propriedades gnaisse
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Gnaisse e suas propriedadesTRANSCRIPT
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Universidade Federal de Itajubá – Campus Itabira
Engenharia dos Sólidos – BAC010
GNAISSE
Geovane Alves
Guilherme Pietta
Júnio Costa
Luiz César Maia Costa
Marconi Moreira
Itabira, 2015 (2º semestre)
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Sumário Introdução .................................................................................................................................. 3
Rochas Metamórficas ......................................................................................................... 3
Gnaisse ................................................................................................................................... 4
Extração .................................................................................................................................. 8
Propriedades ........................................................................................................................... 11
GRANITO PRATA ANHANGUERA ......................................................................................... 11
GRANITO BRANCO MINERATINS ......................................................................................... 12
GRANITO VERDE NAZARÉ .................................................................................................... 13
Segunda parte ............................................................................................................................. 14
Bibliografia .................................................................................................................................. 15
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Introdução
Rochas Metamórficas
As rochas do tipo metamórficas são derivadas de algumas das rochas,
as magmáticas e sedimentares, elas podem passar por processos geológicos e
condições diferentes daquelas nas quais se formaram. Estas novas condições
podem determinar a instabilidade dos minerais preexistentes, estáveis nas
antigas condições. As rochas sofrem então transformações sob a ação destas
novas condições de temperatura, pressão, presença de agentes voláteis ou
fortes atritos, adaptando-se a novas condições. As rochas originadas a partir
destas transformações são denominadas rochas metamórficas. O conjunto de
fenômenos que leva a estas transformações é conhecido como metamorfismo.
O metamorfismo atua sobre rochas preexistentes modificando suas
texturas, estruturas e mineralogia. As modificações observadas em decorrência
do metamorfismo são reajustes necessários para que os minerais alcancem a
estabilidade nas novas condições do meio em que a rocha foi colocada. É
importante observar que esse processo ocorre sem que haja fusão da rocha
preexistente, ou seja, as transformações ocorrem na fase sólida. Podem
ocorrer tanto a recristalização dos minerais preexistentes como na formação de
novos minerais, graças à mudança da estrutura cristalina sob novas condições
de pressão e temperatura ou a combinação química entre dois ou mais
minerais formando um novo mineral.
Os principais tipos de metamorfismo são o termal, o dinamotermal, o
cataclástico e o plutônico.
A formação do gnaisse ocorre principalmente no metamorfismo
dinamotermal, onde há o predomínio da pressão dirigida e temperatura
elevada. Esses dois fatores são capazes de produzir grandes modificações nas
rochas, resultando em novas estruturas e novos minerais.
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As temperaturas do metamorfismo estão abaixo do ponto de fusão das
rochas (aproximadamente 700°C), mas são altas o bastante (acima de 250°C)
para as rochas modificarem-se por recristalização e por reações químicas.
Gnaisse
Gnaisse é uma rocha de origem metamórfica, resultante da deformação
de sedimentos arcósicos ou de granitos. Sua composição mineralógica é
definida por associações de diversos minerais, mais de 20% de feldspato
potássico, plagioclásio, anfíbólios, piroxênios e ainda quartzo e micas (biotita
ou muscovita), sendo por isso considerada essencialmente quartzofeldspática.
Alguns desses constituintes podem estar ausentes em determinadas
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associações mineralógicas, anotando-se diversos outros minerais acessórios
em proporções bem mais reduzidas
.
Sua granulação situa-se frequentemente entre média e grossa. Sua
estrutura apresenta variações, desde maciça, granitoide e com foliação (dada
pelo achatamento dos grãos) até bandada, com bandas geralmente
milimétricas a centimétricas alternadas com outras mais máficas, derivadas de
processos de segregação metamórfica que culminam em rochas magmáticas.
De acordo com Oliveira & Alves (1974), esses minerais foram
submetidos a duas fases de metamorfismo superpostas, a primeira de fácies
granulito e a segunda de fácies anfibolito. Segundo vários autores as
temperaturas de metamorfismo ficam em torno de 700 a 800 °C e as pressões
entre 6 a 8 Kbar.
Estas rochas são constituídas por interação das estruturas granulares e
xistosas e apresentam camadas alternadas ricas em minerais equidimensionais
(principalmente quartzo, feldspato) e planares ou lineares (principalmente
biotita). A estrutura planar observada é denominada de gnaissificação. A
estrutura orientada é característica do predomínio do metamorfismo
dinamotermal.
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Figura . Detalhe de uma rocha gnáissica com bandamento
composicional
A pressão dirigida produz estruturas orientadas, como por exemplo,
xistosidade e gnaissificação.
Figura . Efeito da pressão sobre a estrutura da rochas metamórficas.
Pressão hidrostática → aumento de densidade; Pressão dirigida → estruturas
orientadas
No aspecto econômico, destaca-se a importância da classe dos
gnaisses graníticos. Os gnaisses graníticos são considerados rochas
ornamentais, pois apresentam beleza visual e são resistentes tanto a ataques
químicos quanto ao polimento natural ao longo dos anos. São utilizados em
grande escala como agregado na construção civil e na pavimentação, pois
apresentam alta resistência à compressão devido à sua grande variação
mineralógica e seu grau metamórfico. Na região de Itabira – MG é o principal
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agregado graúdo utilizado em obras e construções. São atribuídas de grande
interesse e valor comercial diante de outras matérias-primas minerais.
O processo de extração dessas rochas começa nas pedreiras, onde
estas são encontradas no seu estado natural. Os blocos são levados às
serrarias onde, para o uso ornamental, são transformados em chapas,
mantendo a característica geológica e tecnológica da rocha, até que finalmente
se transforme no produto final.
Para o uso em construção, as rochas passam por processos de
extração, britagem e classificação. Podem ser usadas in natura, ou misturadas
com outros insumos (cimento, asfalto, areia, etc.) e utilizadas na construção
civil.
Segundo o site do Sindicato das Indústrias da Extração de Pedreiras
(SINDIPEDRAS) revela que a brita representa, em média, 2% do custo global
de uma edificação e 60% do seu volume. Em obras de pavimentação, sua
participação no custo da obra chega a 30%.
E segundo a ANEPAC (Associação Nacional das Entidades de
Produtores de Agregados para Construção), a participação dos tipos de rochas
utilizadas na produção de brita é a seguinte:
Granito e gnaisse – 85%;
Calcário e dolomito – 10%;
Basalto e diabásio – 5%.
Devido as características geológicas do território brasileiro, existe uma
grande diversidade de rochas utilizadas como agregados. O tipo de rocha
utilizada vai depender basicamente da disponibilidade local ou regional. Granito
e gnaisse são utilizadas na maioria dos estados brasileiros.
Algumas das rochas mais antigas do mundo são gnaisses. Um exemplo
de formação rochosa em gnaisse bastante conhecido é o Pão de Açúcar,
localizado na cidade do Rio de Janeiro, Brasil
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Extração
A brita ou pedra britada é um bem mineral que pode ser constituído de
vários tipos de materiais rochosos, disponíveis nos locais de extração e
caracteriza-se como um material que, depois de sofrer desmonte por
explosivos, britagem e classificação, pode ser usada na sua forma natural, ou
misturada com outros insumos e utilizada na construção. Trata-se de um
material de uso amplo e diversificado na indústria da construção civil em
aplicações como: concreto, pavimentação, edificações, obras civis (ferrovias,
túneis, barragens), obras de infraestrutura (saneamento básico), segundo
definição técnica de Tanno. (Sintoni, 2003).
A lavra de brita é feita a céu aberto, em meia encosta, e as operações se
iniciam com a execução do plano de fogo para desmonte primário (perfuração,
seguida de detonação por explosivos), que fragmenta cada trecho das
bancadas da frente de lavra. Caso o material não esteja com dimensões
adequadas para a entrada na planta de beneficiamento (fragmentos maiores
que 1 metro), efetua-se o desmonte secundário, por fogacho (raramente),
rompedores hidráulicos ou drop ball.
Em seguida, efetua-se o carregamento dos fragmentos rochosos com
pás-carregadeiras em caminhões, que transportam o material diretamente até
os britadores primários.
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As operações de beneficiamento são puramente mecânicas e consistem
em britagem primária, secundária e rebritagem em uma ou duas etapas
(britagem terciária e quaternária), e pode ser realizada a seco ou a úmido. O
britador primário, de mandíbulas, faz a fragmentação dos matacões, e neste
ponto pode ou não ocorrer lavagem da pedra. No caso de ocorrer lavagem, as
partículas menores são estritamente produzidas nas fases seguintes, e são
isentas de quaisquer impurezas anteriores, tais como capeamento, matéria
orgânica, dentre outras. Quando não há lavagem, é comum a separação de
bica corrida quando não há lavagem após a primeira britagem, onde o material
é enviado para ser comercializado sem qualquer classificação.
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Após a fragmentação no britador primário, há a formação de pilhas-
pulmão, que alimentam os britadores secundários. O britador secundário pode
ser de mandíbulas ou do tipo cônico. Os britadores terciário e quaternário são
cônicos, ou de impacto, sendo atualmente usados na tentativa de reduzir a
lamelaridade do agregado e a produção de finos.
O transporte de brita entre os britadores e/ou rebritadores é feito,
normalmente, por um sistema de correias transportadoras, sempre procurando
aproveitar o desnível topográfico para economia na planta de beneficiamento.
Para diminuir o pó em suspensão, gerado pela atividade de britagem, algumas
das pedreiras valem-se de sistemas de aspersores de água, instalados nas
bocas dos britadores e nas correias transportadoras.
A classificação por diâmetros nominais é feita em peneiras vibratórias,
com telas de aço ou borracha, em decks ou silos. Geralmente, a fração retida
nas peneiras superiores retorna aos rebritadores, para produzir pedra do tipo
um e atender à demanda atual, e a fração passante compõe as pilhas, principal
forma de estoque dos produtos.
A expedição é mecanizada ou automatizada e o transporte é feito
exclusivamente via frete.
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Propriedades
Gnaisse é uma rocha que apresenta diversas variações por ser de
origem metamórfica. Com isso suas propriedades variam muito de acordo com
o local de sua extração. Em média apresenta massa específica próxima de
2600 kg/m³.
GRANITO PRATA ANHANGUERA
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GRANITO BRANCO MINERATINS
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GRANITO VERDE NAZARÉ
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Segunda parte
Nessa seção do trabalho foi escolhido o artigo Substituição de areia de
quartzo por finos de gnaisse em massa cerâmica para telhas: Teste industrial.
A escolha desse artigo justifica-se pelo fato de apresentar um caráter prático e
importância no cotidiano.
O artigo avalia o efeito da substituição da areia por resíduos gerados no
corte das rochas ornamentais, chamados de finos de gnaisse, em uma massa
de cerâmica vermelha, utilizada para fabricação de telhas do tipo portuguesa
(colonial). As propriedades determinadas e analisadas foram: retração linear,
absorção de água e carga de ruptura na flexão. Além disso, avaliaram-se as
características das matérias-primas e a plasticidade das composições por meio
dos limites de Atterberg. Segundo Vieira (2008), os resultados indicaram que a
utilização de finos de gnaisse em substituição à areia possibilitou uma melhoria
na plasticidade da massa cerâmica e acarretou uma pequena redução na
absorção de água das telhas. A resistência mecânica não se alterou, dentro da
precisão estatística das medidas.
O fino de gnaisse utilizado no estudo foi totalmente obtido através dos
descartes gerados no corte dos blocos de granito, a partir da matéria prima
vinda das lavras. Esse processo gera uma quantidade considerável de rejeito,
o qual é chamado de lama e descartado diretamente em córregos e rios ou
enviados para tanques ou lagos de decantação. Na região de estudo, Santo
Antônio de Pádua, encontra-se cerca de 40 serrarias e estas geravam na
época do estudo cerca de 1.200 toneladas de lama/mês, o que estava
acarretando sérios problemas ambientais na região.
A motivação desse estudo se deu por conta da grande quantidade de
empresas de cerâmica vermelha no munícipio de Campo dos Goytacazes e a
necessidade de reduzir a refratariedade das massas de cerâmica vermelha,
consequentemente, diminuir a porosidade e melhorar a qualidade do produto
final.
Para a pesquisa foram utilizadas duas argilas plásticas, areia e finos de
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gnaisse. As argilas plásticas são denominadas argila amarela e argila preta
que, juntamente com a areia, constituem a massa cerâmica utilizada para
fabricação de telhas.
Os materiais, métodos, processos e discussões encontram-se no artigo
anexo. Assim também como a conclusão feita pelos autores, que se mostraram
satisfeitos com os resultados, mas afirmam que ainda há possibilidades de
melhoria nos testes, afim de que se obtenha resultados mais satisfatórios.
Bibliografia ALMEIDA, S. H. S. Estruturação Tectônica da Borda Norte da Cunha de Guaxupé na Região de Alfenas (MG). Rio Claro: UNESP, 1997, 156p. TESE (Mestrado em Geologia Regional) Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista-UNESP, 1997.
OLIVEIRA, M. A. F. de & ALVES, F. R. Geologia e petrologia da região de Caconde, SP. In: CONGRESSO. BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 28, 1974, Porto Alegre. Anais...Porto Alegre: SBG, 1974, v. 5, p. 133-143.
KLEIN, Cornelis; DUTROW, Barbara. Manual de Ciências dos Minerais. 23. ed. Louisiana:
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CARUSO,L.G. Catálogo de Rochas Ornamentais do Estado de São Paulo,122p.1990.
FRASCÁ, M. H. B. O. Qualificação de rochas ornamentais e para revestimento de edificações: caracterização tecnológica e ensaios de alterabilidade. In: I Simpósio Brasileiro de Rochas OrnamentaiseIISemináriodeRochasOrnamentaisdoNordeste,Salvador2002.
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