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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto Departamento de Engenharia de Minas Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral PPGEM MODELAGEM DE FLUXO EM MEIOS GRANULARES: UMA ABORDAGEM FÍSICA, MATEMÁTICA E NUMÉRICA Autor: PAULO FILIPE TRINDADE LOPES Orientador: Profª Drª MILENE SABINO LANA Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia Mineral do Departamento de Engenharia de Minas da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, como parte integrante dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Mineral. Área de concentração: Lavra de minas Ouro Preto/MG Maio de 2015

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO

Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto

Departamento de Engenharia de Minas

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral – PPGEM

MODELAGEM DE FLUXO EM MEIOS GRANULARES:

UMA ABORDAGEM FÍSICA, MATEMÁTICA E NUMÉRICA

Autor: PAULO FILIPE TRINDADE LOPES

Orientador: Profª Drª MILENE SABINO LANA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Mineral do

Departamento de Engenharia de Minas da Escola

de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto,

como parte integrante dos requisitos para a

obtenção do título de Mestre em Engenharia

Mineral.

Área de concentração:

Lavra de minas

Ouro Preto/MG

Maio de 2015

L864m

Lopes, Paulo Filipe Trindade.

Modelagem de fluxo em meios granulares [manuscrito]: uma abordagem

física, matemática e numérica / Paulo Filipe Trindade Lopes. - 2015.

131f.: il.: color; grafs; tabs.

Orientadora: Profa. Dra. Milene Sabino Lana.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de

Minas. Departamento de Engenharia de Minas. Programa de Pós-Graduação

em Engenharia Mineral.

Área de Concentração: Lavra de Minas.

1. Materiais. 2. Modelagem de processos. 3. Modelagem fisica. I. Lana,

Milene Sabino. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Titulo.

CDU: 62-492.3:621.74

Catalogação: www.sisbin.ufop.br

DEDICATÓRIA

"Cedo ou tarde você vai perceber como eu, que há uma diferença entre conhecer o caminho e

percorrer o caminho" – Morpheus.

Dedico esta dissertação a todos aqueles que

me ajudaram a completar mais esta etapa do

caminho. Obrigado!

AGRADECIMENTOS

Primeiramente ao Criador, pelo dom da vida, e pela chance de expectar e comtemplar parte da

história de nosso universo.

Aos meus pais, Paulo Cézar e Maria Trindade, pelo amor, carinho e apoio.

À Bianca Mayumi, minha melhor amiga, meu amor... por tudo.

À professora, orientadora e mentora, Milene, por me acompanhar e me ajudar desde o início

da graduação.

Ao professor José Aurélio, pelos conselhos, finas e apoio na minha jornada.

À gloriosa Escola de Minas, e todos os seus professores, pelos anos de formação e

amadurecimento.

Ao PPGEM, pela oportunidade de realizar este trabalho.

Aos colegas e bolsistas, Lucas e Raphael, que me ajudaram na execução deste trabalho.

Aos meus colegas de mestrado, pelo companheirismo durante nossa árdua fase de créditos.

E por fim, ao meu cachorrinho Naruto, sim... à ele mesmo, companheiro inseparável nas

longas noites de estudo.

RESUMO

Neste trabalho propõe-se o estudo do fluxo de materiais granulares através de 3 abordagens

distintas, um modelo matemático a partir das equações diferenciais básicas que governam o

problema, um modelo experimental em escala reduzida e um modelo numérico computacional

utilizando o método dos elementos discretos. As 3 abordagens foram implementadas com

base nos modelos já existentes na literatura, através de formulações físicas e matemáticas,

visando uma maior proximidade do modelo ao fenômeno real observado. Foi escolhido uma

amostra de gnaisse britado, em diferentes faixas granulométria, como exemplo de material

granular real, e caracterizado, para realização do modelo experimental. Desenvolveu-se um

modelo experimental em escala reduzida, de modo a obter-se um banco de dados para

alimentar as demais abordagens, um modelo de simulação, reproduzindo o modelo

experimental, e um modelo matématico buscando descrever o fenômeno. O modelo de

simulação numérica reproduziu o modelo experimental desenvolvido e também a um estudo

de caso selecionado, no qual utilizou-se o mesmo gnaisse britado caracterizado. Ao final do

trabalho, é realizado um estudo comparativo entre os métodos, visando confrontá-los, e

discutir os pontos fortes e fracos de cada um deles. Conclui-se por fim, que para o material

estudado, o gnaisse britado, podemos definir 3 padrões distintos de comportamento, em

função de sua razão de diâmetro de abertura e diâmetro de partículas.

Palavras-chave: materiais granulares, fluxo granular, modelagem matemática, modelagem

numérica.

ABSTRACT

In this work, it is proposed to study the flow of granular materials through 3 distinct

approaches, a mathematical model from the basic differential equations governing the

problem, an experimental small-scale model and a computational model using the numerical

method of discrete elements. The 3 approaches were implemented based on existing models

in the literature, and through physical and mathematical formulations, aiming to a model

closer to the real phenomenon observed. A sample of crushed gneiss was chosen in different

particle size ranges as an example of a real granular material, and characterized, to perform

the experimental model. It was developed an experimental model in reduced scale, as to

obtain a database to feed other approaches, a simulation model, reproducing the experimental

model, and a mathematical model to aiming to describe the phenomenon. The numerical

simulation model reproduced the developed experimental model and also to a selected case

study, which used the same characterized crushed gneiss. At the end of the work is done a

comparative study of the methods in order to confront them, and discuss the strengths and

weaknesses of each. We conclude finally that for the studied material, crushed gneiss, we can

define 3 distinct patterns of behavior, due to the ratio of aperture diameter and particle

diameter.

Keywords: granular materials, granular flow, mathematical modeling, numerical modeling.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 23

2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 25

3. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 26

3.1. OBJETIVOS GERAIS ............................................................................................... 26

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................... 26

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 27

4.1. MECÂNICA DOS MEIOS GRANULARES ............................................................ 27

4.1.1. Abordagem mecânica contínua .......................................................................... 27

4.1.2. Abordagem mecânica discreta ............................................................................ 28

4.2. MODELOS FÍSICOS, EMPÍRICOS E EXPERIMENTAIS ..................................... 30

4.2.1. Modelo físico do elipsoide de fluxo ................................................................... 30

4.2.2. Modelo empírico para a taxa de fluxo ................................................................ 32

4.2.3. Modelo físico usado como estudo de caso ......................................................... 33

4.3. MODELOS ANALÍTICOS ....................................................................................... 36

4.3.1. O modelo cinemático .......................................................................................... 37

4.3.2. O modelo de vazios ............................................................................................ 38

4.3.3. O modelo de pontos ............................................................................................ 40

4.4. MODELOS NUMÉRICOS E COMPUTACIONAIS ............................................... 41

5. METODOLOGIA ............................................................................................................. 44

5.1. MODELAGEM FÍSICA E EXPERIMENTAL ......................................................... 44

5.2. MODELAGEM NUMÉRICA E COMPUTACIONAL ............................................ 44

5.3. MODELAGEM MATEMÁTICA ............................................................................. 45

5.4. ESTUDO COMPARATIVO ..................................................................................... 45

6. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................... 46

6.1. MODELO EXPERIMENTAL EM ESCALA REDUZIDA ...................................... 46

6.1.1. Caracterização petrográfica ................................................................................ 46

6.1.2. Massa específica ................................................................................................. 48

6.1.3. Ângulo de repouso .............................................................................................. 48

6.1.4. Esfericidade ........................................................................................................ 49

6.1.5. Construção do silo experimental em escala reduzida ......................................... 50

6.1.6. Ensaios de fluxo.................................................................................................. 52

6.2. MODELAGEM NUMÉRICA COM PFC2D ............................................................ 54

6.2.1. Parâmetros de construção do modelo numérico ................................................. 54

6.2.1.1. Formação de arco mecânico .................................................................................. 55

6.2.1.2. Ocorrência de fluxo pleno ..................................................................................... 55

6.2.2. Reprodução do silo experimental ....................................................................... 55

6.2.3. Estudo de caso .................................................................................................... 56

6.3. MODELAGEM MATEMÁTICA E DEDUÇÃO DE EQUAÇÕES ......................... 58

6.3.1. Expressão matemática da vazão volumétrica e mássica ..................................... 58

6.3.2. Modelo matemático da velocidade média de fluxo e decaimento da aceleração59

6.3.3. Expressão matemática das curvas de ajuste para resultados experimentais ....... 61

6.3.4. Expressão matemática para obtenção do comprimento de difusão .................... 61

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 63

7.1. MODELO EXPERIMENTAL EM ESCALA REDUZIDA ...................................... 63

7.1.1. Tratamento estatístico dos ensaios de densidade ................................................ 63

7.1.2. Tratamento estatístico dos ensaios de ângulo de repouso .................................. 64

7.1.3. Tratamento estatístico dos ensaios de esfericidade ............................................ 67

7.1.4. Tratamento estatístico dos ensaios de fluxo ....................................................... 68

7.1.4.1. Vazão média de fluxo ........................................................................................... 68

7.1.4.2. Velocidade média de fluxo ................................................................................... 70

7.2. MODELAGEM NUMÉRICA COM PFC2D ............................................................ 71

7.2.1. Reprodução do silo experimental ....................................................................... 71

7.2.1.1. Faixa granulométrica -6,35 +5,66mm ................................................................... 71

7.2.1.2. Faixa granulométrica -5,66 +3,36mm ................................................................... 73

7.2.1.3. Faixa granulométrica -3,36 +2,38mm ................................................................... 75

7.2.2. Estudo de caso .................................................................................................... 78

7.2.2.1. Faixa granulométrica -25 +19mm ......................................................................... 78

7.2.2.2. Faixa granulométrica -19 +9,5mm ........................................................................ 80

7.2.2.3. Faixa granulométrica -9,5 +4,8mm ....................................................................... 83

7.3. MODELAGEM MATEMÁTICA E AJUSTES DE EQUAÇÕES ............................ 86

7.3.1. Determinação do comprimento de difusão a partir dos dados experimentais .... 86

7.3.2. Ajuste de equação para probabilidade de ocorrência de fluxo ........................... 87

7.3.3. Ajuste de equação para vazão média de fluxo em função do tamanho relativo de

partícula88

7.3.4. Ajuste equação para velocidade média de fluxo em função do tamanho relativo

de partícula ....................................................................................................................... 89

7.3.5. Obtenção do parâmetro de ajuste do modelo matemático da velocidade média de

fluxo e decaimento da aceleração ..................................................................................... 90

8. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 93

8.1. QUADROS COMPARATIVOS FINAIS .................................................................. 93

8.2. CONCLUSÃO GERAL E SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS ................. 95

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 96

A. TABELA DE DADOS DOS ENSAIOS DE DENSIDADE .......................................... 103

B. TABELA DE DADOS DOS ENSAIOS DE ÂNGULO DE REPOUSO ....................... 104

C. TABELA DE DADOS DOS ENSAIOS DE ESFERICIDADE ..................................... 105

D. TABELA DE DADOS DOS ENSAIOS DE FLUXO .................................................... 106

a. FAIXA GRANULOMÉTRICA -6,35 +5,66mm ......................................................... 106

b. FAIXA GRANULOMÉTRICA -5,66 +3,36mm ......................................................... 108

c. FAIXA GRANULOMÉTRICA -3,36 +2,38mm ......................................................... 110

E. INTERVALOS DE CONFIANÇA DOS ENSAIOS REALIZADOS ........................... 112

a. DENSIDADE .............................................................................................................. 112

b. ÂNGULO DE REPOUSO ........................................................................................... 112

c. ESFERICIDADE ......................................................................................................... 114

d. VAZÃO MÉDIA DE FLUXO .................................................................................... 115

e. VELOCIDADE MÉDIA DE FLUXO ......................................................................... 116

F. ANÁLISES DE RESÍDUO DOS AJUSTES NÃO LINEARES REALIZADOS ......... 117

a. PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE FLUXO ............................................... 117

b. VAZÃO MÉDIA DE FLUXO .................................................................................... 117

c. VELOCIDADE MÉDIA DE FLUXO ......................................................................... 118

G. SCRIPTS EM LINGUAGEM FISH USADOS NO PFC2D .......................................... 119

a. REPRODUÇÃO DO SILO EXPERIMENTAL .......................................................... 119

i. Faixa granulométrica: 6,35 - 5,66 (mm) .................................................................. 119

ii. Faixa granulométrica: 5,66 - 3,36 (mm) .................................................................. 121

iii. Faixa granulométrica: 3,36 - 2,38 (mm) .............................................................. 123

b. ESTUDO DE CASO ................................................................................................... 125

i. Faixa granulométrica: 25,0 – 19,0 (mm) ................................................................. 125

ii. Faixa granulométrica: 19,0 – 9,5 (mm) ................................................................... 127

iii. Faixa granulométrica: 9,5 – 4,8 (mm) .................................................................. 129

H. DEMONSTRAÇÃO DA SOLUÇÃO GERAL DA EQUAÇÃO DIFERENCIAL

PARCIAL DO MODELO CINEMÁTICO ............................................................................ 131

I. MODELAGEM DO COMPRIMENTO DE DIFUSÃO PARA MATERIAIS

POLIDISPERSOS .................................................................................................................. 132

J. FORMA VETORIAL DO CAMPO DE VELOCIDADES ............................................ 133

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1 – Exemplos de materiais granulares diversos. (a) Bolas de plástico. (b) Minério

britado. (c) e (d) Grãos de origem vegetal (adaptado de

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Granular_matter_examples.PNG, 2014). .............. 23

Figura 1.2 – Amostra de gnaisse britado, retirada do montante utilizado nos trabalhos e

ensaios desta dissertação. ......................................................................................................... 24

Figura 4.1 – Elipsoide de fluxo (adaptado de Brady & Brown, 2004) ..................................... 31

Figura 4.2 – Zonas de movimento durante o processo de fluxo de material (Janelid & Kvapil,

1966). ........................................................................................................................................ 31

Figura 4.3 – Silo experimental utilizado como estudo de caso (adaptado de Silva, 2005). ..... 34

Figura 4.4 – Exemplo de obstrução de fluxo granular devido à formação de formação de arco

mecânico (adaptado de Silva, 2005). ........................................................................................ 35

Figura 4.5 – a) Curvas de isovalores do campo de velocidade descendente. (b) Resultados dos

modelos experimental e numérico para dois valores de z: 9,1d e 29,1d (Jaehyuk et. al. 2005).

.................................................................................................................................................. 37

Figura 4.6 – Exemplo de simulação computacional de material granular, pelo método dos

elementos discretos, onde é mostrado um exemplo da cadeia de transmissão de esforços entre

as partículas (adaptado de https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Stress_transmision.svg,

2014). ........................................................................................................................................ 41

Figura 4.7 – Exemplo do efeito arco, e sua obstrução ao fluxo de material granular, simulada

pelo método dos elementos discretos (adaptado de

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Granular_jamming.svg, 2014). ............................. 42

Figura 6.1 – Amostra de mão do gnaisse utilizado para confecção das lâminas delgadas. ...... 46

Figura 6.2 – Seção polida da amostra de gnaisse, sem polarização, com escala. ..................... 47

Figura 6.3 – Seção polida da amostra de gnaisse, com polarização cruzada, com escala. ....... 47

Figura 6.4 – Definição do ângulo de repouso para pilhas cônicas de material granular

(adaptado de https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Angulo_de_reposo.svg, 2014). ........ 48

Figura 6.5 – Clinômetro utilizado para medida do ângulo de repouso das pilhas cônicas. ...... 49

Figura 6.6 – Amostra de gnaisse britado utilizada na medida da esfericidade. ........................ 50

Figura 6.7 – Projeto conceitual do silo em escala reduzida. ..................................................... 51

Figura 6.8 – Detalhe do silo experimental em escala reduzida, em fase de construção. .......... 52

Figura 6.9 – Silo experimental cheio de gnaisse fragmentado, preparado para o ensaio de

fluxo. ......................................................................................................................................... 53

Figura 6.10 – Detalhe da formação de arco mecânico após ensaio de fluxo. ........................... 54

Figura 6.11 – Silo experimental construído em modelo de simulação numérica, no PFC2D. . 56

Figura 6.12 – Projeto conceitual da passagem de minério do estudo de caso, implementado no

modelo de simulação numérica. ............................................................................................... 57

Figura 6.13 – Silo do estudo de caso, construído em modelo de simulação numérica, no

PFC2D. ..................................................................................................................................... 58

Figura 6.14 – Modelo de decaimento da aceleração e evolução da velocidade, proposto para

os sistemas granulares partindo do repouso. ............................................................................ 60

Figura 7.1 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de densidade. ............ 63

Figura 7.2 – Histogramas das medidas de ângulo de repouso, para cada faixa granulométrica

separada, e para todos os resultados agrupados. ....................................................................... 64

Figura 7.3 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de ângulo de repouso

na faixa granulométrica -6,35 +5,66mm. ................................................................................. 65

Figura 7.4 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de ângulo de repouso

na faixa granulométrica -5,66 +3,36mm. ................................................................................. 65

Figura 7.5 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de ângulo de repouso

na faixa granulométrica -3,36 +2,38mm. ................................................................................. 66

Figura 7.6 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de ângulo de repouso

para todas as faixas granulométricas agrupadas. ...................................................................... 66

Figura 7.7 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de esfericidade. ......... 67

Figura 7.8 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de vazão média de

fluxo, na faixa granulométrica -5,66 +3,36mm, filtrados apenas os casos de ocorrência de

fluxo pleno. ............................................................................................................................... 69

Figura 7.9 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de vazão média de

fluxo, na faixa granulométrica -3,36 +2,38mm. ....................................................................... 69

Figura 7.10 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de velocidade média

de fluxo, na faixa granulométrica -5,66 +3,36mm, filtrados apenas os casos de ocorrência de

fluxo pleno. ............................................................................................................................... 70

Figura 7.11 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de velocidade média

de fluxo, na faixa granulométrica -3,36 +2,38mm. .................................................................. 71

Figura 7.12 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa -6,35 +5,66mm. .................... 72

Figura 7.13 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material, na fase

de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa granulométrica de -6,35

+5,66mm. .................................................................................................................................. 72

Figura 7.14 – Formação de arco mecânico, após liberação de fluxo no modelo numérico, na

faixa granulométrica de -6,35 +5,66mm. ................................................................................. 73

Figura 7.15 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa de -5,66 +3,36mm. ............... 74

Figura 7.16 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material, na fase

de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa granulométrica de -5,66

+3,36mm. .................................................................................................................................. 74

Figura 7.17 – Formação de arco mecânico, após liberação de fluxo no modelo numérico, na

faixa granulométrica de -5,66 +3,36mm. ................................................................................. 75

Figura 7.18 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa de -3,36 +2,38mm. ............... 76

Figura 7.19 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material, na fase

de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa granulométrica de -3,36

+2,38mm. .................................................................................................................................. 76

Figura 7.20 – Ocorrência de fluxo pleno no modelo numérico, na faixa granulométrica de -

3,36 +2,38mm. .......................................................................................................................... 77

Figura 7.21 – Histórico das velocidades descendentes de fluxo no modelo numérico, ao longo

de seu eixo, na faixa granulométrica de -3,36 +2,38mm. Velocidades expressas na coluna

esquerda, em cm/s, para cada ponto monitorado. ..................................................................... 78

Figura 7.22 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa de -25 +19mm. ..................... 79

Figura 7.23 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material, na fase

de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa granulométrica de -25 +19mm.

.................................................................................................................................................. 79

Figura 7.24 – Formação de arco mecânico, após liberação de fluxo no modelo numérico, na

faixa granulométrica de -25 +19mm. ....................................................................................... 80

Figura 7.25 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa de -19 +9,5mm. .................... 81

Figura 7.26 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material, na fase

de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa granulométrica de -19 +9,5mm.

.................................................................................................................................................. 81

Figura 7.27 – Ocorrência de fluxo pleno no modelo numérico, na faixa granulométrica de -19

+9,5mm. .................................................................................................................................... 82

Figura 7.28 – Histórico das velocidades descendentes de fluxo no modelo numérico, ao longo

de seu eixo, na faixa granulométrica de -19 +9,5mm. Velocidades expressas na coluna

esquerda, em cm/s, para cada ponto monitorado. ..................................................................... 83

Figura 7.29 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa de -9,5 +4,8mm. ................... 84

Figura 7.30 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material, na fase

de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa granulométrica de -9,5

+4,8mm. .................................................................................................................................... 84

Figura 7.31 – Ocorrência de fluxo pleno no modelo numérico, na faixa granulométrica de

9,5mm a 4,8mm. ....................................................................................................................... 85

Figura 7.32 – Histórico das velocidades descendentes de fluxo no modelo numérico, ao longo

de seu eixo, na faixa granulométrica de 9,5mm a 4,8mm. Velocidades expressas na coluna

esquerda, em cm/s, para cada ponto monitorado. ..................................................................... 86

Figura 7.33 – Ajuste não linear de curva sigmoide para a taxa de ocorrência de fluxo. .......... 88

Figura 7.34 – Ajuste não linear de curva sigmoide para a vazão média de fluxo. ................... 89

Figura 7.35 – Ajuste não linear de curva sigmoide para a velocidade média de fluxo. ........... 90

Figura 7.36 – Decaimento da aceleração e crescimento da velocidade ao longo do tempo, na

faixa granulométrica de -6,35 +5,66mm. ................................................................................. 91

Figura 7.37 – Decaimento da aceleração e crescimento da velocidade ao longo do tempo, na

faixa granulométrica de -5,66 +3,36mm. ................................................................................. 92

Figura 7.38 – Decaimento da aceleração e crescimento da velocidade ao longo do tempo, na

faixa granulométrica de -3,36 +2,38mm. ................................................................................. 92

Figura E.1 – Intervalo de confiança dos ensaios de densidade. ............................................. 112

Figura E.2 – Intervalo de confiança dos ensaios de ângulo de respouso na faixa

granulométrica -6,35 +5,66mm. ............................................................................................. 112

Figura E.3 – Intervalo de confiança dos ensaios de ângulo de respouso na faixa

granulométrica -5,66 +3,36mm. ............................................................................................. 113

Figura E.4 – Intervalo de confiança dos ensaios de ângulo de respouso na faixa

granulométrica -3,36 +2,38mm. ............................................................................................. 113

Figura E.5 – Intervalo de confiança dos ensaios de ângulo de respouso para a combinação de

todas as faixas granulométricas. ............................................................................................. 114

Figura E.6 – Intervalo de confiança dos ensaios de esfericidade. .......................................... 114

Figura E.7 – Intervalo de confiança dos ensaios de vazão média de fluxo na faixa

granulométrica -5,66 +3,36mm. ............................................................................................. 115

Figura E.8 – Intervalo de confiança dos ensaios de vazão média de fluxo na faixa

granulométrica -3,36 +2,38mm. ............................................................................................. 115

Figura E.9 – Intervalo de confiança dos ensaios de velocidade média de fluxo na faixa

granulométrica -5,66 +3,36mm. ............................................................................................. 116

Figura E.10 – Intervalo de confiança dos ensaios de velocidade média de fluxo na faixa

granulométrica -3,36 +2,38mm. ............................................................................................. 116

Figura F.1 – Análise de resíduos para a probabilidade de ocorrência de fluxo. ..................... 117

Figura F.2 – Análise de resíduos para a vazão média de fluxo. ............................................. 117

Figura F.3 – Análise de resíduos para a velocidade média de fluxo. ..................................... 118

LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 – Algoritmo genérico, exemplificando o método dos elementos discretos (adaptado

de Göncü, 2012). ...................................................................................................................... 29

Tabela 4.2 – Correlação experimental entre a razão D/d e a ocorrência de fluxo (adaptado de

Hambley, 1987). ....................................................................................................................... 35

Tabela 6.1 – Parâmetros de entrada dos modelos numéricos. .................................................. 54

Tabela 7.1 – Resultado final dos ensaios de picnometria, para medida de densidade da

amostra de gnaisse. ................................................................................................................... 63

Tabela 7.2 – Resultado final dos ensaios de ângulo de repouso, para cada faixa granulométrica

separada, e para todos os resultados agrupados. ....................................................................... 67

Tabela 7.3 – Resultado final dos ensaios de esfericidade. ........................................................ 67

Tabela 7.4 – Resultados de vazão e velocidade médias de fluxo, e resultados do comprimento

de difusão, associado a cada faixa granulométrica onde ocorreu fluxo pleno. ........................ 86

Tabela 7.5 – Resultados da taxa de ocorrência de fluxo pleno, para as faixas granulométricas

utilizadas, mais o grupo de controle, em função da relação entre o diâmetro da passagem e o

diâmetro da partícula. ............................................................................................................... 87

Tabela 7.6 – Resultados da vazão média de fluxo, para as faixas granulométricas utilizadas,

mais o grupo de controle, em função da relação entre o diâmetro da passagem e o diâmetro da

partícula. ................................................................................................................................... 88

Tabela 7.7 – Resultados da velocidade média de fluxo, para as faixas granulométricas

utilizadas, mais o grupo de controle, em função da relação entre o diâmetro da passagem e o

diâmetro da partícula. ............................................................................................................... 89

Tabela 7.8 – Resultados da velocidade média de fluxo e dos coeficientes de decaimento de

aceleração, associados às faixas granulométricas onde ocorreu fluxo pleno. .......................... 91

Tabela 8.1 – Resumo das propriedades constitutivas, parâmetros matemáticos e velocidades

médias, segundo cada faixa granulométrica. ............................................................................ 93

Tabela 8.2 – Resumo das velocidades médias de fluxo, normalizadas com a largura da

abertura do silo. ........................................................................................................................ 94

Tabela 8.3 – Quadro comparativo qualitativo entre as 3 abordagens utilizadas. ..................... 94

Tabela A.1 –Dados dos ensaios de densidade. ....................................................................... 103

Tabela B.1 – Dados dos ensaios de ângulo de respouso. ....................................................... 104

Tabela C.1 – Dados dos ensaios de esfericidade. ................................................................... 105

Tabela D.1 – Dados dos ensaios de fluxo na faixa -6,35 +5,66mm. ...................................... 106

Tabela D.2 – Dados dos ensaios de fluxo na faixa -5,66 +3,36mm. ...................................... 108

Tabela D.3 – Dados dos ensaios de fluxo na faixa -3,36 +2,38mm. ...................................... 110

LISTA DE SÍMBOLOS E NOTAÇÕES

𝑄: Taxa de vazão mássica [g/s]

𝜌: Massa específica [g/cm³]

𝑔: Aceleração gravitacional [m/s²]

𝑘: Constante real qualquer

𝑢: Velocidade horizontal [cm/s]

𝑥: Velocidade descendente [cm/s]

𝑣: Velocidade [cm/s]

𝑏: Comprimento de difusão [cm]

𝑄′: taxa de fluxo por espessura unitária do silo [g/s.cm]

𝑧: Coordenada vertical

𝑑: Diâmetro da partícula

𝐷: Diâmetro da abertura de fluxo [mm]

𝑉𝑎𝑟(𝑘): Variância

𝛥𝑥: Deslocamento horizontal [mm]

𝛥𝑧: Deslocameanto vertical [mm]

𝑚: Massa [g]

𝜑: Ângulo de repouso [°]

𝛹: Esfericidade

𝑉: Volume [cm³]

�̇�: Vazão mássica [g/s]

�̇�: Vazão volumétrica [cm³/s]

𝐴: Área da seção de fluxo [cm²]

𝑡: Tempo [s]

𝛼: Coeficiente de decaimento da aceleração [1/s]

𝑠(𝑥): Curva sigmoide genérica, em função da variável 𝑥

𝜀: Excentricidade do elipsoide de fluxo

𝑎𝑛: Semi-eixo maior do elipsoide de fluxo

𝑏𝑛: Semi-eixo menor do elipsoide de fluxo

23

1. INTRODUÇÃO

Materiais granulares podem ser definidos como um conjunto ou aglomerado de sólidos

discretos, partículas macroscópicas caracterizadas pela perda de energia sempre que houver

interação entre elas. Um típico exemplo destas interações é o atrito durante a colisão entre

grãos. As partículas que compõem tal material devem ser grandes o suficiente para que não

estejam sujeitas a flutuações, movimentos de convecção de origem térmica, ou movimentos

brownianos. Dessa forma, o tamanho mínimo para o diâmetro das partículas é da ordem de

1µm, já o tamanho máximo varia conforme as dimensões do sistema a ser considerado. Nestes

casos, se torna mais importante o tamanho relativo entre as partículas e o sistema do que seu

tamanho absoluto (Nedderman, 1992). Alguns exemplos de materiais granulares são

mostrados na Figura 1.1.

Figura 1.1 – Exemplos de materiais granulares diversos. (a) Bolas de plástico. (b)

Minério britado. (c) e (d) Grãos de origem vegetal (adaptado de

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Granular_matter_examples.PNG, 2014).

Devido a seu comportamento mecânico bastante complexo, os meios granulares não se

enquadram perfeitamente em nenhum modelo mecânico de comportamento (sólidos ou

fluidos) e para alguns autores, o material granular trata-se de outro estado da matéria, com

modelos mecânicos e constitutivos específicos. Desta forma, foi criado um novo campo da

ciência, denominado mecânica dos meios granulares. Em diversas situações o material

(a) (b)

(c) (d)

24

granular ou particulado é produzido por algum processo de fragmentação e a denominação

material fragmentado é preferida. O gnaisse britado utilizado nos trabalhos e ensaios desta

dissertação é um exemplo de material fragmentado, conforme mostra a Figura 1.2.

Figura 1.2 – Amostra de gnaisse britado, retirada do montante utilizado nos

trabalhos e ensaios desta dissertação.

O manuseio de materiais granulares é essencial em diversos setores industriais, minero-

metalúrgico, e na agricultura. Na mineração é comum o fluxo por gravidade nas passagens de

material (minério, estéril ou de material de enchimento), nos silos (subterrâneos ou nas usinas

de tratamento de minérios), nos britadores, nos alimentadores de equipamentos e nos chutes

de descarga.

O fluxo de materiais granulares não é uma situação exclusiva dos métodos de lavra

subterrânea. Nas usinas de beneficiamento, temos retomadores de pilhas de homogeneização,

correias transportadoras e silos de carregamento de vagões. Na agricultura, por exemplo,

grãos são armazenados em silos, e estes são escoados para o abastecimento de equipamentos

de transporte. Em suma, em toda situação onde ocorre manuseio de materiais granulares, o

controle do fluxo é um fator condicionante das operações.

25

2. JUSTIFICATIVA

O desenvolvimento de um modelo coerente com o fenômeno real, e ao mesmo tempo de fácil

manuseio, com dados de entrada de obtenção simples é o grande obstáculo a ser vencido no

estudo de materiais granulares, no âmbito da engenharia e aplicações práticas. A própria

compreensão dos sistemas granulares já é um desafio que tem sido um grande campo de

estudos na física e ciência dos materiais.

Destaca-se a importância da aplicação dos materiais granulares nas diversas atividades da

humanidade, e especificamente, nas atividades ligadas à mineração, manuseio e transporte de

sólidos granulares. Uma grande fração dos materiais manipulados e processados na indústria

química, metalurgia, farmacêutica, e indústrias de processamento de alimentos são de

natureza granular. O fluxo e transporte destes materiais são muitas vezes operações críticas

nesses processos. Na maioria dos casos, o desenvolvimento de processos e equipamentos é

baseado principalmente na experiência e regras empíricas.

A necessidade da compreensão destes fenômenos e a criação de modelos coerentes com as

observações de campo são essenciais para a otimização dos processos envolvendo o manuseio

destes materiais. Não apenas a otimização de processos é possível, mas também a própria

viabilização técnica de alguns, pois muitas vezes o controle do fluxo, o transporte e o

manuseio de materiais granulares é uma condição limitante para a realização da atividade,

pois implica na redução dem erros de dimensionamento, custos operacionais, aumento da

produtividade, e até mesmo melhoria em ídices de segurança operacional de trabalho.

26

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVOS GERAIS

Neste trabalho propõe-se um estudo do fluxo de materiais granulares através de 3 abordagens

distintas, um modelo matemático a partir das equações diferenciais básicas que governam o

problema, um modelo experimental em escala reduzida e um modelo numérico computacional

utilizando o método dos elementos discretos. As 3 abordagens foram desenvolvidas com base

nos modelos já existentes na literatura, e através de formulações físicas e matemáticas,

visando uma maior proximidade do modelo ao fenômeno real observado.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar um material granular real, para realização do modelo experimental.

Desenvolver, construir e utilizar o modelo experimental, de modo a obter-se um banco

de dados para alimentar as demais abordagens.

Validar os dados experimentais.

Desenvolver e executar um modelo de simulação, reproduzindo o modelo

experimental.

Desenvolver um modelo matématico que descreva o fenômeno.

Confrontar os resultados das 3 abordagens.

27

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1. MECÂNICA DOS MEIOS GRANULARES

O estudo da mecânica dos meios granulares sempre foi um tema importante na engenharia.

Historicamente, a formulação matemática do assunto remonta ao trabalho pioneiro de Charles

Augustin de Coulomb em 1776. Em seu famoso livro de memórias, Coulomb postulou as

condições que devem ser preenchidas para a ruptura de um material granular. Este postulado

para a ruptura ainda permanece como um ponto determinante no estudo matemático da

mecânica de materiais granulares (Hill & Selvadurai, 2005).

Nedderman (1992) reuniu os principais tópicos da mecânica dos meios granulares em sua

obra, sendo esta bibliografia um dos alicerces na qual todas as discussões, proposições e

questionamentos deste trabalho se baseiam.

Recentemente, vários campos de pesquisa, incluindo, geomecânica, engenharias, química,

física e matemática aplicada, têm mostrado um interesse renovado em modelar com precisão

os materiais granulares e examinar, simultaneamente, a ruptura, fluxo e deformações.

As duas principais linhas de pesquisa são a abordagem mecânica contínua, e em

contraposição, a abordagem mecânica discreta.

4.1.1. Abordagem mecânica contínua

Modelos contínuos têm sido extensivamente usados para ambos os problemas estáticos e de

fluxo. Nestes modelos, as partículas são substituídas por um meio contínuo, e as grandezas,

tais como velocidade e densidade são assumidas como sendo funções posição e tempo. Como

os materiais granulares se mostram discretos macroscopicamente, pode parecer surpreendente

que modelos contínuos possam ser usados.

A matemática de um sistema discreto com um número de partículas muito grande permanece

além da capacidade humana, sendo necessário o uso de ferramentas computacionais. Sendo

assim, pode-se substituir um sistema discreto muito grande por um meio contínuo

equivalente, visto que as propriedades de meios contínuos são mais simples e fáceis de

gerenciar. Uma vez que o material granular é idealizado como um contínuo, está sujeito ao

equilíbrio e às leis da mecânica dos meios contínuos. As equações que contemplam a

28

totalidade destes sistemas contêm muitas variáveis e, portanto, devem ser complementadas

por leis constitutivas que descrevem o comportamento do material em resposta às forças

atuantes no meio. Atualmente, a falta de equações constitutivas válidas ao longo de uma

ampla variedade de materiais representa um grande obstáculo para a utilização desta

abordagem sem restrições (Rao & Nott, 2008).

Tüzün & Nedderman foram dois dos principais pesquisadores nesta área, sendo autores do

modelo cinemático, que é o principal modelo analítico de abordagem mecânica contínua

utilizado.

4.1.2. Abordagem mecânica discreta

Na abordagem discreta, cada partícula do meio granular é tratada individualmente, bem como

suas interações entre si, respeitando os princípios básicos da mecânica. Todo o tipo de força e

interação pode ser considerada nesta abordagem, como por exemplo o peso, atrito,

velocidade, momento, energia potencial, forças eletrostáticas, tensões, deformações e até

mesmo forças capilares. Uma que todas as equações que governam cada fator são

devidamente aplicadas, cada fator considerado será calculado partícula a partícula,

iterativamente.

Apesar de ser facilmente conceituado, a aplicação deste método requer algoritmos e rotinas

computacionais, de modo a processar o gigantesco volume de operações a ele inerentes. Para

tal, foi desenvolvido o método dos elementos discretos (DEM), que permite simular o

movimento e a interação de um grande número partículas, e é a principal ferramenta numérica

utilizada neste trabalho.

No DEM, as variáveis de maior importância são a densidade, tamanho das partículas

(granulometria), atrito entre partículas, atrito entre partícula e parede, rigidez normal, rigidez

cisalhante, e por fim, a geometria dos grãos e do meio confinante.

A densidade, assim como a granulometria estão diretamente ligadas ao peso das partículas,

bem como à intensidade das forças de interação entre as partículas e a pressão exercida nas

paredes. O atrito por sua vez, é propriedade intrínseca ao material, e juntamente com a força

peso, influencia na resistência ao fluxo. A rigidez normal e a rigidez cisalhante são

parâmetros relativos às interações de contato entre partículas e no caso do método dos

elementos discretos, estão ligadas à sobreposição de partículas, também chamada de overlap,

29

e à própria convergência do método, devido à sua instabilidade numérica. Por último, a

geometria do meio confinante tem influência em todo o processo, pois além de se relacionar

com o tamanho das partículas, afeta a distribuição de forças no meio, bem como a própria

ocorrência de fluxo.

A Tabela 4.1 resume conceitua uma rotina básica de operações, entrada de dados e condições

de contorno, de um algoritmo DEM. A implementação de fato deste algoritmo obviamente

deverá obedecer as regras, sintaxe e restrições inerentes à linguagem ou plataforma utilizada.

Tabela 4.1 – Algoritmo genérico, exemplificando o método dos elementos discretos

(adaptado de Göncü, 2012).

Entrada: Posições iniciais e velocidades das partículas

Tempo total de simulação T

Demais condições de contorno

Equilíbrio: Iniciar o sistema, de modo a estabilizar as velocidade e

forças desbalanceadas.

while t < T do

for TODAS AS PARTÍCULAS do

ENCONTRAR CONTATOS OU PARES COM INTERAÇÃO

CALCULAR E SOMAR FORÇAS

end for

for TODAS AS PARTÍCULAS do

INTEGRAR AS EQUAÇÕES DE MOVIMENTO

ATUALIZAR POSIÇÕES E VELOCIDADES

end for

ATUALIZAR CONDIÇÕES DE CONTORNO DO SISTEMA

t = t +∆t

end while

Resultados: Históricos de monitoramento

Campos vetoriais

Campos escalares

Neste trabalho, será utilizada a linguagem FISH, própria do software PFC2D, para a

implementação dos modelos estudados e para a execução das simulações.

Diversos autores se dedicaram ao estudo dos materiais granulares através do método dos

elementos discretos, incluindo os trabalhos de Balevičius (2008 e 2011), que estudou as

forças de atrito e a influência da geometria do meio; Cleary & Sawley (2002), que estudou o

efeito da forma das partículas; Coetzee & Els (2009 e 2010), que estudou a sensibilidade da

rigidez normal e cisalhante bem como a calibração do modelo; Göncü (2012), que trabalhou

com as propriedades constitutivas; e Mishra & Thornton (2002), que trabalhou com as

interações de contato entre partículas.

30

4.2. MODELOS FÍSICOS, EMPÍRICOS E EXPERIMENTAIS

Apesar da importância do estudo do fluxo de material desmontado em mina subterrânea, o

mecanismo de fluxo por gravidade de rochas desmontadas ou colapsadas ainda não é bem

compreendido. Ele foi alvo de estudos na década de 60 usando modelos físicos experimentais

(Kvapil, 1965 e Jenike, 1966), modelos matemáticos baseados na teoria da plasticidade e por

modelos em escala reduzida de galerias de produção no método de lavra por abatimento em

subnível, ou sublevel caving (Janelid & Kvapil, 1966), e modelos em escala de bancada

desenvolvidos por Beverloo et al. (1961).

4.2.1. Modelo físico do elipsoide de fluxo

O conceito clássico sobre o fluxo por gravidade de minério no método de lavra por

abatimento em subnível foi desenvolvido por Janelid e Kvapil em 1966, a partir de estudos

utilizando modelos físicos em escala reduzida. Os autores introduziram o conceito do

elipsoide de fluxo.

O material fragmentado fica armazenado dentro de um silo (galeria de produção). Quando

uma abertura é feita na parte de baixo do silo, o material flui por gravidade. Todo o material

descarregado após determinado período de tempo, origina-se de uma zona aproximadamente

elipsoidal, denominada elipsoide de movimento. O material contido entre o elipsoide de

movimento e o elipsoide limite desloca-se, mas não atinge o ponto de descarga. Além do

elipsoide limite não há movimentação de material. O cone invertido mostrado nas Figura 4.1 e

Figura 4.2 indica os grandes deslocamentos que ocorrem no canal central de fluxo, à medida

que o fluxo de material prossegue.

A forma do elipsoide de movimento é dada pela sua excentricidade, equação 4.1.

𝜀 =1

𝑎𝑛(𝑎𝑛

2 − 𝑏𝑛2)1 2⁄ (4.1)

31

Figura 4.1 – Elipsoide de fluxo (adaptado de Brady & Brown, 2004)

Figura 4.2 – Zonas de movimento durante o processo de fluxo de material (Janelid

& Kvapil, 1966).

32

Os principais fatores levados em conta neste modelo são:

Largura da galeria de extração

Altura da galeria de extração

Espaçamento entre galerias

Intervalo entre os subníveis

Altura de fluxo

Excentricidade do elipsoide

O modelo geométrico do elipsoide de fluxo, aplicado à mineração, foi estudado por Crispim

(2010), onde foi encontrado, mediante as premissas do modelo, um layout ótimo para o

dimensionamento da fatia de minério a ser desmontado e do layout na lavra subterrânea por

subníveis. Embora tenha mérito porque representa um ponto de partida importante no

dimensionamento de layouts de lavra por abatimento em subnível, trabalha com parâmetros

puramente geométricos, o que representa um problema, já que o fluxo de material

fragmentado depende de outros fatores, tais como as velocidades de fluxo, as forças que

atuam no material em fluxo, o empilhamento das partículas, a resistência de atrito entre

partículas dentre outros.

4.2.2. Modelo empírico para a taxa de fluxo

A velocidade média de fluxo, ou taxa de fluxo, também é um aspecto importante a ser

discutido. Usando experimentos de drenagem em silos cilíndricos com um orifício circular,

Beverloo, et al. (1961) desenvolveram uma expressão conhecida como a correlação de

Beverloo, onde a taxa de vazão mássica é proporcional à densidade e ao diâmetro das

partículas, à menos de uma constante, conforme mostra a equação 4.2.

𝑄 ∝ 𝜌 ∙ √𝑔 ∙ (𝐷 − 𝑘 ∙ 𝑑)2,5 (4.2)

Onde 𝑄 é a taxa mássica de fluxo, 𝜌 é densidade do material, e 𝑔 é aceleração gravitacional.

Entretanto, esta correlação inclui o fator 𝐷 − 𝑘 ∙ 𝑑, que pode ser interpretado como o diâmetro

efetivo da partícula, onde a constante de proporcionalidade empírica 𝑘 deve ser medida

experimentalmente para cada material, nas mesmas condições realizadas por Beverloo, e que

não tem um significado prático ou interpretação física. Desta forma, tal modelo, apesar de

possuir relação direta com a vazão, velocidade e tamanho das partículas, é aplicável apenas

33

aos materiais estudados pelo autor, bem como é difícil de ser generalizado para qualquer

material.

4.2.3. Modelo físico usado como estudo de caso

Silva (2005), através de modelos físicos em escala reduzida, estudou a influência de uma série

de fatores no comportamento do fluxo de material fragmentado, aplicáveis à mineração

subterrânea, dentre eles os principais foram:

Altura da coluna de material.

Inclinação da passagem.

Umidade.

Mudança de direção (joelho) na passagem.

Presença de argilosos e outros finos.

Problemas de obstrução de fluxo.

Seção de descarga do fluxo.

Faixa granulométrica do material.

Tipo de material (litologia).

Diversas alturas da coluna de material foram estudadas devido à influência que esta exerce na

pressão e esforços distribuídos, conhecido como efeito Jansen de parede. Destes diversos

valores, foi selecionada a altura de 1931mm, para calibração do modelo numérico apresentado

nesta dissertação.

A inclinação da passagem foi variada de modo a alterar a influência do atrito das partículas

com a parede do silo, sendo neste trabalho adotado o ângulo de 75°. A seção de descarga

utilizada, dentre as várias analisadas, foi fixada em 120mm. A mudança de direção, ou joelho,

na passagem de minério teve como objetivo avaliar a influência deste parâmetro geométrico

no fluxo granular. Neste trabalho, por questões de simplificação, foi reproduzido apenas uma

passagem sem mudança de direção.

A umidade foi estudada para se verificar a influência desta, tanto nas propriedades de atrito,

quanto na sua interação com os finos. Ambos parâmetros não foram abordados neste trabalho.

34

Dentre os problemas de obstrução de fluxo, que são o entupimento e a formação de arco

mecânico, também chamado de arco de tensão, neste trabalho foi abordado apenas a formação

de arco, uma vez que o entupimento está relacionado com a umidade e a presença de finos.

Por fim, Silva (2005) testou diversas granulometrias e combinações de material. Foram

testadas granulometrias variando desde areia de quartzo (1,2mm) à brita 2 (-25 +19mm), e

também as litologias gnaisse e dolomito. Neste trabalho, por simplificação e para permitir a

comparação com o modelo experimental desenvolvido, foram utilizados apenas os dados

relativos ao gnaisse britado, nas granulometrias de brita 2 (-25 +19mm), brita 1 (-19 +9,5mm)

e brita 0 (-9,5 +4,8mm), sem a presença de finos.

A Figura 4.3 mostra o modelo de Silva (2005), no qual foram variadas as diversas condições

citadas, visando obter correlações entre parâmetros, bem como definir fatores que impedem

ou que permitem o fluxo granular.

Figura 4.3 – Silo experimental utilizado como estudo de caso (adaptado de Silva,

2005).

35

A Figura 4.4 mostra um exemplo de obstrução do fluxo granular, fenômeno amplamente

estudado, contemplando diversas variações, nos trabalhos de Silva (2005).

Figura 4.4 – Exemplo de obstrução de fluxo granular devido à formação de

formação de arco mecânico (adaptado de Silva, 2005).

A partir deste trabalho foram confirmados em sua tese fatores de aplicação prática no

dimensionamento de situações de fluxo de material fragmentado, conforme mostra a Tabela

4.2, na qual a razão entre o diâmetro da abertura de descarga (D) e o diâmetro médio das

partículas (d), é diretamente ligada à frequência de ocorrência de fluxo granular.

Tabela 4.2 – Correlação experimental entre a razão D/d e a ocorrência de fluxo

(adaptado de Hambley, 1987).

Razão D/d Frequência de obstruções Tipo de fluxo

D/d > 5 Muito baixa a nula Fluxo pleno

5 > D/d > 3 Baixa a média Fluxo incerto

D/d < 3 Alta a muito alta Fluxo obstruído

36

Novos trabalhos na área tiveram como impulso estes resultados, a exemplo, o estudo de caso

tratado nesta dissertação, onde o silo experimental utilizado neste trabalho é reproduzido e

simulado numericamente com o auxílio do software PFC2D.

4.3. MODELOS ANALÍTICOS

Modelos cinemáticos simplificados envolvendo o conhecimento do perfil de velocidade de

materiais granulares em silos e câmaras foram desenvolvidos desde a década de 50

(Nedderman, 1982). O modelo cinemático parte de uma lei constitutiva básica que relaciona

componentes de velocidades, numa equação diferencial de forma similar à equação de difusão

(Tüzün & Nedderman, 1979) e é uma variação de modelo mais antigo, conhecido como

modelo de vazios (Void model, Litwiniszyn, 1963). O modelo de vazios, no âmbito teórico, é

mais completo porque apresenta um mecanismo microscópico para o fluxo. Entretanto, de

acordo com Jaehyuk et. al. (2005), experimentos recentes têm rejeitado firmemente o modelo

de vazios, pois o fluxo granular de fato ocorre em sistema aleatório, sendo necessário o uso de

modelos estatísticos. Uma alternativa, ainda segundo Jaehyuk et. al. (2005), é o modelo

estocástico denominado de modelo de pontos, que trabalha com arranjos aleatórios de

empilhamento.

Os modelos analíticos podem ser simulados computacionalmente, e confrontados com dados

experimentais, como mostra a Figura 4.5, onde Jaehyuk et. al. (2005) realizaram ensaios de

fluxo com esferas de vidro, e através da análise de imagem, confrontaram esses dados com o

modelo cinemático.

A abordagem contínua para o fluxo de materiais granulares é conveniente sob o ponto de vista

matemático, porque ao tratar o meio como contínuo, permite a utilização de equações

diferenciais para fins de modelagem. Deve-se levar em conta, no entanto, que a abordagem

contínua é válida quando o número de partículas for grande o suficiente em relação ao

tamanho do sistema, já que a menor escala do sistema corresponde ao tamanho de um grão.

No caso do fluxo em galerias de produção no método de lavra em subnível por abatimento é

uma abordagem, a princípio, que poderia ser considerada.

37

Figura 4.5 – a) Curvas de isovalores do campo de velocidade descendente. (b)

Resultados dos modelos experimental e numérico para dois valores de z: 9,1d e

29,1d (Jaehyuk et. al. 2005).

4.3.1. O modelo cinemático

Modelo inicialmente proposto por Tüzün & Nedderman (1979), baseado numa lei constitutiva

relativa das componentes da velocidade, conforme a equação 4.4.

𝑢 = 𝑏 ∙𝜕𝑣

𝜕𝑥 (4.3)

𝜕𝑢

𝜕𝑥= 𝑏 ∙

𝜕2𝑣

𝜕𝑥2 (4.4)

Onde a velocidade horizontal 𝑢, é proporcional ao gradiente horizontal (isto é, a taxa de

cisalhamento) da velocidade descendente 𝑣. Este pressuposto baseia-se no fato de que as

partículas tendem a deslocar-se horizontalmente na direção da região de fluxo descendente

mais rápido, pois encontram mais espaço para mover-se nessa direção. Assumindo pequenas

variações de densidade, podemos admitir condição de incompressibilidade, conforme a

equação 4.6.

𝜕𝑢

𝜕𝑥−

𝜕𝑣

𝜕𝑧= 0 (4.5)

𝜕𝑢

𝜕𝑥=

𝜕𝑣

𝜕𝑧 (4.6)

38

Finalmente, combinando-se as equações, obtém-se a equação diferencial geral da velocidade

descendente, conforme a equação 4.7.

𝜕𝑣

𝜕𝑧= 𝑏 ∙

𝜕2𝑣

𝜕𝑥2 (4.7)

Esta equação possui a forma da equação de difusão, onde a variável tempo é substituída pela

coordenada vertical 𝑧. Para a condição inicial onde o ponto de origem do fluxo é o ponto

(0; 0), num sistema de coordenadas bidimensional (ou aproximadamente bidimensional),

onde 𝑥 é a coordenada horizontal e 𝑧 a coordenada vertical, a solução analítica desta EDP é

apresentada na equação 4.8.

𝑣(𝑥, 𝑧) =𝑄′

√4𝜋∙𝑏∙𝑧∙ 𝑒

−𝑥2

4𝑏∙𝑧 (4.8)

Onde 𝑄′ é taxa de fluxo por espessura unitária do silo. A constante de proporcionalidade 𝑏,

também chamada de comprimento de difusão, é uma propriedade constitutiva do material,

normalmente associada ao diâmetro médio das partículas.

O modelo cinemático foi testado experimentalmente, e o parâmetro 𝑏 foi medido por vários

pesquisadores. Tüzün & Nedderman (1979) obtiveram a relação 𝑏 ≈ 2.24𝑑 para diferentes

tamanhos de partículas. Experiências realizadas por Mullins (1974) com partículas de minério

de ferro monodispersas resultaram em 𝑏 ≈ 2𝑑. O fato de um único parâmetro 𝑏 ser

suficiente para reproduzir o campo de fluxo total deve ser encarado como uma proposição

interessante do modelo cinemático. O grande desafio é definir este parâmetro com precisão e

confiabilidade, bem como se definir qual a correlação deste parâmetro com outras

propriedades intrínsecas ao material, como densidade, superfície específica, esfericidade,

índice de Hausner ou outros índices físicos aplicáveis ao material.

O modelo cinemático será o principal modelo analítico utilizado neste trabalho, sua

formulação teórica ser robusta, e sua implementação prática ser feita sem muitos problemas.

Ao final do trabalho é discutida de fato a melhor aplicação deste modelo.

4.3.2. O modelo de vazios

Mullins (1974), de forma análoga ao modelo cinemático, propôs que os espaços vazios dentro

do meio granular se difundem aleatoriamente, proporcionando o fluxo. No seu modelo, as

39

partículas se movem de forma passiva para baixo, em resposta ao movimento ascendente dos

espaços vazios.

Assumindo que os vazios se difundem por caminhos aleatórios não-interativos, Mullins

demonstrou que no limite onde o tamanho das partículas tende a zero, ou seja, o material se

torna de fato contínuo, a concentração (ou densidade de probabilidade) de vazios, 𝜌𝑣, satisfaz

a equação 4.9, muito similar à tradicional equação de difusão. A concentração de vazios no

sistema é proporcional à porosidade do meio granular.

𝜕𝜌𝑣

𝜕𝑧= 𝑏 ∙

𝜕2𝜌𝑣

𝜕𝑥2 (4.9)

Mullins (1974) propõe que a velocidade descendente 𝑣 é proporcional à frequência de

ocorrência da propagação de vazios e ,desta forma, o modelo apresenta uma resposta prática

análoga à do modelo cinemático. Esta afirmação é difícil de ser comprovada, uma vez que o

modelo de vazios é de difícil implementação experimental.

O modelo de vazios também nos dá uma interpretação para o parâmetro 𝑏, advindo do modelo

cinemático. Se um vazio sofre um deslocamento horizontal ao acaso, 𝛥𝑥𝑣, enquanto sobe 𝛥𝑧𝑣,

o parâmetro 𝑏 é dado pela equação 4.10.

𝑏 = 𝑉𝑎𝑟(𝛥𝑥𝑣)

2∙𝛥𝑧𝑣 (4.10)

Onde 𝑏 é o comprimento característico de difusão. No entanto, é muito difícil obter este

parâmetro diretamente desta equação, além de que 𝛥𝑥𝑣 e 𝛥𝑧𝑣 não podem ser medidos

experimentalmente. Em suma, o modelo dos vazios possui uma interpretação teórica

satisfatória acerca do comportamento dos materiais granulares, propondo que seu fluxo se dá

pela difusão de vazios, numa taxa proporcional a sua velocidade de escoamento, porém possui

diversas limitações práticas, visto que nenhum de seus parâmetros pode ser medido

experimentalmente, e confrontado com o modelo teórico. A única saída possível, é a

simulação computacional, como foi realizada nos trabalhos de Rycroft (2009), onde não só o

modelo de vazios, mas o modelo de pontos é simulado, utilizando o método dos elementos

discretos, e com o auxílio de ferramentas de análise de imagem digital.

Segundo Jaehyuk (2005), o modelo de vazios enfrenta problemas mais sérios quando ele é

usado para prever difusão e mistura. Se uma partícula marcada é colocada num fluxo

uniforme conduzido por espaços vazios, esta tem uma trajetória aleatória descendente, com

40

comprimento de difusão precisamente o mesmo comprimento dos espaços vazios em

movimento ascendente. Assim, as partículas são facilmente misturadas antes de descer

pequenos deslocamentos, o que vai contra os experimentos de mistura de materiais

granulares, pois se observa que a mistura de espécies granulares distintas está associada ao

grau de agitação e vibração do meio e isso não é levado em conta no modelo.

Neste trabalho optou-se por não utilizar o modelo de vazios, devido à sua complicada

implementação experimental, que requer instrumentação complexa, bem como sua simulação

numérica, que precisaria de dados experimentais para calibração.

4.3.3. O modelo de pontos

Bazant et al (2003) propuseram o modelo de pontos, que começa a partir de um mecanismo de

difusão cooperativa do volume livre em um empacotamento de partículas denso e aleatório.

Tem aproximadamente o mesmo comportamento do modelo cinemático (perfis de velocidade,

vazão, etc), porque também assume que as partículas se movem em resposta à difusão de

volume livre, mas este volume de vazio em excesso se difunde ascendentemente por pontos

ligeiramente maiores que o volume intersticial.

O parâmetro 𝑏, dvindo do modelo cinemático, também pode ser definido pelo comprimento

de difusão de pontos, conforme a equação 4.11, e é neste definição que este modelo de fato

difere do modelo cinemático, visto que Bazant propõe a obtenção deste parâmetro através de

métodos estatísticos.

𝑏 = 𝑉𝑎𝑟(𝛥𝑥𝑠)

2∙𝛥𝑧𝑠 (4.11)

Onde, 𝛥𝑥𝑠 e 𝛥𝑧𝑠 são os deslocamentos pontuais, nas direções 𝑥 e 𝑧, respectivamente. Ao

contrário de um vazio, que é uma vaga capaz de ser preenchida por uma partícula inteira, um

ponto carrega pequena fração que se propaga através de um espaço intersticial e faz com que

todas as partículas afetadas se movam, em média, como um bloco, com o mesmo

deslocamento na direção oposta ao ponto.

A concepção teórica deste modelo é muito interessante, mas do ponto de vista prático é difícil

de ser implementada. Desta forma, o modelo de pontos não foi utilizado neste trabalho.

41

4.4. MODELOS NUMÉRICOS E COMPUTACIONAIS

A abordagem apresentada por Neves (2009) condena a utilização de modelos contínuos, já

que os materiais granulares são discretos. O autor estuda o comportamento de um solo,

submetido a um ensaio de compressão biaxial, utilizando o método dos elementos discretos,

implementado no software comercial PFC2D (Itasca, 2008). As características discretas do

meio, segundo o autor, permitem a modelagem de comportamentos complexos do material,

quando submetidos a carregamentos e descarregamentos, os quais dificilmente seriam

modelados a partir de abordagens contínuas. Nesta abordagem, as forças de contato entre os

grãos podem ser calculadas através de leis constitutivas específicas, e representadas

graficamente como mostra a Figura 4.6. O comportamento tensão-deformação pode ser

modelado, bem como as relações existentes no contato entre grãos, formato das partículas, a

heterogeneidade na distribuição de vazios. Condições de contorno, por exemplo, em termos

de tensões de confinamento podem ser consideradas.

Figura 4.6 – Exemplo de simulação computacional de material granular, pelo

método dos elementos discretos, onde é mostrado um exemplo da cadeia de

transmissão de esforços entre as partículas (adaptado de

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Stress_transmision.svg, 2014).

No método dos elementos discretos a segunda lei de Newton é resolvida para cada partícula,

iterativamente. A resposta mecânica do material em termos de deformabilidade, resistência é

reproduzida, com a determinação das propriedades micromecânicas do mesmo, como a

rigidez e o atrito tangencial. Entretanto, a determinação de certas propriedades do material,

42

como a rigidez normal e a rigidez cisalhante são complexas, o que dificulta a obtenção de

simulações de fluxo consistentes com a realidade.

É sempre necessária a realização de análises paramétricas, e a calibração do modelo através

de experimentos é desejável. O coeficiente de atrito, apesar de facilmente mensurável,

também pode ser ligeiramente calibrado, de modo a se compensar a dificuldade de se variar

os parâmetros rigidez normal e cisalhante, pois a estabilidade numérica do método é

extremamente sensível a estes.

Uma vantagem notória do método dos elementos discretos é sua possibilidade de cálculo de

obstruções ao fluxo de material, a partir de arranjos geométricos das partículas, conhecido

como efeito arco, como mostra a Figura 4.7.

Figura 4.7 – Exemplo do efeito arco, e sua obstrução ao fluxo de material granular,

simulada pelo método dos elementos discretos (adaptado de

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Granular_jamming.svg, 2014).

As seguintes hipóteses foram assumidas por Neves (2009) e se fazem necessárias em função

do código PFC2D utilizado em seu trabalho:

As partículas são tratadas como corpos rígidos.

Os contatos ocorrem nos pontos de tangência entre as partículas.

43

Permitem-se pequenas sobreposições das partículas nos pontos de contato, desde

que elas não excedam um limite pré-estabelecido, e permitam a convergência do

modelo.

A sobreposição de partículas, também chamada de overlap, depende diretamente da rigidez

normal e da rigidez cisalhante, e do sistema resistor/capacitor, inerente ao DEM, que são

parâmetros relativos às interações de contato entre partículas. Em relação ao tamanho das

partículas, é assumido que:

Podem existir ligações entre os pontos de contato.

As partículas são circulares.

Perfis de velocidade e deslocamento podem ser gerados através da aplicação do método dos

elementos discretos, permitindo a definição da geometria do fluxo.

44

5. METODOLOGIA

O trabalho foi dividido em 3 partes distintas, que ao final serão comparadas e discutidas, de

modo a alcançar os objetivos propostos.

5.1. MODELAGEM FÍSICA E EXPERIMENTAL

Modelagem física e experimental do fenômeno de fluxo granular, utilizando um modelo de

um silo em escala reduzida, visando a validação dos modelos matemático e numérico,

dividida nas etapas:

Caracterização petrográfica das amostras utilizadas, através da análise de amostras de

mão e da identificação da composição mineralógica através de lâminas delgadas.

Medida da massa específica da rocha, pelo método da picnometria.

Estimativa do ângulo de atrito do material granular, através da medida do ângulo de

repouso da pilha cônica para as faixas granulométricas utilizadas.

Estimativa da esfericidade dos grãos.

Construção do silo experimental em escala reduzida.

Realização de ensaios de fluxo para as faixas granulométricas utilizadas.

Obtenção de parâmetros de ajuste para o modelo numérico e matemático.

Tratamento estatístico dos resultados experimentais, utilizando o software Minitab 16.

5.2. MODELAGEM NUMÉRICA E COMPUTACIONAL

Modelagem numérica e computacional do fluxo granular, através do método dos elementos

discretos, utilizando o software PFC2D, dividida nas etapas:

Introdução dos parâmetros de análise e construção do modelo.

Desenvolvimento do script base em linguagem FISH.

Reprodução numérica do silo experimental.

Análise comparativa do modelo numérico com o modelo físico e retroanálise para

determinação de dados de entrada do modelo numérico.

Reprodução numérica de um estudo de caso.

Análise paramétrica do estudo de caso.

45

5.3. MODELAGEM MATEMÁTICA

Modelagem matemática a partir das equações diferenciais básicas que governam o problema.

Modelagem da taxa de vazão mássica.

Modelagem da velocidade média de fluxo.

Desenvolvimento de equações e curvas de ajustes para os dados experimentais.

Obtenção de parâmetros constitutivos do modelo matemático associados ao material

granular estudado, usando os resultados do modelo físico.

5.4. ESTUDO COMPARATIVO

Comparação entre as 3 etapas de modelagem do fluxo de material granular, a partir do ajuste

dos modelos numérico e matemático, com base nos resultados do modelo experimental.

46

6. DESENVOLVIMENTO

6.1. MODELO EXPERIMENTAL EM ESCALA REDUZIDA

6.1.1. Caracterização petrográfica

Foram utilizadas amostras de mão para a identificação macroscópica de minerais, e para a

confecção de lâminas delgadas, que foram analisadas através de microscópio ótico de luz

polarizada transmitida, conforme a Figura 6.1.

Figura 6.1 – Amostra de mão do gnaisse utilizado para confecção das lâminas

delgadas.

A partir das lâminas produzidas, foram analisados os minerais e contornos de grão, segundo

luz transmitida direta, conforme Figura 6.2.

47

Figura 6.2 – Seção polida da amostra de gnaisse, sem polarização, com escala.

E segundo luz com polarização cruzada, onde foi possível evidenciar os contornos de grão,

conforme Figura 6.3.

Figura 6.3 – Seção polida da amostra de gnaisse, com polarização cruzada, com

escala.

Desta forma, a amostra foi caracterizada como um gnaisse de composição granítica, o qual foi

utilizado sob granulometrias variadas, ao longo dos demais experimentos.

1 mm

1 mm

48

6.1.2. Massa específica

O ensaio de massa específica foi executado pelo método do picnômetro, que consiste em

pesar em uma balança analítica um picnômetro vazio, com o material, com água e finalmente

com água e o material. Esta medida deve ser feita em duplicata, para minimizar os erros. Foi

utilizado um pequeno fragmento de gnaisse, de modo que este pudesse passar pela abertura do

picnômetro de 100ml utilizado

A partir destas medidas a massa específica da amostra é obtida pela equação 6.1.

𝜌 =(𝑚𝑝𝑖𝑐+𝑚𝑎𝑡−𝑚𝑝𝑖𝑐)

(𝑚𝑝𝑖𝑐+á𝑔𝑢𝑎+𝑚𝑝𝑖𝑐+𝑚𝑎𝑡−𝑚𝑝𝑖𝑐−𝑚𝑝𝑖𝑐+𝑚𝑎𝑡+á𝑔𝑢𝑎) (6.1)

Este ensaio foi repetido 12 vezes, de modo a minimizar os erros decorrentes do método e para

análise estatística.

6.1.3. Ângulo de repouso

O ângulo de atrito do material granular foi estimado através da medida de seu ângulo de

repouso num pilha cônica, conforme a Figura 6.4.

Figura 6.4 – Definição do ângulo de repouso para pilhas cônicas de material

granular (adaptado de

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Angulo_de_reposo.svg, 2014).

As medidas foram realizadas com o auxílio de um clinômetro de barra, conforme a Figura 6.5.

49

Figura 6.5 – Clinômetro utilizado para medida do ângulo de repouso das pilhas

cônicas.

Foram utilizadas 3 diferentes faixas granulométricas, conforme a escala Tyler de peneiras de

laboratório. As faixas utilizadas foram de -6,35 +5,66mm, -5,66 +3,36mm e de -3,36

+2,38mm.

Estas faixas foram escolhidas visando facilitar o manuseio e a realização de todos os

experimentos, uma vez que em faixas granulométricas menores, ou seja, de partículas mais

finas, seria difícil a realização de medidas, e já em mais grosseiras, também seria impraticável

a realização dos experimentos, dado o grande volume de material que cada amostra iria gerar.

Para cada faixa foram tomadas 4 medidas, uma em cada flanco da pilha, e repetido o

procedimento 30 vezes, totalizando 120 medidas por faixa e 360 no total. A pilha foi obitido a

partir do basculamento de amostras de gnaisse britado em cada faixa granulométrica.

6.1.4. Esfericidade

Para a medida da esfericidade média das partículas, foi retirada uma amostra da faixa

granulométrica de -6,35 +5,66mm, conforme a Figura 6.6.

50

Figura 6.6 – Amostra de gnaisse britado utilizada na medida da esfericidade.

Para o cálculo da esfericidade, foi utilizada a relação de Wadell, conforme a equação 6.2,

devido a fácil obtenção de seus parâmetros de entrada. O diâmetro do grão, para o cálculo do

volume da esfera circunscrita equivalente foi obtido com o auxílio de um paquímetro. O

volume do grão foi obtido utilizando a diferença de volume ao se imergir o grão em uma

proveta parcialmente preenchida.

𝛹 = √𝑉𝑔𝑟ã𝑜

𝑉𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎

3 (6.2)

Foram realizadas 30 medidas no total, para futura validação estatística do experimento.

6.1.5. Construção do silo experimental em escala reduzida

Para os ensaios de fluxo, foi projetado um silo em escala reduzida, conforme a Figura 6.7.

Dada as suas dimensões, bem como sua espessura unitária, de 1” (25,4mm), este silo pode ser

considerado aproximadamente bidimensional.

51

Figura 6.7 – Projeto conceitual do silo em escala reduzida.

Este silo foi concebido visando o total controle do material a ser usado, para o monitoramento

de seu fluxo, para cada uma das faixas granulométricas utilizadas ao longo dos ensaios de

fluxo. Suas dimensões foram calculadas em função das faixas granulométricas utilizadas, de

modo a tornar viável a execução dos experimentos na escala de bancada.

O silo foi construído em madeira, com uma placa frontal de acrílico, para visualização interna,

e fixado em um suporte de bancada, conforme a Figura 6.8.

177,8mm

177,8mm

25,4mm

76,2mm

76,2mm

52

Figura 6.8 – Detalhe do silo experimental em escala reduzida, em fase de

construção.

6.1.6. Ensaios de fluxo

Os ensaios de fluxo foram realizados preenchendo-se o silo com o gnaisse britado, e

cronometrando-se seu tempo de fluxo após liberação, com o auxílio de um cronômetro de

mão, conforme a Figura 6.9. Ao final do fluxo, a massa passante e a massa retida, caso

ocorresse, eram pesadas, e então a partir da razão entre a massa passante e o tempo de fluxo,

era calculada a vazão mássica.

53

Figura 6.9 – Silo experimental cheio de gnaisse fragmentado, preparado para o

ensaio de fluxo.

As faixas utilizadas foram de -6,35 +5,66mm, -5,66 +3,36mm e de -3,36 +2,38mm, e mais 2

faixas granulométricas acima, de -7,94 +6,35mm e -9,52 +7,94mm, como grupo controle do

experimento, conforme a escala Tyler de peneiras de laboratório.

Optou-se pela utilização de um grupo controle primeiramente para certificar-se que as faixas

granulométricas escolhidas estavam no limiar entre a ocorrência ou não de fluxo pleno, e

também para gerar um maior número de pontos, em futuros ajustes das equaçõoes, visto que o

grupo controle é uma condição inicial onde se tem certeza de que não ocorre fluxo.

Foram realizadas 30 medidas para cada faixa granulométrica, totalizando 90 medidas de

tempo de fluxo, para futura validação estatística do experimento e para o cálculo de

parâmetros como a vazão média e a velocidade média de fluxo.

Ocasionalmente, ocorre a obstrução do fluxo, devido à formação de arco mecânico, conforme

a Figura 6.10.

54

Figura 6.10 – Detalhe da formação de arco mecânico após ensaio de fluxo.

6.2. MODELAGEM NUMÉRICA COM PFC2D

6.2.1. Parâmetros de construção do modelo numérico

Para a construção do modelo numérico no PFC2D, foram necessárias as coordenadas que

definiam a geometria do silo, e os parâmetros constitutivos e geométricos do material, como

densidade, ângulo de atrito entre partículas, ângulo de atrito entre a partícula e a parede do

silo, e diâmetro das partículas, conforme mostra a Tabela 6.1.

Tabela 6.1 – Parâmetros de entrada dos modelos numéricos.

Reprodução do modelo experimental Estudo de caso

Densidade: ρ (g/cm³) 2,63 2,63

Coeficiente de atrito entre partículas 0,7 0,7

Coeficiente de atrito entre partículas e parede 0,6 0,7

Coeficiente de rigidez normal (kN/m) 1x108 1x108

Coeficiente de rigidez cisalhante (kN/m) 1x108 1x108

55

Os valores adotados para os coeficientes de rigidez e cisalhante foram os valores default do

PFC2D, uma vez que ao se testarem valores ligeiramente diferentes, não foi atingida a

convergência do modelo, pois ordem de tamanho das partículas, ou o sistema travava, sem

fluxo, ou as partículas se sobrepunham em excesso, chegando ao caso extremo de passarem

pelas paredes do silo, em algumas das simulações teste.

Por definição padrão do PFC2D, as partículas dentro de uma faixa granulométrica

estabelecida são sorteadas aleatoriamente segundo uma distribuição estatística uniforme. É

possível a utilização de outros modelos de distribuição, mas optou-se pelo padrão devido ao

fato de não se conhecer exatamente a qual distribuição estatística os tamanhos das partículas

dentro de cada faixa se enquadram.

6.2.1.1. Formação de arco mecânico

Para a análise da formação de arco mecânico, os scripts foram programados até minimizar,

segundo uma precisão estabelecida pelo programa, as forças desbalanceadas, de modo a

acomodar e estabilizar o sistema. Em seguida, o sistema é novamente liberado e após segunda

convergência, são plotadas as cadeias de transmissão de esforços compressivos.

6.2.1.2. Ocorrência de fluxo pleno

Para o monitoramento da velocidade média de fluxo, foram marcados 10 pontos ao longo do

eixo do silo, a partir do centro de sua abertura, espaçados em intervalos iguais ao longo da

altura do silo, e monitorada a evolução da velocidade descendente de fluxo em cada ponto ao

longo de todas as iterações. Estes pontos ao longo do eixo foram escolhidos para ambos os

modelos numéricos visando acompanhar a evolução da velocidade descendente de fluxo, bem

como sua estabilização num patamar limite, do qual o fluxo entra em regime próximo ao

permanente.

6.2.2. Reprodução do silo experimental

O silo experimental em escala reduzida foi reproduzido segundo suas dimensões internas,

conforme a Figura 6.11.

56

Figura 6.11 – Silo experimental construído em modelo de simulação numérica, no

PFC2D.

6.2.3. Estudo de caso

Para complementar o trabalho, foi realizado um estudo de caso, a partir do modelo físico

construído por Silva (2005). Suas medidas foram implementadas segundo seu projeto

original, conforme a Figura 6.12.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

23:05:44 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -1.262e+002 <=> 1.262e+002 Y: -1.270e+001 <=> 2.667e+002

Wall

57

Figura 6.12 – Projeto conceitual da passagem de minério do estudo de caso,

implementado no modelo de simulação numérica.

Após sua implementação no script, podemos plotar a geometria do silo do estudo de caso,

conforme a Figura 6.13.

120mm 515mm

635mm

1931mm

75

°

58

Figura 6.13 – Silo do estudo de caso, construído em modelo de simulação numérica,

no PFC2D.

6.3. MODELAGEM MATEMÁTICA E DEDUÇÃO DE EQUAÇÕES

6.3.1. Expressão matemática da vazão volumétrica e mássica

Outra forma indireta de medir-se a vazão de fluxo de material granular é a partir do princípio

da continuidade do meio granular, onde a vazão volumétrica é assumida constante ao longo

do tempo. Desta forma, temos a equação 6.3.

𝑉 =𝑚

𝜌 (6.3)

A vazão volumétrica será dada pela equação 6.4.

�̇� =�̇�

𝜌 (6.4)

Que por sua vez, pode ser expressa em função da área da seção de fluxo e da velocidade linear

de fluxo, conforme a equação 6.7.

𝑣 ∙ 𝐴 =�̇�

𝜌 (6.5)

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

23:16:17 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -6.422e+002 <=> 1.278e+003 Y: -9.659e+001 <=> 2.028e+003

Wall

59

�̇� = 𝑣 ∙ 𝜌 ∙ 𝐴 (6.6)

�̇� = 𝑣 ∙ 𝐴 (6.7)

Desta forma, pode-se medir indiretamente uma série de parâmetros condicionantes do fluxo,

pois a taxa de vazão mássica média é facilmente obtida através do modelo físico. O parâmetro

𝑏, comprimento de difusão do modelo cinemático, pode ser obtido a partir desta abordagem,

pois conhecida a vazão média de fluxo num silo experimental, e a geometria do silo e a área

da seção de saída do fluxo, pode-se calcular a velocidade descendente. Obtida a velocidade

descendente no modelo físico, pode ser feita a retroanálise desta medida com o modelo

cinemático, e assim obtém-se o comprimento de difusão equivalente, para o material

estudado.

6.3.2. Modelo matemático da velocidade média de fluxo e decaimento da

aceleração

A partir da equação 6.5, que corresponde à vazão mássica, pode-se obter a equação da

velocidade linear de fluxo, dada pela equação 6.8.

𝑣 =�̇�

𝜌∙𝐴 (6.8)

Desta forma, é possível comparar os resultados dos modelos experimental, numérico e

matemático, visto que o parâmetro velocidade linear é comum entre eles.

Partindo da premissa de que o fluxo se inicia a partir do material em repouso, pois o silo é

abastecido com o material granular com a tampa fechada e só então o fluxo é liberado, é

possível elaborar um modelo para a estabilização da velocidade média final de fluxo, que será

chamada a partir daqui de velocidade limite de fluxo.

Desta forma, pode-se desenvolver uma equação diferencial a partir da definição de que a

aceleração é a variação da velocidade ao longo do tempo. Tal equação define o decaimento da

aceleração do sistema, partindo da aceleração gravitacional, no instante inicial, para uma

aceleração nula conforme o tempo decorre, tendendo ao infinito. Dadas estas considerações,

foi adotado um decaimento exponencial para esta queda da aceleração, visto que tal

comportamento matemático se enquadra nas premissas descritas para a elaboração do modelo,

conforme mostra a equação 6.9.

60

𝑑𝑣

𝑑𝑡= 𝑔 ∙ 𝑒−𝛼∙𝑡 (6.9)

A partir da integração desta equação, podemos chegar a uma função da velocidade com o

tempo, tendo o parâmetro 𝛼 como constante, conforme mostra a equação 6.11.

∫ 𝑑𝑣𝑡

0= ∫ 𝑔 ∙ 𝑒−𝛼∙𝑡𝑑𝑡

𝑡

0 (6.10)

𝑣(𝑡) =𝑔

𝛼∙ (1 − 𝑒−𝛼∙𝑡) (6.11)

Assim, podemos calcular a velocidade limite do sistema, bem como o parâmetro de

decaimento da aceleração, conforme a expressão 6.13.

𝑣𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚𝑡→∞

𝑔

𝛼∙ (1 − 𝑒−𝛼∙𝑡) (6.11)

𝑣𝑙𝑖𝑚 =𝑔

𝛼 (6.12)

𝛼 =𝑔

𝑣𝑙𝑖𝑚 (6.13)

Este modelo pode ser descrito genericamente conforme o gráfico da Figura 6.14.

Figura 6.14 – Modelo de decaimento da aceleração e evolução da velocidade,

proposto para os sistemas granulares partindo do repouso.

t →∞

Modelo de decaimento da aceleração

a(t)

v(t)

61

O parâmetro 𝛼, genericamente denominado coeficiente de decaimento da aceleração pode ser

interpretado como a taxa de decaimento da aceleração, ou também como o qual rápido o

sistema entra em regime de fluxo aproximadamente permanente.

6.3.3. Expressão matemática das curvas de ajuste para resultados experimentais

Para o ajuste não-linear dos diversos resultados experimentais para a probabilidade de

ocorrência de fluxo, vazão média de fluxo e velocidade média de fluxo, em função do

tamanho relativo das partículas, foi utilizada uma curva do tipo sigmoide, em sua forma

genérica, conforme a equação 6.14.

𝑠(𝑥) =𝑘1

𝑘2+𝑒−𝑘3∙𝑥 (6.14)

Foi escolhido tal grupo de curvas, dado que o comportamento geral dos pontos plotados varia

entre 2 patamares distintos, sendo este, portanto, um tipo de equação que atende ao ajuste

destes pontos.

Existem outras famílias de curvas que atendem ao ajuste desejado, mas não foi o foco deste

trabalho o estudo do melhor grupo de equações que ajustam os pontos obtidos, e sim obter

uma definição de padrão de comportamento para o fenômeno observado, que consiste em

ajustar uma nuvem de pontos que varia de forma crescente entre 2 patamares, convergindo

assintoticamente para ambos, nos extremos inferior e superior da nuvem.

6.3.4. Expressão matemática para obtenção do comprimento de difusão

Dada a equação diferencial geral 6.15, que define a velocidade descendente, no modelo

cinemático.

𝜕𝑣

𝜕𝑧= 𝑏 ∙

𝜕2𝑣

𝜕𝑥2 (6.15)

E sua solução analítica, conforme a equação 6.16.

𝑣(𝑥, 𝑧) =𝑄

√4𝜋∙𝑏∙𝑧∙ 𝑒

−𝑥2

4𝑏∙𝑧 (6.16)

Considerando o eixo de simetria da solução, onde 𝑥 = 0, temos a expressão 6.18, que define o

comprimento de difusão em função da coordenada 𝑧 do sistema.

62

𝑣(𝑥 = 0, 𝑧) =𝑄

√4𝜋∙𝑏∙𝑧 (6.17)

𝑏(𝑧) =𝑄2

𝑣2∙4𝜋∙𝑧 (6.18)

Para se calcular o comprimento de difusão médio, relativo a todo o domínio do problema,

temos a equação 6.20.

�̅� = ∫(

𝑄2

𝑣2∙4𝜋∙𝑧)

𝑧

0𝑑𝑧 (6.19)

�̅� =𝑄2

𝑣2∙4𝜋 (6.20)

Onde a vazão média por unidade de espessura do silo é dada pela equação 6.21.

𝑄 =�̇�

𝜌∙∆𝑦 (6.21)

63

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES

7.1. MODELO EXPERIMENTAL EM ESCALA REDUZIDA

7.1.1. Tratamento estatístico dos ensaios de densidade

As 12 medidas de densidade foram validadas segundo o teste estatístico de normalidade de

Anderson-Darling, conforme a Figura 7.1.

2,82,72,62,52,4

99

95

90

80

70

60

50

40

30

20

10

5

1

ρ

Pe

rce

nt

Mean 2,627

StDev 0,07981

N 12

AD 0,542

P-Value 0,128

Probability Plot of ρNormal

Figura 7.1 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de densidade.

Desta forma, foi obtido como valor final de densidade do gnaisse utilizado, o resultado

apresentado na Tabela 4.1.

Tabela 7.1 – Resultado final dos ensaios de picnometria, para medida de densidade

da amostra de gnaisse.

ρ (g/cm³) Desvio padrão (g/cm³)

2,63 0,08

Tal valor se apresenta coerente com os valores de densidade média do gnaisse, amplamente

encontrados na literatura.

64

7.1.2. Tratamento estatístico dos ensaios de ângulo de repouso

Dado o grande volume de dados para o ângulo de repouso do material, inicialmente, foi

construído o histograma destes dados, segundo as diferentes faixas granulométricas, conforme

a Figura 7.2.

43,542,040,539,037,536,034,5

12

9

6

3

042,040,539,037,536,034,5

12

9

6

3

0

39,037,536,034,533,031,5

16

12

8

4

0424038363432

40

30

20

10

0

6,35 - 5,66 (mm)

Fre

qu

en

cy

5,66 - 3,36 (mm)

3,36 - 2,38 (mm) All data

Mean 38,70

StDev 2,178

N 120

6,35 - 5,66 (mm)

Mean 38,32

StDev 2,011

N 120

5,66 - 3,36 (mm)

Mean 35,41

StDev 1,852

N 120

3,36 - 2,38 (mm)

Mean 37,47

StDev 2,494

N 360

All data

HistogramNormal Distribution

Figura 7.2 – Histogramas das medidas de ângulo de repouso, para cada faixa

granulométrica separada, e para todos os resultados agrupados.

As 120 medidas de ângulo de repouso para cada faixa granulométrica, de -6,35 +5,66mm, -

5,66 +3,36mm e de -3,36 +2,38mm, foram validadas segundo o teste estatístico de

normalidade de Anderson-Darling, conforme a Figura 7.3, Figura 7.4 e Figura 7.5.

65

464442403836343230

99,9

99

95

90

80

7060504030

20

10

5

1

0,1

phi

Pe

rce

nt

Mean 38,70

StDev 2,178

N 120

AD 0,397

P-Value 0,363

Probability Plot of 6,35 - 5,66 (mm)Normal

Figura 7.3 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de ângulo de

repouso na faixa granulométrica -6,35 +5,66mm.

4644424038363432

99,9

99

95

90

80

7060504030

20

10

5

1

0,1

phi

Pe

rce

nt

Mean 38,32

StDev 2,011

N 120

AD 0,459

P-Value 0,259

Probability Plot of 5,66 - 3,36 (mm)Normal

Figura 7.4 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de ângulo de

repouso na faixa granulométrica -5,66 +3,36mm.

66

42403836343230

99,9

99

95

90

80

7060504030

20

10

5

1

0,1

phi

Pe

rce

nt

Mean 35,41

StDev 1,852

N 120

AD 0,243

P-Value 0,761

Probability Plot of 3,36 - 2,38 (mm)Normal

Figura 7.5 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de ângulo de

repouso na faixa granulométrica -3,36 +2,38mm.

As 360 medidas de ângulo de repouso para todas as faixas granulométricas foram validadas

segundo o teste estatístico de normalidade de Anderson-Darling, conforme a Figura 7.6.

464442403836343230

99,9

99

95

90

80

7060504030

20

10

5

1

0,1

phi

Pe

rce

nt

Mean 37,47

StDev 2,494

N 360

AD 0,501

P-Value 0,206

Probability Plot of All dataNormal

Figura 7.6 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de ângulo de

repouso para todas as faixas granulométricas agrupadas.

Desta forma, foram obtidos como valores finais de ângulo de repouso do gnaisse utilizado, os

resultados apresentados na Tabela 7.2.

67

Tabela 7.2 – Resultado final dos ensaios de ângulo de repouso, para cada faixa

granulométrica separada, e para todos os resultados agrupados.

d (mm) φ (°)

-6,35 +5,66 38,703

-5,66 +3,36 38,315

-3,36 +2,38 35,406

média total 37,475

Tais valores se apresentam coerentes com os valores de ângulo repouso do gnaisse,

amplamente encontrados na literatura.

7.1.3. Tratamento estatístico dos ensaios de esfericidade

As 30 medidas de esfericidade foram validadas segundo o teste estatístico de normalidade de

Anderson-Darling, conforme a Figura 7.7.

0,80,70,60,50,40,3

99

95

90

80

70

60

50

40

30

20

10

5

1

ψ

Pe

rce

nt

Mean 0,5355

StDev 0,09505

N 30

AD 0,323

P-Value 0,511

Probability Plot of ψNormal

Figura 7.7 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de

esfericidade.

Desta forma, foi obtido como valor final de esfericidade das partículas de gnaisse utilizadas, o

resultado apresentado na Tabela 7.3.

Tabela 7.3 – Resultado final dos ensaios de esfericidade.

Ψ Desvio padrão

0,535 0,095

68

Tais valores se apresentam coerentes com os valores de esfericidade para britas, amplamente

encontrados na literatura. Inicialmente, pretendia-se chegar a correlações matemáticas do

valor da esfericidade com alguma das variáveis inerentes ao fluxo granular (velocidade,

vazão, etc), mas como não foi possível variar o valor da esfericidade, este só foi usado para

conclusões qualitativas no trabalho.

7.1.4. Tratamento estatístico dos ensaios de fluxo

Os resultados dos ensaios de fluxo foram divididos segundo a vazão mássica média de fluxo e

segundo a velocidade média de fluxo, para as diversas faixas granulométricas utilizadas.

Entretanto, apenas em parte dos ensaios ocorreu fluxo pleno, sem a formação de arco

mecânico, portanto apenas os ensaios onde não houve obstrução foram analisados.

7.1.4.1. Vazão média de fluxo

Para o material na faixa granulométrica de -6,35 +5,66mm ocorreu fluxo pleno em apenas um

dos 30 ensaios de fluxo realizados. Dessa forma, não se aplica uma análise estatística da

vazão média de fluxo.

Para a faixa granulométrica de -5,66 +3,36mm foram obtidas 15 medidas de fluxo dentre os

30 ensaios realizados, e para a faixa de -3,36 +2,38mm, todos os 30 ensaios realizados

obtiveram fluxo pleno do material granular. Dessa forma, foi possível realizar uma análise

estatística segundo o teste de normalidade de Anderson-Darling dos resultados obtidos,

visando comprovar a confiabilidade e reprodutibilidade das medidas, conforme a Figura 7.8 e

Figura 7.9.

69

175170165160155150

99

95

90

80

70

60

50

40

30

20

10

5

1

Flow rate (g/s)

Pe

rce

nt

Mean 160,8

StDev 5,706

N 15

AD 0,272

P-Value 0,617

Probability Plot of 5,66 - 3,36 (mm) filteredNormal

Figura 7.8 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de vazão

média de fluxo, na faixa granulométrica -5,66 +3,36mm, filtrados apenas os casos de

ocorrência de fluxo pleno.

250245240235230

99

95

90

80

70

60

50

40

30

20

10

5

1

Flow rate (g/s)

Pe

rce

nt

Mean 239,0

StDev 4,124

N 30

AD 0,387

P-Value 0,367

Probability Plot of 3,36 - 2,38 (mm)Normal

Figura 7.9 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de vazão

média de fluxo, na faixa granulométrica -3,36 +2,38mm.

Estes resultados foram usados como parâmetros de ajuste e calibração dos modelos numérico

e matemático.

70

7.1.4.2. Velocidade média de fluxo

Para o material na faixa granulométrica de -6,35 +5,66mm ocorreu fluxo pleno em apenas um

dos 30 ensaios de fluxo realizados. Dessa forma, não se aplica uma análise estatística da

vazão média de fluxo.

Para a faixa granulométrica de -5,66 +3,36mm foram obtidas 15 medidas de fluxo dentre os

30 ensaios realizados, e para a faixa de -3,36 +2,38mm, todos os 30 ensaios realizados

obtiveram fluxo pleno do material granular. Dessa forma, foi possível realizar uma análise

estatística segundo o teste de normalidade de Anderson-Darling dos resultados obtidos,

visando comprovar a confiabilidade e reprodutibilidade das medidas, conforme a Figura 7.10

e Figura 7.11.

10,2510,009,759,509,259,008,758,50

99

95

90

80

70

60

50

40

30

20

10

5

1

Velocity (cm/s)

Pe

rce

nt

Mean 9,474

StDev 0,3363

N 15

AD 0,272

P-Value 0,617

Probability Plot of 5,66 - 3,36 (mm) filteredNormal

Figura 7.10 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de

velocidade média de fluxo, na faixa granulométrica -5,66 +3,36mm, filtrados apenas

os casos de ocorrência de fluxo pleno.

71

14,7514,5014,2514,0013,7513,50

99

95

90

80

70

60

50

40

30

20

10

5

1

Velocity (cm/s)

Pe

rce

nt

Mean 14,08

StDev 0,2431

N 30

AD 0,387

P-Value 0,367

Probability Plot of 3,36 - 2,38 (mm)Normal

Figura 7.11 – Teste de normalidade Anderson-Darling para as medidas de

velocidade média de fluxo, na faixa granulométrica -3,36 +2,38mm.

Estes resultados foram usados como parâmetros de ajuste e calibração dos modelos numérico

e matemático.

7.2. MODELAGEM NUMÉRICA COM PFC2D

7.2.1. Reprodução do silo experimental

Os resultados de modelo numérico utilizando o método dos elementos discretos foram

divididos segundo as diferentes faixas granulométricas usadas no modelo experimental,

visando a convergência de ambos os resultados.

7.2.1.1. Faixa granulométrica -6,35 +5,66mm

Ao se construir o modelo numérico, este foi preenchido com as partículas na faixa

granulométrica de -6,35 +5,66mm, conforme a Figura 7.12. Após a geração das partículas, foi

iniciada a iteração inicial do modelo, de modo a equilibrar as forças desbalanceadas do

sistema, na condição anterior ao fluxo, e plotadas as cadeias de transmissão de esforços

compressivos, conforme a Figura 7.13. Após a estabilização pré-fluxo do sistema, este foi

liberado e ocorreu a formação de arco mecânico, conforme a Figura 7.14.

72

Figura 7.12 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa -6,35 +5,66mm.

Figura 7.13 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material,

na fase de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa

granulométrica de -6,35 +5,66mm.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 20004 23:36:07 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -1.320e+002 <=> 1.320e+002 Y: -1.270e+001 <=> 2.667e+002

Wall

Ball

Axes Linestyle

X

Y

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 20004 23:35:43 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -1.320e+002 <=> 1.320e+002 Y: -1.270e+001 <=> 2.667e+002

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 1.055e+008

Axes Linestyle

X

Y

73

Figura 7.14 – Formação de arco mecânico, após liberação de fluxo no modelo

numérico, na faixa granulométrica de -6,35 +5,66mm.

O modelo numérico para a faixa granulométrica de -6,35 +5,66mm foi coerente com os dados

experimentais, onde ocorreu arco mecânico em todos os ensaios.

7.2.1.2. Faixa granulométrica -5,66 +3,36mm

Ao se construir o modelo numérico, este foi preenchido com as partículas na faixa

granulométrica de 5,66 +3,36mm, conforme a Figura 7.15. Após a geração das partículas, foi

iniciada a iteração inicial do modelo, de modo a equilibrar as forças desbalanceadas do

sistema, na condição anterior ao fluxo, e plotadas as cadeias de transmissão de esforços

compressivos, conforme a Figura 7.16. Após a estabilização pré-fluxo do sistema, este foi

liberado e ocorreu a formação de arco mecânico, conforme a Figura 7.17.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 20115 00:45:32 Sat Feb 22 2014

View Size: X: -1.320e+002 <=> 1.320e+002 Y: -1.270e+001 <=> 2.667e+002

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 1.029e+008

Axes Linestyle

X

Y

Velocity Maximum = 7.748e-013 Linestyle

74

Figura 7.15 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa de -5,66 +3,36mm.

Figura 7.16 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material,

na fase de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa

granulométrica de -5,66 +3,36mm.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 20002 23:03:14 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -1.320e+002 <=> 1.320e+002 Y: -1.270e+001 <=> 2.667e+002

Wall

Ball

Axes Linestyle

X

Y

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 20002 22:56:34 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -1.320e+002 <=> 1.320e+002 Y: -1.270e+001 <=> 2.667e+002

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 6.950e+007

Axes Linestyle

X

Y

75

Figura 7.17 – Formação de arco mecânico, após liberação de fluxo no modelo

numérico, na faixa granulométrica de -5,66 +3,36mm.

O modelo numérico para a faixa granulométrica de 5,66mm a 3,36mm foi parcialmente

coerente com os dados experimentais, onde ocorreu arco mecânico 50% dos ensaios. Não foi

possível calibrar o modelo de modo a obter-se fluxo pleno sem que os dados não ficassem

incoerentes, como por exemplo, ângulos de atrito tanto entre partículas quanto entre parede e

partícula muito baixos, ou também o ajuste de sobreposição das partículas, overlap,

extremamente alto.

7.2.1.3. Faixa granulométrica -3,36 +2,38mm

Ao se construir o modelo numérico, este foi preenchido com as partículas na faixa

granulométrica de -3,36 +2,38mm, conforme a Figura 7.18. Após a geração das partículas, foi

iniciada a iteração inicial do modelo, de modo a equilibrar as forças desbalanceadas do

sistema, na condição anterior ao fluxo, e plotadas as cadeias de transmissão de esforços

compressivos, conforme a Figura 7.19. Após a estabilização pré-fluxo do sistema, este foi

liberado e ocorreu fluxo granular pleno, conforme a Figura 7.20.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 20002 23:14:43 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -1.320e+002 <=> 1.320e+002 Y: -1.270e+001 <=> 2.667e+002

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 8.514e+007

Axes Linestyle

X

Y

76

Figura 7.18 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa de -3,36 +2,38mm.

Figura 7.19 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material,

na fase de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa

granulométrica de -3,36 +2,38mm.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 20002 23:34:54 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -1.320e+002 <=> 1.320e+002 Y: -1.270e+001 <=> 2.667e+002

Wall

Ball

Axes Linestyle

X

Y

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 20002 23:33:37 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -1.320e+002 <=> 1.320e+002 Y: -1.270e+001 <=> 2.667e+002

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 4.634e+007

Axes Linestyle

X

Y

77

Figura 7.20 – Ocorrência de fluxo pleno no modelo numérico, na faixa

granulométrica de -3,36 +2,38mm.

O modelo numérico para a faixa granulométrica de 3,36mm a 2,38mm foi coerente com os

dados experimentais, onde ocorreu fluxo granular pleno em todos os ensaios. Uma vez que

ocorreu fluxo, foi possível monitorar a evolução da velocidade média de fluxo, conforme o

histórico de velocidades apresentado na Figura 7.21.

Observou-se uma estabilização da velocidade média de fluxo, para cada ponto monitorado ao

longo do eixo do silo, onde o patamar médio de velocidade atingido foi de 12,95cm/s, valor

próximo e coerente com os resultados obtidos experimentalmente, de 14,085cm/s, na mesma

faixa granulométrica. Justifica-se a diferença entre os resultados devido ao fato de que no

modelo numérico as partículas são perfeitamente circulares, e dessa forma, cada partícula

possui uma seção maio, se individualmente observada. Dessa forma, o modelo numérico é

mais restritivo em relação ao fluxo, porém a ordem de grandeza das velocidades foi a mesma.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 65000 23:57:04 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -1.320e+002 <=> 1.320e+002 Y: -1.270e+001 <=> 2.667e+002

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 1.872e+006

Axes Linestyle

X

Y

Velocity Maximum = 7.911e+000 Linestyle

78

Figura 7.21 – Histórico das velocidades descendentes de fluxo no modelo numérico,

ao longo de seu eixo, na faixa granulométrica de -3,36 +2,38mm. Velocidades

expressas na coluna esquerda, em cm/s, para cada ponto monitorado.

7.2.2. Estudo de caso

Os resultados do modelo numérico utilizando o método dos elementos discretos foram

divididos segundo as diferentes faixas granulométricas usadas na reprodução do estudo de

caso, visando a convergência de ambos os resultados.

7.2.2.1. Faixa granulométrica -25 +19mm

Ao se construir o modelo numérico, este foi preenchido com as partículas na faixa

granulométrica de -25 +19mm (brita 2), conforme a Figura 7.22. Após a geração das

partículas, foi iniciada a iteração inicial do modelo, de modo a equilibrar as forças

desbalanceadas do sistema, na condição anterior ao fluxo, e plotadas as cadeias de

transmissão de esforços compressivos, conforme a Figura 7.23. Após a estabilização pré-fluxo

do sistema, este foi liberado e ocorreu a formação de arco mecânico, conforme a Figura 7.24.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 65000 23:57:30 Fri Feb 21 2014

History

2.0 3.0 4.0 5.0 6.0

x10^4

-1.4

-1.2

-1.0

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0.0

x10^1

11 Ball 12 Y-Velocity Linestyle -1.332e+001 <-> -6.759e-001 12 Ball 836 Y-Velocity Linestyle -1.157e+001 <-> 1.627e+000 13 Ball 383 Y-Velocity Linestyle -1.128e+001 <-> 1.084e-001 14 Ball 671 Y-Velocity Linestyle -1.217e+001 <-> 4.456e-001 15 Ball 842 Y-Velocity Linestyle -1.355e+001 <-> 3.658e-002 16 Ball 794 Y-Velocity Linestyle -1.408e+001 <-> 2.401e-002 17 Ball 28 Y-Velocity Linestyle -1.317e+001 <-> 1.043e+000 18 Ball 657 Y-Velocity Linestyle -1.345e+001 <-> -1.414e-004 19 Ball 204 Y-Velocity Linestyle -1.396e+001 <-> 1.070e+000 20 Ball 834 Y-Velocity

79

Figura 7.22 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa de -25 +19mm.

Figura 7.23 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material,

na fase de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa

granulométrica de -25 +19mm.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 52295 23:42:00 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -6.859e+002 <=> 1.321e+003 Y: -9.659e+001 <=> 2.028e+003

Wall

Ball

Axes Linestyle

X

Y

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 52295 23:41:44 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -6.859e+002 <=> 1.321e+003 Y: -9.659e+001 <=> 2.028e+003

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 2.919e+008

Axes Linestyle

X

Y

80

Figura 7.24 – Formação de arco mecânico, após liberação de fluxo no modelo

numérico, na faixa granulométrica de -25 +19mm.

O modelo numérico para a faixa granulométrica de -25 +19mm foi coerente com os dados dos

trabalhos de Silva (2005), onde ocorreu arco mecânico em todos os ensaios. A ocorrência de

arco em ambos os modelos ocorreu pois apesar da relação D/d permitir um bom fluxo,

segundo a literatura, o atrito entre as partículas e a parede era alto o bastante para estabilizar

os arcos mecânicos. Numa situação de fluxo pleno, também são formados arcos mecânicos ao

longo do tempo de descarga, mas estes não conseguem se manter devido à força de atrito não

ser suficiente para tal.

7.2.2.2. Faixa granulométrica -19 +9,5mm

Ao se construir o modelo numérico, este foi preenchido com as partículas na faixa

granulométrica de -19 +9,5mm (brita 1), conforme a Figura 7.25. Após a geração das

partículas, foi iniciada a iteração inicial do modelo, de modo a equilibrar as forças

desbalanceadas do sistema, na condição anterior ao fluxo, e plotadas as cadeias de

transmissão de esforços compressivos, conforme a Figura 7.26. Após a estabilização pré-fluxo

do sistema, este foi liberado e ocorreu fluxo granular pleno, conforme a Figura 7.27.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 52295 00:55:04 Sat Feb 22 2014

View Size: X: -6.859e+002 <=> 1.321e+003 Y: -9.659e+001 <=> 2.028e+003

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 2.928e+008

Axes Linestyle

X

Y

81

Figura 7.25 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa de -19 +9,5mm.

Figura 7.26 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material,

na fase de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa

granulométrica de -19 +9,5mm.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 55035 23:18:41 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -6.859e+002 <=> 1.321e+003 Y: -9.659e+001 <=> 2.028e+003

Wall

Ball

Axes Linestyle

X

Y

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 55035 23:18:16 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -6.859e+002 <=> 1.321e+003 Y: -9.659e+001 <=> 2.028e+003

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 1.964e+008

Axes Linestyle

X

Y

82

Figura 7.27 – Ocorrência de fluxo pleno no modelo numérico, na faixa

granulométrica de -19 +9,5mm.

O modelo numérico para a faixa granulométrica de -19 +9,5mm foi coerente com os dados

dos trabalhos de Silva (2005), onde ocorreu fluxo granular pleno em todos os ensaios. Uma

vez que ocorreu fluxo, foi possível monitorar a evolução da velocidade média de fluxo,

conforme o histórico de velocidades apresentado na Figura 7.28.

Observou-se uma estabilização da velocidade média de fluxo, para cada ponto monitorado,

onde o patamar médio de velocidade atingido foi de 23,63cm/s, valor este coerente com os

resultados obtidos nos trabalhos de Silva (2005), que foram de 20,37cm/s. A diferença neste

caso se dá em decorrência da esfericidade das partículas reais, que em condições decorrentes

da escala do estudo de caso, permitem um empacotamento maior, bem como exercem mais

pressão nas paredes do silo, dificultando o fluxo.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 55035 23:15:37 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -6.859e+002 <=> 1.321e+003 Y: -9.659e+001 <=> 2.028e+003

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 3.163e+007

Axes Linestyle

X

Y

Velocity Maximum = 2.454e+001 Linestyle

83

Figura 7.28 – Histórico das velocidades descendentes de fluxo no modelo numérico,

ao longo de seu eixo, na faixa granulométrica de -19 +9,5mm. Velocidades

expressas na coluna esquerda, em cm/s, para cada ponto monitorado.

7.2.2.3. Faixa granulométrica -9,5 +4,8mm

Após a construção do modelo numérico, este foi preenchido com as partículas na faixa

granulométrica de -9,5 +4,8mm (brita 0), conforme a Figura 7.29. Após a geração das

partículas, foi iniciada a iteração inicial do modelo, de modo a equilibrar as forças

desbalanceadas do sistema, na condição anterior ao fluxo, e plotadas as cadeias de

transmissão de esforços compressivos, conforme a Figura 7.30. Após a estabilização pré-fluxo

do sistema, este foi liberado e ocorreu fluxo granular pleno, conforme a Figura 7.31.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 55035 00:58:54 Sat Feb 22 2014

History

4.0 4.2 4.4 4.6 4.8 5.0 5.2 5.4

x10^4

-3.0

-2.8

-2.6

-2.4

-2.2

-2.0

-1.8

-1.6

-1.4

-1.2

-1.0

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0.0

0.2

x10^1

10 Ball 131 Y-Velocity Linestyle -2.231e+001 <-> -5.751e+000 11 Ball 19 Y-Velocity Linestyle -2.323e+001 <-> -1.676e-007 12 Ball 213 Y-Velocity Linestyle -2.207e+001 <-> -4.523e-014 13 Ball 286 Y-Velocity Linestyle -2.625e+001 <-> -2.734e-013 14 Ball 90 Y-Velocity Linestyle -2.365e+001 <-> 8.779e-001 15 Ball 164 Y-Velocity Linestyle -2.428e+001 <-> 1.712e+000 16 Ball 218 Y-Velocity Linestyle -2.507e+001 <-> 7.831e-001 17 Ball 7 Y-Velocity Linestyle -2.638e+001 <-> 7.557e-001 18 Ball 1 Y-Velocity Linestyle -1.943e+001 <-> 8.737e-002 19 Ball 6 Y-Velocity

84

Figura 7.29 – Modelo numérico do silo experimental, na faixa de -9,5 +4,8mm.

Figura 7.30 – Cadeias de esforços de compressão, transmitidos ao longo do material,

na fase de acomodação do modelo e preparação para o fluxo, na faixa

granulométrica de -9,5 +4,8mm.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 87626 23:40:19 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -6.859e+002 <=> 1.321e+003 Y: -9.659e+001 <=> 2.028e+003

Wall

Ball

Axes Linestyle

X

Y

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 87626 23:40:11 Fri Feb 21 2014

View Size: X: -6.859e+002 <=> 1.321e+003 Y: -9.659e+001 <=> 2.028e+003

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 2.032e+008

Axes Linestyle

X

Y

85

Figura 7.31 – Ocorrência de fluxo pleno no modelo numérico, na faixa

granulométrica de 9,5mm a 4,8mm.

O modelo numérico para a faixa granulométrica de 9,5mm a 4,8mm foi coerente com os

dados dos trabalhos de Silva (2005), onde ocorreu fluxo granular pleno em todos os ensaios.

Uma vez que ocorreu fluxo, foi possível monitorar a evolução da velocidade média de fluxo,

conforme o histórico de velocidades apresentado na Figura 7.32.

Observou-se uma estabilização da velocidade média de fluxo, para cada ponto monitorado,

onde o patamar médio de velocidade atingido foi de 27,55cm/s, valor este coerente com os

resultados obtidos nos trabalhos de Silva (2005), que foram de 28,55cm/s. Nota-se que neste

caso a diferença de resultados foi bem menor, devido à melhor resposta da brita 0 ao fluxo, na

situação real.

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 87626 01:00:18 Sat Feb 22 2014

View Size: X: -6.859e+002 <=> 1.321e+003 Y: -9.659e+001 <=> 2.028e+003

Wall

Ball

CForce ChainsCompressionTension

Maximum = 1.542e+007

Axes Linestyle

X

Y

Velocity Maximum = 3.131e+001 Linestyle

86

Figura 7.32 – Histórico das velocidades descendentes de fluxo no modelo numérico,

ao longo de seu eixo, na faixa granulométrica de 9,5mm a 4,8mm. Velocidades

expressas na coluna esquerda, em cm/s, para cada ponto monitorado.

7.3. MODELAGEM MATEMÁTICA E AJUSTES DE EQUAÇÕES

7.3.1. Determinação do comprimento de difusão a partir dos dados

experimentais

A partir do modelo proposto no item 6.3.4, os resultados experimentais de vazão média de

fluxo foram desenvolvidos, usando a equação 7.1, desenvolvida passo a passo no item citado,

e o comprimento de difusão médio para cada faixa granulométrica onde ocorreu fluxo foi

calculado, segundo a equação 5.19, conforme mostra a Tabela 7.4.

�̅� =𝑄2

𝑣2∙4𝜋 (7.1)

Tabela 7.4 – Resultados de vazão e velocidade médias de fluxo, e resultados do

comprimento de difusão, associado a cada faixa granulométrica onde ocorreu fluxo

pleno.

d (mm) Q' (g/s) Q (g/s,cm) v (cm/s) b (cm)

-6,35 +5,66 134,512 20,136 7,928 0,513

-5,66 +3,36 160,800 24,071 9,474 0,514

-3,36 +2,38 239,000 35,777 14,080 0,514

PFC2D 4.00Job Title: Estudo de fluxo/forças’

View Title: ‘Silo’Step 87626 01:00:34 Sat Feb 22 2014

History

6.0 6.5 7.0 7.5 8.0 8.5

x10^4

-3.5

-3.0

-2.5

-2.0

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

x10^1

10 Ball 343 Y-Velocity Linestyle -2.228e+001 <-> -5.663e+000 11 Ball 12 Y-Velocity Linestyle -2.892e+001 <-> -6.475e-010 12 Ball 325 Y-Velocity Linestyle -2.455e+001 <-> 2.921e+000 13 Ball 115 Y-Velocity Linestyle -2.484e+001 <-> 1.051e+000 14 Ball 250 Y-Velocity Linestyle -3.545e+001 <-> 9.982e-001 15 Ball 204 Y-Velocity Linestyle -3.068e+001 <-> 3.501e-001 16 Ball 262 Y-Velocity Linestyle -2.769e+001 <-> 1.111e-001 17 Ball 162 Y-Velocity Linestyle -3.034e+001 <-> 1.528e+000 18 Ball 260 Y-Velocity Linestyle -2.316e+001 <-> 1.158e+000 19 Ball 75 Y-Velocity

87

Observou-se que apesar das diferentes faixas granulométricas, o comprimento de difusão

médio foi aproximadamente o mesmo, portanto pode-se concluir que este é um parâmetro

intrínseco ao material estudado, brita de gnaisse, mas que não varia com o tamanho da

partícula, nas faixas granulométricas estudadas. Ressalta-se que na faixa granulométrica de

6,35mm a 5,66mm, apenas em um dentre os 30 ensaios ocorreu fluxo pleno, e este foi

utilizado como parâmetro.

7.3.2. Ajuste de equação para probabilidade de ocorrência de fluxo

A partir do modelo proposto no item 6.3.3, os resultados experimentais da probabilidade

ocorrência de fluxo foram modelados, conforme a Tabela 7.5.

Tabela 7.5 – Resultados da taxa de ocorrência de fluxo pleno, para as faixas

granulométricas utilizadas, mais o grupo de controle, em função da relação entre o

diâmetro da passagem e o diâmetro da partícula.

D/d Probabilidade de ocorrência de fluxo

2,00 (controle) 0,000

3,18 (controle) 0,000

4,00 1/30 = 0,033

4,49 15/30 = 0,500

7,56 30/30 = 1,000

Foi realizada a regressão não-linear da curva tipo sigmoide e foi obtido uma equação de ajuste

conforme o gráfico apresentado na Figura 7.33.

Conclui-se que para a base de dados utilizada, a regressão não-linear alcançou uma equação

de ajuste compatível e coerente com os dados de Hambley (1987), apresentados na Tabela 4.2

do item 4.2.3, podendo ser utilizada amplamente, para o gnaisse britado em questão.

88

8765432

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0

D/d

Flo

w o

ccu

rre

nce

Fitted Line PlotFlow occurrence = 3,47984e-014 / (3,47984e-014 + exp(-2,63 * 0,53 * 4,95406 * 'D/d'))

Figura 7.33 – Ajuste não linear de curva sigmoide para a taxa de ocorrência de

fluxo.

7.3.3. Ajuste de equação para vazão média de fluxo em função do tamanho

relativo de partícula

A partir do modelo proposto no capítulo 6.3.3, os resultados experimentais da vazão média de

fluxo foram modelados, conforme a Tabela 7.6.

Tabela 7.6 – Resultados da vazão média de fluxo, para as faixas granulométricas

utilizadas, mais o grupo de controle, em função da relação entre o diâmetro da

passagem e o diâmetro da partícula.

D/d Vazão média de fluxo (g/s)

2,000 (controle) 0,000

3,175 (controle) 0,000

4,000 72,142

4,488 205,039

7,560 238,983

Foi realizado a regressão não-linear da curva tipo sigmoide, e foi obtido uma equação de

ajuste conforme o gráfico apresentado na Figura 7.34.

89

8765432

250

200

150

100

50

0

D/d

Flo

w r

ate

(g

/s)

Fitted Line PlotFlow rate (g/s) = 3,98479e-008 / (1,66776e-010 + exp(-2,63 * 0,53 * 3,88744 * 'D/d'))

Figura 7.34 – Ajuste não linear de curva sigmoide para a vazão média de fluxo.

Conclui-se que para a base de dados utilizada, a regressão não-linear alcançou uma equação

de ajuste compatível e coerente com os dados de Hambley (1987), apresentados na tabela 2 do

item 4.2.3, podendo ser utilizada amplamente, para o gnaisse britado em questão.

7.3.4. Ajuste equação para velocidade média de fluxo em função do tamanho

relativo de partícula

A partir do modelo proposto no capítulo 6.3.3, os resultados experimentais da velocidade

média de fluxo foram modelados, conforme a Tabela 7.7.

Tabela 7.7 – Resultados da velocidade média de fluxo, para as faixas

granulométricas utilizadas, mais o grupo de controle, em função da relação entre o

diâmetro da passagem e o diâmetro da partícula.

D/d Velocidade média de fluxo (cm/s)

2,000 0,000

3,175 0,000

4,000 4,252

4,488 12,084

7,560 14,085

Foi realizado a regressão não-linear da curva tipo sigmoide, e foi obtido uma equação de

ajuste conforme o gráfico apresentado na Figura 7.35.

90

8765432

14

12

10

8

6

4

2

0

D/d

Ve

locit

y (

cm

/s)

Fitted Line PlotVelocity (cm/s) = 2,34846e-009 / (1,66776e-010 + exp(-2,63 * 0,53 * 3,88744 * 'D/d'))

Figura 7.35 – Ajuste não linear de curva sigmoide para a velocidade média de fluxo.

Conclui-se que para a base de dados utilizada, a regressão não-linear alcançou uma equação

de ajuste compatível e coerente com os dados de Hambley (1987), apresentados na tabela 2 do

item 4.2.3, podendo ser utilizada amplamente, para o gnaisse britado em questão. Por fim,

ressalta-se que o silo utilizado foi único, e que a variação do ângulo das paredes levará a

resultados diferentes, não só com relação aos valores, mas também ao próprio

comportamento, a exemplo, uma parede de descarga horizontal levaria à formação de uma

zona com material parado, sem fluxo.

7.3.5. Obtenção do parâmetro de ajuste do modelo matemático da velocidade

média de fluxo e decaimento da aceleração

A partir do modelo proposto no item 6.3.2, os resultados experimentais de velocidade média

de fluxo foram calculados, conforme a equação 7.2, desenvolvida passo a passo no item

citado, e o coeficiente de decaimento da aceleração para cada faixa granulométrica onde

ocorreu fluxo foi obtido, conforme a Tabela 7.8.

𝛼 =𝑔

𝑣𝑙𝑖𝑚 (7.2)

91

Tabela 7.8 – Resultados da velocidade média de fluxo e dos coeficientes de

decaimento de aceleração, associados às faixas granulométricas onde ocorreu fluxo

pleno.

d (mm) v (cm/s) α (1/s)

-6,35 +5,66 7,93 1,237457

-5,66 +3,36 9,47 1,035465

-3,36 +2,38 14,08 0,696733

Foi construído o gráfico que descreve o decaimento da aceleração e crescimento da

velocidade média de fluxo, rumo a um patamar de velocidade, para a faixa granulométrica de

-6,35 +5,66mm, conforme a Figura 7.36.

Figura 7.36 – Decaimento da aceleração e crescimento da velocidade ao longo do

tempo, na faixa granulométrica de -6,35 +5,66mm.

Foi construído o gráfico que descreve o decaimento da aceleração e crescimento da

velocidade média de fluxo, rumo a um patamar de velocidade, para a faixa granulométrica de

-5,66 +3,36mm, conforme a Figura 7.37.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0 2 4 6 8 10

a(c

m/s

²) -

v(c

m/s

)

t(s)

Evolução da velocidade média de fluxo -6,35 +5,66mm

a(t)

v(t)

92

Figura 7.37 – Decaimento da aceleração e crescimento da velocidade ao longo do

tempo, na faixa granulométrica de -5,66 +3,36mm.

Foi construído o gráfico que descreve o decaimento da aceleração e crescimento da

velocidade média de fluxo, rumo a um patamar de velocidade, para a faixa granulométrica de

-3,36 +2,38mm, conforme a Figura 7.38.

Figura 7.38 – Decaimento da aceleração e crescimento da velocidade ao longo do

tempo, na faixa granulométrica de -3,36 +2,38mm.

Conclui-se que o modelo de decaimento da aceleração e estabilização da velocidade foi

coerente com o fenômeno físico real, e que tal comportamento também foi obtido no modelo

numérico.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0 2 4 6 8 10

a(c

m/s

²) -

v(c

m/s

)

t(s)

Evolução da velocidade média de fluxo -5,66 +3,36mm

a (t)

v (t)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 2 4 6 8 10

a(c

m/s

²) -

v(c

m/s

)

t(s)

Evolução da velocidade média de fluxo 3,36 - 2,38 (mm)

a (t)

v (t)

93

8. CONCLUSÕES

8.1. QUADROS COMPARATIVOS FINAIS

Na Tabela 8.1, é mostrada a comparação entre as diversas propriedades e parâmetros medidos

ao longo das 3 abordagens. Todos os parâmetros foram medidos com rigor e

representatividade estatística, sendo portanto, perfeitamente aplicáveis para o material

estudado.

Tabela 8.1 – Resumo das propriedades constitutivas, parâmetros matemáticos e

velocidades médias, segundo cada faixa granulométrica.

Faixa granulométrica (mm) -6,35 +5,66 -5,66 +3,36 -3,36 +2,38

Densidade: ρ (g/cm³) 2,63 2,63 2,63

Ângulo de repouso: φ (°) 38,703 38,315 35,406

Esfericidade de Waddel: Ψ 0,535 0,535 0,535

Comprimento de difusão: b (cm) 0,513 0,514 0,514

Coeficiente de decaimento da aceleração: α (1/s) 1,237 1,035 0,697

Modelo experimental: v (cm/s) 7,928 9,474 14,080

Modelo numérico: v (cm/s) - - 12,950

Inicialmente, a principal função do modelo experimental foi a obtenção dos parâmetros de

entrada dos demais modelos, analítico e numérico, e destes foram obtidos novos parâmetros.

Os parâmetros obtidos experimentalmente foram a densidade, ângulo de repouso,

esfericidade, vazão e velocidade médias de fluxo (que são proporcionais uma à outra). Os

parâmetros calculados a partir dos resultados experimentais foram o comprimento de difusão,

coeficiente de decaimento da aceleração e a velocidade média de fluxo do modelo numérico.

Ressalta-se que o parâmetro esfericidade (Ψ), apesar de medido no trabalho, não foi utilizado

diretamente, mas serviu de base para certas considerações qualitativas, por exemplo, o fato do

modelo numérico ocorrer fluxo apenas na menor granulometria, visto que neste, as partículas

são perfeitamente esféricas. O material real, por sua vez, não era perfeitamente esférico,

possibilitando diferentes arranjos e empacotamentos dentro do silo. Dessa forma, no modelo

experimental ocorreu fluxo em todas as faixas granulométricas, exceto as faixas controle,

porém com frequências de ocorrência distintas, onde medida que a granulometria diminuía, a

ocorrência de fluxo aumentava. No modelo matemático por sua vez, o tamanho das partículas

é sequer considerado, pois este parte de material contínuo equivalente, e a influência da

granulometria é indiretamente considerada através dos parâmetros constitutivos que

94

contemplam a resistência ao fluxo do meio. Na Tabela 8.2 é mostrada a comparação entre as

velocidades normalizadas dos modelos experimental e numérico.

Tabela 8.2 – Resumo das velocidades médias de fluxo, normalizadas com a largura

da abertura do silo.

Razão D/d 4 4,488 7,56

Modelo experimental: v (normalizada) 3,121 3,730 5,543

Modelo numérico: v (normalizada) - - 5,098

No modelo numérico, apenas nas simulações da maior razão D/d, ou seja, da menor

granulometria, ocorreu fluxo. As partículas no modelo numérico são perfeitamente esféricas,

apresentando portanto, maior volume para um mesmo diâmetro médio, se comparado às

partículas reais. Isso ocorre devido à equação de esfericidade adotada no trabalho. Apesar do

maior volume, as propriedades de contato utilizadas foram as mesmas do material real, e por

isso em certas faixas de granulometria maior, onde ocorreu fluxo com certa frequência no

modelo experimental, no modelo numérico por sua vez, sequer ocorreu fluxo. Na Tabela 8.3 é

mostrado um quadro comparativo final entre os diversos pontos positivos e negativos das 3

abordagens.

Tabela 8.3 – Quadro comparativo qualitativo entre as 3 abordagens utilizadas.

Modelo Pontos positivos Pontos negativos

Experimental

Didática

Fácil compreensão

Utilização de materiais granulares

reais

Reprodutibilidade

Possibilidade de combinar

diferentes fatores e variáveis

Dificuldades de construção do

modelo

Operação

Alterações no projeto/desenho

Instrumentação e monitoramento

Escala do modelo e

representatividade

Matemático

Abordagem robusta

Baseada em equações diferenciais

Fácil tratamento

Possibilidade de se resolver

numericamente as equações

diferencias, como alternativa

Simplificações inerentes ao modelo

Obtenção de solução analítica geral

Requer parâmetros constitutivos de

difícil obtenção

Numérico

Flexibilidade na variação de

parâmetros

Possiblidade de análises

paramétricas

Possibilidade de simulações

estocásticas

Monitoramento de variáveis de

interesse

Utilização de escala real

Simplificações inerentes ao método

Construção dos códigos e

implementação do modelo

Condições de contorno, devido à

instabilidade numérica, bem como

Instabilidade numérica e

convergência

Aplicação de parâmetros

constitutivos representativos

95

8.2. CONCLUSÃO GERAL E SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS

Individualmente, cada modelo apresentou resultados consistentes, e comparativamente foram

semelhantes entre si, sendo as pequenas diferenças de resultados devidamente compreendidas

e justificadas. Apesar das várias simplificações adotadas, os resultados forem satisfatórios.

Cada forma de abordagem, seja experimental, analítica ou numérica, complementa as lacunas

deixadas pelas outras, dessa forma, podemos dizer que os 3 modelos se completam na busca

de uma melhor compreensão do fluxo em meios granulares.

Conclui-se por fim, que para o material estudado, o gnaisse britado, podemos definir 3

padrões distintos de comportamento, em função de sua razão D/d. Para valores de razão D/d

menores que 4, dificilmente ocorrerá fluxo granular, sendo portanto dispensáveis ensaios

nesta faixa.

Para valores da razão D/d entre 4 e 5, entra-se numa zona de transição, na qual a ocorrência

de fluxo é incerta. Nesta faixa, recomenda-se o uso da simulação numérica, através do método

dos elementos discretos, pois este permite analisar os possíveis problemas de obstrução que

podem ocorrer nesta faixa.

Por último, para razões D/d maiores que 5, a ocorrência de fluxo granular é praticamente

certa, e desta forma, o modelo cinemático se torna a melhor opção, pois permite resultados

rápidos, robustos, como campos vetoriais e perfis de velocidade, e é de fácil implementação.

Todavia, em todos os casos, é necessário o conhecimento de parâmetros constitutivos do

material, e estes devem ser medidos com critério para que sejam representativos.

Em trabalhos futuros, poderá ser abordado o tratamento tridimensional destes modelos, ou

também a modelagem de materiais compostos por mais de uma faixa granulométrica, ou seja,

materiais polidispersos. Pode-se também testar outras formas de obtenção de parâmetros

constitutivos, como a densidade e ângulo de repouso. O ângulo de repouso, por exemplo,

poderia ser estimado a partir de um ensaio de inclinação, também conhecido como tilt test.

Por fim, como última sugestão, pode-se variar a geometria do silo, desde o ângulo de suas

paredes à própria escala do modelo.

96

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103

A. TABELA DE DADOS DOS ENSAIOS DE DENSIDADE

Tabela A.1 –Dados dos ensaios de densidade.

n m_pic (g) m_pic+min (g) m_pic+água (g) m_picn+min+água (g) ρ (g/cm³)

1 40,39 51,30 94,89 101,34 2,45

2 39,57 54,55 93,96 103,53 2,76

3 40,33 54,22 94,89 103,60 2,68

4 40,77 47,94 97,11 101,46 2,54

5 40,37 55,40 94,58 104,81 2,60

6 38,71 51,47 93,35 101,14 2,56

7 40,27 61,80 93,82 107,21 2,64

8 43,66 57,58 95,47 104,19 2,67

9 40,16 56,03 95,25 105,14 2,65

10 40,30 53,53 95,20 103,47 2,67

11 40,00 54,41 93,92 102,90 2,65

12 40,79 54,56 93,76 102,38 2,65

104

B. TABELA DE DADOS DOS ENSAIOS DE ÂNGULO DE REPOUSO

Tabela B.1 – Dados dos ensaios de ângulo de respouso.

6,35 - 5,66 (mm) 5,66 - 3,36 (mm) 3,36 - 2,38 (mm)

n f_1 f_2 f_3 f_4 f_1 f_2 f_3 f_4 f_1 f_2 f_3 f_4

1 42,3 41,1 42,4 37,0 34,4 37,7 36,7 34,9 33,7 33,7 34,0 36,0

2 42,1 37,5 41,9 37,3 37,7 35,7 38,5 35,3 34,5 34,4 36,8 34,8

3 35,7 38,6 40,3 35,8 38,3 37,3 39,2 36,3 32,0 32,5 31,6 30,5

4 43,1 39,8 41,7 37,9 39,4 37,3 41,1 35,5 35,0 36,3 36,9 33,7

5 39,4 38,4 39,4 35,7 40,9 36,6 39,1 36,4 35,5 33,8 34,5 34,0

6 37,4 37,2 37,1 34,4 36,1 37,1 38,1 34,4 36,4 35,2 37,2 33,1

7 36,4 38,8 40,0 35,0 39,3 38,5 41,6 38,5 34,6 34,0 37,1 33,7

8 42,4 38,4 40,0 36,8 39,7 35,3 39,0 34,4 36,5 34,0 36,1 33,9

9 34,1 37,2 39,4 34,9 39,8 39,0 37,4 36,5 33 32,2 34,7 32,1

10 36,6 40,4 37,2 35,4 36,8 39,4 39,3 38,0 37,8 34,5 37,2 36,4

11 37,6 39,3 38,1 42,4 37,7 39,1 37,4 36,0 36,8 35,0 38,7 33,7

12 37,5 41,3 37,8 39,8 37,2 40,5 36,6 40,6 35 35,2 38,2 33,2

13 37,8 38,9 36,6 38,4 41,1 39,6 39,1 34,7 36,1 37,8 34,7 36,0

14 35,8 39,6 39,4 35,1 38,3 40,4 37,8 37,2 34,8 34,2 34,0 31,2

15 37,0 42,0 37,8 36,8 39,0 40,0 40,3 39,3 39,2 37,2 38,5 35,4

16 35,8 41,2 39,0 37,6 36,4 39,7 41,4 38,4 36,8 35,8 37,6 36,0

17 37,0 40,6 40,3 36,1 36,4 40,6 38,5 39,3 35,4 37,6 39,0 35,3

18 43,1 38,5 38,9 39,5 35,5 38,6 37,7 36,0 35,1 37,2 36,9 37,0

19 37,7 35,2 34,6 36,4 41,6 41,2 39,1 40,0 35,2 36,1 36,1 34,5

20 41,6 39,9 40,0 35,6 37,5 39,9 37,7 40,8 36,2 38,7 37,2 36,0

21 38,8 39,4 38,9 35,1 34,0 37,1 38,5 34,0 37,8 35,9 35,2 35,0

22 38,6 36,9 37,4 40,4 38,3 40,5 39,1 37,1 38,2 37,1 38,9 36,3

23 37,8 39,1 40,2 38,0 36,6 40,3 39,9 37,2 35,6 37,8 36,3 35,9

24 38,2 42,2 38,4 35,8 38,1 35,8 39,7 33,7 34,6 34,3 36,3 32,5

25 38,5 39,4 40,1 37,1 41,3 42,5 40,4 36,8 34,4 33,5 37,0 34,0

26 42,0 42,7 40,1 39,5 38,7 41,0 40,0 42,9 33,9 35,2 35,6 35,2

27 38,9 42,2 39,8 39,6 37,3 39,4 38,5 36 35,1 32 36,9 31,9

28 42,0 39,7 39,1 36,0 39,9 39,3 40 38,8 36,2 32,9 36,7 32,6

29 40,6 40,4 40,8 40,3 35,5 40,9 38,6 36,7 38,3 39,1 37,2 35,2

30 36,9 41,5 39,6 38,3 37,8 41,2 39,2 40,5 35,2 34,4 35,4 34,6

105

C. TABELA DE DADOS DOS ENSAIOS DE ESFERICIDADE

Tabela C.1 – Dados dos ensaios de esfericidade.

d_grão (cm) V_inicial (cm³) V_total (cm³) V_grão (cm³) V_esfera (cm³) ψ

1,820 4,2 4,5 0,3 3,157 0,456

1,835 4,0 4,3 0,3 3,235 0,453

1,040 4,1 4,2 0,1 0,589 0,554

1,460 3,8 4,0 0,2 1,630 0,497

1,180 3,7 3,9 0,2 0,860 0,615

0,950 4,2 4,3 0,1 0,449 0,606

1,420 4,0 4,1 0,1 1,499 0,406

1,635 4,0 4,2 0,2 2,289 0,444

1,360 4,0 4,2 0,2 1,317 0,534

1,250 3,8 3,9 0,1 1,023 0,461

1,430 3,7 3,9 0,2 1,531 0,507

1,250 3,9 4,1 0,2 1,023 0,580

1,060 3,8 3,9 0,1 0,624 0,543

1,440 4,1 4,2 0,1 1,563 0,400

1,340 4,1 4,2 0,1 1,260 0,430

1,070 4,0 4,1 0,1 0,641 0,538

1,400 4,1 4,3 0,2 1,437 0,518

1,605 3,5 3,7 0,2 2,165 0,452

1,180 4,3 4,5 0,2 0,860 0,615

1,070 3,8 3,9 0,1 0,641 0,538

1,060 4,1 4,3 0,2 0,624 0,684

1,010 4,0 4,1 0,1 0,539 0,570

2,040 4,3 4,7 0,4 4,445 0,448

1,130 4,3 4,5 0,2 0,755 0,642

1,030 3,4 3,5 0,1 0,572 0,559

0,860 3,5 3,6 0,1 0,333 0,670

1,230 4,1 4,3 0,2 0,974 0,590

0,900 3,8 4,0 0,2 0,382 0,806

1,300 4,0 4,2 0,2 1,150 0,558

1,860 3,6 3,8 0,2 3,369 0,390

106

D. TABELA DE DADOS DOS ENSAIOS DE FLUXO

a. FAIXA GRANULOMÉTRICA -6,35 +5,66mm

Tabela D.1 – Dados dos ensaios de fluxo na faixa -6,35 +5,66mm.

n Δt (s) arco (s/n) m_passante (g) m_retida (g) m_total (g) ρ_aparente (g/cm³)

1 0,35 s 10,0 1245,0 1255,0 1,255

2 9,33 n 1255,0 0,0 1255,0 1,255

3 2,00 s 255,0 1015,0 1270,0 1,270

4 0,60 s 40,0 1215,0 1255,0 1,255

5 0,50 s 15,0 1255,0 1270,0 1,270

6 1,22 s 80,0 1225,0 1305,0 1,306

7 4,70 s 575,0 725,0 1300,0 1,301

8 1,91 s 260,0 1035,0 1295,0 1,296

9 1,60 s 180,0 1115,0 1295,0 1,296

10 1,23 s 15,0 1285,0 1300,0 1,301

11 1,00 s 25,0 1280,0 1305,0 1,306

12 5,91 s 800,0 490,0 1290,0 1,291

13 4,80 s 590,0 682,0 1272,0 1,272

14 0,31 s 5,0 1280,0 1285,0 1,286

15 4,46 s 585,0 710,0 1295,0 1,296

16 0,66 s 10,0 1285,0 1295,0 1,296

17 0,43 s 15,0 1280,0 1295,0 1,296

18 0,60 s 10,0 1285,0 1295,0 1,296

19 1,49 s 150,0 1160,0 1310,0 1,311

20 0,53 s 5,0 1305,0 1310,0 1,311

21 1,05 s 80,0 1225,0 1305,0 1,306

22 0,41 s 15,0 1285,0 1300,0 1,301

23 0,70 s 30,0 1265,0 1295,0 1,296

24 0,41 s 10,0 1285,0 1295,0 1,296

25 1,00 s 70,0 1235,0 1305,0 1,306

26 2,00 s 260,0 1045,0 1305,0 1,306

27 9,60 s 1175,0 130,0 1305,0 1,306

28 0,92 s 70,0 1235,0 1305,0 1,306

29 4,22 s 505,0 800,0 1305,0 1,306

30 0,66 s 15,0 1280,0 1295,0 1,296

107

n V_preenchido (cm³) V_vazios (cm³) %_vazios Q' (g/s) v (cm/s)

1 477,186 522,424 52,26% 28,571 1,684

2 477,186 522,424 52,26% 134,512 7,928

3 482,890 516,720 51,69% 127,500 7,514

4 477,186 522,424 52,26% 66,667 3,929

5 482,890 516,720 51,69% 30,000 1,768

6 496,198 503,412 50,36% 65,574 3,865

7 494,297 505,313 50,55% 122,340 7,210

8 492,395 507,215 50,74% 136,126 8,023

9 492,395 507,215 50,74% 112,500 6,630

10 494,297 505,313 50,55% 12,195 0,719

11 496,198 503,412 50,36% 25,000 1,473

12 490,494 509,116 50,93% 135,364 7,978

13 483,650 515,960 51,62% 122,917 7,244

14 488,593 511,017 51,12% 16,129 0,951

15 492,395 507,215 50,74% 131,166 7,730

16 492,395 507,215 50,74% 15,152 0,893

17 492,395 507,215 50,74% 34,884 2,056

18 492,395 507,215 50,74% 16,667 0,982

19 498,099 501,511 50,17% 100,671 5,933

20 498,099 501,511 50,17% 9,434 0,556

21 496,198 503,412 50,36% 76,190 4,490

22 494,297 505,313 50,55% 36,585 2,156

23 492,395 507,215 50,74% 42,857 2,526

24 492,395 507,215 50,74% 24,390 1,437

25 496,198 503,412 50,36% 70,000 4,125

26 496,198 503,412 50,36% 130,000 7,662

27 496,198 503,412 50,36% 122,396 7,213

28 496,198 503,412 50,36% 76,087 4,484

29 496,198 503,412 50,36% 119,668 7,053

30 492,395 507,215 50,74% 22,727 1,339

108

b. FAIXA GRANULOMÉTRICA -5,66 +3,36mm

Tabela D.2 – Dados dos ensaios de fluxo na faixa -5,66 +3,36mm.

n Δt (s) arco (s/n) m_passante (g) m_retida (g) m_total (g) ρ_aparente (g/cm³)

1 7,34 n 1260,0 0,0 1260,0 1,260

2 5,00 s 745,0 515,0 1260,0 1,260

3 8,00 s 1160,0 105,0 1265,0 1,265

4 7,39 s 1145,0 110,0 1255,0 1,255

5 1,50 s 205,0 1060,0 1265,0 1,265

6 3,84 s 585,0 675,0 1260,0 1,260

7 8,29 n 1260,0 0,0 1260,0 1,260

8 7,72 n 1235,0 0,0 1235,0 1,235

9 7,30 n 1245,0 0,0 1245,0 1,245

10 5,59 s 940,0 315,0 1255,0 1,255

11 7,66 n 1235,0 0,0 1235,0 1,235

12 7,72 n 1235,0 0,0 1235,0 1,235

13 1,60 s 170,0 1060,0 1230,0 1,230

14 7,56 n 1235,0 0,0 1235,0 1,235

15 7,52 n 1245,0 0,0 1245,0 1,245

16 7,75 n 1230,0 0,0 1230,0 1,230

17 7,50 s 1130,0 95,0 1225,0 1,225

18 7,00 s 1025,0 225,0 1250,0 1,250

19 6,40 s 950,0 295,0 1250,0 1,250

20 1,69 s 140,0 1100,0 1240,0 1,240

21 7,84 n 1245,0 0,0 1245,0 1,245

22 8,40 s 1160,0 60,0 1220,0 1,220

23 3,00 s 380,0 865,0 1245,0 1,245

24 7,73 n 1210,0 0,0 1210,0 1,210

25 7,83 n 1225,0 0,0 1225,0 1,225

26 5,50 s 795,0 435,0 1230,0 1,230

27 8,11 n 1230,0 0,0 1230,0 1,230

28 7,62 n 1235,0 0,0 1235,0 1,235

29 7,60 n 1237,0 0,0 1237,0 1,237

30 0,69 s 1235,0 5,0 1240,0 1,240

109

n V_preenchido (cm³) V_vazios (cm³) %_vazios Q' (g/s) v (cm/s)

1 479,087 520,523 52,07% 171,662 10,117

2 479,087 520,523 52,07% 149,000 8,781

3 480,989 518,621 51,88% 145,000 8,546

4 477,186 522,424 52,26% 154,939 9,131

5 480,989 518,621 51,88% 136,667 8,055

6 479,087 520,523 52,07% 152,344 8,978

7 479,087 520,523 52,07% 151,990 8,958

8 469,582 530,028 53,02% 159,974 9,428

9 473,384 526,226 52,64% 170,548 10,051

10 477,186 522,424 52,26% 168,157 9,910

11 469,582 530,028 53,02% 161,227 9,502

12 469,582 530,028 53,02% 159,974 9,428

13 467,681 531,929 53,21% 106,250 6,262

14 469,582 530,028 53,02% 163,360 9,628

15 473,384 526,226 52,64% 165,559 9,757

16 467,681 531,929 53,21% 158,710 9,354

17 465,779 533,831 53,40% 150,667 8,880

18 475,285 524,325 52,45% 146,429 8,630

19 475,285 524,325 52,45% 148,438 8,748

20 471,483 528,127 52,83% 82,840 4,882

21 473,384 526,226 52,64% 158,801 9,359

22 463,878 535,732 53,59% 138,095 8,139

23 473,384 526,226 52,64% 126,667 7,465

24 460,076 539,534 53,97% 156,533 9,225

25 465,779 533,831 53,40% 156,450 9,220

26 467,681 531,929 53,21% 144,545 8,519

27 467,681 531,929 53,21% 151,665 8,938

28 469,582 530,028 53,02% 162,073 9,552

29 470,342 529,268 52,95% 162,763 9,593

30 471,483 528,127 52,83% 1789,855 105,486

110

c. FAIXA GRANULOMÉTRICA -3,36 +2,38mm

Tabela D.3 – Dados dos ensaios de fluxo na faixa -3,36 +2,38mm.

n Δt (s) arco (s/n) m_passante (g) m_retida (g) m_total (g) ρ_aparente (g/cm³)

1 5,56 n 1320,0 0,0 1320,0 1,321

2 5,62 n 1335,0 0,0 1335,0 1,336

3 5,66 n 1350,0 0,0 1350,0 1,351

4 5,81 n 1345,0 0,0 1345,0 1,346

5 5,66 n 1345,0 0,0 1345,0 1,346

6 5,62 n 1345,0 0,0 1345,0 1,346

7 5,62 n 1330,0 0,0 1330,0 1,331

8 5,43 n 1325,0 0,0 1325,0 1,326

9 5,69 n 1335,0 0,0 1335,0 1,336

10 5,53 n 1330,0 0,0 1330,0 1,331

11 5,34 n 1330,0 0,0 1330,0 1,331

12 5,50 n 1330,0 0,0 1330,0 1,331

13 5,68 n 1330,0 0,0 1330,0 1,331

14 5,56 n 1335,0 0,0 1335,0 1,336

15 5,47 n 1335,0 0,0 1335,0 1,336

16 5,60 n 1335,0 0,0 1335,0 1,336

17 5,53 n 1335,0 0,0 1335,0 1,336

18 5,69 n 1345,0 0,0 1345,0 1,346

19 5,53 n 1320,0 0,0 1320,0 1,321

20 5,53 n 1330,0 0,0 1330,0 1,331

21 5,59 n 1325,0 0,0 1325,0 1,326

22 5,44 n 1330,0 0,0 1330,0 1,331

23 5,50 n 1325,0 0,0 1325,0 1,326

24 5,84 n 1335,0 0,0 1335,0 1,336

25 5,44 n 1335,0 0,0 1335,0 1,336

26 5,63 n 1340,0 0,0 1340,0 1,341

27 5,69 n 1340,0 0,0 1340,0 1,341

28 5,53 n 1330,0 0,0 1330,0 1,331

29 5,56 n 1325,0 0,0 1325,0 1,326

30 5,62 n 1340,0 0,0 1340,0 1,341

111

n V_preenchido (cm³) V_vazios (cm³) %_vazios Q' (g/s) v (cm/s)

1 501,901 497,709 49,79% 237,410 13,992

2 507,605 492,005 49,22% 237,544 14,000

3 513,308 486,302 48,65% 238,516 14,057

4 511,407 488,203 48,84% 231,497 13,643

5 511,407 488,203 48,84% 237,633 14,005

6 511,407 488,203 48,84% 239,324 14,105

7 505,703 493,907 49,41% 236,655 13,947

8 503,802 495,808 49,60% 244,015 14,381

9 507,605 492,005 49,22% 234,622 13,828

10 505,703 493,907 49,41% 240,506 14,174

11 505,703 493,907 49,41% 249,064 14,679

12 505,703 493,907 49,41% 241,818 14,252

13 505,703 493,907 49,41% 234,155 13,800

14 507,605 492,005 49,22% 240,108 14,151

15 507,605 492,005 49,22% 244,059 14,384

16 507,605 492,005 49,22% 238,393 14,050

17 507,605 492,005 49,22% 241,410 14,228

18 511,407 488,203 48,84% 236,380 13,931

19 501,901 497,709 49,79% 238,698 14,068

20 505,703 493,907 49,41% 240,506 14,174

21 503,802 495,808 49,60% 237,030 13,970

22 505,703 493,907 49,41% 244,485 14,409

23 503,802 495,808 49,60% 240,909 14,198

24 507,605 492,005 49,22% 228,596 13,472

25 507,605 492,005 49,22% 245,404 14,463

26 509,506 490,104 49,03% 238,011 14,027

27 509,506 490,104 49,03% 235,501 13,879

28 505,703 493,907 49,41% 240,506 14,174

29 503,802 495,808 49,60% 238,309 14,045

30 509,506 490,104 49,03% 238,434 14,052

112

E. INTERVALOS DE CONFIANÇA DOS ENSAIOS REALIZADOS

a. DENSIDADE

2,92,82,72,62,52,42,3

99

95

80

50

20

5

1

ρ

Perc

en

t

Goodness of Fit Test

Normal

AD = 0,542

P-Value = 0,128

Probability Plot for ρ

Normal - 95% CI

Figura E.1 – Intervalo de confiança dos ensaios de densidade.

b. ÂNGULO DE REPOUSO

464442403836343230

99,9

99

95

80

50

20

5

1

0,1

phi

Perc

en

t

Goodness of Fit Test

Normal

AD = 0,397

P-Value = 0,363

Probability Plot for 6,35 - 5,66 (mm)

Normal - 95% CI

Figura E.2 – Intervalo de confiança dos ensaios de ângulo de respouso na faixa

granulométrica -6,35 +5,66mm.

113

464442403836343230

99,9

99

95

80

50

20

5

1

0,1

phi

Perc

en

t

Goodness of Fit Test

Normal

AD = 0,459

P-Value = 0,259

Probability Plot for 5,66 - 3,36 (mm)

Normal - 95% CI

Figura E.3 – Intervalo de confiança dos ensaios de ângulo de respouso na faixa

granulométrica -5,66 +3,36mm.

42403836343230

99,9

99

95

80

50

20

5

1

0,1

phi

Perc

en

t

Goodness of Fit Test

Normal

AD = 0,243

P-Value = 0,761

Probability Plot for 3,36 - 2,38 (mm)

Normal - 95% CI

Figura E.4 – Intervalo de confiança dos ensaios de ângulo de respouso na faixa

granulométrica -3,36 +2,38mm.

114

464442403836343230

99,9

99

95

80

50

20

5

1

0,1

phi

Perc

en

t

Goodness of Fit Test

Normal

AD = 0,501

P-Value = 0,206

Probability Plot for All data

Normal - 95% CI

Figura E.5 – Intervalo de confiança dos ensaios de ângulo de respouso para a

combinação de todas as faixas granulométricas.

c. ESFERICIDADE

0,90,80,70,60,50,40,30,2

99

95

80

50

20

5

1

ψ

Perc

en

t

Goodness of Fit Test

Normal

AD = 0,323

P-Value = 0,511

Probability Plot for ψ

Normal - 95% CI

Figura E.6 – Intervalo de confiança dos ensaios de esfericidade.

115

d. VAZÃO MÉDIA DE FLUXO

180170160150140

99

95

80

50

20

5

1

Flow rate (g/s)

Perc

en

tGoodness of Fit Test

Normal

AD = 0,272

P-Value = 0,617

Probability Plot for 5,66 - 3,36 (mm) filtered

Normal - 95% CI

Figura E.7 – Intervalo de confiança dos ensaios de vazão média de fluxo na faixa

granulométrica -5,66 +3,36mm.

255250245240235230225

99

95

80

50

20

5

1

Flow rate (g/s)

Perc

en

t

Goodness of Fit Test

Normal

AD = 0,387

P-Value = 0,367

Probability Plot for 3,36 - 2,38 (mm)

Normal - 95% CI

Figura E.8 – Intervalo de confiança dos ensaios de vazão média de fluxo na faixa

granulométrica -3,36 +2,38mm.

116

e. VELOCIDADE MÉDIA DE FLUXO

10,510,09,59,08,5

99

95

80

50

20

5

1

Velocity (cm/s)

Perc

en

tGoodness of Fit Test

Normal

AD = 0,272

P-Value = 0,617

Probability Plot for 5,66 - 3,36 (mm) filtered

Normal - 95% CI

Figura E.9 – Intervalo de confiança dos ensaios de velocidade média de fluxo na

faixa granulométrica -5,66 +3,36mm.

15,0014,7514,5014,2514,0013,7513,50

99

95

80

50

20

5

1

Velocity (cm/s)

Perc

en

t

Goodness of Fit Test

Normal

AD = 0,387

P-Value = 0,367

Probability Plot for 3,36 - 2,38 (mm)

Normal - 95% CI

Figura E.10 – Intervalo de confiança dos ensaios de velocidade média de fluxo na

faixa granulométrica -3,36 +2,38mm.

117

F. ANÁLISES DE RESÍDUO DOS AJUSTES NÃO LINEARES REALIZADOS

a. PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE FLUXO

0,00010,0000-0,0001

99

90

50

10

1

Residual

Perc

en

t

1,000,750,500,250,00

0,000000

-0,000025

-0,000050

-0,000075

-0,000100

Fitted Value

Re

sid

ual

0,00

000

-0,0

0002

-0,0

0004

-0,0

0006

-0,0

0008

-0,0

0010

-0,0

0012

4

3

2

1

0

Residual

Fre

qu

en

cy

54321

0,000000

-0,000025

-0,000050

-0,000075

-0,000100

Observation Order

Resid

ua

l

Normal Probability Plot Versus Fits

Histogram Versus Order

Residual Plots for Flow occurrence

Figura F.1 – Análise de resíduos para a probabilidade de ocorrência de fluxo.

b. VAZÃO MÉDIA DE FLUXO

10-1

99

90

50

10

1

Residual

Perc

en

t

240180120600

0,0

-0,3

-0,6

-0,9

-1,2

Fitted Value

Re

sid

ual

0,0-0,2-0,4-0,6-0,8-1,0-1,2

4

3

2

1

0

Residual

Fre

qu

en

cy

54321

0,0

-0,3

-0,6

-0,9

-1,2

Observation Order

Resid

ual

Normal Probability Plot Versus Fits

Histogram Versus Order

Residual Plots for Flow rate (g/s)

Figura F.2 – Análise de resíduos para a vazão média de fluxo.

118

c. VELOCIDADE MÉDIA DE FLUXO

0,050,00-0,05-0,10

99

90

50

10

1

Residual

Perc

en

t

1612840

0,00

-0,02

-0,04

-0,06

-0,08

Fitted Value

Re

sid

ual

0,00-0,01-0,02-0,03-0,04-0,05-0,06-0,07

4

3

2

1

0

Residual

Fre

qu

en

cy

54321

0,00

-0,02

-0,04

-0,06

-0,08

Observation Order

Resid

ual

Normal Probability Plot Versus Fits

Histogram Versus Order

Residual Plots for Velocity (cm/s)

Figura F.3 – Análise de resíduos para a velocidade média de fluxo.

119

G. SCRIPTS EM LINGUAGEM FISH USADOS NO PFC2D

a. REPRODUÇÃO DO SILO EXPERIMENTAL

i. Faixa granulométrica: 6,35 - 5,66 (mm)

new

set random

title 'Estudo de fluxo/forças’

DEF create_hopper; esta função cria o silo

command

wall id=1 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (-12.7,0) (12.7,0)

wall id=2 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (12.7,0)

(88.9,76.2)

wall id=3 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (88.9,76.2)

(89.9,254)

wall id=4 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (-89.9,254) (-

88.9,76.2)

wall id=5 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (-88.9,76.2) (-

12.7,0)

plot wall black

end_command

END

DEF create_balls; esta função cria as bolas

command

gen id 1 300 rad 5.66 6.36 x -88.9 88.9 y 76.2 500

end_command

END

DEF acomodate_balls; esta função acomoda as bolas no silo

command

wall id=6 kn=1e8 ks=1e8 nodes (89.9,254) (160,338)

wall id=7 kn=1e8 ks=1e8 nodes (-160,338) (-88.9,254)

prop kn 1e8 ks 1e8 friction=0.7 dens 2630

hist id 1 diagnostic muf; cria um historico para a força

desbalanceada

cycle 10000

del ball range y 254 1000

Delete wall 6

Delete wall 7

end_command

END

DEF diferenciate_balls; esta função gera mudança de cor nas camadas

Command

prop color 1

prop color 0 range y 30 60

prop color 0 range y 90 120

prop color 0 range y 150 180

prop color 0 range y 210 240

end_command

END

DEF create_hist_vel; esta função cria o historico de velocidades no eixo y

command

his id 11 ball yvelocity 0,21

his id 12 ball yvelocity 0,42

his id 13 ball yvelocity 0,63

his id 14 ball yvelocity 0,84

120

his id 15 ball yvelocity 0,105

his id 16 ball yvelocity 0,126

his id 17 ball yvelocity 0,147

his id 18 ball yvelocity 0,168

his id 19 ball yvelocity 0,189

his id 20 ball yvelocity 0,210

end_command

END

DEF hist_fdes; esta função cria o historico das forças desbalanceadas

command

plot hist 1; o principal e lembrar o id alocado

end_command

END

DEF hist_vel; esta função cria o historico de velocidade das bolinhas

command

plot hist 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20; o principal e lembrar

o id alocado

end_command

END

DEF monitor; funçao para deletar bolinhas que caem

whilestepping; enquanto o programa estiver rodando

skip = skip + 1

if skip < 100; parametro de parada

exit

endif

skip = 0

bp_ = ball_head

loop while bp_ # null; escaneia todas as bolas

bnext = b_next(bp_)

if b_y(bp_) < -10.0; deleta as bolas

ii=b_delete(bp_)

endif

bp_ = bnext

endloop

bnext = null

bp_ = null

END

; create plot

create_hopper

plot set back White; muda a cor de fundo do plot

SET grav 0.0 -9.81; estabelece sentido e intensidade do campo potencial

create_balls

plot add ball yellow

SET disk on ; considera o sistema bidimensional => bolas = discos de

espessura 1

acomodate_balls

diferenciate_balls

plot set title text ‘Silo’; título especifico

plot add cforce black blue; adiciona as estruturas de força

plot add axes brown; adiciona os eixos cartesianos

plot add vel

delete wall 1; libera o inicio do fluxo

create_hist_vel

solve

cycle 10000

solve

121

ii. Faixa granulométrica: 5,66 - 3,36 (mm)

new

set random

title 'Estudo de fluxo/forças’

DEF create_hopper; esta função cria o silo

command

wall id=1 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (-12.7,0) (12.7,0)

wall id=2 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (12.7,0)

(88.9,76.2)

wall id=3 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (88.9,76.2)

(89.9,254)

wall id=4 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (-89.9,254) (-

88.9,76.2)

wall id=5 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (-88.9,76.2) (-

12.7,0)

plot wall black

end_command

END

DEF create_balls; esta função cria as bolas

command

gen id 1 500 rad 3.36 5.66 x -88.9 88.9 y 76.2 500

end_command

END

DEF acomodate_balls; esta função acomoda as bolas no silo

command

wall id=6 kn=1e8 ks=1e8 nodes (89.9,254) (160,338)

wall id=7 kn=1e8 ks=1e8 nodes (-160,338) (-88.9, 254)

prop kn 1e8 ks 1e8 friction=0.7 dens 2630

hist id 1 diagnostic muf; cria um historico para a força

desbalanceada

cycle 10000

del ball range y 254 1000

Delete wall 6

Delete wall 7

end_command

END

DEF diferenciate_balls; esta função gera mudança de cor nas camadas

Command

prop color 1

prop color 0 range y 30 60

prop color 0 range y 90 120

prop color 0 range y 150 180

prop color 0 range y 210 240

end_command

END

DEF create_hist_vel; esta função cria o historico de velocidades no eixo y

command

his nstep 50

his id 10 ball yvelocity 0,0

his id 11 ball yvelocity 0,21

his id 12 ball yvelocity 0,42

his id 13 ball yvelocity 0,63

his id 14 ball yvelocity 0,84

his id 15 ball yvelocity 0,105

his id 16 ball yvelocity 0,126

his id 17 ball yvelocity 0,147

his id 18 ball yvelocity 0,168

his id 19 ball yvelocity 0,189

his id 20 ball yvelocity 0,210

122

end_command

END

DEF hist_fdes; esta função cria o historico das forças desbalanceadas

command

plot hist 1; o principal e lembrar o id alocado

end_command

END

DEF hist_vel; esta função cria o historico de velocidade das bolinhas

command

plot hist 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20; o principal e

lembrar o id alocado

end_command

END

DEF monitor; funçao para deletar bolinhas que caem

whilestepping; enquanto o programa estiver rodando

skip = skip + 1

if skip < 100; parametro de parada

exit

endif

skip = 0

bp_ = ball_head

loop while bp_ # null; escaneia todas as bolas

bnext = b_next(bp_)

if b_y(bp_) < -10.0; deleta as bolas

ii=b_delete(bp_)

endif

bp_ = bnext

endloop

bnext = null

bp_ = null

END

; create plot

create_hopper

plot set back White; muda a cor de fundo do plot

SET grav 0.0 -9.81; estabelece sentido e intensidade do campo potencial

create_balls

plot add ball yellow

SET disk on ; considera o sistema bidimensional => bolas = discos de

espessura 1

acomodate_balls

diferenciate_balls

plot set title text ‘Silo’; título especifico

plot add cforce black blue; adiciona as estruturas de força

plot add axes brown; adiciona os eixos cartesianos

plot add vel

delete wall 1; libera o inicio do fluxo

create_hist_vel

cycle 10000

solve

123

iii. Faixa granulométrica: 3,36 - 2,38 (mm)

new

set random

title 'Estudo de fluxo/forças’

DEF create_hopper; esta função cria o silo

command

wall id=1 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (-12.7,0) (12.7,0)

wall id=2 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (12.7,0)

(88.9,76.2)

wall id=3 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (88.9,76.2)

(89.9,254)

wall id=4 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (-89.9,254) (-

88.9,76.2)

wall id=5 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.6 nodes (-88.9,76.2) (-

12.7,0)

plot wall black

end_command

END

DEF create_balls; esta função cria as bolas

command

gen id 1 1000 rad 2.38 3.36 x -88.9 88.9 y 76.2 500

end_command

END

DEF acomodate_balls; esta função acomoda as bolas no silo

command

wall id=6 kn=1e8 ks=1e8 nodes (89.9,254) (160,338)

wall id=7 kn=1e8 ks=1e8 nodes (-160,338) (-88.9, 254)

prop kn 1e8 ks 1e8 friction=0.7 dens 2630

hist id 1 diagnostic muf; cria um historico para a força

desbalanceada

cycle 10000

del ball range y 254 1000

Delete wall 6

Delete wall 7

end_command

END

DEF diferenciate_balls; esta função gera mudança de cor nas camadas

Command

prop color 1

prop color 0 range y 30 60

prop color 0 range y 90 120

prop color 0 range y 150 180

prop color 0 range y 210 240

end_command

END

DEF create_hist_vel; esta função cria o historico de velocidades no eixo y

command

his nstep 50

his id 11 ball yvelocity 0,21

his id 12 ball yvelocity 0,42

his id 13 ball yvelocity 0,63

his id 14 ball yvelocity 0,84

his id 15 ball yvelocity 0,105

his id 16 ball yvelocity 0,126

his id 17 ball yvelocity 0,147

his id 18 ball yvelocity 0,168

his id 19 ball yvelocity 0,189

his id 20 ball yvelocity 0,210

end_command

124

END

DEF hist_fdes; esta função cria o historico das forças desbalanceadas

command

plot hist 1; o principal e lembrar o id alocado

end_command

END

DEF hist_vel; esta função cria o historico de velocidade das bolinhas

command

plot hist 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20; o principal e lembrar

o id alocado

end_command

END

DEF monitor; funçao para deletar bolinhas que caem

whilestepping; enquanto o programa estiver rodando

skip = skip + 1

if skip < 100; parametro de parada

exit

endif

skip = 0

bp_ = ball_head

loop while bp_ # null; escaneia todas as bolas

bnext = b_next(bp_)

if b_y(bp_) < -10; deleta as bolas

ii=b_delete(bp_)

endif

bp_ = bnext

endloop

bnext = null

bp_ = null

END

;create plot

create_hopper

plot set back White; muda a cor de fundo do plot

SET grav 0.0 -9.81; estabelece sentido e intensidade do campo potencial

create_balls

plot add ball yellow

SET disk on ; considera o sistema bidimensional => bolas = discos de

espessura 1

acomodate_balls

diferenciate_balls

plot add cforce black blue; adiciona as estruturas de força

plot add axes brown; adiciona os eixos cartesianos

plot set title text ‘Silo’; título especifico

plot add vel

delete wall 1; libera o inicio do fluxo

create_hist_vel

cycle 55000

125

b. ESTUDO DE CASO

i. Faixa granulométrica: 25,0 – 19,0 (mm)

new

set random

title 'Estudo de fluxo/forças’

DEF create_hopper; esta função cria o silo

command

wall id=1 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.7 nodes (0,0) (120,0)

wall id=2 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.7 nodes (120,0)

(635.615,1931.8587)

wall id=3 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.7 nodes (515.615,1931.8587)

(0,0)

plot wall black

end_command

END

DEF create_balls; esta função cria as bolas

command

gen id 1 120 rad 19 25 x 525.615 625.615 y 1931.8587 7000

end_command

END

DEF acomodate_balls; esta função acomoda as bolas no silo

command

wall id=4 kn=1e8 ks=1e8 nodes (635.615,1931.8587)

(635.615,7000)

wall id=5 kn=1e8 ks=1e8 nodes (515.615,7000)

(515.615,1931.8587)

prop kn 1e8 ks 1e8 friction=0.7 dens 1000

hist id 1 diagnostic muf; cria um historico para a força

desbalanceada

solve

cycle 30000

del ball range y 1930 10000

Delete wall 4

Delete wall 5

end_command

END

DEF diferenciate_balls; esta função gera mudança de cor nas camadas

Command

prop color 1

prop color 0 range y 250 500

prop color 0 range y 750 1000

prop color 0 range y 1250 1500

prop color 0 range y 1750 2000

end_command

END

DEF create_hist_vel; esta função cria o historico de velocidades no eixo y

command

his nstep 50

his id 10 ball yvelocity 60,0

his id 11 ball yvelocity 111.561,193.239

his id 12 ball yvelocity 163.123,386.479

his id 13 ball yvelocity 214.684,579.718

his id 14 ball yvelocity 266.246,772.957

his id 15 ball yvelocity 317.807,966.196

his id 16 ball yvelocity 369.369,1159.436

his id 17 ball yvelocity 420.930,1352.675

126

his id 18 ball yvelocity 472.492,1545.914

his id 19 ball yvelocity 524.053,1739.153

his id 20 ball yvelocity 575.615,1925.000

end_command

END

DEF hist_vel; esta função plota o historico de velocidade das bolinhas

command

plot hist 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20; o principal e

lembrar o id alocado

end_command

END

DEF monitor; funçao para deletar bolinhas que caem

whilestepping; enquanto o programa estiver rodando

skip = skip + 1

if skip < 100; parametro de parada

exit

endif

skip = 0

bp_ = ball_head

loop while bp_ # null; escaneia todas as bolas

bnext = b_next(bp_)

if b_y(bp_) < -50.0; deleta as bolas

ii=b_delete(bp_)

endif

bp_ = bnext

endloop

bnext = null

bp_ = null

END

; create plot

create_hopper

plot set back White; muda a cor de fundo do plot

SET grav 0.0 -9.81; estabelece sentido e intensidade do campo potencial

create_balls

plot add ball yellow

SET disk on ; considera o sistema bidimensional => bolas = discos de

espessura 1

acomodate_balls

diferenciate_balls

plot add cforce black blue; adiciona as estruturas de força

plot add axes brown; adiciona os eixos cartesianos

plot set title text ‘Silo’; título especifico

plot add vel

delete wall 1; libera o inicio do fluxo

create_hist_vel

cycle 10000

solve; apertar esc pra parar

127

ii. Faixa granulométrica: 19,0 – 9,5 (mm)

new

set random

title 'Estudo de fluxo/forças’

DEF create_hopper; esta função cria o silo

command

wall id=1 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.7 nodes (0,0) (120,0)

wall id=2 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.7 nodes (120,0)

(635.615,1931.8587)

wall id=3 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.7 nodes (515.615,1931.8587)

(0,0)

plot wall black

end_command

END

DEF create_balls; esta função cria as bolas

command

gen id 1 300 rad 9.5 19 x 515.615 635.615 y 1931.8587 7000

end_command

END

DEF acomodate_balls; esta função acomoda as bolas no silo

command

wall id=4 kn=1e8 ks=1e8 nodes (635.615,1931.8587)

(635.615,7000)

wall id=5 kn=1e8 ks=1e8 nodes (515.615,7000)

(515.615,1931.8587)

hist id 1 diagnostic muf; cria um historico para a força

desbalanceada

prop kn 1e8 ks 1e8 friction=0.7 dens 1000

solve

cycle 10000

del ball range y 1930 10000

Delete wall 4

Delete wall 5

end_command

END

DEF diferenciate_balls; esta função gera mudança de cor nas camadas

Command

prop color 1

prop color 0 range y 250 500

prop color 0 range y 750 1000

prop color 0 range y 1250 1500

prop color 0 range y 1750 2000

end_command

END

DEF create_hist_vel; esta função cria o historico de velocidades no eixo y

command

his nstep 50

his id 10 ball yvelocity 60,0

his id 11 ball yvelocity 111.561,193.239

his id 12 ball yvelocity 163.123,386.479

his id 13 ball yvelocity 214.684,579.718

his id 14 ball yvelocity 266.246,772.957

his id 15 ball yvelocity 317.807,966.196

his id 16 ball yvelocity 369.369,1159.436

his id 17 ball yvelocity 420.930,1352.675

his id 18 ball yvelocity 472.492,1545.914

his id 19 ball yvelocity 524.053,1739.153

his id 20 ball yvelocity 575.615,1925.000

end_command

128

END

DEF hist_vel; esta função plota o historico de velocidade das bolinhas

command

plot hist 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20; o principal e

lembrar o id alocado

end_command

END

DEF hist_fdes; esta função cria o historico das forças desbalanceadas

command

plot hist 1; o principal e lembrar o id alocado

end_command

END

DEF monitor; funçao para deletar bolinhas que caem

whilestepping; enquanto o programa estiver rodando

skip = skip + 1

if skip < 100; parametro de parada

exit

endif

skip = 0

bp_ = ball_head

loop while bp_ # null; escaneia todas as bolas

bnext = b_next(bp_)

if b_y(bp_) < -50.0; deleta as bolas

ii=b_delete(bp_)

endif

bp_ = bnext

endloop

bnext = null

bp_ = null

END

; create plot

create_hopper

plot set back White; muda a cor de fundo do plot

SET grav 0.0 -9.81; estabelece sentido e intensidade do campo potencial

create_balls

plot add ball yellow

SET disk on ; considera o sistema bidimensional => bolas = discos de

espessura 1

acomodate_balls

diferenciate_balls

plot add cforce black blue; adiciona as estruturas de força

plot add axes brown; adiciona os eixos cartesianos

plot set title text ‘Silo’; título especifico

plot add vel

delete wall 1; libera o inicio do fluxo

create_hist_vel

monitor

cycle 17000

129

iii. Faixa granulométrica: 9,5 – 4,8 (mm)

new

set random

title 'Estudo de fluxo/forças’

DEF create_hopper; esta função cria o silo

command

wall id=1 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.7 nodes (0,0) (120,0)

wall id=2 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.7 nodes (120,0)

(635.615,1931.8587)

wall id=3 kn=1e8 ks=1e8 friction=0.7 nodes (515.615,1931.8587)

(0,0)

plot wall black

end_command

END

DEF create_balls; esta função cria as bolas

command

gen id 1 400 rad 4.8 19 x 515.615 635.615 y 1931.8587 7000

end_command

END

DEF acomodate_balls; esta função acomoda as bolas no silo

command

wall id=4 kn=1e8 ks=1e8 nodes (635.615,1931.8587)

(635.615,7000)

wall id=5 kn=1e8 ks=1e8 nodes (515.615,7000)

(515.615,1931.8587)

hist id 1 diagnostic muf; cria um historico para a força

desbalanceada

prop kn 1e8 ks 1e8 friction=0.7 dens 1000

solve

cycle 10000

del ball range y 1930 10000

Delete wall 4

Delete wall 5

end_command

END

DEF diferenciate_balls; esta função gera mudança de cor nas camadas

Command

prop color 1

prop color 0 range y 250 500

prop color 0 range y 750 1000

prop color 0 range y 1250 1500

prop color 0 range y 1750 2000

end_command

END

DEF create_hist_vel; esta função cria o historico de velocidades no eixo y

command

his nstep 50

his id 10 ball yvelocity 60,0

his id 11 ball yvelocity 111.561,193.239

his id 12 ball yvelocity 163.123,386.479

his id 13 ball yvelocity 214.684,579.718

his id 14 ball yvelocity 266.246,772.957

his id 15 ball yvelocity 317.807,966.196

his id 16 ball yvelocity 369.369,1159.436

his id 17 ball yvelocity 420.930,1352.675

his id 18 ball yvelocity 472.492,1545.914

his id 19 ball yvelocity 524.053,1739.153

his id 20 ball yvelocity 575.615,1925.000

end_command

130

END

DEF hist_vel; esta função plota o historico de velocidade das bolinhas

command

plot hist 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20; o principal e

lembrar o id alocado

end_command

END

DEF hist_fdes; esta função cria o historico das forças desbalanceadas

command

plot hist 1; o principal e lembrar o id alocado

end_command

END

DEF monitor; funçao para deletar bolinhas que caem

whilestepping; enquanto o programa estiver rodando

skip = skip + 1

if skip < 100; parametro de parada

exit

endif

skip = 0

bp_ = ball_head

loop while bp_ # null; escaneia todas as bolas

bnext = b_next(bp_)

if b_y(bp_) < -50.0; deleta as bolas

ii=b_delete(bp_)

endif

bp_ = bnext

endloop

bnext = null

bp_ = null

END

; create plot

create_hopper

plot set back White; muda a cor de fundo do plot

SET grav 0.0 -9.81; estabelece sentido e intensidade do campo potencial

create_balls

plot add ball yellow

SET disk on ; considera o sistema bidimensional => bolas = discos de

espessura 1

acomodate_balls

diferenciate_balls

plot add cforce black blue; adiciona as estruturas de força

plot add axes brown; adiciona os eixos cartesianos

plot set title text ‘Silo’; título especifico

plot add vel

delete wall 1; libera o inicio do fluxo

create_hist_vel

monitor

cycle 30000

131

H. DEMONSTRAÇÃO DA SOLUÇÃO GERAL DA EQUAÇÃO DIFERENCIAL

PARCIAL DO MODELO CINEMÁTICO

Dada a equação diferencial geral da velocidade descendente, no modelo cinemático:

𝜕𝑣

𝜕𝑧= 𝑏 ∙

𝜕2𝑣

𝜕𝑥2 (h.1)

E sua solução analítica:

𝑣(𝑥, 𝑧) =𝑄

√4𝜋∙𝑏∙𝑧∙ 𝑒

−𝑥2

4𝑏∙𝑧 (h.2)

Demonstra-se que esta função é solução da EDP em questão, a partir do teorema da existência

e unicidade da solução de uma equação diferencial parcial, substituindo-a na mesma, assim

temos as parcelas:

𝜕𝑣

𝜕𝑧=

𝑄

8𝑏∙𝑧2√𝜋∙𝑏∙𝑧∙ 𝑥2𝑒

−𝑥2

4𝑏∙𝑧 −𝑄

4√𝜋∙𝑏3∙𝑧3∙ 𝑏𝑒

−𝑥2

4𝑏∙𝑧 (h.3)

𝜕2𝑣

𝜕𝑥2 =𝑄

8𝑏2∙𝑧2√𝜋∙𝑏∙𝑧∙ 𝑥2𝑒

−𝑥2

4𝑏𝑧 −𝑄

4√𝜋∙𝑏3∙𝑧3∙ 𝑒

−𝑥2

4𝑏∙𝑧 (h.4)

Substituindo-se as parcelas, satisfaz-se a igualdade, e temos:

𝑄

8𝑏∙𝑧2√𝜋∙𝑏∙𝑧∙ 𝑥2𝑒

−𝑥2

4𝑏∙𝑧 −𝑄

4√𝜋∙𝑏3∙𝑧3∙ 𝑏𝑒

−𝑥2

4𝑏∙𝑧 = 𝑏 (𝑄

8𝑏2∙𝑧2√𝜋∙𝑏∙𝑧∙ 𝑥2𝑒

−𝑥2

4𝑏𝑧 −𝑄

4√𝜋∙𝑏3∙𝑧3∙ 𝑒

−𝑥2

4𝑏∙𝑧) (h.5)

132

I. MODELAGEM DO COMPRIMENTO DE DIFUSÃO PARA MATERIAIS

POLIDISPERSOS

Os modelos analíticos estudados mostram-se satisfatórios no estudo do comportamento de

materiais granulares, porém em todos eles, a maioria de suas propriedades constitutivas não é

levada em consideração, a não ser pelo parâmetro 𝑏, comprimento de difusão, e este por sua

vez ainda não é devidamente correlacionado com as demais propriedades do material. Outro

fator não abordado é que em situações reais, no manuseio de material granular, este não se

apresenta monodisperso, e sim numa distribuição de diversas frações granulométricas

distintas.

Esta distribuição é obtida através da caracterização granulométrica do material a ser estudado.

A cada fração granulométrica, está associado um valor do parâmetro 𝑏, presente na equação

geral do modelo cinemático do perfil de velocidade. Para representar o material composto

pela mistura destas diversas granulometrias, propõe-se uma combinação linear dos

comprimentos de difusão associados a cada fração granulométrica, ponderados por suas

respectivas frações mássicas. Assim temos a equação g.1, e sua forma compacta, equação i.1,

que calcula o comprimento de difusão para um material misto.

�̅� = 𝑓1∙𝑏1+𝑓2∙𝑏2+ ⋯+ 𝑓𝑛∙𝑏𝑛

𝑓1+𝑓2+⋯𝑓𝑛 (i.1)

�̅� =∑ 𝑓𝑛∙𝑏𝑛

𝑛𝑖=1

∑ 𝑓𝑛𝑛𝑖=1

(i.2)

Onde o ponderador 𝑓𝑛 é a frequência relativa mássica da fração granulométrica 𝑛, e 𝑏𝑛 é o

comprimento de difusão associado a esta granulometria, para um dado material. Caso a

frequência relativa seja dada na forma decimal, a equação é reduzida para a equação i.4.

�̅� = 𝑓1 ∙ 𝑏1 + 𝑓2 ∙ 𝑏2 + ⋯+ 𝑓𝑛 ∙ 𝑏𝑛 (i.3)

�̅� = ∑ 𝑓𝑛 ∙ 𝑏𝑛𝑛𝑖=1 (i.4)

Cabe citar que a proposta da combinação linear, resultando numa média ponderada, pode não

ser a melhor forma de se obter o 𝑏 equivalente, e que necessita de validação experimental para

cada tipo de material utilizado.

133

J. FORMA VETORIAL DO CAMPO DE VELOCIDADES

Outro tratamento matemático conveniente para o estudo da equação geral de perfil de

velocidade é escrevê-la na forma de função vetorial, associando um ponto no espaço a suas

componentes no sistema de coordenadas adotado. Desta forma pode-se representar o vetor

velocidade em cada ponto do espaço, no domínio da função, que no caso, se trata das

fronteiras do silo ou local onde o material granular é armazenado. Assim, tomando o vetor �⃗⃗�

como vetor velocidade resultante num dado ponto do espaço, chega-se a uma forma matricial

final, dada pela expressão j.3.

�⃗⃗� = [𝑢𝑣] (j.1)

�⃗⃗� = [𝑏] ∙ 𝑣 (j.2)

�⃗⃗� = [𝑏 ∙𝜕

𝜕𝑥0

0 1] ∙ [

𝑣(𝑥, 𝑧)𝑣(𝑥, 𝑧)

] (j.3)

Onde a matriz [𝑏] associa a função geral da velocidade descendente com a sua componente na

direção cisalhante, partindo do princípio da continuidade equivalente do meio.

Outra opção viável é a construção das curvas de isovalores de velocidade, que podem

determinar pontos críticos no controle da massa total de material granular, como obstruções

ao fluxo, ou “zonas mortas”, onde o fluxo é estagnado. Este é o tratamento usado nos modelos

contínuos para a avaliação da viabilidade técnica de um escoamento granular, visto que a

priori, esta condição só é perfeitamente descrita nos modelos discretos.

Com condições de contorno devidamente estabelecidas para o problema, pode-se obter uma

aderência satisfatória do modelo à situação real de campo. Logicamente, estas condições de

contorno são gradativamente ajustadas e calibradas, à medida que cresce o conhecimento

acerca do material granular manuseado em questão.

Esta situação, inicialmente bidimensional, pode ser extrapolada para o espaço tridimensional,

assumindo que o caso a 2D é uma seção particular de um espaço com simetria axial na

direção 𝑧. Desta forma, a função vetorial 2D em coordenadas cartesianas pode ser escrita

como uma função 3D em coordenadas cilíndricas. Assim, tomando como premissa a simetria

134

axial, o eixo 𝑥 se é convertido num eixo cilíndrico 𝑟, e a transformação da função vetorial do

campo de velocidades, é dada pela expressão j.4.

[𝑟𝜃𝑧] = [

√𝑥2 + 𝑦2

𝑎𝑡𝑎𝑛 (𝑦

𝑥)

𝑧

] (j.4)

Ou na forma invertida, caso necessário, conforme a expressão j.5.

[𝑥𝑦𝑧] = [

𝑟 ∙ 𝑠𝑖𝑛𝜃𝑟 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜃

𝑧] (h.5)

O vetor �⃗⃗� é formado pelas componentes 𝑣 (descendente na direção 𝑧), 𝑢 (na direção 𝑦) e 𝑡

(na direção 𝑥). Na forma de função vetorial, podemos relacionar os sistemas de coordenadas

pela transformação dada na expressão j.6.

[𝑟𝜃𝑧] = [

𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑠𝑖𝑛𝜃 0−𝑠𝑖𝑛𝜃 𝑐𝑜𝑠𝜃 0

0 0 1] ∙ [

𝑥𝑦𝑧] (j.6)

E por fim, escrever a função do campo de velocidades, em função das coordenadas

cartesianas do ponto, no espaço tridimensional, a partir da lei geral da velocidade

descendente, obtida pelo modelo bidimensional axisimétrico, conforme a expressão j.9.

�⃗⃗� = [𝑢𝑥

𝑢𝑦

𝑣] (j.7)

�⃗⃗� = [𝑏] ∙ 𝑣 (j.8)

�⃗⃗� = [

𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜃 ∙𝜕

𝜕𝑥0 0

0 𝑏 ∙ 𝑠𝑖𝑛𝜃 ∙𝜕

𝜕𝑥0

0 0 1

] ∙ [

𝑣(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑣(𝑥, 𝑦, 𝑧)

𝑣(𝑥, 𝑦, 𝑧)] (j.9)

Com esta transformação, podemos obter o vetor velocidade em qualquer ponto do espaço, e

limitando-se as condições de contorno e domínio das funções, podemos representar um silo,

funil ou qualquer outra geometria axisimétrica que corresponda à estrutura física

condicionante do fluxo, seja uma já existente, ou a ser projetada.