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Edição 124 - Agosto de 2013

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Page 1: Proteção ao Clima
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Page 3: Proteção ao Clima

3revista notícias da construção / Julho 2013

Sergio Watanabeé presidente doSindusCon-SP, vice-presidente da CbiCe diretor da Fiesp

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

A voz das ruas

O momento pede menos tributose mais investimentos de governo

e d i t O r i A l

A montagem de uma extensa agenda de trabalho em torno das propostas lançadas em junho pela presidenta Dilma Rousseff precisa mirar os alvos certos para arrefecer o mal-estar nacional destampado pelas ma-nifestações de rua em todo o país.

Propostas como aquelas feitas pela presidenta vão ajudar. Mas a melhoria da educação depende de um grande conjunto de fatores além dos recursos futuros dos royalties do petróleo e do pré-sal. E a saúde requer muito mais ações além da construção de novas unidades, da abertura de vagas e da contratação de médicos estrangeiros.

A reforma política possivelmente toma-rá impulso. Quem sabe a proposta da reali-zação de um plebiscito sobre seus tópicos finalmente faça essa matéria andar de fato dentro do Congresso.

Nada a opor quanto ao controle dos gastos públicos para assegurar a estabilidade fiscal. No entanto, mais racionalidade nas despesas oficiais e uma revisão dos juros pagos ao governo federal na amortização das dívidas de Estados e Municípios são indispensáveis.

Incluir a corrupção na lista de crimes hediondos pode intimidar, mas já há le-gislação severa para punir acusados dessa prática. Um ataque sistemático às causas da corrupção certamente terá mais eficácia.

A promessa da liberação de mais R$ 50 bilhões em investimentos para obras de mobilidade urbana é alentadora. Mas ao mesmo tempo seria relevante saber por que, dos R$ 5,7 bilhões do PAC destinados

em 2012 a essa finalidade, apenas R$ 489 milhões foram gastos até agora.

Desonerar da PIS/Cofins o diesel e a energia elétrica usada em trens e metrôs ajudará a segurar tarifas, mas terá um custo orçamentário. O mesmo vale para os gover-nos estaduais e municipais que reduzirem tributos com essa finalidade.

Para compensar essas perdas, não teria cabimento governos estaduais e prefeituras lançarem mão do corte de investimentos e do aumento de tributos.

Que benefício teria a população se, para reduzir a tarifa a R$ 3, a Prefeitura de São Paulo adiar obras de novos corredores de ônibus ou de alargamento dos atuais? Ou cortar o subsídio prometido às moradias do Minha Casa, Minha Vida? Ou aumentar excessivamente o IPTU?

Toda a criatividade e empenho serão necessá-rios para evitar cortes nos investimentos que agora demandam sua ampliação. E toda a eficiência deverá ser impressa às adminis-

trações nas três instâncias de governo, para o corte de gastos de custeio, onde isso puder ser feito sem afetar as metas propostas.

A eficácia na busca de saídas também dependerá de as lideranças responsáveis em todos os partidos deixarem a disputa política de lado, para trabalharem em benefício do país. Legislativo e Executivo, bem como União, Estados e Municípios, precisam se unir na busca de soluções.

Atender à voz das ruas é fundamental. Mas não se pode perder de vista a neces-sidade de os governantes estimularem o crescimento econômico. É urgente reverter a queda no ritmo da geração de renda e em-pregos. Para tanto, será preciso dar um novo horizonte à iniciativa privada.

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4 revista notícias da construção / Julho 2013

inSUMoS ................................................. 38• Feira mostra inovações em infraestrutura

regionaiS ............................................... 40• Sorocaba conclui curso de argamassa• Mairinque ganhará mais um Senai• Santos confraterniza com autoridades• Ribeirão debate economia e crise• Regionais planejam novas ações• Prudente realiza Salão do Imóvel• Bauru investe em capacitação• Campinas forma 1ª mestre de obras• Santo André debate segurança e saúde

“O papel desta revista foi feito commadeira de florestas certificadas FSC

e de outras fontes controladas.”

s u m á r i O

Meio aMbiente ....................................... 12• Lição alemã pode servir para o MCMV

iMobiLiÁrio ............................................ 14• Sustentabilidade e mercado: ajustes

QUaLiDaDe .............................................. 17• Eletropaulo agiliza para construtoras

reLaÇÕeS internaCionaiS ..................... 22• Missão do SindusCon-SP irá ao Japão

Carga tribUtÁria .................................. 27• Sem desoneração nem RET menor?

reSPonSabiLiDaDe SoCiaL ..................... 28• ‘Prevenção é chegar antes que a droga’

obraS PÚbLiCaS ..................................... 29• PAC: propostas mudanças nos pagamentos

SegUranÇa ............................................. 33• Elevador de obra: garantias do fabricante

SinDUSCon-SP eM aÇÃo .......................... 34• ‘Resgatemos a agenda da construção’• Sindicato vai à Conferência das Cidades• ‘Perspectivas do setor seguem favoráveis’• Infraestrutura requer mais incentivos

C a p aSINDUSCON-SP LANÇA GUIA PARAmeDIR emISSÕeS em eDIFICAÇÕeS ....6• Ciclos de vida na construção

Conjuntura | Robson Gonçalves .............................5

gestão da obra | MaRia anGélica covelo silva ..........16

Ponto de Vista | MauRício bianchi ........................18

empreendedorismo | caRlos albeRto Júlio ............20

gestão empresarial | MaRia anGelica l. PedReti ......26

Saúde | Michele Piai lino ....................................30

Marketing | antonio Jesus de bRitto cosenza ...............32

Jurídico | MaRcos Minichillo de aRaúJo ......................36

Soluções inovadoras | andRé delfino azevedo e

andRé luiz Gonçalves ...........48

Construção da Carreira | feliPe scotti calbucci ....50

c O l u n i s t A s

Mba Da ConStrUÇÃoBastante instigante e bem elaborada a proposta do MBA da Construção SindusCon-SP/FGV, apresentada em Notícias da Construção (edição 123, junho/2010). Tomara que o setor aproveite e estimule seus profissionais a ingressarem neste e em outros cursos de formação.

Eriberto ZózimoEngenheiro, São Paulo

eSCreVa Para eSta SeÇÃoe-mail: [email protected]: R. Dona Veridiana 55, 2º andar, 01238-010, São Paulo-SP

v O z d O l e i t O r

PresidenteSergio Tiaki Watanabe

Vice-PresidentesCristiano GoldsteinEduardo May ZaidanFrancisco Antunes de Vasconcellos NetoHaruo IshikawaJoão Claudio RobustiJoão Lemos Teixeira da SilvaLuiz Antonio MessiasLuiz Claudio Minniti AmorosoMaristela Alves Lima HondaMaurício Linn BianchiOdair Garcia SenraPaulo Rogério Luongo SanchezYves Lucien de Melo Verçosa

diretoresPaulo Brasil Batistella (Jurídico)Salvador de Sá Benevides (Rel. Internacionais)

DirEtorEs Das rEgionaisEduardo Nogueira (Ribeirão Preto)Elias Stefan Junior (Sorocaba)Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto)Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente)Márcio Benvenutti (Campinas)Renato Tadeu Parreira Pinto (Bauru)Ricardo Beschizza (Santos)Rogério Penido (São José dos Campos)Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)

rEprEsEntantEs junto à FiEspTitulares: Eduardo Ribeiro Capobianco, Sergio Porto; Suplentes: João Claudio Robusti; José Romeu Ferraz Neto

assEssoria DE imprEnsaRafael Marko - (11) 3334-5662Nathalia Barboza - (11) 3334-5647Fabiana Holtz - (11) 3334-5701

ConsElho EDitorialDelfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Bianchi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto

supErintEnDEntEJosé Luiz Machado

EDitor rEsponsávElRafael Marko

redaÇÃoNathalia Barboza e Fabiana Holtz (São Paulo) com colaboração das Regionais: Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Homero Ferreira (Presidente Prudente); Enio Machado, Elizânio Silva e Tatiana Vitorelli (São José dos Campos); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Sabrina Magalhães (Bauru); Ana Diniz e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André); Vilma Gasques (Campinas).Secretaria: Antonia Matos

artE E DiagramaçãoMarcelo da Costa Freitas/Chefe de Arte

puBliCiDaDEVanessa Dupont - (11) 3334-5627Pedro Dias Lima - (11) 9212-0312Bruna Batista Avelino - (11) 3334-5659Thiago Rodrigues - (11) 3334-5637Vando Barbosa - (11) 97579-8834Jéssica Schittini - (11) 96646-6525André Maia - (21) 7834-5379Sérgio Neves - (11) 99904-1063Eneida Cristina Martins - (11) 99942-7403 Hamilton Silva - (11) 7714-1148

endereÇoR. Dona Veridiana, 55, CEP 01238-010, São Paulo-SP

Central de relacionamento sindusCon-sp(11) 3334-5600

Ctp/ impressão: Pancrom Indústria Gráfica

tiragem desta edição: 16,2 mil exemplares

opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do sindusCon-spnoticias@sindusconsp.com.brwww.sindusconsp.com.brfacebook.com/sindusconsptwitter.com/sindusconspyoutube.com/sindusconspmkt

Disponível na App Store e no Google Play

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5revista notícias da construção / Julho 2013

robSon gonÇaLVeS é professor dos Mbas da FgV e consultor da FgV Projetos

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]

Há alguns dias, um repórter de um jornal gaúcho me ligou. Queria que eu analisasse o que ele chamou de “sinuca” na qual a política econômica havia se metido. “Afinal”, argu-mentava ele, “a economia está em ritmo fraco e, ainda assim, o Banco Central está elevando os juros”.

O guri ficou intrigado quando eu respondi que não havia contradição alguma entre alta de juros e estímulo ao crescimento. Não foi fácil fazer o dedicado repórter se livrar das fórmulas consagradas da Economia convencional. Mas, acho que consegui. Vamos resumir a conversa que tive com ele. O tema ainda é pertinente e atual.

Segundo as análises padrão, típicas dos manuais, a alta das taxas de juros dificulta o crédito, encarece a tomada de recursos de terceiros e, por isso, freia consumo e inves-timento, os dois principais componentes da demanda agregada. Resultado: menos cresci-mento no curto prazo.

Acontece que esse tipo de raciocínio des-considera as expectativas dos empresários. A piora desse elemento foi o grande responsável pelo crescimento pífio de 2012, anulando os efeitos do corte de juros.

Desde agosto de 2011, o governo estava buscando o que foi chamado de “nova matriz de política econômica”. Juros reais baixos, mais gastos públicos e uma política cambial “pragmática” (ou indefinida, se alguém prefe-rir). Um ano e meio depois, essa combinação tinha resultado em crescimento muito baixo e inflação no topo da meta.

Mas o grande problema da “nova matriz” é que ela jamais foi definida com clareza. A redução dos juros deveria favorecer, sobretudo, o investimento, mas continuou-se a estimular o consumo. A aceleração dos gastos públicos veio junto com práticas contábeis “pouco convencionais” para assegurar o cumprimento formal do superávit primário. E o câmbio subiu e desceu, oscilando entre a proteção à indústria nacional e o alívio inflacionário.

Desde abril deste ano, porém, o governo federal parece estar fazendo o caminho de volta, reafirmando o tripé superávit primário- metas de inflação-câmbio administrado. Esse tem sido o fundamento da política econômica desde 1999. Foi com esses três elementos que o presidente Lula governou por oito anos, atingindo recordes de popularidade. Na gestão Dilma, aconteceram alguns avanços importantes. O maior deles, com certeza, foi trazer a taxa de juros para níveis civilizados, removendo um mecanismo poderoso de con-

centração de renda. Mas, para além disso, pouca coisa a respeito da “nova matriz” tinha ficado explícito.

Nesse sentido, disse eu ao intrigado

repórter, se os parâmetros da ação do governo voltaram a se tornar mais claros, a redução da incerteza pode ser um estímulo ao investimento (e ao crescimento) que mais do que compense a alta dos juros. Custo do crédito, perspectivas de lucro e confiança nas expectativas sempre foram os termos da equação que define a ação empresarial. Portanto, juros mais elevados, combinados com menor incerteza podem, sim, resultar numa combinação pró-crescimento. E, para isso, não é preciso abrir mão do controle inflacionário, nem da melhoria da distribuição de renda. Continuamos na torcida.

caminho de volta

O governo parece ter voltado ao tripéeconômico que fez sucesso sob lula

c O n j u n t u r A

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6 revista notícias da construção / Julho 2013

c A p A

lançado guiade emissões

Fabiana Holtz

Na trilha de soluções que ajudem no combate ao aquecimento global, o Sin-dusCon-SP lançou em 27 de junho o Guia Metodológico para Inventários de Gases de Efeito Estufa (GEE) na Construção Ci-vil – Setor Edificações. A publicação, que propõe um padrão metodológico para as construtoras e incorporadoras elaborarem inventários, é uma realização da vice-presi-dência de Meio Ambiente do sindicato e do seu Comitê de Meio Ambiente (Comasp).

Ao uniformizar o cálculo das emissões, possibilitando comparações, o guia permiti-rá ações de redução. Por considerar apenas construções voltadas para o setor imobi-liário, a metodologia nele proposta não se aplica para obras pesadas de infraestrutura.

Com apoio institucional da Cetesb (que sediou o evento), da Secretaria Esta-dual do Meio Ambiente e da Caixa Econô-mica Federal, o lançamento foi marcado pela realização de um seminário e uma mesa-redonda.

“Esta parceria é antiga e remonta a ou-tubro de 2008, quando assinamos o primei-ro protocolo conjunto, com o compromisso

de realizar ações voltadas à sustentabilidade na construção”, afirmou Sergio Watanabe, presidente do SindusCon-SP, ao lembrar os percalços que deram origem à iniciativa. Ao seu lado estavam o presidente da Cetesb, Otavio Okano (representando o secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Co-vas); o vice-presidente, Nelson Bugalho; e o gerente Nacional de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental da Caixa, Jean Benevides.

Para Francisco Vasconcellos, vice--presidente de Meio Ambiente do Sindus-Con-SP, é fundamental que o sindicato seja protagonista dessas discussões, criando grupos de trabalho e orientando seus as-sociados. O assunto, acrescentou o vice--presidente, está na pauta do sindicato há pelo menos cinco anos.

Bugalho, da Cetesb, elogiou o pio-neirismo do sindicato. “O SindusCon-SP marca mais uma vez o seu caráter pioneiro,

metodologia do sinduscon-sp

uniformizará mediçãoe permitirá reduções

okano (dir.), que elogiou o pioneirismo da iniciativa do SindusCon-SP, recebe um exemplar do guia das mãos de Watanabe

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7revista notícias da construção / Julho 2013

que já vimos em outros momentos, como na discussão sobre o reuso da água e a des-tinação de resíduos sólidos da construção. Temos agora um incentivo a mais para fazer valer o que está previsto na Política Esta-dual de Mudanças Climáticas”, afirmou.

Na sequência, a coordenadora do Cen-tro de Pesquisa em Construção Civil e Meio Ambiente da Unicamp, Vanessa Gomes, falou sobre a peculiaridade dos ciclos de vida na construção (texto na próxima pág). O consultor Ricardo Neuding, da ATA Em-preendimentos e Participações em Ativos Ambientais, discorreu sobre a metodologia proposta para elaboração de inventários no setor de edificações. Junto com a coordena-dora técnica do Comasp, Lilian Sarrouf, ele trabalhou na estruturação e redação do guia a partir da colaboração voluntária de um grupo de empresas que realizavam seus inventários com metodologias próprias e se uniram para criar um único padrão: CCDI, Cyrela, Even, OR, Racional, Rossi, Stan e Tecnisa.

Na mesa-redonda, coordenada por Odair Senra, vice-presidente de Imobiliário

do SindusCon-SP, o público teve a oportu-nidade de esclarecer dúvidas sobre avanços e gargalos na elaboração e divulgação de inventários.

Participaram do debate Alexandre Baltar, representante do Fórum Clima; Janaína Alves de Morais, gerente de de-senvolvimento de Negócios de Concreto da InterCement Brasil; Ricardo Dinato, pesquisador do programa brasileiro GHG Protocol; e Silvio Gava, diretor executivo técnico e de sustentabilidade da Even. Neu-ding e Vanessa também foram convidados para a mesa.

Silvio, da Even, observou que a em-presa já divulga em seus lançamentos um orçamento de carbono. “Com o guia fica tudo mais fácil”, acrescentou.

Janaína, da InterCement, destacou os avanços que serão proporcionados a partir da parceria com a USP para o desenvolvi-mento de um concreto eficiente. Segundo ela, o projeto tem como meta a redução de 40% nas emissões.

Já Baltar, do Fórum Clima, informou que o guia específico para obras de infra-estrutura será lançado em agosto.

Vasconcellos (ao microfone) destacou o protagonismo do SindusCon-SP no debate sobre emissões, ao abrir o evento ao lado de bugalho (da Cetesb)

o consultor Ricardo neuding apresentou em detalhes a metodologia recomendada no guia

”“temos agora um

incentivo a mais

para fazer valer o

que está previsto

na política estadual

de mudanças

climáticas

NelsoN Bugalho

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8 revista notícias da construção / Julho 2013

cApA

ciclos de vida na construçãoNo lançamento do guia, ao falar sobre

a elaboração de inventários e avaliação do ciclo de vida de produtos e empreen-dimentos, a coordenadora do Centro de Pesquisa em Construção Civil e Meio Ambiente da Unicamp, Vanessa Gomes, propôs a divisão do trabalho de caracteri-zação das edificações em três etapas. Ela também abordou fatores relacionados às mudanças climáticas que possam afetar a competitividade das construtoras.

Empenhado em estudar o assunto, o SindusCon-SP assinou um protocolo de intenções com a Unicamp, que inclui a coordenação, desenvolvimento e partici-pação em projetos de pesquisa, cursos e seminários. A iniciativa está inserida no âmbito do projeto Metodologia e Bench-mark brasileiros de energia e CO

2 incor-

porado em edificações, coordenado pela professora Vanessa. O projeto SindusCon--SP/Unicamp tem um planejamento com horizonte de quatro anos. Ainda será rea-lizado um programa piloto de pelo menos 12 meses. “Também é preciso encorajar o estabelecimento de metas gerenciais de redução e o envolvimento da cadeia de valor”, afirmou.

Ao destacar a importância da criação do guia, a professora apontou que em primeiro lugar existem leis estaduais e municipais que determinam a redução das emissões. “Temos metas que precisam ser atingidas e só conseguimos gerenciar o que conseguimos medir”, acrescentou. Lembrando que o setor da construção é

extremamente peculiar nesse sentido, o Guia traz uma metodologia que possibilita calcular os fatores de emissão.

EtapasA professora ressaltou ainda que o

SindusCon-SP já iniciou as atividades de caracterização da etapa de construção - parte do primeiro estágio do ciclo de vida - de edificações, em termos de emissões de CO

2. Em paralelo, e abarcando poten-

cialmente o mesmo grupo de empresas participantes desta iniciativa, na fase dois da proposta serão realizados o desenvolvi-mento da metodologia e a coleta de dados para caracterização das edificações em termos de energia e carbono incorporados nos materiais e componentes de constru-ção. As edificações consideradas deverão configurar, na maior extensão possível, diferentes tipologias funcionais.

O segundo estágio, mais operacional, precisa ser conhecido para fins de refe-rência de comparação com a energia e carbono incorporados contabilizados nos demais estágios do ciclo de vida, explicou a professora. Assim, os estudos de casos deverão ser constituídos por edificações que tenham passado por simulação energé-tica, o que é comum em empreendimentos buscando certificação ambiental. Edifica-ções em uso, com ocupação típica por pelo menos 12 meses consecutivos, também são candidatas a estudos de casos, desde que as informações necessárias para aplicação da metodologia nas duas etapas iniciais

tenham sido devidamente re-gistradas e estejam disponíveis.

Finalmente, o estudo chega ao terceiro estágio do ciclo de vida (“pós-vida útil” ou “fim de vida”) da edificação e seguirá a base metodológica desenvolvida para as fases anteriores.

Só gerenciamos o que conseguimos medir, lembrou a professora da Unicamp, Vanessa Gomes

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10 revista notícias da construção / Julho 2013

cApA

Guia se concentra no segmento de edificações

Com a proposta de uniformizar o cál-culo das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na edificação de empreendimen-tos, o guia metodológico para inventários de emissões é um projeto realizado pela Vice-presidência de Meio Ambiente do SindusCon-SP e por seu Comitê de Meio Ambiente (Comasp).

Com coordenação de Francisco Vascon-cellos (vice-presidente de Meio Ambiente); André Aranha (coordenador do Comasp) e Lilian Sarrouf (coordenadora técnica do Comasp), e consultoria de Ricardo Neuding e Roberto Marin, da ATA Ativos Técnicos e Ambientais, o guia foi constituído com base nos princípios e recomendações das Normas Gerais referentes a inventários corporativos de emissões de GEE previstas no Protocolo GHG e na ABNT NBR ISO 14.064-1:2007, além de orientações do Painel Intergoverna-mental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da ONU.

De cunho complementar, o guia apre-senta orientações que tratam de questões específicas não abordadas nas Normas Ge-rais, visando contribuir com as metas para a redução de emissões.

O projeto contou ainda com ativa parti-cipação da CCDI, Cyrela, Even, Odebrecht Realizações Imobiliárias, Racional, Rossi, Stan e Tecnisa, que contribuíram volunta-riamente com a expertise, apresentando suas dificuldades na elaboração dos inventários, bem como propostas de novas ações visando reduzir as emissões.

Uma das grandes preocupações do gru-po envolvido no projeto foi garantir a difusão e a aplicabilidade do guia, incentivando seu uso. A intenção é implementar um sistema padrão para a elaboração de inventários.

Futuramente, o trabalho deve se es-tender para as fases de uso e operação das

edificações, com a expectativa de divulgação de indicadores de emissões. Em um segundo momento, a partir dos resultados obtidos as empresas devem trabalhar com a introdução de um programa de redução de emissões.

Como próximos passos, as empresas que participaram da criação deste Guia in-dicam a necessidade da criação de um banco de dados dos indicadores de emissões de edi-ficações, materiais e sistemas construtivos, a divulgação dos inventários e a criação de uma ferramenta estratégica para o cálculo das emissões que possa ser utilizada pelas empresas. O SindusCon-SP juntamente com as empresas irá desenvolver estes trabalhos.

De acordo com Lilian Sarrouf, a pro-posta de metodologia apresentada no guia é apenas a primeira versão, de forma que as empresas possam validá-la. A partir das observações dos usuários, esse trabalho deve se consolidar, com os devidos ajustes, caso sejam necessários.

Já está em fase de preparação um guia específico para as empresas da construção pesada (obras de infraestrutura).

Baixe o guia gratuitamente em www.sindusconsp.com.br .

Guia tem como base os princípios das normas Gerais previstas no Protocolo GHG e na abnt, além de orientações do Painel intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da onU

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12 revista notícias da construção / Julho 2013

lição alemã pode servir para o mcmv

A Secretaria Nacional de Habitação, do Ministério das Cidades, se comprometeu a aumentar a sustentabilidade no Programa Minha Casa Minha Vida, sobretudo na fase de manutenção dos empreendimentos, para garantir a qualidade de vida e a permanência dos beneficiários de baixa renda. A afirma-ção é da diretora do Departamento de De-senvolvimento Institucional e Cooperação Técnica do MDIC, Junia Santa Rosa, que participou em abril da Missão Técnica “Efi-ciência Energética em Edifícios”, realizada a convite da Deutsche Gesellschaft für Inter-nationale Zusammenarbeit (GIZ) GMBH e do banco de desenvolvimento alemão KfW.

A GIZ é a agência de cooperação do governo alemão designada a implementar programas e projetos em parceria com ins-tituições brasileiras, como a Caixa.

Junia Santa Rosa diz que a missão à Alemanha também “foi muito oportuna para o momento atual de revisão dos textos nor-mativos dos programas de habitacionais do governo federal, especialmente do MCMV”.

Segundo ela, “existem muitas opor-tunidades no sentido de implementar a sustentabilidade”. Para ela, a priorização de soluções que sejam ambiental e econo-micamente favoráveis ao perfil social dos empreendimentos e das famílias benefi-

ciadas “é certamente um dos principais desafios da agenda de sustentabilidade e de melhorias do PMCMV”. Para isto, as ações precisam estar relacionada à produção e ao uso racional e sustentável de água, energia, emissão de CO

2, tratamento de esgoto e de

resíduos sólidos.As visitas técnicas a cidades, institui-

ções de pesquisa e de financiamento e a empreendimentos e edifícios com práticas e exemplos de eficiência energética e de sustentabilidade ambiental e urbana “de-monstram que, a partir de metas e indicado-res previamente acordados entre os setores governamentais, financeiros, produtivos e sociais, foi possível reestruturar não só as soluções e prioridades do setor construtivo, mas também legitimá-las na agenda política e de bem estar de toda sociedade”.

CompromissoPara tanto, aponta, é preciso garantir

investimento em pesquisa, tecnologia e em protótipos “que alinhem os interesses acadê-micos, técnicos e produtivos, com recursos de financiamentos privados ou públicos”. Segundo a diretora, especialmente os fundos públicos destinados à construção “devem necessariamente cumprir um papel indu-tor e garantidor de patamares mínimos de qualidade e sustentabilidade, estabelecidos por parâmetros e metas acordados e sempre revisados ao longo de certos períodos”.

Para Junia, “a premiação pela exce-lência e qualidade dos empreendimentos que se diferenciem pela adoção de soluções tecnológicas e sustentáveis” está na agenda de compromissos de melhoria contínua do MCMV. (Nathalia Barboza)

Centro Comunitário em edifício requalificado no bairro sustentável Vauban, em Freiburg

Vista do estacionamento de bikes de condomínios em área que privilegia os ciclistas e o verde, em Freiburg

m e i O A m B i e n t e

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Page 14: Proteção ao Clima

14 revista notícias da construção / Julho 2013

i m O B i l i á r i O

Ajuste no caminho do mercadonatHalia baRboza

“O Brasil, aquele gordinho simpático que todo mundo gosta, de repente teve um infarto assintomático”. Foi assim que José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaen-co-SP (entidade da engenharia consultiva), definiu a atual situação do país, diante das recentes manifestações públicas, em palestra no Seminário Agenda Produtiva da Cons-trução – Caminhos para a Sustentabilidade e o Desenvolvimento Imobiliário, que o CTE (Centro de Tecnologia de Edificações promoveu com o apoio do SindusCon-SP.

Segundo Bernasconi, os últimos acon-tecimentos aumentaram o risco de olharmos só para o próprio “gueto”. “A solução não é colocar mais dinheiro. Temos de pensar mais na sociedade, romper os limitadores que levam a focar só no que por perto”, afirmou. A chave, disse, está em “pensar antes para fazer melhor”, de forma coordenada, “fazen-do um ‘bom planejamento lato sensu’ e um ‘plano urbano, em particular’, com diretrizes e mecanismos que garantam a durabilidade, consistência e permanência aos programas de investimento”. Para ele, uma gestão não faz tudo, nem faz sozinha. “O empreen dedor imobiliário tem condição e poder de mudar muita coisa. Espero que tenhamos disposi-ção e juízo para isto”, provocou.

Cidade compactaRicardo Pereira Leite, ex-secretário mu-

nicipal de Habitação de São Paulo e diretor da P3URB, insistiu na ideia de que a solução urbanística é implantar o conceito de cidade compacta, valendo-se de uma “abordagem bastante técnica e transparente”.

Fabio Villas Boas, diretor de Engenha-ria da Tecnisa e conselheiro do SindusCon- SP. Ele destacou exemplos de bairros que levaram a sério o desafio da sustentabilidade, como o Bledzed, em Londres, e a Masdar

City, de Abu Dhabi. “O Bledzed chegou a ser considerado fracassado porque tinha como meta ser ‘carbono zero’, embora tenha reduzido significativamente as emissões de poluentes. No Masdar, a sociedade não foi consultada, mas o bairro é lindo e oferece ótimas ideias”, comentou.

Villas Boas citou que, no Brasil, já há vários indutores de boas práticas de urbanis-mo sustentável, como o Setor Noroeste, em Brasília; a Pedra Branca, em Florianópolis; o Parque da Cidade e o Jardim das Perdizes, ambos em São Paulo. Segundo ele, uma das grandes dificuldades do Perdizes tem sido a resistência da Prefeitura em aprovar diversas soluções sustentáveis, sob o argumento de que não terá condições e expertise para fazer a manutenção dos sistemas.

Outro exemplo icônico é o Porto Mara-vilha, de requalificação da região portuária do Rio de Janeiro. Luiz Antonio Mendonça, diretor de Novos Negócios da Concessioná-ria Porto Novo, falor sobre o empreendimen-to, de R$ 7,6 bilhões, que deve ficar pronto em 2016. O modelo de negócio é uma PPP, a maior do país. “Finalmente os planetas se alinharam: União, Estado e Município vieram juntos. E a modelagem econômica foi muito feliz”, disse. “A PPP só é viável quando há uma manifestação prévia de in-teresse privado. Infelizmente, ainda hoje as

Mendonça, Villas boas, bernasconi, leite e Roberto de Souza, diretor do CtE, debateram os modelos econômicos para empreendimentos sustentáveis

Fotos: Luiz Machado

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15revista notícias da construção / Julho 2013

coisas se resumem ao trinômio ideologia, interesse, ignorância”, ponderou Leite.

Fundamentos imobiliáriosPara Odair Senra, vice-presidente de

Imobiliário do SindusCon-SP, o problema do mercado atual é que ele tem se desviado dos seus fundamentos. “Aprendi que o negócio imobiliário começa com uma boa equipe comprando o melhor terreno. Empreender é uma questão de conhecimento e dedicação contínua. É acertar no terreno, localização, tipo e preço. Mas teve gente comprando terreno pelo Google! Construir é muito di-ferente: é executar bem. O que não pode é o homem do mercado de capitais comandar o homem da produção. A lógica do negócio é que os bons lançamentos consertem o preço das ações, não o contrário”, comentou.

Ronaldo Cury, diretor da Cury Cons-trutora, falou sobre o segmento de baixa renda, exemplo de como a lógica da Bolsa de Valores afetou as empresas nos últimos anos. “Entramos no trem fantasma já sabendo que ele fazia curva. Na teoria é muito bom, vende na hora, não tem problema de fluxo de caixa. Mas muita gente não pensou que teria o ônus de fazer a infraestrutura”, ponderou.

Por fim, Cury elogiou o SindusCon -SP pela luta à frente da continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida. “Apóio este trabalho. O MCMV traz empregos e qualidade de vida às pessoas.”

Já Paulo Ari-dan Mingione, di-retor da Odebrecht Realizações Imo-biliárias e membro do Comitê de Tec-nologia e Qualidade do SindusCon-SP, com a mudança do ambiente de negócios, o desenho do produto e a definição do projeto passam a ter foco na redução dos impactos, mas o desafio é desenvolver um senso de prioridade, repensando o modelo de negócio, que passou a ser “o novo pilar crítico”.

“Certificação ambiental é default. De-ve mos ter flexibilidade para negociar contra-partidas e canais abertos e eficientes com os vizinhos e uma boa relação com sindicatos e o comprometimento com os funcionários.”

A gestão de ativos é outro ponto crí-tico, já que só ela é capaz de garantir o bom desempenho da edificação por um longo tempo. Marcos Maran, presidente da Abrafac (associação dos profissionais de facilities), comentou: “fala-se que os prédios verdes não estão tão econômicos como se pensava. Isto tem muito a ver com a falta de gente especializada para operar toda a alta tecnologia embarcada nestes prédios. Sem planejamento rigoroso e profissionalização da equipe, por melhor que a manutenção seja, o prédio vai degradar e diminuir seu desempenho real”, disse.

Em sua palestra, odair Senra alertou para o fato de que importantes fundamentos do mercado imobiliário têm sido negligenciados

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16 revista notícias da construção / Julho 2013

Maria angeLiCa CoVeLo SiLVa é engenheira civil, mestre e doutora em engenharia, diretora da ngi Consultoria e Desenvolvimento

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna:[email protected]

O engenheiro e o Google

G e s t à O d A O B r A

A partir da segunda metade dos anos 80, a escassez de recursos para a construção formou toda uma geração de engenheiros com foco na diminuição dos custos de pro-dução, por meio de racionalização (e não de industrialização) e, em alguns casos, de redução dos atributos e do desempenho das edificações.

Esta geração aprendeu a retirar tudo o que se considerava “excessivo”. Reduziram--se as espessuras de concreto e taxas de armadura de estruturas. Junto, vieram os projetistas que propunham estruturas mais econômicas sem atendimento a normas, as quais julgavam exageradas. Retirou-se o contrapiso, mesmo que este proteja a estrutura para sua durabilidade e melhore o desempe-nho acústico. Edificaram -se paredes externas com espessura de bloco de 9 cm, mesmo com sacrifício ao desempenho térmico.

Esta mesma geração formada no início dos anos 90 não teve mais dos professores a indicação de bons autores técnicos e livros que embasavam conceitos e conhecimento tecnológico e o estímulo a pesquisar, buscar conhecimento. Ao contrário, foi estimulada a estudar por “apostilas” com resumos de livros, por anotações de aula e naquilo que ia cair na prova. Excelentes alunos se formaram sabendo bem só esses conteúdos.

A geração seguinte, formada a partir do início dos anos 2000, “evoluiu”. Passou a es-tudar por slides publicados pelos professores na intranet das escolas e pelo Google. Com essas informações instantâneas, muitas vezes de origem e valor duvidosos, foi-se embora o

embasamento tecnológico, até o mais básico, como o funcionamento de uma estrutura, o comportamento do concreto etc. E nas uni-versidades se instalou a falsa ideia de que a engenharia pode ter professores que seguem a carreira acadêmica sem nunca terem vivido um projeto ou uma obra. O resultado é uma enorme distância entre o que se ensina e o mundo real.

Em paralelo, esta geração passou a atuar nas obras “rápidas” em que engenheiro bom é aquele que cumpre prazo. E quem planejou o prazo, em geral, não tem conhecimento de tecnologia suficiente para saber dos riscos (e põe riscos nisso!) de fazer uma obra encurtar o prazo mantendo-se a mesma tecnologia com pouca industrialização.

A este engenheiro que está gerindo a obra falta muito conhecimento de tecnologia e sobra conhecimento de como deixar de fazer

as atividades tecno-logicamente corretas para atender o custo e o prazo que muitas vezes são os únicos medidores de seu “bô-

nus”. E todo mundo se viciou: o contratante de obras, o projetista, a construtora...

Para mudar, é preciso que a cadeia intei-ra avalie os grandes riscos envolvidos neste contexto. O fato de não conhecê-los faz todo mundo viver uma ilusória sensação de que somos melhores de engenharia do que no início dos anos 90. Nossos empreendimen-tos são mais bonitinhos, pois os enfeitaram, mas ainda estão longe de ter desempenho adequado ao longo de sua vida útil. E o en-genheiro? Tem bem mais recursos, consegue informação em segundos sobre o melhor do conhecimento tecnológico no mundo... mas não foi ensinado a valorizar isso e se dedicar ao aprofundamento.

É preciso avaliar os grandes riscosdo saber instantâneo mas superficial

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17revista notícias da construção / Julho 2013

Q u A l i d A d e

canal para construção já dá os primeiros resultados

A concessionária de energia elétrica AES Eletropaulo testou, neste ano, num projeto piloto realizado em acordo com o CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP, novos procedimentos de atendimento exclusivo às construtoras.

As tratativas do CTQ começaram no final de 2012, com as primeiras conversas entre Yorki Estefan, diretor da Conx Enge-nharia e membro do CTQ, e representantes da Eletropaulo. Em novembro, um encontro do CTQ com o vice-presidente de Operações da concessionária, Sidney Simonaggio, e a diretora comercial Teresa Vernaglia, selou o compromisso de trabalhar em conjunto. Já naquela ocasião os construtores destacavam a urgência do diálogo e citavam informações das construtoras sobre edifícios que ficaram prontos com o Habite-se concedido, porém sem energia ligada.

Além, disso, o CTQ queixou-se de dificuldades para obter um processo de li-gação que envolva servidão de passagem e de prazos de mais de 6 meses para conseguir um boleto e fazer o pagamento das taxas. Em dezembro, Teresa Vernaglia reiterou a disposição de abrir um canal de comunica-ção com as construtoras.

Numa nova reunião em fevereiro, os membros do CTQ receberam os represen-tantes da Eletropaulo, que informaram as providências em andamento para um aten-dimento especializado. Entre as melhorias, a concessionária apresentou o “Canal Cons-trutoras”, novo modelo segundo o qual as empresas passariam a utilizar a Senha “K”.

A Eletropaulo também revelou que o atendimento será feito via lojas e contact center.

No final de fevereiro, começou a experi-mentar a nova sistemática nas lojas próprias.

Em maio, SindusCon-SP e AES mostra-ram que o caminho estava correto. “O canal de comunicação está definido e a interação com as construtoras atende as expectativas. Os ganhos alcançados até agora pelo grupo de trabalho não devem parar por aí, trata-se de um processo contínuo na busca da exce-lência”, afirma Silvio Duarte Junior, coor-denador de Clientes Varejo da Eletropaulo.

ProcessoO novo procedimento, que segundo

Duarte Jr. ainda poderá sofrer melhorias, começa com o comparecimento de um representante da construtora ao canal de atendimento presencial, para dar entrada no pedido, que passa a seguir um fluxo especialmente projetado para atender às construtoras. Segundo a Eletropaulo, seis lojas já operam o novo sistema.

(Nathalia Barboza)

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18 revista notícias da construção / Julho 2013

MaUríCio Linn bianChi é engenheiro e vice-presidente de relações institucionais do SindusCon-SP

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O tempo em que a construção era vista pelo governo e pelo mercado como um setor fragilizado da economia acabou. Nos últimos oito anos, o setor vem crescendo sem parar e seu nível de emprego mais do que dobrou.

Hoje, a construção gera cerca de 3,5 milhões de postos de trabalho formais com carteira assinada e, junto com os demais elos da cadeia produtiva, responde por cerca de 65% do PIB (Produto Interno Bruto) da ca-deia produtiva do setor, a qual, por sua vez, é responsável por 9% do PIB nacional.

Assim, a indústria da construção não é algo passageiro, volátil, sensível a boatos como os que por vezes trafegam no mercado de capitais. Temos uma cadeia produtiva extensa, profissionais competentes atrás das pranchetas, analisando ensaios e projetos, ideias e ideais. Contamos com uma indústria de base forte e estabelecida dentro dos mais altos padrões de confiabilidade.

A exemplo dos demais setores da econo-mia, ainda precisamos melhorar a qualidade da mão de obra. Uma parte de nossos trabalhado-res não tem instrução adequada. Mas muitos deles se revelam inteligentes, criativos, com aspirações e sonhos de futuro.

Outra de nossas características é a ocor-rência de períodos em que a atividade é menos intensa, por conta de uma série de fatores: que-da no nível de investimentos no país, demanda mais retraída, arrumação interna nas empresas.

Isto acontece em períodos de curto prazo. Mas, nesses mesmos períodos, a construção realiza planejamentos, revigora seus métodos

construtivos, treina seu pessoal e se prepara para os períodos de atividade mais intensa.

Por isso, no médio e no longo prazo, a construção definitivamente se consolidou como uma atividade que, longe de ser provi-sória, é cada vez mais estruturada com solidez. Seu “núcleo duro” se fortalece e se expande continuamente.

Os pequenos e médios empresários da construção, que constituem 86% do setor, e que viveram por décadas com baixas taxas de retorno e alta carga de tributos, estão mais maduros e se mostram capazes de enfrentar crises com criatividade.

Não foi somente o governo quem acordou para o efeito cascata da riqueza gerada pela construção, apostando em programas como o de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida. Também os agentes financeiros hoje acreditam mais no capital produtivo gerado pelo setor. Neste ano, devere-

mos contar com cerca de R$ 95 bilhões em novos financiamentos imobiliários com os recursos da Caderneta de Poupança, algo ja-mais visto neste país.

Isto sem falar nos demais recursos de que dispomos, originários de diversas fontes como os fundos de investimento imobiliários.

E se olharmos para a demanda contínua pela moradia, para a carência ou a inexistência de infraestrutura, nós construtores podemos tranquilamente ampliar nossos horizontes com confiança e otimismo e nos prepararmos para o mercado que se apresenta.

Essa perspectiva nos anima a encarar nos-sos maiores desafios: aumentar o investimento em infraestrutura, desenvolver novas fontes de financiamento, industrializar mais os processos construtivos e aumentar a produtividade.

Futuro promissor

A construção tornou-se forte e está pronta para os desafios do mercado

p O n t O d e v i s t A

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20 revista notícias da construção / Julho 2013

CarLoS aLberto JÚLio é empresário, palestrante, autor, vice-presidente do Conselho de administração da tecnisa e professor na USP, eSPM e FgV

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pense diferente

Nosso país tem experimentado uma pro-funda alteração no paradigma do fazer. Em anos recentes, inúmeros jovens foram seduzi-dos pela ideia de montar um negócio próprio. Desejam mais autonomia e liberdade criativa.

Há quem persiga esse sonho para se livrar do chefe e lucrar mais. Perfeito. É importante gerir-se no mundo do trabalho.

No entanto, como ensinava o mestre Pe-ter Drucker, o principal objetivo da atividade empresarial é constituir mercados. Trata-se da ação transformadora que gera produtos ou serviços, supre demandas, cria empregos e faz girar a economia.

A moderna gestão empreendedora se dá no campo da mudança contínua e acelerada. As jovens empresas sofrem transformações permanentes. Para não se tornarem obsoletas, precisam estar conectadas com demandas de uma clientela cada vez mais exigente e complexa.

Até mesmo empresas consolidadas, como a Tecnisa, que tive a honra de presidir, atuam dessa forma, gerindo estrategicamente a mu-dança. Ali, aperfeiçoam-se continuamente as técnicas construtivas, os métodos de trabalho e o próprio marketing. No contexto 2.0, de hi-perconectividade, a ordem foi estabelecer uma relação de comprometimento com o cliente, valorizando-o desde o primeiro contato.

A empresa passou a trabalhar também em projetos de crowdsourcing – sistemas ba-seados na combinação de inúmeras sugestões dos públicos de afinidade. Assim, tornamos seus produtos mais econômicos e inteligentes, seguindo a lógica da sustentabilidade. Nestes

centros de viver erigidos por meio do esforço da organização, gastam-se menos água e energia elétrica.

Alguém pode empreender repetindo uma fórmula já consagrada. Mas quantas pizzarias, papelarias e restaurantes ainda cabem no mer-cado brasileiro?

Se muda a sociedade, alteram-se as de-mandas no campo dos negócios. Em Alphavil-le, passei meses procurando um bom consultor local para fazer funcionar meu projetor. Não encontrei e recorri ao que me atendia em São Paulo. Quantos outros consumidores não enfrentaram os mesmos problemas? E quan-tas oportunidades não foram perdidas pelos técnicos da área?

Neste circo de transformações, o em-preendedor salta à frente se puder identificar esses vácuos de atendimento, desenvolvendo expertise para as novas demandas. Para isso, ele precisa informar-se pelos canais conven-

cionais, conversar com as pessoas e, sobretudo, ousar na criação de soluções de conforto.

Muitas vezes, o fracasso marca a ati-

vidade de quem monta uma empresa apenas interessado na obtenção do lucro. O sucesso, ao contrário, é companheiro frequente de quem tem prazer em se debruçar sobre os nobres ofícios da inovação.

Muitos dos grandes empreendedores, de Carnegie a Ford, de Gates a Jobs, alcançaram o sucesso financeiro como efeito colateral de um excelente vício: mudar para melhor a vida das pessoas.

Está aí o caminho, especialmente para os empreendedores brasileiros. Temos inúmeros desafios a vencer, inovações a propor e oportu-nidades a aproveitar. Quer sair na frente? Pense diferente. Para si e para os outros.

Atualize-se sempre e seja ousadopara atender às novas demandas

e m p r e e n d e d O r i s m O

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22 revista notícias da construção / Julho 2013

r e l A Ç Õ e s i n t e r n A c i O n A i s

Missão viajará ao Japão com foco em tecnologia e sustentabilidade

Conhecer de perto as inovações em tecnologia e construção sustentável colo-cadas em prática no Japão será o objetivo da Missão Técnica que o SindusCon-SP levará àquele país, de 5 a 14 de setem-bro. A Missão deverá congregar cerca de 30 participantes, entre representantes de construtoras, escritórios de projetos e fornecedores do setor.

A realização é da Diretoria de Re-lações Internacionais do sindicato com o apoio do Itamarati e do Ministério das Relações Exteriores do Japão, das respec-tivas embaixadas e do Consulado do Japão em São Paulo.

Os trabalhos da Missão se iniciarão por uma reunião institucional com os di-plomatas brasileiros na Embaixada do Bra-sil em Tóquio, instalada em um edifício projetado por Ruy Othake. Outra visita, técnica e institucional, será ao Ministério da Terra, Infraestrutura, Transportes e Turismo.

Menos poluiçãoEm Tóquio, a programação ainda

inclui visitas ao conglomerado Kuraray (fabricante de insumos para a construção), a uma obra comercial da Corporação Kaji-ma e à nova sede da corporação Shimizu, considerado edifício com a menor emissão de CO

2 do mundo.

O grupo também vai conferir a utili-zação de BIM (Modelagem da Informação na Construção) na construção de uma obra da Maeda; as casas pré-fabricadas da Misawa e da Toyota; e a edificação, pela

Obayashi, da Tóquio Skytree, considera-da a segunda maior torre do mundo (634 metros de altura).

O planejamento urbano da capital japonesa e as obras de revitalização, mo-dernização e integração com seus sistemas de transportes serão objeto de visita ao governo metropolitano. Outro destaque: a visita ao Hotel Príncipe Akasaka, que sofreu uma redução de 140 m de altura para 70 metros.

Cidade inteligenteUma visita à construtora Toda, que

utiliza BIM e tecnologias ambientais, será seguida de viagem à cidade inteligente Kashiwa-no-ha, entre Tóquio e Tsukuba. Por último, a Missão conhecerá o Insti-tuto de Pesquisas e Desenvolvimento da Takenaka Komunten, considerado o maior centro de pesquisas de estado da arte do mundo.

Reportagem completa sobre a Missão será publicada na edição de outubro de Notícias da Construção. (RM)

Vista do Monte Fuji, que foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em junho

edifício com a menoremissão de cO2 domundo será visitado

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4 a 8 de novembro de

2013, em ParisInscreva-se!

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realIzação e organIzação:

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1 de novembro (6ª feira) - são PaUlo / ParIs1º dia - apresentação no aeroporto internacional de São Paulo (GRU) e embarque com nossa assistência em vôo direto air France com destino a Paris (vôo noturno: aF 457 partida às 18h25 - chegada às 8h30).

2 de novembro (sábado) - ParIs2º dia - Chegada, recepção e traslado ao hotel. Restante do dia livre para atividades independentes.

3 de novembro (domingo) - ParIs3º dia - dia livre para atividades independentes*

4 de novembro (2ª feira) a 8 de novembro (6ª feira) - ParIs4º ao 8º dia - 5 dias livres para visita à BaTiMaT 2013

9 de novembro (sábado) - ParIs / são PaUlo9º dia - dia livre para atividades pessoais. Saída do hotel (check-out) até as 12h. À tarde, em horário a ser informado, traslado com assistência ao aeroporto de Paris (CdG) para embarque vôo air France de regresso ao Brasil.(vôo noturno: aF 454 partida às 23h30 – chegada às 8h05).

EstE pacotE inclui:• Parte aérea air France São Paulo/PariS/São Paulo em tariFa claSSe econômica (tariFa gruPo);• traSlado aeroPorto/Hotel/aeroPorto Para o gruPo, com aSSiStência braSileira, conForme o Programa;• PariS: 2-9 nov = 7 noiteS no Hotel radiSSon blu ambaSSador 4*SuP, com caFé da manHã e taxaS incluSoS;• Wi-Fi gratuito noS aPartamentoS;• ingreSSo Permanente viP de viSitação a batimat 2013;• Seguro de viagem mic euroPa, conForme exigência da comunidade euroPeia Para o Período deSSe Programa;

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26 revista notícias da construção / Julho 2013

Maria angeLiCa LenCione PeDreti é professora de Contabilidade e Finanças da FgV e mestra em administração de empresas; trabalha em Planejamento estratégico

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temaspara esta coluna: [email protected]

O Administrador Global

veja o que se espera da liderançade uma empresa internacionalizada

G e s t à O e m p r e s A r i A l

Na edição de junho, discutimos como uma empresa evolui em sua estratégia de in-ternacionalização, a partir da constatação da existência de um mercado potencial a atingir, fora das fronteiras de seu país de origem.

Assim, normalmente o processo se inicia com a exportação de produtos para os mercados-alvo, em distribuidores-chaves; esta fase é seguida pela contratação de uma equipe comercial externa.

Mais adiante, surgem contratos de for-necimento internacional a grandes players do mercado.

Finalmente, a intenção de produzir ex-ternamente se materializa com um possível processo de transferência de tecnologia a um parceiro situado no país de interesse. Poste-riormente, com o aumento e a estabilização da demanda, pode surgir a oportunidade de construir uma fábrica própria nos mer-cados externos, o que completa o processo de evolução e transforma a empresa numa multinacional.

Diante desse processo, o que se esperaria de um administrador, para que ele se habili-tasse a transitar nesse contexto?

As habilidades exigidas do adminis-trador muito se relacionarão às habilidades exigidas de uma empresa que pretenda passar por esse processo, tais como:

• Flexibilidade: a empresa deve estar preparada para reagir a mudanças de um am-biente muito mais volátil, por ser influenciado por mais variáveis que simplesmente aquelas domésticas, tradicionais.

• Adaptabilidade: no contexto de maior

volatilidade, a mudança faz parte da regra geral e neste caso a empresa deve se sentir confortável em se adaptar às evoluções do ambiente mais amplo em que operará.

• Rapidez: se a adaptabilidade é uma força, a rapidez em se adaptar garantirá a vantagem competitiva da empresa neste ambiente volátil.

• Foco no Core Competence, mesmo que vez ou outra determine desinvesti-mentos: diante de tantos estímulos, ameaças e oportunidades, manter o foco no negócio nada mais é que garantir os fundamentos, muito úteis para orientar uma equipe mais dispersa, pelo mundo.

O sucesso desta equipe depende de um Administrador Global, que, por sua vez:

1. Adapta-se às mudanças mais rapida-mente do que elas possam acontecer! Ou seja, que se antecipa às mudanças e, portanto, tem visão: entende as variáveis que influenciam o destino da companhia, monitora-as, po-dendo até trabalhar para prevê-las em certas

circunstâncias, monta cenários prospectivos e acompanha tais va-riáveis, para enxergar qual cenário se apro-xima, no horizonte; a partir daí, ele prepara

as estratégias para enfrentar o futuro que se aproxima, bem como planos de contingência para situações potencialmente devastadoras, para as quais a empresa pode e deve estar preparada.

2. Finalmente, este Administrador Glo-bal conhece detalhadamente suas operações, para saber adaptá-las quando o ambiente muda, aproveitando oportunidades ou enfren-tando ameaças. A qualidade de sua decisão aumenta as chances de sucesso da companhia, que segue sua evolução.

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27revista notícias da construção / Julho 2013

c A r G A t r i B u t á r i A

Sem desoneração nem RET menor?Desde 3 de junho, não valiam mais as

disposições da MP 601, que havia caído por decurso de prazo. Com isto, ficaram sem efeito a diminuição de 6% para 4% do RET (Regime Especial Tributário) para a incorporação imobiliária feita em patrimônio de afetação, e a substituição da contribui-ção previdenciária patronal de 20% sobre a folha de pagamentos das construtoras de edificações e de suas subcontratadas por uma contribuição de 2% sobre a receita bruta.

O governo havia articulado que as mu-danças da MP 601 seriam inseridas na MP 610, que até o início de julho não tinha sido votada pela Câmara dos Deputados. Caso isto ocorra ao longo do mês, o respectivo Projeto de Lei de Conversão ainda seria votado no Senado e, caso não sofresse novas alterações, enviado à sanção presidencial.

O presidente do SindusCon-SP, Sergio

Watanabe, lamentou o episódio e manifestou a expectativa de que o governo, no mínimo, aja rapidamente para restabelecer alguns avanços da MP 601. “No caso da contribui-ção previdenciária das empresas, o ideal se-ria uma redução linear da sua alíquota sobre a folha de pagamentos, o que beneficiaria todo o universo de construtoras”, comentou.

Já em relação à MP 612, continuavam em vigor duas disposições: 1) se a empresa exercer uma atividade incluída na desone-ração e outra não, todo o seu recolhimento previdenciário deve se pautar de acordo com o disposto para o CNAE de sua atividade que proporciona a maior receita; 2) a partir de 1 de janeiro de 2014, as construtoras de infra-estrutura e as empresas de serviços técnicos de engenharia e arquitetura estarão incluídas na mudança da contribuição previdenciária.

(Rafael Marko)

Para Watanabe, ideal seria redução linear da alíquota previdenciária

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28 revista notícias da construção / Julho 2013

r e s p O n s A B i l i d A d e s O c i A l

‘prevenção é chegar antes que a droga’

O avanço das drogas é um mal que está em todos os setores da sociedade, e os trabalhadores da construção civil também são alvo em potencial. Pensando nisso, os deputados estaduais Antonio Ramalho e Coronel Edson Ferrarini lançaram em junho uma campanha que distribuirá nos canteiros de obra cartilhas com informações sobre pre-venção e combate às drogas, álcool e tabaco.

O vice-presidente de Relações Capital- Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, prestigiou a cerimônia de lançamento da cartilha e definiu a iniciativa como um “gol de letra”. Segundo ele, a construção civil precisava que o problema das drogas fosse atacado. “O SindusCon-SP apoia totalmente esta iniciativa. Todas as empresas vão apoiar. É muito importante esta união para orientar os trabalhadores, porque infelizmente a dro-ga chegou aos canteiros”, afirmou.

Para Maristela Honda, vice-presidente de Responsabilidade Social do SindusCon- SP, a luta contra as drogas vem permeando muitas das importantes ações do sindicato. “Desde a primeira Megasipat falamos com os trabalhadores sobre os riscos de todos os tipos de drogas: tabagismo, alcoolismo e até do crack”, contou. O tema também foi inclu-ído nas palestras sobre a violência contra as mulheres e em outras ações pontuais. “Faz parte do escopo do Programa SindusCon-SP de Segurança oferecer palestras sobre drogas nos canteiros de obra”, completou Maristela.

Multiplicadores“Com essa cartilha, tenho certeza de

que poderemos ajudar muitas pessoas”, destacou Ramalho, que também é presidente do Sintracon-SP. “Ainda que a causa seja uma luta no longo prazo, pelo menos uma semente estará sendo plantada nos nossos trabalhadores.”

Na primeira etapa de divulgação, serão distribuídas 200 mil cartilhas. “Queremos atingir o maior número possível de traba-lhadores e que eles possam ser multiplica-dores nessa luta contra as drogas”, adiantou Ramalho.

Na cartilha, elaborada pelo Cel. Ferra-rini, após 43 anos de experiência, ele alerta para a armadilha que as drogas oferecem para a sociedade. “Prevenção é chegar antes que a droga. É importante aprendermos a dizer não para este mal. Quando evitamos o primeiro contato, certamente caminharemos para não sermos atingidos por elas”, enfa-tizou. Nenhum dependente que ele conta ter conhecido era feliz. “É só tristeza; só lágrimas”, diz. (Nathalia Barboza)

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liÇÕes cOntrAAs drOGAs

Elogiar a maconha épropaganda enganosa

Desinformação, curiosidadee pressão de amigos podem induzir ao uso

É difícil falar em curapara dependência química

O drogado não se reconhece como doente porque os sintomas não lhe causam dor

Dependência é doença física, moral e espiritual arraigada nos neurônios

A participação de familiares é fundamental para ajudar usuários de álcool e drogas

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29revista notícias da construção / Julho 2013

O B r A s p ú B l i c A s

sinduscon-sp propõe mudançanos pagamentos do pAc

O vice-presidente de Obras Públicas do SindusCon-SP, Luiz Antônio Messias, pro-pôs uma alteração na forma de remuneração das obras do PAC, em reunião da Câmara Brasileira da Indústria da Construção com a Caixa em Brasília.

Pela sistemática atual, o Ministério do Planejamento disponibiliza mensalmente 5% do valor da obra. Mas se a construtora produziu mais em determinado mês, ela só receberá esses 5% e precisará solicitar ao ministério o restante, em um processo que leva mais de 50 dias. Se a empresa produziu menos de 5%, no mês seguinte o governo so-mente repõe apenas o que foi gasto, porque a sistemática não é cumulativa.

O vice-presidente sugeriu que a verba

para o PAC seja administrada pela Caixa como um todo e não 5% para cada convênio. “Assim, se está sobrando em uma obra e faltando em outra, a Caixa transfere de um convênio para outro naquele mês.”

A Caixa apresentou o sistema de me-dição dos contratos. O Modelo de Aferição por Parcelas, implementado nas regras do PAC 2, estabeleceu o pagamento imediato de Boletins de Medição antes da aferição pela Caixa. De acordo com a Portaria 164/2013, publicada em abril, todos os termos de compromisso cujo objeto seja “obra” serão incluídos automaticamente nesse modelo.

Veja a apresentação da Caixa em http://www.sindusconsp.com.br/novoConstrumail/files/Afericao_ParcelasCAIXA.pdf (RM)

Messias: distribuiçãoda verba precisa serproporcional à produção

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30 revista notícias da construção / Julho 2013

A prevalência da lombalgia

p r e v e n Ç Ã O e s A ú d e

A lombalgia é o sintoma mais prevalente nas sociedades industrializadas, representando 70% dos afastamentos do trabalho. Caracteri-za-se pela dor na região lombar, na parte mais baixa da coluna, perto do quadril. A dor pode ter diferentes causas, algumas complexas. No entanto, o problema pode não ser sério.

Frequentemente os motivos são a má posição ao sentar, deitar, abaixar e, no caso dos trabalhadores da construção, carregar objetos pesados de maneira inadequada. Pode ainda ser inflamação, infecção, hérnia de disco, escorregamento da vértebra, artrose ou problemas emocionais.

A dor lombar se divide em dois tipos. A forma aguda é o que chamamos de “mau jeito”, quando a dor forte aparece geralmente após um esforço físico. A maioria das dores nas costas é aguda e costuma desaparecer no período de quatro a seis dias. A crônica costuma ocorrer na população acima dos 45 anos. A dor não chega a ser tão intensa, porém é contínua e prolongada.

Na crise aguda o exercício é totalmen-te contraindicado. O repouso absoluto e a fisioterapia analgésica são as intervenções mais indicadas para esse caso. No repouso, recomenda-se deitar em posição fetal, de preferência com um travesseiro entre as pernas, para corrigir a coluna. Em casos de crises muito agudas, os analgésicos e anti- inflamatórios podem ser utilizados, desde que prescritos por médico.

Muitos fatores são importantes para evitar que a lombalgia aguda se torne crôni-ca. Entre eles, podemos citar o uso de equi-

pamentos adequados e, o principal, adotar posturas corretas durante o trabalho. Nesse quesito, há cuidados simples, mas muitas vezes negligenciados, como dobrar os joelhos e não a coluna, ao se abaixar para pegar um objeto pesado.

Outra recomendação é fazer pausas durante a jornada de trabalho, que podem se tornar grandes aliadas contra as lesões mus-culoesqueléticas. Associado a isso, devem-se praticar regularmente exercícios apropriados, essenciais para o fortalecimento da muscula-tura utilizada no trabalho. A dor pode ocorrer por falta de preparo do corpo para executar uma função pesada, como é a rotina dos tra-balhadores da construção.

A orientação básica, assim que surgirem as dores, é procurar profissionais especializa-dos, como o médico e fisioterapeuta da área ortopédica. Após avaliação, eles poderão orientar a melhor forma de tratamento. No Seconci-SP, os trabalhadores da construção têm acesso a essas especialidades e serviços,

incluindo um moderno e bem equipado Centro de Fisioterapia.

A fisioterapia é fundamental para me-lhorar a qualidade de

vida. Em um caso ortopédico, deve-se estudar como determinado movimento é responsável pelo aparecimento de um problema. Após localizar a dor, identificam-se quais as estru-turas que a provocaram e agravaram ou que fatores podem tê-la desencadeado. Com isso, realiza-se tratamento local para diminuir a dor e a inflamação. Simultaneamente, objeti va-se melhorar a postura e corrigir eventos que possam ter gerado os sintomas. Para tanto, são propostos exercícios de fortalecimento, alongamento e o uso de aparelhos que ajudam a reestabelecer o indivíduo.

MiCheLLe Piai Lino é fisioterapeuta do Seconci-SP, formada pela USC em Santos e pós-graduada em intervenção Fisioterapêutica nas Doenças neuromusculares, pela ePM da Unifesp

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

Adotar posturas corretas e fazerexercícios certos previnem as dores

Page 31: Proteção ao Clima

Razões para associar-se ao SindusCon-SP:

SindusCon-SP:inovar, desenvolver e construir

um Brasil cada vez melhor

Associe-se e façaparte desta história

Informações: (11) 3334-5600

1 - SindiCato atuante na defesa, promoção e desenvolvimento do setor

2 - rePreSentação PolítiCa junto aos governos federal, estaduais e municipais

3 - amPla rede de relacionamento profissional

4 - aSSeSSoria jurídica

5 - rePreSentação nas principais regiões administrativas do estado

6 - rePreSentação nas negociações sindicais e trabalhistas

7 - orientação sobre saúde e segurança no Trabalho (ssT)

8 - manuaiS téCniCoS sobre tecnologia, inovação e meio ambiente

9 - CondiçõeS eSPeCiaiS para eventos e treinamentos

10 - aCeSSo exCluSivo às informações do setor

11 - informaçõeS eStratégiCaS, pesquisas e dados do setor para tomadas de decisões

12 - CaPaCitação profissional, elevação de escolaridade, qualidade de vida e centro de atividades através do sesi - senai-sP

13 - ConliCitação - informação sobre licitações no estado de são Paulo

14 - ComPraCon-SP - filiação automática à associação de Compras da Construção Civil

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Page 32: Proteção ao Clima

32 revista notícias da construção / Julho 2013

antonio JeSUS De britto CoSenza é consultor de empresas e professor da eaeSP-FgV e da bbS

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

eficiência no serviço

O marketing pode transformar oesporte em um business no Brasil

m A r k e t i n G

Como muita coisa, no Brasil também o esporte é tratado de forma amadora. Os profissionais que cuidam dos clubes projetam que suas expectativas sejam as mesmas de todos os torcedores. Esse é o primeiro gap de qualidade preconizado pelo marketing de serviços. Ele ocorre quando o responsável por estruturar a oferta a ser feita ao mercado pressupõe saber o que os diversos segmentos esperam, e define como deverá ser “embala-da” a oferta.

Aí temos o segundo gap: arenas de espetáculos inadequadas, inseguras, mal dimensionadas nas áreas de higiene pessoal, de alimentação, de acesso e abandono. Elas costumam ser adequadas apenas no que diz respeito à visão do “palco”. Os estacionamen-tos também costumam ser subdimensionados e as bilheterias, quando existem em número suficiente, estão fechadas em sua grande parte. E a segurança é cada vez mais deixada de lado.

O terceiro gap ocorre porque a capacita-ção dos funcionários do atendimento é feita não para gerar uma experiência de lazer e emoção legítima, mas apenas para facilitar a identificação deles.

Manutenção, limpeza, reparos durante os eventos são ações que não constam dos manuais do treinamento. Todas elas devem anteceder os “espetáculos” e só voltarem à cena após o seu término e o esvaziamento do local.

Outro ponto a ser destacado é a maior ou menor facilidade que existe para a aquisição dos ingressos.

Num momento de expansão de nossa economia digital, ainda há eventos que só podem ser adquiridos nas próprias bilhete-rias. É o que acontece, por exemplo, com os excelentes programas culturais promovidos pelo Sistema S. É incrível que ainda não haja um site interativo com os seus associados e muito menos com o público em geral.

Ressalto que o marketing poderá tornar os eventos esportivos um grande negócio.

Basta deixar de lado os “egos gerenciais” e começar pelo princípio, ou seja:

análise* - investigação para conhecer as expectativas dos públicos alvos. Afinal temos de jovens a idosos, de solteiros a famílias etc.;

adaptação* - a partir do conhecimento real do que o mercado deseja, desenho dos processos que integram as ofertas a serem feitas e estabelecimento do valor adequado a se pagar por elas;

ativação* - comunicação pelos canais e veículos mais eficientes para alcançar os pú-

blicos alvos, com a an-tecedência necessária para que eles possam adquirir ingressos com a maior conveniência possível, sem ter que

se deslocar no caótico trânsito. Avaliem a percepção do custo total desse ingresso para o público quando ele tem que perder uma ou mais horas, apenas para assegurar que poderá assistir ao programa;

avaliação* - saber se o público teve o seu desejo realizado, a sua expectativa atendida. Um pequeno agradecimento pela presença com um rápido questionário colo-cado na rede será o instrumento necessário. E o esporte e a indústria do entretenimento não serão mais os mesmos no nosso país.

* Prof. Raimar Richers – EAESP - FGV

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33revista notícias da construção / Julho 2013

s e G u r A n Ç A

elevando o nível do debate sobre elevadores

Os construtores não devem adquirir elevadores de obra sem a garantia de que as próprias fabricantes farão a manutenção pre-ventiva do equipamento e sem a garantia de treinamento e qualificação dos montadores e dos operadores de acordo com as regras vigentes. “Temos de fazer urgente um up-grade no treinamento desta gente”, disse o auditor fiscal do Trabalho, Antonio Pereira, durante reunião convocada em junho pelo SindusCon-SP com representantes das prin-cipais empresas fornecedoras e locadoras destes equipamentos.

Pe re i r a t am-bém recomendou aos fabricantes que se debrucem sobre a melhoria dos equipa-mentos e de um Pro-grama de Manuten-ção Preventiva mais específico e bem documentado. “O plano de manutenção não pode ser genérico. Tem de explicitar que a manutenção do mancal precisa acontecer em janeiro, que a do freio, em fevereiro, e assim por diante”, explicou.

O vice-presidente de Relações Capital-

Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, propôs aos representantes uma agenda positiva cujo objetivo é mudar a imagem ruim dos fabricantes e do setor, divulgando em nível nacional os equipamentos que já tenham um grau de segurança de acordo com o que exige a Portaria 644, de 9/5/2013, publicada no DOU em 10/5/2013.

Segundo Ishikawa, a ideia é divulgar as empresas que já colocaram equipamentos seguros no mercado. “Temos a obrigação e o dever de colaborar com os bons fabricantes

e afastar do merca-do a concorrência desleal. Queremos trabalhar para mudar a imagem do setor e mostrar para as cons-trutoras que o valor de uma manutenção segura não é nada

comparado ao custo total da obra”, ponderou Ishikawa.

“Mais do que isso, queremos alertar as empresas construtoras de que o INSS tem investido em ações regressivas contra elas. O custo de uma ação deste tipo dói fundo no bolso”, comentou.

O que diz a NR 18A Portaria 644 altera a redação do

item 18.14.23.7 e dos subitens 18.14.23.7.1 e 18.14.23.7.2 da NR 18, dando prazo de 12 meses para a instalação e utilização de elevadores de passageiros tracionados com um único cabo, desde que atendam à NR 18. Depois deste prazo, os elevadores de um cabo já instalados só serão autorizados a operar por mais 12 meses, sendo que as novas instalações precisarão atender também ao disposto na NBR 16.200. (NB)

equipamentos deobra seguros terãoa preferência das

construtoras

Haruo: agenda positiva para melhorar a imagem do setor

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34 revista notícias da construção / Julho 2013

s i n d u s c O n - s p e m A Ç Ã O

Fotos

: Gab

riel P

evide

‘resgatemos a agenda da construção’

O presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, convocou a cadeia produtiva da construção a “resgatar uma agenda po-sitiva para evitar que a desaceleração do crescimento da economia provoque uma inflexão no desempenho do setor no segundo semestre”.

Discursando em junho na abertura da Construction Expo 2013 – 2ª Feira Internacional de Edificações e Obras de Infraestrutura, ele destacou “a importância de elevarmos continuamente o número de obras, impactando positivamente o cresci-mento econômico”.

A coordenadora do PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat) do Ministério das Cidades, Salette Weber, pediu que o setor apresente “propos-tas concretas e sua forma de implementação” para o país crescer. “É preciso maturidade para entender que, mesmo com tudo o que o governo fez nos últimos dez anos, a diminuição da desigualdade leva tempo.” Segundo ela, tanto o governo como o setor

da construção “têm que se modernizar”.Já o secretário de Planejamento e De-

senvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Julio Semeghini, destacou o “alinha-mento” entre o governo federal, o estadual e a Prefeitura de São Paulo em parcerias como no Programa Minha Casa, Minha Vida.

O deputado estadual e presidente do Sintracon, Antonio Ramalho, manifestou preocupação com a “desindustrialização do país”, e defendeu a necessidade de investi-mentos em qualificação: “Tenho conversado muito com Sergio Watanabe para levarmos cursos aos canteiros de obras.”

O Brasil precisa, urgentemente, trocar o vetor do consumo pelo dos investimentos públicos e privados, com ênfase nas áreas de infraestrutura para crescer e gerar empregos. Assim se manifestou Afonso Mamede, pre-sidente da Sobratema, entidade organizadora do evento. (Rafael Marko)

Sindicato é eleito para Conferência das CidadesA 6ª Conferência Municipal da Cidade

de São Paulo elegeu em junho 10 integran-tes do SindusCon-SP para, junto com mais 3 do Secovi-SP e 14 de outras entidades, representarem a bancada empresarial de 27 membros na Conferência das Cidades do Estado de São Paulo, a realizar-se em setembro.

A articulação que chegou a essa repre-sentação da bancada empresarial contou com a participação do gerente de Produção e Mercado do SindusCon-SP, Elcio Sigolo,

na conferência municipal realizada no Pa-lácio das Convenções do Anhembi.

Cerca de 9 mil pessoas participaram da Conferência, presidida pelo prefeito Fernando Haddad. Com o tema “Quem muda a cidade somos nós: Reforma Ur-bana já!”, o evento foi organizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimen-to Urbano de São Paulo, com apoio do Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU) e da Comissão Preparatória Municipal.

Watanabe (esq.) na inauguração da Construction Expo 2013: elevar o volume de obras

Page 35: Proteção ao Clima

35revista notícias da construção / Julho 2013Schoueri, Watanabe e Haruo ishikawa no encontro na Fiesp

‘Perspectivas seguem favoráveis’Embora a construção brasileira tenha

desacelerado o ritmo de seu crescimento, ela segue operando dentro de um bom patamar de atividade e as perspectivas de continuidade são favoráveis, pelo menos até o segundo semestre de 2014.

Esta foi a mensagem transmitida pelo vice-presidente de Economia do Sindus-Con-SP, Eduardo Zaidan, em palestra sobre o desempenho e as perspectivas da construção, aos clientes do Deutsche Bank, em junho, em São Paulo.

O vice-presidente reiterou a estimativa de que o PIB da construção deva crescer em torno de 3% neste ano. Ele mostrou que, depois de um primeiro trimestre marcado por poucos lançamentos e lenta ascensão

do emprego, a construção incrementará sua atividade no segundo trimestre.

“Até abril, o total de lançamentos na Região Metropolitana de São Paulo já era 41% superior ao de igual período de 2012. As vendas também têm sido maiores tanto em volume quanto em valores. No primeiro trimestre, foram vendidas 6,8 mil unidades na cidade de São Paulo, o que representou um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 4,5 bilhões, ou seja, crescimentos de 18,6% e 5,5%, respectivamente em relação ao pri-meiro trimestre de 2012.”

Veja a apresentação emhttp://www.sindusconsp.com.br/no-

voConstrumail/files/_Apresentacao_Zai-dan0306.pptx

mais incentivos para infraestruturaDurante encontro com associados e

representantes de outras entidades promo-vido em parceria com a Fiesp em junho, o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, destacou que entre os princi-pais desafios enfrentados pelo setor está a insuficiência de incentivos para se investir em infraestrutura.

“Em uma década a construção civil mais que dobrou o contingente de trabalha-dores com carteira assinada”, afirmou, ao apresentar dados do setor. Mas, segundo o presidente, a construção civil ainda enfrenta

vários obstáculos. “Um deles evidentemen-te é a mão de obra. Estamos em um nível de atividade muito alto e a taxa de desemprego na construção civil é menor que 3% (pleno emprego). A mão de obra é um insumo fundamental e faz falta para o crescimento do setor”, acrescentou.

Entre outros desafios apontados estão a necessidade de desenvolvimento de novas fontes de financiamento para habitação e infraestrutura, maior industrialização dos processos construtivos, avanço sustentável com ocupação adequada do solo e aumento

da produtividade.Além de Paulo Schoueri,

diretor da Central de Serviços da Fiesp, compareceram ao encontro o presidente da Associação Brasi-leira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover; o presidente do SindInsta-lação, José Silvio Valdissera; e o presidente da Sobratema, Afonso Mamede, entre outros. (RM)

Page 36: Proteção ao Clima

36 revista notícias da construção / Julho 2013

MarCoS MiniChiLLo De araÚJo éadvogado, sócio de almeida e associados Consultores Legais, membro do Conselho Jurídico doSindusCon-SP

envie seuscomentários, críticas, perguntas e sugestões de temas paraesta coluna:[email protected]

Desde 2008 o STF está para julgar o Re-curso Extraordinário 592.616, para excluir o ISS da base de cálculo da PIS/Cofins. O STF atribuiu o caráter de repercussão geral para o julgamento desse caso, de tal modo que a solução deverá ser aplicada para todas as ações que discutem o mesmo tema.

Em questão análoga, 6 ministros do STF deram provimento ao RE 240.785 para determinar a exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins. Para eles, o valor do ICMS não representa faturamento do contribuinte, mas sim do Estado.

Considerando que o STF tem 11 mem-bros, parece certa a vitória da exclusão. Mas os ministros que já votaram podem alterar seus votos, ou os novos ministros votar no lugar dos ministros substituídos.

Já a União propôs uma ação (ADC 18) para que o STF analise e declare a consti-tucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da Cofins nas operações internas; portanto, ainda haverá muito debate sobre a questão. E o julgamento definitivo certa-mente repercutirá no julgamento da exclusão do ISS, e ainda possibilitará a discussão da exclusão dessas contribuições sociais da base de cálculo do ICMS e do ISS.

Enquanto não há julgamento definitivo, deveriam os contribuintes iniciar já uma ação judicial para não só reaver o que pagaram a mais de tributos, mas também para deixar de pagá-los no futuro?

Em tempos de margens reduzidas e probabilidade de pequeno ou nenhum cres-cimento econômico, qualquer diminuição

de encargos tributários é bem-vinda. Assim, considerando o cenário favorável à tese da exclusão do ISS e ICMS da base cálculo da PIS/Cofins e vice-versa, parece que esperar a definição dessas discussões poderá acarretar prejuízos financeiros, até porque a cada mês avança a prescrição sobre o possível direito do contribuinte.

Em dezembro de 2008, em artigo que escrevi em Notícias da Construção, propus que, antes de iniciar discussão judicial a respeito, o contribuinte deveria refletir sobre três pontos relevantes, a saber:a) apesar de haver 6 votos favoráveis à tese da exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins, o julgamento final poderá ser dife-rente, haja vista a possibilidade de modifi-cação dos votos já proferidos e também em razão da mudança da composição do STF; b) a questão debatida no STF está restrita ao conceito de faturamento, na redação anterior à EC 20/98, e que a nova redação do artigo 195, I, da Constituição Federal permite que a Cofins possa incidir sobre a receita ou o faturamento;c) o ICMS e o ISS representam custo da mer-cadoria/serviço ou são receitas de terceiros?

De lá para cá já se passaram quase 5 anos e ainda não há definição sobre esses temas. E quem não iniciou a discussão judicial não interrom-peu a contagem do prazo prescricional.

Assim, parece-me recomendável que qualquer medida judicial para discutir a exclusão de ISS/ICMS da base de cálculo da PIS/Cofins deveria ser acompanhada do depósito judicial do valor correspondente ao tributo que se deixar de recolher, a fim de se evitarem surpresas.

Atenção, contribuinte!

j u r Í d i c O

exclusão do iss da base de cálculoda pis/cofins está para ser julgada

Page 37: Proteção ao Clima

AGOSTO 2013SÃO PAULO

DIA 1Norma de Desempenho

DIA 12Auditoria Trabalhista

DIA 13INSS da Construção Civil

DIA 14Sped Fiscal e Contábil

DIA 15Requisitos do Novo SiAC 2012

DIA 16Norma de Desempenho

DIAS 20, 22, 27, 29/8 e 3/9 MANHÃSCurso de Fundações para Coordenadores e Engenheiros de obra e Projeto de Construtoras e Gerenciadoras

DIA 21Controladoria e Gestão Econômica

DIA 21Programa Aquisição da Madeira - Módulo III

DIA 22Melhoria do Desempenho nos Sistemas de Gestão – Segmento Construção Civil

DIA 27Administração de Obras e Serviços de Engenharia Civil

DIAS 26 e 27Etiqueta Procel - Residencial

: : : : : : : : : :

CAMPINAS

DIA 6Gestão de Pessoas na Construção Civil

DIA 13Formação de Preço de VendaAplicado à Construção Civil

DIA 21Orçamento para Licitações Públicas

: : : : : : : : : :

MOGI DAS CRUZES

DIA 7Retenção de 11% em Obras eServiços de Construção Civil

DIA 21Analista Dpto. Pessoal

DIA 22Gestão de Materiais/almoxarifado para setor da Construção Civil

: : : : : : : : : :

PRESIDENTE PRUDENTE

DIA 2Licitações de Obras e Serviços de Engenharia

DIAS 23 e 24Gestão de Contratos Públicos com Foco na Construção Civil

: : : : : : : : : :

SANTO ANDRÉ

DIA 6Elaboração deOrçamentos de Obras –Fundamentos Técnicose Legais

: : : : : : : : : :

SANTOS

DIA 8Certidões Negativas ou Positivascom efeito de negativas- suasaplicações no Setor da Construção Civil

: : : : : : : : : :

S.J. DO RIO PRETO

DIA 8Contrato de Empreitada: abrangência, Aspectos Técnicos e seus Questionamentos

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INSCRIÇÕES

LIMITADAS!

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Page 38: Proteção ao Clima

38 revista notícias da construção / Julho 2013

i n s u m O s

inovando a grande obra

O avanço tecnológico dos sistemas construtivos, a excelência em métodos construtivos aplicados nas obras no país e a evolução do segmento de infraestrutura deram o tom da Construction Expo 2013 – 2ª Feira Internacional de Edificações e Obras de Infraestrutura, realizada em junho pela Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração), com apoio do SindusCon-SP.

Na feira, foi possível conhecer uma variedade de produtos inovadores, desde geradores solares fotovoltaicos e eólicos de última geração, passando por sistemas de reciclagem de esgoto e efluentes com capacidade para purificar até 6 mil litros por hora; tubos de polietileno de alta densidade de grande diâmetro para drenagem pluvial; sistema construtivo para contenção de talu-des, encostas, proteção de margem, proteção costeira e canalização de córregos; resinas hidroativas; novas soluções para canteiros de obra; módulos habitacionais; sanitários hi-dráulicos; tecnologia para reutilizar, reciclar e “flocular” a lama bentonítica nas estacas escavadas; barretes e paredes diafragma, além de produtos geossintéticos, plataformas móveis, fôrmas e escoramentos.

Obras emblemáticasO destaque foi o Salão

das Grandes Construções, que mostrou os desafios de obras nacionais. Os visitantes tiveram detalhes dos produtos, serviços, materiais, novas tecnologias e sistemas construtivos que foram utilizados na execução de projeto notáveis como a Arena Corinthians, Linha 4 do Metrô do RJ (Barra da Tijuca - Ipanema), Porto Maravilha e Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos).

No estande da Linha 4 do Metrô do Rio, os visitantes tiveram informações sobre o Tunnel Boring Machine (TBM) e o New Aus-trian Tunnelling Method (NATM). O TBM, conhecido por Tatuzão, por exemplo, tem 2 mil toneladas e 120 m de comprimento por 11,5 m de diâmetro (equivalente a um prédio de quatro andares). Para a obra, optou-se pelo Mixshield, capaz de escavar de 15 a 18 metros por dia. O estande também destacou, além da fabricação dos anéis de concreto (aduelas), dos desafios de montagem do TBM e dos sistemas de fixação das aduelas e de vedação dos túneis, o uso de um polí-mero sintético para estabilização do solo e construção das paredes diafragma.

Uma maquete eletrônica era a grande atração do estande que contava o processo de revitalização da zona portuária do Rio (Operação Urbana Porto Maravilha). O projeto oferece um novo sistema viário e a recuperação dos serviços públicos (esgoto, iluminação, lixo e drenagem), que beneficia-rão os 32 mil habitantes da região. (RM)

Público da Construction Expo teve contato com os equipamentos mais avançados para a infraestrutura e conheceu em detalhes a estrutura e o funcionamento do tatuzão (detalhe), no estande da linha 4 do Metrô do Rio

Maquete de implantação da linha 4 do Metrô do Rio

Fotos

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40 revista notícias da construção / Julho 2013

r e G i O n A i s

Mairinque ganhará mais um SenaiO diretor da Regional Sorocaba, Elias

Stefan Junior, esteve em Mairinque, acom-panhando a comitiva do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, em junho, para a assinatura da compra do terreno de 13 mil metros quadrados para a instalação de mais uma unidade do Senai.

Com inauguração prevista para 2015, a escola será construída com o que há de melhor na construção civil, disse Skaf.

“Serão R$ 40 milhões de investimento para oferecer cursos como os de aprendi-zagem industrial e operador de processos químicos, entre outros. Teremos 5,5 mil

matrículas por ano.” Segundo Elias Stefan Junior, a nova

unidade irá contribuir para o SindusCon-SP. “O Senai é um dos principais formadores de mão de obra qualificada para a região”, afirmou.

A solenidade realizada na Câmara Mu-nicipal de Mairinque contou com as presen-ças da vice-presidente de Responsabilidade Social do SindusCon-SP, Maristela Honda; do coordenador da Regional Sorocaba, José Sarracini; do prefeito de Mairinque, Rubens Merguizo; do prefeito de São Roque, Daniel de Oliveira Costa, além de reunir vereadores e deputados. (LC)

sorocaba conclui nova etapa de capacitação em argamassa

Com a entrega de certificados aos alu-nos do curso de Planejamento de Revesti-mento com Argamassa, a Regional Sorocaba do SindusCon-SP participou em junho da conclusão da segunda etapa do Programa de Desenvolvimento de Construtoras (PDC). Concentrado na capacitação técnica de en-genheiros, arquitetos e gerentes de obras, o programa contou com 52 horas de aulas teóricas durante três meses, e teve como instrutores os engenheiros Elza Nakakura, Eugênio Pacelli e Max Junginger.

Segundo Eder Faria, representante re-gional da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a escolha desse tema para este ciclo se deu a partir de pesquisa. “As construtoras da região apresentaram uma importante demanda do mercado”.

O PDC de Sorocaba é uma parceria entre a Regional do SindusCon-SP, a ABCP, a Associação de Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba (AEAS), a Faculdade de Engenha-

ria de Sorocaba (Facens), o Laboratório de Ensaios de Materiais (Lemat) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de Sorocaba (Setcarso).

Para informações sobre os novos cursos os associados devem entrar em contato com a regional nos telefones (15) 3224-2369, (15) 3234-3211 ou via e-mail [email protected] .

(Lívia Camargo)

turma concluiu segunda etapa da capacitação em junho

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41revista notícias da construção / Julho 2013

confraternização em santos reúne construtores e autoridades

O tradicional churrasco promovido pela Regional Santos do SindusCon-SP, em con-junto com a Assecob e o Secovi, em junho, lotou o Grill do Tênis Clube de Santos. O sucesso do evento, que reuniu 120 pessoas, entre empresários e familiares, fornecedores e autoridades, se deveu à consolidação das lideranças do setor.

“Estamos colhendo agora os frutos de um trabalho de anos. Exercemos uma atua-ção muito forte de representação do setor na região, o que foi acompanhado por todos”, diz Ricardo Beschizza, diretor da Regional.

Outro fator que ajudou a atrair os parti-cipantes ao churrasco foi a chegada de novos nomes às Prefeituras da região.

Entre outros, prestigiaram o evento: o vice-prefeito de Santos, Eustázio Alves Pe-reira Filho; os secretários santistas Ângelo José da Costa Filho (Obras); Marcelo Del Bosco Amaral (Defesa de Cidadania); Lu-ciano Cascione (Meio Ambiente); e Nélson Gonçalves de Lima Jr. (Desenvolvimento Urbano); o secretário de Obras de Bertioga, José Marcelo Ferreira Marques, represen-tando o prefeito José Mauro Dedemo Orlan-dini; o presidente da Câmara Municipal de

Santos, Sadao Nakai; os vereadores Murilo Barleta, Kenny Mendes e Igor Martins de Melo; o secretário-geral do Seconci, Fer-nando Costa Neto; o diretor de Relações Institucionais da Santos Brasil, Ronaldo de Souza Forte; o conselheiro Nacional Fiscal da Abenc, André Monteiro de Fazio; o ge-rente de Governo da Caixa, Sidney Soares Filho; e o gerente regional da Construção Civil da Caixa, Diogo Paz Pedro.

O churrasco contou com patrocínio de Deleuse Andaimes e Escoramento, DNA Móveis, Engemix-Votorantim, Fundamenta, KGB, Grupo Mega Forma, Viapol e Voto-rantim Cimentos. (Giselda Braz)

Reis, Pereira Filho, beschizza, amaral e Marques, no evento

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42 revista notícias da construção / Julho 2013

reGiOnAis

ribeirão promove encontro sobre economia brasileira e crise global

O presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, participou em junho do encontro “A Economia Brasileira e a Crise Global”, promovido pela Regional Ribeirão Preto em parceria com a FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado. O evento aconteceu na FAAP, Unidade Ribeirão Preto, com a pre-sença dos diplomatas Clodoaldo Hugueney (embaixador do Brasil na China até março deste ano), Rubens Ricupero (ex-ministro da Fazenda e do Meio-Ambiente) e Sérgio Amaral (ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Watanabe abriu o encontro, ao lado do presidente da FAAP, Antonio Bias Bueno Guillon, do diretor da Regional Ribeirão Preto, Eduardo Nogueira, e do superinten-dente da Caixa na cidade, Isaac Samuel dos Reis.

O presidente do SindusCon-SP desta-cou a expectativa do setor e a sua contribui-ção para o crescimento do Brasil. “Estamos

estimando que o PIB da construção civil deva crescer em torno de 3% em 2013”, afirmou, citando como exemplo o número de trabalhadores formais do segmento, que dobrou nos últimos dez anos. “A construção civil contribuirá de forma significativa para o crescimento do país”, completou.

(Márcio Javaroni)

Regionais planejam novas açõesRibeirão Preto sediou em junho o

encontro mensal das diretorias regionais do SindusCon-SP. Participaram, além do anfitrião Eduardo Nogueira e dos vice- presidentes João Lemos e Luiz Cláudio Amoroso, os diretores regionais Renato Tadeu Parreira (Bauru), Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente), Márcio Benvenutti (Campinas), Ricardo Beschizza (Santos), Sérgio Ferreira dos Santos (Santo André) e Renato Monteiro (diretor adjunto em Santos).

Durante o encontro foram discutidas situações comuns às regionais, assim como propostas ações em benefício dos associados do interior. "Essa troca de

experiências é muito salutar, uma vez que nossas particularidades muitas vezes são diferentes daquelas da Capital", afirmou Ricardo Beschizza.

"Nossa reunião foi muito proveitosa, direcionando novas ações a cargo de alguns diretores", disse Sérgio Ferreira dos Santos. "Ficamos muito felizes pelos compromis-sos assumidos: Eduardo Nogueira pela formação de um grupo de qualidade no interior de São Paulo; o Gustavo Ribeiro, por desenvolver uma campanha para atrair novos associados; e Márcio Benvenutti pela implantação do sistema planta online", afirmou Renato Parreira.

(MJ)

Watanabe (ao centro) ressaltou expectativas para o setor durante evento na FaaP de Ribeirão Preto

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43revista notícias da construção / Julho 2013

salão do imóvel gira r$ 280 milhõesRealizado pela Regional do Sindus-

Con-SP, o Salão do Imóvel de Ribeirão Preto aconteceu nos dias 15 e 16 de junho, junto ao 9º Feirão Caixa da Casa Própria. Durante o evento, que recebeu mais de 20 mil visitantes em uma área de 1.000 m2 do Novo Shopping, foram negociados cerca de R$ 280 milhões, entre contratos assinados e encaminhados.

Como nas edições anteriores, o Salão do Imóvel reuniu no mesmo espaço outros agentes, como correspondentes Caixa Aqui e técnicos do banco, responsáveis por ana-lisar e autorizar os financiamentos. “Com isso se ganha agilidade e os negócios po-dem ser executados com maior facilidade”, afirmou o diretor da Regional, Eduardo Nogueira.

O Salão do Imóvel 2013 teve a parti-cipação de 12 construtoras e imobiliárias, que ofereceram cerca de 8 mil imóveis, entre novos, usados e na planta. “O evento foi um sucesso. Recebemos um público ex-traordinário e o índice de vendas foi muito bom”, avaliou Nogueira.

Para o diretor da Regional, as faci-lidades oferecidas pelo Salão do Imóvel/Feirão Caixa foram fundamentais para o sucesso do evento. “Eles abrangem uma

classe emergente, muito bem atendida pelas empresas, que oferecem excelentes opções de negócios.”

Para o superintendente da Caixa em Ribeirão Preto, Isaac Samuel dos Reis, a aprovação do crédito feita na hora também colabora para facilitar ainda mais a negocia-ção. “São fatores determinantes para que o evento se constitua a cada ano em um gran-de sucesso, com expressivos volumes de negócios fechados e encaminhados”. (MJ)

Segundo nogueira e Reis, evento foi um sucesso em número de negócios

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reGiOnAis

Bauru investe em capacitação

“Precisamos capacitar para crescer”. A afir-mação é de Renato Parreira, diretor da Regional Bauru do SindusCon-SP, que tem investido cada vez mais em cursos, treinamentos e palestras para os associados. Segundo ele, materiais e tecnolo-gias evoluem o tempo todo e as empresas precisam estar atualizadas para aproveitar essas melhorias.

“O problema era que a maioria dos cursos de atualização estava centralizada em São Paulo. O empresário que quisesse capacitar seus funcioná-rios tinha que enviá-los para a Capital. A Regional Bauru, com apoio da sede do SindusCon-SP, conseguiu trazer boa parte desses cursos para o Interior. Com isso, garantimos uma redução ex-pressiva dos custos com hospedagem, transporte e alimentação, além de reduzir o tempo de ausência do profissional. A ideia foi tão bem recebida que, para 2013, estamos dobrando a oferta de cursos”, comemora.

Nos últimos três anos, a Regional manteve a realização de aproximadamente um evento por mês. A demanda tem crescido e, desde o início deste ano, a programação foi ampliada, com a oferta de pelo menos dois cursos por mês, além de palestras, assessoria jurídica local, entre outros.

(Sabrina Magalhães)

C L a S S i F i C a D o S

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Anuncie nos clAssificAdos

(11) [email protected]

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reGiOnAis

Campinas forma1ª mestre de obras

Cada vez mais requisitados, os pro-fissionais com maior qualificação são referência no setor da construção civil. E a função de mestre de obras se torna ainda mais procurada pelos profissionais da área, inclusive pelas mulheres. Na última turma, cuja formatura ocorreu em junho, Werilene Lago Silva Coelho recebeu seu diploma de Mestre de Obras, sendo a primeira mulher em Campinas a concluir a qualificação.

“O mercado feminino está em ascen-dência. E a construção civil não é diferente, com muitas mulheres nas funções de en-genharia. Mas a parceria do SindusCon- SP com o Senai está dando oportunidade também para as mulheres fazerem o curso de mestre do obras, o que é muito importan-te”, diz o diretor da Regional Campinas do SindusCon-SP, Márcio Benvenutti.

Essa foi a sétima turma do curso de Mestres de Obras formada pelo Senai e 14 novos profissionais foram habilitados para trabalhar no setor. “Eu espero que a Werile-ne seja a primeira de muitas mulheres a se

formarem no curso e atuarem nos can-teiros de obras”, diz Benvenutti.

A própria Werilene acha que pode ser um exemplo para outras mulheres, quebran-do assim, uma quase hegemonia masculina na função. “Eu tenho verdadeira paixão por construção civil. Inclusive, pretendo cursar engenharia civil”, adianta.

O projeto da Regional Campinas visa qualificar cada vez mais os profissionais do setor e garantir o crescimento da demanda na área, além de oferecer mais oportunidades de crescimento dos trabalhadores em suas carreiras. No ano passado, 46 trabalhadores receberam o diploma e foram qualificados para exercerem a função de mestres de obras. Duas turmas se formam a cada ano.

O curso de Mestre de Obras tem dura-ção de 18 meses, com 600 horas de aula, e é também um esforço pessoal de cada profis-sional, uma vez que as aulas são realizadas no período noturno. (Vilma Guasques)

santo André discute segurança e saúdeDirigido aos técnicos de segurança,

engenheiros, mestres de obra e outros profissionais que atuam no setor, o semi-nário “Segurança e Saúde na Indústria da Construção” reuniu 108 pessoas em Santo André no mês de maio.

O encontro tratou de temas como a escolha, controle e manutenção de gruas, a contratação de Pessoas com Deficiên-cia (PCD), o uso e controle de andaimes

tubulares e suspensos, boas práticas em SST e pré-requisitos na locação e uso de equipamentos.

Para o auditor fiscal Antonio Pereira do Nascimento, que palestrou no seminário, o evento mostrou aos participantes as boas práticas de segurança e saúde adotadas hoje em São Paulo. “Abordamos as mudanças normativas em vigor com a futura revisão da NR 18, com a consulta pública do texto atual e medidas de controle no uso de gru-as, elevadores de obras, andaimes e outros equipamentos.”

(Sueli Osório)

Werilene (de azul e preto) recebe o certificado de mestre de obras ao lado dos companheiros de turma, em Campinas

Seminário também abordou a contratação de PCDs

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vidros de seguranças O l u Ç Õ e s i n O v A d O r A s

A utilização de fachadas com vidros de segurança recrudesceu nos últimos anos, em razão da crescente utilização de fachadas envidraçadas e da necessidade de proteção a eventos de vandalismo e invasão, com uso de armas de fogo, em locais como guaritas, joa-lherias, bilheterias e casas lotéricas.

Qualquer tipo de ação direcionada à fachada ou agente que a deteriore afeta tanto as placas de vidro como todos os outros com-ponentes que integram o sistema de vedação. Assim, ao se falar em fachadas com vidro de segurança, aborda-se o vidro e suas interações com os outros componentes.

Os vidros de segurança nas fachadas não visam tanto atender os requisitos de desempe-nho estrutural (cargas de vento e impactos, por exemplo), como as premissas referentes ao uso e operação, específicas para cada edificação. Neste contexto devem ser avaliados os riscos referentes às ações como: tentativa de intrusão, armas de fogo, impacto de veículos, explosões ou vandalismos generalizado.

Portanto, o tipo de edificação, o entorno, os índices de criminalidade, o acesso, o fator econômico e o uso são fatores de risco que devem ser avaliados nos projetos das fachadas, principalmente nos aspectos de desempenho estrutural e segurança no uso e operação.

Critérios de segurançaO vidro é de segurança quando sua

tecnologia de fabricação ou montagem per-mite reduzir a probabilidade de acidentes por choques ou deformações. O vidro temperado, por exemplo, é aplicado em portas e vitrinas de lojas, bancos, assim como no mercado automotivo, pois estilhaça em centenas de pequenos pedaços não pontiagudos ou lascas que poderiam machucar. Há também os vidros multilaminados e os aramados. O primeiro é uma união de vidros, realizada em sua fabrica-

ção, onde são utilizadas duas ou mais lâminas de vidro intercaladas por uma ou mais camadas de Polivinil Butiral (PVB) ou resina. Já o vidro aramado possui em seu interior uma malha quadriculada de arame de aço que mantém sua integridade física após a quebra.

Os vidros comercialmente chamados de antivandalismo ou blindados são vidros multi-laminados, sendo que a sua composição varia em função da aplicação e nível de proteção solicitada.

A fachada com vidros de segurança é composta de esquadrias, guarnições, selantes e dispositivos de fixação. Esses componentes também devem ser dimensionados de modo compatível às exigências das fachadas. Ao se adotar um vidro multilaminado, blindado, as esquadrias não podem, por exemplo, ser de alumínio comum, ou apresentar estruturas suportes (tipo aranha) que possuem pequena resistência a impactos.

As normas nacionais de vidros de segu-rança abordam principalmente requisitos e métodos de avaliação relativos à segurança estrutural. A norma ABNT NBR 7199: 1989 – Projeto, Execução e Aplicações de Vidro na Construção Civil – determina as condições a serem obedecidas no projeto de envidraçamen-to, orientando dimensionamento da espessura do vidro em função do tipo de vidro e sua localização na edificação.

Entretanto, há duas normas (ABNT NBR

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna:[email protected]@ipt.br

anDrÉ LUiz gonÇaLVeS SCabbiaé pesquisador do iPt e doutorado pela eeSC/USP, atua na linha de pesquisa relacionada à segurança ao fogo

anDrÉ DeLFino aze-VeDo é pesquisador do iPt, engenheiro civil, graduado na Poli-USP, desenvolve trabalhos na área de sistemas construtivos

invasão de agência bancária pela

fachada envidraçada

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15000:2005 e ABNT NBR NM 298:2000) que avaliam a resistência dos vidros quanto a impactos de armas de fogo, seres humanos e objetos. Duas normas estrangeiras foram selecionadas para contribuir com a avaliação dos vidros com relação aos aspectos de se-gurança do usuário (BS EM 356:2000 e BS EN 1063:2000), particularmente quanto à resistência a impactos de ferramenta manual e de armas de fogo.

Os critérios e métodos de ensaio dessas normas estão em tabela disponível em http://www.sindusconsp.com.br/downloads/tabe-la_artigo_si_ed_124.pdf.

Considerações finais A avaliação técnica de fachadas com vi-

dro de segurança deve levar em conta todos os componentes e não só o vidro. No caso dessas fachadas envidraçadas, também devem ser abordados: estrutura suporte dos vidros (perfis guias e montantes metálicos - esquadrias), dispositivos de fixação (parafusos, presilhas, chumbadores), elementos de isolamento, como gaxetas e calços, materiais de vedação, entre outros.

Todos os métodos de ensaios para vidro descritos são aplicados em corpos de prova de pequenas dimen-sões. Entretanto, não se tem certeza se é possível extrapolar tais resulta-dos de ensaio para vidros de grandes dimensões e, portanto, avaliações e métodos de ensaio específicos devem ser criados e testados a fim de garantir o uso destes sistemas de fachadas com a segurança devida.

acima, cobertura com estrutura metálicas e vidros do Museu britânico, em londres (esq.); escada em vidro laminado da apple Store, na Holanda (dir.).abaixo, detalhe do vidro laminado do degrau da apple Store; mais abaixo, cabines blindadas do Estádio Wembley, em londres

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FeLiPe SCotti CaLbUCCi égraduado em Comunicação Social e gerente de Property & Construction da Michael Page, com foco em recrutamento de gerentes e diretores para construtorase incorporadoras

envie seus comentários, críticas, perguntas e sugestões de temas para esta coluna: [email protected]

Caros leitores, nesta edição tenho a satisfação de compartilhar com vocês algumas informações que recebi recente-mente sobre o mercado de Real Estate e de construção em outros países.

Algumas semanas atrás, participei de uma conference call com os demais res-ponsáveis por contratações de executivos de nosso mercado em alguns dos locais onde opera a companhia para a qual eu trabalho.

O objetivo era trocar experiências so-bre o perfil das empresas, dos profissionais, bem como encontrar sinergias.

Além de Brasil, participaram repre-sentantes da Itália, Inglaterra, França, Emirados Árabes, China, Rússia, Alemanha e Austrália.

A primeira conclusão a que chegamos é que o negócio de Real Estate e construção tende a ser muito local.

Há peculiaridades em cada região, em especial quanto aos aspectos de formação de profissionais e tecnologias.

Contudo, o idioma ainda é o maior limitador para receber profissionais de ou-tras nacionalidades em praticamente todas as regiões.

Apenas as regiões como os Emirados Árabes, que passaram por ondas de desen-volvimento muito acima do normal lidera-das por empresas estrangeiras, receberam profissionais de outras nacionalidades em grande escala.

Podemos dizer que o mesmo ocorreu com países africanos, em grande parte

liderados por empresas multinacionais brasileiras.

Outros entraves são o conhecimento de fornecedores locais, o trato com órgãos públicos e, especialmente, a adaptação à cultura do país.

Também notamos uma diferença sig-nificativa no perfil dos negócios em cada região.

Os países europeus possuem predo-minância de negócios para restaurações históricas, retrofit e gerenciamento de propriedade.

Nesses países, há poucos investimen-tos em desenvolvimento imobiliário ou de infraestrutura urbana.

Mesmo com este perfil de negócios, o mercado europeu é enorme, com forte presença de quase todos grandes players globais.

América Latina e Ásia apresentam um cenário inverso.

Nestes continentes, há muito foco em desenvolvimento para todas as áreas.

Isso tem como consequência a entra-da de inúmero novos players.

Quanto ao perfil de pessoas demanda-

das pelo mercado, há uma predominância por profissionais com visão de projeto de forma generalista.

Requerem-se desses profissionais bons conhecimentos técnicos nas ativida-des específicas, e que consigam analisar o negócio.

Contudo, se o empregador estiver dis-posto a esperar o tempo de adaptação de um profissional estrangeiro, acredito que pode resultar muito bem. A troca de experiências sempre é válida.

O profissional estrangeiro

c O n s t r u Ç Ã O d A c A r r e i r A

contratação pode apresentar bomresultado após período de adaptação

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