programa de proteção ao emprego - cartilha dieese

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O PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO EMPREGO PARA ENTENDER | |

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Page 1: Programa de Proteção ao Emprego - cartilha DIEESE

O PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO EMPREGO

PARA ENTENDER

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2 CSB - Central dos Sindicatos BrasileirosCUT - Central Única dos TrabalhadoresForça SindicalNCST - Nova Central Sindical de TrabalhadoresUGT - União Geral dos Trabalhadores

ElaboraçãoDIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

Projeto gráfico e diagramaçãoCaco Bisol

IlustraçõesVicente Mendonça

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POR QUE PROTEGER OS EMPREGOS DURANTE UMA CRISE?

O emprego é o principal patrimônio do trabalhador e gerar empregos é um dos

principais objetivos da economia. Com os salários, os trabalhadores e suas famílias

dinamizam a produção de bens e serviços, animam a demanda para as empresas e

favorecem o crescimento econômico. O Estado, por sua vez, arrecada os impostos, faz os

investimentos públicos e presta serviços públicos (saúde, educação, segurança, habitação,

saneamento etc.) para toda a sociedade.

As políticas públicas de emprego, trabalho e renda têm a missão de apoiar a promoção de

empregos, especialmente pelo investimento em infraestrutura econômica e social, bem

como proteger os postos de trabalho. No Brasil, temos um complexo e universal sistema de

seguridade social que inclui a saúde, a assistência social e a previdência. No campo do trabalho,

nosso sistema público não é prioritariamente focado na proteção do emprego. Se, de um lado,

o seguro-desemprego, por exemplo, é um importante instrumento de proteção diante da

demissão, é preciso ainda criar instrumentos que evitem ou impeçam o desemprego. Políticas

voltadas para reduzir a informalidade e a rotatividade são exigências para o desenvolvimento de

um sistema público voltado efetivamente para proteger o emprego.

Com o apoio de diversas entidades sindicais e após muita negociação, o governo federal

encaminhou ao Congresso a regulamentação de um instrumento de uso voluntário por

parte das empresas, dos sindicatos e dos trabalhadores, para evitar as demissões em

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4situações de crise. Esse instrumento é o PPE (Programa de Proteção do Emprego), que

será apresentado nesta cartilha.

O PPE é um instrumento de defesa do emprego e pode ajudar a combater crises gerais

da economia na medida em que preserva a renda do trabalho, o consumo das famílias,

a receita do Estado e minimiza a depressão que abate o trabalhador, as empresas, as

famílias e a sociedade.

O movimento sindical, que tem entre as bandeiras e lutas a superação de crises, como a

que o Brasil enfrenta neste momento, entende, no entanto, que esse instrumento não é

suficiente para transpor e vencer a conjuntura atual. O enfrentamento desse tipo de crise

exige uma vigorosa atuação do Estado e do governo, com a implementação de políticas

que promovam um movimento contrário à recessão e à queda do nível de atividade

econômica. Para isso, é preciso uma política econômica de transição rápida, visando

à retomada do crescimento, aumento do investimento público e privado, crédito com

juros adequados e queda da taxa básica de juros, políticas de apoio ao desenvolvimento

produtivo em todos os setores, uma política fiscal que sustente o investimento e a

demanda. Por isso, é urgente uma mudança substantiva da atual política econômica para

que o Brasil volte a crescer para sustentar as políticas distributivas que combatem as

graves desigualdades do país.

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O SEGURO-DESEMPREGO E A SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO (LAY-OFF)

NÃO CUMPREM A FUNÇÃO DE PROTEGER OS EMPREGOS?

Não. O seguro-desemprego, apesar de ser um importante direito social, só é

acionado após a rescisão do contrato de trabalho, quando o emprego já foi

perdido. Depois, ele só garante uma renda mínima (teto de R$ 1.385,91) e por um

tempo limitado (5 meses).

Já o lay-off suspende o contrato de trabalho, o que, na prática, significa a retirada do

trabalhador do posto de trabalho. Deixa de ser contado o tempo para aposentadoria

e outras verbas como 13º, férias, FGTS e outras. Além disso, a bolsa qualificação

recebida pelo trabalhador também limita a renda ao teto do seguro-desemprego.

Não há benefícios trabalhistas.

O lay-off pode ser adotado pelo período máximo de cinco meses. Caso o trabalhador

venha a ser demitido durante o lay-off, ele poderá receber seguro-desemprego

somente se a demissão ocorrer antes do prazo limite do lay-off. Se tiver ficado em

lay-off durante um mês, terá direito a quatro parcelas; por dois meses, até três

parcelas; por três meses, até duas parcelas e assim por diante.

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O Programa visa preservar o emprego e a maior parte da remuneração do trabalhador

durante o tempo em que as empresas reduzem as atividades. É uma medida que

deve ser adotada somente durante situações adversas e passageiras, causadas por fatores

conjunturais e externos à empresa, alheios à vontade do trabalhador e da empresa

O PPE não poderá ser usado nos casos em que a crise da empresa é fruto de má gestão ou

condução inadequada dos negócios.

O Programa foi desenhado para que os trabalhadores não enfrentem o desemprego, a

perda da renda e as outras graves consequências dessa situação (depressão, crise familiar,

inadimplência, perda de relações com companheiros, entre outras). A remuneração por hora

trabalhada é aumentada e o trabalhador pode preservar a experiência e os conhecimentos

adquiridos, já que não terá que buscar emprego em outra atividade.

Para as empresas é a possibilidade de manter o quadro de pessoal e o conhecimento, o que

ajuda na recuperação mais rápida das atividades após a crise. Embora a empresa tenha uma

elevação no custo de pessoal por hora trabalhada, ainda assim há um alívio nos custos para

atravessar a crise.

O governo conseguirá evitar o custo fiscal do desemprego, pois os encargos sociais

continuarão sendo arrecadados. Custos extras com serviços públicos e com a solução de

conflitos sociais serão evitados. Além disso, a recuperação da economia pode ser mais rápida

ao se manter os empregos, a renda e o consumo das famílias.

QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO EMPREGO?

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| Para que o PPE possa ser implantado é exigido acordo entre a empresa e o sindicato, com

ampla participação dos trabalhadores, bem como a abertura das informações sobre a

situação de crise por parte da empresa.

| Se houver acordo entre o Sindicato e a empresa, aprovado em assembleia dos

trabalhadores, e cumpridas outras exigências prévias (ver a seguir), a empresa poderá

reduzir a jornada de todos ou de parte dos empregados em até 30%, diminuindo os salários

até o máximo, na mesma proporção.

| Os empregados receberão uma complementação do governo (também chamada de

compensação pecuniária), correspondente a 50% do que foi reduzido, para compensar a

redução de salário. O complemento está limitado a 65% do valor máximo da parcela do

seguro-desemprego, o que equivale atualmente a R$ 900,84 por mês (esse valor é alterado

conforme muda o valor do seguro-desemprego).

| Durante o período de redução da jornada, os

depósitos para o FGTS e recolhimentos para o INSS

serão calculados sobre o salário e a compensação

pecuniária. O Imposto de Renda e os demais encargos

sociais incidirão apenas sobre o salário reduzido.

| A adesão ao Programa, nesta fase, pode ser solicitada

pela empresa, após acordo com o Sindicato, até o

final de 2015, e o Programa tem duração prevista de

um ano, ou seja, até o final de 2016.

| As empresas podem participar do Programa por até

seis meses, que podem ser prorrogados por mais seis.

COMO FUNCIONA O PPE?

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QUEM PODE ADERIR AO PPE?

Pode aderir ao PPE a empresa com dificuldade econômico-financeira. A empresa tem que

ser registrada no CNPJ (legalizada) há pelo menos dois anos, estar em situação regular

junto ao INSS, ao FGTS e ter recolhido os impostos.

| A empresa terá que comprovar que o emprego não aumentou mais do que 1% nos últimos

12 meses.

| A empresa precisa demonstrar ao sindicato que esgotou os períodos de férias, inclusive

coletivas e os bancos de horas.

| Uma exigência importante é ter sido negociado um acordo coletivo de trabalho específico

entre a empresa e o sindicato representativo da categoria, definindo o percentual de

redução da jornada, dos salários

e os empregados que serão

incluídos.

| Exige-se que seja instituída

uma comissão paritária

(representantes dos

trabalhadores e da empresa)

para acompanhar e fiscalizar a

aplicação do Programa.

| Há também um Comitê

Ministerial, coordenado pelo

Ministério do Trabalho e

Emprego, que supervisiona e

monitora o Programa.

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9 | O valor pago pelo empregador, sem o complemento, não poderá ser inferior ao salário

mínimo.

| A remuneração de um trabalhador que, por exemplo, recebe salário de R$ 3.000,00, com

jornada de 44 horas semanais, se reduzida em 30%, ficaria como mostra a tabela a seguir,

no PPE.

> REMUNERAÇÃO MENSAL DO EMPREGADOCOMPONENTES DA REMUNERAÇÃO ANTES DURANTE REDUÇÃO VAR.%Salário 3.000,00 2.100,00 -900,00 -30%Complemento 450,00 Salário + complemento 3.000,00 2.550,00 -450,00 -15%Desconto INSS 330,00 280,50 -49,50 -15%Desconto IRPF 57,45 0,00 -57,45 -100%Remuneração total 2.612,55 2.269,50 -343,05 -13%

| Apesar do corte de 30% no salário, a remuneração líquida do empregado cai 13%.

Isto acontece porque ele recebe um complemento de R$ 450,00 e também porque há

redução no desconto para o INSS e ingresso na faixa de isenção do Imposto de Renda

na fonte.

| Dividindo a soma do salário mais o complemento pela jornada mensal, conclui-se que,

nesse exemplo, o salário bruto horário aumenta de R$ 13,63 para R$ 16,56 por hora.

COMO FICAA REMUNERAÇÃO DO EMPREGADO?

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> CUSTOS DAS EMPRESACOMPONENTES DA REMUNERAÇÃO ANTES DURANTE REDUÇÃO VAR.%Salário 3.000,00 2.100,00 -900,00 -30%Recolhimentos s/ folha 1.044,00 856,80 -187,20 -18%Provisões (férias, 130, Aviso) 1.094,10 765,87 -328,23 -30%Custo total 5.138,10 3.722,67 -1.415,43 -28%

COMO FICAM OS CUSTOS PARA A EMPRESA?

| Seguindo o mesmo exemplo, a empresa teria o custo com esse trabalhador reduzido, como

mostra a forma a seguir:

| O custo com o salário e outras

provisões seria reduzido em

30%.

| No entanto, a empresa

recolheria os encargos sociais

calculados sobre a soma do

salário mais o complemento

salarial, fazendo com que este

item do custo diminua em 18%.

| Com isso, o custo total da

empresa se reduz em 28%.

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11| A conta do PPE para o governo é positiva, considerando que ele continua arrecadando as

contribuições para o INSS, do empregado e da empresa, o FGTS e, em muitos casos, o

Imposto de Renda.

| No exemplo abaixo, o governo teria uma arrecadação total de R$ 1.300,00 por mês, durante

a vigência do Programa, e gastaria R$ 750,00 por mês com o complemento salarial. Isso

mostra que a conta final é favorável aos cofres públicos.

> RESUMO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA (PREVIDÊNCIA E OUTROS)COMPONENTES DA REMUNERAÇÃO ANTES DURANTE REDUÇÃO VAR.%INSS Empregado 394,15 325,41 -68,75 -17,4%INSS Empresa 600,00 510,00 -90,00 -15,0%FGTS 240,00 204,00 -36,00 -15,0%INSS s/ provisões 125,37 87,76 -37,61 -30,0%Arrecadação outros 246,63 172,64 -73,99 -30,0%IRRF 57,45 0,00 -57,45 -100,0%Total 1.663,60 1.299,81 -363,80 -21,9%

| A conta final para o governo também é positiva na comparação do PPE com o seguro-

desemprego.

| Usando o mesmo exemplo (salário de R$ 3.000,00), durante um período de seis meses de

adesão ao PPE, o governo arrecadaria um total de R$ 8.436,60 com encargos e FGTS, e

teria um gasto de R$ 4.500,00 com a complementação do salário, restando saldo positivo

de R$ 3.936,00.

E PARA A ARRECADAÇÃO DO GOVERNO, QUAL O REFLEXO DESTE PROGRAMA?

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12| Em contrapartida, se este mesmo trabalhador fosse demitido e acionasse o seguro-

desemprego, ele obteria cinco parcelas do benefício máximo, o que representaria

para o governo desembolso de quase R$ 7 mil.

| A conta é ainda mais favorável quando se considera um período de 12 meses. Se

o cálculo for feito com um salário maior, poderá haver também recolhimento de

Imposto de Renda na fonte, o que aumentaria o saldo positivo para as contas do

governo.

| Este quadro mostra que há vantagens para o setor público em evitar a demissão e o

desemprego.

Item Mensal Seis meses Doze meses GPS Empresa 804,00 4.824,00 9.648,00FGTS 204,00 1.224,00 2.448,00Encargos s/ provisões 117,60 705,60 1.411,20INSS empregado 280,50 1.683,00 3.366,00Total da arrecadação 1.406,10 8.436,60 16.873,20Gasto com complemento salarial -750 -4.500,00 -9.000,00Saldo para o governo 656,10 3.936,60 7.873,20ALTERNATIVA DE GASTAR COM SEGURO DESEMPREGO OU BOLSA QUALIFICAÇÃOGasto com o salário desemprego -1.385,91 -6.929,55 -6.929,55

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13| Demitir o empregado sem justa causa durante a

vigência do Programa e por mais um terço do tempo

de adesão, após o encerramento. Se o Programa for

aplicado por 6 meses, a estabilidade é de 8 meses. Se

o Programa for aplicado por 1 ano, a estabilidade é

de 16 meses.

| Não pode contratar outros trabalhadores para substituir

aqueles que foram incluídos no Programa, exceto nos

casos de reposição ou aproveitamento de concluinte

de curso de aprendizagem na empresa, nos termos do

artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde

que o novo empregado também esteja incluído.

O QUE A EMPRESA NÃO PODE FAZER AO ADERIR AO PROGRAMA?

DE ONDE VÊM OS RECURSOS?

| Os recursos vêm do Fundo de Amparo ao

Trabalhador, o FAT.

| Para o FAT, a conta vai ser vantajosa, pois

em vez de gastar com o seguro-desemprego,

haverá um desembolso menor com a

complementação dos salários.

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14| Primeiro, o trabalhador deve estar

bem informado sobre o problema que

afeta a empresa, pois não deve ou vai

querer ter o salário reduzido, a menos

que haja um motivo muito forte.

| A empresa terá que demonstrar ao

Sindicato as informações econômico-

financeiras a serem apresentadas para

a adesão ao PPE.

| Estas informações terão que ser

apresentadas pelo Sindicato,

discutidas em assembleia e

a proposta aprovada pelos

trabalhadores.

| O acordo específico deverá prever

uma Comissão Paritária, composta

por representantes da empresa e

dos empregados, para acompanhar

e fiscalizar a aplicação do PPE.

| Por fim, o Programa prevê

devolução dos recursos e multa

pesada, caso haja descumprimento

do acordo e da legislação.

COMO GARANTIR QUE O PPE VAI SER USADO CORRETAMENTE?

Muitos países adotam

programas de proteção ao

emprego semelhantes ao que está

sendo proposto e implantado no

Brasil. Na Europa, pelo menos

23 países já tinham ou adotaram

programas desse tipo durante a

crise de 2008-2009. Além disso,

há modelos semelhantes também

em vários estados dos EUA, no

Canadá, no México e em países da

Ásia, como a Coréia do Sul

e o Japão.

O programa mais

conhecido é o da Alemanha, em

que o governo assegura 60% ou

67% da renda perdida, quando há

redução da jornada e do salário. No

auge da crise de 2008-2009, cerca

de 1,5 milhão de empregos foram

abrangidos pelo programa naquele

país, o que contribuiu para que a

perda de postos de trabalho ficasse

bem abaixo da queda do PIB e para

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A EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL COMPROVA A EFICÁCIA DESTE TIPO DE PROGRAMA

manter a taxa de desemprego abaixo

da média na Europa. Outros países que

se destacam na utilização são o Japão,

com 2,5 milhões de participantes, e

a Itália, com 750 mil. Vários estudos

atribuem ao programa importante

contribuição ao mercado de trabalho,

bem como para a rápida retomada do

emprego após a crise.

O Pacto Global pelo Emprego,

firmado pelos países membros da

Organização Internacional do Trabalho

(OIT), em 2009, sugere que os países

adotem medidas que

limitem ou evitem a perda de

empregos e apoiem as empresas

na retenção da sua força de

trabalho através de esquemas

implementados através do diálogo

social e da negociação coletiva.

Essas medidas podem incluir

o trabalho compartilhado e os

benefícios por desemprego parcial.

(OIT. Pacto Global pelo Emprego)

Esta declaração mostra que programas como o

PPE ganharam o reconhecimento internacional

em razão dos resultados obtidos nos momentos

de crise econômica.

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