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Proposta de Plano Diretor Participativo de São José/SC SÃO JOSÉ Plano Diretor Participativo Versão Preliminar para Consulta Pública 18 de janeiro de 2016

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Proposta de Plano Diretor Participativo de São José/SC

SÃO JOSÉPlano Diretor Participativo

Versão Preliminar para Consulta Pública18 de janeiro de 2016

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Proposta de Plano Diretor Participativo de São José/SC Versão Preliminar para Consulta Pública, 18 de janeiro de 2016.

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ADELIANA DAL PONT Prefeita do Município de São José/SC

MICHEL SCHLEMPER Secretário de Serviços Públicos da Prefeitura de São José

ANTÔNIO DA SILVA Presidente da Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis

GRANFPOLIS

MIGUEL AUGUSTO FORBECK FARACO Secretário Executivo da Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis

GRANFPOLIS

EDSON CATTONI Coordenador Técnico do Processo de Reelaboração do

Plano Diretor Participativo de São José/SC

*Versão atualizada dia 28 de janeiro de 2016 para inclusão de sumário, dia 03 de fevereiro de 2016 para complementação dos representantes do GTI e dos assessores de vereadores e dia 22 de fevereiro de 2016 para complementação dos representantes das Áreas Comunitárias.

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Proposta de Plano Diretor Participativo de São José/SC Versão Preliminar para Consulta Pública, 18 de janeiro de 2016.

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Equipe Técnica da GRANFPOLIS

EDSON CATTONI

Coordenador Técnico | Arquiteto e Urbanista | CAU/SC nº A75545-1

VALESCA MENEZES MARQUES Arquiteta e Urbanista | CAU/SC nºA3742-7

BIANCA COELHO Arquiteta e Urbanista | CAU/SC nº149738-3

VINÍCIUS TAVARES CONSTANTE Geógrafo | CREA/SC nº091908-3

MARCELO LEÃO Advogado | OAB/SC 22.678

ROBSON DAGRAVA Advogado | OAB/SC 32.602-A

GUILHERME JOSEF LAMARQUE Estagiário de Arquitetura e Urbanismo

JÉSSICA CARDOSO DOS SANTOS Estagiária de Arquitetura e Urbanismo

MÁRCIO FRANÇA SANTOS Estagiário de Geografia

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Proposta de Plano Diretor Participativo de São José/SC Versão Preliminar para Consulta Pública, 18 de janeiro de 2016.

4

MICHEL SCHLEMPER Coordenador

AGOSTINHO PAULI

ANA PAULA LEMOS SOUZA

ANDREY VICENTE DA LUZ

CINTIA FAGUNDES

CLÓVIS RENATO SQUIO

LUIZ PAULO FARIA

MARCOS SEBASTIANI

MATSON LUIZ CÉ

MOACIR DA SILVA

RODRIGO DE ANDRADE

SAUL RIBEIRO

SIDART GAIA

WILMA ADAS

Grupo Técnico Supervisor ADRIANA SILVA PACHECO PEDRO

ANA CRISTINA OLIVEIRA HOFFMANN

ANDREIA LUIZA GRANDO

ANTÔNIO CARLOS VIEIRA

BERNARDO MEYER

CAIO ROGÉRIO NICHNIG

CARLOS EDUARDO DE SOUZA MARTINS

CONSTÂNCIO KRUMMEL MACIEL NETO

EDUARDO BASTOS MOREIRA

ELIANE TEREZINHA SOUZA

ERICK FORTE ROLIM

ÉRICO RODRIGUES DA SILVA KOENING

FABIANO MARQUES

FERNANDO DA SILVA CAJUEIRO

FERNANDO SOUZA

FRANCISCO DE ASSIS MEDEIROS

GERALDO JOSÉ HERMENEGILDO DA ROSA

GUSTAVO DUARTE DO VALLE

ISABEL CHRISTINA BRANCO DE SOUZA

JAÉRCIO BENTO DA SILVA

JOÃO PINHEIRO

JOSÉ CARLOS MELO

JOSÉ NATAL PEREIRA

JUNIOR SPIES

KARINA DA SILVA GRACIOSA

LÉDIO COELHO

LUIZ FERNANDO AQUINO

MANOEL ABREU

MARÍLIA GOMES FORMENTO

MAURÍCIO HAROLDO DUARTE

MERI TEREZINHA DE MELO HANG

NARDI FRANCISCO DE SOUSA ARRUDA

NORMA WARMLING

OSMAR VIEIRA FILHO

PAULO ROBERTO BARBATO

PAULO SALOMON

RAFAEL BARCELOS MARTINS

RITA DE CASSIA FAVERSANI FURTADO

SINARA REGINA SIMIONI

SUZANA SENNA BOUSFIELD

TATIANE PACHECO DE SOUZA

TELSON RONEI DO NASCIMENTO

WALDEMAR BORNHAUSEN NETO

Equipe Técnica da Prefeitura Municipal de São José

Grupo de Trabalho Intersetorial

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VEREADORES:

ADRIANO DE BRITO

AMAURI VALDEMAR DA SILVA

CLONNY CAPISTRANO

FRANCISCO BENTO COSTA SILVY

GERALDO SWIECH

LÉDIO COELHO

MERI HANG

MICHEL SCHLEMPER

NERI OSVALDO DO AMARAL

SANDERSON DE JESUS

SANDRA MARTINS

TÚLIO MACIEL

WALLACE AVANIR DE SOUZA

AGOSTINHO PAULI

ANA PAULA LEMOS SOUZA

ANDREY VICENTE DA LUZ

CINTIA FAGUNDES

CLÓVIS RENATO SQUIO

LUIZ PAULO FARIA

MARCOS SEBASTIANI

MATSON LUIZ CÉ

MOACIR DA SILVA

RODRIGO DE ANDRADE

SAUL RIBEIRO

SIDART GAIA

WILMA ADAS

Poder Executivo Municipal

ASSESSORES:

CARMEN LUCIA BORBA CORDEIRO

DIOCELES JOÃO VIEIRA

EDNA PEREIRA RODRIGUES

EVERALDO FAUST

GABRIEL MACÁRIO

INDINARA FAVERO E SILVA

JARBAS PINHEIRO DOS SANTOS

JOÃO DAVID GARCIA

JONNY DE SOUZA

JOSÉ CARLOS PEREIRA

LEDENIR MANOEL SAGAZ

VENILTON SANTANA DE OLIVEIRA

Poder Legislativo Municipal

MICHEL SCHLEMPER Coordenador

Colegiado de Acompanhamento e Controle – CAC

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Representantes de movimentos populares, associações de bairros

Representantes de entidades profissionais,

acadêmicas e de pesquisa

Representantes de sindicatos de empresários, empregadores e entidades

de classe

DANIEL ANTÔNIO MARTINS

ELIZABETH BUNN BARTILOTTI

FRANCISCO COELHO

IANI ENGELMANN GOMES

JANDIR DA ROSA

JANE MARIA PHILIPPI

JAIR SANTILHO COSTA

JOÃO LUIZ DA SILVA

NILZO JOSÉ HECK

ROSANA REGINA MARANGONI

ROSANA MACHADO

SUELY DULCE RAMOS

VANDERLEI GODINHO

WALDIR SÉRGIO DE MELO

JOSÉ BITENCOURT FURTADO SECOVI

HELIO CESAR BAIRROS SINDUSCON

NAZARENO MAGALHÃES SINDUSCON

VICTOR ALEXANDRE DE SOUZA AEMFLO/CDL

GILBERTO JOÃO RECH AEMFLO/CDL

CIRINEU PEREIRA MACHADO CRECI/SC

MANUEL SOUZA DOS REIS CRECI/SC

LAUDIONI DAL PONT CREA/SC

JULIANO ALEXANDRE DOS SANTOS CREA/SC

SIGMAR KLEIN JUNIOR OAB/SC

JUAREZ PERFEITO OAB/SC

LUIZ FERNANDO MOTTA ZANONI CAU/SC

ANDRÉ LIMA DE OLIVEIRA CAU/SC

Representantes de

sindicatos de empregados e entidades de classe

Representantes de ONG, OSCIPS, fóruns e redes formadas por cidadãos

EDUARDO CORDEIRO Sindicato dos Empregados do

Comércio de São José e Região

VÂNIO STELIN Sindicato dos Empregados do

Comércio de São José e Região

ANTÔNIO LEMOS FILHO Fórum Cristão de Cidadania

JOÃO BATISTA DA SILVA Fórum Cristão de Cidadania

ORLANDO ANTÔNIO ROSA JÚNIOR

Observatório Social de São José

CARLOS ALBERTO VIVIAN GRAVI

Observatório Social de São José

Colegiado de Acompanhamento e Controle – CAC

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GILBERTO JOÃO RECH AEMFLO/CDL

MARCOS ANTONIO CARDOZO DE SOUZA

AEMFLO/CDL

VICTOR ALEXANDRE DE SOUZA AEMFLO/CDL

GERALDO OTTO AEMFLO/CDL

JOSÉ BITENCOURT FURTADO SECOVI/SC

DIOCELES JOÃO VIEIRA SECOVI/SC

DANIEL ESPÍNDOLA OAB/SC

LAUDIONI DAL PONT CREA/SC

JHEFREY SOUZA ESTÁCIO DE SÁ

PAULO JOSÉ DE ALMEIDA SINDUSCON

ROBERTO DESCHAMPS SINDUSCON

CARLOS ALBERTO VIVIAN GRAVI Observatório Social de São José

ORLANDO ANTÔNIO ROSA JUNIOR

Observatório Social de São José

JOÃO BATISTA DA SILVA Fórum Cristão de Cidadania

ANTÔNIO LEMOS FILHO

Fórum Cristão de Cidadania

ADEMIR GOEDERT

ALVIM IVO GARCIA

ANA LÚCIA DE SOUZA

ANA PAULA ALTHOFF

ANAIR BOZAN

ANDRÉ JUNCKES

BÁRBARA MAFRA DE ARAÚJO

CARLOS ALBERTO REGIS

CARLOS ANDRÉ TEODORO

CASSIO MARTINS

CELINA NASÁRIO LUCKMANN

CELIO PEREIRA ALEXANDRE

CINTIA LUCIANE DE QUADROS FAGUNDES

CRISTIANO COITINHO

CRISTIANO SANFORD

DANIEL DOMINGOS DOS PASSOS

DARCY RODRIGUES DOS SANTOS

DIEGO GETULIO CAMOZATTO

DOUGLAS MARTINS DA SILVA

EDNEI SANTELINO COELHO

EDSON BURIGO

EDUARDO MELLO

ELIZABETH BUNN BARTILOTTI

GILBERTO FRANCISCO FERRER

GILBERTO SANTOS

HAROLDO CARDOSO

HERMÍNIA VIEIRA BUNN

IVONEY RODRIGUES DOS SANTOS

JACI FURLANI

JAIR SANTILHO COSTA

JANDIR DA ROSA

JANDIR RODRIGUES

JEAN RODRIGO BATISTA

JOÃO MACIEL

JONAS MANOEL MACHADO

JOSÉ ARNO HOFFMANN

JOSÉ WILSON DE OLIVEIRA TAVEIRA

Representantes das Áreas Comunitárias

JÚLIO JOSÉ MACUCO BAIXO

LAIRTO BORGES VIEIRA

LEANDRO HOFFMANN

LUCIA MARIA OCKER

LUIS FILIPE NASCENTE

MAICON HOMEM

MARCELO JOSÉ DE SOUZA

MARCOS ALEXANDRE CARDOSO

MARGARETH LUCHINI

MARIA CUSTÓDIA DA SILVA

MARIA ELOIZA MARTINS

MARIA OTILIA BETT PAGANI

MARIANE MARTINS

MARILENE DE SOUZA OLIVEIRA

MAURÍCIO LUIZ SCHMITT

MOACIR PEREIRA

NABOR GILBERTO BORDIN

NADIR ANTÔNIO MUSSIO

NALMA APARECIDA NIENCHOTTER

OMBELINO JOSÉ DA SILVA

OTHON PEREIRA DA SILVA JUNIOR

PAULO CÉSAR JORGE

PEDRO TRENTINI

RAFAEL DA SILVA

ROSANA REGINA MARANGONI

ROSENEI PLATEN

RUAN VIEIRA PORTON

SALETE SWIECH

SERGIO SCARPA

SIBELE FLORIANO INDRELI

THIAGO PORTO

TIAGO SANTOS

VALDIR MICHELON FILHO

VALMOR MATTEI

VIVIANE SILVA DA ROSA

WALDENIZE ALVES

WALDIR JOÃO FEDRIZZI

Representantes da sociedade civil

Colegiado de Delegados

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Sumário

TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................ 12 CAPÍTULO I - DA DENOMINAÇÃO, DO MARCO REGULATÓRIO E DA ABRANGÊNCIA........... 12 CAPÍTULO II - DAS DIRETRIZES E OBJETIVOS GERAIS ......................................................... 13

TÍTULO II – DAS POLÍTICAS URBANAS E AMBIENTAIS .................................... 13

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ....................................................................... 13 CAPÍTULO II - DA POLÍTICA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO .................... 14

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................................... 14 SEÇÃO II - DA ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DE CENTRALIDADES URBANAS .................... 14 SEÇÃO III - DO SISTEMA DE ÁREAS DE USO PÚBLICO ................................................................. 15

SUBSEÇAO I - DOS EQUIPAMENTOS URBANOS .................................................................................... 16 SUBSEÇAO II - DAS ÁREAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES ......................................................................... 17 SUBSEÇAO III - DO PLANO DE EQUIPAMENTOS URBANOS, ÁREAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES ........... 18

CAPÍTULO III - DA POLÍTICA MUNICIPAL DE TRANSPORTE E MOBILIDADE URBANA ...... 20 SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................................... 20 SEÇÃO II - DO PLANO MUNICIPAL DE TRANSPORTE E MOBILIDADE URBANA ........................... 22 SEÇÃO III - DA ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO ................ 23 SEÇÃO IV - DO SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO .................................................. 25 SEÇÃO V - DO SISTEMA DE LOGÍSTICA E TRANSPORTE DE CARGA ............................................. 27 SEÇÃO VI - DO SISTEMA DE TRANSPORTE CICLOVIÁRIO............................................................. 28 SEÇÃO VII - DO SISTEMA DE DESLOCAMENTO DE PEDESTRES ................................................... 28

CAPÍTULO IV - DA POLÍTICA MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL ........................ 29 CAPÍTULO V - DA POLÍTICA AMBIENTAL ....................................................................... 32 CAPÍTULO VI - DA POLÍTICA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA ....................................... 37

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................................... 37 SEÇÃO II - DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE INTERESSE SOCIAL ........................................... 38 SEÇÃO III - DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE INTERESSE ESPECÍFICO ................................... 39

CAPÍTULO VII - DA POLÍTICA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO ............................................. 39 CAPÍTULO VIII - DA POLÍTICA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO E VALORIZAÇÃO DA

IDENTIDADE ........................................................................................ 41 SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................................... 41 SEÇÃO II - DO PATRIMÔNIO PAISAGÍSTICO ................................................................................ 41 SEÇÃO III - DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL ............................................................... 43

TÍTULO III - DOS INSTRUMENTOS .................................................................. 44

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ....................................................................... 44 CAPÍTULO II - DA ARRECADAÇÃO DE BENS ABANDONADOS ......................................... 46 CAPÍTULO III - DO DIREITO DE PREEMPÇÃO ................................................................. 47 CAPÍTULO IV - DO DIREITO DE SUPERFÍCIE ................................................................... 48 CAPÍTULO V - DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR ............................. 48 CAPÍTULO VI - DA OUTORGA ONEROSA DE ALTERAÇÃO DE USO .................................. 50 CAPÍTULO VII - DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR .................................. 51 CAPÍTULO VIII - DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS ....................................... 54 CAPÍTULO IX - DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS ...... 55 CAPÍTULO X - DO IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA

PROGRESSIVO NO TEMPO ..................................................................... 56 CAPÍTULO XI - DA DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍTULOS DA DÍVIDA

PÚBLICA ................................................................................................ 57

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CAPÍTULO XII - DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO .............................................................. 57 CAPÍTULO XIII - DO DIREITO DE SUPERFÍCIE ................................................................. 58 CAPÍTULO XIV - DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA .......................................... 58 CAPÍTULO XV - DOS INCENTIVOS URBANÍSTICOS ......................................................... 62

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................................... 62 SEÇÃO II - DA FRUIÇÃO PÚBLICA ................................................................................................. 63 SEÇÃO III - DA FACHADA ATIVA .................................................................................................. 63 SEÇÃO IV - DO USO MISTO .......................................................................................................... 64 SEÇÃO V - DA DOAÇÃO DE CALÇADA .......................................................................................... 64 SEÇÃO VI - DA COBERTURA DO PASSEIO .................................................................................... 64 SEÇÃO VII - DO EMBASAMENTO FLEXÍVEL .................................................................................. 64 SEÇÃO VIII - DA COMBINAÇÃO 1................................................................................................. 64 SEÇÃO IX - DA COMBINAÇÃO 2 ................................................................................................... 65 SEÇÃO X - DA COMBINAÇÃO 3 .................................................................................................... 65 SEÇÃO XI - DA COMBINAÇÃO 4 ................................................................................................... 66

CAPÍTULO XVI - DO PROJETO DE INTERVENÇÃO URBANÍSTICA ..................................... 66 CAPÍTULO XVII - DO REORDENAMENTO URBANÍSTICO INTEGRADO ............................. 68 CAPÍTULO XVIII - DO PLANO LOCAL ............................................................................. 70

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................................... 70 SEÇÃO II - DO PLANO LOCAL DE REVITALIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO ................................ 71 SEÇÃO III - DO PLANO LOCAL DE EQUIPAMENTOS URBANOS, ESPAÇOS LIVRES E ÁREAS VERDES

.................................................................................................................................. 71

CAPÍTULO XIX - DO CADASTRO DE VALOR DE TERRENO PARA FINS DE APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS URBANÍSTICOS .......................................................... 72

CAPÍTULO XX - DA UNIDADE DE REFERÊNCIA ............................................................... 72 CAPÍTULO XXI - DOS PROJETOS ESPECIAIS ................................................................... 73

TÍTULO IV - DAS NORMAS DE USO, OCUPAÇÃO E PARCELAMENTO DO SOLO 75

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ....................................................................... 75 CAPÍTULO II - DOS USOS E ATIVIDADES ........................................................................ 76 CAPÍTULO III - DAS INCOMODIDADES E SEU ENQUADRAMENTO .................................. 76 CAPÍTULO IV - DOS PARÂMETROS URBANÍSTICOS........................................................ 78

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................................... 78 SEÇÃO II - DAS ÁREAS CONSTRUÍDAS ......................................................................................... 78 SEÇÃO III - DOS POTENCIAIS CONSTRUTIVOS ............................................................................. 79 SEÇÃO IV - DO NÚMERO MÁXIMO DE PAVIMENTOS ................................................................. 80 SEÇÃO V - DA TAXA DE OCUPAÇÃO MÁXIMA ............................................................................. 81 SEÇÃO VI - DA TAXA DE PERMEABILIDADE MÍNIMA .................................................................. 81 SEÇÃO VII - DO RECUO PARA ALARGAMENTO DO SISTEMA VIÁRIO E AFASTAMENTOS MÍNIMOS

.................................................................................................................................. 82 SEÇÃO VIII - DAS ÁREAS DESTINADAS PARA VAGAS DE ESTACIONAMENTO .............................. 83

CAPÍTULO V - DO PERÍMETRO URBANO ....................................................................... 84 CAPÍTULO VI - DO ZONEAMENTO ................................................................................ 85

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................................... 85 SEÇÃO II - DAS MACROZONAS .................................................................................................... 87

SUBSEÇAO I - DA MACROZONA URBANA A .......................................................................................... 87 SUBSEÇAO II - DA MACROZONA URBANA B ......................................................................................... 88 SUBSEÇAO III - MACROZONA DE TRANSIÇÃO ....................................................................................... 89 SUBSEÇAO IV - DA MACROZONA RURAL .............................................................................................. 90

SEÇÃO III - DAS ZONAS ................................................................................................................ 91 SUBSEÇAO I - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA A – ZCQU-A .......................... 91 SUBSEÇAO II - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA B – ZCQU-B ......................... 92

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Proposta de Plano Diretor Participativo de São José/SC Versão Preliminar para Consulta Pública, 18 de janeiro de 2016.

10

SUBSEÇAO III - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA C – ZCQU-C ......................... 92 SUBSEÇAO IV - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA D – ZCQU-D ........................ 93 SUBSEÇAO V - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA E – ZCQU-E .......................... 94 SUBSEÇAO VI - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA F – ZCQU-F ......................... 95 SUBSEÇAO VII - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA G – ZCQU-G ...................... 96 SUBSEÇAO VIII - DA ZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA A – ZEQU-A ...................... 96 SUBSEÇAO IX - DA ZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA B – ZEQU-B ........................ 97 SUBSEÇAO X - DA ZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA C – ZEQU-C ......................... 98 SUBSEÇAO XI - DA ZONA DE CONTENÇÃO DA OCUPAÇÃO A – ZCO-A .................................................. 99 SUBSEÇAO XII - DA ZONA DE CONTENÇÃO DA OCUPAÇÃO B – ZCO-B ............................................... 100 SUBSEÇAO XIII - DA ZONA DE QUALIFICAÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA A – ZQUP-A ........................ 100 SUBSEÇAO XIV - DA ZONA DE QUALIFICAÇÃO URBANA E PAISAGÍSTICA B – ZQUP-B ........................ 101 SUBSEÇAO XV - DA ZONA RURURBANA DA COLÔNIA SANTANA – ZRCS ............................................ 101 SUBSEÇAO XVI - DA ZONA RURURBANA DO ALTO FORQUILHAS – ZRAF ............................................ 102 SUBSEÇAO XVII - DA ZONA ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO - ZEDE .......................... 103 SUBSEÇAO XVIII - DA ZONA RURAL – ZR ............................................................................................. 104

SEÇÃO IV - DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE ....................................................................... 104 SUBSEÇAO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................. 104 SUBSEÇAO II - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL A – AEIS-A .................................................. 106 SUBSEÇAO III - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL B – AEIS-B ................................................. 107 SUBSEÇAO IV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL C – AEIS-C ................................................. 107 SUBSEÇAO V - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL D – AEIS-D ................................................. 107 SUBSEÇAO VI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO A – AEDE-A

................................................................................................................................... 108 SUBSEÇAO VII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO B– AEDE-B

................................................................................................................................... 108 SUBSEÇAO VIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO C– AEDE-C

................................................................................................................................... 109 SUBSEÇAO IX - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO D– AEDE-D

................................................................................................................................... 109 SUBSEÇAO X - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA QUALIFICAÇÃO DA PAISAGEM A– AEQP-A .. 110 SUBSEÇAO XI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA QUALIFICAÇÃO DA PAISAGEM B– AEQP-B .. 111 SUBSEÇAO XII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE HISTÓRICO-CULTURAL – AEHC ............................ 111 SUBSEÇAO XIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA CONTENÇÃO DE CHEIAS – AECC ............... 112 SUBSEÇAO XIV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA ESTRUTURAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO

A – AETC-A ................................................................................................................. 113 SUBSEÇAO XV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA ESTRUTURAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO

B – AETC-B ................................................................................................................. 113 SUBSEÇAO XVI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA INTEGRAÇÃO MUNICIPAL A – AEIM-A ...... 114 SUBSEÇAO XVII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA INTEGRAÇÃO MUNICIPAL B – AEIM-B ..... 115 SUBSEÇAO XVIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA MANUTENÇÃO DA OCUPAÇÃO

RURURBANA – AEMO ................................................................................................ 116 SUBSEÇAO XIX - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DA AVENIDA DAS TORRES

A – AEAT-A................................................................................................................. 117 SUBSEÇAO XX - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DA AVENIDA DAS TORRES

B – AEAT-B ................................................................................................................. 118 SUBSEÇAO XXI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DA BR-101 A – AEBR-A

................................................................................................................................... 119 SUBSEÇAO XXII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DA BR-101 B – AEBR-B

................................................................................................................................... 119 SUBSEÇAO XXIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DA BR-101 C – AEBR-C

................................................................................................................................... 120 SUBSEÇAO XXIV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DO EIXO

METROPOLITANO – AEEM......................................................................................... 121 SUBSEÇAO XXV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DA RUA GERÔNCIO

THIVES - AEGT............................................................................................................ 122 SUBSEÇAO XXVI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DA RUA LEOBERTO LEAL

– AELL ........................................................................................................................ 123

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Proposta de Plano Diretor Participativo de São José/SC Versão Preliminar para Consulta Pública, 18 de janeiro de 2016.

11

SUBSEÇAO XXVII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO URBANA DA BEIRA-MAR – AEBM .......................................................................................................... 123

SUBSEÇAO XXVIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA SISTEMA VIÁRIO A – AESV-A................. 124 SUBSEÇAO XXIX - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA SISTEMA VIÁRIO B – AESV-B ................... 125 SUBSEÇAO XXX - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA SISTEMA VIÁRIO C – AESV-C .................... 125 SUBSEÇAO XXXI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA EQUIPAMENTOS URBANOS A – AEEU-A . 126 SUBSEÇAO XXXII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA EQUIPAMENTOS URBANOS B – AEEU-B 126 SUBSEÇAO XXXIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA EQUIPAMENTOS URBANOS C – AEEU-C 127 SUBSEÇAO XXXIV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA ÁREAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES A -

AEAV-A ................................................................................................................... 128 SUBSEÇAO XXXV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA ÁREAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES B -

AEAV-B .................................................................................................................... 128 SUBSEÇAO XXXVI - DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – APP ............................................... 129 SUBSEÇAO XXXVII - DAS ÁREAS DE OCUPAÇÃO CONDICIONADA – AOC ............................................ 130 SUBSEÇAO XXXVIII - DAS ÁREAS ESPECIAIS DA ORLA MARINHA – AEOM .......................................... 130 SUBSEÇAO XXXIX - DOS PARQUES ...................................................................................................... 131

SEÇÃO V - DOS TRECHOS DE SISTEMA VIÁRIO .......................................................................... 131

CAPÍTULO VII - DAS NORMAS DE PARCELAMENTO DO SOLO URBANO ....................... 134 SEÇÃO I - DISPOSIÇÕES GERAIS ................................................................................................. 134 SEÇÃO II - DOS REQUISITOS URBANÍSTICOS ............................................................................. 136

SUBSEÇAO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................. 136 SUBSEÇAO II - DAS ÁREAS DE USO PÚBLICO ....................................................................................... 137 SUBSEÇAO III - DO SISTEMA VIÁRIO ................................................................................................... 137 SUBSEÇAO IV - DA INFRAESTRUTURA BÁSICA .................................................................................... 138 SUBSEÇAO V - DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POR CONDOMÍNIOS

FECHADOS .................................................................................................................... 139

SEÇÃO III - DOS REQUISITOS PARA LICENCIAMENTO DE PARCELAMENTOS E CONDOMÍNIOS FECHADOS ............................................................................................................... 140

SUBSEÇAO I - DA MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE ............................................................................... 140 SUBSEÇAO II - DO ESTUDO PRELIMINAR ............................................................................................ 140 SUBSEÇAO III - DA ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PROJETO DEFINITIVO ......................................... 143 SUBSEÇAO IV - DAS GARANTIAS ......................................................................................................... 146 SUBSEÇAO V - DA FISCALIZAÇÃO E DO REGISTRO .............................................................................. 147

TÍTULO V - DO SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE .................. 148

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES E OBJETIVOS GERAIS ................................................. 148 CAPÍTULO II - DOS ÂMBITOS DE AÇÃO ....................................................................... 149 CAPÍTULO III - DAS INSTÂNCIAS DO SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE E DA

CONSULTA PÚBLICA ............................................................................ 150 SEÇÃO I - DO CONGRESSO DA CIDADE ...................................................................................... 150 SEÇÃO II - DO CONSELHO DA CIDADE DE SÃO JOSÉ ................................................................. 151

SUBSEÇAO I - DA DEFINIÇÃO, OBJETIVOS E COMPETÊNCIAS .............................................................. 151 SUBSEÇAO II - DA ORGANIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO ............................................................................. 152 SUBSEÇAO III - DA ELEIÇÃO, DO MANDATO, DA SUPLÊNCIA E DA VEDAÇÃO DE REMUNERAÇÃO .... 154

SEÇÃO III - DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS .................................................................................... 155 SEÇÃO IV - DA CONSULTA PÚBLICA .......................................................................................... 156

CAPÍTULO IV - DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES MUNICIPAIS ...................................... 157

TÍTULO VI - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS .............................. 159

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Proposta de Plano Diretor Participativo

de São José/SC

TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I - DA DENOMINAÇÃO, DO MARCO REGULATÓRIO E DA ABRANGÊNCIA

Art. 1. º - Na elaboração, execução e revisão da política de desenvolvimento e expansão urbanos do Município de São José será aplicado o previsto nesta Lei, denominada Plano Diretor.

§ 1º - Esta Lei é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbanos no âmbito municipal, conforme o § 1.º do art. 182 da Constituição da República Federativa do Brasil, e estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam:

I - os objetivos, diretrizes, estratégias, instrumentos e providências que orientarão o poder público e a iniciativa privada para garantir o direito à cidade sustentável, nos termos do inciso I do art. 2.º da Lei Federal n.º 10.257/01, ou Estatuto da Cidade; II - o uso da propriedade urbana, pública ou privada, em prol do bem coletivo, do equilíbrio ambiental e da segurança e bem-estar das presentes e futuras gerações.

§ 2º - Esta Lei regula o parcelamento, o uso e a ocupação do solo para fins urbanos no âmbito do Município de São José, conforme o Estatuto da Cidade e a Lei Federal n.º 6766/1979.

§ 3º - Ficam subordinadas à presente lei:

I - a legislação municipal aplicável à política de desenvolvimento e expansão urbanos, especialmente as que regulem as seguintes matérias, sem prejuízo de outras correlatas:

a) código de obras; b) código de posturas; c) planos setoriais; d) planos específicos; d) alterações de zoneamento; e) regulação do perímetro urbano; f) instalação de equipamentos públicos urbanos; g) empreendimentos imobiliários e industriais; h) sistema viário;

II - toda e qualquer ação e omissão de agentes públicos e privados na elaboração, aprovação, execução e revisão de normas e projetos relacionados à política de desenvolvimento e expansão urbanos de âmbito municipal.

Art. 2. º - Esta Lei é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e prioridades nele contidas para sua implementação e aplicação, nos termos do § 1.º do art. 40 do Estatuto da Cidade.

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Art. 3. º - Esta Lei engloba o território do Município como um todo, observando em cada Unidade Territorial que o compõe as respectivas condicionantes, no sentido de planejar o seu desenvolvimento, a distribuição espacial da população e as atividades econômicas do Município, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente e a integrar-se ao desenvolvimento regional.

Art. 4. º - A interpretação e aplicação desta Lei deverá ser procedida de forma integrada e complementar entre as políticas previstas no Título II e as demais disposições previstas nos Títulos I, III, IV, V e VI.

CAPÍTULO II - DAS DIRETRIZES E OBJETIVOS GERAIS

Art. 5. º - Fica estabelecido que administradores, legisladores, conselheiros municipais, cidadãos e intérpretes em geral desta Lei deverão seguir suas diretrizes e objetivos gerais.

Art. 6. º - Além das diretrizes estabelecidas no art. 2.º do Estatuto da Cidade, na implementação e aplicação desta Lei serão observadas as seguintes diretrizes priorizadas pelo processo participativo:

I - promoção de qualidade de vida equânime para todas as áreas do município; II - fortalecimento da identidade do município, tornando-o um lugar em que todos tenham orgulho de viver; III - fomento à diversidade e ao desenvolvimento econômico, social, ambiental e cultural; IV - articulação da integração da Região Metropolitana da Grande Florianópolis; V - promoção da justiça social a partir da gestão democrática.

Art. 7. º - São objetivos estratégicos deste Plano Diretor Participativo, garantir o acesso a uma cidade sustentável, desenvolvendo e integrando a ocupação e o uso do solo com a reestruturação do sistema viário, de forma a:

I - conformar policentralidades; II - priorizar o transporte coletivo e individual não motorizado; III - desenvolver a economia a partir da diversidade; IV - compatibilizar o desenvolvimento municipal e o metropolitano.

TÍTULO II – DAS POLÍTICAS URBANAS E AMBIENTAIS

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 8. º - No âmbito do processo de planejamento municipal, este Plano Diretor Participativo, sem prejuízo de outras políticas públicas setoriais relacionadas, estabelece e articula as seguintes políticas urbanas e ambientais de forma a atender aos objetivos e diretrizes desta Lei:

I - a Política Municipal de Desenvolvimento Urbano; II - a Política Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana; III - a Política Municipal de Proteção e Defesa Civil; IV - a Política Ambiental; V - a Política de Regularização Fundiária; VI - a Política Municipal de Habitação; VII - a Política Municipal de Desenvolvimento e Valorização da Identidade.

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CAPÍTULO II - DA POLÍTICA MUNICIPAL DE DESENVOLVIME NTO URBANO

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 9. º - A Política Municipal de Desenvolvimento Urbano, ou PMDU, compreende ações, programas e planos voltados para o desenvolvimento urbano sustentável do Município, de forma a promover ambiente urbano eficiente e qualidade de vida da população.

Art. 10. Constituem princípios da PMDU:

I - integração entre mobilidade urbana e ordenamento territorial; II - eficiência da infraestrutura urbana e equipamentos públicos urbanos; III - prioridade no atendimento das demandas coletivas sobre as individuais; IV - equidade no acesso dos cidadãos à equipamentos públicos urbanos; V - gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação da PMDU; VI - articulação entre o desenvolvimento municipal e o desenvolvimento metropolitano.

Art. 11. Constituem objetivos da PMDU:

I - fortalecer e conformar centralidades urbanas em áreas estratégicas por todo o território do município; II - promover a justa distribuição e a qualificação de equipamentos públicos urbanos; III - orientar o adensamento populacional de modo a possibilitar maior eficiência das infraestruturas urbanas; IV - reduzir as distâncias entre os locais de moradia e de atividades econômicas geradoras de emprego e renda; V - promover a mobilidade urbana e qualificar o serviço de transporte público coletivo.

Parágrafo Único. Os objetivos referidos no caput poderão ser alcançados, especialmente, por meio da Estratégia de Fortalecimento de Centralidades Urbanas e pelo Sistema de Áreas de Uso Público, referidos neste Capítulo.

SEÇÃO II - DA ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DE CENTRALIDADES UR BANAS

Art. 12. Como forma de promover o desenvolvimento urbano sustentável do município e, principalmente, garantir a qualidade de vida a todos os munícipes, fica instituída a Estratégia de Fortalecimento de Centralidades Urbanas.

Parágrafo Único. A Estratégia de Fortalecimento das Centralidades Urbanas busca a distribuição estratégica das centralidades no território do município, como forma de minimizar a dependência de determinadas áreas da cidade, contribuindo para a mobilidade urbana, e promovendo condições locais para desenvolvimento urbano, econômico e social.

Art. 13. A Estratégia de Fortalecimento das Centralidades Urbanas promove:

I - o fortalecimento das centralidades existentes, que podem ter abrangência em diferentes escalas; II - a conformação de novas centralidades, que apresentam potencial para funcionar como estruturadoras do espaço.

Art. 14. Consideram-se principais características de centralidades urbanas:

I - constituir área de referência para determinada localidade;

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II - coexistência entre usos residenciais e não residenciais; III - maior adensamento populacional, com relação ao seu entorno; IV - maior concentração de atividades econômicas diversificadas geradoras de emprego e renda e de usos institucionais; V - sistema viário bem conectado e principal articulador da ocupação do seu entorno.

Art. 15. Constituem diretrizes da Estratégia de Fortalecimento das Centralidades Urbanas:

I - desenvolvimento urbano orientado ao transporte, em que o planejamento do uso e da ocupação do município é voltado à priorização do transporte público coletivo e do individual não motorizado; II - descentralização e diversificação das oportunidades de aperfeiçoamento profissional, emprego e geração de renda; III - incentivos ao desenvolvimento de atividades econômicas próximas ou integradas a locais de moradia; IV - incentivos à atividades diversificadas, com potencial para incluir usuários diversos em diferentes horários do dia; V - qualificação das áreas de uso público, de forma a oferecer às pessoas diversidade de áreas atrativas, seguras, acessíveis e que favoreçam a interação social; VI - promoção da conectividade e da integração do sistema viário, de forma a possibilitar maior acessibilidade e mobilidade urbana; VII - adequação da infraestrutura instalada às necessidades decorrentes das características principais de centralidades urbanas; VIII - identificação dos principais potenciais e dos problemas mais relevantes para o desenvolvimento de estratégias focadas e integradas.

Art. 16. Constitui fundamento da Estratégia de Fortalecimento das Centralidades Urbanas, a promoção da vitalidade urbana nas centralidades.

§ 1º - Para os fins desta Lei, vitalidade urbana consiste no resultado da interação entre diferentes aspectos, especialmente:

I - a concentração de pessoas; II - a permeabilidade visual dos espaços urbanos; III - a conformação e relação entre espaços de uso público e privado; IV - a coexistência entre diferentes atividades.

§ 2º - A vitalidade urbana possibilita potencializar as opções de interação social e proporciona maior segurança para os usuários dos espaços públicos.

Art. 17. O município deverá propor estratégias, planos, programas e demais ações complementares, como forma de implementar a Estratégia de Fortalecimento das Centralidades Urbanas e as demais determinações da Política Municipal de Desenvolvimento Urbano.

SEÇÃO III - DO SISTEMA DE ÁREAS DE USO PÚBLICO

Art. 18. O Sistema de Áreas de Uso Público é constituído pelo conjunto de áreas que visam promover a qualidade de vida da população por meio do atendimento das necessidades coletivas do município.

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Art. 19. O Sistema de Áreas de Uso Público é composto por áreas sob o domínio público e propriedades particulares que, prioritariamente, devem atender ao objetivo disposto no art. 18.

§ 1º - Nas áreas de uso público localizadas em propriedades particulares, o Poder Público poderá utilizar os instrumentos previstos nesta Lei e outros aplicáveis de forma a viabilizar a destinação desta área para o uso público, no que couber.

§ 2º - O Poder Público deverá promover a negociação com o proprietário do imóvel, propondo alternativas de comum acordo, e utilizar os instrumentos de que trata o § 1.º de forma a buscar a solução mais eficiente possível.

Art. 20. O Sistema de Áreas de Uso Público está definido como Unidade Territorial na forma das Áreas de Especial Interesse para Uso Público referidas no Título IV.

Art. 21. O Sistema de Áreas de Uso Público é constituído:

I - pelo Sistema Viário; II - pelos Equipamentos Urbanos; III - pelas Áreas Verdes e Espaços Livres.

Parágrafo Único. As áreas de uso público podem classificar-se em mais de uma categoria, dentre as indicadas no caput, e coexistir no mesmo imóvel com outros usos, públicos ou particulares.

Art. 22. As determinações específicas para o Sistema Viário são tratadas na Política Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana na forma desta Lei.

SUBSEÇAO I - DOS EQUIPAMENTOS URBANOS

Art. 23. Para os fins desta Lei, consideram-se Equipamento Urbano os equipamentos de domínio público, que possuem utilidade pública e são destinados à prestação dos principais serviços do município.

Art. 24. Os Equipamentos Urbanos são classificados em:

I - abastecimento; II - administração pública; III - assistência social; IV - educação; V - esporte, lazer e cultura; VI - infraestrutura; VII - mobilidade; VIII - saúde; IX - segurança pública e proteção.

Art. 25. Os Equipamentos Urbanos de infraestrutura tratam dos seguintes sistemas:

I - de saneamento básico, que se subdivide em:

a) abastecimento de água potável; b) esgotamento sanitário; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; d) drenagem e manejo das águas pluviais;

II - de iluminação pública; III - de energia; IV - de telecomunicações.

Art. 26. Constituem objetivos dos Equipamentos Urbanos:

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I - atender às demandas coletivas do município de forma a possibilitar o acesso de toda a população aos serviços urbanos; II - atender as áreas com maior vulnerabilidade social do município, em especial quanto ao fornecimento de infraestrutura e acesso aos equipamentos de educação e saúde; III - definir a localização dos equipamentos urbanos de forma articulada e integrada ao uso e ocupação do solo e visando equilibrar a demanda e a oferta de infraestrutura e fortalecer as centralidades; IV - integrar o equipamento urbano ao seu entorno, sobretudo, quanto ao acesso por transporte público coletivo e individual não motorizado; V - conceber o equipamento urbano de forma integrada a uma área verde ou espaço livre, no que couber, de forma a qualificar a interface com a cidade.

Art. 27. Constituem diretrizes dos Equipamentos Urbanos:

I - utilização de terrenos públicos e equipamentos ociosos ou subutilizados como forma de potencializar o uso do espaço público já constituído; II - aproveitamento dos terrenos que sofrerão intervenção no processo de reestruturação da malha viária do município, especialmente os situados em Trechos de Centralidade e com alinhamento frontal confrontante às Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, na forma desta Lei, aproveitando a sua localização privilegiada; III - integração de diferentes usos, públicos e privados, no mesmo terreno, como forma de:

a) otimizar a utilização dos terrenos bem localizados; b) integrar os equipamentos urbanos à dinâmica da cidade; c) alternativa à desapropriação para a implantação de equipamentos urbanos; d) flexibilizar possíveis alterações de uso ao longo do tempo de vida útil da edificação;

IV - transparência e participação social no planejamento e implantação de estratégias, planos, programas, projetos e ações.

SUBSEÇAO II - DAS ÁREAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES

Art. 28. Para fins desta Lei, são Áreas Verdes e Espaços Livres as áreas de uso público, de propriedade pública ou particular, localizadas na área urbanizada, indisponíveis para construção de moradias, destinadas aos propósitos de recreação, de lazer, de melhoria da qualidade ambiental urbana, de manutenção ou melhoria paisagística, de proteção de bens e de manifestações culturais.

Art. 29. As Áreas Verdes e Espaços Livres são classificadas em:

I - Áreas Verdes Urbanas; II - Espaços Livres; III - Parques.

Art. 30. Consideram-se Áreas Verdes Urbanas os espaços que atendam o disposto no art. 28 e possuam mais de 50% (cinquenta por cento) da área com cobertura vegetal, preferencialmente nativa, natural ou recuperada.

Art. 31. As Áreas Verdes Urbanas são classificadas em:

I - Áreas Verdes Públicas, que são áreas verdes públicas com estruturas e equipamentos destinados para o lazer, tais como praças e áreas ajardinadas de equipamentos públicos;

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II - Áreas Verdes Particulares, que são áreas particulares de fruição pública; III - Áreas Verdes do Sistema Viário, que são áreas ajardinadas ou arborizadas dos logradouros públicos.

Parágrafo Único. A criação das áreas referidas no inciso II é incentivada a partir da aplicação de Incentivos Urbanísticos, conforme definido no Capítulo XV do Título III.

Art. 32. Consideram-se Espaços Livres os espaços que atendam o disposto no art. 28 e que possuam menos de 50% (cinquenta por cento) da área com cobertura vegetal.

Art. 33. Os Espaços Livres são classificados em:

I - Espaços Livres Públicos: são áreas públicas com estruturas e equipamentos destinados para o lazer, tais como praças e áreas livres de equipamentos públicos; II - Espaços Livres Particulares: são áreas particulares de fruição pública.

Parágrafo Único. A criação das áreas referidas no inciso II do caput será incentivada pela aplicação de Incentivos Urbanísticos, conforme indicado no Capítulo XV do Título III.

Art. 34. Para o cálculo da cobertura vegetal de que tratam os arts. 30 e 32, considera-se a projeção sobre o terreno da área de copa das árvores, as áreas de gramíneas e de vegetação arbustiva.

Art. 35. Para a implementação de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres, deverão ser observadas as determinações, respectivamente, para:

I - as Áreas de Especial Interesse para Equipamentos Urbanos; II - as Áreas de Especial Interesse para Áreas Verdes e Espaços Livres.

Art. 36. Os Parques são porções do território, de domínio público ou privado, nas quais se pretende proteger e qualificar o ambiente natural, de forma conciliada com sua utilização para objetivos educacionais, de lazer e recreação.

Art. 37. As determinações específicas para os Parques previstos nesta Lei são tratadas nas Áreas de Especial Interesse Ambiental e na Política Ambiental, constantes nesta Lei.

SUBSEÇAO III - DO PLANO DE EQUIPAMENTOS URBANOS, ÁR EAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES

Art. 38. A Prefeitura Municipal elaborar o Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres, observando os objetivos e diretrizes da Política Municipal de Desenvolvimento Urbano e as demais determinações desta Lei.

§ 1º - O Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres deverá promover a implementação de que trata o art. 35.

§ 2º - O Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres poderá delimitar novas áreas, além das indicadas nesta Lei, com a finalidade de atender às determinações deste Plano e da própria Política Municipal de Desenvolvimento Urbano.

Art. 39. O Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres deverá conter, no mínimo:

I - o Inventário de Equipamentos Urbanos e o Inventário de Áreas Verdes e Espaços Livres;

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II - o Programa de Gestão Integrada de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres; III - levantamento das demandas locais para implantação dos Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres; IV - levantamento dos custos e definição de estratégias e critérios para a aquisição e implantação de novas Áreas de Uso Público, que foram indicadas nesta Lei ou em estudos específicos; V - definição de critérios e parâmetros, junto aos órgãos competentes, para localização e implantação das classes de Equipamentos Urbanos, conforme os arts. 24 e 25, sem prejuízo das determinações aplicáveis aos Projetos Especiais previstos nesta Lei; VI - definição de critérios e parâmetros, junto aos órgãos competentes e observando as determinações da Política Ambiental, para localização e implantação das classes de Espaços Livres e Áreas Verdes, conforme o art. 29, sem prejuízo das determinações dos Projetos Especiais; VII - definição de critérios técnicos para os casos de alteração de uso de equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres.

Art. 40. A Prefeitura Municipal irá elaborar o Inventário de Equipamentos Urbanos e o Inventário de Áreas Verdes e Espaços Livres, que identificam e caracterizam as áreas de uso público do município, existentes e indicadas nesta Lei, que serão disponibilizados no Sistema de Informações Municipais.

§ 1º - O Inventário de Equipamentos Urbanos e o Inventário de Áreas Verdes e Espaços Livres deverão ser elaborados de forma integrada e compatível à classificação das Áreas de Especial Interesse Público, na forma desta Lei.

§ 2º - O Inventário de Equipamentos Urbanos e o Inventário de Áreas Verdes e Espaços Livres deverão conter, no mínimo:

I - nome do equipamento ou nome da área verde e espaço livre; II - coordenadas geográficas; III - dimensões do imóvel; IV - uso e ocupação atualizados do imóvel; V - identificação de propriedade pública ou particular; VI - identificação do imóvel no Cadastro Territorial Multifinalitário do município.

§ 3º - O Inventário de Equipamentos Urbanos e o Inventário de Áreas Verdes e Espaços Livres deverão seguir as definições para equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres constantes nesta Lei.

Art. 41. A Prefeitura Municipal irá elaborar o Programa de Gestão Integrada de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres como ação prioritária do PMDU.

Parágrafo Único. O Programa de Gestão Integrada de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres deverá conter, no mínimo:

I - desenvolvimento de sistema de monitoramento das áreas de domínio público, contendo dados atualizados sobre sua utilização, disponíveis para toda a população no Sistema de Informações Municipais; II - estratégias e critérios para o aproveitamento das áreas de uso público, existentes e futuras, definidos nesta Lei; III - definição das estratégias de gestão da informação sobre áreas de domínio público.

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CAPÍTULO III - DA POLÍTICA MUNICIPAL DE TRANSPORTE E MOBILIDADE URBANA

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 42. Nos termos do inciso I e V do caput do art. 2º do Estatuto da Cidade, fica instituída a Política Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana, ou PMTMU.

Art. 43. A Política de Transporte e Mobilidade Urbana organiza e coordena os diferentes modos de transporte, a melhoria da acessibilidade e a mobilidade de pessoas e cargas no município, a fim de promover uma cidade sustentável, inclusiva, acessível e participativa, para as presentes e futuras gerações.

Art. 44. São sistemas da PMTMU:

I - o Sistema Viário; II - o de Transporte Público Coletivo; III - o de Logística e Transporte de Cargas; IV - o de Transporte Cicloviário; V - o de Deslocamento de Pedestres.

Art. 45. Os projetos, programas e ações relacionados com o transporte hidroviário e aeroviário deverão ser definidos no Plano Municipal de Transporte e Mobilidade, em conformidade com o planejamento e as legislações pertinentes em escala regional, estadual e federal.

Art. 46. São princípios da PMTMU:

I - prioridade no atendimento das demandas coletivas sobre as individuais; II - integração entre mobilidade urbana e ordenamento territorial; III - eficiência, eficácia e efetividade na ações de promoção da mobilidade urbana; IV - equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo; V - gestão democrática e controle social do planejamento e implementação da PMTMU; VI - acessibilidade universal; VII - redução das necessidades de deslocamento; VIII - segurança e conforto nos deslocamentos das pessoas.

Art. 47. São objetivos da PMTMU:

I - executar a Política Nacional de Mobilidade Urbana em âmbito local; II - garantir o amplo acesso aos equipamentos urbanos e às áreas verdes e espaços livres, como forma de reduzir as desigualdades e promover a inclusão social; III - ampliar a conectividade, continuidade e a conexão do sistema viário, promovendo a integração das áreas do município; IV - integrar a estruturação do sistema viário ao ordenamento territorial; V - promover a integração entre os diferentes modos de transporte em escala municipal e metropolitana; VI - aumentar a participação do transporte público coletivo e do não motorizado na divisão modal; VII - reduzir as distâncias dos deslocamentos e o tempo de viagem dos munícipes; VIII - melhorar as condições de mobilidade da população, com conforto e segurança, incluindo os grupos com mobilidade reduzida;

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IX - equilibrar a oferta de infraestrutura e ampliar as condições para a mobilidade urbana, especialmente em áreas mais carentes; X - integrar a adequada implantação das infraestruturas ao ordenamento territorial; XI - promover a mitigação dos custos ambientais e socioeconômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas, especialmente a redução dos acidentes de trânsito, emissão de poluentes, poluição ambiental, deterioração do patrimônio edificado e sobrecarga das infraestruturas urbanas; XII - elaborar o Inventário de Vias Públicas, de forma a identificar e caracterizar as vias públicas do município, existentes e indicadas nesta Lei, e que será disponibilizado no Sistema de Informações Municipais; XIII - articular-se com o planejamento do transporte e mobilidade urbana em escala metropolitana, estadual e federal; XIV - garantir a elaboração o Plano Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana integrado e compatível a esta Lei; XV - desenvolver a Estratégia de Integração e Qualificação do Sistema Viário, na forma desta Lei; XVI - garantir a articulação entre os diferentes sistemas da PMTMU e desta Política com as demais desta Lei; XVII - desenvolver estratégias, planos, programas, projetos e ações com o intuito de implementar a PMTMU.

Art. 48. São diretrizes da PMTMU:

I - priorização do transporte público coletivo, do transporte cicloviário e do deslocamento de pedestres, em relação ao transporte individual motorizado, especialmente nas centralidades e nas áreas mais carentes do município; II - articulação com o ordenamento territorial, promovendo a eficiência e o maior aproveitamento do transporte público coletivo; III - diminuição do desequilíbrio existente na destinação do espaço público para a mobilidade urbana, favorecendo o transporte público coletivo e os individual não motorizado; IV - promoção dos modos não motorizados como importante meio de transporte, por meio da definição de estratégias e ações; V - garantia da ampla participação da população e de setores da sociedade civil em todas as fases do planejamento e gestão da mobilidade urbana; VI - instalação de equipamentos urbanos de mobilidade integrados a áreas verdes e espaços livres; VII - definição de instrumentos para controle da oferta de vagas de estacionamento em áreas públicas e privadas, especialmente em áreas com tratamento prioritário ao transporte público coletivo e individual não motorizado; VIII - incentivo ao compartilhamento de veículos motorizados e não motorizados; IX - definição de regras para a utilização de áreas públicas de estacionamento para atividades de lazer e cultura; X - incentivo à utilização de veículos motorizados movidos por energias limpas, visando a redução da emissão de poluentes.

Art. 49. São ações estratégicas da PMTMU:

I - desenvolver o Sistema Municipal de Gerenciamento e Monitoramento do Tráfego, como instrumento de planejamento e monitoramento da mobilidade urbana;

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II - desenvolver o Índice de Participação Modal, no intuito de definir metas para a ampliação do uso do transporte público coletivo e do individual não motorizado; III - criar sistema de estacionamento pago rotativo em logradouros públicos; IV - desenvolver projetos de redesenho dos espaços públicos do município, priorizando os deslocamentos a pé e por bicicleta; V - adequar a velocidade dos veículos em áreas com grande fluxo de pedestres ou de bicicletas; VI - Regularização fundiária de interesse específico.

Art. 50. Constituem as principais metas da PMTMU, a partir da publicação desta Lei:

I - elaborar o Plano Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana em até 2 (dois) anos; II - desenvolver a Estratégia de Integração e Qualificação do Sistema Viário em até 2 (dois) anos; III - elaborar Inventário de Vias Públicas em até 1 (um) ano; IV - implementar o Sistema Municipal de Gerenciamento e Monitoramento do Tráfego em até 3 (três) anos.

SEÇÃO II - DO PLANO MUNICIPAL DE TRANSPORTE E MOBILIDADE URBAN A

Art. 51. O Poder Executivo Municipal elaborará o Plano Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana, ou PlanMob, como ação prioritária da PMTMU, de acordo com as determinações estabelecidas pela Política Nacional de Mobilidade Urbana - Lei Federal nº12.587/2012.

§ 1º - O PlanMob deverá ser elaborado de forma participativa e estar integrado e compatível com esta Lei e aos demais processos de planejamento na escala regional, estadual e federal.

§ 2º - O PlanMob deverá observar as determinações da Política Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana na forma desta Lei.

Art. 52. O PlanMob deverá observar as seguintes diretrizes gerais:

I - priorização do transporte público coletivo, do cicloviário e do deslocamento de pedestres; II - integração do transporte público coletivo municipal com o metropolitano; III - integração do(s) modo(s) de transporte público coletivo com o transporte individual não motorizado; IV - adequação dos itinerários de transporte público coletivo municipal, orientando-se pelas Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo definidas nesta Lei; V - definição de instrumentos para controle e uso compartilhado do transporte motorizado e não motorizado.

Art. 53. O PlanMob deverá desenvolver os seguintes conteúdos:

I - sistema viário; II - transporte público coletivo; III - transporte particular coletivo; IV - logística e transporte de carga; V - transporte hidroviário; VI - transporte aeroviário; VII - transporte público individual; VIII - transporte cicloviário;

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IX - deslocamento de pedestres.

Art. 54. O PlanMob deverá desenvolver o Índice de Conectividade do Sistema Viário, como forma de aferir a conectividade atual da malha viária e definir metas para o seu aprimoramento.

§ 1º - O Índice de Conectividade do Sistema Viário deverá considerar a densidade de intersecções e a densidade de vias.

§ 2º - As metas para o Índice de Conectividade do Sistema Viário deverão estar baseadas nos parâmetros que configurem um sistema viário integrado, sobretudo para o deslocamento de pedestres, e nas determinações de tamanhos máximos de quadras e lotes presentes nesta Lei.

Art. 55. O conteúdo do PlanMob deverá integrar o Sistema de Informações Municipais.

Art. 56. Lei municipal específica, subordinada à disposições aplicáveis desta Lei, instituirá o PlanMob.

SEÇÃO III - DA ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO SISTE MA VIÁRIO

Art. 57. O Poder Executivo Municipal irá desenvolver e implementar a Estratégia de Integração e Qualificação do Sistema Viário, que tem como finalidade precípua qualificar a mobilidade urbana do município e adequar a infraestrutura ao uso e ocupação do solo, por meio da articulação entre:

I - as definições da Política Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana, ou PMTU, especialmente os seus componentes; II - o Plano Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana; III - as determinações para o uso e ocupação do solo, especialmente relacionando as demandas a oferta de infraestruturas; IV - os instrumentos urbanísticos previstos nesta Lei ou em legislação correlata.

Art. 58. A Estratégia de Integração e Qualificação do Sistema Viário orientará os seguintes componentes desta Lei:

I - Áreas de Especial Interesse para Sistema Viário ou AESV; II - Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo ou AETC.

Art. 59. São objetivos da Estratégia de Integração e Qualificação do Sistema Viário:

I - estruturar, no território do município, os elementos básicos para a elaboração e implementação do Plano Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana; II - viabilizar a abertura de novas vias e a requalificação de vias e conexões viárias existentes, promovendo a integração e a melhoria da malha viária do município; III - garantir a prioridade na implantação das Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, visando dar condições para o funcionamento do transporte público coletivo com eficiência, eficácia e efetividade; IV - garantir que a implantação das infraestruturas, especialmente telecomunicações, energia elétrica, abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, esteja integrada com a execução das intervenções previstas nesta Estratégia, de forma a promover a eficiência na aplicação dos recursos;

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V - garantir a prioridade do transporte público coletivo, do transporte cicloviário e do deslocamento de pedestres, buscando reduzir as distâncias e garantir o conforto, a segurança e a acessibilidade nos trajetos; VI - mitigar as distorções geradas pela baixa capacidade das vias, com poucas faixas de circulação de veículos e calçadas estreitas ou inexistentes, em áreas com grande demanda de passagem de pessoas e cargas; VII - impedir o surgimento de novas vias com capacidade inadequada às demandas do uso e ocupação do solo presentes e futuras; VIII - identificar os logradouros públicos do município que foram ocupados e promover a restituição de sua função original de conexão viária; IX - conter a ocupação de áreas destinadas à reestruturação do sistema viário do município, referidas no art. 58, a fim de evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente natural e construído; X - conciliar os diferentes interesses, garantindo a prioridade no atendimento das demandas coletivas sobre as individuais; XI - garantir a transparência e o uso adequado de todos os recursos públicos; XII - garantir a ampla participação da população e de setores da sociedade civil na implantação da Estratégia; XIII - promover a utilização dos instrumentos previstos nesta Lei, em especial o Direito de Preferência, a Transferência do Direito de Construir, o Projeto de Intervenção Urbanística, a Concessão Urbanística e outros aplicáveis, de forma a possibilitar a viabilização de intervenções localizadas em terrenos particulares; XIV - articular-se com a Região Metropolitana da Grande Florianópolis, complementando e estruturando as vias para o transporte público coletivo integrado metropolitano dentro do território do município; XV - disponibilizar no Sistema de Informações Municipais as informações acerca das intervenções no sistema viário e da implantação de infraestruturas, de forma a permitir o acompanhamento e controle da sociedade; XVI - promover o gerenciamento da manutenção do sistema viário do município; XVII - elaborar e implementar o programa de que trata o art. 61; XVIII - desenvolver estratégias, planos, programas, projetos e ações com o intuito de implementar os objetivos da Estratégia.

Art. 60. São diretrizes da Estratégia de Integração e Qualificação do Sistema Viário:

I - integração e articulação entre as diferentes secretarias e órgãos do município competentes, para o desenvolvimento dos projetos, captação e gerenciamento de recursos, execução das intervenções e manutenção do sistema viário do município; II - viabilização das intervenções necessárias para atingir os objetivos da Estratégia e da PMTMU, de forma eficiente, eficaz e efetiva; III - estabelecimento de parcerias, convênios e articulações com diferentes agentes públicos e privados.

Art. 61. A Estratégia de Integração e Qualificação do Sistema Viário irá desenvolver o Programa de Integração e Qualificação do Sistema Viário, ou PIQV, com o objetivo de executar as intervenções de que trata o art. 58, observando as determinações desta Lei, em especial os objetivos da PMTMU.

§ 1º - O PIQV poderá ser desenvolvido no âmbito do Plano Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana.

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§ 2º - O PIQV estabelecerá as prioridades na implantação das intervenções e as metas para a sua execução.

§ 3º - O PIQV deverá ser implementado mediante acompanhamento e controle do Conselho da Cidade de São José, disponibilizando seu conteúdo para toda a população.

Art. 62. O Poder Executivo Municipal deverá elaborar o Inventário de Vias Públicas, de forma a identificar e caracterizar as vias públicas do município, existentes e indicadas nesta Lei, e que será disponibilizado no Sistema de Informações Municipais e que deverá conter, no mínimo:

I - nome da via; II - coordenadas geográficas; III - extensão; IV - perfil transversal; V - classificação como Áreas de Especial Interesse para Sistema Viário, conforme indicado nesta Lei; VI - identificação das via públicas ocupados; VII - identificação como via existente ou projetada; VIII - código da face de quadra; IX - pavimentação; X - identificação do Trecho de Sistema Viário, no que couber.

§ 1º - O Inventário de Vias Públicas deve ser usado como instrumento de planejamento e gerenciamento da manutenção do sistema viário do município.

§ 2º - A Estratégia de Integração e Qualificação do Sistema Viário irá utilizar o Inventário de Vias Públicas para identificar e caracterizar as vias públicas do município que foram ocupadas e promover a restituição de sua função original de conexão viária.

§ 3º - Assim como o Inventário de Vias Públicas, as ações necessárias para atender o disposto no § 2.º deverão estar disponíveis para toda a população, de forma a possibilitar o acompanhamento e controle social.

SEÇÃO IV - DO SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO

Art. 63. O Sistema de Transporte Público Coletivo da PMTMU estabelece orientações e coordena o conjunto de infraestruturas, serviços e equipamentos, visando ampliar o acesso e melhorar o funcionamento do transporte público coletivo de passageiros.

Art. 64. São elementos do Sistema de Transporte Público Coletivo:

I - as vias que dão suporte ao funcionamento do transporte público coletivo, especialmente as Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, definidos nesta Lei; II - os pontos de parada, abrigos de passageiros, estações e terminais de integração e transferência do transporte público coletivo municipal e metropolitano dentro do território do município; III - os veículos que prestam o serviço de transporte público coletivo; IV - as demais instalações de apoio ao funcionamento do serviço.

Art. 65. São objetivos do Sistema de Transporte Público Coletivo:

I - ampliar e qualificar a prestação do serviço de transporte público coletivo, de forma a garantir o amplo acesso no território do município e promover a inclusão social;

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II - promover a eficiência, eficácia e efetividade do transporte público coletivo no município; III - promover a implantação dos corredores e vias preferenciais para o transporte público coletivo municipal e metropolitano; IV - promover a integração entre os diferentes modos de transporte em escala municipal e metropolitana; V - otimizar os trajetos dos itinerários municipais, no sentido de evitar a necessidade de deslocar-se até Florianópolis para viagens com origem e destino dentro do território do município; VI - implantar pontos de parada, abrigos de passageiros, estações e terminais de integração e transferência, articulados com o transporte público coletivo metropolitano, principalmente nas Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, definidos nesta Lei; VII - favorecer a implantação das estações e terminais de transporte público coletivo metropolitano, em especial através da destinação de áreas aptas para estes fins; VIII - ampliar a atratividade do transporte público coletivo, através:

a) da redução e integração tarifária; b) da confiabilidade quanto ao cumprimento dos horários; c) do conforto, segurança e qualidade dos veículos empregados; d) do atendimento dos prestadores do serviço.

IX - garantir o transporte público coletivo acessível a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida; X - destinar espaços exclusivos e prioritários para a circulação de ônibus nas vias; XI - incentivar a renovação ou adaptação da frota, visando a redução de poluentes e de poluição sonora; XII - articular e adequar o mobiliário urbano para o melhor atendimento do transporte público coletivo; XIII - integrar o Sistema de Transporte Público Coletivo com as calçadas, faixas de pedestre, transposições e passarelas, visando ao pleno acesso do pedestre ao transporte público coletivo e aos equipamentos urbanos, bem como às áreas verdes e espaços livres; XIV - implantar sistema de gestão pública do transporte público coletivo, com planejamento operacional, controle da frequência e regularidade do serviço e acompanhamento dos custos e receitas; XV - desenvolver e implantar o Programa de Qualificação dos Abrigos de Passageiros, no sentido de fornecer conforto e segurança aos usuários do transporte público coletivo.

Art. 66. São diretrizes do Sistema de Transporte Público Coletivo:

I - controle da ocupação máxima dos ônibus em horários de pico, buscando o conforto e a segurança dos usuários; II - redução dos custos operacionais, visando a redução do valor da tarifa; III - ampliação das opções de horário e de itinerários; IV - disponibilização de informações nos abrigos de passageiros, estações e terminais de integração e transferência, em especial horários das linhas, mapa de localização, itinerários, linhas com acessibilidade a pessoas com deficiência e contato para atendimento dos usuários; V - controle da qualidade da prestação do serviço, em especial quanto às infraestruturas e ao atendimento.

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SEÇÃO V - DO SISTEMA DE LOGÍSTICA E TRANSPORTE DE CARGA

Art. 67. O Sistema de Logística e Transporte de Carga da PMTMU estabelece orientações e coordenada o conjunto de infraestruturas, serviços e equipamentos, que dão suporte aos serviços de transporte e armazenamento de cargas.

Art. 68. São elementos do Sistema de Logística e Transporte de Carga:

I - o sistema viário de interesse para a logística e transporte de carga; II - os Centros de Integração Logística, com armazenamento, transbordo e distribuição de cargas; III - os veículos de transporte de carga; IV - as demais instalações de apoio ao funcionamento do serviço.

Art. 69. São objetivos do Sistema de Logística e Transporte de Carga:

I - estruturar o desenvolvimento de atividades logísticas, visando a eficiência na prestação do serviço, em especial quanto ao tempo, custo e qualidade, e a redução da emissão de poluentes; II - identificar e promover o melhor aproveitamento dos potenciais de circulação, produção e consumo de mercadorias do município, articulado com a Região Metropolitana da Grande Florianópolis, visando maior eficiência da atividade logística; III - planejar e implantar infraestruturas de suporte à logística e transporte de carga em conjunto com as demais esferas de governo; IV - garantir a fluidez no transporte de cargas e mercadorias, visando o desenvolvimento econômico; V - buscar soluções para a inserção urbana dos serviços de logística e transporte que minimizem os conflitos de convivência com os demais usos urbanos e, em especial:

a) a definição de áreas para os Centros de Integração Logística de forma integrada com as cadeias produtivas e consumidoras do município e com a dinâmica regional e estadual; b) os locais que poderão ter restrições ao trânsito e o estacionamento de veículos em operação de carga e descarga; c) a destinação de vagas destinadas ao serviço de carga e descarga nos equipamentos públicos e privados.

VI - promover a implantação de condomínios logísticos, ou instalações com finalidades similares, nas Áreas de Especial Interesse para Desenvolvimento Econômico, especialmente por meio de incentivos fiscais e financeiros; VII - promover o desenvolvimento de atividades acessórias ao transporte e logística de cargas; VIII - regulamentar e monitorar a circulação de veículos de carga, incluindo as cargas perigosas ou superdimensionadas; IX - fortalecer o desenvolvimento do Programa de Economia Circular em São José, na forma do art. 95, no sentido de otimizar a logística de cargas nos processos produtivos.

Art. 70. São diretrizes do Sistema de Logística e Transporte de Carga:

I - estruturação da logística e transporte de carga, no sentido de reduzir o número de veículos e viagens e aumento da ocupação dos veículos; II - identificação, otimização e racionalização dos custos envolvidos em toda a cadeia logística entre a origem e o destino dos fluxos de transportes;

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III - restrição de circulação e/ou parada de veículos de carga nas vias com tratamento prioritário ao transporte coletivo, no sentido de minimizar incomodidades; IV - utilização de veículos de menor porte e menos poluentes para a distribuição urbana de mercadorias.

SEÇÃO VI - DO SISTEMA DE TRANSPORTE CICLOVIÁRIO

Art. 71. O Sistema de Transporte Cicloviário da PMTMU é caracterizado por um modo de transporte não motorizado, que estabelece orientações e coordena o conjunto de infraestruturas, destinadas ao deslocamento de ciclistas com conforto e segurança.

Art. 72. Constituem as infraestruturas do Sistema de Transporte Cicloviário:

I - as ciclovias; II - as ciclofaixas; III - as ciclorrotas; IV - os paraciclos e bicicletários; V - o sistema de compartilhamento de bicicletas.

Art. 73. São objetivos do Sistema de Transporte Cicloviário:

I - ampliar a atratividade do transporte cicloviário, criando uma rede complementar de transporte integrada, especialmente nas áreas com maior adensamento populacional e concentração de usos não residenciais; II - integrar a rede cicloviária com os demais modos de transporte, especialmente com o transporte público coletivo municipal e metropolitano; III - identificar a demanda pelo transporte cicloviário e os trajetos prioritários a serem implantados na rede cicloviária; IV - implantar bicicletários junto às estações e terminais do transporte público coletivo; V - reduzir a falta de segurança do transporte cicloviário junto aos demais modos de transporte; VI - incentivar a destinação de áreas com paraciclos junto às calçadas e às áreas para fruição pública; VII - proporcionar acesso aos equipamentos urbanos e áreas verdes e espaços livres por transporte cicloviário; VIII - avaliar a possibilidade de transportar bicicletas juntamente ao transporte coletivo.

Art. 74. São diretrizes do Sistema Transporte Cicloviário:

I - avaliação qualitativa periódica das condições das infraestruturas para o deslocamento cicloviário; II - conscientização sobre os benefícios do transporte cicloviário e os cuidados com a segurança nos deslocamentos junto com os demais modos de transporte; III - criação de sistema de compartilhamento de bicicletas.

SEÇÃO VII - DO SISTEMA DE DESLOCAMENTO DE PEDESTRES

Art. 75. O Sistema de Deslocamento de Pedestres da PMTMU é caracterizado por um modo de transporte não motorizado, que estabelece orientações e coordena o conjunto de infraestruturas, destinadas ao deslocamento de pedestres com autonomia, segurança e conforto.

Art. 76. Constituem as infraestruturas do Sistema de Deslocamento de Pedestres:

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I - as calçadas; II - as vias exclusivas para pedestres; III - as faixas de pedestres; IV - as transposições e passarelas.

Art. 77. São objetivos do Sistema de Deslocamento de Pedestres:

I - ampliar a atratividade do deslocamento a pé, qualificando a infraestrutura e integrando com os demais modos de transporte e com os equipamentos urbanos e áreas verdes e espaços livres; II - proporcionar o acesso a qualquer pessoa com autonomia, segurança e conforto, em especial pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida; III - promover a ampliação e qualificação das calçadas; IV - ampliar e incentivar a doação de calçadas, sobretudo, em rotas com maior fluxo de pedestres; V - incentivar a destinação de áreas, equipadas com mobiliário urbano e arborização, para fruição pública junto às calçadas; VI - garantir acesso aos parques e praças por deslocamento a pé; VII - reduzir a falta de segurança do deslocamento dos pedestres junto aos demais modos de transporte; VIII - revisar as legislações e normas municipais sobre os passeios públicos e compatibilizá-las às determinações desta Lei; IX - implantar o Plano Municipal de Caminhabilidade; X - implantar o Plano de Arborização das Vias e Espaços Públicos, de que trata o inciso V do art. 91 da Política Ambiental.

§ 1º - O Plano Municipal de Caminhabilidade, referido no inciso IX do caput, consiste em um plano específico, que deverá ser desenvolvido no Plano Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana, com o intuito de analisar a situação existente e promover soluções para as infraestruturas necessárias aos deslocamentos de pedestres.

§ 2º - No âmbito do Plano Municipal de Caminhabilidade será estabelecido o Índice de Caminhabilidade, que servirá de base para estabelecer um parâmetro qualitativo das infraestruturas e definir metas.

Art. 78. São diretrizes do Sistema de Deslocamento de Pedestres:

I - aplicação de medidas de acalmamento do tráfego em áreas residenciais ou com grande fluxo de pedestres, especialmente por meio de lombofaixas; II - inclusão de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, por meio de larguras adequadas e desníveis acessíveis nos passeios públicos; III - criação de norma para padronização de construção, instalação, manutenção, requalificação e intervenção nas calçadas e vias de pedestres; IV - avaliação qualitativa periódica das condições das infraestruturas para o deslocamento de pedestres; V - instalação de mobiliário urbano necessário para o conforto e segurança dos pedestres, em especial, iluminação pública, sinalização de trânsito e lixeiras; VI - adaptação das infraestruturas para o deslocamento de pedestres às necessidades de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida; VII - criação de galerias subterrâneas para o uso compartilhado de serviços como energia elétrica, telecomunicações, gás, sobretudo, em áreas de maior fluxo de pedestres.

CAPÍTULO IV - DA POLÍTICA MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E D EFESA CIVIL

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Art. 79. Nos termos do inciso III do caput, combinado com o §3º, ambos do art. 42-A, do Estatuto da Cidade, fica instituída a Política Municipal de Proteção e Defesa Civil, ou PMPDC.

Art. 80. A PMPDC abrange as ações de controle, prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação voltadas à proteção e defesa civil.

Art. 81. São objetivos da PMPDC:

I - executar a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil em âmbito local; II - instituir o Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil, incorporando as ações de proteção e defesa civil no planejamento municipal; III - estabelecer articulação com os governos estadual e federal, por meio do Sistema Nacional de Defesa Civil; IV - mapear e atualizar periodicamente o levantamento das áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, com a avaliação e classificação das áreas; V - ordenar, controlar e fiscalizar o uso do solo nas áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos; VI - criar sistema de fiscalização das áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos; VII - manter atualizados os dados e informações referentes às intervenções previstas, executadas ou em andamento, remoções realizadas e ocorrências registradas com seus respectivos danos, no Sistema de Informações Municipais; VIII - instituir fundo municipal para calamidades públicas, proteção e defesa civil; IX - atualizar sistematicamente o Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil; X - elaborar plano de implantação de obras e serviços para a redução de riscos de desastre; XI - planejar, promover e acompanhar a formação de núcleos comunitários de defesa civil; XII - planejar e implementar medidas necessárias à prevenção e à mitigação de impactos e desastres; XIII - propor, executar e fiscalizar ações de recuperação nas áreas impactadas por desastres; XIV - planejar ações de intervenção e realocação da população de áreas impactadas por desastres; XV - articular, junto aos municípios da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, políticas integradas para a redução e erradicação de riscos nas áreas próximas ou situadas nos limites intermunicipais; XVI - promover campanhas de informação e mobilização da população, relativas às ações de prevenção e de resposta a desastres; XVII - propor e executar ações de prevenção de riscos, de intervenção e apoio à população, em assentamentos precários; XVIII - garantir a participação da população, entidades privadas, associações de voluntários, clubes de serviços, organizações não governamentais e associações de classe e comunitárias nas ações do Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil e promover o treinamento de voluntários para atuação conjunta; XIX - implantar protocolos de prevenção e alerta e ações emergenciais em circunstâncias de desastres.

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Art. 82. Os planos, programas e ações da PMPDC devem ser orientados segundo as seguintes diretrizes:

I - prevenção e redução dos riscos geológicos e hidrológicos; II - promoção da segurança e proteção permanente da população frente à possibilidade e ocorrência de qualquer tipo de desastre; III - articulação dos setores e órgãos da Administração Pública e atores sociais, com a participação de órgãos estaduais e federais para o desenvolvimento da PMPDC; IV - restrição de novas áreas de risco, por meio de diretrizes de urbanização e edificação compatíveis com as potencialidades e restrições do meio físico; V - participação popular; VI - planejamento participativo; VII - articulação com as demais ações, planos e programas federais, estaduais e municipais, especialmente uso e ocupação do solo, habitação, drenagem e defesa civil; VIII - articulação com instrumentos de planejamento e gestão urbana.

Parágrafo Único. Os planos, programas e ações da PMPDC deverão considerar o mapeamento das áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, bem como deverão impor restrições ao uso e ocupação do solo nestas áreas, considerando aspectos socioambientais, especialmente com relação:

I - à adequação do regime fluvial; II - à recuperação das áreas sujeitas a ocorrência de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos; III - à preservação e recuperação das áreas com interesse para drenagem; IV - à recuperação dos espaços para o controle do escoamento de águas pluviais; V - ao manejo das águas pluviais, buscando a minoração das inundações e alagamentos; VI - à adequação e solução para saneamento básico; VII - ao manejo de resíduos sólidos; VIII - à conservação e proteção da vegetação nativa, dos recursos hídricos e da vida humana; IX - às necessidades habitacionais e sociais da população de baixa renda; X - à instalação de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanos.

Art. 83. A Prefeitura elaborará o Plano de implantação de obras e serviços para a redução de riscos de desastre como parte integrante da PMPDC.

Parágrafo Único. O Plano referido no caput deverá atender aos objetivos, estratégias e diretrizes desta Lei, e conter, no mínimo:

I - o mapeamento das áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos; II - o mapeamento das condições atuais de riscos geológico, geotécnico, hidrológico ou outros que incidem no município; III - proposições das intervenções estruturais necessárias para reduzir e mitigar as situações de risco de desastre; IV - definições de critérios de hierarquização do risco, zoneamento e seu respectivo cadastramento; V - as estimativas de custos das intervenções propostas;

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VI - mobilização, sensibilização e capacitação junto às comunidades e instituições diretamente ligadas a proteção e defesa civil do município.

Art. 84. A Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização frente aos Desastres Naturais é um dos instrumentos da PMPDC e visa fornecer subsídios para orientar a expansão da ocupação urbana de forma a garantir a segurança das populações locais.

Art. 85. Os dados e informações referidas no inciso VII do art. 81 deverão servir de subsídio para o gerenciamento das áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos e para os órgãos do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, devendo constar no Sistema de Informações Municipais, referido nesta Lei.

CAPÍTULO V - DA POLÍTICA AMBIENTAL

Art. 86. A Política Ambiental do Município de São José compreende ações de conservação, preservação e recuperação do meio ambiente e da paisagem, bem como a promoção de suas potencialidades, por meio de um conjunto de programas e planos, a serem executados pelo Poder Executivo Municipal, preferencialmente, em parceria com outras esferas administrativas, sejam outros municípios, o Estado, a União e a Sociedade Civil.

Art. 87. São diretrizes da Política Ambiental:

I - implementação de soluções regionalizadas; II - cooperação e associativismo intermunicipais; III - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente; IV - compatibilização entre uso e ocupação do solo, de forma a minimizar conflitos, incômodos e impactos ambientais; V - compatibilização e integração entre políticas e estratégias setoriais e ações de gestão ambiental; VI - prevalência do interesse público sobre o individual; VII - conscientização e educação ambiental; VIII - ampla participação e controle social; IX - facilitação do acesso e consulta às normas ambientais de âmbito local; X - disponibilização de recursos para a implantação da Política Municipal de Meio Ambiente.

Art. 88. São objetivos da Política Ambiental:

I - Implementar, no âmbito de suas atribuições:

a) a Política Nacional de Meio Ambiente; b) a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil; c) a Política Nacional de Recursos Hídricos; d) a Política Nacional de Saneamento Básico; e) a Política Nacional de Resíduos Sólidos; f) a Política Nacional de Mudanças Climáticas; g) a Lei Federal da Mata Atlântica; h) o Sistema Nacional de Unidades de Conservação; i) demais normas e regulamentos federais e estaduais aplicáveis;

II - preservar, conservar e recuperar o meio ambiente e a paisagem, de forma a melhorar a qualidade de vida das populações, presentes e futuras; III - compatibilizar o desenvolvimento social e econômico com a preservação da qualidade ambiental;

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IV - reduzir os impactos dos eventos naturais extremos sobres as populações; V - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente; VI - garantir a proteção dos recursos hídricos e dos possíveis mananciais de abastecimento público; VII - garantir o pleno acesso aos serviços de saneamento básico na área urbana; VIII - estimular o uso de técnicas construtivas que mitiguem os impactos ambientais; IX - controlar atividades poluentes e prejudiciais ao meio ambiente, compatibilizando-as com os demais usos do solo; X - ampliar o índice de áreas verdes urbanas por habitante, de forma a qualificar o ambiente urbano; XI - garantir a recuperação ou a reparação dos danos ambientais causados pelos agentes poluidores.

Art. 89. A Política Ambiental será executada e operacionalizada mediante apoio:

I - do Conselho Municipal de Meio Ambiente; II - da Fundação Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; III - do Fundo Municipal de Meio Ambiente; IV - das demais Secretarias Municipais e organismos da Administração Municipal, bem como as instituições governamentais e não governamentais com atuação no Município, cujas ações estão relacionadas ao desenvolvimento sustentável, a pesquisa, preservação e conservação do meio ambiente e aos padrões de apropriação e utilização dos recursos naturais.

Art. 90. São programas da Política Ambiental:

I - Programa de Qualificação das Áreas Verdes Urbanas; II - Plano de Gestão Integrada da Orla Marítima; III - Programa de Educação Ambiental; IV - Plano Municipal de Saneamento Básico; V - Programa Economia Circular em São José.

§ 1º - O Programa de Qualificação das Áreas Verdes Urbanas tem por objetivo qualificar o ambiente urbano, ampliando a oferta de áreas de lazer e de áreas verdes urbanas.

§ 2º - O Plano de Gestão Integrada da Orla Marítima tem por objetivo compatibilizar o uso e ocupação do solo na orla marítima com as políticas ambientais e de patrimônio da união.

§ 3º - O Programa de Educação Ambiental tem por objetivo promover ações contínuas de incentivo a hábitos, costumes e práticas que visem à proteção do meio ambiente.

§ 4º - O Plano Municipal de Saneamento Básico tem por objetivo melhorar os índices de salubridade e de qualidade ambiental, por meio do abastecimento de água potável, da coleta e tratamento do esgotamento sanitário, do manejo dos resíduos sólidos e da drenagem e uso das águas pluviais.

§ 5º - O Programa Economia Circular em São José tem por objetivo fomentar a competitividade das indústrias e promover o melhor aproveitamento dos resíduos sólidos.

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Art. 91. O Poder Executivo Municipal implementará o Programa de Qualificação das Áreas Verdes Urbanas, especialmente através das seguintes ações:

I - Identificar e cadastrar as áreas verdes urbanas no Sistema de Informações Municipais; II - estabelecer critérios de provisão e distribuição das áreas verdes e de lazer; III - classificaras áreas verdes destinadas à preservação ambiental e ao lazer; IV - elaborar e executar projetos necessários ao incremento e implementação de praças e parques urbanos; V - elaborar Plano de Arborização das Vias e Espaços Públicos, devendo conter no mínimo:

a) inventário qualitativo e quantitativo da arborização das vias e espaços públicos; b) diagnóstico do déficit de vegetação arbórea por zona e a indicação de ordem de prioridades de arborização; c) identificação das áreas e logradouros públicos passíveis de recepcionar vegetação arbórea; d) manual de arborização urbana;

VI - planejar a implantação das áreas verdes, visando o aumento gradual do índice de áreas verdes para 12m2 (doze metros quadrados) por habitante, tomando por base as estimativas de crescimento da população; VII - definir percentual de recursos do Fundo Municipal de Meio Ambiente a ser destinado para a implementação e manutenção das áreas verdes urbanas; VIII - estabelecer critérios para a utilização das contrapartidas ambientais na implantação das praças e parques urbanos.

Art. 92. O Poder Executivo Municipal implementará o Plano de Gestão Integrada da Orla Marítima, especialmente através das seguintes ações:

I - compatibilizar o uso e ocupação do solo com as políticas ambientais e de patrimônio da união; II - garantir o cumprimento da função socioambiental das áreas de domínio da União; III - fortalecer a capacidade de atuação e articulação de diferentes atores do setor público e privado na gestão integrada da orla; IV - desenvolver mecanismos de participação e controle social para sua gestão integrada; V - estimular atividades socioeconômicas compatíveis com o desenvolvimento sustentável da orla; VI - garantir o acesso público às praias; VII - promover soluções para a poluição da orla marítima.

Art. 93. O Poder Executivo Municipal implementará o Programa de Educação Ambiental, especialmente através das seguintes ações:

I - desenvolver, no currículo escolar, conteúdos transversais às disciplinas que abarquem uma compreensão integrada do meio ambiente com suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; II - incentivar a adoção de hábitos, costumes e práticas que visem a proteção do meio ambiente; III - fomentar o desenvolvimento de estudos, pesquisas, métodos e técnicas de utilização sustentável dos recursos naturais;

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IV - produzir e divulgar informações ambientais do município de forma sistemática; V - promovera educação ambiental nos Parques Municipais; VI - criar indicadores que viabilizem o acompanhamento e avaliação participativa pela Comunidade.

Art. 94. O Poder Executivo Municipal revisará o Plano Municipal de Saneamento Básico, em consonância com o Plano Nacional de Saneamento Básico e com a Lei Federal n°. 11.445/2007, e implementará as seguintes ações:

I - elaborar o Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos; II - implementar o Programa de planejamento de drenagem urbana, previsto no Plano Municipal de Saneamento Básico para a área de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais, executando as seguintes ações:

a) elaborar o Plano Diretor de Drenagem Urbana do município; b) regulamentar e criar medidas sociais de apoio ao setor de drenagem urbana; c) elaborar o Manual de Drenagem Urbana; d) promover campanha de educação ambiental, demostrando os problemas trazidos pela poluição dos sistemas de drenagem pluvial através do lixo e do esgoto sanitário;

III - implementar o Programa de manutenção e expansão do sistema de drenagem urbana, previsto no Plano Municipal de Saneamento Básico para a área de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais, especialmente através das seguintes ações:

a) elaborar cadastro de macrodrenagem na área urbana; b) elaborar cadastro de microdrenagem na área urbana; c) definir a padronização dos elementos de drenagem urbana, de acordo com manual de drenagem; e) promover a manutenção de redes de drenagem pluvial f) promover a manutenção dos cadastros de macro e microdrenagem na área urbana; g) adequar e fiscalizar as ligações indevidas de esgoto na rede de galerias de águas pluviais;

IV - implementar o Programa de monitoramento dos cursos d’água, previsto no Plano Municipal de Saneamento Básico para a área de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais, especialmente através das seguintes ações:

a) elaborar projeto de redes hidrométricas; b) adquirir e implantar de estações pluviométricas, limnimétricas, fluviométricas e sedimentométricas; c) criar um banco de dados e disponibilização de informações dos dados obtidos através das estações de monitoramento; d) elaborar projeto para monitoramento de qualidade da água dos principais cursos d’água do município apontando quais os parâmetros de qualidade da água devem ser avaliados; e) difundir os procedimentos operacionais da Defesa Civil em caso de desastres; f) analisar, manter e ampliar o banco de dados obtidos com as estações; g) promover o monitoramento hidrossedimentológico e de qualidade da água;

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h) promover a manutenção e monitoramento das estações existentes; i) implantar sistemas de alerta contra inundações; j) aplicar índices de qualidade de água;

V - implementar o Programa de revitalização dos cursos d’água, previsto no Plano Municipal de Saneamento Básico para a área de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais, especialmente através das seguintes ações:

a) promover o controle das condições ambientais e de escoamento de água dos corpos d’água; b) atualizar o mapeamento das áreas de preservação permanente; c) implantar os parques fluviais previstos no Sistema de Áreas Verdes Urbanas referido nesta Lei; d) desassorear os rios e canais naturais assoreados do Município;

VI - implementar o Programa de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil, especialmente através das seguintes ações:

a) incentivar a reinserção dos resíduos reutilizáveis ou recicláveis no ciclo produtivo; b) cadastrar áreas públicas ou privadas, aptas ao recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes; c) estabelecer processos de licenciamento para áreas de beneficiamento e disposição final de resíduos; d) proibir a disposição de resíduos de construção em áreas não licenciadas; e) definir critérios para o cadastramento de transportadores; f) orientar, fiscalizar e controlar os agentes envolvidos; g) promover ações educativas, visando reduzir a geração de resíduos e possibilitando a sua segregação;

VII - implementar o Programa para o gerenciamento dos resíduos sólidos recicláveis, especialmente através das seguintes ações:

a) estabelecer metas para a universalização do serviço de coleta seletiva nas áreas urbanizadas; b) implantar a coleta seletiva com participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; c) promover a implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas ou associações de catadores de materiais reutilizáveis e de recicláveis; d) promover o acompanhamento e controle da qualidade ambiental dos galpões de reciclagem a fim de evitar ambientes com vetores de doenças e condições de trabalho insalubres ou de risco; e) promover a prevenção e a redução da geração de resíduos sólidos no processo produtivo; f) promover a implantação e estruturação de sistemas de logística reversa que contemplem os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes; g) conceder incentivos fiscais para empresas que reduzam, reciclem ou façam reuso nos seus processos produtivos;

VIII - implementar o Programa de esgotamento sanitário, especialmente através das seguintes ações:

a) estabelecer metas de curto, médio e longo prazo para a universalização dos serviços de esgotamento sanitário no município;

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b) garantir a inclusão e atualização no Sistema de Informações Municipais dos dados referenciados à Rede de marcos geodésicos oficiais das redes de coleta e tratamento de esgoto; c) promover a ampliação da rede de coleta de esgoto; d) realizar estudo da capacidade e eficiência da Lagoa de Estabilização de Potecas; e) elaborar plano de contingência do sistema de esgotamento sanitário; f) adotar medidas para aumentar a eficiência da Lagoa de Estabilização de Potecas.

§ 1º - As medidas referidas na alínea fdo inciso IX do caput, deverão atender, especialmente, aos seguintes objetivos:

I - minimizar o incômodo gerado aos moradores dos bairros próximos, pela dispersão do mau-odor da Lagoa de Estabilização de Potecas; II - alcançar os padrões estabelecidos pela legislação ambiental; III - atender à demanda das populações presente e futura; IV - promover a captação dos gases da Estação de Tratamento de Esgoto de Potecas para a produção de biocombustíveis e economia circular; V - promover o adequado reuso das águas e lodo da Estação de Tratamento.

§ 2º - Os programas dispostos nos incisos VI e VII deste artigo, deverão compor o Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos referido no inciso I.

Art. 95. O Poder Executivo Municipal implementará o Programa Economia Circular em São José, especialmente através das seguintes ações:

I - apoiar a obtenção de certificações de sustentabilidade, que reconheçam as empresas que adotem este sistema produtivo; II - promover o incentivo ao desenvolvimento de projetos e de produtos que considerem aspectos relacionados com a reciclagem e com o reaproveitamento de materiais; III - promover a evolução de um modelo linear de produção para um modelo circular, buscando o aproveitamento de resíduos, normalmente descartados, para retornarem ao ciclo produtivo; IV - destinar áreas próprias, articuladas com as redes de logística, para a coleta de resíduos, separação e reaproveitamento ou reciclagem; V - promover as ações indicadas no Plano Municipal de Gestão dos Resíduos Sólidos, principalmente relacionados ao reaproveitamento dos resíduos.

CAPÍTULO VI - DA POLÍTICA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRI A

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 96. A Política de Regularização Fundiária compreende o conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais que tem por objetivo a regularização de assentamentos irregulares e a titulação de seus ocupantes, de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Parágrafo Único. Na elaboração e execução dos projetos a serem executados no âmbito da Política de Regularização Fundiária:

I - serão consideradas as definições previstas no art. 47 da Lei Federal n.º 11.977/2009;

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II - deverão ser definidos, nos seus projetos, no mínimo, os elementos referidos no art. 51 da Lei Federal n.º 11.977/2009.

Art. 97. Os projetos de regularização fundiária poderão ocorrer em uma das duas seguintes modalidades:

I - Regularização Fundiária de Interesse Social; II - Regularização Fundiária de interesse Específico.

Parágrafo Único. Lei municipal específica, elaborada com base nas disposições aplicáveis da Lei Federal n.º 11.977/2009 e neste Capítulo, estabelecerá os procedimentos para o licenciamento urbanístico das modalidades referidas no caput.

SEÇÃO II - DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE INTERESSE SOCIAL

Art. 98. A regularização fundiária de interesse social é o conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais, destinadas a assentamentos irregulares ocupados, predominantemente, por população de baixa renda, nos casos:

I - em que a área esteja ocupada, de forma mansa e pacífica, há, pelo menos, 5 (cinco) anos; II - de imóveis situados nas Áreas de Especial Interesse Social, ou AEIS, decorrentes desta Lei; III - de áreas pertencentes ao patrimônio da União, do Estado ou do Município declaradas de interesse para implantação de projetos de regularização fundiária de interesse social. IV - em demais áreas decorrentes do processo de demarcação urbanística, observado o disposto no art. 100

Art. 99. Sem prejuízo de outros meios de prova, o prazo de que trata o inciso I do caput poderá ser demonstrado por meio de fotos aéreas da ocupação ao longo do tempo exigido.

Art. 100. Nos processos de regularização fundiária de interesse social, o Município poderá lavrar auto de demarcação urbanística, observando as disposições do art. 56 da Lei Federal 11.977/2009.

§ 1º - Além do disposto no §1.º do art. 56 da Lei Federal 11.977/2009, o auto de demarcação urbanística deverá ser instruído com as disposições aplicáveis sobre zoneamento da área.

§ 2º - Lavrado o auto de demarcação urbanística, o Município deverá proceder de acordo com o disposto nos arts. 57 a 60-A da Lei 11.977/2009.

Art. 101. A regularização fundiária de interesse social será condicionada:

I - ao licenciamento urbanístico do projeto de regularização; II - ao licenciamento ambiental pelo órgão ambiental do Município, com a anuência de seu respectivo conselho de meio ambiente; III - à aprovação pelo Conselho da Cidade de São José.

§ 1º - No projeto referido no inciso I do caput, deverá ser observado o disposto nos arts. 54 e 55 da Lei Federal n.º 11.977/2009.

§ 2º - Caso o projeto referido no inciso I do caput abranger área de Unidade de Conservação de Uso Sustentável que, nos termos da Lei Federal n.º 9.985, de 18 de julho de 2000, admita a regularização, será exigida também anuência do órgão gestor da Unidade.

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§ 3º - O projeto de regularização referido no inciso I do caput deverá considerar o Mapa 07 e a Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização, e adotar as medidas técnicas cabíveis para garantir a segurança das populações locais.

SEÇÃO III - DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE INTERESSE ESPECÍFICO

Art. 102. A regularização fundiária de interesse específico é o conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais destinadas a ocupações existentes que comprovadamente não estejam suscetíveis a deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, e que comprovadamente seja possível evitar impactos de vizinhança por meio de medidas mitigatórias ou compensatórias.

Art. 103. A regularização fundiária de interesse específico ficará condicionada:

I - ao licenciamento urbanístico do projeto de regularização; II - ao licenciamento ambiental pelo órgão ambiental do Município, com a anuência de seu respectivo conselho de meio ambiente. III - à aprovação pelo Conselho da Cidade de São José; IV - à observância das disposições aplicáveis sobre zoneamento da área.

§ 1º - O projeto de que trata o inciso I do caput deverá observar as restrições à ocupação de Áreas de Preservação Permanente e demais disposições previstas na legislação ambiental.

§ 2º - A autoridade licenciadora poderá exigir contrapartida e compensações urbanísticas e ambientais, na forma da legislação vigente, em especial desta Lei, observado o art. 104.

§ 3º - O projeto de regularização referido no inciso I do caput deverá considerar o Mapa 07 e a Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização, e adotar as medidas técnicas cabíveis para garantir a segurança das populações locais.

Art. 104. O Município deverá definir, nas licenças urbanística e ambiental da regularização fundiária de interesse específico, as responsabilidades cabíveis, relativas à implantação:

I - do sistema viário; II - da infraestrutura básica; III - dos equipamentos comunitários definidos no projeto de regularização fundiária; IV - das medidas de mitigação e de compensação urbanística e ambiental eventualmente exigidas.

§ 1º - A critério da autoridade licenciadora, as responsabilidades previstas no inciso IV caput poderão ser compartilhadas com os beneficiários da regularização fundiária de interesse específico, com base na análise de, pelo menos, 2 (dois) aspectos:

I - os investimentos em infraestrutura e equipamentos comunitários já realizados pelos moradores; II - o poder aquisitivo da população a ser beneficiada.

§ 2º - As medidas de mitigação e de compensação urbanística e ambiental exigidas na forma do inciso IV do caput deverão integrar termo de compromisso, firmado perante as autoridades licenciadoras dos âmbitos urbanístico e ambiental, ao qual se garantirá força de título executivo extrajudicial.

CAPÍTULO VII - DA POLÍTICA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO

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Art. 105. A Política Municipal de Habitação, ou PMH, tem como finalidade precípua atender às necessidades habitacionais do município, presentes e futuras, voltada a universalizar o acesso à moradia com condições adequadas de habitabilidade para todo cidadão, tendo como prioridade o atendimento à população de baixa renda.

Art. 106. São objetivos da PMH:

I - revisar e implementar o Plano Local de Habitação de Interesse Social, ou PLHIS; II - prover habitação de interesse social em áreas dotadas de infraestrutura, transporte coletivo e oferta de empregos e que proporcionem fácil acesso à equipamentos públicos urbanos e atividades de cultura e lazer; III - prover habitações de interesse social de forma distribuída e de modo a evitar a criação de grandes áreas segregadas; IV - diversificar os programas de habitação de interesse social, de acordo com as características diferenciadas da demanda; V - garantir a assistência técnica pública e gratuita para habitação de interesse social; VI - criar programas voltados à melhoria habitacional, preferencialmente associados a serviços de assistência técnica, qualificando a moradia no bairro em que as famílias já vivem e no qual já têm suas relações sociais e culturais; VII - desenvolver estratégias, planos, programas, projetos e ações com o intuito de adquirir terras urbanas adequadas e bem localizadas destinadas à provisão de novas habitações de interesse social; VIII - promover a diversidade tipológica e construtiva das habitações de interesse social; IX - incentivar a adoção de tecnologias socioambientais, em especial as relacionadas ao uso de energia solar e ao manejo da água e dos resíduos sólidos; X - buscar o aprimoramento institucional com base em capacitações, estudos e pesquisas para melhorar a qualidade das edificações e evitar o surgimento de novos assentamentos precários; XI - promover ações de pós-ocupação e acompanhamento das famílias nos novos assentamentos habitacionais; XII - integrar e compatibilizar os planos, programas, projetos e ações da Politica Municipal de Habitação com demais políticas setoriais municipais, estaduais e federais.

Art. 107. A Prefeitura Municipal deverá revisar o PLHIS, no mínimo, a cada 4 (quatro) anos.

§ 1º - O PLHIS deverá ser revisado de forma participativa, com acompanhamento e controle do Conselho da Cidade de São José, e estar integrado e compatível com esta Lei e com os demais processos de planejamento na escala regional, estadual e federal, especialmente a Política Nacional de Habitação.

§ 2º - O PLHIS deverá delimitar novas Áreas de Especial Interesse Social do tipo AEIS-C, em concordância com os objetivos estabelecidos nesta política.

Art. 108. A Prefeitura Municipal deverá buscar mecanismos de gestão para a formulação e execução dos planos, programas, projetos e ações necessários para atingir os objetivos estabelecidos neste Capítulo.

Art. 109. O conselho da área habitacional e o respectivo fundo local deverão ser estruturados de forma a integrar o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social.

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Art. 110. Os levantamentos elaborados pelo PLHIS, em especial, o cadastro dos assentamentos precários, deverão constar no Sistema de Informações Municipais para fins de acompanhamento e controle social e de elaboração de projetos e programas de habitação de interesse social.

Art. 111. O instrumento Cota de Habitação de Interesse Social deverá ser aplicado observando as determinações da PMH.

CAPÍTULO VIII - DA POLÍTICA MUNICIPAL DE DESENVOLVI MENTO E VALORIZAÇÃO DA IDENTIDADE

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 112. A Política de Desenvolvimento e Valorização da Identidade, ou PDVI, compreende ações, programas e planos voltados para o desenvolvimento cultural e artístico, bem como para a gestão do patrimônio paisagístico, histórico e cultural do Município de São José.

Art. 113. Constituem finalidades da PDVI:

I - promover a gestão do Patrimônio Paisagístico; II - promover a gestão do Patrimônio Histórico e Cultural; III - promover o desenvolvimento cultural e artístico; IV - promover ações de valorização da identidade do Município.

SEÇÃO II - DO PATRIMÔNIO PAISAGÍSTICO

Art. 114. O Patrimônio Paisagístico do Município de São José é bem natural ou construído e constitui elemento essencial ao bem-estar e à sensação de conforto individual e social, fundamental para a qualidade de vida.

Art. 115. As ações públicas e privadas com interferência na paisagem deverão atender ao interesse público, conforme os seguintes objetivos:

I - promover ações de melhoria da paisagem urbana nos espaços públicos; II - garantir o direito do cidadão à fruição da paisagem; III - propiciar a identificação, leitura e apreensão da paisagem e de seus elementos constitutivos, públicos e privados, pelo cidadão; IV - incentivar a preservação da memória e do patrimônio histórico, cultural, religioso e ambiental e a valorização do ambiente natural e construído; V - garantir a segurança, a fluidez e o conforto nos deslocamentos de veículos e pedestres, adequando os passeios às necessidades das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida; VI - proporcionar a preservação e a visualização das características peculiares dos logradouros e das fachadas dos edifícios; VII - contribuir para a preservação e a visualização dos elementos naturais tomados em seu conjunto e em suas peculiaridades ambientais; VIII - facilitar o acesso e utilização das funções e serviços de interesse coletivo nas vias e logradouros e o fácil e rápido acesso aos serviços de emergência, tais como bombeiros, ambulâncias e polícia; IX - condicionar a regulação do uso e ocupação do solo e a implantação de infraestrutura à preservação da paisagem urbana em seu conjunto e à melhora da qualidade de vida da população; X - condicionar a instalação de galerias subterrâneas compartilhadas, em áreas de interesse paisagístico do município, para os serviços públicos, principalmente

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energia elétrica, gás canalizado, saneamento e telecomunicações, desde que compatíveis; XI - incentivar ações públicas e privadas de recuperação, restauração e manutenção de fachadas e passeios públicos em áreas degradadas.

Art. 116. São diretrizes específicas para o ordenamento e a gestão da paisagem:

I - elaborar normas de ordenamento territorial relacionadas à inserção de elementos na paisagem urbana que considere as diferentes porções da cidade em sua totalidade, a diversidade dos bairros, os bens culturais e ambientais de interesse de preservação, o sistema edificado e a infraestrutura; II - condicionar a implantação dos sistemas de infraestrutura à sua adequada inserção na paisagem, especialmente no que se refere à fragilidade ambiental e aos condicionantes geológico-geotécnicos, à diversidade dos bairros da cidade, à preservação dos bens culturais e ambientais de interesse para preservação e ao sistema edificado existente; III - identificar elementos significativos e referenciais da paisagem urbana e estabelecer medidas de preservação de eixos visuais que garantam sua apreensão pelos cidadãos; IV - garantir a participação da comunidade nos processos de identificação, valorização, preservação e conservação dos territórios culturais e elementos significativos da paisagem; V - promover o combate à poluição visual, bem como à degradação ambiental; VI - proteger, recuperar e valorizar o patrimônio cultural, paisagístico, bem como o meio ambiente natural ou construído da cidade; VII - estabelecer o regramento das características de aproveitamento, dimensionamento e ocupação de lotes e glebas de forma compatível aos objetivos e diretrizes desta lei, introduzindo a paisagem urbana como critério de composição do sistema edificado; VIII - promover ações de melhoria da paisagem urbana nos espaços públicos, em especial o enterramento do cabeamento aéreo, a arborização urbana, o alargamento, qualificação e manutenção de calçadas, em atendimento às normas de acessibilidade universal, dentre outras medidas que contribuam para a promoção da cultura da sustentabilidade e garantam o direito à cidade; IX - ordenar a inserção de anúncios nos espaços públicos, proibindo a publicidade, em atendimento aos objetivos expressos nesta lei; X - incentivar a recuperação da paisagem degradada; XI - assegurar a proteção da paisagem rural; XII - incentivar ações públicas e privadas de recuperação, restauração e manutenção de fachadas e passeios públicos em áreas degradadas.

Art. 117. Para garantir as ações públicas e privadas relacionadas ao ordenamento e proteção da paisagem, a Prefeitura deverá elaborar Plano de Ordenamento e Proteção da Paisagem do território municipal, preferencialmente de forma articulada com os municípios vizinhos, contendo, no mínimo:

I - a elaboração de normas e programas específicos para os distintos setores da Cidade, considerando a diversidade da paisagem nas várias regiões que a compõem; II - o disciplinamento dos elementos presentes nas áreas públicas, considerando as normas de ocupação das áreas privadas e a volumetria das edificações que, no conjunto, são formadoras da paisagem urbana; III - a criação de novos padrões, mais restritivos, de comunicação institucional, informativa ou indicativa;

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IV - a adoção de parâmetros de dimensões, posicionamento, quantidade e interferência mais adequados à sinalização de trânsito, aos elementos construídos e à vegetação, considerando a capacidade de suporte da região; V - o estabelecimento de normas e diretrizes para a implantação dos elementos componentes da paisagem urbana e a correspondente veiculação de publicidade; VI - a criação de mecanismos eficazes de fiscalização sobre as diversas intervenções na paisagem urbana.

SEÇÃO III - DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL

Art. 118. O Patrimônio Histórico e Cultural do Município de São José é composto por bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores de sua sociedade.

Parágrafo Único. O Patrimônio Histórico e Cultural divide-se em bens que compõem:

I - o Patrimônio de Natureza Material, no qual se incluem:

a) acervos de documentos de valor histórico e cultural, pertencentes à Prefeitura; b) bens culturais materiais protegidos por legislação específica; c) conjunto de edificações e espaços públicos municipais de uso cultural. d) conjunto de edificações históricas e museus pertencentes ao Poder Público; e) sítios arqueológicos; f) áreas ou territórios de preservação cultural; g) acervo de monumentos e obras de arte urbana, localizadas em espaços públicos e edificações municipais; h) acervos de obras de arte, de bens da cultura popular e de bens móveis de valor histórico e cultural, pertencentes ao Poder Público.

II - o Patrimônio de Natureza Imaterial, no qual se incluem:

a) as criações científicas, artísticas e tecnológicas; b) as formas de expressão; c) os modos de criar, fazer e viver.

Art. 119. Constituem objetivos para as ações, planos, programas, instrumentos, e atos normativos voltados para a gestão do Patrimônio Histórico e Cultural:

I - possibilitar o desenvolvimento ordenado e sustentável das Áreas de Interesse Histórico e Cultural, tendo como premissa a preservação do Patrimônio Histórico e Cultural; II - proteger, preservar, conservar, restaurar e valorizar os bens que integram o Patrimônio Histórico e Cultural do Município; III - promover, manter atualizado e disponibilizar o inventário, a identificação, e o registro dos bens que compõem o Patrimônio Histórico e Cultural do Município; IV - instituir o Registro dos Bens do Patrimônio de Natureza Imaterial; V - fomentar a participação social na gestão dos bens que compõem o Patrimônio Histórico e Cultural do Município; VI - promover a articulação e integração dos órgãos federais, estaduais e municipais, responsáveis pelos bens que compõem o Patrimônio Histórico e Cultural;

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VII - incentivar parcerias entre diversos agentes públicos e privados para a manutenção e valorização do acervo de monumentos e obras de arte urbana; VIII - estimular o uso público do Patrimônio Histórico e Cultural; IX - desenvolver programas e ações de educação patrimonial, a partir dos bens culturais e demais elementos que compõem o Patrimônio Histórico e Cultural; X - incentivar a identificação e desenvolvimento de projetos de valorização de áreas ou territórios representativos da identidade e memória cultural, histórica e urbanística para a formação da cidade; XI - inventariar, cadastrar e proteger áreas e sítios de interesse arqueológico; XII - gerenciar e implementar em âmbito local o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial.

Art. 120. O Município deverá elaborar e implementar Plano Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural com os seguintes objetivos específicos:

I - desenvolver diretrizes e objetivos e instituir estratégias, programas e ações no sentido de atingir os objetivos estabelecidos na PDVI, especialmente os relacionados ao Patrimônio Histórico e Cultural; II - gerenciar o conjunto de ações relacionadas ao Patrimônio Histórico e Cultural do Município; III - identificar e preservar os eixos históricos e culturais, constituídos a partir de corredores e caminhos representativos da identidade e memória cultural, histórica, artística, paisagística, arqueológica e urbanística para a formação da cidade, podendo fazer parte de territórios e paisagens culturais e de áreas envoltórias de bens tombados.

TÍTULO III - DOS INSTRUMENTOS

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 121. Na elaboração, execução e revisão da política de desenvolvimento e expansão urbana, o Poder Público Municipal deverá utilizar, de forma isolada ou combinada, os instrumentos previstos no Estatuto da Cidade, nesta Lei e em demais normas específicas.

Parágrafo Único. Os instrumentos possibilitam a intervenção do Poder Público Municipal em determinado espaço territorial urbano, visando:

I - induzir do desenvolvimento urbano; II - controlar o parcelamento, o uso e a ocupação do solo urbano; III - promover regularização fundiária; IV - promover a gestão social da valorização do solo urbano; V - gestão social da valorização fundiária urbana; VI - gestão social da valorização terra; VII - financiar a Política Urbana; VIII - promover a gestão democrática da cidade; IX - induzir a função social da propriedade e da cidade.

Art. 122. A utilização de qualquer instrumento deverá respeitar as condicionantes previstas nesta Lei e em legislação correlata, bem como se orientará pelos objetivos previstos para cada unidade territorial.

Art. 123. Para os fins desta Lei, os instrumentos previstos neste Capítulo classificam-se em:

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I - de uso amplo, são os que podem ser utilizados em qualquer unidade territorial; II - de uso restrito, são os que somente podem ser utilizados em unidade territorial específica, expressamente indicada pelo Zoneamento.

§ 1º - Considera-se instrumentos de uso amplo:

I - Ambiente virtual de participação social; II - Áreas especiais de interesse social (AEIS); III - Arrecadação de bens abandonados; IV - Assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos; V - Audiência pública; VI - Autorização, permissão ou concessão de uso de bens públicos municipais; VII - Avaliação Ambiental Estratégica (AAE); VIII - Cadastro de Valor de Terreno para fins de Aplicação de Instrumentos Urbanísticos (CVT); IX - Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM); X - Carta geotécnica de aptidão à urbanização (CGAU); XI - Cessão da Posse; XII - Chancela da paisagem cultural; XIII - Concessão de Direito Real de Uso (CDRU); XIV - Concessão de serviços públicos municipais; XV - Concessão de uso especial para fins de moradia; XVI - Conciliação e a mediação; XVII - Conferência municipal; XVIII - Conselhos municipais; XIX - Consórcios públicos XX - Consulta pública; XXI - Contribuição de melhoria; XXII - Convênios e acordos técnicos, operacionais e de cooperação institucional; XXIII - Cota de Habitação de Interesse Social; XXIV - Demarcação urbanística para fins de regularização fundiária; XXV - Desapropriação; XXVI - Direito de preferência, ou direito de preempção; XXVII - Direito de superfície; XXVIII - Diretrizes orçamentárias e orçamento anual; XXIX - Doação; XXX - Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV); XXXI - Estudo prévio de impacto ambiental (EIA) XXXII - Fórum Permanente dos Conselhos Setoriais; XXXIII - Fundos municipais; XXXIV - Gestão orçamentária participativa; XXXV - Iniciativa popular de projeto de lei; XXXVI - Inquérito Civil e Ação Civil Pública; XXXVII - Inventários temáticos; XXXVIII - Legitimação de posse; XXXIX - Licenciamento e fiscalização de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; XL - Limitações administrativas; XLI - Mapa de áreas suscetíveis a inundação e deslizamento, áreas de risco e áreas de preservação permanente;

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XLII - Mesa de diálogo; XLIII - Orçamento participativo; XLIV - Outorga onerosa do direito de construir (OODC); XLV - Ouvidoria pública; XLVI - Penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental; XLVII - Plano plurianual; XLVIII - Planos de desenvolvimento econômico e social; XLIX - Plano de Salvaguarda. L - Planos, programas e projetos setoriais; LI - Projetos Especiais (PE); LII - Recursos orçamentários municipais; LIII - Referendo e plebiscito; LIV - Registro do patrimônio imaterial; LV - Regularização fundiária; LVI - Servidão administrativa; LVII - Sistema de informações municipais; LVIII - Taxas; LIX - Termo de ajuste de conduta ou termo administrativo de ajustamento de conduta (TAC); LX - Tombamentos de imóveis ou de mobiliário urbano; LXI - Unidade de Referência; LXII - Unidade Territorial de Planejamento e Gestão – UTPG; LXIII - Usucapião especial de imóvel urbano; LXIV - Zoneamento ambiental; LXV - Zoneamento.

§ 2º - Considera-se instrumentos de de uso restrito:

I - Concessão urbanística; II - Consórcio imobiliário; III - Desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) Progressivo no Tempo; V - Incentivos e benefícios fiscais, financeiros e econômicos; VI - Incentivos urbanísticos; VII - Operação urbana consorciada (OUC); VIII - Outorga onerosa de alteração de uso (OOAU); IX - Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios (PEUC); X - Parcerias público-privadas (PPP); XI - Plano local de equipamentos urbanos, espaços livres e áreas verdes (PLEU); XII - Plano local de revitalização do centro histórico (PRCH); XIII - Projetos de intervenção urbanística (PIU); XIV - Reordenamento urbano integrado (RUI); XV - Transferência do direito de construir (TDC). XVI - Unidades de conservação (UC).

CAPÍTULO II - DA ARRECADAÇÃO DE BENS ABANDONADOS

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Art. 124. O Poder Público Municipal poderá arrecadar, como bem vago, imóveis abandonados pelos seus respectivos proprietários, independentemente de indenização, nos termos do art. 1.276, do Código Civil Brasileiro.

Art. 125. O Poder Público Municipal poderá aplicar a Arrecadação de Imóvel Abandonados quando ocorrerem uma ou mais das seguintes circunstâncias:

I - o imóvel encontrar-se vago, sem utilização e sem responsável pela sua manutenção, integridade, limpeza e segurança; II - o proprietário não tiver mais a intenção de conservá-lo em seu patrimônio; III - o imóvel não estiver na posse de outrem; IV - cessados os atos de posse, estar o proprietário inadimplente com o pagamento dos tributos municipais incidentes sobre a propriedade imóvel.

Art. 126. O imóvel que for incorporado ao patrimônio público do Município em razão do seu abandono deverá ser utilizado para as finalidades definidas no art. 140 e referidas no art. 26 do Estatuto da Cidade.

Art. 127. Verificada a situação de abandono de imóvel, o Poder Público Municipal deverá lavrar Auto de Infração, bem como procederá à instrução de processo administrativo competente.

Art. 128. Caberá ao Poder Executivo Municipal adotar as medidas necessárias para a regularização do imóvel arrecadado junto ao Registro Imobiliário competente, e para a incorporação definitiva ao patrimônio público, bem como para sua destinação às finalidades previstas no art. 126.

Art. 129. Caberá ao Poder Público Municipal adotar as providências necessárias à conservação dos bens arrecadados.

Art. 130. Lei municipal específica, com base neste Plano Diretor, estabelecerá as demais condições para arrecadação de imóveis abandonados, bem como os demais elementos necessários para a aplicação do instrumento previsto neste Capítulo.

CAPÍTULO III - DO DIREITO DE PREEMPÇÃO

Art. 131. Considera-se Direito de Preempção a preferência conferida ao Poder Executivo Municipal para a aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares, pelo prazo de 5 (cinco) anos, renovável a partir de um ano após o decurso do prazo inicial de vigência, nos termos dos artigos 25, 26 e 27 do Estatuto da Cidade.

§ 1º - O Poder Executivo Municipal deverá notificar os proprietários de imóvéis situados em áreas sujeitas ao Direito de Preempção, bem como o respectivo Cartório de Registro de Imóveis competente.

§ 2º - Os imóveis colocados à venda em áreas sujeitas à incidência do Direito de Preempção deverão ser, obrigatoriamente, oferecidos ao Poder Executivo Municipal, que terá preferência para sua aquisição.

§ 3º - A renovação do Direito de Preempção prevista no caput ocorrerá por ato do Poder Executivo Municipal, e deverá ser submetida à aprovação do Conselho da Cidade.

Art. 132. O Direito de Preempção somente poderá ser exercido para atender as finalidades previstas no art. 140.

Art. 133. A incidência do Direito de Preempção está prevista nas Unidades Territoriais definidas nesta Lei poderá, ainda, ser definida no âmbito do Plano de

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Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres, do Plano Local de Habitação de Interesse Social, do Programa de Integração e Qualificação do Sistema Viário, e.

Art. 134. O proprietário de imóveis sujeitos a incidência do Direito de Preempção deverá notificar o Poder Público Municipal, comunicando a intenção de alienar seu imóvel.

Parágrafo Único. A notificação referida no caput deverá ser acompanhada da proposta de compra assinada por terceiro interessado na aquisição do imóvel, na qual constarão, no mínimo, o preço, as condições de pagamento, e prazo de validade.

Art. 135. Lei específica regulará as demais condições para a aplicação do instrumento.

CAPÍTULO IV - DO DIREITO DE SUPERFÍCIE

Art. 136. O Direito de Superfície constitui instrumento que permite ao Poder Público Municipal:

I - conceder, mediante contrapartida de interesse público, o direito de superfície de seus bens imóveis; II - receber em concessão, diretamente ou por meio de seus órgãos, empresas ou autarquias, nos termos da legislação específica em vigor, o direito de superfície de bens imóveis.

§ 1º - O Direito de Superfície poderá ser aplicado mediante a utilização de espaços aéreos e subterrâneos, nos termos dos artigos 21, e seguintes do Estatuto da Cidade.

§ 2º - A aplicação do Direito de Superfície deverá ser formalizada através de registo imobiliário junto à escritura pública do imóvel cedente.

CAPÍTULO V - DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONST RUIR

Art. 137. O Poder Executivo Municipal poderá conceder, por meio de outorga onerosa, o direito de construir correspondente ao Potencial Construtivo Adicional, ou PCA, mediante contrapartida financeira a ser prestada pelos beneficiários, nos termos dos arts. 28 e seguintes do Estatuto da Cidade, e de acordo com as regras estabelecidas nesta Lei.

§ 1º - Para os fins desta Lei, Outorga Onerosa do Direito de Construir, ou OODC, é a concessão pelo Poder Executivo Municipal de Potencial Construtivo Adicional de Outorga Onerosa do Direito de Construir, ou PCAo, condicionada pelo pagamento de contrapartida financeira definida na forma desta Lei.

§ 2º - O PCAo de um lote corresponde à diferença entre Potencial Construtivo Pretendido, ou PCP, e o Potencial Construtivo Básico, ou PCB, obtido através de Outorga Onerosa do Direito de Construir.

§ 3º - O resultado da soma do PCB e do PCAo não poderá ser superior ao Potencial Construtivo Máximo, ou PC-máx, admitido para o respectivo lote.

Art. 138. O Poder Executivo Municipal somente poderá fazer a concessão de que trata o art. 137, mediante as devidas comprovações de capacidade, atual ou projetada, de suporte da infraestrutura para atendimento das necessidades criadas pelo empreendimento, em especial:

I - abastecimento de energia elétrica; II - abastecimento de água potável; III - esgotamento sanitário;

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IV - drenagem e manejo das águas pluviais; V - geração de tráfego e demanda por transporte público coletivo.

Art. 139. A aplicação da Outorga Onerosa do Direito de Construir possibilita, especialmente:

I - a indução do desenvolvimento urbano; II - o financiamento da política urbana; III - a promoção de uma urbanização justa, racional e sustentável; IV - a efetivação da função social e ambiental da propriedade e da cidade.

Art. 140. Os recursos auferidos com as contrapartidas financeiras oriundas de Outorga Onerosa do Direito de Construir serão destinados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, e deverão ser utilizados com as seguintes finalidades:

I - regularização fundiária; II - execução de programas e projetos habitacionais de interesse social; III - constituição de reserva fundiária; IV - ordenamento e direcionamento da expansão urbana; V - implantação de equipamentos urbanos e comunitários; VI - criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; VII - criação ou proteção de áreas de interesse ambiental; VIII - proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.

Art. 141. O valor total referente à contrapartida financeira de que trata o art. 137 será calculado através da fórmula:

Co = URo x PCAo, onde:

Co é a contrapartida financeira total, em R$ (Reais), referente à outorga onerosa; URo é o valor da Unidade de Referência, em R$ (Reais), correspondente à contrapartida relativa a cada metro quadrado de PCAo concedido; PCAo é o Potencial Construtivo Adicional de Outorga Onerosa do Direito de Construir, em metros quadrados.

Art. 142. O valor da URo, de que trata o art. 141, será calculado através da fórmula:

URo = V x Fu x Fs x Fc x Ft, onde:

V é o valor do metro quadrado do lote, em R$ (Reais), conforme o Cadastro de Valor de Terreno para fins de Aplicação de Instrumentos Urbanísticos; Fu é o Fator Urbanístico, variando entre 0,5 e 2; Fs é o Fator de Interesse social, variando entre 0 e 1; Fc é o Fator de Correção, variando entre 0,1 e 1; Ft é o Fator de Implementação no Tempo, variando entre 0,1 e 1.

§ 1º - O Fator Urbanístico (Fu) é uma variável utilizada para ponderar o cálculo da Unidade de Referência, como meio de contribuir para os objetivos definidos para cada unidade territorial.

§ 2º - O Fator de Interesse Social (Fs) é uma variável utilizada para ponderar o cálculo da Unidade de Referência, de acordo com as tipologias construtivas e os usos das edificações.

§ 3º - O Fator de Correção (Fc) é uma variável utilizada para ponderar o cálculo da Unidade de Referência, com o objetivo de limitar o valor do metro quadrado do PCAo em relação ao valor real do metro quadrado do lote, definido como 0,8 (zero virgula oito) para todas as unidades territoriais.

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§ 4º - O Fator de Implementação no Tempo (Ft) é uma variável utilizada para ponderar o cálculo da contrapartida financeira durante sua implementação ao longo do tempo.

§ 5º - Os fatores urbanísticos, de interesse social e de implementação no tempo encontram-se estabelecidos no Quadro 04.

Art. 143. A Outorga Onerosa do Direito de Construir deverá ser formalizada através de certidão específica, e deverá ser averbada na matricula do terreno junto ao cartório de registro competente.

Art. 144. A contrapartida financeira decorrente da Outorga Onerosa do Direito de Construir será convertida em Certificado específico, a ser emitido pelo Poder Executivo Municipal com base neste Plano Diretor, e em legislação específica.

Art. 145. A comprovação do pagamento da contrapartida financeira relativa ao PCAo constitui condição indispensável para a concessão de licença para construção de edificação.

Art. 146. A expedição de licença para habitar a edificação, ou Habite-se, será condicionada a verificação do atendimento de toda e qualquer regulamentação relacionada à Outorga Onerosa do Direito de Construir, sem prejuízo de outros requisitos previstos em legislação pertinente.

Art. 147. Em caso de não cumprimento da destinação que motivou a utilização do Fator de Interesse Social, o Poder Executivo Municipal procederá ao cancelamento da concessão do PCAo, bem como aplicará multa.

Art. 148. Projeto de Lei específico de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerá as demais regulamentações necessárias para a aplicação da Outorga Onerosa do Direito de Construir, e deverá ter deliberação favorável do Conselho da Cidade de São José antes de seu envio à tramitação legislativa.

CAPÍTULO VI - DA OUTORGA ONEROSA DE ALTERAÇÃO DE US O

Art. 149. O Poder Executivo Municipal poderá conceder, por meio de outorga onerosa, a alteração de uso mediante contrapartida financeira a ser prestada pelos beneficiários, nos termos dos arts. 29 e seguintes do Estatuto da Cidade, de acordo com as regras estabelecidas nesta Lei, e em legislação específica.

§ 1º - Para os fins desta Lei, Outorga Onerosa de Alteração de Uso, ou OOAU, é a concessão pelo Poder Executivo Municipal para a alteração de determinado uso definido em lei, condicionada pelo pagamento de contrapartida financeira definida na forma desta Lei.

§ 2º - Os recursos auferidos com as contrapartidas financeiras oriundas de Outorga Onerosa de Alteração de Uso serão destinados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, e deverão ser utilizados com as finalidades previstas nos incisos do art. 140.

Art. 150. Ficam condicionadas a aplicação de Outorga Onerosa de Alteração de Uso toda e qualquer alteração de uso, especialmente:

I - ampliação e expansão do perímetro urbano; II - alteração de usos de áreas destinadas a equipamentos urbanos ou de uso institucional, para outros usos; III - alteração de usos definidos em Projeto Especial.

Art. 151. O valor total referente à contrapartida financeira de que trata o art. 149 será calculado através da fórmula:

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Ca = URa x Aa, onde:

Ca é a contrapartida financeira total, em R$ (Reais), referente a Outorga Onerosa de Alteração de Uso; URa é o valor da Unidade de Referência, em R$ (Reais), correspondente a contrapartida relativa a cada metro quadrado sujeito a alteração de uso; Aa é a área total sujeita a alteração de uso em metro quadrado.

Art. 152. O valor da URa, de que trata o art. 151, será calculado através da fórmula:

URa = Cv x Fa, onde:

Fa corresponde ao Fator de Alteração, que varia entre 0 e 1;

Cv é o coeficiente de valorização.

§ 1º - O Fator de Alteração é o percentual incidente sobre o Coeficiente de Valorização (Cv), definido pelo Poder Executivo Municipal para ponderar o Coeficiente de Valorização no cálculo da contrapartida referida no art. 151.

§ 2º - O Coeficiente de Valorização (Cv) será obtido através da razão entre o valor do metro quadrado do terreno para o uso pretendido (V1) e o valor do metro quadrado do terreno para o uso antes permitido (V0), representada pela fórmula:

Cv = V1 / V0, onde:

V0 é o valor do metro quadrado do terreno para o uso originalmente permitido, em R$ (Reais), conforme o Cadastro de Valor de Terreno para Fins de Aplicação de Instrumentos Urbanísticos; V1 é o valor do metro quadrado do terreno para o uso pretendido, em R$ (Reais), conforme o Cadastro de Valor de Terreno para Fins de Aplicação de Instrumentos Urbanísticos ou, sendo o caso, conforme avaliação feita por profissional competente.

Art. 153. Projeto de lei específico de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerá as demais regulamentações necessárias para a aplicação da Outorga Onerosa de Alteração de Uso, e deverá ter deliberação favorável do Conselho da Cidade de São José antes de seu envio à tramitação legislativa.

Art. 154. A aplicação da Outorga Onerosa de Alteração de Uso somente poderá incidir sobre imóveis localizados nas Unidades Territoriais referidas no Zoneamento desta Lei.

CAPÍTULO VII - DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONST RUIR

Art. 155. A Transferência do Direito de Construir, ou TDC, é a autorização expedida pelo Poder Executivo Municipal a proprietário de imóvel urbano, privado ou público, para exercer em local diverso, ou alienar, o Potencial Construtivo Básico Passível de Transferência, ou PCBt, de determinado lote, para as seguintes finalidades:

I - implantação de sistema viário, de equipamentos urbanos, de áreas verdes e de espaços livres; II - preservação, promoção e proteção do patrimônio histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural; III - servir para regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social.

§ 1º - O PCBt limita-se a parte ou todo do Potencial Construtivo Básico, que não tenha sido exercido, de determinado lote.

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§ 2º - O potencial construtivo passível de ser recebido através de TDC constitui o Potencial Construtivo Adicional de Transferência do Direito de Construir, ou PCAt, relativo ao lote que irá receber o potencial construtivo.

§ 3º - O PCAt o poderá ultrapassar 25% (vinte cinco por cento) do total do Potencial Construtivo Adicional relativo ao lote que irá receber o potencial construtivo.

Art. 156. A Transferência do Direito de Construir deverá ser formalizada mediante registro na escritura pública dos imóveis que transferirão o seu potencial construtivo.

Art. 157. A Transferência do Direito de Construir também poderá ser permitida a proprietário que transferir ao Município, no todo ou em parte, imóvel para as finalidades previstas no art. 155.

Art. 158. Os recursos auferidos com a Transferência do Direito de Construir serão destinados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, e deverão ser aplicados exclusivamente para as finalidades previstas no art. 155.

Art. 159. A transferência de potencial construtivo será calculada através da fórmula:

PCAt = α x PCBt, onde:

PCAt é o Potencial Construtivo Adicional de Transferência do Direito de Construir, em metro quadrado; α é o Coeficiente de Conversão; PCBt é o Potencial Construtivo Básico Passível de Transferência, em metro quadrado.

Art. 160. O Coeficiente de Conversão (α) é uma variável que estabelece relação entre o PCBt e o PCAt, considerando o valor dos lotes envolvidos na transferência, e deverá ser calculado através da fórmula:

α = URt/URr, onde:

URt é o valor da Unidade de Referência, em R$ (Reais), correspondente a cada metro quadrado de PCBt passível de ser transferido; URr é o valor da Unidade de Referência, em R$ (Reais), correspondente a cada metro quadrado de PCAt passível de ser recebido.

Art. 161. Os valores das Unidades de Referência tratados no art. 151 serão calculados através das fórmulas:

URt = Vt x Fu x Fc x Fi, onde:

URt é o valor da Unidade de Referência correspondente a cada metro quadrado de PCBt; Vt é o valor do metro quadrado do lote passível de transferir PCBt, em R$ (Reais), conforme o Cadastro de Valor de Terreno para fins de Aplicação de Instrumentos Urbanísticos; Fu é o Fator Urbanístico relacionado ao lote passível de transferir PCBt, variando entre 0,5 e 2; Fc é o Fator de Correção, variando entre 0,1 e 1; Fi é o Fator de Incentivo, variando entre 1 e 5.

URr = Vr x Fu x Fc, onde:

URr é o valor da Unidade de Referência correspondente a cada metro quadradode PCAt;

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Vr é o valor do metro quadrado do lote passível de receber PCAt, em R$ (Reais), conforme o Cadastro de Valor de Terreno para fins de Aplicação de Instrumentos Urbanísticos; Fu é o Fator Urbanístico relacionado ao lote passível de transferir PCAt, variando entre 0,5 e 2; Fc é o Fator de Correção, correspondente a 0,8.

§ 1º - O Fator Urbanístico (Fu) é uma variável utilizada para ponderar o cálculo da Unidade de Referência, como meio de contribuir para os objetivos definidos para cada unidade territorial.

§ 2º - O Fator de Correção (Fc) é valor utilizado para ponderar o cálculo da Unidade de Referência, com o objetivo de limitar o valor do metro quadrado do PCAt em relação ao valor real do metro quadrado do lote, definido como 0,8 para todas as unidades territoriais.

§ 3º - O Fator de Incentivo (Fi) é uma variável utilizada para ponderar o cálculo da Unidade de Referência, com o objetivo de incentivar a transferência de potencial construtivo em determinadas áreas do Município.

§ 4º - Os fatores urbanísticos, de correção e de incentivo encontram-se estabelecidos no Quadro 04.

Art. 162. Constituem unidades territoriais passíveis de transferir PCBt:

I - Áreas de Especial Interesse para Sistema Viário, ou AESV; II - Área de Preservação Permanente, ou APP; III - Área de Especial Interesse Histórico-Cultural, ou AEHC; IV - Áreas Especial de Interesse Social, ou AEIS; V - Áreas de Especial Interesse para Qualificação da Paisagem, ou AEQP; VI - Área de Especial Interesse para Equipamentos Urbanos B, ou AEEU-B; VII - Área de Especial Interesse para Equipamentos Urbanos C, ou AEEU-C; VIII - Área de Especial Interesse para Áreas Verdes e Espaços Livres B, ou AEAV; IX - Áreas Especiais da Orla Marinha, ou AEOM, X - Trecho de Centralidade do Centro Histórico, ou TC-CH; XI - Trecho de Centralidade de Qualificação da Paisagem, ou TC-QP.

Parágrafo Único. Somente poderão transferir PCA-T, as Áreas de Preservação Permanente contidas em Parques Urbanos.

Art. 163. Constituem unidades territoriais passíveis de receber PCAt:

I - Zonas de Consolidação e Qualificação Urbana, ou ZCQU; II - Zonas de Estruturação e Qualificação Urbana, ou ZEQU; III - Área Especial de Interesse Social C, ou AEIS-C; IV - Áreas de Especial Interesse para a Integração Municipal, ou AEIM; V - Áreas de Especial Interesse para Reestruturação da Avenida das Torres, ou AEAT; VI - Áreas de Especial Interesse para Reestruturação da BR-101, ou AEBR; VII - Área de Especial Interesse para Reestruturação do Eixo Metropolitano, ou AEEM; VIII - Área de Especial Interesse para Reestruturação da Rua Gerôncio Thives, ou AEGT; IX - Área de Especial Interesse para Reestruturação da Rua Leoberto Leal, ou AELL;

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X - Área de Especial Interesse para Reestruturação Urbana da Beira-Mar, ou AEBM; XI - Área de Especial Interesse para Equipamentos Urbanos C, ou AEEU-C; XII - Trecho de Centralidade da Presidente Kennedy, ou TC-PK; XIII - Trecho de Centralidade 16, ou TC-16; XIV - Trecho de Centralidade 8, ou TC-8; XV - Trecho de Centralidade 6, ou TC-6; XVI - Trecho de Centralidade 4, ou TC-4.

Art. 164. Projeto de Lei específico de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerá as demais regulamentações necessárias para a aplicação da Transferência do Direito de Construir, e deverá ter deliberação favorável do Conselho da Cidade de São José antes de seu envio à tramitação legislativa.

Art. 165. A aplicação da Transferência do Direito de Construir somente poderá incidir sobre imóveis localizados nas Unidades Territoriais referidas no Zoneamento desta Lei

CAPÍTULO VIII - DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS

Art. 166. Para os fins desta Lei, Operações Urbanas Consorciadas são o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Executivo Municipal com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental.

Art. 167. Constituem requisitos para aplicação das operações urbanas consorciadas a comprovada necessidade de atendimento de uma ou mais das seguintes necessidades:

I - melhoria e ampliação da mobilidade urbana; II - ampliação da oferta de áreas de uso comum; III - implantação de programas de Habitação de Interesse Social; IV - preservação, conservação e recuperação de patrimônio histórico, arquitetônico, cultural, ambiental e paisagístico; V - reordenamento físico-territorial, de forma a promover a segurança de habitantes de áreas de risco ou ambientalmente protegidas.

Art. 168. Todas as operações urbanas deverão ser previamente aprovadas pelo Conselho da Cidade de São José.

Art. 169. Nas operações urbanas consorciadas, além das medidas previstas no § 2.º do art. 32 do Estatuto da Cidade, poderão ser previstas outras aprovadas pelo Conselho da Cidade de São José.

Art. 170. Cada operação urbana consorciada será aprovada por lei municipal específica.

§ 1º - A lei referida no caput deverá:

I - estar em conformidade com as diretrizes e objetivos gerais desta Lei; II - observar as disposições de conteúdo mínimo estabelecidas nos arts. 33 e 34 do Estatuto da Cidade, e as seguintes:

a) comprovação da conformidade da operação com as diretrizes e objetivos gerais desta Lei;

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Proposta de Plano Diretor Participativo de São José/SC Versão Preliminar para Consulta Pública, 18 de janeiro de 2016.

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b) quando da necessidade de remoção de moradores, solução de realocação dentro do perímetro da Operação, ou, caso seja comprovadamente inviável, em vizinhança; c) quando da existência de imóveis e espaços urbanos de especial valor histórico, arquitetônico, cultural, ambiental e paisagístico, adoção de medidas de preservação, conservação e recuperação.

§ 2º - A definição de área, referida no inciso I do art. 33 do Estatuto da Cidade, deverá ser feita por meio da delimitação de seu perímetro;

§ 3º - No programa básico de ocupação da área, referido no inciso II do art. 33 do Estatuto da Cidade, deverá constar as intervenções previstas.

§ 4º - O Estudo de Impacto de Vizinhança, referido no inciso V do art. 33 do Estatuto da Cidade, não poderá prejudicar a realização do devido Estudo de Impacto Ambiental.

§ 5º - A forma de controle, referida no inciso VII do art. 33 do Estatuto da Cidade, não poderá prejudicar obrigatoriedade de apreciação e aprovação da Operação Urbana Consorciada pelo Conselho da Cidade de São José.

Art. 171. A aplicação das Operações Urbanas Consorciadas somente poderá incidir sobre imóveis localizados nas Unidades Territoriais referidas no Zoneamento desta Lei.

CAPÍTULO IX - DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILI ZAÇÃO COMPULSÓRIOS

Art. 172. O parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, ou PEUC, é o instrumento que possibilita ao Município determinar, na forma definida nesta Lei, o adequado aproveitamento do solo não edificado, subutilizado ou não utilizado.

§ 1º - Para os fins desta Lei:

I - considera-se adequado aproveitamento do solo a edificação ou utilização de imóvel conforme os objetivos e parâmetros urbanísticos estabelecidos para a Unidade Territorial aonde o mesmo está localizado; II - considera-se solo não edificado o imóvel com área total igual ou superior a 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e que apresente potencial construtivo igual a zero; III - considera-se subutilizado o imóvel com área total igual ou superior a 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados), onde o potencial construtivo exercido não atingir o mínimo definido para a Unidade Territorial onde se situa, ou que apresente mais de 60% (sessenta por cento) da área construída da edificação, ou do conjunto de edificações, sem uso há mais de 5 (cinco) anos, excetuando:

a) os imóveis utilizados como instalações de atividades econômicas que não necessitam de edificações para exercer suas finalidades; b) os imóveis utilizados como postos de abastecimento de veículos; c) os imóveis integrantes das áreas verdes de lazer do município; d) os imóveis públicos;

IV - considera-se imóvel não utilizado a unidade imobiliária autônoma que tenha sua área construída, na totalidade ou "em osso", e desocupada há mais de cinco anos; V - considera-se edificação “em osso” aquela que se encontra com sua estrutura e demais elementos construtivos principais finalizados, aguardando apenas por

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revestimentos, acabamentos ou instalações de equipamentos necessários ao seu funcionamento.

§ 2º - Lei específica definirá os critérios segundo os quais os terrenos não edificados ou subutilizados ocupados por estacionamentos e outras atividades econômicas que não necessitam de edificação poderão ser considerados subutilizados.

Art. 173. A aplicação do PEUC deverá promover o cumprimento dos objetivos para a Unidade Territorial na qual está localizado o imóvel-objeto da aplicação do instrumento, de forma a promover o cumprimento da função social da propriedade, referida no art. 39 do Estatuto da Cidade.

Art. 174. O Município somente poderá aplicar o PEUC se autorizado por lei municipal específica, que regule:

I - o imóvel-objeto da aplicação do instrumento, que deverá estar situado em uma das Unidades Territoriais onde estão previstas a aplicação do instrumento; II - a comprovação a existência de infraestrutura urbana e de demanda para a edificação ou utilização do imóvel-objeto.

Parágrafo Único. A lei específica referida no caput deverá conter, no mínimo:

I - exposição de motivos fundamentada na comprovada existência de infraestrutura e de demanda para a edificação ou utilização na zona ou área de especial interesse aonde está localizado o imóvel-objeto da aplicação do instrumento; II - a localização e a descrição do imóvel-objeto, que deverá ser feita com base, especialmente:

a) no seu registro junto ao cartório competente; b) no zoneamento constante no Capítulo VI do Título IV.

III - os procedimentos para notificação do proprietário, observadas as disposições dos §§ 2.º e 3.º do art. 5.° do Estatuto da Cidade; IV - os prazos para cumprimento da obrigação de parcelar, edificar ou utilizar por parte do proprietário, observadas as disposições do § 4.º do art. 5.°; V - as disposições de caráter excepcional para empreendimentos de grande porte, referidas no § 5.º do art. 5.°do Estatuto da Cidade; VI - as disposições sobre aplicação do PEUC nos casos de transmissão do imóvel por ato inter vivos ou causa mortis, referidas no art. 6.° do Estatuto da Cidade; VII - disposições para a observância do Parágrafo único do art. 172.

Art. 175. A lei específica referida no caput do art. 174 deverá ser aprovada pelo Conselho da Cidade de São José antes de seu envio ao Poder Legislativo, sob pena de nulidade.

Art. 176. O PEUC não poderá ser aplicado no caso de imóvel desocupado em virtude de litígio judicial ou de pendência administrativa.

Art. 177. A aplicação do PEUC somente poderá incidir sobre imóveis localizados nas Unidades Territoriais referidas no Zoneamento desta Lei.

CAPÍTULO X - DO IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA PROGRESSIVO NO TEMPO

Art. 178. Em caso de descumprimento, pelo proprietário, dos prazos estabelecidos para o PEUC, ou não sendo cumprido o previsto no inciso V do § 1.º do art. 174, o

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Município procederá com a aplicação do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana Progressivo no Tempo, ou IPTU Progressivo no Tempo, na forma da presente Lei.

Parágrafo Único. O IPTU progressivo no tempo aplica-se, inclusive, àqueles que possuem isenção da incidência do IPTU.

Art. 179. O IPTU Progressivo no Tempo será aplicado mediante a majoração anual e consecutiva da alíquota pelo prazo de 5 (cinco) anos, respeitado o limite máximo de 15% (quinze por cento).

Parágrafo Único. Em atendimento ao disposto no § 1.º do art. 7º do Estatuto da Cidade, o valor da alíquota deverá ser regulado na lei referida no art. 172, sendo que o valor a ser aplicado a cada ano será igual ao dobro do valor da alíquota do ano anterior.

Art. 180. Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não seja atendida no prazo de 5 (cinco) anos, o Município manterá a cobrança do IPTU Progressivo no Tempo, respeitada a alíquota máxima de 15% (quinze por cento), até que se cumpra a referida obrigação.

Parágrafo Único. A manutenção da cobrança referida no caput não prejudicará a possibilidade de desapropriação do imóvel mediante pagamento em títulos da dívida pública, na forma desta Lei.

Art. 181. Em atendimento ao disposto no § 3.º do art. 7.º do Estatuto da Cidade, fica vedada a concessão de isenções ou de anistias relativas ao IPTU Progressivo no Tempo.

Art. 182. Fica vedada a aplicação do IPTU Progressivo no Tempo com finalidade fiscal ou arrecadatória.

Art. 183. A aplicação do IPTU Progressivo no Tempo cessará caso o proprietário cumpra com a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar, estabelecida em Lei.

Art. 184. Observadas as suas alíquotas especificas, aplica-se ao IPTU Progressivo no Tempo a legislação tributária vigente no Município.

CAPÍTULO XI - DA DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍ TULOS DA DÍVIDA PÚBLICA

Art. 185. Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU Progressivo no Tempo sem cumprimento da obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá aplicar o instrumento da desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública.

Parágrafo Único. Na aplicação da desapropriação referida no caput, o Município observará o estabelecido nos §§ 1.º a 6.º do Estatuto da Cidade.

CAPÍTULO XII - DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO

Art. 186. Para os fins desta Lei, consórcio imobiliário é a forma de viabilização de planos de urbanização ou edificação por meio da qual o proprietário transfere seu imóvel ao Poder Público municipal e, após a realização das obras, recebe, como pagamento, unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas.

Art. 187. O Poder Público municipal poderá facultar ao proprietário de área atingida pela obrigação de que trata o Capítulo IX deste Título, a requerimento deste, o

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estabelecimento de consórcio imobiliário como forma de viabilização financeira do aproveitamento do imóvel.

§ 1º - Além do disposto no parágrafo único do art. 121, consórcio imobiliário terá os seguintes objetivos:

I - promover a urbanização em áreas que tenham carência de infraestrutura e serviços urbanos e que contenham imóveis subutilizados e não utilizados, de forma a garantir o seu melhor aproveitamento; II - viabilizar a utilização do imóvel transferido, de forma a atender os objetivos da Política Municipal de Habitação de Interesse Social e tornar possível o cumprimento da função social da propriedade, especialmente no caso de imóveis com obrigações de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; III - auxiliar na execução de programas habitacionais voltados à população de baixa renda.

§ 2º - A aplicação do Consorcio Imobiliário com base nos objetivos deste artigo não poderá ser feita e desacordo com os objetivos e as diretrizes desta Lei.

Art. 188. O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao proprietário será correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras.

Art. 189. A aplicação do consórcio imobiliário somente poderá incidir sobre imóveis localizados nas Unidades Territoriais referidas no Zoneamento desta Lei.

CAPÍTULO XIII - DO DIREITO DE SUPERFÍCIE

Art. 190. O proprietário urbano poderá conceder a outrem, de forma gratuita ou onerosa, o direito de superfície de seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis.

§ 1º - O direito de superfície abrange o estabelecido no § 1.º do art. 21 do Estatuto da Cidade, não podendo ser aplicado de forma a contrariar os objetivos gerais e as diretrizes desta Lei, nem estar em desacordo com os objetivos estabelecidos para a zona ou área especial de interesse aonde se localize o imóvel.

§ 2º - Constituem as obrigações financeiras e tributárias do superficiário as estabelecidas no § 3.º do art. 21 do Estatuto da Cidade.

Art. 191. Os casos relacionados com transferência do direito de superfície a terceiros, morte do superficiário e extinção do direito de superfície serão regulados pelo disposto nos §§ 4.º e 5.º do art. 21, no art. 22, no art. 23 e no art. 24, todos do Estatuto da Cidade.

CAPÍTULO XIV - DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA

Art. 192. O Estudo de Impacto de Vizinhança, ou EIV, é instrumento aplicado para subsidiar a concessões de licenças ou autorizações a empreendimentos, atividades, e intervenções urbanísticas, públicas ou privadas, que na sua instalação, construção, operação, reforma, ampliação, funcionamento ou regularização causem impactos à população e ao entorno.

Parágrafo Único. A elaboração do EIV não substitui o licenciamento ambiental requerido nos termos da legislação ambiental, nem os demais licenciamentos de competência municipal.

Art. 193. O EIV terá os seguintes objetivos:

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I - proteger a qualidade de vida da população situada na área de influência do empreendimento ou atividade, e da população situada na área impactada; II - subsidiar o Poder Executivo Municipal, o Conselho da Cidade de São José, e as populações das áreas de influência e impactada nos processos de tomadas de decisões relativos ao licenciamento urbano e ambiental de empreendimentos e atividades; III - orientar a realização de adaptações aos projetos de licenciamento urbanístico e ambiental, de forma a adequá-los às características urbanísticas, ambientais, culturais e socioeconômicas locais; IV - definir medidas mitigadoras e compensatórias em relação aos impactos negativos de empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas, e, quando for o caso, condicioná-las à concessão de licenças e autorizações; V - definir medidas intensificadoras em relação aos impactos positivos de empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas, e, quando for o caso, condicioná-las à concessão de licenças e autorizações; VI - democratizar o processo de licenciamento urbano e ambiental, permitindo o efetivo acompanhamento e controle pela Sociedade; VII - assegurar a utilização adequada dos recursos ambientais, culturais, urbanos e humanos; VIII - evitar mudanças irreversíveis e danos graves ao meio ambiente, às atividades culturais e ao espaço urbano; IX - assegurar o bem-estar das populações humanas.

Art. 194. Todo empreendimento, atividade ou intervenção urbanística, público ou privado, considerado causador de impacto no meio urbanizado terá sua aprovação e concessão de licenças ou autorizações para construção, ampliação ou funcionamento condicionada à elaboração de Estudo de Impacto de Vizinhança.

§ 1º - Para os fins desta Lei, considera-se empreendimento ou atividade causador de impacto no meio urbanizado:

I - todas as atividades listadas no Quadro 06 cuja realização do EIV conste como obrigatória, observando-se, ainda, o estabelecido no Quadro 07; II - empreendimentos não residenciais com área construída igual ou superior a 5.000m² (cinco mil metros quadrados).

§ 2º - A aprovação de licenças e autorizações para atividades localizadas em terrenos confrontantes com níveis de incomodidades distintos está condicionada à elaboração do EIV, o qual deverá considerar todos os níveis de incomodidades envolvidos.

§ 3º - Nas renovações das licenças ou autorizações referidas no caput poderá ser exigida a atualização do EIV no todo ou em parte, por meio de complementação ou suplementação dos estudos anteriores.

Art. 195. Poderá ser solicitada a atualização do EIV no todo ou em parte quando:

I - existirem indício de impacto de usos e atividades registrado junto à Ouvidoria Municipal; II - houver deliberação do Conselho da Cidade de São José, decidindo pela necessidade de atualização.

Art. 196. Os requisitos para a realização do EIV serão disponibilizados pelo órgão competente do Poder Executivo municipal, através de Termo de Referência.

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§ 1º - Além das questões referidas nos incisos I a VII do art. 37 do Estatuto da Cidade, o Termo de Referência referido no caput deverá especificar os seguintes aspectos a serem estudados:

I - geomorfologia; II - consumo de água e de energia elétrica, bem como geração de resíduos sólidos, líquidos e efluentes de drenagem de águas pluviais; III - sistema de circulação e transportes, considerando:

a) acessibilidade; b) estacionamento; c) carga e descarga; d) embarque e desembarque; e) poluição sonora, atmosférica e hídrica;

IV - riscos ambientais; V - impacto socioeconômico na população residente ou atuante no entorno; VI - definição das medidas mitigadoras e compensatórias dos impactos negativos, bem como daquelas potencializadoras dos impactos positivos.

§ 2º - Os aspectos tratados no § 1.º deverão considerar eventuais impactos, ao longo do tempo, da implantação, da operação e da relação do empreendimento ou da atividade com o seu entorno.

§ 3º - O órgão competente do Poder Executivo Municipal, com a aprovação do Conselho da Cidade de São José e consideradas as peculiaridades relativas ao porte e ao impacto do empreendimento ou da atividade, além das características específicas da área, poderão dispensar uma ou mais das questões constantes no § 1.º ou, ainda, exigir questões adicionais.

Art. 197. O empreendedor apenas custeará o EIV, ficando o Poder Executivo municipal responsável pela realização do processo de seleção dos executores dos serviços técnicos com base nas disposições legais sobre licitações e contratos.

Parágrafo Único. Para o processo de seleção, os candidatos à prestação de serviços técnicos para o EIV deverão apresentar, no mínimo:

I - cronograma de atividades a serem executados; II - comprovação de todos os custos relacionados com os serviços de elaboração do EIV; III - identificação do coordenador do EIV e dos demais profissionais da equipe, com comprovação das competências técnicas para o exercício das atividades e habilitação nos seus respectivos conselhos profissionais para fins de posterior responsabilização técnica pelo Estudo.

Art. 198. Para auxiliar na decisão referida no inciso III do art. 193, o EIV deverá:

I - indicar os aspectos positivos e negativos do empreendimento ou atividade sobre a qualidade de vida da população residente ou usuária da área em questão, e seu entorno afetado; II - quando comprovado ser tecnicamente possível e sem prejuízo da legislação urbanística e ambiental, conter sugestões que tenham natureza mitigatória, corretiva e compensatória.

Art. 199. O EIV terá sua aprovação condicionada a decisões favoráveis emitidas:

I - em primeira instância, pelos órgãos competentes do Poder Executivo municipal;

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II - em segunda instância, pelo Conselho da Cidade de São José; III - em última instância, por ocasião da realização de audiências públicas na comunidade afetada pelo empreendimento ou atividade.

Parágrafo Único. As audiências públicas referidas no caput serão realizadas de acordo com os arts. 599 a 606, tendo que observar, ainda, as seguintes disposições:

I - além dos disposto no parágrafo único do art. 37 do Estatuto da Cidade, todos os documentos integrantes deverão ficar disponíveis para consulta por qualquer interessado na escola mais próxima da área aonde pretende ser instalada a atividade ou empreendimento; II - será assegurado a todos os participantes das audiências públicas o direito de manifestar suas opiniões, de fornecer sugestões e de esclarecer dúvidas quanto aos empreendimentos ou atividades em discussão; III - as dúvidas, sugestões, críticas e manifestações orais serão identificadas, listadas e numeradas, podendo ser entregues por escrito; IV - ao final de cada audiência pública será lavrada uma ata sucinta; V - serão anexadas à ata todos os documentos escritos e assinados que forem entregues ao presidente da mesa da audiência pública; VI - a ata de audiência pública e seus anexos servirão de base, juntamente com as conclusões do EIV, para elaboração do termo de compromisso referido no § 2.º do art. 200.

Art. 200. O Poder Executivo municipal e o Conselho da Cidade de São José poderão determinar que o empreendedor custeie e providencie medidas de natureza mitigatória, corretiva e compensatória para aprovação do empreendimento ou atividade, visando a execução de melhorias, especialmente:

I - ampliação das redes de infraestrutura do município; II - destinação de área de terreno ou área edificada para instalação de equipamentos comunitários em percentual compatível com o necessário para o atendimento da demanda a ser gerada pelo empreendimento; III - ampliação e adequação necessárias ao sistema viário, de transporte coletivo e mobilidade; IV - proteção acústica e outros procedimentos a esta relativos que minimizem os efeitos de atividades incômodas; V - manutenção de imóveis, fachadas ou outros elementos arquitetônicos ou naturais de interesse paisagístico, histórico, artístico ou cultural, considerando, ainda, a recuperação ambiental da área; VI - cotas de emprego e cursos de capacitação profissional, entre outros recursos indutores de geração de emprego e renda; VII - percentual de habitação de interesse social dentro do perímetro do empreendimento, caso aplicável ou em outras áreas da cidade; VIII - possibilidade de construção de equipamentos comunitários em outras áreas da cidade.

§ 1º - As medidas referidas no caput deverão ser proporcionais ao porte e ao impacto do empreendimento.

§ 2º - A deliberação favorável ao empreendimento ficará condicionada à assinatura de Termo de Compromisso pelo interessado, no qual este se comprometerá a executar, antes do início do empreendimento ou atividade, as medidas referidas no caput.

§ 3º - O alvará para funcionamento do empreendimento ou atividade só será emitido mediante comprovada execução das medidas referidas no caput.

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§ 4º - O certificado de conclusão de obra só será emitido mediante comprovação do cumprimento do Termo de Compromisso.

Art. 201. Os casos não previstos nesta lei relacionados ao EIV serão decididos pelo Conselho da Cidade de São José, por meio de Resolução.

CAPÍTULO XV - DOS INCENTIVOS URBANÍSTICOS

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 202. Para os fins desta Lei, Incentivo Urbanístico é a concessão pelo Poder Executivo Municipal de Potencial Construtivo Adicional de Incentivo Urbanístico, ou PCAi, condicionada por contrapartida urbanística estabelecida.

§ 1º - A concessão de PCAi de que trata o caput será feita através de coeficiente de aproveitamento adicional concedido, que será somado ao coeficiente de aproveitamento básico e que está definido para cada a unidade territorial em que o instrumento é aplicável.

§ 2º - O resultado da soma do Potencial Construtivo Básico, ou PCB e do PCAi não poderá ser superior ao Potencial Construtivo Máximo, ou PC-máx, admitido para o respectivo lote.

Art. 203. Os incentivos urbanísticos visam:

I - incentivar o desenvolvimento de centralidades existentes e a estruturação de novas; II - induzir a concentração de habitações e atividades econômicas em determinadas áreas do município; III - oferecer opções, além da aplicação da Outorga Onerosa do Direito de Construir, para viabilização de empreendimentos; IV - induzir a qualificação da interface entre os espaços de uso público e privado dos empreendimentos; V - promover a ampliação e qualificação de áreas destinadas a circulação e fruição de pedestres; VI - promover o adequado aproveitamento do potencial econômico das centralidades para a geração de emprego e renda, especialmente no térreo das edificações.

Art. 204. A relação das contrapartidas urbanísticas e suas respectivas concessões de potencial construtivo definidas para cada unidade territorial em que o instrumento é aplicado encontram-se na Tabela 03.

Parágrafo Único. As contrapartidas urbanísticas são requisitos construtivos e de destinação de áreas que são exigidas pelo Poder Executivo Municipal para a concessão de potencial construtivo de que trata o Capítulo V deste Título.

Art. 205. São incentivos urbanísticos:

I - Fruição Pública; II - Fachada Ativa; III - Doação de Calçada; IV - Cobertura do Passeio; V - Embasamento Flexível.

Parágrafo Único. Os incentivos urbanísticos poderão ser aplicados de forma isolada ou em conjunto.

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Art. 206. Determinadas combinações de incentivos urbanísticos poderão ser aplicadas com o objetivo de conceder Potencial Construtivo Adicional específico.

§ 1º - Constituem combinações de incentivos urbanísticos possíveis de serem aplicadas:

I - Combinação 1; II - Combinação 2; III - Combinação 3; IV - Combinação 4.

§ 2º - As combinações geram benefício específico, de modo que não é possível acumular os benefícios decorrentes dos incentivos quem compõem cada combinação.

Art. 207. A aplicação do Incentivo Urbanístico somente poderá incidir sobre imóveis localizados nas Unidades Territoriais referidas no Zoneamento desta Lei.

SEÇÃO II - DA FRUIÇÃO PÚBLICA

Art. 208. A Fruição Pública é incentivo urbanístico que visa promover a articulação entre espaço público e espaço privado, por meio da destinação de espaços abertos para uso público no térreo das edificações.

Art. 209. Constitui contrapartida da Fruição Pública, a destinação de, pelo menos, 5% (cinco por cento) da área total do lote, excetuando-se a área resultante do afastamento frontal, com mínimo de 50m² (cinquenta metros quadrados), para uso público, que deve:

I - estar junto ao alinhamento do logradouro público; II - ter acesso no nível do passeio público; III - estar permanentemente aberta ao público; IV - estar equipada com mobiliário urbano fixo, no mínimo, bancos, iluminação e bicicletário.

Art. 210. Caso haja impossibilidade comprovada de destinação da área para fruição pública no mesmo lote em que será implantado o empreendimento, o empreendedor poderá indicar outra área para exercer a função.

Parágrafo Único. A outra área, referida no caput poderá ser definida com base nos procedimentos desta Lei aplicáveis à Transferência do Direito de Construir, desde que:

I - seja aprovada pelo Conselho da Cidade de São José; II - tenha valor imobiliário equivalente; III - seja orientada pela demanda de espaços livres e áreas verdes.

Art. 211. O Potencial Construtivo Máximo do empreendimento será calculado em função da área total do lote, incluindo a área destinada para fruição pública.

Art. 212. A área destinada para fruição pública permanecerá sendo de propriedade particular e deverá ser mantida pelo próprio empreendimento.

Art. 213. O Poder Executivo Municipal poderá, na forma da Lei, conceder incentivo fiscal e tributário para parcelas de lotes destinadas para fruição pública.

SEÇÃO III - DA FACHADA ATIVA

Art. 214. A Fachada Ativa é incentivo urbanístico que visa o fomento de atividades econômicas geradoras de emprego e renda no térreo das edificações.

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Art. 215. Constitui contrapartida da Fachada Ativa, o desenvolvimento de comércio, serviços e equipamentos urbanos em, pelo menos, 50% da testada do lote no pavimento térreo, com acesso no nível do passeio público.

SEÇÃO IV - DO USO MISTO

Art. 216. O Uso Misto é Incentivo urbanístico à mistura de usos residenciais e usos econômicos na mesma edificação.

Parágrafo Único. Constitui contrapartida do Uso Misto que, pelo menos 30% (trinta por cento) da área total construída computável para potencial construtivo da edificação seja destinada a uso econômico.

SEÇÃO V - DA DOAÇÃO DE CALÇADA

Art. 217. A Doação de Calçada é incentivo urbanístico que visa a ampliação e qualificação dos passeios públicos.

Art. 218. Constitui contrapartida da Doação de Calçada, a doação ao Poder Público Municipal da parcela do lote equivalente ao afastamento frontal mínimo exigido.

Art. 219. A área doada deverá ser convertida em passeio público, que deverá ser construído pelo empreendedor, sem prejuízo das reestruturações do sistema viário indicadas nesta Lei e em projetos específicos.

Art. 220. O Potencial Construtivo Máximo do empreendimento será calculado em função da área total original do lote, incluindo a área doada.

SEÇÃO VI - DA COBERTURA DO PASSEIO

Art. 221. A Cobertura do Passeio é incentivo urbanístico que visa a qualificação dos passeios públicos, através de cobertura da passagem para pedestres.

Art. 222. Constitui contrapartida da Cobertura do Passeio, a instalação de cobertura, em toda a extensão da fachada frontal da edificação no pavimento térreo, com 3m a 4m (três a quatro metros) de altura e com 2m a 3m (dois a três metros) de profundidade em material desmontável.

SEÇÃO VII - DO EMBASAMENTO FLEXÍVEL

Art. 223. O Embasamento Flexível é incentivo urbanístico que visa possibilitar diferentes configurações do embasamento da edificação para acomodar usos diversos ao longo do tempo.

Art. 224. Constituem contrapartidas do Embasamento Flexível:

I - pé-direito do térreo mínimo de 5,7m (cinco metros e setenta centímetros) e pé-direito máximo de 6m (seis metros); II - pé-direito do segundo pavimento mínimo de 2,7m (dois metros e setenta centímetros) e pé-direito máximo de 3m (três metros).

SEÇÃO VIII - DA COMBINAÇÃO 1

Art. 225. A Combinação 1 consiste no incentivo urbanístico da Fruição Pública combinada com Área Verde Urbana, e visa promover a articulação entre espaço público e espaço privado e a melhoria da qualidade ambiental do espaço urbano.

Art. 226. Constitui contrapartida da Combinação 1, a destinação de, pelo menos, 5% (cinco por cento) da área total do lote, excetuando-se a área resultante do afastamento

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mínimo frontal, com mínimo de 50m², para uso público, que deverá apresentar as seguintes caracteristicas:

I - estar junto ao alinhamento do logradouro público; II - ter acesso no nível do passeio público; III - estar permanentemente aberta ao público; IV - estar equipada com mobiliário urbano fixo, no mínimo, bancos, iluminação e bicicletário; V - possuir mais de 50% da área com cobertura vegetal, preferencialmente nativa, natural ou recuperada.

Parágrafo Único. Para o cálculo da cobertura vegetal de que trata o inciso V do caput, considera-se a projeção sobre o terreno da área de copa das árvores, as áreas de gramíneas e de vegetação arbustiva, conforme o estabelecido no Sistema de Áreas de Uso Público desta Lei.

Art. 227. Caso haja impossibilidade comprovada de destinação da área para uso público com área verde urbana no mesmo lote em que será implantado o empreendimento, o empreendedor poderá indicar outra área para exercer a função.

Parágrafo Único. A outra área, referida no caput poderá ser definida com base nos procedimentos desta Lei aplicáveis à Transferência do Direito de Construir, desde que:

I - seja aprovada pelo Conselho da Cidade de São José; II - tenha valor imobiliário equivalente; III - seja orientada pela demanda de espaços livres e áreas verdes.

Art. 228. O Potencial Construtivo Máximo do empreendimento será calculado em função da área total do lote, incluindo a área destinada para fruição pública com área verde urbana.

Art. 229. A área destinada para fruição pública com área verde urbana permanecerá sendo de propriedade particular e deverá ser mantida pelo próprio empreendimento.

Art. 230. O Poder Público Municipal poderá conceder incentivo fiscal e tributário para parcelas de lotes destinadas para fruição pública com área verde urbana.

SEÇÃO IX - DA COMBINAÇÃO 2

Art. 231. A Combinação 2 consiste no incentivo urbanístico da Fachada Ativa combinada com galeria interligando logradouros públicos, que visa a ampliação da conectividade da malha urbana para pedestres e do uso ativo do térreo.

Art. 232. Constituem contrapartidas da Combinação 2:

I - o desenvolvimento de comércio, serviços e equipamentos em, pelo menos, 50% da testada do lote no pavimento térreo, com acesso no nível do passeio público; II - a interligação de dois ou mais logradouros públicos através do térreo da edificação, que seja acessível ao pedestre.

Art. 233. A galeria interligando logradouros públicos de que trata o art. 232 deverá ter, pelo menos, 50% de vedação transparente e, preferencialmente, ter acesso para as atividades econômicas do térreo.

SEÇÃO X - DA COMBINAÇÃO 3

Art. 234. A Combinação 3 consiste na combinação de:

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I - Combinação 1; II - Fachada Ativa; III - Doação de Calçada; IV - Cobertura do Passeio; V - Embasamento Flexível.

Parágrafo Único. A Combinação 3 se aplica a empreendimentos situados em lotes com acesso a apenas 1 (um) logradouro público.

SEÇÃO XI - DA COMBINAÇÃO 4

Art. 235. A Combinação 4 consiste na combinação de:

I - Combinação 1; II - Combinação 2; III - Doação de Calçada; IV - Cobertura do Passeio; V - Embasamento Flexível.

Parágrafo Único. A Combinação 4 se aplica a empreendimentos situados em lotes com acesso a mais de 1 (um) logradouro público.

CAPÍTULO XVI - DO PROJETO DE INTERVENÇÃO URBANÍSTIC A

Art. 236. Considera-se Projeto de Intervenção Urbanística o instrumento que promove a transformação urbanística, econômica, social e ambiental em determinada área de reconhecido interesse público do município.

Art. 237. Todo Projeto de Intervenção Urbanística deverá observar as seguintes diretrizes:

I - oferta e distribuição adequada de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas, especialmente em áreas mais carentes; II - melhoria das condições urbanas, ambientais e paisagísticas dos espaços públicos; III - integração entre as escalas local, municipal e regional; IV - mitigação das situações de vulnerabilidades social; V - distribuição das oportunidades de emprego e renda; VI - articulação com as políticas, ações e programas municipais, especialmente com relação a:

a) proteção e defesa civil; b) habitação; c) regularização fundiária; d) mobilidade urbana; e) meio ambiente; f) equipamentos urbanos; g) espaços livres e áreas verdes;

VII - integração entre as atividades propostas no Projeto de Intervenção Urbanística e o espaço urbano em que será inserido; VIII - estabelecimento de parcerias, convênios e articulações com diferentes agentes públicos e privados, como forma de viabilizar as intervenções.

Art. 238. São objetivos do Projeto de Intervenção Urbanística:

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I - instituir e desenvolver intervenção urbanística em área de reconhecido interesse público para o município, promovendo sua urbanização ou redesenvolvimento; II - orientar e viabilizar a aplicação dos instrumentos de que trata o § 2.º do Art. 240; III - promover o adequado aproveitamento de áreas subutilizadas ou não utilizadas e o desenvolvimento de áreas degradadas; IV - atender às necessidades coletivas do município, em especial, demandas habitacionais, implantação de equipamentos urbanos e de espaços livres e áreas verdes urbanas; V - viabilizar intervenções necessárias para a melhoria da mobilidade urbana; VI - promover a integração de diferentes atividades, especialmente habitação, atividades comerciais, de serviços e equipamentos urbanos; VII - incentivar a implantação de atividades econômicas geradoras de emprego e renda; VIII - garantir a participação, acompanhamento e controle social durante a elaboração, implantação e operação das intervenções.

Art. 239. Os projetos de intervenção urbanística poderão ser propostos por iniciativa do Poder Executivo Municipal, bem como do proprietário ou legítimo possuidor da área de intervenção.

Art. 240. O Poder Executivo Municipal será o responsável pela elaboração do Projeto de Intervenção Urbanística, ressalvado o disposto no § 2.º deste artigo.

§ 1º - A elaboração referida no caput:

I - está condicionada a existência de termo de referência previamente homologado pelo Conselho da Cidade de São José. II - poderá ser delegada a terceiros, desde que sejam consideradas as disposições desta Lei e legislação correlata.

§ 2º - O Poder Executivo Municipal poderá promover concursos para a elaboração dos projetos de intervenção urbanística, e utilizando o termo de referência referido no inciso I do § 1.º deste artigo.

Art. 241. O Projeto de Intervenção Urbanística deverá ser aplicado sempre que forem utilizados os seguintes instrumentos:

I - operação urbana consorciada; II - reordenamento urbanístico integrado; III - concessão urbanística; IV - planos locais.

§ 1º - Os instrumentos referidos no caput poderão estabelecer requisitos adicionais para os projetos de intervenção urbanística, conforme as características e escala de cada intervenção proposta.

§ 2º - Para implementar o Projeto de Intervenção Urbanística poderão ser aplicados os demais instrumentos previstos nesta Lei ou outros aplicáveis.

§ 3º - O Projeto de Intervenção Urbanística poderá ser integrado e gerenciado por planos locais.

Art. 242. Lei de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerá as demais condições a serem observadas para a elaboração do Projeto de Intervenção Urbanística.

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Parágrafo Único. A lei referida no caput deverá observar:

I - a definição do seguinte conteúdo mínimo para os projetos de intervenção urbanística:

a) delimitação do perímetro em que será realizado o Projeto de Intervenção Urbanística, considerando a unidade territorial indicada para a aplicação do instrumento; b) exigência de elaboração de Estudo de Impacto de Vizinhança na forma desta Lei; c) desenho urbano das propostas para as áreas de uso público inseridas no projeto; d) representação gráfica das intervenções propostas, por meio de mapas, plantas ou outras formas de representação visual necessárias à sua compreensão por técnicos e pela população em geral; e) previsão de contrapartida a ser exigida de forma equitativa a todos os envolvidos pelo Projeto de Intervenção Urbanística, de forma a mitigar os possíveis impactos negativos decorrentes da intervenção; f) previsão de soluções habitacionais definitivas, garantido o acesso a moradia digna, para a população de baixa renda que estiver inserida em unidade fundiária delimitada pelo Projeto de Intervenção Urbanística, no que couber; g) definição dos mecanismos de execução dos projetos de intervenção urbanística, em especial as formas de financiamento e possíveis parcerias público-privadas; h) instalação de equipamentos urbanos necessários à demanda existente e decorrente da própria intervenção; i) monitoramento e avaliação dos impactos da intervenção urbana, ao longo do tempo, considerando a sua implantação, operação e relação com o entorno, no que couber; j) definição de etapas para implementação do projeto;

II - a previsão de instrumentos para o monitoramento e avaliação dos impactos da intervenção urbana, ao longo do tempo, com relação a sua implantação, operação e relação com o entorno; III - a previsão de mecanismos de acompanhamento e controle para elaboração e implementação e monitoramento das intervenções, envolvendo obrigatoriamente a participação do Conselho da Cidade de São José, dos proprietários, legítimos possuidores, inquilinos e investidores envolvidos, e do Poder Executivo Municipal.

Art. 243. Ato do Poder Executivo Municipal poderá estabelecer medidas preventivas destinadas a evitar a alteração das circunstâncias e condições existentes, que possam comprometer ou tornar mais onerosa a intervenção urbanística prevista a área delimitada no Projeto de Intervenção Urbanística.

Parágrafo Único. O ato referido no caput, deverá ser homologado previamente pelo Conselho da Cidade de São José.

Art. 244. A aplicação do Projeto de Intervenção Urbanística somente poderá incidir sobre imóveis localizados nas Unidades Territoriais referidas no Zoneamento desta Lei.

CAPÍTULO XVII - DO REORDENAMENTO URBANÍSTICO INTEGR ADO

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Art. 245. Considera-se Reordenamento Urbanístico Integrado o instrumento que promove a reorganização fundiária em áreas públicas ou privadas, associado à implantação de Projeto de Intervenção Urbanística de reconhecido interesse público.

§ 1º - A aplicação do Reodernamento Urbanístico Integrado está condicionada a existência de Projeto de Intervenção Urbanística.

§ 2º - A reorganização fundiária envolve a alteração de localização, de formato ou de dimensão, de parcelas de unidades fundiárias, através de processos de reunião, subdivisão, relocação e troca, com o objetivo de atingir o cenário definido pelo Projeto de Intervenção Urbanística.

§ 3º - No âmbito da reorganização fundiária os registros imobiliários das unidades fundiárias inseridas na delimitação do Projeto de Intervenção Urbanística poderão ser objeto de unificação para posterior reparcelamento.

§ 4º - O Reordenamento Urbanístico Integrado poderá ser proposto por iniciativa do Poder Público Municipal, bem como do proprietário ou legítimo possuidor da área destinada à reorganização fundiária.

Art. 246. São objetivos do Reordenamento Urbanístico Integrado:

I - possibilitar a urbanização e redesenvolvimento urbano ordenado e qualificado; II - permitir a execução e o financiamento compartilhados entre proprietários, legítimos possuidores, inquilinos, investidores, públicos e privados, e Poder Executivo Municipal, do Projeto de Intervenção Urbanística, dividindo de maneira equilibrada seus custos e benefícios; III - reduzir ou evitar gastos com desapropriações, bem como diminuir os custos das intervenções urbanas; IV - possibilitar a reestruturação de vias descontínuas, desalinhadas e limitadas por largura insuficiente; V - promover o adequado aproveitamento de parcelas fundiárias com formato ou dimensão que acarretem sua subutilização ou não utilização; VI - viabilizar processos de regularização fundiária; VII - proporcionar melhoria das condições de habitação e da provisão de serviços básicos de infraestrutura, especialmente em assentamentos precários.

Art. 247. Lei de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerá as demais condições a serem observadas para a aplicação do Reodernamento Urbanístico Integrado.

Parágrafo Único. A lei referida no caput deverá observar:

I - a definição de conteúdo mínimo para os projetos de reordenamento urbanístico integrado; II - definição de percentual mínimo de adesão de proprietários de imóveis afetados pelo Projeto de Intervenção Urbanística; III - a previsão de mecanismos de acompanhamento e controle para elaboração e implementação e monitoramento das intervenções, envolvendo obrigatoriamente a participação do Conselho da Cidade de São José, dos proprietários, legítimos possuidores, inquilinos e investidores envolvidos, e do Poder Executivo Municipal.

Art. 248. Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a constituir ou delegar instituição de fundo de investimento imobiliário, instituído nos termos da Lei Federal nº 8.668, de 25 de junho de 1993, ou legislação que venha a sucedê-la, para o fim de

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viabilizar eventuais desapropriações, realizar as incorporações imobiliárias e instalar a infraestrutura necessária à implantação de projeto de Reordenamento Urbanístico Integrado.

Art. 249. A aplicação do Reordenamento Urbanístico Integrado somente poderá incidir sobre imóveis localizados nas Unidades Territoriais referidas no Zoneamento desta Lei

CAPÍTULO XVIII - DO PLANO LOCAL

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 250. Para os fins desta Lei, Plano Local consiste em instrumento de planejamento em área específica do território municipal, que objetiva atender:

I - aos objetivos desta Lei, em escala local; II - promover o desenvolvimento urbano, por meio de intervenções que considerem, especialmente, os aspectos locais mais relevantes.

Art. 251. A elaboração de planos locais é de responsabilidade do Poder Executivo Municipal e deverá ser feita de forma participativa, com acompanhamento e controle do Conselho da Cidade de São José.

Parágrafo Único. A elaboração referida no caput está condicionada a existência de termo de referência previamente homologado pelo Conselho da Cidade de São José.

Art. 252. A elaboração do Plano Local está condicionada à existência de Projeto de Intervenção Urbanística, referido no Capítulo XVI deste Título.

Parágrafo Único. O Plano Local poderá ser utilizado como instrumento de integração e gerenciamento de um ou mais projetos de intervenção urbanística.

Art. 253. São objetivos do Plano Local:

I - garantir a melhoria da qualidade de vida em áreas mais precárias, de forma a promover a justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização, considerando o território do município como um todo; II - identificar e propor soluções para as principais necessidades locais, que não são possíveis de serem contempladas na escala de planejamento municipal, de forma a promover o desenvolvimento integrado e complementar da área com relação ao restante do município; III - integrar e compatibilizar planos, programas, ações e demais processos de planejamento municipal com a escala local; IV - fortalecer as centralidades locais, desenvolvendo as determinações aplicáveis desta Lei, especialmente quanto:

a) ao uso misto; b) à priorização do transporte coletivo, do transporte cicloviário e do deslocamento de pedestres; c) ao tratamento do sistema viário, dos equipamentos urbanos e dos espaços livres e áreas verdes;

V - garantir a participação, acompanhamento e controle social durante a sua elaboração e implementação.

Art. 254. O Plano Local deverá conter, no mínimo:

I - a delimitação do perímetro em que será realizado o Plano Local, considerando a unidade territorial indicada para a aplicação do instrumento;

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II - a identificação das principais questões locais e a proposição de alternativas para solução de problemas e aproveitamento de potencialidades;

Art. 255. Ato do Poder Executivo Municipal estabelecerá as demais condições necessárias para a regulamentação de planos locais, especialmente:

I - definição de conteúdo mínimo dos termos de referência respectivos a cada um dos planos locais; II - previsão de mecanismos de participação, acompanhamento e controle pela população diretamente afetada e pelo Conselho da Cidade de São José.

Art. 256. São considerados Planos Locais:

I - o Plano Local de Revitalização do Centro Histórico; II - o Plano Local de Equipamentos Urbanos, Espaços Livres e Áreas Verdes.

§ 1º - As disposições específicas dos planos locais definidos no caput não poderão prejudicar as disposições desta Lei, em especial suas diretrizes, seus objetivos gerais e o disposto neste Capítulo.

§ 2º - Além dos planos referidos no caput, planos locais específicos poderão ser instituídos por lei municipal de iniciativa do Poder Executivo, desde que:

I - não prejudiquem as disposições desta Lei, em especial suas diretrizes, seus objetivos gerais e o disposto neste Capítulo; II - o Conselho da Cidade de São José delibere favoravelmente ao envio da proposição de lei à tramitação legislativa.

SEÇÃO II - DO PLANO LOCAL DE REVITALIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO

Art. 257. O Plano Local de Revitalização do Centro Histórico objetiva promover o redesenvolvimento urbanístico, econômico e ambiental do centro histórico do município.

Art. 258. São objetivos específicos do Plano Local de Revitalização do Centro Histórico:

I - promover a ampliação e qualificação dos espaços públicos; II - reabilitar e valorizar o patrimônio histórico existente; III - incentivar a diversificação dos usos para diferentes públicos ao longo do dia, de forma a fomentar a vitalidade urbana; IV - estabelecer diretrizes locais para uso e ocupação do solo, complementares aos parâmetros urbanísticos desta Lei, para a adequação de edificações existentes e futuras no entorno de edificações de interesse histórico; V - estimular atividades econômicas geradoras de emprego e renda compatíveis com o local e que aproveitem seus potenciais.

Art. 259. A aplicação do Plano Local de Revitalização do Centro Histórico somente poderá incidir sobre imóveis localizados nas Unidades Territoriais referidas no Zoneamento desta Lei.

SEÇÃO III - DO PLANO LOCAL DE EQUIPAMENTOS URBANOS, ESPAÇOS LIV RES E ÁREAS VERDES

Art. 260. O Plano Local de Equipamentos Urbanos, Espaços Livres e Áreas Verdes objetiva promover a disponibilidade de áreas de uso público no município de forma equilibrada, especialmente por meio:

I - das Áreas de Especial Interesse para Equipamentos Urbanos;

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II - das Áreas de Especial Interesse para Espaços Livres e Áreas Verdes.

Parágrafo Único. O Plano Local de Equipamentos Urbanos, Espaços Livres e Áreas Verdes poderá indicar novas áreas, além das indicadas nesta Lei, com o intuito de atender aos objetivos dos instrumentos e desta Lei.

Art. 261. O Plano Local de Equipamentos Urbanos, Espaços Livres e Áreas Verdes deverá conter, no mínimo:

I - o levantamento das demandas locais para implantação dos Equipamentos Urbanos, Espaços Livres e Áreas Verdes; II - o levantamento dos custos e definição de estratégias e critérios para a aquisição e implantação de novas Áreas de Uso Público, que foram indicadas nesta Lei ou em estudos específicos; III - a definição de critérios e parâmetros, junto aos órgãos competentes, para localização e implantação de cada classe de Equipamentos Urbanos, conforme o art. 24, sem prejuízo das determinações dos Projetos Especiais; IV - a definição de critérios e parâmetros, junto aos órgãos competentes e observando as determinações da Política Ambiental, referida nesta Lei, para localização e implantação de cada classe de Áreas Verdes e Espaços Livres, conforme o art. 29, sem prejuízo das determinações dos Projetos Especiais; V - a definição de critérios técnicos aplicáveis, nos casos de alteração de uso de equipamentos urbanos, espaços livres e áreas verdes.

Art. 262. O Plano Local de Equipamentos Urbanos, Espaços Livres e Áreas Verdes deverá ser elaborado a partir do Inventário de Equipamentos Urbanos e do Inventário de Espaços Livres e Áreas Verdes.

Art. 263. A aplicação do Plano Local de Equipamentos Urbanos, Espaços Livres e Áreas Verdes somente poderá incidir sobre imóveis localizados nas Unidades Territoriais referidas no Zoneamento desta Lei.

CAPÍTULO XIX - DO CADASTRO DE VALOR DE TERRENO PARA FINS DE APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS URBANÍSTICOS

Art. 264. O Poder Executivo Municipal deverá instituir o Cadastro de Valor de Terreno para fins de Aplicação de Instrumentos Urbanísticos, ou CVT, a partir da Planta Genérica de Valores do Município e suas atualizações.

Art. 265. O CVT e quaisquer atualizações deverão ser homologados pelo Conselho da Cidade de São José.

Art. 266. O Poder Executivo Municipal terá prazo de até 120 dias, a contar da data de publicação desta Lei, para publicar o CVT.

Art. 267. O CVT deverá ser atualizado anualmente e corresponder, no mínimo, à variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada no período.

Parágrafo Único. O CVT deverá ser atualizado sempre que houver alteração na Planta Genérica de Valores do Município for atualizada.

CAPÍTULO XX - DA UNIDADE DE REFERÊNCIA

Art. 268. A Unidade de Referência é instrumento que permite relacionar valores correspondentes ao metro quadrado de áreas em diferentes localidades do município, para operacionalizar a aplicação de outros instrumentos urbanísticos.

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Parágrafo Único. A Unidade de Referência é composta de Fatores de Planejamento que qualificam o valor do metro quadrado, em razão da necessidade de tratamento especial para atingir determinado objetivo.

Art. 269. O valor da Unidade de Referência será calculado através da fórmula:

UR = V x Fp, onde:

UR é a Unidade de Referência, em R$/m² (Reais por metro quadrado); V é o Valor do metro quadrado do terreno em R$ (Reais); Fp são Fatores de Planejamento, a serem estabelecidos para cada instrumento urbanístico.

Parágrafo Único. Para fins da aplicação da Outorga Onerosa do Direito de Construir e da Transferência do Direito de Construir deverão ser observadas, respectivamente, as unidades de referência estabelecidas nos Capítulos V, VI e VII deste Título.

Art. 270. Para a aplicação da Unidade de Referência na operacionalização dos demais instrumentos urbanísticos, fica estabelecido que:

I - na hipótese de a aplicação do instrumento estar condicionada à contrapartida financeira relacionada com a área, deverá ser utilizada a formula estabelecida para Outorga Onerosa do Direito de Construir. II - na hipótese de a aplicação do instrumento estar condicionada à necessidade de constituir equivalência entre áreas e potenciais construtivos, deverá ser utilizada a formula estabelecida para Transferência do Direito de Construir.

Parágrafo Único. Novas Unidades de Referências poderão ser estabelecidas, de acordo com necessidades especiais de aplicação de determinado instrumento.

CAPÍTULO XXI - DOS PROJETOS ESPECIAIS

Art. 271. Para os fins desta Lei, Projeto Especial consiste em instrumento que possibilita o processo de análise e licenciamento de empreendimento que apresenta características especiais, que não se aplicam a casos usuais, por meio da definição de regras e acordos específicos.

Art. 272. Os projetos especiais, conforme os agentes que iniciam o processo de licenciamento, classificam-se em:

I - Projeto Especial de Iniciativa Pública, é aquele originado a partir de iniciativa do Município, do Estado, ou da União. II - Projeto Especial de Iniciativa Privada, é aquele originado a partir de uma iniciativa externa ao Poder Público.

§ 1º - O Projeto Especial de Iniciativa Pública, deverá ser proposto de acordo com a competência do órgão interessado, e poderá contar com a iniciativa privada para a sua realização.

§ 2º - O Projeto Especial de Iniciativa Privada, poderá contar com a iniciativa pública para a sua realização, desde que comprovado o interesse público.

Art. 273. São objetivos do Projeto Especial

I - possibilitar a proposição, análise e licenciamento de empreendimentos que necessitam de tratamento especial na forma do art. 274; II - conciliar os interesses envolvidos, observando as condicionantes específicas do empreendimento, e garantindo a prevalência do interesse público; III - garantir a adequada inserção do empreendimento no espaço urbano;

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IV - constituir uma base de regras e parâmetros especialmente definidos para embasar a análise futura de casos semelhantes.

Art. 274. Para os fins desta Lei, são empreendimentos sujeitos à implementação do Projeto Especial:

I - equipamentos urbanos localizados em Área de Especial Interesse Público – AEIP; II - aeródromo; III - arena esportiva e estádio; IV - aterro para formação de acrescidos de marinha; V - atracadouro; VI - campus universitário maior ou igual a 5.000m2 (cinco mil metros quadrados) de área computável; VII - casas de espetáculos maiores ou iguais a 2.500m2 (dois mil e quinhentos metros quadrados) de área computável; VIII - cemitério; IX - centro de eventos maiores ou iguais a 2.500 m2 (dois mil e quinhentos metros quadrados) de área computável; X - centro comercial, centros de compras, ou shopping centers, maiores ou iguais à 20.000 m2 (vinte mil metros quadrados) de área computável; XI - centro cultural maior ou igual a 2.500 m2 (dois mil e quinhentos metros quadrados) de área computável; XII - centros de integração logística maiores ou iguais à 10.000m2 (dez mil metros quadrados) de área computável; XIII - clubes e associações esportivas maiores ou iguais a 5.000m2 (cinco mil metros quadrados) de área computável; XIV - comércio varejista, comércio atacadista, serviços e depósitos maiores ou iguais à 5.000 m2 (cinco mil metros quadrados) de área computável; XV - conexões viárias referidas nesta Lei; XVI - crematório; XVII - edificações industriais maiores ou iguais a 5.000 m2 (cinco mil metros quadrados) de área computável; XVIII - edifícios de estacionamento; XIX - empreendimentos de habitação de interesse social em Áreas de Especial Interesse Social; XX - equipamentos de radiodifusão, telefonia e televisão; XXI - equipamentos de segurança pública; XXII - equipamentos e instalações militares; XXIII - galerias, passeio público coberto e passagem que unem uma rua a outra; XXIV - hospitais; XXV - marinas; XXVI - mercado público municipal; XXVII - posto de abastecimento de combustível, depósitos ou postos de revendas de gás; XXVIII - rodoviária, terminal de passageiros de ônibus intermunicipais e interestaduais, ou congêneres; XXIX - terminais e plataformas de transporte coletivo; XXX - túnel e passagem de via através de edifício; XXXI - empreendimentos ou atividades de significativo impacto ambiental de âmbito, nacional, regional e metropolitano.

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Parágrafo Único. O acréscimo ou supressão de empreendimentos previstos no caput serão propostos mediante critérios técnicos e aprovados pelo Conselho da Cidade de São José, para conseguinte proposição de projeto de lei pelo Poder Executivo Municipal.

Art. 275. O Projeto Especial deverá seguir os objetivos, regras e parâmetros definidos para a unidade territorial em que está inserido.

§ 1º - Caso as regras e parâmetros de uso e ocupação do solo da unidade territorial não atendam às necessidades especiais do empreendimento, estas poderão ser adequadas pelo Poder Executivo Municipal.

§ 2º - A adequação de que trata o § 1.º deverá observar as diretrizes e poderá aplicar os instrumentos desta Lei, do Estatuto da Cidade e de legislação correlata.

Art. 276. É dever do Poder Executivo Municipal:

I - aprovar o Projeto Especial; II - fiscalizar a implementação dos projetos especiais; III - formalizar condições e compromissos assumidos pelos agentes envolvidos, que são necessários para o desenvolvimento do Projeto Especial; IV - submeter o Projeto Especial à prévia apreciação e homologação do Conselho da Cidade de São José e demais conselhos municipais competentes.

§ 1º - Na formalização referida no inciso III do caput, poderão ser realizados acordos programáticos prévios no âmbito do Projeto Especial, com as finalidades de:

I - acomodar equipamentos e serviços complementares ao empreendimento; II - acomodar as demandas definidas por Estudo de Impacto de Vizinhança, eventualmente realizado; III - integrar e qualificar a interface entre os espaços de uso público e privado do empreendimento e do espaço urbano.

§ 2º - Outros conselhos municipais deverão ser consultados em razão de características especiais do empreendimento, que tenham relação com as suas competências.

Art. 277. Para licenciamento de empreendimento no âmbito do Projeto Especial:

I - o Poder Executivo Municipal poderá exigir prévia elaboração de Estudo de Impacto de Vizinhança e Estudo de Impacto Ambiental. II - será necessário estudo preliminar, apresentado pelo agente que solicita a aprovação do empreendimento, para fins de identificação e análise das características e demandas especiais.

Art. 278. Os custos de adequação de equipamentos urbanos ou quaisquer outros que se tornarem necessários em função da implantação do empreendimento serão de responsabilidade do empreendedor.

Art. 279. Lei municipal específica estabelecerá as demais condições a serem observadas para a aplicação do Projeto Especial.

Parágrafo Único. O Poder Executivo Municipal deverá elaborar o projeto de lei municipal de que trata o caput em até 6 (seis) meses a partir da aprovação desta Lei.

TÍTULO IV - DAS NORMAS DE USO, OCUPAÇÃO E PARCELAMENTO DO SOLO

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

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Art. 280. O uso, a ocupação e o parcelamento do solo nas Unidades Territoriais deverão observar as respectivas regras e limites estabelecidos nesta Lei, especialmente os constantes nos seus anexos.

Parágrafo Único. É vedado o uso e ocupação do solo para fins urbanos em terreno não decorrente do regular processo de parcelamento do solo.

CAPÍTULO II - DOS USOS E ATIVIDADES

Art. 281. O uso do solo fica classificado em:

I - residencial; II - não residencial; III - misto.

§ 1º - Considera-se uso residencial aquele destinado às moradias, abrangendo:

I - uniresidencial, caracterizado por apenas uma unidade residencial; II - multiresidencial, caracterizado por mais de uma unidade residencial.

§ 2º - Considera-se uso não residencial aquele destinado ao exercício das atividades institucionais, industriais, comerciais e de prestação de serviços.

§ 3º - Considera-se uso misto aquele que envolve, simultaneamente, no mesmo terreno ou na mesma edificação, o uso residencial e o uso não residencial.

Art. 282. É permitido o uso misto em todas as Unidades Territoriais previstas nesta Lei.

§ 1º - É vedado o uso residencial na Zona Especial de Desenvolvimento Econômico e nas Áreas de Especial Interesse para Desenvolvimento Econômico.

§ 2º - A instalação e a coexistência de usos e atividades em uma mesma Unidade Territorial ficam condicionadas a requisitos de instalação e operação, definidos em função de sua potencialidade como geradores de:

I - incomodidade; II - interferência no tráfego; III - impacto de vizinhança; IV - impacto no meio ambiente natural e construído.

CAPÍTULO III - DAS INCOMODIDADES E SEU ENQUADRAMENT O

Art. 283. Para os fins desta Lei, considera-se incomodidade a alteração adversa de características do meio ambiente, gerado por uma ou mais atividades, que resulte em desconforto, inadequação ou inconveniência do bem-estar público.

Art. 284. Para categorizar os usos e as atividades potencialmente geradores de incomodidade, são definidas 7 (sete) categorias de incomodidade, considerando a sua compatibilidade aos padrões de usos definidos para as Unidades Territoriais.

Art. 285. Quando da categorização da incomodidade, deverão ser observados, dentre outros fatores:

I - poluição sonora; II - poluição atmosférica; III - poluição hídrica; IV - poluição do solo; V - geração de resíduos sólidos;

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VI - vibração; VII - periculosidade; VIII - geração de interferência e obstrução do tráfego e circulação de veículos e pedestres; IX - potência elétrica instalada; X - emissão de radiação.

Art. 286. Os usos e atividades observarão as seguintes Categorias de Incomodidades, ou CI:

I - CI-A, para o uso residencial e os usos não-residenciais que são compatíveis e necessários na proximidade do uso residencial; II - CI-B, que inclui CI-A, e os usos não-residenciais que necessitam de fluxo de passagem e são compatíveis ao uso residencial; III - CI-C, que inclui CI-B, e os usos não-residenciais que necessitam de fluxo de passagem e são tolerados pelo uso residencial; IV - CI-D, que inclui CI-C, e os usos não-residenciais que necessitam de fluxo moderado de passagem e são possíveis de ser compatibilizados na proximidade uso residencial; V - CI-E, que inclui CI-D, e os usos não-residenciais, industrial e correlatos que necessitam de fluxo intenso de passagem e são possíveis de ser compatibilizados na proximidade do uso residencial; VI - CI-F, que inclui os usos não-residenciais, industrial e correlatos que são possíveis de tolerar a proximidade com usos rurais e uso residencial preexistente; VII - CI-G, o uso industrial e correlatos, incompatíveis com o uso residencial.

§ 1º - O enquadramento dos usos e atividades nas suas respectivas categorias de incomodidade estão definidos no Quadro 06 desta Lei.

§ 2º - Serão utilizadas as Unidades Territoriais referidas nesta Lei para identificar onde será permitida a instalação dos usos e atividades, observando o Quadro 07 e o Mapa 09.

Art. 287. No caso de lotes localizados em esquinas, prevalecerá a Categoria de Incomodidade mais abrangente ou de maior incomodidade, associada à Unidade Territorial na qual o lote está inserido.

Art. 288. No caso de lotes com frente para duas vias com Categorias de Incomodidade distintas, excetuando-se os lotes localizados em esquinas, será exigido Estudo de Impacto de Vizinhança, quando a atividade tiver qualquer tipo de acesso para a via com Categorias de Incomodidade menos abrangente ou menor.

Art. 289. Casos omissos, atualizações e ajustes nos conteúdos dos Quadros 06 e 07 e Mapa 09, serão propostos e submetidos à aprovação do Conselho da Cidade de São José.

Art. 290. No estabelecimento de medidas de controle do uso do solo relativas à interferência ou incomodidade que os usos não-residenciais geram na vizinhança, poderão ser estabelecidos, por meio de normativa específica, parâmetros de incomodidade relacionados:

I - à emissão de ruído; II - à vibração associada; III - à potência elétrica instalada; IV - à emissão de radiação;

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V - à emissão de gases, vapores e material particulado; VI - à emissão de odores; VII - à emissão de fumaça; VIII - ao horário para carga e descarga.

CAPÍTULO IV - DOS PARÂMETROS URBANÍSTICOS

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 291. São parâmetros urbanísticos de uso, ocupação e parcelamento do solo:

I - testada mínima do lote; II - área mínima de lote; III - área máxima de lote; IV - área máxima de quadra; V - face máxima de quadra. VI - coeficientes de aproveitamento, mínimo, básico e máximo; VII - número máximo de pavimentos; VIII - taxa de ocupação máxima; IX - taxa de permeabilidade mínima; X - recuo para alargamento do sistema viário; XI - afastamentos mínimos; XII - vagas para estacionamento; XIII - mínima vedação transparente da fachada no térreo; XIV - mínima vedação transparente da testada do lote; XV - taxa de área mínima destinada ao sistema viário; XVI - taxa de área mínima destinada aos equipamentos urbanos públicos; XVII - taxa de área mínima destinada às áreas verdes e espaços livres; XVIII - categorias de incomodidade.

§ 1º - Os parâmetros urbanísticos referidos no caput encontram-se na Tabela 01 e Quadros 06 e 07.

§ 2º - As novas construções deverão respeitar os parâmetros urbanísticos que constam na Tabela 01 e Quadros 06 e 07, inclusive aqueles relacionados à testada mínima e área mínima de lotes.

SEÇÃO II - DAS ÁREAS CONSTRUÍDAS

Art. 292. Para fins desta Lei, considera-se:

I - Área Construída Total, ou ACT, a soma de todas as áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação; II - Área Construída Computável para Fins de Potencial Construtivo, ou ACPC, a soma das áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação, consideradas para efeito de cálculo de potencial construtivo. III - Área Construída Não Computável para Fins de Potencial Construtivo, ou ANCPC, a soma das áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação, que não são consideradas para efeito de cálculo de potencial construtivo. IV - Área Construída Computável para Fins de Taxa de Ocupação Máxima, ou ACTO, a soma das áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação, consideradas para efeito de cálculo de área passível de ocupação em determinado terreno; V - Área Construída Não Computável para Fins de Taxa de Ocupação Máxima, ou ANCTO, a soma das áreas cobertas de todos os pavimentos de uma

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edificação, que não são consideradas para efeito de cálculo de área passível de ocupação em determinado terreno.

Parágrafo Único. As determinações incidentes sobre as áreas construídas computáveis e as áreas construídas não computáveis relacionadas ao potencial construtivo, bem como à taxa de ocupação máxima, encontram-se reguladas em suas respectivas seções, constantes neste Capítulo.

SEÇÃO III - DOS POTENCIAIS CONSTRUTIVOS

Art. 293. Para fins desta Lei, considera-se Potencial Construtivo, ou PC, do lote ou da unidade autônoma de condomínio fechado, o produto resultante da multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento, sendo que:

I - Potencial Construtivo Básico, ou PCB, do lote ou da unidade autônoma, corresponde ao produto resultante da multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento Básico definido para cada unidade territorial; II - Potencial Construtivo Mínimo, ou PC-mín, de um lote ou da unidade autônoma, corresponde ao produto resultante da multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento Mínimo definido para cada Unidade Territorial; III - Potencial Construtivo Máximo, ou PC-máx, de lote ou da unidade autônoma, corresponde ao produto resultante da multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento Máximo definido para cada unidade territorial; IV - Potencial Construtivo Pretendido, ou PCP, de um lote ou da unidade autônoma, corresponde à área total pretendida para construção; V - Potencial Construtivo Adicional, ou PCA, de um lote ou da unidade autônoma, corresponde à diferença entre o Potencial Construtivo Pretendido e o Potencial Construtivo Básico.

§ 1º - O Potencial Construtivo Pretendido será sempre menor ou igual ao Potencial Construtivo Máximo.

§ 2º - Na hipótese em que o Potencial Construtivo Pretendido for menor do que o Potencial Construtivo Máximo, deverão ser respeitados os parâmetros urbanísticos definidos na Tabela 02, sem prejuízo das demais determinações estabelecidas na Tabela 01.

§ 3º - O resultado da soma do Potencial Construtivo Básico e do Potencial Construtivo Adicional não poderá ser superior ao Potencial Construtivo Máximo admitido para o respectivo lote ou unidade autônoma de condomínio fechado.

Art. 294. Constituem Área Construída Não Computável para Fins de Potencial Construtivo:

I - áreas destinadas ao número mínimo de vagas de estacionamento em garagem; II - pavimentos em subsolo destinados a vagas de estacionamento; III - áreas destinadas ao número mínimo de paraciclos; IV - sótãos, em edificações uniresidenciais, desde que não haja elevação da cobertura; V - áticos destinados a uso comum da edificação multiresidencial com até 25% (vinte e cinco por cento) da área do pavimento; VI - mezaninos no pavimento térreo com atividades comerciais, de serviços ou equipamentos urbanos, desde que não ultrapassem 50% da área do pavimento em que estão inseridos e sejam construídos em material desmontável;

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VII - áreas de fruição pública no pavimento térreo da edificação, desde que estejam junto ao alinhamento do logradouro público, com acesso no nível do passeio, permanentemente abertas e equipadas com mobiliário urbano; VIII - galerias interligando logradouros públicos através do térreo da edificação, que sejam acessível ao pedestre; IX - áreas ocupadas por central de gás, lixeiras e casa de máquinas; X - guaritas com até 10m² (dez metros quadrados); XI - coberturas em balanço, na extensão da fachada frontal da edificação no pavimento térreo, feitas em material desmontável e com profundidade máxima de até 3m (três metros); XII - marquises, pérgolas, passagens cobertas, beirais e sacadas, desde que em balanço, com projeção máxima de 80cm (oitenta centímetros); XIII - áreas ocupadas por escada destinada à saída de emergência em edificações; XIV - áreas ocupadas por elevador e casa de máquinas.

§ 1º - Na hipótese prevista no inciso II do caput:

I - o pavimento em subsolo destinado a vagas de estacionamento não poderá possuir mais de 5% (cinco por cento) de sua área destinada a outros usos; II - a área destinada a vagas de estacionamento em até dois pavimentos em subsolo será considerada área não computável; III - a área destinada a vagas de estacionamento nos demais pavimentos de subsolo serão considerados área computável para edificações com Vagas de Estacionamento Tipo A ou B, dispostas na Seção deste Capítulo.

§ 2º - Na Área de Especial Interesse para Contenção de Cheias, o pavimento em pilotis será considerado área construída não computável para fins de potencial construtivo, garantindo o mínimo de 80% (oitenta por cento) de sua área livre de fechamento lateral.

Art. 295. Constituem Área Construída Computável para Fins de Potencial Construtivo, as demais áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação que não foram previstas no art. 294.

SEÇÃO IV - DO NÚMERO MÁXIMO DE PAVIMENTOS

Art. 296. Além do constante na Tabela 01, para efeito de cálculo do número máximo de pavimentos:

I - deverão ser considerados os pavimentos referentes ao embasamento e à torre da edificação; II - não será considerado no cômputo do número de pavimentos o subsolo cuja face superior da laje de cobertura não ultrapasse a altura máxima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) acima do nível natural do terreno, calculada no plano médio de projeção da fachada do subsolo, e junto ao logradouro público, desde que:

a) sendo pavimento não destinado à permanência humana prolongada, seja utilizado para garagens e depósitos; b) as garagens construídas em subsolo obedeçam as regras a serem estabelecidas pelo Código de Obras e Edificações; c) o nível natural do terreno, mencionado no caput, será considerado na fachada da menor cota altimétrica, na respectiva seção plana, ou no nível do acesso aquático, quando existir.

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§ 1º - No embasamento serão admitidos até 2 (dois) pavimentos.

§ 2º - No subsolo serão admitidos até 4 (quatro) pavimentos.

§ 3º - É vedada a edificação de subsolos em áreas suscetíveis a inundações ou processos correlatos indicadas no Mapa 09, exceto quando apresentada solução técnica que garanta a segurança e a viabilidade da ocupação, por meio de projeto subordinado às normas estabelecidas nesta Lei e demais aplicáveis, sendo obrigatória a apresentação de registro ou anotação de responsabilidade técnica junto ao respectivo conselho.

§ 4º - Na Área de Especial Interesse para Contenção de Cheias, o pavimento em pilotis não será considerado para efeito de cálculo do número máximo de pavimentos.

SEÇÃO V - DA TAXA DE OCUPAÇÃO MÁXIMA

Art. 297. A taxa de ocupação máxima consiste na máxima projeção horizontal permitida para a edificação com relação a área total do terreno.

Art. 298. Constituem Área Construída Não Computável para Fins de Taxa de Ocupação Máxima:

I - áreas de fruição pública no pavimento térreo da edificação, desde que estejam junto ao alinhamento do logradouro público, com acesso no nível do passeio, permanentemente aberta e equipada com mobiliário urbano; II - áreas ocupadas por central de gás, lixeiras e casa de máquinas; III - guaritas com até 10m² (dez metros quadrados); IV - coberturas em balanço, na extensão da fachada frontal da edificação no pavimento térreo, feitas em material desmontável e com profundidade máxima de até 3m (três metros); V - marquises, pérgolas, demais passagens cobertas, beirais e sacadas, desde que em balanço, com projeção máxima de 80cm (oitenta centímetros).

§ 1º - Para edificações com até 4 (quatro) pavimentos, a taxa de ocupação máxima do embasamento e da torre terão o mesmo valor.

§ 2º - A taxa de ocupação máxima do subsolo será a mesma definida para o embasamento da edificação.

Art. 299. Constituem áreas construídas computáveis para fins de taxa de ocupação máxima as áreas abertas, as áreas descobertas e demais áreas cobertas de todos os pavimentos de uma edificação que não foram previstas no art. 298.

SEÇÃO VI - DA TAXA DE PERMEABILIDADE MÍNIMA

Art. 300. A taxa de permeabilidade mínima corresponde a mínima porcentagem do terreno que deverá ser permeável, de modo a permitir a infiltração de água no solo, livre de qualquer construção.

Art. 301. Serão consideradas, para efeito de cálculo da área permeável, desde que permitam a infiltração de água no solo, as superfícies do terreno revestidas com:

I - vegetação; II - areia, saibro, pedrisco ou similares; III - pavimento comprovadamente drenante.

Parágrafo Único. Pelo menos 50% (cinquenta por cento) da área permeável deverá ser composta pelo disposto nos incisos I ou II do caput.

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SEÇÃO VII - DO RECUO PARA ALARGAMENTO DO SISTEMA VIÁRIO E AFASTAMENTOS MÍNIMOS

Art. 302. O recuo para alargamento do sistema viário é a área definida pela distância perpendicular a partir do eixo de via, existente ou projetada, que deverá ser reservada para esta finalidade.

Parágrafo Único. A distância referida no caput será definida de acordo com os parâmetros das Áreas de Especial Interesse para Sistema Viário, conforme o Quadro 05.

Art. 303. Ficam vedadas construções no recuo para alargamento do sistema viário, mesmo em subsolo, excetuando-se:

I - muros de arrimo e de vedação de terreno; II - lixeiras temporárias até o limite máximo de 2m² (dois metros quadrados).

Art. 304. Os afastamentos mínimos são as áreas definidas pelas distâncias perpendiculares que devem ser observadas entre as edificações e as divisas do terreno.

Parágrafo Único. As edificações em todas as Unidades Territoriais compostas por esta Lei deverão resguardar afastamento mínimo frontal de 5m (cinco metros).

Art. 305. Ficam vedadas construções nos afastamentos mínimos frontais, mesmo em subsolo, excetuando-se:

I - portões, muros de arrimo e de vedação de terreno, escadarias e rampas de acesso; II - centrais de gás, até o máximo de 10m² (dez metros quadrados); III - lixeiras temporárias até o máximo de 2m² (dois metros quadrados); IV - marquises, pérgulas, passagens cobertas, beirais, e sacadas, desde que em balanço, com projeção máxima de 80cm (oitenta centímetros); V - elementos construtivos ou detalhes arquitetônicos em balanço, com projeção máxima de 80cm (oitenta centímetros); VI - guaritas, até o máximo de 10m² (dez metros quadrados); VII - coberturas em balanço na extensão da fachada frontal de edificação no pavimento térreo, feita em material desmontável, e com profundidade máxima de até 3m (três metros).

Art. 306. A destinação de vagas de estacionamento nos afastamentos mínimos previstos nesta Lei somente será permitida:

I - nos afastamentos mínimos laterais e de fundos; e II - nos afastamentos mínimos frontais:

a) para os casos de Vagas de Estacionamento Tipo B, desde que sejam destinadas para o número mínimo de vagas previsto no Seção VIII deste Capítulo; b) para os casos de Vagas de Estacionamento Tipo C.

Art. 307. Na hipótese de edificações com 5 (cinco) ou mais pavimentos, os afastamentos mínimos laterais e de fundos poderão ser dispensados para os embasamentos, desde que resguardado o afastamento mínimo frontal.

Art. 308. Na hipótese de edificações que destinarem área para Fruição Pública no âmbito da aplicação dos Incentivos Urbanísticos, os afastamentos laterais e de fundos da torre serão de 3m (três metros).

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Art. 309. Edificações com uso destinado ao comércio, serviços e equipamentos urbanos no térreo, situadas nas Unidades Territoriais indicadas na Tabela 03, deverão ter, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) da fachada do pavimento alinhada ao afastamento frontal.

Art. 310. Nos Trechos de Centralidade 16 e Trechos de Centralidade 8, desde que o imóvel possua o alinhamento do logradouro contido em Áreas de Especial Interesse para Transporte Coletivo A ou B, não será permitido o fechamento da área do lote correspondente ao afastamento frontal.

SEÇÃO VIII - DAS ÁREAS DESTINADAS PARA VAGAS DE ESTACIONAMENTO

Art. 311. Para os fins desta Lei, as áreas destinadas para vagas de estacionamento classificam-se em:

I - Vagas de Estacionamento Tipo A; II - Vagas de Estacionamento Tipo B; III - Vagas de Estacionamento Tipo C.

Art. 312. As Vagas de Estacionamento Tipo A somente serão admitidas:

I - nos Trechos de Centralidade 16, desde que o imóvel possua o alinhamento do logradouro contido em Áreas de Especial Interesse para Transporte Coletivo A ou B; II - nos Trechos de Centralidade 8, desde que o imóvel possua o alinhamento do logradouro contido em Áreas de Especial Interesse para Transporte Coletivo A ou B; III - no Trecho de Centralidade da Av. Presidente Kennedy.

Art. 313. As Vagas de Estacionamento Tipo B somente serão admitidas:

I - nos Trechos de Centralidade 16 e 8, desde que o imóvel não possua o alinhamento do logradouro contido em Áreas de Especial Interesse para Transporte Coletivo A ou B; II - na Área de Especial Interesse para Integração Municipal A; III - na Área de Especial Interesse para Reestruturação da Av. das Torres A; IV - na Área de Especial Interesse para Reestruturação da Av. das Torres B; V - na Área de Especial Interesse para Reestruturação da R. Gerôncio Thives; VI - na Área de Especial Interesse para Reestruturação da Av. Leoberto Leal; VII - na Área de Especial Interesse para Reestruturação Urbana da Beira-Mar; VIII - na Área de Especial Interesse para Reestruturação do Eixo Metropolitano; IX - na Área de Especial Interesse para Reestruturação Urbana da BR-101 A; X - na Área de Especial Interesse para Reestruturação Urbana da BR-101 B; XI - na Área de Especial Interesse para Reestruturação Urbana da BR-101 C; XII - nos Trechos de Centralidade 6.

Art. 314. As Vagas de Estacionamento Tipo C somente serão admitidas:

I - na Zona de Consolidação e Qualificação Urbana A; II - na Zona de Consolidação e Qualificação Urbana B; III - na Zona de Consolidação e Qualificação Urbana C; IV - na Zona de Consolidação e Qualificação Urbana D; V - na Zona de Consolidação e Qualificação Urbana E; VI - na Zona de Consolidação e Qualificação Urbana F; VII - na Zona de Consolidação e Qualificação Urbana G; VIII - na Zona de Estruturação e Qualificação Urbana A;

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IX - na Zona de Qualificação Urbana e Paisagística A; X - na Área de Especial Interesse para Integração Municipal B; XI - nos Trechos de Centralidade 4; XII - nos Trechos de Via Específico 4.

Art. 315. As Vagas de Estacionamento Tipos A, B e C deverão ter dimensões mínimas de:

I - 2,5m x 5m (dois metros e cinquenta centímetros por cinco metros), para automóveis; II - 3,2m x 13m (três metros e vinte centímetros por treze metros), para veículos de carga e descarga, e veículos para transporte coletivo de passageiros;

Parágrafo Único. Deverá ser assegurada a destinação de número mínimo de vagas para pessoas com deficiência, para idosos e para atividades de carga e descarga, observadas as exigências específicas da legislação e das normas técnicas aplicáveis.

Art. 316. Nas Vagas de Estacionamento Tipos A e B, deverão ser assegurados o mínimo de 1 (um) paraciclo para cada unidade habitacional e 1 (um) paraciclo para cada 50m² (cinquenta metros quadrados) de uso não residencial.

Art. 317. Nos casos de Vagas de Estacionamento Tipo A, fica estabelecido que:

I - nos usos multiresidenciais, verticais ou horizontais, somente poderá ser destinada 1 (uma) vaga de estacionamento para cada unidade residencial autônoma; II - nos usos não residenciais, verticais ou horizontais, somente poderá ser destinada 1 (uma) vaga de estacionamento para cada 50m² (cinquenta metros quadrados) de área construída computável destinada ao uso não residencial, excluídas as áreas computáveis ocupadas por vagas e desprezadas as frações; III - nos usos mistos, verticais ou horizontais, somente poderá ser destinada 1 (uma) vaga de estacionamento para cada unidade residencial autônoma, e 1 (uma) vaga de estacionamento para cada 70m² (setenta metros quadrados) de área construída computável destinada ao uso não residencial, excluídas as áreas computáveis ocupadas por vagas e desprezadas as frações.

Art. 318. Não será estabelecido número máximo de vagas para Vagas de Estacionamento Tipos B e C.

CAPÍTULO V - DO PERÍMETRO URBANO

Art. 319. Para os fins desta Lei, perímetro urbano é a delimitação do conjunto de Unidades Territoriais destinadas a regular o parcelamento, o uso e a ocupação urbana, por meio da qualificação de áreas:

I - urbanizadas; II - aptas à urbanização; III - necessárias à manutenção do equilíbrio urbano e ambiental.

Parágrafo Único. As Unidades Territoriais referidas no caput são compostas pela Macrozona A, pela Macrozona B e pela Macrozona de Transição, referidas nesta Lei.

Art. 320. Fica estabelecida a delimitação do perímetro urbano do Município através do Mapa 01.

Parágrafo Único. Ato do Poder Executivo Municipal estabelecerá a descrição do perímetro urbano por meio de memorial, com base na delimitação do mapa referido no caput.

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Art. 321. Toda e qualquer alteração da delimitação do perímetro urbano deverá ser feita por projeto de lei complementar de iniciativa do Poder Executivo Municipal, e desde que o Conselho da Cidade de São José delibere favoravelmente ao envio da proposição de lei à tramitação legislativa.

§ 1º - O Poder Executivo Municipal deverá elaborar parecer técnico, que servirá de orientação para a deliberação referida no caput.

§ 2º - O parecer referido no § 1.º deste artigo, deverá ser instruído por competente registro ou anotação de responsabilidade técnica junto ao respectivo conselho profissional e comprovar a necessidade de alteração na delimitação do perímetro urbano.

§ 3º - Quaisquer postulações de agentes privados sobre conversões de área rural para área urbana será sujeita à aplicação da Outorga Onerosa de Alteração de Uso, e sem prejuízo das disposições deste artigo.

CAPÍTULO VI - DO ZONEAMENTO

SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 322. O Zoneamento é definido nesta Lei como instrumento de organização do território municipal, com o objetivo de orientar o desenvolvimento e expansão urbanos do Município de São José, em determinado horizonte temporal estabelecido pelo processo de planejamento, através da divisão e composição de Unidades Territoriais de Planejamento e Gestão.

Parágrafo Único. Para fins desta Lei, constitui Unidade Territorial de Planejamento e Gestão, doravante denominado Unidade Territorial, o instrumento aplicado para delimitar unidades no território do Município, compostas com as seguintes finalidades:

I - planejamento; II - gestão; III - implementação de políticas e demais instrumentos;

Art. 323. Constituem Unidades Territoriais compostas para os fins desta Lei:

I - as macrozonas; II - as zonas; III - as áreas de especial interesse; IV - os trechos de sistema viário;

§ 1º - As Macrozonas são divisões do Município em grandes Unidades Territoriais, estabelecendo a integração do território municipal como um todo.

§ 2º - As Zonas são subdivisões das Macrozonas em Unidades Territoriais mais específicas.

§ 3º - As Áreas de Especial Interesse são Unidades Territoriais que se sobrepõem às Zonas e Macrozonas, de acordo com a necessidade de tratamento especial.

§ 4º - Os Trechos de Sistema Viário são Unidades Territoriais compostas por áreas definidas a partir de segmentos do sistema viário, existente ou projetado, que se sobrepõem às demais Unidades Territoriais, de acordo com a necessidade de tratamento especial.

§ 5º - As Unidades Territoriais referidas no caput estão delimitadas nos Mapas 01 a 07, anexos a esta Lei.

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Art. 324. Sobre as Unidades Territoriais incidirão suas respectivas regras, em especial seus objetivos, os instrumentos e os parâmetros de uso, de ocupação e de parcelamento do solo.

Art. 325. As regras estabelecidas para o Trecho de Sistema Viário aplicar-se-ão somente em terrenos onde toda a extensão da sua testada esteja compreendida por esta Unidade Territorial.

§ 1º - Atendido o disposto no caput, aplicar-se-ão as regras estabelecidas para o Trecho de Sistema Viário até a distância máxima de 100m (cem metros), medida perpendicularmente a partir do ponto médio do alinhamento do logradouro.

§ 2º - O alinhamento do logradouro é a linha divisória entre o terreno de propriedade particular ou pública e o logradouro público, existente ou projetado, locada pelas autoridades municipais.

Art. 326. As regras definidas para as Unidades Territoriais observarão a seguinte ordem de prevalência:

I - Trecho de Sistema Viário; II - Área de Especial Interesse; III - Zona; IV - Macrozona; V - o território do Município como um todo.

§ 1º - Especialmente nos casos de sobreposição das Unidades Territoriais indicados no Quadro 03, prevalecerão as regras estabelecidas pelo mesmo, estritamente na área da sobreposição.

§ 2º - As regras definidas nesta Lei, em especial os objetivos e os instrumentos, incidentes sobre um terreno serão compostas pelo estabelecido em todas as Unidades Territoriais em que o terreno está inserido.

§ 3º - Havendo conflito entre os objetivos e os instrumentos incidentes sobre um terreno, prevalecerá a regra da Unidade Territorial de maior prevalência em que o terreno está inserido, seguindo a ordem estabelecida no caput.

§ 4º - Havendo conflito entre parâmetros de uso, de ocupação e de parcelamento do solo, prevalecerá o estabelecido na Unidade Territorial de maior prevalência em que o terreno está inserido, seguindo a ordem estabelecida no caput.

§ 5º - Não havendo parâmetros de uso, de ocupação e de parcelamento do solo específico para a Unidade Territorial de maior prevalência, seguindo a ordem estabelecida no caput, aplica-se o estabelecido na unidade seguinte.

Art. 327. Em terrenos com área igual ou menor do que 2.000m² (dois mil metros quadrados), prevalecerão todas as regras definidas para a Unidade Territorial de maior prevalência, de acordo com o art. 326, que serão aplicadas em toda a área do terreno.

Parágrafo Único. Em terrenos com área maior do que 2.000m² (dois mil metros quadrados):

I - caso a totalidade do terreno inserida em apenas uma sobreposição de Unidades Territoriais, aplicar-se-á o disposto no art. 326 em toda a área do terreno; II - havendo porções do terreno inserida em diferentes sobreposições de Unidades Territoriais, aplicar-se-á o disposto no art. 326, distintamente na área de cada sobreposição, para fins de cálculo e utilização das regras.

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Art. 328. Para fins do processo de licenciamento de uso e ocupação do solo, serão admitidos como fonte de informações válidas sobre os terrenos:

I - na fase de Manifestação de Interesse, a base cartográfica do Cadastro Territorial Multifinalitário vigente no Município; II - para as demais fases, o levantamento planialtimétrico do terreno referenciado à Rede de marcos geodésicos oficiais deverá ser apresentado pelo empreendedor, e instruído por competente registro ou anotação de responsabilidade técnica junto ao respectivo conselho profissional.

Parágrafo Único. O conteúdo mínimo e os requisitos do levantamento planialtimétrico deverão ser regulados por meio de ato do Poder Executivo Municipal.

SEÇÃO II - DAS MACROZONAS

SUBSEÇAO I - DA MACROZONA URBANA A

Art. 329. São características da Macrozona Urbana A:

I - área mais populosa do território municipal, com cerca de 80% da população do município, de acordo com o Censo demográfico do IBGE, de 2010; II - quanto à infraestrutura:

a) área com maior disponibilidade de infraestrutura no Município, ainda que insuficiente; b) sistema viário desconectado, descontínuo, desalinhado, subdimensionado e saturado; c) drenagem urbana ineficiente; d) esgotamento sanitário ineficiente; e) Rodovias BR-101 e BR-282, funcionando, simultaneamente, como barreira à integração interna do município, como principal via de acesso intraurbano e como principal acesso ao município na Região Metropolitana da Grande Florianópolis;

III - quanto aos aspectos físico-territoriais:

a) abrange toda a faixa litorânea municipal; b) existência de áreas planas suscetíveis à inundação; c) existência de áreas de encosta suscetíveis à deslizamento; d) reduzida oferta de áreas verdes urbanas;

IV - quanto ao uso e ocupação do solo:

a) área onde se iniciou o processo de ocupação do território municipal; b) existência de centralidades com diferentes escalas de abrangência, considerados os âmbitos local e regional; c) concentração de atividades ao longo das principais vias; d) usos diversificados, do tipo residencial, industrial, comercial e prestação de serviços; e) concentração de equipamentos urbanos e serviços públicos; f) conurbação com municípios limítrofes; g) variadas densidades populacionais e maior densidade com relação ao restante do município; h) áreas não ocupadas e dotadas de infraestrutura, aptas à ocupação; i) ocorrência de imóveis urbanos não edificados, não utilizados e subutilizados em áreas com infraestrutura; j) existência de assentamentos precários;

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V - quanto a potenciais intervenções de grande impacto:

a) reestruturação das rodovias BR-101 e BR-282; b) implantação da Beira-Mar de Barreiros; c) implantação do sistema integrado de transporte coletivo metropolitano.

Art. 330. São objetivos da Macrozona Urbana A:

I - consolidar a ocupação de forma eficiente; II - fortalecer e integrar as centralidades existentes e as potenciais; III - promover a requalificação ambiental; IV - incentivar a ocupação das áreas não ocupadas; V - adequar a infraestrutura à demanda futura; VI - promover a articulação entre os municípios da Região Metropolitana da Grande Florianópolis; VII - desencadear o planejamento da orla marítima.

Art. 331. Compõem a Macrozona Urbana A:

I - a Zona de Consolidação e Qualificação Urbana A, ou ZCQU-A; II - a Zona de Consolidação e Qualificação Urbana B, ou ZCQU-B; III - a Zona de Consolidação e Qualificação Urbana C, ou ZCQU-C; IV - a Zona de Consolidação e Qualificação Urbana D, ou ZCQU-D; V - a Zona de Consolidação e Qualificação Urbana E, ou ZCQU-E; VI - a Zona de Consolidação e Qualificação Urbana F, ou ZCQU-F; VII - a Zona de Consolidação e Qualificação Urbana G, ou ZCQU-G; VIII - a Zona de Contenção de Ocupação A, ou ZCO-A; IX - a Zona de Estruturação e Qualificação Urbana A, ou ZEQU-A; X - a Zona de Estruturação e Qualificação Urbana B, ou ZEQU-B; XI - a Zona de Qualificação Urbana e Paisagística A, ou ZQUP-A; XII - a Zona de Qualificação Urbana e Paisagística B, ou ZQUP-B.

SUBSEÇAO II - DA MACROZONA URBANA B

Art. 332. São características da Macrozona Urbana B:

I - segunda área mais populosa do território municipal, com cerca de 17% da população do Município, de acordo com o Censo demográfico do IBGE, de 2010; II - quanto à infraestrutura:

a) área com disponibilidade de infraestrutura insuficiente; b) sistema viário desconectado, descontínuo, desalinhado, subdimensionado; c) drenagem urbana ineficiente; d) esgotamento sanitário ineficiente; e) Rodovia SC-281 como eixo de desenvolvimento.

III - quanto aos aspectos físico-territoriais:

a) abrange a maior extensão de áreas com características geotécnicas que condicionam a ocupação, sendo estas áreas planas com média e alta suscetibilidade à inundação e áreas de encosta com média e alta suscetibilidade a deslizamento; b) área com maior densidade de cursos d'água; c) existência de áreas descontínuas com vegetação secundária em estágios médio e avançado de recuperação; d) localização entre o traçado atual da Rodovia BR-101 e a Alça de Contorno da BR-101.

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IV - quanto ao uso e ocupação do solo:

a) área com ocupação mais recente do município; b) existência de centralidades em formação; c) existência de áreas aptas à urbanização com valor de mercado mais acessível em comparação a áreas da Macrozona Urbana A; d) existência de diversos loteamentos em consolidação; e) significativa existência de glebas; f) existência de glebas com características ambientais que condicionam a sua ocupação; g) ocupação dispersa e de baixa densidade; h) existência de usos industriais; i) Lagoa de Estabilização de Potecas, Aeroclube, CTG e antiga sede da UNIVALI ocupando grandes áreas e/ou condicionando a ocupação de seu entorno; j) Jardim Botânico, Horto e Motódromo como grandes áreas públicas existentes; k) existência de assentamentos precários.

V - quanto a potenciais intervenções de grande impacto:

a) implantação do sistema integrado de transporte coletivo metropolitano; b) criação de parque metropolitano na área de amortecimento de inundação da Bacia do rio Forquilhas; c) aproveitamento do potencial energético da Lagoa de Estabilização de Potecas, visando especialmente a mitigação do mau cheiro.

Art. 333. São objetivos da Macrozona Urbana B:

I - reestruturar e qualificar a ocupação para proporcionar a integração interna do município e deste com a Região Metropolitana da Grande Florianópolis; II - incentivar a ocupação das áreas aptas à urbanização de modo a promover a integração com a malha urbana existente; III - desenvolver as centralidades em formação e as novas em potencial; IV - garantir a articulação da Região Metropolitana da Grande Florianópolis; V - estruturar uma rede de áreas de interesse ambiental, considerando as áreas verdes, parques, unidades de conservação e demais modalidades; VI - desenvolver áreas industriais; VII - promover o adequado aproveitamento das áreas ao longo da Rodovia SC-281 como eixo de desenvolvimento econômico.

Art. 334. Compõem a Macrozona Urbana B:

I - a Zona de Contenção de Ocupação B, ou ZCO-B; II - a Zona de Estruturação e Qualificação Urbana C, ou ZEQU-C; III - a Zona Especial de Desenvolvimento Econômico, ou ZEDE.

SUBSEÇAO III - MACROZONA DE TRANSIÇÃO

Art. 335. São características da Macrozona de Transição:

I - área com a segunda menor população com relação à totalidade do município, com cerca de 3,5% da população do município, de acordo com o Censo demográfico do IBGE, de 2010; II - quanto à infraestrutura:

a) área com pouca disponibilidade de infraestrutura;

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b) drenagem urbana ineficiente; c) esgotamento sanitário ineficiente; d) Rodovia SC-281 como eixo de desenvolvimento;

III - quanto aos aspectos físico-territoriais:

a) predomínio de áreas com características geotécnicas que condicionam a ocupação, sendo estas áreas com média e alta suscetibilidade à inundação e áreas de encosta com média e alta suscetibilidade à deslizamento; b) alta densidade de cursos d'água; c) área com vegetação secundária em estágio avançado de regeneração;

IV - quanto ao uso e ocupação do solo:

a) núcleo de ocupação bem definido, que mantém características próprias; b) coexistência entre ocupação e usos rurais e urbanos; c) existência de problemas de regularização fundiária, ambiental e urbanística; d) ocupação de baixa densidade; e) carência de equipamentos urbanos e serviços públicos; f) recente pressão para ocupação residencial, sobretudo devido ao crescimento urbano desordenado e à especulação decorrente da implantação da Alça de Contorno da BR-101; g) existência de assentamentos precários;

V - Alça de Contorno da BR-101 enquanto intervenção com potencial de grande impacto.

Art. 336. São objetivos da Macrozona de Transição:

I - fazer a transição entre as Macrozonas Urbanas e a Macrozona Rural; II - garantir a manutenção da ocupação e das suas características próprias; III - promover a regularização fundiária, ambiental e urbanística; IV - promover a manutenção da qualidade ambiental; V - promover o adequado aproveitamento econômico das áreas ao longo da Alça de Contorno da Rodovia BR-101.

Art. 337. Compõem a Macrozona de Transição:

I - a Zona Rururbana da Colônia Santana - ZRCS; II - a Zona Rururbana do Alto Forquilhas - ZRAF.

SUBSEÇAO IV - DA MACROZONA RURAL

Art. 338. São características da Macrozona Rural:

I - área menos populosa do território municipal; II - infraestrutura restrita às ligações viárias intermunicipais; III - quanto a aspectos físicos:

a) área montanhosa com predomínio de encostas com média e alta suscetibilidade à deslizamento; b) alta densidade de cursos d'água e de nascentes; c) predomínio de vegetação secundária em estágio avançado de regeneração; d) existência de áreas com reflorestamento;

IV - quanto ao uso e ocupação do solo:

a) ocupação dispersa por propriedades rurais;

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b) existência de assentamentos em áreas de risco à deslizamento;

V - Alça de Contorno da BR-101 enquanto intervenção com potencial de grande impacto.

Art. 339. São objetivos da Macrozona Rural:

I - garantir a preservação dos recursos hídricos, da estabilidade geológica, da biodiversidade e da paisagem; II - restringir a ocupação ao uso rural adequado às condicionantes ambientais.

Art. 340. Compõe a Macrozona Rural a Zona Rural – ZR.

SEÇÃO III - DAS ZONAS

SUBSEÇAO I - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA A – ZCQU-A

Art. 341. A Zona de Consolidação e Qualificação Urbana A, ou ZCQU-A, é Unidade Territorial com ocupação consolidada, destinada à reestruturação e qualificação urbana, e que possui as seguintes características:

I - existência de centralidade com abrangência metropolitana; II - densidade populacional predominantemente média e alta; III - concentração de usos diversificados ao longo de vias principais; IV - sistema viário significativamente conectado e contínuo, conformando quadras pequenas; V - trânsito intenso nas vias principais em horários de pico; VI - significativa disponibilidade de infraestrutura, ainda que insuficiente; VII - limita-se com a BR-101, com a BR-282 ou Via Expressa, com a orla marítima e com Florianópolis; VIII - possui orla marítima redefinida por aterro, com potencial subutilizado e que necessita qualificação.

Art. 342. São objetivos da ZCQU-A:

I - qualificar e fortalecer a centralidade existente, incentivando:

a) a implantação de atividades de comércio e serviços; b) a densidade populacional adequada para uso mais eficiente de serviços públicos e equipamentos urbanos;

II - acomodar o crescimento urbano nas áreas subutilizadas dotadas de infraestrutura, orientando-se pelas Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, na forma desta Lei; III - coibir a retenção especulativa de imóvel urbano; IV - ampliar o acesso às benesses urbanas existentes nesta zona para o restante do município, como a diversidade de usos e de empregos e os equipamentos urbanos; V - renovar e complementar a infraestrutura existente; VI - ampliar e qualificar as áreas verdes e os espaços livres; VII - qualificar as faixas marginais dos cursos d'água; VIII - qualificar a Beira-Mar e promover sua integração com a malha urbana existente; IX - valorizar e qualificar a continuidade territorial com Florianópolis. X - desenvolver o Projeto Orla.

Art. 343. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZCQU-A:

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I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO II - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃ O URBANA B – ZCQU-B

Art. 344. A Zona de Consolidação e Qualificação Urbana B, ou ZCQU-B, é Unidade Territorial com ocupação consolidada, destinada à reestruturação e qualificação urbana, e que possui as seguintes características:

I - densidade populacional predominantemente média; II - concentração de usos diversificados ao longo de vias principais; III - sistema viário com descontinuidades, que geram alta dependência de trajeto nas poucas vias contínuas e que resultam em grandes quadras; IV - trânsito intenso nas vias principais em horários de pico; V - significativa disponibilidade de infraestrutura, ainda que insuficiente; VI - limita-se com a BR-101 e com a BR-282 ou Via Expressa, onde predominam usos que ocupam grandes espaços, e com o de Florianópolis.

Art. 345. São objetivos da ZCQU-B:

I - estruturar e desenvolver a centralidade existente, incrementando a oferta de comércios, serviços e empregos; II - ampliar a conectividade e a continuidade das vias, como meio de proporcionar maior acessibilidade do sistema viário e promover a mobilidade urbana; III - ampliar e qualificar as áreas verdes e os espaços livres; IV - acomodar o crescimento urbano nas áreas subutilizadas dotadas de infraestrutura, orientando-se pelas Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, na forma desta Lei; V - equilibrar a densidade populacional e a oferta de serviços públicos e equipamentos urbanos; VI - renovar e complementar a infraestrutura existente; VII - qualificar as faixas marginais dos cursos d'água; VIII - valorizar e qualificar a continuidade territorial com Florianópolis.

Art. 346. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZCQU-B:

I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO III - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇ ÃO URBANA C – ZCQU-C

Art. 347. A Zona de Consolidação e Qualificação Urbana C, ou ZCQU-C, é Unidade Territorial com ocupação consolidada, destinada à reestruturação e qualificação urbana, e que possui as seguintes características:

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I - existência de centralidade ao longo da Rua Leoberto Leal, com abrangência municipal ; II - densidade populacional predominantemente baixa a média; III - concentração de usos diversificados ao longo de vias principais; IV - sistema viário com descontinuidades, que geram alta dependência de trajeto nas poucas vias contínuas e que resultam em grandes quadras; V - trânsito intenso nas vias principais em horários de pico; VI - significativa disponibilidade de infraestrutura, ainda que insuficiente; VII - limita-se com a BR-101, com a orla marítima e com o município de Florianópolis; VIII - grande extensão de orla degradada, subutilizada, com acesso limitado.

Art. 348. São objetivos da ZCQU-C:

I - qualificar e fortalecer a centralidade existente, incentivando:

a) a implantação de atividades de comércio e serviços; b) a densidade populacional adequada para uso mais eficiente de serviços públicos e equipamentos urbanos;

II - ampliar o livre acesso à orla marítima; III - ampliar e qualificar as áreas verdes e os espaços livres; IV - equilibrar a densidade populacional e a oferta de serviços públicos e equipamentos urbanos; V - renovar e complementar a infraestrutura existente; VI - valorizar e qualificar a continuidade territorial com Florianópolis. VII - desenvolver o Projeto Orla.

Art. 349. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZCQU-C:

I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO IV - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃ O URBANA D – ZCQU-D

Art. 350. A Zona de Consolidação e Qualificação Urbana D, ou ZCQU-D, é Unidade Territorial com ocupação consolidada, destinada à reestruturação e qualificação urbana, e que possui as seguintes características:

I - existência de centralidade; II - densidade populacional predominantemente média; III - concentração de usos diversificados ao longo de vias principais; IV - predomínio de:

a) vias contínuas e conectadas na área mais central da Unidade Territorial, gerando quadras pequenas; b) vias descontínuas e desconectadas nas bordas da Unidade Territorial, gerando quadras maiores;

V - limita-se com a BR-101, onde predominam usos que ocupam grandes espaços.

Art. 351. São objetivos da ZCQU-D:

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I - qualificar e fortalecer a centralidade existente, incentivando:

a) a implantação de atividades de comércio e serviços; b) a densidade populacional adequada para uso mais eficiente de serviços públicos e equipamentos urbanos;

II - promover um adensamento populacional equilibrado, orientando-se pelas Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, na forma desta Lei; III - equilibrar a densidade populacional e a oferta de serviços públicos e equipamentos urbanos; IV - ampliar e qualificar as áreas verdes e os espaços livres; V - renovar e complementar a infraestrutura existente.

Art. 352. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZCQU-D:

I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO V - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA E – ZCQU-E

Art. 353. A Zona de Consolidação e Qualificação Urbana E, ou ZCQU-E, é Unidade Territorial com ocupação consolidada, destinada à reestruturação e qualificação urbana, e que possui as seguintes características:

I - densidade populacional predominantemente baixa a média; II - concentração de usos diversificados ao longo da Rua João Grumiche; III - trânsito intenso na Rua João Grumiche em horários de pico; IV - sistema viário desconectado e descontínuo que gera alta dependência da Rua João Grumiche como opção de trajeto; V - existência de condicionantes à ocupação, especialmente:

a) a BR-101; b) grandes áreas públicas; c) áreas de encosta suscetíveis à deslizamento.

Art. 354. São objetivos da ZCQU-E:

I - estruturar e desenvolver a centralidade existente, incrementando a oferta de comércios, serviços e empregos; II - ampliar a conectividade e a continuidade das vias, como meio de proporcionar maior acessibilidade do sistema viário e promover a mobilidade urbana; III - conter a ocupação nas áreas de encosta suscetíveis a deslizamento; IV - promover a transformação das grandes áreas publicas, visando o melhor aproveitamento da terra urbana;

a) viabilizando importantes conexões viárias; b) ampliando a geração de emprego e renda;

V - ampliar e qualificar as áreas verdes e os espaços livres; VI - qualificar as faixas marginais dos cursos d'água; VII - renovar e complementar a infraestrutura existente.

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Art. 355. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZCQU-E:

I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO VI - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇÃ O URBANA F – ZCQU-F

Art. 356. A Zona de Consolidação e Qualificação Urbana F, ou ZCQU-F, é Unidade Territorial com ocupação consolidada, destinada à reestruturação e qualificação urbana, e que possui as seguintes características:

I - densidade populacional predominantemente baixa; II - concentração de usos diversificados ao longo de vias principais; III - poucas conexões do sistema viário, que geram alta dependência do uso das vias principais como opção de trajeto; IV - trânsito intenso nas vias principais em horários de pico; V - existência de áreas com relevo declivoso que dificulta a integração do sistema viário; VI - existência de grandes equipamentos urbanos públicos municipais e regionais; VII - limita-se com a BR-101; VIII - possui orla marítima redefinida por aterro, com potencial subutilizado e que necessita qualificação.

Art. 357. São objetivos da ZCQU-F:

I - estruturar e desenvolver a centralidade existente, incrementando a oferta de comércios, serviços e empregos; II - qualificar o entorno dos equipamentos urbanos públicos municipais e regionais, especialmente:

a) incentivando a implantação de usos que possam dar suporte às atividades desenvolvidas no equipamento; b) buscando promover a mobilidade nas vias de acesso;

III - promover o equilibrado adensamento populacional, a fim de minimizar os conflitos de uso com os equipamentos urbanos públicos municipais e regionais; IV - ampliar e qualificar as áreas verdes e os espaços livres; V - qualificar as faixas marginais dos cursos d'água; VI - renovar e complementar a infraestrutura existente; VII - qualificar a Beira-Mar e promover sua integração com a malha urbana existente; VIII - desenvolver o Projeto Orla.

Art. 358. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZCQU-F:

I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado;

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VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO VII - DA ZONA DE CONSOLIDAÇÃO E QUALIFICAÇ ÃO URBANA G – ZCQU-G

Art. 359. A Zona de Consolidação e Qualificação Urbana G, ou ZCQU-G, é Unidade Territorial com ocupação consolidada, destinada à reestruturação e qualificação urbana, e que possui as seguintes características:

I - existência de centralidade ao longo da Rua Arthur Manoel Mariano, que funciona como principal ligação viária para vários bairros do município; II - densidade populacional predominantemente média; III - sistema viário com descontinuidades, que geram alta dependência de trajeto nas poucas vias contínuas; IV - trânsito intenso na Rua Arthur Manoel Mariano em horários de pico; V - concentração de usos diversificados ao longo de vias principais; VI - existência de condicionantes à ocupação, especialmente:

a) a BR-101; b) a SC-281; c) áreas de encosta suscetíveis a deslizamento. d) áreas de planície suscetíveis à inundação.

Art. 360. São objetivos da ZCQU-G:

I - qualificar e fortalecer a centralidade existente, incentivando:

a) a implantação de atividades de comércio e serviços; b) a densidade populacional adequada para uso mais eficiente de serviços públicos e equipamentos urbanos;

II - promover o equilibrado adensamento populacional, a fim de minimizar os problemas relacionados com saturação do sistema viário; III - qualificar as áreas verdes e os espaços livres; IV - qualificar as faixas marginais dos cursos d'água; V - renovar e complementar a infraestrutura existente; VI - conter a ocupação nas áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos; VII - minimizar os problemas relacionados com a ocupação existente em áreas de risco de inundação e de deslizamento; VIII - promover ações de regularização aplicáveis.

Art. 361. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZCQU-G:

I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO VIII - DA ZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICA ÇÃO URBANA A – ZEQU-A

Art. 362. A Zona de Estruturação e Qualificação Urbana A, ou ZEQU-A, é Unidade Territorial com ocupação em consolidação, destinada à estruturação e qualificação urbana, e que possui as seguintes características:

I - carência de centralidade definida;

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II - densidade populacional predominantemente média a baixa; III - sistema viário desconectado e descontínuo, que gera alta dependência de trajeto nas poucas vias contínuas e que resultam em grandes quadras; IV - falta de atividades diversificadas e de opções de trabalho, emprego e renda; V - falta de serviços, equipamentos urbanos e áreas verdes e espaços livres de uso público; VI - existência de grandes áreas aptas à urbanização; VII - existência de áreas declivosas suscetíveis a deslizamento nas margens da Avenida das Torres; VIII - é atravessada pela Avenida das Torres e limita-se com a BR-101 e com o município de Biguaçu.

Art. 363. São objetivos da ZEQU-A:

I - estruturar e desenvolver centralidade, minimizando a dependência da área com relação ao restante da cidade, acerca da oferta de comércios, serviços e empregos; II - ampliar a conectividade e a continuidade das vias, como meio de proporcionar maior acessibilidade do sistema viário e promover a mobilidade urbana; III - melhorar as condições urbanísticas locais, ampliando e qualificando a oferta de serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; IV - controlar e desincentivar a retenção especulativa de imóvel urbano; V - qualificar as faixas marginais dos cursos d'água; VI - valorizar e qualificar a continuidade territorial com o município de Biguaçu; VII - promover ações de regularização aplicáveis; VIII - desenvolver o Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres com o objetivo de promover melhorias urbanísticas.

Art. 364. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZEQU-A:

I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - consórcio imobiliário; V - Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres; VI - projetos de intervenção urbanística; VII - reordenamento urbanístico integrado; VIII - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO IX - DA ZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃ O URBANA B – ZEQU-B

Art. 365. A Zona de Estruturação e Qualificação Urbana B, ou ZEQU-B, é Unidade Territorial com ocupação em consolidação, destinada à estruturação e qualificação urbana, e que possui as seguintes características:

I - carência de centralidade definida; II - densidade populacional predominantemente média e baixa; III - sistema viário desconectado e descontínuo; IV - falta de atividades diversificadas e de opções de trabalho, emprego e renda; V - falta de serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; VI - existência de condomínios horizontais e verticais que configuram barreiras para a integração da malha urbana; VII - existência de grandes áreas aptas à urbanização;

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VIII - existência de áreas suscetíveis à deslizamento ou inundação; IX - é atravessada pela Avenida das Torres e pelo Rio Três Henriques e limita-se com a BR-101.

Art. 366. São objetivos da ZEQU-B:

I - estruturar e desenvolver centralidade, minimizando a dependência da área com relação ao restante da cidade, acerca da oferta de comércios, serviços e empregos; II - ampliar a conectividade e a continuidade das vias, como meio de proporcionar maior acessibilidade do sistema viário e promover a mobilidade urbana; III - controlar e desincentivar a retenção especulativa de imóvel urbano; IV - qualificar as faixas marginais dos cursos d'água; V - promover ações de regularização aplicáveis; VI - desenvolver o Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres, com o objetivo de promover melhorias urbanísticas.

Art. 367. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZEQU-B:

I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - consórcio imobiliário; V - Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres; VI - projetos de intervenção urbanística; VII - reordenamento urbanístico integrado; VIII - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO X - DA ZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA C – ZEQU-C

Art. 368. A Zona de Estruturação e Qualificação Urbana C, ou ZEQU-C, é Unidade Territorial com ocupação em consolidação, destinada à estruturação e qualificação urbana, e que possui as seguintes características:

I - existência de centralidade em formação ao longo da Avenida Lisboa e da Avenida Ceniro Luiz Ribeiro Martins; II - densidade populacional predominantemente média e baixa; III - sistema viário desconectado, descontínuo e desalinhado, que gera alta dependência de trajeto nas poucas vias contínuas, aumentam o tempo de viagem e dificultam o acesso dos moradores às demais áreas do município; IV - existência de áreas com relevo declivoso que dificulta a integração do sistema viário; V - falta de atividades diversificadas e de opções de trabalho, emprego e renda; VI - falta de serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; VII - existência de áreas suscetíveis a deslizamento e a inundação; VIII - é atravessada pela SC-281 e pelos rios Maruim e Forquilhas e limita-se com o Município de Palhoça.

Art. 369. São objetivos da ZEQU-C:

I - estruturar e desenvolver centralidade, minimizando a dependência da área com relação ao restante da cidade, relativa à oferta de comércios, serviços e empregos;

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II - desenvolver o potencial econômico da SC-281, na proximidade do acesso da Alça de Contorno da BR-101 no município, buscando a ampliação da oferta de empregos e o desenvolvimento econômico; III - ampliar a conectividade e a continuidade das vias, como meio de proporcionar maior acessibilidade do sistema viário e promover a mobilidade urbana; IV - promover o equilibrado adensamento populacional, orientando-se pelas Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, na forma desta Lei; V - melhorar as condições urbanísticas locais, ampliando e qualificando a oferta de serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; VI - compatibilizar uso e ocupação do solo com as condicionantes ambientais de suscetibilidade a inundação e a deslizamento; VII - minimizar os problemas existentes nas áreas com risco de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos e prevenir o surgimento de novas ocupações em áreas suscetíveis a desastres naturais; VIII - promover ações de regularização aplicáveis IX - desenvolver o Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres com o objetivo de promover melhorias urbanísticas.

Art. 370. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZEQU-C:

I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; II - IPTU progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - consórcio imobiliário; V - Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres; VI - projetos de intervenção urbanística; VII - reordenamento urbanístico integrado; VIII - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XI - DA ZONA DE CONTENÇÃO DA OCUPAÇÃO A – ZCO-A

Art. 371. A Zona de Contenção da Ocupação A, ou ZCO-A, é Unidade Territorial com predomínio de áreas com suscetibilidade a deslizamento e inundação, destinada ao controle do uso e ocupação do solo, e que tem as seguintes características:

I - predomínio de uso residencial de baixa densidade, com existência de:

a) porção concentrada de alta renda em condomínios horizontais; b) ocupação de baixa renda nas encostas;

II - predomínio de áreas declivosas suscetíveis e com risco de deslizamento; III - existência de grandes áreas de preservação permanente.

Art. 372. São objetivos da ZCO-A:

I - promover a urbanização e as ações de regularização aplicáveis dos assentamentos precários, de modo a garantir:

a) o acesso a serviços, equipamentos e infraestrutura urbana; b) a segurança física e o bem-estar dos moradores; c) a segurança da posse do imóvel; d) a recuperação da qualidade urbana e ambiental;

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II - compatibilizar o uso e ocupação do solo às condicionantes ambientais de suscetibilidade a deslizamento; III - minimizar os problemas existentes nas áreas com risco a deslizamento e prevenir o surgimento de novas ocupações em situações de vulnerabilidade social.

Art. 373. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZCO-A:

I - projetos de intervenção urbanística; II - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO XII - DA ZONA DE CONTENÇÃO DA OCUPAÇÃO B – ZCO-B

Art. 374. A Zona de Contenção da Ocupação B, ou ZCO-B, é Unidade Territorial com predomínio de áreas com suscetibilidade a deslizamento e inundação, destinada ao controle do uso e ocupação do solo, e que tem as seguintes características:

I - predomínio de uso residencial de baixa densidade, com pouca ocupação; II - predomínio de condicionantes que limitam a ocupação em quase toda a sua extensão, com áreas suscetíveis a inundação e a deslizamento; III - é limitada e atravessada pelo rio Forquilhas e alguns de seus afluentes; IV - existência de grandes áreas de preservação permanente; V - existência da Lagoa de Estabilização de Potecas, que condiciona o uso e a ocupação de seu entorno.

Art. 375. São objetivos da ZCO-B:

I - compatibilizar uso e ocupação do solo às condicionantes ambientais de suscetibilidade a inundação e a deslizamento; II - minimizar os problemas existentes nas áreas com risco de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos e prevenir o surgimento de novas ocupações em áreas suscetíveis a desastres naturais; III - articular a conservação ambiental das faixas marginais dos cursos d'água e o controle de enchentes com a destinação de áreas verdes urbanas e parques para a fruição, lazer, esporte e cultura; IV - mitigar os impactos da Lagoa de Estabilização de Potecas no uso e ocupação urbana do seu entorno; V - promover as regularizações cabíveis.

Art. 376. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZCO-B:

I - projetos de intervenção urbanística; II - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO XIII - DA ZONA DE QUALIFICAÇÃO URBANA E PA ISAGÍSTICA A – ZQUP-A

Art. 377. A Zona de Qualificação Urbana e Paisagística A, ou ZQUP-A, é Unidade Territorial com grande extensão de orla e significativo valor paisagístico, destinada à valorização e qualificação urbana e paisagística, e que tem as seguintes características:

I - existência de centralidade com ocupação histórica; II - existência de áreas com valor histórico, cultural e paisagístico; III - densidade populacional predominantemente baixa; IV - concentração de usos diversificados ao longo de vias principais;

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V - existência de áreas declivosas com significativa cobertura vegetal e grande extensão de orla com potencial paisagístico.

Art. 378. São objetivos da ZQUP-A:

I - garantir o direito à fruição da paisagem para as presentes e futuras gerações; II - valorizar, restaurar e preservar os bens e a ambiência das áreas de valor histórico, cultural, religioso e ambiental, buscando fortalecer a identidade do município; III - identificar, valorizar, restaurar e preservar os elementos que constituem a identidade cultural e histórica do município; IV - ampliar o livre acesso à orla marítima; V - controlar a densidade populacional, a fim de evitar a degradação das infraestruturas urbanas existentes, do meio ambiente e da paisagem natural; VI - ampliar e requalificar as áreas verdes e espaços livres; VII - promover o combate à degradação ambiental; VIII - desenvolver o Projeto Orla.

Art. 379. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZQUP-A:

I - projetos de intervenção urbanística; II - reordenamento urbanístico integrado; III - unidades de conservação.

SUBSEÇAO XIV - DA ZONA DE QUALIFICAÇÃO URBANA E PAI SAGÍSTICA B – ZQUP-B

Art. 380. A Zona de Qualificação Urbana e Paisagística B, ou ZQUP-B, é Unidade Territorial com grande extensão de orla e significativo valor paisagístico, destinada à valorização e qualificação urbana e paisagística, e que tem as seguintes características:

I - baixa densidade populacional; II - ocorrência de áreas suscetíveis a inundação, decorrente da variação das marés; III - existência de grande extensão de orla com potencial paisagístico; IV - limita-se com a BR-101, com a orla marítima e com o município de Biguaçu.

Art. 381. São objetivos da ZQUP-B:

I - garantir o direito à fruição da paisagem para as presentes e futuras gerações; II - ampliar o livre acesso à orla marítima; III - coibir a degradação ambiental; IV - controlar a densidade populacional, a fim de evitar a degradação das infraestruturas urbanas existentes, do meio ambiente e da paisagem natural; V - valorizar e qualificar a continuidade territorial com Biguaçu; VI - desenvolver o Projeto Orla. VII - conservar e recuperar o meio ambiente e a paisagem.

Art. 382. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZQUP-B:

I - projetos de intervenção urbanística; II - reordenamento urbanístico integrado; III - unidades de conservação.

SUBSEÇAO XV - DA ZONA RURURBANA DA COLÔNIA SANTANA – ZRCS

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Art. 383. A Zona Rururbana da Colônia Santana, ou ZRCS, é Unidade Territorial com características rurais e urbanas, destinada à manutenção e qualificação do uso e ocupação rururbano, e que tem as seguintes características:

I - baixa densidade populacional; II - concentração de usos diversificados na Rua Engelberto Koerich, conformando uma centralidade; III - coexistência de atividades agrícolas e urbanas; IV - predomínio de condicionantes que limitam a ocupação em quase toda a sua extensão, com áreas suscetíveis à inundação e a deslizamento; V - falta de atividades diversificadas e de opções de trabalho, emprego e renda; VI - falta de serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; VII - é atravessada pela SC-281 e pelo rio Maruim.

Art. 384. São objetivos da ZRCS:

I - preservar a ocupação tradicional; II - conter a expansão urbana; III - promover as ações de regularização aplicáveis; IV - minimizar os problemas existentes nas áreas com risco de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos e prevenir o surgimento de novas ocupações em áreas suscetíveis a desastres naturais; V - melhorar as condições urbanísticas locais, ampliando o acesso a serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; VI - promover o desenvolvimento econômico sustentável, valorizando e incentivando:

a) a agricultura familiar, em especial a orgânica; b) atividades de lazer, esporte e turismo no rio Maruim e nos morros; c) as manifestações culturais típicas da localidade;

VII - preservar a paisagem natural, os recursos hídricos, a estabilidade geológica e a biodiversidade; VIII - valorizar e preservar a paisagem rururbana, considerando seu valor ambiental, histórico e cultural.

Art. 385. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZRCS:

I - projetos de intervenção urbanística; II - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO XVI - DA ZONA RURURBANA DO ALTO FORQUILHAS – ZRAF

Art. 386. A Zona Rururbana do Alto Forquilhas, ou ZRAF, é Unidade Territorial com características rurais e urbanas, destinada à manutenção e qualificação do uso e ocupação rururbano, que tem as seguintes características:

I - predomínio de uso residencial de baixa densidade, pouco povoada e com ocupação dispersa; II - coexistência de atividades agrícolas e urbanas; III - predomínio de condicionantes que limitam a ocupação em quase toda a sua extensão, com áreas suscetíveis a inundação e a deslizamento; IV - falta de atividades diversificadas e de opções de trabalho, emprego e renda; V - falta de serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; VI - existência de condicionantes à ocupação devido à futura Alça de Contorno da rodovia BR-101.

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Art. 387. São objetivos da ZRAF:

I - preservar a ocupação tradicional; II - conter a expansão urbana; III - promover as ações de regularização aplicáveis; IV - minimizar os problemas existentes nas áreas com risco de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos e prevenir o surgimento de novas ocupações em áreas suscetíveis a desastres naturais; V - melhorar as condições urbanísticas locais, ampliando o acesso a serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; VI - promover o desenvolvimento econômico sustentável, valorizando e incentivando:

a) a agricultura familiar, em especial a orgânica; b) atividades comerciais, industriais e de serviços, relacionadas com a Alça de Contorno da BR-101;

VII - minimizar os impactos da coexistência entre atividades residenciais tradicionais e atividades econômicas de maior porte; VIII - preservar a paisagem natural, os recursos hídricos, a estabilidade geológica e a biodiversidade; IX - valorizar e preservar a paisagem rururbana, considerando seu valor ambiental, histórico e cultural.

Art. 388. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZRAF:

I - projetos de intervenção urbanística; II - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO XVII - DA ZONA ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO - ZEDE

Art. 389. A Zona Especial de Desenvolvimento Econômico, ou ZEDE, é Unidade Territorial destinada ao desenvolvimento de atividades econômicas, sobretudo, industriais, e que tem as seguintes características:

I - uso predominante industrial com densidade populacional baixa; II - existência de áreas suscetíveis a deslizamento e a inundação; III - é atravessada pela BR-101, a SC-281 e pelos rios Maruim e Forquilhas e limita-se com o município de Palhoça.

Art. 390. São objetivos da ZEDE:

I - manutenção e estímulo à atividades industriais e atividades econômicas, geradoras de emprego e renda, com abrangência municipal e metropolitana; II - destinar áreas para atividades industriais de grande porte ou com maior nível de incomodidade; III - coibir o uso e ocupação residenciais; IV - ampliar a conectividade e a continuidade das vias, como meio de proporcionar maior acessibilidade às atividades econômicas e aos postos de trabalho; V - incentivar a modernização dos usos econômicos existentes e futuros, buscando minimizar os impactos no meio ambiente natural e construído VI - controlar a ocupação em áreas suscetíveis a deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.

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Art. 391. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na ZEDE:

I - concessão urbanística; II - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; III - IPTU progressivo no tempo; IV - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; V - incentivos e benefícios fiscais e financeiros. VI - operação urbana consorciada; VII - parcerias público-privadas; VIII - projetos de intervenção urbanística; IX - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO XVIII - DA ZONA RURAL – ZR

Art. 392. A Zona Rural, ou ZR, é Unidade Territorial destinada à preservação das atividades rurais e dos ecossistemas naturais, e que tem as seguintes características:

I - predomínio de uso residencial de baixa densidade, pouco povoada e com ocupação dispersa; II - presença de atividades agrícolas; III - área montanhosa; IV - predomínio de condicionantes que limitam a ocupação em quase toda a sua extensão, com encostas suscetíveis a deslizamento; V - predomínio de vegetação secundária e alta concentração de nascentes de cursos d'água; VI - limita-se com as áreas rurais dos municípios de Antônio Carlos, Biguaçu, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz e São Pedro de Alcântara.

Art. 393. São objetivos da ZR:

I - conter a expansão urbana; II - preservar a paisagem natural, os recursos hídricos, a estabilidade geológica e a biodiversidade; III - amortecer o impacto pela ocorrência de deslizamentos; IV - preservar o fluxo gênico da fauna e da flora; V - promover a agricultura orgânica.

SEÇÃO IV - DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE

SUBSEÇAO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 394. A Área de Especial Interesse se classifica em:

I - Área de Especial Interesse Social; II - Área de Especial Interesse Urbanístico; III - Área de Especial Interesse Público; IV - Área de Especial Interesse Ambiental.

Art. 395. A Área de Especial Interesse Social é composta por Unidades Territoriais destinadas à produção de moradia social digna para população de baixa renda.

Parágrafo Único. Compõem a Área de Especial Interesse Social:

I - a Área de Especial Interesse Social A, ou AEIS-A; II - a Área de Especial Interesse Social B, ou AEIS-B; III - a Área de Especial Interesse Social C, ou AEIS-C; IV - a Área de Especial Interesse Social D, ou AEIS-D.

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Art. 396. A Área de Especial Interesse Urbanístico é composta por Unidades Territoriais destinadas à promoção do adequado ordenamento urbanístico, conforme os objetivos desta Lei.

Parágrafo Único. Compõem a Área de Especial Interesse Urbanístico:

I - Área de Especial Interesse para Desenvolvimento Econômico, ou AEDE; II - Área de Especial Interesse para Qualificação da Paisagem, ou AEQP; III - Área de Especial Interesse Histórico-Cultural, ou AEHC; IV - Área de Especial Interesse para Contenção de Cheias, ou AECC; V - Área de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, ou AETC; VI - Área de Especial Interesse para Integração Municipal, ou AEIM; VII - Área de Especial Interesse para Manutenção da Ocupação Rururbana, ou AEMO; VIII - Área de Especial Interesse para Reestruturação da Av. das Torres, ou AEAT; IX - Área de Especial Interesse para Reestruturação da BR-101, ou AEBR; X - Área de Especial Interesse para Reestruturação do Eixo Metropolitano, ou AEEM; XI - Área de Especial Interesse para Reestruturação da R. Gerôncio Thives, ou AEGT; XII - Área de Especial Interesse para Reestruturação da R. Leoberto Leal, ou AELL; XIII - Área de Especial Interesse para Reestruturação Urbana da Beira-Mar, ou AEBM.

Art. 397. A Área de Especial Interesse Público é composta por Unidades Territoriais destinadas à promoção da qualidade de vida da população por meio do atendimento das necessidades coletivas do município.

§ 1º - A Área de Especial Interesse Público compõe o Sistema de Áreas de Uso Público de que trata a Política Municipal de Desenvolvimento Urbano.

§ 2º - Compõem a Áreas de Especial Interesse Público:

I - Área de Especial Interesse para Sistema Viário, ou AESV; II - Área de Especial Interesse para Equipamentos Urbanos, ou AEEU; III - Área de Especial Interesse para Espaços Livres e Áreas Verdes, ou AEAV.

Art. 398. A Área de Especial Interesse Ambiental é composta por Unidades Territoriais protegidas, que devem ser qualificadas conforme sua relevância para a manutenção do equilíbrio ambiental, e que possuem uma ou mais das seguintes funções:

I - evitar a exposição da população a riscos de desastres; II - controlar as inundações; III - proteger o solo; IV - produzir água; V - preservar a paisagem, os recursos hídricos, a estabilidade geológica e a biodiversidade; VI - facilitar o fluxo gênico de fauna e flora; VII - atenuar ilhas de calor; VIII - garantir espaços de convivência e de atividades de lazer; IX - assegurar o bem-estar das populações.

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§ 1º - Na Área de Especial Interesse Ambiental, o uso, a ocupação e o parcelamento do solo sujeitam-se às vedações e aos limites estabelecidos nas legislações ambientais federal, estadual e municipal, independentemente da zona urbana em que se situem.

§ 2º - As intervenções em Área de Especial Interesse Ambiental serão objeto de Estudos de Impacto Ambiental, observadas as demais competências.

§ 3º - A retificação, canalização de cursos d’água, cortes e aterros em Área de Especial Interesse Ambiental são condicionados:

I - à prévia apresentação de projeto técnico subordinado às normas estabelecidas na legislação aplicável, sendo obrigatório o registro ou anotação de responsabilidade técnica junto ao respectivo conselho profissional; II - à autorização emitida pelo órgão competente.

§ 4º - O Poder Executivo Municipal criará mecanismos de incentivos visando a preservação das Áreas de Especial Interesse Ambiental.

§ 5º - O estímulo à preservação da vegetação nas áreas particulares poderá se dar por meio da aplicação da transferência do direito de construir, previsto nesta Lei, e da concessão de incentivos fiscais diferenciados, desde que observadas as características de cada Unidade Territorial em que o terreno estiver inserido.

§ 6º - Compõem as áreas de especial interesse ambiental:

I - as Áreas de Preservação Permanente, ou APP; II - as Áreas de Ocupação Condicionada, ou AOC; III - as Áreas Especiais da Orla Marinha, ou AEOM; IV - os Parques.

SUBSEÇAO II - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL A – AEIS-A

Art. 399. A Área Especial de Interesse Social A, ou AEIS-A, é caracterizada pela existência de assentamentos precários localizados em área com risco de desastres naturais.

Art. 400. São objetivos das AEIS-A:

I - garantir moradia digna para a população de baixa renda, por meio:

a) de melhorias urbanísticas locais; b) da oferta de serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; c) da recuperação ambiental; d) do incentivo a comércio e serviços locais;

II - promover a regularização fundiária, ambiental e urbanística; III - mitigar os problemas existentes nas áreas com risco de inundação e de deslizamento e prevenir o surgimento de novas ocupações em situação de vulnerabilidade social.

Art. 401. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEIS-A:

I - Operação urbana consorciada; II - Projetos de intervenção urbanística; III - Reordenamento urbanístico integrado; IV - Transferência do direito de construir.

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SUBSEÇAO III - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL B – AEIS-B

Art. 402. A Área Especial de Interesse Social B, ou AEIS-B, é caracterizada pela existência de assentamentos precários localizados em área suscetível a deslizamento ou inundação.

§ 1º - Deverão ser realizados levantamento nas AEIS-B com a finalidade de identificar áreas de risco e promover sua respectiva delimitação.

§ 2º - Caso seja confirmada a existência de área de risco, esta será classificada como AEIS-A.

§ 3º - Caso seja constatado que não está em área de risco, esta será classificada como AEIS-C.

SUBSEÇAO IV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL C – AEIS-C

Art. 403. A Área Especial de Interesse Social C, ou AEIS-C, é caracterizada pela existência de assentamentos precários localizados em área sem risco de desastres naturais.

Art. 404. São objetivos das AEIS-C:

I - garantir moradia digna para a população de baixa renda, por meio:

a) de melhorias urbanísticas locais; b) da oferta de serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; c) da recuperação ambiental; d) do incentivo a comércio e serviços locais;

II - promover a regularização fundiária, ambiental e urbanística;

Art. 405. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEIS-C:

I - Consórcio imobiliário; II - Incentivos e benefícios fiscais e financeiros. III - Operação urbana consorciada; IV - Projetos de intervenção urbanística; V - Reordenamento urbanístico integrado; VI - Transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO V - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL D – AEIS-D

Art. 406. A Área Especial de Interesse Social D, ou AEIS-D, consiste em áreas que serão futuramente indicadas para produção de habitação de interesse social pela revisão do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social e demais iniciativas do Poder Público.

Art. 407. São objetivos das AEIS-D:

I - garantir moradia digna para a população de baixa renda, por meio:

a) de melhorias urbanísticas locais; b) da oferta de serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; c) do incentivo a comércio e serviços locais;

II - promover a regularização fundiária, ambiental e urbanística;

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Art. 408. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEIS-D:

I - consórcio imobiliário; II - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; III - IPTU progressivo no tempo; IV - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; V - incentivos e benefícios fiscais e financeiros. VI - operação urbana consorciada; VII - parcerias público-privadas; VIII - projetos de intervenção urbanística; IX - reordenamento urbanístico integrado; X - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO VI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA DE SENVOLVIMENTO ECONÔMICO A – AEDE-A

Art. 409. A Área de Especial Interesse para Desenvolvimento Econômico A, ou AEDE-A, é área de especial interesse destinada à manutenção e promoção de atividades econômicas, visando à geração de emprego e renda, e que tem as seguintes caraterísticas:

I - existência de grandes áreas aptas à urbanização; II - área suscetível à inundação ao longo da SC-281; III - presença do Aeroclube de São José e proximidade com o TecnoPark Pedra Branca, situado no município de Palhoça.

Art. 410. São objetivos da AEDE-A:

I - estimular a instalação de atividades econômicas, geradoras de emprego e renda, com abrangência municipal e metropolitana; II - incentivar a instalação de indústrias, condomínios industriais e condomínios logísticos; III - restringir o uso e ocupação residenciais; IV - facilitar a instalação de empresas, por meio de incentivos fiscais e da simplificação de procedimentos administrativos; V - incentivar a modernização dos usos econômicos existentes e futuros, buscando minimizar os impactos no meio ambiente natural e construído; VI - controlar a ocupação em áreas suscetíveis a deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.

Art. 411. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEDE-A:

I - concessão urbanística; II - incentivos e benefícios fiscais e financeiros. III - operação urbana consorciada; IV - parcerias público-privadas; V - projetos de intervenção urbanística; VI - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO VII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA D ESENVOLVIMENTO ECONÔMICO B– AEDE-B

Art. 412. A Área de Especial Interesse para Desenvolvimento Econômico B, ou AEDE-B, é área de especial interesse que tem as seguintes caraterísticas:

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I - existência de atividades econômicas, próxima de áreas com uso predominante residencial; II - existência de lotes livres aptos à ocupação.

Art. 413. São objetivos da AEDE-B estimular a instalação de atividades econômicas, geradoras de emprego e renda, com abrangência municipal e metropolitana.

Art. 414. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEDE-B:

I - incentivos e benefícios fiscais e financeiros. II - operação urbana consorciada; III - parcerias público-privadas; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO VIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO C– AEDE-C

Art. 415. A Área de Especial Interesse para Desenvolvimento Econômico C, ou AEDE-C, é área de especial interesse que tem as seguintes caraterísticas:

I - área com atividades econômicas, próxima de áreas com uso predominante residencial; II - incentivar a instalação de indústrias, condomínios industriais e condomínios logísticos; III - restringir o uso e ocupação residenciais; IV - existência de áreas suscetíveis à inundação; V - limita-se com a SC-281.

Art. 416. São objetivos da AEDE-C:

I - estimular a instalação de atividades econômicas, geradoras de emprego e renda, com abrangência municipal e metropolitana; II - incentivar a modernização dos usos econômicos existentes e futuros, buscando minimizar os impactos no meio ambiente natural e construído III - controlar a ocupação em áreas suscetíveis a deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.

Art. 417. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEDE-C:

I - concessão urbanística; II - incentivos e benefícios fiscais e financeiros. III - operação urbana consorciada; IV - parcerias público-privadas; V - projetos de intervenção urbanística; VI - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO IX - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA DE SENVOLVIMENTO ECONÔMICO D– AEDE-D

Art. 418. A Área de Especial Interesse para Desenvolvimento Econômico D, ou AEDE-D, é área de especial interesse que tem as seguintes caraterísticas:

I - área localizada nas franjas da ocupação urbana; II - coexistência de atividades agrícolas e urbanas;

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III - condicionantes à ocupação devido à futura Alça de Contorno da Rodovia BR-101; IV - existência de vários cursos d'água e ocorrência de áreas suscetíveis à inundação ou processos correlatos.

Art. 419. São objetivos da AEDE-D:

I - estimular a instalação de atividades econômicas, geradoras de emprego e renda, com abrangência municipal e metropolitana; II - incentivar a instalação de indústrias, condomínios industriais e condomínios logísticos; III - restringir o uso e ocupação residenciais; IV - facilitar a instalação de empresas, por meio de incentivos fiscais e da simplificação de procedimentos administrativos; V - incentivar a modernização dos usos econômicos existentes e futuros, buscando minimizar os impactos no meio ambiente natural e construído; VI - incentivar contrapartidas das atividades econômicas futuras para as comunidades locais existentes; VII - controlar a ocupação em áreas suscetíveis a deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.

Art. 420. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEDE-D:

I - concessão urbanística; II - incentivos e benefícios fiscais e financeiros. III - operação urbana consorciada; IV - parcerias público-privadas; V - projetos de intervenção urbanística; VI - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO X - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA QUA LIFICAÇÃO DA PAISAGEM A– AEQP-A

Art. 421. A Área de Especial Interesse para Qualificação da Paisagem A, ou AEQP-A, é área de especial interesse destinada à qualificação e à ampliação do direito à fruição da paisagem para as presentes e futuras gerações, e que tem as seguintes caraterísticas:

I - densidade populacional predominantemente baixa; II - existência de áreas suscetíveis a deslizamento e a inundação; III - significativa extensão de orla marítima com potencial paisagístico; IV - significativa cobertura vegetal nas encostas dos morros.

Art. 422. São objetivos da AEQP-A:

I - garantir o direito à fruição da paisagem para as presentes e futuras gerações; II - ampliar o livre acesso à orla marítima; III - ampliar e requalificar as áreas verdes e espaços livres;; IV - conservar e recuperar o meio ambiente e a paisagem; V - promover o combate à degradação ambiental; VI - proibir a verticalização das edificações de modo a evitar a obstrução da paisagem; VII - desenvolver o potencial paisagístico da orla, especialmente para atividades gastronômicas e turísticas; VIII - desenvolver o Projeto Orla.

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Art. 423. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEQP-A:

I - concessão urbanística; II - operação urbana consorciada; III - parcerias público-privadas; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA QU ALIFICAÇÃO DA PAISAGEM B– AEQP-B

Art. 424. A Área de Especial Interesse para Qualificação da Paisagem B, ou AEQP-B, é área de especial interesse destinada à qualificação e à ampliação do direito à fruição da paisagem para as presentes e futuras gerações, e que tem as seguintes caraterísticas:

I - baixa densidade populacional; II - ocorrência de áreas suscetíveis a inundação, decorrente da variação das marés; III - existência de grande extensão de orla com potencial paisagístico.

Art. 425. São objetivos da AEQP-B:

I - garantir o direito à fruição da paisagem para as presentes e futuras gerações; II - ampliar o livre acesso à orla marítima; III - conservar e recuperar o meio ambiente e a paisagem; IV - promover o combate à degradação ambiental; V - proibir a verticalização das edificações, a fim de evitar a obstrução da paisagem; VI - desenvolver o potencial paisagístico da orla para atividades gastronômicas e turísticas; VII - desenvolver o Projeto Orla; VIII - desenvolver o potencial paisagístico da orla, especialmente para atividades gastronômicas e turísticas; IX - preservar o fluxo gênico de fauna e flora; X - desenvolver o Projeto Orla.

Art. 426. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEQP-B:

I - concessão urbanística; II - operação urbana consorciada; III - parcerias público-privadas; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE HISTÓR ICO-CULTURAL – AEHC

Art. 427. A Área de Especial Interesse Histórico-Cultural, ou AEHC, é área de especial interesse que tem as seguintes caraterísticas:

I - existência de centralidade com ocupação histórica; II - densidade populacional predominantemente baixa, com edificações de até dois pavimentos;

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III - concentração de edificações históricas e de equipamentos culturais; IV - usos diversificados no entorno da praça Hercílio Luz; V - concentração de equipamentos públicos; VI - existência de áreas com potencial para lazer, especialmente o Beco da Carioca e a orla marítima.

Art. 428. São objetivos da AEHC:

I - valorizar, restaurar e preservar os bens e a ambiência das áreas de valor histórico, cultural, religioso e ambiental, buscando fortalecer a identidade do município; II - identificar, valorizar, restaurar e preservar os elementos que constituem a identidade cultural e histórica do município; III - fortalecer a centralidade histórica, incentivando:

a) o desenvolvimento de atividades culturais, de lazer e de entretenimento; b) atividades econômicas que promovam usos variados para públicos diversos em diferentes horários, especialmente turismo, hospedagem e gastronomia;

IV - garantir o direito à fruição da paisagem para as presentes e futuras gerações; V - ampliar o livre acesso à orla marítima; VI - preservar o padrão da ocupação do solo; VII - ampliar e requalificar as áreas verdes e espaços livres;; VIII - reestabelecer a relação histórica entre a praça Hercílio Luz e o mar; IX - desenvolver o potencial do Beco da Carioca como área verde de lazer, valorizando seu caráter histórico e cultural e promovendo a integração do seu entorno; X - promover o combate à degradação ambiental; XI - desenvolver o Projeto Orla.

Parágrafo Único. Compete ao órgão responsável pelo patrimônio histórico-cultural e paisagístico do Município a gestão das ações necessárias ao atingimento dos objetivos pretendidos para AEHC.

Art. 429. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEHC:

I - concessão urbanística; II - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ; III - IPTU progressivo no tempo; IV - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; V - incentivos e benefícios fiscais e financeiros. VI - operação urbana consorciada; VII - parcerias público-privadas; VIII - plano local de revitalização do centro histórico; IX - projetos de intervenção urbanística; X - reordenamento urbanístico integrado; XI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA CONTENÇÃO DE CHEIAS – AECC

Art. 430. A Área de Especial Interesse para Contenção de Cheias, ou AECC, é área de especial interesse que tem as seguintes caraterísticas:

I - planície com alta suscetibilidade a inundação;

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II - predomínio de grandes glebas; III - é atravessada pelo Rio Forquilhas e afluentes; IV - uso predominante para pastagem de gado de subsistência.

Art. 431. São objetivos da AECC:

I - conter as cheias do Rio Forquilhas e mitigar seus impactos na população sob sua área de influência; II - articular a conservação ambiental das faixas marginais dos cursos d'água e o controle de enchentes com a destinação de áreas verdes urbanas e parques para a fruição, lazer, esporte e cultura; III - compatibilizar uso e ocupação do solo aos condicionantes ambientais de suscetibilidade a inundação.

Art. 432. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AECC:

I - operação urbana consorciada; II - parcerias público-privadas; III - projetos de intervenção urbanística; IV - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO XIV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA E STRUTURAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO A – AETC-A

Art. 433. A Área de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo A, ou AETC-A, é área de especial interesse com o objetivo de:

I - estruturar o Sistema de Transporte Público Coletivo, especialmente o transporte coletivo da Região Metropolitana da Grande Florianópolis; II - orientar o ordenamento territorial, buscando o desenvolvimento urbano sustentável.

§ 1º - As AETC-A compreendem a área ocupada pelas vias, existentes e futuras, que deverão ter tratamento especial, de modo a priorizar o sistema de transporte público coletivo, especialmente o metropolitano.

§ 2º - As AETC-A compõem os elementos básicos de estruturação no território da Política Municipal de Transporte e Mobilidade e têm objetivos e diretrizes definidos na Capítulo III do Título II.

Art. 434. As AETC-A sempre estarão sobrepostas a AESV-A ou AESV-B, e, nessa condição, deverão atender às respectivas disposições desta Lei que incidem sobre estas áreas.

Art. 435. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AETC-A:

I - concessão urbanística; II - operação urbana consorciada; III - parcerias público-privadas; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA ES TRUTURAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO B – AETC-B

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Art. 436. A Área de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo B, ou AETC-B, é área de especial interesse com o objetivo de:

I - estruturar o Sistema de Transporte Público Coletivo, especialmente o municipal; II - orientar o ordenamento territorial, buscando o desenvolvimento urbano sustentável.

§ 1º - As AETC-B compreendem a área ocupada pelas vias, existentes e futuras, que deverão ter tratamento especial, de modo a priorizar o sistema de transporte público coletivo, especialmente o municipal.

§ 2º - As AETC-B compõem os elementos básicos de estruturação no território da Política Municipal de Transporte e Mobilidade e têm objetivos e diretrizes definidos na Capítulo III do Título II.

Art. 437. As AETC-B sempre estarão sobrepostas a AESV-A ou AESV-B, e, nessa condição, deverão atender às respectivas disposições desta Lei que incidem sobre estas áreas.

Art. 438. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AETC-B:

I - concessão urbanística; II - operação urbana consorciada; III - parcerias público-privadas; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XVI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA I NTEGRAÇÃO MUNICIPAL A – AEIM-A

Art. 439. A Área de Especial Interesse para a Integração Municipal A, ou AEIM-A, é área de especial interesse destinada à integração urbana no município, especialmente através da conformação de centralidades, da valorização do transporte coletivo, da qualificação do sistema viário, do desenho das áreas de uso público, do adensamento populacional e do uso misto, e que tem as seguintes características:

I - densidade populacional predominantemente média a baixa; II - sistema viário significativamente desconectado e descontínuo; III - ocupação mais antiga com edificações de baixa altura e ocupação mais recente com edificações verticais; IV - existência de condomínios residenciais e equipamentos públicos que ocupam grandes áreas e configuram barreiras para a integração da malha urbana; V - expressiva existência de áreas aptas à urbanização.

Art. 440. São objetivos da AEIM-A:

I - promover a integração desta área com as demais do município; II - estruturar e desenvolver centralidade linear ao longo da Avenida das Torres, de forma a dar suporte ao transporte coletivo municipal e metropolitano e promover o desenvolvimento local; III - alcançar densidade populacional bruta, entre 100 e 150 hab./ha, que possibilite a eficiência dos serviços públicos e dos equipamentos urbanos;

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IV - ampliar a conectividade e a continuidade das vias, de forma a proporcionar maior acessibilidade do sistema viário e promover a mobilidade urbana; V - promover um adensamento populacional equilibrado, orientando-se pelas Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, na forma desta Lei; VI - reduzir a necessidade de deslocamento, estimulando a coexistência de locais para fins de moradia e para geração de emprego e renda; VII - estimular o comércio e os serviços locais, especialmente em fachadas ativas e articuladas com espaços de fruição pública; VIII - incentivar a construção de habitações de interesse social integradas a centralidade a ser desenvolvida.

Art. 441. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEIM-A:

I - concessão urbanística; II - consórcio imobiliário; III - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ; IV - IPTU progressivo no tempo; V - incentivos urbanísticos; VI - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; VII - operação urbana consorciada; VIII - parcerias público-privadas; IX - projetos de intervenção urbanística; X - reordenamento urbanístico integrado; XI - transferência do direito de construir; XII - Cota de Habitação de Interesse Social.

SUBSEÇAO XVII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA INTEGRAÇÃO MUNICIPAL B – AEIM-B

Art. 442. A Área de Especial Interesse para a Integração Municipal B, ou AEIM-B, é área de especial interesse destinada à integração urbana no município, especialmente através da conformação de centralidades, da valorização do transporte coletivo, da qualificação do sistema viário, do desenho das áreas de uso público, do adensamento populacional e do uso misto, e que tem as seguintes características:

I - predomínio de uso residencial de baixa densidade, pouco povoada; II - predominância de áreas aptas à urbanização; III - existência de áreas suscetíveis à inundação; IV - significativa cobertura vegetal.

Art. 443. São objetivos da AEIM-B:

I - promover a integração desta área com as demais do município; II - estruturar e desenvolver centralidade linear ao longo da Avenida das Torres, de forma a dar suporte ao transporte coletivo municipal e metropolitano e promover o desenvolvimento local; III - alcançar densidade populacional bruta, entre 150 e 200 hab./ha, que possibilite a eficiência dos serviços públicos e dos equipamentos urbanos; IV - estruturar a malha viária para novas ocupações, de forma conectada à ocupação existente; V - promover um adensamento populacional equilibrado, orientando-se pelas Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, na forma desta Lei;

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VI - estimular a coexistência de locais para fins de moradia e para geração de emprego e renda, a fim de reduzir a necessidade de deslocamento; VII - estimular o comércio e os serviços locais, especialmente, em fachadas ativas e articuladas com espaços de fruição pública; VIII - incentivar a construção de habitações de interesse social integradas a centralidade a ser desenvolvida.

Art. 444. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEIM-B:

I - concessão urbanística; II - consórcio imobiliário; III - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; IV - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; V - IPTU progressivo no tempo; VI - incentivos urbanísticos; VII - operação urbana consorciada; VIII - parcerias público-privadas; IX - projetos de intervenção urbanística; X - reordenamento urbanístico integrado; XI - transferência do direito de construir; XII - Cota de Habitação de Interesse Social.

SUBSEÇAO XVIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA MANUTENÇÃO DA OCUPAÇÃO RURURBANA – AEMO

Art. 445. A Área de Especial Interesse para Manutenção da Ocupação Rururbana, ou AEMO, é área de especial interesse que tem as seguintes caraterísticas:

I - existência de ocupação por comunidades tradicionais; II - uso predominantemente residencial, com densidade populacional baixa; III - coexistência de atividades agrícolas e urbanas; IV - predomínio de condicionantes que limitam a ocupação, especialmente:

a) áreas suscetíveis a inundação e a deslizamento; b) a futura Alça de Contorno da Rodovia BR-101.

Art. 446. São objetivos da AEMO:

I - preservar a ocupação tradicional; II - conter a expansão urbana; III - promover ações de regularizações aplicáveis; IV - minimizar os problemas existentes nas áreas com risco de deslizamento e de inundação e prevenir o surgimento de novas ocupações em áreas suscetíveis a desastres naturais; V - melhorar as condições urbanísticas locais, ampliando o acesso a serviços, equipamentos urbanos, áreas verdes e espaços livres; VI - minimizar os impactos da coexistência entre atividades residenciais tradicionais e atividades econômicas de maior porte; VII - preservar a paisagem natural, os recursos hídricos, a estabilidade geológica e a biodiversidade; VIII - valorizar e preservar a paisagem rururbana, considerando seu valor ambiental, histórico e cultural.

Art. 447. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEMO:

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I - operação urbana consorciada; II - parcerias público-privadas; III - projetos de intervenção urbanística; IV - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO XIX - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA R EESTRUTURAÇÃO DA AVENIDA DAS TORRES A – AEAT-A

Art. 448. A Área de Especial Interesse para Reestruturação da Avenida das Torres A, ou AEAT-A, é área de especial interesse destinada à reestruturação da Avenida das Torres, de forma a promover a conformação de centralidades ancoradas no transporte coletivo, no desenho das áreas de uso público, na qualificação do sistema viário, no adensamento populacional e no uso misto, e que tem as seguintes características:

I - densidade populacional predominantemente média; II - uso predominantemente residencial; III - ocupação mais antiga com edificações de baixa altura e ocupação mais recente com edificações verticais; IV - existência de significativa área livre apta à ocupação; V - área com relevo ondulado.

Art. 449. São objetivos da AEAT-A:

I - estruturar e desenvolver centralidade linear ao longo da Av. das Torres, de forma a:

a) dar suporte ao transporte coletivo; b) promover o desenvolvimento local;

II - alcançar densidade populacional bruta, entre 150 e 200 hab./ha, que possibilite a eficiência dos serviços públicos e dos equipamentos urbanos; III - estimular o uso do transporte coletivo municipal e metropolitano e do transporte individual não motorizado, por meio do desenho das áreas de uso público e das regras para uso e ocupação do solo; IV - promover um adensamento populacional equilibrado, orientando-se pelas Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, na forma desta Lei V - estimular a coexistência de locais para fins de moradia e para geração de emprego e renda, a fim de reduzir a necessidade de deslocamento; VI - estimular comércios e serviços que estejam em fachadas ativas e articulados com espaços de fruição pública; VII - ampliar a conectividade e a continuidade das vias, como meio de proporcionar maior acessibilidade do sistema viário e promover a mobilidade urbana; VIII - coibir a retenção especulativa de imóvel urbano; IX - qualificar as faixas marginais dos cursos d'água; X - renovar e complementar a infraestrutura existente; XI - incentivar a construção de habitações de interesse social integradas a centralidade a ser desenvolvida.

Art. 450. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEAT-A:

I - concessão urbanística; II - consórcio imobiliário; III - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ;

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IV - IPTU progressivo no tempo; V - incentivos urbanísticos; VI - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; VII - operação urbana consorciada; VIII - parcerias público-privadas; IX - projetos de intervenção urbanística; X - reordenamento urbanístico integrado; XI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XX - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA RE ESTRUTURAÇÃO DA AVENIDA DAS TORRES B – AEAT-B

Art. 451. A Área de Especial Interesse para Reestruturação da Avenida das Torres B, ou AEAT-B, é área de especial interesse destinada à reestruturação da Avenida das Torres, de forma a promover a conformação de centralidades ancoradas no transporte coletivo, no desenho das áreas de uso público, na qualificação do sistema viário, no adensamento populacional e no uso misto, e que tem as seguintes características:

I - densidade populacional predominantemente média; II - uso predominantemente residencial; III - área com relevo ondulado; IV - existência de assentamentos precários, inclusive em áreas com risco de deslizamento.

Art. 452. São objetivos da AEAT-B:

I - estruturar e desenvolver centralidade linear ao longo da Av. das Torres, de forma a:

a) dar suporte ao transporte coletivo; b) promover o desenvolvimento local;

II - alcançar densidade populacional bruta, entre 100 e 150 hab./ha, que possibilite a eficiência dos serviços públicos e dos equipamentos urbanos; III - estimular o uso do transporte coletivo municipal e metropolitano e do transporte individual não motorizado, por meio do desenho das áreas de uso público e das regras para uso e ocupação do solo; IV - promover um adensamento populacional equilibrado, orientando-se pelas Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, na forma desta Lei; V - estimular a coexistência de locais para fins de moradia e para geração de emprego e renda, a fim de reduzir a necessidade de deslocamento; VI - estimular comércios e serviços que estejam em fachadas ativas e articulados com espaços de fruição pública; VII - ampliar a conectividade e a continuidade das vias, como meio de proporcionar maior acessibilidade do sistema viário e promover a mobilidade urbana; VIII - coibir a retenção especulativa de imóvel urbano; IX - qualificar as faixas marginais dos cursos d'água; X - renovar e complementar a infraestrutura existente; XI - incentivar a construção de habitações de interesse social integradas a centralidade a ser desenvolvida.

Art. 453. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEAT-B:

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I - concessão urbanística; II - consórcio imobiliário; III - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ; IV - IPTU progressivo no tempo; V - incentivos urbanísticos; VI - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; VII - operação urbana consorciada; VIII - parcerias público-privadas; IX - projetos de intervenção urbanística; X - reordenamento urbanístico integrado; XI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA R EESTRUTURAÇÃO DA BR-101 A – AEBR-A

Art. 454. A Área de Especial Interesse para Reestruturação da BR-101 A, ou AEBR-A, é área de especial interesse destinada ao tratamento especial da interface da Rodovia BR-101 com o restante da cidade, buscando integrá-la e qualificá-la, e que tem as seguintes características:

I - densidade populacional predominantemente média a baixa; II - existência de usos diversificados, como uniresidenciais e multiresidenciais, equipamentos públicos e comércio e serviços de menor e maior porte; III - existência de poucas áreas sem ocupação.

Art. 455. São objetivos da AEBR-A:

I - estimular a instalação de atividades econômicas, geradoras de emprego e renda, com abrangência municipal e metropolitana; II - qualificar a interface da BR-101, garantindo a adequada transição da intensidade do uso e ocupação para as demais Unidades Territoriais; III - mitigar os problemas relacionados com a barreira física configurada pela BR-101 para integração territorial do município, especialmente através de novas conexões viárias.

Art. 456. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEBR-A:

I - concessão urbanística; II - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ; III - IPTU progressivo no tempo; IV - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; V - operação urbana consorciada; VI - parcerias público-privadas; VII - projetos de intervenção urbanística; VIII - reordenamento urbanístico integrado; IX - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DA BR-101 B – AEBR-B

Art. 457. A Área de Especial Interesse para Reestruturação da BR-101 B, ou AEBR-B, é área de especial interesse destinada ao tratamento especial da interface da Rodovia BR-101 com o restante da cidade, buscando integrá-la e qualificá-la, e que tem as seguintes características:

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I - densidade populacional predominantemente média a baixa; II - existência de usos diversificados, como uniresidenciais e multiresidenciais, equipamentos públicos e comércio e serviços de menor e maior porte; III - existência de áreas aptas à urbanização.

Art. 458. São objetivos da AEBR-B:

I - estimular a instalação de atividades econômicas, geradoras de emprego e renda, com abrangência municipal e metropolitana; II - qualificar a interface da BR-101, garantindo a adequada transição da intensidade do uso e ocupação para as demais Unidades Territoriais; III - mitigar os problemas relacionados com a barreira física configurada pela BR-101 para integração territorial do município, especialmente através de novas conexões viárias.

Art. 459. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEBR-B:

I - concessão urbanística; II - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ; III - IPTU progressivo no tempo; IV - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; V - incentivos e benefícios fiscais e financeiros. VI - operação urbana consorciada; VII - parcerias público-privadas; VIII - projetos de intervenção urbanística; IX - reordenamento urbanístico integrado; X - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DA BR-101 C – AEBR-C

Art. 460. A Área de Especial Interesse para Reestruturação da BR-101 C, ou AEBR-C, é área de especial interesse destinada ao tratamento especial da interface da Rodovia BR-101 com o restante da cidade, buscando integrá-la e qualificá-la, e que tem as seguintes características:

I - densidade populacional baixa; II - predomínio de grandes construções com uso destinado a comércio e serviços; III - existência de áreas aptas à urbanização.

Art. 461. São objetivos da AEBR-C:

I - estimular a instalação de atividades econômicas, geradoras de emprego e renda, com abrangência municipal e metropolitana; II - qualificar a interface da BR-101, garantindo a adequada transição da intensidade do uso e ocupação para as demais Unidades Territoriais; III - mitigar os problemas relacionados com a barreira física configurada pela BR-101 para integração territorial do município, especialmente através de novas conexões viárias.

Art. 462. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEBR-C:

I - concessão urbanística; II - consórcio imobiliário;

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III - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; IV - IPTU progressivo no tempo; V - operação urbana consorciada; VI - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ; VII - parcerias público-privadas; VIII - projetos de intervenção urbanística; IX - reordenamento urbanístico integrado; X - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXIV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DO EIXO METROPOLITANO – AEEM

Art. 463. A Área de Especial Interesse para Reestruturação do Eixo Metropolitano ,ou AEEM, é área de especial interesse destinada ao tratamento especial da interface das Rodovias BR-101 e BR-282, ou Via Expressa, com o restante da cidade, buscando integrá-la e qualificá-la, e que tem as seguintes características:

I - localização no entroncamento das Rodovias BR-101 e BR-282, ou Via Expressa; II - densidade populacional predominantemente média a baixa; III - existência de usos diversificados, como uniresidenciais e multiresidenciais, equipamentos públicos e comércio e serviços de menor e maior porte; IV - uso e ocupação ao longo da BR-101 influenciados por esta mesma rodovia; V - uso e ocupação ao longo da Via Expressa sem relação direta com esta; VI - presença de equipamentos públicos e privados ocupando grandes áreas.

Art. 464. São objetivos da AEEM:

I - estimular a instalação de empreendimentos com usos residenciais e não residenciais, de modo a explorar o potencial das rodovias e da proximidade com a área com maior densidade populacional do município; II - estimular parcerias público-privadas em grandes empreendimentos que garantam a existência de:

a) atividades públicas e privadas; b) áreas verdes e espaços livres; c) novas conexões viárias, especialmente para transporte individual não motorizado;

III - qualificar a interface da BR-101 e da Via Expressa, garantindo a adequada transição da intensidade do uso e ocupação para as demais Unidades Territoriais; IV - mitigar os problemas relacionados com a barreira física configurada pela BR-101 para integração territorial do município, especialmente através de novas conexões viárias.

Art. 465. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEEM:

I - concessão urbanística; II - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ; III - IPTU progressivo no tempo; IV - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; V - operação urbana consorciada; VI - outorga onerosa de alteração de uso; VII - parcerias público-privadas;

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VIII - projetos de intervenção urbanística; IX - reordenamento urbanístico integrado; X - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA R EESTRUTURAÇÃO DA RUA GERÔNCIO THIVES - AEGT

Art. 466. A Área de Especial Interesse para Reestruturação da Rua Gerôncio Thives, ou AEGT, é área e especial interesse que tem as seguintes características:

I - densidade populacional predominantemente média e alta; II - concentração de usos diversificados ao longo da Rua Gerôncio Thives; III - sistema viário com descontinuidades, que geram alta dependência de trajeto nas poucas vias contínuas e que resultam em grandes quadras; IV - trânsito intenso na Rua Gerôncio Thives em horários de pico; V - significativa conexão entre Florianópolis e a BR-101; VI - conexão com equipamentos significativos, como o Fórum e o Shopping Itaguaçu.

Art. 467. São objetivos da AEGT:

I - estruturar e desenvolver centralidade, incrementando a oferta de comércios, serviços e empregos; II - alcançar densidade populacional bruta, entre 150 e 200 hab./ha, que possibilite a eficiência dos serviços públicos e dos equipamentos urbanos; III - estimular o uso do transporte coletivo municipal e metropolitano e do transporte individual não motorizado, por meio do desenho das áreas de uso público e das regras para uso e ocupação do solo; IV - ampliar a conectividade e a continuidade das vias, como meio de proporcionar maior acessibilidade do sistema viário e promover a mobilidade urbana; V - reduzir a necessidade de deslocamento, estimulando a coexistência de locais para fins de moradia e para geração de emprego e renda; VI - acomodar o crescimento urbano nas áreas subutilizadas dotadas de infraestrutura, orientando-se pelas Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, na forma desta Lei; VII - renovar e complementar a infraestrutura existente; VIII - valorizar e qualificar a continuidade territorial com Florianópolis.

Art. 468. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEGT:

I - concessão urbanística; II - consórcio imobiliário; III - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ; IV - IPTU progressivo no tempo; V - incentivos urbanísticos; VI - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; VII - operação urbana consorciada; VIII - parcerias público-privadas; IX - projetos de intervenção urbanística; X - reordenamento urbanístico integrado; XI - transferência do direito de construir.

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SUBSEÇAO XXVI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO DA RUA LEOBERTO LEAL – AELL

Art. 469. A Área de Especial Interesse para Reestruturação da Rua Leoberto Leal, ou AELL, é área de especial interesse que tem as seguintes características:

I - existência de centralidade ao longo da Rua Leoberto Leal, com abrangência municipal; II - densidade populacional predominantemente baixa e média; III - concentração de usos diversificados ao longo da Rua Leoberto Leal; IV - trânsito intenso na Rua Leoberto Leal em horários de pico; V - predominância de edificações com baixa altura; VI - grande extensão de orla degradada, subutilizada e com acesso limitado, que possivelmente será redefinida através de aterro; VII - significativa conexão entre Florianópolis e a Rodovia BR-101.

Art. 470. São objetivos da AELL:

I - qualificar e fortalecer a centralidade existente, incentivando:

a) a implantação de atividades de comércio e serviços; b) a densidade populacional adequada para uso mais eficiente de serviços, equipamentos e infraestruturas;

II - estimular a localização de comércios e serviços em fachadas ativas e articuladas com espaços de fruição pública; III - reduzir a necessidade de deslocamento, estimulando a coexistência de locais para fins de moradia e para geração de emprego e renda; IV - estimular o uso do transporte coletivo municipal e metropolitano e do transporte individual não motorizado, por meio do desenho das áreas de uso público e das regras para uso e ocupação do solo; V - ampliar o livre acesso à orla marítima; VI - renovar e complementar a infraestrutura existente; VII - valorizar e qualificar a continuidade territorial com Florianópolis. VIII - desenvolver o Projeto Orla;

Art. 471. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AELL:

I - concessão urbanística; II - consórcio imobiliário; III - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ; IV - IPTU progressivo no tempo; V - incentivos urbanísticos; VI - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; VII - operação urbana consorciada; VIII - parcerias público-privadas; IX - projetos de intervenção urbanística; X - reordenamento urbanístico integrado; XI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXVII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA REESTRUTURAÇÃO URBANA DA BEIRA-MAR – AEBM

Art. 472. A Área de Especial Interesse para Reestruturação Urbana da Beira-Mar, ou AEBM, é área de especial interesse que tem as seguintes características:

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I - orla marítima redefinida por aterro que:

a) está pouco conectado com a malha urbana; b) possui grandes áreas subutilizadas ou não utilizadas; c) possui construções que não se integram com a orla; d) concentra grandes equipamentos públicos; e) possui pouca vegetação arbórea;

II - densidade populacional predominantemente baixa; III - predominância de usos não residenciais, com concentração de usos diversificados ao longo da Rua Presidente Kennedy; IV - trânsito intenso nas vias principais em horários de pico; V - existência de cursos d'água retificados e canalizados; VI - cursos d'água e orla marítima poluídos; VII - possui área remanescente de mangue; VIII - limita-se com Florianópolis.

Art. 473. São objetivos da AEBM:

I - qualificar a área de aterro, de modo a promover:

a) a integração à estrutura urbana; b) o melhor aproveitamento do seu potencial como área de lazer pública; c) a integração do entorno dos equipamentos urbanos públicos, através de áreas de fruição de uso público; d) a qualificação da áreas de lazer existentes, através de tratamento paisagístico com arborização e mobiliário urbano;

II - estimular o uso do transporte coletivo municipal e metropolitano e do transporte individual não motorizado, por meio do desenho das áreas de uso público e das regras para uso e ocupação do solo; III - estimular a coexistência de usos públicos e privados; IV - qualificar as faixas marginais dos cursos d'água e preservar a área remanescente de mangue; V - valorizar e qualificar a continuidade territorial com Florianópolis; VI - desenvolver o Projeto Orla.

Art. 474. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEBM:

I - concessão urbanística; II - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios ; III - IPTU progressivo no tempo; IV - incentivos urbanísticos; V - desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; VI - operação urbana consorciada; VII - parcerias público-privadas; VIII - projetos de intervenção urbanística; IX - reordenamento urbanístico integrado; X - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXVIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PAR A SISTEMA VIÁRIO A – AESV-A

Art. 475. A Área de Especial Interesse para Sistema Viário A, ou AESV-A é área de especial interesse para a reestruturação de vias existentes no Município, que compreende a área ocupada pelas vias atualmente e o recuo para alargamento do sistema viário na forma desta Lei.

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Parágrafo Único. A AESV-A, em especial seus objetivos, são desenvolvidas na Política Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana.

Art. 476. A AESV-A é área não edificável que possui coeficiente de aproveitamento básico 1 (um) para fins de transferência do direito de construir.

Parágrafo Único. A AESV-A poderá ter área edificável somente em caso de Projeto Especial.

Art. 477. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AESV-A:

I - concessão urbanística; II - operação urbana consorciada; III - parcerias público-privadas; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXIX - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA SISTEMA VIÁRIO B – AESV-B

Art. 478. A Área de Especial Interesse para Sistema Viário B, ou AESV-B é área de especial interesse para a estruturação de novas vias no Município, que compreende a área a ser futuramente ocupada para esta finalidade, indicadas nesta Lei ou por planos e projetos específicos.

Parágrafo Único. A AESV-B, em especial seus objetivos, são desenvolvidas na Política Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana.

Art. 479. A AESV-B é área não edificável que possui coeficiente de aproveitamento básico 1 (um) para fins de transferência do direito de construir.

Parágrafo Único. A AESV-B poderá ter área edificável somente em caso de Projeto Especial.

Art. 480. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AESV-B:

I - concessão urbanística; II - operação urbana consorciada; III - parcerias público-privadas; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXX - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA S ISTEMA VIÁRIO C – AESV-C

Art. 481. A Área de Especial Interesse para Sistema Viário C, ou AESV-C é área de especial interesse para reestruturação das principais conexões viárias existentes do município.

Parágrafo Único. A AESV-C, em especial seus objetivos, são desenvolvidas na Política Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana.

Art. 482. A AESV-C é área não edificável que possui coeficiente de aproveitamento básico 1 (um) para fins de transferência do direito de construir.

Parágrafo Único. A AESV-C poderá ter área edificável somente em caso de Projeto Especial.

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Art. 483. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AESV-C:

I - concessão urbanística; II - operação urbana consorciada; III - parcerias público-privadas; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXXI - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA EQUIPAMENTOS URBANOS A – AEEU-A

Art. 484. A Área de Especial Interesse para Equipamentos Urbanos A, ou AEEU-A consiste nos equipamentos urbanos existentes, sob o domínio do poder público.

Parágrafo Único. A definição e classificação de equipamentos urbanos encontram-se no Sistema de Áreas de Uso Público, na forma desta Lei.

Art. 485. As AEEU-A compreendem as áreas delimitadas no Mapa 06, que deverão ser corrigidas e atualizadas, no que couber, pelo Inventário de Equipamentos Urbanos, na forma desta Lei.

Art. 486. São objetivos da AEEU-A:

I - identificar e gerenciar a utilização dos equipamentos urbanos existentes, que estão compreendidos no Sistema de Áreas de Uso Público, na forma desta Lei; II - qualificar a inserção urbana dos equipamentos urbanos existentes, de forma a integrar ao seu entorno; III - condicionar a alteração de uso dos equipamentos urbanos a critérios pré-estabelecidos pelo Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres na forma desta Lei, e ao acompanhamento e controle do Conselho da Cidade.

Art. 487. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEEU-A:

I - concessão urbanística; II - operação urbana consorciada; III - outorga onerosa de alteração de uso; IV - parcerias público-privadas; V - projetos de intervenção urbanística; VI - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO XXXII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA EQUIPAMENTOS URBANOS B – AEEU-B

Art. 488. A Área de Especial Interesse para Equipamentos Urbanos B, ou AEEU-B, consiste em áreas, geralmente de posse do Poder Público, que possuem potencial para a instalação de novos equipamentos urbanos públicos.

Parágrafo Único. A definição e classificação de equipamentos urbanos encontram-se no Sistema de Áreas de Uso Público, na forma desta Lei.

Art. 489. As AEEU-B compreendem:

I - as áreas delimitadas no Mapa 06; II - as áreas oriundas de novos parcelamentos;

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III - novas áreas que eventualmente poderão ser destinadas para a instalação de equipamentos urbanos de domínio público.

Art. 490. São objetivos da AEEU-B:

I - viabilizar a implantação de equipamentos urbanos públicos; II - promover o melhor aproveitamento das áreas com potencial para uso público; III - promover as negociações necessárias e aplicar os instrumentos previstos nesta Lei para viabilizar a destinação destas áreas equipamentos urbanos; IV - planejar a inserção urbana dos novos equipamentos urbanos, de forma a integrar ao seu entorno; V - condicionar a alteração de uso dos equipamentos urbanos a critérios pré-estabelecidos pelo Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres na forma desta Lei, e ao acompanhamento e controle do Conselho da Cidade.

Art. 491. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEEU-B:

I - concessão urbanística; II - operação urbana consorciada; III - outorga onerosa de alteração de uso; IV - parcerias público-privadas; V - projetos de intervenção urbanística; VI - reordenamento urbanístico integrado; VII - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXXIII - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PAR A EQUIPAMENTOS URBANOS C – AEEU-C

Art. 492. A Área de Especial Interesse para Equipamentos Urbanos C, ou AEEU-C, consiste em áreas que apresentam características indispensáveis à instalação de equipamento urbano de mobilidade, especialmente:

I - acesso direto à rodovia BR-101; II - grande extensão territorial apta à ocupação; III - proximidade com os Áreas de Especial Interesse para Estruturação do Transporte Coletivo, na forma desta Lei.

Art. 493. Na hipótese da implementação dos terminais de integração do transporte coletivo metropolitano necessários, as demais áreas indicadas nesta Lei como AEEU-C, passarão a ser classificadas como AEEU-B, salvo outro encaminhamento aprovado pelo Conselho da Cidade.

Art. 494. São objetivos da AEEU-C:

I - viabilizar a implantação de terminal de integração do transporte coletivo metropolitano; II - promover o melhor aproveitamento das áreas com localização estratégica junto à rodovia BR-101 para infraestrutura de mobilidade urbana; III - utilizar os instrumentos previstos nesta Lei, a fim de viabilizar de forma eficiente a implantação das infraestruturas de mobilidade urbana; IV - planejar a inserção urbana dos novos equipamentos urbanos, de forma a integrar ao seu entorno; V - condicionar a alteração de uso dos equipamentos urbanos a critérios pré-estabelecidos pelo Plano de Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços

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Livres na forma desta Lei, e ao acompanhamento e controle do Conselho da Cidade.

Art. 495. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEEU-C:

I - concessão urbanística; II - operação urbana consorciada; III - outorga onerosa de alteração de uso; IV - parcerias público-privadas; V - projetos de intervenção urbanística; VI - reordenamento urbanístico integrado; VII - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXXIV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA ÁREAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES A - AEAV-A

Art. 496. A Área de Especial Interesse para Áreas Verdes e Espaços Livres A, ou AEAV-A, são áreas existentes que possuem uso público, localizadas na área urbanizada, indisponível para construção de moradias, que são destinadas a:

I - recreação; II - lazer; III - melhoria da qualidade ambiental urbana; IV - manutenção ou melhoria paisagística; V - proteção de bens e de manifestações culturais.

Parágrafo Único. A definição e classificação de áreas verdes e espaços livres encontram-se no Sistema de Áreas de Uso Público, na forma desta Lei.

Art. 497. As AEAV-A compreendem as áreas delimitadas no Mapa 06, que deverão ser corrigidas e atualizadas, no que couber, pelo Inventário de Áreas Verdes e Espaços Livres, na forma desta Lei.

Art. 498. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEAV-A:

I - operação urbana consorciada; II - outorga onerosa de alteração de uso; III - parcerias público-privadas; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXXV - DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA ÁREAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES B - AEAV-B

Art. 499. A Área de Especial Interesse para Áreas Verdes e Espaços Livres B, ou AEAV-B, são áreas com potencial para serem destinadas a:

I - recreação; II - lazer; III - melhoria da qualidade ambiental urbana; IV - manutenção ou melhoria paisagística; V - proteção de bens e de manifestações culturais.

Parágrafo Único. A definição e classificação de áreas verdes e espaços livres encontram-se no Sistema de Áreas de Uso Público, na forma desta Lei.

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Art. 500. As AEAV-B compreendem:

I - as áreas delimitadas no Mapa 06; II - as áreas oriundas de novos parcelamentos; III - novas áreas que eventualmente poderão ser destinadas para áreas verdes e espaços livres de domínio público.

Art. 501. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEAV-B:

I - operação urbana consorciada; II - outorga onerosa de alteração de uso; III - parcerias público-privadas; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado; VI - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXXVI - DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – APP

Art. 502. A Área de Preservação Permanente, ou APP, são áreas de especial interesse ambiental que se caracterizam pela existência de espaços territoriais com:

I - alta suscetibilidade a deslizamentos; II - vegetação secundária; III - concentração de nascentes; IV - faixas marginais de cursos de água naturais.

Art. 503. São objetivos das APP:

I - evitar a exposição da população a riscos de desastres; II - preservar a estabilidade geológica; III - proteger o solo; IV - preservar os recursos hídricos, especialmente através:

a) da redução do assoreamento, da velocidade e força das águas que chegam nos rios; b) do impedimento da entrada de poluentes no meio aquático; c) da manutenção da qualidade da água;

V - preservar a paisagem; VI - preservar a biodiversidade; VII - facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, especialmente através da formação de corredores ecológicos; VIII - assegurar o bem-estar das populações humanas.

Art. 504. Nas APP não será permitido:

I - o parcelamento do solo para fins urbanos; II - a edificação, exceto nos casos previstos na Resolução CONAMA Nº 369/2006; III - a supressão de vegetação, exceto nos casos previstos na Resolução CONAMA Nº 369/2006, após a realização dos estudos ambientais pertinentes e consulta ao Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Art. 505. A APP é área não edificável que possui coeficiente de aproveitamento básico 1 (um) para fins de transferência do direito de construir.

Art. 506. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na APP:

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I - incentivos e benefícios fiscais e financeiros. II - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXXVII - DAS ÁREAS DE OCUPAÇÃO CONDICIONAD A – AOC

Art. 507. As Áreas de Ocupação Condicionada, ou AOC, são áreas de especial interesse ambiental que se caracterizam pela:

I - predominância de áreas com média suscetibilidade a deslizamentos; II - existência de ocupações dispersas; III - existência de vegetação secundária em diversos estágios de regeneração.

Art. 508. São objetivos das AOC:

I - preservar a estabilidade geológica; II - proteger o solo; III - evitar a exposição da população a riscos de desastres; IV - preservar a paisagem e a biodiversidade; V - facilitar o fluxo gênico de fauna e flora; VI - assegurar o bem-estar das populações humanas; VII - garantir a ocupação sustentável do território.

Art. 509. Nas AOC não será permitido:

I - o exercício de atividades que acentuem os processos erosivos do solo e/ou acelere o assoreamento dos corpos hídricos; II - a instalação de indústrias ou outras atividades potencialmente poluidoras; III - o exercício de atividades que ameacem extinguir as espécies raras da biota regional; IV - atividades de terraplanagem, mineração, drenagem, escavação e desmatamento de forma a causar danos ou degradação do meio ambiente e risco às populações.

Art. 510. Nas AOC a ocupação deverá observar as diretrizes da carta geotécnica de aptidão à urbanização.

Art. 511. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos nas AOC:

I - projetos de intervenção urbanística; II - reordenamento urbanístico integrado.

SUBSEÇAO XXXVIII - DAS ÁREAS ESPECIAIS DA ORLA MARI NHA – AEOM

Art. 512. As Áreas Especiais da Orla Marinha, ou AEOM, são faixas territoriais para a gestão integrada da orla marítima, onde deverá ser elaborado e implementado um Plano de Gestão Integrada, para ordenar o uso e ocupação do solo por meio do Projeto Orla.

Parágrafo Único. O Plano de Gestão Integrada das AEOM incluirá faixa litorânea conforme as definições da legislação aplicável, e observando os seguintes parâmetros:

I - na faixa marítima até a isóbata de 10m (dez metros); II - nas zonas urbanizadas 50m (cinquenta metros) da linha de costa; III - nas zonas não urbanizadas 200m (duzentos metros) da linha de costa; IV - até o final de trechos homogêneos contínuos.

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Art. 513. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos na AEOM:

I - operação urbana consorciada; II - parcerias público-privadas; III - projetos de intervenção urbanística; IV - reordenamento urbanístico integrado; V - transferência do direito de construir.

SUBSEÇAO XXXIX - DOS PARQUES

Art. 514. Os Parques são áreas de especial interesse ambiental que compreendem porções do território de domínio público ou privado, nas quais se pretende proteger e qualificar o ambiente natural, conciliando com a utilização para objetivos educacionais, de lazer e recreação.

Art. 515. Os Parques são classificados em Parques Ambientais e Parques Urbanos.

§ 1º - São Parques Ambientais instituídos por esta Lei:

I - o Parque Ambiental dos Ipês; II - o Parque das Nascentes do Rio Araújo; III - o Parque Ambiental da Pedra Branca; IV - o Parque Ambiental da Ponta de Baixo; V - o Parque Ambiental dos Sabiás, compreendendo:

a) o Horto Florestal; b) o Jardim Botânico;

§ 2º - São Parques Urbanos instituídos por esta Lei:

I - o Parque da Planície do Rio Forquilhas; II - o Parque Urbano da Beira-Mar; III - o Parque Fluvial do Rio Três Henriques; IV - o Parque Fluvial do Rio Carolina.

§ 3º - Os Parques Ambientais podem estar localizados dentro ou fora do perímetro urbano, e possuem como principal finalidade proteger e qualificar o ambiente natural.

§ 4º - Os Parques Urbanos são grandes áreas verdes urbanas, maiores que praças e jardins públicos, cuja finalidade principal é oferecer opções de lazer à população.

§ 5º - Os perímetros ainda não delimitados dos Parques referidos nos §§ 1.º e 2.º deste artigo devem ser definidos pela Fundação Municipal de Meio Ambiente, com o acompanhamento e controle do Conselho Municipal do Meio Ambiente e do Conselho da Cidade de São José.

Art. 516. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, nos Parques poderão ser aplicados os seguintes instrumentos:

I - incentivos e benefícios fiscais e financeiros; II - operação urbana consorciada; III - parcerias público-privadas; IV - projetos de intervenção urbanística; V - reordenamento urbanístico integrado.

SEÇÃO V - DOS TRECHOS DE SISTEMA VIÁRIO

Art. 517. Os Trechos de Sistema Viário ou TSV são classificados em:

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I - Trecho de Centralidade, ou TC; II - Trecho de Via Específico, ou TVE.

Parágrafo Único. A identificação e classificação dos Trechos de Sistema Viário encontram-se na Tabela 04.

Art. 518. Trecho de Centralidade, ou TC, é o trecho de sistema viário, existente ou projetado, que já apresenta ou que tem potencial para desenvolver as seguintes características de centralidade:

I - coexistência de uso residencial e não residencial; II - maior densidade populacional; III - concentração de usos públicos; IV - trajeto principal em deslocamentos na malha urbana.

Parágrafo Único. Os Trechos de Centralidade subdividem-se em:

I - Trecho de Centralidade 16, ou TC-16, em que é permitido edificar até 16 pavimentos; II - Trecho de Centralidade 8, ou TC-8, em que é permitido edificar até 8 pavimentos; III - Trecho de Centralidade 6, ou TC-6, em que é permitido edificar até 6 pavimentos; IV - Trecho de Centralidade 4, ou TC-4, em que é permitido edificar até 4 pavimentos; V - Trecho de Centralidade para Qualificação da Paisagem, ou TC-2, em que é permitido edificar até 2 pavimentos; VI - Trecho de Centralidade do Centro Histórico, ou TC-CH, em que é permitido edificar até 2 pavimentos; VII - Trecho de Centralidade da Av. Presidente Kennedy, ou TC-PK.

Art. 519. Trecho de Via Específico, ou TVE, é o trecho de sistema viário, existente ou projetado, que necessita de tratamento especial, destinado à promoção do adequado adensamento populacional de forma a otimizar o aproveitamento da infraestrutura urbana.

Art. 520. Além dos instrumentos previstos no § 1.º do art. 123, deverão ser aplicados os seguintes:

I - no TC-CH:

a) concessão urbanística; b) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; c) IPTU Progressivo no Tempo; d) desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; e) incentivos e benefícios fiscais e financeiros; f) incentivos urbanísticos; g) operação urbana consorciada; h) parcerias público-privadas; i) projetos de intervenção urbanística; j) transferência do direito de construir;

II - no TC-PK:

a) concessão urbanística; b) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; c) IPTU Progressivo no Tempo;

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d) incentivos urbanísticos; e) desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; f) operação urbana consorciada; g) parcerias público-privadas; h) projetos de intervenção urbanística; i) reordenamento urbanístico integrado; j) transferência do direito de construir;

III - no TC-2:

a) concessão urbanística; b) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; c) IPTU progressivo no tempo; d) incentivos urbanísticos; e) desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; f) projetos de intervenção urbanística; g) reordenamento urbanístico integrado; h) transferência do direito de construir;

IV - no TC-4:

a) concessão urbanística; b) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; c) IPTU progressivo no tempo; d) incentivos urbanísticos; e) desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; f) operação urbana consorciada; g) parcerias público-privadas; h) projetos de intervenção urbanística; i) reordenamento urbanístico integrado; j) transferência do direito de construir;

V - no TC-6:

a) concessão urbanística; b) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; c) IPTU progressivo no tempo; d) incentivos urbanísticos; e) desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; f) operação urbana consorciada; g) parcerias público-privadas; h) projetos de intervenção urbanística; i) reordenamento urbanístico integrado; j) transferência do direito de construir.

VI - no TC-8:

a) concessão urbanística; b) consórcio imobiliário; c) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; d) IPTU progressivo no tempo; e) incentivos urbanísticos; f) desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; g) operação urbana consorciada; h) parcerias público-privadas; i) projetos de intervenção urbanística;

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j) reordenamento urbanístico integrado; k) transferência do direito de construir;

VII - no TC-16:

a) concessão urbanística; b) consórcio imobiliário; c) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; d) IPTU progressivo no tempo; e) incentivos urbanísticos; f) desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; g) operação urbana consorciada; h) parcerias público-privadas; i) projetos de intervenção urbanística; j) reordenamento urbanístico integrado; k) transferência do direito de construir;

VIII - No TVE-4:

a) concessão urbanística; b) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; c) IPTU progressivo no tempo; d) desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública; e) operação urbana consorciada; f) parcerias público-privadas; g) projetos de intervenção urbanística; h) reordenamento urbanístico integrado; i) transferência do direito de construir.

Parágrafo Único. Especialmente nos Trechos de Centralidade contidos na Zona de Estruturação e Qualificação Urbana A ou B, aplica-se os Incentivos e benefícios fiscais, financeiros e econômicos.

CAPÍTULO VII - DAS NORMAS DE PARCELAMENTO DO SOLO U RBANO

SEÇÃO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 521. As normas de parcelamento têm como finalidade assegurar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, e orientar o desenvolvimento e expansão urbanos.

Art. 522. As ações de parcelamento do solo deverão ser adequadas aos elementos estruturadores do território detalhados nesta Lei, especialmente:

I - as características geotécnicas e a topografia do terreno; II - as nascentes e os cursos d'água existentes; III - a conservação das condições hidrológicas originais das bacias e alternativas de amortecimento da vazão pluvial; IV - às diretrizes viárias constantes nesta Lei.

Art. 523. A execução de qualquer parcelamento do solo para fins urbanos dependerá de aprovação pela autoridade licenciadora do Poder Executivo municipal.

§ 1º - Os parcelamentos para fins urbanos somente poderão ser aprovados e executados se inseridos no perímetro urbano e de acordo com os parâmetros e as demais regras estabelecidas nesta Lei e seus anexos.

§ 2º - Não será permitido o parcelamento do solo:

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I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, exceto:

a) se atendidos as diretrizes da carta geotécnica de aptidão à urbanização, e as exigências específicas das autoridades competentes; b) quando apresentada solução técnica que garanta a segurança e a viabilidade da ocupação, por meio de projeto subordinado às normas estabelecidas nesta Lei e demais aplicáveis, sendo obrigatória a apresentação de registro ou anotação de responsabilidade técnica junto ao respectivo conselho profissional;

II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que se tenham sido previamente saneados; III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas as exigências específicas das autoridades competentes, e respeitadas as restrições das legislações federal, estadual e municipal sobre a matéria; IV - em terrenos suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, inundações bruscas, ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, salvo se atendidos as diretrizes da Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização, e as exigências específicas das autoridades competentes; V - em terrenos situados em áreas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção; VI - em terrenos situados fora do alcance dos equipamentos urbanos, especialmente das redes públicas de abastecimento de água potável e de energia elétrica, salvo se atendidas exigências específicas dos órgãos competentes; VII - em imóveis dos quais resultem terrenos encravados ou lotes em desacordo com os padrões estabelecidos em lei; VIII - em terrenos que não possuam frente para logradouros públicos oficiais.

Art. 524. O processo de parcelamento do solo será feito através do loteamento, ou desmembramento, referidos nos §§ 1.º e 2.º do art. 2.º da Lei Federal 6766/1979.

§ 1º - Previamente ao processo referido no caput, poderá ser admitido a utilização de remembramento, desde que atendidos os parâmetros de lote ou de quadra respectivos à unidade territorial em que se situem.

§ 2º - Considera-se remembramento, unificação, ou anexação, a junção de dois ou mais lotes para formar uma única unidade fundiária.

Art. 525. Os condomínios fechados, referidos no Seção III do Capítulo VII deste Título serão regulados e licenciados com base nas disposições aplicáveis deste Capítulo.

Art. 526. Os loteamentos serão divididos em três categorias:

I - loteamentos convencionais; II - loteamentos populares; III - loteamentos de interesse social.

§ 1º - Para os fins desta Lei:

I - loteamentos convencionais são aqueles promovidos e executados por empreendedores privados, de acordo com os parâmetros urbanísticos de Unidade Territorial; II - loteamentos populares são aqueles promovidos e executados por empreendedores privados ou em regime de parceria público-privada, visando o

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barateamento do custo da terra para classes menos favorecidas, em áreas declaradas por lei como Área de Especial Interesse Social (AEIS); III - loteamentos de interesse social são aqueles promovidos e executados pelo Poder Executivo Municipal, com o fim de resolver problemas de assentamento de populações de baixa renda, em áreas declaradas por lei como Área de Especial Interesse Social (AEIS).

§ 2º - Poderá ser admitido o promoção e execução de loteamentos de interesse social quando decorrentes da aplicação da Cota de Habitação de Interesse Social.

SEÇÃO II - DOS REQUISITOS URBANÍSTICOS

SUBSEÇAO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 527. Os requisitos urbanísticos são condições indispensáveis para aprovação de todo e qualquer parcelamento do solo, e visam assegurar padrões urbanísticos e ambientais, possibilitando o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana.

Art. 528. O parcelamento do solo deverá atender aos seguintes requisitos urbanísticos:

I - resultar em lotes e quadras com dimensões de acordo com os parâmetros estabelecidos para cada Unidade Territorial em que se situem; II - destinar áreas para implantação de:

a) áreas do sistema viário; b) áreas dos equipamentos públicos urbanos; c) áreas verdes e espaços livres.

III - articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas; IV - reservar faixa não edificável:

a) em toda e qualquer diretriz de reestruturação do sistema viário prevista nesta Lei, de acordo com os parâmetros fixados no Quadro 05, ressalvadas as disposições constantes em legislação específica aplicável; b) de 15 (quinze) metros de cada lado nas faixas de domínio público das ferrovias e dutos, ressalvadas as disposições constantes em legislação específica aplicável.

V - considerar as Áreas de Preservação Permanente existentes no terreno a ser parcelado, delimitadas ou não nos mapas anexos à esta Lei, observando a legislação aplicável; VI - apresentar projeto, elaborado na forma desta Lei.

§ 1º - O disposto no caput também se aplica aos condomínios fechados, ressalvado o estabelecido no seu inciso I.

§ 2º - Na destinação das vias referidas no inciso II do caput, o empreendedor deverá observar as determinações das Áreas de Especial Interesse para Sistema Viário, sendo que, havendo necessidade de abertura de novas vias, não previstas nesta Lei, deverá ser observado os parâmetros definidos para a AESV-B8, salvo determinação de aumento de largura, feita pelo Poder Executivo Municipal no âmbito da expedição das diretrizes referidas no art. 550, e eventuais determinações do Plano Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana, referido nesta Lei.

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Art. 529. Em todas as unidades territoriais, exceto na Área de Especial Interesse para Contenção de Cheias e na Área de Ocupação Condicionada, serão respeitados os seguintes parâmetros urbanísticos:

I - área máxima do lote de 15.000m² (quinze mil metros quadrados); II - área máxima de quadra de 15.000m² (quinze mil metros quadrados); III - face máxima de quadra de 150m (cento e cinquenta metros).

Parágrafo Único. Para lotes de esquina, a área mínima do lote será obtida através do acréscimo de 20% (vinte por cento) sobre o valor definido para a respectiva unidade territorial.

SUBSEÇAO II - DAS ÁREAS DE USO PÚBLICO

Art. 530. No parcelamento do solo, constituem Áreas de Uso Público:

I - áreas do sistema viário, destinadas a circulação; II - áreas dos equipamentos públicos urbanos, destinadas à prestação dos principais serviços no Município, caracterizadas pelo domínio e utilidade públicos; III - áreas verdes e espaços livres, destinados aos propósitos de recreação, de lazer, de melhoria da qualidade ambiental urbana, de manutenção ou melhoria da paisagem, de proteção de bens, e de manifestações culturais, caracterizados pelo uso público, localizadas na área urbanizada, e indisponíveis para construção de moradias.

§ 1º - Não será considerado no cálculo das áreas de uso público, referidas no caput, as áreas de preservação permanente eventualmente existentes no terreno.

§ 2º - O disposto nos incisos II e III do caput também se aplica aos condomínios fechados.

Art. 531. As áreas de uso público deverão passar para o domínio do Município, no ato de registro do loteamento ou do condomínio fechado.

Art. 532. As áreas verdes e espaços livres devem estar localizadas preferencialmente junto aos espaços destinados à implantação de equipamentos urbanos e de uso institucional, não podendo, após a aprovação do parcelamento, ter alterados sua destinação, fins e objetivos originalmente estabelecidos, salvo nas hipóteses dos artigos 18, 23 e 28 da Lei Federal n.º 6.766/1979.

Parágrafo Único. O disposto no caput também se aplica aos condomínios fechados.

SUBSEÇAO III - DO SISTEMA VIÁRIO

Art. 533. A abertura de qualquer via ou logradouro público no Município de São José dependerá:

I - de prévia justificativa da autoridade competente, esclarecendo as razões de interesse público; II - de projeto urbanístico subordinado às normas estabelecidas nesta Lei e demais aplicáveis, sendo obrigatória a apresentação de registro ou anotação de responsabilidade técnica junto ao respectivo conselho; III - da aprovação do Poder Executivo Municipal.

Parágrafo Único. A identificação das vias e logradouros públicos, antes de sua denominação oficial, deverá ser feita por meio de números e letras.

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Art. 534. Todo e qualquer parcelamento do solo ou condomínio fechado deverá ter acesso por vias públicas conectadas à rede viária.

Parágrafo Único. Os ônus das obras necessárias para construção ou alargamento das vias de acesso referidas no caput recairão sobre o empreendedor.

Art. 535. As vias de circulação de qualquer parcelamento do solo deverão:

I - observar às diretrizes viárias constantes nesta Lei; II - garantir a continuidade do traçado das vias existentes nas adjacências dos espaços territoriais a serem parcelados; III - harmonizar-se com a topografia local, especialmente nas áreas de ocupação condicionada; IV - ter largura mínima de acordo com a tipologia definida no Quadro 05; V - obedecer à classificação, caracterização e hierarquia do sistema viário, vinculando-a aos níveis de incomodidade constante no Quadro 05.

SUBSEÇAO IV - DA INFRAESTRUTURA BÁSICA

Art. 536. Para os fins desta Lei, a infraestrutura básica será composta por:

I - vias de circulação pavimentadas com meio-fio e sarjeta; II - drenagem das águas pluviais; III - rede para o abastecimento de água potável; IV - soluções para o esgotamento sanitário; V - rede de energia elétrica; VI - iluminação pública.

Parágrafo Único. Havendo disponibilidade do projeto de esgotamento sanitário para a área, o empreendedor deverá implantar a rede prevendo sua conexão à rede municipal.

Art. 537. Enquanto o parcelamento de solo estiver em fase de implantação da infraestrutura, a conservação das suas vias de circulação será dever e responsabilidade do empreendedor.

Art. 538. São de de responsabilidade empreendedor, além da implementação da infraestrutura básica, a execução e o custeio de:

I - demarcação dos lotes, das vias e logradouros e das áreas a serem transferidas ao domínio do Município; II - demarcação das áreas não edificáveis; III - terraplenagem dos terrenos; IV - passeios com pavimentação contínua e antiderrapante; V - pontes e obras de contenção; VI - arborização e ajardinamento das vias e áreas verdes; VII - medidas necessárias à eventual recuperação de APP.

Parágrafo Único. Nos passeios a que se refere o inciso IV do caput, será estimulada a implantação de áreas permeáveis, desde que não interrompam a continuidade da área destinada à passagem.

Art. 539. No âmbito dos projetos de intervenção urbanística aplicáveis a parcelamentos inseridos em Áreas Especiais de Interesse Social, desde que com a anuência do Conselho da Cidade de São José, admitir-se-á, simultaneamente, a ocupação e a construção das seguintes obras de infraestrutura:

I - abertura das vias;

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II - demarcação dos lotes; III - instalação de rede de água potável; IV - instalação de rede de energia elétrica e iluminação pública; V - saneamento básico; VI - pavimentação.

SUBSEÇAO V - DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS DE USO E OCU PAÇÃO DO SOLO POR CONDOMÍNIOS FECHADOS

Art. 540. Para os efeitos desta Lei, condomínio fechado é o empreendimento imobiliário urbano que apresenta as seguintes características:

I - perímetro fechado;

II - acesso restrito;

III - relações entre os proprietários reguladas pelas disposições da Lei nº 4.591, de 16 dezembro de 1964, e pelo Código Civil Brasileiro;

IV - propriedade conjunta, não podendo ter sua área formalmente subdividida;

V - divisão do imóvel em unidades autônomas e área de uso comum.

§ 1º - Os condomínios fechados poderão ser horizontais ou verticais, e destinados aos usos residencial, não residencial e misto.

§ 2º - As unidades autônomas referidas no inciso V do caput correspondem a frações ideais da área total do terreno, respectivas a cada unidade habitacional, sendo que:

I - deverão estar registradas no Cadastro Territorial Multifinalitário do Município; II - sobre a qual se erguerá, obrigatoriamente, a edificação correspondente.

Art. 541. Todo e qualquer projeto de condomínio fechado somente será permitido:

I - se estiver de acordo com zoneamento previsto nesta Lei, especialmente os objetivos da Unidade Territorial onde se localizará o empreendimento; II - quando houver compatibilidade do condomínio com a infraestrutura urbana já existente ou demandada no entorno; III - se forem observados os parâmetros urbanísticos previstos na Tabela 01, e as disposições desta Lei; IV - se não gerar qualquer tipo de obstrução sobre vias, existentes ou projetadas; V - se possuir entrada principal com afastamento de, no mínimo, 15m (quinze metros) da via pública; VI - quando o maior dos lados que compõem o seu perímetro não exceder a 150m (cento e cinquenta metros); VII - quando sua área máxima não ultrapassar os 15.000 m2(quinze mil metros quadrados).

Parágrafo Único. O disposto nos incisos V, VI e VII do caput, não se aplica a condomínios fechados do tipo horizontal, localizados:

I - na Área de Ocupação Condicionada; II - na Área de Especial Interesse para Contenção de Cheias.

Art. 542. No interior de Áreas de Preservação Ambiental, ou APA, a serem eventualmente instituídas, somente será permitido o condomínio fechado do tipo horizontal.

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Parágrafo Único. O condomínio referido no caput deverá observar as disposições desta Lei, em especial as deste Capítulo, e as limitações e procedimentos estabelecidos pela legislação federal e estadual aplicável.

Art. 543. Independentemente da quantidade de frações ideais, todo e qualquer condomínio fechado deverá ter solução própria para a coleta e tratamento de efluentes, observadas as normas técnicas aplicáveis, e com projeto aprovado pela concessionária municipal.

Art. 544. O projeto de condomínio fechado será aprovado pelo Poder Executivo Municipal com base nas disposições constantes na Subseção V da Seção III deste Capítulo.

Art. 545. O Poder Executivo Municipal não terá responsabilidade pela manutenção das áreas internas do condomínio fechado.

Art. 546. Na hipótese de desmembramento futuro de parte ou de todo o condomínio fechado, aplicam-se todas as disposições sobre parcelamento do solo referidas nesta Lei.

Art. 547. As demais disposições sobre condomínios horizontais poderão ser reguladas em legislação específica, respeitadas as disposições desta Lei e com a anuência do Conselho da Cidade de São José

SEÇÃO III - DOS REQUISITOS PARA LICENCIAMENTO DE PARCELAMENTOS E CONDOMÍNIOS FECHADOS

SUBSEÇAO I - DA MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE

Art. 548. O procedimento de licenciamento de parcelamento do solo, e de condomínios fechados, deverá respeitar as condições estabelecidas por esta Lei, e iniciará por requerimento do empreendedor, através da Manifestação de Interesse.

Art. 549. Para a solicitação da Manifestação de Interesse, o empreendedor deverá apresentar à autoridade licenciadora:

I - RG e CPF do requerente ou, no caso de pessoa jurídica, o CNPJ correspondente; II - número da matrícula do imóvel ou a respectiva inscrição imobiliária;

§ 2º - No caso de o terreno não constar no Cadastro Territorial Multifinalitário, o empreendedor deverá apresentar à autoridade licenciadora levantamento planimétrico referenciado à Rede de marcos geodésicos oficiais.

§ 3º - A autoridade licenciadora terá no máximo 15 (quinze) dias para manifestar-se a respeito dos parâmetros e demais regras incidentes sobre o terreno, através do Relatório da Consulta Preliminar.

§ 4º - A Manifestação de Interesse não gera direitos para o requente.

SUBSEÇAO II - DO ESTUDO PRELIMINAR

Art. 550. Comprovada a Manifestação de Interesse o empreendedor solicitará à autoridade licenciadora, no âmbito da fase de Estudo Preliminar e antes da fase de Elaboração e Avaliação do Projeto Definitivo, que defina diretrizes para orientar a elaboração de Anteprojeto, com base nos parâmetros e demais regras aplicáveis, considerando especialmente:

I - o uso e a ocupação do solo;

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II - o traçado e continuidade do sistema viário; III - os lotes ou unidades autônomas, conforme o caso; IV - as áreas verdes e espaços livres; V - as áreas reservadas para equipamento público; VI - as infraestruturas; VII - as eventuais contrapartidas urbanísticas ou ambientais.

Parágrafo Único. A autoridade licenciadora terá 30 (trinta) dias para definir as diretrizes referidas no caput.

Art. 551. Para a solicitação referida no art. 550, o empreendedor deverá apresentar requerimento à autoridade licenciadora, instruído com:

I - proposta técnica, explicitando o uso e a delimitação do parcelamento ou condomínio fechado pretendido, respeitando os requisitos urbanísticos previstos em Lei; II - certidão atualizada da matrícula do terreno, expedida pelo Registro de Imóveis competente; III - planta de situação do terreno, referenciada à Rede de marcos geodésicos oficiais; IV - planta de locação ou implantação do terreno, referenciada à Rede de marcos geodésicos oficiais; V - planta de sobreposição entre a planta de locação ou implantação do terreno e a planta representando a delimitação descrita no registro imobiliário.

§ 1º - A planta de situação referida no inciso III do caput compreende a localização do terreno em relação ao entorno, devendo ser referenciada à Rede de marcos geodésicos oficiais e conter a indicação das vias e dos confrontantes.

§ 2º - A planta de locação ou implantação referida no inciso IV do caput deverá conter:

I - levantamento planialtimétrico do terreno, com o respectivo registro de responsabilidade técnica, contendo curvas de nível, área total, medidas perimetrais, em escala adequada as finalidades do empreendimento; II - a delimitação das construções existentes no terreno; III - a delimitação dos confrontantes do terreno; IV - a delimitação dos cursos d'água, lagos, lagoas, reservatórios e nascentes, das Áreas de Preservação Permanente, e das áreas com vegetação arbórea, constantes no terreno; V - a delimitação das vias existentes e dos loteamentos próximos.

Art. 552. De posse dos documentos exigidos no art. 551, a autoridade licenciadora definirá as diretrizes referidas no art. 550, em especial:

I - a localização das áreas com restrição e condicionantes relacionadas ao uso e ocupação em função de legislação específica; II - a localização das faixas não edificáveis previstas nesta Lei e em legislação específica; III - a localização das áreas destinadas:

a) ao sistema viário existente; b) ao sistema viário projetado, constante nesta Lei ou em desenvolvimento pelo Poder Público;

IV - a necessidade de integração do empreendimento com a malha urbana existente e projetada;

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V - a localização dos equipamentos públicos urbanos, das áreas verdes e dos espaços livres já existentes nas proximidades; VI - a localização das áreas verdes e espaços livres a serem destinados no terreno; VII - a localização das áreas com vegetação arbórea existente no terreno; VIII - a delimitação dos cursos d'água, lagos, lagoas, reservatórios e nascentes; IX - a delimitação das Áreas de Preservação Permanente, ou APP; X - a delimitação das áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, inundações ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos; XI - a necessidade de elaboração de Estudo de Impacto de Vizinhança; XII - a necessidade de elaboração de Estudo Prévio de Impacto Ambiental. XIII - as eventuais contrapartidas urbanísticas e ambientais determinadas pelo Município, observadas as demandas por equipamentos, infraestrutura, ou ambos; XIV - a infraestrutura, existente ou projetada, para a expansão e renovação.

§ 1º - No caso de empreendimentos localizados junto à orla, a autoridade licenciadora deverá indicar, ainda, diretrizes referentes aos acessos públicos a serem garantidos, e às demais aplicáveis decorrentes de legislação específica.

§ 2º - Na elaboração das diretrizes, a autoridade licenciadora deverá considerar as informações técnicas referentes a infraestrutura existente ou projetada para a expansão e renovação.

§ 3º - A autoridade licenciadora deverá indicar os estudos técnicos a serem elaborados necessários ao licenciamento de parcelamentos e condomínios fechados.

Art. 553. Além dos casos previstos nesta Lei ou em legislação específica, a autoridade licenciadora exigirá a realização de Estudo de Impacto de Vizinhança e de Estudo Prévio de Impacto Ambiental:

I - quando a área do empreendimento for maior que 15.000m2 (quinze mil metros quadrados); II - nos casos:

a) de condomínios fechados horizontais, quando a quantidade de frações ideais for maior ou igual a 40 (quarenta); b) de condomínios fechados verticais, quando a quantidade de frações ideais for maior ou igual a 100 (cem);

III - para loteamentos com número de lotes igual ou superior a 60 (sessenta).

Parágrafo Único. A autoridade licenciadora poderá exigir a realização de Estudo de Impacto de Vizinhança ou de Estudo Prévio de Impacto Ambiental quando, por ato motivado, considerar o empreendimento potencialmente causador de significativo impacto ambiental ou de vizinhança.

Art. 554. As diretrizes serão válidas por 6 (seis) meses, e poderão ser alteradas pela autoridade licenciadora se sucederem novas circunstâncias de ordem urbanística, ambiental ou de interesse público.

Art. 555. Recebidas as diretrizes, o empreendedor elaborará o Anteprojeto.

§ 1º - Considera-se Anteprojeto o esboço ou conjunto dos estudos preliminares que irão constituir o Projeto Definitivo.

§ 2º - A autoridade licenciadora terá 30 (trinta) dias para concluir a avaliação do Anteprojeto.

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Art. 556. Apresentado o Anteprojeto, a autoridade licenciadora terá 30 (trinta) dias para concluir sobre a necessidade de adequação.

Parágrafo Único. Caso seja constatada necessidade de adequação, a autoridade licenciadora deverá notificar o empreendedor para que proceda com as respectivas adequações no prazo de 20 (vinte) dias.

SUBSEÇAO III - DA ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PROJETO DEFINITIVO

Art. 557. Aprovado o Anteprojeto, o empreendedor apresentará o Projeto Definitivo de parcelamento ou de condomínio fechado, na forma do estabelecido nesta Seção.

§ 1º - O Projeto Definitivo de parcelamento ou de condomínio fechado será elaborado com base nas disposições desta Lei, na legislação específica aplicável, e nas diretrizes expedidas pela autoridade licenciadora durante a fase de Estudo Preliminar.

§ 2º - O Projeto Definitivo deverá ser instruído com:

I - memorial descritivo e cronograma das obras; II - certidão atualizada da matrícula do imóvel, expedida pelo Registro de Imóveis competente; III - certidão de ônus reais; IV - certidão negativa de tributos municipais; V - convenção do condomínio registrada em cartório, no caso de Projeto de condomínio fechado; VI - proposta de instrumento de garantia de execução das obras a cargo do empreendedor; VII - projetos de equipamentos urbanos a serem executados pelo empreendedor, referentes a abastecimento de água, esgotamento sanitário e energia elétrica, previamente aprovados pelos órgãos competentes; VIII - levantamento planialtimétrico do imóvel, contendo curvas de nível, área total, medidas perimetrais, em escala adequada as finalidades do empreendimento; IX - EIA/RIMA, nos casos previstos nesta Lei e em demais leis específicas; X - EIV, no nos casos previstos nesta Lei e em demais leis específicas; XI - licença ambiental emitida por órgão competente nos casos previstos em lei; XII - anuência expressa da Secretaria do Patrimônio da União ou do órgão estadual competente, quando o empreendimento for realizado integral ou parcialmente em área, respectivamente, da União ou do Estado; XIII - projeto completo do sistema de drenagem, detalhado e dimensionado, com a indicação em planta e perfil de todas as linhas de escoamento das águas pluviais, sistema de captação e escoamento de águas pluviais e seus equipamentos, indicando a declividade de coletores, as bocas-de-lobo e os dissipadores de energia nas margens dos cursos d’água, dentro dos padrões do Poder Executivo municipal;

§ 3º - Os documentos e plantas deverão ser assinados pelo proprietário, ou seu representante legal.

§ 4º - Para todos os documentos instruídos com o Projeto Definitivo, que para sua elaboração necessitam de profissional legalmente habilitado, será obrigatório o respectivo registro ou anotação de responsabilidade técnica junto ao conselho profissional competente.

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§ 5º - A Autoridade Licenciadora poderá exigir, desde que por ato fundamentado, além dos previstos neste artigo, outros documentos que considerar necessário à análise do Projeto Definitivo.

Art. 558. O memorial descritivo deverá conter, no mínimo:

I - a descrição sucinta do parcelamento ou condomínio fechado, compreendendo, inclusive, a indicação da finalidade e dos usos previstos; II - as condicionantes urbanísticas e as limitações que incidirem sobre os lotes, ou frações ideais, conforme o caso, e as construções, além das já constantes nas normas do planejamento municipal; III - a indicação dos equipamentos urbanos e comunitários já existentes no parcelamento ou condomínio fechado e adjacências, além da descrição dos lotes, ou frações ideais, conforme o caso, e das áreas destinadas a uso público; IV - a indicação das áreas livres destinadas ao uso público e daquelas destinadas a equipamento públicos, que pertencerão ao domínio do Município; V - a enumeração das obras e serviços previstos para o parcelamento ou condomínio fechado, com a indicação das responsabilidades.

Art. 559. O cronograma das obras deverá obedecer a duas fases a seguir definidas:

I - na primeira fase deverão ser executados os serviços de:

a) limpeza; b) terraplanagem; c) demarcação de quadras e áreas de uso público; d) áreas de preservação e não edificáveis; e) abertura de vias; f) drenagem de águas pluviais de acordo com o projeto aprovado; g) execução da rede de abastecimento de água potável; h) execução da rede de energia elétrica e iluminação pública. i) implantação de rede coletora de esgoto sanitário, considerando os casos em que seja esta a solução para esgotamento sanitário;

II - na segunda fase deverão ser executados os serviços de:

a) construção de passeios; b) pavimentação; c) execução das guias e sarjetas; d) arborização das vias; e) urbanização de praças e instalação de equipamentos urbanos; g) demais serviços exigidos no ato de aprovação.

Parágrafo Único. Não se aplica o estabelecido no caput no caso de Loteamentos de Interesse Social e Populares, cujos respectivos cronogramas e prazos para implantação deverão ser aprovados pelo Conselho da Cidade de São José.

Art. 560. Os desenhos do Projeto Definitivo serão apresentados em 2 (duas) vias impressas, e em meio digital, referenciados à Rede de marcos geodésicos oficiais, e deverão conter no mínimo:

I - no caso de loteamento:

a) a divisão das quadras em lotes, com as respectivas dimensões, área e numeração, bem como com a indicação dos usos previstos;

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b) a indicação das áreas destinadas a uso público, incluindo as informações das suas respectivas dimensões, área e localização; c) a definição das faixas não edificáveis, das Áreas de Preservação Permanente (APP) e de outras áreas com vegetação a ser preservada, restaurada ou plantada, incluindo informações sobre suas respectivas dimensões, área e localização; d) a indicação da localização da infraestrutura básica e complementar a ser instalada; e) o sistema viário com a respectiva indicação de hierarquia de vias, considerando as disposições desta Lei sobre as Áreas de Especial Interesse para Sistema Viário; f) projeto geométrico das vias, observadas as normas técnicas aplicáveis; g) os perfis longitudinais e transversais de todas as vias de circulação e praças; h) a indicação de marcos de alinhamento e nivelamento localizados nos ângulos de curvas de vias projetadas; i) a indicação em planta e perfil de todas as linhas de escoamento das águas pluviais; j) a indicações das servidões e restrições especiais que, eventualmente, gravem os lotes ou edificações; k) projeto completo de rede de distribuição de água, indicando a fonte de abastecimento, o sistema de tratamento, o diâmetro das canalizações e especificação dos materiais empregados; l) o projeto da rede de energia elétrica; m) projeto do sistema de drenagem e manejo de águas pluviais; n) projeto da rede de esgotamento sanitário, quando houver rede coletora de esgoto na respectiva bacia hidrográfica; o) projeto de pavimentação e arborização com os cálculos respectivos e especificação dos materiais e espécies a serem empregados;

II - nos casos de desmembramento e remembramento:

a) projetos geométricos devidamente assinados pelo proprietário e pelo responsável técnico; b) a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos; c) a indicação do tipo de uso predominante no local; d) a indicação dos lotes resultantes; e) prova de domínio dos lotes; f) Certidão Negativa de débitos municipais; g) anotações ou registros de responsabilidade técnica aplicáveis.

III - no caso de condomínio fechado:

a) a definição do sistema viário interno, com a respectiva indicação da hierarquia entre as vias; b) a indicação das unidades autônomas, com as respectivas dimensões, área e numeração, bem como dos usos previstos; c) a indicação das áreas destinadas a uso comum dos condôminos e das áreas destinadas a uso público, quando exigidas, localizadas externamente ao perímetro fechado; d) a definição das Áreas de Preservação Permanente e de outras áreas com vegetação a ser preservada, restaurada ou plantada, incluindo o detalhamento das suas respectivas dimensões, área e localização;

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e) a definição das faixas não edificáveis, previstas nesta Lei e em legislação específica; f) a indicação da localização da infraestrutura básica e complementar a ser instalada.

§ 1º - Nos projetos geométricos, deverão constar obrigatoriamente os seguintes elementos:

I - rumos e distâncias das divisas; II - área resultante; III - área anterior; IV - denominação anterior; V - denominação atual; VI - indicação precisa dos lotes ou frações ideais e vias confrontantes; VII - indicação precisa das edificações existentes; VIII - indicação precisa da localização em relação ao sítio urbano mais próximo, quando tratar-se de desmembramento.

§ 2º - No caso das faixas não edificáveis, das Áreas de Preservação Permanente e de outras áreas com vegetação restaurada ou plantada a ser preservada, para fins de demarcação, além de estarem indicadas nos desenhos do Projeto Definitivo, os respectivos marcos de delimitação no terreno deverão ser fixados, por ocasião da implantação do empreendimento.

§ 3º - O Projeto Definitivo mencionado no caput deverá:

I - estar devidamente assinado pelo proprietário e pelo responsável técnico e acompanhado do registro de responsabilidade técnica do respectivo Conselho Profissional; II - estar acompanhado do respectivo Memorial Descritivo.

Art. 561. A aprovação de desmembramento e de remembramento só será concedida quando:

I - os lotes resultantes tiverem:

a) as dimensões mínimas previstas nesta Lei; b) testada para via pública oficial.

II - a parte restante do terreno, ainda que edificada, constituir lote independente com as dimensões mínimas previstas nesta Lei.

Art. 562. A aprovação do Projeto Definitivo será indeferida caso declarada a impossibilidade da implantação do empreendimento, por meio ato motivado da autoridade licenciadora, atestando todas as desconformidades com relação aos parâmetros e demais regras desta Lei e demais disposições legais aplicáveis.

Parágrafo Único. O indeferimento referido no caput poderá ser reconsiderado através de ato motivado, caso a autoridade licenciadora constate a possibilidade de adequação do Projeto Definitivo, e desde que o referido ato seja aprovado pelo Conselho da Cidade de São José.

SUBSEÇAO IV - DAS GARANTIAS

Art. 563. Para fins de garantia da execução do parcelamento e do condomínio fechado, será constituída, antes da apresentação do Projeto Definitivo, caução correspondente a 120% (cento e vinte por cento) do valor determinado para a

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execução das obras e dos serviços de infraestrutura urbana exigidos na forma desta Lei, que poderá consistir:

I - em hipoteca de imóveis situados na Comarca do Município; II - em carta de fiança bancária ou em depósito pecuniário; III - em depósito a ser feito em conta vinculada ao Poder Executivo Municipal.

§ 1º - Os atos e custos necessários à formalização da caução serão feitos junto ao Cartório competente, ficarão sob a responsabilidade do empreendedor.

§ 2º - No caso referido no inciso I do caput, não serão aceitas como caução áreas com vedações legais de uso e ocupação previstas na legislação ambiental e urbanística, em especial desta Lei, e em áreas suscetíveis à inundações, deslizamentos e processos geológicos ou hidrológicos correlatos.

Art. 564. Somente após a conclusão da totalidade das obras o Poder Executivo Municipal liberará as garantias estabelecidas.

SUBSEÇAO V - DA FISCALIZAÇÃO E DO REGISTRO

Art. 565. Aprovado o Projeto Definitivo, o empreendedor terá o prazo de 6 (seis) meses para dar início às obras.

Parágrafo Único. Para os fins desta Lei, no âmbito da execução de projetos de parcelamento ou de condomínio fechado, será considerado obra iniciada quando integralmente executados os serviços referidos no inciso I do art. 559.

Art. 566. A fiscalização dos parcelamentos do solo para fins urbanos e de condomínios fechados será exercida em todas as etapas, desde as discriminações dos serviços de ordem técnica, até as fases de execução e entrega das obras.

§ 1º - Na fase de execução das obras de infraestrutura o setor responsável pela fiscalização municipal fará constante vistoria relatando o seu estágio em laudo que deverá ser juntado ao respectivo processo de aprovação e aceitação do loteamento.

§ 2º - Os funcionários investidos na função fiscalizadora ou de aprovação poderão, observadas as formalidades legais, inspecionar bens ou documentos, desde que se relacionem ao Projeto Definitivo ou à obra fiscalizada.

Art. 567. A construção de equipamentos que não estiverem em conformidade com o Projeto Definitivo aprovado motivarão o embargo do empreendimento, sendo que as obras poderão continuar após a demolição e remoção de tudo que tiver sido executado irregularmente.

Art. 568. O não cumprimento no prazo estabelecido das exigências contidas no termo de embargo referido no art. 567 implicará a aplicação de multa e interrupção da obra ou serviço.

Art. 569. O Poder Executivo Municipal fará intervenção no loteamento, sempre que constatar paralisação das obras pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias.

§ 1º - A título de aplicação do disposto no caput deste artigo, o Poder Executivo Municipal notificará o loteador, dando-lhe o prazo máximo de 30 (trinta) dias para retomar as obras, sob pena de intervenção pelo próprio Poder Público.

§ 2º - Verificada a paralisação, conforme os termos do caput deste artigo, cumpre do Poder Executivo Municipal atestar, por laudo técnico, o mau desempenho do loteador, solicitando ao superior imediato deste órgão competente que sejam dados os encaminhamentos legais necessários à intervenção.

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Art. 570. Decorridos 180 (cento e oitenta) dias sob intervenção sem que loteador tenha retomado as obras, o Poder Executivo Municipal concluirá as obras faltantes, sem prejuízo da responsabilização loteador.

Art. 571. Para a conclusão das obras o Poder Executivo Municipal executará as garantias obtidas por meio da caução referida no art. 563, mediante escolha de um novo empreendedor por meio de processo licitatório.

Art. 572. É vedado qualquer tipo de modificação de Projeto Definitivo na fase de execução das obras.

Art. 573. O Projeto Definitivo aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação.

Art. 574. Finalizada a execução das obras, o empreendedor requererá ao Poder Público Municipal a aprovação e aceitação final do parcelamento ou do condomínio fechado.

Parágrafo Único. A aprovação e aceitação final do parcelamento ou do condomínio fechado dependerá de vistoria final a ser efetuada pela autoridade licenciadora, que declarará a regularidade do empreendimento, e sua conformidade com o Projeto Definitivo aprovado, inclusive quanto a eventuais contrapartidas e serviços de infraestrutura.

Art. 575. Constatada a regularidade do parcelamento ou do condomínio fechado pela vistoria final, o Poder Público Municipal expedirá Termo de Verificação e Recebimento, no prazo máximo de 30 (trinta) dias.

Art. 576. Após a expedição do Termo de Verificação e Recebimento referente a aceitação do parcelamento ou do condomínio fechado, o empreendedor deverá efetuar o devido registro imobiliário, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação.

Parágrafo Único. Deverá ser formalizada, através do registro imobiliário referido no caput, a entrega das áreas exigíveis, respectivas a cada empreendimento, relativas às vias e logradouros, às áreas destinadas a equipamentos públicos, às demais áreas verdes e aos espaços livres, que passarão a integrar o domínio do Município, constantes do memorial descritivo do Projeto Definitivo aprovado, e que não poderão ter sua destinação alterada pelo empreendedor.

Art. 577. Após a expedição do termo de recebimento e o registro do loteamento ou do condomínio fechado, o Poder Executivo Municipal deverá providenciar:

I - a individualização do Imposto Predial e Territorial Urbano com base na certidão do Cartório de Registro de Imóveis, devendo ser lançadas, ainda, as demais taxas de serviços públicos aplicáveis; II - a sua inclusão no Cadastro Territorial Multifinalitário.

TÍTULO V - DO SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E CONTROL E

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES E OBJETIVOS GERAIS

Art. 578. Esta Lei institui o Sistema de Acompanhamento e Controle, conforme o disposto no inciso III do art. 42 do Estatuto da Cidade.

Art. 579. São objetivos gerais do Sistema de Acompanhamento e Controle:

I - criar mecanismos de participação e controle social para cidadãos e setores representativos dos vários segmentos da sociedade;

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II - identificar as prioridades sociais do Município e integrá-las às prioridades do Poder Executivo Municipal; III - acompanhar, avaliar e propor atualizações:

a) nesta Lei, considerando inclusive o cumprimento de seu vários programas, projetos e instrumentos; b) na legislação dele decorrente, considerando, inclusive, o que tenha que ser criado e o que precise ser atualizado;

IV - estimular um processo educativo e de capacitação da população para que esta possa participar do planejamento e gestão urbanística; V - tornar transparentes e participativos os processos de planejamento e gestão da política territorial e urbanística; VI - evitar, através da gestão democrática:

a) a descontinuidade do processo de planejamento e gestão urbanos, inclusive por meio de ações de capacitação dos gestores eleitos, e da gestão orçamentária participativa; b) a descaracterização das diretrizes, objetivos e estratégias da política territorial e urbanística do Município.

CAPÍTULO II - DOS ÂMBITOS DE AÇÃO

Art. 580. São âmbitos de ação do Sistema de Acompanhamento e Controle o do Poder Público municipal, composto por seus respectivos Poderes Executivo e Legislativo, e o da Sociedade Civil.

§ 1º - Os âmbitos de ação referidos no caput sempre atuarão de maneira integrada e complementar.

§ 2º - Compete aos Poderes Executivo e Legislativo:

I - articular Poder Público e Sociedade, inclusive entidades e órgãos governamentais das esferas estadual e federal que tenham relação com a política de planejamento territorial e urbanístico; II - por a gestão orçamentária em conformidade com as diretrizes, objetivos e políticas estabelecidos no Plano Diretor; III - promover a realização de audiências públicas de acordo com o processo de participativo de planejamento e gestão territorial e urbanística;

§ 3º - Compete ao Poder Executivo:

I - implantar e gerenciar o Sistema de Informações Municipais, proporcionando acesso amplo a documentos e informações para todos os interessados, indistintamente; II - por a gestão orçamentária e as demais políticas, estratégias, programas, projetos e ações municipais em conformidade com as diretrizes, objetivos e políticas estabelecidos no Plano Diretor; III - executar políticas públicas e ações, articulando-se com os demais órgãos municipais e com outros organismos governamentais e não-governamentais:

a) no âmbito da Região Metropolitana em que se insere o Município de São José; b) nos âmbitos regional, estadual ou federal; c) no âmbito dos comitês de bacia hidrográfica, especialmente;

IV - submeter à apreciação do Conselho da Cidade de São José as ações necessárias à implementação dos instrumentos previstos nesta Lei;

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V - apresentar anualmente à Câmara Municipal e ao Conselho da Cidade de São José:

a) relatório com plano de metas anuais de gestão da política territorial e urbanística; b) plano de ação para o próximo período;

VI - prever no Plano Plurianual as metas de Gestão da Política Territorial e Urbanística, gerando a obrigação de apresentar anualmente à Câmara Municipal e ao Conselho da Cidade de São José relatório com planos de metas e ações para o exercício correspondente, e provisões para o próximo.

§ 4º - Fica assegurado à Sociedade Civil:

I - a participação em todas as fases do processo de planejamento e gestão das políticas territoriais e urbanísticas do Município, sendo garantidos a disponibilização e o fácil acesso às informações pertinentes, disponibilizada pelo Poder Público municipal com antecedência; II - a participação na elaboração e aprovação das regras:

a) para revisão do Plano Diretor Participativo de São José; b) para elaboração, aprovação e implementação da gestão orçamentária participativa, observadas as determinações do Estatuto da Cidade sobre a matéria.

Art. 581. Em atendimento à diretriz geral da Política Urbana constante no inciso II do art. 2.º do Estatuto da Cidade, ficam estabelecidas instâncias do Sistema de Acompanhamento e Controle, organizadas hierarquicamente, conforme a seguir:

I - Congresso da Cidade; II - Conselho da Cidade de São José; III - Audiências Públicas.

Parágrafo Único. Fica estabelecida a consulta pública, prevista na Seção IV do Capítulo III deste Título, como instrumento complementar às instâncias, referidas no caput.

Art. 582. O Sistema de Informações Municipais referido nesta Lei deverá possibilitar as atividades de planejamento e gestão das políticas territoriais e urbanísticas, e será de acesso amplo e gratuito à Sociedade.

CAPÍTULO III - DAS INSTÂNCIAS DO SISTEMA DE ACOMPAN HAMENTO E CONTROLE E DA CONSULTA PÚBLICA

SEÇÃO I - DO CONGRESSO DA CIDADE

Art. 583. O Congresso da Cidade é a instância máxima deliberativa do Sistema de Acompanhamento e Controle, constituindo espaço público para estabelecer parcerias, dirimir conflitos coletivos, e legitimar ações e medidas referentes à política territorial e ao desenvolvimento urbanístico.

Art. 584. São objetivos do Congresso da Cidade:

I - assegurar o processo amplo e democrático de participação e controle social na elaboração, implantação e avaliação das políticas territoriais e urbanísticas do Município; II - mobilizar o Governo Municipal e Sociedade para a discussão, avaliação e formulação das diretrizes e instrumentos de gestão das políticas territoriais;

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III - definir uma agenda do Município, contendo um plano de ação participativo entre governo e sociedade para com a gestão territorial e urbanística, que terá metas e prioridades; IV - sugerir ao Poder Executivo adequações nas ações estratégicas destinadas à implementação das políticas territoriais e urbanísticas; V - discutir e buscar a articulação entre os conselhos setoriais; VI - avaliar a atividade do Conselho da Cidade de São José visando estabelecer diretrizes e estratégias para aperfeiçoar seu funcionamento; VII - eleger os conselheiros territoriais; VIII - avaliar as ações de capacitação da população sobre política territorial e urbanística, desenvolvidas pelo Poder Público municipal.

Art. 585. O Congresso da Cidade terá regimento próprio elaborado pelo Conselho da Cidade de São José, sendo por este revisado sempre que necessário.

Art. 586. No Regimento do Congresso da Cidade, deverá ser observada a diretriz geral da Política Urbana constante no inciso II do art. 2.º do Estatuto da Cidade e estar previsto, no mínimo:

I - as competências e matérias para deliberação; II - os critérios e procedimentos para escolha de delegados, caso houver; III - a forma de organização e funcionamento do Congresso; IV - uma comissão responsável pela organização do Congresso; V - os tempos mínimo e máximo de duração.

Art. 587. Será assegurada a participação direta da população e interessados no Congresso da Cidade.

Art. 588. Compete ao Conselho da Cidade de São José convocar e organizar o Congresso da Cidade.

Parágrafo Único. Nas atividades de organização e convocação do Congresso, serão utilizados recursos provenientes do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, referido nesta Lei.

Art. 589. O Congresso da Cidade será realizado no início do segundo semestre de cada ano.

SEÇÃO II - DO CONSELHO DA CIDADE DE SÃO JOSÉ

SUBSEÇAO I - DA DEFINIÇÃO, OBJETIVOS E COMPETÊNCIAS

Art. 590. O Conselho da Cidade de São José é um órgão colegiado, de natureza permanente, deliberativa, consultiva e propositiva.

Parágrafo Único. O Conselho da Cidade de São José possui autonomia política, e integrará a estrutura administrativa do Poder Executivo municipal.

Art. 591. Constituem objetivos e funções do Conselho da Cidade de São José:

I - acompanhar, avaliar e garantir a continuidade das políticas, programas e projetos de desenvolvimento territorial e urbanístico do Município, em especial com relação ao sistema de mobilidade; II - promover o desenvolvimento territorial e urbanístico municipal, considerando a integração e complementaridade com a área rural e a Região Metropolitana da Grande Florianópolis; III - garantir a efetiva participação da Sociedade em todas as fases do processo de planejamento e gestão territorial e urbanística;

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IV - integrar políticas e ações responsáveis pela intervenção urbana, considerando a integração e complementaridade com a área rural e a Região Metropolitana da Grande Florianópolis; V - articular-se com os outros conselhos setoriais; VI - acompanhar e avaliar a implementação da legislação orçamentária municipal de acordo com as diretrizes, prioridades, planos, estratégias, programas e projetos expressos nesta Lei; VII - acompanhar, avaliar, aprovar parecer técnico e deliberar sobre a elaboração, correção e atualização da Planta de Valores Genéricos (PVG).

Art. 592. Compete ao Conselho da Cidade de São José:

I - defender e garantir:

a) a efetiva participação da Sociedade, em observância diretriz geral da Política Urbana constante no inciso II do art. 2.º do Estatuto da Cidade; b) a continuidade de políticas, programas e projetos de desenvolvimento territorial e urbanístico do Município;

II - estimular a ampliação e o aperfeiçoamento dos mecanismos de participação e controle social nos âmbitos municipal, metropolitano e regional; III - estudar e propor diretrizes para a formulação e implementação da política municipal de desenvolvimento territorial e urbanístico, de forma articulada com as demais políticas de desenvolvimento territorial e urbanístico, sejam estas de nível nacional, estadual, regional ou metropolitano; IV - acompanhar e avaliar a execução das políticas de desenvolvimento municipal, deliberando e emitindo orientações, especialmente com relação a projetos de grande impacto e projetos especiais; V - propor a edição e a alteração de normas que regulem matéria territorial e urbanística; VI - articular-se com outros conselhos, de forma a integrar ações e políticas de intervenção territorial e urbanística, sejam estas de âmbito nacional, estadual, regional ou metropolitano; VII - manifestar-se sobre:

a) os projetos de lei de matéria urbanística a serem encaminhados ao Legislativo, bem como quanto à sua sanção; b) os demais atos normativos do Poder Público relativos à Política Territorial e urbanística;

VIII - aprovar seu regimento interno e decidir sobre as alterações propostas por seus membros;

Parágrafo Único. Será facultado ao Conselho, diretamente, ou através de assessorias, consultorias e auditorias:

I - promover a realização de eventos municipais e regionais sobre temas relacionados aos seus objetivos; II - solicitar ou realizar estudos sobre temas relacionados aos seus objetivos; III - deliberar sobre as propostas de alteração ao Plano Diretor e legislação correlata, antes de serem submetidas à tramitação legislativa; IV - avaliar e opinar sobre os efeitos das ações de elaboração e revisão do plano diretor;

SUBSEÇAO II - DA ORGANIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO

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Proposta de Plano Diretor Participativo de São José/SC Versão Preliminar para Consulta Pública, 18 de janeiro de 2016.

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Art. 593. O Conselho da Cidade de São José se organiza seguindo critérios de representação territorial e setorial, sendo composto, em sua totalidade, por 62 (sessenta e dois) membros.

§ 1º - A representação territorial terá 11 (onze) áreas de participação e controle social, mediante a seguinte organização:

I - Área 1, composta por Alto Forquilhas; II - Área 2, composta por Sertão do Maruim; III - Área 3, composta por Colônia Santana; IV - Área 4, composta por Centro Histórico, Fazenda Santo Antônio, Ponta de Baixo e Praia Comprida; V - Área 5, composta por Campinas e Kobrasol; VI - Área 6, composta por Flor de Nápolis, Forquilhinha e Picadas do Sul; VII - Área 7, composta por Barreiros; VIII - Área 8, composta por Serraria; IX - Área 9 composta por Areias, Pedregal, Jardim Santiago, Ipiranga e Real Parque; X - Área 10 composta por Forquilhas e Potecas; XI - Área 11 composta por Bosque das Mansões, Cidade Jardim de Florianópolis, Bela Vista, Nossa Senhora do Rosário, Roçado e São Luiz.

§ 2º - A representação territorial terá 22 (vinte e dois) conselheiros, observada a seguinte composição:

I - 02 (dois) representantes da Área 1; II - 02 (dois) representantes da Área 2; III - 02 (dois) representantes da Área 3; IV - 02 (dois) representantes da Área 4; V - 02 (dois) representantes da Área 5; VI - 02 (dois) representantes da Área 6; VII - 02 (dois) representantes da Área 7; VIII - 02 (dois) representantes da Área 8; IX - 02 (dois) representantes da Área 9; X - 02 (dois) representantes da Área 10; XI - 02 (dois) representantes da Área 11.

§ 3º - A representação setorial terá 40 (quarenta) conselheiros, observada a seguinte organização e composição:

I - 19 (dezenove) representantes do Poder Público municipal, assim distribuídos:

a) Chefe do Poder Executivo municipal ou seu representante; b) 15 (quinze) representantes do Poder Executivo municipal, observado o disposto no § 4.º; c) 3 (três) Representantes do Poder Legislativo Municipal, observado o disposto no § 5.º;

II - 6 (seis) representantes de entidades empresariais, assim distribuídos:

a) 01 (um) representante da Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis, ou AEMFLO; b) 01 (um) representante da Câmara de Dirigentes Lojistas de São José, ou CDL-SJ; c) 01 (um) representante do Sindicato do Comércio Varejista de São José, ou SINCOVAR;

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d) 01 (um) representante do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Floranópolis, ou SINDUSCON; e) 01 (um) representante da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção da Grande Florianópolis, ou ACOMAC; f) 01 (um) representante da Federação dos Condutores de Veículos e Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Cargas e Passageiros no Estado de Santa Catarina, ou FECTROESC.

III - 03 (três) representantes de entidades sindicais de trabalhadores; IV - 03 (três) representantes indicados pelas Organizações Não Governamentais e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público; V - 03 (três) representantes das organizações representativas das pessoas com deficiência; VI - 05 (cinco) representantes dos Conselhos de Classe, assim distribuídos:

a) 01 (um) representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina, ou CAU-SC; b) 01 (um) representante do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura, Agrônomia de Santa Catarina, ou CREA-SC; c) 01 (um) representante da Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de São José, ou OAB-São José/SC; d) 01 (um) representante do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Santa Catarina - 11ª Região; e) 01 (um) representante do Corpo de Bombeiros.

§ 4º - A representação constante na alínea b do inciso I do § 3.º deverá:

I - pertencer preferencialmente ao quadro efetivo da Prefeitura; II - ter formação relacionada com a área que representa. III - garantir um conselheiro para cada uma das seguintes áreas:

a) transporte e mobilidade urbana; b) meio ambiente e agricultura; c) infraestrutura; d) saúde; e) educação; f) cultura; g) habitação; h) urbanismo; i) jurídica; j) assistência social; k) defesa civil; l) segurança pública; m) desenvolvimento econômico; n) esportes; o) orçamentária.

§ 5º - A representação constante na alínea c do inciso I do § 3.º ser composta:

I - pelo Presidente da Câmara, ou representante; II - por 1 (um) Representante da CCJ; III - por 1 (um) Representante da Comissão de Obras.

SUBSEÇAO III - DA ELEIÇÃO, DO MANDATO, DA SUPLÊNCIA E DA VEDAÇÃO DE REMUNERAÇÃO

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Art. 594. O mandato dos conselheiros será de 2 (dois) anos, permitida uma única reeleição sucessiva.

Art. 595. O início e término do mandato dos Conselheiros não poderá coincidir com o início e término do mandato do Chefe do Poder Executivo municipal, salvo no caso dos representantes do Poder Público.

Art. 596. Para cada conselheiro titular haverá um suplente.

Art. 597. Os conselheiros não receberão remuneração de qualquer espécie.

Art. 598. A investidura no mandato se dará:

I - para o caso dos representantes territoriais, por ocasião do Congresso da Cidade, onde serão eleitos diretamente; II - para o caso dos representantes setoriais, através de indicação no âmbito de seu respectivo setor, comprovada por Ata de Eleição.

SEÇÃO III - DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Art. 599. No processo de elaboração do plano diretor, na fiscalização de sua implementação e nos processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população, de que tratam o inciso I do § 4.º do art. 40, combinado com o inciso XIII, todos do Estatuto da Cidade, serão promovidas audiências públicas, na forma desta Lei.

Parágrafo Único. Independentemente da fase do processo em que se encontre, a não realização de audiências públicas pelo Poder Executivo ou pelo Poder Legislativo no processo de elaboração do Plano Diretor configurará inobservância à diretriz da gestão do inciso II do art. 2.º do Estatuto da Cidade.

Art. 600. São objetivos das audiências públicas

I - a cooperação entre diversos atores sociais, o Poder Executivo e o Poder Legislativo de São José; II - informar, colher subsídios e promover debates sobre a aplicação e revisão do Plano Diretor, além de demais temas de interesse do Município, envolvendo a população e as associações representativas dos vários segmentos da comunidade; III - garantir o direito de participação do cidadão, individualmente; IV - possibilitar a participação da população e de diversos setores da sociedade, especialmente:

a) organizações e movimentos populares; b) associações representativas dos vários segmentos da comunidade; c) entidades de classe; d) fóruns e redes formadas por cidadãos, movimentos sociais e organizações não-governamentais.

Art. 601. As audiências públicas:

I - terão caráter deliberativo, de maneira que o cidadãos tenham voz e voto; II - serão referentes as matérias contidas no Plano Diretor, ou dele derivadas; III - serão obrigatórias no processo de elaboração, tramitação, implementação, avaliação e revisão do Plano Diretor; IV - serão conduzidas pelo Poder Executivo ou Legislativo, conforme a fase do processo em que se encontre;

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V - deverão ser convocadas e divulgadas com antecedência mínima de 15 (quinze) dias; VI - garantirão a participação de qualquer pessoa interessada no processo, sem distinção ou discriminação de qualquer natureza; VII - deverão sempre procurar extrair a posição das diferentes partes envolvidas no tema a ser decidido, que devem ter igualdade de espaço e tempo para expressar sua opinião; VIII - ocorrerão fora do horário comercial, em data, hora e locais acessíveis à população, indistintamente.

Art. 602. Constitui principal meio para a mobilização e divulgação das audiências públicas, sem prejuízo da utilização de meios oficiais ou de outros meios, a publicação de edital de convocação em espaço visivelmente destacado em jornal impresso de grande circulação e leitura no Município.

Art. 603. As propostas que motivarem a realização de audiência pública serão apresentadas com base em estudos, que serão disponibilizados a qualquer interessado, indistintamente, dentro do prazo de 15 (quinze) dias.

Parágrafo Único. Os estudos referidos no caput deverão compor o relatório da audiência pública.

Art. 604. A publicação e divulgação das deliberações de audiência pública são obrigatórias e seguem as mesmas regras da convocação.

Parágrafo Único. As instruções de acesso aos resultados das audiências públicas deverão ser amplamente divulgadas.

Art. 605. Quando a audiência pública tiver por objetivo a discussão sobre alterações na legislação urbanística, no todo ou em parte, suas deliberações deverão ser juntadas ao projeto de lei ou proposição correlata, compondo memorial do processo legislativo.

Art. 606. O funcionamento das audiências públicas será regulamentado em norma específica, que será submetida à aprovação do Conselho da Cidade de São José.

SEÇÃO IV - DA CONSULTA PÚBLICA

Art. 607. A consulta pública é instrumento participativo, realizada em prazo definido, tendo caráter consultivo e propositivo, e sendo aberta a qualquer interessado.

Art. 608. A consulta pública tem o objetivo de receber propostas e questionamentos, por escrito, sobre planos, programas e projetos de desenvolvimento e expansão urbanos.

Art. 609. A consulta pública será:

I - promovida pelo Poder Executivo, pelo Poder Legislativo, ou por ambos; II - destinada a qualquer interessado; III - instaurada por meio de documento convocatório, com esta finalidade.

§ 1º - O documento convocatório referido no inciso III do caput será publicado no Diário Oficial e na página eletrônica da Prefeitura ou da Câmara Municipal, conforme o caso, especificando:

I - o prazo de início e término da consulta pública; II - o objeto da consulta pública; III - as instruções sobre como poderá se ter acesso:

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a) à versão preliminar do plano, programa e projeto que será submetido à apreciação; b) aos estudos, documentos e material técnico que fundamentaram a versão preliminar referida na alínea a deste inciso; c) ao formulário padronizado para envio das propostas e questionamentos, referidos nesta Lei.

IV - informações sobre como o interessado entregará o formulário ao órgão do Poder Público municipal responsável por sua promoção.

§ 2º - Nas informações referidas no inciso IV do § 1.º deverá ser garantido ao interessado que a entrega do formulário poderá, no mínimo, ser feita presencialmente e em versão impressa, ao órgão do Poder Público municipal responsável pela promoção da consulta pública.

§ 3º - É facultado ao órgão do Poder Público municipal responsável pela promoção da consulta pública a utilização da internet, através dos respectivos sites da Prefeitura, da Câmara Municipal, ou de ambos.

Art. 610. Concluído o prazo da consulta pública, será procedida a sistematização das contribuições recebidas.

Art. 611. Os resultados da Consulta pública serão sistematizados e dar-se-á publicidade aos mesmos.

Art. 612. Todas as propostas recebidas por meio da consulta pública receberão resposta, devidamente fundamentadas.

CAPÍTULO IV - DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES MUNICIPAIS

Art. 613. O Sistema de Informações Municipais consiste no conjunto integrado de informações relevantes à gestão e ao planejamento do Município de São José.

Art. 614. O Sistema de Informações terá por finalidades:

I - acompanhar e avaliar a implementação e os resultados do Plano Diretor do Município e dos demais planos, programas e projetos a serem propostos pelo Poder Público; II - permitir a avaliação dos principais aspectos relacionados à qualidade de vida do Município; III - subsidiar a elaboração de novos planos, programas e projetos por parte do Poder Público e da iniciativa popular; IV - subsidiar as decisões tomadas pelo Conselho da Cidade de São José; V - dar suporte às atividades administrativas e gerenciais do Poder Público; VI - orientar as prioridades de investimentos.

Art. 615. O Sistema de Informações municipais deverá atender os seguintes critérios:

I - simplificação; II - economicidade; III - eficácia; IV - clareza; V - precisão; VI - segurança; VII - agilidade na alimentação do Sistema.

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Art. 616. Será assegurado a ampla e periódica divulgação dos dados do Sistema de Informações Municipais, por meio de publicação anual no veículo oficial de atos do Poder Público municipal e na página eletrônica da Prefeitura.

Art. 617. Ressalvados os casos de sigilo pessoal protegidos por lei, será assegurado à população o acesso aos dados do Sistema de Informações Municipais por todos os meios possíveis, ficando assegurado, a qualquer interessado, o direito à ampla informação e publicidade sobre conteúdos de:

I - documentos; II - informações; III - estudos; IV - planos; V - programas; VI - projetos; VII - processos; VIII - atos administrativos; IX - contratos; X - demais informações relacionadas ao planejamento e gestão territorial e urbanística.

Art. 618. O Poder Executivo Municipal manterá permanentemente atualizado o Sistema de Informações Municipais, evitando-se a duplicação de meios e instrumentos para fins idênticos.

Art. 619. O Sistema de Informações Municipais será utilizado para fins de:

I - planejamento; II - gestão; III - arrecadação; IV - prestação de informações a qualquer interessado.

Art. 620. Com exceção das garantias de sigilo profissional e pessoal, os agentes públicos, os concessionários e permissionários de serviços públicos que desenvolvam atividades em São José, deverão fornecer ao Executivo Municipal, no prazo que este fixar, todos os dados e informações adquiridos com recursos públicos necessários ao Sistema de Informações Municipais.

Art. 621. O Sistema de Informações Municipais deverá conter, no mínimo, informações:

I - socioeconômicas; II - financeiras; III - patrimoniais; IV - administrativas; V - de uso e ocupação do solo; VI - sobre a infraestrutura; VII - sobre os espaços públicos; VIII - sobre os equipamentos urbanos; IX - sobre o sistema viário; X - sobre o transporte coletivo; XI - sobre o meio-ambiente; XII - sobre o patrimônio histórico cultural, arqueológico, ambiental e paisagístico; XIII - imobiliárias;

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XIV - demais informações consideradas de relevante interesse para o Município.

Art. 622. As concessionárias e prestadoras de serviços públicos e organizações congêneres atuantes no município deverão disponibilizar as informações técnicas e referenciadas à Rede de marcos geodésicos oficiais sobre a infraestrutura existente, assim como dos projetos de expansão e de renovação, ao Poder Executivo Municipal, a fim de integrar o sistema de informações municipais.

Parágrafo Único. As informações técnicas de que trata o caput deverão conter a capacidade máxima de suporte da infraestrutura.

Art. 623. As informações referenciadas à Rede de marcos geodésicos oficiais das sondagens geotécnicas para a implantação dos empreendimentos deverão ser disponibilizadas pelos empreendedores ao poder executivo municipal a fim de integrar o sistema de informações municipais.

Art. 624. O Sistema de Informações Municipais deverá ter entre seus componentes:

I - a planta genérica de valores; II - o cadastro territorial multifinalitário; III - a rede cadastral municipal.

§ 1º - O Cadastro Territorial Multifinalitário é composto por cadastros e inventários temáticos referenciados à Rede de marcos geodésicos oficiais que atendem às necessidades sociais, ambientais, econômicas, da Administração Pública e de segurança jurídica da sociedade.

§ 2º - O Cadastro Territorial Multifinalitário deve ser utilizado como referência básica para qualquer atividade de sistemas ou representações geoespaciais do município.

§ 3º - O Poder Executivo Municipal deverá implantar a Rede Cadastral Municipal, conforme norma ABNT - NBR 14166:1998, destinada a:

I - apoiar a elaboração e a atualização de plantas cadastrais municipais; II - amarrar todos os serviços de topografia, visando as incorporações às plantas cadastrais do município; III - referenciar todos os serviços topográficos de demarcação, de estudo preliminar, de projetos, de implantação e acompanhamento de obras de engenharia em geral, de urbanização, de levantamentos de obras conforme executadas e de cadastros imobiliários para registros públicos e multifinalitários.

Art. 625. Todos os levantamentos topográficos de demarcação, de estudo preliminar, de anteprojetos, de projetos de licenciamento, de projetos de implantação e de acompanhamento de obras deverão ser em meio digital e referenciados à Rede de marcos geodésicos oficiais, até que seja instalada a Rede Cadastral Municipal, no sistema de referência SIRGAS 2000 e seguir norma ABNT - NBR 13133:1994.

Parágrafo Único. O Poder Executivo Municipal deverá estabelecer normas e parâmetros específicos para os levantamentos topográficos de demarcação, de estudo preliminar, de projetos, de implantação e de acompanhamento de obras no município de São José.

TÍTULO VI - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 626. As Áreas de Especial Interesse para Reestruturação da BR-101 e a Área de Especial Interesse para Reestruturação do Eixo Metropolitano deverão ter seus objetivos e parâmetros para uso e ocupação do solo revistos, caso:

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I - seja implantado sistema de transporte coletivo integrado metropolitano, de acordo com o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis - PLAMUS; II - a Rodovia BR-101 seja reestruturada como avenida urbana.

§ 1º - A revisão referida no caput deverá indicar tratamento adequado para as áreas, tendo em vista a nova configuração da BR-101 e estabelecendo:

I - a integração com a malha urbana; II - os novos usos possíveis e necessários; III - as diretrizes para o desenho dos espaços livres de uso público e para a interface entre os usos privados e públicos.

§ 2º - Especialmente a Área de Especial Interesse para Reestruturação da BR-101 A deverá ter seus objetivos e parâmetros para uso e ocupação do solo revistos, caso seja implantado o aterro da Beira-Mar de Barreiros, estabelecendo o mesmo regramento disposto no § 1.º.

§ 3º - A reestruturação das Áreas Especiais de que trata este artigo deverá ser feita através de Projeto de Intervenção Urbanística, na forma desta lei.

Art. 627. A Área de Especial Interesse para Qualificação da Paisagem B deverá ter seus objetivos e parâmetros para uso e ocupação do solo revistos, caso a orla marítima seja reestruturada através de aterro.

§ 1º - A revisão referida no caput deverá indicar tratamento adequado para estas áreas, tendo em vista a nova configuração da orla e estabelecendo:

I - a integração com a malha urbana; II - os novos usos possíveis e necessários; III - novas áreas verdes urbanas de uso público; IV - adequação da densidade populacional, conforme a oferta de serviços, equipamentos e infraestruturas; V - as diretrizes para o desenho dos espaços livres de uso público e para a interface entre os usos privados e públicos.

§ 2º - A reestruturação da Área Especial de que trata este artigo deverá ser feita através de Projeto de Intervenção Urbanística, na forma desta lei.

Art. 628. O Poder Executivo Municipal deverá, num prazo de 1 (um) ano após a publicação desta Lei, promover a delimitação de Áreas Especiais de Interesse Social-B.

Art. 629. O Poder Executivo municipal deverá, num prazo de até 30 (trinta) dias após a publicação desta Lei, instituir uma Comissão provisória para exercer as atribuições do Conselho da Cidade de São José até que seja realizado o I Congresso da Cidade.

Parágrafo Único. A comissão referida no caput será nomeada por ato do Chefe do Poder Executivo municipal, sendo composta por todos os integrantes do Colegiado de Delegados e do Colegiado de Acompanhamento e Controle que atuaram no processo de elaboração desta Lei.

Art. 630. Na primeira gestão do Conselho da Cidade de São José, o mandato dos 2 (dois) representantes respectivos a cada uma das 11 (onze) áreas de participação e controle social será de:

I - 3 (três) anos para o primeiro conselheiro territorial mais votado no I Congresso da Cidade;

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II - 2 (dois) anos para o segundo conselheiro territorial mais votado no I Congresso da Cidade.

Parágrafo Único. Nas gestões subsequentes do Conselho da Cidade de São José, o mandato será de 2 (dois) anos para os dois conselheiros territoriais eleitos no Congresso da Cidade, indistintamente.

Art. 631. O Poder Executivo Municipal promoverá, de forma transparente e garantindo participação e controle social:

I - num prazo de nn dias após a publicação desta Lei, a revisão dos seus planos setoriais municipais, em especial os de:

a) contingência de proteção e defesa civil; b) transporte e mobilidade; c) habitação; d) saneamento básico; e) educação; f) cultura; g) saúde; h) de assistência social; i) segurança pública;

II - num prazo de nn dias após a publicação desta Lei, a revisão do Código de Obras; III - num prazo de nn dias após a publicação desta Lei, a revisão do Código de Posturas. IV - num prazo de nn dias após a publicação desta Lei, a elaboração do:

a) ato do Poder Executivo Municipal, referido no art. 255; b) ato do Poder Executivo Municipal, referido no parágrafo único do art. 320; c) ato do Poder Executivo Municipal, referido no parágrafo único do art. 328; d) ato do Poder Executivo Municipal, referido no parágrafo único do art. 633.

V - num prazo de nn dias após a publicação desta Lei, a instituição do Fórum Permanente dos Conselhos Setoriais, composto pelos respectivos conselhos das áreas referidas nas alíneas a a i do inciso I deste artigo; VI - num prazo de nn dias após a publicação desta Lei, a atualização de inventários e cadastros, especialmente:

a) Inventário de Equipamentos Urbanos; b) Inventário de Áreas Verdes e Espaços Livres; c) Inventário de Vias Públicas; d) Inventário Qualitativo e Quantitativo de Arborização das Vias e Espaços Públicos; e) Inventários do Patrimônio Cultural e de Registro dos Bens do patrimônio de Natureza Imaterial; f) Cadastro Territorial Multifinalitário; g) Cadastro de Macrodrenagem na Área Urbana; h) Cadastro de Microdrenagem na Área Urbana; i) Cadastro de Assentamentos Precários; j) Cadastro de valor de Terreno para Fins de Aplicação de Instrumentos Urbanísticos.

§ 1º - Os processos de revisão dos planos setoriais deverão garantir:

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I - a sua compatibilidade com as Políticas e demais disposições aplicáveis desta Lei; II - a ampla participação de seus conselhos setoriais na sua formulação, execução e implementação, por meio do fórum permanente referido no inciso V do caput.

§ 2º - Os inventários e cadastros referidos neste artigo deverão ser disponibilizados no Sistema de Informações Municipais.

§ 3º - O Código de Obras e o Código de Posturas deverão ser revisados e homologados pelo Conselho da Cidade de São José antes do envio à tramitação legislativa, de forma a promover suas respectivas compatibilizações com as disposições desta Lei.

§ 4º - As normas referidas no inciso IV do caput deverão ser homologados pelo Conselho da Cidade de São José antes de sua publicação.

Art. 632. A Fundação Municipal de Meio Ambiente deverá, num prazo de nn meses a partir da entrada em vigor desta Lei, definir os perímetros ainda não delimitados dos parques referidos nos §§ 1.º e 2.º do art. 515, observado o disposto no § 2.º do mesmo artigo.

Art. 633. Para fins do processo de licenciamento de uso e ocupação do solo, serão admitidos como fonte de informações válidas sobre os terrenos:

I - na fase de Manifestação de Interesse, a base cartográfica do Cadastro Territorial Multifinalitário vigente no Município; II - para as demais fases, o levantamento planialtimétrico do terreno referenciados à Rede de marcos geodésicos oficiais deverá ser apresentado pelo empreendedor, e instruído por competente registro ou anotação de responsabilidade técnica junto ao respectivo conselho profissional.

Parágrafo Único. O conteúdo mínimo e os requisitos do levantamento planialtimétrico deverão ser regulados por meio de ato do Poder Executivo Municipal.

Art. 634. As informações relativas às unidades territoriais reguladas nesta Lei encontram-se espacializadas nos mapas em anexo, com precisão e escalas apropriadas ao planejamento e gestão urbanos.

Parágrafo Único. Quando da necessidade de levantamento das informações referidas no caput em escala de projeto, estas deverão correr às expensas do interessado, sendo que, quando da apresentação do projeto ao órgão licenciador:

I - as escalas deverão ser apropriadas aos projetos, sendo, no mínimo, de 1:500; II - o levantamento deverá ser referenciado à Rede de marcos geodésicos oficiais aos marcos oficiais e homologados; III - será indispensável a apresentação da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica.

Art. 635. O Conselho da Cidade de São José deverá deliberar sobre os prazos indicados pelo Poder Executivo Municipal no Quadro 2, anexo a esta Lei.

§ 1º - O Poder Executivo Municipal deverá definir os prazos que constarão no Quadro 2, num prazo de 6 (seis) meses a partir da publicação desta Lei.

§ 2º - As deliberações do Conselho da Cidade de São José com relação aos prazos referidos neste artigo, servirão de base para o Poder Executivo Municipal elaborar cronograma para suas respectivas execuções.

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§ 3º - O Poder Executivo Municipal deverá submeter ao Conselho da Cidade de São José, periodicamente, relatório informando o andamento dos prazos constantes no cronograma referido no § 1.º deste artigo.

Art. 636. Os projetos de licenciamento já aprovados, cujo Alvará de Execução já foi concedido antes da entrada em vigor desta Lei, terão um prazo de 6 (seis) meses para dar início à obra.

§ 1º - O prazo referido no caput será contado a partir da entrada em vigor desta Lei, sob pena de caducidade, sendo vedada a revalidação dos respectivos alvarás.

§ 2º - Será considerada iniciada a obra com a conclusão da execução de suas fundações.

Art. 637. As normas de parcelamento do solo, previstas no Capítulo VII do Título IV desta Lei não se aplicam aos projetos definitivos de loteamentos, desmembramentos e remembramentos que, na data de sua publicação, já estiverem com seus projetos definitivos aprovados pelo Poder Executivo Municipal, para os quais continua prevalecendo a legislação vigente à época da aprovação, até o prazo previsto pelo respectivo cronograma de obras.

Parágrafo Único. Após vencido o prazo do cronograma de obras referido no caput, os pedidos de revalidação da licença dos referidos parcelamentos somente serão concedidos se obedecidas as disposições deste Capítulo.

Art. 638. Esta Lei deverá ser revisada, especialmente:

I - sempre que as bacias hidrográficas de São José tiverem Plano de Recursos Hídricos aprovados pelo respectivo comitê de bacia, de forma a promover a sua compatibilização com as diretrizes do Plano de Recursos Hídricos, especialmente com relação aos programas da política ambiental; II - caso seja instalado algum empreendimento de significativo impacto urbanístico e ambiental no Município.

Art. 639. Integram esta Lei os seguintes anexos:

I - Mapa 01: Macrozoneamento; II - Mapa 02: Zoneamento; III - Mapa 03: Áreas de Especial Interesse Ambiental; IV - Mapa 04: Áreas de Especial Interesse e Trechos de Sistema Viário; V - Mapa 05: Áreas de Especial Interesse para Sistema Viário; VI - Mapa 06: Áreas de Especial Interesse para Equipamentos Urbanos, Áreas Verdes e Espaços Livres; VII - Mapa 07: Habitação de Interesse Social e Áreas de Risco de Desastres Naturais; VIII - Mapa 08: Política de Transporte e Mobilidade Urbana; IX - Mapa 09: Categorias de Incomodidades permitidas por Unidade Territorial; X - Mapa 10: Áreas Suscetíveis a Inundação e Deslizamento; XI - Mapa 11: Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização; XII - Quadro 01: Definições; XIII - Quadro 02: Planos, programas e ações previstos pelo PDP-SJ; XIV - Quadro 03: Prevalência de Unidades Territoriais; XV - Quadro 04: Fatores de Planejamento; XVI - Quadro 05: Áreas de Especial Interesse para Sistema Viário; XVII - Quadro 06: Usos e atividades permitidas por Categorias de Incomodidade;

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XVIII - Quadro 07: Categorias de Incomodidades permitidas por Unidade Territorial; XIX - Tabela 01: Parâmetros Urbanísticos; XX - Tabela 02: Tipos Arquitetônicos; XXI - Tabela 03: Incentivos Urbanísticos; XXII - Tabela 04: Trechos do Sistema Viário.

Parágrafo Único. A Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização referida no art. 84, será incorporada aos anexos desta Lei após a sua publicação oficial pelo órgão competente da União.

Art. 640. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente:

I - a Lei Ordinária nº 1604/1985 e suas alterações; II - a Lei Ordinária nº 1605/1985 e suas alterações; III - a Lei Ordinária nº 1606/1985 e suas alterações.

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Contatos

Página do Plano Diretor Participativo: http://www.saojose.sc.gov.br/index.php/sao-jose/processo-de-reelaboracao-do-plano-diretor-participativo-de-sao-jose Página da Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis: http://www.granfpolis.org.br/ E-mail da equipe técnica da GRANFPOLIS: [email protected] Redes sociais: https://www.facebook.com/planodiretorsj

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