Sullivan (2010), ainda, o treinamento adequado e a habilidade na realização de

testes e medidas específicos são cruciais para garantir tanto a validade quanto a confiabilidade

dos testes. Realizar incorretamente um exame pode levar a obtenção de dados imprecisos a

um plano de tratamento inadequado.

Os testes e medidas específicos (que delimitam a disfunção) usados pelos fisioterapeutas

proporcionam informação aprofundada sobre comprometimento, limitações funcionais e

incapacidades. A especificidade desses testes possibilita ao fisioterapeuta apoiar ou refutar a

hipótese de trabalho formulada ao coletar a história do paciente e realizar a revisão dos

sistemas. Os dados gerados com base nesses testes são o meio pelo qual o fisioterapeuta

determina as possíveis causas de base dos comprometimentos e das limitações funcionais de

um paciente. Estes testes também fornecem um quadro mais claro da condição atual do

paciente e podem revelar informações que não tinham sido previamente identificadas durante

a anamnese e revisão dos sistemas. Quando o tratamento é iniciado, os resultados de tais

medidas e testes específicos estabelecem linhas básicas objetivas a partir das quais podem ser

medidas as mudanças no estado físico do paciente como resultado do tratamento (avaliação

evolutiva) (KISNER, 2005).

Um exame aprofundado dos comprometimentos proporciona informações preciosas sobre a

extensão e a natureza dos comprometimentos e, é a base do (s) diagnóstico (s) feito por um

fisioterapeuta. Um exame minucioso dos comprometimentos também ajuda o fisioterapeuta a

escolher as modalidades mais apropriadas de exercícios e outros recursos de intervenção para

o plano de tratamento.

8. Diagnóstico Cinesio-Funcional

O’Sullivan, 2010, salienta que o processo de diagnóstico inclui a integração e a avaliação dos

dados obtidos durante o exame para descrever a condição do paciente/cliente em termos que

guiarão o prognóstico, o plano de tratamento e as estratégias de intervenção.

O diagnóstico é um elemento essencial do tratamento do paciente porque direciona o

prognóstico da fisioterapia (incluindo o plano de tratamento) e os tipos de intervenções. Com

o processo de diagnóstico, o fisioterapeuta classifica a disfunção (com muita frequência uma

disfunção do movimento), enquanto o médico identifica uma doença. Para o fisioterapeuta, o

processo de diagnóstico é um mecanismo por meio do qual são identificadas as discrepâncias

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e as consistências entre o grau de função desejado do paciente e o de função identificado

(KISNER, 2005).

9. Avaliação Fisioterapêutica na Paralisia Facial Periférica

A avaliação física permite verificar o grau de assimetria facial, os traços fisionômicos

comprometidos do lado paralisado e, de acordo com os músculos acometidos, quais funções

da mímica facial foram perdidas. A avaliação das dificuldades nas atividades da vida diária

(AVDs), tais como mastigar e beber, é importante, mas o impacto da incapacidade motora nas

atividades da vida prática, como nas situações de trabalho e de relacionamento social, deve

ser também considerado (LAZZARINI & FOUQUET, 2006).

A avaliação musculoesquelética contribui durante a análise de dados tanto para o diagnóstico

como para o prognóstico e orienta a determinar metas e resultados desejados e o

desenvolvimento de um plano de tratamento. É um componente importante servindo de

parâmetros periódicos no transcorrer do tratamento tanto no início quanto na finalização do

tratamento, estão incluídos no propósito:

- Avaliação da Força Muscular;

- Avaliação da Face em Repouso;

- Avaliação da mobilidade da musculatura da mímica facial;

- Avaliação do Tônus;

- Avaliação de sincinesias; e

- Teste de Goniometria.

A avaliação demonstra que um dos seus principais objetivos é identificar o problema,

envolvendo a interpretação de medidas da incapacidade ou capacidade seguida por exames de

medidas que serão reavaliadas com o transcorrer do tempo.

O registro da evolução e sua demonstração ao paciente são essenciais, tendo a finalidade de

estimular e garantir sua adesividade ao tratamento, por vezes de evolução lenta. O paciente,

sem esse documento evolutivo, teria dificuldades de reconhecer sua melhora funcional

(LAZZARINI & FOUQUET, 2006).

10. Paralisia Facial Periférica

A paralisia facial perférica (PFP) é uma doença que causa grande repercussão para o paciente,

tanto funcional como em aspectos psicossociais. Ela pode se apresentar em diversas

especialidades médicas, devido a diversidade de fatores etiológicos (lesões pré-natais,

traumas, infecções, doenças sistêmicas, genéticas, inflamatórias e tumorais, entre outras).

Além disso, o longo trajeto do nervo facial desde a ponte até a musculatura da mímica facial,

passando pelo canal ósseo do osso petroso, diferencia dos outros nervos cranianos. Este nervo

relaciona-se anatomicamente com outras estruturas, como os nervos cranianos (V, VIII),

orelhas internas e médias, pavilhão auricular, mandíbula e parótida, o que contribui para

maior diversidade de fatores etiológicos para a PFP (LAZZARINI & FOUQUET, 2006).

A ausência de movimentos nos músculos da face acarreta desfiguração e comprometimento

da expressão facial, fundamental no processo de comunicação humana (mímica facial). A fala

é dificultada pelo desvio do filtro naso-labial e pela articulação inadequada dos fonemas

labiodentais e bilabiais pelo comprometimento do músculo bucinador.

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Os músculos faciais tem unidades motoras pequenas, com função de movimentos finos e

delicados, que garantem a precisão funcional. Suas fibras musculares tem estruturas adaptadas

ao tipo de contração muscular exigida. As características anátomo-fisiológicas de cada

músculo facial, isoladamente, determinam a estratégia de reabilitação (CASTILHO, 1999 &

MAY, 2000).

A musculatura mímica da face é inervada pelo nervo facial, VII nervo craniano. O núcleo do

nervo facial localiza-se na ponte, relativamente próximo ao núcleo abducente (NITRINNI,

2005).

Os movimentos faciais normais são bilaterais e simétricos: ambos os lados da face movem-se

de modo semelhante. Um indivíduo sadio e capaz de inumeráveis combinações dos

movimentos faciais, que incluem movimentos unilaterais e bilaterais assimétricos. A

incapacidade de executar voluntariamente movimentos bilaterais harmoniosos é indício de

fraqueza e quebra de equilíbrio funcional entre os músculos agonistas e antagonistas faciais.

Os músculos faciais são espirais e diagonais e estão topograficamente dispostos para os

movimentos simétricos. A contração forte dos músculos circulares ao redor da boca e dos

olhos requer reações de estiramento e encurtamento de outros grupos faciais, inclusive os da

cabeça. A contração forte dos músculos nasais requer cooperação dos músculos responsáveis

pelos movimentos dos olhos e da boca. Na paralisia facial esse equilíbrio é prejudicado,

ocorrendo alterações da mímica facial (LAZZARINI & FOUQUET, 2006). Finalmente é

importante a diferença da musculatura facial de outros músculos, pois mesmo após muitos

anos de desnervação continua apta a receber novas terminações nervosas e reconstituir, ainda

que de forma anômala suas placas mioneurais não se atrofiam.

A capacidade do músculo em executar uma função determinada deve-se a soma das

capacidades das unidades motoras que o compõem. Quanto menor a fibra muscular, menor a

quantidade de unidades motoras. Músculos com pequena quantidade de unidades motoras são

específicos para movimentos finos e delicados, como na musculatura facial. Aqueles com

grande quantidade de unidades motoras respondem pelos grandes esforços musculares

(KONDEV, 2004).

A lesão dos neurônios do nervo facial, quer do corpo celular localizado no núcleo, quer dos

axônios em qualquer parte do trajeto, causa paralisia facial periférica. Há paralisia de toda

musculatura mímica de uma hemiface, a rima bucal desvia-se para o lado são devido a

redução do tono no lado afetado e o olho mantêm-se aberto pela ação do músculo elevador da

pálpebra (III nervo). Movimentos como franzir a testa, assobiar e exibir os dentes como num

sorriso tornam-se impossíveis. Quando a lesão acomete fibras do nervo intermédio, pode

haver déficit da gustação dos dois terços anteriores da língua e redução da secreção lacrimal.

A forma mais comum da paralisia facial é a paralisia de Bell (NITRINNI, 2005).

11. Paralisia de Bell

Sir Charles Bell (1774-1842), cirurgião e fisiologista francês, foi o primeiro a descrever a

anatomia e a função motora do nervo facial em 1829.

A paralisia de Bell caracteriza-se por seu uma forma de paralisia da hemiface, aguda, não

contagiosa, isolada ou acompanhada, eventualmente, de dor retricular em hemiface, disgeusia,

cefaléia, alteração de sensibilidade da faringe, redução ou aumento do lacrimejamento e

hiperacusia.

As etiologias citadas na literatura são idiopáticas (mais comum), vasculoisquêmica (a frigore),

traumática, congênita, tumoral, afecções neurológicas, causas psicossomáticas, em gestantes,

e processos infecciosos: viral (herpes zooster oticus); bacteriana (otite média), sífilis e

tuberculose (HUNGRIA, 1995 e COLABORADOERES)

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Existem várias teorias para tentar explicá-la (vascular, viral, hereditária, inflamação,

imunomediada e psicossomática)(1,2,30), mas permanece ainda como sendo de causa incerta.

A paralisia tem início abrupto e apresenta evolução favorável, sendo o diagnóstico de

exclusão, quando não se consegue definir outra etiologia possível para a PFP. A recuperação

da função do nervo facial é completa em 70% a 84% dos casos, sem nenhum tipo de

tratamento, porém as seqüelas estão presentes em até 30% dos pacientes, o que justifica a

necessidade do tratamento, que possui o intuito de evitá-las (ANTUNES, 2002).

Em nosso meio as estatísticas sobre reabilitação são praticamente inexistentes, porém,

segundo estimativas da Organização das Nações Unidas, qualquer país em tempos de paz

apresenta 10% de sua população com grau maior ou menor de incapacidade; desta forma

cerca de 15 milhões de brasileiros necessitam de cuidados de reabilitação. Trata-se, portanto

de um grave problema social, pois devido a sua magnitude, além das implicações de ordem

pessoal e familiar da moléstia incapacitante, a comunidade é atingida como um todo pelos

encargos econômicos que deve assumir para suprir as necessidades do indivíduo incapaz de

ser auto suficiente, que necessita desse modo, de amparo e Previdência Social.

12. Classificação – Grau de Paralisia

Na avaliação do paciente portador de paralisia facial periférica é necessário estabelecer

parâmetros classificatórios para o grau de comprometimento da atividade motora da face,

principal função do nervo facial. A determinação clínica precisa dos movimentos faciais

constitui uma parte importante para o tratamento de pacientes com lesões do nervo facial.

Essa classificação é importante para o acompanhamento clínico do paciente ao longo de sua

evolução, como também para padronizações em trabalhos científicos objetivando comparação

de resultados em diferentes métodos terapêuticos para esta afecção (Lazarini & Fouquet,

2006).

A classificação estabelecida por House (1983) e modificada por House & Brockmann (1985)

tem sido mais utilizada, tornou-se referência na prática clínica e é, padronizada pelo Comitê

de Doenças no Nervo Facial da Acadêmia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de

Cabeça e Pescoço. Esta classificação é constituída de seis graus (I-Normal; II – disfunção

leve; III – disfunção moderada; IV – disfunção moderadamente severa; V – disfunção severa;

VI – paralisia total.

13. Avaliação da Força Muscular

O desempenho muscular é a capacidade de um músculo ou um grupo muscular gerar forças.

Força muscular é a “força mensurável exercida por um músculo ou um grupo muscular para

superar um a resistência em um máximo de esforço” (O’SULLIVAN, 2010).

A musculatura da mímica facial se localiza nas camadas da fáscia subcutânea e se origina da

fáscia ou dos ossos da face e do crânio, inserindo-se na pele (GRAY, 1988). Estes músculos

tem função esfinctérica e dilatadora das estruturas que circundam, ou seja, são responsáveis

pela movimentação dos orifícios da boca, dos olhos e do nariz (MOORE E DALLEY, 2001;

SNELL, 1999).

Os músculos da face caracterizam-se por manter conexões íntimas com a pele, à qual se

inserem diretamente por meio de feixes isolados. Não existem tendões como na musculatura

esquelética. A maioria e desprovida de aponeurose e é dependente, como nos demais

músculos esqueléticos, dos neurotransmissores liberados na junção neuromuscular. Essas

características anatômicas particulares determinam suas pecularidades funcionais.

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Quando o axônio de um motoneurônio chega a um músculo divide-se em terminais de número

variável, cada qual terminando numa só fibra muscular. Esse conjunto é denominado unidade

motora. A unidade motora constitui a via final comum e funcional de toda a atividade motora.

A unidade motora é o componente básico da atividade muscular e refere-se ao conjunto do

corpo celular do motoneurônio e das fibras musculares esqueléticas inervadas pelo mesmo

(DOUGLAS, 2002).

Músculo occipitofrontal é composto pelo occipital e pelo frontal, ligados entre si pela

aponeurose epicraniana (gálea aponeurótica). A ação deste músculo é elevar as

sombrancelhas, formando rugas horizontais (GRAY E Colaboradores, 1988).

Músculo occipital

Origem: 2/3 externos da linha curva do osso occipital e da parte mastóidea do temporal.

Inserção: sobre a borda posterior da aponeurose epicraniana Inervação: ramo auricular

posterior facial (GRAY, 1988).

Músculo frontal

Origem: borda anterior da aponeurose epicraniana.

Inserção: camada profunda da pele da região supraciliar e interciliar.

Inervação: Provém do ramo temporal do nervo facial (CHEVALIER E Colaboradores, 1987)

Músculo corrugador do supercílio

Origem: extremidade medial da arcada superciliar.

Inserção: camada profunda da pele da sobrancelha, na parte média da órbita (CHEVALIER E

Colaboradores,1987)

Inervação: é fornecida pelo ramo temporal do nervo facial (GRAY E Colaboradores,1988).

Músculo orbicular dos olhos

É inervado pelos ramos temporais e zigomáticos do VII par.

Porção palpebral Origem: na lateral do ligamento palpebral medial.

Inserção: na rafe palpebral lateral

Porção orbitária

Origem: parte nasal do osso frontal, no ramo ascendente frontal do

maxilar, na face anterior e na borda do ligamento lateral medial.

Inserção: nas fibras musculares que se alargam em direção ao ângulo

externo do olho.

Porção lacrimal:

Origem: da crista lacrimal posterior.

Inserção: no tarso inferior e superior medialmente aos pontos lacrimais.

Músculo prócero: sobre a aponeurose que recobre a parte inferior do osso nasal.

Inserção: na camada profunda da pele da região intermediária das sobrancelhas.

Inervação: provém do ramo temporal do nervo facial (VELAYOS e SANTANA, 2004).

Músculo nasal

Porção transversa: origem na maxila, acima dos dentes caninos.

Inserção: sobre a linha aponeurótica do dorso do nariz.

Inervação: ramo bucal do nervo facial (SNELL E Colaboradores, 1999).

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Porção alar: origem a partir da maxila, acima dos incisivos laterais.

Inserção: nas cartilagens alares do nariz (MOORE & DALLEY E Colaboradores, 2001).

Inervação: ramos zigomáticos do nervo facial (VELAYOS E SANTANA, 2004).

Músculo abaixador do septo nasal

Origem: na fosseta mirtiforme do maxiliar superior e da saliência alveolar do dente canino.

Inserção: no septo nasal e na borda posterior da asa do nariz.

Inervação: ramos zigomáticos do nervo facial (VELAYOS e SANTANA, 2004).

Músculo levantador do lábio superior e asa do nariz

Origem: no processo frontal da maxila e na região medial da margem infra orbital,

confundem-se com as fibras do músculo orbicular da boca e chegam à asa do nariz.

Inserção: na camada profunda da borda posterior da asa do nariz e do lábio superior (GRAY,

E Colaboradores, 1988).

Inervação: provém do ramos zigomáticos do nervo facial (VELAYOS e SANTANA, 2004).

Músculo levantador do lábio superior

Origem: massa muscular do músculo orbicular do olho, na sua margem infra-orbital.

Inserção: asa do nariz e lábio superior.

Inervação: ramos zigomáticos do nervo facial (VELAYOS e SANTANA, 2004).

Músculo levantador do ângulo da boca

Origem: na fossa canina, inferior ao forame infra orbital.

Inserção: na camada profunda d apele da comissura e do lábio superior (CHEVALIER,

1987).

Inervação: ramos zigomáticos do nervo facial (VELAYOS e SANTANA, 2004).

Músculo zigomático menor

Origem: na face lateral do osso zigomático.

Inserção: no lábio superior, entre o elevador do lábio superior e o zigomático maior.

Inervação: é fornecida pelos ramos zigomáticos do facial ((VELAYOS e SANTANA, 2004).

Músculo Zigomático maior

Origem: No osso zigomático, cruzando o bucinador.

Inserção: no ângulo da boca

Inervação: provinda dos ramos zigomáticos do nervo facial (VELAYOS e SANTANA,

2004).

Músculo bucinador

Origem: sobre a borda alveolar da maxila e da mandíbula.

Inserção: suas fibras centrais se inserem na comissura labial e as fibras superiores e inferiores

no lábio correspondente.

Inervação: ramo bucal superior do nervo facial (VELAYOS e SANTANA, 2004).

Músculo risório

Origem: sobre as fibras aponeuróticas do masseter.

Inserção: na pele da comissura labial

Inervação: pelo ramo bucal inferior do nervo facial (GRAY E Colaboradores, 1988).

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Músculo abaixador do lábio inferior

Origem: no terço anterior da borda lateral da mandíbula.

Inserção: na camada profunda da pele do lábio inferior (GRAY E Colaboradores, 1988)

Inervação: no ramo marginal da mandíbula do nervo facial (VELAYOS e SANTANA, 2004)

Músculo mentual

Origem: algumas destas fibras se originam próxima a linha média da maxila e da mandíbula

e outras da face profunda da pele.

Inserção: na face interna dos lábios.

Inervação: pelos ramos bucais superiores e inferiores do nervo facial (GRAY E

Colaboradores, 1988).

Músculo abaixador do ângulo da boca

Origem: na linha oblíqua da mandíbula.

Inserção: no ângulo da boca e no lábio inferior.

Inervação: ramo marginal da mandíbula do nervo facial (GRAY E Colaboradores, 1988).

Músculo platisma

Origem: nas regiões deltóide, clavicular e peitoral maior

Inserção: suas fibras anteriores se inserem em direção à pele da eminência mentoniana; as

fibras médias inserem-se em parte sobre a borda inferior do maxilar inferior e a outra parte de

entrecruza com as fibras do abaixador do ângulo da boca e abaixador do lábio inferior; já as

fibras posteriores continuam, em parte, nas fibras do abaixador do ângulo da boca, e as

demais, na camada profunda da pele da comissura labial e da bochecha (MOORE e

DALLEY, 2001; CHEVALIER, 1987).

Inervação: o ramo cervical do nervo facial inerva o músculo platisma (VELAYOS e

SANTANA, 2004).

Sorrir, franzir a testa, olhar de surpresa, expressões como essas são criadas pelas ações dos

músculos que se inserem diretamente na pele. Por causa das inserções únicas dos músculos

faciais, testes para esses músculos diferem de outros testes musculares manuais que exigem

posição de teste e fixação do indivíduo, além de pressão e resistência por parte do

examinador. Em vez disso solicita-se ao indivíduo que imite expressões faciais enquanto olha

fotografias de uma pessoa realizando os movimentos de teste ou enquanto olha o examinador

realizá-los (KENDALL, 2007).

A legenda para graduação de força é essencialmente uma estimativa subjetiva do examinador

sobre quão boa é a função muscular numa escala de zero, vestigial, ruim, regular, boa e

normal (KENDALL, 2007).

Segundo KENDALL (2007), a face e composta pelos músculos e estes inervados pelo VII

nervo facial, cada um com sua função determinada, no qual são utilizados para testes dos

músculos faciais e oculares, apresentados na tabela abaixo:

Músculo Ação

Bucinador Comprime as bochechas

Corrugador do supercílio Traciona o supercílio para baixo e para dentro, com rugas

verticais na fronte; músculo de franzimento

Depressor do ângulo bucal Deprime o ângulo da boca

Depressor do lábio inferior Traciona o lábio inferior para baixo e ligeiramente para o

lado, como em expressões de ironia.

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Depressor do septo nasal Traciona a asa nasal para baixo para fechar o nariz

Frontal Eleva os supercílios e franze a pele da fronte, como em

expressão de surpresa ou medo

Levantador do ângulo bucal Deprime o sulco nasolabial, como em expressão de desprezo

ou desdém.

Levantador do lábio superior Move o lábio superior para cima e para frente

Mentual Eleva e protrui o lábio inferior e enruga a pele do queixo,

como para exprimir desapontamento

Nasal porção alar Alarga as narinas

Nasal porção transversa Deprime a parte cartilaginosa do nariz

Orbicular do olho Parte palpebral: fecha os olhos suavemente e Parte orbitária:

Fecha os olhos com fortemente

Orbicular bucal Fecha os lábios e os protrai para a frente

Platisma Retrai e deprime o ângulo bucal

Prócero Traciona o ângulo interno das sobrancelhas para baixo e

produz rugas transversas na ponte do nariz

Risório Retrai o Ângulo da boca

Zigomático Maior Traciona o ângulo da boca para cima e para fora , como em

um sorriso

Zigomático Menor Aprofunda o sulco nasolabial como em expressão de tristeza

Fonte: Kendal (2007)

14. Avaliação da Face em Repouso

A avaliação miofuncional é fundamental para o planejamento fisioterapêutico e engloba o

estudo da mobilidade da musculatura e de possíveis sequelas, como sincinesias ou contratura.

Segundo Lazarini & Fouquet, (2006), a sincinesia é encontrada em caso que houve

degeneração neural axonal importante, correspondendo a contração de um músculo não

envolvido com a ação motora principal pretendida pelo indivíduo. Durante a regeneração

axonal, alguns destes, responsáveis pela contração de um grupo muscular, seguem em direção

a outros grupos de músculos inervando-os. Assim, diante de uma orientação do sistema

nervoso central para uma contração de um grupo muscular (por exemplo, da rima bucal),

outro grupo (por exemplo, orbicular dos olhos) também se contrai. Portanto, ao sorrir o

paciente pode apresentar um fechamento palpebral involuntário.

Chevalier e Colaboradores, (1987) propuseram uma avaliação da mímica facial em repouso e

em movimento, classificando a mobilidade da musculatura da face em uma escala de 0 a 4,

em que 0 (zero) corresponde a contração não visível durante o comando do movimento e 4

equivale a um movimento amplo, sincrônico e simétrico. Além de avaliar a mobilidade, os

autores propuseram a avaliação do tônus da musculatura e também uma escala de valores para

as sincinesias.

Em primeiro lugar a face, a face é avaliada em repouso, observando os seguintes sinais e

classificando-os como normal (ausência dos sinais descritos), alteração parcial ou total:

Abolição das rugas frontais (testa);

- Rebaixamento da ponta da sobrancelha;

- Olho mais aberto ou pálpebra inferior caída do lado afetado (GOFFI-

GOMES E Colaboradores, 1996)

- Nariz desviado em vírgula para o lado sadio;

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- Abolição do sulco naso labial;

- Desvio e depressão da comissura labial;

- Lábio superior “desabado”;

- Lábio inferior “desabado”;

- Bochecha flácida pendendo em saco.

Esta observação dos sinais característicos da paralisia quando a face encontra-se em repouso é

realizada somente na primeira avaliação.

15. Avaliação do Tônus Muscular em Repouso

O tônus é definido como resistência do músculo ao alongamento ou estiramento passivo

quando um indivíduo tenta manter o relaxamento muscular. Representa o grau de contração

residual em um músculo normalmente inervado, em repouso ou em uma contração estática

(SULLIVAN, 2010).

Quando no prazo de três meses após o início da paralisia facial, o paciente apresenta pouca ou

nenhuma melhora, geralmente haverá recuperação com sequelas (CHEVALIER, 1987). As

sequelas são caracterizadas por presença de contraturas e/ou sincinesias (FOUQUET &

LAZARINI, 2005). A contratura é caracterizada por um aumento do tônus e encurtamento das

fibras. A contratura ocorre com maior frequência nos músculos zigomáticos maior e menor e

no elevador do lábio superior, sendo caracterizada por um sulco nasolabial mais profundo do

lado acometido.

Para avaliar a presença de contraturas, observa-se o tônus da musculatura em repouso,

classificando como hipotônico, normal ou hipertônico, como descrito a seguir (FOUQET &

LAZARINI E Colaboradores, 2005).

Hipotonia: quando o tônus é menor do lado com paralisia do que do lado saudável. Por

exemplo, a sobrancelha do lado acometido está mais baixa do que a sobrancelha do lado

normal.

Normal: Ambos os lados da face apresentam a mesma tonicidade.

Hipertonia: quando a musculatura do lado acometido da face apresenta uma contração maior

em repouso do que a musculatura correspondente no lado saudável da face.

16. Avaliação das Sincinesias

Outro aspecto a ser avaliado é a ocorrência de sincinesias que, segundo Moran e Neely

(1996), constituem qualquer movimento involuntário observado na região facial diferente

daquele solicitado voluntariamente. Estes autores descrevem que hpa um padrão nas

sincinesias e que os músculos zigomáticos estão sempre envolvidos. Na avaliação, classifica-

se a sincinesia em quatro graus (CHEVALIER E Colaboradores, 1987).

- Grau (0): ausência de sincinesia;

- Grau (1): ao observar sua mímica facial no espelho, o paciente consegue

inibir a sincinesia voluntariamente;

- Grau (2): inibição da sincinesia por pressão digital no sentido contrário ao

movimento patológico;

- Grau (3): sincinesia incontrolável.

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17. Goniometria

Um método de avaliação cada vez mais utilizado neste século principalmente nas últimas

décadas é a goniometria, ou seja, o uso do goniômetro para medir os ângulos articulares do

corpo. As medidas goniométricas são usadas pelo fisioterapeuta para quantificar a limitação

dos ângulos articulares, decidir a intervenção terapêutica mais apropriada e, ainda,

documentar a eficácia desta intervenção. É provavelmente o procedimento mais utilizado para

se fazer avaliação e pode ser considerado como parte funcional da ciência da Fisioterapia

(MARQUES, 1997).

Segundo MARQUES (1997) a coluna cervical no movimento de flexão é de 0 – 65 graus, no

movimento de extensão de 0 a 50 graus, no movimento de flexão lateral de 0 a 40 graus e no

movimento de rotação de 0 a 55 graus.

18. Princípios do Tratamento Fisioterapêutico na Paralisia Facial

A avaliação física permite verificar o grau de assimetria facial, os traços fisionômicos

comprometidos do lado paralisado e, de acordo com os músculos acometidos, quais funções

da mímica facial foram perdidas. A avaliação das dificuldades nas atividades da vida diária

(AVDs), tais como mastigar e beber, é importante, mas o impacto da incapacidade motora nas

atividades da vida prática, como nas situações de trabalho e de relacionamento social, dever

ser também considerado (LAZARINI & FOUQUET, 2006).

Uma avaliação criteriosa é necessária, de modo que se possa traçar o tratamento de acordo

com o quadro clínico apresentado. O registro da evolução e sua demonstração ao paciente são

essenciais, tendo finalidade de estimular e garantir sua adesividade ao tratamento, por vezes

de evolução lenta. Durante a avaliação, cada grupo muscular é examinado, para quantificar

características como: grau de movimento espotâneo, tônus, atividade e força muscular, assim

como o estado neurofisiológico do nervo facial. O paciente sem esse documento evolutivo,

apresentaria dificuldade de reconhecer sua melhora funcional (LAZARINI & FOUQUET,

2006).

19. Metodologia

A determinação fisioterapêutica precisa dos movimentos faciais constitui uma parte

importante para o tratamento de pacientes com lesões do nervo facial, porém segundo

Antunes (2002), as seqüelas estão presentes em até 30% dos pacientes, o que justifica a

necessidade do tratamento, que possui o intuito de evitá-las.

Yamamoto e Colaboradores, (1988), referiram que, em seu levantamento de 580 pacientes

englobando PFP traumática e idiopática, as sequelas mais frequentes por ordem, foram:

sincinesia, crocodile tears, contratura da face, tinnutis ou diminuição da audição durante

movimentos faciais e espasmo facial.

A procura por uma classificação do grau de paralisia e o comprometimento motor da face que

seja internacionalmente aceita, resultou em um grande número de sistemas de graduação

desenvolvidos por vários autores, desde 1970, recentemente foi desenvolvida por Lazarini &

Fouquet,(2006), uma tabela com figuras da face em repouso e em movimento, representativas

de cada um dos seis graus da classificação de House e Brackmann, (1985), tem sido a mais

utilizada, servindo-se de referência, tornando mais fácil a classificação do grau da paralisia

apenas pela comparação com as figuras propostas, favorecendo interpretações mais objetivas

quando relatadas por um ou mais examinadores. A aplicação desse teste apresenta uma

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vantagem adicional, com seu baixo custo, substituindo a utilização de máquina fotográfica,

sendo importante desenvolver formas alternativas fornecendo dados comparativos após

aplicação das técnicas fisioterapêuticas.

No teste de força muscular, Kendall, (2007), utiliza uma escala qualitativa de forma detalhada

o desempenho muscular de cada músculo acometido pela PFP. Lazarini e Fouquet, (2006),

propõe uma escala quantitativa em graus da força muscular com suas variantes de 0 grau a 4

graus.

Na avaliação da face em repouso é realizada uma inspeção pelo fisioterapeuta onde as

possíveis sequelas são citadas e o profissional as classifica como parcial, total ou normal

conforme a proposta de Lazarini & Fouquet (2006).

No que se refere ao tônus a literatura disponível traz a mesma classificação e forma de

avaliação citados por vários autores, utilizando-se dos termos: hipertonia, hipotonia e normal.

A sincinesia é uma sequela frequente como já citado acima. Lazarini & Fouquet (2006),

destaca sua importância durante a avaliação uma vez que durante o tratamento pode-se

reprogramar o controle motor da musculatura que recebeu inervação desviada. Sua

classificação é de forma quantitativa variando de 0 grau (ausência de sincinesia) a 3 graus

(sincinesia incontrolável).

O teste de goniometria na coluna cervical foi sugerido devido à assimetria na hemiface

causada pela PFP em que pode ou não comprometer os músculos extensores da coluna

cervical ou flexores da coluna cervical podendo estes apresentar encurtamentos, uma vez que

o segmento labiríntico ou intrapetroso do nervo Facial em seu trajeto inclui os ramos

terminais da face e do pescoço e ainda segundo MACHADO (2000) o ramo externo do XI

Nervo Acessório, contém as fibras da raiz espinhal, que tem trajeto próprio e, dirigi-se

obliquamente para baixo, inervando os músculos trapézio e esternocleidomastóideo.

Músculos com pequena quantidade de unidades motoras são específicos para movimentos

finos e delicados, como na musculatura facial. Aqueles com grande quantidade de unidades

motoras respondem pelos grandes esforços musculares (KONDEV, 2004).

20. Conclusão

Os achados da avaliação ajudam a formar opiniões clínicas sobre o diagnóstico

cinesiofuncional, identificar metas e resultados e desenvolver o plano de intervenção. A

reavaliação periódica fornece dados importantes sobre alterações no estado do paciente e

sobre a evolução relacionada às metas previstas e aos resultados esperados.

Testes e medidas são de grande valia dentro da conduta a ser tomada nas sequelas causadas

pela Paralisia Facial Periférica. Durante o tratamento se faz necessário registros que

demonstrem o progresso e o não progresso de todos os recursos utilizados pelo fisioterapeuta.

Pois cada vez mais os pacientes recebem e buscam informações sobre sua patologia e

observam juntos aos profissionais resultados positivos e negativos sobre seu tratamento. O

protocolo tem papel fundamental nesse processo tanto para o paciente quanto para o

profissional que poderão constatar com registros um comparativo cinesiofuncional e estético

dos objetivos alcançados, minimizando sequelas físicas e emocionais.

Na literatura consultada foi explícita a carência de material sobre a abordagem da avaliação

de testes e medidas fisioterapêutica na patologia de Paralisia Facial Periférica. As orientações

encontradas, referente a cada teste e medida, se difundem em diversos materiais citados por

profissionais de diversas áreas da saúde.

Na prática clínica, os testes e medidas funcionais são instrumentos importantes e

esclarecedores na investigação de estruturas acometidas, não oferecendo riscos ao paciente

durante sua execução, demonstrando sua importância na definição de condutas

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fisioterapêuticas, minimizando a margem de erros durante a coleta de dados e informações e

ainda possibilitando registrar progressos em cada reavaliação.

O papel do fisioterapeuta é fundamental na recuperação funcional junto a uma equipe

multidisciplinar, objetivando em todos os aspectos uma melhora na qualidade de vida do

paciente.

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AVALIAÇÃO DA FACE AFETADA EM REPOUSO Total Parcial Normal

Abolição das Rugas frontais T P N

Rebaixamento da ponta da sobrancelha T P N

Olho mais aberto/pálpebra inferior caída T P N

Nariz desviado em vírgula para o lado são T P N

Abolição do sulco nasolabial T P N

Desvio e depressão da comissura labial T P N

Lábio Superior Desabado T P N

Lábio Inferior Desabado T P N

Bochecha flácida pendendo em saco T P N

Desvio do filtro nasolabial T P N

APÊNDICE A - PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL MUSCULAR-TESTES E MEDIDAS

Legenda: I – Normal; II – Disfunção Leve; II – Disfunção Moderada; IV –Disfunção Moderamente Severa; V-Disfunção Severa; VI- Paralisia Total

Teste de Músculos Faciais e Oculares

Ação MÚSCULO AVALIADO 0/V/R/Reg/B/N TÔNUS SINCINESIA

Cara de Assustado M.occipitofrontal 0 V R Reg B N

Cara de bravo M.corrugador do supercílio 0 V R Reg B N

Cara de cheiro ruim M.piramidal do nariz/transv.nariz/ M.levantador do lábio superior e da asa do nariz

0 V R Reg B N

Raspar o bigode M.depressor do septo nasal 0 V R Reg B N

Fechar os olhos suavemente M.orbicular dos olhos (palpebral) 0 V R Reg B N

Fechar os olhos com força M.orbicular dos olhos (orbitária) 0 V R Reg B N

Sorriso Aberto M.Levantador do lábio sup. E zigomático maior e menor

0 V R Reg B N

Comprimir a Bochecha M.Bucinador 0 V R Reg B N

Empurrar o queixo para cima M. Mentoniano 0 V R Reg B N

Comissura labial p/fora e p/baixo

M.Platisma e m. abaixador do ângulo da boca

0 V R Reg B N

Fazer bico M. orbicular dos lábio 0 V R Reg B N Legenda : Avaliação de Força Muscular Tônus Múscular Sincinesia:

0 = (zero) Hipo = Hipotonia Grau (0) = ausência de sincinesia V = (vestigial) Hiper = Hipertonia Grau (1) = Inibe a sincinesia R = (ruim) N = Normal Grau (2) = inibição por pressão digital Reg = Regular Grau (3) = sincinesia incontrolável B = Bom N = Normal

CLASSIFICAÇÃO- GRAU DE PARALISIA

Goniometria da Coluna Cervical

Coluna Cervical Flexão 0º a 65º

Coluna Cervical Extensão 0º a 50º

Coluna Cervical Rotação 0º a 55º Direito:

Esquerdo:

Coluna Cervical Flexão

Lateral

0º a 40º Direito:

Esquerdo: