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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS GIBSON DO CARMO FEITOSA PROPOSTA DE UM FRAMEWORK DE APOIO AO ALINHAMENTO DOS PROCESSOS DE UM PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO COM OS OBJETIVOS DA CAPES NATAL/RN 2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS

GIBSON DO CARMO FEITOSA

PROPOSTA DE UM FRAMEWORK DE APOIO AO ALINHAMENTO DOS

PROCESSOS DE UM PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO COM OS

OBJETIVOS DA CAPES

NATAL/RN

2019

2

Gibson do Carmo Feitosa

PROPOSTA DE UM FRAMEWORK DE APOIO AO ALINHAMENTO DOS

PROCESSOS DE UM PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO COM OS

OBJETIVOS DA CAPES

Dissertação apresentada à Coordenação do

Programa de Pós-graduação em Gestão de

Processos Institucionais da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como requisito

final para obtenção do título de Mestre em

Gestão de Processos Institucionais.

Linha de Pesquisa: Política e Gestão

Institucional

Orientador: Prof. Dr. Josué Vitor de Medeiros

Junior

NATAL/RN

2019

Feitosa, Gibson do Carmo. Proposta de um framework de apoio ao alinhamento dosprocessos de um programa de mestrado acadêmico com os objetivosda CAPES / Gibson do Carmo Feitosa. - Natal, 2019. 107f.: il.

Dissertação (mestrado) - Centro de Ciências Humanas, Letras eArtes, Programa de Pós-Graduação em Gestão de ProcessosInstitucionais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.2019. Orientador: Prof. Dr. Josué Vitor de Medeiros Junior.

1. BPM - Dissertação. 2. Objetivos estratégicos -Dissertação. 3. CAPES - Dissertação. 4. Pós-graduação -Dissertação. I. Medeiros Junior, Josué Vitor de. II. Título.

RN/UF/BS-CCHLA CDU 378.046-021.68

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRNSistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes -CCHLA

Elaborado por Heverton Thiago Luiz da Silva - CRB-15/170

3

Gibson do Carmo Feitosa

PROPOSTA DE UM FRAMEWORK DE APOIO AO ALINHAMENTO DOS

PROCESSOS DE UM PROGRAMA DE MESTRADO ACADÊMICO COM OS

OBJETIVOS DA CAPES

Dissertação apresentada à Coordenação do

Programa de Pós-graduação em Gestão de

Processos Institucionais da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como requisito

final para obtenção do título de Mestre em

Gestão de Processos Institucionais.

Aprovada em _____/_____/______

______________________________________

Prof. Dr. Josué Vitor de Medeiros Junior

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientador

_______________________________________

Profa. Dra. Patrícia Borba Vilar Guimarães

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro Interno

________________________________________

Prof. Dr. André Morais Gurgel

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro Interno

________________________________________

Prof. Dr. Miler Franco D´anjour

Instituto Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia do Rio Grande do Norte

Membro Externo

NATAL/RN

2019

4

AGRADECIMENTOS

Dedico a Deus meu primeiro e fundamental agradecimento, por me conceder

capacidade e forças no desenvolvimento desta pesquisa, pois para Ele não existe impossível.

Agradeço também aos meus pais e toda minha família, que sempre estiveram presentes

dispondo de apoio e orações para o alcance desta tão honrosa conclusão do Mestrado.

Agradeço ao meu Orientador Prof. Dr. Josué Vitor que, com muita maestria, me

conduziu para os caminhos científicos necessários, com ensinamentos que levarei por toda

minha trajetória acadêmica e profissional.

Fica também registrado o meu agradecimento a Apolônio Serafim que, com muita

competência na área de TI, me auxiliou na concretização do protótipo de sistema apresentado

nesta pesquisa. Essa parceria técnica foi fundamental para disponibilização da ferramenta em

uma plataforma online. O Brasil agradece sua colaboração com a Pesquisa, Apolônio.

Agradeço aos colegas do Mestrado, em especial, a Edjane Cortez, por todo

companheirismo nesta fase tão importante da nossa vida acadêmica. Não posso deixar de

externar meus agradecimentos a Ane Cele, que também esteve presente dispondo do seu

apoio em todas as fases do Curso. Ane, essas palavras ainda não conseguem expressar minha

tamanha gratidão pela força de sua amizade. Agradeço também a Ana Vilaça por transmitir

conhecimentos importantes sobre BPM. Aos amigos da FCAP/UPE e todos que me apoiaram

direta ou indiretamente sintam-se contemplados nestes agradecimentos.

Ademais, agradeço a UFRN pela oportunidade de desenvolvimento desta pesquisa, em

especial, as pessoas do programa de mestrado que o Estudo de Caso foi realizado. Agradeço

também a Pró-reitoria de Pós-graduação, em especial, a Pró-reitora adjunta de Pós-graduação

Profa. Dra. Fernanda Raffin, por todo suporte disponibilizado. Todo esse apoio Institucional,

sem dúvida, foi fundamental para que este Estudo de Caso lograsse êxito em seus resultados.

5

―A melhor maneira de predizer o futuro é

criá-lo" (Peter Drucker)

6

RESUMO

Periodicamente os programas de pós-graduação stricto sensu do Brasil são submetidos à

avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, com

base em objetivos pré-definidos. Essa avaliação resulta em uma nota para cada programa que

pode ser determinante para continuidade do curso. Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa é

apresentar um framework, baseado no ciclo de vida da abordagem do Business Process

Management - BPM e outros modelos teóricos, de maneira a apoiar no atendimento dos

objetivos estabelecidos pela CAPES. Para tanto, utilizou-se uma investigação bibliográfica e

uma pesquisa de campo. Como estratégia de pesquisa, foi desenvolvido um Estudo de Caso

aplicado no processo de controle acadêmico em um curso de mestrado da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. A coleta de dados foi realizada com base em

pesquisa documental e entrevistas. Para o tratamento dos dados qualitativos gerados, foi

aplicada a técnica de análise de conteúdo, envolvendo as fases de pré-análise, exploração do

material e interpretação. A primeira etapa do framework desenvolvido corresponde à fase de

planejamento do ciclo de vida BPM e possibilitou o entendimento do contexto do Curso de

pós-graduação selecionado, como também contribuiu na identificação dos objetivos críticos

da avaliação da CAPES. Com os resultados da etapa de planejamento, foi possível selecionar

o processo de controle acadêmico para ser objeto de investigação de meios para o

alinhamento com os objetivos da CAPES. A Segunda etapa do framework proposto tem como

base as fases de análise e desenho de processo do ciclo de vida BPM. Na fase de análise,

realizou-se o mapeamento e identificação de problemas no processo selecionado. Já a fase de

desenho auxiliou na identificação dos meios pretendidos para o alinhamento com os objetivos

da CAPES, ao propor uma nova versão para o processo. Assim, foram sugeridos quatro

mecanismos de gestão para monitoramento e controle. A terceira etapa do framework, se

relaciona com as fases de implementação e monitoramento do ciclo de vida BPM e fez a

proposição da realização de um plano de ação. A pesquisa também resultou em um protótipo

de sistema, fruto da vivência de todas as etapas do framework. Esse protótipo se caracterizou

uma ferramenta de apoio na elaboração do plano de ação, contribuindo para operacionalização

do que foi proposto nas etapas do framework. Diante dos resultados alcançados, a pesquisa

demonstrou a factibilidade da adoção de uma abordagem de processos para gerar meios de

atendimento dos objetivos que são considerados estratégicos no contexto de um mestrado

acadêmico da UFRN.

Palavras-chave: BPM; Objetivos estratégicos; CAPES; Pós-graduação.

7

ABSTRACT

Periodically the stricto sensu postgraduate programs in Brazil are submitted to the evaluation

of the Coordination of Improvement of Higher Education Staff - CAPES, based on pre-defined

goals. This evaluation results in a score for each program that can be decisive for the course

permanence. In this context, the objective of this research is to present a framework, based on

the life cycle of the Business Process Management (BPM) approach and other theoretical

models, in order to support the objectives established by CAPES. For that, a bibliographical

research and a field research were used. As a research strategy, a case study was developed

applied to the process of academic control of the students in a master's degree course at the

Federal University of Rio Grande do Norte - UFRN. The Data Collecting was done based on

documentary research and interviews. For the treatment of the qualitative data generated, a

technique of content analysis was applied, involving the phases of preanalysis, material

exploration and interpretation. The first stage of the developed framework corresponds to the

planning phase of the BPM life cycle and made it possible to understand the context of the

selected postgraduate course, as well as contributing to the identification of the critical

objectives of the CAPES evaluation. With the results of the planning stage, it was possible to

select the process of academic control of the students to be the object of investigation of ways

to align with the objectives of CAPES. The second stage of the proposed framework is based

on the phases of process analysis and design of the BPM life cycle. In the analysis phase,

were carried out both the mapping and identification of the problems. In turn, a design phase

assisted in the identification of the means intended for alignment with the CAPES objectives,

when proposing a new version for process. Thus, four management mechanisms were

suggested for monitoring and control. The third stage of the framework relates to the phases

of implementation and monitoring of the BPM life cycle and did propose the realization of an

action plan. The research also resulted in a prototype system, as a result of the experience of

all stages of the framework. This prototype was characterized as a support tool in the

elaboration of the action plan, contributing to the operationalization of what was proposed in

the framework stages. Given the results achieved, the research demonstrated the feasibility of

adopting a process approach to generate means of meeting objectives that are considered

strategic in the context of an academic master's degree from UFRN.

Keywords: BPM; Strategic objectives; CAPES; Postgraduate studies.

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo de vida BPM ................................................................................................... 24

Figura 2 - BPM e a conexão com objetivos estratégicos .......................................................... 29

Figura 3 - Conexão entre BPM e objetivos organizacionais .................................................... 30

Figura 4 - Balanced Scorecard.................................................................................................. 31

Figura 5 - Integração dos processos com o planejamento estratégico ...................................... 32

Figura 6 - Modelo de Muller (2014) de integração de Processos e Objetivos ......................... 33

Figura 7 - Exemplo de mapa de indicadores que alinha processos aos objetivos .................... 34

Figura 8 - Distribuição dos tipos cursos de pós-graduação stricto sensu na UFRN ................ 42

Figura 9- Desenho da Pesquisa ................................................................................................. 43

Figura 10 - Framework para o alinhamento do gerenciamento de processos com objetivos

estratégicos em um mestrado acadêmico da UFRN ................................................................. 53

Figura 11 - Representatividade no resultado global da avaliação CAPES para área do

Programa ................................................................................................................................... 55

Figura 12- Modelagem (AS-IS) do processo de controle acadêmico na instância do programa

de mestrado ............................................................................................................................... 62

Figura 13 - Desenho (TO-BE) do processo de controle acadêmico na instância do programa de

mestrado selecionado ................................................................................................................ 65

Figura 14 - Estrutura do protótipo do sistema ―PAQPG‖ ........................................................ 72

Figura 15- Tela inicial de acesso ao sistema proposto ............................................................. 73

Figura 16 - Tela de seleção dos requisitos para preenchimento do Plano de Ação .................. 73

Figura 17 - Tela de preenchimento do plano de Ação Quadrienal da Pós-graduação – PAQPG

.................................................................................................................................................. 74

Figura 18 - Tela com apresentação de informações dos indicadores conforme opção do

usuário ...................................................................................................................................... 74

Figura 19 - Funcionalidade de exportar informações para o Excel .......................................... 75

Figura 20 - Guia de acesso rápido para o monitoramento gráfico............................................ 76

Figura 21 - Área de monitoramento gráfico do protótipo ........................................................ 76

Figura 22 – Exemplo de Monitoramento gráfico do plano de ação apresentado no Quadro 12

.................................................................................................................................................. 79

Figura 23- Visão geral da função de alinhamento do framework desenvolvido ...................... 85

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Síntese das obras que abordam o alinhamento dos processos com os objetivos

estratégicos ............................................................................................................................... 35

10

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Estratégia de pesquisa ........................................................................................... 44

Quadro 2 - Relação dos modelos teóricos com o contexto do curso de mestrado selecionado

.................................................................................................................................................. 49

Quadro 3 - Visão geral do resultado da avaliação CAPES para o Programa Selecionado...... 58

Quadro 4 - Resultados de avaliação da CAPES no quadriênio 2013-2016 para o mestrado

selecionado ............................................................................................................................... 58

Quadro 5 - Relação dos principais processos com os objetivos de avaliação CAPES

selecionados .............................................................................................................................. 60

Quadro 6 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso acerca da oportunidade de

melhoria .................................................................................................................................... 62

Quadro 7 - Relação dos mecanismos de gestão do redesenho do processo com objetivos

CAPES ...................................................................................................................................... 67

Quadro 8 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso sobre monitoramento de

prazos ........................................................................................................................................ 68

Quadro 9 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso sobre avaliação dos

projetos ..................................................................................................................................... 69

Quadro 10 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso sobre feedbacks no

processo .................................................................................................................................... 70

Quadro 11 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso sobre o plano de ação

proposto .................................................................................................................................... 70

Quadro 12 - Exemplo de preenchimento da área do plano de ação do protótipo para a

dimensão de avaliação CAPES ―3- Corpo discente, teses e dissertações‖ ............................... 78

Quadro 13 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso acerca do protótipo

desenvolvido ............................................................................................................................. 81

Quadro 14 - Fragmento de entrevista com a Pró-reitora adjunta de pós-graduação ............... 82

Quadro 15 - Fragmento de entrevista com a Pró-reitora adjunta de pós-graduação .............. 82

Quadro 16 - Síntese dos resultados alcançados ....................................................................... 86

11

LISTA DE SIGLAS

ABPMP Association of Business Process Management Professionals

BPM Business Process Management

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CONSEPE Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão

FNQ Fundação Nacional de Qualidade

MEC Ministério da Educação

PDI Plano de Desenvolvimento Institucional

PAQPG Plano de Ação Quadrienal da Pós-graduação

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

12

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14

1.1 Contextualização e Problema de Pesquisa ...................................................................... 14

1.2 Objetivos ......................................................................................................................... 17

1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 17

1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 17

1.3 Justificativa ..................................................................................................................... 18

1.3.1 Justificativa Pessoal.................................................................................................. 18

1.3.2 Justificativa Institucional.......................................................................................... 18

1.3.3 Justificativa Científica .............................................................................................. 19

2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 21

2.1 Processos ......................................................................................................................... 21

2.1.1 O gerenciamento de processos de negócios ............................................................. 22

2.1.2 O ciclo de vida BPM ................................................................................................ 23

2.1.3 Indicadores de processos .......................................................................................... 26

2.1.5 O gerenciamento de processos de negócios na Administração Pública ................... 27

2.2 Gerenciamento de Processos e Objetivos Estratégicos ................................................... 28

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 37

3.1 Caracterização metodológica .......................................................................................... 37

3.1.1 Pré-análise aplicada ao Estudo de Caso realizado: .................................................. 39

3.1.2 Exploração do material realizada na pesquisa: ........................................................ 40

3.1.3 Fase de Interpretação aplicada ao Estudo de Caso ................................................... 41

3.2 Seleção do objeto de Estudo ........................................................................................... 41

3.3 Desenho da pesquisa ....................................................................................................... 42

3.4 Cuidados éticos ............................................................................................................... 45

3.5 Validações preliminares dos produtos desenvolvidos .................................................... 46

13

4. ESTUDO DE CASO EM UM MESTRADO ACADÊMICO DA UFRN ...................... 47

4.1 Contexto do Estudo de Caso ........................................................................................... 47

4.2 Contribuições dos modelos teóricos para o contexto da pesquisa .................................. 48

4.3 Framework para o alinhamento do gerenciamento de processos com objetivos

estratégicos de um Mestrado acadêmico da UFRN .............................................................. 50

4.3.1 ETAPA 1 DO FRAMEWORK : Planejamento ......................................................... 54

4.3.2 ETAPA 2 DO FRAMEWORK : Análise e desenho do processo.............................. 61

4.3.3 ETAPA 3 DO FRAMEWORK : Plano de ação ........................................................ 71

4.3.4 Relação das iniciativas de melhoria do processo de controle acadêmico com o

protótipo de sistema ―PAQPG‖ ......................................................................................... 79

4.3.5 Validação preliminar do framework com a Coordenação do Mestrado acadêmico

selecionado ........................................................................................................................ 81

4.3.6 Validação preliminar do framework com a Pró-reitoria de Pós-graduação ............. 81

4.3.7 Ajustes futuros.......................................................................................................... 82

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 84

5.1 Limitações da Pesquisa: .................................................................................................. 87

ANEXO I – Critérios de avaliação capes para área do curso de mestrado acadêmico

selecionado (extraído do documento de área) .......................................................................... 94

APÊNDICE A – Bases de pesquisas consultadas .................................................................. 101

APÊNDICE B – Carta de anuência do coordenador do programa de pós-graduação

selecionado ............................................................................................................................. 102

APÊNDICE C – Termo de confidencialidade ........................................................................ 103

APÊNDICE D - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE .............................. 104

APÊNDICE E – Roteiro de entrevistas semiestruturadas ...................................................... 106

14

INTRODUÇÃO

Este capítulo tem como propósito situar o leitor acerca do tema desta pesquisa. Além

de contextualizar a temática, também apresentará os objetivos geral, específicos e as

justificativas inerentes a esta investigação, conforme seções a seguir.

1.1 Contextualização e Problema de Pesquisa

A pós-graduação tem sua origem próxima nas Universidades norte-americanas, tendo

como pré-requisito para acesso a conclusão do curso de graduação. Em diversos países, a pós-

graduação viabiliza o aprofundamento científico em cada área do conhecimento (Parecer CFE

nº 977/65).

No Brasil, as Universidades federais têm um papel fundamental para pós-graduação,

uma vez que os grandes centros de pesquisa se encontram nessas Instituições (TELLES &

FREITAS, 2011). Os programas de pós-graduação no Brasil estão dispostos em cursos de

natureza lato sensu e stricto sensu. Os cursos de natureza lato sensu compreendem a

programas de especialização com duração mínima de 360h, para alunos graduados em cursos

superiores.

Já os programas de pós-graduação stricto sensu correspondem a cursos de mestrado e

doutorado e também são abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação, que

atendem às exigências de um edital de seleção (Lei 9.394/1996). Os cursos de mestrado e

doutorado têm natureza acadêmica. Esses cursos podem se apresentar com o foco

profissional, mas o objetivo deve ser essencialmente científico. Diante disso, temos os

mestrados e doutorados com as seguintes modalidades: acadêmicos ou profissionais. (Parecer

CFE no 977/65).

É importante destacar que o objeto de estudo desta pesquisa está presente em

programa de pós-graduação stricto sensu. Esse tipo de programa tem como função

fundamental assegurar a produção de conhecimento, por meio da formação de cientistas e

professores (BOTOMÉ & KUBO, 2002). Além disso, são norteados por políticas

institucionais, regulamentos e indicadores estabelecidos pela Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. A CAPES, por sua vez, é uma

Fundação do Ministério da Educação (MEC) e desempenha papel fundamental na expansão e

consolidação da pós-graduação em todos os estados da Federação (CAPES, 2018).

A avaliação da Pós-graduação no Brasil iniciou em 1976 e o modelo atual intitulado

"Sistema Nacional de Pós-graduação - SNPG" foi estabelecido pela CAPES em 1998 e tem

15

como objetivo a manutenção da qualidade dos cursos de mestrado e doutorado no Brasil, bem

como a identificação de assimetrias regionais para expansão da pós-graduação em todo

território (CAPES, 2018).

Deve-se considerar que, em uma periodicidade quadrienal, os programas de pós-

graduação stricto sensu do Brasil são submetidos à avaliação da CAPES, com base em

objetivos1 pré-definidos. Essa avaliação gera uma nota para cada programa de pós-graduação

que pode, inclusive, ser determinante para permanência do curso (CAPES, 2018).

Esse contexto, em que os Programas de Pós-graduação precisam alinhar seus

processos para atender aos objetivos CAPES, traz uma reflexão sobre um aspecto observado

no universo organizacional: as organizações precisam gerenciar seus processos com foco cada

vez mais estratégico para assegurar a sobrevivência.

De acordo com Oliveira (2013) a interligação dos processos administrativos com as

questões estratégicas organizacionais ocorre a partir do estabelecimento dos objetivos

organizacionais. Para Caiuby et al (2011), o alinhamento dos objetivos com os processos

pode ser realizado por meio de um painel de indicadores de desempenho e um monitoramento

contínuo dos processos em relação ao atendimento desses objetivos. Já Müller (2014), traz um

modelo que indica a relação direta, indireta ou inexistente dos processos com cada objetivo

organizacional.

Diante dessa necessidade, é desejável a busca por construtos que podem apoiar os

programas de pós-graduação no atendimento desses objetivos estratégicos2. Com este

propósito, observa-se no Gerenciamento de Processos de Negócios — BPM uma

abordagem gerencial que pode cumprir essa função estratégica nesse contexto.

Uma das razões que justificam esse pensamento é que o Business Process

Management - BPM se refere a uma abordagem gerencial que tem propósito, justamente,

de integrar os objetivos da organização com ênfase no gerenciamento de ponta a ponta dos

processos. Nesse sentido, o BPM prevê que os processos devem ser gerenciados de forma

continuada em um ciclo de vida para melhoria dos processos que contempla as seguintes

etapas: planejamento, análise, desenho, implementação, monitoramento, controle e

1 Os critérios de avaliação CAPES serão tratados nesta pesquisa como ―objetivos de avaliação‖, uma vez que se

traduzem em um fundamental alvo a ser atingido por um programa de pós-graduação stricto sensu, se

traduzindo como uma questão estratégica para esse contexto.

2 Nesta pesquisa, consideram-se estratégicos os objetivos da avaliação CAPES para o contexto de um Programa

de pós-graduação stricto sensu, uma vez que são determinantes para sobrevivência (continuidade) desse tipo de

curso.

16

refinamento (ABPMP, 2013).

A fase do planejamento indica o alinhamento estratégico dos processos com os

objetivos da organização (ABPMP, 2013). Dessa forma, observa-se que é uma fase

importante para abordagem desta pesquisa, uma vez que se preocupa com a ótica

estratégica dos processos e pode apoiar um programa de pós-graduação, diante dos

objetivos da CAPES.

Outras etapas desse ciclo de vida também podem auxiliar essa visão estratégica dos

processos da pós-graduação, a saber: a análise e desenho de processos. A fase de análise

visa uma melhor compreensão das características do processo para posterior melhoria e

padronização (MÜLLER, 2014). Assim, o entendimento dos processos é fundamental para

o alcance dos objetivos. Desse modo, a análise é a base para o desenho de processos. Na

etapa de desenho, também se visualiza a necessidade do foco estratégico da organização.

Entende-se por desenho de processos a representação formal desses objetivos e

entregáveis, por meio da formalização das atividades e regras necessárias (ABPMP, 2013).

Considerando que os processos podem ser definidos como um conjunto estruturado de

atividades sequenciais que apresentam relação lógica entre si, com o objetivo de atender às

expectativas dos clientes, pode-se considerar que um Programa de Pós-graduação vivencia

vários processos que podem impactar de forma direta ou indiretamente nos objetivos da

avaliação da CAPES (OLIVEIRA, 2013).

Em um programa de mestrado acadêmico, por exemplo, alguns processos como o

credenciamento de docentes, seleção de discentes e o controle acadêmico dos alunos possuem

grande importância, uma vez que as atividades presentes nesses processos devem buscar o

atendimento dos critérios de avaliação da CAPES. Esses critérios estão concentrados em

cinco dimensões de avaliação, são elas: ―1- Proposta do programa‖, ―2- Corpo docente‖, ―3-

Corpo discente, teses e dissertações‖, ―4- Produção intelectual‖ e a ―5 - Inserção social‖. Tais

critérios, presentes em cada dimensão de avaliação citada, podem ser convertidos e

considerados como os ―objetivos de avaliação‖ CAPES, em virtude de que o atendimento

desses critérios é uma situação fundamental que se pretende alcançar por um programa de

pós-graduação stricto sensu.

No que se refere aos processos supracitados de um mestrado acadêmico é notório que,

caso estejam mal gerenciados, podem comprometer a avaliação desse tipo de curso,

acarretando, por exemplo, o descredenciamento junto a CAPES. Outro fator que deixa ainda

mais necessária a busca por construtos para melhoria desse contexto é o fato dos

coordenadores de programas de pós-graduação serem de áreas diversas, como humanas,

17

saúde, tecnológica, entre outras, de modo a necessitarem de um direcionamento de gestão

para o alinhamento dos processos com os objetivos da avaliação da CAPES.

Assim, uma das formas de promover a orientação desses processos com os objetivos

da CAPES é a construção de artefatos científicos como frameworks. Uma das razões que

justifica essa afirmação é que os frameworks podem se configurar um dos meios para explorar

contextos como o da pós-graduação, uma vez que pode apoiar no desenvolvimento de

estratégias para melhoria dos processos em função dos objetivos da avaliação da CAPES

(LIMA & LEZANA, 2005).

Diante do exposto, encontra-se a seguinte questão-problema: como um framework,

baseado no ciclo de vida BPM, pode apoiar o gerenciamento de processos em um Mestrado

acadêmico no atendimento de objetivos estabelecidos pela CAPES?

Buscando solucionar tal questão de pesquisa, foi realizado um Estudo de Caso no

processo de controle acadêmico de um Programa de mestrado da UFRN. Esse programa de

pós-graduação vivencia o desafio de buscar meios para melhoria de suas avaliações junto a

CAPES. Assim, utilizou-se uma abordagem de gerenciamento de processos para identificar

mecanismos de gestão que possam contribuir no alinhamento com os objetivos da avaliação

CAPES que o programa de mestrado precisa atender.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo desta pesquisa é propor um framework, baseado no ciclo de vida BPM e

modelos teóricos, de maneira a apoiar no atendimento dos objetivos estabelecidos pela

CAPES, aplicado em um processo de um Mestrado acadêmico da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte – UFRN.

1.2.2 Objetivos Específicos

i) Estruturar etapas com meios para o alinhamento de um processo, em um Mestrado

acadêmico da UFRN, com os objetivos estabelecidos pela CAPES;

ii) Aplicar o framework no contexto do Mestrado acadêmico selecionado;

iii) Apresentar uma ferramenta para operacionalização do framework, apoiando na

elaboração de um Plano de Ação.

18

1.3 Justificativa

As justificativas para a realização desta pesquisa estão elencadas em três perspectivas:

pessoal, institucional e científica, conforme apresentadas adiante.

1.3.1 Justificativa Pessoal

O pesquisador participa dos processos desenvolvidos no contexto de um programa de

mestrado acadêmico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Assim, surgiu

a inquietação de contribuir com o levantamento de informações gerenciais importantes para o

entendimento dos fatores críticos da avaliação CAPES, buscando meios para melhoria do

atendimento dos objetivos dessa avaliação.

Essa vivência do pesquisador reflete em maior viabilidade na utilização de técnicas

metodológicas para coleta de dados, tais como a análise documental e entrevistas. Com isso, a

motivação pessoal buscou trazer frutos não apenas para a formação do pesquisador, mas fez

da pesquisa uma fonte de informações gerenciais, contribuindo para busca de melhores

práticas dos processos no contexto de um programa de pós-graduação em prol da

conformidade com os objetivos estabelecidos pela CAPES.

1.3.2 Justificativa Institucional

No que se refere ao âmbito da UFRN, esta pesquisa contribui com informações

norteadoras para o alinhamento do processo de controle acadêmico em um Programa de Pós-

graduação com os objetivos estabelecidos na avaliação da CAPES. Por meio do

desenvolvimento de um framework, a Instituição conta com informações gerenciais,

identificando os indicadores de avaliação e estratégias para melhoria no desempenho da pós-

graduação nessa avaliação, ao propor uma abordagem de gerenciamento de processos nesse

contexto.

Vale salientar que esta pesquisa também contribui com as diretrizes da UFRN, uma

vez que um dos eixos programáticos da UFRN, estabelecido no Plano de Desenvolvimento

Institucional - PDI (2015-2019) visa a ―excelência na Pós-Graduação, incentivando a

realização de diagnóstico e planejamento estratégico nos programas de pós-graduação,

visando garantir a evolução de sua qualidade acadêmica‖ (PDI UFRN, 2017, p.55).

É de suma importância destacar o advento da Resolução Nº 181 do Conselho de

Ensino, Pesquisa e Extensão - CONSEPE, de 14 de novembro de 2017, que aprova a política

19

de melhoria da qualidade dos cursos de graduação e de pós-graduação oferecidos pela UFRN.

Nessa resolução, encontra-se cada vez mais a obrigação dos programas de pós-graduação

orientar seus processos às questões estratégicas.

Desse modo, o Art. 18 da Resolução Nº 181/2017 - CONSEPE estabelece que "todos

os programas de pós-graduação da UFRN deverão ter um Plano de Ação Quadrienal

(PAQPG), propondo estratégias para enfrentamento das fragilidades e encaminhamentos de

melhorias dos indicadores contemplando dois períodos de avaliação". Dessa maneira, a

resolução deixa claro que os Programas que não tiverem o PAQPG aprovado não terão

avaliadas as demandas de vagas estratégicas do banco de equivalentes da UFRN e não

poderão participar nos editais institucionais de apoio.

Outra questão que também fortalece a necessidade Institucional dos produtos

desenvolvidos nesta pesquisa é fornecimento de ferramentas para os coordenadores dos

programas de pós-graduação no atendimento desses objetivos de avaliação. Isso se justifica

uma vez que esses coordenadores são de diversas áreas do conhecimento e necessitam de um

direcionamento de gestão para orientar os processos frente às dimensões de avaliação da

CAPES.

Assim, o framework apresentado tem foco em um processo de um Mestrado

acadêmico da UFRN, que envolve fatores críticos para o sucesso da avaliação da CAPES,

contribuindo com informações gerenciais para construção do Plano de Ação Quadrienal

supracitado, ensejando a busca por melhores desempenhos nessa avaliação. Além disso,

também apresenta uma ferramenta para construção e monitoramento do Plano de Ação

Quadrienal que os cursos de pós-graduação da Instituição precisam realizar.

Vale destacar que a utilidade do referido framework e da ferramenta desenvolvida não

se restringe à aplicação no contexto da UFRN, mas tem potencial de servir para outras

Instituições de ensino, uma vez que esses construtos apresentados estão orientados a um

sistema de avaliação da pós-graduação de amplitude nacional, podendo apoiar o contexto da

pós-graduação stricto sensu de outras Instituições.

1.3.3 Justificativa Científica

Inicialmente é importante ressaltar que, na literatura acerca do gerenciamento de

processos, foram identificadas poucas referências sobre o alinhamento entre processos e

objetivos estratégicos. Estudos como o do autor Müller (2014) apontam que os processos

são muitas das vezes executados sem preocupação com as estratégias da organização.

Relacionada a essa discussão, a pesquisa de Enoki (2006) afirma que o BPM é

20

apresentado na literatura com um foco principalmente em soluções de tecnologia, fluxos de

informações e utilização de recursos e, muitas vezes, deixa de focar nos objetivos

organizacionais. Diante do exposto, esta pesquisa pode representar uma contribuição para

os estudos sobre a temática do Gerenciamento de Processos alinhado aos objetivos

estratégicos organizacionais, em razão das informações que serão levantadas e dos

resultados pretendidos nesta investigação.

Apesar das dificuldades encontradas na busca em livros e bases de dados consultadas

(listadas no apêndice A), para a composição do referencial teórico, notou-se a existência de

pesquisas que denotam a necessidade do alinhamento do gerenciamento de processos com os

objetivos estratégicos das organizações.

O estudo de Enoki (2006) adotou um referencial teórico que sintetiza os vários

objetivos de desempenho e focados nos processos internos da organização, que podem ser

medidos objetivamente. Assim, de posse das funcionalidades das soluções BPM e as

características principais dos objetivos de desempenho, o modelo proposto por esse autor

buscou relacioná-los sob a perspectiva de maior eficiência.

A obra de Oliveira (2013) também explora o alinhamento do gerenciamento de

processos os objetivos organizacionais. Desse modo, o autor desenvolveu um modelo que

envolve o alinhamento estratégico dos projetos e processos, orientados pelas políticas, para

obtenção dos objetivos organizacionais.

Já estudos como o do autor Caiuby (2011) e outros autores encontrados na literatura

(apresentados no capítulo 2.2, desta pesquisa), reforçam a necessidade do trabalho com

indicadores, para realizar o alinhamento dos processos com os objetivos estratégicos.

21

2 REVISÃO DA LITERATURA

Este capítulo apresenta o levantamento da literatura acerca do gerenciamento de

processos de negócios e modelos teóricos que realizam o alinhamento do BPM com os

objetivos estratégicos, com o intuito de fundamentar o contexto em que a pesquisa está

inserida. Para tanto, as seções a seguir iniciarão abordando as noções sobre processos, o

Gerenciamento de Processos de Negócios e seu ciclo de vida. Adicionalmente, serão

abordadas temáticas acerca de indicadores e desempenho de processos. Em encerramento a

este capítulo, os estudos que tratam especificamente sobre o alinhamento entre os processos e

objetivos estratégicos serão apresentados.

2.1 Processos

Para entender questões que serão apresentadas adiante, relacionadas ao

Gerenciamento de Processos de Negócios (Business Process Management - BPM), é

importante destacar preliminarmente alguns conceitos fundamentais. O primeiro diz

respeito propriamente ao conceito de processo que, conforme explica Oliveira (2013, p. 9-

10), processo é ―um conjunto estruturado de atividades sequenciais que apresentam relação

lógica entre si, com a finalidade de atender e, preferencialmente, suplantar as expectativas

dos clientes externos e internos da empresa‖.

Outro conceito importante para o entendimento da abordagem do BPM está

relacionado aos processos de negócios. Assim um "processo de negócio" visa agregar valor

aos clientes ou apoiar processos outros processos. É importante destacar nesta pesquisa que

o termo "negócio", contempla organizações públicas ou privadas, de qualquer porte ou

seguimento. Ainda sobre esse termo, vale salientar que está direcionado a pessoas que

executam atividades que geram valor para os clientes e retorno para as partes interessadas

(ABPMP, 2013).

Em contribuição a essa discussão, Smith & Fingar (2003, p. 47) afirmam que ―um

processo de negócio é um conjunto completo de atividades transacionais colaborativas e

dinamicamente coordenadas que entregam valor para os clientes‖. Nesse contexto, os

processos de negócios podem ser classificados como primário, de apoio ou de gestão

(ABPMP, 2013).

O processo primário tem natureza finalística e, se houver falhas, o cliente terá uma

percepção imediata. Já os processos de apoio são necessários para execução dos primários,

auxiliando-os. No que diz respeito ao processo de gestão, pode-se afirmar que esse tipo de

22

processo coordena os primários e os de apoio (MÜLLER, 2014).

Outra importante abordagem sobre este tema está relacionada à hierarquia dos

processos. Segundo Porter (1985), a organização é um conjunto de atividades que são

desempenhadas para entregar e manter um produto/serviço. Segundo o autor, essas

atividades podem ser representadas utilizando-se de cadeia de valores.

De acordo com Kipper et al (2011, p. 91) ―Cadeia de Valor define, basicamente, a

arquitetura dos macroprocessos conforme os objetivos estratégicos da empresa‖. Esses

autores também explicam que a cadeia de valor pode ser dividida em três tipos de

processos, a saber: processos de gestão (que envolvem o planejamento estratégico da

empresa); processos de negócios (relacionados à atuação da empresa e recebem suporte de

outros processos internos, resultando no produto/serviço para o cliente externo) e os

processos de apoio, que apoiam os processos de gestão e negócio (KIPPER et al, 2011).

Ressalta-se, ainda, que um processo ou subprocesso é composto por atividades.

Desse modo, as atividades consistem nas ações necessárias a fim de alcançar um resultado.

Adicionalmente, as atividades englobam tarefas que direcionam a como o trabalho deve ser

executado (TEIXEIRA, 2013).

2.1.1 O gerenciamento de processos de negócios

Após discutir os conceitos que são basilares, apresenta-se neste tópico a abordagem

teórica que norteia esta pesquisa: o Gerenciamento de Processos de Negócios que, conforme a

ABPMP (2013), pode ser definido da seguinte forma:

Gerenciamento de Processos de Negócio (Business Process Management - BPM) é

uma disciplina gerencial que integra estratégias e objetivos de uma organização com

expectativas e necessidades de clientes, por meio do foco em processos ponta a

ponta. BPM engloba estratégias, objetivos, cultura, estruturas organizacionais,

papéis, políticas, métodos e tecnologias para analisar, desenhar, implementar,

gerenciar desempenho, transformar e estabelecer a governança de processos

(ABPMP,2013, p. 40).

Desse modo, o Gerenciamento de Processos de Negócios (BPM) é uma abordagem

gerencial que visa entregar valor para os clientes por meio de um trabalho de ponta a ponta

e, sendo considerada uma disciplina gerencial, orienta os recursos organizacionais em prol

dos objetivos. Com o BPM também é possível definir ―o que, onde, quando, por que e por

quem o trabalho é realizado‖ (ABPMP, 2013, p. 48).

23

O Gerenciamento de Processos de Negócios se fundamenta, entre outras questões,

no alinhamento dos objetivos organizacionais com as melhorias advindas dos controles dos

processos. Esse entendimento advém de que os processos precisam ser melhorados ao

longo do tempo e adaptados às estratégias da organização, bem como adequar-se às novas

tecnologias (COSTA, 2009).

Essa discussão coloca em destaque a diferença da gestão de processos e da gestão

por processos. A primeira visão busca tratar os processos sem o foco estratégico. Já a

gestão por processos tem uma ótica global dos processos, pautada nos objetivos estratégicos

(BALDAM, 2008).

Assim, conforme explica Rêgo Junior (2017, p.17) "o BPM facilita a visão sistêmica

na organização possibilitando o cruzamento de informações entre os diferentes níveis

hierárquicos. Assim, a Administração estratégica quebra o paradigma da gestão funcional".

Nesse sentido, Cruz (2008, p.24) afirma, em relação ao BPM, que possibilita

"clientes, fornecedores, parceiros, funcionários e influenciadores" possam interagir com

uma visão panorâmica dos elementos do processo, atentando ao ambiente interno e externo

da organização.

2.1.2 O ciclo de vida BPM

Nessa abordagem, o BPM apresenta um ciclo de vida com as seguintes fases:

planejamento, análise, desenho, implementação, monitoramento, controle e refinamento.

Esse ciclo de vida tem como base o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act), do autor William

Edward Deming. Vale ressaltar que o "Plan", significa "Planejar", o "Do" pode ser

traduzido como "fazer ou agir". Já o ―Check‖, é entendido como "checar ou verificar" e,

por fim, o "Act" compreende as ações corretivas (ABPM, 2013). As etapas do ciclo de vida

BPM estão representadas na Figura 1, conforme a seguir:

24

Fonte: BPM CBOK, p.52.

Desse modo, a fase do planejamento visa o alinhamento do contexto de processos

de negócio com os objetivos da organização, de forma estratégica. Uma importante

questão a ser observada nessa fase é a consideração de como o processo se relaciona com o

ambiente externo da organização. Uma das grandes razões dessa etapa do ciclo de vida

BPM, é a definição do escopo do processo, que deve contemplar elementos como: o cliente

do processo, a percepção de valor para o cliente na saída do processo, a interligação do

processo com a estrutura coorporativa, as entradas do processo, regulamentações que

restringem o desenho ou a execução do processo e as referências par ao desempenho do

processo (ABPMP, 2013).

É na fase de planejamento que ocorre a seleção dos processos críticos e o

alinhamento às estratégias da organização. Na fase de planejamento alguns elementos

devem ser considerados, a saber: o ambiente externo, o marco legal e ameaças e

oportunidades (BALDAM, 2009).

Assim, o ciclo de vida BPM começa com uma fase de planejamento onde são

definidas as metas, expectativas e metodologias, por meio da criação de um plano

estratégico, que fornece a direção para o alinhamento dos processos com as estratégias

organizacionais (MARIANO & MULLER, 2012).

Já a análise dos processos permite realizar avaliações de modo a tornar o processo

mais estratégico e relevante. Essas avaliações contemplam os recursos que serão alocados,

o tempo de execução do processo e permite simulações, a fim de medir o desempenho dos

processos (SOUZA NETO; MEDEIROS JUNIOR, 2008).

Desse modo, a análise de processos visa entender os processos atuais em função

Figura 1 - Ciclo de vida BPM

25

das metas e objetivos estabelecidos pela instituição, buscando compreender os processos

de negócio no escopo da organização como todo. Na fase de análise também ocorre a

modelagem dos processos, que corresponde à documentação e a representação de como as

atividades acontecem (VALLE & OLIVEIRA, 2009).

A modelagem de processos envolve a representação das atividades em gráficos que

geralmente contemplam eventos, estágio e propriedades (DAVENPORT, 2005). Desse

modo, o propósito da modelagem é criar uma representação do processo de maneira

completa, que consista em seu respectivo funcionamento de forma clara da maneira como

ocorre. Vale ressaltar que a modelagem da visão atual do processo é denominada “AS-IS‖

(ABPMP, 2013).

A fase de análise é fundamental para o desenho de processos. É na fase de desenho

que ocorre a representação e o ordenamento das atividades em forma de fluxo e a

formalização dos entregáveis do processo e, após definidas as mudanças do processo,

traçar a visão futura chamada de ―TO-BE”, na fase de desenho. (ABPMP, 2013). Essa

visão futura (TO-BE) tem por objetivo a melhoria do processo e eliminar desperdícios

(REIS, 2008).

Já a fase de implementação diz respeito à execução do que foi definido nas fases

anteriores Assim, com auxílio da tecnologia, possibilita a realização de atividades de

maneira automatizada (ABPMP, 2013). Na fase de implementação visualiza-se atividades

que garantem suporte à execução do novo processo e testes necessários para essa execução

(VALLE & OLIVEIRA, 2009).

Na fase de implementação são realizadas as mudanças necessárias para que o

processo evolua de “AS-IS‖ para ―TO-BE” (BEZERRA et al, 2018). Para tanto, a

organização precisa estar atenta à gestão das mudanças que compreende, entre outras ações,

o treinamento de pessoal e a comunicação organizacional (SCHEER; BRABÄNDER, 2013).

No que se refere às fases de monitoramento e controle, é importante ressaltar que

são fundamentais para verificação do cumprimento das diretrizes estabelecidas, buscando

um aprimoramento dos processos de forma contínua (ABPMP, 2013). Nessa fase

visualizam-se atividades que visam mensurar e realizar o monitoramento dos processos.

Pode-se citar como exemplo o registro e controle do desempenho dos processos e a

retroalimentação do planejamento e da modelagem de processos (HERNAUS et al, 2012).

Na fase de monitoramento e controle também é possível enxergar um

acompanhamento dos processos mediante aos indicadores de desempenho, previamente

definidos, buscando visualizar possíveis desvios que possam ser sanados e se o processo está

26

atendendo aos objetivos e resultados que são esperados (ARAÚJO & MAGDALENO,

2015).

A sexta fase do ciclo de vida BPM é definida pela ABPMP como refinamento. Vale

salientar que o refinamento busca um aprimoramento dos processos de forma contínua.

Também é importante considerar que o refinamento de processos consiste em uma

transformação dos processos mediante a uma evolução planejada. Essa fase tem foco na

melhoria do desempenho e nas necessidades dos clientes. (ABPMP, 2013). Essa contínua

medição e monitoramento dos processos, proveniente da fase de refinamento, fornece aos

gestores informações e sinaliza ajustes necessários para atender aos objetivos dos processos

(BEZERRA et al, 2018).

2.1.3 Indicadores de processos

Os indicadores de processos são importantes e merecem atenção especial nesta

pesquisa. De acordo com a Fundação Nacional de Qualidade - FNQ (2012), a "estruturação

de Sistema de Indicadores Organizacionais preconizada pelos Critérios de Excelência

permite avaliar o desempenho relativo às operações, ao comportamento das partes

interessadas e às estratégias da organização". Desse modo, um indicador auxilia de forma

significativa a tomada de decisão (FNQ 2012, p. 9).

É importante nesta discussão diferenciar os indicadores dos dados e das informações

que temos sobre os processos. Dados geralmente estão disponíveis em bancos de dados para

manipulação e são armazenados em sua totalidade, além de não ter foco em gestão. Já as

informações, tem foco abrangente e disperso, os dados já estão manipulados em primeiro

nível e selecionados em formato de telas e relatórios. Já os indicadores, têm foco no que é

relevante e são manipulados matematicamente (PAVANI & SCUCUGLIA, 2011).

Ressalta-se também que os indicadores são utilizados no nível estratégico, gerencial

e operacional. No nível estratégico, os indicadores refletem os objetivos e as ações que

pertencem à organização como um todo e não de um setor ou processo específico. Já no

nível gerencial, buscam a melhoria contínua de forma equilibrada, verificando a

contribuição de setores e processos. No nível operacional, os indicadores servem para

avaliar os processos ponta a ponta, subprocessos ou padrões de trabalho na busca de

melhoria contínua (FNQ, 2012).

27

2.1.5 O gerenciamento de processos de negócios na Administração Pública

Com base no artigo 37 da Constituição da república federativa do Brasil de 1988, a

Administração Pública deve se nortear por princípios constitucionais, a saber: legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Segundo Alexandrino & Paulo

(2010), em relação ao princípio da legalidade, a Administração pública a além de não

poder atuar contra a lei ou além da lei, somente pode agir segundo a lei (a atividade

administrativa não pode ser contra legem nem praeter legem, mas apenas secundum

legem).

No que diz respeito ao princípio da impessoalidade, pode-se afirmar que é

fundamental para neutralidade da prestação dos serviços públicos, uma vez que prevê que

o Administrador público não deve atender a interesses próprios ou de terceiros e sim

atender à coletividade. De acordo com Meirelles (2013, p. 95) o princípio da

impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o

clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o

ato para o seu fim legal.

Já o princípio da moralidade, segundo Alexandrino & Paulo (2010, p. 14), liga-se a

ideia de probidade e boa-fé. Dessa forma, os atos da administração que não seguirem aos

princípios éticos e morais, juntamente com os outros princípios, estão passíveis de

anulação.

Quanto ao princípio da publicidade, pode-se afirmar que está relacionado à

transparência dos atos praticados pela Administração. Esse princípio constitucional ganhou

ainda mais força com a criação da lei 12.527/11, denominada lei de acesso à informação,

onde os órgãos públicos têm o dever de fornecer informações ao cidadão, nos termos da

lei.

Nesse cenário, o Gerenciamento de Processos de Negócios pode auxiliar a

organização no cumprimento desses princípios, apoiando a conformidade dos processos

institucionais, por meio do ciclo de vida do BPM. Um aspecto relevante dos processos na

Administração Pública é que a operacionalização deles deve ser orientada pelas legislações

vigentes e está submetida às auditorias dos órgãos competentes. Embora essa característica

restrinja o potencial de redesenho de processos, ela coloca em evidência a necessidade de

padronização de procedimentos e essa lógica pode beneficiar a implantação do BPM

(BORGES, et al, 2016, p. 232).

Essa inserção do BPM na Administração Pública ganha ainda mais força com os

28

novos sistemas e a demanda da sociedade por maior transparência e qualidade na prestação

de seus serviços, que gera uma crescente preocupação com a otimização dos processos

(CATELLI & SANTOS, 2004, p. 423-429).

Adicionalmente, pode-se considerar que é notória a integração do Gerenciamento

de Processos de Negócios com os princípios da Administração Pública, principalmente no

que se refere ao princípio da eficiência. Esse foco na eficiência administrativa dá abertura

para adoção de metodologias e processos de gestão inovadores. Assim, muitos estudos

como os de Gulledge Jr. e Sommer (2002, p. 364-376) e Zwicker et al (2010, p. 369-396),

além de ressaltar a aplicação do BPM, também destacam sua importância para

modernização da Administração Pública.

2.2 Gerenciamento de Processos e Objetivos Estratégicos

O objetivo organizacional pode ser definido como a situação que se pretende alcançar.

Esse alvo que se pretende atingir precisa ser quantificado e possuir a indicação de

responsável, como também prazo para essa realização (OLIVEIRA, 2013). Por sua vez, os

objetivos permitem ser detalhados por meio indicadores e metas intermediárias, o que pode

garantir um caminho mais eficaz de implementação. Desta forma, é possível direcionar os

esforços da empresa a fim de alcançar, controlar e acompanhar o desenvolvimento de cada

objetivo estratégico, possibilitando a correção dos rumos, caso algum deles não esteja no

resultado pretendido (CARVALHO, 2014).

Um conjunto de objetivos bem definidos podem clarificar os papéis que se espera das

diversas áreas de uma organização e focar no alinhamento fundamental para realizar a

estratégia empresarial. Estruturar e organizar um conjunto de objetivos estratégicos alinhados

com a estratégia concebida, a missão e a visão da organização podem proporcionar chances

maiores de sucesso na sua implantação e melhor satisfação com os resultados de desempenho

da organização. Os objetivos buscam comunicar, tanto externo como internamente o caminho

que a organização quer seguir; legitimam as pretensões das empresas para seus stakeholders;

focalizam a atenção em desafios pontuais; associados a planos, descrevem ações para a

empresa alcançar (CARVALHO, 2014).

Em uma organização seja ela governamental ou privada os objetivos são classificados

em objetivos estratégicos e operacionais. Os objetivos estratégicos são os objetivos mais

globais e amplos da organização e são projetados para médio ou longo prazo, sendo

fundamental que esses objetivos estejam associados aos processos ou macro objetivos das

organizações. Já os objetivos operacionais ou subprocessos, correspondem aos objetivos

29

específicos voltados para a execução das operações do dia a dia da organização (SILVA,

2015).

Assim, os objetivos institucionais podem ser alcançados por meio das contribuições do

Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM). Para aqueles que não possuem a total

compreensão da disciplina de processos, pode parecer utópica esta afirmação, mas a análise

desta afirmação leva-nos a seguinte linha raciocínio lógico, demonstrada na Figura 2 a seguir

(BPM CBOK, 2013):

Figura 2 - BPM e a conexão com objetivos estratégicos

O Business Process Management - BPM é uma abordagem gerencial que engloba

metodologias, ferramentas e técnicas para desenhar, habilitar, controlar e analisar processos

de negócio, não visando revolucionar os processos de negócio, e sim trabalhá-los de forma a

se ter evolução contínua. O BPM é um modelo de gestão de negócios que atua tanto nos

níveis estratégicos quanto nos níveis operacionais, destacando sete temas importantes:

"escolha e direcionamento estratégico, desenho organizacional, maximização da cadeia de

valor do mercado, gestão de desempenho, coordenação organizacional, gestão de

conhecimento, e cultura organizacional" (IGNÁCIO, 2017, p.20).

O termo Business Process Management (BPM) ou, em português, Gerenciamento de

Processos de Negócios se mostra na literatura focado especialmente na solução tecnológica,

isto é, na abordagem dos fluxos de informação e na integração dos recursos empresariais

através de sistemas computadorizados, porém, sem o fornecimento de maiores subsídios para

escolher ou avaliar sob a ótica dos objetivos de desempenho da organização. Esta matéria

Fonte: BPM CBOK, 2013.

30

necessita de uma visão integrada entre gestores de estratégia e de processos, de forma a

definir de maneira acertada o modelo de implementação e avaliação dos requisitos das

soluções de BPM do ponto de vista de alinhamento com os objetivos de desempenho do

negócio organizacional, como demonstra o esquema da Figura 3 a seguir (ENOKI, 2006):

Figura 3 - Conexão entre BPM e objetivos organizacionais

Fonte: ENOKI (2006)

O autor Enoki (2006) adotou um referencial teórico que sintetiza os vários objetivos

de desempenho e, focados nos processos internos da organização cujo desempenho pode ser

medido objetivamente. Assim, em posse das funcionalidades das soluções BPM e as

características principais dos objetivos de desempenho, o modelo proposto pelo autor buscou

relacioná-los sob a perspectiva de maior eficiência.

A modelagem de processos de negócios pode ser definida como uma atividade que

possui como principal objetivo a formalização dos processos de negócio de uma empresa, e,

por meio desta modelagem, torna-se exequível projetar como a organização pretende

implementar seus objetivos e estratégias. Diante da interdependência entre os objetivos da

organização e os seus processos de negócio, é natural que ocorra o alinhamento entre eles.

Assim, o domínio dos objetivos de uma organização trabalha com quesitos relacionados à

operacionalização das estratégias corporativas, enquanto o domínio dos processos de negócio

31

trabalha com a consecução das atividades sob o ponto de vista de gestão de recursos e do

suporte tecnológico para as atividades (CARDODO & GUIZZARDI, 2010).

A modelagem de processos orientada para objetivos possibilita a especificação do "o

que" sem especificar o "como". Essencialmente, os objetivos são lugares que precisam ser

alcançados ao completar um número de passos. A modelagem orientada para objetivos não é

nova e tem sido usada, entre outras áreas, na gestão por processos e pode ser adaptada para

superar a rígida natureza sequencial de processo encontrada no BPM e permitir flexibilidade e

colaboração dos usuários ao longo do ciclo de vida do BPM (RANGIHA & KARAKOSTAS,

2014).

Diante da necessidade de alinhar os objetivos à gestão de processos, Kaplan e Norton

desenvolveram, em 1992, o Balanced Scorecard, como um instrumento necessário para se

alcançar o sucesso. Segundo Kaplan e Norton (1997), o Balanced Scorecard (Figura 4)

viabiliza processos gerenciais críticos, participa da comunicação e associação entre objetivos

e medidas estratégicas, planeja, ajuda no esclarecimento e tradução da visão e da estratégia,

alinha iniciativas estratégicas e estabelece metas, aumenta o feedback e o aprendizado

estratégico. O Balanced Scorecard destaca os processos mais críticos para a obtenção de um

desempenho superior para clientes e empresários. Geralmente, essa identificação mostra

processos internos novos em que a empresa deve buscar a excelência a fim de que sua

estratégia seja bem sucedida (KAPLAN e NORTON, 1997, p.11).

Figura 4 - Balanced Scorecard

Fonte: Kaplan e Norton (1997)

Com relação a essa discussão, Oliveira (2013) apresenta um modelo de integração dos

processos com o planejamento estratégico, o qual afirma que os objetivos ―representam uma

32

situação a ser alcançada a qual deve ser perfeitamente quantificada, com identificação do

responsável e do prazo para sua efetivação‖. Além disso, esse autor explica que ―as

estratégias representam a maneira mais adequada de alcançar os objetivos da empresa‖, e

ainda, ―as estratégias e os processos desenvolvem um elevado nível de criatividade e, para

não se tornar dispersa, é orientada pelas políticas do processo de planejamento estratégico‖

(OLIVEIRA, 2013, p. 175-176). O modelo que envolve o alinhamento estratégico dos

projetos e processos, orientados pelas políticas para obtenção dos objetivos organizacionais é

apresentado na Figura 5, a seguir:

Figura 5 - Integração dos processos com o planejamento estratégico

Fonte: OLIVEIRA (2013)

Outra abordagem que envolve o alinhamento estratégico dos processos de negócios

com os objetivos organizacionais é apresentada por Müller (2014), da seguinte forma:

Uma abordagem clara entre gerenciamento de processos e a estratégia é o uso desta

como elemento fundamental de priorização dos processos a serem melhorados.

Tendo como base um adequado planejamento estratégico, seus diversos elementos e

discussões servem como direcionadores das necessidades de melhorias dos

processos empresariais. Sem esse direcionamento, as organizações correm um alto

risco de melhorar um processo importante, mas talvez não prioritário. Dada a

escassez de recursos e a atual dinamicidade dos negócios, atuação em processos não

prioritários pode se constituir em desperdício (MÜLLER, 2014, p. 79).

O autor Müller (2014, p. 80), também complementa afirmando que ―os processos são

muitas vezes detalhados sem maiores preocupações (e vinculações) estratégicas e sem

preverem-se elementos (ou sistemáticas) de avaliação e controle continuados‖. Com essa

preocupação esse mesmo autor desenvolveu um quadro esquemático, conforme apresentado

na figura 2, que vincula os processos empresariais com os objetivos estratégicos.

33

Conforme explicação do autor, no quadro apresentado na Figura 6, o processo 1

impacta fortemente os objetivos A e C, devendo-se estabelecer indicadores para fazer essa

medição. O autor também complementa que, através desse quadro esquemático, podem-se

analisar quais processos têm maior contribuição em determinado objetivo estratégico. No

quadro apresentado abaixo, essa análise pode ser feita na observação do objetivo F que é

fortemente influenciado pelos processos 2, 4, 5 (MÜLLER, 2014, p. 80).

Figura 6 - Modelo de Muller (2014) de integração de Processos e Objetivos

Fonte: MÜLLER (2014)

Outros dois modos de atingir objetivos traçados em uma organização foi relatado por

Larson & Larson (2005) em seu trabalho, o qual afirma que os objetivos podem ser atingidos

por meio de processos ou projetos. Sabendo que o planejamento e a execução de atividades

temporárias faz parte do gerenciamento de projeto, o Gerenciamento de Processos de Negócio

(BPM) aplica metodologias e técnicas que visem auxiliar na supervisão continua de processos

de uma organização e no aumento da eficiência enquanto se produz algo de valor. Enquanto

projetos são classificados como temporários, o aprimoramento de processos costuma ser

contínuo e repetitivo.

Organizações orientadas a processos costumam alinham seus objetivos para melhor

funcionamento e apoio dos processos que as conduzem. Uma empresa pode, por exemplo,

querer diminuir o lead-time de quatro dias para dois dias, e, ao invés de escolher um projeto

que cumpra com o objetivo, ela identifica seus processos e então inicia um projeto para

melhorá-los. Essa atitude diminui o tempo de produção e faz com que o objetivo esperado

seja alcançado. Pode-se concluir, então, que projetos são imprescindíveis para apoiar

34

processos, e processos fazem com que a eficiência em alcançar objetivos organizacionais

cresça cada vez mais (SIMÕES, 2006).

Outro importante estudo que trata do alinhamento dos processos com os objetivos

estratégicos é apresentado pelo autor Caiuby et al (2011), que traz um mapa estratégico para

conectar os processos aos objetivos organizacionais.

Nesse mapa (Figura 7), depois de conectados os objetivos aos respectivos processos,

também ressaltam a necessidade de detalhar as contribuições e/ou demandas que cada

objetivo gera para os respectivos processos. Para esses autores, essa ligação dos objetivos com

os processos pode ser realizada por meio de um painel de indicadores de desempenho e um

monitoramento contínuo dos processos em relação ao atendimento desses objetivos (CAIUBY

et al, 2011).

Figura 7 - Exemplo de mapa de indicadores que alinha processos aos objetivos

Fonte: CAIUBY et al, 2011.

Os estudos de Bhattacharya e Gibbons (1996) sugeriram que a ligação entre as

estratégias de negócios, seus objetivos e os processos poderiam ser encontrada a partir de

diretrizes para um processo de formulação estratégica que leve em consideração o ponto de

vista de processos, especificamente no alinhamento entre estrutura e estratégia.

Tal alinhamento seria composto de competências, funções e processos, onde as

competências formam a essência do ―conteúdo estratégico‖ e os processos formam a base da

estrutura empresarial. Assim, a partir desta visão exposta, a formulação estratégica se baseia

nas competências da empresa, a partir das quais os processos ―críticos‖ são identificados e

projetados. Por esta perspectiva, estratégias de negócios se relacionam somente a objetivos

estratégicos, competências essenciais e diretrizes gerais de negócios, as quais norteiam a

definição de estratégias de processos (BHATTACHARYA E GIBBONS, 1996).

35

Assim, viu-se que a implementação do sistema BPM deve estar intimamente

conectada aos objetivos estratégicos da organização, de maneira a fornecer suporte e

consolidar tais objetivos. A gestão de processos, portanto, quando implementada de forma

consistente, fornece subsídios para que os objetivos estratégicos das empresas passem a ser

mais facilmente e conscientemente alcançados (COSTA et al, 2006).

Diante do exposto, apresenta-se abaixo (Tabela 1) uma síntese das principais obras

que abordam o alinhamento do gerenciamento de processos com os objetivos estratégicos:

Tabela 1 - Síntese das principais obras que abordam o alinhamento dos processos com os objetivos

estratégicos

REFERÊNCIA

ALINHAMENTO DOS PROCESSOS COM OS OBJETIVOS

ESTRATÉGICOS

ABPMP (2013) Os objetivos Organizacionais podem ser atingidos por meio do gerenciamento

de ponta a ponta dos processos.

ENOKI (2006)

Entre as soluções do BPM, destacadas por Enoki (2006) para o alinhamento

dos processos com os objetivos, estão: o planejamento, a operação, controle e

otimização dos processos.

CARDODO &

GUIZZARDI

(2010)

Apresenta a modelagem de processos como uma atividade que a organização

utiliza para tornar exequível a projeção de como implementar seus objetivos e

estratégias.

RANGIHA &

KARAKOSTAS

(2014)

A modelagem de processos orientada a objetivos pode ser adaptada para

superar a rígida natureza sequencial de processo encontrada no BPM e

permitir flexibilidade e colaboração dos usuários ao longo do ciclo de vida do

BPM.

KAPLAN E

NORTON (1997)

Por meio do desenvolvimento do Balanced Scorecard, é possível destacar os

processos mais críticos para a obtenção de um desempenho superior para

clientes.

OLIVEIRA (2013) O alinhamento estratégico dos projetos e processos é orientado pelas políticas

organizacionais.

MÜLLER (2014)

A priorização de processos a serem melhorados é uma abordagem que

possibilita o alinhamento dos processos e objetivos organizacionais.

CAIUBY e

colaboradores

(2011)

A ligação dos objetivos com os processos pode ser realizada por meio de um

painel de indicadores e um monitoramento contínuo dos processos.

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

36

Diante dos modelos teóricos apresentados, utilizou-se nesta pesquisa uma abordagem

direcionada à priorização de processos e vinculação com os objetivos, considerados

estratégicos no contexto do programa de mestrado acadêmico da UFRN que foi selecionado.

O entendimento sobre a importância dos indicadores para atendimento dos objetivos também

foi importante, uma vez que a avaliação da CAPES é pautada em indicadores que os

processos da pós-graduação deve se orientar.

Baseado nesses autores, que reforçam e embasam a proposta desta pesquisa,

fundamentando a necessidade de buscar o alinhamento dos processos com os objetivos

estratégicos, pode-se considerar que a abordagem do ciclo de vida BPM é o principal

referencial para composição das etapas do framework.

Entre os modelos teóricos identificados, esta pesquisa adotou o estudo de Müller

(2014) para priorização de processos e vinculação com os objetivos. Assim, foi possível

realizar uma adaptação do modelo desse autor, de forma a relacionar os mecanismos de gestão

do redesenho do processo de controle acadêmico explorado com os objetivos da avaliação da

CAPES, conforme está apresentado nos Quadros 5 e 7, presentes nos resultados desta

investigação.

37

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo será apresentada a caracterização da pesquisa e o respectivo desenho

metodológico. Além disso, serão descritos os instrumentos e técnicas utilizadas para coleta e

análise dos dados. Adicionalmente, o capítulo também demonstra a estratégia de pesquisa,

explicitando a vinculação da metodologia aplicada para cada objetivo específico desta

investigação. Por fim, o capítulo também apresenta os cuidados éticos tomados e a maneira

que foi realizada uma validação preliminar dos produtos gerados nesta pesquisa.

3.1 Caracterização metodológica

Esta pesquisa se propõe a apresentar um framework, baseado no ciclo de vida, de

acordo com a abordagem do gerenciamento de processos de negócios (BPM) e modelos

teóricos existentes, com meios para apoiar o atendimento dos objetivos estabelecidos pela

CAPES, aplicado no processo de controle acadêmico de um curso de mestrado da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

Deve-se considerar que os frameworks ―podem assumir diferentes papeis no

entendimento, representação e difusão das relações organizacionais‖. Desse modo, os

frameworks são utilizados para comunicar ideias, realizar comparações, definir limites de

situações, descrever contextos ou para apoiar o desenvolvimento de procedimentos (LIMA

& LEZANA, 2005, p. 2).

Dessa forma, a pesquisa caracteriza-se como descritiva dada à necessidade de buscar

maior familiaridade com o problema e por objetivar a descrição ou característica de um

objeto de estudo (GIL, 2002, p. 41-42). Vale salientar que a abordagem da pesquisa é do

tipo qualitativa, uma vez que a coleta de dados foi realizada sem medição numérica para

investigar ou refinar questionamentos de pesquisa no processo de interpretação. Desse

modo, os dados qualitativos buscam descrever detalhadamente situações, interações, pessoas

e manifestações de condutas que são observadas (SAMPIERI, COLLADO & LÚCIO, 2013,

p. 33-34).

Adicionalmente, o estudo contempla uma pesquisa de campo para coleta dados. De

acordo com Lakatos & Marconi (2007, p. 186) a pesquisa de campo tem como finalidade

―conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se

procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir

novos fenômenos ou as relações entre eles‖.

Como estratégia de pesquisa, foi realizado um Estudo de Caso, já que se trata de um

38

trabalho empírico que investiga o fenômeno de interesse dentro do seu contexto da

realidade. Esse tipo de abordagem possibilita um maior entendimento em uma realidade

empresarial que não seria satisfatoriamente obtida por meio de levantamentos amostrais, por

exemplo, ou apenas avaliações quantitativas (YIN, 2005, p.32).

Vale destacar que esta pesquisa está baseada em um levantamento bibliográfico

para fundamentar a análise do estudo de caso proposto neste trabalho. Esse levantamento

bibliográfico está pautado em investigações em livros, revistas e publicações científicas,

partindo da ideia que a bibliografia oferece meios para definir e resolver, não somente

problemas já conhecidos, mas também possibilita a exploração de novas áreas que os

problemas não foram investigados suficientemente (SAMPIERI, COLLADO & LÚCIO,

2013).

Dessa forma, por meio de um levantamento de modelos teóricos, foi possível ter

respaldo para propor as etapas do framework, a fim de buscar o alinhamento de um

processo do curso de mestrado acadêmico selecionado, com os objetivos estabelecidos pela

CAPES.

Em continuidade, foi necessária a realização de uma análise documental. Essa

análise tem por objetivo a representação condensada da informação (LAKATOS &

MARCONI, 2007, p. 44-46). Com base nessa análise documental, por meio da verificação

de leis, resoluções, regimentos, atas, documentos de área e resultados de avaliações da

CAPES, foi possível a identificação dos objetivos pelos quais o processo da pós-graduação

buscou o alinhamento estratégico, por meio de um framework. As etapas propostas no

framework foram elaboradas e fundamentadas no ciclo de vida BPM, além de modelos

teóricos existentes, levantados na revisão da literatura.

Outra forma de coleta de dados foi a realização de entrevista semiestruturada com a

coordenação do programa de pós-graduação selecionado, composta por uma secretária e

um coordenador. De acordo com Gray (2012, p. 302), entrevistas semiestruturadas ―não

são padronizadas e muitas vezes são usadas em análise qualitativa‖. Assim, o entrevistador

possui uma lista de questões a serem utilizadas ou não. Além disso, a entrevista

semiestruturada permite o aprofundamento de opiniões e acréscimo de questões (GRAY,

2012, p. 302).

A entrevista semiestruturada foi utilizada para entendimento do processo

selecionado, identificar fragilidades, extrair melhorias e validações preliminares dos

resultados alcançados na pesquisa. O roteiro com os principais pontos que foram

abordados nas entrevistas podem ser consultados no Apêndice E.

39

Para o mapeamento do processo selecionado foi utilizado o software Bizagi

Modeler, recomendado pela ABPMP (2013) por possuir notações apropriadas para o

trabalho de modelagem de processos, atendendo às necessidades deste estudo.

Para tratamento dos dados qualitativos, foi aplicada a técnica de análise de conteúdo.

De acordo com Silva & Fossá (2013, p. 3-4) essa técnica envolve as seguintes fases:

Pré-análise: Consiste na exploração do material e interpretação. Essa fase visa a

sistematização das ideias iniciais;

Exploração do material: Nesta fase o texto das entrevistas e de todo o material

coletado e organizado em categorias que possibilitem a exploração do conteúdo;

Interpretação: Já a etapa de interpretação ocorre a análise dos conteúdos das

entrevistas, documentos e observação de forma a extrair compreensões acerca do

material que foi coletado.

De forma sistemática, os autores Silva & Fossá (2013) abordam que a técnica de

análise de conteúdo deve compreender as etapas apresentadas adiante:

1) Leitura geral do material coletado (entrevistas e documentos); 2) Codificação para

formulação de categorias de análise, utilizando o quadro referencial teórico e as

indicações trazidas pela leitura geral; 4) Recorte do material, em unidades de

registro (palavras, frases, parágrafos) comparáveis e com o mesmo conteúdo

semântico; 5) Estabelecimento de categorias que se diferenciam, tematicamente, nas

unidades de registro (passagem de dados brutos para dados organizados). A

formulação dessas categorias segue os princípios da exclusão mútua (entre

categorias), da homogeneidade (dentro das categorias), da pertinência na mensagem

transmitida (não distorção), da fertilidade (para as inferências) e da objetividade

(compreensão e clareza); 6) agrupamento das unidades de registro em categorias

comuns; 7) agrupamento progressivo das categorias (iniciais → intermediárias →

finais); 8) inferência e interpretação, respaldadas no referencial teórico (SILVA &

FOSSÁ, 2013, p. 4-5).

3.1.1 Pré-análise aplicada ao Estudo de Caso realizado:

A pré-análise foi utilizada essencialmente para análise dos dados gerados na fase de

planejamento proposta pelo framework. Inicialmente foi considerado o levantamento

bibliográfico para respaldar o estudo, considerando a leitura de artigos científicos e a

estruturação de um levantamento de modelos teóricos que abordam a temática da vinculação

do gerenciamento de processos com os objetivos organizacionais.

Nesta etapa metodológica também foi considerado o foco na análise do Documento

de Área da CAPES (2016), do curso de mestrado acadêmico selecionado. Esse documento

estabelece critérios de avaliação da CAPES (Anexo I) e foi fundamental para buscar o

40

principal objetivo desta pesquisa que é o alinhamento de um processo do curso de mestrado

acadêmico selecionado com esses objetivos de avaliação CAPES.

Para direcionar o foco desta análise foram identificadas as dimensões de avaliação da

CAPES, que representam os principais objetivos a serem atingidos na avaliação do Programa

selecionado. Posteriormente, foram consideradas as oportunidades de melhorias na avaliação

anterior do Programa para essas dimensões de avaliação, possibilitando maior respaldo para

delimitar o escopo da análise. Essa análise dos resultados anteriores foi feita por meio de

fichas de avaliações CAPES, disponibilizadas pelo mestrado acadêmico selecionado.

3.1.2 Exploração do material realizada na pesquisa:

Nesta etapa foi explorado o conteúdo direcionado às dimensões de avaliação da

CAPES relacionadas ao "3- corpo discente, teses e dissertações" e "4- produção intelectual",

avaliados na etapa de pré-análise como relevantes, dada a representatividade e por

apresentarem oportunidades de melhorias na avaliação CAPES do quadriênio anterior (2013-

2016).

Mediante a análise dos dados providos da realização de entrevistas semiestruturadas

com a coordenação em um primeiro momento, onde foi realizado o mapeamento do processo

de controle acadêmico, selecionado por ter relação direta com as dimensões de avaliação em

questão. Essa etapa metodológica foi importante para analisar os dados da parte de análise de

processo presente no framework.

Posteriormente à aplicação do framework também foram explorados os conteúdos de

entrevistas realizadas tanto com a coordenação de curso, quanto com a pró-reitora adjunta de

pós-graduação para validação preliminar do que foi proposto na pesquisa.

Nesta etapa de exploração de material, foi possível organizar o material da entrevista

considerando as seguintes categorias de conteúdo para análise:

Fragmentos de entrevistas sobre processos que possuem relação com os critérios de

avaliação CAPES considerados críticos na etapa de pré-análise, tais como: "3- corpo

discente, teses e dissertações" e "4- produção intelectual";

Relatos de oportunidades de melhorias que tenham relação com os critérios de

avaliação da CAPES;

Relatos de mecanismos de monitoramento e controle;

Relatos de validação do framework;

Relatos de ajustes futuros que podem ser implantados.

41

3.1.3 Fase de Interpretação aplicada ao Estudo de Caso

Nesta fase metodológica realizou-se a interpretação do material categorizado na fase

de exploração do material, buscando estratégias para o alinhamento dos processos do

programa de mestrado selecionado com os objetivos da CAPES. Assim, com base no material

de entrevistas com a coordenação, foram elencados os principais processos do programa de

mestrado e, desse modo, foi realizada a análise do nível de relação desses processos com cada

indicador CAPES selecionado, ficando evidente a necessidade de aplicação do framework no

processo de controle acadêmico dos alunos.

Desse modo, a partir da análise dos conteúdos das entrevistas com a Coordenação do

curso de mestrado selecionado, foi realizada a investigação de meios para o alinhamento do

processo de controle acadêmico dos alunos com os objetivos da CAPES, de modo que foi

possível propor uma nova versão para esse processo, explicitando quatro mecanismos de

gestão.

Com base nas etapas e mecanismos de gestão proposto foi possível desenvolver uma

ferramenta de gestão para operacionalização das melhorias indicadas no processo de controle

acadêmico do programa de mestrado selecionado.

Após a aplicação do framework e do desenvolvimento da ferramenta de gestão

também foi possível interpretar das entrevistas realizadas, tanto com a coordenação quanto

com a pró-reitoria de pós-graduação, a percepção da utilidade do framework para Instituição,

como também extrair os ajustes futuros que podem ser incorporados ao protótipo do sistema

desenvolvido.

3.2 Seleção do objeto de Estudo

Para realização do Estudo de Caso que objetivou apresentar um framework para o

alinhamento do gerenciamento de processos com os objetivos da CAPES no contexto de um

Programa de Pós-graduação da UFRN, foi selecionado um Curso de mestrado Acadêmico

vinculado à área de saúde da referida Instituição.

As justificativas para escolha da amostra estão inicialmente pautadas pelo fato do

pesquisador está inserido no contexto de trabalho de um mestrado acadêmico da UFRN,

possibilitando a aplicação dos instrumentos de coleta de dados, tornando viável a execução da

pesquisa.

Outro aspecto estratégico da escolha do objeto de estudo é que o tipo de programa

―mestrado acadêmico‖ possui a maior representatividade entre os cursos Stricto sensu da

42

Instituição. Conforme relatório disponibilizado pela Pró-reitoria de Pós-graduação da UFRN,

a Instituição possui 132 cursos Stricto sensu contabilizados considerando mestrado e

doutorado. Na busca, o relatório apresentou o quantitativo de 88 cursos de mestrado dos quais

24 cursos de mestrados do tipo profissional e 64 do tipo acadêmico. Para os cursos de

doutorado foram encontrados 44 registros, conforme demonstra a Figura 8 a seguir:

Fonte: Pró-reitoria de pós-graduação da UFRN (2019)

Assim, o framework desenvolvido nesta pesquisa foi aplicado em um curso de

mestrado acadêmico, que corresponde ao tipo de curso stricto sensu com o maior quantitativo

na instituição. Ressalvadas as devidas características de cada curso, esse framework elaborado

pode ser adaptado para aplicação em outros contextos de cursos de pós-graduação na UFRN.

Nesta pesquisa, adotou-se a estratégia de realizar um Estudo de Caso em um programa de

mestrado acadêmico para verificar a viabilidade da adoção de uma abordagem de processos

no atendimento dos objetivos da CAPES para esse tipo de curso.

3.3 Desenho da pesquisa

Para visualização das etapas metodológicas desta pesquisa, elaborou-se o desenho

metodológico, apresentado na Figura 9 adiante. O desenho inicia demonstrando a estruturação

inicial da investigação, composta pelas etapas: definição da problemática, objetivos,

estruturação e levantamento de modelos teóricos que realizem o alinhamento do

gerenciamento de processos com os objetivos estratégicos.

Figura 8 - Distribuição dos tipos cursos de pós-graduação stricto sensu na UFRN

43

Adicionalmente, o desenho apresenta a fase descritiva, contemplada pela estratégia de

pesquisa relacionada ao Estudo de Caso, a análise documental e entrevistas. Posteriormente, o

desenho demonstra as fases da técnica para tratamento dos dados qualitativo, a saber: a

análise de conteúdo. Nessa técnica as fases em destaque são: pré-análise, exploração do

material e a interpretação.

Por fim, o desenho da pesquisa destaca o produto final desta investigação, que

pretendeu identificar os objetivos da avaliação da CAPES, mediante a um Estudo de Caso em

um programa de pós-graduação, por meio da elaboração aplicação de um framework.

Figura 9- Desenho da Pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

44

Para alcançar cada objetivo pretendido por esta pesquisa foi necessário aplicar uma

estratégia que envolve a adoção de técnicas de coleta e análise dos dados qualitativos. O

Quadro 1 abaixo detalha a estratégia utilizada para cada objetivo, para responder ao problema

de pesquisa, bem como destaca os produtos que foram frutos desta investigação científica.

Quadro 1 - Estratégia de pesquisa

OBJETIVO GERAL: Propor um framework, baseado no ciclo de vida BPM e modelos teóricos, de maneira a

apoiar no atendimento dos objetivos estabelecidos pela CAPES, aplicado em um processo de um Mestrado

acadêmico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

CARACTERIZAÇÃO: Qualitativa; Descritiva; Estudo de Caso.

PROBLEMA

OBJETIVOS DO ESTUDO

TÉCNICAS DE

COLETA

TÉCNICAS DE

ANÁLISE

Co

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um

fra

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os

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AP

ES

?

a) Estruturar etapas com meios

para o alinhamento de um

processo, em um Mestrado

acadêmico da UFRN, com os

objetivos estabelecidos pela

CAPES;

Análise documental;

Levantamento

bibliográfico

(modelos teóricos).

Entrevista

semiestruturada;

Análise de conteúdo

(Pré-análise;

exploração do

material e

interpretação);

Cruzamentos com os

modelos teóricos

levantados.

b) Aplicar o framework no contexto

do Mestrado acadêmico

selecionado;

Entrevista

semiestruturada;

Análise documental.

Análise de conteúdo

(Pré-análise;

exploração do

material e

interpretação).

c) Apresentar uma ferramenta para

operacionalização do framework e

apoiar na elaboração de um Plano

de Ação.

Entrevista

semiestruturada;

Análise documental.

Análise de conteúdo

(Pré-análise;

exploração do

material e

interpretação).

PRODUTOS

GERADOS:

1- Framework para alinhamento do processo de controle acadêmico dos

discentes com objetivos da avaliação CAPES;

2- Protótipo de sistema para operacionalização do framework, servindo como

ferramenta para construção de um plano de ação.

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

45

Toda essa estratégia demonstra que cada objetivo esteve respaldado por instrumentos

de coleta e análise de dados que contribuíram para composição dos produtos científicos

gerados. É importante destacar que cuidados éticos foram tomados por esta pesquisa e estão

apresentados no tópico a seguir.

3.4 Cuidados éticos

Para realização desta pesquisa algumas providências foram tomadas a fim de assegurar

a viabilidade ética desta investigação. Inicialmente o responsável pelo setor, que foi

executado o Estudo de Caso, recebeu as devidas comunicações dos objetivos da metodologia

desta pesquisa e, a partir dessas orientações, realizou a assinatura da carta de anuência,

autorizando a aplicação dos métodos propostos (Apêndice B).

Adicionalmente, a pesquisa também contempla um Termo de Confidencialidade,

assinado pelo pesquisador e pelo professor orientador, com o compromisso de guardar sigilo

absoluto sobre os dados coletados no Programa de Pós-graduação selecionado para o presente

estudo, os quais foram utilizados para o desenvolvimento da pesquisa (Apêndice C).

Já para realização de entrevistas, foi assinado pelo participante o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, onde dispõe aos respondentes as condições e

garantias previstas para participação da pesquisa (Apêndice D).

Em razão de a pesquisa apresentar algumas informações estratégicas, tais como

resultados de avaliações anteriores, decidiu-se por não revelar o nome do programa de

mestrado que foi objeto de análise nesta investigação. Para tanto, adotou-se a estratégia de

caracterização do contexto do Estudo de Caso e deste programa de mestrado, como pode ser

visualizado nos resultados desta pesquisa.

46

3.5 Validações preliminares dos produtos desenvolvidos

Para extrair uma visão institucional do framework e do protótipo de sistema

desenvolvido, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com o Coordenador do programa

de mestrado escolhido e com a Pró-reitoria de pós-graduação da UFRN, representada pela

Profa. Dra. Fernanda Raffin (Pró-reitora adjunta de pós-graduação).

O objetivo da entrevista com o Coordenador do programa de mestrado acadêmico foi

obter opiniões acerca os produtos que foram desenvolvidos em conjunto com a coordenação,

por meio de um Estudo de Caso.

A entrevista com a pró-reitora teve o mesmo intuito de obter percepções institucionais

sobre os produtos desenvolvidos. Adicionalmente, também teve a finalidade de extrair ajustes

futuros para os produtos desta pesquisa.

47

4. ESTUDO DE CASO EM UM MESTRADO ACADÊMICO DA UFRN

Neste capítulo serão apresentados os resultados do Estudo de Caso realizado em um

curso de mestrado acadêmico da UFRN, que se propõe a apresentar um framework para o

alinhamento do gerenciamento de processos com os objetivos da CAPES. Inicialmente será

realizada uma contextualização geral do contexto do programa de pós-graduação e da

avaliação da CAPES. Posteriormente serão apresentadas as contribuições dos modelos

teóricos que alinham o gerenciamento de processos aos objetivos estratégicos para o

Programa de pós-graduação selecionado. Por meio desse embasamento científico, serão

apresentadas as etapas de um framework para o alinhamento de um processo do curso de

mestrado com os objetivos da CAPES. A partir das etapas do framework proposto, a pesquisa

terá foco em dados mais específicos, priorizando indicadores críticos e propondo melhorias no

processo de controle acadêmico, ao sugerir mecanismos de gestão para apoiar o atendimento

dos objetivos da CAPES. O capítulo também apresenta o protótipo de sistema que foi

desenvolvido fruto da vivência de todas as etapas do framework.

4.1 Contexto do Estudo de Caso

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN é uma autarquia do

Governo Federal, vinculada ao Ministério da Educação e participante das organizações

públicas que compõem a estrutura de instituições federais responsáveis pelo ensino de

nível superior no Brasil. No âmbito da UFRN, os programas de pós-graduação têm foco na

realização de pesquisas e são subordinados à Pró-reitoria de Graduação - PPG.

O objeto de estudo desta pesquisa é um mestrado acadêmico da UFRN que, assim

como já explicado na contextualização desta pesquisa, corresponde a um programa de pós-

graduação stricto sensu que são norteados por políticas institucionais, regulamentos e

indicadores estabelecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior - CAPES.

Desse modo, este curso de Mestrado acadêmico também é periodicamente

submetido à avaliação CAPES, com base em critérios pré-definidos. Esses critérios podem

ser entendidos como ―objetivos estratégicos‖ a serem atingidos pelo curso, uma vez que a

avaliação da CAPES gera uma nota que pode, inclusive, ser determinante para

continuidade do programa de pós-graduação.

Sobre essa avaliação, em entrevista ao Portal da CAPES em 2010, Lívio Amaral,

48

enquanto diretor de avaliação, respondeu sobre a missão mais importante da avaliação da

CAPES. Segundo Lívio Amaral (2010, p.1) ―a avaliação cumpre o papel de analisar

profundamente o panorama dos programas de pós-graduação no Brasil, e assim atestar a

qualidade dos cursos e acompanhar a qualificação dos mesmos‖. Desse modo, Lívio

Amaral (2010, p.1) ressaltou que ―a partir da avaliação obtêm-se elementos e indicadores

que permitem induzir e fomentar ações governamentais de apoio à pós-graduação

brasileira‖.

Neste contexto, o mestrado acadêmico selecionado é da área da saúde, possui

conceito 4 na CAPES e enfrenta o desafio de melhorar sua avaliação para continuidade do

curso, o que reforça a importância do presente Estudo de Caso. As maiores informações

acerca deste programa de pós-graduação explorado estão presentes na aplicação do

framework apresentado nestes resultados.

4.2 Contribuições dos modelos teóricos para o contexto da pesquisa

Com base nesse contexto, é possível extrair do levantamento bibliográfico

realizado contribuições para o curso de mestrado, que foi objeto de estudo deste Estudo de

Caso. O Quadro 2 abaixo destaca as principais referencias bibliográficas levantadas e as

respectivas relações com o contexto da pesquisa.

Cada uma das principais referências destacadas foi fundamental para gerar

resultados práticos no Estudo de Caso realizado, garantindo a fundamentação teórica

necessária para pesquisa.

49

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Esses modelos teóricos promovem o embasamento científico necessário para

proposição de um framework de apoio ao alinhamento dos processos de um programa de

mestrado acadêmico com os objetivos considerados estratégico neste contexto, a saber: os

critérios de avaliação da CAPES.

Dessa forma, pode-se afirmar que esses modelos teóricos contribuíram para gerar

resultados nesta investigação científica. Com esse propósito, alguns estudos tiveram mais

ênfase para uma melhor adequação do framework ao contexto explorado. É o caso da

abordagem do ciclo de vida BPM que se destacou como base para as etapas do framework

proposto, uma vez que as fases de planejamento, análise, desenho, implementação,

Quadro 2 - Relação dos modelos teóricos com o contexto do curso de mestrado selecionado

REFERÊNCIA

MODELOS TEÓRICOS PARA

ALINHAMENTO DOS PROCESSOS

COM OS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

RELAÇÃO COM O CONTEXTO DA

PESQUISA

ABPMP (2013)

As organizações existem para entregar

valor ao cliente e os objetivos

organizacionais devem estar conectados a

esta entrega de valor e os processos de

negócios representam meios que produtos

e serviços são criados para os clientes.

Assim, os Objetivos Organizacionais

podem ser atingidos por meio de um

gerenciamento de ponta a ponta centrado

em processos.

Orientada por este referencial teórico

que apresenta a ideia de que os

processos são importantes para agregar

valor para organização por meio do

atendimento dos objetivos, esta

pesquisa aborda a melhoria de um

processo em um programa de mestrado

da UFRN com o propósito de buscar

meios para o atendimento dos objetivos

da CAPES.

MÜLLER

(2014)

A priorização de processos a serem

melhorados é uma abordagem que

possibilita o alinhamento dos processos e

objetivos organizacionais.

A estratégia de priorização de

processos, tendo como orientação os

objetivos, possibilitou a escolha do

processo de controle acadêmico, por

possuir relação com os objetivos

críticos da CAPES identificados para o

programa de mestrado selecionado.

OLIVEIRA

(2013)

O alinhamento estratégico dos projetos e

processos é orientado pelas políticas

organizacionais.

As políticas organizacionais, bem

como as disposições da resolução

181/2017 - CONSEPE conduziram esta

pesquisa para uma visão institucional

estratégica nas melhorias propostas no

processo de controle acadêmico.

CAIUBY e

colaboradores

(2011)

A ligação dos objetivos com os processos

pode ser realizada por meio de um painel

de indicadores e um monitoramento

contínuo dos processos.

As melhorias propostas para o processo

de controle acadêmico, de modo a

buscar o atendimento aos objetivos da

CAPES, foram baseadas nos

indicadores de avaliação que o referido

processo deve estar orientado. Essas

proposições de melhorias apresentaram

mecanismos de gestão de modo a

sugerir um monitoramento e controle

do processo.

50

monitoramento e controle, desse ciclo de vida, estiveram presentes no framework

apresentado.

O modelo de Müller (2014) também foi muito importante para demonstrar a relação

entre os mecanismos de gestão advindos do redesenho do processo de controle acadêmico

selecionado e os objetivos da CAPES, conforme demonstrado no Quadro 7.

Estudos como o de Oliveira (2013) também têm reflexo na observância das políticas

institucionais que foram necessárias para orientação desta pesquisa, presentes no plano de

gestão, plano de desenvolvimento institucional e na resolução 181/2017 do CONSEPE da

UFRN. Por fim, estudos como o de CAIUBY et al (2011) também se destacam pela

importância dos indicadores para o atendimento dos objetivos CAPES, uma vez que nesses

objetivos estão presentes critérios relacionados a tempo e qualidade, por exemplo, que os

processos de um mestrado acadêmico devem estar orientados em atendê-los.

4.3 Framework para o alinhamento do gerenciamento de processos com objetivos da

CAPES em um Mestrado acadêmico da UFRN

A partir desse embasamento bibliográfico, pautado no ciclo de vida BPM e de

modelos teóricos que trazem contribuições para o alinhamento do gerenciamento de

processos com os objetivos organizacionais, elaborou-se um framework com etapas

importantes para o alinhamento de um processo de um mestrado acadêmico da UFRN, com

os objetivos estabelecidos pela CAPES em suas avaliações.

Inicialmente o framework destaca que os objetivos da UFRN para a pós-graduação

estão justificados pelo Plano de Desenvolvimento Institucional e pelo Plano de Gestão da

Universidade. Adicionalmente, a resolução 181/2017 do CONSEPE, também está pautada

em determinar formulação de planos de ação para melhoria da qualidade dos programas de

pós-graduação da UFRN, refletindo em melhores desempenhos nas avaliações realizadas

pala CAPES.

Em continuidade, tem-se a primeira etapa do framework que visa, justamente,

identificar os objetivos CAPES para o programa de pós-graduação. O primeiro passo

indicado é identificar qual a área que o programa de pós-graduação é credenciado junto à

CAPES, pois os objetivos e indicadores de avaliações variam de acordo com cada área ou

modalidade de curso.

A partir da identificação da área é possível, por meio do documento de área, extrair

os objetivos e indicadores de avaliação. Vale ressaltar que os documentos de área estão

51

disponíveis na página pública da CAPES (http://www.capes.gov.br/avaliacao/sobre-as-

areas-de-avaliacao) e dispõem dos objetivos e indicadores que respaldam a avaliação de

cada área de avaliação dos programas de pós-graduação.

Após analisados os critérios de avaliação do programa de pós-graduação é

conveniente observar o resultado da avaliação CAPES anterior, a fim de extrair

oportunidades de melhorias a serem consideradas como critério de priorização de processos

críticos relacionados aos indicadores de avaliação CAPES.

Assim, podem ser extraídos os indicadores de avaliação CAPES com maiores

representatividades, de acordo com o documento de área e com o resultado da avaliação

anterior do programa de pós-graduação. A partir dessas informações, recomenda-se

selecionar um processo que tenha impacto direto com os indicadores críticos extraídos na

etapa anterior. Vale ressaltar que toda essa etapa inicial está relacionada com a fase de

planejamento do ciclo de vida BPM e com os modelos vistos na revisão da literatura,

apresentados no Quadro 2.

Posteriormente, por meio de entrevistas com os envolvidos na execução do processo,

recomenda-se realizar o mapeamento do processo selecionado com base nos indicadores

críticos, demonstrando suas principais características e etapas necessárias.

Após o mapeamento da situação atual do processo (AS-IS), com a colaboração dos

envolvidos na execução, realiza-se o levantamento de alternativas e mecanismos de gestão

para melhorar o alinhamento do processo com os objetivos e indicadores extraídos dos

documentos de área elaborados pela CAPES.

Mediante a esses mecanismos de gestão, o framework propõe a realização de um

redesenho (TO-BE) do processo em questão, para orientar a execução das proposições de

melhorias relatadas pelos envolvidos na execução do processo. A etapa de mapeamento e

redesenho do processo está relacionada com as fases de análise e desenho do ciclo de vida

BPM.

A última etapa do framework proposto é a elaboração de um plano de ação para

operacionalizar as proposições de melhorias. A proposta desse plano de ação está orientada

pela Resolução Nº 181 do CONSEPE da UFRN, de 14 de novembro de 2017 que aprova a

política de melhoria da qualidade dos cursos de Graduação e de Pós-Graduação oferecidos

pela UFRN e prevê que os programas de pós-graduação apresentem um plano de ação com

propostas para melhoria da qualidade dos cursos.

A partir desse marco legal, o framework traz uma proposta de implementação de um

sistema que seja usado como ferramenta para orientação dos Programas de pós-graduação na

52

elaboração dos respectivos planos de ações. Além de colaborar com o preenchimento dos

respectivos planos, o protótipo também traz a sugestão de acompanhamento de cada ação

com funcionalidades de monitoramento. Essa terceira etapa do framework pode ser

relacionada com a fase de implementação, monitoramento e controle do ciclo de vida BPM.

O framework para o alinhamento do gerenciamento de processos com objetivos

estratégicos de um mestrado acadêmico da UFRN, bem como a aplicação desse artefato

científico no referido Programa de pós-graduação selecionado estão apresentados adiante.

53

3.1 - Realizar um plano de ação para

operacionalização dos mecanismos de gestão

propostos no redesenho do processo, com o

auxílio de um sistema de apoio na elaboração e

monitoramento desse plano.

UFRN

MELHORIA NO DESEMPENHO NAS

AVALIAÇÕES DA CAPES

OBJETIVOS

INSTITUCIONAIS

PARA A PÓS-

GRADUAÇÃO

STRICTO SENSU

1. FASE DO BPM: PLANEJAMENTO

2. FASE DO BPM: ANÁLISE E

DESENHO DE PROCESSO

3. FASE DO BPM: IMPLEMENTAÇÃO,

MONITORAMENTO E CONTROLE

(REALIZAR PLANO DE AÇÃO)

1.1- Identificar a área que o programa de pós-

graduação é credenciado na CAPES e os

objetivos da avaliação;

1.2- Conhecer os objetivos de avaliação da

CAPES e extrair indicadores que possuem

maiores representatividades para o resultado da

avaliação;

1.3 – Analisar resultado anterior da avaliação

CAPES e extrair oportunidades de melhorias;

1.4 - Selecionar um processo com relação

direta com os indicadores selecionados.

2.1- Mapear o processo que possui relação direta

com os indicadores críticos identificados,

destacando possíveis problemas e/ou

fragilidades;

2.2- Buscar mecanismos de gestão orientados

aos objetivos da CAPES para melhoria do

processo mapeado e propor o redesenho do

processo com base nesses mecanismos.

PDI / PLANO DE GESTÃO

RESOLUÇÃO 181/2017 - CONSEPE

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

Figura 10 - Framework para o alinhamento do gerenciamento de processos com objetivos estratégicos em um mestrado acadêmico da UFRN

54

4.3.1 ETAPA 1 DO FRAMEWORK : Planejamento

Inicialmente vale considerar que, conforme visualizado na revisão da literatura, a etapa

de planejamento visa o alinhamento do contexto dos processos com os objetivos da

organização. Dessa forma, será abordado a seguir cada passo proposto para essa etapa no

framework apresentado na Figura 10, mediante os resultados da aplicação no contexto do

curso de mestrado acadêmico que foi selecionado.

4.3.1.1 ―Identificar a área que o programa de pós-graduação é credenciado na CAPES e

os objetivos da avaliação‖:

Em razão das informações estratégicas apresentadas nesta pesquisa, tais como

resultado de avaliações anteriores, adotou-se como estratégia não revelar o nome do curso

que será objeto desta investigação científica.

Como características principais pode-se citar que o programa de mestrado acadêmico

selecionado para este Estudo de Caso pertence à Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, vinculado ao Centro de Ciências da Saúde - CCS. Credenciado há 10 anos junto na

CAPES, o referido programa de mestrado acadêmico é da área de saúde e enfrenta o desafio

de melhorar o conceito de avaliação CAPES, que hoje possui nota 4.

Na pré-análise do documento de área CAPES para o curso de mestrado selecionado,

foi compreendido que esses objetivos estão organizados em cinco dimensões de avaliação, a

saber: ―1- Proposta do programa‖; ―2 - Corpo docente‖; ―3- Corpo discente teses e

dissertações‖; ―4- Produção intelectual‖ e ―5- Inserção social‖ e serão explicadas no passo a

seguir.

4.3.1.2 ―Conhecer os objetivos de avaliação da CAPES e extrair indicadores que

possuem maiores representatividades para o resultado da avaliação‖:

Cada dimensão de avaliação possui um peso para o conceito geral da avaliação, mas,

vale destacar que a ―1- Proposta do Programa‖ é uma dimensão de avaliação qualitativa e,

para que os demais critérios sejam avaliados, o Programa deve ser coerente na proposta,

contemplando às exigências que são estabelecidas para apresentação dessa dimensão de

avaliação. Assim, essa dimensão de avaliação não possui um percentual definido no

documento de área como peso para a nota geral, justamente por ter um caráter qualitativo,

contudo, pode comprometer todo resultado da avaliação, caso não atenda aos requisitos que

são observados pela CAPES.

55

Para a área do curso selecionado, a dimensão de avaliação relacionada ao "2- corpo

docente" equivale ao peso de 20% do conceito global da avaliação realizada pela CAPES. Já o

critério ―3- Corpo discente, teses e dissertações‖, possui peso de 30% do conceito geral da

avaliação. Em seguida e, com representatividade ainda mais relevante, o critério relacionado à

dimensão de avaliação ―4- Produção intelectual‖ apresenta um peso de 40% da nota da

avaliação geral da área do Programa selecionado. Quanto ao critério "5- inserção social"

contempla 10% do peso global da avaliação da área do Programa de Pós-graduação

selecionado. A Figura 11 abaixo faz uma síntese da representatividade de cada dimensão de

avaliação da CAPES:

Figura 11 - Representatividade no resultado global da avaliação CAPES para área do Programa

Diante da constatação as duas dimensões de avaliação que, se somadas, correspondem

à 70% do resultado da avaliação para área do programa de mestrado escolhido, quais sejam,

―3- Corpo discente, teses e dissertações‖ e ―4- Produção Intelectual‖, será realizado um

detalhamento específico de forma a extrair informações importantes desses objetivos de

avaliação que serão observadas nas fases seguintes do framework, conforme visualizado a

seguir:

Detalhamento da dimensão de avaliação da CAPES ―3- Corpo discente, teses e

dissertações‖:

Esta dimensão de avaliação compreende a 30% da nota geral da avaliação CAPES

para a área do Programa de Pós-graduação selecionado, esta dimensão de avaliação contempla

indicadores que são observados para pontuação, conforme explorados adiante.

Fonte: Documento de área CAPES (2016)

56

Um dos indicadores observados é a ―quantidade de teses e dissertações defendidas no

período de avaliação, em relação ao corpo docente permanente e à dimensão do corpo

discente‖. Conforme Documento de Área CAPES (2016) o propósito é ―avaliar a proporção

de teses e dissertações concluídas em relação ao corpo docente permanente (adequar os

critérios quantitativos em relação aos novos docentes permanentes; Avaliar a proporção de

titulações em relação à dimensão do corpo discente)‖.

Outro indicador considerado nesta dimensão de avaliação é a ―distribuição das

orientações das teses e dissertações defendidas no período de avaliação em relação aos

docentes do programa‖, que tem como objetivo avaliar a proporção entre o número de

orientandos e o número de orientadores, bem como a distribuição equitativa.

Ainda é observado nesta dimensão de avaliação o indicador relacionado à ―qualidade

das Teses e Dissertações e da produção de discentes autores da pós-graduação e da graduação

(no caso de IES com curso de graduação na área) na produção científica do programa, aferida

por publicações e outros indicadores pertinentes à área‖. Esse indicador cuida de ―avaliar a

proporção de discentes e egressos autores (titulados nos últimos quatro anos) com publicações

em relação à dimensão do corpo discente, como também avalia a produção do corpo discente

em eventos científicos: trabalhos apresentados, resumos em anais, entre outros. Além disso, se

propõe a qualificar a produção discente com base no qualis periódicos da área.

Também se encontra nesta dimensão de avaliação o indicador relacionado à

―eficiência do Programa na formação de mestres e doutores bolsistas: tempo de formação de

mestres e doutores e percentual de bolsistas titulados‖. O propósito deste indicador é avaliar o

tempo médio de titulação de bolsistas em nível de Mestrado.

Detalhamento da dimensão de avaliação da CAPES ―4- Produção Intelectual‖:

A dimensão de avaliação da CAPES relacionada à Produção Intelectual corresponde a

40% da nota geral da avaliação da área do Programa de Pós-graduação selecionado. Assim,

essa dimensão de avaliação também contempla indicadores que são observados pela CAPES.

Neste estudo serão explorados os indicadores críticos apontados no resultado da avaliação

anterior do Programa de Pós-graduação selecionado, conforme explanados a seguir.

Um dos indicadores críticos observados, que também foi uma oportunidade de

melhoria identificada no resultado da avaliação anterior do Programa de Pós-graduação

selecionado é calculado da seguinte forma: ―pontos por artigos com discentes +

egressos/número de docentes permanentes, considerando a média do quadriênio de acordo

57

com a relação: (artigos com discentes + egressos X peso relativo Qualis) / total de docentes

permanentes no final de cada ano‖. Isso demonstra cada vez mais a importância do trabalho

integrado entre docentes e discentes na produção intelectual.

A ―produção técnica, patentes e outras produções consideradas relevantes‖ é outro

indicador observado e apontado como uma oportunidade de melhoria na avaliação anterior do

Programa de pós-graduação estudado. Conforme Documento de avaliação CAPES da área do

Programa de Pós-graduação selecionado, são observados para o atendimento deste indicador:

Depósitos e licenciamentos de patentes e produtos, processos e protótipos;

Livros e capítulos de livros;

Elaboração de documentos para agências internacionais, instituições nacionais,

estaduais e municipais relacionadas com a área farmacêutica, desde que

tenham sido publicados em meio impresso ou eletrônicos;

Participação dos docentes em comissões e comitês técnicos relacionados com a

política de saúde e de desenvolvimento científico e tecnológico;

Participação de docentes na editoria de periódicos científicos da área;

Elaboração de normas, protocolos e programas da área das ciências

farmacêuticas;

Consultorias e assessorias no âmbito da política de saúde e de desenvolvimento

científico e tecnológico.

4.3.1.3 ―Analisar resultado anterior da avaliação CAPES e extrair oportunidades de

melhorias‖:

Essas dimensões de avaliação da CAPES apresentadas anteriormente recebem

conceitos com a seguinte classificação: "fraco", "regular", "bom" e "muito bom". Observado o

resultado da avaliação do quadriênio anterior (2013-2016) do curso de mestrado selecionado,

constatou-se que as únicas dimensões de avaliação que não obtiveram o conceito máximo

estão relacionadas ao "3- Corpo discente, teses e dissertações" e a "4- Produção intelectual",

conforme Quadro 3 adiante:

58

Quadro 3 - Visão geral do resultado da avaliação CAPES para o Programa Selecionado

Na análise desses dados foi encontrada a oportunidade de melhoria deve contemplar o

alinhamento de um processo com os objetivos de avaliação da CAPES relacionados com as

dimensões de avaliação "3- corpo discente, teses e dissertações" e "4- produção intelectual",

por apresentarem fragilidades na avaliação anterior, de modo a não alcançar o conceito

máximo. Além disso, esses fatores de avaliação são fundamentais para que o Programa de

pós-graduação selecionado melhore o desempenho, visto que a soma desses dois critérios

corresponde a 70% do resultado geral da avaliação, com base no Documento de Área

analisado.

Quadro 4 – Resultados de avaliação da CAPES no quadriênio 2013-2016 para o mestrado selecionado

―3- Corpo Discente, Teses e Dissertações‖:

Durante o quadriênio, o Programa titulou 98 mestres. O Programa manteve uma média de 46,25 alunos

matriculados de mestrado. O número médio de orientações (ano) por docente permanente encontra-se

acima do percentil qualificado “Muito Bom”, mas o número de titulados em relação ao número de

matriculados ano encontra-se no percentual qualificado como “Regular” para mestrado. A distribuição

das orientações de dissertações e teses defendidas no período em relação aos docentes do programa

encontra-se no percentil 50 qualificado como “Muito Bom” na área. A razão de discentes com publicações

em relação ao número total de publicações encontra-se no percentil qualificado como “Regular” na área,

mas a publicação de egressos e produção com discentes em relação à média dos docentes permanentes foi

qualificada como “Bom”. A eficiência do Programa na formação de mestres foi de 23,84 meses, qualificado

como “Muito Bom”.

PONTO PARÂMETRO PESO AVALIAÇÃO

01 Proposta do Programa 0,0 Muito Bom

02 Corpo Docente 20,0 Muito Bom

03 Corpo Discente, Teses e Dissertações 30,0 Bom

04 Produção intelectual 40,0 Bom

05 Inserção social 10,0 Muito Bom

Fonte: Ficha de avaliação CAPES do Programa selecionado (2016)

59

―4- Produção intelectual‖:

Com relação à produção intelectual, os professores permanentes publicaram durante o quadriênio mais de

250 artigos em revistas qualificadas, conforme distribuição apresentada, segundo a estratificação de

periódicos Qualis. Uma análise comparativa mostra que a produção científica qualificada e a sua

distribuição com relação aos docentes permanentes do Programa foi qualificada com um atributo

“Regular” e a produção de artigos com egressos foi qualificada como “Bom”. A distribuição de

publicações qualificadas em relação ao corpo docente permanente do Programa apresentou um percentil

qualificado com “Bom” na área. A produção técnica, patentes e outras produções consideradas relevantes

foram qualificadas como “Fraco” na área.

Fonte: Ficha de avaliação CAPES do Programa de Pós-graduação selecionado

Nos tópicos abaixo é possível visualizar o detalhamento dessas dimensões de

avaliação consideradas críticas diante de suas respectivas representatividades e oportunidades

de melhorias identificadas nas avaliações anteriores.

4.3.1.4 ―Selecionar um processo com relação direta com os indicadores selecionados‖:

Diante da necessidade de selecionar um processo que tivesse relação direta com as

dimensões de avaliação relacionados ao ―3- Corpo discente teses e dissertações‖ e ―4-

Produção intelectual‖, foi realizado o questionamento ao coordenador do mestrado acadêmico

selecionado sobre quais seriam os processos essenciais que podem impactar na atividade do

curso. A partir desses processos elencados elaborou-se, juntamente com a coordenação, um

quadro que relaciona esses processos com os indicadores de avaliação CAPES para cada

dimensão de avaliação considerada crítica (―3- Corpo discente teses e dissertações‖ e ―4-

Produção intelectual‖).

O Quadro 5 abaixo demonstra que, na ótica do coordenador do curso, em relação ao

processo de seleção de discentes e de credenciamento de docentes, o processo de controle

acadêmico possui relação direta com todos os indicadores das dimensões de avaliação CAPES

identificadas como críticas na etapa 1 do framework.

Assim o processo de controle acadêmico foi escolhido para análise e proposições de

melhorias nesta etapa do framework, uma vez que o fluxo compreendido desde a entrada do

aluno até a formação desse discente tem total relevância para ser explorado na busca do

alinhamento com as dimensões de avaliação CAPES supracitadas, já que tanto as

60

dissertações, quantos as produções intelectuais, oriundas dos projetos de pesquisa dos alunos,

estão contempladas nessas dimensões de avaliação da CAPES, que se traduzem em objetivos

a serem alcançados pelo curso.

Quadro 5 - Relação dos principais processos com os objetivos3 de avaliação CAPES selecionados

PRINCIPAIS

PROCESSOS

DO

MESTRADO

ACADÊMICO

SELECIONADO

NA ÓTICA DA

COORDENAÇÃ

O DO CURSO

INDICADORES DA CAPES SELECIONADOS

―3- Corpo Discente, Teses e Dissertações‖ ―4- Produção Intelectual‖

Tempo

médio de

titulação

de

bolsistas

em nível

de

Mestrado

Número de

alunos

titulados

no

Mestrado

/Número

de

matriculad

os

Número médio

de orientações

por docente

permanente

(Número de

orientações/

Total de

docentes

permanentes)

Prêmios de

teses e

dissertações

Produção

de artigos

(expressa

em

pontos)

com

discentes

Publicações

com autoria

discente/

Total de

publicações

Seleção de

discentes X X X

Credenciamento

de docentes X X

Controle

acadêmico dos

discentes

X X X X X X

"X" - Relação direta4 com o indicador CAPES.

Fonte: Dados da pesquisa (2019) - Modelo adaptado de MÜLLER (2014).

Diante da análise apresentada, na etapa 2 do framework realizou-se a análise do

processo escolhido e a identificação de problemas e oportunidades de melhorias para o

processo escolhido, buscando o alinhamento desse processo com os objetivos da avaliação

CAPES.

3 Os critérios e indicadores de avaliação CAPES são tratados nesta pesquisa como ―objetivos de avaliação‖,

uma vez que se traduzem em um fundamental alvo a ser atingido por um programa de pós-graduação stricto

sensu, se caracterizando como uma questão estratégica para esse contexto.

4 A classificação de ―relação direta‖ do processo com os respectivos indicadores de avaliação da CAPES é dada

pela compreensão da coordenador do Programa de mestrado acadêmico sobre os impactos que cada processo

pode causar nos indicadores de avaliação da CAPES.

61

4.3.2 ETAPA 2 DO FRAMEWORK : Análise e desenho do processo

Nesta etapa do framework será realizado o entendimento do processo selecionado e a

proposição de uma nova versão que terá o objetivo de minimizar os problemas identificados,

por meio de mecanismos de gestão que serão propostos. Desse modo, foi realizada a

estruturação abaixo os passos presentes nesta etapa no framework que consta na Figura 10:

4.3.2.1 ―Mapear o processo que possui relação direta com os indicadores críticos

identificados, destacando possíveis problemas e/ou fragilidades‖:

Neste passo do framework iniciou-se a análise do processo de controle acadêmico

dos discentes por meio de entrevistas realizadas com a coordenação do curso. Esse

processo compreende desde a entrada do aluno até a sua homologação do diploma, tendo

como objetivo coordenar as atividades necessárias para a formação do aluno. Desse modo,

constatou-se que, na instância do Programa de Pós-graduação, o controle acadêmico inicia

com o processo de seleção de discentes, organizado pela Coordenação do Programa, em

conjunto com a secretaria do curso.

Finalizado o processo seletivo, a secretaria executa o cadastro dos aprovados. A

partir desse cadastro, o aluno tem possibilidade de realizar matrículas nos componentes

curriculares. É válido considerar que, no decorrer do curso, o discente precisa cumprir uma

carga horária de componentes curriculares exigida em regulamento, bem como realizar

exame de proficiência de língua estrangeira.

Adicionalmente, na execução do projeto de pesquisa, o aluno é acompanhado por

um professor orientador, que realiza os feedbacks para que o aluno execute os ajustes

necessários. Em continuidade, é obrigatório que o aluno realize o exame de qualificação e,

após os ajustes no projeto serem realizados, o discente execute o exame de defesa da

dissertação. Concluídas essas etapas, o aluno pode solicitar a homologação da dissertação

na secretaria do curso, que se encarregará de cadastrar o processo de homologação. Assim,

destaca-se abaixo, na Figura 12, a modelagem (AS-IS), prevista na etapa 2 do modelo

proposto, para o processo de controle acadêmico:

62

Figura 12- Modelagem (AS-IS) do processo de controle acadêmico na instância do programa de mestrado

Ao questionar a coordenação sobre a principal dificuldade encontrada no fluxo desde a

entrada do aluno até a saída no mestrado, percebeu-se um problema relacionado à deficiência

de mecanismos que promovam o monitoramento dessas etapas do processo. Para a

coordenação do curso, é fundamental acompanhar os projetos dos discentes, uma vez que por

meio desses projetos são geradas as produções científicas e elementos que são amplamente

observados pela CAPES, bem como a qualidade das dissertações produzidas.

Quadro 6 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso acerca da oportunidade de melhoria

Entrevistador: Qual (is) oportunidade(s) de melhoria(s) no processo de controle acadêmico que pode(m)

contribuir para o atendimento dos objetivos de avaliação da CAPES?

Coordenador do curso: O monitoramento dos projetos é um dos caminhos para buscar melhorias na avaliação

do curso, uma vez que a maioria das produções científicas partem dos projetos com os alunos e a qualidade dos

trabalhos também é avaliada.

Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

63

4.3.2.2 ―Buscar mecanismos de gestão orientados aos objetivos da CAPES para melhoria

do processo mapeado e propor o redesenho do processo com base nesses mecanismos‖:

Diante da análise documental realizada, observou-se que o regimento interno do

mestrado acadêmico selecionado elenca como obrigação do aluno a realização e apresentação

do relatório de pesquisa, quando solicitado. Com base nessa previsão do regulamento, a

coordenação do curso indicou submissão do relatório de pesquisa como atividade importante

para pensar o redesenho do processo em questão, possibilitando a geração de mecanismos de

monitoramento e controle.

Visando uma aplicação para essa discussão, elaborou-se um fluxograma (Figura 13)

que traz uma visão do processo de controle acadêmico com o incremento da atividade de

submissão do relatório de pesquisa, na busca do alinhamento do processo com os objetivos

da avaliação CAPES.

A primeira iniciativa de mudança no processo de controle acadêmico é a elaboração

de um plano de ação para orientar as atividades que compreendem desde a entrada do aluno

no curso de mestrado, até a homologação da dissertação do discente.

A proposição de redesenho do processo prevê também o acompanhamento dos

projetos desenvolvidos no mestrado acadêmico, por meio de uma comissão científica

composta por professores. Essa proposta está orientada com os indicadores de avaliação

CAPES, uma vez que busca monitorar prazos, verificar a qualidade e promover feedbacks,

visando o envolvimento de alunos e professores na busca de melhores desempenhos no

atendimento desses indicadores.

Na nova ótica do processo, o aluno fará o envio de um relatório de pesquisa ao

professor orientador. Esse envio deverá acontecer a cada semestre, na semana de matrícula.

Como regra de controle o coordenador estipulou a possibilidade de que, caso o aluno não

envie o relatório, não terá a matrícula confirmada no sistema.

Também foi definido pela Coordenação que, em prosseguimento ao envio do

relatório, o orientador emitirá um parecer preliminar sobre o andamento do projeto. De

posse desse documento, o relatório de pesquisa deverá ser submetido à comissão científica.

A partir desse momento, a comissão científica irá analisar o andamento dos projetos

e possíveis fragilidades que comprometem a qualidade da pesquisa. Também ficou definido

com a Coordenação do Curso que o parecer da comissão científica deve ser recebido pela

coordenação, que promoverá possíveis atualizações no plano de ação inicialmente

elaborado, feedbacks e ações integradas com o orientador e/ou aluno.

64

Deve-se ressaltar que a proposta da comissão científica não é retirar a autonomia do

orientador sobre o projeto, mas cooperar auxiliando a coordenação no acompanhamento do

cumprimento do prazo de conclusão dos projetos e para avaliar qualidade dos trabalhos

realizados no programa de mestrado. Assim, ao contribuir com a emissão de pareceres

acerca da qualidade dos projetos, esse controle pode promover orientações que cooperem

para melhoria da qualidade das pesquisas, podendo contribuir na geração de oportunidades

de publicações em periódicos qualificados junto a CAPES.

Vale considerar que, por meio do redesenho do processo de controle acadêmico, os

alunos, orientadores, comissão científica e coordenação enxergam suas responsabilidades de

maneira formalizada, favorecendo a conformidade do processo e atendimento aos objetivos da

CAPES. Assim, apresenta-se abaixo o desenho (TO-BE) do processo de controle acadêmico

com a atividade de submissão de relatório de pesquisa para uma comissão científica:

65

Figura 13 - Desenho (TO-BE) do processo de controle acadêmico na instância do programa de mestrado selecionado

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

66

Inicialmente consideraram-se quatro principais mecanismos de gestão advindos do

incremento da comissão científica no fluxo convencional do processo, a saber:

―acompanhamento dos prazos dos projetos de pesquisa‖, ―avaliação da qualidade dos projetos

de pesquisas‖, ―feedbacks com orientações para melhoria dos projetos‖ e a ―realização de um

plano de ação‖.

Dessa forma, extraíram-se indicadores do documento de avaliação da área do

Programa de Pós-graduação selecionado relacionados com cada mecanismo de gestão

identificado no redesenho do processo de controle acadêmico.

Assim, a proposta de cada mecanismo de gestão é atender os respectivos objetivos de

avaliação CAPES que foram escolhidos pelo critério de ter relação com o que se pretende

monitorar no processo de controle acadêmico. A partir desse entendimento, com base em

entrevistas com a Coordenação do Programa, foi realizada a classificação de cada mecanismo

de gestão, advindo da proposição do redesenho do processo, indicando respectiva ―relação

direta‖ ou ―relação indireta‖ com indicadores que estão presentes nos objetivos da avaliação

CAPES.

Desse modo, realizou-se uma adaptação no modelo de Müller (2014), demonstrado na

Figura 6, para apresentar essas relações do redesenho do processo de controle acadêmico com

objetivos da avaliação da CAPES, na ótica da coordenação do curso selecionado.

Vale ressaltar que no fluxo do redesenho é possível visualizar figuras que estão

correlacionadas com cada mecanismo de gestão identificado. O Quadro 7 abaixo deixa claro o

significado de cada figura, vinculando com cada mecanismo de gestão demonstrado no

redesenho do processo de controle acadêmico. Adicionalmente, o Quadro abaixo também traz

as relações diretas e indiretas de cada mecanismo de gestão com os indicadores da CAPES

selecionados.

67

Quadro 7 - Relação dos mecanismos de gestão do redesenho do processo com objetivos CAPES

MECANISMOS DE

GESTÃO DO REDESENHO

DO PROCESSO DE

CONTROLE ACADÊMICO

INDICADORES DA CAPES SELECIONADOS

―3- Corpo Discente, Teses e

Dissertações‖ ―4-Produção Intelectual‖

Tempo

médio de

titulação

de

bolsistas

em nível

de

Mestrado

Número

de alunos

titulados

no

Mestrado

/Número

de

matricula

dos

Prêmios de

teses e

dissertações

Produção de

artigos

(expressa em

pontos) com

discentes/

Média de

docentes

permanentes

no

quadriênio

Publicações

com autoria

discente/

Total de

publicações

1. Acompanhar

prazos dos projetos

de pesquisa

X X

2. Avaliar a

qualidade dos

projetos de pesquisa

X X X

3. Promover

Feedbacks com

orientações para

melhoria dos

projetos

X X X

4. Realizar plano de

ação X X

X X

"X" Relação direta5 com os indicadores de avaliação CAPES;

" " Relação indireta com os indicadores CAPES.

Diante das relações dos mecanismos de gestão com os indicadores CAPES,

visualizadas no Quadro 7, cada mecanismo de gestão, advindo do redesenho do processo de

controle acadêmico, visa atender de forma mais específica a determinados indicadores de

avaliação da CAPES, conforme detalhamento apresentado adiante.

5 A classificação de ―relação direta‖ é dada pela ótica do coordenador de curso que foi entrevistado acerca dos

impactos que cada mecanismo de gestão pode causar nos indicadores de avaliação da CAPES.

Fonte: Dados da pesquisa (2019) - Modelo adaptado de MÜLLER (2014).

68

MECANISMO DE GESTÃO 1: Acompanhar prazos dos projetos de pesquisa

Com o redesenho do processo de controle acadêmico dos discentes, indicando uma

comissão científica para monitoramento da execução dos projetos, um dos propósitos é o

acompanhamento dos prazos dos projetos de pesquisa o que, segundo a Coordenação de curso

entrevistada interfere diretamente nos indicadores CAPES, conforme fragmento de entrevista

exposto abaixo:

Quadro 8 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso sobre monitoramento de prazos

Entrevistador: Em relação ao mecanismo de Acompanhamento dos prazos dos projetos de pesquisa advindo da

comissão científica, como interfere nos indicadores de avaliação da CAPES?

Coordenador do curso: Sem dúvida pode impactar positivamente na avaliação em torno do tempo de conclusão

dos alunos, como também na proporção de alunos titulados e matriculados, uma vez que existirá um

acompanhamento dos projetos.

Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Com base nessa ótica observa-se que esse mecanismo de gestão, proveniente do

redesenho do processo de controle acadêmico, visa atender, de forma mais objetiva, aos

indicadores relacionados ao ―tempo médio de titulação dos discentes‖ e na ―razão entre

discentes titulados e matriculados‖.

A proposição de atender a esses indicadores CAPES advém da iniciativa do redesenho

do processo relacionada principalmente à atividade presente no redesenho do processo de

―analisar relatórios de pesquisa‖, que alimentará o posterior plano de ação para minimizar

problemas que podem impactar nos prazos das pesquisas dos discentes.

MECANISMO DE GESTÃO 2: Avaliar a qualidade dos projetos de pesquisa

O redesenho do processo de controle acadêmico também sugeriu um mecanismo de

gestão relacionado à avaliação da qualidade dos projetos de pesquisa, por parte da comissão

científica. Para o coordenador do curso, essa iniciativa pode contribuir para melhoria da

avaliação do programa junto a CAPES. Essa percepção pode ser constatada no fragmento de

entrevista adiante:

69

Quadro 9 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso sobre avaliação dos projetos

Entrevistador: Em relação ao mecanismo de qualidade dos projetos de pesquisa advindo da comissão científica,

como interfere nos indicadores de avaliação CAPES?

Coordenador do curso: Além de acompanhar os prazos, a proposta da comissão científica é avaliar a qualidade

do que está sendo produzido pelo aluno. Esse acompanhamento pode interferir positivamente em produções de

artigos e na qualidade das dissertações.

Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Diante da opinião da coordenação do curso entrevistada, observa-se esse mecanismo

de gestão, relacionado à avaliação dos projetos dos alunos, visa atender indicadores de

avaliação CAPES mais específicos, a saber: ―prêmios de teses e dissertações‖, ―Produção de

artigos (expressa em pontos) com discentes/Média de docentes permanentes no quadriênio‖ e

―Publicações com autoria discente/total de publicações‖.

Algumas atividades do redesenho do processo de controle acadêmico cooperam para apoiar o

atendimento desses indicadores. A análise e posteriormente a emissão de parecer dos projetos são

atividades que sinalizam de forma mais objetiva esse mecanismo de gestão, presente no com a

inserção da comissão científica no processo de controle acadêmico.

MECANISMO DE GESTÃO 3: Promover Feedbacks com orientações para

melhoria dos projetos

É importante ressaltar que o feedback é a retroalimentação da comunicação a uma

pessoa ou grupo para o fornecimento de informações que podem interferir no atingimento de

objetivos e metas. Assim, geralmente o feedback promove mudanças de comportamento

(MATOS, 2009).

Com a proposta do redesenho do processo de controle acadêmico, os feedbacks da

comissão científica com orientações para melhoria dos projetos de pesquisas, foram

apontados pela coordenação como importantes para atender os indicadores de avaliação

CAPES relacionados com ―prêmios de teses e dissertações‖, ―Produção de artigos (expressa em

pontos) com discentes/Média de docentes permanentes no quadriênio‖ e ―Publicações com

autoria discente/total de publicações‖.

Atividades do redesenho do processo de controle acadêmico como envio de pareceres

à coordenação do curso, bem como as comunicações e ações integradas com alunos e

70

orientadores colaboram para promover esses feedbacks ao longo do processo, visando apoiar

aos indicadores CAPES citados.

Além das informações apresentadas acima, destaca-se adiante um fragmento da

entrevista com o Coordenador de curso reforçando a importância da proposição da comissão

científica para esses indicadores:

Quadro 10 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso sobre feedbacks no processo

Entrevistador: Em relação à proposta de realizar feedbacks, como a comissão científica pode influenciar na

melhoria dos indicadores CAPES?

Coordenador do curso: O trabalho como o de uma comissão científica para avaliação dos projetos dos alunos

é importante para este curso, pela possibilidade de feedbacks dos projetos a alunos e professores, possibilitando

intervenções necessárias para melhoria das pesquisas, podendo intervenções impactares nos indicadores de

avaliação da CAPES relacionados à qualidade das dissertações e produções científicas.

Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Vale salientar que a proposta da comissão científica, não interfere na autonomia do

orientador, sendo um elemento no processo que gera mecanismos de monitoramento e

controle, promovendo feedbacks aos projetos dos alunos.

MECANISMO DE GESTÃO 4: Realizar Plano de ação

Inicialmente, vale considerar que um Plano de Ação é um produto do planejamento que

possibilita a orientação de diversas ações que devem ser implantadas. O Plano de Ação

também serve de referência na tomada de decisão, pois possibilita um acompanhamento

adequado do desenvolvimento das atividades (CNMP, 2013).

Por meio do redesenho do processo de controle acadêmico, outro mecanismo de gestão

apresentado está relacionado à realização de um plano de ação para colocar em prática as

melhorias que poderão ter impacto nos objetivos da avaliação CAPES.

Quadro 11 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso sobre o plano de ação proposto

Entrevistador: Em relação à proposta de realizar um plano de ação, como pode influenciar a melhoria dos

indicadores CAPES?

Coordenador do curso: A construção de um plano de ação é fundamental para tirar do papel as proposições

que foram identificadas no trabalho de acompanhamento dos projetos, de forma a buscar melhoria da avaliação

do curso.

Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

No redesenho do processo de controle acadêmico esse mecanismo de gestão é

alimentado pelas etapas de análise e parecer dos projetos dos alunos. Assim as fragilidades

71

apontadas poderão ser tratadas de forma objetiva, uma vez que serão propostas ações,

responsáveis e prazos para operacionalizar as oportunidades de melhorias identificadas.

4.3.3 ETAPA 3 DO FRAMEWORK : Plano de ação

Esta etapa da pesquisa sugere a elaboração de um plano de ação para

operacionalização do framework, indicando uma ferramenta para apoiar este procedimento,

conforme aplicação apresentada no tópico a seguir:

4.3.3.1 ―Realizar um plano de ação para operacionalização dos mecanismos de gestão

propostos no redesenho do processo, com o auxílio de um sistema de apoio na

elaboração e monitoramento desse plano‖:

Esta etapa da pesquisa foi elaborada uma ferramenta como sugestão para

operacionalização do framework, de modo que o Programa de Pós-graduação construa um

Plano de Ação. Essa ferramenta surge fruto da vivência das etapas do framework.

Essa ferramenta tem o propósito de que a Coordenação do curso de mestrado

selecionado elabore um plano de ação para melhoria dos seus processos, buscando o

alinhamento com os objetivos da avaliação CAPES, favorecendo a qualidade do curso,

conforme são exigidos pela Resolução 181/2017 – CONSEPE da UFRN.

Para nortear o preenchimento do plano de ação, sugere-se que o sistema seja

organizado com um banco de dados que possua os indicadores de avaliação CAPES de acordo

com cada área de avaliação. A proposta do desenvolvimento de um sistema para elaboração

do Plano de Ação também visa contemplar campos previstos no artigo 19 da resolução

181/2017 – CONSEPE, a saber:

Art. 19. Os PAQPG deverão ser formalizados em processos pelas

Coordenações de Programas de Pós-Graduação contendo, no mínimo, os

seguintes tópicos:

I – análise situacional;

II – objetivos;

III – análise da ficha de avaliação e outros documentos disponíveis;

IV – estratégias para melhoria dos indicadores, incluindo necessariamente:

a) melhoria do impacto da produção intelectual;

b) qualificação e ampliação da produção com os discentes;

c) inserção social;

d) inserção internacional;

e) articulação com a Graduação;

f) visibilidade;

V – cronograma das ações e definição dos responsáveis;

VI – resultados esperados para cada dimensão.

72

O protótipo do sistema proposto pode ser acessado em uma plataforma por meio do

endereço eletrônico http://admne.com.br/mpgpi e foi intitulado ―Plano de Ação Quadrienal da

Pós-graduação - PAQPG‖ e conta com uma estrutura que disponibiliza tanto um modelo para

preenchimento do plano de ação, como também com uma área de monitoramento por meio de

gráficos. A Figura 14 abaixo demonstra um fluxograma com a estrutura do protótipo de

sistema desenvolvido.

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

Ao clicar na tela inicial apresentada, o sistema proposto direciona o usuário para

selecionar o quadriênio que o Programa de pós-graduação deseja realizar o Plano de Ação e a

respectiva área que o curso é vinculado, conforme credenciamento na CAPES. A título de

demonstração e para não identificar a área do Programa de pós-graduação selecionado, as

áreas estão apresentadas no protótipo estão em forma de letras (exemplo: área ―A‖, ―B‖, ―C‖,

―D‖). Na Figura 15 abaixo é possível visualizar a tela inicial do sistema ―PAQPG‖

desenvolvido.

Figura 14 - Estrutura do protótipo do sistema ―PAQPG‖

73

Figura 15- Tela inicial de acesso ao sistema proposto

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

Ao clicar na área da tela inicial, o usuário terá acesso a uma tela para selecionar o

respectivo programa de pós-graduação que deseja realizar o plano de ação. Na demonstração,

para não identificar o Programa de pós-graduação selecionado, os Programas estão

apresentadas em forma de letras (exemplo: programa "X", "Y", "Z"), nesta versão inicial do

protótipo que ainda sofrerá ajustes futuros e definitivos buscando a implantação na instituição.

Após a seleção da área e do Programa, o sistema direciona o usuário para selecionar o

indicador de avaliação CAPES que deseja analisar e realizar o respectivo plano de ação

quadrienal. A tela para essas seleções do usuário pode ser visualizada na Figura 16 abaixo:

Figura 16 - Tela de seleção dos requisitos para preenchimento do Plano de Ação

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

74

Na área de preenchimento do plano de ação, além de possuir como ponto de partida as

dimensões de avaliação da CAPES, também visa contemplar campos previstos no artigo 19 da

resolução 181/2017 – CONSEPE, apresentado no Estudo de Caso. A Figura 17 abaixo mostra

o layout da área de realização do plano de ação no sistema:

Figura 17 - Tela de preenchimento do plano de Ação Quadrienal da Pós-graduação – PAQPG

Na área de preenchimento do plano de ação, ao clicar em cada indicador de avaliação

CAPES, que o sistema disponibilizou, conforme documento da CAPES da área selecionada, o

sistema apresentará informações detalhadas do indicador de avaliação desejado, conforme

demonstra a tela adiante:

Figura 18 - Tela com apresentação de informações dos indicadores conforme opção do usuário

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

75

A ferramenta também possibilita extrair para o Excel as informações inseridas no

plano de ação, a critério do usuário. A funcionalidade está disponível na parte inferior da área

de preenchimento, como se pode observar na tela destacada abaixo:

Figura 19 - Funcionalidade de exportar informações para o Excel

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

Após o preenchimento do plano de ação, o usuário tem a opção de monitorar o

andamento das ações planejadas. O protótipo do sistema desenvolvido possui uma área de

monitoramento global por meio de gráficos com o objetivo de demonstrar ―o número de

ações concluídas‖, ―número de ações em andamento‖, ―número de ações a iniciar‖ e o

―número de ações atrasadas‖. Vale salientar que a proposta é que os gráficos sejam

atualizados automaticamente a partir da alteração da coluna ―status‖, presente na área de

preenchimento do plano de ação explanada na tela apresentada anteriormente. É possível ter

acesso aos gráficos na tela inicial do sistema. Ao clicar, o usuário tem a opção de selecionar a

dimensão de avaliação CAPES que preencheu as ações, em uma área de seleção. Outra opção

para acesso à área de monitoramento por meio de gráficos é uma guia de acesso rápido,

intitulada "indicadores", localizada na barra superior da tela do sistema, conforme

demonstração a seguir:

76

Figura 20 - Guia de acesso rápido para o monitoramento gráfico

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

Selecionado o indicador CAPES que o usuário preencheu o plano de ação, o protótipo

apresentará a área de monitoramento gráfico com o ―o número de ações concluídas‖, ―número

de ações em andamento‖, ―número de ações a iniciar‖ e o ―número de ações atrasadas‖, que

pode ser visualizada adiante:

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

Figura 21 - Área de monitoramento gráfico do protótipo

77

Para estruturar o protótipo de sistema desenvolvido, elaborou-se modelo para

preenchimento do plano de ação por parte das coordenações de cursos que parte da premissa

que antes do planejamento do plano de ação, os eventuais usuários do sistema devem realizar

as devidas análises situacionais, identificando os objetivos, verificando os resultados das

avaliações anteriores, processos críticos, escolha do processo relacionado a esses objetivos

críticos e os respectivos trabalhos de análise e desenho do processo, assim como foi realizado

nesta pesquisa.

Além disso, o modelo de plano de ação dispõe da indicação da data de início e fim de

cada ação, bem como os responsáveis está presente no modelo de plano de ação proposto. A

coluna de resultados esperados também está alinhada com a Resolução 181/2017 –

CONSEPE, que prevê este item no plano de ação da pós-graduação. Adicionalmente,

acrescentou-se uma coluna de ―status‖ no modelo, onde as coordenações podem classificar

cada ação como ―a iniciar‖, ―em andamento‖, ―concluída‖ ou ―atrasada‖. A estrutura para

elaboração do plano de ação pode ser visualizada adiante.

Para exemplificar esse preenchimento, da forma como o sistema será alimentado,

realizou-se, juntamente com a coordenação, a alimentação do plano de ação para uma das

dimensões de avaliação que foram foco desta pesquisa, a saber: ―3- Corpo discente, teses e

dissertações‖, conforme podem ser visualizadas no Quadro 12 abaixo:

78

Ref. Quesito de Avaliação CAPES Resultado da avaliação anterior Indicadores críticos Ação Data Início Data Fim Responsável Resultados Esperados Status Observações

Análisar produção

intelectual levando

em consideração as

razões:

discente/docente

e/ou

docente/produção

01/04/2019 30/04/2019 Coordenação

Obter informações gerenciais das

produções com discentes, mostrando

aos docentes do programa essa

importância para avaliação CAPES.

Em

Andamento

Realizar

Mensalmente

Acompanhar

relatórios de

pesquisa

01/04/2019 30/06/2019 Comissão Científica

Acompanhar prazos dos projetos, dar

feedback sobre o andamento e

sugestões de melhorias da qualidade

dos projetos de pesquisa dos

discentes.

Em

Andamento

Realizar

Semestralmente

Criar estratégias de

parcerias

científicas com

outras instituições

01/04/2019 30/06/2019 Coordenação

Aumento da produção científica, mais

estrutura para as pesquisas e recursos

humanos e materiais

Em

Andamento

Realizar

trimestralmente

Realizar atividades

articuladas com a

graduação

01/09/2018 30/11/2018 Coordenação

Aumento da produção com discentes

tanto da pós-graduação, quanto da

graduação

AtrasadoRealizar

trimestralmente

4

3.4. Eficiência do Programa na formação de

mestres e doutores bolsistas: Tempo de formação

de mestres e doutores e percentual de bolsistas

titulados.

A eficiência do Programa na

formação de mestres foi de 23,84

meses, qualificado como ―Muito

Bom‖.

Tempo de formação;

Bolsistas titulados. Acompar prazos de

titulação01/04/2019 30/06/2019

Comissão Científica Diminuir os atrasos da conclusão dos

projetos e formação dos discentesA iniciar

Realizar

semestralmente

Adequação da razão entre corpo

docente e discente no que diz respeito

as orientações, bem como aferir a

eficiência na formação, de acordo

com os critérios de avaliação CAPES.

ConcluídoRealizar

Semestralmente

1

2

01/02/2019 28/02/2019 Coordenação

Durante o quadriênio, o Programa

titulou 98 mestres. O Programa

manteve uma média de 46,25 alunos

matriculados de mestrado. O número

médio de orientações (ano) por

docente permanente encontra-se

acima do percentual qualificado

―Muito Bom‖, mas o número de

titulados em relação ao número de

matriculados ano encontra-se no

percentual qualificado como

―Regular‖ para mestrado.

Número de titulados em

relação ao número de

matriculados.

Análisar

distribuição

Discentes/Docente

3.3. Qualidade das Teses e Dissertações e da

produção de discentes autores da pós-graduação

e da graduação (no caso de IES com curso de

graduação na área) na produção científica do

programa, aferida por publicações e outros

indicadores pertinentes à área.

A razão de discentes com

publicações em relação ao número

total de publicações encontra-se no

percentil qualificado como ―Regular‖

na área, mas a publicação de

egressos e produção com discentes

em relação à média dos docentes

permanentes foi qualificada como

―Bom‖.

Razão de discentes com

publicações em relação

ao número total de

publicações.

3.1. Quantidade de teses e dissertações

defendidas no período de avaliação, em relação

ao corpo docente permanente e à dimensão do

corpo discente;

3.2. Distribuição das orientações das teses e

dissertações defendidas no período de avaliação

em relação aos docentes do programa.

Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Quadro 12 - Exemplo de preenchimento da área do plano de ação do protótipo para a dimensão de avaliação CAPES ―3- Corpo discente, teses e dissertações‖

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

79

Como também está presente no protótipo a ideia de um monitoramento gráfico das

ações, de acordo com cada dimensão de avaliação que foi feito o plano de ação, foi realizado

um exemplo desse monitoramento, com base no plano de ação apresentado no Quadro 12.

Assim, com um monitoramento gráfico é possível situar a Coordenação do curso sobre o

andamento das ações do plano de ação. A Figura 22 abaixo traz essa exemplificação:

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

4.3.4 Relação das iniciativas de melhorias do processo de controle acadêmico com o

protótipo de sistema ―PAQPG‖

Como o protótipo de sistema ―PAQPG‖ é fruto da vivência de todas as etapas do

framework e visa operacionalizar as iniciativas de melhoria de processos em um curso de pós-

graduação stricto sensu, é possível enxergar nesse sistema os mecanismos de gestão propostos

no trabalho de melhoria do processo de controle acadêmico (Figura 13). Os tópicos

apresentados a seguir traçam as relações de cada mecanismo de gestão proposto no redesenho

do processo de controle acadêmico com o protótipo desenvolvido para operacionalização.

Relação do sistema com o mecanismo de gestão 1: Acompanhar prazos dos projetos

de pesquisa

Com a ferramenta desenvolvida é possível ter o monitoramento de ações relacionadas

ao acompanhamento dos prazos, podendo classificar o andamento dessas ações como ―a

Figura 22 – Exemplo de Monitoramento gráfico do plano de ação apresentado no Quadro 12

80

iniciar‖, ―em andamento‖, ―concluídas‖ e ―atrasadas‖, conforme exemplifica a ação proposta

no item 4, presente no Quadro 12, que estabelece o acompanhamento dos prazos de conclusão

por parte de uma comissão científica, que também foi proposta no redesenho do processo de

controle acadêmico.

Relação do sistema com o mecanismo de gestão 2: Avaliar a qualidade dos projetos

de pesquisa

No exemplo de preenchimento do sistema ―PAQPG‖ desenvolvido (Quadro 12),

também é possível visualizar a proposição de ações que contribuem para avaliação dos

projetos dos alunos. Uma delas foi uma iniciativa presente no redesenho do processo

acadêmico relacionada à análise de relatórios de pesquisa dos alunos, realizada por uma

comissão científica. Por meio dessa ferramenta é possível operacionalizar o acompanhamento

dessas análises, indicado prazos e status.

Relação do sistema com o mecanismo de gestão 3: Promover Feedbacks com

orientações para melhoria dos projetos

Com as ações organizadas e com a identificação de prazos e responsáveis, por meio da

ferramenta ―PAQPG‖, as iniciativas de feedbacks proposta no redesenho do processo de

controle acadêmico podem ser operacionalizadas, uma vez que as atividades que possibilitam

esse mecanismo estão relacionadas à análise e acompanhamento dos projetos de pesquisa, que

possuem ações específicas exemplificadas no Quadro 12.

Relação do sistema com o mecanismo de gestão 4: Realizar Plano de ação

A relação do sistema ―PAQPG‖ com a proposição do mecanismo de gestão

relacionado à elaboração de um plano de ação, presente no redesenho do processo de controle

acadêmico (Figura 13), é amplamente notória, uma vez que o sistema tem a utilidade de

apoiar a elaboração de um plano de ação e possui recursos que podem facilitar o

monitoramento de ações que visem o alinhamento dos processos de um programa de pós-

graduação com os objetivos estabelecidos na avaliação da CAPES.

81

4.3.5 Validação preliminar do framework com a Coordenação do Mestrado acadêmico

selecionado

Além de toda construção da análise e melhoria do processo de controle acadêmico

realizada com a Coordenação do curso entrevistada, também foi realizada a apresentação da

ferramenta desenvolvida em forma de protótipo de sistema, disponibilizado em uma

plataforma online, ao Coordenador do Curso de mestrado selecionado. O depoimento do

Coordenador foi positivo quanto à utilidade da pesquisa e dos produtos desenvolvidos,

conforme fragmento da entrevista adiante:

Quadro 13 - Fragmento de entrevista com o Coordenador do Curso acerca do protótipo desenvolvido

Entrevistador: Qual sua opinião acerca da ferramenta desenvolvida para elaboração de um plano de ação?

Coordenador do curso: Avalio como positiva a ferramenta desenvolvida nesta pesquisa e acredito que pode ser

realmente utilizada não só por este Programa de pós-graduação, mas sim pelos outros Programas, já que

considera como ponto de partida a observância dos critérios CAPES para a elaboração do Plano de Ação. O

sistema também pode ajudar a atender a Resolução da UFRN que exige dos Programas de Pós-graduação a

apresentação desse Plano de Ação Quadrienal.

Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Após extrair opiniões da coordenação do mestrado acadêmico explorado, também foi

realizada uma validação preliminar dos produtos científicos desta pesquisa com a pró-reitoria

de pós-graduação, conforme detalhamento no tópico a seguir.

4.3.6 Validação preliminar do framework com a Pró-reitoria de Pós-graduação

Com o propósito de realizar uma validação preliminar do framework e do protótipo de

sistema ―PAQPG‖, fruto desta pesquisa, realizou-se uma entrevista com a Pró-reitora adjunta

de pós-graduação da UFRN, Profa. Dra. Fernanda Raffin, a fim de extrair impressões acerca

da relevância dos produtos gerados nesta investigação científica e propostas de ajustes

futuros.

Realizada a apresentação das etapas do framework e da respectiva aplicação em um

mestrado acadêmico da UFRN, a Pró-reitora compreendeu a ideia pautada em um olhar de

processos para buscar o alinhamento com os objetivos de avaliação CAPES, considerando

importante a iniciativa do Estudo de Caso, conforme demonstrado abaixo no fragmento da

entrevista realizada:

82

Quadro 14 - Fragmento de entrevista com a Pró-reitora adjunta de pós-graduação

Entrevistador: A senhora considera o framework adequado para aplicação no contexto de um programa de pós-

graduação?

Pró-reitora de pós-graduação: Diante do que foi apresentado considero adequado e penso que em um primeiro

momento poderia ser trabalhada a ideia no âmbito de cada coordenação, de forma que os coordenadores

possam ir conhecendo a proposta e avaliando a utilização.

Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Adicionalmente, foi realizada a apresentação do protótipo de sistema que é fruto da

vivência das etapas do framework. A pró-reitora teve acesso ao endereço que o protótipo pode

ser acessado e conheceu as funcionalidades das ferramentas. Questionada sobre a opinião e

possível adoção da ferramenta por parte da UFRN, parabenizou a iniciativa da pesquisa e

teceu o comentário apresentado no Quadro adiante:

Quadro 15 - Fragmento de entrevista com a Pró-reitora adjunta de pós-graduação

Entrevistador: A senhora considera a ideia do sistema apresentado pode ser adotada pela UFRN para

implantação no âmbito dos programas de pós-graduação?

Pró-reitora de pós-graduação:

[...] Não pode ser algo que as coordenações enxerguem como um trabalho a mais. A ideia precisa ir sendo

apresentada aos coordenadores e inicialmente ter o propósito de ser uma ferramenta de gestão para as

coordenações.

Fonte: Dados da Pesquisa (2019)

Diante das percepções da pró-reitora adjunta de pós-graduação, considera-se que a

ideia do framework e do protótipo desenvolvido teve boa recepção. Dessa entrevista também

foram extraídos ajustes futuros para a ferramenta desenvolvida, conforme apresentados no

tópico a seguir.

4.3.7 Ajustes futuros

Na apresentação do protótipo desenvolvido para a pró-reitora adjunta de pós-

graduação da UFRN, Profa. Dra. Fernanda Raffin, também foi possível extrair percepções de

alguns ajustes que podem ser considerados ao longo do desenvolvimento do sistema

―PAQPG‖, conforme elencados abaixo:

Os parâmetros do sistema podem considerar apenas os objetivos considerados críticos

para cada programa;

A partir da seleção de um respectivo objetivo, o sistema pode apresentar os critérios de

avaliação da CAPES que têm relação com esse objetivo. O propósito é criar um

83

direcionamento inicial para adaptação com o sistema e direcionar esforços no que foi

considerado de maior prioridade como já foi feito no trabalho de aplicação do

framework;

O sistema precisa ser apresentado inicialmente como uma ferramenta de gestão no

âmbito de cada programa de pós-graduação, a fim de que ocorra a aferição da

utilização por parte dos coordenadores de curso, para depois ser pensado como uma

ferramenta de monitoramento mais global dos planos de ações quadrienais por parte

da PPG.

Em complemento aos ajustes observados após a criação do protótipo o pesquisador

também sugere à Universidade Federal do Rio Grande do Norte a criação de um portal para os

Coordenadores de Pós-graduação. Esse portal pode agregar a ferramenta ―PAQPG‖,

apresentada nesta pesquisa, além de outras funcionalidades orientadas à gestão dos processos

do programa de pós-graduação frente aos objetivos organizacionais e da CAPES. Além disso,

o propósito do referido portal traz marcas da cultura organizacional de criar portais para

gestores, o que favorece a aceitação da ferramenta proposta nesta pesquisa e demais recursos

que possam ser indicados para o uso dos coordenadores.

Quanto aos ajustes futuros, são considerados possíveis de serem realizados, uma vez

que a ideia pode ser trabalhada em um laboratório de inovação, a fim de torná-la pronta para

uma implantação na Instituição.

84

5 CONCLUSÃO

Diante da proposta de pesquisar o alinhamento do gerenciamento de processos com os

objetivos organizacionais, encontrou-se no contexto de um Programa de mestrado acadêmico

da UFRN a necessidade de orientar os processos aos objetivos requeridos pela CAPES, que

realiza avaliações periódicas conforme objetivos pré-definidos em documentos, de acordo

com a área de cada curso.

Mediante a um levantamento bibliográfico, foi possível identificar modelos teóricos

que realizam o alinhamento entre o gerenciamento de processos com os objetivos estratégicos

e, nesta feita, realizou-se a compilação desses modelos destacando as principais contribuições

para o contexto da pesquisa, no âmbito do curso de mestrado acadêmico selecionado (Quadro

2).

Adicionalmente, com base no referencial teórico e em uma análise documental, foi

possível por meio da análise de legislações e documentos CAPES de avaliação, desenvolver

um framework de modo a orientar a coordenação de um curso de mestrado a alinhar o

processo de controle acadêmico dos discentes, com os objetivos da avaliação CAPES.

A estrutura do framework, baseada com foco nas fases de planejamento, análise,

desenho e com aspectos da implementação e controle do ciclo de vida BPM, possibilitou o

entendimento do contexto de avaliação CAPES, bem como a priorização de indicadores

críticos para o curso selecionado. A partir desse entendimento buscou-se, junto a

Coordenação do mestrado acadêmico, meios para o alinhamento do processo de controle

acadêmico dos discentes com os objetivos CAPES. Esses meios encontrados culminaram em

um redesenho para o processo, com a proposição de mecanismos de gestão para

monitoramento e controle, advindos da sugestão de uma comissão científica para

acompanhamento dos projetos dos alunos.

O esquema a seguir (Figura 23) faz uma síntese concluindo o papel do framework no

contexto do curso de mestrado estudado, para possibilitar o alinhamento do processo de

controle acadêmico com os objetivos de avaliação CAPES. Neste esquema visualizam-se três

níveis no contexto do Estudo de Caso realizado.

Em um nível inicial observa-se o processo de controle acadêmico explorado. Para

promover o alinhamento do processo selecionado com os objetivos da CAPES, considera-se

que o framework desenvolvido está situado em um nível intermediário, entre o processo e os

objetivos CAPES, possibilitando a identificação de mecanismos de gestão para que o

85

programa de pós-graduação busque o alinhamento de seus processos com os objetivos da

avaliação CAPES.

Figura 23- Visão geral da função de alinhamento do framework desenvolvido

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

Fruto da vivência de todas as etapas do framework um protótipo de um sistema foi

desenvolvido para elaboração de um plano de ação. Essa proposição de sistema também pode

colaborar para o atendimento da resolução 181/2017 – CONSEPE, que estabelece que os

Programas de pós-graduação apresentem o Plano de Ação Quadrienal da Pós-graduação –

PAQPG, para a melhoria da qualidade dos cursos.

Esta pesquisa além de contribuir para a literatura com o levantamento de modelos que

abordam o alinhamento do gerenciamento de processos com os objetivos estratégicos,

também traz um enfoque prático, aplicando esse arcabouço teórico em um contexto r, como

foi o caso do curso de mestrado acadêmico da UFRN.

Além disso, esta investigação também resultou em produtos técnico-científicos, a

saber: o framework para o alinhamento do gerenciamento de processos com os objetivos

CAPES, bem como um protótipo de sistema para operacionalizar os mecanismos de gestão

identificados.

Outra contribuição esperada na dinâmica proposta do redesenho do processo de

controle acadêmico, com a introdução da comissão científica, é o envolvimento de

professores e alunos na melhoria da qualidade dos projetos de pesquisas o que, segundo a

86

coordenação de curso entrevistada, é fundamental para melhorar o desempenho no

atendimento dos indicadores de avaliação CAPES.

Diante do exposto, considera-se que os objetivos pretendidos por esta pesquisa foram

alcançados por meio da metodologia adotada. Para explicitar os resultados obtidos para cada

objetivo específico, conforme demonstrado no Quadro a seguir:

Quadro 16 - Síntese dos resultados alcançados

OBJETIVOS PRETENDIDOS RESULTADOS ALCANÇADOS

Estruturar etapas com meios para o alinhamento

de um processo, em um Mestrado acadêmico da

UFRN, com os objetivos estabelecidos pela

CAPES;

Com base em fases do ciclo de vida BPM e

modelos teóricos, foram propostas as

seguintes etapas para o framework

elaborado: planejamento, analise e desenho

de processo, implementação,

monitoramento e controle (com a

proposição de uma estrutura para realização

de um plano de ação). Essas etapas

buscaram o alinhamento do processo de

controle acadêmico, em um programa de

mestrado da UFRN, com os objetivos da

avaliação CAPES.

Aplicar o framework no contexto do Mestrado

acadêmico selecionado;

A aplicação do framework proposto foi

realizada em um programa de mestrado

acadêmico da UFRN. Na etapa de

planejamento foi possível identificar

objetivos CAPES críticos para o mestrado e

a seleção de um processo relacionado com

esses objetivos.

Na fase de análise do framework,

realizou-se o mapeamento e

identificação de problemas/fragilidades

no processo de controle acadêmico

selecionado. Já a fase de desenho

auxiliou na busca de meios para o

alinhamento pretendido, ao propor uma

nova versão para o processo de controle

87

acadêmico, sugerindo mecanismos de

gestão para monitoramento e controle.

Apresentar uma ferramenta para

operacionalização do framework, apoiando na

elaboração de um Plano de Ação.

Fruto da vivência de todas as etapas do

framework, a pesquisa também resultou

em um protótipo de sistema para

operacionalizar o framework, se

caracterizando uma ferramenta de apoio

na elaboração do plano de ação.

As funcionalidades da proposta do

sistema podem ser acessadas por meio

do endereço eletrônico

http://admne.com.br/mpgpi e conta com

a tela inicial intitulada ―Plano de Ação

Quadrienal da Pós-graduação -

PAQPG‖. Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

A validação preliminar dos produtos científicos gerados por meio da pesquisa, por

meio de entrevistas com a coordenação do curso e com a pró-reitora adjunta de pós-

graduação, também trouxe uma opinião especializada e uma aprovação institucional das

iniciativas que foram realizadas.

Diante dos resultados alcançados, vale destacar que essa pesquisa revela a

possibilidade da adoção de uma abordagem de processos para apoiar o atendimento dos

objetivos da avaliação CAPES, por parte de um mestrado acadêmico. Esses resultados só

foram possíveis por meio do envolvimento de pilares fundamentais a serem observados no

trabalho com o BPM, a saber: pessoas, processos e tecnologia.

5.1 Limitações da Pesquisa:

Existe uma limitação temporal para validar os produtos científicos apresentados nesta

pesquisa em termos dos impactos da utilização do framework. Pelo mesma limitação de

tempo para conclusão da pesquisa, também não foi possível realizar a implantação do sistema

proposto, sendo apenas possível realizar as simulações que estão apresentadas na pesquisa.

Essa limitação temporal também se estende à impossibilidade de aplicação do

framework em outros contextos e aspectos dos cursos de pós-graduação, razão pelo qual, para

pesquisa ter sido possível, foi considerado o foco em um Estudo de Caso no contexto de um

processo em um programa de mestrado acadêmico.

88

Deve-se considerar que tais limitações não comprometem objetivo da pesquisa, que

conseguiu realizar a proposição e aplicação de um framework, com uma abordagem em

processos, para apoiar o atendimento dos objetivos da avaliação da CAPES, gerando também

uma ferramenta de gestão para operacionalização do que foi proposto.

Vale salientar que os produtos gerados nesta pesquisa podem ser utilizados não só pela

UFRN, mas também por outras Instituições Federais de Ensino Superior que tenham interesse

em adotá-los.

Portanto, apesar das limitações expostas, visualiza-se a abertura de uma agenda de

pesquisa, possibilitando que outros pesquisadores explorarem o contexto de outros cursos de

pós-graduação, buscando o alinhamento dos processos com os objetivos institucionais e da

CAPES. Essa agenda de pesquisa pode contribuir também para validação e implantação dos

produtos gerados nesta investigação.

89

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94

ANEXO I – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO CAPES PARA ÁREA DO CURSO DE

MESTRADO ACADÊMICO SELECIONADO (EXTRAÍDO DO DOCUMENTO DE

ÁREA)

DIMENSÕES DE AVALIAÇÃO / ITENS PESO DEFINIÇÕES E COMENTÁRIOS SOBRE AS

DIMENSÕES/ITENS

1 – Proposta do Programa

1.1. Coerência, consistência, abrangência e

atualização das áreas de concentração, linhas

de pesquisa, projetos em andamento e

proposta curricular.

50%

Avaliar se a(s) área(s) de concentração, linhas e

projetos de pesquisa, e a proposta curricular

indicam X coerência entre si e são consistentes

com a proposta do programa. Devem ser

considerados: 1) número, abrangência,

pertinência, ementas, conteúdos e profundidade

das disciplinas; 2) número e adequação de

projetos em relação às linhas de pesquisa, e

área(s) de concentração e sua vinculação com a

proposta.

1.2. Planejamento do programa com vistas a

seu desenvolvimento futuro, contemplando os

desafios internacionais da área na produção

do conhecimento, seus propósitos na melhor

formação de seus alunos, suas metas quanto à

inserção social mais rica dos seus egressos,

conforme os parâmetros da área.

30%

Avaliar se há adequação da proposta às

necessidades regionais, nacionais e

internacionais, tanto em relação à formação de

mestres e doutores quanto à produção de

conhecimento. A proposta deve indicar as formas

e os meios que o programa pretende adotar para

enfrentar os desafios da área e atingir seus

objetivos atuais e futuros.

1.3. Infraestrutura para ensino, pesquisa e, se

for o caso, extensão.

20%

Avaliar se a instituição dispõe da infraestrutura

física indispensável, em especial biblioteca,

recursos de informática, e ambientes de

investigação (laboratórios de pesquisa).

2 – Corpo Docente 20%

2.1. Perfil do corpo docente, consideradas

titulação, diversificação na origem de

formação, aprimoramento e experiência, e sua

compatibilidade e adequação à Proposta do

Programa.

15%

• Avaliar se as áreas de formação acadêmica dos

docentes permanentes são adequadas à Proposta

do Programa;

• Avaliar se as áreas de formação acadêmica e a

diversificação da formação do corpo docente são

adequadas e não endógenas;

• Avaliar se o corpo docente tem atraído alunos

para estágios pós-doutorais (quando aplicável);

• Avaliar o percentual de docentes nas

condições de visitantes em outras IES

nacionais e internacionais, de consultores e/ou

assessores técnico-científicos de instituições

públicas, privadas e órgãos de fomento, membros de corpo editorial e editor

95

de periódicos especializados nacionais e

internacionais.

. Avaliar a capacidade dos docentes de captar

financiamentos para realização de pesquisa (por

agências de fomento nacionais e internacionais) e

de obter bolsa de produtividade em pesquisa.

2.2. Adequação e dedicação dos docentes

permanentes em relação às atividades de

pesquisa e de formação do programa.

35%

• Avaliar a atuação do corpo docente permanente

nas atividades de ensino, de pesquisa, de

orientação, de publicação, e de formação de

mestres e doutores;

• Avaliar o tamanho (mínimo de 10 docentes

permanentes) e a estabilidade do corpo docente

permanente, considerando o impacto gerado nas

atividades de ensino, de pesquisa e de orientação,

em função das possíveis reduções, incorporações e

substituições de docentes;

• Avaliar a adequação do percentual (60%) de

docentes permanentes em tempo integral e com

vínculo institucional;

• Avaliar se a dinâmica do Programa revela

dependência da atuação de docentes visitantes e

colaboradores; a parcela majoritária das

atividades de ensino, pesquisa e orientações

deve estar a cargo dos docentes permanentes.

2.3. Distribuição das atividades de pesquisa

e de formação entre os docentes do

programa.

35%

Avaliar se todos ou a maioria dos docentes

participam das atividades de ensino, orientação e

pesquisa de forma equilibrada.

2.4. Contribuição dos docentes para

atividades de ensino e/ou de pesquisa na

graduação, com atenção tanto à repercussão

que este item pode ter na formação de

futuros ingressantes na PG, quanto

(conforme a área) na formação de

profissionais mais capacitados no plano da

graduação. Obs.: este item só vale quando o

PPG estiver ligado a curso de graduação; se

não o estiver, seu peso será redistribuído

proporcionalmente entre os demais itens do

quesito.

15%

Devem ser considerados os seguintes aspectos:

. Nível de envolvimento do corpo docente em

disciplinas na graduação;

. Nível de envolvimento do corpo docente

permanente na orientação de Iniciação Científica

e Trabalho de Conclusão de Curso a estudantes de

graduação;

. Inserção de estudantes de Iniciação

Científica no Programa, aspecto esse

altamente valorizado.

Obs.: Para as instituições que não têm ensino de

graduação, será valorizada atividade equivalente no

―lato sensu‖.

96

3 – Corpo Discente, Teses e

Dissertações 30%

3.1. Quantidade de teses e dissertações defendidas no período de avaliação, em

20% Avaliar a proporção de teses e dissertações

concluídas em relação ao corpo docente

relação ao corpo docente permanente e à

dimensão do corpo discente.

permanente (adequar os critérios quantitativos em

relação aos novos docentes permanentes – aqueles

que atuam há menos de quatro anos no programa);

. Avaliar a proporção de titulações em relação à

dimensão do corpo discente.

Indicador 1:

Número médio de orientações por docente

permanente (número de orientações/total de

docentes permanentes)

Indicador 2:

Número de alunos titulados no Mestrado

/Número de matriculados Indicador 3:

Número de alunos titulados no Doutorado

/Número de matriculados

3.2. Distribuição das orientações das teses e

dissertações defendidas no período de

avaliação em relação aos docentes do

programa.

20%

· Avaliar a proporção entre o número de

orientandos e o número de orientadores, bem como

a distribuição equitativa.

Observações:

O número de orientandos deve ser compatível com

a experiência, produção intelectual e tempo de

dedicação do orientador no programa.

3.3. Qualidade das Teses e Dissertações e da

produção de discentes autores da pós-

graduação e da graduação (no caso de IES

com curso de graduação na área) na

produção científica do programa, aferida por

publicações e outros indicadores pertinentes

à área.

55%

. Avaliar a proporção de discentes e egressos autores

(titulados nos últimos quatro anos) com publicações

em relação à dimensão do corpo discente;

. Avaliar a produção do corpo discente em eventos

científicos: trabalhos apresentados, resumos em

anais, etc;

. Qualificar a produção discente com base no

Qualis Periódicos da área.

Indicador 1:

Avaliar a razão de discentes e egressos (titulados

nos últimos quatro anos) com publicações em

relação ao número de titulados (soma dos produtos

com autoria discente no quadriênio/número de

alunos titulados no quadriênio).

Indicador 2:

Publicações com autoria discente/total de

publicações.

Indicador 3:

97

Número médio de resumos em anais de

congresso/discente

Indicador 4:

Produção de artigos (expressa em pontos) com

discentes/média de docentes permanentes no

quadriênio.

Indicador 5:

Prêmios de teses e dissertações também serão

considerados neste item.

3.4. Eficiência do Programa na formação de

mestres e doutores bolsistas: Tempo de

formação de mestres e doutores e percentual

de bolsistas titulados.

5%

• Avaliar o tempo médio de titulação de

bolsistas em nível de Mestrado e Doutorado

4 – Produção Intelectual 40%

4.1. Publicações qualificadas do

Programa por docente permanente.

40%

Para quantificar a produção do programa, cada

produto será contabilizado apenas uma vez, ou

seja, os produtos construídos em coautoria por

mais de um docente do Programa são

contabilizados apenas uma vez. Os critérios de

qualificação serão baseados na ponderação obtida

e em pontos de corte a serem estabelecidos por

ocasião da Avaliação Quadrienal 2017, tendo em

vista os novos estratos do Qualis Periódicos da

área.

Ponderar o número de artigos:

A1 = número x 100

A2 = número x 85

B1 = número x 70

B2 = número x 50

B3 = número x 30

B4 = número x 15

B5 = número x 5

Indicador 1:

Produção per capita = média da soma total dos

pontos obtidos com artigos no quadriênio/média

de docentes permanentes no quadriênio. A

produção a ser considerada deve estar relacionada

às atividades de orientação, ensino e pesquisa no

programa.

Indicador 2:

Pontos por artigos com discentes +

egressos/número de docentes permanentes,

considerando a média do quadriênio de acordo

com a relação: (artigos com discentes

+ egressos X peso relativo Qualis) / total de

docentes permanentes no final de cada ano.

98

4.2. Distribuição de publicações qualificadas

em relação ao corpo docente permanente do

Programa.

40%

Para a análise da distribuição da produção, será

contabilizada a produção de cada docente

permanente sem descontar os artigos em coautoria

com outros docentes do programa. Os critérios de

qualificação serão baseados na ponderação obtida

e em pontos de corte a serem estabelecidos por

ocasião da Avaliação Quadrienal 2017.

Considerar o número de pontos obtidos para cada

um dos docentes permanentes do programa. A

produção a ser considerada deve estar relacionada

às atividades de orientação, ensino e pesquisa no

programa.

Indicador 1:

% de docentes com produção acima da mediana

da área (pontos/quadriênio)

Indicador 2:

% de docentes permanentes com produção

muito boa no quadriênio (acima do percentil 80

em pontos no quadriênio)

4.3. Produção técnica, patentes e outras

produções consideradas relevantes.

20%

Neste item serão consideradas as produções

técnicas do programa, incluindo:

. Depósitos e licenciamentos de patentes e

produtos, processos e protótipos.

. Livros e capítulos de livros.

. Elaboração de documentos para agências

internacionais, instituições nacionais, estaduais e

municipais relacionadas com a área farmacêutica,

desde que tenham sido publicadas em meio

impresso ou eletrônico.

. Participação dos docentes em comissões e

comitês técnicos relacionados com a política de

saúde e de desenvolvimento científico e

tecnológico.

. Participação de docentes na editoria de

periódicos científicos da área.

. Elaboração de normas, protocolos e programas

da área das ciências farmacêuticas.

. Consultorias e assessorias no âmbito da

política de saúde e de desenvolvimento

científico e tecnológico.

Indicador:

Pontos obtidos na produção técnica/número de

docentes permanentes

99

5 – Inserção Social 10%

5.1. Inserção e impacto regional e (ou) nacional

do programa.

30%

a) Impacto educacional: contribuição para a

melhoria do ensino fundamental, médio,

graduação, técnico/profissional e para o

desenvolvimento de propostas inovadoras de

ensino; geração pelo programa de materiais

didáticos para a graduação, bem como para o

ensino fundamental e médio.

b) Impacto social: formação de recursos

humanos qualificados para a Administração

Pública ou a sociedade civil que possam

contribuir para o aprimoramento da gestão

pública e a redução da dívida social, ou para a

formação de um público que faça uso dos

recursos da ciência e do conhecimento;

c) Impacto tecnológico e/ou econômico:

contribuição para o desenvolvimento micro-

regional, regional e/ou nacional destacando os

avanços produtivos gerados; disseminação de

técnicas e conhecimentos.

5.2. Integração e cooperação com outros

programas e centros de pesquisa e

desenvolvimento profissional relacionados à

área de conhecimento do programa, com vistas

ao desenvolvimento da pesquisa e da pós-

graduação.

55%

Participação em programas institucionais de

cooperação, das agências de fomento à pesquisa e

da própria CAPES, tais como Minter, Dinter,

Associação entre IES, projetos temáticos do

CNPq, FAPs ou FINEP.

.Estratégias que favoreçam a mobilidade de

docentes e discentes entre programas de diferentes

IES ou Institutos de pesquisa.

.Número efetivo de docentes e discentes do

Programa, analisado com atividades em outros

programas.

.Número efetivo de discentes e docentes de outros

programas com atividades no programa analisado.

.Participação de docentes do programa em redes

de pesquisa interinstitucionais.

. Publicações conjuntas de docentes do programa

com docentes de outras IES ou institutos de

pesquisa.

. Parceria entre instituições na organização de

eventos científicos relevantes para a área.

. Intercâmbio docente visando atividades de

pesquisa (produção ou divulgação), docência ou

orientação.

100

5.3 - Visibilidade ou transparência dada pelo

programa a sua atuação.

15%

Manutenção de página Web para a divulgação, de

forma atualizada, de seus dados internos, critérios

de seleção de alunos, parte significativa de sua

produção docente, financiamentos recebidos da

Capes e de outras agências públicas e entidades

privadas, etc.

Garantia de amplo acesso a Teses e Dissertações.

Fonte: Documento CAPES da área do Programa de mestrado acadêmico selecionado

101

APÊNDICE A – BASES DE PESQUISAS CONSULTADAS

PALAVRAS-CHAVE

UTILIZADAS BASES DE PESQUISA

Quantidade de artigos

específicos do tema

encontrados*

BPM E OBJETIVOS

GERENCIAMENTO

PROCESSOS E

OBJETIVOS

PROCESSOS E

ESTRATÉGIA

PROCESSOS E

OBJETIVOS

CAPES 15

SPELL 8

SCIELO 11

GOOGLE ACADÊMICO 20

*Poderá haver repetições no total de artigos encontrados relacionados com o tema.

Foram selecionados 11 artigos com maiores relevância para pesquisa em termos de

relação direta com o tema que vincula o alinhamento dos processos com os objetivos

estratégicos.

102

APÊNDICE B – CARTA DE ANUÊNCIA DO COORDENADOR DO PROGRAMA DE

PÓS-GRADUAÇÃO SELECIONADO

103

APÊNDICE C – TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

104

APÊNDICE D - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: " Alinhamento do gerenciamento de processos com

os objetivos estratégicos: estudo de caso em um mestrado acadêmico da UFRN", que tem como pesquisador

responsável Gibson do Carmo Feitosa.

Esta pesquisa pretende apresentar um framework, baseado no ciclo de vida BPM, com meios para o

atendimento dos objetivos estabelecidos pela CAPES para um Programa de Pós-graduação da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte.

Caso você decida participar, você deverá responder a uma entrevista semiestruturada para

esclarecimentos sobre processos relacionados à Pós-graduação. Sua participação é voluntária, o que significa que

você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem

nenhum prejuízo ou penalidade.

Os dados que você nos irá fornecer serão confidenciais. Os resultados dessa pesquisa só serão

divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa

lhe identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e

por um período de 05 (cinco) anos.

Durante a realização da entrevista a previsão de riscos de constrangimento é mínima, ou seja, o risco

que você corre é semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico de rotina. Pode acontecer um

desconforto que será minimizado e você terá como benefício um framework, baseado no ciclo de vida BPM e

modelos teóricos existentes, com meios para o atendimento dos objetivos estabelecidos pela CAPES,

possibilitando informações gerenciais que podem contribuir para melhoria das avaliações do Programa de pós-

graduação.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, você será ressarcido, caso solicite. Em

caso de algum problema que você possa ter relacionado com a pesquisa, você terá direito à assistência gratuita

que será prestada Diretoria de Atenção à Saúde do Servidor da UFRN.

Toda dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para o pesquisador

através dos telefones (84) 3342-9824 / 98706-4661, ou pelo e-mail: [email protected].

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou

publicações científicas, sempre de forma anônima, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe

identificar.

______________________________ _______________________

(Rubrica do Participante/Responsável legal) (Rubrica do Pesquisador)

105

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa

pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de

todos os meus direitos, concordo em participar voluntariamente da pesquisa Gerenciamento de processos e

objetivos estratégicos: framework para o contexto de um programa de pós-graduação da UFRN, e autorizo a

divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum

dado possa me identificar.

Natal _____/_______/2018.

Assinatura do participante da pesquisa___________________________

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo "Alinhamento do gerenciamento de processos com os

objetivos estratégicos: framework para o contexto de um programa de pós-graduação da UFRN", declaro que

assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que

foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade

sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as

normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as

pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal _____/_______/2018

______________________________________

Gibson do Carmo Feitosa

______________________________________

Prof. Dr. Josué Vitor de Medeiros Junior

Impressão datiloscópica do

participante

106

APÊNDICE E – ROTEIRO DE ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS

PARTE 1: Aplicado com a Secretaria do Curso

1. Questionar se os objetivos CAPES são conhecidos pela secretaria;

2. Principais etapas do fluxo que compreende a entrada do aluno até a saída do curso de

mestrado;

3. Perguntar quais as dificuldades encontradas para gerenciar desse fluxo;

4. Questionar quais as práticas existentes ou que poderiam existir para que esse fluxo esteja

alinhado e impacte nos objetivos CAPES;

5. Indagar quais ações podem ser implantadas no fluxo acadêmico dos alunos de forma a

favorecer do desempenho do curso na avaliação CAPES.

PARTE 2: Aplicação com a Coordenação do Curso

Aplicação para entendimento da situação atual:

1. Questionar se os objetivos CAPES são conhecidos pela Coordenação;

2. Perguntar quais as dificuldades encontradas para gerenciar desse fluxo que compreende da

entrada do aluno até a saída do aluno do curso de mestrado;

3. Questionar quais as práticas existentes ou que poderiam existir para que esse fluxo esteja

alinhado e impacte nos objetivos CAPES;

4. Questionar quais as práticas existentes ou que poderiam existir para que esse fluxo esteja

alinhado e impacte nos objetivos CAPES;

5. Indagar quais ações podem ser implantadas no fluxo acadêmico dos alunos de forma a

favorecer do desempenho do curso na avaliação CAPES.

Aplicação após as mudanças no processo de controle acadêmico:

1. Exibir o fluxo em novar versão e extrair com o coordenador as relações diretas e indiretas

dos mecanismos de gestão identificados com os indicadores CAPES;

2. Questionar a opinião acerca da ferramenta desenvolvida para elaboração de um plano de

ação.

107

PARTE 3: Aplicado com a Pró-reitora adjunta de pós-graduação da UFRN (Profa. Dra.

Fernanda Raffin)

Aplicação após a apresentação do framework:

- Questionar sobre a utilidade em no contexto dos programas de pós-graduação;

- Questionar se a Professora enxerga benefícios que pode agregar para a pós-graduação diante

da avaliação da CAPES;

- Indagar quais pontos do framework podem ser melhorados para o atendimento aos objetivos

de avaliação da CAPES.

Aplicação após a apresentação do protótipo de sistema ―PAQPG‖:

- Perguntar sobre a utilidade do sistema no contexto da pós-graduação;

- Questionar sobre como poderia ser implantado inicialmente.

- Questionar pontos que poderiam ser melhorados no protótipo a fim de se adequar cada vez

mais à realidade de um programa de pós-graduação no alinhamento dos processos com os

objetivos da avaliação CAPES.