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PROPOSTA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTUÁRIO DOS RIOS IPOJUCA- MEREPE Recife, fevereiro de 2014

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Recife, fevereiro de 2014

PROPOSTA PARA CRIAÇÃO

DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

NO ESTUÁRIO DOS RIOS IPOJUCA-

MEREPE

Recife, fevereiro de 2014

GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Governador: Eduardo Henrique Accioly Campos

Vice – Governador: João Soares Lyra Neto

SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE – SEMAS AGENCIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE - CPRH

COMITÊ EXECUTIVO PARA CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DAS UCs DE PERNAMBUCO

(Decreto nº 36.627 de 8 de junho de 2011)

Sérgio Luis de Carvalho Xavier Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMAS

Hélvio Polito Lopes Filho Secretário Executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMAS

Carlos André Cavalcanti Diretor Presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente – CPRH

Paulo Teixeira Diretor de Recursos Florestais e Biodiversidade – CPRH

Samanta Della Bella Gerente da Unidade de Gestão de Unidades de Conservação – CPRH

COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUARIO GOVERNADOR ERALDO GUEIROS –SUAPE

Márcio Stefanni Monteiro Secretário de Desenvolvimento Econômico e Presidente de Suape

Caio Cavalcanti Ramos Diretor Vice Presidente Igor de Sordi Batista

Diretor de Engenharia e Meio Ambiente Fabrício Antônio Couto

Coordenador Executivo de Gestão Ambiental Priscila Cristina do Nascimento

Coordenadora Executiva de Preservação Ambiental

EQUIPE TÉCNICA

FUNDAÇÃO APOLÔNIO SALLES

Mario Roberto Bezerra Cavalcanti

Elcida de Lima Araújo

Ana Maria Vila Nova Maia

Glaydson Alves da Silva Santiago

Maria Adélia Oliveira Monteiro da Cruz

Yumma Bernardo Maranhão valle

Edvaldo Câmara dos Santos

André Meireles de Vasconcelos

Ismael Batista Botelho

Elba Maria Nogueira Ferraz Ramos

Severino Mendes de Azevedo Junior

Flor Maria Guedes Las-Casas

Camila Barreto Campello Bione

Geraldo Jorge Barbosa Moura

Marcílio Augusto Duque Pacheco

Abelardo Antônio de Assunção Montenegro

Tânia Maria Barza Ramos dos Santos

Simone Lins Falcão Braga

Jean Noel de Melo Rocha

Mauro Carneiro dos Santos

Andréa Sales Soares de Azevedo Melo

José Roberto Lopes da Silva

1. APRESENTAÇÃO.......................................................................................... 5

2. CONTEXTO ................................................................................................7

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA PROPOSTA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADE DE

CONSERVAÇÃO............................................................................................ 9

3.1. Localização e Abrangência ........................................................9

3.2. Aspectos Físicos........................................................................ 10

3.2.1. GEOLOGIA .........................................................................10

3.2.2. CLIMA e HIDROLOGIA ......................................................11

3.3. Aspectos Biológicos.................................................................. 12

3.3.1. VEGETAÇÃO.................................................................. 12

3.3.2. FAUNA TERESTRE..........................................................14

3.4. Aspectos Socioeconômicos.......................................................16

3.4.1. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO.........................................16

3.4.2. ATRIBUTOS CÊNICOS E ATRATIVOS TURÍSTICOS........ 17

3.4.3. ATRIBUTOS CULTURAIS, HISTÓRICOS ARQUITETÔNICOS

E/OU ARQUEOLÓGICOS........................................................... 17

4. JUSTIFICATIVA PARA A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ...18

5. OBJETIVOS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO........................................ 19

6. PROPOSIÇÃO DE CATEGORIAS DE MANEJO ........................................20

7. CONCLUSÃO............................................................................................. 22

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 23

9. ANEXOS.................................................................................................. 24

APÊNDICE................................................................................................... 33

SSUUMMÁÁRRIIOO

Página 5

1. APRESENTAÇÃO

Em decorrência do processo de expansão das atividades para consolidação das

Zonas Industrial e Portuária do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS), e

considerando ainda que o cenário proporciona inúmeras oportunidades nos diversos

setores econômicos, fizeram-se necessárias intervenções sobre o meio ambiente.

Todavia a legislação pertinente (Leis Federais Nº 12.651/2012, 11.428/2006, Lei

Estadual Nº 11.206/1995) reza que quando o dano for inevitável, esse deverá ser

mitigado e/ou compensado.

Assim, devido à necessidade de supressão de indivíduos nativos da Mata Atlântica e

de seus ecossistemas associados (mangue e restinga), para a consolidação do

“cluster naval” na zona portuária (supressão licenciada pelo Órgão Ambiental

competente), e considerando o que determina a legislação ambiental, foi celebrado o

Termo de compromisso (TC N° 039/2010) entre a Empresa Suape e a Agência

Estadual de Meio Ambiente (CPRH), publicada a lei Nº14046/2010 (autorização da

supressão de vegetação condicionada a compensação com a preservação ou

recuperação de ecossistema semelhante), estabelecida a Resolução Consema n°

03/2010 de 28 de maio de 2010, e instaurada a Ação Civil Pública n° 0010033-

53.2010.4.05.8300, envolvendo Ministério Público Federal e Ministério Público de

Pernambuco, CPRH, Suape, Estado de Pernambuco e IBAMA.

Tais procedimentos transacionaram a obrigação da criação das Unidades de

Conservação como parte da Compensação Ambiental pela supressão de vegetação

de preservação permanente. Três áreas foram indicadas para o estudo para a

criação de Unidades de Conservação, a primeira na área do Engenho Ilha ao norte

do complexo, a segunda no manguezal do Engenho Tiriri, na região central do

complexo e, a terceira no estuário dos rios Ipojuca/Merepe ao sul do porto de Suape.

A criação das Unidades de Conservação na área supracitada deverá ser

substanciada conforme previsto na Lei Federal nº 9.985/00 do Sistema Nacional de

Unidade de Conservação – SNUC, no Decreto Federal nº 4.340/02, e na Lei

Estadual nº 13.787/09, do Sistema Estadual de Unidades de Conservação.

Deste modo, a FADURPE – Fundação Apolônio Salles foi contratada por SUAPE

Página 6

para realizar o Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental para subsidiar proposta de

criação de tais Unidades de Conservação. Esses estudos foram analisados pelo

órgão ambiental – CPRH e consolidados na presente proposta de criação da

Unidade de Conservação.

Página 7

2. CONTEXTO

A falta de lugares preservados e o aumento da fragmentação de habitats constitui

atualmente uma das principais causas de perda de biodiversidade no planeta. Entre

as principais causas antrópicas desta fragmentação está a extração de madeira,

queimadas, expansão das atividades agropecuárias, substituição de florestas

nativas por espécies exóticas, crescimento urbano desordenado, entre outras. O

resultado disso são as extinções, que atualmente ocorrem centenas de vezes mais

rápidas do que as registradas na história (TERBORGH; VAN SCHAIK, 2002).

Para conter o avanço dessas atividades e seus resultados desastrosos uma das

principais estratégias tem sido a criação de áreas naturais protegidas como as

Unidades de Conservação. Segundo Milano (2001) a conservação in situ é a

estratégia mais eficaz e segura para a manutenção da biodiversidade, e as unidades

de conservação são o pilar central desse processo. Além disso, essas áreas

proporcionam uma série de benefícios à sociedade.

O Brasil aprovou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) em julho

de 2000, através da lei nº 9.985. Essa lei estabeleceu critérios e normas para a

criação, implantação e gestão das unidades de conservação e regulamentou o art.

225,§ 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal.

Pode-se conceituar que unidades de conservação são espaços territoriais, incluindo

seus recursos ambientais, com características naturais importantes, que têm a

função de garantir a representatividade de amostras significativas e ecologicamente

viáveis dos diferentes habitats, populações, e ecossistemas do território nacional e

de suas águas, preservando o patrimônio biológico existente. Estas áreas

asseguram às populações tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de

forma adequada e ainda possibilitam às comunidades do entorno o desenvolvimento

de atividades econômicas sustentáveis.

As Unidades de Conservação estão sujeitas a normas e regramentos especiais. São

legalmente criadas pelos governos federal, estaduais e municipais, após a

realização de estudos técnicos dos espaços propostos e consulta à população.

A conservação da biodiversidade se constitui uma das diretrizes

Página 8

do governo estadual. Em junho de 2007, o Plano Estratégico Ambiental de

Pernambuco, endossado pelo Governador Eduardo Campos, definiu seis

programas, dentre eles, o Programa IV – Conservação da Biodiversidade que

estabelece como ação prioritária, a criação do Sistema Estadual de Unidade de

Conservação - SEUC. Em 2009, após discussões com a sociedade civil e aprovação

no Conselho Estadual de Meio Ambiente - CONSEMA, ele foi instituído por meio da

Lei Estadual nº 13.787.

O Programa de Conservação da Biodiversidade, instituído no artigo 49 do SEUC,

define uma série de metas e atividades voltadas à promoção da proteção in situ dos

biomas e ecossistemas existentes em Pernambuco. Este Programa está estruturado

a partir de oito componentes, destacando-se a “Identificação de Áreas Prioritárias

para Criação de Unidades de Conservação Estaduais” e “Criação de Novas

Unidades de Conservação Estaduais”.

Página 9

3. CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS PROPOSTAS PARA CRIAÇÃO DE

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

3.1. Localização e Abrangência

A área proposta para a criação de Unidade de Conservação está situada no Distrito

de Nossa Senhora do Ó, Município de Ipojuca, no Limite sul do Complexo de Suape

Os limites propostos para referida Unidade estão representados na Figura 1 e sua

área total corresponde a 1.469,45 ha.

Figura 1. Ilustração com a área delimitada para a criação da Unidade de

Conservação. O mapa encontra-se anexo a esse documento.

Página 10

3.2. Aspectos Físicos

3.2.1. GEOLOGIA

Geologicamente, a área do Complexo Portuário de Suape, está caracterizada por

rochas do embasamento cristalino, compostos por granitóides diversos, aflorantes e

por sedimentos meso-cenozóicos da Bacia Sedimentar do Cabo, também

denominada Bacia de Pernambuco, onde efetivamente se situam as áreas objeto

deste estudo.

A área de estudo é composta basicamente por sedimentos quaternários, formados

por Terraços Marinhos Pleistocênicos, Sedimentos de Praia, Recifes de Arenito e

predominantemente por Sedimentos de Mangue.

A existência de terraços pleistocênicos é verificada na área do Estuário dos rios

Ipojuca/Merepe, a exploração de suas areias, porém, é feita em pequena escala.

O estuário é a faixa de transição entre os ambientes terrestre e marinho. É onde a

água salgada do mar se encontra com a água doce do rio. Dessa mistura surge um

solo alagado, salino, rico em nutrientes e em matéria orgânica. Os manguezais são

ecossistemas que portam comunidades vegetais típicas de ambientes alagados,

resistentes à alta salinidade da água e do solo. Os Sedimentos de Mangues ocorrem

ocupando extensas áreas nos rios Ipojuca e Merepe. Na sua quase totalidade, são

constituídos de depósitos recentes, argilosos, de coloração cinza-escuro a preto.

Os Solos de restinga ocorrem nas áreas planas e pouco inclinadas, são solos

arenosos, profundos, de baixa fertilidade natural, e muito baixa capacidade de

retenção de nutrientes e água. Encontram-se em pequenos trechos, nas áreas de

estudo. Nas restingas há, quase sempre, impedimento da drenagem interna dos

solos acarretando presença de lençóis freáticos a pouca profundidade ou mesmo à

superfície do solo. (EMBRAPA/GOVERNO DE PERNAMBUCO, 2001).

Os mangues predominam em quase a totalidade da área estudada. Os materiais

que constituem o fundo dos mangues não são relatados como solo e sim um tipo de

terreno. São considerados indiscriminados sob o ponto de vista de suas

características. Normalmente o acúmulo de lixo e alguma intervenção humana no

entorno podem causar riscos nestes ecossistemas. Qualquer impedimento no

regular avanço e recuo da água do mar nestas áreas pode causar sérias alterações

Página 11

nas formas de vida nelas existentes.

3.2.2. HIDROLOGIA E CLIMA

O clima da região de interesse é tropical quente e úmido, com temperatura média

anual do ar de 26°C e precipitação média anual de 2076 mm, com evaporação de

1558 mm. A região apresenta dois períodos bem distintos: o seco, que se estende

de setembro a fevereiro, e o chuvoso, de março a agosto.

O Rio Ipojuca é um dos principais rios do Estado de Pernambuco, sua nascente

encontra-se no município de Arcoverde, a uma altitude de 876m e apresenta

extensão de 324 km. Na maior parte de seu trajeto, o Ipojuca é um rio de regime

temporário, tornando-se perene (permanente) apenas na Zona da Mata. É o maior e

mais importante dos quatro rios que fluem em direção à região de Suape e o que

sofreu maior impacto com a construção do Porto, isto devido, principalmente, ao

represamento de suas águas e ao corte de extensas áreas de manguezal, que

sofreram um processo de degradação acentuado, decorrente de aterros e

dragagens. Por conta de sua extensão e por passar por diversos municípios até

desaguar no mar, o rio Ipojuca recebe elevada carga de poluentes (esgotos

domésticos, exploração agrícola e industrial).

A baixa qualidade de água do Ipojuca já vem preocupando os diversos usuários,

dentre eles os pescadores, que relatam que a quantidade e a variedade de peixes

vêm diminuindo a cada ano, e que tal redução está associada à poluição das águas.

O lançamento de esgoto e efluentes industriais promovem rapidamente alterações

na cor e no cheiro das águas, sendo esses os parâmetros de qualidade observados

pelos pescadores. De acordo com os monitoramentos realizados pela CPRH, o

Ipojuca enquadra-se na categoria de poluído a muito poluído, ou seja, o rio está

entre os corpos de água que apresentam condições de qualidade de água para a

classe 4 das águas doces (Resolução CONAMA n° 357/05).

O rio Merepe situa-se no grupo de bacias de pequenos rios litorâneos do Estado de

Pernambuco. O grupo de pequenos rios litorâneos é constituído por rios e riachos

perenes e tem como principal curso d’água o rio Merepe, com aproximadamente 18

km. O rio Merepe nasce na porção central do município de Ipojuca, com o nome de

Arimbi, e segue a direção sudeste até a Planície Costeira onde toma a direção geral

nordeste, passando a escoar paralelamente ao litoral até a

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desembocadura onde, após formar extenso manguezal, encontra-se com o rio

Ipojuca, desaguando, juntos, ao sul do Porto de Suape. Uma das principais fontes

de poluição do Rio Merepe segundo reportagem do Jornal “O Globo”, é o lixo

produzido no município de Ipojuca. O lixo vem sendo despejado em um aterro

sanitário, que não vem sendo operado corretamente. O chorume produzido escoa e

atinge o rio Maria Velha, um pequeno afluente do rio Merepe.

O estuário dos Rios Ipojuca e Merepe vem sofrendo profundas modificações ao

longo do tempo, comprometendo em qualidade e quantidade dos recursos hídricos

disponíveis para manutenção da fauna e flora local. A poluição encontrada no

estuário é decorrente do uso e ocupação do solo ao longo dos rios, gerando

impactos direto que comprometem o equilíbrio ambiental do sistema.

A quantidade e qualidade da água são de suma importância para o equilíbrio do

meio ambiente e para o desenvolvimento de uma região. Ações que promovam a

proteção e a conservação dos recursos hídricos são essenciais e determinantes

para o desenvolvimento sustentável.

3.3. Aspectos Biológicos

3.3.1. VEGETAÇÃO

Na área onde deverá ser criada a Unidade de Conservação ocorre vegetação nativa

de manguezal e de restinga. A vegetação do manguezal encontra-se nos trechos

próximos ao encontro das águas dos rios com as águas do mar, formando o que

chamamos de estuário, como pode ser visualizado na Figura 2. A vegetação da

restinga ocorre nos solos mais arenosos, como pode ser visualizada na Figura 3.

Figura 2. Aspecto de uma área

de mangue. Foto: Elcida L.

Araújo e Elba Ferraz.

Página 13

Tanto na vegetação de mangue quanto na de restinga ocorrem plantas cortadas,

mostrando que as pessoas utilizam a vegetação. Além disso, nos trechos onde

existia restinga, na atualidade ocorrem cultivos de fruteiras, sobretudo de coqueiro e

mangabeira, sendo seus frutos consumidos pela população. O corte das plantas, a

construção de residências/hóteis e as atividades de cultivo na vegetação do estuário

dos rios Merepe e Ipojuca fazem com que a conservação da vegetação nativa seja

baixaUm total de 100 espécies de plantas (nativas e cultivadas) foi observado na

restinga (ANEXO I) e um total de 13 espécies de plantas foi observado no

manguezal (ANEXO I), mas nenhuma espécie é considerada ameaçada de extinção,

endêmica, ou rara, apesar de algumas espécies apresentarem distribuição restrita,

como por exemplo, Licania rigida.

Foram registradas diversas espécies com valor madeireiro, apícola, forrageiro e

medicinal, como exemplo, Avicennia schaueriana (mangue preto) que apresenta

valor madeireiro, Protium heptaphylum (amescla de resina) que apresenta valor

medicinal, Cyperus ferax que apresenta valor forrageiro, Portea leptantha que

apresenta valor ornamental e Chamaecrista repens que apresenta valor apícola.

3.3.2. FAUNA TERRESTRE

A fauna de vertebrados terrestres da área de estudo (ANEXO II) é característica de

manguezal e restinga. A área por possuir dois ecossistemas importantes e

ameaçados dentro do Domínio Atlântico, abriga não somente espécies que são

comuns a estes ecossistemas, mas, ao mesmo tempo, que biogeograficamente

apresentam distribuição restrita. Ambos funcionam como sítios de alimentação, e

reprodução de diversas espécies de aves aquáticas, marinhas e

Figura 3. Aspecto de uma área

de restinga. Foto: Elcida L.

Araújo e Elba Ferraz.

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migratórias.

A área abriga espécies bioindicadoras de qualidade ambiental e vulneráveis. Foram

registradas duas espécies de aves típicas dos ecossistemas de manguezal, a

saracura-do-mangue A. mangle, espécie dependente de ambientes mais florestais e

de alta sensitividade aos distúrbios antrópicos; e o figuinha-do-mangue Conirostrum

bicolor, assim como bandos de espécies migratórias forrageando durante a baixa-

maré. Três espécies migratórias foram registradas, todas visitantes sazonais

oriundas do hemisfério norte (CBRO 2011): a batuíra-de-bando Charadrius

semipalmatus (Figura 4), o vira-pedras Arenaria interpres, e o maçarico-branco

Calidris alba (ANEXO II – Lista das espécies de vertebrados registrados no Estuário

Ipojuca-Merepe ).

Destacam-se para a herpetofauna (ANEXO II) os lagartos Tupinambis merianae, e a

iguana Iguana iguana (Figura 5), que constam no apêndice II da cites (2011). Os

Anfíbios Anuros registrados na área do Estuário estão distribuídos em apenas duas

famílias: Bufonidae (1 spp.) e Hylidae (4 spp.). Dentre as espécies de anfíbios

registradas no Estuário dos rios Ipojuca e Merepe, todas possuem ampla

distribuição, ocorrendo em grande parte do estado, em especial em áreas de Mata

Atlântica.

Dentre os mamíferos registrados para o (ANEXO II), as espécies Cerdocyon thous

(Raposa) (Figura 6), e Puma yagouaroundi (Gato Mourisco) estão citadas entre os

apêndices I e II da convenção CITES. O gato do mato (Leopardus tigrinus),

registrado por entrevista, é de provável ocorrência para a área e é considerado

vulnerável, segundo a lista de espécies ameaçadas de extinção do IBAMA e IUCN.

Figura 4.Charadrius semipalmatus (batuíra-de-coleira), no estuário dos rios Ipojuca e Merepe.

Página 15

Figura 5. Iguana iguana (Linnaeus, 1758).

Figura 6. Cerdocyon thous (Raposa).

3.4. Aspectos Socioeconômicos

3.4.1. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Há que se registrar que área destinada à Unidade de Conservação, localizada na

área rural de Nossa Senhora do Ó/Ipojuca, passa por uma pressão populacional

importante, principalmente na demanda por terra e habitação. Constitui-se numa

área de relativa ocupação humana, especialmente, de moradores remanescentes do

engenho Salgado.

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Em seu entorno imediato localiza-se, de um lado, na linha litorânea - a praia

de Muro Alto, concentrando uma significativa faixa de ocupação de imóveis de

investimentos privados (hotéis, resorts e condomínios de alto padrão) e, do outro

lado, moradores nativos ocupando loteamentos alguns nas terras da Usina Salgado.

As edificações são de baixo padrão construtivo e estão presentes em toda sua

extensão. Nesta direção, o trabalho de campo deste estudo, identificou 225

domicílios nos sítios existentes, com um total de aproximadamente 630 habitantes.

Algumas habitações construídas dentro da área de mangue, onde a exploração

indevida dos recursos naturais é perceptível.

A agroindústria da cana-de-açúcar também marca a ocupação dessa área. As

lavouras temporárias da mandioca e cana-de-açúcar têm raízes históricas nessas

localidades e garantem a sobrevivência de muitas famílias.

No que se refere às populações dos Engenhos e da Área do Estuário a

predominância econômica é do setor primário, considerando-se a atividade de seus

moradores. De um modo geral, as atividades extrativistas são fundamentadas no

uso de subsistência pelos moradores de baixa renda com expressão a pesca e a

coleta artesanal de espécies do mangue.

3.4.2. ATRIBUTOS CÊNICOS E ATRATIVOS TURÍSTICOS

As áreas de manguezais dos estuários têm beleza cênica. Atraem a atenção de

turistas pela calma que o verde oferece. Ipojuca, principal pólo turístico do litoral

pernambucano pelas belas praias que possui, tem igualmente em seus manguezais

um espetáculo de cores inigualáveis. A área do Estuário de Ipojuca-Merepe detém

atributos naturais com capacidade para desenvolver um turismo de contemplação,

além do turismo de lazer.

3.4.3. ATRIBUTOS CULTURAIS, HISTÓRICOS ARQUITETÔNICOS E /OU

ARQUEOLÓGICOS

Os bens patrimoniais identificados no município estão representados pelos núcleos

originais de Ipojuca-sede, Nossa Senhora do Ó, Camela e Porto de Galinhas. São

vilas, povoados, igrejas, capelas e praças muitas remanescentes dos engenhos de

açúcar e demais construções relacionadas.

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Embora que dentro dos perímetros propostos para a Unidade de Conservação, não

haja nenhum vestígio de construções pretéritas de importância histórica, nas

localidades adjacentes está contida uma riqueza de edificações, representantes das

ocupações coloniais e vestígios das lutas contra os invasores.

Não há registros de vestígios arqueológicos pré-históricos dentro da área, embora

não possa ser descartada a possibilidade de haver em seu subsolo.

Quanto ao patrimônio imaterial, há o saber fazer dos apetrechos necessários à

pesca artesanal. No caso do estuário dos rios Ipojuca/Merepe a confecção dos

próprios barcos é arte mantida até os dias atuais.

Página 18

4. JUSTIFICATIVA PARA A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

A importância ecológica do manguezal e da restinga é bem conhecida. O primeiro

por ser um berçário da vida silvestre, funcionando como local de reprodução de

muitas espécies. O segundo, por pertencer ao domínio atlântico constituindo-se em

um ecossistema a mata atlântica, que apesar de abrigar elevada diversidade

biológica, infelizmente, atualmente se apresenta como um dos ecossistemas mais

ameaçados do planeta, muito degradado e fragmentado e que necessita de ações

de restauração e de preservação.

Apesar das alterações que o Estuário vem sofrendo através das ações antrópicas, a

área ainda apresenta espécies vegetais e animais características e restritas ao

ambiente de restinga e manguezal.

Assim, a transformação da área do Estuário dos rios Ipojuca-Merepe em Unidade de

Conservação representa a possibilidade de proteção e recuperação de áreas

remanescentes de dois ecossistemas importantes do Domínio Atlântico.

Ainda, cabe destacar a existência de uma população que utiliza a área para

atividades de subsistência (pesca artesanal, coleta de espécies de mangue),

fazendo-se necessário garantir a perpetuidade de tais atividades através do manejo

adequado e conservação/recuperação dos ecossistemas associados.

Página 19

5. OBJETIVOS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO PROPOSTA

A criação de uma Unidade de Conservação na área do Estuários Ipojuca-Merepe

tem por objetivos:

Conservar, Proteger e Recuperar uma importante área de Mangue e

Restinga, ecossistemas associados de Mata Atlântica, que representam áreas

de elevada importância ecológica, e fazem parte de um dos ecossistemas

mais ameaçados do planeta;

Proteger remanescentes com área suficiente para manutenção de unidades

ecológicas e populações viáveis de muitas espécies da flora e da fauna;

Promover o manejo adequado dos recursos naturais, com a garantia da

qualidade e perpetuidade do recurso;

Desenvolver pesquisas científicas;

Desenvolver atividades de turismo ecológico, visto que a área possui beleza

cênica relevante;

Desenvolver de atividades de Educação ambiental

Página 20

6. PROPOSIÇÃO DE CATEGORIAS DE MANEJO

O Sistema Estadual de Unidades de Conservação – SEUC foi instituído por meio da

Lei Estadual nº 13.787 de 8 de junho de 2009, e dentre seus objetivos, destacam-se:

Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de

ecossistemas naturais estaduais;

Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza

no processo de desenvolvimento sustentável estadual;

Proteger, no âmbito estadual, as características relevantes de natureza

geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e,

quando couber, histórica e cultural;

Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;

Ampliar a representatividade dos ecossistemas estaduais como unidades de

conservação;

Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica,

estudos e monitoramento ambiental;

Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a

recreação em contato com a natureza e o ecoturismo;

Priorizar os ecossistemas que se encontrem mais ameaçados de alteração,

degradação ou extinção.

As unidades de conservação – UCs integrantes do Sistema Estadual de

Unidades de Conservação – SEUC dividem-se em dois grupos, com

características e categorias específicas:

Unidade de Proteção Integral – Com o objetivo básico de preservar a natureza,

sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais.

Unidade de Uso Sustentável – Com o objetivo básico de compatibilizar a

conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos

Página 21

naturais.

As categorias de manejo das Unidades de Conservação do grupo de Proteção

Integral são: Reserva Biológica (REBIO), Estação Ecológica (ESEC), Parque

Estadual (PE), Monumento Natural (MONA), e Refúgio de Vida Silvestre (RVS).

As categorias de manejo das Unidades de Conservação do grupo de Uso

Sustentável são: Área de Proteção Ambiental (APA), Área de Relevante Interesse

Ecológico (ARIE), Reserva de Fauna, Floresta Estadual (FLOE), Reserva Extrativista

(RESEX), Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), Reserva de Floresta

Urbana (FURB), e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Os objetivos e

as características básicas de cada categoria de manejo estão apresentados no

Apêndice.

Tendo em vista a área do Estuário dos rios Ipojuca-Merepe possuir população local

que utiliza esta área para a cata e a pesca, entende-se que a categoria da presente

Unidade de Conservação deva ser de USO SUSTENTÁVEL a fim de garantir o USO

DIRETO dos recursos naturais. O uso direto é definido como aquele no qual a

obtenção de serviços e benefícios da natureza pelo homem se dá com apropriação

e/ou consumo dos recursos naturais, e não é permitido nas Unidades de

Conservação de proteção integral.

Dentre as categorias de Uso Sustentável, a que se mostrou mais adequada à

presente proposta foi a ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico. A ARIE é

uma área em geral de pequena extensão, com pouco ou nenhuma ocupação

humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares

raros da biota regional; tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de

importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a

compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.

Página 22

7. CONCLUSÃO

Tendo em vista a expansão das atividades para a consolidação das Zonas Industrial

e Portuária do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS), que além de

contribuir para o desenvolvimento do estado de Pernambuco trata-se de um

processo de modificação da paisagem, sendo parte desse processo a alteração e os

danos ambientais, faz-se necessário garantir, paralelamente, a conservação e

proteção dos recursos naturais.

Nesse contexto a criação da ARIE do Estuário dos rios Ipojuca-Merepe irá contribuir

efetivamente para a perpetuação dos ecossistemas de mangue e restinga existentes

no limite do Distrito de SUAPE, além de garantir o manejo adequado dos seus

recursos naturais. O desenvolvimento de pesquisas científicas e atividades de

educação ambiental permitirão um incremento do conhecimento da sociedade sobre

a importância destes ecossistemas.

Página 23

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CPRH (Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos). Relatório Final de Diagnóstico

dos Recursos Hídricos (RDRH) da Bacia GL-2. Governo do Estado de Pernambuco.

2001.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. EMBRAPA. Centro Nacional de

Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília, 2001.

TERBORGH, J.; SCHAIK, V.Tornando os parques eficientes: Estratégias para a

conservação da natureza nos trópicos. Curitiba: UFPR; Fundação o Boticário,

2002.

MILANO, M. S.. Unidades de Conservação – Técnicas, Lei e Ética para a

Conservação da Biodiversidade. In: BENJAMIN, A. H. (Coord.). Direito ambiental

das áreas protegidas: o regime jurídico das unidades de conservação. Rio de

Janeiro: Forense Universitária, 2001.

Página 24

9. ANEXOS

ANEXO I. Tabela com a lista de espécies vegetais registradas no Estuário dos rios

Ipojuca-Merepe.

FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO NOME

POPULAR USOS RE MA STATUS

ANACARDIACEAE

Anacardium occidentale L Árvore Cajueiro Alimentício X X AD Mangifera indica L. Árvore Mangueira Alimentício X C Schinus terebinthifolius Raddi Árvore Aroeira da Praia Medicinal X AD Tapirira guianensis Aubl. Árvore Cupiúva Madeireiro X AD

ANNONACEAE

Annona crassiflora Mart. Árvore Madeireiro X AD Annona glabra L. Arvoreta Araticum Alimentício X X AD

APOCYNACEAE

Hancornia speciosa Gomes Arvoreta Mangaba Alimentício X AD Himathanthus phagedaenicus (Mart.) Woodson

Árvore Leiteiro, Banana

de Papagaio Apícola X AD

ARALIACEAE

Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire Árvore Sambaguim Madeireiro X AD

ARECACEAE

Acrocomia intumescens Drude Árvore Macaíba Alimentício X AD Coccus nucifera L. Árvore Coqueiro Alimentício X C Elais guineensis Jacq. Árvore Dendê Alimentício X AD

ASCLEPIADACEAE

Calotropis procera (Aiton) W.T. Aiton Arbusto Algodão de seda Tóxica X C

ASTERACEAE

Emilia sonchifolia (L.) DC. Erva Forrageiro X AD Wedelia trilobata (L.) Hitchc. Erva Apícola X DR

AVICENNIACEAE

Avicennia schaueriana Staf. e Leech. Árvore Mangue preto,

Siriúba Madeireiro X AD

BLECHNACEAE

Blecnum serrulatum Rich. Erva Apícola X X AD

BOMBACACEAE

Eriotheca crenulaticalyx A.Robyns Árvore Munguba da mata Madeireiro X DR

BORAGINACEAE

Heliotropium angiospermum Murray Erva X AD Cordia superba Cham. Arvoreta Madeireiro X DR

BROMELIACEAE

Hohenbergia ridleyi (Baker) Mez Erva Ornamental X AD Portea leptantha Harms Erva Ornamental X AD

BURSERACEAE

Protium heptaphylum (Aubl.) Marchal Árvore Amescla-de-

resina Medicinal X I

CAESALPINIACEAE

Chamaecrista apoucouita (Aubl.) H.S.Irwin & Barneby

Árvore Madeireiro X DR

Chamaecrista repens (Vogel) H.S. Irwing & Barneby

Erva

Apícola X AD

Senna alata (L.) Roxb. Arbusto Forrageiro X AD

CECROPIACEAE

Cecropia pachystachya Trec. Árvore Imbaúba Apícola X AD

Página 25

CELASTRACEAE

Maytenus distichophylla Mart. ex Reiss. Árvore Madereiro X AD

CHRYSOBALANACEAE

Hirtela racemosa Lam. Árvore Madeireiro X DR Licania rigida Benth. Árvore Madeireiro X DR Licania tomentosa (Benth.) Fritsch Árvore Oiti da praia Madereiro X AD

CLUSIACEAE

Vismia guianensis (Aubl.) Choisy Arvoreta Lacre Madeireiro X AD

COMBRETACEAE

Buchenavia capitata (Vahl) Eichler Árvore Imbiridiba Madeireiro X AD Conocarpus erectus L. Árvore Mangue de botão X X AD Laguncularia racemosa Gaetn. Árvore Mangue branco X AD Terminalia catapa L. Árvore Castanhola Alimentício X X C

CONVOLVULACEAE

Ipomoea pes-caprae (L.) Sweet Erva Apícola X AD

CYPERACEAE

Cyperus ferax Rich. Erva Forrageiro X AD Cyperus laxus Lam. Erva Forrageiro X AD Cyperus ligularis L. Erva Forrageiro X X AD Fuirena umbellata Rottb. Erva Forrageiro X DR Rhynchospora riparia (Nees) Boeck Erva Forrageiro X AD

Scleria bracteata Cav. Erva Tiririca, capim

navalha Forrageiro X X AD

DILLENIACEAE

Curatella americana L. Árvore Lixeira Madeireiro X AD

ERYTHROXYLACEAE

Erythroxylum passerinum Mart. Arbusto Madeireiro X AD Erythroxylum vacciniifolium Mart. Arbusto Madeireiro X DR

EUPHORBIACEAE

Chamaesyce hyssopifolia (L.) Small Erva Medicianal X AD Cnidoscolus urens (L.) Arthur Subarbusto X X AD Dalechampia scandes L. Erva X AD

FABACEAE

Andira fraxinifolia Benth Árvore Angelim rosa Madeireiro X DR Andira nitida Mart. ex Benth. Árvore Madeireiro X AD Dalbergia hecastophyllum (L.) Taub. Arvoreta X X DR Centrosema brasilianum (L.) Benth Erva Forrageiro X AD Clitoria racemosa Benth Árvore Sombreiro Madeireiro X C Macroptilium gracile (Poepp. ex Benth.) Urb. Subarbusto X AD Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw Subarbusto Forrageiro X AD

FLACOURTIACEAE

Casearia sylvestris Sw. Árvore Cafezinho do

mato Madeireiro X AD

HUMIRIACEAE

Sacoglotis matogrossensis Malme Árvore Madeireiro X AD

LAMIACEAEA

Hyptis suaveolens (L.) Poit. Erva Medicinal X AD

LECYTHIDACEAE

Eschweilera ovata (Cambess.) Miers Árvore Imbiriba Madeireiro X AD

LYTHRACEAE

Cuphea flava Spreng. Erva Apícola X DR

MALPIGHIACEAE

Byrsonima gardneriana A. Juss. Árvore Murici Madeireiro X AD Byrsonima riparia W.R. Anderson Árvore Madeireiro X DR

MALVACEAE

Página 26

Sida ciliaris L. Erva Apícola X AD

MELASTOMATACEAE

Miconia albicans (Sw.) Triana Arvoreta Carrasco branco Madeireiro X AD

MIMOSACEAE

Abarema cochliocarpos (Gomes) Barneby & J. W. Grimes

Árvore Madeireiro X AD

Abarema filamentosa (Benth.) Pittier Arvoreta Madeireiro X DR Inga capitata Desv. Árvore Ingá tripa Alimentício X AD Inga flagelliformis Mart. Árvore Inga Alimentício X AD Mimosa caesalpinifolia Benth. Árvore Sabiá Madeireiro X AD Mimosa sommians H. & B. ex Willd. Subarbusto X DR Pitecellobium diversifolium Benth Árvore Carcarazeiro X AD

MORACEAE

Artocarpus integrifolia L. Árvore Jaqueira Alimentício X C

MYRTACEAE

Campomanesia dichotoma (O. Berg.) Mattos Árvore Guabiroba Alimentício X AD Myrcia sylvatica (G.Meyer) DC. Árvore Madeireiro X AD Psidium guineensis Sw. Arbusto Araçá Alimentício X AD Syzygium jambolanum (Lam.) DC. Árvore Azeitona Alimentício X C Syzygium malaccense (L.) Merr. & LM Perry Árvore Jambo Alimentício X C

NYCTAGINACEAE

Guapira pernanbucensis (Casar.) Lundell Árvore Madeireiro X DR

OCHNACEAE

Ouratea crassa Tiegh Árvore Madeireiro X DR

OLACACEAE

Schoepfia brasiliensis A.DC. Árvore Madeireiro X AD

ONAGRACEAE

Ludwigia suffruticosa Valter Erva Apícola X AD

POACEAE

Aristida longifolia Trinx Erva Forrageiro X AD Eleusine indica (L.) Gaertn. Erva Forrageiro X AD Panicum pilosum Sw. Erva Forrageiro X DR Pappophorum mucronulatum Ness Erva Forrageiro X AD Setaria vulpiseta (Lam.) Roem. & Schult Erva Forrageira X DR

RHIZOPHORACEAE

Rhizophora mangle L. Árvore Mangue vermelho Madeireiro X AD

RUBIACEAE

Genipa americana L. Árvore Jenipapo Alimentício X AD Guettarda platypoda DC. Arbusto Madeireiro X AD Richardia grandiflora (Cham. et Schltdl.) Steud

Erva Apícola X AD

Salzmania nitida DC. Arbusto Madeireiro X AD Staelia virgata (Link ex Roem. & Schult) K. Schum

Erva Apícola X AD

Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum

Árvore Madeireiro X AD

RUTACEAE

Esenbeckia grandiflora Mart. Árvore Madeireiro X DR

SAPINDACEAE

Cupania racemosa Radlk. Árvore Madeireiro X AD Talisia esculenta Raldk. Árvore Pitomba Alimentícia X AD

SAPOTACEAE

Achras sapota L. Árvore Sapoti Alimentício C Manilkara salzmannii (A.DC.) Lam. Árvore Maçaranduba Madeireiro X AD

SOLANACEAE

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Cyphomandra fragrans (Hook.) Sendtn. Arbusto X DR Solanum paludosum Moric. Arbusto Apícola X AD Solanum paniculatum L. Arbusto Jurubeba Apícola AD

TURNERACEAE

Turnera ulmiflora L. Erva Apícola X AD

ULMACEAE

Trema micrantha (L.) Blume Arbusto Apícola X AD

VERBENACEAE

Lantana camara L. Arbusto Chumbinho Apícola X AD Starchytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl. Suarbusto Apícola X AD

LEGENDA: RE = Restinga; MA = vegetação de mangue; DR = Distribuição restrita; AD = Ampla distribuição; C = Cultivada; I = Insuficientemente conhecida.

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ANEXO II. Tabela com a lista das espécies de fauna registradas no Estuário

dos rios Ipojuca-Merepe.

AVIFAUNA

GRUPO TAXONÔMICO NOME COMUM STATUS MMA IUCN UH ST

PELECANIFORMES Sharpe, 1891 ARDEIDAE Leach, 1820 Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho R - BP IND B

Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-

grande R -

NA IND B

Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-

pequena R -

BP IND B

CATHARTIFORMES Seebohm, 1890 CATHARTIDAE Lafresnaye, 1839

Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-

cabeça-vermelha R -

BP IND B

Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de-

cabeça-amarela R -

BP IND M

Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-

cabeça-preta R -

BP IND B

ACCIPITRIFORMES Bonaparte, 1831 ACCIPITRIDAE Vigors, 1824 Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 gaviãozinho R - BP IND B

Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó R - BP IND B

Buteo nitidus (Latham, 1790) gavião-pedrês R - BP SMD M

FALCONIFORMES Bonaparte, 1831 FALCONIDAE Leach, 1820 Caracara plancus (Miller, 1777) caracará R - BP IND B

GRUIFORMES Bonaparte, 1854 ARAMIDAE Bonaparte, 1852 Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) carão R - BP IND M

RALLIDAE Rafinesque, 1815

Aramides mangle (Spix, 1825) R, E saracura-do-

mangue R/E -

BP DEP A

CHARADRIIFORMES Huxley, 1867 CHARADRII Huxley, 1867 CHARADRIIDAE Leach, 1820 Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero R - BP IND B

Charadrius semipalmatus Bonaparte, 1825 batuíra-de-bando VN - BP IND M

Charadrius collaris Vieillot, 1818 batuíra-de-

coleira R -

BP IND A

SCOLOPACI Steijneger, 1885 SCOLOPACIDAE Rafinesque, 1815 Arenaria interpres (Linnaeus, 1758) vira-pedras VN - BP IND A

Calidris alba (Pallas, 1764) maçarico-branco VN - BP IND M

Página 29

COLUMBIFORMES Latham, 1790 COLUMBIDAE Leach, 1820 Columbina passerina (Linnaeus, 1758) rolinha-cinzenta R - BP IND B

Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-de-asa-

canela R -

BP IND B

Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou R - BP IND B

PSITTACIFORMES Wagler, 1830 PSITTACIDAE Rafinesque, 1815 Aratinga aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei R - BP IND M

CUCULIFORMES Wagler, 1830 CUCULIDAE Leach, 1820 CUCULINAE Leach, 1820 Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato R - BP SMD B

CROTOPHAGINAE Swainson, 1837 Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto R - BP IND B

Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco R - BP IND B

STRIGIFORMES Wagler, 1830 STRIGIDAE Leach, 1820 Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caburé R - BP SMD B

CAPRIMULGIFORMES Ridgway, 1881 NYCTIBIIDAE Chenu & Des Murs, 1851 Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) mãe-da-lua R - BP SMD B

APODIFORMES Peters, 1940 TROCHILIDAE Vigors, 1825 TROCHILINAE Vigors, 1825

Amazilia leucogaster (Gmelin, 1788) beija-flor-de-

barriga-branca R -

BP DEP B

CORACIIFORMES Forbes, 1844 ALCEDINIDAE Rafinesque, 1815

Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-

pescador-grande R -

BP IND B

GALBULIFORMES Fürbringer, 1888 BUCCONIDAE Horsfield, 1821

Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-

velhos R -

BP SMD M

PICIFORMES Meyer & Wolf, 1810 PICIDAE Leach, 1820

Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-

anão R -

BP SMD B

Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-

barrado R -

BP SMD B

Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca R

- BP SMD B

PASSERIFORMES Linné, 1758 TYRANNI Wetmore & Miller, 1926 THAMNOPHILIDA Patterson, 1987 THAMNOPHILIDAE Swainson, 1824 THAMNPOPHILINAE Swainson, 1824

Thamnophilus capistratus Lesson, 1840 choca-barrada-

do-nordeste R/E -

NA SMD B

Página 30

FURNARIOIDEA Gray, 1840 DENDROCOLAPTIDAE Gray, 1840 SITTASOMINAE Ridgway, 1911 DENDROCOLAPTINAE Gray, 1840

Dendroplex picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico-branco R

- BP SMD B

FURNARIIDAE Gray, 1840 FURNARIINAE Gray, 1840

Furnarius figulus (Lichtenstein, 1823) casaca-de-

couro-da-lama R/E -

BP IND B

TYRANNIDA Wetmore & Miller, 1926 PIPRIDAE Rafinesque, 1815 PIPRINAE Rafinesque, 1815 Manacus manacus (Linnaeus, 1766) rendeira R - BP DEP B

ILICURINAE Prum, 1992 Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) tangará-falso R - BP DEP A

TYRANNOIDEA Vigors, 1825 INSERTAE SEDIS RYNCHOCYCLIDAE Berlepsch, 1907 RYNCHOCYCLINAE Berlepsch, 1907

Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato-

amarelo R -

BP DEP B

TYRANNIDAE Vigors, 1825 TYRANNINAE Vigors, 1825

Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776)

maria-cavaleira-de-rabo-

enferrujado R

-

BP SMD B

Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi R - BP IND B

Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) bentevizinho-do-

brejo R -

NA DEP B

Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro R - BP IND B

Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei R - BP SMD B

Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suriri R - BP IND B

FLUVICOLINAE Swainson, 1832

Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) lavadeira-mascarada R

- BP IND B

PASSERI Linné, 1758 CORVIDA Wagler 1830 VIREONIDAE Swainson, 1837 Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari R - BP SMD B

PASSERIDA Linné, 1758 HIRUNDINIDAE Rafinesque, 1815 Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio R - BP IND B

TROGLODYTIDAE Swainson, 1831 Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruira R - BP IND B

TURDIDAE Rafinesque, 1815 Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco R - BP SMD B

COEREBIDAE d'Orbigny & Lafresnaye, 1838

Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica R - BP SMD B

Página 31

THRAUPIDAE Cabanis, 1847

Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento R

- BP SMD B

Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-

coqueiro R -

BP SMD B

Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela R - BP IND M

Conirostrum bicolor (Vieillot, 1809) figuinha-do-

mangue R -

BP SMD B

ICTERIDAE Vigors, 1825 Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) inhapim R - BP SMD M

Legenda: R – Residente, E – endêmico do Brasil, VN – visitante sazonal oriundo do hemisfério norte, AM –

ameaçada, BP – baixa preocupação, NA – não avaliado, UH – uso do habitat, IND – independente, SMD –

semi-dependente, DEP – dependente, ST – sensitividade aos distúrbios antrópicos, A – alta, M – média, B

- baixa .

HERPETOFAUNA

TÁXON NOME

POPULAR

CATEGORIA DE AMEAÇA

HT/HB MÉTODO

DE COLETA

IBAMA 2008

IUCN CITES

ORDEM ANURA - ANFÍBIOS

FAMÍLIA BUFONIDAE

Rhinella jimi (Stevaux, 2002)

Sapo-cururu - - - Te/AT BA, ETV

FAMÍLIA HYLIDAE

Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824)

Perereca-verde - LC - Ar/AA/AT BA, BC

Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006

Perereca-de-folhagem

- LC - Ar/AT, AA, F BA, BC

Scinax pachycrus (Miranda-Ribeiro, 1937)

Perereca - - - Ar BA

ORDEM SQUAMATA – LAGARTOS

FAMÍLIA IGUANIDAE

Iguana iguana (Linnaeus, 1758)

Camaleão, iguana

- - - Ar/AA BA, ETV

FAMÍLIA TEIIDAE

Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839)

Teju, Teiú - - II Te/AT, AA, F

BA

FAMÍLIA TROPIDURIDAE

Tropidurus hispidus (Spix, 1825)

Lagartixa - - - Te/AA BA, ETV

LEGENDA: Critérios de ameaça: criticamente em perigo (CR); dados deficientes (DD); em perigo (EN); presumidamente em perigo (PA); vulnerável (VU); pouco preocupante (LC). Hábito (HT): Terrestre (Te), Arborícola (Ar), Semi-arborícola (Sa), Semi-fossorial (Sf); Habitat (HB): áreas modificadas por ação antrópica (AT), áreas abertas naturais (AA), áreas florestadas (F); Método: Busca Ativa (BA), Registro através da bioacústica (BC), Entrevista (ETV).

MASTOFAUNA

TÁXON NOME

POPULAR

CATEGORIA DE AMEAÇA MODO DE

OBSERVAÇÃO IBAMA IUCN CITES

CARNIVORA CANIDAE

Página 32

Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Raposa - LC II E, VI FELIDAE Puma yagouaroundi (É. Geoffroy Saint-Hilaire, 1803) (Figura 165)

Gato mourisco

- LC II E, P

Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) Gato do mato

VU V I E

MUSTELIDAE Eira barbara (Linnaeus, 1758) Papa mel - LC - E DIDELPHIMORPHIA DIDELPHIDAE Didelphis albiventris (Lund, 1840 Timbú - LC - Ca, E, Vi Monodelphis domestica (Wagner, 1842) (Figura 169)

Cuíca - LC - Ca

PRIMATES CEBIDAE Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758) Sagui - LC - E, Vi RODENTIA DASYPROCTIDAE

Coendou prehensilis (Linnaeus, 1758) Coandu - LC - Vi

CINGULATA DASYPODIDAE Dasypus novemcinctus (Linnaeus, 1758)

Tatu galinha - LC - E

MYRMECOPHAGIDAE Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758)

Mirim - LC - E

CHIROPTERA Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) Morcego - LC - Ca NOCTILIONIDAE Noctilio albiventris (Desmarest, 1818) Morcego

pescador - LC - Vi, Ca

LEGENDA: Ca (captura); E (entrevista); Vi (visualização); P (pegada); Ve (Vestígio); VU (vulnerável); LC (least concern – Pouco preocupante); V (vulnerable - Vulnerável); CITES: I (listas de espécies que são as mais ameaçadas da CITES); II (espécies que não estão necessariamente ameaçadas de extinção, mas que pode se tornar se o comércio não for controlado).

Página 33

APÊNDICE – Categorias de Manejo de Unidades de Conservação, de acordo com o Sistema Estadual de Unidades de Conservação

SEUC (Lei 13787/2009)

GRUPO DE USO SUSTENTÁVEL

CATEGORIAS OBJETIVO POSSE/ AQUISIÇÃO PROIBIÇÕES/ PERMISSÕES

Área de Proteção Ambiental - APA

Área, em geral, extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos,

bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem estar

das populações humanas; tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica e os recursos hídricos, disciplinar o processo de

ocupação do solo, preservar paisagens notáveis e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos

naturais.

Constituída por terras públicas, privadas, ou

ainda públicas e privadas.

Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de

Proteção Ambiental. As condições para a realização de visitação pública

nas áreas sobre domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade.

Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as condições para visitação pública, respeitando-se as definições do Plano de

Manejo.

Área de Relevante Interesse

Ecológico - ARIE

Área em geral de pequena extensão, com pouco ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional; tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de

conservação da natureza.

Área de Relevante Interesse Ecológico é constituída por terras públicas, privadas, ou

ainda públicas e privadas.

Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de

Relevante Interesse Ecológico.

Floresta Estadual - FLOE

Área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas, destinada à produção

econômica sustentada de madeira e outros produtos vegetais, que tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e

a pesquisa científica, com ênfase em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas.

A Floresta Estadual é de posse e domínio

públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus

limites serão desapropriadas na

forma da lei vigente.

Na Floresta Estadual é admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando de sua

criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.

A visitação pública é permitida condicionada às normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo órgão

gestor.

Página 34

Reserva Estadual de Fauna – REF

Área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-

científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.

Posse e domínio públicos, sendo que as

áreas particulares incluídas em seus

limites serão desapropriadas na

forma da lei vigente.

A visitação pública é permitida desde que compatível com o manejo da unidade pelo órgão gestor.

Reserva de Desenvolvimento

Sustentável – RDS

Área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de utilização dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel

fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.

objetivo básico proteger a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios

necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e utilização dos

recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do

ambiente, desenvolvido por estas populações

Domínio público, sendo que as áreas

particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário,

desapropriadas na forma da lei vigente.

As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável obedecerão às

seguintes condições: I - é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com os interesses locais e de acordo

com o disposto no Plano de Manejo da área; II - deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmico

entre o tamanho da população e a conservação; III - é admitida a utilização de componentes dos

ecossistemas naturais em regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por

espécies cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações legais e ao Plano de Manejo

da área.

Página 35

Reserva de Floresta Urbana -

FURB

Área remanescente de ecossistemas com predominância de espécies nativas, localizada no

perímetro urbano, constituída por áreas de domínio público ou privado, que, apesar das pressões

existentes em seu entorno, ainda detêm atributos ambientais significativos.

Objetivo prestar serviços ambientais às cidades tais como: proteção de nascentes e disponibilidade de

água, amenização do clima, manutenção e proteção do solo contra erosão, controle de

enchentes, redução da poluição atmosférica, influenciando direta ou indiretamente a qualidade

de vida urbana.

Para viabilizar a gestão da unidade poderá ser estabelecida parceria

entre o órgão gestor e o proprietário da terra

Poderão ser desenvolvidas atividades de educação ambiental, recreação e lazer para a inserção das

comunidades no processo de conservação da natureza.

§ 3º No processo de gestão da Reserva de Floresta Urbana deverá ser priorizado o envolvimento da

comunidade local, incorporando na gestão da unidade a valorização dos serviços ambientais prestados,

estabelecendo, assim, uma interação entre a floresta e a comunidade a partir das utilidades e necessidades de

cada uma delas.

Página 36

Reservas Extrativistas –

RESEX

Área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no

extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de

pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas

populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.

De domínio público, com uso concedido às

populações extrativistas tradicionais conforme o

disposto no art. 28 desta Lei e em

regulamentação específica, sendo que as áreas particulares

incluídas em seus limites devem ser

desapropriadas, de acordo com o que

dispõe a lei.

Gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão

Responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações

da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.

A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto

no Plano de Manejo da área. A pesquisa científica é permitida e incentivada,

sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às

condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento.

São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou profissional.

A exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em bases sustentáveis e em situações

especiais e complementares às demais atividades desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da

unidade.

Página 37

Reserva Particular do Patrimônio

Natural – RPPN

Área privada sobre a qual o proprietário institui, de modo perpétuo, o gravame de conservar a

diversidade biológica e os recursos naturais nela existentes.

O gravame de que trata este artigo constará de termo de compromisso

assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e

será averbado à margem da inscrição no

Registro Público de Imóveis.

Será permitida na Reserva Particular do Patrimônio Natural a visitação com objetivos turísticos,

recreativos e educacionais, cabendo ao proprietário estabelecer as condições para que as atividades sejam desenvolvidas, observadas as exigências

legais.

Os órgãos integrantes do SEUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e científica ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio

Natural para a elaboração do Plano Manejo.

GRUPO DE PROTEÇÃO ENTEGRAL

CATEGORIAS OBJETIVO POSSE/ AQUISIÇÃO PROIBIÇÕES/ PERMISSÕES

Reserva Biológica –

REBIO

Preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites,

sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as

medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo

necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os

processos ecológicos naturais.

Posse e domínio públicos, sendo que as áreas

particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a

lei.

É proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo educacional, de acordo com regulamento

específico.

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Estação Ecológica -

ESEC

Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas.

Posse e domínio públicos, sendo que as áreas

particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o disposto em

lei.

É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o

Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico.

Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações do ecossistema no caso de:

medidas que visem à restauração de ecossistema modificado;

manejo de espécie com o fim de preservar a diversidade biológica;

coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas;

Parque Estadual - PE

Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando o

desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, da recreação em contato com a natureza e de ecoturismo.

Posse e domínio públicos, sendo que as áreas

particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o disposto em

lei.

A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão gestor e àquelas

previstas em regulamento.

As unidades desta categoria, quando criadas pelo Município, serão denominadas, Parque Natural

Municipal – PNM.

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Monumento Natural - MN

Tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza

cênica.

Pode ser constituído por áreas particulares desde que seja possível compatibilizar os

objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos

proprietários.

Para viabilizar a gestão da unidade poderá ser estabelecida parceria entre o órgão gestor e o

proprietário da terra.

Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às

condições propostas pelo órgão gestor da unidade para a coexistência do Monumento Natural com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o

disposto em lei.

A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão gestor, e àquelas previstas em regulamento.

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Refúgio de Vida Silvestre - RVS

Tem com objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de

espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou

migratória.

Pode ser constituído por áreas particulares desde que seja possível compatibilizar os

objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos

proprietários.

Para viabilizar a gestão da unidade poderá ser estabelecida parceria entre o órgão gestor e o

proprietário da terra.

Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às

condições propostas pelo órgão gestor da unidade para a coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada na forma da lei

vigente.

A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão gestor, e àquelas previstas em regulamento.