proposta de um modelo de comunicação persuasiva para influenciar mudanças de...

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José Carlos de Barros MUDANÇA DE ATITUDE: RESISTÊNCIA E COMUNICAÇÃO PERSUASIVA. Proposta de um modelo de comunicação persuasiva para influenciar mudanças de comportamento em grupos com atitudes resistentes. Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Mitsuru Higuchi Yanaze, como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Ciências da Comunicação São Paulo Julho/ 2006

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José Carlos de Barros

MUDANÇA DE ATITUDE: RESISTÊNCIA E COMUNICAÇÃO PERSUASIVA.

Proposta de um modelo de comunicação persuasiva

para influenciar mudanças de comportamento em

grupos com atitudes resistentes.

Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de

Relações Públicas, Propaganda e Turismo da Escola de

Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo,

sob a orientação do Prof. Dr. Mitsuru Higuchi Yanaze,

como requisito parcial para a obtenção do grau de

Doutor em Ciências da Comunicação

São Paulo

Julho/ 2006

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José Carlos de Barros

MUDANÇA DE ATITUDE: RESISTÊNCIA E COMUNICAÇÃO PERSUASIVA.

Proposta de um modelo de comunicação persuasiva

para influenciar mudanças de comportamento em

grupos com atitudes resistentes.

Tese de Doutorado apresentada ao Departamento de

Relações Públicas, Propaganda e Turismo da Escola de

Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo,

sob a orientação do Prof. Dr. Mitsuru Higuchi Yanaze,

como requisito parcial para a obtenção do grau de

Doutor em Ciências da Comunicação

São Paulo

Julho/ 2006

Banca Examinadora

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Dedicatória

A minha Mãe, Maria Lúcia de Barros.

Ao meu querido irmão, José Eduardo de Barros.

Agradecimentos

Ao Prof. Dr. Mitsuru Yanaze, com emoção e admiração, agradeço a orientação e a amizade. Ao Prof. Dr. Leandro Leonardo Batista que, por meio de rota central de persuasão, despertou o meu interesse para o estudo das atitudes resistentes. A Renata Nunes e ao João Pedro, minha especial gratidão no empenho, cada um a seu modo, pelo gerenciamento de todo o processo da pesquisa quantitativa realizada pelo Instituto de Pesquisas Datafolha. Também agradeço ao Mauro Paulino e Alessandro Janoni, Diretores do Instituto, pelo apoio na realização da pesquisa. A todos os amigos do Datafolha, que atenderam aos meus pedidos “sempre” urgentes: Cida, Fábio, Selma, Paulo Josué, Jaime e outros envolvidos na pesquisa A Suzy V. Cortoni, pela sua dedicação e especial inteligência na moderação e operacionalização do estudo qualitativo. A Jânia D’amario, exemplo de organização e método, por colaborar nas análises estatísticas da segmentação dessa Tese. Ao Luiz Eduardo Perez, da Unimed do Brasil, pelo incentivo à pesquisa.

Sumário

Introdução ...................................................................................................... 1 Capítulo 1- Fundamentação teórica sobre atitude, mudança de atitude e resistência......................................................................................................... 5

1.1 Conceituação e processo de formação de atitudes ........................... 5 1.2 Manutenção da atitude pré-existente e o processo de mudança de

atitude ................................................................................................. 8 1.3 A Teoria de Inoculação - base motivacional e cognitiva para

entender a resistência ........................................................................ 10 1.4 Bases cognitiva e motivacional da resistência ................................... 11 1.5 Teoria do equilíbrio e resistência à persuasão .................................. 14 1.6 As duas teorias motivacionais de resistência .................................... 15 1.7 Resistência para preservar a liberdade ............................................. 15 1.8 Interpretação do controle da impressão dos efeitos da reatância ..... 18 1.9 Bases da personalidade para resistência .......................................... 20

1.10 Estudo da personalidade autoritária ................................................... 21 1.11 Defesa do ego e resistência ............................................................... 22 1.12 Outras variáveis da personalidade e resistência - dogmatismo e

orientação por incertezas ................................................................... 23 1.13 Força da atitude e resistência ............................................................ 25 1.14 Força da atitude como um determinante motivacional de resistência. 25 1.15 Latitude da rejeição ............................................................................ 27 1.16 Comprometimento .............................................................................. 27 1.17 Força da atitude como um determinante cognitivo de resistência ..... 29 1.18 Consistência cognitiva-avaliativa ........................................................ 33 1.19 Natureza multifacetada da força da atitude ........................................ 34 1.20 Processos pelos quais as pessoas protegem atitudes fortes ............. 35 1.21 Impacto das atitudes no processamento de informação .................... 36 1.22 Seletividade das atitudes .................................................................... 37 1.23 Atenção seletiva e dissonância cognitiva ........................................... 38 1.24 Percepção e julgamento seletivos ...................................................... 44 1.25 Memória seletiva ................................................................................ 46 1.26 Pensamento e a polarização de atitudes ........................................... 54 1.27 Teorias da persistência de atitudes mudadas .................................... 58 1.28 Interferência associativa ..................................................................... 58 1.29 Sugestões desconsideráveis e pesquisa sobre o efeito dorminhoco . 60 1.30 Impacto tardio da mudança de atitude sobre cognições relacionadas 63 1.31 Persistência induzida pelo processamento sistemático ..................... 64

Capítulo 2 – Tabagismo, comunicação persuasiva e o Modelo de Probabilidade de Elaboração (MPE) aplicado à área de saúde ...................... 67

2.1 O tabagismo ....................................................................................... 67 2.2 Comunicação persuasiva e do tabagismo ......................................... 69 2.3 O Modelo de Probabilidade de Elaboração (MPE) e a comunicação

persuasiva .......................................................................................... 72 2.4 Comunicação persuasiva na área de saúde. A aplicação do Modelo

de Probabilidade de Elaboração (MPE) - um exemplo de avaliação de campanhas preventivas contra a AIDS ......................................... 76

2.5 Métodos de pesquisa ......................................................................... 80 2.5.1 Amostra ..................................................................................... 80 2.5.2 Variáveis dependentes .............................................................. 81 2.5.3 Variáveis da verificação experimental ....................................... 82

2.6 Resultados ......................................................................................... 84 2.6.1 Teste da manipulação experimental .......................................... 84 2.6.2 Análise da estrutura da mensagem preventiva e processo de

persuasão ................................................................................... 87 2.6.3 Análise dos principais resultados .............................................. 88

Capítulo 3 – Metodologia de pesquisa para a construção do modelo de comunicação persuasiva para grupos com atitudes resistentes...................... 91

3.1 Problema de pesquisa ....................................................................... 91 3.2 Universo em estudo ........................................................................... 92 3.3 Metodologia ....................................................................................... 92 3.4 Amostra .............................................................................................. 93

3.4.1 Estudo quantitativo .................................................................... 93 3.4.2 Estudo qualitativo ...................................................................... 93

3.5 Objetivo primário ................................................................................ 94 3.6 Objetivos secundários ........................................................................ 94

Capítulo 4 – Análise de resultados das pesquisas quantitativa e qualitativa de avaliação de comunicação e teste de anúncios contra-atitude ao tabagismo ........................................................................................................ 103

4.1 Pesquisa quantitativa - principais resultados ..................................... 103 4.1.1 Hábito de consumo de cigarros na população de São Paulo .... 103 4.1.2 Envolvimento com o tabagismo ................................................. 104 4.1.3 Associações espontâneas com o termo cigarro ........................ 104 4.1.4 Sensações relacionadas ao hábito de fumar ............................ 105 4.1.5 Lembrança de propaganda de cigarros e idéias transmitidas ... 105 4.1.6 Lembrança de propaganda contra o hábito de fumar ............... 106 4.1.7 Percepção da eficiência das propagandas contra o cigarro ...... 106 4.1.8 Associações para a propaganda contra o cigarro ..................... 107 4.1.9 Avaliação das peças publicitárias “casal” e “rato” ..................... 108

4.2 Pesquisa quantitativa - gráficos de resultados (em % de respostas). 110

4.2.1 Amostra probabilística e representativa da população de São Paulo com 18 anos ou mais .................................................... 110

4.3 Pesquisa quantitativa - Análise da segmentação do Grupo de Fumantes ......................................................................................... 137

4.3.1 O processo de segmentação ..................................................... 137 4.3.2 Análise fatorial - segmentação de fumantes ............................. 138

4.4 Gráficos da segmentação de fumantes (em %) ................................. 142 4.5 Conclusões do estudo qualitativo ...................................................... 156

4.5.1 Grupo de jovens 19 a 23 anos - Classe C - Fumantes ............. 156 4.5.2 Grupo de adultos - 41 a 45 anos - Classe C - Fumantes .......... 167

4.6 Principais conclusões e proposta do Modelo de Comunicação Persuasiva para influenciar grupos com atitudes resistentes ............ 177 4.6.1 O Modelo de Persuasão de Dupla Elaboração (MDE) .............. 180 4.6.2 Elementos comunicacionais para a contra-propaganda de

cigarros dirigida para o grupo de jovens e adolescentes (16 a 24 anos) ..................................................................................... 181

4.6.3 Elementos comunicacionais para as campanhas dirigidas aos jovens adultos (25 a 40 anos) .................................................... 182

4.6.4 Elementos comunicacionais para campanhas dirigidas a adultos de 41 anos ou mais ....................................................... 183

Bibliografia...................................................................................................... 185 Anexos............................................................................................................. 189

Resumo

Essa tese apresenta a proposta de um modelo de comunicação persuasiva

para influenciar grupos com atitudes resistentes á mudança. O Objeto em estudo

foi a população de fumantes da Cidade de São Paulo.

O modelo de comunicação foi elaborado a partir da identificação dos

elementos cognitivos, afetivos e motivacionais que formam a atitude dos fumantes

em relação ao cigarro, à contra-propaganda de cigarros e atitudes frente à vida

(valores, sentimentos e aspirações).

Os resultados revelam que os principais fatores persuasivos na contra-

propaganda de cigarros são: a utilização dos mesmos valores utilizados na

propaganda à favor do cigarro, de apelos estéticos e emocionais e a ênfase nas

potenciais perdas nas relações entre o fumante e seu grupo de referência

(amigos, família e parentes, não fumantes, e pessoas com quem o fumante tem

afinidade) em função do tabagismo.

Palavras-chaves: atitude, atitude resistente, fumante, contra-propaganda,

comunicação persuasiva.

Abstract

This thesis presents a proposal of a persuasive communication model to

influence groups with resistant attitudes to change. The study object used was the

smoking population of the city of São Paulo.

The communication model was prepared from the identification of the

elements composing the cognitive, affective and motivational aspects of smoker’s

attitude in respect to the cigarette, the advertising in behalf of the cigarette, the

communication against smoking and the attitudes towards life (concepts, feelings

and aspirations).

The results reveal that the main persuasive factors in the advertisements

against smoking are: using of the same concepts used in the advertising in behalf

of the cigarette, emotional and esthetics appeals, and emphasis on the potential

losses in the relationship between the smoker and the reference groups (friends,

family and consort, no-smokers, and persons the smoker has some kind of affinity

with) due to smoking.

Key Words: attitude, resistant attitude, smoking, against-advertisement,

persuasive communication.

1

Introdução

Pretende-se nesse trabalho determinar as características do processo

comunicacional persuasivo eficiente para provocar mudança de

comportamento frente a atitudes resistentes a determinado Objeto.

São muitos os estudos e pesquisas realizadas sobre atitudes na área de

comunicação, marketing e comportamento do consumidor e psicologia social,

em função da relevância que o tema apresenta.

Em sua maioria, esses estudos sobre atitudes têm a finalidade de

conhecer e prever o comportamento dos públicos de interesse das empresas

ou instituições, os consumidores atuais e os potenciais, por exemplo,

procurando entender as diferenças de gostos, percepções, valores, imagens,

importância atribuída a características tangíveis e intangíveis de idéias,

produtos e marcas.

Para os estudiosos, o conhecimento das atitudes dos indivíduos

possibilita a construção de modelos de previsão do comportamento futuro de

consumo e a partir disso a elaboração de ações para manter ou modificar

atitudes. Entre essas ações para influenciar atitudes e comportamentos está a

comunicação persuasiva.

No entanto, são poucos os estudos que enfatizam a questão da

resistência à mudança de atitude, seus fatores determinantes e os elementos

de comunicação específicos que para um modelo de comunicação que tenha

como público-alvo indivíduos com atitudes persistentes ou de grande

resistência á mudança.

Este trabalho se propõe em analisar as características das atitudes e os

elementos de um modelo de comunicação eficaz para persuasão em casos de

atitudes resistentes.

2

A questão central e mais ampla desse estudo diz respeito ao formato da

comunicação persuasiva que colabora na mudança de comportamento que tem

como pano de fundo atitudes resistentes á mudança, como é o caso do

comportamento social indesejável, que traz riscos para o indivíduo e para a

sociedade em que este está inserido.

Pode-se afirmar que alguns comportamentos de risco adotados por

segmentos numericamente significativos na sociedade Brasileira, como por

exemplo o uso de drogas, o tabagismo ou a não-utilização do uso de

preservativos têm como característica atitudes resistentes à mudança, supondo

que grande parte dos praticantes desses hábitos estão de alguma maneira e

com alguma intensidade informados sobre os riscos a que estão submetidos e

são alvos constantes de comunicação “contra-atitude”, realizada por diversos

tipos de instituições, principalmente órgãos gestores da Saúde Pública.

Nesse sentido, a comunicação persuasiva deve ser construída com

elementos comunicacionais que contemplem o universo da das atitudes desses

Sujeitos, de modo que a mensagem seja internalizada pelo indivíduo e

propiciem o desencadeamento de mudanças de atitudes e ação de mudança

de comportamento.

Reconhecemos que o comportamento humano é resultado de amplo e

complexo número de fatores, como as influências culturais, familiares, dos

grupos de referência, herança genética, características psíquicas e traços de

personalidade, entre outros, e que a comunicação persuasiva, isoladamente,

em muitos casos não terá força suficiente para produzir ou colaborar para a

mudança de comportamento dos indivíduos, principalmente tratando-se de

certos comportamentos de risco e de atitudes resistentes.

Em algumas condições de contexto social e cultural, com tipos de

atitudes e comportamentos estabelecidos e para determinados grupos de

indivíduos, acreditamos que a comunicação persuasiva será ferramenta

determinante para a modificação de atitudes resistentes e, portanto do

3

comportamento, e a partir desse pressuposto que o Modelo de Comunicação

Persuasiva foi desenvolvido.

Esta tese foi desenvolvida em quatro Capítulos:

No primeiro Capítulo foi realizada a revisão de literatura sobre atitude e

resistência a mudança e suas implicações na elaboração da comunicação

persuasiva para grupos resistentes.

O Capítulo 2 trata das principais variáveis envolvidas na comunicação

persuasiva a favor e contra o Objeto em estudo, o tabagismo e detalha a

aplicação do Modelo de Probabilidade de Elaboração (MPE) que analisa as

diferenças no processo de persuasão na área de prevenção à saúde.

No Capítulo 3 realizamos a análise das pesquisas de campo

desenvolvidas a fim de identificar as atitudes da população da cidade de São

Paulo sobre o tabagismo e sobre as propagandas contra e a favor de cigarros.

Na fase quantitativa a pesquisa foi probabilística e representativa da

população da Capital de São Paulo. Foram realizadas 602 entrevistas pessoais

no mês de Junho de 2006, por meio da aplicação de questionário estruturado

com 35 perguntas. A pesquisa quantitativa foi realizada pelo Instituto de

Pesquisas Datafolha com exclusividade para esse estudo.

Para melhor compreender as motivações dos fumantes e as suas

reações frente à comunicação do cigarro (a favor e contra), foi realizada a fase

de pesquisa qualitativa, por meio da realização de duas discussões em grupo,

uma com jovens de 19 a 23 anos e outra discussão com adultos de 41 a 45

anos, ambos da Classe C.

O Capítulo 4 apresenta as principais conclusões da pesquisa e o modelo

de comunicação persuasiva proposto para a influenciar o abandono do hábito

do tabagismo, denominado por esse autor de Modelo de Dupla Elaboração

(MDE).

4

5

Capítulo 1 - Fundamentação teórica sobre atitude, mudança de atitude e resistência

1.1 Conceituação e processo de formação de atitudes

O conceito de atitude pode ser dado como a “avaliação geral” ou “gostos

e aversões” de um sujeito a respeito de um Objeto, que pode ser uma pessoa,

uma marca, uma campanha publicitária, um assunto ou uma coisa qualquer,

segundo a definição bem ampla dada por Engel, Blackwell e Miniard

(1999:238), em seus estudos sobre o comportamento do consumidor.

Dessa perspectiva, sobre tudo o que percebemos, ou temos

conhecimento nos ambientes e contextos em que vivemos, teremos uma

atitude formada a respeito.

Outras explicações sobre esse conceito, o de atitude, trazem alguma luz

às questões que essa primeira definição deixa em aberto.

Mowen e Minor (2003:141-143) argumentam que os conceitos de crença,

atitude e comportamento estão intimamente relacionados para descrever o que

se denomina genericamente de “formação de atitude do consumidor”.

As crenças têm origem na aprendizagem cognitiva e representam o

conhecimento e avaliação do Sujeito sobre o Objeto. As crenças em relação ao

Objeto,podem não corresponder à realidade, e dependem da interpretação que

o Sujeito faz sobre o Objeto, segundo esses autores.

Além desse aspecto subjetivo de avaliação, a importância dos atributos

que pertencem a um objeto e a percepção da ausência, ou presença desses

atributos, colaboram para determinar maior ou menor atenção sobre o Objeto.

6

Um importante autor na área de medição de atitudes, Thurstone, é

citado na obra de Mowen (2003:142-143), conceituando atitude nos seguintes

termos:

“Atitude é a quantidade de afeição ou sentimento a favor

ou contra um estímulo.”

Solomon (1999-164:169) em uma explicação mais ampla sobre o tema

define atitude como uma avaliação geral e duradoura dos Objetos, que tende a

persistir ao longo do tempo sendo composta três componentes essenciais:

afeto, comportamento e cognição: o afeto refere-se ao sentimento sobre o

objeto, o comportamento envolve as intenções para fazer algo ou se manifestar

sobre o objeto e a cognição determina as crenças. Esse autor denomina os três

componentes de “ABC” da atitude (Affect, Behavior, Cognition).

Essa idéia de composição da atitude nos três componentes: afetivo ou

sentimento, cognição ou conhecimento e comportamento ou conativo é

utilizada pela maioria dos estudiosos de comportamento e largamente utilizada

nos estudos de comportamento do consumidor.

A existência da atitude, nos termos citados, se justifica por atender a

quatro funções importantes para as pessoas, definidas originalmente pelo

psicólogo Daniel Katz: A primeira função é utilitária e determina que as pessoas

expressam sentimentos para maximizar as compensações e minimizar as

punições recebidas de terceiros.

Em segundo lugar, as atitudes podem atender a uma função ego-

defensiva, as atitudes protegem as pessoas das verdades básicas a respeito

de si mesmas ou das realidades desagradáveis do mundo exterior.

A terceira função da atitude seria a de conhecimento para simplificar os

processos de tomada de decisão através da experiência adquirida com os

objetos, e

7

A quarta função da atitude seria a atitude como meio de expressão de

valores centrais e conceitos do EU perante as outras pessoas.

Para Engel (2000:238) as atitudes desempenham um importante papel

na moldagem do comportamento de consumo e pra estratégias de

segmentação de mercado. A definição de segmentos segundo variáveis

atitudinais vem sendo utilizada em larga escala por profissionais de marketing.

Segundo esse autor, na área de comunicação o conhecimento das atitudes

pode determinar a eficiência de uma campanha publicitária.

Se as atitudes são formadas por componentes cognitivos, afetivos e de

intenção de ação, a formação de atitudes se dá por uma hierarquia de

ocorrência desses componentes segundo o envolvimento com o Objeto – a

esse conceito os autores de estudos do comportamento denominam Hierarquia

de efeitos.

Segundo o conceito de hierarquia de efeitos, descrito por Solomon

(2002:166-167) as atitudes são formadas em ordens diferentes de seus

componentes conforme a motivação do sujeito sobre o Objeto. O autor

descreve três possibilidades de ocorrência:

1) Hierarquia de aprendizagem padrão, em que a atitude é

baseada no processamento de informações cognitivas,

seguida do desenvolvimento de associações afetivas em

relação ao Objeto e posterior comportamento;

2) Hierarquia de baixo envolvimento, em que a atitude é baseada

nos processos de aprendizagem do comportamento e

posteriores associações de afeto, e

3) Hierarquia experimental, cuja formação de atitude é baseada

no consumo hedônico – inicia-se pela associação de afeto ao

Objeto, seguido do comportamento e por último o

desenvolvimento de crenças sobre o Objeto.

8

1.2 Manutenção da atitude pré-existente e o processo de mudança de atitude

A principal referência para elaboração das idéias apresentadas a seguir,

nesse Capítulo, foi a tradução e resenha da obra de Eagly e Chaiken, do texto

denominado Resistance and Persistence Processes in Attitude Change (1988 –

p.559-625). Essa literatura mostrou-se a mais completa sobre o tema, entre

muitas outras analisadas, e que parcialmente abordam os pensamentos

compilados de forma excelente por esses autores.

A razão mais profunda da dificuldade de mudar atitudes não é bem

esclarecida pela maioria das teorias de mudança de atitude: acredita-se que as

pessoas possuem processos psicológicos a elas disponibilizados que facilitam

a resistência à persuasão e que podem dificultar até mesmo os esforços

persuasivos bem elaborados.

A idéia que as pessoas geralmente estariam dispostas a mudar suas

atitudes não é plausível quando analisada com cuidado. Uma abertura

completa e contínua a novas influências deixaria o indivíduo com uma visão

constantemente mutável da realidade.

As dificuldades de adaptação que uma mente extremamente aberta

criariam já se justificam em função da utilidade pela qual as atitudes oferecem

diretrizes para o julgamento do ambiente. Os adultos possuem um grande

número de atitudes que foram formadas na interação com o ambiente e que

freqüentemente refletem uma história muito longa da experiência direta e

indireta com os objetos destas atitudes. Estas atitudes permitem às pessoas

prever eventos e competir de maneira fácil e eficaz com eventos que ocorrem

repetidamente. Apesar das atitudes que refletem uma substancial experiência

passada poderem ser mal adaptáveis em um ambiente de mudança, elas

geralmente servem muito bem às pessoas. Tais atitudes não são facilmente

descartadas em resposta a uma pequena quantidade de novas informações

inconsistentes com o ponto de vista anterior. Desta forma, as atitudes

9

existentes podem produzir inflexibilidade que não é reconhecida pelas teorias

de persuasão.

No campo das atitudes, pressões favoráveis à estabilidade são

contrariadas por pressões favoráveis à mudança. Uma mente completamente

fechada a novas entradas não serviria aos requerimentos de adaptação

humana, como também não o faria uma mente completamente flexível e aberta

à mudança em qualquer ponto. E. E. Jones e Gerard (1967) se referiam a este

conflito como a “antinomia básica entre abertura à mudança e o desejo de

preservar uma visão ou convicção pré-existente” (p. 227). Em reconhecimento

desta antinomia, faz-se necessário especificar as diferentes condições sob as

quais é provável o predomínio da resistência à mudança ou da abertura à

mudança.

Apesar da importância óbvia do estudo dos mecanismos de resistência,

poucas teorias formais de resistência das atitudes floresceram na psicologia

social. A teoria de inoculação de McGuire (1964) é uma exceção, uma vez que

ela foi especificamente desenvolvida para explicar a resistência à persuasão.

Grande parte do conhecimento que os psicólogos obtiveram sobre

resistência à mudança foi resultado do trabalho empírico dos pesquisadores de

atitudes sobre vários fenômenos. A seletividade das atitudes no processamento

de informações (por exemplo, atenção, percepção, julgamento, memória) é um

destes fenômenos. A seletividade das atitudes em vários estágios do

processamento de informações tem sido amplamente estudada por psicólogos

sociais na história da pesquisa de atitudes. Os psicólogos postularam

tendências para a seletividade a fim de favorecer atitudes anteriores dos

indivíduos. O raciocínio comum é que uma vez estabelecidas, as atitudes

organizam uma determinada força favorável a sua manutenção. Tal força deve

operar a favor da informação congenial (de origem) das atitudes e contra a

informação não congenial, desta forma produzindo atitudes resistentes à

mudança.

10

Similarmente, a tendência das atitudes em se polarizarem quando as

pessoas pensam nelas (Tesser, 1978) deve aumentar a resistência à mudança.

Assim, a pesquisa sobre seletividade e polarização,produziu fatos importantes

nos processos psicológicos pelos quais as pessoas resistem em mudar suas

atitudes.

Outro tópico relevante para explicar as resistências é a persistência

temporal das atitudes. As atitudes resistentes à mudança persistem com o

passar do tempo. Apesar de não haver nenhuma teoria dedicada

exclusivamente à persistência de atitudes, algumas teorias mais gerais

possuem implicações para a persistência (por exemplo, modelos

associacionistas; o modelo heurístico-sistemático). Também, determinados

paradigmas de pesquisa chamaram a atenção dos pesquisadores para a

persistência das atitudes – mais notavelmente, a pesquisa sobre o efeito

dorminhoco (por exemplo, Cook, Gruder, Hennigan e Flay, 1979). Este

paradigma e outros trazem esclarecimentos sobre os processos psicológicos

pelos quais as atitudes persistem ao longo do tempo.

1.3 A Teoria de Inoculação – base motivacional e cognitiva para entender a resistência

Um dos primeiros estudos teóricos sobre a resistência à mudança de

atitude é a teoria de inoculação de William McGuire (1964), um estudo que

estabelece os princípios motivacional e cognitivo que podem ser a base da

resistência. O critério inicial que fundamenta esta teoria emergiu do trabalho

anterior dos pesquisadores de persuasão de Yale sobre comunicações

unilaterais e bilaterais (Hovland, Janis e Kelley, 1953

Lumsdaine e Janis (1953) especularam a respeito dos mecanismos que

fundamentam a resistência maior à persuasão concedidos por mensagens

bilaterais:

11

[O ouvinte] não está apenas familiarizado com o ponto de vista oposto, mas foi guiado para a conclusão positiva em um contexto no qual os argumentos negativos estavam em evidência. De fato, lhe foi dado uma base antecipada para ignorar ou desconsiderar a comunicação oposta e, assim, “inoculado” ele tenderá a reter a conclusão positiva (p. 318).

McGuire (1964) elaborou seu critério desenvolvendo a teoria de

inoculação. O nome desta teoria se origina da analogia biológica que fornece

sua lógica condutora. Especificamente, a imunização contra vírus pode ser

obtida pela administração de uma dose atenuada de um vírus. Tal inoculação

protege as pessoas contra a doença, pois a dose atenuada estimula o corpo a

desenvolver anticorpos que o defendem contra os efeitos de uma exposição

subseqüente ao vírus em escala total. Quando uma inoculação é eficaz, ela

confere uma proteção completa contra o ataque viral. Por analogia, McGuire

concluiu que atitudes e crenças são vulneráveis a um ataque persuasivo pela

oposição de argumentos, e que a proteção contra tais ataques pode ser obtida

pela exposição das pessoas à formas atenuadas da mensagem de ataque. Um

ataque relativamente atenuado deve encorajar as pessoas a desenvolver

defesas contra tais ataques, não alterando suas atitudes ou crenças – em

outras palavras, confere imunidade sem deixá-las doente.

Adotando esta analogia biológica, McGuire argumentou que as atitudes

e crenças que as pessoas raramente ouvem ser atacadas devem ser mais

vulneráveis ao ataque, da mesma forma que as pessoas criadas com pouca

exposição a vírus devem ser mais vulneráveis à doenças virais.

1.4 Bases Cognitiva e Motivacional da Resistência

As descrições de McGuire destes aspectos cognitivos e motivacionais da

defesa pessoal contra ataques poderiam ser construídas como implicando em

um processo fundamental de contra-argumentação oculta. Naquele momento,

McGuire não conceituou tal processo com os detalhes que os teóricos

subseqüentes de resposta cognitiva o fizeram (por exemplo, A. G. Greenwald,

12

1968), nem focalizou os esforços empíricos na avaliação direta deste processo

fundamental de defesa através do registro de pensamento ou outros artifícios.

Em geral, estes experimentos confirmaram a visão que a eficácia das

inoculações se origina das fontes motivacional e cognitiva. Além disso, foi

mostrado que as circunstâncias específicas sob as quais as defesas

refutacional e sustentadora são eficazes dependem se os processos que

mediam seu impacto são essencialmente motivacional, essencialmente

cognitivo ou mesmo uma mistura destes tipos de processo. Por exemplo,

McGuire inferiu que considerando que uma defesa depende da informação

específica que ela carrega, sua eficácia deve decair com o passar do tempo em

conformidade com uma curva de esquecimento.

Em contraste, uma defesa mais fortemente fundada na motivação deve

possuir um efeito algo tardio, pois a passagem do tempo permite que um

indivíduo ameaçado acumule e organize material apropriado para afastar o

ataque subseqüente.

Se avaliarmos a teoria de McGuire pela quantidade de pesquisa que ela

inspirou, ela se saiu bem. Pesquisadores realizaram inúmeras extensões e

reproduções dos experimentos de inoculação (por exemplo, Suedfeld e Borrie,

1978), (W. C. Adams e Beatty, 1977; Burgoon, Cohen, Miller e Montgomery,

1978; Cronen e LaFleur, 1977; Hunt, 1973; B. Pryor e Steinfatt, 1978).

Por exemplo, Szybillo e Heslin (1973) examinaram uma crença um tanto

controversa e não tão fortemente defendida quanto os temas apresentados por

McGuire. Estes pesquisadores reproduziram as descobertas típicas de

inoculação relativas às defesas refutacional e sustentadora. Apesar das

descobertas em algumas outras reproduções e extensões não terem sido tão

favoráveis às predições de inoculação (por exemplo, B. Pryor e Steinfatt, 1978),

o fato das descobertas de McGuire terem sido reproduzidas em pelo menos

alguns testes independentes utilizando outros materiais que não truísmos,

aliviou a ansiedade, expressa pelo próprio McGuire (1964), que a teoria poderia

ser aplicada apenas a um tipo especial de crença – os truísmos culturais. No

13

entanto, as extensões bem sucedidas da teoria de inoculação a assuntos mais

controversos levantam questões sobre as condições de limite da teoria. Talvez

crenças não devam ser formadas e mantidas em um ambiente “livre de

germes” para serem vulneráveis a ataques, no momento deles protegidas pelas

inoculações.

Mais recentemente, a teoria de inoculação foi utilizada no projeto de

programas de educação em saúde preventivos (Alcalay, 1983; Chassin,

Presson e Sherman, 1990; Flay, 1985; Killen, 1985; Moscowitz, 1983). Por

exemplo, programas de intervenção projetados para desencorajar o fumo ou

evitar o abuso de álcool incluem tratamentos de defesa refutacional (por

exemplo, Duryea, 1983; Flay et al., 1985). Nestes experimentos de campo,

adolescentes são expostos a vários argumentos, por exemplo, a favor de beber

e dirigir. Estes argumentos constituem o ataque fraco nos quais presume-se

estarem as atitudes de desaprovação destes adolescentes sobre beber e

dirigir. Em seguida, eles representam respostas resistentes às pressões sociais

pró-álcool e podem receber um retorno instruindo-os como refutar com mais

eficácia os argumentos pró-álcool.

Adolescentes expostos a tais intervenções provaram ser um pouco

menos favoráveis à bebida e com menor probabilidade de se comprometer em

comportamentos arriscados relacionados com álcool, comparados com

adolescentes não expostos a tais intervenções. Pfau e Burgoon (1988)

examinaram a utilização de mensagens de defesa refutacional em campanhas

políticas, onde tais mensagens são, às vezes, projetadas para inocular

correligionários de candidatos contra mensagens de ataque de candidatos

oponentes. Assim, entre as teorias de atitude, a teoria de inoculação de

McGuire é notável pela quantidade de aplicação prática que foi desenvolvida a

partir dessa.

14

1.5 Teoria do equilíbrio e Resistência à Persuasão

Uma pesquisa relacionada com a teoria de inoculação foi realizada por

Tannenbaum dentro da estrutura conceitual da teoria de congruência, uma das

variantes da teoria de equilíbrio (Tannenbaum, 1967). De acordo com a teoria

de congruência e de equilíbrio, a incongruência (ou desequilíbrio) resulta

quando uma fonte avaliada favoravelmente, o, rejeita (isto é, ataca) um

conceito avaliado favoravelmente, x. Nesta tríade, as relações p-o e p-x são

positivas, mas a relação o-x é negativa. Para reduzir o desequilíbrio resultante,

o perceptor, p, pode diminuir bastante sua preferência pelo conceito, x. Em

outras palavras, o ataque da fonte sobre o conceito x pode provar ser

persuasivo.

De uma perspectiva de equilíbrio (ou congruência), as defesas

refutacionais conferem resistência ao ataque, nutrindo o contra-argumento que

enfraquece a relação o-x na tríade desequilibrada estabelecida por um ataque

da fonte querida sobre um conceito querido. Em contraste, as defesas

sustentadoras suportam a atitude de p em relação ao conceito, x, com o

resultado que o desequilíbrio tende a ser reduzido através de resoluções outras

que p mudando sua atitude em relação a x.

A perspectiva de congruência sugere outros tratamentos que podem

conferir alguma resistência à mudança. Um deles, rotulado negação, consiste

em separar a ligação entre a fonte, o, e o conceito, x, através da instrução dada

aos sujeitos.

Um segundo mecanismo proposto, rotulado ataque à fonte, consiste em

desacreditar a fonte, o, através da instrução dada aos sujeitos.

colegas destes quatro tipos de tratamento.

Assim, a importância do trabalho sobre teoria do equilíbrio reside, não

principalmente nos detalhes das descobertas, mas na demonstração de que

existem outros tratamentos que podem tornar receptores de mensagem

resistentes à persuasão. Estas investigações também sugerem que uma

15

perspectiva teórica alternativa, no lugar da teoria de equilíbrio, pode ser

aplicada para compreender a resistência à persuasão.

1.6 As duas Teorias Motivacionais de Resistência

Assumindo que as defesas refutacionais ameaçam as crenças das

pessoas e, portanto, induzem-nas a buscar informação sustentadora, McGuire

(1964) introduziu a linguagem motivacional em sua teoria de resistência à

persuasão.

A idéia norteadora das teorias de resistência estritamente motivacionais

é que a informação discrepante das atitudes e crenças existentes de um

indivíduo falhará em seu papel persuasivo, pois tal informação ameaça

determinados motivos ou necessidades gerais. Mais comumente, os psicólogos

argumentaram que a informação desafiadora das atitudes pode ameaçar a

liberdade para fazer ou acreditar no que um indivíduo deseja (J. W. Brehm,

1966) ou ameaçar o eu (self) ou ego (D. Katz, 1960; Sarnoff, 1960).

1.7 Resistência para Preservar a Liberdade

A teoria de Jack Brehm de reatância psicológica fornece o que é,

provavelmente, a mais conhecida teoria motivacional de resistência à

persuasão (J. W. Brehm, 1966, 1968, 1972; S. S. Brehm e Brehm, 1981). Esta

teoria afirma que quando os indivíduos percebem sua liberdade, para assumir

ou não algum comportamento, ameaçada ou eliminada, eles experimentam a

reatância, um estado de incitação motivacional que os leva a tentar

restabelecer sua liberdade ameaçada ou perdida. Em relação à persuasão, a

teoria assume que as pessoas querem se sentir livres para adotar posições

particulares sobre os assuntos ou não adotar nenhuma posição. Sob

determinadas condições, as mensagens persuasivas que tentam influenciar os

receptores a adotar posições particulares podem ameaçar esta liberdade de

atitudes. Além disso, quanto maior a importância da liberdade de atitudes que é

16

ameaçada e quanto maior a pressão coerciva exercida sobre o indivíduo para

assumir uma posição em particular, maior será a magnitude da reatância

experimentada. Assim, a teoria prediz que quando as pessoas recebem

mensagens persuasivas que elas interpretam como ameaças a sua liberdade

de atitudes, elas tentam reafirmar sua liberdade mantendo suas opiniões

iniciais ou, de maneira mais provocativa, mudando suas opiniões em uma

direção oposta à posição defendida na mensagem, uma troca normalmente

denominada um efeito bumerangue.

Tais atitudes induzidas por reatância devem ser mantidas com o passar

do tempo, a menos que as ameaças à liberdade de atitudes sejam removidas

(S. S. Brehm e Brehm, 1981). Se tais ameaças são eliminadas, as pessoas

podem ser mais favoráveis à posição de uma mensagem.

Demonstrações similares que táticas de alta pressão reduzem ou

eliminam a mudança de atitude que ocorreria sem tais táticas foram relatadas

em experimentos subseqüentes (por exemplo, Heller, Pallak e Picek, 1973;

Sensenig e Brehm, 1968; M. Snyder e Wicklund, 1976; Wicklund e Brehm,

1968; Worchel e Brehm, 1970).

Apesar da confirmação geral do princípio que a reatância induzida por

táticas persuasivas óbvias de alta pressão nutre a resistência à persuasão, a

hipótese da teoria de reatância que mensagens contra-atitudes causam maior

reatância e, assim, maior mudança de atitude negativa (ou bumerangue) que

mensagens pró-atitudes (por causa da discrepância maior das mensagens

contra-atitudes) não recebeu forte apoio (por exemplo, M. Snyder e Wicklund,

1976; Worchel e Brehm, 1970).

Brehm (1968) também sugeriu que pressões mais sutis para adotar uma

posição de atitudes, tal como uma intenção declarada pelo comunicador ou o

desejo de influenciar receptores, podem incitar a reatância, ainda que em uma

dimensão menor que pressões mais evidentes. Assim, as pressões sutis

poderiam inibir a persuasão ou até mesmo produzir uma mudança

bumerangue.

17

Os estudos mostrando que, pelo menos sob determinadas condições,

advertir os receptores sobre o intento expresso por um comunicador para

influenciá-los inibe a persuasão são também consistentes com o raciocínio de

Brehm sobre as pressões sutis (por exemplo, Freedman e Sears, 1965b; Hass

e Grady, 1975; Kiesler e Kiesler, 1964; Petty e Cacioppo, 1979a). Contudo,

outras pesquisas indicam que as advertências sobre o intento persuasivo de

um comunicador podem não ter nenhum impacto sobre a mudança de atitude

(Allyn e Festinger, 1961; McGuire e Millman, 1965; McGuire e Papageorgis,

1962) e, sob determinadas condições, pode até intensificar a persuasão (por

exemplo, Mills, 1966; Mills e Aronson). Assim, se pressões relativamente sutis,

como as inerentes nas advertências sobre o intento de um comunicador em

persuadir, levam as pessoas a resistir à influência com o interesse de manter

ou restabelecer a liberdade, as condições sob as quais tais pressões têm a

possibilidade de instilar reatância precisam ser delineadas.

Como a reatância é relevante apenas para o subconjunto de cenários de

persuasão nos quais as mensagens ameaçam a liberdade dos receptores em

manter posições particulares de atitudes, a teoria de Brehm (1968) não fornece

um modelo geral da resistência à persuasão. Contudo, conforme nossa

discussão sobre advertência mostrou, a teoria de reatância se provou útil na

interpretação dos efeitos de determinadas variáveis de persuasão. Nestas

interpretações também está incluída uma explicação do porquê de fontes

agradáveis às vezes gerarem menos persuasão que fontes menos agradáveis

– pois os receptores da pressão concordam que fontes agradáveis podem

ameaçar sua liberdade (Brehm e Mann, 1975; Dickenberger e Grabitz-Gniech,

1972).

A reatância também explica porque comunicações diretas podem ser

menos persuasivas que comunicações que são ouvidas inadvertidamente por

acaso – pois o intento de influenciar atribuído aos comunicadores de

mensagens diretas pode ameaçar a liberdade dos receptores (Brock e Becker,

1965; Walster e Festinger, 1962).

18

O assunto de como a reatância, o estado emocional negativo que resulta

quando a liberdade é ameaçada ou eliminada, influencia o processamento de

informação permanece amplamente inexplorado. Os pesquisadores que

utilizaram a teoria de reatância para explicar descobertas obtidas sobre a

persuasão, raramente incluíram medidas que pudessem fornecer evidência do

processamento cognitivo dos sujeitos (por exemplo, registro de pensamento,

recordação). Esta omissão não é surpreendente dado que a maior parte da

pesquisa sobre reatância pré-datou a preocupação dos pesquisadores

contemporâneos de atitudes com os processos cognitivos fundamentais. Além

disso, os pesquisadores de reatância não tentaram avaliar diretamente a

motivação dos sujeitos. Como conseqüência, muitas descobertas sobre a

persuasão que foram interpretadas em termos da teoria de reatância são

vulneráveis à interpretações alternativas dentro das estruturas teóricas que

assumem diferentes motivos ou modos específicos de processamento de

informação não considerados pela teoria de reatância. Por exemplo, uma

alternativa para a interpretação da reatância de Brehm (1968) do impacto

persuasivo menor da comunicação direta em relação à comunicação ouvida

por acaso é fornecida pela teoria de atribuição.

1.8 Interpretação do Controle da Impressão dos Efeitos da Reatância

A teoria de controle da impressão (Leary e Kowalski, 1990; Tetlock e

Manstead, 1985) forneceu a interpretação alternativa mais amplamente

discutida para o fenômeno das atitudes que considerou as manifestações de

reatância. Da perspectiva do controle da impressão, as atitudes que os sujeitos

expressam nas condições de ameaça alta dos estudos de reatância podem

representar não mudanças genuínas nas atitudes, mas trocas estratégicas e,

portanto, mais temporárias projetadas para controlar uma impressão de estar

livre ou independente. Se as atitudes expressas por sujeitos presumidos como

experimentando reatância pudessem ser mostradas como trocas estratégicas,

o estado motivacional induzido nos experimentos de reatância seria descrito

com mais precisão como um desejo de projetar para os outros uma imagem de

autonomia ao invés de um desejo de preservar a liberdade. Tal interpretação

19

dos efeitos da reatância foi primeiramente estudada por Heilman e Toffler

(1976), que argumentaram que as induções de reatância normalmente

utilizadas nos experimentos criam um desejo “de projetar ao outro uma imagem

de alguém com uma existência autônoma, por isso mantendo o estado anterior

na relação, um estado que foi implicitamente desafiado por tentativas na

redução da liberdade” (p. 20).

É bastante plausível que as pessoas às vezes resistam à persuasão,

pois ela ameaça sua liberdade em acreditar no que elas quiserem acreditar.

Quando ameaçadas, elas podem ser não receptivas a argumentos

potencialmente persuasivos. Já o fato que demonstrações experimentais de

resistência tiveram um sucesso mais confiável quando as comunicações

incluíram ameaças completamente desastradas levanta mais questões gerais

sobre a eficácia dos apelos coercivos. De fato, técnicas de influência social de

alta pressão podem ser contra-produtivas em muitos contextos.

Contudo, os psicólogos têm estado bastante interessados na aparente

eficácia das técnicas de influência psicologicamente coerciva – as que às

vezes são popularmente rotuladas de lavagem cerebral. Instâncias bem

conhecidas de persuasão que muitos psicólogos consideram coercivas incluem

a doutrinação ideológica dos prisioneiros americanos durante a Guerra da

Coréia (por exemplo, Lifton, 1961; Schein, Schneier e Barker, 1961; consulte

também Cialdini, 1988) e a conversão de jovens para cultos religiosos,

particularmente durante os anos 70 (Conway e Siegelman, 1978).

Uma persuasão coerciva bem sucedida pode apenas ocorrer sob

circunstâncias especializadas envolvendo stress extremo (Sargant, 1957) e

uma forte relação social com um ou mais agentes de influência (Schein et al.,

1961). Sob circunstâncias mais comuns, os esforços altamente coercivos para

persuadir têm menos possibilidade de serem bem sucedidos, talvez por causa

da reatância que tais esforços induzem.

20

1.9 Bases da Personalidade para Resistência

A teoria psicanalítica, uma teoria geral da personalidade e psicopatologia

desenvolvida por Freud, também possui importantes implicações para a

resistência de atitudes. Essa teoria fornece não somente uma teoria de

resistência para algumas classes de apelos persuasivos, mas também uma

explicação do porquê de algumas pessoas manterem atitudes preconceituosas

em relação à minorias raciais e étnicas. A principal suposição desta perspectiva

é a idéia de Freud (1920/1953) que as pessoas são motivadas para protegerem

a si mesmas de impulsos inaceitáveis que emanam de dentro e forças

ameaçadoras situadas no ambiente externo. Freud rotulou de ego a porção

executiva da personalidade que media entre as demandas dos desejos

(pressões) instintivos e a realidade externa (e o superego ou consciência).

O ego pode ser ameaçado de dentro ou de fora. Impulsos ligados a sexo

e agressão, por exemplo, podem ser experimentados como ameaçadores por

pessoas que foram submetidas à práticas severas em sua educação infantil

envolvendo punição pela expressão de tais impulsos. Como estímulos externos

podem incitar impulsos proibidos, os eventos da vida diária podem também ser

ameaçadores ao ego. Filmes ou revistas eróticas, por exemplo, podem incitar

impulsos sexuais inaceitáveis e, portanto, são experimentados como

ameaçadores.

De acordo com a teoria psicanalítica, as pessoas utilizam mecanismos

de defesa (por exemplo, negação, projeção, repressão, formação de reação)

para protegerem a si mesmas contra ameaças internas e externas.

Esta idéia foi retratada no conceito de Daniel Katz da função ego-

defensiva das atitudes (D. Katz, 1960;D. Katz e Stotland, 1959). O estudo

realizado por Irving Sarnoff (1960, 1968), um dos colaboradores de Katz. Katz

e Sarnoff sustentaram que as pessoas às vezes mantêm atitudes particulares,

pois estas atitudes protegem-nas de seus próprios impulsos inaceitáveis, como

também das ameaças externas. Assim, as atitudes estão a serviço dos

mecanismos de defesa. Por exemplo, conforme Katz (1960) declarou,

21

“Quando não podemos admitir para nós mesmos que possuímos sentimentos profundos de inferioridade, nós podemos projetar tais sentimentos sobre algum grupo minoritário conveniente e amparar nossos egos com atitudes de superioridade em relação a este grupo desprivilegiado” (p. 172).

Esta função ego-defensiva, à qual as atitudes podem servir, está,

presumivelmente, oculta da própria visão do indivíduo, no sentido que o

indivíduo não percebe que uma atitude protege o ego, não estando, portanto,

fundamentada nas percepções realísticas do ambiente externo.

1.10 Estudo da Personalidade Autoritária

Aspectos críticos da análise de Sarnoff e Katz invocaram a teoria e as

descobertas empíricas associadas com a pesquisa sobre a personalidade

autoritária, um projeto sobre as origens do preconceito (Adorno, Frenkel-

Brunswik, Levinson e Sanford, 1950). Os autores do estudo da personalidade

autoritária também enfatizaram o princípio psicanalítico que as pessoas

utilizam mecanismos de defesa para protegerem a si mesmas de impulsos

inaceitáveis. As pessoas podem, por exemplo, projetar seus impulsos

agressivos inaceitáveis sobre outras ao acreditarem que estas outras são

hostis. Em um contexto cultural que oferece muitos estereótipos negativos

sobre grupos minoritários, os motivos inaceitáveis existentes dentro de um

indivíduo podem, com muita freqüência, ser projetados sobre tais grupos (por

exemplo, brancos podem acreditar que negros são violentos).

As pessoas também podem expressar seus impulsos inaceitáveis mais

diretamente, mas interpretam-nos menos ameaçadores ao deslocá-los para

indivíduos e grupos mais fracos. Por exemplo, um indivíduo pode expressar

hostilidade agredindo os membros de um grupo minoritário, mas não seus pais

ou seu chefe. De fato, a projeção de impulsos inaceitáveis sobre grupos

minoritários transforma estes grupos em alvos adequados para o ataque.

22

A dimensão da personalidade que presumivelmente reflete estas

tendências defensivas foi rotulada de autoritarismo por Adorno e seus colegas.

1.11 Defesa do Ego e Resistência

As atitudes que têm a função de defender o ego são consideradas

inacessíveis aos apelos persuasivos comuns. Considerando que as atitudes

em relação a grupos minoritários, por exemplo, são fundamentadas nos

conflitos internos do indivíduo, elas são consolidadas nos esforços do indivíduo

para resolver os fortes conflitos de sua infância. Tais atitudes não devem ser

suscetíveis a apelos racionais ou a recompensas e punições contemporâneas.

Por definição, as atitudes ego-defensivas seriam difíceis de mudar.

Apesar do pessimismo geral que a teoria freudiana gera sobre a

mudança de atitudes motivadas por defesa através de breves apelos

persuasivos, Katz (1960) realizou uma análise de como mudar tais atitudes

através da persuasão baseada em mensagem. Esta análise é parte da mais

geral teoria funcional de atitudes de Katz.

Na implementação da idéia geral que os apelos persuasivos devem se

igualar à base funcional de uma atitude, Katz defendeu a mudança das atitudes

ego-defensivas através de uma teoria que nós podemos rotular de terapêutica,

pois foi projetada para dar às pessoas discernimento dentro de seus próprios

mecanismos de defesa. Por exemplo, se indivíduos preconceituosos pudessem

ser levados a compreender que suas atitudes negativas em relação às minorias

são fundamentadas em medos de sua própria hostilidade ou inferioridade, eles

poderiam desejar anteceder estas atitudes defensivas e adotar atitudes

baseadas em percepções verdadeiras dos grupos minoritários.

De acordo com Katz (1960), “Então, nem todo comportamento defensivo

está tão profundamente fundamentado na personalidade a ponto de ser

inacessível à consciência e ao discernimento. Portanto, os procedimentos para

incitar o autodiscernimento podem ser utilizados para mudar comportamentos,

23

mesmo na comunicação de massa” (p. 184). Consistente com este raciocínio, o

programa de pesquisa de Katz sobre a redução do preconceito racial examinou

a eficácia de apelos persuasivos que encorajavam os receptores da mensagem

a interpretarem suas próprias atitudes preconceituosas em termos defensivos.

Apesar da ênfase desta pesquisa na mudança de atitudes ego-

defensivas, a perspectiva que as atitudes podem expressar processos

defensivos se qualifica melhor como uma teoria de resistência à mudança que

uma teoria de persuasão. Geralmente os psicanalistas não acreditam que

tendências defensivas são curadas, por assim dizer, com uma breve explicação

da dinâmica do comportamento, deixada a cargo de uma comunicação escrita

e relativamente impessoal. Se tais mudanças fossem obtidas com tanta

facilidade, as pequenas comunicações persuasivas poderiam prontamente

substituir a psicoterapia de longo prazo, pelo menos para as formas menos

sérias de angústia psicológica. No entanto, a quantidade muito limitada de

pesquisa dedicada à teoria psicanalítica de atitudes não nos mune de uma

base empírica para esboçar conclusões sobre a mutabilidade das atitudes ego-

defensivas.

1.12 Outras Variáveis da Personalidade e Resistência – Dogmatismo e

orientação por incertezas

Uma variável da personalidade desenvolvida por Milton Rokeach (1954,

1956, 1960) e denominada dogmatismo também é vista como com implicações

para a resistência à mudança. Apesar desta variável estar conceitualmente

relacionada com o autoritarismo, uma das principais razões do porquê de

Rokeach desenvolver uma medida alternativa foi que as escalas do

autoritarismo expressavam a ideologia dos direitos políticos (Christie, 1954;

Shils, 1954; Altemeyer, 1981, 1988). Conforme mostrado por Rokeach, o

dogmatismo é mais difícil de ser confundido com ideologia de ala direita que o

autoritarismo (apesar do dogmatismo ainda mostrar alguma relação com o

conservantismo político; consulte Palmer e Kalin, 1991).

24

A formulação de Rokeach foi estruturada em termos que eram mais

cognitivos e menos psicanalíticos que o trabalho sobre a personalidade

autoritária. Para entender a tenacidade com a qual algumas pessoas mantêm

suas crenças, Rokeach propôs que as pessoas dogmáticas tendem a possuir

uma estrutura cognitiva com determinadas características:

(a) distinções claras entre crenças e descrenças (ou seja, proposições que são

rejeitadas), com pouca diferenciação entre as descrenças;

(b) pessimismo, medo e preocupação com poder e status; e

(c) confiança na autoridade e contra discordância. As pessoas dogmáticas

foram caracterizadas como de mente fechada, em contraste com pessoas

de mente mais aberta, não dogmáticas.

Um dogma principal da formulação de Rokeach é que as pessoas

dogmáticas são resistentes à influência. Sugerindo que as pessoas dogmáticas

são contra discordância, Palmer e Kalin (1985) verificaram que o dogmatismo

dos sujeitos está positivamente relacionado com sua tendência de rejeitar um

estranho que discorde com eles.

Não se opondo a esta tendência geral das pessoas dogmáticas serem

de mente fechada, a teoria permite um conjunto algo mais sutil de suposições

do que uma simples resistência à influência (G. R. Miller e Rokeach, 1968). Por

exemplo, pessoas dogmáticas podem ser especificamente vulneráveis à

influência de fontes de status alto, consistente com a crença que elas

presumidamente conferem na autoridade.

O dogmatismo também se relaciona positivamente com a mudança de

atitude em relação a uma comunicação contra-atitudes, presumivelmente por

causa da maior dissonância que tal defesa contra-atitudes criaria nas pessoas

dogmáticas (M. F. Hunt e Miller, 1968).

Conceitualmente relacionada com o dogmatismo está a variável da

personalidade que Sorrentino e seus colegas denominaram orientação por

incerteza (Sorrentino e Hancock, 1987; Sorrentino e Short, 1986).

25

Esta variável é avaliada através de duas medidas de componentes: uma

necessidade para medir a incerteza desenvolvida pelo grupo de pesquisa de

Sorrentino e uma medida de autoritarismo. Presume-se que a pessoa orientada

pela incerteza, que se assemelha ao tipo de mente aberta de Rokeach, busca

novas informações para obter clareza sobre ela mesma e o ambiente. Em

contraste, a pessoa orientada pela certeza, que se assemelha ao tipo de mente

fechada de Rokeach, prefere manter a clareza se fixando em crenças

anteriores testadas e verdadeiras. Além disso, sob determinadas

circunstâncias, verificou-se que os sujeitos orientados pela certeza se

assemelhavam aos sujeitos dogmáticos por mostrarem mais vulnerabilidade à

influência de fontes de status alto que de baixo (Sorrentino, Bobocel, Gitta,

Olson e Hewitt, 1988). Finalmente, outra variável da personalidade com

possíveis implicações para a resistência, sensibilização à repressão, avalia até

que ponto as pessoas evitam ou se aproximam dos estímulos ameaçadores ou

que provocam ansiedade (por exemplo, Byrne, 1964; Olson e Zanna, 1982)

1.13 Força da Atitude e Resistência

Consistentes com nossas discussões sobre envolvimento, acessibilidade

e variáveis relacionadas, inúmeras variáveis, consideradas como

classificadoras da força das atitudes, têm sido relacionadas como causadoras

da resistência das pessoas a mudarem suas atitudes. A suposição geral neste

trabalho é que atitudes fortes são difíceis de mudar. Apesar da simplicidade

desta hipótese básica, as especificidades de se teorizar sobre a força da

atitude e a resistência à mudança são merecedoras e dignas de um exame

minucioso em termos dos assuntos cognitivo e motivacional que elas levantam.

1.14 Força da Atitude como um Determinante Motivacional de

Resistência

M. Sherif e Cantril (1947) definiram o envolvimento do ego

principalmente em termos motivacionais e afetivos, e consideraram esta

26

variável como indexadora da intensidade das atitudes. Eles assumiram que as

pessoas que são altamente envolvidas pelo ego em um Objeto experimentam

tensão e desconforto quando encontram uma informação que desafia suas

atitudes em relação ao Objeto. A razão para este desconforto presumivelmente

foi que mudar as atitudes envolvidas pelo ego ameaçaria suas identidades

pessoais. Assim, a ameaça foi descrita de forma mais geral do que o havia sido

na tradição psicanalítica. Sob tais circunstâncias de ameaça à identidade

pessoal, presume-se que as pessoas reajam de uma maneira que preserve

suas atitudes anteriores e, assim, suas identidades.

Krosnick (1990b) definiu a importância da atitude como “o grau no qual

uma pessoa fica apaixonadamente interessada sobre e pessoalmente

envolvida em uma atitude” (p. 60) e indicou que atitudes importantes são as

que as pessoas “se importam profundamente sobre” (Krosnick, 1989, p. 297).

Abelson (1988) sugeriu que as pessoas têm convicção sobre tais atitudes e

sustentou que um aspecto principal da convicção é o comprometimento

emocional. Assim, Abelson descreveu questões que avaliaram o

comprometimento emocional como “principalmente não cognitivo” e como

possuindo “o cunho fenomenológico que parece capturar o material cru da

convicção emocional”

De forma similar, Abelson e Prentice (1989) escreverem sobre a força

emocional das atitudes e crenças, que eles definiram como “o poder da crença

em despertar fortes sentimentos no indivíduo” (p. 376).

As pesquisas sugerem que a importância das atitudes aumenta sua

resistência à mudança. Em alguns experimentos, os pesquisadores

apresentaram mensagens persuasivas a sujeitos sobre assuntos selecionados

como importantes e não importantes, e verificaram maior persuasão nos

assuntos relativamente não importantes (por exemplo, Aiello, 1967; C. W.

Sherif, Kelly, Rodgers, Sarup e Tittler, 1973).

27

1.15 Latitude da Rejeição

Como Muzafer Sherif e outros (por exemplo, C. W. Sherif, Sherif e

Nebergall, 1965; M. Sherif e Cantril, 1947) definiram amplamente o

envolvimento do ego em termos motivacionais, sua versão do conceito de

envolvimento deve ser considerada juntamente com outras variáveis de força

da atitude que pesquisadores propuseram como determinantes motivacionais

da resistência. Considerando as ligações entre as atitudes e os aspectos de

auto-identidade, uma interpretação cognitiva também pode ser dada a seu

tratamento. Além disso, seu método principal de avaliar o envolvimento do ego,

a largura da latitude da rejeição, recai em uma classificação cognitiva de

posições ao longo do contínuo das atitudes.

De acordo com a teoria, as comunicações localizadas na latitude da

rejeição produzem contraste de julgamento, avaliações negativas do conteúdo

da mensagem e resistência à mudança de atitude. Assim, o determinante

crítico da resistência é a colocação de uma mensagem na latitude da rejeição.

Desta maneira, esta teoria chama a atenção dos pesquisadores, não apenas

meramente para a força da atitude conforme representada no envolvimento do

ego, mas também para a discrepância entre a própria atitude do indivíduo e a

posição defendida na mensagem.

1.16 Comprometimento

Outra variável motivacional com implicações para a resistência é o

comprometimento, em relação à defesa contra-atitudes.

O comprometimento foi introduzido na teoria de dissonância por Brehm e

Cohen (1962) e definido em termos do comprometimento individual com uma

cognição pelo comprometimento em um comportamento ou pela decisão de se

comprometer com um comportamento que apóia ou endossa a cognição.

28

Conforme argumentado pelos teóricos da dissonância, o

comprometimento de comportamento com um elemento cognitivo dissonante

torna este elemento resistente à mudança. Por exemplo, no paradigma de

defesa contra-atitudes os sujeitos se comprometem com uma cognição

discrepante de suas atitudes anteriores através da defesa pública da posição

dissonante; como conseqüência, a representação cognitiva do comportamento

dissonante se torna fixa e suas próprias atitudes se tornam vulneráveis à

mudança. Assim, as idéias que o comprometimento com uma cognição torna-a

resistente à mudança e torna as cognições ligadas e inconsistentes vulneráveis

à mudança são essenciais para as avaliações de dissonância sobre os efeitos

do comportamento discrepante das atitudes.

Charles Kiesler (1971) forneceu uma análise mais ampla do

comprometimento que é, entretanto, consistente com o tratamento da variável

na tradição da dissonância. A definição conceitual de Kiesler para o

comprometimento como “a garantia ou ligação do indivíduo para os atos do

comportamento” (p. 30) foi, assim, compatível com a discussão de Brehm e

Cohen (1962). Já Kiesler e seus colegas examinaram o impacto desta variável

além do paradigma da defesa contra-atitudes e argumentaram que o

comprometimento com uma atitude cria uma resistência geral à mudança de

atitude. Para explicar porque o comprometimento teria este efeito, Kiesler

invocou, em sua definição, o raciocínio inerente da construção pela

manutenção que o comprometimento liga uma cognição ao eu (self).

Considerando que uma cognição é uma parte importante do autoconceito,

concluiu ele, outras atitudes e crenças devem ser mudadas se esta cognição

entrar em conflito com elas.

Especialmente ligada a nossa discussão atual está a alegação de

Kiesler que comprometer um indivíduo com uma de suas atitudes existentes o

tornaria resistente aos ataques sobre a atitude. Em estudos relevantes, o

comprometimento tomou a forma de um indivíduo defendendo publicamente

uma posição ou se comprometendo com algum outro comportamento que

poderia ser visto como ligando o indivíduo a sua atitude. Para criar um

comprometimento máximo (e uma resistência máxima ao ataque subseqüente),

29

o comportamento deve ser bastante explícito e sem ambigüidade, importante

para o sujeito, irrevogável, repetido e de escolha livre.

Como Kiesler e os teóricos da dissonância concluíram que o

comprometimento aumenta a força das atitudes, esta variável pertence a

grande família de variáveis de força e importância. A diferença na ênfase entre

o comprometimento e estas outras variáveis é que o comprometimento

pertence especificamente aos métodos de comportamento de fortalecimento

das atitudes. As atitudes se tornam mais fortes e, portanto, resistentes à

mudança, considerando que as pessoas se comprometem com algum tipo de

comportamento que as liga a sua posição de atitude existente.

Como nos experimentos de comprometimento este comportamento é

geralmente público, o controle da impressão se torna importante e a construção

do comprometimento pode ocorrer nas características do envolvimento

relevante da impressão (B. T. Johnson e Eagly, 1989).

Em termos da relação entre o comprometimento e a resistência à

mudança de atitude, a definição de comprometimento de Brickman como “uma

força que estabiliza o comportamento individual sob circunstâncias onde, do

contrário, o indivíduo seria tentado a mudar este comportamento” (p. 2) é

interessante. Para Brickman, a resistência à mudança é a propriedade

definidora do comprometimento.

1.17 Força da Atitude como um Determinante Cognitivo de Resistência

Muitas discussões sobre resistência estruturada em termos cognitivos

foram baseadas na idéia que encaixar uma atitude em uma estrutura cognitiva

cria resistência à mudança, pois os outros aspectos da estrutura teriam que

mudar se a atitude mudasse.

Estas estruturas de atitudes são intra-atitudes quando nós consideramos

a estrutura interna das crenças, afetos e comportamentos que formam a base

30

das atitudes. Estas estruturas são interatitudes quando nós consideramos as

outras atitudes às quais uma atitude está ligada.

De acordo com o denominado “princípio dominó”, algumas atitudes são

resistentes à mudança por causa da extensão das estruturas de conhecimento

dentro das quais estas atitudes estão situadas: mudança em tal atitude seria

rompedora, pois ela tenderia a induzir uma reação em cadeia de mudanças

inter-relacionadas em cognições associadas. Assim, a mudança é resistida por

causa do rompimento cognitivo que ela produziria.

Um bom ponto de início para análise é a definição geral de William A.

Scott (1968) do encaixe das atitudes como o grau de encadeamento lógico, em

oposição ao isolamento de uma atitude em relação a “outros elementos

cognitivos (por exemplo, crenças, valores, outras atitudes)” (p. 207). Definições

mais específicas do encaixe estrutural das atitudes implicaram ligações de

atitudes a estruturas do eu (self), que incluem representações de grupos e

indivíduos de referência (C. W. Sherif et al., 1965). Outras definições

enfatizaram as ligações a valores, os quais nós tratamos como atitudes em

relação à metas relativamente abstratas ou a estados finais da existência

humana (M. Sherif e Cantril, 1947; Ostrom e Brock, 1968).

A idéia que as atitudes podem ser ligadas a valores foi também

caracterizada no conceito de B. T. Johnson e Eagly (1989) de envolvimento

relevante do valor. Esta teoria se refere à ligação de uma atitude ativada aos

valores duradouros do indivíduo. Finalmente, entre os vários conceitos de

atitudes que Abelson e Prentice (1989; Abelson, 1986) discutiram estava a

centralidade do valor das atitudes e crenças, uma propriedade que eles

definiram como “o grau no qual uma determinada crença expressa crenças

mais profundas e fundamentais” (p. 375).

Em um nível teórico, as implicações que o encaixe cognitivo de atitudes

trazem para a resistência podem ser compreendidas em termos da ancoragem

de atitudes a outras cognições. Uma vez que uma atitude está ligada a outra

atitude ou a alguma outra cognição, uma mudança na atitude alvo é mais difícil,

31

presumivelmente pois esta mudança precisaria de mudanças nos elementos

ligados. A suposição que uma mudança em uma atitude precisa de mudanças

nas cognições a ela ligadas deriva de teorias cognitivas de consistência,

especialmente da variedade da teoria de equilíbrio.

De fato, um considerável número de pesquisas apoiou a proposição que

uma mudança reverbera através das estruturas cognitivas que são compostas

por elementos ligados (por exemplo, Ball-Rokeach, Rokeach e Grube, 1984;

Hendrick e Seyfried, 1974; McGuire, 1960c, 1981; Tannenbaum, 1966;

Tannenbaum e Gengel, 1966). Além disso, em um desenvolvimento mais

detalhado desta idéia de impacto remoto, McGuire e McGuire (1991; McGuire,

1990) demonstraram que as manipulações do desejo ou da possibilidade de

eventos antecipados possuem efeitos remotos sobre antecedentes percebidos

e conseqüências destes eventos. Considerando que uma atitude está

extensivamente ligada a outras cognições, as pessoas podem resistir em

mudá-la, pois a mudança reverberante que se seguiria poderia desestabilizar

um grande número de cognições (consulte também McGuire, 1981).

Conforme já mencionado, o envolvimento (isto é, envolvimento do ego,

envolvimento relevante do valor) e as variáveis de força da atitude relacionadas

têm sido normalmente vistos como construções motivacionais. Já a

interpretação cognitiva destas variáveis, em termos de encaixe em estruturas

maiores, foi examinada em inúmeros estudos de resistência à mudança. Em

alguns poucos experimentos, os pesquisadores operacionalizaram diretamente

esta idéia de encaixe cognitivo pela criação de ligações entre uma atitude alvo

e outras cognições, e demonstraram que tal tratamento reduziu a subseqüente

mudança de atitude em resposta a uma mensagem persuasiva.

A idéia que as ligações entre as atitudes dos receptores da mensagem e

seus grupos de referência de valores também forma a base da resistência para

mudar estas atitudes é também consistente com o tratamento de Sherif do

envolvimento do ego (por exemplo, C. W. Sherif et al., 1965; M. Sherif e Cantril,

1947).

32

Em outro estudo para mostrar que o encaixe em estruturas maiores

produz resistência à mudança, Rokeach (1968) argumentou que as crenças

variam na centralidade: “Quanto mais uma determinada crença está

funcionalmente conectada ou em comunicação com outras crenças, mais

implicações e conseqüências ela possui para outras crenças e, portanto, mais

central é a crença” (p. 5). Em uma base a priori, Rokeach classificou as

crenças em cinco categorias que variavam de crenças primitivas extremamente

centrais, tais como as crenças sobre a constância da pessoa e a constância do

eu (self), para crenças inconseqüentes extremamente periféricas sobre

“assuntos de gosto mais ou menos arbitrários” (Rokeach, 1968, pp. 6-11).

Com base no princípio dominó, Rokeach argumentou que quaisquer

mudanças induzidas nas crenças centrais produziriam mudanças maiores nas

crenças conectadas do que o fariam mudanças induzidas em crenças mais

periféricas.

Batson e Ventis (1982) sustentaram que as crenças religiosas mantidas

por pessoas devotas são altamente resistentes à mudança e, além disso,

freqüentemente se tornam ainda mais intensas em face de uma informação

desconfirmante ou desafiadora. Consistente com a análise de Batson e Ventis,

a centralidade das crenças religiosas nas identidades pessoais de pessoas

devotas pode ser considerada para o caráter resistente à mudança destas

crenças. De maneira similar, Lydon e Zanna (1990) mostraram que as pessoas

ficam comprometidas com os esforços que elas percebem estar ligados a seus

valores importantes e, normalmente, ficam ainda mais comprometidas em face

de uma adversidade ou um desafio.

Finalmente, outra forma útil de se pensar sobre o encaixe de atitudes em

uma estrutura de outras cognições é representada na pesquisa de W. Wood

(por exemplo, 1982) sobre a recuperação da memória de informação relevante

à atitude.

Apesar da habilidade dos receptores da mensagem em recuperar

crenças e experiências passadas também parecer afetar sua estratégia de

33

processamento, o impacto típico desta variável é a resistência à persuasão,

segundo alguns autores (Wood e Kallgren, 1988; Wood, Kallgren e Preisler,

1985). Em geral, a pesquisa de Wood sobre o conhecimento e a persuasão é

consistente com a visão que as ligações de um objeto de atitude a outras

cognições – neste caso, a crenças e experiências anteriores – são a fonte da

resistência à mudança de atitude.

1.18 Consistência Cognitiva-Avaliativa

Outra variável estrutural cognitiva com implicações para a resistência à

mudança é a consistência cognitiva-avaliativa, a extensão na qual as

implicações avaliativas das crenças de um indivíduo sobre um objeto de atitude

são consistentes com a avaliação geral do indivíduo deste objeto (M. J.

Rosenberg, 1956, 1960a, 1968b). Uma inconsistência cognitiva-avaliativa

poderia se originar de inúmeras fontes, incluindo (a) uma falta relativa de

crenças sobre o objeto de atitude (noção de Rosenberg de atitudes vagas), (b)

a organização das crenças por algum outro princípio que não a avaliação ou (c)

uma fundamentação da avaliação em entradas afetivas ou de comportamento

ao invés de cognitivas. Quaisquer que sejam os determinantes da consistência

cognitiva-avaliativa, existe evidência considerável que as pessoas que são

consistentes neste sentido são menos receptivas a esforços persuasivos que

as pessoas que são inconsistentes.

Um destes estudos verificou mais resistência a uma comunicação

persuasiva e maior contra-argumentação de seu conteúdo entre sujeitos

consistentes (Chaiken, 1982, descrito em Chaiken e Yates, 1985). Também,

em um paradigma de autopercepção, Chaiken e Baldwin (1981) constataram

que os julgamentos de atitudes dos sujeitos consistentes foram menos

influenciados pela saliência de seus comportamentos passados que os

julgamentos dos sujeitos inconsistentes. Assim, a evidência sugere que a

consistência cognitiva-avaliativa, é uma variável que pode ser colocada dentro

da família maior das variáveis de força da atitude, fornece um índice da

extensão na qual as pessoas são propensas a resistir em mudar suas atitudes.

34

1.19 Natureza Multifacetada da Força da Atitude

Estamos mostrando que a resistência é normalmente pensada como

originária de uma família de variáveis que nós classificamos a força da atitude:

envolvimento do ego, importância, centralidade, convicção e assim por diante.

Uma importante questão sobre estas propriedades das atitudes, é se

elas podem ser reduzidas a uma única variável que nós poderíamos chamar de

força da atitude. Este tratamento justo foi, de fato, proposto no contexto da

teoria de redes associativas, dentro do qual a força foi variavelmente definida

como a força da associação entre um objeto de atitude e uma avaliação (por

exemplo, Fazio, 1986, 1989) e a força do nó do objeto de atitude (Judd e

Krosnick, 1989).

Através de um processo de expansão da ativação com uma rede, um nó

é ativado quanto outros nós ligados são ativados. Como a força do nó é

assumida como derivada da ativação passada do nó, a designação de um alto

nível de força a um nó do objeto de atitude implica que ele está fortemente

ligado a outros nós. A isto também se segue que são sobre atitudes fortes que

as pessoas pensam freqüentemente. Fazio (1986, 1989) argumentou que as

atitudes fortes são mais acessíveis da memória e, portanto, são mais prováveis

de serem ativadas quando as pessoas percebem insinuações relacionadas ao

objeto de atitude.

Os estudos empíricos disponíveis não apóiam a idéia de uma única e

fundamental variável de força. O exame de Raden (1985) de um grande

número de variáveis de força mostrou que as correlações entre estas variáveis

são normalmente modestas. Partindo desta base, Raden argumentou que seria

melhor que a força da atitude fosse considerada multidimensional (consulte

também Krosnick, Boninger, Chuang e Carnot, 1991). Abelson (1988)

desenvolveu um conjunto de questões avaliando a convicção, outra variável de

força. A partir da análise do fator, ele isolou pelo menos três grupos de itens

expressando comprometimento emocional (por exemplo, “Minhas crenças

sobre X expressam o meu eu verdadeiro”), preocupação com o ego (por

35

exemplo, “Penso sobre X freqüentemente”) e elaboração cognitiva (por

exemplo, “Vários outros assuntos podem surgir em uma conversação sobre

ele”, p. 273). Os itens que avaliavam o comprometimento emocional e a

preocupação com o ego estavam substancialmente correlacionados, ao passo

que as correlações entre a elaboração cognitiva e estes dois grupos de itens

era relativamente baixa. Os itens comprometimento emocional e preocupação

com o ego são normalmente compatíveis com definições resumidas de força

associadas com interpretações motivacionais e o item elaboração cognitiva é

compatível com as definições abstratas associadas com interpretações

cognitivas. Assim, a partição de Abelson entre comprometimento emocional e

preocupação com o ego, de um lado, e elaboração cognitiva, do outro lado, é

sustentadora de pelo menos uma separabilidade parcial dos aspectos

motivacional e cognitivo da força da atitude.

1.20 Processos pelos quais as Pessoas Protegem Atitudes Fortes

Apesar dos pesquisadores geralmente concordarem que uma reação de

mente fechada a uma informação desafiadora está associada com atitudes

fortes, relativamente pouca atenção tem sido dada para a compreensão dos

processos pelos quais tal resistência ocorre.Teóricos pressupuseram os

processos cognitivos de redução da inconsistência ou defensivos pelos quais

as pessoas resistem a mudar suas atitudes (por exemplo, Abelson, 1959;

Festinger, 1957).

Uma perspectiva contemporânea que trata deste assunto é o modelo

heurístico-sistemático (Petty e Cacioppo, 1986a, 1986b). O conceito de

motivação de defesa, o desejo de formar ou de defender posições de atitudes

particulares, do modelo heurístico-sistemático é relevante para a resistência

das atitudes (Chaiken, Liberman e Eagly, 1989). Se assumirmos que a força

aumenta a motivação de defesa, o modelo heurístico-sistemático sugere que a

defesa das atitudes de um indivíduo pode ocorrer através da aplicação seletiva

do processamento heurístico e do sistemático. Além disso, os receptores da

36

mensagem podem se comprometer com outros modos de processamento (por

exemplo, raciocínio de atribuições), também em uma base seletiva.

Com relação ao processamento heurístico motivado pela defesa, o

princípio de seletividade assume que as pessoas cujas atitudes são desafiadas

observam estas sugestões heurísticas, que estão ligadas à regras de decisão,

que lhes permitem defender suas atitudes iniciais. As sugestões heurísticas

que permitem aos receptores invalidar uma mensagem (por exemplo, a falta de

habilidade ou simpatia do comunicador) seriam, então, observadas quando

uma mensagem ameaçasse atitudes importantes, enquanto que as sugestões

heurísticas que permitem aos receptores fortalecer a validade de uma

mensagem (por exemplo, a habilidade ou simpatia do comunicador) seriam

observadas quando uma mensagem apoiasse atitudes importantes. O

processamento sistemático também seria invocado em uma base seletiva. A

argumentação persuasiva favorável às atitudes iniciais dos receptores seria

sistematicamente processada para emprestar apoio a suas atitudes, enquanto

que a argumentação desfavorável a suas atitudes não o seria. O resultado final

desta aplicação seletiva do processamento sistemático seria a elaboração

cognitiva da própria posição de atitudes do indivíduo. Mesmo se a força da

atitude que impele a motivação de defesa inicialmente se originasse mais de

fontes motivacionais que de ligações cognitivas, este processamento

sistemático tendencioso tenderia a produzir uma rede elaborada de cognições

ao redor da atitude pré-existente do indivíduo.

1.21 Impacto das Atitudes no Processamento de Informação

De fato, acreditamos que poucos pesquisadores discordariam da idéia

que as atitudes anteriores das pessoas representam uma fonte importante de

sua resistência à mudança de atitude. Além disso, sugerimos que esta

resistência opera através de uma aplicação tendenciosa e seletiva dos

processos pelos quais as pessoas julgam a validade das mensagens

persuasivas (por exemplo, processamento heurístico, raciocínio de atribuições,

37

processamento sistemático). Portanto, pode parecer que as atitudes anteriores

seriam um componente muito importante das teorias de mudança de atitude.

Os experimentos de persuasão raramente representam as atitudes

anteriores dos sujeitos como uma variável independente e, com exceção da

teoria de julgamento social (por exemplo, M. Sherif e Hovland, 1961), as

atitudes anteriores raramente foram enfatizadas nas teorias cognitivas de

persuasão.

Há duas literaturas que forneceram informações importantes sobre o

processamento de informação que forma a base dos efeitos conferidos à

resistência das atitudes anteriores. A primeira delas é uma literatura

relativamente ampla e variada sobre a seletividade das atitudes, um corpo de

pesquisa acumulado durante um período de 50 anos. Os pesquisadores que

efetuaram tal pesquisa exploraram a questão geral se as atitudes exercem

efeitos seletivos sobre o processamento cognitivo da informação relevante à

atitude das pessoas. A segunda literatura, que é mais recente e mais

homogênea que a primeira, examinou os efeitos do mero pensamento sobre a

mudança de atitude. A idéia geral sobre a qual a pesquisa sobre seletividade e

mero pensamento se baseou é que a atitude é uma estrutura na memória que

afeta o processamento de informação Além disso, a suposição típica desta

pesquisa é que o processamento cognitivo tendencioso das atitudes das

pessoas de uma maneira que favorece a informação congruente ou congenial

com a atitude. É claro que a resistência aos esforços de mudança de atitude

deve ser uma conseqüência de tal seletividade no processamento.

1.22 Seletividade das Atitudes

Um dos princípios mais precoces e mais duradouros na teoria

psicológica social é que a percepção e a cognição são influenciadas, não

apenas pelas características intrínsecas ou estruturais dos estímulos, mas

também pelos fatores psicológicos, tais como as expectativas, motivos, metas,

humores, atitudes e valores do receptor (por exemplo, Asch, 1946; Bruner e

38

Goodman, 1947; R. Levine, Chein e Murphy, 1942; Lewin, 1935; Murray, 1933;

M. Sherif, 1935). A idéia que as atitudes exercem efeitos seletivos em todos os

estágios do processamento de informação deriva-se desta doutrina básica, que

Bruner (1957) intitulou o “novo olhar na percepção”. Como tal, ela é uma das

mais antigas suposições na teoria de atitude (consulte Allport, 1935; Asch,

1952). De fato, uma das maiores funções pensada para as atitudes é que elas

organizam e estruturam um ambiente informacional ambíguo. Conforme Allport

(1935, p. 806) colocou, “As atitudes determinam para cada indivíduo o que ele

verá e ouvirá, o que ele pensará e o que ele fará. Emprestando uma frase de

William James, elas ‘geram significado no mundo’; elas traçam linhas sobre e

segregam um ambiente que do contrário seria caótico; elas são nossos

métodos para encontrarmos nosso caminho em um universo ambíguo.”

A literatura sobre a seletividade das atitudes pode ser dividida em três

categorias gerais: estudos que examinaram a exposição seletiva ou a atenção

seletiva, estudos que examinaram a percepção seletiva ou o julgamento

seletivo e estudos que examinaram a memória seletiva. Conforme já

mencionado, os pesquisadores da seletividade assumiram que o

processamento tendencioso da informação de atitudes das pessoas a favor de

material congruente com a atitude. Tais efeitos de congenialidade foram

principalmente atribuídos à fontes motivacionais na pesquisa sobre exposição e

atenção seletivas, enquanto que as fontes motivacional e cognitiva implicaram

na pesquisa sobre percepção, julgamento e memória seletivos.

1.23 Atenção Seletiva e Dissonância cognitiva

A idéia que as pessoas tendem a se aproximar e observar informações

que sustentam suas atitudes e crenças, mas evitam ou prestam pouca atenção

à informação conflitante pode ser reconhecida em William James (1890/ 1952)

e antes dele em Francis Bacon (1620/1960). Entre os psicólogos sociais, esta

idéia é amplamente sinônima ao nome de Leon Festinger e sua teoria de

dissonância cognitiva (Festinger, 1957, 1964b). De fato, esta teoria pode ser

creditada com a estimulação da maioria da pesquisa feita sobre exposição e

39

atenção seletivas. Essa teoria prediz que no interesse de reduzir a dissonância

e de assegurar a consonância, as pessoas buscam por informações que

apóiam suas atitudes (ou decisões) e evitam informações que desafiam suas

atitudes (ou decisões).

Consistente com a teoria de McGuire (1985, p. 259) de “sintonização

que produz exposição à comunicação” e “observando-a” como passos

separáveis em algumas versões de sua teoria de processamento de

informação de persuasão, pode ser possível examinar a exposição seletiva e a

atenção seletiva separadamente. Assim, o passo de sintonização ou exposição

é um processo ativo de atenção que envolve a busca pela informação. Este

processo é seguido por um processo de atenção que pode ser considerado

mais passivo, uma vez que as pessoas observam a informação que elas

buscaram (ou, em alguns estudos laboratoriais, que não foram capazes de

evitar). Até determinado ponto, os pesquisadores empíricos operacionalizaram

suas variáveis dependentes em caminhos que lhes permitiriam separar a

exposição e a atenção. As variáveis dependentes típicas na pesquisa

experimental sobre exposição seletiva consistiram de (a) preferências auto-

relatadas dos sujeitos para se exporem a materiais sustentadores ou não

relevantes à atitude (por exemplo, Brock, 1965a; Freedman, 1965c; D. Frey,

1982), (b) o tempo que os sujeitos levam para se comprometer em

comportamentos de exposição, tais como leitura (por exemplo, Jecker, relatado

em Festinger, 1964b; Sears e Freedman, 1965) e (c) os atos comportamentais

dos sujeitos que indicam atenção ao material (Olson e Zanna, 1979) ou seleção

dos estímulos de interferência (Brock e Balloun, 1967; Kleinhesselink e

Edwards, 1975).

Apesar das medidas de preferência cobrirem a exposição, os outros

tipos de medidas são mais fortemente ponderados em relação à atenção. Já os

esforços sistemáticos para distinguir entre exposição e atenção ainda não

apareceram na pesquisa da atitude e existe pouca evidência que as

descobertas sejam diferentes para os dois processos. Portanto, os

consideramos juntos, mas acreditamos que a distinção entre exposição e

atenção seletivas garante um exame adicional.

40

A exposição seletiva foi o tema principal do primeiro livro de Festinger

(1957) sobre a teoria de dissonância. Naquele volume, ele sustentou que a

exposição à informação é relativamente não tendenciosa antes das pessoas

terem se comprometido com uma decisão.

Após o comprometimento com uma decisão, sustentou Festinger, as

pessoas buscam por informação sustentadora de sua decisão e evitam a

informação contrária a ela.

Na visão de ênfase de Festinger sobre a seletividade pós-decisão, o

ponto principal de sua discussão sobre exposição seletiva foi algo mais estreito

que a proposição geral que as pessoas se adaptam e observam a informação

congenial de atitudes. Já as condições do limite da teoria de dissonância não

foram claras no livro de 1957. Festinger e seus colegas (por exemplo, Brehm e

Cohen, 1962) ainda não haviam confinado a dissonância à situações

envolvendo comprometimento, escolha, conseqüências adversas e as outras

condições. Portanto, a proposição mais ampla que as pessoas favorecem a

informação que concorda com suas atitudes e evitam a informação que

discorda de suas atitudes, independente de comprometimento, deve ser

considerada como consistente com o caráter geral da consideração inicial de

Festinger sobre a exposição seletiva (e sobre a dissonância, de maneira mais

geral) e certamente com outras discussões anteriores sobre a exposição

seletiva (por exemplo, Klapper, 1960).

A proposição geral que as pessoas favorecem a informação congenial

de atitudes, e a proposição mais particular que as pessoas favorecem a

informação que aumenta a consonância e reduz a dissonância foram

amplamente aceitas pelos psicólogos sociais, com base na discussão de

Festinger (1957) e em outros tratamentos anteriores. Esta crença na exposição

seletiva foi abalada pela publicação da revisão da pesquisa sobre o tópico feita

por Freedman e Sears (1965a). Estes autores fizeram uma importante distinção

entre (a) seletividade de facto na exposição e (b) seletividade produzida pela

preferência por informação sustentadora e a evitação de informação não

41

sustentadora. Seletividade de facto significa que as pessoas são mais expostas

à informação congenial de atitudes que à informação não congenial,

independente se esta seletividade é causada por sua preferência por

informação sustentadora e a evitação de informação não sustentadora. Como

muitas variáveis afetam o tipo de informação ao qual as pessoas são expostas,

o fato delas serem mais expostas à informação congenial que não congenial

não precisa ser um produto de tendências psicológicas para buscar por

informação congenial ou para evitar a informação não congenial. Ao invés

disso, a seletividade de facto pode ser um subproduto de outras tendências

psicológicas, tais como preferências por informação que pode ser facilmente

obtida ou que é útil em relação à consecução das metas. Pode acontecer da

informação passível de ser obtida e útil ser simplesmente congenial de

atitudes. Fatores ambientais, tais como até que ponto a informação congenial

ou não congenial está disponível no ambiente do indivíduo, podem também

contribuir para a seletividade de facto. Se, por exemplo, um indivíduo viver em

uma cidade na qual todos os jornais são conservadores, sua exposição maior a

editoriais conservadores que liberais refletiria um fator ambiental.

Freedman e Sears (1965a) afirmaram que a seletividade de facto é

difundida em cenários naturais. No entanto, eles concluíram que não havia

nenhuma evidência para a exposição e atenção seletivas em experimentos

laboratoriais, nos quais causas não ligadas às atitudes da seletividade de facto

foram presumivelmente controladas (mas na realidade não podem ser bem

controladas; segundo a crítica de Cotton, 1985). Apesar dos métodos

narrativos utilizados na revisão de Freedman e Sears, bem como sua falta de

atenção às condições de interação e aos possíveis problemas metodológicos

da pesquisa darem seguramente uma pausa para uma audiência moderna, os

psicólogos sociais da época acharam a revisão convincente (por exemplo,

McGuire, 1969) e muitos aceitaram a alegação que as pessoas não preferem

informação congenial, nem evitam informação não congenial. De fato, a revisão

foi tão convincente que a maioria dos pesquisadores atendeu a chamada de

Freedman e Sears para “se desviarem das questões que lidam principalmente

com a hipótese de exposição seletiva” (1965a, p. 94).

42

Este declínio no volume de pesquisas conduzidas sobre a exposição

seletiva ocorreu, apesar do fato da revisão de Freedman e Sears (1965a) ter

sido publicada muito próxima ao segundo livro de Festinger (1964b) sobre

dissonância, no qual ele esclareceu e desenvolveu suas predições para a

exposição seletiva, e relatou um padrão promissor de apoio empírico para elas.

Por exemplo, ele sustentou que as pessoas não evitariam uma informação

dissonante (e, talvez, a prefeririam) se elas previssem que tal informação seria

facilmente refutada em face de sua debilidade, da baixa credibilidade de sua

fonte ou da força da própria posição das pessoas. Ele também enfatizou que

uma informação dissonante pode, às vezes, ser útil em relação à futuras

decisões e, portanto, não evitada (e, talvez, preferida).

A recuperação do interesse na exposição seletiva foi gradual.

Subseqüente à revisão de Freedman e Sears (1965a), já aparecia um número

modesto de estudos adicionais. Uma revisão narrativa e informativa desta

literatura foi efetuada por Dieter Frey (1986), que foi um contribuinte ativo para

esta área de pesquisa (consulte também a revisão de Cotton, 1985). De acordo

com a integração de Frey desta pesquisa, a visão de Festinger (1957, 1964b)

que a exposição seletiva seria mais forte sob circunstâncias produtoras de

dissonância recebeu, de fato, apoio. Em particular, algumas das condições

necessárias para a produção dos efeitos de dissonância sobre as atitudes no

paradigma de comportamento contra-atitudes também provaram ser

determinantes dos efeitos de seletividade. Por exemplo, quando as pessoas

escolheram livremente assumir um comportamento relevante a uma atitude ou

decidir a favor de uma alternativa, é mais provável que elas procurem por

informação sustentadora (por exemplo, Cotton e Hieser, 1980; Frey e Wicklund,

1978). Foi também mostrado que o comprometimento possui um impacto

similar (Frey e Stahlberg, relatado em Frey, 1986; Schwarz, Frey e Kumpf,

1980). Também, a exposição seletiva parece estar confinada a situações nas

quais a decisão ou o comportamento do indivíduo é irreversível; com

reversibilidade, pode mesmo haver uma fraca tendência de expor um indivíduo

à informação não sustentadora (Frey, 1981b; Frey e Rosch, 1984). Consistente

com as predições de Festinger, a informação não sustentadora é, pelo menos,

tão aceitável quanto a informação sustentadora se os dois tipos de informação

43

são fracos no sentido deles serem implausíveis ou derivados de uma fonte de

baixa credibilidade; quando a informação é forte, a informação sustentadora é

preferida ao invés da não sustentadora (Frey, 1981a; Lowin, 1967, 1969;

Kleinhesselink e Edwards, 1975).

Em particular, as variáveis que moderam a exposição seletiva (por

exemplo, opção, comprometimento, reversibilidade de decisão) mostraram

efeitos mais fortes e mais consistentes sobre a busca por informação que sobre

a evitação de informação, talvez porque somente a procura por informação

pode realmente reduzir a dissonância (enquanto que a evitação de informação

pode apenas evitar o surgimento de uma nova dissonância). Finalmente, existe

evidência abundante que um número de outras tendências que não a

seletividade das atitudes também regem a exposição à informação.

Especialmente importante em relação à informação relevante à atitude é a

tendência, também observada por Festinger (1957, 1964b), em preferir uma

informação que possui grande utilidade para a realização da meta ou para

futuras decisões (por exemplo, Freedman, 1965a; Lowe e Steiner, 1968), assim

como a tendência em preferir informação não familiar (Brock, Albert e Becker,

1970; Ray, 1968; Sears, 1965).

Na pesquisa e teoria contemporâneas, a exposição seletiva a favor das

atitudes e dos comprometimentos comportamentais de um indivíduo é mais

uma vez considerada como um fenômeno genuíno, ainda que com

consideravelmente mais complexidade que originalmente acreditado. É

importante observar que, como a pesquisa anterior, a maioria da pesquisa

contemporânea responsável pela instilação desta visão contingente da

exposição seletiva foi realizada em laboratórios experimentais, sob condições

que podem tender a abafar os efeitos da seletividade. Em particular, as atitudes

e os comprometimentos comportamentais que são examinados na pesquisa

laboratorial são freqüentemente relativamente não importantes. Seria

consistente com as descobertas que apresentamos sobre a força da atitude e a

resistência à persuasão argumentar que a exposição seletiva deve ser mais

pronunciada em relação às atitudes fortes (consulte Clarke e James, 1967). O

laboratório pode fornecer um contexto pobre para o estudo da exposição

44

seletiva por outras razões, tais como: (a) a apresentação de informação

sustentadora e não sustentadora possui uma certa artificialidade quando ocorre

durante uma sessão experimental e (b) as preocupações de auto-apresentação

podem fazer com que os sujeitos pareçam menos inclinados a favor de suas

atitudes e comprometimentos que eles seriam se suas preferências por

informação não estivessem sob exame minucioso.

1.24 Percepção e Julgamento Seletivos

Atitudes podem distorcer a percepção e o julgamento dos estímulos de

atitudes, segundo a teoria de julgamento social. M. Sherif e Hovland (1961)

argumentaram que as próprias atitudes das pessoas servem como âncoras de

julgamento e que, como conseqüência, as declarações relativamente próximas

à própria atitude do indivíduo são assimiladas, enquanto que as declarações

relativamente distantes da atitude do indivíduo são contrastadas (criticadas ou

evitadas). Além disso, estas distorções de percepção foram assumidas como

influenciando o julgamento de tal maneira que as declarações que são

assimiladas são avaliadas relativamente de forma positiva (por exemplo, como

justas e não tendenciosas), ao passo que as que são contrastadas são

avaliadas relativamente de forma negativa (por exemplo, como injustas e

tendenciosas). Assim, através do mecanismo de percepção de asssimilação-

contraste, as atitudes das pessoas devem exercer uma predisposição de

congenialidade na percepção e no julgamento, ou seja, a informação

congruente com a atitude deve ser percebida e avaliada mais positivamente

que a informação incongruente com a atitude. É claro que fatores

motivacionais, tal como a necessidade de manter a consistência cognitiva,

podem também ser responsáveis pela seletividade no julgamento e, assim,

tornar as pessoas mais críticas para informação que contraria ao invés de

informação que confirma suas atitudes anteriores. Conforme mencionamos no

Festinger (1957) enfatizou que uma exposição forçada à informação não

congenial de atitudes seria contrariada pela percepção e avaliação

tendenciosas da informação, respostas que ele caracterizou como “rápidos

45

processos defensivos que previnem que a nova cognição seja firmemente

estabelecida” (p. 137).

Como é possível distinguir entre exposição e atenção, nós podemos

distinguir entre percepção e julgamento dos estímulos relevantes à atitude. A

percepção diz respeito à codificação da informação, um processo construtivo

que encerra a designação de significado aos estímulos. O termo julgamento

pertence ao esboço de conclusões sobre o significado avaliativo da informação

ou sua relevância para as metas de um indivíduo.

Várias interpretações teóricas e críticas metodológicas foram dadas em

relação às demonstrações do impacto das atitudes sobre a percepção e o

julgamento. Em particular, o estado de assimilação e de contraste como efeitos

de percepção foi posto em dúvida pelo criticismo, afirmando que os efeitos

meramente refletem o impacto das próprias atitudes dos sujeitos em sua

utilização da escala de resposta que eles têm disponível para classificar as

declarações de atitudes. A visão assim oferecida foi que as descobertas

interpretadas como evidência para assimilação e contraste não representavam

as diferenças verdadeiras em como os sujeitos percebiam os estímulos

(Upshaw, 1969).

As discussões mais recentes, que levam em consideração uma grande

variedade de problemas metodológicos, sugerem que a assimilação e o

contraste são, pelo menos, em algum ponto, um fenômeno de percepção em

contextos de atitudes (Dawes et al., 1972; Judd, Kenny e Rosnick, 1983;

Romer). No entanto, mesmo quando a assimilação e o contraste são

considerados efeitos de percepção, sua interpretação adequada continua

sendo um problema.

Na tradição teórica da teoria de julgamento social, o contraste tem sido

normalmente visualizado como um esforço motivado para reduzir o impacto

persuasivo de informação que é discrepante das próprias atitudes do indivíduo

(Manis, 1961a, 1961b). Assim, as pessoas que contrastam a informação

discrepante de suas próprias atitudes transmitem um julgamento de valor sobre

46

esta informação pela visualização dela como muito extrema para receber uma

consideração séria. De fato, conforme Sherif e Hovland (1961) demonstraram,

a informação que é contrastada é também avaliada como propagandista e

injusta, e o contraste e estas reações de avaliação negativa são mais

pronunciados, considerando que os receptores da mensagem são altamente

envolvidos com o ego no tópico da comunicação. Uma importante alegação

dos teóricos do julgamento social é que estas respostas de percepção e

julgamento formam a base da resistência dos receptores da mensagem à

comunicações persuasivas que são altamente divergentes de suas próprias

atitudes.

A idéia que os receptores da mensagem avaliam negativamente as

comunicações discrepantes recebeu apoio em outros contextos.

Especificamente, estudos de persuasão utilizando a metodologia de registro de

pensamento mostraram que os sujeitos relacionam mais contra-argumentos

para mensagens contra-atitudes que para mensagens pró-atitudes (Cacioppo e

Petty, 1979b; Petty e Cacioppo, 1979b).

1.25 Memória Seletiva

Consistente com o impacto presumido das atitudes na exposição,

percepção e julgamento, também se pensou que elas afetam a memória. A

maioria dos pesquisadores que investigaram a relação entre atitude e memória

o fizeram apresentando aos sujeitos informação que era, de uma maneira

avaliativa, congruente ou incongruente com suas atitudes anteriores e, em

seguida, testando as habilidades dos sujeitos para recordar ou reconhecer esta

informação. Quase todos estes experimentos procuraram demonstrar que a

informação congruente com a atitude é mais memorável.

Este foco na verificação de uma predisposição de congenialidade na

memória não é surpreendente dada a variedade de mecanismos psicológicos

que podem produzir tal efeito. Considerando que as pessoas observam

seletivamente a informação congruente com a atitude, uma memória maior

47

deve resultar para tal informação. A informação incongruente com a atitude

pode, contudo, ser mais difícil de lembrar. Alinhada com as visões de Freud

(1946) sobre repressão, tal informação pode ser suprimida da consciência por

causa de seu inerente desagrado. Alternativamente, as pessoas podem

esquecer e, talvez, cognitivamente distorcer a informação discrepante da

atitude ao longo do tempo como um meio de reduzir a dissonância que a

exposição a tal informação presumivelmente incita (Festinger, 1957). A

informação discrepante pode também ser menos memorável por razões

puramente cognitivas. A informação incongruente com a atitude pode ser mais

difícil de ser recuperada da memória por se conformar menos, ou estar menos

fortemente ligada, ao conhecimento armazenado anteriormente sobre o objeto

de atitude. Visões reconstrutivas da memória (por exemplo, F. C. Bartlett, 1932)

sugerem que quando as pessoas são chamadas a lembrar de informação

relevante de atitudes, suas atitudes (como outro conhecimento armazenado)

podem ser utilizadas para reconstruir o que elas viram, ouviram ou fizeram. Em

outras palavras, as atitudes podem predispor a memória servindo como

sugestões para recuperação. Como conseqüência desta influência

reconstrutiva, a informação congruente com a atitude deve, com o passar do

tempo, se tornar de modo crescente mais provável de ser recordada ou

reconhecida que a informação incongruente com a atitude.

Geralmente, os estudos apoiaram uma predisposição da congenialidade

de atitudes na memória (por exemplo, Edwards, 1941; J. M. Levine e Murphy,

1943; Postman e Murphy, 1943; Watson e Hartmann, 1939).

Inúmeras reproduções conceituais do efeito da congenialidade de

atitudes foram relatadas durante os anos 50, apesar das descobertas serem

freqüentemente fracas e não totalmente consistentes em estudos (por exemplo,

Alper e Korchin, 1952; Doob, 1953; Garber, 1955; Gilkinson, Paulson e

Sekkink, 1953; Taft, 1954). Mais notável entre esta segunda onda de

experimentos foram as demonstrações de Edward E. Jones que o efeito da

congenialidade pode ser revertido em determinadas circunstâncias. Assim,

Jones e Aneshansel (1956) verificaram que a informação incongruente com a

atitude foi melhor relembrada entre sujeitos que acreditavam que tal informação

48

lhes seria útil em uma tarefa subseqüente de contra-argumentação. Entre os

sujeitos que não sabiam desta segunda tarefa, a informação congruente com a

atitude foi melhor relembrada, ainda que não tão significativamente. Em um

estudo subseqüente, Jones e Kohler (1958) inferiram que argumentos

implausíveis (isto é, fracos, inacreditáveis) que apóiam a atitude de um

indivíduo não são realmente congeniais, enquanto que argumentos

implausíveis que se opõem à posição do indivíduo o são. De acordo com este

raciocínio, sua recordação de dados produziu o efeito de congenialidade

“padrão” somente em relação ao material plausível (isto é, forte). Dada a

informação implausível, os sujeitos recordaram mais os argumentos oponentes

que os sustentadores.

A quantidade torrencial de estudos publicados durante os anos 60 falhou

em revelar qualquer efeito confiável da atitude sobre a memória (por exemplo,

Brigham e Cook, 1969; Fitzgerald e Ausubel, 1963; A. G. Greenwald e

Sakumura, 1967; Waly e Cook, 1966). Estes resultados nulos foram

acompanhados pela percepção que muitos estudos anteriores, na melhor das

hipóteses, produziram efeitos frágeis e pela expressão das dúvidas a respeito

do rigor metodológico da literatura anterior sobre memória de atitudes (consulte

A. G. Greenwald, 1975a; A. G. Greenwald e Sakumura, 1967). Outros inúmeros

conjuntos de dados provaram ser ambíguos (por exemplo, Malpass, 1969; S. S.

Smith e Jamieson, 1972). Estes eventos provaram ser mais do que suficientes

para convencer a maioria dos investigadores e escritores dos anos 70 que as

atitudes das pessoas exercem pouco, ou nehum, impacto sobre sua memória

para a informação relevante às atitudes (por exemplo, Fishbein e Ajzen, 1972;

Freedman, Carlsmith e Sears, 1978; D. J. Schneider, 1976). Por exemplo,

Anthony Greenwald (1975a; Greenwald e Sakumura, 1967) descreveu a

literatura acumulada como consistindo de umas poucas confirmações

metodologicamente suspeitas do efeito da congenialidade de atitudes e de um

grande número de falhas metodologicamente rigorosas para reproduzir o

fenômeno.

Apesar das críticas, tal como a pesquisa de Greenwald interessada na

relação entre atitude e memória, um número modesto de experimentos

49

adicionais se acumulou ao longo das duas últimas décadas. J. V. Roberts

(1985) conduziu uma revisão meta-analítica da literatura. O efeito da

congenialidade que Roberts observou era pequeno em magnitude, mas

significativo. Assim, concluiu que ele era um fenômeno confiável, ainda que

não particularmente forte. Uma análise secundária levou Roberts a concluir

adicionalmente que a atenção seletiva não era relativamente importante na

consideração para os efeitos de congenialidade, enquanto que os processos de

recuperação e reconstrutivo eram importantes. Se a atenção seletiva fosse

importante, pensou Roberts, o tamanho do efeito de congenialidade (a) deveria

ser tão grande em contextos nos quais testes de memória imediata são

administrados quanto em contextos nos quais testes tardios são administrados,

mas (b) deveria ser muito menor em contextos de aprendizagem intencional

nos quais sujeitos são advertidos que suas memórias serão testadas que em

contextos de aprendizagem incidental nos quais sujeitos não são tão

explicitamente advertidos. No entanto, contrário a este raciocínio, o tamanho do

efeito de congenialidade provou ser significativamente maior nos contextos de

memória tardia (vs. imediata) e não foi menor nos contextos de aprendizagem

intencional (vs. incidental).

Apesar da meta-análise de Roberts (1985) fornecer uma correção

necessária para as conclusões anteriores excessivamente pessimistas sobre a

relação atitude-memória, seu valor é algo limitado (consulte também B. T.

Johnson, 1991). Primeiro, sua conclusão que a atenção seletiva tem pouca

função na consideração para os efeitos da memória de atitude é, no melhor,

prematura. Apesar de concordarmos que a relação positiva que Roberts

observou entre o tamanho do efeito de congenialidade e o comprimento do

intervalo entre a exposição e a avaliação fornece evidência sugestiva que os

mecanismos de recuperação e reconstrutivo possuem uma função na produção

dos efeitos de memória, esta descoberta não elimina uma função para a

atenção seletiva. Posto simplesmente, qualquer efeito de memória que resulta

de diferenças de atenção deve aumentar com o passar do tempo e não

permanecer o mesmo, conforme Roberts concluiu. O contraste de Roberts

entre contextos de aprendizagem incidental e intencional é diagnóstico da

função exercida pela atenção seletiva somente no ponto em que os contextos

50

incidentais verdadeiramente não constrangem a atenção dos sujeitos para a

informação de atitudes. Já os contextos de aprendizagem incidental na

literatura sobre memória de atitude muito supostamente não satisfazem este

critério conceitual; em alguns estudos, os sujeitos são convidados a prestarem

atenção estrita a materiais de estímulos e, em outros, a fazerem julgamentos

que necessitariam de uma cuidadosa atenção (Chaiken, 1984).

A segunda limitação mais crítica da meta-análise de Roberts (1985) é

que ela não foi designada para explorar complexidades na literatura da

memória de atitude. Mais notavelmente, ela não investigou outras variáveis que

o apenas “contexto de aprendizagem” e o atraso da medida que pode afetar a

magnitude e, mais importante, a direção (isto é, positiva vs. negativa) dos

efeitos da memória de atitude. De fato, um número relativamente grande de

estudos na literatura obteve efeitos de incongruência, ocasionalmente em uma

base geral (por exemplo, Cacioppo e Petty, 1979b), mas, mais tipicamente sob

determinadas circunstâncias ou para determinados tipos de sujeitos (por

exemplo, E. E. Jones e Aneshansel, 1956; J. T. Johnson e Judd, 1983; Kleck e

Wheaton, 1967; Malpass, 1969; Zanna e Olson, 1982; Spiro e Sherif, 1975).

Por exemplo, enquanto sujeitos de mente fechada e repressores

manifestaram uma melhor recordação para informação congruente com a

atitude, sujeitos de mente aberta e sensibilizadores exibiram uma melhor

recordação para informação incongruente (Kleck e Wheaton, 1967; Zanna e

Olson, 1982). Em uma demonstração mais recente que as diferenças

individuais importam nesta literatura, Chaiken e colegas obtiveram um efeito de

incongruência entre sujeitos cujas atitudes em relação à pena de morte eram

altas em consistência cognitiva-avaliativa e um efeito de congruência entre

sujeitos cujas atitudes eram baixas em consistência cognitiva-avaliativa.

Uma atenção diferencial e um processamento elaborador fornecem uma

interpretação plausível para estas descobertas de diferenças individuais.

Consistente com a lógica da atenção seletiva tradicional, algumas pessoas

podem lidar com a informação discrepante da atitude ignorando-a; como a

informação congruente com a atitude receberia, portanto, mais atenção, ela

51

seria mais memorável. No entanto, outras pessoas podem lidar com a

informação discrepante de maneira mais ativa, observando-a e tentando refutá-

la; como a informação congruente com a atitude receberia, portanto, menos

atenção, ela seria menos memorável. Tal estilo de processamento motivado

pela defesa pode ser incitado por outros fatores de diferenças individuais (por

exemplo, envolvimento do ego, comprometimento; George, 1979; Spiro e

Sherif, 1975), assim como por determinadas variáveis de situação (por

exemplo, ameaças à liberdade de atitude). É provável, por exemplo, que o

processamento defensivo produziu o efeito de incongruência que Cacioppo e

Petty (1979b) observaram. Seus sujeitos foram expostos a um conjunto de

argumentos persuasivos no contexto de uma mensagem que era descrita como

pró-atitudes ou contra-atitudes. Apesar de todos os sujeitos serem, assim,

expostos aos argumentos idênticos, a recordação dos argumentos e a

freqüência de contra-argumentação foram significativamente mais altas entre

os sujeitos expostos à mensagem rotulada como contra-atitudes.

O processamento motivado pela defesa e sua conseqüência, atenção

aumentada e elaboração de informação incongruente, não foram enfatizados

na pesquisa passada da memória de atitude. Como tal processamento deve

funcionar para minimizar a probabilidade de observação da predisposição

clássica de congenialidade de atitude na memória ou para reverter esta

predisposição, deve ser ainda pesquisado, para a exploração das variáveis que

nutrem este tipo de processamento. É claro que a atenção maior à informação

incongruente com a atitude nem sempre precisa refletir um desejo para

defender as atitudes de um indivíduo. Conforme sugerido pela pesquisa da

exposição seletiva, as pessoas podem, às vezes, observar mais a informação

incongruente por tal material possuir maior valor informativo ou utilitário que a

informação congruente. A demonstração de E. E. Jones e Aneschansel (1956)

que um efeito de incongruência obtido entre sujeitos que se beneficiaram de

estudar declarações de crenças discrepantes das atitudes é facilmente

compreendida nestes termos. A função da utilidade da informação e, talvez, de

outros fatores que influenciam a atenção, também merece um exame

minucioso em pesquisas subseqüentes.

52

Apesar dos mecanismos de codificação terem claramente uma função

na produção dos efeitos da memória de atitude, também os tem os

mecanismos de recuperação e reconstrutivo. A importância teórica dos

processos posteriores foi amplamente reconhecida, mas poucos estudos lhe

deram muita atenção empírica (por exemplo, George, 1979; Pratkanis, 1989;

Read e Rosson, 1982). Entre os estudos mostrando que as atitudes exercem

uma predisposição à congenialidade na recuperação de informação da

memória encontra-se uma série de experimentos feitos por Michael Ross e

seus colegas (por exemplo, Conway e Ross, 1984; Lydon, Zanna e Ross, 1988;

M. Ross, McFarland e Fletcher, 1981; consulte M. Ross, 1989). Nesta

pesquisa, os sujeitos foram expostos a algum tratamento (por exemplo, uma

mensagem persuasiva) projetado para mudar suas atitudes e, posteriormente,

lhes foi solicitado relacionar comportamentos ou crenças, passados, sobre o

objeto da atitude. Consistente com a hipótese de recuperação seletiva dos

pesquisadores, a informação relevante à atitude que os sujeitos relacionaram

era mais congruente com suas atitudes mudadas que com suas atitudes

anteriores. As implicações desta pesquisa para a relação entre atitude e

memória são diretas: apesar das informações congruente e incongruente

poderem ser armazenadas na memória, a informação congruente tem mais

possibilidade de ser recuperada, particularmente quando a memória é avaliada

após um atraso temporal. O trabalho de Ross e seus colegas sugere

adicionalmente que, pelo menos, alguma porção de informação “recuperada”

da memória nunca foi, na realidade, realmente armazenada. Ao invés disso, ela

foi construída pelos sujeitos na base de suas atitudes e suas teorias implícitas

que crenças e comportamentos são tipicamente congruentes com as atitudes

das pessoas (consulte M. Ross, 1989). Já a maioria da pesquisa sobre a

memória de atitude foi pobremente projetada para detectar a operação dos

processos reconstrutivos, pois a ampla maioria dos estudos se ateve

exclusivamente nas medidas da memória que cobrem somente a quantidade

de recordação precisa dos sujeitos de informação apresentada anteriormente

(para obter exceções, consulte George, 1979; Read e Rosson, 1982).

Os efeitos da memória de atitude também são dependentes da natureza

do conhecimento pré-existente das pessoas sobre os objetos da atitude.

53

Considerando que este conhecimento tende para ser unipolar em termos de

natureza, ou seja, congruente de maneira avaliativa com as atitudes das

pessoas (Feather, 1969), os efeitos de congruência são relativamente

prováveis de serem observados, particularmente como memória verídica para

os desgastes da informação apresentada (consulte Pratkanis, 1989). Já

considerando que os pontos de vista de atitudes sustentador e oposto são

representados na memória (ou seja, um esquema bipolar de atitude), nem a

informação congruente nem a incongruente podem ter uma vantagem

memorial. Ao invés disso, conforme sugerido por vários estudos, a informação

extrema de atitudes pode ser melhor recordada que a informação moderada de

atitudes, independente de sua congruência (por exemplo, Judd e Kulik, 1980;

Postman e Murphy, 1943; Pratkanis, 1989). Assim, para prever se a informação

congruente, incongruente ou extrema será melhor relembrada, também será

importante para a pesquisa futura tratar mais sistematicamente a natureza do

conhecimento armazenado relevante à atitudes. A idéia que as atitudes em

relação a assuntos controversos e as atitudes assumidas por ativistas são

possíveis de serem associadas com representações bipolares do

conhecimento que com unipolares implica que os efeitos de extremidade da

atitude são mais possíveis de serem obtidos para tais assuntos e tais pessoas.

Finalmente, a magnitude da relação entre atitude e memória também é, sem

dúvida, influenciada pela acessibilidade das atitudes e do conhecimento,

anteriores, das pessoas. Isto significa que somente quando ativadas pode-se

esperar que tais estruturas influenciem o processamento cognitivo e, portanto,

a memória. Conforme sugerido pelas descobertas de julgamento seletivo de

Houston e Fazio (1989), os efeitos das atitudes na memória devem se provar

maiores para as pessoas que possuem atitudes acessíveis fortes. Do mesmo

modo, os fatores situacionais que influenciam a ativação devem também

influenciar a magnitude dos efeitos atitude-memória. Consistente com esta

expectativa, Chaiken relatou efeitos significativos da atitude sobre a memória

quando sujeitos foram instruídos a classificar sua concordância com um

conjunto de declarações de crenças, mas não os relatou quando sujeitos foram

instruídos a classificar sua familiaridade com estas declarações.

54

Presumivelmente, a tarefa de concordância serviu para ativar as atitudes

anteriores dos sujeitos. Estes resultados sugerem que os pesquisadores

futuros devem, no mínimo, prestar tanta atenção ao “pretexto” que eles utilizam

para expor sujeitos a estímulos de atitudes quanto a outros aspectos de seus

projetos experimentais.

Se a atitude é uma estrutura importante na memória – uma estrutura que

freqüentemente é acessível – ela deve de fato influenciar a exposição e a

atenção, a percepção e o julgamento, e a memória. No entanto, o fato das

descobertas dos pesquisadores não terem mostrado tendências simples e

invariáveis de congenialidade requer que os teóricos se tornem mais

sofisticados a respeito de quais descobertas devem ser reveladas, dadas as

várias expectativas teóricas. É especialmente importante para os

pesquisadores de atitude considerar outras tendências psicológicas além das

atitudes – por exemplo, uma tendência em preferir informação útil e em

processá-la cuidadosa e sistematicamente. E é igualmente importante

considerar as demandas e as limitações dos métodos típicos de pesquisa

laboratorial. Depois que estes e outros fatores forem levados em consideração,

deve ser possível partilhar influências das atitudes sobre o processamento de

informação.

1.26 Pensamento e a Polarização de Atitudes

Simplesmente pensar sobre a atitude de um indivíduo freqüentemente

torna-a mais extrema. Esta importante descoberta foi primeiramente produzida

na pesquisa feita por Abraham Tesser (1978).

Tesser concluiu que este efeito de polarização foi mediado por

mudanças cognitivas que ocorreram durante o pensamento. Quando as

pessoas pensam sobre objetos de atitude, elas tendem a produzir crenças que

são consistentes, em termos avaliativos, com suas atitudes anteriores. Esta

suposição de pressão em relação à consistência avaliativa acompanha as

teorias de consistência cognitiva, tal como a teoria de equilíbrio, que sustentam

55

que as pessoas preferem que cognições associadas sejam consistentes em

termos avaliativo. Portanto, as pessoas tenderiam a produzir novas crenças

consistentes com suas atitudes e suprimiriam ou refutariam crenças

inconsistentes. Esta tendência de crenças se tornarem progressivamente mais

consistentes com a avaliação geral do indivíduo deve levar a uma atitude mais

polarizada.

Esta teoria sobre os processos cognitivos que podem ser considerados

para a polarização levou Tesser a pensar que manter uma quantidade

relativamente grande de conhecimento a respeito de um objeto de atitude deve

facilitar a produção de pensamentos consistentes sobre ele, assim como a

refutação de pensamentos inconsistentes. Assim, a polarização deve ser mais

pronunciada quando as pessoas são instruídas a respeito dos objetos de

atitude nos quais elas pensam. A ênfase de Tesser nos processos de

pensamento construtivo que mediam os efeitos de polarização está,

obviamente, em harmonia completa com a visão de resposta cognitiva da

persuasão baseada em mensagem. Portanto, as medidas de registro de

pensamento e as metodologias relacionadas devem ser informativas sobre os

detalhes dos processos que mediam a polarização. De fato, Tesser e outros

tentaram gerar tal evidência para os processos mediadores (consulte Tesser,

1978; consulte também Chaiken e Yates, 1985; Liberman e Chaiken, 1991).

O raciocínio de Tesser sobre as causas da polarização de atitudes

sugere que o fenômeno ocorreria apenas para algumas pessoas e somente

sob algumas circunstâncias. Uma atenção especial deve ser dada para se

compreender estas condições limitativas em vista da evidência de Tesser

(1978) que muitas atitudes não polarizam como uma conseqüência do

pensamento. De fato, menos de 50% das atitudes se tornaram mais

polarizadas, mesmo em condições experimentais produzindo polarização

máxima; as atitudes restantes permaneceram as mesmas ou despolarizaram

Já a porcentagem de atitudes polarizando foi muito menor em condições

de sem pensamento ou de distração. Assim, o pensamento produz uma

tendência geral em direção à polarização, mas o fenômeno está longe de ser

uniforme através das atitudes e dos sujeitos.

56

Em uma contribuição para a compreensão dos limites que a estrutura da

atitude impõe sobre a polarização induzida pelo pensamento, Chaiken e Yates

(1985) verificaram uma maior polarização nos problemas sociais da pena de

morte e da censura, considerando que os sujeitos eram altos em consistência

cognitiva-avaliativa, uma das variáveis da força da atitude que nós implicamos

em relação à resistência de atitudes. De maneira não surpreendente, relembrar

de crenças que são consistentes, em termos avaliativos, com a atitude do

indivíduo polariza a atitude, mas crenças inconsistentes não possuem este

efeito. Em adição, Liberman e Chaiken (191) mostraram que sujeitos não

polarizaram sobre um problema de política pública quando seus valores

relevantes ao problema eram conflitantes.

Complementando a proposição que a estrutura da atitude impõe

restrições na polarização, as restrições situacionais podem motivar ou abafar a

polarização. Por exemplo, Millar e Tesser (1986b) pensaram que o

comprometimento com a atitude inicial do indivíduo favoreceria a polarização,

pois ele levaria à tentativas para justificar a atitude (consulte a discussão

anterior sobre comprometimento). De fato, a polarização foi aumentada pelo

comprometimento dos sujeitos com suas atitudes através da instrução de que

suas atitudes estavam sob escrutínio e que seriam comparadas com suas

atitudes subseqüentes. Descobertas adicionais sugeriram que esta relação foi

mediada por uma tendência do comprometimento fazer com que crenças se

tornem mais intercorrelacionadas e, portanto, mais redundantes em termos

avaliativos. Já o comprometimento não parece ser uma condição necessária

para a polarização e é inteiramente possível que outras restrições induzidas

por situações abafem a polarização ou até causem moderação.

Em uma literatura relacionada, também investigando as restrições

induzidas por situações, os pesquisadores examinaram os efeitos das atitudes

de um indivíduo na expectativa de ser exposto a uma pessoa cujas crenças

diferem das suas. Neste contexto, a moderação e a polarização foram

observadas (consulte Cialdini e Petty, 1981). Apesar dos pesquisadores terem

sugerido que estas trocas são manobras tipicamente estratégicas que

alcançam as metas de auto-apresentação, sendo, portanto, efêmeras, tais

57

mudanças mostraram se tornar mais duradouras, considerando que elas foram

acompanhadas por uma repetição de pensamentos que apóiam a atitude

mudada (por exemplo, Cialdini, Levy, Herman, Kozlowski e Petty, 1976;

Fitzpatrick e Eagly, 1981). De maneira similar, Tetlock (1983a) mostrou que

manter sujeitos na expectativa de justificarem suas atitudes para uma platéia

pode criar moderação ou polarização, dependendo da posição prevista das

atitudes que a platéia possui. De uma maneira mais generalizada, ao invés de

polarizar como um produto do pensamento sobre as próprias atitudes de um

indivíduo, as pessoas podem moderar suas atitudes, presumivelmente porque

elas previram uma situação na qual uma atitude relativamente neutra pode ser

vantajosa. Sob tais circunstâncias, elas provavelmente repetem pensamentos

menos extremos que sua própria atitude. Um pensamento direcionado pode,

assim, causar a despolarização da atitude, ainda que um “mero pensamento”

geralmente produz polarização.

Em geral, a polarização de atitudes parece ocorrer se for permitido às

pessoas pensarem a respeito de um objeto de atitude de uma maneira

relativamente irrestrita, desde que suas atitudes em relação ao objeto sejam

acompanhadas por uma estrutura de crenças que é, pelo menos,

moderadamente elaborada e consistente com sua avaliação geral. Nos

cenários de persuasão, este efeito pareceria favorecer a resistência à

persuasão por fazer com que as atitudes das pessoas fiquem mais distantes de

posições alternativas sobre assuntos, uma condição que a teoria de julgamento

social sugere aumentaria a probabilidade destas posições caírem na latitude de

rejeição. Portanto, se dois oponentes sobre um assunto se comprometem a

pensar sobre ele, seu encontro subseqüente pode ser mais controverso que o

seria de outra maneira. Agora, antes de generalizar a respeito da polarização

do pensamento em cenários naturais, é sensato manter em mente o ponto que

já apresentamos sobre a possível sensibilidade do pensamento das pessoas a

uma variedade de pressões situacionais. Apesar de tudo, as pessoas

geralmente não se comprometem com o “mero pensamento” da maneira que o

fazem nos experimentos de polarização. Ao invés, elas pensam com um

propósito e este propósito pode freqüentemente restringir seus pensamentos.

58

1.27 Teorias da Persistência de Atitudes Mudadas

Há evidências que a mudança de atitude induzida por mensagens

persuasivas e outros estímulos decai com o passar do tempo, à medida que as

atitudes gravitam em direção às posições mantidas antes da mudança ter sido

induzida (T. D. Cook e Flay, 1978). Esta ampla e plausível generalização sobre

a persistência possui apenas uma base empírica fraca, pois a inclusão de

medidas tardias foi um evento raro em quase todas as tradições de pesquisa

sobre mudança de atitude. Mesmo quando a pesquisa se refere diretamente a

teorias que incluem predições sobre persistência temporal, as medidas tardias

que permitiriam que estas predições fossem testadas são normalmente

omitidas. No entanto, existem duas literaturas de pesquisa nas quais a

persistência foi sistematicamente explorada. Estas duas literaturas dizem

respeito à interferência associativa e ao efeito dorminhoco.

A pesquisa sobre a interferência associativa e o efeito dorminhoco

invoca idéias sobre ligações (articulações) cognitivas com o objetivo de explicar

a persistência. Apesar da idéia que as atitudes estão cognitivamente

encaixadas em estruturas maiores também ter sido importante na

compreensão da resistência, as idéias diferentes sobre as ligações cognitivas

são tão relevantes quanto para a persistência temporal das atitudes mudadas.

Na pesquisa sobre a interferência associativa, a noção principal é que as

memórias das pessoas para certas atitudes podem interferir em suas memórias

para outras atitudes ou se tornarem confusas. Na pesquisa sobre o efeito

dorminhoco, a idéia central é que sugestões positivas ou negativas anexas às

memórias do conteúdo da mensagem podem delas se dissociar com o passar

do tempo.

1.28 Interferência Associativa

O conceito de interferência associativa, que se refere à facilidade com a

qual as cognições são confundidas na memória, foi aplicado por Anthony

Greenwald para compreender a persistência de atitudes mudadas (por

59

exemplo, Baumgardner, Leippe, Ronis e Greenwald, 1983; Leippe, Greenwald

e Baumgardner, 1982). Para compreender esta teoria de persistência das

atitudes, deve-se recordar que nos anos 50 e 60 os pesquisadores envolvidos

com o campo então conhecido como aprendizagem verbal formularam teorias

de esquecimento que invocavam a idéia que esquecer pode ser explicado

assumindo-se vários efeitos de interferência (por exemplo, Postman, Stark e

Fraser, 1968; Underwood, 1957). Ao invés de pensarem sobre o esquecimento

explicado como a decadência ou deterioração de traços da memória, estes

psicólogos tipicamente visualizavam as memórias como permanentemente

armazenadas. De sua perspectiva, a razão da dificuldade de se recuperar as

memórias foi assumida como interferência de outras memórias.

Os experimentos nesta tradição focaram os fenômenos conhecidos

como interferência pró-ativa e interferência retroativa (reativa) (consulte W. C.

Gordon, 1989, para a revisão). A interferência pró-ativa se refere ao

rompimento de memórias formadas em um ponto no tempo por memórias que

foram formadas anteriormente. Em oposição, a interferência retroativa se refere

ao rompimento de memórias formadas anteriormente por memórias formadas

em um ponto posterior no tempo.

Considerando que a aprendizagem e a memória mediam as atitudes, o

paradigma de aprendizagem verbal, com seus experimentos de pares

associados e ênfase em conceitos, como interferência e transferência, pode

bem ter implicações para a persistência das atitudes ao longo do tempo., como

um item de par associado foi assumido para estabelecer uma associação entre

uma palavra de estímulo e uma palavra de resposta.

Em geral, os efeitos da interferência associativa produzidos pelo grupo

de pesquisa de Greenwald forneceram demonstrações convincentes que a taxa

na qual a persuasão decai depende do contexto no qual as mensagens são

apresentadas. Os aspectos particulares do contexto explorado nesta pesquisa

são a similaridade das posições que as mensagens defendem e a similaridade

do domínio de conteúdo das mensagens. No entanto, o termo interferência

associativa fornece principalmente uma descrição de uma classe de

60

fenômenos ao invés de uma teoria psicológica detalhada sobre os processos

que formam a base destes efeitos. Por exemplo, conforme Leippe et al. (1982)

reconheceram, suas descobertas de confusão de contexto não indicam a

natureza exata do processo de interferência implicado (por exemplo, falhas de

discriminação dos estímulos ou da aprendizagem associativa; competição entre

conjuntos de respostas diferentes). De fato, os fenômenos de pares análogos

associados, que foram amplamente estudados pelos pesquisadores da

aprendizagem verbal, geraram um debate considerável sobre as explicações

teóricas corretas (consulte W. C. Gordon, 1989). No entanto, estes

desenvolvimentos teóricos foram importantes nas primeiras décadas,

declinando o interesse neles nos anos 70 e 80. Apesar da idéia de interferência

associativa não ter sido descartada do pensamento contemporâneo, ela

passou a ser considerada principalmente como uma classe de dificuldades

complexamente determinadas que as pessoas experimentam na recuperação

de memórias.

1.29 Sugestões Desconsideráveis e Pesquisa sobre o Efeito Dorminhoco

Um dos fenômenos empíricos mais conhecidos na pesquisa de

persuasão é um aumento tardio na quantidade de mudança de atitude induzida

por uma mensagem, uma descoberta cognominada por Hovland, Lumsdaine e

Sheffield (1949) de efeito dorminhoco. Quando um efeito dorminhoco ocorre, a

mudança medida imediatamente após uma mensagem é menor que a

mudança medida algum tempo depois, como se a mensagem tivesse ficado

dormente por algum tempo nas mentes das pessoas, até seu impacto total ser

desencadeado. Assim, os efeitos dorminhoco são o oposto da tendência mais

típica da persuasão decair com o passar do tempo.

Apesar do efeito dorminhoco ter chamado a atenção principalmente

como um fenômeno empírico intrigante e algo contra-intuitivo, um princípio

teórico particular foi freqüentemente invocado para explicá-lo. Este princípio

reflete a mesma tradição associacionista que forma a base do trabalho que já

revisamos sobre interferência associativa. No entanto, o princípio invocado

61

para explicar o efeito dorminhoco é a dissociação de traços da memória ao

invés da interferência associativa entre eles: uma sugestão de persuasão

avaliada desfavoravelmente (por exemplo, uma fonte negativa) que foi

inicialmente associada com a mensagem presumivelmente se dissocia dela

com o passar do tempo (Hovland et al., 1953). Esta sugestão negativa,

genericamente conhecida como uma sugestão desconsiderável, é definida

como uma característica da situação persuasiva que os receptores associam

com a mensagem e que faz com que eles a desconsiderem, ou seja, interpretar

a mensagem como menos válida que de outra maneira o seria. Uma

dissociação entre a mensagem e esta sugestão desconsiderável (isto é, um

esquecimento da ligação) é assumida para permitir que a persuasiva inerente

da mensagem apareça. A tendência resultante do impacto sobre a mensagem

aumentar com o passar do tempo contrasta com a tendência

consideravelmente mais comum para a persuasiva das mensagens se dissipar

com o passar do tempo ( T. D. Cook e Flay, 1978).

Cook, Gruder e colegas argumentaram que a hipótese da sugestão

desconsiderável implicava que certas condições são necessárias para produzir

um efeito dorminhoco. Primeiramente, a própria mensagem deve ser

persuasiva, ou seja, possuir um impacto significativo sobre as atitudes. Sem a

observação desta condição, não existe nenhuma possibilidade para a sugestão

desconsiderável abafar o impacto da mensagem e para a subseqüente

dissociação produzir uma recuperação do impacto. Segundo, a sugestão

desconsiderável deve possuir um impacto imediato forte o suficiente para inibir

a mudança de atitude que a mensagem, do contrário, produziria. Terceiro,

tempo suficiente deve decorrer antes do pós-teste tardio para que a sugestão

desconsiderável e a mensagem se dissociem. Quarto, o impacto da própria

mensagem não deve ter decaído tanto na época do pós-teste tardio que a

restauração do impacto da mensagem na condição da sugestão

desconsiderável revelasse pouco ganho em relação à mudança inibida

mostrada imediatamente após a mensagem. Esta quarta condição reconhece

que o curso temporal usual da persuasão induzida por mensagem é declinar.

62

Portanto, a dissociação da sugestão e da mensagem deve ocorrer

rápido o suficiente para que a própria mensagem ainda tenha algum impacto

residual após a dissociação ter ocorrido. Além disso, o pós-teste tardio deve

ocorrer no tempo preciso quando dissociação suficiente, mas não muita queda

do impacto da mensagem, ocorrer. Dada a complexidade (e a sensatez

manifesta) destes requerimentos para a obtenção de um efeito dorminhoco, a

dificuldade de se obter um efeito confiável é compreensível.

A teoria de queda diferencial do efeito dorminhoco, que se baseia em

princípios de esquecimento, precisa de mais comprovação antes de poder ser

considerada como possuindo um forte apoio.As teorias de esquecimento do

impacto da mensagem não foram muito bem sucedidas em fornecer teorias

totalmente adequadas dos efeitos de ordem na persuasão. Da mesma maneira

que existem muitas teorias concorrentes de efeitos de primazia e recentidade,

existem muitas teorias concorrentes dos efeitos das sugestões

desconsideráveis (consulte McGuire, 1985). Por exemplo, conforme

mencionado anteriormente, uma tentativa de influenciar pode produzir

reatância, a qual se dissipa assim que a pressão evidente para ceder é

removida (J. W. Brehm e Mann, 1975; S. S. Brehm e Brehm, 1981). Ou,

conforme L. L. Jacoby, Kelley, Brown e Jesechko (1989) argumentaram, a

familiaridade aumentada de uma posição de atitude por causa de sua

apresentação anterior pode fazer com que ela pareça mais plausível, apesar da

ausência de qualquer lembrança consciente da apresentação anterior ou da

fonte da mensagem. A história do efeito dorminhoco e das trocas dos

psicólogos em suas crenças nela mostra uma narrativa interessante a respeito

do progresso na ciência.

Acredita-se que o efeito dorminhoco subsistiu principalmente como uma

descoberta interessante que atraiu a atenção por causa de sua qualidade

contra-intuitiva. Da época do experimento de Kelman e Hovland (1953) até o

meio dos anos 70, pouca atenção sistemática era dada ao efeito. A quantidade

de pesquisa não foi grande e apenas cerca de metade desta pesquisa

apareceu nos principais jornais onde era provável dela ser noticiada pelos

revisores ou pesquisadores da persuasão. Conseqüentemente, não havia uma

63

grande quantidade de evidência nula prontamente disponível e a fraqueza

estatística das demonstrações originais do efeito dorminhoco não foi

compreensivelmente fixada, dado que os padrões de relato de descobertas nos

anos 50 eram consideravelmente mais brandos que os do meio dos anos 70.

Os pesquisadores contemporâneos da persuasão apropriadamente

adquiriram um interesse no desenvolvimento de uma melhor compreensão do

efeito dorminhoco, como também de uma leitura mais precisa do estado

empírico desse efeito.

1.30 Impacto Tardio da Mudança de Atitude sobre Cognições Relacionadas

Conforme observamos anteriormente, ao discutir as interpretações

cognitivas do porquê de atitudes fortes serem resistentes à mudança, a

mudança freqüentemente reverbera através dos elementos ligados de uma

estrutura (Ball-Rokeach et al.,. 1984; Hendrick e Seyfried, 1974; McGuire,

1981; Tannenbaum, 1966, 1967; Tannenbaum e Gengel, 1966). Assim, uma

mudança em uma atitude ou crença pode ter um impacto nas atitudes e

crenças relacionadas lógica ou psicologicamente de maneira que ocorram

mudanças compatíveis.

De fato, o conceito de sinergismo, implica que é possível que uma

mudança induzida por qualquer tipo de entrada nas atitudes (isto é, cognitiva,

afetiva ou comportamental) se derrame sobre outras classes de respostas e na

avaliação geral. Se se deseja compreender totalmente o curso temporal da

mudança, a taxa na qual as mudanças viajam através das estruturas da atitude

deve ser avaliada.

No tratamento deste assunto, McGuire (1960c, 1981, 1990; McGuire e

McGuire, 1991) postulou que as estruturas das atitudes respondem um tanto

lentamente à mudança. É necessário tempo para a mudança reverberar

através de uma estrutura, pois seus elementos são um pouco “ligados

64

frouxamente” (consulte McGuire, 1990, p. 505). Para que efeitos remotos

ocorram, as pessoas devem pensar sobre as implicações das mudanças em

suas atitudes e crenças, e, às vezes, este processo de pensamento necessita

de um tempo considerável. Como conseqüência, o impacto remoto da

mudança induzida pode ser algo tardio. Apesar desta idéia predizer que as

mudanças remotas aumentariam com o passar do tempo, tais efeitos tardios de

ação (isto é, efeitos dorminhoco tardios) são relativamente raros, apesar de

terem sido observados (McGuire, 1960c; Watts e Holt, 1970). Mais comuns são

os efeitos relativos onde uma mudança na atitude atingida por uma mensagem

persuasiva decai mais rapidamente que uma mudança em elementos mais

remotos de uma estrutura (por exemplo, Dillehay, Insko e Smith, 1966). Agora,

as mudanças em elementos remotos de uma estrutura podem ser difíceis de

serem detectadas por causa de outra manifestação da ligação frouxa entre

elementos – postulado da atenuação espacial de McGuire. De acordo com este

princípio, uma mudança induzida em um ponto da estrutura possui um impacto

um pouco decrescente sobre os elementos remotos da estrutura. Portanto, os

efeitos remotos podem ser bem pequenos.

1.31 Persistência Induzida pelo Processamento Sistemático

Os modelos heurístico-sistemático e de probabilidade de elaboração

predizem que a persuasão induzida por processamento sistemático ou a rota

central é mais persistente que a persuasão induzida por processamento

heurístico ou a rota periférica. Somente uns poucos estudos relevantes para

estes modelos complementaram as medidas imediatas usuais de mudança de

atitude com medidas tardias que permitiram que esta predição fosse testada.

Estes estudos produziram descobertas confirmatórias (Chaiken, 1980; Chaiken

e Eagly, 1983, Experimento 2; Mackie, 1987; Petty, Cacioppo e Heesacker,

relatado em Petty e Cacioppo, 1986b). O pensamento de Moscovici (1980)

sobre os efeitos da influência da minoria também é consistente com este

raciocínio a respeito dos efeitos relativamente duradouros do processamento

sistemático. Especificamente, Moscovici sustentou que o processamento mais

completo da informação persuasiva que a influência da minoria instiga pode

65

produzir mais mudança duradoura que o processamento mais superficial que a

influência da maioria instiga (Moscovici, Mugny e Papastamou, 1981).

A explicação geral para tais teorias de persistência é que o

processamento heurístico (e outros mecanismos, tais como o raciocínio de

atitudes, que não se baseiam no escrutínio dos argumentos persuasivos) falha

em munir os receptores da mensagem com um conjunto de crenças que

apóiam suas atitudes recentemente adotadas ou revisadas. Em contraste, as

atitudes adotadas ou mudadas após um cuidadoso escrutínio da argumentação

persuasiva devem ser apoiadas pelas cognições relevantes ao assunto que a

mensagem transmitiu ou extraiu dos receptores. Portanto, as atitudes

resultantes devem ser mais duradouras. Agora, nós advertimos que o assunto

da persistência possui mais nuances que esta explicação relativamente simples

poderia sugerir. As sugestões heurísticas podem continuar fortemente

associadas com a atitude de um indivíduo (por exemplo, Eu posso

persistentemente recordar que meu corretor recomendou um fundo mútuo

particular), apesar do argumento na literatura sobre o efeito dorminhoco que

tais sugestões tendem a se dissociar das mensagens. Com uma associação

persistente, a persuasão que tais sugestões induzem pode ser bastante

duradoura. Contudo, tal atitude seria vulnerável à contra-propaganda, pois lhe

faltam apoios cognitivos elaborados (por exemplo, fora a preferência de meu

agente, eu não teria nenhuma explicação para escolher um ou outro fundo

mútuo).

Ainda sobre a persistência, a há indícios que atitudes mais fortes se

mostram mais estáveis que atitudes mais fracas (Abelson, 1988; Krosnick,

1988a; M. J. Rosenberg, 1968b). Consistente com este princípio geral, Lydon,

Zanna e Ross (1988) verificaram que sujeitos recordaram seus

comportamentos relevantes à atitudes depois da persuasão ter produzido uma

persistência maior da mudança de atitude que foi induzida, presumivelmente

porque esta recordação apoiou a atitude. Além disso, Zanna, Fazio e Ross

(1990) mostraram que atitudes mais acessíveis são mais persistentes.

66

A teoria de Kelman (1961) de três processos de influência social,

também tem implicações importantes. A mudança induzida pelo processo de

internalização de Kelman é assumida como mais duradoura por ser produzida

pelo escrutínio de uma comunicação em relação aos valores do indivíduo. A

mudança induzida pelos dois outros processos – complacência e identificação

– somente é persistente sob condições limitadas.

Em resumo, pudemos verificar nessa revisão bibliográfica que as causas

da resistência a mudanças de atitude podem ser, principalmente, de ordem

emotivacionais e cognitivas.

Assim, a perspectiva motivacional sugere que as pessoas resistem à

influência porque a mudança traz várias ameaças – ameaças ao ego, ao eu

(self) ou à liberdade pessoal, ou à estabilidade de atitudes importantes. A

perspectiva cognitiva sugere que as pessoas resistem à influência quando suas

atitudes estão ligadas a muitas outras cognições, em estruturas maiores, que

seriam desestabilizadas pelas mudanças em quaisquer elementos centrais.

Além disso, as ligações das atitudes a outras cognições dão às pessoas

recursos cognitivos que lhes permitem examinar minuciosamente e desviar os

ataques a suas atitudes.

Na visão das pesquisas revisadas, a generalização mais importante que

sobre a resistência das atitudes é que as atitudes são difíceis de serem

alteradas considerando que elas são fortes ou importantes. Atitudes fortes

criam predisposições no processamento de informação – predisposições que

tendem a manter e mesmo polarizar atitudes existentes.

As teorias desenvolvidas sobre exposição e atenção seletivas, a teoria

do equilíbrio e as que comprovam a latitude de rejeição quanto a novas

informações em relação a atitudes já estabelecidas, muito podem colaborar

para o desenvolvimento e teste de campanhas de comunicação persuasiva

para mudar atitudes resistentes, embora exista, de uma maneira geral na

bibliografia sobre atitude, ausência de experimentos no sentido de

compreender a duração e razões de persistência de atitudes modificadas.

67

Capítulo 2 - Tabagismo, comunicação persuasiva e o Modelo de Probabilidade de Elaboração (MPE) da persuasão e sua aplicação na área de saúde

2.1 O tabagismo

Elegemos para esse estudo o grupo de fumantes como objeto de

avaliação de atitudes resistentes e de processos comunicacionais persuasivos.

Partimos do pressuposto que a maioria dos fumantes tem acesso à informação

sobre os malefícios do cigarro e à contra-propaganda de cigarros em algum

momento.

Também foi considerada na escolha a dimensão social do hábito e por

se tratar de assunto relevante para a política de saúde pública e privada.

Segundo o CEBRID (Centro Brasileiro de Informações Sobre drogas

Psicotrópicas), órgão ligado à Universidade Federal de São Paulo – Escola

Paulista de Medicina, o uso do tabaco (Nicotiana Tabacum) surgiu

aproximadamente no ano 1.000a.C. nas sociedades indígenas da América

Central em rituais mágico-religiosos com o objetivo de purificar, contemplar,

proteger e fortalecer os ímpetos guerreiros. A planta chegou ao Brasil

provavelmente pela migração de tribos Tupis-Guaranis.

Jean Nicot introduziu o uso do tabaco na Europa a partir do séc. XVI,

após ter-lhe cicatrizado uma úlcera na perna. No início o tabaco foi utilizado

com fins curativos e difundiu-se rapidamente atingindo a Ásia e África.

No século XIX iniciou-se o uso do charuto através da Espanha e

atingindo toda a Europa, Estados Unidos e demais continentes. Porém

somente após a primeira guerra mundial seu consumo apresentou grande

expansão. Hoje o fumo é cultivado em todas as partes do mundo e é

responsável por uma atividade econômica de milhões de dólares.

68

A partir dos anos 60, surgiram os primeiros relatórios científicos que

relacionaram o cigarro ao adoecimento do fumante e do não fumante exposto à

fumaça do cigarro.

O uso intenso e constante de cigarro aumenta a probabilidade de

ocorrência de algumas doenças, como a pneumonia, o câncer de pulmão,

problemas cardíacos e bronquite. O risco de ocorrência de enfarte do miocárdio

e derrame cerebral é maior nos fumantes, segundo estudos do CEBRID.

A Organização Mundial de Saúde estima que diariamente, cerca de 100

mil pessoas tornam-se fumantes em todo o mundo e o fumo é uma das

principais causa de morte evitável no planeta. Segundo a OMS cerca de 30%

da população mundial adulta é fumante, cerca de 1,3 bilhões de pessoas, e no

Brasil 19% da população é fumante (2003).

Segundo estatísticas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), para

substituir o contingente de pessoas que param de fumar ou morrem as

indústrias de cigarro precisam garantir cerca de 2,7 milhões de novos fumantes

por ano.

Embora seja o segundo produtor e maior exportador mundial de tabaco,

o Brasil tenta implementar processo de diversificação produtiva nas áreas de

cultivo de fumo. Também discute-se a respeito do aumento do preço dos

cigarros como medida para a diminuição do consumo, já que o cigarro

consumido no Brasil é o sexto mais barato do mundo.

Esses dados confirmam a importância do estudo da comunicação

persuasiva ligada a esse hábito tão fortemente disseminado no mundo todo.

69

2.2 Comunicação persuasiva e do tabagismo

A comunicação persuasiva pode ser vista como um conjunto de

processos para influenciar atitudes e comportamentos. A persuasão é o

produto dos processos gerais de influência.

A necessidade de influenciar, formar ou modificar atitudes e

comportamentos é conseqüência natural da evolução das sociedades, onde as

ações das pessoas, os pensamentos,as falas e os objetivos individuais e

grupais(às vezes opostos) são constituídos, reforçados ou corrigidos por

persuasão.

A função da comunicação persuasiva é a construção da articulação que

leva à realização esperada do objetivo do processo de influência. Ainda, alguns

autores, como Perelmann e Ollbrechts-Tyteca (1970) ressaltam que a

persuasão destina-se a um determinado tipo de público a diferenciando de

convicção ou argumentação convincente que seria dirigida a qualquer ser

racional.

O grande impulso nos estudos de um paradigma de comunicação

persuasiva foi dado em função das dificuldades encontradas nas pesquisas de

argumentação e análise de discurso quanto à articulação entre os efeitos

pretendidos e os efeitos produzidos, ou entre o destinatário ideal construído

pelo discurso e o destinatário real, principalmente em discursos monolocutivos

(Chardeau e Mainguenau:2004).

Em Psicologia Social, e a partir da escola de Yale nos anos 40, uma

grande quantidade de pesquisas foi realizada para determinar as

características da fonte persuasiva e da forma e conteúdo as mensagens em

função do receptor –alvo da persuasão (Hovland e Weiss,1951, 1953)

Do ponto de vista discursivo, a persuasão não é dada somente como um

simples estado mental, uma “adesão de espírito”, a persuasão completa é a

ação realizada no sentido sugerido pelo discurso.

70

O modelo de processamento de informação ou “estocástico” de William

McGuire (1969), mencionado por Engel e outros (1999) evidenciou que o

impacto persuasivo depende sucessivamente dos processos de atenção,

compreensão, aceitação (avaliação), de retenção e de ação.

Nesse modelo, constantemente mencionado e validade até os dias de

hoje pelos estudiosos de comunicação e comportamento do consumidor, a

exposição trata-se da realização de proximidade a um estimulo de tal forma

que um dos cinco sentidos de uma pessoa seja ativado; a atenção é a

alocação da capacidade de processamento ao estímulo que entra, a

compreensão é a interpretação do estímulo, a aceitação é o impacto

persuasivo do estímulo e a retenção é a transferência da interpretação e

persuasão do estímulo para a memória de longo prazo.

A propaganda a favor do cigarro foi determinante para o impulso no

consumo no Brasil, largamente veiculada em televisão e revistas até o ano

2000, antes das restrições impostas pelo Governo, a imagem do cigarro e do

fumante foi construída a partir de um mundo simbólico de sedução.

As estratégias de comunicação persuasiva utilizadas pela indústria de

cigarros entre os anos de 1998 e 2000, segundo pesquisa realizada por Luiz

Rosa (2002) em sua Dissertação de Mestrado, evidenciam o uso de práticas de

segmentação de mercado para a definição de conceitos de comunicação, de

modo que cada Marca de cigarro torna-se a expressão das fantasias,

ideologias e imaginário de um determinado público, de uma camada social.

A comunicação de cigarros, segundo esse autor, se ocupa de temas que

são os desejos já existentes nos públicos a que se destina.

Há marcas que criam uma imagem de otimismo, alegria e sociabilidade

e outras com indução de prazer e sensação de liberdade, sentimentos e

valores que são “adquiridos” pelo consumidor quando compram as marcas de

cigarros, relata o pesquisador.

71

Hoje bastante criticadas pela sua influência no consumo, as

propagandas de cigarro são utilizadas como parte importante em processos

judiciais contra a indústria de cigarros, que segundo a visão dos acusadores o

patrocinador dessa comunicação deve se responsabilizar pelos prejuízos

causados aos fumantes. Matéria do Jornal valor Econômico de 02/02/2006

retrata que em 2001 os fabricantes de cigarro foram alvo de 109 processos por

danos à saúde e recentemente esse número chega a cerca de 50 processos.

Um exemplo desse tipo de processo judicial que envolve a comunicação

dos fabricantes de cigarros é mencionado no Jornal Folha de São Paulo

(07/03/2006) e no Jornal O Estado de São Paulo de 08/03/2006. Nesse

processo um fabricante de cigarros, a agência de propaganda e a produtora do

filme foram condenados a pagar R$ 14 milhões por conta de um comercial que

teria sido exibido em horário proibido e conteria mensagens subliminares

(atestadas por três psicólogos, peritos do processo, do Instituto Médico Legal

de Brasília). A sentença ainda estabeleceu que o fabricante teria que veicular

contra-propaganda de cigarro na TV. O fabricante iria recorrer da decisão

judicial.

Segundo o semiólogo Flávio Calazans (2006, p.29-45) a propaganda

subliminar funciona como indutora de comportamento por meio de informações

dissimuladas, veiculadas em maior quantidade e em menor tempo de

exposição, que agem diretamente no inconsciente do público. Calazans,

segundo o Jornal OESP, também foi um dos peritos desse processo que

atestou a existência de propaganda subliminar no filme de TV veiculado pelo

fabricante.

Atualmente a propaganda de cigarros só é permitida em forma de

patrocínio de Fórmula 1 e de displays nos pontos de venda. As estratégias de

comunicação das indústrias de cigarros e, portanto a maioria dos investimentos

nessa área, estão direcionadas a negociação de contratos de exclusividade de

vendas das marcas.

72

Rosa avalia também a contra-propaganda de cigarros realizada pelo

Ministério da Saúde em sua pesquisa e conclui que ela é ineficiente, por

atemorizar (fotos nos maços de cigarros), ser homogênea e não considerar os

diferentes tipos de públicos envolvidos, jovens, fumantes com alto

envolvimento e ex-fumantes.

A comunicação persuasiva enquanto processo, pode ser estudada

segundo os elementos de sua composição ou de um “modelo” de comunicação

e que determinam a sua efetividade. Esses elementos são: a fonte da

mensagem (credibilidade e atratividade), as forças dos apelos, o número de

apelos, a construção das mensagens e a lateralidade da comunicação e os

tipos de apelos (afetivos e racionais) (Solomom2000, Engel: 1999,

Mowen2003)

Sendo a comunicação uma interação, do ponto-de-vista do sujeito

destinatário da mensagem, são importantes características do processamento

da informação persuasiva: as suas atitudes pré-existentes, o nível de

conhecimento, envolvimento, experiência e motivação com o Objeto, além da

sua capacidade de decodificação das mensagens, seus traços de

personalidade e de humor.

Esse estudo procura dar uma validade estatística para a percepção da

população de São Paulo sobre as atitudes e propagandas, a favor e contra o

cigarro.

2.3 O Modelo de Probabilidade de Elaboração (MPE) e a comunicação persuasiva

Os atuais modelos cognitivos, especialmente o conhecido como “Modelo

de Estudo de Persuasão” (Petty & Cacioppo, 1986), alegam que muito mais

que o conteúdo da própria mensagem, a variável mediadora principal é o que

realmente gera o nível de elaboração do pensamento. O Modelo de Estudo de

Persuasão (MPE), desenvolvido por Petty e Cacioppo, também propõe duas

73

rotas diferentes, responsáveis pela mudança de atitudes através de

comunicações persuasivas: uma rota de processamento central e uma rota de

processamento periférico. A mudança de atitude através da rota central

significa que o receptor tenta avaliar a mensagem de uma maneira crítica e

exaustiva, estabelecendo, assim, um processo mais ou menos racional e

conscientemente controlado, no qual o indivíduo se atém à credulidade ou

confiabilidade dos argumentos da mensagem. Em oposição, a mudança de

atitude através da rota periférica ocorre quando os argumentos da mensagem

são aceitos por razões outras que sua validade. Quando o processamento

periférico ocorre, ele dá lugar a um processamento automático, superficial e

rápido que se atém às sugestões periféricas contextuais ao invés de se

centralizar na qualidade dos argumentos da mensagem. Estas duas estratégias

de processamento, referidas no MPE, formam dois extremos de um contínuo: o

contínuo de “elaboração”. Petty e Cacioppo (1986) utilizam o termo

“elaboração” para indicar a extensão na qual um indivíduo pensa nos

argumentos relacionados com o problema que uma dada mensagem contém.

O termo “elaboração” pode carregar uma semelhança com o processo

de “reflexão”, através do qual respostas cognitivas são geradas como um

resultado da exposição a uma mensagem persuasiva (Petty, Cacioppo,

Strathman & Priester, 1994). A probabilidade de produção desta elaboração

depende de dois fatores: 1) a motivação, por exemplo, o nível de envolvimento

com a questão e 2) a capacidade (ou habilidade) para processar a mensagem.

Em situações de elaboração provavelmente alta (nas quais os níveis de

motivação e a capacidade de processamento são altos), será acionado um

processo reflexivo e avaliador, sobre os argumentos da mensagem. Assim, o

diálogo interno dos indivíduos sobre a mensagem gerará a polaridade de suas

respostas cognitivas, que, por sua vez, predirá a mudança de suas atitudes.

Em oposição, em condições de elaboração provavelmente baixa (devido

a um baixo nível de motivação e menos capacidade de processamento), será

ativada uma rota de processamento periférico. Em tais casos, o indivíduo não

avaliará a qualidade dos argumentos da mensagem, mas seguirá apenas as

sugestões periféricas presentes no contexto (positivo ou negativo) no qual a

74

comunicação ocorre. A pessoa que recebe a comunicação pode mudar sua

atitude de diferentes maneiras sem se envolver profundamente em um

processo de elaboração.

Definitivamente, o MPE declara que uma mudança de atitude pode ser

produzida sem um processamento exaustivo dos argumentos de uma

mensagem, pois os indivíduos confiam na regra simples da tomada de

decisões que diz que “a opinião de especialistas pode ser confiada” ou o objeto

da atitude é exibido repetidamente com um estímulo que induz a uma resposta

afetiva óbvia – por exemplo, alguns tecidos são igualados a um gato persa

bonitinho e quieto (Breckler, 1993; Chaiken & Stangor, 1987; Eagly & Chaiken,

1984).

Petty e Cacioppo (1986) testaram empiricamente que indivíduos com um

envolvimento alto ou baixo, em uma determinada questão ou objeto social,

reagem de maneira diferente às mensagens persuasivas. Por exemplo, foi

observado que para indivíduos envolvidos na questão da AIDS, sendo, assim,

motivados a prestar atenção e a refletir sobre os argumentos da mensagem, as

campanhas eficazes foram aquelas que utilizaram mensagens racionais com

argumentos sólidos. Por outro lado, apelos emocionais vivos foram mais

eficazes nos indivíduos com baixo envolvimento em tais questões (Flora &

Maibach, 1990).

O MPE também sugeriu que humores podem exercer papéis diferentes

na persuasão, em termos da probabilidade de elaboração do indivíduo (Petty,

Cacioppo & Strathman, 1988; Petty, Cacioppo, Strathman, et al., 1994; Petty,

Gleicher & Baker, 1991; Petty, Priester & Wegener, 1994; Petty, Schumann,

Richman & Strathman, 1993; Wegener, Petty & Klein, 1994).

Como qualquer outra variável relevante, por exemplo, a credibilidade da

fonte, um humor positivo ou negativo é adotado para, de alguma maneira,

causar impacto sobre o processo persuasivo através de vários mecanismos:

ele pode atuar como um “argumento”, ele pode ser compreendido como uma

“sugestão periférica”, ele pode influenciar “a quantidade de elaboração” ou

75

induzir o tipo de respostas cognitivas geradas. No entanto, o modelo mediador

desenvolvido por Kepferer (1996) oferece uma estrutura explicativa mais

completa para a compreensão do impacto dos processos afetivos sobre a

persuasão, especialmente quando as mensagens, como as utilizadas na

pesquisa, são estórias curtas de ficção. Por esta razão, o impacto estético-

afetivo deve ser analisado com mais profundidade.

De acordo com o modelo de mediação dupla (Kepferer, 1996), a

afetividade exerce um papel de promotora de persuasão que pode trabalhar de

maneiras diferentes. A este respeito, devemos diferenciar entre os dois tipos de

reações afetivas observadas, as associadas com a avaliação da mensagem e

com o impacto estético, e as emoções sentidas pelo indivíduo durante a

recepção ativa da mensagem em consideração quando da elaboração de

projetos ou do estabelecimento de alvos em qualquer campanha informativa

em saúde.

O conceito de hierarquia de efeitos na formação e modificação de

atitudes apresenta estreita relação com as rotas de persuasão definidas no

modelo (MPE). Solomon (2002) destaca que a importância relativa atribuída

pelo sujeito aos três componentes (afeto, crenças e comportamento) é que que

determina a construção da atitude em relação a um Objeto.

A escolha de um tipo de processamento que vai determinar, em grande

medida o impacto persuasivo da comunicação. A definição do tipo de

processamento utilizado pelo indivíduo, central ou periférico dependerá das

motivações e do envolvimento do indivíduo em relação ao objeto, suas

capacidades, atitudes preexistentes sobre o objeto e nível de conhecimento.

A aplicação do modelo MPE é importante no sentido de prever ações de

comunicação eficazes, avaliando a potencialidade de persuasão e

envolvimento dos sujeitos segundo diferentes tipos de mensagens.

76

2.4 Comunicação persuasiva na área de saúde a aplicação do Modelo de Probabilidade de Elaboração (MPE) – um exemplo de avaliação de campanhas preventivas contra a AIDS

As mensagens de saúde têm por objetivo estimular um processo

cognitivo ativo no público a que se destinam, geralmente com pouco

envolvimento. O Modelo de Estudo de Persuasão (MPE), desenvolvido por

Petty e Cacioppo, sustenta que indivíduos com alto envolvimento e indivíduos

com baixo envolvimento reagem de maneira diferente à mensagem persuasiva

a qual são expostos. Uma forma eficiente de prender a atenção do público com

baixo envolvimento é inserir as mensagens em um contexto de entretenimento.

O estudo de Igartua, Cheng e Lopes (2003) analisou processos afetivos

e cognitivos para explicar o impacto destes novos formatos – filmes de ficção

em campanhas preventivas contra a AIDS/HIV. Para tanto, foi utilizado um

projeto de pesquisa que levou em conta o envolvimento na questão da AIDS

(alto/baixo) e o tipo de formato da comunicação (musical/dialogal), como

variáveis independentes.

A utilização de filmes de ficção em campanhas preventivas contra a

AIDS tem sido considerada como uma alternativa à disseminação tradicional de

propagandas (Backer, Rogers & Sopory, 1992; Igartua, Oria de Rueda, Páez,

Corral, Alonso, Mayordomo, & Lana, 1999; Mohammed, 2001; Singhal &

Rogers, 1999; Svenkerud, Rao & Rogers, 1999). Estudos sobre como este tipo

de formato funciona e é processado são necessários não apenas para se

compreender como o processo de persuasão é produzido, mas também para

adequar projetos e para o planejamento de tarefas preventivas (Nowak &

Siska, 1995).

Nesse estudo foi analisado os processos afetivos e cognitivos que

explicam o impacto destes novos formatos audiovisuais utilizados na

prevenção da AIDS/HIV. Também foi levado em consideração, os modelos

psicológicos de caráter sócio-cognitivo e a pesquisa em comunicação de saúde

77

(Edgar, Fitzpatrick & Freimuth, 1992; Elwood, 1999; Maibach & Parrot, 1995;

Maticka-Tyndale, 1991).

Vários estudos empíricos analisaram os fatores que podem combater as

denominadas “defesas cognitivas” da população alvo, em termos de

campanhas de saúde, como as tendências de consenso falso ou primus inter

pares, que é a tendência a considerar que existe menos risco pessoal que o

existente para uma pessoa normal ou média (Perloff, 2001), indicando que

indivíduos, largamente com baixa ou nenhuma motivação ou envolvimento em

questões de saúde, devem ser envolvidos afetiva e cognitivamente, pelo

menos “temporariamente”, durante a recepção de comunicações preventivas

(Flora & Maibach, 1990).

Algumas estratégias sugeridas estão relacionadas com a utilização de

novos formatos para induzir ou provocar uma resposta mais persuasiva através

da combinação de entretenimento com prevenção (Singhal & Rogers, 1999).

A meta principal dos produtores de mensagens de saúde é estimular um

processo cognitivo ativo no público, que é normalmente passivo e não

envolvido. Parrott (1995) indicou que a apresentação da mensagem pode

afetar a quantidade e o tipo de processamento que os indivíduos desenvolvem.

A este respeito, o autor sugeriu que a motivação pode ser melhorada no

público exposto à informação da campanha ocorrendo, assim, um

processamento mais sistemático nas seguintes situações:

(a) a apresentação do conteúdo é incomum, não familiar e nova (o que

significa que a idéia de introduzir novos formatos em contraste com a

propaganda clássica pode ser uma opção valiosa),

(b) a apresentação contém personagens e estórias contrárias às

expectativas do espectador (isto mostra a importância da construção

da personagem e a maneira pela qual a estória é contada) e

78

(c) (c) apelos externos e internos são utilizados para reforçar a atenção

dos indivíduos.

McGuire (1985) declarou que uma mensagem deve chamar a atenção e

ser compreendida para que haja aceitação e retenção, o que eventualmente

influenciaria o julgamento de um indivíduo e seu comportamento futuro. No

caso de uma mensagem persuasiva, a originalidade, sua inovação e prazer

estético são essenciais como primeiro passo em direção à persuasão. Por

outro lado, a utilização de um conteúdo inesperado, discrepante das

expectativas culturais, também é uma maneira eficiente para prender a

atenção. De acordo com um estudo, este tipo de mensagem gera mais

pensamento ativo que mensagens similares com conteúdo convencional

(Parrott, 1995). Além disso, a “estranheza lingüística” e a quebra de cenários

convencionais são dois procedimentos típicos necessários para causar um

impacto estético (Páez & Adrián, 1992).

Estas técnicas são ainda mais importantes no caso de estímulos

audiovisuais dramáticos, como os filmes de ficção utilizados no estudo em

questão, quando é necessário prender a atenção e fazer o espectador

acompanhar o enredo por um espaço de tempo maior que o solicitado por uma

propaganda comercial clássica. A maioria dos especialistas em propaganda e

desempenho dramático acredita que retratar algo negativo com humor e

estética é primordial para prender a atenção do espectador e garantir a

aceitação da mensagem. Inúmeros estudos também confirmaram que uma

afetividade positiva leva a uma maior receptividade da mensagem (Hale &

Dillard, 1995).

A inserção das mensagens de prevenção da AIDS em um contexto de

entretenimento (Backer, Rogers & Sopory, 1992; Singhal & Rogers, 1999) pode

ser uma maneira eficaz para prender a atenção daquele público com um baixo

envolvimento em questões de saúde ou daquele desinteressado na informação

utilizada para as campanhas preventivas e comprometê-lo a um

comportamento preventivo. Isto pode ser obtido através do uso de novos

formatos comunicativos, nos quais a utilização de camisinhas é inserida

79

simplesmente como uma parte do roteiro ou do cenário do sexo durante as

preliminares. Tais formatos podem nos possibilitar a fazer “colocações do

produto” e a promover “paixões saudáveis” (Adelman, 1992), o que, em

contrapartida, gera “atitudes positivas em relação aos relacionamentos sexuais,

incluindo o uso de camisinhas” e não apenas “atitudes positivas em relação à

camisinhas” (Kellar-Guenther, 1999).

Estórias de ficção sobre problemas sociais como a AIDS que atuam

como “máquinas de persuasão incidental” têm provado fornecer ao público uma

oportunidade de pensar a respeito de tais questões. Por exemplo, Philadelphia

não foi apenas um filme de sucesso, mas para muitas pessoas ele também

trouxe reflexões sobre a questão da AIDS, independente do valor de

entretenimento ou estético do filme. Existe evidência sistemática provando que

a exposição a programas de entretenimento, como filmes e seriados de

televisão que lidam com problemas sociais, particularmente a AIDS, de uma

maneira viva e dramatizada, pode influenciar o conhecimento social, como se

tais programas fossem sessões educativas, provocando, assim, um

aprendizado social incidental. No exemplo mencionado, a exposição a este tipo

de programa de entretenimento resultou em uma percepção maior do risco

pessoal de contrair AIDS (Synder & Rouse, 1995). A este respeito, filmes de

ficção, como Philadelphia, transmitem informação e estimulam a reflexão sobre

questões que, normalmente, não são observadas nem refletidas pelo público

(Igartua & Páez, 1997).

Em adição aos estudos de pesquisa e às teorias propostas de

persuasão, que estabelecem importante informação de apoio, nós agora será

examinada a interação entre processos afetivos e cognitivos produzidos pelos

estímulos audiovisuais dramáticos.

No estudo há a comparação da eficiência de dois formatos diferentes de

prevenção, com base em filmes de ficção, que foram utilizados com total

sucesso em uma campanha preventiva francesa contra a AIDS em 1994 e que

também já foram analisados em estudos anteriores (Igartua et al., 1999). Nesta

pesquisa, trabalhou-se experimentalmente com um formato exclusivamente

80

musical, suposto como ativador de uma rota de processamento periférico, e um

formato dialogal que ativaria uma rota de processamento central. Assumiu-se

que os dois formatos diferem, principalmente, na maneira com a qual a

mensagem de prevenção é “estruturada”, como também, em sua afetividade.

Mas, o envolvimento pessoal na questão, conforme o MPE o apresenta,

deveria moderar tais impactos persuasivos. Isto significa que a variável–

“envolvimento na questão” – deve ser levada em consideração quando da

elaboração de projetos ou do estabelecimento de alvos em qualquer campanha

informativa em saúde. Uma abordagem similar à adotada neste estudo, tal

como o interesse na segmentação do público, também foi utilizada e

recomendada por Flora e Maibach (1990), Maibach e Flora (1993), Slater

(1995), Walters, Walters e Hornig (1999) e assim por diante.

2.5 Método de Pesquisa 2.5.1 Amostra

Todos os 137 participantes neste experimento eram alunos de

graduação em Ciências Sociais da Universidade de Salamanca. Sua média de

idade era de 21,26 anos (faixa de 18-30) e 70,1% pertenciam ao sexo

feminino.Metodologia

Foi realizado um experimento de projeto fatorial entre grupos – 2

(envolvimento na questão da AIDS, dois níveis: alto/baixo) x 2 (tipo de formato,

dois níveis: musical/dialogal).

A apresentação dos filmes de prevenção foi efetuada na mesma sala de

aulas nas quais os alunos estudam. O estudo foi apresentado como uma

avaliação sobre materiais audiovisuais na prevenção da AIDS. Em face da

dificuldade de uma completa randomização das condições experimentais,

especialmente da exposição aos filmes, o presente estudo possui um caráter

quase-experimental.

81

2.5.2 Variáveis Dependentes

Respostas cognitivas aos filmes preventivos de ficção. A técnica de listar

impressões foi utilizada para registrar as respostas cognitivas aos filmes de

ficção (Shapiro, 1994). Foi solicitado aos participantes que escrevessem toda e

qualquer impressão, idéia ou reflexão evocada pelo filme que acabaram de

assistir. No final da sessão experimental, estas respostas foram classificadas

pelos próprios participantes utilizando uma escala de 7 graus: de –3 (= muito

negativa) a 3 (= muito positiva), objetivada para obter um indicador de

polaridade de cada idéia registrada. Finalmente, um indicador individual de

polaridade foi produzido pela soma dos graus de cada idéia. A soma foi,

posteriormente, dividida pelo número total de respostas registradas.

Atitude em relação à mensagem de prevenção. Esta variável foi avaliada

por três itens: o quão convincente a mensagem foi considerada (0 = em nada;

10 = muito), se a mensagem estimulou uma atitude favorável em direção a um

comportamento preventivo (0 = em nada; 10 = muito) e a intenção do indivíduo

em seguir as recomendações do filme em seu comportamento futuro (0 =

nunca; 10 = sempre).

Avaliação estética dos filmes de prevenção. Esta avaliação foi realizada

por meio de duas escalas. A primeira consistia de 4 itens: foi solicitado aos

participantes que classificassem o quanto gostaram do filme, seu interesse pelo

filme, sua inovação e seu impacto em uma escala de intensidade de 11 graus

(de 0 = nada, nenhum a 10 = muito). De maneira similar, uma escala semântica

diferencial foi utilizada para a avaliação estética, consistindo de 6 escalas

bipolares de 7 graus cada uma. Nas duas extremidades de cada escala, um

par de antônimos foi disposto, como “ruim-bom”, “muito divertido-chato”,

“encantador-horrível”, “incompreensível-compreensível”, “triste-alegre” e

“informativo-emotivo”. Os adjetivos utilizados para criar este diferencial

semântico foram escolhidos com base em estudos prévios sobre propaganda,

(Gardner, 1994; Olney, Batra & Holbrook, 1990).

82

Emoções sentidas durante a apresentação dos filmes. Foi utilizada uma

escala de 9 itens, com cada item descrevendo uma emoção: alegria, tristeza,

raiva, medo ou ansiedade, desgosto, culpa, vergonha, orgulho e afeição ou

atração. Foi solicitado aos participantes que indicassem o quanto o filme os fez

sentir tais emoções (de 1 = em nada a 5 = muito). Em seguida, dois indicadores

de emoção foram produzidos: um para emoções positivas, como alegria,

orgulho e afeição ou atração (alfa de Cronbach = 0,57), e outro para emoções

negativas, como tristeza, raiva, medo ou ansiedade, desgosto, culpa e

vergonha (alfa de Cronbach = 0,72).

Indução cognitiva. Para avaliar o nível de ativação da memória

semântica, foi solicitado aos participantes que respondessem “quanto o filme

os fez pensar sobre a questão em pauta” (0 = em nada, 10 = muito).

2.5.3 Variáveis da Verificação Experimental

Percepção da qualidade dos argumentos nos filmes. Por meio de uma

escala de 11 graus (0 = sem nenhuma qualidade, 10 = muita qualidade), foi

solicitado aos participantes que classificassem a qualidade geral dos

argumentos nos filmes (se eles foram convincentes, consistentes e

adequados).

Envolvimento na questão da AIDS. Tal envolvimento foi avaliado por um

item: “Você considera que o filme que acabou de assistir trata de questões

relevantes ou importantes para você?”. Foi solicitado aos participantes que

classificassem o nível de relevância através de uma escala de 11 graus (0 =

sem nenhuma importância para mim, 10 = muito importante para mim).

Materiais Determinados para as Variáveis Independentes

Para Petty e Cacioppo (1986), o envolvimento na questão é uma variável

situacional, podendo, assim, ser manipulada de uma maneira experimental. A

83

manipulação desta variável foi feita através de informações dadas sobre o risco

alegado de infecção pelo HIV/AIDS (baixo ou alto), entre indivíduos com idade

entre 18-30 anos. Este procedimento, conhecido como manipulação por

instruções, é amplamente utilizado em Psicologia Social, bem como em

Psicologia e Comunicação de Massa (por exemplo, consulte Davis, 1995;

Maibach & Flora, 1993; Igartua & Páez, 1998). Neste contexto, nós utilizamos

dois tipos de instruções que foram impressas na capa do questionário e lidas

pelos participantes imediatamente depois de o receberem, exatamente antes

de verem os filmes.

O texto de instrução com envolvimento alto era o seguinte:

Os resultados dos últimos estudos epidemiológicos realizados em nosso

país foram apresentados na Quinta Conferência Nacional sobre AIDS,

realizada em abril deste ano, os quais mostram que jovens com idade

entre 18-30 anos constituem um grupo de risco muito alto em termos de

infecção por HIV/AIDS, dado o fato de seus hábitos sexuais raramente

terem se modificado nos últimos anos.

O outro texto de instrução com envolvimento baixo era o seguinte:

Os resultados dos últimos estudos epidemiológicos realizados em nosso

país foram apresentados na Quinta Conferência Nacional sobre AIDS,

realizada em abril deste ano, os quais mostram que jovens com idade

entre 18-30 anos, na Espanha, constituem um grupo de risco muito

baixo em termos de infecção por HIV/AIDS, dado o fato de seus hábitos

sexuais terem se modificado substancialmente nos últimos anos.

Nenhum participante confirmou ter assistido os filmes antes do

experimento.

Em um estudo anterior de análise do conteúdo, obtivemos 17 entre 30

filmes que foram projetados originalmente, tendo sido capazes de caracterizar

a mensagem preventiva e outras características de cada filme, como a

produção e a estrutura narrativa. De maneira similar, um estudo anterior de

84

avaliação, com 93 indivíduos, com uma idade média de 19 anos e 51,1%

pertencentes ao sexo masculino, nos possibilitou testar o potencial de apelo e

de diversão do filme, e sua indução afetiva e cognitiva. Neste estudo, ficou

provado que o filme “Earlier yet later”, que utilizou um formato dialogal para

apresentar a idéia ou argumentar a favor das camisinhas, foi o mais apreciado

em comparação com o filme “At dance”, que utilizou um formato musical para

apresentar os argumentos. Ele também induziu um maior impacto afetivo e

cognitivo (Igartua, Oria de Rueda, et al., 1999).

2.6 Resultados 2.6.1 Teste da Manipulação Experimental

Os participantes consideraram superior (M = 7,28) a qualidade dos

argumentos preventivos apresentados no filme “Earlier yet later”, em um

formato dialogal, que a qualidade do filme “At dance”, em formato musical

85

TABELA 1. Características dos Filmes Preventivos utilizados na Pesquisa Critérios Earlier yet later At dance • Duração em segundos 266 169• Número total de tomadas 44 44• Número de tomadas com a câmera em

movimento 14 18

• Ritmo de edição 1 (número de tomadas por segundo)

0,17 0,26

• Ritmo de edição 2 (% de tomadas com a câmera em movimento)

31,82 40,91

• Tipo de estrutura narrativa Filme de ficção dramático-realístico Filme de ficção relâmpago (flash) • Estratégia de produção Naturalismo Sofisticação • Iluminação Baixa intensidade Baixa intensidade • Idade dos personagens 19-30 anos 19-30 anos • Tipo de relacionamento sexual aludido Apenas heterossexual Apenas heterossexual • Ponto focal de prevenção Uso de camisinhas Uso de camisinhas • Número de benefícios reforçados da

camisinha 4 3

• Número de críticas sobre o custo das camisinhas

3 3

• Enredo O filme é rodado no pátio de uma escola secundária, onde os personagens trocam opiniões sobre suas “paqueras” e atividades de final de semana. O personagem principal (que será revelado como soro positivo no final do filme) aparece contando a um amigo (que parece tímido, mas demonstraautoconfiança e pensa ser invulnerável à doenças) sobre a prevenção contra a AIDS. No clímax, o personagem principal cruza os braços, pois seu amigo diz que, sem se preocupar, passou o final de semana com uma garota nova e não usou a camisinha que o personagem principal lhe dera por considerá-la desnecessária. A isto, o personagem principal responde “se ele acha que está protegido contra infortúnios” e “se ele pode detectar quem tem AIDS ou quem não tem AIDS com uma simples olhada”.

O cenário segue por uma sucessão de túneis subterrâneos arranjados para pistas de dança. Uma multidão de jovens chega para se divertir com a música e a atmosfera. A música é contínua à medida que a ação ocorre, sem que nenhuma palavra seja dita por nenhum personagem. Tudo é expresso em imagens bastante claras, principalmente sobre como “acertar” o sexo oposto. No final do filme, a importância de sempre carregar camisinhas e de saber como usá-las é reforçada. Como uma banana foi exibida na cena para mostrar como se deve colocar uma camisinha, é enfatizado que a camisinha pode facilitar as preliminares.

Estamos em uma atmosfera de divertimento de jovens.

86

Como previsto, os indivíduos com envolvimento mais baixo, expostos ao

filme em formato musical, mostraram mais intenção comportamental (M = 9,63)

que os indivíduos com envolvimento mais alto (M = 7,94). No entanto, um

modelo invertido foi obtido para os indivíduos expostos ao filme com o formato

dialogal, uma vez que os indivíduos com envolvimento mais alto (M = 8,89)

mostraram mais intenção para um comportamento preventivo que os com

envolvimento baixo (M = 8,82).

O envolvimento na questão da AIDS não afetou significativamente outras

variáveis dependentes. No entanto, o tipo de formato preventivo ou estrutura

induziu a um modelo resultante em conformidade com o que foi suposto em

hipótese. O formato musical (At dance) gerou respostas cognitivas mais

positivas que negativas: isto significa que ele induziu a uma polaridade maior

dentro das respostas cognitivas. Uma vez que ele foi avaliado como mais

alegre, induziu, portanto, a emoções mais positivas, particularmente felicidade,

que o formato dialogal.

Em oposição, o formato dialogal (Earlier yet later) foi mais apreciado que

o formato musical. Ele, o dialogal, também foi considerado mais interessante e

sentido como de maior impacto. Além disso, ele foi amplamente considerado

“bom” e mais compreensível, mas induziu a emoções mais negativas,

especialmente tristeza, raiva, medo ou ansiedade e culpa.

Além disso, ele induziu a mais ativação da memória semântica, sua

mensagem preventiva foi considerada mais convincente e, finalmente,

estimulou uma atitude mais favorável em direção a um comportamento

preventivo.

87

2.6.2 Análise da estrutura da Mensagem Preventiva e Processo de Persuasão

Dados os fatos que os dois formatos preventivos apresentaram

argumentos de qualidade diferente e que o filme de qualidade superior (Earlier

yet later) produziu um padrão de avaliação da indução emocional e cognitiva

diferente do padrão produzido pelo formato musical, que teve uma qualidade

inferior de argumentos (At dance), seguimos com a análise dos processos com

impacto persuasivo, nas duas condições, através da análise da associação

entre as variáveis dependentes para os indivíduos expostos às duas

mensagens preventivas, a fim de detectar a existência dos diferentes caminhos

de persuasão, conforme previsto pelo MPE de Petty e Cacioppo (1986).

Em relação ao formato musical, observamos que a polaridade das

respostas cognitivas estava associada, de maneira congruente, com a

avaliação obtida do filme, como os julgamentos de ter sido bom, encantador,

compreensível e convincente. A polaridade das respostas cognitivas também

estava associada com maior prazere com os julgamentos de ter sido

interessante, inovador e de impacto.

A polaridade ainda estava também associada com o impacto emocional

positivo e com o impacto emocional negativo. Ao mesmo tempo, o impacto

emocional positivo estava associado com o julgamento convincente e com a

indução cognitiva. A indução da memória cognitiva ou semântica estava

também associada com a consideração do filme para estimular uma atitude

favorável em direção a um comportamento preventivo.

Já para o formato dialogal, observou-se que a polaridade das respostas

cognitivas não estava associada, de maneira congruente, com as outras

variáveis dependentes. Ao invés disso, o impacto emocional negativo estava

associado com uma maior indução cognitiv. A ativação da memória semântica,

por sua vez, estava associada com o julgamento convincente, também com o

fato do filme estimular uma atitude favorável em direção a um comportamento

88

preventivo e com a intenção de manter um comportamento futuro seguindo a

recomendação do filme.

2.6.3 Análise dos principais resultados

O primeiro resultado obtido é que o envolvimento na questão não

modifica o impacto dos filmes preventivos com diferentes estruturas. Neste

experimento, o papel do envolvimento na questão não parece ser tão relevante

quanto defendido pelo MPE e testado em outros estudos sobre campanhas

contra a AIDS (Flora & Maibach, 1990). Resultados similares foram obtidos em

um estudo anterior sobre propagandas comerciais (Igartua, Corral & Villar,

2000).

O segundo resultado, totalmente inesperado, é que o formato de menos

qualidade foi o que estimulou um número maior de respostas cognitivas

positivas, o que entra claramente em discordância com o que Petty e Cacioppo

(1986) sustentaram em seu Modelo de Estudo de Persuasão. Uma vez que

nem o “objetivo” das respostas cognitivas nem sua qualidade foram avaliados e

por nenhuma associação positiva com o envolvimento na questão ter sido

observada, cremos que as respostas cognitivas geradas podem não se centrar

tanto no conteúdo da mensagem (argumentos) quanto nos aspectos formais

dos filmes, tal como a maneira que os filmes foram feitos. De fato, a produção

do formato musical foi mais complexa em termos de estilo, uma vez que foi

fortemente suportada por uma determinada sofisticação, em contraste com o

estilo dominantemente natural do formato dialogal (Igartua, Oria de Rueda, et

al., 1999).

O impacto da estrutura da mensagem preventiva foi particularmente

significativo, pois o formato com um estilo dialogal e argumentos de qualidade

superior foi avaliado mais positivamente. Da mesma maneira, ele estimulou

afetividade mais negativa e induziu a um processamento mais cognitivo. Este

formato foi considerado mais convincente e estimulador de uma atitude mais

favorável em direção a um comportamento preventivo.

89

Em resumo, apesar da evidência ser correlativa, sugerimos dois

caminhos diferentes com iguais chances de ocorrerem em nosso estudo.

Primeiro, o filme preventivo que adotou um formato musical com argumentos

de menos qualidade, o qual baseou seu estilo de apresentação em sugestões

periféricas, como a música, o cenário e o apelo dos personagens, parece ter

ativado um caminho periférico de processamento. Isto significa que o

sentimento positivo e as respostas cognitivas positivas contam mais para o

impacto sobre as variáveis dependentes. Segundo, o filme dialogal (com uma

estrutura dialogal com argumentos de qualidade superior, basicamente

apresentado de uma maneira direta através de um diálogo entre personagens)

ativou um caminho central de processamento, uma vez que a afetividade

negativa estava associada com a indução cognitiva da memória semântica.

Além disso, a avaliação de sua mensagem preventiva como convincente

também estava associada com as variáveis dependentes. Em outras palavras,

as duas mensagens podem ser eficientes para provocar intenções preventivas;

a estratégia destas provocações deve ser explicada por diferentes processos

de persuasão. E isto possui implicações claras no projeto dos materiais de

prevenção contra a AIDS.

Essa pesquisa pode sugerir que não apenas existem dois caminhos

diferentes, mas também caminhos antagônicos de persuasão. Petty, Cacioppo,

Strathman e Priester (1994) explicam em seu trabalho “A pensar ou não:

Explorando duas rotas de persuasão” que a rota central envolve um

processamento exaustivo de argumentos na mensagem, ao passo que a rota

periférica aponta para um esforço cognitivo menor para analisar estes

argumentos. Através da rota central, os indivíduos produzem respostas

cognitivas originadas de uma avaliação cuidadosa da qualidade dos

argumentos (por exemplo, ponderando a adequação, a conveniência ou a

confiabilidade do que os personagens nos filmes de prevenção contra a AIDS

dizem ou fazem). Em oposição, através da rota periférica, comportando-se

como usurários cognitivos, os indivíduos podem também avaliar a mensagem

de maneira cognitiva, exceto que eles prestam atenção aos elementos menos

centrais, provavelmente aqueles relacionados com os aspectos formais, o estilo

90

e as denominadas sugestões periféricas ou sinais das mensagens persuasivas

(por exemplo, o apelo dos personagens ou a música nos filmes). Mas, os

autores consideram que as duas rotas apresentam os dois extremos de um

contínuo, que raramente ocorre em seu estado puro. Em outras palavras,

quando os espectadores avaliam os argumentos, eles também avaliam os

aspectos formais e o estilo da mensagem.

A pesquisa realizada para essa tese procurou identificar as atitudes pré-

existentes doem relação ao cigarro e à comunicação e validar os elementos

comunicacionais eficientes para a contra-propaganda. Dois anúncios foram

testados, um com argumentos racionais e outro com o tom emocional.

A análise dos resultados foi realizada sob a ótica do processamento da

persuasão descrito no modelo de probabilidade elaboração (MPE) de Petty e

Cacciopo.

91

Capítulo 3 – Metodologia de pesquisa para a construção do modelo de comunicação persuasiva para grupos com atitudes resistentes: fumantes da Capital de São Paulo

3.1 Problema de Pesquisa

A pesquisa terá por finalidade validar os aspectos teóricos discutidos

sobre as influências de comunicação persuasiva junto a públicos que

apresentam algum tipo atitudes resistentes.

Para a consecução dos objetivos de pesquisa foi escolhido o tema

“tabagismo”, definido como Objeto de atitude a ser avaliado junto aos públicos

de pesquisa, especialmente fumantes. Acredita-se que o consumo de cigarros

apresenta, em algum grau, maior resistência contra-atiude.

O consumo de cigarros é,comprovadamente, um hábito não saudável,

que causa dependência física e psíquica e que traz muitos prejuízos pessoais e

institucionais nas sociedade em que é consumido (doenças dos fumantes e

respectivos desdobramentos familiares e profissionais, os gastos no sistema

público de atendimento à saúde com o tratamento de doenças decorrentes do

consumo de cigarros, etc), tratando-se, então, de um problema de saúde

pública no Brasil e que há, por parte do governo e outras instituições,

investimentos em larga escala em campanhas publicitárias para incentivar o

não-tabagismo.

É de grande importância conhecer os mecanismos de persuasão que

podem colaborar para modificar a atitude resistente de fumantes em relação ao

abandono do hábito.

Espera-se que esse estudo forneça subsídios importantes para

determinar elementos de comunicação que possam ser estendidos para outras

campanhas de persuasão em relação a problemas sociais e de saúde pública

92

que contam com grandes grupos de pessoas com posição resistente contra-

atitude, por exemplo campanhas publicitárias para incentivar o uso de

preservativos, para a não-utilização de drogas ilícitas, não-consumo de álcool,

contra a violência e outros males sociais e que a comunicação pode, em

conjunto com outras ações, ajudar a reduzir.

Os resultados dessa pesquisa responderão à seguinte indagação

básica:

“Quais são os elementos a serem utilizados em ações de cumunicação

persuasiva contra-atitude ao uso do tabagismo ?”

3.2 Universo em estudo

População residente na Capital de São Paulo, com idade de 18 anos ou

mais, das Classes A a E. A cota de fumantes obedeceu ao filtro de fumar há

mais de 6 meses e,pelo menos, cinco cigarros por dia. Esse critério foi adotado

para garantir um envolvimento mínimo do respondente com o tabagismo.

3.3 Metodologia

O estudo será em duas fases: a fase quantitativa e representativa do

Universo em estudo e uma fase qualitativa, para melhor conhecer as

motivações com relação a comunicação persuasiva contra-atitude do

tabagismo.

Na fase quantitativa, as entrevistas serão realizadas por meio de

questionário estruturado e não-disfarçado em pontos-de-fluxo populacional

(método intercept).

Para a fase qualitativa foram realizadas duas discussões em grupo com

fumantes.

93

3.4 Amostra 3.4.1 Estudo quantitativo

Foram realizadas 602 entrevistas junto a população da Capital de São

Paulo com 18 anos ou mais.

Para a leitura consistentes de resultados por segmento, foram realizadas

401 entrevistas com fumantes, 100 entrevistas com ex-fumantes e 101

entrevistas com não-fumantes. Foi realizado um estudo de segmentação do

grupo de fumantes com base em análise fatorial e de Cluster.

O erro amostral máximo, para o total da amostra (602 entrevistas) é de

4,0 pontos percentuais, para mais ou para menos em um intervalo de confiança

de 95%. Para a amostra de fumantes o erro máximo é de 5,0 pontos

percentuais e para as amostras de ex-fumantes e não fumantes o erro amostral

máximo é de 10 pontos percentuais, para mais ou para menos.

3.4.2 Estudo qualitativo A fase qualitativa foi posterior ao estudo quantitativo a fim de aprofundar

e explicar os principais resultados quantificados junto à população.

Foram realizadas duas discussões em grupo, no mês de julho de 2006,

com 9 participantes cada uma, junto a fumantes de 19 a 23 anos e 41 a 45

anos, ambos Classe C. As discussões em grupo foram realizadas em sala de

espelho adequadas para essa finalidade. Os grupos foram gravados em áudio

e vídeo e houve a transcrição das entrevistas (anexas) para posterior análise

de conteúdo.

A moderação do grupo jovem foi realizada por Suzy Cortoni, psicóloga e

especialista em pesquisa qualitativa e a moderação do grupo de adultos foi

realizada por esse autor.

94

3.5 Objetivo Primário

Identificar as atitudes frente ao tabagismo e a propaganda de cigarros (a

favor e contra), identificando os elementos comunicacionais para uma

campanha de comunicação persuasiva “contra-atitude” ao tabagismo.

3.6 Objetivos Secundários

Serão levantadas as seguintes informações:

Proporção de fumantes na capital de São Paulo

Perfil dos fumantes (idade, sexo, escolaridade, classe econômica e

renda)

Hábitos de consumo de cigarros (tempo de fumante e quantidade de

consumo);

Percepção do grau de envolvimento com a categoria de produto (escala

de 5 pontos – Gostar muito até não gostar nada de cigarros)

Motivações para o consumo de cigarro

Medição de atitudes e envolvimento frente ao tabagismo - escala de

concordância de 5 pontos para as seguintes frases:

Tenho dificuldade em controlar a quantidade de cigarros que

consumo

Sempre quando fumo demais fico com a “consciência pesada”

Já tentei para de fumar várias vezes e não consegui

Fumar cigarros não faz mal para minha saúde

Raramente penso sobre os efeitos negativos do consumo de cigarros

Tenho total controle sobre o consumo de cigarros

95

Sempre penso em parar de fumar

Evito ter contato com informações sobre os malefícios do cigarro

A maioria das informações e propagandas sobre malefícios do

cigarro são exageradas e controversas

Percepção dos riscos e malefícios do consumo de cigarros;

Experiências pessoais (ou de grande proximidade) negativas em função

do consumo de cigarros

Lembrança espontânea de comunicação contra-atitude do consumo de

cigarros;

Lembrança espontânea de comunicação pró-atitude ao consumo de

cigarros;

Percepção de atitudes e comportamentos que mais estão associados ao

consumo de cigarros, entre os atributos: (resposta estimulada em escala de

diferencial semântico de 7 pontos )

alegria / tristeza

sedução/ solidão

viver intensamente / viver entediado

ter muitos amigos / não ter amigos

ter poder / não ter poder

ter beleza física / não ter beleza física

sucesso / fracasso

saúde / doença

inteligência / burrice

ousadia / conservadorismo

coragem / medo

segurança / insegurança

liberdade / aprisionamento

extroversão / timidez

96

riqueza / pobreza

felicidade / infelicidade

realização profissional / não ter realização

Percepção de atitudes e comportamentos (entre os mesmos atributos acima)

que mais estão associados a comunicação pró-atitude do consumo de cigarros;

Percepção de atitudes e comportamentos (entre os mesmos atributos acima)

que seriam mais eficientes na comunicação contra-atitude do consumo de

cigarros;

Percepção da eficiência de formatos de comunicação contra-atitude ao

consumo de cigarros:

Qual seria a forma mais adequada:

- comunicar sobre os benefícios/ aspectos valorizados do consumo de cigarros

(pró-atitude) e dos malefícios do consumo em excesso (contra-atitude) OU

comunicar somente sobre os malefícios do tabagismo

(comunicação unilateral ou bilateral)

- comunicar de forma a levar a pessoa a refletir sobre os malefícios e concluir

por si só sobre os aspectos nocivos do consumo excessivo do álcool OU

explicitar claramente os malefícios

(comunicação ativa ou passiva)

- comunicar enfatizando que a pessoa tem a opção de fumar mais ou menos e

assumir as conseqüências do consumo(sem restrição à liberdade) OU

comunicar com características que levem à idéia de proibição do

comportamento (comunicação com restrição á liberdade)

(comunicação com ou sem restrição à liberdade)

97

- utilizar uma linguagem moderada contra-atitude de consumo de cigarros em,

isto é de baixo impacto de textos e imagens OU utilizar uma linguagem severa

com alto impacto de texto e imagem.

(comunicação severa ou moderada)

Avaliação do nível de envolvimento, compreensão e preferência por anúncio de

contra-propaganda de cigarro (estimulou-se duas versões de anúncios

impressos)

A peça publicitária “Casal”, com o título “Alguém que você ama já pediu

para você parar de fumar ?“

Essa comunicação testou basicamente a hipótese de persuasão por rota

periférica, elaborada em função do apelo emocional da mensagem e da

imagem utilizada. Também avalia a receptividade a comunicação ativa, que

exige maior reflexão, na medida em que e a resposta da comunicação é

formulada pelo destinatário da mensagem.

Também foi avaliada a peça publicitária “Rato”, com o título ‘O prazer de

fumar é seu. O risco também”

Essa peça testou a hipótese de persuasão por rota central, em função

do apelo racional do risco de doenças e maior quantidade de texto. Também

avalia a eficiência de comunicação passiva e bi-lateral, uma vez que menciona

benefício e malefício do tabagismo.

98

99

Peça publicitária “Casal”

100

101

Peça publicitária “Rato”

102

103

Capítulo 4 - Análise de resultados das pesquisas quantitativa e qualitativa de avaliação de comunicação e teste de anúncios contra-atitude ao tabagismo

4.1 Pesquisa quantitativa – Principais resultados

4.1.1 Hábito de consumo de cigarros na população de São Paulo

Um em cada quatro paulistanos com 18 anos ou mais é fumante na

Capital, essa população representa 2,17 milhões de pessoas (IBGE estimativa

2005).

A quantidade de ex-fumantes é similar a de fumantes revelando que

número significativo significativa da população, cerca de 50%, já teve contato

com cigarros. 75% dos paulistanos não fumam atualmente.

Há mais fumantes homens, embora a proporção de mulheres que são

fumantes é bastante significativa na população. Com relação ao poder

aquisitivo, há concentração de fumantes entre as pessoas que pertencem à

Classe C (Critério Brasil).

De um modo geral o hábito está distribuído de forma homogênea na

população, sendo praticado por cerca de 20 a 30% das pessoas de todas as

idades e faixas de renda.

Metade dos fumantes declaram fumar até 10 cigarros por dia e o valor

mais freqüente é de consumo de um maço de cigarros diário.

Um em cada três ex- fumantes abandonaram o hábito após terem

problemas de saúde decorrentes do tabagismo. A atitude preventiva em

relação à doenças é declarada por cerca de 20% desse público.

104

A gestação ou presença de filhos foi responsável por 7% das razões de

abandono do hábito e, motivos religiosos mobilizaram parcela significativa de

fumantes a interromper o tabagismo.

4.1.2 Envolvimento com o tabagismo

A maioria dos fumantes afirma gostar muito ou gostar de fumar (61%) e

apenas 10% declaram gostar muito pouco do hábito.

Cerca de 70% tem muita dificuldade em abandonar o hábito de fumar e

já fez várias tentativas frustradas.

85% dos fumantes acreditam que têm chance de desenvolver alguma

doença relacionada ao fumo em algum momento. 16% dos fumantes têm ou já

apresentaram alguma doença relacionada ao tabagismo e 50% tem

proximidade com pessoas que já desenvolveram alguma doença dessa

natureza.

A maioria dos fumantes (60%) se diz interessado por informações sobre

os malefícios do cigarro e 40% evitam esse tipo de informação e acredita que

são exageradas e questionáveis.

4.1.3 Associações espontâneas com o termo cigarro

Aproximadamente a metade dos fumantes faz alguma menção negativa

ao cigarro, como primeira idéia que lhe vem à cabeça quando se fala em

cigarros.

As idéias de doença, vício, necessidade de abandonar o hábito e

sensações negativas são mencionadas por 45% dos fumantes.

105

33% dos fumantes associam primeiramente a idéias de satisfação com

hábito. Entre os ex-fumantes, somente 4% mencionam esse tipo de idéia.Para

o não fumante a associação com doença é a idéia mais presente.

4.1.4 Sensações relacionadas ao hábito de fumar

Como era esperado,a maioria das sensações relacionadas ao tabagismo

são negativas. 84% da população associa ao tabagismo a idéia de doença,

73% associam à falta de inteligência e 66% à ausência de beleza física. Essas

proporções também refletem a opinião dos fumantes.

Na opinião do não-fumante o cigarro está associado à doença,

frustração, solidão e aprisionamento, fracasso e tristeza, nessa ordem.

A expectativa de análise estabelecida foi pelo ranking das diferenças

percentuais entre as notas atribuídas para cada atributo avaliado, portanto o

que está associado ao hábito como valor positivo do Objeto é o que aparece

com maiores proporções de notas (6 + 7) na escala utilizada de sete pontos,

embora esse percentual não represente a unanimidade da opinião.

Os fumantes e ex-fumantes associam o hábito de fumar mais fortemente

com as seguintes idéias que acreditamos formar a atitude a respeito do

tabagismo, nessa ordem: ousadia, ter muitos amigos, desinibição, coragem,

estar em sintonia com os amigos, liberdade e sensação de poder. As

associações mais fracas se relacionam a ter beleza física, sucesso, ter

prestígio social, inteligência, riqueza e saúde.

4.1.5 Lembrança de propaganda de cigarros e idéias transmitidas

Cerca de 50% da população lembra de alguma propaganda de cigarro e

a marca Marlboro e a propaganda do Cowboy são as mais lembradas. Um em

cada tr~es fumantes citam a marca Hollywood.

106

15% citam espontaneamente propagandas contra o hábito de fumar.

Uma em cada quatro pessoas na população percebem as idéias de

liberdade, alegria e coragem como as mais presentes nas propagandas a favor

de cigarro. Entre os fumantes essas proporções chegam a 30%.

Ter sucesso e estar na moda são associações mais presentes entre ex-

fumantes.

4.1.6 Lembrança de propaganda contra o hábito de fumar

70% da população lembra de alguma propaganda contra o hábito de

fumar e as principais menções são de comunicação informando que cigarro

causa câncer (principalmente ex-fumantes), doenças do pulmão e deformação

de fetos e aborto.

A comunicação contra o cigarro foi vista em maços de cigarro,

principalmente por fumantes (43%) e na televisão, por cerca de 40% dos ex-

fumantes e não-fumantes. É significativa a proporção de não-fumantes que

lembram espontaneamente das propagandas nos maços de cigarro (30%).

Quando estimulados sobre as fotos nos maços de cigarro, 80% dos

fumantes e cerca de 70% dos ex-fumantes e não-fumantes afirmam que as

conhecem.

4.1.7 Percepção da eficiência das propagandas contra o cigarro

65% da população acredita que a comunicação, de todos os tipos que

tem sido realizada contra o hábito de fumar colabora para o abandono do

hábito.

107

Especificamente sobre as fotos nos maços de cigarro, 43% da

população as considera eficientes contra o tabagismo. Entre os fumantes a

proporção de eficiência das fotos é percebida por 30% desse grupo.

Os fumantes não percebem a eficiência das fotos principalmente por

evitarem o contato com essa informação, não ser um estímulo suficiente para o

abandono e por acreditarem que são fotos apelativas.

Para o não-fumante a principal razão de eficiência das fotos é dada em

função de mostrar a realidade. Os ex-fumantes afirmam que as fotos nos

maços levam à conscientização dos fumantes em relação aos danos causados

pelo tabagismo

4.1.8 Associações para a propaganda contra o cigarro

Após estímulo de 19 situações, de uma maneira geral a população

afirma que as idéias mais apropriadas para as propagandas contra o hábito de

fumar são:

• Saúde

• Inteligência

• Coragem

• Alegria

• Estar em sintonia com os amigos

• Liberdade

• Ousadia

• Viver intensamente

Ainda, na opinião da população em geral, as propagandas contra o

tabagismo devem conter informações científicas sobre as doenças

relacionadas ao fumo, reconhecer que o cigarro causa algum tipo de prazer, no

entanto causa malefícios, mostrar fotos de alto impacto com pessoas doentes,

108

mostrar a situação de desamparo familiar por causa de doença, mostrar

pessoas bem sucedidas e que não fumam e despertar o sentimento de medo

no fumante.

De um modo geral, contra-propaganda de cigarros com cenas de humor

é rejeitada pela população, assim como a comunicação com apelos leves

contra o tabagismo.

Para os fumantes, em relação aos outros grupos, a propaganda contra o

cigarro deve enfatizar mais argumentos emocionais do que argumentos

racionais contra o cigarro.

4.1.9 Avaliação das peças publicitárias “casal” e “rato”

Na opinião da maioria da população (60%) a peça publicitária casal é

mais eficiente para levar o fumante ao abandono do hábito. A preferência de

45% pela peça “Rato” apontou para a necessidade de maior aprofundamento

das características dos segmentos que preferem uma ou outra peça

publicitária.

Os não-fumantes apresentam preferência mais clara pela idéia

apresentada na peça “casal” (64%) e os ex-fumantes, tendencialmente,

preferem a peça “rato” (54%).Os fumantes tendem a preferir “casal”, também,

com 54% de preferência.

Em dezesseis atributos de comunicação apresentados para a avaliação

das duas peças pela população, a propaganda Casal apresentou desempenho

superior à peça rato em quatorze aspectos, com diferença estatística

significativa.

A pesquisa revela que a peça “casal” apresenta as seguintes

características, nessa ordem: é bonita visualmente, os fumantes gostariam de

ver novamente, estimula a prevenção do hábito junto aos jovens, é fácil de

109

entender, transmite emoções fortes, chama a atenção, desperta o interesse

sobre o assunto, é diferente das outras propagandas contra o cigarro, faz o

fumante refletir sobre o abandono do hábito, é inovadora, é criativa e motiva o

fumante a parar de fumar.

As principais razões pela preferência da peça “casal” como mais

eficiente para o abandono do hábito de fumar são: a propaganda mostrar que o

vínculo afetivo pode ajudar no abandono dos vícios e transmitir a idéia de

pessoas saudáveis.

Entre os que opinam por “rato”, a preferência se dá pelos argumentos de

mostrar a idéia de engodo, armadilha e perigo de morte e doença para o

fumante.

110

4.2 Pesquisa Quantitativa – Gráficos de Resultados (em % de respostas)

4.2.1 Amostra probabilística e representativa da População de São Paulo

com 18 anos ou mais

Total da amostra – 602 entrevistas, sendo 402 fumantes, 100 fumantes e

101 não fumantes (pesquisa de campo: junho 2006)

Base: Total da amostra popula çã o 18 anos ou mais: 564 entrevistasFonte: P.33 Você fuma cigarros atualmente? Há quanto tempo?P.35 Voc ê j á fumou cigarros? Por quanto tempo?

Hábito de fumar cigarros -População de São Paulo -Capital (em%)

48

25

23

49

JÁ FUMOU CIGARROS ALGUMA VEZ

Fumaatualmente

Parou de fumar

NUNCA FUMOU

22% Fuma há mais de 6 meses 3% Fuma há 6 meses ou menos

5% Fumou até 5 meses18% Fumou mais de 6 meses

111

Base: Total da amostra população 18 anos ou mais: 564 entrevistas

Hábito de fumar cigarro- População -

JÁ FUMOU

Continua fumando

Parou de fumar

NUNCA FUMOU Base

Tota 48 25 23 49 564

Masculino 57 28 29 41 259Feminino 41 23 18 57 305

18 a 25 anos 41 25 15 57 11626 a 40 anos 40 28 12 56 20741 ou mais 58 23 36 40 241

Até 5 S.M 50 26 24 47 365Mais de 5 a 10 S.M. 41 22 19 60 109Mais de 10 S.M. 49 31 18 48 51

Fundamental 57 26 31 41 272Médio 40 25 15 58 216Superior 36 22 14 62 76

Classes A/ B 40 23 17 58 197Classe C 50 29 21 49 260Classe D/ E 56 22 34 41 107

Classificação econômica (critério Brasil)

Sexo

Idade

Renda famíliar mensa

Escolaridade

112

31

12

12

11

7

6

3

2

1

15

Estava com problemas de saúde

Sentiu vontade de parar/ não era viciado

Passou a se dedicar à religião

Sensaçao/ medo de doença

Gravidez/ filhos cigarro não combina comcriança

Consciência dos males causados à suasaúde

Falta de dinheiro/ economizar para outrasnecessidades

Enjoou do cigarro

Fez uma aposta

Outras respostas

Principal razão para ter deixado de fumar-Ex-fumante –

Base: Ex-fumante 100 entrevistasFonte: P31 - Qual foi a principal razão que o levou a parar de fumar?

113

52

39

9

Até 10cigarros

Mais de 10a 20

cigarros

Mais de 20cigarros

Média: 14 p/diaMediana: 10 p/diaModa: 20 p/dia

Base: Entrevistados com 18 anos ou mais que fumam atualmente: 145 entrevistasFonte: P.34 Quantos cigarros, em média, você fuma por dia?

Quantidade de cigarros consumidos por dia- Fumante -

76

69

65

60

59

62

Tenho muita dificuldade em parar defumar

Sempre estou planejando abandonaro hábito de fumar

Já tentei parar de fumar várias vezese não consegui

Normalmente eu me interesso porinformações sobre os malefícios do

cigarro

Raramente penso sobre os efeitosnocivos do consumo de cigarros

Tenho dificuldade em controlar aquantidade de cigarro que consumo

49

44

43

31

26

40

Quando fumo muitos cigarros ficocom sentimento de culpa

Evito ter contato com informaçõessobre os malefíc ios do cigarro

Tenho receio de parar de fumar porcausa dos sintomas de abstinência,de falta de nicotina no organismos

Acho que as informações sobremalefícios do cigarro são

exageradas e questionáveis

Consigo parar de fumar no momentoem que desejar

Fumar cigarros não faz mal paraminha saúde

Atitude do fumante frente ao hábito de fumarTop Two Boxes (concorda totalmente + concorda em parte)

Base: Fumante 401Fonte: P27. Agora eu vou ler algumas frases sobre o hábito de fumar cigarros e gostaria que você me dissesse, de acordo com este cartão, o quanto concordaou discorda de cada uma delas. Então, quanto a ___ você concorda ou discorda?

Envolvimento com o tabagismo - fumantes –

Base: Fumante 401 entrevistasFonte: P26 - De acordo com essa escala do cartão, gostaria que você indicass e o quanto gosta do hábito de fumar?

26

35

19

10

11

Gosta muito defumar

Gosta de fumar

Gosto mais oumenos de

fumar

Gosta poucode fumar

Gosta muitopouco de fumar

114

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Percepção quanto a chance de desenvolver uma doença causada pelo hábito de fumar

Base: Fumante 401 entrevistas Fonte: P28 - Qual é a chance, numa escala de 0 a 10, que você imagina de vira desenvolver alguma doença causada pelo consumo de cigarros em algum momento da sua vida, sendo zero para nenhuma chance até 10 para o máximo de chance?

85%

Nenhuma chance Muita chance

4 3 1 3 416

10 8 12 7

32

115

16

84

Tem/ já tevedoença

Não tem/ nuca tevedoença

Base: Fumante 401 entrevistasFonte: P30 - Você tem ou já teve alguma doença, diagnosticada por médicos, causada ou influenciada fortemente pelo consumo de cigarros?

Ocorrência de doença causada ou influenciada fortemente pelo consumo de cigarros

48

52

Tem/ teveproximidade com

pessoas quedesenvolveram

doença

Não tem/ teveproximidade

Base: Fumante 401 entrevistasFonte: P29 - Você tem ou teve proximidade com alguma pessoa que desenvolveu alguma doença causada ou influenciada fortemente pelo consumo de cigarros?

Proximidade com pessoas que desenvolveram alguma doença causada ou

influenciada pelo cigarro

116

Base: Fumante 401/ Ex - fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P1.Quando se fala em cigarros, qual é a primeira idéia que lhe vem à cabeça?

Top Of Mind de Cigarros- espontânea -

2

3

8

1

4

6

2

2

1

1

1

0

0

Diversão/descontração

Substâncias/componentes

(nicotina, veneno)

Saúde

Direito de escolhero modo de vida que

quer

Outras respostas

Nada/ não lembrade nada

Fumante Ex-fumante Não fumante

33

17

11

6

5

4

41

10

8

24

3

50

12

3

29

11

Satisfação (vontade de fumar/ tirar o

estresse/ prazer)

Doenças

Vício/ droga

Parar de fumar

Sensações (nojo, mal cheiro, ruim,

morte, desperdício)

Café

117

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P2. Quais propagandas de cigarros você lembra? E como era essa propaganda que você lembra?

Lembrança de propagandas de cigarro- espontânea -

52

37

14

6

48

57

35

28

1

4

43

48

34

11

5

2

52

5

Lembra depropaganda

Marlboro

Hollywood

Derby

Free

Não lembra depropaganda

Citações até 3% entre fumantes

33

15

7

33

15

13

4

33

20

6

5

7

Propaganda do cowboy

Sobre saúde (fumar é prejudicial àsaúde/ criança prematura, fumar causa

câncer, impotência sexual)

Ligadas ao esporte (patrocínio/ rapazde asa delta, escalando montanha)

Referência ao slogan ("venha para omundo de marlboro"/ "um raro prazer"/

"alguma coisa a gente tem emcomum"/ "uma questõa de bom

senso")

Fumante Ex-fumante Não fumante

Descrição da propaganda

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P2. Quais propagandas de cigarros você lembra? E como era essa propaganda que você lembra?

Descrição da propaganda de propaganda de cigarros - espontânea -

33

6

6

3

3

3

2

2

33

6

3

6

3

4

2

2

33

4

2

2

3

9

2

1

5

PROPAGANDA DO COWBOY

Cavalos/ cavalos em um córrego

Homem/ cowboy montado em umcavalo fumando

Homem/ cowboy/ mocinho montadoem um cavalo/ no campo

Do cowboy

Cowboy passeando em um cavalo/Homem correndo montado no cavalo

Homem montado em um cavalo tentavalaçar outros cavalos

Homem montado em um cavalo nasmontanhas/ fazenda

Um cowboy que morreu de câncer

15

4

3

3

2

2

7

2

2

1

7

15

5

1

2

5

1

13

9

1

2

4

20

3

5

4

2

5

1

6

3

2

5

3

SAÚDE

Fumar é prejudicial à saúde

Criança prematura/ que nasceu antesdo tempo/ feto dentro do vidro morto

Fumar causa câncer

Mostra um pulmão perfurado/ preto/cigarro destrói o pulmão

Fumar pode causar impotência sexual

Fumar causa câncer de laringe

PROPAGANDAS LIGADAS AOESPORTE

Mostram na transmissão de fórmula 1/patrocínio da formula 1

Rapaz de asa delta ao ar livre

Rapaz/ jovens escalando a montanhachegava no topo e fumava um cigarroReferência ao slogan ("venha para o

mundo de marlboro"/ "um raro prazer"/

Fumante Ex-fumante Não fumante

118

37 32 31 30 28 26 24 24 22 21 30 20 22 23 18

12

2720 18

31 16 19 26 22 18 16 18 21 18

31

Ousadia Ter muitos amigos

Coragem Desinibição Estar emsintonia comos amigos

Liberdade Alegria Estar namoda

Ter a sensação de

poder Viver inten-

samente

Idéias e sensações associadas ao hábito Associações positivas (7+6)

- estimulada -

Fumante Ex-fumante Não fumante

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistas Fonte: P4. Na sua opinião, o quanto em uma escala de 1 a 7 e de acordo com este cartão, as sensações ligadas ao hábito de fumar cigarros estão associadas a__?

19 19 13 15 15 14 13 11 9 11 16

10 1017

10 9 4 12

6 10 1711 11

5 10 920

Sedução Realização Ter beleza física

Inovação Sucesso Ter prestígiosocial

Inteligência Riqueza Saúde

119

4842 40 38 38 36 36 33 30

4133 28 28

19

3829 25

3827

35 3023 22

30 3526

40

Ousadia Muitos amigos Desinibição Coragem Liberdade Alegria Estar emsintonia com

amigos

Sensação depoder

Viver intensamente

Idéias e sensações associações ao hábito de fumar Associações positivas (7+6+5)

- estimulada -

Fumante Ex-fumante Não fumante

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P4. Na sua opinião, o quanto em uma escala de 1 a 7 e de acordo com este cartão, as sensações ligadas ao hábito de fumar cigarros estão associadas a__?

30 29 28 24 23 21 21 19 1811

2920 21 26

16 2114 13 8

3019

13

2717 19 18 19

9 9

37

Estar namoda

Sedução Realização Inovação Prestígiosocial/ status

Sucesso Beleza física Riqueza Inteligência Saúde

7865 61 60 59 55 53 52 52 51

7667

7463 65

5362

54 58

83 7969 68

55

7661 58

65 70

89

Doença Falta deinteligência

Não terbeleza f ísica

Fracasso Tradição Frustração Não estar namoda

Pobreza Não terprestigio

social

Solidão

Idéias e sensações associações ao hábito de fumar Associações negativas (1+2+3)

- estimulada -

49 48 47 45 43 40 38 37 32

56 61 6652 47 47 51 46

6355

69 6859 57

48 4740

64

Viver ente-diado

Não tersensação de

poder

Aprisio-namento

Tristeza Medo Não estar emsintonia comos amigos

Não ter muitosamigos

Timidez Estabilidade

Fumante Ex-fumante Não fumante

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P4. Na sua opinião, o quanto em uma escala de 1 a 7 e de acordo com este cartão, as sensações ligadas ao hábito de fumar cigarros estão associadas a__?

120

1913

8 6 5 5 5 5 5 49

154 6

113 3 1

156 10

4 7 8 10 72 1

21

Alegria Liberdade Coragem Estar emsintonia comos amigos

Estar namoda

Sucesso Saúde Sedução Ousadia Realização

Fumante Ex-fumante Não fumante

Situações e idéias presentes nas propagandas de cigarros1º lugar

- estimulada -

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P13. Entre as situações e idéias do cartão, qual é a mais presente nas propagandas de cigarros, veja que agora eu estou perguntando sobre as propagandas a favor do cigarro, que você lembra de ter visto alguma vez?

4 4 4 3 3 2 2 2 17 5 1 3 3 1 2 52 3 6

16 4 3 2 4

Ter belezafísica

Ter asensação de

poder

Desinibição Riqueza Ter prestígiosocial/ status

Inovação Viverintensamente

Ter muitosamigos

Inteligência

3328 27 24 21 20 19 16 15

33 34

1928

2129

817

3325 21 18

2416

2116

10

25

Libe rdade Aleg ria Corage m Se dução S uce ss o Ousadia Es ta r na moda Re alização Ter as ens ação de

pode r

Fumante Ex-fumante Não fumante

Situações e idéias presentes nas propagandas de cigarros2º lugar + 3º lugar

- estimulada -

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P13. Entre as situações e idéias do cartão, qual é a mais presente nas propagandas de cigarros, veja que agora eu estou perguntando sobre as propagandas a favor do cigarro, que você lembra de ter visto alguma vez?

14 13 11 11 10 9 8 8 6 611

5 7 717

8 7 7 1114 12 14 146

13 10 137 89

Estar emsintonia comos amigos

Desinibição Saúde Ter belezafísica

Riqueza Inteligência Ter muitosamigos

Ter prestígiosocial/ status

Viver intensa-mente

Inovação

121

198 5 5 5 5 4 4

3328 27 24 21 20 19 16 1513

Liberdade Alegria Coragem Sedução Sucesso Ousadia Estar na moda Realização Ter asensação de

poder

Situações e idéias presentes nas propagandas de cigarros1º lugar x 2º lugar + 3º lugar - Total fumantes

- estimulada -

Base: Fumante 401Fonte: P13. Entre as situações e idéias do cartão, qual é a mais presente nas propagandas de cigarros, veja que agora eu estou perguntando sobre as propagandas a favor do cigarro, que você lembra de ter visto alguma vez?

4 5 4 3 1 2 3 2 2

14 13 11 11 10 9 8 8 6 66

Estar emsintonia comos amigos

Desinibição Saúde Ter belezafísica

Riqueza Inteligência Ter muitosamigos

Ter prestígiosocial/ status

Viver intensa-mente

Inovação

1º lugar 2º lugar + 3º lugar

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P3 - E quais as propagandas contra o hábito de fumar, ou contra o cigarro, você lembra?

19

19

12

7

4

26

18

6

2

5

1

21

20

7

5

5

4

9

Câncer/ fumar causa câncer

Donças/ fumar é prejudicial à saúde/causa doenças no pulmão

Deformação de feto/ aborto (criança novid ro, entubado)

Doenças vasculares (homem comperna amputada)

Propagandas/ fotos estampadas nomaço de cigarros

Doenças do coração (fumar causadoenças do coração/ infarto)

Fumante Ex-fumante Não fumante

Lembrança de propagandas contra o hábito de fumar- espontânea -

4

4

3

2

1

30

6

5

7

2

2

33

6

4

3

5

2

1

30

3

Fuma causa impotência sexual

Doenças da boca/ esôfago/ laringe(homem com câncer na laringe/ dentes

estragados)

Propaganda do governo/ Ministério daSaúde

Doenças respiratórias (homemdebruçado na ponte/fumar causa

efisema)

Substâncias tóxicas (ratos, baratasmortas pelo cigarro)

Criança começa a fumar quando vê oadulto

Nenhuma/ não lembra

122

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P3a - Onde você viu essa propaganda contra o hábito de fumar que você lembra?

Onde lembra de ter visto propagandacontra o hábito de fumar

- espontânea -

43

37

2

1

2

30

30

43

2

3

1

3

33

29

42

3

2

1

2

1

30

0

0

Maço de cigarros

Televisão

Outdoor / placas de rua

Folhetos / panfletos

Rádio

Cartazes

Hospitais / Postos desaúde

Não lembra

Fumante Ex-fumante Não fumante

123

Fumante Ex-fumante Não fumante

CÂNCER 19 26 21Fumar/ cigarro causa câncer 18 24 19Homem internado com câncer/ pessoas com câncer 1 2 2DOENÇAS (sem especificar) 19 18 20Fumar/ cigarro é prejudicial à saúde, causa doenças 11 12 14Problemas/ doenças do pulmão 4 1Pessoa entubada/ com aparelhos/máscara no nariz 1 2Pessoas doentes (s/esp.) 1 1Crianças doentes 1 1Fumar/ cigarro causa dependência 1 2 2Cigarro mata mais que outras doenças 0 2 2DEFORM AÇÃO DE FET OS/ ABORT O 12 6 7Criança/ bebê dentro do vidro/ feto deformado 5 4 3Fumar/ cigarro pode fazer mal ao feto/ causa aborto 3 1 2Criança/ bebê prematuro/ recém nascido entubado 3 1 1DOENÇAS VASCULARES (homem com a perna amputada) 9 2 5PROPAGANDA/ FOT OS EST AM PADAS NO M AÇO 7 5 5DOENÇAS DO CORAÇÃO 4 1 4Fumar/ cigarro causa doenças no coração 2 4Fumar/ cigarro causa infarto/ homem infartado na UTI 1FUM AR CAUSA IM POT ÊNCIA SEXUAL 4 6 6DOENÇAS DA BOCA/ ESÔFAGO/ LARINGE 4 5 4Homem com câncer na laringe/ buraco na garganta 2 3 3Homem com os dentes estragados/ dentadura 1 2 1PROPAGANDA DO GOVERNO/ M INIST ÉRIO DA SAÚDE 3 7 3DOENÇAS RESPIRAT ÓRIAS 3 5Homem debruçado na ponte fumando com criança 1 1Fumar causa efisema pulmonar 1 1Criança com problemas respiratórios/ asma 1 2SUBST ÂNCIAS T ÓXICAS (ratos, baratas mortas pelo cigarro) 2 2 2CRIANÇA COM EÇA A FUM AR QUANDO VÊ O ADULT O FUM AR 1 2 1NENHUM A/NÃO LEM BRA 30 33 30Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P3 - E quais as propagandas contra o hábito de fumar, ou contra o c igarro, você lembra?

Lembrança de propaganda contra o hábito de fumar - espontânea -

124

14 13 13 10 7 6 5 5 512 11 14

3 6 4 2 2

1811 7

12

1 3 7 4 3

21

Saúde Coragem Alegria Inteligência Estar na moda Ousadia Viverintensamente

Inovação Liberdade

Fumante Ex-fumante Não fumante

Idéias que deixariam uma propaganda contra o hábito de fumar mais criativa- estimulada -

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P5 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar ser mais criativa?

4 4 3 2 2 2 1 1 1 11 3 2 1 3 6 3 19

2 6 5 4 1 3 2 1 25

Estar emsintonia comos amigos

Desinibição Realizações Ter belezafísica

Sucesso Ter prestígiosocial/ status

Sedução Ter asensação de

poder

Ter muitosamigos

Riqueza

138 12 9 9 7 4 3 56 10 11 9

4 5 82

14 138 8 6 7 7 6 5

15

Inteligência Saúde Coragem Liberdade Ousadia Inovação Alegria Realização Viverintensamente

Fumante Ex-fumante Não fumante

Idéia inovadora em uma propaganda contra o hábito de fumar - estimulada -

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P6 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar ser uma idéia inovadora?

7 3 5 4 1 3 3 1 2 22 6 2 2 2 5 5 44 4 2 4 4 2 2 1 1 13

Estar namoda

Ter belezafísica

Estar emsintonia comos amigos

Desinibição Ter prestígiosocial/ status

Sedução Sucesso Ter muitosamigos

Riqueza Ter asensação de

poder

125

176 7 4 4 3 7 8

311 9

14

1 510

4 5

25

8 7 6 9 8 4 3 414

Saúde Viverintensamente

Coragem Liberdade Sedução Estar emsintonia comos amigos

Ousadia Inteligência Alegria

Fumante Ex-fumante Não fumante

Idéias em uma propaganda contra o hábito de fumar chamariam mais atenção do fumante

- estimulada -

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P7 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar que chamaria mais atenção do fumante?

6 6 4 4 3 4 4 6 3 36 2 6 3 2 3 13 3 4 5 3 2 2 1 2 14

Sucesso Estar namoda

Ter asensação de

poder

Ter belezafísica

Riqueza Inovação Desinibição Realização Ter muitosamigos

Ter prestígiosocial/ status

28

8 6 7 7 4 2 1 512

6 2 3 5 1 4

27

10 10 6 5 5 7 7 4

31

Saúde Coragem Inteligência Liberdade Viverintensamente

Ter belezafísica

Alegria Riqueza Ter asensação de

poder

Fumante Ex-fumante Não fumante

Idéias que em uma propaganda contra o hábito de fumar motivariam mais fortemente o fumante a parar de fumar

- estimulada -

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P8 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar que motivaria mais fortemente o fumante a parar?

4 4 4 4 3 4 2 4 2 14 6 2 2 5 6 2 23 3 2 3 3 1 1 1 2 16

Estar emsintonia comos amigos

Inovação Sedução Sucesso Ter prestígiosocial/ status

Realização Estar namoda

Ousadia Ter muitosamigos

Desinibição

126

21

6 6 3 4 5 6 62 44 5 9

3 2 3 49 5

23

11 7 7 7 6 5 4 3 4

17

Saúde Inteligência Ter belezafísica

Coragem Ousadia Liber-dade Estar namoda

Desini-bição Sedução Viverintensamente

Fumante Ex-fumante Não fumante

Idéias em uma propaganda contra o hábito de fumar que os fumantes não gostariam de ver de jeito nenhum

- estimulada -

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P9 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar que os fumantes não gostariam de ver de jeito nenhuma?

3 2 4 3 3 5 5 5 45 6 4 2 3 3 2 44 3 2 3 3 2 2 1 13

Estar emsintonia comos amigos

Ter muitosamigos

Ter prestígiosocial/ status

Inovação Riqueza Realização Ter asensação de

poder

Sucesso Alegria

138

3 5 8 5 6 9 63 5 39 5 6 8 4

10 9 10 10 7 8 5 3 614

Saúde Sucesso Inovação Liberdade Viverintensamente

Ousadia Ter asensação de

poder

Inteligência Realização

Fumante Ex-fumante Não fumante

Idéias que dariam mais credibilidade ao anúncioem uma propaganda contra o hábito de fumar

- estimulada -

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P10 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar que daria mais credibilidade ao anúncio?

7 3 4 4 2 2 6 5 2 42 4 2 5 7 3 3 22 6 7 4 4 3 1 2 3 213

Coragem Estar emsintonia comos amigos

Riqueza Ter prestígiosocial/ status

Desinibição Sedução Alegria Ter belezafísica

Estar namoda

Ter muitosamigos

127

12 9 6 7 5 7 4 5 512

7 5 49

4 5 810 7 9 7 8 5 7 6 5

17

Viverintensamente

Saúde Ousadia Liberdade Inteligência Sucesso Estar na moda Alegria Realização

Fumante Ex-fumante Não fumante

Idéias que seriam interessantes por não conter restrições ou proibiçõesem uma propaganda contra o hábito de fumar

- estimulada -

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P11- Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar que seria interessante por não conter restrições ou proibições?

4 4 3 5 5 2 5 4 5 36 3 3 1 3 3 2 1 25 5 6 5 6 4 3 2 1 16

Ter belezafísica

Sedução Ter prestígiosocial/ status

Coragem Ter asensação de

poder

Riqueza Inovação Ter muitosamigos

Estar emsintonia comos amigos

Desinibição

Idéias para uma propagandas contra o hábito de fumar Total de fumante

- estimulada -

Base: Fumante 401Fonte: P5/6/7/8/9/10/11 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar _?

Ser mais criativa Inovadora

Chamar mais

atenção

Motivar a parar de

fumar

Que os fumantes

não gostariam

Daria mais credibi-lidade

Seria interessante

por não conter

restrições /proibições

Alegria 13 4 3 2 4 6 5Coragem 13 12 7 8 3 7 5Desinibição 4 4 4 1 6 2 3Estar em sintonia com os amigos 4 5 3 4 3 3 5

Estar na moda 7 7 6 2 6 2 4Inovação 5 7 4 4 3 3 5Inteligência 10 13 8 6 6 9 5Liberdade 5 9 4 7 5 5 7Ousadia 6 9 7 4 4 5 6Realizações 3 3 6 4 5 6 5Riqueza 1 2 3 1 3 4 2Saúde 14 8 17 28 21 13 9Sedução 1 3 4 4 2 2 4Sucesso 2 3 6 4 5 8 7Ter a sensação de poder 1 2 4 5 5 6 5Ter beleza física 2 3 4 4 6 5 4Ter muitos amigos 1 1 3 2 2 4 4Ter prestígio social/ status 2 1 3 3 4 4 3Viver intensamente 5 5 6 7 4 8 12

128

Percepção de como deveriam ser as campanhas contra o hábito de fumarTop Two Boxes (concorda totalmente + concorda em parte)

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P12. Ainda pensando sobre propagandas contra o hábito de fumar, eu vou falar algumas afirmações sobre como deveriam ser essas campanhas e gostaria de saber o quanto você concorda com essas afirmações.

010

2030405060

708090

100

B D H F A I K G C L E J

'

B. Informações científicas sobre doenças relacionadas ao fumoD. Fotos de alto impacto, de pessoas doentes por causa do consumo de cigarros

H. O fumante, se f icar doente ou falecer, deixará a família desamparada

F. Reconhecer que o cigarro causa algum tipo de prazer, no entanto também apresenta riscos e malefícios

A Despertar o sentimento de medoI, Mostrar que há pessoas bem sucedidas, em vários aspectos da vida social e profissional, e que não são fumantes

K. Mostrar pessoas famosas e personalidades públicas apoiando o hábito de não fumarG. Enfatizar mais argumentos emocionais do que argumentos racionais contra o cigarroC. Despertar o sentimento de culpa no fumanteL. Chamar a atenção por conter imagens, locais e pessoas bonitas em siatuações agradáveis e com apelo leve sobre parar de fumar, sem conter proibiçõesE. Mostrar situações agradavéis relacionadas ao hábito de não fumar e não mencionar malef íciosJ. Ter cenas de humor, ser uma propaganda engraçada

Fumante

Ex- fumante

Não fumante'

Percepção de como deveriam ser as campanhas contra o hábito de fumarTop Two Boxe (concorda totalmente + concorda em parte)

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P12. Ainda pensando sobre propagandas contra o hábito de fumar, eu vou falar algumas afirmações sobre como deveriam ser essas campanhas e gostaria de saber o quanto você concorda com essas afirmações.

Fumante Ex-fumante Não fumante

B. Conter informações científicas sobre doenças relacionadas ao fumo 91 96 100

D. Mostrar fotos de alto impacto, de pessoas doentes por causa do consumo de cigarros 73 81 91

H. Mostrar que o fumante, se ficar doente ou falecer, deixará a família desamparada

72 84 89

F. Reconhecer que o cigarro causa algum tipo de prazer, no entanto também apresenta riscos e malefícios 87 81 83

A Despertar o sentimento de medo 75 82 83

I, Mostrar que há pessoas bem sucedidas, em vários aspectos da vida social e profissional, e que não são fumantes 76 87 81

K. Mostrar pessoas famosas e personalidades públicas apoiando o hábito de não fumar 73 85 80

G. Enfatizar mais argumentos emocionais do que argumentos racionais contra o cigarro 77 76 79

C. Despertar o sentimento de culpa no fumante 70 77 80

L. Chamar a atenção por conter imagens, locais e pessoas bonitas em siatuações agradáveis e com apelo leve sobre parar de fumar, sem conter proibições

72 69 73

E. Mostrar situações agradavéis relacionadas ao hábito de não fumar e não mencionar malef ícios 70 67 72

J. Ter cenas de humor, ser uma propaganda engraçada 45 53 48

129

81

19

33

69

31

67Lembra defotos

Não lembrade fotos

Lembrança de fotos estampadas em maços de cigarros

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P21 -Você já viu alguma das fotos contra o hábito de fumar que estão estampadas nos maços de cigarro?

Fumante Ex-fumante Não fumante

11

22

19

17

31

24

17

12

23

19

29

20

11

21

24Muito eficientes

Eficientes

Mais ou menos eficientes

Pouco eficientes

Nada eficientes

Avaliação da eficiência das fotos estampadas em maços de cigarros

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P22 - Como você avalia a eficiência das campanhas atuais contra o hábito de fumar que estão impressas nos maços de cigarros? Na sua opinião essas campanhas são:___?

Fumante Ex-fumante Não fumante

33%48%48%

Top Two Boxes

64

29

15

3

3

3

2

1

46

15

5

7

5

6

1

48

19

17

2

3

1

3

8

NEGATIVAS

Fumante evita olhar/ ignora as fotos

Gosta de fumar/ é viciado/ propaganda nãovai impedi-lo

Fotos são apelativas/ mentirosas/ pessoasnão acreditam

Pessoas não acreditam nas fotos

Fumantes já se acostumaram com as fotos

Amedronta os fumantes/ não gosta de olhar/fica com medo

Ajuda no conhecimento dos danos causadosà saúde, mas não ajuda a parar de fumar

Fotos tem pouco destaque/ deveria ser nomaço inteiro

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P23 - Por quais razões você pensa qe essas propagandas contra o hábito de fumar estão estampadas nos maços de cigarros são __?

Fumante Ex-fumante Não fumante

36

16

7

3

3

53

17

13

12

7

4

52

25

9

7

11

2

7

POSITIVAS

Mostra a realidade/ como a pessoa ficadepois de fumar/ fotos são reais”

Fotos fazem as pessoas refletirem sobre oassunto/ conscientiza sobre os danos

Amedronta os fumantes/ não gosta de olhar/fica com medo que aconteça o que está na

foto

Desestimula o tabagismo/ lembra o fumantepara diminuir o consumo/ que é melhor parar

de fumar

Fotos chocam/ aterrorizam/ causam impacto

Razões de considerara as fotos estampadas eficiência ou ineficiente

130

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Colaboração das propagandas contra o hábito de fumar para o abandono do hábito

Base: Fumante 401 entrevistasFonte: P24 - Numa escala de 0 a 10, na sua opinião, o quanto as propagandas contra o HÁBITO DE FUMAR, de uma forma geral e as que são veiculadas em TV, revistas, internet, outdoor ou nos maços de cigarros, colaboram para o fumante abandonar o hábito de fumar, sendo zero para nenhuma colaboração até 10 para a idéia de colaborarem muito?

Nenhuma colaboração Colaboram muito

143 4 5 6

208 10 10 6

13

Avaliação da propaganda contra o hábito de fumar - CasalAssociações negativas (1+2+3)

- estimulada -

Fumante Ex-fumante Não fumante

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P14/P16. Pensando ainda nas propagandas contra o hábito de fumar, eu gostaria que você avaliasse essa peça publicitária contra o tabagismo. Na sua opinião o quanto essa propaganda__?

29

26

24

20

19

19

17

24

20

19

23

23

21

26

10

27

26

16

18

24

22

27

14

21

Não combina com as sensaçõesprovocadas pelo hábito de fumar

Não transmite informações fortes

Não motiva o fumante a parar de fumar

Não traz informações relevantes sobre pararde fumar

Não estimula uma atitude favorável a umcomportamento preventivo junto aos jovens

Não faz o fumante refletir sobre parar defumar

Os fumantes não gostariam de ver estapropaganda novamente

Não desperta o interesse sobre o assunto

16

16

16

15

12

9

7

12

14

17

15

12

7

10

5

10

20

12

18

13

9

12

7

15

Não traz informações verdadeiras

Não chama a atenção

Não agrada mais pela imagem dapropaganda do que pelo texto

Não é inovadora

Não é criativa

Não é fácil de entender

Não é diferente das outras propagandacontra o hábito de fumar

Não é bonito visualmente

131

Avaliação da propaganda contra o hábito de fumar - CasalAssociações positivas (7+6+5)

- estimulada -

Fumante Ex-fumante Não fumante

75

78

77

73

81

82

72

77

82

77

90

78

81

75

65

80

74

71

91

73

81

76

66

87

É inovadora

Criativa

Chama a atenção

Bonito visualmente

Desperta o interesse sobre oassunto

Fácil de entender

Diferente das outras propagandacontra o hábito de fumar

Faz o fumante refletir sobre parar defumar

69

76

65

59

72

74

72

65

76

69

71

66

69

59

69

73

88

71

68

55

73

57

69

63

Traz informações relevantes sobreparar de fumar

Traz informações verdadeiras

Motiva o fumante a parar de fumar

Transmite informações fortes

Combina com as sensaçõesprovocadas pelo hábito de fumar

Agrada mais pela imagem dapropaganda do que pelo texto

Os fumantes gostariam de ver estapropaganda novamente

Estimula uma atitude favorável a umcomportamento preventivo junto aos

jovens

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P14/P16. Pensando ainda nas propagandas contra o hábito de fumar, eu gostaria que você avaliasse essa peça publicitária contra o tabagismo. Na sua opinião o quanto essa propaganda__?

Avaliação da propaganda contra o hábito de fumar - RatoAssociações negativas (1+2+3)

- estimulada -

Fumante Ex-fumante Não fumante

35

33

33

32

28

25

23

36

24

30

36

23

27

20

24

30

25

35

46

33

30

26

30

32

Não é bonito visualmente

Não combina com as sensaçõesprovocadas pelo hábito de fumar

Não agrada mais pela imagem dapropaganda do que pelo texto

Os fumantes não gostariam de ver estapropaganda novamente

Não transmite informações fortes

Não motiva o fumante a parar de fumar

Não traz informações relevantes sobre pararde fumar

Não estimula uma atitude favorável a umcomportamento preventivo junto aos jovens

23

21

18

17

14

13

13

19

22

18

22

20

12

16

12

28

26

21

20

21

11

16

15

18

Não faz o fumante refletir sobre parar defumar

Não desperta o interesse sobre o assunto

Não é criativa

Não é inovadora

Não chama a atenção

Não é fácil de entender

Não traz informações verdadeiras

Não é diferente das outras propagandacontra o habito de fumar

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P14/P16. Pensando ainda nas propagandas contra o hábito de fumar, eu gostaria que você avaliasse essa peça publicitária contra o tabagismo. Na sua opinião o quanto essa propaganda__?

132

Avaliação da propaganda contra o hábito de fumar - RatoAssociações positiva (7+6+5)

- estimulada -

Fumante Ex-fumante Não fumante

81

80

80

75

73

70

66

79

78

80

74

74

71

69

67

77

79

77

71

73

68

69

58

77

Fácil de entender

Traz informações verdadeiras

Diferente das outraspropaganda contra o hábito de

fumar

Chama a atenção

Criativa

Inovadora

Desperta o interesse sobre oassunto

Faz o fumante refletir sobreparar de fumar

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P14/P16. Pensando ainda nas propagandas contra o hábito de fumar, eu gostaria que você avaliasse essa peça publicitária contra o tabagismo. Na sua opinião o quanto essa propaganda__?

65

64

62

56

55

53

52

70

64

56

65

50

64

58

50

66

61

61

54

44

54

49

59

60

Traz informações relevantes sobreparar de fumar

Estimula uma atitude favorável a umcomportamento preventivo junto aos

jovens

Motiva o fumante a parar de fumar

Transmite informações fortes

Fumantes gostariam de ver estapropaganda novamente

Combina com as sensaçõesprovocadas pelo hábito de fumar

Agrada mais pela imagem dapropaganda do que pelo texto

Bonito visualmente

133

Avaliação da propaganda contra o hábito de fumar - Casal x Rato- estimulada -

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P18 - Pensando ainda nessa peça publicitária, de uma maneira geral, o quanto você o(a)/ sr(a) gostou dessa idéia de propaganda contra o hábito de fumar:___?

Inovadora Criativa Chama a atenção Bonita visualmente Desperta interesse Fácil de entender

Diferente das outras Faz refletir sobreparar de fumar

Traz informaçõesrelevante

Traz informaçõesverdadeiras

Motiva parar defumar

Transmite emoçõesfortes

Combina com assensações de fumar

Grada mais pelaimagem do que texto

Fumantes gostariamde ver novamente

Estimula aprevenção junto aos

jovens

42

5847

5343

56

14

86

42

58

435654 54

4655

45

7

93

49 51 48 5245

5543

58

35

65

10

90

41

59

34

66

46

R ato C asal R ato C asal R ato C asal R ato C asal R ato C asal R ato C asal

Fum ante E x-fum ante Não fumante

4 55 5

4 45 5

4 9 5 0 4 7 5 04 4

5 54 2

5 74 3

5 0 4 75 5

4 35 6

4 35 1 4 9 4 7 5 2

4 0

6 0

3 8

6 14 9 5 1

4 35 6

4 35 6

3 5

6 45 5

R ato C as al R ato C as al R ato C as al R ato C as al R ato C as al R ato C as al

4554

23

77

35

65

39

6046

30

70

33

64

4653

4456

15

85

28

71

29

71

53

R ato C asal R ato C asal R ato C asal R ato C asal

134

Avaliação da propaganda contra o hábito de fumar - Casal x RatoAssociações positivas (7+6+5) Total Fumante

- estimulada -

Base: Fumante 401/Fonte: P14/P16. Pensando ainda nas propagandas contra o hábito de fumar, eu gostaria que você avaliasse essa peça publicitária contra o tabagismo. Na sua opinião o quanto essa propaganda__?

87

82

81

77

76

75

74

52

80

66

75

77

80

64

56

78

Bonito visualmente

Diferente das outras propagandacontra o habito de fumar

Faz o fumante refletir sobre parar defumar

Criativa

Chama a atenção

Traz informações verdadeiras

Estimula uma atitude favorável a umcomportamento preventivo junto aos

jovens

Os fumantes gostariam de ver estapropaganda novamente

73

72

72

69

65

63

70

81

73

53

65

62

60

72

Desperta o interesse sobre o assunto

Fácil de entender

Inovadora

Agrada mais pela imagem dapropaganda do que pelo texto

Traz informações relevantes sobre pararde fumar

Motiva o fumante a parar de fumar

Transmite informações fortes

Casal Rato

45

26

17

5

7

32

17

2

6

41

30

19

7

3

44Gostou

Gostoumuito

Gostoumais oumenos

Não gostou

Gostou umpouco

Avaliação da propagandaCasal

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P15/P17.Pensando ainda nessa peça publicitária, de uma maneira geral, o quanto você gostou dessa idéia de propaganda contra o hábito de fumar?

Fumante Ex-fumante Não fumante

43

19

19

7

12

25

20

3

14

35

24

24

5

12

39Gostou

Gostoumuito

Gostoumais oumenos

Gostou umpouco

Não gostou

Avaliação da propagandaRato

71%76%71%

Top Two Boxes

62%64%59%

Top Two Boxes

135

56

44

54

64

36

46Casal

Rato

Eficiência da propagandaCasal x Rato

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P19 - Entre essas duas peças apresentadas, qual é na sua opinião a que mais seria mais eficiente para levar o fumante a abandonar o hábito de fumar?

Fumante Ex-fumante Não fumante

Base: Fumante 401/ Ex-fumante 100/ Não fumante 101 entrevistasFonte: P20 - Por que? Por que mais? Mais alguma coisa?

56

24

10

9

2

2

1

43

15

12

9

8

1

2

64

24

19

11

7

2

4

11

CASAL

Influência do vício nas relações

Harmonia/ paz nas relações

Saúde

Apelo emocional

É mais bonita

É mais criativa/ chama atenção

Não aprova a propaganda do rato

Fumante Ex-fumante Não fumante

44

15

12

4

4

3

4

54

22

13

2

5

4

4

1

36

4

14

8

2

4

3

5

RATO

Perigo da armadilha

Perigo da morte

Por ser impactante/ chama atenção

Leva as pessoas à reflexão/ cuidar dasaúde

Imagem é verdadeira/ o que acontececom o rato

Problemas/ perigos do cigarro

Consequências do prazer

Razões de considerar a propaganda mais eficienteCasal x Rato

136

Razões de considerar a propaganda mais eficienteCasal x Rato

FumanteEx-

fumanteNão

fumantRAT O 44 54 36PERIGO DA ARM ADILHA 15 22 4Funciona como armadilha para as pessoas que fumam/ caem na armadilha do cigarro

12 14 4

Pela armadilha/ ratoeira (s/esp.) 3 6 -PERIGO DE M ORT E 12 13 14Armadilha/ ratoeira leva a morte/ o fumo é uma ratoeira 7 12 10Mostra o perigo de morte/ cigarro causa risco de morte 3 - 1Mostra que o cigarro mata/ que pode morrer 2 1 1POR SER IM PACT ANT E/ CHAM A A AT ENÇÃO 5 2 8LEVA AS PESSOAS A REFLEXÃO/ CUIDAR DA SAÚDE/ DA VIDA 4 5 2IM AGEM É VERDADEIRA/ O QUE ACONT ECE COM O RAT O 4 4 -PROBLEM AS/ PERIGOS DO CIGARRO 3 4 4Fala dos problemas do cigarro/ esclarece sobre os riscos 2 - 1Ratoeira mostra que o hábito de fumar pode levar ao câncer 0 - 2Fala que o rato é doente/ transmite doenças 0 2 -CONSEQÜÊNCIAS DO PRAZER 4 1 3Prazer pode ser desastroso/ matar 3 1 1Mostra as conseqüências na saúde de quem fuma 1 - 3CASAL 56 43 64INFLUÊNCIA DO VÍCIO NAS RELAÇÕES 24 15 24O amor pode superar tudo/ o amor é importante 9 5 8Quem gosta pode ajudar o fumante a largar o vício 9 8 5Mostra que sem fumar pode ficar mais tempo/ aproveita melhor o momento com quem gosta/ama

6 3 8

Mostra a influência do vício nas relações pessoais 2 - 1Pessoas que você gosta podem se afastar por causa do vicio/ acabar com o prazer de viver com outras pessoas

1 2 2

HARM ONIA/ PAZ NAS RELAÇÕES 10 12 19Traz bem estar/ harmonia/ paz entre as relações 2 3 2Traz alegria/ felicidade entre as relações 2 5 13Faz referências à família/ bem estar famÍliar 5 3 3SAÚDE 11 9 11Mostra pessoas/casal com saúde/ preocupadas com a saúde 9 8 5Reflete as conseqüências do cigarro no futuro/ doenças 1 1 1Mostra que o cigarro faz mal à saúde 1 - 3APELO EM OCIONAL (tem apelo emocional/ é reflexiava) 9 8 7É M AIS BONIT A 2 - 2É CHAM AT IVA/ IM PACT ANT E/ 2 1 4

137

4.3 Pesquisa quantitativa - Análise da segmentação do Grupo de Fumantes

4.3.1 O Processo de Segmentação

A segmentação do grupo de fumantes foi elaborada para identificar e

explicar a preferência por tipo de comunicação testada, as peças publicitárias

“casal” e “rato”, levando em conta o perfil de atitudinal dos respondentes frente

à vida, a atitude frente ao tabagismo e à contra-propaganda de cigarros.

Para tanto foram aplicadas 44 frases em escala de concordância de 5

pontos (likert) junto aos fumantes na pesquisa quantitativa. A análise fatorial

reduziu essa quantidade de frases à 14 fatores.

Os fatores que diferenciam os grupos foram denominados:

1) Preferência por apelos fortes na contra-propaganda de cigarros (medo e

culpa)

2) Dificuldade em abandonar o hábito de fumar

3) Sociabilidade e facilidade de comunicação pessoal

4) Sentimento de culpa pelo hábito do tabagismo

5) Otimismo frente à vida

6) Ousadia e necessidade de diferenciação social

7) Preferência por apelo emocional na contra-propaganda de cigarros

8) Comportamento social guiado pela emoção

9) Comportamento social guiado pelo prazer

10) Comportamento social guiado para o dinheiro

11) Preferência por personalidades públicas e não-fumantes na contra-

propaganda

12) Evitação de informações sobre os malefícios do cigarro

13) Preferência por apelos leves e comunicação bi-lateral na contra-

propaganda

14) Importância da família

138

4.3.2 Análise Fatorial – Segmentação de fumantes

G

rupos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Análise fatorial e de cluster - Fumantes

1

2

3

Fatores

-1,5

-1,0

-,5

0,0

,5

A análise de Cluster definiu 3 grupos em função das diferentes atitudes

em relação aos fatores avaliados. As características mais marcantes de cada

grupo são:

Grupo 1 – 36% dos fumantes “Muito envolvidos com o tabagismo, preocupados com doenças e com expectativa de informação.”

É o grupo que mais rejeita apelos fortes, de medo e culpa, na contra-

propaganda mas também rejeitam os apelos leves.

139

Maior dificuldade de abandono do hábito

Otimistas

Não são guiados pelo dinheiro

Mais masculino

Presença de jovens

Maioria na Classe “C” (Critério Brasil)

Fumam em média 20 cigarros por dia

Maior dificuldade em abandonar o hábito do tabagismo

Acredita que tem grande chance de desenvolver alguma doença em

função do tabagismo

É o grupo que associa mais sensações positivas ao hábito de fumar

(ousadia, amigos, coragem e liberdade)

Percepção de liberdade na propaganda a favor do cigarro

Preferência por elementos de ousadia e na contra-propaganda de

cigarro

Demanda por informações científicas sobre doenças na propaganda

Maior contato com as fotos dos maços de cigarro e percepção de menor

eficiência dessa comunicação

Menor a percepção de eficiência geral da contra-propaganda

Metade do grupo prefere a peça “rato”

Grupo 2 – 48% dos fumantes “Pouco envolvidos com o tabagismo, baixa preocupação com doença e com expectativa de emoção”

Concordam com a idéia do uso de personalidades públicas e não-

fumantes na contra-propaganda e apresentam maior preferência por apelos

emocionais, principalmente os apelos de medo e culpa.

Comportamento guiado pelo prazer e emoção

Maior presença de pessoas com 45 anos ou mais

140

Menor poder aquisitivo – Classe D/E – 36%

Grupo que fuma a menor quantidade de cigarros diários

Interesse por informações sobre os malefícios do cigarro

Teme os sintomas da abstinência

Não percebe o cigarro como causador de males à sua saúde

Alegria, coragem e estar na moda são os principais elemento percebidos

na comunicação a favor do cigarro,

Adeptos da contra propaganda com elementos de culpa e imagens de

alto impacto

Demandam a situação de desamparo familiar na contra-propaganda

Menos lembra das fotos dos maços de cigarro e percebem a iniciativa

com maior eficiência que a média

Acredita na eficiência geral da contra-propaganda de cigarros

É o grupo que melhor avalia a peça “casal” para contra-propaganda

Grupo 3 – 15% dos fumantes “Muito envolvidos com o tabagismo, altamente resistente ao abandono do hábito e com expectativa de emoção e informação”

Grupo menos sociável e comunicativo, são os menos comprometidos

com o sentimento de culpa pelo hábito de fumar. É o grupo com menor

característica de otimismo.

Sente a necessidade de ousadia e diferenciação e tem o comportamento

social guiado pelo dinheiro mais fortemente.

É o grupo que apresenta maior preferência por apelos leves e de

comunicação bi-lateral, que reconhece o prazer e também os malefícios do

cigarro.

Mais feminino

Predominância de pessoas de 25 a 34 anos

141

Maior poder aquisitivo

Fumam mais cigarros diariamente

Menos engajados no abandono do hábito

Não se interessam pelas informações sobre os malefícios, assim como

as evitam

Acreditam ter a menor chance de desenvolver doença em função do

tabagismo

Menor proximidade com pessoas que desenvolveram doenças

Associam ao hábito mais fortemente as sensações de realização e estar

na moda

Percebem a liberdade, sedução, beleza, inteligência e status como

elementos presentes na comunicação à favor do cigarro

O grupo que apresenta maior lembrança das fotos de contra-

propaganda nos maços de cigarro e que pior avalia a eficiência dessa

ação

Saúde, alegria, coragem, inteligência, beleza física e viver intensamente

são os elementos que podem ser associados às propagandas contra o

tabagismo

Rejeitam o sentimento de medo e culpa na contra-propaganda

É o grupo que atribui a menor eficiência às campanhas de contra-

propaganda

A peça “rato” apresenta melhor avaliação no conjunto de atributos para o

grupo

142

4.4 Gráficos da Segmentação de Fumantes (em %)

Sexo

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistas

5644 42

554551 49

58

Feminino

Idade

Classificação econômicaCritério Brasil

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

19 23 2534

21 2433

18 21 2535

1631 25 2922

18 a 24 anos 25 a 34 anos 35 a 44 anos 45 anos oumais

25

4332

4230

21

433635

42

2428

Classe A/ B Classe C Classes D/E

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistas

Quantidade de cigarros que fuma por dia

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

16 20 17

36

1121 18

41

1019 21 16

35

101221 20

311610

6 a 8 cigarros 9 a 10 cigarros 11 a 18 cigarros 20 cigarros 21 ou maiscigarros

143

62

53

48

38

38

71

59

57

41

37

43

59

55

48

46

46

40

47

26

24

43

9

10

44

Tenho muita dificuldade em parar defumar

Sempre estou planejando abandonaro hábito de fumar

Já tentei parar de fumar várias vezese não consegui

Tenho dificuldade em controlar aquantidade de cigarros que

consumo

Normalmente me interesso porinformações sobre os malefícios do

cigarro

Raramente penso sobre os efeitosnocivos do consumo de cigarros

Atitude do fumante frente ao hábito de fumarTop Box (concorda totalmente)

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P27. Agora eu vou ler algumas frases sobre o hábito de fumar cigarros e gostaria que você me dissesse, de acordo com este cartão, o quanto concordaou discorda de cada uma delas. Então, quanto a ___ você concorda ou discorda?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

34

31

29

20

19

38

29

34

24

22

15

37

36

28

24

23

23

17

16

13

9

4

12

22

Quando fumo muitos cigarros ficocom sentimento de culpa

Tenho receio de parar de fumar porcausa dos sintomas de abstinência,

de falta de nicotina no organismo

Evito ter contato com informaçõessobre os malefícios do cigarro

Acho que as informações sobremalefícios do cigarro são

exageradas e questionáveis

Consigo parar de fumar no momentoem que desejar

Fumar cigarros não faz mal paraminha saúde

O quanto gosta do hábito de fumar?

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P26 - De acordo com essa escala do cartão, gostaria que você indicasse o quantogosta do hábito de fumar?

Top Two Boxes61%60%56%83%

26

35

18

10

11

35

16

14

10

26

31

23

9

12

36

47

3

4

10

25Gosta muitode fumar

Gosta defumar

Gosta maisou menosde fumar

Gosta muitopouco de

fumar

Gostapouco de

fumar

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

144

Percepção quanto a chance de desenvolver uma doençacausada pelo hábito de fumar

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P28 - Qual é a chance, numa escala de 0 a 10, que você imagina de vir a desenvolver alguma doença causada pelo consumo de cigarros emalgum momento da sua vida, sendo zero para nenhuma chance até 10 para o máximo de chance?

Nenhuma chance Muita chance

18

21

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

FUMANTE

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

3 412

1016134 8 7

32

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P30 - Você tem ou já teve alguma doença, diagnosticada pormédicos, causada ou influenciada fortemente pelo consumo de cigarros?

Ocorrência de doença causada ou influenciadafortemente pelo consumo de cigarros

16

84

81

15

85

15

85

19Tem/ já teve doença

Não tem/ nuca tevedoença

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

145

29 27 24 23 22 19 16 16 15

37 3427 25 28 24 23 2324 22 19 20 21 16 11 12 12

40

Ousadia Ter muitosamigos

Coragem Desinibição Estar emsintonia comos amigos

Liberdade Alegria Ter asensação de

poder

Viverintensamente

Idéias e sensações associações ao hábito de fumarAssociações positivas (7)

- estimulada -

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P4. Na sua opinião, o quanto em uma escala de 1 a 7 e de acordo com este cartão, as sensações ligadas ao hábito de fumar cigarros estão associadas a__?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

15 15 12 11 9 9 8 8 7 617 15 11 11 11 11 10 9 812 11 11 11 8 7 7 6 5 6

19

Realização Estar namoda

Sedução Sucesso Inovação Ter prestígiosocial/ status

Ter belezafísica

Inteligência Riqueza Saúde

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P29 - Você tem ou teve proximidade com alguma pessoa que desenvolveualguma doença causada ou influenciada fortemente pelo consumo de cigarros?

Proximidade com pessoas quedesenvolveram alguma doença causada ou

influenciada pelo cigarro

48

52

51

50

50

45

55

49

Tem/ teveproximidade com

pessoas quedesenvolveram

doença

Não tem/ teveproximidade

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

146

3328 27 24 21 20 19 16 15 14

24 25 27 2520

15 14 14 13

2833 32

20 19 22 2317 17 15

40

2416

30

16 17 18 167 11

39

Liberdade Alegria Coragem Sedução Sucesso Ousadia Estar namoda

Realização Ter asensação de

poder

Estar emsintonia comos amigos

Situações e idéias presentes nas propagandas de cigarros2º + 3º lugar- estimulada -

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P13. Entre as situações e idéias do cartão, qual é a mais presente nas propagandas de cigarros, veja que agora eu estou perguntando sobre as propagandas a favor docigarro, que você lembra de ter visto alguma vez?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

13 11 10 10 9 8 8 6 611 11 10 7 9 8 8 5

13 11 8 9 7 8 7 5 411

716 14 15

813

41114

Desinibição Saúde Ter belezafísica

Riqueza Inteligência Ter muitosamigos

Ter prestígiosocial/ status

Viverintensamente

Inovação

1913

8 6 5 5 5 5 4 414

8 8 5 5 5 6 5 4

24

11 9 6 5 6 5 4 4 512

18

72 6 4 2 6 4 4

16

A legria L iberdade Coragem Estar emsintonia comos am igos

Estar namoda

Sucesso Saúde Sedução Ousadia Realização

Situações e idéias presentes nas propagandas de cigarros1º lugar

- estimulada -

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P13. Entre as situações e idéias do cartão, qual é a mais presente nas propagandas de cigarros, veja que agora eu estou perguntando sobre as propagandas a favor docigarro, que você lembra de ter visto alguma vez?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

4 4 4 3 3 2 2 1 14 5 2 2 2 2 1 02 4 3 3 3 1 3 2 15 2 2 6 6 6 65

Ter be lezafís ica

Ter asensação de

poder

Desinib ição R iqueza Ter prestíg iosocial/ s tatus

Inovação Viverintensamente

Ter muitosam igos

Inte ligênc ia

147

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P3a - Onde você viu essa propaganda contra o hábito de fumar que você lembra?

43

37

2

1

6

24

44

43

1

1

2

4

21

38

33

2

2

2

4

28

58

38

11

13

1

Maço de cigarros

Televisão

Outdoor / placas de rua

Rádio

Cartazes

Não viu propaganda

Não lembra da propaganda

Onde lembra de ter visto propagandacontra o hábito de fumar

- espontânea -

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

14 13 13 10 7 6 5 5 58 11 11 8 95 6 7

14 15 148 7 5 5 4 4

9

20

10 134 1

8 72

16

Saúde Alegria Coragem Inteligência Estar na moda Ousadia Viverintensamente

Inovação Liberdade

Idéias que deixariam uma propaganda contra o hábito de fumar mais criativa- estimulada -

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P5 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar ser mais criativa?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

4 4 3 2 2 2 1 1 1 12 3 5 2 4 0 1 1 07 5 3 1 2 1 1 2 14 3 3 4 5 52

Desinibição Estar emsintonia comos amigos

Realização Sucesso Ter belezafísica

Ter prestigiosocial/ status

Sedução Ter asensação de

poder

Ter muitosamigos

Riqueza

148

Idéias em uma propaganda contra o hábito de fumarchamariam mais atenção do fumante

- estimulada -

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P7 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar que chamaria mais atenção do fumante?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

178 7 7 6 6 6 6 47 7 8 5 5 5 6 4

128 7 6 8 9 7 5 4

27

168 7 5 6 7 5

19

Saúde Inteligência Coragem Ousadia Estar na moda Viverintensamente

Sucesso Realização Liberdade

4 4 4 4 4 3 3 3 3 35 5 1 1 4 5 3 2 14 4 3 5 4 3 2 3 3 41 2 27 3 26

Ter belezafísica

Inovação Sedução Ter asensação de

poder

Desinibição Ter prestígiosocial/ status

Alegria Estar emsintonia comos amigos

Riqueza Ter muitosamigos

Idéia inovadora em uma propaganda contra o hábito de fumar- estimulada -

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P6 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar ser uma idéia inovadora?

13 12 9 9 8 7 7 5 511 13

8 72 6 4 5

12 126

11 10 8 5 6 512

20

72

712 11

5 3

14

Inteligência Coragem Ousadia Liberdade Saúde Inovação Estar na moda Estar emsintonia comos amigos

Viverintensamente

4 4 3 3 3 3 2 2 1 15 4 3 4 3 4 1 0 15 2 2 4 2 3 1 2 2 227 4 3 3 1 1 15

Desinibição Alegria Sedução Ter belezafís ica

Realização Sucesso Riqueza Ter asensação de

poder

Ter prestígiosocial/ status

Ter muitosamigos

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

149

Idéias em uma propaganda contra o hábito de fumarque os fumantes não gostariam de ver de jeito nenhum

- estimulada -

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P9 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar que os fumantes não gostariam de ver de jeito nenhuma?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

21

6 6 6 6 5 5 5 4 47 6 6 6 8 6 5 2 4

19

6 8 6 6 3 4 5 6 3

30

5 4 3 3 3 3 39

19

Saúde Inteligência Ter belezafísica

Estar namoda

Desinibição Ter asensação de

poder

Liberdade Sucesso Realização Ousadia

4 4 4 3 3 3 3 2 24 17

2 3 4 2 25 4 5 2 4 3 2 2 13 3 71 5 1 4 5 43

Viverintensamente

Alegria Ter prestígiosocial/ status

Riqueza Coragem Estar emsintonia comos amigos

Inovação Sedução Ter muitosamigos

Idéias que em uma propaganda contra o hábito de fumarmotivariam mais fortemente o fumante a parar de fumar

- estimulada -

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P8 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar que motivaria mais fortemente o fumante a parar?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

28

8 7 7 6 5 4 4 46 29 7 7 5 5 4

30

8 10 7 6 4 4 4 3

30

149

2 2 5 4 18

25

Saúde Coragem Liberdade Viverintensam ente

Inte ligênc ia Ter asensação de

poder

Ter be lezafís ica

Inovação Sucesso

4 4 4 4 3 2 2 2 1 12 6 4 4 2 1 1 2 24 4 2 4 2 1 3 2 2 149

2 1 1 5 14

Sedução Estar emsintonia comos am igos

Realização Ousadia Ter prestíg iosocial/ s tatus

Ter muitosam igos

Estar namoda

Alegria D esinib ição R iqueza

150

Idéias que seriam interessantes por não conter restrições ou proibiçõesem uma propaganda contra o hábito de fumar

- estimulada -

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P11- Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar que seria interessante por não conter restrições ou proibições?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

12 9 7 7 6 5 5 5 57 95 7

26 4 6

126 7 8 6 7 6 5 5

18 19

410

37

17

1

11

Viverintensamente

Saúde Liberdade Sucesso Ousadia Alegria Coragem Inteligência Realização

4 5 4 5 4 4 4 3 3 26 5 5 6 3 6 3 43 4 4 4 3 6 4 5 2 44 3 4 4 6 4 36

Ter asensação de

poder

Inovação Ter muitosamigos

Estar emsintonia comos amigos

Sedução Ter belezafísica

Estar namoda

Ter prestígiosocial/ status

Desinibição Riqueza

Idéias que dariam mais credibilidade ao anúncioem uma propaganda contra o hábito de fumar

- estimulada -

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P10 - Na sua opinião, qual é a idéia que faria uma propaganda contra o hábito de fumar que daria mais credibilidade ao anúncio?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

13 9 8 8 7 6 6 6 511 8 9 5 4

9 8 412

7 10 7 8 8 5 5 5

1711

6 7 5 5 4 3 511

Saúde Inteligência Sucesso Viverintensamente

Coragem Realização Ter asensação de

poder

Alegria Liberdade

5 5 4 4 4 3 3 2 2 24 2 5 2 2 4 3 1 36 3 4 3 4 5 3 2 3 16

115 3 4 3 1 24

Ousadia Ter belezafísica

Ter prestígiosocial/ status

Ter muitosamigos

Riqueza Inovação Estar emsintonia comos amigos

Desinibição Sedução Estar namoda

151

Percepção de como deveriam ser as campanhas contra o hábito de fumarTop Box (concorda totalmente)

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P12. Ainda pensando sobre propagandas contra o hábito de fumar, eu vou falar algumas afirmações sobre como deveriam ser essas campanhas egostaria de saber o quanto você concorda com essas afirmações.

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

B. Conter informações científicas sobre doenças relacionadas ao fumo

77 79 82 52

F. Reconhecer que o cigarro causa algum tipo de prazer, no entanto também apresenta riscos e malefícios

73 67 80 58

D. Mostrar fotos de lato impacto, de pessoas doentes por causa do consumo de cigarros

58 45 72 41

A Despertar o sentimento de medo 57 51 72 25

I. Mostrar que há pessoas bem sucedidas, em vários aspectos da vida social e profissional, e que não são fumantes

57 51 64 40

H. Mostrar que o fumante, se ficar doente ou falecer, deixará a família desamparada

56 52 63 38

K. Mostrar pessoas famosas e personalidades públicas apoiando o hábito de não fumar

55 49 62 38

C. Despertar o sentimento de culpa no fumante 55 44 69 31

G. Enfatizar mais argumentos emocionais do que argumentos racionais contra o cigarro

54 52 62 38

L. Chamar a atenção por conter imagens, locais e pessoas bonitas em situações agradáveis e com apelo leve sobre parar de fumar, sem conter proibições

49 48 53 36

E. Mostrar situações agradáveis relacionadas ao hábito de não fumar e não mencionar malefícios

48 39 54 49

J. Ter cenas de humor, ser uma propaganda engraçada 27 26 27 24

Percepção de como deveriam ser as campanhas contra o hábito de fumarTop Box (concorda totalmente)

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P12. Ainda pensando sobre propagandas contra o hábito de fumar, eu vou falar algumas afirmações sobre como deveriam ser essas campanhas e gostaria de saber o quantovocê concorda com essas afirmações.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

B F D A I H K C G L E J

FumanteGrupo 1Grupo 2Grupo 3

'

B. Informações científicas sobre doenças relacionadas ao fumoD. Fotos de alto impacto , de pessoas doentes por causa do consumo de cigarros

H. O fumante, se ficar doente ou falecer, deixará a família desamparada

F. Reconhecer que o cigarro causa algum tipo de prazer, no entanto também apresenta riscos e malefícios

A Despertar o sentimento de medo

I, M ostrar que há pessoas bem sucedidas , em vários aspectos da vida social e profissional, e que não são fumantes

K. M ostrar pessoas famosas e personalidades públicas apoiando o hábito de não fumarG. Enfatizar mais argumentos emocionais do que argumentos racionais contra o cigarroC. Despertar o sentimento de culpa no fumanteL. Chamar a atenção por conter imagens, locais e pessoas bonitas em siatuações agradáveis e com apelo leve sobre parar de fumar, sem conter proibiçõesE. Mostrar situações agradavéis relacionadas ao hábito de não fumar e não mencionar malefíciosJ. T er cenas de humor, ser uma propaganda engraçada

152

16

7

3

2

28

12

6

5

3

2

42

22

7

9

4

2

39

10

8

11

2

6

36

7

POSITIVAS

Mostra a realidade/ como a pessoa ficadepois de fumar/ pode acontecer com os

fumantes/ fotos são reais

Fotos fazem as pessoas refletirem sobre oassunto/ conscientiza sobre os danos

Amedronta os fumantes/ não gosta de olhar/fica com medo que aconteça o que está na

foto/ ter a doença que está estampada

Desestimula o tabagismo/ lembra o fumantepara diminuir o consumo/ parar de fumar/ que

é melhor parar de fumar

Fotos chocam/ aterrorizam/ causam impacto/são feias/ desagradáveis/ causam

desconforto

29

15

3

3

3

2

73

30

21

8

3

4

4

1

57

27

13

8

2

3

2

1

61

30

7

7

8

4

64

8

NEGATIVAS

Fumante evita olhar/ ignora as fotos

Gosta de fumar/ é vic iado/ propaganda nãovai impedi-lo

Fotos são apelativas/ mentirosas/ pessoasnão acreditam

Pessoas não acreditam nas fotos

Fumantes já se acostumaram com as fotos

Amedronta os fumantes/ não gosta de olhar/fica com medo

Ajuda no conhecimento dos danos causadosà saúde, mas não ajuda a parar de fumar

Base: Fumante: 338/ Grupo 1: 139/ Grupo 2: 146/ Grupo 3: 48 entrevistasFonte: P23 - Por quais razões você pensa que essas propagandas contra o hábito de fumar estão estampadas nos maços de cigarros são __?

Razões de considerara as fotos estampadas eficiência ou ineficiente

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

81

19

7

73

27

83

17

93Lembra defotos

Não lembrade fotos

Lembrança de fotos estampadas emmaços de cigarros

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P21 -Você já viu alguma das fotos contra o hábito de fumar queestão estampadas nos maços de cigarro?

Avaliação da eficiência das fotosestampadas em maços de cigarros

Base: Fumante: 338/ Grupo 1: 139/ Grupo 2: 146/ Grupo 3: 48 entrevistasFonte: P22 - Como você avalia a eficiência das campanhas atuais contrao hábito de fumar que estão impressas nos maços de cigarros? Na suaopinião essas campanhas são:___?

Top Two Boxes

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

11

22

19

17

31

16

17

21

37

11

28

16

15

30

11

21

35

17

16

10Muitoeficientes

Eficientes

Mais oumenos

eficientes

Poucoeficientes

Nadaeficientes

33%26%39%31%

153

2027

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

FUMANTE

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Colaboração das propagandas contra o hábito de fumarpara o abandono do hábito

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P24 - Numa escala de 0 a 10, na sua opinião, o quanto as propagandas contra o HÁBITO DE FUMAR, de uma forma geral e as quesão veiculadas em TV, revistas, internet, outdoor ou nos maços de cigarros, colaboram para o fumante abandonar o hábito de fumar, sendozero para nenhuma colaboração até 10 para a idéia de colaborarem muito?

Nenhuma colaboração Colaboram muito

38 6

10

20

1013

6

5414

Avaliação da propaganda contra o hábito de fumar - CasalAssociações positivas (7)

- estimulada -

62

59

53

52

50

50

47

46

62

58

52

53

45

44

42

39

53

67

67

61

57

63

60

62

58

43

51

38

36

34

37

31

23

33

40

52

Fácil de entender

Bonito visualmente

Traz informações verdadeiras

Diferente das outras propagandacontra o hábito de fumar

Chama a atenção

Inovadora

Criativa

Desperta o interesse sobre oassunto

Agrada mais pela imagem dapropaganda do que pelo texto

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P14. Pensando ainda nas propagandas contra o hábito de fumar, eu gostaria que você avaliasse essa peça publicitária contra o tabagismo. Na suaopinião o quanto essa propaganda__?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

45

42

42

41

40

32

42

38

33

38

36

33

31

53

51

53

48

48

47

37

25

28

23

27

30

33

16

41

Faz o fumante refletir sobre parar defumar

Motiva o fumante a parar de fumar

Traz informações relevantes sobreparar de fumar

Estimula uma atitude favorável a umcomportamento preventivo junto aos

jovens

Os fumantes gostariam de ver estapropaganda novamente

Transmite informações fortes

Combina com as sensaçõesprovocadas pelo hábito de fumar

154

Avaliação da propaganda contra o hábito de fumar - RatoAssociações positivas (7)

- estimulada -59

55

54

47

45

40

39

61

57

54

41

42

44

38

32

62

59

56

55

53

46

43

45

49

42

45

34

38

38

30

32

48

Fácil de entender

Traz informações verdadeiras

Diferente das outras propagandacontra o hábito de fumar

Chama a atenção

Criativa

Inovadora

Desperta o interesse sobre oassunto

Faz o fumante refletir sobre parar defumar

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P16. Pensando ainda nas propagandas contra o hábito de fumar, eu gostaria que você avaliasse essa peça publicitária contra o tabagismo. Na suaopinião o quanto essa propaganda__?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

37

35

35

32

27

26

24

35

33

33

26

31

28

26

24

40

41

40

40

36

28

27

24

26

22

24

32

21

18

18

23

34

Estimula uma atitude favorável a umcomportamento preventivo junto aos

jovens

Traz informações relevantes sobreparar de fumar

Motiva o fumante a parar de fumar

Transmite informações fortes

Os fumantes gostariam de ver estapropaganda novamente

Bonito visualmente

Combina com as sensaçõesprovocadas pelo hábito de fumar

Agrada mais pela imagem dapropaganda do que pelo texto

56

44

49

61

39

49

51

51Casal

Rato

Eficiência da propagandaCasal x Rato

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P19 - Entre essas duas peças apresentadas, qual é na sua opiniãoa que mais seria mais eficiente para levar o fumante a abandonar o hábitode fumar?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

155

Avaliação da propaganda contra o hábito de fumar - Casal x Rato- estimulada -

Base: Fumante: 401/ Grupo 1: 146/ Grupo 2: 189/ Grupo 3: 58 entrevistasFonte: P18 - Pensando ainda nessa peça publicitária, de uma maneira geral, o quanto você o(a)/ sr(a) gostou dessa idéia de propaganda contra o hábito de fumar:___?

Fumante Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

42

5847

5343

56

14

86

42

58

43

5659

4753

4753

18

82

43

57

4455

39

61

43

57

38

61

12

88

39

61

39

6056

44

59

4149 51

11

89

4555 54

4641

Rato Casal Rato Casal Rato Casal Rato Casal Rato Casal Rato Casal

Inovadora Criativa Chama a atenção Bonita visualmente Desperta interesse Fácil de entender

4555

4455

49 50 47 5044

55

42

575645

5549 50 52

45 47 5144

5443

57

41

5847

5242

55

39

61

36

6354

4555

45

61

39

5446

5246

554544

Rato Casal Rato Casal Rato Casal Rato Casal Rato Casal Rato Casal

Diferente das outras Faz refletir sobreparar de fumar

Traz informaçõesrelevante

Traz informaçõesverdadeiras

Motiva parar defumar

Transmite emoçõesfortes

4554

23

77

35

65

39

6054

29

69

40

59

40

58

4455

18

82

31

69

35

6554

46

21

79

36

63

4753

44

Rato Casal Rato Casal Rato Casal Rato Casal

Combina com assensações de fumar

Grada mais pelaimagem do que texto

Fumantes gostariamde ver novamente

Estimula aprevenção junto aos

jovens

156

4.5 Conclusões do Estudo Qualitativo 4.5.1 Grupo de Jovens 19 a 23 anos – Classe C - Fumantes O Hábito de fumar

No grupo avaliado, a maioria começou a fumar com 16 ou 17 anos e, em

média esses jovens já fumam há 3 a 4 anos. Começaram a fumar na Escola e

“escondidos” devido a proibição do hábito na instituição.

Declaram que fumam cerca de 10 a 12 cigarros por dia. Nos dias de

festas, nas “baladas” fumam um maço ou mais. “Acendem um no outro”

quando bebem, diz um entrevistado. As Marcas Marlboro, LM e Free são as

mais consumidas.

A apresentação do hábito aos familiares sempre apresenta uma história

de restrições, medo e culpa. Interessante observar que no momento presente a

maioria ainda não fuma na frente dos pais, ou evita esse ato. Justificam que os

pais sabem que são fumantes, mas sentem-se constrangidos em fumar perto

dos pais e, as duas mais razões mais fortes para esse constrangimento são:

- os pais não aprovam o hábito, mesmo os que são fumantes, e

- não sentem-se à vontade de pedir ou oferecer cigarros para os pais,

como se tivessem um sentimento de “culpa”. Mesmo entre os que têm

pais fumantes, é comum a opinião que quando fumam cigarros próximos

dos pai,s ou fumam “juntos”, esses pais fumam ou fumariam mais

cigarros – agem como se estivessem reprovando o hábito de fumar dos

pais ou no, mínimo, não incentivando.

Três participantes já tentaram parar de fumar em algum momento e não

conseguiram. Abandonaram o hábito por 3 meses no máximo. Argumentam

que é tarefa difícil e que o ambiente em que convivem, a escola, as “baladas”,

o cheiro do cigarro e o consumo de álcool favoreceram o retorno ao hábito.

157

Para a maioria, ainda não chegou a hora de pensar nessa decisão do

abandono do hábito de fumar. Em um primeiro momento parecem capazes de

abandonar o cigarro com facilidade e, por outro lado, também reconhecem que

esse momento poderá ser difícil. Na verdade, o grupo já demonstra

preocupação com a dependência e sintomas de abstinência.

Associações espontâneas com o cigarro – “O mundo do Cigarro”

Na técnica projetiva de colagem de fotos e textos e posterior explicação

das razões de escolha do material coletado, o grupo foi convidado a selecionar

de revistas diversas tudo o que associam ao cigarro, as sensações e emoções

ligadas ao hábito.

O mundo do cigarro na opinião desses jovens é pautado pelo prazer,

mas não é o principal prazer, o cigarro é o segundo prazer e está

extremamente arraigado em outros hábitos. Alegam que ao realizarem

determinadas atividades, como dirigir, usar o computador, entre outras, “tem”

que ter o cigarro.

O cigarro é associado, principalmente, a situações agradáveis como

beber, festas, amigos, ouvir música, estar na praia ou viajar e jogar game. As

situações de prazer vivenciadas com o grupo de amigos são bastante

evidentes nas fotos e associações.

Em um segundo momento, o hábito é associado a uma forma de relaxar,

tirar o stress do dia-a-dia ou de situações desagradáveis, mas com menos

força do que a associação direta com situações de prazer.

O vínculo do cigarro com a bebida alcoólica aparece com bastante

intensidade no grupo de jovens, quase que como uma “obrigatoriedade” da

ocorrência: bebida e cigarro.

Os jovens explicam que o cigarro, assim como a bebida alcoólica, tem

uma função social de aproximação: pedir o isqueiro ou um cigarro para o outro,

158

fumar para se aproximar de outros fumantes, são exemplos de estratégias

utilizadas de estabelecer a comunicação com o grupo, portanto o cigarro é

também percebido como um facilitador social para esses jovens entrevistados.

Uma única menção negativa do uso do cigarro, associado a droga,

ocorreu no grupo de jovens, o que revela que o “mundo do cigarro” que se

comenta espontaneamente é o do prazer e da diversão.

Entre as 29 fotos selecionadas pelo grupo, 6 são de bebida alcoólica, 5

de festas ou música, 3 de praia ou viagem, 3 de situações de descanso e

relaxamento, 3 de situações de estresse, 3 situações de rotina diária, 1 de café,

1 de alimento e 1 de droga.

Percepção dos malefícios do cigarro

Estimulados a comentar sobre os malefícios do cigarro, é unânime o

conhecimento das doenças que podem ser causadas pelo tabagismo: falam

sobre o câncer, impotência e problemas respiratórios com bastante autoridade.

Essas informações chegaram a eles por meio de revistas, da escola e de

conversas. Conhecem e acreditam na informação, mas a evitam – é comum a

postura de concordarem com os argumentos contra o cigarro para encerrarem

o assunto.

Quando indagados sobre essa dissonância, saber que o hábito faz mal à

saúde e, mesmo assim continuarem fumando, argumentam que a recompensa

do hábito de fumar é infinitamente maior do que o prejuízo nesse momento.

Para o grupo, a doença causada pelo tabagismo está muito distante,

pode ocorrer no futuro e talvez não ocorra, e o que importa no cigarro é a

recompensa do presente. É viver os desafios do presente, entre eles está o

cigarro.

159

De forma contundente e interessante, se defendem com um outro

argumento também bastante dissonante: O cigarro faz mal, dizem para não

fumar, mas a coisa mais fácil do mundo é comprar um maço de cigarros.

A comunicação a favor do cigarro

Os jovens sabem que a propaganda de cigarro está proibida em veículos

de comunicação de massa, mas lembram que ainda existe patrocínio de

marcas de cigarro na Fórmula 1.

Pensam que a ausência de propaganda a favor do consumo de cigarros

é indiferente para o fumante, não reforçaria o hábito já estabelecido, mas

defendem a iniciativa da proibição por conta da influência junto aos não

fumantes.

De alguma forma, acreditam na eficiência persuasiva dessas campanhas

mas afirmam que a convivência com fumantes na família é mais forte para

induzir ao hábito do que a propaganda.

A comunicação contra o cigarro

Lembram enfaticamente das fotos presentes nos maços de cigarro. Não

gostam desse tipo de comunicação e a evitam, de formas até engraçadas,

como escolherem a doença estampada no verso do maço do cigarro.

Os rapazes declaram que no ato da compra de cigarros no ponto-de-

venda costumam pedir: “troca esse de impotência, me dá um de câncer”, as

moças, por sua vez, trocam os maços que mostram fetos ou bebês. Alguns

ainda usam artifícios para tamparem a imagem da contra-propaganda

enquanto estão com o maço de cigarros.

Alegam que as imagens são muito fortes e desagradáveis. Afirmam que

não conseguem associar as situações das fotos às suas vidas. A idéia que

160

prevalece é a de que “já mostraram tudo o que tinham que mostrar e isso não

muda nada, o problema é meu”.

Na opinião do grupo, seria mais eficiente para o abandono do hábito de

fumar a comunicação que utilizasse os valores estéticos como elemento de

persuasão.

Afirmam que para o jovem é muito mais impactante “mexer” com a sua

vaidade. Isso o mobiliza.

Exemplificam que, se a propaganda contra o cigarro mostrar um jovem

com dentes feios ou amarelos, ou ainda mal cheiroso, por causa do hábito de

fumar, provocaria mais reflexão sobre o abandono do hábito. Ainda comentam

que o sentimento de exclusão do grupo social, obviamente não-fumantes, seria

um elemento forte para motivar o abandono do hábito.

Interessante observar que nas situações mencionadas e sugeridas pelo

grupo para a contra-propaganda do cigarro, a presença do “outro” se faz mais

importante para definir o comportamento do sujeito, do que a preocupação com

a própria sua saúde.

Essa importância e influência do grupo de referência, amigos e família,

para o abandono do cigarro fica mais evidente quando os jovens são

indagados se a contra-propaganda deve despertar medo e culpa no fumante,

rejeitam a hipótese do medo e aprovam que a contra-propaganda deve

despertar o sentimento de culpa no fumante. Culpa de fazer algum tipo de mal

à outra pessoa, um mal imediato e não no futuro.

O proibir não deve fazer parte do discurso contra o cigarro, na opinião do

grupo. Aceitam a reflexão como caminho para o abandono.

Quando estimulados a opinar sobre a possibilidade da contra-

propaganda mostrar que fumar dá algum prazer e também faz mal, isto é,

161

reconhecer o prazer como artifício para reforçar o malefício, o grupo não sabe

se posicionar ao certo sobre essa questão.

Discordam que o discurso contra o cigarro deva ter elementos de

humor.Percebem nessa idéia a possibilidade do fumante ser ridicularizado e

passar por situações constrangedoras no seu dia-a-dia.

Também não aprovam o uso de personalidades públicas nas

propagandas contra o cigarro.

Avaliação da peça publicitária “Casal”

A primeira impressão do grupo sobre a peça publicitária “Casal” é de

uma certa estranheza, pois não parece nada comum, não parece propaganda

contra o cigarro.

Levados a refletir sobre a situação proposta “Alguém que você ama já

pediu para você parar de fumar ?” o grupo confirma o seu discurso anterior de

que a preocupação com outra pessoa pode mobilizar o fumante ao abandono.

Segundo os jovens, seria uma recompensa, uma troca à altura, deixar de fumar

para atender a alguém que o fumante gosta. “Tocar” pelo sentimento é o ponto

forte da peça publicitária, na opinião do grupo.

O fragilizador da peça em avaliação, na opinião dos jovens do grupo, se

dá por trazer um apelo muito leve, pouco comum nas propagandas contra o

cigarro.

Para o grupo, a contra propaganda de cigarro deve ter um apelo forte na

imagem. O texto da peça “Casal” é aprovado, de uma maneira geral.

Essa peça publicitária deveria conter elementos que remetessem a

alguma situação de culpa ou conseqüência negativa do cigarro na relação das

pessoas envolvidas, na opinião desses jovens. Rejeitam as doenças para essa

162

imagem, e sugerem aspectos mais próximos da sua realidade e que,

novamente, remetem a rejeição do “outro” ou do “grupo” por razões estéticas.

Os dentes amarelos e o cheiro do cigarro nas mãos são citados como

exemplo de aspectos negativos que essa propaganda poderia trazer.

Ainda opinam que a propaganda deveria mostrar uma relação afetiva

forte, como a de pais com os filhos ou entre irmãos.

Avaliação da peça “Rato”

A peça publicitária “rato” foi mostrada em seguida a “casal” e avaliada

pelo grupo de forma bastante negativa.

O texto “o prazer de fumar é seu. E o risco também” não agrada e soa

como uma invasão do “prazer alheio”. Um pouco indignados, alegam que o

prazer é subjetivo, por isso não deve ser comentado e, a situação do risco já é

conhecida, portanto não mobiliza o fumante. A resposta a esse anúncio dada

por eles é “o problema é meu, o prazer é meu e o risco também é meu”.

Importante relatar que a hipótese de aprovação da comunicação bi-

lateral, a estratégia de mencionar prazer e risco no anúncio, é negada pelo

grupo a partir do formato apresentado. Essa hipótese já havia sido mencionada

em momento anterior à apresentação das peças publicitárias e não foi

detectada a reação.

Reprovam a frase “ não caia nessa armadilha” que aparece no texto.

Dizem que não se sentem enganados, pois já conhecem os riscos do

tabagismo e não querem parecer ingênuos ou ignorantes.

Na avaliação desses jovens essa propaganda seria eficiente para o não-

fumante. Fica a impressão de que essa peça tenta ensinar a “missa para o

padre”, por isso não agrada.

Naturalmente, entre as duas peças avaliadas, a escolhida para uma

campanha publicitária contra o cigarro foi a propaganda do “Casal”.

163

Foto – Associações com o cigarro – Jovens 19 a 23 anos

164

165

166

167

4.5.2 Grupo de Adultos – 41 a 45 anos, Classe C - Fumantes O Hábito de fumar

O cigarro é um antigo companheiro de todos os participantes desse

grupo. Em média fumam há 20 ou 25 anos. Iniciaram o hábito por meio de

contato com familiares fumantes, pais e primos ou amigos da escola.

Fumar”escondido” ou “roubar o cigarro do pai ou da mãe” foi a prática comum

do grupo.

Associam o início do hábito do tabagismo a necessidade de parecerem

adultos ou imitá-los. Queriam ser os amigos e primos mais velhos, que eram

percebidos como mais inteligentes e espertos.

Para o grupo a propaganda de cigarros incentivou o início do hábito.

Fumar era uma atitude de glamour e tornava as pessoas mais elegantes.

Todos alegam que não tinham as informações sobre os malefícios do

cigarro na época e que esse desconhecimento facilitou a decisão de continuar

com o hábito.

Associações espontâneas com o cigarro – “ O mundo do Cigarro”

Na técnica de coleta de imagens e textos associados ao cigarro, aparece

um mundo de conseqüências negativas do tabagismo e, em oposição e na

mesma proporção, o de estímulos presentes no dia-a-dia para fumar.

Entre as 30 imagens selecionadas, 14 fazem alguma referência negativa

ao mundo do cigarro: câncer, impotência, morte, vício e dependência,

quantidade excessiva de cigarros, dificuldade para o abandono do hábito,

desperdício de dinheiro, dificuldade para realizar esportes, propaganda de

cigarro, proibição do hábito e vergonha de fumar.

168

As sensações positivas, refletidas em 13 imagens selecionadas pelo

grupo de adultos, ficam por conta dos estímulos diários que levam à

continuidade do hábito: consumo de café, de bebida alcoólica e de alimentos.

Exceto uma participante, a maioria já interrompeu o hábito de fumar

alguma vez. Em média interromperam o hábito por 8 a 12 meses.

A influência de familiares para o abandono aparece como fator

importante para esse fato e, também a presença de problemas de saúde

decorrentes do tabagismo (cansaço e falta de ar).

De uma maneira geral, as mulheres pararam de fumar durante a

gravidez, por terem a vontade diminuída e sentirem-se enjoadas pelo cigarro e,

principalmente, por terem consciência de que o cigarro poderia fazer mal para

o filho em gestação. Essa motivação do abandono na gravidez foi fortemente

influenciada por opinião médica.

O retorno do hábito se deu motivado a eliminar os sintomas da

abstinência da nicotina e, irritação e nervosismo são as sensações mais

citadas. Dar uma “tragadinha” no cigarro de outros fumantes foi o primeiro

passo, na maioria dos casos, para a volta ao “mundo de Malboro”.

No atual momento, a dificuldade maior para o abandono do hábito de

fumar é eliminar os já vivenciados sintomas de abstinência. Elaboram um

discurso racional e, quase desesperado, afirmando que desejam para de

fumar, mas não sabem de que maneira (e não conseguem) fazê-lo.

Percepção dos malefícios do cigarro

É unânime o conhecimento dos malefícios do cigarro. Câncer de

pulmão é a doença mais citada.

Tomaram conhecimento por diversos meios, entre eles a televisão, os

maços e cigarro, revistas e opinião médica.

169

De uma forma geral não evitam essa informação. A informação contra o

cigarro desperta os sentimentos de tristeza, vergonha e culpa nesse grupo de

fumantes.

A comunicação a favor do cigarro

O grupo lembra com bastante clareza de detalhes das propagandas de

cigarro que eram veiculas na televisão: O cavalo de Marlboro, o fino que

satisfaz de Chanceler e o Jazz de Free são as mais lembradas. A propaganda

de Marlboro é elogiada como “linda” por dois participantes do grupo.

A comunicação contra o cigarro

Todos citam ss imagens estampadas nos maços de cigarro. A eficiência

dessa comunicação divide a opinião do grupo. Alguns acham que é válido para

não-fumantes ou fumantes jovens outros reclamam do exagero como são

expostas as conseqüências que o tabagismo pode causar. Esse suposto

exagero nas fotos dos maços de cigarro dá margem a uma linha de raciocínio

pautada pela dúvida se o fumante vai ou não desenvolver a doença ou os

sintomas expostos nos maços.

Para o grupo, as fotos estampadas nos maços de cigarros que é uma

aplicação “tardia”, pois é uma informação que já sabem e que não mobiliza ao

abandono do hábito, essa opinião é compartilhada mesmo pelos que já

percebem os sintomas negativos e entre aqueles que tem proximidade com

pessoas que desenvolveram doenças por causa do cigarro.

A propaganda contra o cigarro não deve despertar medo no fumante e

nem ser proibitiva. Concordam com a afirmação que deve despertar o

sentimento de culpa no fumante, principalmente em relação a efeitos do

tabagismo para o grupo de não-fumantes.

170

A idéia da comunicação que menciona o prazer de fumar e os

malefícios, a comunicação bi-lateral, é rejeitada pelo grupo em função da

possibilidade de motivar o hábito em não fumantes.

Sugerem duas linhas de comunicação: a contra propaganda de cigarro

trazer elementos da relação entre pais e filhos, no caso, provocando o sentido

de culpa no adulto por causar algum mal ao filho em função do tabagismo e, a

segunda vertente é uma campanha mais informativa, com enfoque em

informações científicas sobre os malefícios do cigarro e com indicações de

caminhos e tratamentos para o abandono do tabagismo.

Interessante observar que esses adultos desejam uma comunicação

informativa, porém com apelos fortes e contundentes, parece-nos que

gostariam de “ver” as fotos dos maços de cigarro no formato de texto, ou algum

formato que para eles traria mais credibilidade e realidade do que as fotos.

Avaliação da peça publicitária “Casal”

A propaganda contra o cigarro com o texto “alguém que você ama já

pediu pra você parar de fumar?” apresenta um agrado relativo. A imagem do

casal não desperta a atenção do grupo e consideram o texto mais adequado

para uma relação entre pais e filhos, confirmando o discurso do grupo ocorrido

anteriormente à avaliação da peça.

Em um segundo momento de análise, os participantes do grupo tendem

a rejeitar a idéia do pedido parental para o abandono do hábito. Alegam que

essa já é uma realidade, muito “dura” de conviver e que os toca

profundamente: o pedido de um filho para que abandonem o hábito de fumar. A

idéia parece se enquadrar em uma latitude de rejeição desses fumantes por

extrapolar o nível desejado de culpa que pode mobilizar a ação.

171

Avaliação da peça “Rato”

A peça publicitária com a ratoeira, com o texto” O prazer de fuma é seu.

O risco também” agrada aos participantes por não ser agressiva e levar à

reflexão.

Reafirmam a restrição à idéia de mencionar o prazer de fumar em uma

campanha contra o cigarro, em função dos não fumantes. Sugerem uma cor

mais escura para o fundo, algo que chame mais a atenção e torne a peça mais

impactante.

Na escolha da peça publicitária mais eficiente para mobilizar o fumante a

para de fumar, entre “rato” e casal” o grupo faz a opção pela peça “rato”,

principalmente por ter um texto mais racional e por abordar as consequências

do tabagismo.

172

173

Foto – Associações com o cigarro – Adultos 41 a 45 anos

174

175

176

177

4.6 Principais conclusões e proposta de modelo de comunicação persuasiva para influenciar fumantes ao abandono do hábito

A revisão da literatura sobre resistência à mudança de atitudes, a

pesquisas quantitativa junto à população com leitura dos resultados por

fumantes, ex-fumantes e não fumantes e as discussões em grupo com

fumantes nos permite a elaboração de um modelo de comunicação a partir de

algumas premissas:

1) Há um ambiente bastante favorável para o êxito da contra-propaganda

de cigarros na Capital de São Paulo. Essa afirmação é possível a partir

dos seguintes dados levantados nesse estudo: a maioria da população

têm conhecimento dos malefícios causados pelo hábito, os fumantes

acreditam que podem vir desenvolver doenças por causa do tabagismo

e apresentam uma forte disposição para o abandono.

2) As campanhas do Ministério da Saúde, presentes nos maços de cigarro

e veiculadas na televisão principalmente, apresentam resultados

satisfatórios no sentido de estabelecer a competência do “saber” na

população em geral sobre os malefícios do cigarro e, em certa medida,

do “querer não-fazer” o hábito do tabagismo, porém não tem sido

eficientes a ponto de mobilizar para a ação, o “fazer” abandonar o

cigarro em grupo significativo de fumantes.

3) Percebe-se que há um movimento de saturação entre o público fumante

com relação às campanhas já existentes contra o cigarro e que mantém

como principal enfoque mostrar as doenças causadas pelo tabagismo,

principalmente por meio de imagens de alto impacto.

4) As motivações para o hábito de fumar e para o abandono diferem

segundo a “visão de mundo” dos diferentes grupos de fumantes e essa

visão reflete diretamente na expectativa de comunicação que pode

mobilizá-lo. A análise de segmentação realizada no grupo de fumantes,

178

na pesquisa quantitativa, revela que há 3 grupos distintos de fumantes e,

o que os diferencia, além do nível de envolvimento com o tabagismo é o

grau de emotividade nas relações, a atitude de otimismo frente à vida e

a disposição para a sociabilidade e comunicação.

5) A pesquisa qualitativa revela que o jovem é imediatista, voltado ao seu

grupo de referência, dos amigos, e por isso tem a vaidade como valor

prioritário. Não se enxerga doente agora e nem no futuro. O cigarro é o

grande companheiro dos momentos de prazer e seu abandono deve ser

substituído por algum ganho. Esse ganho, para fazer sentido e mobilizá-

lo deve está no seu Universo de valores e, a comunicação contra o

cigarro precisa se aproximar desses valores para ser eficiente.

6) Os fumantes de longa data procuram um caminho para superar os

sintomas da abstinência. Pedem ajuda, mas não aceitam serem julgados

e nem serem alunos, querem ser os “autores” da sua decisão. Desejam

encontrar a coragem e ousadia na contra-propaganda do cigarro, mas

sem chamá-los de covardes e, sim, de valentes. É a mesma coragem e

a mesma ousadia que a propaganda do cigarro construiu

simbolicamente na sua mente e que a contra-propaganda deve utilizar.

7) Há um amplo espaço para a utilização da linguagem publicitária de

apelo comercial e dos mesmos elementos de comunicação associados

positivamente ao cigarro na contra-propaganda. A pesquisa quantitativa

evidencia que os próprios fumantes aceitam que a alegria, a liberdade e

a sintonia com os amigos, por exemplo, possam mudar de lado e se aliar

contra o cigarro. Nessa vertente confirmamos a hipótese que a

comunicação que vai ao encontro da atitude congenial pode facilitar a

motivação para a ação.

8) A emoção deve entrar em cena na contra-propaganda do cigarro. Os

resultados das pesquisas, tanto a qualitativa como a quantitativa, não

deixam dúvida que para segmentos importantes da sociedade e dos

fumantes as relações afetivas em que há forte vínculo, dentro e fora da

179

família, devem ser incluídas e valorizadas como situação problema no

campo do tabagismo.

9) Fumar cigarros é ato lícito, permitido por lei, e está no campo de opções

e direitos do cidadão. É um dever ético e democrático que a contra-

propaganda não discrimine e nem construa um estereótipo negativo do

fumante perante a sociedade, de modo a prejudicá-lo socialmente.

Nesse sentido a contra-propaganda de cigarros deve ter o máximo de

cautela na utilização do humor na comunicação para não correr o risco

de ridicularizar o fumante. As pesquisas revelam esse receio dos

fumantes em relação à discriminação.

Ainda nessa linha de coerência, por ser o ato de fumar incentivado pela

liberdade da opção e por facilidade de acesso e consumo ao cigarro, a

pesquisa aponta que não faz nenhum sentido a contra-propaganda de

cigarro ser impositiva ou proibitiva.

10) A comunicação sobre as doenças causadas pelo tabagismo deve

continuar presente, mas em conjunto com outros apelos de forma a

complementar o processo comunicacional contra o cigarro e motivar o

abandono do hábito como um fator adicional de reflexão e não o único.

11) A contra-propaganda do cigarro deve avançar além da doença, que tem

o enfoque no sujeito, para situações mais imediatas e cotidianas e que

tragam a tona a reflexão sobre os problemas que o tabagismo causa na

convivência do fumante com o seu grupo de referência, não-fumante, de

maior afinidade.

180

4.6.1 O Modelo de Persuasão de Dupla Elaboração (MDE)

O Modelo de Comunicação persuasiva que aqui propomos

denominaremos de Modelo de Dupla Elaboração (MDE).

O MDE é uma ampliação do conceito de Modelo de Probabilidade de

Elaboração de Persuasão (MPE) proposto por Petty e Cacciopo (1986), O MDE

sugere que o esforço de comunicação para modificar a atitudes do fumante em

relação ao abandono deve provocar a persuasão inicialmente por rota

periférica e determinar a persistência da atitude modificada por rota central de

persuasão, em um processo contínuo. Os conceitos de rota central e periférica

são definidos por Petty e Cacciopo.

Na proposta de Petty e Cacciopo as rotas de persuasão são exclusivas,

no modelo proposto temos uma rota única que inicialmente é periférica e passa

a centralidade. No MDE existe uma rota de fluxo, que indica processo e

continuidade.

O MDE é constituído por dois processos de persuasão: o primeiro que

se dá por meio da comunicação que enfatiza a relação do sujeito com o grupo

de referência, que sugere a persuasão a partir da mudança de atitude sem

grande comprometimento cognitivo e que motiva o abandono inicial do hábito

e, o segundo processo de comunicação tem o foco na comunicação de

responsabilidade do sujeito com a sua integridade física, que sugere a

persuasão, com maior esforço cognitivo e internalização de crenças e, portanto

tende a manter a perenidade da atitude modificada.

Acreditamos que é a composição dos fatores emocionais e racionais,

nessa ordem, que mobilizam a ação dos diferentes perfis de fumantes

presentes na população. Por essa razão o MDE é contínuo, primeiro a

persuasão e mudança de atitude, que se dá por rota periférica e na seqüência

a persuasão para confirmação da atitude que será dada por rota central.

181

Desse modo, a comunicação para o Modelo de persuasão de Dupla

Elaboração exige que a rota de fluxo ( primeiro o foco no grupo de referência e

segundo de integridade física) seja compostas por elementos comunicacionais

(valores, conceitos, textos e imagens) segundo o perfil atitudinal de cada grupo

de fumantes.

Assim, para completarmos o modelo, propomos os elementos

comunicacionais que devem estar presentes na contra-propaganda dirigida

para três segmentos de fumantes:

4.6.2 Elementos comunicacionais para a contra-propaganda de cigarros dirigida para o Grupo de Jovens e adolescentes: (16 a 24 anos)

A comunicação para esse grupo deve ter ênfase nos aspectos

emocionais e estéticos e como valor central a melhor convivência com o grupo

de referência a partir do abandono do tabagismo

Nesse sentido, valores como beleza física, liberdade, prazer,

convivência com os amigos, ousadia e vencer desafios devem fazer parte da

contra-propaganda de cigarros.

A principal relação de oposição que deve fazer sentido para esse público

é a potencial perda imediata da convivência com grupos importantes de não-

fumantes, amigos e família, em função do tabagismo.

A ênfase de aspectos do tabagismo que afetam os valores estéticos dos

jovens, como mal cheiro, fumaça, dentes amarelos ou cansaço são

fundamentais nessa comunicação.

Nos aspecto de integridade física, os males imediatos (tosse, olheiras,

ressaca), e a possibilidade de disfunção erétil para os homens, fazem mais

sentido do que as doenças mais graves que normalmente se desenvolvem a

partir de longo período de uso do cigarro (câncer ou enfisema, por exemplo).

182

4.6.3 Elementos comunicacionais para as campanhas dirigidas sos jovens adultos (25 a 40 anos)

A contra-propaganda deve enfatizar o potencial de realização do grupo

nos aspectos pessoais e sociais. A beleza física, a inteligência, a sensação de

poder e a idéia de viver intensamente são valores que mobilizam parte

importante desse grupo e devem estar presentes na comunicação que tem o

objetivo de motivar o abandono em função da relação com o grupo de

referência.

A pesquisa de segmentação aponta que há dois tipos de valores

vigentes nesse grupo, um público mais voltado ao individualismo, menos

comunicativo, mais escolarizado e guiado pelo dinheiro e status e mais

resistente e crítico em relação a contra-propaganda de cigarros e outro grupos

mais sociável, guiado pelo prazer e pela emoção e mais receptivo à

comunicação contra o tabagismo.

Para o público mais escolarizado e resistente, os riscos para a

integridade física devem ser enfatizados e com impacto moderado, não

utilizando situações que despertem medo ou culpa no fumante.

Para o grupo mais emotivo e menos escolarizado, a relação parental e

afetiva deve estar mais presente na comunicação e, da maneira mais

adequada, o sentimento de medo e de culpa do fumante parece ser necessário

para o melhor entendimento da mensagem da contra-propaganda.

Entre os fumantes menos envolvidos, há a necessidade de maior

efetividade da conscientização dos males do tabagismo, pois a pesquisa

aponta que há grupo significativo desse segmento que acredita ter pequena

chance de desenvolver doenças por causa do cigarro.

183

4.6.4 Elementos comunicacionais para campanhas dirigidas a Adultos de 41 anos ou mais

A família é um fator mobilizador para esse grupo que, em sua maioria,

tem filhos.A contra-propaganda deve explorar essa relação na campanha que

utiliza o grupo de referência como tema.

Importante ressaltar que esse público, no geral, não aceita ser

coadjuvante na atitude do abandono do hábito, ele tem que ser o autor e

decisor da ação de largar o vício,nesse sentido, a comunicação deve ser

adequada para não provocar a rejeição.

No aspecto cognitivo, a comunicação deve enfatizar a imagem da

conseqüência de fumar (doença) mas, também evoluir para fornecer

informações mais completas sobre os transtornos do tabagismo, informações

científicas, por exemplo.

É extremamente necessário que a comunicação, em algum momento,

procure orientar esse grupo nos processos e tratamentos para o abandono do

hábito e como lidar com a abstinência do cigarro. Esse é um motivador

importante para o grupo deixar de fumar.

Finalizando esse trabalho, esperamos ter contribuído, mesmo que

minimamente, para que a comunicação na área de saúde e prevenção seja

mais completa e eficiente no objetivo da formação e manutenção de uma

sociedade saudável, fisicamente e emocionalmente.

184

185

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